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Reabilitação e Reforço de Estruturas

REABILITAÇÃO E REFORÇO
DE ESTRUTURAS
Reabilitação e Reforço de Estruturas

REFORÇO DE ESTRUTURAS DE BETÃO

Enquadramento

Avaliação do comportamento da
estrutura

Concepção e dimensionamento
do reforço

Tipos de reforço estrutural


Reabilitação e Reforço de Estruturas

REFORÇO DE ESTRUTURAS DE BETÃO

Enquadramento

Avaliação do comportamento da
estrutura

Concepção e dimensionamento
do reforço

Tipos de reforço estrutural


Reabilitação e Reforço de Estruturas

A intervenção numa estrutura existente com o objectivo de melhorar ou corrigir o seu


comportamento estrutural está geralmente associada às seguintes situações:

− Alteração das acções actuantes


Ex: − Aumento das acções actuantes devido a uma nova utilização
− Adequação do nível de segurança da estrutura para as acções especificadas
na nova regulamentação (p.e. sobrecargas rodoviárias e ferroviárias)

− Alteração geometria da estrutura ou modificação do sistema estrutural


Ex: necessidade de eliminar elementos estruturais

− Correcção de anomalias associadas a deficiências de projecto de


execução ou de exploração
Ex: − Deficiente capacidade resistente para as acções previstas
− Deficiente comportamento em serviço (fendilhação, deformação, vibração,...)
− Danos causados por uma utilização não prevista da estrutura.

− Aumento do nível de segurança


Ex: - melhorar o comportamento estrutural para a acção sísmica de obras antigas
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Principais dificuldades

− Informação relativa ao projecto, execução e exploração das obras difícil de obter e


frequentemente inexistente.

− Com excepção de alguns tipos de intervenção, verifica-se uma ausência genérica de


regulamentação sobre reforço de estruturas.

− Ausência de documentação de apoio que trate de forma integrada o projecto e execução


do reforço nas suas diversas componentes: metodologias de intervenção,
dimensionamento, procedimentos de execução, especificação e controlo de qualidade.

− Dificuldades relativas à análise estrutural e avaliação da segurança das obras a reforçar e


ao dimensionamento do próprio reforço.

− Em obras de reforço cada caso constitui uma situação particular com as suas próprias
especificidades, sendo raro encontrar na literatura situações semelhantes.
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Enquadramento Geral de uma Intervenção de Reforço

 Avaliação da situação

Inspecção – Registo e análise das anomalias

Avaliação do comportamento estrutural

Diagnóstico – Causas e explicações das anomalias

Definição dos objectivos a atingir com a intervenção

 Tipos de Intervenção

Demolição Total ou Parcial

Limitar o Uso

Substituir ou Introduzir Novos Elementos

Reparar os Elementos Danificados

Reforçar os Elementos Existentes


Reabilitação e Reforço de Estruturas

Avaliação da situação

1 − Recolha de informação

Desenhos
Elementos do projecto Cálculos
Especificações técnicas

Controlo de qualidade
Livro de registo de obra
Elementos de Obra
Alterações ao projecto
Planos de betonagem
….

Acções actuantes
Exploração da Obra Manutenção e reparação
….
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Avaliação da situação

2 − Inspecção Visual
qualidade do betão
defeitos de execução
Exame visual da superfície do betão fendilhação
deformação
deterioração

erros de concepção e execução


Percepção do funcionamento estrutural deficiente utilização
tipos de apoios
….

danos estruturais
Registo de danos
deterioração do betão
corrosão das armaduras
….
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Avaliação da situação

3 − Inspecção detalhada

Dependendo do tipo e extensão das anomalias observadas pode ser necessário


efectuar uma inspecção visual mais minuciosa e realizar diversos tipos de
ensaios.

