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Recife – PE
2022 1
ÍNDICE DA APRESENTAÇÃO
● Introdução;
● Relevância do tema;
● Movimentos de massa;
● Estudo de caso;
● Referências.
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Introdução
Encostas são definidas como superfícies inclinadas de maciços terrosos, rochosos ou
mistos, originados de processos geológicos e geomorfológicos diversos, podendo
apresentar diversas modificações antrópicas (FILHO; VIRGILI, 1998).
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Introdução
As encostas ou taludes apresentam as seguintes partes: crista, pé, altura, ângulo de
inclinação e corpo ou maciço do talude.
Figura 2: Partes de uma encosta
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Introdução
São vários os fatores naturais que atuam isoladamente ou conjuntamente durante o
processo de formação dessas encostas e que respondem pela estrutura característica
deste maciços.
Fatores Geológicos
• Litologia
• Estruturação
• Geomorfologia
Fatores Ambientais
• Clima
• Vegetação
• Topografia
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Relevância do tema
• Eventos catastróficos envolvendo instabilidade de encostas tornaram-se pauta de
discussões na sociedade brasileira;
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Relevância do tema
Figura 3: Acidentes Geológicos-Geotécnicos
Translacional
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Fonte: Adaptado de Burns e Madin, 2009.
Movimentos de massa
Quedas • Os materiais, rocha ou solo, se desprendem das encostas pela
ação da gravidade;
• O movimento é do tipo queda ou de rolamento, com velocidade
muito rápida;
• Nas encostas íngremes o movimento geralmente é em queda
livre;
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Movimentos de massa
Tombamento • O movimento se dá a partir da rotação de um bloco da encosta
em torno de um eixo;
• Este movimento está condicionado a existência de planos de
fraqueza;
• Em geral, são movimento mais lentos que as quedas e ocorre
principalmente em taludes de corte;
• São, às vezes, causados pela gravidade exercida sobre o peso do material na parte
superior da massa deslocada;
• Podem conter rochas, detritos (material mais graúdo) ou terra (material de fina
graduação);
• Podem ser complexos e compostos.
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Movimentos de massa
Escorregamento • É o movimento que ocorre geralmente através de uma
superfície de ruptura;
• São divididos em rotacionais (circulares), translacionais
(planares) e em cunha:
• Rotacionais: possuem superfície de deslizamento curva,
com movimento rotatório em materiais superficiais
homogêneos;
• Translacionais: o escorregamento ocorre em uma superfície
relativamente plana e associada a solos mais rasos;
• Cunha: tem-se a existência de dois planos de fraqueza
desfavoráveis à estabilidade que condicionam o
deslocamento ao longo de uma interseção destes planos.
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Movimentos de massa
Corridas de massa • São rápidos movimentos de massa, em que o solo solto, rochas e
matéria orgânica, se misturam à água e formam lama que escoa
por talude abaixo;
• Formam uma massa de elevada densidade e viscosidade;
• Esse tipo de movimento de massa se caracteriza por ter extenso
raio de ação e alto poder destrutivo;
• Podem ser originadas de outros escorregamentos;
• Quando um escorregamento rotacional ou translacional ganha
velocidade e a massa interna perde a coesão ou ganha água,
esse fenômeno pode se transformar em uma corrida de massa
ou fluxo de detritos.
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Condicionantes dos movimentos de massa
Perfil geotécnico
Causas geológicas
Orientação desfavorável da
descontinuidade de massa
Contraste na
permeabilidade e seus
efeitos na poropressão
Contraste na rigidez
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Condicionantes dos movimentos de massa
• Os movimentos gravitacionais de massa podem ser causados por alguns processos, que
podem ser naturais, ou resultantes da interferências humana:
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Condicionantes dos movimentos de massa
• Remoção da cobertura vegetal
• Encostas que não apresentam cobertura vegetal
estão mais propensas a ocorrência de
escorregamentos;
• Efeitos desfavoráveis:
• Efeito de alavanca: força cisalhante transferida
pelos troncos das árvores ao terreno, quando
suas copas são atingidas por ventos;
• Efeito de cunha: pressão causada pelas raízes ao
penetrar em fendas;
• Sobrecarga vertical: causada pelo peso das
árvores.
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Fonte: CPRM, 2018.
Condicionantes dos movimentos de massa
• Vazamento na rede de abastecimento de água
• Efeitos desfavoráveis:
• Fluxo de água no interior do maciço;
• Saturação do solo;
• Desencadeamento de processos erosivos;
• Diminuição de sua resistência;
• Favorece a instabilização de cortes e aterros;
• Na maioria das vezes essas redes de abastecimento de
água são improvisadas por moradores (canos e
mangueiras inadequadas), o que agrava ainda mais a
situação.
