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1.

Introdução a Estabilidade de Taludes


Talude é qualquer superfície inclinada em relação a horizontal que delimita uma massa de rocha,
solo, minério ou escória. ˮ (Bittencourt & Douglas, a.s.).

Para Abel (a.s) ‟O estudo de taludes, suas instabilidades e forma de contenção, torna-se
necessário devido a grande quantidade de acidentes envolvendo escorregamentos’’.

Se os taludes forem mais altos eles exigem ângulos suaves e possuem três inclinações, sendo
elas: face, inter-rampa e global.

 O ângulo de face: é o ângulo formado entre a face do talude e uma linha horizontal.
 O ângulo inter rampa: é o ângulo formado entre duas rampas adjacentes em um talude
composto por várias rampas.
 O ângulo global: é o ângulo formado entre o talude e uma linha horizontal.

 Análise de estabilidade de taludes

O objetivo da análise de estabilidade é avaliar a possibilidade de ocorrência de escorregamento


de massa do solo presente em talude natural ou construído.

 Métodos probabilísticos: análise quantitativa expressa sob a forma de uma


probabilidade ou risco de ruptura;
 Métodos determinísticos: análise quantitativa expressa sob a forma de um coeficiente
ou fator de segurança (FS).

Análise de estabilidade de taludes

1.1. Tipos de Talude

De acordo com Bittencourt & Douglas, a.s. os taludes Podem ser “naturais ou artificiais”.
 Taludes Naturais: é aquela que foi formanda naturalmente pela natureza, pela acção
geológica ou pela acção das intempéries (chuva, sol, vento, etc.).

 Taludes Artificiais: são formadas pela ação de homem, exibem uma homogeneidade
mais acentuada que os maciços naturais e, por isto, adequam-se melhor as teorias
desenvolvidas para as análises de estabilidade (corte e aterro).

1.1.1. Elementos de um talude

São constituídos por: “o talude, a crista, o pé, o ângulo de inclinação, Corpo do talude, a
altura”.
2. Movimento de Massa
Movimento de massa refere-se a deslocamentos de grandes quantidades de materiais, como: solo,
rochas ou detritos, ao longo de encostas devido a gravidade.

Os movimentos de massa evidenciam características bastante distintas entre si, motivo pelo qual
existem diversas classificações baseadas na forma, velocidade e profundidade dos mesmos
(Catarina Silva, 2010).

Forças Atuantes em um Talude

 Forças instabilizadoras – Induzem o movimento de massa ao longo da superfície de


ruptura por meio das tensões cisalhantes mobilizadas. Comumente forças gravitacionais
ou de percolação.
 Forças resistentes – Se opõem a ação do movimento de massa, em função da resistência
ao cisalhamento do material.

2.1. Classificação dos movimentos de massa quanto as suas características de


movimento, material e geometria.

Seguindo a Classificação de Varnes (1978), podemos agrupar os movimentos de massa da forma


descrita no quadro, conforme a velocidade de movimentação e a forma de rotura evidenciada.

Tipos de Movimento Tipo de Material

Quedas Rocha

Tombamentos Rocha (blocos)

Escorregamento-Rotacional Massas de solo ou rocha


Translacional

Expansões laterais Rocha

Fluxos Rocha ou solo

Complexos Conjugação de vários tipos de


movimento

2.1.1. Classificação dos Movimentos de Massa quanto a sua Velocidade

Os movimentos de massa podem designar-se por movimentos extremamente lentos e


extremamente rápidos, consoante a velocidade com que ocorrem. Respeitando a escala de
velocidades definida por Varnes (1978).

Definição Velocidade

Extremamente rápido ¿ 3 m/s

Muito rápido 3 m/s a0 , 3 m/s

Rápido 0 , 3 m/s a 1,6m/dia

Moderado 1,6 m/dia a 1,6 m/mês

Lento 1,6 m/mês a 1,5 m/ano

Muito lento 1,6 m/ano a 0,06 m/ano

Extremamente lento ¿ 0 , 06 m/ano

2.1.2. Taludes e os seus Movimentos


Quanto às formas de instabilidade de maciços terrosos, nem sempre se apresentam bem
caracterizadas e definidas, podendo se classificar em três grandes grupos, sendo eles,
escorregamento, rastejo e desprendimento de rocha ou terra.
 Escorregamento – Deslocamento rápido de uma massa de solo ou de rocha que,
rompendo-se do maciço, desliza para baixo e para o lado, ao longo de uma superfície de
deslizamento.

A velocidade média de avanço de um escorregamento é da ordem de 30 cm por hora.

 Rastejo – Deslocamento lento e contínuo de camadas superficiais sobre camadas mais


profundas, com ou sem limite definido entre a massa de terreno que se desloca e a que
permanece estacionária.

A velocidade de rastejo é de cerca de 30 cm por decênio.

