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FAENG – FACULDADE DE ENGENHARIAS, ARQUITETURA E URBANISMO E

GEOGRAFIA

JOÃO VITOR RIBEIRO DE SOUZA

TRABALHO I – FUNDAÇÕES I

Campo Grande/MS

2022

JOÃO VITOR RIBEIRO DE SOUZA

0
TRABALHO 1 – DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES RASAS
UTILIZANDO O MÉTODO DE TERZAGHI

Trabalho de grande importância para um bom


aproveitamento e aprovação na disciplina de
Fundações I do Curso de Graduação em
Engenharia Civil da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul.

Orientador(a): Prof.º José Otávio Eleutério.

Campo Grande – MS

2022

1
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................3
2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA.......................................................... 5
3. METODOLOGIA........................................................................................6
4. PERFIL GEOTÉCNICO..............................................................................8
5. MEMORIAL DE CÁLCULO.....................................................................10
6. CONCLUSÃO............................................................................................21
7. REFERÊNCIAS........................................................................................22
8. ANEXOS...................................................................................................23

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INTRODUÇÃO

A fundação de uma estrutura é o último elo entre a construção e o solo, é ela a responsável por
transmitir os esforços da supraestrutura ao terreno.
A NBR 6122/2019 define fundação superficial como sendo: “elemento de fundação cuja base
está assentada em profundidade inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação, recebendo
aí as tensões distribuídas que equilibram a carga aplicada”.
As fundações rasas podem ser divididas em 2 tipos, blocos e sapatas sendo a principal diferença
entre as duas a presença de armadura na segunda.
Utilizando o esquema da figura 1 é possível identificar a menor dimensão de uma sapata
representada por B, além da profundidade de assentamento (D) que foi definida anteriormente
como sendo menor ou igual 2 vezes o valor de B.

Figura 1 – Esquema de uma sapata isolada

Fonte: BASTOS, 2019

“A sapata isolada é a mais comum nas edificações, sendo aquela que transmite ao solo as ações
de um único pilar. As formas que a sapata isolada pode ter, em planta, são muito variadas, mas
a retangular é a mais comum, devido aos pilares retangulares.” (BASTOS,2019)
A figura 3 mostra todas as ações que podem ocorrer em uma sapata, são elas: força normal (N),
momento fletor (M) e força horizontal (H).

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Figura 2 – Ações em uma sapata

Fonte: BASTOS, 2019

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DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

Foram fornecidos três perfis de sondagem de simples reconhecimento do solo com SPT (em
anexo), localizados conforme indicado na planta abaixo:

Figura 3 – Localização dos ensaios SPT no terreno

Fonte: SLIDES PROFESSOR

Além disso, foi utilizado como base a planta de locação da obra com os pilares e seus respectivos
carregamentos indicados.

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METODOLOGIA

Para o cálculo das fundações foi utilizado a formulação de capacidade de carga de Terzaghi. O
mecanismo de ruptura de um maciço de solo onde se apoia uma fundação do tipo direta é
mostrado na figura 3.

Figura 4 – Esquema das diferentes regiões de ruptura de um maciço de solo

Fonte: APOSTILA UFC


Pode-se observar que a superfície potencial de ruptura do solo é composta por três diferentes
zonas:
ZONA I (zona ativa): cunha imediatamente abaixo do elemento de fundação, onde a superfície
de ruptura é delimitada por um trecho reto;
ZONA II (zona de cisalhamento): apresenta a superfície potencial de ruptura na forma de uma
espiral logarítmica, e está submetida a um estado de tensões passivas;
ZONA III (zona passiva): caracterizada pela superfície potencial de ruptura delimitada por um
trecho reto, e pela cunha formada estar submetida a um estado de tensões passivas.
Terzaghi em 1943 apresentou uma metodologia para o cálculo da capacidade de carga de
fundações superficiais que tem como principais hipóteses (Cintra, 2003):
• Comprimento L do elemento de fundação bem maior que a largura B (L/B > 5);
• Profundidade de assentamento inferior à largura da sapata (D ≤ B), significando a
desconsideração da resistência ao cisalhamento da camada de solo sobrejacente à cota de
assentamento da sapata;
• Consideração do solo como sendo um material semi-infinito, homogêneo, isotrópico, sem
peso e de ruptura rígida-plástica;
• A resistência do solo acima da fundação é negligenciável.
• O solo acima da base da fundação pode ser trocado por uma pressão devida à sobrecarga (=
.D);
A fórmula para capacidade de carga última é dada por:
𝑞𝑢𝑙𝑡 = 𝑐. 𝑁𝑐 . 𝑠𝑐 + 𝑞. 𝑁𝑞 + 0,5. 𝛾. 𝐵. 𝑁𝛾 . 𝑠𝛾 (1)
Onde:
Nc, Nq e N: coeficientes de capacidade de carga;
sc e s: fatores de forma;
6
c: coesão do solo;
q: pressão efetiva;
: peso específico do solo;
B: menor dimensão da sapata;

