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Fundações e contenções.

Aula 02 – Classificação dos solos e propagação de


tensões.

Prof.:Eng. Civil Eduardo Kroll


Email. eduardo.kroll@yahoo.com.br

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Fundações e contenções.
2- Classificação dos solos:

Escala granulométrica ABNT NBR 6502.


a- Solos Granulares: Aqueles nos quais a fração predominante dos grãos é visível a olho nu, compreendendo as areias e os
pedregulhos.

b- Solos Finos: Aqueles nos quais a fração predominante dos grãos não é visível a olho nu; compreendendo as argilas e os siltes.

c- Solos residuais: Solos residuais são os solos que permanecem no local de decomposição rocha que lhes deu origem.

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d- Solos transportados:
São aqueles formados pelo acúmulo do resíduo do intemperismo de uma rocha em local diferente do de formação.
e - Solos orgânicos: Aqueles que contêm uma quantidade significativa de matéria orgânica, apresentando geralmente cores
escuras (por exemplo, preto e cinza escuro).

2.1 - Parâmetros dos solos:


Coesão: Característica de solos finos e plásticos.
Plasticidade: Propriedade dos solos finos argilosos de sofrerem grandes deformações permanentes, sem ruptura,
fissuramento ou variação de volume apreciável.
Ângulo de atrito interno: É característica de solos granulares
De forma geral os solos são compostos por vários tamanhos de grãos e portanto vão apresentar tanto a coesão como
o ângulo de atrito interno.
Peso específico: Peso especifico aparente, corresponde a relação do peso total do solo pelo seu volume.

* SPT. – Standard Penetration Test:


Resultados:
Os resultados são apresentados em uma planilha padrão que descreve as características do solo, o número de golpes, o
nível freático, a posição e a cota do furo.
Existem diferentes técnicas de perfuração, equipamentos e procedimentos de ensaio nos diversos países, no brasil o
resultado é dado com a energia média de cravação igual a 72% (N72).

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–SPT: N ou NSPT.: Abreviatura do índice de resistência à penetração do SPT,
cuja determinação se dá pelo número de golpes correspondente à cravação
de 30 cm do amostrador-padrão, após a cravação inicial de 15 cm,
utilizando-se corda de sisal para levantamento do martelo padronizado.

65kg . A cada metro de perfuração, a partir de 1,0 m de profundidade,


devem ser colhidas amostras dos solos por meio do amostrador-padrão,
75cm . com execução de SPT.

A cravação do amostrador-padrão é interrompida antes dos 45 cm de


penetração sempre que ocorrer uma das seguintes situações:
a) em qualquer dos três segmentos de 15 cm, o número de golpes
ultrapassar 30;
b) um total de 50 golpes tiver sido aplicado durante toda a cravação; e
c) não se observar avanço do amostrador-padrão durante a aplicação
de cinco golpes sucessivos do martelo.

O processo de perfuração por circulação de água, associado aos


ensaios penetrométricos, deve ser utilizado até onde se obtiver, nesses
ensaios, uma das seguintes condições:
a) quando, em 3 m sucessivos, se obtiver 30 golpes para penetração
dos 15 cm iniciais do amostrador-padrão;
b) quando, em 4 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração
dos 30 cm iniciais do amostrador-padrão; e
c) quando, em 5 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração
dos 45 cm do amostrador-padrão

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Fundações e contenções.
–SPT: As sondagens devem ser de no mínimo 1 para cada 200m² de área
da projeção em planta de edificações de até 1.200m², e de 1 furo para
cada 400m² de área da projeção em planta, de edificações com área de
1.200m² a 2.400m².

O número total de sondagens é igual a 2.


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Obs.: Sempre interpolar os resultados, nunca extrapolar.

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SPT: Profundidade. NSPT

Descrição do material.

Nível do lençol freático

NOTA 1 - Frequentemente não ocorre a


penetração exata dos 45 cm, bem como de
cada um dos segmentos de 15 cm do
amostrador padrão, com certo número de
golpes.
O registro é expresso pelas frações obtidas
nas três etapas.
EXEMPLO:
3/17 - 4/14 - 5/15.

Quando a penetração for incompleta, o


resultado da cravação do amostrador é
expresso pelas relações entre o número de
golpes e a penetração para cada 15 cm de
penetração.
EXEMPLO:
14/15 - 21/15 - 15/7
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2.2 – Correlações dos parâmetros do solo com o SPT:
Em solos saturados (argilas moles), os parâmetros de resistência dependem das condições de carregamento variando de
não drenado a drenado.
A condição crítica → não drenada;
A capacidade de carga com valores não drenados é menor e tende a aumentar com a dissipação das pressões neutras.

