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UNIVERSIDADE UNIGRANRIO

CIRO DIAS ARANTES CANDIDO

MATRÍCULA: 6102837

CHRISTIANE TEIXEIRA LIMA DE ALMEIDA

MATRÍCULA: 6102909

GLEICE KELI DE ANDRADE BARBOSA

MATRÍCULA: 6102868

KÁTIA DE OLIVEIRA CAETANO

MATRÍCULA 6102870

MARCELLE PAULA RIBEIRO DE OLIVEIRA

MATRÍCULA:6102839

AP3

Geologia

MACAÉ,04/11/2022.

PÚBLICA
UNIVERDIDADE DO GRANDE RIO

Ciro Dias Arantes Candido


Christiane Teixeira Lima De Almeida
Gleice Keli De Andrade Barbosa
Kátia De Oliveira Caetano
Marcelle Paula Ribeiro De Oliveira

MAPEAMENTO E AVALIAÇÃO DA SUSCETIBILIDADE A


ESCORREGAMENTOS – ESTUDO DE CASO: TERESÓPOLIS/RJ

Trabalho acadêmico da disciplina de


Geologia da Engenharia, do curso
de graduação Engenharia Civil.

Professor: Luciana Oliveira

PÚBLICA
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 2-4
2 DESENVOLVIMENTO 4-7
3 CONCLUSÃO 8
REFERÊNCIAS 9

PÚBLICA
Introdução

Avaliando os riscos ambientais no caso de Teresópolis/RJ, são riscos que


resultam da associação entre os riscos naturais e os riscos decorrentes de
processos naturais agravados pela atividade humana e pela ocupação do território.
Sendo assim, são os riscos que originam onde existe a possibilidade de ocorrer um
evento natural intenso (como deslizamentos e inundações, por exemplo) em áreas
ocupadas pelo ser humano.

A necessidade da resiliência da educação ambiental é muito importante à


gestão das áreas de riscos, porque faz parte das ações não estruturais previstas no
planejamento e gerenciamento dessas áreas. Podem ser usadas ações não
estruturais que são aquelas onde se aplica um rol de medidas relacionadas às
políticas urbanas, planejamento urbano, legislação, planos de defesa civil e
educação. São consideradas tecnologias brandas e, normalmente, têm custo muito
mais baixo que as medidas estruturais (tecnologias duras).

A relevância da Educação Ambiental é para abranger práticas que contribuam


para que o indivíduo/população perceba o ambiente ao seu redor e sua troca de
relação. Compreende-se que esta ação apresenta grande potencial no sentido de
favorecer o desenvolvimento da percepção de riscos ambientais, já que estes se
destacam significativamente dentro da problemática ambiental que vem se
revelando à sociedade e especificamente a região serrana do Rio de Janeiro.

O Movimento de Massa, também denominado como deslizamento,


escorregamento, ruptura de talude, queda de barreiras, entre outros, se refere aos
movimentos de descida de solos e rochas sob o efeito da gravidade, geralmente
potencializado pela ação da água. O Brasil é considerado muito suscetível aos
movimentos de massa devido às condições climáticas marcadas por verões de
chuvas intensas.

Baseado nessas informações introdutórias podemos direcionar o Estudo das


características dos solos e eventos de Teresópolis/RJ conforme subtítulos abaixo:

Escorregamentos
Um escorregamento ocorre quando existe movimentação de massa e
apresenta uma superfície de ruptura definida, podendo ser considerados como
movimentos rápidos de duração curta. Pode se dizer que o surgimento do
escorregamento é um decréscimo da relação entre a resistência ao cisalhamento do
solo ou rocha (material geológico) e as tensões do cisalhamento atuantes na
superfície potencial de ruptura.

PÚBLICA
Os “escorregamentos” são classificados em: Escorregamentos Rotacionais
e Escorregamentos Translacionais.

