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DE OBRAS GEOTÉCNICAS
UNIDADE IV
TALUDES E ENCOSTAS
Elaboração
Ramon Matos Arouca Júnior
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE IV
TALUDES E ENCOSTAS................................................................................................................5
CAPÍTULO 1
MÉTODOS DE ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE TALUDES......................................................... 5
CAPÍTULO 2
ESTABILIDADE DE TALUDES E ENCOSTAS............................................................................ 11
CAPÍTULO 3
RUPTURAS PLANARES E RUPTURAS CIRCULARES............................................................... 16
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................22
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TALUDES E ENCOSTAS UNIDADE IV
Capítulo 1
MÉTODOS DE ANÁLISE DE ESTABILIDADE DE
TALUDES
E por que devemos estudar e entender esses processos de ruptura? A figura a seguir
exemplifica várias situações práticas em que as análises de estabilidade são necessárias:
Figura 33. Exemplos de aplicações de estudos de estabilidade.
Solo
Rocha
Diques de alteamento
Barragem de terra: definir seção da barragem e Barragem de rejeito (alteamento a
configuração economicamente mais viável montante). Definir seção dos diques e
configuração economicamente mais viável
Aterro
Superfície de ruptura
Solo compressível
Aterros sobre solos compreensíveis: definir
geometria da seção economicamente mais Retroanálise da ruptura para reavaliação dos
viável parâmetros de projeto.
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UNIDADE IV | Taludes e Encostas
Superfície de ruptura
Zona cisalhada
Material resistente
Descontinuidade ou material de
baixa resistência
C) Escorregamento translacional
em solo residual
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Taludes e Encostas | UNIDADE IV
Descontinuidade ou
material de baixa
resistência
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UNIDADE IV | Taludes e Encostas
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Taludes e Encostas | UNIDADE IV
Ante o que já foi visto, discutiremos a modelagem numérica que envolve a ruptura
por escorregamento.
Como estudamos, uma superfície de solo exposta, formando ângulo com o plano
horizontal, é chamada talude. O talude pode ser natural ou feito pelo homem.
Ele pode falhar de diversos modos. Das e Sobhan (2014) listam classificação
geral das rupturas de talude dividida em cinco categorias principais:
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UNIDADE IV | Taludes e Encostas
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Capítulo 2
ESTABILIDADE DE TALUDES E ENCOSTAS
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UNIDADE IV | Taludes e Encostas
Nr = Rcosβ = Wcosβ
Tr = Rsenβ = Wsenβ
Assim:
γ Hcos β senβ = cd′ + γ Hcos 2 β tg ∅′d
tg ∅′
O fator de segurança, com relação à resistência, pode ser definido como tg ∅′d =
FS
e cd′ =
c′
. Logo, substituindo os valores nas equações anteriores, obtemos:
FS
c′ tg ∅′
FS = +
γ Hcos 2 β tg β tg β
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Taludes e Encostas | UNIDADE IV
Linha de fluxo
Linha
equipotencial
Percolação
W = γsatLH
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Sumário
Na = Wcosβ = γsatLHcosβ
Ta = Wsenβ = γsatLHsenβ
e
= cos β
h ef= ( Hcos β )(=
cos β ) Hcos 2 β
Então:
u = γw Hcos2β
Igualando, temos:
γ sat Hcos β senβ = cd′ + γ ′Hcos 2 β tg ∅′d
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Taludes e Encostas | UNIDADE IV
ouc ′ γ′
=d
cos 2 β tg β − tg ∅′d
γ sat H γ sat
O fator de segurança com relação à resistência pode ser encontrado pela substituição
de e na equação anterior:
tg ∅′ c′
tg ∅′d = cd′ =
FS FS
c′ γ ′tg ∅′
FS = +
γ sat Hcos β tg β γ sat tg β
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Para inclinação infinita indicada na figura a seguir (considere que não exista
percolação pelo solo), determine:
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Capítulo 3
RUPTURAS PLANARES E RUPTURAS CIRCULARES
Quando o valor de Hcrítico se aproxima da altura do talude, este geralmente pode ser
considerado finito.
A partir daí, a maioria das análises de estabilidade de taludes convencionais tem sido
feita presumindo-se que a curva de escorregamento potencial seja um arco de círculo.
