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MECÂNICA DOS SOLOS

Professor:
DSc. André Augusto Nóbrega Dantas
Compressibilidade e Adensamento
Introdução
Qualquer tipo de Infraestrutura
transmite carga ao terreno
• Barragens
• Ponte
• Edifícios
• Contenções
• Pavimentos

Transmissão de cargas ao solo:


• contato solo-solo
Exemplo: Aterros, pavimentos, etc.
• contato solo-estrutura
Exemplo: Obras de contenção,
Pontes, etc.
Introdução
Os solos são constituídos de partículas e forças aplicadas a eles, as
quais são transmitidas de partícula a partícula, além das que são
suportadas pela água que se encontra nos vazios.

Nos solos, ocorrem tensões devidas ao peso próprio, à água


presente e as cargas aplicadas
Introdução
As tensões no interior de um maciço de solo são caudadas por:
- Peso Próprio - Cargas externas

A determinação das tensões no interior do maciço pode apresentar muitas


dificuldades, entretanto existe algumas hipóteses simplificadoras em que as tensões
podem ser obtidas de uma forma bem simples.
Conceito de tensão
Tensão total em um meio contínuo:

Forças transmitidas à placa; que podem ser normais e tangenciais. Para efeito
de cálculo sua ação é substituída pelo conceito de tensões.
Conceito de tensão

z sz

sh
Tensão Geostática Vertical

•SOLO HOMOGÊNEO
z
svo   d z
0
No caso em que o peso especifico do solo () é constante com a profundidade a
tensão no ponto “A” poderá ser determinada como segue:

z svo
svo =  z
A
Tensão Geostática Vertical

• SOLO HETEROGÊNEO:
Quando o perfil do subsolo é estratificado, composto por várias camadas, a tensão
é obtida pelo somatório das tensões de cada camada.

z1 i n
1
s vo    i zi
z2 2 i 1

z3 3 svo
Tensão Hidrostática
Na

O peso de água contido nos


vazios, ou poros do solo, w
também dão origem a uma zw
pressão. Esta pressão é
denominada de poro pressão
ou pressão neutra e é
Onde:
representada pela letra u.
w = peso específico da água
Zw = profundidade do ponto em
relação ao nível de água

•Quando o solo está saturado,


abaixo do nível d’água a uo   w Z w
pressão é obtida pela equação:
Tensão Efetiva

s  s  uo
' Onde: s’ =tensão efetiva;
s = tensão total;
u = pressão neutra.

Todos os efeitos mensuráveis oriundos da variação do estado de


tensão, tais como compressão e variação da resistência ao
cisalhamento são devido a variação do estado de tensões efetivas.
Tensão Efetiva

s s u
'
Exercício
•Calcule s, uo e s’ para o problema que segue e realize o gráfico da
variação de tensões com a profundidade.

Camada I Camada 2 Camada 3 Camada 4

γd = 17,6 kN/m3 γd =16,5 kN/m3 γsat =20,2kN/m3 γsat =19,9kN/m3


h1=3,6 m h2=2,6 m h3=1,8 m h3=3,0 m
Tensão Efetiva
Tensão Geostática Horizontal
Tensão Geostática Horizontal

Coeficiente de empuxo
em repouso

s  Kos
'
ho
'
vo
Tensão Geostática Horizontal

valores típicos:
K0 = 0,5 solos normalmente adensados
K0 = 3,0 solos pré-adensados e solos compactados

s 'h
K0 
s 'v

Define-se como solo pré-adensado o solo que, no passado, sofreu tensões


maiores das que está submetidas na atualidade, e como solos normalmente
adensados aqueles em que as maiores tensões já suportadas atuam na
atualidade.

