Você está na página 1de 24

ESTABILIDADE DE

TALUDES
Mecanismo de ruptura

A ruptura em si é caracterizada pela formação de uma superfície de cisalhamento contínua na massa de


solo
A análise da estabilidade de uma determinada estrutura é feita seguindo a metodologia.
i) recolhe-se amostra indeformada no campo
ii) realizam-se ensaios de laboratório
iii) determinam-se os parâmetros que definem o comportamento tensão x deformação x
resistência
iv) utilizam-se teorias e metodologias de dimensionamento que fornecem o Fator de segurança
Exemplos de Escorregamentos e Remediação

Instabilidade de talude rochoso

Remediação por contrafortes e tirantes


Estabilização com cortinas, tirantes, vegetação e
retaludamento
Corridas de solo residual e
deslizamentos de rocha
Cerca flexível
TIPOS DE MOVIMENTOS DE MASSA
Os movimentos de massa se diferenciam em função de:
● Velocidade de movimentação
● Forma de ruptura

A partir da identificação destes fatores, os movimentos


de massa podem ser agrupados em 3 categorias:
● escoamentos
○ Os escoamentos são movimentos contínuos com ou
sem superfície de deslocamento definida, não associados
a uma velocidade específica, podendo ocorrer de forma
lenta ou rápida
● subsidências
○ deslocamento vertical que pode ser contínuo ou instantâneo
(colapso da superfície), podendo também ser classificado
produzido pelo rearranjo das partículas, desabamento ou queda
(deslocamento finito vertical) ou afundamento, em que ocorre
deformação contínua
● escorregamentos
○ existe uma zona distinta de fraqueza que separa o material do
escorregamento do material subjacente mais estável
Escoamento

Rastejo ou fluência Pode eventualmente ser observado em superfície mudando a


verticalidade de arvores, postes, etc
Característica: Escorregamentos lentos
e contínuos, sem superfície de ruptura
bem definida, podendo englobar
grandes áreas

Causa: ação da gravidade associada a


efeitos causados pela variação de
temperatura e umidade
Corridas

Característica: Movimentos rápidos ( vel 10km/h)


Em planta a corrida de terra se assemelha a uma língua

Causa: Perda de resistência em virtude de presença de


água em excesso (fluidificação)

O processo de fluidificação pode ser originado por


i) adição de água (areias)
ii) esforços dinâmicos (terremoto, cravação de estacas,
etc)
Subsidência e Recalques

A subsidência é o resultado do deslocamento da superfície gerado por adensamento ou afundamento de


camadas.
Os recalques são movimentos verticais de uma estrutura, causados pelo peso próprio ou pela deformação do
solo gerada por outro agente.

Causas mais comuns são :


● Ação erosiva das águas subterrâneas
● Atividades de mineração
● Efeito de vibração em sedimentos não consolidados
● Exploração de petróleo
● Bombeamento de águas subterrâneas
● Ação do peso próprio
● Remoção do confinamento lateral
devido a escavações
● Rebaixamento do lençol d’água
Escorregamentos

Definição: Movimentos rápidos ao longo de superfícies bem definidas


● Existe uma zona distinta de fraqueza que separa o material do escorregamento do material subjacente
mais estável.
A deflagração do movimento ocorre quando as tensões cisalhantes mobilizadas na massa de solo atingem a
resistência ao cisalhamento do material
Ação Fatores Fenômenos geológicos /
antrópicos
Remoção de massa Erosão, Escorregamentos, Cortes

(lateral ou da base)

Acúmulo natural de material


(depósitos)
Sobrecarga Peso da vegetação
Aumento da solicitação Construção de estruturas

Solicitações dinâmicas Terremotos, abalos sísmicos

Explosões, tráfego

Pressões laterais Água nos poros, Congelamento

Material expansivo
Fenômenos geológicos /
Ação Fatores
antrópicos

Características
Características próprias do geomecânicas do material
material (geometria, granulometria,
estrutura)
Redução da resistência

Intemperismo
Mudanças ou fatores
variáveis Variação das
poropressões.
Rotacional

Em solos homogêneos a superfície


tende a ser circular.

