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PRF-Polícia Rodoviária
Federal
Policial Rodoviário
Volume 1
NV-003JN-21 A
Cód.: 7908428800123
Obra Produção Editorial
Organização
Diagramação
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Dayverson Ramon
Angélica Ilacqua CRB-8/7057
Higor Moreira
Polícia Rodoviária Federal : agente policial : volume I / [Gabriela Coelho]...[et al].
-- São Paulo : Nova Concursos, 2021. Lucas Gomes
302 p. V1
Willian Lopes
ISBN 978-65-87525-26-6
Data da Publicação
Janeiro/2021
Bônus
e os Conteúdos Complementares online disponíveis para este
livro. Basta seguir as orientações deste material, na página a
seguir.
LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................9
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS ................................. 9
PORCENTAGEM................................................................................................................................123
MÉTRICA ...........................................................................................................................................153
TRABALHO........................................................................................................................................228
POTÊNCIA .........................................................................................................................................228
COLISÕES..........................................................................................................................................233
de 1994).......................................................................................................................................................... 244
Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal e Comissões de Ética (Decreto nº 6.029,
de 2007).......................................................................................................................................................... 247
Código de Conduta da Alta Administração Federal (Exposição de Motivos nº 37, de 2000)...................248
que deve ser interpretado no texto, uma vez que a O marido da minha chefe parou de beber.
interpretação realiza ligações com o texto a partir
das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. Observe que é possível inferir várias informações.
Já a compreensão busca a análise de algo exposto A primeira é que a chefe do enunciador é casada
no texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou (informação comprovada pela expressão ‘marido’), a
uma expressão, e apresenta mais relações semânticas segunda é que o enunciador está trabalhando (infor-
e sintáticas. A compreensão textual estipula aspectos mação comprovada pela expressão ‘minha chefe’)
- e a terceira é que o marido da chefe do enunciador
ção das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação bebia (expressão comprovada pela expressão ‘parou
com a semântica. de beber’). Note que há pistas contextuais do pró-
Sabendo disso, é importante separarmos os con- prio texto que induzem o leitor a interpretar essas
teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou com- informações.
preensivo. Neste material, você encontrará um forte Tratando-se de interpretação textual, os processos
LÍNGUA PORTUGUESA
conteúdo que relaciona semântica e interpretação, de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
contendo questões sobre os assuntos: inferência; tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
vícios de linguagem; e intertex- interpretação, construída pelas pistas oferecidas no
tualidade. No que se refere aos estudos que focam na texto junto da articulação com as informações acessa-
compreensão e semântica, os principais tópicos são: das pelo leitor do texto.
semântica dos sentidos e suas relações; coerência e
coesão; gêneros textuais (mais abordados em provas como ocorre a relação desses processos:
de concursos); tipos textuais e, ainda, as variações lin-
guísticas e suas consequências para o sentido.
Todos esses assuntos completam o estudo basilar DEDUÇÃO CERTEZA INTERPRETAR
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- Esse é o conhecimento basilar para compreensão
ção cronológica de um texto.
das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
A propriedade vocabular leva nhecimento das regras de uma língua.
o cérebro a aproximar as pa- É importante salientar que as regras de reconhe-
PROCURE SINÔNIMOS
lavras que têm maior asso-
cimento sobre o funcionamento da língua não são,
ciação com o tema do texto.
necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
Os conectivos (conjunções, que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
preposições, pronomes) tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,
ATENÇÃO AOS
são marcadores claros de que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
CONECTIVOS
opiniões, espaços físicos e bo-objeto (SVO) etc.
localizadores textuais.
linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
A DEDUÇÃO sobre como pronunciar português, passando pelo conhe-
cimento de vocabulário e regras da língua, chegando até
A leitura de um texto envolve a análise de diversos o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de Um exemplo em que a interpretação textual é preju-
10 maneira implícita no enunciado. dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
-
Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acessado em: 22/09/2020. Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar
seus olhos por uma segunda vez ao texto, já sabendo
Como é possível notar, o texto é uma peça publici- do que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento
tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores
prévio que é essencial na interpretação de questões.
e entender o que está escrito, assim, o conhecimento
linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas
são algumas estratégias de interpretação em que
podemos usar métodos dedutivos. RECONHECIMENTO DE TIPOS E
GÊNEROS TEXTUAIS
2. Conhecimento Textual
CONHECENDO OS TIPOS TEXTUAIS
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci-
mento linguístico e se desenvolve pela experiência Tipos ou sequências textuais são unidades que
leitora. Quanto mais exposição a diferentes tipos de estruturam o texto. Para Bronckart (1999 apud
textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe- CAVALCANTE, 2013), “são unidades estruturais, rela-
cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque tivamente autônomas, organizadas em frases”. Os
prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que tipos textuais marcam uma forma de organização da
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê estrutura do texto que se molda a depender do gênero
uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma discursivo e da necessidade comunicativa. Por exem-
reportagem como se lê um poema. plo, há gêneros que apresentam a predominância de
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona- narrações – contos, fábulas, romances, história em
-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de quadrinhos etc –, outros predominam a argumenta-
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais. ção – redação do ENEM, teses, dissertações, artigo de
opinião etc
3. O Conhecimento de Mundo No intuito de conceituar melhor os tipos textuais,
inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental
para a boa interpretação textual, por isso, é sempre os tipos textuais e suas principais características, tendo
importante o candidato a cargos públicos manter um em vista que, cada sequência textual apresenta carac-
LÍNGUA PORTUGUESA
tempo disponível para ampliar sua biblioteca e bus- terísticas próprias que, conforme mencionamos, pouco
- ou nada sofrem em alterações, mantendo uma estrutu-
ma, aumentar seu conhecimento de mundo.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura nosso tipos textuais em 5 categorias (Narrativo; Descritivo;
conhecimento de mundo que é relevante para a com- Expositivo; Instrucional; Argumentativo).
preensão textual é ativado, por isso é natural ao nosso
GÊNERO TEXTUAL
o novo texto que está em processo de interpretação.
A esse respeito a autora propõe o seguinte exer-
cício para atestarmos a importância da ativação do
conhecimento de mundo em um processo de interpre- FRASES TIPO TEXTUAL TEXTO
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: 11
Era um garoto que como eu
1. Situação inicial:
orientação gramatical mantida pelas frases apresen- Amava os Beatles e os Rolling Stones
predomínio de
tam marcas linguísticas, assinalando o tipo textual Girava o mundo sempre a cantar
equilíbrio;
As coisas lindas da América
predominante que o texto deve manter, organizado
Não era belo, mas mesmo assim
pelas marcas do gênero textual a qual o texto pertence.
Cantava help and Ticket to Ride
Oh Lady Jane, Yesterday
TIPO TEXTUAL 2. Complicação:
Cantava viva à liberdade
início da tensão
- Mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra, o separou
sentadas no texto. Também é chamado de sequência
Fora chamado na América
textual. Stop! Com Rolling Stones
GÊNERO TEXTUAL Stop! Com Beatles songs
Mandado foi ao Vietnã 3. Clímax;
Lutar com vietcongs
socialmente. Era um garoto que como eu
Amava os Beatles e os Rolling Stones 4. Resolução;
Girava o mundo, mas acabou
Uma última informação muito importante sobre Fazendo a guerra no Vietnã
tipos textuais que devemos considerar é que nenhum Cabelos longos não usa mais
Não toca a sua guitarra e sim
texto é composto apenas por um tipo textual, o que Um instrumento que sempre dá
ocorre é a existência de predominância de algumas A mesma nota,
7. Avaliação;
sequências em detrimento de outras, de acordo com ra-tá-tá-tá
Não tem amigos, não vê garotas
o texto. Dito isso, vamos seguir nossos estudos apren- Só gente morta caindo ao chão
dendo a diferenciar cada classe de tipos textuais, reco- Ao seu país não voltará
nhecendo suas principais características e marcas Pois está morto no Vietnã
linguísticas. Stop! Com Rolling Stones
Stop! Com Beatles songs
8. Moral.
Stop! Com Beatles songs
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS No peito, um coração não há
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Mas duas medalhas sim
Fonte: google.com/letrasdemusica. Acessado em: 05/09/2020.
Narrativo
-
Os textos compostos predominantemente por se- rativo podem ser resumidas em marcas de organiza-
quências narrativas cumprem o objetivo de contar ção linguística que são caracterizadas por: Presença
uma história, narrar um fato, por isso precisam man- de marcadores temporais e espaciais; verbos, pre-
ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão dominantemente, utilizados no passado; presença
de algumas estratégias, como a organização dos fatos de narrador e personagens.
a partir de marcadores temporais, espaciais, inclusão
de um momento de tensão, chamado de clímax, e um Importante!
desfecho que poderá ou não apresentar uma moral.
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati- Os gêneros textuais que são, predominantemen-
vo pode ser caracterizado por sete aspectos, são eles: te, narrativos apresentam outras tipologias tex-
tuais em sua composição, tendo em vista que
1. Situação inicial – envolve a “quebra” de um equi- nenhum texto é composto exclusivamente por
uma sequência textual. Por isso, devemos sem-
-
2. Complicação – desenvolvimento da tensão apre-
sentada inicialmente;
3. Ações (para o clímax) – Acontecimentos que
ampliam a tensão; Para sua compreensão, também é preciso saber o
4. Resolução – Momento de solução da tensão; que são marcadores temporais e espaciais?
5. – Retorno da situação equilibrada; São formas linguísticas que são advérbios, prono-
6. Avaliação – Apresentação de uma “opinião” sobre mes, locuções etc. utilizados para demarcar um espaço
a resolução; físico ou temporal em textos. Nos tipos textuais nar-
rativos, esses elementos são essenciais para marcar o
7. Moral – Apresentação de valores morais que a histó-
equilíbrio e a tensão da história, além de garantirem
ria possa ter apresentado.
a coesão do texto. Exemplos de marcadores temporais
e espaciais: Atualmente, naquele dia, nesse momento,
Esses sete passos podem ser encontrados no seguin- aqui, ali, então...
te exemplo, a canção Era um garoto que como eu... Um outro indicador do texto narrativo é a pre-
sença do narrador da história. Por isso, é importante
- -
12 tual narrativo. rador de um texto:
Narrador: também conhecido como foco narrativo é o responsável por contar os fatos que compõem o texto.
Narrador personagem:
Narrador observador:
participa das ações.
Narrador onisciente: -
Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas predominantemente narrativas, são eles: notícia, diário, con-
Descritivo
O tipo textual descritivo é marcado pelas formas nominais que dominam o texto. Os gêneros que utilizam esse
tipo textual, geralmente, utilizam a sequência descritiva como suporte para um propósito maior. São exemplos
de compras etc. Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha que relata suas impressões a respeito de alguns
aspectos do território que viria a ser chamado de Brasil no ano de 1500.
“Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo,
assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam
mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e
todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés;
e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma.”
(https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha)
Note que apesar da presença pontual da sequência narrativa, há predominância da descrição do cenário e dos
personagens, evidenciada pela presença de adjetivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, descobertas etc). A
carta de pero Vaz constitui uma espécie de relato descritivo para manter a comunicação entre a Corte Portuguesa
e os navegadores. Todavia, considerando as emergências comunicativas do mundo moderno, a carta tornou-se
um gênero menos usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros como, por exemplo, o e-mail.
Organização do texto descritivo:
LÍNGUA PORTUGUESA
Expositivo
embasar o assunto do qual o texto trata. Para lustrar essa explicação, veja o exemplo a seguir: 13
ano de 2016. O gênero foi construído com o objetivo de deixar o leitor informado a respeito do tema tratado, e
para isso, o autor dispõe, além da linguagem clara e objetiva, de recursos visuais para atingir esse objetivo.
Assim como os tipos textuais apresentados anteriormente, os textos expositivos também apresentam uma
estrutura que mistura elementos tipológicos de outras sequências textuais, tendo em vista que, para apresentar
fatos e ideias, utilizamos aspectos descritivos, narrativos e, por vezes, injuntivos.
É importante destacar que os textos expositivos podem, muitas vezes, serem confundidos com textos argu-
Importante!
Apresenta-se um conceito e expõem-se as características desse conceito sem espaço para opiniões.
14
Os textos expositivos são comuns em gêneros cien- É importante lembrar que a principal marca
- linguística dessa tipologia é a presença de verbos
dade nos leitores, como o exemplo a seguir: conjugados no modo imperativo e em sua forma
Isso se deve ao fato de essa tipologia bus-
VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIO- car persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações
NARAM O MUNDO mencionadas pelo gênero.
Argumentativo
Hedy Lamarr - conexão wireless
O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy” complexo e, por vezes, pode apresentar um maior
(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy
Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia sua análise. O texto argumentativo tem por objetivo
controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guer- a defesa de um ponto de vista, portanto, envolve a
ra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequên- defesa de uma tese e a apresentação de argumen-
cia de rádio para que não fossem interceptados pelo ini- tos que visam sustentar essa tese.
migo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde, Um exemplo típico desse tipo de texto argumen-
permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o tativo são as redações do ENEM. Nesse tipo de texto
Wi-Fi e o Bluetooth. a introdução apresenta o ponto de vista (tese) a ser
Fonte: https://glo.bo/2Jgh4Cj Acessado em: 07/09/2020. Adaptado.
defendido pelo autor de maneira contextualizada. No
segundo e terceiro parágrafos, o autor pode utilizar
estratégias argumentativas para sustentar o seu ponto
Instrucional ou Injuntivo
-
O tipo textual instrucional, ou injuntivo, é caracteri-
a outras áreas do conhecimento etc. Na conclusão, o
zado por estabelecer um “propósito autônomo” (CAVAL-
-
CANTE, 2013, p.73) que busca convencer o leitor a
ta possíveis soluções para o problema em questão.
realizar alguma tarefa. Esse tipo textual é predominante
Outro aspecto importante dos textos argumentati-
em gêneros como: bula de remédio, tutoriais na inter-
vos é que eles são compostos por estruturas linguísti-
net, horóscopos e também nos manuais de instrução.
cas conhecidas como operadores argumentativos, que
A principal marca linguística dessa tipologia é a
organizam as orações subordinadas, estruturas mais
presença de verbos conjugados no modo imperativo e
comuns nesse tipo textual.
também em sua forma . Isso se deve ao fato
A seguir apresentamos um quadro sintético com
de essa tipologia buscar persuadir o leitor e levá-lo a
algumas estruturas linguísticas que funcionam como
realizar as ações mencionadas pelo gênero.
operadores argumentativos e que facilitam a escrita e
a leitura de textos argumentativos:
tipologia textual faz-se necessário observar um gêne-
ro textual que apresente esse tipo de texto, como o
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
exemplo a seguir:
É incontestável que...
Tal atitude é louvável, repudiável, notável...
Como faço para criar uma conta do Instagram?
É mister, é fundamental, é essencial...
Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo:
1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone)
ou Google Play Store (Android). Essas estruturas utilizadas adequadamente no
2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone texto argumentativo expõem a opinião do autor, aju-
para abri-lo. dando na defesa de seu ponto de vista e construindo a
3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de estrutura argumentativa desse tipo textual.
telefone (Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira O tipo textual argumentativo não pode ser confun-
seu endereço de e-mail ou número de telefone (que exigi- dido com o gênero textual dissertativo-argumentativo.
Avançar. Tam- Esse gênero é composto por sequências argumentati-
bém é possível tocar em Entrar com o Facebook para se vas, mas também há a apresentação, dissertação de
cadastrar com sua conta do Facebook.
4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de te- O Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM é um cer-
lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preencha tame que cobra esse gênero em sua prova de redação.
Avançar. Se você
LÍNGUA PORTUGUESA
NOTÍCIA
É importante ressaltar que com o advento das
A notícia é um gênero textual de caráter jornalístico e, redes sociais, tornou-se, cada vez mais, comum que
como tal, deve apresentar os fatos narrados de maneira o gênero notícia seja divulgado por meio de platafor-
objetiva e imparcial. A notícia pode apresentar sequên- mas diferentes, como as redes sociais, isso democrati-
cias textuais narrativas e descritivas na sua composição za a informação, porém também abre margem para a
linguística, por isso, é fundamental sempre termos em criação de notícias falsas que se baseiam nesse esque-
mente as características basilares de todos os principais ma de organização das notícias para buscar alguma
credibilidade do público. Então, atualmente, podemos
tipos textuais, os quais tratamos anteriormente.
Como aprendemos no início deste capítulo, os gêne- para o reconhecimento de uma notícia quanto a estru-
ros textuais possuem características que os distinguem tura padrão do gênero da qual tratamos acima.
dos tipos textuais, dentre elas o fato de ter um apelo a O próximo gênero que trataremos é a reportagem
questões sociais, ter um propósito comunicativo e apre- que guarda sutis diferenças em comparação com a
notícia e também é muito abordada em provas de
varia em poucos ou nenhum aspecto entre os gêneros. concursos.
Por ser um gênero, a notícia também apresenta
essas características, seu propósito comunicativo é REPORTAGEM
informar uma comunidade sobre assuntos de inte-
A reportagem é um gênero textual que, diferen-
resse comum, por isso, a notícia deve ser comunicada
temente da notícia, além de oferecer informações
com imparcialidade, ou seja, sem que o meio que a acerca de um assunto, também apresenta os pontos
transmite apresente sua opinião sobre os fatos; outra de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter
- argumentativo; essa é a principal diferença entre os
ção prototípica, seu padrão textual reconhecido por gêneros notícia e reportagem.
leitores de uma comunidade. Como vimos anteriormente, a notícia deve ser, ou
- buscar ser, imparcial, ou seja, não devemos encontrar
da pelos termos: Manchete, Lead e Corpo da Notícia. nesse gênero a opinião do meio que a divulga. Por
Vejamos na prática como reconhecer o esquema pro- isso, nesse texto, as sequências textuais mais encon-
totípico desse gênero: tradas são a narrativa e a descritiva, justamente com
Fonte: https://bit.ly/3kD9tvk. Acessado em: 17/09/2020. Adaptado. Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodri-
guez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte
É importante ressaltar que nenhum gênero é com- estruturação:
posto apenas por uma única sequência textual e que,
portanto, a reportagem também apresentará esse -
paradigma, pois esse gênero é essencialmente argu- cedentes e alcance para situar a questão polêmica;
mentativo, porém pode apresentar outras sequências Tomada de posição, exposição de argumentos de
CRÔNICA
EDITORIAL - CARACTERÍSTICAS
Expressa opinião de um jornal ou revista a respeito de O gênero crônica é muito conhecido no meio lite-
um tema atual; rário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se
O objetivo desse gênero é esclarecer ou alertar os leito-
res sobre alguma temática importante; tornaram famosos pelo uso do gênero, como Luís Fer-
Busca persuadir os leitores, mobilizando-os a favor de nando Veríssimo e Marina Colasanti. Também por ser
uma causa de interesse coletivo; um gênero curto de cunho social voltado para temas
Sua estrutura também é baseada em:
atuais, é muito usado em provas de concurso para
ilustrar questões de interpretação textual e também
O início de um editorial é bem semelhante ao de para contextualizar questões que avaliam a compe-
um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central tência gramatical dos candidatos.
ou problema social a ser debatido no texto, poste- As crônicas apresentam uma abordagem cotidia-
riormente segue-se a apresentação do ponto de vista na sobre um assunto atual e podem ser Narrativas ou
defendido e conclui-se com a retomada da opinião
Argumentativas.
apresentada incialmente. A principal diferença entre
editorial e artigo de opinião é que aquele representa
a opinião de uma corporação, empresa ou instituição. CRÔNICA
CRÔNICA NARRATIVA
ARGUMENTATIVA
EDITORIAL – MARCAS LINGUÍSTICAS Limitam-se a contar fatos Defesa de um ponto de
do cotidiano; vista, relacionado ao as-
Pode apresentar um tom sunto em debate;
Uso do modo indicativo nas formas verbais predominante;
humorístico; Uso de argumentos e
Linguagem clara, objetiva e impessoal.
fatos;
Também pode ser escrita
O editorial, além de ser um gênero muito comum nas
provas de interpretação textual em concursos públicos, Uso de argumentos de
também é, recorrentemente, cobrado por muitas bancas modo pessoal e subjetivo.
em provas de redação. Por isso, a seguir, apresentamos
um breve esquema para facilitar a escrita desse gênero,
Apesar de as formas de texto verbais serem o for-
especialmente em certames que cobrem redação.
mato mais comum na construção de uma crônica,
atualmente, podemos encontrar crônicas veiculadas
EDITORIAL – ESTRUTURA TEXTUAL POR
PARÁGRAFOS em outros formatos, como vídeo, muito divulgados
nas redes sociais.
Apresentação do tema (situando o leitor)
No tocante ao estilo da crônica argumentativa,
Parágrafo 1
Ser didático ao apresentar o assunto ao trata-se de um texto com estrutura argumentativa
leitor. padrão (Introdução, Desenvolvimento, Conclusão),
Contextualização do tema, comparando- muito veiculado em jornais e revistas, e, por isso, é
LÍNGUA PORTUGUESA
Como podemos notar, a crônica trata de um assun- Algumas palavras com “CH”: -
to bem atual: o aumento da carga tributária que inci- marrão, churrasco, chinelo, chicote, cachimbo, fanto-
de sobre o preço dos livros. A autora apresenta sua che, penacho, broche, salsicha, apetrecho, bochecha,
opinião e segue argumentando sobre a importância
mochila, pichar, lincha, fechar, fachada, comichão,
dos livros na sociedade com um ponto de vista ladea-
chuchu, charque, cochicho.
do pela literatura, o que fortalece sua argumentação.
- Há ainda algumas palavras homófonas, que podem
tuais, é importante deixarmos uma informação rele- -
vante sobre esse assunto. Para muitos autores, os dos diferentes. Veja algumas:
gêneros não apenas moldam formas de texto, mas
Brocha (pequeno prego)
formas de dizer marcadas pelo discurso, por isso, em
Broxa (pincel para caiação de paredes);
algumas metodologias (e também em alguns editais de Chá (planta para preparo de bebida)
concurso), os gêneros serão tratados como do discurso. Xá (título do antigo soberano do Irã);
Gêneros do discurso marcam o processo de inte- Chalé (casa campestre de estilo suíço)
ração verbal, como todo discurso materializa-se por Xale (cobertura para os ombros);
Chácara (propriedade rural)
meio de textos, a nomenclatura gêneros textuais tor- Xácara (narrativa popular em versos);
na-se mais adequada para essa perspectiva de estudos. Cheque (ordem de pagamento)
Podemos distinguir as duas variantes vocabulares de Xeque (jogada do xadrez).
acordo com as demandas sociais e culturais de estudo
dos gêneros. Emprego do C, Ç, S e SS
Agora que já sabemos reconhecer e distinguir Por possuírem o mesmo som, as letras C, Ç, S e SS
gêneros e tipos textuais, bem como, estudamos os costumam causar bastante confusão. Porém, existem
gêneros mais comuns em provas de concursos iremos algumas regrinhas que nos ajudam a saber quando
estudar um outro âmbito da língua portuguesa mui- usar qual delas. Veja:
to importante para compreensão textual e também
a) O /c/ só é usado com valor de “s” com as vogais “e” e “i”
para o processo de escrita de textos, o par fundamen-
Ex.: acém, ácido, aceso, macio.
tal para que haja sentido em um texto: a coesão e a Com as vogais “o” e “u”, usa-se Ç.
20 coerência. Ex.: Açougue, açúcar, caçula.
b) Em início de palavras, o Ç e o SS não são usados em
início de palavras. Agir – ajam, ajo;
O “S” inicia palavras quando seguido de qualquer Eleger – elejam, elejo.
uma das vogais.
Ex.: Sapato, segurança, solteiro, sucesso.
O “C” inicia palavras (possuindo o mesmo som de
“S”) apenas com as vogais “e” e “i”.
Ex.: Cenoura, cela, cigarro, cinema. DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE
c) O “S” tem sempre som de /z/ quando está entre COESÃO TEXTUAL
vogais. Sendo assim, palavras compostas deriva-
das de uma palavra com “S” no início passam a ser EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO,
escritas com “SS”, mantendo o som de /s/. SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES
Ex.: Sala – Antessala / Sol – Girassol / Seguir E DE OUTROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO
– Prosseguir. TEXTUAL
d) “SS” é utilizado somente entre vogais.
Ex.: Passagem, pessoa, posse, possível.
Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organi-
zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso e
Emprego do C e QU
coerente. Porém, como fazer para que essa organiza-
ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro
É comum encontrarmos algumas palavras que nos
é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência
colocam na dúvida: usar C ou QU?
e por que buscar esse padrão é importante.
Bom, existem palavras que podem ser escritas tan-
Os textos não são somente um aglomerado de pala-
to de uma forma, como de outra. Veja:
Catorze/ quatorze; cociente / quociente; cotidiano / vras e frases escritas. Suas partes devem ser articu-
quotidiano; cotizar / quotizar. ladas e organizadas harmoniosamente de maneira
Palavras que só podem ser escritas de uma forma: que o texto faça sentido como um todo. A ligação, a
Cinquenta, cinquentenário, cinquentão, cinquentona. relação, os nexos entre essas partes estabelecem o que
Emprego do K, W e Y - Símbolos e siglas se chama de coesão textual. Os articuladores respon-
sáveis por essa ‘costura’ do tecido (tessitura) do texto
Kg – quilograma; são conhecidos como recursos coesivos que devem ser
Km – quilômetro; articulados de forma que garanta uma relação lógica
k – potássio. entre as ideias, fazendo com que o texto seja inteli-
gível e faça sentido em determinado contexto. A res-
Nomes próprios e seus derivados originados de peito disso, temos a coerência textual que está ligada
língua estrangeira.
ele produz para o leitor.
Kelly, Darwin, Wilson, darwinismo.
COESÃO COERÊNCIA
Palavras estrangeiras não adaptadas para o
português: Subjacente ao texto (ênfa-
(ênfase na forma) articu- se no conteúdo) produção
Feedback, hardware, hobby. lação entre as ideias de sentido/relação lógica
Embora também não recomendamos as repetições ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS
exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade- JUNTAS
quado em um texto, por isso apresentamos, a seguir, Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não
alguns usos comuns dessa estratégia coesiva. tanto...quanto; ora...ora; seja...seja, etc.
A paráfrase é um recurso de reiteração que pro- “Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
porciona maior esclarecimento sobre o assunto trata- foi sua irmã e a outra estava bem” – Incorreto
do no texto. A paráfrase é utilizada para voltar a falar “Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
sobre algo utilizando-se de outras palavras, confor- foi sua irmã e a outra foi minha prima” – Correto
me Antunes (2005, p.63), “alguma coisa é dita outra Agora que já aprendemos um pouco mais sobre as
vez, em outro ponto do texto, embora com palavras estratégias de coesão textual, vamos praticar nossos
diferentes”. conhecimentos com algumas questões de concurso.
Vejamos o seguinte exemplo:
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
Ceará goleia Fortaleza no Fortaleza é goleado pelo Este conteúdo será abordado no tópico “Empre-
Castelão. Ceará no Castelão. go das Classes de Palavras”. 25
Ordinais: como o próprio nome diz, expressão
DOMÍNIO DA ESTRUTURA ordem ou posição dentro de uma sequência.
MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO Ex.: João ganhou a corrida em segundo lugar.
Esta foi a primeira vez que consegui compreendê-lo.
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS Multiplicativos: expressam o número de vezes
pelo qual determinada quantidade é multiplicada.
Dobro > duas vezes; triplo > três vezes; quádruplo
Anteriormente, foi possível notar que a Morfologia
> quatro vezes...
estuda a estrutura das palavras, sua formação e clas-
Ex.: Eu trabalho o dobro de horas que você.
Fracionários: expressam frações, divisões ou
Vimos, também, na seção anterior, como as pala-
diminuições proporcionais em quantidade.
vras se estruturam e são formadas. Agora é hora de
Ex.: Esse mês já gastei um terço do meu salário.
obedientíssimo.”
de bode hircino de pai paternal
de cabra caprino de rio Formação dos adjetivos
Os adjetivos de relação possuem algumas caracte- Adjetivo simples: apresenta somente um radical.
Ex.: pobre, magro, triste, alto, feliz.
Adjetivo composto: apresenta mais de um radical.
a) Ter valor semântico objetivo (não expressa nenhu- Ex.: afro-brasileiro, superinteressante, super-herói.
ma subjetividade). Adjetivo primitivo: é a palavra que dá origem a
Ex.: Problema mundial = problema relativo ao outros adjetivos.
mundo. Ex.: alegre, bom, puro. 29
Adjetivo derivado: são palavras que derivam de verbos ou substantivos.
Ex.: escultor (de “esculpir), formoso (de “formosura”).
Adjetivos pátrios
Os adjetivos pátrios são responsáveis por representar a origem das pessoas, objetos e seres em relação ao país,
estado ou à cidade. Veja abaixo alguns deles:
ADVÉRBIOS
Tempo: são os advérbios que fornecem informações temporais, isto é, indicam o momento em que a ação ocor-
reu, ocorre ou ocorrerá.
-
pre, doravante, outrora, imediatamente, antigamente, primeiramente, constantemente, sucessivamente,
posteriormente.
Modo: são os advérbios que fornecem informações a respeito da maneira com que a ação se dá, deu-se ou se
dará. Em sua maioria, possuem a terminação –mente.
São eles: rapidamente, bem, mal, devagar, silenciosamente, vagarosamente, apressadamente, insistentemen-
te, tristemente, alegremente, etc.
Intensidade: são advérbios que ajudam na percepção da intensidade do verbo, e é comumente utilizado com
adjetivos e até mesmo com outros advérbios.
30 Alguns deles: meio, menos, mais, muito, pouco, demais.
Locuções adverbiais Ex.: Ele chegou tão tarde quanto o pai.
Cantava tão bem como a irmã.
A locução adverbial é o conjunto de duas ou mais De superioridade: formado pelo “mais” anteposto
palavras que pode desempenhar a função de advér- ao advérbio, acrescentado de “que” ou “de que”.
bio, alterando o sentido de um verbo, adjetivo ou Ex.: Ele chegou mais tarde que [de que] o pai.
advérbio. Cantava melhor que [de que] a irmã.
A maioria das locuções adverbiais são formadas
por uma preposição e um substantivo. Há ainda os
que são formados por adjetivos ou por advérbios. Veja
alguns exemplos: Importante!
Preposição + substantivo: de novo; Os advérbios “bem” e “mal” recebem o grau
Preposição + adjetivo: em breve;
comparativo de superioridade irregular, sendo
Preposição + advérbio: por ali.
Agora, veja a aplicação nas frases: “melhor” e “pior”, respectivamente.
Professora, você pode me explicar a matéria de No exame, você se saiu melhor que eu.
novo? (de novo = novamente) No exame, você se saiu pior que eu.
.
(em breve = brevemente)
Acho que eles foram por ali. De inferioridade: formado pelo “antes” anteposto
ao advérbio, seguido de “que” ou “de que”.
que [de que]
Locuções adverbiais de tempo: em breve, à tar- André.
de, à noite, logo mais, pela manhã, de tempos em
tempos, por vezes... Advérbios e adjetivos
Ex.: À tarde passearemos com as crianças no
parque.
Locuções adverbiais de lugar: em cima, por per- Existem ainda os adjetivos adverbializados. Do
to, ao lado, à direita, à esquerda, para dentro, para que se trata?
fora... Trata-se de um fato linguístico em que os adjetivos
por perto. passam a pertencer à classe dos advérbios, conforme
Locuções adverbiais de modo: às pressas, ao sua utilização dentro da oração. Veja os exemplos:
contrário, em silêncio, de cor, às claras, à toa, em Os alunos chegaram apressados. > Os alunos
geral... chegaram apressadamente.
Ex.: O suspeito permaneceu em silêncio durante As alunas chegaram apressadas. > As alunas
todo o interrogatório. chegaram apressadamente.
Locuções adverbiais de negação: de forma algu-
Ou seja, para determinar a função de advérbio no
ma, de modo algum, de maneira nenhuma...
Ex.: Não usaria isto de forma alguma. adjetivo, basta transformar seus enunciados, levando
sem dúvida, em consideração as mudanças em gênero e número.
de fato, com certeza, por certo...
Ex.: Ele, de fato, amava muito sua namorada. advérbio ou um adjetivo é o elemento ao qual ela se
Locuções adverbiais de dúvida: com certeza, refere. Veja o exemplo:
quem sabe, por certo... O menino alto cantava alto.
Ex.: Quem sabe ele ainda apareça por aqui. A primeira palavra “alto” é um adjetivo, pois quali-
Locuções adverbiais de intensidade: de muito,
de pouco, em excesso, de todo.
Ex.: Eles compram roupas em excesso.
menino canta e complementa o verbo “cantava”.
O mesmo pode ocorrer em relação ao pronome
Advérbios interrogativos
do livro Gramática pela Prática:
Os advérbios interrogativos introduzem uma per-
gunta, podendo exprimir uma ideia de modo, tempo, Era muito problema... x Era problema muito fácil.
lugar ou de causa (como, quando, onde e porque). Veja O “muito” do primeiro exemplo se refere a um
abaixo nos exemplos: substantivo; em casos como esse, trata-se de um pro-
Modo: Como se locomoveu até lá? O “muito” do segundo exemplo já faz referência ao
Tempo: Quando ele foi embora?
Lugar: Onde é que se escondeu?
LÍNGUA PORTUGUESA
Pronomes pessoais
Referem-se à 3ª pessoa do discurso de modo vago,
Referem-se às pessoas que participam do discurso. impreciso. Veja:
O falante corresponde à 1ª pessoa; o ouvinte, à segun-
Todos foram à festa ontem.
retos ou oblíquos, de acordo com sua utilidade na frase. Muitos pais não se interessam verdadeiramente
REFERÊNCIA
Ênclise: é quando o pronome é colocado depois do verbo. Esse tipo de colocação pronominal se relaciona aos
seguintes casos:
1.
Ex.:
Depois de terminar, chamem-nos.
Para começar, joguem-lhes a bola!
2.
Exemplos:
Gostaria de pentear-te à minha maneira.
O seu maior sonho é casar-se.
3. Verbo inicia a oração.
Ex.:
Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo.
Acordei e surpreendi-me com o café da manhã.
4. Verbo no gerúndio (sem a preposição em, pois quando regido pela preposição em deve ser usada a
Próclise).
Ex.:
Vive a vida encantando-me com as suas surpresas.
Faço sempre bolos diferentes experimentando-lhes ingredientes novos.
Mesóclise: quando o pronome é colocado no meio do verbo. Essa colocação só é possível nos tempos verbais
Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito. Veja:
Orgulhar-me-ei dos meus alunos.
Orgulhar-me-ia dos meus alunos.
Existem casos em que o adjetivo pode vir antes dos substantivos, e aí, o que fazer? Devo concordar com um
ou com outro?
A regra é a seguinte: concorde o adjetivo com o substantivo mais próximo, como no exemplo:
próximo.
VERBOS
MODO TEMPO 1.ª CONJUGAÇÃO (-AR) 2.ª CONJUGAÇÃO (-ER) 3.ª CONJUGAÇÃO (-IR)
Indicativo Presente ando como divido
Indicativo Pretérito imperfeito andava comia dividia
Indicativo Pretérito perfeito andei comi dividi
Pretérito
Indicativo andara comera dividira
mais-que-perfeito
Indicativo Futuro do presente andarei comerei dividirei
Indicativo Futuro do pretérito andaria comeria dividiria
Subjuntivo Presente ande coma divida
Subjuntivo Pretérito imperfeito andasse comesse dividisse
Subjuntivo Futuro andar comer dividir
Imperativo anda come divide
Imperativo Negativo não andes não comas dividas
São eles: pretérito perfeito composto, pretérito mais-que-perfeito composto, futuro do presente composto, futuro
do pretérito composto.
Trouxemos mais essa tabela para ajudar você!
-
pondem aos verbos terminados em ar, er e ir.
LÍNGUA PORTUGUESA
VERBOS INTRANSITIVOS
João lê e anda ao mesmo
Andar
tempo. Verbos regulares e verbos irregulares:
Elena brincou com Lucas
Brincar Os verbos regulares são aqueles que, ao serem
durante a tarde.
conjugados, não sofrem alterações em seu radical ou
36 Casar Josi casa amanhã. em suas terminações.
Os verbos irregulares, ao contrário, ao serem conjugados sofrem essas alterações.
Um exemplo é o verbo dizer.
Veja: Eu digo, eu direi...
Veja essa lista com os principais verbos irregulares:
VERBOS IRREGULARES
Ser Trazer
Estar Dizer
Haver Vir
Saber Querer
Poder Pedir
Medir Ouvir
Fazer Caber
Dar
Não existe uma regra para conjugar estes verbos. Em alguns, as alterações acontecem apenas em seu radical,
já em outros, em suas terminações, e há os que ocorrem em ambos os casos.
Verbos irregulares fortes: são os verbos que, conjugados no tempo pretérito perfeito do indicativo apresen-
tam um radical diferente de quando conjugados no presente do indicativo. Veja a tabela abaixo que indica quais
são esses verbos e como se diferem nestas conjugações.
VERBO CABER DIZER ESTAR FAZER HAVER PODER QUERER SABER TRAZER
Presente do
Indicativo eles eles eles eles eles eles eles eles
eles hão
cabem dizem estão fazem podem querem sabem trazem
plural)
Pretérito
Perfeito do
eles eles eles eles eles eles eles eles eles
Indicativo
couberam disseram estiveram houveram puderam quiseram souberam trouxeram
(3ª pessoa do
plural)
Verbos irregulares fracos: estes podem apresentar mais subgrupos de irregularidades. Veja abaixo, mais
Formas irregulares na 1.ª pessoa do singular do presente do indicativo e em todas as pessoas do presente do
subjuntivo.
VERBO ANSIAR INCENDIAR MEDIR MEDIAR ODIAR PEDIR REMEDIAR REQUERER VALER
Presente do
indicativo eu eu eu eu eu eu eu eu
eu requeiro
anseio incendeio medeio odeio peço remedeio valho
singular)
Presente do
que
LÍNGUA PORTUGUESA
subjuntivo que ele que ele que eu ele eu que ele que ele que ele
eu
(3ª pessoa do anseie incendeie meça medeie odeie remedeie requeira valha
peça
singular)
Verbos terminados em -iar são conjugadas segundo as regras dos verbos terminados em –ear.
Vamos agora a alguns exemplos de verbos regula- Bia tomou o café da manhã.
João comprou um carro.
res, ou seja, aqueles que não apresentam “exceções” /
2. Voz passiva: na voz passiva, o sujeito sofre, recebe
irregularidades: a ação. Veja:
O assassino foi preso ontem.
Aumentou-se a vigilância.
VERBOS REGULARES
Amar Entender
em analítica e sintética.
Abrir Falar A voz passiva analítica é formada por:
Acabar Fingir
Agradecer Gostar
Almoçar Julgar
Para facilitar, veja como funciona na prática.
Aprender Lavar Seguem exemplos:
O café da manhã foi tomado por Bia logo cedo.
Assistir Lembrar A casa toda foi aspirada por nós.
Beber Levar O trabalho foi feito por mim.
REFERÊNCIA
Vimos anteriormente algumas funções do “se”, porém existem outras funções que ela pode exercer nos textos.
Veja algumas delas:
Pronome:
Partícula expletiva: quando acompanha verbo intransitivo, com sujeito claro ou oculto, podendo ser usado
apenas para realce.
Ex.: Acabou-se o mundo.
Foram-se embora todos os amigos que restavam.
Conjunção:
Causal: usada quando a oração subordinada expressa uma causa para a oração principal.
Ex.: Se João demorar, jantaremos apenas nós.
Condicional: indica uma condição da oração.
Ex.: Se
Integrante: quando integra orações subordinadas substantivas, completando o sentido da oração principal.
Ex.: Não se sabe ao certo qual a verdadeira causa de seu falecimento.
Sabe-se que não são muitos os que realmente se preocupam.
Um verbo derivado, como o próprio nome revela, deriva de um verbo primitivo, e para trabalhar a conjugação
destes verbos, é importante ter clara a conjugação de seus “originários”.
É muito comum que em provas e vestibulares os alunos se equivoquem na conjugação destes verbos, isto
porque não se atentam à conjugação dos verbos primitivos. Por isso, dê uma conferida nesta lista de verbos irre-
gulares e algumas de suas derivações, e atente-se!!!
Outro problema é quando se precisa conjugá-los em determinados tempos, como no futuro do subjuntivo. Veja
40
Conjugação de alguns verbos
Verbos regulares
VERBO BEBER
INDICATIVO
Pretérito I Pretérito Pretérito mais Futuro do
Presente Futuro do Pretérito
mperfeito Perfeito que perfeito Presente
Eu beberei
Eu bebo Eu bebia Eu bebi Eu bebera Eu beberia
Tu beberás
Tu bebes Tu bebias Tu bebeste Tu beberas Tu beberias
Ele beberá
Ele bebe Ele bebia Ele bebeu Ele bebera Ele beberia
Nós
Nós bebemos Nós bebíamos Nós bebemos Nós bebêramos Nós beberíamos
beberemos
Vós bebeis Vós bebíeis Vós bebestes Vós bebêreis Vós beberíeis
Vós bebereis
Eles bebem Eles bebiam Eles beberam Eles beberam Eles beberiam
Eles beberão
SUBJUNTIVO
Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu beba se eu bebesse quando eu beber
que tu bebas se tu bebesses quando tu beberes
que ele beba se ele bebesse quando ele beber
que nós bebamos se nós bebêssemos quando nós bebermos
que vós bebais se vós bebêsseis quando vós beberdes
que eles bebam se eles bebessem quando eles beberem
IMPERATIVO
Imperativo Negativo
-
Bebe tu
Não bebas tu
Beba você
Não beba você
Bebamos nós
Não bebamos nós
Bebei vós
Não bebais vós
Bebam vocês
Não bebam vocês
INFINITIVO
Por gostar eu
Por gostares tu
Por gostar ele
Por gostarmos nós
Por gostardes vós
Por gostarem eles
VERBO GOSTAR
LÍNGUA PORTUGUESA
INDICATIVO
Pretérito Pretérito Pretérito mais Futuro do Futuro do
Presente
Imperfeito Perfeito que perfeito Presente Pretérito
Eu gosto Eu gostei Eu gostara Eu gostarei Eu gostaria
Eu gostava
Tu gostas Tu gostaste Tu gostaras Tu gostarás Tu gostarias
Tu gostavas
Ele gosta Ele gostou Ele gostara Ele gostará Ele gostaria
Ele gostava
Nós gostamos Nós gostamos Nós gostáramos Nós gostaremos Nós gostaríamos
Nós gostávamos
Vós gostais Vós gostastes Vós gostáreis Vós gostareis Vós gostaríeis
Eles gostavam
Eles gostam Eles gostaram Eles gostaram Eles gostarão Eles gostariam
41
SUBJUNTIVO
IMPERATIVO
Imperativo Negativo
-
Gosta tu
Não gostes tu
Goste você
Não goste você
Gostemos nós
Não gostemos nós
Gostai vós
Não gosteis vós
Gostem vocês
Não gostem vocês
INFINITIVO
Por gostar eu
Por gostares tu
Por gostar ele
Por gostarmos nós
Por gostardes vós
Por gostarem eles
PREPOSIÇÕES
Conceito
São as palavras que têm a função de ligar dois termos, tornando o segundo subordinado ao primeiro.
Algumas preposições essenciais: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, perante, sem,
sob, sobre, trás.
Ex.: Dei um presente a ele.
O evento começará após o jantar.
Veja essa relação de preposições e o seu valor dentro das orações:
“A”
“APÓS”
Combinações e contrações
la):
Contração: quando, ao se ligarem, sofrem redução.
a) Preposição A:
-
vo feminino:
REFERÊNCIA
b) Preposição DE: Para que você possa entender melhor sobre o que
vamos falar, vale ressaltar o que é semântica! Semân-
contexto.
As preposições estabelecem essa relação semânti-
ca entre o termo que pede preposição (chamado de
termo regente), e o termo que completa seu sentido
(termo regido). Veja alguns exemplos práticos para
entender melhor:
com pronome demonstrativo:
Peguei o livro do professor com o compromisso de
devolvê-lo amanhã - Posse.
apressar-se.
As conjunções integrantes apresentam uma ora-
e) Explicativas: ligam orações, de forma que em uma
ção que atua como sujeito, objeto direto ou indireto,
predicativo, aposto ou complemento nominal de uma
começo de oração –, porque, que, porquanto). outra oração (que, se).
Ex.: Preciso ir, porque já é tarde. Ex.: Tive medo, percebi que cometi um erro.
Viva bem, pois isso é o mais importante. Veja se compreende.
Veja os diferentes tipos de orações com conjunções
Conjunções subordinativas integrantes:
As conjunções subordinativas ligam duas orações, Oração subordinada substantiva subjetiva: aquela
sendo que uma delas é necessária para o sentido que exerce função de sujeito da oração principal.
É obrigatório que você esteja presente. 45
É obrigatório = oração principal; De advertência: Olha lá!; Vê bem!; Presta aten-
Que você esteja presente = sujeito. ção!; Volta aqui!;
Perceba: a conjunção “que” atuando como inte- De agradecimento: Graças a Deus!; Muito obriga-
grante sujeito. da!; Valeu a pena!;
De alegria: Que bom!; Que maravilha!;
Oração subordinada substantiva objetiva direta: De animação: Vamos lá!; Você consegue!; Tenha
aquela que exerce função de objeto direto da ora- coragem!;
ção principal. De concordância: Sem dúvidas!; Com certeza!;
De aplauso: Isso aí!; Muito bem!;
Não sei se as inscrições já terminaram.
De desejo: Queira Deus!; Quem me dera!;
Não sei = oração principal; De dor: Ai de mim!; Que dor!;
Se as inscrições já terminaram = objeto direto. De espanto: Nossa mãe!; Meu Deus!; Senhor Jesus!;
Conjunção “se”, atuando como objeto direto. Crê em Deus Pai!
São palavras que expressam emotividade. sujeito, porém ele não aparece na frase.
Ex.: Psiu! A criança está dormindo. Ex.: Fui resgatar o animal da chuva. (sujeito implí-
Oi! Que bom que você veio hoje. cito: eu).
Bravo! Nosso time foi campeão pela 3ª vez Indeterminado: não é possível determinar o
consecutiva! sujeito.
Há também a locução interjetiva, que são duas ou Ex.: É essencial lutar contra o racismo.
mais palavras que possuem valor de interjeição. Inexistente: quando não há sujeito; em geral, são
Ex.: Poxa vida! fenômenos da natureza.
Nossa senhora! Ex.: Ontem choveu demais!
46 e seus exemplos:
E predicado? O que é? É o termo que indica o que o Agente da passiva: pelos pais.
sujeito faz, o que lhe acontece, e é formado, obrigato-
riamente, por um verbo ou locução verbal. Termos acessórios
Ex.: João caiu da escada.
Bia, Larissa e Flávia são minhas primas. Os termos acessórios da oração são: adjunto adno-
minal, adjunto adverbial e aposto.
Termos integrantes
Adjunto adnominal: também se refere ao substan-
Estudaremos agora os termos integrantes da ora- tivo da oração, porém caracterizando-o. Ele pode
ção, são eles: o objeto direto, objeto indireto, com- ser um artigo, um numeral, pronome adjetivo, um
plemento nominal e agente da passiva. adjetivo ou locução adjetiva.
Ex.: A criança adormeceu. (artigo);
Objeto direto: As duas crianças adormeceram. (numeral);
- As crianças bonitas adormeceram. (adjetivo);
res) sem precisar de preposições. Aquelas crianças adormeceram. (pronome
adjetivo);
Aquelas crianças adormeceram muito cedo. (locu-
ção adjetiva).
Adjunto adverbial: é todo termo que aparece na
oração, como advérbios e locuções adverbiais,
-
ção, negação, dúvida, instrumento e etc.
Pode complementar também um verbo transitivo
Ex.: Moro em Minas Gerais. -> Lugar;
direto e indireto.
Voltei tarde. -> Tempo;
Ele escreve bem. -> Modo;
Come com o garfo. -> Instrumento;
Falavam sobre a novela. -> Assunto;
Morreu de pneumonia. -> Causa;
Se organizou para a festa. -> Finalidade.