Sendo valores dos coeficientes de capacidade de carga obtidos através da tabela abaixo:
Tabela 1 – Parâmetros de capacidade de carga

Fonte: BOWLES,1988

Enquanto os fatores de forma são dados de acordo com:

Tabela 2 – Fatores de forma

Fonte: BOWLES, 1988

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PERFIL GEOTÉCNICO

Para o traçado do perfil geotécnico foi feito um corte conforme indicado na figura 5.

Figura 5 – Corte para traçado do perfil geotécnico do solo

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

O perfil geotécnico foi feito com base nos três ensaios de SPT fornecidos e é apresentado a
seguir:

Figura 6 – Perfil geotécnico do solo analisado

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

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O solo é em sua totalidade é argilo siltoso, variando apenas a sua cor, mais vermelho
amarronzada nos cantos do terreno enquanto totalmente vermelho no centro, além de é claro
variar a resistência conforme a profundidade. O ensaio SPT foi parado em uma profundidade
de 9m no primeiro ensaio, e a 10m nos dois subsequentes demostrando ser um solo uniforme
quando avaliado a resistência a penetração. O ensaio não atingiu o nível d’água.

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MEMORIAL DE CÁLCULO

→ Considerações Iniciais

Para dar início aos cálculos foram adotados uma largura de sapata inicial (B0) igual a 1m, e uma
profundidade de assentamento (D) igual a 2m para uma sapata quadrada, todos os
carregamentos foram considerados como centralizados, sem excentricidade.

→ Cálculo do NSPT

Feitas essas considerações se calcula o NSPTméd. A faixa de solo a ser considerada no cálculo
desse parâmetro é a que vai da base da sapata (2m) até o nível que é dado por:
𝐶 = 𝐷 + 2. 𝐵 (2)
Sendo:
𝐶: 𝑐𝑜𝑡𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑎 𝑠𝑒𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑁SPTméd;
𝐷: 𝑐𝑜𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑠𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎;
𝐵: 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑎 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎;
𝐶 = 2 + 2.2 = 4𝑚
Logo, a faixa a ser considerada para o cálculo do NSPTméd está entre 2 e 4m de profundidade.
Avaliando os perfis adota-se o mais desfavorável, ou seja, aquele com menores valores de N
(número de golpes), nesse caso o SP 03.
Calculando têm-se:
∑𝑁 (𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝐷 𝑒 𝐶)
𝑁𝑆𝑃𝑇𝑚é𝑑 = (3)
𝑛º 𝑑𝑒 𝑁 ′ 𝑠
6+7+8
𝑵𝑺𝑷𝑻𝒎é𝒅 = =𝟕
3

Com esse valor é possível agora estimar os demais valores.

→ Consistência da argila
Tabela 3 – Compacidade e consistência de areias e argilas

Fonte: NBR 6484,2020


Com base na tabela 1 é possível classificar o solo que está sendo analisado como uma argila
siltosa de consistência média.
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→ Cálculo do ângulo de atrito (’)
𝜑 ′ = 28° + 0,4. 𝑁𝑆𝑃𝑇 (𝐺𝑂𝐷𝑂𝑌, 1983) (4)
𝜑 ′ = 28° + 0,4.7 = 30,8°
𝜑 ′ = √20°. √𝑁𝑆𝑃𝑇 + 15° (𝑇𝐸𝑋𝐸𝐼𝑅𝐴, 1996) (5)
𝜑 ′ = √20°. √7 + 15° = 26,8°
Fazendo uma média entre esses dois valores tem-se:
30,8° + 26,8°
𝝋′ = = 𝟐𝟖, 𝟖°
2

→ Peso específico do material ()