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Fonte: CPRM, 2018.
Condicionantes dos movimentos de massa
• Infiltração à partir de esgotos e fossas sanitárias
• No caso das águas servidas, a inexistência ou
deficiência do esgotamento sanitário faz com que haja
uma infiltração contínua no solo, o que pode levar à
sua saturação e consequente ruptura de cortes e
aterros;
• É comum a construção de fossas negras, sem nenhum
tipo de impermeabilização, o que resulta em
contaminação do lençol freático;
• Em locais de maior declividade estes vazamentos
levam à saturação do solo e afetam a estabilidade de
cortes e aterros.
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Fonte: CPRM, 2018.
Condicionantes dos movimentos de massa
• Execução de cortes inadequados
• Esses cortes apresentam inclinação e alturas
excessivas, incompatíveis com a resistência intrínseca
do solo, o que possibilita a ocorrência de
escorregamentos;
• Quando o corte atinge o solo de alteração pode tornar
a encosta mais susceptível a escorregamentos,
principalmente, quando esta é submetida à ação das
águas;
• No entanto, o fator de segurança aumenta quando as
inclinações destas estruturas estão voltadas para
dentro do talude.
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Fonte: CPRM, 2018.
Condicionantes dos movimentos de massa
• Lançamento de lixo e entulho nas encostas
• O lançamento de lixo e entulho nas encostas cria
condições favoráveis para a ocorrência de
escorregamento;
• Esse material é extremamente poroso e, em período
chuvoso, acumula água que se torna um peso extra,
fazendo com que essa massa de material se desloque,
causando acidentes;
• Quando o lixo atinge os elementos de drenagem,
impede o escoamento das águas, possibilitando o
extravasamento dessa água e consequente infiltração
do solo.
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Fonte: CPRM, 2018.
Soluções de tratamentos das encostas
Proteção
superficial
Macrodrenagem
Sem estruturas
Drenagem
de contenção
Soluções de tratamento
Microdrenagem
Retaludamento
Concreto
ciclópico
Muros de Solo-cimento
gravidade ensacado
Com estruturas
de contenção
Muros de solo
Gabiões
reforçado
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Soluções de tratamentos das encostas
• Proteção superficial
• Esse tipo de solução tem como função, basicamente, impedir a formação de
processos erosivos e diminuir a infiltração de água no maciço.
Proteção superficial
Tela argamassada
Com
Material artificial
impermeabilização
Cimentado
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Soluções de tratamentos das encostas
• Proteção com vegetação
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Soluções de tratamentos das encostas
• Drenagem
• O objetivo da drenagem é diminuir a infiltração de águas pluviais, captando-as e
escoando-as pelos elementos de drenagem.
• As soluções do sistema de drenagem são divididos em dois subsistemas:
Microdrenagem Macrodrenagem
• Canaletas; • Galerias
• Valetas; subterrâneas;
• Calhas; • Canais
• Caixas coletoras;
• Dissipadores de
energia.
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Soluções de tratamentos das encostas
• Drenagem
Fonte: Cunha, 1991. Fonte: Ramos et al. 2019. Fonte: Cunha, 1991.
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Soluções de tratamentos das encostas
• Muros de Concreto Ciclópico
• São estruturas construídas mediante o preenchimento de uma fôrma com concreto e
blocos de rocha de varias dimensões;
• Recomendável para encostas com altura máxima de 4 a 5m;
• Concreto ciclópico deve ser constituído por 70% de concreto estrutural e 30% de
rochas graníticas.
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Fonte: Defesa Civil, 2018.
Soluções de tratamentos das encostas
• Muros de Solo Cimento Ensacado
• Alternativa que utiliza sacos de solo estabilizados com cimento;
• O solo inicialmente é peneirado e em seguida misturado com cimento, adicionando-
se água em quantidade 1% acima da umidade ótima;
• Os sacos de solo-cimento são dispostos em camadas horizontais, sendo compactada
de modo a reduzir o volume de vazios.
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Fonte: Defesa Civil, 2018.
Soluções de tratamentos das encostas
• Muros de Gabião
• São gaiolas metálicas preenchidas com pedra, arrumadas manualmente e construídas
com fios de aço galvanizado em malha hexagonal de dupla-torção (GEO-RIO, 2000).
• As pedras devem possuir diâmetro no mínimo superiores à abertura da malha, e os
degraus podem ser externos ou internos.
