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Geologia ambiental

Movimentos em Massa

Trabalho realizado por:


Andreia Constante
Mónica Reis Silva

Porto, Junho 2007


Índice

1. Factores que influenciam a estabilidade de vertentes

2. Tipos de movimentos em massa

3. Medidas de prevenção e mitigação

4. Referências bibliográficas
1. Factores que influenciam a estabilidade de vertentes

1.1 Gravidade

1.2 Geomorfologia

1.3 Natureza do material de vertente

1.4 Água

1.5 Vegetação

1.6 Acção antrópica


1.1 Gravidade
1. Factores que influenciam a estabilidade de vertentes

- Principal força motriz.

- Componentes principais:
- gp (perpendicular)
- gt (tangencial)

movimentação dos materiais.

Figura 1| Esquema ilustrativo das componentes da força da gravidade (adaptado de


[6]).
1. Factores que influenciam a estabilidade de vertentes
1.2 Geomorfologia

- Declive.

- Forma das vertentes.


a) b) c)

d) e) f)

g) h) i)

Figura 2| Formas de vertentes: a) retilínea, b) convexo-retilínea,


c) côncavo-retilíneo, d) retilíneo-convexo, e) convexo, f) côncavo-
convexo, g) retilíneo-côncavo, h) convexo-côncavo, i) côncavo
(adaptado de [1]).
1. Factores que influenciam a estabilidade de vertentes
1.3 Natureza do material de vertente

- Propriedades físicas e geológicas do local.

- Ângulo de repouso.

- Fricção interna.

Figura 3| Variação do ângulo de repouso com a variação da natureza dos materiais


(adaptado de [7]).
1. Factores que influenciam a estabilidade de vertentes
1.4 Água

- Actua como um agente activo, preen-


chendo os espaços vazios dos poros e
fracturas que existem nas rochas,
aumentando assim o seu peso.

- Reduz a coesão das partículas que


constituem as rochas e os sedimentos.

- Altera o comportamento dos materiais.

- Importante agente de meteorização.

Figura 4| Aspectos do comportamento da areia


quando está seca, molhada e saturada em água
(adaptado de [6]).
1. Factores que influenciam a estabilidade de vertentes
1.4 Água

Expansão das argilas Dissolução de sais

Figura 5| Esquema ilustrativo do fenómeno da expansão Figura 6| Esquema ilustrativo da alteração da estrutura
das argilas na presença de água (retirado de [6]). das argilas após a dissolução dos sais (retirado de [6]).
1. Factores que influenciam a estabilidade de vertentes
1.5 Vegetação

- Factor significativo na estabilidade de uma vertente:


a) propicia uma cobertura impeditiva do impacto da água no solo,
facilitando a sua infiltração e retardando a erosão por escorrência
superficial;
b) introduz no solo os seus sistemas radiculares, os quais formam
uma "rede" que contraria grandes movimentações, e consequentemente
tendem a aumentar a coesão do solo;
c) aumenta a carga exercida na vertente.

- Pode actuar como agente erosivo, devido à desagregação mecânica


provocada por certos tipos de raízes.
1. Factores que influenciam a estabilidade de vertentes
1.6 Acção antrópica

- As actividades humanas provocam a instabilidade das vertentes:

a) a intensificação das actividades agrícolas e a crescente urbanização


provocam a destruição da vegetação.

b) O tráfego de transportes pesados provoca vibrações que podem


desencadear processos de instabilização de encostas.
2. Tipos de movimentos em massa

- Os movimentos em massa descrevem uma grande variedade de


processos que resultam na deslocação de diferentes materiais que
constituem as vertentes, nomeadamente, rochas e solo.
Fissuras
Escarpa principal Topo

Cabeça

Escarpa secundária

Fissuras transversais

Cristas transversais

Fissuras
radiais

Pé Superfície de ruptura

Corpo principal
Base Pé da superfície de ruptura

Superfície de separação

Figura 7| Esquema ilustrativo das estruturas que compõem um


movimento em massa idealizado (adaptado de [3]).
2. Tipos de movimentos em massa

- Critérios de classificação: o tipo de mecanismo, a morfologia, o tipo de rotura,


o tipo de material, a velocidade de avanço, o conteúdo em água, a idade, a
geometria da área de rotura e/ou depósito resultante, as causas de rotura, o
estado da actividade, a amplitude do movimento, etc.
Tabela 1| Tipos de movimentos em massa (retirado de [10]).
2. Tipos de movimentos em massa

2.1 Desabamentos (Falls)

2.2 Tombamentos (Topples)

2.3 Deslizamentos (Slides)


2.3.1 Deslizamento rotacional (Rotational slides)
2.3.2 Deslizamento translacional (Translational slides)

2.4 Expansão Lateral (Lateral spreads)

2.5 Fluxos (Flows)

2.6 Movimentos complexos (Complex and Compound)


2. Tipos de movimentos em massa
2.1 Desabamentos (Falls)

- Deslocação de solo ou rocha a partir de um escarpado.