O escorregamento rotacional ocorre quando há uma massa do solo que se


movimenta de forma côncava em torno de um eixo paralelo em direção a superfície
do terreno, caracterizando uma separação de massa de material geológico, no qual
de um lado existe uma superfície de material mais resistente e do outro a superfície
de ruptura.

Pode se afirmar que esse movimento apresenta menor deformação interna,


embora, em alguns casos, o material se liquefaz e o movimento evolui para um
escoamento até chegar na base da encosta. A velocidade desse movimento pode
variar de alguns centímetros ao ano até muitos metros por mês, quando se trata de
solo, pode chegar a até três metros por segundo. Entre os mecanismos que podem
desencadear esse processo estão, terremotos, explosões, elevação súbita do nível
do lençol freático e longos períodos de chuva.

Normalmente o escorregamento rotacional é identificado nas encostas


brasileiras com a característica que geralmente mobilizam o manto de alteração.
São movimentos de potências catastróficas, onde ocorre o deslizamento abrupto do
solo residual que está sobre a rocha, ao longo de uma superfície qualquer de ruptura
ou ao longo da própria superfície da rocha.

No caso de Teresópolis se enquadra no: Escorregamentos translacionais


que ocorrem quando as massas de solo ou rocha possuem anisotropias
consideráveis no seu interior, então, possíveis escorregamentos apresentarão
planos de movimentação controlados pelas tais anisotropias.

PÚBLICA
o escorregamento translacional pode ser definido como sendo uma falha não circular
que envolve um movimento de translação de uma superfície de deslizamento
aproximadamente plana. Enquanto os escorregamentos rotacionais ocorrem
geralmente em encostas mais íngremes e apresentam extensão relativamente
moderada, os escorregamentos translacionais ocorrem com maior frequência em
encostas abatidas e podem atingir centenas ou milhares de metros.

Creep ou Rastejos

São movimentos lentos e contínuos de materiais de taludes, com limites


geralmente indefinidos. Apesar da movimentação ser devida a ação da gravidade,
pode ocorrer a interferência da variação de temperatura e umidade. Existem três
tipos de creep, são eles:

Sazonal: (o solo sofre o efeito das mudanças sazonais);


Contínuo: (onde a tensão de cisalhamento excede continuamente a resistência do
mate rial);
Progressivo: (o talude atinge o ponto de falha, como em outros movimentos de
massa).

Ratificando que o rastejo pode ser detectado pela percepção de árvores


inclinadas na direção do talude, podendo com o tempo evoluir para um
escorregamento propriamente dito.

Desenvolvimento

As chuvas de verão fortes e concentradas desencadeiam generalizados


deslizamentos de terras, inundações e fluxos de detritos que provocaram os
transtornos supracitados. Apesar dos deslizamentos e das fortes chuvas serem
fenômenos comuns nessa região, os eventos catastróficos surpreendem pela
magnitude, abrangência e poder de destruição. As tragédias são causadas por um
fenômeno que combina fortes chuvas e as condições geológicas específicas da
região, mas é agravada pela ocupação irregular do solo e a falta de infraestrutura
adequada para se enfrentar o problema.

Áreas sensíveis de desastre:

As áreas tanto nas regiões urbanas, quanto nas rurais, as áreas mais
severamente afetadas pelos efeitos das chuvas são:

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a) As margens de rios (incluindo os pequenos córregos e margens de nascentes).
As áreas diretamente mais afetadas são aquelas definidas pelo Código Florestal
como Áreas de Preservação Permanente – APPs;

b) As encostas com alta declividade (geralmente acima de 30º). No caso dos


deslizamentos, observa -se que a grande maioria está associada a áreas
antropizadas, onde já não existe a vegetação original bem conservada, ou houve
intervenção para construção de estradas, ou terraplanagem para construção de
edificações diversas;

c) Áreas no sopé dos morros, montanhas ou serras. Observa-se que as rochas e


terra resultantes dos deslizamentos das encostas e topos de morro atingem também
edificações diversas construídas muito próximas da base;

d) Fundos de vale. São áreas em fundos de vale, especialmente aquelas áreas


planas associadas a curvas de rio quando são atingidas pela elevação das águas e
pelo corrimento e deposição de lama e detritos.

