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Engrenagens

©Jaime Tupiassú Pinho de Castro


Departamento de Engenharia Mecânica PUC-Rio

versão 2.5 - 3/12/2012


•Castro,J.T.P.
Principais Tipos de Engrenagens

(a) engrenagens cilíndricas, de dentes retos ou helicoidais


(b) engrenagens cônicas, com eixos perpendiculares () e
convergentes na figura
(c) sem fim e coroa, com eixos  mas não convergentes
•Castro,J.T.P.
 par de engrenagens
cilíndricas de dentes
retos típicas
 a largura dos dentes,
que quase sempre são
usinados na forma de
uma envolvente (ou
involuta) de círculo
para rolarem (quase)
sem deslizar durante
o engrenamento (o
que minimiza o seu
desgaste e maximiza
o seu rendimento),
normalmente é bem
maior que sua altura
(usualmente cerca de
4 a 7x maior) •Castro,J.T.P.
 dentes retos (a) não geram cargas axiais mas são bem mais
ruidosos que os helicoidais (b) e (c) que as geram (a dupla
•Castro,J.T.P.
hélice ou espinha de peixe (b) cancela as cargas axiais)
 grande engrenagem cilíndrica de dentes retos bi-partida
(notar os sulcos de montagem e o rasgo de chaveta)
•Castro,J.T.P.
 engrenagens helicoidais geram cargas axiais (notar que
a hélice do pinhão tem sentido contrário à da coroa)
•Castro,J.T.P.
 as engrenagens espinha de peixe cancelam as cargas axiais
•Castro,J.T.P.
 engrenagens de dentes
espinha de peixe com um
rasgo central para facilitar a
saída da ferramenta de corte
 a eficiência mecânica dos
pares de engrenagens de
dentes retos ou helicoidais
bem feitos, cujos dentes
envolventes rolam quase
sem deslizar, em geral é
muito alta, tipicamente
maior que 99 a 99.5%
quando a montagem é
precisa e rígida e a
lubrificação é de boa
qualidade
•Castro,J.T.P.
 engrenagem com dentes internos num redutor planetário
•Castro,J.T.P.
•Castro,J.T.P.
 engrenagens
cônicas de dentes
retos com eixos
que não são
perpendiculares

 engrenagens
cônicas de dentes
retos com eixos
perpendiculares
•Castro,J.T.P.
• par de engrenagens helicoidais não-paralelas cuja função
primária é mudar a direção da transmissão sem alterar nem
a rotação nem o torque transmitidos, pois o diâmetro das 2
engrenagens é igual (notar o acoplamento flexível)
•Castro,J.T.P.
zerol

espiral
tipos de engrenagens cônicas de eixos perpendiculares
•Castro,J.T.P.
 par de engrenagens cônicas com dentes em espiral
•Castro,J.T.P.
 engrenagem hipóides
(notar que os eixos
são perpendiculares
mas não se cruzam)

•Castro,J.T.P.
 engrenagens espiralóides
com eixos perpendiculares
(notar que a distância entre
os centros dos eixos destas
engrenagens é maior que a
das engrenagens hipóides, e
que por causa do pinhão que
parece um parafuso elas em
geral não são reversíveis)
•Castro,J.T.P.
 as vantagens
dos redutores
tipo sem fim e
coroa são auto-
travamento (a
coroa pode ser
projetada para
não conseguir
girar o sem fim)
e potencial de
redução grande,
e a desvantagem
é o rendimento
baixo devido ao
deslizamento
funcional entre o
sem fim e a coroa •Castro,J.T.P.
 sem fim e
coroa, com
um parafuso
cujo perfil é
curvo, para
aumentar a sua
área de
contato com a
coroa

•Castro,J.T.P.
 há muitos outros tipos exóticos
de engrenagens pouco usadas,
como as de dentes espirais com
eixos perpendiculares da figura
ao lado
 a eficiência mecânica das
engrenagens espiralóides, dos
sem fim e coroa e de quase
todas as exóticas, em geral é
bem menor do que a das
engrenagens tradicionais de
dentes retos ou helicoidais,
cilíndricas ou cônicas, pois
naquelas há muito deslizamento
relativo entre os dentes quando
eles se movimentam
•Castro,J.T.P.
• engrenagens não-circulares com diversas formas
Redutores e Caixas de Marcha
 redutor de um
estágio, 2 eixos e
razão de redução
Nc/Np = dc/dp
 redutores que
tenham duas
engrenagens
cilíndricas de
dentes retos ou
helicoidais bem
fabricadas, uma
lubrificação
eficiente e bons
mancais podem
ter rendimentos
acima de 99% •Castro,J.T.P.
 grande
redutor de 2
estágios
 notar como a
direção das 4
engrenagens
helicoidais da
1a redução evita
as cargas axiais
nos mancais, o
diâmetro dos
eixos, que têm
que aumentar à
medida que a
rotação diminui
(pois as perdas
no redutor são
pequenas), e a
bomba de •Castro,J.T.P.
lubrificação
 redutor de três
estágios, com entrada
perpendicular à saída
 notar o par de
engrenagens cônicas na
entrada (para fazê-la 
à saída), a direção das
hélices nos dois eixos
intermediários para
minimizar as cargas
axiais, o rolamento de
rolos cônicos no eixo de
saída (cuja carga axial
não é compensada) e a
grande diferença entre
os diâmetros dos vários
eixos (  ) •Castro,J.T.P.
 redutor de
4 estágios, 5
eixos e 8
engrenagens
 sendo N1,
N2, ..., N8 o
no de dentes
das diversas
engrenagens,
(1 é o pinhão
da entrada e
8 a coroa da
saída), 1/8
(ou a razão
de redução
do redutor) é
N 2N4N 6N 8 :1
N1N 3N5N7 •Castro,J.T.P.
 redutor naval com entradas simultâneas para duas turbinas
•Castro,J.T.P.
redutor do
porta-aviões
Saratoga

•Castro,J.T.P.
esquema do redutor naval
mostrado acima, no qual 2
turbinas acionam o mesmo
•Castro,J.T.P. eixo de saída para a hélice
• eixos de uma caixa de marchas automotiva mecânica
típica, com engrenagens helicoidais
• as engrenagens helicoidais das caixas de marcha ficam
permanentemente conectadas, mas só um par é engatado
de cada vez, quando ativado pelo anel seletor sincronizado
• as engrenagens não engatadas das caixas de marcha estão
sempre conectadas, mas giram livres; a troca de marcha é
feita conectando o par que se deseja ativar ao eixo de saída
via um engate interno e um anel de sincronização
• funcionamento de um anel sincronizador usado para
facilitar a troca de marcha em caixas automotivas
• redutor tipo coroa e sem fim montado na saída de um motor
elétrico (notar os rolamentos de rolos cônicos para resistir à
carga axial do sem fim, a vedação no eixo do sem fim para evitar
vazamento do óleo e o acoplamento flexível entre ele e o eixo
do motor para absorver pequenos desalinhamentos entre os
eixos e minimizar fletores parasitas)
•Castro,J.T.P.
 redutor planetário acoplado diretamente no eixo de um
motor elétrico
 estes redutores podem ser uma boa solução quando o espaço
é limitado, pois eles podem permitir grandes reduções num
volume relativamente compacto
•Castro,J.T.P.
• engrenagens planetárias em um motor radial aeronáutico
• redutor com engrenagens planetárias helicoidais
• tipos de redutores planetários
simples, compostos de um anel
com dentes internos, de um sol
e de vários planetas (cujo no
não altera a redução e só
depende da carga transmitida,
mas que têm que ser simétricos
em volta do sol quando os seus
eixos giram, para balancear o
redutor)
•Castro,J.T.P.
redutores planetários simples
membro membro membro razão de reduções
fixo de entrada de saída redução usuais
suporte dos Na
anel sol 1 3:1-12:1
planetas Ns
suporte dos Na
sol anel 2:1-11:1
planetas Ns
suporte dos Ns 1.2:1-
sol anel 1
planetas Na 1.7:1
Ns é o no de dentes do sol, Na o do anel e Np o dos planetas
Na = Ns + 2Np, e (Na + Ns)/no de planetas deve ser um no inteiro
redutores planetários compostos
membro membro membro razão de reduções
fixo de entrada de saída redução usuais
suporte dos NaNp1  1
anel sol 6:1-25:1
planetas NsNp2
suporte dos NaNp1
sol anel Ns Np 2 5:1-24:1
planetas
suporte dos NsNp2 1.05:1-
sol anel 1
planetas NaNp1 2.2:1
Np1 é o no de dentes do primeiro planeta e Np2 o do segundo
o o
da = ds + d•Castro,J.T.P.
p1 + dp2, e (Np1Na + Np2N)/n de planetas = n inteiro
Usinagem dos Dentes