Tabela 4 – Peso específico de argilas

Fonte: GODOY,1982
Com o auxílio da tabela 2 se obtém o peso específico da argila em questão:
𝜸 = 𝟏𝟕𝒌𝑵/𝒎³

→ Cálculo do Su

A forma mais fidedigna de se obter a resistência não drenada (Su) do solo seria por meio do
ensaio de palheta (vane test), porém como não foi realizado esse ensaio se obtém de maneira
indireta utilizando o SPT:
𝑐 = 𝑆𝑢 = 10. 𝑁𝑆𝑃𝑇 (𝑇𝐸𝑋𝐸𝐼𝑅𝐴, 1996) (6)
𝑆𝑢 = 10.7 = 𝟕𝟎𝒌𝑷𝒂
Outra maneira de se obter a coesão da argila, é por meio de tabela.

Tabela 5– Coesão das argilas

Fonte: OLIVEIRA FILHO,1988


Interpolando tem-se:

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SPT Coesão
6 ---------- 26kPa
7 ---------- c
10 ---------- 50kPa
𝒄 = 𝟑𝟐𝒌𝑷𝒂

Para uma condição não drenada c=Su.

→ Parâmetro c’

A coesão efetiva do solo não possui nenhuma relação direta com o SPT, para determiná-la
fidedignamente seriam necessários alguns ensaios complementares como o ensaio triaxial ou
de cisalhamento direto. Por isso esse parâmetro será adotado como sendo igual a 5kPa.

→ Cálculo da qult
𝑞𝑢𝑙𝑡 = 𝑐. 𝑁𝑐 . 𝑠𝑐 + 𝑞. 𝑁𝑞 + 0,5. 𝛾. 𝐵. 𝑁𝛾 . 𝑠𝛾 𝑇𝐸𝑅𝑍𝐴𝐺𝐻𝐼 (1943, 1967) (1)

Dados:
NSPTméd = 7
’ = 28,8
c’ = 5kPa
 = 17kN/m³
B0 = 1,0m
D = 2,0m
sc= 1,3
s = 0,8

− Cálculo do q
𝑞 = 𝐷. 𝛾 (7)

𝑘𝑁
𝑞 = 2.17 = 34
𝑚2

− Valores de Nc, Nq e N
Os valores dos parâmetros Nc, Nq e N são obtidos através da tabela 1:
Para ’= 28,8, interpola-se os dados obtendo-se:
𝑁𝑐 = 34,3
𝑁𝑞 = 20,15
𝑁 = 17,3
Aplicando os dados na fórmula:
𝑞𝑢𝑙𝑡 = 5.34,3.1,3 + 34.20,15 + 0,5.17.1.17,3.0,8

𝒒𝒖𝒍𝒕 = 𝟏𝟎𝟐𝟓, 𝟔𝟗 𝒌𝑷𝒂


→ Cálculo da qadm
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Para o cálculo do qadm adota-se um fator de segurança igual a 3, conforme tabela 4.

Tabela 6 – Fatores de segurança e coeficientes de ponderação para solicitações de compressão

Fonte: NBR 6122,2019

𝑞𝑢𝑙𝑡
𝑞𝑎𝑑𝑚 = (8)
𝐹𝑆
1025,69
𝑞𝑎𝑑𝑚 = = 𝟑𝟒𝟏, 𝟗𝟎 𝒌𝑷𝒂
3

→ Cálculo das áreas das sapatas

𝑃
𝑞𝑎𝑑𝑚 = (9)
𝐴
𝑃
𝐴=
𝑞𝑎𝑑𝑚
Fazendo essa relação para todas as cargas do projeto tem-se:

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Tabela 7 – Relação das áreas necessárias das sapatas

PILAR SEÇÃO (cm x cm) CARGA MÁX (kN) ÁREA (m²)