Assim sendo o valor de Ko, a uma determinada profundidade depende do:

Tipo de solo
História de tensões
Estado de tensões

Tensões verticais e horizontais num elemento


do solo.
Coeficiente de empuxo em repouso

Baseado em considerações teóricas e, também, em dados


experimentais, Jacky em 1994 propôs a seguinte fórmula
empírica para a previsão do K0.
Para solos granulares grossos

Onde:
’= ângulo de atrito interno efetivo do solo
Cargas Externas
Cargas Externas
Estado de tensões Geral

Tem-se que num plano genérico no interior do subsolo, a tensão atuante


não é necessariamente normal ao plano. Para efeitos de análises, ela
pode ser descomposta numa componente normal e em outra paralela
ao plano.

Onde:
s = tensão normal
 = tensão cisalhante

“Estas duas componentes não


são tensões que possam
Existir individualmente”.
Estado de tensões Geral

As tensões normais são consideradas positivas quando são de


compressão.
As tensões de cisalhamento são positivas quando atuantes no sentido
anti-horário.
Os ângulos também são considerados positivos quando no sentido anti-
horário.
Estado de tensões Geral
z
Componentes de
tensões sz

 zx
 zy

 yx
P
sy
y
 xy  yz
sx  xz

x
Positivo se de compressão
si :
Tensões Normais (s) (sentido oposto à normal ao
plano)
Tensões Cisalhantes ()
 ij : Positivo se dirigido (índice j)
em direção oposta ao eixo j
Tensões Principais

3 s2
s3
2

s1

1
Estado Plano de Tensões
Estado Plano de Tensões
Circulo de Mohr

O estado de tensões em todos os planos passando por


um ponto pode ser representado graficamente num
sistema de coordenadas em que as abscissas são as
tensões normais e as ordenadas são as tensões
cisalhantes.
Circulo de Mohr

s1
s3
s 1 0 0 
s2 s2 0 s 0 
 2 
 0 0 s 3 
s3
s1
n

s3 s2 s1 sn
Circulo de Mohr
Resistência dos solos
Definida como a máxima tensão de cisalhamento que o solo
pode suportar sem sofrer ruptura, ou o a tensão de
cisalhamento do solo no plano em que a ruptura estiver
ocorrendo.

Ruptura em solos excessivo movimento relativo de


partículas. O solo não suporta mais acréscimo de carga.

Existem duas componentes da resistência ao cisalhamento


do solo, as quais são: atrito e coesão.
Resistência por atrito
A resistência por atrito entre as partículas pode ser
simplificadamente demonstrada por analogia com o problema de
deslizamento de um corpo sobre uma superfície plana horizontal.

Sendo:
N= força vertical transmitida pelo corpo.
T= força horizontal necessária para fazer o corpo deslizar fN
f= coeficiente de atrito entre dois materiais.
Resistência por atrito

F

Onde
T= força horizontal necessária para fazer o corpo deslizar.
 = ângulo de atrito, formado pela resultante das duas forças com a
força normal.

“O ângulo de atrito, é o ângulo máximo que a força transmitida pelo corpo a


superfície pode fazer com a normal ao plano de contato sem que ocorra
deslizamento”
Resistência por atrito
O fenômeno de atrito nos solos se diferencia do fenômeno de
atrito entre dois corpos porque o deslocamento se faz
envolvendo um grande número de grãos, podendo eles
deslizarem entre si ou rolarem uns sobre outros,
acomodando-se em vazios que encontrem no percurso.

Determinação da tensão cisalhante:


Seja A= área de contato do corpo com a superfície
Resistência por atrito
Coesão
A resistência ao cisalhamento dos solos é essencialmente
devida ao atrito entre partículas. Entretanto, a atração
química entre estas partículas pode provocar uma resistência
Independiente da tensão normal atuante no plano que
constitui uma coesão real, como se uma cola tivesse sido
aplicada entre os dois corpos.
Coesão
Coesão
Coesão
Coesão
Introdução

Um aumento na tensão causado pela construção


de fundações ou outras cargas comprime as
camadas de solo.
Introdução

Uma massa de solo


esta composto por
três fases: Sólidos,
Água e Ar
Introdução
Introdução
Introdução
Identificação de recalques

Os recalques se manifestam apresentando trincas e


outras patologias estruturais.
Introdução
Identificação de recalques
Introdução
Introdução
Introdução
Introdução