 fresas para usinar dentes de engrenagens (a da esquerda para


fresadoras universais e a da direita para geradoras de dentes)
•Castro,J.T.P.
fresagem dos
dentes um a um •Castro,J.T.P.
 máquina para gerar os
dentes de engrenagens
usando uma ferramenta
tipo cremalheira, a qual
oscila verticalmente à
medida que o cilindro
que está sendo usinado
vai girando lentamente
 o perfil envolvente dos
dentes de engrenagens
nas cremalheiras vira
um trapézio, que é fácil
de fabricar e de afiar,
logo esta é mais uma
grande vantagem deste
tipo de perfil •Castro,J.T.P.
 ferramenta tipo cremalheira para gerar dentes envolventes
•Castro,J.T.P.
esta máquina opera de forma similar à anterior
mas usa uma ferramenta tipo engrenagem
•Castro,J.T.P.
 a usinagem
dos dentes
também pode
ser feita num
movimento
rotativo da
ferramenta,
como na
máquina ao
lado

•Castro,J.T.P.
usinagem da coroa
para um sem fim

•Castro,J.T.P.
Geração do Perfil dos Dentes Retos

• os dentes devem rolar mantendo constante a razão entre as


rotações das duas engrenagens (a ação conjugada, obtida
quando os perfis envolventes são gerados pela mesma corda
enrolada nos círculos de base das duas engrenagens)
•Castro,J.T.P.
 o círculo primitivo de raio r define o ponto de tangência das
2 engrenagens (que permanece fixo), e o círculo de base de
raio rb = rcosf é o gerador dos dentes de perfil envolvente
 o torque transmitido por uma engrenagem é Wtr, onde Wt
é a componente tangencial da força entre os dentes W
•Castro,J.T.P.
• a força entre os dentes atua sempre na mesma
linha de pressão, que permanece invariável
durante todo o giro das engrenagens com ação
conjugada
– engrenagens antigas usavam ângulo de pressão f =
14.5o, mas hoje em dia em geral se usa f = 20o ou f = 25o
– como o perfil dos dentes das engrenagens depende de
f, é importante padronizar o ângulo de pressão, não só
para garantir que elas sejam intercambiáveis mas
também para minimizar o estoque das ferramentas de
usinagem
– ângulos de pressão maiores permitem que a menor das
engrenagens (chamada de pinhão) tenha um número
mínimo de dentes menor sem perder a ação conjugada
– em compensação, para um dada potência transmitida P,
a força entre os dentes W cresce com f, o que aumenta
as cargas nos mancais de apoio dos eixos pois, sendo  a
velocidade angular da engrenagem, Wt
P = Wt  r   W = = P
•Castro,J.T.P.
cos f r   cos f
Nomenclatura das Engrenagens

• nomenclatura básica das engrenagens de dente reto


•Castro,J.T.P.
 nomenclatura dos dentes de engrenagem em inglês
•Castro,J.T.P.
• as engrenagens devem
ser projetadas para evitar
(i) o deslizamento entre
os dentes e (ii) a variação
da distância entre a linha
de transmissão da força e
o centro dos seus eixos,
ou seja, para obter um
funcionamento eficiente e
suave, que minimize o
atrito e mantenha a razão
de velocidades constante
• assim, em geral o perfil
dos dentes tem a forma
de curvas envolventes (ou
involutas) conjugadas,
cuja geratriz é comum •Castro,J.T.P.
 a coroa é a
maior e o
pinhão é a
menor das 2
engrenagens,
cujos círculos
primitivos
são tangentes
 quando o
dente é muito
grande, parte
de sua cabeça
pode penetrar
no círculo de
base da outra
engrenagem e
interferir no
movimento
conjugado •Castro,J.T.P.
• as engrenagens também podem ser fabricadas com os dentes
internos com formato envolvente ou involuta, que garante a
ação conjugada independente da distância entre os centros,
logo uma razão entre as rotações do pinhão e da coroa que é
invariável, e que quase evita o deslizamento entre os dentes, o
que diminui o desgaste e aumenta o rendimento
•Castro,J.T.P.
 nomenclatura
em inglês das
engrenagens
com dentes
internos

•Castro,J.T.P.
 as cremalheiras são engrenagens de diâmetro infinito, logo
a corda que nelas gera dentes envolventes tem comprimento
também infinito e assim o perfil destes dentes é trapezoidal,
•Castro,J.T.P.
isto é, eles têm os lados retos
Medidas dos Dentes
• como qualquer par de engrenagens têm que ter dentes de mesmo
tamanho, eles são padronizados para permitir fácil
intercambiabilidade
• o tamanho dos dentes das engrenagens métricas é dado (em mm)
pelo seu módulo M, que é igual à razão entre o diâmetro primitivo
d e o número de dentes N da engrenagem
• assim, os dentes grandes têm módulos M grandes, e o passo
circular p (a distância entre 2 dentes adjacentes medida ao longo do
círculo primitivo da engrenagem) é dada por

• os módulos preferidos são 1, 1.25, 1.5, 2, 2.5, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 16,


20, 25, 32, 40 e 50 mm

M= d p= d = M
N N
•Castro,J.T.P.
• mas (como esperável), os americanos medem os
dentes pelo passo diametral P (ou diametral pitch, em
dentes por polegada), dado pela razão entre o no de
dentes N e o diâmetro primitivo d da engrenagem
• assim, dentes grandes tem passo diametral P
pequeno, e sua relação com o passo circular p é dada
por
P = N/d pP = 
 cuidado: não use a equação P = 1/M para converter o
passo diametral em módulo, pois os dentes métricos não
são em geral intercambiáveis com os em polegadas (e.g., M =
10mm  P = 2.54 dentes por polegada, mas esta não é uma
medida usada na prática)
• os passos diametrais mais comuns são 200, 150, 120,
96, 80, 64, 48, 40, 32, 24, 20, 16, 12, 10, 8, 6, 4, 3, 2.5, 2.25
e 2 dentes por polegada
•Castro,J.T.P.
 o tamanho
relativo dos
dentes de
engrenagens
com vários
passos
diametrais
(dados em
dentes por
polegada) é
comparado
ao lado

