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EsPCEx
Cadetes do Exército
NV-009AB-21
Cód.: 7908428800444
Obra Produção Editorial
Carolina Gomes
EsPCEx - Escola Preparatória de Josiane Inácio
Arthur de Carvalho
Autores
Revisão de Conteúdo
FÍSICA • Jean Pegoraro, Fernando Bertolaccini e Ygor
Lacerda Ana Beatriz Mamede
Ana Cláudia Prado
QUÍMICA • Carolina Sobral
Fernanda Silva
GEOGRAFIA • Zé Soares Jaíne Martins
Karina Oliveira
HISTÓRIA • Jean Talvani
Nataly Ternero
INGLÊS • Rebecca Soares
Diagramação
LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia
Dayverson Ramon
Collares, Giselli Neves, Paloma da Silveira Leite e
Isabella Ramiro Higor Moreira
Willian Lopes
MATEMÁTICA • Kairton Batista (Prof.º Kaká) e Sérgio
Mendes
Capa
REDAÇÃO • Nelson Sartori Joel Ferreira dos Santos
Projeto Gráfico
Edição:
Maio/2021
Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-
line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.
BÔNUS:
• Curso On-line.
à Física - Dinâmica
à Química - Reações Químicas
à Geografia - Cartografia
à História - Revolução Industrial - Segundo Reinado (1840-1889)
à Inglês - Verbo To Be
à Língua Portuguesa - Oração Subordinada
à Matemática - Geometria Plana
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FÍSICA......................................................................................................................................27
MECÂNICA........................................................................................................................................... 27
MOVIMENTO UNIFORME..................................................................................................................................31
GRÁFICOS DA CINEMÁTICA.............................................................................................................................32
MOVIMENTOS CIRCULARES............................................................................................................................34
DINÂMICA............................................................................................................................................ 35
QUANTIDADE DE MOVIMENTO.........................................................................................................................40
IMPULSO............................................................................................................................................................40
TRABALHO E ENERGIA.....................................................................................................................................42
POTÊNCIA..........................................................................................................................................................44
RENDIMENTO.....................................................................................................................................................44
TORQUE..............................................................................................................................................................45
HIDROSTÁTICA................................................................................................................................... 48
TERMOLOGIA...................................................................................................................................... 51
TERMOMETRIA..................................................................................................................................................52
PROPAGAÇÃO DO CALOR.................................................................................................................................52
GASES IDEAIS....................................................................................................................................................58
ONDAS.................................................................................................................................................. 64
FENÔMENOS ONDULATÓRIOS.........................................................................................................................72
Reflexão............................................................................................................................................................. 72
Refração............................................................................................................................................................ 72
Difração............................................................................................................................................................. 74
Interferência...................................................................................................................................................... 74
ONDAS SONORAS..............................................................................................................................................75
EFEITO DOPPLER...............................................................................................................................................79
ÓPTICA................................................................................................................................................. 80
REFLEXÃO DE LUZ.............................................................................................................................................82
ESPELHOS..........................................................................................................................................................82
Espelho Plano................................................................................................................................................... 82
Espelhos Esféricos........................................................................................................................................... 83
REFRAÇÃO LUMINOSA.....................................................................................................................................87
LENTES ESFÉRICAS..........................................................................................................................................90
INSTRUMENTOS ÓPTICOS...............................................................................................................................93
ELETRICIDADE..................................................................................................................................... 94
PRINCÍPIOS DA ELETROSTÁTICA....................................................................................................................94
CARGA ELÉTRICA..............................................................................................................................................94
POCESSOS DE ELETRIZAÇÃO..........................................................................................................................95
FORÇA ELÉTRICA..............................................................................................................................................96
CAMPO ELÉTRICO.............................................................................................................................................97
POTENCIAL ELÉTRICO......................................................................................................................................98
CORRENTE ALTERNADA.................................................................................................................................101
RESISTÊNCIA ELÉTRICA.................................................................................................................................102
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES.......................................................................................................................103
LEIS DE KIRCHHOFF........................................................................................................................................103
CAPACIDADE ELÉTRICA..................................................................................................................................105
ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES....................................................................................................................105
FORÇA MAGNÉTICA........................................................................................................................................111
CAMPO MAGNÉTICO......................................................................................................................................112
INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA......................................................................................................................112
TRANSFORMADORES.....................................................................................................................................113
QUÍMICA.............................................................................................................................. 119
MATÉRIA E SUBSTÂNCIA ................................................................................................................119
CLASSIFICAÇÕES PERIÓDICAS......................................................................................................124
NÚMERO DE OXIDAÇÃO..................................................................................................................................128
REAÇÕES QUÍMICAS........................................................................................................................130
GRANDEZAS QUÍMICAS...................................................................................................................133
ESTEQUIOMETRIA ...........................................................................................................................133
GASES................................................................................................................................................136
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS GASES: TEORIA CINÉTICA DOS GASES: VARIÁVEIS DE ESTADO
DOS GASES E TRANSFORMAÇÕES GASOSAS..............................................................................................136
TERMOQUÍMICA...............................................................................................................................138
CINÉTICA QUÍMICA..........................................................................................................................141
SOLUÇÕES.........................................................................................................................................143
HIDRÓLISE E SUAS CONSTANTES, HIDRÓLISE DOS SAIS, PH, POH, SOLUÇÕES ÁCIDAS E BÁSICAS,
ACIDEZ E BASICIDADE EM SOLUÇÕES, EQUILÍBRIO E PRODUTO IÔNICO DA ÁGUA, O PRODUTO DE
SOLUBILIDADE, INDICADORES E SOLUÇÃO TAMPÃO..................................................................................148
ELETROQUÍMICA...............................................................................................................................149
RADIOATIVIDADE..............................................................................................................................152
PROPRIEDADES................................................................................................................................159
GEOGRAFIA........................................................................................................................ 167
ORIENTAÇÃO E LOCALIZAÇÃO......................................................................................................................167
O ESPAÇO NATURAL........................................................................................................................175
AS SUPERFÍCIES LÍQUIDAS............................................................................................................................179
OS DOMÍNIOS NATURAIS...............................................................................................................................183
IMPACTOS AMBIENTAIS.................................................................................................................................184
Poluição........................................................................................................................................................... 184
Erosão.............................................................................................................................................................. 187
Assoreamento................................................................................................................................................. 187
INDÚSTRIA ......................................................................................................................................................187
O ESPAÇO HUMANO.........................................................................................................................195
DEMOGRAFIA...................................................................................................................................................195
URBANIZAÇÃO................................................................................................................................................197
CLASSIFICAÇÕES DO RELEVO.......................................................................................................................201
OS CLIMAS NO BRASIL...................................................................................................................................204
Aquíferos......................................................................................................................................................... 213
Hidrovias.......................................................................................................................................................... 214
Degradação ambiental................................................................................................................................... 214
O ESPAÇO ECONÔMICO..................................................................................................................................214
A FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL...................................................................................................214
ATIVIDADES ECONÔMICAS............................................................................................................................218
AGRICULTURA BRASILEIRA...........................................................................................................................220
O ESPAÇO POLÍTICO.........................................................................................................................227
FORMAÇÃO TERRITORIAL..............................................................................................................................227
DEMOGRAFIA...................................................................................................................................................234
MERCADO DE TRABALHO...............................................................................................................................237
DESENVOLVIMENTO HUMANO......................................................................................................................238
URBANIZAÇÃO BRASILEIRA..........................................................................................................................238
HISTÓRIA............................................................................................................................ 247
A SOCIEDADE FEUDAL (SÉCULOS V A XV).....................................................................................247
ABSOLUTISMO................................................................................................................................................249
MERCANTILISMO............................................................................................................................................250
ESTRUTURA POLÍTICO-ADMINISTRATIVA...................................................................................................253
ESTRUTURA SOCIOECONÔMICA...................................................................................................................255
INVASÕES ESTRANGEIRAS............................................................................................................................256
EXPANSÃO TERRITORIAL...............................................................................................................................256
REBELIÕES COLONIAIS...................................................................................................................................256
MOVIMENTOS EMANCIPACIONISTAS...........................................................................................258
CONJURAÇÃO MINEIRA.................................................................................................................................258
CONJURAÇÃO BAIANA...................................................................................................................................258
O BRASIL IMPERIAL..........................................................................................................................263
IDEALISMO ROMÂNTICO................................................................................................................................266
CARTISMO.......................................................................................................................................................266
LIBERALISMO..................................................................................................................................................267
ANARQUISMO..................................................................................................................................................267
DARWINISMO SOCIAL.....................................................................................................................................267
POSITIVISMO...................................................................................................................................................268
GOVERNO SARNEY..........................................................................................................................................285
GOVERNO LULA...............................................................................................................................................286
GOVERNO DILMA.............................................................................................................................................287
INGLÊS................................................................................................................................. 291
LEITURA DE TEXTOS E INTERPRETAÇÃO......................................................................................291
COMPREENSÃO...............................................................................................................................................291
PRODUÇÃO......................................................................................................................................................292
ADEQUAÇÃO VOCABULAR.............................................................................................................................294
SINÔNIMOS EM INGLÊS..................................................................................................................................295
COGNATOS.......................................................................................................................................................295
EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS...........................................................................................................................296
ADJETIVOS........................................................................................................................................297
ADJETIVOS POSSESSIVOS............................................................................................................................298
ADJETIVOS RELATIVOS..................................................................................................................................298
ADJETIVOS INTERROGATIVOS......................................................................................................................299
ADJETIVOS DETERMINANTES.......................................................................................................................299
ADVÉRBIOS........................................................................................................................................300
TIPOS DE ADVÉRBIOS.....................................................................................................................................300
SUBSTANTIVOS................................................................................................................................302
TIPOS DE SUBSTANTIVOS..............................................................................................................................302
ARTIGO...............................................................................................................................................304
CONJUNÇÕES...................................................................................................................................306
MODAL AUXILIARIES........................................................................................................................306
PREPOSIÇÕES...................................................................................................................................308
PRONOMES........................................................................................................................................310
PRONOMES PESSOAIS...................................................................................................................................310
PRONOMES POSSESSIVOS............................................................................................................................311
PRONOMES REFLEXIVOS...............................................................................................................................311
PRONOMES INTERROGATIVOS......................................................................................................................312
DETERMINANTES E QUANTIFICADORES................................................................................313
DETERMINANTES............................................................................................................................................313
QUANTIFICADORES.........................................................................................................................................313
FORMAS VERBAIS............................................................................................................................314
SIMPLE PRESENT............................................................................................................................................314
SIMPLE PAST...................................................................................................................................................315
PAST CONTINUOUS.........................................................................................................................................316
PRESENT PERFECT.........................................................................................................................................317
PAST PERFECT.................................................................................................................................................318
SIMPLE FUTURE..............................................................................................................................................319
FUTURE CONTINUOUS....................................................................................................................................320
FUTURE PERFECT CONTINUOUS...................................................................................................................320
IMPERATIVO E SUBJUNTIVO.........................................................................................................................321
PORTUGUÊS...................................................................................................................... 327
LEITURA, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE TEXTOS.....................................................................327
FONÉTICA..........................................................................................................................................330
CONCEITOS INICIAIS......................................................................................................................................330
ORTOÉPIA E PROSÓDIA..................................................................................................................................331
ORTOGRAFIA...................................................................................................................................................330
ACENTUAÇÃO GRÁFICA.................................................................................................................................332
MORFOLOGIA....................................................................................................................................333
PROCESSOS DE DERIVAÇÃO..........................................................................................................................334
SEMÂNTICA.......................................................................................................................................351
SINTAXE.............................................................................................................................................354
PERÍODO COMPOSTO.....................................................................................................................................359
SINAIS DE PONTUAÇÃO.................................................................................................................................362
SINTAXE DE CONCORDÂNCIA........................................................................................................................365
SINTAXE DE REGÊNCIA...................................................................................................................................369
EMPREGO DO INFINITIVO...............................................................................................................................371
FUNÇÕES DA LINGUAGEM..............................................................................................................................373
ESTILÍSTICA......................................................................................................................................374
FIGURAS DE SINTAXE.....................................................................................................................................374
FIGURAS DE PALAVRAS..................................................................................................................................375
FIGURAS DE PENSAMENTO............................................................................................................................376
LITERATURA BRASILEIRA................................................................................................................379
HISTÓRIA DA LITERATURA.............................................................................................................................379
GÊNEROS LITERÁRIOS....................................................................................................................................379
LINGUAGEM POÉTICA.....................................................................................................................................380
ELEMENTOS DA NARRATIVA.........................................................................................................................382
CORRENTES LITERÁRIAS...............................................................................................................................383
PRÉ-MODERNISMO.........................................................................................................................................388
MODERNISMO BRASILEIRO...........................................................................................................................390
PÓS-MODERNISMO.........................................................................................................................................391
MATEMÁTICA.................................................................................................................... 397
TEORIA DOS CONJUNTOS E CONJUNTOS NUMÉRICOS..............................................................397
REPRESENTAÇÃO DE CONJUNTOS...............................................................................................................397
CONJUNTO VAZIO...........................................................................................................................................398
CONJUNTO UNIVERSO....................................................................................................................................398
SUBCONJUNTOS.............................................................................................................................................398
DIFERENÇA DE CONJUNTOS..........................................................................................................................401
FATORAÇÃO.....................................................................................................................................................408
NÚMERO DE DIVISORES..................................................................................................................................409
NÚMEROS COMPLEXOS.................................................................................................................................412
FUNÇÕES...........................................................................................................................................418
DEFINIÇÃO.......................................................................................................................................................418
FUNÇÃO MODULAR..........................................................................................................................430
EQUAÇÕES MODULARES................................................................................................................................430
INEQUAÇÕES MODULARES............................................................................................................................431
FUNÇÃO EXPONENCIAL...................................................................................................................431
EQUAÇÕES EXPONENCIAIS............................................................................................................................432
INEQUAÇÕES EXPONENCIAIS........................................................................................................................432
FUNÇÃO LOGARÍTMICA...................................................................................................................432
LOGARITMO.....................................................................................................................................................432
EQUAÇÕES LOGARÍTMICAS...........................................................................................................................433
INEQUAÇÕES LOGARÍTMICAS.......................................................................................................................433
LOGARITMOS DECIMAIS................................................................................................................................435
TRIGONOMETRIA..............................................................................................................................435
ARCOS NOTÁVEIS............................................................................................................................................436
CICLO TRIGONOMÉTRICO..............................................................................................................................441
REDUÇÃO.........................................................................................................................................................441
FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS......................................................................................................................442
TRANSFORMAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS....................................................................................................449
TRANSFORMAÇÃO EM PRODUTO.................................................................................................................452
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES............................................................................................................................452
COMBINAÇÕES ...............................................................................................................................................457
BINÔMIO DE NEWTON.....................................................................................................................................457
PROBABILIDADE...............................................................................................................................458
PROBABILIDADE CONDICIONAL....................................................................................................................461
MATRIZES........................................................................................................................................................463
TIPOS DE MATRIZES.......................................................................................................................................463
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS.............................................................................................................................471
PROGRESSÃO ARITMÉTICA...........................................................................................................................472
PERPENDICULARIDADE ENTRE DUAS RETAS, ENTRE DOIS PLANOS E ENTRE RETA E PLANO..............474
PROJEÇÃO ORTOGONAL................................................................................................................................475
PRISMAS..........................................................................................................................................................477
PIRÂMIDE.........................................................................................................................................................479
CILINDRO..........................................................................................................................................................480
CONE.................................................................................................................................................................481
ESFERA.............................................................................................................................................................483
PONTO .............................................................................................................................................................484
RETA.................................................................................................................................................................485
CIRCUNFERÊNCIA...........................................................................................................................................488
ELIPSE .............................................................................................................................................................493
HIPÉRBOLE......................................................................................................................................................495
PARÁBOLA.......................................................................................................................................................497
GEOMETRIA PLANA.........................................................................................................................499
ÂNGULOS.........................................................................................................................................................499
PARALELISMO ................................................................................................................................................503
PERPENDICULARIDADE .................................................................................................................................503
TRIÂNGULOS...................................................................................................................................................504
SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS....................................................................................................................504
TRIÂNGULOS RETÂNGULOS...........................................................................................................................505
RELAÇÃO DE STWART....................................................................................................................................508
TEOREMA DE TALES........................................................................................................................................509
POLÍGONOS.....................................................................................................................................................510
POLÍGONOS REGULARES...............................................................................................................................511
QUADRILÁTEROS NOTÁVEIS..........................................................................................................................511
POLINÔMIOS.....................................................................................................................................518
GRAU DE UM POLINÔMIO...............................................................................................................................518
POLINÔMIOS IDÊNTICOS................................................................................................................................519
POLINÔMIO INULO.........................................................................................................................................519
TEOREMA DO RESTO......................................................................................................................................520
EQUAÇÕES POLINOMIAIS................................................................................................................521
DE UM POLINÔMIO..........................................................................................................................................521
TEOREMA DE BOLZANO.................................................................................................................................524
REDAÇÃO............................................................................................................................ 529
QUESTÕES INICIAIS..........................................................................................................................529
DISSERTAÇÃO..................................................................................................................................................531
ESTRUTURA DISSERTATIVA...........................................................................................................................531
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS................................................................................................................532
250000 2,5.105
354000000 3,54.108
No imenso campo da Física, a observação de Observa-se que, nesse caso, os expoentes necessi-
números muito grandes, como por exemplo a massa tam ser iguais.
do Sol (cerca de 150000000 km), de números muito
pequenos, como por exemplo a carga elementar de Multiplicação: multiplica-se os fatores e soma-
um átomo (cerca de 0,00000000000000000016 C) é -se os expoentes.
algo corriqueiro. Para que ocorra a simplificação des-
ses tipos de números, surgiu a “notação científica”, 2,0.10² x 3,0.104 = 6,0.108
que transforma cada número (grande ou pequeno)
em um múltiplo ou submúltiplo de potências de base Divisão: divide-se os fatores e subtrai-se os
10. Vamos analisar cada caso: expoentes.
Exponenciação: eleva-se o fator e multiplica-
Se o número for pequeno: desloca-se a vírgu- -se o expoente.
la da esquerda para a direita, somando-se uma
unidade (negativa) no expoente da base 10 para (3,0.102)3 = 9,0.106
cada casa deslocada. Veja o exemplo abaixo:
Ordem de Grandeza
REPRESENTAÇÃO EM NOTAÇÃO
NÚMERO Utiliza dos preceitos de notação científica para
CIENTÍFICA
estimar a potência de base 10 que mais se aproxima
0,001 1,0.10-3 do valor desejado.
Por exemplo:
0,0000025 2,5.10-6 2,3.10³ possui ordem de grandeza igual a 10³ (10
0,788 7,8.10-1 x10 x 10 = 1000), já que é a potência que mais se apro-
xima de 2,3.103 = 2,3 x 10 x 10 x 10 = 2300.
Conclui-se que, nesse caso, 102 (10 x 10 = 100) se
A convenção é que se separe com vírgula após o localiza muito abaixo do valor estimado e 104 (10 x 10
FÍSICA
primeiro número diferente de zero à direita. x 10 x 10 = 10000) muito acima do valor estimado, tor-
nando 103 (10x10x10 = 1000) o valor mais apropriado.
Se o número for grande: desloca-se a vírgula Regras para a ordem de grandeza:
da direita para a esquerda, somando-se uma Sendo X.10b e , então:
unidade (positiva) no expoente da base 10 para Se X < , ou seja, X < 3,16 (lê-se “menor”), então a
cada casa deslocada. Como no exemplo abaixo: ordem de grandeza será 10b. 27
Se X ≥, (lê-se maior e igual) então a ordem de gran- Dentro de uma unidade pode haver diversas con-
deza será 10b + 1. versões, tais como:
Vamos aos exemplos:
Unidades de comprimento: de centímetro
1,7.108 possui ordem de grandeza 108, pois 1,7 é para metro, de quilômetro para centímetro etc.
menor que 3,16. Unidades de área: de metro quadrado para
4,5.106 possui ordem de grandeza igual a 106+1 = centímetro quadrado, de milímetros quadra-
107, pois 4,5 é maior que 3,16. dos para metros quadrados etc.
Unidades de velocidade: de quilômetros por
Sistema de Unidades hora para metros por segundo etc.
Como uma grandeza está relacionada com algo Segue abaixo um resumo com as conversões mais
que pode ser medido e comparado, surge a necessida- utilizadas nas provas de concursos públicos:
de de unidades de comparação, ou seja, unidades de
medidas. Sabe-se que 2 m (metros) é maior que 1 m UNIDADES DE
(metro), pois existe uma unidade de medida chamada UNIDADES DE SUPERFICIE
COMPRIMENTO
“metro” que é utilizada para fazer essa comparação.
Sabe-se que um carro a 100 km/h está mais rápido que
um carro a 20 km/h, pois existe uma unidade de medi- multiplica-se por 10 multiplica-se por 102
da que é chamada de “quilômetros por hora – km/h”,
que é capaz de dar o auxílio para essa comparação.
Com isso, surge a necessidade de estabelecer Km hm dam m dm cm mm Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
padrões de unidades para serem usadas em qualquer
lugar do planeta, e a partir disso surge as unidades
fundamentais e derivadas do sistema internacional divide-se por 10 divide-se por 102
de medidas (SI). As tabelas que demonstram esse sis-
tema estão anexadas logo abaixo: UNIDADES DE VOLUME UNIDADE DE
OU CAPACIDADE VELOCIDADE
Grandezas fundamentais do SI
x 3,6
multiplica-se por 103
GRANDEZA UNIDADE SÍMBOLO
Comprimento Metro m Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3 m/s Km/h
Massa Quilograma kg
divide-se por 103 ÷ 3,6
Tempo Segundos s
1 minuto 60 segundos
Grandezas Derivadas do SI
1 hora 3600 segundos
GRANDEZA UNIDADE SÍMBOLO
1 dia 24h = 86.400 segundos
Área Metro quadrado m²
1 m³ 1000 litros
Volume Metro cúbico m³
1 dm³ 1 litro
Velocidade Metro por segundo m/s
1 cm³ 1 ml
Metro por segundo
Aceleração m/s² 1 kg 1000 g
ao quadrado
Força Newton N
A única forma de aprender sobre unidades de medi-
Pressão Pascal Pa = N/m² das e suas conversões é praticando (e não, decorando).
É importante saber que, além das conversões vis-
Quilograma por tas até agora, há também múltiplos e submúltiplos
Densidade Kg/m³
metro cúbico (também chamados de prefixos) que, às vezes, são uti-
lizados junto das unidades de medidas.
Energia Joule J = N.m
28
Principais Múltiplos e Submúltiplos utiliza-se setas (vetores) para representar esse
tipo de grandeza. Exemplos: força, aceleração,
NOME SÍMBOLO VALOR velocidade, campo elétrico, deslocamento,
impulso, momento linear, etc.
Tera T 1012
Operações Básicas com Vetores, Composição e
Giga G 109
Decomposição de Vetores
Mega M 106
Vetores são “setas” que são orientadas em direção
Quilo K 103 e sentido.
Mili m 10-3 Para entender melhor, observe a representação
abaixo:
Micro μ 10-6
Nano n 10-9
Exemplos:
Decomposição de Vetores
UNIDADE CONVERSÃO
31
MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO Em contrapartida, se a velocidade for negativa, a
reta constante e abaixo do eixo “t”.
É o movimento horizontal e em linha reta que a
velocidade está em constante mudança. Essa altera- Velocidade x Tempo
ção é causada pelo surgimento de uma grandeza cha-
mada de aceleração. Esse tipo de movimento possui
quatro principais equações que o define: V V>0 V
V<0
z Gráficos do MRUV
Posição x Tempo
espaço a>0
retardado acelerado
GRÁFICOS DA CINEMÁTICA vértice (V=0)
0 tempo
Tanto o MRU quanto o MRUV possuem gráficos
com definições específicas que nos ajudam a entender
cada movimento. Vamos entender cada tipo:
S= S0 + v0 t + 1 at2 a> 0 = concavidade
2 voltada para cima
z Gráficos do MRU
V>0 V<0
Posição x Tempo
S S
Reta crescente: +V
0 tempo
S0
S0 Reta decrescente: -V
–g
VF = Vi ± gt
SF = Si + Vi · t ± gt2
2
VF2 = Vi2 ± 2 · g · ΔS
S V a
FÍSICA
t t t
tangente tangente 33
Como o vetor da velocidade inicial (V0) está volta- equações do MRUV (para o vetor vertical) e as
do para a diagonal, em várias questões será preciso deduções demonstradas no quadro acima.
decompô-lo nas direções horizontal (V0x) e vertical
(V0y). Para isso, utilize-se das regras apresentadas no MOVIMENTO CIRCULAR
primeiro capítulo dessa apostila. Recapitulando:
Imagine um Hamster dentro de uma roda. Dentro
dela ele pode andar e fazer com que a roda gire e pro-
duza um movimento para frente.
ΔƟ
V02.sen(2θ) R
Distância máxima = Dmáx =
g
C
V0y
Tempo de subida =
g
FR = m × a
F atd = N . µd
Sendo:
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/
Lei de Hooke
FÍSICA
Retângulo
b/2
Círculo
h
2
CM
h CM
38
E se a figura não for homogênea? Nesse caso, apli-
2.0 + 3.1 + 5.4
cam-se as equações a seguir: xCM
2+3+5
xcm = 2,3 cm
ycm = 1,1 cm
m1 → x1 = 0 ; y1 = 0
m2 → x2 = 1 ; y2 = 2
m3 → x3 = 4 ; y3 = 1
FÍSICA
I = δQ
ou
F.δt = Qf - Qi
ou
m. v²
Fc = F.δt = (m.vf) - (m.vi)
R
Importante!
Ao analisarmos o último parágrafo, consegui-
mos responder a pergunta feita na parte inicial
dessa seção: “Alguém já te disse a seguinte
frase? Olha, hoje estou com bastante energia”.
Teoricamente, uma pessoa com bastante ener-
gia produzirá bastante trabalho, que, por sua vez,
produzirá um grande deslocamento (movimen-
to). Entendeu? Isso é a física contida no dia a
dia. Nos subtópicos abaixo exploraremos outros
Trabalho de uma força: conceitos envolvendo energia.
T = F · ΔS
Pode-se classificar a energia em três tipos: ener-
gia cinética, energia potencial gravitacional e energia
T = Trabalho (J)
potencial elástica. Vamos analisar uma a uma.
F = Força (N)
ΔS = Deslocamento (m)
Energia Cinética
Na imagem anterior, observa-se que uma pessoa
está empurrando um carrinho com pedras. A força Energia cinética é a energia associada ao movi-
que a pessoa faz, multiplicada pelo deslocamento (dis- mento. Em termos gerais, sempre que um objeto
tância percorrida), nos remete a uma grandeza cha- possui velocidade, ele possuirá energia cinética. Essa
mada de Trabalho. energia é calculada pela multiplicação da massa do
A unidade padrão de trabalho é o Joule, represen- objeto pela velocidade ao quadrado, dividindo esse
42 tado pela letra “J”. resultado por dois. Observe a equação logo a seguir:
elástica estão em constante transformação, uma se
m · V² transformando na outra.
Ec =
Observe a representação a seguir:
2
Sendo:
k · x²
Epe = m · v²
2 m·g·h=
2
Sendo:
Todos os casos deverão ser analisados individual-
Epe = energia potencial elástica (j) mente para que seja encontrada quais equações de
k = constante elástica do material (N/m) energias estão em constante transformação, e, portan-
x = deformação do objeto (m) to, devem ser igualadas.
A constante elástica (K) depende de cada material
(normalmente o exercício fornece o valor no enuncia- Dissipação da Energia
do da questão). Quanto maior esse valor mais difícil se
torna para esticar ou comprimir esse material. Até aqui aprendemos três tipos de energia: cinéti-
FÍSICA
T 100
P= = = 5W Dica
ΔT 20
Sempre que uma força age no sentido de alte-
rar a energia cinética e/ou energia potencial
Ao analisar essa equação, vê-se que esse objeto em outras formas de energia: atrito (térmico),
possui uma potência média de 5 watts. arrasto etc., essa força receberá o nome de fora
dissipativa.
RENDIMENTO
O rendimento (n) é a eficiência de um dado objeto. Como exemplo, temos que em um carro freando,
Para encontrá-la, basta efetuar a divisão da potência as pastilhas de freio esquentam muito, fazendo com
útil (utilizada) pela potência total. Multiplicando-se que toda essa energia seja perdida (força dissipativa
44 o resultado por cem, encontra-se o percentual desse de atrito das pastilhas)
Para a criação de um carro mais eficiente, o apro- z Sabe-se que Sen(0º) = 0, então não haverá toque
veitamento dessa energia será de suma importância para esse ângulo (torque paralelo).
(sabe-se que já existem alguns (poucos) carros com z Sabe-se que Sen(90º) = 1, então, nesse caso, o tor-
essa tecnologia). que será máximo (torque perpendicular).
Momento de uma força (ou torque). Relaciona-se Um ponto material estará em equilíbrio estático
com a força que produz um movimento de rotação. (repouso) quando todas as forças que agirem sobre
ele resultarem em zero (parado). Observe a ilustração
abaixo:
Exemplos:
M = F . d (I) A adição algébrica das projeções de todas as forças
na direção do eixo X é igual a zero:
M = F . d . senθ (I)
F1x + F2x + F3x = 0
Sendo:
Fonte:www.sofisica.com.br/ 45
Com: Aceleração Gravitacional
F1x + F1.cosθ
F1y + F1.senθ Aceleração gravitacional, ou aceleração da gravida-
de é a grandeza relacionada com a força gravitacional
Condições de Equilíbrio Estático de um Corpo que cada planeta exerce nos corpos que estão imer-
Extenso sos em seu campo gravitacional. Cada planeta “puxa”
para seu centro todos os corpos que estão nessa fai-
Para um corpo extenso todas as regras do equilí- xa de interação (campo gravitacional). Esse “puxão”
brio do ponto material são aplicáveis, porém com o exerce uma aceleração no corpo em questão, e essa
acréscimo de uma outra característica: o somatório aceleração é chamada de aceleração gravitacional.
dos momentos (ou torques) necessitam resultar em Cada planeta possui um valor, que é tabelado, de
zero para que esse corpo não rotacione. Observe a aceleração da gravidade. Esse valor age igualmente
imagem a seguir: em todos os corpos, ou seja, um caminhão ou uma
casa receberão esse mesmo valor de aceleração. Para
o planeta Terra, sabe-se que esse valor é aproximada-
mente 9,81 m/s², e, em várias questões, pode-se arre-
dondá-lo para 10 m/s².
Como exemplificação temos que dois objetos de
massas diferentes, como um caminhão e uma bola de
futebol, quando largados de uma mesma altura, che-
garão ao solo no mesmo tempo! Isso acontece pois a
aceleração da gravidade é a mesma para os dois cor-
pos (na terra: g = 10m/s²).
Lembrando que, nesse caso, a resistência do ar
precisará ser desprezada.
z Conversões de sinais para o equilíbrio dos corpos
rígidos:
Lei da Gravitação Universal
Para a análise horizontal (fx) adota-se o senti-
do positivo da esquerda para a direita (→) A lei da gravitação universal foi idealizada por Isaac
Para a análise vertical (fy) adota-se o sentido Newton (1643-1727), proporcionando um incrível avan-
ço teórico para a época (e ainda se faz importante até os
de baixo para cima como o sentido positivo (↑)
dias de hoje). Com ela, foi possível prever os raios das
Para a análise de momentos (M) adota-se a
órbitas dos planetas, o período dos asteroides, eclip-
rotação no sentido anti-horário como positivo.
ses, a massa e raio de planetas e estrelas etc.
Isaac Newton descobriu que dois objetos que pos-
Condições de Equilíbrio Estático do Ponto Material e
suem massas (m1 e m2) atraem-se entre si. Essa atração
do Corpo Extenso
é proporcional ao produto das massas com a constante
da gravitação universal (G = 6,67.10-11 N.kg²/m²) e inver-
As condições de equilíbrio estático de um corpo
samente proporcional à distância ao quadrado entre
relacionam-se com as forças necessárias para que
os centros de massas analisados. Esse enunciado ficou
esse corpo permaneça em repouso (parado). Antes de
conhecido como “a lei da gravitação universal”.
iniciar esse conteúdo, atente-se na diferenciação:
Observe a representação a seguir, levando em con-
sideração a Terra e a Lua:
PONTO MATERIAL CORPO EXTENSO
O Físico e matemático Johannes Kepler (1571-1630) estabeleceu três leis que são os alicerces dos movimentos
dos corpos celestes. Corpos celestes são quaisquer objetos que existem no espaço sideral. Pode ser um único obje-
to (sol, lua, asteroide) ou uma junção deles que estão unidos por forças gravitacionais (estrelas duplas, galáxias,
sistema solar).
Vamos às leis!
1ª Lei de Kepler
A 1ª lei de Kepler é conhecida como “lei das órbitas”. Essa lei informa que, para todos os planetas que orbitam
em tono do Sol, sua orbita será elíptica (oval) e terá o Sol como um dos focos dessa elipse. Observe a representação
a seguir:
Sol
Planeta
F2
F1
Fonte: https://www.sofisica.com.br/
Analisando a imagem anterior, vê-se que não importa o planeta (Terra, Marte, Vênus, Júpiter...), sua trajetória
sempre será oval (elíptica).
Sabe-se da matemática que uma elipse possui dois focos (F1 e F2) e o enunciado da primeira lei de Kepler informa
que um dos focos sempre será ocupado pelo Sol.
2ª Lei de Kepler
A segunda lei de Kepler é conhecida como “lei das áreas”. Ela informa que o segmento de reta que liga o Sol
ao planeta em questão percorrerá áreas iguais em intervalos de tempos iguais. Observe a representação a seguir:
Δt
A1 Sol
A2
FÍSICA
A1 A2
= Δt
Δt Δt
Fonte: https://www.sofisica.com.br/
47
Analisando a imagem, percebe-se que, para um
intervalo de tempo igual, as áreas (A1 e A2) percorri- HIDROSTÁTICA
das pelo planeta em posições diferentes sempre será
a mesma, ou seja, mesmo se as figuras sombreadas Hidrostática é o ramo da física que estuda os flui-
tiverem formatos diferentes, a área final terá como dos em repouso (parados). Um fluido pode ser carac-
resultado um único valor. terizado como uma substância que se apresenta no
estado líquido ou no estado gasoso.
3ª Lei de Kepler Aqui veremos os conceitos de pressão, densidade,
pressão atmosférica, experiência de Torricelli, prin-
A terceira lei de Kepler, também conhecida como cípio de Pascal, princípio de Stevin, e princípio de
“lei dos períodos”, diz que a divisão (quociente) dos Arquimedes, conhecido também como empuxo.
quadrados dos períodos pelo cubo de suas distân-
cias médias até o sol é igual a uma constante k, igual Pressão
a todos os planetas. Sabe-se que o período é o tempo
necessário para o planeta dar uma volta em torno do Pressão é a relação da força perpendicular (F)
sol, e a distância média é a média dos raios que unem aplicada em uma região de área (A) de um objeto
o planeta até o Sol. Observe a representação dessa qualquer.
equação logo abaixo: A unidade padrão de pressão é N/m² ou Pa (Pascal),
sendo as duas equivalentes.
T² Observe a equação a seguir :
=K
R³
Sendo: F
P=
T = Período do planeta A
a = Distância média do planeta até o sol
P = Pressão ( N/m² ou Pa)
Observe a tabela abaixo que demonstra a aplica- F = Força aplicada (N)
ção da equação acima para planetas diferentes. A = Área (m²)
Netuno 30,060 164,800 1,000 z Com isso, conclui-se que a pressão é inversamente
proporcional a área, ou seja, quando uma aumen-
ta, a outra diminui e, quando uma diminuiu, a
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/
outra aumenta.
z Unidades usuais de pressão (não é padrão): N/cm²,
Pode ser observado na tabela que a mesma divisão
mmHg, Psi etc.
(T²/R³) efetuada em planetas diferentes resulta em um
mesmo valor (aproximadamente 1). Por isso, o resul-
Densidade
tado da divisão pode ser chamado de constante (k).
Leia atentamente ao quadro-resumo dessa seção logo
É a razão entre a massa do objeto e seu volume. A
a seguir:
unidade padrão de densidade é o kg/m³. Já a unidade
usual é o g/cm³.
GRAVITAÇÃO
Vamos a alguns exemplos:
Lei da Gravitação Estabelece a atração en-
Universal tre corpos celestes.
z Um objeto com uma densidade de 15 kg/m³ signifi-
1ª Lei de Kepler Lei das órbitas. ca dizer que para cada metro cúbico de material, a
massa será igual a 15 kg.
2ª Lei de Kepler Lei das áreas. z Um objeto com uma densidade de 50 g/cm³ signi-
fica dizer que para cada cm³ de material, a massa
3ª Lei de Kepler Lei dos períodos.
48 será igual a 50 g.
Pode-se observar que para um mesmo volume, aproximada de 100.000 N. Esse valor também pode ser
materiais mais densos possuem uma maior massa, e, expressado em outras unidades equivalentes, como:
materiais menos densos possuem uma menor massa.
Observe a imagem a seguir: 100.000 Pa = 100.000 N/m² = 1 atm = 760 mm/Hg
Experiência de Torrichelli
Sabe-se também que a temperatura é proporcio- Observe a ilustração a seguir que exemplifica todas
nal à pressão. Então quanto mais alto a posição de um essas etapas mencionadas.
objeto, menor será a pressão, e consequentemente
menor a temperatura. Por isso que o clima nas monta-
nhas tende a ser baixo.
Observe a imagem a seguir:
Maior altitude
=
Menor pressão
atmoférica
Partículas de ar
Menor altitude
=
Maior pressão
FÍSICA
atmosférica
Sendo:
z cm² para m²: divide-se por 10000. Você já percebeu que conseguimos boiar na água?
z mm² para m²: divide-se por 1000000. E que outros objetos também conseguem? Porque
isso ocorre?! Esse feito é ocasionado pelo princípio de
Princípio de Stevin – Pressão Hidrostática em Arquimedes (também chamado de impulso).
Diferentes Níveis de um Fluido Qualquer Arquimedes disse: “Todo corpo mergulhado num
fluido recebe um impulso de baixo para cima igual ao
Estabelece a pressão sofrida por um objeto quan- peso do volume do fluido deslocado, por esse motivo, os
do ele está imerso em um fluido (líquido ou gasoso). corpos mais densos que a água, afundam, enquanto os
Assim, antes de Stevin: menos densos flutuam.”
Observa-se que no empuxo o objeto necessita estar
“A diferença entre as pressões de dois pontos de um
imerso em um fluido, e com isso surgirá uma força
fluido em equilíbrio (repouso) é igual ao produto
vertical, de baixo para cima tendo sentido contrário
entre a densidade do fluido, a aceleração da gravida-
de e a diferença entre as profundidades dos pontos”. ao peso do corpo.
O empuxo é diretamente proporcional à densida-
Considerando a citação anterior, tem-se que qual- de do líquido, à gravidade do planeta e o volume de
quer fluido exerce uma pressão em um corpo que está líquido deslocado pelo objeto (Arquimedes descobriu
50 imerso nele. Essa pressão é proporcional a densidade isso).
Vide esquematização abaixo: energia cinética. Quanto maior a energia cinética
média das moléculas, maior a temperatura do objeto.
Além da energia cinética, as moléculas possuem
energia potencial, que está associada às interações entre
elas, sendo assim, a energia total, a soma das energias
cinética e potencial, é denominada energia interna.
A seguir, podemos representar de forma esquemáti-
ca, as moléculas (esferas) que constituem o corpo, em
vibração:
E=d·g·v
TERMOLOGIA A B
Q
Ø=
Δt
Dilatação Linear
Sendo β o coeficiente de dilatação superficial do Sendo que, para cada ΔV, é possível escrever a
material que constitui a placa. relação de dilatação, ou seja:
A área final de uma placa pode ser calculada da
seguinte maneira: V₀ · γ líquido · ΔT = V₀ · γ recipiente · ΔT =
S = S₀ (1 + β · ΔT ) = V₀ · γ aparente · ΔT
O coeficiente de dilatação superficial do material
que constitui a placa pode ser calculado por β = 2α. Nota-se que V₀ e ΔT são os mesmos em todos os ter-
mos, logo:
Dilatação Volumétrica
γlíquido = γrecipiente + γaparente
Agora vamos considerar que há dilatação nas três
dimensões, altura, largura e comprimento, aumentan- Sendo essa a relação entre os coeficientes de
do o seu volume. Considere um bloco com um volume dilatação volumétrica do líquido e do material do
inicial V₀ a uma temperatura inicial T₁ e, após ser aque-
recipiente.
cido, apresenta um volume V e uma temperatura T₂.
Em geral, aumentando a temperatura de uma
substância, ocorre um aumento de seu volume, exceto
com a água entre 0° C e 4° C, que ocorre o fenômeno
inverso. Esse fenômeno é chamado de Dilatação anô-
mala da água.
CAPACIDADE CALORÍFICA
A variação do volume (ΔV) é diretamente proporcio-
Como vimos, a definição de calor pode ser enten-
nal ao volume inicial V₀, a variação de temperatura (ΔT)
depende do tipo de material de que é feito o bloco. dida como a energia em trânsito entre corpos com
temperaturas diferentes, no entanto, essa definição
só veio depois. Antes, a comunidade científica consi-
ΔV = V₀ · γ · ΔT
derava o calor uma substância fluida, invisível e sem
Sendo γ coeficiente de dilatação volumétrica do massa, presente no interior dos corpos. E o termo que
material. se utilizava para denominar essa substância era “caló-
Seguindo a mesma forma que nos outros casos, o rico”, proposto por Antoine Laurent Lavoisier. Ele
volume final do bloco pode ser calculado pela relação: considerava o calórico como um dos elementos mais
fundamentais da natureza, quanto mais quente fosse
V = V₀ ( 1 + γ · ΔT ) um corpo, maior era a quantidade de calórico.
Outros físicos da época estudavam e realizavam
O coeficiente de dilatação volumétrica pode ser experimentos relacionados à teoria do calórico. Ben-
calculado por γ = 3 α . jamim Thompson por volta do ano de 1798, durante
FÍSICA
CAPACIDADE TÉRMICA Q m · c · TT
C= →C= →c=m·c
TT TT
A capacidade térmica de um corpo pode ser defini-
da como sendo a quantidade de calor necessária para Essa expressão mostra que a capacidade térmica
elevar ou diminuir a temperatura de um corpo de 1°C. pode ser expressa também pelo produto entre a mas-
56 Em termos matemáticos, podemos defini-la como: sa e o calor específico de um corpo.
CALOR LATENTE Onde m é a massa da amostra e L é a constante que
representa o calor latente. Esse depende da mudança
Quando a quantidade de calor trocado com o meio de estado (fusão/solidificação ou evaporação/conden-
provoca na substância ou no corpo uma mudança de sação) e da substância. Sendo assim, a quantidade de
fase, denominamos calor latente de transformação. calor Q trocada durante a mudança de fase de uma
Para entender melhor, imagine um cubo de gelo ao substância é dada pelo produto da massa pelo calor
nível do mar, ao fornecer calor, ele atinge a tempe- latente L. Geralmente, utiliza-se a unidade cal/g para
ratura de 0°C e inicia a mudança de fase, de sólido o calor latente de uma substância.
para líquido e se mantivermos a fonte de calor, a água É importante lembrar que até que ocorra total-
aquecerá e ao atingir a temperatura de 100°C, nova- mente a mudança de fase de uma substância, a tem-
mente irá passar por mudança de fase: líquida para peratura não se altera. Logo, o cálculo do calor latente
gasosa. Com isso, esse calor trocado é o que chama- não considera a variação de temperatura.
mos de calor latente de transformação ou de mudança A seguir, vamos conhecer o que são as curvas de
de fase. aquecimentos e resfriamento e como elas se apresen-
Podemos entender que mudança de fase é como tam graficamente.
uma transformação física, isto é, não há interferên-
cia na sua composição química, o calor trocado com o
corpo atua na forma de agregação de suas partículas.
A substância permanece a mesma ao final do proces-
so, porém em fases diferentes. Além disso, quando há
transformação física é possível reverter o processo e
a substância retorna a fase anterior. Quando as trans-
formações são capazes de modificar a substância e
não é possível o processo ser revertido, chamamos de
transformação química irreversível.
A seguir, podemos representar esquematicamen-
te as variadas mudanças de fase e seus respectivos
nomes: Como podemos observar no gráfico acima, as cur-
vas de aquecimento mostram como a temperatura de
um corpo ou substância varia em função da quantida-
de de calor trocada por ele.
Tomamos como exemplo um bloco de gelo que está
inicialmente a uma temperatura negativa, sob pressão
de 1 atm. Ao aquece-lo e fornecer um fluxo de calor
constante, percebe-se que com o passar do tempo, o
calor fornecido produz um aumento da temperatura
do bloco do gelo, até atingir seu ponto de fusão a 0°C,
sendo este o processo de mudança da fase sólida para
líquida. Nesse momento, a temperatura da mistura de
água e gelo permanece constante em 0°C, até que o
processo de fusão se complete, isto é, até que todo gelo
se transforme em água.
Após terminar o processo de fusão, o fornecimento
de calor volta a produzir o aquecimento da água até
que ela atinja seu ponto de ebulição em 100°C e a água
Ao analisar os processos de mudanças de fase começa a se transformar em vapor. A partir desse ins-
representados na imagem acima, podemos descrever tante, a temperatura da mistura de água e vapor para
da seguinte maneira: de subir e permanece constante em 100°C até que toda
água se transforme em vapor.
z Fusão: é o processo de passagem da fase sólida É necessário destacar que, embora a temperatura
para a fase líquida. permaneça constante durante o processo de mudança
z Solidificação: é o processo de passagem da fase de fase, o fornecimento de calor continua.
líquida para a fase sólida. Do mesmo modo que há a curva de aquecimento,
z Vaporização: é processo de passagem da fase existe também a curva de resfriamento, ao passo que
líquida para a fase gasosa. retirássemos progressivamente o calor, o fenômeno
z Condensação: é o processo de passagem da fase ocorreria de forma inversa.
gasosa para a fase líquida.
z Sublimação: é o processo de passagem da fase TROCAS DE CALOR EM UM CALORÍMETRO
sólida para fase gasosa.
z Ressublimação: também chamado de sublimação Ao misturar duas ou mais substâncias em um
inversa, é a passagem da fase gasosa para a fase recipiente isolado do meio externo, elas trocam calor
FÍSICA
p0 · V0 p·V T (K)
=
T0 T
Como o volume é constante, em gráficos de volu-
me por temperatura e pressão por volume, teremos as
Como p0 = p, temos seguintes representações:
V P
V0 V
=
T0 T
T (K) 59
TRANSFORMAÇÃO ISOTÉRMICA
p0 · V0 p·V
=
Durante uma transformação isotérmica, a tempe- T0 T
ratura do gás permanece constante. É muito comum
pensarmos que quando não há variação de tempera-
Neste caso, o gráfico que nos interessa é de pressão
tura, o gás não troca calor com o meio, no entanto,
por volume e nele vamos considerar duas isotermas
essa concepção é errada.
em estados de temperatura T1 e T2, sendo T1 < T₂, con-
O físico Robert Boyle, em 1660, realizou diversos
experimentos, nos quais submeteu uma quantidade forme representado a seguir:
de gás a temperatura constante, a diversos valores
de pressão. Os resultados mostraram que mantendo
a temperatura inalterada, a pressão e o volume desse
gás são grandezas inversamente proporcionais, isto é,
quando se dobra o volume, a pressão se reduz à meta-
de. Logo,
p0 · V0 p·V
=
T0 T
Sendo T0 = T, temos
Em todas as transformações que vimos até aqui, o Imagine agora uma certa quantidade de massa de
gás troca calor com a vizinhança, já a transformação um gás sofrendo uma transformação no qual há varia-
adiabática é aquela que o gás não troca calor com o ção de volume, esse gás exercerá uma força resultan-
meio externo. Isso pode acontecer pelo fato de a trans- → na base do êmbolo, que por sua vez, sofre um
te F
formação ocorrer de forma rápida, o que faz com
→
que não haja tempo para que o gás troque calor com deslocamento d , ao mesmo tempo, uma pressão atua
o meio externo. Nesta transformação são alteradas sobre as paredes do cilindro. Esse processo resulta em
todas as variáveis de estado do gás, ou seja, variam a um trabalho π realizado ou sofrido pelo gás. O termo
pressão, volume e temperatura. Desta forma, a equa- trabalho se destacará por diversas vezes em nossos
60 ção geral dos gases é válida: estudos. A seguir uma ilustração desse procedimento:
P
τ = A (área da figura)
d ΔV
V
Transformações Cíclicas Q1
τ = Q₁ - Q₂
Fonte Quente
O rendimento η de uma máquina térmica é dado
pela relação entre a quantidade útil de energia que
se obtém e a quantidade total de energia fornecida à Q1
máquina, em outras palavras, o rendimento de uma
máquina é a razão entre o trabalho τ realizado pela τ
máquina e a quantidade de calor Q₁ que ela recebe,
com isso, podemos escrever: Refrigerador Compressor
τ
η=
Q₁
Q2
Para calcular o rendimento, em termos de porcen-
tagem, basta multiplicar a equação anterior por 100, Fonte Fria
logo:
Logo, podemos concluir que as máquinas frigorífi-
τ cas convertem trabalho em calor.
η= · 100 A eficiência (e) de um refrigerador é dado pela
Q₁
razão entre a quantidade de calor Q₂ recebida da fonte
fria e o trabalho mecânico τ realizado pelo compressor:
Para que o rendimento de uma máquina seja 100%,
seria necessário que todo o calor Q₁ fornecido fosse
Q₂
convertido totalmente em trabalho, mas isso nunca e=
acontece. τ
Tendo isso em vista, podemos mostrar os dois enun-
ciados da segunda lei da Termodinâmica. Enquanto a CICLO DE CARNOT
primeira lei estabelece a conservação de energia em
qualquer transformação, esses enunciados estabele- As primeiras máquinas térmicas foram à vapor e
cem condições para que as transformações termodi- possuíam um rendimento muito baixo. Com intuito de
nâmicas possam ocorrer. melhorar esse rendimento, em 1824, o físico Sadi Car-
O primeiro enunciado estabelece que: not propôs um ciclo termodinâmico que proporciona-
va um rendimento máximo a uma máquina térmica.
“O calor flui naturalmente de um reservatório Esse ciclo, chamado de ciclo de Carnot, opera entre
quente para um reservatório frio, mas nunca ao duas fontes térmicas e consiste em duas transforma-
contrário”. ções isotérmicas, uma a uma temperatura T₁ (fonte
quente) e a outra a uma temperatura T₂ (fonte fria) e
O segundo enunciado diz o seguinte: duas transformações adiabáticas, alternadas, confor-
me mostra o gráfico de pressão por volume:
“Nenhuma máquina térmica que opera em ciclos,
consegue transformar integralmente o calor em
P
trabalho”.
A
Máquinas Frigoríficas
Importante!
Segundo Carnot, nenhuma máquina térmica que
opere entre duas temperaturas tem rendimento
maior do que aquela que opera segundo o ciclo
de Carnot.
Se tomarmos esse exemplo, é praticamente impro-
No entanto, é relevante enfatizar que por mais que vável, mas não é impossível que os gases se separem
o ciclo de Carnot possua o maior rendimento entre as novamente, isto é, voltem à ordem inicial que ocupa-
máquinas térmicas e por ser considerado ideal, ele vam antes da retirada da placa. Os fenômenos natu-
ainda não possui um rendimento 100%. rais são irreversíveis e, nos processos naturais, há
Em cada ciclo de Carnot, as quantidades de calor sempre a passagem espontânea de um estado ordena-
Q₁ e Q₂ trocadas com as fontes quentes e frias são pro- do para um estado desordenado.
porcionais as respectivas temperaturas T₁ e T₂. Sendo Com isso, podemos dizer que a degradação da
assim, temos: energia também é uma evolução para a desordem.
Desta forma, pode-se anunciar o princípio da degrada-
ção da energia, sendo esta, mais uma forma de enun-
Q₂ T₂ ciar a segunda Lei da Termodinâmica: “No Universo,
=
Q₁ T₁ à medida que o tempo passa, diminui a quantidade de
energia utilizável, ou seja, a energia se degrada”, tam-
bém podemos entender que a medida que o Universo
Como sabemos que o rendimento de uma máquina evolui, a desordem aumenta.
térmica é dado por η = Qx1 e o trabalho é dado por τ = Tendo isso em vista, podemos introduzir o concei-
Q₁ - Q₂, a equação fica da seguinte forma: to de entropia, que é dada pela variável de estado, que
nos processos irreversíveis, ela representa a medida
Q₂ da disponibilidade do emprego útil da energia. As
η=1- transformações naturais, sempre levam a um aumen-
Q₁
to na entropia do Universo.
Em termos matemáticos, podemos definir a varia-
Desta forma, em função das temperaturas, o rendi- ção da entropia de um sistema, representada pela
mento de uma máquina que opere segundo o ciclo de letra (S), como sendo a razão da quantidade de calor
Carnot é: (Q) cedida ou recebida durante uma transformação e
T₂ a temperatura (T) correspondente:
ηcarnot = 1 -
T₁
Q
ΔS =
T
Degradação da Energia
Vamos imaginar um recipiente no qual é dividi- A entropia é medida em J/K no Sistema Internacional.
do em duas partes, uma dessas partes é ocupado por
um gás de nitrogênio e a outra parte por gás oxigê-
nio e esses são separados por uma placa removível. A Importante!
seguir uma ilustração: Todo sistema isolado que sofre uma transforma-
ção irreversível tem sua entropia aumentada.
ONDAS
PERÍODO, FREQUÊNCIA E CICLO
F = –kx,
O sinal negativo é pelo fato de que a força que é
exercida sobre a mola é do tipo restauradora, sendo
assim, ela sempre tende a restabelecer o equilíbrio,
portanto ela é sempre oposta ao movimento do bloco
a partir da posição de equilíbrio.
A equação F = –kx nos fornece uma força que
independentemente do valor de x, sendo ele positivo,
O número de ciclos por uma unidade de tempo (s) negativo ou nulo, fornece o módulo e o sinal da força.
A constante k é sempre positiva e no SI suas unida-
é a frequência (f), sendo sempre positiva e medida no
des são N/m, Newtons por metro. Em um caso especial
SI por hertz, em homenagem ao físico alemão Heinri- em que não temos atrito, com a equação acima temos
ch Hertz: a força resultante que atua sobre o bloco. Quando
temos este cenário, que a força é diretamente propor-
cional ao deslocamento, o movimento é considerado
ciclo
1hertz = 1Hz = 1 = 1s-1. um MHS.
s Assim, essa equação nos dá a força resultante que
age sobre a mola.
Definimos também a frequência angular, ω, sendo Quando falamos de força restauradora que age
2π multiplicando a frequência: sobre qualquer objeto temos que lembrar dos estudos
da dinâmica, onde foi tratado sobre as leis de New-
ω = 2πf. ton, que vem de um grande físico do século XVI, que
em meio a uma pandemia teorizou as leis que regem
FÍSICA
Podemos definir também o período T, já que eles o movimento dos corpos e também inventou o cálcu-
são recíprocos: lo diferencial e integral. Da segunda lei de Newton,
temos que a força resultante que age sobre um corpo
é igual à massa vezes a aceleração, ou seja,
1 1
f= ou T = → →
T f F = ma,
, . 65
→ →
Substituindo a força (F) da equação F = ma em F = Agora temos a equação completa para explicar o
–kx , e isolando a, teremos fasor, a equação x(t) = Acos(ωt + ϕ) projetada nos eixos
x e y, fica
k → ^
x (t) = A(cos(ωt + 𝜙)x+sen(ωt + 𝜙)ŷ),
a=– x,
m
Ou seja, essa é a representação do vetor girante e a
Obtemos, então, a aceleração do componente
equação x(t) = Acos(ωt + ϕ) é uma forma bidimensio-
x do nosso MHS, sendo uma aceleração que não é
nal de representar o vetor ao longo do tempo, como
constante. podemos ver na figura a seguir
Importante!
Essa aceleração será essencial para nós no futu-
ro, então guarde ela!
x = Acosθ.
Se considerarmos que em t = 0, o fasor é um núme-
ro complexo que representa uma função seno com
amplitude A, frequência angular ω e uma fase 𝜙, ele
é muito útil para representar um movimento de um
vetor que está no plano xy e está girando com velo-
cidade angular constante ω. Vamos tentar entender
melhor isso: Imagine antes de uma figura que de OP
faz um ângulo 𝜙 (positivo) com Ox, sendo assim, para
qualquer outro valor de t o ângulo θ = ωt + 𝜙, sendo o
Essa é a mesma figura em que analisamos a
ângulo 𝜙 uma fase. Podemos reescrever a equação x = posição da partícula. Agora, analisaremos a velo-
Acosθ, e teremos cidade, que está representada no Movimento
→
Circular Uniforme (MCU), sendo designada por vc e
66 x(t) = Acos(ωt + 𝜙), a velocidade projetada no eixo x e está representada
→
por v. Pelo zoom dado na partícula, podemos notar 3π
→ → sen(ωt+𝜙) = – 1 → ωt+𝜙 =
que v é a projeção de vc no eixo x, sendo assim:
2
v
senθ =
vc
Logo, ficamos
vc = v ∙ senθ,
vc = ω ∙ A ∙ sen(𝜙+ωt),
Para ficar a mesma forma da equação x(t) = A
cos(ωt + ϕ), precisamos inverter os parâmetros do
seno e, para fazermos isso, precisamos utilizar as rela- A aceleração da partícula é representada analisan-
ções trigonométricas, então teremos do a projeção do seu movimento no eixo x, de modo
que temos
v(t) = – ω ∙ A ∙ sen(ωt+𝜙).
a
cosθ = ,
Vamos explicar agora o por que aparece o sinal acp
negativo na expressão (19) e, para isso, vamos preci-
sar fazer o uso de algumas relações trigonométricas. Assim, isolando a, encontramos
A primeira temos;
sen(a+b) = sen(a)cos(b)+sen(b)cos(a)
E uma segunda relação, é
a = acp cosθ,
–sen(b+a) = –sen(b)cos(a) – sen(a)cos(b)
Onde θ = 𝜙+ωt e como fizemos na equação vc = v ∙
Podemos isolar o sinal de menos na segunda senθ, teremos
expressão e teremos,
–sen(b+a) = –[sen(b)cos(a)+sen(a)cos(b)],
Ao isolar o sinal de menos da equação acima, per-
a = –acp cos(ωt+𝜙),
cebemos que voltamos na nossa primeira equação
Onde acp é a aceleração centrípeta sofrida pela par-
(sen(a+b) = sen(a) cos(b) + sen(b)cos(a)), mas com um tícula e ela é definida por acp = ω2A,
sinal de menos na frente, sendo assim, ao fazer o uso Substituindo em:
dessas relações, podemos mostrar que –sen(b+a) = –
[sen(a+b)]. Por isso temos um sinal de menos ao fazer 3π
uma transformação da equação vc = ω ∙ A ∙ sen(𝜙+ωt) sen(ωt+𝜙) = – 1 → ωt+𝜙 =
2
para v(t) = – ω ∙ A ∙ sen(ωt+ϕ).
Como a v c tem sentido contrário a x o sinal nega-
Obtemos:
tivo da equação vc = ω ∙ A ∙ sen(𝜙+ωt) está correto. Com
essa equação é possível analisar quando teremos a
velocidade máxima que qualquer objeto pode ter em a = – ω2 ∙ A ∙ cos(ωt+𝜙)
um MHS, sendo assim, os valores máximos e mínimos
para o seno é 1 e -1, então temos Podemos analisar que da equação vmax = ωA temos
o mesmo termo encontrado na equação x(t) = Acos(ωt
FÍSICA
T X
0 A
T
0
4 T A
T 0 – ω2A
–A
2 T
0
3T 4
0
4 T
ω2A
T A 2
3T
Gráfico da posição da partícula ao longo do MCU 0
4
com a tabela de valores com as posições mais relevan-
T – ω2A
tes do objeto.
Para a velocidade versus tempo, temos
Gráfico da aceleração versus o tempo, utilizando
a equação a = –acp cos(ωt+𝜙), como ela é negativa e
temos a função cosseno, podemos observar que o grá-
fico já começa em (– ω2A), pois o valor de T = 0.
Com o auxílio dos gráficos e das tabelas acima,
vamos agora fazer uma análise da energia do MHS.
A única força que atua sobre o nosso bloco, referen-
te à primeira figura, é a força conservadora da mola,
considerando-a como uma mola ideal, não temos for-
ças horizontais e assim a energia mecânica total do
sistema é conservada. Supondo também que a mola
68 não tem massa.
A energia cinética é dada por Da equação:
mV2 mvx2 k
K= →k = , a=– x
2 2 m
E a energia potencial
Você lembra que falei para guardar essa relação
que em alguma hora eu iria utilizá-la? Pois é, não era
kx2 mentira, a = – ω2 x = – kx/m, sendo a massa igual a m =
U= . k/ω2, e substituindo a m na equação acima, obtém-se:
2
Em alguns lugares você pode encontrar represen- kA2sen2 (ωt+𝜙) kA2cos2 (ωt+𝜙)
tando a energia cinética e a energia potencial por Ec e E= + ,
Ep, mas é apenas uma forma de representar. 2 2
A energia mecânica total é E = K + U, logo, temos
Temos um termo em comum na equação acima,
que é kA2/2, logo, isolando esse termo, temos
mvx2 kx2
E= + ,
2 2
kA2
E= (sen2(ωt+𝜙)+cos2(ωt+𝜙))
Como estamos em uma única dimensão, v = vx 2
, a energia mecânica total E está relacionada com a
amplitude do movimento A, que é seu deslocamento Há uma relação trigonométrica em que cos2 θ+sen2
máximo a partir do ponto de equilíbrio. Sendo que o θ = 1, logo temos
bloco vai indo de -A até A, com as velocidades iguais a
zero nestes pontos, vx = 0. Assim, nestes pontos a ener-
gia é inteiramente potencial, e kA2
E= ,
2
kA2
E= , Conseguimos provar, utilizando as equações da
2 posição e velocidade, a conservação de energia no
MHS.
Como E é constante, logo, seu valor sempre será Agora uma dica que deixo para você é: refaça as
igual a kA2/2 em qualquer outra posição. Assim, pode- contas que foram realizadas, para ter um aprendiza-
mos voltar na equação: do ainda maior sobre o MHS.
E assim, teremos:
→
→ Δx
V= ,
Δt
Ondas Periódicas λ
v= .
T
Já tratamos sobre ondas em geral, agora vamos
começar a especificar cada um dos temas citados, mas No início dos nossos estudos, tratamos sobre alguns
primeiro precisamos definir alguns conceitos mate- conceitos sobre período, frequência e ciclo, você lem-
máticos que serão a nossa ferramenta de trabalho, bra? Então, ao analisar a equação F = –kx, podemos
não precisa se assustar. substituir a frequência, e assim teremos
As ondas periódicas, em poucas palavras, são
ondas (uma sequência de pulsos) que oscilam de for-
ma idêntica em intervalos de tempos iguais, definido
v = λf,
isso podemos terminar por hoje, brincadeira ainda
Lembrando que a velocidade dos pontos que osci-
temos muito trabalho pela frente. Um bom exemplo
lam em MHS é dada pela equação: v(t) = – ω ∙ A ∙ sen(ω-
para esse tipo de onda é o Movimento Harmônico
t+𝜙), v(t) = – ωA\sen(ωt+𝜙).
Simples, ou simplesmente MHS, que será estudado
Tratamos acima de ondas periódicas transversais,
mais adiante. Para que seja melhor a sua compreen-
agora estudaremos as ondas periódicas longitudi-
são vamos analisar a figura a seguir:
nais. Também vimos os conceitos de ondas e demos um
exemplo para ondas longitudinais, o som se propagan-
do no ar, vamos agora dar outro exemplo: ondas longi-
tudinais promovidas por um cilindro que contém um
gás com um êmbolo, em uma das suas extremidades,
quase uma seringa. Observe a figura a seguir:
vA = λA ∙ f e vB = λB ∙ f.
sen(α) vA λA ∙ f
= =
sen(β) vB λB ∙ f ,
Como a frequência continua a mesma nos dois meios, nossa relação simplifica da seguinte forma
sen(α) vA λA
= =
sen(β) vB λB
A partir dessa relação, podemos verificar que existe uma relação direta entre a velocidade de propagação de
uma onda e os ângulos de incidência e refratado.
Quando uma onda passa do meio A, cujo vA é maior que a velocidade vB, no meio B, o ângulo de incidência α
é maior que o ângulo refratado β.
Na situação reversa, quando a velocidade vA, no meio A, é menor que vB, no meio B, o ângulo de incidência α é
menor que o ângulo refratado β. Ambos os casos estão retratados nas figuras a seguir:
normal
λA
α
A
B
β λB
FÍSICA
73
normal Em geral não vemos a luz difratada pois os obs-
λA táculos presentes ao nosso redor possuem tamanhos
bastante superiores ao comprimento de onda da luz,
mas podemos ver os efeitos de difração da luz ao
apontar um laser em um fio de cabelo. Como mensu-
rado anteriormente, costumamos observar este efeito
α com o som, pois possui comprimento de onda com a
mesma proporcionalidade da maioria dos obstáculos
A que estão ao nosso redor.
λB B
β
Dica
fA = fB fA = fB
λA > λB λA < λB
Se vA > vB→ α > β Se vA < vB→ α < β
Difração
Interferência
A difração é o encurvamento das ondas ao se
depararem com as bordas de um obstáculo ou de Até agora, estudamos as ondas se propagando em
fendas que possuem a mesma ordem de grande- um sentido, podendo até mesmo mudar sua direção,
za do comprimento de onda. Se o comprimento de e vimos que esse fenômeno é chamado refração. Mas
quando uma onda é refletida, o que acontece? Por
onda for relativamente menor em comparação com
exemplo, ao gritarmos próximo de um penhasco, con-
a barreira ou fenda, o efeito não ocorre, ou quando
seguimos ouvir o eco, ou seja, a onda que foi propaga-
ocorre, é de maneira bastante sutil, pois a onda atra- da em um sentido refletiu ao bater em um obstáculo
vessa a barreira. Já quando o comprimento de onda e mudou seu sentido. Entretanto, se continuarmos
é da mesma ordem de grandeza que o comprimento a gritar durante a reflexão do grito inicial, as ondas
de onda, ao atravessar uma fenda, o efeito acontece sonoras interagirem e se superpõem, e o efeito de
74 como mostrado na figura acima. superposição de ondas é chamado de interferência.
O princípio da superposição de ondas é o fenôme- corda. Imagine dois cenários, primeiro uma onda em
no do encontro entre duas ondas e, para calcular o uma corda, onde temos uma extremidade presa e outra
deslocamento destas ondas em qualquer momento, quando temos essa mesma onda, mas agora a corda
basta somar a função de onda de cada uma das ondas está solta na extremidade. Para te ajudar a imaginar,
envolvidas. observe a figura a seguir.
Ao se superporem, as ondas podem sofrer dois
tipos de interferências: interferência construtiva e
interferência destrutiva.
Quando duas ondas estão em fase e se encontram
no espaço, acontece uma interferência construtiva,
conforme vemos na figura da esquerda e, quando as
ondas estão fora de fase, o que ocorre é uma interfe-
rência destrutiva, conforme a figura da direita.
→ →
v v →
v
→
v
λ2 2L
v= √ T
µ
,
L=2∙ → λ2 = .
2 2
Onde T é a tensão da corda e µ é a densidade linear,
Podemos encontrar uma relação entre os compri- logo substituindo essa equação em:
mentos de onda em cordas vibrantes, caso formos
prosseguindo com as relações acima, iremos encon- nv
fn =
trar que uma relação para qualquer comprimento de 2L
onda, em matemática dizemos para o enésimo termo,
assim podemos escrever Teremos
λn =
2L
n
, fn =
n
2L
√ T
µ
.
77
Dessa maneira na frequência fundamental, f1, E assim a frequência fundamental é
temos um nó no meio de dois ventres que correspon-
de ao padrão de uma onda estacionária, e como vimos
v
anteriormente, o comprimento de onda é dado por f1 =
duas vezes o comprimento do tubo, ou seja, λ = 2L . E 4L
as frequências podem ser obtidas, também utilizando
os conceitos apreendidos anteriormente, sendo f = v/λ.
Assim, a frequência fundamental é
v v
f1 = → f1 = ,
λ 2L
λ L 2L fn = nf1
= →λ= ⋯
2 3 3 Do mesmo modo para o tubo aberto, só que agora
o valor de n não é o mesmo, ele precisa ter valores
E assim, a frequência é impares, ou seja, n = 1, 3, 5, 7 ... . Para tubos fechados
somente as frequências impares são possíveis.
v v
f1 = → f1 = , Audição Humana
λ 2L
Um dos nossos cinco sentidos é a audição, que tem
v v como objetivo receber determinado som e processá-
f2 = → f2 = , -lo. Para isso, o órgão (agora não é um instrumento)
λ L são as orelhas, que fica responsável em captar os sons
e direcioná-los para as vias auditivas centrais, que
serão processados no sistema nervoso e compreendi-
v 3v
f3 = → f3 = ⋯ dos pelo córtex. Para que o som seja processado ele
λ 2L precisa ter uma intensidade e também uma frequên-
cia na faixa do audível, como visto antes.
Ou seja, as frequências são múltiplas da frequên- Em nós seres humanos, o som causa vibrações
cia natural, para n valores dentro da orelha, o que provoca movimentos da
membrana timpânica, onde esse movimento faz com
fn = nf1, que pequenos ossos, que são eles: martelo, bigorna
e estribo, esses ossinhos tenham como função movi-
Onde n é um número inteiro, começando em 1, mentação de líquidos dentro da estrutura óssea, a
sendo n = 1, 2, 3 ... . cóclea. Assim dentro da estrutura óssea temos alguns
sensores que vão captar e transmitir essas vibrações
E se tivermos um tubo com as duas extremidades
do som para o córtex. Parece que saímos um pouco
fechadas, como uma flauta (não fechado completa-
da física para entrar em biologia, mas não, temos
mente, pois caso isso aconteça, a flauta não produzirá
muitos conceitos físicos aplicados nessa área, em nos-
nenhum som). Em uma extremidade do tubo teremos
so sistema auditivo funciona dessa forma, mas em
um ventre e, na outra, extremidade teremos um nó,
baleias, por exemplo, usam a reflexão das ondas para
como podemos ver na figura a seguir. Para a frequên-
se orientar. Enquanto humanos têm uma faixa audí-
cia mais baixa, teremos que o comprimento de onda
vel, de 20 a 20.000 Hz, outros animais podem perceber
será frequências até 100.000 Hz, assim morcegos emitem
uma onda de até 50.000 Hz e com a sua reflexão, eles
78 λ1 = 4L podem identificar e desviar de obstáculos.
EFEITO DOPPLER Analisando a equação acima, podemos perceber
que quando o ouvinte se aproxima da fonte sonora,
O efeito doppler foi analisado primeiramente por (v0 > 0), ele percebe um som com uma frequência mais
Christian Doppler, cientista austríaco no século XIX, alta, em relação à frequência que ele ouvia quando
ele enunciou da seguinte forma: quando existe um estava em repouso. Agora quando o ouvinte se afasta
movimento relativo entre uma fonte sonora e um da fonte sonora, (v0 > 0), ele vai ouvir uma frequência
ouvinte, a frequência do som percebida pelo ouvinte é menor.
diferente da frequência do som da fonte. Esse fenôme- Vamos agora analisar o caso em que ambos estão
no pode ser percebido quando uma ambulância passa em movimento, agora a fonte se move com uma velo-
por você, parece que a frequência do som vai dimi- cidade vs. A velocidade da onda no ar é v, já que essa
nuindo quando passa por você. Isso ocorre porque as velocidade depende das propriedades do meio e não
frequências aparentes ouvidas pelo ouvinte, dos sons muda se a fonte se move ou não. Mas agora o compri-
mais graves agudos provem do movimento relativo mento de onda não é mais constante, ou seja, preci-
entre a fonte e o detector. samos contabilizar o deslocamento de um ciclo para
Antes de começar a analisar o efeito Doppler do o outro.
som, vamos agora estabelecer algumas relações que Assim o tempo de emissão de um ciclo de uma
irão nos ajudar. Vamos considerar um caso particular, onda para o outro é dado pelo período T = 1/fS. Duran-
em que a velocidade da onda e do ouvinte estão se te esse período a onda percorreu uma certa distância,
propagando em uma linha reta que os une. Ou seja, x = vt, assim a distância que a onda percorreu é x = v/
as velocidades designadas por (velocidade do som) e fS e fonte também se moveu, xS = vS/fS. Determinamos
(velocidade do ouvinte), sendo positivo o sentido do anteriormente que o comprimento de onda é a distân-
ouvinte O para a fonte sonoro S. cia entre duas cristas, ou seja, a distância determinada
Podemos analisar esse fenômeno de duas for- pelo deslocamento relativo entre a fonte e o ouvinte.
mas: uma quando o ouvinte está em movimento e Na figura a seguir podemos perceber que isso não
se cumpre nesse caso, sendo assim, as distâncias de
a fonte em repouso e a outra quando o ouvinte em
uma crista para a outra não são iguais, para o ouvinte.
movimento e a fonte também está em movimento.
Agora você pode se perguntar, como vamos resolver
Supondo então que um ouvinte O está se movendo
esse problema? A resposta é: precisamos analisar os
com uma velocidade e se aproxima de fonte sonora
dois comprimentos de onda, o que está à frente da
S, seria um caso em que você está se aproximando
fonte e os que estão atrás.
de um carro com um alarme ligado. A fonte está emi-
tindo uma onda sonora com frequência e com com-
primento de onda . Vamos imaginar esse caso, onde
temos um carro com um alarme acionado, conforme
a figura a seguir:
v+vS
v+v0 v+v0 v+v0 λa =
f0 = → f0 = → f0 = � � fS
λ v v
FÍSICA
v+vS
λa =
fS
Em
Ondas Eletromagnéticas
ÓTICA
Os estudos sobre efeitos elétricos e magnéticos
são bastante antigos na Física e há relatos que eles se PRINCÍPIOS DA ÓPTICA GEOMÉTRICA
iniciaram com observações de fenômenos como raios
que ocorrem durante uma tempestade e de rochas de Vimos anteriormente a concepção da luz como
magnetitas presentes na Ilha da Magnésia na Grécia. uma onda eletromagnética, sendo que, a luz visível
Depois de muitos estudos de forma separada o mate- consiste em apenas uma pequena parcela do espec-
mático escocês James Clerk Maxwell reuniu diversos tro eletromagnético. Há atualmente uma concepção
trabalhos feitos até o momento e unificou as teorias moderna sobre a natureza da luz, no qual se baseia
da eletricidade e do magnetismo formulando a teoria em fenômenos quânticos, no qual se explica a intera-
eletromagnética. ção da luz com a matéria, que pode refletir e refratan-
A partir do estudo feito por Maxwell, que reuniu as do, uma característica ondulatória, ou então realizar
equações das teorias elétricas e magnéticas, pode-se a fotossíntese de uma planta, uma característica de
concluir que campos elétricos variando ao longo do partículas. Para o modelo quântico a luz possui uma
tempo induzem um campo magnético e também que natureza dual, uma natureza de onda-partícula.
um campo magnético oscilando ao longo do tempo Muito antes da atual concepção dual sobre a luz,
induz um campo elétrico. Este é aquele momento clás- muitos estudos foram feitos sobre ela e nomes como
sico que os cientistas da ficção gritariam ‘EUREKA!’, Isaac Newton, Chistiaan Huygens, Thomas Young
pois se um campo elétrico variando é fonte de um cam- foram importantes para o aprimoramento sobre
po magnético, e o campo magnético variando é fonte conceitos referentes à luz. Através desses estudos foi
de um campo elétrico, ao gerar um deles o outro será constituída um ramo da Física chamado Óptica, no
80 gerado, dando origem a onda eletromagnética. Logo, qual se propõe a estudar fenômenos sobre a luz de
forma simples, usando leis empíricas e esquemas geo- em decorrência da propagação retilínea da luz, o que
métricos dos raios de luz, que possuem seu percurso você observa é formação de uma sombra na placa
representados por linhas. conforme podemos observar na figura a seguir.
Tipos de Fonte
REFLEXÃO DE LUZ
Leis da Reflexão
Importante!
Um raio de luz que colide com uma superfície
refletora polida de forma perpendicular, isso é,
com um ângulo de 90º com a superfície, retorna
para o mesmo lugar de onde veio.
ESPELHOS
S A
Espelho Plano
B
Um espelho é um objeto no qual a maior parte da
Já uma superfície áspera, como uma porta sem luz é refletida de forma regular e está presente em nos-
envernizar, reflete os raios de luz de forma aleatória, so dia a dia de muitas formas. Nesta etapa, trataremos
em todas as direções, dessa forma chamamos de refle- aqueles espelhos comuns, que você observa o reflexo
xão difusa. É graças a esse tipo de reflexão que vemos sem nenhuma distorção, seja aumentando a imagem
praticamente tudo ao nosso redor, afinal, se os raios como os espelhos usados por maquiadoras ou dimi-
incidentes fossem refletidos apenas em uma direção, nuindo a imagem de forma que você pode observar o
82 só enxergaríamos os objetos quando nossos olhos ambiente de forma ampla como os espelhos presentes
em ônibus. Assim, denominaremos este objeto refletor z A imagem virtual é a formada pelo prolongamento
de espelho plano, e, em geral, são obtidos por metais dos raios refletidos pelo espelho.
polidos.
Os espelhos que geralmente usamos em guarda- Podemos tratar os objetos no qual possuem mais
-roupas ou no banheiro são feitos de uma fina camada de uma dimensão de forma parecida com os objetos
de prata sob um vidro opaco. E geralmente, os espe- pontuais, ou seja, analisamos ponto a ponto do objeto
lhos são produzidos dessa forma, e é exatamente por real (A, B, C...). Podemos perceber que o espelho unifi-
esse motivo que os representamos com uma linha reta ca estes pontos de forma simétrica (A’, B’, C’...) forman-
caracterizando a superfície refletora e algumas retas do a imagem virtual.
perpendiculares caracterizando a camada opaca.
Para tratarmos a formação das imagens nos espe-
lhos vamos primeiramente ao caso mais simples de
uma fonte luminosa (primária ou secundária) pontual
e depois podemos generalizar para objetos de duas ou
três dimensões.
Conforme ilustrado na figura a seguir, considere
uma fonte pontual, no qual chamaremos de P, posta
na frente de um espelho plano, ela emite raios de luz
para todos os lados, mas vamos nos focar em apenas
um raio de luz que sai da fonte e incide na superfície
refletora de forma diagonal, para este raio daremos o
nome de RI. A partir das leis da reflexão e de proces-
sos empíricos, podemos observar um raio refletido, no
qual denominaremos RR e também observamos que a
extensão de RR coincide a reta N no ponto F’.
R
f= .
2
Figura 3
Casos Particulares de Reflexão dos Espelhos
Esféricos Agora faremos a mesma análise para os espelhos
convexos, as figuras que representam cada situação
Alguns raios específicos são importantes para a estão logo a seguir. Um raio cujo prolongamento passa
representação das imagens que são refletidas pelos pelo centro de curvatura C reflete sobre ele mesmo,
espelhos plano e nesse tópico trataremos com um como observamos na figura 1. O raio cujo prolonga-
pouco mais de cuidado de cada um deles. Agora anali- mento passa pelo ponto de foco F é refletido parale-
saremos os raios que incidem nos espelhos esféricos e lamente conforme apresentado na figura 2, e por fim,
que passam pelo centro de curvatura C, pelo ponto de o raio que incide no vértice do espelho é refletido de
foco principal F e pelo vértice V. forma que o ângulo do raio incidente seja igual ao
Nos espelhos côncavos, os raios incidentes que pas- ângulo do raio refletido como pode ser observado nas
sam pelo centro de curvatura C são refletidos sobre si figuras que seguem a seguir.
mesmos, conforme observamos na figura 1, já os raios
que incidem passando pelo ponto de foco principal F
são refletidos paralelamente ao eixo principal, con-
forme a figura 2 e por fim os raios que incidem nos
espelhos côncavos pelo vértice V são refletidos com o
mesmo ângulo de incidência como pode ser observado
na figura 3.
Figura 1
Figura 1
Figura 2
FÍSICA
Figura 2
Figura 3
85
Formação de Imagem nos Espelhos Esféricos espelho e invertida conforme observamos na figura
a baixo.
A partir dos conceitos apresentados até agora,
podemos analisar de forma geométrica a formação das
imagens refletidas por espelhos côncavos e convexos.
Em princípio precisamos fazer algumas considera-
ções que nos ajudarão bastante para compreendermos
bem a formação de imagens nos espelhos esféricos:
Espelhos Côncavos
0
F V
i
f
pf
p
ESPELHO ESPELHO
COORDENADA
CONVEXO CÔNCAVO
p >0 >0
p’ <0 >0
o >0 >0
i >0 <0
f <0 >0
Equações dos Espelhos Esféricos
Concluímos que as grandezas das imagens reais
Uma forma diferente de encontrar as imagens for- são positivas e as grandezas das imagens virtuais são
madas pelos espelhos esféricos é analisando de forma negativas. Além disso, podemos escrever as seguin-
analítica, isso é, descrevendo uma equação para que tes relações diante das considerações feitas até o
possamos analisar a imagem. Antes de chegar nessa momento
equação analisemos a figura a seguir e seus elementos.
O eixo das abscissas, chamado simplesmente de 1 1 1
eixo x é colocado na mesma distância do eixo princi- + = ,
p p' f
pal do espelho e está orientado contrário aos raios de
luz que incidem o espelho. O eixo das ordenadas, cha-
e também a relação
mado simplesmente de eixo y, é perpendicular ao eixo
das abscissas, tem como origem o vértice do espelho
i p'
e sua direção de crescimento está voltada para cima. =
o p
p p f
REFRAÇÃO LUMINOSA
Importante!
Em relação às cores do arco-íris, podemos escre-
ver que a velocidade decresce partindo do ver-
melho até chegar no violeta
vvermelho>vlaranja>vamarelo>vverde>vciano>vazul>vvioleta
Consequentemente, o índice de refração pode
ser descrito como crescente partindo da cor ver-
Costumamos observar esse fenômeno quando melha até a cor violeta
inserimos uma colher em um copo de água e ela pare-
nvermelho<nlaranja<namarelo<nverde<nciano<nazul<nvioleta
ce estar “quebrada” ou então quando olhamos alguém
com as pernas submersas em uma piscina e vemos as
pernas deslocadas em relação ao restante do corpo Podemos generalizar a expressão obtida anterior-
fora da água. mente para o índice de refração, antes o definimos
Em duas situações o efeito de refração não ocorre: como comparação da velocidade de propagação da
luz em um meio qualquer com a velocidade da luz
z Quando os raios incidentes são perpendiculares no vácuo. Mas a refração também ocorre passando
à superfície, os raios transmitidos também são de outros meios que não o vácuo e, dessa forma, con-
perpendiculares. sideraremos o índice de refração em um meio qual-
z Quando a luz tem a mesma velocidade de propa- quer denominado A com o índice de refração em
gação tanto no meio A, quando se propaga inicial- outro meio qualquer denominado B, assim podemos
mente, quanto no meio B. Um exemplo da segunda escrever
situação é o líquido de tetracloreto de carbono
(CCl4) e alguns tipos de vidro. nA
n AB = .
nB
Índice de Refração
Considerando um meio A cujo seu índice de refra-
Temos que ter bem claro em nossas mentes que a ção nA é maior que o índice de refração nB de um meio
refração ocorre devido à diferença da velocidade de B, dizemos que o meio A é mais refringente que o
propagação nos diferentes meios. Hoje sabemos que a meio B, isso é a refração.
luz tem a velocidade de propagação no vácuo de apro-
8
ximadamente c b 3 $ 10 m/s e nos demais meios ela Leis da Refração
possui velocidade menor, dependendo diretamente
da natureza desse material e também da cor da luz. A Primeira Lei da Refração diz que o raio inciden-
A relação entre a velocidade da luz no vácuo e a te, o raio refratado e a reta normal a superfície são
velocidade da luz em um meio A é chamada de índice coplanares, isso é, estão situadas no mesmo plano.
de refração. Dizemos que o índice de refração desse
meio é nA e calculamos da seguinte forma:
c
nA =
vA
,
nA ∙ sen(α) = nB ∙ sen(β).
Também conhecida como Lei de Snell-Descartes
ou costumeiramente como Lei de Snell, ela pode ser
escrita levando em consideração que
c c
nA =
vA
nB = vB
, Em decorrência à reversibilidade da luz, a sua
e imagem que chega até o peixe também está acima do
ponto P, de onde você está. O que o peixe observa é o
Substituindo na expressão anterior temos prolongamento dos raios que culminam no ponto P’,
conforme a figura a seguir.
c c
$ sen (a) $ sen (b),
vA v
= B
Onde c é um fator comum dos dois lados da igual-
dade, sendo possível simplificar a equação e assim
temos a Segunda Lei da refração reescrita da seguinte
forma
89
Podemos observar que quanto maior o ângulo de Uma aplicação bastante direta dos prismas é a dis-
incidência, mais os raios refratados se afastam da reta persão da luz, isso é a desfragmentação de uma onda
normal, isso é, ângulo refratado aumenta limitando a luminosa policromática nas cores que a compõe. Por
90º, representado pelo ângulo βc. exemplo, a luz branca é a junção de todas as cores do
O ângulo αc, no qual a luz incide a superfície e é espectro visível e, ao passar por um prisma, ocorre a
refratado com o ângulo máximo βc é chamado ângulo decomposição das cores que a compõe. Quando vemos
limite e, em geral, o denominamos como ângulo L. um arco-íris o que enxergamos é a decomposição da
Aplicando a Segunda Lei da refração podemos definir luz branca ao ser refratada por um prisma, neste caso,
o ângulo L da seguinte forma: as gotículas de água funcionam como um prisma.
O motivo da dispersão da luz acontecer está rela-
n A $ sen (L) = n B $ sen (b c), cionado ao índice de refração de cada cor, isso é, cada
cor possui uma velocidade diferente dependendo do
Considerando o ângulo βc como 90º e sen(90°) = 1, material e a luz, ao passar por um meio em que a
podemos reescrever a equação da seguinte forma diferença entre os índices de refração é relevante, é
decomposta nas diferentes cores.
nB
sen (L) = .
nA LENTES ESFÉRICAS
O ângulo L depende diretamente da razão entre o Um dos aparatos óticos que está mais presente em
menor índice de refração pelo maior índice de refra- nosso cotidiano são as lentes, elas estão presentes nos
ção e quando a luz incide à superfície um meio de óculos, nas câmeras fotográficas e até mesmo a retina
refração menos refringente com ângulo maior que L, de nossos olhos funcionam como uma lente. Em geral,
ocorre a reflexão total. elas são um meio transparente, formada de materiais
Resumidamente, para ocorrer a reflexão total é como o vidro, algum tipo de acrílico ou até mesmo um
necessário que a luz seja refratada depois de se pro- cristal e que pode ter as duas faces curvadas ou uma
pagar de um meio mais refringente para um meio face curvada e outra reta.
menos refringente e o ângulo de incidência ser maior Na figura abaixo podemos observar os mais comuns
que o ângulo limite. tipos de lentes que podemos encontrar.
Prismas
Lente ConvergenteD
91
Lente Convergente Lente Convergente
Todo raio de luz que incide nas lentes delgadas na Formação De Imagem nas Lentes
direção do foco objeto F saem de forma paralela ao
eixo principal. Para analisar a formação das imagens de objetos
cujo raios passam pelas lentes delgadas esféricas,
iremos utilizar o mesmo processo empregado para
obtenção das imagens dos espelhos esféricos, utiliza-
remos dois raios de luz dos casos particulares e ana-
lisaremos caso a caso para as lentes convergentes e
divergentes.
Lentes Convergentes
92
Lente Divergente
1 1 1 i p'
+ = e A= =- .
p p' f o p
Lâminas
sen (a - b)
d=e∙ cos (b)
,
INSTRUMENTOS ÓTICOS
EXEMPLO 2
FORÇA ELÉTRICA
Dica
Lembre-se sempre que a força é uma grande-
za vetorial, logo, todas as operações vetoriais
da Mecânica são válidas aqui na Eletrostática
também.
CAMPO ELÉTRICO
k·Q
V=
d
Nos dois exemplos acima, as linhas pontilhadas
Para calcular o potencial criado em um ponto P representam essas superfícies.
qualquer, usamos:
ENERGIA POTENCIAL ELÉTRICA
POTENCIAL ELÉTRICO
Lei de Gauss
O conceito de Potencial é bem abstrato de definir,
mas podemos simplificar que é como se fosse um “des-
A lei de Gauus estabelece que o fluxo total (ϕtotal),
nível” elétrico: quanto maior o “desnível”, maior é a
através da superfície gaussiana, é igual à carga total
energia que podemos converter.
interna à superfície (qinterna), dividida pela permissivi-
dade elétrica do meio (ε): por isso é essencial definir-
Linhas de Campo
mos o que é Fluxo Elétrico(ϕ).
Agora, vamos falar de linhas de campo, ou seja, é
Fluxo Elétrico(φ)
como se fosse um mapa de como é o campo elétrico
em regiões próximas a carga elétrica.
Relaciona a quantidade de linhas de campo elétri-
Carga Positiva: Campo Elétrico é divergente e sai
co(E) (que penetra em uma superfície de área (A), em
da carga.
função do ângulo do “vetor área imaginário” e o vetor
campo elétrico.
ϕ = E · A · cos θ
Linhas de força
Dica
Cuidado! Área é uma grandeza escalar, por isso
está escrito vetor área imaginário, pois nós ima-
ginamos um vetor perpendicular à superfície
para conseguirmos relacionar o ângulo.
ϕ = E · ∆A
k ·|Q|
E= 2
d
EXEMPLOS DE SUPERFÍCIES GAUSSIANAS
Dessa superfície não seria algo tão fácil, por isso sem-
pre escolhemos superfícies fáceis de calcular.
qinterna
U total =
FÍSICA
99
Dica
APLICANDO A LEI DE GAUSS
qinterna É importante lembrar que um corpo que está posi-
U total = tivo perdeu elétrons e, por isso, a sua carga líquida
f
é positiva. Nunca se esqueça que um corpo nun-
ca ganha ou perde prótons, pois esses estão no
Mas fluxo total é dado por ϕtotal = E · ∆A núcleo do átomo.
Substituindo
Blindagem Eletrostática
qinterna
E ·DA = Você já ouviu falar que se estiver dentro de um
f
carro e cair um raio nele você está seguro por causa
Mas a superfície gaussiana é uma esfera de raio d, en- dos pneus que são feitos de borracha?
tão ∆A=4 π · d² Isso é verdade! Mas não por causa dos pneus feitos
de borracha. Convido você para a seguinte reflexão: Se
2 qinterna você sentar em cima dos quatro pneus empilhados do
E · 4r·d = carro, você deixaria jogarem um raio na sua cabeça?
f
Isolando O motivo de você estar seguro dentro do carro é
Blindagem Eletrostática.
qinterna O Campo Elétrico no interior de condutores em
E= 2 equilíbrio eletrostático é nulo, ou seja, sem ter cam-
4r · d · f
po dentro do condutor, você não pode tomar choque.
qinterna Na figura abaixo coloquei um experimento da famosa
E= 2
4r · f · d Gaiola de Faraday.
mas
1
k= e qinterna= Q
4rf
Finalmente
k·Q
E= 2
d
W
| DV | =
q
CONDUTOR CARREGADO
O campo elétrico uniforme realiza trabalho sobre
a carga, e assim a carga do repouso (sem velocidade)
pode ganhar velocidade em virtude do trabalho reali-
zado pelo Campo Elétrico Uniforme, fazendo a partí-
cula ganhar Energia Cinética.
W = –q · ∆V
100
DQ
i=
Dt
Onde:
CORRENTE ELÉTRICA DQ
i=
Dt
É um movimento ordenado dos elétrons devido a
E essa equação só funciona para correntes elétri-
uma diferença de potencial (“voltagem). Os metais são cas constantes, e agora?
conhecidos por sua camada de valência (mais exter- Precisamos de um novo recurso para calcular
na) ter elétrons fracamente ligados ao núcleo e facil- essas correntes elétricas variáveis.
mente podem ser orientados com uma DDP (diferença Esse recurso é uma análise do gráfico de corren-
de potencial) diferente de zero. te elétrica por tempo. A área abaixo da curva corres-
ponde à quantidade de carga que passa no corpo.
DIFERENÇA DE POTENCIAL ENTRE O FIO SENDO I(A) I(A)
NULA
Fio Condutor
ΔQ
t (s) t (s)
Dica
Não existe movimento “ordenado de cargas elétricas”
Dica
DIFERENÇA DE POTENCIAL ENTRE O FIO SENDO
Nem sempre podemos usar i=∆Q/∆t, pois essa
NÃO NULA equação só funciona para cálculo de correntes
Fio Condutor constantes ou se a prova pedir a corrente média.
Caso seja uma corrente variável, temos que fazer
a análise gráfica.
CORRENTES ALTERNADA
Existe movimento “ordenado de cargas elétricas” e Corrente Contínua: Quando ela tem apenas um
damos o nome de CORRENTE ELÉTRICA sentido, geralmente é produzida pela ddp de uma
pilha que tem tensão contínua também.
Intensidade de Corrente Elétrica (i)
I(A) Corrente continua (CC)
Se um dia você precisar explicar o que é Corren-
te Elétrica para alguém em poucas palavras é muito
fácil, apenas diga que é o choque. Todo mundo algu-
ma vez já tomou um choque (com certeza uma lem-
brança ruim). Esse choque ocorre graças à corrente
FÍSICA
V=R·i
t(s)
Em que:
Q = i² · R · ∆t
Em que:
Q = Calor
i = Corrente elétrica
R = Resistência Elétrica do Material
102 ∆t = Intervalo de tempo analisado
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES LEIS DE KIRCHHOFF
Associação em Paralelo
R 2 ⋅ i3 − E 2 + r2 ⋅ i2 − R 1 ⋅ i4 + E1 + r1 ⋅ i1 =
0
RELAÇÕES ENTRE GRANDEZAS ELÉTRICAS
Onde:
CONVERSÃO DE ENERGIA
No conceito de elétrica, é importante conseguirmos Q = Módulo das cargas de uma das placas
calcular a potência elétrica consumida nos resistores. V = Diferença de Potencial entre as placas
C = Capacitância, unidade no SI, (F)=(faraday)
Dica
ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES
Uma maneira fácil de lembrar como calcular a
potência elétrica em resistores é lembrando do Sempre que começamos o estudo de Associações
barulho que o pinto faz (piu). de Capacitadores, gosto de usar exemplos de dinhei-
ro. Atualmente, no Brasil, é possível termos 13 reais
P=i·U em dinheiro, mas com certeza não iremos olhar a car-
teira e achar uma nota de 13, pois não existe. Nós faze-
Em que: mos associações de dinheiro: uma nota de 10 reais e o
U = Tensão Elétrica, DDP, unidade no SI(V) = (volts). restante em moedas, por exemplo, e o resultado será
Podemos, ainda, calcular que a Potência pode ser os 13 reais. A ideia da associação de capacitores é a
dada como: mesma: cientistas não fabricam infinitos valores de
capacitores. De acordo com a nossa necessidade, asso-
ciamos os capacitores para dar o resultado desejado.
2
U
P = R · i2 ou P =
R Associação em Série
CAPACIDADE ELÉTRICA
produto C ·C
C eq = = 1 2
soma C1 + C 2
Associação em Paralelo
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DDP Utotal = U1 = U2 = U3
Q
C=
V
105
Dica Agora se deixarmos percorrer uma corrente elétri-
ca no gerador verificaremos que
Pode cair em prova os dois juntos, no mesmo cir-
cuito. A sugestão é sempre começar reduzindo
os capacitores que você identificar em série, e VAB < ε
depois, eles todos vão ficar acabando em parale-
Ou seja, pelo fato de percorrer corrente elétrica,
lo, mas isso não é uma regra, só um atalho.
não conseguimos usar toda F.E.M do gerador para o
circuito.
GERADORES E RECEPTORES ELÉTRICOS
Associação de Geradores
Gerador transforma algum tipo de energia em
energia elétrica. Na física existem dois geradores
Vamos falar de associações mais uma vez, só que
que iremos estudar: os geradores ideais e os gerado-
agora é de geradores.
res reais e todos eles são fundamentais para o estudo
de eletrodinâmica. Os geradores mais frequentes no
nosso dia a dia são as pilhas, por isso que os desenhos SÉRIE
irão lembrar a forma de uma.
Gerador Ideal
Gerador Real
Amperímetros
LÂMPADAS
O amperímetro ideal tem resistência nula e os sím-
bolos estão mostrados abaixo. Converte energia elétrica
em energia luminosa.
SÍMBOLO
RESISTOR LIGHT
DEPENDENT RESISTOR A sigla LDR significa Light
Dependent Resistor. Sua
resistência varia conforme
Amperímetro está medindo apenas a corrente elé-
a intensidade da luz que in-
trica que “atravessa” R2.
cide sobre ele.
Luz Resistência Mínima;
Voltímetros Sem luz Resistência
Máxima.
São representados, em geral, pela letra V colocada
dentro de um círculo ou, às vezes, cortado por uma
seta. Como medem a diferença de potencial elétrico Sensível a temperatura, a
entre dois pontos de um, devem ter seus terminais inse- RESISTORES NTC
sigla NTC significa Negative
ridos em paralelo com o trecho do circuito entre esses Temperature Coefficient.
pontos. O Voltímetro ideal possui resistência infinita. Temperatura Aumenta: Re-
sistência Diminui;
SÍMBOLO Temperatura Diminui: Re-
sistência Aumenta.
FUSÍVEIS
Fusível é um dispositivo
de proteção dos circuitos.
Filamento de metal de bai-
xo ponto de fusão. Assim,
quando o fusível é percorri-
do por uma corrente elétrica
acima do normal, o filamen-
to se funde e abre o circuito.
O estudo dos ímãs é o ponto de partida do nosso Os polos de um ímã são inseparáveis. Não existe
estudo do eletromagnetismo. monopólio-magnético.
Após vermos o conceito e a função de um imã, deli-
mitaremos os tipos que existem:
CAMPO MAGNÉTICO
ORIENTAÇÃO EM UM CAMPO
Polo Sul Geográfico “abriga” o Polo Norte Magnético. Michael Faraday (1791-1867) descobriu os efeitos
elétricos produzidos pelo magnetismo. Através desses
Dica fenômenos, chamados de indução eletromagnética, ele
explicou a natureza e as propriedades dos campos mag-
Em astronomia, estudamos que graças ao cam-
po magnético terrestre é possível vivermos na néticos alternados que pode gerar corrente elétrica.
Terra. Mais à frente, vamos estudar que no Sol Faraday explicou que o campo magnético é produ-
ocorre a reação de fusão nuclear, o que libera zido pelas cargas elétricas geradas a partir do atrito
uma energia chamada de ventos solares. Se entre os corpos que, por variar o fluxo magnético,
essas energias fossem lançadas diretamente sofrem atração ou repulsão. Graças a essa descober-
na Terra, não teríamos chance de sobreviver. O ta, hoje conseguimos transmitir energia elétrica para
campo magnético terrestre desvia grande parte
todo o mundo. O eletromagnetismo se divide em 3
desses ventos solares, permitindo, assim, a nos-
FÍSICA
Uma bússola é um ímã, seu polo norte sempre acom- Carga elétrica em movimento gera campo magné-
panha a orientação do campo magnético. tico. (OERSTED) 109
REGRA DA MÃO DIREITA Nunca se esqueçam das notações
n·i
B fio =
2·r·d
Sentido do polegar é o da corrente elétrica e os outros
quatro dedos é a orientação do campo magnético. μ=Permeabilidade magnética
i= Corrente elétrica
Nunca se esqueçam das notações d= Distância até o ponto analisado
Lei de Ampère
∑(B · Δ L) = μ .ienvolvida
n·i
B centro = EXEMPLO DA APLICAÇÃO DA LEI DE AMPÈRE
2·R
μ= Permeabilidade magnética
i= Corrente elétrica
R= Raio da Espira
Lei de Biot-savart
∑(B · Δ L) = μ · ienvolvida
∑(B · Δ L) = B∑( Δ L) = B(2 · π · d)
B(2 · π · d) = μ · ienvolvida
n · i envolvida
B=
2·r·d
110
Eletroíma Para Achar a Orientação da Força Usamos a Regra
do Tapa com a Mão Direita
Com a unificação da eletricidade e o magnetismo
foi possível criar o eletroímã, que é um ímã que pode-
mos escolher a polaridade e também a intensidade de
seu campo magnético. Podemos chamar o eletroímã
de solenoide.
Um bom exemplo de eletroímã são aqueles dispo-
sitivos em ferro velho, usados para pegar as carcaças
de automóveis estragados.
N, n · i
B solenoide / = L Grandeza orientada do plano para o observador.
Grandeza orientada do observador para o plano
μ = Permeabilidade magnética
i = Corrente elétrica
L = Comprimento
N = Número de voltas
FORÇA MAGNÉTICA
111
Módulo da Força Magnética em Fio Condutor
F = B · i · L · senθ
Onde:
CAMPO MAGNÉTICO
Ф = B · A · cosθ
Sendo:
Fcentrípeta = Fmagnética
Importante!
m·V
2
= B · V · |q| · sen 90° Área não é vetor, isso é apenas um recurso mate-
R
mático para usarmos ângulo.
m·V
= B · |q| · (1)
R LEI DE FARADAY-LENZ
DU
f=–
Dt
Onde:
ε=R·i n · i1 i 2 · L
F=
2·r·d
Dica
Onde:
Essa Lei de Faraday-Lenz possibilitou a transmis- μ = Permeabilidade magnética
são energia elétrica para todo o mundo. Quem i1 e i2= Correntes elétricas dos fios
gosta de filmes, aconselho o título: “O Menino L = Comprimento dos fios
que Descobriu o Vento”. d = Distância de separação dos fios
NA PRÁTICA
TRANSFORMADORES
Espira, aproximando-se do ímã:
Surge uma Corrente Induzida no sentido Anti-Horário. Transformadores são elementos utilizados para
levantar ou diminuir a tensão elétrica e a corrente elé-
tricas. Eles são fios enrolados, envolto por um núcleo
para melhorar o desempenho. É importante notar
que ele só irá funcionar se a ddp ou corrente for alter-
nada. Se utilizarmos ddp contínua, verificaremos que
a tensão de saída será nula.
