Geotecnia

Introdução ao estudo das fundações e análise

do solo

Rachel Mascarenhas Ferraz, MSc

E-mail: rachelferraz@unifeso.edu.br
Objetivo Geral

Esta disciplina tem como objetivo fornecer ao aluno uma visão geral
sobre os tipos de fundações, critérios para o desenvolvimento de
projetos, soluções especiais para melhoramento do solo e estruturas
de contenção. Após o término do curso o aluno deverá ser capaz de
planejar, desenvolver e analisar projetos de fundações de edificações
com base nas cargas de projeto envolvidas, na capacidade de carga do
solo, bem como as características gerais de projeto e suas
particularidades.
Sumário
1. Introdução ao estudo de
fundações e análise do solo
2. Sobre o projeto de fundações
3. Fundações Rasas: Projeto
Geotécnico e Geométrico
• Capacidade de carga;
• Sapatas isoladas e rígidas;
• Sapatas de divisa;
• Recalques.
4. Fundações Rasas: Projeto
Estrutural
• Sapatas isoladas e rígidas;
• Sapatas de divisa;
• Viga de equilíbrio.
5. Fundações Profundas
• Tipos e métodos
executivos;
• Controle e execução de
provas de carga.
Sumário

6. Fundações Profundas 9. Solicitações Especiais

• Capacidade de carga; • Efeito Tschebotarioff;
• Verificação estrutural; • Atrito negativo;
• Recalques. • Estaca à tração.

7. Elementos de Transição 10. Solos Moles

8. Fundações Profundas 11. Estruturas de Contenção

Solicitadas Transversalmente
Bibliografia sugerida
Bibliografia sugerida
Definição
OBJETIVO: EVITAR A RUPTURA E EVITAR DEFORMAÇÕES EXCESSIVAS!

FUNDAÇÃO

SUPERESTRUTURA

MESOESTRUTURA

INFRAESTRUTURA
 BARRAGEM DE TERRA
Definição

FUNDAÇÃO

PILHA DE ESTÉRIL
Problemas em Engenharia Civil que requerem conhecimentos de
Mecânica dos Solos

Fonte: Santos, M. 2018

Problemas em Engenharia Civil que requerem conhecimentos de
Mecânica dos Solos

Fonte: Santos, M. 2018

Problemas em Engenharia Civil que requerem conhecimentos de
Mecânica dos Solos

Fonte: Santos, M. 2018

Mecânica dos Solos

- Origem e formação dos solos;

- Caracterização e classificação dos solos (parâmetros físicos,
granulometria, limites de Atterberg etc.);
- Investigações geotécnicas;
- Percolação nos solos e controle da água subterrânea;
- Resistência ao cisalhamento, capacidade de carga e empuxos;
- Compressibilidade e adensamento;
- Distribuição de pressões e cálculo de deformações e recalques.
Cálculo Estrutural

- Dimensionamento estrutural dos elementos de fundação;

- Execução de obras;
- Avaliação do comportamento da estrutura frente às deformações do
solo.

Geologia de Engenharia
- Identificação de problemas com relação à gênese do solo.

Mecânica das Rochas

- Avaliação do maciço.
Alguns pontos importantes

- Toda estrutura se assenta sobre solo ou rocha;

- Solos apresentam natureza variável;
- O solo é uma estrutura deformável, ou seja, a hipótese usual da
engenharia de apoios indeslocáveis fica prejudicada; → recalque admissível
- Relações tensão-deformação complexas;
- Dependência do tempo;
- Grande número de parâmetros físicos (a maioria desconhecidos), variáveis
e dependentes do estado de tensões e da história de tensões;
Conceitos na Abordagem do Problema

Previsões (Lambe, 1973)

Determinar a situação de campo

↓
Simplificar
↓
Determinar mecanismos
↓
Selecionar métodos e parâmetros
↓
Manipular método e parâmetros para obter a previsão
↓
Representar a previsão
Conceitos na Abordagem do Problema

Risco calculado (Casagrande, 1965)

Em toda obra de Engenharia há um certo “risco”, ou seja, probabilidade de

um insucesso.