Fatores de contribuição para o desastre:

O relevo das cidades serranas funciona como uma barreira que impede a
passagem das nuvens e, concentradas, provocam muita chuva numa única área. A
parte alta das montanhas é um terreno muito inclinado e a vegetação cresce sobre
uma camada fina da terra. A água da chuva vai penetrando no solo, que fica
encharcado e se desloca da pedra, com isso o volume de terra desce como uma
grande avalanche, devastando o que encontra pela frente. A grande inclinação das
montanhas fez com que o deslizamento aumente a rapidez da destruição.

O ar junto com nuvens carregadas no Sudeste. A água da chuva é na maioria


das vezes responsável por dois fenômenos distintos: primeiro a cheia nas nascentes
dos rios no alto das montanhas que juntamente com outros fatores causam
enchentes, e o sistema de drenagem dos municípios era obsoleto e não consegue
escoar o grande volume de água.

Os deslizamentos estão associados a intervenção antrópica, como estradas,


caminhos, trilhas, terraplanagens, desmatamento de encostas e topos de morro,
degradação da vegetação nativa e áreas de pastagens degradadas que apresentam
processos erosivos que, com o tempo, contribuem para a desestabilização de
encostas. Além disso, pode se observar também que as áreas que foram mais
intensamente afetadas por tragédias são aquelas consideradas APPs (Áreas de
Proteção Permanente, como margens de cursos d´água, encostas com alta
declividade e topos de morro ou montanhas). Por outro lado, nas áreas com a
vegetação nativa bem conservada, mesmo quando localizadas em áreas com alta

PÚBLICA
declividade ou topos de morro ou montanhas, a quantidade de deslizamentos e
rolamento de rochas foi inferior a 10% do total desses eventos.

O que pode ser feito para evitar:

Desastres naturais provocam reflexão tanto na população atingida quanto na


sociedade como um todo, levando a pensar sobre as medidas que poderiam ser
tomadas antes da tragédia, uma vez que catástrofes já apresentam certa previsão,
devido aos fatores já mencionados. É fato que no caso do solo de Teresópolis/RJ
não seria possível evitar os deslizamentos e escoamentos, já que as condições
naturais da região são inclinadas para esse tipo de fenômeno, mas futuras tragédias
podem ser evitadas. O descaso político em relação a ocupação irregular e
crescimento desordenado da região e, mesmo havendo uma Lei de proteção do solo
desde 1978.
Segundo o Manual de Planejamento de defesa Civil, pode-se denominar:
Contingência a uma situação de incerteza quanto a um determinado evento,
fenômeno ou acidente, que pode se concretizar ou não, durante um período de
tempo determinado, e Plano de Contingência é o planejamento tático que é
elaborado a partir de uma determinada hipótese de desastre. Além disso, o Manual
diz que com as orientações de uma equipe da Defesa Civil a população deve ser
previamente alertada dos riscos e, no momento do desastre, devidamente evacuada
para locais seguros.
Segundo Gerson Filho, catástrofes podem ser evitadas ou minimizadas pela
sociedade, mas, para isso, seria necessário governança para resolver de fato o
problema, através de um conjunto de medidas legais, técnicas, estruturais e
educativas coordenadas como:

 Elaborar e executar planos de prevenção e enfrentamento de desastres ambientais nas


escalas local, regional e nacional;

 Aprimorar o conhecimento da dinâmica da paisagem da região afetada (geologia,


geomorfologia, solos, vegetação, clima, hidrologia e sociedade);

 Aprofundar e disponibilizar o conhecimento geotécnico da região em várias escalas para


contribuir nas orientações técnicas de apoio à construção civil;

 Elaborar mapas detalhados de áreas de risco (escala local) que contribuam para
identificação das vulnerabilidades ambientais;