- Movimentos tangenciais são nulos ou reduzidos.
- O material desloca-se pelo ar, por queda, saltação ou rolamento.
- Movimento brusco, com elevada velocidade.
- Existência de superfícies de rotura ou de fracturas, normalmente subverticais.
- Grande potencial destruidor.

Figura 8| Esquema de um desabamento de Figura 9| Desabamento de rochas (retirado de [11]).


rochas (adaptado de [3]).
2. Tipos de movimentos em massa
2.2 Tombamentos (Topples)

- Rotação de uma unidade de solo ou rocha, a partir de um ponto ou eixo situa-


do abaixo do centro de gravidade da mesma.
- Ocorre por influência da gravidade e pela acção de forças laterais.
- Comum em unidades rochosas com descontinuidades inclinadas de modo
contrário ao declive.
- Desenvolve-se lentamente, com possível evolução para desabamento ou
deslizamento.

Figura 10| Esquema de um tombamento de rochas Figura 11| Tombabamento de rochas


(adaptado de [3]). (retirado de [11]).
2. Tipos de movimentos em massa
2.3 Deslizamentos (Slides)

- Movimento de solo ou rocha que ocorre dominantemente ao longo de


planos de rotura ou de zonas relativamente estreitas

- Intensa deformação tangencial.

- A massa deslocada durante o movimento permanece em contacto com o


material subjacente não afectado.
2. Tipos de movimentos em massa
2.3 Deslizamentos (Slides)

2.3.1 Deslizamento rotacional (Rotational slides)


- Ocorrem ao longo de superfícies de rotura curvas, em meios geralmente
homogéneos.
- A sua forma topográfica é característica: como o plano de deslizamento é
côncavo, o movimento envolve uma rotação, materializada por um abatimento
na parte montante do deslizamento e por um levantamento no seu sector
frontal.
- Podem ser induzidos por vários mecanismos: precipitações elevadas, cheias,
sismos e por actividades humanas.

Figura 12| Esquema de um deslizamento Figura 13| Deslizamento


rotacional rotacional (adaptado de [3]). rotacional (retirado de [11]).
2. Tipos de movimentos em massa
2.3 Deslizamentos (Slides)

2.3.2 Deslizamento translacional (Translational slides)


- Deslizamento mais ou menos rápido de rocha ou de detritos.
- Superfície de fraqueza pré-existente, geralmente, plana, como falhas, planos
de estratificação, foliação e diáclases.
- A tensão tangencial da gravidade e a inclinação dos planos de fraqueza
estrutural da rocha têm o mesmo sentido.

Figura 14| Esquema de um deslizamento Figura 15| Deslizamento tranlacional (retirado de [11]).
translacional (adaptado de [3]).
2. Tipos de movimentos em massa
2.4 Expansão Lateral (Lateral spreads)

- Ocorrem, geralmente, em terrenos com declives muito suaves.


- Corresponde a uma deslocação natural de massas coesivas de solo ou rocha,
combinada com uma subsidência geral no material.
- Podem ser induzidos por vários mecanismos: concentração de água em solos
devido a longos períodos de chuva, gelo ou toalhas freáticas a pouca profundidade,
e sismos que provocam a liquidificação de massas sensíveis a este fenómeno.

Figura 16| Esquema de uma expansão lateral (adaptado de [3]). Figura 17| Expansão lateral (retirado de [11]).
2. Tipos de movimentos em massa
2.5 Fluxos (Flows)

- Ocorrem preferencialmente em materiais não-consolidados com dife-


rentes teores em humidade.

- Podem apresentar diferentes níveis de velocidade: lentos, rápidos e extre-


mamente rápidos.

- A velocidade depende do declive da vertente, da ausência ou presença de


obstáculos, da viscosidade, da forma do leito de escoamento e do volume
dos materiais em movimento.