Aposto: é o termo da oração que se liga a outro ter-
-lo ou explicá-lo.
Objeto indireto:
Ex.: Clara, a moça mais linda da cidade, esteve
um verbo transitivo indireto, com a necessidade
por aqui hoje.
de se utilizar preposição.
Levaram tudo: roupas, acessórios, móveis,
eletrônicos...
Vocativo
Lhe – pronome que, nesta oração, adquire função O professor preparou a aula, aplicou as atividades e
de substantivo – complemento nominal. avaliou os alunos.
Agente da passiva: é o complemento, com pre- Perceba que todas as orações possuem sentido por
posição, que representa o ser/ coisa que pratica a si só, sem dependerem uma da outra e sem estabele-
ação expressa na voz passiva. cerem uma ligação entre si, não precisando de uma
Ex.: A criança foi ensinada pelos pais. conjunção. Aí você pode se perguntar: mas o “e” não
Sujeito: A criança; é conjunção? Sim, porém nesse caso ele atua como
47
conjunção coordenativa, utilizada para ligar pala- Oração subordinada substantiva objetiva indireta
vras ou orações que tenham a mesma função gramati-
cal, como é o caso do exemplo acima. Reduzida: O médico insistiu em fazermos uma
Existem ainda dois tipos de orações coordenadas, dieta.
as assindéticas e as sindéticas. -
Assindéticas: orações sem conjunção coordenati- semos uma dieta.
va, ligadas por uma pausa, que geralmente se dá pelo Oração subordinada substantiva completiva
uso da vírgula. nominal
Ex.: Ele viu, gostou, comprou. Reduzida: Eu tenho esperança de conseguirem o
Sindéticas: são orações ligadas por uma conjun- emprego.
Desenvolvida: Eu tenho esperança de que consi-
gam o emprego.
Aditivas: e, nem, mas também.
Ex.: Não quero feijão nem batata. / Eu e meu amigo Oração subordinada substantiva predicativa
fomos à praia ontem.
Adversativas: porém, mas, contudo, todavia, Reduzida: O melhor é ser sempre feliz!
entretanto. Desenvolvida: O melhor é que eu seja sempre feliz!
Ex.: Iríamos ao clube hoje, porém está chovendo
muito. / Compramos uma bola de basquete, mas Oração subordinada substantiva apositiva
não sabemos jogar.
Alternativas: ou, nem... nem..., ou... ou..., seja... Reduzida: Apenas quero uma coisa: encontrar o
seja..., etc. meu próprio caminho.
Ex.: Fica de graça e não escolhe nem uma coisa Desenvolvida: Apenas quero uma coisa: que eu
nem outra! / Ou você come ou você joga. encontre o meu próprio caminho.
Conclusivas: por isso, logo, portanto, assim, então.
Ex.: Comi muito bacalhau, por isso estou passando Oração subordinada adverbial causal
mal.
Explicativas: porque, pois, isto é, ou seja. Reduzida: Por ser sempre assim, já ninguém dá
Ex.: É vegetariano, ou seja, não come carne. / Vamos atenção!
comemorar, pois Desenvolvida: Porque é sempre assim, já ninguém
dá atenção!
Orações Subordinadas
Oração subordinada adverbial condicional
Uma oração subordinada é aquela que dá sentido,
completa a oração principal, dando sentido para o Reduzida: Sem arrumarem o quarto, não iremos
período. Veja o exemplo: ao cinema.
Desenvolvida: Caso não arrumem o quarto, não
iremos ao cinema.
A menina gosta | de ter toda atenção para si. Oração subordinada adverbial concessiva
Oração principal: A menina gosta Reduzida: Sem saber nada sobre você, eu acredito
na sua honestidade.
[de quê?]
Desenvolvida: Embora eu não saiba nada sobre
Oração subordinada: de ter toda atenção para si. você, eu acredito na sua honestidade.
São orações que não se introduzem por conjun- Reduzida: Ao entrar em casa, vi que tinha sido
- assaltada.
vo, gerúndio e particípio). Desenvolvida: Quando entrei em casa, vi que tinha
sido assaltada.
Reduzida: É essencial comparecer no evento. Reduzida: Ela comeu tanto, ao ponto de vomitar
Desenvolvida: É essencial que você compareça no tudo.
evento. Desenvolvida: Ela comeu tanto, ao ponto que
vomitou tudo.
Oração subordinada substantiva objetiva direta
Oração subordinada adjetiva
Reduzida: Os alunos não sabiam ser dia de prova.
Desenvolvida: Os alunos não sabiam que era dia Reduzida: A patinadora, a rodopiar no meio do
48 de prova.
Desenvolvida: A patinadora, que rodopiava no Oração subordinada adverbial concessiva
-
REFERÊNCIA dades virão.
Desenvolvida: Mesmo que resolvam este proble-
Norma Culta. Disponível em: <https://www.nor-
maculta.com.br/oracoes=-reduzidas/#:~:text-
Ora%C3%A7%C3%B5es%20reduzidas%20 Oração subordinada adverbial temporal
s%C3%A3o%20aquelas%20que,no%20indicati-
vo%20ou%20no%20subjuntivo.>. Acesso em 31 de Reduzida: Chegada à casa, o telefone tocou.
ago de 2020. Desenvolvida: Assim que cheguei à casa, o telefone
tocou.
Orações reduzidas de gerúndio:
Oração subordinada adjetiva
No gerúndio, os verbos terminam em -ando (1ª con-
jugação), -endo (2ª conjugação) e -indo (3ª conjugação). Reduzida: Já foi usado o material comprado por
mim.
Oração subordinada adverbial causal Desenvolvida: Já foi usado o material que eu
comprei.
Reduzida: Não sendo honesta, só arrumou
confusão. Períodos Mistos
Desenvolvida: Como não foi honesta, só arrumou
confusão. Tem-se um período misto quando, num período,
aparecem orações que se relacionam, seja por coorde-
Oração subordinada adverbial condicional nação, seja por subordinação. Ex.:
ao período.
Oração subordinada adverbial causal
Período composto por subordinação
Reduzida: Arrependido, tentou resolver a situação.
Desenvolvida: Uma vez que se arrependeu, tentou O período composto por subordinação necessi-
resolver a situação. ta de, ao menos, uma oração principal e uma oração
subordinada.
Oração subordinada adverbial condicional A oração subordinada, como já visto anteriormen-
te, tem a função de completar o sentido da oração
Reduzida: Cumprida a sua promessa, poderá fazer principal, por isso exerce uma função sintática dentro
como entender. do período.
Desenvolvida: Desde que cumpra a sua promessa, As orações subordinadas são divididas em seis
poderá fazer como entender. tipos: 49
Substantivas: exercem funções de substantivo, Uso do ponto e vírgula (;)
objeto e predicativo; em geral, iniciam-se com as
conjunções “se” e “que”. É utilizado para:
Ex.: É possível que esteja enganada.
Separar itens em enumeração
As orações subordinadas substantivas também são Ex.: Art. 1º A locação de imóvel urbano regula-se
divididas em grupos: pelo disposto nesta Lei.
Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código
1. Substantivas objetivas diretas: complementam, Civil e pelas leis especiais:
exercendo a função de objeto direto. a) as locações:
Ex.: Fernanda comprovou que a marca mais 1. de imóveis de propriedade da União, dos
barata possuía pouquíssima qualidade. Estados dos Municípios, de suas autarquias e
2. Substantiva objetiva indireta: complementam, fundações públicas;
exercendo a função de objeto indireto. 2. de vagas autônomas de garagem ou de espa-
Ex.: O menino tinha necessitava de que lhe des-
ços para estacionamento de veículos;
sem o remédio todos os dias.
3. de espaços destinados à publicidade.
3. Substantivas predicativas: são o predicativo do
sujeito da oração principal. Ex.: O problema era
Separar orações muito extensas ou que já possuam
que não tinha mais desejo algum.
vírgula
4. Substantivas apositivas: têm a função de aposto de
Ex.: “Às vezes, também a gente tem o consolo de
algum substantivo da primeira oração.
Ex.: Uma só coisa é necessária: respeitar as esco- saber que alguma coisa que se disse por acaso
lhas e opiniões do outro. ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou
5. Substantivas subjetivas: são as orações subordina- com a sua vida; sonhar um pouco, a sentir uma
das que exercem a função de sujeito. vontade de fazer coisa boa.” (Rubem Braga)
Ex.: Foi necessário que ele sofresse.
6. Substantivas completivas nominais: são o comple- Substituindo a vírgula
mento nominal da primeira oração. Ex.: Amanhã terei duas provas; porém ainda não
Ex.: Seu problema é a fraqueza de ser muito consegui estudar nada.
Ex.: “É homem de sessenta anos feitos [...] corpo b) Quando pode ser substituída pelo pronome pelo
antes cheio que magro, ameno e risonho” (Macha- qual
do de Assis)
Ex.: Desconhecemos o motivo por que (pelo qual)
ele não compareceu.
à etimologia da palavra.
Ex.: amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que
predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou Por quê:
de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patri-
mônio artístico de sua terra. (Novo Dicionário Quando se subentende também como motivo e
Aurélio) está seguido de pausas, que são marcadas por : ; . / !
…-.
por quê.
51
Houve nova desvalorização da moeda por quê? b) Palavras unidas por preposição.
Ex.: água-de-colônia, águas-de-colônia.
CONCORDÂNCIA VERBAL
Ex.: Não me avisou do ocorrido antes por
POR QUÊ Diz respeito à concordância entre sujeito e verbo
quê?
Ele terminou comigo e não me disse por em gênero, pessoa e número. Por exemplo, se o meu
quê. sujeito é a 3ª pessoa do plural masculino (eles), o verbo
precisa estar conjugado dessa mesma maneira. Veja:
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL Eles viajarão juntos na próxima semana.
Sujeito “eles”, verbo “viajarão”.
Diz respeito à concordância do sujeito com adjeti- Eu irei embora pela manhã.
vos, por exemplo, ou com outras classes de palavras. “Eu” – 1ª pessoa do singular;
Veja o exemplo: “irei” – verbo conjugado na 1ª pessoa do singular.
Amanhã compraremos roupas bonitas e baratas Nós buscamos compreender a todos.
naquela loja. “Nós” – 1ª pessoa do plural;
Aqui, os adjetivos “bonitas” e “baratas” concordam “buscamos” – verbo conjugado na 3ª pessoa do plural.
em gênero e número com o substantivo “roupas”.
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
PLURAL DE COMPOSTOS
Regência Nominal
Plural de substantivos compostos
É o nome que se dá a toda relação estabelecida
Se o substantivo composto é escrito sem hífen, entre um nome (substantivo, advérbio ou adjetivo) e
para utilizá-lo no plural, basta acrescentar a letra “s”.
os termos regidos por esse nome, sendo sempre inter-
Agora, se ele for escrito com hífen, deve seguir algu-
mediada por uma preposição.
mas regrinhas.
Veja o exemplo do verbo obedecer:
São elas:
Obedecer a algo/ a alguém.
É obediente a algo/ a alguém.
primeiro. Tanto esse verbo quanto os seus correspondentes
Ex.: decreto-lei, decretos-lei. regem complementos que são introduzidos pela pre-
52 posição a.
Veja mais exemplos abaixo: EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE
Crase
SUBSTANTIVOS
Devoção a, para, A crase ( ` ), marcada pelo acento grave, costuma
Medo de Bacharel em
com, por trazer bastante confusão em seu uso (ou não) durante a
Dúvida acerca escrita de um texto, pois muitos não sabem exatamente
Obediência a Admiração a, por
de, em, sobre quando seu uso é obrigatório e quando não é. Por isso,
Ojeriza a, por Doutor em Atentado a, contra veja algumas dicas e entenda melhor sua aplicação:
Capacidade de, Ela é utilizada para fazer a junção de duas vogais
Proeminência sobre Impaciência com
para “a”, quando em uma frase a preposição é contraída
Respeito a, com, Aversão a, para, com o artigo. Ex.:
Horror a
para com, por por
ADJETIVO
Descontente com Idêntico a Insensível a
Acostumado a, 1 - Em locuções:
Entendido em Grato a, por
com
Prepositivas com palavras femininas: sempre
Equivalente a Agradável a Necessário a terminam em preposições – à cata de, à moda
Escasso de Alheio a, de Nocivo a de, à custa de, à força de, à procura de, à guisa
de, à beira de.
Paralelo a
Ansioso de, para,
Prestes a
Conjuntivas com palavras femininas: quase
por todas terminadas em que – à medida que, à
Passível de Apto a, para Propício a
proporção que.
Adverbiais com palavras femininas: às vezes, às
Preferível a Ávido de Próximo a claras, às ocultas, às pressas, à toa, às fartas, às
escondidas, à noite, à tarde, à vista, à esquerda,
Análogo a a Prejudicial a
à direita, às terças-feiras.
2 - Em lugares:
ADVÉRBIOS
Perto de Se venho de Paris, vou a Paris. – preposição, sem
Longe de crase;
Se venho da Bahia, vou à Bahia. – preposição + arti-
go = crase.
Regência Verbal Faça uso desse macete:
“Se vou a e venho da”, crase há;
Ocupa-se da relação entre os verbos e os termos “Se venho a e venho de”, crase para quê?
LÍNGUA PORTUGUESA
Existem três casos em que o uso da crase é faculta- O sentido denotativo da linguagem compreende
tivo, isso é, opcional. São eles:
54
reciprocidade (comprar/vender) ou complementari-
ênfase à informação que se quer passar para o recep- dade (ele é casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo
tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por a seguir:
isso, é muito utilizada em textos informativos, como
notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá-
ticos, entre outros. Ex.: O fogo se alastrou por todo o
prédio. (fogo: chamas)
O coração é um músculo que bombeia sangue para
o corpo. (coração: parte do corpo)
CONOTAÇÃO
so para a coesão textual, uma vez que essa estratégia cervo (veado) servo (criado)
revela, além do domínio do vocabulário do falante, a chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)
capacidade que ele tem de realizar retomadas coesi-
cheque (ordem de xeque (lance no jogo de
pagamento) xadrez)
do texto.
círio (vela) sírio (natural da Síria)
Absorver/absolver
Realizaremos uma prova para aferir seus conheci- Relação estabelecida entre termos que guardam
mentos. (avaliar, cotejar) relação de sentido entre si e mantém uma ordem gra-
O empresário consegue sempre auferir lucros em dativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimo –
seus investimentos. (obter) carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus...
Delatar/dilatar
Título: na maioria dos casos possuem um título
Um dos alunos da turma delatou o colega que chu- que indica a que informação ele se refere.
tou a porta e partiu o vidro. (denunciar) Fonte:
Comendo tanto assim, você vai acabar dilatando ou seja, de onde as informações foram, com o ano de
56 seu estômago. (alargar, estender) publicação.
Números:
Usados para representar quantidade ou tempo (mês, ano, período).
Legendas: ajuda na leitura das informações apresentadas. Na maioria dos casos, o uso de cores destaca dife-
rentes informações.
NÚMEROS DE HABITANTES
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Franceses Alemães Inglêses Espanhóis Outros Total
CIDADES
desenho ou imagem que, com o apoio de um texto, informa sobre um assunto que não seria muito bem compreen-
dido somente com um texto, auxiliando a compreensão do leitor.
detalhes. As representações neste formato aliam ao texto uma série de atrativos visuais, cabendo ao leitor ser
extremamente observador. Ter atenção ao título, ao tema e a fonte das informações são vitais para uma boa aná-
lise e interpretação.
LÍNGUA PORTUGUESA
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/covid-19.htm. 57
REFERÊNCIAS Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase -
ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e vida por umas poucas horas dessa alegria.
coerência. São Paulo: parábola, 2005.
Nesse caso a palavra alegria aparece como sinôni-
CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Os sentidos do mo semântico da palavra amor, representando-a.
texto. São Paulo: contexto, 2013.
Coesão por elipse ou zeugma (omissão): é a
KLEIMAN, Angela. Texto e leitor: aspectos cogniti-
vos da leitura. 16.ed. Campinas: Pontes, 2016.
Podemos ocultar o sujeito da frase e fazer o leitor
KOCH , Ingedore Grunfed Villaça; EL IAS, Vanda procurar no contexto quem é o agente, fazendo corre-
Maria . Ler e compreender: os sentidos do texto. 3 lações entre as partes:
. ed . São Paulo: Contexto, 2015.
Ex.: O marechal marchava rumo ao leste. Não
SACCONI, L.A. Nossa Gramática Completa Sac- tinha medo, (?) sabia que ao seu lado a sorte tam-
coni – Teoria e Prática. 30ª. ed. São Paulo: Nova bém galopava.
Geração, 2010.
A interrogação representa a omissão do sujeito
SCHLITTLER, J.M.M. Recursos de Estilo em Reda- marechal
. Campinas/SP: Servanda, 2008.
Conectivos principais: preposições e suas locu-
REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES ções: em, para, de, por, sem, com...
E DE PERÍODOS DO TEXTO. ESTRATÉGIAS
ARGUMENTATIVAS Conjunções e suas locuções: e, que, quando, para
que, mas...
Coesão Pronomes relativos, demonstrativos, possessivos,
pessoais: onde, que, cujo, seu, este, esse, ele...
Coesão pode ser considerada a “costura” textual,
a “amarração” na estrutura das frases, dos períodos Ex.: Os programas de TV, em que nós podemos
e dos parágrafos que fazemos com palavras. Para ver muitas mulheres nuas, são imorais. Desde seu
garantir uma boa coesão no seu texto, você deve pres- início, a televisão foi usada para facilitar o domí-
tar atenção a alguns mecanismos. Abaixo, em negrito, nio da sociedade. Como exemplo, podemos citar
a chegada do homem à Lua, onde os EUA conse-
há exemplos de períodos que podem ser melhorados
guiram com sua propaganda capitalista frente a
utilizando os mecanismos de coesão:
uma Guerra Fria, a simpatia de grande parte da
população do planeta.
Elementos Anafóricos: Esse, essa, isso, aquilo,
isso, ele...
Coerência
São palavras referentes a outras que apareceram
Coerência textual é uma relação harmônica que se
estabelece entre as partes de um texto, em um contex-
Ela = Dolores seu = Ela o = poder uma unidade de sentido. Sendo assim, os principais
aspectos envolvidos nessa questão são:
Ex.: Dolores era beleza única. Ela sabia do seu poder de seduzir e o usava.
Coerência semântica
Elementos Catafóricos: Este, esta, isto, tal como,
a saber... -
tos da frase (local) ou entre os elementos do texto
São palavras referentes a outras que irão aparecer como um todo:
no texto:
Ex.: Paulo e Maria queria chegar ao centro da
questão. - Não caberia aqui pensar em centro
Ex.: Este novo produto a deixará maravilhosa, é o xampu como bairro de uma cidade.
Ela. Use-o e você não vai se arrepender!
É nesse caso que entra o estudo da coesão por meio
O pronome demonstrativo este apresenta um ele- do vocabulário.
mento do qual ainda não se falou = o xampu.
Coerência sintática: refere-se aos meios sintáti-
Coesão lexical: são palavras ou expressões cos que o autor utiliza para expressar a coerência
equivalentes. semântica: “A felicidade, para cuja obtenção não
A repetição de palavras compromete a qualidade fragmentos...” - como leitor do texto, você deve
do texto, mostrando falta de vocabulário do redator. entender que o pronome cuja foi empregado para
58 Assim, é aconselhável a utilização de sinônimos: estabelecer posse entre obtenção e felicidade.
É nesse caso que entra o estudo da coesão com o Aquele (passado distante ou bastante vago):
emprego dos conectivos. Naquela época, não havia iluminação elétrica.
Coerência estilística: refere-se ao estilo do autor, Fazendo referências contextuais (funções anafó-
à linguagem que ele emprega para redigir. O lei- rica e catafórica):
tor atento a isso consegue facilmente entender a
estrutura do texto e relacionar bem as informa- Este: refere-se a um elemento sobre o qual ainda
ções textuais. Além disso, percebendo se a lin- se vai falar no texto (referência catafórica). Ex.: Este
é o problema: estou dura. Pode também fazer uma
interpretativo deverá funcionar de uma determi-
-
nada maneira, como podemos ver neste texto de
so (ref. anafórica). Ex.: Ana e Bia saíram, esta foi ao
Fernando Pessoa:
cinema.
Já sobre a fronte vã se me acinzenta
Esse: refere-se a um elemento já mencionado no
O cabelo do jovem que perdi. texto (referência anafórica). Ex.: Comprei aspirina.
Meus olhos brilham menos. Esse remédio é ótimo.
Já não tem jus a beijos minha boca. Este: refere-se à última informação antecedente a
Se me ainda amas por amor, não ames: ele no texto;
Trairias-me comigo. Aquele: refere-se à informação mais distante dele
no texto. Ex.: Ana, João e Cris são irmãos; esta é quie-
(Ricardo Reis/Fernando Pessoa) ta, esse fala pouco e aquela fala muito.
Este (presente): Neste ano haverá Copa do Mundo. Explicativa: O homem, que é racional, mata. A
Esse (passado próximo: Nesse ano que passou, não oração adjetiva deste caso não tem sentido restriti-
tivemos Copa do Mundo. vo, pois todos os homens são racionais.
Esse (passado futuro): A próxima copa será em Restritiva: O homem que fuma morre mais
2014. Nesse ano poderemos ver todos os jogos aconte- cedo. A or. adj. deste caso reporta-se apenas ao
cerem aqui em nosso país. homem fumante. 59
Emprego do cujo e do onde Proporcionalidade: à proporção que, à medida
que, na medida em que, quanto mais, quanto
menos, conforme. Ex.: À medida que o progresso
ESTE É O PRÉDIO avança, o romantismo diminui.
ONDE LUGARES ONDE FICA O 1º Tempo: quando (a ideia pode ser desdobrada em
CARTÓRIO. ideia de condição), enquanto, mal, logo que, assim
Concorda que, sempre que, desde que, conforme. Ex.: Mal ele
com o subs- Esta é a jovem de chegou, todas o rodearam.
tantivo poste- cujo pai eu lhe falei.
rior e indica Paralelismo
que esse
Subs. Cujo Subs.
substantivo Paralelismo pode ser entendido como equilíbrio
Este é o pai de cuja
pertence a
jovem eu lhe falei. da organização textual, promovendo no texto coe-
POSSE
outro termo rência em sua elaboração e, portanto, em seu sentido.
substantivo Esse mesmo equilíbrio deve assim ser entendido nos
anterior ao períodos, pois sua redação também deve apresentar
cujo. uma sequência lógica para que ele tenha sentido cla-
ro e realmente dê a informação pretendida pelo seu
Conjunções coordenativas, locuções conjuntivas, autor.
preposições e locuções prepositivas Veja, como exemplo, o que diz o Professor Othon
Marques Garcia em seu livro Comunicação em Prosa
Adição: e, nem, (não só...) mas também, mas ain- Moderna:
da, tampouco, (não só...) como também. Ex.: A água
cristalina brota da terra e busca seu caminho por “Se coordenação é, como vimos, um processo de
entre as pedras. encadeamento de valores sintáticos idênticos,
Adversidade/oposição: mas, porém, contudo, toda- é justo presumir que quaisquer elementos da
via, entretanto, no entanto, não obstante. Ex.: Este frase – sejam orações, sejam termos dela–, coor-
candidato não estudou muito, mas foi aprovado. denados entre si, devam – em princípio, pelo
Alternância: ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...
menos – apresentar estrutura gramatical idên-
seja. Ex.: Ou estude, ou aguente a reprova.
tica, pois –como, aliás, ensina a gramática de
Conclusão: logo, portanto, pois (depois de verbo),
Chomsky – não se podem coordenar frases que
por isso, então. Ex.: Bebida alcoólica pode causar
não comportem constituintes do mesmo tipo.
vício, portanto sua venda deve ser considerada ilícita.
Em outras palavras: as ideias similares devem
Explicação: que, porque, pois (antes do verbo),
corresponder forma verbal similar. Isso é o que
porquanto. Ex.: Não se preocupe, que eu arruma-
se costuma chamar paralelismo ou simetria de
rei toda esta bagunça.
construção”.
Conjunções subordinativas adverbiais
Vejamos agora alguns exemplos de construções
que apresentam erros de paralelismo:
Causa: porque, como (somente no início do período),
Paralelismo semântico: Em sua última via-
gem pela América Latina como representante do
de, desde que, uma vez que. Ex.: Como estava muito
governo brasileiro, o presidente visitou Havana, a
doente, foi ao médico.
Comparação: mais... que, menos... que, tão/tanto... República Dominicana, Washington e o Presidente
como, assim como, como. Ex.: Ele sempre se posi- Barack Obama.
cionou como um líder.
Concessão: embora, conquanto, ainda que, mes- Observem que nesse caso o verbo “visitou” está
sendo empregado de maneira a sugerir que se pode
visitar uma cidade da mesma forma como se visita
Embora não esteja me sentindo bem, assistirei à uma pessoa, ou seja, está empregado de forma errada,
já que ocorre um duplo sentido a esse verbo com essa
Condição: se (às vezes prevalece a ideia de causa, construção.
outras vezes de tempo, ou ainda de oposição), caso, Uma forma correta de representar a ideia preten-
desde que, a não ser que, a menos que (a ideia dida pelo texto é: Em sua última viagem pela Améri-
pode ser desdobrada em de concessão), contanto ca Latina como representante do governo brasileiro,
que, uma vez que. Ex.: Eles não conseguirão vaga o presidente visitou Havana, a República Dominicana,
para esse ano letivo, a menos que haja alguma Washington e nesta última cidade foi ver o Presidente
desistência. Barack Obama.
Conformidade: conforme, como, segundo, con-
soante. Ex.: Tudo aconteceu como eles imaginaram. Paralelismo sintático: Nosso time se esforçou bas-
Consequência: (tão/tanto...) que, de modo que, de tante em todos os jogos, mas conseguiram se tornar
maneira que, de sorte que. Ex.: Tanto lutou, que os campeões este ano.
progrediu muito na vida.
Finalidade: Veja como a conjunção adversativa “mas” foi inde-
vidamente empregada dando uma ideia de que ser
Faça bem a sua parte do projeto para que não haja campeão é oposto ao fato de se esforçar para vencer.
60 reclamações. O correto nesse caso seria empregar uma conjunção
que conduzisse logicamente a primeira oração à ideia 2° Parágrafo
da vitória apresentada na segunda oração, como em:
Nosso time se esforçou bastante em todos os jogos, por É de fundamental importância o consumo de
isso (e, dessa forma, logo, consequentemente...) conse- alimentos ricos no fornecimento de energia para a
guiu se tornar o campeão este ano. movimentação do nosso corpo. Podemos mencionar,
por exemplo, o arroz com feijão que diariamente
Progressão textual abastece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em
carboidratos. Esse complexo alimentar nos recompõe
A progressão textual é o processo pelo qual o texto da energia própria consumida durante o dia.
se constrói a partir de elementos semânticos e grama-
ticais. Novas informações devem ser somadas e liga- 3° Parágrafo
das às informações anteriores e não apenas repetidas.
Deve haver a continuidade e a evolução dos concei- Além disso, as proteínas da carne no bife que come-
tos já apresentados que podem ser conquistadas por mos servem para repor a massa muscular perdida
intermédio dos elementos de coesão. durante o trabalho.
Veja uma simulação do projeto de máscaras de das verduras e folhas que ajudam no processamento
redação e observe na prática como a progressão tex- dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibili-
tual ocorre:
Muito se tem discutido ultimamente sobre (blá, blá, de alimentos de nosso prato mais tradicional e de jus-
blá) por causa de (blá, blá, blá). Sabe-se que alguns
fatores como (blá, blá, blá), (blá, blá, blá) e (blá, blá, culinária.
blá) são a base do desenvolvimento desse problema.
As consequências imediatas de (blá, blá, bla´) só
4° Parágrafo
poderão ser avaliadas quando (blá, blá, blá).
O primeiro passo a se tomar é o de (blá, blá, blá).
Ainda convém lembrarmos outro hábito que
Além de (blá, blá, blá), também se pode especular
contribui para o sucesso do nosso bem elaborado
que (blá, blá, blá).
cardápio (que é): o de tomarmos um cafezinho após
Ainda convém chamar a atenção para mais um
as refeições. Esse conjunto da cafeína mais o açúcar
ponto determinante sobre (blá, blá, blá) que é (blá,
reabastece nosso cérebro de energia desviada para os
blá, blá).
órgãos processadores da digestão no momento em que
O resultado de todo esse esforço é (blá, blá, blá) e
é em busca de (blá, blá, blá) que se deve (blá, blá, blá). comemos. Essas substâncias reprimem a sonolência
Sendo assim (blá, blá, blá). típica da hora do almoço nos mantendo despertos.
Você pode perceber que, mesmo não abordando
assunto algum, há um encadeamento lógico da estru- 5° Parágrafo
-
tativa que admite a idealização uma vasta margem de prá-
desenvolvimentos sobre variados temas. ticos do prato do brasileiro somos levados a acreditar
que não é apenas por prazer que somos seduzidos
TEORIA DAS MÁSCARAS pela nossa culinária, mas também por tudo o que ela
nos oferece para a manutenção de nossa saúde. Sendo
assim a falta de qualquer um desses ingredientes nos
têm de se expressarem por meio da escrita, colocamos causará debilidade além de insatisfação.
Observe o texto e a estrutura. Imaginemos que o
pretensão de criar fórmulas mágicas, mas sim de criar tema proposto a nós fosse “A alimentação do brasi-
um referencial mais concreto e imediato. leiro” e que a partir desse tema tivéssemos que pro-
Leia inicialmente o texto piloto de nosso projeto: duzir uma dissertação sobre ele. A primeira coisa a
fazer seria a delimitação do tema, ou seja, deveríamos
Projeto de dissertação: Exemplos arroz com feijão. buscar com objetividade uma tese, dentro desse tema,
sobre a qual fôssemos capazes de argumentar, como
Tema A alimentação do brasileiro. essa:
Tese A comida dos brasileiros é muito saudável
e tem tudo de que ele necessita para seu longo dia “A comida dos brasileiros é muito saudável e tem
de trabalho. tudo de que ele necessita para seu longo dia de
trabalho”.
LÍNGUA PORTUGUESA
2o Parágrafo
Levando-se em consideração esses aspectos ..........
É de fundamental importância o........................
...................................somos levados a acreditar que ......
.......................................................... para........................
..................................................................................................
.......................... Podemos mencionar, por exemplo,
... mas também......................................... Sendo assim ....
.............................. que....................................., por causa
..................................................................................................
de ................................... Esse..............................................
..................................................................................................
3o Parágrafo
práticos do prato do brasileiro somos levados a acre
ditar que não é apenas por prazer que somos sedu Além disso, ......................................................................
zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o ..................................... E somando-se a isso,.....................
que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde. ................ que .................................................................. Daí
Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredien- ...................................................e de......................................
tes nos causará debilidade além de insatisfação.
Os aspectos conclusivos presentes nesse último 4o Parágrafo
parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se che-
Ainda convém lembrarmos.................................... ....
frases em destaque dão força conclusiva ao parágrafo, ................................................................... (que é): ...............
conduzindo a sequência textual a uma possível solu- ........................... Esse.................................................... para
ção para os problemas propostos, ou ainda, podem ......................... Essa(s) ............................. ............................
gerar simples constatações das verdades idealizadas.
Você também pode contar com uma pequena lista de 5o Parágrafo
frases que podem auxiliá-lo nessa tarefa.
Levando-se em consideração esses aspectos ...........
Em virtude dos fatos mencionados ... ...........................somos levados a acreditar que ..............
Por isso tudo ... .................................................................., mas também ......
Levando-se em consideração esses aspectos ... ................................. Sendo assim .........................................
Dessa forma ...
LÍNGUA PORTUGUESA
1o Parágrafo
Entre os aspectos referentes a ........................................................... três pontos merecem destaque especial. O pri-
2o Parágrafo
3o Parágrafo
4o Parágrafo
5o Parágrafo
Tendo em vista os aspectos observados ....................................... só nos resta esperar que ........................................
..................,ou quem saiba ........................................................... Consequentemente.........................................
Sugerimos a você que faça suas primeiras redações baseadas em uma das máscaras prontas, e conforme forem
avançando as aulas, você poderá construir a suas próprias máscaras personalizadas.
organizar.
1° TEMA: _______________________________________
2° TESE: _________________________________________
3°ARGUMENTOS:
a) __________________________________________
b)__________________________________________
c) __________________________________________
a ideia inicial não poderá ser sustentada, ou que os resultados propostos não serão atingidos).
_______________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________.
64
APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO
PARÁGRAFO DISSERTATIVO a base dessa informação deve sustentar-se em uma
verdade consagrada, diferentemente do que vimos
Vamos agora aprofundar o nosso trabalho com no exemplo anterior, já que a declaração inicial pode
a estrutura dos textos dissertativos. Para isso traba- basear-se em uma posição pessoal a ser defendida.
lharemos as várias modalidades de parágrafos que
podem ser utilizados para a elaboração de uma boa
dissertação. Mostraremos aqui a continuidade de nos- Modelo nº 2
so projeto de máscaras e os vários arranjos que são
possíveis ao construí-las. ........................ é a denominação dada a .................
........................... Essa ..............................................., mas
Parágrafo de introdução a hipótese mais aceita é a de que .................................
O parágrafo de introdução tem como uma de suas que esse .............................................., que tem origem
funções mais importantes, a de apresentar a tese que ........................ . O que se sabe é que .................................
será defendida no decorrer da redação. É também ..................................................................................................
possível e bastante didático que vocês façam uma pré-
via dos argumentos que serão trabalhados na susten- Preenchendo o modelo, teremos:
tação dessa tese. Assim, o leitor poderá ser orientado,
logo de saída, a acompanhar o ritmo do pensamento Arroz com feijão é a denominação dada a um pra-
de vocês e a sequência das suas argumentações. to típico da América Latina. Essa receita não tem uma
origem certa, mas a hipótese mais aceita é a de que
Tipos diferentes de parágrafos de introdução: seria fruto de uma combinação do arroz (de origem
oriental) trazido pelos portugueses ao Brasil com o fei-
Declaração inicial: jão, que já seria consumido no Brasil pelos índios. Outra
prato foi a união do arroz com
e comprovar-se a assertiva com exemplos, compara- a feijoada, que tem origem africana ou portuguesa. O
ções, testemunhos de autores etc. Vejamos um exem- que se sabe é que, ao longo dos séculos, esse prato foi se
plo desse tipo de parágrafo aplicado à nossa proposta popularizando por todo o país, passando a ser uma par-
básica que é o projeto arroz-com-feijão. Mais uma vez te quase que indispensável da refeição dos brasileiros.
colocamos a estrutura já construída e em seguida a Divisão: o parágrafo de divisão, processo também
disposição vazia do parágrafo que poderá ser utiliza- quase que exclusivamente didático, por causa das
da por vocês sempre que desejarem. suas características de objetividade e clareza, que con-
siste em apresentar o tópico frasal (frase que introduz
o parágrafo) sob a forma de divisão ou discriminação
Modelo nº 1 das ideias a serem desenvolvidas (normalmente a
66
Preenchendo o modelo, teremos: confronto valendo-se do artifício de contrapor ideias,
seres, coisas, fatos ou fenômenos. Tal confronto tanto
No passado, quando pensávamos em alimenta- pode ser de contrastes como de semelhanças. Analo-
ção, notávamos que sua relação com a sobrevivência gia e comparação são também espécies de confronto:
era muito maior comparada à que vemos nos nos “A analogia é uma semelhança parcial que sugere
sos atuais. Hoje, por outro lado, a qualidade desses uma semelhança oculta, mais completa. Na compara-
alimentos e a qualidade da saúde que eles proporcio- ção, as semelhanças são reais, sensíveis numa forma
nam o foco desse pensamento. O resul verbal própria, em que entram normalmente os cha-
tado disso é que comer, na atualidade, mados conectivos de comparação (quanto, como, do
um ritual de bem viver. que, tal qual)”. – Comunicação em prosa Moderna –
Othon M. Garcia.
Desenvolvimento por exploração de pormeno-
res ou de enumerações: nesse modelo de parágra- Por exemplo:
fo, vocês têm por objetivo enumerar características,
relacionar aspectos importantes sobre algum assunto.
A apresentação das ideias pode ser ou não ordenada Modelo nº 5
segundo uma ordem de importância. A ordem depen-
de do que vocês pretendem enfatizar. No caso das .........................................................., por-
que cada qual tem seus próprios valores ....................
................. Enquanto a .........................................................
Modelo nº 3 ............, as ................, por sua vez,.......................................
Ou seja, no discurso direto é o próprio personagem Note que, ao contrário da primeira, a segunda des-
que fala dentro da história. crição envolve subjetividades, ou seja, as impressões
pessoais do autor.
LÍNGUA PORTUGUESA
-
sivo, devem ser utilizados os chamados operadores
e conectivos argumentativos (também chamados de
Primeiramente fazendo uma exposição do tema de marcadores de discurso). Os operadores argumen-
forma abrangente, para logo após chegar às questões tativos tem a função de introduzir argumentos que
convençam, ou seja, orientam o leitor a determinada
exemplo abaixo, extraído da obra A Análise do Tex- conclusão. Dominar a técnica e saber o momento de
to Argumentativo-Discursivo, de Cantarin, Bertucci e usar esses elementos é um requisito imprescindível
Almeida (2017). no momento de fazer valer pontos de vista e opiniões
Ex.: É fato que as diferentes ações de marketing e para defender teses e articular argumentos.
Mas que vocábulos atuam com operadores argu-
dos sujeitos. Em se tratando de crianças, o poder das mentativos? Lembre-se: 73
Conjunções; OPERADOR FUNÇÃO
Advérbios;
Distribuem-se em escalas
- opostas, isto é, um deles
nal, então, é que, aliás etc. “Um pouco” e “pouco”, funciona numa escala
“quase” e “apenas”, “só”, -
Como os operadores argumentativos atuam no “somente”’. ção total e o outro, numa
texto? Eles podem: escala orientada para a
negação total.
Somar argumentos: e, também, ainda, não só…, São argumentos que
“E”, “também”, “ainda”,
mas também, além de…, além disso…, aliás. Ex.: Os fazem parte de uma mes-
“nem” (= e não), “não
efeitos nocivos do trabalho infantil sobre a escola- ma classe argumentativa,
só..., mas também”, “‘tan-
rização são sentidos não só nas crianças menores, isto é, somam argumen-
to...como”’, “além disso”,”
tos a favor de uma mes-
mas também nos adolescentes. além” de”, “a par de”.
ma conclusão.
Indicar oposição/ideias contrárias: mas, porém,
contudo, todavia, no entanto, embora, ainda que, Introduz um argumen-
to decisivo, resumin-
apesar de..., posto que. Ex.: João apresentou um “Aliás”.
do todos os demais
bom rendimento, mas não foi aprovado. argumentos.
Indicar uma relação de condição entre um ante-
cedente e um consequente: se, caso. Ex.: Se o can- São responsáveis por
“Já”, “ainda”, “agora”. introduzir no enunciado
didato não estudar, não vai passar no concurso.
conteúdos pressupostos.
Prefácio
primeira edição do -
É com grande entusiasmo que recebo a incumbên-
sidência da República.
cia de prefaciar a terceira edição do Manual de Reda-
Esse Manual foi dividido em duas partes: a primei-
ção da Presidência da República, vinte e sete anos
ra, elaborada pelo diplomata Nestor Forster Jr., tratava
após presidir a Comissão encarregada da primeira
edição desta obra.
essenciais, padronizava a diagramação dos expedientes, (...)
- A primeira revisão ocorreu em 2002, motivada
do utilizados desde 1937, suprimia arcaísmos e apresen- pelas alterações tecnológicas e legislativas da época.
(...)
a segunda parte, a cargo do Ministro Gilmar Mendes, A partir de 2003, foram publicadas sessenta emen-
ocupava-se da elaboração e redação dos atos normati- das constitucionais, sobre os mais diversos assuntos.
vos no âmbito do Executivo, da conceituação e exempli- (...)
a maneira pela qual o Poder Público redige comunica- Articulação da linguagem comum ou técnica
- para a perfeita compreensão da ideia veiculada
sa-nos tratá-la do ponto de vista do Serviço Público. no texto;
Manifestação do pensamento ou da ideia com
as mesmas palavras, evitando o emprego de
básica – comunicar com objetividade e máxima cla- sinonímia com propósito meramente estilísti-
reza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
co; e
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do
-
texto jornalístico, da correspondência particular etc.
ra duplo sentido ao texto.
Apresentadas essas características fundamentais
É indispensável, também, a releitura de todo o tex-
de cada um de seus atributos.
obscuros provém principalmente da falta da releitu-
Clareza e precisão; ra, o que tornaria possível sua correção. Na revisão
Objetividade; de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil
Concisão; compreensão por seu destinatário. O que nos parece
Coesão e coerência; óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio
Impessoalidade; que adquirimos sobre certos assuntos, em decorrên-
Formalidade e padronização; e
Uso da norma padrão da língua portuguesa. faz com que os tomemos como de conhecimento geral,
o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva,
CLAREZA E PRECISÃO
As comunicações administrativas devem ser De acordo com forma como queremos ou devemos
sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de tratar as pessoas, ou seja, de maneira formal ou infor-
forma (BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as mal, empregamos determinados pronomes chamados
comunicações feitas em meio eletrônico (por exem- de tratamento. Assim, originalmente, usamos
plo, o e-mail, o documento gerado no SEI! — O Sistema
Eletrônico de Informações é uma ferramenta de gestão Tu: para tratamento íntimo, familiar, informal;
de documentos —, o documento em html etc.), quanto Você (s): para tratamento cerimonioso formal.
para os eventuais documentos impressos.
É imperativa, ainda, certa formalidade de trata- Muitos de vocês devem ter estranhado essa coloca-
mento. Não se trata somente do correto emprego deste ção, mas é a verdade. Só estranhamos, porque usamos
ou daquele pronome de tratamento para uma autori- o “você” para qualquer pessoa, independentemente de
dade de certo nível, mais do que isso: a formalidade haver com ela intimidade ou não. Mas isso não quer
diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao -
assunto do qual cuida a comunicação. mes? Porque há um motivo: o que mostramos acima.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à Essa informação nos ajuda a entender por que os
necessária uniformidade das comunicações. Ora, se dois pronomes acima são de 2ª pessoa, entretanto,
a administração pública federal é una, é natural que as quando usamos o “você”, o verbo e os demais prono-
comunicações que expeça sigam o mesmo padrão. O esta- -
belecimento desse padrão, uma das metas deste Manual, trário do que ocorre com o “tu”, cujas concordâncias
exige que se atente para todas as características da redação
entre as pessoas revelado pelo “você”, as concordân-
A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes cias devem realmente ser em 3ª pessoa.
Tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o tex- Para evitar equívocos, recomenda-se não dei-
to do documento deve ser formatado da seguinte xar a assinatura em página isolada do expediente.
maneira:
anterior ao fecho
Alinhamento Exemplo:
Espaçamento entre linhas: simples; (espaço para assinatura)
Parágrafos: NOME
Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presi-
cada parágrafo; dência da República
Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da mar- (espaço para assinatura)
gem esquerda; NOME
Numeração dos parágrafos: apenas quando o Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas
documento tiver três ou mais parágrafos, desde o pri-
meiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho; Numeração das páginas
A numeração das páginas é obrigatória apenas a
Dica partir da segunda página da comunicação. Ela deve
ser centralizada na página e obedecer à seguinte
Houve alteração das fontes e símbolos de formatação:
para ou
Posição: no rodapé do documento, ou acima da
Fechos para comunicações área de 2 cm da margem inferior; e
Fonte: Calibri ou Carlito.
- Formatação e apresentação
LÍNGUA PORTUGUESA
tinatário. Os modelos para fecho anteriormente utili- Os documentos do padrão ofício devem obedecer à
zados foram regulados pela Portaria no 1, de 1937, do seguinte formatação:
Ministério da Justiça, que estabelecia quinze padrões.
Tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
este Manual estabelece o emprego de somente dois Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm
fechos diferentes para todas as modalidades de comu- de largura;
Margem lateral direita: 1,5 cm;
Para autoridades de hierarquia superior à do Margens superior e inferior: 2 cm;
remetente, inclusive o Presidente da República: Área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a
Respeitosamente, partir da margem superior do papel;
Para autoridades de mesma hierarquia, de hierar- Área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior
quia inferior ou demais casos: Atenciosamente, do documento; 83
Impressão
margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
Cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, a impres-
Destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de
itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de for-
matação que afete a sobriedade e a padronização do documento;
Palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;
Arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preserva-
do para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, preferen-
cialmente, formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no
serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
Nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte
maneira:
Exemplo:
Ofício 123_2018_relatório produtividade anual
Seguem exemplos de Ofício:
84
(29,7 cm x 21 cm)
LÍNGUA PORTUGUESA
85
ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO
[NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um
órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente.
[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expe-
diente para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o
86 mesmo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
Exemplos:
Exposição de Motivos
Forma e estrutura
Apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou
informar ao Presidente da República algum assunto;
Indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se
solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes
sobre o assunto informado, quando for esse o caso; e
Na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar o
As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº 9.191,
de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de mérito que permi-
tam a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição
de ato normativo, tem como propósito:
Ensejar avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que podem ter a adoção da medida ou a
edição do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de proposições
normativas no âmbito do Poder Executivo;
Conferir transparência aos atos propostos;
Resumir os principais aspectos da proposta; e
Evitar a devolução a proposta de ato normativo para complementação ou reformulação da proposta.
ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário.
elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de motivos
com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo do assunto Forma
e Estrutura, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que assinou a exposição
de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.
Exemplo de exposição de motivos: 87
88
Mensagem
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da adminis-
LÍNGUA PORTUGUESA
tração pública; para expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter ao
veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § 8o);
Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição,
art. 188, § 1o). Forma e estrutura
As mensagens contêm:
-
natário. Exemplo de mensagem:
LÍNGUA PORTUGUESA
91
Correio eletrônico (e-mail) Local e data
A utilização do e-mail para a comunicação tornou- São desnecessários no corpo da mensagem, uma
-se prática comum, não só em âmbito privado, mas vez que o próprio sistema apresenta essa informação.
também na administração pública. O termo e-mail
pode ser empregado com três sentidos. Dependendo Saudação inicial/vocativo
eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado
eletrônica. por uma saudação. Quando endereçado para outras
Como gênero textual, o e-mail pode ser conside- instituições, para receptores desconhecidos ou para
- particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme
tanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível Senhor” ou
“Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado
Como endereço eletrônico utilizado pelos servido- Senhor”, “Prezada Senhora”.
res públicos, o e-mail Exemplos:
extensão “.gov.br”, por exemplo.
Senhor Coordenador,
Como sistema de transmissão de mensagens ele-
Prezada Senhora,
trônicas, por seu baixo custo e celeridade, transfor-
mou-se na principal forma de envio e recebimento de
Fecho
documentos na administração pública.
Atenciosamente é o fecho padrão em comunica-
Valor documental
e-mail, popularizou-se o
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de uso de abreviações como “Att.”, e de outros fechos,
24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de ampla-
documental, isto é, para que possa ser aceito como
devem ser utilizados em e-mails
digital que ateste a identidade do remetente, segundo O correio eletrônico, em algumas situações, aceita
os parâmetros de integridade, autenticidade e valida- uma saudação inicial e um fecho menos formal. No
de jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Bra- entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos
sileira – ICP-Brasil. deve ser formal, como a que se usaria em qualquer
O destinatário poderá reconhecer como válido
o e-mail
digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questiona- Bloco de texto da assinatura
mento, será obrigatório a repetição do ato por meio
documento físico assinado ou por meio eletrônico Sugere-se que todas as instituições da administra-
reconhecido pela ICP-Brasil. ção pública adotem um padrão de texto de assinatura.
A assinatura do e-mail deve conter o nome completo,
impor a aceitação de documento eletrônico que não o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
atenda os parâmetros da ICP-Brasil. Exemplo:
Maria da Silva
Forma e estrutura Assessora
Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos computadores, mantêm-se a recomendação de tipo de
Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são apropriados para mensagens
A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado com que se revisam outros
Ata
Normas
Geralmente, as atas são transcritas à mão pelo secretário, em livro próprio, que deve conter um termo de aber-
tura e um termo de encerramento, assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela
autoridade delegação de poderes para tanto; esta também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro.