 Aplicar corretamente a “Lei de Uso e Ocupação de Solo” para elaboração de um


zoneamento visando a ocupação adequada do território;

 Estabelecer uma política continuada de Planejamento Urbano;

PÚBLICA
 Promover um código de obras rigorosamente adaptado às condições da dinâmica
ambiental da área;

 Respeitar as APPs (mantendo um afastamento seguro das margens de córregos e rios,


impedindo ocupações de encostas acima de 45º de inclinação e preservar os topos de
morros e serras);

 Mobilizar um plano de remoção e realocação adequada de populações que ocupam áreas


de risco;

 Utilizar radar meteorológico para monitoramento da pluviosidade e criação de um sistema


de alerta de tempestades em tempo real;

 Criar um sistema de monitoramento da vazão nas microbacias hidrográficas (estações


fluviométricas) para dar suporte técnico à implantação de um sistema de alerta para
inundações;

 Criar um centro de gerenciamento de risco integrando os municípios serranos vizinhos


para compartilhar conhecimento, métodos e ajuda;

 Instituir uma Defesa Civil proativa, capaz de atuar mais preventivamente e com
competência operacional para atender a áreas distantes e em condições meteorológicas
extremas;

 Aparelhar o Corpo de Bombeiros para atuar neste tipo de situação e em parceria


coordenada com a Defesa Civil; Figura 6: Comparação dessa igreja afetada pelo desastre
em 2011 e após um ano do ocorrido.

 Qualificar as brigadas de socorro e treinamento periódico através de simulações,


envolvendo toda população da área;

 Construir uma Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, inclusive em contextos


não escolares.

PÚBLICA
Conclusão:
Concluímos que algumas catástrofes não podem ser evitadas, já que a região
é naturalmente propícia à escorregamentos de terra, mas os danos podem ser
minimizados, já que chuvas torrenciais, deslizamentos e inundações não são
inéditos no Brasil, principalmente nesta região. O correto é existir planos de
prevenção e alerta aos desastres naturais em todas as escalas governamentais. O
Brasil já possui uma grande bagagem de estudos, análises e sólidos conhecimentos
técnicos científicos para auxiliar na implementação desses planos (FILHO, 2012).
Além disso, É necessário fiscalizar essas áreas para coibir as edificações
irregulares. Pretendemos, junto a isso, certamente, dar ênfase a novas diretrizes
urbanísticas e programas habitacionais para realocar essas pessoas. Para isso,
precisa-se de diálogo e parceria com diversos órgãos. Existe também a necessidade
de uma legislação para obras de emergência.
Por fim, sabe-se que para evitar a repetição de um desastre nesta região
apenas as intervenções de obras civis não bastam. A chave para a diminuição de
fatalidades está em ações de prevenção e a conscientização da população dos
riscos aos quais ela está submetida. Essa conscientização certamente irá evitar ou
pelo menos minimizar a ocupação de áreas de risco, assim como trazer confiança à
população nos sistemas de alerta.

PÚBLICA
Referência:
GARCIA, Janaína. Um ano após tragédia moradores da região serrana do Rio
reclamam de medo, abandono e desperdício de dinheiro público. UOL, Rio de
Janeiro, jan. 2012. Disponível em <http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-
noticias/2012/01/11/um-ano-depois-da-tragedia-moradores-da-regiao-serrana-do-rio-
reclamam-de-medo-abandono-e desperdicio-de-dinheiro-publico.htm>. Acesso em
19 de outubro de 2022.

G1. Tragédia na Serra do Rio completa 4 anos e cidades ainda tem problemas. G1:
InterTV, Rio de Janeiro, jan. 2015. Disponível em
<http://g1.globo.com/rj/regiaoserrana/noticia/2015/01/tragedia-na-serra-do-rio-
completa-4-anos-e-cidades-ainda-tem-problemas.html>. Acesso em 19 de outubro
de 2022.

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