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WBA0837_v1.

Mecânica dos solos aplicada à


geotecnia
Perfis geotécnicos e
interpretação de ensaios
Ensaios in situ
Sondagem de simples reconhecimento

Bloco 1
Alana Dias de Oliveira
Prospecção geotécnica do subsolo
Figura 1 – Resolução de problemas geotécnicos

Problema Conhecimento do
geotécnico. subsolo.

Investigação
geotécnica. Solução:
• Embasamento teórico.
• Experiência acumulada.

Fonte: elaborada pela autora.


Investigação geológico-geotécnica Investigação de laboratório.
Investigação de campo / ensaios in situ.

Objetivo: fornecer elementos para o traçado do perfil geotécnico.


Figura 2 - Camadas de solo Figura 3 – Camadas de solo
de um perfil de um perfil

Fonte: Ttsz/ iStock.com. Fonte: corbac40/ iStock.com.


Como definir a campanha de investigação?

1. Quais informações são necessárias/desejáveis?

2. Quais os parâmetros geotécnicos necessários?

3. Como obter esses parâmetros?


a) Investigação de campo (sempre).
b) Provas de carga (avaliação do desempenho).
c) Ensaios de laboratório.
d) Retroanálise.
Métodos de investigação de campo
Indiretos:
Não coletam amostras.
Não avaliam comportamento geotécnico.

Semidiretos:
Não coletam amostras.
Avaliam comportamento geotécnico.

Diretos:
Coletam amostras.
Avaliam comportamento geotécnico.
Simples reconhecimento, tipo SPT

 Versatilidade.
 Representação do perfil.
 Simplicidade do equipamento.
 Facilidade de mobilização.
 Grandes profundidades.
 Penetra materiais muito resistentes.
 Coleta amostras.
Figura 6 – Martelo com guia
Simples reconhecimento, tipo SPT
Figura 4 – Equipamento e tripé para a Figura 5 - Amostrador padrão
sondagem SPT

Fonte: Dantas Neto (2006, p. 18).

Fonte: DAS (2007, p. 533).

Fonte: adaptado de Naime (2001, p. 19).


Simples reconhecimento, tipo SPT
Figura 7 – Exemplo de laudo de sondagem SPT Figura 8 – Tubo bipartido aberto após retirada da cravação

Fonte: acervo da autora.

Fonte: acervo da autora.


Extrapolação dos resultados Qual o NSPT do 12º metro do SP5?
Figura 9 – Perfil do solo característico da região de Londrina/PR
+

Fonte: adaptado de Costa Branco et al.


(1998).
Perfis geotécnicos e
interpretação de ensaios
Ensaios in situ
Outros métodos de investigação in situ

Bloco 2
Alana Dias de Oliveira
Sondagem rotativa
Normalmente empregada quando o SPT atinge o estrato rochoso, matacões ou solos
impenetráveis à percussão.
O parâmetro obtido é o RQD
Figura 10 – Coroa (vídia) (Rock Quality Designation)

Fonte: http://www.icems.com.br/coroas. Acesso em: 26 fev. 2021.


Penetração estática, tipo CPT/ CPTu Figura 12 – Representação
em corte do CPT

Figura 11 – a) CPT e b) CPTu


 Dados a cada 20 cm.
 Velo. de penetração
de 2 cm/s.
 Acessibilidade para o
caminhão.
 Inclinometria.
 Strain Gauges.
a

Fonte: acervo da autora.


Fonte: DAS (2007, p. 542).
Resistência de ponta,
Penetração estática, tipo CPT/ CPTu kPa (qc).
Figura 13 – Exemplo de laudo de sondagem CPT
Resistência do atrito
lateral, kPa (fs).

Rf ou Fr (em %) –
Razão de atrito (fs/qc).

Fonte: Dantas Neto (2006, p. 32).


Outros métodos de investigação in situ
Figura 14 – Resumo dos principais métodos

Standard Cone Flat Plate Prebored Vane


Penetration Penetration Dilatometer Pressuremeter Shear
Test Test Test Test Test

Granulares Granulares Granulares Granulares Coesivos

Fonte: adaptado de Giachetti et al. (2006).


Outros métodos de investigação in situ
Curva carga-recalque:
Prova de carga.

Determinação da poropressão/ pressão neutra:


Piezômetro. Figura 15 – Permeâmetro

Permeabilidade:
Bombeamento.
Permeâmetro de Guelph.

Fonte: acervo da autora.


Perfis geotécnicos e
interpretação de ensaios
Ensaios de laboratório

Bloco 3
Alana Dias de Oliveira
Caracterização física e hidromecânica
Figura 16 – a) solo em estado natural e b) três fases do solo.

Fonte: adaptado de DAS (2007, p. 37).

Umidade • Compreensão do comportamento.


gravimétrica. • Cálculo de outros índices físicos.

Umidade • Mecânica dos solos não saturados.


volumétrica. • Compreensão do comportamento.
Caracterização física e hidromecânica
Figura 16 – a) solo em estado natural e b) três fases do solo.

Fonte: adaptado de DAS (2007, p. 37).

• Cálculo de tensões geostáticas,


Peso específico
do solo (γnat).
sobrecargas de aterros, entre
outros.

Peso específico
dos sólidos (γs).
• Compreensão das características.
Caracterização física e hidromecânica

Granulometria. • Compreensão das características.

Limite de
• Compreensão das características.
liquidez.

Limite de
• Compreensão das características.
plasticidade.
Caracterização física e hidromecânica Figura 17 – Rolo compactador

• Cálculo e projeto de:


• Edificações.
• Pavimentos de estradas e
rodovias.
Compactação. • Barragens de terra. Fonte: Maksim Safaniuk/ iStock.com.
• Taludes de aterro.
• Aterros sanitários.
• Escavações e terraplenagem.

