Você está na página 1de 20

UNIDADE III

RESISTÊNCIA AO
CISALHAMENTO DOS
SOLOS
Eng.º Ronaldo Paulo Sérgio
INTRODUÇÃO
Qualquer obra de engenharia que envolve conhecimentos geotécnicos deve
necessariamente responder a pergunta, pode ocorrer a ruptura? Para respondê-la,
deve-se equacionar diversas solicitações envolvidas na obra e verificar se o solo
resiste a estas solicitações, determinando-se a resistência ao cisalhamento
mobilizada pelo solo.

Portanto, qualquer ponto no interior de uma massa de solo é solicitado por


forças devido ao peso próprio do solo e as forças externas aplicadas. Os esforços
resistentes do solo são chamados de tensões, cuja intensidade é medida pela
força por unidade de área.

2
INTRODUÇÃO
A ruptura de um solo, representada de maneira ideal, se produz por cisalhamento
ao longo de uma superfície de ruptura, ocorre o deslizamento de uma parte do
maciço sobre uma zona de apoio que permanece fixa. A lei de cisalhamento é a
relação que une, no momento da ruptura e ao longo da superfícies de ruptura a
tensão normal ou tensão de compressão (σ) e a tensão tangencial ou tensão de
cisalhamento (τ), conforme esta representado na figura seguintes.

3
INTRODUÇÃO

4
INTRODUÇÃO

5
INTRODUÇÃO

6
INTRODUÇÃO
A resistência ao cisalhamento de um solo em qualquer direcção é a tensão de
cisalhamento máxima que pode ser aplicada à estrutura do solo naquela
direcção. Quando este máximo é atingido, diz-se que o solo rompeu, tendo sido
totalmente mobilizada a resistência do solo.

Os problemas de resistência dos solos são usualmente analisados empregando-se


os conceitos do "equilíbrio limite", o que implica considerar o instante de
ruptura, quando as tensões actuantes igualam a resistência do solo, sem atentar
para as deformações.

7
INTRODUÇÃO
Exemplos típicos onde a determinação da resistência ao cisalhamento do solo é
que condiciona o projecto, são as análises de estabilidade de taludes (aterros e
cortes), empuxos sobre muros de arrimo ou qualquer estrutura de contenção,
capacidade de carga de sapatas e estacas.

O factor de segurança (F) contra a ruptura é calculado como a razão entre as


forças estabilizadoras (coesão e ângulo de atrito interno) e as forças
instabilizadoras:

F = forças estabilizadoras / forças instabilizadoras


8
TENSÕES NO SOLO
Os problemas de resistência dos solos são usualmente analisados empregando-se
os conceitos do “equilíbrio limite”, o que implica considerar o instante de
ruptura, quando as tensões actuantes igualam a resistência do solo, sem atentar
para as deformações.

Em qualquer ponto da massa do solo existem três planos ortogonais onde as


tensões cisalhastes são nulas. Estes planos são chamados “planos principais de
tensões”.

9
TENSÕES NO SOLO
Portanto, as tensões normais recebem o nome de tensões principais, onde a
maior das tensões actuantes é chamada tensão principal maior (σ1), a menor é
chamada tensão principal menor (σ3), e a terceira é chamada tensão principal
intermediária (σ2).

Em Mecânica dos Solos, normalmente, despreza-se a tensão principal


intermediária (σ2). Embora “σ2” influencie na resistência ao cisalhamento dos
solos, seus efeitos não são perfeitamente compreendidos.

10
TENSÕES NO SOLO

11
TENSÕES NO SOLO
A maior parte dos problemas de Mecânica dos Solos permitem soluções
considerando um estado de tensões no plano, isto é, trabalha-se com um estado
plano de tensões ou estado duplo de tensões. Admitindo-se esta simplificação,
trabalha-se somente com as tensões actuantes em duas dimensões. Mais
especificamente procura-se o estado de tensões no plano que contêm as tensões
principais σ1 e σ3.

Conhecida a magnitude e direcção de σ1 e σ3 é possível encontrar as tensões


normal e cisalhante em qualquer outra direcção, conforme as equações
desenvolvidas a seguir, como mostra a Figura 9.3.

12
TENSÕES NO SOLO

13
TENSÕES NO SOLO

Figura 9.3 – Determinação das tensões actuantes no plano.

14
TENSÕES NO SOLO
Σ Forças na direcção de “τα” (tangencial ao plano bb)

τα . A = σ1 . A . cos α . sen α - σ3 . A . sen α . cos α


τα = (σ1 - σ3 ) . cos α . sen α I.T. → cos α . sen α
= sen 2 α

15
TENSÕES NO SOLO
Σ Forças na direcção de “σα” (normal ao plano bb)

σα . A = σ1 . A . cos α . cos α + σ3 . A . sen α . sen α


σα = σ1 . cos2 α + σ3 . sen2 α

16
CÍRCULO DE MOHR
O estado de tensões em todos os planos passando por um ponto podem ser
representados graficamente em um sistema de coordenadas em que as abcissas
são as tensões normais (σ) e as ordenadas são as tensões de cisalhamento (τ),
conforme a Figura 9.4.

O círculo de Mohr tem seu centro no eixo das abcissas. Desta forma, ele pode
ser construído quando se conhecerem as duas tensões principais, ou as tensões
normais e de cisalhamento em dois planos quaisquer.

17
CÍRCULO DE MOHR
Conhecendo-se σ1 e σ3 traça-se o círculo de Mohr. A inclinação (α) do plano
principal maior (PPM), permite determinar o ponto P (pólo), traçando-se por σ1
uma recta com esta inclinação.

Procedimento idêntico pode ser utilizado traçando-se por σ3 uma paralela ao


plano principal menor (ppm). A Figura 9.5 mostra como determinar o pólo e as
tensões na ruptura. Qualquer linha recta traçado através do pólo ou origem dos
planos (ponto P) interseccionará o circulo em um ponto que representa as
tensões sobre um plano inclinado de mesma direcção desta linha.

18
CÍRCULO DE MOHR

Figura 9.4 - Representação do estado de tensões através do diagrama de


Mohr.
19
CÍRCULO DE MOHR
A resultante de “τ” e “σ” no plano bb é: OA = R = τ 2 +σ 2 ; e tem uma
obliquidade “θ” igual a tg θ = τ / σ.

20

Você também pode gostar