Riscos de Engenharia Riscos Humanos

↙ ↘ ↙ ↘
Conhecidos Calculados Organização Uso insatisfatório
deficiente de conhecimento e
experiências disponíveis
Conceitos na Abordagem do Problema

Método Observacional (Peck, 1969, 1984)

1. Exploração: estabelecer a natureza e distribuição das propriedades dos

depósitos;
2. Avaliação das condições mais prováveis e dos desvios mais desfavoráveis;
3. Estabelecimento do projeto com base nas hipóteses adotadas;
4. Seleção dos parâmetros a serem observados;
5. Cálculo dos valores dos parâmetros sob as condições mais desfavoráveis;
6. Seleção antecipada de um plano de ação
7. Medição de parâmetros a serem observados e avaliação das condições reais;
8. Modificação de projeto e adequação às condições reais.
Fundações e análise de solos

NBR 6122 (2010) – Reconhecendo que a engenharia de fundações não é

uma ciência exata e que riscos são inerentes a toda e qualquer atividade
que envolva fenômenos ou materiais da natureza, os critérios e
procedimentos constantes nesta Norma procuram traduzir o equilíbrio
entre condicionantes técnicos, econômicos e de segurança usualmente
aceitos pela sociedade na data da sua publicação.
 Fundações e análise de solos

Infraestrutura dimensionadas para

suportar e transmitir para o solo
todas as cargas da edificação, sem
romper;

Fundação dimensionada para não

romper ou se deformar
excessivamente, resistindo aos
carregamentos impostos pela
estrutura.
 Fundações e análise de solos

A interação entre o solo e a

estrutura é única para cada obra;

Conhecendo as cargas de projeto,

o local da obra, subsolo e a região
de implantação, adota-se a melhor
solução disponível → TÉCNICA E
ECONÔMICA:
▪ Presença de residências antigas
▪ Barulhos e vibrações;
▪ Áreas alagadas ou afloramentos
rochosos.
Investigação Geotécnica

Os ensaios e investigações de campo são preliminares e, a partir destes, pode-se

entender a real necessidade de complementação quer com outros ensaios de
campo, quer com ensaios de laboratório, para a correta obtenção dos dados
necessários ao projeto e de suporte de decisões de cunho executivo.

A prática brasileira corrente ainda se apoia bastante nos resultados dos ensaios de
campo, sobretudo no resultado do ensaio de penetração dinâmica, o SPT (Standard
Penetration Test).

Entretanto, dependendo da relevância da obra no seu contexto (industrial, portuário,

residencial etc.) e da realidade das condicionantes geotécnicas locais, ensaios de
campo complementares são necessários.
Investigação Geotécnica

A execução de sondagens normalmente varia entre 0,2 e 0,7% do custo total de

obras convencionais, podendo ser mais elevado em obras especiais ou condições
adversas de subsolo;

As informações geotécnicas são indispensáveis à previsão de custos fixos associados

ao projeto e à sua solução;

Quanto aos riscos, aspectos relacionados à investigação das camadas do subsolo são
as causas mais frequentes de problemas de fundação (Militisky, Consoli, Schnaid,
2006).

Toda edificação, independente do porte, necessita de investigação geotécnica

adequada!
Investigação Geotécnica - Objetivos

▪ Identificar e classificar as camadas do subsolo;

▪ Definir a estratigrafia dos solos;
▪ Determinar as propriedades e parâmetros físicos das camadas do subsolo;
▪ Identificar a profundidade do nível do lençol freático;
▪ Obtenção de amostras para ensaios de laboratório;
▪ Correlacionar resultados para obter propriedades e parâmetros físicos das
camadas de subsolo;
▪ Identificar possíveis soluções para as fundações da estrutura a ser construída;
▪ Correlacionar os resultados com os métodos para cálculo da capacidade de carga
do solo.
Investigação Geotécnica – Normas de sondagem e amostragem
Norma ABNT Título
Abertura de poço e trincheira de inspeção em solo, com retirada de amostras
NBR 9604
deformadas e indeformadas
Amostras de solo - preparação para ensaios de compactação e ensaios de
NBR 6457
caracterização