 Desprendimento de rocha ou terra – É uma porção de um maciço terroso ou de


fragmentos de rocha que se destaca do resto do maciço, caindo livre e rapidamente,
acumulando-se onde estaciona.
3. Causas de Instabilidade de Taludes

A instabilidade de taludes, que é a tendência de deslizamento ou colapso de encostas naturais ou


escavadas, pode ser causada por uma variedade de fatores geológicos, hidrológicos e humanos.

A instabilidade do talude é deflagrada quando as tensões cisalhantes mobilizadas se igualam à


resistência.

Principais causas da Instabilidade de Taludes são:

1. Geologia do Solo: A composição e a estrutura geológica do solo podem desempenhar


um papel fundamental na estabilidade do talude. Solos coesivos, como argilas e siltes,
tendem a ser mais suscetíveis a deslizamentos do que solos granulares, como areia e
cascalho.
2. Inclinação do Talude: Taludes muito íngremes estão mais sujeitos a deslizamentos do
que aqueles com inclinações mais suaves. A estabilidade de um talude é influenciada
pela relação entre a inclinação do terreno e as características do solo.
3. Clima e Precipitação: Chuvas intensas podem saturar o solo e aumentar a pressão da
água nos poros, reduzindo a coesão do solo e aumentando o risco de deslizamentos.
Congelamento e descongelamento também podem contribuir para a instabilidade do
talude.
4. Erosão: A erosão causada por fluxos de água, vento ou atividades humanas pode
enfraquecer a base do talude, comprometendo sua estabilidade.
5. Atividades humanas: A construção de estradas, edifícios ou outras estruturas pode
alterar a geometria natural do talude e introduzir tensões adicionais no solo. Escavações,
remoção de vegetação e mudanças no padrão de drenagem também podem aumentar o
risco de instabilidade do talude.
6. Sismicidade: Terremotos e tremores podem desencadear deslizamentos de terra,
especialmente em áreas onde a atividade sísmica é comum.
7. Hidrologia: A presença de aquíferos, nascentes ou alterações no regime de águas
subterrâneas pode afetar a estabilidade do talude, aumentando a pressão da água no
subsolo e reduzindo a coesão do solo.
8. Alterações nas condições de suporte: Mudanças no nível de água em reservatórios,
lagos ou rios adjacentes podem afetar a estabilidade de taludes próximos, aumentando a
pressão hidrostática no solo.

Para prevenir ou mitigar a instabilidade de taludes, é importante realizar estudos geotécnicos


detalhados, implementar práticas de engenharia adequadas, como drenagem eficaz e
estabilização do solo, e monitorar continuamente as condições do talude para detectar sinais
precoces de instabilidade.
4. Técnicas de Estabilização e Contenção de Taludes em Maciços Rochosos e Terrosos
A estabilização e contenção de taludes são, portanto, diferentes serviços que tem a função de
garantir estabilidade e segurança às inclinações de taludes com a intenção de que eles se
mantenham em perfeitas condições e livres de deslizamento ou outros acidentes que possam
interferir no seu empreendiemento.

4.1. Métodos utilizados para a estabilização de taludes

Há vários métodos utilizados para a estabilização de taludes, dentre eles os mais utilizados são:
 Diminuição da inclinação do talude – Mudar a geometria do talude geralmente significa
reduzir a altura do talude, ou reduzir seu ângulo de inclinação, sendo o meio mais barato
de melhorar a estabilidade do talude.

 Revestimento do talude- Trata-se da plantação do talude com espécies vegetais ou


qualquer tipo de grama, adequadas ao clima local é uma proteção eficaz do talude,
sobretudo contra a erosão superficial.
 Emprego de materiais estabilizantes - este processo visa melhorar as características de
resistência dos solos, misturando-os com alguns produtos químicos. As injeções de
cimento são particularmente recomendadas em casos de maciços rochosos fissurados.

 Utilização de bermas – Consiste em colocar no pé do talude, bermas, isto é, banquetas de


terra, em geral do mesmo material que o do próprio talude, com a finalidade de aumentar
a sua estabilidade.

 Muros de arrimo - A execução de muros de arrimos convencionais ou a introdução de


tirantes de aço no interior do maciço, ancorando-os fora da zona do escorregamento,
constituem soluções para muitos casos que ocorrem na prática. Soluções para muitos
casos que ocorrem na prática.
1. Fredlund, D.G., Krahn, J. (1977). Comparison of slope stability methods of analysis.
Canadian Geotechnical Journal, 14(3), 429-439.
2. Hoek, E., Bray, J.W. (1981). Rock slope engineering (3rd ed.). London: The Institution of
Mining and Metallurgy.
3. Duncan, J.M. (1996). State of the art: Limit equilibrium and finite-element analysis of
slopes. Journal of Geotechnical Engineering, 122(7), 577-596.
4. Vargas, M., Gens, A. (2003). Geotechnical modeling of large landslides induced by heavy
rainfall. Engineering Geology, 69(1-2), 109-125.
5. Turner, A.K., Schuster, R.L. (1996). Landslides: Investigation and mitigation. Washington,
D.C.: Transportation Research Board, National Research Council.
6. Cruden, D.M., Varnes, D.J. (1996). Landslide types and processes.

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