- Existem cinco categorias principais de fluxos: fluxos de detritos (debris


flow) avalanches (debris avalanche), fluxos de terra (earth flow), fluxos de
lama (mudflow) e rastejamento (creeping).
2. Tipos de movimentos em massa
2.5 Fluxos (Flows)

Fluxos de detritos (debris flow)

Figura 18| Esquema de um fluxo de detritos (adaptado de [3]). Figura 19| Fluxo de detritos (retirado de [11]).
2. Tipos de movimentos em massa
2.5 Fluxos (Flows)

Avalanches (debris avalanche)

Figura 20| Esquema de uma avalanche (adaptado de [3]). Figura 21| Avalanche (retirado de [11]).
2. Tipos de movimentos em massa
2.5 Fluxos (Flows)

Fluxos de terra (earth flow)

Figura 22| Esquema de um fluxo de terra (adaptado de Figura 23| Pequeno fluxo de terra (retirado de [12]).
[3]).
2. Tipos de movimentos em massa
2.5 Fluxos (Flows)

Rastejamento (creeping)

Figura 24| Esquema de um rastejamento (adaptado de [3]). Figura 25| Rastejamento (retirado de [13]).
2. Tipos de movimentos em massa
2.6 Movimentos complexos (Complex and Compound)

- Neste tipo de movimentos em massa enquadram-se as combinações de mais


de um tipo de movimento.
- As combinações mais frequentes são o desabamento de blocos com o fluxo
de detritos.

Figura 8| Esquema de um desabamento de Figura 18| Esquema de um fluxo de detritos (adaptado de [3]).
rochas (adaptado de [3]).
3. Medidas de prevenção e mitigação

- Apreciação de riscos:
a) análise;
b) avaliação;
c) gestão.

Figura 26| Etapas do processo de estudo do risco (retirado de [14]).


3. Medidas de prevenção e mitigação

3.1 Elaboração de cartas de risco

3.2 Medidas de estabilização e controlo das vertentes


3.1 Elaboração
3. Medidas de cartas de risco
de prevenção e mitigação

- O desenvolvimento de uma carta de risco de movimentos em massa requer a


combinação:
a) das informações obtidas no trabalho de campo e de laboratório;
b) da avaliação do sistema de informação geográfica;
c) do processamento, integração e análise de todos os resultados.

Figura 27| Método usado no desenvolvimento de uma carta de risco de


uma determinada área (retirado de [15]).
3. Medidas de prevenção e mitigação
3.1 Elaboração de cartas de risco

- Princípios gerais utilizados na elaboração de cartas de risco de movi-


mentos em massa:

a) a eventual cedência de uma vertente, no futuro, acontecerá devido a


razões semelhantes àquelas que estiveram na sua origem no passado;

b) as principais causas da instabilidade das vertentes são bem conhe-


cidas, logo a maioria dos movimentos em massa podem ser reconhecidos
e mapeados;

c) o possível grau de perigo pode ser avaliado dependendo de um


reconhecimento correcto dos factores que estiveram na origem dos
movimentos em massa, da sua severidade e da a interacção estabelecida.
3. Medidas de prevenção e mitigação
3.1 Elaboração de cartas de risco

- Principais parâmetros utilizados na


elaboração da carta de risco da figura
ao lado:
- a) identificação de antigas zonas
de movimentos em massa e de actuais
zonas activas;
- b) cálculo de factores de
segurança;
- c) condições hidrogeológicas da
área em estudo.

- Foram tidos em consideração outros


parâmetros de menor importância,
como a erosão marinha.
Figura 28| Carta de risco de movimentos em massa de
uma região costeira em Dakar (adaptado de [16]).
3. Medidas de prevenção e mitigação
3.2 Medidas de estabilização e controlo das vertentes

3.2.1 Alteração geomorfológica das vertentes

3.2.2 Reforço das vertentes

3.2.3 Estruturas de suporte

3.2.4 Controlo da drenagem

3.2.5 Estruturas de minimização


3. Medidas de prevenção e mitigação
3.2 Medidas de estabilização e controlo das vertentes
3.2.1 Alteração geomorfológica das vertentes

- Numa vertente extremamente abrupta opta-se por realizar as seguintes


medidas para reduzir o seu potencial de movimento:
a) diminuir o ângulo de inclinação da vertente;
b) colocar material adicional na base da vertente de modo a prevenir um
movimento em massa;
c) reduzir a carga (peso) da vertente removendo algum do material rochoso,
solo ou estruturas artificiais das zonas do topo da vertente;
d) remover material instável.

Figura 29| Estabilização de uma vertente através da remoção de material instável (adaptado de [9]).
3. Medidas de prevenção e mitigação
3.2 Medidas de estabilização e controlo das vertentes

3.2.2 Reforço das vertentes

- O reforço das vertentes é realizado através de estruturas, como os rock bolts


(cavilhas de ferro) que são colocadas em fissuras ou cavidades na rocha da
vertente.