•Castro,J.T.P.
• a padronização dos dentes das engrenagens métricas
ou em polegadas com ângulos de pressão f = 20o ou 25o
é similar: cabeça (addendum) a = 1.0M (ou a = 1/P), e
pé (dedendum) b = 1.25 ou 1.35M (ou b = 1.25/P ou
1.35/P)
– engrenagens de passo fino (P  20) podem ter b = 1.20/P
– há também engrenagens com dentes curtos (stub) com a =
0.8M (ou a = 0.8/P) e b = 1.0M (ou b = 1/P)
• a razão de redução entre duas engrenagens só
depende de N1/N2, onde N1 é o no de dentes da 1a e N2
o da 2a, e não varia com a distância entre centros das
engrenagens
– mas o ângulo de pressão e os diâmetros primitivos (que são
tangentes) das engrenagens aumentam se a distância entre
seus eixos for maior que a de projeto, sem que isto implique
na perda do efeito conjugado característico do perfil dos
dentes envolventes (o que é mais uma grande vantagem
deste perfil, a qual é fácil de visualizar pela corda enrolada
nos círculos de base, que são invariáveis)
•Castro,J.T.P.
• a largura da face F (ou a espessura da engrenagem) não
é padronizada, mas é prática comum usar dentes retos
com F = (8 a 16)M  (3.5 a 7)  altura do dente padrão
ex.1: liste as principais dimensões das engrenagens de
20 dentes com f = 20o e M = 10mm
– diâmetro primitivo: d = MN = 200mm
– passo circular: p = M = 31.42mm
– altura do dente: a + b = 2.25M = 22.5mm
– diâmetro externo: de = d + 2a = d + 2M = 220mm
– diâmetro de base: db = dcosf = 187.94mm
– diâmetro de raiz: dr = d - 2b = d - 2.5M = 175mm
– largura típica da face: F = (8 a 16)M = 80 a 160mm
e com P = 10 dentes/polegada
– diâmetro primitivo: d = N/P = 2”
– passo circular: p = /P = 0.314”
– altura do dente: a + b = 2.25/P = 0.225”
•Castro,J.T.P.
– diâmetro externo: de = d + 2a = d + 2/P = 2.2”
– diâmetro de base: db = dcosf = 1.879”
– diâmetro de raiz: dr = d - 2b = d - 2.5/P = 1.750”
– largura típica da face: F = (8 a 16)/P = 0.8 a 1.6”
ex.2: se a 1a engrenagem de um redutor tem 16 e a 2a
64 dentes com módulo 5mm, calcule a distância entre
seus centros C = (d1 + d2)/2 e compare os seus
diâmetros de base para f = 14.5o, f = 20o e f = 25o
– os diâmetros primitivos d1 = MN = 80 e d2 = 320mm não
dependem de f  C = 200mm, mas os diâmetros de base db
= dcosf decrescem quando f cresce  para f = 14.5o: db1 =
77.45 e db2 = 309.81; para f = 20o: db1 = 75.18 e db2 = 300.70;
e para f = 25o: db1 = 72.51 e db2 = 290.02
• o ponto de contato desloca-se por rolamento nos
perfis envolventes ao longo dos dentes quando eles se
movem, mas a linha de ação da força permanece fixa
•Castro,J.T.P.
• mas se o ponto de contato cruzar o círculo de base da
engrenagem e atuar sobre uma parte do pé do dente cujo
perfil não é uma envolvente, termina a ação conjugada e
passa a haver deslizamento relativo, logo desgaste por
erosão, naquela região crítica (deve-se evitar portanto esta
chamada interferência entre os dentes)
– quando os dentes são fabricados por geração (usando uma cremalheira, e.g.), a
ferramenta pode cortar abaixo do db (deixando o dente “barrigudo”, com uma
raiz menor que a largura, logo mais fraco onde as tensões são maiores)
• para evitar interferência nos pares de engrenagens de
dentes retos com um pinhão de Np e uma coroa de Nc
dentes, se r = Nc/Np e se k = 1 para dentes normais e k =
0.8 para dentes curtos, deve-se ter
2k(r  r 2  (1  2r)sin 2 f
Np >
(1  2r)sin 2 f
•Castro,J.T.P.
– Nc tem que ser um no inteiro nas engrenagens completas, mas
pode ser fracionário nos setores de engrenagens
– para engrenar um pinhão numa cremalheira sem que ele trabalhe
com interferência, Np > 2k/sin2f

 maior no de dentes da coroa


Nc que não interfere com
pinhões de Np dentes retos
normais, em função do
ângulo de pressão f
 pares de engrenagens com f
alto podem ser menores (é por
isso que f = 14.5o está
obsoleto), mas operam sob
cargas maiores nos mancais
 deve-se preferir coroas com
Nc < 101 e evitar coroas com
Nc > 200 dentes
•Castro,J.T.P.
• os cruzamentos da linha de pressão com os círculos
das cabeças do pinhão e da coroa limitam o contato
entre os dentes, logo a razão de contato do par de
engrenagens é
(rp  ap )2 - (rp cos f)2  (rc  ac )2 - (rc cos f)2 - (rp  rc )sin f
RC =
M cos f
– deve-se especificar RC > 1.2, e preferir RC > 1.4

•Castro,J.T.P.
• rp = NpM/2 e rc = NcM/2 são os raios do pinhão e da coroa,
e ap e ac os seus addenduns, M é o módulo e f é o ângulo
de pressão dos dentes, logo nos dentes comuns onde a = M
pode-se obter uma fórmula mais conveniente para RC
Np2 sin2 f  4Np  4  Nc2 sin2 f  4Nc  4 - (Np  Nc )sin f
RC =
2 cos f
• e.g., um pinhão com 15 e uma coroa com 30 dentes
comuns têm RC = 1.57 se f = 20o ou RC = 1.42 se f = 25o
• RC maiores induzem menores tensões nos dentes e evitam
que toda a carga gerada pelo torque seja suportada na
ponta de um deles apenas, e por isso permitem um
funcionamento mais suave do par de engrenagens
– teoricamente, RC  2 significa que pelo menos dois dentes
estão sempre em contato no par (mas na prática isto
também depende da precisão da usinagem dos dentes, da
rigidez dos suportes, da carga aplicada e das vibrações
induzidas pelo funcionamento das engrenagens)
•Castro,J.T.P.
ex.3: qual o menor pinhão de f = 25o que se deve usar
para acionar uma cremalheira?
• para evitar interferência deve-se ter Np > 2k/sin2f, logo
os pinhões de dentes retos padronizados (a = M)
devem ter Np  12 dentes, e os de dentes curtos Np  9
dentes
• como as cremalheiras têm rc  , então:

• assim, um pinhão de Np = 12 e f = 25o engrenado numa


cremalheira tem RC = 1.55 quando os seus dentes têm
altura padronizada, enquanto um pinhão de Np = 9 e
dentes curtos (e k = 0.8) tem RC = 1.44
– ou seja, os pinhões com dentes curtos permitem reduções
mais compactas, mas os seus dentes não repartem a carga
tão bem quanto os dentes normalizados (com a = M)
•Castro,J.T.P.
Estimativa da Resistência dos Dentes
• dominar as características geométricas do
engrenamento é tarefa indispensável mas não
suficiente para projetar engrenagens que trabalhem
confiavelmente sob cargas reais de serviço, pois
também é necessário dimensionar os dentes para que
não falhem por nenhum mecanismo de falha antes da
vida operacional prevista
• os principais mecanismos de falha que podem levar os
dentes das engrenagens à ruína sob cargas normais de
serviço são fadiga, desgaste e fadiga superficial
– fadiga é a geração e/ou a propagação paulatina de uma
trinca até a quebra eventual de um ou mais dentes
– desgaste, a remoção progressiva de material da superfície do
dente, pode ser adesivo e/ou abrasivo
– a fadiga superficial gera pites progressivos que escamam a
superfície dos dentes, até torná-la imprestável
•Castro,J.T.P.
• desgaste abrasivo à esquerda (notar os arranhões nos dentes e
a grande perda de sua espessura) e adesivo à direita (notar
como a superfície dos dentes parece ter sido cisalhada)
• a causa primária do desgaste em geral é algum problema de
lubrificação (contaminação por partículas, insuficiência de fluxo
ou de refrigeração, aditivação errada, etc.)
•Castro,J.T.P.
• falhas terminais por fadiga que quebram pedaços ou mesmo os
dentes de engrenagens são claramente inadmissíveis
•Castro,J.T.P.
• a fadiga superficial dos dentes (ou a formação paulatina e a
eventual de coalescência de pites que, ao contrário dos pites de
corrosão, nascem de dentro para fora da superfície dos dentes)
é causada pelas altas tensões de contato que geram tensões
cisalhantes alternadas subsuperficiais intensas
• dentes tem que resistir a ambas as formas de fadiga
•Castro,J.T.P.
• os dentes de engrenagens em geral trabalham sob cargas
alternadas, logo têm que ser projetados à fadiga, o que
numa primeira aproximação pode ser feito supondo-os vigas
em balanço com seção reta retangular de largura igual à da
face F, espessura t bem próxima à metade do passo circular t
 p/2 = M/2, e comprimento l igual à altura do dente l =
(2.25 a 2.35)M
• logo, a maior tensão nominal de flexão nos dentes retos pode
ser estimada por sn  6Wtl/Ft2  5.5Wt/FM
• para dimensionar à fadiga deve-se sempre considerar o
efeito da concentração de tensão Kt, portanto sa = sm = = (1 +
q(Kt - 1))sn/2, onde q é a sensibilidade ao entalhe, se a
engrenagem não reverte o movimento (logo o dente trabalha
sob cargas pulsantes) ou sa = (1 + q(Kt - 1))sn e sm = 0 quando
o dente é solicitado em ambas as faces (se a rotação é
reversível ou se a engrenagem é louca)
•Castro,J.T.P.
• se  é a rotação (a
velocidade
angular da
engrenagem) e P é
a potência que o
dente transmite,
então Wt = 2P/d e
W = Wt/cosf, onde f
é o ângulo de
pressão do dente
• numa primeira
aproximação para
estimar a resistência
do dente, pode-se
assumir que toda a
força W atua bem na
ponta do dente
•Castro,J.T.P.
 modelo fotoelástico usado para medir Kt num dente de
engrenagem (tmax cresce com o no de ordem da franja),
logo quanto mais franjas, maior a tensão atuante
•Castro,J.T.P.
• pode-se estimar a resistência do dente à fadiga usando
sa e um fator de segurança FF apropriado em
Goodman, desprezando por segurança a compressão
gerada por Wr:
, se sa = sm, ou
se sm = 0, onde o limite de fadiga SL (na raiz do dente)
deve ser corrigido pelos fatores apropriados
• segundo Peterson, 1.4 < Kt < 1.6 na raiz dos dentes com
ângulo de pressão f = 20o  desprezando a
sensibilidade ao entalhe (q = 1), usando o maior Kt (=
1.6), e supondo
cargas reversas (sm = 0), estima-se
• assim, pode-se evitar o trincamento por fadiga da raiz
do dente escolhendo seu módulo M e largura de face F
grandes o bastante para terem o produto
•Castro,J.T.P.
• aços com SR < 1400MPa têm SL = 0.5SRkakekQ, onde
0.6 < ka < 0.8 para raízes de dentes usinadas, logo nestes
casos pode-se pré-dimensionar para evitar trincamento
por fadiga fazendo com que
(nas engrenagens reversíveis)
– SL são muito dispersos, com coeficientes de variação V de
até 15%, logo para estimar a resistência à fadiga com
confiabilidade maior que 99.9% deve-se (na ausência de
informações melhores) usar ke  0.5
– ademais, ao menos cargas súbitas (que dobram as tensões
nas peças elásticas) podem atuar nas engrenagens
• logo deve-se multiplicar a carga nominal Wt por pelo
menos 2/0.5 = 4 para evitar o trincamento por fadiga
de dentes retos que trabalhem sob cargas reversas na
Q ambiente (sob kQ = 1), e para
garantir isso estima-se que
•Castro,J.T.P.
FM >120Wt SR
ka dos aços
segundo
Juvinall
notar que ka
decresce à
medida que SR
cresce (logo o
acabamento
influi mais nas
resistências
mais altas)

•Castro,J.T.P.
fator de confiabilidade ke(R, V)
R(%) z(R) V = 3% 6% 9% 12% 15% 18%
50 0 1 1 1 1 1 1
84.13 -1 0.97 0.94 0.91 0.88 0.85 0.82
90 -1.282 0.96 0.92 0.88 0.85 0.81 0.77
95 -1.645 0.95 0.90 0.85 0.80 0.75 0.70
97.72 -2 0.94 0.88 0.82 0.76 0.70 0.64
99 -2.326 0.93 0.86 0.79 0.72 0.65 0.57
99.87 -3 0.91 0.82 0.73 0.64 0.55 0.46
99.95 -3.291 0.90 0.80 0.70 0.61 0.51 0.41
– a tabela acima foi feita supondo SF gaussiana com média m,
desvio padrão s e ^coeficiente de variação V = s/m ^
– testes SN podem ser bem dispersos: 6 < Vtípicos < 15%
– nas gaussianas z = (x - m)/s,^e z(R) = [ke(R) m - m] / Vm  ke(R) =
1 + zV, logo é fácil obter ke(R) para quaisquer V e
confiabilidade R (desde que R não seja muito alta, pois SF
não pode ser negativa)
•Castro,J.T.P.
• esta estimativa educada é facilmente reproduzível, mas só
pode ser usada para pré-dimensionamentos rápidos, pois é
simplista e não corroborada por normas de projeto
ex.4: estime o módulo necessário para transmitir 10HP a
1200rpm via uma engrenagem reversível de 15 dentes
• 10HP  7.5kW = P e 1200rpm  126rd/s =   o torque que
deve ser transmitido é T = P/  60kNmm
• o raio primitivo da engrenagem é d/2 = NM/2 = 7.5M, a força
tangencial é Wt = 2T/d = 8000/M e a largura típica dos dentes
é Ftíp = (10 a 15)M logo, como há reversão de carga, deve-se
ter M2 > 120Wt/(10 a 15)SR
• especificando e.g. uma engrenagem com SR = 1400MPa e F =
15M, deve-se usar M3 > 1208000/151400  M > 4
• já se SR = 500MPa e F = 10M, M3 > 128000/500  M > 6 (pois
deve-se usar módulos padronizados) 
•Castro,J.T.P.
• para as cargas pulsantes, esta modelagem simplista gera