Como a ata é um documento de valor jurídico, deve ser lavrada de tal forma, que nada lhe poderá ser acrescen-
Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as abreviações. As atas são redigi-
Atestado
-
do fato. As repartições públicas, em razão de sua natureza, fornecem atestados e não declarações.
O atestado difere da certidão, porque, enquanto esta prova fatos permanentes, aquele se refere a fatos
transitórios. 93
Como fazer:
O Atestado, geralmente, é fornecido por alguém que exerce posição de cargo superior ou igual ao da pessoa
que está pedindo o atestado;
O papel do atestado deve conter carimbo ou timbre da entidade que o expede;
O atestado costuma ser escrito em atendimento à solicitação do interessado.
Fagundes Sobrinho, 123, Bairro Sobradinho, é pessoa de bons antecedentes, nada constando em nossos ar-
quivos, até a presente data, que venha a desabonar sua conduta.
Roberto Dagoberto
Roberto Dagoberto
Escrivão DE Polícia da 17ª DP
Circular
Circular é o meio de correspondência pelo qual alguém se dirige, ao mesmo tempo, a várias repartições ou
pessoas. E, portanto, correspondência multidirecional. Na circular, não consta destinatário, pois ela não é unidi-
recional e o endereçamento vai no envelope.
Entre os dias X e Y o setor de estacionamento da Acme Com. Ltda. passará por obras de
reforma estrutural, de modo a melhorar o serviço prestado aos funcionários. Durante este período
o local estará interditado sendo liberado o uso do pátio dos fundos para guarda dos veículos.
Atenciosamente,
Fulano de Tal
Fulano de Tal
Diretor-Geral de Negócios
94
Declaração
Declaração é um documento que se assemelha ao atestado, mas que não deve ser expedido por órgãos públicos.
É um documento em que se manifesta uma opinião, conceito, resolução ou observação.
Compõe-se de
Título: DECLARAÇÃO;
-
dade e exposição de assunto;
Local e data;
DECLARAÇÃO
, trabalhou na Liga da Justiça no período de 1999 a 2006, exercendo com correção, responsabilidade e
ClarkKent
_____________________
Super Homem
Requerimentos
Requerimentos são instrumentos utilizados para os mais diferentes tipos de solicitações às autoridades ou
órgãos públicos. A seguir, apresentamos um modelo, que pode ser adaptado para os diferentes casos.
Nele, podemos observar as seguintes partes:
Compõe-se de
Exposição e solicitação;
Pedido de deferimento;
Local e data;
Assinatura.
9 - 40/1
A Com FOCO Virtual, representada pelo Sr. João Paulo Silva, Gerente Comer-
cial, vem, mui respeitosamente, requerer a Vossa Excelência que se digne declará-la de uti-
lidade pública federal, na conformidade da Lei n° 91, de 28 de agosto de 1935 e Decreto n°
LÍNGUA PORTUGUESA
50.517, de 02 de maio de 1961, para o que, anexa ao presente, os documentos exigidos pela lei.
95
Importante!
Necessariamente não é obrigatória a assinatura do presidente nos requerimentos apresentados como mode-
lo, podendo fazê-lo os seus prepostos desde que devidamente credenciados.
Relatório
E a modalidade de comunicação pela qual se faz a narração ou descrição, ordenada e mais ou menos minucio-
sa, daquilo que se viu, ouviu ou observou.
Compõe-se de
Polícia (ANP), sob supervisão do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do MERCOSUL (CCCP).
O evento ocorreu na Academia Nacional de Polícia em Brasília/Brasil, e contou com a participação de
22 alunos do MERCOSUL, sendo: (6) da Argentina; (1) do Chile; (1) do Uruguai; (2) da Venezuela e (12) do Brasil.
Na cerimônia de abertura estiveram presentes autoridades da Polícia Federal, como: o diretor de Inteligência
Policial, DPF RENATO HALFEN DA PORCIÚNCULA; o diretor da Academia Nacional de Polícia, DPF VALDINHO JACINTO
CAETANO;ocoordenadordePolíciaCriminalInternacional,DPFALBERTOLASSERREKRATZFILHO;alémdestasignatária;
Também estiveram presentes: o diretor do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do Mercosul,
Coronel Hugo Greca, da Argentina; o Sr. Hector Daniel Pujol, da Polícia Federal Argentina; Carlos Gabriel Heredia,
da Polícia de Segurança Aeroportuária da Argentina; o representante da Venezuela, Nino Gonzalez Suarez, do
Ministério do Interior. E ainda, o Sr. Maikel Trento, da Assessoria Internacional do Ministério da Justiça do Brasil.
atividades a serem instituídas pelo centro; também o Diretor do Centro, Cel. Hugo Greca; o diretor da ANP; e o diretor de
InteligênciaPolicial.TodosdestacaramaimportânciadaintegraçãoentreasforçasdesegurançapúblicadoMERCOSUL
Logo após a cerimônia de abertura do curso, o diretor da Diretoria de Combate ao Crime Organizado, Delegado de
PolíciaFederal,GetúlioBezerradosSantos,proferiupalestra,deumahora,abordandootema:CrimeOrganizadonoMercosul.
Na cerimônia de encerramento estiveram presentes, o diretor da Academia Nacional de Polícia, DPF
Armando Muñoz Moreno; o representante da Venezuela, Nino Gonzalez Suarez; além desta signatária.
Nos discursos de encerramento, foi destacada a importância de se fortalecer o Centro de Coordenação
e Capacitação Policial do MERCOSUL, para que se realizem os eventos de capacitação continuada
das forças de segurança e/ou policiais, enviando participantes, o que criará uma rede integrada de
pessoas, o que certamente reforçará o efetivo para o combate ao crime organizado nos nossos países.
96
Parecer
E a forma de comunicação pela qual um especialista emite uma opinião fundamentada sobre determinado
assunto.
Vocativo;
Ident cação do especialista;
Introdução - apresentação do assunto;
Texto - exposição de opinião e seu fundamento;
Local e data;
Assinatura (e ide ação do signatário).
Sr. Juiz,
Nomeado Perito na ação número 001/1.01.0000000-0, em que são partes Engênio Da Silva Civil,
como Autor, e Réunaldo Culpaldo , como Réu, venho trazer aos autos o Laudo Pericial produzido.
Introdução
questão, situado a Rua Xavante Xexeu, 999, no bairro Xaxambu, em Cidade Caxumba Paulista .
Vistoria
A vistoria ao imóvel objeto desta ação foi realizada no dia 31 de março, às 9h, na
presença do Réu e dos procuradores das partes, Dr. Causídico Leal e Dr. Jurisprudêncio Legal.
Na ocasião foram examinadas as construções, avaliando-se o estado de conservação, e foram
embora compartilhem parte de área coberta (área de serviço). A construção principal (Casa A) tem 106,40 m2
no total, sendo 63,00m2
1000000000-1), com acréscimos posteriores. A outra construção (Casa B) tem 31,20m2. A área total construída é
de 137,60m2
Concluindo esse laudo pericial, ressalto as principais questões abordadas: (a) no terreno da matrícula MA 8875H
(AnexoI)existeumaáreaconstruídade137,60m2
1 e 2, Tabela 1); e (b) o valor de locativo mensal adequado para essas construções é de R$ 400,00 (quatrocentos reais).
Engenheiro Civil
É muito importante deixar claro que o Decreto 9.758, de 11 de abril de 2019, não alterou o Manual de Reda-
ção da Presidência da República. “O Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação,
oral ou escrita, com agentes públicos da administração pública federal direta e indireta, e sobre a forma de
Dispõe sobre a forma de tratamento e de endereçamento nas comunicações com agentes públicos da adminis-
tração pública federal.
caput, inciso VI, alínea “a”, da
97
- Endereçamento de comunicações
mento empregada na comunicação, oral ou escri-
ta, com agentes públicos da administração pública Art. 4º -
federal direta e indireta (nota: os agentes do Poder das a agentes públicos federais não conterá prono-
Executivo Federal), e sobre a forma de endereça- me de tratamento ou o nome do agente público.
mento de comunicações escritas a eles dirigidas.
§ 1º O disposto neste Decreto aplica-se às cerimô- tratamento, na forma deste Decreto, e o nome do
nias das quais o agente público federal participe. destinatário nas hipóteses de:
§ 2º Aplica-se o disposto neste Decreto: 1. a mera indicação do cargo ou da função e do
1. aos servidores públicos ocupantes de cargo -
efetivo;
2. aos militares das Forças Armadas ou das forças 2. a correspondência ser dirigida à pessoa de agente
auxiliares;
3. aos empregados públicos;
4. ao pessoal temporário; Vigência
5. aos empregados, aos conselheiros, aos diretores e
aos presidentes de empresas públicas e sociedades Art. 5º Este Decreto entra em vigor em 1º de maio
de economia mista; de 2019.
6. aos empregados terceirizados que exercem ativi- Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da Independência
dades diretamente para os entes da administração e 131º da República.
pública federal; JAIR MESSIAS BOLSONARO
7. aos ocupantes de cargos em comissão e de fun-
paroxítona terminada em ditongo oral. os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial
no século XIX, tudo isso representa saltos de época,
que desorientaram gerações inteiras.
5. (CESPE – 2019) Texto 1A11-I Se observarmos bem, essas ondas longas da história,
como as chamava Braudel, tornaram-se cada vez mais
Pixis foi um músico medíocre, mas teve o seu dia de curtas. Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem
glória no distante ano de 1837. da agricultura pela indústria, ocorrida no século XX, e,
em menos de um século, um novo salto de época nos
Em um concerto em Paris, Franz Liszt tocou uma peça tomou de surpresa, lançando-nos na confusão. Dessa
do (hoje) desconhecido compositor, junto com outra, vez o salto coincidiu com a rápida passagem de uma
do admirável, maravilhoso e extraordinário Beetho- sociedade de tipo industrial dominada pelos proprietá-
ven (os adjetivos aqui podem ser verdadeiros, mas — rios das fábricas manufatureiras para uma sociedade
como se verá — relativos). A plateia, formada por um de tipo pós-industrial dominada pelos proprietários
dos meios de informação.
sempre, os homens em ajuntamentos, esperava com
impaciência. Liszt tocou Beethoven e foi calorosamen- O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade pós-
te aplaudido. Depois, quando chegou a vez do obscu- -industrial foi extraída do ventre da sociedade indus-
ro e inferior Pixis, manifestou-se o desprezo coletivo.
Alguns, com ouvidos mais sensíveis, depois de lerem e tecnológico, pela globalização, pelas guerras mun-
o programa que anunciava as peças do músico menor, diais, pelas revoluções proletárias, pelo ensino univer-
retiraram-se do teatro, incapazes de suportar música sal e pelos meios de comunicação de massa. Agindo
de má qualidade. simultaneamente, esses fenômenos produziram uma
avalanche ciclópica — talvez a mais irresistível de toda
Como sabemos, os melômanos são impacientes com a história humana — na qual nós, contemporâneos,
as obras de epígonos, tão céleres em reproduzir, em temos o privilégio e a desventura de estar envolvidos
clave rebaixada, as novas técnicas inventadas pelos em primeira pessoa.
grandes artistas.
Desconsiderar, no fenômeno estético, os mecanismos Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: para
de recepção é correr o risco de aplaudir Pixis como se entender o nosso tempo. Trad. Silvana Cobucci e Federico Carotti.
São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com adaptações).
fosse Beethoven.
Charles Kiefer. O paradoxo de Pixis. In: Para ser escritor. São Paulo: A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do
Leya, 2010 (com adaptações). texto CB2A1-I, julgue o item que se segue.
A coerência e a correção gramatical do texto seriam
No segundo parágrafo do texto 1A11-I, o termo “adjeti- preservadas se a forma verbal “mudaram” (L.2) fosse
vos” remete às palavras substituída por mudam.
a) “verdadeiros” e “relativos”.
c) “admirável”, “maravilhoso” e “extraordinário”. 7. (CESPE – 2019) A vida humana só viceja sob algum
d) “desconhecido” e “compositor”. tipo de luz, de preferência a do sol, tão óbvia quanto
e) “hoje” e “sempre”. essencial. Somos animais diurnos, por mais que boê-
mios da pá virada e vampiros em geral discordem
100
do mesmo jeito que devem ser poucas as pessoas Essa é a perspectiva defendida por Ronald Dworkin,
que acordam se sentindo primatas, mamíferos ou ter- para quem “A livre expressão é uma das condições de
ráqueos, outros rótulos que nos cabem por força da um governo legítimo. As leis e políticas não são legí-
natureza das coisas. timas a menos que tenham sido adotadas por meio
de um processo democrático, e um processo não é
A humanidade continua se aperfeiçoando na arte de democrático se o governo impediu alguém de exprimir
afastar as trevas noturnas de todo hábitat humano. as suas convicções acerca de quais devem ser essas
Luz soa para muitos como sinônimo de civilização, e leis e políticas”.
pode-se observar do espaço o mapa das desigualda-
des econômicas mundiais desenhado na banda notur- Desde os alvores da democracia ateniense, são sobe-
na do planeta. A parcela ocidental do hemisfério norte jamente conhecidas as suas relações com a argu-
é, de longe, a mais mentação e a retórica. Porém, tal como a retórica e a
argumentação podem ser postas ao serviço da menti-
iluminada. ra e da manipulação, também em relação à liberdade
de expressão se coloca a questão dos seus limites.
Dispor de tanta luz assim, porém, tem um custo
ambiental muito alto, avisam os cientistas. Nos huma- Internet: <https://agora-m.blogs.sapo.pt> (com adaptações).
-
te no qual dormimos pode reduzir drasticamente os Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos lin-
níveis de melatonina, que regula o nosso ciclo de guísticos do texto precedente, julgue o item, seguinte.
sono-vigília. Sem prejuízo para a correção gramatical e para os sen-
tidos originais do texto, o trecho “em que se incluem
Mesmo assim, sinto uma alegria quase infantil quando
vejo se acenderem as luzes da cidade. E repito para
mim mesmo a pergunta que me faço desde que me outros” poderia ser reescrito da seguinte forma: onde
conheço por gente: quem é o responsável por acender -
as luzes da cidade? O mais plausível é imaginar que
essa tarefa caiba a sensores fotoelétricos espalhados e entre outros.
pelos bairros.
8. (CESPE – 2020) “Desprezo o que dizes, mas defen- O clima de quem pensa certo é o de quem busca seria-
derei até a morte o teu direito a dizê-lo.” É com essa mente a segurança na argumentação, é o de quem, dis-
cordando do seu oponente, não tem por que contra ele
francês, que Nigel Warburton principia o seu ensaio ou contra ela nutrir uma raiva desmedida, bem maior,
LÍNGUA PORTUGUESA
sobre liberdade de expressão. A liberdade de expres- às vezes, do que a razão mesma da discordância.
são — entendida em sentido amplo, em que se incluem
Paulo Freire. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. SP: Paz e Terra, 1996, p. 16 (com adaptações).
é um direito consagrado no artigo 19.º da Declaração
Universal dos Direitos do Homem, de 1948. Acerca das ideias, dos sentidos e das propriedades
linguísticas do texto anterior, julgue o item a seguir.
A liberdade de expressão é particularmente valiosa A substituição de “a que” por onde manteria a corre-
em uma sociedade democrática, ao ponto de haver ção gramatical e os sentidos originais do texto.
quem sustente que, na ausência de uma ampla liber-
dade de expressão, nenhum governo seria de todo
legítimo e não deveria ser denominado democrático. 101
10. (CESPE – 2020) A diferenciação entre zonas centrais e modo: Os centros são privilegiados em relação às peri-
regiões marginais — centros e periferias — encontra-se ferias em alguns aspectos.
hoje em várias ordens de grandeza em comunidades,
distritos, países e grupos inteiros de países. Numa
cidade, a atividade comercial concentra-se geralmen-
te numa zona determinada; em cada país há regiões 11. (CESPE – 2020) Sou feliz pelos amigos que tenho. Um
nas quais se concentra mais fortemente a atividade deles muito sofre pelo meu descuido com o vernácu-
econômica, do que em outras. lo. Por alguns anos ele sistematicamente me enviava
missivas eruditas com precisas informações sobre as
A diferença entre regiões centrais e regiões periféricas regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre
está baseada em uma multiplicidade de contrastes —
-
sua diversidade, também apresentam, em seu contex- mo Quarto de Badulaques. Acontece que eu, acostu-
to, elementos comuns essenciais. mado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei
em “varreção” — do verbo “varrer”. De fato, tratava-se
Os centros são primariamente grandes cidades ou de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer
cidades de dimensão média, sendo periferias as uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua
zonas de economia rural. As aldeias constituem cen- portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da
tros menores na periferia. página 827 do dicionário. O certo é “varrição”, e não
“varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros
Diante das periferias, os centros são, sob alguns da roça façam troça de mim, porque nunca os ouvi
aspectos, privilegiados. Sob perspectiva geométrica, falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me
a soma das distâncias entre o ponto central e quais- adiantar mostrar-lhes o xerox da página do dicionário.
quer pontos do interior é menor do que entre um ponto Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É
da periferia (qualquer que seja esse ponto) e qualquer o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais,
ponto no interior. Em torno de uma grande cidade (de fala “varreção”, quando não “barreção”. O que me dei-
uma megalópole), encontram-se as maiores artérias xa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha
de circulação ordenadas de forma radial e não em cír- dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é
culos concêntricos. As vias de uma periferia à outra feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas
conduzem, por isso, com frequência através do centro reclama sempre que o prato está rachado.
— também quando isso exige maiores desvios.
Rubem Alves. Internet:<rubemalves.uol.com.br> (com adaptações).
Para cada tipo de troca (como trânsito, comércio,
turismo, transmissão de conhecimentos), os centros A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do
oferecem especiais vantagens. Eles dispõem de uma texto anterior, julgue o seguinte item.
infraestrutura mais rica do que as regiões marginais, No trecho “Por alguns anos ele sistematicamente me
e os contatos sociais são mais densos. Hospitais, enviava missivas eruditas”, o termo “sistematicamen-
universidades, institutos de pesquisa, instituições cul- te” poderia ser deslocado para imediatamente após
turais, museus, teatros, salas de concerto etc. encon- o termo enviava” — me enviava sistematicamente —
tram-se predominante ou exclusivamente em centros. sem prejuízo do sentido original do texto.
-
das e de melhor qualidade. Mercados de centro se
destacam por ofertas mais ricas do que os mercados
das periferias. O nível de vida é mais alto, os salários
são mais altos, mas também os custos de manuten- 12. (CESPE – 2019)
ção da vida são mais altos.
Catar feijão
Nos centros, com relação à vida social, vigora uma
cultura pluralista, as pessoas são mais individualistas, Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
interior a cultura é mais fortemente presa à tradição, e as palavras na folha de papel;
a mobilidade social é menor, a vida decorre mais cal- e depois, joga-se fora o que boiar.
ma e vagarosamente, e as pessoas se movimentam Certo, toda palavra boiará no papel,
menos apressadamente. Quanto às atitudes mentais água congelada, por chumbo seu verbo:
e intelectuais, elas também são, em geral, menos pois para catar esse feijão, soprar nele,
ágeis e, com frequência, mais conservadoras. e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
Thomas Kelssering. Dentro e fora. Centro e periferia. In: Ética, Ora, nesse catar feijão entra um risco:
política e desenvolvimento humano: a justiça na era da globalização. o de que entre os grãos pesados entre
Trad. Benno Dischinger. Caxias do Sul, RS: Educs, 2007, p. 171-2.
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Julgue o item subsequente, relativos às ideias e às
Certo não, quando ao catar palavras:
construções linguísticas do texto precedente.
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
O sentido original do texto e a sua correção gramatical
seriam mantidos se o período “Diante das periferias, os
açula a atenção, isca-a como o risco.
centros são, sob alguns aspectos, privilegiados” (iní-
cio do quarto parágrafo) fosse reescrito do seguinte João Cabral de Melo Neto. A educação pela pedra. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1997.
102
Considerando as propriedades linguísticas e os senti- problemas de saúde, que vem de uma família muito
dos do poema precedente, julgue o item. pobre, e se comove, é possível ter dois tipos de emoção:
- o dó, que é a simpatia; ou colocar-se no lugar daquela
ca-se como preposição. criança, imaginar o que ela passou e tentar entender o
que ela sentia, enxergar o panorama a partir dos olhos
dela. “É ser sensível a ponto de compreender emoções e
sentimentos de outras pessoas”, explica Rodrigo Scara-
nari, da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional.
13. (CESPE – 2019) Texto CB1A1-II
E é uma característica que pode, sim, ser aprendida
Se aceitamos que, de segunda a sexta-feira, os dias — ou, pelo menos, treinada. Para Rodrigo, o exercício
são úteis, devemos necessariamente aceitar que passa pelo autoconhecimento: para compreender
sábado e domingo são dias inúteis. É inútil, portanto: a emoção do outro, é preciso conhecer e entender o
ir ao cinema e ao teatro, fazer piquenique no parque que se passa dentro da própria cabeça. “Assim como
com os amigos, ler um livro, passar a madrugada acor- fortes, podemos ser cada vez mais empáticos com a
dado vendo séries. prática. A plasticidade do cérebro torna isso possível”,
explica a professora Anita Nowak, pesquisadora da
De fato, todas as atividades supracitadas são inúteis empatia e diretora da Área de Iniciativas Sociais e Eco-
se medidas pela régua da produtividade. Claro que se nômicas da Universidade McGill, em Montreal.
-
do-se que o enriquecimento cultural faz de você um Mas por que nos colocamos no lugar do outro? Para o
psicólogo, psicanalista e professor João Ângelo Fan-
tini, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a
empatia seria “uma forma de restabelecer um contato
Também é possível defender o piquenique com os com um objeto de amor perdido, uma parte incompreen-
dida do sujeito”. Enxergamos no outro uma humanidade
pessoas que cultivam laços familiares e sociais são compartilhada, sentimentos que também temos e que
mais estáveis, seguras e resilientes no trabalho. Mas são aplicados em situações completamente diferentes.
a lógica que avalia as experiências culturais e as rela- Por reconhecermos nós mesmos no próximo, temos
ções afetivas por seus incrementos à carreira, que jus- empatia.
tentar encontrar o que há de útil no supostamente inú- só quem o desenvolve, mas também o emissor. “A
til a enxergar o que há de inútil no útil. empatia é, sem dúvida nenhuma, uma das habilidades
mais importantes para que se tenha uma boa convivên-
cia social, interferindo diretamente tanto no sucesso
Embora o senhor ou a senhora certamente discordem,
são absolutamente inúteis. Não se ofendam, eu tam- emoções e as necessidades de cada um, temos menos
bém sou. Daqui a cinquenta, cem, mil, dez mil anos,
ninguém vai se lembrar de nós. Talvez, inclusive, por-
que, daqui a cinquenta, cem, mil, dez mil anos, já não
haja mais ninguém aqui para se lembrar de coisa algu- Juliana Contaifer e Renata Rusky. Colocando-se no lugar do outro.
ma, pois a humanidade pode já ter se extinguido. A In: Correio Braziliense, 1/1/2017. Internet: <www.correiobraziliense.
humanidade, aliás, também é inútil. com.br> (com adaptações).
Às vezes eu penso no cara que inventou o aramezinho No texto CG1A2-I, a expressão ‘a ponto de’ foi empre-
de fechar pacote de pão. Imagino-o esbaforido pelos gada com o mesmo sentido de
corredores de uma de suas fábricas, dizendo para a
secretária ligar para a sua esposa e avisar que não a) Até certo ponto.
volta para jantar, tem uma reunião crucial para seu b) De todo modo.
império de aramezinho de fechar pão. Um gênio ele c) No ponto.
devia se achar. E cada um de nós tem seu aramezinho d) Ao modo de.
de fechar pão e se dedica de segunda a sexta a essa e) Chegando até a.
missão tão crucial e inútil para o futuro do cosmos.
15. (CESPE – 2020) Texto CG1A1-I
Antonio Prata. O araminho de fechar pão. Internet: <www1.folha.uol.
com.br> (com adaptações). Algumas das primeiras incursões pelos mundos para-
lelos ocorreram na década de 50 do século passado,
LÍNGUA PORTUGUESA
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do graças ao trabalho de pesquisadores interessados em
texto CB1A1-II, julgue o item que se segue. certos aspectos da mecânica quântica — teoria desen-
O segmento “Se aceitamos que, de segunda a sexta- volvida para explicar os fenômenos que ocorrem no
-feira, os dias são úteis” expressa uma hipótese real, reino microscópico dos átomos e das partículas suba-
ou seja, expressa um fato existente. tômicas. A mecânica quântica quebrou o molde da
-
-
mente probabilísticas.
14. (CESPE – 2020) Texto CG1A2-I
Podemos prever a probabilidade de alcançar determi-
A empatia é, em termos simples, a habilidade de se nado resultado ou outro, mas em geral não podemos
colocar no lugar do outro. Por exemplo, se você, leitor, prever qual deles acontecerá. Essa quebra de rumo com
escuta uma história sobre uma criança que teve muitos 103
linguagem adequada. O mesmo se dá com os expe-
teoria quântica que nos confunde ainda mais, embora -
desperte menos atenção. Depois de anos de criterioso mar com clareza e objetividade.
estudo da mecânica quântica, e depois da acumulação
-
sões probabilísticas, ninguém até hoje soube explicar
por que razão apenas uma das muitas resoluções pos-
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do
síveis de qualquer situação que se estude torna-se real.
texto precedente, julgue o item a seguir.
Quando fazemos experimentos, quando examinamos o
Mantendo-se a correção gramatical e os sentidos
mundo, todos estamos de acordo com o fato de que
- originais do texto, o trecho “Garantida (...) inauditas”
tudo, mais de um século depois do início da revolução poderia ser reescrito da seguinte maneira: A expan-
quântica, não há consenso entre os físicos quanto à são da atuação do Poder Judiciário para novas searas
razão e à forma de compatibilizar esse fato básico com não ocorreu fortuitamente, tendo em vista a garantia
a expressão matemática da teoria. da autonomia do Poder Judiciário e sua elevação ao
papel de guardião do texto constitucional.
Brian Greene. A realidade oculta: universos paralelos e as leis
profundas do cosmo. José Viegas Jr. (Trad.) São Paulo: Cia das
Letras, 2012, p. 15-16 (com adaptações).
3 ERRADO
16. (CESPE - 2018) Manual de Redação da 4 CERTO
Presidência da República
se segue: 5 C
-
6 CERTO
7 ERRADO
8 ERRADO
17. (CESPE - 2018) Manual de Redação da
9 ERRADO
Presidência da República
se segue: 10 CERTO
Emprega-se o fecho “Atenciosamente” em comunica-
- 11 CERTO
quia do remetente ou de hierarquia inferior à deste.
12 ERRADO
13 CERTO
19 CERTO
x = 20 / 5
x = 20 / 5 (isolamos o “x” transferindo o seu coe- x=4
40 = 40
–
40 – 40 = 0 105
- Assim, podemos escrever a fórmula de Báskara:
vos) são os valores de x < 4.
Equações do segundo grau são equações nas quais O discriminante fornece importantes informações
o maior expoente de x é igual a 2. de uma equação do 2ª grau:
Sua forma geral é expressa por: ax2
A equação possui duas raízes reais e
distintas
A equação possui duas raízes reais e
idênticas
A equação não possui raízes reais
a) 3
b) 9
c) 6
A principal forma de resolver esse sistema é usan-
d) -9
do o método da substituição. Este método é muito sim-
e) -3 ples, e consiste basicamente em duas etapas:
Para que a equação do segundo grau tenha raízes 1. Isolar uma das variáveis em uma das equações;
iguais, é preciso que o delta (discriminante) seja 2. Substituir esta variável na outra equação pela
2
- 4ac. expressão achada no item anterior.
0 = 6 – 4.1.m
2
-5y = 5 – 40
-5y = -35 (multiplica por -1)
5y = 35
A soma das raízes é: y=7
S = -b / a Logo, voltando na primeira equação acharemos o
S = -(-5) / 1 = 5. Resposta: Certo. valor de “x”
1. Multiplicar uma das equações por um número que Isolando x na primeira equação, temos que x =
seja mais conveniente para eliminar uma variável. 3 – y. Efetuando a substituição na segunda equação,
temos que:
com uma variável.
(3 – y)2 – y2 = -3
Veja o exemplo abaixo: 2
= -3
y=2
Logo, x = 3 – y = 3 – 2 = 1
4. Se, em determinado mês, a quantidade de pedidos Note que o conjunto A tem todos os seus elemen-
tos ligados apenas em um único elemento do conjunto
RACIOCÍNIO-LÓGICO-MATEMÁTICO
pelo conjunto formado apenas pelos elementos 8 e 16, Representação de uma função lei de formação
pois os elementos 4 e 20 do conjunto B não estão liga-
Vamos representar a função f: R R, onde f(x) =
dos a nenhum termo do conjunto A. Logo, eles fazem
3x. O “R”, na situação, é o conjunto dos números reais.
parte do Contradomínio, porém não fazem parte do
Portanto, a função f(x) tem como Domínio todos os
conjunto Imagem.
números reais, e também os têm como Contradomínio.
Lembre-se de que f(x) é igual a “y”, que é a nossa
Dica imagem.
Função: relação de cada elemento do Domínio com Para a lei de formação, entendemos que “x” assu-
apenas um único elemento do Contradomínio. mirá alguns valores que resultará valores “y” da fun-
ção. Tudo isso é regido da seguinte maneira:
Função Injetora, Sobrejetora e Bijetora
f(x) = 3x
Função Injetora: se cada elemento do conjunto
imagem estiver ligado a um único elemento do Domí- Quando “x” for igual a 1, por exemplo, precisamos
nio, a função é chamada injetora. Ex.: -
mamos, então, que para x = 1 a função tem resultado 3.
A B
Funções inversas
2 4
4 8 Representamos a função inversa por “f-1(x)”. Para
6 16 que uma função seja inversa, ela necessariamente
precisa ser Bijetora. Vamos obter uma função inversa
8 20
a seguir. Veja:
f(x) = 2x
O conjunto imagem é I = {4, 8, 16, 20}. Por mais
que o 24 não esteja relacionado a nenhum elemento A B
do Domínio A, vemos que cada elemento da imagem
está ligado a apenas um elemento do Domínio A. 2 4
Função Sobrejetora: quando todos os elementos 4 8
6 12
temos uma função sobrejetora. Em outras palavras, 8 16
Contradomínio é igual a imagem. Ex.:
Vamos aplicar o passo a passo usando o nosso Funções ímpares são aquelas para as quais f(x) =
exemplo acima: -f(x), ou seja, quando “x” assume valores opostos e
gera imagens opostas. Veja:
f(x) = 2x (trocar f(x) por y)
y = 2x f(x) = 2x
f(4) = 2 . 4 = 8
1. Substituir y por x; f(-4) = 2 . (-4) = -8
2. Substituir x por y-1;
x = 2y-1
10
8 0 XV 0
x xV x
yV
6 V
0
-2 -1 0 1 2 3 4 5
x
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Aqui vale ressaltar que quando “a < 0”, a parábola
1. (FUNDATEC – 2020) O valor mínimo da função de
tem concavidade para baixo, ou seja, a função terá um
segundo grau f (x) =x2 -4x +1 é:
ponto máximo que chamamos de “vértice”. Já quando
“a > 0”, teremos a concavidade para cima e um ponto a) -10.
mínimo, também chamado de vértice da função. b) -7.
c) -6.
d) -5.
e) -3.
a>0 a<0
Mínimo da função de segundo grau se dá pelo Yvértice.
Yvértice
Yv = - (b²-4ac)/4a
Yv = - ( 16 - 4 ) 4.1
concavidade para cima concavidade para baixo
Yv = - (12) / 4
Yv = -3
Resposta: Letra E.
valor de “a” e para o discriminante, temos: 2. (VUNESP – 2019) Duas grandezas y e x, diretamente
x a) y = ax2
b) y = ax2
c) y = ax2
x Diretamente proporcional:
Quando aumenta Y, obrigatoriamente aumenta X.
Quando diminui Y, obrigatoriamente diminui X.
x Já podemos eliminar as letras a, b, c – pois quan-
do elevamos ao quadrado, todo número negativo
torna-se positivo, inviabilizando a proporcionali-
dade direta. Quando temos um termo desconhecido
x x multiplicando X, se ele for negativo, torna-o inver-
samente proporcional, então, eliminamos a letra D.
Nesse sentido, sobra apenas a alternativa E. Respos-
ta: Letra E.
114
3. (VUNESP – 2016) Na equação 3x2 + 8x + a = 0, a incógni-
f(x) g(x)
ta é x, e a é um número inteiro. Sabendo-se que o número
(– 3) é raiz da equação, a outra raiz dessa equação é 9
7
a) -7
5
b) -2/5
c) 1/3 3
d) 3/4 1
e) 2
-5 -3 -1 -1 1 3 5
Usando a fórmula da soma das raízes, temos:
-3
S = -b/a
X1 + X2 = -b/a -5
X1 + (-3) = -8/3
X1 = -8/3 + 3
Função Logarítmicas
X1 = 1/3
Resposta: Letra C.
Antes de falarmos sobre função logarítmica, é inte-
4. (FUNDATEC – 2015) ressante relembrar algumas propriedades importan-
funções y = f (x) = x2 - tes. Veja:
Na expressão logab = c, chamamos o número “a” de
base do logaritmo. Veja que o resultado do logaritmo
a) x = -9 e x = -1 (c) é justamente o expoente ao qual deve ser elevada a
b) x=1ex=9
base “a” para atingir o valor b, assim, as propriedades
c) x = -8 e x = 0
d) x = -1 e x = 9 mais importantes são:
e) x = -9 e x = 1
Logb 1 = 0, porque b0 = 1
Temos as equações: Logb b = 1, porque b1 = b
f (x) = x2 - 6x - 8 e f (x) = 2x + 1 Logb bk = K, porque bK = bK
Na interseção é preciso igualar as funções para isso bLogbM = M
acontecer. Então: Loga (b · c) = loga c
x² - 6x - 8 = 2x + 1 a
Loga (b ÷ c) = logab - logac
x² - 8x -9 = 0
Tirando as raízes pela soma e produto: Loga bn = n · logab
S = -b/a = -(-8)/1 = 8 1
P = c/a = -9/1 = -9 Logam b = logab
m
Logo, x’ = -1 e x’’ = 9.
Resposta: Letra D.
A função f(x) = log5(x) é um exemplo de função
5. (IBADE – 2018) Um automóvel tem seu consumo de logarítmica. Veja que nela a variável x encontra-se
combustível para percorrer 100 km estimado pela dentro do operador logaritmo. De maneira geral, po-
função C(x) = 0,02x²-1,6 x + 42 , com velocidade de x
demos representá-las da seguinte forma f(x) = loga(x).
km/h. Sendo assim, qual deve ser a velocidade para
que se tenha um consumo mínimo de combustível? -
sa ser positivo (a > 0) e diferente de 1.
a) 55 O domínio é formado apenas pelos números reais
b) 35 positivos – pois não há logaritmo de número negativo
c) 50 – e o contradomínio é o conjunto dos números reais,
d) 40 ou seja, temos uma função do tipo f: R * R.
RACIOCÍNIO-LÓGICO-MATEMÁTICO
Somas Internas
= = =1.000
= Logo,
É um tipo de questão menos recorrente, mas não A razão entre o número de mulheres e o número
menos importante. Consiste em distribuir uma quan- total de alunos é de 5/8:
tia X a três pessoas, de modo que cada uma receba um
quinhão inversamente proporcional a três números.
Vejamos um exemplo: A turma tem 120 alunos, então: T = 120
Exemplo: Fazendo os cálculos:
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes
inversamente proporcionais a 4, 5 e 6.
Vamos chamar de X as quantias que devem ser distri-
buídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, respectiva-
mente. Devemos somar as razões e igualar ao total que
8 x M = 5 x 120
dever ser distribuído para facilitar o nosso cálculo, veja:
8M = 600
M=
= 740.000
M = 75
Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl- A quantidade de homens da sala:
tiplo comum) entre os denominadores para resolver- 120 - 75 = 45 homens. Resposta: Letra B.
mos a fração.
2. (VUNESP – 2020) Em um grupo com somente pessoas
4–5–6|2 com idades de 20 e 21 anos, a razão entre o número
de pessoas com 20 anos e o número de pessoas com
2–5–3|2
21 anos, atualmente, é 4/5. No próximo mês, duas pes-
1–5–3|3 soas com 20 anos farão aniversário, assim como uma
1–5–1|5 pessoa com 21 anos, e a razão em questão passará a
1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60 ser de 5/8. O número total de pessoas nesse grupo é
Agora basta substituir o valor de X nas razões para No próximo mês, duas pessoas com 20 anos farão
achar cada parte da divisão inversa. aniversário, assim como uma pessoa com 21 anos, e
a razão em questão passará a ser de 5/8.
= = 300.000
=
= =240.000
= = 200.000
8 (4x - 2) = 5 (5x + 1)
Logo, as partes dividas inversamente proporcio- 32x – 16 = 25x + 5
nais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente 300K, 7x = 21
x=3
118 240K e 200K.
Para sabermos o total de pessoas, basta substituir o Sendo assim, Sandra está inversamente propor-
valor de X na primeira equação:
cional a . Basta substituirmos o valor de X na
9x = 9 x 3 = 27 é o número total de pessoas nesse
proporção.
grupo. Resposta: letra D.
= 2.700
3. (IBADE - 2018) Três agentes penitenciários de um
país qualquer, Darlan, Arley e Wanderson, recebem (valor que Sandra irá receber é MAIOR que 2.500).
juntos, por dia, R$ 721,00. Arley recebe R$ 36,00 mais Resposta: Errado.
que o Darlan, Wanderson recebe R$ 44,00 menos que
o Arley. Assinale a alternativa que representa a diária
5. (IESES - 2019) Uma escola possui 396 alunos matricu-
de cada um, em ordem crescente de valores.
lados. Se a razão entre meninos e meninas foi de 5/7,
determine o número de meninos matriculados.
a) R$ 249,00, R$ 213,00 e R$ 169,00.
b) R$ 169,00, R$ 213,00 e R$ 249,00.
c) R$ 145,00, R$ 228,00 e R$ 348,00. a) 183
d) R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00 b) 225
e) R$ 267,00, R$ 231,00 e R$ 223,00. c) 165
d) 154
D + A + W = 721
A = D + 36 Total de alunos = 396
W = A - 44 Meninos = H
Meninas = M
W= A - 44 Razão:
W= 36+D-44
W= D-8 Agora vamos somar 5x com 7x = 12x
Substituímos na fórmula principal: 12x é igual ao total que é 396
12x = 396
D + A + W = 721 x = 33
D + 36 + D + D – 8 = 721 Portanto o número de meninos será:
3D + 28 = 721
3D = 721 - 28 Meninos = 5X = 5 x 33 = 165. Resposta: Letra C.
D = 693/3
D = 231 REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
Substituímos o valor de D nas outras:
1. Regra de Três Simples
A = D + 36
A Regra de Três Simples envolve apenas duas
A= 231+36= 267
W = A - 44 grandezas. São elas:
W= 267-44
W= 223 Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se dese-
ja calcular a partir da grandeza explicativa;
Logo, os valores em ordem crescente que Wander- Grandeza Explicativa ou Independente é aque-
la utilizada para calcular a variação da grandeza
R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00. Resposta: Letra D.
dependente.
4. (CESPE - 2018) A respeito de razões, proporções e ine-
Existem dois tipos principais de proporcionalida-
quações, julgue o item seguinte.
RACIOCÍNIO-LÓGICO-MATEMÁTICO
+ = 7.900 DIRETAMENTE
PROPORCIONAL
+ / + OU - / -
= 7.900w
Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas
x = 600 (sinais iguais) 119
PROPORCIONAL
A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias
+ / - OU - / +
para corrigir as provas.
proporcional.
Da mesma forma que na regra de três simples,
12 m -------- 2 160 (tijolos) vamos montar a relação entre as grandezas e analisar
30 m -------- X (tijolos) cada uma delas isoladamente duas a duas.
Veja que de 12m para 30m tivemos um aumen-
6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min)
precisar de mais tijolos, ou seja, também deverá ser 3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min)
30 m -------- X (tijolos)
12 · X = 30 . 2160
12X = 64800 Analisando isoladamente duas a duas:
X = 5400 tijolos
6 (imp.) -------- 40 (min)
Assim, comprovamos que realmente são necessá- 3 (imp.) ---- ---- X (min)
rios mais tijolos.
Exemplo 2: Uma equipe de 5 professores gastou 12 Perceba que de 6 impressoras para 3 impressoras
dias para corrigir as provas de um vestibular. Consi-
derando a mesma proporção, quantos dias levarão 30 pois agora teremos menos impressoras para realizar
professores para corrigir as provas? a tarefa. Logo, as grandezas são inversas e devemos
Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos inverter a razão.
montar a relação e analisar:
Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um 1000 (panf.) -------- 40 (min)
- 2000 (panf.) -------- X (min)
pe maior o trabalho será realizado mais rapidamente.
Logo, a quantidade de dias deverá diminuir (-). Des-
-
sa forma, as grandezas são inversamente proporcio-
nais e vamos resolver multiplicando na horizontal.
-
Observe:
mos manter a razão.
5 (prof.) 12 (dias)
30 (prof.) X (dias)
30 . X = 5 . 12
30X = 60 Agora basta resolver a proporção para acharmos
120 X=2 o valor de X.
dias do mês. No dia 7 desse mês, um casal de amigos
3X = 40 x 12 chegou de surpresa para passar o restante do mês
3X = 480 com a família. Nessa situação, se cada uma dessas
X = 160 seis pessoas consumir diariamente a mesma quan-
tidade de alimentos, os alimentos comprados pelo
casal acabarão antes do dia 20 do mesmo mês.
em 160 minutos, que correspondem há 2 horas e 40
minutos.
Analisando isoladamente duas a duas: 2. (CESPE – 2018) O motorista de uma empresa trans-
portadora de produtos hospitalares deve viajar de São
6 (pág.) -------- 45 (linhas) Paulo a Brasília para uma entrega de mercadorias.
X (pág.) -- ----- 30 (linhas) Sabendo que irá percorrer aproximadamente 1.100
km, ele estimou, para controlar as despesas com a
Perceba que de 45 linhas para 30 linhas o valor diminui viagem, o consumo de gasolina do seu veículo em 10
km/L. Para efeito de cálculos, considerou que esse
grandezas são inversas e devemos inverter a razão. consumo é constante.
Considerando essas informações, julgue o item que
segue.
Nessa viagem, o veículo consumirá 110.000 dm3 de
Analisando isoladamente duas a duas: gasolina.
a) 60.
EXERCÍCIOS COMENTADOS b) 70.
c) 80.
1. (CESPE – 2019) No item seguinte apresenta uma d) 90.
situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser jul- e) 100.
gada, a respeito de proporcionalidade, porcentagens e
descontos. x = dias
No primeiro dia de abril, o casal Marcos e Paula com- 3 guardanapos por dia -------- x
2 guardanapos por dia -------- x+15 121
São valores inversamente proporcionais, quanto d) 1.500.
mais guardanapos por dia, menos dias durarão. e) 1.161.
Assim, multiplicamos na horizontal:
Primeiro vamos passar para minutos:
3x = 2 . (x+15) 5h = 300min.
3x = 30+2x 4h30min= 270min.
3x-2x = 30 min.-----Dias-----Pag.
x = 30 300 -------4-------1800
270 -------3-------X
Podemos substituir em qualquer uma das duas Resolvendo temos:
situações:
3 guardanapos x 30 dias= 90
=
2 guardanapos x 45(30+15) dias = 90 . Resposta:
Letra D.
=
4. (FUNDATEC - 2017) Cinco mecânicos levaram 27
minutos para consertar um caminhão. Supondo que 4 · X · 10 = 1800 · 3 · 9
fossem três mecânicos, com a mesma capacidade e X = 1215 páginas que esse mesmo equipamento é
ritmo de trabalho para realizar o mesmo serviço, quan- capaz de digitalizar. Resposta: Letra C.
tos minutos levariam para concluir o conserto desse
mesmo caminhão? 7. (VUNESP - 2016) Em uma fábrica, 5 máquinas, todas
operando com a mesma capacidade de produção,
a) 20 minutos. fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6
b) 35 minutos. horas por dia. O número de dias necessários para que
c) 45 minutos. 4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri-
d) 50 minutos. quem dois lotes dessas peças é
e) 55 minutos.
a) 11.
Mecânicos ------ Minutos b) 12.
5 ---------------- 27 c) 13.
3 ---------------- x d) 14.
Quanto menos mecânicos, mais minutos eles gastarão e) 15.
-
mente proporcional. Multiplica na horizontal: 5 máquinas -------1 lote --------- 8 dias ------------ 6 horas
4 máquinas -------2 lotes --------x dias -------------8 horas
3x = 27.5
3x = 135 Quanto mais dias para entrega do lote, menos
x = 135/3 horas trabalhadas por dia (inversa), menos máqui-
x = 45 minutos. Resposta: Letra C. nas para fazer o serviço (inversa) e mais lotes para
serem entregues (direta).
5. (IESES - 2019) Cinco pedreiros construíram uma casa Resolvendo:
em 28 dias. Se o número de pedreiros fosse aumenta-
- 8/x = 1/2 * 4/3 * 4/5
ria pronta?
8/x = 8/15
a) 18 dias. 8x = 120
b) 16 dias. x = 120/8
c) 20 dias. x = 15 dias.
d) 22 dias.
Resposta: Letra E.
5 (pedreiros) ---------- 28 (dias)
7 (pedreiros) ------------- X (dias) 8. (CESPE/CEBRASPE - 2018) No item a seguir é apre-
sentada uma situação hipotética, seguida de uma
Perceba que as grandezas são inversamente propor-
cionais, então basta multiplicar na horizontal. assertiva a ser julgada, a respeito de proporcionalida-
de, divisão proporcional, média e porcentagem.
5 . 28=7 . X Todos os caixas de uma agência bancária trabalham
7X = 140
X = 140/7 clientes em 10 minutos. Nessa situação, 5 desses cai-
X = 20 dias . Resposta: Letra C. xas atenderão 20 clientes em menos de 10 minutos.
a) 2.666. 5 · 12 · X = 10 · 3 · 20
b) 2.160. 60x = 600
122 c) 1.215. X = 10.
Os 5 caixas atenderão em exatamente 10 minutos.
PORCENTAGEM
Resposta: Errado.
A porcentagem é uma medida de razão com base
9. (VUNESP - 2020) Das 9 horas às 15 horas, de trabalho 100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denomi-
ininterrupto, 5 máquinas, todas idênticas e trabalhan- nador é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar
do com a mesma produtividade, fabricam 600 unida- como podemos representar um número porcentual.
des de determinado produto. Para a fabricação de 400
unidades do mesmo produto por 3 dessas máquinas, 30% = (forma de fração)
trabalhando nas mesmas condições, o tempo estima-
do para a realização do serviço é de 30% = = 0,3 (forma decimal)
25 x 100 = 2500%
x·3·6 = 360·5·4 0,35 x 100 = 35%
x·18 = 7.200 0,586 x 100 = 58,6%
x = 7200/18
x = 400 1. Número Relativo
Logo, transformando minutos para horas novamen-
te temos: A porcentagem traz uma relação entre uma parte e
um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres-
X = 400min ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo
X = 6h40min
Resposta: Letra D. isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.
10. (VUNESP - 2020) Em uma fábrica de refrigerantes, 3 10% de 1000 = x 1000 = 100
máquinas iguais, trabalhando com capacidade máxima,
ligadas ao mesmo tempo, engarrafam 5 mil unidades de Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto que 100 é a
refrigerante, em 4 horas. Se apenas 2 dessas máquinas parte que corresponde a 10% de 1000.
trabalharem, nas mesmas condições, no engarrafamen-
to de 6 mil unidades do refrigerante, o tempo esperado Dica
para a realização desse trabalho será de
Quando o Todo varias, a Porcentagem também
a) 6 horas e 40 minutos. varia!
b) 6 horas e 58 minutos.
c) 7 horas e 12 minutos. Veja um exemplo:
d) 7 horas e 20 minutos. Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira.
Sabendo que o curso que ele comprou possui um total
e) 7 horas e 35 minutos.