P1 14X30 28 0,08
P2 14X30 61 0,18
P3 14X26 24 0,07
P4 15X30 65 0,19
P5 14X30 36 0,11
P6 19X30 56 0,16
P7 15X30 70 0,20
P8 14X35 83 0,24
P9 19X35 117 0,34
P10 14X30 74 0,22
P11 14X30 106 0,31
P12 14X30 51 0,15
P13 19X30 193 0,56
P14 14X40 72 0,21
P15 14X35 67 0,20
P16 19X35 131 0,38
P17 15X40 134 0,39
P18 14X30 74 0,22
P19 14X30 124 0,36
P20 14X30 53 0,16
P21 14X30 98 0,29
P22 19X35 126 0,37
P23 14X26 61 0,18
P24 14X30 52 0,15
P25 14X30 79 0,23
P26 14X30 120 0,35
P27 15X30 115 0,34
P28 14X30 61 0,18
P29 14X30 68 0,20
P30 14X30 180 0,53
P31 14X30 115 0,34
P32 19X35 131 0,38
P33 15X30 123 0,36
P34 19X35 180 0,53
P35 19X30 144 0,42
P36 19X30 26 0,08

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA


Como pode-se observar, todas as áreas resultaram em valores menores que 1m², valor arbitrado
inicialmente considerando uma sapata quadrada com B = 1m.
Nota-se que as sapatas estão superdimensionadas, por conta disso uma redução se faz
necessária. Considerando que a menor dimensão de uma sapata segundo a NBR 6122/2019 é
igual a 60cm adotou-se a medida de 60x60cm para sapatas com áreas menores que 0,36m² e
adotou-se a medida de 80x80cm para as demais sapatas.

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Tabela 8 – Seções adotadas para as sapatas

PILAR SEÇÃO (cm x cm) SEÇÃO SAPATA CALCULADA (mxm) SEÇÃO SAPATA ADOTADA (mxm)
P1 14X30 0,29x0,29 0,6x0,6
P2 14X30 0,42x0,42 0,8x0,8
P3 14X26 0,26x0,26 0,8x0,8
P4 15X30 0,44x0,44 0,8x0,8
P5 14X30 0,32x0,32 0,8x0,8
P6 19X30 0,40x0,40 0,8x0,8
P7 15X30 0,45x0,45 0,8x0,8
P8 14X35 0,49x0,49 0,8x0,8
P9 19X35 0,58x0,58 0,8x0,8
P10 14X30 0,47x0,47 0,8x0,8
P11 14X30 0,56x0,56 0,8x0,8
P12 14X30 0,39x0,39 0,8x0,8
P13 19X30 0,75x0,75 0,8x0,8
P14 14X40 0,46x0,46 0,8x0,8
P15 14X35 0,44x0,44 0,8x0,8
P16 19X35 0,62x0,62 0,8x0,8
P17 15X40 0,63x0,63 0,8x0,8
P18 14X30 0,47x0,47 0,8x0,8
P19 14X30 0,60x0,60 0,8x0,8
P20 14X30 0,39x0,39 0,8x0,8
P21 14X30 0,54x0,54 0,8x0,8
P22 19X35 0,61x0,61 0,8x0,8
P23 14X26 0,42x0,42 0,8x0,8
P24 14X30 0,39x0,39 0,8x0,8
P25 14X30 0,48x0,48 0,8x0,8
P26 14X30 0,59x0,59 0,8x0,8
P27 15X30 0,58x0,58 0,8x0,8
P28 14X30 0,42x0,42 0,8x0,8
P29 14X30 0,45x0,45 0,8x0,8
P30 14X30 0,73x0,73 0,8x0,8
P31 14X30 0,58x0,58 0,8x0,8
P32 19X35 0,62x0,62 0,8x0,8
P33 15X30 0,60x0,60 0,8x0,8
P34 19X35 0,73x0,73 0,8x0,8
P35 19X30 0,65x0,65 0,8x0,8
P36 19X30 0,28x0,28 0,8x0,8
Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Com as seções adotadas, agora se calculam as novas profundidades de assentamento (que


inicialmente foram arbitradas como sendo igual a 2m), através da equação:
𝐷 = 2. 𝐵 (10)
Juntamente com esse cálculo é preciso estabelecer uma nova faixa de análise do SPT para
calcular novamente o valor do 𝑁𝑆𝑃𝑇𝑚é𝑑 , pois a profundidade de assentamento (D) e a menor
dimensão da sapata(B) foram alteradas. Recorre-se novamente as equações (1) e (2):
Para o pilar 1 por exemplo: 𝐶 = 1,2 + 2.0,6 = 2,4m → logo, a faixa considerada vai de 1,2 a
2,4m. O SPT médio vale:

15
4+5
𝑵𝑺𝑷𝑻𝒎é𝒅 = = 𝟒, 𝟓
2
Tabela 9 – Novas profundidades de assentamento e novos Nsptméd

