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WBA0837_v1.

Mecânica dos solos aplicada à


geotecnia
Tensão x deformação nos solos
O que são tensões geostáticas?
Esforços externos – carga pontual

Bloco 1
Alana Dias de Oliveira
Tensão no solo
Solicitações na massa de solo devido ao peso próprio e às forças externas
aplicadas. O material opõe esforços resistentes chamados tensões:
Figura 1 – Tensão aplicada a uma profundidade Z

Normais

Z
Tangenciais

Fonte: adaptada de Sousa Pinto (2006).


O que são tensões geostáticas? Devido ao peso próprio do solo.

✓Tensão atuante na água → Poropressão/pressão neutra (u)


✓Tensões geostáticas → Total ou efetiva.
Figura 2 – Tensão aplicada a uma profundidade Z (a)
sem nível d’água e (b) com nível d’água

Tensão total a b
N.A.
Z Z
hw

Tensão efetiva

Fonte: elaborada pela autora.


Solo estratificado
Figura 3 – Exemplo de solo Qual a tensão efetiva a 10 m
estratificado
N.T.
de profundidade?
0
Argila orgânica
3m
γ =15 kN/m³
-3m
Areia fina argilosa 4m
γ=19 kN/m³
-7m
Argila siltosa 3m
γ=17 kN/m³
-10m
Fonte: elaborada pela autora.
Solo estratificado com nível d’água
Figura 4 – Exemplo de solo Qual a tensão efetiva a 10 m
estratificado com nível d’água
N.T.
de profundidade?
0
Argila orgânica
3m
γ =15 kN/m³
-3m N.A.

Areia fina argilosa 4m


γsat=21,5 kN/m³
-7m
Argila siltosa 3m
γsat=19 kN/m³
-10m
Fonte: elaborada pela autora.
Tensão horizontal
No caso de estruturas
de contenção, o
✓Empuxo de terra: ação horizontal produzida por empuxo se tornará
um maciço de solo. ativo ou passivo,
deixando o repouso.
✓Coeficiente de empuxo no repouso (K0):

Figura 5 – Tensões verticais e


horizontais
σv'

σh '
Fonte: elaborada pela autora.
Esforços externos
Figura 6 – (a) e (b) distribuição de tensões Figura 7 – Recalque por
com a profundidade e (c) bulbo de tensões superposição de pressão

(A) (B) (C)

(B) (C)
Fonte: adaptada de Sousa Pinto (2006). Fonte: Milititsky, Consoli e Schnaid (2015, p. 72).
Carga pontual

Solução de Boussinesq:

Figura 8 – Esquema para solução de


carga concentrada aplicada na superfície Iσ: Fator de influência
(% da carga que chega no
ponto de interesse).

Fonte: Das (2007, p. 212).


Carga pontual

Qual o acréscimo de tensão no ponto de interesse?


Figura 9 – Exemplo para cálculo de
acréscimo de tensão com carga pontual

P=10tf
r=3m
N.T.

Z=4m γ {kN/m³}

Ponto de
interesse

Fonte: elaborada pela autora.


Tensão x deformação nos solos
Esforços externos – outros tipos de
carregamento

Bloco 2
Alana Dias de Oliveira
Carregamento retangular uniformemente
distribuído
Figura 11 – Ábaco de Newmark
Solução de Newmark:

Figura 10 – Esquema da solução de


carregamento retangular

Fonte: Das (2007, p. 167). Fonte: Sousa Pinto


(2006, p. 168).
Carregamento retangular uniformemente
distribuído
Solução de Newmark:

Figura 12 – Carregamento sobre placas retangulares que não coincidem com


o vértice (a) dentro e (b) fora da projeção em planta

A E B A E B

F Ponto X H F G H

C I D C I Ponto X
(a) (b)

Fonte: elaborada pela autora.


Carregamento circular uniformemente
distribuído
Solução de Love para tensão abaixo do centro:
Figura 13 – Tensão vertical abaixo
do centro de uma área circular

Na determinação da
tensão fora do centro
de aplicação utilizamos
outra estratégia.

Fonte: Das (2007, p. 228).