F M > 4.5 FFWt S L  S R  20 F F W t W


 F M > 80 S t
S LS R ke k Q S R R
ex.5: estime o módulo de uma engrenagem unidirecional de
36 dentes para transmitir 120HP a 200rpm, supondo que ela
seja feita de um aço com HB = 400kg/mm2
• 120HP  90kW = P e 200rpm  20.9rd/s =   o torque que
deve ser transmitido é T = P/  4.3106Nmm
• sendo d = NM = 36M o diâmetro primitivo, Wt = 2T/d 
2.4105/M a força tangencial, SR  3.4HB = 1360MPa e usando
F = 12M, como não há reversão de carga deve-se ter FM >
80Wt/SR, ou seja M3 > 802.4105/121360  M > 10.56, logo
deve-se usar M = 12 (escolher F = 15M  M > 9.8M = 10, mas
o mais sensato neste caso seria usar um método de
dimensionamento normalizado) 
•Castro,J.T.P.
Dimensionamento dos Dentes Retos à
Fadiga Segundo a AGMA
• o procedimento de projeto recomendado pela AGMA
(a associação americana dos fabricantes de
engrenagens) parte da equação de Lewis (1892) que
considera
– toda a carga aplicada na ponta de um único dente (o caso
mais severo, mas que é conservativo para dentes usinados
com precisão e RC alta, e que sempre iniciam o contato
compartilhando a carga com pelo menos um outro dente)
– a força radial Wr desprezível (tensões compressivas são
benéficas à fadiga, logo esta hipótese é conservativa)
– carga distribuída e uniforme ao longo da face do dente
(hipótese não conservativa se o dente for largo e/ou se os
eixos estiverem desalinhados ou forem flexíveis demais)
– as forças de deslizamento e a concentração de tensões na
raiz do dente desprezíveis (hipóteses não conservativas)
•Castro,J.T.P.
 a tensão de
flexão no dente
é s = 6Wtl/Ft2,
e Lewis tratou
da espessura do
dente fazendo
(t/2)/x = l/(t/2)
e definindo
Y = 2x/3M
para obter
s = Wt/FYM
• o fator de Lewis Y depende da forma do dente (logo do
no de dentes N e do ângulo de pressão f da
engrenagem) mas não depende do seu tamanho, e a
tensão s decresce com o módulo M e com a largura da
face do dente F
– a tabela lista Y em função do no de dentes para f = 20o
•Castro,J.T.P.
• as hipóteses de Lewis são simplistas demais para uso
em projeto, logo sua equação deve ser modificada para
considerar os efeitos de fatores como
– a concentração de tensões na raiz do dente
– a velocidade tangencial da engrenagem
– a precisão da fabricação da engrenagem
– a repartição da carga entre dentes quando a RC é alta
– a severidade do serviço da engrenagem
– a inércia das cargas aceleradas através da engrenagem
– a precisão e a rigidez dos suportes (eixos e mancais)
• pela AGMA, o dimensionamento à fadiga por flexão
cíclica dos dentes é baseado
na tensão máxima dada por s = Wt K K K K
V SC M E
FJM
– o fator J inclui o Y de Lewis, a partilha da carga entre os
dentes e o Kt da raiz; KV é o fator de velocidade; KSC é o fator
de sobrecarga; KM é o fator de montagem e KE é o fator de
espessura do aro •Castro,J.T.P.
• fator de forma J para dentes gerados com f = 20o (só se deve
usar a curva inferior da figura se a usinagem for imprecisa e
carga for ou puder ser suportada por um único dente)
•Castro,J.T.P.
• fator de forma J para dentes gerados com f = 25o
•Castro,J.T.P.
• o fator de velocidade (tangencial ao diâmetro
primitivo) ou fator dinâmico KV cresce com a
velocidade e com a tolerância dimensional dos
dentes, e inclui os efeitos das imperfeições no perfil
dos dentes, do desbalanceamento dinâmico e das
vibrações, além do desgaste, da fricção e da rigidez
da engrenagem durante a operação normal
• sendo QV a classe de qualidade (relacionada à
B

precisãoA  
da usinagem)
200V daengrenagem
note que o livro-texto
e V a propõe
KV =   = f(V) se Vem

velocidade Atangencial KV primitivo
no raio em m/s,
ft/minpara
e
=   - KV = f(V) se V em m/s, o
6  QV  11 KV é dado por
A 50 56 (1 B)
B = 0.25  (12 - Q V) 2/3 que não faz sentido (o fator
correto é KV = f(V), como
[A  (Q V - 3)]2
Vmax = escrito ao lado)
•Castro,J.T.P.
200
• fator de velocidade KV (QV típicos: instrumentos de precisão,
giroscópios 12-14; propulsão aeronáutica 10-13, naval 10-12,
automotiva 10-11; mecanismos para computação mecânica 10-
11; impressoras 9-11; máquinas de lavar ou secar roupa 8-10;
furadeiras manuais 7-9; máquinas de fazer papel 6-8;
guindastes, prensas, equipamentos de mineração 5-7; fornos de
cimento, laminadores 5-6; misturadores de concreto 3-5)
•Castro,J.T.P.
• a AGMA recomenda usar
para o fator de sobrecarga KSC equipamento acionado
fonte de potência choque choque
uniforme médio severo
uniforme (motores elétricos, turbinas) 1.00 1.25  1.75
choque leve (MCI multicilíndricos) 1.25 1.50  2.00
choque médio (MCI monocilíndricos) 1.50 1.75  2.25
e para o fator de montagem KM largura da face F(mm)
características da montagem 50 150 225 >225
montagem precisa, mancais com folga pequena,
engrenagens de alta qualidade, deflexão mínima 1.3 1.4 1.5 1.8
montagem normal, engrenagens comerciais,
maior folga nos mancais 1.6 1.7 1.8 2.2
montagem imprecisa, não se pode garantir o
contato ao longo de toda a face do dente maior que 2.2
– os fatores devem ser maiores em aplicações muito severas
•Castro,J.T.P.
• o fator de espessura do aro KE, que só deve ser usado com
engrenagens que tenham os dentes usinados num aro
grosso suportado por raios ou por uma alma fina, visa
evitar trincamento ao longo do aro
• KE é função da razão mE = ea/ld, onde ea é a espessura do
aro e ld a profundidade total do dente (cabeça + pé + raiz) e
vale se KE = 1.6ln(2.24/mE) se mE < 1.2
– se mE  1.2 o aro não tende a falhar por fadiga e KE = 1

•Castro,J.T.P.
• Shigley propõe que também se use um fator de
tamanho KB = 1/kb no cálculo da tensão máxima de
flexão s, onde kb é o fator de tamanho do método SN
corrigido para a forma retangular da seção reta do
dente segundo a idéia dele (igualar as áreas da seção
do CP SN e da peça que trabalham sob s  0.95smax)
• logo, como o comprimento usual dos dentes é l =
2.25M, a sua espessura é t = 4lx = (9M3YM/2) =
3.7MY, a seção retangular tem diâmetro equivalente
de = 0.81Ft e kb = (de/8)-0.107, obtém-se KB =
(1.192FMY)0.107 
KB = 1.1(FMY)0.054
– note que a fórmula da 6a edição do livro-texto está errada de
novo!
– Shigley recomenda usar KB = 1 quando se calcula KB < 1 mas
realça que a AGMA usa KB = 1 sempre (logo, o seu fator de
tamanho não é corroborado por aquela norma)
•Castro,J.T.P.
ex.6: dimensione à fadiga pela AGMA os dentes (c/ f = 20o) das
engrenagens do redutor 1:3 de uma britadeira acionada por um
motor elétrico reversível de 10HP a 1200rpm
• 10HP  7.5kW = P e 1200rpm  126rd/s =   o torque que
deve ser transmitido é T = P/  60kNmm
• um pinhão de 15 e uma coroa de 45 dentes com ângulo de
pressão f = 20o podem ser usados sem interferência, e o raio
primitivo do pinhão é d/2 = NM/2 = 7.5M, logo Wt, a força
tangencial no dente, é Wt = 2T/d = 8000/M
• calculando a máxima tensão de flexão no dente pelo método da
AGMA, s = (Wt /FJM)KVKSCKM, onde J = 0.25
• supondo, como no ex.3, a engrenagem com SR = 1400MPa e F =
15M, e usando o módulo M = 4mm estimado naquele ex.,
obtém-se d = MN = 60mm e V = r = 12630 = 3.78m/s
• supõe-se uma engrenagem muito bem usinada com QV = 8, B =
0.25(12 - QV)2/3 = 0.63 e A = 50 + 56(1 - B) = 70.72
•Castro,J.T.P.
• destes valores obtém-se KV = [(A + 200V)/A]B = 1.23
• supondo o motor uniforme e a carga severa, KSC = 1.75
• com montagem precisa e 50 < F < 150mm, KM = 1.4
• assim, s = (2000/600.254)1.231.751.4 = 100.4MPa
– por Shigley, KB = 1.1(FMY)0.054 = 1.1(6040.29)0.054 = 1.43
 s = 144MPa, mas a AGMA recomenda KB = 1
• o limite de fadiga deste aço com confiabilidade > 0.999
pode ser estimado por SL  7000.60.5 = 210MPa, logo
o fator de segurança associado ao módulo M = 4mm é
FF = 2.1 (ou 1.46 se usarmos KB), desde que se garanta
a fabricação com a alta qualidade associada a QV = 8 e a
montagem precisa suposta ao se usar KM = 1.4
– neste caso a estimativa FM > 120Wt/SR proposta acima foi
eficiente e gerou resultados que foram corroborados pela
metodologia de projeto da AGMA
– recomenda-se repetir este exercício tentando M = 3mm
•Castro,J.T.P.
ex.7: dimensione à fadiga pela AGMA as engrenagens de
dentes retos (com F = 12.5M, SR = 1200MPa e f = 20o) de um
redutor de 2 pares de engrenagens de igual redução que será
acoplado num motor diesel de 100HP a 1600rpm para acionar
uma bomba d’água a 150rpm
• (1600/150) = 3.27 é a redução exata requerida dos 2 pares de
engrenagens, mas como a rotação da bomba não deve ser
crítica, pode-se especificar uma tolerância para a rotação de
saída do redutor (arbitrada neste exemplo como 1rpm)
• dois pares de 15/49 dentes gerariam 149.94rpm, mas como f =
20o não devem ser usados por causa da interferência
• assim, por tentativas, 2 16/52  151.48, 2 16/53  145.88, 2 
17/55  152.86, 2 17/56  147.55, 2 18/58  154.10, 2 
18/59  148.92, até chegar a 2 19/62  150.26rpm
• o 1o pinhão gira a p1 = 1600/30 = 167.6rd/s e trabalha sob um
torque Tp1 = P/p1 = 100 746/167.6  445Nm (onde P é a
potência transmitida em W, sendo 1HP = 746W)
•Castro,J.T.P.
• o 2o pinhão gira a p2 = 167.6 19/62 = 51.35rd/s e transmite Tp2
= Tp1 Nc/Np = Tp1 62/19  1.45kNm
• motores diesel não revertem a rotação, logo pode-se estimar o
módulo dos dentes por M > 80Wt/FSR  M3 > 14.2T/NSR (pois
Wt = 2T/MN e F = 12.5M)
– mas note que como o módulo é dado em mm, a resistência SR
deve estar em GPa quando o torque T estiver em Nm
• desta forma, o 1o pinhão deve ter M3 > 14.2445/191.2  Mp1 >
6.52  Mp1 = 8 e o 2o Mp2 > 9.67  Mp2 = 10
• a maior tensão de flexão nos dentes destas engrenagens (que
supõe-se sem aros nem raios) de acordo com a AGMA é