V1 V
= 2
N1 N2
Onde:
N 1 = Número de espiras primárias
Força Magnética entre Dois fios N 2 = Número de espiras secundárias
FÍSICA
V 1 = Tensão primária
Verificamos experimentalmente como os fios se V 2 = Tensão secundária
comportam, dessa maneira, como será mostrado na
figura, se formos para uma prova é interessante levar
isso em mente:
113
3. (EsPCEx – 2020) Se um corpo descreve um movimen-
HORA DE PRATICAR! to circular uniforme, então:
1. (EsPCEx – 2020) Um lápis está posicionado perpen- z o módulo da força que age sobre o corpo é I zero;
dicularmente ao eixo principal e a 30 cm de distância z o vetor quantidade de movimento II com o tempo;
do centro óptico de uma lente esférica delgada, cuja z o trabalho realizado pela força é III ;
distância focal é -20 cm. A imagem do lápis é z a energia cinética é IV .
Observação: Utilizar o referencial de Gauss.
A opção que corresponde ao preenchimento correto
a) real e invertida.
das lacunas (I), (II), (III) e (IV) é:
b) virtual e aumentada.
c) virtual e reduzida.
a) I-diferente de II-não muda III-nulo IV-constante
d) real e aumentada.
b) I-diferente de II-muda III-diferente de zero IV-variável
e) real e reduzida.
c) I-igual a II-muda III-nulo IV-constante
2. (EsPCEx – 2020) Dois blocos A e B, livres da ação de d) I-diferente de II-muda III-nulo IV-constante
quaisquer forças externas, movem-se separadamente e) I-igual a II-não muda III-constante IV-variável
em um plano horizontal cujo piso é perfeitamente liso,
sem atrito. 4. (EsPCEx – 2020) Um ponto material oscila em torno
da posição de equilíbrio O, em Movimento Harmônico
(ANTES DA COLISÃO) Simples (MHS), conforme o desenho abaixo. A energia
mecânica total dosistema é de 0,1 J, a amplitude da
O bloco A tem massa mA = 1 kg e move-se com uma oscilação é de 10,0 cm e o módulo da máxima velo-
velocidade VA = 1 m/s, na direção do eixo y, no sentido cidade é de 1 m/s. Os extremos da trajetória desse
indicado no desenho. movimento têm velocidade iguala zero (v=0).
O bloco B tem massa mB = 1 kg e move-se com velo-
cidade VB = 2 m/s fazendo um ângulo de 60° com o Desprezando as forças dissipativas a frequência da
eixo y, no sentido indicado no desenho. Após a colisão oscilação em Hertz (Hz) é:
movimentam-se juntos em outro piso, só que agora
rugoso, com coeficiente de atrito cinético μc =0,1, con-
mola
forme o desenho abaixo.
(DEPOIS DA COLISÃO)
60° 5
c)
Piso liso
π
Antes da Colisão √π
d)
Depois da colisão
3
θ Piso rugoso
√1
e)
A+B 2π
mA + mB
X 40 V
6,0 m
O Y
Desenho ilustrativo - Fora de Escala
FÍSICA
hmax R R
a) 35,0 N
b) 40,0 N
c) 45,0 N
Superfície horizontal d) 85,0 N
Desenho ilustrativo - Fora de Escala e) 95,0 N 115
10. (EsPCEx – 2020) Considere o circuito elétrico ABCD Na extremidade A é presa uma esfera homogênea de
abaixo, que é formado por 4 (quatro) resistores ôhmi- volume igual a 20 L e peso igual a 500 N por meio de
cos sendo R1 = 0,5 Ω , R2 = 1 Ω , R3 = 2 Ω , R4 = 4 Ω e 2 um fio ideal tracionado. A esfera está totalmente imer-
(dois) geradores ideais E1 e E2. sa, sem encostar no fundo de um recipiente com água,
Sabendo que a diferença de potencial entre os termi- conforme o desenho abaixo. O valor do módulo da for-
nais do resistor R1 é zero, isto é, (VCD=0) e que o valor ça →F que faz 90° com o lado BC e mantém o sistema
da ddp (diferença de potencial) de E2 = 4 V então a ddp em equilíbrio estático, como o desenho abaixo é:
de E1 vale:
Dados: densidade da água: 1000 kg/m3
A aceleração da gravidade: 10 m/s2
R3 R4 sin 45o = √2 cos 45o = √2
E2 2 2
B D A
E1
R2 R1 F
C água
pino
a) 1V fundo B
linha horizontal
b) 2V
c) 5V
d) 8V Desenho ilustrativo - Fora de Escala
e) 10 V a) 200√2N
b) 150 √2N
11. (EsPCEx – 2020) Um bloco homogêneo A de peso c) 130 √2N
6 N está sobre o bloco homogêneo B de peso 20 N d) 80 √2N
ambos em repouso. O bloco B está na iminência de e) 45 √2N
movimento.
O bloco A está ligado por um fio ideal tracionado ao 13. (EsPCEx – 2019) O circuito de um certo dispositivo
solo no ponto X, fazendo um ângulo com a horizontal elétrico é formado por duas pilhas ideais, possuindo
enquanto que o bloco B está sendo solicitado por uma cada uma tensão “V”, quatro lâmpadas incandescen-
força horizontal , conforme o desenho abaixo. tes, que possuem resistências elétricas constantes e
Os coeficientes de atrito estático entre o bloco A e o de mesmo valor, L1, L2, L3 e L4 , e fios condutores de
bloco B é 0,3 e do bloco B e o solo é 0,2. resistências desprezíveis, conforme o desenho abaixo.
x
Solo horizontal Considerando que as lâmpadas não se queimam, pode-
-se afirmar que
Desenho ilustrativo - Fora de Escala
a) a lâmpada L1 brilha mais que a L2.
a) 2,0 N b) todas as lâmpadas têm o mesmo brilho.
b) 9,0 N c) as lâmpadas L1,L2 e L3 têm o mesmo brilho.
c) 15,0 N d) a lâmpada L3 brilha mais que L2.
d) 18,0 N e) nenhuma das lâmpadas tem brilho igual
e) 20,0 N
14. (EsPCEx – 2019) Duas espiras circulares, concêntri-
12. (EsPCEx – 2020) O desenho abaixo apresenta uma cas e coplanares de raios R1 = 2π m e R2 = 4π m são
barra metálica ABC em formato de L de peso desprezí- percorridas, respectivamente, por correntes de intensi-
vel com dimensões AB = 0,8 m e BC = 0,6 m, articulado dades i1 = 6ª e i2 = 8ª, conforme mostra o desenho
em B por meio de um pino sem atrito e posicionada a
45° em relação à linha horizontal.
116
i2 = 8 A
R1
i1 = 6 A O
R2
a) 2 · 10-7 T.
b) 3 · 10-7 T.
c) 6 · 10-7 T.
d) 8 · 10-7 T.
e) 9 · 10-7 T.
15. (EsPCEx – 2019) Duas polias, A e B, ligadas por uma correia inextensível têm raios RA = 60 cm e RB = 20 cm, conforme
o desenho abaixo. Admitindo que não haja escorregamento da correia e sabendo que a frequência da polia A é fA = 30
rpm, então a frequência da polia B é
B
RA
RB
a) 10 rpm.
b) 20 rpm.
c) 80 rpm.
d) 90 rpm.
e) 120 rpm.
16. (EsPCEx – 2019) O sistema de polias, sendo uma fixa e três móveis, encontra-se em equilíbrio estático, conforme mos-
→
tra o desenho. A constante elástica da mola, ideal, de peso desprezível, é igual a 50 N/cm e a força F na extremidade
da corda é de intensidade igual a 100 N. Os fios e as polias, iguais, são ideais.
Teto
→
F
FÍSICA
Piso
Y 3,0 cm Z
100 cm
5 E
a) 900 J.
b) 600 J. 6 E
c) 400 J.
7 A
d) 500 J.
e) 300 J. 8 A
X 15 D
Y
16 D
A F 0 F' A' 17 E
18 A
Sublimação
QUÍMICA Sólido
Fusão
Líquido
Vaporização
Gasoso
Solidificação Condensação
Podemos encontrar as matérias em três estados dife- MISTURAS E TIPOS DE MISTURAS, PROCESSOS DE
rentes: sólido, líquido e gasoso. O que diferencia uma SEPARAÇÃO DE MISTURAS: SISTEMAS, FASES E
da outra é justamente a proximidade das moléculas que SEPARAÇÃO DE FASES
evidenciam esse estado físico. Quando falamos de esta-
Na natureza, encontramos diversos tipos de subs-
do físico da matéria estamos tratando, na verdade, de
tâncias, sejam elas no estado físico, sólido, líquido ou
uma mudança meramente de estado, ou seja, não temos
gasoso. Essas substâncias, de forma isolada, possuem
modificação da substância original (quando temos essa
suas próprias características, e em situações de reações
modificação chamamos de mudança química).
em que sejam misturados novos tipos de substâncias,
Em outras palavras, pensando na água como base,
teremos uma nova característica para esse produto.
podemos encontra-la nos três estados. Ela sempre será
É importante saber quais são as principais divisões
água, com a mesma fórmula de sempre, mas, em estado
(ou também chamados de grupos) nos quais essas
diferente (ou será líquida, ou será gelo, ou será vapor).
substâncias podem se alocar, sendo elas: sistemas de
Para evidenciarmos essas transformações, a tempe- característica homogênea ou heterogênea.
ratura será determinante. Com isso, vai ser conceituado Aqui iremos desmembrar cada uma dessas classifi-
a definição de cada um dos estados para uma posterior cações para que fique mais palpável e didático.
apresentação das mudanças entre os estágios.
z Sistemas homogêneos: são aqueles que, visivel-
z Estado sólido: estado em que as moléculas se encon- mente falando, se apresentam em uma única fase.
tram mais agrupadas. Apresentam um volume e Suas propriedades são constantes em todo o reci-
uma forma fixos; piente em que estiverem contidos;
z Estado líquido: com maior distanciamento entre as Exemplos: mistura de água com sal, água com açúcar.
moléculas, em se comparando com o sólido. Apre-
sentam um volume constante, mas a forma será z Sistemas heterogêneos: diferentemente dos homo-
QUÍMICA
variada. Diz-se do estágio líquido que ele adquire a gêneos, nos heterogêneos é possível enxergar duas
forma do recipiente em que for colocado; ou mais fases naquele mesmo recipiente. As suas
z Estado gasoso: o que apresenta maior espaçamen- propriedades serão diferentes também, obedecendo
to entre as moléculas. Possui volume variável e uma à característica individual de cada substância que ali
característica muito marcante: o gás suporta sofrer estiver contida;
compressão. A forma é idêntica ao de uma substân- Exemplos: água com óleo, óleos corporais trifási-
cia líquida. cos, granito. 119
Feitas as definições quanto aos tipos de sistemas, z Centrifugação: com a utilização de um eixo cen-
e classificando sua quantidade de fases, podemos tral em alta rotação é possível separar o sólido do
compreender seus processos de separação conforme líquido.
as mais utilizadas nos processos industriais e/ou no Exemplo: quando se lava a roupa, na etapa da
próprio dia a dia, bem como conhecer os tipos de mis- centrifugação, as roupas (representando a parte
turas que podem ser originadas por substâncias em sólida) são jogadas para a parede do botijão por
seus estados sólido, líquido ou gasoso. meio da ação de alta rotação do eixo central. Dessa
Os processos mais conhecidos e utilizados de forma, temos a separação do sólido e do líquido.
separação de misturas dizem respeito a três gran-
des grupos, sendo eles: separação do tipo sólido-só- Dica
lido formando mistura heterogênea; separação do
tipo sólido-líquido formando mistura heterogênea e Centrifugação pode-se considerar da seguinte
separação do tipo sólido-líquido formando mistura forma: é o centro em fuga, ou seja, tudo que esti-
homogênea. ver no eixo central será jogado para as paredes.
Separação do Tipo Sólido-Sólido Formando Mistura Separação do Tipo Sólido-Líquido Formando Mistura
Heterogênea Homogênea
Dentro desse grupo, temos os seguintes processos Dentro desse grupo temos os seguintes processos
de separação: a catação, a separação magnética e dis- de separação: evaporação, destilação simples e des-
solução fracionada, que serão explicados a seguir. tilação fracionada, que serão explicados a seguir.
z Catação: como sugere o próprio nome, tal proces- z Evaporação: é quando aquecemos o líquido até a
so consiste em “catar”, de forma manual, e separar mudança de fase, que passará a ser gasoso, sepa-
materiais sólidos; rando, portanto, o líquido do sólido (que se encon-
Exemplo: quando separamos as pedrinhas conti- tra dissolvido);
das no pacote de feijão ou mesmo o feijão impró- Exemplo: na obtenção do sal de cozinha, nas gran-
prio do feijão que está bom. des salinas, o sal úmido é colocado ao ar para que o
sol evapore a água ali contida e fique apenas o sólido.
z Separação magnética: é a utilização de um ímã
que visa atrair os metais (principalmente os que z Destilação simples: utilizado tanto para separar
possuam material ferroso no meio) contidos em sólido-líquido como líquido-líquido, tal processo
uma mistura; consiste no aquecimento de substâncias que pos-
suam pontos de ebulição distantes (pelo menos
Exemplo: passar o imã sobre uma mistura de fer-
80ºC de diferença entre um e outro);
ro e areia, pois, ao passar o ímã sobre a terra o
Exemplo: no processo de criação de bebidas desti-
metal será “puxado” e ficará preso.
ladas o etanol sendo separado da água.
z Dissolução fracionada: é um tipo de separação
z Destilação fracionada: semelhante a destilação
que se utiliza da adição de um solvente (que pode
simples, modificando apenas a relação do ponto
ser a água) para poder separar dois sólidos ou mais
de ebulição das substâncias envolvidas, que apre-
que estejam misturados. É um processo que por si
sentam diferença inferior a 80ºC.
só não converte uma separação instantânea, sendo
Exemplo: para obtenção dos combustíveis a base
necessário uma outra técnica, assim como uma fil-
de petróleo é utilizada uma torre de destilação fra-
tração, para separar efetivamente o que se deseja.
cionada. Em cada etapa existe um ponto de ebulição
Exemplo: separar mistura de areia e sal.
diferente, separando os diversos tipos que temos de
combustível fóssil.
Separação do Tipo Sólido-Líquido Formando Mistura
Heterogênea
SUBSTÂNCIAS PURAS, SIMPLES E COMPOSTAS
Dentro desse grupo, temos os seguintes processos As substâncias podem ser classificadas como puras,
de separação: filtração, decantação e centrifugação, simples e compostas.
que serão explicados a seguir.
z Substâncias puras: dificilmente serão encontradas
z Filtração: é quando um sólido é separado do líqui- de forma isolada em seu estado natural, podendo ser
do através de um papel filtrante. uma mistura. Suas propriedades físico-químicas são
Exemplo: no preparo do café é colocado o pó no constantes, não apresentando modificação diante de
filtro de papel e inserida a água, passando apenas temperatura e pressão. Seus exemplos estão dentro
o líquido e ficando retido o pó do café. da subdivisão dessa classe, ou seja, das substâncias
simples e compostas;
z Decantação: é o processo em que a separação se
dá em função da diferença de densidade do sólido z Substâncias simples: aquelas compostas por um
e da água. único elemento.
Exemplo: quando a água está com sólidos sus- Exemplos: N2, O2, O3, Br2.
penso deve-se aguardar um certo tempo para que
esses sólidos, que possuem maior densidade que z Substâncias compostas: como o próprio nome suge-
a água, se depositem no fundo, permitindo, dessa re, composta por 2 ou mais elementos diferentes.
120 forma, a separação das partes constituintes. Exemplos: CO2, CH4, NaCl, HCl.
TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA E UNIDADES DE Obtenção de energia a partir da água
MATÉRIA
Gerada a partir da utilização da água como forma
As transformações da matéria correspondem a de obter energia, a energia hidrelétrica é a principal
qual fenômeno a matéria sofrerá no processo. São forma de obtenção de energia utilizada no Brasil. São
duas as transformações que a matéria pode sofrer: a feitos grandes reservatórios inundados para que a pas-
física e a química. sagem das águas pelas turbinas gere energia para abas-
A transformação física temos mencionada e concei- tecimento de diversos ramos. A energia obtida pela
tuada anteriormente, ou seja, trata da mudança de esta- água também pode ser chamada de energia hidráulica.
do que ela sofre sem modificar sua estrutura original,
propriedades e características. Sua passagem se dará GRANDEZAS E UNIDADES DE MEDIDA: MASSA,
exclusivamente em se tornar sólida, líquida ou gasosa. VOLUME, TEMPERATURA, PRESSÃO E DENSIDADE
Exemplo: passagem da água líquida (H2O (l)) para
o vapor (H2O (g)). Para a quantificação das matérias e para encontrar
Já na transformação química, as propriedades, carac- suas variações quanto aos estímulos que ela sofrerá
terísticas e estrutura original se modificam. por ação de temperatura e pressão, são definidas, utili-
Exemplo: quando queimamos um combustível geran- zando-se o Sistema Internacional de Medidas (SI), uni-
do CO2 + H2O. dades padrão para cada um dos quesitos interferentes
Quando falamos em matéria, estamos nos referindo na condição da matéria. Eles serão definidos a seguir:
a tudo que ocupa volume e espaço no universo. Os ele-
mentos da natureza, assim como um pedaço de madei- z Massa: é a porção que se refere a quantidade de
matéria existente num corpo. Sua unidade con-
ra ou o ar que nos rodeia são exemplos de matéria.
vencionada é o quilograma (Kg);
Elas possuem propriedades e características de
z Volume: refere-se ao espaço que essa matéria, dota-
forma generalizada e de forma específica. Dentro do
da de massa, ocupa. Sua unidade convencionada é o
grupo das propriedades gerais encontramos algumas
metro cúbico (m3);
características que são comuns a todas as matérias,
z Temperatura: quantifica a agitação das molécu-
sendo elas: a massa, a inércia, o peso, a elasticidade,
las, é aquele que mede a energia térmica que o
a compressibilidade, a extensão, a divisibilidade e a
corpo possui. Sua unidade convencionada é o Kel-
impenetrabilidade.
vin (K). A outra nomenclatura encontrada para a
Já para as características específicas são definidos
temperatura em Kelvin é temperatura absoluta;
os seguintes critérios: ponto de fusão e ebulição, pon- z Pressão: mede a quantidade de força empregada/apli-
to de ebulição e liquefação, calor específico, densida- cada em uma determinada área. Sua unidade conven-
de absoluta, propriedade magnética, maleabilidade, cionada é o Pascal (Pa) A unidade de Pascal tem outra
ductibilidade, dureza e tenacidade. equivalente, sendo:
d 3 n.
Obtenção de Energia a Partir da Biomassa g
cm
Oriunda da utilização de matéria orgânica de origem
vegetal ou animal, a biomassa é formada por uma varie-
dade de opções renováveis de energia. Ela é capaz de
fornecer calor para um sistema, gerar energia elétrica ESTRUTURA ATÔMICA MODERNA
e formar biocombustíveis como etanol e o gás natural.
O caminho para chegarmos a diversas conclusões
Dica acerca de toda formação atômica foi longo, com diver-
sos protagonistas brilhantes, que muitas vezes se opu-
O carvão vegetal que utilizamos também é uma nham ao que já havia sido consolidado, debates para
fonte renovável de geração de calor se chegar a um consenso universal, e ainda assim
temos pequenas divergências quanto a determinadas
z Obtenção de energia a partir do vento subáreas da teoria atômico-molecular.
QUÍMICA
Eletrosfera
Por meio dos conhecimentos adquiridos dentro da
química, é possível vivenciar um mar de descobertas
sobre os elementos químicos, por exemplo: como eles É o espaço vazio onde se encontram os elétrons. A
se rearranjam, se conectam e formam novas substân- seguir temos uma figura esquemática de um átomo.
cias, as quais denominamos produtos.
Esses produtos são, em suma, utilizados no nosso Núcleo
dia a dia e, por muitas vezes, não nos damos conta
desse mar de substâncias que utilizamos, como nas
situações mais corriqueiras em que fazemos uso dos
nossos produtos de limpeza caseira, até produções
industriais complexas e em quantidades enormes.
Para chegar a esse estágio, tivemos diversas mentes
brilhantes, pessoas essas que serão elencadas a seguir:
Um átomo é essencialmente constituído de duas par- Dentro dessas camadas, existe um detalhe a ser
tes, sendo elas: o núcleo e a eletrosfera. falado: cada camada possui uma limitação quanto
a quantidade de elétrons a serem distribuídos. Na
Núcleo sequência, será demonstrada essa distribuição por
meio de uma tabela para que se possa ter maior com-
É a parte central do átomo, sendo considerada preensão, bem como a aplicação de um exemplo.
como uma parte densa e maciça (Modelo de Dalton).
Encontra-se no núcleo também os nêutrons e prótons. Tabela 1 - Distribuição em nível, camada e elétrons
Os nêutrons são as conhecidas cargas neutras. Ser-
vem para diminuir a repulsão entre os prótons dentro NÍVEL 1 2 3 4 5 6 7
do núcleo.
E os prótons, por sua vez, são as partículas com CAMADA K L M N O P Q
cargas positivas. É a partir da quantificação deles que ELÉTRONS 2 8 18 32 32 18 2
122 definimos o número atômico (Z) dos elementos.
Exemplo: efetuar a distribuição eletrônica do ele- ISÓtoPos: ISO = mesmo/igual + o P de próton!
mento X que possui como número atômico Z = 78.
z Isóbaros: a característica dominante é que os ele-
NÍVEL 1 2 3 4 5 mentos considerados isóbaros têm a mesma quan-
CAMADA K L M N O tidade de massa e, além disso, isso ocorre apenas
entre elementos que sejam diferentes, que tenham
ELÉTRONS 2 8 18 32 18
quantidade de prótons diferentes.
A tabela periódica é composta por elementos quí- ISÓbaros: ISO = mesmo/igual + o baros de massa!
micos que são representados um a um, sendo infor-
mados seus respectivos nomes, o símbolo utilizado z Isoeletrônico: característica dominante é que os
para sua representação (que é a abreviação do seu elementos considerados isoeletrônicos têm a mes-
nome escrito na forma latina), o número atômico, a
ma quantidade de elétrons. Nessa classe são englo-
massa atômica e por vezes, em algumas tabelas, é pos-
bados tanto átomos como íons.
sível encontrar a distribuição eletrônica.
Exemplo: representação de um dos elementos quí-
DIAGRAMA DE LINUS PAULING – O DIAGRAMA
micos dentro da tabela periódica.
DA DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA E O PRÍNCIPIO
DE EXCLUSÃO DE PAULI (REGRA DE HUND) E
NÚMEROS QUÂNTICOS
ISÓtoNos: ISO = mesmo/igual + o N de nêutron! Será mostrado a seguir a classificação para nossos
números quânticos.
z Isótopos: a característica dominante é que os ele-
mentos considerados isótopos têm a mesma quan- z Número Quântico Principal (n): representa o
tidade de prótons e, consequentemente, o mesmo nível energético, ou ainda, a expressão da camada
número atômico, mas terão número de massa e de valência da distribuição dos elétrons, expresso
nêutrons diferentes. como a parte do número inteiro. 123
z Na tabela abaixo, corresponde aos números em metano+oxigênio gás carbônico + água
destaque.
P 6
1 mol 1 mol 1 mol 1 mol
Q 7
Nesse caso, dizemos que a proporção dos reagen-
z Número Quântico azimutal (l): é o subnível ener- tes é de 1:1, bem como a proporção dos produtos é de
gético expresso pelas letras “s”, “p”, “d” e “f”. Esses
1:1. Logo, seja a massa que colocar dos compostos,
subníveis são compostos por orbitais, ou seja, são
pares de spins opostos, sendo que cada um compor- deverá obedecer a essa proporção.
ta dois elétrons, para cada orbital. Pelo princípio de
Exclusão de Pauli, temos a seguinte disposição:
CLASSIFICAÇÕES PERIÓDICAS
No universo da Química temos diversos conceitos
existentes para nos auxiliar no entendimento da inte-
s p d f
ração entre os elementos químicos. Esses elementos
químicos possuem sua classificação periódica deter-
minada dentro da Tabela Periódica, que, por sua vez,
Os orbitais são cada um dos quadradinhos e, os spins,
os elétrons. Dessa forma, cada subnível será classificado: nos mostra os grupos, períodos e famílias a que cada
um dos átomos pertence.
s2 = 1 orbital e 2 spins. Nesse capítulo, atentaremos para os principais gru-
p6 = 3 orbitais e 6 spins. pos e famílias com a finalidade de compreender sua
d10 = 5 orbitais e 10 spins. conexão e interação. Vale salientar que, assim como nós
f14 = 7 orbitais e 14 spins. (seres humanos) fazemos parte de um núcleo familiar,
no qual possuímos afinidades, os elementos químicos
Se atentem que, em cada um dos subníveis, tere-
também seguem o mesmo padrão, ou seja, a classifica-
mos dispostos a quantidade máxima de elétrons que
cada um comporta, ou seja, s = 2 elétrons, p = 6 elé- ção deles está diretamente ligada ao comportamento
trons, d = 10 elétrons e f = 14 elétrons. similar que possuem.
No esquema abaixo, temos descritos cada um dos
termos de forma aplicada. HISTÓRICO DA CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA; A
TABELA PERIÓDICA E SUA ORGANIZAÇÃO; OS
Número Quântico Principal ELEMENTOS QUÍMICOS: SEUS GRUPOS, FAMÍLIA E
PERÍODO E A CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS
2s2 Elétron no Número Quântico Azimutal
A Tabela Periódica é uma espécie de vitrine em que
Número Quântico Azimutal
estão em exposição todos os atributos que possuem os
LEIS PONDERAIS: AS LEIS DE LAVOISIER E PROUST elementos químicos. Ela possui uma sequência lógi-
ca de disposição, sendo ordenada de forma crescen-
As Leis Ponderais, ou seja, a Lei de Lavoisier e de te quanto ao número atômico do elemento. Além de
Lei de Proust norteiam os princípios da estequiome- alocar os elementos pelo número atômico, é feita em
tria, onde relacionam as massas dos elementos quími- subdivisões por grupo (ou família), deixando-os agru-
cos no que compete a interação das reações químicas. pados conforme suas características em comum.
A Lei de Lavoisier trata da proporcionalidade de
Cada elemento químico teve sua origem no nome
massa que está presente no reagente, bem como no
produto, ou seja, é a lei da conservação da massa: a em latim e ficou convencionado representá-lo por um
quantidade que entrar de reagente será exatamente símbolo. Este símbolo nada mais é que a abreviação do
a mesma quantidade de produto que sairá. A equação nome dele. Ao lado de todo símbolo, teremos seu respec-
124 genérica abaixo exemplificará tal lei. tivo número atômico, bem como o número de massa.
A classificação dos elementos se dá da seguinte forma:
z Metais: têm como propriedades principais serem bons condutores de calor, eletricidade, maleáveis e dúcteis.
Apresentam-se na forma sólida nas Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP), excetuando-se o
mercúrio;
z Não metais: diferente dos metais, os não metais são considerados como elementos que não possuem boa
condução de corrente elétrica nem de calor. Na temperatura ambiente podem ser encontrados em qualquer
estado físico;
z Gases nobres: possuem configurações eletrônicas muito estáveis, ou seja, eles terão baixa afinidade eletrônica
com outro elemento. São considerados, inclusive, como inertes.
Na tabela periódica, os grupos são comumente conhecidos a partir da sua família, e a denominação para as famílias
leva em consideração que todos os elementos daquela coluna possuem em sua última camada de valência a quantida-
de de elétrons mencionada.
Os períodos são distribuídos nas linhas horizontais da tabela e possuem numeração estipulada pelo número
de seus níveis eletrônicos, ou seja, são ao todo sete períodos dispostos na ordem de cima para baixo.
Na figura abaixo, é possível identificar de forma simples esses períodos.
QUÍMICA
Actinídeos
125
Os principais grupos dos elementos químicos estão Dica
elencados a seguir: Para entender o conceito de eletronegativo, pen-
se que os elementos são carregados com elé-
z Grupo 1 - Metais alcalinos: esses elementos apre- trons, que possuem carga negativa, e, portanto,
sentam uma alta reatividade, principalmente com a quanto mais elétron ele puxar, mais negativo
água. Todos os elementos desse grupo são eletropo- estará!
sitivos (que têm a tendência em doar elétrons) e são
classificados como bons condutores de eletricidade e Eletropositividade
calor. Os elementos que pertencem ao grupo são: Li,
Na, K, Rb, Ce e Fr. Tendência que o átomo tem para perder elétrons.
z Grupo 2 - Metais alcalinos terrosos: essa nomen- Na figura a seguir, é esquematizada a intensidade dos
clatura deriva do local em que os elementos do elementos mais eletropositivos.
grupo são comumente encontrados: na terra.
Assim como os metais alcalinos, são eletropositi- eletronegatividade
vos, porém, possuem maior dureza e densidade
que os metais alcalinos. Os elementos que perten-
cem a esse grupo são: Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra.
z Grupo 16 (ou 6A) - Calcogênios: com nome de
origem grega, calcogênio significa “formadores
de cobre”. Possui elementos com características
metálicas e não metálicas. Os elementos que per-
tencem a esse grupo são: O, S, Se, Te e Po.
z Grupo 17 (ou 7A) - Halogênios: são considera- Maior eletronegatividade
dos os mais eletronegativos da tabela periódica.
Pode-se encontrar combinação com quase todos os Para entender o conceito de eletropositivo, pense
elementos da tabela periódica. Os elementos que que os elementos são carregados com elétrons, que
pertencem a esse grupo são: F, Cl, Br, I e At. possuem carga negativa, e, portanto, quando ele doar/
z Grupo 18 (ou 8A) - Gases nobres: são os elemen- perder um elétron, menos negativo estará, ou seja,
tos mais estáveis da Tabela Periódica. Caracteri- está mais positivo!
zam-se por serem os conhecidos elementos que
“não se misturam com os demais”. São conside- Afinidade Eletrônica
rados inertes. Os elementos que pertencem a esse
grupo são: He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rb. Quantifica a energia liberada por um átomo em seu
estado fundamental e no estado gasoso ao receber um
PROPRIEDADES PERIÓDICAS: A novo elétron. Evidencia ainda a quantidade mínima de
ELETRONEGATIVIDADE, ELETROPOSITIVIDADE, energia necessária para se retirar um elétron de um
REATIVIDADE, AFINIDADE ELETRÔNICA, determinado elemento. Possui comportamento similar
POTENCIAL DE IONIZAÇÃO E RAIO ATÔMICO ao da eletronegatividade, ou seja, tem seu crescimento
de baixo para cima e da esquerda para a direita.
A reatividade dos elementos está associada à capa-
Potencial de Ionização
cidade de as substâncias reagirem entre si. Os concei-
tos que estão diretamente associados a esse fato são
Diferente da afinidade eletrônica, o potencial de
o de eletronegatividade (quando se fala de interação
ionização quantifica a energia para retirar um elétron
dos ametais com outros elementos) e a eletropositi- de um átomo que se encontra em seu estado neutro,
vidade (quando se fala de interação dos metais com em estado fundamental e no estado gasoso. Conforme
outros elementos). vão sendo retirados os elétrons, através das camadas
(igual cebola), a energia requerida vai aumentando
Eletronegatividade de forma sucessiva. Apresenta comportamento simi-
lar ao da afinidade eletrônica e da eletronegatividade.
Tendência que o átomo tem para receber elétrons.
Os elementos mais eletronegativos estarão localiza- Raio atômico
dos na lateral esquerda da tabela periódica.
Na figura a seguir, é esquematizada a intensidade Propriedade periódica que define o tamanho do
dos elementos mais eletronegativos. raio de um átomo, que varia conforme sua posição
na Tabela Periódica. O raio pode aumentar e dimi-
Maior nuir diante do aumento do número atômico (Z) do
eletronegatividade
elemento.
LIGAÇÕES QUÍMICAS
Os elementos se comportam de modo muito único e
singular no meio ambiente, suas interações conforme
126 Menor eletronegatividade o tipo de natureza que possuem, suas características,
o modo como se comportam, tanto se unindo como se Exemplo:
repelindo, fazem parte do que se refere às interações
químicas.
Nesse capítulo, atentaremos para os tipos de liga-
ções químicas que essas substâncias efetuam, com
base na conceituação de ligação iônica, covalente e
metálica. A polaridade das moléculas e as forças inter-
moleculares bem como o critério de solubilidade em
função da polaridade.
Classificada como uma propriedade física, a pola- z NOX de substâncias simples: sempre que tiver-
ridade de uma molécula é importante para com- mos a presença de uma substância simples, esta
preender os conceitos de solubilidade de determinado possuirá NOX = 0.
material em outro ou, até mesmo, para entender a
interação que existe entre as moléculas (chamadas de z NOX e íon: o NOX do íon sempre será o valor que
forças intermoleculares). sua carga apresentar.
Quando determinamos a polaridade da molécu- Exemplo: Ba2+ NOX = +2.
la, estamos na verdade definindo os polos que ela
possui, sendo positivo ou negativo, se apresentando z Soma de NOX dos elementos: quando temos
assim como uma molécula polar (pois possui polos) substâncias formadas a soma de seu NOX sempre
ou a ausência desses polos, representando assim uma será zero.
128 molécula apolar (pois não possui polos). Exemplo: NaCl Na+1 + Cl-1 = +1 – 1 = 0.
z Soma de NOX com íon composto: quando temos z Pela quantidade de hidrogênio ionizável: Monoá-
um íon composto na molécula o NOX será igual a cido (com 1 H+), Diácido (com 2 H+), Triácido (com 3
carga do íon. H+) e Tetraácido (com 4 H+);
z Pela presença ou ausência do oxigênio: sendo
ESTADO FÍSICO E LIGAÇÕES INTERMOLECULARES Hidrácido, aquele que não possui o oxigênio na
E TEMPERATURAS DE FUSÃO E EBULIÇÃO composição da molécula do ácido e Oxiácido, aque-
la molécula que tem em sua composição o oxigênio.
Força intermolecular significa dizer que as molé-
culas possuem uma interação entre elas, e que cada Para generalizar a composição básica de um ácido,
uma contribuirá no sentido de estabelecer ligações temos uma fórmula geral descrita como HxA, sendo o
fortes e de difícil rompimento, bem como fracas e de hidrogênio expresso a frente da molécula (sempre!)
fácil rompimento. Esse tipo de força também é conhe- como a parte de cátion, o x o índice mostrando a quan-
cida como Força de Van der Waals. tidade de hidrogênios presentes na molécula e o A
O estado físico da matéria influencia diretamen- representando o ânion que irá se ligar no hidrogênio,
te nesse comportamento, assim como a relação de formando assim a molécula do ácido.
mudança do estado. Quando temos uma fusão, que é a A nomenclatura será sempre precedida pela pala-
vra ácido, que se refere à presença do H+ e em seguida
passagem do estado sólido para o líquido, ou quando
a complementação do nome representando a parte
temos uma vaporização, que é a passagem do estado
negativa da molécula, ou seja, o ânion.
líquido para o gasoso, estamos tendo na verdade uma
Existe uma grande ressalva a ser feita com relação
desorganização das moléculas. Essa desorganização
ao nome do ânion, pois, para poder formar o nome dele
ocasiona um afastamento entre as moléculas e, conse-
ligado ao hidrogênio, teremos de associar o tipo de ter-
quentemente, as forças intermoleculares se rompem.
minação que ele tem de forma isolada e efetuar a troca
A regra geral que se tem com relação aos estados na composição da molécula. De forma mais objetiva:
físicos e a temperatura é: quando temos forças inter-
moleculares fracas, possuímos substâncias mais volá- z Ânion com terminação em -ato, passa a ter final
teis, que se referem ao afastamento das moléculas -ico.
para adquirirem o estado gasoso, bem como a tempe- Exemplo: ânion clorato passa a ser ácido clórico.
ratura de ebulição dessa substância será menor.
z Ânion com terminação em -eto, passa a ter final
-ídrico;
Exemplo: ânion cloreto passa a ser ácido clorídrico.
FUNÇÕES INORGÂNICAS
z Ânion com terminação em -ito, passa a ter final -oso.
Dentro da química, temos dois grandes subgrupos Exemplo: ânion clorito passa a ser ácido cloroso.
que dividem os elementos conforme sua característi-
ca, sendo eles: Inorgânicos e Orgânicos. FUNÇÃO QUÍMICA INORGÂNICA: BASE
Nesta etapa, iremos falar sobre os compostos que
possuem origem inorgânica elencando os 4 tipos que Em nosso dia a dia, encontramos muitas substâncias
podemos ter: ácido, base, sais e óxidos. básicas, principalmente em compostos utilizados em pro-
Além disso, nos atentaremos à nomenclatura que dutos de limpeza em geral, assim como a soda cáustica.
cada um rege, quais os elementos chave que permitem De acordo com a teoria de Arrhenius, a base está
identificar a classe da molécula inorgânica, bem como a presente em substâncias que, em meio aquoso, se dis-
conceituação do que cada uma dessas funções significa. sociam e originam como ânion - o OH-. Outro detalhe
muito importante é que, na composição da molécu-
FUNÇÃO QUÍMICA INORGÂNICA: ÁCIDO la, será possível observar que a hidroxila (OH-) sem-
pre estará atrás, ou seja, será o último elemento da
molécula.
Em nosso dia a dia encontramos muitas substân-
Exemplos: como base, podemos citar o conhecido
cias ácidas, sejam elas sobre o aspecto de frutas cítri-
“diabo verde”, que nada mais é que a soda cáustica
cas, assim como o limão, bem como de compostos
(nome comercial) ou pela nomenclatura oficial: hidró-
utilizados em produtos de limpeza em geral, assim
xido de sódio (NaOH).
como o ácido muriático. Em algumas literaturas, é possível encontrar uma
De acordo com a teoria de Arrhenius, o ácido está correlação aos tipos de bases que existem de acordo
presente em substâncias que, em meio aquoso, se ioni- com a quantidade de hidroxila dissociável.
zam e originam como cátion - o H+. Outro detalhe mui- Essa classificação, de forma muito objetiva, pode ser
to importante é que, na composição da molécula, será descrita como:
possível observar que o hidrogênio (H) sempre estará na Pela quantidade de hidroxila dissociáveis: Mono-
frente, ou seja, será o primeiro elemento da molécula. base (com 1 OH-), Dibase (com 2 OH-), Tribase (com 3
Exemplos: como ácido , podemos citar o suco gás- OH-) e Tetrabase (com 4 OH-);
trico, que nada mais é que o ácido clorídrico (HCl). Para generalizar a composição básica de uma base,
QUÍMICA
Em algumas literaturas, é possível encontrar uma temos uma fórmula geral descrita como B1y+OHy1-, sen-
correlação aos tipos de ácidos que existem de acordo do a hidroxila expressa atrás da molécula (sempre!)
com a quantidade de hidrogênio ionizável, bem como como a parte de ânion, o y a carga representada pelo
com relação à presença e ausência de oxigênio na cátion a frente, que deverá ser “deslizada” como índi-
composição da molécula. ce para a quantificação da hidroxila e o B represen-
Essa classificação, de forma muito objetiva, pode tando o cátion que irá se ligar na hidroxila, formando
ser descrita como: assim a molécula da base. 129
A nomenclatura será sempre precedida pela pala- No que compete a formulação do nome do sal segue-
vra hidróxido de, que se refere à presença do OH- e -se a seguinte regra: NOME DO ÂNION + DE + NOME DO
em seguida a complementação do nome representan- CÁTION.
do a parte positiva da molécula, ou seja, o cátion. Exemplo: KNO2 = K+ + NO2- = Nitrito de potássio.
Existe uma grande ressalva a ser feita com relação
ao nome do cátion, pois, para poder formar o nome FUNÇÃO QUÍMICA INORGÂNICA: ÓXIDO
dele, deverá ser considerada a carga que o íon pos-
suir. De forma mais objetiva: Os óxidos são compostos que possuem 2 elementos
Quando o cátion possui NOX fixo: a situação é em sua composição, sendo o oxigênio o mais eletronega-
mais fácil, pois a nomenclatura ficará hidróxido de + tivo. Desses dois elementos, um será o cátion, posiciona-
nome do cátion. Os metais alcalinos, metais alcalinos do à frente, e o outro o ânion oxigênio na parte de trás.
Para generalizar a composição básica de um óxido,
terrosos, alumínio, zinco e prata são os elementos que
temos uma fórmula geral descrita como C2y+Oy2-, sen-
possuem NOX fixo na tabela periódica. Sendo assim,
do o oxigênio expresso atrás da molécula (sempre!)
qualquer elemento que estiver dentro desse grupo,
como a parte de ânion, o y a carga representada pelo
representará seu nome conforme o é. cátion a frente, que deverá ser “deslizada” como índi-
Exemplos: KOH = Hidróxido de potássio (K é da ce para a quantificação de oxigênio e o C represen-
família dos metais alcalinos); Ba(OH)2 = Hidróxido de tando o cátion que irá se ligar no oxigênio, formando
bário (Ba é da família dos metais alcalinos terrosos) e assim, a molécula do óxido.
Al(OH)3 = Hidróxido de alumínio. Assim como os sais, os óxidos podem alterar o pH
Quando o cátion possui NOX variável: diferente de uma solução aquosa. Dentre as classificações temos:
dos elementos com número de oxidação fixo, os que
se apresentam como variável terão uma forma um z Óxido ácido: aquele que em meio aquoso deixa-
pouco diferente para se descrever. Podemos ter as rá a solução com pH menor que 7, ou seja, ácido.
seguintes situações: hidróxido de + nome do cátion Como exemplo temos o CO2, SOx e NOx;
+ carga do nox em número romano ou hidróxido z Óxido básico: aquele que em meio aquoso deixará
de + nome do cátion + terminação ico ou oso. Para a solução com pH maior que 7, ou seja, básico (ou
perceber isso, veja o exemplo. também conhecido como alcalino). Como exemplo,
Exemplo: Pegaremos como base o elemento Cobre, tem o oxigênio ligado aos metais alcalinos e alcali-
que pode ter carga 1+ ou 2+. Utilizando a primeira forma nos terrosos;
de nomenclatura teremos, respectivamente: hidróxido z Óxido neutro: aquele que em meio aquoso não
de Cobre I e Hidróxido de Cobre II. Agora utilizando a alterará o pH da solução. Como exemplo temos o
monóxido de carbono.
segunda opção para o mesmo elemento e mesma ordem
de carga: Hidróxido cuproso e Hidróxido cúprico.
Além das propriedades de mudarem o pH da solu-
ção, temos também óxidos que em contato com a água
Dica formam peróxidos, ou seja, óxidos com uma “dose
Quando fazemos a nomenclatura com base na extra” de oxigênio, bem como os óxidos chamados de
anfóteros, que em meio aquoso podem se comportar
mudança na terminação ICO E OSO, sempre
como ácidos ou bases.
atentar a ordem, ou seja, o que for com carga No que compete à formulação do nome do óxido,
numérica MENOR, terminará em OSO, o que tiver segue-se a seguinte regra: óxido de + nome do elemen-
a carga numérica MAIOR terminará em ICO. to associado ao oxigênio.
Exemplo: Al2O3 = Óxido de alumínio.
FUNÇÃO QUÍMICA INORGÂNICA: SAL
z Reação de dupla troca: é quando se tem a inserção Primeiramente é atribuído um coeficiente para
de dois reagentes que produzem dois novos produ- o elemento que aparece apenas uma vez, tanto
tos. É condicionante que sejam dois reagentes com no reagente como no produto;
substâncias compostas formando dois produtos O elemento aparecendo mais de uma vez, em
com substâncias compostas. A exemplificação gené- ambos os lados, será prioridade o que possuir
rica que evidencia esse tipo de reação é: maior índice;
O índice atribuído em um átomo deverá ser o
mesmo para o que se encontra do outro lado;
MN + XY → MY + XN
Efetuar a mesma lógica para todos os demais
elementos lembrando que: a quantidade de um
A oxirredução é mais um exemplo de reação quími-
determinado átomo que entra deverá ser exa-
ca que evidencia a ocorrência dos processos de oxida-
tamente a mesma na saída.
ção, que é quando um átomo perde elétrons e a redução,
que é quando um átomo ganha elétrons. O conhecimen-
Exemplo: Efetuar o balanceamento por tentativa
to desses aspectos sobre oxirredução é muito relevante
da reação de combustão a seguir.
para compreender a corrosão dos metais, fixar conceito
de número de oxidação (NOX), efetuar balanceamento
C2H6O + O2 → CO2 + H2O
de reação por meio das reações de oxirredução, bem
como conseguir encontrar melhores formas para prote-
Obedecendo à regra, iremos primeiramente atri-
ger os metais do processo de corrosão.
buir os coeficientes para o elemento Carbono, ficando
Abaixo teremos o emprego de um exemplo para se
da seguinte forma:
compreender os componentes de um processo de oxirre-
dução, mas antes, algumas considerações importantes: o
1 C2H6O + O2 → 2 CO2 + H2O.
NOX de substâncias simples será sempre igual a zero; O
cloro possui NOX fixo quando ele é o mais eletronegati-
Efetuando essa etapa podemos constatar que tere-
vo, sendo igual a 1-; O ferro possui NOX variável, poden-
mos 2 carbonos entrando e 2 carbonos saindo. Com
do ser igual a 2+ ou 3+; A soma das cargas da molécula base nisso, podemos definir os demais elementos,
deverá ser igual a zero (quando não for um íon). agora, levando em consideração o hidrogênio, pois o
mesmo já está quantificado em 6 átomos na entrada.
Fe + Cl2 → FeCl3 Teremos dessa forma:
Observando o que aconteceu na equação podemos Efetuada essa etapa, só nos resta atribuir o coefi-
perceber que: ciente para o oxigênio de entrada, levando em consi-
deração que já temos balanceado na saída 7 átomos
z O Ferro passou de NOX = 0 para NOX = 3+, o que de oxigênio, logo:
indica que ele perdeu elétrons, caracterizando
dessa forma uma oxidação; 1 C2H6O + 3 O2 → 2 CO2 + 3 H2O. 131
De posse do balanceamento correto podemos efe- ENTRADA SAÍDA
tuar a confirmação por meio da utilização do quadro
expositivo a seguir. 8 HI+ 1 H2SO4 1 H2S + 4 H2O + 4 I2
H = 8 . 1 + 1 . 2 = 8 + 2 = 10 H = 1 . 2 + 4 . 2 = 2 + 8 = 10
ENTRADA SAÍDA
I = 8 .1 = 8 I=4.2=8
1 C2H6O + 3 O2 2 CO2 + 3 H2O
S=1.1=1 S=1.1=1
C=1.2=2 C=2.1=2
O=1.4=4 O = 4 .1 = 4
H=1.6=6 H=3.2=6
H I + H2 S O4 → H2 S + H2 O + I2
2+ 6+ 2- 0 2+ 6+ 2- 0
assim como a sua massa molar será MC4H10 = 58 g/mol. o nome de fórmula estrutural de Couper.
Falando agora sobre quantidade de matéria, temos Exemplo: Cl – Cl
que ela trata da razão entre a massa que ela contém e
sua respectiva massa molar. A fórmula que evidencia Lembre-se que é possível fazer uma ligação (sim-
essa razão é: ples), duas ligações (dupla) ou três ligações(tripla).
Dependerá de quantos pares de elétrons forem for-
m
n= mados entre os elementos associados. 133
M
ASPECTOS QUANTITATIVOS DAS REAÇÕES Dica
QUÍMICAS
Quando temos apenas um único átomo dentro
da molécula, o índice será omitido, ou seja, o
Para representar as reações químicas, mostrando
índice só aparecerá se tivermos 2 ou mais áto-
como elas se processam, seja com relação aos seus
mos do mesmo elemento dentro da molécula.
aspectos quantitativos ou qualitativos, nós utilizamos
as equações químicas.
Coeficiente Estequiométrico
Essas equações químicas são compostas pelos sím-
bolos representativos dos elementos químicos cons- Trata-se do número que fica à frente da molécu-
tantes na tabela periódica e por números que indicam la, ou antes da fórmula escrita. Ele é importantíssi-
quais substâncias fazem parte da composição da molé- mo, pois serve para indicar a quantidade existente de
cula e suas proporções desejadas para que possam cada substância, bem como a proporção de moléculas
promover reação. Esses símbolos, de forma individua- que participam da reação em questão.
lizada, são entendidos como os elementos químicos em A seguir, teremos um exemplo da reação química
seu estado elementar, ou seja, os elementos que encon- de síntese da amônia:
tramos representados na tabela periódica.
Por intermédio da interpretação dessas equações, Exemplo: 1 N2 + 3 H2 → 2 NH3
temos a possibilidade de encontrar informações impor-
Nessa equação, por meio dos coeficientes, vemos
tantes que nos ajudam a realizar os cálculos estequiomé-
uma molécula do reagente gás nitrogênio (N2), reagin-
tricos. Porém, quando iniciamos a interpretação do que
do com três de gás hidrogênio (H2), formando como
esses símbolos e números querem nos dizer, o primeiro produto duas moléculas de amônia (NH3). Assim, tere-
passo nos conduz ao balanceamento da reação, isto é, o mos como proporção estequiométrica 1:3:2.
número total de átomos que temos apresentados como
reagentes (nossa entrada) deve ser exatamente igual ao Mol (quantidade de matéria)
dos elementos dos produtos (nossa saída).
Quando temos uma reação química, existe a trans- Em analogia ao coeficiente estequiométrico, a
formação dos compostos dos reagentes em um novo quantidade de mol (ou também chamada de quantida-
tipo de composto. Veja as moléculas de forma única, de de matéria) expressa, em números, quantas molé-
ou seja, cada elemento que a constituir deverá estar culas estão participando da reação. Assim, no caso da
na mesma quantidade na entrada e na saída. síntese da amônia, temos 1 mol de N2 reagindo com 3
mols de H2, gerando como produto 2 mols de NH3.
Para podermos efetuar a etapa mencionada, é
necessário que entendamos os principais conceitos
CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS, AS LEIS
que envolvem a temática do cálculo estequiométrico
PONDERAIS E A LEI VOLUMÉTRICA
e de balanceamento de reações, sendo definidos os
seguintes termos: índice, coeficiente estequiométrico Dentro dos conceitos voltados para o cálculo este-
e mol. Esses termos serão elucidados a seguir e nos quiométrico, temos estabelecida uma relação entre a
darão uma melhor compreensão do que se refere à quantidade de reagentes que devem ser introduzidos
parte quantitativa da reação. para uma reação acontecer e a quantidade de produto
formado nessa reação química.
Índice As Leis Ponderais, ou seja, a Lei de Lavoisier e Lei
de Proust, norteiam os princípios da estequiometria,
Número indicativo da quantidade de determinado pois relacionam as massas dos elementos químicos no
átomo presente na molécula formada. Encontramos que compete a interação das reações químicas.
tal número à direita do elemento (ou a sua frente, A Lei de Lavoisier trata da proporcionalidade de
massa que está presente no reagente, bem como no
dependendo da ótica) aparecendo subscrito, isto é, em
produto, ou seja, é a lei da conservação da massa: a
tamanho de fonte inferior as demais.
quantidade que entrar de reagente será exatamente
Exemplo: H2SO4 a mesma quantidade de produto que sairá. A equação
Primeiramente, é possível ver que na molécula do genérica a seguir exemplificará tal lei.
ácido sulfúrico temos como elementos constituintes o
Hidrogênio (H), o Enxofre (S) e o Oxigênio (O). Metano + Oxigênio Gás carbônico + Água
O índice, conforme mencionado acima, indicará
quantos elementos da mesma espécie estão presen- 90 g + 180 g 162 g + 108g
tes na fórmula da molécula, que, no nosso caso, é a
de ácido sulfúrico. Desta forma, analisando elemento
por elemento teremos:
Entrou 270 g Saiu 270 g
z Índice do H: indica a existência de 2 átomos de
hidrogênio na molécula; Já a Lei de Proust fala que, em uma reação, teremos
z Índice do S: indica a existência de 1 átomo de proporções constantes das substâncias envolvidas,
enxofre na molécula; sejam elas os reagentes ou os produtos. É encontra-
z Índice do O: indica a existência de 4 átomos de da também como a Lei das Proporções Constantes. A
134 oxigênio na molécula. equação genérica abaixo exemplificará tal lei.
FeO + CO → Fe + CO2 AS LEIS PONDERAIS E A RELAÇÃO COM O
REAGENTE LIMITANTE DA REAÇÃO
1 mol 1 mol 1 mol 1 mol
É denominado reagente limitante aquele que faz
uma reação cessar a formação de novos produtos, ou
Nesse caso, dizemos que a proporção dos reagen- seja, quando um reagente é totalmente consumido,
tes é de 1:1, bem como a proporção dos produtos é de não teremos novos produtos sendo formados, pois as
1:1. Logo, seja a massa que colocar dos compostos, quantidades mínimas requeridas para a formação do
deverá obedecer a essa proporção. elemento não existem, e diante da inexistência de rea-
Temos ainda a Lei volumétrica de Gay-Lussac, na gente, paramos a reação.
qual foi estabelecido que existe uma relação de pro- Para resolver questões que envolvam reagentes
porção constante no volume das reações. Para ficar limitantes ou o reagente em excesso, seguimos três
mais evidente, observe a reação de síntese de amônia etapas distintas, sendo elas:
com volumes hipotéticos atribuídos:
1º Passo: Calcular a quantidade de cada reagente
nitrogênio + hidrogênio amônia em mols, convertendo cada massa em quantidade de
2L + 1L 2L matéria, utilizando a massa molar.
2º Passo: Escolher um dos reagentes e usar a relação
Atente-se que a proporção, em volume, será de estequiométrica para calcular a quantidade teórica do
2:1:2. Logo, se dobrarmos o volume teremos a propor- segundo reagente necessário para completar a reação.
ção: 4:2:4, e assim por diante. 3º Passo: Verificar qual dos reagentes estão pre-
Diante dessas informações, teremos o questionamen- sentes na reação em quantidade maior que o neces-
to: Como devemos realizar um cálculo estequiométrico? sário. Este será o reagente em excesso e o outro será o
O cálculo estequiométrico pode ser feito conforme reagente limitante.
as 3 seguintes etapas:
Exemplo:
z 1. Escrever a equação química;
z 2. Balanceamento da equação química; Considere a seguinte reação corretamente balanceada:
z 3. Estabelecer a regra de três.
Exemplo: Na reação de combustão do metano 1 CH4 + 2 O2 1 CO2 + 2 H2O
(CH4), qual o número de mols de moléculas de O2
necessário para reagir com 5 mols de metano? Determinar o reagente limitante e o reagente em
excesso dessa reação, quando 180 g de metano reage
1° Passo – Nessa etapa, vamos descrever a equação com 200 g de oxigênio.
química:
1º passo: 1 CH4 + 2 O2 1 CO2 + 2 H2O.
CH4 + O2 CO2 + H2O A massa molar do CH4 é de 16 g/mol e do O2 é de
32 g/mol. Determinando a quantidade em mols (n) de
cada reagente, teremos:
2° Passo – Após definir a equação, devemos efe-
tuar o balanceamento:
n = m/MM
nCH4 = 180 g / 16 g/mol → nCH4 = 11,25 mol
ENTRADA (REAGENTE) SAÍDA (PRODUTO) nO2 = 200g / 32 g/mol → nO2 = 6,25 mol
1 CH4 + 2 O2 1 CO2 + 2 H2O
2º passo: Efetuar a relação estequiométrica para
C=1 C=1 encontrar a quantidade de O2 necessária para reagir
com 11,25 mol de CH4:
H=4 H=4
A relação sempre será convencionada de acor- Quando se fala em substância impura estamos
do com o parâmetro que o enunciado pedir, ou seja, dizendo que a massa de alguma substância não pos-
o enunciado será o guia que te dirá quais moléculas sui grau de pureza 100%. Essa relação de grau de
serão analisadas. pureza é dada por meio de uma razão entre a massa 135
considerada pura (mpura) e a massa total de uma deter- z Transformação isobárica: quando possui a mesma
minada amostra (mtotal). pressão, ou seja, a pressão constante;
Já a relação de rendimento refere-se à conversão z Transformação isotérmica: quando possui a mes-
de reagentes em produtos. Quando se faz essa relação, ma temperatura, ou seja, a temperatura constante;
é considerado um rendimento de 100%, ou seja, todo o z Transformação isovolumétrica, isométrica ou iso-
reagente reagiu e formou produto. Mas, na realidade, córica: quando possui o mesmo volume, ou seja, a
isso não acontece, devendo-se, ao final do cálculo, efe- volume constante.
tuar esse ajuste percentual.
EQUAÇÃO GERAL DOS GASES IDEAIS
m
n=
M
Em que: n é a quantidade de matéria em mol; m é
a massa da substância em grama e M a massa molar Na figura acima temos cada um dos gases sepa-
em grama/mol. rados no seu espaço, tendo volume e temperatura
O Princípio de Avogadro se baseia no volume dos constantes. Para eles é possível individualizar suas
gases, propondo que quando se tem gases diferentes características conforme segue:
com mesmo volume na CNTP consequentemente eles
possuirão igual número de mols para as moléculas de p1 x . V = n1 x R xT e p2 x . V = n2 x R xT
gás. Ele possui um número padronizado para qual-
quer entidade elementar, ou seja, para os átomos, as Nesta nova etapa a válvula foi aberta, fazendo
moléculas, os íons, os elétrons, os nêutrons e prótons. com que os gases se misturassem e apresentassem
O valor da constante é 6,02 . 10-23 moléculas. um novo resultado. A figura abaixo exemplifica essa
Quando falamos em energia cinética média esta- mistura.
mos nos referindo aos gases que são formados por
moléculas que estão em constante movimento e em
desordem. Cada molécula tem uma velocidade pró-
pria. Existe também uma interação entre elas por
QUÍMICA
nm= n1+ n2. A termoquímica trata sobre assuntos que nos são
familiar, ainda mais quando falamos de processos
que envolvam energia, calor e frio.
A mesma relação teremos para a composição da
Nesta etapa iremos falar sobre as reações de pro-
pressão, onde, a pressão total da mistura será a soma cessos exotérmicos, aqueles que liberam calor, e
das pressões dos gases 1 e 2. Dessa forma teremos que: das reações de processos endotérmicos, aqueles que
absorvem calor. Serão vistos ainda os tipos de ental-
pm= p1 + p2. pias que existem, o conceito da Lei de Hess e os cálcu-
los de entalpia.
E diante desse ponto temos o que estabelece a nos- Nesse capítulo, observaremos a aplicação dos concei-
sa Lei de Dalton. tos da termoquímica em questões do dia a dia para facili-
Equacionando todas as relações que mencionamos tar o entendimento a partir de exemplos práticos.
acima teremos a seguinte equação final:
PODER CALORÍFICO E RELAÇÃO ENTRE MATÉRIA E
Pm ·Vm P1 ·V1 P2 ·V2 CALOR
= +
Tm T1 T2
Poder calorífico diz respeito a uma determinada
A pressão total sempre será a soma das pressões quantidade de energia liberada no processo de com-
parciais, assim como o número de mol também segui- bustão considerando-se como constantes as unidades
rá a mesma regra. de massa ou volume do gás na reação, a pressão (101,33
kPa ou 760 mmHg ou 1.103,23 mbar) e a temperatura
DIFUSÃO GASOSA, NOÇÕES DE GASES REAIS, (15ºC). A unidade de medida que expressa o poder calo-
LIQUEFAÇÃO E DENSIDADE DOS GASES rífico é o MJ/kg quando se tratar da unidade de massa
ou MJ/m3 quando se tratar da unidade de volume.
Quando se tem uma mistura de gases diferentes e eles Conceituando-se matéria temos que: a matéria repre-
entram em contato um com o outro é possível perceber senta tudo o que está ao nosso redor, que possui massa e
que se misturam de forma espontânea. Esse processo ocupa espaço. Como exemplos temos: os átomos, o ar, a
terra e tudo que nos cerca.
de mistura espontânea é que recebe o nome de difusão
E, conceituando-se energia, temos que essa é tudo
gasosa. Um exemplo bastante conhecido são os balões de
que não se trata de matéria, ou seja, ela é definida como
parque que são inflados com a utilização de gás Hélio e uma força que tem a capacidade de produzir alguma
depois de um tempo ele acaba murchando. O que acon- ação ou movimento. Ao contrário da matéria, ela não
tece é que esse gás transpassa a superfície do balão para ocupa espaço. Temos como exemplos de energia: a luz,
poder entrar em contato com o ar atmosférico. a pressão, o fogo, a eletricidade, o som e o calor.
Ao se falar de gás não se pode esquecer que Cla- A relação que existe entre matéria e calor é que
peyron considera em sua fórmula apenas os que todo corpo que ocupa espaço na Terra possui em si
sejam ideais, ou seja, é admitido que o gás tenha um energia interna.
comportamento perfeito. No entanto, sabemos que na
vida real não funciona assim, e, em virtude disso que REAÇÕES QUE LIBERAM E ABSORVEM ENERGIA:
Van der Waals elaborou uma expressão que contem- OS PROCESSOS ENDOTÉRMICOS E EXOTÉRMICOS,
plasse essa “imperfeição” dos gases. Essa fórmula é OS TIPOS DE ENTALPIA (CALOR OU ENTALPIA EM
REAÇÕES QUÍMICAS), A LEI DE HESS E EQUAÇÕES
expressa da seguinte maneira:
TERMOQUÍMICAS
bP + l · (V - n · b) = n · R · T
2
a·n É comum associarmos um processo de combustão
2
V a uma reação exotérmica, assim como também pode-
mos associar a evaporação do nosso suor no corpo a
Em que a e b são parâmetros obtidos de forma
um processo endotérmico.
experimental e tem correspondência especifica para
A seguir, serão abordadas as principais caracterís-
cada tipo de gás. ticas desses tipos de reações bem como os exemplos
A liquefação, por sua vez, trata apenas de uma delas.
transformação de estado físico em que um gás passa
para o estado líquido. Processo Exotérmico
A densidade de um gás sempre dependerá de em
qual temperatura ele se encontrará bem como a pressão Possuindo significado de “para fora”, a reação exo-
que ele exerce, sendo expressa pela seguinte equação: térmica tem como principal exemplo a reação de com-
bustão. Toda vez que temos uma reação nesse sentido
t·M teremos um respectivo valor de entalpia, sendo ela: ΔH <
d= 0, ou seja, toda vez que ver um valor de entalpia negativo,
R·T
está certamente referindo-se a um processo exotérmico.
Em que: ρ é a pressão parcial do gás; M a massa Exemplos: no nosso dia a dia temos diversos exem-
molar do gás; R a constante universal dos gases e T a plos desse processo, tal qual, a combustão de combus-
temperatura do gás. A unidade de medida da densida- tível dentro do motor de carro, a queima do nosso gás
138 de é em g/L. de cozinha, a parafina das velas queimando.
Processo Endotérmico As equações termoquímicas apresentam o resulta-
do de uma entalpia conforme seu estado físico, repre-
Endotérmico significa “para dentro”, ou seja, a sentados em função de sua temperatura e pressão.
reação endotérmica tem como principal exemplo as Nada mais são do que uma parte integrada dos cál-
mudanças de estado físico das matérias. Toda vez que culos estequiométricos (pois relaciona a quantidade
temos uma reação nesse sentido teremos um respec- mols e massa dos elementos na reação) com a energia
tivo valor de entalpia, sendo ela: ΔH > 0, ou seja, toda necessária para a passagem na mudança de estado e a
vez que ver um valor de entalpia positivo, está certa- entalpia de cada um dos elementos.
mente referindo-se a um processo endotérmico.
Exemplos: a água fervendo, o processo de fotossín- CÁLCULO DE CALORES DE REAÇÕES: A ENTALPIA,
tese e as nossas conhecidas bolsas de compressas de DETERMINAÇÃO DA VARIAÇÃO DE ENTALPIA (∆H)
gelo.
Em geral, os cálculos que envolvem os conceitos de
Exotérmico = libera energia. Endotérmico = absorve entalpia se baseiam nas reações químicas que aconte-
energia. cem, sendo utilizadas as relações: reagentes e produ-
tos. Essa variação pode ser representada a partir da
A entalpia mensura a quantidade de energia que equação genérica a seguir:
cada substância possui de forma individual e combi-
nada (a chamada entalpia global de reação). Isso sig- X+Y Z+W
nifica dizer que existe uma padronização para poder
chegar ao resultado esperado. A fórmula em que Em que: X e Y = reagentes a serem consumidos;
podemos expressar essa relação é: Z e W = produtos formados.
Como já mencionado, para saber qual será a ental-
ΔH = Hprodutos – Hreagentes pia global da reação, é necessário que se tenha os
valores individuais das substâncias que serão utili-
Por meio da fórmula, fica evidente que cada uma zadas, bem como a dos produtos formados. Para que
das substâncias que compõem os reagentes e os pro- fique tudo claro, veja exemplo a seguir:
dutos apresentam uma entalpia própria. Exemplo: encontrar a entalpia global da reação
Temos também diversos tipos de situações em que e determinar se a reação se trata de um processo
são mensuradas as entalpias dos processos, sendo elas: endotérmico ou exotérmico com base nas seguintes
informações:
z Entalpia de mudança de estado: trata da energia
necessária para que 1 mol de determinada subs- ZnS + O2 → ZnO + SO2
tância mude de fase. Dentre os exemplos desse tipo Sendo: HZnS = - 50,00 Kcal/mol;
de entalpia temos a de vaporização, de fusão, de HO2 = 0 Kcal/mol;
liquefação (ou condensação) e de solidificação; HZnO = - 84,00 Kcal/mol;
z Entalpia de formação: caracterizada pelo calor HSO2 = - 71,00 Kcal/mol
que pode ser tanto liberado quanto absorvido para
ser possível formar pelo menos 1 mol de uma nova Com base na Lei de Hess:
substância. Lembrando que a entalpia de formação
de substâncias simples será sempre igual a zero; ΔH = Hfinal - Hinicial = Hprodutos - Hreagentes, e se atentando
z Entalpia de combustão: como muito mencionada para o correto balanceamento da reação teremos:
no processo exotérmico, essa entalpia será carac-
terizada pela quantidade de energia liberada em 1 Passo 1: Balanceando corretamente a reação:
mol de uma combustão completa;
z Entalpia de neutralização: todo processo de neu- 2 ZnS + 3 O2 → 2 ZnO + 2 SO2
tralização é baseado na reação entre um ácido e
uma base, portanto, esse tipo de entalpia levará Passo 2: As entalpias de formação sempre levam
em consideração a energia liberada na reação, em consideração 1 mol da substância, portanto, deve-
proporcional a 1 mol de H+ e 1 mol de OH-; mos verificar quais os respectivos números de mol na
z Lei de Hess: é baseada em uma fundamentação reação balanceada e adequar as entalpias reais.
experimental que correlaciona a variação da
entalpia em uma reação química. Tal lei se baseia HZnS = - 50,00 Kcal/mol x 2 = -100,00 Kcal/mol;
no estado inicial em que se encontra a reação, bem HO2 = 0 Kcal/mol x 3 = 0 Kcal/mol;
como na sua condição final após ocorrida a reação. HZnO = - 84,00 Kcal/mol x 2 = - 168 Kcal/mol;
Também é comumente conhecida como a lei que HSO2 = - 71,00 Kcal/mol x 2 = - 142 Kcal/mol.
soma o calor da reação.
Passo 3: De posse de todas as informações, agora
A equação geral que exemplifica essa lei é: podemos efetuar o cálculo da entalpia global, onde:
QUÍMICA
Quando temos a variação de calor na mudança de Como ΔH<0, temos evidenciado um processo
estado físico estamos associando uma perda ou ganho exotérmico.
de energia no processo, e, cada um deles corresponde
ENTROPIA E ENERGIA LIVRE
a uma quantificação de entalpia diferente.
Muito utilizada na mecânica e na termodinâmica,
z Fusão: é um processo endotérmico onde a água a entropia serve para medir o grau de desordem que
em seu estado sólido precisa receber energia para um sistema apresenta. Ela está relacionada a espon-
que as ligações entre as moléculas se enfraqueçam taneidade dentro de um processo químico ou físico.
e passem para o estado líquido. A energia necessá- Se a reação acontece de forma espontânea, a entropia
aumenta e o sistema fica mais desordenado.
ria é de 7 kJ para cada mol;
Utilizando-se da temperatura em Kelvin (K), a fór-
z Solidificação: é um processo exotérmico onde a mula da entropia é explanada a seguir:
água em seu estado líquido precisa perder ener-
gia para que passe para o estado sólido. A energia DQ
DS =
necessária é de -7 kJ para cada mol; T
z Vaporização: é um processo endotérmico no qual
Em que: ∆S é a variação da entropia; ∆Q é a varia-
a água em seu estado líquido precisa receber ener- ção da quantidade calor e T é a temperatura.
gia para que as ligações entre as moléculas sejam A partir da análise da fórmula da entropia são fei-
rompidas para passarem para o estado gasoso. A tas as seguintes afirmações:
energia necessária é de 44 kJ para cada mol;
z Liquefação (ou condensação): é um processo z Processo isotérmico (ΔQ < 0): quando se mantém
a temperatura constante, o sistema perde calor e
exotérmico no qual a água em seu estado gasoso
consequentemente a entropia diminui;
precisa perder energia para que passe para o esta- z Processo com variação da temperatura (ΔQ > 0):
do líquido. A energia necessária é de -44 kJ para quando o sistema recebe calor do meio, a entropia
140 cada mol. aumenta;
z Processo sem troca térmica (ΔQ = 0): quando o sis- que se processa a percepção quanto a velocidade de
tema não efetua troca de calor no meio a entropia uma reação química.
fica constante. A velocidade na química leva em consideração
alguns fatores e, para poder verificá-la, deverá ser
A energia livre trata da quantidade de energia com base no consumo de determinados reagentes,
disponível no sistema para que ele realize algum tra- bem como na formação de novos produtos em função
balho, mas levando em consideração um meio com da unidade de tempo em que se processar essa reação.
pressão e temperatura constantes. Tal grandeza é uti- Vamos ver uma situação em que é possível entender
lizada apenas para calcular as variações que ocorrem perfeitamente como é a cinética química das reações.
dentro dos sistemas não estáticos. Exemplo: Em uma indústria fornecedora de ácido
clorídrico temos um processo muito único. A empresa
Dica se utiliza dos reagentes hidrogênio (H2) e nitrogênio (N2)
para produzir o seu produto, ou seja, o ácido clorídri-
A energia livre também pode ser denominada
co (HCl). Um operador percebeu que a cada 2,5 horas,
como Energia Livre de Gibbs.
a empresa conseguia produzir 500 Kg de HCl. Visando
saber qual era a velocidade dessa reação, ele realizou o
A fórmula que quantifica a energia livre é:
cálculo da cinética química. Que resultado ele obteve?
Para encontrar a velocidade dessa reação, ele fez a
ΔG = ΔH – T. ΔS.
relação de divisão entre a massa do produto adquirido
em função do tempo, sendo assim expressa a resolução:
Em que: ΔG é a variação da energia livre; ΔH é a
variação de entalpia; T a temperatura no sistema e ΔS
massa 500kg
a variação da entropia. V= V= V = 200 Kg/h
A partir da análise da fórmula da energia livre são tempo 2, 5
feitas as seguintes afirmações: Não satisfeito apenas com o resultado obtido, o
operador ainda decidiu efetuar um cálculo para des-
z ΔG < 0: quando for negativo indica que a ener- cobrir, também, qual a velocidade de consumo dos
gia livre reduziu, o que indica que um trabalho reagentes no processo, tendo por base as mesmas 2,5
foi realizado e, portanto, trata de um processo horas e uma massa de 250 Kg de H2 e 250 Kg de N2.
espontâneo;
massa 250kg
z ΔG > 0: quando for positivo indica que a energia VH2 = VH2 = VH2 = 100 Kg/h
livre aumentou, o que indica que não houve tra- tempo 2, 5
balho realizado e, portanto, trata de um processo massa 250kg
não espontâneo; VN2 = VN2 = VN2 = 100 Kg/h
tempo 2, 5
z ΔG = 0: o sistema se encontra em equilíbrio e não
aconteceu alteração alguma no sistema.
Portanto, é possível verificar que, para um consu-
mo de 100 Kg/h de cada um dos reagentes, teremos a
formação proporcional de 200 Kg/h de produto.
Observe que existe diferença entre a velocidade de
CINÉTICA QUÍMICA formação dos produtos e de consumo dos reagentes.
Notem que, para o exemplo mencionado acima,
Sabemos que a todo momento reações químicas não levamos em consideração nenhum tipo de fator
acontecem, seja uma reação de neutralização em um
que pudesse acelerar ou atrasar a reação, mas eles
evento ambiental, seja um processo de decomposição
existem e serão evidenciados logo a seguir:
ou em um processo industrial. Fato é que em todos os
momentos de nossas vidas vamos evidenciar algum
z Superfície de contato: quem nunca teve um pro-
processo de reação química acontecendo.
blema de acidez e precisou tomar um sal de fru-
O que poucas pessoas pensam nesse processo todo
tas? E além de tomá-lo, quem nunca ficou olhando
é que cada uma dessas reações é única, sejam pela
composição dos seus elementos, reagentes e produtos, o momento em que adiciona o composto na água
ou pelo tempo que demoram para que essas reações e logo aquela efervescência aparece? É justamen-
ocorram efetivamente. te isso, quando colocamos aquele “pó” na água,
Nesse capítulo, atentaremos para as relações de temos diversas superfícies de contato representa-
cinética química para constatar qual a velocidade em das pelos grânulos do sal de frutas, e por ter tantas
que essas reações acontecem, os fatores que interfe- superfícies que entram em contato direto com a
rem nela, bem como os cálculos que são efetuados água é que a reação se acelera e é possível ver a
para reações que envolvem velocidade de consumo agitação das moléculas de antiácido. Se ele fosse
de reagentes ou de formação de produtos. em formato de comprimido, certamente não pro-
moveria tanta turbulência, pois a superfície de
A VELOCIDADE DAS REAÇÕES, OS FATORES QUE A contato exposta é menor.
QUÍMICA
1 2
^p xhx · ^p y hy
Kp = do para se chegar ao equilíbrio. 147
O grau de ionização é utilizado para se referir aos z Hidrólise de um de ácido fraco e uma base fra-
ácidos que são colocados em meio aquoso, referin- ca: teremos uma reação na qual o cátion e o ânion
do-se a sua capacidade de produzir íons e sua força. reagirão com os íons da água. O meio poderá ficar
Nele são considerados dois fatores muito importantes: neutro, ácido ou básico, pois, dependerá da força
o número de partículas de ácido que são dissolvidas, que o ácido e a base formados terão.
bem como o número de partículas ionizadas.
Assim como o grau de equilíbrio, é representado Como mencionamos bastante acima, temos concei-
pela letra α e sua representação matemática é dada tos que norteim a relação de ácido, base e neutro com
por: base no pH e pOH da solução. A seguir, serão abordados,
de forma mais clara, o que esses conceitos significam.
nº de partículas ionizadas Primeiramente é conveniente destacar o que é uma
α= · 100 solução ácida e uma solução básica. Temos como solução
nº de partículas dissolvidas ácida o meio que possuir a concentração de H+ maior
que a de OH- ([H+] > [OH-]), lincando, dessa forma, sua
ligação com a acidez do meio. Em contrapartida, temos
Para a força de um ácido são considerados os
como solução básicas o meio que possuir concentração
seguintes critérios: ácido forte (α ≥ 50 %); ácido mode-
de OH- maior que a de H+ ([OH-] > [H+]), lincando, dessa
rado (5% ≤ α ≤ 50 %) ou ácido fraco (α < 5 %).
forma, sua ligação com a basicidade do meio.
Em alusão ao Princípio de Le Chatelier, temos o
Quando falamos de pH, estamos nos referindo ao
equilíbrio iônico, que efetua o ajuste do equilíbrio do
potencial hidrogeniônico. É a escala mais conhecida
íon existente no meio aquoso, seja ele proveniente de
e utilizada e trata, de forma matemática, do logarit-
um ácido ou de uma base. Esse fenômeno de ajuste
mo negativo da concentração de íons H+ presentes
é denominado Efeito do Íon Comum, que tem como
no meio. A fórmula representativa é: pH = -log [H+].
função principal a diminuição do grau de ionização
Dentro dessa escala, temos uma numeração de 0 a 14,
do ácido ou o grau de dissociação da base.
sendo dividida entre substâncias ácidas, básicas ou
Feitas todas essas definições, é possível compreen-
neutras, conforme figura a seguir:
der a Lei de diluição de Ostwald, que é uma relação
matemática associando o grau de ionização e a cons-
tante de equilíbrio. A fórmula é expressa a seguir:
2
a ·M
Ki =
1-a
Em que temos: Ki = constante de ionização; α =
grau de equilíbrio e M = concentração molar.
Já quando falamos de pOH, estamos nos referindo
ao potencial hidroxiliônico. É a escala menos utiliza-
HIDRÓLISE E SUAS CONSTANTES, HIDRÓLISE DOS da e trata, de forma matemática, do logaritmo nega-
SAIS, PH, POH, SOLUÇÕES ÁCIDAS E BÁSICAS, tivo da concentração de íons OH- presentes no meio.
ACIDEZ E BASICIDADE EM SOLUÇÕES, EQUILÍBRIO A fórmula representativa é: pOH = -log [OH-]. Dentro
E PRODUTO IÔNICO DA ÁGUA, O PRODUTO DE dessa, escala temos uma numeração de 0 a 14, sendo
SOLUBILIDADE, INDICADORES E SOLUÇÃO TAMPÃO dividida entre substâncias ácidas, básicas ou neutras,
conforme figura abaixo.
A hidrólise trata da quebra de moléculas pela ação
da água e, para medi-la, é feita uma razão entre a con-
centração dos produtos pelos reagentes. A seguinte
expressão evidencia isso:
[produtos]
Kh =
[reagentes]
Os indicadores são substâncias que mostram se
o meio é ácido ou básico. Dentre os mais conhecidos
Para esse efeito, possuímos a hidrólise de sais que temos: papel tornassol fenolftaleína, azul de bromoti-
resultam na formação de ácido ou base que sejam fra- mol e alaranjado de metila.
cos. A seguir, serão explanados. A solução tampão é utilizada para manter o equilí-
brio do pH no meio.
z Hidrólise de um sal de ácido fraco e uma base
forte: teremos a reação dos ânions do ácido fra- Dica
co reagindo com os íons H+ que estão presentes na
água, resultando numa diminuição na concentra- No nosso organismo existe a solução tampão,
ção dos íons H+ no meio e, consequente, o aumento que é efetuada pela presença de bicarbonato de
de íons OH-, gerando assim uma solução básica; sódio.
z Hidrólise de um sal de ácido forte e uma base
fraca: teremos a reação dos cátions da base fraca O produto de solubilidade trata de solução insatu-
reagindo com os íons de OH- que estão presentes na radas, saturadas e supersaturadas. Esses critérios se
água. Resultando numa diminuição na concentra- apresentam da seguinte forma: quando temos uma
ção dos íons OH-, e, consequentemente, um aumen- solução insaturada significa que, ao adicionarmos
148 to de íons H+, gerando assim uma solução ácida; determinado sólido em um solvente, ele se dissolverá
por completo, mas não atingirá o seu ponto máximo A pilha, por exemplo, algo que utilizamos no nosso
de solubilidade, ou seja, ainda poderá ser adiciona- dia a dia, nada mais é do que uma aplicação prática
do mais sólido e se manter a solução homogênea. Já dos conceitos que envolvem a eletroquímica.
quando falamos de solução saturada, significa que a Nesse capítulo, nos atentaremos ao estudo dos
quantidade máxima de sólido que poderia ser adi- ânodos e dos cátodos, bem como sobre a polaridade
cionada foi, e, a partir daquele ponto, tudo o que for desses eletrodos; quais são os processos de oxidação
adicionado será depositado no fundo do recipiente (o e redução por meio da identificação de elementos
conhecido corpo de fundo). Por fim, a solução super- redutores e oxidantes, o que é número de oxidação,
saturada é o ponto em que se extrapolou o máximo potencial padrão, as pilhas e baterias e a equação de
desse sólido formando um depósito de sólidos não dis- Nernst, além dos processos de corrosão, eletrólise e as
solvidos no fundo do recipiente. leis de Faraday
Quando falamos em equilíbrio iônico da água,
estamos tratando exclusivamente da molécula e sua CONCEITUAÇÃO DE ÂNODO, CÁTODO E AS
capacidade de se auto ionizar. Essa autoionização POLARIDADES DOS ELETRODOS
forma íons hidrônio (H3O+) e hidróxido (OH-), tendo
seu equilíbrio deslocando da direita para a esquerda. Para que tenhamos movimentação de cargas car-
A forma simplificada dessa reação é a expressa pelo regadas eletricamente é necessário que tenhamos ele-
produto iônico como sendo: H2O(l) ⟺ H+(aq) + OH-(aq). trodos dotados de cargas positivas e negativas. Essas
Tem-se ainda que o produto iônico possui a seguin- cargas podem ser expressas como sendo um eletrodo
te fórmula e valor: carregado com cargas negativas, atraindo para si todas
as cargas de sinal oposto, ou seja, positiva, expressado
Kw = [H+] . [OH-] = (1.10-7 mol. L-1) . (1.10-7 mol. L-1) = como sendo o cátodo. É ele quem é a fonte de elétrons,
=1.10-14 (mol. L-1)2. ou também chamado de doador de elétrons. São eles,
os cátodos, responsáveis por gerar carga no sistema,
REAÇÕES ENVOLVENDO GASES E O EQUILÍBRIO sendo o ponto de partida da corrente elétrica.
ENTRE LÍQUIDO E GASES Se o cátodo é o elétrodo negativo que “puxa” as
partículas negativas, o ânodo será o seu oposto, ou
Quando se fala em reação envolvendo gás é pri- seja, é um elétrodo carregado com cargas positivas,
mordial saber algumas de suas características: atraindo para si todas as cargas de sinal negativo, ou
seja, os elétrons. Também pode ser uma fonte forne-
z São compressíveis: eles admitem compressão, sen- cedora de cargas positivas bem como aceitar elétrons.
do possível reduzir o volume que ocupam no espaço; O sentido da carga pode ocorrer do polo negativo
z São sensíveis a temperatura: quanto maior a para o positivo, e vice versa. Nas baterias, serão sem-
temperatura, maior o agito entre as moléculas, e pre associados da seguinte forma:
mais choques terão entre si. Esses choques promo-
vem uma ação direta na pressão em que estiverem Ânodo = polo negativo // Cátodo = polo positivo
contidos os gases;
z A pressão interfere na reação: a pressão parcial Células Galvânicas: Pilhas e Baterias
pode ser verificada a partir do tipo de substância e
a qual fator externo estará ligada. As pilhas, ou também conhecidas tecnicamente
como células eletroquímicas, são definidas da seguin-
A Lei de Henry é que estabelece a relação de equilí- te forma: “Dispositivos que possuem a capacidade de
brio entre os líquidos e os gases. Nessa lei é postulado efetuar uma transformação da energia química para
o seguinte conceito: “A concentração de gás dissolvido energia elétrica por meio de reações de oxirredução
(que ocorre transferência de elétrons)”.
na fase líquida é proporcional à Pressão Parcial deste
As pilhas são compostas em sua essência de um ele-
gás na fase gasosa”. Sendo assim, a fórmula que corre-
trólito e dois eletrodos. Esse eletrólito é muito conheci-
laciona essa ligação entre o líquido e o gás é a expres-
do também como ponte salina, que nada mais é do que
sa a seguir:
uma solução aquosa que contém íons.
As baterias possuem a mesma finalidade que as
ρA = XA . KA
pilhas, no entanto sua composição será essencial-
mente composta por diversas pilhas que podem ser
Em que: ρA é a pressão parcial de vapor da subs-
agrupadas tanto em série como em paralelo. São as
tância pura; XA a fração molar e KA a constante de
baterias que podem ser recarregáveis também.
Henry que é dependente da temperatura e da subs-
tância utilizada.
Montagem de Pilhas
Eletroquímica, junção das palavras eletricidade z Ânodo: polo negativo, que sofre a oxidação, per-
com química. Parece uma correlação estranha para dendo elétrons e sendo classificado como o agente
você? Se sim, saiba que é muito comum essa asso- redutor;
ciação multidisciplinar. Em algum momento existem z Cátodo: polo positivo, que sofre a redução,
conceitos que irão se intercalar para poder fornecer ganhando elétrons e sendo classificado como o
uma base e suporte adequado à compreensão. agente oxidante. 149
Podemos representar, de forma mais clara, a essên- Sendo assim, podemos verificar que: se um eletro-
cia da pilha: do possui um potencial alto (Eºred), ele terá a tendên-
cia a receber elétrons, e consequentemente uma alta
ÂNODO CÁTODO tendência de se comportar como agente oxidante, e,
portanto, sofrerá uma redução.
Sofre oxidação Sofre redução Já para o elétrodo que possuir um potencial baixo
(Eºoxid), ele terá a tendência a perder elétrons, e conse-
A Ax+ + x e- Cx+ + x e- C quentemente uma alta tendência de se comportar como
agente redutor, e, portanto, sofrerá uma oxidação.
Abaixo teremos uma tabela que pode represen-
PROCESSOS DE REDUÇÃO E OXIDAÇÃO
tar esses potenciais considerados padrão de alguns
elementos.
Nos fenômenos de oxirredução temos a ocorrência
de reações que promovem a transferência de elétrons,
de forma simultânea, originando os termos de oxida- ESTADO ESTADO
Eº RED Eº OXID
ção e redução. REDUZIDO OXIDADO
Na oxidação temos a perda de elétron pelo átomo, - 3,04 Li Li+ + e- 3,04
aumentando consequentemente o seu número de
oxidação (Nox). Já no processo de redução, temos o - 2,92 K K +e
+ -
2,92
ganho de elétron pelo átomo, diminuindo consequen-
- 2,90 Ba Ba + 2 e
2+ -
2,90
temente o seu número de oxidação (Nox).
Exemplo: Na reação do fósforo branco temos a - 2,89 Sr Sr2+ + 2 e- 2,89
seguinte equação:
- 2,87 Ca Ca2+ + 2 e- 2,87
2 Ca3(PO4)2 + 6 SiO2 + 10 C 6 CaSiO3 + 10 CO + 1 P4 - 2,71 Na Na + e + -
2,71
- 2,37 Mg Mg + 2 e
2+ -
2,37
Identificar quem sofreu oxidação, quem sofreu redu-
ção e quem são os respectivos agentes oxidante e redutor. - 1,66 Al Al + 3 e
3+ -
1,66
- 1,18 Mn Mn + 2 e
2+ -
1,18
- 0,83 H2 + 2 (OH)- 2 H2O + 2 e- 0,83
- 0,76 Zn Zn2+ + 2 e- 0,76
- 0,74 Cr Cr + 3 e
3+ -
0,74
Essa energia aplicada pode ser por meio de uma fon- vida útil desses materiais existem medidas proteti-
te química ou elétrica (que é a mais utilizada). Temos vas efetuadas por meio de revestimentos ou de ações
em sua essência dois tipos de eletrólises possíveis, sen- que diminuam a ação da corrosão e deem um tempo
do elas: Eletrólise Ígnea, que acontece na ausência de maior para eles.
meio líquido (água) e a Eletrólise em meio aquoso, que, Dentre os métodos protetivos e de revestimento temos
diferentemente da ígnea, acontece apenas em meio a quatro categorias essenciais que auxiliam na determina-
uma solução que contenha íons dissociados. ção da melhor técnica a ser aplicada, sendo elas: 151
z Modificação de processo: adição de substâncias em formato de onda ou de partículas. Esse é um meca-
inertes no meio corrosivo para controle do desen- nismo utilizado por esses átomos para ficarem mais
volvimento ou aceleração da corrosão bem como estáveis e muito mais leves.
utilização de substância higroscópica que retem Os tipos que encontramos de radioatividade podem
umidade formada no ambiente; ser vistos de duas formas: as radiações por partícula alfa
z Modificação do metal: o tipo de metal envolvido (α) e beta (β) e a outra como sendo raio gama (γ).
no meio pode acelerar a corrosão no meio devido Abaixo será falado de uma forma individualizada
a sua propriedade de: resistência (ou a falta dela) a respeito desses tipos de radiações.
à corrosão, a condutividade térmica, a dureza, a
resistência mecânica, dentre outros fatores. É z Raio alfa (α): trata-se de uma partícula positiva,
preciso entender o processo, o meio gerado e as que possui dois prótons e dois nêutrons em seu
possibilidades acerca do metal utilizado. É muito núcleo e capacidade baixa de penetração;
comum nesse sentido o emprego de ligas metálicas; z Raio beta (β): trata-se de uma partícula negativa,
z Modificação do meio corrosivo: é possível acon- de massa desprezível, com capacidade de penetra-
dicionar o meio corrosivo ao tipo de metal utiliza- ção maior que a do raio alfa;
do quando não existe a possibilidade de troca do z Raio gama (γ): trata de uma onda magnética, dota-
mesmo. A escolha de solventes alternativos é mui- da de muita energia. Possui maior capacidade de
to empregada nesse tipo de técnica; penetração se comparada com os raios alfa e beta.
z Revestimento protetor: é a mais comum na pro-
teção da superfície dos metais. Dentre as opções Na radioatividade, duas leis principais servem
existem: como regentes de seus princípios, sendo elas assim
enunciadas:
Revestimentos metálicos: utilizados para dimi-
nuir o contato do metal com o meio corrosivo. É z Primeira lei da radioatividade: o átomo que
uma espécie de camada que diminui a permea- se encontra na característica do tipo alfa terá a
bilidade do meio corrosivo com o metal; tendência a formar um novo átomo, tendo dois
Revestimento não metálico inorgânico: é quan- prótons e dois nêutrons a menos que o original,
do é feita uma deposição de compostos inorgâ- ficando com uma massa quatro vezes menor em
nicos resistentes à corrosão sobre a superfície proporções de unidades. A representação da rea-
do metal. Dentre os principais exemplos temos ção que faz parte dessa regra se dá da seguinte
a porcelana, sais e vidros; forma:
Revestimento não metálico orgânico: são tintas
e polímeros destinados à proteção da superfí- WA → 2 α4 + (Z - 2)Y(A-4)
Z
cie do metal, diminuindo a ação da corrosão e
aumentando a vida útil do material utilizado.
z Segunda lei da radioatividade: diferente do áto-
mo com característica de raio alfa, a segunda lei
trata da emissão de raio beta. Os átomos com essa
RADIOATIVIDADE característica terão sua massa atômica inalterada,
pois, conforme contextualizado, possui uma massa
Mesmo sem nos darmos conta, os elementos que desprezível. A única diferença que teremos é que o
possuem característica radioativa estão por toda par- número atômico desse átomo novo aumentará em
te, seja na usina nuclear, com a utilização do urânio, apenas uma unidade. A representação da reação
seja nas datações arqueológicas de fósseis com o uso que faz parte dessa regra se dá da seguinte forma:
do carbono 14, o iodo 131 utilizado na medicina para
WA →-1β0 +(z + 1) Y(A)
fazer mapeamento da tireoide, na agricultura, com a Z
fórmula que expressa essa relação é demonstrada USO DE ISÓTOPOS RADIOATIVOS E EFEITOS DAS
a seguir: RADIAÇÕES
1
Vm= Os isótopos são elementos que possuem a capaci-
c
dade de emitir algum tipo de radiação. Assim como
A vida média leva em consideração uma grande todo elemento radioativo, possuem núcleo instável
quantidade numérica de átomos ao se desintegrar! que liberam essas radiações para se converter em um 153
novo elemento. O nome desse processo é encontrado = fica no meio da cadeia e se refere ao tipo de liga-
como sendo decaimento radioativo. ção entre os carbonos, no caso do alcano, são apenas
Esse decaimento é um conceito importante para a ligações simples expressas pelo infixo an + sufixo =
determinação de tempo de existência de uma substân- expressa o grupo do composto, no caso do alcano ser
cia. Outro nome que se pode aplicar para esse tempo é um hidrocarboneto acaba com O.
o tempo de meia vida do radioisótopo. Cada radioisó-
topo possui um tempo de meia vida específico. Exemplo: H3C – CH2 – CH2 – CH2 – CH3,
Como exemplo de radioisótopo temos: carbono 14,
que decai para nitrogênio 14. Essa é a substância que possui como nome penta-
no, ou seja:
Dica
pent = 5 Carbonos
A idade dos fósseis e de rochas sedimenta-
+
res são calculados com base na utilização de
an = apenas ligação simples entre carbonos
radioisótopos.
+
o = função orgânica Hidrocarboneto.
Os radioisótopos são utilizados bastante no nosso
dia a dia e nem percebemos, dentre suas aplicabilida-
Atente-se ao fato de que a relação de ligação será
des temos: na medicina, para tratamento e diagnósti-
expressa apenas de acordo com a cadeia orgânica
co de doenças; na agricultura, como fertilizantes; no
principal!
ramo industrial, para conservar alimentos.
Alcenos
BIOMOLÉCULAS Alcadienos
As biomoléculas são compostos químicos que se Mesma aplicação do alceno, no entanto expressan-
originam das células de diversos seres vivos. São clas- do duas ligações duplas na cadeia carbônica principal.
sificadas como orgânicas, e seus principais elementos A nomenclatura obedecerá à seguinte ordem: prefixo
de composição se tratam do carbono, do hidrogênio, = quantidade de carbonos na cadeia principal + infixo
do nitrogênio e do oxigênio. = fica no meio da cadeia e se refere ao tipo de ligação
A forma como é organizada a molécula, em função entre os carbonos; no caso do alcadieno, temos duas
do carbono e dos grupos funcionais, confere a ela sua ligações duplas e expressaremos por meio do infixo
característica geométrica e seu arranjo espacial. en + sufixo = expressa o grupo do composto, no caso
do alceno ser um hidrocarboneto, acaba com O.
FUNÇÕES ORGÂNICAS E SUA NOMENCLATURA EM Exemplo: H3C = CH2 – CH2 = CH2 – CH3, essa é a subs-
VIRTUDE DO GRUPO FUNCIONAL tância que possui como nome pent-1,3-dieno, ou seja,
PENT = 5 Carbonos + 1,3-DIEN = uma ligação dupla no
A grande característica de um composto orgânico é carbono 1 e uma ligação dupla no carbono 3 + O = fun-
possuir átomos de carbono e hidrogênio em sua estru- ção orgânica Hidrocarboneto.
tura fundamental. Cada uma dessas cadeias apresenta
grupos funcionais subdivididos por classe conforme Alcinos
sua composição.
Nesta etapa iremos elencar cada uma dessas pro- Mesma constituição que os alcanos, sendo que a
priedades, assim como apresentar o modo como se diferença consiste na presença de uma ou mais liga-
dará a construção de sua nomenclatura. ção tripla no meio cadeia carbônica. A nomenclatura
obedecerá à seguinte ordem: prefixo = quantidade de
Alcanos carbonos na cadeia principal + infixo = fica no meio
da cadeia e se refere ao tipo de ligação entre os carbo-
Cadeia composta apenas de carbono e hidrogênio, nos; no caso do alcino, temos pelo menos uma ligação
tendo apenas ligações simples entre os carbonos. A tripla e expressaremos por meio do infixo IN + SUFI-
nomenclatura obedecerá à seguinte ordem: Prefixo = XO = expressa o grupo do composto, no caso do alceno
154 quantidade de carbonos na cadeia principal + Infixo ser um hidrocarboneto acaba com O.
Exemplo: H3C ≡ CH2 – CH2 – CH2 – CH3, essa é a radical. A nomenclatura obedecerá à seguinte ordem:
substância que possui como nome pent-1-ino, ou seja, prefixo = quantidade de carbonos na cadeia principal
PENT = 5 Carbonos + 1-IN = uma ligação tripla no car- + infixo = fica no meio da cadeia e se refere ao tipo de
bono 1 + O = função orgânica Hidrocarboneto. ligação entre os carbonos + sufixo = expressa o grupo
do composto, no caso do aldeído o final é AL.
Ciclanos
Exemplo: H3C – CH2 – CH = O, essa é a substância
que possui como nome propanal, ou seja, PROP = 3
Possui cadeia fechada, formando um ciclo. Com-
posição e ligação igual ao do alcano. A nomenclatura Carbonos + AN = apenas ligação simples entre carbo-
obedecerá à mesma designada para o alcano, tendo nos + AL = função orgânica aldeído.
na frente a palavra ciclo.
Exemplo: Cetona
CH2
Assim como o aldeído, terá em sua cadeia a pre-
sença da carbonila (= O), no entanto, diferentemen-
te do aldeído, a carbonila não estará na extremidade
H2C CH2 da cadeia, sendo colocada a carbonila (= O) como seu
radical. A nomenclatura obedecerá à seguinte ordem:
Essa é a substância que possui como nome ciclo- prefixo = quantidade de carbonos na cadeia principal
propano, ou seja, ciclo = cadeia fechada, em ciclo + infixo = fica no meio da cadeia e se refere ao tipo de
+ PROP = 3 Carbonos + AN = apenas ligação simples ligação entre os carbonos + sufixo = expressa o grupo
entre carbonos + O = função orgânica Hidrocarboneto. do composto, no caso da cetona o final é ONA.
Exemplo:
Aromático
H3C – CH2 – C – CH3
Conhecido pela presença do anel benzênico.
Exemplo: O
Éster
seu nome é expresso como simplesmente benzeno. Expresso como sendo um radical inserido no meio
da equação principal: R – COO – R. A nomenclatura
Ácido Carboxílico obedecerá à seguinte ordem: prefixo = quantidade de
carbonos na cadeia principal + infixo = fica no meio
Caracterizado pelo grupo funcional R – COOH liga-
da cadeia e se refere ao tipo de ligação entre os carbo-
do à cadeia carbônica. A nomenclatura obedecerá à
seguinte ordem: ácido + prefixo = quantidade de car- nos + O + ATO + DE + NOME DO RADICAL.
bonos na cadeia principal + infixo = fica no meio da Exemplo:
cadeia e se refere ao tipo de ligação entre os carbonos
+ sufixo = expressa o grupo do composto, no caso do H3C – CH2 – C – O – CH3
ácido carboxílico o final é óico. O
Exemplo: H3C – CH2 – COOH, essa é a substância que
possui como nome ácido propanóico, ou seja, PROP =
Essa é a substância que possui como nome propa-
3 Carbonos + AN = apenas ligação simples entre carbo-
nos + ÓICO = função orgânica ácido carboxílico. noato de metila, ou seja, o primeiro nome refere-se a
todo carbono que vem antes do oxigênio + o que está
Álcool depois, logo, PROPANOATO = 4 Carbonos + apenas liga-
ção simples entre carbonos + O + ATO + radical METILA.
É quando temos a hidroxila (OH) ligada à cadeia car-
bônica. A nomenclatura obedecerá à seguinte ordem: Éter
prefixo = quantidade de carbonos na cadeia principal
+ infixo = fica no meio da cadeia e se refere ao tipo de É quando temos o oxigênio, ligado a carbonos, no
ligação entre os carbonos + sufixo = expressa o grupo meio da cadeia carbônica. A nomenclatura obedece-
do composto, no caso do álcool o final é OL. rá à seguinte ordem: prefixo da primeira cadeia com
Exemplo: H3C – CH2 – CH2 – OH, essa é a substância menor quantidade de carbono + OXI + nomenclatura
que possui como nome propanol, ou seja, PROP = 3
QUÍMICA
Exemplo:
OH H3C – CH2 – CH2 – CH2 – CH3.
Essa é a substância que possui como nome benze- z Cadeia fechada: conhecida também como cíclica,
nol ou hidróxi-benzenol ou ainda fenol. não existe nenhuma extremidade livre, forma um
ciclo.
Amina
Exemplo:
É quando temos a presença de nitrogênio na cadeia
carbônica, ligado apenas com carbonos e hidrogênios. CH2
A nomenclatura obedecerá à seguinte ordem: prefi-
xo = quantidade de carbonos na cadeia principal do
radical + infixo = fica no meio da cadeia e se refere ao
tipo de ligação entre os carbonos + sufixo = expressa o H2C CH2
grupo do composto, no caso da amina o final é amina.
Exemplo: H3C – CH2 – NH2, essa é a substância que z Cadeia mista: como sugestiona o próprio nome, é
possui como nome etilamina, ou seja, ETIL = 2 Carbo- uma mescla de parte aberta e parte fechada.
nos + AN = apenas ligação simples entre carbonos +
AMINA = função orgânica amina. Exemplo:
Amida CH2
z Tipo de fechamento da cadeia (se é aberta, fecha- z Cadeia normal: cadeia com duas extremidades
da, mista ou aromática); livres e possui em sua composição apenas carbo-
z A disposição dos átomos dentro da cadeia carbônica; nos primários e secundários.
z O tipo de ligação existente entre os átomos de car-
bono da cadeia principal; Exemplo:
z Presença de heteroátomo na cadeia, ou seja, ele-
156 mentos que não sejam carbono nem hidrogênio. HC ≡ C – CH2 – CH2 – CH3.