SEÇÃO ADOTADA NOVA PROFUNDIDADE FAIXA DE CONSIDERAÇÃO SONDAGEM


PILAR NSPT
P/ SAPATA (mxm) DE ASSENTAMENTO (m) DO SPT MAIS DESFAVORÁVEL
P1 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P2 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P3 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P4 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P5 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P6 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P7 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P8 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P9 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P10 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P11 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P12 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P13 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,3333333 SP 02
P14 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P15 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P16 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,3333333 SP 02
P17 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,3333333 SP 02
P18 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P19 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,3333333 SP 02
P20 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P21 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P22 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,3333333 SP 02
P23 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P24 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P25 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P26 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P27 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P28 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P29 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P30 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,3333333 SP 02
P31 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P32 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,3333333 SP 02
P33 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01
P34 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,3333333 SP 02
P35 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,3333333 SP 02
P36 0,6x0,6 1,2 1,2 a 2,4 m 4,5 SP 01

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Apesar da norma NBR 6122 de 2019 não estabelecer um valor mínimo de NSPT para a execução
de fundações rasas é adotado um valor prático de 5 como base. Percebe-se que várias sapatas
não conseguiram atingir esse valor mínimo, por isso se faz necessário novas alterações nas
seções. Adota-se como alternativa o aumento das seções que tiveram o NSPT “reprovado”, o que
acarreta na alteração da profundidade de assentamento (equação (10)), e por consequência
modificaçao do número de golpes médio considerado.

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Tabela 10 – Novas profundidades de assentamento e novos Nsptméd
SEÇÃO ADOTADA PROFUNDIDADE DE FAIXA DE CONSID. SONDAGEM
PILAR NSPT
P/ SAPATA (mxm) ASSENTAMENTO (m) DO SPT MAIS DESFAVORÁVEL
P1 0,6x0,6 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P2 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P3 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P4 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P5 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P6 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P7 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P8 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P9 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P10 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P11 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P12 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P13 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P14 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P15 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P16 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P17 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P18 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P19 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P20 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P21 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P22 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P23 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P24 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P25 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P26 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P27 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P28 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P29 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P30 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P31 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P32 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P33 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P34 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P35 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02
P36 0,8x0,8 1,6 1,6 a 3,2m 6,33333 SP 02

Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Finalmente se obteve um valor de NSPT maior que o mínimo para todos os carregamentos.
Agora é necessário refazer o cálculo da tensão última e da tensão admissível suportada pelo
solo, pois tais valores dependem diretamente de parâmetros como B e D, além do que Nc, Nq e
N variam conforme o ângulo de atrito (’), que por sua vez é fator do NSPT que foi calculado
como sendo 7 no início e agora foi alterado para 6,33.

→ Cálculo do novo ângulo de atrito (’)


𝜑 ′ = 28° + 0,4. 𝑁𝑆𝑃𝑇

𝜑 = 28° + 0,4.6,33 = 30,53°
𝜑 ′ = √20°. √𝑁𝑆𝑃𝑇 + 15°
𝜑 ′ = √20°. √6,33 + 15° = 26,25°

17
Fazendo uma média entre esses dois valores tem-se:
30,53° + 26,25°
𝝋′ = = 𝟐𝟖, 𝟑𝟗°
2
→ Peso específico do material ()
O peso especíico do material se mantem o mesmo segundo a tabela 4:
𝜸 = 𝟏𝟕𝒌𝑵/𝒎³
→ Cálculo do Su
𝑐 = 𝑆𝑢 = 10. 𝑁𝑆𝑃𝑇
𝑆𝑢 = 10.6,33 = 𝟔𝟑, 𝟑𝟑𝒌𝑷𝒂
Utilizando a tabela 3, interpolando para o valor de 6,33 do NSPT:
𝒄 = 𝑺𝒖 = 𝟐𝟖𝒌𝑷𝒂
→ Parâmetro c’

Continua sendo estimado como 5kPa.