Carregamento circular uniformemente
distribuído
Figura 15 – Ábaco de Love
Solução de Love:

Figura 14 – Esquema da solução


de carregamento circular

Fonte: Sousa Pinto


Fonte: Das (2007, p. 229).
(2006, p. 168).
Carregamento uniformemente distribuído de
comprimento infinito (Sapata corrida)
Figura 16 – Solução para carregamento
em forma de triângulo isósceles
Solução de Carothers
para quando B>>>b:

Fonte: Falcetta (2020, p. 4).


Tensão x deformação nos solos
Adensamento e deformação devido à
carregamentos externos

Bloco 3
Alana Dias de Oliveira
Recalques
Figura 17 – Recalques elásticos de fundações rígidas e flexíveis

Recalque
imediato.

Recalque por
adensamento
primário.

Recalque por
adensamento
secundário.

Fonte: Das (2007, p. 245).


Recalque por adensamento

Figura 18 – Índice de vazios em Figura 19 – Alteração de altura do corpo de


função do log σ’ prova em um ensaio de adensamento

1 ΔH = recalque
2 Vazios
Vazios
H1
H2
H0 Sólidos H0 Sólidos

Fonte: elaborada pela autora.

Fonte: adaptada de Das (2007).


Recalque por adensamento

✓Coeficiente de compressão e recompressão:

✓Tensão de pré-adensamento (σ’vm) - Casagrande


(1936) ou Pacheco e Silva (1970).
✓Classificação:

Normalmente Pré-adensado (PA) Em


adensado (NA) ou sobreadensado adensamento
• Tensão efetiva • Tensão de pré- • Tensão de pré-
em campo. adensamento > adensamento <
tensão efetiva de tensão efetiva
campo. de campo.
Recalque por adensamento

✓Coeficiente de adensamento: , onde

✓Fator tempo:

Figura 20 – Drenagem dupla Figura 21 – Drenagem simples

Areia Areia

H/2
Argila H H Argila
H/2

Areia Rocha

Fonte: elaborada pela autora. Fonte: elaborada pela autora.


Porcentagem de adensamento

Figura 22 – Variação do grau médio de adensamento (U%)


em relação ao tempo (Tv)

Fonte: Das (2007, p. 277).


Recalque: solo normalmente adensado

✓σvm = σ’v → Indica que o solo não sofreu maiores tensões que as atuais:

Figura 23 – Representação de recalque para


um solo normalmente adensado

Fonte: adaptada de Das (2007) e Marangon (2018).


Recalque: solo pré-adensado

✓σvm > σ’v → Indica que o solo já sofreu maiores tensões


que as atuais:
Figura 24 – Representação de recalque para
um solo pré-adensado
Fonte: adaptada de Das (2007) e Marangon (2018).

Se σ’v0 + Δσ’v ≤ σvm:

Se σ’v0 + Δσ’v > σvm:


Teoria em prática
Bloco 4
Alana Dias de Oliveira
Reflita sobre a seguinte situação
Um centro comercial será construído. A sondagem de simples
reconhecimento possibilitou a definição de um perfil de solo
estratificado, conforme a figura a seguir.

Figura 25 – Perfil geotécnico

Fonte: elaborada pela autora.

Para conhecer melhor o perfil de solo, você precisa, inicialmente, traçar


os diagramas de tensões geostáticas.
Reflita sobre a seguinte situação
A partir dos resultados e da concepção da edificação e do monumento arquitetônico projetado
(Figura 26), você e uma equipe decidiram por fundações em radiers na cota – 0,5 m do terreno.
Figura 26 – Disposição da obra
Além disso, vocês também precisam
determinar o acréscimo de tensões
provocada na cota – 6m – na vertical
que passa pelo centro dos seguintes
carregamentos:
✓Um monumento cuja projeção em Projeção em Planta
planta é uma placa circular (D =
2,0m), q = 50 kN/m².
✓Um prédio de projeção em planta
retangular (L = 14,0 m e B = 20 m), q
Elevação
= 250 kN/m². Fonte: elaborada pela autora.
Norte para a resolução...

Para calcular as tensões geostáticas utilizaremos as seguintes expressões:


; ;

Tabela 1 – Dados calculados


Figura 27 – Perfil geotécnico Altura de
Prof. γ σv u σv'
camada
(m) (m) (kN/m³) (kPa)

0 0 - 0 0 0
2 2 17 34 0 34
6 4 16 98 0 58
10 4 19 174 40 94
18 8 17 310 120 190
Fonte: elaborada pela autora.