Carbono primário é aquele que só se conecta com Polaridade
um único carbono, bem como carbono secundário é o
que se conecta com dois carbonos. Está direcionada aos elementos que constituem
a cadeia carbônica. Quando temos Carbono ligado
z Cadeia ramificada: como o próprio nome sugere, a Carbono ou Carbono ligado a Hidrogênio teremos
possui ramificações na cadeia, tendo mais de uma uma formação de ligação apolar. Não importa se as
extremidade e possuindo pelo menos um carbono ligações são simples, duplas ou triplas, lembrando que
terciário ou quaternário. a ligação existente será a covalente.
Exemplo: molécula de gás butano, com constitui-
Exemplo: ção apolar, que contém ligações simples entre carbo-
nos e hidrogênios. H3C – CH2 – CH2 – CH3.
CH3 Quando temos, na cadeia carbônica, a presença
de outros elementos, assim como o oxigênio, enxofre
HC ≡ C – CH – CH – CH3 e demais halogênios, a ligação passará a ser do tipo
CH2 polar. A região polar será aquela em que estiver o ele-
mento diferente de carbono e hidrogênio.
CH3 Exemplo: molécula de propanol, com constituição
apolar na região de carbonos e hidrogênios (H3C – CH2 –
Carbono terciário é aquele que se conecta com três CH2 –) e uma região polar com a função do álcool (OH).
outros carbonos, bem como carbono quaternário é o
que se conecta com quatro carbonos. H3C – CH2 – CH2 – O – H.
Numa cadeia carbônica podemos ter três tipos de Com a propriedade muito conhecida como “seme-
ligações entre os átomos de carbono, sendo simples, lhante que dissolve semelhante”, a solubilidade esta-
dupla ou tripla. A relação de ter esses tipos de ligações rá atrelada ao tipo de moléculas envolvidas, ou seja,
entre os átomos nos evidencia se a cadeia será satura- polar dissolverá na presença de outro polar, bem
da ou insaturada. como apolar dissolverá na presença de outro apolar.
Exemplo: é possível limpar a mão que está com
z Saturada: composta apenas de ligação simples. graxa com gasolina ou solventes de base apolar. Isso
se dá justamente por tanto a graxa quanto a gasolina
Exemplo: serem apolares.
z Insaturada: apresentará pelo menos uma ligação A força intermolecular entre os compostos orgâ-
dupla ou tripla no meio da cadeia. nicos é considerada fraca, se em comparação aos
compostos inorgânicos. A única que apresentará uma
Exemplo: força maior será a que tiver ponte de hidrogênio.
Dentre os grupos funcionais que fazem essa ponte de
H3C = CH2 – CH2 = CH2 – CH3 hidrogênio temos o do álcool (– OH) e os ácidos carbo-
xílicos (– COOH).
Presença de Heteroátomo
Estados Físicos
Dentro dessa classificação teremos a representação
de uma cadeia homogênea (em que não há heteroáto-
Podemos encontrar nos três estados possíveis, ou
mo no meio da cadeia) bem como heterogênea (em que
seja, sólido, líquido e gasoso. E, esse estado dependerá
terá a presença do heteroátomo no meio da cadeia).
de algumas características, que serão elencadas abaixo.
Exemplo 1: Teremos como exemplo uma cadeia
homogênea a seguir:
z Pontos de fusão e ebulição: em comparação aos
demais tipos de compostos, os que são inorgâni-
CH2 – CH2 – C – CH3
cos, ligados por ligações iônicas ou metálicas, terão
O pontos de fusão e ebulição menores. Isso se deve
à baixa força intermolecular, o que resulta numa
Exemplo 2: Teremos como exemplo uma cadeia menor quantidade de energia que precisa ser for-
heterogênea a seguir: necida para que possa ocasionar o rompimento da
molécula e modificar o seu estado físico;
QUÍMICA
H3C – CH2 – CH2 – CH2 – O – CH3 z Combustibilidade: grande parte das substâncias
orgânicas são classificadas como combustível, ou
PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS DOS seja, elas entram facilmente em combustão ao entrar
COMPOSTOS ORGÂNICOS em contato com o oxigênio. Diante de um ponto de
ignição, temos o suficiente para que aconteça a rea-
Existem algumas propriedades que podemos elencar ção, liberando energia para o meio. É a chamada rea-
a respeito das características dos compostos orgânicos. ção exotérmica (aquela que libera calor). 157
SÉRIES HOMÓLOGAS: PROPRIEDADES outro elemento. Neste tipo de cisão, tem-se a for-
FUNDAMENTAIS DO ÁTOMO DE CARBONO, mação de um produto chamado grupo substituin-
TETRAVALÊNCIA E HIBRIDIZAÇÃO DE ORBITAIS
te, no qual um composto orgânico gera radicais,
substituindo um ou mais hidrogênio da cadeia;
As séries homólogas representam compostos que
pertencem a uma mesma função orgânica e possuem z Homólise: baseada na quebra sem que para isso
diferentes quantidades do grupo metileno (CH2). Um haja o ganho ou a perda de elétrons. Neste tipo de
exemplo aplicado é o dos hidrocarbonetos de cadeia cisão, tem-se a formação de um produto chamado
aberta e saturados. radical, que é representado por R—.
A palavra petróleo tem origem do Latim, signifi- Um exemplo aplicado é o lápis que possui grafite.
cando “pedra e óleo”. Trata-se de uma substância em Quando se transcreve numa folha de papel, o grafite
forma oleosa, que é inflamável, com densidade infe- se apresentará em forma de pó, mas não deixará de
rior a água e de odor forte. ser a mesma substância.
Seus derivados são classificados de acordo com
a mistura de hidrocarbonetos que apresentam as z Ser solúvel (solubilidade): outra característica
características: física. Está associada à capacidade de determinado
sólido (ou soluto) se dissolver em meio líquido (no
z Classe parafínica: são compostos que têm 75%, solvente);
ou mais, de parafina, como, por exemplo, os óleos z Ponto de fusão e ponto de ebulição: são funda-
leves. Fazem parte dessa classe, também, os com- mentados no princípio da mudança no estado físico
postos aromáticos com anéis simples ou duplos e da matéria. O ponto de fusão se refere à passagem
com baixo teor de enxofre na composição; do sólido para o líquido e o ponto de ebulição à
z Classe parafínico-naftênica: são compostos que passagem do líquido para o gasoso. Em ambas as
têm entre 50 e 70% de parafinas, e 20%, ou mais, de situações a ação da temperatura é essencial;
naftênicos, como, por exemplo, os óleos com cer- z Condutividade térmica ou elétrica: é a capaci-
to teor de resina e asfaltenos (na proporção de 5 dade da substância em conduzir calor ou energia.
e 15%). Constituem também baixo teor de enxofre Muito comum para substâncias pertencentes ao
na composição; grupo dos metais.
z Classe naftênica: são compostos que têm 70%,
ou mais, de substâncias naftênicas, com presença PRESSÃO DE VAPOR E A INTERFERÊNCIA DA
baixa de óleos. Constituem, também, baixo teor de TEMPERATURA
enxofre na composição;
z Classe aromática intermediária: são compostos Ao se falar de pressão de vapor, na verdade temos
que têm 50%, ou mais, de substâncias aromáticas implícito o conceito de força da molécula, ou seja, é o
e hidrocarbonetos, como, por exemplo, os óleos esforço que a molécula faz para colidir nas paredes do
pesados. Constituem teor de enxofre na composi- recipiente em que está contida, bem como as próprias
ção acima de 1%; colisões entre as moléculas. Nesse sentido, fica fácil
z Classe aromático-naftênica: são compostos que perceber que quanto maior é a velocidade com que
QUÍMICA
têm 35%, ou mais, de substâncias naftênicas. Os óleos essa molécula se desloca, maiores serão: os choques,
dessa classe são removidos das parafinas. Consti- a força e a pressão.
tuem teor de enxofre na composição entre 0,4 e 1%; A energia cinética contida na molécula é que defini-
z Classe aromático-asfáltica: são compostos que rá esse movimento dela e essa energia é afetada dire-
têm 35%, ou mais, de substâncias como asfaltenos tamente pela ação da temperatura: quanto maior a
e resinas. Os óleos pesados e viscosos são o princi- temperatura, mais rápida será a molécula, maior será a
pal exemplo. sua força de impacto e maior será a pressão desse vapor. 159
AS PROPRIEDADES COLIGATIVAS: EBULIOSCOPIA, π=M.R.T
TONOSCOPIA, CRIOSCOPIA E OSMOSCOPIA
(OSMOSE, PRESSÃO OSMÓTICA E OSMOSE Em que: π é a pressão osmótica, M a concentração
REVERSA) em mol/L, R é a constante dos gases (representada por
0,082 atm . L / mol . K) e T a temperatura em Kelvin.
As propriedades coligativas estão correlacionadas Na osmose reversa temos o seguinte processo
ao comportamento do líquido quando transformado acontecendo: quando a pressão exercida no meio é
em uma solução, ou seja, quando adicionamos um maior que a pressão osmótica considerada normal
soluto em um determinado solvente, cada um possui no meio de maior concentração o soluto é forçado a
uma característica própria e sua mistura gerará novas passar para o meio em que a concentração é menor.
propriedades após essa diluição. Ao chegar na membrana semipermeável o soluto fica
Exemplo: quando vamos fazer nosso macarrão, retido passando apenas o solvente.
podemos colocar inicialmente a água para ferver, ou
temos a opção em adicionar sal nessa água (o que for-
ma uma solução). Ao fazermos isso, notaremos algo
Dica
muito importante, a água pura sozinha irá entrar em Prestem atenção que, nas fórmulas expressas,
ebulição muito mais rápido do que quando ela estiver toda vez que ver o índice 2 estaremos sempre
com sal contido. Isso evidencia a mudança de sua pro- nos referindo a um solvente!
priedade coligativa.
Podemos encontrar dois tipos de soluções: as
chamadas moleculares, que possuem partículas de
moléculas, e a iônica em que estão presentes os íons HORA DE PRATICAR!
(também chamada de eletrólito).
Para que possamos evidenciar uma propriedade 1. (EsPCEx – 2020) Em épocas distintas, os cientistas
coligativa devemos ter um soluto que não seja volátil Dalton, Rutherford e Bohr propuseram, cada um, seus
bem como um solvente. A quantidade de partículas modelos atômicos. Algumas características desses
encontradas nessas soluções também denota a sua modelos são apresentadas na tabela a seguir:
intensidade no que tange às mudanças sofridas pelo
líquido. Dentro desse grupo, temos alguns critérios Modelo Característica(s) do Modelo I: Átomo contém
que são destacados a seguir: espaços vazios. No centro do átomo existe um núcleo
muito pequeno e denso. O núcleo do átomo tem carga
z Ebulioscopia: é quando o ponto de ebulição aumen- positiva. Para equilíbrio de cargas, existem elétrons ao
ta. O nome sugere justamente isso, o aumento da redor do núcleo. Modelo II: Átomos maciços e indivi-
temperatura de ebulição do solvente dentro de uma síveis. Modelo III: Elétrons movimentam-se em órbi-
solução. Existe uma fórmula que pode mensurar tas circulares em torno do núcleo atômico central. A
essa variação, sendo ela: energia do elétron é a soma de sua energia cinética
(movimento) e potencial (posição). Essa energia não
ΔTe = Te2 – Te pode ter um valor qualquer, mas apenas valores que
sejam múltiplos de um quantum (ou de um fóton). Os
Em que: Te é a temperatura de ebulição da solução elétrons percorrem apenas órbitas permitidas.
e Te2 a temperatura de ebulição do solvente.
A alternativa que apresenta a correta correlação entre
z Tonoscopia: trata da diminuição na pressão de o cientista proponente e o modelo atômico por ele pro-
vapor do líquido. Relaciona o decaimento da pres- posto é
são de vapor e um solvente ao ser misturado com
um soluto não volátil. Existe uma fórmula que a) Rutherford - Modelo II; Bohr - Modelo I e Dalton - Mode-
pode mensurar essa variação: lo III.
b) Rutherford - Modelo III; Bohr - Modelo II e Dalton -
ΔP = P2 – P Modelo I.
c) Rutherford - Modelo I; Bohr - Modelo II e Dalton - Mode-
Em que: P é a pressão de vapor da solução e P2 é a lo III.
pressão de vapor do solvente. d) Rutherford - Modelo I; Bohr - Modelo III e Dalton -
Modelo II.
z Crioscopia: trata do ponto de congelamento, quan- e) Rutherford - Modelo III; Bohr - Modelo I e Dalton -
do este diminui em função da adição do soluto não Modelo II.
volátil. Existe uma fórmula que pode mensurar essa
variação: 2. (EsPCEx – 2020) Ao emitir uma partícula Alfa (α) , o
isótopo radioativo de um elemento transforma-se em
ΔTc = Tc2 – Tc outro elemento químico com número atômico e núme-
ro de massa menores. A emissão de uma partícula
Em que: Tc é a temperatura de congelamento da solu- beta (β) por um isótopo radioativo de um elemento
ção e Tc2 é a temperatura de congelamento do solvente. transforma-o em outro elemento de mesmo número
de massa e número atômico uma unidade maior.
z Osmoscopia: relaciona a pressão osmótica de solu- Baseado nessas informações são feitas as seguintes
ções. É colocada uma membrana semipermeável ao afirmativas:
sistema resultando em soluções com mesma con-
centração. Existe uma fórmula que pode mensurar
160 essa variação:
238 234 d) II e III.
I. Na desintegração 92 U partícula + 92 U ocorre com a e) III e IV.
emissão de uma partícula β .
234 234
4. (EsPCEx – 2020) “No fenômeno físico, a composição
II. Na desintegração 91 Pa partícula + 92 U ocorre com da matéria é preservada, ou seja, permanece a mesma
a emissão de uma partícula β. antes e depois da ocorrência do fenômeno”.
III. A partícula alfa (α) é composta por 2 prótons e 4 “Reação química é toda transformação que modifica a
nêutrons. natureza da matéria (fenômenos químicos)”.
IV. Uma partícula beta (β) tem carga negativa e massa “No fenômeno químico, a composição da matéria é
comparável a do próton. alterada: sua composição antes de ocorrer o fenôme-
238 no é diferente da que resulta no final”.
V. O urânio-238 (92 U ), pode naturalmente sofrer um decai-
mento radioativo emitindo sequencialmente 3 partículas FONSECA, Martha Reis Marques da, Química Geral, São Paulo, Ed
226 FTD, 2007, Pág. 24 e 61.
alfa e 2 beta, convertendo-se em rádio 88 Ra).
Das afirmativas feitas, estão corretas apenas Considere os conceitos supracitados e as transforma-
ções representadas pelas equações químicas a seguir:
a) I, II e IV.
b) I e V. I. CaCO3 (s) → CaO (s) + CO2 (g)
c) II e III. II. H2O (l) → H2O (g)
d) II e V. III. H2 (g) + O2 (g) → H2O (g)
e) III, IV e V. IV. C(grafite) + O2 (g) → CO2 (g)
3. (EsPCEx – 2020) Diagramas de fases são gráficos Correspondem a reações químicas apenas as
construídos para indicar uma condição de tempera- transformações:
tura e pressão de uma substância e suas mudanças
de estado. Cada uma das curvas do diagrama indica a) I e III.
as condições de temperatura e pressão nas quais as b) II e IV.
duas fases de estado estão em equilíbrio. c) II, III e IV.
d) I, III e IV.
Modificado de USBERCO, João e SALVADOR, Edgard, Físico-química, e) I, II e III.
São Paulo, Ed Saraiva, 2009, Pág. 98
5. (EsPCEx – 2020) Em química orgânica existem várias
Considere o diagrama de fases da água, representado apresentações de fórmulas, como fórmulas mole-
na figura abaixo: culares e percentuais. A fórmula molecular indica o
número de átomos de cada elemento em uma molé-
cula da substância. A fórmula percentual indica a por-
centagem, em massa, de cada elemento que constitui
a substância. Uma maneira de determinação dessa
fórmula é a partir da fórmula molecular, aplicando-se
conceitos de massa atômica e massa molecular.
e) 2-metilbutanal.
água encontra-se na fase sólida.
6. (EsPCEx – 2020) O fósforo branco, de fórmula P4, é
Das afirmativas feitas, estão corretas apenas uma substância bastante tóxica. É utilizado para fins
bélicos como arma química de guerra em granadas
a) I, II e IV. fumígenas.
b) I e II.
c) II e IV. 161
Pode ser obtido a partir do aquecimento do fosfato de 8. (EsPCEx – 2020) “Solução saturada: solução que con-
cálcio, areia e coque em um forno especial, conforme tém a quantidade máxima de soluto em determinada
mostrado na equação balanceada da reação: quantidade de solvente, a determinada temperatura; a
relação entre quantidades máximas de soluto e quan-
2 Ca3(PO4)2 (s) + 6SiO2 (s) + 10C (s) → 6CaSiO3 (s) + 1P4 tidade de solvente é denominada de coeficiente de
(s) + 10CO (g) solubilidade”.
“Solução insaturada: quando a solução contém uma
A respeito da reação de obtenção do fósforo branco, quantidade de soluto inferior ao seu coeficiente de
seus participantes e suas características são feitas as solubilidade, na temperatura em que se encontra a
seguintes afirmativas. solução”.
“Solução supersaturada: quando a solução contém
I. O fósforo branco é classificado como uma substância uma quantidade de soluto dissolvido superior ao seu
iônica polar. coeficiente de solubilidade, na temperatura em que se
II. O fósforo branco (P4 ) é classificado como uma subs- ela se encontra. É instável”.
tância simples.
III. A geometria da molécula do gás monóxido de carbono USBERCO, João e SALVADOR, Edgard, Físico-química, São Paulo, Ed
é angular. Saraiva, 2009, Pág. 18.
IV. A massa de fósforo branco obtida quando se aquece
1860 g de fosfato de cálcio com rendimento de 80% é FONSECA, Martha Reis Marques da, Química Geral, São Paulo, Ed
FTD, 2007, Pág. 18 e 19.
de 297,6 g.
V. A distribuição eletrônica do átomo de cálcio no estado
fundamental é: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5. Considere o gráfico da curva de solubilidade em fun-
ção da temperatura para um sal hipotético A. No gráfi-
Das afirmativas feitas estão corretas apenas co, a linha contínua representa a solubilidade máxima
do soluto (sal A) em 100 g de água na temperatura
a) I, II, III e V. correspondente.
b) II e IV.
c) II, IV e V.
d) III e V.
e) I, III e IV.
a) III, VI e VII.
b) I, II, IV e V.
c) II, IV e VII.
d) I, III, V e VI.
e) III, IV, V, VI e VII.
11. (EsPCEx – 2020) Gases apresentam um fenômeno Desenho ilustrativo - Fora de Escala
chamado de difusão de gases.
Acerca do experimento e os conceitos químicos envol-
“Difusão gasosa é o movimento espontâneo das partí-
vidos são feitas as seguintes afirmativas:
culas de um gás de se espalharem uniformemente em
meio das partículas de um outro gás ou de atravessa- I. Na superfície da barra de grafite ligada como cáto-
rem uma parede porosa. do da eletrólise ocorre a eletrodeposição do zinco
Quando gases diferentes (A e B) estão a uma mesma metálico.
temperatura, para uma quantidade de matéria igual a II. A semirreação de oxidação que ocorre no ânodo da
1 mol de gás A e 1 mol de gás B, tem-se que a massa eletrólise é Zn (s) → Zn2+ (aq) + 2 e-.
do gás A (ma) será igual à massa molar do gás A (Ma), III. Durante o processo a barra de grafite ligada ao polo
e a massa do gás B (mb) será igual à massa molar do positivo da bateria se oxida.
gás B (Mb).” IV. No ânodo da eletrólise ocorre uma reação de oxidação
da hidroxila com formação do gás oxigênio e água.
FONSECA, Martha Reis Marques da, Química Geral, São Paulo, Ed V. A massa de zinco metálico obtida no processo de ele-
QUÍMICA
Considere que, em determinadas condições de tempe- Das afirmativas feitas, estão corretas apenas
ratura e pressão, a velocidade de difusão de 1 mol do
gás hidrogênio (H2) seja de 28 km/min. Nestas mes- a) I e IV.
mas condições a velocidade (em km/h) de 1 mol do b) I, III e IV.
c) I e V.
gás metano (CH4) é de 163
d) II e III. 16. (EsPCEx – 2019) Um analista químico realizou um
e) III, IV e V. experimento em que utilizou 200 mL de uma solução
de concentração 2 mol/L de ácido clorídrico (HCl) para
13. (EsPCEx – 2019) Considerando a distribuição ele- reagir com uma certa massa de bicarbonato de sódio
trônica do átomo de bismuto (83Bi) no seu estado (também denominado de hidrogenocarbonato de
fundamental, conforme o diagrama de Linus Pauling, sódio). Notou que nem todo o ácido reagiu com essa
pode-se afirmar que seu subnível mais energético e o massa de bicarbonato de sódio, restando um excesso
período em que se encontra na tabela periódica são, de ácido. Ao final do experimento, ele obteve um volu-
respectivamente: me de 6,15 L de gás carbônico, medidos a 27 ºC e 1
atm. Esse gás carbônico é oriundo da decomposição
a) 5d5 e 5º período. do ácido carbônico produzido na reação.
b) 5d9 e 6º período.
c) 6s2 e 6º período. Dados: R = 0,082 atm·L·mol-1·K-1
d) 6p5 e 5º período. T (Kelvin) = t (Celsius) + 273
e) 6p3 e 6º período.
Esse analista fez as seguintes afirmativas:
14. (EsPCEx – 2019) O critério utilizado pelos químicos
para classificar as substâncias é baseado no tipo de I. A equação química balanceada que descreve correta-
átomo que as constitui. Assim, uma substância forma- mente a reação citada é: Na2CO3 + 2 HCl → H2CO3 + 2
da por um único tipo de átomo é dita simples e a for- NaCl
mada por mais de um tipo de átomo é dita composta. II. Para a formação de 6,15 L de CO2, foram consumidos
Baseado neste critério, a alternativa que contém ape- 21 g de bicarbonato de sódio.
nas representações de substâncias simples é: III. É uma reação de oxidorredução e o ácido clorídrico é o
agente oxidante.
a) HCl , CaO e MgS. IV. Se todo esse ácido clorídrico fosse consumido numa
b) Cl2 , CO2 e O3. reação completa com bicarbonato de sódio suficiente,
c) O2 , H2 e I2. o volume de gás carbônico produzido seria de 9,84L.
d) CH4 , C6H6 e H2O.
e) NH3 , NaCl e P4. Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmati-
vas corretas, dentre as listadas acima.
15. (EsPCEx – 2019) Devido ao intenso calor liberado, rea-
ções de termita são bastante utilizadas em aplicações a) I, II e III.
militares como granadas incendiárias ou em atividades b) II e III.
civis como solda de trilhos de trem. A reação de termita c) III e IV.
mais comum é a aluminotérmica, que utiliza como rea- d) II e IV.
gentes o alumínio metálico e o óxido de ferro III. e) II, III e IV.
A reação de termita aluminotérmica pode ser repre- 17. (EsPCEx – 2019) Um experimento usado nas aulas
sentada pela equação química não balanceada: práticas de laboratório da EsPCEx para compreen-
são da reatividade química é pautado na reação entre
Al (s) + Fe2O3 (s) → Fe (s) + Al2O3 (s) + Calor magnésio metálico (Mg0) e ácidoclorídrico (HCl).
Experimentalmente consiste em mergulhar uma fita
Dados: valores arredondados de entalpias padrão de de magnésio metálico numa solução de concentração
formação das espécies ΔHº, Al2O3 = −1676kJ/mol; 0,1 mol/L de ácido clorídrico.
ΔHº, Fe2O3 = −826kJ/mol l2O3 e 2O3
Acerca do processo acima descrito e consideran-
Acerca desse processo, são feitas as seguintes do-se ocorrência de reação, são feitas as seguintes
afirmativas: afirmativas:
I. Após correto balanceamento, o coeficiente do reagen- I. A ocorrência da reação é evidenciada pela formação
te alumínio na equação química é 2. de bolhas do gás oxigênio.
II. Essa é uma reação de oxidorredução e o agente oxi- II. Um dos produtos formados na reação é o óxido de
dante é o óxido de ferro III. magnésio.
III. Na condição padrão, o ΔH da reação é - 503 kJ para III. O coeficiente estequiométrico do ácido clorídrico,
cada mol de óxido de alumínio produzido. após a escrita da equação da reação corretamente
IV. Na condição padrão, para a obtenção de 56 g de ferro balanceada, é 2.
metálico, o calor liberado na reação é de 355 kJ. IV. O agente oxidante dessa reação de oxidorredução é o
ácido clorídrico.
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmati- V. Considerando a solução inicial do ácido clorídrico de
vas corretas, dentre as listadas acima. concentração 0,1 mol/L como 100 % ionizado (ácido
forte), o pH dessa solução é 2.
a) I, II e IV.
b) II, III e IV. Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmati-
c) I e II. vas corretas, dentre as listadas acima.
d) I e III.
e) III e IV. a) I, II e III.
b) III e IV.
164 c) III, IV e V.
d) I, II e V. Não foram poucos os problemas enfrentados pelos
e) II e V. astronautas nessa missão. Um específico referiu-se
ao acúmulo de gás carbônico (dióxido de carbono -
18. (EsPCEx – 2019) O fósforo branco, substância quími- CO2) exalado pelos astronautas no interior do módulo
ca cuja estrutura é representada pela fórmula P4 , é lunar. No fato, os astronautas tiveram que improvisar
utilizado em algumas munições fumígenas (munições um filtro com formato diferente do usado comumente
que produzem fumaça). Ele pode ser obtido a partir da no módulo. Veículos espaciais são dotados de filtros
fosforita (Ca3(PO4)2), um mineral de fosfato de cálcio, que possuem hidróxidos que reagem e neutralizam o
por meio da reação com sílica (dióxido de silício - SiO2) gás carbônico exalado pelos tripulantes. Para neutra-
e carvão coque (C) num forno especial a 1300 ºC. lização do gás carbônico, o hidróxido mais utilizado
em veículos espaciais é o hidróxido de lítio. Em sua
A equação não balanceada da reação é: reação com o dióxido de carbono, o hidróxido de lítio
forma carbonato de lítio sólido e água líquida.
Ca3(PO4)2 (s) + SiO2 (s) + C (s) → CaSiO3 (s) + CO (g) + P4 (s)
Considerando o volume de 246 L de gás carbônico pro-
Acerca deste processo, são feitas as seguintes duzido pelos astronautas (a 27 ºC e 1 atm), a massa
afirmativas: de hidróxido de lítio necessária para reagir totalmente
comesse gás é de
I. Após o balanceamento da equação por oxidorredução,
a soma dos coeficientes estequiométricos é igual a 35. Dados: R = 0,082 atm·L·mol-1·K-1
II. O dióxido de silício é uma molécula que apresenta T (Kelvin) = t (Celsius) + 273
estrutura de geometria molecular angular.
III. O agente redutor do processo é o dióxido de silício. a) 54 g.
IV. Neste processo ocorre a oxidação do carbono. b) 85 g.
c) 121 g.
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmati- d) 346 g.
vas corretas, dentre as listadas acima. e) 480 g.
a) I, II e III. 9 GABARITO
b) I, III e IV.
c) II e IV.
d) III e IV. 1 D
e) I e IV.
2 D
19. (EsPCEx – 2019) Um aluno, durante uma aula de quí- 3 C
mica orgânica, apresentou um relatório em que indi-
cava e associava alguns compostos orgânicos com o 4 D
tipo de isomeria plana correspondente que eles apre-
5 B
sentam. Ele fez as seguintes afirmativas acerca des-
ses compostos e da isomeria correspondente: 6 B
166
Pontos Cardeais
GEOGRAFIA
permitindo a padronização.
A localização Norte geográfica é orientada pela
estrela Polar, sua referência inicial. Essa localização
pode também ser chamada de Setentrional ou Boreal.
I - GEOGRAFIA GERAL O Sul geográfico é a antípoda do Norte, ou seja, o
ponto exatamente contrário; sua referência é o Cru-
zeiro do Sul. Pode também ser chamado de Meridio-
nal ou Austral.
O paralelo Linha do Equador, referência central,
LOCALIZANDO-SE NO ESPAÇO faz a separação entre os hemisférios Norte e Sul.
O ponto Leste, também conhecido como Oriente,
ORIENTAÇÃO E LOCALIZAÇÃO está localizado à direita em relação ao Norte e o Sul.
Sua referência astronômica é o nascer do Sol.
Coordenadas Geográficas, Fusos Horários e À esquerda do Norte e do Sul, tem-se o ponto Oes-
Cartografia te, também chamado de Ocidente; seu ponto de refe-
rência é o pôr do Sol.
z Cartografia Esses quatro direcionamentos compõem os pontos
Cardeais, primeira face da rosa dos ventos, repre-
A Cartografia é uma técnica de produção sistemá-
sentados pelas siglas N (Norte), S (Sul), L (Leste) e O
tica de mapas originária da região da Mesopotâmia. A
(Oeste).
primeira representação cartográfica data aproxima-
Quanto mais distante for o ponto de chegada em
damente do século 23 a.C.; e sua origem está ligada à
relação ao ponto de partida, maior será o intervalo entre
necessidade de apresentar a outras pessoas um espa-
ço desconhecido. Por ser a região da Mesopotâmia, a os pontos cardeais, pois o ângulo entre eles é de 90º.
localidade onde surgiram os primeiros grupos sociais Reduzindo esse grau de distanciamento, temos os
organizados em sociedades, a criação da Cartografia pontos Colaterais, que são representados pelos sím-
nesse local foi uma questão de necessidade. bolos NE (Nordeste), NO (Noroeste), SO (Sudoeste) e
O aprimoramento das técnicas de produção ocor- SE (Sudeste). Esses pontos de orientação reduzem o
reu junto à intensificação do uso. Um mapa, além de intervalo em 45º.
representar um espaço, pode conter diversas infor- Por último, existem os pontos Subcolaterais,
mações; por esse motivo, é necessário ler corretamen- criando um intervalo ainda menor, de 22,5º. Sua
te suas informações. denominação é a combinação do ponto cardeal mais
O título (quando houver) é o ponto de partida. Em próximo junto ao colateral mais próximo, represen-
seguida, deve-se ler a legenda, que se trata de um pe- tados pelos símbolos SSO (Sul Sudoeste), OSO (Oeste
queno quadro normalmente disposto nas extremida- Sudoeste), SSE (Sul Sudeste), ESE (Leste Sudeste), ENE
des inferior ou superior do mapa, contendo as infor- (Leste Nordeste), NNE (Norte Nordeste), NNO (Norte
mações que o mapa transmite; para isso, podem ser uti- Noroeste) e ONO (Oeste Noroeste).
lizados símbolos, cores, ou a combinação de ambos. Observe a rosa dos ventos a seguir.
Um mapa deve ser uma reprodução proporcio-
nal fiel ao tamanho do espaço representado; para ser
possível realizar a conversão das distâncias no mapa NNO
para o distanciamento verdadeiro no espaço físico, há
NNE
NO NE
a necessidade do uso da escala cartográfica, represen-
tando o tamanho da redução do espaço originário em
relação ao mapa. Ele, necessariamente, deve conter ONO ENE
um ponto de orientação – preferencialmente, uma
rosa dos ventos com pontos cardeais ou minimamen-
te o Norte geográfico. Este último não possui relação O E
com a parte superior do mapa, pois os pontos cardeais
representam direções no plano superficial do planeta,
ou seja, representam direcionamentos na horizontal; OSO ESE
logo, o posicionamento norte pode ser representado
nas porções superior, inferior, laterais e diagonais.
Vale lembrar que a Cartografia não é apenas uma SO SE
representação de espaço com uso exclusivo da Geo-
SSO SSE
grafia; seu uso também é presente em disciplinas
como História e Sociologia. Órgãos governamentais
Disponível em: <https://infoenem.com.br/estudando-os-pontos-
também a utilizam para o desenvolvimento de polí-
GEOGRAFIA
Longitude Longitude
Oeste 0º Leste
z Projeção Cartográfica
Projeção Afilática
Projeção Equidistante
Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/projecao-
peters.htm> Acesso em 12 fev. 2021.
Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/projecao-
170 robinson.htm> Acesso em 12 fev. 2021.
Observe o exemplo:
Rússia
Alemanha
China
Estados Turquia Irã
Unidos
Paquistão Japão
Anamorfose - mundo população
total - 2017 México
Egito
(mil habitantes) Bangladesh
Índia
Vietnã
Nigéria Filipinas
Etiópia
até 25 000,0
25 000,1 - 75 000,0 Brasil
Indonésia
75 000,1 - 150 000,0
Essa representação traça a população absoluta dos países. Repare como o Canadá e a Austrália ficam reduzi-
dos, embora sejam o segundo e sextos maiores países do mundo em extensão territorial (respectivamente). Nessa
Anamorfose, ficam reduzidos por conta da pequena população que possuem.
A Anamorfose a seguir representa os maiores produtores de petróleo, conforme descrito na legenda.
Canadá Nóruega
Rússia
casaquistão
Reino
Unido Iraque Irã
Estados Unidos
Kuwait
China
Argélia Catar
México Emirados
Arábia Saudita Árabes
Anamorfose - mundo produção Unidos
de petróleo Venezuela Nigéria
(mil barris/dia)
omã
5 000,1 - 12 354,0
A seguir, tem-se uma tabela e uma anamorfose da densidade demográfica do Brasil, comparada a um mapa
tradicional, lembrando que uma anamorfose é um tipo de mapa que sofre distorções/alterações de acordo com o
objeto de estudo em questão.
GEOGRAFIA
171
POPULAÇÃO TOTAL
UF ÁREA (KM2) 2017
(MIL HABILIDADES)
São Paulo 248.219,6 45.103,1
Minas Gerais 586.520,7 21.110,4
Rio de Janeiro 43.781,6 16.723,1
Bahia 564.732,5 15.324,6
Paraná 199.307,9 11.311,0
Rio Grande do Sul 281.737,9 11.310,1
Pernambuco 98.076,0 9.415,1
Ceará 148.887,6 9.021,5
Pará 1.247.955,2 8.328,3
Santa Catarina 95.738,0 6.988,5
Maranhão 331.936,9 6.964,7
Goiás 340.106,5 6.779,0
Espírito Santo 46.086,9 4.012,3
Paraíba 56.468,4 4.002,8
Amazonas 1.559.146,9 3.918,2
Rio Grande do Norte 52.811,1 3.507,6
Alagoas 27.848,1 3.369,2
Mato Grosso 903.202,4 3.297,2
Piauí 251.611,9 3.220,0
Distrito Federal 5.780,0 3.036,0
Mato Grosso do Sul 357.145,5 2.648,0
Sergipe 21.918,4 2.288,2
Rondônia 237.765,3 1.796,8
Tocantins 277.720,4 1.537,9
Acre 164.123,7 816,6
Amapá 142.828,5 791,8
Roraima 224.300,8 466,0
Roraima Amapá
Amazonas
Pará Maranhão Rio Grande
Ceará
do norte
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Tocantins Alagoas
Rondônia
Sergipe
Mato Grosso Bahia
Distrito
Federal
Goiás
Minas
Gerais
Mato Grosso Espírito
do sul Santo
São Paulo Rio de
População total - 2017
Janeiro
(mil habitantes) Paraná
466,0 - 1 000,0
1 000,1 - 5 000,0
Santa
5 000,1 - 10 000,0 Catarina
10 000,1 - 22 000,0 Rio Grande
45 103,1 do Sul
172 Figura 11: População total (número de habitantes), por Estado, em 2017
AP
CE RN
PA MA
AM
PI PS
RO TO PE
MT
GO DF BA AL
SE
MS MG
ES
SP
RJ
PR
Anamorfose - Brasil população total -
2017 (mil habitantes)
466,0 - 1 000,0
1 000,1 - 5 000,0 SC
5 000,1 - 10 000,0 RS
10 000,1 - 22 000,0
45 103,1
z Legendas
Na Cartografia, uma das principais maneiras de transmitir informações por mapas e cartas gráficas é a utiliza-
ção de legendas, que são itens obrigatórios. Elas podem ser utilizadas por meio de símbolos ou cores.
As legendas são importantes por permitirem incluir nos mapas diversas informações sem a necessida-
de da escrita, que tornaria o mapa confuso e repleto de palavras, o que provavelmente dificultaria sua
interpretação. Quando são adequadamente utilizadas, as legendas fornecem dados acerca de acontecimentos ou
elementos existentes no Espaço Geográfico.
A simbologia a ser utilizada é escolhida com base nos critérios relacionados às necessidades de cada mapa.
Alguns exemplos são: divisão de áreas, indicação de atividades comerciais/industriais ou mesmo indicação de
aspectos sociais.
São três tipos principais de signos cartográficos: lineares, zonais e pontuais.
Normalmente, são utilizados para representar elementos naturais ou construções humanas, como rios, estra-
das, ferrovias, ruas. Além de representarem os itens informados na legenda, podem transmitir informações quan-
titativas ao modificar sua espessura para isso.
173
Símbolos Zonais Figura 2
Pontos Linhas Áreas
z Escala Cartográfica
Exemplo 2
0 3 6 9 Km
OU
0 3 6 9
Quilômetros
Disponível em: <http://liramirian10.blogspot.com/2020/04/escala.
html> Acesso em 13 fev. 2021.
174
Esse tipo de escala faz a proporção de um centí-
ESCALA 1:5 000
metro do mapa em relação ao espaço da realidade. É 0 5 10 15 20 25 300 m
importante atentar-se à unidade de medida represen-
tada, se é uma proporção relativa a quilômetros ou
metros.
ESCALA 1:200 000
Na primeira imagem, é representada uma pro- 0 16 Km
2 4 6 8 10 12 14
porção de um centímetro, equivalente a vinte e cinco
quilômetros da realidade. Na segunda, a escala repre-
senta uma proporção de um centímetro, relativo a
ESCALA 1:5 000 000
três quilômetros no espaço real.
0 50 100 150 200 250 300 350 400 Km
Escala Numérica
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/escala-
cartografica/> Acesso em 13 fev. 2021.
Numerador
(área do mapa) Esse último exemplo conta com a escala numé-
rica combinado à escala gráfica. Podemos observar
1 : 50000 a conversão da escala numérica para o espaço real:
na primeira demonstração, um centímetro da escala
equivale cinco mil centímetros do espaço real. Con-
Denominador vertendo para metros, tem-se a distância de cinquenta
(área real) metros do espaço real.
Na segunda demonstração, a escala numérica apre-
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/escala-
senta um centímetro correspondente a duzentos mil
cartografica/> Acesso em 13 fev. 2021.
centímetros; ao converter, resulta-se uma distância de
dois quilômetros do espaço real. Por fim, a proporção
Importante! representada é de um centímetro da escala para cinco
milhões de centímetros, correspondentes a cinquenta
Quando não houver indicação da unidade de quilômetros do espaço real.
medida na escala, deve-se sempre considerar o
centímetro como a unidade representada. Outras Produções de Cartografia
z Intemperismo físico: também chamado de “in- z Rochas Magmáticas ou Ígneas: formadas a partir
temperismo mecânico”, ocorre com processos fí- dos processos de solidificação e resfriamento do
sicos, com a fragmentação das rochas, formando, magma, são resultantes dos processos de erupções
assim, vários tipos de sedimentos (partículas de ro- vulcânicas. Podem ser classificadas como mag-
chas). É influenciado, principalmente, pela varia- máticas intrusivas – nas quais o processo de res-
ção de temperatura e pressão. Com isso, o processo friamento e solidificação ocorre dentro da crosta
de expansão e dilatação das rochas favorece sua terrestre – e rochas magmáticas extrusivas – nas
fragmentação; quais o processo de resfriamento e solidificação da
z Intemperismo químico: ocorre por meio de rea- substância magmática ocorre na superfície ou em
ções químicas que surgem através da ação dos áreas próximas;
ventos, água e temperatura, além de ações e rea- z Rochas Sedimentares: originam-se a partir do
ções que provocam mudanças e transformações
processo acumulativo de sedimentos, chamados
dos minerais, alterando, assim, a composição quí-
de partículas de rochas. Um tipo de rocha pree-
mica das rochas;
xistente sofre com as ações do intemperismo que
z Intemperismo biológico: por meio de processos
biológicos, esse tipo de intemperismo é causado, transformam o relevo, ocorrendo, assim, um des-
principalmente, pela decomposição de matéria gaste e essa rocha é dividida em inúmeras partí-
orgânica e de seres vivos, favorecendo a transfor- culas (processo conhecido como meteorização).
mação de rochas e enriquecimento do solo. Logo após esse processo ocorrer, o material (pó,
argila etc.) é transportado pela água e pelos ventos
Tipos de Rochas e Solos para outras áreas, em que, devido à acumulação
e à pressão, ocorre o processo de litificação, que é
O solo é a camada superficial da crosta terrestre. a união dessas partículas e fragmentos acumula-
É um complexo composto de materiais minerais e dos. Em seguida, ocorre o processo de solidificação
orgânicos. A formação e a composição dos solos são (diagênese), formando novos tipos de rochas;
resultantes da ação de vários elementos, como água, z Rochas Metamórficas: originam-se a partir de ou-
clima, organismos vivos, tipos de rochas etc. Devido tros tipos de rochas preexistentes (que são cha-
à ação conjunta desses fatores, vários tipos de solo se madas de rochas-mãe) sem que essas se decompo-
originam. O processo de decomposição das rochas, nham durante o processo, o qual é chamado de me-
por ação de agentes físicos, químicos ou biológicos, tamorfismo. Quando ocorre o transporte da rocha
dão origem a componentes minerais. A incorpora- chamada de original para outro ponto da litosfera,
ção e decomposição de matéria orgânica e vegetais fase em que as condições de temperatura e pressão
(húmus), contribuem para dar mais fertilidade ao são diferentes do seu local de origem, ocorre o pro-
solo. cesso de alteração das propriedades mineralógicas,
De acordo com a cor e com a textura, os solos po- formando-se, assim, as rochas metamórficas.
dem ser classificados e agrupados da seguinte maneira:
Formas de Relevo e Recursos Minerais
z De acordo com a cor:
O relevo terrestre apresenta diferentes formatos,
Solos avermelhados e amarelos: possuem gran- resultado da ação de agentes endógenos e exógenos,
des quantidades de óxido de ferro; conforme vimos anteriormente. Dentre as principais
Solos escuros: possuem grandes quantidades formas de relevo presentes na Terra, de acordo com a
de matéria orgânica; sua morfoestrutura, podemos destacar:
Solos claros: considerados fracos, com pouca
ou nenhuma presença de materiais orgânicos.
z Planaltos: são superfícies aplainadas em que os
processos erosivos são mais frequentes e mais in-
z De acordo com a textura:
tensos que os processos de sedimentação. Os sedi-
mentos deles, extraídos pelos agentes modificado-
Solo arenoso: é um tipo de solo que acumula
res do relevo, são transportados para as áreas mais
pouca água, não provocando a retenção; esse
baixas, onde são depositados.
tipo de solo possui poros de tamanho grandes,
os quais facilitam o processo de escoamento de
água; Nos planaltos, situam-se as serras, as quais apre-
Solo argiloso: tipo de solo capaz de acumular sentam superfícies bastante irregulares e com gran-
e reter uma quantidade maior de água e de des desníveis e as chapadas, as quais se elevam sobre
nutrientes, como, por exemplo, cálcio, potássio os planaltos, apresentando seus topos aplainados;
e ferro;
Solo orgânico: tipo de solo composto por uma z Planícies: São superfícies muito planas em que os
grande quantidade de matéria orgânica que processos de sedimentação – ou deposição de se-
está em processo de decomposição; esse tipo dimentos – são predominantes. Argila e grãos de
de solo também possui grandes quantidades de areia, além de outros sedimentos, são transporta-
areia e argila. dos dos morros e dos planaltos e depositados nas
áreas de planícies, contribuindo, assim, para o seu
Tipos de Rochas contínuo processo de formação. É importante des-
tacar, aqui, que, mesmo em altitudes superiores
Rocha é um conjunto de minerais presentes na a 200 metros, é possível identificar formações de
superfície terrestre formado por diferentes processos, planícies. No geral, as planícies estão acompanha-
como, por exemplo, tectonismo, intemperismo, ero- das do curso dos rios (fluviais), formando vales
178 são, dentre outros fatores. que se alargam a partir das margens dos rios;
z Cadeias de Montanhas: formadas por movimen- z Mares Interiores ou Continentais: quase não
tos tectônicos, como o encontro de placas, as mais possuem conexão com os oceanos (feita por meio
extensas cordilheiras ou cadeias de montanhas de estreitos). Exemplo: o Mar Mediterrâneo.
são, do ponto de vista geológico, jovens (possuin-
do entre 250 e 350 milhões de anos), datando, em De acordo com a “Organização Hidrográfica Inter-
sua maior parte, do início da Era Cenozóica. Maci- nacional”, existem cerca de 60 (sessenta) mares no
ços, ou cadeias montanhosas, foram formados em mundo (incluindo os golfos e baías), dentre os quais
tempos geológicos mais antigos e, por isso, foram podemos destacar:
intensamente desgastados por diversos agentes
de erosão, restando, por vezes, poucos vestígios z Mar Vermelho: situado entre a África e a Ásia,
de sua existência. Entre as principais cadeias de o Mar Vermelho é considerado como um golfo
montanhas, destacam-se a Cordilheira dos Andes (extensa baía) que apresenta grande biodiversida-
e as Montanhas Rochosas na América; o Cáucaso, de, totalizando uma área de 450 mil km²;
os Alpes e os Pirineus na Europa; a Cordilheira do z Mar Báltico: localizado no nordeste europeu, o
Atlas, na África; o Himalaia na Ásia e os Alpes neo- Mar Báltico possui área de 420 mil Km²;
zelandeses, na Oceania. z Mar Cáspio: considerado como o maior lago sal-
gado do mundo, com área de 371 mil km², o Mar
De acordo com as formações geológicas e a presen- Cáspio está no sudeste da Europa;
ça de recursos minerais, destacam-se: z Mar Morto: localizado no Oriente Médio, o Mar
Morto apresenta área de 650 km² e recebeu esse
z Os maciços antigos ou núcleos cratônicos: são nome por possuir elevada quantidade de sal, o que
áreas constituídas pelos escudos cristalinos, as impossibilita a existência de espécies;
estruturas mais antigas do planeta. Podem conter z Mar Negro: localizado entre a Europa, a Anatólia e
minerais metálicos, como ferro, níquel, manganês o Cáucaso, o Mar Negro possui área de 436 mil km²
etc.; e recebeu esse nome devido à grande quantidade
z As bacias sedimentares: são áreas que recebem de sais minerais em suas águas, responsáveis pela
os sedimentos das formações que a cercam (ou mudança em sua coloração;
cercavam no passado geológico). São constituí- z Mar Mediterrâneo: O maior mar interior conti-
das, principalmente, por rochas sedimentares, nental do mundo, o Mar Mediterrâneo está locali-
que podem conter petróleo, xisto betuminoso, gás zado em área de encontro entre três continentes: a
natural e carvão mineral, dentre outros recursos África, a Europa e a Ásia e possui área total de 2, 5
minerais; milhões de km²;
z Os dobramentos modernos: são áreas geologi- z Mar das Antilhas: Conhecido como o “Mar do
camente recentes que registram atividades tec- Caribe” ou “Mar da Caraíbas”, o Mar das Antilhas
tônicas, formadoras das grandes cordilheiras da está localizado entre a América Central e a Améri-
Terra. Podem apresentar minerais metálicos e não ca do Sul e possui área de 2,7 milhões de km²;
metálicos. z Mar de Aral: localizado na Ásia Central, o Mar de
Aral (em português, “Mar de Ilhas”) possui área de
AS SUPERFÍCIES LÍQUIDAS 68 mil km² e apresenta mais de 1500 ilhas;
z Mar de Bering: Com área de 2 milhões de Km², o
Oceanos e Mares: Hidrografia Mar de Bering está localizado entre o Alasca e a
Sibéria. Recebeu esse nome como forma de home-
Os Mares e Oceanos do mundo correspondem às nagear o navegador e explorador dinamarquês
porções ou massas líquidas do planeta Terra que ba- Vitus Jonassen Bering (1680-1741), que usou a
nham os continentes, assim como os rios, lagos e la- região para uma de suas rotas;
goas. São formados por grandes porções de água sal-
gada e são responsáveis por cobrir cerca de 71% da Em relação aos oceanos, no planeta Terra, existem
superfície terrestre. três, que são:
A ciência que estuda os mares e os oceanos é a
Oceanografia. Esses corpos de água são extremamen- z Oceano Pacífico: o maior oceano e o mais profun-
te importantes para garantir o equilíbrio climático do do do planeta, ele está localizado entre a Ásia, a
planeta, bem como a manutenção da biodiversidade. América e a Oceania, possuindo área total de 180
A maior diferença entre eles está na extensão que cada milhões de km² e profundidade de 10.000m aproxi-
um possui, visto que os mares são menores que os madamente, já que os fluxos comerciais aumenta-
oceanos, constituindo, assim, parte deles. Outra carac- ram bastante por conta do crescimento e expansão
terística que os diferencia é o fato de os mares serem da China;
fechados. Os oceanos, em contrapartida, são abertos, z Oceano Atlântico: com área total de 106 milhões
além de apresentarem maiores profundidades. de km² e profundidade máxima de 7.750m, o
De acordo com a localização e as características Atlântico está situado entre as Américas, a Europa
geográficas dos mares, eles podem ser classificados e a África e está entre as mais importantes rotas
GEOGRAFIA
z Erosão eólica: É a erosão causada pelo vento, mas A Primeira, Segunda e Terceira Revoluções Industriais
com a ajuda de partículas de rocha e partículas de
areia, o desgaste da rocha é a causa do desgaste A Primeira Revolução Industrial ocorreu na Ingla-
da rocha e desempenha um papel de jato de areia, terra, por volta de 1760 indo até aproximadamente
que é muito comum em áreas mais secas. Esta ero-
1850, quando ocorreu a Segunda Revolução Indus-
são finalmente proporciona belas paisagens.
trial. Os ingleses foram os pioneiros da Revolução In-
Assoreamento dustrial por conta de fatores como:
GEOGRAFIA
solo cultivável ano após ano, por conta da erosão. A for- importância no processo de desenvolvimento econô-
mação de novos solos (resultado do intemperismo das mico dos países e no crescimento das empresas, pois
rochas) é um processo lento, o que agrava o problema. são eles que dinamizam o escoamento e a circulação
de pessoas, mercadorias e objetos todos os dias.
z Combate à Erosão
O setor de transportes desenvolveu-se ao longo dos
Com o objetivo de anular, ou pelo menos minimi- séculos, de acordo com as demandas em questão. Des-
zar, os problemas causados pela erosão em áreas agrí- de a criação da máquina a vapor durante a Primeira
colas, foram desenvolvidas algumas técnicas: Revolução Industrial, o setor de transportes vem pas-
sando por profundas transformações. 191
As novas tecnologias implantadas no setor podem commodities passam por alterações de valor à medida
definir se o país ou região terá maior ou menor par- em que são transformadas e passam pelo processo de
cela de participação na dinâmica econômica e política industrialização.
do mundo. Para realizar o controle e a fiscalização nas rela-
Em países com dimensão continental, como é o ções comerciais entre as grandes nações e entre as
caso do Brasil, o modelo ideal seria o transporte fer- grandes empresas transnacionais, foram criados
roviário, devido ao seu custo de manutenção, e por órgãos supranacionais. No final da Segunda Guerra
conta do baixo nível de agressão ao meio ambiente. Mundial e início da Guerra Fria, criou-se o GATT (sigla
As trocas e os fluxos comerciais intercontinentais em inglês para Acordo Geral de Tarifas e Comércio).
ocorrem basicamente pelo transporte marítimo (para Seu principal objetivo era impedir que o protecionis-
cargas pesadas); para cargas leves e valiosas, além do mo econômico fosse colocado em prática e que hou-
transporte de passageiros entre longas distâncias, o vesse prejuízo para alguns países na ocorrência das
ideal é o transporte aeroviário. Para o transporte de relações comerciais.
cargas entre distâncias curtas, o mais indicado é o O GATT foi substituído em 1995 pela Organização
transporte rodoviário. Mundial do Comércio (OMC), com o mesmo papel da
Porém, a dinâmica do mundo globalizado traz organização anterior, porém com maior trabalho, pois
maior fluidez em seus sistemas de transporte, espe- os fluxos do mundo globalizado e o processo de mun-
dialização da produção industrial, juntamente com o
cialmente caso ocorra a implantação de eixos multi-
desenvolvimento do setor de transportes, deram nova
modais, com junção e ligação entre vários meios de
dinâmica às relações comerciais.
transporte em um determinado ponto.
Hoje, países da Ásia, como a China, passaram a
Os Fluxos de Informação ter uma parcela de contribuição no fluxo comercial
mundial; os chineses já possuem parceiros comerciais
São fatores determinantes de busca, seleção, tra- espalhados em todo o mundo, o que os coloca em con-
tamento, armazenamento, disseminação e uso do dição de vantagem perante outros países. Por conta
conjunto de informações necessárias para a ocor- do volume de negociações realizadas pelos chineses, a
rência dos processos organizacionais; resultam em OMC falha no seu principal objetivo: fiscalizar e regu-
conhecimento com valor agregado às necessidades e lar o comercio mundial.
demandas de diferentes processos e relações no mun- Através da formação dos blocos econômicos, a
do atual. dinâmica econômica regional em diversas partes do
globo ganhou bastante impulso e o multilateralismo
O Meio Técnico-Científico-Informacional comercial perdeu um pouco de força com a formação
e consolidação de vários blocos econômicos, tema que
O meio técnico-científico-informacional é repre- será abordado a seguir.
sentado pela atual fase na qual se encontra o sistema
capitalista de produção – o capitalismo financeiro glo- Blocos Econômicos
balizado, que provocou uma intensa transformação
do espaço geográfico. Esse processo tem relação dire- No mundo globalizado, os blocos econômicos con-
ta com a Terceira Revolução Industrial, que passou a solidaram-se como organismos supranacionais que
ser chamada de Revolução Científica Informacional; seriam responsáveis por conduzir as relações econô-
suas consequências ficaram mais visíveis a partir dos micas e comerciais na Nova Ordem Mundial.
anos 1970. Porém, o processo de surgimento de vários blocos
Esse processo permitiu a união entre técnica e econômicos deu-se pouco após o término da Segunda
ciência, conduzida pelo funcionamento do mercado Guerra Mundial; nos anos 1990, os blocos multiplica-
que, através dos avanços tecnológicos, realiza sua ram-se pelo mundo.
expansão consolidando o processo de globalização. Podemos conceituar bloco econômico como uma
Como exemplo dessa situação, em que as técnicas e forma de união entre países de uma mesma região
as ciências estão se integrando e interagindo, propi- ou não, visando fomentar o crescimento de suas eco-
ciando a expansão do capital, tem-se o processo de nomias e estabelecer políticas de integração a fim de
mundialização da tecnologia, que permite que sejam formar um mercado regional comum, estabelecendo
levadas possibilidades de acesso à internet a espaços facilidades tarifárias entre seus membros.
totalmente opacos no mundo globalizado. As associações de blocos econômicos podem pos-
suir várias estruturas organizacionais. Um exemplo é
a União Aduaneira, na qual ocorre a redução parcial
Comércio Mundial
ou total dos impostos nas relações comerciais entre
os membros do bloco. Também existem as zonas de
A dinâmica comercial cresceu de forma acelerada livre comércio, quando ocorre entre os países mem-
na segunda metade do século XX, pós Segunda Guerra bros o comércio com a eliminação total de tarifas
Mundial, com maior produtividade e facilidade para o entre os seus membros.
escoamento da produção através do desenvolvimento Outra forma de organização de bloco econômico
do setor de transportes. é o Mercado Comum, no qual os países membros
Houve uma maior produtividade do setor indus- usufruem de políticas igualitárias acerca da livre cir-
trial, o que consequentemente favoreceu o surgimen- culação de pessoas, capitais e mercadorias, e tarifas
to de uma nova Divisão Internacional do Trabalho externas diferenciadas para membros do bloco.
(DIT). Foi possível visualizar o crescimento de alguns A Zona de Preferência Tarifária é uma modali-
países que, até o fim da Velha Ordem Mundial (1945- dade de bloco econômico na qual as tarifas alfande-
1991), ocupavam o posto de países periféricos no gárias entre os países membros são fixadas de acordo
cenário capitalista mundial. com estratégias específicas. Por último, existe também
O aumento dos fluxos de mercadorias ainda é uma a União Econômica e Monetária ou União Política e
constante, porém é importante destacar o aumen- Monetária, na qual os países membros adotam uma
to também da circulação das commodities, bens pri- moeda única, ocorrendo também a implantação de
mários que possuem valor agregado menor que os um organismo supranacional para as questões políti-
192 produtos industrializados; entretanto, estas mesmas cas de forma permanente.
As etapas de integração econômica dizem res- Posteriormente, ocorreu a entrada da Venezuela;
peito à estruturação em que os bloco econômicos se outros países estão na condição de membros associa-
encontram e são adotadas como critérios para clas- dos (são países que tem vantagens comerciais, mas
sificação. A seguir, listaremos os exemplos do menor não as mesmas vantagens que os membros signatá-
nível de integração para o maior nível de integração rios, estabelecidas com a assinatura de acordos para
econômica. estimular suas economias e trocas comerciais) como
Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname.
z Mercado Comum: A liberdade de circulação não Existem também os membros observadores (paí-
se restringe apenas a produtos, mas se estende a ses que podem acompanhar as reuniões do bloco, o
outros agentes do mercado, como serviços, capi- andamento das negociações, mas não têm direito de
tal e pessoas. O estabelecimento de um Mercado voto): México e Nova Zelândia. Em 1994, o bloco pas-
Comum visa diminuir (sucessivamente, por meio sou por uma reestruturação e deixou de ser um mer-
de políticas) as barreiras físicas, técnicas e fiscais cado comum, passando a ser uma União Aduaneira,
entre seus países-membros, possibilitando o forta- com o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum
lecimento regional e integral entre eles. (TEC) que determina os valores das tarifas cobradas
nas importações e exportações dos países intrabloco
Um exemplo de mercado comum é a União Europeia. e extrabloco.
Em 2018, as negociações entre os países fundado-
z União Aduaneira: Na União Aduaneira, são fixa- res totalizaram US$ 44 bi, valor equivalente a quase
das as mesmas taxas de importação e exportação dez vezes as trocas comerciais realizadas em 1991,
para qualquer país do grupo. Isso significa que um ano em que o bloco foi oficializado.
país externo compra e vende produtos para os paí-
ses de uma União Aduaneira como se eles fossem z União Europeia: Foi efetivada em 1992, por meio
(ao menos para fins comerciais) um mesmo país. da assinatura do Tratado de Maastricht, e é forma-
da por vinte e sete países europeus. É o maior blo-
Um exemplo de bloco econômico de união adua- co do mundo em número de membros, volume de
neira é o Mercosul. vendas e PIB.
z Área de Livre Comércio: As Áreas de Livre Co- Seu processo de formação teve início ainda nos
mércio avançam nas medidas de protecionismo anos 1940, logo após o término da Segunda Guerra
comercial dos países-membros, criando isenções Mundial, quando se formou o Benelux, formado ape-
tarifárias para produtos estratégicos. Assim, esses nas por Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Assim, o
bens passam a ser comercializados como produtos bloco passou por várias etapas de integração e assina-
nacionais, não como bens importados. turas de acordos até chegar no estágio atual.
A União Europeia passou por uma grave crise no
Nesse tipo de acordo, os produtos são isentos de ano de 2010, provocada por um descontrole nas con-
taxas para circulação dentro do bloco, mas os paí- tas públicas de alguns de seus membros, com desta-
ses-membros ainda têm autonomia para criar taxas que para a situação caótica dos gregos.
externas diferenciadas para países que estão fora do Recentemente, passou pela turbulenta saída de
bloco, viabilizando a integração regional entre eles, um de seus principais membros, a Grã-Bretanha. O
sem influenciar suas políticas alfandegárias externas. Brexit (nome dado ao processo de saída da Grã-Bre-
Um dos exemplos de bloco econômico de Área tanha) teve início em 2016 e só se finalizou em 2020,
de Livre Comércio é o United States-Mexico-Canada ficando, porém, com decisões e impasses a serem ain-
Agreement (USMCA), firmado em 2018 para dar conti- da resolvidos.
nuidade à manutenção do NAFTA.
z USMCA: Esse novo acordo entre os três países da
z União Política, Econômica e Monetária: Conser- América do Norte foi criado em 2018 em substi-
va as características dos demais blocos econômicos, tuição ao Acordo de Livre Comércio da América
indo além em sua integração, cujas características do Norte (na sigla em inglês, NAFTA). A proposta
incluem a adoção de uma moeda comum para feita pelos Estados Unidos (principal economia do
todos os países-membros e a organização suprana- bloco) demorou a ser aceita pelos outros membros
(Canadá e México).
cional permanente, com representantes de todos
os países membros.
Esse bloco caracteriza-se como área de livre
comércio, com destaque para a produção automobi-
Assim, além da livre circulação de produtos, do
lística, eletrônicos e algumas atividades do setor pri-
estabelecimento de um mercado comum e da livre mário, como o mercado lácteo do Canadá.
circulação de pessoas, a União Econômica, Política e
Monetária estabelece a abordagem de políticas econô-
z Outros blocos: Com menor expressividade, pode-
micas comuns para todo o bloco. -se destacar, na Ásia, a Associação de Nações do
Um exemplo de União Econômica, Política e Mone- Sudeste Asiático (ASEAN). Há, ainda, a Alian-
tária é a União Europeia, considerado o bloco econô- ça do Transpacífico, também asiática, mas com
mico de maior integração do mundo. a presença de países de outros continentes, que
GEOGRAFIA
Veja a seguir quais são os principais blocos econô- acabou reformulada e transformada em Parceria
micos do mundo: Econômica Regional Abrangente (na sigla em
inglês, RCEP), tornando-se o maior bloco comercial
z Mercosul: O Mercado Comum do Sul é conside- do mundo, tendo vista que a China está nele.
rado o principal bloco econômico do hemisfério
sul. Foi fundado em 1991 através da assinatura Na África, temos a Comunidade para o Desenvol-
do Tratado de Assunção, e tem como seus princi- vimento da África Austral (SADC); na América do
pais membros (signatários – fundadores) Brasil, Sul temos a Comunidade Andina, formada por paí-
Argentina, Uruguai e Paraguai. ses andinos. 193
É importante também destacar a formação da DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (DIT) E
associação comercial dos países emergentes da eco- AS TROCAS DESIGUAIS, NAÇÃO E TERRITÓRIO,
nomia mundial, no início deste século, denominada ESTADOS TERRITORIAIS E ESTADOS NACIONAIS
BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que
estabeleceram importantes parcerias comerciais por A Organização do Estado Nacional e Poder Global
vários anos. Porém, nos últimos anos, as relações têm
se enfraquecido. O termo poder pode ser definido como “o direito
ou a capacidade de decidir, agir e ter voz de mando;
Os Conflitos Étnicos e Migrações Internacionais autoridade”, ou ainda “a supremacia em dirigir e
governar ações de outrem pela imposição da obediên-
Questões religiosas e ambientais, disputas territo- cia, domínio, influência”.
riais, governos ditatoriais, dentre outras causas, são Esses conceitos são elucidativos, mas de que forma
fatores que proporcionam a ocorrência de conflitos ao essas relações de poder se aplicam à geopolítica mun-
redor de todo o mundo. dial? Para a compreensão desses processos, é necessá-
O mundo globalizado, iniciado após o término da rio entender o significado de Ordem Mundial: forma
Guerra Fria e da Velha Ordem Mundial, provocou a de equilíbrio de poder existente no cenário interna-
intensificação do choque de civilizações, aumentando cional, mundial, global, em determinado momento e
assim a ocorrência de conflitos em diversas partes do período histórico da humanidade. É comum que essa
mundo.
forma de equilíbrio de poder encontre-se atrelada
Os continentes africano e asiático foram palco dos
a momentos específicos; o crescimento econômico,
mais violentos conflitos ocorridos no pós Segunda
as disputas políticas e/ou comerciais e até mesmo os
Guerra Mundial. Como destaque, pode-se citar:
períodos de instabilidade diplomática podem alterar
z A disputa entre judeus e palestinos pela Terra San- a ordem vigente.
ta no Oriente Médio; O conceito de Ordem Mundial é contestado por
z O conflito entre chineses, indianos e paquistaneses vários estudiosos, bem como por diplomatas e espe-
pela região da Caxemira; cialistas em política internacional (como o ex-secre-
z A instabilidade política nas nações africanas, com tário estadunidense Henry Kissinger), que acreditam
a ocorrência de guerras constantes por grupos que o mundo, no atual momento, esteja passando por
rivais disputando poder; uma desordem. Segundo Kissinger, a comunidade
z A luta contra regimes políticos autoritários, como internacional não possui e não apresenta, de manei-
a Primavera Árabe, ocorrida há 10 anos em países ra objetiva, um conjunto de metas, métodos e limites.
do norte da África e do Oriente Médio – suas popu- Ainda de acordo com Kissinger, existe a necessidade
lações reivindicavam maior democracia, o que de construir uma ordem capaz de equilibrar os dese-
desencadeou uma onda de protestos que levou a jos conflitantes das nações, que são divididas em dois
uma guerra civil, como é o caso da Síria, além de grupos:
uma crise humanitária em países como o Iêmen.
Potências ocidentais que Potências emergentes que
A ocorrência desses conflitos provoca desloca- estabeleceram as regras não aceitam essas regras,
mentos populacionais em massa, e nem sempre as vigentes, como os Estados com destaque para China,
pessoas que estão migrando fugindo de áreas de con- Unidos Rússia e Mundo Islâmico
flitos realizam esse processo em condições dignas.
Por exemplo: a guerra da Síria, que ocorre como um
dos desdobramentos da mal sucedida Primavera Ára- A Nova Ordem Mundial
be, já provocou o deslocamento forçado de mais de
22 milhões de pessoas, além dos deslocamentos que O processo de desintegração da União das Repúbli-
ocorrem por conta das guerras civis e disputas de cas Socialistas Soviéticas (URSS), com seus consequen-
poder no continente africano. tes enfraquecimento e desorganização políticos, foi
O principal destino dos refugiados de guerra des- responsável por determinar a formação de uma Nova
tas regiões é a Europa, que nos últimos anos vem ado- Ordem Mundial.
tando políticas mais rígidas de controle da entrada de O processo de independência dos países que for-
imigrantes oriundos das regiões citadas acima. mavam a antiga URSS e a posterior formação da
A passagem para a Europa ocorre através da tra- Comunidade dos Estados Independentes (CEI), bloco
vessia do Mar Mediterrâneo, que se tornou uma das que a Rússia (maior república soviética) criou para
mais mortais rotas de imigração do planeta, não pela manter o domínio ou pelo menos a influência sobre
distância entre os continentes, mas por conta das pés-
os países do leste europeu, foram responsáveis por
simas condições nas quais os imigrantes realizam a
colocar um final na ordem bipolar e na Guerra Fria.
travessia. Nos últimos seis anos, morreram mais de 20
A partir de 1991, começou a ocorrer a abertura
mil pessoas.
Não somente países dessas regiões estão na rota de novos horizontes geopolíticos e econômicos, que
das migrações internacionais. Mesmo não havendo deram início à ordem mundial multipolar – a partir
nenhum tipo de conflito entre Estados Unidos e Méxi- de então, não existe mais o socialismo enquanto siste-
co, a fronteira entre os dois países é vigiada tensa e ma socioeconômico, e o capitalismo passa a ter vários
permanentemente. Pessoas oriundas do Triângulo polos de influência, o que caracteriza a Nova Ordem
Norte da América Central, principalmente de Hondu- Mundial.
ras, Haiti e Guatemala, entram no território mexicano De maneira diferente do que ocorreu durante
com o objetivo de chegar no território norte-america- a Ordem Bipolar, as potências do novo mundo mul-
no; porém, quando chegam na fronteira entre os dois tipolar são os países que detêm poderio econômico,
países, o sonho de muitas pessoas por melhores condi- embora não haja como deixar de lado, no aspecto geo-
194 ções de vida é encerrado. político, o poder bélico dos Estados Unidos.
Em relação à questão econômica, os países con- O economista previa a fome em consequência da
siderados no cenário atual como novos “polos de falta de alimentos para abastecer as necessidades de
poder”, além dos Estados Unidos, são também Japão, consumo do planeta. Por ser um pastor anglicano,
os países que formam a União Europeia, e a China – contrário aos métodos anticoncepcionais, propunha
em um contexto mais recente, principalmente a partir que as famílias só tivessem filhos se possuíssem terras
do início dos anos 2000. Porém, é necessário destacar cultiváveis para poder alimentá-los.
também nesse cenário de Nova Ordem Mundial o Ele não levou em conta o progresso técnico na
papel da Rússia, que passou a exercer influência após agricultura, por meio do qual uma área que, hoje, pro-
um longo período de sucessivas crises econômicas. A
duz X¹ de gêneros agrícolas poderia, daqui a alguns
quantidade de atores nesse novo cenário geopolítico
anos, produzir X² ou X³, desde que se modernizem as
mundial demonstra que a Nova Ordem Mundial ainda
está em processo de formação. técnicas de plantio.
O mundo multipolarizado se apresentou com Numa reunião de cientistas, realizada em 1952,
maior processo de integração entre os países graças calculou-se que a capacidade de produção era capaz
ao fenômeno da globalização internacional. Nos dias de satisfazer as necessidades de 13,5 bilhões de pes-
atuais, ocorre entre as várias nações do mundo um soas. No entanto, em 1974, em outro congresso cien-
constante processo de cooperação e uma maior inter- tífico, chegou-se à conclusão de que, com a aplicação
dependência que pode ser facilmente percebida no dos recursos técnicos existentes, poderiam viver tran-
aspecto econômico (assim como na questão política), quilamente na terra cerca de 30 bilhões de pessoas.
o que fica evidente através da formação de mercados É evidente que o espaço territorial do nosso plane-
regionais, mundialmente conhecidos como blocos ta possui um limite e, por isso, o crescimento popula-
econômicos. cional não poderá ser elevado eternamente. Todavia
Assim, a velha divisão do mundo em Leste (socia- esse limite depende menos do número de pessoas que
lista) e Oeste (capitalista) deu lugar a uma nova for- da forma mais ou menos racional com que se produz
ma de regionalização, representada pelos países do e do que é produzido.
Norte (ricos) e os países do Sul (pobres), que mesmo
com diferenças socioeconômicas e estruturais, ainda
promovem um processo de integração e interdepen- z Teoria Neomalthusiana
dência internacional.
Em 1945, após a 2ª Guerra Mundial, em São Fran-
Fronteiras Estratégicas cisco EUA, os neomalthusianos, preocupados com o
“excesso de gente” na terra, defenderam uma política
São alternativas de expansão de negócios para as de controle, em especial para os países subdesenvolvi-
empresas, sem preocupar-se com dificuldades das dos, baseada em dois argumentos:
fronteiras geográficas. As fronteiras são cortes, limi-
tes, que impedem o desenvolvimento em harmonia, Um rápido crescimento populacional seria
e são de grande importância para a compreensão um obstáculo ao desenvolvimento econômico
do processo de globalização e sobre como ela não é e, portanto, à melhoria das condições de vida
homogênea. Assim, os limites são relativamente fle- da população. Até porque grande parte des-
xíveis conforme os interesses econômicos e políticos ses investimentos são direcionados, obrigato-
daqueles que estão envolvidos no processo. riamente, aos atendimentos sociais dos novos
contingentes populacionais que surgem a cada
ano;
Existem áreas superpovoadas nas quais os
O ESPAÇO HUMANO problemas de fome, miséria e pobreza esta-
riam diretamente ligados às elevadas taxas de
DEMOGRAFIA natalidade.
ca, apresentando, basicamente, dois postulados, quais por terem muitos filhos, como querem demonstrar
sejam: os neomalthusianos. Para eles, a origem da miséria,
nos países subdesenvolvidos, tem raízes históricas na
O crescimento da população em progressão política social e econômica direcionada para atender
geométrica – PG, o qual era duplicado a cada à maioria da população. Neste sentido, a miséria não
25 anos; seria um fenômeno decorrente da falta de recursos
O crescimento da produção de alimentos em financeiros, mas, sim, de fatores estruturais crônicos,
progressão aritmética – PA. como a distribuição desigual da renda interna. 195
O que dever ser controlado não é a natalidade, saúde, entre outros fatores. Portanto, o número de
mas o consumismo supérfluo. habitantes do mundo continua aumentando, porém
em um ritmo menos acelerado que em outros momen-
Estrutura da População tos da nossa história.
De acordo com dados divulgados, em 2021, pelo
A população da Terra está distribuída de forma Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP), a
irregular pelo globo. Ocorrem maiores concentrações população mundial é de 7,874 bilhões de habitantes.
populacionais em algumas regiões e vazios demográ- Segundo as estimativas da Organização das Nações
ficos em outras. Fatores naturais, como o relevo, o cli- Unidas (ONU), a população total do planeta atingirá
ma, a vegetação e os rios contribuem para que ocorra a marca de 9 bilhões de habitantes em 2050, ou seja,
essa distribuição desigual dos grupos humanos pelos haverá um acréscimo de pouco mais de 1,2 bilhão de
territórios. habitantes, elevando a taxa de crescimento de 0,33%
As regiões que oferecem as melhores condições de ao ano.
ocupação pelo homem são denominadas ecúmenas. Vale ressaltar que o aumento populacional ocor-
Os vazios demográficos chamamos de regiões ane- re de maneiras diferentes em cada um dos continen-
cúmenas, isto é, a ocupação humana se torna mais tes do planeta. No continente africano, por exemplo,
difícil. registram-se índices de crescimento populacional em
As regiões de montanhas, as regiões polares e as torno de 2,3% ao ano. Já a Europa, por sua vez, apre-
áreas de desertos são as que mais dificultam o pro- senta taxa de 0,1% ao ano. A taxa de crescimento na
cesso de ocupação humana, sendo bons exemplos de América e na Ásia gira em torno de 1,1% ao ano e, na
regiões anecúmenas. No entanto, existem algumas Oceania, 1,3% ao ano.
regiões na Terra nas quais as densidades demográ-
ficas são elevadas, causando problemas por falta de Transição Demográfica
espaço. É o caso da Ásia, em especial as porções sul,
leste e sudeste do continente. Nessas áreas, estão con- O processo de transição demográfica faz parte
centradas mais da metade da população do globo e, de estudos realizados pelo demógrafo estaduniden-
por isso, essa região é denominada um “formigueiro se Frank Notestein, durante a primeira metade do
humano”. século XX. O estudioso pretendia confrontar, através
Pela distribuição da população nos continentes, de números e dados, a teoria malthusiana, que, como
notamos que a Ásia é o continente mais populoso, com vimos, afirmava que o crescimento demográfico mun-
59% do total mundial. Além disso, é, também, o conti- dial ocorria em ritmo exponencial, através de pro-
nente mais povoado, com quase 80 habitantes/km² de gressão geométrica (P.G).
densidade demográfica. Na transição demográfica, é possível verificar que
A Oceania é o continente menos populoso e menos existem tendências que comprovam que as popula-
povoado. A Antártida é o continente não habitado ções, em diferentes espaços e diferentes momentos
(despovoado). Já a Europa vem passando por um pro- históricos, tendem a crescer de acordo com ques-
cesso de redução da sua população, por conta das bai- tões e ciclos que se intensificam, alcançando o auge
xas taxas de natalidade. A população do continente e, depois, passam por um processo de redução pelos
africano, por sua vez, vem passando por um processo mais variados motivos.
de crescimento nas últimas décadas. A teoria da transição demográfica afirma que o
crescimento populacional não é um processo único e
Crescimento Demográfico constante, podendo ocorrer variações de acordo com o
período histórico e as condições socioeconômicas dos
O crescimento demográfico no mundo é carac- locais. Afirma-se que a tendência é de que ocorra uma
terizado pelo aumento do número de habitantes no estabilização em relação ao crescimento demográfico,
planeta. Esse fenômeno é consequência do crescimen- por conta das sucessivas alterações nas taxas de nata-
to vegetativo ou crescimento natural da população, lidade e mortalidade. As principais consequências do
resultado do saldo entre as taxas de natalidade (nas- processo de transição demográfica são o aumento na
cimentos) e de mortalidade (mortes). Quando as taxas expectativa de vida, o envelhecimento populacional e
de natalidade são superiores às taxas de mortalidade, a redução nas taxas de natalidade.
ocorre um crescimento vegetativo positivo, caso con-
trário, o crescimento vegetativo é negativo – as taxas As migrações Populacionais no Mundo
de mortalidade maiores que as taxas de natalidade.
As taxas de crescimento da população no mundo Segundo a ONU, migração é uma forma de mobili-
intensificaram-se apenas no final do século XVII e dade espacial entre uma unidade geográfica e outra.
início do século XVIII, já que, antes desse período, a Há tipos diferenciados de movimentos populacio-
expectativa de vida era muito baixa, fato que aumen- nais. Vejamos:
tava as taxas de mortalidade. Em 1930, a população
da Terra já era superior a 2 bilhões de pessoas e, em z Espontâneos: quando o movimento é livre;
1960, atingiu o número de 3 bilhões de pessoas, com z Forçados: correspondem aos deslocamentos que
são realizados involuntariamente, como nos casos
as taxas de crescimento médio populacional de 2% ao
de escravidão, de perseguição religiosa, étnica ou
ano. Durante a década de 1980, a população mundial
política e de guerras;
ultrapassou a marca de 5 bilhões de pessoas.
z Controlados: quando o Estado controla, numerica-
Atualmente, a taxa de crescimento da população
mente ou ideologicamente, a entrada de imigrantes.
mundial é menor que de 1% ao ano e é considerada
baixa. No entanto, a expectativa de vida está aumen-
Com relação às migrações externas, pode-se citar
tando em virtude de avanços na medicina, melhorias
dois tipos:
196 no saneamento básico, maiores investimentos na
z Migração intercontinental; O processo de urbanização ocorreu essencialmen-
z Migração intracontinental. te pelo deslocamento de pessoas oriundas das zonas
rurais em direção às cidades. Esse fenômeno é carac-
A cada dia, cresce o número de imigrantes no terizado pela aglomeração de pessoas em uma área
mundo. Esse fenômeno nunca afetou tantas pessoas delimitada, pela atividade produtiva – a qual deixa de
e tantos países na história da humanidade. As reper- ser agrícola para se tornar industrial e comercial – e
cussões tornam-se cada vez mais complexas, princi- também pela realização de prestação de serviços.
palmente, nos planos político e econômico. Esse processo não sucedeu simultaneamente no
No plano internacional, o principal motivo das mundo, haja vista que os países industrializados já
migrações é o econômico, que decorre das diferen- haviam atravessado esse período. No caso dos países
ças existentes entre os crescimentos econômico e em desenvolvimento e de industrialização tardia, o
crescimento urbano acontece, atualmente, de forma
populacional. O deslocamento humano, nesse caso,
acelerada e desordenada. A falta de planejamento
está relacionado à busca de oportunidades de traba-
urbano tem favorecido a proliferação de graves pro-
lho e de melhores condições de vida.
blemas, tais como a favelização, a falta de infraestrutu-
Os países ou regiões que apresentam um cresci-
ra, a violência, a poluição (em todas as modalidades),
mento populacional superior às suas capacidades de o desemprego e muitos outros.
crescimento econômico costumam apresentar o fenô- Os índices de pessoas que vivem em cidades osci-
meno da emigração. Já os países ou regiões em que o lam de acordo com o continente, país e áreas internas.
crescimento econômico é superior ao populacional, o A África, por exemplo, possui 38% de seus habitantes
movimento é inverso. vivendo em cidades; na Ásia, são 39,8%; na América
Os EUA e a Alemanha, por exemplo, são os países Latina, 77,4%; na América do Norte, 80,7%; na Euro-
desenvolvidos que mais recebem imigrantes de acor- pa, 72,2% e, na Oceania, 70,8%.
do com a ONU. Em 1997, os dois países, juntos, recebe- Em outra abordagem, tomando como princípio os
ram 1,4 milhões de pessoas, seguidos por Japão, Reino países ricos e pobres, existe uma enorme disparidade
Unido e Canadá. quanto ao percentual de população urbana e rural. Na
A ONU calcula que mais de 2% da população Bélgica, por exemplo, 97% das pessoas vivem em cen-
mundial vive longe de seu país de origem. Entre tros urbanos, enquanto que, em Ruanda, esse índice
refugiados, imigrantes legais e ilegais, são, no total, cai para 17%.
175 milhões de pessoas que deixaram a terra natal. O fenômeno da urbanização produziu cidades cujo
Em sua maioria, chegaram ao país de destino por número de habitantes supera os 10 milhões. Essas rece-
canais estritamente regulamentados, sobretudo aos bem o nome de megacidades ou megalópoles, como,
países ocidentais. Os refugiados representam de 20 por exemplo, Tóquio (Japão), com 35,2 milhões de habi-
a 25% deste total. Os demais são, primordialmente, tantes; Cidade do México (México), com 19,4 milhões;
pessoas que se reuniram a um ou vários membros de Nova Iorque (Estados Unidos), com 18,7 milhões e mais
suas famílias ou trabalhadores temporários em situa- tantas outras cidades espalhadas pelo mundo.
ção irregular. A taxa anual do crescimento da popula-
ção migrante, que era de 1,2% entre 1965 a 1975, hoje, Espaço Urbano e Problemas Urbanos
atinge 2,6% no período de 1985 a 1995 segundo a ONU.
As migrações internacionais adquiriram dimen- O processo de urbanização ocorreu de forma
são mundial. Em consequência disso, atualmente, é desigual em todo o mundo. O fenômeno ocorre, pri-
essencial fazer um balanço da magnitude e do signifi- meiro, nos chamados “países centrais”, mesmo com
cado desse fenômeno. Se, por um lado, para os países evidências de que as civilizações mais antigas tam-
do Hemisfério Sul, essas migrações são sumamente bém apresentaram um processo de formação de espa-
importantes, na medida em que dependem cada vez ço urbano. Nos países periféricos, os quais foram, em
mais delas, por outro, os países do Hemisfério Norte sua maioria, colonizados, o processo de urbanização
adotam medidas que convergem para um maior con- ocorreu de forma tardia, em meados do século XX, o
trole da imigração e desembocam na exclusão. qual acompanhou as revoluções industriais tardias
dos países pobres.
Nos dois grupos de países, o processo de urbaniza-
URBANIZAÇÃO
ção está ligado ao processo de industrialização e, no
caso dos países periféricos, a urbanização acelerada
Processo de Urbanização e desigual veio acompanhada de problemas sociais,
estruturais, econômicos, dentre outros. Esses proble-
Nem sempre o homem habitou em cidades. Os mas, que ocorrem nos espaços urbanos, estão ligados
primeiros habitantes eram nômades, portanto, não não somente à questão da falta de planejamento, mas
tinham residência fixa e viviam da caça, pesca e cole- também do processo de desigualdade socioeconômica
ta. Posteriormente, deixaram essa condição para se presente nas cidades em âmbito mundial.
tornarem produtores. A partir de então, o homem foi Os problemas estruturais, a desigualdade socioeco-
se aglomerando em centros urbanos e desenvolvendo nômica, violência urbana, segregação socioespacial, o
atividades econômicas. inchaço das cidades, a macrocefalia urbana, preca-
Sendo assim, o processo de urbanização tem duas riedade de serviços públicos, como saúde, educação
fases marcantes. A primeira ocorreu com a Revolu- e transporte público, falta de mobilidade nos grandes
GEOGRAFIA
ção Industrial, no fim do século XVIII, que provocou centros urbanos está entre os problemas decorrentes
uma enorme migração (pessoas que habitavam áreas desse processo desestruturado.
rurais saíram rumo às cidades). Cabe ressaltar que
isso aconteceu somente nos países envolvidos na Principais Indicadores Socioeconômicos
Revolução e, não, em escala planetária. A segunda
aconteceu após a 2ª Guerra Mundial, época em que Para compreender a realidade socioeconômica das
houve êxodo rural em massa, desencadeado pelo fas- populações e dos países ao redor do mundo, foram
cínio urbano, pela busca por melhores condições de criados, ao longo dos tempos, importantes indicado-
vida e oportunidades de estudo e trabalho. res socioeconômicos, a saber: 197
z PIB (Produto Interno Bruto): Corresponde à soma FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL
das rendas internas e das riquezas produzidas em
um determinado local e em um espaço de tempo Para compreendermos como se estruturou e se
estabelecido; organizou a formação e consolidação do território bra-
z PNB (Produto Nacional Bruto): É o resultado da sileiro, é necessário analisar e entender os principais
soma do PIB com a renda que chega do exterior, acordos e tratados internacionais que foram firmados
subtraído da renda que vai para fora do país; com o objetivo de definir bases do nosso território.
z PPC (Paridade de Poder de Compra): Serve para A base da fronteira política de uma nação ou país
avaliar o valor da moeda local, bem como o custo se estrutura em três importantes fases: a definição,
de vida (normalmente essa comparação é realiza- por meio de acordos; a delimitação, em que se tem
da com o dólar); o reforço cartográfico das linhas de limites definidas
z Índice de Gini: É o cálculo que mede a concentra- em um mapa e a demarcação, a qual são definidos os
ção de riquezas de um país cujo resultado varia marcos fronteiriços por meio de acidentes geográficos
entre 0 (menor concentração de renda) e 1 (maior – rios, montanhas, serras etc.
concentração de renda); Veremos agora os principais tratados que contri-
buíram para a formação e a construção territorial do
z Renda per capita: Compreende à renda por pessoa,
Brasil, sendo eles:
que é dada pela razão entre o PIB e a população;
z IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): Estu-
da a qualidade de vida das populações e é estabele- z Tratado de Tordesilhas (1494): No decorrer do
cido através do estudo de três situações – renda per século XV, o processo conhecido como Expansão
capita, expectativa de vida e nível de escolaridade. Marítima Comercial Europeia ou Grandes Navega-
O IDH varia entre 0 e 1, sendo que, quanto mais ções conduziu duas nações da Europa – Portugal e
Espanha – a uma série de disputas por territórios
próximo a zero, piores são as condições de vida
na América, que havia sido descoberta por Cris-
das populações e, quanto mais próximo a 1 (um),
tóvão Colombo em 1492. Dessa forma, a partir de
melhores são as condições de vida das populações.
1494, foi assinado o Tratado de Tordesilhas, que
estabelecia uma divisão das terras entre as duas
II - GEOGRAFIA DO BRASIL potências: Essa divisão foi traçada por uma linha
imaginária meridional com uma distância total de
370 léguas de Cabo Verde, arquipélago localiza-
do no continente africano. Dessa forma, as terras
O ESPAÇO NATURAL localizadas a oeste da linha imaginária pertence-
riam à Espanha e as terras localizadas a leste per-
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERRITÓRIO tenceriam a Portugal. Porém, com o avanço das
BRASILEIRO: POSIÇÃO GEOGRÁFICA atividades conhecidas como Entradas e Bandei-
ras ocorreu ocupação do interior do território por
conta das atividades econômicas que vinham se
O Brasil está localizado na porção centro-oriental
desenvolvendo e pelo fluxo de pessoas que se des-
na América do Sul e é o maior país em extensão territo-
locavam para estas áreas provocando o processo
rial do subcontinente. O território é cortado pela Linha
da interiorização, e assim os portugueses violaram
do Equador e pelo Trópico de Capricórnio, totalizando
os termos presentes no acordo, facilitando, por
uma área de 8.515.767 km2, sendo classificado como
exemplo, a construção de vilas, que no futuro ser-
um país de dimensões continentais, e dentre os países
viriam para o deslocamento da fronteira das terras
com maiores extensões territoriais do mundo, esse está
portuguesas para a direção oeste.
em quinto lugar, tratando de terras descontínuas, e em
quarto lugar, considerando terras contínuas.
ENTRADAS BANDEIRAS
z Tratado de Madrid (1750): Visando definir novas O país possui 23.086 km de fronteiras. Destes,
fronteiras, Portugueses e Espanhóis realizaram 15.719 km são fronteiras terrestres, sendo que somen-
um novo acordo para entrar em vigor o princípio te dois países da América do Sul, sendo eles Chile e
do Uti Possidetis e a posse da terra seria garanti- Equador, não fazem fronteira com o Brasil. A costa
da para aquele que a ocupasse, critério adotado brasileira é banhada pelo Oceano Atlântico e constitui
para estabelecer novos limites territoriais. No um total de 7.367 km, indo do Cabo Orange ao Arroio
novo acordo, os Portugueses acabaram garantin- Chuí. O território brasileiro está localizado, em sua
do a posse das terras ocupadas além da linha de totalidade, no hemisfério ocidental. Por esse motivo
Tordesilhas Não obstante, ocorreu também a tro- os fusos horários presentes no território brasileiro
ca dos territórios de Sacramento pelos territórios estão atrasados em relação ao Meridiano de Greenwi-
de Sete Povos das Missões (territórios localizados ch, e por conta de o país possuir uma grande extensão
na região sul do país). Veremos um mapa a seguir territorial, os fusos horários no território brasileiro
para melhorar a compreensão do assunto: estão divididos em 4:
Fonte: https://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/tratado-de-
madri. Acesso: 05 de Maio de 2021.
CLASSIFICAÇÕES DO RELEVO
Fenômenos Climáticos
de 0,85ºC, e a temperatura do oceano subiu 0,55ºC. duzidos pela queima de combustíveis fósseis lançados
Quanto maior a quantidade de gases de efeito estu- na atmosfera devido às atividades humanas.
fa que são emitidos para a atmosfera, maior será a Mesmo em condições naturais, o dióxido de car-
dificuldade desse calor emitido se espalhar no espaço, bono (CO2) na atmosfera tornou a água da chuva
o que leva a um aumento anormal da temperatura e ligeiramente ácida. O pH natural da água é 7 e é 5,6
confirma a teoria do aquecimento global. É importan- quando está em equilíbrio com o CO2 na atmosfera,
te ressaltar, no entanto, que a relação entre o efeito e quase não há ácido. Os óxidos de enxofre (SO2 e
estufa e o aquecimento global não é consistente entre SO3) e o nitrogênio (N2O, NO e NO2) são os principais 203
componentes da chuva ácida. Esses compostos são Os CFCs são usados há muito tempo em latas de
liberados na atmosfera pela queima de combustíveis aerossol, plásticos, ar condicionado e sistemas de
fósseis. Quando reagem com gotículas de água na refrigeração. O gás CFC é o principal vilão da cama-
atmosfera, formam ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido da de ozônio. As moléculas de CFC podem destruir até
nítrico (HNO3). Esses dois ácidos juntos aumentam a 100.000 moléculas de ozônio. Por meio do Protocolo
de Montreal (1987), foi decidido banir completamente
acidez da água da chuva.
o uso de CFCs até o final do século XX. Sem a proteção
Como vimos, a liberação de gás devido ao uso de
da camada de ozônio, nossa taxa de crescimento das
combustíveis fósseis é a principal causa da chuva áci-
plantas diminuirá, o que reduzirá a fotossíntese.
da. Portanto, são resultados do uso de combustíveis
Além disso, os raios ultravioletas também dificul-
fósseis o transporte, as usinas termelétricas, indústria
tam o desenvolvimento dos organismos aquáticos e
e outras formas de combustão. Tal gás também podem
reduzem a produtividade do fitoplâncton. Essa situa-
ser formado por causas naturais, como os gases libe-
ção leva a mudanças na cadeia alimentar e nas funções
rados durante erupções vulcânicas.
do ecossistema. O forte efeito desses raios ultravioleta
Os países industrializados são os mais afetados
também pode causar muitos danos à saúde humana,
pela chuva ácida. No entanto, o fluxo de ar pode trans-
tais como: destruição do DNA celular, câncer de pele,
portar poluentes para lugares distantes. Isso aconte- cegueira, deformação e atrofia muscular, além de dei-
ceu em lagos escandinavos, que se tornaram ácidos xar o sistema imunológico enfraquecido. A camada de
pela chuva devido às atividades industriais na Alema- ozônio e o efeito estufa são os fenômenos naturais que
nha, França e Reino Unido. Para a natureza, a conse- garantem a manutenção da vida na Terra.
quência da chuva ácida é destruição da vegetação e A camada de ozônio pode proteger a Terra dos
acidificação do solo, das águas dos rios e lagos. raios ultravioleta, e o efeito estufa pode garantir tem-
Um exemplo das consequências da chuva ácida peratura suficiente para manter a sobrevivência dos
foi observado no Brasil, localizada na região litorânea organismos. No entanto, o efeito estufa causado pela
da cidade cubana de São Paulo, onde a concentração liberação de poluentes tem aumentado, levando ao
industrial é alta. A chuva ácida destruiu a vegetação aumento da temperatura média da terra, o que é uma
das encostas da Serra do Mar e erodiu o solo. Quando característica do aquecimento global.
a acidificação atinge o solo e as águas dos rios e lagos,
os organismos que vivem nesses locais são afetados. A OS CLIMAS NO BRASIL
água e o solo tornam-se inadequados para a vivência
certos organismos, levando-os à morte. A maior parte do território brasileiro está locali-
A chuva ácida também pode causar a corrosão de zada nas baixas latitudes entre o Equador e o Trópi-
mármore e calcário e a oxidação de metais em locais his- co de Capricórnio. Portanto, o clima quente e úmido
tóricos, como edifícios e estátuas. A camada de ozônio é predomina. Em relação à umidade, existem algumas
uma camada de gás a uma altitude de 25 quilômetros na diferenças de clima de uma região para outra, de ultra
estratosfera, que protege a Terra da radiação ultraviole- úmido (mais de 2500 mm de chuva por ano) a semiári-
ta prejudicial aos seres humanos. A camada de ozônio do (entre 300 e 600 mm de chuva anual).
concentra 90% dessa molécula de gás e forma uma capa As regiões brasileiras apresentam seis tipos de
protetora contra os raios ultravioleta. climas classificados com relação às zonas térmicas
Além disso, a camada de ozônio é uma parte essen- da Terra, sendo eles: equatorial, tropical, tropical
cial da vida, porque forma uma camada de proteção semiárido, tropical de altitude, tropical litorâneo,
contra a radiação ultravioleta. Sem ela, a vida na ter- subtropical e clima equatorial. Vejamos as principais
ra seria impossível. O gás ozônio (O3), é um dos gases características de cada um dos climas do Brasil:
que constituem a atmosfera. Esse gás é a forma mole-
cular do oxigênio e possui alta reatividade, podendo Tropical
ser produzido de duas maneiras:
Localizado na região central do Brasil, mais pre-
sente na região Centro-Oeste, esse clima tem duas
z Na troposfera: o óxido nitroso (N2O) e a luz solar estações distintas:
são produzidos pela oxidação do oxigênio (O2);
z Na estratosfera: é produzida pela radiação ultra- z A temperatura é moderada e seca no inverno, o
violeta, que se decompõe em dois átomos de oxigê- verão é quente e chuvoso;
nio sob a ação da molécula de oxigênio (O2), e cada z A temperatura média anual é superior a 18º C e a
átomo de oxigênio é combinado com a molécula de amplitude térmica anual chega a 7º C. A precipita-
oxigênio (O2). ção anual varia de 1.000 mm a 1.500 mm. Quanto
à umidade, a região central do país possui clima
O papel e a função do gás ozônio também variam semiúmido.
de local para local:
Tropical Semiárido
z Na troposfera: altos níveis causam poluição do ar
e chuva ácida, que são prejudiciais às plantas e à Esse clima é característico do Nordeste, região que
saúde humana; inclui uma área chuvosa e outra com menos chuvas, e
a maior temperatura do país. No clima tropical semiá-
z Na estratosfera: a camada de ozônio é formada
rido, a temperatura média anual é de cerca de 27º C
absorvendo quase 90% dos raios ultravioletas do
e a amplitude térmica é de cerca de 5º C. O índice de
sol para produzir um efeito benéfico.
chuvas não é maior que 800 mm por ano. Neste tipo
climático, está presente o Polígono das Secas, área que
O buraco na camada de ozônio é a área onde a passa por constantes processos de escassez de água e
concentração de ozônio na estratosfera fica abaixo de de chuvas.
50%. Os buracos na camada de ozônio estão relaciona-
dos aos gases produzidos pelas atividades humanas. Tropical Litorâneo
O principal gás é o CFC (clorofluorocarbono) formado
por cloro, flúor e carbono. A lista também inclui óxido Do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro, o clima
nitroso e o CO2 emitido por veículos e queima de com- tropical costeiro domina a maior parte do litoral do
204 bustíveis fósseis. país. Afetado pelas massas de ar do Atlântico, o clima
nessa área é quente e chuvoso. A temperatura média Várzea: área sujeita a inundações periódi-
anual está entre 18ºC e 26ºC, e o índice de precipitação cas, com vegetação de médio porte, que rara-
é de cerca de 1.500 mm / ano. No litoral nordeste, as mente ultrapassa 20 metros de altura, como a
chuvas no outono e inverno são mais intensas. Na cos- seringueira;
ta sudeste, são mais fortes no verão.
Tropical de Altitude
Subtropical
z Floresta Amazônica (floresta latifoliada equa- z Floresta latifoliada tropical: esta formação foi
torial): possuindo o maior banco genético ou altamente devastada ao longo da história do Bra-
biodiversidade do planeta, a Floresta Amazônica sil. Originalmente, estendia-se do Rio Grande do
apresenta três estratos: Norte ao Rio Grande do Sul, alargando-se signifi-
cativamente em Minas Gerais e São Paulo. Possui
Caiapó: é uma área permanentemente ala- um estrato exposto à ação intensa das massas de
gada e ao longo dos rios encontramos vegeta- ar úmido provenientes do Oceano Atlântico. Nessa
ção de pequeno porte, como, por exemplo, a área, ela é muito densa, quase impermeável, sendo
vitória-régia; conhecida como Mata Atlântica (floresta latifolia-
da tropical úmida da encosta);
GEOGRAFIA
território nacional foi, em uma grande extensão ter- Mata de Terra Firme ou Caetê: vegetação
ritorial do país, desmatada por conta de atividades encontrada em áreas com maior altimetria
antrópicas (realizadas pelos seres humanos). Ao lon- do relevo (baixos planaltos), estas áreas estão
go da história do nosso país medidas foram tomadas livres de inundações dos rios.
para reduzir os níveis de desmatamento que ocorre-
ram de forma desordenada, e esse desmatamento tem Como destaque das principais espécies vegetais da
como consequências o desequilíbrio do clima e de Amazônia temos: seringueira, castanheira, guaraná,
toda a cadeia ecológica. cacaueiro, dentre outras; 207
z Mata dos Cocais: Os cocais, também conhecidos
como palmeiras, localizam-se em grandes exten-
sões nos estados do Maranhão e Piauí. Por sua vez,
essa espécie uma vegetação de transição entre a
Floresta Amazônica e a Caatinga no sertão nordes-
tino, tendo como principais espécies: o babaçu e
a carnaúba. Além disso, aparecem, também, espé-
cies como: o tucum, buriti, açaí, oiticica etc.
Fonte: http://www.geoimagens.com.br/buscar-imagens/mata-dos-
cocais/mata-dos-cocais-6/ - acesso em nov/2020.
Fonte: https://revistapesquisa.fapesp.br/esperanca-para-a-mata-
atlantica/ acesso em nov/2020.
z Matas de galerias ou ciliares: São conhecidas
z Mata de Araucárias ou Mata dos Pinhais: Esta como as pequenas florestas que se desenvolvem
vegetação está localizada ao longo do Planalto ao longo dos cursos dos rios e são encontradas em
Meridional (regiões sul e sudeste), com uma exten- diversas partes do território brasileiro. Quanto
são que vai do estado de São Paulo até o Rio Gran- mais próximas dos cursos d’água, maior é a diver-
de do Sul, embora a maior concentração desta sidade desta vegetação, são vegetações fechadas e
vegetação esteja no estado do Paraná, é conhecida ricas, à medida que ocorre o afastamento do leito
como Mata de Araucária ou Floresta dos Pinhais do rio, ocorre a redução da umidade, e aos pou-
( grande presença de pinheiros), é uma formação cos vão aparecendo novas espécies que são menos
vegetal presente no clima subtropical, é homogê- necessitadas de água.
nea e espaçada, suas folhas tem formato de agulha
(aciculifoliadas). Neste tipo de floresta encontra- Dentro dessas matas são encontradas espécies
mos espécies vegetais como: pinheiro, erva-mate como: sapucaia, paxiúba e palmeiras.
etc;
Fonte: https://conhecimentocientifico.r7.com/ja-ouvi-falar-no-
pampa-conheca-o-bioma-que-so-ocorre-rs/ - acesso nov./2020.
Fonte: https://nossaciencia.com.br/noticias/a-seca-e-essencial-para-
a-caatinga/ - acesso nov./2020.
Formações Complexas e Litorâneas
z Cerrado: A vegetação Cerrado está localizada
principalmente na região central do país, porém z Complexo do Pantanal: Denomina-se Complexo
pode ocorrer a presença deste tipo nos estados de do Pantanal o conjunto de diversas formações de
Minas Gerais, São Paulo, Bahia, totalizando áreas vegetação que estão presentes na área do Panta-
que podem chegar a 2000000 km². nal Mato-Grossense. Nesta região ocorrem inunda-
ções em certos períodos do ano, o que possibilita a
O Cerrado tradicional é composto por vegetação de existência de três tipos de áreas: as áreas que estão
árvores e arbustos que estão associados a uma vege- sempre alagadas, as áreas que são periodicamente
tação baixa inferior, formada basicamente por gramí- alagadas e as áreas que estão livres de inundações.
neas (vegetação rasteira). O tipo climático presente
nas áreas onde ocorre o predomínio do Cerrado é o Como espécies de vegetais aqui nesta região, des-
tropical subúmido, com duas estações bem distintas tacam-se os diversos tipos de palmeiras do cerrado,
– uma chuvosa e outra seca, os solos do Cerrado são, paratudo, capim-mimoso e vários bosques chaque-
em grande parte, pobres e de baixa fertilidade (devido nhos, com a presença de Quebracho e do angico, den-
aos altos índices de acidez). É comum a presença das tre outros tipos;
seguintes espécies de vegetais: pau-terra, barbatimão
e as gramíneas ou vegetação rasteira.