2.2.1 – Coesão:
a) Ensaios de laboratório
b) Teixeira e Godoy (1996) - correlação com Nspt :
c = 10 Nspt (kPa)

2.2.2 - Ângulo de atrito:


a) Ensaios de laboratório
b) Godoy (1983):Condição não drenada:
Φ = 28° + 0,4 Nspt

c) Teixeira (1996) – condição não drenada:


Φ = (20Nspt) 1/2 + 15°

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d) Mello (1971): Areias - Gráfico

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2.2 – Correlações dos parâmetros do solo com o SPT:

2.2.3- Peso específico:


a) Ensaios de laboratório
b) Godoy (1972) – tabelas

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Fundações e contenções.
Anexo A- NBR 6484:

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2.3 – Bulbo de tensões:
As tensões sob a sapata, variam (diminuem)
com a profundidade.
Profundidade do bulbo de tensões:
- Sapata circular ou quadrada ( L = B ) → Z = 2B
- Sapata retangular ( L = 2 a 4 B) → Z = 3B
- - Sapata corrida ( L ≥ 5B ) → Z = 4B

“Para efeito da capacidade de carga e


determinação dos parâmetros do solo não
importa o solo que estiver além da
profundidade Z = 2B.”

Isóbara: Lugar geométrico


dos pontos que sofrem o
mesmo acréscimo de
tensão.

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2.3.1 – Aplicação prática do conceito de bulbo de tensões (BARATA,1993).
Inicialmente, convém que se saiba que o bulbo de tensões atinge uma profundidade Z0 = α.B , conforme a representação da
figura abaixo, sendo B a largura(menor dimensão) e α um fator de forma, fornecido pela tabela abaixo. (para solos arenosos, os
valores de α, devem ser acrescidos de 20%.

Este conceito, é de fundamental entendimento, quando na estratificação do solo, estão presentes camadas moles e
saturadas, para determinação da altura do acréscimo de tensões, que vão causar o adensamento do solo sob a estrutura de
fundação.
“Para acréscimos de tensões na ordem de 0,1σ0 , o recalque primário (por adensamento) gera pouco deslocamento.”

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2.3.2 – Simplificação do acréscimo de tensões.
Para uma análise preliminar do acréscimo de tensões, podemos utilizar a simplificação proposta abaixo.

= q.BL
(B+z) . (L+z)

Δσz= q.(𝜋. 𝑟 2 )
Δσz – Acréscimo de tensão na profundidade z; 𝜋. (𝑧 + 𝑟)2
q ou p – Carga distribuída na interface soloxfundação;

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2.4 – Tensões admissíveis no solo.
São as tensão adotada em projeto que, aplicada pela fundação no solo, atende, com fatores de segurança pré
determinados, aos estados limites último (ruptura) e de serviço (deformações).”
Esta carga, quando aplicada, provoca recalques que não produzem inconvenientes a estrutura, oferecendo segurança
satisfatória a ruptura ou escoamento da fundação.

2.4.1 – Métodos para determinação das tensões admissíveis no solo.

1)Métodos teóricos: aplicação das fórmulas de capacidade de carga para estimativa da tensão – estudos teóricos;
2)Métodos semi-empíricos: correlações propostas a partir de resultados “in situ”, como o SPT.
3)Prova de carga sobre placa: ensaio – método prático.

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Fundações e contenções.
1)Métodos teóricos: aplicação das fórmulas de capacidade de carga para estimativa da tensão – estudos teóricos;
“Podem ser empregados, métodos analíticos (teoria de capacidade de carga) nos domínios de validade de sua aplicação,
que contemplem todas as particularidades do projeto, inclusive a natureza do carregamento (drenado ou não drenado).” NBR
6122:2010
As fórmulas de capacidade de carga são um instrumento bastante eficaz na previsão da tensão admissível, destacando-se
dentre as inúmeras formulações, a de Terzaghi, de Meyerhof, de Skempton, e de Brinch Hansen (com colaboracoes de Vesic).

Solicitações admissíveis:
- Sa = Solicitação admissível com a carga característica → Fator de segurança global.
- Tensão admissível → Fundações diretas; Sa = R med
- Carga admissível → Estacas; FS
Rmed. Valor médio de resistência com 50% de probabilidade de ocorrência de valores inferiores;

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NBR 6122 Vesic, 1975
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2)Métodos semi-empiricos: correlações propostas a partir de resultados “in situ”, como o SPT, com tensões admissíveis de
projeto.
As tensões admissíveis propostas por estes métodos, já trazem o fator de segurança global aplicado na correlação.

Referência das tensões admissíveis proposta pela NBR 6122:1996:

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Correlações com o SPT
Fundações diretas por sapatas:

+q

- N e o valor médio no bulbo de tensões;


- N deve ser estar entre 5 e 20;
- Pode-se adicionar uma parcela q referente a sobrecarga da tensão geostática σ0 = ɣ.h.

Teixeira (1996):

- Sapatas quadradas de lado B e h = 1,5m;


- Areia com peso especifico de 18 kN/m3;
- Ângulo de atrito igual a (20N)1/2 + 15°
- Fator de segurânça igual a 3.

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Correlações com o SPT
Mello (1975):

- Sem distinção do solo;


- - N entre 4 e 16.

- 3)Prova de carga sobre placa:

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