RACIOCÍNIO-LÓGICO-MATEMÁTICO
2·X·5 = 4·6·3
10X = 72 x 100 = 25%
x = 7, 2 horas (7 horas + 0,2 horas = 7 horas + 0,2 ×
60 min = 7 horas e 12 minutos) 2. Soma e Subtração de Porcentagem
OBS: Para transformar horas em minutos, basta As operações de soma e subtração de porcenta-
multiplicarmos o número por 60 min. Logo, 0,2 horas gem são as mais comuns. É o que acontece quando
= 0,2 x 60 = 120/10 = 12 min. Resposta: Letra C. se diz que um número excede, reduziu, é inferior ou 123
é superior ao outro em tantos por cento. A grandeza A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja,
inicial corresponderá sempre a 100%. Então, basta está errada. Resposta: Errado.
somar ou subtrair o percentual fornecido dos 100% e
multiplicar pelo valor da grandeza. 2. (CESPE - 2019) Na assembleia legislativa de um esta-
Exemplo 1: do da Federação, há 50 parlamentares, entre homens
Paulinho comprou um curso de 200 horas-aula. e mulheres. Em determinada sessão plenária estavam
Porém, com a publicação do edital, a escola precisou presentes somente 20% das deputadas e 10% dos
aumentar a carga horária em 15%. Qual o total de deputados, perfazendo-se um total de 7 parlamenta-
res presentes à sessão.
Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total Infere-se da situação apresentada que, nessa assem-
de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o bleia legislativa, havia
que houve uma redução percentual de 10% nas aulas mulheres. Em relação ao número total de inscritos, o
ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está
uma porcentagem de
a) 45,2%.
b) 46,5%.
EXERCÍCIOS COMENTADOS c) 47,8%.
d) 48,4%.
1. (CESPE - 2020) Em determinada loja, uma bicicleta é e) 49,3%.
vendida por R$ 1.720 à vista ou em duas vezes, com
uma entrada de R$ 920 e uma parcela de R$ 920 com
vencimento para o mês seguinte. Caso queira ante- prova.
cipar o crédito correspondente ao valor da parcela, a Pessoas presentes (88%) e dessas 45% eram mulhe-
res e 55% eram homens. Portanto, basta multiplicar
correspondente a 5% do valor da parcela. o percentual dos homens pelo total:
Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
- 0,55 x 0,88 = 0,484.
ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês. Transformando em porcentagem
0,484 x 100 = 48,4%. Resposta: Letra D.
5. (FUNCAB - 2015) Adriana e Leonardo investiram R$ Caso os números estejam diminuindo, você pode
20.000,00, sendo o 3/5 desse valor em uma aplicação buscar uma lógica envolvendo subtrações ou divisões
que gerou lucro mensal de 4% ao mês durante dez entre os termos.
meses. O restante foi investido em uma aplicação, Agora, observe esta outra sequência:
que gerou um prejuízo mensal de 5% ao mês, durante
o mesmo período. Ambas as aplicações foram feitas 2, 3, 5, 7, 11, 13, ...
no sistema de juros simples.
Qual é o seu próximo termo? Vários alunos tendem
tiveram: a dizer que o próximo termo é o 15, mesmo tendo per-
cebido que o 9 não está na sequência. A nossa tendên-
a) prejuízo de R$2.800,00. cia é relevar esse “probleminha” e marcar logo o valor
b) lucro de R$3.200,00. 15. Muito cuidado! Como já disse, o padrão encon-
c) lucro de R$2.800,00. trado deve ser capaz de explicar TODA a sequência!
d) prejuízo de R$6.000,00 Neste caso, estamos diante dos números primos! Sim,
e) lucro de R$5.000,00. aqueles números que só podem ser divididos por eles
mesmos ou então pelo número 1. No caso, o próximo
3/5 de 20.000,00 = 12.000,00 seria o 17, e não o 15. A propósito, os próximos núme-
12.000,00 · 4% = 480,00 ros primos são: 17, 19, 23, 29, 31, 37...
480 · 10 (meses) = 4.800 (juros)
O que sobrou 20.000,00 - 12.000,00 = 8.000,00. Apli- SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS ALTERNADAS
cação que foi investida e gerou prejuízo de 5% ao
mês, durante 10 meses:
É bem comum aparecem questões que envolvem
8.000,00 · 5% = 400,00
uma sequência que tem mais de uma lei de formação.
400 · 10 meses= 4.000
Podemos ter 2 sequências que se alternam, como nes-
Portanto 20.000,00 + 4.800(juros) = 24,800,00 -
te exemplo:
4.000= 20.800,00 /10 meses= 2.080,00 lucros.
Resposta: Letra C. 2, 5, 4, 10, 6, 15, 8, 20, ...
RACIOCÍNIO-LÓGICO-MATEMÁTICO
{1,3,5,7,9,11,13, ...}
Sn =
-
sivamente. Temos um exemplo nítido de uma Progres- S7 =
são Aritmética (PA) com uma razão 2, ou seja, r = 2 e
termo inicial igual a 1. Em questões envolvendo pro- S7 =
gressões aritméticas, é importante você saber obter o
termo geral e a soma dos termos, conforme veremos
a seguir. S7 = = 49
Logo,
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (IBFC – 2015) O total de múltiplos de 4 existentes
an = a1
entre os números 23 e 125 é:
a10
a10
a) 25
a10 b) 26
a10 = 19 c) 27
d) 28
Isto é, o termo da posição 10 é o 19. Volte na e) 24
podemos calcular qualquer termo da PA. O termo da O primeiro múltiplo de 4 neste intervalo é 24 e o últi-
posição 200 é: mo é 124. Veja que os múltiplos de 4 formam uma
PA de razão igual a 4. Então, temos as seguintes
an = a1 informações:
a200
a1 = 24
a200
an = 124
a200
a200 = 199 r = 4 (podemos ir somando de 4 em 4 unidades para
obter os múltiplos).
Soma do primeiro ao n-ésimo termo da PA Substituindo na fórmula do termo geral, vamos
encontrar a quantidade de elementos (múltiplos):
A fórmula a seguir nos permite calcular a soma dos an = a1 + (n-1)r
“n” primeiros termos de uma progressão aritmética: 124 = 24 + (n – 1)4
124 = 24 + 4n – 4
126 Sn = 124 – 24 + 4 = 4n
104 = 4n
n = 26 o percurso no tempo máximo exato, aumentando de
uma quantidade constante, a cada minuto, a distância
Resposta: Letra B. percorrida no minuto anterior. Nesse caso, se Manoel,
seguindo seu plano, correr 125 metros no primeiro
2. (FCC – 2018) Rodrigo planejou fazer uma viagem em minuto e aumentar de 11 metros a distância percorri-
4 dias. A quantidade de quilômetros que ele percorrerá da em cada minuto anterior, ele completará o percurso
em cada dia será diferente e formará uma progressão no tempo regulamentar.
-
tros que Rodrigo percorrerá por dia é igual a 310 km.
Desse modo, é correto concluir que o número de quilô-
metros que Rodrigo percorrerá em seu quarto e último Veja que no primeiro minuto ele percorre 125
dia de viagem será igual a metros, no segundo 125 + 11 = 136 metros, no ter-
ceiro 125 + 2×11 = 147 metros, e assim por diante.
a) 334. Estamos diante de uma progressão aritmética (PA)
b) 280. de termo inicial a1 = 125 e razão r = 11. O décimo
c) 322. primeiro termo (correspondente ao 11º minuto) é:
d) 274. an= a1 + (n-1).r
e) 310. a11 = 125 + (11 – 1).11
a11 = 125 + 110 = 235 metros
Primeiro devemos achar o a1, para depois acharmos A soma das distâncias percorridas nos 11 primeiros
o a4. Devemos colocar tudo em função de a1, para minutos é dada pela fórmula da soma dos termos
podermos substituir na média. Usando a fórmula da PA:
do termo geral:
r = -24 Sn =
an= a1 + (n-1).r
S11 =
Achando a1:
a1 = a1 + (1-1).r S11 =
a1 = a1 S11 = 180 · 11
S11 = 1.980
Colocando a2 em função de a1:
A distância total percorrida é menor do que 2.000
a2= a1+ (2-1)r
metros. Logo, Manoel não completará o percurso no
a2 = a1 + r
tempo regulamentar de 11 minutos. Resposta: Errado.
Colocando a3 em função de a1:
4. (FCC – 2017) Em um experimento, uma planta recebe
a3= a1+ (3-1)r
a cada dia 5 gotas a mais de água do que havia recebi-
a3 = a1 + 2r
do no dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu 374 gotas
Colocando a4 em função de a1: de água, no 1° dia do experimento ela recebeu
a4 = a1 + (4-1)r
a) 64 gotas.
a4 = a1 + 3r
b) 49 gotas.
Substituindo na fórmula da média aritmética: c) 59 gotas.
d) 44 gotas.
(a1 + a2 + a3 + a4 )/4 = 310 e) 54 gotas.
(a1+ a1 + r + a1 + 2r + a1 + 3r) / 4 = 310
4 a1 + 6r = 310 . 4
Já sabemos que a razão é r = 5 e que o a65 = 374,
4 a1 + 6. (-24) = 1240
então, o a1 é dado por:
4 a1 - 144 = 1240
a1 = 346 a65= a1 + (n-1).r
RACIOCÍNIO-LÓGICO-MATEMÁTICO
374 = a1 + (65-1)5
Encontrando a4:
374 = a1 + 64 x 5
a4= 346 + (4-1).r 374 = a1 + 320
a4= 346 + 3r a1 = 54 gotas.
a4= 346 + 3. (-24)
Resposta: Letra E.
a4 = 274
Resposta: Letra D. 5. (CESPE – 2014) Em determinado colégio, todos os 215
alunos estiveram presentes no primeiro dia de aula; no
3. (CESPE – 2017) Em cada item a seguir é apresentada segundo dia letivo, 2 alunos faltaram; no terceiro dia,
uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a 4 alunos faltaram; no quarto dia, 6 alunos faltaram, e
ser julgada, a respeito de modelos lineares, modelos assim sucessivamente.
periódicos e geometria dos sólidos. Com base nessas informações, julgue os próximos
Manoel, candidato ao cargo de soldado combatente, itens, sabendo que o número de alunos presentes às
considerado apto na avaliação médica das condições aulas não pode ser negativo.
de saúde física e mental, foi convocado para o teste No vigésimo quinto dia de aula, faltaram 50 alunos.
de aptidão física, em que uma das provas consiste em
uma corrida de 2.000 metros em até 11 minutos. Como 127
P.A. (215, 213, 211, 209,..., a25)
Termo Geral da P.A. geométrica
Termo geral da PG
Usando novamente o nosso exemplo e fazendo a soma 2. (IBFC – 2016) Se a soma dos elementos de uma P.G.
dos 4 primeiros termos (n = 4), temos: {2, 4, 8, 16, 32...} (progressão geométrica) de razão 3 e segundo termo
12 é igual a 484, então o quarto termo da P.G. é igual a:
S4 =
a) 324
b) 36
S4 = c) 108
d) 216
S4 =
S4 = 30 Temos que a2 = 12 e q = 3. Para calcularmos o quarto
termos, devemos usar a fórmula do termo geral da
PG. Veja:
128 a4 = a2 × q4-2
a4 = 12 × 32 1936 = 242a1
a4 = 12 × 9
a4 = 108 a1 = 1936 / 242
Resposta: letra C.
a1 = 8
3. (IDECAN – 2014) Observe a progressão geométrica Resposta: Letra E.
(P.G.) e assinale o valor de y.
968. = 6 · 5 = 30
Então, o primeiro termo dessa progressão é:
Princípio Fundamental da Contagem
a) Maior que 18.
b) Maior que 15 e menor que 18. Podemos, também, encontrar como princípio mul-
c) Maior que 12 e menor que 15. tiplicativo. Vamos esquematizar uma maneira que vai
d) Maior que 9 e menor que 12.
ser bem simples para resolvermos problemas sobre o
e) Menor que 9.
tema, observe o lembrete:
Vamos usar a fórmula da soma da PG:
Escolher o meio de transporte para ida e para a Vamos imaginar que temos uma mesa circular com
volta. 5 lugares e queremos ordenar 5 pessoas de maneiras
2. Calcular todas as possibilidades em cada etapa; distintas. Observe as duas disposições abaixo das pes-
Na ida temos 4 possibilidades de escolha (ônibus, soas A, B, C, D, e E ao redor da mesa:
carro, moto ou avião) e para a volta temos 3 possi-
bilidades de escolha (não posso voltar no mesmo E
meio de transporte). A
3. Multiplicar.
4 · 3 = 12 maneiras. B A
E D
MESA MESA
Permutação Simples
CUAJ CJAU AUCJ ... Imagine agora que quiséssemos posicionar 5 pes-
soas nas cadeiras de uma praça, mas tinhamos apenas
Desta maneira, o número de anagramas é 4! = 3 cadeiras à disposição. De quantas formas podería-
4·3·2·1 = 24 anagramas. mos fazer isso?
Para a primeira cadeira temos 5 pessoas disponí-
Dica veis, isto é, 5 possibilidades. Já para a segunda cadei-
ra, restam-nos 4 possibilidades, dado que uma já foi
ANAGRAMA é a ordenação de maneira distin- utilizada na primeira cadeira. Por último, na terceira
ta das letras que compõem uma determinada cadeira, poderemos colocar qualquer das 3 pessoas
130 palavra. restantes. Observe que sempre sobrarão duas pessoas
em pé, pois temos apenas 3 cadeiras. A quantidade de C(4, 3) =
formas de posicionar essas pessoas sentadas é dada
pela multiplicação abaixo: C(4, 3) = 4
Formas de organizar 5 pessoas em 3 cadeiras = 5 · 4 ·
3 = 60
O exemplo acima é um caso típico de ARRANJO Dica
SIMPLES. Sua fórmula é dada abaixo: No ARRANJO a ordem importa.
Na COMBINAÇÃO a ordem não importa
A(n, p) =
PROBABILIDADE 100%.
Conceito Eventos Independentes
A teoria da probabilidade é o ramo da Matemáti- Qual seria a probabilidade de, em dois lançamen-
ca que cria modelos que são utilizados para estudar tos consecutivos do dado, obtermos um resultado
132
ímpar em cada um deles? Veja que temos dois expe- A fórmula nos diz que a probabilidade de A ocor-
rimentos independentes ocorrendo: o primeiro lança- rer, dado que B ocorreu, é a divisão entre a proba-
mento e o segundo lançamento do dado. O resultado bilidade de A e B ocorrerem simultaneamente e a
- probabilidade de B ocorrer. Para que A e B ocorram
do do segundo.
simultaneamente (resultado ímpar e inferior a 4), te-
Quando temos experimentos independentes, a
mos como possibilidades o resultado igual a 1 e 3. Isto
probabilidade de ter um resultado favorável em um e
um resultado favorável no outro é feito pela multipli- é, apenas 2 dos 6 resultados nos atende. Logo, P (A B)
cação das probabilidades de cada experimento: = .
P(2 lançamentos) =P(lançamento 1) · P(lançamento 2) Para que B ocorra (resultado inferior a 4), já vimos
P (A B) = =
P (A\B) = 133
PROBABILIDADE DA INTERSEÇÃO DE DOIS houver chuva. Nessas condições, a probabilidade de
EVENTOS que a operação ocorra no dia programado é de
P (A B) = P (A) · P (B) =
Múltiplos de 8: {0, 8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72...}
Números da Mega Sena: 1 a 60.
Os múltiplos de 8 na Mega Sena são: 8, 16, 24, 32, 40,
EXERCÍCIOS COMENTADOS 48, 56, ou seja, 7 números.
Logo 7/60 = 11%. Resposta: Errado.
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Em um grupo de 10
pessoas, 4 são adultos e 6 são crianças. Ao se sele- 4. (CESPE – 2017) Em um jogo de azar, dois jogadores
cionarem, aleatoriamente, 3 pessoas desse grupo, a lançam uma moeda honesta, alternadamente, até que
probabilidade de que no máximo duas dessas pes- um deles obtenha o resultado cara. O jogador que deti-
soas sejam crianças é igual a ver esse resultado será o vencedor.
A probabilidade de o segundo jogador vencer o jogo
a) 1/6. logo em seu primeiro arremesso é igual a
b) 2/6.
c) 3/6. a) 2/3.
d) 4/6. b) 1/2.
e) 5/6. c) 1/4.
d) 1/8.
Basta calcular a probabilidade de vir 3 crianças (o e) 3/4.
que a gente não quer). Depois subtrair de 1, para
obter os casos favoráveis. Precisamos calcular a probabilidade do primeiro
Probabilidade de sortear 3 crianças: 6/10 · 5/9 · 4/8 = 1/6 jogador tirar coroa e o segundo jogador obter cara.
1 – 1/6 = 5/6. Resposta: Letra E.
Probabilidade de o primeiro tirar coroa: 1/2 e o
segundo tirar cara: 1/2. Logo, 1/2 · 1/2 = 1/4.
2. (VUNESP – 2017) Um centro de meteorologia infor-
Resposta: Letra C.
mou ao CIPM que é de 60% a probabilidade de chuva
no dia programado para ocorrer a operação. Mediante
5. (CESPE – 2017) Cinco mulheres e quatro homens
trabalham em um escritório. De forma aleatória, uma
probabilidades de que a operação seja realizada nesse
dessas pessoas será escolhida para trabalhar no plan-
dia são de 20%, caso a chuva ocorra, e de 85%, se não
134 tão de atendimento ao público no sábado. Em seguida,
outra pessoa será escolhida, também aleatoriamente, salário dos mesmos, mas podemos dividir, ainda,
para o plantão no domingo. em:
Considerando que as duas pessoas para os plantões
serão selecionadas sucessivamente, de forma aleató- Quantitativas Contínuas: quando a variá-
ria e sem reposição, julgue o próximo item.
A probabilidade de os dois plantonistas serem homens números, como por exemplo a altura que
é igual ou superior a 4/9.
possibilidades.
Quantitativas Discretas: quando a variável só
Sábado: Há 4 homens possíveis, em 9 pessoas no entre dois números, como por exemplo a quan-
total = 4/9
Domingo: Há 3 homens possíveis, de 8 pessoas no diz? Rsrsrs. Pois é! A nossa resposta sempre
total (uma já foi escolhida no sábado) = 3/8
Como queremos que seja escolhido um homem no
sábado e um homem no domingo, multiplicamos as
probabilidades: 4/9 x 3/8 = 12/72 = 4/24.
A questão é errada, pois 4/24 não é igual ou maior
que 4/9. Resposta: Errado.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2018) A tabela a seguir mostra o núme-
NOÇÕES DE ESTATÍSTICA
ro de funcionários que faltaram ao trabalho nos cinco
dias de uma semana em determinada empresa.
A estatística se divide em dois ramos: a Descriti-
va e a Inferencial. O primeiro ramo tem por objetivo
coletar dados através das técnicas de amostragem e NÚMERO DE
estudar ou fazer suas representações através de grá- DIAS DA SEMANA FUNCIONÁRIOS
FALTANTES
Descritiva o cálculo através das médias, medianas, 13
modas, desvio padrão, entre outros para resumir os
dados coletados. 9
Agora, quando falamos da Estatística Inferencial, o 6
objetivo principal é deduzir/inferir, a partir das infor- 18
mações de um conjunto de dados (amostra), algumas
informações que provierem de um conjunto de dados 23
mais amplo (população).
A média diária do número de funcionários que falta-
Conceitos Introdutórios de Estatística ram ao trabalho na 2a e 6a feiras, desta semana, supera
a média diária do número de funcionários que falta-
População: é o conjunto de todas as entidades ram na 3a, 4a e 5a feiras, da mesma semana, em
sob estudo. Por exemplo, podemos realizar um estu-
do estatístico sobre a população da cidade do Rio de a) 7.
Janeiro, ou então sobre a população de alunos matri- b) 8.
culados na Nova Concursos. c) 9.
Censo: quando efetuamos o censo de uma popu- d) 10.
lação, analisamos todos os indivíduos que compõem e) 11.
aquela população. Por exemplo, podemos contar todos
os alunos da Nova Concursos um por um ou podemos Vamos calcular a média de segunda e sexta:
contar todos os cachorros que existem na Cidade de (13 + 23) / 2 = 18 funcionários que faltaram ao trabalho.
São Paulo. Mas isso aqui demanda muito tempo e é Agora, vamos calcular a média de terça a quinta:
um processo custoso. (9 + 6 + 18) / 3 = 11 funcionários que faltaram ao trabalho.
RACIOCÍNIO-LÓGICO-MATEMÁTICO
3. (CESPE-CEBRASPE – 2018)
DIA
1 2 3 4 5
X (QUANTIDADES
DIÁRIA DE DROGAS 10 22 18 22 28
APRESENTADAS, EM KG)
a) 36. Linha.
b) 40.
c) 41. Barras.
d) 42.
e) 39. Linha.
Descritiva. Esta tem por objetivo descrever um con- ao seu lado está incluído na classe. Por exemplo, 1,50
junto de dados, resumindo as suas informações prin- | - 1,60 nos indica que as pessoas com altura igual a
1,50 são contadas entre as que fazem parte dessa clas-
ferramentas muito importantes.
se, porém as pessoas com exatamente 1,60 não são
contabilizadas.
Tabelas
Veja abaixo novamente a última tabela, agora
Para descrever um conjunto de dados, um recurso com a coluna de frequências absolutas acumuladas à
muito utilizado são tabelas, como essa abaixo, refe- direita:
rente à observação da variável “Sexo dos moradores
de São Paulo”: FREQUÊNCIAS AB-
FREQUÊNCIAS
CLASSE SOLUTAS ACUMU-
(FI)
VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi) LADAS (FCA)
Masculino 34 1,50 | - 1,60 33 33
Feminino 26
1,60 | - 1,70 17 50
Observe que na coluna da esquerda colocamos as 1,70 | - 1,80 13 63
categorias de valores que a variável pode assumir, ou 1,80 | - 1,90 17 80
seja, masculino e feminino, e na coluna da direita colo-
camos o número de Frequências, isto é, o número de A coluna da direita exprime o número de indiví-
observações (ou repetições) relativas a cada um dos
duos que se encontram naquela classe ou abaixo dela.
valores. Veja, ainda, que foi analisada uma amostra de
Ou seja, o número acumulado de frequências do valor
60 pessoas, das quais 34 eram homens e 26 mulheres.
mais baixo da amostra (1,50m) até o valor superior
Estes são os valores de frequências absolutas. Pode-
mos ainda representar as frequências relativas (per- daquela classe. Perceba que, para obter o número 50,
centuais): sabemos que 34 em 60 são 56,67%, e 26 em bastou somar 17 (da classe 1,60| - 1,70) com 33 (da
60 são 43,33%. Portanto, teríamos: classe 1,50| - 1,60). Isto é, podemos dizer que 50 pes-
soas possuem altura inferior a 1,70m (limite superior
da última classe). Analogamente, 63 pessoas possuem
FREQUÊNCIAS
VALOR DA VARIÁVEL altura inferior a 1,80m.
RELATIVAS (Fri)
Masculino 56,67%
Feminino 43,33%
Uma outra maneira muito utilizada para a Estatís-
Note que a frequência relativa é dada por Fi / n,
onde Fi é o número de frequências de determinado tipos.
valor da variável, e n é o número total de observações.
Agora, vamos analisar uma tabela onde a variável
pode assumir um grande número de valores distintos.
Vamos representar na tabela a variável “Altura dos
-
moradores de Campinas”:
RACIOCÍNIO-LÓGICO-MATEMÁTICO
SALÁRIOS EM
FREQUÊNCIA
MILHARES DE REAIS
10 – 15 15
15 – 20 17
20 – 25 13
25 - 30 7
-
mente a relação com o total de observações. Vamos
supor que analisamos as notas trimestrais de alguns
de pizza.
Média Aritmética
X= = = 20.
5
1,64 7
1,71 10
Interpretando a fórmula, temos uma lista de
1,77 15
números (x1, x2, x3, ..., xn) com pesos respectivos (p1, p2,
p3, ..., pn), então, a média aritmética ponderada é dada 1,80 5
pela fórmula apresentada acima.
Veja um exemplo: Um aluno prestou vestibular 1,81 2
para Engenharia e realizou provas de
Matemática, Física, Química, História e Biologia. 1,89 1
Suponha que o peso de Matemática seja 4, de Física
seja 4, de Química seja 2, de História seja 1 e de Bio- Na tabela acima, a maior frequência (15) está asso-
logia seja 1. Suponha ainda que o estudante obteve as ciada à altura 1,77. Portanto, a moda é 1,77.
seguintes notas:
Mediana
MATÉRIAS NOTAS (XI) PESO (PI)
Uma outra medida que estudamos em Estatística
Matemática 9,7 4
100,3
X= =20,06 Dica
5
Moda = elemento(s) que mais aparece(m).
Mediana = elemento central de um conjunto de
RACIOCÍNIO-LÓGICO-MATEMÁTICO
Moda números.
Variância
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2015) Uma pequena empresa que empre-
ga apenas cinco funcionários paga os seguintes salá-
rios mensais (em mil reais):
Desvio Padrão
c) 0
d) 200 desvio padrão está inteiramente ligado a variância. O
e) 400 desvio padrão é a raiz quadrada da variância. A sua
Primeiro, vamos calcular a média salarial (Ms): O desvio padrão é a raiz quadrada da variân-
cia ( ). A variância é o quadrado do desvio
Ms = = 1400 padrão ).
5 Só há dois casos em que a variância e o desvio
Como estamos estudando e aprendendo sobre o assun- padrão são iguais, que é quando ambos valem zero ou
to, vou fazer o cálculo de todos os desvios em relação ambos valem 1, isso porque 02 = 0 e 12 = 1.
à média, mas podemos calcular apenas o valor do des- Vale ressaltar, também, que a variância e o desvio
vio de quem ganha R$ 1400,00 e achar o gabarito mais padrão só serão iguais a zero se todos os elementos
rápido. Usamos a nossa relação, temos: forem iguais. Se os elementos forem todos iguais,
todos os desvios serão iguais a zero. Consequentemen-
di = xi - m te, a variância será nula e também o desvio padrão.
d1 = 900 – 1400 = -500
d2 = 1200 – 1400 = -200
d3 = 1400 – 1400 = 0 Importante!
d4 = 1500 – 1400 = 100
d5 = 2000 – 1400 = 600 Quando os dados são todos iguais, não há dis-
persão. Todas as medidas (desvio médio, variân-
O valor do desvio de quem ganha R$ 1400,00 é d3 = cia, desvio padrão, etc.) são iguais a zero.
1400 – 1400 = 0. Resposta: Letra C.
a) 2,00.
O desvio médio é uma medida de dispersão que b) 1,83.
140 leva em consideração todos os valores. c) 1,65.
d) 1,41.
NÚMERO DE
e) 1,29. DIAS DA SEMANA FUNCIONÁRIOS
FALTANTES
13
9
x = =4 6
5 18
Agora, vamos calcular a média dos quadrados: 23
22 2 2 2 2
A média diária do número de funcionários que falta-
x2= = 18 ram ao trabalho na 2a e 6a feiras, desta semana, supera
5 a média diária do número de funcionários que falta-
Aplicando a fórmula da variância: ram na 3a, 4a e 5a feiras, da mesma semana, em
2
= (Média dos quadrados) – (Média)2
a) 7.
2
= 18 – 42 = 18 – 16 = 2 b) 8.
c) 9.
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância:
d) 10.
e) 11.
= . Resposta: Letra D.
Vamos calcular a média de segunda e sexta:
2. (UFMT – 2017) Um conjunto de dados sobre a plaque-
(13 + 23) / 2 = 18 funcionários que faltaram ao
topenia de pacientes com dengue tem variância igual trabalho.
a zero. Pode-se concluir que também vale zero Agora, vamos calcular a média de terça a quinta:
(9 + 6 + 18) / 3 = 11 funcionários que faltaram ao
a) a média. trabalho.
b) o desvio padrão.
c) a mediana. 18 – 11 = 7. Resposta: Letra A.
d) a moda.
2. (CESPE – 2015) A equipe de atendentes de um servi-
O desvio padrão é a raiz quadrada da variância. Se ço de telemarketing é constituída por 30 empregados,
a variância é igual a zero, então, o desvio padrão divididos em 3 grupos, que trabalham de acordo com
a seguinte escala.
vale = . Resolução: Letra B.
Grupo I: 7 homens e 3 mulheres, que trabalham
das 6 h às 12 h.
Grupo II: 4 homens e 6 mulheres, que trabalham
das 9 h às 15 h.
padrão e a média, o qual pode ser calculado usando a Grupo III: 1 homem e 9 mulheres, que trabalham
seguinte fórmula: Cv = / x . das 12 h às 18 h. A respeito dessa equipe, julgue o
item que se segue.
expresso em porcentagem.
Logo, se = 1 cm e x = 10 cm, temos: Se, nesse serviço de telemarketing, a média das ida-
des das atendentes for de 21 anos e a média das ida-
Cv = 1 / 10 = 0,10 = 10%. des dos atendentes for de 31 anos, então a média das
idades de todos os 30 atendentes será de 26 anos.
RACIOCÍNIO-LÓGICO-MATEMÁTICO
Variância Relativa
DIA
1 2 3 4 5
X (QUANTIDADES
DIÁRIA DE DROGAS 10 22 18 22 28
APRESENTADAS, EM KG)
Conjunto X
142
Vamos analisar uma outra situação:
todos os elementos que pertencem (compõem) ao con-
junto X, já na parte externa do círculo, estão todos os X Y
elementos que não fazem parte de X, ou seja, “y” não
pertence ao conjunto X.
Dica
X–Y X Y Y–X
Matematicamente, usamos o símbolo para indi- Nesta representação, podemos interpretar a região
car essa relação de pertinência. Isto é: já o ele- X – Y (diferença de conjuntos) como sendo a região for-
mento “y” não pertence ao conjunto X, onde usamos o mada pelos elementos de X que não fazem parte do con-
símbolo para essa relação de não pertinência. Mate- junto Y. Veja o exemplo:
maticamente: y X.
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
Complemento de um conjunto Y = {5, 6, 7, 9, 10}
X – Y = basta tirar de X os elementos que estão nele
O complemento de X é o conjunto formado por e também em Y, ou seja,
todos os elementos do Universo e o elemento “y” faz
X – Y = {2, 3, 4}
parte dele, claro que com exceção daqueles que estão
presentes em X. Representamos o complemento, ou Já no caso da região Y – X, temos:
complementar, pelo símbolo XC. X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
que “y” não pertence a X, mas pertence ao conjunto Y = {5, 6, 7, 9, 10}
complementar de X: matematicamente: C
. Y – X = {9, 10}
20 – 10 = 10 10 30 – 10 = 20
Carol
RACIOCÍNIO-LÓGICO-MATEMÁTICO
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Vamos extrair as informações e colocar dentro dos
1. (CESPE – 2018) Determinado porto recebeu um gran-
diagramas:
de carregamento de frango congelado, carne suína
congelada e carne bovina congelada, para exporta- 800 contêineres distribuição;
ção. Esses produtos foram distribuídos em 800 con- 0 contêineres com os 3 produtos;
têineres, da seguinte forma: nenhum contêiner foi 300 contêineres carne bovina;
carregado com os três produtos; 300 contêineres 450 contêineres carne suína;
foram carregados com carne bovina; 450, com carne
100 contêineres com frango e carne bovina;
suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne
suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína. 150 contêineres com carne suína e carne bovina;
146 100 contêineres com frango e carne suína.
Bovina Frango A B
50 100 X
X 6 25 – 6 – x =
0
19 – x
150 100
200 Suína
C 5
Veja que exatamente 50 contêineres foram carrega-
dos somente com carne bovina. Resposta: Certo.
Com as informações colocadas nos diagramas na que são considerados ao mesmo tempo Bar e Restau-
questão anterior, podemos somar todas as informa- rante. Sabe-se que, ao todo, são 96 estabelecimentos
ções que não possuem contato com o conjunto de
frango e subtrair do total. Veja:
50 (só bovinos); Assertiva: Nessa situação, há mais de 15 estabeleci-
150 (bovinos e suínos); -
200 (só suínos). taurante ao mesmo tempo.
Somando tudo isso, teremos 400 contêineres com
outras carnes, o que sobrou do total será a resposta
para a questão.
Extraindo os dados:
800-400= 400 contêineres contêm franco. (Lem-
TOTAL: 96;
bre-se, a banca não perguntou SOMENTE frango).
BAR: 49;
Logo, 400 contêineres continham frango congelado.
RESTAURANTE: 60.
Resposta: Certo. Somando tudo, temos 49 + 60 = 109. Passou o total de
96, porque estamos contando 2x vezes os estabeleci-
4. (CESPE – 2018) Em um aeroporto, 30 passageiros que mentos que estão na interseção. Logo, descontamos
desembarcaram de determinado voo e que estiveram o que passou do total. 109 - 96 = 13 estabelecimentos
nos países A, B ou C, nos quais ocorre uma epidemia
RACIOCÍNIO-LÓGICO-MATEMÁTICO
infecciosa, foram selecionados para ser examinados. ao mesmo tempo. Resposta: Errado.
Constatou-se que exatamente 25 dos passageiros
selecionados estiveram em A ou em B, nenhum des-
ses 25 passageiros esteve em C e 6 desses 25 passa-
geiros estiveram em A e em B. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE
Com referência a essa situação hipotética, julgue os
itens que se seguem DIFERENTES REPRESENTAÇÕES DE
Se 11 passageiros estiveram em B, então mais de 15 FIGURAS PLANAS, COMO DESENHOS,
estiveram em A. MAPAS E PLANTAS
UTILIZAÇÃO DE ESCALAS
Dos 30 passageiros, são 25 que estiveram APENAS A escala é a razão constante entre qualquer gran-
em A ou B, de modo que os outros 5 passageiros esti- deza química ou física que possamos fazer uma com-
veram APENAS em C. Veja ainda que 6 passageiros paração, isso quando nos referimos às medidas de
estiveram A e B, de modo que os outros 19 estiveram áreas. Já quando estamos falando de um desenho
somente em um desses dois países. Logo, 147
relação matemática entre as dimensões apresenta-
das no desenho e o objeto real por ele apresentado. É tamanho da representação:
importante lembrar que as dimensões devem ser sem- Escala natural: representada numericamente
pre usadas na mesma unidade. Podemos representar como 1:1 ou 1/1. É usada quando o tamanho do objeto
da seguinte forma: (físico) representado no plano é igual ao tamanho na
realidade.
Escala = medida no desenho : medida no objeto real Escala reduzida: quando o tamanho real é maior
do que a área representada em escala. Costuma ser
ou
de habitações.
Escala = medida no desenho / medida no objeto real
maior do que o real. É usada para mostrar detalhes
Por exemplo, se um mapa apresenta a escala 1:30, mínimos de determinada área, principalmente de
espaços com tamanhos pequenos.
área real. Caso seja necessário indicar que cada cen-
tímetro de um mapa representa 1 metro na área real, Dica
utilizamos a escala 1:100 ou ainda 1/100. Repare que
convertemos 1 metro para centímetros (100 centíme- A escala é inversamente proporcional, ou seja,
tros), pois ambas as medidas precisam estar na mes- quanto maior a escala, menos detalhes há, pois
ma unidade. é menor a área representada no mapa e quanto
menor a escala, maior a área representada no
mapas da seguinte maneira: mapa (mais detalhes).
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2020) Maurício desenhou um mapa com
um percurso partindo da empresa em que trabalha até o
local onde será realizada uma festa para os funcionários.
Nesse mapa, 1 cm corresponde a 2 km de distância real.
Se no mapa o percurso é de 12 cm, a distância real é de
a) 240 km.
b) 200 km.
c) 122 km.
d) 50 km.
e) 24 km.
2. (CONSESP – 2018)
representado por 1: 20.000.000, a capital São Luis se
distancia 7 cm da capital baiana. Qual é a distância
real em linha reta entre as duas capitais?
a) 140 km
b) 285, 7 km
c) 310 km
d) 1400 km
1 cm ------------- 200 km
7cm -------------- x km
x = 7 . 200
x = 1400 km
Resposta: Letra D.
Goiânia.
Goiânia.
Goiânia.
Goiânia.
4. (IBADE – 2018) A distância entre uma cidade localiza- relação a sua representação geométrica e espacial.
da na região norte do país e outra localizada no Uru- Representação Simbólica:
guai é de 4.200 quilômetros. A distância sobre uma
- Os pontos são representados por letras maiúsculas
do nosso alfabeto, ou seja, A, B, C, ...etc.
As retas são representadas pelas letras minúsculas
a) 1:4.200.000. do nosso alfabeto, ou seja, a, b, c, ...etc.
b) 1:10.500.000. Os planos são representados pelas letras gregas
c) 1:105 000.
d) 1:40.000.000.
A
P
149
Pontos colineares são aqueles que pertencem à Reta s
s
mesma reta.
Segmento de Reta AB
C A B t
B
A B Semirreta AB
A B u
A c
r
COLINEARES Feixe de Retas Paralelas
r
NÃO COLINEARES
Um conjunto de três ou mais retas paralelas num
plano é chamado feixe de retas paralelas. Temos, ain-
Um plano pode ser determinado de algumas da, uma reta que corta a reta de feixe que é chamada
maneiras. Veja: de reta transversal. Veja:
C a
B c
A
um pouco mais:
r A B
s t
A D a
Por duas retas concorrentes
B E
b
C F
c
S C
D G
d
r A B
Ângulos
S
Ângulo é a medida de uma abertura delimitada
r
A, que é a abertura delimitada pelas duas semi-retas
desenhadas:
Razão entre Segmentos de Reta
A
C
D
Como 360 representam uma volta completa, 180º
o
representam meia-volta, como você pode ver abaixo: Os ângulos formados pelo cruzamento das retas
são denominados ângulos opostos pelo vértice e tem
180° o mesmo valor. Ou seja, A = C e B = D.
Os ângulos A e B são suplementares, pois a soma
entre eles é de 180o, assim como a soma dos ângulos B
e C, C e D, e D e A.
medida:
C D J
K L
a soma do ângulo interno e do ângulo externo de
um mesmo vértice é igual a 180º; Veja que podemos colocar o ângulo “a” como
a soma dos ângulos internos de um polígono de n suplementar de 115°, pois os segmentos KL e DE são
lados é: paralelos. Assim como o ângulo 55° é suplementar do
ângulo “x”. Assim,
S = (n – 2) × 180°
a + 115 = 180
Dica a = 65º
A soma dos ângulos internos de um triângulo (n = ------------------
3) é 180º e nos quadriláteros (polígonos de 4 lados) x + 55 = 180
esta soma é 360º. x = 125º
Logo, x + a = 190º. Resposta: Letra D.
Os polígonos que possuem todos os lados iguais
e todos os ângulos internos iguais (congruentes) são 2. (CONSULPLAN – 2018) A soma dos ângulos internos
chamados de polígonos regulares. Conheça algumas de um polígono regular que tem 20 diagonais é
nomenclaturas dos principais polígonos regulares e
os seus números de lados. a) 495
b) 720
Nº DE Nº DE c) 990
NOME NOME
LADOS LADOS d) 1080
3 Triângulo 9 Eneágono
Vamos aplicar a fórmula das diagonais de um polí-
4 Quadrilátero 10 Decágono
gono para descobrir o número de lados:
5 Pentágono 11 Undecágono
6 Hexágono 12 Dodecágono
D=
7 Heptágono ... ...
8 Octógono 20 Icoságono 20 =
40 = n2 - 3n
n – 3n - 40 = 0
2
3±
n=
x
2
D E
115°
3 ± 13
n=
2
a 55°
K L
Como “n” é o número de diagonais, precisamos ape-
152 A soma dos valores dos ângulos “x” e “a” é nas pegar o resultado positivo. Logo,
n= = 8 lados
MÉTRICA
2
ÁREAS, VOLUMES, ESTIMATIVAS E APLICAÇÕES
Km hm dam m dm cm mm
(quilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (mlímetro)
s
×10 ×10 ×10 ×10 ×10 ×10
Km hm dam m dm cm mm
a) 100°.
b) 55°30’. :10 :10 :10 :10 :10 :10
c) 60°.
d) 44°30”. Exemplo: Converter 5,3 metros para centímetros.
e) 80°. Para sair do metro e chegar no centímetro deve-
mos multiplicar por 100 (10x10), pois “andamos” duas
r casas até chegar em centímetro. Logo,
5,3m = 5,3 x 100 = 530 cm.
4. (ESAF – 2003) Os ângulos de um triângulo encontram- Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (mlímetro
RACIOCÍNIO-LÓGICO-MATEMÁTICO
-se na razão 2 : 3 : 4. O ângulo maior do triângulo, por- quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)
tanto, é igual a:
×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100
a) 40°
b) 70°
Km hm dam m dm cm2 mm
c) 75°
d) 80°
e) 90° :100 :100 :100 :100 :100 :100
b
Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (mlímetro
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)
Km hm dam m dm cm3 mm
Exemplo: Converter 5,3 m3 para cm3. Chamamos o lado “b” maior de base, e o lado
Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro menor “h” de altura.
cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000x1000), Área do Retângulo
pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro Para calcularmos a área, vamos fazer a multiplicação
cúbico. Logo, de sua base (b) pela sua altura (h), conforme a fórmula:
5,3m3 = 5,3 x 1000000 = 5300000 cm3.
A=b×h
Veja agora algumas relações interessantes e que
você precisa ter em mente para resolver a diversas
Exemplo: um retângulo com 10 centímetros de
questões.
lado e 5 centímetros de altura, a área será:
1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2) Nada além de um retângulo no qual a base e a altu-
ra têm o mesmo comprimento, ou seja, todos os lados
Medidas de Tempo do quadrado têm o mesmo comprimento, que chama-
remos de L. Veja:
Medindo intervalos de tempos temos (hora – minu-
to – segundo) que são os mais conhecidos. Veja como L
se faz a relação nessa unidade:
Para transformar de uma unidade maior para a
unidade menor, multiplica-se por 60. Veja:
1 hora = 60 minutos L L
4 h = 4 x 60 = 240 minutos
Para transformar de uma unidade menor para a
unidade maior, divide-se por 60. Veja:
20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h. L
Para medir ângulos a unidade básica é o grau.
Temos as seguintes relações: A área também será dada pela multiplicação da
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’) base pela altura (b x h). Como ambas medem L, tere-
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”) mos L x L, ou seja:
Aqui vale fazer uma observação que os minutos e
os segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema A = L2
(hora – minuto – segundo). Os nomes são semelhantes,
mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja: Trapézio
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um ins-
tante do dia. Temos um polígono com 4 lados, sendo 2 deles
paralelos entre si, e chamados de base maior (B) e
154 1º 32’ 24” é a medida de um ângulo. base menor (b). Temos, também, a sua altura (h) que
é a distância entre a base menor e a base maior. Veja Triângulo
b Veja-a abaixo:
a c
B
L L
a c
L L h
D
L L A=
Paralelogramo
RACIOCÍNIO-LÓGICO-MATEMÁTICO
A A
b
C
A área do paralelogramo também é dada pela mul-
tiplicação da base pela altura: Triângulo escaleno: é o triângulo que possui os
três lados com medidas diferentes, tendo tam-
A=b×h bém os três ângulos internos distintos entre si: 155
a B h
c b c
C n m
A
C H B
b
a
h2 = m×n
b2 = m×a
c2 = n×a
A b×c = a×h
a a
Essas fórmulas são chamadas de relações métricas
do triângulo retângulo.
A A
Círculo
a
Todos os pontos estão a uma mesma distância em
Podemos calcular a altura usando a seguinte fórmula: relação ao centro do círculo ou circunferência. Cha-
mamos de raio e geralmente é representada por “r”.
h=
B
c
a
r2
irracional que é, aproximadamente, igual a 3,14.
A Vejamos um exemplo para calcular a área de um
círculo com 10 centímetros de raio:
b
2
2
Temos as seguintes nomenclaturas para cada lado
do triângulo. Veja:
O ângulo marcado com um ponto é o ângulo reto A = 3,14×100 = 314cm2
(90º). Oposto a ele temos o lado “c” do triângulo, que
chamaremos de hipotenusa. Já os lados “a” e “b”, que O perímetro de uma circunferência que é a mesma
coisa que o comprimento da circunferência, é dado por:
são adjacentes ao ângulo reto, são chamados de catetos.
O Teorema de Pitágoras nos dá uma relação entre
a hipotenusa e os catetos, dizendo que a soma dos
quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipote- -
tro daquela circunferência com 10cm de raio:
nusa: a = b
2 2 2
.
Agora vamos falar sobre algumas métricas interes- C = 2 × 3,14 × 10
156 santes que estão presentes no triângulo retângulo. C = 6,28 × 10 = 62,8 cm
O diâmetro (D) de uma circunferência é um seg- Logo,
mento de reta que liga um lado ao outro da circun-
ferência, passando pelo centro. Veja que o diâmetro
Comprimento do setor circular =
mede o dobro do raio, ou seja, 2r.
GEOMETRIA ESPACIAL
Poliedros
c a
b
a a
A
V = a × a × = a3
Note que formamos uma região delimitada dentro do
círculo. Essa região é chamada de setor circular. Temos Dica
ainda um ângulo central desse setor circular simbolizado
As faces do paralelepípedo são retangulares,
área do setor circular e o comprimento do segmento de enquanto as faces do cubo são todas quadradas.
círculo compreendido entre os pontos A e B.
Sabemos que o ângulo central de uma volta com- A área total do cubo é a soma das 6 faces quadra-
pleta no círculo é 360º. E também sabemos a área des- das. Ou seja,
ta volta completa, que é a própria área do círculo (
AT = 6a2
r2). Vejamos como calcular a área do setor circular, em
360° --------------- ------ 2 r base. Por exemplo, se a base for um pentágono, o pris-
-------------------------- Comprimento do setor circular ma será pentagonal. 157
Prisma Prisma Prisma Prisma
triangular pentagonal hexagonal quadrangular
AT = Al b
V=
Cilindro
E a área da superfície pela fórmula abaixo:
Vamos estudar o cilindro reto cujas geratrizes são
Cone
base (círculo)
Altura
Geratriz Geratriz
Base
H H
R C
R
R
A área da superfície lateral do cilindro é igual a
2 Temos, também, a área lateral é dada pela fórmula
E o volume do cilindro é o produto da área da base g” é o comprimento da geratriz do cone.
Para calcularmos o volume de um cone, basta
sabermos que equivale a 1/3 do produto entre a área
Esfera
da base pela altura. Veja:
Quando estamos estudando a esfera, precisamos
lembrar que tudo depende e gira em torno do seu raio,
V=
158 ou seja, é o sólido geométrico mais fácil de trabalhar.
Dica Veja:
Pirâmides
de perímetro.
×
pirâmide pirâmide pirâmide
triangular quadrangular pentagonal
3. (IDECAN – 2018)
losangos cujas diagonais medem 6 cm e 4 cm. A área
×
2,5
4. (IBFC – 2017) A alternativa que apresenta o número O volume total do reservatório é de 4 + 3,5 = 7,5m3.
total de faces, vértices e arestas de um tetraedro é: Usando a fórmula para calcular o volume, ou seja,
Volume = comprimento x largura x altura
a) 4 faces triangulares, 5 vértices e 6 arestas
b) 5 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas 7,5 = 2,5 x 2 x h
c) 4 faces triangulares, 4 vértices e 7 arestas 3=2xh
d) 4 faces triangulares, 4 vértices e 6 arestas h = 1,5m
e) 4 faces triangulares, 4 vértices e 5 arestas Resposta: Letra B.
-
nas, veja:
HORA DE PRATICAR!
V
1. (CESPE - 2020) Determinado equipamento é capaz
de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias, funcionando 5
a
a -
tidade de páginas que esse mesmo equipamento é
C capaz de digitalizar em 3 dias, operando 4 horas e 30
A
a
a a) 2.666.
B b) 2.160.
c) 1.215.
