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por isso, fique atento! Sempre que possível,
opte pela versão digital. Bons estudos! 

FUNDAÇÕES

Ensaios de campo: indiretos, semidiretos e indiretos

Como sabemos, para o planejamento da campanha de sondagem precisamos considerar o porte


da obra, as peculiaridades do local e os resultados das etapas de estudo, sendo que a primeira
fase recomendada pela norma de fundações NBR 6122 (ABNT,
2010) é a investigação
preliminar. 

Em alguns casos, a investigação preliminar não é suficiente, tornando-se necessária a


investigação complementar (ou de projeto). Nesta fase, recomenda-se a execução de
ensaios de campo, classificados em métodos indiretos,
semidiretos e diretos.

MÉTODO INDIRETOS

Nesse caso, não há introdução de ferramentas no solo e consequentemente não há extração de


amostras. Esses métodos são muito utilizados para
prospectar petróleo, minérios, água subterrânea e
rochas. Existem dois tipos de ensaios indiretos, conheça-os a seguir.

• Método de eletrorresistividade

Nesse método, emite-se uma corrente elétrica conhecida no solo e mede-se a resistividade. O
mapeamento é feito em linhas, afastando os eletrodos de corrente e medindo a diferença de potencial
elétrico entre os eletrodos centrais. Pela
lei de Ohm, calculamos a resistência elétrica do terreno, que
comparada a valores usuais (tabela a seguir) gera a classificação.

Valores usuais de resistividade

Fonte: Chiossi (2013, p. 120).

• Métodos sísmicos

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Nesse caso, emitem-se ondas sísmicas e mede-se a velocidade de propagação das ondas elásticas. São
adotados explosivos, por exemplo, como fontes de emissão sonora e geofones para registrar o tempo
gasto das ondas sísmicas do local de emissão
até os geofones. Os valores de velocidade de propagação
de onda serão comparados a valores disponíveis na literatura para a classificação das rochas (tabela a
seguir). 

Velocidade de propagação das ondas elásticas em algumas rochas

Fonte: Chiossi (2013, p .123). 

MÉTODOS SEMIDIRETOS

Nos métodos semidiretos, há introdução de ferramenta, mas não há obtenção de amostras. A


seguir, aprenda sobre os principais.

• Ensaio de penetração estática ou ensaio do cone (CPT)

Os ensaios de cone, conhecidos como CPT (Cone Penetration Test), consistem na cravação
em velocidade constante de um conjunto formado por cone de aço inoxidável (ponteira) e
hastes.

Ensaio de penetração estática ou ensaio do cone (CPT)

Fonte: Velloso e Lopes (2010, p. 42).

As principais informações obtidas, por meio desse método, são a resistência de ponta (qc )
e o
atrito lateral (fs ), bem como a determinação estratigráfica
do perfil do solo. A resistência
lateral é obtida pela diferença entre a resistência total, correspondente ao esforço estático,
necessário para a penetração do conjunto numa extensão de aproximadamente 25 cm, e a
resistência
de ponta, quando se crava somente 4 cm da ponta móvel.

Um outro dado importante é a razão de atrito (Rf )


, que permite chegarmos ao tipo de solo. 

f
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fs
Rf = qc
(%)

• Vane Test (VST)

O ensaio de palheta in situ, conhecido também como Vane Test (VST), tem o objetivo de
determinar a resistência não drenada (coesão) de argilas moles a muito moles Su
. Neste
ensaio,
um conjunto formado por hastes rígidas e palheta é cravado estaticamente no solo,
por meio de uma perfuração prévia de 75 mm, até a profundidade desejada, respeitando o
mínimo de quatro vezes o diâmetro do pré-furo, para então
aplicar uma rotação na palheta
até a ruptura por cisalhamento do solo que gerará registros de torque e ângulo de rotação.
Para a obtenção da resistência não drenada utilizamos a expressão:

0,86Tmáx.
Su = 3
(kPa)
πD
Em que:

• Tmáx.  : torque máximo medido.