A compressão do solo é causada por:

a) Deformação das partículas do solo;

b) Deslocamento de partículas do solo;

c) Expulsão da água.
Introdução
O recalque do solo causado por cargas e pode ser
dividido em três categorias:

1. O recalque elástico (recalque imediato):


é causado pela deformação elástica do solo seco e dos
solos úmidos e saturados sem qualquer alteração no
teor de umidade.
Introdução

2. O recalque por adensamento primário:

Resultado de uma alteração de volume em solos


coesivos saturados devido à expulsão da água
que ocupa os espaços vazios.
Introdução
3. O recalque por compressão secundária:
Acontece em solos coesivos saturados, é resultado do
ajuste plástico da estrutura do solo.

O recalque de uma fundação pode, então, ser


determinado por:

ST: Sc+Ss+Se
Onde:
ST : recalque total;
Sc : consolidação do recalque primário;
Ss : consolidação do recalque secundário;
Se : recalque elástico.
Recalque Elástico
O recalque elástico ocorre diretamente depois de uma
determinada carga. A magnitude do recalque dependera da
flexibilidade da fundação e do tipo de material sobre o qual
ele é colocado.
Recalque Elástico
O recalque elástico ocorre diretamente depois de uma
determinada carga. A magnitude do recalque dependera da
flexibilidade da fundação e do tipo de material sobre o qual
ele é colocado.
Relações para Cálculo do Recalque Elástico
Recalque por Adensamento - Fundamentos

Em solos arenosos altamente permeáveis, a drenagem causada pelo


aumento da poropressão da água é concluída imediatamente. A
drenagem nos poros é acompanhada por redução de volume na massa
de solo, o que resulta em recalque.
Recalque por Adensamento - Fundamentos

Quando uma camada de argila saturada compressível é submetida a um


aumento de tensão, o recalque elástico acontece imediatamente. Como
a condutividade hidráulica da argila é baixa, o excesso de poropressão
da agua gerado pela carga se dissipa durante um longo período de
tempo.
Recalque por Adensamento - Fundamentos
Hipóteses Simplificadoras
(Teoria de Adensamento Unidimensional de Terzaghi)
•Solo homogêneo;

•Solo saturado;

•Partículas sólidas e água incompressíveis;

•Compressão do solo e fluxo unidimensionais;

•Pequenas deformações (deformações finitas);

•Validade da Lei de Darcy;

•Relação linear entre o índice de vazios e a tensão aplicada;

•Algumas propriedades admitidas constantes durante o processo (k, m; etc);


Recalque por Adensamento - Fundamentos

O cilindro é preenchido com água e tem um pistão estanque e livre de


atrito e uma válvula.
Recalque por Adensamento - Fundamentos

Se colocarmos uma carga P no pistão, e mantivéssemos a válvula


fechada, toda a carga será aplicada na água do cilindro, pois a água
não é compressível. A mola não sofrerá qualquer deformação.
Recalque por Adensamento - Fundamentos

O excesso de pressão hidrostática nesse momento pode ser determinado por:


𝑃
𝞓u:
𝐴

Em geral, podemos escrever: P = Ps + Pw, onde:


Ps: carga suportada pela mola e Pw: carga suportada pela água
Quando a válvula é fechada após aplicar a carga P: Ps = 0 e Pw= P.
Recalque por Adensamento - Fundamentos

Agora, se a válvula for aberta, a água fluirá para fora. Esse fluxo será
acompanhado por uma redução do excesso de pressão hidrostática e um
aumento na compressão da mola.