Temos 4 vértices A, B, C e V. Também sabemos que d) 1.500.
temos 4 faces. O número de arestas pode ser conta- e) 1.161.
do ou, então, obtido pela relação:
V+F=A+2 2. (CESPE – 2019)
4+4=A+2
A = 6 arestas . Texto 1A10-II
Resposta: Letra D.
apenas a metade do total de processos, incluídos os 10. (CESPE - 2020) No dia 1.º de janeiro de 2019, uma
novos, tenha sido relatada. Nessa situação, se a quan-
tidade de processos relatados nesse dia tiver sido receber todos os processos a serem protocolados
igual a 26, então x < 20. nessa instituição. Durante o mês de janeiro de 2019,
10 processos foram protocolados nessa secretaria;
a partir de então, a quantidade mensal de processos 161
protocolados na secretaria durante esse ano formou 14. (CESPE – 2019) Tendo como referência as funções
uma progressão geométrica de razão igual a 2. f(x) = x2 - 5x + 4 e g(x) = x2 - 3 em que -
Nessa situação hipotética, a quantidade de processos julgue o item que se segue.
protocolados nessa secretaria durante os meses de A função g(x) é ímpar.
junho e julho de 2019 foi igual a
a) 320.
b) 480. 15. (CESPE- 2019 ) Tendo como referência as funções
c) 640. f(x) = x2 - 5x + 4 e g(x) = x2 - 3 em que -
d) 960. julgue o item que se segue.
e) 1.270. A função f(x) é decrescente no intervalo [-
GABARITO
apreendidas, ordenados pela data de interceptação,
é a seguinte: 25, 75, 50, 150, 100, 300, 200, 600, 400,
1 C
1.200, 800, ....
2 A
Tendo como referência essa situação hipotética, jul-
gue o item seguinte, considerando que a sequência 3 B
4 D
padrão apresentado.
O padrão apresentado pela referida sequência indica 5 ERRADO
que os números podem corresponder, na ordem em
6 D
7 ERRADO
8 B
9 D
12. (CESPE - 2020) Considere que, em determinado dia,
um computador seja ligado às 5 horas e desligado às 10 D
19 horas e que, nesse intervalo de tempo, a porcenta- 11 ERRADO
gem da memória desse computador que esteja sendo
utilizada na hora x seja dada pela expressão 12 D
13 D
14 ERRADO
15 CERTO
Nessa situação, no intervalo de tempo considerado, na
hora em que a memória do computador estiver sendo
mais demandada, a porcentagem utilizada será igual a
ANOTAÇÕES
a) 12%.
b) 20%.
c) 70%.
d) 80%.
e) 100%.
a) 95.
b) 90.
c) 84.
d) 60.
162 e) 50.
CONCEITO USO COMENTÁRIOS
Utiliza os mesmos
Protocolos TCP/IP protocolos da Protocolos seguros
Internet
Padrão de
Usuário Modem Família TCP/IP
comunicação VPN
Internet
Provedor de Acesso
Figura 1. Para acessar a Internet, o usuário utiliza um modem que se A Internet é transparente para o usuário. Qual-
conecta a um provedor de acesso através de uma linha telefônica quer usuário poderá acessar a Internet sem ter conhe-
cimento técnico dos equipamentos que existem para
A navegação na Internet é possível através da com- possibilitar a conexão.
binação de protocolos, linguagens e serviços, operan-
do nas camadas do modelo OSI (7 camadas) ou TCP (5
camadas ou 4 camadas).
A Internet conecta diversos países e grandes cen-
tros urbanos através de estruturas físicas chamadas
CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO
de backbones. São conexões de alta velocidade que DE TECNOLOGIAS, FERRAMENTAS,
permitem a troca de dados entre as redes conectadas. APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS
O usuário não consegue se conectar diretamente no
ASSOCIADOS A INTERNET/INTRANET
backbone. Ele deve acessar um provedor de acesso ou
uma operadora de telefonia através de um modem, e
FERRAMENTAS E APLICATIVOS COMERCIAIS
a empresa se conecta na ‘espinha dorsal’.
DE NAVEGAÇÃO, DE CORREIO ELETRÔNICO,
Após a conexão na rede mundial, o usuário deve DE GRUPOS DE DISCUSSÃO, DE BUSCA, DE
- PESQUISA, DE REDES SOCIAIS E FERRAMENTAS
ção e acesso ao conteúdo oferecido pelos servidores. COLABORATIVAS
INFORMÁTICA
-
Conceitos e funções válidas para todos os
navegadores
-
tos digitados em campos de formulários, a partir de
Modo normal de navegação – as informações serão
dicionários on-line disponibilizados pelos desenvolve-
registradas e mantidas pelo navegador. Histórico de dores dos navegadores.
Navegação, Cookies, Arquivos Temporários, Formulá-
rios, Favoritos e Downloads. Atalhos de teclado
INFORMÁTICA
Servidor de e-mails
O Microsoft Outlook Express foi o cliente de Servidor de e-mails
e-mail padrão das antigas versões do Win-
dows. Ainda aparece listado nos editais de
concursos, porém não pode ser utilizado
nas versões atuais do sistema operacional. Receber – POP3 Receber IMAP4
COMPONENTE CARACTERÍSTICAS
padrão, apresentada neste material.
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) é o Protoco- Nome do domínio Imediatamente após o símbo-
lo para Transferência Simples de E-mails. Usado pelo
cliente de e-mail para enviar para o servidor de men- ou provedor que armazena o
sagens, e entre os servidores de mensagens do reme- serviço de e-mail (o servidor de
tente e do destinatário. e-mail executa softwares como
o Microsoft Exchange Server, por
Protocolo de Correio Eletrônico, usado pelo cliente de exemplo).
e-mail para receber as mensagens do servidor remo-
Categoria do
to, removendo-as da caixa de entrada remota.
domínio por exemplo, COM (comercial),
IMAP4 ou IMAP (Internet Message Access Protocol)
.EDU (educacional), REC (entre-
é o Protocolo de Acesso às Mensagens via Internet é
tenimento), GOV (governo), ORG
usado pelo navegador de Internet (sobre os protoco-
(organização não-governamen-
los HTTP e HTTPS) na modalidade de acesso webmail,
-
transferindo cópias das mensagens para a janela do
nições de Domínios de Primeiro
navegador e mantendo as originais na caixa de men-
Nível (DPN) na Internet.
sagens do servidor remoto.
País Informação que poderá ser omi-
tida, quando o serviço está re-
gistrado nos Estados Unidos. O
Servidor Exchange Enviar e Receber Servidor Gmail
país é informado por duas letras,
SMTP
como: BR, Brasil, AR, Argentina,
Enviar – SMTP JP, Japão, CN, China, CO, Colôm-
Enviar e Receber bia, etc.
Receber – POP3 IMAP4
Dica
Remetente Destinatário
Cliente
Webmail
Quando o símbolo @ é usado no início, antes
Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook
(cliente) para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo rede social. Para o endereço URL do Instagram
(Exchange). O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail, https://www.instagram.com/novaconcursos/, o
e ele utiliza um navegador de Internet (webmail) para ler e responder nome do usuário é @novaconcursos.
os e-mails recebidos.
Gerentes ou Participantes convidados pelo proprie- A qualquer momento o usuário poderá desistir e
Moderadores tário para auxiliar na moderação das sair do grupo, tanto pela página como por um endere-
mensagens e gerenciamento do grupo. ço de e-mail próprio (unsubscribe).
A principal diferença entre um grupo de discussão
Administrador Em grupos no Facebook, pode ser o
e uma lista de distribuição de e-mails está relacionada
criador ou gerente/moderador convi-
dado pelo dono do grupo. com a exibição do endereço dos participantes. Em um
grupo de discussão, cada membro tem acesso a um
Assinatura Como receberá as mensagens. Pode- endereço que enviará cópia para todos os participan-
rá ser uma por uma, ou resumo das tes do grupo, e nas mensagens respondidas, aparece o
mensagens por e-mail, ou e-mail de endereço original do remetente.
resumos (com os tópicos recebidos Apesar do tópico aparecer em diversos editais
no grupo), ou nenhum e-mail (para lei- de concursos, faz vários anos que não são aplicadas
tura na página do grupo). questões sobre o tema, em todos os concursos, inde-
pendente da banca organizadora.
INFORMÁTICA
Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesquisa têm site: Resultados de apenas um livro site:www.
site. uol.com.br
URLs com as informações solicitadas pelo usuário.
Google Buscas, da empresa Google, e Microsoft Somente um tipo de apostila
arquivo.
Bing, da Microsoft, são os dois principais sites de pes-
quisa da atualidade. No passado, sites como Cadê,
Aonde, Altavista e Yahoo também contribuíram para a
acessibilidade das informações existentes na Internet, intitle: No título da página. intitle:concursos
indexando em diretórios os conteúdos disponíveis.
inurl: No endereço URL da inurl:nova
Os sites de pesquisas foram incorporados aos nave- página.
temos a opção “Mecanismo de pesquisa”, que permite time: Pesquisa o horário em time:japan
a busca dos termos digitados diretamente na barra de determinado local.
endereços do cliente web. Esta funcionalidade trans-
related: Sites relacionados. related:uol.com.
forma a nossa barra de endereços em uma omnibox
br
(caixa de pesquisa inteligente), que preenche com os
termos pesquisados anteriormente e oferece suges- cache: Versão anterior do site. cache:uol.com.
tões de termos para completar a pesquisa. br
O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como bus-
cador padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome link: Páginas que contenham link:
link para outras. novaconcursos
-
gurações podem ser personalizadas pelo usuário. location: Informações de um deter- location:méxico
Os sites de pesquisas incorporam recursos para minado local. terremoto
operações cotidianas, como pesquisa por textos,
imagens, notícias, mapas, produtos para comprar
em lojas on-line, efetua cálculos matemáticos, tra-
duz textos de um idioma para outro, entre inúmeras Importante!
funcionalidades.
Os sites de pesquisas ignoram pontuação, acen- Os comandos são seguidos de dois pontos e não
tuação e não diferenciam letras maiúsculas de letras possuem espaço com a informação digitada na
minúsculas, mesmo que sejam digitadas entre aspas. pesquisa.
E além de todas estas características, os sites de
pesquisa permitem o uso de caracteres especiais (sím-
O site de pesquisas Google também oferece respos-
selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos con- tas para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing ofe-
cursos públicos, estes são os itens mais questionados. rece mecanismos similares.
Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais
-
de concursos públicos, esta parte você consegue pra-
ticar, até no seu smartphone. Comece a usar os sím- tentes digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana)
bolos e comandos nas suas pesquisas na Internet, e permitem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos
visualize os resultados obtidos. de pedidos de buscas nos sites de pesquisas.
Asterisco Substituir termos na inscrições * clima localidade Previsão do clima são paulo
pesquisa, para pesquisar tempo.
‘inscrições encerradas’,
e ‘inscrições abertas’, e código do voo Status de um ba247
‘inscrições suspensas’, voo (viagens).
etc.
Cifrão Pesquisar por preço. celulares $1000 Os resultados apresentados pelas pesquisas do
Dois pontos Intervalo de datas ou campeão
preço. 1980..1990
a sua exibição. Quando desativado, os resultados de
Arroba Pesquisar em redes @Instagram
sociais. novaconursos conteúdo adulto serão exibidos normalmente.
No Microsoft Bing, na página do buscador www.
Hashtags Pesquisar nas marca- #informática bing.com, acesse o menu no canto superior direito e
ções de postagens.
170 escolha o item Pesquisa Segura.
No Google, na página do site do buscador www.goo- REDES
CARACTERÍSTICAS PÚBLICO ALVO
SOCIAIS
“Sobre o Google Chrome”. Se houver atualizações pen- acompanhar o movimento do usuário, como no siste-
dentes, elas serão instaladas. Se as atualizações foram ma Kinect do videogame xBox).
instaladas, o usuário poderá reiniciar o navegador. Em concursos públicos, as novas tecnologias e supor-
Caso o navegador seja reiniciado, ele retornará nos tes avançados são raramente questionados. As questões
aplicadas nas provas envolvem os conceitos básicos e o
mesmos sites que estavam abertos antes do reinício,
modo de operação do sistema operacional em um dispo-
com as mesmas credenciais de login. sitivo computacional padrão (ou tradicional).
O Google Chrome permite a personalização com O sistema operacional Windows é um software pro-
temas, que são conjuntos de imagens e cores combina- prietário, ou seja, não tem o núcleo (kernel) disponível e o
das para alterar a visualização da janela do aplicativo. usuário precisa adquirir uma licença de uso da Microsoft. 173
GUI -
Importante! que o sistema operacional oferece também a interface de
A banca prioriza o conhecimento básico das con- comandos (Prompt de Comandos ou Linha de Comandos)
Quando o sistema Windows não consegue ini-
ciar de forma correta, é possível recuperar o acesso
encontrará muitas questões sobre a “parte prática”, através de ferramentas de inicialização. Para acesso
como ocorrem com outras organizadoras de con- a estes recursos, pode ser necessária uma conta com
cursos. Em outras palavras, as primeiras páginas credenciais de administrador.
do material sobre Windows são as mais importan-
tes para as provas da banca CESPE/Cebraspe. Restauração do Sistema – a cada vez que o Win-
dows foi iniciado com sucesso, um ponto de res-
tauração foi criado. A cada instalação de software
Funcionamento do sistema operacional
ponto de restauração é criado. Em caso de instabi-
Do momento em que ligamos o computador até o lidade, o usuário pode retornar o Windows para
- um ponto de restauração previamente criado.
mente disponível para uso, uma série de ações e con- Reparação do Sistema – se arquivos do sistema
-
cessíveis, o Windows não iniciará e não conseguirá
hardware como nos aplicativos de software. Acompa-
recuperar para um ponto de restauração. O Windo-
nhe a seguir estas etapas.
ws permite a criação de um disco de recuperação
-
Hardware Software gurações originais.
Histórico de Arquivos – a cada alteração, o Windo-
Energia elétrica - botão ON/OFF POST - Power On Self Test ws armazena cópias dos arquivos originais e grava
os novos dados no local. Depois, caso necessário, o
BIOS - Carregado para a memória
Equipamento OK
RAM usuário poderá acessar o Histórico de Arquivos e
retornar para uma cópia anterior do mesmo item.
Disco de Inicialização Gerenciador de Boot Versões anteriores (ou Cópias de Sombra) – alte-
rações de conteúdos de pastas são monitorados
Memória RAM Núcleo do Sistema Speracional pelo Windows. O usuário poderá acessar no menu
de contexto, item Propriedades, guia Versões ante-
Periféricos de Entrada Drivers riores, as cópias anteriores da mesma pasta, res-
taurando e descartando as alterações posteriores.
Todo dispositivo possui um sistema de inicialização. Administrador – usuário que poderá instalar pro-
Quando colocamos a chave no contato do carro e damos gramas e dispositivos, desinstalar ou alterar as
a primeira mexida, todas as luzes do painel se acendem -
e somente aquelas que estiverem ativadas permanecem. lados ou reparados pelo administrador.
Quando ligamos o micro-ondas, ele acende todo o painel
e faz um beep. Quando ligamos o nosso smartphone,
ele acende a tela e faz um toque. Estes procedimentos dispositivo.
Administrador domínio – quando o dispositivo
estão disponíveis corretamente para utilização. está conectado em uma rede (domínio), o admi-
POST – Power On Self Teste – autoteste da iniciali- nistrador de redes também poderá acessar o
- dispositivo com credenciais globais.
BIOS – Basic Input Output System – sistema básico de Usuário – poderá executar os programas que
entrada e saída. Informações gravadas em um chip CMOS foram instalados pelo administrador, mas não
(Complementary Metal Oxidy Semiconductor) que podem
Convidado ou Visitante – poderá acessar apenas os
itens liberados previamente pelo administrador. Esta
(executado quando pressionamos DEL ou outra tecla espe-
-
-
gurações do Windows, por questões de segurança.
ra tela do autoteste – POST Power On Self Test).
KERNEL – Núcleo do sistema operacional. O
No Windows, as permissões NTFS podem ser atri-
Windows tem o núcleo fechado e inacessível para buídas em Propriedades, guia Segurança. Através de
o usuário. O Linux tem núcleo aberto e código fon- permissões como Controle Total, , Gravar,
te disponível para ser utilizado, copiado, estudado, -
sado e executado por outros usuários do sistema. As
Linux está em constante desenvolvimento por uma permissões do sistema de arquivos NTFS não são compatí-
comunidade de programadores, e para garantir sua veis diretamente com o sistema operacional Linux, e caso
integridade e qualidade, as sugestões de melhorias tenhamos dois sistemas operacionais ou dois dispositivos
são analisadas e aprovadas (ou não) antes de serem na rede com sistemas diferentes, um servidor Samba será
disponibilizadas para download por todos.
GERENCIADOR DE BOOT - O Linux tem diferentes
gerenciadores de boot, mas os mais conhecidos são o e questionada) e pode oferecer uma interface de linha
174 LILO e o Grub. de comandos para digitação. O Prompt de Comandos
é a representação do sistema operacional MS-DOS Somente projetor – desativar a tela atual (no
(Microsoft Disk Operation System), que era a opção notebook, por exemplo) e exibir somente no pro-
padrão de interface para o usuário antes do Windows. jetor ou Datashow.
O Windows 10 oferece o Prompt de Comandos ‘bási-
co’ e tradicional, acionado pela digitação de CMD segui- O Windows 10 apresenta algumas novidades em
do de Enter, na caixa de diálogo Executar (aberta pelo relação às versões anteriores. Assistente virtual, navega-
dor de Internet, locais que centralizam informações, etc.
o Windows Power Shell, que é a interface de comandos
programável, acessível pelo menu do botão Iniciar. Botão Iniciar – permite acesso aos aplicativos insta-
lados no computador, com os itens recentes no início
usuário pode acessar as Propriedades do computa-
-
dor no Explorador de Arquivos, ou o item Sistema em
bética. Combina os blocos dinâmicos e estáticos do
Windows 8 com a lista de programas do Windows 7.
Pesquisar – com novo atalho de teclado, permite
localizar a partir da digitação de termos, itens no
pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do dispositivo, na rede local e na Internet. Atalho de
Windows exibe ícones de pastas, arquivos, progra-
mas, atalhos, Barra de Tarefas (com programas que Cortana – assistente virtual. Auxilia em pesquisas de
podem ser executados e programas que estão sendo informações no dispositivo, na rede local e na Internet.
executados) e outros componentes do Windows. Visão de Tarefas – permite alternar entre os pro-
gramas em execução e abre novas áreas de traba-
Navegador padrão Windows 10 Atalhos Fixar itens – em cada ícone, ao clicar com o botão
Itens Excluídos
direito (secundário) do mouse, será mostrado o menu
-
Microsoft Google Mozilla Kaspersky Firefox
Lixeira
Edge Chrome Thunderbird secure Co
Arquivos
Central de Ações – centraliza as mensagens de
Pasta de
Arquivos segurança e manutenção do Windows, como as atua-
W X lizações do sistema operacional. Atalho de teclado:
Provas Downloads- Caragua. Lista de Extra Dicas
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Barra de Tarefas
ser carregada pelo usuário, ela é carregada automati-
camente quando o Windows é inicializado.
Mostrar área de trabalho – visualizar rapidamente a
Cortana
área de trabalho, ocultando as janelas que estejam em
Botão Iniciar Visão de tarefas
Central de Ações
Barra de acesso rápido
Bloquear o computador – com o atalho de teclado
Figura 2. Elementos da área de trabalho do Windows 10. -
putador. Poderá bloquear pelo menu de controle de
A Área de Trabalho, caracterizada pela imagem do
papel de parede personalizada pelo usuário, poderá ter Gerenciador de Tarefas – para controlar os apli-
uma proteção de tela ativada. Após algum tempo sem uti- cativos, processos e serviços em execução. Atalho
lização dos periféricos de entrada (mouse e teclado), uma
imagem ou tela será exibida no lugar da imagem padrão. Minimizar todas as janelas – com o atalho de
Na área de trabalho do Windows, o usuário pode-
rá armazenar arquivos e pastas, além de criar atalhos minimizar todas as janelas abertas, visualizando
para itens no dispositivo, na rede ou na Internet. a área de trabalho.
INFORMÁTICA
-
lhões de bytes de capacidade. Os nomes usados são do Sistema Internacional de Medidas (SI) e estão listados na
escala a seguir.
Exabyte
Petabyte (EB)
Terabyte (PB)
Gigabyte (TB)
Megabyte (GB) trilhão
Kilobyte (MB) bilhão
(KB) mil milhão
Byte
(B)
Arquivos executáveis,
Área de Transferência
que não necessitam de
EXE, COM, outros programas para
BAT serem executados. Um dos itens mais importantes do Windows não é
visível como um ícone ou programa. A Área de Trans-
ferência é um espaço da memória RAM, que armazena
uma informação de cada vez. A informação armaze-
nada poderá ser inserida em outro local, e ela acaba
trabalhando em praticamente todas as operações de
manipulação de pastas e arquivos.
editado por outro programa de escolha do usuário.
estamos movendo o item selecionado para a memória
A troca do nome alterou a organização dos itens de ajus- RAM, para a Área de Transferência.
tes do Windows, tornando-se mais simples e intuitivo. No Windows 10, se quiser visualizar o conteúdo
Através deste item o usuário poderá instalar e da Área de Transferência, acione o atalho de teclado
inclui Wi-Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS, estamos copiando uma ‘foto da janela atual’ para a
Área de Transferência, desconsiderando outros ele-
Mas, eu não vejo as extensões de meus arquivos. mentos da tela do Windows.
Como resolver?
O Explorador de Arquivos possui diferentes modos conteúdo que está armazenado na Área de Transfe-
de exibição. Poderá ser em Lista, ou Detalhes, ou Con- rência será inserido no local atual.
teúdo, entre outras. O usuário poderá ativar ou desati- As ações realizadas no Windows, em sua quase
var a exibição das extensões dos arquivos, facilitando totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de
a manipulação dos itens.
No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao Por exemplo, ao excluir um item por engano, ao pres-
exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar
- (Desfazer) para restaurar ele novamente, sem neces-
ção e o tamanho de cada arquivo. sidade de acessar a Lixeira do Windows.
E outras ações podem ser repetidas, acionando o
Modos de Exibição do Windows 10
Para obter uma imagem de alguma janela em
dos de Exibição do Windows 10 exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e
-
INFORMÁTICA
-
wares gratuitos para utilização, o termo free no Linux
está relacionada às liberdades de uso.
A GPL (GNU Public Licence) baseia-se em 4 liberda-
des ‘essenciais’:
A liberdade de executar o programa, para qual- Figura 1. Assim como no Windows, o Linux tem camadas que
quer propósito (liberdade nº 0) separam os recursos. 181
Distribuições Linux
Distribuição é um conjunto de personalizações que mantém o mesmo núcleo (kernel) do Linux, mas apresen-
tável de forma diferenciada.
Puppy, Debian, Fedora, Kubuntu, Ubuntu, RedHat, SuSe, Mandrake, Xandros (da Corel) e Kurumim são alguns
exemplos de distribuições.
Ubuntu é a distribuição mais cobrada em concursos públicos, baseada na distribuição Debian. O Ubuntu é uma ver-
sátil distribuição Linux que pode ser instalada em várias construções computacionais, desde que adaptadas (drivers).
Gnoppix Alemanha
Kurumim Brasil
Mint Irlanda
DeMuDi Europa
Finnix EUA
KeeP OS Brasil
Knoppix Alemanha
Linspire EUA
MeBTOPPIX Indonésia
MEPIS EUA
Rxart Argentina
Satux Brasil
SymphonyOS
Diretórios Linux
Os diretórios são pastas onde armazenamos e organizamos arquivos e subpastas (subdiretórios). A represen-
tação dos diretórios segue o princípio lúdico de uma árvore. Árvore de diretórios ou folder tree é a forma como
as pastas dos sistemas Linux estão organizadas. Elas têm uma hierarquia, para facilitar a organização do sistema,
seus arquivos, bibliotecas e inclusive para melhorar a segurança do sistema.
FHS é um acrônimo para Hierarquia do Sistema de Arquivos. Basicamente, ele é um padrão que todas as dis-
tribuições Linux devem seguir para organizar os seus diretórios.
A escolha da árvore para representar a estrutura de diretórios, se mostrou adequada, dada a semelhança
entre seus componentes. Por exemplo, o diretório raiz é o primeiro diretório, assim como a raiz de uma árvore.
Encontramos diretórios principais, como /bin, /etc, /lib e /tmp, que podem ser considerados o ‘caule’ da árvore
de diretórios. Nos diretórios é possível criar subdiretórios, o que representam os galhos de uma árvore. E dentro
Enquanto o Windows representa com barra invertida um diretório, no Linux é usada a barra normal.
Diretórios, pastas e Bibliotecas são ‘sinônimos’. Diretórios é o nome usado no Windows XP e Linux, proveniente do
ambiente MS-DOS (interface de caracteres). Pastas é o nome usado no Windows. Bibliotecas é a estrutura de organi-
zação criada no Windows Vista, que é utilizada no Windows 7, 8, 8.1 e 10 para organizar as informações do usuário.
Elas são usadas para organizar arquivos e subpastas (subdiretórios), mantendo-os até o momento de serem apagados.
É importante destacar que diretório e comandos Linux são os itens mais importantes em concursos atualmente.
Conceitos e características do sistema operacional Linux já foram amplamente questionados nas provas anteriores.
/home home – início Contém os arquivos dos usuários, como as bibliotecas do Windows.
/lib library – biblioteca Contém as bibliotecas do sistema Linux, compartilhadas por vários programas.
A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os diretórios de uma distribuição padrão Linux.
arquivos utilizados durante a inicialização do sistema. Boot é uma expressão comum a vários sistemas
/boot
para indicar a inicialização.
/etc
-
/etc/fstab
ma de arquivos do Linux pode ser EXT3, EXT4, entre outros.
/etc/group Grupos.
/etc/inittab
/etc/skel Contém os arquivos e estruturas que serão copiadas para um novo usuário do sistema.
/home pasta pessoal dos usuários comuns. Equivale às bibliotecas do sistema Windows.
/mnt
/proc sistema de arquivos virtual com dados sobre o sistema. PROC vem de procedure.
/sbin arquivos/comandos especiais (geralmente não são utilizados por usuários comuns).
/usr Unix System Resources. Contém arquivos de todos os programas para o uso dos usuários de sistemas UNIX.
/usr/man manuais.
/usr/info informações.
INFORMÁTICA
/var
/var/lib Bibliotecas.
Contém os arquivos que armazenam informações, mensagens de erros dos programas, relatórios diver-
/var/log
sos, entre outros tipos de logs.
Comandos Linux
A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os comandos questionados pelas bancas organizadoras,
quando temos o item Linux no conteúdo programático.
Importante!
Todos os sistemas operacionais possuem recursos para a realização das mesmas tarefas. Não é correto
LINUX WINDOWS
Ajuda man, help ou info /?
Data e Hora date, cal ou hwclock date e time
Processos em execução ps
Diretório raiz cd / cd \
185
LINUX WINDOWS
Voltar ao diretório anterior cd –
Diretório pessoal cd ~
Interfaces de rede
Concatenar comandos | |
/ (barra
Opção de um comando - (sinal de menos)
normal)
186
NOÇÕES DE SISTEMAS OPERACIONAIS As diferentes versões de Android têm desde a ver-
EMBARCADOS/MÓVEIS: ANDROID E IOS são 1.5, nomes de sobremesas ou bolos (em inglês) e
seguem uma lógica de ordem alfabética:
Os sistemas operacionais embarcados ganharam 1.5: Cupcake
destaque após a popularização dos celulares, smart- 1.6: Donut
phones e tablets. 2.0 - 2.1: Eclair
No início, os celulares possuíam um sistema operacio- 2.2: FroYo (Frozen Yogurt)
nal dedicado, que não era atualizável e acompanhava o 2.3: Gingerbread
- 3.0 - 3.2: Honeycomb
tes de celulares desenvolviam algumas aplicações genéri- 4.0: Ice Cream Sandwich
cas e entregavam no aparelho o conjunto de ferramentas 4.1 - 4.2 - 4.3: Jelly Bean
básicas como agenda telefônica e alguns jogos simples. 4.4: KitKat (autorizado pela Nestlé, mudou o foco
Com a era dos smartphones, iniciada com sistemas do sistema para o usuário, explorando a experiência
operacionais da Microsoft (Windows Mobile), apare- do usuário (User Experience) com elementos e fatores
lhos iPhone da Apple (com sistema iOs) e aparelhos que gerassem uma avaliação positiva).
HTC com sistema Google Android, tudo mudou em 5.0(5.0.1 e 5.0.2) – Lollipop
relação aos sistemas dos celulares. 6.0 (6.0.1)– Marshmallow
Se antes eram sistemas embarcados legados (aban-
7.0 (7.1, 7.1.1 e 7.1.2) – Nougat
donados), agora são sistemas móveis com atualizações
8.0 (8.1) – Oreo (utilizando uma nova arquitetura
regulares de seus recursos. O crescimento da veloci-
de software)
dade e a expansão do acesso à Internet contribuíram
9.0 – Pie
para esta evolução.
10 – Android 10 ou versão Q (recursos de biome-
A Apple lançou uma loja de aplicativos, onde os
tria e imagens aprimorados)
desenvolvedores poderiam oferecer aplicações e os
11 – Android 11 ou versão R (última versão, lança-
usuários poderiam realizar o download e instalação
em seus aparelhos. Os sistemas operacionais embar- da em fevereiro 2020)
cados deixariam de ser sistemas legados e se torna-
riam sistemas móveis altamente personalizáveis. Características do Android
Mantendo os princípios de funcionamento dos siste-
mas operacionais Windows e Linux, ou seja, oferecer uma Quando o usuário adquire um aparelho com o sistema
plataforma para instalação de aplicações e interface para operacional Android, ele precisará fazer login em uma
o usuário interagir com o hardware, as características dos conta Google para acesso aos recursos do dispositivo. A
conta de usuário poderá ter correio eletrônico gratuito,
como a loja de aplicativos Microsoft Store, para Windows.
Após esta breve contextualização, vamos conhecer privacidade, segurança, entre outras informações.
os sistemas Google Android e Apple iOs. Possui código fonte aberto, disponível para ser bai-
-
Importante! temas embarcados Arduíno em aparelhos de automação.
O Android utiliza Java, mas contém vários módu-
Este é um tópico novo em concursos públicos, los desenvolvidos em HTML5. O desenvolvedor de
que tem questionado sobre a estrutura e carac- aplicativos Android pode usar o JME para desenvol-
terísticas dos sistemas embarcados ou móveis. vimento de recursos, que serão publicados e distri-
Com a aplicação de outras provas de concursos buídos na Google Play (loja de app’s). Ao contrário da
com este item, a tendência é que sejam questio- Apple, os desenvolvedores podem distribuir seu app
nadas funcionalidades práticas dos aparelhos. -
blema de segurança para os usuários.
Os usuários podem, mas não devem, fazer download
Sistema operacional Android de aplicativos para Android a partir de qualquer fonte,
-
Baseado no núcleo Linux e desenvolvido pela empre-
sa de tecnologia Google, a interface de usuário é baseada malwares (como spywares, cavalos de Troia, adwares,
na manipulação direta. É um sistema voltado para dispo- etc.) que comprometerão a privacidade do usuário.
sitivos com tela sensível ao toque, como tablets e smart- Uma das principais características (e vantagens)
phones, porém pode ser encontrado em alguns aparelhos do Android é o acesso imediato aos recursos da Goo-
portáteis do tipo netbook, como o Chromebook (que utili- gle, como Google Cloud Print (para imprimir remota-
za o Chrome OS, uma variação do Android). mente), Google Fotos (para armazenamento de cópia
A loja de aplicativos é a Google Play, que antes era das imagens e vídeos do aparelho), Google Drive
conhecida como Android Market. É um serviço de dis- (armazenamento de dados na nuvem), entre outros.
-
mas de televisão, livros e músicas, operado pela Google. Conta Google, podendo ser compartilhadas em outros
INFORMÁTICA
ções e reiniciar o computador. Java (JVM), que está executando no hardware para
As opções que conheceremos agora são os emula- construir outro hardware virtualizado, dizemos que
dores, virtualização e paravirtualização de sistemas. é do tipo hosted (hospedado).
A paravirtualização é a máquina virtual de uma
A primeira forma de uso são os emuladores. máquina virtual.
Algumas vezes, a camada de virtualização não é
Eles são o oposto da máquina real. Eles simulam -
um sistema que talvez nem exista mais. Implementam lizada. Em um sistema Windows, podemos virtualizar
todas as instruções realizadas pela máquina real em uma máquina Linux e ainda continuar executando
um ambiente abstrato de software. Os emuladores de emuladores na camada do Windows. 189
A paravirtualização acaba combinando os recur- Alguns dos principais protocolos de transferência
sos de virtualização e emulação, para que todos os de arquivos são:
recursos estejam disponíveis.
Em uma máquina virtual, todos os recursos esta- HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – protocolo
rão sob controle controlado da virtualização aplicada. de transferência de hipertextos.
Em um emulador, todos os recursos estarão sob con- HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure – pro-
trole controlado da emulação aplicada. tocolo seguro de transferência de hipertextos.
Na paravirtualização, além do controle aplicado FTP – File Transfer Protocol – protocolo de trans-
pela virtualização ou emulação, os recursos originais da
ferência de arquivos.
máquina real continuarão disponíveis, evitando assim
SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – protocolo
o processamento dedicado para um recurso, sendo que
outros poderão ser executados também pelo usuário. simples de transferência de e-mail.
Conexão
segura
Internet
HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure –
Matriz Filial
protocolo seguro de transferência de hipertextos.
Opera pela porta TCP 443
Os conceitos envolvidos no acesso remoto são os
Transfere arquivos HTML, ASP, PHP, JSP, DHTML,
etc.
Extranet é uma conexão segura entre ambientes
seguros, usando uma infraestrutura pública e insegura. Protocolo mais utilizado para navegação segura,
A troca de dados entre o cliente e o servidor será rea- tanto na Internet como na Intranet.
lizada por protocolos de transferência. Todas as redes As tags (comandos) HTML não mudam, mas pos-
utilizam os mesmos protocolos, linguagens e serviços. suem comandos adicionais (scripts) que complemen-
SMTP – enviar SMTP – enviar .rmvb Real Media Variable Bitrate. Formato de vídeo
INFORMÁTICA
Informações de
controle
a qualidade e quantidade de dados trafegados.
Modo blocado – os dados são enviados com contador e descritor
- Importante!
teúdo em pacotes de dados para serem enviados pelo
canal com protocolos TCP. Estes pacotes de dados são Este foi um dos temas das questões do último con-
os contêineres. curso da Polícia Federal. A transferência de dados
e arquivos pelas redes de computadores deve ser
questionado ainda mais nas próximas provas.
Internet
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
A transferência de arquivos poderá ser realizada
de três formas: Ao olharmos ao nosso redor, observaremos muitas
No modo blocado, o arquivo é transferido como lançamento de novos produtos (iPhone e os smartpho-
uma série de blocos precedidos por um cabeçalho
nes), a navegação na Internet se tornou móvel.
especial. Este cabeçalho é constituído por um conta-
A seguir, a revolução provocada pelos produtos da
dor (2 bytes) e um descritor (1 byte).
Apple e Samsung, acabaram derrotando outras gran-
des empresas como a Nokia. Com a mobilidade, as tra-
dicionais emissoras de TV procuraram melhorar suas
produções, para que pudessem alcançar mais usuá-
rios, agora com TV digital portátil.
Internet As redes sociais incentivaram a criação de distri-
buidores de conteúdo, como o Youtube, reduzindo o
compartilhamento ‘clandestino’ de conteúdo audio-
visual pelas redes Torrent. O aumento da mobilidade
incentivou o desenvolvimento de outras aplicações,
00 A 01 C 02 B que com a rede social do Facebook (compartilhamen-
Modo blocado – os dados são enviados com contador e descritor to de conteúdo), ganharam visibilidade.
Comunicadores instantâneos como o WhatsA-
No modo comprimido, a técnica de compressão pp revolucionaram a comunicação entre as pessoas,
utilizada caracteriza-se por transmitir uma sequência derrubaram os serviços das operadoras de telefonia
de caracteres iguais repetidos. Os dados normais, os (como SMS) e com a opção de VoIP (ligações de áudio
dados comprimidos e as informações de controle são via mensageiros), tornaram obsoletos os telefones
192 os parâmetros desta transferência.
A Transformação Digital é a combinação da evolu- Diferentes protocolos de comunicação poderão ser
ção de diferentes hardwares e softwares ao longo dos utilizados na comunicação entre os dispositivos e os
últimos trinta anos. sistemas. Comunicando-se na maioria das vezes atra-
-
Dica bemos que nossas residências possuem um tráfego de
O edital da PRF tem três itens sobre Transforma- dados constante e invisível, interligando vários equi-
ção Digital: Internet das coisas, Big Data e Inteli- pamentos. O roteador wireless, a Smart TV, os smart-
phones, os notebooks conectados em Wi-Fi, etc.
São tópicos conceituais, que possuem muitos
exemplos práticos em nosso dia-a-dia. Como as Mesmo com o uso de diferentes tecnologias de comu-
tecnologias procuram ser transparentes para o nicação, os dispositivos IoT utilizarão os mesmos proto-
colos, linguagens e serviços da Internet, do padrão TCP.
funcionamento para utilizar o recurso, algumas
pessoas poderão descobrir algumas curiosi- E os smartphones, que nos acompanham em todos
dades de sua vida cotidiana quando ler este os momentos, como uma extensão do nosso corpo,
material. além das conexões 4G (telefonia), Wi-Fi (dados média
distância) e Bluetooth (dados de curta distância), ainda
INTERNET DAS COISAS (IOT)
podem oferecer NFC (tecnologia Near Field Communi-
Internet of Things, ou Internet das Coisas. cation) para funcionalidades como o pagamento por
aproximação, substituindo o cartão de crédito com
softwares como Apple Wallet e Google Pay.
Internet das Coisas está presente no nosso dia a dia Quando aplicações de IoT interagem com o ser
de forma simples e transparente. Nada de máquinas humano, podemos dizer que temos uma rede social
assassinas que querem exterminar a humanidade, do tipo Internet das Coisas Sociais (SIoT), onde os
ok?
objetos imitam o comportamento de seres humanos
Tecnologias de comunicação como o Wi-Fi (Wire-
e criam seus próprios relacionamentos, baseados em
less Fidelity), Bluetooth e NFC (Near Field Commu-
nication) permitiram que dispositivos autônomos se regras programadas.
conectassem entre si e com outros sistemas, produzin-
do uma Malha de Dispositivos. Exemplos:
Dispositivos conectados através de cabos, por meio crachá funcional, com sensor de aproximação na
guiados, também são usados na Internet das Coisas, catraca;
porém em menor quantidade. Os dispositivos IoT cartão de bilhete de transporte, com sensor de
geralmente possuem recursos de mobilidade, que se aproximação no posto do cobrador no ônibus ou
estivessem conectados por cabos de rede convencio-
catraca de bloqueio do acesso no Metrô;
nais, poderiam ser limitados.
tag para pedestres, na liberação de acessos em
Uma “malha de dispositivos” é um conjunto de
sensores, aparelhos eletrônicos de consumo, disposi- tag para pedágio e estacionamentos que usam
tivos automotivos, dispositivos ambientais (referen-
te ao ambiente monitorado), wearables (tecnologias tag antifurto em itens de livrarias, lojas e super-
para vestir) e dispositivos móveis, que se conectam mercados que usam RFID;
com sistemas, pessoas, redes sociais, governos e detector de fumaça em uma residência, que gera
empresas, permitindo o acesso e compartilhamento
alertas enviados para um smartphone.
de informações.
cartão de crédito ou débito, com sensor de aproxi-
A Internet das Coisas (IoT) permite a interconexão mação na máquina de cobrança;
de objetos inteligentes. Objetos inteligentes podem ser carros com tecnologia keyless, que dispensam a
chave e destravam/ligam apenas por aproximação;
É importante destacar que a inteligência dos objetos carros elétricos compartilhados, que combinam
geolocalização (GPS) com telefonia móvel (4G)
abordada em outro tópico. Esta inteligência dos objetos para contratação e pagamento do uso;
é aquela programação inserida neles para realização de
carros de locadoras (serviço Localiza Fast) que dis-
tarefas esperadas, produzindo resultados iguais para
dados iguais inseridos em momentos diferentes. pensam procedimentos burocráticos, permitindo a
retirada do veículo diretamente com o smartphone.
INFORMÁTICA
Valor: o grau de importância deste dado para qual se baseia na ideia de que os sistemas aprendem
compor uma informação.
e tomando decisões, dentro dos parâmetros ou limites
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL que foram programados.
Características de sistemas de aprendizado de
máquina:
rado apenas aprendizado de máquina. avançados, para tomada de decisão dentro dos
Em Internet das Coisas (IoT), os equipamentos são parâmetros programados;
programados para a realização de tarefas, e os softwa-
Os processos são automatizados e iterativos, podem
res aguardam resultados esperados da programação.
avançar, pausar ou parar a qualquer momento;
Erros ou anomalias geralmente provocam o trava-
mento e reset (reinício) do equipamento, para que Possuem escalabilidade, ou seja, podem crescer
a programação seja iniciada desde a primeira linha, junto com outros sistemas e projetos;
para que siga conforme esperado e entregue resulta- Realizam a modelagem dos dados em conjunto
dos previsíveis. com outros sistemas. 195
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL INTELIGÊNCIA HUMANA
Habilidades Uma por vez Múltiplas e simultâneas
Análises Melhor com grande volume de dados Melhor com análise de ambiguidade
Já em estatística, um alvo é chamado de variável dependente. E está relacionada com os dados analisados em
Portanto, em machine learning o alvo é o objetivo e em estatística o alvo é uma variável que depende dos dados
analisados.
Uma variável em estatística é chamada de recurso em aprendizagem de máquina. Portanto, um valor que
pode alterar durante sua existência é um recurso que a máquina atualizará e consultará quando necessário.
Uma transformação estatística, que é a produção de resultados a partir de dados inseridos em fórmulas, é
chamada de criação de recurso em aprendizagem de máquina.
É possível observar que a diferença entre o Algoritmos genéticos (AGs), são técnicas de busca
paralela semelhantes às Redes Neurais. Ordenam as
está relacionada com os limites e tratamentos dos soluções possíveis e conhecidas, através de operações
dados que possuem acesso. especiais. Além de realizar a avaliação do problema
Os dados, certamente estão em um contexto de Big e dos dados envolvidos, após construir um resultado,
avalia se ele é o melhor (qualidade) para o cenário
Na lógica “tradicional”, uma proposição lógica atual. Usado para solução de problemas complexos,
(programação) tem como resultado o verdadeiro ou é o modelo que tem melhor aceitação entre os meios
o falso. Arbitrariamente será um dos dois valores. No -
raciocínio lógico, é a disjunção exclusiva, Ou um, Ou -
outro, nunca ambos e nunca nenhum. res resultados possíveis.
pouco diferente e se chama lógica Fuzzy. Nela, uma lógica dos relacionamentos humanos, se assemelha ao
nosso pensamento e tomada de decisão.
premissa pode variar em grau de verdade de 0 a 1, o
Vamos a um exemplo, para entender melhor como
que leva a um resultado parcialmente verdadeiro ou
parcialmente falso. O resultado da Inteligência Arti-
de decisão da Inteligência Humana.
pergunta, mas com a comparação de vários dados
Você deseja ter um animal de estimação, e escolhe
anteriores (análise diagnóstica), a visão atual (análise
um gato. Pronto. Decisão tomada e o bichano está
descritiva) e o possível resultado (análise preditiva).
em sua casa. Este é um exemplo de tomada de deci-
Conhecida como lógica nebulosa ( ou LN), são baseado em lógica clássica, onde você descar-
este conceito procura uma forma de reduzir e expli- tou qualquer outro dado anterior ou futuro.
car a complexidade de sistemas. Atualmente é possível Você deseja ter um animal de estimação, e escolhe
encontrar aplicações da lógica nebulosa em áreas bem um gato. Mas...
diferentes daquela em que surgiu (operação de trans- Você já teve um gato quando era criança.
portes), como em Finanças e em Contabilidade. Não há espaço no seu apartamento para um gato.
O seu apartamento se localiza em um andar alto
Networks ANN ou RNA) são algoritmos baseados em do prédio.
conceitos derivados de pesquisas sobre a natureza do Não poderá instalar telas de proteção, pois a
cérebro, utilizados para realização de tarefas cogni-
tivas, tais como aprendizagem e otimização de resul- Nenhum dos outros condôminos possui um gato,
tados. É uma das técnicas mais antigas aplicadas em somente cães de pequeno porte.
resultados. Estas redes podem entender as caracterís- Como é possível observar, a Inteligência Humana
avalia muitas variáveis e dados antes da tomada de
de exemplos cuja resposta já seja conhecida, fazendo
196 paralelo entre os resultados esperados. os dados de uma base de dados.
As comparações dos dados anteriores e atuais O mesmo pode ser utilizado para trabalhar com
- ensino a distância, recuperando informações, operan-
do programas de interação e efetuar o monitoramen-
to de uso das plataformas.
para outro apartamento, ou se mudar para uma casa, Os algoritmos de aprendizagem de máquina com-
ou escolher um cão de pequeno porte.
-
-
máticas, regras estatísticas e premissas lógicas são a
mas que se comportem de forma semelhante a certos
aspectos do comportamento humano inteligente.
-
ca em relação ao restante do mundo.
As pesquisas para o desenvolvimento de novas -
fontes de energia através da análise dos minerais exis- mações solicitadas passarão por vários dispositivos de
tentes no solo, poderão ser orientadas pela Inteligên- conexão (roteadores, repetidores de sinal, switches,
bridges, gateways) antes de serem apresentadas no
com o conhecimento das propriedades químicas dos dispositivo do usuário.
materiais, sugerindo fontes com potencial econômico.
Até aplicativos de mobilidade como o Uber e Waze, Dica
INFORMÁTICA
cenários de congestionamentos no trânsito das gran- Paradigma cliente-servidor. Nós somos clientes
des cidades. Avaliando as viagens em andamento e as e acessamos informações em servidores remo-
- tos. As redes de computadores, em concursos
car gargalos no trânsito com vários minutos de ante- públicos, são abordadas seguindo este paradig-
cedência, direcionando os novos embarques/viagens
ma. Usamos cliente web (browser ou navegador)
para rotas alternativas.
Estes são programas semiautônomos, proativos para acessar um servidor web. Usamos cliente de
e adaptativos, que utilizam recursos de inteligência e-mail para acessar um servidor de e-mail. Usamos
um cliente FTP para acessar um servidor FTP. 197
Finalizando o conteúdo de Segurança da Informa-
ção, estudaremos os mecanismos de proteção e defesa
contra os ataques e ameaças. Existem equipamentos
de proteção, mas em concursos públicos são questio-
nados os “aplicativos para segurança (antivírus, -
wall, etc)”.
Apesar de existirem soluções integradas e avança-
das para os problemas de Segurança da Informação,
que até usamos em nossos dispositivos, nos concursos
Invasores tentarão acessar a conexão e capturar As redes privadas virtuais, popularmente identi-
os dados trafegados, vírus de computador procuram Virtual Private Net-
infectar os arquivos e causar danos aos sistemas, work), são criadas pelas empresas e usuários para
estabelecer uma conexão segura entre dois pontos.
softwares maliciosos podem infectar dispositivos e
Antes de estudarmos elas, vamos conhecer alguns dos
sequestrar arquivos. conceitos básicos das redes de computadores, de acordo
com as suas características de uso e nível de segurança.
é uma denominação
LAN relacionada ao alcance de uma rede, res-
trita a um prédio ou pequena região.
As empresas utilizam softwares de terceiros para estabelecer a conexão segura entre os dispositivos de seus
colaboradores. Existem vários softwares que possibilitam a conexão segura, como: a Área de Trabalho Remota
(Windows) e soluções de empresas de segurança digital (Forticlient VPN, Citrix Metaframe, TeamViewer, LogMeIn
etc).
Para estabelecer uma conexão segura, protocolos seguros serão usados, criando um túnel seguro entre o emissor e o
receptor, por meio de um ambiente vulnerável.
Os protocolos são padrões de comunicação e os protocolos seguros procuram encapsular os dados transmi-
tidos para que, em caso de monitoramento, a leitura do conteúdo se torne impossível, uma vez que os dados se
tornam criptografados.
Figura 6. Usuários mal intencionados não conseguem monitorar o conteúdo de uma conexão que esteja protegida com um protocolo seguro.