Contudo, em muitas circunstâncias (por exemplo, barragens zonadas e fundações sobre
estratos fracos), a análise de estabilidade, usando a ruptura de escorregamento plana,
é mais apropriada e apresenta excelentes resultados.
A figura a seguir mostra um talude de altura H. O talude se ergue e forma ângulo com
a horizontal. AC é um plano de tentativa de ruptura.
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Taludes e Encostas | UNIDADE IV
Linha
equipotencial
1 sen ( β − θ )
W = γH2
2 senβ senθ
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UNIDADE IV | Taludes e Encostas
Então:
1 sen ( β − θ ) 1 sen ( β − θ )
γH cd′ + γ H
sen θ =
2
cosθ senθ tg ∅′d
2 senβ senθ 2 senβ senθ
∂
[ sen ( β − θ ) ( senθ − cosθ tg ∅′d ] =
0
∂θ
Substituindo, temos:
γH 1 − cos ( β − ∅ d′ )
cd′
= +
4 senβ cos∅ d′
Pode ser feito corte no solo tendo γ = 16,5 kN/m3, c' = 28,75 kN/m2, Ø' = 15º. A face
do corte formará um ângulo de 45° com a horizontal. Qual deve ser a profundidade
do corte para que se tenha fator de segurança (Fs) igual a 3?
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Taludes e Encostas | UNIDADE IV
Círculo
de pé
Círculo de
ponto
intermediário
Círculo
de face
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UNIDADE IV | Taludes e Encostas
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Taludes e Encostas | UNIDADE IV
De forma similar, as forças de cisalhamento que atuam nas faces da fatia são Tn e Tn
+ 1. Tais forças são difíceis de determinar. Para simplificar, presume-se que o valor
da poropressão seja zero. Entretanto podemos fazer uma estimativa aproximada de
que as resultantes de Pn e Tn tenham magnitudes iguais em relação às resultantes de
Pn + 1 e Tn + 1 e as linhas de ação coincidam.
Nr = Wncosαn
ou
=n p=n p
=
=FSn
n 1=
n n
n 1
∑ ( c′∆L + W cos α tg ∅′ ) / ∑Wn senα n
Com esse tema encerramos a trajetória percorrida por nossa disciplina. Desejo sucesso
a você e que esse tema tenha tido relevância à sua formação profissional.
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REFERÊNCIAS
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Referências
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Referências
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Imagens
Figura 1. Condição tridimensional.
Figura 5. Exemplificação dos empuxos de terra em repouso, ativo e passivo. Parede AB sem atrito.
Figura 14. Método de Fellenius: influência das pressões neutras no coeficiente de segurança.
Figura 15. Distribuição de forças em fatia de solo (n) em uma vertente com deslizamento rotacional.
Figura 17. Forças atuantes em uma fatia pelo método de Morgenstern e Price (1965).
Figura 18. Forças atuantes na base da fatia pelo Método de Spencer (1967).
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Referências
Figura 26. Cargas piezométricas, altimétricas e total para o fluxo de água através do solo.
Figura 27. Cargas piezométricas, altimétricas e total para o fluxo de água através do solo.
Figura 28. Evolução da área variável de afluência durante o processo de escoamento superficial em
precipitação.
Figura 29. Os quatro tipos básicos de vertentes, combinando concavidade e convexidade das linhas
de fluxo e das curvas de nível.
Figura 31. Elementos geométricos de uma vertente ilimitada empregados na análise da estabilidade
– A linha tracejada representa o nível freático.
Figura 32. Área de contribuição da bacia de drenagem (a) (em sombreado) e comprimento (b) da
curva de nível, por onde passa o fluxo de água da chuva na vertente. Z representa a profundidade
do perfil de solo, e h2 é a altura da zona saturada. As linhas em traço fino representam as curvas de
nível, e aquelas em tracejado são as linhas de fluxo.
Figura 45. Análise de estabilidade por métodos comum s de fatias: (a) tentativa de superfície de
ruptura; (b) forças atuando na (n - ésima fatia).
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Referências
Tabelas
Tabela 1. Fatores de segurança mínimos para escorregamentos.
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