Principais aspectos a analisar:

• Verificação das dimensões dos elementos estruturais (relação projecto/obra)


• Propriedades mecânicas do betão e do aço
• Resposta estática e dinâmica da estrutura
• Avaliação do nível e tipo de deterioração da obra
• Avaliação das condições de fundação
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Avaliação da situação

4 − Avaliação da segurança da estrutura

• Modelo de comportamento estrutural

− Verificação aos estados limites últimos

− Verificação aos estados limites de utilização

Analisar duas situações:

− Capacidade da estrutura para cumprir as exigências para as quais


foi projectada

− Capacidade da estrutura para cumprir as novas exigências de exploração


Reabilitação e Reforço de Estruturas

REFORÇO DE ESTRUTURAS DE BETÃO

Enquadramento

Avaliação do comportamento da
estrutura

Concepção e dimensionamento
do reforço

Tipos de reforço estrutural


Reabilitação e Reforço de Estruturas

REGULAMENTAÇÃO ANTIGA

 Regulamentação no domínio das acções

1897 – Regulamento para projecto, provas e vigilância das pontes metálicas

1929 – Dec. 16781

Regulamento das pontes metálicas


(diversas alterações até 1958)

1961 – Dec. 44041

Regulamento de Solicitações em Edifícios e Pontes

1983 – Dec. 235/83

Regulamento de Segurança e Acções


Reabilitação e Reforço de Estruturas

Regulamento Sobrecarga Rodoviária

Regulamento das Pontes Sobrecarga uniforme 400 kg/m2 (l > 30m)


Metálicas 1897 Para l < 30 m: sobrecarga mais elevada numa faixa
com 2.5 m
Veículos de 12 ton com 4 rodas

Regulamento das Pontes Sobrecarga uniforme variável com o vão


Metálicas 1929 ≥ 500 kg/m2 x coef. dinâmico
400 kg/m2 no passeio
(alterado em 1958)
Veículos de 32 ton (alterado em 1958 para 60/45/30
ton para as classes A, B e C)

RSEP 1961 Sobrecarga uniforme 300 kg/m2


Carga de faca 5 ton/m

Veículos de 60/45/30 ton para as classes A, B e C


(coef. dinâmico 1.2)

RSA 1983 Sobrecarga uniforme 4 kN/m2


Carga de faca 50 kN/m
Veículos de 600/300 kN para as classes I e II
Reabilitação e Reforço de Estruturas

 Regulamentação no domínio das estruturas de betão armado

1918 – Dec. 4036 de 28/3/1918

Regulamento para o emprego do beton armado

1935 – Dec. 25948 de 16/10/1935

Regulamento do Betão Armado (RBA)

1967 – Dec. 47723 de 25/5/1967

Regulamento de Estruturas de Betão Armado (REBA)

1983 – Dec. 349-c/83 de 30/7/1983

Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-esforçado (REBAP)


Reabilitação e Reforço de Estruturas

1918
Regulamento para o emprego do beton armado

Dec. 4036 de 28/3/1918

— Preparado pela Associação dos Engenheiros Civis Portugueses

— Necessidade de “regulamentar as construções de beton que tinham uma grande aplicação”

Obrigatoriedade de aprovação do projecto

Betão — dosagem tipo

Princípios básicos do betão armado


Critérios de segurança — Tensões limites admissíveis
Execução de trabalhos — …
Recobrimentos - 20 mm (vigas e pilares em geral)
- 40 mm (protecção contra o ataque da água do mar)
Reabilitação e Reforço de Estruturas

1935

Regulamento do Betão Armado


RBA

Dec. 25948 de 16/10/1935

— Preparado por uma Comissão nomeada pelo Ministério das Obras Públicas e Comunicações

— Análise da Regulamentação Europeia (Reg. Francesa, Belga, Suiça, Italiana, E.U.A., Alemanha, …)

— Bases de Cálculo - Acções (cargas)


- Cálculos de Resistência - Tensões limites e admissíveis
(limites de fadiga)
- Modelação: análise linear
- Lajes - indicações pormenorizadas
- Encurvadura
Reabilitação e Reforço de Estruturas

RBA - 1935
Reabilitação e Reforço de Estruturas

RBA - 1935
Reabilitação e Reforço de Estruturas

1967
Regulamento de Estruturas de Betão Armado
REBA
Dec. 47723 de 20/5/1967

— Preparado por uma Comissão criada no Conselho Superior de Obras Públicas


com base em trabalho preliminar do LNEC

— Nova concepção da verificação da segurança em relação a estados “de ruína”