Fonte: elaborada pela autora.


Norte para a resolução...

Com os dados da tabela traçaremos os diagramas:


Figura 28 – Diagrama de tensões geostáticas
Tensão (kPa)
0 50 100 150 200 250 300 350
0
-2
-4 σ

-6 μ
Profundidade (m)

-8 σ'

-10
-12
-14
-16
-18
-20
Fonte: elaborada pela autora.
Figura 29 – Disposição da obra
Norte para a resolução...
Argila
Calcularemos o acréscimo de tensões.
✓ Abaixo do centro do monumento:
✓ Carga circular.
Projeção em Planta
Fonte: elaborada pela autora.
Figura 24 – Disposição da obra
Norte para a resolução...

Calcularemos o acréscimo de tensões.


✓ Abaixo do centro do monumento:
✓ Carga retangular. 0,236
Projeção em Planta
✓ (19x10m). Fonte: elaborada pela autora.
Figura 30 – Disposição da obra
Norte para a resolução...

Calcularemos o acréscimo de tensões.


✓ Abaixo do centro do monumento:
✓ Carga retangular.
Projeção em Planta
✓ (5x10m) (Subtrair). Fonte: elaborada pela autora.
0,178
Figura 31 – Disposição da obra
Norte para a resolução...

Calcularemos o acréscimo de tensões.


✓ Abaixo do centro do monumento:
✓ Carga retangular.
Projeção em Planta
✓ (19x10m): Iσ = 0,236. Fonte: elaborada pela autora.

✓ (5X10): Iσ = 0,178.
Figura 32 – Disposição da obra
Norte para a resolução...
Argila
Calcularemos o acréscimo de tensões.
✓ Abaixo do centro do prédio:
✓ Carga circular:
Projeção em Planta
Fonte: elaborada pela autora.

Iσ ≈ 0, então,
Figura 33 – Disposição da obra
Norte para a resolução...

Calcularemos o acréscimo de tensões.


✓ Abaixo do centro do prédio:
✓ Carga retangular.
0,209 Projeção em Planta
✓ (7x10m). Fonte: elaborada pela autora.
Figura 34 – Disposição da obra
Norte para a resolução...

Calcularemos o acréscimo de tensões.


✓ Abaixo do centro do prédio:
✓ Carga retangular.
Projeção em Planta
✓ (7x10m): Iσ = 0,209. Fonte: elaborada pela autora.
Dica do(a) Professor(a)
Bloco 5
Alana Dias de Oliveira
Figura 36 – Ascensão de água no tubo capilar
Dica do(a) Professor(a)
Capilaridade
Figura 35 – Perfil de solo com zona de ascensão capilar

Fonte: https://www.guiadaengenharia.com/capilaridade-
solo. Acesso em: 22 jan. 2021.

Fonte: Das (2007, p. 201).


Referências
DAS, B. M. Fundamentos de engenharia geotécnica. 6. ed. São Paulo: Thomson
Learning, 2007.
FALCETTA, F. A. M. Mecânica dos Solos 1: segunda parte. 2020. Disponível em:
http://www.fec.unicamp.br/~caxd/falcetta/_resumos/eng13.pdf. Acesso em: 12
jan. 2021.
MARANGON, M. Capítulo 1 - Hidráulica dos solos. In: Mecânica dos Solos II. (Notas
de aula). Juiz de Fora: NuGeo/Núcleo de Geotecnia, 2018. Disponível em:
https://www.ufjf.br/nugeo/files/2013/06/MARANGON-2018-Cap%c3%adtulo-01-
Hidr%c3%a1ulica-dos-Solos-2018.pdf. Acesso em: 26 jan. 2021.
MILITITSKY, J.: CONSOLI, C.; SCHNAID, F. Patologia das fundações. São Paulo:
Oficina de Textos, 2015. Disponível em:
http://ofitexto.arquivos.s3.amazonaws.com/Patologia-das-fundacoes-2ed-DEG.pdf.
Acesso em: 6 nov. 2016.
SOUSA PINTO, C. Curso básico de mecânica dos solos: em 16 aulas - com exercícios
resolvidos. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. ISBN: 978858623851-2.
Bons estudos!

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