Resistentes
• A malha hexagonal de dupla torção
proporciona distribuição uniforme dos
esforços
Flexíveis
• Adaptação e acomodação de acordo com os
movimentos do terreno
Permeáveis
• Estrutura autodrenante que permite alívio
das pressões hidrostáticas
Econômicas
• Possui fácil execução e não necessita de
mão de obra especializada
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Fonte: Maccaferri, 2009.
Soluções de tratamentos das encostas
• Muros de Solo Reforçado
• São estruturas em que o reforço consiste em introduzir no maciço elementos que
possuam elevada resistência a tração ou compressão.
Cortina
Terra armada Solo grampeado Geossintéticos
atirantada
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Estudo de Caso
• Título: Ruptura ocorrida em encosta com ocupação desordenada na UR 2, Ibura.
• Autor: Rafael Galvão de Santana
• Ano: 2006
• Tópicos abordados:
• Localização;
• Aspectos climáticos;
• Aspectos geológicos;
• Atividades de campo e laboratório;
• Análises de estabilidade;
• Análise dos resultados;
• Sugestões para estabilização;
• Avaliação das propostas;
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• Conclusões
Estudo de Caso
• Localização
37
Fonte: Alheiros, 1998 apud Santana, 2006.
Estudo de Caso
• Aspectos climáticos
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Fonte: Alheiros, 1998 apud Santana, 2006.
Estudo de Caso
• Análises de estabilidade
• Análise de estabilidade do deslizamento
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Estudo de Caso
• Análises de estabilidade
• Análise de estabilidade da situação atual
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Estudo de Caso
• Análises dos resultados
Ensaios de resistência ao cisalhamento com as amostras nas umidades naturais e inundadas.
• Muro de Gabiões;
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Estudo de Caso
• Sugestões para estabilização
• Muro de Pedra rachão
• Pré-dimensionamento
• Custo
45
Estudo de Caso
• Sugestões para estabilização
• Muro de Solo-cimento ensacado
• Pré-dimensionamento
• Custo
46
Estudo de Caso
• Sugestões para estabilização
• Muro de Gabiões
• Pré-dimensionamento
• Custo
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Estudo de Caso
• Sugestões para estabilização
• Solo reforçado com geotêxteis
• Pré-dimensionamento
• Custo
48
Estudo de Caso
• Avaliação das propostas
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REFERÊNCIAS
BANDEIRA, A. P. N. Mapa de risco de erosão e escorregamento das encostas com ocupações desordenadas no município de
Camaragibe-PE. Dissertação (Mestrado em geotecnia). 209 f. UFPE, Recife, 2003.
BURNS, W. J.; MADIN, I. P. Protocol for Inventory Mapping of Landslide Deposits from Light Detection and Ranging (lidar) Imagery.
Disponível em: https://www.oregongeology.org/pubs/dds/slido/sp-42_onscreen.pdf. Acesso em: 24 mai. 2022.
CPRM. Serviços Geológicos do Brasil. Curso Básico de Percepção e Mapeamento do Risco Geológico. 2018. Disponível em:
https://defesacivil.es.gov.br/Media/defesacivil/Capacitacao/CBPRG2018/MOVIMENTOS%20DE%20MASSA.pdf. Acesso em: 21 mai.
2022.
CUNHA, M. A. (1991). Ocupação de Encostas. Instituto de Pesquisas Tecnológicas, São Paulo, SP, 216 p.
FILHO, Oswaldo Augusto; VIRGILI, José Carlos. Estabilidade de Taludes. In: OLIVEIRA, Antônio Manoel dos Santos; BRITO, Sérgio
Nertan Alves de. Geologia de engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de Engenharia, 1998.
OLIVEIRA, L. M. (2010). Acidentes Geológicos Urbanos. MINEROPAR – Serviço Geológico do Paraná, Curitiba, PR, 1ª edição, 78 p.
SANTANA, R. G. Análise de soluções de engenharia para estabilização de encostas ocupadas na Região Metropolitana do Recife – PE.
Estudo de caso: Ruptura ocorrida em encosta com ocupação desordenada na UR 2, Ibura. Dissertação (Mestrado em geotecnia). 208
f. UFPE, 2006.
SUPAN-MG (1983). Sugestões para Contenção de Taludes. Superintendência de Articulação com os municípios. Belo Horizonte, MG.
WANATABE, R. M. Taludes. 2020. Disponível em: http://www.ebanataw.com.br/talude/talude.php. Acesso em: 27 mai. 2022.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Recife – PE
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Recife – PE
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