Figura 30| Utilização de rock bolts na estabilização de uma vertente


rochosa (retirado de [17]).
3. Medidas de prevenção e mitigação
3.2 Medidas de estabilização e controlo das vertentes

3.2.3 Estruturas de suporte


- Controlam os deslizes uma vez que aumentam a resistência aos movimentos
dos materiais das vertentes.
- Incluem muros de retenção feitos de betão, cestos de rede metálica cheios de
pedras (gabions), empilhamentos de diferentes materiais (cribwall) como
barrotes de madeira, de betão ou de metal.
- Devem facilitar a circulação de água, permitindo a sua drenagem.

A B

Figura 31| Diferentes aspectos de estruturas de suporte: A. gabion (retirado de [18]); B. cribwall (retirado de [4]).
3. Medidas de prevenção e mitigação
3.2 Medidas de estabilização e controlo das vertentes

3.2.4 Controlo da drenagem


- Reduz o efeito de um dos principais factores que causam os movimentos em massa.
- Drenagem da água, impedindo a sua infiltração nos materiais das vertente.
- Este mecanismo pode ser realizado das seguintes formas:
a) canal de drenagem;
b) cobertura impermeável da vertente;
c) sistema de canalização no interior das vertentes.

A B

Figura 32| Mecanismos de drenagem de águas de escorrência das vertentes: Figura 33| Canalização no interior das
A. canal de drenagem; B. cobertura impermeável da vertente (adaptado de [4]). vertentes que efectua a drenagem de águas
subsuperfíciais (retirado de [9]) .
3. Medidas de prevenção e mitigação
3.2 Medidas de estabilização e controlo das vertentes

3.2.5 Estruturas de minimização

- São aplicadas quando é inevitável a ocorrência de movimentos em massa.


- Protegem infra-estruturas reduzidas, como estradas, pela construção de
estruturas como túneis, permitindo que os materiais deslizem sobre estes.

Figura 34| Estrutura de minimização (retirado de [9]).


4. Referências bibliográficas

[1] Sestini, M. F. (2000). Variáveis geomorfológicas no estudo de deslizamentos em Carguatatuba-SP utilizando imagens
TM-LANDSAT e SIG. Dissertação de Mestrado em sensoriamento remoto, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Disponibilizado on-line em http://www.obt.inpe.br/pgsere/Sestini-M-F-1999/cap2.pdf, acedido em Abril de 2007.

[2] Perigos geológicos - http://www.cvarg.azores.gov.pt/Cvarg/CentroVulcanologia/perigos

geologicos/. Acedido em Maio de 2007.

[3] Highland, L. (2004). Landslides types and processes. Disponibilizado em http://pubs.usgs.gov/fs/2004/3072/pdf/fs2004-


3072.pdf, acedido em Abril de 2007.

[4] Keller, E. A. (2005). Introduction to environmental geology. 3rd Ed. Prentice Hall: New Jersey.

[5] Coch, N. K. (1995). Geohazards: Natural and human. Prentice Hall: Englewood Cliffs.

[6] Geologia Ambiental - http://w3.ualg.pt/~jdias/GEOLAMB/GA4_MovMassa/index4.html. Acedido em Abril de 2007.

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[8] Agentes erosivos-gravidade - http://geodinamica.no.sapo.pt/html/pagesgex/gravidade.

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[9] Montgomery, C. W. (2003). Environmental Geology. 6th Ed. WCB McGraw-Hill: Northern Illinois University.
4. Referências bibliográficas

[10] Landslides and classification - http://www.answers.com/topic/landslide-types-and-classification. Acedido em Junho de


2007.
[11] Júnior, A. F. A. (2007). Mapeamento geotécnico aplicado à análise de processos de movimentos de massa
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[13] Carto - http://www.ulg.ac.be/geolsed/carto/carto.htm. Acedido em Junho de 2007.
[14] Garcia, R. A. C., Zêzere, J. L. (2003). Avaliação de riscos geomorfológicos: conceitos, terminologia e métodos de
análise. III Seminário sobre Recursos Geológicos, Ambiente e Ordenamento do Território, UTAD, Vila Real, 299-308.
Disponibilizado em http://www.dgrf.min-agricultura.pt/v4/dgf/ficheiros/20040701134502CPD.pdf, acedido em Abril de 2007.
[15] Bell, F. G. (1999). Geological hazards: their assessment avoidance and mitigation. Routledge: London.
[16] Fall, M., Azzam, R., Noubactep, C. (2006). A multi-method approach to study the stability of natural slopes and landslide
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[18] Gabions Boxes Wire (Pan Metal, Greece) - http://www.alibaba.com/catalog/10941438/
Gabions_Boxes_Wire.html. Acedido em Junho de 2007.

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