GEOGRAFIA
Fonte: https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2019/11/16/
estudo-aponta-escassez-das-aguas-do-pantanal-mato-grossense.
ghtml - acesso nov./2020.
Amazônico
Cerrado
Mares de morros
Caatingas
Fonte: http://www.zonacosteira.bio.ufba.br/vrestinga.html - acesso
nov./2020. Araucárias
Pradarias
Mangue: esta vegetação está presente em fai-
xas litorâneas com clima tropical e que sofrem Faixas de Transição
a ação das marés ou da água salobra (salgada),
Fonte: http://educacao.globo.com/geografia/assunto/geografia-
tendo como vegetação as halófilas (ambientes fisica/dominios-morfoclimaticos.html - acesso nov./2020.
salinos).
Aproveitamento Econômico e Problemas Ambientais
por exemplo, acarretaria a inundação de vastas flo- milhares de toneladas de sedimentos, provenientes
restas e áreas indígenas. tanto de áreas recém-desmatadas como de proprie-
dades fundiárias onde não são feitas curvas de nível
para deter a erosão causada pelas águas das chuvas.
A Bacia Sanfranciscana
O agravamento desse problema tende a comprometer
a navegabilidade do rio São Francisco, fato verificado
A bacia do Rio São Francisco drena uma longa
ao longo do trecho Pirapora (MG) - Juazeiro (BA), uma
depressão encravada entre o Planalto Atlântico e as
hidrovia de 1.371 quilômetros por onde são transpor-
chapadas do Brasil Central. O rio principal nasce na
tadas mais de 170 mil toneladas anuais de cargas. 211
ALGUNS DADOS SOBRE O RIO SÃO FRANCISCO z Mesmo que o país se tome autossuficiente, o petró-
leo será sempre uma opção custosa, que encarece
Área da bacia: 645 mil km² (7,5% do território brasileiro)
� os produtos transportados.
Vazão média anual: 3.360m²/s
�
Municípios banhados pela bacia: 509
� O Brasil, dada a sua grande extensão territorial e
Estados drenados pela bacia: Minas Gerais, Bahia, Per-
� predominância de climas úmidos, tem uma extensa
nambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal rede hidrográfica. As bacias hidrográficas brasileiras
População que habita a bacia: 14 milhões de pessoas
� oferecem, em muitos trechos, grandes possibilidades
Declividade média: 8,8 cm/km
� de navegação. Apesar disso, o transporte hidroviário
Vazão média na foz: 2.943 m³/s
� é pouco utilizado no país. Em outros trechos, nossos
Tipo de foz: estuário
� rios apresentam um enorme potencial hidrelétrico,
Velocidade média de correnteza: 0,8 m/s
� bastante explorado no Centro-Sul do país em decor-
rência da concentração urbano-industrial, mas subu-
tilizado em outras regiões, como a Amazônia
Somente nos últimos anos, em decorrência, sobretu-
O Brasil possui a rede hidrográfica mais extensa do
do, da sensível diminuição do volume das águas causa-
Globo, com 55.457km². Muitos de seus rios destacam-
da por influência das atividades humanas, estão sendo -se pela profundidade, largura e extensão, o que cons-
implementados programas ecológicos, muitos dos quais titui um importante recurso natural. Em decorrência
por iniciativas de ONGs, empenhadas em reverter essas da natureza do relevo, predominam os rios de planal-
dramáticas formas de degradação ambiental. to. A energia hidráulica é a fonte primária de geração
de eletricidade mais importante do Brasil.
A Bacia Platina Tecnicamente, a hidrografia brasileira apresenta
os seguintes aspectos:
A peculiaridade dessa bacia está na sua composi- Não possui lagos tectônicos, pois as depressões tor-
ção, já que são três os seus principais rios formadores: naram-se bacias sedimentares. Em nosso território,
Paraná, Paraguai e Uruguai. A confluência desses rios só há lagos de várzea (temporários, muito comuns no
origina o da Prata, que faz fronteira entre a Argenti- Pantanal) e lagoas costeiras, como a dos Patos (RS) e a
na e o Uruguai, ao mesmo tempo em que banha suas Rodrigo de Freitas (RJ), formadas por restingas.
Todos os rios brasileiros, com exceção do Amazo-
capitais, respectivamente Buenos Aires e Montevidéu.
nas, possuem regime pluvial. Uma pequena quantida-
A bacia do rio Paraná é importantíssima para o de da água do rio Amazonas provém do derretimento
Brasil devido ao seu grande potencial hidrelétrico, de neve na cordilheira dos Andes, caracterizando um
hoje quase todo aproveitado. Ao longo da bacia, deze- regime misto (nival e pluvial).
nas de hidrelétricas fornecem energia para a dinâmi- Todos os rios são exorréicos. Mesmo os que correm
ca economia do Centro-Sul. para o interior têm como destino final o oceano, como
O grande destaque da bacia Paranaica, sem dúvi- o Tietê, afluente do rio Paraná, que por sua vez, desá-
da, é a usina de Itaipu. Construída em parceria com o gua no mar (estuário da Prata).
Paraguai, é uma das maiores usinas do mundo. Mes- Há rios temporários apenas no Sertão nordestino,
mo sendo binacional quase toda a energia e consumi- onde o clima é semiárido. No restante do país, os rios
da pelo Brasil, que compra a parte ociosa da cota a que são perenes.
o Paraguai tem direito. Predominam rios de planalto em áreas de elevado
Apesar de toda a sua importância socioeconômica, índice pluviométrico. A existência de muitos desní-
Itaipu é objeto de muitas críticas, algumas bastante veis no terreno e o grande volume de água possibilita
pertinentes. A mais frequente dessas críticas repor- a produção de hidroeletricidade.
ta-se a ausência de eclusas no projeto original da Com exceção do rio Amazonas, que possui foz mis-
hidrelétrica, para possibilitar a navegação. Só agora, ta (delta e estuário), e do rio Parnaíba, que possui foz
no início do século XXI, o projeto de construção das em delta, todos os rios brasileiros que deságuam livre-
eclusas está sendo levado a sério, para tornar reali- mente no oceano formam estuários.
dade a hidrovia Mercosul, com cerca de 7.000 quilô-
metros de vias navegáveis. As obras necessárias ao
vencimento do desnível, de quase 130 metros, pode-
rão ser realizadas mediante a construção de uma
escada de quatro eclusas, cada urna com câmara de
I V
120 m de comprimento e 17 m de largura. A hidro-
via do Mercosul interligara Buenos Aires, Assunção, II
Corumbá, Cáceres e Foz do Iguaçu ao sul de Goiás, ao IV
Triângulo Mineiro, ao sudeste de Mato Grosso do Sul e
a todo o interior de São Paulo, até as proximidades de VI
Piracicaba e Sorocaba. III
Ao contrário do que ocorre com quase todos os paí-
ses do mundo banhados por grandes rios, o Brasil não
priorizou o transporte fluvial. A opção pelas rodovias VII
como principal sistema de transporte mostra-se hoje
corno um problema, pois depende dos derivados de
petróleo, uma fonte de energia questionável:
I: bacia Amazônica
z É uma fonte de energia não-renovável; II: bacia Araguaio-Tocantins
z É poluente, pois sua queima produz CO2, gás que III: bacia Platina (Paraguai, Uruguai e Paraná)
provoca o efeito estufa, considerado responsável IV: bacia do São Francisco
pelo aquecimento global; V: bacia do Nordeste
z Precisa ser importado em parte, pois o Brasil pro- VI: bacia do Leste
212 duz aproximadamente 80% do total que consome; VII: bacia do Sul
As principais bacias hidrográficas brasileiras são: O rio Araguaia nasce na serra das Araras, no Mato
Grosso, na fronteira com Goiás. Tem cerca de 2.600
z Bacia do Rio Amazonas: a maior bacia hidro- km de extensão. Desemboca no rio Tocantins em São
gráfica do planeta tem sua vertente delimitada João do Araguaia, logo antes de Marabá. A construção
pelos divisores de água da cordilheira dos Andes, da hidrovia Araguaia-Tocantins tem sido questionada
pelo planalto das Guianas e pelo planalto Central. por ONGs que criticam os impactos ambientais que
Seu rio principal nasce no Peru, com o nome de poderão ser causados. Por exemplo, a hidrovia corta-
Marañon, e passa a ser denominado Solimões da ria 10 áreas de conservação ambiental e 35 áreas indí-
fronteira brasileira até o encontro com o rio Negro. genas, afetando cerca de 10 mil índios;
A partir daí, recebe o nome de Amazonas. É o rio
mais extenso (total de 7100 km) e de maior volume z Bacia Platina (composta pela bacia do Paraná
de água do planeta. Esse fato é explicado pela pre- e Bacia do Uruguai): o Brasil também é banhado
sença de afluentes de ambos os lados que, por esta- pela segunda maior bacia hidrográfica do plane-
ta. Seus três rios principais – Paraná, Paraguai e
rem nos dois hemisférios (norte e sul), permitem a
Uruguai – formam o rio da Prata, ao se encontra-
dupla captação das cheias de verão.
rem em território argentino. A bacia do rio Paraná
apresenta o maior potencial hidrelétrico instalado
Os afluentes do rio Amazonas nascem, em sua
do país, além de trechos importantes para a nave-
maioria, nos escudos dos planaltos das Guiana e Bra-
gação, com destaque para a hidrovia do Tietê. A
sileiro, possuindo, assim, o maior potencial hidrelétri-
bacia do Paraguai, que atravessa o Pantanal Mato-
co disponível do país. Ao caírem na bacia sedimentar,
-grossense, é amplamente navegável. Já a bacia
que é plana, tornam-se rios navegáveis. O rio Amazo-
do Uruguai, com pequeno potencial hidrelétrico e
nas, que corre no centro da bacia, é totalmente nave-
poucos trechos navegáveis, tem importância eco-
gável. Sua largura média é de 5 km, chegando a mais
nômica apenas regional;
de 50 km em alguns trechos.
z Bacias secundárias: o Brasil possui três conjun-
Possui cerca de 7 mil afluentes. Possui ainda, gran-
tos de bacias secundárias: Atlântico Norte-Nordes-
de número de cursos de águas menores e canais flu-
te, Atlântico Leste e Atlântico Sudeste. As bacias
viais criados pelos processos de cheia e vazante. A
hidrográficas que os compõem não possuem liga-
maioria de seus afluentes nasce nos escudos dos Pla-
ção entre si. Elas foram agrupadas pela sua locali-
naltos das Guianas e Brasileiro na Venezuela, Colôm-
zação geográfica ao longo do litoral. O rio principal
bia, Peru e Bolívia.
de cada uma delas tem sua própria vertente, deli-
Possui o maior potencial hidrelétrico do país, mas a
mitando, portanto, uma bacia hidrográfica. Por
baixa declividade do seu terreno dificulta a instalação
exemplo, as bacias do Atlântico Leste são formadas
de Usinas Hidrelétricas. Na época das cheias, ocorre
pelo agrupamento das bacias do Paraíba do Sul,
o fenômeno conhecido como “Pororoca”, provoca-
Doce, Jequitinhonha, Pardo, Contas e Paraguaçu.
do pelo encontro de suas águas com o mar. Enormes
ondas se formam, invadindo o continente. Localizada
Aquíferos
numa região de planície, a Bacia Amazônica possui
cerca de 23 mil km de rios navegáveis, possibilitando
o desenvolvimento do transporte hidroviário. O Rio Os Aquíferos são fontes importantes de recursos
Amazonas é totalmente navegável. A Bacia Amazô- devido à sua grande quantidade de água armazena-
nica abrange os estados do Amazonas, Pará, Amapá, das. No entanto, torna-se problemático ao seu uso
Acre, Roraima, Rondônia e Mato Grosso; excessivo e, principalmente, sua contaminação com
a poluição do solo e o uso de reagentes químicos na
superfície, pois isso compromete a duração e a energia
z Bacia do Rio Tocantins: esta bacia drena aproxi-
para renovar este recurso natural. No Brasil, existem
madamente 9,5% do território nacional. Seus prin-
dois aquíferos principais e importantes: o Guarani,
cipais rios nascem no estado de Goiás e no Bico do
localizado Sul-Sul e se estende de outros países, além
Papagaio (TO), onde o Tocantins recebe seu princi-
do Alter do Chão, localizado na região norte.
pal afluente, o rio Araguaia. Em terras paraenses, No mapa a seguir podemos observar a localização
o Tocantins deságua no Golfão Amazônico, onde dos principais aquíferos brasileiros:
se localiza a ilha de Marajó. Por apresentar lon-
gos trechos navegáveis, essa bacia é utilizada para
escoar parte da produção de grãos (destaque para
a soja) das regiões que banha.
GEOGRAFIA
O Aproveitamento Econômico dos Recursos Naturais z Minério de Ferro: O Brasil está entre os 5 maio-
res produtores em minério de ferro no mundo. É
O Brasil se destaca pelo elevado nível de apro- extraído nos estados de Minas Gerais, Pará e Mato
veitamento dos recursos naturais, o país possui uma Grosso do Sul. Em Minas Gerais, o ferro é explo-
diversidade de reservas e possibilidades de produção rado no quadrilátero ferrífero (região Central-Sul
diversas, a questão estrutural impede um maior apro- do Estado), no estado do Pará, a exploração ocorre
veitamento dos recursos presentes no nosso território. na Serra dos Carajás, localizada no estado sudeste.
O Brasil é um país muito rico em recursos natu- De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o
rais, possui terra com boa qualidade para a agricultu- minério de ferro representa 93% das exportações
ra, dando força ao agronegócio, tanto para o consumo
do setor de mineração do país. Seu maior uso é ser
nacional quanto internacional. A água é uma das
matéria-prima para produção de aço.
principais, e o Brasil tem 12% das águas superficiais
disponíveis no planeta. Além disso, 90% do território
recebe regularmente chuvas e temos uma das maio- z Manganês: semelhante ao minério de ferro, o
res reservas de água doce do mundo. As florestas bra- manganês serve como matéria-prima para pro-
sileiras também têm uma grande biodiversidade em dução de aço, sendo responsável por dar liga a
muitas partes do território. seus componentes. A maior parte do manganês é
A exploração de recursos minerais é uma ativida- destinada a este propósito. No Brasil, concentra-
de com grande potencial, e o Brasil está ciente de gran- -se principalmente na parte norte do território,
des poderes a este respeito, como a Rússia, a China e especialmente no estado de Amapá, mas também
os Estados Unidos. Nosso principal mineral é o fer- é encontrado no quadrilátero ferrífero em Minas
ro, com cerca de 90% das exportações brasileiras de Gerais, e na Serra dos Carajás, no Pará.
mineração para troca. É usado como matéria-prima
para criar aço. A extração brasileira de metais repre- z Bauxita: outro mineral importante para o país, é a
senta um grande percentual das produções globais. matéria-prima do alumínio. O Brasil tem a terceira
Outro mineral bastante explorado no país é o man- maior reserva do mundo. As reservas são encon-
ganês, presente principalmente na região norte. O tradas principalmente nos estados de Minas Gerais
Brasil também tem uma das maiores reservas de bau- e no Pará. O processo de transformar este miné-
xita, mineral mais difícil de encontrar e é usado para rio de alumínio é muito caro e caro para o meio
produção de alumínio. ambiente. Por isso, a reciclagem de latas de alumí-
218 nio é tão importante.
Embora o Brasil tenha tantos recursos minerais Em relação a energia nuclear, destaque para as
e riquezas, o processo de transformação e produção Usinas de Angra I e II, construídas nos anos 70, porém
desses recursos está nas mãos de grandes empresas sem muita representatividade na matriz energéti-
multinacionais. Consequentemente, uma grande par- ca brasileira. No campo abaixo podemos observar a
te dos lucros não permanece no país, o que geraria quantidade de energia produzida por cada segmento
mais lucros que poderiam ser revertidos em progra-
para atender a nossa matriz de consumo.
mas sociais e assim beneficiariam a população do país.
de uma camada de sal com espessura de 2 km, o que da biodiversidade; os processos de erosão e empo-
durante muito tempo inviabilizou a sua exploração, brecimento dos solos; a redução no ciclo das chu-
porém, com o desenvolvimento tecnológico, a Petro-
vas; o aumento das temperaturas e a questão do
brás já extrai grandes quantidades de petróleo na
região. aquecimento global.
Estima-se que as reservas no pré-sal ultrapassam z As queimadas: em sua maioria, as queimadas
200 milhões de barris, e por conta dessas reservas estão diretamente associadas à prática da agricul-
encontradas, o Brasil passou a ser autossuficiente na tura. Em nosso país as queimadas vêm aumentan-
produção de petróleo. do de forma considerável nos últimos anos, vide 219
os exemplos de 2020 ocorridos no Pantanal e na 2033, promovendo parcerias público-privadas para
Amazônia. Como consequências das queimadas, buscar resolver os problemas que mais afligem os
destaca-se o aceleramento do processo de deserti- brasileiros. Serão investidos cerca de R$ 753 bilhões,
ficação; a poluição do ar e o processo de empobre- totalizando R$ 47 bilhões por ano no setor.
cimento dos solos.
z A questão do lixo: essa questão é considerada z Dentre os problemas ambientais em ambientes
como o grande desafio das autoridades brasileiras, urbanos, podemos destacar: a formação das ilhas
visto que o consumo do ser humano e a produção de calor (também conhecidas como micro climas),
de lixo só aumentam ano após ano. As dificulda- que são provocadas por retirada da cobertura
des se potencializam com a coleta e o tratamento vegetal; verticalização das construções, que impe-
que ocorrem de forma inadequadas, mesmo com dem uma maior circulação dos ventos; circulação
a lei federal nº 12.305 de 2010, também conheci- de veículos automotivos e o processo de impermea-
da como a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que bilização dos solos, causando assim, um aumento
proíbe o descarte do lixo coletado em lixões a céu da temperatura das áreas centrais em relação às
aberto (o ideal é a construção de aterros sanitá- áreas periféricas, que podem chegar a 10º C.
rios), o problema ainda persiste, ora por falta de z Um outro problema ambiental dos centros urba-
interesse dos agentes públicos em promover políti- nos é a formação das chuvas ácidas: ocorrem em
cas para resolver a questão, ora por conta da falta regiões que o nível de poluentes na atmosfera é
de consciência da população em colaborar e con- alto e, ao entrar em contato com as gotículas de
tribuir para amenizar os impactos deste problema. água, promovem o aumento da acidez da chuva.
Como consequências deste tipo de problema temos Esse fenômeno tem como principais consequên-
a contaminação dos solos e dos lençóis freáticos, cias a destruição de lavouras agrícolas localizadas
por conta da produção de chorume; a produção de próximas a centros urbanos; a corrosão de monu-
mentos históricos e o aumento de doenças de pele.
gases tóxicos e o aquecimento global.
z Por último, vamos destacar o fenômeno da inver-
z A poluição dos solos por conta da utilização de
são térmica: ocorre principalmente em áreas
agrotóxicos no setor agrícola e o descarte incorre-
urbanizadas com elevados índices de poluição, em
to dos produtos químicos utilizados no meio rural:
especial no inverno. O fenômeno ocorre da seguin-
nesse contexto, nosso país é um grande produtor
te forma: a camada de ar poluído impede a troca
agrícola e o país que mais utiliza agrotóxicos em
de ar na atmosfera (que é um fenômeno de ordem
todo o mundo. Como impactos ambientais decor-
natural), e esse impedimento faz que fique uma
rentes dessa situação, destacamos o processo de camada de ar frio e poluído próximo a superfície,
empobrecimento do solo; a contaminação dos len- como consequência, esse fenômeno gera uma série
çóis freáticos e a destruição da biodiversidade (flo- de doenças respiratórias.
ra e fauna).
z Poluição do ar: nosso país está entre as nações O Setor Mineral e os Grandes Projetos de Mineração
que mais emitem dióxido de carbono, e esse pro-
blema tem como principais causas o crescimento No Brasil, a indústria de mineração possui grande
da indústria e uma elevada concentração de veí- representatividade, sendo uma atividade econômica
culos automotivos, porém, não podemos esquecer com destaque para os setores de exploração, minera-
de destacar a emissão do gás metano na atividade ção e de transformação mineral. As principais empre-
pecuária. Os impactos ambientais causados pela sas mineradoras do país são:
liberação dos gases do efeito estufa (GEE), são: o
aumento do buraco na Camada de Ozônio; agra- z Vale;
vamento de mudanças climáticas provocadas pelo z Samarco;
aquecimento global e a contaminação da água, z CBMM;
comprometimento da fauna e da flora. z Alunorte;
z A poluição da água nos centros urbanos princi- z Namisa;
palmente: está associada à falta de políticas para z Magnesita;
descarte do esgoto e tratamento, pouco mais da z Votorantim;
metade dos domicílios brasileiros tem o sistema de z Hispanobras.
coleta de esgoto e fornecimento de água potável,
grande parte do esgoto doméstico produzido em No Brasil, ocorre a importação e exportação de
nosso país é lançado in natura – diretamente nos recursos minerais, os minérios aqui produzidos,
rios sem qualquer forma de tratamento. em alguns casos não são suficientes para atender a
demanda de consumo do mercado interno. Os prin-
O Brasil possui cerca de 12% das reservas de água cipais importadores dos minerais brasileiros são paí-
doce do mundo, porém somente 4% está própria para ses como o Canadá, EUA, China, Japão e Países Baixos,
o consumo, de acordo com estudos da ANA (Agência destaque para a exportação de alumínio, cobre, ferro,
Nacional das Águas). Como consequências deste tipo estanho, manganês, níquel, nióbio e ouro.
de problema ambiental, destacamos a destruição e
perda da biodiversidade; a falta de água com quali- AGRICULTURA BRASILEIRA
dade para o consumo humano e uma queda na quali-
dade de vida da população, além do agravamento de
Dinâmicas Territoriais da Economia Rural
doenças associadas as questões citadas acima.
O Governo Federal sancionou a lei nº 14.026 de
julho de 2020, o Marco de Saneamento Básico, que A formação do setor agrícola brasileiro ocor-
visa universalizar no território nacional os sistemas reu com uma enorme concentração de terras. Uma
de coleta de esgoto e tratamento de água até o ano de grande quantidade das terras agricultáveis do país
220 está concentrada nas mãos de um pequeno grupo de
proprietários rurais, que controla grande parte da pro- perceber, o Brasil tem propriedades ainda muito maio-
dução. A concentração fundiária gera muitos conflitos res, com várias dessas ultrapassando a marca de 600
no meio rural, demonstrando cada vez mais a neces- módulos fiscais, o que, de acordo com o Estatuto da Ter-
sidade da realização do processo de reforma agrária. ra, criado pelo Governo Federal nos anos 60, represen-
A política de Sesmarias ( no período colonial, que dis- ta o que se chama de latifúndio – grande propriedade.
tribuía terras para as pessoas próximas à coroa portu-
guesa); a Lei de Terras de 1850, que regulamentava a Relações de Trabalho no Campo
posse das propriedades através do processo de com-
pra e venda – aumentando ainda mais a concentração O subaproveitamento do espaço agrário brasileiro é
fundiária, pois as terras estavam nas mãos da elite caracterizado por uma baixa produtividade em relação
econômica e política do país e a modernização tec- aos outros países que possuem uma agricultura pauta-
nológica provocada pela Revolução Verde compõem da na mecanização. O que faz o Brasil ter uma baixa
os fatores que nos permitem compreender a dinâmi- produtividade é a predominância da prática da agro-
ca de concentração de terras existentes no meio rural pecuária tradicional, sem o emprego de tecnologia em
brasileiro, tornando a estrutura desse importante larga escala pela maioria dos produtores rurais.
setor da economia extremamente desigual. O Brasil é um país extremamente agrícola, quase a
metade do território é ocupada por estabelecimentos
A Estrutura Fundiária rurais. No setor agrícola brasileiro, existem relações
de trabalho que são diversas, como por exemplo a uti-
A estrutura da terra do Brasil é caracterizada pela lização da mão de obra familiar; a presença de possei-
concentração: os grandes proprietários de terras têm ros; o sistema de parceria, os arrendatários da terra,
o controle da maior parte das terras agricultáveis do além dos trabalhadores assalariados temporários e da
país. Este processo ocorre desde o período colonial, presença do trabalho escravo no campo. Veja abaixo
e com o passar dos anos se agravou. A organização as características dos termos que acabamos de citar:
fundiária de um país pode ser compreendida de acor-
do com a dimensão das terras agricultáveis e distri- z Mão de obra familiar: É a relação de trabalho
buição das propriedades. No caso do Brasil, os dados estabelecida entre os entes da família, onde estes
relacionados à questão mostram extrema desigualda- exercem todas as etapas do processo produtivo.
de entre o número de pequenos e médios agricultores z Posseiros: São trabalhadores rurais que ocupam
e o tamanho das propriedades rurais e suas respecti- e/ou cultivam terras devolutas - (terras que perten-
cem ao poder público);
vas posses.
z Parceria: É o sistema no qual ocorre um acordo
Para melhor compreender a estrutura fundiária
entre dois trabalhadores ou produtores rurais, de
brasileira, o IBGE dividiu as propriedades em duas
modo que se um possui a propriedade da terra e o
modalidades:
outro apenas a força de trabalho, esse segundo ofere-
ce a sua força de trabalho, cultiva a terra e depois irá
z Agricultura Familiar: nela, o tamanho das proprie- dividir uma parte da produção com o proprietário;
dades é menor que 4 módulos fiscais por família; z Arrendatário: Esse sistema ocorre quando um
z Agricultura patronal: o tamanho das propriedades agricultor não possui terra, mas dispõe de capital
é superior a 4 módulos fiscais. ou recurso financeiro, e arrenda (aluga) a proprie-
dade por um certo período de tempo, através da
assinatura de um contrato;
Importante! z Trabalhadores assalariados temporários: São
Compreende-se como módulo fiscal o espaço trabalhadores rurais que recebem salário, mas
exercem seu trabalho apenas em um período do
mínimo necessário para a viabilidade da explo-
ano, normalmente esse processo ocorre no perío-
ração econômica de uma propriedade rural. O
do de colheitas;
tamanho estipulado para um módulo fiscal varia z Trabalho escravo no campo: Em pleno século XXI
segundo o munícipio e a região do Brasil (poden- ainda é possível encontrar trabalhadores na con-
do variar entre 5 e 115 hectares – lembrando dição de escravidão ou em condições semelhantes,
que cada hectare tem 10 mil m²), dessa forma é o trabalhador não tem direitos trabalhistas, não
possível diferentes classificações para o mesmo recebe salário, sendo que tudo que ele utiliza na
espaço. área produtora (desde alimentação e moradia e
até as suas ferramentas de trabalho), são contabi-
lizados, criando assim uma dívida e que essa será
Para conhecer melhor a realidade do campo bra- descontada do seu salário, fato que o impede de
sileiro, o IBGE faz levantamentos estatísticos, como o ir embora. Tal situação se faz real, principalmen-
Censo Agropecuário, o último foi realizado em 2017 e te em estados como Pará, Mato Grosso e Goiás, e
apurou que 90% das propriedades do país se enqua- esses não são as únicas unidades da federação bra-
dram na modalidade da agricultura familiar. sileira com este tipo de problema.
Todas essas propriedades somadas, no entanto,
GEOGRAFIA
Êxodo Rural
O Êxodo rural é um processo de migração caracterizado pelo deslocamento de uma população das áreas rurais
para as áreas urbanas. Este fenômeno ocorre em escala global. A ocorrência e o aumento do êxodo rural é uma
consequência da implementação de modernas relações capitalistas na produção agrícola, na qual o modelo eco-
nômico de grandes proprietários de terras e a mecanização intensiva das atividades rurais expulsam os pequenos
produtores do campo. O processo intensivo de mecanização das atividades agrícolas substituiu em larga escala o
trabalho humano e os pequenos produtores que não podem mecanizar sua produção, pois não possuem recursos
financeiros para tal situação, acabam sendo prejudicados.
Outra razão que oferece êxodo rural são os fatores atrativos que as cidades têm: as oportunidades de trabalho
nos grandes centros urbanos, que não demandam de qualificação profissional, principalmente nos setores secun-
dário e terciário, faz com que o cidadão migre procurando emprego e melhores condições de vida.
No entanto, este processo gera vários problemas sociais nos ambientes urbanos, sendo que alguns desses
migrantes não têm nenhuma qualificação profissional, o que é uma exigência do mercado que está cada vez
mais competitivo, gerando assim situações como o desemprego e o subemprego. Nessas cidades, alguns ficam em
situação de rua, sendo que as opções de sobrevivência que restam são a coleta de materiais recicláveis; trabalhar
como flanelinha, entre outras coisas, deixando esses cidadãos em situações de vulnerabilidade social, ou seja, o
problema que estava localizado nas áreas rurais foi transferido para os ambientes urbanos, e as consequências
desse processo representam um estado de calamidade social.
Com o intenso processo de utilização de tecnologias na produção agropecuária, estas atividades tornaram-se
bases da economia brasileira. No século XXI, ocorreu uma evolução na produção agrícola brasileira das extensas
monoculturas para uma diversificação da produção. No Brasil é possível encontrar uma grande variedade de
produtos que vão desde os mais historicamente tradicionais, como a cana-de-açúcar e o café, passando por outros
como soja, laranja, arroz, milho, trigo, algodão, dentre outros que encontram condições climáticas favoráveis ou
que foram adaptados pelas novas tecnologias agrárias, transformando o Brasil em um dos grandes produtores
agrícolas do mundo. Observe a tabela a seguir com alguns dados dos produtos agrícolas brasileiros.
PRINCIPAL
PRODUTO PRODUÇÃO EXPORTAÇÃO Nº DE PAÍSES
COMPRADOR
PRINCIPAL
PRODUTO PRODUÇÃO EXPORTAÇÃO Nº DE PAÍSES
COMPRADOR
Milho 3º 1º 76 Irã
.
Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2014/15
Os dados podem sofrer variações, pois com alguns produtos como a soja, o Brasil reveza com os EUA o posto
de principal produtor, ao passo que a Índia se destaca como produtora de carne bovina. O setor agropecuário
alcançou níveis elevados de participação na economia brasileira e o PAP (Plano Agrícola e Pecuário – também
conhecido como Plano Safra), já tem o valor de R$ 236,3 bilhões como crédito para os produtores para o biênio
2020/2021, onde a maior parte vai para custeio e para a comercialização. Estes valores são distribuídos de acordo
com o nível de importância do gênero ou atividade na economia brasileira. Os principais produtos do agronegócio
brasileiro são:
z Cana-de-açúcar: produto agrícola importante desde o período colonial, com produção anual estimada de 47
milhões de toneladas, com destino da produção para o etanol (combustível veicular) e para a produção do
açúcar. As áreas produtoras com maior destaque são: São Paulo (60% da cana produzida no país); estados do
Centro-Oeste, Maranhão; Paraná; Minas Gerais e a tradicional Zona da Mata Nordestina;
z Café: Principal produto no século XIX e início do Século XX, o Brasil é hoje o maior produtor e exportador de
café do mundo, são mais de 2 milhões de hectares de áreas destinadas ao consumo, destaque para o estado de
Minas Gerais que detém 50% da produção nacional;
z Soja: Principal produto do agronegócio brasileiro, com destaque para a produção nas regiões Centro-Oeste e
Nordeste, além de uma parcela de produção na região Sul;
z Outros produtos do agronegócio brasileiro: milho, citricultura, arroz, algodão.
Na pecuária, o destaque vai para a criação de bovinos que o rebanho já ultrapassa 219 milhões de cabeças de
gado.
Importante!
Pecuária Intensiva: os rebanhos são criados em estábulos, confinados em pequenas e médias propriedades,
com grandes cuidados em relação à alimentação, higiene e saúde. Esse tipo de pecuária necessita de maio-
res investimentos e mão de obra qualificada.
Pecuária Extensiva: Os rebanhos são numerosos, criados soltos e com pouca necessidade de cuidados e
investimentos, alimentando-se de pasto natural.
O Brasil destaca-se também na criação de suínos, com rebanho superior a 38 milhões de cabeças, com desta-
que para a região Sul do país com quase a metade do rebanho, seguido por Nordeste e Sudeste. A criação de suínos
gera lucros superiores a US$ 1 bilhão por ano.
Destaque também para a criação de ovinos e caprinos, com rebanho superior a 14 milhões de animais, com
destaques para as regiões Sul e Nordeste.
O Brasil destaca-se como grande produtor de aves, chegando a dominar uma fatia do mercado de 90% do
comércio de carne de frango.
Destaques também para a equinocultura que gera lucros superiores a R$ 7,3 bilhões por ano, criação de buba-
linos, asininos e muares.
GEOGRAFIA
O Brasil é um país com enorme potencial para se firmar entre as grandes potências do mundo, porém, após
um crescimento considerável no início deste século, na última década o processo de crescimento econômico e os
números do nosso PIB (Produto Interno Bruto – total de riquezas que o país produz em um determinado período)
vem apresentando resultados desfavoráveis, e o grande desafio dos governantes é como garantir o processo de
solidificação da economia dentro desta lógica de internacionalização. 223
A internacionalização econômica pode ser com- RESULTADOS DO PIB BRASILEIRO SEGUNDO O
preendida como um grande mercado, resultado máxi- IBGE
mo do processo de globalização. A partir dos anos 90,
com o fim da lógica da bipolaridade entre capitalis- ANO PIB
mo e socialismo, que era determinada pela Guerra
2010 7,5%
Fria, as nações do mundo começaram um processo de
estreitamento de laços, através da superação de bar- 2011 4,0%
reiras físicas e geográficas, bem como a superação de
2012 1,9%
barreiras políticas e ideológicas.
O modelo de mundo globalizado e o processo de 2013 3%
internacionalização ultrapassam qualquer barreira
de esfera econômica, e abrangem áreas como ciência, 2014 0,5%
política, cultura etc. Mesmo sabendo que o processo 2015 -3,5%
de globalização pregava uma maior interação entre
os povos e nações nos aspectos políticos, econômicos, 2016 -3,3%
culturais, territoriais, financeiras, proporcionando
2017 1,1%
assim a construção de uma Nova Ordem Mundial, o
que podemos perceber hoje é um processo exatamen- 2018 2,2%
te ao contrário, que podemos chamá-lo de desgloba-
2019 3,5%
lização, onde os países vêm promovendo a adoção
de medidas protecionistas e restritivas, que acabam Fonte: IBGE
por representar uma tendência da sociedade moder-
na que é caracterizada por um fechamento total, uma A balança comercial (saldo entre importações e
espécie de isolamento, e um exemplo deste processo é exportações) brasileira vem desde 2017 apresentando
a Guerra Comercial entre os EUA e China, disputando superávits (as exportações estão superando as expor-
mercados, áreas de influencias, inovações tecnológi- tações – em resumo o país está vendendo mais do que
cas etc. está comprando) desde 2017.
A eleição do novo presidente Jair Bolsonaro, pro-
Comércio Exterior vocou uma mudança nas relações externas, com uma
maior aproximação com os EUA e com o presidente
Donald Trump, e foi adotada uma política econômi-
Nos anos 90, durante o governo Collor, ocorreu
ca defendida pelo então Ministro da Economia Paulo
um processo acelerado de abertura econômica, uma
Guedes que é um defensor do modelo neoliberal, e
redução das alíquotas de importações, privatizações previa a implantação de uma modelo de privatizações
de empresas estatais e uma desregulamentação do em vários setores da sociedade, porém, por enquan-
Estado, além da redução de subsídios. Ocorreram to, essa desburocratização e uma menor participação
também profundas mudanças na estrutura industrial do Estado Brasileiro nas questões econômicas não
do país. Esse cenário de estímulo à competitividade ocorreram.
não proporcionou a pequenas e médias empresas o Na perspectiva internacional, é de extrema impor-
suporte financeiro e técnico para suportar e se ade- tância ressaltar os três maiores parceiros comerciais
quarem a essas mudanças e muitas acabaram fechan- do país: China, EUA e Argentina. A Guerra Comer-
do as portas. A grande dificuldade dos pequenos e cial entre EUA e China rendeu frutos positivos para
médios empresários nos dias atuais está relacionada o Brasil em determinados momentos. Um setor que
à dificuldade de realizar investimentos em tecnologia, é bastante vantajoso para o Brasil na política comer-
já que o crédito concedido para tal ação depende ain- cial com os chineses rendeu respectivamente em 2018
US$ 32,7 bilhões e em 2019 US$ 32,7 bilhões, de acordo
da da autorização e do resguardo do Estado. A questão
com previsões do IBGE.
burocrática acaba emperrando todo o processo, dessa
Porém, em 2020, um ano atípico por conta da
forma, o Brasil acabou por implantar as políticas eco- pandemia do novo coronavírus, as projeções para a
nômicas neoliberais como uma política de Estado. economia do Brasil e de várias nações do mundo não
No início dos anos 2000, o país passou por um são muito animadoras, de acordo com as projeções do
período de crescimento econômico bastante signi- FMI o PIB do nosso país deve sofrer uma retração em
ficativo, com índices do PIB em torno de 6% ao ano, torno de 5,8%.
entrando no seleto grupo das maiores economias do No plano internacional, algumas declarações de
mundo, chegando a ser classificado como um emer- membros da alta cúpula do governo em relação aos
gente da economia mundial – e passou a fazer parte chineses vem causando um certo desgaste com o par-
do BRIC – grupo composto pelas economias emergen- ceiro asiático, fato este que pode comprometer a polí-
tes do mundo no período: Brasil , Rússia, Índia e China, tica econômica do país nos próximos anos.
e, posteriormente, o grupo passou a contar também
com a África do Sul (em 2011) e passou a se denomi- Integração Regional (Mercosul e América do Sul).
nar BRICS.
O Mercosul (Mercado Comum do Sul) que foi oficia-
O crescimento econômico do início do século não
lizado no início dos anos 90, através da assinatura do
se repetiu na década seguinte e o país passou a enfren- Tratado de Assunção, em 1991, tinha como principais
tar quedas significativas no seu PIB, em especial entre objetivos promover a dinamização da economia regio-
os anos de 2014 e 2017, conforme pode ser visto na nal, movimentando entre os seus membros mercado-
224 tabela abaixo: rias, pessoas, força de trabalho e capitais. Também
estava previsto no documento assinado pelos mem- explica porque os espaços em nível mundial se tor-
bros signatários (fundadores) Brasil, Argentina, Para- naram tão heterogêneos. A relação existente entre
guai e Uruguai a livre circulação de bens, serviços e industrialização e urbanização pode ser compreen-
fatores produtivos. Porém, por conta da desigualdade dida pela atuação da indústria enquanto agente de
entre os seus membros, em 1995 através da assinatura transformação e modernização das sociedades, mes-
do Protocolo de Ouro Preto, o bloco era transformado mo que não seja o único agente a contribuir para isso.
em uma união aduaneira com a fixação de uma tarifa Dessa forma, são ampliados os fatores atrativos das
externa comum – TEC. cidades, os elementos que são característicos do meio
urbano responsáveis por atrair os migrantes que são
oriundos das áreas rurais.
Importante! Um outro fator de extrema importância para que
toda essa dinâmica ocorra é a rede de transportes. O
União Aduaneira é uma classificação de bloco
Brasil é um país de dimensões continentais, e, confor-
econômico que conta com uma tarifa externa me vimos no tópico a respeito da formação do territó-
comum (TEC), pela livre circulação de mercado- rio brasileiro, nosso país possui uma enorme extensão
rias que são oriundas dos países associados ou no sentido norte-sul, assim como possui uma grande
membros. distância no sentido leste-oeste. Para promover o pro-
cesso de integração entre os pontos distintos e lon-
gínquos do país é necessário que exista uma rede de
Os anos 2000 foram muito desafiadores para o transportes integrada e articulada, ligando as diver-
Mercosul, em especial pelo distanciamento do Brasil,
sas localidades e facilitando o deslocamento de pes-
principal economia da região, pelo golpe de estado no
Paraguai e a consequente suspensão do país do bloco, soas, bens, serviços e produtos.
assim como a situação crítica da Venezuela que fez A rede de transportes tem um papel fundamental
com que o país presidido por Nicolás Maduro fosse para facilitar o escoamento da produção, o desloca-
suspenso do bloco em dezembro de 2016, por ruptura mento de cargas, e consequentemente contribuir para
da ordem democrática e descumprimento das normas a injeção de capitais estrangeiros e para o crescimen-
do bloco. to e desenvolvimento da economia. Em nosso país, a
Atualmente, o bloco enfrenta dificuldades para a opção encontrada para dinamizar este processo, prin-
assinatura de acordos, em especial com a União Euro- cipalmente a partir da segunda metade do século XX,
peia, por conta da política ambiental do seu principal foi a canalização de recursos para o modal (sistema
membro - o Brasil. de transportes) rodoviário – em especial a partir do
As outras formas de integração na América do Sul: governo do presidente JK, porém, a canalização dos
podemos destacar a UNASUL – União das Nações do Sul. recursos para as rodovias provocou um sucateamen-
Fundada em 2008 através do Tratado Constitutivo da to dos modais ferroviários e hidroviários – com a
UNASUL, assinado em Brasília, ficou decidido que a sede redução dos recursos estatais para estes modelos de
seria em Quito no Equador, o Parlamento sulamericano transporte.
em Cochabamba na Bolívia, e a sede do seu banco em
O modal rodoviário foi e ainda é o principal meio
Caracas na Venezuela. O bloco, além de caráter político,
tinha também o objetivo de se tornar uma organização de deslocamento, transporte de bens, cargas e pessoas
multissetorial, com a junção de duas uniões aduanei- no país, a prioridade pelo transporte rodoviário como
ras – Mercosul e Comunidade Andina de Nações. Com forma de favorecimento de empresas estrangeiras,
as mudanças nas políticas de seus membros, em março que se instalavam em nosso país, sobretudo a partir
de 2019 o bloco passou a se chamar Prosul – Foro para o dos anos 50 do século XX, as empresas que aqui se
Progresso da América do Sul, diferente da UNASUL que instalaram, eram principalmente, do setor automo-
tinha líderes de esquerda. A Prosul tem em seus repre- bilístico. O governo de JK facilitou a entrada destas
sentantes líderes de direita que ascenderem ao poder no empresas aqui no país. A política do governo brasilei-
continente nos últimos anos. ro era promover uma estruturação do modal rodoviá-
E para finalizarmos, destaque para as propostas de rio, construir polos industriais de automóveis em todo
integração na América do Sul como o IIRSA, que foi o país, ampliar a geração de empregos, proporcionar
criado em 2000 em Brasília como Iniciativa para a Inte- o crescimento da economia e hoje com o desenvolvi-
gração da Infraestrutura Regional Sulamericana, com mento tecnológico no processo fabril, a utilização de
o objetivo de interligar e desenvolver a infraestrutura mão-de-obra em larga escala nesse setor é cada vez
que interligasse fisicamente os seus membros entre as
mais reduzida.
principais regiões econômicas do subcontinente ame-
Uma outra característica negativa deste proces-
ricano, e a finalidade era diminuir os custos do setor
de transportes e aumentar o fluxo de mercadorias e as so foi a concentração dos investimentos do setor de
exportações intrarregional e extrarregional. transportes de forma desigual pelo território nacio-
nal. Ocorreu a concentração desses investimentos na
Eixos de Circulação e Custos de Deslocamento porção centro-sul e nas faixas litorâneas, uma peque-
na alteração pode ser observada a partir da decisão do
governo federal em transferir a capital para a região
O processo de urbanização potencializou e alterou
a dinâmica das cidades em todo o mundo. A estrutu- central do país e construir Brasília, dessa forma ocor-
ra urbana sofre profundas alterações, o processo de reram investimentos em locais que até então não
GEOGRAFIA
industrialização que ocorreu e ocorre de forma dinâ- eram conectados com o restante do país. Nesse con-
mica/acelerada e o progresso sem controle passaram a texto, foram construídas as rodovias Belém-Brasília,
exigir uma estrutura urbana que atendesse as necessi- Cuiabá-Porto Velho, Transamazônica, dentre tantas
dades das populações, tornando-se um ator coadjuvan- outras. Um aspecto negativo também a ser observado
te deste processo, juntamente com o setor industrial. é o fato de o Brasil possuir uma grande extensão terri-
Podemos afirmar que o processo de industriali- torial e o transporte modal rodoviário não ser o ideal
zação é o acontecimento histórico que causou maior para o transporte, principalmente de cargas, entre
impacto ao espaço geográfico. Cada país passou por grandes distâncias. O transporte rodoviário possui
este processo em tempos históricos distintos, e isso um custo de manutenção maior, os combustíveis são 225
mais caros, e a emissão de poluentes é maior (os auto- Rio Amazonas, que é totalmente propício a navegação.
móveis funcionam com combustíveis que são deriva- A partir dos anos 80, após a oficialização do Merco-
dos de petróleo – altamente poluente). sul, os demais membros do bloco (Paraguai, Uruguai
Nos anos 90, em decorrência da política neoliberal e Argentina) adotaram uma política de transportes de
(menor participação do Estado na tomada de decisões mercadorias para uma maior integração do chama-
em relação à economia) implantada no país, ocorreu do Cone Sul, os investimentos por parte do Governo
o processo de privatização das rodovias, que teve seu Federal, mas ainda são insuficientes para dinamizar
início, conforme dito acima, nos anos 90, mas que esse meio de transporte. As principais hidrovias do
permanece até os dias atuais, através de concessões Brasil são a Tietê-Paraná, a do Rio São Francisco e a
públicas. hidrovia do Rio Amazonas, dentre outras.
A qualidade das rodovias no país é ruim, muitas Os meios de transporte no Brasil necessitam de
não são pavimentadas, os gastos públicos são onerados, uma diversificação, além de investimentos que real-
visto que o processo de privatização ou de concessão mente atendam à demanda específica daquele modal
pública ocorre principalmente com aquelas rodovias e da região em questão. O ideal seria promover a inte-
que já são pavimentadas e não exigem investimentos gração entre diferentes meios de transporte através
tão elevados, as rodovias que necessitam de maiores da instalação de plataformas multimodais que per-
investimentos dificilmente entram nesse processo. mitem uma dinâmica diferenciada em relação ao
O transporte ferroviário em nosso país foi o modal transporte de pessoas e cargas, isso proporcionaria
predominante até as primeiras décadas do século XX, a redução da dependência em relação ao transporte
já que esse estava ligado principalmente para estrutu- rodoviário; também seria interessante que ocorres-
rar o deslocamento de produtos e mercadorias rela- sem investimentos que promovessem a integração
cionados a economia cafeeira, este é o motivo para das porções Oeste e Norte do país, assim facilitaria
a consolidação deste meio de transporte na região uma maior integração com outros vizinhos da Améri-
sudeste, principalmente. O transporte ferroviário tem ca do Sul e até um maior escoamento de produtos pela
um alto custo no seu processo de implantação, mas os orla do Oceano Pacífico, ampliando as trocas comer-
ciais, principalmente com nações asiáticas.
custos relacionados à manutenção são relativamente
Voltando ao transporte ferroviário, um trem pode
baixos, e nem isso foi suficiente para que muitas fer-
ter uma carga que corresponde ao volume transporta-
rovias ficassem sucateadas, abandonadas e muitas até
do por até 220 caminhões, um único vagão de metrô
desativadas, salvo algumas exceções. tem capacidade suficiente para transportar 250 pas-
Existem alguns projetos de construção de ferro- sageiros, para transportar essa mesma quantidade
vias em andamento, embora vários estejam com suas de passageiros seriam necessários três ônibus ou 50
obras inacabadas, mesmo com as verbas destinadas carros, o que provocaria um trânsito bastante carre-
pelo Governo Federal, através do PAC – Programa de gado e congestionado. A capacidade de transporte é
Aceleração do Crescimento, para o setor. O projeto uma vantagem que os trilhos possuem em relação aos
mais importante e relevante em relação ao transporte outros modais de transporte, além de ser mais segu-
ferroviário no Brasil é a Ferrovia Norte-Sul, que pos- ro, mais barato e menos poluente. Os investimentos
sui algumas áreas concluídas e em operação. no setor são vistos como alternativas mais prudentes
A política de privatização dos anos 90 também para transformar os caminhos do país, transportando
chegou ao setor ferroviário e até contribuiu para o cargas pesadas e também pessoas nos grandes centros
aumento da utilização do modal ferroviário, porém, urbanos e populacionais.
continua atendendo a interesses e deslocamentos de Nosso país está longe da realidade de nações
determinados grupos e regiões, a maior concentração europeias, por exemplo, as linhas de metrô no Bra-
da malha ferroviária ainda se encontra nas regiões sil totalizam 309 quilômetros em todas as cidades
Sul e Sudeste. que dispõem desse tipo de transporte, enquanto isso,
O transporte hidroviário é o que possui a menor somente em Londres, são 402 quilômetros; em relação
participação no sistema de modais do Brasil, e isso ao transporte de cargas, cerca de 25% dos produtos
é uma grande contradição, já que nosso país possui são escoados por vagões, enquanto na Rússia esse per-
potencial para desenvolver e utilizar esse meio de centual gira em torno de 88%.
transporte. A rede hidroviária presente no territó- A movimentação sobre trilhos no Brasil passou a
rio brasileiro é ampla e vários rios das nossas bacias ser um pouco maior nos últimos anos. No ano de 2016,
hidrográficas são navegáveis, não necessitando de o volume de cargas transportadas registrou o número
de 503 toneladas, um aumento de 29,3% em relação
muitos investimentos para construir estruturas, pois
ao número registrado em 2006 e quase o dobro do
não há a necessidade de grandes empreendimentos,
volume de cargas nesse meio de transporte no ano de
como por exemplo a construção de obras de correção
1997, dois produtos que são essenciais e importantes
e instalação de equipamentos. A justificativa dada para a economia do país – a soja e o minério de ferro,
para a não realização de investimentos excessivos em foram os responsáveis para alavancar esses números.
hidrovias no Brasil é a existência de rios de planal- Nos centros urbanos em diversas regiões, o transpor-
tos em nosso território, que são rios que apresentam te sobre os trilhos vem ganhando importância. O Bra-
declives mais acentuados (possuem quedas d’água ou sil tem mais de 1.062 quilômetros para trens, metrôs e
são encachoeirados), sendo necessárias obras para a VLT’s – veículos leves sobre trilhos. Esses meios de trans-
correção e que facilitariam o transporte de cargas; porte registraram um aumento em torno de 37,4% na
um outro agravante para a implantação deste meio de quantidade de passageiros na última década, para aten-
transporte é o fato de que os rios navegáveis ou rios der a esta demanda de crescimento, houve a ampliação
de planície estão localizados em áreas afastadas dos de 6,7% na extensão de linhas operacionais, 10,3% no
grandes centros econômicos. número de estações, 17,6% no número de linhas, com-
Ocorrem, em certas regiões, investimentos em praram mais vagões e houve uma redução no intervalo
rodovias que deveriam ser aplicados em hidrovias, entre os trens, e estes investimentos atendem as multi-
como por exemplo a Rodovia Transamazônica, uma dões que se deslocam diariamente pelas grandes cida-
estrada que se encontra quase de forma paralela ao des do país. Por exemplo, o número de pessoas que se
226
deslocam diariamente na região metropolitana de São z Mar Territorial: Faixa marítima que se estende
Paulo através dos sistemas metro ferroviários represen- até 12 milhas náuticas (22 km), contadas pela cos-
tam cerca de 70,4% do volume nacional, que correspon- ta que é considerada parte do território do país.
de a 8,5 milhões de pessoas. A soberania também é exercida no espaço aéreo,
O transporte sobre trilhos é recomendado para assim como no leito e no subsolo. É do marco do
deslocamento por longas distâncias, principalmente mar territorial (ou das águas territoriais) que são
transporte de cargas, isso resulta em economias. O contadas em 200 milhas de extensão para a delimi-
valor de um frete é, por exemplo, quase a metade se
tação da zona econômica exclusiva;
comparado com o modal rodoviário, e isto resultaria
z Plataforma Continental: Parte do subsolo do
também em uma redução do valor final do produto no
mercado consumidor. mar, ou seja, é a margem continental que começa
As vantagens relacionadas às questões ambientais na costa e cai com uma ligeira inclinação para a
também são relevantes: o transporte ferroviário cor- encosta continental (na qual a inclinação é muito
responde a um percentual de 25% do volume de cargas mais acentuada) ou até o limite de distância de 200
do país, e é responsável por apenas 2,2% das emissões milhas, para casos em que a margem continental
de gases poluentes emitidos pelo setor de transportes. não atinge essa distância. Se a margem continental
As ferrovias eletrificadas proporcionariam uma redu- se estender mais de 200 milhas náuticas o estado
ção desses percentuais de poluentes emitidos ainda costeiro pode requerir a extensão da plataforma
mais significativamente, e os benefícios atingiriam continental, até um limite de 350 milhas náuticas.
uma gama maior de pessoas, pois onde passam os
cabos elétricos, passam também os cabos de internet Zona Econômica Exclusiva Brasileira
e cabos de fibra óptica, democratizando assim esses
serviços em diversas regiões. A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) é uma área
O setor agrícola é altamente dependente do setor localizada além de águas territoriais, na qual cada
de transportes, e caso ocorra a instalação de platafor- país costeiro tem a prioridade para o uso de recursos
mas multimodais, o setor cresceria ainda mais, vis- marinhos naturais (tanto vivos quanto sem vida) em
to do potencial de produção agropecuário que o país sua gestão ambiental. Estabelecida pela Convenção
tem, conforme registramos aqui no tópico Evolução da das Nações Unidas sobre a Lei do Mar (CNUM), tam-
Estrutura Fundiária no Brasil. Segundo dados da CNA – bém conhecida como Convenção Montego Bay, a área
Conferencia da Agricultura e Pecuária do Brasil, a par- econômica exclusiva estende-se até 200 milhas (náuti-
ticipação deste setor no PIB gira em torno de 21,4%. As cas), o que equivale a 370 km.
políticas econômicas para o agronegócio vêm se inten- Além da exploração e gestão dos recursos naturais,
sificando e se consolidando nos últimos anos. o país costeiro nessa área possui a jurisdição em rela-
ção à exploração e ao estabelecimento e uso de ilhas
artificiais, para a pesquisa científica marinha e para a
proteção e conservação do ambiente marinho.
Apesar da exclusividade concedida ao país costei-
O ESPAÇO POLÍTICO
ro na área, todos os outros estados desfrutam da liber-
dade de navegação e podem sobrevoar, bem como
FORMAÇÃO TERRITORIAL
pode ser realizada a instalação de cabos submarinos e
dutos e outros usos legais do mar.
Território, Fronteiras e Faixa de Fronteiras
O país que tem a administração da ZEE também
deve promover o uso dos recursos que estão vivos
O Brasil localiza-se na porção centro-oriental na
América do Sul, sendo o maior país em extensão ter- nessa área, determinando a captura e a exploração de
ritorial do subcontinente. Nosso território é cortado forma legalizada da fauna marinha. Se o país não con-
pela Linha do Equador e pelo Trópico de Capricórnio, seguir atingir o máximo estabelecido, pode ser que
totalizando uma área de 8.515.767 km2. Isso o classifi- ocorra a autorização para que outros países explorem
ca como um país de dimensões continentais e o colo- o excedente, caso haja algum tipo de acordo entre as
ca entre os países com maiores extensões territoriais partes.
do mundo, ocupando o quinto lugar, tratando-se de A ZEE brasileira representa uma área aproximada
terras descontínuas, e quarto lugar, considerando-se de água de 3,6 milhões de km². É uma área oceâni-
terras contínuas. ca com uma dimensão equivalente a cerca de 40% do
O país tem 23.086 km de fronteiras; destes, 15.719 território brasileiro. Devido à sua importância estra-
km são consideradas fronteiras terrestres. Um detalhe tégica e riqueza natural, a Marinha do Brasil é respon-
é que somente dois países da América do Sul (Chile e sável pela sua defesa, denominando-a Amazônia Azul.
Equador) não fazem fronteira com nosso país. A costa O valor da Amazônia Azul é comparável ao da
brasileira, localizada na porção leste, é banhada pelo Amazônia Verde. A região tem riquezas e potenciais
Oceano Atlântico e constitui o total de 7.367 km, indo econômicos como pesca, mineração, enorme biodi-
do Cabo Orange ao Arroio Chuí. versidade de espécies marítimas, óleo, uso da energia
das marés e energia eólica em alto mar.
GEOGRAFIA
Importante!
Scientific American Brasil. Oceanos: origens, transformações e o
futuro. Adaptado Atente-se à diferença entre a criação e a instala-
ção de um estado:
Estrutura Político-Administrativa, Estados, De acordo com o historiador Anísio Gorayeb, a
Municípios, Distrito Federal e Territórios Federais criação de um estado depende da aprovação
no plenário da Câmara Federal, e a instalação é
Hoje, a República Federativa no Brasil é formada quando o estado passa a funcionar administrati-
por vinte e seis estados e o Distrito Federal, que pos- vamente como Estado. É quando o governador
suem suas competências legislativas, políticas e admi- assume e assina os primeiros atos.
nistrativas próprias. Porém, nem sempre nosso país O Estado de Rondônia foi instalado apenas com
apresentou essa divisão político-administrativa.
dois poderes constituídos. Com a criação do Es-
Foi no ano de 1889, com a Proclamação da Repú-
blica, que surgiram os estados. No Brasil Império tado foi extinto o território, quando o então pre-
(período anterior à República), havia a organização sidente da República João Baptista Figueiredo
do território através de províncias. E, mesmo com a indicou o Coronel Jorge Teixeira, que já ocupava
criação de estados não existia a figura do governador, o cargo de governador, para continuar no cargo
a função do executivo estadual era exercida pelo “pre- de maior importância no Estado em 29 de de-
sidente do estado. zembro de 1981.
Veja a seguir um breve histórico sobre a organiza-
ção político administrativa do Brasil no decorrer do
século XX. 1988: Criação do estado do Tocantins a partir da
1903: O Acre foi incorporado ao Brasil após acor- divisão do estado de Goiás. O território de Fernando
dos com a Bolívia; de Noronha foi extinto e passou a pertencer ao estado
1942: Criação do Território de Fernando de Noronha; de Pernambuco na condição de Distrito, sendo Fer-
1943 : Criação de cinco territórios federais: nando de Noronha o único Distrito Estadual presente
no território brasileiro.
z Guaporé (Região Norte); Alterações político-administrativas estabelecidas
z Rio Branco (Região Norte); pela Constituição Federal de 1988:
z Amapá (Região Norte);
z Ponta Porã (Região Centro-Oeste); z O estado do Tocantins foi criado após o desmem-
z Iguaçu (Região Sul). bramento do norte de Goiás;
z O estado de Goiás permaneceu na região Cen-
O Governo Federal utilizou como critério e lógica tro-Oeste, já o estado do Tocantins está na região
para a criação desses territórios a presença do gover- Norte;
no central em áreas que eram pouco povoadas e que z Os territórios de Roraima e Amapá que estavam
estavam em condições de vulnerabilidade às ameaças sob a administração do Governo Federal passaram
externas.
228 a ser estados autônomos;
z O território federal de Fernando de Noronha foi incorporado à administração estadual de Pernambuco.
O Brasil atualmente está organizado em 27 unidades federativas, possuindo 26 estados e um Distrito Federal.
As Unidades Federativas (estados) estão organizadas em Municípios, e estes, em Distritos.
Os estados e o Distrito Federal são chefiados por um governador e possuem uma capital, onde estão localizadas
as sedes de cada governo, já os municípios são governados pelo prefeito.
De acordo com a Constituição Federal, o Distrito Federal não pode ser dividido ou regionalizado em municí-
pios, mas possui uma divisão administrativa e é organizado em regiões administrativas.
Portanto, o Brasil é um Estado Federal, no qual União, Distrito Federal e Municípios que possuem autonomia
homogênea e ocupam, do ponto de vista jurídico, o mesmo plano hierárquico, devendo receber tratamento jurí-
dico-formal isonômico.
Acompanhe o conceito de federação, de acordo com a CF/1988:
Art. 18 É a forma de organização do Estado adotada pelo Brasil que se caracteriza pela coexistência de um poder
soberano e diversas forças políticas autônomas, unidas por uma Constituição. Os entes que compõem a federação
são: a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. A CF fala também em Territórios, divisões
político-administrativa que, atualmente, não existem.
República
Federativa Estados Municípios Distritos*
do Brasil
Abaixo temos o mapa político do Brasil com todas as suas Unidades Federativas e suas respectivas capitais
listadas.
GEOGRAFIA
O termo região (do latim, regere, derivação de rex, autoridade que determinava o limite das fronteiras) diz
respeito à parte do território que possui uma unidade que a diferencia em relação a outras áreas. O processo de
regionalização pode ser baseado em aspectos naturais (clima e vegetação), assim como em critérios políticos, eco-
nômicos, sociais, culturais, históricos e administrativos.
Por conta das dimensões territoriais do Brasil, existe a necessidade de regionaliza-lo para realizar estudos
sobre as diversas localidades existentes. O conceito de regionalização pode ser compreendido como divisão do
espaço com critérios estabelecidos de maneira prévia; os resultados dessa divisão em áreas ou porções menores
são chamados de regiões, com características distintas entre si.
Regionalizar contribui para que os poderes políticos e administrativos possam ter mais dados e informações
coletadas para auxiliar no desenvolvimento de projetos econômicos e sociais.
As regionalizações existentes no território brasileiro até por volta de 1939 eram pautadas no estudo de carac-
terísticas naturais do país. O elemento principal era fator condicionante que pautava o desenvolvimento do res-
tante da área.
No ano de 1889, o engenheiro André Rebouças dividiu o país em dez regiões agrícolas para regionalizar o país.
Veja no mapa a seguir:
230 http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html.
Em 1893, o geógrafo francês Élisée Reclus fez uma divisão do país utilizando como critério as regiões naturais.
Assim, de acordo com esse critério, o Brasil passou a ter oito regiões que podem ser observadas a seguir:
http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html
Delgado de Carvalho, em 1913, elaborou uma proposta de regionalização baseada em elementos naturais e
humanos, e o país passou a ter cinco regiões. Os estudos de Delgado de Carvalho tiveram como base a topografia
e o clima, que sofriam a influência de grupos humanos ao mesmo tempo que influenciavam esses grupos, propor-
cionando assim uma interação dos seres humanos com o meio ambiente de acordo com as necessidades locais.
Sua proposta de regionalização pode ser vista no mapa a seguir:
http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html
No ano de 1871 foi criada a Diretoria Geral de Estatísticas, com a finalidade de desenvolver e catalogar os dados
estatísticos do Brasil; posteriormente, o órgão passou a se chamar Departamento Nacional de Estatística (DNE). No
governo de Getúlio Vargas houve uma reestruturação do departamento, que foi nomeado Instituto Nacional de Estatís-
tica (INE) e incorporado ao Conselho Nacional de Geografia em 1938, dando origem ao Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE).
A partir da criação do IBGE foram introduzidos elementos da Escola Quantitativa, que utilizava a matemática
GEOGRAFIA
http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html
Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger fez uma proposta de regionalização baseada em indicadores socioe-
conômicos chamada de divisão geoeconômica, e dividiu o país em três complexos regionais: Amazônia, Centro-
-Sul e Nordeste.
Nessa forma de regionalização, as fronteiras regionais não coincidiam com as fronteiras estaduais. Dessa for-
ma, por exemplo, o norte de Minas Gerais (região do Vale do Jequitinhonha que possui indicadores socioeconômi-
cos semelhantes ao Nordeste) encontra-se na região Nordeste; outro exemplo é o estado do Maranhão, a porção
leste do estado se encontra no Complexo do Nordeste e a porção oeste, no Complexo da Amazônia. Tem-se, ainda,
o sul do estado do Mato Grosso, que se encontra no Complexo Centro-Sul (região com maiores níveis de desenvol-
vimento do país). Atualmente, muitos geógrafos e cientistas sociais preferem essa proposta.
232 Veja a regionalização de Pedro Pinchas no mapa a seguir:
http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html
No final dos anos 90 e início dos anos 2000, os geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira utilizaram como
critérios para elaborar uma nova proposta de regionalização o nível de desenvolvimento do “meio técnico-cientí-
fico-informacional”. Isso quer dizer que, a informação e as finanças estão irradiadas de maneiras desiguais e dis-
tintas pelo território brasileiro, dividindo assim, o país em quatro complexos regionais que foram denominados
“quatro brasis”. Os complexos nessa forma de regionalização são os seguintes:
z Região Amazônica: Inclui os estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. Baixas densida-
des técnicas e demográficas;
z Região Nordeste: Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,
Sergipe e Bahia. Primeira região a ser povoada, apresenta agricultura pouco mecanizada em comparação à
Região Centro-Oeste e à região Concentrada;
z Região Centro-Oeste: Formada por Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Apresenta agricultura
globalizada, isto é: moderna, mecanizada e produtiva;
z Região Concentrada: Inclui Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul. Regiões que concentram maiores populações, indústrias, principais portos, aeroportos,
shopping centers, supermercados, principais rodovias e infovias e maiores cidades e universidades. Portanto,
são as regiões que reúnem os principais meios técnicos-científicos e as finanças do país.
Assim, para critérios de aprendizagem e fixação, apresentaremos a seguir um quadro resumo com as três
principais formas de regionalização cobradas em concursos públicos. Porém, não deixe de ler e estudar sobre as
outras divisões regionais.
Nº DE ANO DE ELABORAÇÃO
NOME DAS REGIÕES CRITÉRIOS AUTORES
REGIÕES DA PROPOSTA
Nordeste, Amazônia e
3 Características históricas e econômicas Pedro Pinchas Geiger 1967
Centro-Sul
Nordeste, Centro-Oeste, Milton Santos e Maria
4 Meio técnico-científico-informacional Início dos anos 2000
Concentrada e Amazônia Laura Silveira
Norte
Anos 40, com reformula-
Nordeste
Aspectos naturais, elementos sociais, ção nos anos 70 e atuali-
5 Centro-Oeste IBGE
econômicos, políticos e administrativos zação em 1988, através de
Sudeste
promulgação da CF/1988
GEOGRAFIA
Sul
Apesar de serem menos populosas, as regiões Norte e Centro–Oeste apresentam um constante aumento da
representatividade populacional brasileira, enquanto as demais regiões apresentam uma leve tendência de
declínio.
A estrutura etária da população brasileira corresponde à média de idade que o país possui a partir do estudo
da quantidade de pessoas jovens (até 19 anos), adultas (de 20 a 59 anos) e idosas (a partir de 60 anos de idade).
A pirâmide etária da população brasileira vem passando por transformações ao longo dos anos, caracteri-
zando uma mudança no perfil demográfico do país no que diz respeito ao crescimento demográfico nacional. No
passado, com elevadas taxas de natalidade, a pirâmide etária brasileira possuía a base mais ampla e o topo mais
estreito, o que significava que o país possuía a maioria da população jovem. Nos dias atuais, pode-se afirmar que
o país está em uma fase de transição, com a redução das taxas de natalidade e um aumento da expectativa de
vida, além da redução das taxas de mortalidade. Para se ter uma ideia, em 1960, a taxa de fecundidade (número
de filhos por mulher), no Brasil, era de 6,21; já nos dias atuais esse número despencou para 1,81. Por outro lado, a
expectativa de vida subiu de 54,6 para 73,6 no mesmo período.
Neste sentido, nota-se que o Brasil está passando por um processo de envelhecimento populacional, ou seja,
um aumento da idade média de sua população. A médio e longo prazo, isso poderá causar um sério problema,
pois está acontecendo uma contribuição para a redução da População Economicamente Ativa (PEA), que são as
pessoas aptas a exercer algum trabalho. Com isso, os gastos sociais, em especial os gastos da Previdência Social,
tendem a elevar-se, causando um problema semelhante ao que acontece, atualmente, em alguns países europeus:
o inchaço do setor previdenciário.
É importante destacar que, por conta da pandemia nos últimos meses, em algumas unidades da federação,
como Rio de Janeiro e São Paulo, o número de óbitos passou a ser maior que o número de nascimentos, propor-
cionando uma mudança na demografia brasileira, em nível pequeno.
O deslocamento populacional interno (também conhecido como migração) ocorre em nosso país desde o
período colonial, porém esses movimentos se intensificaram a partir do século XX, em especial após a 1ª Guerra
Mundial (1914-1918).
GEOGRAFIA
Na história do Brasil, nossa economia foi caracterizada pelos ciclos, ou fases, nos quais um determinado pro-
duto surgia e se consolidava como o mais importante. Ocorreram os seguintes ciclos econômicos:
z O processo de urbanização que ocorre em uma z Função religiosa: Juazeiro do Norte (CE) e Apareci-
cidade; da do Norte (SP).;
z Os problemas que são gerados pelo fato de as cida- z Função histórica e cultural: Ouro Preto (MG), Cida-
des crescerem de forma não organizada e não de de Goiás (GO), Paraty (RJ);
estruturada e quais são as consequências geradas z Função turística: Campos do Jordão (SP), Porto
por esses processos; Seguro (BA), Bonito (MS);
z A questão da dinâmica de circulação de pessoas, os z Função industrial: Contagem (MG), Cubatão (SP),
desafios da implantação e da solução para os pro- Volta Redonda (RJ), Camaçari (BA), Suape (PE).
blemas de mobilidade urbana, o fluxo e a logística
no setor de transportes; De acordo com o nível de importância histórica,
z Os modelos e modos de produção que são repro- algumas cidades podem exercer várias funções den-
duzidos nas cidades, bem como quais os tipos de tro de uma rede urbana, como é o caso da cidade de
trabalho que são oferecidos naquela localidade São Paulo. Com o passar do tempo, as cidades podem
específica; desenvolver outras funções, aumentando assim os
z Como a população residente naquele fragmento seus contatos com um número cada vez maior de
do espaço geográfico se relaciona com os espaços lugares. Dessa forma, as cidades assumem o papel
públicos e privados e quais são os modos de vida de dar dinâmica aos fluxos nos territórios, a fim de
estabelecidos ali; comandar as políticas comerciais regionais, nacionais
z Como as cidades são caracterizadas e de que forma e, em alguns casos, internacionais.
seus bairros e /ou distritos são distribuídos; O acúmulo de funções por uma determinada cida-
z Os problemas sociais enfrentados pelos habitan- de permite que ela possua um maior poder territorial.
tes, em especial, a questão da desigualdade social, Essas funções são determinadas pela presença de
a concentração de renda; grandes empresas, bancos nacionais e internacionais,
z Como a dinâmica do êxodo rural contribuiu para as quais também servirão para atrair populações das
o processo de surgimento e formação das favelas; mais diversas localidades em busca de melhores con-
dições de vida.
z Como ocorreu o processo de industrialização e o
As cidades, quando crescem, não permitem só o
estabelecimento de centros industriais;
surgimento e o crescimento de redes urbanas, mas
z Quais são os impactos gerados pelo processo de
também contribuem para o surgimento de redes ter-
industrialização nos centros urbanos, como a for-
ritoriais (transportes, telecomunicações, eletricida-
mação de ilhas de calor, ocorrência de chuvas áci-
de). Pode-se concluir, com isso, que quanto maior for
das e o processo de inversão térmica.
o crescimento de uma cidade, maior será a dinâmica
de produção e distribuição de alimentos, assim como
Nesse contexto, a geografia urbana tem extrema o deslocamento de cargas, mercadorias e pessoas por
importância e nos ajuda a compreender o processo de várias regiões do território.
produção do espaço urbano, as relações que ocorrem A densidade e o tamanho das redes urbanas, assim
entre os seres humanos e esse meio, além de com- como os difusores dos fluxos de informações, merca-
preender o crescimento das grandes cidades e como dorias, bens, serviços e capitais, fazem da rede urbana
ocorre o processo de influência dessas cidades com um fator importante na organização do território.
outras localidades e territorialidades a partir da ótica Do final do século XIX até por volta da década de
geopolítica. Também é possível compreender, através 1970, as cidades eram classificadas através de um sis-
da geografia urbana, como os processos de organiza- tema de pirâmide. Ocorria entre as cidades um pro-
ção das cidades, as políticas habitacionais deficitárias cesso de dependência da cidade A com as cidades
que causam problemas habitacionais que são impul- vizinhas que, posteriormente, poderia se relacionar
sionados pelo crescimento das populações de forma com a cidade mais importante nessa hierarquia.
rápida e desorganizada. Cada cidade ocupava um papel dentro dessa hie-
A partir desses estudos é possível a criação e o esta- rarquia e, para ocorrer uma mudança no papel e na
belecimento de políticas públicas que sejam eficientes importância de cada cidade, deveriam passar por um
e suficientes para a cidade se reestruturar e continuar processo com vários degraus e etapas, mudando assim
crescendo, porém, a partir deste momento, de forma suas classificações de acordo com a sua importância na
organizada e planejada. rede urbana. Subir esses degraus e passar por várias
etapas significava ascender na hierarquia urbana.
Rede Urbana, Hierarquia Urbana, Regiões Com o desenvolvimento dos sistemas de transpor-
Metropolitanas tes e telecomunicações ocorreram alterações e surgiu
uma nova hierarquia urbana. O desenvolvimento das
O processo de interligação entre as cidades possi- redes permitiu a integração de localidades mais dis-
bilita a formação de uma rede urbana. Nesse processo tantes aos grandes centros, através do deslocamento
cada cidade vai se especializando em atividades, cons- dos fluxos globais de informação, mercadorias e capi-
tituindo, assim, certa hierarquia entre os municípios. tal de forma cada vez mais intensa.
Podemos citar, como exemplo, o caso da cidade de No ano de 2000, de acordo com dados do IBGE,
Santos, onde está localizado o Porto, que possui uma existiam na rede urbana brasileira nove metrópoles,
função específica na rede urbana no estado de São duas possuíam alcance nacional (São Paulo e Rio de
Paulo. Há, portanto, uma interação entre as atividades Janeiro, sendo que São Paulo era considerada como
realizadas no interior do estado e a cidade de Santos, uma cidade global) e sete metrópoles regionais – Por-
em decorrência da dinâmica do seu porto. to Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife,
Fortaleza e Belém.
240
Era uma característica associar o termo metrópo-
le ao processo de conturbação de uma cidade central, HORA DE PRATICAR!
com população superior a 1 milhão de habitantes
ou mais, que polarizava as demais cidades de seu 1. (EsPCEx – 2020) Em fevereiro de 2019, o mundo foi
entorno. surpreendido com um ataque de aviões indianos em
Atualmente, o IBGE considera a existência de quin- solo paquistanês. A animosidade entre esses dois paí-
ze metrópoles brasileiras. Foram agregadas ao grupo ses asiáticos é expressa territorialmente (vide dese-
anterior Manaus, Brasília, Goiânia, Vitória, Florianó- nho abaixo). Assim, é fundamentado o temor de uma
polis e Campinas (a única cidade que não é capital escalada da crise. Sobre a conflituosa relação indo-pa-
considerada como metrópole nacional), vale destacar quistanesa, é correto afirmar que:
que essas três últimas foram inseridas no seleto grupo
de metrópoles nacionais agora em junho de 2020.
A reclassificação do termo metrópole nacional
vem ocorrendo desde o ano 2000. O IBGE e o IPEA
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) desen-
volveram novos critérios e, de acordo com os estudos
realizados, as regiões metropolitanas sofreram alte-
rações, que compreendem às áreas conturbadas nas
grandes metrópoles. Esse estudo considerava a exis-
tência de vinte e três regiões metropolitanas e, hoje, já
são trinta e seis. Os aspectos levados em consideração
são os seguintes:
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) II e IV
e) III e IV.
I. A exuberância da Floresta Amazônica contrasta com Dentre as causas da escassez de água no mundo,
a pobreza de grande parte de seus solos, geralmente podemos destacar:
ácidos, intemperizados e de baixa fertilidade.
II. Tipicamente associados à Campanha Gaúcha, os campos I. a água doce disponível no mundo é muito inferior às
apresentam um relevo com suaves ondulações, cobertas necessidades de consumo atuais.
principalmente por gramíneas. Neste domínio, há um II. além dos recursos hídricos apresentarem uma dis-
preocupante processo de desertificação advindo de ano- tribuição geográfica muito desigual, os países mais
malias climáticas observadas nas últimas décadas. pobres carecem de sistemas adequados de forneci-
III. O Cerrado, adaptado à alternância do clima tropical, mento e tratamento de água.
ocupa mais de 3 milhões de km2 e apresenta solos III. a contaminação de mananciais, o uso excessivo e o
pobres. É uma formação tipicamente latifoliada que, desperdício desse recurso provocam a escassez de
dentre outras características, perde as folhas durante água para o consumo e fazem dela, em determinados
o período de seca. locais, um recurso finito.
IV. A Mata dos Cocais é uma faixa de transição situada IV. significativas alterações no ciclo hidrológico, sobretu-
entre os domínios da Floresta Amazônica, do Cerrado do nas áreas urbanas, onde a retirada da vegetação e a
e da Caatinga. Predominam as palmeiras, com desta- impermeabilização do solo dificultam a infiltração da
que para o babaçu, a carnaúba e o buriti. água e o consequente abastecimento dos aquíferos.
V. o uso excessivo e o desperdício desse recurso, princi-
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmati-
palmente pela atividade industrial, é responsável pela
vas corretas, dentre as listadas acima.
maior parte da demanda global de água.
a) I e II
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmati-
b) I e III
vas corretas.
c) I e IV
d) II e III a) I, II e IV
e) II e IV
b) I, III e V
19. (EsPCEx – 2019) O mundo moderno é um voraz consu- c) I, IV e V
midor de energia. Atender a essa demanda, pressionada d) II, III e IV
cada vez mais pelas economias emergentes, bem como e) II, IV e V
observar as exigências de um mercado balizado pelo
paradigma da eficiência, são desafios incontornáveis. 9 GABARITO
Sobre as características e a participação das diversas
fontes de energia, considere as seguintes afirmativas: 1 D
I. O drástico aumento do preço do petróleo causado 2 B
pelas crises internacionais de 1973 e 1979/1980 teve
um duplo efeito: viabilizou sua extração em locais de 3 A
difícil acesso (Sibéria, Alasca e plataformas continen-
tais) e estimulou a pesquisa de fontes alternativas. 4 D
II. Impulsionado pelas políticas de redução das emissões de
5 A
CO2 adotadas pela China, o gás natural já é, desde 2010, a
segunda fonte de energia mais utilizada no mundo. 6 C
III. Fontes de energia como o etanol e o biodiesel despon-
tam atualmente como excelentes alternativas, pois 7 E
apresentam os seguintes benefícios: poluem menos
que os combustíveis fósseis, geram vários empregos 8 E
no campo e dinamizam a economia por conta do seu
efeito multiplicador. 9 C
IV. Isenta de impactos ambientais, a energia eólica vem con-
10 A
quistando cada vez mais espaço na matriz energética de
países como China, EUA, Alemanha, Espanha e Índia. 11 B
V. Países como França, Ucrânia, Japão e Coreia do Sul
continuam a ter nas usinas nucleares uma importante 12 D
fonte energia, mesmo com problemas relacionados à
destinação dos seus rejeitos, à pressão da opinião públi- 13 E
ca e aos altos custos de construção e manutenção.
14 D
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmati-
vas corretas, dentre as listadas acima. 15 C
a) I, II e III 16 B
b) I, III e V
17 E
c) I, IV e V
d) II, III e IV 18 C
e) II, IV e V
19 B
20. (EsPCEx – 2018) “Ao longo do século XX, a demanda
global de água doce dobrou a cada 20 anos. Se manti- 20 D
dos os padrões de consumo atuais, em 2025 cerca de
2/3 da população mundial experimentarão escassez
246 moderada ou severa de água.”
HISTÓRIA
Após a queda do Império Romano Ocidental, a Europa foi dividida em diversos reinos germânicos, como
observa-se no mapa a seguir:
Já no século VIII, Carlos Magno promoveu a expansão dos francos, formando o Império Carolíngio. Observe o
mapa a seguir, que mostra a divisão da Europa durante aquele período:
HISTÓRIA
Para governar um território com extensão cada vez maior, Carlos Magno passou a delegar poderes para grandes pro-
prietários de terra, que começaram a possuir títulos de nobreza: duques, condes e marqueses. A principal função deles
era garantir a proteção do território. 247
Após a morte de Carlos Magno, o Império Carolín- z Aumento do fluxo comercial com o Oriente e nova
gio foi dividido entre seus três filhos. No entanto, a dinâmica nas cidades.
dificuldade de manter uma administração centraliza-
da levou ao crescimento do prestígio e do poder dessa As cidades daquela época desenvolveram-se como
nobreza proprietária de terras.
entrepostos comerciais ou pela iniciativa de senhores
A essas grandes faixas de terras dadas em troca
de obediência e fidelidade, dava-se o nome de feudo. feudais que permitiam as atividades de comércio para
Desse termo, surgiu o feudalismo, isto é, um sistema arrecadar impostos. Elas eram cercadas por muralhas,
baseado na relação de dependência entre pessoas o que possibilitava a segurança e o crescimento desor-
que recebiam posses e, em troca, garantiam proteção, denado de pessoas. No interior das muralhas, ocorriam
assim como os servos que trabalhavam em troca de feiras e mercados nos quais eram comercializados pro-
moradia no feudo. Nesse sistema, a Igreja Católica dutos agrícolas, ferramentas, tecidos e sapatos.
tinha grande influência e prestígio.
A desagregação do feudalismo na Europa entre os séculos XIV e XV permitiu a formação de um novo sistema
político conhecido como Estado Moderno. Suas características com maior destaque foram: soberania do reino
com território unificado e fronteiras definidas; poder centralizado na figura do rei; jurisdição do poder real sobre
o território e sobre a população.
Como as fortalezas de cidades e feudos já não eram mais suficientes para garantir a proteção das cidades, as
monarquias procuraram investir em seus exércitos, usando técnicas novas, como as de artilharia com o uso de
pólvora. Em um período de instabilidade, a Coroa assumiu a responsabilidade de defender o reino, os bens e a
segurança dos súditos, o que passou, inclusive, a justificar os tributos cobrados.
Foram criadas instituições administrativas, jurídicas e burocráticas para aumentar o controle real sobre as
outras classes, como os nobres, clérigos e camponeses. O rei fazia um jogo duplo com a nobreza e com a burgue-
sia. Nobres eram incluídos em altos cargos da administração, tendo isenções de impostos e pensões. Burgueses
traziam rendas para o Estado por meio de suas atividades comerciais, em troca, o rei lhes garantia proteção nas
rotas de comércio e a padronização de moeda, pesos e medidas.
As principais formas de Estado Moderno ocorreram em Portugal, com a vitória da burguesia, que conseguiu
entronar D. João I após a revolução de Avis, e na Espanha, com a junção dos reinos de Castela e Aragão e a expul-
são dos mouros de Granada. Na França, a vitória sobre a Inglaterra na Guerra dos Cem Anos e a supressão das
revoltas religiosas do século XVI aumentaram a força da monarquia. Na Inglaterra, a ascensão dos Tudor após o
término da Guerra das Duas Rosas e o rompimento com a Igreja Católica deram força ao rei.
ABSOLUTISMO
O absolutismo teve diferentes formas pela Europa, com características próprias em cada lugar. Em especial,
era comum o fortalecimento da figura do rei para que ele unificasse as moedas, as leis e o exército. Com o forta-
lecimento da burguesia, o rei teve de pesar muitas decisões em seu favor, sem, no entanto, abandonar a nobreza,
seus principais apoiadores.
Na França, após o término da Guerra dos Cem Anos (1337-1453), o poder dos reis foi fortalecido; no entanto, a
nobreza ainda mantinha um controle muito grande sobre o exército e sobre a cobrança de impostos. Foi a partir
da atuação do cardeal Armand Richelieu, durante o reinado de Luís XIII no século XVII, que houve o fortalecimen-
to das atribuições da Coroa e o enfraquecimento da nobreza.
A monarquia teria seu ápice como absolutista no reinado de Luís XIV, quando ficou famosa uma expressão
atribuída ao intitulado rei-sol: “O Estado sou eu”.
O absolutismo francês ainda ficou marcado por uma hierarquia social rígida, dividida em Primeiro Estado (Cle-
ro), Segundo Estado (Nobreza) e Terceiro Estado (burguesia, camadas populares urbanas, campesinato).
Na Inglaterra, o absolutismo teve o seu momento decisivo com a dinastia Tudor, a partir do século XVI,
enquanto Henrique VIII impôs a sua autoridade sobre a Igreja, levando à ruptura com o catolicismo romano e à
criação da Igreja nacional efetivamente controlada pela Monarquia. Além disso, o rei tinha um conselho privado
de ministros e organização judiciária própria. Com a rainha Elizabeth I, a Inglaterra passou a ter a supremacia
marítima.
249
Em Portugal, o absolutismo teve início com a Após a conquista de Ceuta, Portugal conseguiu uma
dinastia de Avis, que era o maior império marítimo e série de outros feitos, como a chegada à Ilha da Madei-
colonial da Época Moderna. Entretanto, a consolida- ra (1419) e à Ilha de Açores (1439). Ainda em 1434, Gil
ção do governo absolutista ocorreu no século XVIII, Eanes atravessou o Cabo do Bojador na Costa Africana
após a exploração dos minérios do Brasil, que tornou e, a partir daí, Portugal estabeleceu seus entrepostos
o rei D. João V o monarca absolutista por excelência. e suas fortalezas ao longo da costa atlântica de todo o
Na Espanha, a consolidação ocorreu a partir do continente africano.
século XVI, posterior aos reis católicos, quando a
Quando, em 1487, Bartolomeu Dias atravessou o
nação foi governada por Carlos V e Felipe II. No século
Cabo das Tormentas (da Boa Esperança, posteriormen-
XVII, ocorreu uma retração do poder político, que foi
te), Portugal encontrou uma rota marítima para as
recuperado no início do século XVIII, após a Guerra
de Sucessão (1701-1715), quando a Dinastia Bourbon Índias, formalizada com a viagem de Vasco da Gama
assumiu os rumos políticos da nação de forma cen- em 1498. Observe, no mapa a seguir, algumas rotas fei-
tralizada e com forte interferência nas atividades tas pelos portugueses e espanhóis:
econômicas. Os reis Felipe V e Fernando VI foram a
expressão maior do absolutismo.
MERCANTILISMO
RENASCIMENTO CULTURAL,
HUMANISMO E REFORMAS
RELIGIOSAS
No século XIV, a Europa passou por uma grande
crise. Simultaneamente, ocorreu a Peste Negra, pan- A Escola de Atenas, Rafael Sanzio, 1510. Fonte: Cultura Genial.
demia que vitimou um terço da população europeia,
a Guerra dos Cem Anos, também responsável por O mesmo ambiente de transformação cultural euro-
mortes e instabilidade, além de uma grande queda na peia que possibilitou o surgimento do movimento renas-
produção agrícola, que levou a uma crise de fome. centista também foi palco de profundas mudanças no
No contexto de crise, houve o enfraquecimento âmbito religioso. A hegemonia da Igreja Católica passou a
dos nobres, incapazes de lidar com as revoltas e com ser questionada e novas denominações cristãs surgiram.
a insatisfação popular. Por outro lado, a burguesia Esse processo é conhecido como Reforma Protestante.
comercial e financeira passou a adquirir as proprie-
dades de nobres falidos, acumulando cada vez mais z Reforma Luterana: o então frade católico Mar-
poder e prestígio. tinho Lutero (1483-1546), após discordar de uma
Para que houvesse a unificação da moeda, do sis- série de práticas do clero católico, decidiu fixar
tema de pesos e medidas e a proteção contra a con- na porta da Igreja de Wittenberg um documento
corrência no mercado, a burguesia passou a apoiar a conhecido como 95 teses. Rejeitado e posterior-
concentração de poder pela figura do rei. mente expulso da Igreja, Lutero fundou sua pró-
Na Itália, a situação na qual as cidades encontra- pria igreja. O luteranismo pregava que a salvação
vam-se era de maior urbanização e de ampla ativida- dependia da fé em Deus e não dos rituais católicos,
de comercial. As principais cidades, Gênova, Veneza que a Bíblia deveria ser acessível a todos para ser
e Florença, disputavam poder, influência e prestígio. lida e interpretada sem a mediação dos sacerdo-
As famílias mais poderosas manifestavam sua tes e também que o sacerdócio era algo universal,
força não apenas no controle político, mas também rejeitando a divisão entre clérigos e leigos. O lute-
ostentando riqueza ao apoiar artistas que expressa- ranismo agradou alguns príncipes alemães insatis-
vam novos valores culturais em suas obras. feitos com a Igreja Católica, que deram proteção e
Em um momento de crise da Igreja e da aristocra- sustentação a Lutero.
cia, esses benfeitores chamados mecenas queriam z Reforma Calvinista: exilado em Genebra, na Suíça,
valorizar a figura do homem individual. Esse ambien- João Calvino foi outro clérigo católico que se revol-
te fez com a que a Itália fosse o berço de uma grande tou contra Roma. Com o tempo, formou sua própria
transformação cultural e intelectual conhecida como concepção religiosa, apartando-se do luteranismo.
Renascimento. A principal característica do calvinismo é a crença
Os principais valores renascentistas eram: na predestinação, ou seja, a salvação ou a conde-
nação da alma do homem era feita por Deus já no
z Humanismo: Retorno aos estudos de pensadores nascimento do homem, sendo a prosperidade eco-
da Antiguidade greco-romana, o que não significa- nômica a indicação disso. Diferentemente do catoli-
va o abandono da religião, mas sim uma renova- cismo, o lucro passou a ser visto como algo positivo.
ção na cultura a partir de uma visão mais crítica z Reforma Anglicana: tendo como estopim a rejei-
do papel do homem. Por isso, valorizava-se muito ção de um divórcio pelo papa, o rei inglês Henrique
a liberdade de pensamento; VIII fundou o anglicanismo. No entanto, a motiva-
z Antropocentrismo: O homem foi tomado como refe- ção fundamental era o interesse da Coroa inglesa
rencial para a compreensão do Universo, tendo cria- em tomar as terras papais na Inglaterra. Muitas
tividade e iniciativa própria para o conhecimento; práticas foram mantidas, como o reconhecimento
z Heliocentrismo: O Sol era visto como o centro do de santos e dos sacramentos; houveram ainda algu-
Universo, diferente da interpretação vigente, na mas inovações, como a permissão de que mulheres
qual a Terra era vista como o centro; integrassem o clero.
z Ciência e busca do conhecimento com base no uso
do raciocínio, da observação e da experimentação;
z Artes baseadas em novas técnicas, como a valori-
HISTÓRIA
Ao iniciar o processo de colonização, a primeira providência do governo espanhol foi montar um sistema que
se incumbisse de realizá-lo. Na estrutura político-administrativa, destacam-se:
z Casa de Contratação: Criada em 1503, tinha por finalidade supervisionar as relações marítimas e comerciais
entre a América e a Metrópole. Exercia, no setor comercial, a função de Corte de Justiça;
z Conselho das Índias: Criado por D. Fernando em 1511, era composto por oito elementos e responsável pela
preparação das leis e decretos no Novo Mundo.
América Espanhola.
Fonte: Toda Matéria.
Os vice-reinados e as capitanias gerais eram governados por vice-reis e capitães gerais. Ambos tinham amplos
poderes, mas eram fiscalizados pelas audiências – tribunais que possuíam competência jurídica e administrativa.
A economia da América espanhola caracterizou-se pela exploração de metais preciosos – ouro e prata, princi-
palmente no México e no Peru. A exploração da prata foi maior do que a do ouro e teve como mais importantes
centros de exploração o vice-reino do México e as minas de Potosi, situadas no território atual da Bolívia.
É importante lembrar que o regime empregado era o do monopólio real, aplicado através de impostos, como o
quinto. O ouro e a prata eram levados à Europa, juntamente com produtos agrícolas, como milho e tabaco. A mão
de obra utilizada na mineração foi a indígena, sob duas formas:
z Encomienda: Um colono recebia a tutela de um certo número de indígenas e, sob a alegação de que ia evan-
gelizá-los, explorava seu trabalho;
z Mita: As tribos eram obrigadas a fornecer trabalhadores que, em troca, recebiam um salário.
252
Com o declínio da mineração no século XVIII, a agricultura e a pecuária passaram a ser atividades muito
importantes, inclusive com o uso de mão de obra africana escravizada. Na sociedade colonial espanhola, a rigidez
da estrutura social era muito grande, impedindo a mobilidade social.
As colônias mais vantajosas para a Coroa Britânica localizavam-se na região do Caribe, onde desenvolveu-se a
exploração de produtos tropicais. Outro tipo de colônia se formaria mais ao norte, com uma população de colonos
que fugia das guerras político-religiosas. Essas colônias acabaram se organizando em companhias; as Treze Colô-
nias Continentais, como ficaram conhecidas, dividiram-se em:
z Norte: New Hempshire, Massachusetts, Rhode Island e Connecticut. Eram dedicadas ao comércio e à manufatura,
dispondo de uma vida urbana mais dinâmica e com a presença de uma aristocracia comercial;
z Centro: Nova Iorque, Nova Jersey, Delaware e Pensilvânia. Características parecidas com as do Norte;
z Sul: Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia. Graças ao clima ameno e às terras
férteis, desenvolveu-se uma intensa atividade agrícola ligada às plantações de algodão, cuja mão de obra era
composta por africanos escravizados.
Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel Maurício et al. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro:FAE, 1991. p. 62.
Durante o século XVII, a França conquistou o atual Canadá, a região da Luisiana (no atual EUA), além das ilhas
de São Domingos (atual Haiti), Martinica, Guadalupe e Dominica.
Na América do Sul, houve a tentativa da fundação da França Antártica (atual Rio de Janeiro), entre 1555 e 1567,
e a França Equinocial (atual São Luís do Maranhão), entre 1610 e 1614. No século XVIII, a França acabou perdendo
muitas dessas conquistas, como no caso dos territórios na América do Norte, após a Guerra dos Sete Anos, e de São
Domingos, após a Revolução Haitiana.
Em 1621, os holandeses criaram a Companhia das Índias Orientais, que pretendia tomar posse das áreas colo-
niais de portugueses e espanhóis. A empresa era fruto da aliança entre nobres e ricos comerciantes, que contava
com o apoio do governo holandês.
A Holanda chegou a dominar o comércio na América e na Ásia, estabelecendo alianças com povos nativos,
nomeando funcionários, governadores, fortificações e contando com apoio militar. O Nordeste brasileiro foi domi-
nado por ela entre 1624 e 1654. Os holandeses mantiveram o domínio sobre colônias no Caribe e no sudeste asiático.
ESTRUTURA POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
O que significava a descoberta de um Novo Mundo para a Europa, no século XV? O que tal “descoberta” impli-
cava para os “descobridores” e os “descobertos”?
Esse “Novo Mundo” foi assim considerado porque antes essas terras não constavam nos mapas do mundo oci-
dental, tampouco conhecia-se sua fauna, flora e, sobretudo, sua população, que se mostrava diferente da huma-
nidade conhecida pelo Ocidente. 253
Tratava-se, afinal, de homens e mulheres que, muitas vezes, praticavam a poligamia, não trajavam roupas,
viviam em constantes guerras e comiam carne humana. Muito pouco espaço se deu, na chamada “descoberta”,
para efetivo conhecimento e aproximação da população nativa das Américas. O que havia era grande curiosida-
de, exotismo e especulação.
Em 1492, Cristóvão Colombo, comandando uma frota espanhola que procurava um caminho alternativo para as
Índias, sob ordens dos reis católicos Fernando e Isabel, defrontou-se com o que seria chamado de continente ameri-
cano; o navegador foi um dos primeiros a usar o termo “canibal” para qualificar os nativos.
A Europa mantinha contato com os países do Oriente desde 1415, e os portugueses já haviam contornado uma
parte considerável da costa africana no século XV. Ao final desse mesmo século, a questão era encontrar uma rota
para as Índias que tornasse possível continuar com o comércio de especiarias, metais preciosos, joias e sedas, uma
vez que a rota oriental estava sob o domínio turco islâmico, ou seja, interditada para os cristãos.
Os europeus, sobretudo espanhóis e portugueses, esperavam receber algum ressarcimento imediato pelas
suas viagens desbravadoras e, de início, não perceberam grande potencial de exploração econômica na área “des-
coberta”. Continuaram as incursões ao Novo Mundo até serem descobertas, pelos espanhóis, reservas de metais
preciosos no território que lhes cabia, deixando os portugueses ansiosos por descobrir em sua parte da América
também grande quantidade de ouro e prata.
Sabe-se que, desde o século XV, os portugueses já haviam se lançado em espaços africanos. Esse movimento de
aproximação se deu com o objetivo de expulsar os mouros da Península Ibérica, mas a manutenção do contato
com o continente africano permitiu que fossem construídas ali feitorias, promovendo, por fim, sua colonização.
Seria apenas em 1500 que, dando sequência ao seu desbravamento marítimo, Portugal depararia com o Bra-
sil, embora já em 1494 lusitanos e espanhóis tivessem assinado o chamado Tratado de Tordesilhas, que dividia o
Novo Mundo entre os dois Estados.
Inicialmente, Portugal não teve interesse imediato em desbravar suas “novas” terras, uma vez que o comércio
oriental lhe era mais rentoso. Os primeiros contatos permitiram a criação de um imaginário sobre o ambiente
da América Portuguesa, assim como sobre a população que lá habitava: o lugar era um paraíso na terra, no qual
residia todo tipo de monstros – de alguma forma, “os indígenas canibais” eram entendidos dessa forma.
Nos primeiros trinta anos após a chegada de Portugal à América Portuguesa, a exploração econômica se deu
pela exportação da madeira do pau-Brasil, que era recolhido e movimentado por trabalho indígena.
O território da América Portuguesa frequentemente sofria invasões de corsários de variadas nacionalidades, o
que deixou evidente para a Coroa a necessidade de apossar-se efetivamente do território, uma vez que apenas o
tratado de Tordesilhas não frearia as incursões e estabelecimentos não autorizados.
Nesse sentido, foram criadas frentes colonizadoras independentes, que apresentavam pouca comunicação
entre si, relacionando-se imediatamente apenas com a metrópole.
O sistema administrativo pelo qual se optou foram as chamadas capitanias hereditárias, grandes faixas de
terras que iam do litoral ao limite da linha estabelecida no Tratado de Tordesilhas. Elas eram concedidas a um
donatário que poderia conceder posses para a plantação de produtos tropicais, como a cana-de-açúcar, ou para a
pecuária. A condição de donatário de uma capitania era hereditária, ou seja, passada de pai para filho. Observe
nos mapas a seguir a divisão das capitanias:
254
O território da América Portuguesa foi dividido a relação entre os grupos sociais. Até 1763, quando a
em quinze lotes, sendo quatorze capitanias, que por capital passou para o Rio de Janeiro, era em Salvador
sua vez eram administradas por doze donatários. O que se desenvolviam as atividades administrativas.
donatário era o responsável com poder proeminente Ainda assim, nos primeiros anos da colonização,
e, além do uso da terra, também administrava o tra- o poder efetivo estava localizado na casa-grande e no
balho indígena. engenho. Por isso, os senhores de engenhos tornaram-
As capitanias não se relacionavam entre si e o dis- -se o grupo social mais destacado, embora sua posição
tanciamento era evidente e preocupante, de modo não adviesse de um arranjo hereditário, como no caso
que, em 1572, a Coroa Portuguesa fragmentou a admi- da nobreza europeia.
nistração em dois governos-gerais: o Governo do Norte No contexto colonial, no qual a economia era
– no qual a capital localizava-se em Salvador – com- sustentada pelo trabalho forçado, ser branco e não
posto pela Capitania da Baía até a capitania do Mara- desempenhar trabalho braçal já indicava alguma
nhão, e o Governo do Sul, sediado no Rio de Janeiro e ascensão social, pelo menos para o “povo”. Havia tra-
balhos que eram desempenhados apenas por cativos,
composto pela região de Ilhéus até o Sul. Reuniam-se
fossem eles indígenas ou africanos; assim, na socieda-
regiões que não pareciam compreender pertencerem
de marcada pelo escravismo, a cor se tornou logo um
ao mesmo espaço administrativo e político.
indicador social.
Ademais, se a díade senhores e escravizados era
ESTRUTURA SOCIOECONÔMICA
central nessa sociedade constituída sob o empreendi-
mento açucareiro, havia também, ao redor, os agre-
Ciclo do Açúcar gados do senhor, pessoas que, embora não tivessem
relevância econômica, eram importantes para o
O açúcar não foi, nos primeiros anos de coloniza- desempenho político e social dos senhores de enge-
ção, apenas um produto produzido na colônia; era nho. Eram, sobretudo, parentes destituídos de terra,
também responsável pelo surgimento de códigos, comerciantes, homens livres que não possuíam auto-
costumes e hábitos. Foi apenas no século XVI que se nomia social e que viviam sob a proteção do senhor e
desenvolveu o hábito, na Europa, do consumo do açú- lhe davam influência política.
car feito da cana, que passou de produto de requinte a
mercadoria frequente no cotidiano das pessoas. Pecuária nos Sertões
Como já foi exposto, depois dos primeiros trin-
ta anos, reconheceu-se a necessidade de povoar ao Com o estabelecimento do governo-geral, foi ado-
menos a faixa litorânea de terra da nova colônia, para tada a prática de doar sesmarias (grandes porções de
assim evitar as invasões estrangeiras que começavam terra), destinadas à pecuária em áreas do interior.
a crescer. Contudo, já não se pretendia apenas povoar Houve pecuária em vários locais nos quais se estabe-
a colônia, passava-se, também, a uma forma de colo- leceram colonos.
nização que visava outro objetivo: o ganho monetário. No Nordeste, essa atividade ocupou uma vasta área
O projeto colonial tomava contornos de empresa do interior, desde a Bahia até Piauí e Goiás. São Pau-
colonial, o que exigia maior investimento para a pro- lo, Paraná e Rio Grande do Sul também eram núcleos
dução de produtos que deveriam ser exportados para importantes. Com o declínio do Ciclo do Ouro em Minas
o mercado europeu. A produção era, portanto, dire- Gerais, a pecuária tornou-se uma importante atividade
cionada para fora da colônia. no atual sul do estado.