Protocolos
INFORMÁTICA
Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o cliente,
de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o cliente acessa
as informações e solicita serviços.
Em uma conexão, para evitar que os dados sejam acessados por pessoas não autorizadas, protocolos de segu-
199
PROTOCOLO SIGNIFICADO CARACTERÍSTICAS SEGURO?
GRE Generic Routing Encapsulation Desenvolvido pela CISCO, prioriza a velocidade Não
SSL Secure Sockets Layer Camada adicional de segurança para a conexão Sim
TLS Transport Layer Security Camada de transporte seguro para a conexão Sim
Dica
Protocolos seguros costumam mostrar a letra S na sua sigla, como em HTTPS.
Um protocolo seguro procura estabelecer uma conexão segura entre os dispositivos, possibilitando a troca de
informações. Antes do envio de dados, a conexão segura será negociada entre os dispositivos e aprovada após a
Importante!
A conexão remota poderá ser uma simples conexão direta entre os dispositivos (ponto a ponto, túnel de cone-
Programas
os programas que usamos para transformar o nosso dispositivo em um cliente VPN? Depende.
Cada dispositivo tem um sistema operacional, e de acordo com a origem (cliente) e o destino (servidor), existem
programas mais adequados para cada cenário.
Falhas – vulnerabilidades existentes nos sistemas, sistema, sem que tenha sido uma falha proposital, e
sejam propositais ou acidentais.
seja explorada por invasores, temos um exemplo de
Ataques – ação que procura denegrir ou suspender
falha involuntária, inerente ao sistema.
a operação de sistemas.
Devido à crescente integração entre as redes de
comunicação, conexão com novos e inusitados empresas que desenvolveram o sistema por meio da
dispositivos (IoT – Internet das Coisas) e crimino-
sos com acesso de qualquer lugar do mundo, as O Windows Update, serviço da Microsoft para atuali-
redes de informações se tornaram particularmen- zação do Windows, distribui mensalmente os patches
(pacotes) de correções de falhas de segurança. 201
Ataques
alvo estabelecido.
Se propaga inserindo cópias de si em outros
arquivos. Dica
E altera ou remove arquivos do dispositivo, para
Os worms infectam dispositivos e se propagam
propagação e auto proteção (não ser detectado pelo
antivírus). para outros dispositivos de forma autônoma,
sem interferência do usuário.
Worms
Os worms podem ser recebidos automaticamente
pela rede, inseridos por um invasor ou por ação de
INFORMÁTICA
Pragas Virtuais
A banca organizadora CESPE/Cebraspe considera Bot: é um programa malicioso que mantém conta-
o trojan ou cavalo de Troia como um tipo de vírus de to com o invasor, permitindo que comandos sejam
computador nos enunciados de suas questões. executados remotamente. O dispositivo controla-
do por um bot poderá integrar uma rede de dispo-
sitivos zumbis, a chamada botnet.
204
Após a remoção de um rootkit, o sistema afetado não CÓDIGO
CARACTERÍSTICAS
se recupera dos dados apagados, sendo necessário uma MALICIOSO
-
go de dados na rede, em busca de infor-
mações relevantes como login e senha.
Enquanto o não modifica o
conteúdo, o pode alterar.
conexão.
-
gos maliciosos.
o Windows sempre ofereceu o Figura 15. O não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede
conexões para impedir ataques oriundos das redes os ataques provenientes da rede.
conectadas.
No Windows 10, o Windows Defender faz a detec- O não é um antivírus e não é um -
ção de vírus de computador, códigos maliciosos e ware. Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas
portas TCP do dispositivo.
ataques e invasões.
207
O uso do não dispensa o uso de outras
ferramentas de segurança como o antivírus e o acessados, otimiza o tráfego de dados nas conexões,
. controla a execução das aplicações, protege o dispo-
ataque de vírus. Ele impedirá por ser um ataque, não segura para navegação e entrega relatórios de fácil
por ser um vírus. compreensão para o usuário.
Da mesma forma que existe a solução antivírus Quando o ataque é direcionado ao e-mail e nave-
antispam anti-
contra vírus de computadores, existe uma solução
phishing atendem aos requisitos de proteção.
que procura detectar, impedir a propagação e remo-
Se o ataque chega disfarçado, medidas de preven-
ver os códigos maliciosos que não necessitam de um ção devem ser adotadas, como nunca fornecer infor-
hospedeiro.
Genericamente, malware é um software malicioso. tentação de cliques em links das mensagens, observar
Genericamente, é um software espião. Quan- os downloads automáticos ou não iniciados, e dentro
do os softwares maliciosos ganharam destaque e rele- das políticas de segurança para os funcionários, des-
vância para os usuários dos sistemas operacionais, os tacar que não se deve submeter à pressão de pessoas
spywares se destacavam, e comercialmente se tornou desconhecidas.
interessante nomear a solução como . Quando os ataques procuram atingir um servidor
Na prática, um ou um antimalware, da empresa, como ataques DoS (negação de serviço),
detecta e remove vários tipos de pragas digitais. DDos (ataque distribuído de negação de serviços)
ou (fraude de identidade), uma das formas
de proteção é o bloqueio de pacotes externos não
convencionais.
Se o usuário está utilizando um dispositivo móvel
e sofre um ataque, deve aumentar o nível de proteção
remotos, distri-
DE DADOS computador.
res e os componentes de armazenamento. buídos na rede.
Platform as a Service (PaaS) proporciona acesso
Monitor, Disponibilizado
às ferramentas e aos serviços de desenvolvimento impressora, placa um link para
usados para entregar os aplicativos. SAÍDA DE DADOS de modem, placa download, visua-
Software as a Service (SaaS) permite aos usuários de rede, USB, HD lização ou com-
ter acesso a bancos de dados e software de apli- etc. partilhamento.
cativo. Os provedores de nuvem gerenciam a
infraestrutura. Os usuários armazenam dados nos PROGRAMAS Instalados no Disponíveis na
servidores do provedor de nuvem. (SOFTWARES) computador. Internet.
209
COMPUTAÇÃO COMPUTAÇÃO Os softwares são desenvolvidos na Plataforma
LOCAL NAS NUVENS (PaaS), utilizando os recursos da estrutura na Infraes-
trutura (IaaS), para serem utilizados pelos usuários
SERVIÇOS Responsabilida- Responsabilida-
(BACKUP) de do usuário. de da empresa. Na tabela a seguir vamos associar os itens da com-
putação local com os itens da computação na nuvem,
Responsabilida-
para entender que na Nuvem temos uma adaptação
SERVIÇOS (DES- de do sistema Responsabilida-
FRAGMENTADOR) operacional de da empresa.
do nosso computador de casa.
local.
COMPU-
Responsabilida- Responsabilida- COMPUTAÇÃO
ANTIVÍRUS TAÇÃO NA
de do usuário. de da empresa. LOCAL
NUVEM
Responsabilida- Responsabilida-
FIREWALL Microsoft
de do usuário. de da empresa. SOFTWARE
(instalado)
Oferecido pela
PERMISSÕES DE Responsabilida- Microsoft
- Microsoft
ACESSO de do usuário.
do pelo usuário. PLATAFORMA Windows
Windows 10
Azure
GERENCIAMENTO Responsabilida- Responsabilida-
DA ESTRUTURA de do usuário. de da empresa. Hardware e
Hardware e
INFRAESTRU- energia elétri-
energia elétrica
TURA ca da empresa
Benefícios dos serviços na nuvem do usuário
provedora
Ao contratar Infraestrutura como um Serviço
(IaaS), o usuário obtém economia de custo (não há Vantagens da computação em nuvem
necessidade de comprar e manter hardwares), tempo
de colocação no mercado (poderá iniciar suas opera- O usuário não precisará se preocupar com atuali-
ções imediatamente, sem esperar pela instalação de zações de softwares e hardware, que serão realizadas
um datacenter na empresa), disponibilidade em tem- pela empresa contratada. Elas serão automáticas e
po integral e escalabilidade sob demanda (expansão disponibilizadas em tempo real para todos.
ou contração da empresa de acordo com o dia-a-dia O compartilhamento de informações será faci-
da operação). litado, bastando que outros usuários tenham aces-
Plataforma como um Serviço (PaaS) gera para o so à Internet para que possam acessar os dados
usuário uma economia de gastos (novamente, rela- compartilhados.
Os serviços serão disponibilizados 24 horas, 7 dias por
cionada ao hardware que não precisa ser adquirido),
semana, com sistemas de redundância e recuperação de
-
falhas sob responsabilidade da empresa contratada.
tes de desenvolvimento para diferentes plataformas), Diminui a necessidade de manutenção da infraes-
colaboração (on-line com outros desenvolvedores) trutura física da rede local, bastando para o usuário
e ambiente integrado (para teste, implementação e o fornecimento de energia elétrica e conexão de rede
gerenciamento). para acesso aos serviços remotos.
Software como um Serviço (SaaS) oferecerá econo- Por ter menos equipamentos na infraestrutura local,
mia de gastos (menor custo das licenças de softwares), o consumo de energia elétrica, refrigeração e espaço
compartilhamento de arquivos (de forma fácil e rápi- físico serão reduzidos. Indiretamente contribui para
da), portabilidade (na troca de dispositivos pessoais, preservação e uso racional dos recursos naturais.
o acesso ao serviço não será impactado com novas Flexibilidade no uso e na contratação de serviços.
- O usuário poderá contratar um pacote básico de servi-
ma operacional (a troca de dados será realizada pelo ços e, de acordo com a sua necessidade, pode ampliar
protocolo TCP, que tem suporte em todos os sistemas parâmetros do contrato alterando de forma dinâmica
operacionais). os limites de utilização.
Elasticidade rápida, onde os recursos são provi-
sionados dinamicamente, atendendo as necessida-
des pontuais da operação do cliente (uma loja virtual
pode aumentar a quantidade de acessos simultâneos
ao site apenas na , por exemplo). Esta é a
sua característica mais marcante.
8. (CESPE – 2018) Julgue o item seguinte, relativo ao 14. (CESPE – 2018) Os mapas de Kohonen fazem parte
programa de navegação Internet Explorer 11 e aos das redes neurais auto-organizáveis, as quais se carac-
mecanismos de busca avançada no Google. terizam por
O mecanismo de busca do Google permite encontrar
a) Utilizar treinamento supervisionado.
exemplo, o tamanho e o tipo da imagem; contudo, b) Possuir uma topologia em que os neurônios são dis-
não é possível pesquisar imagens por meio de sua(s) postos em N camadas estruturadas em N dimensões.
cor(es). c) Gerar um mapa de saída em uma estrutura unidimen-
sional de neurônios.
212
d) Dividir o conjunto de padrões de entrada em grupos
inerentes aos dados, formando-se agrupamentos
denominados clusters.
e) Resolver problemas lineares de baixa dimensionalidade.
GABARITO
1 ERRADO
2 CERTO
3 CERTO
4 CERTO
5 CERTO
6 C
7 CERTO
8 ERRADO
9 C
10 CERTO
11 ERRADO
12 CERTO
13 CERTO
14 D
ANOTAÇÕES
INFORMÁTICA
213
ANOTAÇÕES
214
FÍSICA
Quando se fala em movimento, surge a necessida- Unidade padrão de velocidade média: m/s
Unidade usual de velocidade média: km/h
Tempo: na mecânica clássica, tempo é aquele que Aceleração: é a taxa que a velocidade está aumen-
não depende do referencial. É muito utilizado para tando ou diminuindo em relação ao tempo. Sua
comparar grandezas em um devido intervalo. unidade padrão (e que comumente é utilizada nos
exercícios) é o m/s².
Exemplo: a unidade de velocidade “Km/h” utiliza
uma unidade de tempo (hora) para fazer a compara-
Exemplos: Um objeto com uma aceleração de 2m/
ção com a unidade de comprimento “Km”. Um carro
a 100 km/h percorre 100 km a cada unidade de hora
(tempo). Observação:
objeto está “acelerando”.
Do mesmo modo, um objeto com uma aceleração
UNIDADE DE TEMPO EQUIVALÊNCIA
Variação de espaço e distância percorrida: A variação da velocidade pelo tempo gasto para
variação de espaço se relaciona com a distância de esse feito:
um ponto tomado como inicial.
Am =
Já a distância percorrida leva em conta todo o
caminho percorrido. Exemplo: 215
Movimento retilíneo uniforme (MRU)
S S
S0
S0 Reta decrecente: -V
t t
Velocidade x Tempo
Movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV)
V V>0 V
V<0
É o movimento horizontal e em linha reta que a
velocidade está em constante mudança. Essa altera-
ção é causada pelo surgimento de uma grandeza cha-
mada de aceleração. Esse tipo de movimento possui
t t
Posição x Tempo
espaço a>0
Dica
Para encontrar a equação correta basta:
Organizar os dados fornecidos pelo enunciado. V<0 V>0
Encontrar a equação (dentre as quatro informa-
das) que esses dados se encaixem. retardado acelerado
vértice (V=0)
0 tempo
retardado acelerado
Transformações
V>0 V<0
área área
S V a
0
tempo
t t t
S= S0 0
1 at2 a< 0 = concavidade
2 voltada para baixo
tangente tangente
V (t)
a> 0 = movimento acelerado
V0
EXERCÍCIOS COMENTADOS
t
0 t
1. (CEPROS – 2019) Um indivíduo dirige um automóvel
em uma rodovia retilínea a uma velocidade constante
V
de 60 km/h, ao longo de 12 km, quando o automóvel
V0
para por falta de combustível. Ele desce do automóvel
e caminha por 2,0 km no mesmo sentido da rodovia,
a< 0 = movimento retardado
a<0 durante 30 min, até um posto de abastecimento. Cal-
cule a velocidade média do indivíduo no percurso total
0 t de 14 km.
Vm = = = = 20 km/h
Resposta: Letra D.
de suma importância o entendimento das transforma- 2. (CONTEMAX – 2019) Um carro atravessou uma ponte
em 10 segundos, com o velocímetro constante mar-
Encontra-se a tangente ( / ) dos eixos quando cando 108 km/h, a extensão da ponte é:
se deseja:
a) 200 metros.
b) 300 metros.
c) 400 metros.
a velocidade. d) 500 metros.
- e) 600 metros.
trar a aceleração.
Como não houve aceleração e a velocidade se man-
FÍSICA
a) 1 hora e 30 minutos.
b) 1 hora e 45 minutos.
c) 2 horas e 5 minutos.
d) 2 horas e 15 minutos.
e) 2 horas e 25 minutos.
Vm = = = 5,33 km/h
SF = Si + V.t
12 = 0 + 5,33.t
Resposta: Letra D.
a) 20 m/s e 2 m/s²
b) 24 m/s e 4 m/s²
c) 24 m/s e 1 m/s²
d) 24 m/s e 2 m/s²
e) 26 m/s e 8 m/s²
6. (QUADRIX – 2017) - -
218 ção horária da posição (x) de um móvel em trajetória corrida pelo objeto, então:
Intervalo A: 0 m c) 35 m
Intervalo C: área do retângulo correspondente = 80 d) 45 m
x 2 = 160m e) 80 m
Intercalo E: área do retângulo correspondente = 60
x 1 = 60m Analisando o enunciado observa-se que se trata
Distância total: 0 + 160 + 60 = 220 m Resposta: Letra B. de uma questão envolvendo queda livre. Dados: Si
= 0m, Vi = 0m/s, g = 10m/s² (gravidade do planeta
Queda livre e aceleração da gravidade
Terra), t =3s, SF?
Os movimentos estudados até agora ocorrem na
SF = Si + V0.t +
direção horizontal. Porém, e se esse movimento ocor-
rer na direção vertical?! Aí trata-se do movimento em
queda livre.
SF = 0 + 0.3 +
Assim temos que queda livre é o movimento que
ocorre na direção vertical no sentido de cima para
baixo onde a resistência do ar não é levada em conta. SF = 0 + 0 + 45
Apenas leva-se em consideração a aceleração da gra- SF = 45m Resposta: Letra D.
vidade do planeta em questão.
Nesse contexto, dois objetos de massas diferen- 2. (CESGRANRIO – 2018) Uma ferramenta com uma mas-
tes cairão ao mesmo tempo quando largados de uma sa de 4 kg é abandonada, a partir do repouso, sobre
mesma altura. uma altura de 7,2 m. Os efeitos do atrito são desprezí-
Como se trata de um movimento acelerado (gra- veis, e a aceleração gravitacional no local é 10m/s2.
vidade), as equações são as mesmas vistas no MRUV, Qual a velocidade, em m/s, em que a ferramenta irá
trocando apenas a letra “a” (aceleração) por “g” tocar o chão?
(gravidade).
a) 10
quando o objeto está subindo. Observe a imagem abaixo: b) 12
c) 15
d) 20
e) 25
g
VF² = 0² + 2 . 10 . 7,2
VF² = 144
VF = 144 = 12m/s Resposta: Letra B.
Vamos às questões!
EXERCÍCIOS COMENTADOS
FÍSICA
Equação do MRU
Equação do MRUV
A partir de algumas deduções de equações, chega-se a algumas relações importantes para esse tipo de
movimento:
um carro e uma moto parada. A massa total do carro chegar no solo é de:
era de 2.000kg, e o módulo de sua velocidade era igual
a Vc. A moto tinha massa igual a 120kg e era pilotada a) 1s
por um motociclista cuja massa era de 80kg. b) 2s
c) 3s
d) 4s
e) 5s
2
Sabendo que cos45° = considere que 10 m/s²
FÍSICA
2
seja o módulo da aceleração da gravidade e despreze
a resistência do ar.
-
das no texto 5A1AAA, a distância horizontal D, em m,
percorrida pelo motociclista arremessado é 221
Dica
Aceleração centrípeta (ac) = = rad/s² Res-
Com isso, surgem algumas outras características: posta: Letra D.
Raio da circunferência: distância linear do cen-
tro da circunferência a borda. Unidade: “metro”. 2. (IFP – 2017) Um veículo de passeio movimenta-se em
Frequência: é o número de ciclos a cada segun- linha reta a uma velocidade de 36 km/h. Consideran-
do. Unidade: “Hertz”. do-se que não haja deslizamento entre o pneu e a pis-
Período: é o tempo gasto para cada ciclo. Uni- ta, e que o diâmetro do pneu seja de 50 cm, a rotação
dade: “segundo”. da roda, expressa m rad/s, é de
Distância angular: distância no arco da circun-
a) 10
ferência em relação ao seu ângulo de origem.
b) 20
Unidade: “Radianos”
c) 40
Aceleração centrípeta: é a aceleração que causa d) 50
a mudança na direção da velocidade em algum e) 80
objeto que execute o movimento circular. Ela é
sempre orientada para o centro da circunferência Analisando a questão percebe-se que se trata do
e impede que o objeto saia da trajetória circular. movimento circular uniforme (MCU). Dados: V=
Unidade: rad/s². 36km/h÷3,6 = 10m/s, R = D÷2 = 0,125m, W?
Se V = W.R, então: W = = = 80rad/s Res-
As equações que regem esse tipo de movimento são: posta: Letra E.
a) 4 Hz e 1 s
b) 4 Hz e 0.25 s
c) 16 Hz e 1 s
d) 16 Hz e 0.25 s
e) 8 Hz e 1 s
um ciclo), então:
Vamos as questões! Se T = 0,25 segundo, então F = = 4 Hz. Respos-
ta: Letra B.
1. (QUADRIX – 2018) Em um parque de Goiânia, uma Cinemática: É o estudo do movimento sem rela-
determinada roda gigante possui um raio de 20 m e cionar suas causas.
realiza um quarto de volta em 30 s. Uma pessoa está Velocidade média: é a relação da variação da dis-
sentada em uma das “cadeirinhas” da roda gigante. tância percorrida por um corpo pelo tempo decor-
Com base nessa situação hipotética, assinale a alter- rido nesse trajeto. Unidades principais: “m/s” e
nativa correta. “km/h”.
Aceleração média: é a relação da variação da
a) O tempo gasto para a roda gigante realizar 1 ciclo é de velocidade de um corpo pelo tempo decorrido
80 s.
MRU: é o movimento horizontal e em linha reta
s. em que a velocidade se mantém constante, e, por-
d) A aceleração centrípeta (aC 2 tanto, não existe aceleração.
m/s2. MRUV: é o movimento horizontal e em linha reta
2 onde a velocidade está em constante mudança.
Surge, então, a grandeza chamada de “aceleração”.
rad/s.
Queda livre: é o movimento vertical e em linha
reta, sem considerar a resistência do ar, onde o
Analisando a questão percebe-se que se trata do
corpo está sujeito a um tipo novo de aceleração: a
movimento circular uniforme (MCU). Dados: R =
gravidade.
20m, T = 4x30 = 120s, F = = hz, V = = Movimento de projéteis: é um movimento na
3
222 m/s, então: diagonal (também chamado de oblíquo), onde o
objeto é lançado com um ângulo “ em relação ao estado, há a necessidade de uma força extrema-
eixo horizontal. mente grande.
MCU: é o movimento circular onde a velocidade b) Imagine você em movimento retilíneo uniforme
angular e linear são constantes. (MRU) em cima de uma bicicleta com uma velo-
cidade constante de 10 km/h. Você não vê um
cachorro na calçada e, infelizmente, colide com
ele. Você será arremessado para frente já que seu
corpo possui inércia, e, portanto, não “queria” que
LEIS DE NEWTON E SUAS APLICAÇÕES
o estado de MRU fosse alterado (essa é a “tendência
ao movimento”).
A dinâmica é o ramo da mecânica que estuda o
movimento considerando a sua origem, ou seja, são
A bicicleta parou ao bater no obstáculo primeiro,
porém seu corpo ainda continuou em movimento até
movimento.
encontrar algum outro obstáculo. Daí a importância do
Aqui veremos: as leis de Newton; a ação das forças
cinto de segurança nos automóveis (“frear” a inércia
externas e internas; sistemas referenciais iniciais e
dos corpos em acidentes com veículos automotores).
referenciais não inerciais; lei de Hooke; centros de
massa e de gravidade; momento linear e sua conser-
c) Dentro de um carro, em MRU, ao fazer uma curva
vação; teorema do impulso e colisões.
para a direta, seu corpo parece quente a virar para
Sem delongas, vamos aos conteúdos!
a esquerda – isso é outra implicação da inércia, já
que no movimento curvilíneo surgem forças capa-
Leis de Newton
zes de alterar o estado de MRU e seu corpo possui
a “vontade” de permanecer no estado inicial.
São compostas de três leis que estabelecem a base
para a mecânica clássica. Elas fundamentam o con-
Observe algumas ilustrações a seguir envolvendo
ceito de “força” e sua implicação no surgimento e na
esse conceito.
alteração do movimento de um corpo.
A publicação dessas leis ocorreu pelo físico Inglês
Isaak Newton no ano de 1687 com o livro “Princípios
Vamos analisar
uma a uma.
1ª Lei de Newton
-
cial de uma força: alterar o estado de repouso ou MRU
de um corpo. Não existindo forças, esses estados não
serão alterados (aqui não levando em consideração as
forças dissipativas, como por exemplo a resistência do
ar, o atrito etc.).
Para o melhor entendimento desse tópico, vamos
analisar o conceito de inércia:
Inércia é a resistência que um corpo produz ao
Importante!
sofrer uma alteração do seu estado de repouso ou de -
MRU, ou seja, a inércia é a tendência (vontade) que os cas que alteram o estado de repouso ou de MRU
corpos possuem em permanecer em repouso ou em de um corpo são:
MRU. Quanto maior a massa do objeto, mais inércia A aceleração.
ele possuirá. A alteração desse estado é causada por A frenagem.
uma grandeza chamada “força”. O movimento curvilíneo.
A inércia é facilmente entendida com alguns exem-
plos do nosso cotidiano.
Assim, tomando como base a 1ª lei de Newton (lei
Exemplos: da inércia), dois conceitos importantes podem ser
FÍSICA
explicados:
a) Imagine uma pedra com uma massa imensa. Você
amarra uma corda e tenta puxá-la. Provavelmen- Sistema de referência inerciais: na compara-
te não irá conseguir movê-la. Isso ocorre pois ela ção de dois corpos, o “corpo de referência” será
possuiu uma inércia grande, ou seja, “uma vonta- dito “inercial” se este estiver em repouso ou MRU
de” de permanecer em repouso. Para mudar esse quando relacionado ao outro. 223
Exemplo: Força Peso
Levando em consideração uma pessoa dentro de
um ônibus que está em repouso ou em MRU (linha A força peso origina na atração gravitacional que
um planeta exerce sobre o corpo que está em sua
ônibus é um sistema referencial inercial quando rela- -
cionado à pessoa. neta Terra a aceleração da gravidade tem um valor
homogêneas:
m x +m x +m x
FÍSICA
xCM =
Dica m +m +m
m1 x1 = 0 ; y1 = 0
m2 x2 = 1 ; y2 = 2
m3 x3 3
=1
m1x1 2 2
x x
3 3
xCM
m1 2 3
Ponto material
m1y1 y
2 2
y
3 3
yCM
m1 tamanho é desconsiderado para os cálculos).
2 3
Exemplos:
yCM
Uma pessoa é considerada um ponto material em
ycm = 1,1 cm relação à Terra.
Uma moeda é considerada um ponto material em
Fonte: https://www.infoescola.com/ relação a um caminhão.
A lua é considerada um ponto material em relação
Com isso encontramos as coordenadas “x” e “y” do à via láctea.
centro de massa de um corpo não homogêneo.
Impulso
Centro de gravidade
O impulso (I) recebido por um corpo relaciona-se
É o ponto em que se pode considerar que a gravi-
dade está sendo aplicada (para objetos pequenos ela com a força recebida (em Newtons) por ele em um
coincide com o centro de massa). Aqui tomamos como intervalo de tempo (em segundos). A unidade padrão
“grande” um prédio de 10 km de altura, nesse caso de impulso é N.s (lê-se Newton por segundo).
os centros não coincidirão – sabe-se que um prédio
dessas proporções é algo inexistente. Então, de modo “força vs tempo” resulta no impulso adquirido pelo
226 geral, pode-se entender que o centro de gravidade corpo.
Observe a ilustração abaixo:
F. t = (m.vf ) - (m.vi)
Sendo:
I : impulso (N.s)
Q: varição da quantidade de movimento (kg.m/s)
F: força (N)
t: tempo decorrido (s)
Qf: quantidade de movimento final (kg.m/s)
m: massa (kg)
vf: velocidade final (m/s)
Quantidade de movimento (ou momento linear)
vi: velocidade inicial (m/s)
A quantidade de movimento (Q) de um corpo rela-
ciona com produto da massa (em kg) de um corpo pela Com isso, possuindo os dados corretos em mãos,
sua velocidade (em m/s). A unidade padrão da quan- pode-se encontrar a incógnita que estiver faltando na
tidade de movimento é kg.m/s (lê-se quilograma por equação.
metros por segundo).
Exemplo:
Q=m·v
Um objeto desloca-se com movimento linear igual
a 50 kg.m/s, mas choca-se com uma parede e gasta
Q = Quantidade de movimento (kg.m/s) 0,02 s para parar. Por meio do teorema do impulso,
M = massa (kg)
determine o valor da força necessária para parar esse
V = velocidade (m/s)
objeto.
Observe o exemplo:
a) 1000 N
Determine a quantidade de movimento de um b) 1500 N
objeto de massa de 5 kg que se move com velocidade c) 2000 N
igual a 30 m/s. d) 2500 N
e) 3000 N
a) Q=6 kg.m/s
b) Q=30 kg.m/s Pelo teorema do impulso e da variação da quantida-
c) Q=150 kg.m/s de de movimento sabe-se que:
d) Q=15 kg.m/s
e) Q=60 kg.m/s A variação da quantidade de movimento do objeto
vai de 50 kg.m/s para zero (o objeto parou, sem velo-
Sendo m = 5kg e v = 30 m/s basta aplicar a equação
da quantidade de movimento:
Q = m.v
temos:
Q = 5.30
F.0,02 = 50
Q = 150 kg.m/s
F.2x10 = 50
Esse valor indica a taxa de transferência de movi-
mento de um corpo, ou seja, sua quantidade de F=
movimento. Essa equação será de suma importân-
cia nos conteúdos sobe a “conservação da quanti- F = 25 x 102
dade de movimento” e “colisões”. Resposta: Letra C. F = 2500 N Resposta: Letra D.
Parcialmen- Parcialmente
(rendimento)”? Aqui serão esclarecidos alguns temas
te Elástica conservada
Conservada 0<e<1 relacionados ao nosso cotidiano como: trabalho, ener-
gia, potência e rendimento.
Dissipação Então vamos demonstrar quais são os principais
Inelástica Conservada 0
máxima
tipos de energia e sua conservação.
Vamos aos conteúdos!
Fonte: Brasilescola.uol.com.br
TRABALHO
Observe que nos três casos a quantidade de movi-
mento é conservada, com isso a equação da conserva-
Na física, o trabalho está relacionado com duas
ção da quantidade de movimento poderá ser usada:
características: força e deslocamento. Sempre que
uma força produz um certo deslocamento, esse corpo
Equação da conservação da quantidade de
produziu um trabalho. Veja a representação a seguir:
movimento (lei da conservação)
228 o exercício não nos forneceu, desde que ele tenha nos
Trabalho de uma força:
POTÊNCIA
A potência de uma força é o trabalho realizado por
ela em um determinado instante de tempo. Na com-
T = Trabalho (J)
paração entre dois carros, um carro mais potente é o
F = Força (N)
que realiza mais trabalho (movimento) em um dado
intervalo de tempo quando comparado a um carro
Na imagem anterior, observa-se que uma pessoa que realiza menos trabalho (movimento) em um mes-
está empurrando um carrinho com pedras. A força mo intervalo de tempo.
que a pessoa faz, multiplicada pelo deslocamento (dis-
Entende-se, portanto, que a potência de uma força
tância percorrida), nos remete a uma grandeza cha-
mada de Trabalho. (potência mecânica) é o quão rápido um objeto trans-
A unidade padrão de trabalho é o Joule, represen- forma uma certa força em movimento (os motores
tado pela letra “J”. fazem muito isso). Quanto mais rápida essa transfor-
Aqui vai uma dica para sua prova: Se a questão mação, mais potente é o objeto (compare, por exem-
plo, uma Ferrari com um Fusca e faça sua análise).
em função de seu deslocamento, você poderá calcular A equação da potência de uma força é:
-
balho realizado pelo corpo.
T
conceitos: P=
Sendo:
P = Potência (W)
T = Trabalho (J)
Fonte: http//www.proenem.com.br/
Dica
Em alguns exercícios podem aparecer algumas
ou seja, basta calcular numericamente essa área para unidades de potência usuais, ou seja, que não
se chegar ao trabalho realizado pelo corpo.
são padrão. A seguir estão os nomes e as res-
Ex.: Uma pessoa empurra uma caixa com uma for-
ça de 20 N. Essa caixa desloca-se por 10 metros. Qual é pectivas conversões para Watts.
o trabalho produzido por essa pessoa? 1KW (1 quilowatt) = 1000W
1MW (1 megawatt) = 1000W = 1000KW
T = 20. 10 1CV (1 cavalo-vapor) = 735W
T = 200J 1HP (1 horse-power) = 746W
ENERGIA
Ex.: Um objeto realiza um trabalho de 100 J em 20
O enunciado formal de energia diz: “energia é a
segundos. Qual é sua potência média nesse intervalo
capacidade que um corpo possui de realizar traba-
lho”. Dessa frase pode-se interpretar que quanto mais de tempo?
energia um corpo possui maior será o trabalho que
ele conseguirá executar, logo, maior será a relação T 100
entre força x deslocamento desse corpo. P= = = 5W
20
Ao analisar essa equação, vê-se que esse objeto
Importante! possui uma potência média de 5 watts.
Ao analisarmos o último parágrafo, consegui-
mos responder a pergunta feita na parte inicial RENDIMENTO
dessa seção:
.
FÍSICA
Teoricamente, uma pessoa com bastante ener- Para encontrá-la basta efetuar a divisão da potência útil
gia produzirá bastante trabalho, que, por sua vez, (utilizada) pela potência total. Multiplicando-se o resul-
produzirá um grande deslocamento (movimen- tado por cem, encontra-se o percentual desse rendimen-
to). Entendeu? Isso é a física contida no dia a to. Observe que a potência total sempre será maior que a
dia. Nos subtópicos abaixo exploraremos outros potência útil, visto que parte da potência é perdida pelas
conceitos envolvendo energia. forças dissipativas (atrito, som, calor etc.). 229
Observe a equação dessa representação: Observe a equação:
Sendo:
Energia cinética é a energia associada ao movi-
mento. Em termos gerais, sempre que um objeto
possui velocidade, ele possuirá energia cinética. Essa Epe = energia potencial elástica (j)
energia é calculada pela multiplicação da massa do k = constante elástica do material (N/m)
objeto pela velocidade ao quadrado, dividindo esse x = deformação do objeto (m)
resultado por dois. Observe a equação logo a seguir:
Dica
Energia potencial gravitacional é a energia asso- Esse princípio informa que toda energia é trans-
ciada à altura. Em termos gerais, sempre que um obje-
formada, portanto, nunca será criada ou destruída. As
to está a uma certa altura do solo, ele possuirá energia
potencial gravitacional. Essa energia é calculada pela energias cinética, potencial gravitacional e potencial
multiplicação da massa do objeto, a gravidade do pla- elástica estão em constante transformação, uma se
230 neta e a altura em relação ao solo. transformando na outra.
Observe a representação abaixo: Como essa perda é muito pequena, ela poderá ser
desprezada, e, com isso, não entrará em nossos cálcu-
los (a não ser que o exercício nos obrigue a calculá-la).
Em suma, mesmo tendo o conhecimento que, em
Energia
Energia
potencial
potencial
ENERGIA POTENCIAL questões mais corriqueiras de nível médio, não calcu-
laremos a dissipação da energia e vamos supor que a
conservação da energia é totalmente perfeita.
ENERGIA CINÉTICA
Energia Cinética
FORÇAS CONSERVATIVAS, DISSIPATIVAS E ATRITO
Forças conservativas
Observando-se a imagem acima, percebe-se que, Força conservativa é aquela que age no sistema
nos pontos mais altos, o skatista possui somente uma e produz um efeito que conserva a energia mecâni-
certa altura (h) em reação ao solo (energia potencial
gravitacional). Porém, quando ele está no ponto mais exemplo, pode-se citar a força peso, que transforma
baixo da trajetória, ele só possui uma certa velocidade a energia potencial gravitacional (um objeto com um
(energia cinética). Conclui-se que a energia potencial certo peso caindo) em energia cinética (energia do
gravitacional está constantemente se transformando movimento).
em energia cinética (velocidade), isto é, a conservação Observe essa dica para sua prova:
da energia mecânica. Observe o quadro-resumo:
Sempre que uma força age no sentido de somente
CONSERVAÇÃO DA alterar a energia cinética ou energia potencial de um
ENERGIA MECÂNICA corpo, essa força será conservativa.
Nos pontos mais altos Existência da energia
Forças Dissipativas e atrito
potencial gravitacional
40 = F.10
40
F= = 4 N Resposta: Letra A.
10
3. (IBFC – 2015) Suponha duas esferas de massas idên-
ticas, descendo cada uma um plano inclinado com
ângulos diferentes. Ambas as esferas partem do esta-
do de repouso, de mesma altura em relação ao solo, e
o atrito com os planos é desprezível. Considerando o
Princípio da Conservação da Energia, assinale a alter- Se a criança, no ponto mais baixo do escorrega, é lan-
nativa correta. çada com velocidade de 2,00 m/s, qual é, aproximada-
mente, em J, a energia dissipada pelo atrito durante o
a) Ambas chegarão ao solo com a mesma aceleração.
trajeto da criança no escorrega?
b) Ambas levarão o mesmo tempo para descer os planos 2
inclinados.
c) Ambas chegarão ao solo com a mesma velocidade.
a) 36
d) A velocidade ao chegar ao solo e a aceleração de
ambas serão diferentes. b) 80
c) 560
Pelo princípio da conservação da energia mecâni- d) 640
ca toda energia potencial gravitacional (altura) e) 720
é transformada em energia cinética (velocidade).
Essa transformação depende apenas da altura e Pelo princípio da conservação da energia mecâni-
massa dos corpos. Como esses dois dados são iguais ca e analisando o enunciado da questão, percebe-se
- que toda energia potencial gravitacional (altura)
ma. Resposta: Letra C. teria que ser convertida em energia cinética (veloci-
dade). Porém, como a questão nos informou a exis-
4. (QUADRIX – 2017) Segundo o princípio da conser-
vação da energia, a energia mecânica total de um parte dessa energia será perdida (e é essa perda que
sistema que não sofre a ação de forças externas per- estamos procurando).
manece constante. Assim, a energia é conservada Para sabermos o valor da perda basta calcular os
quando a energia mecânica total é inalterada. Com valores dos dois tipos de energia e subtrair os resul-
base no princípio da conservação da energia, julgue o tados. Sendo m = 40 kg, g = 10 m/s², h = 1,80 m, v =
item a seguir, considerando que a aceleração da gravi- 2 m/s, então:
dade (g) seja igual a 10 m / s2. Energia potencial gravitacional = m.g.h = 40.10.1,80
Uma bola de 380 g foi arremessada verticalmente, = 720J
de baixo para cima, com velocidade inicial de módulo
igual a 10 m/s. A altura máxima (h), em metros, que a
bola atinge, supondo que a resistência do ar seja des- Energia cinética = = = 80J
prezível, está situada no intervalo 4,8m<h< 5,1 m. 2 2
Perda de energia pelo atrito = Epg – Ec = 720J – 80J =
232 640J. Resposta: Letra D.
COLISÕES
HORA DE PRATICAR!
1. (CESPE – 2018)
5. (CESPE – 2019)
tiro ao alvo com arma de fogo: o alvo é um círculo de
20 cm de diâmetro e está localizado a 50 m da extre-
midade do cano da arma. O cano da arma e o centro do
alvo estão à altura de 1,5 m do solo.
d = 50 m Figura l
alvo
Figura ll
6. (CESPE – 2019)
tiro ao alvo com arma de fogo: o alvo é um círculo de 2
Sabendo que 2 considere que 10 m/s
2
Figura l
Figura ll
2
-
preze a resistência do ar.
a) 4,0 m/s.
b) 8,0 m/s.
c) 16,0 m/s.
d) 0,8 m/s.
e) 3,2 m/s.
235
Quando um foguete se movimenta no espaço vazio, 14. (CESPE – 2017)
-
sa é eliminada na forma de gases ejetados. Como
esses gases adquirem algum momento, o foguete
recebe um momento compensador no sentido oposto,
sendo, portanto, acelerado como resultado da propul-
são dos gases ejetados.
-
são idealizado pelo cientista russo Konstantin Tsiol-
, que se
desloca com velocidade v, sofre, em certo instante,
a) 206 m/s.
b) 208 m/s.
c) 200 m/s.
d) 202 m/s.
e) 204 m/s.
GABARITO
1 ERRADO
2 ERRADO
3 CERTO
4 E
5 ERRADO
6 ERRADO
7 A
8 C
9 ERRADO
10 ERRADO
11 B
12 CERTO
13 ERRADO
14 CERTO
15 D
ANOTAÇÕES
FÍSICA
237
ANOTAÇÕES
238
Feitas essas distinções e estabelecidos alguns con-
ceitos simples, vamos preparar uma tabela bastante
objetiva que vai ajudar nas revisões sobre esse ponto
cobrado nas provas.
universal e atemporal. Seu objeto de estudo são prin- Fica relacionada à A moral transforma a
BASE cará- reflexão em ação.
cípios fundamentais das ações e do comportamento
ter especulativo.
humano. A moral, por sua vez, é uma construção social.
Sendo assim, está condicionada a sociedade que a cerca,
que a contém. A moral tem um aspecto muito mais obje- As provas de concurso costumam cobrar essa maté-
tivo e representa um momento e uma cultura. ria com questões que trazem expressões como: “bom
Alguns autores trazem ética e moral como sinôni- comportamento”, “boa conduta” ou “o bem”, e que aca-
mos, mas você precisa ter muito cuidado, pois, apesar
de serem semelhantes e abordarem a “mesma coisa” tratando de ética ou moral, pois, apesar das distinções
por perspectivas diferentes, as bancas dos concursos que já estudamos, o limiar de diferenças é tênue.
estabelecem distinções entre esses termos.
Pronto! Temos uma distinção clara: cobrada com base nos fundamentos apresentados nas
questões, lembrando que a moral se funda nos costu-
Princípios
mes e tradições, enquanto a ética se baseia na razão e
Universal,
Ética fundamentais ações
atemporal
do comportamento
REFERÊNCIAS
Construção Representa um
-
Moral social, ligada a momento e uma
sua sociedade cultura
gem. SP: Martins Fontes (2003).
- Impessoalidade:
Lei de improbidade
Administrativa:
cação” dos princípios e de apresentá-los como valo- Princípios
garantia de princípio
res será exercido em um nível seguinte por meio das
regras ou normas a serem estabelecidas.
Nas palavras de Francisco Amaral (2017): Princípio Regra Valor
Os princípios são Os princípios são
juízos de valor, ou será exercido em juízos de valor, ou
[...] são pensamentos diretores de uma regulamentação seja, são abstratos e um nível seguinte seja, são abstratos e
através das regras
Dica ÉTICA-ciência,
atemporal e
O servidor público deve compreender o dever e a MORAL-pessoal, universal
vinculada ao local
honra que existe em servir à sociedade. e ao tempo
REFERÊNCIAS
princípios, mas nós precisaremos destes contornos Art. 116 São deveres do servidor:
para, mais adiante, estudarmos os procedimentos IX - manter conduta compatível com a moralidade
administrativo disciplinares, o código de ética pro- administrativa;
-
Podemos, ainda, trazer duas conceituações para o
Legalidade: faz referência ao respeito estrito da tema a partir do exposto na literatura do assunto. Para
lei. Também é chamado de princípio do procedimento Meirelles (1999, p. 83): “Não se trata – diz Hauriou, o
formal. Obriga o poder público a atuar em conformi- sistematizador de tal conceito – da moral comum, mas
dade com a lei, na consecução do interesse público. sim de uma moral jurídica, entendida como “o con-
Impessoalidade: na Administração Pública não junto de regras de conduta tiradas da disciplina inte-
há vontade pessoal, há apenas o condicionamento à rior da Administração.”
norma legal. O Administrador Público age em defesa Já para Moraes (2004, p. 315): “Pelo princípio da
dos interesses públicos coletivos, e nunca em seu inte- moralidade administrativa, não bastará ao adminis-
resse pessoal ou de apenas alguns. trador o estrito cumprimento da estrita legalidade,
Moralidade: um dos princípios mais abrangentes, devendo ele no exercício de sua função pública, respei-
pois a moral administrativa exige a conformação do tar os princípios éticos de razoabilidade e justiça, pois a
ato com a lei e com o interesse coletivo. moralidade constitui, a partir da Constituição de 1988.
Publicidade: a publicidade é um princípio necessá- Pressuposto de validade de todos atos da administra-
rio e que deve ser a todo momento repensado, ou seja,
ção pública.”
deve ser preparado para que seja presente e funcional.
Desta forma, o cidadão deve ter acesso à informação e
REFERÊNCIAS
essa informação deve ser completa e inteligível.
: é mais moderno que os demais. Fru-
to da Emenda Constitucional 19/98. É um princípio -
importante e legítimo, pois impõe ao servidor dever blica Federativa do Brasil. Brasília, DF: Centro Grá-
Importante!
Merece destaque o ponto do art. 12-A da lei
9.203/17: “
”.
PROMOÇÃO DA ÉTICA E DE REGRAS DE CONDUTA Terminado o texto da lei, vamos nos deter nas
PARA SERVIDORES regras deontológicas que fazem parte do anexo, assim
no capítulo I, seção I temos alguns incisos que mere-
cem o devido comentário e os demais são de leitura
do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171, de 1994) obrigatória, são eles:
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes
- serão direcionados para a preservação da honra e
ção Pública Federal direta e indireta como destinatá- da tradição dos serviços públicos.
rios da medida. O prazo para implementação foi de 60
(sessenta) dias, inclusive a Constituição da respectiva As palavras destacadas são de suma importância
Comissão de Ética que será integrada por três servi- para esta primeira parte e precisam ser sempre lem-
dores ou empregados titulares de cargo efetivo ou bradas. É interessante que você as decore!
emprego permanente.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar
o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e
art. 37,
caput § 4°, da Constituição Federal.
Essa informação despenca nas provas de concur- prestação do serviço, não caracteriza apenas ati-
so. Fique atento! tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
principalmente grave dano moral aos usuários dos
serviços públicos.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público
perante a comunidade deve ser entendido como
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como Mais uma vez o Código de Ética demonstra seu
cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse interesse pelo desempenho do serviço público. Desta
trabalho pode ser considerado como seu maior vez, apresentando condutas que demonstram falta de
patrimônio. comprometimento.
VI - A função pública deve ser tida como exercí
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às
particular de cada servidor público. Assim, os ordens legais de seus superiores, velando atenta-
fatos e mente por seu cumprimento, e, assim, evitando a
poderão acrescer ou conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e
diminuir o seu bom conceito na vida funcional. o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis
de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência
no desempenho da função pública.
privada do servidor é relevante para o desempenho XII - Toda do servidor de
seu local de trabalho é fator de desmoralização
sua vida privada podem afetar diretamente sua car- do serviço público, o que quase sempre conduz à
reira no serviço público. desordem nas relações humanas.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, inves- Geralmente somos cobrados nesse ponto da maté-
tigações policiais ou interesse superior do Estado
e da Administração Pública, a serem preservados
em processo previamente declarado sigiloso, nos
termos da lei, a publicidade de qualquer ato XIII - O servidor que trabalha em harmonia com
a estrutura organizacional, respeitando seus cole-
e moralidade, ensejando sua omissão comprome- gas e cada concidadão, colabora e de todos pode
timento ético contra o bem comum, imputável a
ÉTICA E CIDADANIA
seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo
Federal e Comissões de Ética (Decreto nº 6.029, de
DAS COMISSÕES DE ÉTICA 2007)
corrupção endêmica e defende que está é uma visão I - observância da publicidade como preceito geral
equivocada e injusta do funcionalismo. e do sigilo como exceção;
A intenção do código é claramente demonstrar que II - divulgação de informações de interesse público,
o exemplo “virá de cima” e que as condutas adotadas independentemente de solicitações;
pelos maiores gestores serão o modelo que ilumina e III - utilização de meios de comunicação viabiliza-
guia a condutas das demais categorias de servidores. dos pela tecnologia da informação;
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de
transparência na administração pública;
V - desenvolvimento do controle social da adminis-
Importante! tração pública.
O Código trata de um conjunto de normas que
sujeitam as pessoas nomeadas pelo Presidente Estamos selecionando os artigos de maior incidên-
da República para ocupar qualquer dos cargos cia e é inevitável realizar a leitura destes tópicos. Eles
previstos no código. É certo que a transgressão precisam ser lidos e repetidos, pois estarão presentes
dessas normas não implicará, necessariamen- em concursos.
te, em ilícito, mas, principalmente, em descum- Em seu artigo 3° (Decreto n° 7.724/12) o regula-
primento de um dever moral e dos padrões de
qualidade estabelecidos para a conduta da Alta
I - informação - dados, processados ou não, que
Administração. podem ser utilizados para produção e transmis-
são de conhecimento, contidos em qualquer meio,
suporte ou formato;
As punições previstas no Código de Conduta da Alta II - dados processados - dados submetidos a qual-
Administração Pública são de caráter político: advertên- quer operação ou tratamento por meio de proces-
cia e “censura ética”. Como máxima sanção está prevista samento eletrônico ou por meio automatizado com
a sugestão de exoneração, dependendo da gravidade o emprego de tecnologia da informação;
da transgressão. Isso implica que o transgressor pode, III - documento - unidade de registro de informa-
também, ser exonerado ad nutum por quem o nomeou. ções, qualquer que seja o suporte ou formato;
Ou seja, não basta ser ético, é necessário também pare- IV - informação sigilosa - informação submetida
cer ético, em sinal de respeito à sociedade. temporariamente à restrição de acesso público em
razão de sua imprescindibilidade para a seguran-
ça da sociedade e do Estado, e aquelas abrangidas
pelas demais hipóteses legais de sigilo;
V - informação pessoal - informação relacionada à
ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA -
CIDADANIA va à intimidade, vida privada, honra e imagem;
VI - tratamento da informação - conjunto de ações
ÉTICA E CIDADANIA
Reparem que entre a lei e o decreto existe uma cer- um prazo suplementar de mais 10 dias. O prazo máxi-
ta diferença. Na lei 12.527/11, temos o seguinte: mo para entrega dos dados é, nos exatos termos que o
CESPE cobra, “de até 30 dias”.
