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1 Introdução
A construção de uma edificação começa pela sondagem do terreno sobre o qual ela será erguida.
A sondagem, uma espécie de radiografia do terreno, identifica as camadas do solo e sua
resistência, além de detectar a presença do lençol freático (água), informações fundamentais para
que o Engenheiro projete adequadamente as fundações.
Dependendo do tipo solo, a sondagem deverá utilizar o melhor processo que forneça indicações
precisas, sem deixar margem de dúvida para interpretação e que permitam resultados conclusivos,
indicando claramente a solução a adotar.
1. Investigação preliminar é realizada apenas sondagens à percussão que devem ir até o solo
rochoso.
2. Investigação complementar é onde caracterizam-se as feições e propriedades do solo, no
ponto de vista de fundações.
3. Investigação para fase de execução é onde se confirmam os ensaios realizados apenas nos
pontos críticos das fundações, ou seja, onde se tem uma maior carga sendo aplicada no
solo – nos casos de pilares de pontes, por exemplo.
1. Determinação dos tipos de solo que ocorrem, no subsolo, até a profundidade de interesse
do projeto;
2. Determinação das condições de compacidade (areias) ou consistência (argilas)em que
ocorrem os diversos tipos de solo;
3. Determinação da espessura das camadas constituintes do subsolo e avaliação da orientação
dos planos (superfícies) que as separam, e;
4. Informação completa sobre a ocorrência de água no subsolo.
Normatizada pela NBR 6484/2020, e conhecida também por “Sondagem SPT”, cuja sigla é
abreviatura do nome internacional “Standard Penetration Test”, este tipo de sondagem aplica-se
unicamente a solos.
A resistência dos solos é medida pelo índice de resistência a penetração (N), que é um número
dado pela soma dos golpes do martelo, necessários para cravação dos dois últimos segmentos de
15 cm do amostrador padrão. Cada golpe do martelo consiste em uma massa de ferro padronizada
de 65kg, caindo livre e verticalmente a uma altura de 75cm.
Neste tipo de sondagem, a profundidade é limitada aos critérios considerados impenetráveis pela
norma, ou por especificação do projetista.
As principais informações obtidas com esse tipo Figura 3 - Testemunho do solo no amostrador do
equipamento para ensaio SPT.
de ensaio são:
1. A identificação das diferentes camadas
de solo que compõem o subsolo;
2. A classificação dos solos de cada
camada;
3. O nível do lençol freático, e;
4. A capacidade de carga do solo em
várias profundidades.
Figura 4 - Equipamento para ensaio SPT. Figura 5 - Etapas na execução da sondagem a percussão: (a)
avanço da sondagem por desagregação e lavagem; (b) ensaio
de penetração dinâmica.
Figura 6 - Perfil de sondagem geológica. Ensaio SPT.
Profund id a d e
em metros
C o ta Dia g ra m a
(RN)
Amostra
das
Pe ne tra ç ã o p e ne tra ç õ e s C la ssific a ç ã o d o m a te ria l
Níve l G o lp e s/ 30 c m
da 10 20 30 40
á g ua
0,10 Solo supe rfic ia l
4 5 1,00 Argila siltosa , va rie ga da
2,3 14 20 1,80 ide m, mole
Argila siltosa pouc o
9 13 3,00 a re nosa , ma rron, dura
22 35 ide m, dura
27 37
28 38 O b s: nã o se ve rific o u
p re ssã o d ’ á g ua
29 39
18,00 Argila siltosa , dura
30 43
Solo N Compacidade/Consistência
≤4 Fofo
Areias e 5–8 Pouco compacto
siltes 9 – 18 Mediamente compacto
arenosos 19 – 40 Compacto
> 40 Muito compacto
≤2 Muito mole
Argilas e 3–5 Mole
siltes 6 – 10 Média
argilosos 11 – 19 Rija
> 20 Dura
Os ensaios de cone e piezocone, conhecidos pelas siglas CPT (cone penetration test) e CPTU
(piezocone penetration test), respectivamente, caracterizam-se internacionalmente como uma das
mais importantes ferramentas de prospecção geotécnica. Resultados de ensaios podem ser
utilizados para a determinação estratigráfica de perfis de solos, a determinação de propriedades
dos materiais prospectados, particularmente em depósitos de argilas moles, e a previsão da
capacidade de carga de fundações.
O princípio do ensaio consiste na cravação no terreno de uma ponteira cônica (60º de ângulo de
abertura) a uma velocidade constante de 20mm/s. A seção transversal do cone apresenta uma
área de 10cm². No ensaio CPT medem-se as resistências de ponta e lateral: qc e fs. No ensaio
CPTU mede-se ainda a pressão intersticial da água. Ensaios de dissipação do excesso de pressão
intersticial gerado durante a cravação do piezocone no solo podem ser interpretados para a
obtenção do coeficiente de consolidação Ch.
Segundo Quaresma et al (1998), as sondagens rotativas são executadas para terrenos de rochas,
que precisam ser perfuradas – matacões ou blocos. Sua execução dá-se pela movimentação do
cabeçote de perfuração, que faz girar as hastes e forçá-las para baixo, com um sistema hidráulico.
Seu barrilete – utilizado para corte do solo – pode ser simples, duplo rígido ou duplo giratório; e é
composto de diamantes ou tungstênio. As sondagens rotativas têm cinco diâmetros para serem
executadas, caso a perfuração trave, pode-se continuar com a perfuração num diâmetro inferior à
utilizada. A junção da sondagem rotativa com sondagem a percussão (SPT), é denominada de
sondagem mista.
Sondagem mista – SM: É a união da sondagem à percussão com a sondagem rotativa. Permite a
caracterização das camadas de solo pelo método SPT, e perfuração -testemunhada do maciço
rochoso. As principais vantagens da Sondagem Mista são:
O Dilatômetro constitui-se de uma lâmina de aço inoxidável dotada de uma membrana circular de
aço muito fina em uma de suas faces, similar a um instrumento tipo célula de pressão total. O
ensaio dilatômetro (Dilatometer test – DMT) consiste na cravação da lâmina dilatométrica no
terreno, medindo o esforço necessário à penetração, para em seguida usar a pressão de gás para
expandir a membrana de aço (diafragma) no interior da massa de solo. O equipamento é portátil e
de fácil manuseio, sendo a operação simples e relativamente econômica. (Schnaid, 2012).