NBR 9820 Coleta de amostras indeformadas em solo em furos de sondagem

TB-38 Equipamento a diamante para sondagem

NBR 6484 Execução de sondagens de simples reconhecimento dos solos

Identificação e descrição de amostras de solos obtidos em sondagens de simples

NBR 7250
reconhecimento dos solos
Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de
NBR 8036
edifícios

NBR 6490 Reconhecimento e amostragem para fins de caracterização de ocorrência de rochas

NBR 6491
Reconhecimento e amostragem para fins de caracterização de pedregulho e areia

NBR 9603 Sondagem a trado - Procedimento

Programação de Sondagens

As sondagens devem ser, no mínimo, de uma para cada 200 m2 de área da projeção
em planta do edifício, até 1200 m2 de área. Entre 1200 m2 e 2400 m2 deve-se fazer
uma sondagem para cada 400 m2 que excederem de 1200 m2. Acima de 2400 m2 o
número de sondagens deve ser fixado de acordo com o plano particular da
construção. Em quaisquer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve ser:
a) dois para área da projeção em planta do edifício até 200 m2;
b) três para área entre 200 m2 e 400 m2.

Nos casos em que não houver ainda disposição em planta dos edifícios, como nos
estudos de viabilidade ou de escolha de local, o número de sondagens deve ser
fixado de forma que a distância máxima entre elas seja de 100 m, com um mínimo
de três sondagens.
Programação de Sondagens

➢ Se a área construída < 1200 m2 → mínimo de 1 para cada 200 m2 distribuídos em

planta (com o mínimo de 2 furos);
➢ Se a área construída ficar entre 1200 m2 e 1600 m2 → 1 furo adicional para cada
400 m2 excedentes;
➢ Se a área construída > 2400 m2 → número de furos fixado de acordo com o plano
particular da construção;
Investigação Geotécnica – Métodos

➢ Métodos indiretos – a obtenção das informações é feita de forma indireta, sem

retirada de amostra ou visualização do solo. Ex.: métodos geofísicos

➢ Métodos semidiretos – a obtenção das informações é feita através da

determinação de propriedades físicas ao longo de um perfil, sem retirada de
amostra ou visualização do solo. Ex.: ensaios de campo (palheta, cone,
pressiômetro)

➢ Métodos diretos – amostras de solo são extraídas ao longo de um determinado

perfil. Ex.: ensaios de campo (poços de inspeção, sondagens a trado, sondagens a
percussão)
Investigação Geotécnica – Métodos Indiretos

São métodos utilizados para mapeamento geológico através de software,

utilizados principalmente para salientar a localização de petróleo, minérios,
águas subterrâneas, rochas.

Eletrorresistividade – emite corrente elétrica conhecida e capta a variação da

resistividade como resposta;

Método Sísmico – emite ondas sísmicas e mede a velocidade de propagação

das mesmas.
Investigação Geotécnica – Eletrorresistividade
Investigação Geotécnica – Eletrorresistividade
Investigação Geotécnica – Eletrorresistividade
Investigação Geotécnica – Método Sísmico
Investigação Geotécnica – Métodos Semidiretos
Ensaio de Cone (CPT) ou Piezocone (CPTU)
O ensaio consiste na cravação, no terreno, de uma ponteira cônica (60° de ápice) a uma
velocidade constante de 20 mm/s ± 5mm/s. A seção transversal do cone é de 10 cm²
podendo atingir 15 cm² ou mais para equipamentos mais robustos com maiores
capacidades de carga.