onde J = 0.33 (para pinhão com Np = 19 e coroa com Nc = 62


dentes), KSC = 1.5 (supondo choques médios no motor e leves na
bomba, KM = 1.7 (para montagem normal e F < 150mm)
•Castro,J.T.P.
• supondo engrenagens de boa qualidade para calcular KV  QV =
7, B = 0.25(12 - QV)2/3 = 0.73, A = 50 + 56(1 - B) = 65 e, como V =
d = MN/2000 ( em rd/s, M em mm e V em
m/s), , portanto
sendo sp1 a tensão no 1o pinhão e sp2 a no 2o, obtém-se

• como usual, pode-se estimar o limite de fadiga do aço destas


engrenagens por SL = 0.5SRkake, onde ka = 0.65 nas raízes
usinadas dos dentes e, supondo que se saiba que o limite de
fadiga deste aço seja gaussiano com V(SL) = 8% (um valor
típico), ke = 0.73 para garantir uma confiabilidade R > 0.999
nesta estimativa, logo SL = 285MPa
•Castro,J.T.P.
• como o redutor não é reversível, as engrenagens trabalham sob
carga pulsante com sa = sm = sp/2, logo seus fatores de
segurança à fadiga por Goodman são dados por
e
• para cargas bem conhecidas em ambientes amenos, Juvinall
recomenda fatores de segurança à fadiga 2 < FF < 2.5, logo os
valores acima são altos e pode-se tentar o módulo M = 6 para o
1o par de engrenagens e M = 8 para o 2o:

• como 2 < FF1 = 2.36 < 2.5, M =•Castro,J.T.P.


6 é boa escolha para o 1o par
• mas como FF2 < 2, pode-se e.g. aumentar a largura da face dos
dentes para F = 15M, gerando sp2 = 201MPa e FF2 = 2.3
• assim, o 1o par de engrenagens é especificado com M = 6 e F =
75mm, o pinhão com 19 dentes e d = 114mm e a coroa com 62
dentes e d = 372mm, e o 2o par é especificado com M = 8 e F =
120mm, o pinhão com 19 dentes e d = 152mm e a coroa com 62
dentes e d = 496mm
– a razão de contato destes pares de engrenagens é satisfatória

– a estimativa M > 80Wt/FSR gerou resultados conservativos


neste caso devido ao serviço pouco severo deste redutor e à
menor dispersão assumida para a resistência à fadiga SL
– como as coroas são grandes, talvez seja economicamente viável
produzi-las a partir de um aro com raios ou abas
•Castro,J.T.P.
ex.8: repita o ex.6 com f = 25o
• neste caso pode-se usar dois pares de 15/49 dentes que
não causam interferência e geram 149.94rpm na saída
• o 1o pinhão gira a p1 = 1600/30 = 167.6rd/s e trabalha
sob um torque Tp1 = P/p1 = 100 746/167.6  445Nm
• o 2o pinhão gira a p2 = 167.6 15/49 = 51.29rd/s e
transmite Tp2 = Tp1 49/15  1.46kNm
• usando a equação da AGMA e a resistência à fadiga, pode-
se
2T  K V K SC K M 2T  K V K SC K M
s =  M >
obter M de FJNM 2 FJNS Lpul / F F
• J = 0.36 para pinhões de Np = 15 e coroas de Nc = 49 dentes
e f = 25o, mas KSC = 1.5, KM = 1.7, F = 12.5M e 2 < FF < 2.5
como no ex.6, enquanto SLpul, o limite de fadiga para
cargas pulsantes, pode ser obtido a partir de Goodman por
SLpul SLpul
 = 1  SLpul = S L S R = 285  1200 = 230MPa
SL  SR 285  1200
•Castro,J.T.P.
SL SR
• KV depende de M e torna o dimensionamento do dente um
processo iterativo, mas sem maiores dificuldades, logo
0.73
2  44500  1.5  1.7  65  0.1  168  15 M 1 
M1  3   = 7.11
12.5  0.36  15  230 / 2  65 
0.73
2  1.46  106
 1.5  1.7  65  0.1  51.3  15 M 2 
M2  3   = 10.2
12.5  0.36  15  230 / 2  65 
• como M2  10, como no ex.6 vale a pena tentar F = 15M
0.73
2  1.46  106
 1.5  1.7  65  0.1  51.3  15 M 2 
M2  3   = 9.58
15  0.36  15  230 / 2  65 
• assim, com f = 25o o 1o par de engrenagens pode ter M = 8,
F = 100mm, pinhão de 15 dentes com d = 120mm e coroa
de 49 dentes com d = 392mm; o 2o par M = 10 e F = 150mm,
pinhão de 15 dentes com d = 150mm e coroa de 49 dentes e
d = 490mm, e ambos os pares terão RC = 1.45
•Castro,J.T.P.
Dimensionamento dos Dentes Retos
contra Falhas Superficiais
• os dentes de engrenagens retas idealmente operam
por rolamento sob altas tensões de contato e
lubrificação elastohidrodinâmica, mas as suas
superfícies podem falhar por fadiga superficial ou por
desgaste quando a carga for excessiva e/ou a
lubrificação for deficiente
• partículas contaminantes no óleo podem causar
desgaste abrasivo, e a lubrificação insuficiente (em
particular nas velocidades altas) pode permitir
caldeamento localizado e eventualmente um intenso
desgaste adesivo
– logo estas falhas em geral podem ser evitadas filtrando o
óleo, aumentando seu fluxo para melhorar a refrigeração
e/ou usando aditivos adequados (EP ou extrema pressão, em
geral compostos de S, Pb, P ou Cl, que resistem ao contato
metal-metal sob alta pressão)
•Castro,J.T.P.
• já as falhas por fadiga superficial, caracterizadas pela
formação de pites causados pelas tensões de contato
ou de Hertz cíclicas (que são, é claro, compressivas na
superfície, mas geram tensões cisalhantes alternadas
subsuperficiais, as quais podem trincar por fadiga o
material de dentro para fora) ocorrem devido ao uso
normal das engrenagens, e portanto devem ser
evitadas durante o seu dimensionamento
– o cálculo das tensões de contato só é estudado na teoria da
elasticidade, mas vale a pena apresentar sem deduzir alguns
de seus principais resultados
• quando 2 esferas de raios r1 e r2, módulos de Young E1
e E2 e coeficientes de Poisson n1 e n2 são comprimidas
elasticamente por uma força W radial, suas superfícies
se deformam (pois as tensões no contato tem que ser
finitas) e formam um plano circular de raio a, no qual
a maior tensão hertziana (compressiva) é sHe, onde
•Castro,J.T.P.
• quando dois cilindros de comprimento L com r1 e r2,
E1 e E2, n1 e n2 são comprimidos por uma força W
radial, o seu contato se deforma elasticamente
para que a tensão hertziana máxima sHc seja finita,
formando um plano retangular de comprimento L e
largura b, onde