Ps > 0 e Pw < P
Recalque por Adensamento - Fundamentos

Depois de algum tempo, o excesso de pressão hidrostática chegará a


zero e o sistema atingirá um estado de equilíbrio. Desta forma:
Ps = P e Pw = 0 e
P = Ps + Pw
Recalque por Adensamento - Fundamentos

A tensão total será transmitida à água nos poros e aos sólidos do solo.
Isso significa que a tensão total, 𝞓σ, será dividida de alguma forma entre
a tensão efetiva e a poropressão.
𝞓σ= 𝞓σ’+ 𝞓u
Recalque por Adensamento - Fundamentos

Devido ao fato de que a argila apresenta condutividade hidráulica muito


baixa e devido à água não ser compressível ao esquelo do solo, no
tempo t = 0, toda a Tensão incremental, sera aplicada na água.
Recalque por Adensamento - Fundamentos

A água nos espaços vazios começará a ser extraída e fluirá em ambas


direções para as camadas de areia. Por esse processo, o excesso de
poropressão a qualquer profundidade da camada de argila diminuirá
gradualmente, e tensão efetiva aumentara.
𝞓σ’>0 e 𝞓u< 𝞓σ
Recalque por Adensamento - Fundamentos

Teoricamente, no tempo t=⋈, toda a poropressão da água em excesso


seria dissipada pela drenagem em todos os pontos da camada de argila.
Agora o aumento da tensão total seria aplicada na estrutura do solo.
Ensaio de Adensamento Unidimensional
Norma NBR 12007 – Ensaio de Adensamento Unidimensional

OBJETIVO

Prescreve o método de determinação das propriedades de


adensamento do solo, caracterizadas pela velocidade e magnitude
das deformações, quando o solo é lateralmente confinado e
axialmente carregado e drenado.

Importância para Engenharia

Previsão de recalques: - quanto recalcará?


- em quanto tempo?
Ensaio de Adensamento Unidimensional
Norma NBR 12007 – Ensaio de Adensamento Unidimensional

CÉLULA EDOMÉTRICA OU DE ADENSAMENTO


Ensaio de Adensamento Unidimensional
• O procedimento do ensaio de adensamento unidimensional foi
sugerido, em princípio, por Terzaghi;

• O corpo de prova de solo é colocado dentro de um anel de metal


com duas pedras porosas, uma em cima e outra em baixo;

• A carga é aplicada e são registrados os deslocamentos que


acontecem durante o tempo de aplicação da carga;

• O corpo de prova é mantido sob a água durante o ensaio,


geralmente por 24 horas. Depois disso, a carga é dobrada o que
também dobra a pressão no corpo de prova.
Ensaio de Adensamento Unidimensional
Determinações Preliminares

• Massa da amostra (com resolução de 0,1g);

• Diâmetro interno do anel (com resolução de 0,01mm);

• Altura do anel (com resolução de 0,01mm);

• Massa específica dos grãos do solo (Gs);

• Teor de umidade inicial;

• Massa específica aparente úmida;

• Tipo de amostra: Indeformada (bloco ou amostrador).


Ensaio de Adensamento Unidimensional
Determinações Preliminares

• Massa da amostra (com resolução de 0,1g);

• Diâmetro interno do anel (com resolução de 0,01mm);

• Altura do anel (com resolução de 0,01mm);

• Massa específica dos grãos do solo (Gs);

• Teor de umidade inicial;

• Massa específica aparente úmida;

• Tipo de amostra: Indeformada (bloco ou amostrador).


Ensaio de Adensamento Unidimensional
Detalhes do ensaio
Ensaio de Adensamento Unidimensional
Detalhes do ensaio
Ensaio de Adensamento Unidimensional
Detalhes do ensaio
Ensaio de Adensamento Unidimensional
Anotações Importantes

• Cada estágio de carga é mantido usualmente por um período


de 24 horas;
• O carregamento é realizado por acréscimos contínuos, sendo a
carga seguinte o dobro da carga anterior;
• Para cada incremento de carga se obtém uma curva de
deformação com o tempo
• Para finalizar o ensaio é realizado o descarregamento do corpo
de prova no mínimo em três estágios, sendo tomadas as
leituras de forma análoga aos carregamentos.
• Ao finalizar o descarregamento total, deve-se determinar a
massa e o teor de umidade final do corpo de prova.
Ensaio de Adensamento Unidimensional
O formato geral do gráfico de deformação do corpo de prova em
função do tempo para um dado aumento de carga, esta dividido
em três estágios:

Estagio I:
Compressão inicial;

Estagio II:
Adensamento
primário;

Estagio III:
Adensamento
secundário. Fig 11.8
pag 282 Das
Índice de Vazios – Gráficos de Pressão
Após de traçar os gráficos de tempo-deformação para várias
cargas em laboratório, é necessário estudar a alteração no índice
de vazios do corpo de prova com a pressão.
Índice de Vazios – Gráficos de Pressão
1) Calcule a altura dos sólidos, Hs, na amostra de solo
𝑾𝒔 𝑴𝒔
Hs = =
𝑨 𝑮𝒔 ᵞ𝒘 𝑨 𝑮𝒔 𝝆𝒘
Onde,
Ws: peso seco do corpo de prova;
Ms: Masa seco do corpo de prova;
A: área do corpo de prova;
Gs: peso específico relative de sólidos do solo;
ᵞ𝑤: peso específico da água;
𝜌𝑤: densidade da água.

2) Calcule a altura inicial dos vazios (Hv) como:


Hv = H - Hs
Onde,
H: altura inicial do corpo de prova.
Índice de Vazios – Gráficos de Pressão
3) Calcule o índice de vazios inicial, e0, do corpo de prova:
𝑉𝑣 𝐻𝑣 𝐴 𝐻𝑣
e0 = = =
𝑉𝑠 𝐻𝑠 𝐴 𝐻𝑠

4) Para o primeiro incremento de tensão, σ1 (carga total/área unitária


do corpo de prova), que provoca uma deformação
𝞓H1 calcule a variação do índice de vazios como:
𝞓H1
𝞓e1 =
𝐻𝑠
𝞓H1 = deformação final da amostra depois de 24 horas;
No fina do adensamento σ1 (tensão total) = σ1’ (tensão efetiva)

5) Calcule o novo índice de vazios após o adensamento causado pelo


aumento de pressão como:
e1= e0 - 𝞓e1
Índice de Vazios – Gráficos de Pressão
Para o próximo carregamento σ2, o índice de vazios no fim do
adensamento pode ser calculado por:

∆𝐻2
e2= e1 -
𝐻𝑠

Nesse momento σ2= σ2’, de forma semelhante, é possível obter os


índices de vazios no final do adensamento para todos os incrementos
de carga.

A tensão efetiva σ’ e os índices de vazios correspondents (e) no final


do adensamento são registrados graficamente em papel
semilogaritmico.
Índice de Vazios – Gráficos de Pressão
Argilas normalmente adensadas e
sobreadensadas
Um solo no campo a uma determinada profundidade foi submetido a certa
pressão efetiva máxima passada em sua história geológica.

Esta pressão máxima passada pode ser igual o maior que a pressão efetiva de
sobrecarga no momento que a amostra foi recolhida.

Isso nos leva a duas definições básicas de argila com base no histórico de
tensão:

1. Normalmente adensado: cuja pressão efetiva de sobrecarga atual é a


pressão máxima à qual o solo foi submetido no passado.

2. Sobreadensadas: cuja pressão efetiva de sobrecarga atual é menor que a


pressão à qual o solo tenha sofrido no passado.
Argilas normalmente adensadas e sobreadensadas
Argilas normalmente adensadas e sobreadensadas
Argilas normalmente adensadas e sobreadensadas
Argilas normalmente adensadas e sobreadensadas
Argilas normalmente adensadas e sobreadensadas

Casagrande (1936) sugeriu uma construção gráfica simples para


determinar a pressão de pré-adensamento σ’c, a partir do gráfico de
laboratório e – log σ’.
1. Visualmente estabelesca um ponto
a, em que o gráfico apresente um
raio mínimo de curvatura;

2. Desenhe uma linha horizontal ab;

3. Trace a linha ac tangente em a;

4. Determine a linha ad, bissetriz do


ângulo bac;

5. Projete a parte reta da linha gh do


gráfico e-log σ’, para trás a fim de
interceptor a linha ad em f.
Argilas normalmente adensadas e sobreadensadas

A razão de sobreadensamento (OCR) de um solo é calculada como:

σ’c
OCR=
σ’

σ’c = pressão de pré-adensamento de um corpo de prova;


σ’ = pressão vertical efetiva presente.