- Cone mecânico: medida via transferência de carga mecânica das hastes (pressão),
dos esforços necessários para cravar a ponta cônica qc e do atrito lateral fs;
- Cone elétrico: adaptação de cédulas de carga instrumentadas eletricamente permite
a medida de qc e fs;
- Piezocone: além de medir qc e fs, permite o contínuo monitoramento das
poropressões (através da pedra porosa) geradas durante o processo de cravação.
Investigação Geotécnica – Ensaio de Cone ou Piezocone
Investigação Geotécnica – Ensaio de Cone ou Piezocone
Ensaio de Cone (CPT) Ensaio de Piezocone (CPTU)
 Investigação Geotécnica – Ensaio de Cone ou Piezocone
Ensaio de Piezocone (CPTU)

𝑞𝑡 − 𝜎𝑣0
Resistência de ponta normalizada 𝜎′
𝑣0

𝑓𝑠
Resistência de atrito normalizada
𝑞𝑡 − 𝜎𝑣0

𝑢2 − 𝑢0
Parâmetro de poropressão 𝐵𝑞 =
𝑞𝑡 − 𝜎𝑣0

𝑓𝑠
Relação de atrito 𝑅𝑓 =
𝑞𝑐
 Investigação Geotécnica – Ensaio de Cone ou Piezocone

Cone mecânico: Cone elétrico: Piezocone:

✓ Vantagem ✓ Vantagem ✓ Vantagem
- Baixo custo e - Monitoramento contínuo; - Melhor posição para corrigir a resistência de
simplicidade de - Alta precisão e ponta;
operação; repetibilidade; - Possibilidade de correção do atrito lateral;
- Possibilidade de inclusão - Menor risco de ser danificado;
✓ Desvantagem de sensores para - Boa sensibilidade de leitura;
- Ensaio lento; acompanhamento de - Medição da poropressão;
- Baixa acurácia; temperatura e inclinação; - Melhor possibilidade de estabelecer
- Impossibilidade de - Em solos moles pode correlações empíricas com parâmetros
atingir altas atingir profundidades geotécnicos.
profundidades; superiores a 100m sem
- Ineficaz em solos moles. perder o alinhamento ✓ Desvantagem
vertical. - Pequenas alterações na posição de u2
podem acarretar em mudanças significativas
de leitura;
- Alto custo.
Investigação Geotécnica – Ensaio de Cone ou Piezocone

✓ Vantagem ✓ Desvantagem

- Perfil de resistência contínuo ao longo da - Equipamento sofisticado – depende de

profundidade; interpretação e mão de obra qualificada;

- Obtenção de parâmetros de resistência - Custo elevado, sobretudo, da sonda de

dos solos que tem maior relação com o ensaio;
seu comportamento;
- Não fornece amostras;
- Extremamente útil em solos moles;
- Limitação para cravação em solos
- Possibilidade de estivar o coeficiente de competentes;
adensamento;
- Impossibilidade de retirada de amostras.
- Menor fonte de erros - Não sofre a
influência do operador.
Investigação Geotécnica – Ensaio de Cone ou Piezocone
Investigação Geotécnica – Métodos Semidiretos
Ensaio de Palheta (VANE TEST – VST)
O ensaio consiste na cravação de hastes rígidas e palheta até a profundidade desejada.
Aplica-se uma rotação na palheta até a ruptura por cisalhamento do solo e gera-se um
diagrama Torque x Rotação.
 Investigação Geotécnica – Ensaio de Palheta (VANE TEST – VST)

✓ Vantagem ✓ Desvantagem

- Ensaio econômico e simples; - A inserção da palheta pode causar

alguma perturbação e amolgamento no
- Possibilita a obtenção da resistência não solo, caso não seja perfeitamente
drenada de argilas; estática;
Torque medido
2∙𝑇 - Se a velocidade de rotação da palheta for
𝑆𝑢 = muito lenta, permite a drenagem
𝐻+𝐷
𝜋 ∙ 𝐷2
𝑎 indevida do solo;

- Não fornece amostras;

- O ensaio só é capaz de mobilizar a

resistência no plano vertical
 Investigação Geotécnica – Ensaio de Palheta (VANE TEST – VST)

✓ Vantagem ✓ Desvantagem

- Ensaio econômico e simples; - A inserção da palheta pode causar

alguma perturbação e amolgamento no
- Possibilita a obtenção da resistência não solo, caso não seja perfeitamente
drenada de argilas; estática;