• D : diâmetro da palheta.

Ensaio da palheta

Fonte: Budhu (2017, p. 140).

• Ensaios pressiométricos de Ménard (PMT) ou autoperfurantes (SBPM)

Esses ensaios também trazem características de deformabilidade dos solos em termos de


módulo cisalhante (G) ou módulo de Young (E), ou seja, teremos o comportamento
tensão-deformação de solos in situ. A sonda pressiométrica é composta
por um cilindro

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metálico envolto por uma membrana e é introduzida no solo em pré-furos ou cravadas à


percussão ou estaticamente. No ponto de ensaio, a membrana é expandida por pressão
aplicada na superfície utilizando água
e gás comprimido.

Ensaio pressiométrico tipo Ménard

Fonte: Massad (2010, p. 50).

Segundo Massad (2010), medindo as pressões limite (pl ), sabendo da pressão em repouso 


(p0 ) e buscando o coeficiente β,
que varia de 5,5 a 12 de acordo com o tipo de solo,
conseguimos determinar a resistência não drenada (coesão) por meio da expressão: 

pl −p0
Su =
β

Pela pressão em repouso (p0 ) , podemos obter o estado de tensões do solo, fundamental na
análise de obras de terra, obtendo a tensão horizontal (σ ′ h ) e
o coeficiente de empuxo no
repouso (K0 ).

• Ensaio dilatométrico de Marchetti (DMT)

Esse ensaio traz um cardápio completo de parâmetros que podem ser obtidos pela
interpretação dos resultados, entre eles:

Razão de sobreadensamento (OCR) 

Resistência não drenada (Su )

Ângulo de atrito interno do solo (ϕ′ )

Coeficiente de adensamento horizontal (Ch )

Coeficiente de permeabilidade (Kh )

Peso específico (γ)

Módulo oedométrico (M )

f d h l (K )

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Coeficiente de empuxo horizontal no repouso (K0 )

Coeficiente de reação do subleito para pisos e pavimentos (k)

Os dados serão obtidos na cravação da lâmina dilatométrica no terreno, medindo o esforço


necessário para a penetração, e na expansão da membrana fina de aço inoxidável no ponto de
ensaio por meio de gás.

Ensaio dilatométrico

Fonte: Budhu (2017, p. 143).

Após a cravação, devem ser realizadas imediatamente duas leituras. A leitura A é relativa à
pressão do gás correspondente à pressão horizontal do solo (p0 ). Já a leitura B corresponde
à pressão quando a expansão atingir 1,1 mm (p1 ).

Complementarmente, de acordo com Massad (2010), podemos considerar que a pressão


interna final do ensaio é igual à pressão hidrostática do terreno.

MÉTODOS DIRETOS

Os métodos diretos de investigação são os únicos que proporcionam a amostragem do solo, por meio de
poços de inspeção, trincheiras e sondagens a trado, destacando as sondagens a trado com medidas de
resistência (Standard Penetration Test
– SPT), que serão detalhadas na próxima seção.

• Sondagens a trado

As sondagens a trado trazem amostras deformadas por meio de trados manuais.

Trado manual tipo cavadeira

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Para solos menos resistentes

Trado manual tipo espiral

Para solos mais resistentes

Trado manual tipo helicoidal

Para solos mais resistentes

Fonte: Veloso e Lopes (2010, p.37)

Quando for analisar as amostras, fique atento à resistência de penetração e ao odor, pois podem indicar
solos de baixa resistência e com quantidade considerável de material orgânico, péssimos para
fundações.

NESTA WEBAULA...

Compreendemos que, para projetar e executar adequadamente as fundações e obras


de terra, existem vários ensaios disponíveis no mercado, além do SPT, que trazem uma
grande diversidade de parâmetros dos solos e das rochas. 

Bons estudos!

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