Art. 1° Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a O decreto e a lei proíbem exigências relativas aos
serem observados pela União, Estados, Distrito motivos do pedido de acesso à informação, além disso,
- existe a ferramenta do recurso quando os dados forem
so a informações previsto no inciso XXXIII do art. negados. Reparem no texto do art. 21 do Decreto:
5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216
da Constituição Federal. Art. 21 No caso de negativa de acesso à informa-
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: ção ou de não fornecimento das razões da negativa
I - os órgãos públicos integrantes da administração do acesso, poderá o requerente apresentar recurso
direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluin- no prazo de dez dias, contado da ciência da deci-
do as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério são, à autoridade hierarquicamente superior à que
Público; adotou a decisão, que deverá apreciá-lo no prazo de
II - as autarquias, as fundações públicas, as empre- cinco dias, contado da sua apresentação.
sas públicas, as sociedades de economia mista e
demais entidades controladas direta ou indire- Importante também se atentar aos graus de sigilo
tamente pela União, Estados, Distrito Federal e que são apresentados no art. 26 do Decreto:
Municípios.
Art. 26 A informação em poder dos órgãos e enti-
Já no Decreto 7.724/12, a abrangência se apresenta dades, observado o seu teor e em razão de sua
da seguinte maneira: imprescindibilidade à segurança da sociedade ou
-
Art. 5º Sujeitam-se ao disposto neste Decreto os creto, secreto ou reservado.
órgãos da administração direta, as autarquias, as
fundações públicas, as empresas públicas, as socie- Assim como é importante gravar os graus de sigilo,
dades de economia mista e as demais entidades é importante gravar também os prazos máximos para
controladas direta ou indiretamente pela União. cada um dos graus:
O artigo 7º da LAI (Lei de Acesso à Informação) é
um tesouro para o candidato e as informações de Art. 28
maior destaque falam sobre 3 pontos: orientação, seguintes:
- I - grau ultrassecreto: vinte e cinco anos;
mação incompleta. Veja só: II - grau secreto: quinze anos; e
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei III - grau reservado: cinco anos.
compreende, entre outros, os direitos de obter:
I - orientação sobre os procedimentos para a con- Pessoal, o artigo 29 trata da segurança das infor-
secução de acesso, bem como sobre o local onde mações que puderem colocar em risco a segurança do
poderá ser encontrada ou obtida a informação Presidente da República, Vice-Presidente e seus cônju-
250 almejada;
grau maior prazo de proteção que a lei possui é o relativo a
mandato em exercício ou do último mandato, em esse tema. Nesse ponto é necessário realizar a leitura
caso de reeleição. completa do artigo 55 do Decreto 7.724/13.
Agora vamos tratar sobre a competência para clas-
Art. 55 As informações pessoais relativas à intimi-
quem pode o mais pode o menos. Ex: a autoridade
órgãos e entidades:
I - terão acesso restrito a agentes públicos legal-
menos sigilosa. mente autorizados e a pessoa a que se referirem,
dos seguintes cargos, de acordo com o grau de sigilo: prazo máximo de cem anos a contar da data de sua
produção; e
Grau ultrassecreto: Presidente da República; II - poderão ter sua divulgação ou acesso por tercei-
Vice-Presidente da República; Ministros de Esta- ros autorizados por previsão legal ou consentimen-
do e autoridades com as mesmas prerrogativas; to expresso da pessoa a que se referirem.
Comandantes da Marinha, do Exército, da Aero- Parágrafo único. Caso o titular das informações
náutica; e Chefes de Missões Diplomáticas e Con- pessoais esteja morto ou ausente, os direitos de que
sulares permanentes no exterior. trata este artigo assistem ao cônjuge ou compa-
Grau secreto: todas as autoridades anteriores nheiro, aos descendentes ou ascendentes.
+ titulares de autarquias, fundações, empresas
públicas e sociedades de economia mista. Existe mandamento expresso no Decreto para que
Grau reservado: todas as autoridades anteriores o tratamento das informações pessoais seja feito de
+ as que exerçam funções de direção, comando ou forma transparente e com respeito à intimidade, vida
-
privada, honra e imagem das pessoas, bem como às
riores (DAS), nível DAS 101.5 ou superior, e seus
liberdades e garantias individuais.
equivalentes.
TRATAMENTO DE CONFLITOS DE INTERESSES E
ou secreto serão preservadas mesmo depois de venci- NEPOTISMO (LEI Nº 12.813, DE 2013 E DECRETO Nº
do seu prazo de sigilo, ou seja, serão sigilosas durante 7.203, DE 2010)
As informações sobre condutas que impliquem de cargo ou emprego no âmbito do Poder Executivo
violação dos Direitos Humanos praticadas por agen- federal, os requisitos e restrições a ocupantes de cargo
tes públicos ou a mando de autoridades públicas não
ou emprego que tenham acesso a informações privile-
giadas, os impedimentos posteriores ao exercício do
grau de sigilo nem ter seu acesso negado.
Outro ponto que é constantemente cobrado é o art. -
42. do Decreto 7.724/12. O referido artigo determina
que não poderá ser negado acesso às informações Submetem-se ao regime desta Lei os ocupantes dos
necessárias aos processos judiciais ou administrativos seguintes cargos e empregos de acordo com o art. 2º:
de sigilo.
Art. 3º (...)
Informações pessoais
confronto entre interesses públicos e privados, que
As informações pessoais têm grande proteção no -
sistema de acesso à informação e, dessa forma, pre- ciar, de maneira imprópria, o desempenho da fun-
servam a integridade e a vida privada. Reparem que o ção pública; e
251
II - informação privilegiada: a que diz respeito a Ainda que o cargo ou emprego já não esteja mais
assuntos sigilosos ou aquela relevante ao proces- sendo ocupado, ainda existem situações que podem
so de decisão no âmbito do Poder Executivo federal
Importante!
pública direta e indireta em qualquer dos poderes Para as vedações previstas na lei 7.203/10
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante desig-
são consideradas como incluídas no âmbito
de cada órgão as autarquias e fundações a ele
vinculadas.
“A Súmula Vinculante é um mecanismo cons-
titucional de uniformização da jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal que possui força norma- Ficam vedadas, no âmbito dos órgãos e entida-
ÉTICA E CIDADANIA
tiva sobre os órgãos do poder judiciário, bem como des, as nomeações, contratações ou designações de
sobre toda a administração pública direta e indire- familiar de Ministro de Estado, familiar da máxima
ta, nas esferas feral, estadual e municipal.” autoridade administrativa correspondente ou, ainda,
familiar de ocupante de cargo em comissão ou fun-
Pontos que devem ser revisados sempre que se -
pensa em nepotismo to, para C.C. ou F.G., contratação para atendimento a
necessidade temporária ou de excepcional interesse
A súmula vinculante 13 veda a prática de nepotis- público (sem processo seletivo) ou estágio (sem pro-
mo na administração pública direta e indireta em -
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do quer formas de ajuste que caracterizem forma de
Distrito Federal e dos Municípios. Considerando burlar as restrições ao nepotismo. 253
Entram nesse tipo e restrição as designações recí- Um servidor público possui o dever de resistir às
procas envolvendo órgão ou entidade da adminis- pressões de superiores em hierarquia, interessados
tração pública federal. Existem casos especialmente ou contratantes que visem obter vantagens, favo-
vedados e são os relativos aos familiares do Presi- res ou qualquer outro benefício em função de ações
dente da República e do seu Vice, nessas situações, as indevidas.
vedações se abrangem todo Poder Executivo Federal.
impedida a manutenção de familiar (ocupante de C.C. 5. (CESPE – 2013) Julgue o item que se segue, relativo à
ou F.G.) sob subordinação direta do agente público.
ética no serviço público.
A Controladoria Geral da União é a responsável
O servidor que tentar iludir determinada pessoa que
necessite de atendimento no serviço público praticará
- conduta vedada pelo respectivo código de ética, que
tro de Estado, autoridade administrativa correspon- prevê a possibilidade de aplicação da penalidade de
dente ou, ocupante de cargo em comissão ou função censura.
GABARITO
1 CERTO
2 ERRADO
3 CERTO
4 ERRADO
5 CERTO
6 ERRADO
7 CERTO
8 ERRADO
9 ERRADO
10 CERTO
11 CERTO
ÉTICA E CIDADANIA
ANOTAÇÕES
255
ANOTAÇÕES
256
GEOPOLÍTICA BRASILEIRA
O Brasil está localizado na porção centro-oriental na América do Sul e é o maior país em extensão territorial do
subcontinente. O território é cortado pela Linha do Equador e pelo Trópico de Capricórnio, totalizando uma área
de 8.515.767 km2
extensões territoriais do mundo está em quinto lugar, tratando de terras descontínuas, e quarto lugar, conside-
rando terras contínuas.
O país possui 23.086 km de fronteiras, destes 15.719 km são fronteiras terrestres, sendo que somente dois
países da América do Sul (Chile e Equador) não fazem fronteira com nosso país. A costa brasileira é banhada pelo
Oceano Atlântico e constitui um total de 7.367 km, indo do Cabo Orange ao Arroio Chuí.
GEOPOLÍTICA BRASILEIRA
257
A base da fronteira política de uma nação ou país
ENTRADAS BANDEIRAS
Expedições organizadas As Bandeiras foram expe-
pela Coroa Portugue- dições realizadas entre os
sa, que antecederam as -
Bandeiras e possuíam os ciadas por particulares,
objetivos de explorar o como os objetivos de tam-
território, auxiliar no ma- bém realizar o processo
peamento do território de ocupação do interior
brasileiro, estabelecer no- do país, capturar escravos
vas áreas de currais para que haviam fugido e o prin-
a criação de gado e no- cipal objetivo era buscar
vas terras para a prática áreas que possuíam re-
da agricultura. Posterior- servas de ouro, tendo em
mente, essas atividades vista que as primeiras ex- Fonte: Google Imagens.
passaram a ter objetivos pedições com esse obje-
variados, como por exem- tivo foram realizadas logo Tratado de Petrópolis (1903) - Durante o século
plo: conquistar territó- após a descoberta das XIX, ocorreram várias mudanças políticas em âmbito
rios ocupados por índios, primeiras minas de ouro nacional, em especial a partir de 1822, quando o Brasil
capturar índios para o em MG. Posteriormente, torna-se independente de Portugal, e após esse evento
trabalho em lavouras, na os Bandeirantes foram houve a consolidação do Império, período que ocor-
mineração, a captura de ocupando territórios no reu uma forte centralização política, evitando assim a
escravos refugiados, den- interior do país, para bus-
tre outros. car novas reservas desse XIX, um importante ciclo econômico desenvolveu-se na
mineral. região Amazônica (o Ciclo da Borracha), que motivou
a migração de milhares de pessoas para a região que
No mapa a seguir, pode-se observar os limites ter- vislumbravam através da exploração do látex uma for-
ma de fazer fortuna e ter uma vida melhor. Ao navegar
258 Tordesilhas. pela margem direita do Rio Amazonas, diversos grupos
hoje correspondem ao território do estado do Acre. Foi decidido o pagamento de uma indenização de dois milhões
de libras esterlinas, e a construção de uma saída para o Oceano Atlântico – a Ferrovia Madeira-Mamoré, pois o país
vizinho (Bolívia) havia perdido para os chilenos sua única saída para o mar.
A nova faixa pertencente ao território brasileiro encontrava-se – e ainda está assim – distante dos principais cen-
tros econômicos e políticos do país. Logo após a assinatura do acordo entre brasileiros e bolivianos, a região passou
a ser considerada um território federal, subordinado a administração localizada no Rio de Janeiro. No ano de 1962,
o presidente João Goulart homologou a lei que colocava o território do Acre na condição de estado da federação, pas-
sando assim a possuir administração própria e com seus respectivos poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo).
26 estados;
Um Distrito Federal.
“É a forma de organização do Estado adotada pelo Brasil que se caracteriza pela coexistência de um poder sobera-
no e diversas forças políticas autônomas, unidas por uma Constituição. Os entes que compõem a federação são: a
União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. A CF fala também em Territórios, divisões político-
-administrativa que, atualmente, não existem.”
* O Distrito Federal é uma unidade da federação e não é subdivisão de qualquer município. 259
nessa época e sua produção era voltada exclusiva-
A DIVISÃO INTER-REGIONAL DO mente para o mercado europeu.
TRABALHO E DA PRODUÇÃO NO Neste período, devido a demanda de crescimento
-
BRASIL
ção para atender a demanda de consumo do merca-
do interno (porém nada que substituísse totalmente
os grandes produtos da economia brasileira), nestes
com base nas relações de poder que são estabelecidas
espaços secundários que aqui se formaram podemos
através dos diversos modos de produção e podem ser
destacar a produção de tabaco, algodão e cacau, em
motivadas por fatores sociais, políticos, econômicos
especial nas regiões do Recôncavo Baiano, Sertão Nor-
internos e externos, condicionados ao longo do tempo.
destino e sul da Bahia.
A formação de Estados com governos centraliza-
A estrutura produtiva era moldada de acordo com
dos (fruto da aliança entre rei e burguesia) provocou
as necessidades, nas grandes propriedades existia
-
um complexo de produção constituído por engenho,
grado, nesse período, começava a articulação entre o
casa grande, senzala, áreas destinadas para a pecuá-
modo de produção capitalista (alteração das relações
ria, enquanto nas pequenas e médias propriedades
servis por um sistema assalariado).
o modelo dominante era a subsistência, que visava
A chegada dos colonizadores europeus na Améri-
atender aos interesses de pequenos grupos que habi-
ca provocou uma desorganização e uma desestrutu-
tavam as imediações das macroestruturas produtivas.
ração do espaço nativo aqui existente e a instalação
A sociedade era patriarcal e escravagista, sendo
de um processo de colonização de exploração, com
total submissão política e econômica aos interesses vida política e na economia.
- A concorrência da cana-de-açúcar produzida nas
cializado através do Pacto Colonial – onde a colônia Antilhas contribuiu para a decadência deste ciclo eco-
só podia estabelecer relações comerciais com sua res- nômico. A região da Zona da Mata entra em proces-
pectiva metrópole), sendo assim, esta mercantilização so de marginalização dentro da estrutura econômica
- brasileira, principalmente após a transferência da for-
cos distintos, separados por uma hierarquia colonial, ça produtiva para a região Sudeste.
estabelecida pelo pacto citado anteriormente. O mapa a seguir mostra os principais ciclos eco-
Até os anos 30 do século XX, a economia brasileira nômicos desenvolvidos no período colonial, com um
foi predominantemente agroexportadora, com base maior destaque para as atividades realizadas durante
na relação escravista de trabalho, que perdurou até o século XVIII.
- É importante destacar atividades que foram desen-
mente a escravidão no país. volvidas de forma paralela, porém simultânea, como
O Brasil colônia tinha como principal função ser- por exemplo a pecuária, com papel extremamente
vir como um complemento da economia da metrópo- importante no processo de interiorização do nosso
le europeia, aqui houve uma ocupação do litoral em país.
maior escala em detrimento da ocupação das porções
interiores do território no início da colonização, fato
este que proporcionou desigualdades regionais que
ainda podem ser observadas até os dias atuais.
O sistema de plantation (latifúndios com a práti-
ca da monocultura de gêneros tropicais) pautava a
macroeconomia nacional, dessa forma, o Brasil cons-
processo de escravidão.
Neste período histórico, o produto que impulsio- A partir de 1929, em especial com a quebra da
nou a economia brasileira foi o café, e isso contribuiu Bolsa de Nova York, ocorreram profundas alterações
para o fortalecimento da aristocracia no sudeste do nas relações econômicas globais. No Brasil essa crise
país (região que concentrava a produção deste gênero internacional foi sentida no modelo agrário exporta-
agrícola). Ocorreram investimentos pesados no setor dor, em especial no espaço cafeeiro. A política do café
e toda a produção era destinada à exportação. com leite (Minas Gerais e São Paulo se revezavam na
Os espaços econômicos continuaram elitistas e as presidência da República), foi interrompida com a
desigualdades e injustiças sociais continuaram per- chegada de Getúlio Vargas no poder, que promoveu
meando a sociedade brasileira. Um dos grandes pro- mudanças políticas importantes no país.
Vargas incentivou a industrialização, tendo em
blemas sociais da época era a concentração fundiária
vista que o país necessitava de produtos e sem condi-
(a Lei de Terras de 1850 contribuiu para o aumento
ções de importar – a demanda de produção industrial
A necessidade de investir na infraestrutura para consumo interno, dessa maneira o espaço econômico
atender a demanda de produção de café era cada vez brasileiro que era fortemente ligado ao agrário rural
mais intensa, foram realizados investimentos ele- foi gradativamente transferido para o urbano indus-
vados no transporte ferroviário, por exemplo, que trial, com destaque para o eixo São Paulo – Rio de
era a principal forma de ligação das áreas produto- Janeiro, que já contava com uma infraestrutura que
ras de café com os principais portos da época. O café favorecia essa mudança, além de contar com mercado
chegou a representar cerca de 65% das exportações consumidor em crescente expansão e capitais dispo-
brasileiras. níveis, provenientes da produção cafeeira.
Neste momento, a crise agrária e o pulsante desen-
GEOPOLÍTICA BRASILEIRA
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), desenvolveram novos critérios e, de acordo com os estudos realizados, as
regiões metropolitanas sofreram alterações, que são as áreas conturbadas nas grandes metrópoles. Esse estudo con-
siderava a existência de 23 regiões metropolitanas, hoje já são 36 regiões. Os aspectos levados em consideração são os
seguintes:
Nas regiões metropolitanas mais populosas concentram-se cerca de 37,26% da população do país.
-
mente uma metrópole.
dos estados e dos municípios se refere a 1° de julho de 2020. População cresceu 0,77% em relação a 2019. O estado
de São Paulo segue na liderança, com 46,289 milhões de pessoas. Desses quase 84% vivem nas cidades e pouco
A heterogeneidade da população brasileira é uma marca em sua história, pois a população se distribui de
forma irregular pelo território nacional desde o período colonial. Onde a maior concentração populacional ocor-
ria na porção oriental do país, em uma faixa que tem a extensão aproximada de 200 quilômetros entre a faixa
litorânea e o interior. No mapa abaixo podemos ver como está distribuída a população pelo território brasileiro.
264
As razões para esta maior concentração populacio- centro-oeste e norte estão passando por um processo
nal nas porções centro-sul e litorânea do país se devem de desenvolvimento).
aos ciclos econômicos realizados ao longo da nossa his-
tória. Nosso país possui uma ocupação territorial diver- Já o termo povoado
O termo populoso refe- refere-se a forma como
re-se à quantidade total a população se distribui
unidades da federação densamente povoadas, exemplos de pessoas em um país, pelo território, esse termo
estado, município. Refe- também pode ser explica-
- re-se ao número total de do por população relativa
- habitantes de uma região, -
também conhecido como ca (número de habitantes
A concentração populacional na vertente (que população absoluta. por km² em uma determi-
nada área).
-
viu como um estímulo para a população nordesti-
na migrar para a porção central do país (havia uma
demanda de mão-de-obra elevada), fazendo com que
nos anos 60 a região Centro-Oeste fosse palco de uma
das maiores correntes migratórias da nossa história.
No sul do país, o processo de modernização da
agricultura (provocado pela mecanização do campo
(utilização de máquinas no processo de produção
Fonte: G1,2020.
agrícola) e a Revolução Verde) juntamente com a con-
centração fundiária (onde as terras pertencem a uma
MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS NO BRASIL
pessoa ou a um grupo econômico) na região, impul-
O deslocamento populacional interno (também sionaram o deslocamento de pessoas para a região
conhecido como migrações), ocorre em nosso país central do país.
desde o período colonial, porém estes movimentos se Os fatores que contribuíram para a expansão da
fronteira agrícola do Sudeste para o Centro-Oeste e,
a 1ª Guerra Mundial (1914 – 1918). logo depois para a região da Amazônia foram:
Na história do Brasil, nossa economia foi caracte-
rizada pelos ciclos ou fases, quando um determinado A construção de uma malha rodoviária que pro-
produto surgia e consolidava como o mais impor- moveu a integração das regiões do país;
tante. Dessa forma, ocorreram os seguintes ciclos O desenvolvimento de técnicas de correção dos
econômicos: solos do Cerrado;
A assistência realizada pelos engenheiros agrôno-
Ciclo da cana-de-açúcar (séculos XVI e XVII); mos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope-
Ciclo da mineração ou do ouro (século XVIII); cuária (Embrapa);
Ciclo da borracha (entre 1870 e 1910); -
266 duais e federal.
A inserção das regiões Norte e Centro-Oeste no processo produtivo do país fazia parte de um conjunto de ações
governamentais que tinham como objetivo principal promover a ocupação do interior do país e buscar a redução
das desigualdades existentes entre as regiões. Como proposta para auxiliar nesse processo foram criados órgãos
por exemplo de iniciativas nesse sentido, podemos citar a SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da
Amazônia) e a SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste).
A construção de grandes rodovias, como por exemplo a Belém-Brasília, a Transamazônica e a Cuiabá-Santa-
rém, bem como a criação de projetos agropecuários e para a extração de recursos minerais, como por exemplo
o Projeto Carajás (no Pará), foram algumas das medidas adotas para inserir a região Amazônica no contexto de
desenvolvimento nacional.
Alguns fatores como a instabilidade política e econômica que eram marcantes, principalmente nos anos 80,
foram responsáveis por uma mudança de comportamento nos processos migratórios inter-regionais do país. A
crise econômica proporcionou a desconcentração produtiva ( deslocamento de indústrias e suas estruturas para
impostos) que eram concedidos pelos governos municipais e estaduais, além do uso de mão-de-obra mais barata
intrarregionais.
Porém nas últimas décadas foi possível perceber uma redução do deslocamento de nordestinos para São Pau-
lo, por exemplo, na década de 1980, pela primeira vez na história o município registou uma saldo migratório
negativo: a diferença entre o número de pessoas que saíram e o número de pessoas que chegaram, entre 1980 e
1991, foi em torno de 750 mil. A maioria das pessoas que deixaram a metrópole do Sudeste foram para cidades
do interior do próprio estado, como Ribeirão Preto e Campinas. Muitas realizaram o fenômeno que no estudo da
1999 e 2004, cerca de 714 mil nordestinos deixaram o Sudeste e retornaram para a sua região de origem (isso se
deve ao fato de um maior desenvolvimento estar ocorrendo no Nordeste brasileiro).
GEOPOLÍTICA BRASILEIRA
estruturar o deslocamento de produtos e mercadorias te do país, facilitando assim uma maior integração
relacionados à economia cafeeira, este é o motivo para com outros vizinhos a América do Sul e até um maior
a consolidação deste meio de transporte na região
sudeste, principalmente. O transporte ferroviário tem ampliando as trocas comerciais, principalmente com
um alto custo no seu processo de implantação, mas os nações asiáticas.
custos relacionados a manutenção são relativamente Voltando ao transporte ferroviário, um trem pode
- ter uma carga que corresponde ao volume transporta-
- do por até 220 caminhões; um único vagão de metrô
tas até desativadas. -
Existem alguns projetos de construção de ferro- sageiros, caso que seriam necessários 5 ônibus ou 50
vias em andamento, embora vários estejam com suas carros. A capacidade de transporte é uma vantagem
obras inacabadas, mesmo com as verbas destinadas que os trilhos possuem em relação aos outros modais
pelo Governo Federal, por meio do PAC (Programa de de transporte, além de ser mais seguro, mais barato e
Aceleração do Crescimento), para o setor. O projeto menos poluente. Os investimentos no setor são vistos 269
como alternativas mais prudentes para transformar
os caminhos do país, transportando cargas pesadas e A INTEGRAÇÃO DO
também transportando pessoas nos grandes centros BRASIL AO PROCESSO DE
urbanos e populacionais. INTERNACIONALIZAÇÃO DA
Nosso país está longe da realidade de nações euro-
peias. Por exemplo, as linhas de metrô em nosso país
ECONOMIA
totalizam 309 quilômetros em todas as cidades que
O Brasil é um país com enorme potencial para se
dispõem desse tipo de transporte, enquanto isso,
somente em Londres, são 402 quilômetros. Em rela- após um crescimento considerável no início deste
ção ao transporte de cargas cerca de 25% dos produ- século, na última década o processo de crescimento
tos são escoados por vagões, enquanto na Rússia esse econômico e os números do nosso PIB (Produto Inter-
percentual gira em torno de 88%. no Bruto – total de riquezas que o país produz em um
A movimentação sobre trilhos no Brasil passou a determinado período) vem apresentando resultados
ser um pouco maior nos últimos anos, no ano de 2016
o volume de cargas transportadas registrou o número -
de 503 toneladas, um aumento de 29,3% em relação nomia dentro desta lógica de internacionalização.
ao número registrado em 2006 e quase o dobro do A internacionalização econômica pode ser com-
volume de cargas nesse meio de transporte no ano de preendida como um grande mercado, resultado máxi-
1997. Dois produtos que são essenciais e importantes mo do processo de globalização. A partir dos anos 90,
para a economia do país, a soja e o minério de ferro, -
foram os responsáveis para alavancar esses números. mo e socialismo, que era determinada pela Guerra
Fria, as nações do mundo começaram um processo de
Nos centros urbanos em diversas regiões, o trans-
estreitamento de laços, por meio da superação de bar-
porte sobre os trilhos vem ganhando importância.
O Brasil tem mais de 1.062 quilômetros para trens ,
barreiras políticas e ideológicas.
metrôs e VLT’s (veículos leves sobre trilhos), esses O modelo de um mundo globalizado e o processo
meios de transporte registraram um aumento em tor- de internacionalização ultrapassam qualquer barrei-
no de 37,4% na quantidade de passageiros na última ra de esfera econômica, e abrangem áreas como ciên-
década, para atender a esta demanda de crescimen- cia, política, cultura, etc.
to, houve a ampliação de 6,7% na extensão de linhas Mesmo sabendo que o processo de globalização
operacionais, 10,3% no número de estações, 17,6% no pregava uma maior interação entre os povos e nações
número de linhas. Por exemplo, o número de pessoas nos aspectos políticos, econômicos, culturais, territo-
que se deslocam diariamente na região metropolitana -
de São Paulo por meio dos sistemas de metrô ferroviá- ção de uma Nova Ordem Mundial, o que podemos
rios representa cerca de 70,4% do volume nacional, perceber hoje é um processo exatamente ao contrário,
que corresponde a 8,5 milhões de pessoas. que podemos chamá-lo de desglobalização, no qual os
O transporte sobre trilhos é recomendado para países promovem a adoção de medidas protecionistas
deslocamento por longas distâncias, principalmente e restritivas, que acabam por difundir uma tendên-
transporte de cargas, o que resulta em economias, por cia da sociedade moderna que é caracterizada por
um fechamento total, uma espécie de isolamento. Um
exemplo, no valor de um frete, que é quase a metade
exemplo deste processo é a Guerra Comercial entre os
se comparado com o modal rodoviário, o que poderia
-
cias, inovações tecnológicas, etc.
produto ao consumidor. Nosso país começa a se inserir nesse contexto
As vantagens relacionadas às questões ambien- com uma maior participação no cenário econômico
tais também são relevantes, o transporte ferroviário mundial, a partir dos anos 50, quando o então pre-
corresponde a um percentual de 25% do volume de sidente JK, desenvolve uma política governamental
cargas do país, e é responsável por apenas 2,2% das com a participação do capital provado tanto nacional
emissões de gases poluentes emitidos pelo setor de quanto internacional, que visava desenvolver o país
- em diversas áreas como (transportes, energia, por-
riam uma redução desses percentuais de poluentes
-
giriam uma gama maior de pessoas, pois onde passam conhecido como Plano de Metas, que tinha o seguinte
os cabos elétricos, passam também os cabos de inter- slogan: “Desenvolver o país 50 anos em 5.”
A política do governo associada à lógica do capital
esses serviços em diversas regiões. (investidores nacionais e estrangeiros), juntamente
O setor agrícola é altamente dependente do setor com a disponibilidade de mão-de-obra, um mercado
consumidor em constante expansão, reservas de fon-
de transportes, e caso ocorra a instalação de platafor-
tes de energia e de matérias primas contribuíram para
mas multimodais, o setor cresceria ainda mais em vis-
atrair empresas estrangeiras transnacionais para o
ta do potencial de produção agropecuário que o país
território brasileiro. O parque industrial brasileiro
tem, conforme registramos aqui no tópico Evolução da foi expandido, houve um crescimento na produção
estrutura fundiária no Brasil. Segundo dados da CNA industrial de bens de consumo duráveis (automóveis
(Conferencia da Agricultura e Pecuária do Brasil), a e eletrodomésticos).
participação deste setor no PIB gira em torno de 21,4%. O processo de industrialização do país ocorreu de
As políticas econômicas para o agronegócio vêm se forma tardia e o modelo de produção adotado foi o For-
270 dismo, um sistema tradicional que via a capacidade de
produção e a instalação dos grandes parques indus- As alíquotas são valores utilizados para calcular
triais como elementos fundamentais para o desen-
volvimento da atividade industrial. Esse modelo foi pela empresa, como impostos, taxas e contribuições.
concretizado com o presidente JK e foi ampliado de
empresários nos dias atuais está relacionada com a
(1964 -1985), os governos militares investiram de for-
ma pesada na infraestrutura, realizando várias obras já que o crédito concedido para tal ação depende ain-
da da autorização e do resguardo do Estado. A questão
que foram denominadas faraônicas, os investimentos
burocrática acaba emperrando todo o processo, dessa
ocorreram em áreas como usinas hidrelétricas, rodo-
forma o Brasil acaba por implantar as políticas econô-
vias, etc., em diversas localidades do país.
micas neoliberais como uma política de Estado.
No Sudeste brasileiro, em especial no estado de No início dos anos 2000, o país passou por um
São Paulo, os munícipios localizados no interior come- período de crescimento econômico bastante signi-
da década de 60 e os primeiros anos da década de 70, entrando no seleto grupo das maiores economias do
foram marcados pela ocorrência do Milagre Econômi- -
co Brasileiro, uma série de eventos e ações que ele- gente da economia mundial – e passou a fazer parte
varam nosso país ao posto de 8ª maior economia do do BRIC – grupo composto pelas economias emergen-
mundo, no ano de 1973, onde as taxas de crescimento tes do mundo no período: Brasil , Rússia, Índia e Chi-
do PIB brasileiro chegava a 10%. na, posteriormente o grupo passou a contar também
Entretanto, a implantação do modelo fordista em com a África do Sul (em 2011) e passou a se denomi-
nosso país promoveu sim, um crescimento econômi- nar BRICS.
co, que não foi acompanhado de um desenvolvimento O crescimento econômico do início do século não
estrutural regional. se repetiu na década seguinte e o país passou a enfren-
cocais-babacu-e-carnauba-sao-fontes-de-recursos.htm - acesso em
nov./2020.
Fonte: https://revistapesquisa.fapesp.br/esperanca-para-a-mata- longo dos cursos dos rios, são encontradas em diver-
atlantica/ acesso em nov./2020. sas partes do território brasileiro, quanto mais pró-
ximas dos cursos d’água, maior é a diversidade desta
Mata de Araucárias ou Mata dos Pinhais – Esta vegetação, são vegetações fechadas e ricas, à medi-
vegetação localiza-se ao longo do Planalto Meridional da que ocorre o afastamento do leito do rio, ocorre
(regiões sul e sudeste), com uma extensão que vai do a redução da umidade, e aos poucos vão aparecendo
estado de São Paulo até o Rio Grande do Sul, embora novas espécies que são menos necessitadas de água.
a maior concentração desta vegetação esteja no esta- São encontradas espécies como: sapucaia, paxiúba
do do Paraná. É conhecida como Mata de Araucária ou e palmeiras.
Floresta dos Pinhais (grande presença de pinheiros), é
uma formação vegetal presente no clima subtropical,
é homogênea e espaçada, suas folhas tem formato de
-
mos espécies vegetais como: pinheiro, erva-mate, etc.
Fonte: https://nossaciencia.com.br/noticias/a-seca-e-essencial-para-
a-caatinga/ - acesso nov./2020.
Cerrado:
tação baixa inferior, formada basicamente por gramí- Complexo do Pantanal: Denomina-se Comple-
neas (vegetação rasteira). O tipo climático presente xo do Pantanal o conjunto de diversas formações de
nas áreas onde ocorre o predomínio do Cerrado é o vegetação que estão presentes na área do Pantanal
Mato-Grossense, nesta região ocorrem inundações em
tropical subúmido, com duas estações bem distintas
períodos do ano, o que possibilita a existência de três
– uma chuvosa e outra seca, os solos do Cerrado são tipos de áreas: as áreas que estão sempre alagadas, as
em grande parte pobres e de baixa fertilidade (devido áreas que são periodicamente alagadas e as áreas que
estão livres de inundações.
aos altos índices de acidez). É comum a presença das
Como espécies de vegetais aqui nesta região, des-
seguintes espécies de vegetais: pau-terra, barbatimão tacam-se os diversos tipos de palmeiras do cerrado,
e as gramíneas ou vegetação rasteira. paratudo, capim-mimoso e vários bosques chaque-
nhos, com a presença de Quebracho e do angico, den-
tre outros tipos.
Fonte: https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2019/11/16/
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/cerrado.htm - acesso estudo-aponta-escassez-das-aguas-do-pantanal-mato-grossense.
274 nov./2020. ghtml - acesso nov./2020
Vegetação Litorânea: orginalmente (Amazônia, Araucárias e Mares de Mor-
ros – Mata Atlântica) e os outros correspondem a áreas
No Litoral brasileiro existem dois tipos de vegeta- com um predomínio de espécies vegetais herbáceas
ção, veremos a seguir cada uma delas: e arbustivas (Cerrado, Caatinga e Campos – também
conhecido como pradarias).
Vegetação das praias e das dunas (jundu) – São De acordo com os estudos do professor Ab’Sáber
vegetações arbustivas e herbáceas que conse- existem faixas de transição entre os domínios morfo-
guem sobreviver em solo arenoso, sofrendo fortes climáticos, como por exemplo o Pantanal, trechos de
Cerrado e também da Caatinga, assim como a Mata
e dos ventos). Nas praias a vegetação é mais mir- dos Cocais e a Vegetação Litorânea – Mangues).
rada (pobre – grande quantidade de sal e poucos Observe o mapa abaixo com os domínios morfocli-
nutrientes), enquanto nas dunas a vegetação é máticos do Brasil de acordo com os estudos do profes-
sor Ab’Sáber:
quantidade de nutrientes e menor quantidade de
cloreto de sódio presente na água do mar.
HORA DE PRATICAR!
1. (CESPE – 2019) No que diz respeito a populações tra-
dicionais, julgue o item a seguir.
Os povos indígenas, em sua diversidade, são um
exemplo de população tradicional que adota o siste-
ma de uso coletivo da terra e de seus recursos como
modo de vida sustentável e de combate à escassez.
2. (CESPE – 2018)
80
Fonte: https://cienciaeclima.com.br/mangues-afogados-pelo-
70 1950
aumento-do-nivel-do-mar/ - acesso nov./2020.
1960
GEOPOLÍTICA BRASILEIRA
60
1970
Domínios Morfoclimáticos do Brasil: 50 1980
1991
40
Os domínios morfoclimáticos podem ser com- 2000
preendidos como o resultado da interação entre os 30 2010
elementos físicos da paisagem (rocha, relevo, solo, 20
-
10
leiro Aziz Ab’Sáber realizou estudos e estabeleceu
0
10% 8% 6% 4% 2% 0% 2% 4% 6% 8% 10%
com o professor essa delimitação ocorre a partir de
uma abordagem integrada da natureza, ao estudar
brasileira entre 1950 e 2010. A. M. N. Vasconcelos; M. M. F. Gomes.
-
- Saúde, Brasília, 21(4):539-48, out.-dez./2012. Internet: <http://scielo.
iec.pa.gov.br> (com adaptações). 275
julgue o item, a respeito da população brasileira.
O processo de envelhecimento da população brasilei-
ra iniciou-se na década de 90 do século passado.
80
70 1950 5. (CESPE – 2008)
1960
60
1970
50 1980
1991
40
2000
30 2010
20
10
0
10% 8% 6% 4% 2% 0% 2% 4% 6% 8% 10%
7. (CESPE – 2019) O Brasil é o país com a maior concen- 9. (CESPE – 2017) Julgue o próximo item, acerca da for-
tração rodoviária de transporte de cargas e passagei- mação territorial e de questões ambientais brasileiras.
ros entre as principais economias mundiais. Segundo A disputa internacional pelo controle e pela biodiver-
dados do Banco Mundial, referente a 2013, 58% do sidade da porção brasileira do território amazônico
transporte no país é feito por rodovias — contra 53% levou o Brasil a instituir projetos de proteção da região
da Austrália, 50% da China, 43% da Rússia e 8% do baseados em tecnologia moderna.
Canadá.
Mapa Rodoviário - 216 10. (CESPE – 2016) País de território misto, marcado a um
só tempo pela continentalidade e maritimidade, o Bra-
sil tem, na análise dos clássicos da teoria geopolítica
relacionados ao poder naval (Mahan) e na da teoria
do poder terrestre (Mackinder), importantes questões
para a discussão de uma visão estratégica contem-
porânea, em um contexto em que há um importante
aumento da estrutura política e econômica do país no
cenário mundial.
8 CERTO
9 CERTO
13. (CESPE – 2016) País de território misto, marcado a um
só tempo pela continentalidade e maritimidade, o Bra- 10 CERTO
sil tem, na análise dos clássicos da teoria geopolítica 11 ERRADO
relacionados ao poder naval (Mahan) e na da teoria
do poder terrestre (Mackinder), importantes questões 12 CERTO
para a discussão de uma visão estratégica contem-
porânea, em um contexto em que há um importante 13 CERTO
aumento da estrutura política e econômica do país no
cenário mundial. 14 ERRADO
15 CERTO
Ronaldo Gomes Carmona. Geopolítica clássica e geopolítica
brasileira contemporânea: Mahan e Mackinder e a “grande
estratégia” do Brasil para o Século XXI. São Paulo: Universidade de
São Paulo, 2012 (com adaptações).
278
em estudos mais aprofundados que têm como objeti-
CONVERSAS FORMAIS E INFORMAIS Cognatos são palavras que possuem a mesma gra-
A comunicação se adapta e se transforma de acordo dois idiomas. Algumas palavras no inglês são exata-
com os contextos que estão inseridas. Em ambientes mente iguais no português e possuem o mesmo signi-
ou literário, a etiqueta exige certo grau de formalida-
palavras podem facilitar a leitura e a interpretação de
de para que a comunicação seja efetiva e as conversas
devem seguir um padrão, o padrão da norma culta da texto, pois são exatamente as mesmas.
língua. Já em conversas informais, a comunicação se Existem, porém, falsos cognatos, palavras que pos-
torna mais próxima da fala, diferentemente da comu-
nicação formal que se aproxima mais da escrita. O uso -
de expressões, gírias, contrações de palavras, entre pletamente diferentes. Sendo assim, é preciso ter mui-
outros elementos, podem tornar a conversa muito to cuidado durante a leitura e examinar o contexto em
menos complexa e relaxada, pois não exige que as que a palavra está inserida para que se possa inter-
nem mesmo sejam prioridade.
alguns exemplos de cognatos e falsos cognatos.
seres, podendo eles serem objetos, pessoas, luga- tivos, portanto saiba que a língua inglesa age
res, emoções, fenômenos da natureza, animais muitas vezes de forma neutra com relação a
etc.. Dentre todos os elementos importantes de questões linguísticas de gênero, ou seja, não faz
serem aprendidos em um outro idioma, os subs-
distinção entre gêneros (masculino, feminino,
tantivos compõem uma classe de palavras cruciais
para a construção de um bom aprendizado na lín- etc..).
gua inglesa, pois é a partir deles que se constitui
um vasto conhecimento de vocabulário. Podemos
O PLURAL DOS SUBSTANTIVOS
-
ns Quanto ao plural dos substantivos em inglês, é pre-
ciso observar algumas regras e exceções com relação
Proper nouns referem-se ao nome dos seres de
de regra, em geral é só acrescentar o –s ou -es, no caso
Caroline; Aus- de palavras terminadas em em –s, –ss, –ch, –sh, –x, –z
etc. 281
SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
Carro/carros YOU Você, tu
Você nunca liga para seus
Ônibus/ônibus parentes.
Fornada/fornadas
HE Ele
Colchão/colchões Ele deve ser mais
cuidadoso.
No entanto, no caso de alguns substantivos, quan-
do sua terminação for em -y precedido de uma con-
soante, é preciso retirar o -y e substituí-lo por -ies. SHE Ela
Ela faz mergulho todo
ano.
SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
Cidade/cidades
WE Nós
Nós estávamos muito
Quando a palavras terminadas em -f ou -fe, é neces- cansados depois do jogo.
sário tirar -f ou -fe e substituí-los pela partícula –ves.
Lobo/lobos
THEY Eles, elas
Esposa/esposas
casa no Natal.
Em outros casos, os substantivos são irregulares,
ou seja, tornam-se outra palavra ao serem passados Object Pronouns
para o plural. Veja alguns exemplos:
Criança/crianças
HIM Lhe, o, a ele
PRONOMES Nós deveríamos o telefo-
nar amanhã.
Os pronomes são palavras que podem substituir
em orações o nome próprio de um lugar, uma pessoa, HER Lhe, a, a ela
Eles decidiram convidá-la.
um objeto, um animal etc.. Quanto aos pronomes na
- Lhe, o, a, a ele,
IT Eles o alimentaram com
a ela (neutro)
sua comida
Pronomes Pessoais
US Nos
Eles nos demitiriam?
São eles as palavras que indicam pessoas, lugares,
objetos, animais, entre outros. Dentro deste grupo Vos, lhes, a
existem dois casos: subject pronouns, que agem como YOU Eu lhes darei um
vocês
sujeitos nas orações, os que realizam a ação; e object desconto.
pronouns, os que são objetos da ação ou “sofrem” a
ação na oração. Observe seu uso e exemplos: THEM Lhes, os, as
Por favor, avise-os.
Subject Pronouns
PRONOMES POSSESIVOS
A si, a si mes-
HIMSELF
mo, -se Ele ensinou a si
Meu, minha, mesmo como tocar
MINE Estas meias são
meus, minhas o violão.
minhas.
seguir alguns exemplos. This is the bus which takes me home (Este é o ôni-
bus que me leva para a casa)
Is this the girl whose house was robbed? (Esta é a
A mim, a mim garota cuja casa foi roubada?)
MYSELF Eu chequei eu
mesmo, -me He is the teacher who got arrested. (Ele é o profes-
mesmo.
sor que foi preso) 283
- Não se deve usar o artigo the antes de nomes pró-
panham o substantivo de maneira imprecisa, ou seja, prios, como Joana, Bianca, Vancouver, São Paulo
etc.).
Algum, Importante!
alguma,
SOME Há uma exceção para o caso de nomes próprios,
alguns, Deve haver alguma informação
algumas aqui,
pode-se usar o artigo quando falamos de
uma família de pessoas usando seu sobrenome,
Muitos, Ex.: (os Martins) (os
MANY
muitas Kennedy), (os Willsons), etc.
Muito,
MUCH
muita Nosso vizinho faz muito barulho. Não se deve usar o the antes de substantivos que
expressam ideia de generalização, caso contrá-
Todo,
EVERY toda, rio a ideia expressa passa a ser sobre um grupo
Ela conhece todos os quartos.
cada
Incorreto: The (Os maca-
PRONOMES INTERROGATIVOS
cos comem bananas)
Correto: (Macacos comem
- bananas).
ticos usados em perguntas para as quais as respostas
são um nome. Observe a seguir a tabela:
Não se deve usar o the antes de idiomas, como Ger-
man, English, French, Italian etc.
PRONOME RESPOSTA
PERGUNTA
INTERROGATIVO COM NOME Incorreto:
What city do (Eles estudam o português na escola)
What (que, o que, you prefer? Correto: (Eles
qual, quais) (Que cidade estudam português na escola)
você prefere? Londres)
Observe agora os casos em que se deve utilizar o
Where have artigo the:
you been?
Where (onde, aonde) (Estive Usa-se o the antes de substantivos únicos em sua
(Onde você
correndo no espécie ou para referir-se a um único ser de modo
esteve?)
parque?)
Who is that
(O oceano ainda é um
boy?
mistério)
Who (quem) (Quem (Ele é meu
é aquele
Usa-se o the em orações cujo substantivo já foi
garoto?)
mencionado anteriormente pelo interlocutor,
When did you pressupondo-se que a pessoa a qual a mensagem
go there? (Eu se direciona já saiba do que se está falando.
When (quando)
(Quando você fui lá semana
foi lá?) passada) (O emprego é perfeito
para você!)
(Eles viram
A partir dos exemplos, é possível observar que no
caso dos pronomes interrogativos a resposta é sempre
um nome, ainda que de modo oculto ou subentendido. Usa-se o the -
Os pronomes interrogativos jamais referem-se às cir- bo terrestre.
cunstâncias ou razões.
The Equator is a pointer for countries’ weather (O
ARTIGO Equador é um indicador para o clima dos países)
-
No inglês, temos duas classes de artigos: artigo les. (Eles estavam discutindo sobre as escalas do
the (o, meridiano de Greenwich)
a, an (um, uma, uns,
umas). Algumas regras devem ser aplicadas para o Usa-se o the
284 the.
The Nile is the longest river on Earth. (O Nilo é o rio The less we speak the better. (Quanto menos falar-
mais longo do mundo) mos, melhor)
(Eles veleja- (Quanto
I (eu) Eat
I (eu) Am (sou, estou)
You (tu, você) Eat
He/she/it (ele, ela) Eats You (tu, você) Are (é, está)
We (nós) Eat We (nós) Are (somos, estamos)
You (vós, vocês) Eat You (vós, vocês) Are (são, estão)
They (Eles, elas) Eat They (Eles, elas) Are (são, estão)
He (ele) Drinks
I (eu) Am not (não sou, não estou)
She (ela) Drinks
It (ele, ela, neutro) Drinks You (tu, você) Are not ou aren’t (não é, não está)
O passado simples da língua inglesa, utilizado para She (ela) Was (era, estava)
- It (ele, ela, neutro) Was (era, estava)
sado. Ao utilizarmos este tempo verbal devemos ter
em mente dois conceitos importantes: o uso do verbo
auxiliar Did e a existência de dois grupos de verbos no You (tu, você) Were (era, estava)
passado (regulares e irregulares).
Os verbos regulares no passado possuem uma ter- We (nós) Were (éramos, estávamos)
minação padrão em “ed” ou “ied” (verbos terminados
You (vós, vocês) Were (eram, estavam)
em y precedidos por uma consoante). No entanto,
existem muitas exceções e muitos verbos que não se They (Eles, elas) Were (eram, estavam
comportam da mesma maneira quando conjugados
no tempo passado, estes são chamados irregulares.
No entanto, a mudança nos verbos para o tempo Na negativa, acrescenta-se not ao verbo, was not e
- were not, podendo ser apresentados nas suas opções
em contração wasn’t e weren’t.
frases negativas e interrogativas, utilizamos o verbo I wasn’t (Eu não era, estava); She wasn’t (Ela
auxiliar did e o verbo retorna ao seu estado original não era, estava); They weren’t (eles/elas não eram,
to”). estavam)
Já na interrogativa, inverte-se o sujeito e o verbo.
Observe:
Was I? (Eu era, estava?) Was she? (Ela era, estava?)
Eu estudei em uma escola (Eles eram, estavam?)
pública. A partir do conhecimento deste tempo verbal,
podemos explorar a estrutura do past continuous.