Formaram-se grandes centros produtivos, os cha-
mados latifúndios, dedicados à produção de apenas um Ciclo do Ouro
produto em grande escala. Esse produto foi, de início,
a cana-de-açúcar. A partir de então, o empreendimen- Os bandeirantes encontraram ouro na região de
to do açúcar estabeleceu-se no Nordeste da América Minas Gerais por volta de 1698, o que levou a um gran-
Portuguesa. de fluxo migratório, em que milhares de portugueses
Alguns pontos tornaram o empreendimento açu- se deslocaram para as minas e se intensificou o tráfico
careiro mais feliz na região Nordeste: a proximidade de escravizados da África (a população da região che-
gou a 300 mil habitantes, em que 50% eram escravos).
com a metrópole, o clima e a hidrografia, fundamen-
A vinda de forasteiros causou tensão entre os ban-
tais para o transporte do produto internamente.
deirantes paulistas e os “emboabas” portugueses acer-
Naquele momento, Portugal concentrou sua aten-
ca do direito de exploração do ouro; assim, eclodiu
ção no Brasil e no empreendimento açucareiro, esta-
entre 1707 e 1709 a Guerra dos Emboabas. Derrotados
belecendo um monopólio; contudo, mesmo que a
e expulsos, os bandeirantes se deslocaram para oeste
Coroa tenha tentado controlar todo o processo de pro- do território, onde encontram ouro em Cuiabá (1717)
dução e mercantilização de açúcar, isso não ocorreu, e em Goiás Velho (1721).
uma vez que os holandeses eram responsáveis pela Após o episódio, a Coroa Portuguesa reforçou seu
comercialização, no exterior, do produto produzido domínio com a tributação (a quinta sobre a onça de
na colônia portuguesa. ouro extraída), o impedimento de que vilas se tornas-
O tabaco também foi uma mercadoria essencial
HISTÓRIA
lo que os historiadores chamam de “revoltas nativis- O conflito se deu entre as autoridades metropolita-
tas”, o que implica certo amor à pátria e desacordo nas e a elite socioeconômica da região. Os revoltosos
com a metrópole. No início do século XVIII, o ouro foi faziam ações de pilhagem na região, gritando frases
descoberto na região das Minas; teve início, então, o que expressavam descontentamento com a adminis-
conflito entre bandeirantes paulistas e emboabas (ter- tração. O governador da capitania reagiu com inten-
mo que designava “forasteiros”) pela administração sidade: fechou os caminhos de entrada de Vila Rica
do território aurífero. e prendeu os protagonistas do levante, enviando-os
257
ao Rio de Janeiro. Felipe dos Santos foi executado por Quanto a Tiradentes, sua pena foi aplicada pela
conta de sua oratória que apoiava os revoltosos, tor- Coroa de modo a ser exemplar e espetacular, ficando
nando-o vítima de suplício público. por muito tempo na memória dos colonos: foi enfor-
cado no Rio de Janeiro, seu corpo, esquartejado e sal-
gado, e os pedaços ficaram em exibição em pontos
estratégicos do Caminho Novo; sua cabeça foi exposta
no centro de Vila Rica.
MOVIMENTOS EMANCIPACIONISTAS
CONJURAÇÃO MINEIRA
Podemos dizer que a Revolução Industrial deu à luz a nossa época. Ela foi o longo processo de transforma-
ção social e econômica iniciado com novas formas de produção, emprego de novas matérias-primas e formas de
energia que modificaram a maneira de trabalhar, a estrutura social, urbana e rural, as tecnologias e a relação do
homem com o tempo.
A Revolução Industrial não teve data específica, pois possuiu diferentes fases; cada uma dessas fases foi marcada por
uma inovação na forma de produzir mercadorias.
A Primeira Revolução Industrial ocorreu entre os anos 1760 até os anos 1830 e foi marcada pela força da
indústria de lã e algodão para a fabricação de tecidos e pela difusão do uso de máquinas a vapor que utilizavam
o carvão mineral como fonte de energia. Essa fase praticamente se limitou à Inglaterra, embora Países Baixos e
França tenham participado tardiamente.
A Segunda Revolução Industrial ocorreu entre os anos de 1850 até os anos 1910 e destacou-se pelo emprego
de combustíveis fósseis, principalmente o petróleo, e pela expansão do setor secundário da economia (siderurgia
e metalurgia): Estados Unidos (no processo de reconstrução após a Guerra Civil), Japão (durante a Era Meiji) e
Alemanha (em seu processo de unificação) tiveram maior destaque.
A Terceira Revolução Industrial, iniciada nos anos 1950, caracteriza-se pela expansão da indústria de tec-
nologia de ponta, com o emprego da robótica, da informática e da eletrônica, com o protagonismo de europeus,
estadunidenses, japoneses e sul-coreanos.
Ao lançar-se à expansão pelos mares, além da acumulação de riqueza em metais preciosos e especiarias, a
formação de mercado internacional exigia novos investimentos. A procura por lucros dos grandes comerciantes
impulsionou negócios industriais. O crescimento desses negócios levou à circulação de moeda, ao aparecimento
de bancos regulares e de novas operações financeiras que valorizaram cada vez mais os bens móveis sobre os
imóveis, afetando a terra e o símbolo de poder da aristocracia.
A necessidade de unificar moedas, impostos, leis, normas, pesos, medidas, fronteiras, alfândega e de regula-
mentar mercados nacionais e internacionais significou a necessidade de unificação política entorno do Estado
Nacional. Por outro lado, o processo de expurgos e expropriações dos camponeses de suas terras para a produção
de lã permitiu a formação de uma massa carente de trabalho nas cidades para ser absorvida pela indústria.
A condição de vida dos trabalhadores era péssima. Crianças, idosos, mulheres ou homens eram submetidos
a jornadas que chegavam a 16 horas de trabalho por dia. Caso houvesse atrasos ou eles perdessem o ritmo da
produção, poderiam receber castigos físicos, além de sofrerem com descontos de metade de seu pagamento. Não
tardou para que surgissem movimentos de reação a esse sistema de exploração.
Em 1799, o Parlamento Inglês aprovou a Combination Act, proibindo a criação de associações de trabalhadores
para negociar condições de trabalho e de salário. Durante 1811 e 1812, houve, entre os tecelões, um movimento de
quebrar teares para forçar o recuo de proprietários na demissão de trabalhadores e na diminuição de salários. Esse
movimento ficou conhecido como ludismo e inspirou outros movimentos pela Europa.
Mesmo em meio à repressão, a pressão do movimento fez com que o Parlamento em 1825 revogasse a Combi-
nation Act de 1799. Foi desse modo que, a partir da década de 1830, teve início um movimento conhecido como
cartismo, que buscava direitos por meio da política, como o sufrágio universal e as eleições parlamentares anuais
(lembrando que apenas 18% da população masculina inglesa votava). A rejeição do Parlamento a essas mudanças
levou a diversas greves.
Entre as principais consequências da Revolução Industrial, podemos mencionar os métodos de produção mais efi-
cientes que exigiram a ampliação de mercado consumidor e que levaram ao barateamento de produtos. A necessidade
de exploração de matérias-primas induziu as nações europeias a uma nova expansão colonial: a partir da década de
1880, Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica, entre outros, firmaram-se como impérios neocoloniais com possessões
em vários continentes, mas com destaque para a partilha da África e da Ásia. Foi essa guerra imperialista por terras,
260 mercados e poder que levou à Primeira Grande Guerra em 1914.
A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
O primeiro processo de independência colonial da História ocorreu nas possessões britânicas na América do
Norte. As Treze Colônias Continentais eram divididas entre as do Norte, colonizada por imigrantes puritanos
insatisfeitos com a Igreja Anglicana, e as do Sul, colonizada por imigrantes camponeses que se especializaram no
cultivo de produtos tropicais.
O abastecimento dessas colônias era caracterizado pelo comércio triangular entre América, África e Europa. A
África cedia escravos para a América, que, por sua vez, cedia matérias-primas para a Europa; esta, por seu turno,
cedia produtos manufaturados para América e África. O mapa a seguir ilustra essa dinâmica:
Fonte: NARO, Nancy P. S. A formação dos Estados Unidos. 3. ed. São Paulo/Campinas: Atual/Editora da Unicamp, 1987. p. 15. (discutindo a História).
Os antecedentes da independência têm marco inicial com a Guerra dos Sete Anos, quando os colonos defende-
ram as possessões inglesas contra os franceses. Entre 1764 e 1765, a Lei do Açúcar (obrigatoriedade em adquirir
melaço e açúcar das Antilhas inglesas), a Lei da Moeda (proibição da emissão de papeis de crédito) e a Lei do
Selo (taxação de todos os documentos e publicações por agentes ingleses) causaram grande insatisfação entre os
colonos.
Em 1773, em um episódio conhecido como a “Festa do Chá de Boston”, colonos radicais saquearam navios ingle-
ses e lançaram a carga de chá no mar como forma de protesto contra a lei que obrigava a compra exclusiva de chá
dos ingleses. Essa legislação que prejudicava os colonos ganhou o nome de Leis Intoleráveis. Como reação, a Ingla-
terra interditou o porto de Boston.
Os colonos organizaram-se no Primeiro Congresso Continental, na Filadélfia, em 1774, para pedir sem sucesso
ao rei inglês que as leis fossem abolidas. Como protesto, houve o boicote dos produtos ingleses. Em 1776, o Segundo
Congresso Continental redigiu a Declaração de Independência em 4 de julho daquele ano. As hostilidades entre
rebeldes e colonizadores transformou-se em guerra, que só foi cessada em 1783 com o reconhecimento inglês da
independência. Em 1787, um encontro entre os líderes das 13 colônias deu origem à Constituição dos Estados Unidos
da América, que tornou-se a primeira república moderna do mundo. HISTÓRIA
CARTISMO
A partir do século XIX, o capitalismo se consolidou como sistema econômico, social e político e se caracterizou
pela acumulação de capital, defesa da propriedade privada, obtenção de lucro e o trabalho. Dois grupos sociais se
definiram muito claramente: a burguesia industrial e o operariado.
A burguesia adotou o liberalismo como ideologia para justificar a organização da sociedade industrial capitalista.
Dessa forma, defendia a livre concorrência e o direito de o indivíduo investir onde e como quisesse. Destaca-se também
a defesa na liberdade nas relações trabalhistas, de tal maneira que os contratos seriam definidos de forma independente
entre patrões e empregados.
Nos séculos XVIII e XIX, muitos foram os teóricos identificados como liberais. Autor do clássico A Riqueza das
Nações, Adam Smith analisou a divisão social do trabalho e criticou a política mercantilista, que dificultava o
fortalecimento das manufaturas. Outro importante teórico, David Ricardo, procurou estabelecer as “regras” de
comércio mundial, sob a teoria das “vantagens comparativas”, dizendo que os países beneficiariam-se do livre
comércio, pois teriam algo a oferecer e a receber na negociação externa.
ANARQUISMO
Na mesma época do socialismo científico, surgiu o anarquismo, ideologia que defendia a revolução armada e a
derrubada imediata do Estado. Os anarquistas acreditavam que o homem era capaz de viver em paz com os seus
semelhantes, sem a instituição do Estado.
Eles eram defensores de uma ordem natural, baseada na autodisciplina e na cooperação voluntária. Para isso, propu-
nham que os homens vivessem em comunidades autogovernadas, sem qualquer hierarquia entre si e com a participação
de todos nas decisões. Os principais representantes dessa tendência foram Bakunin e Kropotkin.
DARWINISMO SOCIAL
HISTÓRIA
Em 1859, o naturalista inglês Charles Darwin publicou a obra A Origem das Espécies. Ele abordava a evolução dos seres
vivos a partir da seleção natural, justificando a sobrevivência das espécies mais aptas e a eliminação das inaptas em resistir
ao meio. Alguns sociólogos distorceram as proposições darwinistas para defender que determinados povos eram superio-
res racialmente sobre outros.
O darwinismo social procurou estabelecer o racismo enquanto um conceito científico, defendendo que os euro-
peus deveriam dominar os povos considerados inferiores. Os defensores dessa ideia apontavam que os “europeus
brancos” eram favorecidos para a sobrevivência, porque eram “intelectualmente” capazes e “fisicamente” fortes.
267
POSITIVISMO
Formulado por Augusto Comte, essa corrente de pensamento defendia que a sociedade possuía fases para o
desenvolvimento social: a teológica, dominada por religiosos e militares, a metafísica, dominada por filósofos e
juristas, e a positiva, baseada no conhecimento científico.
Tinha como lema: “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”, frase essa que foi reprodu-
zida parcialmente nos dizeres “ordem e progresso” na bandeira do Brasil. Comte considerava que a propriedade
privada tinha função fundamental para a organização social do trabalho, e também defendia a política de educa-
ção dos trabalhadores para a elevação do nível intelectual da sociedade.
O desenvolvimento industrial do século XIX levou as grandes potências mundiais a empreender a colonização
de vários territórios na África, Ásia e Oceania. Além do poder econômico, essas potências possuíam força militar
muito expressiva, já que estavam munidas de diversas inovações tecnológicas no setor bélico.
Dessa maneira, o imperialismo dominou vários povos e moldou o mundo na passagem do século XIX para o século
XX. O mapa a seguir demonstra como o mundo estava dividido entre as grandes potências no início do século XX:
Fonte: Pinterest.
A Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885, foi convocada pelo chanceler alemão Otto Von Bismark e contou
com a presença de 13 nações europeias, além dos Estados Unidos e do Império Turco-Otomano. O objetivo da
conferência era estabelecer regras e critérios para a anexação dos territórios africanos. A posse de um território
era reconhecida mediante a fixação de um protetorado ou outra forma de administração sobre aquele território.
Vale destacar que o processo neocolonial foi caracterizado também pela grande violência empregada. Esta
se deu em sentido militar, sufocando qualquer iniciativa de oposição dos colonizados, assim como em sentido
cultural, já que o racismo, a segregação dessas populações e o esforço em aniquilar as práticas culturais nativas
foram práticas europeias.
Consequências da Primeira Guerra Mundial Se a monarquia teve seus dias expirados, o projeto
republicano não se tornou por isso mais consolidado.
Em 1919, o Tratado de Versalhes penalizou a Ale- Era notável que mudanças aconteciam no âmbito polí-
manha com a perda de território e de exército e obriga- tico e social: o romantismo deu lugar ao materialismo
da a pagar uma grande indenização aos vencedores. O e ao positivismo; passava-se a almejar o progresso e a
Império Austro-Húngaro foi dissolvido, assim como o modernidade, naturalmente associados à república.
Império Turco-Otomano. Mas, apesar das ideias progressistas e modernas, ainda
Além disso, a Liga das Nações foi criada para estrei- havia dúvidas sobre o projeto republicano e seu futuro.
tar a diplomacia entre as nações europeias. Como a Histó- Até 1894, o país experimentou a tutela militar;
ria comprovaria 20 anos depois, o Tratado de Versalhes e os dois primeiros governos foram encabeçados pelo
a Liga das Nações não só fracassaram em pôr fim às hos- marechal Deodoro da Fonseca, líder do golpe de Esta-
tilidades, como deram força ao revanchismo e à continui- do de 15 de novembro, sucedido por Floriano Peixoto.
dade da disputa imperialista. Durante o governo de Deodoro, em 1891, eclodiu
a primeira Revolta Armada, também conhecida como
A REPÚBLICA VELHA NO BRASIL Revolta da Esquadra. Seu estopim deu-se por conta
do autoritarismo de Deodoro, que havia fechado o
Em 1889, a campanha republicana ganhou for- Congresso em clara violação da Constituição, demons-
ça no Brasil, e nesse contexto foi criada a “Guarda trando sua inabilidade em lidar com a oposição. Com a
HISTÓRIA
Negra”, espécie de força paralela ao Exército, com- Primeira República, veio também uma crise de econo-
posta por negros libertos que procuravam proteger a mia e de descontentamento. Por fim, em 23 de novem-
monarquia. A situação dos libertos ainda era delicada bro, Deodoro renunciou, tendo em vista a possível
e, na época, acreditava-se que apenas a monarquia guerra civil caso insistisse em manter-se no poder.
tornaria possível a abolição, advindo daí a lealdade Floriano Peixoto, seu vice, assumiu a presidência e
da guarda à família imperial, pois receavam que sua se manteve no cargo, embora devesse ter convocado
condição de libertos pudesse ser revertida. novas eleições. 269
Foi no governo de Floriano que surgiu o que ficou
conhecido como “florianismo”, movimento que acon-
teceu entre 1893 e 1897 no Rio de Janeiro, com expres-
siva participação popular. O líder conseguira, de fato,
entusiasmar setores expressivos das camadas médias
urbanas e da população em geral, mas o autoritaris-
mo permaneceu.
Ainda assim, a Marinha não recuou, e, em setembro
de 1893, um grupo de oficiais exigiu a convocação de
novas eleições presidenciais, por sentirem-se particular-
mente negligenciados pelo poder republicano e estarem
crentes de que era preciso rebelar a Armada contra Flo-
riano para que pudessem recuperar seu antigo prestígio.
Floriano, por sua vez, reprimiu a armada e decre-
tou estado de sítio, recebendo a alcunha de “Marechal
Charge de 1927 ironizando a prática do voto de cabresto.
de Ferro”. Em 1894, finalmente, novas eleições foram
convocadas, transferindo o governo a civis e inaugu- Fonte: Educação O Globo.
rando um novo modo de se fazer política, em um perío-
do que ficou conhecido como República Oligárquica. CONFLITOS BRASILEIROS DURANTE A REPÚBLICA
Em 1894, depois de anos em que o governo da VELHA
República havia ficado nas mãos de militares, novas
Revolta da Vacina
eleições foram convocadas, e Prudente de Morais, do
Partido Republicano Paulista (PRP), venceu a disputa.
A República estava ainda em processo de conso-
Era a vitória da corrente moderada do PRP, que pre-
lidação após a independência; no início, muitos se
tendia uma política de pacificação do país e a garantia
empolgaram e aderiram ao projeto republicano, mas
dos interesses das elites cafeicultoras de São Paulo.
com o passar dos anos, o descontentamento e desa-
A partir de 1898, foi criada a Política dos Gover- pontamento apareceram e, com eles, as revoltas.
nadores ou Política dos Estados, que reconhecia a Em 1904, ocorreu no Rio de Janeiro uma revolta
autonomia das elites regionais – o que significava, por popular contra as medidas que pretendiam erradicar
vezes, ignorar os excessos dessa elite. O controle do a febre amarela, a chamada Revolta da Vacina, na
governo federal, a partir desse período, revezava-se qual a população pobre, que havia sido expulsa dos
entre Minas Gerais e São Paulo, por serem essas as centros das grandes cidades e se fixado em seus arre-
unidades da federação reconhecidas como as mais dores, reagia à vacinação obrigatória contra a varíola,
importantes, já que seus eleitorados eram grandes e cuja iniciativa foi do sanitarista Oswaldo Cruz.
implicavam em significativa presença parlamentar. Mesmo que a movimentação tenha sido resultado
A estabilidade política da República garantia-se por da desinformação a respeito da vacina, não podemos
meio de três procedimentos: a conservação, pelos gover- limitá-la somente a isso, pois havia mais fatores no
nadores, dos conflitos à esfera regional; o reconheci- movimento: a população pobre revoltava-se contra a
mento, pelo governo federal, da autonomia dos estados forma como era tratada pelo governo republicano.
frente à política interna, e por fim, a manutenção de um
processo eleitoral no qual as fraudes eram frequentes.
Alguns dos processos de fraudes presentes no regi-
me podem ser exemplificados pela chamada “degola”,
que consistia no não reconhecimento do eleito pela
Comissão de Verificação da Câmara dos Deputados,
e pelo “voto de cabresto”, prática muito comum que
dizia respeito à lealdade dos votantes ao chefe local.
Havia, ainda, o chamado “curral eleitoral”, que aludia
ao barracão em que os votantes eram mantidos e vigia-
dos, saindo do local apenas na hora de depositar o voto,
que já estava marcado em um envelope fechado.
O voto era uma espécie de moeda de troca, já que
as relações de poder se desenvolviam a partir do muni-
cípio, o que deu origem ao que os historiadores cha-
Charge de Leônidas Freire, em 1904, ironizando o “despotismo” do
mam de coronelismo. Esse fenômeno dava vistas a um secretário Oswaldo Cruz.
complexo sistema de negociação entre chefes locais e Fonte: Wikimedia Commons.
governadores de estados, e destes com o presidente.
O coronel foi um elemento fundamental na estrutu- O povo reagiu com violência, quebrou transportes
ra oligárquica, que se baseou nos poderes personaliza- públicos, depredou edifícios e atacou agentes higie-
dos concentrados nas grandes fazendas e latifúndios. nistas. O governo, por sua vez, também revidou com
Ele apoiava o governo estadual com seus votos e, em violência: decretou estado de sítio, suspendeu direitos
troca, o governo garantia o poder do coronel sobre seus constitucionais, prendeu os líderes e os deportou para
dependentes e oponentes por meio da cessão de cargos o Acre. E, embora a revolta tenha sido controlada pelo
públicos. A República sustentava-se, dessa forma, por governo e a varíola, contida, o número de óbitos foi
270 via de favoritismo, negociações e repressão. grande: trinta mortos e mais de cem feridos.
Revolta da Chibata Revoltas Sertanejas
No Brasil, como em outras partes do Ocidente, teo- A reação a tantas novidades advindas pela mudan-
rias como o darwinismo cultural ganharam força, o que ça de regime e pelo boom das cidades não se mante-
significa dizer que a compreensão de raça se fazia a ve contida apenas nas maiores cidades. Em distintas
partir de dados essenciais e fixos, e que a humanidade, regiões do país foram deflagrados movimentos sociais
por sua vez, dividia-se a partir de hierarquias que eram que combinavam questões agrárias e a luta pela pos-
consideradas naturais. A conclusão “óbvia” era de que se de terra, muito amparados por traços religiosos.
os brancos caucasianos, “mais evoluídos”, estariam no Exemplos desses movimentos são Contestado, Juazei-
topo dessa hierarquia, e os negros se encontrariam na ro, Caldeirão, Pau-de-Colher e Canudos, que indicam
base dessa pirâmide social, passíveis de toda “degene- o lugar entre a mística popular e a revolta, produto
ração hereditária”. A mestiçagem, por sua vez, era com- inesperado do processo de modernização e da negli-
preendida como um grande mal e decadência social. gência do Estado com essa população.
Nesse sentido, Oswaldo Cruz iniciou movimentos Em 1896, iniciou-se um conflito de grande visi-
que pretendiam melhorar a saúde no interior, pois bilidade nos anos iniciais da República: Canudos. A
rebelião opunha a população de Canudos, um arraial
os sertões fervilhavam de doenças. Os grandes alvos
que cresceu no interior na Bahia, ao recém-criado
das doenças eram os sertanejos, caipiras, populações
regime republicano. Esse movimento sociorreligioso
do interior e ex-escravos, ou seja, tratava-se de uma
foi liderado por Antônio Conselheiro e durou de 1896
questão social também.
a 1897; essa população rebelava-se contra o aumento
Os marinheiros, nesse contexto, entre 22 e 27 de
do imposto republicano.
novembro de 1910, protagonizaram na baía de Gua-
nabara a Revolta da Chibata. Os marujos eram majori-
tariamente negros e mestiços, e a ordem na Marinha
era mantida com a aplicação de castigos físicos, como
com chicote. A rebelião recebeu essa alcunha por con-
ta de os marinheiros terem se revoltado, entre outras
coisas, contra os castigos que lhes eram infligidos.
Embora o uso da chibata na manutenção da ordem
tenha sido uma herança da Marinha portuguesa, no
Brasil ela tomou novas conotações, dado que era asso-
ciada à escravidão; mesmo que a escravidão tivesse
sido abolida em 1888, continuava-se, na Marinha, as
práticas de castigo físico típicas do período, revoltan-
temente amparadas pela legislação. Os sobreviventes de Canudos em 1897.
A revolta deu-se na ocasião das eleições entre Her- Fonte: MultiRio.
mes da Fonseca e Rui Barbosa. Enquanto a candida-
tura de Hermes da Fonseca representava a volta do Antes de se estabelecer na fazenda de Canudos, o
Exército ao poder, a de Rui Barbosa indicava o funcio- grupo sob liderança de Conselheiro peregrinava pelo
namento regular das instituições e a permanência das sertão, e chegou a reunir cerca de 24 mil habitantes
lideranças civis no exercício do governo. após a fundação de um arraial, batizado de Belo Monte.
Hermes da Fonseca ganhou as eleições e, enquanto O que gerou tanto incômodo no governo republi-
em terra celebrava-se sua vitória, nos navios de guer- cano e nos grandes proprietários de terra a respeito
ra a situação era tensa. O castigo infligido a Marcelino do movimento de Canudos foi que ele traduzia uma
nova maneira de viver no sertão, à parte do sistema.
Rodrigues Menezes – 250 chibatadas – foi o estopim
Era uma experiência social e política muito diversa
em um cenário que prenunciava revolta há bastante
daquela do governo central, pois as pessoas de Canu-
tempo. Em 16 de novembro de 1910, os marinheiros
dos viviam do uso coletivo da terra, além da distri-
ocuparam navios e direcionaram seus canhões à cida-
buição equitativa daquilo que nela se produzia. Além
de, mandando uma advertência ao governo: ou os cas-
disso, Canudos não estava submetido nem aos pro-
tigos corporais na Marinha do Brasil eram suspensos
prietários de terra nem aos chefes políticos da região.
ou a capital seria bombardeada.
O Governo enviou a Canudos quatro expedições
O governo cedeu, os revoltosos receberam anistia e formadas por tropas do Exército, mas só obteve suces-
os navios foram devolvidos. Contudo, em 24 de dezem- so no quarto e último atentado. Prometeu-se que, se
bro, 22 marujos foram presos na ilha das Cobras, acu- a população se rendesse, sobreviveria, mas o acordo
sados de conspiração; um deles havia sido o principal não foi mantido e a comunidade foi dizimada. A Repú-
líder da revolta, João Cândido. Desses 22 homens, ape- blica queria transformar Canudos em um exemplo:
nas dois sobreviveram após as torturas. João Cândido era o que se recebia por não fazer parte do sistema.
foi um deles, recebeu a alcunha de Almirante Negro
pela imprensa e se tornou um herói popular. Revoltas Operárias
HISTÓRIA
Salazarismo
promisso”, que reuniu liberais da velha prática polí- como uma provocação pelos liberais.
tica, reformadores políticos e sociais, o empresariado Em 23 de maio, a tentativa de tomar de assalto o
industrial – que ainda era dependente da ajuda do Partido Popular Paulista (PPP) acabou com a morte de
café –, a classe operária organizada em torno de orga- Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, e suas iniciais
nizações sindicais e uma classe média que ocupava MMDC deram nome à sociedade secreta criada para
cargos de funcionários públicos e profissionais libe- derrubar Vargas. A revolta explodiu em 9 de julho,
rais. Nesse período, destacam-se a fundação do Minis- durou quase 3 meses e terminou com a rendição de
tério do Trabalho e o Ministério da Educação em 1931 São Paulo em 3 de outubro. 275
z O apoio dos industriais, que seguiam a mesma
linha de defesa dos cafeicultores, já que o cresci-
mento das indústrias dependia da proteção estatal;
z O respaldo das oligarquias e da classe média urba-
na, que se assustavam com a expansão da esquer-
da e julgavam que para “manter a ordem” era
necessário um governo forte.
z A defesa de um Estado forte por parte dos cafeicul- Propaganda veiculada durante o Estado Novo.
tores, que dependiam dele para manter os preços
276 do café; Fonte: Indagação.
Política econômica do Estado Novo
Com a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), além de centralizar a reforma adminis-
trativa, o governo tinha poderes para elaborar o orçamento dos órgãos públicos e controlar a execução orçamentária
deles. Com a criação do DASP e do Conselho Nacional de Economia, não só a atuação administrativa e econômica do
governo passou a ser muito mais efetiva, como também aumentou consideravelmente o poder do Estado.
A cafeicultura foi convenientemente defendida, a exportação agrícola foi diversificada, a dívida externa foi
congelada, a indústria cresceu rapidamente, a mineração de ferro e carvão expandiram e a legislação trabalhista
foi consolidada com a adoção da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
As principais empresas estatais criadas no período foram: Companhia Siderúrgica Nacional – CSN (1940); Com-
panhia Vale do Rio Doce (1942); Companhia Nacional de Álcalis – CNA (1943); Fábrica Nacional de Motores – FNM
(1943) e Companhia Hidroelétrica do São Francisco – CHESF (1945).
O antigetulismo tentava mostrar a contradição de um regime ditatorial que lutava por democracia ao lado
dos aliados na Europa. A pressão política acabou por levar o governo a aprovar o Ato Adicional n. 9, que previa
realização de eleições e liberdade partidária.
Entre abril e julho de 1945, o Partido Comunista Brasileiro voltou a funcionar, e foram fundados a União Demo-
crática Nacional (UDN), o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Social Democrático (PSD). O debate sobre
a possibilidade de Vargas concorrer às eleições intensificou-se quando ele nomeou seu irmão Benjamin Vargas para
a chefia da Polícia do Distrito Federal, o que a oposição e o Alto Comando do Exército não aceitaram. Todavia, sem
maiores resistências, Getúlio aceitou a deposição em 29 de outubro de 1945.
Na ausência de Congresso, José Linhares, presidente do STF, dirigiu o país até a posse do eleito Eurico Gaspar
Dutra em 31 de janeiro de 1946. Vargas seguia, mesmo de sua fazenda em São Borja - RS, uma liderança importan-
te; não à toa ele voltaria ao Palácio do Catete através do voto em 1951.
No início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, o governo de Vargas ensaiou uma neutralidade para negociar tanto
com os Aliados quanto com o Eixo, conseguindo financiamento dos Estados Unidos para a construção da usina siderúrgi-
ca de Volta Redonda e trocas comerciais com a Alemanha. Apesar da neutralidade de Getúlio, que esperava o desenrolar
do conflito para determinar apoio ao provável vencedor, em seu governo havia grupos divididos e definidos sobre quem
apoiar: Oswaldo Aranha, que era ministro das Relações Exteriores, era favorável aos Estados Unidos, enquanto os gene-
rais Gaspar Dutra e Góis Monteiro eram favoráveis ao nazismo.
Emblema utilizado pela Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.
Fonte: Wikimedia Commons.
Com a entrada dos Estados Unidos na guerra, em 1941, e o torpedeamento de vários navios mercantes brasileiros,
o Brasil entrou em guerra ao lado dos aliados em agosto de 1942. A saída de Lourival Fontes, Filinto Müller e Francisco
Campos, defensores da aliança com os alemães, marcou a tomada de decisão. Em 1944, foram mandados 25.000 solda-
dos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a Itália, o que marcou a participação do Brasil no conflito.
Quando os Estados Unidos lançaram as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, além de terem posto fim
à Segunda Guerra, mostraram o tamanho de sua força bélica, em especial, à União Soviética, a outra superpotência
que emergia dos escombros do conflito.
Durante a Conferência de Yalta e a Conferência de Potsdam, em 1945, os dois países começaram a desenhar
seu campo de força em torno das negociações de paz. Como disse o primeiro-ministro inglês Winston Churchill,
formou-se uma “cortina de ferro” sobre a Europa, dividindo-a entre o lado oriental, comunista, e lado ocidental,
capitalista, o que também foi visto com divisão da Alemanha.
277
Observe no mapa a seguir como se deu essa polarização:
Empenhadas em manter as áreas de influência que haviam conquistado e em adquirir outras, as disputas
entre as duas superpotências geraram blocos de cooperação econômica: o Conselho de Assistência Mútua
(COMECOM) foi fundado pelo governo soviético para ajudar os países de orientação comunista, enquanto os Esta-
dos Unidos operaram o Plano Marshall, com o objetivo de reconstruir os países do ocidente europeu e o Japão
destruídos pela guerra.
Também houve a fundação de dois blocos de cooperação militar: a Organização do Tratado do Atlântico
Norte (OTAN), que tinha como objetivo impedir a expansão do comunismo pela Europa, e o Pacto de Varsóvia,
que formou uma aliança militar entre os países alinhados à URSS.
A Coreia havia sido anexada pelo Japão no início do século XX. Ao final da Segunda Guerra, com a derrota dos
japoneses, a Coreia foi libertada pelos Aliados e dividida em duas zonas de ocupação por uma linha demarcatória
conhecida como Paralelo 38. O setor sul ficou sob o controle dos norte-americanos e o setor norte, dos soviéticos.
Ao longo da década de 1990, os países ex-socialistas enfrentaram grandes dificuldades no processo de transi-
ção para o capitalismo, apresentando, por exemplo, déficit primário (quando as despesas do governo são superio-
res às suas receitas); privatização da economia, com a demissão em massa de funcionários públicos; e aumento
da dependência financeira e tecnológica externa. Esses países também tiveram que adquirir empréstimos para a
recuperação da infraestrutura e para superarem o déficit primário.
Assim como os ex-socialistas, as nações pobres também precisaram passar por profundas mudanças econô-
micas, financeiras, sociais e até culturais para se inserirem, de fato, no processo de globalização após o fim da
Guerra Fria. Os principais países desse grupo estavam localizados no Leste Europeu (Polônia, Hungria, países que
pertenciam a ex-Iugoslávia e ex-Tchecoslováquia, Romênia, Bulgária), na Ásia (China, Coreia do Norte, Mongólia,
Vietnã), na África (Moçambique, Angola, Etiópia) e na América (Cuba), além do caso da Alemanha Oriental, de
orientação socialista até a unificação com a Alemanha Ocidental, capitalista, em 1990. Quase todos eles retornam
à experiência do capitalismo após a crise na URSS, em 1991.
HISTÓRIA
População alemã destruindo o Muro de Berlim, símbolo da Guerra Fria, em novembro de 1989.
Fonte: Cultura Geral. 283
CONFLITOS DO FINAL DO SÉCULO XX
284
Guerra Civil na Somália (1991) Em 1987, o presidente foi em cadeia nacional de tele-
visão para anunciar a moratória da dívida externa do
A Guerra Civil começou ao fim da ditadura de Siad Brasil. Em 1988, o governo apresentou o Plano Verão,
Barre, que governava o país desde 1969, sob o alinha- criando a moeda “cruzado novo”, mas o plano fracassou,
mento com a União Soviética. Seu governo era desafiado pois àquela altura o governo já havia perdido toda sus-
por grupos de diferentes regiões do país, que passariam tentação política e se tornara extremamente impopular.
a se articular e se armar, com o apoio da Etiópia. A partir desse momento, o país caminhou à hipe-
O afastamento de Barre, no fim dos anos 1980, rinflação, chegando a 83% em março de 1990. Preços
motivou os primeiros levantes armados, e ele foi der- de supermercado eram reajustados todos os dias e filas
rubado em 1991. Após sua queda, dez grupos armados aconteciam em supermercados e postos de gasolina toda
distintos disputaram o poder na Somália, orientados vez que surgia menor indício de aumento dos preços.
por lealdades aos grupos ou regionais, já que a Somá- Em 1987, iniciou-se o importante processo da
lia teve colonização britânica e italiana. Constituinte, transformando os próprios congressis-
Alianças e vitórias militares levaram à disputa de tas eleitos, em 1986, no Congresso Constituinte, com
quatro grupos, entre eles, a Aliança Nacional Somali, sob ampla maioria do PMDB. Os debates foram acalora-
a liderança de Mohamed Farrah Aidid, que controlava dos e algumas propostas do PMDB foram considera-
a capital Mogadishu. Nesse contexto, houve uma grave das radicais demais, mas de fato, muitos avanços se
crise na agricultura que levou à morte de 300 mil pes- tornaram constitucionais. Estabeleceram-se direitos
soas, somadas às mortes na guerra. Grandes operações sociais, políticos e de cidadania, o que tornou mais
internacionais para envio de mantimentos foram mobi- ampla a possibilidade de participação popular na vida
lizadas; no entanto, muitos suprimentos foram confisca- política.
dos para serem usados como moeda política.
Esses eventos motivaram a formação de uma for-
ça-tarefa de 40 países, liderados pela ONU e pelos EUA,
para intervir, fato esse que uniu as facções somalis
contra as forças internacionais. Em 7 de novembro de
1993, o presidente Bill Clinton declarou que os Estados
Unidos iria retirar-se do conflito. Isso deu força para
Aidid proclamar-se presidente do país; ele morreria
em 1996. O fim do conflito só ocorreu em 2012, com
uma nova constituição, embora o país sofra atualmen-
te com uma guerra contra a Al-Shabaab, uma milícia
racial islâmica.A REPÚBLICA BRASILEIRA DE 1985
ATÉ OS DIAS ATUAIS Ulysses Guimarães levanta a constituição ao fim da Assembleia presidida
por ele em 1988.
a) Somente a I.
b) I e III.
c) II e IV.
d) Somente a III.
Dilma Rousseff no Senado durante o processo de impeachment. e) III e V.
Fonte: Jornal El País.
2. (EsPCEx – 2020) A formação dos Estados modernos
fez desaparecer os laços de suserania e vassalagem
GOVERNO TEMER E GOVERNO BOLSONARO
e, com isso, foram formados(as), na Europa,
Em pouco mais de dois anos de presença na presi-
a) os exércitos nacionais.
dência, Michel Temer teve como principais medidas a
b) os burgos.
flexibilização das leis trabalhistas e liberalização eco-
c) as Cruzadas.
nômica, com o corte de gastos estatais na economia e
d) os Cavaleiros da Luz.
no setor público, em especial, pela aprovação da Emen-
e) as Capitanias Hereditárias.
da 95, que “congela” os gastos de Estado por 20 anos.
No campo político, aprofundou-se ao fim do segundo
mandato de Dilma Rousseff o fenômeno do antipetismo 3. (EsPCEx – 2020) Alguns humanistas cristãos, a partir
no Brasil. A Operação Lava Jato teve entre seus alvos o do século XI, condenaram o distanciamento do clero
ex-presidente Lula, que acabou preso em abril de 2018. católico do que chamavam de “espírito do Evangelho”.
Qual o nome do francês que criou uma vertente do
Protestantismo que foi adotada na França, na Suíça,
na Inglaterra, na Escócia e nos Países Baixos?
a) Martinho Lutero.
b) Rei Henrique VIII
c) Zwinglio.
d) Calvino.
e) Pedro Valdo.
Assinale a alternativa que apresenta todas as medidas I. A Tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos;
corretas, dentre as listadas acima. II. A Criação da Companhia das Índias Ocidentais;
III. A existência de um poder centralizador e de um Esta-
a) Somente a I. do unificado;
b) I e IV. IV. A descoberta da imensa mina de prata em Potosí
c) II, III e V. pelos lusitanos;
d) IV e V. V. A invenção da bússola pelos portugueses na Escola
288 e) Somente a IV. de Sagres.
Assinale abaixo a alternativa que apresenta as causas 18. (EsPCEx – 2019) O ano de 1930 foi difícil para os
que levaram à Expansão Marítima Portuguesa. cafeicultores brasileiros. De acordo com o historiador
Boris Fausto, o volume de vendas do café caiu mais de
a) I e II 35% naquele ano. O motivo fundamental para a que-
b) I e III da nas exportações do produto foi a crise mundial do
c) I, II e III capitalismo. A principal causa dessa crise mundial foi
d) III e IV
e) IV e V a) a desindustrialização da economia norte-americana,
que acabou por desabastecer o mercado internacional.
15. (EsPCEx – 2019) Na segunda metade do século XVIII, b) a superprodução da indústria dos Estados Unidos da
durante a administração do marquês de Pombal (1750 América, que cresceu além das necessidades dos
a 1777), foram adotadas medidas que objetivavam tor- mercados interno e internacional.
c) a vigorosa industrialização da União Soviética, que
nar mais ágil e eficiente a administração da colônia
supriu satisfatoriamente os mercados interno e
portuguesa do Brasil, dentre as quais se destaca:
internacional.
d) o excesso do capital financeiro na Europa, que afetou
a) a elevação do Estado do Brasil à categoria de Reino
diretamente o surgimento de governos democráticos
Unido a Portugal e Algarve. na Península Ibérica.
b) o reconhecimento da importância das Regiões do Sul e) a quebra da Bolsa de Moscou, que acabou por indu-
e Sudeste, em função do incremento do ciclo econô- zir falências de empresas e de bancos e milhões de
mico do café. desempregados nos Estados Unidos.
c) a transferência da capital do estado do Brasil, de Sal-
vador para o Rio de Janeiro. 19. (EsPCEx – 2019) Se, por um lado, a Guerra Fria signifi-
d) o estado do Grão-Pará e Maranhão recebeu a denomi- cou a inexistência de um conflito direto entre as super-
nação de estado do Maranhão. potências, por outro, a disputa entre elas por áreas de
e) a restauração do sistema de Capitanias Hereditárias. influência em todo o mundo deu-se de forma intensa.
Uma conferência internacional, que reuniu 29 nações
16. (EsPCEx – 2019) Embora estivessem subordinadas africanas e asiáticas, em 1955, teve a intenção de ser
às leis inglesas, as Treze Colônias norte-americanas uma alternativa à bipolarização mundial entre os Esta-
gozavam de certa autonomia no que dizia respeito dos Unidos e União Soviética. Esta conferência foi rea-
aos assuntos internos. No século XVIII, as relações lizada em
entre as Colônias e Londres se deterioraram pouco a
pouco. Os conflitos se acirraram em 1773, levando o a) Bandung.
Parlamento britânico a aprovar medidas restritivas em b) Teerã.
relação à Assembleia de Massachusetts, nas Treze c) Yalta.
Colônias, que foram denominadas como: d) Pan Munjon.
e) Varsóvia.
a) Atos de Navegação de Cromwell.
b) Pacto do Mayflower. 20. (EsPCEx – 2019) Em 1985, a inflação brasileira chegou
c) Leis Intoleráveis. a 235% ao ano. Para corrigir essa situação, o governo
d) Primeiro Congresso Continental. Sarney anunciou, em fevereiro do ano seguinte, um
e) Leis Townshend. plano de estabilização econômica, conhecido como
Plano Cruzado. Observe as afirmativas abaixo.
17. (EsPCEx – 2019) Ideias republicanas estavam pre-
I. Instituição da moeda chamada Real;
sentes entre os brasileiros há tempos. No século XVIII,
II. Congelamento de preços;
inspiraram movimentos contra o domínio português.
III. “Gatilho” salarial, determinando que os salários seriam
Em 1870, um grupo de políticos lançou, no Rio de
reajustados sempre que a inflação chegasse a 20% ao
Janeiro, o Manifesto Republicano. Os seguintes episó- mês;
dios, ocorridos na segunda metade do século XIX, aba- IV. Substituição da moeda corrente no país, o cruzeiro,
laram o Império Brasileiro. Considerando os seguintes pelo cruzeiro novo;
fatos: V. Introdução da Unidade Real de Valor (URV).
a) I e II.
b) I, II e III.
c) I, III e V.
d) III, IV e V.
e) IV e V. 289
9 GABARITO
1 C
2 A
3 D
4 C
5 B
6 D
7 B
8 A
9 C
10 E
11 D
12 D
13 E
14 B
15 C
16 C
17 C
18 B
19 A
20 C
ANOTAÇÕES
290
O objetivo, ou o propósito, do texto se encontra
em meio à leitura e é possível de se identificar e com-
preender apenas a partir de uma leitura atenta que
vai além do que está escrito. Bem como mencionado
anteriormente, a identificação de quem é o autor e o
INGLÊS narrador, a quem se destina o texto, o contexto nele
presente, o assunto tratado e a linguagem empregada,
são elementos cruciais para o entendimento do servi-
ço a que se presta o texto.
O propósito pode ser relatar um fato, contar novi-
LEITURA DE TEXTOS E INTERPRETAÇÃO dades, listar ou enumerar itens, reportar um crime,
expor uma opinião, entre muitas outras possibilida-
Para realizar uma leitura bem-sucedida em outro des que deverão ser observadas no decorrer da lei-
idioma, é preciso estar atento a alguns métodos e tura. Alguns marcadores como nomes, datas, locais,
recursos capazes de auxiliar a interpretação textual. dados, estatísticas, números em geral, pronomes de
tratamento, podem servir como indicativos do propó-
COMPREENSÃO sito do texto a partir da percepção do conteúdo pre-
sente e do teor da mensagem encontrada no texto.
Compreender é a capacidade de assimilar, inter-
pretar e perceber o significado de algo. Compreender Compreensão escrita
um idioma significa entender a coerência das infor-
mações de sua comunicação. O objeto da compreensão Quando se trata de compreender o sentido lexical,
da língua inglesa pode estar situado em diferentes for- semântico e gramatical de um texto na língua inglesa,
mas de comunicação, para cada qual existem manei- utilizamos recursos que partem de princípios simples:
ras mais apropriadas e adequadas de identificar o identificação dos principais elementos do idioma,
sentido, o propósito, o contexto, o estilo, a técnica e as ainda que partindo de um panorama básico de com-
informações presentes na mensagem. preensão e fluência no idioma. São eles:
Ao buscar compreender o sentido e o propósito
de um texto na língua inglesa, faz-se necessário iden- z Gramática básica (tempos verbais, adjetivos, advér-
tificar elementos chave capazes de sintetizar infor- bios e pronomes);
mações, decodificar signos linguísticos, entender a z Vocabulário básico (substantivos);
semântica, ou seja, o sentido do texto, bem como seu z Expressões idiomáticas (contexto cultural);
propósito. Estes elementos podem estar presentes nos
aspectos gramaticais do texto, um dos tópicos essen- A partir de um breve conhecimentos dos itens
ciais para o estudo da interpretação textual, mas mencionados, de maneira geral e simplista, é possí-
podem também ser percebidos no contexto, no recor- vel partir para uma leitura geral do que está escrito e
te, no tipo de linguagem (formal, informal, técnica compreender a mensagem. É, no entanto, importante
etc.), no vocabulário utilizado, entre outros elementos ler nas entrelinhas enquanto se decodifica uma men-
estratégicos para a interpretação correta do texto. sagem escrita, isso significa ser capaz de identificar o
Para que o leitor compreenda o sentido do texto, gênero textual, o tipo do narrador, o objetivo da men-
antes de qualquer leitura direta, é primordial que se sagem e o contexto em que ela está inserida.
faça um processo de escaneamento do texto em bus-
ca de palavras-chave e informações que indiquem a Compreensão oral
quem o texto se direciona, quem é o autor e seu nar-
rador, a qual categoria textual ele pertence (artigo, Além dos elementos citados anteriormente quanto
crônica, conto, carta, bilhete etc.) e qual o assunto tra- à compreensão escrita, a compreensão oral tem suas
tado. A partir desta coleta de informações, é possível peculiaridades e particularidades dignas de serem
iniciar a leitura inicial, que irá buscar identificar o enfatizadas, pois se diferenciam do padrão escrito.
sentido do texto. O sentido indica o que o interlocutor Diferentemente da comunicação escrita, a fala é uma
quer dizer com que propôs escrever. A capacidade de ação fluída e em constante mudança. A percepção da
identificar o sentido está intrinsecamente ligada ao comunicação oral não apenas de elementos linguísti-
conhecimento e à identificação de: cos, mas do contexto cultural e social do falante e do
ouvinte.
z Palavras; O momento da fala pode sofrer interferências de
z Expressões idiomáticas; ruídos, sejam eles literalmente barulhos que atrapa-
z Verbos frasais; lham no momento da audição, ou ruídos no sentido
z Tempos verbais; de interferências no meio transmissor da mensagem
z Contextos; (telefone, áudio, rádio, televisão, etc.). Tudo isso atra-
z Aspectos culturais e sociais; palha tanto a transmissão quanto a recepção da men-
z Adjetivos, advérbios e pronomes; sagem, o que dificulta sua compreensão de modo
geral. A compreensão oral na língua inglesa depen-
INGLÊS
Entre outros elementos, os citados anteriormente de de diversos elementos que devem ser levados em
podem auxiliar o leitor a identificar o sentido do texto consideração:
com mais precisão, são estes conhecimentos exercita-
dos a partir do estudo do idioma, seja ele de forma z Sotaque: ainda que a língua seja a mesma, sota-
técnica e instrumental a fim de realizar uma prova ou ques diferentes podem alterar a compreensão de
em estudos mais aprofundados que têm como objeti- um idioma em diferentes países ou até diferentes
vo promover a fluência. estados de um mesmo país; além dos diferentes 291
sotaques famosos, como o sotaque britânico e o Em coerência:
estadunidense, dentro de um mesmo país existem
diferenças, como por exemplo o sotaque do sul e o z Concordância de ideias: Quando há concordân-
sotaque do norte dos Estados Unidos, que possuem cia entre duas ideias na mesma oração de acordo
distinções claras. com o sentido proposto pela frase e não existem
z Dialeto: bem como a diferença de sotaques, contradições.
alguns países possuem dialetos próprios, a comu- Ex.: She is a vegetarian, that’s why she only eats
meat. (Ela é vegetariana, por isso ela apenas come
nidade negra na Inglaterra e nos Estados Unidos
carne) - nesta oração, há contradição, pois o fato do
possuem formas específicas de comunicação que
sujeito ser vegetariano indicaria o não consumo de
dizem respeito ao seu contexto social e sua cultura, carne, o ideal seria “She is a vegetarian, that’s why
com raízes provindas de diversos países africanos; she doesn’t eat meat” (Ela é vegetariana, por isso
comunidades latinas também mesclam o idioma ela não come carne).
inglês com o espanhol e incorporam palavras de z Ordem, relevância e progressão semântica: em
seu idioma nativo ao inglês, ou até modificam geral, ações possuem uma ordem para acontece-
palavras existentes, algo comum no meio latino. rem e cada qual tem a sua importância na constru-
z Classe social: o fator econômico pode interferir ção de uma oração, o que for relevante e coerente
na comunicação oral de maneira muito clara; um para com o contexto do que está expresso deve vir
indivíduo rico com um alto nível de formação edu- antes do menos importante ou daquilo que é resul-
cacional irá se comunicar de uma forma e um indi- tado de uma ação, em uma sequência lógica que
víduo sem educação formal, morador da periferia, não altere o sentido da narrativa. Observe:
irá se comunicar de outra. Ex.: He woke up, brushed his teeth, had breakfast
and got dressed for work. (Ele acordou, escovou
Compreensão da utilização de mecanismos de os dentes, tomou café da manhã e se vestiu para o
trabalho)
coesão e coerência
Contextos, aspectos sociais e culturais
Coesão e coerência são dois mecanismos funda-
mentais tanto para a produção de textos, o que os Ainda diante do tema de compreensão, seja ela
torna igualmente importantes para a compreensão textual ou oral, na língua inglesa, alguns aspectos
textual. Antes de conhecer alguns elementos presen- que vão além da língua se fazem muito importantes
tes nestes dois mecanismos, é preciso entender do para o real entendimento de um texto. Dentre eles, o
que se tratam. Coesão diz respeito à interligação de contexto e seus aspectos sociais e culturais se fazem
elementos entre palavras e frases em uma sentença presentes e deves ser bem analisados para que qual-
de maneira correta e a coerência trata-se da ligação quer fragmento textual possa ser compreendido. Ter
de sentido lógico destes elementos, para que a men- a habilidade de identificar o contexto histórico, a cul-
sagem seja coerente. Confira alguns elementos utiliza- tura da época e a forma como se davam as relações
sociais em uma obra literária em inglês facilita a com-
dos para construir coesão e coerência no texto.
preensão da obra como um todo, pois permite que o
Em coesão:
leitor amplie as noções do texto que irá ler.
As obras de William Shakespeare, grande escritor
z Substituições: algumas expressões e substantivos inglês, foram escritas sob o prisma de uma realida-
podem ser substituídos por outro termo para evi- de diferente da que vivemos atualmente. Do século
tar repetições desnecessária, como é o caso do uso XVI ao século XVII, o dramaturgo escreveu romances
de nomes próprios e dos pronomes. em que se podiam observar reflexos dos costumes
Ex.: Anna really wants to study abroad, she enjoys e usos da sociedade em que vivia à época; desde a
visiting different countries. (Anna realmente quer própria linguagem do narrador até o curso da histó-
estudar no exterior, ela gosta de visitar países ria, a trajetória dos personagens, a maneira como se
diferentes) comunicam, se vestem, suas configurações e relações
familiares e sociais, entre outros aspectos, todos os
z Conjugação verbal adequada: ainda que a con- elementos representados pelo autor em suas obras
jugação verbal e seus respectivos pronomes sejam devem ser lidos pelo leitor a partir da ótica de uma
muito mais simples na língua inglesa do que no realidade diferente da que vivemos no século XXI.
português, ainda existem alguns requisitos de cor- Ao entender o contexto social, cultural e até eco-
relação verbal que devem ser aplicados (principal- nômico de uma produção textual é fundamental para
mente no tempo presente). estabelecer as relações corretas na hora de decodificar
Ex.: She sleeps late every day. (Ela dorme tarde o seu sentido, sendo capaz de identificar o vocabulário,
todos os dias) – há uma créscimo da letra “s” em os aspectos gramaticais, as influências do período his-
sujeitos na terceira pessoa do singular (he, she, it) tórico em todo o processo de construção da narrativa.
quando no tempo presente.
PRODUÇÃO
z Conectores e conjunções: alguns conectores e con-
junções ligam as sentenças de modo que elas se com- Diferentemente da leitura e compreensão escrita
plementem, como é o caso das palavras and, if, so, e oral da língua inglesa, a produção escrita e oral do
and, however, therefore, although, even though, entre idioma requer mais do que apenas um conhecimen-
outros. to superficial do idioma. É preciso possuir repertório
Ex.: Even though they don’t read much, John’s kids suficiente para produzir um texto em determinada
are very smart. (Apesar de eles não lerem muito, os língua, pois ele deve ter sentido para o leitor. Apesar
292 filhos do John são muito espertos) de existirem distintos níveis de comunicação possíveis
em qualquer tipo de produção no idioma (básico, Produção oral
intermediário e avançado), alguns requisitos devem
ser seguidos a fim de realizar esta tarefa de maneira A atividade linguística oral é marcada por sua flui-
bem-sucedida. dez. Enquanto a produção escrita segue padrões de
regras gramaticais e de formalidade, além de ser pen-
Produção escrita sada e repensada durante o processo de sua constru-
ção, a produção oral ocorre de forma simultânea ao
pensamento humano. À medida em que os pensamen-
Para realizar a atividade da produção escrita
tos são formulados, a fala os reproduz sonoramen-
em qualquer idioma, uma série de regras e padrões
te de maneira que o indivíduo não tem tempo para
devem ser seguidos, de acordo com a intenção do
reformular ou modificar a construção do que foi dito
autor e o público a quem o texto se destina. Ela pode
ou planejar conscientemente cada etapa deste proces-
ser formal, na norma culta da língua inglesa ou infor-
so de produção.
mal, coloquial, a linguagem utilizada no cotidiano,
A tradição oral está presente na humanidade des-
segundo a vontade e intenção de quem escreve. Ain- de o início dos tempos, antes mesmo da invenção da
da assim, a produção escrita deve seguir regras gra- escrita. Histórias dos povos antigos, contos mitoló-
maticais e ortográficas responsáveis por organizar o gicos e folclóricos, bem como ensinamentos religio-
idioma de maneira que indivíduos alfabetizados neste sos foram passados adiante em diversas sociedades,
idioma sejam capazes de decodificar os signos linguís- mesmo antes de existirem livros de história, o que
ticos e identificar a mensagem proposta. demonstra a importância da comunicação verbal
A língua está em constante mudança e é uma como uma atividade importante e relevante, presente
ciência viva que se modifica em decorrência das até os dias de hoje como uma forma de comunicação e
transformações que ocorrem na sociedade. Como partilha de conhecimentos.
consequência, surgem novas palavras (neologismos), Professores, palestrantes, pastores, políticos, radia-
novos termos e expressões, novos verbos, novas for- listas, jornalistas, entre outros profissionais, utilizam
mas de se comunicar. Antes do surgimento da escrita, o discurso falado, dialética e a didática da produção
surgiu a fala. O que significa que a escrita é fruto da oral como recurso a fim de relatar fatos, propagar
necessidade humana de expressar-se de outra forma conhecimentos, convencer e persuadir ou contar his-
além da comunicação oral, de documentar a comuni- tórias. Na língua inglesa não é diferente. A produção
cação ou de representa-la visualmente. oral continua sendo fluida e simultânea, uma ativida-
Sendo assim, a partir da fala e de um idioma já de natural da comunicação humana.
existente oralmente, a escrita passou a existir. Des- Quando produzimos oralmente em outro idioma,
te modo, a fala é responsável pelas mudanças que é possível que existam empecilhos que barrem a flui-
ocorrem na escrita. Todo este processo de mudança e dez da comunicação, dependendo da mensagem que
adaptação do idioma, indica que é preciso estar atento se pretende passar, do nível de conhecimento que se
à alguns detalhes importantes antes de produzir um possui do assunto, suas palavras e expressões adja-
texto na língua inglesa. É preciso: centes. Para que ela seja realizada de maneira correta
é necessário:
z Estar consciente do público-leitor: toda mensagem
possui um receptor, perguntar-se a quem ela se z Conhecer o campo, a área ou o assunto em ques-
destina, ajudará o autor a entender o tipo de lin- tão — alguns assuntos podem ser mais complexos
guagem que deverá usar e de que maneira ele se de abordar diante do nível de conhecimento do
comunicará melhor com seu público. interlocutor; caso o indivíduo vá dar uma palestra
z Ter conhecimento técnico do idioma: saber os dife- em um hospital sobre doenças infecciosas, termos
ligados à área da saúde, doenças e nomes de ins-
rentes tipos de tempos verbais da língua inglesa
trumentos médicos e hospitalares devem obriga-
(simple present, present continuous, simple past,
toriamente ser de seu conhecimento para que ele
past continuous, simple future, future continuous,
consiga transmitir a mensagem de sua produção
present perfect, past perfect, past perfect conti-
oral o melhor possível.
nuous, future perfect, future perfect continuous
z Saber pronunciar palavras e frases — a pronúncia
etc..), além do uso correto dos pronomes pessoais,
é parte importante da comunicação, quando reali-
relativos e possessivos, de conjunções, conectivos, zada de maneira errada pode confundir o ouvin-
advérbios, adjetivos, artigos, enfim, de gramática te e atrapalhar o curso de um diálogo; diversas
em geral, além de conteúdo vocabular, auxiliará o palavras da língua inglesa possuem similaridades
autor na construção do texto no idioma. quando escritas, mas possuem significados total-
mente diferentes que só são identificados a partir
Além disso, saber escrever em um idioma requer de uma pronúncia correta. Ex.: sheep (ovelha), ship
níveis de conhecimento elevados. É, no entanto, pos- (navio) e cheap (barato) — são palavras de grafia
sível produzir em diferentes níveis. Um indivíduo semelhante, mas são pronunciadas de maneiras
com conhecimento básico do idioma será capaz de diferentes entre si.
produzir textos mais curtos e objetivos, sem muito
INGLÊS
vocabulário ou expressões idiomáticas; alguém com A audição está intrinsecamente ligada à fala.
conhecimento intermediário terá outro nível de com- Bebês, por exemplo, assimilam os sons emitidos pelos
plexidade em suas produções, menos infantil, mais pais desde o ventre, quando nascem e começam a emi-
completo, bem como alguém avançado ou fluente é tir seus primeiros sons não-verbais é a influência da
capaz de se comunicar sem ou quase sem restrições audição, ou seja, do que ouvem a mãe ou o pai falando
seja de maneira oral ou escrita. que conseguem reproduzir pequenas palavras. 293
O mesmo ocorre com o aprendizado de outro idio- com mais clareza ou evitam que a conversa seja carac-
ma, a audição auxilia a fala e vice-versa. terizada como informal, são eles:
— Wow, I love your new pants! They are beautiful. ENGLISH PORTUGUÊS
Where did you get them? — said the American girl
— Excuse me??? — the English man replied with a Chocolate Chocolate
surprised expression on his face. Different Diferente
— Your new pants... Why? What’s wrong? — She
had her eyes wide open. Constant Constante
— Oh, you mean my trousers? Yeah, they great. I
bought them at the shop downtown. — he finally un- Music Música
derstood what she meant. Interesting Interessante
— What did you think I was talking about first? —
she, on the other hand, was still confused with the who- Present Presente
le conversation.
— Well... My pants, the ones that go under my trou- Important Importante
sers. — he explained
— Oh, you mean, your underwear? Gosh, that’s em- Falsos cognatos
barrasing. — she flushed.
INGLÊS
ENGLISH PORTUGUÊS
Tradução:
Actual Verdadeiro
— Uau, eu amei suas cuecas novas! Elas são lindas.
Onde você as comprou? — disse a garota americana. Parents Pais
— O quê???? — o homem inglês respondeu com
Relatives Parentes
uma expressão de surpresa em seu rosto. 295
ENGLISH PORTUGUÊS Muito fácil, “mamão com
A piece of cake
açúcar”
Beef Carne bovina
Pessoas iguais, “farinha
Fabric Tecido Two peas in a pod
do mesmo saco”
Pretend Fingir The last straw O limite, “a gota d’água”
Order Pedir As far as I know Até onde eu sei
ADJETIVOS
Os adjetivos dão características aos substantivos, a fim de expressar o estado, a condição, a qualidade ou os
defeitos a eles. Em inglês, podem apresentar variação quanto ao grau, podendo estabelecer relações comparativas
ou superlativas. No entanto, não possuem variação quanto ao gênero (masculino e feminino) e número (singular e
plural), como ocorre na língua portuguesa. Sendo assim, um adjetivo é usado de maneira imutável para referir-se a
qualquer substantivo, seja ele no masculino ou no feminino, no singular ou no plural. Veja a seguir alguns exemplos:
Which brownie do you prefer: the small chocolate-chip ones or the big chocolate ones?
(Quais brownies você prefere: os pequenos de pepitas de chocolate ou os grandes de chocolate?)
Tipos de adjetivos
Podemos classificar os diferentes tipos de adjetivos em alguns grupos específicos conforme a ideia que expres-
sam em uma oração. Observe a tabela:
TIPOS EXEMPLO
Adjetivos de tamanho big (grande), small (pequeno), huge (enorme), tiny (minúsculo).
Adjetivos de cor green (verde), Orange (laranja), blue (azul), silver (prateado).
Adjetivos de material plastic (plástico), metal (metal), cotton (algodão), wood (madeira).
Adjetivos de opinião beautiful (bonito), weird (estranho), awful (horrível), good (bom).
Adjetivos de religião atheist (ateu), catholic (católico), jewish (judeu), buddist (budista).
Adjetivos de idade old (velho), young (jovem), teenager (adolescente), adult (adulto)
Antes de mais nada, deve-se ter bem claro que a posição e ordem dos adjetivos em inglês funciona de forma
diferente do uso comum em português. Os adjetivos em inglês devem vir antes do substantivo.
Além disso, quando a oração apresenta mais de um adjetivo, é preciso seguir uma ordem específica. Observe
o esquema abaixo e confira alguns exemplos:
Opnião → Tamanho → Idade → Formato → Cor → Origem → Religião → Material → Propósito → Nome
297
That was a pretty (1) little (2) Baptist (3) church (4). // Aquela era uma igrejinha batista pequena e bela.
Those were some really ugly-looking (1) brown (2) leather (3) horseback-riding (4) pants (5). // Aquelas
calças de couro marrons de cavalgar eram muito feias.
I lost my heart-shaped (1) yellow (2) Indian (3) cotton (4) pillow (5) on our trip to Bali! // Eu perdi minha
almofada amarela de formato de coração de algodão indiano na nossa viagem para Bali!
ADJETIVOS POSSESSIVOS
Os adjetivos possessivos no inglês são parecidos com os pronomes possessivos e à maneira como os usamos.
Em uma oração, eles pedem que um substantivo os acompanhe logo após seu uso. Observe os adjetivos possessi-
vos juntamente com o pronome a quem se referem:
We Our We love to spend our money! Nós amamos gastar nosso dinheiro!
You Your The teacher loves your kids. A professora ama seus filhos.
They Their Their car is very noisy. O carro deles é muito barulhento.
Quando falamos em grau de adjetivos em inglês, referimo-nos a dois tipos: aos adjetivos comparativos e aos
adjetivos superlativos, eles se referem aos adjetivos relativos da língua inglesa.
ADJETIVOS RELATIVOS
Comparativos
Usamos os adjetivos comparativos para estabelecer comparação entre dois ou mais seres (substantivos),
podendo esta comparação ser:
Uma regra gramatical importante a ser estabelecida quanto aos comparativos é o uso de -er ou -ier em adje-
tivos com 3 ou menos sílabas, como em fast – faster ou busy – busier, seguidos de than (do que) para estabelecer
relação de comparação; e o uso de more ou less seguido de adjetivos com 3 ou mais sílabas, como em interesting
298 – more interesting/less interesting, igualmente seguido de than (do que) para estabelecer relação de comparação.
She is prettier than the other girls.
(Ela é mais bonita que as outras garotas)
Superlativos
Usamos os adjetivos superlativos para intensificar o grau de superioridade ou inferioridade de um ser (subs-
tantivos) em detrimento de outros.
Uma regra gramatical importante a ser estabelecida quanto aos superlativos é o uso de -est ou -iest (no caso de
adjetivos terminados em y) em adjetivos com 3 ou menos sílabas, como em nice – nicest ou pretty – prettiest, ante-
cedido do artigo the. Em alguns casos, quando há a sequência consoante + vogal + consoante (cvc), como no caso
do adjetivo big ou fun, deve-se dobrar a última consoante e acrescentar -est à palavra (the biggest; the funnest). No
caso de adjetivos com mais de 3 sílabas, devemos colocar the most (o/a mais) antes dele. Confira:
Importante!
Um dos erros mais comuns do estudante de língua inglesa é confundir o superlativo com o comparativo. Para
evitar este problema, lembre-se que o comparativo sempre expressa a ideia de adjetivos que comparam dois
ou mais seres. Já o superlativo qualifica superior ou inferior apenas um ser em relação a todos os outros.
ADJETIVOS INTERROGATIVOS
Os adjetivos interrogativos são também conhecidos na língua inglesa como Wh- questions. No entanto, não são
todos que se qualificam como adjetivos. Os adjetivos interrogativos são utilizados em perguntas acompanhando
os substantivos, ou seja, quantificando e qualificando-os de algum modo. Observe a tabela e seus respectivos
exemplos:
WHICH Qual, quais, que Which one do you prefer? Qual deles você prefere?
HOW MUCH Quanta, quanto How much water did you drink today? Quanta água você bebeu hoje?
ADJETIVOS DETERMINANTES
Quando falamos em adjetivos determinantes, nos referimos aos adjetivos que usamos para determinar sobre
qual substantivo estamos falando em uma oração. Confira na tabela a seguir os principais adjetivos determinan-
tes e seus usos em exemplos. 299
This (este, esta, isto) This cake is huge Este bolo é enorme
These (estes, estas) These shoes are ugly. Estes sapatos são feios.
That (aquele, aquela) That book was old. Aquele livro era velho.
Those (aqueles, aquelas) Those kids can’t swim Aquelas crianças não sabem nadar.
Neither (nenhum, nenhuma) Neither car is for sale Nenhum dos carros está à venda.
Every (cada, todo, toda) Every girl in town knows him. Toda garota da cidade o conhece.
Both (ambos, os dois) Both my parents love musicals. Ambos meus pais amam musicais.
Each (cada, cada um) Each one of you can learn. Cada um de vocês pode aprender.
Other (outro, outra, outros, outras) She has other problems Ela tem outros problemas
ADVÉRBIOS
Advérbios são classes de palavras responsáveis por alterar o sentido do verbo. Dependendo do tipo de sentido
que conferem à oração, os advérbios podem ser classificados em advérbios de tempo, modo, lugar, afirmação,
negação, ordem, dúvida, intensidade, frequência e advérbios interrogativos. Veja a seguir a explicação para cada
tipo e seus respectivos exemplos.
TIPOS DE ADVÉRBIOS
Advérbios de tempo
SOON The doctor will be here soon. O médico estará aqui em breve.
LATELY Why is she so upset lately? Por que ela está tão chateada ultimamente?
Advérbios de modo
GLADLY They gadly received our gift. Eles alegremente receberam nosso presente.
Advérbios de lugar
300
THERE Did you see them there? Você os viu lá?
WHEREVER We can go wherever you want. Nós podemos ir a qualquer lugar que você quiser.
BEHIND The shoes were behind the door. Os sapatos estavam atrás da porta
FURTHER He can’t be further from the truth. Ele não podia estar mais longe da verdade.
NEAR There’s na excelente pizza place near here. Há uma ótima pizzaria perto daqui.
Advérbios de afirmação
SURELY She surely knows how to dance. Ela certamente sabe dançar.
CERTAINLY John certainly didn’t mean no harm. John certamente não quis fazer mal algum.
EVIDENTLY The kids evidently love their parents. As crianças evidentemente amam seus pais.
Advérbios de negação
NOT He is not the guy for you. Ele não é cara para você.
Advérbios de ordem
SECONDLY And, secondly, I’m really bad at making friends. E, em segundo lugar, eu sou ruim em fazer amigos.
LASTLY Lastly, they played my favorite song. Por último, eles tocaram minha música favorita.
Advérbios de dúvida
MAYBE Maybe she doesn’t like cats. Talvez ela não goste de gatos.
PROBABLY They probably had too much to drink. Eles provavelmente beberam demais.
Advérbios de intensidade
STRONGLY She strongly agrees with them. Ela concorda veementemente com eles.
INGLÊS
EXACTLY He knew exaclty what I wanted. Ele sabia exatamente o que eu queroa.
301
My parents gave me nearly enough money to Meus pais me deram dinheiro quase o suficiente para
NEARLY
travel. eu viajar.
Advérbios de frequência
NEVER Mom never says how much she cares. Mamãe nunca diz o quanto ela se importa.
OFTEN Ian often visits his grandparents. Ian frequentemente visita seus avós.
Advérbios interrogativos
WHERE Did you she where she went? Você viu onde ela foi?
HOW How much do you feed your dog? Quanto você alimenta o seu cachorro?
WHY Why didn’t they come? Por que eles não vieram?
SUBSTANTIVOS
Os substantivos são responsáveis por nomear os seres, podendo eles serem objetos, pessoas, lugares, emoções,
fenômenos da natureza, animais etc.. Dentre todos os elementos importantes de serem aprendidos em um outro
idioma, os substantivos compõem uma classe de palavras cruciais para a construção de um bom aprendizado na
língua inglesa, pois é a partir deles que se constitui um vasto conhecimento de vocabulário. Podemos classificar
os substantivos em dois grupos: proper nouns (substantivos próprios) e common nouns (substantivos comuns).
TIPOS DE SUBSTANTIVOS
Caroline Caroline
Referem-se ao nome dos seres de
Australia Austrália
modo específico, indicando o nome de
London Londres
pessoas, de locais, dos dias e meses,
Architect Arquiteto
nomes próprios de instituições, mar-
Friday Sexta-feira
cas e organizações, de profissões etc..
Pepsi Pepsi
COMMON NOUNS
Referem-se ao nome dos seres de mesma categoria ou família, ou seja, o nome das coisas e dos objetos, em geral,
podendo ser algo físico, subjetivo, abstrato, contável, incontável, composto ou não. Observe os exemplos em suas
diferentes categorias:
Comuns Significado
Tree Árvore
Leaf Folha
Flower Flor
Grass Grama
Dirt Terra
302
COMMON NOUNS
Concretos Significado
Chair Cadeira
Fantasy Fantasia
Armor Armadura
Bee Abelha
Dream Sonho
Coletivos Significado
Kennel Canil
People Pessoas
Shoal Cardume
Herd Manada
Grove Arvoredo
Abstratos Significado
Love Amor
Hate Ódio
Encouragement Encorajamento
Kindness Bondade
Spirit Espírito
COMMON NOUNS
Contáveis Significado
Table Mesa
Pencil Lápis
Pillow Travesseiro
Door Porta
Incontáveis Significado
Bread Pão
Water Água
Advice Conselho
Information Informação
Compostos Significado
Scuba-diving Mergulho
Stepson Enteado
Newsstand Banca de jornal
Train station Estação de trem
Diferentemente da língua portuguesa em que as terminações dos substantivos podem indicar o gênero de
quem se refere na oração (rico/rica; estressado/estressada; ocupado/ocupada), em inglês, os substantivos não
possuem gênero gramatical. Porém, vale ressaltar que existem algumas mudanças nos substantivos para indicar
o gênero em alguns casos. Confira:
Nos demais casos, são substantivos diferentes os que serão usados para representar uma pessoa do sexo femini-
no e uma pessoa do sexo masculino — mother (mãe) e father (pai); chicken (galinha) e rooster (galo); nephew (sobri-
nho) e niece (sobrinha). Os demais substantivos da língua inglesa são todos neutros, ou seja, podem representar 303
qualquer sexo ou gênero — lawyer (advogado, advo-
SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
gada); doctor (médico, médica); employee (funcioná-
rio, funcionária); teacher (professor, professora). Man Men Homem/homens
Brother Brothers Irmão/irmãos Importante saber que, há uma exceção para o caso
de nomes próprios, pode-se usar o artigo the quando
Kid Kids Criança/crianças falamos de uma família de pessoas usando seu sobre-
nome, Ex.: the Martins (os Martins), the Kennedy (os
Batch Batches Fornada/fornadas
Kennedy), the Willsons (os Willsons), etc.
Matress Matresses Colchão/colchões
z Não se deve usar o the antes de substantivos que
No entanto, no caso de alguns substantivos, quan- expressam ideia de generalização, caso contrá-
rio a ideia expressa passa a ser sobre um grupo
do sua terminação for em -y precedido de uma con-
específico.
soante, é preciso retirar o -y e substituí-lo por -ies.
Incorreto: The monkeys eat bananas (Os macacos
SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO comem bananas)
Correto: Monkeys eat bananas (Macacos comem
Story Stories História/histórias bananas).
Baby Babies Bebê/bebês
z Não se deve usar o the antes de idiomas, como Ger-
City Cities Cidade/cidades man, English, French, Italian etc.
Butterfly Butterflies Borboleta/borboletas
Incorreto: They study the Portuguese at school.
(Eles estudam o português na escola)
Quando a palavras terminadas em -f ou -fe, é neces- Correto: They study Portuguese at school. (Eles
sário tirar -f ou -fe e substituí-los pela partícula –ves. estudam português na escola)
John was very frustrated. John got fired. (John estava muito frustrado. John foi demitido)
John was very frustrated because he got fired. (John estava muito frustrado porque ele foi demitido)
A conjunção because conectou as orações de maneira natural, organizando as ideias sem que haja quebra na
narrativa da oração. Confira a seguir algumas das conjunções mais usadas da língua inglesa e exemplos:
E: une ideias e acrescenta She went to the store and bought Ela foi ao mercado e comprou
And
informações some fruits. algumas frutas
Embora, apesar de: indica Although she was tired, she went Embora ela estivesse cansada,
Although
contraposição, contraste for a walk ela foi caminhar.
If Se: indica condição I’ll only go if you come with me. Eu só vou se você for comigo.
MODAL AUXILIARIES
Verbos modais constituem um tipo de verbo auxiliar e funcionam, basicamente, como facilitadores do verbo
principal quando esse quer sugerir ideia de potencialidade, expectativa, permissão, habilidade, possibilidade ou
obrigação.
Quando utilizados juntamente com o verbo principal, os verbos modais não irão terminar em “-s” para a ter-
ceira pessoa do singular. Além disso, verbos modais não apresentam mudanças de forma, a não ser no passado,
quando apresentarão forma específica. Vejamos:
Will Would
Can Could
May Might
Should Should
306
Will e Would
O verbo will indica a intenção de realizar uma ação no futuro. Sua forma negativa, will not (won’t) indica, por
sua vez, uma recusa ou relutância na realização da ação. Exemplos:
z I will give you another hug tomorrow. (Eu te darei outro abraço amanhã.)
z He’ll travel in September. (Ele viajará em setembro.)
z They will not play with us today. (Eles não jogarão conosco hoje.)
z He won’t be able to make it in time. (Ele não conseguirá chegar a tempo.)
Já o verbo would indica a intenção constante de realizar uma ação no passado. No presente, would pode indi-
car preferência por algo. Exemplos:
z We thought that people would play this game. (Nós pensamos que as pessoas jogariam esse jogo.)
z Whenever your parents had to go away, you would throw a party. (Sempre que seus pais tinham que sair, você
dava uma festa.)
z I would like to bake a cake today. (Eu gostaria de assar um bolo hoje.)
A função exercida por estes verbos modais é a de expressar possibilidade ou habilidade de realização. Can
indica a certeza de realização, já could aponta para a possibilidade de realização. Vejamos:
z She can do it. (Ela pode fazer isso. Tem-se a certeza de que ela consegue executar a ação.)
z She can’t do it. (Ela não pode fazer isso. – Uso da forma negativa can + not, indicando certeza da impossibili-
dade de execução da ação.)
z She could do it. (Ela poderia fazer isso. Tem-se a possibilidade de que ela conseguiria executar a ação.)
z She couldn’t do it. (Ela não poderia fazer isso. Uso da forma negativa could + not, indicando a incerteza de
que ela poderia executar a ação.)
Além desses significados, can e could podem indicar, também, possibilidade de que algo aconteça. Vejamos:
z The temperature can rise this year. (A temperatura pode subir esse ano.)
z It could snow later. (Poderia nevar mais tarde.)
May e might indicam, também, possibilidade. Porém, se for utilizado o modal might, a certeza da possibilida-
de será menor do que quando for utilizado o modal may. Exemplos:
z They may fight tonight. (Eles podem brigar à noite. Possibilidade maior de ocorrência.)
z They might fight tonight. (Eles podem brigar à noite. Possibilidade menor de ocorrência.)
Must
Quando precisamos indicar uma situação de necessidade no passado, usaremos a forma had to. Vejamos:
z She had to leave early to catch her flight. (Ela precisou sair mais cedo para pegar seu voo.)
Should
z You should’ve arrived earlier. (Você deveria ter chegado mais cedo.)
z You should not drink and drive. (Você não deveria beber e dirigir.)
z She should have called by now. (Ela já deveria ter ligado.)
INGLÊS
307
PREPOSIÇÕES
Assim como no português, as preposições na língua inglesa são elementos que funcionam como conectivos
entre orações, ligando-as de acordo com a relação que se pretende estabelecer entre uma informação e outra,
completando o sentido de uma frase por completo. Algumas preposições são recorrentes e aparecem em quase
toda comunicação verbal na língua inglesa. Conheça a seguir algumas delas:
308
FOR PARA; DURANTE; POR; HÁ.
TO PARA; A.
Além destas preposições, existem diversas outras que indicam lugar e lugar. Confira a seguir:
Before Antes
After Depois
During Durante
Since Desde
For Por
Until/till Até
Up to Até agora
By Até
At Às
Ago Atrás
Under Debaixo
In Em
INGLÊS
Above Acima
In front Em frente à
Along Ao longo de
Behind Atrás
Beside Ao lado
Between Entre
Among Entre
By Ao lado de
Near Perto
Inside Dentro
Outside Fora
Through Através
Toward Em direção a
PRONOMES
Os pronomes são palavras que podem substituir em orações o nome próprio de um lugar, uma pessoa, um
objeto, um animal etc.. Quanto aos pronomes na língua inglesa, temos algumas classificações específicas para
cada grupo. Confira a seguir.
PRONOMES PESSOAIS
São eles as palavras que indicam pessoas, lugares, objetos, animais, entre outros. Dentro deste grupo existem
dois casos: subject pronouns, que agem como sujeitos nas orações, os que realizam a ação; e object pronouns, os
que são objetos da ação ou “sofrem” a ação na oração. Observe seu uso e exemplos:
Subject Pronouns
310
Object Pronouns
PRONOMES POSSESSIVOS
Os pronomes possessivos, também conhecidos como pronomes substantivos expressam pertencimento de algo
a alguém. No caso da língua inglesa, existem dois grupos de possessivos, os possessive adjectives e os possessive
pronouns. Trataremos dos adjetivos possessivos adiante neste material, vejamos, por hora, o caso dos pronomes
possessivos, cuja função é substituir o nome próprio ao final da oração, como objeto da oração, sem qualquer
flexão de número ou grau. Confira:
É comum ao falante de língua portuguesa se confundir e utilizar o pronome possessivo your (seu, sua) para se
referir aos sujeitos da primeira pessoa do singular he, she e it, pois em português é possível a construção de uma
oração como “ela ama seus pais”, considerando que “seus” é pronome possessivo referente ao sujeito ela; estaria
errada, no entanto, a tradução pé da letra “she loves your parents”, pois o pronome possessivo your se refere ao
sujeito You, o correto, então, seria “she loves her parents”
PRONOMES REFLEXIVOS
INGLÊS
Estes pronomes são utilizados para concordar com o sujeito inicial da oração, eles sempre aparecem logo após
o verbo. Vale ressaltar que os pronomes reflexivos são usados apenas um grupo específico de verbo na língua
inglesa, propriamente reflexivos. Confira a seguir alguns exemplos.
311
A mim, a mim mesmo, -me I check it myself.
MYSELF
Eu chequei eu mesmo.
A vós, a vocês mesmos, -vos, -se You should take care of yourselves.
YOURSELVES
Vocês devem cuidar de si mesmos.
Além destes pronomes, temos dois tipos especiais de pronomes, os demonstrativos ou relativos e os indefini-
dos. Os pronomes demonstrativos são usados para indicar algo durante a oração, são eles: this (este, esta, isto),
these (estes, estas), that (aquele, aquela, aquilo) e those (aqueles, aquelas). Veja alguns exemplos:
Os pronomes relativos são usados para indicar relação entre partes da oração, são eles: that (que), which (o
qual, a qual, que), whose (cujo, cuja, de quem), who (que, quem), whom (a quem). Veja alguns exemplos:
This is the bus which takes me home (Este é o ônibus que me leva para a casa)
Is this the girl whose house was robbed? (Esta é a garota cuja casa foi roubada?)
He is the teacher who got arrested. (Ele é o professor que foi preso)
The man whom you called is my husband. (O homem a quem você ligou é meu marido).
I never knew that sang. (Eu nunca soube que você cantava)
Já os pronomes indefinidos são aqueles que acompanham o substantivo de maneira imprecisa, ou seja, sem de
fato identificar quem ou o que é o pronome através de algumas palavras específicas. Observe a tabela com alguns
exemplos:
PRONOMES INTERROGATIVOS
Os pronomes interrogativos são elementos linguísticos usados em perguntas para as quais as respostas são
312 um nome.
Observe a seguir a tabela:
What (que, o que, qual, quais) What city do you prefer? I prefer London.
(Que cidade você prefere?) (Eu prefiro Londres)
Where (onde, aonde) Where have you been? I’ve been jogging at the park.
(Onde você esteve?) (Estive correndo no parque?)
When (quando) When did you go there? I went there last week.
(Quando você foi lá?) (Eu fui lá semana passada)
A partir dos exemplos, é possível observar que no caso dos pronomes interrogativos a resposta é sempre um
nome, ainda que de modo oculto ou subentendido. Os pronomes interrogativos jamais referem-se às circunstân-
cias ou razões.
DETERMINANTES E QUANTIFICADORES
DETERMINANTES
Segundo o Cambridge Dictionary, determinantes são palavras utilizadas antes de um substantivo com o obje-
tivo de determinar ou quantificar quem ou o que tal substantivo está se referindo no contexto de sua utilização.
Veja a seguir quais são os determinantes na língua inglesa.
Importante destacar a existência do determinante zero (zero determiner), que ocorre em casos que o substan-
tivo se refere a um grupo de seres/coisas de maneira geral, como por exemplo:
Perceba que não foi utilizado um determinante antes do substantivo, uma vez que ele representava de forma
genérica um grupo.
Como forma de exemplificar melhor o exposto anteriormente, vejamos alguns exemplos do uso dos determi-
nantes na Língua Inglesa:
z Where’s the book I gave you? (Onde está o livro que eu te dei?).
It’s in my backpack. (Está na minha mochila.);
z Are we going to that bar again? (Nós vamos naquele bar de novo?).
z A kid fell into the rabbit hole yesterday. (Uma criança caiu no buraco do coelho ontem.).
QUANTIFICADORES
Quantificadores são expressões que indicam a quantidade de objetos, pessoas ou animais na oração. Cada qual
possui o contexto adequado em que deverá ser utilizado, sendo assim importante compreender quais os princi-
pais quantificadores da língua inglesa, seus significados e aplicação prática em orações. Confira a seguir:
She has so much coffee every day. (Ela bebe muito café todo dia)
They have much patience with their kids. (Eles têm muita paciência com seus filhos)
The plant needs much water. (A planta precisa de muita água)
INGLÊS
To drink You (tu, você) Are not ou aren’t (não é, não está)
It (ele, ela, neutro) studies A partir do conhecimento deste tempo verbal, pode-
mos explorar a estrutura do present continuous. Soma-
do ao verbo to be, adiciona-se um verbo de ação no
SIMPLE PRESENT CONTINUOUS
gerúndio, caracterizado na língua inglesa pelo sufixo
-ing, a fim de expressar uma ação contínua. Observe:
O uso do presente contínuo é utilizado para
expressar ações que se iniciam no presente e seguem Lucy is playing with the other kids. (Lucy está brin-
continuamente. Para utilizar o presente simples con- cando com as outras crianças)
tínuo é preciso utilizar um verbo muito famoso da You aren’t doing your job well. (Você não está
língua inglesa, o verbo ser e estar, o to be. Antes de fazendo seu trabalho bem)
entender o presente simples contínuo, devemos ter Are they studying for the test? (Eles estão estudan-
pleno conhecimento do uso deste verbo importante do para a prova?)
do idioma. Novamente, separaremos os sujeitos em
dois grupos para conjugarmos o verbo ser e estar no SIMPLE PAST
tempo presente na afirmativa (obs.: abre-se apenas
uma exceção para o sujeito em primeira pessoa, I, que O passado simples da língua inglesa, utilizado para
apresenta conjugação diferenciada): expressar ações realizadas e finalizadas no tempo pas-
sado. Ao utilizarmos este tempo verbal devemos ter
em mente dois conceitos importantes: o uso do verbo
I (eu) Am (sou, estou) auxiliar Did e a existência de dois grupos de verbos no
passado (regulares e irregulares).
You (tu, você) Are (é, está)
Os verbos regulares no passado possuem uma ter-
We (nós) Are (somos, estamos) minação padrão em “-ed” ou “-ied” (verbos termina-
dos em y precedidos por uma consoante). No entanto,
You (vós, vocês) Are (são, estão) existem muitas exceções e muitos verbos que não se
INGLÊS
They tried to convince her Eles tentaram convencê- To read Read Ler
of the truth -la da verdade
To run Ran Correr
You didn’t work really hard! Você não trabalhou duro! To get Got Pegar, conseguir
She didn’t finish high Ela não terminou o ensi- To bring Brought Trazer
school in January. no médio em janeiro.
To buy Bought Comprar
We didn’t start a new busi- Nós não começamos um
ness course. novo curso de negócios. To sell Sold Vender
They didn’t try to convince Eles não tentaram con- O uso do passado contínuo é utilizado para expres-
her of the truth. vencê-la da verdade sar ações que se iniciam no passado e seguem con-
tinuamente nele. Para utilizar o passado contínuo
O mesmo ocorre quando as frases são interrogati-
é preciso utilizar um verbo muito famoso da língua
vas, iniciamos a pergunta com o uso do auxiliar DID.
inglesa, o verbo ser e estar, o to be, no tempo passa-
do. Separaremos os sujeitos em dois grupos para con-
Did I study at a public Eu estudei em uma esco-
jugarmos o verbo ser e estar no tempo passado na
school? la pública?
afirmativa:
Did you work really hard? Você trabalhou duro?
Did she finish high school Ela terminou o ensino I (eu) Was (era, estava)
in January? médio em janeiro?
He (ele) Was (era, estava)
Did we start a new busi- Nós começamos um
ness course? novo curso de negócios? She (ela) Was (era, estava)
Did you cry the whole Vocês choraram durante It (ele, ela, neutro) Was (era, estava)
movie? o filme todo?
You (tu, você) Were (era, estava)
Did they try to convince her Eles tentaram convencê-
We (nós) Were (éramos, estávamos)
of the truth? -la da verdade?
You (vós, vocês) Were (eram, estavam)
Quando nos referimos aos verbos irregulares do
They (Eles, elas) Were (eram, estavam
passado, não podemos definir nenhuma regra espe-
cífica para identifica-los, mas podemos memorizar as
exceções para melhor nos comunicarmos em inglês. Na negativa, acrescenta-se not ao verbo, was not e
Confira a seguir uma tabela de verbos irregulares were not, podendo ser apresentados nas suas opções
316 como exemplo: em contração wasn’t e weren’t.
que tem consequências ou repercussão no tempo pre-
I (eu) Wasn’t (não era, estava) sente. Sua estrutura se baseia no verbo auxiliar HAVE
He (ele) Wasn’t (não era, estava) seguido de um verbo no particípio. Confira:
A partir do conhecimento deste tempo verbal, Tradução: Ele conversou com o diretor.
podemos explorar a estrutura do past continuous.
Somado ao verbo to be, adiciona-se um verbo de ação O verbo to talk (conversar) é um verbo regular e,
no gerúndio, caracterizado na língua inglesa pelo portanto, assume sua forma no particípio de maneira
sufixo -ing, a fim de expressar uma ação contínua. idêntica à sua forma no passado simples, talked.
Observe: Em frases negativas no presente perfect, é o verbo
auxiliar que fica negativo. Soma-se o not ao have ou ao
Luke was playing with Jimmy. (Luke estava brin- has, podendo vir contraído como haven’t ou hasn’t.
cando com Jimmy)
You weren’t doing the it correctly. (Você não estava She hasn’t called me to explain it. (Ela não me ligou
fazendo corretamente) para explicar.)
Were they working abroad? (Eles estavam traba- They haven’t started the monthly planning. (Eles
lhando no exterior?) não começaram o planejamento mensal)
It hasn’t made any sense to me. (Não fez nenhum
PRESENT PERFECT sentido para mim)
Em orações interrogativas, inverte-se a posição do
O present perfect é um tempo verbal da língua verbo auxiliar e do sujeito.
inglesa que não encontra equivalente em português, Have you considered joining the army? (Você consi-
sendo assim um dos tempos verbais mais controver- derou ir para o exército?)
sos do idioma. Porém, entender sua estrutura e propó- Has he lost his mind? (Ele perdeu a cabeça/ficou louco?)
sito facilitam a compreensão de quem estuda inglês. Has Jenna commented anything? (Jenna comentou
Apesar de ser similar ao passado simples quando alguma coisa?)
traduzido literalmente, o present perfect serve para
expressar ações no tempo passado de modo indeter- Alguns advérbios de frequência são utilizados jun-
minado, ou seja, que não precisam necessariamente tamente ao present perfect para indicar ações que já
ter incisão de tempo. ocorreram ou não em algum momento na vida, sem
No passado simples, as ações ocorrem e terminam a necessidade da incidência de tempo. São eles: ever
no passado e isto é comumente expresso com alguns (já), already (já), never (nunca) e yet (ainda, já). Eles
advérbios de tempo e palavras e expressões de tempo são colocados logo após o verbo auxiliar, salvo pelo
como last week (semana passada), yesterday (ontem), yet que deve estar no fim da oração. Observe alguns
INGLÊS
TEMPO for weeks. (Quando nosso avô decidiu pedir pizza, nós já
tínhamos jantado.)
Tradução: Ela estava pensando na oferta de empre- Observe que ainda que a ordem da oração se alte-
go há semanas. re e a oração no tempo do passado perfeito em inglês
esteja posta após a oração no passado simples, ainda
Note que é necessário acrescentar o verbo to be assim, a ordem se mantém: a oração no past perfect
no particípio e também complementar com um verbo sempre irá expressar a ação mais antiga do passado.
no gerúndio, que é o verbo responsável pela ideia de
continuidade temporal na oração, marcado pelo sufi- SIMPLE FUTURE
xo -ing (work – working). Como você pode observar,
o past perfect continuous não pode ser traduzido de O simple future tense em inglês é o tempo verbal
forma literal, pois não possuímos um equivalente a usado para expressar ações futuras. Existem dois
ele na língua portuguesa, quando queremos dizer que tipos de futuro simples: o futuro próximo ou certo e o
alguém estava fazendo uma ação contínua no passa- futuro mais distante e incerto. O primeiro é marcado
do, usamos o passado simples: pelo verbo to be + GOING TO; o segundo é marcado
pelo verbo modal de futuro WILL.
Ex.: Ele estava investigando o caso há meses quan- Para tratar de situações que acontecerão em um
futuro próximo ou são mais prováveis de acontecer,
do finalmente o resolveram.
utilizamos:
No inglês, isto se dá de forma diferente pela com-
preensão a ação se inicia no passado e segue ocorren- Verb to be + GOING TO + um verbo complementar +
do até outra ação interferi-la no passado, como em complemento do assunto.
uma linha cronológica de ações. Observe como esta
mesma oração ficaria em inglês Confira a seguir alguns exemplos:
Ex.: He had been investigating the case for months She is going to spend Christmas with her family.
when they finally cracked it. (futuro próximo/certeza)
(Ela vai passar o Natal com a família dela)
Considere as marcações apresentadas na oração They aren’t going to believe my story. (grandes chances/
em relação à linha do tempo a seguir: probabilidade)
(Eles não vão acreditar na minha história)
He had been investigating the case for months (1) Are you going to accept the job? (certeza/probabilidade)
when they finally cracked it (2). (Você vai aceitar o emprego?)
(Ele estava investigando o caso há meses quando A conjugação das orações com going to no futuro
eles finalmente o resolveram) simples se dá do mesmo modo que as orações com
verb to be no presente simples.
Em orações cuja intenção é expressar um futuro
incerto ou mais distante do presente, usa-se o WILL.
Passado Sua estrutura é bem simples, observe um exemplo na
(1) (2) Presente
afirmativa com WILL + verbo no tempo presente.
(1). He had been investigating the case for months (...) Matthew will live in Canada in a couple of years.
(2) (...) when they finally cracked it. Matheus viverá no Canadá daqui alguns anos.
Observe que ainda que ambas as ações estejam no Na negativa, somamos o WILL + not, o que poderá
passado, há uma ordem específica na oração sobre ser contraído para won’t.
qual ação aconteceu primeiro devido uso do past per-
fect. Neste caso, “ele estava investigando” refere-se à
INGLÊS
The principal will be hosting the Observe que, em seu uso na negativa, apenas colo-
anual party. ca-se o not depois do verbo auxiliar do futuro WILL
AFIRMATIVA (também apresentado com contração – won’t):
(O diretor estará sendo o anfitrião
da festa anual)
SUJEITO They
She won’t be calling any of the em-
ployees this week. WILL + NOT will not/won’t
NEGATIVA
Ela não estará ligando para ne-
nhum funcionário esta semana HAVE (AUX.) have
Oxfam stands for the Oxford Committee for Famine 10. (EsPCEx – 2020) Leia o texto a seguir e responda as
Relief. It was started in Oxford, England in 1942 in res- questões de 10 a 12.
ponse to the European famine-related issues resulting
from the Second World War. Ten other countries worl- Native English speakers are the world’s worst communi-
dwide, including the United States and Australia, have cators
started chapters of Oxfam. They make up what is kno-
wn as Oxfam International. It was just one word in one email, but it caused huge
financial losses for a multinational company. The mes-
Oxfam America is dedicated to creating lasting solu- sage, written in English, was sent by a native speaker
tions to hunger, poverty, and social injustice through
to a colleague for whom English was a second langua-
long-term partnerships with poor communities around
ge. Unsure of the word, the recipient found two con-
the world. As a privately funded organization, we can
tradictory meanings in his dictionary. He acted on the
speak with conviction and integrity as we challenge
wrong one.
the structural barriers that foster conflict and human
suffering and limit people from gaining the skills, Months later, senior management investigated why the
resources, and power to become self-sufficient. project had failed, costing hundreds of thousands of
Oxfam implements various global projects that target dollars. “It all traced back to this one word,” says Chia
areas particularly affected by hunger. The projects Suan Chong, a UK-based communications skills and
focus on developing self-sufficiency of the communi- intercultural trainer, who didn’t reveal the tricky word
ties in which they are based, as opposed to merely pro- because it is highly industry-specific and possibly iden-
viding relief in the form of food aid. Oxfam’s projects tifiable. “Things spiralled out of control because both
operate on the communal level, and are developed by parties were thinking the opposite.”
evaluating issues causing poverty and hunger in the When such misunderstandings happen, it’s usually the
community and subsequently the possible infrastruc- native speakers who are to blame. Ironically, they are
ture that could end hunger and foster the attainment of
worse at delivering their message than people who
self-sufficiency. Examples of projects in which Oxfam
speak English as a second or third language, accor-
America has been or is involved range from a women’s
ding to Chong. “A lot of native speakers are happy that
literacy program in India to providing microloans and
English has become the world’s global language. They
agriculture education programs for small-scale orga-
feel they don’thave to spend time learning another
nic farmers in California.
language.”
Adapted from http://students.brown.edu/Hourglass_Cafe/Pages/
about.htm The non-native speakers, it turns out, speak more
purposefully and carefully, trying to communicate
In the sentences “...barriers that foster conflict and efficiently with limited, simple language, typical of
human suffering...” (paragraph 2) and “...end hunger someone speaking a second or third language. Anglo-
and foster the attainment of self-sufficiency.” (paragra- phones, on the other hand, often talk too fast for others
INGLÊS
ph 3), the word foster means to follow, and use jokes, slang, abbreviations and refe-
rences specific to their own culture, says Chong. “The
a) promote. native English speaker is the only one who might not
b) expel. feel the need to adapt to the others,” she adds.
c) minimize.
d) finish. Adapted from http://www.bbc.com/capital/story/20161028-native-
e) decrease. english-speakers-are-the-worlds-worst-communicators 323
Choose the alternative that correctly substitutes SPI- type of life that they have. Their children also believe
RALLED OUT OF CONTROL in the sentence “Things that life in the country does not allow them to have con-
spiralled out of control because both parties were thin- tact with other parts of the world, meet other people and
king the opposite.” (paragraph 2). improve cultural bounds. The program intends to show
them that by means of a second language they can tra-
a) quickly got worse in an unmanageable way vel, communicate with new people and learn about new
b) got better after a phone call about the word cultures as a means of promoting and selling what they
c) were intentionally unprofessionally handled produce in the country, and that includes receiving visi-
d) went on the way everybody wanted them to go tors in their workplace from abroad.”
e) started to reach a common sense for them
Rafael’s strategy is to contextualize the English lan-
guage and keep learners up-to-date with what happens
in the global market. “Integrating relevant topics about
11. (EsPCEx – 2020) About the words purposefully, care-
countryside living can be transformative in the clas-
fully and efficiently (paragraph 4), it is correct to say
sroom. The local regional and cultural aspects are a
that
great source of inspiration and learning not only for the
young, but for us all.”
a) they are adjectives.
b) they are nouns. Adapted from http://www.cambridge.org/elt/blog/2019/01/21/
c) they are verbs. teaching-english-in-the-brazilian-classroom/
d) they are prepositions.
e) they are adverbs. In the sentence “... our project may help overcome the
lack of succession in countryside activities...” (para-
12. (EsPCEx – 2020) According to the text, read the state- graph 2), the word overcome means
ments and choose the correct alternative.
a) increase a problem.
I. The company had a profit of hundreds of thousands of b) hide a problem.
dollars. c) control a problem.
II. The tricky word that caused the problem isn’t mentio- d) start a problem.
ned in the text. e) neglect a problem.
III. Native speakers don’t usually think they should adapt
in order to make themselves understood. 14. (EsPCEx – 2019) Choose the alternative with the cor-
IV. Using abbreviations in emails facilitates the communication. rect reference for the underlined words from the text.
V. Non-native speakers choose language from a limited
repertoire. a) they (paragraph 1) = countryside youth
b) his (paragraph 1) = Paraguaçu
a) I, II and III are correct. c) us (paragraph 2) = workers
b) II, III and IV are correct. d) their (paragraph 3) = rural workers’ children
c) I, IV and V are correct. e) them (paragraph 3) = other parts of the world
d) II, IV and V are correct.
e) II, III and V are correct. 15. (EsPCEx – 2019) According to the text, read the state-
ments and choose the correct alternative.
13. (EsPCEx – 2019) Leia o texto a seguir e responda as
questões de 13 a 15. I. Rafael tries to show them that their everyday lives are
not an obstacle.
Teaching English in the Brazilian countryside II. Those children’s parents don’t want them to attend
university.
“In Brazil, countryside youth want to learn about new III. Rafael brings classroom topics close to what the chil-
places, new cultures and people. However, they think dren see and live.
their everyday lives are an obstacle to that, because IV. Those children may replace their parents in the future
they imagine that country life has nothing to do with as rural workers.
other parts of the world”, says Rafael Fonseca. Rafael V. The language school reaffirms that country life has
teaches English in a language school in a cooperative nothing to do with other parts of the world.
coffee cultivation in Paraguaçu. His learners are the
children of rural workers. a) I, II and IV are correct.
Rafael tells us that the objective of the project being b) II, IV, and V are correct.
developed in the cooperative is to give the young peo- c) All of them are correct.
ple more opportunities of growth in the countryside, d) I, III, IV and V are correct.
and that includes the ability to communicate with e) I, III and IV are correct.
international buyers. “In the future, our project may
help overcome the lack of succession in countryside 16. (EsPCEx – 2019) Leia o texto a seguir e responda as
activities because, nowadays, rural workers’ children questões de 16 a 18.
become lawyers, engineers, teachers, and sometimes
even doctors, but those children very rarely want to (Título omitido propositadamente)
have a profession related to rural work”, says Rafael.