→ Cálculo da qult
𝑞𝑢𝑙𝑡 = 𝑐. 𝑁𝑐 . 𝑠𝑐 + 𝑞. 𝑁𝑞 + 0,5. 𝛾. 𝐵. 𝑁𝛾 . 𝑠𝛾

Dados:
NSPTméd = 6,33
’ = 28,4
c’ = 5kPa
 = 17kN/m³
B0 = 0,8m
D = 1,6m
sc= 1,3
s = 0,8

− Cálculo do q
𝑞 = 𝐷. 𝛾 (7)
𝒌𝑵
𝑞 = 1,6.17 = 𝟐𝟕, 𝟐
𝒎𝟐

− Valores de Nc, Nq e N
Os valores dos parâmetros Nc, Nq e N são obtidos através da tabela 3
Para ’= 28,4, interpola-se os dados obtendo-se:
𝑁𝑐 = 33,33
𝑁𝑞 = 19,36
𝑁 = 16,50
Aplicando os dados na fórmula:
𝑞𝑢𝑙𝑡 = 5.33,33.1,3 + 27,2.19,36 + 0,5.17.0,8.16,5.0,8

𝒒𝒖𝒍𝒕 = 𝟖𝟑𝟑, 𝟎𝟗𝒌𝑷𝒂

18
→ Cálculo das áreas das sapatas

Utiliza-se a equação (9) para calcular novamente as áreas mínimas das sapatas.
Tabela 11 – Seções das sapatas para o novo valor de qadm

PILAR SEÇÃO (cm x cm) ÁREA (m²) SEÇÃO DA SAPATA (mxm)


P1 14X30 0,10 0,32x0,32
P2 14X30 0,22 0,47x0,47
P3 14X26 0,09 0,29x0,29
P4 15X30 0,23 0,48x0,48
P5 14X30 0,13 0,36x0,36
P6 19X30 0,20 0,45x0,45
P7 15X30 0,25 0,50x0,50
P8 14X35 0,30 0,55x0,55
P9 19X35 0,42 0,65x0,65
P10 14X30 0,27 0,52x0,52
P11 14X30 0,38 0,62x0,62
P12 14X30 0,18 0,43x0,43
P13 19X30 0,70 0,83x0,83
P14 14X40 0,26 0,51x0,51
P15 14X35 0,24 0,49x0,49
P16 19X35 0,47 0,69x0,69
P17 15X40 0,48 0,69x0,69
P18 14X30 0,27 0,52x0,52
P19 14X30 0,45 0,67x0,67
P20 14X30 0,19 0,44x0,44
P21 14X30 0,35 0,59x0,59
P22 19X35 0,45 0,67x0,67
P23 14X26 0,22 0,47x0,47
P24 14X30 0,19 0,43x0,43
P25 14X30 0,28 0,53x0,53
P26 14X30 0,43 0,66x0,66
P27 15X30 0,41 0,64x0,64
P28 14X30 0,22 0,47x0,47
P29 14X30 0,24 0,49x0,49
P30 14X30 0,65 0,81x0,81
P31 14X30 0,41 0,64x0,64
P32 19X35 0,47 0,69x0,69
P33 15X30 0,44 0,67x0,67
P34 19X35 0,65 0,81x0,81
P35 19X30 0,52 0,72x0,72
P36 19X30 0,09 0,31x0,31
Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Nota-se que 3 carregamentos extrapolam a área anteriormente adotada (Tabela 8), por isso é
necessário aumentar a área dessas sapatas, sendo adotado seções de 0,9mx0,9m ao invés de
0,8mx0,8m. Juntamente já se calcula utilizando a equação (10) as profundidades de
assentamento dessas três sapatas, que vão ser iguais a:
𝐷 = 2. 𝐵
𝐷 = 2.0,9 = 𝟏, 𝟖𝒎
19
Tabela 12 – Seções finais das sapatas