— Conceitos de valores característicos, …
— Novos tipos de aços
A24/A40/A50/A60
Liso/Nervurado
— Betão - B180 … B400
— Bases de Cálculo

- Cálculo da Resistência - Estados de Rotura


- Modelação - Conceitos de análise não linear,
redistribuição, cálculo plástico
- Evolução nos modelos de
comportamento do betão armado
- Recobrimentos - baixos
Reabilitação e Reforço de Estruturas
Reabilitação e Reforço de Estruturas

1983

Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado


REBAP

— Estruturas Pré-Esforçadas, tratadas de forma unificado (Betão Armado Pré-Esforçado)

— Sistema Internacional de Unidades e Simbologia (ISO3898)

— Conceito de Níveis de Tolerância da Execução dos Trabalhos e Controlo da Qualidade

— Disposições Construtivas mais detalhadas e Conceito de Estruturas de Ductilidade melhorada


 cintagem adequada nos pilares
— E.L.U. do Punçoamento

— Redes Electrosoldadas

— Conceito de durabilidade ainda não suficientemente desenvolvido (assim como recobrimento


insuficientes)
Reabilitação e Reforço de Estruturas

ANÁLISE COMPARATIVA
RBA (1935)
E
REBAP (1983)

FLEXÃO SIMPLES
Reabilitação e Reforço de Estruturas

ANÁLISE COMPARATIVA
RBA (1935)
E
REBAP (1983)

ESFORÇO
TRANSVERSO
Reabilitação e Reforço de Estruturas

ELEMENTOS COM ARMADURAS TRANSVERSAIS


ANÁLISE COMPARATIVA
REBA (1967)
E
REBAP (1983)

ELEMENTOS SEM ARMADURAS TRANSVERSAIS


V V - LAJES
τ V = τ bd
1,bd
B 300
Vcd = τ0 bd
2.0 REBA
τ0 = 1.5MPa

0.96

0.6 REBAP Vcd = 0.6 τ1 (1.6 – d) bd

τ1 = 0.75MPa
0.6 d [m]
Reabilitação e Reforço de Estruturas

ANÁLISE COMPARATIVA
REBA (1967)
E
REBAP (1983) FLEXÃO COMPOSTA

FLEXÃO SIMPLES
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Regulamento Betões Aços Recobrimentos Cálculo

1918 dosagem c = 300Kg fsu = 3800 a 4600 Kgf/cm2 C ≥ 1.5 ∅ Tensões (Fadiga)
ag = 400 l
Regulamento para o Emprego br = 800 l fsy ≥ fsu/2 2cm (vigas/pil.) Limites Admissíveis
do Beton Armado σ ≥ 120Kg/cm2 (28d.) εu = 22% 1cm (lajes)
Dec. 4036 de 28/3 ≥ 180Kg/cm2 (90d.) evitar soldaduras C duplo – junto ao mar
apiloamento/cura húmida 7 d. prot. fogo
1935 dosagem ≈ fsu = 3700 Kgf/cm2 lajes viga/pil. Tensões Admissíveis
Regulamento do Betão σ ≥ 180Kg/cm (28d.)2
fsy ≥ 0.6 fsu C ≥ 1.0 1.0
Armado apiloamento ou vibração cura εu = 24% 1.5 2.0 (ar livre)
Dec. 25948 de 16/10 húmida – 8 d. evitar soldaduras 2.0 Líquidos, ∆t
4.0 – ág. mar
1967 B180/225/300/350/400 A24/A40/A50/A60 4cm ≥ C ≥ ∅ Estados Limites
2 2
Regulamento de Estruturas de fck (Kgf/cm ) fsk Kgf/mm 1.0
Betão Armado (Liso/Nervurado) 2.0 – ñ.protegid + RSEP (Tipo I/II)
Dec. 47723 de 20/5 + RBLH (Dec. 404/71 de 23/6) + Doc Homol – LNEC C↑ – corrosão/fogo ...
Betões Tipo B/BD
1983 B15/...B55 A235/A400/A500 Tipo Ambiente Estados Limites
Regulamento de Estruturas de fck (MPa) fsk (MPa) Pouco agress - 2.0
Betão Armado e Pré- Moder agress - 3.0 + RSA
Esforçado + RBLH – cura húmida + Esp – LNEC Muito agress - 4.0
controlo A/C
Dec. 349 – c/83 de 30/7 ... B↑ C↓
2008 C12/15; ... C90/105 A400/A500 Classes Exposição X0; Estados Limites
Eurocódigo 2 – Parte 1 fck (MPa) cil/cubos XC; XS; XD; XF; XA
Projecto de Estruturas de + Esp – LNEC C = 15 a 65mm + EC1/EC8
Betão + EN 206 + EN 10080 e 10138 Qualidade do betão de
DNA recobrimento
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MODELOS DE ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO

E.L. Utilização
Modelo elástico linear com K ajustado

S ELÁSTICO LINEAR
E.L. Últimos
Modelo elástico linear
Modelo elástico linear com redistribuição
de esforços LINEAR C/ REDIST. DE ESFORÇOS
LINEAR C/ REDIST. DE ESFORÇOS
PLÁSTICO

Modelo plástico
Modelo não linear NÃO
NÃOLINEAR
LINEAR

δ
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MODELOS DE ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO

Exemplos: ANÁLISE ELÁSTICA COM REDISTRIBUIÇÃO DE ESFORÇOS

E2

E1
Reabilitação e Reforço de Estruturas

MODELOS DE ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO

Exemplos: ANÁLISE PLÁSTICA – Carga última de uma viga


Reabilitação e Reforço de Estruturas

Exemplos:

ANÁLISE PLÁSTICA
Carga última de uma laje
Reabilitação e Reforço de Estruturas

MODELOS DE ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO

Exemplo: Avaliação da segurança do tabuleiro de uma ponte

VIGAS
LONG.
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MODELOS DE ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO

Anomalias
Reabilitação e Reforço de Estruturas

MODELOS DE ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO


Análise estrutural – Verificação da segurança

– Momentos flectores - Análise elástica (carga permanente)

-200 KNm 327 KNm -628 KNm

– Esforços axiais - Análise elástica

736 KN

-787 KN
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MODELOS DE ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO


Análise estrutural – Verificação da segurança

– Momentos flectores - Análise elástica c/ redistribuição de esforços

-390 KNm -1167 KNm


0 KNm

– Esforços axiais - Análise elástica c/ redistribuição de esforços


836 KN

-911 KN
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MODELOS DE ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO


Análise Não Linear
Modelo de Elementos Finitos

– Fendilhação (carga permanente)


-4.2
16E
-01
-2.557E-02

4.66
4
-1.9

E-02
1.41 06E
9 +00
-2.891E-01
E-01

-5.7

-1.7
27E

8
2.438E-02

-01

6E-0
1
7.120E-02
– Momentos flectores [MNm]

6.145E-02
-6.
36

-2.72
0E-0
2
9.742E-02
2E

-2.476E-02
-01

-6.697E-01

-1.1 7.210E-01
(carga permanente)

02E
+00

-2.7 7.195E-01

-2.3 7.241E-01
59E
06E
-01
-01

5.712E-01
4.89
0

-1.5
21E
MODELOS DE ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO

-01
-6.843E-01 -1.254E-01
E-02

-6.8
28E
-01
– Esforços axiais [MN]

-6.8
53E
6.136E-01
-01
-6.7
90E
-01
-6.8
01E
-01
-6.7
64E
4.626E-01
-01
-6.7
94E
-01
4.9
-6.384E-05 76
E-0
-1.

1
85
E- 8

2.650E-03
01

7.506E-04

1.215E-03

9.181E-05

2.351E-04

6.001E-06
Reabilitação e Reforço de Estruturas

7.390E-05
Reabilitação e Reforço de Estruturas

MODELOS DE ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO

Análise Não Linear – avaliação da capacidade de carga

- Configuração de rotura (CP + 1.7 x VT)

VT
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Consideração do efeito do nível de danos na avaliação da segurança

[CEB-Bul. 162]

• Método simplificado
Em função do tipo e nível de danos da estrutura são estabelecidos coeficientes
empíricos para redução da resistência e rigidez:

Coeficiente rR e rk

Rres Kres
rR = rk =
Ri Ki

Rres – resistência residual


Ri – resistência inicial
Kres – rigidez residual
Ki – rigidez inicial
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Danos provocados rR = R res / R i


Construção
por sismos Nível A Nível B Nível C Nível D

Nova 0.95 0.75 0.45 0.15

Antiga 0.80 0.60 0.30 0

rK = K res / K i = 80% rR

Danos ligeiros
Níveis de danos nos pilares

Danos severos
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Danos provocados por sismos

• Nível A – fissuras de flexão isoladas com larguras inferiores a 1 – 2 mm, desde que um
cálculo simples demonstre que estas fissuras não são devidas a deficiência da armadura
para as acções de dimensionamento, mas sim devidas a efeitos localizados (juntas de
construção, restrições devidas a paredes divisórias, choques ligeiros, acções térmicas
iniciais, retracções, etc.).

• Nível B – várias fissuras de flexão largas, ou fissuras de corte diagonais isoladas com
larguras inferiores a cerca de 0.5 mm, não existindo deslocamentos residuais.

• Nível C – fissuras de corte bi-diagonais e/ou esmagamento localizados no betão devidos a


corte e compressão, não existindo deslocamentos residuais apreciáveis; ocorrência de
fendilhação em nós de ligação viga/pilar.

• Nível D – rotura do núcleo de betão do elemento, encurvadura dos varões (o elemento


perdeu a continuidade mas não colapsou), existindo apenas pequenos deslocamentos
residuais (verticais e horizontais); ocorrência de danos severos em nós de ligação
pilar/viga.

• Nível E – colapso parcial de um ou mais elementos verticais.

Nota: se as condições relativas aos deslocamentos residuais não forem cumpridas num dado
nível de dano, este é aumentado para o nível seguinte.
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Danos provocados rR = R res / R i


por incêndios Construção
Nível A Nível B Nível C Nível D

Nova 0.95 0.80 0.65 0.40

Antiga 0.90 0.75 0.60 0.30


rK = K res / K i = 80% rR

Danos ligeiros
Níveis de danos nos pilares

Danos severos
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Danos provocados por incêndio

• Nível A – sem danos, excepto algum descasque mínimo do acabamento e/ou do betão.

• Nível B – acabamento bastante afectado, algum descasque do betão; microfissuração


generalizada da superfície do betão e eventual cor rosada, o que dependerá dos
agregados.

• Nível C – arranque generalizado do acabamento, descasque significativo do betão e


eventual cor cinzento avermelhado/esbranquiçado; os varões ainda estão aderentes ao
betão, sem que mais que um varão no caso de pilares ou até 10% da armadura principal
no caso de vigas e lajes, tenha encurvado.

• Nível D – danos severos, descasque generalizado do betão deixando à vista


praticamente toda a armadura; o betão possui uma cor amarelo acastanhado; mais do que
um varão no caso de pilares ou até 50% da armadura principal no caso de vigas e lajes
encurvou, podendo existir distorção dos pilares; eventuais fissuras de corte com poucos
mm de largura dos pilares; eventuais fissuras de flexão/corte com vários mm de largura
nas vigas e lajes e possíveis flechas apreciáveis.

• Nível E – colapso parcial de elementos verticais.


Reabilitação e Reforço de Estruturas

Danos provocados por corrosão de armaduras

• Nível A – manchas de ferrugem, alguma fendilhação longitudinal, perda de secção de


armadura ≤ 1%.

• Nível B – manchas de ferrugem, alguma fendilhação longitudinal e transversal, algum


descasque do betão, perda de secção da armadura a ≤ 5%.

• Nível C – manchas de ferrugem, fendilhação extensa, descasque significativo do betão,


perda de secção da armadura a ≤ 10%.

• Nível D – manchas de ferrugem, fendilhação extensa, descasque do betão em algumas


zonas deixando a armadura à vista, perda de secção da armadura a ≤ 25%, eventuais
deslocamentos residuais.

• Nível E – manchas de ferrugem, fendilhação extensa, descasque do betão em algumas


zonas deixando a armadura à vista, encurvadura da armadura em pilares, rotura de
algumas cintas e estribos, deslocamentos residuais nítidos.