Italian children have been told not to turn up to school
“That happens”, he adds, “because their parents unders- unless they can prove they have been properly vacci-
tand that life in the countryside can be hard work and nated. The deadline follows months of national debate
324 they do not want to see their children running the same
over compulsory vaccination. The new law came amid The world’s largest toy company will invest $1 billion
a surge in measles cases - but Italian officials say vac- in their new LEGO Sustainable Materials Centre in
cination rates have improved since it was introduced. Denmark, which will be devoted to finding and imple-
Children must receive a range of mandatory immuni- menting new sustainable alternatives for their current
sations before attending school. They include vacci- building materials. Lego plans on hiring 100 specia-
nations for chickenpox, polio, measles, mumps and lists for the center. There is no official definition of a
rubella. sustainable material.
Children up to the age of six years will be excluded Legos have been made with a strong plastic known as
from nursery and kindergarten without proof of vacci- acrylonitrile butadiene styrene since 1963. The com-
nation under the new rules. Those aged between six pany uses more than 6,000 tons of plastic annually to
and 16 cannot be banned from attending school, but manufacture its products, according to NBC News.
their parents face fines if they do not complete the
Changing the raw material could have a large effect
mandatory course of immunisations.
on Lego’s carbon footprint, especially considering that
Italian media report that regional authorities are han- only 10% of the carbon emissions from Lego products
dling the situation in a number of different ways. In come from its factories. The other 90% is produced
Bologna, the local authority has set letters of suspen- from the extraction and refinement of raw materials, as
sion to the parents of some 300 children, and a total well as distribution from factories to toy stores.
of 5,000 children do not have their vaccine documen-
The company has already taken steps to lower its car-
tation up to date. In other areas there have been no
bon footprint, including a reduction of packaging size
reported cases, while still others have been given a
and an investment in an offshore wind farm.
grace period of a few days beyond the deadline.
The new law was passed to raise Italy’s dropping vac- Adapted from http://time.com/3931946/lego-sustainable-materials
cination rates from below 80% to the World Health
Organisation’s 95% target.
In the sentence “Changing the raw material could have
Adapted from https://www.bbc.com/news/world-europe-47536981 a large effect on Lego’s c arbon footprint...” (paragraph
4), the expression c arbon footprint means
Choose the most appropriate title for the text.
a) carbon dioxide separation technology for industrial
a) Italy bans unvaccinated children from school. and gas treating applications.
b) Italian vaccination rates increased to 80% this year. b) estimation of soil carbon saturation that indicates its
c) National debate over compulsory vaccination has no potential to store more carbon.
deadline. c) the amount of carbon dioxide produced by the activi-
d) Parents to face fines if they are not immunised in Italy. ties of a company.
e) Italy prohibits immunisation campaigns in schools. d) species that are particularly sensitive and disappear
after a pollution event.
17. (EsPCEx – 2019) Choose the statement in which the e) long-term rise in the average temperature of the Earth’s
word r ange is used with the same meaning as in para- climate system.
graph 1.
20. (EsPCEx – 2019)
a) It came within my range of vision.
b) The bomb was tested on a missile range in the desert. Lego wants to replace plastic blocks with sustainable
c) Prices range between £7 and £10. materials
d) There is a wide range of opinions on this issue.
e) She was cooking soup on the range. The Lego Group wants to replace the plastic in their
products with a “sustainable material” by 2030, the
18. (EsPCEx – 2019) In the sentence “...while still others company announced.
have been given a grace period of a few days...” (para-
The world’s largest toy company will invest $1 billion
graph 3), the expression grace period means
in their new LEGO Sustainable Materials Centre in
Denmark, which (1) ___ devoted to finding and imple-
a) tiebreak.
menting new sustainable alternatives for their current
b) dead end.
building materials. Lego plans on hiring 100 specia-
c) extra time.
lists for the center. There is no official definition of a
d) target.
sustainable material.
e) timetable.
Legos (2) ___ made with a strong plastic known as
19. (EsPCEx – 2019) Leia o texto a seguir e responda as acrylonitrile butadiene styrene since 1963. The com-
questões 19 e 20. pany uses more than 6,000 tons of plastic annually to
manufacture its products, according to NBC News.
Lego wants to replace plastic blocks with sustainable
Changing the raw material could have a large effect
INGLÊS
materials
on Lego’s carbon footprint, especially considering that
only 10% of the carbon emissions from Lego products
The Lego Group wants to replace the plastic in their come from its factories. The other 90% is produced
products with a “sustainable material” by 2030, the from the extraction and refinement of raw materials,
company announced. as well as distribution from factories to toy stores.
325
The company (3) ___ already taken steps to lower its
carbon footprint, including a reduction of packaging
size and an investment in an offshore wind farm.
9 GABARITO
1 A
2 C
3 D
4 C
5 B
6 D
7 A
8 E
9 B
10 A
11 E
12 E
13 C
14 A
15 E
16 A
17 D
18 C
19 C
20 D
ANOTAÇÕES
326
Todos esses assuntos completam o estudo basilar
de semântica com foco em provas e concursos, sempre
de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você a
estudar com afinco e dedicação, sem esquecer de pra-
LÍNGUA PORTUGUESA
ticar seus conhecimentos realizando os exercícios de
cada tópico, bem como, a seleção de exercícios finais,
selecionados especialmente para que este material
cumpra o propósito de alcançar sua aprovação.
A inferência é uma relação de sentido conhecida
LEITURA, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre
DE TEXTOS interpretação de texto.
A interpretação e a compreensão textual são aspec- Porém, apesar de, aparentemente, parecer algo
tos essenciais a serem dominados por aqueles candida- subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas.
tos que buscam a aprovação em seleções e concursos A primeira e mais importante delas é identificar a
públicos. Trata-se de um assunto que abrange questões orientação do pensamento do autor do texto, que fica
específicas e de conteúdo geral nas provas; conhecer perceptível quando identificamos como o raciocínio
e dominar estratégias que facilitem a apreensão desse dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir
assunto pode ser o grande diferencial entre o quase e da análise de dados, informações com fontes confiáveis
a aprovação. ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos,
Além disso, seja a compreensão textual, seja a das consequências, a fim de se identificar as causas.
interpretação textual, ambas guardam uma relação de Por isso, é preciso compreender como podemos
proximidade com um assunto pouco explorado pelos
interpretar um texto mediante estratégias de leitura.
cursos de português: a semântica, que incide suas rela-
Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema,
ções de estudo sobre as relações de sentido que a forma
linguística pode assumir. que é intrigante e de grande profundidade acadêmica;
Portanto, neste material você encontrará recursos neste material, selecionamos as estratégias mais efica-
para solidificar seus conhecimentos em interpreta- zes que podem contribuir para sua aprovação em sele-
ção e compreensão textual, associando a essas temá- ções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
ticas as relações semânticas que permeiam o sentido A partir disso, apresentamos estratégias de leitura
de todo amontoado de palavras, tendo em vista que, que focam nas formas de inferência sobre um texto.
qualquer aglomeração textual é, atualmente, consi- Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre
derada texto e, dessa forma, deve ter um sentido que o processo de inferência, que se dá por dedução ou
precisa ser reconhecido por quem o lê. por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma
breve diferença entre os termos compreensão e O marido da minha chefe parou de beber.
interpretação textual.
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo
Observe que é possível inferir várias informações
sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste
material, ainda que existam relações de sinonímia a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do enun-
entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor ciador é casada (informação comprovada pela expres-
por um termo ao invés de outro reflete um sentido são “marido”), a segunda é que o enunciador está
que deve ser interpretado no texto, uma vez que a trabalhando (informação comprovada pela expressão
interpretação realiza ligações com o texto a partir “minha chefe”) e a terceira é que o marido da chefe do
das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. enunciador bebia (expressão comprovada pela expres-
Já a compreensão busca a análise de algo exposto no são “parou de beber”). Note que há pistas contextuais
texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou uma do próprio texto que induzem o leitor a interpretar
expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáti- essas informações.
cas. A compreensão textual estipula aspectos linguísticos Tratando-se de interpretação textual, os processos
essencialmente relacionados à significação das palavras de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
LÍNGUA PORTUGUESA
z Palavras monossílabas: Acentuam-se os monossí- Percebam que, no plural, essas formas admitem o
labos tônicos terminados em: A, E, O. Ex.: pá, vá, uso de um acento (^); portanto, atente-se à concordân-
332 chá; pé, fé, mês; nó, pó, só. cia verbal quando usar esses verbos.
radical é também conhecido como morfema lexical,
MORFOLOGIA pois se trata da significação própria dos vocábulos,
designando a sua natureza lexical, ou seja, o seu senti-
No dia a dia, usamos unidades comunicativas do propriamente dito.
para estabelecer diálogos e contatos, formando enun- Alguns exemplos de radicais:
ciados. Essas unidades comunicativas chamamos de
palavras. Elas surgem da necessidade de comunica- Ex.: pastel – pastelaria – pasteleiro;
ção e os processos de formação para sua construção pedra – pedreiro - pedregulho;
são conhecidos da nossa competência linguística, pois Terra – aterrado – enterrado - terreiro.
como falantes da língua, ainda que não saibamos o
significado de antever, podemos inferir que esse ter-
mo tem relação com o ato de ver antecipadamente,
dado o uso do prefixo diante do verbo ver.
Importante!
Reconhecer os processos que auxiliam na forma- Palavras da mesma família etimológica, ou seja,
ção de novas palavras é essencial para o estudante da que apresentam o mesmo radical e guardam o
língua. Esse assunto, como dissemos, já é reconhecido
mesmo valor semântico no radical, são conheci-
pelo nosso cérebro, que identifica os prefixos, sufixos e
palavras novas que podem ser criadas a partir da estru- das como cognatas.
tura da língua; não é à toa que, muitas vezes, somos
surpreendidos com o uso inédito de algum termo.
Porém, precisamos ter consciência de que nem Afixos ou Morfemas Derivacionais
todo contexto é apropriado para o uso de novas estru-
turas vocabulares, por isso, neste capítulo, iremos A partir dos morfemas lexicais, a língua ganha
estudar os processos de formação de palavras e as outras formas e sentidos pelos morfemas derivacio-
consequências dessas novas constituições, focando nais, que são assim chamados pois auxiliam no pro-
nesse conteúdo sempre cobrado pelas bancas mais cesso de criação de palavras a partir da derivação, ou
exigentes. seja, a inclusão de prefixos e sufixos no radical dos
vocábulos.
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS Vale notar que algumas bancas denominam os afi-
xos de infixos.
Radical e Morfema Lexical São morfemas derivacionais os afixos, estruturas
morfológicas que se anexam ao radical das palavras e
As palavras são formadas por estruturas que, uni- auxiliam o processo de formação de novos vocábulos.
das, podem se modificar e criar novos sentidos em Os afixos da língua portuguesa são de duas categorias:
contextos diversos. Os morfemas são as menores uni-
dades gramaticais com sentido da língua. Para iden-
tificá-los é preciso notar que uma palavra é formada z Prefixos: afixos que são anexados na parte ante-
por pequenas estruturas. Para isso, podemos imaginar rior do radical.
que uma palavra é uma peça de um quebra-cabeça
no qual podemos juntar outra peça para formar uma Exs.:
estrutura maior, porém, se você já montou um que- In: infeliz.
bra-cabeça, deve se lembrar que não podemos unir as Anti: antipatia
peças arbitrariamente, é preciso buscar aquelas que Pós: posterior
se encaixam. Bi: bisavô
Assim, como falantes da língua, reconhecemos Contra: contradizer
essas estruturas morfológicas e os seus sentidos, pois,
a todo momento estamos aptos a criar novas pala- z Sufixos: afixos que são anexados na parte poste-
vras a partir das regras que o sistema linguístico nos
rior do radical.
oferece.
Tornou-se comum, sobretudo nas redes sociais, o
surgimento de novos vocábulos a partir de “peças” Exs.:
existentes na língua, algumas misturando termos de mente: Felizmente.
outras línguas com morfemas da língua portuguesa dada: Lealdade
para a formação de novas palavras, como: bloguei- eiro: Blogueiro
ro (blogger), deletar (delete); já algumas palavras ista: Dentista
ganham novos morfemas e, consequentemente, novas gudo: Narigudo
acepções nas redes socias como, por exemplo, biscoi-
LÍNGUA PORTUGUESA
teiro, termo usado para se referir a pessoas que bus- É importante destacar que essa pequena amostra,
cam receber elogios nesse ambiente. listando alguns sufixos e prefixos da língua portugue-
As peças do quebra-cabeças que formam as pala- sa, é meramente ilustrativa e serve apenas para que
vras da língua portuguesa possuem os seguintes
você tenha consciência do quão rico é o processo de
nomes:
formação de palavras por afixos.
Radical, desinência, vogal temática, afixos, Além disso, não é interessante que você decore esses
consoantes e vogais de ligação. morfemas derivacionais, mas que você compreenda
o valor semântico que cada um deles estabelece na
O radical, também chamado de semantema, é o língua, como os sufixos -eiro e -ista que são usados,
núcleo da palavra, pois é o detentor do sentido ao qual comumente, para criar uma relação com o ambiente
se anexam os demais morfemas, criando as palavras profissional de alguma área, como: padeiro, costureiro,
derivadas. Devido a essa importante característica, o blogueiro, dentista, escafandrista, equilibrista etc. 333
Os sufixos costumam mudar mais a classes das A partir do exposto no tópico sobre vogal temática,
palavras. Já os prefixos modificam mais o sentido dos esperamos ter deixado claro que nem toda palavra irá
vocábulos. apresentar vogal temática; dessa forma, as palavras
que não apresentem vogal temática também não irão
Desinências ou Morfemas Flexionais possuir tema.
Exs.:
Os morfemas flexionais, mais conhecidos como Vendesse – tema: vende;
Mares – tema: mare.
desinências, são os mais estudados na língua portu-
guesa, pois são esses os morfemas que organizam as
Vogais e Consoantes de Ligação
estruturas no singular e no plural, os verbos em tem-
pos e conjugações e as relações de gênero em femini-
As consoantes e vogais de ligação têm uma função
no e masculino.
eufônica, ou seja, servem para facilitar a pronúncia de
Para facilitar a compreensão, podemos dividir os palavras. Essa é a principal diferença entre as vogais
morfemas flexionais em: de ligação e as vogais temáticas, estas unem desinên-
cias, aquelas facilitam a pronúncia.
z Aditivos: Adiciona-se ao morfema lexical. Ex.: pro-
fessor/professora; livro/livros. Exs.:
� Subtrativos: Elimina-se um elemento do morfema Gas - ô - metro;
lexical. Ex.: Irmão/irmã; Órfão/órfã. Alv - i - negro;
Tecn - o - cracia;
z Nulos: Quando a ausência de uma letra indica Pe - z - inho;
uma flexão. Ex.: o singular dos substantivos é mar- Cafe - t- eira;
cado por essa ausência, como em: mesa (0)1 /mesas Pau - l - ada;
Cha - l - eira;
Não confunda: Inset - i - cida;
Pobre - t- ão;
Morfema derivacional: afixos (prefixos e sufixos); Paris - i - ense;
Gira - s - sol;
Morfema flexional: aditivos, subtrativos, nulos;
Legal - i - dade.
Morfema lexical: radical.
Morfema gramatical: significado interno à estrutu-
A partir do conhecimento dos morfemas que auxi-
ra gramatical, como artigos, preposições, conjunções liam o processo de ampliação das palavras da língua,
etc. podemos iniciar o estudo sobre os processos de for-
mação de palavras.
Vogais temáticas As palavras na língua portuguesa são criadas a
partir de dois processos básicos que apresentam clas-
A vogal temática liga o radical a uma desinência, ses específicas. O quadro a seguir organiza bem os
que estabelece o modo e o tempo da conjugação ver- processos de formação de palavras:
bal, no caso de verbos, e, nos substantivos, junta-se ao
radical para a união de outras desinências.
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Ex.: Amar e Amor. DERIVAÇÃO COMPOSIÇÃO
� Prefixal � Justaposição
Nos verbos, a vogal temática marca ainda a conju- � Sufixal � Aglutinação
gação verbal, indicando se o verbo pertence à 1º, 2º ou � Prefixal e sufixal
3º conjugação: � Parassintética
� Regressiva
Exs.: � Imprópria ou conversão
Amar – 1º conjugação;
Comer – 2º conjugação; Como é possível notar, os dois processos de forma-
Partir – 3º conjugação. ção de palavras são a derivação e a composição. As
palavras formadas por processos derivativos apresen-
É importante não se confundir: a vogal temática tam mais classes a serem estudas. Vamos conhecê-las
não existe em palavras que apresentam flexão de agora!
gênero. Logo, as palavras gato/gato possuem uma
desinência e não uma vogal temática! PROCESSOS DE DERIVAÇÃO
Caso a dúvida persista, faça esse exercício: Igreja
(essa palavra existe); “Igrejo” (essa palavra não exis- As palavras formadas por processos de derivação
te), então o -a de igreja é uma vogal temática que irá são classificadas a partir de seis categorias:
ligar o vocábulo a desinências, como -inha, -s.
Note que as palavras terminadas em vogais tônicas z Prefixal ou prefixação;
não apresentam vogais temática: Ex.: cajá, Pelé, bobó. z Sufixal ou sufixação;
z Prefixal e sufixal;
Tema z Parassintética ou parassíntese;
z Regressiva;
O tema é a união do radical com a vogal temática. z Imprópria ou conversão.
334 1 O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas; sua marcação é feita com a presença do numeral 0 (zero).
A seguir, iremos estudar a diferença entre cada Almoço (almoçar);
uma dessas classes e identificar as peculiaridades de Ataque (atacar);
cada uma. Amasso (amassar).
A derivação regressiva, geralmente, forma subs-
Derivação Prefixal tantivos abstratos derivados de verbos. É possível
que alguns autores reconheçam esse processo como
Como o próprio nome indica, as palavras forma- redução.
das por derivação prefixal são formadas pelo acrésci-
mo de um prefixo à estrutura primitiva, como: Derivação Imprópria
Pré-vestibular; disposição; deslealdade; super-ho-
mem; infeliz; refazer.
A derivação imprópria, a partir de seu processo de
Pré-vestibular: prefixo pré-;
formação de palavras, provoca a conversão de uma
Disposição: prefixo dis-;
Deslealdade: prefixo des-; classe gramatical, que pode passar de verbo a subs-
Super-homem: prefixo super; tantivo, por exemplo.
Infeliz: prefixo in-; A seguir, apresentamos alguns processos de con-
Refazer: prefixo re-. versão das palavras por derivação imprópria:
Na primeira frase, podemos substituir o termo um Os pronomes pessoais do caso reto costumam
por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e substituir o sujeito. Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcio-
o sentido será mantido, pois o que se pretende defen-
nar como complemento verbal ou adjunto. Ex.: Eu a vi
der é que a espécie do indivíduo que se posicionou
com o namorado; Maura saiu comigo.
contra o projeto é um deputado e não uma deputada,
por exemplo.
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto
Já na segunda oração, a alteração do gênero não
direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Infor-
implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
mei-o sobre todas as questões.
pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM
deputado, marcando a quantidade. z Já os que se relacionam com o objeto indireto são:
Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados
atentos com a aparição das expressões adverbiais, o por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo
340 que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral. a ele).
Devemos lembrar que todos os pronomes pessoais z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra-
são pronomes substantivos; além disso, é importan- duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
te saber que eu e tu não podem ser regidos por pre- cerimonioso a comerciantes importantes;
posição e que os pronomes ele(s), ela (s), nós e vós z Vossa Santidade (V. S.): Papa;
podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.):
que exercem. Bispos.
Os pronomes oblíquos tônicos são pronunciados
com força e precedidos de preposição. Costumam ter Os exemplos acima fazem referência a pronomes
função de complemento: de tratamento e suas respectivas designações sociais
conforme indica o Manual de Redação Oficial da Pre-
z 1ª pessoa: Mim, comigo (singular); nós, conosco sidência da República; portanto, essas designações
(plural). devem ser seguidas com atenção quando o gênero
textual abordado for um gênero oficial.
z 2ª pessoa: Ti, contigo (singular); vós, convosco Sobre o uso das abreviaturas das formas de trata-
(plural). mento, é importante destacar:
O plural de algumas abreviaturas é feito com letras
z 3ª pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele (s), ela (s) dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA.
Porém, na maioria das abreviaturas terminadas
Importante lembrar que não devemos usar prono- com a letra a, por exemplo, o plural é feito com o
mes do caso reto como objeto ou complemento ver- acréscimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V.Emas.
bal, como em: “mate ele”. Contudo, o gramático Celso O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri-
Cunha destaca que é possível usar os pronomes do tíssimo Juiz. O tratamento dispensado ao Presidente
caso reto como complemento verbal, desde que ante- da República nunca deve ser abreviado.
cedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou
“numeral”. Ex.: Encontrei todos eles na festa; Encon- Pronomes Indefinidos
trei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reci- Os pronomes indefinidos indicam quantidade de
procidade, devemos usar os pronomes oblíquos tôni- maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª
cos. Ex.: Entre mim e ele não há segredos. pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem
variar e podem ser invariáveis, vejamos:
Pronomes de Tratamento
z Variáveis: Algum, Alguma / Alguns, Algumas;
Os pronomes de tratamento são formas que expres- Nenhum, Nenhuma / Nenhuns, Nenhumas; Todo,
sam uma hierarquia social institucionalizada linguis- Toda/ Todos, Todas; Outro, Outra / Outros, Outras;
ticamente. As formas de pronomes de tratamento Muito, Muita / Muitos, Muitas; Tanto, Tanta / Tan-
apresentam algumas peculiaridades importantes: tos, Tantas; Quanto, Quanta / Quantos, Quantas;
Pouco, Pouca / Poucos, Poucas etc.
z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo a
2ª pessoa), apesar disso, os verbos relacionados a z Invariáveis: Alguém; Ninguém; Tudo; Outrem;
esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa Nada; Cada; Quem; Menos; Mais; Que.
do singular. Ex: Vossa excelência deve conhecer a
Constituição. As palavras certo e bastante serão pronomes
indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo serão adjetivos quando vierem depois. Ex.: Busco cer-
a 3ª pessoa). Ex.: Sua excelência, o presidente do to modelo de carro (Pronome indefinido) / Busco o
Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje modelo de carro certo (adjetivo).
à noite. A palavra bastante frequentemente gera dúvida
quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini-
Como mencionamos anteriormente, os pronomes do, por isso, fique atento:
de tratamento estabelecem uma hierarquia social na
linguagem, ou seja, a partir das formas usadas, pode- z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen-
mos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder te ao termo “muito”. Ex.: Elas são bastante famosas.
instituídos pelos falantes.
Por isso, é eficaz reconhecer que alguns destes z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente
pronomes só devem ser utilizados em contextos cujos ao termo “suficiente”. Ex.: A comida e a bebida não
interlocutores sejam reconhecidos socialmente por foram bastantes para a festa.
suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre outras. z Bastante (Pronome indefinido): “Bastantes ban-
LÍNGUA PORTUGUESA
* Nem todas as formas verbais apresentam desi- O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou
nências modo-temporais. orações reduzidas.
z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresen-
de compreender, pois apresentam regularidade no tam uma forma específica de irregularidade, que oca-
uso das desinências, ou seja, as terminações ver- siona uma anomalia em sua conjugação, por isso, são
bais. Da mesma forma, os verbos regulares man- classificados como anômalos.
têm o paradigma morfológico com o radical, que
permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar. z Abundantes: são formas verbais abundantes os
verbos que apresentam mais de uma forma de
PRETÉRITO PERFEITO particípio aceitas pela norma culta gramatical.
PRESENTE INDICATIVO Geralmente, apresentam uma forma de particípio
INDICATIVO
regular e outra irregular; falaremos disso poste-
Eu canto Cantei
riormente, quando tratarmos das formas nominais
Tu cantas Cantaste do verbo. Vejamos alguns verbos abundantes:
Ele/ você canta Cantou
Nós cantamos Cantamos PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO
Vós cantais Cantastes REGULAR IRREGULAR
Eles/ vocês cantam Cantaram Acender Acendido Aceso
PRETÉRITO PERFEITO
língua portuguesa, apenas dois verbos são classi- PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO
ficados dessa forma, os verbos ser e ir. Vejamos a
conjugação do verbo ser: Eu me sento Sentei-me
Tu te sentas Sentaste-te
PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO Ele/ você se senta Sentou-se
Com essa dica, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões, ademais, buscamos
desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu valioso tempo decorando listas de locuções
adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios Interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os eles introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo, modo ou causa.
Exs.:
Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
GRAU COMPARATIVO
NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE
Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
Muito Mais - -
Pouco menos - -
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
GRAU SUPERLATIVO
Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras variável, porém, quando se refere a um verbo, ele fica inva-
riável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural; caso
a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: A cerveja que desce redondo/ As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, trata-se de um advérbio.
Palavras Denotativas
São termos que apresentam semelhança aos advérbios, em alguns casos são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental que você saiba identificar o sentido a elas atribuído, pois, geral-
mente, é isso que as bancas de concurso cobram.
Lugar O cachorro está sob a mesa As conjunções e, nem não devem ser empregadas
juntas (e nem), tendo em vista que ambas indicam a
mesma relação aditiva o uso concomitante acarreta
Votar em branco, chegar aos
Modo em redundância.
gritos
As conjunções integrantes fazem parte das orações Conectivos ou conectores são palavras ou expres-
subordinadas e, na realidade, elas apenas integram sões que têm a função de ligar os períodos e parágra-
uma oração principal à outra, subordinada. Existem fos do texto. Os conectivos podem ser conjunções ou
apenas dois tipos de conjunções integrantes: que e se. advérbios/locuções adverbiais e sempre promovem
uma relação entre os termos conectados. É muito
z Quando é possível substituir o que pelo pronome importante saber identificar a relação que indicam,
isso, estamos diante de uma conjunção integrante. pois isso pode modificar o sentido de um texto. A
Ex.: Quero que a prova esteja fácil. Quero = isso. seguir veremos as principais relações que os conecto-
res expressam:
z Sempre haverá conjunção integrante em orações
substantivas e, consequentemente, em períodos z Adição: e, também, além disso, mas também.
compostos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa. z Oposição: mas, porém, contudo, entretanto, no entanto.
Perguntei = isso. z Causa: por isso, portanto, certamente.
z Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver- z Tempo: atualmente, nos dias de hoje, na socieda-
bo e uma conjunção integrante. Ex.: Sabe-se, que de atual, depois, antes disso, em seguida, logo, até
o Brasil é um país desigual (errado). Sabe-se que o que.
z Consequência: logo, consequentemente.
Brasil é um país desigual (certo).
z Confirmação/Reafirmação: Ou seja, nesse sentido,
nessa perspectiva, em suma, em outras palavras,
Interjeições
dessa forma.
z Hipótese/Probabilidade: A menos que, mesmo que,
As interjeições também fazem parte do grupo de
supondo que.
palavras invariáveis, tal como as preposições e as con-
z Semelhança: do mesmo modo, assim como, bem
junções. Sua função é expressar estado de espírito e
como.
emoções, por isso, apresenta forte conotação semânti-
z Finalidade: afim de, para, para que, com a finalida-
ca; ademais, uma interjeição sozinha pode equivaler de de, com o objetivo de.
a uma frase. Ex.: Tchau! z Exemplificação: por exemplo, a exemplo de, isto é.
As interjeições, como mencionamos, indicam rela- z Ênfase: na verdade, efetivamente, certamente, com
ções de sentido diversas; a seguir, apresentamos um efeito.
quadro com os sentimentos e sensações mais expres- z Dúvida: talvez, por ventura, provavelmente,
sos pelo uso de interjeições: possivelmente.
z Conclusão: portanto, logo, enfim, em suma.
VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
Dica
Advertência Cuidado! Devagar! Calma!
É necessário observar o contexto de uso de cada
Alívio Arre! Ufa! Ah! conector, pois vários deles podem mudar de sen-
Alegria/satisfação Eba! Oba! Viva! tido de acordo com a situação em que está sen-
do usado.
Desejo Oh! Tomara! Oxalá! Na língua portuguesa, o contexto é essencial
para entender uma proposição.
Repulsa Irra! Fora! Abaixo!
Denotação
É salutar lembrar que o sentido exato de cada
interjeição só poderá ser apreendido diante do con- O sentido denotativo da linguagem compreende
texto, por isso, em questões que abordem essa classe o significado literal da palavra independente do seu
de palavras, o candidato deve reler o trecho em que a contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais
interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido objetivo e literal associado ao significado que aparece
expresso no texto. nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar
Isso acontece pois qualquer expressão exclamati- ênfase à informação que se quer passar para o recep-
va que expresse sentimento ou emoção pode funcionar tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por
como uma interjeição. Lembrem-se dos palavrões, por isso, é muito utilizada em textos informativos, como
exemplo, que são interjeições por excelência, mas, depen- notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá-
dendo do contexto, podem ter seu sentido alterado. ticos, entre outros. 351
Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo:
chamas)
O coração é um músculo que bombeia sangue para
o corpo. (coração: parte do corpo)
Conotação
Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.
php. Acessado em: 17/10/2020.
Parônimos
Tentaremos absorver toda esta água com Relação estabelecida entre termos que guardam
esponjas. (sorver) relação de sentido entre si e mantém uma ordem gra-
Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis dativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimos –
de seus pecados. (inocentar) carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus...
800
Minha funcionária é diligente na realização de
700
suas funções. (expedito, aplicado) 600
500
z Discriminar/descriminar 400
300
Ela se sentiu discriminada por não poder 200
entrar naquele clube. (diferenciar, segregar) 100
Em muitos países se discute sobre descrimi- 0
nar o uso de algumas drogas. (descriminalizar, Maçãs Laranjas Bananas
inocentar) 2013 2014 2015
Os infográficos são uma forma moderna de apre- Frase é todo enunciado com sentido completo.
sentar o sentido. Essa palavra une os termos info Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um
(informação) e gráfico (desenho, imagem, representa- conjunto de palavras.
ção visual), ou seja, um desenho ou imagem que, com o Ex.: Fogo!
apoio de um texto, informa sobre um assunto que não Silêncio!
seria muito bem compreendido somente com um texto. “A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano
Para interpretar os dados informativos em um Ramos)
infográfico, é preciso boa leitura e esta requer atenção
aos detalhes. As representações neste formato aliam Oração
ao texto uma série de atrativos visuais, cabendo ao
leitor ser extremamente observador. Ter atenção ao Enunciado que se estrutura em torno de um verbo
título, ao tema e à fonte das informações é vital para (explícito, implícito ou subentendido) ou de uma locu-
uma boa análise e interpretação. ção verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresen-
tá-lo completo ou incompleto.
Ex.: Você é um dos que se preocupam com a
poluição.
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque)
Período
Sujeito
z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação, Ocorre quando há dois núcleos significativos:
mas um estado momentâneo ou permanente que um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um
relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo
o predicativo do sujeito. transitivo, predicativo do objeto).
z Predicativo do sujeito; função exercida por subs-
tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atri- Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes)
buem uma condição ou qualidade ao sujeito. Verbo intransitivo: parou
Ex.: O garoto está bastante feliz. Predicativo do sujeito: atento
Verbo de ligação: está.
Predicativo do sujeito: bastante feliz. Repare que no primeiro exemplo o termo “atento”
Ex.: Seu batom é muito forte. está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é
Verbo de ligação: é. considerado predicativo do sujeito.
Predicativo do sujeito: muito forte. Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac)
ficção.
esse algo é o objeto direto)
Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome
feminino definido) Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais
É o complemento de um verbo na voz passiva ana- z Tempo: Quero que ele venha logo;
lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida;
raramente, da preposição de. z Modo: O dia começou alegremente;
Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares
z Intensidade: Almoçou pouco;
ser, estar, viver, andar, ficar.
z Causa: Ela tremia de frio;
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO z Companhia: Venha jantar comigo;
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as
Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutu- roupas;
ra básica da oração, são importantes para compreen- z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo;
são do enunciado porque trazem informações novas.
z Finalidade: Vivia para o trabalho;
Esses termos são chamados acessórios da oração.
z Meio: Viajou de avião devido à rapidez;
Adjunto Adnominal z Assunto: Falávamos sobre o aluguel;
z Negação: Não permitirei que permaneça aqui;
São termos que acompanham o substantivo, z Afirmação: Sairia sim naquela manhã;
núcleo de outra função, para qualificar, quantificar,
especificar o elemento representado pelo substantivo. z Origem: Descendia de nobres.
Categorias morfológicas que podem funcionar
como adjunto adnominal: Não confunda!
Para conseguir distinguir adjunto adverbial de
adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio-
z Artigos
nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que
z Adjetivos
o sentido seja parecido.
z Numerais Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui
z Pronomes é um adjunto adnominal)
z Locuções adjetivas Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um
adjunto adverbial)
Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo
ficaram esquecidos no quarto. Aposto
Iam cheios de si.
Estava conquistando o respeito dos seus. Estruturas relacionadas a substantivos, pronomes
O novo regulamento originou a revolta dos ou orações. O aposto tem como propósito explicar,
funcionários. identificar, esclarecer, especificar, comentar ou apon-
O doutor possuía mil lembranças de suas viagens. tar algo, alguém ou um fato.
Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma
z Pronomes oblíquos átonos e a função de adjun- bicicleta.
to adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, vos, Aposto: filha de D. Raimunda
lhes exercem essa função sintática quando assu- Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran-
mem valor de pronomes possessivos. des obras.
358 Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo). Aposto: Machado de Assis.
Classifica-se nas seguintes categorias: z Diferença de aposto especificativo e adjunto
adnominal: Normalmente, é possível retirar a
z Explicativo: usado para explicar o termo anterior. preposição que precede o aposto. Caso seja um
Separa-se do substantivo a que se refere por uma adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura
pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões fica prejudicada.
ou dois-pontos. Ex.: A cidade Fortaleza é quente.
Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram (aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade)
ontem, acabaram de voltar de férias. O clima de Fortaleza é quente.
Jéssica uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos.
(adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?)
� Enumerativo: usado para desenvolver ideias que
z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: O
foram resumidas ou abreviadas em um termo ante-
aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo
rior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e adjetivo.
riachos. Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle.
Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber, (predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – ad-
preconceito, antipatia e arrogância. jetivo)
z Recapitulativo ou resumidor: É o termo usado
Homem desesperado, João sempre perde o con-
para resumir termos anteriores. É expresso, nor-
trole.
malmente, por um pronome indefinido.
(aposto; núcleo: homem – substantivo)
Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos
estavam empolgados com a feira.
Irei a Macau, Cabo Verde, Angola e Timor-Leste, Vocativo
países africanos onde se fala português.
O vocativo é um termo que não mantém relação
� Comparativo: Estabelece uma comparação implícita. sintática com outro termo dentro da oração. Não per-
Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem
tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para
rumo.
chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese-
� Circunstancial: Exprime uma característica ja se comunicar. É um termo independente, pois
circunstancial. não faz parte da estrutura da oração.
Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha
apropriadas. consulta.
� Especificativo: É o aposto que aparece junto a um Ela te diz isso desde ontem, Fábio.
substantivo de sentido genérico, sem pausa, para
especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por z Para distinguir vocativo de aposto: o vocati-
substantivos próprios. vo não se relaciona sintaticamente com nenhum
Exs.: O mês de abril. outro termo da oração.
O rio Amazonas. Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças.
Meu primo José. O aposto se relaciona sintaticamente com outro
z Aposto da oração: É um comentário sobre o termo da oração.
fato expresso pela oração, ou uma palavra que A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impecável.
condensa. Sujeito: a cozinha de lufe.
Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao
preocupação. sujeito).
O noticiário disse que amanhã fará muito calor –
ideia que não me agrada. PERÍODO COMPOSTO
� Distributivo: Dispõe os elementos equitativamente.
Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra Observe os exemplos a seguir:
para as perguntas. A apostila de Português está completa.
Sua presença era inesperada, o que causou surpresa. Um verbo: Uma oração = período simples
Português e Matemática são disciplinas essen-
Dica ciais para ser aprovado em concursos.
Dois verbos: duas orações = período composto
� O aposto pode aparecer antes do termo a que O período composto é formado por duas ou mais
se refere, normalmente antes do sujeito. orações. Num parágrafo, podem aparecer misturado
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen- períodos simples e período compostos.
LÍNGUA PORTUGUESA
A vírgula também é facultativa quando a expres- � Introduzir uma citação (discurso direto):
são de tempo, modo e lugar não for uma expressão, Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um
mas uma palavra só. Exemplos: homem mais pelas suas perguntas que pelas suas
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar. respostas”.
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço
em casa. � Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
Ontem choveu o esperado para o mês todo. / distributivo ou uma oração subordinada substan-
Ontem, choveu o esperado para o mês todo. tiva apositiva
Ela acordou muito cedo. Por isso ficou com sono Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes-
durante a aula. / Ela acordou muito cedo. Por isso, sores, jornalistas, médicos.
ficou com sono durante a aula. � Introduzir uma explicação ou enumeração após
Irei à praia amanhã se não chover. / Irei à praia
as expressões como, por exemplo, isto é, ou seja, a
amanhã, se não chover.
saber, como.
Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,
Filosofia, Ciências...
� Entre o sujeito e o verbo z Marcar uma pausa entre orações coordenadas
Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende- (relação semântica de oposição, explicação/causa
ram a explicação. (errado) ou consequência)
Muitas coisas que quebraram meu coração, con- Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um
sertaram minha visão. (errado) homem culto.
� Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre- Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
dicativo do sujeito: cautela.
Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica-
� Marcar invocação em correspondências
ção. (errado)
Ex.: Prezados senhores:
Os alunos precisam de, que os professores os aju-
dem. (errado) Comunico, por meio deste, que...
Os alunos entenderam, toda aquela explicação.
(errado) Travessão
� Entre um substantivo e seu complemento nominal � Usado em discursos diretos, indica a mudança de
ou adjunto adnominal. discurso de interlocutor: Ex.:
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida
– Bom dia, Maria!
pelos alunos. (errado)
– Bom dia, Pedro!
� Entre locução verbal de voz passiva e agente da
passiva: � Serve também para colocar em relevo certas
Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
professor para a feira. (errado) tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou
� Entre o objeto e o predicativo do objeto: colchetes:
Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado) Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
Considero interessantes, as suas aulas. (errado) ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
Uso de Ponto e Vírgula vamos jantar. (oração intercalada)
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
e vírgula (;): na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
� É empregado para marcar o fim de uma frase com Representam uma variante dos parênteses, porém
entonação exclamativa: tem uso mais restrito.
Ex.: Que linda mulher! Usam-se nos seguintes casos:
Coitada dessa criança!
� Para incluir num texto uma observação de nature-
� Aparece após uma interjeição: za elucidativa:
Ex.: Nossa! Isso é fantástico. Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”.
� Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos:
Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?” � Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”),
a fim de indicar que, por mais estranho ou errado
� É repetido duas ou mais vezes quando se quer que pareça, o texto original é assim mesmo:
marcar uma ênfase: Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga-
Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50 do.” (Machado de Assis)
metros em 20 segundos!!!
� Para indicar os sons da fala, quando se estuda
Reticências Fonologia:
Ex.: mel: [mɛw]; nem: [bẽy]
São usadas para: � Para suprimir parte de um texto (assim como
parênteses)
� Assinalar interrupção do pensamento: Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois
Ex.: ― Estou ciente de que... desceu as escadas apressadamente. ou
― Pode dizer... Na hora em que entrou no quarto (...) e depois des-
ceu as escadas apressadamente. (caso não preferí-
� Indicar partes suprimidas de um texto:
vel segundo as normas da ABNT)
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois
desceu as escadas apressadamente. (Também pode
Asterisco
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e
depois desceu as escadas apressadamente.)
� É colocado à direita e no canto superior de uma
� Para sugerir prolongamento da fala: palavra do trecho para se fazer uma citação ou
Ex.: ―O que vocês vão fazer nas férias? comentário qualquer sobre o termo em uma nota
364 ― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar... de rodapé:
Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo Embora não existam regras muito definidas sobre
triste acrescido do sufixo -eza*. a existência de espaços antes e depois da barra oblí-
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti- qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu-
vo, o que origina um novo substantivo. lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo.
� Quando repetido três vezes, indica uma omissão
SINTAXE DE CONCORDÂNCIA
ou lacuna em um texto, principalmente em substi-
tuição a um substantivo próprio:
Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami-
umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede-
nhado aos responsáveis. cem a alguns princípios: um deles é a concordância.
� Quando colocado antes e no alto da palavra, repre- Observe o exemplo:
senta o vocábulo como uma forma hipotética, isto
é, cuja existência é provável, mas não comprovada: A pequena garota andava sozinha pela cidade.
Ex.: Parecer, do latim *parescere. A: Artigo, feminino, singular;
Pequena: Adjetivo, feminino, singular;
� Antes de uma frase para indicar que ela é agrama- Garota: Substantivo, feminino, singular.
tical, ou seja, uma frase que não respeita as regras
da gramática. Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos
* Edifício elaborou projeto o engenheiro. adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o
número (singular) do substantivo.
Uso da Barra Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân-
cia: verbal e nominal.
A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado:
Concordância Verbal
� Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser
substituída pela conjunção “ou”: É a adaptação em número – singular ou plural –
Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta. e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo
Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta. sujeito.
� Para indicar inclusão, quando utilizada na separa- “De todos os povos mais plurais culturalmente, o
ção das conjunções e/ou. Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as quais
insistem em desmentir que nosso país é cheio de ‘bra-
Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais
sis’ – digamos assim –, ganha disparando dos outros,
e/ou escritos.
pois houve influências de todos os povos aqui: euro-
� Para indicar itens que possuem algum tipo de rela- peus, asiáticos e africanos.”
ção entre si. Esse período, apesar de extenso, constitui-se de um
Ex.: A palavra será classificada quanto ao número sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo correspon-
(plural/singular). dente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no singular.
O carro atingiu os 220 km/h. Destrinchando o período, temos que os termos
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas
� Para separar os versos de poesias, quando escritos “[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi-
seguidamente na mesma linha. São utilizadas duas cado verbal.
barras para indicar a separação das estrofes. Veja um caso de uso de verbo bitransitivo:
Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que Ex.: Prefiro natação a futebol.
passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon- Verbo bitransitivo: Prefiro
te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi- Objeto direto: natação
te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles Objeto indireto: a futebol
� Na escrita abreviada, para indicar que a palavra Popularmente, usa-se “do que” no lugar de “a”,
não foi escrita na sua totalidade: o que tornaria a oração da seguinte forma: “Prefiro
Ex.: a/c = aos cuidados de; natação do que futebol”. Porém, segundo a norma-pa-
s/ = sem drão, a forma correta é como consta no exemplo.
� Para separar o numerador do denominador nos Concordância Verbal com o Sujeito Simples
números fracionários, substituindo a barra da
fração: Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do
Ex.: 1/3 = um terço sujeito.
LÍNGUA PORTUGUESA
para representar um carinho feito em alguém. O que comum em poemas, diários, conversas cotidianas e
em outras regiões se chamaria de beijinho. Macaxeira, narrativas de teor romântico ou dramático.
no Norte e no Nordeste, é a mandioca ou o aipim. Essa
variação denominamos diatópica lexical, já que lexi- Função apelativa ou conativa
cal significa algo relativo ao vocabulário.
Tem como objetivo convencer e influenciar o com-
portamento do receptor da mensagem. Essa função
z Variação diastrática ou sociocultural
caracteriza-se pela presença das formas tu, você, vocês
(explícitas ou subtendidas no texto), de vocativos e de
A variação diastrática, como também ocorre com formas verbais no imperativo que expressam ordem,
a diatópica, pode ser fonética, lexical e sintática, sugestão, apelo etc. Essa função é predominante em tex-
dependendo do que seja modificado pelo falar do indi- tos publicitários, propagandas, horóscopos, manuais de
víduo: falar adevogado, pineu, bicicreta, é exemplo de advertências, tutoriais etc. 373
Função referencial Zeugma
Objetiva informar, referenciar algo. O foco é o pró- Considerado um caso particular de elipse, o zeug-
prio assunto, o que faz dela uma função predominan- ma consiste omissão em orações seguintes de palavras
te nos noticiários, jornais, artigos, nas revistas, nos expressas na oração anterior.
Ex.: Eu sou professora; minha amiga, advogada.
livros instrucionais, contratos etc. A linguagem, nes-
Desembrulhe essa caixa enquanto eu desembru-
se caso, transmite uma mensagem direta, objetiva e
lho a outra.
impessoal, que pode ser entendida pelo leitor em um
sentindo específico. Pleonasmo
Anáfora
ESTILÍSTICA
Consiste na repetição de palavra ou expressões no
FIGURAS DE SINTAXE início da oração. Esse tipo de recurso é muito comum
em textos estruturados em versos consecutivos (poe-
Consistem em modificações da estrutura da oração mas, músicas, entre outros). O propósito é valorizar a
(ou parte dela) por meio da omissão, inversão ou repe- mensagem por meio da ênfase ao elemento repetido.
tição de termos. Nesse caso, essas alterações ocorrem Ex.: “É o pau, é a pedra, é o fim do caminho
para conferir mais expressividade ao enunciado. É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
Elipse É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol.” (Tom Jobim)
“Quando não tinha nada eu quis
Utilizada para omitir termos numa oração que não Quando tudo era ausência, esperei
foram mencionados anteriormente, mas que podem Quando tive frio, tremi
ser facilmente identificados pelo interlocutor. Essa Quando tive coragem, liguei”. (Daniela Mercury)
omissão pode ser percebida por indícios gramaticais
ou dentro do próprio contexto. Aliteração
Ex.: Ana Rita arrumou-se para o trabalho. Estava
atrasada. (“elipse sujeito -ela”) Recurso sonoro que consiste na repetição de sons
Os alunos e as alunas, mãos erguidas contra os consonantais para intensificar a rima e o ritmo.
políticos, caminhavam pelas ruas. (elipse da preposi- Ex.: “Chove chuva choverando” (Oswald de Andrade)
374 ção – “de mãos erguidas”) “Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço, Ex.: Dizem que os brasileiros somos amantes do
— não sei, não sei. Não sei se fico futebol. (brasileiros //3ª p. plural) (somos// 1ª p. plural)
ou passo.” (Cecília Meireles)
Anacoluto
Assonância
Consiste na quebra ou interrupção da estrutura
Figura de linguagem que aborda o uso de som em normal. Um dos termos da oração fica desvinculado
harmonia. Caracterizada pela repetição de vogais. do restante da sentença e não estabelece nenhuma
Ex.: “A pálida lágrima de Flávia” – repetição da vogal a. ligação sintática com os demais.
“Amo muito tudo isso” – repetição do som da vogal u. Ex.: Meu vizinho, ouvi dizer que está muito doente.
Recurso sonoro que procura representar os sons As figuras de palavras estão associadas ao signifi-
específicos de objetos, animais ou pessoas a partir de cado delas. Caracterizam-se por apresentar uma subs-
uma percepção aproximada da realidade. tituição ou transposição do sentido real da palavra
Ex.: “O tic tac do relógio me deixava mais angus- para assumir um sentido figurado construído dentro
tiado na prova”. de um contexto. A substituição de uma palavra por
“Psiiiiiu! – Falou o professor no momento da reunião”. outra pode acontecer por uma relação muito próxi-
ma (contiguidade) ou por uma comparação/analogia
Hipérbato ou Inversão (similaridade).
z Silepse de Gênero: Há uma discordância entre O que foi isso, Foi um candidato
os gêneros dos artigos, substantivos, pronomes e homem? “ficha suja” que
adjetivos. Notamos na oração a presença do con- me abraçou...
traste entre os gêneros masculino e feminino.
Ex.: Vossa Excelência é falso. - O pronome de tra-
tamento certamente se refere a alguma autoridade do
sexo masculino (deputado, prefeito, vereador etc.)
Antonomásia ou Perífrase
Eufemismo
Consiste no emprego de uma palavra ou expressão que serve para amenizar/ suavizar uma informação desa-
gradável ou fatídica. É um recurso essencial para validar a polidez nas relações sociais.
Ex.: “Suzanna é uma mulher desprovida de beleza.” (feia)
“Aquele pobre homem entregou a alma a Deus” (morreu)
Hipérbole
Uso de expressões intencionalmente exageradas para dar maior ênfase à mensagem expressa pelo emissor.
Ex.: “Amor da minha vida, daqui até a eternidade
Nossos destinos foram traçados na maternidade”. (Cazuza)
“Vou caçar mais um milhão de vagalumes por aí”. (Pollo)
Ironia
Consiste em expressar ideias, pensamentos e julgamentos com o sentido contrário do que se diz. A ironia tem
como objetivo satirizar uma situação desagradável ou depreciar alguém pelo seu comportamento.
Ex.: “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis...” (Machado de Assis)
“Parece um anjinho, briga com todos”.
Gradação
Consiste na apresentação de ideias sinônimas (ou não) em uma escala progressiva de maior ou menor in-
tensidade à expressão. Os termos da oração são frutos de uma hierarquia e podem ser de ordem crescente ou
decrescente.
Ex.: “Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados.” (Machado
de Assis)
“Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Monteiro Lobato)
Apóstrofe
Consiste na invocação de alguém ou alguma coisa personificada. Essa figura de linguagem realiza-se por meio
de um vocativo. A apóstrofe é um recurso estilístico muito utilizado na linguagem informal (cotidiana), nos textos
religiosos, políticos e poéticos.
Ex.: “Liberdade, Liberdade! É isso que pretendemos nessa luta”.
“Senhor, tende piedade de nós”.
O Novo Acordo Ortográfico foi aprovado no Brasil em 2009, sua intenção é unificar a língua portuguesa escrita
nos 9 países que firmaram o acordo.
Alguns aspectos foram modificados, e serão detalhados a seguir:
LÍNGUA PORTUGUESA
Alfabeto
z Como era:
ABCDEFGHIJLMNOPQRSTUVXZ
z Como está:
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
Antes do acordo, tínhamos 23 letras em nosso alfabeto, agora, foram acrescentadas as letras K, W e Y, tendo,
ao todo, 26 letras no alfabeto do português brasileiro desde então. 377
A causa dessa mudança é basicamente organizar e “legalizar” o uso dessas letras que já estavam presentes na
prática da língua, inseridas em nomes próprios e abreviaturas, como por exemplo: km, Ygor, Walter, Karolina,
dentre outras palavras.
Importante!
O uso dessas letras não modifica a escrita de outras palavras, mas sim propõe novas possibilidades de escri-
ta para novas palavras bem como nomes próprios, estrangeirismos e abreviaturas.
Veja também, na tabela a seguir, as principais mudanças oriundas do Acordo Ortográfico na área de acentua-
ção de palavras:
Idéia Ideia
Ditongo em palavras paroxítonas Não recebem mais acento
Assembléia Assembleia
Enjôo Enjoo
Letras repetidas: ee/oo Não recebem mais acento
Lêem Leem
Pára Para
Acento diferencial Deixou de ser utilizado
Pêlo Pelo
Uso do hífen
O hífen é um sinal diacrítico cujo uso foi reformulado com a reforma ortográfica da língua que entrou em
vigor em 2009 no Brasil.
A reforma uniformizou o uso do hífen em muitos contextos, o que podemos ver como uma facilitação do
aprendizado de quando usá-lo ou não.
A regra básica para o aprendizado do uso do hífen, conforme o novo acordo ortográfico, é esta:
z Palavras com final em vogais iguais: Usa-se hífen. Ex.: micro-ondas, anti-inflamatório.
Porém, é preciso ficar atento às exceções a essa regra geral. Por isso, iremos apresentar alguns exemplos para
organizar o uso desse diacrítico e facilitar seu aprendizado.
z Exceções: os prefixos Pre, Pro, Co, Re não serão unidos por hífen quando o segundo termo apresentar vogal,
seja igual seja diferente. Ex.: coorientador, coautor, preenchimento, reeleição, reeducação, preestabelecer.
z Nos prefixos Sub, Hiper, Inter, Super, o hífen deve permanecer caso a palavra seguinte seja iniciada pelas
consoantes H ou R. Ex.: sub-hepático, hiper-requintado, inter-racial, super-racional.
z Hífen com os dígrafos RR e SS: o hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixo terminado em
vogal seguido de palavra iniciada por R ou S. Ex.: antessala, autorretrato, contrarregra, antirrugas etc.
z É importante esclarecer que em prefixos terminados em vogais, aplicados a palavras cuja primeira letra seja
H, o hífen permanece. Ex.: anti-herói; anti-higiênico; extra-humano; semi-herbáceo.
z Já os prefixos Pré, Pró, Pós (quando acentuados), Ex, Vice, Soto, Além, Aquem, Recém, Sem devem ser
empregados sempre com hífen. Ex.: pré-natal; pró-democrata; pós-graduação; ex-prefeito; vice-governador;
soto-mestre; além-mar; aquém-oceano; recém-nascido; sem-teto.
z Palavras formadas por Circum e Pan, adicionadas a palavras iniciadas por vogal, H, M ou N, usam hífen. Ex.:
circum-navegação; pan-americano.
z Também devemos empregar hífen em palavras formadas pelos sufixos de origem tupi-guarani, como Açu,
Guaçu, Mirim. Ex.: amoré-guaçu; capim-açu.
378
Dica Após o duro golpe da Reforma Protestante de Mar-
tinho Lutero, no fim do século XV, Portugal recupera-
A reforma ortográfica de 2009 eliminou o hífen va o prestígio com a descoberta por Vasco da Gama de
das palavras compostas por justaposição com um novo caminho para as Índias. Esse espírito de ufa-
um termo de ligação. Assim, palavras como Pé nia geraria a maior epopeia da Língua Portuguesa: Os
de moleque, que antes contavam com o hífen, Lusíadas, escrita por Luís Vaz de Camões, compreen-
agora já não utilizam mais. Porém, não foram dida como a mais alta expressão de amor à pátria.
todas as palavras justapostas que foram atin- Enquanto isso, no Brasil de 1500, as primeiras pro-
gidas pela reforma; palavras justapostas que duções possuíam mais caráter documental do que lite-
designam plantas ou bichos ainda são escritas rário. Desde então, a forma como foi escrita a história
com hífen. Ex.: Cana-de-açúcar; pimenta-do-rei- de nosso país tem refletido até hoje nas produções artís-
no; castanha-do-Pará; João-de-barro; bem-te-vi; ticas e, consequentemente, literárias. Se observarmos,
porco-da-Índia. desde o período Colonial (do Descobrimento a chega-
da da Família Real ao Brasil), passando pelo Período
Imperial, além de diversas revoltas internas em prol
da Independência e da abolição da escravatura, Perío-
LITERATURA BRASILEIRA do Regencial, a Proclamação da República, em 1889,
o Período Republicano, marcado pelos governos mili-
A Literatura está ligada à escrita, sua origem per- tares, ditaduras e a reconquista da democracia, todos
de-se nos tempos. Não há um único marco histórico do esses acontecimentos permeiam a nossa Literatura.
surgimento da escrita, tendo em vista que os desenhos Mais recentemente, diversas transformações de
das cavernas são considerados escritos antigos. âmbito político e social decorreram das duas Grandes
A Literatura é a arte de compor escritos artísticos, Guerras, que refletiram no mundo e, consequente-
em prosa ou em verso, de acordo com princípios teóri- mente no Brasil, ideológica e politicamente. Políticas
cos e práticos, o exercício dessa arte ou da eloquência mundiais de combate ao comunismo influenciaram
e poesia. líderes e momentos, a liberdade de expressão foi cer-
Sabe-se que a “Literatura” vem do latim “litteris”, ceada e um período sombrio foi instaurado em nossa
em tradução “Letras”, e possivelmente uma tradução história até 1985, quando o direito à democracia foi
do grego “grammatikee”. Na Roma antiga, literatura restabelecido, além da globalização, a internet e as
significava uma instrução ou um conjunto de saberes mídias sociais, tudo isso reflete no pensamento, no
ou habilidades de escrever e ler bem. O escrever e o sentimento e na expressão artística, como poderemos
ler bem, por sua vez, relaciona-se com as artes da gra- acompanhar nas Escolas Literárias.
mática, da retórica e da poética. Por extensão, refe-
re-se especificamente à arte ou ofício de escrever de GÊNEROS LITERÁRIOS
forma artística. Nos dias atuais, o termo “Literatura”
também é utilizado como referência a um corpo ou Na teoria literária, o estudo dos gêneros literários
um conjunto escolhido de textos como, por exemplo, ocupa-se em agrupar as diversas modalidades de
a literatura inglesa, a literatura médica, a literatura expressão literária pelas suas características de forma
portuguesa, literatura japonesa etc. e conteúdo. Cada gênero possui uma técnica, um esti-
Mais profícuo do que tentar definir a Literatura é lo e uma função. Vale destacar que a distinção entre
encontrar um caminho para decidir o que torna um os gêneros é bem flexível, sendo possível às vezes a
texto, em sentido lato, literário. A literatura está geral- mistura deles. Para classificar uma obra, então, é
mente associada à ideia de estética, ou melhor, à ideia
necessário verificar a predominância de um gênero. A
de ocorrência de algum procedimento que seja estéti-
classificação básica dos gêneros compreende: o lírico,
co. Segundo Aristóteles, um texto é literário, portanto,
o épico e o dramático.
quando consegue produzir um efeito estético no leitor
e quando provoca catarse no receptor. Uma estraté-
z Gênero Lírico – A poesia lírica surgiu na Grécia
gia para entender o fenômeno literário é a oposição.
Antiga, sendo originalmente declamada ao som da
Vamos opor o texto científico ao texto artístico, por
exemplo: enquanto o texto científico emprega as pala- lira, daí a origem da palavra lírico. A lira, pela tra-
vras sem preocupação com a beleza, o texto artístico, dição literária, passou a simbolizar a poesia.
ao contrário, terá essa preocupação. Outra compara-
ção é em relação ao emprego e o sentido das palavras. No gênero lírico predomina o sentimento, a emo-
Sabe-se que no texto científico emprega-se as palavras ção, a subjetividade, a expressão do “eu”. Trata-se da
no seu sentido dicionarizado, denotativo, enquanto manifestação do mundo interior através de uma visão
LÍNGUA PORTUGUESA
POBRE RICA
Ouve ó Glaura, o som da lira
Que suspira lagrimosa. Rimas entre palavras da Rimas entre palavras de
Amorosa, em noite escura, Encadeadas
mesma classe grama- classes gramaticais dife-
Sem ventura, nem prazer. tical. Ex.: “Já vi sua fo- rentes. Ex.: “Onde estiver,
tografia, tenho saudade vai me ouvir dizer: não
(Silva Alvarenga) noite e dia” vivo sem você”
Classicismo
Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas
predominantemente narrativas, são eles: notícia, diá- Durante o Renascimento, destaca-se pela introdução
rio, conto, fábula, entre outros. É importante reafir-
de novos gêneros literários, entre eles os romances de
mar que o fato de esses gêneros serem essencialmente
cavalaria e a literatura de viagens, inspirado na cultu-
narrativos não significa que não possam apresentar
outras sequências em sua composição. ra clássica greco-latina. Luís de Camões, Sá de Miran-
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na da e Fernão Mendes Pinto estão entre seus principais
classificação correta, é sempre essencial prestar aten- representantes.
ção nas marcas que predominam no texto.
Após demarcarmos as principais características do Características do Classicismo:
tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
cas mais importantes da sequência textual classifica- z imitação dos clássicos;
da como descritiva. z equilíbrio;
z obediência a regras;
CORRENTES LITERÁRIAS z impessoalidade;
z universalismo;
Trovadorismo z ideal de perfeição formal;
z racionalismo;
Trata-se do primeiro movimento literário da língua z valores ideais.
portuguesa. Surgiu em um período em que a escrita era
pouco difundida, por esse motivo, os poetas transmitiam Barroco
suas poesias oralmente, na maioria das vezes cantan-
do-as. Dessa maneira, os primeiros textos receberam o No período entre (1601-1768), enquanto o mundo
nome de cantigas. De maneira tradicional, são dividi-
Ocidental vivia uma atormentada crise entre homem
das em cantigas de amor, de amigo, escárnio e maldizer.
e igreja, percebemos uma intenção na arte de recon-
Para que você conheça um pouco melhor os autores,
segue alguns nomes que representam o expoente desse ciliar o homem com a fé, porém de uma forma mais
estilo: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, subjetiva e conflituosa. Para diversos pesquisadores, o
João Garcia de Guilhade, Aires Nunes, entre outros. Barroco constitui não apenas um estilo artístico, mas
todo um período histórico e um movimento sociocul-
z Características das Cantigas tural em que se formularam novos modos de enten-
der o mundo, o homem e Deus.
LÍNGUA PORTUGUESA
Cantigas satíricas
*De escárnio: indiretas; uso da ironia e do equívoco.
*De maldizer: diretas; intenção difamatória; pala-
vrões e xingamentos.
383
A arte barroca é então caracterizada pelos deta- Arcadismo
lhes, pelo exagero e pelo rebuscamento. É comum
encontrar o uso de imagens contrastantes como o cre- No período entre 1768 e 1836, o Arcadismo coincide
púsculo (dia/noite) e a aurora (noite/dia), além de tex- com a expulsão dos jesuítas do Brasil, a vinda da corte
tos repletos de antíteses e inversões sintáticas. portuguesa, a descoberta de ouro em Minas Gerais e a
Na literatura, o marco inicial do barroco é a publi- Proclamação da Independência. Artisticamente, é um
cação da obra “Prosopopeia” (1601) de Bento Teixeira período marcado pela recuperação da cultura greco-la-
e terminou em 1768 com a publicação de “Obras Poé- tina e apreciação da natureza e da simplicidade.
ticas”, de Cláudio Manuel da Costa.
Na escultura e arquitetura, Aleijadinho foi sem
dúvida um dos maiores artistas barrocos brasileiros.
Contexto histórico
z A abolição da escravidão.
José de Alencar: “O guarani” (1857), “Iracema”
Características (1865).
Contexto histórico
Existe um cinismo cada vez maior com relação à ciên- a) início – milênio – ciência
cia, um senso de que fomos traídos, de que promes- b) insaciável – ecológica – através
sas não foram cumpridas. Afinal, lutamos para curar c) traídos – indivíduo – pólvora
doenças apenas para descobrir outras novas. Criamos d) existência – provê – cônsul
e) átomos – microscópio – destruído
tecnologias que pretendem simplificar nossas vidas,
mas passamos cada vez mais tempo no trabalho. Pior 2. (EsPCEx – 2020) As palavras “paradoxal” e “orgulho”
ainda: tem sempre tanta coisa nova e tentadora no contêm, respectivamente, o mesmo número de fone-
mercado que fica impossível acompanhar o passo da mas de
tecnologia.
a) inexorável e início
Os mais jovens se comunicam de modo quase que b) promessas e jovens
incompreensível aos mais velhos, com Facebook, c) habitantes e cinismo
Twitter e textos em celulares. Podemos ir à Lua, mas a d) compreender e através
maior parte da população continua mal nutrida. e) liberdade e prática
Consumimos o planeta com um apetite insaciável, 3. (EsPCEx – 2020) O verbo sublinhado no trecho
criando uma devastação ecológica sem precedentes. “enxurrada de absurdos ditos” é
Isso tudo graças à ciência? Ao menos, é assim que
pensam os descontentes, mas não é nada disso. a) defectivo.
b) particípio.
Primeiro, a ciência não promete a redenção humana.
c) gerúndio.
Ela simplesmente se ocupa de compreender como d) infinitivo.
funciona a natureza, ela é um corpo de conhecimento e) reflexivo.
sobre o Universo e seus habitantes, vivos ou não, acu-
mulado através de um processo constante de refina- 4. (EsPCEx – 2020) Na frase “A culpa dos usos mais
mento e testes conhecido como método científico. nefastos da ciência deve ser dividida por toda a socieda-
de”, a palavra sublinhada, dentro do contexto, significa
A prática da ciência provê um modo de interagir com o
mundo, expondo a essência criativa da natureza. Dis- a) recorrentes.
so, aprendemos que a natureza é transformação, que b) elementares.
a vida e a morte são parte de uma cadeia de criação e c) benéficos.
destruição perpetuada por todo o cosmo, dos átomos às d) prejudiciais.
estrelas e à vida. Nossa existência é parte desta transfor- e) constantes.
mação constante da matéria, onde todo elo é igualmente
importante, do que é criado ao que é destruído. 5. (EsPCEx – 2020) Assinale a alternativa que apresen-
ta o núcleo do sujeito do seguinte período: “Apenas
A ciência pode não oferecer a salvação eterna, mas uma sociedade versada na ciência pode escolher o
oferece a possibilidade de vivermos livres do medo seu destino responsavelmente”.
irracional do desconhecido. Ao dar ao indivíduo a auto-
nomia de pensar por si mesmo, ela oferece a liberda- a) ciência
de da escolha informada. Ao transformar mistério em b) versada
desafio, a ciência adiciona uma nova dimensão à vida, c) sociedade
d) escolher
abrindo a porta para um novo tipo de espiritualidade,
e) destino
livre do dogmatismo das religiões organizadas.
A ciência não diz o que devemos fazer com o conhe- 6. (EsPCEx – 2020) “Os mais jovens se comunicam de
cimento que acumulamos. Essa decisão é nossa, modo quase que incompreensível aos mais velhos,
com Facebook, Twitter e textos em celulares.” O termo
em geral tomada pelos políticos que elegemos, ao
sublinhado complementa uma ideia presente em qual
menos numa sociedade democrática. A culpa dos
palavra da frase?
usos mais nefastos da ciência deve ser dividida por
toda a sociedade. Inclusive, mas não exclusivamente, a) jovens
pelos cientistas. Afinal, devemos culpar o inventor da b) comunicam
pólvora pelas mortes por tiros e explosivos ao longo c) modo
da história? Ou o inventor do microscópio pelas armas d) quase
biológicas? e) incompreensível
392
7. (EsPCEx – 2020) No trecho “Existe um cinismo cada uma afirmação exagerada, uma deformação da verda-
vez maior com relação à ciência, um senso de que de que visa a um efeito expressivo. A alternativa que
fomos traídos, de que promessas não foram cumpri- contém os dois tipos de figura, uma em cada período,
das”, as orações em negrito são classificadas, respec- respectivamente, é
tivamente, como
a) Quem não se lembra da enxurrada de absurdos ditos
a) oração subordinada substantiva objetiva indireta, ora- sobre a previsão maia de fim de mundo em 2012? /
ção subordinada substantiva objetiva indireta. Parece paradoxal que tantos acreditem em profecias
b) oração subordinada substantiva subjetiva, oração de fim de mundo.
subordinada substantiva subjetiva. b) Criamos uma devastação ecológica sem precedentes.
c) oração subordinada substantiva objetiva direta, ora- / Primeiro, a ciência não promete a redenção humana.
ção subordinada substantiva objetiva indireta. c) Nossa existência é parte desta transformação cons-
d) oração subordinada substantiva completiva nominal, tante da matéria. / A ciência não contrariou nossas
oração subordinada substantiva completiva nominal. expectativas.
e) oração subordinada substantiva completiva nominal, d) Apenas uma sociedade versada na ciência pode esco-
oração subordinada substantiva objetiva indireta. lher seu destino responsavelmente. / A culpa do que
fazemos com nosso planeta é nossa.
8. (EsPCEx – 2020) Em “tem sempre tanta coisa nova e) A ciência abre a porta para um novo tipo de espiri-
e tentadora no mercado que fica impossível acompa- tualidade. / Consumimos o planeta com um apetite
nhar o passo da tecnologia”, a oração subordinada em insaciável.
negrito é
12. (EsPCEx – 2020) Assinale a opção que corresponde
à função do “que” na frase a seguir. “Não vão a uma
a) adverbial causal. festa que não voltem cansados.”
b) adverbial consecutiva.
c) substantiva objetiva direta. a) Parece paradoxal que ainda acreditem em profecias
d) adjetiva explicativa. do fim do mundo.
e) substantiva subjetiva.
b) Criamos tecnologias que pretendem simplificar nos-
sas vidas.
9. (EsPCEx – 2020) No fragmento “A ciência não con-
c) Os mais jovens se comunicam de modo quase que
trariou nossas expectativas. Imagine um mundo sem
incompreensível.
antibióticos, TVs, aviões, carros”, temos
d) Tem tanta coisa nova no mercado que fica impossível
a) um período composto por subordinação substantiva acompanhar.
subjetiva e objetiva direta. e) Existe um senso de que as promessas não foram
b) duas orações absolutas, num período composto por cumpridas.
coordenação assindética.
c) duas orações absolutas, num período composto, com 13. (EsPCEx – 2020) De acordo com o texto, nesta cha-
verbos transitivos e seus adjuntos. mada “era da ciência” em que nos orgulhamos de viver,
d) dois períodos simples, com um verbo transitivo direto, pode-se inferir que é paradoxal acreditar em profecias
outro indireto e seus complementos. de fim de mundo porque a ciência
e) dois períodos simples, com verbos transitivos e seus
respectivos objetos diretos. a) se ocupa de compreender como funciona a natureza,
mas não promete a redenção humana.
10. (EsPCEx – 2020) Em “a ciência adiciona uma nova b) é um corpo de conhecimento sobre o Universo e seus
dimensão à vida”, o acento grave é usado porque habitantes, vivos ou não.
houve a fusão de preposição “a”, exigida pelo objeto c) provê um modo de interagir com o mundo, expondo a
indireto do verbo adicionar, e o artigo que define o essência criativa da natureza.
substantivo “vida”. A frase em que o uso do acento d) oferece a possibilidade de vivermos livres do medo
grave ocorre pelo mesmo motivo está na alternativa irracional do desconhecido.
e) não diz o que devemos fazer com o conhecimento que
a) Há, hoje, cura para muitas doenças e muita tecnologia acumulamos.
graças à ciência.
b) Muitos preferem o romantismo do imprevisível à ciên- 14. (EsPCEx – 2020) Ao comentar sobre o cinismo, o
cia dos números. autor faz menção a uma falta de compreensão geral
c) A oposição da religião à ciência é, em grande parte, em relação à ciência, que consiste, de acordo com o
LÍNGUA PORTUGUESA
um mito. texto, em
d) Uma das motivações presentes nos pesquisadores é o
amor à ciência. a) entender a ciência como uma espécie de religião, que
e) A comunicação pode melhorar o acesso das pessoas faz promessas de cura e redenção.
à ciência. b) acreditar que a ciência deveria ter se ocupado das pro-
fecias de fim do mundo com o objetivo de evitar as
11. (EsPCEx – 2020) A personificação é uma figura pela consequências ali descritas.
qual se faz os seres inanimados ou irracionais agirem c) julgar a ciência pelo método científico por ela utilizado.
e sentirem como pessoas humanas. Por meio dessa d) reduzir a ciência a um número limitado de respostas
figura, também chamada prosopopeia e animização, que ela pode dar sobre a natureza.
empresta-se vida e ação a seres inanimados. A hipér- e) culpar os seres humanos pelos usos indevidos e
bole é uma figura de pensamento que consiste em desastrosos da ciência.
393
15. (EsPCEx – 2020) Depois de ler o texto, compreende- Mas é claro que os canudos são apenas parte da
-se que a importância da ciência está, principalmente, quantidade monumental de resíduos que vão parar
em poder em nossos oceanos. “Nos últimos 10 anos, produzi-
mos mais plástico do que em todo o século passado
a) escolher, enquanto sociedade, nosso destino de forma e 50% do plástico que utilizamos é de uso único e des-
responsável. cartado imediatamente”, diz Tessa Hempson, gerente
b) estabelecer as diferenças principais entre a ciência e o de operações do Oceans Without Borders, uma nova
charlatanismo. fundação da empresa de safáris de luxo & Beyond.
c) explicar que a ciência não pode oferecer a salvação “Um milhão de aves marinhas e 100 mil mamíferos
eterna, porque não prova a existência divina. marinhos são mortos anualmente pelo plástico nos
d) abrir a porta para um novo tipo de espiritualidade. oceanos. 44% de todas as espécies de aves marinhas,
e) direcionar a conduta humana em relação ao conheci- 22% das baleias e golfinhos, todas as espécies de tar-
mento obtido. tarugas, e uma lista crescente de espécies de peixes já
foram documentados com plástico dentro ou em volta
16. (EsPCEx – 2020) Assinale a opção que apresenta um de seus corpos”.
emprego adequado ao padrão culto da língua. Mas, agora, o próprio canudo plástico começou a final-
mente se tornar uma espécie ameaçada, com algumas
a) A prática da ciência provê um modo de interagir com o cidades nos Estados Unidos (Seattle, em Washington;
mundo. Expondo a essência criativa da natureza. Miami Beach e Fort Myers Beach, na Flórida; e Malibu,
b) Consumindo o planeta com um apetite insaciável, cria- Davis e San Luis Obispo, na Califórnia) banindo seu
mos uma devastação ecológica sem precedentes. uso, além de outros países que limitam itens de plásti-
c) Nossa existência é parte desta transformação constante co descartável, o que inclui os canudos. Belize, Taiwan
da matéria, onde todo elo é igualmente importante. e Inglaterra estão entre os mais recentes países a pro-
d) Transformando mistério em desafio, adicionando uma porem a proibição.
nova dimensão à vida, abrindo a porta para um novo Mesmo ações individuais podem causar um impacto
tipo de espiritualidade. significativo no meio ambiente e influenciar a indús-
e) Ao dar ao indivíduo a autonomia de pensar por si mes- tria: a proibição em uma única rede de hotéis remove
mo, oferecendo a ele a liberdade da escolha informada. milhões de canudos em um único ano. As redes Anan-
tara e AVANI estimam que seus hotéis tenham utili-
17. (EsPCEx – 2029) Após a leitura atenta do texto apre- zado 2,49 milhões de canudos na Ásia em 2017, e a
sentado a seguir, responda às questões propostas. AccorHotels estima o uso de 4,2 milhões de canudos
nos Estados Unidos e Canadá também no último ano.
O fim do canudinho de plástico Embora utilizar um canudo não seja a melhor das
hipóteses, algumas pessoas ainda os preferem ou até
Por Devorah Lev-Tov / Quinta-feira, 5 de Julho de 2018 necessitam deles, como aqueles com deficiências ou
dentes e gengivas sensíveis. Se quiser usar um canu-
Em 2015, um vídeo perturbador de uma tartaruga do, os reutilizáveis de metal ou vidro são a alternati-
marinha oliva sofrendo com um canudo plástico preso va ideal. A Final Straw, que diz ser o primeiro canudo
em sua narina viralizou, mudando a atitude de muitos retrátil reutilizável do mercado, está arrecadando fun-
espectadores quanto ao utensílio plástico tão conve- dos através do Kickstarter.
niente para muitos. “A maioria das pessoas não pensa nas consequências
Mas, como pode o canudo plástico, um item insignifi- que o simples ato de pegar ou aceitar um canudo plásti-
cante utilizado brevemente antes de ser descartado, co tem em suas vidas e nas vidas das futuras gerações”
causar tanto estrago? Primeiramente, ele consegue diz David Laris, diretor de criação e chef do Cachet Hos-
chegar facilmente aos oceanos devido a sua leveza. pitality Group, que não utiliza canudos de plástico. “A
Ao chegar lá, o canudo não se decompõe. Pelo con- indústria hoteleira tem a obrigação de começar a redu-
trário, ele se fragmenta lentamente em pedaços cada zir a quantidade de resíduos plásticos que gera”.
vez menores, conhecidos como microplásticos, que
Adaptado de https://www.nationalgeographicbrasil.com/planeta-ou-
são frequentemente confundidos com comida pelos plastico/2018/07/fim-canudinhoplastico- canudo-poluicao-oceano.
animais marinhos. Acesso em 14 de março de 2019.
E, em segundo lugar, ele não pode ser reciclado. “Infe-
lizmente, a maioria dos canudos plásticos são leves Assinale a alternativa correta. “Mas é claro que os
demais para os separadores manuais de reciclagem, canudos são apenas parte da quantidade monumen-
indo parar em aterros sanitários, cursos d’água e, por tal de resíduos plásticos que vão parar em nossos
fim, nos oceanos”, explica Dune Ives, diretor executivo oceanos”. O fragmento, transcrito do texto “O fim do
da organização Lonely Whale. A ONG viabilizou uma canudinho de plástico”, permite concluir que:
campanha de marketing de sucesso chamada “Stra-
wless in Seattle” (ou “Sem Canudos em Seattle”) em a) além dos canudos, há outros resíduos plásticos que
apoio à iniciativa “Strawless Ocean” (ou “Oceanos vão parar em nossos oceanos.
Sem Canudos”). b) os canudos caracterizam a maior parte dos resíduos
Nos Estados Unidos, milhões de canudos de plástico plásticos que vão parar em nossos oceanos.
são descartados todos os dias. No Reino Unido, esti- c) apenas os canudos que se tornam resíduos plásticos
ma-se que pelo menos 4,4 bilhões de canudos sejam vão parar em nossos oceanos.
jogados fora anualmente. Hotéis são alguns dos pio- d) os resíduos plásticos que vão parar em nossos ocea-
res infratores: o Hilton Waikoloa Village, que se tornou nos são compostos essencialmente por canudos.
o primeiro resort na ilha do Havaí a banir os canudos e) há uma quantidade monumental de canudos plásticos
plásticos no início deste ano, utilizou mais de 800 mil em nossos oceanos que são compostos de resíduos
canudos em 2017. plásticos.
394
18. (EsPCEx – 2019) Marque a alternativa correta de acor-
do com o texto. 5 C
6 E
a) O vídeo da tartaruga marinha oliva foi o que levou as
grandes redes hoteleiras a proporem o fim dos canu- 7 D
dos de plástico.
b) Os canudos plásticos são muito leves e, por isso, acabam 8 B
escapando dos separadores manuais de reciclagem.
c) Nos Estados Unidos, estima-se que pelo menos 4,4 9 E
bilhões de canudos sejam jogados fora anualmente.
10 B
d) Pessoas com alguma deficiência ou com gengivas
sensíveis são os principais causadores da epidemia 11 E
de uso de canudos plásticos.
e) David Laris, principal produtor de canudos plásticos no 12 D
mundo, pensa nas consequências de sua atitude.
13 D
19. (EsPCEx – 2019) “Embora utilizar um canudo não
seja a melhor das hipóteses, algumas pessoas ainda 14 A
os preferem ou até necessitam deles...”. Assinale a 15 A
alternativa em que a reescrita do fragmento mantém
as relações de sentido e de subordinação indicadas 16 B
no texto original.
17 A
a) Utilizar um canudo não é a melhor das hipóteses, ain-
da que algumas pessoas os prefiram ou até necessi- 18 B
tem deles...”
19 C
b) “Visto que a utilização de um canudo não é a melhor
das hipóteses, algumas pessoas ainda os preferem ou 20 E
até necessitam deles...”
c) ”Mesmo que a utilização de um canudo não seja a
melhor das hipóteses, algumas pessoas ainda os pre-
ferem ou até necessitam deles...”
d) Considere-se que utilizar um canudo não seja a melhor ANOTAÇÕES
das hipóteses, porque ainda há algumas pessoas que
os preferem ou até necessitam deles...”
e) Concluindo-se que utilizar um canudo não seja a melhor
das hipóteses, consideremos algumas pessoas que ain-
da os preferem ou até necessitam deles...”.
“Indefiníveis músicas
supremas, Harmonias da Cor
e do Perfume...
Horas do Ocaso, trêmulas,
extremas, Réquiem do Sol que
a Dor da Luz resume...”
a) silepse / romântica
b) polissíndeto / parnasiana
c) aliteração / simbolista
LÍNGUA PORTUGUESA
d) eufemismo / romântica
e) sinestesia / simbolista
9 GABARITO
1 A
2 A
3 B
4 D
395
ANOTAÇÕES
396
REPRESENTAÇÃO DE CONJUNTOS
MATEMÁTICA
z Analítica,
z Sintética;
z Diagrama de Euler-Venn (ou simplesmente Diagrama).
SUBCONJUNTOS
São exemplos de Conjuntos Vazios:
Um conjunto A é Subconjunto de um conjunto B se,
z Conjunto dos meses que apresentam 32 dias; e somente se, todo elemento de A pertence também a B.
A notação (mais rigorosa e carregada de símbolos)
z Países que fazem parte da América do Norte e que
utilizada neste contexto é a seguinte: A ⊂ B ⟺ (∀x)(x ∈
começam com a letra W;
A ⇒ x ∈ B) (Lê-se: A está contido em B, se, e somente se,
z Número primo irracional;
qualquer que seja x, x pertence a A, então x pertence a B).
z Seleção de Futebol que tenha conquistado 10
Por diagramas poderíamos representar esta situa-
Copas do Mundo. ção da seguinte maneira:
CONJUNTO UNIVERSO B
Um determinado conjunto recebe o nome de Con-
junto Universo quando a ele pertencem todos os
elementos.
No exemplo a seguir o conjunto universo conside-
A
rado poderia ser os seguintes:
A B
C
2 3
Figura 5. Partições do conjunto C, com elementos tomados 2 a 2 Perceba que os elementos pertencentes ao conjun-
to A ∪ B (A união com B) são aqueles que pertencem
Situação que apresenta cada um dos elementos de exclusivamente a A, unidos com aqueles que perten-
C tomados 2 a 2, ou seja, 3 subconjuntos aparecem cla- cem exclusivamente a B, unidos com aqueles que per-
ramente separados: {1, 3}, {1, 2}, {2, 3}. Perceba que tencem a intersecção (como veremos em seguida!).
É desta maneira que representamos por Diagra-
aqui vale a observação referente a repetição de ele-
mas a relação de disjunção lógica A ∪ B.
mentos na Teoria de Conjuntos, ou seja, os elementos
{1}, {2} e {3} aqui aparecem repetidos, mas já foram INTERSECÇÃO DE CONJUNTOS
tomados na primeira situação abordada neste exem-
plo. Portanto, você não irá tomá-los novamente! Dados dois conjuntos A e B, chama-se Intersecção
de A e B o conjunto formado pelos elementos que per-
C tencem a A e a B (conjunção lógica).
A notação (mais rigorosa e carregada de símbolos)
utilizada neste contexto é a seguinte: A ∩ B = {x / x ∈ A
1 e x ∈ B} (Lê-se: os elementos do conjunto A intersecção
com B são representados por x, tal que x pertence a A e
x pertence a B).
Por diagramas poderíamos representar esta situa-
ção da seguinte maneira:
2 3
A B
A B
A B
MATEMÁTICA
Adição de 15 e 3: 15 + 3 = 18
Adição de 55 e 30: 55 + 30 = 85 Operações Resultados
- - +
z Propriedade comutativa: a ordem dos números
não altera a soma. + - -
- + -
Ex.: 115 + 35 é igual a 35 + 115. 403
Dica z A divisão de números de mesmo sinal tem resulta-
do positivo.
� A multiplicação de números de mesmo sinal
tem resultado positivo.
Ex.: 60 ÷ 3 = 20; (-45) ÷ (-15) = 3
Ex.: 51 × 2 = 102; (-33) × (-3) = 99
� A multiplicação de números de sinais diferen- z A divisão de números de sinais diferentes tem
tes tem resultado negativo. resultado negativo.
Ex.: 25 × (-4) = -100; (-15) × 5 = -75
Ex.: 25 ÷ (-5) = -5; (-120) ÷ 5 = -24
As principais propriedades da operação de
multiplicação. Esquematizando:
30 5
Ex.: 8 x 5 = 5 x 8 = 40. 0 6
z Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu- As principais propriedades da operação de divisão.
tro da multiplicação, pois ao multiplicar 1 por Propriedade comutativa: a divisão não possui essa
qualquer número, este número permanecerá propriedade.
inalterado.
z Propriedade associativa: a divisão não possui essa
Ex.: 15 x 1 = 15. propriedade.
z Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu-
z Propriedade do fechamento: a multiplicação de tro da divisão, pois ao dividir qualquer número
números inteiros sempre gera um número inteiro. por 1, o resultado será o próprio número.
Ex.: Ao dividirmos 50 por 10, queremos dividir 50 O máximo divisor comum e o mínimo múltiplo
em 10 partes de mesmo valor. Ou seja, nesse caso tere- comum são ferramentas extremamente importantes
mos 10 partes de 5 unidades, pois se multiplicarmos 10 na matemática. Por meio deles, podemos resolver
x 5 = 50. Ou ainda podemos somar 5 unidades 10 vezes alguns problemas simples, além de utilizar seus con-
consecutivas, ou seja, 5+5+5+5+5+5+5+5+5+5=50. ceitos em outros temas, como frações, simplicação de
Algo que é muito importante e você deve lembrar fatoriais, etc.
sempre, são as regras de sinais na divisão de números. Porém, antes de iniciarmos a apresentar esta teo-
ria, é importante conhecermos primeiramente uma
SINAIS NA DIVISÃO classe de números muito importante: os números
Operações Resultados primos.
+ + + NÚMEROS PRIMOS
- - +
Um número natural é definido como primo se ele tem
+ - - exatamente dois divisores: o número um e ele mesmo. Já
nos inteiros, p ∈ Z é um primo se ele tem exatamente qua-
- + -
404 tro divisores: ± 1 e ± p.
Importante! Um número natural tem uma quantidade finita
Por definição, 0, 1 e − 1 não são números primos. de divisores. Por exemplo, o número 6 poderá ter no
máximo 6 divisores, pois trabalhando no conjunto
dos números naturais não podemos dividir 6 por um
Existem infinitos números primos, como demons- número maior do que ele. Os divisores naturais de 6
trado por Euclides por volta de 300 a.C.. A propriedade são os números 1, 2, 3, 6, o que significa que o número
de ser um primo é chamada “primalidade”, e a pala- 6 tem 4 divisores.
vra “primo” também é utilizada como substantivo ou
adjetivo. Como “dois” é o único número primo par, o MDC
termo “primo ímpar” refere-se a todo primo maior do
que dois.
Agora que sabemos o que são números primos,
O conceito de número primo é muito importante
múltiplos e divisores, vamos ao MDC. O máximo divi-
na teoria dos números. Um dos resultados da teoria
sor comum de dois ou mais números é o maior núme-
dos números é o Teorema Fundamental da Aritmética,
que afirma que qualquer número natural diferente de ro que é divisor comum de todos os números dados.
1 pode ser escrito de forma única (desconsiderando a Ex.: Encontrar o MDC entre 18 e 24.
ordem) como um produto de números primos (chama-
dos fatores primos): este processo se chama decom- Divisores naturais de 18: D(18)= {1,2,3,6,9,18}.
posição em fatores primos (fatoração). É exatamente Divisores naturais de 24: D(24)= {1,2,3,4,6,8,12,24}.
este conceito que utilizaremos no MDC e MMC. Para
caráter de memorização, seguem os 100 primeiros Pode-se escrever, agora, os divisores comuns a 18 e 24:
números primos positivos. Recomenda-se que memo- D(18) ∩ D (24) = {1,2,3,6}
rizem ao menos os 10 primeiros para MDC e MMC: Observando os divisores comuns, podemos identificar
o maior divisor comum dos números 18 e 24, ou seja: MDC
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, (18,24) = 6.
59, 61, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97, 101, 103, 107, 109, 113, Outra técnica para o cálculo do MDC:
127, 131, 137, 139, 149, 151, 157, 163, 167, 173, 179, 181, Decomposição em fatores primos: Para obter o MDC
191, 193, 197, 199, 211, 223, 227, 229, 233, 239, 241, 251,
de dois ou mais números por esse processo, procede-se
257, 263, 269, 271, 277, 281, 283, 293, 307, 311, 313, 317,
da seguinte maneira:
331, 337, 347, 349, 353, 359, 367, 373, 379, 383, 389, 397,
Decompõe-se cada número dado em fatores primos.
401, 409, 419, 421, 431, 433, 439, 443, 449, 457, 461, 463,
467, 479, 487, 491, 499, 503, 509, 521, 523, 541. O MDC é o produto dos fatores comuns obtidos,
cada um deles elevado ao seu menor expoente.
MÚLTIPLOS E DIVISORES Exemplo: Achar o MDC entre 300 e 504.
z Um número b é sempre múltiplo dele mesmo: Múltiplos positivos de 6: M ( 6 ) = {6, 12, 18, 24, 30,
Ex.: a = 1 · b ↔ a=b .
36, 42, 48, 54,...}
z Para obter os múltiplos de dois, isto é, os números
Múltiplos positivos de 8: M( 8 ) = { 8, 16, 24, 32 ,40,
MATEMÁTICA
A definição de divisor está relacionada com a de Podem-se escrever, agora, os múltiplos positivos
múltiplo. comuns: M(6) ∩ M(8) = {24,48,72,...)}
Um número natural b é divisor do número natural Observando os múltiplos comuns, pode-se identifi-
a, se a é múltiplo de b. car o mínimo múltiplo comum dos números 6 e 8, ou
Ex.: 3 é divisor de 15, pois , logo 15 = 3 · 5 é múltiplo seja:mmc(6,8) = 24 .
de 3 e também é múltiplo de 5. Outra técnica para o cálculo do MMC: 405
Decomposição isolada em fatores primos: para Números Opostos: Dizemos que:
obter o MMC de dois ou mais números por esse pro-
cesso, procedemos da seguinte maneira:
3 3
– e
z Decompomos cada número dado em fatores primos. 2 2
z O MMC é o produto dos fatores comuns e não-co-
muns, cada um deles elevado ao seu maior expoente. São números racionais opostos ou simétricos e
cada um deles é o oposto do outro.
Ex.: Achar o MMC entre 18 e 120. As distâncias dos pontos:
18 2 120 2 3 3
– e
9 3 60 2 2 2
3 3 30 2
Ao ponto zero da reta são iguais.
1 15 3
5 5 Soma (Adição) de Números Racionais
1
Como todo número racional é uma fração ou pode
18 = 2 · 3² ser escrito na forma de uma fração, definimos a adi-
120 = 2³· 3 · 5 ção entre os números racionais:
mdc (18,120) = 2³ · 3² · 5 = 8·9·5=360
m a c a·d+b·c
+ =
n b d b·d
Onde m e n são números inteiros, sendo que deve Propriedades da Adição de Números Racionais
ser diferente de zero. Frequentemente, usamos:
O conjunto Q é fechado para a operação de adição,
m isto é, a soma de dois números racionais resulta em
n um número racional.
Associativa: Para todos a,b,c em Q: a + (b + c) = (a
Para significar a divisão de m por n . + b) + c
Como podemos observar, números racionais Comutativa: Para todos a,b em Q: a + b = b + a
podem ser obtidos através da razão entre dois núme- Elemento neutro: Existe 0 em Q, que adicionado a
ros inteiros, razão pela qual, o conjunto de todos os todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q + 0 = q
números racionais é denotado por Q. Assim, é comum Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em Q,
encontrarmos na literatura a notação: tal que q + (-q) = 0
Q= { m
n
: m e n em Z, n diferente de zero } Subtração de Números Racionais
| | | |
Da mesma forma que o produto de frações, através
3 3 3 3
– é Indica-se – = de:
2 2 2 2
406
Módulo de +
3
2
é
3
2
Indica-se | | | |
3
2
=
3
2
a
b
·
c
d
=
a·c
b·d
O produto dos números racionais e também pode Potenciação de Números Racionais
ser indicado por a X b, a.b ou ainda ab sem nenhum
sinal entre as letras. A potência qn do número racional é um produto
Para realizar a multiplicação de números racio- de fatores iguais. O número q é denominado a base e
nais, devemos obedecer à mesma regra de sinais que o número n é o expoente.
vale em toda a Matemática:
pn = q · q · q · q · ... · q. (q aparece n vezes)
(+1) · (+1) = (+1) – Positivo · Positivo = Positivo
(+1) · (-1) = (-1) - Positivo · Negativo = Negativo Exs:
(-1) · (+1) = (-1) - Negativo · Positivo = Negativo
(-1) · (-1) = (+1) – Negativo · Negativo = Positivo
Dica
a) ( ) ( ) ( ) ( )
2
5
3
=
2
5
·
2
5
·
2
5
=
8
125
q
a
b
( )
–
9
4
1
= –
9
4
( ) ( )
a b –2 2
Em Q, q · q-1 = 1, ou seja, ⨯ =1 3 5 25
b a – = – =
5 3 9
Distributiva: para todos a, b, c em Q: a · (b + c) = (a Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo
· b) + (a · c) sinal da base.
( ) ( ) ( ) ( )
Divisão de Números Racionais
2 3
2 2 2 8
= · · =
3 3 3 3 27
A divisão de dois números racionais p e q é a pró-
pria operação de multiplicação do número p pelo
Toda potência com expoente par é um número
inverso de q, isto é: p ÷ q = p q-1
positivo.
De maneira prática costuma-se dizer que em uma
( ) ( ) ( )
divisão de duas frações, conserva-se a primeira fração
2
e multiplica-se pelo inverso da segunda: 1 1 1 1
– = – · – =
5 5 5 25
a c a d a·d
÷ = · = Produto de potências de mesma base. Para redu-
b d b c b·c zir um produto de potências de mesma base a uma só
potência, conservamos a base e somamos os expoentes.
Observação: É possível encontrar divisão de fra-
( ) ( ) ( )( )
MATEMÁTICA
( ) ( )
a
2 2+3
2 5
h =
5 5
c
d Quociente de potências de mesma base. Para redu-
zir um quociente de potências de mesma base a uma só
O procedimento de cálculo é o mesmo. potência, conservamos a base e subtraímos os expoentes. 407
( ) ( ) 3
2
5
÷
3
2
5
=
Importante!
Um número racional, quando elevado ao qua-
( )
3 3 3 3 3 drado, dá o número zero ou um número racional
· · · · positivo. Logo, os números racionais negativos
2 2 2 2 2 não têm raiz quadrada em .Q
=
3 3
·
2 2 100
O número: – não tem raiz quadrada em:
( ) ( )
5–2 9
3 3 3
=
3 2 10 10
Q, pois tanto – como +
3 3
Potência de Potência. Para reduzir uma potência
de potência a uma potência de um só expoente, con- 100
quando elevados ao quadrado, dão
servamos a base e multiplicamos os expoentes. 9
[( ) ] ( ) ( ) ( )
3
2
2 3
=
3
2
2
·
3
2
2
3
2
2
=
Um número racional positivo só tem raiz quadra-
da no conjunto dos números racionais se ele for um
quadrado perfeito. O número:
( ) ( ) 3
2
2+2+2
=
3
2
6
2
3
Radiciação de Números Racionais
Não tem raiz quadrada em Q, pois não existe
Se um número representa um produto de dois ou número racional que elevado ao quadrado dê:
mais fatores iguais, então, cada fator é chamado raiz
do número. Vejamos alguns exemplos:
2
Ex: 3
4 Representa o produto 2 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz
quadrada de 4. Indica-se: √4 = 2 FATORAÇÃO
√
90 | 2
1 1 1 45 | 3
, Indica-se 9 = 15 | 3
3 3 5|5
1
Ex: Forma fatorada do número 180 = 2×2×3×3×5.
0,216 Representa o produto 0,6 · 0,6 · 0,6 ou (0,6)3.
Logo, 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se ∛0,216 = Fatoração por fator comum em evidência
0,6.
Nosso foco é observar qual o número que se repete
Assim, podemos construir o diagrama: nos termos e colocá-lo em evidência. Veja:
7x + 7y
Podemos notar que o número 7 é comum nos dois
termos, portanto, podemos destacá-lo:
7x + 7y = 7 (x + y)
Agora veja esse outro exemplo:
14x + 28y = 7 (2x + 4y)
Colocamos o 7 em evidência porque ele é divisor
comum do 14 e 28 ao mesmo tempo.
Todos os números que possuem como último alga- Cálculo do MMC por fatoração simultânea
rismo os números 0 ou 5 são divisíveis por 5.
Ex.: 550/5 = 110 Podemos calcular o MMC entre 2 ou mais números,
Ex.: 1325/5 = 265 de maneira mais rápida, fazendo a fatoração simultâ-
nea dos dois números. Veja:
Divisibilidade por 6 Ex.: Calcule o MMC entre 6 e 8.
Todos os números que são divisíveis por 2 e por 3 6 – 8 2 (aqui devemos colocar o menor número primo)
simultaneamente são divisíveis por 6.
3 – 4 2 (nesse caso repetimos o nº 3, pois ele não é dividido pelo 2)
Ex.: 366 é divisível por 2 e por 3 ao mesmo tempo,
MATEMÁTICA
A razão entre duas grandezas é igual a divisão Utilizando a propriedade das somas externas:
entre elas, veja:
C D C+D
=
2 3 2 = 3+2
5
Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas),
Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se 2 está então podemos substituir na proporção:
para 5).
Já a proporção é a igualdade entre razões, veja: C D C+D 10.000
= = = = 2.000
3 2 3+2 5
2 4
=
3 6 Aqui cabe uma observação importante!
Esse valor 2.000, que chamamos de “Constante de
Ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6 (Lê-se 2 Proporcionalidade”, é que nos mostra o valor real das
410 está para 3 assim como 4 está para 6). partes dentro da proporção. Veja:
C
= 2.000 Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3
3 funcionários na categoria B, podemos escrever que a
soma total dos prêmios é igual a R$13.000.
C = 2000 x 3
C = 6.000 (esse é o valor de Carlos) 2A + 3B = 13.000
Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece- Aplicando a propriedade das somas externas,
ber R$4.000. podemos escrever o seguinte:
z Somas Internas 2A 3B 2A + 3B
= =
4 9 4+9
a c a+b c+d
= = =
b d b d
Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro-
porção, temos:
É possível, ainda, trocar o numerador pelo denomi-
nador ao efetuar essa soma interna, desde que o mes- 2A 3B 2A + 3B 13.000
mo procedimento seja feito do outro lado da proporção. = = = = 1.000
4 9 4+9 13
a c a+b c+d
= = = Logo,
b d a c
2A
Vejamos um exemplo: = 1.000
4
x
=
2 2A = 4 x 1.000
-
14 x 5 2A = 4.000
A = 2.000
x + 14 - x 2+5 Fazendo a mesma resolução em B:
=
x 2 3B
= 1.000
9
14 7
=
x 2 3B = 9 x 1.000
3B = 9.000
7 . x = 2 · 14 B = 3.000
Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa
x=
14 · 2
=4 receberão R$2.000 de bônus. Já os funcionários com 3
7 anos de casa receberão R$3.000 de bônus.
O total pago pela empresa será:
Portanto, encontramos que x = 4. Total = 2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000
Agora vamos estudar um tipo de problema que
aparece frequentemente em provas de concursos
Importante! envolvendo razão e proporção.
Vale lembrar que essa propriedade também ser-
Regra da Sociedade diretamente proporcional
ve para subtrações internas.
Um dos tópicos mais comuns em questões de prova
z Soma com Produto por Escalar: é “dividir uma determinada quantia em partes propor-
cionais a determinados números. Vejamos um exemplo
a c a + 2b c + 2d para entendermos melhor como esse assunto é cobrado:
= = = Exemplo:
b d b d
A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em
Vejamos um exemplo para melhor entendimento: partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor
MATEMÁTICA
A B X Y Z
= = = = constante de proporcionalidade.
2 3 4 5 6 411
Usando uma das propriedades da proporção, somas CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS
externas, temos:
É o conjunto que envolve todos os outros conjuntos,
X+Y+Z 900.000 ou seja, aqui encontramos os números naturais, inteiros
= 60.000 e racionais envolvidos de uma única maneira. Dentro
4+5+6 15
dos números reais podemos envolver todos os outros
números dentro das operações matemáticas, sejam elas
A menor dessas partes é aquela que é proporcional de adição, subtração, multiplicação ou divisão.
a 4, logo: O símbolo desse conjunto é a letra R e podemos
representar por meio de diagramas a relação entre os
X
= 60.000 conjuntos naturais, inteiros, racionais e reais. Veja
4
X = 60.000 x 4
X = 240.000
Inversamente proporcional Q
{
z1 = a1 + b1i e z2 = a2 + b2i
Exs.:
z1 = z2 ⟺ a1 = a2 e b1 = b2
a) z = 4 – 6i, Re(z) = 4 e Im(z) = – 6 (número imaginário).
2i 2 Ex.: Se z1 = a + bi e z2 = – 9 + 4i, determine o valor
b) z = , Re(z) = 0 e Im(z) = (número imaginário
5 5 de a e b, sabendo que z1 = z2
puro).
c) z = 12, Re(z) = 12 e Im(z) = 0 (número real).
Como z1 = z2, temos:
Potências de i
a + bi = – 9 + 4i
Sendo i = √– 1, podemos construir as seguintes
Portanto:
relações para as Potências de i:
a=–9eb=4
i0 = 1
i4 = i2 ‧ i2 = (– 1) ‧ (– 1) = 1 z = a – bi
z = 5 – 2i ⇒ z = 5 + 2i
z=i⇒z=–i
Importante!
z=7⇒z=7
Observe que a cada quatro potências os resul-
tados se repetem, ou seja, as potências de i são Observação: Veja que quando o complexo z tem
cíclicas somente a parte real o conjugado de z (z) será igual a
z. Essa é uma das propriedades do conjugado de um
número complexo, que veremos a seguir.
MATEMÁTICA
1) z1 + z2 = z1 + z2
Para efetuar a Divisão entre dois números com-
plexos é necessário reescrever a divisão como uma
2) z1 ‧ z2 = z1 ‧ z2
fração e racionalizar o denominador dessa fração.