Se OCR = 1,0 Normalmente adensada


OCR > 1,0 Sobreadensadas
Efeito do amolgamento na relação de índice de
vazios/pressão

Argilas normalmente adensadas

1. Determine a tensão de pré-


adensamento 𝜎𝑐′ = 𝜎0′ , trace a linha
vertical ab;

2. Calcule o índice de vazios 𝑒0 , trace a


linha horizontal cd;

3. Calcule 0,4𝑒0 e trace a linha ef (f é o


ponto de interseção da linha com a
curva 2);

4. Junte os pontos f e g. Observe que g


é o ponto de interseção das linhas ab
e cd (esta é curva de compressão
virgem)
Efeito do amolgamento na relação de índice de
vazios/pressão
Argilas sobreadensadas
1. A partir da curva 2, determine a pressão
de pré-adensamento 𝜎𝑐′ , trace a linha
vertical ab;

2. Determine a pressão efetiva de sobrecarga


em campo . Trace a linha vertical cd;

3. Determine o índice de vazios 𝑒0 , desenhe


uma linha horizontal fg. O ponto de
interseção das linhas fg e cd é h;

4. Trace uma linha hi, paralela à curva 3. O


ponto de interseção das linhas hi e ab é j;

5. Junte os pontos j e k. O ponto k esta na


curva 2, e a sua ordenada é 0,4 𝑒0
Cálculo do recalque a partir do adensamento
primário unidimensional

Consideremos uma camada de argila saturada de espessura H e área transversal A sob


uma pressão efetiva 𝝈′𝟎 . Devido a um aumento de pressão efetiva, ∆𝝈′ , considere o
recalque primário Sc. Por tanto a variação do volume pode ser determinado por:
𝞓V = 𝑽𝟎 − 𝑽𝟏 = HA - (H-𝑺𝒄 ) A = 𝑺𝒄 A
No entanto, a variação do volume total é igual à variação no volume de vazios ∆𝑉𝑉 ,
𝞓V = 𝑺𝒄 A = 𝑽𝑽𝟎 − 𝑽𝑽𝟏 = ∆𝑽𝒗
Cálculo do recalque a partir do adensamento
primário unidimensional

A partir da definição do índice de vazios (e=Vv/Vs), conclui-se que:

∆𝑽𝒗 = ∆𝒆 𝑽𝒔
Mas
𝑽𝟎 𝑨𝑯
Vs = =
𝟏+𝒆𝟎 𝟏+𝒆𝟎
Cálculo do recalque a partir do adensamento
primário unidimensional

Por tanto das equações anteriores temos:


𝑨𝑯
𝞓V = Sc A = ∆𝒆 𝑽𝒔 = ∆𝒆
𝟏+𝒆𝟎
∆𝒆
Sc = H
𝟏+𝒆𝟎
Cálculo do recalque a partir do adensamento
primário unidimensional
Para argilas normalmente adensadas com uma relação linear de e –
log 𝜎 ′

∆𝒆 = 𝑪𝒄 [log (𝝈′𝟎 + ∆𝝈′ )-log 𝝈′𝟎 ]

Onde 𝑪𝒄 é definida como índice de compressão, com a substituição


de equações temos que:

𝑪𝒄 𝑯 𝝈′𝟎 +∆𝝈′
Sc = log ( ′ )
𝟏+𝒆𝟎 𝝈𝟎
Cálculo do recalque a partir do
adensamento primário unidimensional
Caso 1. Em argilas sobreadensadas 𝝈′𝟎 + 𝞓σ’ ≤ 𝝈′𝒄

𝑪𝒔 𝑯 𝝈′𝟎 +∆𝝈′
Sc = log ( ′ )
𝟏+𝒆𝟎 𝝈𝟎

Onde Cs é chamado índice de expansão.