Idade do rR = Rres/Ri
Betão
Nível A Nível B Nível C Nível D
Novo 0.95 0.80 0.60 0.35
Velho 0.85 0.70 0.50 0.25
rk = Kres/Ki = 80% rr
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Classificação dos elementos estruturais

[CEB – GTG21]

Rd'
Coeficiente de capacidade: φ=
Sd'

Rd' – Esforço residual resistente

Sd' – Esforço actuante

− Aceitáveis φ ≥ 1

− Toleráveis 0.5 < φ < 1 são aceitáveis sob certas condições, tendo em atenção aspectos
sociais, históricos e económicos. No caso de estruturas correntes a
reparação/reforço deverá ser realizada dentro de 1 a 2 anos.
− Não aceitáveis φ ≤ 0.5 é necessário intervir de imediato

− Não reparáveis φ << devem ser demolidos

Em função da importância e tipo de utilização da estrutura e do nível de danos verificado


serão definidos os tipos de intervenção a implementar.
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Concepção e Dimensionamento do Reforço


Aspectos a considerar :

Concepção da Intervenção

Reforço Selectivo

 Minimizar a intervenção explorando de forma eficiente a ductilidade e a


capacidade resistente da estrutura
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Concepção e Dimensionamento do Reforço

Dimensionamento do Reforço

Métodos simplificados
Método dos coeficientes globais

Modelos numéricos completos


- simulação das tensões iniciais dos materiais existentes
- simulação dos mecanismos de transferência de tensões entre os materiais
de reforço e os existentes
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Método dos coeficientes globais

1 − Determinação da resistência como se a estrutura fosse monolítica e


sem danos: Ri

2 − Aplicar coeficiente de monolitismo γn,R : Rr = γn,R Ri

γn,R Valores a título indicativo função da tecnologia de reforço



 Responsabilidade do projectista

3 − Verificar a ligação entre o material de reforço e o elemento existente

τSd ≤ τRd
σSd ≤ σRd
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MODELO DE COMPORTAMENTO

ESTADO LIMITE ÚLTIMO DE FLEXÃO

VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA: Msd < M’rd = Mrd + ∆ Mrd

Método coeficientes globais  M’rd = γ n,R Mrd (As + Asr)


Reabilitação e Reforço de Estruturas

MODELO DE COMPORTAMENTO
E. L. ÚLTIMO DA LIGAÇÃO DA ARMADURA DE REFORÇO À ESTRUTURA

O dimensionamento pode ser


realizado adoptando um modelo
plástico ou modelo elástico
dependendo da ductilidade da
ligação

Modelo elástico

4FSR
Modelo plástico l0
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Avaliação das tensões na interface da ligação

A Modelo elástico

τ
Tensões de corte na
interface

p2 (x3)
p2 (x3) • A0 é a área da secção acima da interface;
A
x1 • S0,1 é o momento estático da área A0 em relação ao eixo x1;
x3 • I1 é o momento de inércia da secção em relação ao eixo x1.
As
B
VS
τ = σ 23 = x22 0,1 x2
I1b

Hipótese f V2
Linha Neutra acima da Interface
τ= =
b bz
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Dimensionamento das ligações


1. Ligação entre superfícies de betão existente/betão novo sem conectores

• Aplicação restrita

− Ausência de tracções
− Tensões de corte baixas
− Carregamentos monotónicos
− Necessidade de colocar conectores no perímetro da zona de ligação

• Requer um nível de controlo de qualidade elevado


− Preparação de superfícies
− Composição do betão – baixa retracção
− Cura do betão

A ligação é feita por ADERÊNCIA

Adesão (natureza química)


Aderência
Atrito (natureza física)
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Adesão

τrd,a = η f'ctd

f'ctd – tensão de rotura à tracção do betão existente

η = 0.25 a 1.0 consoante o tipo de superfície [EC8-part 1.4, 1995]

0.2 superfícies lisas


η= [MC90]
0.4 superfícies rugosas

Atrito
Interfaces lisas τRd,f = 0.4 σcd
[MC90; EC8]
Interfaces rugosas τRd,f = 0.4 (fcd ) (σcd)
4/3 2/3