Adição de Números Complexos Para fazer a racionalização da fração, multiplicamos
o denominador da mesma pelo seu conjugado. Esta é
Sejam dois números complexos z1 = a1 + b1i e z2 = a regra prática para dividir dois números complexos.
a2 + b2i, a Soma z1 + z2 é o número complexo cujo a
z1 z1 z2
parte real é a soma das partes reais de z1 e z2 e a parte = ‧
imaginária é a soma das partes imaginárias de z1 e z2. z2 z2 z2
z1 – z2 = (3 + i) – (5 – 2i) Ex.:
z1 – z2 = 3 + i – 5 + 2i
z1 – z2 = 3 – 5 + i + 2i z = 3 + 2i ⇒ N(z) = 32 + 22 = 9 + 4 = 13 e |z| = √13
z1 – z2 =– 2 + 3i z = – 6i ⇒ N(z) = 3 = 02 + (– 6)2 = 0 + 36 = 36 e |z| = √36 = 6
z = 2 ⇒ N(z) = 22 + 02 = 4 + 0 = 4 e |z| = √4 = 2
z = √21 – i ⇒ N(z) = (√21)2 + (– 1)2 = 21 + 1 = 22 e |z| = √22
Multiplicação de Números Complexos
Módulo do Produto, do Quociente e da Soma de
A Multiplicação entre os números complexos z1 = Números Complexos
a1 + b1i e z2 = a2 + b2i é o complexo z1 ‧ z2, cuja parte
real é o produto das partes reais menos o produto das
Sejam z1 e z2 números complexos quaisquer, então
partes imaginárias, e a parte imaginária é a soma dos
temos que:
produtos da parte real de um deles pela parte imagi-
nária do outro.
1) |z1 ‧ z2| = |z1|‧|z2|
z1 ‧ z2 = (a1 + b1i) ‧ (a2 + b2i) = (a1 ‧ a2 – b1 ‧ b2) + (a1 ‧
z1 |z1|
2) = , (z2 ≠ 0)
b2 + b1 ‧ a2) ‧ i z2 |z2|
Onde:
Ex.: Dados z1 = 2 ‧ ( cos
π
5
+ i ‧ sen
π
5 ) e z2 = 3 ‧
|z|= ⍴ é o módulo de um número complexo
[ ( ) ( )]
2 2
4π 4π
z1 ‧ z2 = 6 ‧ cos + i ‧ sen
Consideremos nesse triângulo retângulo as seguin- 5 5
tes relações:
Divisão de Complexos na Forma Trigonométrica
a
cos θ = ⍴ ⇒ a = ⍴ ‧ cos θ
b
Para efetuar a Divisão entre dois números com-
sen θ = ⍴ ⇒ b = ⍴ ‧ sen θ plexos em sua forma trigonométrica, basta dividir os
módulos e subtrair os argumentos, ou seja:
Sendo θ = arc tg (b/a)
z1 = ⍴1 ‧ (cos θ1 + i ‧ sen θ1)
Como z = a + bi, temos:
z2 = ⍴2 ‧ (cos θ2 + i ‧ sen θ2)
z = ⍴ ‧ cos θ + ( ⍴ ‧ sen θ)i ⇒ z = ⍴ ‧ (cos θ + i ‧ sen θ) z1 ⍴1
z2 = ⍴2 ‧ [cos (θ1 – θ2) + i ‧ sen (θ1 – θ2)]
Esta é a Forma Trigonométrica do complexo z.
Observação: O inverso de um número complexo é
escrito na forma trigonométrica por:
Ex.: Vamos colocar z = 1 + i na Forma Trigonométrica
z– 1 = ⍴– 1 ‧ [cos (– θ) + i ‧ sen (– θ)]
Se z = 1 + i, logo a = 1 e b = 1
( )
2π 2π z1
⍴ = √a2 + b2 = √12 + 12 = √1 + 1 = √2 cos + i ‧ sen , calcular z
3 3 2
}
= ‧ [cos (θ1 – θ2) + i ‧ sen (θ1 – θ2)]
z2 ⍴2
a 1 1 √2 √2
cos θ = = = ‧ = θ = 45º (porque o ponto
[ ( ) ( )]
⍴ √2 √2 √2 2 z1 8 5π 2π 5π 2π
⇒ P(1,1) pertence ao cos – –
sen θ =
b
⍴ =
1
=
1 √2 √2
‧ = primeiro quadrante) z2 = 4 ‧ 3 3
+ i ‧ sen
3 3
√2 √2 √2 2
[ ( ) ( )]
z1 3π 3π
cos + i ‧ sen
Logo: z2 = 2 ‧ 3 3
z1
z = ⍴ ‧ (cos θ + i ‧ sen θ) = 2 ‧ (cos π + i ‧ sen π)
z2
z = √2 ‧ (cos 45º + i ‧ sen 45º)
MATEMÁTICA
}
a 0
cos θ = ⍴ = 8 =0
Ex.: Calcule (2 + 2i)5 ⇒ θ = 270°
b –8
sen θ = ⍴ = 8 =–1
Primeiramente vamos passar 2 + 2i para a forma
trigonométrica: Então:
{b = 2
a=2
2 + 2i ⇒ z = ⍴ ‧ (cos θ + i ‧ sen θ) = 8 ‧ (cos 270° + i ‧ sen 270°)
( )
}
θ + 2 ‧ kπ θ + 2 ‧ kπ
n
√z = n√⍴ ‧ cos + i ‧ sen
a 2 1 √2 √2 θ = 45° (porque n n
cos θ = = = ‧ =
⇒ o ponto P(2, 2)
⍴ 2 ‧ √2 √2 √2 2
b 2 1 √2 √2 pertence ao primeiro Teremos:
sen θ = ⍴ = 2 ‧ √2 = √2 ‧ √2 = 2 quadrante)
Então:
n
√z = n√⍴ ‧ ( cos
2kπ + 270°
3
+ i ‧ sen
2kπ + 270°
3 )
z = ⍴ ‧ (cos θ + i ‧ sen θ) = 2 ‧ √2 ‧ (cos 45° + i ‧ sen 45°) Fazendo k = 0, k = 1 e k = 2, teremos portanto:
( )
(2 + 2i)5 = [2 ‧ √2 ‧ (cos 45° + i ‧ sen 45°)]5 2 ‧ 0 ‧ π + 270° 2 ‧ 0 ‧ π + 270°
(2 + 2i)5 = (2 ‧ √2)5 ‧ (cos 5 ‧ 45° + i ‧ sen 5 ‧ 45°) ∛– 8i = ∛8 ‧ cos + i ‧ sen
3 3
( )
(2 + 2i)5 = 32 ‧ 4 ‧ √2 ‧ (cos 225° + i ‧ sen 225°) 270° 270°
( )
√2 √2 ∛– 8i = 2 ‧ cos + i ‧ sen
(2 + 2i)5 = 128 √2 ‧ – – i 3 3
2 2 ∛– 8i = 2 ‧ (cos 90° + i ‧ sen 90°)
– 128 ‧ √2 ‧ √2 128 ‧ √2 ‧ √2
(2 + 2i)5 = – i ∛– 8i = 2 ‧ (0 + i ‧ 1)
2 2 ∛– 8i = 2i
– 128 ‧ 2 128 ‧ 2
(2 + 2i)5 = – i
2 2 Para k = 1,
(2 + 2i) = – 128 – 128i
5
( )
θ + 2 ‧ kπ pelo índice n. Fazendo isso uma vez para 630° 630°
cada raiz (n vezes) em cada vez substituindo sucessi- ∛– 8i = 2 ‧ cos + i ‧ sen
3 3
vamente o valor de k por 0, 1, 2, 3, ... , ou seja: ∛– 8i = 2 ‧ (cos 210° + i ‧ sen 210°)
n
√z = n√⍴ ‧ ( cos
θ + 2 ‧ kπ
n
+ i ‧ sen
θ + 2 ‧ kπ
n
i
) , (k ∈
∛– 8i = 2 ‧ –
√3 1
2
– i
2 ‧ √3 2 ‧ 1
2 ( )
N/ 0 ≤ k ≤ n – 1) ∛– 8i = – – i
2 2
∛– 8i = – √3 – i
A fórmula acima é conhecida como a Segunda
Fórmula de Moivre. Para k = 2,
( )
Ex.: Calcule ∛– 8i 2 ‧ 2 ‧ π + 270° 2 ‧ 2 ‧ π + 270°
∛– 8i = ∛8 ‧ cos + i ‧ sen
3 3
( )
Primeiramente vamos passar – 8i para a forma 4 ‧ 180° + 270° 4 ‧ 180° + 270°
trigonométrica: ∛– 8i = 2 ‧ cos + i ‧ sen
3 3
( )
{
720° + 270° 720° + 270°
a=0 ∛– 8i = 2 ‧ cos + i ‧ sen
3 3
( )
– 8i ⇒
990° 990°
b=–8 ∛– 8i = 2 ‧ cos + i ‧ sen
3 3
∛– 8i = 2 ‧ (cos 330° + i ‧ sen 330°)
( )
Calculando o módulo de z, temos:
√3 1
∛– 8i = 2 ‧ – – i
⍴ = √a² + b² = √0² +(–8)² = √0 + 64 = √64 = 8 2 2
416
2 ‧ √3 2‧1 Para k = 0,
∛– 8i = – i
2 2
∛– 8i = √3 – i
[ (
z0 = 2 ‧ cos
π
6
+0‧
π
3 )
+ i ‧ sen
π
6
+0‧
π
3 ( )]
Portanto:
∛– 8i = {2i, – √3 – i, √3 – i}
[
z0 = 2 ‧ cos
π
6
+ i ‧ sen
π
6
=2‧
2]
√3 1
+2‧ i
2
z0 = √3 + i
[ ( ) ( )]
Um número complexo escrito na forma trigono- π π π π
métrica z = ⍴ ‧ (cos θ + i ‧ sen θ), pode ser escrito na z1 = 2 ‧ cos +1‧ + i ‧ sen +1‧
6 3 6 3
[ ]
Forma Exponencial como:
π π
z1 = 2 ‧ cos + i ‧ sen = 2 ‧ 0 + 2 ‧ 1i
z = ⍴ ‧ eθi 2 2
z1 = 2i
Exemplo: Escreva na forma exponencial o com-
(
plexo: z = 2 ‧ cos
π
4
+ i ‧ sen
π
4 ) Para k = 2,
Se z = ⍴ ‧ e ,
[ (
z2 = 2 ‧ cos
π
6
+2‧
π
3 ) + i ‧ sen
( π
6
+2‧
)]
π
3
[ ] ( )
θi
5π 5π √3 1
π
i z2 = 2 ‧ cos + i ‧ sen =2‧ – +2‧ i
Logo: z = 2 ‧ e 4
6 6 2 2
z2 = – √3 + i
Forma Polar de um Número Complexo
Para k = 3,
Um número complexo na forma trigonométrica z
= ⍴ ‧ (cos θ + i ‧ sen θ), pode ser indicado, de modo sim-
plificado, na Forma Polar: [ (
z3 = 2 ‧ cos
π
6
+3‧
π
3 ) (
+ i ‧ sen
)]π
6
+3‧
π
3
z=⍴θ [
z3 = 2 ‧ cos
7π
6
+ i ‧ sen
7π
6
= 2
] ( ) ( )
‧ –
√3
2
+ 2 ‧
1
– i
2
z3 = – √3 – i
Ex.: Escreva na forma polar o complexo z = 4 ‧ (cos
45° + i ‧ sen 45°) Para k = 4,
Se z = ⍴ θ
Logo: z = 4 45°
[ (
z4 = 2 ‧ cos
π
6
+4‧
π
3 )
+ i ‧ sen
π
6
+4‧
( π
3 )]
Equações Binomiais
[
z4 = 2 ‧ cos
3π
2
+ i ‧ sen
3π
2 ]
= 2 ‧ 0 + 2 ‧ (– 1)i
z4 = – 2i
Denominamos Equação Binomial, toda equação
que pode ser escrita irredutivelmente como a seguir: Para k = 5,
axn + b = 0
[ (
z5 = 2 ‧ cos
π
6
+5‧
π
3 ) π π
+ i ‧ sen
6
+5‧
3 ( )]
Sendo a, b ∈ C, a ≠ 0 e n ∈ N
[
z5 = 2 ‧ cos
11π
6
+ i ‧ sen
11π
6
=2‧
√3
2 ] ( ) ( )
1
+2‧ – i
2
Podemos resolver qualquer equação binomial, iso- z5 = √3 – i
lando xn e aplicando a definição de radiciação em C.
Portanto o conjunto solução da equação x6 + 64 =
Para um melhor entendimento, vamos ver um 0 é:
exemplo a seguir.
Ex.: Vamos calcular as raízes da equação: x6 + 64 S = {√3 + i, 2i, – √3 + i, – √3 – i, – 2i, √3 – i}
=0
Equações Trinomiais
x6 + 64 = ⇒ x6 = – 64 ⇒ x= 6√–64
Denominamos Equação Trinomial, toda equação
Fazendo z = – 64, temos: ⍴ = |z| = 64 e θ = π . que pode ser escrita irredutivelmente como a seguir:
MATEMÁTICA
(
zk = 6√64 ‧ cos
π + 2kπ
6
+ i ‧ sen
π + 2kπ
6 ) Sendo a, b, c ∈ C, a ≠ 0, b ≠ 0 e n ∈ N
[ (
zk = 2 ‧ cos
π
6
+k‧
π
3 )
+ i ‧ sen
π
6 (
+k‧
π
3 )] Podemos resolver qualquer equação trinomial
fazendo o seguinte:
xn = y1 ⇒ x3 = 1 ⇒ x = ∛1 z2 = 2 ‧ ( cos
π+2‧2‧π
3
+ i ‧ sen
π+2‧2‧π
3 )
Como z = 1, o valor do seu módulo é 1 e o argumen-
to é zero.
z2 = 2 ‧ ( cos
5π
3
+ i ‧ sen
5π
3 ) (
=2‧
1
2
–i
√3
2 )
z2 = 1 – i√3
Logo teremos:
Logo o conjunto solução da equação x6 + 7x3 – 8 =
zk 1 ‧ ( cos
2kπ
3
+ i ‧ sen
2kπ
3 ) 0, será:
Fazendo k = 0, 1 e 2, teremos:
S=
{ 1, –
1
2
+i
√3
2
1
,– –i
2
√3
2
, 1 + i√3, –2, 1 – i√3
}
Para k = 0,
z0 = 1 ‧ ( 2‧0‧π
cos
3
+ i ‧ sen
2‧0‧π
3 ) FUNÇÕES
z0 = 1 ‧ (cos 0 + i ‧ sen 0) = 1 + 0 DEFINIÇÕES
z0 = 1
O conceito de função é um dos mais importantes
Para k = 1, em toda a matemática. Essa teoria aparece em mui-
tos momentos do nosso cotidiano e seu uso pode ser
z1 = 1 ‧ ( 2‧1‧π
cos
3
+ i ‧ sen
2‧1‧π
3 ) encontrado em diversos assuntos, como por exemplo,
qual seria o preço a ser pago numa conta de luz que
z1 = 1 ‧ cos (2π
3
1
+ i ‧ sen
√3
2π
3 ) depende da quantidade de energia consumida? Ou será
que a temperatura influencia o aumento de vendas de
sorvete? E assim, o seu estudo se torna apropriado para
z1 = – – i que sua aplicação ajude na resolução de problemas.
2 2
Toda vez que temos dois conjuntos e algum tipo de
associação entre eles, que faça corresponder a todo
Para k = 2,
elemento do primeiro conjunto um único elemento do
( )
segundo, ocorre uma função, ou dizemos, que um está
2‧2‧π 2‧2‧π
z2 = 1 ‧ cos + i ‧ sen em função do outro. Podemos representar uma função
3 3
( )
de duas maneiras, tabela ou fórmula. Abaixo segue
4π 4π uma tabela que relaciona dois conjuntos, distância per-
z2 = 1 ‧ cos +i‧
3 3 corrida e valor pago em uma corrida de taxi:
1 √3
z2 = – – i
2 2
DISTÂNCIA PERCORRIDA
10 15 20 25
(KM)
Agora, vamos resolver a equação binomial: x = n
( )
π + 2kπ π + 2kπ taxi está em função da distância percorrida. Se cha-
zk = 2 ‧ cos + i ‧ sen marmos D de distância e VP de valor pago, pode-se
3 3
escrever então a fórmula que represente essa função:
Fazendo k = 0, 1 e 2, teremos: VP = 2D + 5, onde as duas letras na fórmula são as
variáveis, tendo VP variando de acordo com a varia-
Para k = 0, ção de D, isto é, VP está em função de D. A fórmula da
função permite escrever a sua correspondente Tabe-
( )
π+2‧0‧π π+2‧0‧π la, bastando substituir os valores D e obter seus res-
z0 = 2 ‧ cos + i ‧ sen pectivos VP. Podemos dizer ainda, que o valor fixo na
3 3
418 fórmula (cinco) seria o valor da bandeira.
Definição: Uma relação 𝑓 de um conjunto A em um Seja uma função 𝑓: ℕ → ℕ, ou seja, com domínio
conjunto B, ou uma função 𝑓 de A em B, que é denota- e contra domínio nos naturais, definida por y = 𝑓(x)
do por 𝑓: A → B, e apresenta a seguinte propriedade: = x + 2. Seu conjunto imagem é formado por meio da
⩝x ϵ A, existe um único y ϵ B tal que (x, y) ϵ 𝑓. substituição dos valores de x = {0, 1, 2, 3, 4, ...}, perten-
Na figura abaixo, observa-se que as relações 𝑓 e g
cente aos ℕ, em y = 𝑓(x), então para x = 1 → y = 𝑓(1) = 1
não são funções, pois para 𝑓 nem todo elemento de A
tem um respectivo em B. Já para a relação g, não se + 2 = 3, e assim sucessivamente, de modo geral, a Im(
tem todo elemento de A com um único respectivo em 𝑓) = x + 2.
B. A relação h: esta sim é uma função, visto que para
todo elemento de A existe um único respectivo em B,
Importante!
A f B Se tivermos um elemento do conjunto de parti-
da (A) do qual não tem seu respectivo valor em
relação ao conjunto (B), então essa relação não
é função.
√x – 2
𝑓(x) =
√3 – x
𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 𝑓 (x)} ou
𝑓: A → B
x ↦ 𝑓(x)
𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 2x} ou
𝑓: A → B
x ↦ 2x
DOMÍNIO, CONTRADOMÍNIO E IMAGEM DA FUNÇÃO Diagrama A e B, em relação ao domínio (D), contra domínio (CD) e
imagem (Im).
O domínio (D) de uma função é sempre o próprio
conjunto de partida, ou seja, é formado por todos os FUNÇÕES INJETORAS, SOBREJETORAS E
possíveis elementos do conjunto A (D=A) e nos gráficos BIJETORAS
MATEMÁTICA
x+3
𝑓[g(x)] = 2g(x) = x + 3 → g(x) = O domínio da função quociente é D𝑓/g = ]4, +∞[, pois
2 nesse caso o denominador não pode ser nulo.
A igualdade entre duas funções, é uma relação Raiz, ou raízes de uma função, são também conhe-
entre funções, e é definida da seguinte forma: seja cidas como zero da função, ou seja, é quando o valor de
x tenha imagem, y em zero ou nula, isto é, y = 𝑓(x) = 0.
as funções 𝑓: A → B e g: C → D, são funções iguais se, e
Assim, para determinar a raiz da função y = 2x – 1,
somente se, A = C e B = D e 𝑓(x) = g(x) para todo x ∊ A. basta igualar tal função a zero e isolar o valor de x, logo:
Assim, sendo A = {1, 2, 3} e B = {–2, –1, 0, 1, 2} e as
funções de A em B definidas por:
1
y = 2x – 1 = 0 → 2x = 1 → x =
x2 – 1 2
𝑓(x) = x – 1 e g(x) =
x+1 É raiz da função y = 2x – 1 e o ponto no plano car-
Assim, para o domínio A = {1, 2, 3} tem-se: tesiano será:
𝑓(1) = 1 – 1 = 0 1
𝑓(2) = 2 – 1 = 1 (x, y) = ,0
𝑓(3) = 3 – 1 = 2 2
32 – 1
g(3) = =2
3+1
y = k/x k = y . x
FUNÇÃO DEFINIDA POR MAIS DE UMA SENTENÇA Quando temos a constante k positiva, o gráfico fica:
a) 𝑓(x) =
{ –x + 1, se x < –2
x2 – 1, se – 2 ≤ x ≤ 1
–x + 1, se x > 1
(Figura 10a);
(Figura 10b).
f (x) = 10/x
f (4) = 10/4
f (4) = 2,5
Translação da Função y = √ x
Logo, a ordenada vale 2,5.
Quando deslocamos o gráfico original da função
Função y = √x raiz chamamos de translação de uma função raiz.
Observe:
Toda função do tipo y = √x pode ser escrita na for-
ma y = x 1/n (em que n é um número natural), e é cha-
mada por Função Raiz. O domínio de y = x 1/2 serão os
números reais positivos e diferentes de zero, uma vez
que toda a raiz de índice par e radicando negativo
não está definida no conjunto dos números reais.
Observe o gráfico y = x 1/2 , a seguir:
y = x 1/2
Para x = 1 y = 1 1/2 y = √1 = 1
Para x = 2 y = 2 1/2 y = √2 = 1,4142...
Para x = 2 y = 4 1/2 y = √ 4 = 2
{
y+1 do cada elemento x ∊ ℝ associa o elemento ax ∊ ℝ com
𝑓(x) = y = 2x – 1 → 2x = y + 1 → x = a ≠ 0 e constante real, ou seja, 𝑓(x) = ax. a ≠ 0.
2 O gráfico da função linear é uma reta que passa
pela origem e liga os pontos (x, y) = (x, ax) no plano
Logo, se 𝑓 = {(x, y) ∊ A × B | y = 2x – 1}, então: cartesiano (Figura 12).
𝑓–1 = { (y, x) ∊ B × A | x =
y+1
2
1
2x + 1 = 0 → x = –
2
Figura 13. Gráfico da Função Afim 𝑓(x) = 2x + 1 e o ponto (x, y) = (1, 3).
b
𝑓(x) = ax + b = 0 → x = –
a
{
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|x>
1
{ (3X – 1)
≥1
3
Ou seja,
x+2<0→x<–2 b
f ( x=) ax + b > 0 → x > − ; (x + 2) (x + 2) (–2x + 3
a ≥1→ –1≥0→ ≥0
(3x – 1) 3x – 1 (3x – 1
3x
1 b
f (–x1=
)< 0 →ax
x <+ b < 0 → x < − ;
3 a Assim temos:
𝑓(x)
> 0 → 𝑓(x) = – 2x + 3 e g(x) = 3x – 1
g(x)
426
{
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|
1
<x≤
3
{ Logo seu gráfico segue na Figura 14.
3 2
– 2x + 3 ≤ 0 → x – ≥ 3 b
f ( x=) ax + b > 0 →2 x > − a ;
f (3xx=)– 1 ax 1 b
< 0+→bx<< 0 → x < − ;
3 a
[ ]
2
b ∆
{
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} = x∊ℜ|
1
<x≤
3
{ 𝑓(x) = a x+
2a
–
4a2
3 2
Sendo ∆ = b2 – 4ac, o discriminante, igualando essa
Quando se está trabalhando algebricamente com função canônica a zero chegamos nos valores das
uma inequação e no momento que se tem a necessida- raízes:
de de multiplicar por -1 ambos os lados para isolar x,
(–1) · – x ≤ – 3/2 · (–1) , não esqueça de também inver- – b ± √∆
ter o sinal da inequação, ficando nesse caso, x ≥ 3/2 . x=
2a
Funções Quadráticas
Usando essa fórmula chegamos nas raízes da fun-
A Função Quadrática ou do 2º grau é uma apli- ção quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2:
cação de ℝ → ℝ quando cada elemento x ∊ ℝ associa
o elemento (ax2 + bx + c) ∊ ℝ com a ≠ 0, ou seja, 𝑓(x) = ∆ = b2 – 4ac = (–3)2 – 4 · 1 · 2 = 9 – 8 = 1,
ax2 + bx + c; a ≠ 0 e a, b, c ∊ ℜ. Um exemplo de função
quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2; a = 1, b = –3, c = 2.
O gráfico para a função quadrática, 𝑓(x) = ax2 + – (–3) – √1 3–1
x1 = = =2
bx + c, é uma parábola, assim para sua construção é 2·1 2
necessário mais que dois pontos, diferente do visto
anterior na construção da reta. Inicialmente encon- – (–3) + √1 3+1
tra-se os zeros ou raízes da função, o vértice e o pon- x2 = = =2
to de encontro com o eixo y. São três coeficientes na 2·1 2
função quadrática, a, b e c. O primeiro (a) indica se a
concavidade da parábola está voltada para cima (a > Assim, as raízes para a função quadrática são: (x1,
0) ou para baixo (a < 0), já o terceiro (c) indica onde a y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).
parábola corta o eixo das ordenadas (eixo y), ou seja,
quando x = 0 ou y = c. Seja a função quadrática, 𝑓(x)
Importante!
MATEMÁTICA
Para ∆ = 0 temos:
b
No gráfico da função quadrática com ∆ > 0, exis- f ( x=
) ax +b > 0 → x > − ;
∆𝑓 = (–1) – 4(1)(–6) = 1 + 24 = 25
2
a
te as duas raízes reais, logo a parábola corta o eixo x ∆ = b – 4ac →
2
f ( x= b
) 2 ax + b < 0 → x < − ;
428 (abscissa) em dois pontos, nesses pontos a 𝑓(x) = 0. ∆g = (2) – 4(–1)(–1) = 4 – 4 = 0 a
–(–1) – √25 b g(x) > 0, {x ∊ ℜ | 0 < x < 2}
fx ( =x=) ax2 +· 1b > 0 =→–2x > − a ;
1
g(x) < 0, {x ∊ ℜ | x < 0 ou x > 2}
𝑓(x) = 0
fx ( =x=) –(–1) + √25 b
ax + b < 0 →=3x<− ; Assim, para a inequação quociente ser negativa,
2
2·1 a 𝑓(x)/g(x) = (2x2 + x – 1) / (–x2 + 2x) < 0, temos duas situa-
b ções, a primeira com 𝑓(x) > 0 e g(x) < 0. Assim, a solu-
f ( x=) –(2)
ax + b > ± √0
0→ x > −
a
;
ção será:
g(x) = 0 x =x =
f (1 x=
= 1 b
) 2 ax + b < 0 → x < − ;
2 · (–1) a
b b
; − > x f ( x0
→ )> b
= ax++ xab >= (1f
)0x→ x > −
;
a a
b S1 = x ∊ ℜ | x < – 1 ou x >
⌒ {x ∊ ℜ | x < 0 ou x >2}
Para 𝑓(x) = x2 – x – 6, com ∆ > 0 e a > 0: ; − < x →f ( x0
)< b
= ax++ xab <= ) (2f
0x→
x < −
b
;
a
a
f ( x=
)
𝑓(x) >
{x ∊+ℜb|>x 0
0, ax →ou
< –2
b
3}a ;
x x>>− = {x ∊ ℜ | x < –1 ou x > 2
f ( x= b
) {x ∊+ℜb|<–20<→
0, ax x < − ;
𝑓(x) <
x <3} a
A segunda para 𝑓(x) < 0 e g(x) > 0. Assim, a solução
será:
Para g(x) = –x2 +2x – 1, com ∆ = 0 e a < 0:
g(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ. b b
; − > x → f0
(x )b+axxa+ b=)> (1f→
x0 x > − ;
Assim, para a inequação produto ser positiva, 𝑓(x) a
>=
a
b S2 = x ∊ ℜ | – 1 < x < ⌒ { x ∊ ℜ | 0 < x < 2}
· g(x) = (x2 – x – 6) · (–x2 + 2x – 1) > 0, sabendo que g(x) < ; − < x →f 0
(x<)b+
= axxa+ b=)<x0 x < −
( f→
b
;
a
2
a
0, então a 𝑓 também deve ser negativa, 𝑓(x) < 0. Assim,
a solução será S = {x ∊ ℜ |–2 < x < 3}. ;
b
− > x →0f >
( xb
) + xax
= )
a +=bx>
(1f0→ x > −
b
;
No caso de inequação quociente faz-se o estudo a
=
x∊ℜ|0<x<
a
b b
de sinal de cada uma das funções quadráticas e defi- ;
a
− < x → 0f <
( xb
) + xax
= )
a +=bx<
2
( f0 → x < −
a
;
ne-se como solução de acordo com a regra de sinais
do quociente de números reais, temos que (+ ÷ + =
+);(– ÷ – = +);(+ ÷ – = –), assim, um conjunto solução (S) Logo, a solução das inequações quociente (2x2 + x
para uma dessas inequações pode ser encontrada da – 1)/(–x2 + 2x) < 0 é:
seguinte forma, seja a inequação quociente 𝑓(x) / g(x)
> 0, para o quociente ser positivo temos duas situa-
f ( x=
b
) ; ax +b
− > > 00→
x → > bx+
>
b
1 x−aa ;=) x ( f
a
ções: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0. S1 ◡ S2 = x ∊ ℜ | x < –1 ou 0 < x <
b ou
b x>2
f ( x=
) ; ax →00→
Então seja a inequação quociente (2x2 + x – 1)/(–x2 +
a
+b
− < x < < b
2 −aa ;=) x ( f
x+
<x
2x) < 0, para achar o conjunto solução primeiro encon-
tra-se as raízes de cada função 𝑓(x) = 2x2 + x – 1 e g(x) Máximo e Mínimo para Função Quadrática
= – x2 + 2x:
Dizemos que o número yM ∊ Im(𝑓) é o valor máxi-
∆𝑓 = (1)2 – 4(2)(–1) = 1 + 8 = 9 mo ou mínimo da função y = 𝑓(x) se, somente se, yM ≥
∆ = b2 – 4ac → y ou yM ≤ y, respectivamente. Ao valor xM ∊ D𝑓 tal que
∆g = (2)2 – 4(–1)(0) = 4 – 0 = 4 yM = 𝑓(xM) chamamos de ponto máximo ou mínimo da
função. Esse ponto também conhecido como vértice
da função quadrática ou da parábola. Denotamos o
x = –(1) – √9 = –1 b
f 1( x=
) ax + b > 0 → x > − ; vértice como:
2·2 a
𝑓(x) = 0
b ∆ b −∆
−–b− b–∆
−
f ( x=
x2 =
ax ++ b√9< 0=→ 1x < − ;
) –(1)
a (=
xM , (x ( x(xv ,,yyv )) = VV
yM, )y ) V==
V ,, V = ) vy , vx ( V =
) My
2·2 2 M M v v
a22a
4a a44a2a
(=xM , yM ) V=
( xv , yv ) =VV , , , V = ) vy , vx ( V =
) My ,
MATEMÁTICA
;
b
( x=
− >xf → )0 >ax
b+ ba> 0
+x =
b
)x
𝑓(x) b> 0, x ∊ ℜ | x < –1 ou x >
a
→
(1fx> −
b
a
; 22a· 1 4 a
4 · 1 a 4 a 2
f ( x= ) axx+f →
bx>)00 → xxb>a<−0=)→
; ( fx< − b ;
; a − <
( = <axb++ x
a 2 a
∆ b −∆
−3− b1−
b
b b (=xM , y M ) V=( xv , yv ) =VV , ,– ) vy , vx ( V =
V = ) My , Mx (
;f a( x−= 2
a24
a 4
a42
a
)>x + b < 0 → x < −1 ;
ax
→ f (0x>
) b ax
= + x+
ab = >) x0(→f x > − ;
a
;
b < 0, x ∊ ℜ | –1 < x <
𝑓(x)
− < x → f (0x<
) b ax
= + x+
ab = < a( →
) x0
f x < −
b
;
a
2
a
b
x, se x ≥ 0
f ( x=
) ax + b > 0 → x > − ;
a Dessa forma construímos o gráfico para x2 + 4x no
𝑓(x) =
b
f ( x=
) ax + b < 0 → x < − ; intervalo abaixo de –4 e acima de 0 e para –x2 – 4x no
– x, se x < 0
a
intervalo entre –4 e 0 (Figura 16).
As raízes das sentenças definidas pela função
O gráfico para a função modular 𝑓(x) = |x| é defi- modular podem também ser chamadas de ponto (s)
nido pela junção dos dois gráficos da função de duas de inflexão da curva (funções quadráticas) ou da reta
sentenças (x e –x) e resultará em duas semi-retas de (funções lineares ou Afim). Inflexão é um ponto sobre
origem na raiz da função, (x, y) = (0,0), ou seja, essas uma curva na qual a curvatura troca o sinal, nesse
retas são bissetrizes dos primeiro e segundo quadran- caso indo para o lado positivo do eixo y, pois, Im(𝑓)
tes do plano (Figura 15). = 𝔑+.
O domínio da função modular é o conjunto dos
reais, ou seja, para todo x ∊ ℝ, existe um único y ∊
Im(𝑓), sendo que a imagem da função assume somen-
te valores positivos (reais não negativos (ℝ+)). Logo,
Im(𝑓) = ℜ+. Note, que no gráfico da função as retas
ficam acima do eixo x, onde todos valores para y são
positivos (Figura 15).
EQUAÇÕES MODULARES
430
3 b Já para x < –1 temos –x –1 ≥ 7 – 2x ⇔ x ≥ 8, com
f ( x+=)2 = ax
3x 1b
x –+ →>x0= –→ x > − ; solução:
2 a
|3x + 2| = |x – 1| ⇔
3x 1 b S2 = {x ∊ ℜ| x < –1} ⌒ {x ∊ ℜ| x ≥ 8} = {∅}
f ( x+=)2 = ax +1b→<x0=→
–x + – x<− ;
4 a Assim, a solução de |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 é dada por:
b b
; − > x → 0 > b+fx(a )=
3x= ) xax
(1f+
b >0→ x > − ;
a a
b S = – , – S1 ◡ S2 = {x ∊ ℜ| x ≥ 2} ◡ ∅ = {x ∊ ℜ| x ≥ 2}
; − < x → 0 < b+fx(a b < 0 → x < − b ;
a
)=
2x= ) xax
(4f+
a
INEQUAÇÕES EXPONENCIAIS
x x
11x
521 ≥ 1 ≥≥ 125
125
555
Temos duas formas:
Figura 17. Gráfico da Função Exponencial, (a) crescente (𝑓(x) = 2x) e
(b) decrescente (𝑓(x) = (0, 5)x ). x x x x
11 11
x x
2x = 128 → 2x = 27→ x = 7
FUNÇÃO LOGARÍTMICA
S = {7}
LOGARITMO
2x2+3x–2
Agora para a equação exponencial 5 = 1 Antes de definir a Função Logarítmica, temos que
temos x igual a: ter uma noção básica de Logaritmo. A ideia de Loga-
ritmo surgiu para solucionar problemas de equações
52x2+3x–2 = 1 → 52x2+3x–2 = 50 → 2x2 + 3x – 2 = 0 exponenciais do tipo 2x = 3, ou seja, exponenciais que
∆ = b2 – 4ac = 32 – 4 · 2 · (–2) = 9 + 16 = 25 não são possíveis deixar os dois membros com a mes-
ma base, assim define-se o conceito de logaritmo, seja
–b – √∆ b
–3 – √25 dois números reais positivos a e b, com a ≠ 1, chama-se
xf (
= x )
= ax + b > 0 →
= x > − ; = –2 x o logaritmo de b na base a, onde o expoente que se
2 · 2a
1
2a
deve dar à base a de modo que a potência obtida seja
–b + √∆
xf =( x=) ax –3 +√25b 1 igual a b, ou seja:
+b < 0 →= x<− ; =
432
2
2a 2 · 2a 2 loga b = x ⇔ ax = b
Em que, a é base do logaritmo; b é o logaritmando O domínio da função logarítmica é o conjunto dos
e x é o logaritmo. Assim, por exemplo, o logaritmo log2 reais positivos não nulos, ou seja, para todo x ∊ ℝ*+,
8 = 3 pois 23 = 8. existe um único y ∊ Im(𝑓), como a função 𝑓: ℝ*+ → ℝ,
Logo, dessa definição decorrem algumas proprie- 𝑓(x) = loga x, admite a inversa g: ℝ → ℝ*+, g(x) = ax, assim
dades, seja (a ∊ ℜ*+ –{1}) e b > 0: 𝑓 é bijetora e portanto a imagem da função assume
qualquer valor real. Logo, Im (𝑓) = ℜ. Note, que no grá-
z loga 1 = 0; fico da função 𝑓(x) = loga x, a curva está toda a direita
do eixo y, pois x > 0. Além disso, temos que o ponto de
z loga a = 1; encontro da curva com o eixo x, é no ponto (x, y) = (1,
0), x = 1 → 𝑓(1) = loga 1 = 0. Assim, o gráfico para duas
z aloga b = b; funções logarítmicas, crescente (a > 1) e decrescente (0
< a < 1), segue como na Figura 18.
z loga b = loga c ⇔ b = c;
1
z n ∊ ℕ → loga √b = loga(b) =
*
loga b ;
n
z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1:
logc b
loga b = , mudança de base com quociente;
logc a
z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1: loga b = logc b · log a c,
mudança de base com produto;
1
z a ≠ 1, b ≠ 1 loga b = ;
loga a
1
z β ∊ ℝ* logaβ b = loga b ;
β
DEFINIÇÃO, CARACTERÍSTICAS, DOMÍNIO, IMAGEM Figura 18. Gráfico da Função Logarítmica, (a) crescente (𝑓(x) = log2
E GRÁFICO x) e (b) decrescente (𝑓(x) = log½ x).
Seja a um número real, tal que seja maior que zero EQUAÇÕES LOGARÍTMICAS
e diferente de 1(0 < a ≠ 1 ou a ∊ ℜ*+ –{1}), a função 𝑓: ℝ*+
→ ℝ que associa a cada x ∊ ℝ*+ o número 𝑓(x) = loga x, é Equações logarítmicas são aquelas equações do
conhecida como Função Logarítmica. Assim funções tipo: loga 𝑓(x) = loga g(x) ou loga 𝑓(x) = α, α ∊ ℝ e com
como: log2 x, log½ x e log x são exemplos de funções (a ∊ ℜ*+ –{1}).
logarítmicas. A forma de solucionar a equação logarítmica é
Da definição de função logarítmica algumas carac- deixando os logaritmos com a mesma base, e igualan-
do as função 𝑓(x) = g(x) > 0 ou aplicando propriedade
terísticas quando a ∊ ℜ*+ –{1}, pode-se notar:
inversa e transformando em equação exponencial,
MATEMÁTICA
b b – (–5) – √49 1b
;
a
− > x → 0 > b + xa
f=()xx=
S = – 4,
)(3f ax + b > 0 → x > −
a
;
xf (
= x )
= ax + b > 0 →
= x–> − ;
2a
1
b f= b 2·2
; − < x → 0 < b + xa )(2f
()xx= ax + b < 0 → x < − ;
a
a
xf =( x=) – (–5) + √49 b
ax + b < 0 → = x3< − ;
INEQUAÇÕES LOGARÍTMICAS
1
2·2 a
Inequações logarítmicas são aquelas inequações Como para a g(x) = 2x2 – 5x – 3 temos a > 0 e ∆ > 0,
do tipo: loga 𝑓(x) >loga g(x) e loga 𝑓(x) > α, α ∊ ℝ e com então a solução para g(x) ≤ 0 é:
(a ∊ ℜ*+ –{1}).
b b
A forma de solucionar a inequação logarítmica é ;
a
− > x→
f (x
0=)> bax
+1+ab >
x )0
= f x > −
x (→
a
;
b 2=
S x∊ℜ|– ≤x≤3
deixando os logaritmos com as mesma base, e aplican- ; − < x→ 0=
f (x +2
)< bax x )0
+ab <= f x < −
x (→
b
;
a
a
do as desigualdades em casos de bases maiores que
um ou entre zero e um, lembrando que as 𝑓(x) = g(x) Assim, a solução da inequação logarítmica log2
> 0 ou aplicando propriedade inversa e transforman- (2x2 – 5x) ≤ log2 3 é dada pela intersecção das soluções
do em equação exponencial, loga 𝑓(x) = α → 𝑓(x) = aα. acima:
Esquematizando temos:
b b
f ( x;=
) −ax
>
1+ xb →>00>→ bx 5a− a=);x ( f
x
+>
a
b S = S1 ⌒ S2 = x ∊ ℜ | –
b ≤ x < 0 ou <bx ≤ 3
f ( x;=
) − 0<
f ( x=
) ax + b > 0 → x > −
𝑓(x) > g(x) se a > 1
a
;
a 2 +x b→
ax
< <0 → bx 2a− a=);x ( f
x
+<
loga 𝑓(x) > loga g(x) ⇔
b
f ( x=
0 < 𝑓(x) < g(x) se 0 < a < 1
) ax + b < 0 → x < − ;
a E na inequação logarítmica log2 (3x + 5) > 3, temos:
5
Seja a inequação logarítmica log2 (2x2 – 5x) ≤ log23, x>–
3
para acharmos a solução primeiro fazemos o estudo
do sina de 𝑓(x) = 2x2 – 5x:
Logo temos o intervalo de solução para x sendo:
z 10c ≤ x < 10c+1 ⇔ log 10c ≤ log x < log 10c+1 → c ≤ log x 25 3979 3997 4014 4031 4048 4065 4082 4099 4116 4133
< c + 1, x > 0 e c ∊ ℤ; 26 4150 4166 4183 4200 4216 4232 4249 4265 4281 4298
z log x = c + m, onde c ∊ ℤ é característica e 0 ≤ m < 1 27 4314 4330 4346 4362 4378 4393 4409 4425 4440 4456
é a mantissa;
28 4472 4487 4502 4518 4533 4548 4564 4579 4594 4609
z x > 1 → c ≥ 0; 0 < x < 1 → c < 0;
z A mantissa (m) é um valor tabelado; 29 4624 4639 4654 4669 4683 4698 4713 4728 4742 4757
z A mantissa do decimal de x não se altera quando
multiplica-se x por potência de 10 com expoente
30 4771 4786 4800 4814 4829 4843 4857 4871 4886 4900
inteiro, ou seja a mantissa (m) de log x não muda
quando temos log10p x, p ∊ ℤ. 31 4914 4928 4942 4955 4969 4983 4997 5011 5024 5038
32 5051 5065 5079 5092 5105 5119 5132 5145 5159 5172
Valores da característica (c) são dados da seguinte 33 5185 5198 5211 5224 5237 5250 5263 5276 5289 5302
forma:
34 5315 5328 5340 5353 5366 5378 5391 5403 5416 5428
log 2,3 → c = 0 b
f ( x=) ax + b > 0 → x > − ;
log 35 5441 5453 5465 5478 5490 5502 5514 5527 5539 5551
31,421 → c = 1 a 36 5563 5575 5587 5599 5611 5623 5635 5647 5658 5670
x>1
log 204 → c = 2 b 37 5882 5694 5705 5717 5729 5740 5752 5763 5775 5786
f ( x=) ax + b < 0 → x < − ; 38 5798 5809 5821 5832 5843 5855 5866 5877 5888 5899
log 6542,3 → c = 3 a 39 5911 5922 5933 5944 5955 5966 5977 5988 5999 6010
log 0,2 → c = –1 b 40 6021 6031 6042 6053 6064 6075 6085 6096 6107 6117
f ( x )
= ax + b >
log 0,035 → c = –2 0 → x > − ; 41 6128 6138 6149 6160 6170 6180 6191 6201 6212 6222
a
0<x<1 42 6232 6243 6253 6263 6274 6284 6294 6304 6314 6325
log 0,00405 → c = –3 b 43 6335 6345 6355 6365 6375 6385 6395 6405 6415 6425
f ( x=) ax + b < 0 → x < − ;
log 0,00053 → c = –4 a 44 6435 6444 6454 6464 6474 6484 6493 6503 6513 6522
Ou seja, o c é a quantidade de algarismos da parte 45 6532 6542 6551 6561 6571 6580 6590 6599 6609 6618
inteira menos 1 em caso de x > 1 e para 0 < x < 1 é o 46 6628 6637 6646 6656 6665 6675 6684 6693 6702 6712
oposto (negativo) da quantidade de zeros (inclusive o 47 6721 6730 6739 6749 6758 6767 6776 6785 6794 6803
zero antes da vírgula!) que precede o primeiro alga- 48 6812 6821 6830 6839 6848 6857 6866 6875 6884 6893
rismo significativo.
49 6902 6911 6920 6928 6937 6946 6955 6964 6972 6981
Sendo a mantissa tabelada para N = 234 (m =
0,3692), Tabela 1, c = 1, assim o valor do log 23,4 = c +
m = 1 + 0,3692 = 1,3692. 50 6990 6998 7007 7016 7024 7033 7042 7050 7059 7067
51 7075 7084 7093 7101 7110 7118 7126 7135 7143 7152
MANTISSAS 52 7160 7168 7177 7185 7193 7202 7210 7218 7226 7235
N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 53 7243 7251 7259 7267 7275 7284 7292 7300 7308 7316
54 7324 7332 7340 7348 7356 7464 7372 7380 7388 7396
10 0000 0043 0086 0128 0170 0212 0253 0294 0334 0374
11 0414 0453 0492 0531 0569 0607 0645 0682 0719 0755 Tabela 1. Exemplo de tabela de Mantissas para valores de 100 a 549
(IEZZI; MURAKAMI, 1977
12 0792 0828 0864 0899 0934 0969 1004 1038 1072 1106
13 1139 1173 1206 1239 1271 1303 1335 1367 1399 1430
14 1461 1492 1523 1553 1584 1614 1644 1673 1703 1732
TRIGONOMETRIA
MATEMÁTICA
15 1761 1790 1818 1847 1875 1903 1931 1959 1987 2014
16 2041 2068 2095 2122 2148 2175 2201 2227 2253 2279 TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO
(SENO, COSSENO E TANGENTE)
17 2304 2330 2355 2380 2405 2430 2455 2480 2504 2529
18 2553 2577 2601 2625 2648 2672 2695 2718 2742 2765
Consideremos um triângulo retângulo ABC, reto
19 2788 2810 2833 2856 2878 2900 2923 2945 2967 2989 em A. Os outros dois ângulos B e C são agudos e com-
plementares, isto é, B + C = 90º.
20 3010 3032 3054 3075 3096 3118 3139 3160 3181 3201 435
Para ângulos agudos, temos por definição: a) A hipotenusa BC
b) Sen B
C c) Cos B
d) Tg B
e) Sen C
f) Cos C
g) Tg C
b
a Para encontrar a hipotenusa, vamos aplicar o Teo-
rema de Pitágoras:
z a2 = b2 + c2
a2 = 32 + 42
A c B a2 = 9 + 16
Figura 1. Triângulo Retângulo ABC a2 = 25
a = ± 25
a=±5
cateto oposto a B b a=5
sen B = =
hipotenusa a Descartamos o valor negativo, pois estamos tratan-
do de medida e não existe medida negativa.
cateto oposto a C c
sen C = =
a cateto oposto a B 3
hipotenusa
� sen B = =
hipotenusa 5
cateto adjacente a B c
cos B = =
a cateto adjacente a B 3
hipotenusa
� cos B = =
hipotenusa 5
cateto adjacente a C b
cos C = = 3
a cateto oposto a B
hipotenusa � tg B = =
cateto adjacente a B 4
cateto oposto a B b
tg B = = cateto oposto a C 4
cateto adjacente a B c � sen C = =
hipotenusa 5
cateto oposto a C c
tg C = = cateto adjacente a c 3
cateto adjacente a C b � cos C = =
hipotenusa 5
Observações:
cateto oposto a C 4
z Os senos e cossenos de ângulos agudos são núme- � tg C = =
ros compreendidos entre 0 e 1, pois a medida cateto adjacente a C 3
do cateto é sempre menor do que a medida da
hipotenusa;
z O seno de um ângulo é igual ao cosseno do seu ARCOS NOTÁVEIS
complemento e reciprocamente: Seno, cosseno e tangente de 45º
sen x = cos (90º – x) e cosx = sen (90º – x)
C
z No triângulo retângulo vale o Teorema de Pitágo-
ras: a2 = b2 + c2 45°
Exemplo: No triângulo retângulo abaixo, determine:
L L√2
C
45°
A L B
3
Figura 3. Triângulo Retângulo ABC, com catetos L e hipotenusa L√2
l² = b l + (MC)²
2
l
2 2
√2 l
→sen 45° = (MC)² = l² -
4 2
2 4 2 l
(MC)² = l -
4 4
√2
Portanto: sen 45º = 3 2
(MC)² = l
2 4
l 3
AB l 1 MC =
2
cos B̂ = → cos 45° = → cos 45° = →
BC l√2 √2
Desta maneira, temos:
√2
→ cos 45° = MC l 3 l√3 1
2 → sen 60° = . →
sen  = → sen 60° = 2
AC l 2 1
√2
√3
Portanto: cos 45º = → sen 60° =
2
2
AC l √3
tg B̂ = → tg 45° = → tg 45° = 1 Portanto: sen 60º =
AB l
2
Portanto: tg 45º = 1
AM l l 1
.
Seno, cosseno e tangente de 60º cos  = → cos 60° = 2 → cos 60° = →
AC l 2 l
C
1
→ cos 60° =
2
L L 1
Portanto: cos 60º =
2
(L√3)/2 l 3
MC 2 l√3 2
→ tg 60° = . →
tg  = → tg 60° = l
AM 2 2 l
60° 60°
→ tg 60° =√3
L/2 M L/2
A B
Portanto: tg 60º = √3
C
Seno, cosseno e tangente de 30º
L
(L√3)/2 l l 1
AM
.
sen Ĉ = → sen 30° = 2 → sen 30° = →
AC l 2 l
60° 1
→ sen 30° =
M L/2 A 2
437
1 Figura 5. Triângulo Retângulo formado com a árvore
Portanto: sen 30º =
2
Pelo triângulo retângulo formado na figura, pode-
mos perceber facilmente que a altura da árvore seria
MC l 3 l√3 1 o cateto oposto ao ângulo de 30º formado no solo.
→ cos 30° = . →
cos Ĉ = → cos 30° = 2
AC Como a distância no solo é de 30m, temos duas infor-
l 2 l mações importantes, o cateto oposto ao ângulo de 30º
√3 que podemos chamar de h (altura da árvore) e o cate-
→ cos 30° = to adjacente ao ângulo de 30º (distância no solo), para
2 encontrar a altura usaremos a tangente de 30º:
3 cateto oposto h √3
Portanto: cos 30º = → =
2 tg 30° = → tg 30°=
cateto adjacente 30 3
l
AM 2 l 2
3 → tg 30° =
tg Ĉ = → tg 30° = l →
h 30. √3
MC 2 l√3 = →h = 10 √3 = 10.1,7
2
30 3
1 √3 Resposta: Letra B.
→ tg 30° = → tg 30° =
√3 3 Exemplo: Determinar o valor de x, na figura a seguir:
3 D
Portanto: tg 30º =
3
x
Observações: Note que:
sen 30º = cos 60º = , cos 30º = sen 60º = , sen 45º =
C
2
cos 45º =
2
Podemos construir a seguinte tabela: 45°
30°
A 60 B
ARCO 30º 45º 60º
Figura 6. Triângulo Retângulo BAD
Seno 1 2 3
2 2 2 Pelo triângulo ABC, temos:
Cosseno 3 2 1
2 2 2 CB √3 CB 60· √3
tg 30° = = = = CB → CB = 20 · √3
Tangente 3 1 60 3 60 3
3
3
Logo, podemos concluir que a medida de:
Exemplo: Na figura abaixo, uma árvore é vista sob BD = 20· 3 +x
um ângulo de 30°, a uma distância de 30m de sua base.
Considerando , a altura da árvore, em metros, é igual a: Pelo triângulo ABD, temos:
a) 35 BD ^ 20· 3 + xh
b) 17 tg 45° = =1= → 20 · 3 + x = 60 →
60 60
c) 14
d) 28
e) 30 → x = 60 - 20 · √3 →x = 20 · (3 - 3)
Portanto, x = 20 · (3 - 3)
sen2 x + cos2 x = 1
438
C A cotangente de um ângulo agudo x é, por defini-
ção, o inverso da tangente. É representada com o sím-
bolo: cotg (x). Assim sendo, temos:
sec²x = tg²x = 1
A sen²x = cos²x = 1
B c
sen2 x + cos2 x 1
= =
Figura 8. Triângulo Retângulo ABC, com catetos b e c e hipotenusa a sen2 x sen2 x
MATEMÁTICA
sen2 x cos2 x 1
b + =
b senx sen2 x sen2 x sen2 x
tgx = c = ac = cos x,
a 1 + cotg²x = cossec²x
sen x
Portanto: tg x = cos x cossec²x = 1 + cotg²x
sen x
z Relação Fundamental: cotg (x) = cos x
Portanto: cossec2 x = 1 + cotg2 x
Logo, podemos construir a seguinte tabela: 439
MEDIDAS DE ARCOS E ÂNGULOS
RELAÇÕES FUNDAMENTAIS
Arcos na Circunferência
sen x + cos x = 1
2 2
Seja uma circunferência, na qual são tomados dois
sen x pontos A e B. A circunferência ficará dividida em duas
tg x = cos x partes chamadas Arcos. Os pontos A e B são as extremi-
cos x dades desses arcos. Quando A e B coincidem, um desses
cotg(x) = sen x arcos é chamado arco nulo e o outro, arco de uma volta.
1
sec x = cos x
1 B
cossec(x)= senx
sec2 x = 1 + tg2 x r
α
cossec2 x = 1 + cotg2 x
r
Exemplo: Se 0º < x < 90º, então, a expressão A
sen2 x + cos2 x
cos x é igual a:
sen2 x + cos2 x 1
cos x = cos x = sec x
Figura 9. Setor circular em uma circunferência de raio r
3 4
Se sen x = 5 e cos x = 5' , temos que:
3
senx 3 5 3
tgx= cos x " 54 = 5·4 = 4 B A
5
3
Se tg x = 4 temos que:
1 1 4 4
cotg x= tgx " 3 = 1· 3 = 3
4 Figura 10. Arco circular AB em uma circunferência de raio r
4
Se cos x = 5 temos que: AB
α = r , onde AB é o comprimento do arco
1 1 5 5
sec x = cos x " 4 = 1 · 4 = 4 Observações:
5
3 z O arco AB mede 1 radiano (1 rad), se o seu compri-
Se sen x = 5 temos que:
mento for igual ao raio da circunferência.
z A medida de um arco, em radianos, é um número
1 1 5 5
440 cossec x = senx " 3 = 1 · 3 = 3 real “puro” e, portanto, é costume omitir o símbolo
5
rad. Ao dizer ou escrever que um certo arco mede CICLO TRIGONOMÉTRICO
3, por exemplo, fica subentendido que sua medi-
da é de 3 radianos, ou seja, que o comprimento do Chamamos de Ciclo Trigonométrico a uma cir-
arco é o triplo da medida d do raio. cunferência de raio unitário na qual fixamos um
z O arco de uma volta, cuja medida é 360º, tem com- ponto como origem dos arcos e adotamos o sentido
primento igual a 2 · π · r e sua medida em radianos
anti-horário como sendo o positivo.
AB 2 · π ·r
será, portanto, 2 π pois α = r = 2 π , 6, 28
r
Arco Trigonométrico
Transformação de Graus em Radianos
Chamamos de Arco Trigonométrico AP ao con-
As transformações de unidades de Graus em
Radianos e vice-versa são feitas através de uma regra junto dos “infinitos” arcos de origem A e extremida-
de três simples, a partir da seguinte correspondência: de P. Esses arcos são obtidos partindo da origem A e
180º = π rad girando em qualquer sentido (positivo ou negativo)
(Lê-se: 180 graus equivalem a π radianos) até a extremidade P, seja na primeira passagem ou
Exemplo: Transforme os seguintes arcos de graus
após várias voltas completas no ciclo trigonométrico.
para radianos e vice-versa, lembrando que 180º = π rad:
Analogamente, chamamos de ângulo trigonométrico
a) 120º AÔP ao conjunto dos “infinitos” ângulos de lado inicial
b) 135º e lado terminal .
c) 150º
7π
d) rad
6
P
5π
e) rad (II) (I)
4 α
O r A (Origem) O A
e) 4π rad (III) (IV)
3
5π
b) cos x = - cos (x - π)
4
5π 5·180c
= 4 = 7·45c = 315º Redução do 4º para o 1º quadrante
4
4π sen x = - sen (2π – x)
c)
3 sen x = - sen (2π – x)
4π 4·180c
= 3 = 4·60º = 240º
3 Podemos criar a seguinte tabela: 441
TABELA RESUMO DE REDUÇÃO DE ARCOS PARA O z cos 120º
1º QUADRANTE z cos 135º
z cos 150º
ARCO SENO COSSENO TANGENTE z cos 210º
z cos 225º
0 0 1 0
z cos 240º
π z cos 300º
(30º) 1 3 3
6 2 2 3 z cos 315º
z cos 330º
π 2 2
(45º) 1
4 2 2 Utilizando a tabela acima, temos:
π 1 3
(60º) 3 3 z sen 120º =
3 2 2 2
π 2
(90º) 1 0 Não existe z sen 135º =
2
2
1
z sen 150º = 2
2π
(120º) 3 -1 - 3
3 2 2
1
z sen 210º = - 2
3π 2 -1
(135º) -
2
4 2 2 z sen 225º = -
2
2
5π
(150º) 1
-
3
-
3
z sen 240º = -
3
6 2 2 3 2
0 -1 0 3
π 180º z sen 300º = -
2
7π 3
(210º) -1 -
3
z sen 315º = -
2
6 2 2 3 2
1
5π 1 z sen 330º = - 2
(225º) -
2
-
2
4 2 2
1
z cos 120º = - 2
4π
(240º) -
3 -1 3
3 2 2
2
z cos 135º = -
2
3π -1 0 Não existe
(270º)
2 3
z cos 150º = -
2
5π
(300º) -
3 1 - 3 3
3 2 2 z cos 210º = -
2
7π 2 -1
(315º) -
2
z cos 225º = -
2
4 2 2 2
11π 1
z cos 240º = - 2
(330º) -1 3
-
3
6 2 2 3
1
z cos 300º = 2
2 π (360º) 0 1 0
2
Exemplo: Reduza para o 1º quadrante (consultar a z cos 315º =
2
tabela resumo acima):
3
z cos 330º =
z sen 120º 2
z sen 135º
z sen 150º FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
z sen 210º
z sen 225º Função Seno
z sen 240º
z sen 300º Consideremos, no ciclo trigonométrico de origem
z sen 315º A, um sistema cartesiano ortogonal xOy, conforme
442 z sen 330º mostra a figura.
y
P
B N
(II) (I)
x A
C O r A (Origem) O
M
x
(III) (IV)
cateto oposto MP ON
sen x = = = ON
hipotenusa OP 1
Simbolicamente:
O=N
A=P
f :→
x sen x
O
A
O A
A O A
O
P=N
senx = 1(máximo)
senx = -1(mínimo)
P N
O A
O A
N P
O=N
x = 180° A=P
O=N A senx = 0
P
- π 3π
2 2
180° < x < 270° -2π -π 0 π π 2π
- 3π
2 2
-1
cateto adjacente OM OM
P cos x = = = = OM
hipotenusa OP 1
Simbolicamente:
0° < x < 90°
f :→ P
x cos x
A
O
Tal que f (x) = cos x = OM. A definição é coerente M
com aquela apresentada no triângulo retângulo.
X x = 90°
cosx P
O
M A
A
O=M
P cos x = 0
M A P
A
O
M
B T
P P
cos x = 0
C
270° < x < 360° O A
D
M A
O Figura 19. Circunferência de raio r com eixo das tangentes
Onde:
cos x = 1 (máximo)
π
D = R-{ +kπ,com k∈Z}
2
Notando que cos x = cos (x ± 2 π), pois x e x ± 2 π
são as medidas de arcos de mesma extremidade, e de
acordo com a tabela do item anterior, concluímos que Tal que f(x) = tg x = AT. A definição é coerente com
446 o gráfico da função f: R→R tal que f (x) = cos x é: aquela apresentada no triângulo retângulo.
x = 90°
P
T
x tgx
O A
O
A
∄ tg x
De fato, se:
x = 180°
π
0<x<
2
Então, P pertence ao primeiro quadrante e além
P O
disso AO = 1 (raio). Assim sendo, no triângulo OAT A T
retângulo em A, temos:
cateto oposto AT AT
tg x = = = = AT
cateto adjacente OA 1 tg x = 0
x=0
O A
A P T
O
P
tg x > 0
tg x = 0
x = 270°
0° < x < 90°
MATEMÁTICA
P T
O A
O A
P
tg x > 0 ∄ tg x 447
270° < x < 360° Em relação ao triangulo retângulo acima, temos:
z BC é a hipotenusa;
z AB e AC são os catetos;
O A
z AH é a altura relativa à hipotenusa;
b2 = a · n
A P T c2 = a · m
O a2 = b2 + c2
h2 = m · n
b·c=a·h
E o conjunto imagem é R.
a2 = b2 + c2 – 2 · b · c · cos A
448 Figura 22. Triângulo Retângulo ABC b2 = a2 + c2 – 2 · a · c · cos B
c2 = a2 + b2 – 2 · a · b · cos C Qual é o comprimento do muro necessário para
cercar o terreno (em metros)?
A
Como temos apenas um ângulo conhecido, vamos
utilizar a lei dos cossenos:
c
b Chamando de x o lado oposto ao ângulo de 60º,
temos:
C
B a
x² = 10² + 15² - 2 · 10 · 15 · cos60º
1
Figura 24. Triângulo ABC
x² = 100 + 225 - 2 · 10 · 15 · 2
x²= 325 - 150
x² = 175
Exemplo: Determine o valor de x no triângulo a seguir:
x = ± 175
x = ±5 7
A
x=5 7
2p = 10 + 15 + 5 · 7
45° 2p = 25 + 5 · 7
2p = 5 · (5 + 7 )
C
x
B Portanto, o comprimento necessário de muro é
dado por: 5 · (5 + 7 ) metros.
Figura 25. Triângulo ABC com ângulos CÂB=120° e CB̂A = 45°
TRANSFORMAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
Como temos dois ângulos conhecidos, vamos utili-
zar a Lei dos Senos: Adição e Subtração de Arcos
z Tangente de (a + b)
tg (a) + tg (b)
tg (a + b) =
MATEMÁTICA
tg (a) - tg (b)
tg (a - b) =
1 + tg (a) ·tg (b)
A partir dessas relações podemos construir a
seguinte Tabela Resumo:
Figura 26. Triângulo com ângulo de 60º e lados 10 e 15 metros 449
Desta maneira, podemos obter as fórmulas do arco
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE ARCOS duplo.
Fórmulas de arco duplo são as expressões das fun-
cos(a + b) = cos(a) · cos(b) – sen(a) · sen(b) ções trigonométricas de arcos da forma 2a. É um caso
particular de adição de arcos. Para tanto, basta fazer b
cos(a – b) = cos(a) · cos(b) + sen(a) · sen(b) = a nas fórmulas acima.
Vejamos abaixo como ficarão estas fórmulas:
sen(a + b) = sen(a) · cos(b) + sen(b) · cos(a)
z Cosseno de (2a)
sen(a – b) = sen(a) · cos(b) – sen(b) · cos(a)
cos(a + b) = cos(a) · cos(b) – sen(a) · sen(b)
tg (a) + tg (b)
tg (a+b) = -
1 tg (a) ·tg (b) Fazendo , temos:
=c m·d n=
3+ 3 3
3 3- 3 z Tangente de (2a)
3+ 3 tg (a) + tg (b)
tg75° = tg (a + b) =
3- 3 1 - tg (a) ·tg (b)
tg (a) + tg (a)
A partir das fórmulas de adição de arcos, temos: tg (a + a) =
1 - tg (a) ·tg (a)
cos (a + b) = cos(a) · cos(b) – sen(a) · sen(b)
sen(a + b) = sen(a) · cos(b) + sen(b) · cos(a) 2·tg (a)
tg (2a) =
1 - tg2 (a)
tg (a) + tg (b)
tg (a + b) = 2·tg (a)
1 - tg (a) ·tg (b)
Portanto: tg (2a) =
1 - tg2 (a)
450
Logo, temos as seguintes fórmulas para arcos z Seno do Arco Metade
duplos:
Vamos fazer o cálculo de b 2 l :
x
Logo:
sen(2a) = 2 · sen(a) · cos(a)
sen² b 2 l =
x 1 - cos x
2
2·tg (a)
tg(2a) =
sen² b 2 l = ±
1 - tg2 (a) x 1 - cos x
2
z Cosseno do Arco Metade
3 3π
Exemplo: Sendo tg x = 4 e π < x < , calcule sen(2x):
Vamos fazer o cálculo de cos b 2 l :
Sabemos que: 2 x
sen x
tg x = cos x cos2a = cos²a - sen²a
cos2a = cos²a - (1 - cos²a)
3
Se tg x = l cos2a = cos²a - 1 + cos²a
4 cos2a = 2cos²a - 1
3 sen x 4·sen x 2cos²a = 1 + cos2a
Logo: 4 = cos x → cos x = ( I) 1 + cos 2a
3 cos²a = 2
Vamos substituir o valor do cos x em: sen2 x + cos2 x = 1 x
Fazendo 2a = x, temos a = 2 .
sen²x + cos²x = 1⇒ sen²x = 1- cos²x ⇒ sen²x = 1- b 3 l
4·senx 2
Logo:
cos² b 2 l =
x 1 + cos x
16·se2 x 2
sen²x = 1 - " 9 · sen²x = 9 -16 · sen²x → 9 · sen²x +
cos b 2 l = !
9 x 1 + cos x
16 · sen²x = 9 2
z Tangente do Arco Metade
9 9 3
25 · sen²x = 9 → sen²x = 25 → senx ± 25 → senx = ± 5
Vamos fazer o cálculo de tg b 2 l :
x
sen b 2 l 1 - cos x
x
tg b 2 l = b l
3π x x 2
Como π < x < , x ∈ 3ºQ, logo o sen x é negativo. x → tg 2 =
2 cos b 2 l 1 + cos x
2
3
Portanto, sen x = - 5 (II)
1 - cos x
tg b x l = 2 → tg b 2 l =
x 1 - cos x
De I e II, vem que: 2 1 + cos x 1 + cos x
→ cosx 3 · senx → cosx 3 · b - 5 l → cosx= - 5
4·senx 4 4 3 4 2
cosx = 3
tg b 2 l = !
x 1 - cos x x π
, (Para 2 ≠ +kπ, k ∈ ℤ)
1 + cos x l 2
Com os valores de senx e cos x, vamos encontrar
sen(2x): Logo, temos as seguintes fórmulas para Arcos
Metade:
sen(2x) = 2 · sen(x) · cos(x)
sen(2x) = 2 · b - 5 l · b - 5 l
3 4
FÓRMULAS DE ARCO METADE
sen(2x) = 2 · b 25 l
12
sen b 2 l = !
x 1 - cos x
MATEMÁTICA
24 2
sen(2x) = 25
cos b 2 l = !
x 1 + cos x
FÓRMULAS DO ARCO METADE 2
451
TRANSFORMAÇÃO EM PRODUTO
α = β + 2kπ
ou
As somas e subtrações trigonométricas podem ser sen α = sen β →
α = (π - β) + 2kπ
transformadas em produtos, facilitando assim a reso-
lução de muitos exercícios.
Para utilizar esse recurso, fazemos a aplicação de
fórmulas. Exemplos: Vamos resolver as seguintes equações:
Essas fórmulas são conhecidas como Fórmulas de
Werner.
Vejamos cada uma delas. π
z sen α = sen β = sen
5
cos p + cos q = 2 · cos c m · cos c m
p+q p-q
2 2
π
x= + 2kπ
cos p - cos q = -2 · sen c m·c m
p+q p-q
2 5
2
π ou
sen p + sen q = 2 · sen c m · cos c m
p+q p-q sen x = sen →
2 2 5
1 π π
sen18x - sen 4x = 2 · senb
18x - 4x l
· cosb l= 2 · →
18x + 4x sen x = → sen x = sen →x=
2 2 2 6 6
→ · sen7x · cos11x
sen (3x + 2x) sen (5x) ou
tg3x + tg2x = = →
cos 3x · cos 2x cos 3x · cos 2x
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
π
Equações Trigonométricas x= + 2kπ
6
452
z tg x + cotg x = 2
π 5π
Logo: S = {x ∈ ℝ/x = + 2kπ ou x = + 2kπ ou x= 1
6 6 tg x + cotg x = 2 → tg x + tg x = 2
7π π
= + 2kπ ou x = - + 2kπ} tg²x + 1 = 2tg x → tg² x - 2tg x + 1 = 0
6 6
α = β + 2kπ
ou → α = ± β + 2kπ π
cos α = cos β → Logo: S = {x ∈ ℝ/x = + kπ}
α = -β + 2kπ 4
Inequações Trigonométricas
Exemplos: Vamos resolver as seguintes equações: Consideremos f (x) e g (x) duas funções trigonomé-
tricas na variável x, com seus respectivos domínios.
2 Resolvemos uma inequação trigonométrica f (x) < g (x)
z cos x =
2 obtendo o conjunto solução, ou conjunto verdade, dos
números reais r para os quais f (r) < g (r).
Todas inequações trigonométricas podem ser redu-
2 π π zidas em seis equações fundamentais:
cos x = → cos x = cos →x=
2 3 3
z sen x > m
z sen x < m
π
Logo: S = {x ∈ ℝ/x = ± + 2kπ} z cos x > m
3 z cos x < m
z cos²x + cosx = 0 z tg x > m
z tg x < m
cos²x + cos x = 0 → cos x · (cos x + 1) = 0
Vejamos um exemplo para cada uma das seis situa-
ções destacadas acima:
5π 7π
0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ ou + 2kπ < x < 2π + 2kπ
4 4
π
Logo: S = {x ∈ ℝ/x = + 2kπ ou x = π + 2kπ}
2 5π 7π
S = {x ∈ ℝ/ 0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ ou + 2kπ < x < 2π + 2kπ}
Resolução de uma equação tg α = tg β 4 4
z tg x = - 3
π 5π
S = {x ∈ ℝ/0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ ou + 2kπ < x < 2π + 2kπ}
6 6
2π 2π
tg x = - 3 → tgx = tg →x= 3
3 3 Exemplo: Vamos resolver a inequação cos x >
2
2π 3
Logo: S = {x ∈ ℝ/x = + kπ} cos x > 453
3 2
π 11π 3π
2kπ ≤ x < + 2π ou + 2kπ < x < 2π + 2kπ + 2kπ < x < 2π + 2kπ}
6 6 2
π 11π
S= {x ∈ ℝ/2kπ ≤ x <
6
+ 2π ou
6
+ 2kπ < x < 2π + 2kπ} CONTAGEM E ANÁLISE
COMBINATÓRIA
FATORIAL
π π
S = {x ∈ ℝ/ + kπ < x < + kπ}
4 2 O fatorial é uma operação matemática utilizada
para simplificar a notação de algumas técnicas de
Exemplo: Vamos resolver a inequação contagem, como permutação, arranjo e combinatória.
Sua definição é bem simples: dado um número inteiro
tg x < 3 e não negativo, ou seja, n ∈ ℕ, define-se o fatorial de n,
com notação de n!:
π
0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ n! = n ∙ (n – 1) ∙ (n – 2) ∙ ... ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1, para n ≥ 2.
3
ou Sendo que, para n=0 ou n=1, temos que os fatoriais
são, respectivamente, 1! = 1 e 0! = 1.
π 4π O cálculo do fatorial de n=5 é 5! ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 120,
+ 2kπ < x < + 2kπ mas quando esse n tende a ser grande o cálculo do
2 3
fatorial torna-se mais trabalhoso como para n=12, 12!
ou = 12 ∙ 11 ∙ 10 ∙ ... ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 479001600. Nesses casos
podemos simplificar e usar em algumas operações
3π essa simplificação para facilitar o cálculo. Assim,
+ 2kπ < x < 2π + 2kπ
2 temos o fatorial para n=12, 12! = 12 ∙ 11 ∙ 10 ∙ ... 3 ∙ 2 ∙ 1
= 12 ∙ 11!, generalizando temos:
π (n + 1) != (n + 1) ∙ n ∙ (n – 1) ∙ ... ∙3 ∙ 2 ∙ 1 = (n +1) ∙ n!
S = {x ∈ ℝ/ 0 + 2kπ ≤ x < + 2kπ
3
ou (n + 1)!
Nesse sentido, a razão simplificada fica:
(n – 1)!
π 4π
+ 2kπ < x < + 2kπ
2 3 (n + 1)! (n + 1) ∙ n ∙ (n – 1)!
= = (n + 1) ∙ n = n² +n
ou (n – 1)! (n – 1)!
454
Com n ∈ ℕ temos que aplicando essa ideia na razão A = {a₁, a₂, a₃, a₄} e B = {b₁, b₂, b₃, b₄, b₅}
13!
temos: (a1, b1), ⋯ ,(a1, b5) → 5 pares
11!
(a2, b1), ⋯ ,(a2, b5) → 5 pares
4 linhas ∙
13! 13 ∙ 12 ∙ 11! ∙
= = 13 ∙ 12 = 156 ∙
11! 11!
O princípio multiplicativo, também conhecido Assim, são 20 formas diferentes de chegar ao Rio
como o princípio fundamental da contagem, é defi- de Janeiro, saindo de Brasília e passando por Belo
nido em duas situações diferentes, sendo a primeira Horizonte.
quando se deseja fazer a contagem da combinação Generalizando o princípio multiplicativo para
de elementos entre dois ou mais conjuntos, ou seja, qualquer quantidade de conjuntos temos:
cruzamento todos com todos. A segunda é quando se
quer contar elementos dessas combinações, mas res-
tringindo elementos a serem combinados. A = {a₁, a₂, ⋯, an₁} n(A) = n₁
Na primeira situação podemos inicialmente traba-
B = {b₁, b₂, ⋯, bn₂} n(B) = n₂
lhar com dois conjuntos A e B, sendo, A = {a₁,a₂, ⋯, am}
com m elementos e B = {b1, b2, ⋯, bn}com n elementos. ∙
Com isso, podemos formar da combinação de A com B ∙
∙
uma quantidade m ∙ n (princípio multiplicativo) de
pares ordenados (ai, bj) com ai ∈ A e bj ∈ B. Podemos
Z = {z₁, z₂, ⋯, zn } n(Z) = nr
visualizar melhor descrevendo tal combinação em r
∙
m linhas ∙
∙
zonte e Rio de Janeiro, existam quatro rodovias que (a2, a1), ⋯ ,(a2, am) → m – 1 pares
ligam Brasília a Belo Horizonte e outras cinco rodo-
vias que ligam Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. ∙
m linhas ∙
Usando o princípio multiplicativo podemos saber de ∙
quantas formas diferentes podemos chegar ao Rio de
Janeiro, saindo de Brasília e passando por Belo Hori- (am, a1), ⋯ ,(am, am–1) → m – 1 pares
zonte. Usando a ideia dos conjuntos A e B anteriores
temos o conjunto A ligando Brasília a Belo Horizonte e (m – 1)+(m – 1)+ ⋯ +(m – 1) = m ∙ (m – 1)
o conjunto B ligando Belo Horizonte ao Rio de Janeiro: 455
Voltando ao exemplo do início da seção temos relação ao seus algarismos. Onde temos OU entenda
o conjunto B, com a lei de formação sendo, um con- como SOMA (princípio aditivo), assim temos:
junto finito de números de três algarismos distintos
formado pelos dígitos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Para nume-
1algarismo: três possíveis: 1,2,3;
rar todos elementos de B, n(B)=?, B={123, 124, 125, ...,
876}, por ser muito grande esse conjunto é necessário 2algarismo: 3 ∙ 3 =9 possíveis (princípio multiplicativo);
utilizar uma técnica de contagem. Aqui podemos usar 3algarismos: 3 ∙ 3 ∙ 3=27 possíveis(princípio multiplicativo);
o princípio da multiplicação, com o caso de restrição,
onde para serem elementos distintos, o que aparecer A união:3+9+27=39 casos (princípio aditivo)
no primeiro algarismo não pode aparecer no segundo,
nem no terceiro, ou seja, o número 111 não é elemen- ARRANJOS, PERMUTAÇÕES E COMBINAÇÕES
to de B:
Da definição do princípio fundamental da conta-
gem (multiplicativo) podemos deduzir algumas fór-
A = {a₁, a₂, a₃, a₄, a₅, a₆, a₇, a₈} = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} mulas de agrupamentos, simplificando com notação
→ B = {123, 124, 125, ⋯, 876} de fatorial e definindo alguns casos particulares.
(a1, a2, a3), ⋯ ,(a1, a7, a8) → 7 ∙ 6pares (prin-
Arranjos
cípio multiplicativo)
(a2, a1, a3), ⋯ ,(a2, a7, a8) → 7 ∙ 6pares Seja um conjunto de n elementos N = {a1, a2, ⋯, an},
chamamos de arranjo dos n elementos tomados r a r
8 linhas ∙ (1 ≤ r ≤ n) a qualquer sequência de r elementos ou
∙ toda r-upla formada com elementos de N todos distin-
∙
tos. Denotado por:
(a8, a1, a2), ⋯ ,(a8, a7, a6) → 7 ∙ 6pares
An, r =n ∙ (n – 1) ∙ ... ∙[n – (r – 1)]
7 ∙ 6+7 ∙ 6+ ⋯ +7 ∙ 6=8 ∙ 7 ∙ 6 = 336 r fatores
Assim, são 336 números distintos formados por Com simplificação fatorial temos:
três algarismos distintos com os dígitos de 1 a 8.
Generalizando então o princípio multiplicativo,
com restrição para elementos distintos, para qualquer n!
An, r
quantidade de elementos temos: (n – r)!
ARn, r =n ∙ n ∙ ... ∙ n = nr
r fatores
COMBINAÇÕES
Seguindo essa ideia de distributiva da multiplicação
em relação aos termos (x+a), a cada fator (x+a), sele-
Seja um conjunto de n elementos N = {a1, a2, ⋯,an}, cionamos exatamente um termo, podendo ser x ou a, e
chamamos de combinações dos n elementos tomados multiplicamos em seguida. Continua-se o processo até
r a r, os subconjuntos de N constituídos de r elemen- esgotar todas as seleções possíveis de um termo de cada
tos. Denotado por: fator. Toma-se todos os produtos obtidos e calcula-se 457
sua soma (reduzindo os termos semelhantes). Por fim, são iguais a a e uma igual a x, da permutação com
a soma obtida é o desenvolvimento do binômio (x+a)n. repetição temos:
Para (x+a)2 = (x+a) ∙ (x+a), usando o diagrama de
árvore para seleção dos termos, e esgotando as possí-
3!
veis seleções para cada termo do fator, temos: p31,2 = = C3,2, logo, o coeficiente de xa2 é C3,2.
1!2!
(x+a)3 = C3,0x3+C3,1x2a+C3,2xa2+C3,3a3.
Assim, a soma de todos os produtos é: x ∙ x+x ∙ a+a (x+a)n = Cn,0 xn+Cn,1 xn – 1a1+Cn,2 xn – 2a2+ ... +Cn, p xn – p ap+ ... +
∙ x+a ∙ a=x2+2xa+a2. Cn, n an
Para (x+a)3 = (x+a) ∙ (x+a) ∙ (x+a), o mesmo
raciocínio: onde Cn,0, Cn,1, Cn,2, ..., Cn,p, ..., Cn,n são chamados de
coeficientes binomiais.
Por fim, o termo geral a partir do desenvolvimen-
to do Teorema Binomial é:
(x+a)n = Cn, p xn – p ap
PROBABILIDADE
Assim a soma de todos os produtos é: x ∙ x ∙ x+x ∙ x ∙ a+x ∙ As origens da probabilidade remetem ao século
a ∙ x+x ∙ a ∙ a+a ∙ x ∙ x+a ∙ x ∙ a+a ∙ a ∙ x+a ∙ a ∙ a=x3+3x2a+3xa2+a3 XVI e suas aplicações se limitavam a jogos de azar.
Hoje, a utilização das probabilidades ultrapassou o
Usando o binômio cúbico e reescrevendo ele em âmbito dos jogos. O governo e as empresas incorpo-
forma de combinações temos o seguinte: do binômio raram a teoria das probabilidades em seus processos
(x+a)3 = (x+a) ∙ (x+a) ∙ (x+a), se escolhermos um ter- diários de deliberações.
mo de cada fator, obteremos três termos (um em cada O estudo das probabilidades indica que existe um
fator), que são multiplicados entre si: x3, x2a, xa2 e a3, elemento de acaso, ou de incerteza, quanto à ocor-
ou seja, o diagrama de árvore está na coluna “Produ- rência ou não de um evento futuro. Assim, em muitos
to”. Assim, o primeiro deles x3 só pode ser obtido de casos é impossível afirmar por antecipação o que irá
uma única forma que é com a escolha de x para os três ocorrer, mas por meio de dados históricos e da expe-
fatores. Logo, o coeficiente de x3 no desenvolvimento riência, é possível dizer o quão provável é a ocorrên-
do binômio é 1 ou C3,0. cia de um determinado evento. Alguns exemplos de
Para o termo x2a, a quantidade de produtos do tipo aplicação nos negócios ou no governo são a previsão
x2a no diagrama de árvore foi igual a três, onde duas da procura de um novo produto, o cálculo dos custos
são iguais a x e uma igual a a, da permutação com de produção, a compra de apólices de seguro, o prepa-
repetição temos: ro de um orçamento, a avaliação do impacto da redu-
ção de impostos sobre a inflação. Tudo isso contém
algum elemento de acaso.
3!
P32,1 = = C3,1, logo, o coeficiente de x2a é C3,1. As probabilidades são úteis no desenvolvimento
2!1! de estratégias, como por exemplo, se as chances de
lucro são boas, os investidores sentem-se mais inclina-
Para o termo xa2, a quantidade de produtos do tipo dos a aplicar seu dinheiro, uma empresa pode nego-
458 xa no diagrama de árvore foi igual a três, onde duas
2
ciar seriamente com um sindicato quando há forte
ameaça de greve ou pode investir em um novo equi- PROBABILIDADE EM ESPAÇOS AMOSTRAIS
pamento, se há boa chance de recuperar o dinheiro. EQUIPROVÁVEIS
As probabilidades são utilizadas para exprimir a
chance de ocorrência de determinado evento e assim Seja um processo aleatório, com um espaço amos-
tral definido e conhecido todos seus eventos ou resul-
modelando o acaso.
tados possíveis, podemos definir a probabilidade de
um evento de interesse de duas formas: definição fre-
PROBABILIDADES: EXPERIMENTO ALEATÓRIO E
quentista e definição clássica.
ESPAÇO AMOSTRAL
De acordo com a definição frequentista, se um
evento de probabilidade p for observado repetida-
Para iniciarmos a teoria de probabilidade e termos mente ao longo de realizações independentes, a rela-
condições de entender como calcular a probabilidade ção da frequência observada desse evento ao número
de evento de interesse é importante sabermos alguns total das repetições converge para p enquanto o núme-
conceitos básicos. ro das repetições se torna arbitrariamente grande.
O primeiro deles é o conceito de experimento Dizendo com outras palavras e colocando no contexto
aleatório. Este representa a realização de uma expe- da construção de histogramas, pode-se entender que
riência ou experimento que gera resultados incertos. quando n → ∞, as frequências das classes tendem a se
Assim, denominamos de experimento aleatório todo estabilizar.
fenômeno ou ação que geralmente pode ser repetido Para exemplificar essa definição frequentista, se
indefinidamente sob mesmas condições e cujo resul- tomarmos uma moeda honesta e realizarmos o experi-
tado é aleatório ou incerto. Por exemplo, quando lan- mento de lançar essa moeda, qual seria a probabilidade
de sair cara? Todos irão responder intuitivamente que
çamos uma moeda, uma única vez, estamos gerando
é 50%. Isto é intuitivo devido à lei dos grandes núme-
um experimento aleatório, cujos possíveis resultados ros. Mas, pela definição frequentista faríamos o lan-
são conhecidos, cara ou coroa, mas até que a moeda çamento dessa moeda, por exemplo, 1000 vezes, e
pare de girar o seu resultado final ainda é incerto. plotaríamos em um gráfico o número de lançamentos
Outro conceito importante é o de espaço amos- versus a frequência relativa de caras (número de caras/
tral. Em um experimento aleatório gerado, sabemos números de lançamentos).
quais resultados possíveis de acontecer, e a todos Note que (Figura 1), quanto maior o n (número de
esses resultados de um experimento aleatório damos lançamentos) mais a frequência relativa tende a se
o nome de espaço amostral e denotamos ele com uma estabilizar em 50%, que seria a resposta da probabi-
lidade de sair cara, feita anteriormente e respondida
letra grega (Ω). Assim, no lançamento de um dado de
intuitivamente. Ou seja, a probabilidade do evento A
seis faces, o espaço amostral é Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Já ocorrer na definição frequentista é:
no lançamento de uma moeda, o espaço amostral é
definido como sendo Ω = {cara, coroa}. Na linha de
produção de uma indústria faz-se a inspeção dos equi- m
P(A) = lim 𝑓rA = lim
pamentos construídos, contando o número de defei- n→∞ n→∞ n
tos, seu espaço amostral é Ω = {0, 1, 2, 3, ...}.
Aos subconjuntos do espaço amostral temos possí-
Sendo m o número de eventos favoráveis e n o
veis combinações de interesse em cálculos de probabi-
número de resultados possíveis.
lidade. Essas possíveis combinações ou subconjuntos
do espaço amostral no qual interessamos saber suas
probabilidades, damos o nome de evento. Logo, obter
um número par na face superior de um dado de seis
faces, A = {2, 4, 6}, é um evento de interesse dentro
do espaço amostral Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, encontrado
a partir da realização de um experimento aleatório,
que foi o lançamento do dado. Neste mesmo contexto,
por exemplo, se temos interesse em obter um número
menor que 7, tem-se então o evento B = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
que é igual ao espaço amostral Ω. A este tipo de even-
to damos o nome de evento certo. Já quando quere-
mos obter um número negativo no lançamento de um
dado de seis faces, temos que esse evento não contém
elementos, C={ }, ou seja, evento vazio Φ, a este tipo
de evento damos o nome de evento impossível.
Sendo dois eventos A e B, se a ocorrência de um
deles, implicar necessariamente na não ocorrência
Figura 1. Simulação do lançamento de uma moeda honesta 1000
MATEMÁTICA
do outro, ou seja, se esses eventos (conjuntos) forem vezes em relação a suas respectivas frequências relativas.
disjuntos (sem intersecção, (A ⌒ B = ∅), dizemos que
esses eventos A e B são mutuamente exclusivos. Já na definição clássica, definido o processo alea-
É importante saber que, experimento aleatório tório e seu espaço amostral, temos a relação entre o
ou processo aleatório é qualquer fenômeno que gere número de eventos favoráveis e o número de resul-
resultados incertos ou casuais, podendo ser repetido tados possíveis. Assim, a probabilidade do evento de
indefinidamente sob as mesmas condições. Inicial- interesse é definida como o número de eventos (pon-
mente não se conhece seus resultados, mas pode-se tos ou elementos) favoráveis divididos pelo número
descrever todos possíveis. de elementos do espaço amostral: 459
n(A) Se os eventos A e B são independentes então a
P(A) = probabilidade da intersecção entre A e B é:
n(Ω)
P(A ∩ B) = P(A) · P(B)
Em que n(A) é o número de eventos ou resultados
favoráveis, e n(Ω) é o número de eventos ou resulta- 3) Complementar: AC = Ω – A (lê-se: complementar
dos do espaço amostral. de A ou não A).
Assim, qual seria a probabilidade de se retirar
uma carta de ouros de um baralho honesto? Fazemos
isso usando a definição clássica de probabilidade, se
um baralho honesto tem 13 cartas do naipe ouros
(evento A) e o total de cartas do baralho é 52 (espaço
amostral), então a chance de uma carta de ouros ser
tirada ao acaso é:
n(A) 13 1
P(A) = = = ou 25%
n(Ω) 52 4
Assim, a probabilidade do complementar é dado por:
PROBABILIDADE DA UNIÃO DE DOIS EVENTOS OU
OPERAÇÕES COM EVENTOS P(AC) = 1 – P(A)
Axiomas de Probabilidade
P(A) ≥ 0
Demonstração:
Ω=Ω+Փ
P(Ω) = P(Ω) + P(Փ)
460 1 = 1 + P(Փ)
P(Փ) = 0 PROBABILIDADE CONDICIONAL
Outra forma de prova:
Nem sempre estamos falando de espaço amostral
Prova: A ⊆ Ω e A ∩ ∅ = ∅ e A ∪ ∅ = A
em que os eventos são independentes, logo para tra-
balharmos em situações em que um evento interfe-
P(A) = P(A ∪ ∅) = P(A) + P(∅)
re na probabilidade de ocorrência de outro evento,
P(∅) = P(A) – P(A) = 0
usamos a teoria de probabilidade condicional. Assim,
pelo teorema da probabilidade condicional temos que
Teorema 2 (Probabilidade do complemento): a probabilidade do evento A em relação ao evento B
Seja Ω o espaço amostral. Então, a probabilidade de é dada por:
um evento A não ocorrer é:
n(Ω) 2
Para eventos independentes alguns desses teore- A ∩ B )2 2 11
n(A n∩(B)
mas, axiomas ou corolário anteriores viram a regra P∩
P(A ( AB)∩= B ) = = == =
do “E” e regra do “OU”. Na regra do “e” a probabili- n(Ω)n ( Ω ) 6 6 33
dade de ocorrência entre dois eventos A e B simulta-
neamente é P(A e B) = P(A) × P(B) = P(A ∩ B) . E a regra P(A ∩ B) 1/3 1 2 2
= = · =
do “ou” a probabilidade de ocorrer o evento A ou o P(A) 1/2 3 1 3
evento B é P(A ou B) = P(A) + P(B) = P(A ∪ B), assim “e”
→ × e “ou” → +. 461
Portanto, a probabilidade de que a face superior retira-se a primeira moeda, calcula-se a probabilida-
do dado seja maior ou igual a 4 sabendo que ela é par de da primeira retirada, e esta não retorna à bolsa,
é de 2/3. logo, o espaço amostral irá alterar, sendo menor que o
inicial. Assim, para a probabilidade de ambas moedas
PROBABILIDADE DE DOIS EVENTOS SUCESSIVOS E serem de 1centavo temos:
EXPERIMENTOS BINOMIAIS
2 1 4
Probabilidade de dois eventos sucessivos P(1ce1c) = P(1c ∩ 1c) = × =
9 8 36
Além da possibilidade de cálculo de probabilidade
em eventos únicos ou que ocorrem em apenas uma Observe agora, que o número de eventos favorá-
realização, pode-se ter também algumas situações em veis e o número de eventos possíveis para a segunda
que os eventos de interesse vão ser realizados de for- retirada foi menor pois a primeira moeda retirada não
mas sucessivas ou repetidas em duas ou mais vezes. voltou para participar da segunda. Então, se a primei-
Um exemplo seria um experimento aleatório reali- ra moeda retirada foi de 1centavo, e tínhamos duas
zado com seu respectivo espaço amostral, mas o inte- na bolsa, ela não é mais provável na segunda retirada.
resse será buscar nesse espaço amostral um evento em Assim, tanto o espaço amostral ficou com uma moe-
determinado momento e outro logo posterior, poden- da a menos como também o segundo evento, pois já
do essa busca ser realizada em forma de amostragem havia saído no primeiro.
com ou sem reposição. Assim, para realizar esse tipo
de cálculo de probabilidade para eventos sucessivos Experimentos Binomiais
precisamos levar em conta a relação de independên-
cia entre esses eventos e aplicar os teoremas e axio- Quando iniciamos o estudo de probabilidade,
mas vistos anteriormente. resolvemos problemas do tipo, dois times de futebol,
Por exemplo, se temos um experimento aleatório A e B, jogam entre si 4 vezes. Se a probabilidade do
formado pelo espaço amostral de moedas dentro de time A ganhar um jogo é de 1/3, qual seria a probabi-
uma bolsa feminina, sendo que dentro dessa bolsa lidade de o time A ganhar 2 jogos? Então a probabili-
existam duas moedas de 1centavo, três moedas de dade do time A não ganhar um jogo é 2/3, ou seja, a
10centavos e quatro moedas de 1real. Se duas moe- probabilidade do time B ganhar. Se os times jogam 4
das são retiradas aleatoriamente dessa bolsa, qual vezes e o time A ganha 2 delas, colocando as possibili-
seria, por exemplo, a probabilidade de ambas moedas dades de ordem nesses resultados, sendo A indicando
serem de 1centavo, fazendo as retiradas com reposi- time A ganhador e B time B ganhador temos: A, A, B, B
ção? O espaço amostral de cada retirada é dado por Ω
ou A, B, B, A ou A, B, A, B ou B, B, A, A. Logo, calculando
= {1c, 1c, 10c, 10c, 10c, 1R, 1R, 1R, 1R}, assim em cada
as probabilidades usando as regras do “e” e do “ou”, a
retirada temos que o espaço amostral tem 9 resulta-
probabilidade de A ganhar 2 jogos é:
dos possíveis. Para retirar moedas com reposição,
fazemos retirada da primeira moeda, calculando-se a
P(2A) = P(A ∩ A ∩ B ∩ B) + P(A ∩ B ∩ B ∩ A) + P(A ∩ B
probabilidade de ocorrência de interesse e após isso,
ela retorna à bolsa para poder participar da segunda ∩ A ∩ B) + P(B ∩ B ∩ A ∩ A)
retirada, assim da primeira retirada para a segunda o
espaço amostral não se altera. 1 1 2 2 1 2 2 1 1 2 1 2
Logo, para calcular a probabilidade de duas moe- P(2A) = · · · + · · · + · · · +
das retiradas e as duas serem simultaneamente de 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
1centavo (1c), temos que lembrar do conceito de even-
tos independentes, em que a primeira retirada não 2 2 1 1 2 1 2 1 2 1 1 2
interfere no resultado da segunda, assim podemos · · · + · · · + · · ·
)A usar
∩A ∩ )BA∩
a regra∩BA
do(P +B)∩
∩“e”, BB
em (A
P∩
∩que )BB∩∩AA( P
+ocorrendo +B)∩
∩as AA∩(B
duas P + )BA∩
∩
retira- ∩AB( P
∩ +B ∩3A
P)(2
B ∩3)=(B
P 3∩ 3
+PP)(A
(2
B
A∩∩)=A3B
A A( PP3 (A
∩ BA=3)∩A
∩A 3A
2B (()PP
+P
∩ 3
B=()∩A32B∩()P3∩
B+ P (3BA∩
∩AB) ∩
+PB(∩
A∩A)B+ ∩
P
das sucessivamente seria o mesmo que a intersecção
2 1 1 2 na
entre os eventos
2 1 12 21 2 e1 na
12 11 2 21 retirada,
12 21 2 12 1 2 1 2 11 12 12 21 212 12 21 21 11 2 1 2 1 21 2 12 21 12 2
. . . + . primeira
. .. .+ . +. ⋅.segunda
⋅. ⋅+ +⋅ ⋅⋅ ⋅ ⋅+ +⋅ ⋅ P (2 ⋅ A⋅+) =+⋅ P⋅(2 ⋅ A⋅ ⋅) ⋅=⋅+ +⋅=⋅ )⋅A⋅ 2⋅(⋅P + ⋅ = )+A ⋅ 2⋅( P ⋅ ⋅+ +⋅ ⋅ ⋅⋅ + ⋅ +⋅
3 3 3 3 3 3 33 33 3 3 33 33 3 33 3 3 3 33 3 3 3 33 33 33 33 3333 33 33 33 33 3 3 3 33 3 3 3 33 3
logo temos: 1 1 2 2
P(2A) = 6 · · · ·
2 21 11 122 221 311 132 32 3
P (2 A) = 6⋅P⋅(2
⋅ ⋅A⋅) ⋅=⋅ 6⋅⋅ ⋅=⋅ )⋅A⋅2⋅ (⋅P6⋅ = )A 2( P
2 2 4 3 3 3 33 333 333 33 3 3 3
P(1ce1c) = P(1c ∩ 1c) = × = 2 2 22 2 22 2 2 2
9 9 81 2 −4 2 111 2 2 121 2 2 2 4− 2 4 –22
2 2 −4 2
) q(. ) p ( P
) qC
= (2(.A))p==
(626P (2
⋅ A) =
·,4⋅C
= 2 , 4P(2A)⋅⋅6·⋅⋅ )A=
2C(⋅⋅P
= 6=(Cp4,))A
4,2 =.(2Cq( P
(p) ( p ) .(q ) 4− 2
)· (q)
4,2
Aonde em cada retirada o numerador é a quanti-
3 333 3 3 333 3 2
e o
a11 a12
A= RS VW
a21 a22 SS - 7 4 2 WW
{
B=
SS 2 3
9 0W WW é uma matriz quadrada de
(lê – se a um um) elemento que está na 1ª linha SS 2
a11 S-5 - 1 22 W W ordem 3x3.
e 1ª coluna.
MATEMÁTICA
B= 0 1 0
Produto de Número por Matriz
0 0 – √7
Dado um número k e uma matriz A = (aij)m ⨉ n, cha-
Matriz Identidade de Ordem n ma-se produto kA a matriz B = (bij)m ⨉ n tal que bij = kaij,
para todo i e todo j. Isto significa que multiplicar uma
matriz A por um número k é construir uma matriz B
É toda matriz quadrada em que os elementos da
formada por todos os elementos de A multiplicados
diagonal principal são iguais a 1. A matriz identidade por k.
é representada pela letra maiúscula I, seguida da sua
[ ][ ][ ]
ordem, ou seja, In.
4 –1 2 ∙ 4 2 ∙ (– 1) 8 –2
Exemplos: 2. 0 5 = 2 ∙ 0 2 ∙ 5 = 0 10
3 √2 2 ∙ 3 2 ∙ √2 6 2 ∙ √2
= G
1 0
I2 = é uma matriz identidade de ordem 2 � Propriedades do produto de um número por uma
0 1
matriz
JK1 0 0N
O O produto de um número por uma matriz admite
KK OO as seguintes propriedades:
I3 = K0 1 0 O é uma matriz identidade de ordem 3
KK OO
L
0 0 1
P P1) a . (b . A) = (a . b) . A
P2) a . (A + B) = a . A + a . B
RS V
SS1 0 0 0W
W P3) (a + b) . A = a . A + b . A
SS0 W P4) 1 . A = A
1 0 0W
WW é uma matriz identidade de ordem 4.
I4 = S SS0 0 1 0WWW PRODUTO DE MATRIZES
SS
S0 0 0 1W W
T X Dadas duas matrizes A = (aij)m ⨉ n e B = (bij)n ⨉ p , deno-
minamos o produto AB a matriz C = (cik)m ⨉ p tal que cik =
OPERAÇÕES COM MATRIZES
ai1 . b1k + ai2 . b2k + ai3 . b3k + . . . + ain . bnk = ƩnJ=1 aij . bjk para
todo i ∈ {1,2, ... ,m} e k ∈ {1,2, ... ,p}.
Igualdade de Matrizes
Observações: A definição dada garante a existên-
Duas matrizes A = (aij)m ⨉ n e B = (bij)m ⨉ n serão iguais
cia do produto AB somente se o número de colunas de
464 quando aij = bij para todo i ∈ {1,2, ∙∙∙ , m } e todo j ∈ {1,2,
A for igual ao número de linhas de B, pois A é do tipo e todo j. Isto significa que as colunas de At são ordena-
m ⨉ n e B é do tipo n ⨉ p. damente iguais às linhas de A.
A definição dada afirma que o produto AB é uma Exemplos:
matriz que tem o número de linhas de A e o número
de colunas de B, pois AB é do tipo m ⨉ p.
> H
4 2 -1
Exemplos: Se A = , sua transposta é
2
[ ] [ ]
5 7 5 2x3
2 4 2 1 –2
∙ 0 5
–1 –3 5 4 0 RS VW
2x3 2x3 SS 4 5 WW
At = SS2 7W W
[ 2∙1+4∙0+2∙4 2 (– 2) + 4 ∙ 5 + 2 ∙ 0
(– 1) ∙ 1 + (– 3) ∙ 0 + 5 ∙ 4 (– 1) ∙ (– 2) + (– 3) ∙ 5 + 5 ∙ 0 ] SS
S-1 2 W W
5 W3x2
T X
[ 1019 16
– 13 ]
2x2
Se B = [– 1 0 ⁵√19 – 6]1x4, sua transposta é
RS V
SS - 1 WWW
[ ]
1 SS 0 WW
–2 ∙ [ 3 –5 4 0 ]
1x4 Bt = SS5 WW
12 SS 19WW
3x1
[ ]
(– 2) T X
(– 2) ∙ 3 (– 2) ∙ (– 5) (– 2) ∙ 4
∙0 � Propriedades de uma matriz transposta
12 ∙ 3 12 ∙ (– 5) 12 ∙ 4 12 ∙ 0
[ ]
3 –5 4 0 A matriz transposta admite as seguintes
– 6 10 – 8 0 propriedades:
36 –60 48 0
3x4
P1) (At)t = A
[ ]
1 P2) (A + B)t = At + Bt
[ 5 –3 1
0 3 –2 ] 3x2
∙ –1
10 3x1
P3) (k . A)t = k . At
P4) (A . B)t = Bt . At
≠ BA.
Quando A e B são tais que AB = BA, dizemos que A Portanto, a matriz D é antissimétrica, pois Dt = -D.
e B comutam. Notemos que uma condição necessária
para A e B comutarem é que sejam matrizes quadra- MATRIZ INVERSA
das e de mesma ordem.
É importante observar também que a implicação Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Dizemos
AB = 0 → A = 0 ou B = 0 não é válida para matrizes, que A é uma matriz invertível se existir uma matriz
ou seja, é possível encontrar duas matrizes não nulas A-1 tal que A . A-1 = A-1 . A = In, onde In é a matriz identi-
cujo produto é a matriz nula. dade de ordem n.
Exemplo:
MATEMÁTICA
MATRIZ TRANSPOSTA [ ]
A matriz A = 1 3 é inversível e A– 1 = 7 – 3
, pois
2 7 –2 1 [ ]
Dada a matriz A = (aij)m ⨉ n, chamamos transposta
de A a matriz At = (a´ji)n ⨉m tal que aji’ = aij para todo i A ∙ A– 1 = [ 21 73 ] ∙ [ –72 –13 ] 465
[ 21 ∙∙ 77 ++ 37 ∙∙ (–(– 2)2) 1 ∙ (– 3) + 3 ∙ 1
2 ∙ (– 3) + 7 ∙ 1 ] = [ 01 0
1 ] =I
2
Determinante de matriz quadrada de ordem 3
[ ac ∙∙ 22 ++ db ∙∙ 00 ac ∙∙ 11 ++ db ∙∙ 33 ] = [ 01 01 ]
situadas na direção da diagonal secundária.