SEÇÃO DA SAPATA SEÇÃO ADOTADA PROFUNDIDADE DE ASSENTAMENTO


PILAR SEÇÃO (cm x cm) ÁREA (m²)
CALCULADA (mxm) P/ SAPATA (mxm) DA SAPATA (m)
P1 14X30 0,32x0,32 0,8x0,8 1,6 0,64
P2 14X30 0,47x0,47 0,8x0,8 1,6 0,64
P3 14X26 0,29x0,29 0,8x0,8 1,6 0,64
P4 15X30 0,48x0,48 0,8x0,8 1,6 0,64
P5 14X30 0,36x0,36 0,8x0,8 1,6 0,64
P6 19X30 0,45x0,45 0,8x0,8 1,6 0,64
P7 15X30 0,50x0,50 0,8x0,8 1,6 0,64
P8 14X35 0,55x0,55 0,8x0,8 1,6 0,64
P9 19X35 0,65x0,65 0,8x0,8 1,6 0,64
P10 14X30 0,52x0,52 0,8x0,8 1,6 0,64
P11 14X30 0,62x0,62 0,8x0,8 1,6 0,64
P12 14X30 0,43x0,43 0,8x0,8 1,6 0,64
P13 19X30 0,83x0,83 0,9x0,9 1,8 0,81
P14 14X40 0,51x0,51 0,8x0,8 1,6 0,64
P15 14X35 0,49x0,49 0,8x0,8 1,6 0,64
P16 19X35 0,69x0,69 0,8x0,8 1,6 0,64
P17 15X40 0,69x0,69 0,8x0,8 1,6 0,64
P18 14X30 0,52x0,52 0,8x0,8 1,6 0,64
P19 14X30 0,67x0,67 0,8x0,8 1,6 0,64
P20 14X30 0,44x0,44 0,8x0,8 1,6 0,64
P21 14X30 0,59x0,59 0,8x0,8 1,6 0,64
P22 19X35 0,67x0,67 0,8x0,8 1,6 0,64
P23 14X26 0,47x0,47 0,8x0,8 1,6 0,64
P24 14X30 0,43x0,43 0,8x0,8 1,6 0,64
P25 14X30 0,53x0,53 0,8x0,8 1,6 0,64
P26 14X30 0,66x0,66 0,8x0,8 1,6 0,64
P27 15X30 0,64x0,64 0,8x0,8 1,6 0,64
P28 14X30 0,47x0,47 0,8x0,8 1,6 0,64
P29 14X30 0,49x0,49 0,8x0,8 1,6 0,64
P30 14X30 0,81x0,81 0,9x0,9 1,8 0,81
P31 14X30 0,64x0,64 0,8x0,8 1,6 0,64
P32 19X35 0,69x0,69 0,8x0,8 1,6 0,64
P33 15X30 0,67x0,67 0,8x0,8 1,6 0,64
P34 19X35 0,81x0,81 0,9x0,9 1,8 0,81
P35 19X30 0,72x0,72 0,8x0,8 1,6 0,64
P36 19X30 0,31x0,31 0,8x0,8 1,6 0,64
Fonte: AUTORIA PRÓPRIA

Não se faz necessário verificar o NSPTméd para as seções com profundidade de assentamento de
1,8m pois não há mudança na faixa a ser considerada no cálculo.

20
CONCLUSÃO

O dimensionamento final das sapatas indicou um projeto uniforme, com mais de 90% das
fundações tendo o mesmo tamanho, isso é muito bom quando se avalia a execução pois
maximiza o tempo de trabalho e minora as chances de erros gerando economia e segurança.
A utilização da fórmula de capacidade de carga de Terzaghi nos leva a um cálculo conservador
quando comparada a outras metodologias como a de Vésic por exemplo, é um equacionamento
a favor da segurança, mas que obviamente gera um dimensionamento menos econômico.
Com o dimensionamento concluído foi possível fazer a planta de locação das sapatas (Folha
02), todavia o projeto não está completo pois ainda faltam o cálculo e o detalhamento das
armaduras das sapatas, que é executado seguindo a norma NBR 6118/2014, assunto que não é
objetivo deste curso.

21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAPUTO, HOMERO PINTO (1984) – MECÂNICA DOS SOLOS E SUAS APLICAÇÕES


– Volume 2 – Livros Técnicos e Cientificos Editora S.A.
CINTRA, J.C.A., AOKI, N. e ALBIERO, J. H. (2012) - FUNDAÇÕES DIRETAS–
PROJETO GEOTÉCNICO.
GODOY,N.S. (1972) – FUNDAÇÕES – NOTAS DE AULA – E.E.S.C.-USP-São Carlos.
BOWLES, Joseph E. FOUNDATION ANALYSIS AND DESIGN: International Edition. 5.
ed. United States: [s. n.], 1997. 1168 p. ISBN 0-07-912247-7.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484: Solo - Sondagens de
simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio. Rio de Janeiro. 2001.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e execução
de fundações. Rio de Janeiro. 2019.
BASTOS, Paulo Sérgio. Sapatas de Fundação. 2019. Disponível em:
https://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto3/Sapatas.pdf. Acesso em: 13 out. 2022.

22
ANEXOS

23

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