•Castro,J.T.P.
• a área hertziana idealizada (desprezando a rugosidade) do
contato entre 2 esferas comprimidas é circular
•Castro,J.T.P.
• a área de contato entre 2 cilindros
•Castro,J.T.P.
comprimidos é retangular
• e quando os 2 cilindros estão rolando um sobre o outro
sob uma força radial compressiva W eles podem sofrer
fadiga porque os pontos abaixo da superfície também
estão sujeitos a uma tensão cisalhante variável
– num elemento de volume fixo num dos cilindros numa
profundidade de 0.5b, a tensão cisalhante a cada volta
completa do cilindro sofre um ciclo com ta  sHc/4 e tm = 0,
como ilustrado na figura a seguir
• curvas SN também podem ser usadas para descrever a
resistência à fadiga por tensões de contato
• nelas, a vida à fadiga (em no de ciclos necessários para
gerar pites superficiais) N pode ser bem correlacionada
com a máxima tensão hertziana sH (que pode ser um
valor bem maior que SR, pois as tensões de contato são
compressivas), mas N também depende da geometria
das peças em contato e da lubrificação
•Castro,J.T.P.
• o contato nos dentes retos de perfil envolvente se move por
rolamento puro somente na linha de tangência dos círculos
primitivos, e tem um pequeno deslizamento (na média 9%) nas
outras posições de engrenamento, e a tensão cisalhante sub
superficial máxima atua numa profundidade de 0.5b (ou a 1/4
da largura da área de contato), passando por um ciclo completo
a cada giro como ilustrado no gráfico acima
•Castro,J.T.P.
• as curvas SN de resistência à fadiga sob tensões de contato em
geral não apresentam um limite de fadiga bem definido
•Castro,J.T.P.
• Buckinghan aplicou as equações de Hertz para modelar
a fadiga superficial dos dentes de engrenagens,
notando que os pites apareciam em torno do diâmetro
primitivo (onde há rolamento puro, a velocidade de
deslizamento é nula e o filme lubrificante
elastohidrodinâmico quebra) e supondo que os dentes
do pinhão e da coroa são cilindros com raios rp =
(dpsinf)/2 e rc = (dcsinf)/2 e largura de face F,
trabalhando sob uma força compressiva Wt/cosf
• assim, a máxima tensão dp  dc 
hertziana (compressiva) 2W t 
f  d d 
nos dentes é calculada pors = sin  p c 
H
 1 - np2 1 - nc2 
 Fcos f   
 E p Ec 
– sH diminui se o diâmetro das engrenagens é grande e os
módulos são baixos e, como a área de contato aumenta
com a carga, cresce apenas com a raiz quadrada de Wt/F
•Castro,J.T.P.
• é mais fácil usar esta equação juntando as propriedades
elásticas num coeficiente
e as dimensões geométricas do dente noutro coeficiente
, onde dp é considerado negativo quando
o pinhão fica dentro de uma coroa (de dentes internos)
• pela AGMA, o dimensionamento de engrenagens para resistir
à fadiga superficial por tensões de contato usa a tensão
hertziana máxima de Buckinghan nela incluindo
os efeitos de KV, KSC e KM:

– como os metais mais usados para fazer engrenagens são aços,


ferros fundidos e bronzes, e como os seus módulos não variam
muito, pode-se tabelar CE representativos
•Castro,J.T.P.
• coeficientes CE representativos em (MPa)1/2
material material do pinhão
da coroa E (GPa) aços ff nodular ff cinzento bronze Al bronze Sn
aços 205 189 (o pinhão deve ser mais
ff nodular 170 180 172 resistente que a
ff cinzento 150 174 167 162 coroa)
bronze Al 125 165 159 154 148
bronze Sn 110 158 153 149 143 139
• Juvinall estima a resistência à fadiga superficial das
engrenagens SFH(107) (em MPa) por
aços 2.76HB - 69
ferro fundido nodular 0.95(2.76HB - 69)
ferro fundido cinzento, grau 20 379
ferro fundido cinzento, grau 30 482
ferro fundido cinzento, grau 40 551
bronze Al (ASTM B148-52) 448
bronze Sn (AGMA 2C, 11%Sn) 207
•Castro,J.T.P.
– HB é a dureza Brinell em kg/mm2, como usual
• SFH(107) é estimado para uma vida de (pelo menos) 107
ciclos com confiabilidade R = 99%, supondo q < 125oC
• para estimar a resistência à fadiga superficial em
outras vidas e/ou confiabilidades, Juvinall sugere usar
SFH = SFH(107)kN kR
• como não há um limite de fadiga superficial por tensões
de contato (salvo em condições extremas de limpeza e
lubrificação), o fator de vida kN quantifica a variação da
resistência à fadiga superficial para vidas N  107 ciclos
• para os aços (e para outros metais na falta de melhores
informações) Norton propõe kN(N > 104) = 2.466N-0.056
• dados para o fator de confiabilidade kR são raros, mas
na falta de informações melhores a AGMA sugere usar
kR(0.90) = 1.18, kR(0.999) = 0.80 e kR(0.9999) = 0.67
•Castro,J.T.P.
ex.9: calcule a vida à fadiga superficial do 1o pinhão
dimensionado à fadiga por flexão no ex.7
• como Wt = 2T/dp, pode-se escrever que

• no 1o par do ex.6, f = 20o, T = 4.45.105Nmm, F = 75mm,


dp = 114mm, dc = 372mm, KV = 1.46, KSC = 1.5, KM = 1.7 e
sendo CE = 189MPa0.5 (o pinhão e a coroa são de aço) e
I = dcsinfcosf/2(dc + dp) = 0.123, logo