{ a +2a3b= 1= 0
1 1 como Regra de Sarrus, e é utilizado para o cálculo de
⇒a= eb=– determinantes de ordem 3.
2 6
Vejamos agora um exemplo numérico:
RS V
2 1W
{ 2c = 0 1 SS1 W
⇒c=0ed= W
c + 3d = 1 3 SS5 - 2W
Seja M = 3 WW , calcule o seu determinante
SS
2 4 - 1W
T X
> H
1
2
- 16 Utilizando a regra de Sarrus, temos que:
Portanto, A-1 = 1
0 3 1 2 1 1 2
� Propriedades de uma matriz inversa det M = 5 3 – 2 5 3 = 1 ∙ 3 ∙ (1) + 2 ∙ (– 2) ∙
2 4 –1 2 4
A matriz inversa admite as seguintes propriedades: 2 + 1 ∙ 5 ∙ 4 – (1 ∙ 3 ∙ 2 + 1 ∙ (– 2) ∙ 4 + 2 ∙ 5 ∙ (– 1))
P1) (A-1)-1 = A 1 2 1 1 2
P2) (A . B)-1 = B-1 . A-1 det M = 5 3 – 2 5 3 = – 3 – 8 + 20 – (6 – 8
P3) (At)-1 = (A-1)t 2 4 –1 2 4
– 10) = 9 – (– 12) = 9 + 12 = 21, portanto, o det de M
DETERMINANTES = 21
Determinantes podem ser definidos do seguinte MENOR COMPLEMENTAR
modo: considere o conjunto das matrizes quadra-
das de elementos reais. Seja M uma matriz de ordem Considere uma matriz M de ordem n ≥ 2. Seja aij
n desse conjunto. Denominamos determinante da um elemento de M. Definimos menor complementar
matriz M (e indicamos por det M) o número que asso- do elemento aij, e indicamos por Dij, como sendo o
ciamos a matriz M, operando seus elementos confor- determinante da matriz que se obtém suprimindo a
me a ordem desta matriz. linha i e a coluna j de M.
Exemplo:
Determinante de matriz quadrada de ordem 1
RS V
SS1 2 1W
W
Se M é de ordem 1, então o det M é o único elemen- SS5 W
- 2W
to de M. Seja M = 3 WW , então:
SS
Exemplo: 2 4 - 1W
Se M = [4], então o det M = 4 T X
D11 = – 1 5 = - 18, note que suprimimos a primeira
4 –2
[ ]
Determinante de matriz quadrada de ordem 2
1 –2 3
linha e a primeira coluna da matriz M, 1 – 1 5 ,
Se M é de ordem 2, então o det M é o produto dos
2 4 –2
elementos da diagonal principal de M, menos o produ- calculando assim o determinante dos elementos
to dos elementos da diagonal secundária de M. restantes.
Exemplo: O raciocínio é análogo para os demais termos, por-
tanto teremos:
Se M =
[ 26
– 1 , então:
5 ] D12 = 1 5 = – 12, D =
13
1 – 1 = 6,
det M = 2 ∙ 5 – [6 ∙ (– 1)] = 10 – (– 6) = 10 + 6 = 16 2 –2 2 4
466
D21 = – 2 3 = – 8, D22 = 1 3 = – 8, preferência, escolha sempre a fila com a maior quan-
4 –2 2 –2 tidade de elementos iguais a zero. Este procedimento
D23 = 1 – 2 = 8, D31 = – 2 3 = – 7, facilita os cálculos do determinante.
2 4 –1 5
D32 = 1 3 = 2, D33 = 1 – 2 = 1. PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES
1 5 1 –1
COMPLEMENTO ALGÉBRICO (COFATOR) A definição de determinante e o teorema de Lapla-
ce nos permitem fazer o cálculo de qualquer deter-
minante, no entanto, é possível simplificar o cálculo
Consideremos uma matriz M de ordem n ≥ 2. Seja
com a aplicação de certas propriedades. Vejamos estas
aij um elemento de M. Definimos complemento algé-
propriedades:
brico do elemento aij, e indicamos por Aij, como sendo
o número ( - 1)i + j . Dij
Exemplo: P1) Matriz transposta
RS VW
SS1 -2 3W
WW Se M é a matriz de ordem n e Mt sua transposta,
Seja M = S1
S 5W então det Mt = det M
W, então:
-1
SS Exemplo:
S2 - 2W W RS V
S- 1 2 0 WW
4
T X SS W
A11 = (– 1)1+1 ∙ D11 = (– 1)2 ∙ – 1 5 = 1 ∙ (– 18) = – 18
4 –2
Seja a Matriz M = SS 3 4 - 6WWW , o det M = – 10
SS 2 1 - 2WW
A12 = (– 1)1+2 ∙ D12 = (– 1)3 ∙ 1 5 = (– 1) ∙ (– 12) = 12 T VW X
2 –2 RS
SS- 1 3 2W
W
A13 = (– 1)1+3 ∙ D13 = (– 1)4 ∙ 1 5 = 1 ∙ (6) = 6 logo a Mt = SS 2 4 1W WW , e o det Mt = – 10
2 –2 SS
S0 - 6 - 2W W
A21 = (– 1)2+1 ∙ D21 = (– 1)3 ∙ – 2 3 = (– 1) ∙ (– 8) = 8 T X
4 –2 P2) Fila nula
A22 = (– 1) 2+2
∙ D22 = (– 1) ∙ 14 3 = 1 ∙ (– 8) = – 8
2 –2 Se os elementos de uma fila (linha ou coluna) qual-
quer de uma matriz M de ordem n forem todos nulos,
A23 = (– 1)2+3 ∙ D23 = (– 1)5 ∙ 1 – 2 = (– 1) ∙ (8) = – 8
então det M = 0
2 4 RS V
S 3 - 1 4WW
SS W
A31 = (– 1)3+1 ∙ D31 = (– 1)4 ∙ – 2 3 = 1 ∙ (– 7) = – 7
–1 5 Seja M = SS 0 0 0W
W , o det de M = 0
SS- 3 WW
A32 = (– 1)3+2 ∙ D32 = (– 1)5 ∙ 1 3 = (– 1) ∙ (2) = – 2 5 2W
1 5 T X
P3) Multiplicação de uma fila por uma constante
A33 = (– 1)3+3 ∙ D33 = (– 1)6 ∙ 1 – 2 = 1 ∙ (1) = 1
1 –1 Se multiplicarmos uma fila qualquer de uma
TEOREMA FUNDAMENTAL DE LAPLACE matriz M de ordem n por um número k, o determi-
nante da nova matriz M’ obtida será o produto de k
O determinante de uma matriz de ordem n ≥ 2, é pelo determinante de M, isto é det M’ = k . det M
a soma dos produtos dos elementos de uma fila qual- Exemplo:
RS V
quer (linha ou coluna) pelos respectivos cofatores.
S2 - 1 3WW
S W
RS V Seja M = S
S4 5 0WW , o det M = – 28
SS1 3 4WWW SS WW
SS5 - 3W
S2 -1 1W
Seja M = 2 WW , então: T X
SS
1 4 2W Se multiplicarmos a primeira linha da matriz por
T X 2, teremos:
RS V
det M =
1
5
3
2
4
– 3 = a11 ∙ A11 + a12 ∙ A12 + a13 ∙ A13 SS4 - 1 6WW
W
1 4 2 M’ = S
S4 5 0WW , o det de M’ = – 56, ou seja, det M’ = 2 .
SS W
S2 - 1 1WW
= 1 ∙ (– 1)1+1 ∙ D11 + 3 ∙ (– 1)1+2 ∙ D12 + 4 ∙ (– 1)1+3 ∙ D13 = 1 ∙ (– 1)2 ∙
det M, oTdet de M’X = – 56, ou seja, caso fosse multipli-
cada a primeira coluna da matriz M por 2, o determi-
2 – 3 + 3 ∙ (– 1)3 ∙ 5 – 3 + 4 ∙ (– 1)4 ∙ 5 2 =1 nante da nova matriz M’ também seria o dobro do det
4 2 1 2 1 4 M.
RS VW
MATEMÁTICA
SS4 -1 3W
∙ 1 ∙ (4 + 12) + 3 ∙ (– 1) ∙ (10 + 3) + 4 ∙ 1 ∙ (20 – 2) = 16 – 39 S WW
+ 72 = 49 M’ = S8
SS 5 0W WW , o det M’ = - 56
S4 -1 1W
Observações: podemos utilizar Sarrus ou Laplace T X
no cálculo do determinante de uma matriz qualquer,
os resultados obtidos serão os mesmos. Na utiliza-
ção de Laplace qualquer fila (linha ou coluna) esco-
lhida produzirá o mesmo valor de determinante. De
467
P4) Multiplicação da matriz por uma constante Exemplos:
{ [ ][][ ]
que a equação linear é homogênea.
– 3x + 2y – z = – 1 –3 2 –1 x –1
Exemplos:
x + y – 5z = 3 ⇒ 1 1 –5 ∙ y = 3
a) 4x + 3y – z = – 1 2x – 5y + 2z = 4 2 –5 2 z 4
b) 2x – y = 3
c) – 2x – y + 5z = 0 (Equação linear homogênea) SOLUÇÃO DE UM SISTEMA LINEAR
Não são equações lineares as equações abaixo: Seja uma sequência ou n-upla ordenada de núme-
ros reais (a1, a2, a3, . . . , an), a mesma será solução de
a) x2 + y – z3 = 3 um sistema linear S, se for a solução de todas as equa-
b) xy – 5z = –7 ções lineares de S, ou seja:
c) x – 2y + √z = 3
a11a1 + a12a2 + a13a3 + . . . + a1nan = c1 (setença verdadeira)
� Sistema linear: a21a1 + a22a2 + a23a3 + . . . + a2nan = c2 (setença verdadeira)
a31a1 + a32a2 + a33a3 + . . . + a3nan = c3 (setença verdadeira)
Denominamos sistema linear, o conjunto de duas
ou mais equações lineares com n incógnitas. ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙
Exemplos: am1a1 + am2a2 + am3a3 + . . . + amnan = cm (setença verdadeira)
{ 4x – y = 2 Exemplo:
{
x + 7y = 1
x + 2y – 2z = – 5
Neste caso temos um sistema linear de duas incóg- 2x – 3y + z = 9
nitas, sendo elas x e y. O 2 e o 1 são os termos indepen- 3x – y + 3z = 8
dentes desse sistema.
{
O sistema acima admite como solução a tripla
– 3x + 2y – z = – 1 ordenada (1,-2,1), pois substituindo estas coordenadas
x + y – 5z = 3 em cada uma das equações lineares, temos:
{ {
2x – 5y + 2z = 4
(1) +2 (– 2) – 2 (1) = – 5 1–4–2=–5
Neste caso temos um sistema linear de três incóg- 2(1) – 3 (– 2) + (1) = 9 ⇒ 2+6+1=9
nitas, sendo elas x, y e z. O -1, e o 4 são os termos inde- 3+2+3=8
3(1) – (– 2) + 3(1) = 8
pendentes desse sistema.
{
Um sistema linear de m equações com n incógni- –5=–5
tas, indicado por m x n (lemos “m por n”), pode ser 9 = 9 .todas as sentenças são verdadeiras.
representado por um conjunto de equações do tipo: 8=8
{
SISTEMA LINEAR HOMOGÊNEO
a11x1 + a12x2 + a13x3 + . . . + a1nxn = c1
a21x1 + a22x2 + a23x3 + . . . + a2nxn = c2 Chamamos de sistema linear homogêneo, aquele
MATEMÁTICA
{
am1x1 + am2x2 + am3x3 + . . . + amnxn = cm
x + y + 2z = 0
Note que pela definição do produto de matrizes, o 3x + 4y – z = 0
sistema linear genérico acima, pode ser escrito na for-
2x + 3y – 3z = 0
ma matricial da seguinte maneira: 469
Todo sistema linear homogêneo admite a solução 1 0 1 1 –2 0
nula (0, 0, ..., 0), chamada de solução trivial. Além da Dy = 2 – 5 – 3 = 20, Dz = 2 1 – 5 = 30
solução trivial um sistema linear homogêneo pode ter 4 –1 –1 4 –1 –1
outras soluções.
Dx 10 Dy 20
MÉTODOS PRÁTICOS PARA A RESOLUÇÃO DE UM portanto: x = = = 1, y = = =2
SISTEMA D 10 D 10
Regra de Cramer Dz 30
z= = =3
D 10
Inicialmente consideremos o seguinte sistema
linear:
Logo a solução do sistema é a tripla ordenada (1, 2, 3).
{ aa xx ++ bb yy == cc
1
2
1
2
1
2
CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS LINEARES
( X1 =
D1
D
,X2 =
D2
D
,X3 =
D3
D
, . . . , xn =
Dn
D ) Sistema Impossível
D = 3 – 4 = 11, Dx = – 5 – 4 = 11, D = 3 – 5 = 22
a) {4x2x –+ y3y==15
2 1 4 1 2 4
D = 4 – 1 = 14 Como D ≠ 0, o sistema é SPD
Dx 11 Dy 22 2 3
portanto: x =
{
= = 1, y = = = 22
D 11 D 11 x + 2y – z = 1
b) 2x – 3y + 4z = 2
3x – y + 3z = 3
Logo a solução do sistema é o par ordenado (1, 2)
1 2 –1
D = 2 – 3 4 = 0, como D = 0, o sistema não é SPD,
b)
{ x – 2y + z = 0
2x + y – 3z = – 5
4x – y – z = – 1
3 –1 3
1 –2 1 0 –2 1 1 2 –1 1 1 –1 1 2 1
D = 2 1 – 3 = 10, Dx = – 5 1 – 3 = 10 Dx = 2 – 3 4 = 0, Dy = 2 2 4 = 0, Dz = 2 – 3 2 = 0
470 4 –1 –1 –1 –1 –1 3 –1 3 33 3 3 –1 3
Como D = 0, Dx = 0, Dy = 0 e Dz = 0, o sistema é SPI. Substituiremos a terceira linha por uma nova,
{
fazendo a seguinte operação:
– 2x + y – 3z = 0
c) x – y – 5z = 2 z Vamos multiplicar a 2ª equação por (- 1) e adicio-
3x – 2y + 2z = – 3
nar o resultado à 3ª equação.
{
–2 1 –3
D = 1 – 1 – 5 = 0, como D = 0, o sistema não é SPD, x + 2y – 2z = – 5
3 –2 –2 – 7y + 5z = 19
4z = 4
vamos verificar se é SPI ou SI.
Com o sistema escalonado, podemos determinar
0 1 –3 os valores das incógnitas da seguinte forma:
Dx = 2 – 1 – 5 = 40 , Como D ≠ 0, o sistema é SI. Obtendo z na 3ª equação:
x
–3 –2 –2
4z = 4
Não é necessário analisar o determinante das incóg- 4
nitas y e z, uma vez que um deles já apresenta resulta- z=
do diferente de zero. 4
z=1
ESCALONAMENTO DE SISTEMAS LINEARES
Obtendo y na 2ª equação:
Nem sempre a Regra de Cramer é um instrumento Como z = 1, vamos substituir o seu valor na 2ª
prático para a resolução de sistemas lineares. Para a equação e encontrar o y:
resolução de sistemas de três ou mais equações pode-
mos fazer a solução de uma forma escalonada, ou seja, – 7y + 5z = 19
vamos fazer o escalonamento do sistema. Um sistema – 7y + 5(1) = 19
estará escalonado quando de equação para equação, – 7y + 5 = 19
no sentido de cima para baixo, houver aumento dos – 7y = 19 – 5
coeficientes nulos situados antes dos coeficientes – 7y = 14
não-nulos. 14
Exemplos: y=
–7
S1
{ x+y+z=3
0x + y + z = 2 , S2
0x + 0y + z = 1 { x+y+z–t=6
0x – y – 4z + 3t = – 13
0x + 0y + 12z – 6t = 20
Obtendo x na 1º equação:
y=–2
{
x + 2y – 2z = – 5
2x – 3y + z = 9
x + 2 (– 2) – 2(1) = – 5
x + 2y – 2z = – 5
3x – y + 3z = 8 x–4–2=–5
x–6=–5
Primeiramente vamos trocar de posição a linha 2 x=–5+6
com a linha 1, para que a incógnita x que possui o coe- x=1
ficiente 1 fique na primeira linha.
Logo a solução do sistema é a tripla ordenada (1, -2, 1).
{ x + 2y – 2z = – 5
2x – 3y + z = 9
3x – y + 3z = 8
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS E
Substituiremos a segunda linha por uma nova,
fazendo a seguinte operação: PROGRESSÕES
Substituiremos a terceira linha por uma nova, mesmo tempo pode parecer fácil, mas ser, na verda-
fazendo a seguinte operação: de, bem complicada. Descobrir a lei de formação ou
padrão da sequência é o seu principal objetivo, pois
z Vamos multiplicar a 1ª equação por (- 3) e adicio- nas questões sobre sequências / raciocínio sequencial,
nar o resultado à 3ª equação. você será apresentado a um conjunto de dados dispos-
tos de acordo com alguma “regra” implícita, alguma
Logo, o nosso próximo termo será o número 10, Nesta fórmula, an é o termo de posição n na PA (o
pois 8+2 = 10. “n-ésimo” termo); a1 é o termo inicial, r é a razão e n é
Caso os números estejam diminuindo, você pode a posição do termo na PA.
buscar uma lógica envolvendo subtrações ou divisões Usando o nosso exemplo acima, vamos descobrir
entre os termos. o termo de posição 10. Já temos as informações que
Agora observe esta outra sequência: precisamos: {1,3,5,7,9,11, 13, ...}
2, 3, 5, 7, 11, 13, ...
z O termo que buscamos é o da décima posição, isto
é, a10;
Qual é o seu próximo termo? Vários alunos tendem
z A razão da PA é 2, portanto r = 2;
a dizer que o próximo termo é o 15. Mesmo tendo per-
cebido que o 9 NÃO está na sequência, a nossa tendên- z O termo inicial é 1, logo a1 = 1;
cia é relevar esse “probleminha” e marcar logo o valor z n, ou seja, a posição que queremos, é a de número
15. Muito cuidado! Como já disse, o padrão encontra- 10: n = 10
do deve ser capaz de explicar toda a sequência! Neste
caso, estamos diante dos números primos! Sim, aque- Logo,
les números que só podem ser divididos por eles mes-
mos ou então pelo número 1. No caso, o próximo seria an = a1 + (n-1)r
o 17, e não o 15. A propósito, os próximos números a10 = 1 + (10-1)2
primos são: 17, 19, 23, 29, 31, 37...
a10 = 1 + 2x9
a10 = 1 + 18
Sequências numéricas alternadas
a10 = 19
É bem comum aparecem questões que envolvem
uma sequência que tem mais de uma lei de formação. Isto é, o termo da posição 10 é o 19. Volte na
Podemos ter 2 sequências que se alternam, como nes- sequência e confira. Perceba que, com essa fórmula,
te exemplo: podemos calcular qualquer termo da PA. O termo da
posição 200 é:
2, 5, 4, 10, 6, 15, 8, 20, ...
an = a1 + (n-1)r
Se analisarmos mais minuciosamente, podemos a200 = 1 + (200-1)2
dizer que temos uma sequência que, de um número a200 = 1 + 2x199
para outro, devemos somar 2 unidades e também a200 = 1 + 198
podemos notar que temos a sequência que, de um a200 = 199
número para o outro, basta somar 5 unidades, elas
estão em sequências numéricas alternadas. Veja:
Soma do primeiro ao n-ésimo termo da PA
1° Sequencia: 2, 4, 6, 8,...
2° Sequencia: 5, 10, 15, 20, ...
A fórmula a seguir nos permite calcular a soma dos
PROGRESSÃO ARITMÉTICA “n” primeiros termos de uma progressão aritmética:
n # (a1 + an)
Uma progressão aritmética é aquela em que os Sn =
2
termos crescem, sendo adicionados a uma razão cons-
tante, normalmente representada pela letra r. Para entendermos um pouco melhor, vamos calcu-
Termo inicial: valor do primeiro número que lar a soma dos 7 primeiros termos do nosso exemplo
compõe a sequência; que já foi apresentado: {1,3,5,7,9,11, 13, ...}.
Razão: regra que permite, a partir de um termo, Já sabemos que a1 = 1, e n = 7. O termo an será, nes-
obter o seguinte. te caso, o termo a7, que observando na sequência é o
Observe o exemplo abaixo: número 13, ou seja, a7 = 13. Substituindo na fórmula,
temos:
{1,3,5,7,9,11,13, ...}
n # (a1 + an)
472 Sn =
2
7 # (1 + 13) Soma do primeiro ao n-ésimo termo da PG
S7 =
2
A fórmula abaixo permite calcular a soma dos “n”
7 # 14 primeiros termos da progressão geométrica:
S7 =
2
n
S7 =
98
= 49 a1 # (q - 1)
2 Sn =
q-1
Dependendo do sinal da razão r, a PA pode ser: Usando novamente o nosso exemplo e fazendo a
PA crescente: se r > 0, a PA terá termos em ordem soma dos 4 primeiros termos (n = 4), temos: {2, 4, 8,
crescente. 16, 32...}
Ex.: {1, 4, 7, 10, 13, 16...} → r = 3 4
PA decrescente: se r < 0, a PA terá termos em ordem 2 # (2 - 1)
S4 =
decrescente. 2-1
Ex.: {20, 19, 18, 17 ...} → r = -1 2 # (16 - 1)
PA constante: se r = 0, todos os termos da PA serão S4 = 1
iguais. 2 # 15
Ex.: {7, 7, 7, 7, 7, 7, 7...} → r = 0. S4 = 1
S4 = 30
Progressão geométrica a1 # (0 - 1)
S∞ =
q-1
Observe a sequência abaixo: a1
S∞ =
q-1
{2, 4, 8, 16, 32...}
Em uma progressão geométrica, o quadrado do
termo do meio é igual ao produto dos extremos. {a1,
Cada termo é igual ao anterior multiplicado por 2. a2, a3} (a2)2 = a1 × a3
Este é um exemplo típico de Progressão Geométrica, Veja: {2, 4, 8, 16, 32...}
ou simplesmente, PG. Em uma PG, cada termo é obti- 82 = 4 × 16
do a partir da multiplicação do anterior por um mes- 64 = 64.
mo número, o que chamamos de razão da progressão
geométrica. A razão é simbolizada pela letra q.
No exemplo acima, temos q = 2 e o termo inicial é GEOMETRIA ESPACIAL DE POSIÇÃO
a1 = 1. Da mesma maneira que vimos para o caso de
PA, normalmente, precisamos calcular o termo geral As primeiras noções ou conceitos primitivos da
e a soma dos termos. geometria são as de ponto, reta e plano. Assim, o espa-
ço é o conjunto de todos os pontos, e nesse conjunto
TERMO GERAL DA PG desenvolvemos a Geometria espacial.
an = a1 × qn-1
(b)
(c)
(c)
V+F=A+2
Onde:
V = n° de vértices
F = n° de faces
A = n° de arestas
Vejamos um exemplo:
Dica
Os polígonos são as faces do poliedro. O encon-
tro das faces (lados) forma as arestas e os vérti-
ces do poliedro.
Temos:
Poliedros Convexos
V=8
Características de um poliedro convexo:
F=6
z Todas as faces desse poliedro são polígonos conve- A = 12
xos em planos distintos;
z Todo o poliedro pertence a um semiespaço, deter- Logo,
minado por qualquer uma de suas faces;
z Cada aresta pertence a duas faces. V+F=A+2
8 + 6 = 12 + 2
Exemplo:
Poliedro Côncavo
Importante!
Poliedro convexo – quando temos dois pontos
em faces distintas e a reta que contém esses
pontos fica totalmente contida no poliedro. Poliedros de Platão
Tetraedro
Octaedro Hexaedro
Icosaedro
Didecaedro
Importante!
Guarde que:
São 5 Poliedros de Platão:
� Tetraedro (4 faces, 6 arestas, 4 vértices)
� Hexaedro (6 faces, 12 arestas, 8 vértices)
� Octaedro (8 faces, 12 arestas e 6 vértices)
� Dodecaedro (12 faces, 30 arestas e 20 vértices)
Icosaedro (20 faces, 30 arestas e 12 vértices)
z é convexo;
z é também Poliedro de Platão;
z Os polígonos que o formam, chamados de faces, são regulares e congruentes.
Há, apenas, 5 poliedros regulares convexos, que são também chamados de “Sólidos Platônicos” ou “Poliedros
de Platão”. São eles: tetraedro, hexaedro (cubo), octaedro, dodecaedro, icosaedro.
PRISMAS
Considerando um polígono convexo de n lados em um plano e um segmento de reta entre dois planos para-
lelos, chamamos de prisma a reunião de todos segmentos congruentes e paralelos ao segmento de reta e que
passam pelos n pontos da região poligonal conhecida, como podemos observar na Figura 46. 477
Para um prisma reto, as bases podem ser, por exem-
plo, um triângulo ou um quadrado (paralelogramo), ou
seja, a área da base será a área de um triângulo, que é a
metade da base x altura, ou de um paralelogramo, cuja
área é base x altura. Então, seja base (b) e altura da base
(m), o cálculo da área da base, área lateral e área total,
sendo h a altura do prisma, é:
b · m → triângulo b
2f ( x )
= ax + b > 0 → x > − ;
a
=
Figura 46. Exemplos de Prismas, respectivamente: triangular,
quadrangular e pentagonal. AB → paralelogramo (retângulo, quadrado)
b·m
f ( x=) outros b
O prisma possui alguns elementos: duas bases con- ax + b < 0 → x < − ;
gruentes (nos planos paralelos), com n faces laterais (n + 2 a
no total, somando-se as bases) e n arestas laterais; 3n ares- AL = n · b · h → n paralelogramos
tas totais; 3n diedros; 2n vértices e 2n triedros; e também, AT = AL + 2AB
altura (h) que é a distância entre os planos das bases.
Os prismas são classificados em: prisma reto, pris- No caso de um prisma regular de base de n lados,
ma oblíquo e prisma regular. O prisma reto é aquele
temos então que a área da base é formada por n triân-
cujas arestas laterais são perpendiculares aos planos
gulos de aresta base (b) e altura da base (m), e os para-
das bases. Já o prisma oblíquo é aquele cujas arestas
são oblíquas aos planos das bases. Por fim, o prisma lelogramos laterais tem base (b) e altura (h), então a
regular é aquele cujas bases são polígonos regulares. área da base será:
V = AB · h
V = a · AB · cos α
(b)
b · m' (n · b) m'
AB = n · =
2 2
n·b·m
AL = → n triângulos
2
Dica
Como o prisma tem base e topo com o mesmo
polígono então a secção transversal vai definir o
tamanho do corte nas arestas ou faces laterais,
assim as áreas e volumes serão menores, mas
com as mesmas fórmulas de cálculos.
PIRÂMIDE
1 n · b · m' · h
V= · AB · h =
3 6
V=V =VVmaior −– V
(H– −h)h
(H )
b·A⋅ +AABbA
) h − H ( = V − V =V
A· A⋅+A+ AA+A⋅
⋅ BA
menor=
Vmenor = ++√A B B b bB b b ronem roiam h
maior
3 3 B
3
H B A
= = r
h b a
g1 g2
E E
r
Figura 52. Cilindro raio g/2 e geratriz g.
CONE
g1 + g 2
E= g1, +cilindro
g2 reto
E2= , cilindro reto
2
AL = 2 ⋅ π ⋅ r ⋅ E
AL = 2 · π · r · E
π ⋅ r 2 ⋅ ( g1 + g 2 )
Vtronco= =ππ⋅ ·rr ⋅· E
Vtronco
22
E → V
Vtronco
cilindro
= reto
cilindro reto
Figura 53. Exemplo de Cone.
2
tronco
π · r · (g1 + g2)
2
= Um cone possui uma base formada por uma circun-
2 ferência de raio r, geratrizes (g) formadas por segmen-
MATEMÁTICA
PB = 16π = 2π R → R = 8cm;
Pb = 8π = 2πr → r = 4cm;
g G = 5cm;
h B
R H 8 H
= → = → H = 2h;
r h 4 h
H k = (H – h) = 2h – h = h;
A¹ r B¹
O¹
∆ABC
h2 + r2 = G2 → h2 = 25 – 16 = 9
A¹ r B¹ h = 3cm;
O¹ H = 2h = 6cm;
AL = π(R+r) G = π(8 + 4) 5 = 60πcm2;
G
π · (H – h)
H-h
VTronco = · [R2 + R · r + r2]
3
π · (3)
R B = · [82 + 8 · 4 + 42] = 112πcm3
A 3
O
A
O1
G=5
(H-h=k)
C
O
Figura 56. Esfera e seus elementos, polo, equador, paralelo e
meridiano.
R=8
A área da superfície da esfera de raio r é igual a
4πr e o volume é quatro terços de πr3. O fuso esférico
é a interseção da superfície da esfera com um setor
diedral cuja aresta contém um diâmetro dessa super-
(a) fície esférica, como podemos observar na Figura 57. A
área do fuso é 2r2α. Já a cunha esférica é dada por esta
O1 r=4 A mesma região do fuso esférico e vai até a região do
centro da esfera, ou seja, até o raio no eixo, formando
um volume que pode ser calculado com 2r3α/3.0
k=(H-h)=h G=5
h
R-r=4
r=4
C
O B Figura 57. Exemplo de Fuso e Cunha esférica, respectivamente, da
esquerda para direita.
R=8
Assim, resumindo, temos as seguintes fórmulas
(b) para esferas:
que passa pelo centro da esfera; os polos que são as AEsfera = 4πr2 = 4π(13)2 = 676πcm2;
interseções da superfície da esfera com o eixo; equa- VEsfera = πr3 = π(13)3 = 2197πcm3;
dor, uma secção perpendicular ao eixo passando pelo
centro da superfície; paralelo, uma seção perpendi- INSCRIÇÃO E CIRCUNSCRIÇÃO DE SÓLIDOS
cular ao eixo e paralela ao equador e o meridiano,
uma seção cujo plano passa pelo eixo, como pode ser Existe uma gama de situações em que podemos ter
observado na Figura 56. alguns sólidos inscritos ou circunscritos e termos o
Distância polar é a distância de um ponto do para- interesse de encontrar alguns de seus elementos nes-
lelo ao polo. sa junção. Aqui vamos mostrar alguns exemplos. 483
No caso de inscrito, temos o sólido de interesse no No caso da esfera circunscrita ao octaedro regular
interior. Podemos ter, por exemplo, uma esfera de de aresta a, o diâmetro da esfera é igual à diagonal do
raio r inscrita em um cubo de aresta a e querer saber octaedro, ou seja, diagonal do quadrado, como pode-
o valor do raio dessa esfera, como vemos na Figura 58. mos observar na Figura 61. Assim, temos que 2r=a√2 o
Sabemos que o diâmetro da esfera é igual à aresta do que implica em r = a√2/2.
cubo, assim, 2r = a o que implica em r = a/2.
A C
R
R a
484
Distância entre dois pontos
( ) ( )
2 2
a c
b≠0→y= – x+ –
Assim, o ponto médio do segmento AB, A(3,5) e B(1- b b
3), anterior é:
a c
→ y = mx + q; m = – eq=–
3+1 4 5–3 2 b b
xPM = e = 2 e yPM = = =1
2 2 2 2 Ex.: Sejam os pontos A(7/2,5/2) e B(-5/2,-7/2),a equa-
PM = (2,1) ção da reta definida por eles é:
( )
Sejam três pontos A(x1,y1), B(x2,y2) e C(x3 ,y2), dize-
mos que são colineares quando o determinante deles 5 7 5 7
é nulo: a = y1 – y2 = – – = + =6
2 2 2 2
x1 y1 1 5 7
b = x2 – x1 = – – = –6
2 2
x2 y2 1 = 0.
x3 y3 1
Ex.: Sejam duas retas: Então a relação dos coeficientes angulares das
equações das retas para que elas sejam perpendicu-
r : x+2y – 3 = 0 e s: 2x+3y – 5 = 0 lares é:
{
Se a reta r:y=x+2 é perpendicular à reta s, e saben-
r : x+2y – 3=0 do que a reta s passa pelo ponto (3,2), qual seria a
S equação da reta s?
s : 2x+3y – 5=0
r : x= – 2y+3 [I]
[I]
s : 2x + 3y – 5= 0 → 2( – 2y + 3) + 3y – 5 = 0 → – 4y + 6
{ r : y = x+2 → m1=1
s : y = m2x+q2
{
x+y – 5=0
r : a1x+b1y+c1 = 0
S
s : a2x+b2y+c2 = 0 Importante!
a1 b1 c1 Quando duas retas são paralelas os coeficientes
r∩s=Ø→ = ≠
a2 b2 c2 angulares das retas são iguais, ou seja, se r e s
são paralelas então r // s ⟺ m1 = m2.
Por exemplo, as retas r e s são paralelas:
{
Ângulo entre duas retas
r : x+2y+3=0
S
s : 3x+6y+1 = 0 Chamamos de coeficiente angular ou declive de
uma reta r, não perpendicular ao eixo das abscissas
(eixo x), o número real m dado por:
a1 b1 c1 1 2 3
= ≠ → = ≠
a2 b2 c2 3 6 1 m = tgα
y2 – y1
Dica A(x1, y1); B(x2, y2) → m =
x2 – x1
Para a reta r:x+2y+3=0 podemos encontrar
a equação das retas paralelas a r, bastando a
r : ax + by + c = 0 → m= –
que os coeficientes a e b das retas paralelas b
a b
sejam proporcionais a 1 e 2, ou seja, = . Sendo α o ângulo da reta r com o eixo x, na leitura
1 2 anti-horário.
Assim, a reta t:2x+4y+2=0 também é uma reta
Se o ângulo é agudo (0º<α<90º) então m é positi-
paralela a r. vo, se é obtuso (90º<α<180º) então m é negativo, se for
nulo então m também é nulo e se for reto então não
Duas retas r e s são ditas perpendiculares, se e se define m.
somente se elas formarem entre si um ângulo reto, Quando duas retas r e s são concorrentes, pode-
mas pode-se também determinar essa perpendicula- mos determinar o ângulo formado entre elas:
ridade relacionando o coeficiente angular das retas.
{
Assim, se as equações das retas são dadas por:
r : a1x+b1y+c1 = 0 → y = m1x+q1
s : a2x+b2y+c2 = 0 → y = m2x+q2
486
m2 – m1 Ex.: Sejam as retas r:3x+3y-1=0 e s:2x-2y+1=0 as
tgθ = equações das retas bissetrizes t1 e t2 são:
1 + m1 ∙ m2
3x+3y –1 2x – 2y+1 3x+3y –1 2x – 2y+1
± =0→ ± =0
Dadas duas retas r e s, o ângulo formado por elas é: √3 +3
2 2
√2 +(–2)
2 2
√18 √8
{
a1 3 3x+3y –1 2x – 2y+1
r : 3x – y + 5 = 0 → m1 = – =– =3 → ± =0
b1 –1 3√2 2√2
a2 2
s : 2x + y + 3 = 0 → m2 = – =– = –2 3x+3y –1 2x – 2y+1
b2 1 – =0→
3√2 2√2
t1 :
m2 – m1 3 – (–2) (6x+6y – 2) – (6x – 6y+3)
tgθ = → tgθ = →tgθ= = 0 → 12y – 5 = 0
1+m1 ∙ m2 1 + (–2) ∙ 3 6√2
5 π
= =1⇒θ= 3x+3y – 1 2x – 2y+1
–5 4 + =0→
3√2 2√2
t2 :
Distância entre ponto e reta e distância entre duas (6x+6y – 2) + (6x – 6y+3)
= 0 → 12x+1 = 0
retas 6√2
Seja uma reta r:ax+by+c=0 e um ponto P(x0,y0) no Área de um triangulo e inequações do primeiro grau
plano cartesiano, a distância entre a reta r e o ponto com duas variáveis
P é:
Seja um triangulo cujos vértices são A(x1,y1), B(x2,y2)
ax0+by0+c e C(x3,y3) como a área do triângulo é base vezes altura
dP,r = divido por 2, então para nosso triângulo no plano car-
√a2+b2 tesiano temos:
{
x3 y3 1
r : ax+by+c1 = 0
P(x0,y0)∈s
s : ax+by+c2 = 0 → ax0+by0= –c2
ax0+by0 – c2 c1 – c2
dr,s= =
√a2+b2 √a2+b2
{ r : a1x+b1y+c1 = 0
s : a2x+b2y+c2 = 0
a1x+b1y+c1 a2x+b2y+c2
± =0
√a +b1
1
2 2
√a22+b22 487
Ex.: Seja o triângulo no plano cartesiano formado
pelos pontos A(a,a+3), B(a-1,a) e C(a+1,a+1), a área
desse triângulo é:
x1 y1 1 a a+3 1
1 1
Aδ = ∙ x2 y2 1 = ∙ a – 1 a 1
2 2
x3 y3 1 a+1 a+1 1
1
Aδ = ∙ a2+(a+3)(a+1)+(a – 1)(a+1) – a(a+1) – a(a+1)
2
– (a – 1)(a+3)
1
Aδ = ∙ a2+a2+a+3a+3+a2+a – a – 1 – a2 – a – a2 – a
2
CIRCUNFERÊNCIA
– a2 – 3a+a+3
Equações geral e reduzida
(x – a)2+(y – b)2=r2
O estudo do sinal de uma função do primeiro grau
é usado para definir a região no gráfico que admite Se, dados três pontos do tipo P(x0,y0) na circunferên-
solução para inequações do primeiro grau a duas cia, podemos encontrar a equação reduzida dela resol-
vendo o sistema de três equações e três incógnitas, a
incógnitas, pois só admite solução gráfica. Logo a partir da substituição dos pontos na equação abaixo:
regra para estudo do sinal e definição da região de
solução da inequação é a seguinte, dado a função de (a–x0)2+(b – y0)2=r2
duas variáveis E(x,y)=ax+by+c:
Desenvolvendo essa equação reduzida chegamos
z Primeiro definimos os pontos que anulam o trinômio na equação geral da circunferência:
E(x,y), ou seja, pontos da equação da reta ax+by+c=0;
z Segundo definimos o sinal de E na origem O(0,0), x2+y2 – 2ax – 2by+(a2+b2 – r2)=0
ou seja, E(0)=a∙0+b∙0+c=c, assim concluímos que o
sinal de E é o mesmo de c; Ex.: Na equação da circunferência abaixo, encon-
z Terceiro atribuímos a E nos pontos do semiplano tre o centro e o raio:
opostos ao sinal anterior, ou seja, contrário de c;
z Se a reta contiver a origem O, significa que o c=0, 2x2+2y2 – 4x –6y – 3=0
então os passos 2 e 3 não são válidos, daí o passo
Dividindo por 2 teremos os termos quadrados
2 deve ser um ponto P qualquer fora da reta e a
iguais a unidade:
assim, atribuir o sinal dos planos.
{
em qual plano?
{
2
a 1
1) E=0 → r: x – y+1=0 → m = – =– =1 – 2a = – 2 → a = 1;
b –1
2) E(0) = c=1>0 →E>0 em rα
3) E< 0 em r β – 2b = – 3 → b =
3
;
→C
( )
1,
3
2
2
()
Como coeficiente angular m>0 reta crescente, pas-
2
sando pelos pontos (0,1) e (-1,0). 3 3 3
(a2+b2 – r2) = – → 12 + – r2 = –
2 2 2
9 3 19 √19
1+ – r2 = – → r2 = →r=
4 2 4 2
488
Posições relativas entre ponto e circunferência
{
PC > r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 > 0
PC = r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 = 0
PC < r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 < 0
Seja a circunferência λ: x2 + y2 + 2x + 2y - 2 = 0, o
ponto P(-4, -5) está em qual posição em relação à
circunferência?
Primeiro determinamos o centro e o raio da
circunferência:
Figura 29. Circunferência de centro C raio (r) com exemplos de
retas: secante (r), tangente (s) e exterior (t).
x2 + y2 + 2x + 2y – 2 = 0
{ –2a = 2 → a = –1;
–2b = 2 → b = –1;
→ C (–1, –1)
Ex.: Sendo a reta dada por r:3x+2y+17=0 e a circun-
ferência λ:x2+y2+6x+8y+12=0, qual a posição relativa
entre elas e suas interseção?
a2+b2 – r2 = –2 → 1+1 – r2 = –2 → r2 = 4 →r = 2
{
Depois substituímos o ponto na equação da circun- r : 3x+2y+17 = 0
ferência e vemos a posição relativa: S
λ : x2+y2+6x+8y+12 = 0
P(–4, –5) → (x0 – a) + (y0 – b) – r²
2 2
{
equação da circunferência temos:
Logo, o ponto é exterior à circunferência pois a dis-
tância do ponto ao centro é PC>r.
17 2
r : 3x+2y+17 = 0 → x = – – y(I)
Reta e circunferência e duas circunferências 3 3
( )
Seja uma reta r:Ax+By+C=0 e uma circunferên- 17 2
2
( )
rência é o P(x,y) que pertença ao mesmo tempo a reta
17 2
r e à circunferência. Logo para achar essa interseção – – y +8y+12=0
basta ver as soluções do sistema: 3 3
S
{ r : Ax + By + C = 0
λ : (x – a)2 + (y – b)2 = r2
13y2+104y+91=0 → Δ=(104)2 – 4(13)(91)=6084 → Δ>0
z Se Δ>0, temos duas raízes reais, ou seja, dois pon- 13y2 + 104y + 91 = 0 → Δ = 6084
tos de solução, assim a reta é secante à circunfe-
– b – √Δ –104 – 78
rência, ou ainda, quando a distância do centro à y1= = = –7
reta é menor que o raio; 2a 2 ∙ 13
z Se Δ=0, temos uma única raiz real, ou seja, um úni- – b + √Δ –104 + 78
MATEMÁTICA
P1(–1, –7)
P2(–5, –1)
(e) (f)
Da mesma forma podemos encontrar a interseção
entre duas circunferências, bastando encontrar o Figura 30. Posições relativas entre duas circunferências de centro C1
ponto P(x,y) que pertença ao mesmo tempo às duas e C2, (a) exteriores; (b) tangentes exteriores; (c) tangente interiores;
circunferências, ou seja, a solução do sistema: (d) secantes; (e) interior com menor raio e (f) concêntricas.
z Circunferências tangentes exteriormente, a dis- a12+b12 – r12 = –36 → 0+0 – r12 = –36 → r1 = 6
tância entre os centros é igual à soma dos raios,
d=r1+r2; λ2 : x2 + y2 –6x – 8y + 21 = 0
z Circunferências tangentes interiores, a distância
entre os centros é igual ao módulo da diferença
dos raios, d=|r1 – r2|;
λ2
{ –2a2 = –6 → a2 = 3;
–2b2 = –8 → b2 = 4;
→ C2(3, 4)
Problemas de tangência
{
3m +7
–2a = 4 → a = –2; =3
λ → C(–2, 5) √m2+1
–2b = –10 → b = 5;
a +b2 – r2 =4 → (–2)2+52 – r2 = 4 → r=5
2 20
m=–
Agora igualamos ao raio a distância do centro C à 21
reta t paralela à reta r dada:
y – y0 = mi (x – x0)
t || s: Ax+By+C=0 → 5x+2y+C=0
i
20
y–7=– (x – (–1))
Ax+By+C 5(–2)+2(5)+C 21
dCt = r → =5→ =5
√A2+B2 √(5)2+(2)2
20
y–7=– (x+1)
–10+10+C 21
→ =5
√25+4 t1: 20x+21y – 127 = 0
{
contorno da circunferência pontilhada;
Região que contém os pontos A(x,y) dentro da cir- –2a = 0 → a = 0
→ C (0, 0)
cunferência, incluindo a circunferência: (x – a)2+(y – –2b = 0 → b = 0
b)2 – r2 ≤ 0 ou excluindo a circunferência (x – a)2+(y
a2 + b2 – r2 = –25 → 0+0 – r2 = –25 → r = 5
– b)2 – r2<0.
Então para a primeira circunferência temos o cen-
tro na origem e o raio igual a cinco, Figura 33:
C
10 5
Raio
5 C
-10 -5 0 5 10
-1 0 5 10 15
-5
(a)
-10
λ1 : x2+y2 ≥ 4
15
A
C
{ –2a = 0 → a = 0
–2b = 0 → b = 0
→ C (0, 0)
10 a2+b2 – r2 = –4 → 0+0 – r2 = –4 → r = 2
Raio
Então para segunda circunferência temos o centro
5 na origem e o raio igual a dois, Figura 34:
(b) 2
Figura 32. Inequações com circunferência de centro C e raio r, 1
com ponto A(x,y), (a) região exterior e (b) região interior, inclusos a
circunferência. C
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
Ex.: Seja o sistema de inequações circulares: -1
{
-2
λ1 : x2 + y2 ≤ 25
S
λ2 : x2 + y2 ≥ 4 -3
4 y2 x2
+ =1
a2 b2
2
Uma elipse de centro em um ponto C(x0,y0), e eixo
C maior paralelo à abscissa temos a equação:
-6 -4 -2 0 2 4 6
(x – x0)2 (y – y0)2
-2 + =1
a2 b2
-6
(y – y0)2 (x – x0)2
+ =1
a 2
b2
Figura 35. Solução simultânea das inequações com circunferência
de mesmo centro C(0,0) e raio 5 e 2, com solução na coroa entre as Assim, uma elipse que tenha centro C(7,8) e eixo
circunferências. (A1A2) maior (2a) igual a 10 e o menor (2b) igual a 8,
{
podemos ter as seguintes equações:
ELIPSE
A1A2//x : (x – x0)2 (y – y0)2 (x – 7)2 (y – 8)2
Definição + =1 → + =1
a2 b2 52 42
Dados dois pontos (F1 e F2) pertencentes a um pla-
no e seja 2c a distância entre F1 e F2, a elipse é o con- (x – 7)2 (y – 8)2
→ + =1
junto dos pontos do plano cuja soma das distâncias 25 16
aos pontos (F1 e F2) é uma constante (2a), sendo 2a>2c.
A1A2//y : (y – y0)2 (x – x0)2 (y – 8)2 (x – 7)2
+ =1 → + =1
a2 b2 52 42
(y – 8)2 (x – 7)2
→ + =1
25 16
{
quando o eixo maior é paralelo à ordenada):
(x – x0)2 (y – y0)2
+ – 1>0
a2 b2
(x – x0)2 (y – y0)2
+ – 1=0
a2 b2
Figura 36. Elipse de focos F1 e F2, centro C, e as distâncias
A1A2=2a, B1B2=2b e F1 F2=2c e c/a é a excentricidade, onde
a2=b2+c2.
(x – x0)2 (y – y0)2
+ – 1<0
MATEMÁTICA
a2 b2
Equações
Posições relativas entre reta e elipse
Uma elipse de centro na origem e eixo maior na
abscissa tem equação reduzida dada por: Seja uma reta r:Ax+By+C=0 e uma elipse de centro
C(x0,y0) e semieixos maiores e menores, a e b, respecti-
(x – x0)2 (y – y0)2
x2 y2 vamente dada pela equação =1 , +
+ =1 a2 b2
a2 b2 a interseção da reta com a elipse é o P(x,y) que pertença 493
{
ao mesmo tempo a reta r e à elipse. Logo para achar r : – 12,73x+6,4y – 15,62=0 → x = –1,23+0,5y(I)
essa interseção basta ver as soluções do sistema:
{
δ : (y+2)2 (x – 4)2
+ =1
S 100 64
r : Ax+By+C=0
y2 – 3y – 38,3 = 0 → Δ=162,2
z Se Δ>0, temos duas raízes reais, ou seja, dois pon-
tos de solução, assim a reta é secante à elipse;
–b – √Δ 3 – 12,74
z Se Δ=0, temos uma única raiz real, ou seja, um úni- y1 = = = – 4,87
2a 2∙1
co ponto, assim a reta é tangente à elipse;
z Se Δ<0, não temos raiz real, ou seja, solução não
–b+√Δ 3+12,74
tem ponto comum entre reta e elipse, assim a reta y2 = = = 7,87
2a 2∙1
é exterior à elipse.
Com os valores do eixo y para o ponto P de interse-
ção encontramos os respectivos valores para o eixo x:
P1(2,7; 7,87)
P2(– 3,66; – 4,87)
Dica
Na equação da elipse:
(y+2)2 (x – 4)2
δ: + =1
100 ,64
eixo maior está paralelo à ordenada (eixo y), pois
a variável y tem como denominador o quadrado
da medida do semieixo maior, já a variável x tem
o semieixo menor. Logo, o eixo do denominador
é paralelo ao eixo ordenado do numerador.
{
r : – 12,73x+6,4y – 15,62=0
S (y+2)2 (x – 4)2
δ: + =1
100 64
{
ções (idem quando o foco é paralelo à ordenada):
(x – x0)2 (y – y0)2
– – 1>0
a2 b2
(x – x0)2 (y – y0)2
Figura 39. Hipérbole de focos F1 e F2, centro C, e as distâncias – – 1=0
A1A2=2a (eixo real), B1B2=2b (eixo imaginário) e F1 F2=2c (focal), c/a é a2 b2
a excentricidade, onde c2=a2+b2.
(x – x0)2 (y – y0)2
Equações – – 1<0
a2 b2
Uma hipérbole de centro na origem e foco na abs-
cissa tem equação reduzida dada por: Posições relativas entre reta e hipérbole
{
achar essa interseção basta ver as soluções do sistema:
y2 x2
– =1
a2
b2 r : Ax+By+C=0
√
1
→ y = √3 – 4
3
P
( √ –2
1
3 ;√3 – 4
√)
1
3
{
distância focal (c=2√2) com interseção com reta tangente (r) no
r : –2x+y – √3=0 ponto P.
S
γ : x2 – y2 = 1
Equações das assíntotas da hipérbole
Isolando y na equação da reta e substituindo na As duas retas, r1 e r2, que tangenciam os dois
equação da hipérbole temos: ramos da curva de uma hipérbole de centro C(0,0) e
semieixos, real e imaginário, a e b, respectivamente,
√
1 4
{
x2+4 x+ =0 b
3 3 r1 : y = x
(√) ()
a
2
1 4 16 16
→Δ= 4 – 4(1) = – =0
3 3 3 3 b
r2 : y = – x
→Δ=0 a
Como Δ=0, então temos uma única raiz real, ou
Ex.: Assim, seja a hipérbole dada por:
seja, um ponto de solução. Assim, a reta é tangente à
hipérbole. Para determinar o ponto de interseção bas-
ta achar a raiz: x2 y2
γ: – =1
9 16
√
1 4
x2+4 x+ =0→Δ=0
3 3 As retas, r1 e r2, assíntotas à hipérbole estão
demonstradas na Figura 42:
√
–b ± √Δ –b ± 0 –b 1
{
x1 = x2 = = = =–2
2a 2a 2a 3 a2 = 9 → a = 3
x2 y2
r: – =1→ b2 = 16 → b =4
Com os valores do eixo x para o ponto P de interse- 9 16
496 ção encontramos os respectivos valores para o eixo y: c2 = a2 +b2 = 9+16 = 25 → c = 5
{
Equações
b 4
r1 : y = x→y= x
a 3 Uma parábola de vértice na origem e foco na abs-
cissa tem equação reduzida dada por:
b 4 y2 = 2px
r2 : y = – x→y=– x
a 3
Já uma parábola de vértice na origem e foco na
ordenada tem equação reduzida dada por:
x2 = 2py
(y – y0)2 = 2p (x – x0)
(x – x0)2 = 2p (y – y0)
{
paralelo a ordenada):
um plano com F não pertencente a d, seja p a distância
entre F e a reta d, a parábola é o conjunto dos pontos (y – y0)2 – 2p (x – x0)>0
do plano que estão na mesma distância de F e d.
(y – y0)2 – 2p (x – x0)=0
(y – y0)2 – 2p (x – x0)<0
S
{ r : Ax+By+C = 0
x : (y – y0)2 = 2p(x – x0)
MATEMÁTICA
Figura 43. Parábola de foco F, diretriz d, parâmetro p e vértice V, z Se Δ>0, temos duas raízes reais, ou seja, dois pon-
sendo a reta VF o eixo de simetria (VF=p/2). tos de solução, assim a reta é secante à parábola;
497
z Se Δ=0, temos uma única raiz real, ou seja, um úni-
co ponto, assim a reta é tangente à parábola;
z Se Δ<0, não temos raiz real, ou seja, solução não
tem ponto comum entre reta e parábola, assim a
reta é exterior à parábola.
{
k1 < k2 → k1 = b2 e k2 = a2 → eixo maior vertical
r : –3,46x + 1,27y – 1,27 = 0
S (x0 ,y0) → centro
χ : (y – 3)2 = 8(x – 1)
Uma equação do segundo grau nas incógnitas x e y
Isolando y na equação da reta e substituindo na representa uma hipérbole, se a sua equação geral for
equação da parábola temos: redutível à forma:
S
{ r : –3,46x + 1,27y – 1,27 = 0 → y = 1 + 2,72x(I)
(I)
χ : (y – 3)2 = 8(x – 1) → ((1+2,72x) –3)2 –8(x – 1) = 0
(x – x0)2
k1
+
(y – y0)2
k2
=1
{
x2 – 2,55x +1,62 = 0 → Δ = 0
x = ay2 +by+c (a ≠ 0)
–b±√Δ –b±0 –b 2,55
x1 = x2 = = = = = 1,275 y = ax2 +bx+c (a ≠ 0)
2a 2a 2a 2
498 P(1,275;4,47)
z Setor Angular
GEOMETRIA PLANA
Denominamos Setor Angular a reunião dos pontos
A Geometria Plana (ou Geometria Euclidiana) deve
pertencentes ao ângulo e dos seus pontos interiores.
ser vista como um dos principais ramos da Matemática.
Sua origem remonta a Euclides de Alexan-
dria (360 a.C. – 295 a.C.), que foi um matemático da
antiguidade.
A
Vamos estudar de agora em diante todos os tópicos
relacionados à Geometria Plana!
Boa leitura e bons estudos!
O
ÂNGULOS
B
Figura 1. Definição de Ângulo A
P
O
A
B
MATEMÁTICA
B
Figura 2. Representação de um Ponto no Interior de um Ângulo O
H
O B
A
O H
C O B
A B
C
Bissetriz r C
O
A
B
D E
Figura 12. Bissetriz de um Ângulo
M
CIRCUNFERÊNCIAS, CÍRCULOS E SEUS ELEMENTOS
Figura 15. Elementos de uma Circunferência
Ângulos na Circunferência
AC = raio
Vejamos abaixo as definições importantes acerca
de ângulos na circunferência. AB = diâmetro
DME = arco
z Circunferência: definimos circunferência como
o conjunto de todos os pontos de um plano, de ANB = semicircunferência
modo que a distância a um ponto fixo é uma cons-
AC = r e AB = 2r
tante positiva. A figura a seguir representa uma
circunferência λ, em que C é o centro (ponto fixo),
PC é um raio, com PC = r (constante positiva). z Posições de um Ponto em Relação a uma Circun-
ferência: sejam um ponto P e uma circunferência
de centro C e raio r, sendo d a distância de P ao
centro C, temos:
r
Figura 13. Circunferência λ A
P
MATEMÁTICA
A
A
S
O
O
B
B
Q
B
O
P
B
Figura 18. Ângulo em uma Circunferência
A Vejamos abaixo:
A
P
O D N
M O
P
B C
B
502 Figura 19. Ângulo Central em uma Circunferência Figura 22. Ângulo de Vértice Externo em relação à Circunferência
Observação 1: APB é de vértice externo. Existência da Paralela
Observação 2: ANB e CMD são os arcos correspon-
^ . Se duas retas distintas e coplanares e uma trans-
dentes do ângulo APB versal determinarem ângulos alternos, ou ângulos
correspondentes congruentes, podemos concluir
PARALELISMO então que essas duas retas são paralelas.
Retas Paralelas
r s
r
r
s
e PERPENDICULARIDADE
f
Retas Perpendiculares
s
h Duas retas serão chamadas de Perpendiculares
se, e somente se, forem concorrentes e formarem dois
g
ângulos retos suplementares, ou seja, cada um dos
ângulos medindo 90°.
O
Alternos: â e ĝ, b̂ e ĥ, ĉ e ê, d̂ e f ̂ s
B C
Altura de um Triângulo
A
Em todo triângulo, qualquer um de seus ângulos
externos é igual à soma dos dois ângulos internos não
adjacentes a ele. Na figura abaixo, representamos um
destes ângulos externos:
B C
e H
B
C
C’ B’
AB AC BC ⇔ ΔABC ~ ΔA’ B’ C’
= = =k z Caso LLL (Lado-Lado-Lado): se dois triângulos
A’ B’ A’ C’ B’ C’ têm os três lados correspondentes proporcionais,
então esses dois triângulos são semelhantes.
Observação: a constante k é chamada de Razão
de Semelhança. A
Casos de Semelhança
A A’
C B C’ B’
F D
G
C B C B
E
D
F
I
C B
E
C B
E Figura 39. Alturas e Ortocentro de um Triângulo ABC
A
m1
m2
m3 D
F
A C
C B TEOREMA DE PITÁGORAS
E
A C A
b
b
Figura 41. Triângulo Retângulo ABC
a b c
b c = = = 2R
h sen A sen B sen C
No triângulo retângulo ABC da figura, sendo BC = Figura 44. Triângulo ABC qualquer
a, AC = b, AB = c, AH = h, BH = m e CH = n, então valem
as seguintes relações: Seja um triângulo qualquer ABC, conforme a figu-
MATEMÁTICA
ra 44.
b2 = a · n Neste caso, verifica-se que:
c2 = a · m
a2 = b2 + c2 a2 = b2 + c2 – 2 · b · c · cos Â
h2 = m · n
b·c=a·h b2 = a2 + c2 – 2 · a · c · cos B̂
c2 = a2 + b2 – 2 · a · b · cos Ĉ
507
RELAÇÃO DE STWART Aplicando a Relação de Stewart: a2y + b2x - z2c = cxy
Onde:
Dica
Ceviana é todo seguimento de reta que tem uma
das extremidades em um vértice de um triângulo,
e a outra, em um ponto qualquer da reta suporte,
ao lado oposto ao vértice. Extraindo os dados da figura para aplicarmos na rela-
ção de Stewart:
Vejamos um exemplo: Calcule o valor da mediana Raio da circunferência grande = 6
“m” na figura, a seguir:
AB = 3
AC = 2 + t
BC = 1 + t
AO = y = 1
BO = x = 2
CO = z = 3 - t
6
t=
7
C C’
D D’
C B
D D’
C
a B x
Figura 46. Feixe de Retas Paralelas, Transversais e Teorema de Tales
y
Pelo Teorema de Tales, temos as seguintes igualdades:
MATEMÁTICA
POLÍGONOS
A
Polígonos e seus elementos
C
Vamos considerar n · (n ≥ 3) pontos ordenados A1,
A2, ..., An. Consideremos também os n segmentos con-
secutivos determinados por estes pontos (A1A2, A2A3,
..., AnA1), de modo que não existam dois segmentos
consecutivos colineares. Definimos Polígono como a
reunião dos pontos dos n segmentos considerados. E
Vejamos alguns exemplos:
D
A
D
Figura 51. Polígono Convexo
G
J
I
E
H
G
F
F
L M
Q O
R P N
C
510 Figura 50. Região Poligonal
z 2º caso: n é múltiplo de 10 L
K
n = 10 – Decágono
n = 20 – Icoságono
n = 30 – Tricágono
n = 40 – Quadricágono
n = 50 – Pentacágono
n = 60 – Hexacágono H
J
z 3° caso: n > 10 e n não é múltiplo de 10
n = 11 – Unodecágono
n = 17 – Heptdecágono
n = 26 – Hexaicoságono I
n = 35 – Pentatricágono
Q
Número de Diagonais de um Polígono Convexo P
O Número de Diagonais em um Polígono Convexo
é dado pela expressão:
R
n (n – 3)
d= O
2
Se = 360º
D1
V
Perímetro de Polígonos
S
Quando nos referimos ao Perímetro de um Polí-
T U
gono, estamos na prática indicando que nosso interes-
se diz respeito à soma dos lados deste. Portanto, para
Figura 53. Polígonos Regulares
calcular o Perímetro de um Polígono qualquer, basta
somar os lados.
QUADRILÁTEROS NOTÁVEIS
POLÍGONOS REGULARES
Trapézio: um quadrilátero é um Trapézio se, e
Um Polígono é denominado de regular quando pos- somente se, tiver dois lados paralelos.
sui todos os seus lados e ângulos internos congruentes.
Seguem alguns exemplos de Polígonos Regulares:
A B
C
MATEMÁTICA
511
Classificação dos Trapézios Observação: AB // CD e AD // BC
A B
Área de um Retângulo
D
h
Figura 60. Retângulo
Observação 1: AB = CD e BC = AD
Observação 2: Â = B̂ = Ĉ = D̂ = 90°
D
Figura 61. Quadrado b
B
MATEMÁTICA
H
L
b
Figura 65. Área de um Triângulo
b·h
L D A= 2
Figura 62. Área de um Quadrado 513
A área de um Triângulo Retângulo também é dada b
pelo produto da base pela altura, dividido por dois.
D
B
B
b
Figura 68. Área de um Trapézio Isósceles
Figura 66. Área de um Triângulo Retângulo
Observação: A área é dada por:
Observação: A área é dada por:
(b + B) · h
A= 2
b·h
A= 2 A área de um Trapézio Retângulo também é dada
Área de um Losango pela soma das bases (maior e menor) multiplicada
pela altura, dividido por dois:
Á área de um Losango é dada pelo semiproduto
D
das diagonais.
B
B
b
(b + B) · h
A= 2
Área do Círculo
d
Figura 67. Área de um Losango
L
O
A = √ p · (p – a) · (p – b) · (p – c)
B
a
Figura 72. Triângulo ABC
Ao considerarmos a congruência entre figuras planas, dois elementos devem ser observados: os lados e os
ângulos correspondentes.
Casos estes dois elementos apresentem mesma medida, constataremos que as respectivas figuras planas são
congruentes. Vejamos algumas figuras planas relacionadas abaixo (observe a igualdade existente entre lados e
ângulos):
A
e=1
E
α = 121.86°
Ϛ = 118.08°
d = 3,16 a = 6.66
MATEMÁTICA
D ɛ = 136.09°
Υ = 69,17° B
c = 4.17
δ = 94.8° b = 5.98
C 515
C' Q1
2.29
b' = 5.98 α1 = 121.86° 2.29
v1 = 120° P1
c' = 4.17 σ1 = 120°
R1
u1 = 120° 2.29
B' Υ1 = 69,17°
D'
ɛ1 = 136.09°
2.29 p1 = 120° O1
d' = 3,16
ξ1 = 120°
a' = 6.66 Ϛ1 = 118.08° M1 o1 = 120°
2.29
β1 = 94.8°
E' 2.29
e' = 2 N1
A'
Figura 75. Congruência entre duas figuras planas (Hexágonos)
g = 3.03 s = 3.11
Ɵ = 98.82°
h = 4.6
H K = 50.63° u = 1,95
ω = 119.21°
Ψ = 46.47°
l = 30.55° T
f = 5.88
U t = 2.77
G
S'
J l = 4.6°
η = 98.82 v' = 1.67
K θ1 = 114.29°
s' = 3.11
λ = 30.55°
μ1 = 80.03° V'
k = 3.03°
j = 5.88
T' K1 = 46.47°
λ1 = 119.21°
u' = 1,95
μ = 50.63°
L
t' = 2.77
U'
Figura 74. Congruência entre duas figuras planas (Triângulos) Figura 76. Congruência entre duas figuras planas (Quadriláteros)
R u = 120°
2.29
2.29 p = 120° O
ξ = 120°
M o = 120° 2.29
2.29 B
516 N
A’ A1
= k2
A2
C’ B’
Figura 77. Dois Triângulos Semelhantes
D E
B
Figura 80. Quadrado inscrito em uma Circunferência
K
L
C’
J
H
B’ I
C’
Figura 81. Pentágono inscrito em uma Circunferência
C’
R
MATEMÁTICA
A’
Figura 78. Dois Polígonos Semelhantes
O
Observação 1: Área do Polígono ABCDE: A1
Observação 2: Área do Polígono A’ B’ C’ D’ E’: A2
Observação 3: Razão de Semelhança: k M
Observação 4: Razão entre as áreas dos Polígonos
ABCDE e A’ B’ C’ D’ E’: N
POLINÔMIOS
A DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO POLINOMIAL
B
Onde:
Figura 83. Triângulo Equilátero circunscrito em uma Circunferência an, an – 1, an – 2, ... ,a1, a0 : são números complexos
e coeficientes do polinômio
G
anxn, an – 1xn – 1, an – 2xn – 2, ... ,a1x, a0 : são os termos
F do polinômio
a0 é o termo independente
n∈N
x∈C
Ex.:
D
E
p(x) = – 7x4 + 2x3 – x2 + 11x + 2, onde: a0 = 2,
a1 = 11, a2 = –1, a3 = 2, a4 = –7
Figura 84. Quadrado circunscrito em uma Circunferência
f(x) = 9x3 + 1, onde: a0 = 1, a1 = 0, a2 = 0, a3 = 9
GRAU DE UM POLINÔMIO
K
L Identificamos o Grau de um Polinômio P(x) ana-
lisando o maior expoente da variável x que possui
coeficiente não-nulo, ou seja, diferente de zero. Repre-
sentamos o grau do polinômio por gr (P).
Ex.:
J
p(x) = 2x5 – 4x3 – x2 – 3 é um polinômio de grau 5:
H
gr(p) = 5
O
Valor Numérico de um Polinômio (Raiz)
Fazendo por exemplo P(1), temos: P(x) + Q(x) = (9x5 – 3x4 + x3 – 2x2 + 4x – 1) +
(x5 + 2x3 – 7x2 – 12 )
P(1) = 3(1)3 + 5(1)2 – (1) + 2
P(1) = 3(1) + 5(1) – 1 + 2 P(x) + Q(x) = 9x5 – 3x4 + x3 – 2x2 + 4x – 1 + x5 +2x3
P(1) = 3 + 5 1 – 7x2 – 12
P(1) = 9
Logo: 1 não é raiz de P (x) P(x) + Q(x) = (9x5 + x5) – 3x4 + (x3 + 2x3) + (-2x2 – 7x2)
+ 4x + (-1 – 12)
POLINÔMIOS IDÊNTICOS
P(x) + Q(x) = 10x5 – 3x4 + 3x3 – 9x2 + 4x – 13
Considere dois polinômios P(x) e Q(x), dizemos
que esses dois Polinômios são Idênticos, se e somente Também podemos efetuar a soma da seguinte
se, os coeficientes dos termos correspondentes forem maneira:
iguais, ou seja:
⇕ Subtração de Polinômios
a0 = b0, a1 = b1, a2 = b2, ⋯ , an = bn
Para a Subtração de Polinômios temos que reali-
Sendo dois Polinômios idênticos, para qualquer zar a diferença dos coeficientes dos termos que apre-
valor de x eles assumem o mesmo valor numérico. sentam o mesmo grau.
Ex.:
Ex.:
Dados os polinômios:
Dados: P(x) = 9x5 – 3x4 + x3 – 2x2 + 4x – 1 e Q(x) = x5
P ( x ) = ax 3
− 4x + 2 e Q3( x ) = 7 x 3 − 4 x + b + x + 2x3 – 7x2 - 12
5
P(x) = ax – 4x + 2 e Q(x) = 7x – 4x + b
3
os mesmos serão iguais se, e somente se:
os mesmos serão iguais se, e somente se: P(x) – Q(x) = (9x5 – 3x4 + x3 – 2x2 + 4x – 1) –
(x5 + 2x3 – 7x2 – 12 )
a
a = 77=
= eeb b= 2 2
P(x) – Q(x) = 9x5 – 3x4 + x3 – 2x2 + 4x – 1 – x5 – 2x3
POLINÔMIO INULO + 7x2 + 12
Um polinômio P(x) será Nulo, se e somente se, P(x) – Q(x) = (9x5 – x5) – 3x4 + (x3 – 2x3) + (-2x2 + 7x2)
todos os seus coeficientes forem nulos. Representa- + 4x + (-1 + 12)
mos um polinômio nulo da seguinte maneira: P(x) =
0. É importante ressaltar que para um polinômio nulo P(x) – Q(x) = 8x5 – 3x4 + x3 + 5x2 + 4x + 11
não se define grau.
Ex.: Também podemos efetuar a subtração da seguinte
maneira:
MATEMÁTICA
c=0
519
Multiplicação de Polinômios seguir multiplicamos o termo obtido pelo divisor,
e subtraímos esse produto do dividendo:
Para a Multiplicação entre Polinômios basta mul-
tiplicar todos os termos de um polinômio por todos x4 + 4x3 + 4x2 + 0x + 9 x2 + x – 1
os termos do outro polinômio e fazer a soma destes
termos no final. – x4 – x3 + x2 x2
3x3 + 5x2
Ex.:
z Passo 3: Caso a diferença obtida tenha grau maior
Dados: P(x) = 5x3 – x2 e Q(x) = 2x7 = -4x5 -2x +9 ou igual ao do divisor, ela passa a ser um novo
dividendo. Repetimos então o processo a partir do
(5x3 – x2) . (2x7 – 4x5 – 2x +9) = segundo passo:
5x3 . (2x7) + 5x3 . (-4x5) + 5x3 . (-2x) + 5x3 . (9) -x2 . (2x7) –
x4 + 4x3 + 4x2 + 0x + 9 x2 + x – 1
x2 . (-4x5) -x2 . (-2x) – x2 . (9) =
– x4 – x3 + x2 x2 + 3x + 2
(5 . 2 . x7 . x3) + [ 5 . (-4) x5 . x3] + [5 . (-2) x3 . x]
+ (5 . 9 . X3) + (-2 . x2 . x7) + [ -1 . (-4) . x2 . x5] 3x3 + 5x2 + 0x
+ [ -1 . (-2) . x2 . x ] + (9x2) = – 3x3 – 3x2 + 3x
10x10 – 20x8 – 10x4 + 45x3 – 2x9 + 4x7 + 2x3 – 9x2 = 2x2 + 3x + 9
10x10 – 2x9 – 20x8 = 4x7 – 10x4 + 45x3 + 2x3 – 9x2 = – 2x2 – 2x + 2
10x10 – 2x9 – 20x8 + 4x7 – 10x4 + 47x3 – 9x2 x + 11
Vamos dividir o polinômio A(x) = x4 + 4x3 + 4x2 + 9 Logo, o resto R(x) = 24.
pelo polinômio B(x) = x2 + x - 1
Para tanto façamos uso do Método da Chave: TEOREMA DE D’ALEMBERT
z Passo 1: Escrevemos os polinômios na ordem O Teorema de D’Alembert diz que a divisão de
decrescente de seus expoentes (nesse caso já um polinômio P(x) por um binômio (x – a) será exata
estão), e completemos o polinômio com termos de se, e somente se, P(a) = 0.
coeficiente zero:
Ex.:
A(x)= x4 + 4x3 + 4x2 + 0x + 9 e B(x) = x2 + x -1
A divisão do polinômio P(x) = x3 + x2 – 11x, pelo
z Passo 2: Dividimos o termo de maior grau do divi- binômio (x – 2) é exata, pois:
dendo pelo termo de maior grau do divisor. Assim
nós obtemos o primeiro termo do quociente, a P(2) = (2)3 + (2)2 – 11 ‧ 2 + 10 = 8 + 4 – 22 + 10 = 22 – 22 = 0
520
DISPOSITIVO PRÁTICO DE BRIOT-RUFFINI Fazendo o processo para o último coeficiente a
divisão está encerrada. Os três primeiro números
Pelo dispositivo prático de Briot-Ruffini podemos obtidos são os coeficientes do quociente e o último
encontrar o quociente e o resto da divisão de um poli- número é o resto da divisão, para uma melhor visuali-
nômio P(x) de grau n (n ≥ 1) por um binômio (x – a), zação podemos separar da seguinte forma:
sendo (n – 1) o grau do quociente.
Ex.: 2 3 –85 6
3 –21 8
Vamos efetuar a seguinte divisão:
Logo, teremos:
(3x – 8x + 5x +6) : (x – 2)
3 2
Q(x) = 3x2 – 2x + 1 e R(x) = 8
z Passo 1: Determinamos a raiz do binômio (x – 2),
que é o número 2. Colocamos a raiz do lado esquer- É importante entender que o grau do quociente sem-
do do dispositivo e, do lado direito, os coeficien- pre será uma unidade inferior ao grau do dividendo.
tes de todos os termos do dividendo, em ordem
decrescente de expoente:
3 ‧ 2 + (– 8) = 6 – 8 = – 2 Ex.:
z Passo 3: Pegamos o resultado obtido, no caso o -2, Entratanto, 1 não é raiz da equação, pois:
multiplicamos pela raiz e somamos com o coefi-
ciente da terceira coluna, logo teremos: (1)2 – 5 ‧ (1) + 6 = 1 – 5 + 6 = 7 – 5 = 2
P(x) = (x – x1) ‧ (x – x2) ‧ Q2(x) = 0 9x4 – 24x2 + 16 = (3x2)2 – 2 ‧ (3x2) ‧ (4) + (4)2 = (3x2 – 4)2
Procedendo do mesmo modo, podemos escrever: = (3x2 – 4) ‧ (3x2 – 4)
P(x) = an ‧ (x – x1) ‧ (x – x2) ‧ (x – x3) ‧ ... ‧ (x – xn) 27x3 + 54x2y + 36xy2 + 8y3 = (3x)3 + 3 ‧ (3x)2 ‧ (2y) + 3
Ex.: ‧ (3x) ‧ (2y)2 + (2y)3 = (3x + 2y)3 = (3x + 2y) ‧ (3x + 2y) ‧
(3x + 2y)
Considere o polinômio P(x) = 2x3 – 8x2 – 2x + 8, cujas
z Cubo da Diferença
raízes são:
ax + ay + bx + by = a ‧ (x + y) + b ‧ (x + y) = (x + y) ‧ (a + b) Ex.:
Ex.:
8x3 – 27 = (2x)3 – 33 = (2x – 3) ‧ [(2x)2 + (2x) ‧ 3 + 32] =
3x + 3y + 7x + 7y = 3 ‧ (x + y) + 7 ‧ (x +y) = (x + y) ‧ (3 + 7)
(2x – 3) ‧ (4x2 + 6x + 9)
z Diferença de Quadrados
RELAÇÕES DE GIRARD (RELAÇÃO ENTRE
2 2
a – b = (a + b) ‧ (a – b) COEFICIENTES E RAÍZES)
Seja a equação do segundo grau: ax2 + bx + c = 0, onde a ≠ 0, x1 e x2 são as raízes. Decompondo em fatores do
primeiro grau temos:
b b
= – (x1 + x2) ⇒ (x1 + x2) = – , a soma das
a a
b
raízes é –
a
c c
= x1 ‧ x2 ⇒ x1 ‧ x2 = , o produto das raízes
a a
c
é
a
2º caso:
Seja a equação do terceiro grau: ax3 + bx2 + cx + d = 0, onde a ≠ 0, x1, x2 e x3 são as raízes. Decompondo em
fatores do primeiro grau temos:
b b
= – (x1 + x2 + x3) ⇒ (x1 + x2 + x3) = – ,
a a
c c
= x1x2 + x1x3 + x2x3 ⇒ x1x2 + x1x3 + x2x3 = ,
a a
d d
= – (x1 ‧ x2 ‧ x3) ⇒ x1 ‧ x2 ‧ x3 = –
a a
523
Ex.: Portanto:
RAÍZES COMPLEXAS (OU RAÍZES IMAGINÁRIAS) z Se P(a) e P(b) tiverem o mesmo sinal, existirá um
número par de raízes reais ou não existem raízes
Seja z = a + bi (a, b ∈ R e b ≠ 0) raiz da equação P(x)
da equação nesse intervalo.
= 0 de coefícientes reais, temos que z = a – bi, também
z Se P(a) e P(b) tiverem sinais contrários, existirá
é raiz dessa equação.
um número ímpar de raízes reais nesse intervalo.
Desta forma, podemos dizer que as Raízes Comple-
xas “aparecem sempre em dupla”: se um complexo (z Ex.:
= a + bi) é raiz de um Polinômio, seu conjugado (z =
a – bi) também será. a) Quantas raízes reais a equação 3x3 – 13x2 + 19x – 5
= 0 pode apresentar no intervalo ]0,1[. Aplicando o
Vejamos: Teorema de Bolzano, temos:
a) 8!
b) 7·7!
c) 7!
d) 2·7!
e) 6·7!
d) 172.800 habitantes. e) 5.
e) 156.630 habitantes.
8. (ExPCEx – 2019) A área da região compreendida entre
4. (ExPCEx – 2020) A função real definida por f(x) = (k2 - o gráfico da função f(x)=||x-4|-2|, o eixo das abscissas
2k - 3) x + k é crescente se, e somente se e as retas x=0 e x=6 é igual a (em unidades de área)
a) k > 0. a) 2.
b) -1 < k < 3. b) 4.
c) k ≠ -1 ou k ≠ 3. c) 6. 525
d) 10. números complexos. Sabe-se que esses afixos divi-
e) 12. dem a circunferência em 12 partes iguais e que Z0 =1.
Sobre o número complexo dado por (z2) ‧ z5 é correto
2
Desenho Ilustrativo – Fora de Escala 15. (ExPCEx – 2019) Se a equação polinomial x2 +2x+8=0
tem raízes a e b e a equação x2 + mx + n=0 tem raízes
Os valores de m, n e k, são, respectivamente (a+1) e (b+1), então m+n é igual a
a) 3, π e –1. a) -2.
3 b) -1.
π c) 4.
b) 6, e 1.
6 d) 7.
e) 8.
c) –3, π e 1.
6
16. (ExPCEx – 2019) Dividindo-se o polinômio P(x)=
π
d) –3, e 1. 2x4-5x3 +k x-1 por (x-3) e (x+2), os restos são iguais.
3 Neste caso, o valor de k é igual a
π
e) 3, e –1.
6 a) 10.
b) 9.
12. (ExPCEx – 2020) Na figura a seguir está represen- c) 8.
tado o plano de Argang-Gauss com os afixos de 12 d) 7.
526 e) 6.
17. (ExPCEx – 2019) Sabe-se que as raízes da equação
x3-3x2-6x+k=0 estão em progressão aritmética. Então 5 B
k
podemos afirmar que o valor de é igual a 6 B
2
7 A
5
a) . 8 C
2
b) 4. 9 B
7
c) . 10 B
2
d) 3. 11 D
9
e) . 12 A
2
13 D
18. (ExPCEx – 2020) Na figura a seguir, ABCD é um quadra-
do, E é o ponto médio de BC e F é o ponto médio de DE 14 D
15 D
D C
16 B
17 B
F
18 D
E
19 E
20 B
A B
a) √14
b) √17
c) √18
d) √21
e) √22
a) 120.
b) 60.
c) 180.
d) 30.
e) 240.
MATEMÁTICA
9 GABARITO
1 E
2 A
3 A
4 E
527
ANOTAÇÕES
528
desenvolvem e concluem um texto dissertativo. E só
depois de exercitar esses primeiros procedimentos é
que se passa à produção de um trabalho completo,
buscando a eficiência do todo por intermédio do agru-
REDAÇÃO
pamento de cada uma das partes estudadas até a for-
mação de um bloco contínuo e completo.
Importante!
QUESTÕES INICIAIS O truncamento desse trabalho ocorrerá certa-
mente se o aprendiz não se dispuser a praticar
A fim de trabalharmos com a redação dissertativa,
esses conceitos. É aí que começa a frustração
neste tópico, você irá estudar algumas características
inovadoras no conceito de produção de textos para dos potenciais autores, pois muitas vezes só vão
quem quer atingir um melhor resultado em provas tentar praticar a escritura da sua redação após
que exijam do candidato a habilidade de produzir um terem terminado o estudo do livro didático e
texto. sentem muita dificuldade no momento do agru-
Ao longo do material, serão apresentados os aspec- pamento, isto é, de fazer virar o todo, aquilo que
tos gerais da redação dissertativa, bem como todos os aprendeu a fazer por partes. Se o resultado não
passos para a sua produção com eficiência. Além dis- for satisfatório, eles simplesmente assumirão a
so, discutiremos sobre as principais dúvidas relatadas dificuldade como uma inabilidade pessoal.
pelos alunos, a fim de apresentar respostas e mostrar
que é possível atingir um bom resultado nessa etapa
da prova. Como proposta de solução para essa dificulda-
de, vamos partir de um princípio inverso em que se
Por que é tão difícil produzir um texto eficiente? começa da materialização do texto eficiente, satisfa-
zendo os anseios dos nossos alunos: começamos pelo
Sempre se ouvem os temores de alunos quanto todo para depois estudarmos as partes. Esse trabalho
às provas que cobram dos candidatos habilidades na consiste na elaboração de máscaras de redação, o que
produção de questões discursivas. Alguns dizem se
proporciona a você um ponto de partida concreto na
sentirem tão despreparados que terminam por desis-
produção de redações eficientes a partir de modelos
tir dos concursos que trazem a redação como critério
prontos e que poderão ser reproduzidos e adaptados
de classificação.
para qualquer tema proposto pela banca organizado-
Tem de se reconhecer que o hábito de escrever não
está na prática do cotidiano da maioria das pessoas e ra do concurso, respeitando ainda o caráter da origi-
que, hoje em dia, quando se dispõem a fazê-lo, exerci- nalidade e da criatividade de cada autor.
tam essa habilidade normalmente em ambientes vir- As máscaras de redação garantem a eficácia sobre
tuais como sites de comunicação e na elaboração de os principais quesitos exigidos pelas bancas organiza-
e-mail. Nesses expedientes, ocorre o que chamam de doras dos critérios de correção dos textos, tais como
“pacto da mediocridade”, sem intenção ofensiva, que progressão textual e sequencialização, coesão e conse-
caracteriza a postura displicente de como se escre- quentemente coerência, além de atender naturalmen-
ve e a aceitação mútua de erros e desvios da norma te à estrutura própria dos textos dissertativos. Outro
culta escrita: “ele escreve tudo errado, mas eu aceito ponto importante é o de permitir ao candidato uma
para não ser cobrado por ele da mesma forma quando projeção bem aproximada da extensão do seu texto
errar”. Usam-se imagens, símbolos gráficos, abrevia- em número de linhas.
ções que mais se assemelham a códigos criptografa- Outra finalidade dessa proposta é também a de
dos do que à própria língua portuguesa. desenvolver uma maior agilidade na projeção e na
O maior problema é que isso gera um reforço nega- construção da redação, otimizando o tempo de sua
tivo: treina-se uma escrita que não promove a prática elaboração durante a prova. Então, vamos lá!
ideal da comunicação verbal normatizada. O resul-
tado é que, quando ocorre a exigência da produção Dúvidas frequentes quanto à redação para concursos
escrita, a prática que se tem não promove a eficiência
públicos
nessa categoria de comunicação.
Selecionamos dúvidas que frequentemente apare-
Como, em pouco tempo, poderá desenvolver a
cem sobre as redações para concursos públicos e que
habilidade da escrita quem tem dificuldade de
certamente pode ser a sua dúvida. Vejamos:
passar suas ideias para o papel?
Há duas possibilidades:
Agora um exemplo de texto em prosa:
z A primeira forma convencionada diz que só a pri- “Hiroshima ou Hiroxima (em japonês: 広島市) é
meira palavra do título deve ser iniciada por letra uma cidade japonesa localizada na província de
maiúscula, como em: Hiroshima. Fica no rio Ota (Otagawa), cujos seis
canais dividem a cidade em ilhas. Cresceu em tor-
É bom fazer redação com o Nélson! no de um castelo feudal do século XVI. Recebeu o
estatuto de cidade em 1589. Serviu de quartel-gene-
z A segunda forma permite que você coloque todas ral durante a guerra sino-japonesa (1894-95). Em 6
as palavras com iniciais maiúsculas, com exceção de agosto de 1945 foi a primeira cidade do mundo
dos vocábulos monossilábicos e átonos (sem senti- arrasada por uma bomba atômica: 250 mil pessoas
foram mortas ou feridas.”
do próprio), como preposições e artigos:
(http://pt.ikipedia.org/wiki/Hiroshima/28cidade/29
É bom fazer Redação com o Nélson!
A repetição de palavras compromete a qualidade É nesse caso que entra o estudo da coesão com o
do texto, mostrando falta de vocabulário do redator. emprego dos conectivos.
Assim, é aconselhável a utilização de sinônimos:
Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase - z Coerência estilística: refere-se ao estilo do autor,
êxtase tão grande que sacrificaria o resto de minha à linguagem que ele emprega para redigir. O lei-
vida por umas poucas horas dessa alegria. tor atento a isso consegue facilmente entender a
Nesse caso a palavra alegria aparece como sinôni- estrutura do texto e relacionar bem as informa-
mo semântico da palavra amor, representando-a. ções textuais. Além disso, percebendo se a lin-
guagem do texto é figurada ou não, seu raciocínio
z Coesão por elipse ou zeugma (omissão): é a interpretativo deverá funcionar de uma determi-
omissão de um termo facilmente identificável. nada maneira, como podemos ver neste texto de
Fernando Pessoa:
Podemos ocultar o sujeito da frase e fazer o leitor
procurar no contexto quem é o agente, fazendo corre- Já sobre a fronte vã se me acinzenta
lações entre as partes: O cabelo do jovem que perdi.
Ex.: O marechal marchava rumo ao leste. Não Meus olhos brilham menos.
tinha medo, (?) sabia que ao seu lado a sorte também Já não tem jus a beijos minha boca.
galopava. Se me ainda amas por amor, não ames:
A interrogação representa a omissão do sujeito Trairias-me comigo.
marechal que fica subentendido na oração.
(Ricardo Reis/Fernando Pessoa)
z Conectivos principais:
Elementos importantes de coesão e coerência:
para continuarmos o estudo de coesão e coe-
Preposições e suas locuções: em, para, de, por,
rência, devemos relembrar alguns elementos
sem, com...
gramaticais importantes:
Conjunções e suas locuções: e, que, quando,
Pronome demonstrativo: indicam posição dos
para que, mas...
seres em relação às pessoas do discurso, situan-
Pronomes relativos, demonstrativos, possessi-
do-o no tempo e/ou no espaço (função dêitica
vos, pessoais: onde, que, cujo, seu, este, esse,
destes pronomes). Podem também ser empre-
ele... gados fazendo referência aos elementos do tex-
to (função anafórica ou catafórica). São eles:
Ex.: Os programas de TV, em que nós podemos ver
muitas mulheres nuas, são imorais. Desde seu iní-
ESTE (A/S), ESSE (A/S), Têm função de pronome
cio, a televisão foi usada para facilitar o domínio da
AQUELE (A/S) adjetivo.
sociedade. Como exemplo, podemos citar a chegada
do homem à Lua, onde os EUA conseguiram com sua ISSO, ISTO, AQUILO, O Têm função de pronome
propaganda capitalista frente a uma Guerra Fria, a (A/S) substantivo.
simpatia de grande parte da população do planeta.
MESMO, PRÓPRIO, Quando são demons-
Coerência SEMELHANTE, TAL (E trativos, são pronomes
FLEXÕES). adjetivos.
Coerência textual é uma relação harmônica que se
estabelece entre as partes de um texto, em um contex- Empregos do pronome demonstrativo
to específico, e que é responsável pela percepção de
REDAÇÃO
3o Parágrafo:
Teremos, após preencher o modelo:
Levando-se em consideração esses aspectos
Além disso, ______________________________. E soman-
práticos do prato do brasileiro somos levados a acre-
do-se a isso,_________________________ que _____________.
Daí__________________________________________________e ditar que não é apenas por prazer que somos sedu-
de______________________________________________________. zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o
que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde.
Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredien-
Teremos, após preencher o modelo: tes nos causará debilidade além de insatisfação.
Além disso, as proteínas da carne no bife que come- Os aspectos conclusivos presentes nesse último
mos servem para repor a massa muscular perdida parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se che-
durante o trabalho. E somando-se a isso, há as fibras
gou ao final do desenvolvimento da tese inicial. As
das verduras e folhas que ajudam no processamento dos
frases em destaque dão força conclusiva ao parágrafo,
alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibilidade de
conduzindo a sequência textual a uma possível solu-
reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimen-
ção para os problemas propostos, ou ainda, podem
tos de nosso prato mais tradicional e de justificarmos os
gerar simples constatações das verdades idealizadas.
hábitos desenvolvidos em nossa cultura culinária.
Você também pode contar com uma pequena lista de
frases que podem auxiliá-lo nessa tarefa.
4o Parágrafo:
z Em virtude dos fatos mencionados;
Ainda convém lembrarmos_________________________ z Por isso tudo;
(que é): ________________________________________________ z Levando-se em consideração esses aspectos;
___________. Esse _________________________________ para z Dessa forma;
______________________________. Essa (s) _________________ z Em vista dos argumentos apresentados;
_________________________________________________________. z Dado o exposto;
z Por todos esses aspectos;
z Pela observação dos aspectos analisados; Portanto;
Teremos, após preencher o modelo: logo; então.
Ainda convém lembrarmos outro hábito que con-
tribui para o sucesso do nosso bem elaborado cardápio Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão
que é o de tomarmos um cafezinho após as refeições. com as seguintes frases:
Esse conjunto da cafeína mais o açúcar reabastece
nosso cérebro de energia desviada para os órgãos pro- z somos levados a acreditar que;
cessadores da digestão no momento em que comemos. z é-se levado a acreditar que;
Essas substâncias reprimem a sonolência típica da z entendemos que;
hora do almoço nos mantendo despertos. z entende-se que;
Para os parágrafos de desenvolvimento, também z concluímos que;
podemos relacionar frases que você poderá escolher z conclui-se que;
para dar originalidade ao seu texto: z é necessário que;
536 z faz-se necessário que.
Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e
como se deu a criação da primeira máscara: 3o Parágrafo
537
Preenchendo o modelo, teremos:
7° Faça o mesmo esquema no 3º e 4º parágra-
fos para os argumentos “b)” e “c)” É fato notório que a alimentação do brasileiro é boa
e tem tudo de que necessitamos para suprir os desgastes
_________________________________________________ de um dia de trabalho. Sabe-se que os carboidratos do
____________________________________________________ arroz e do feijão, as proteínas do bife e da salada, além
____________________________________________________ da glicose do cafezinho preto com açúcar fornecem um
____________________________________________________ completo abastecimento de energia somada ao prazer.
____________________________________________________.
Definição: o parágrafo por definição é enten-
8° Elabore sua conclusão: (confirme sua tese dido como um método preferencialmente
dizendo que, se algum dos argumentos não for didático, pois busca, por intermédio de uma
considerado, a ideia inicial não poderá ser sus- explicação clara e breve, a exposição do signifi-
tentada, ou que os resultados propostos não serão cado de uma ideia, palavra ou de uma expres-
atingidos). são. É a forma de exposição dos diversos lados
pelos quais se pode encarar um assunto. Pode
_________________________________________________ apresentar tanto o significado que o termo car-
____________________________________________________ rega no uso geral quanto aquele que o falante
____________________________________________________ pretende determinar para o propósito do seu
____________________________________________________ discurso.
______________________________________________
Uma definição é um enunciado que descreve um
conceito, permitindo diferenciá-lo de outros conceitos
APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO associados.
PARÁGRAFO DISSERTATIVO Vejam como em nosso parágrafo de exemplo explo-
ramos o conceito global e generalizado sobre o assunto.
Vamos, agora, aprofundar o nosso trabalho com Vocês perceberão como o modelo vazio que segue
a estrutura dos textos dissertativos. Para isso, traba- este exemplo traz a indução do assunto a ser defini-
lharemos as várias modalidades de parágrafos que do. Vale lembrar que, como se trata de uma definição,
podem ser utilizados para a elaboração de uma boa a base dessa informação deve sustentar-se em uma
dissertação. Mostraremos aqui a continuidade de nos- verdade consagrada, diferentemente do que vimos
so projeto de máscaras e os vários arranjos que são no exemplo anterior, já que a declaração inicial pode
possíveis ao construí-las. basear-se em uma posição pessoal a ser defendida.
____________________________________________________.
Desde a época da escravidão no Brasil sabia-
-se que a alimentação dada a esses novos brasileiros
era boa e tinha tudo de que eles necessitavam para Preenchendo o modelo, teremos:
suprir os desgastes de um longo dia de trabalho. Hoje
em dia principalmente, já se reconhece que os car- A cidade (ou região) em destaque é Pindaíba da
boidratos do arroz e do feijão, as proteínas da carne e Serra, que fica localizada em Monte Mole, região
das verduras fornecem um completo abastecimento de nobre de Pindorama. É aí onde se localiza uma das 539
mais belas reservas naturais de paioca-rija, um cipó Desenvolvimento por exploração de contras-
medicinal e afrodisíaco muito cobiçado pelos morado- te de ideias: na ordenação do parágrafo por
res dessa região. Cercada por uma densa floresta exposição de contrastes entre si, vocês pode se
de mambutis gigantes, foi bem no centro desse san- servir de comparações, ideias paralelas, ideias
tuário tropical que a próspera cidadezinha se tornou diferentes e ideias opostas.
uma espécie de centro cultural da região por preservar
até hoje um dos mais tradicionais rituais de nossa his- Modelo nº 4
tória: a sagração da taioba-plus, entidade sagrada e Muitos acreditam que __________________________
reverenciada pelos devotos naobilicos. ________________________________________________, por
causa da _____________________________. Por outro
Desenvolvimento por exploração temporal: lado, sabe-se também que _________________________
nesse modelo o leitor é informado do momen- ____________________________________________________
to em que os fatos ocorreram com a indicação ________________, quando muitas vezes _____________
de datas e outros aspectos temporais. Pode-se ____________________________________________________.
recorrer nesse momento aos artifícios empre-
gados no próprio parágrafo de alusão histórica,
já que este também se serve de referências cro- Ao preenchermos o modelo, teremos:
nológicas como em:
Muitos acreditam que o cafezinho preto com açú-
car pode causar excitação e ansiedade quando consu-
Modelo nº 1 mido em excesso, por causa da cafeína e da glicose
A cidade (ou região) em destaque é ____________, presentes nele. Por outro lado, sabe-se também que
que fica localizada em ____________, região nobre de essas substâncias fornecem uma carga suplementar
_________. É aí onde se localiza ____________________ de energia nos deixando despertos logo após o almo-
__________________ dessa região. Cercada por uma ço, quando muitas vezes somos acometidos por uma
densa floresta ____________________, foi bem no cen- sonolência indesejada.
tro desse ___________________________________________ Desenvolvimento por exploração de ideias ana-
____________________________________________________. lógicas e comparação: para organização das ideias,
nossos redatores valem-se de expressões que indicam
confronto valendo-se do artifício de contrapor ideias,
Preenchendo o modelo, teremos: seres, coisas, fatos ou fenômenos. Tal confronto tanto
pode ser de contrastes como de semelhanças. Analo-
No passado, quando pensávamos em alimenta- gia e comparação são também espécies de confronto:
ção, notávamos que sua relação com a sobrevivência “A analogia é uma semelhança parcial que sugere
era muito maior comparada à que vemos nos nos- uma semelhança oculta, mais completa. Na compara-
sos atuais. Hoje, por outro lado, a qualidade desses ção, as semelhanças são reais, sensíveis numa forma
alimentos e a qualidade da saúde que eles proporcio- verbal própria, em que entram normalmente os cha-
nam tornaram-se o foco desse pensamento. O resul- mados conectivos de comparação (quanto, como, do
tado disso é que comer, na atualidade, tornou-se que, tal qual)”. – Comunicação em prosa Moderna –
um ritual de bem viver. Othon M. Garcia. Por exemplo:
z Parágrafo de conclusão
Preenchendo o modelo, teremos:
A conclusão de uma dissertação é o momento de
se mostrar que o objetivo proposto na introdução foi O que mais há para ser tomado como positivo
atingido. É de fundamental importância que não ocor- e prático no prato dos brasileiros? O que sabemos nos
ra contradição com a tese proposta no início de sua leva a acreditar que não é apenas por prazer que
redação, o que descaracterizaria toda a argumenta- somos seduzidos pela nossa culinária, mas tam-
ção. Vocês, nesse momento, devem fazer uma síntese bém por tudo o que ela nos oferece para a manutenção
geral; ou retomar a ideia inicial, reforçando os pon- de nossa saúde. E a falta desses ingredientes mudará a
tos de partida do raciocínio. Podem também demons- saúde de nossa população? Certamente que sim, pois
trar que uma solução a um problema foi encontrada a carência de tais ingredientes nos causará debilidade
ou que uma proposta de solução pode ser alcança- além de insatisfação.
da, ou ainda que uma resposta a uma pergunta foi
encontrada. Conclusão por resposta, solução ou propos-
Esse momento pode também gerar um questio- ta: vocês levantam uma (ou mais) hipóteses ou
namento final, desde que não concorra com suas sugestões do que se deve fazer para transfor-
exposições anteriores. A satisfação do leitor deve ser mar a história mostrada durante o desenrolar
contemplada na conclusão para que ele não se sinta do texto.
frustrado pela expectativa criada quanto ao tema.
Essa volta ao início do texto que a conclusão faz é algo
que chamamos de circularidade. Esse caráter finaliza- Modelo nº 3
dor da conclusão também colabora para a progressão Tendo em vista os aspectos observados sobre
e continuidade textual. _________________, só nos resta esperar que
____________________________. Ou quem saiba ainda
Tipos diferentes de parágrafos de conclusão: que ____________________________________ para que
podemos enumerar alguns exemplos de con- ______________________ Consequentemente ________
clusões satisfatórias que todos poderão usar __________________________________________________.
em seus textos dissertativos.
Conclusão por síntese ou resumo: o primei-
ro recurso com que trabalharemos será o do Preenchendo o modelo, teremos:
resumo ou síntese geral. Nesse caso vocês reto-
mam, resumidamente, aquilo que exploraram Tendo em vista os aspectos observados sobre
durante o texto: nossa alimentação, só nos resta esperar que se
garanta a todo brasileiro o acesso a esse rico cardápio.
Ou quem saiba ainda que se divulgue o sucesso de
Modelo nº 1 nossa combinação alimentar para que o mundo saiba
Levando-se em consideração esses aspectos que no Brasil se come bem. Consequentemente será
__________________ somos levados a acreditar que possível a qualquer um balancear com eficiência e bai-
não é apenas por ____________________________, mas xo custo do que se põe na mesa de sua casa.
também _________________________________. Sendo Agora, basta começar a criar os próprios arranjos
assim_____________________________________________. e utilizar essas técnicas para compor redações eficien-
tes que garantam seu sucesso em qualquer tipo de
REDAÇÃO
2 cm
Parágrafo Ordem direta:
Eu comprei um belo carro novo hoje pela manhã.
Margens
z 5° Colocação pronominal: qualquer palavra atrai
o pronome oblíquo, por isso não inicie orações e
períodos com verbo. 543
Caso você esteja com qualquer dúvida em relação z 15° Atente para as expressões vagas ou de signifi-
à colocação pronominal, coloque uma palavra antes cado amplo e sua adequada contextualização. Ex.:
do verbo e o pronome será atraído para trás do verbo. conceitos como “certo”, “errado”, “democracia”,
Assim a colocação pronominal sempre ficará correta. “justiça”, “liberdade”, “felicidade” etc.
z 16° Evite expressões como “belo”, “bom’, “mau”,
Falaria-se muito sobre este assunto naquele dia.
“incrível”, “péssimo”, “triste”, “pobre”, “rico” etc;
(errado)
são juízos de valor sem carga informativa, impre-
cisos e subjetivos.
Falar-se-ia muito sobre este assunto naquele dia.
(certo) z 17° Fuja do lugar-comum, frases feitas e expres-
Ou sões cristalizadas: “a pureza das crianças”, “a sabe-
Muito se falaria sobre este assunto naquele dia. doria dos velhos”. A palavra “coisa”, gírias e vícios
(sempre certo) da linguagem oral devem ser evitados, bem como
o uso de “etc” e as abreviações.
z 6° Impessoalidade: as verdades gerais sempre
z 18° Não se usam entre aspas palavras estrangei-
têm maior valor.
ras sem correspondência na língua portuguesa:
As opiniões pessoais pouco contribuem para a
hippie, status, dark, punk, chips etc.
sustentação de uma ideia. Por isso as afirmações
apresentadas terão melhor aceitação se trouxerem z 19° Observe se não há repetição de ideias, falta de
representações gerais de valor coletivo: clareza, construções sem nexo (conjunções mal
Acredita-se em vez de Acredito empregadas), falta de concatenação (coesão) de
Sabe-se em vez de Sei ideias nas frases e nos parágrafos entre si, divaga-
Ou outras expressões generalizantes como: ção ou fuga ao tema proposto.
É de conhecimento geral... / Muitos entendem
que... / Muito se tem discutido sobre... z 20° Caso você tenha feito uma pergunta na tese
ou no corpo do texto, verifique se a argumenta-
z 7° A tese: é aí que você apresenta o seu ponto de ção responde à pergunta. Se você eventualmente
vista, o seu posicionamento diante do tema; encerrar o texto com uma interrogação, esta pode
estar corretamente empregada desde que a argu-
z 8° Os argumentos: é comum a cobrança de temas mentação responda à questão. Se o texto for vago,
próprios às funções dos cargos disputados, por isso a interrogação será retórica e vazia.
preste sempre atenção nos assuntos recorrentes
dos textos da prova;
z 9° Não se põe título nas redações para concursos: a
menos que isso seja uma exigência do edital. ANOTAÇÕES
z 10° Evite a repetição das palavras: use sinôni-
mos e outros termos de recuperação.