Índice de
• Cálculo e projeto de pavimentação
Suporte de ruas, estradas e rodovias.
Califórnia (ISC).
Figura 18 – Taludes em construção
Caracterização física e hidromecânica

Coeficiente de • Cálculo e projeto de barragens de


terra e elementos de infiltração e
permeabilidade. controle de enchentes.

• Cálculo e projeto de previsão de Fonte: aeduard / iStock.com.


Adensamento. recalques.

Cisalhamento • Cálculo e projeto de contenções e


direto. taludes de corte e aterro.

Compressão • Cálculo e projeto de contenções e


triaxial. taludes de corte e aterro.
Teoria em prática
Bloco 4
Alana Dias de Oliveira
Reflita sobre a seguinte situação Um projetista de fundações recebeu os
laudos de sondagem SPT e precisa estimar
Figura 19 – Relatório de SPT os parâmetros de comportamento do solo,
utilizando correlações.
Determine o peso específico natural, além
de coesão e ângulo de atrito interno das
cinco camadas subdivididas no laudo.

Fonte: acervo da autora.


Norte para a resolução...
Há muitas correlações possíveis de serem utilizadas na estimativa dos parâmetros de solo.
Para resolver esse problema, utilizaremos o Quadro 1, apresentado no Para saber mais.

Quadro 1 – Parâmetros de resistência e de deformabilidade em função do SPT


Areias e solos arenosos
N (SPT) Compacidade γ ( t/m³) c ( t/m²) φ° E ( t/m²) ν
<4 Fofa. 1,6 0 25 - 30 100 - 500
4 - 10 Pouco compacta. 1,8 0 30 - 35 500 - 1400 0,3
10 - 30 Medianamente compacta. 1,9 0 35 - 40 1400 - 4000 a
30 - 50 Compacta. 2,0 0 40 - 45 4000 - 7000 0,4
> 50 Muito compacta. > 2,0 0 > 45 > 7000
Argilas e Solos Argilosos
N (SPT) Consistência γ ( t/m³) c ( t/m²) φ° E ( t/m²) ν
≤2 Muito mole. 1,3 25 - 30 0 100 - 500
2-4 Mole. 1,5 30 - 35 0 500 - 1400 0,4
4-8 Média. 1,7 35 - 40 0 1400 - 4000 a
8 - 15 Rija. 1,9 40 - 45 0 4000 - 7000 0,5
15 - 30 / >30 Muito rija/ dura. > 2,0 > 45 0 > 7000
Fonte: adaptado de NBR 6484 (2020) e Marangon (2018, p. 67).
Norte para a resolução...
Para consultar o quadro, basta encontrar a média dos NSPTs das camadas.
Quadro 2 – Resolução do exercício proposto
Camada 1 – Areia siltosa fofa.
NSPT γ ( t/m³) c ( t/m²) φ°
4 1,6 0 25 - 30
Camada 2 – Areia argilosa medianamente compacta a compacta.
NSPT γ ( t/m³) c ( t/m²) φ°
(16+20+18+21+15+16+26+22) / 7 ≈ 20 1,9 0 35 - 40
Camada 3 – Argila arenosa rija.
NSPT γ ( t/m³) c ( t/m²) φ°
18 > 2,0 > 45 0
Camada 4 – Areia argilosa medianamente compacta a compacta.
NSPT γ ( t/m³) c ( t/m²) φ°
(18+14+24) / 3 ≈ 19 1,9 0 35 - 40
Camada 5 – Areia argilosa medianamente compacta a compacta.
NSPT γ ( t/m³) c ( t/m²) φ°
(20+15+18) / 3 ≈ 18 1,9 0 35 - 40

Fonte: acervo da autora.


Dica do(a) Professor(a)
Bloco 5
Alana Dias de Oliveira
Interpretação errada de boletins de sondagem na
elaboração do perfil geológico-geotécnico

Figura 20 – Interpretação errada devido a presença de matacões

Fonte: Souza (2004, p. 93).


Interpretação errada de boletins de sondagem na
elaboração do perfil geológico-geotécnico
Figura 21 – Perfis de SPT com pico e homogeneizado

Fonte: Berberian (2016, p. 2-5).


Referências
BERBERIAN, D. Engenharia de Fundações. Brasília, 2016.

COSTA BRANCO, C. J. M. et al. Implantação de um campo experimental de engenharia geotécnica no


campus da UEL. XI Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, 1998.

DAS, B. M. Fundamentos de engenharia geotécnica. 6. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007.
Tradução da 6. ed. norte-americana.

GIACHETTI, H. L. et al. Ensaios de campo na investigação geotécnica e geoambiental (artigo de palestra


convidada). In: XIII Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, 13, 2006,
Curitiba. Anais...Cobramseg 2006, Palestra p. 1-25.

NAIME, R. H. Influência de algumas variáveis geológico-ambientais na estimativa da capacidade de


carga de solos de Porto Alegre e Passo Fundo por SPT e CPT. Tese (Doutorado). Universidade Federal do
Paraná. Curitiba, 2001.

DANTAS NETO, S. A. Capítulo 2 – Investigações geotécnicas e de campo. In: Apostila de Fundações e


obras de contenção. Universidade Federal do Ceará – Departamento de Engenharia Hidráulica e
Ambiental. 2006. Disponível em: www.lmsp.ufc.br/arquivos/graduacao/fundacao/apostila/02.pdf.
Acesso em: 26 fev. 2021.

SOUZA, L. H. F. Identificação de matacões por meio de sondagem a percussão de simples


reconhecimento do subsolo na cidade de Uberlândia. Revista Caminhos da Geografia, v. 4, n. 8, 2007.
Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/15568. Acesso em:
26 fev. 2021.
Bons estudos!

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