Caso ocorra
materiais ou descontinuidades que
apresentem resistências mais
baixas, a superfície passa
a ser mais complexa, podendo
incluir trechos lineares. Os escorregamentos rotacionais
podem ser múltiplos, na realidade,
A anisotropia com relação a ocorrem sob forma tridimensional
resistência pode acarretar em
achatamento da superfície de
ruptura
Translacional

Os escorregamentos translacionais
se caracterizam pela presença de
descontinuidades ou
planos de fraqueza

Os escorregamentos translacionais
podem ocorrer no contato entre
colúvio e solo residual
e até mesmo no manto de
alteração do solo residual
A instabilidade do talude será deflagrada quando as
tensões cisalhantes mobilizadas se
iguala à resistência ao cisalhamento

Esta condição pode ser atingida com o aumento das


tensões cisalhantes mobilizadas ou pela redução da
resistência
ANÁLISES DE ESTABILIDADE
As análises são realizadas comparando-se
as tensões cisalhantes mobilizadas com
resistência ao cisalhamento. E define-se
um fator de segurança dado por:

O FSadm de um projeto corresponde a um


valor mínimo a ser atingido e varia em
função do tipo de obra e vida útil.

A definição do valor admissível para o


fator de segurança (FSadm) vai
depender, entre outros fatores, das
conseqüências de uma eventual ruptura,
em termos de perdas humanas e/ou
econômicas.
O FSadm deve considerar não somente as
condições atuais do talude, mas também o uso
futuro da área, preservando-se o talude contra
cortes na base, desmatamento, sobrecargas e
infiltração excessiva.
ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES

Estabilizar uma encosta significa:


● Prevenir: Aumentar o FS contra possíveis movimentos Métodos de estabilidade
● Corrigir: Frear o movimento Monitorar movimentos para obter diagnostico adequado

Antes de elaborar o projeto, o engenheiro deve estar apto para responder as seguintes questões:
i) qual o “grau” de estabilidade necessário
ii) por quanto tempo
iii) qual a importância do seu custo
iv) quais técnicas são exeqüíveis (geometria, equipamentos disponíveis, etc.)

Cada problema tem sua peculiaridade e, portanto, as soluções são dificilmente repetidas.

Cada caso é um caso.


Durante a fase de reconhecimento é possível prever os riscos de determinado talude, por exemplo:
i) Drenagem superficial inexistente
ii) Zonas preferenciais de percolação
iii) Escorregamentos anteriores – mais difícil de ser detectado devido a mudanças ambientais que alteram
o estado da encosta (intemperismo, ação do homem, etc.)
iv) Encostas de talus (solos transportados)
Escavação (reduz esforços instabilizantes)

A remoção parcial da encosta acidentada tem por objetivo reduzir os esforços instabilizantes

iv) Remoção total ou parcial de material

No caso de aterros, a presença de camada


superficial de baixa resistência e pequena
espessura pode ser removida.
Drenagem

i) Superficial:
a. Canaletas de drenagem
b. Revestimento superficial (nata de cimento, revestimento asfaltico, membranas impermeáveis)

ii) Profunda
a. Drenos suborizontais
b. Trincheiras drenantes
c. Túneis de drenagem
d. Poços de drenagem
Métodos especiais

a. Injeção de cimento
b. Tratamento químico (troca de cátions do argilomineral com os da substância injetada, aumentando a
resistência do solo)
c. Eletro-osmose (migração da poropressão acelerando a consolidação)
Estruturas de arrimo
i) Muros de peso
Muros com contrafortes
ii) Muros com contrafortes
iii) Muros flexíveis (crib-wall, gabião, terra armada)
crib-wall
iv) Cortinas ancoradas
v) Grampos

Muros de peso

Cortinas ancoradas

Você também pode gostar