τ
σcd – tensão de compressão na interface
ATRITO

As parcelas de adesão e atrito não devem ser somadas


directamente com os seus valores máximos pois envolvem
deslizamentos diferentes na interface.
ADESÃO
S (deslizamento)
Reabilitação e Reforço de Estruturas

2. Ligações entre superfícies de betão existente/betão novo com conectores

• Ligação mais fiável

Mecanismos de resistência
− Adesão
− Atrito
− Efeito de costura dos conectores
− Resistência ao corte dos conectores

τRd = η f’ctd + µ (σ
σcd + ρb fsyd,b) ≤ 0.25 f’cd [MC90]

atrito efeito de
costura ρb ≥ 0.10% percentagem da área dos conectores
σs

τ σn σn
Efeito de Costura
w τ
s – Deslizamento entre Faces
s w – Afastamento entre Faces
τ – Tensão de Corte na Interface
σs – Tensão de tracção nas Armaduras Transversais à Interface
σs σn – Tensão de Compressão sobre a Interface.
Reabilitação e Reforço de Estruturas

vRd,i = c fctd + µ σn + ρb fyd,b (µ sen α + cos α) ≤ 0.5 ν fcd [EC2]


atrito efeito de
costura
Distribuição da armadura de costura

Tipos de
Descrição c µ
superfície
Cofragem metálica; plástico; madeira lisa
Muito lisa (Superfícies cofradas) 0.25 0.5

Superfícies não cofradas ou com cofragem


Lisa rugosa 0.35 0.6

Superfície com rugosidade mínima de


Rugosa 3mm e espaçamento ∼40mm 0.45 0.7

Indentada Indentações com geometria definida (EC2) 0.50 0.9

Para cargas dinâmicas ou cíclicas os valores de C devem ser reduzidos a metade


Reabilitação e Reforço de Estruturas

Resistência ao corte dos conectores

As.b fsyd.b
VRd,b = φb
2 [ 1 + (1.3 ε)2 − 1.3 ε ] fcd fsyd.b (1 − τ2) <
3
[MC 90]

l fcd σs.b π φb
2
ε=3 τ= As,b =
φb fsyd.b fsyd.b 4

φb – diâmetro do conector
As,b – área da secção do conector
l – excentricidade da carga
σs,b – tensão de tracção no conector
Reabilitação e Reforço de Estruturas

3. Ligação entre superfícies de betão existente/resina/chapas metálicas


sem conectores

• A ligação é feita por ADESÃO

− Adesão resina/betão

− Adesão resina/aço

• Aspectos a considerar

• necessário colocar conectores ou outros dispositivos de amarração nas extremidades


das chapas para absorver as forças de arranque que aí se geram
• amarração fora das zonas críticas de potencial formação de rótulas plásticas
• protecção contra o fogo
• controlo de qualidade elevado: preparação de superfícies, resina, injecção ou colagem

'
fctk
τrd,g = '
= fctd [CEB GTG21]
γm
Reabilitação e Reforço de Estruturas

Amarração nas extremidades [EC8]

NSd,r = As,r fsyk ≤ NRd,g + NRd,b,n


N sd.r -
2
N
3 Rd.g


NRd,b,n ≥ max  
Nsd.r

 2 

'
NRd.g = lg b fctd

lg – comprimento da amarração
b – largura da chapa

NRd,b,n = n NRd,b

n – número de conectores
Reabilitação e Reforço de Estruturas

4. Ligação entre superfícies de betão existente/resina/chapas metálicas


com conectores
Chapas metálicas com conectores

• Ligação mais fiável

• A ligação é feita por: − Adesão resina/betão


− Resistência ao corte dos conectores

τRd = τRd,g + τRd,b

− τRd,g = fctd
' + 0.2 MPa [CEB – GTG 21]

implica → 2 conectores por secção com espaçamentos ≤ 200mm

Considerando que a mobilização da resistência das parcelas da adesão e conectores envolvem


deslizamentos diferentes:
VRd,b – resistência ao corte de cada conector
n VRd.b
− τRd,b = γn,R n – número de conectores
Ac Ac – área da interface
γn,R = [0.7] coeficiente de monolitismo
Alternativa:
n VRd.b
− τRd,g ≈ 0.5 Mpa e τRd,b = [IST]
Ac
Reabilitação e Reforço de Estruturas