• estimando a dureza do pinhão por SR/3.4 = 353HB e


por SFH(107) = 2.76.(HB) - 69 = 905MPa a sua resistência
à fadiga superficial, obtém-se kN = sH/SFH(107) = 1.098
 N = (kN/2.466)-1/0.056 = 1.87106 ciclos com R = 99%
•Castro,J.T.P.
• esta vida é baixa demais (corresponde a somente
~19.5 horas de uso da bomba), logo o projeto do
pinhão deve ser refeito (ele é controlado pela fadiga
superficial dos dentes e não pela sua fratura por fadiga)
• usando M = 8 e F = 15M = 120mm para o novo pinhão,
obtém-se dp = 152mm, dc = 496mm e KV = 1.52, logo

 o novo kN = 601/905 = 0.664  N = (kN/2.466)-1/0.056


= 1.491010 ciclos com R = 99%
– I não muda pois a razão dc/dp permanece a mesma
• esta vida corresponde a ~17.8 anos de uso contínuo da
bomba, e pode ser considerada satisfatória 
– esta mesma vida longa seria obtida se a dureza do pinhão
original fosse 567HB, e é por isso que o endurecimento
superficial é tão usado na fabricação de engrenagens
•Castro,J.T.P.
ex.10: dimensione pela AGMA o 2o par de engrenagens
de dentes retos de um redutor de 2 passes para acoplar
um motor elétrico de 50HP e 1800rpm a um ventilador
que deve girar a v  125rpm, usando dentes de aço
com SR = 1400MPa e largura 4 vezes maior que a altura
• redução igual  Nc1/Np1 = Nc2/Np2 = 1800/125 = 3.79
e Np  11 se f = 25o (ou Np  16 se f = 20o)  Nc2/Np2 =
41/11  3.72  v  129.6rpm, Nc2/Np2 = 42/11  3.82
 v  123.5rpm  12.93rd/s (pares desiguais 45/12 e
46/12 gerariam v = 125.2rpm se preciso)
• 50HP  37.5kW  o torque no 2o pinhão, que gira junto
com a 1a coroa, é T  37500/12.933.82  760kNmm
• sendo F = 4(2.25M) = 9M e pré-dimensionando para um
ventilador reversível, 9M2 > 120Wt/SR = 1202T/MNpSR
 M3 > 2407.6105/9111400  M > 10.96  M = 12mm
•Castro,J.T.P.
• fadiga pela AGMA: s = 2TKVKSCKMKE/M2NpFJ, onde J =
0.32, KV = 1.1 (M = 12  V = MN/2  3.3m/s, supondo
Q = 10), KSC = 1 (ventilador não sofre choques), KM = 1.7
(F = 108mm, montagem normal), e KE = 1  s =
27.61051.11.7/9123110.32  52MPa
• sendo SL = kakbkeSR/2 = 0.60.90.5700 = 189MPa com
confiabilidade maior que 99.9%, o fator de segurança à
fadiga do pinhão é fF = SL/s > 3.6
• fadiga superficial, se I = Ncsinfcosf/2(Nc + Np) = 0.15: sH
= CE(WtKVKM/FId)0.5 = CE(2TKVKM/9M3N2I)0.5 =
189(27.61051.11.7/91231120.15)0.5  600MPa
• SFH(107) = 2.76HB - 69  2.761400/3.4 - 69 = 1067MPa
 sH = SFH(107)KNKR  600 = 10670.82.466N-0.056 
N = 5.46109ciclos, ou 22 anos de serviço contínuo (com
R = 99.9%)  M = 12mm é uma boa escolha 
•Castro,J.T.P.
Dentes Helicoidais
• é bem mais fácil visualizar as
características geométricas
das engrenagens helicoidais
numa cremalheira, cujos
dentes têm faces retas
quando seu perfil é, como
usual, uma envolvente
• sendo o ângulo da hélice y, o
ângulo de pressão normal aos
dentes fn e o passo circular
normal pn estão na seção BB
• a seção AA mostra a vista da
face da engrenagem, o ângulo
de pressão tangencial ft e o
passo circular tangencial pt
•Castro,J.T.P.
• as principais dimensões das engrenagens helicoidais
são
– o passo circular pt e o módulo Mt tangenciais (medidos na
seção A-A  à engrenagem) e o passo circular pn e o módulo
Mn normais (medidos na seção B-B  ao dente) se
relacionam por pn = ptcosy e Mn = Mtcosy
– y, o ângulo da hélice, não é padronizado (mas é comum
usar 15o < y < 30o), e sendo fn e ft os ângulos de pressão
normal e tangencial (medidos nas seções  ao dente e à
engrenagem, respectivamente), cosy = tanfn/tanft
– os dentes-padrão das engrenagens helicoidais têm cabeça a
= 1.0Mn (ou o addendum a = 1.0/Pn) e pé b = 1.25Mn (ou
dedendum b = 1.25/Pn), logo são similares aos dentes retos e
podem ser cortados pelas mesmas fresas
– o passo diametral normal é Pn = /pn (expresso em dentes
por polegada ao longo do círculo primitivo  ao dente) e o
passo diametral tangencial é Pt = Pncosy (em dentes por
polegada ao longo do círculo primitivo  à engrenagem)
•Castro,J.T.P.
Forças nos Dentes Helicoidais
• a força W  às
faces dos dentes
helicoidais gera
Wr = Wsenfn
Wt = Wcosfncosy
Wa = Wcosfnseny
 mas em geral se
conhece a potência
P transmitida pela
engrenagem, logo
Wt = P/r
Wr = Wttanft
Wa = Wttany
•Castro,J.T.P.
Dimensionamento das Engrenagens
Cilíndricas de Dentes Helicoidais
• pela AGMA, as tensões de flexão nos dentes helicoidais
são calculadas por s =
Wt cos y
K VKSC(0.93KM )KE
FJHMn
onde o fator de geometria JH (para fn = 20o) é obtido nas
figuras abaixo, os fatores de velocidade KV, sobrecarga
KSC e espessura de aro KE são idênticos aos dos dentes
retos, e o fator de montagem KM é multiplicado por 0.93
porque os dentes helicoidais são menos sensíveis que
os dentes retos à rigidez dos suportes e à largura da
face F
– logo, as tensões AGMA nas engrenagens helicoidais de
diâmetro d, N dentes, largura de face F (a qual é igual à
espessura da engrenagem) e módulo (normal) Mn são
menores que nas de dentes retos de mesmo tamanho
•Castro,J.T.P.
• segundo Juvinall, pode-se usar esta figura para obter o fator de
geometria JH das engrenagens helicoidais com ângulo de
pressão normal fn = 20o, addendum padrão = Mn e ângulo de
hélice y, quando elas são fabricadas por geração (shaving) e
estão acopladas numa engrenagem de 75 dentes
•Castro,J.T.P.
• ainda segundo Juvinall, para obter o fator de geometria JH das
engrenagens helicoidais descritas acima quando elas são
acopladas em engrenagens cujo número de dentes é N  75, é
necessário multiplicar JH75 pelo fator a dado nesta figura
• e.g., um pinhão de 15 dentes e y = 20o acoplado numa coroa de
N = 20 dentes tem JH = 0.430.93 = 0.40
•Castro,J.T.P.
• a resistência à fadiga dos dentes helicoidais é calculada da
mesma forma que a dos dentes retos, logo se SL é o limite de
fadiga do material, o fator de segurança FF (ao início de uma
trinca por fadiga) no caso das engrenagens reversíveis (nas
quais sa = s e sm = 0) é FF = SL/s
• já as engrenagens não reversíveis (onde sa = sm = s/2) têm
por Goodman FF = (s/2SL + s/2SR)-1
• a linha de contato nas engrenagens de dentes retos com RC <
2 teoricamente é igual a largura da face do dente F
• nos dentes helicoidais, que engrenam progressivamente, o
comprimento da linha de contato teórica é bem maior e
sempre igual a RCF/cosy, mas a AGMA recomenda usar
somente 95% deste valor no cálculo das tensões de
contato máximas:

•Castro,J.T.P.
 geometria
básica das
engrenagens
cônicas

•Castro,J.T.P.
• forças nos
dentes das
engrenagens
cônicas

•Castro,J.T.P.

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