𝑆𝑢 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜 = 𝜇 ∙ 𝑆𝑢 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 - Se a velocidade de rotação da palheta for

muito lenta, permite a drenagem
indevida do solo;

- Não fornece amostras;

- O ensaio só é capaz de mobilizar a

resistência no plano vertical
Investigação Geotécnica – Métodos Semidiretos
Ensaio Pressiométrico
O ensaio consiste na introdução de uma sonda composta por um cilindro metálico
envolto por membrana. A membrana é expandida por pressão aplicada na superfície
utilizando água e gás comprimido. A partir do ensaio é possível avaliar a
deformabilidade e resistência do solo, além do comportamento tensão x deformação.
Investigação Geotécnica – Ensaio Pressiométrico
Investigação Geotécnica – Ensaio Pressiométrico

✓ Vantagem ✓ Desvantagem

- Aplicável a solos competentes e rochas - Requer calibração do equipamento;

brandas;
- O método de instalação pré-furo pode
- Fornece a medida contínua de tensão x alterar o estado de tensões natural do
deformação do solo; solo ou provocar amolgamento;

- Permite correlação com o coeficiente de - Apesar de medir o coeficiente de empuxo

empuxo do solo. no repouso, não é útil para estimar a
tensão horizontal in situ;

- Pouco utilizado no país, ou seja, o custo é

elevado.
Investigação Geotécnica – Métodos Diretos
Poços de Inspeção ou Trincheiras
Escavações manuais, não escoradas, até o nível d’água ou até que seja estável. Sua
finalidade é a coleta de amostras indeformadas para a realização de ensaios
geotécnicos e/ou a identificação dos horizontes do terreno.
Investigação Geotécnica – Poços de Inspeção ou Trincheiras

✓ Vantagem ✓ Desvantagem

- Possibilidade de retirada de amostras - Método demorado;

indeformadas para a realização de
ensaios de laboratório; - Dependente do fator humano;

- Visão completa do perfil do solo, - Dificuldade de execução a depender do

variação de coloração e textura. nível d’água, alagamento do terreno e
estabilidade do solo.
Investigação Geotécnica – Métodos Diretos
Sondagens a Trado
A sondagem a trado é um método de investigação geológico-geotécnica de solos que
utiliza como instrumento o trado, um tipo de amostrador de solo constituído por
lâminas cortantes, que podem ser espiraladas (trado helicoidal ou espiral) ou convexas
(trado concha ou cavadeira). Sua finalidade é a coleta de amostras deformadas para a
identificação dos horizontes do terreno e a realização de ensaios geotécnicos e
determinação da profundidade do nível d’água.
Investigação Geotécnica – Sondagem a Trado
Investigação Geotécnica – Sondagem a Trado

✓ Vantagem ✓ Desvantagem

- Possibilidade de retirada de amostras - Método superficial, atinge profundidades

deformadas para o conhecimento das de 3 a 6 metros;
características do solo;
- As amostras retiradas não podem ser
- Indica a presença de solos de baixa utilizadas em ensaios de resistência
resistência e com quantidade de mecânica;
matéria orgânica;
Investigação Geotécnica – Métodos Diretos

Sondagem à Percussão (SPT)

O ensaio de penetração consiste na cravação do barrilete-

amostrador, através do impacto de um martelo de 65 kg,
que cai livremente de uma altura de 75 cm sobre a
composição de hastes. Este martelo para cravação do
amostrador possui uma haste-guia com uma marca,
claramente assinalada, referente à altura de 75 cm. O
martelo é erguido manualmente com auxílio de uma corda
e polia, fixas em um tripé. A queda do martelo dá-se
verticalmente sobre a composição, com a menor dissipação
de energia possível. Inicialmente, mede-se a penetração da
composição decorrente do peso próprio do martelo.
Investigação Geotécnica – Métodos Diretos
Sondagem à Percussão (SPT)