TIPOS DE INTERVENÇÃO DE REFORÇO ESTRUTURAL

Metálicas
Reforço por Adição de
Armaduras Exteriores
Fibras de carbono, vidro, aramida
(CFRP; GFRP; AFRP)

Reforço com Encamisamento (Armaduras e Betão/Argamassas)

Cabos de aço
Pré-esforço Exterior
Laminados de carbono

Substituição por Novos Elementos

Adição de Novos Elementos


Reabilitação e Reforço de Estruturas

REFORÇO POR ADIÇÃO DE ARMADURAS EXTERIORES

Reforço por colagem de chapas metálicas


Reabilitação e Reforço de Estruturas

Reforço por colagem de chapas metálicas

• Campos de aplicação

− Quando há deficiência de armaduras

− O betão é de boa/média qualidade

− É inconveniente o aumento das secções

− O reforço é moderado

− Reforço em vigas ao momento flector e esforço transverso

− Reforço em lajes ao momento flector

− Mais adequado para acções monotónicas

− (Não se aplica no reforço à compressão -tendência das chapas a encurvarem-)

− (Pouco eficaz para o reforço à acção sísmica)


Reabilitação e Reforço de Estruturas

• Aspectos principais da solução

− Rapidez de execução e interferência mínima na utilização da estrutura

− Susceptibilidade à exposição solar, problemas de fluência para cargas permanentes, mau


comportamento ao fogo e à fadiga

− Requer elevado controlo de qualidade: preparação de superfícies, características da resina,


execução dos trabalhos, ...

− Requer empresas e pessoal técnico especializado

− A espessura das chapas varia, em geral, de 3 a 10mm

− O aço deve trabalhar a baixas tensões por forma a não serem necessárias deformações
excessivas para mobilizar a sua capacidade resistente ⇒ Fe 360

− A colagem é feita com resina epóxi aplicada por injecção ou por espatulamento

− A ligação deve ser complementada com conectores e as chapas devem ser


convenientemente amarradas nas extremidades

− As chapas devem ser protegidas contra a corrosão e a acção do fogo.


Reabilitação e Reforço de Estruturas

• Características médias da resina

− Resistente à compressão 80 a 120 MPa

− Resistência à tracção 40 a 55 MPa

− Resistência à tracção por Flexão 25 a 35 MPa

− Resistência ao corte 12 a 20 MPa

− Adesão Aço-Resina 1 a 6 MPa

− Adesão Betão-Resina 2 a 8 MPa

− Módulo de Elasticidade 2 a 17 GPa

− Coeficiente de Poisson 0.27

− Coeficiente de Fluência para uma compressão


de 40 MPa 12

− A espessura da camada da resina de colagem deverá ser a menor possível por forma
a reduzir as deformações a longo prazo por fluência ⇒ (e ≤ 1 a 3 mm)
Reabilitação e Reforço de Estruturas

EXECUÇÃO

1 – Escoramento
- Controlar: deformação das secções;
deslocamentos
- Evitar colapsos durante a reparação

2 – Preparação da superfície
 garantir ligação adequada entre as chapas e o betão

a) tornar as superfícies rugosas – martelo de agulhas;


jacto de areia;
jacto de água de alta pressão

b) limpeza – jacto de água

3 – Colocação das chapas


– furação do betão; colocação dos conectores

4 – Colagem das chapas


– selagem e injecção de resina epóxi
Reabilitação e Reforço de Estruturas

EXECUÇÃO Jacto de areia

Preparação de superfícies
Martelo de agulhas

Jacto de água
Reabilitação e Reforço de Estruturas

EXECUÇÃO
Preparação de superfícies
Jacto de água de alta pressão

Diferentes níveis de preparação de superfície


Reabilitação e Reforço de Estruturas

EXECUÇÃO
Preparação de superfícies
Jacto de areia e água
Reabilitação e Reforço de Estruturas

EXECUÇÃO
Colocação e colagem
das chapas

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