Caso 2. Se 𝝈′𝟎 + 𝞓σ’ > 𝝈′𝒄

𝑪𝒔 𝑯 𝝈′𝒄 𝑪𝒄 𝑯 𝝈′𝟎 +∆𝝈′


Sc = log ( ′) + log ( ′ )
𝟏+𝒆𝟎 𝝈𝟎 𝟏+𝒆𝟎 𝝈𝟎
Cálculo do recalque a partir do
adensamento primário unidimensional

• Cálculo de 𝑪𝒄 (ramo de carregamento):


𝒆𝒏 − 𝒆𝒏+𝟏
𝑪𝒄 = 𝝈′𝒏+𝟏
𝒍𝒐𝒈 𝒏

• Cálculo de 𝑪𝑺 (ramo de descarregamento):


𝒆𝒏 − 𝒆𝒏+𝟏
𝑪𝒔 = 𝝈′𝒏+𝟏
𝒍𝒐𝒈 𝒏
Recalque por compressão secundaria
No final do adensamento
primário (após a dissipação
total do excesso de
poropressão da água), é
observado certo recalque
devido a um ajuste plástico
da estrutura do solo.

Durante a compressão
secundária, o gráfico de
deformação em relação ao
tempo é praticamente linear
Recalque por compressão secundaria
Taxa temporal de adensamento
O tempo necessário para uma determinada percentagem de recalque
é calculado da seguinte forma:
𝑻𝒗 𝑯𝟐𝒅𝒓
𝒕𝒏 =
𝑪𝒗
Onde,
• 𝒕𝒏 : tempo para uma determinada percentagem de recalque;
• 𝑻𝒗 : Fator tempo (adimensional) cálculado da seguinte forma:
Π 𝑈% 2
Para U = 0 até 60%, 𝑻𝒗 = ( )
4 100
Para U > 60% 𝑻𝒗 = 1,781 – 0,933 log (100 – U%)
U: grau de adensamento (percentagem de recalque);
• 𝑯𝒅𝒓 : comprimento do camino de drenagem máximo;
• 𝑪𝒗 : Coeficiente de adensamento.
Taxa temporal de adensamento
Cálculo Coeficiente de adensamento (𝑪𝒗 )

No método da raiz quadrada do tempo é feito


um gráfico da deformação em função da raiz
quadrada do tempo para o incremento de
carga.

1. Desenhe uma linha AB através da parte


inicial da curva;

2. Desenhe uma linha AC de forma que 𝑂𝐶 =


1,15 𝑂𝐵. A abscisa do ponto D, que é a
intersecção entre AC e a curva de
adensamento, fornece a raíz quadrada do
tempo para 90% de adensamento ( 𝑡90 ).

3. Para 90% de adensamento 𝑇90 = 0,848


𝑪 𝑡
𝑇90 = 0,848 = 𝒗 2 90
𝐻𝑑𝑟
Métodos para acelerar o recalque por
adensamento

Drenos de Areia
Métodos para acelerar o recalque por
adensamento

Dreno vertical
pré-fabricado
(PVD)
Métodos para acelerar o recalque por
adensamento
Métodos para acelerar o recalque por
adensamento
Métodos para acelerar o recalque por
adensamento

Redução da pressão de poros através do abatimento do lençol freático


Métodos para acelerar o recalque por adensamento
BIBLIOGRAFÍA

• Das, B.M. (1990). Fundamentos de engenharia geotécnica.


Tradução da 6. Ed americana. São Paulo: Thomson Learning, 562p
• Lambe, T.W & Whitman, R.V (1969). Soil Mechanics, John Wiley
& Sons, New York, 553p
• Lambe, T.W & Whitman, R.V (1979). Mecánica de Suelos,
Limusa, México, 582p
• Pinto, C.S (2000). Curso Básico de Mecânica dos Solos. 2 Ed.
Oficina de textos, São Paulo, SP, 355p
• Caputo, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações [v.2].
Livro técnico, 1981.
• Gerscovich, D.M.S (2012). Estabilidade de taludes. Oficina de
textos, São Paulo, SP, 166p

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