Em seguida, inicia-se a cravação a partir da aplicação de

golpes sobre a composição. Cada queda do martelo
corresponde a um golpe e são aplicados tantos golpes
quantos necessários à cravação dos 45 cm do amostrador. É,
então, anotado o número de golpes e a penetração em
centímetros para a cravação de cada terço do barrilete. Após
o término de cada ensaio SPT, a sondagem é avançada com a
utilização de trépano até a cota do novo ensaio. O valor da
resistência à penetração (Nspt) consiste no número de golpes
necessários à cravação dos 30 cm finais do barrilete-
amostrador.
Investigação Geotécnica – Sondagem à Percussão
Investigação Geotécnica – Sondagem à Percussão
Critérios de Paralisação:
O processo de perfuração por circulação de água, associado aos ensaios
penetrométricos, deve ser utilizado até onde se obtiver, nesses ensaios, uma das
seguintes condições:

a) quando, em 3 m sucessivos, se obtiver 30 golpes para penetração dos 15 cm

iniciais do amostrador-padrão;
b) quando, em 4 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração dos 30 cm
iniciais do amostrador-padrão;
c) quando, em 5 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração dos 45 cm
do amostrador-padrão.
Impenetrável à percussão → avanço por lavagem a cada 10 min (total de 30 min),
se o avanço for menor que 5cm/10 min parar.
Investigação Geotécnica – Sondagem à Percussão
Investigação Geotécnica – Sondagem à Percussão
Modelo do boletim de execução – Sondagem à Percussão
Investigação Geotécnica – Sondagem à Percussão com medida de torque
(SPT-T)
Complementando a análise da resistência do solo, além da resistência à penetração, podemos obter medidas de
torque (T), neste caso denominamos ensaio SPT-T. Após cravar o amostrador padrão, a cabeça de bater é retirada
para a instalação do adaptador com um torquímetro. Rotacionando este dispositivo com o amostrador cravado no
solo a uma profundidade (h), medimos o torque (T) necessário para romper a adesão entre o amostrador e o solo,
obtendo assim o atrito lateral (Ft) expresso em kg/cm² e obtido pela equação apresentada por Schnaid e Odebrecht
(2012):

Ft = atrito lateral ou adesão (kg/cm2);

T = torque (kgf·cm);
h = penetração do amostrador no solo.
Investigação Geotécnica – Sondagem à Percussão (SPT)

✓ Vantagem ✓ Desvantagem

- Método bastante difundido no país, ou - Sujeito à erros de execução e desvios

seja, baixo custo; executivos;

- Facilidade e rapidez na execução; - Não é padronizado internacionalmente;

- Fornece amostra deformada e - Processo repetitivo.

estratigrafia do subsolo;

- Correlações empíricas com os

parâmetros de resistência do solo com o
Nspt;

- Fornece o nível freático.

Investigação Geotécnica – Métodos Diretos
Sondagem Mista (SM)

A Sondagem Mista (SM) é um método de investigação geológica-geotécnica que

consiste na execução da Sondagem a Percussão (SP) e da Sondagem Rotativa (SR) em
um mesmo furo. É utilizada para caracterizar os parâmetros do solo e da rocha ao longo
da profundidade e aplicada quando se encontra o impenetrável à percussão (rocha,
matacão ou solo muito resistente).

A sondagem rotativa é realizada a partir de uma perfuratriz (sonda rotativa) com coroa
diamantada e acionamento hidráulico, e permite a retirada de testemunhos em seu
estado natural para a determinação do RQD.
Investigação Geotécnica – Sondagem Mista
Investigação Geotécnica – Sondagem Mista
Investigação Geotécnica – Sondagem Mista
Investigação Geotécnica – Sondagem Mista (SM)

✓ Vantagem ✓ Desvantagem

- Conhecimento de camadas de solo - Alto custo, devido ao tipo de

competente e do maciço rochoso (cálculo do equipamento utilizado;
RQD);
- Necessita de acesso bom para a
- Possibilidade de retirada de amostras instalação da máquina;
deformadas de solo e indeformadas de rocha
para o conhecimento de suas características; - Avanço lento (20 metros/dia).

- Perfuração de estruturas com ângulo de

inclinação;

- Possibilita a execução de ensaio de perda

d’água e atinge grandes profundidades.