Você trabalhou duro! Somado ao verbo to be, adiciona-se um verbo de ação
no gerúndio, caracterizado na língua inglesa pelo
Ela terminou o ensino
ing,
médio em janeiro. Observe:
Luke was (Luke estava brin-
Observe agora as mesmas frases na negativa, cando com Jimmy)
quando se faz necessário o uso do verbo auxiliar do You weren’t doing (Você não estava
passado DID not, costumeiramente contraído para fazendo corretamente)
didn’t. Note que o verbo retorna ao seu estado original
PRESENT PERFECT
PAST PERFECT
Have (Você con-
siderou ir para o exército?)
Has he lost his mind? O past perfect é utilizado para expressar a ordem
louco?) cronológica de ações ocorridas no passado. Em uma
linha do tempo a frase expressa neste tempo verbal
pode ser entendida como a primeira ação realizada
Alguns advérbios de frequência são utilizados jun-
no passado, ou seja, a mais antiga. A ação em questão
tamente ao present perfect para indicar ações que já é mais importante do que o tempo exato em que ela
ocorreram ou não em algum momento na vida, sem ocorreu no passado, ou seja, não há indicação tempo-
a necessidade da incidência de tempo. São eles: ever
(já) (já), never (nunca) (ainda, já). Eles cronológica de acontecimentos relevantes para a nar-
são colocados logo após o verbo auxiliar, salvo pelo rativa do interlocutor. Sua estrutura se baseia no ver-
bo auxiliar had seguido de um verbo no particípio e
288 exemplos:
SUJEITO The students Note que é necessário acrescentar o verbo to be
no particípio e também complementar com um verbo
HAD (AUX.) Had no gerúndio, que é o verbo responsável pela ideia de
-
VERBO NO PARTICÍPIO left xo -ing (work – working). Como você pode observar,
COMPLEMENTO the school o past perfect continuous não pode ser traduzido de
forma literal, pois não possuímos um equivalente a
ele na língua portuguesa, quando queremos dizer que
Tradução: Os alunos deixaram a escola
alguém estava fazendo uma ação contínua no passa-
do, usamos o passado simples:
É possível que a oração no past perfect venha seguida
de uma oração complementar no passado simples, para
indicar a ação que ocorreria a seguir, a partir da palavra Ex.: Ele estava investigando o caso há meses quan-
“when” (quando). Por vezes, a oração no past perfect
acompanha o advérbio
No inglês, isto se dá de forma diferente pela com-
She had when we arrived home with preensão a ação se inicia no passado e segue ocorren-
pizza. do até outra ação interferi-la no passado, como em
(Ela já tinha comido quando nós chegamos em uma linha cronológica de ações. Observe como esta
casa com pizza)
Observe que na oração anterior a primeira parte, Ex.: He had been investigating the case for months
já havia acontecido antes da oração em present simple. (Ele estava investigando o caso há meses quando
Ainda que as ações na oração estejam invertidas, o past
perfect marca a ordem cronológica dos acontecimentos.
Observe que ainda que ambas as ações estejam no
When we arrived home with pizza, she had
eaten, qual ação aconteceu primeiro devido uso do past per-
(Quando nós chegamos em casa com pizza, ela já fect. Neste caso, “ele estava investigando” refere-se à
tinha comido.) ação mais antiga no passado, por ser marcada pelo
past perfect em sua estrutura (had been investigating),
Note que, assim como no presente perfect, alguns
advérbios de frequência são utilizados no past perfect expressa outra ação no passado simples, o que indica
para indicar ações que já ocorreram ou não em algum que ela ocorreu após a mais antiga na linha cronológi-
momento na vida. São eles: .
Eles são colocados logo após o verbo auxiliar, salvo
pelo When our grandpa decided to order pizza (2), we
alguns exemplos: (1).
(Quando nosso avô decidiu pedir pizza, nós já
She had never (Ela nunca tínhamos jantado.)
tinha estado em outro país)
I had already made that mistakes. (Eu já tinha Observe que ainda que a ordem da oração se alte-
cometido aquele erro) re e a oração no tempo do passado perfeito em inglês
esteja posta após a oração no passado simples, ainda
PAST PERFECT CONTINUOUS assim, a ordem se mantém: a oração no past perfect
sempre irá expressar a ação mais antiga do passado.
O past perfect continuous da língua inglesa é um
tempo verbal usado para expressar ações que se ini- SIMPLE FUTURE
ciaram no tempo passado, antes de outra ação tam-
bém no passado, e continuaram ocorrendo dentro de O simple future tense em inglês é o tempo verbal
um determinado tempo de forma contínua, repercu- usado para expressar ações futuras. Existem dois
tindo até um determinado momento no próprio pre-
LÍNGUA ESTRANGEIRA (INGLÊS)
Matheus viverá no Canadá daqui alguns anos. Este tempo verbal pode ser um pouco diferente
para falantes da língua portuguesa, mas quando bem
estudado é passível de ser completamente compreen-
ser contraído para won’t. dido e totalmente usual. O future perfect continuous
expressa a continuação de ações que serão termina-
She won’t accept the judge’s decision / She will not das em algum tempo no futuro, ou seja, incluem uma
accept the judge’s decision. (Ela não aceitará a deci- ideia de passado dentro do tempo verbal futuro em
são do juiz) sua estrutura.
WILL will
(Saia do caminho)
Wait for me, please. (Espere por mim, por favor) (Aqueles meninos preguiçosos não ajudam em
casa)
Já quando a ordem, sugestão, comando ou instru-
ção é algo negativo, com o sentido de proibição, usa-se
DO NOT (não) para início de frase, podendo aparecer (Mary e John adotaram três cachorros pretos)
em sua forma contraída DON’T. Observe:
TIPOS DE ADJETIVOS
Do not feed the animals. (Não alimente os animais)
LÍNGUA ESTRANGEIRA (INGLÊS)
Quando falamos sobre o tema subjuntivo na língua expressam em uma oração. Observe a tabela:
inglesa, estamos nos referindo a uma forma gramati-
TIPOS EXEMPLO
em orações condicionais. O presente do subjuntivo
big (grande), small
verbo em orações, encontramos o verbo em questão Adjetivos de tamanho (pequeno), huge (enorme),
tiny (minúsculo).
o “to” — be (ser), see (ver), prepare (preparar), keep
(manter) etc. Além disso, as orações no presente do green (verde), Orange
subjuntivo, usadas para expressar sugestões ou pedi- Adjetivos de cor (laranja), blue (azul), silver
dos, vêm marcadas pela conjunção that (que). Obser- (prateado).
ve alguns exemplos:
plastic (plástico), metal
Adjetivos de material (metal), cotton (algodão),
We recommend that she come (Nós recomen-
wood (madeira).
damos que ela chegue cedo) 291
TIPOS EXEMPLO
Chinese (chinês), American
Adjetivos de origem (americano), Canadian
(canadense).
Adjetivos de propósito
Antes de mais nada, deve-se ter bem claro que a posição e ordem dos adjetivos em inglês funciona de forma
diferente do uso comum em português. Os adjetivos em inglês devem vir antes do substantivo.
That was a pretty (1) little (2) Baptist (3) church (4). // Aquela era uma igrejinha batista pequena e bela.
// Aquelas calças
de couro marrons de cavalgar eram muito feias.
ADJETIVOS POSSESSIVOS
Os adjetivos possessivos no inglês são parecidos com os pronomes possessivos e à maneira como os usamos.
Em uma oração, eles pedem que um substantivo os acompanhe logo após seu uso. Observe os adjetivos possessi-
vos juntamente com o pronome a quem se referem:
You
De quem é
o grau de superioridade ou inferioridade de um ser WHOSE De quem
este livro?
(substantivos) em detrimento de outros.
De inferioridade (o menos, o pior):
LÍNGUA ESTRANGEIRA (INGLÊS)
Quanta água
HOW Quanta,
least favorite character in the movie. você bebeu
MUCH quanto
hoje?
All (todo, toda, todos, todas) Todos os meus colegas faltaram a aula hoje.
Another (um outro, uma outra) Eu poderia comer uma outra fatia de torta?
CONJUNÇÕES
Seja em inglês ou em português, as conjunções são responsáveis por conectar a ideia de uma oração a outra,
estabelecendo relação entre elas, podendo acrescentar informações, contrapor ou explicar ideias. Veja a seguir a
forma como uma conjunção é capaz de unir ideias de orações separadas.
A conjunção because conectou as orações de maneira natural, organizando as ideias sem que haja quebra na
TIPOS DE ADVÉRBIOS
Eu geralmente me COMPLEMENTO/
USUALLY All the books
levanto às 7. OBJETO
SUJEITO By her
Ela é sempre tão
ALWAYS
esperta.
Na voz passiva, faz-se necessário o uso do verbo
to be como verbo auxiliar da oração para que o com-
Advérbios interrogativos plemento ou objeto da oração aja como sujeito. Ele
pode se referir ao passado, como no exemplo anterior,
Mudam de forma interrogativa a maneira como a
através do uso de was (era, estava, fora), were (eram,
ação é realizada.
estavam, foram), no tempo presente, através do uso
de is (está, é) ou are (estão, são), ou no tempo futu-
WHEN Quando ela vem? ro com will be (serão, estarão). O verbo principal que
acompanhará o verbo auxiliar deverá estar conjuga-
WHERE Você viu onde ela foi? (por) para acompanhar o pronome objeto referente
296 ao sujeito original da oração (she – her).
Observe exemplos para cada tempo verbal: Utilize sempre um bom dicionário e busque com-
preender melhor sobre a cultura e história da língua
VOZ ATIVA VOZ PASSIVA inglesa. Assim, você juntará a parte que aprendeu,
relativo à gramática, somados de seus conhecimentos,
e conseguirá aprender um novo idioma com maior
facilidade.
Presente
(Ela mostra suas (Suas bonecas são
bonecas) mostradas por ela)
HORA DE PRATICAR!
Pretérito
(Ele deixou seu (Seu celular foi
1. (CESPE – 2019) Britain’s long-running drama of exi-
celular) deixado aqui)
ting the European Union has revealed evident genera-
tional differences. Our research looked at how views
on immigration change over time among different age
Futuro context of the UK’s Brexit referendum.
(Minha mãe vai (Aquela civilização
estudar aquela antiga será estudada
civilização antiga) por minha mãe) So far, much of the existing research on attitudes to
immigration has largely ignored the potential impor-
tance of generational differences. Researchers have
Existem outros tempos verbais mais complexos long contended that such generational differences are
como o present, past ou future perfect, entre outros, likely because the conditions when people “come of
que também apresentam orações em voz passiva. A
age” politically and socially generally thought to be bet-
estrutura permanece a mesma das orações em tempos
ween the ages of 15 to 20 are instrumental in shaping
verbais mais simples, no entanto, é necessário aten-
tar-se à estrutura original de cada tempo verbal, cujo their opinions, attitudes, and behaviours later in life.
uso de verbos no particípio (done, been, seen, known) e
verbos auxiliares (have, had, will have) já é usual Veja: Our statistical analysis shows that those born between
approximately 1920 and 1960 are generally among the
most negative about immigration. For generations
VOZ ATIVA VOZ PASSIVA born after 1960, we found a small but steadily signi-
Future
(Nós teremos Considerando as ideias e os aspectos linguísticos do
perfect (O projeto terá sido
começado o texto apresentado, julgue o item.
começado por nós até
projeto até It is correct to classify “more affordable” and “younger”
segunda)
segunda) in different word classes.
LÍNGUA ESTRANGEIRA (INGLÊS)
Importante!
2. (CESPE – 2019) Britain’s long-running drama of exi-
O uso da voz passiva é um dos temas mais ting the European Union has revealed evident genera-
comuns de se encontrar em provas e concursos. tional differences. Our research looked at how views
Recomendamos um estudo aprofundado de seu on immigration change over time among different age
uso, em especial quanto à interpretação de texto.
context of the UK’s Brexit referendum.
Esses são alguns dos tópicos referentes à gramáti-
So far, much of the existing research on attitudes to
ca de maior incidência em provas de concurso, pois
immigration has largely ignored the potential impor-
são esses que podem auxiliá-lo a compreender con-
teúdos na língua inglesa. Sugerimos para ampliar seu tance of generational differences. Researchers have
vocabulário e sua compreensão acerca da língua, que long contended that such generational differences are
- likely because the conditions when people “come of
gua inglesa, para facilitar seu entendimento e para age” politically and socially generally thought to be bet-
que você possa ir se habituando e adquirindo prática ween the ages of 15 to 20 are instrumental in shaping
na língua inglesa. their opinions, attitudes, and behaviours later in life. 297
Our statistical analysis shows that those born between The old man returned to the village and told the elders
approximately 1920 and 1960 are generally among the what has happened. They drove the lazy man away
most negative about immigration. For generations from the village and took the three cheetah cubs back
born after 1960, we found a small but steadily signi- to their grateful mother. But the long weeping of the
mother cheetah stained her face forever.
immigration among younger generations.
A respeito das informações e dos aspectos linguísti-
One explanation is that the younger groups are expe- cos do texto 7A1-I, julgue o seguinte item.
riencing far more contact with immigrant minorities The adjective “arduous” and the word árduo, in Portu-
than their elders, and our research shows that this is guese, are considered false cognates.
indeed the case. Exposure to more affordable interna-
tional travel and to friends and relatives who’ve worked
abroad may allow these younger groups to empathize
more with being a “foreigner” than their parents do, or 4. (CESPE – 2019)
maybe they feel more like “citizens of the world”.
Texto 7A1-I
Anti-immigration attitudes are disappearing among younger
generations in Britain. Internet: <theconversation.com> (adapted). Why the Cheetah’s Cheeks Are Stained
(A Traditional Zulu Story)
Considerando as ideias e os aspectos linguísticos do
texto apresentado, julgue o item. Kwasuka sukela....”
words which are cognate to words in Portuguese. Long ago a lazy hunter was sitting under a tree. He
was thinking that it was too hot to be bothered with
the arduous task of stalking prey through the bushes.
Below him there were fat antelope grazing. But this
3. (CESPE – 2019) hunter couldn’t be bothered, so lazy was he! He gazed
at the herd, wishing that he could have the meat without
Texto 7A1-I the work, When suddenly he noticed a movement. It
was a female cheetah. She singled out an antelope
Why the Cheetah’s Cheeks Are Stained who had foolishly wandered away from the rest. With
(A Traditional Zulu Story) great speed she came upon the antelope and brought
it down.
Kwasuka sukela....”
The hunter watched as the cheetah dragged her prize
Long ago a lazy hunter was sitting under a tree. He to some shade on the edge of the clearing. There three
was thinking that it was too hot to be bothered with the beautiful cheetah cubs were waiting for her. The lazy
arduous task of stalking prey through the bushes. Below
He decided that he would steal one of the cheetah
him there were fat antelope grazing. But this hunter
cubs and train it to hunt for him.
couldn’t be bothered, so lazy was he! He gazed at the
herd, wishing that he could have the meat without the
When the sun began to set, the cheetah left her cubs
work, When suddenly he noticed a movement. It was a
concealed in a bush and set off to the waterhole.
female cheetah. She singled out an antelope who had
Quickly the hunter went to the bushes where the cubs
foolishly wandered away from the rest. With great speed
she came upon the antelope and brought it down.
another, and then changed his mind again. Finally, he
stole them all.
The hunter watched as the cheetah dragged her prize
to some shade on the edge of the clearing. There three When their mother returned half-an-hour later and fou-
beautiful cheetah cubs were waiting for her. The lazy nd her babies gone, she was broken-hearted. The poor
mother cheetah cried and cried until her tears made
He decided that he would steal one of the cheetah dark stains down her cheeks. She cried so loudly that
cubs and train it to hunt for him. she was heard by an old man who came to see what
the noise was all about.
When the sun began to set, the cheetah left her cubs
concealed in a bush and set off to the waterhole. The old man returned to the village and told the elders
Quickly the hunter went to the bushes where the cubs what has happened. They drove the lazy man away
from the village and took the three cheetah cubs back
another, and then changed his mind again. Finally, he to their grateful mother. But the long weeping of the
stole them all. mother cheetah stained her face forever.
When their mother returned half-an-hour later and fou- A respeito das informações e dos aspectos linguísti-
nd her babies gone, she was broken-hearted. The poor cos do texto 7A1-I, julgue o seguinte item.
mother cheetah cried and cried until her tears made The predominant verb tense in this story is the simple
dark stains down her cheeks. She cried so loudly that past tense.
she was heard by an old man who came to see what
298 the noise was all about.
5. (CESPE – 2019)
do not see African literature as one unit but as a group
Texto 7A1-I of associated units — the sum of all the national and
ethnic literatures of Africa. A national literature has a
Why the Cheetah’s Cheeks Are Stained realized or potential audience throughout its territory.
(A Traditional Zulu Story) In other words, a literature that is written in the national
language. An ethnic literature is available only to one
Kwasuka sukela....” ethnic group within the nation. If you take Nigeria as
an example, the national literature, as I see it, is the
Long ago a lazy hunter was sitting under a tree. He literature written in English; and the ethnic literatures
was thinking that it was too hot to be bothered with
the arduous task of stalking prey through the bushes.
Chinua Achebe. The african writer and the english language
Below him there were fat antelope grazing. But this
In: Patrick Williams & Laura Cristman. Colonial discourse and
hunter couldn’t be bothered, so lazy was he! He gazed postcolonial theory. New York: Columbia University Press, 1994, p.
at the herd, wishing that he could have the meat without 428-9 (adapted).
the work, When suddenly he noticed a movement. It
was a female cheetah. She singled out an antelope A respeito do vocabulário e dos aspectos linguísticos
who had foolishly wandered away from the rest. With do texto 7A2-I, julgue o item seguinte.
great speed she came upon the antelope and brought In the text, “within” is a preposition meaning outside.
it down.
When their mother returned half-an-hour later and fou- do not see African literature as one unit but as a group
nd her babies gone, she was broken-hearted. The poor of associated units — the sum of all the national and
mother cheetah cried and cried until her tears made ethnic literatures of Africa. A national literature has a
dark stains down her cheeks. She cried so loudly that realized or potential audience throughout its territory.
she was heard by an old man who came to see what In other words, a literature that is written in the national
the noise was all about. language. An ethnic literature is available only to one
ethnic group within the nation. If you take Nigeria as
The old man returned to the village and told the elders an example, the national literature, as I see it, is the
what has happened. They drove the lazy man away literature written in English; and the ethnic literatures
from the village and took the three cheetah cubs back
to their grateful mother. But the long weeping of the
mother cheetah stained her face forever. Chinua Achebe. The african writer and the english language
In: Patrick Williams & Laura Cristman. Colonial discourse and
postcolonial theory. New York: Columbia University Press, 1994, p.
A respeito das informações e dos aspectos linguísti- 428-9 (adapted).
cos do texto 7A1-I, julgue o seguinte item.
The phrasal verb “singled out” can be understood, in
LÍNGUA ESTRANGEIRA (INGLÊS)
6. (CESPE – 2019)
8. (CESPE – 2019)
Texto 7A2-I
Texto 7A2-II
In 1962, there was a writers’ gathering impressively
styled “A Conference of African Writers of English What are the factors which have conspired to place
Expression”. Despite this rather solemn title, there was English in the position of national language in many
something that we tried to do and failed — that was parts of Africa? Quite simply the reason is that these
-
in Africa or about Africa? Should it be in indigenous tion of the British, which, I hasten to add, is not saying
African languages or should it include Arabic, English, that the peoples comprising these nations were inven-
French, Portuguese, Afrikaans, and so on? You cannot ted by the British.Those of us who have inherited the 299
English language may go on resenting it because it 10. (CESPE – 2019)
came as part of a package deal which included many
other items of doubtful value and the positive atro- It was early 2016 in the Calais Refugees Camp. We had
city of racial arrogance and prejudice. But let us not, students asking to learn English and French but they
in rejecting the evil, throw out the good with it. This is didn’t want to learn grammar or long lists of vocabu-
my thinking on the importance of the world language lary. Opportunities for oral interaction were limited.
which history has forced down our throats.
Food and cooking have become essential elements
in many refugee education projects and it’s a great
A respeito dos verbos empregados no texto 7A2-II, jul- topic for the English classroom more generally. Reci-
gue o item. pes use relatively predictable and restricted vocabu-
In the text, “may” indicates permission. lary that can be easily adjusted for language level. The
grammar can also be limited to the imperative: “First
chop the onions.Then fry them in oil.” This creates
a good opportunity to work on pronunciation, word
9. (CESPE – 2019) stress and intonation using authentic materials: “Chop
the tomatoes and add them to the onions”.
It was early 2016 in the Calais Refugees Camp. We had
students asking to learn English and French but they -
didn’t want to learn grammar or long lists of vocabu- king alongside Kate McAllister with a community of
male Sudanese refugees in Calais who had organised
lary. Opportunities for oral interaction were limited.
themselves around a small communal kitchen. It was
very primitive only a small room with two gas burners
Food and cooking have become essential elements connected to a gas tank, but some great meals were
in many refugee education projects and it’s a great cooked there, usually with very limited ingredients.
topic for the English classroom more generally. Reci-
pes use relatively predictable and restricted vocabu- Kate planned lessons around simple French and
lary that can be easily adjusted for language level. The English recipes in exchange for Sudanese recipes from
grammar can also be limited to the imperative: “First our students. Recipes were presented with simple dia-
chop the onions.Then fry them in oil.” This creates grams and pictures, to be annotated in English and/or
a good opportunity to work on pronunciation, word French and Arabic. “We talked. We learned. We coo-
stress and intonation using authentic materials: “Chop ked. We laughed. We ate. It was a good day.”
the tomatoes and add them to the onions”.
Cooking is also a great opportunity to take students
shopping an authentic task of buying real food. Best
-
of all, these lessons went beyond language learning,
king alongside Kate McAllister with a community of fostering a sense of community in the class.
male Sudanese refugees in Calais who had organised
themselves around a small communal kitchen. It was Gil Ragsdale. Recipes for success in language learning. Internet:
very primitive only a small room with two gas burners <www.elgazette.com> (adapted).
connected to a gas tank, but some great meals were
cooked there, usually with very limited ingredients. O texto relata uma experiência de aprendizagem de
inglês e francês por meio da troca de receitas entre refu-
Kate planned lessons around simple French and giados em um campo de refugiados de Calais. A respeito
English recipes in exchange for Sudanese recipes from das ideias e informações do texto precedente e de seus
our students. Recipes were presented with simple dia- aspectos linguísticos, julgue o item que se segue.
In the sentences ‘First chop the onions. Then fry them
grams and pictures, to be annotated in English and/or
in oil.’, the verbs “chop” and “fry” are used in the pre-
French and Arabic. “We talked. We learned. We coo-
sent continuous.
ked. We laughed. We ate. It was a good day.”
Enjoy the process. Good language learners have fun not only attracted widespread international attention,
but also illuminated the effects of mounting defores-
songs, play video games or read a book. It’s never too tation in the region, from evaporating rains to rising
late to become a good language learner. carbon dioxide emissions. Yet one effect of forest loss
-
Internet: <learnenglish.britishcouncil.org> (adapted). 301
There are few places in the world where aquatic and GABARITO
arboreal life are brought together as closely as they
are in the Amazon. While the rainforest is home to the
1 ERRADO
world’s largest river (by volume of water) and 1,700 tri-
butaries, about one-sixth of the basin is also made up 2 CERTO
4 CERTO
- 5 CERTO
dplain forests have in recent decades been heavily
damaged in some parts of the basin, especially in the 6 ERRADO
Eastern lowlands of Brazil. Now, the threat to their sur- 7 CERTO
15 CERTO
ANOTAÇÕES
not only attracted widespread international attention,
but also illuminated the effects of mounting defores-
tation in the region, from evaporating rains to rising
carbon dioxide emissions. Yet one effect of forest loss
-
-
dplain forests have in recent decades been heavily
damaged in some parts of the basin, especially in the
Eastern lowlands of Brazil. Now, the threat to their sur-
302
Polícia Rodoviária Federal
PRF-Polícia Rodoviária
Federal
Policial Rodoviário
Volume II
NV-003JN-21 B
Cód.: 7908428800130
Obra Produção Editorial
Organização
Diagramação
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Dayverson Ramon
Angélica Ilacqua CRB-8/7057
Higor Moreira
Polícia Rodoviária Federal : agente policial : volume I / [Gabriela Coelho]...[et al].
-- São Paulo : Nova Concursos, 2021. Lucas Gomes
388 p. V2
Willian Lopes
ISBN 978-65-87525-26-6
Data da Publicação
Janeiro/2021
Bônus
e os Conteúdos Complementares online disponíveis para este
livro. Basta seguir as orientações deste material, na página a
seguir.
BÔNUS:
Curso online.
Língua Portuguesa - Pontuação
Raciocínio Lógico - Taxas de variação de grandezas
Informática - Segurança da Informação
Direito Administrativo - Responsabilidade Civil do Estado
Direito Constitucional - Poder Constituinte
Direito Penal - Teoria do Crime
Direito Humanos - Conceito dos Direitos Humanos e sua Evolução Histórica
Atualidades
CONTEÚDO COMPLEMENTAR:
• Legislação Especial
• Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e suas alterações
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ATO ADMINISTRATIVO....................................................................................................................115
CONCEITO .......................................................................................................................................................115
REQUISITOS ....................................................................................................................................................115
ATRIBUTOS .....................................................................................................................................................116
DISPOSIÇÕES DOUTRINÁRIAS:.....................................................................................................................118
PODERES ADMINISTRATIVOS........................................................................................................134
HIERÁRQUICO .................................................................................................................................................134
DISCIPLINAR ...................................................................................................................................................135
REGULAMENTAR ............................................................................................................................................135
LICITAÇÃO ........................................................................................................................................136
PRINCÍPIOS .....................................................................................................................................................137
MODALIDADES................................................................................................................................................140
TIPOS...............................................................................................................................................................142
PROCEDIMENTO .............................................................................................................................................143
FUNDAMENTOS .............................................................................................................................................159
DIREITOS SOCIAIS..........................................................................................................................................169
NACIONALIDADE ...........................................................................................................................................171
ÍNDIO................................................................................................................................................................195
................................................................................204
ILICITUDE ..........................................................................................................................................221
CULPABILIDADE ...............................................................................................................................222
IMPUTABILIDADE ...........................................................................................................................................223
CRIMES..............................................................................................................................................224
CONCEITO .......................................................................................................................................................335
CARACTERÍSTICAS ........................................................................................................................................335
ESPÉCIES ........................................................................................................................................................336
CONDIÇÕES .....................................................................................................................................................337
PROVA ...............................................................................................................................................338
CONCEITO, OBJETO, CLASSIFICAÇÃO .........................................................................................................338
BUSCA E APREENSÃO....................................................................................................................................342
PRISÃO ..............................................................................................................................................343
Veja que o CTB abrange apenas vias terrestres do dolo ou da culpa do agente causador do dano, apenas
Brasil! Vias aéreas e marítimas não são regidas pelo do nexo de causalidade entre a sua conduta e o dano
CTB. Quanto às vias abertas à circulação, o CTB rege causado à vítima, isto é, mesmo que o agente causador
também, excepcionalmente, as vias privadas. Então, não tenha agido com dolo ou culpa, deverá o Estado
se for cobrada na sua prova se o CTB se aplica às vias indenizar a vítima. É a teoria do risco administrati-
vo. Posteriormente é possível que o Estado cobre os
privadas, deve-se responder que sim, se aplica o CTB,
valores do servidor em ação regressiva, se houver
mas apenas em condomínios constituídos por unida-
negligência, imprudência ou imperícia. Cabe destacar
des autônomas e em vias e áreas de estacionamento
que o Estado está isento de danos causados por atos
de estabelecimentos privados de uso coletivo. Por-
de terceiros, força maior, culpa exclusiva da vítima ou
caso fortuito, sendo este o entendimento predominan-
estacionamentos destes estabelecimentos (estacio-
te nos Tribunais.
namentos de shoppings, farmácias, hipermercados),
provocando um fenômeno de publicização de vias
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes
particulares em regime de exceção.
ao Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade
em suas ações à defesa da vida, nela incluída a pre-
Conceito de Trânsito servação da saúde e do meio-ambiente.
mento e operação de carga ou descarga. consideradas vias terrestres as praias abertas à cir-
Convém ressaltar que os conceitos de estacio- culação pública, as vias internas pertencentes aos
namento, parada, circulação e operação de carga e condomínios constituídos por unidades autônomas
descarga estão no anexo I do CTB. A principal dife- e as vias e áreas de estacionamento de estabeleci-
rença está nos conceitos de estacionamento e parada. mentos privados de uso coletivo.
Observe que a parada é um tempo restrito ao embar-
que e desembarque de passageiros! Se, por acaso, o As praias abertas à circulação pública, as vias
condutor estiver dentro do carro, aguardando uma internas pertencentes aos condomínios constituídos
pessoa fazer compras em frente a um estabelecimento por unidades autônomas e as vias e áreas de estacio-
comercial, por exemplo, e houver uma sinalização de namento de estabelecimentos privados de uso coleti-
proibição de estacionamento, o condutor poderá ser vo são vias terrestres. Mas o mais interessante é que
autuado por estacionar em local proibido. vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos
privados de uso coletivo, ou seja, estacionamentos de
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito
de todos e dever dos órgãos e entidades componen- agora. Isto se deve, principalmente, aos problemas
tes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes caben- causados por pessoas mal-educadas que estacionam
do, no âmbito das respectivas competências, adotar
as medidas destinadas a assegurar esse direito. portando autorização. 11
Antigamente, não se autuava estes infratores em 3. (CONSULTEC – 2016) As normas e disposições do
Código de Trânsito Brasileiro são aplicáveis
quem insiste em infringir esta regra. Inclusive, a infra-
ção foi alterada pela lei 13.281/2016. Sendo assim, o a) a qualquer veículo, bem como aos proprietários, con-
estacionamento em vagas reservadas às pessoas com dutores dos veículos nacionais ou estrangeiros e às
pessoas nele expressamente mencionadas.
mercados a partir de 01/11/2016 passou a ser infração b) aos veículos, proprietários e condutores nacionais,
de natureza gravíssima com a criação do inciso XX do exceto os estrangeiros.
Art.181 do CTB. c) aos veículos e seus proprietários e a outras pessoas
nele mencionadas.
d) apenas aos veículos e seus condutores e a outras pes-
Importante! soas nele mencionadas.
e) apenas aos proprietários e condutores de veículos.
Quais são as vias rurais e urbanas? Vamos ao
Anexo I: Literalidade do Art. 3º do CTB. Ninguém possui
VIA RURAL - imunidade no trânsito. Aplica-se o CTB inclusive a
VIA URBANA - qualquer veículo, bem como aos proprietários, con-
dutores dos veículos nacionais ou estrangeiros.
Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a qual-
quer veículo, bem como aos proprietários, condutores
dos veículos nacionais ou estrangeiros e às pessoas nele
expressamente mencionadas. Resposta: Letra A.
Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a 4. (IDECAN - 2017) “Os órgãos e entidades de trânsito per-
qualquer veículo, bem como aos proprietários, con- tencentes ao Sistema Nacional de Trânsito darão prio-
dutores dos veículos nacionais ou estrangeiros e às ridade em suas ações à defesa da vida, nela incluída a
pessoas nele expressamente mencionadas. preservação ________________ e ____________________.”
Art. 4º Assinale a alternativa que completa correta e sequen-
os efeitos deste Código são os constantes do Anexo I.
ÓRGÃO
ÓRGÃO EXE-
NORMATIVO
de Trânsito com os seus objetivos. Memorizem bem ESFERA
CONSULTIVO E
CUTIVO DE
os Objetivos do SNT! Costumam cair de forma direta TRÂNSITO
COORDENADOR
nas provas.
Vejamos melhor cada um dos incisos: União CONTRAN DENATRAN
CETRAN
O Inciso I refere-se à Política Nacional de Trânsito, Estados CONTRANDIFE Detran
esta que é uma ferramenta que visa assegurar a (DF)
proteção da integridade humana e o desenvolvi-
mento socioeconômico do País, conforme a reso- Municípios - Pode ser criado.
lução do CONTRAN n° 514 de 2014. Uns dos seus
objetivos são: promover a melhoria da seguran-
ça viária e garantir a melhoria das condições de ÓRGÃO ÓRGÃO
mobilidade urbana e viária, a acessibilidade e a ÓRGÃO
ESFERA EXECUTIVO POLICIAL
JULGADOR
qualidade ambiental. RODOVIÁRIO FISCALIZADOR
O Inciso II refere-se à padronização de critérios
em
União DNIT PRF Jari
um país de dimensões continentais é necessário
a padronização de regras, ou seja, uniformidade DER
nas leis de trânsito para que sejam respeitadas por Estados PM Jari
DAER (RS)
todos Estados da federação.
O Inciso III fala da integração entre os órgãos do Pode ser
Municípios - Jari
SNT. Temos, por exemplo, o RENAVAM (Registro criado.
nacional de veículos automotores) e o RENACH
(Registro Nacional de condutores), como banco de
dados administrados pelo DENATRAN que permi- Art. 7°-A -
cessionária de porto organizado poderá celebrar
A resolução do CONTRAN 576/16 dispõe sobre o convênios com os órgãos previstos no art. 7o, com
a interveniência dos Municípios e Estados, juridica-
intercâmbio de informações, entre órgãos e enti-
-
dades executivos de trânsito dos Estados e do
tar a autuação por descumprimento da legislação
Distrito Federal e os demais órgãos e entidades
de trânsito. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
executivos de trânsito e executivos rodoviários da
União, dos Estados, Distrito Federal e dos Municí- organizado, inclusive, nas áreas dos terminais alfan-
pios que compõem o Sistema Nacional de Trânsito. degados, nas estações de transbordo, nas instalações
portuárias públicas de pequeno porte e nos respecti-
Da Composição e Competência do Sistema Nacional
de Trânsito
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), com VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das
sede no Distrito Federal, coordenador do Sistema normas contidas neste Código e nas resoluções
Nacional de Trânsito (SNT) e órgão máximo normati-
vo e consultivo, tem como missão coordenar e super- VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos
visionar as ações e atividades desenvolvidas pelos para o enquadramento das condutas expressa-
órgãos e entidades de trânsito, de forma articulada
e integrada, zelando pelo cumprimento da Lei com e a aplicação das medidas administrativas e das
vistas à garantia de um trânsito em condições seguras penalidades por infrações e para a arrecadação das
para todos com a promoção, valorização e preserva- multas aplicadas e o repasse dos valores arrecada-
ção da vida, notadamente por meio do exercício das
competências e atribuições previstas no Código de IX - responder às consultas que lhe forem formula-
Trânsito Brasileiro (CTB) e outras normas em vigor.
X - normatizar os procedimentos sobre a aprendi-
Veja que agora há uma nova composição, uma
zagem, habilitação, expedição de documentos de
vez que foram dadas atribuições aos ministros. Anti-
gamente, eram os representantes de ministérios que
XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositi-
compunham o CONTRAN e agora são os ministros. vos de sinalização e os dispositivos e equipamentos
Além disso, ao Ministério da Infraestrutura foi atri-
buída a função de presidir o CONTRAN, retirando o XII - apreciar os recursos interpostos contra as
dirigente máximo do DENATRAN dessa função. A com- decisões das instâncias inferiores, na forma deste
posição do CONTRAN também passou a envolver mais
três ministérios: Ministério da Economia, Ministério XIII - avocar, para análise e soluções, processos
das Relações Exteriores e o Ministério da Agricultura.
Entretanto, saem do conselho os representantes da -
14 Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e
- § 1º Cada Câmara é constituída por especialistas
tência de trânsito no âmbito da União, dos Estados representantes de órgãos e entidades executivos
e do Distrito Federal. da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos
XV - normatizar o processo de formação do Municípios, em igual número, pertencentes ao Sis-
candidato à obtenção da Carteira Nacional de tema Nacional de Trânsito, além de especialistas
Habilitação, estabelecendo seu conteúdo didáti- representantes dos diversos segmentos da socie-
co-pedagógico, carga horária, avaliações, exa- dade relacionados com o trânsito, todos indicados
(Incluído pela Lei nº -
13.281, de 2016) (Vigência) TRAN e designados pelo ministro ou dirigente coor-
denador máximo do Sistema Nacional de Trânsito.
As atribuições dos órgãos e entidades de trânsito § 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no
são quesitos cobrados em exames. Então, por mais que parágrafo anterior, serão representados por pessoa
seja chato estudar, é possível compreender as prin- jurídica e devem atender aos requisitos estabeleci-
cipais tarefas de cada órgão ou entidade de trânsito dos pelo CONTRAN.
§ 3º A coordenação das Câmaras Temáticas será
sem gastar muita energia. O CONTRAN, por exemplo,
exercida por representantes do órgão máximo
possui algumas características peculiares: é um órgão
executivo de trânsito da União ou dos Ministérios
Normativo (Incisos I, VIII, X e XV), Coordenador (Inci-
so II), e Consultivo (Inciso IX); estabelece também as ato de criação de cada Câmara Temática. (Lei n°
Diretrizes da Política Nacional de Trânsito, diretrizes 14071 de 2020)
para o funcionamento dos CETRAN e CONTRANDIFE e
diretrizes do regimento das JARI. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vinculados
O CONTRAN é essencialmente político, e seus mem- ao Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), têm
bros, muitas vezes, não possuem conhecimento técnico como objetivo estudar e oferecer sugestões e emba-
a respeito de trânsito, mas deliberam sobre a criação -
de Câmaras Temáticas. Com a nova lei, o CONTRAN a sões do Conselho. Cada Câmara será composta por 23
partir de abril de 2021 não analisará mais recursos de (vinte e três) titulares e respectivos suplentes, sele-
segunda instância de infrações de órgãos da União. cionados pelo Diretor do Departamento Nacional de
Trânsito (DENATRAN) e designados pelo Ministro de
§ 1º As propostas de normas regulamentares de que Estado da Infraestrutura, para um mandato de 2 (dois)
caput -
anos. Assunto previsto na resolução nº 777, de 13 de
tidas a prévia consulta pública, por meio da rede
junho de 2019.
mundial de computadores, pelo período mínimo
de 30 (trinta) dias, antes do exame da matéria pelo
CONTRAN. (Lei n° 14071 de 2020) Competências do CETRAN
§ 2º As contribuições recebidas na consulta pública
Art. 14 Compete aos Conselhos Estaduais de Trân-
do público pelo prazo de 2 (dois) anos, contado da sito - CETRAN e ao Conselho de Trânsito do Distrito
data de encerramento da consulta pública. (Lei n° Federal - CONTRANDIFE:
14071 de 2020) I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas
público, o Presidente do CONTRAN poderá editar II - elaborar normas no âmbito das respectivas
ad referendum
prazo de validade máximo de 90 (noventa) dias, III - responder a consultas relativas à aplicação
para estabelecer norma regulamentar prevista no da legislação e dos procedimentos normativos de
caput, dispensado o cumprimento do
disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo, vedada a reedi- IV - estimular e orientar a execução de campanhas
ção. (Lei n° 14071 de 2020)
§ 4º Encerrado o prazo previsto no § 3º deste artigo V - julgar os recursos interpostos contra decisões:
sem o referendo do CONTRAN, a deliberação perde- a)
b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos
dela decorrentes. (Lei n° 14071 de 2020) casos de inaptidão permanente constatados nos
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
VII - (VETADO)
A partir de abril de 2021 as normas do CONTRAN
VIII - acompanhar e coordenar as atividades de
serão submetidas a Consulta pública prévia por perío-
do mínimo de 30 dias. Em caso de urgência e de rele- policiamento ostensivo de trânsito, formação de
vante interesse público, o presidente do CONTRAN condutores, registro e licenciamento de veículos,
pode editar uma deliberação com validade por 90 dias articulando os órgãos do Sistema no Estado, repor-
até análise dos membros do CONTRAN, dispensada
consulta pública. -
Art. 13 As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das
vinculados ao CONTRAN, são integradas por espe-
cialistas e têm como objetivo estudar e oferecer XI - designar, em caso de recursos deferidos e na
sugestões e embasamento técnico sobre assuntos hipótese de reavaliação dos exames, junta especial
de saúde para examinar os candidatos à habilitação 15
para conduzir veículos automotores. (Incluído pela Competências do DENATRAN
Lei nº 9.602, de 1998)
Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, Art. 19 Compete ao órgão máximo executivo de
julgados pelo órgão, não cabe recurso na esfera trânsito da União:
administrativa. I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito
e a execução das normas e diretrizes estabelecidas
O CETRAN e o CONTRANDIFE são, também: Nor-
mativos (Inciso II), Consultivos (Inciso III), Recursivos II - proceder à supervisão, à coordenação, à correi-
-
(Inciso V) e Coordenadores (Inciso VIII). Lembrando
ção da execução da Política Nacional de Trânsito e
CONTRAN dirime entre órgãos da União e dos Estados.
III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacio-
É importante ressaltar que o CETRAN e CONTRANDI- nais de Trânsito, de Transporte e de Segurança
FE estimulam e orientam a execução de campanhas Pública, objetivando o combate à violência no
educativas de trânsito. Incluem-se também, entre as trânsito, promovendo, coordenando e executando
competências desse órgão, o acompanhamento e a o controle de ações para a preservação do ordena-
coordenação das atividades de administração, educa-
IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos
de trânsito. de improbidade contra a fé pública, o patrimônio,
ou a administração pública ou privada, referentes
Art. 15 Os presidentes dos CETRAN e do CON-
TRANDIFE são nomeados pelos Governadores dos V - supervisionar a implantação de projetos e pro-
Estados e do Distrito Federal, respectivamente, e gramas relacionados com a engenharia, educa-
deverão ter reconhecida experiência em matéria de
trânsito. do trânsito e outros, visando à uniformidade de
§ 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE
são nomeados pelos Governadores dos Estados e VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendi-
do Distrito Federal, respectivamente. zagem e habilitação de condutores de veículos, a
§ 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE expedição de documentos de condutores, de regis-
deverão ser pessoas de reconhecida experiência em
trânsito. VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira
§ 3º O mandato dos membros do CETRAN e do CON- -
TRANDIFE é de dois anos, admitida a recondução. tro e o de Licenciamento Anual mediante delegação
aos órgãos executivos dos Estados e do Distrito
Competências da PRF
XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trân- Compete à Polícia Rodoviária Federal, no
âmbito das rodovias e estradas federais:
XXV - elaborar e submeter à aprovação do CON- I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas
TRAN as normas e requisitos de segurança veicular
para fabricação e montagem de veículos, consoante
Se o foco é a PRF, é fundamental saber as atribui-
XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão ções deste órgão. Inciso importante. Antes de cobrar
do código marca-modelo dos veículos para efeito de
dos cidadãos, a PRF deve ser um exemplo em cumpri-
mento das regras de trânsito.
XXVII - instruir os recursos interpostos das deci-
sões do CONTRAN, ao ministro ou dirigente coor-
XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de operações relacionadas com a segurança pública,
trânsito e submetê-los, com proposta de solução, ao com o objetivo de preservar a ordem, incolumidade
Ministério ou órgão coordenador máximo do Siste-
adotar medidas de segurança relativas aos servi- trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e
ços de remoção de veículos, escolta e transporte de promover o desenvolvimento da circulação e da
A PRF reporta ao DNIT (órgão rodoviário federal) XI - promover e participar de projetos e programas
de educação e segurança, de acordo com as diretri-
estudos sobre locais críticos de acidentes, propondo
soluções para diminuir as ocorrências nestes locais.
XII - integrar-se a outros órgãos e entidades do
-
VIII - implementar as medidas da Política Nacional
dação e compensação de multas impostas na área
IX - promover e participar de projetos e programas
de educação e segurança, de acordo com as diretri-
transferências de veículos e de prontuários de con-
-
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trân- XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema
sito de veículos, de pedestres e de animais e promo- Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação
IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos XXI - vistoriar veículos que necessitem de autoriza-
ção especial para transitar e estabelecer os requisi-
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polí- tos técnicos a serem observados para a circulação
cia ostensiva de trânsito, as diretrizes para o poli- desses veículos.
XXII - aplicar a penalidade de suspensão do direito
Todo condutor ao dirigir deve ter atenção. Olhe Na situação a seguir, não havendo sinalização a
sempre para frente! Parece evidente, mas a falta dela preferência é de quem vem pela rodovia. É o que
causa muitos acidentes. preconiza a alínea “a)”
Infração relacionadas ao dispositivo:
Penalidade – multa.
Art. 192 Deixar de guardar distância de seguran-
ça lateral e frontal entre o seu veículo e os demais,
bem como em relação ao bordo da pista, conside-
rando-se, no momento, a velocidade, as condições
climáticas do local da circulação e do veículo:
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
Penalidade - multa.
Observemos agora a infração:
Deixar de guardar a distância lateral de
um metro e cinquenta centímetros ao passar ou
Art. 215 Deixar de dar preferência de passagem:
ultrapassar bicicleta:
I - em interseção não sinalizada:
a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou
Penalidade - multa.
b)
II - nas interseções com sinalização de regulamen-
tação de Dê a Preferência:
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulan- IV - quando uma pista de rolamento comportar
várias faixas de circulação no mesmo sentido, são
c) nos demais casos, o que vier pela direita do as da direita destinadas ao deslocamento dos veí-
culos mais lentos e de maior porte, quando não 23
houver faixa especial a eles destinada, e as da de preservação da ordem pública, observadas as
esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslo- seguintes disposições: (LEI N° 14071/2020)
a) quando os dispositivos regulamentares de alar-
me sonoro e iluminação intermitente estiverem
Embora o veículo trafegue no limite máximo da acionados, indicando a proximidade dos veículos,
velocidade regulamentada da via, deverá estar na todos os condutores deverão deixar livre a passa-
faixa da direita, pois a da esquerda é destinada para gem pela faixa da esquerda, indo para a direita da
ultrapassagem. Esta ultrapassagem poderá ser reali-
b) os pedestres, ao ouvirem o alarme sonoro ou
zada por uma viatura policial, uma ambulância ou
avistarem a luz intermitente, deverão aguardar no
simplesmente alguém apressado, que não esteja se passeio e somente atravessar a via quando o veícu-
importando com o limite de velocidade.
Geralmente, veículos maiores e mais lentos como c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de ilu-
ônibus e caminhões trafegam na faixa da direita. minação vermelha intermitente só poderá ocorrer
Infração relacionada ao dispositivo:
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamen-
Art. 185 to deverá se dar com velocidade reduzida e com
deixar de conservá-lo: os devidos cuidados de segurança, obedecidas as
I - na faixa a ele destinada pela sinalização de regu-
e) as prerrogativas de livre circulação e de parada serão
II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de aplicadas somente quando os veículos estiverem iden-
maior porte:
Na prática, os veículos mais lentos trafegam pró- Art. 34 O condutor que queira executar uma mano-
Dica
Tome cuidado com as exceções: poderá ser rea-
lizado em outros locais que ofereçam condições
moto-fretista, é obrigatório o uso de colete de seguran- Ciclovia: pista própria destinada à circulação de
Resolução 356/10.
Art. 59 Desde que autorizado e devidamente sina-
Art. 57 Os ciclomotores devem ser conduzidos pela lizado pelo órgão ou entidade com circunscrição
direita da pista de rolamento, preferencialmente no sobre a via, será permitida a circulação de bicicle-
centro da faixa mais à direita ou no bordo direito tas nos passeios.
da pista sempre que não houver acostamento ou
faixa própria a eles destinada, proibida a sua circu- Veja que é possível a circulação de bicicletas nos
lação nas vias de trânsito rápido e sobre as calça- passeios se a sinalização permitir.
das das vias urbanas. Infração relacionada ao dispositivo:
ou mais faixas de trânsito e a da direita for desti- Art. 255 Conduzir bicicleta em passeios onde não
nada ao uso exclusivo de outro tipo de veículo, os seja permitida a circulação desta, ou de forma
ciclomotores deverão circular pela faixa adjacente agressiva, em desacordo com o disposto no pará-
à da direita. grafo único do art. 59:
Vias
Sim VELOCIDADE MÁXIMA NAS VIAS SEM
Coletoras
SINALIZAÇÃO
Vias Locais Não
Vias Urbanas
Vias
TIPO DE TEM
OBSERVAÇÃO
VIA URBANA CRUZAMENTO? Trânsito
Arterias Coletoras Locais
Vias de Trân- Não Rápido
sito Rápido
80 km/h 60 km/h 40 km/h 30 km/h
Via Arteriais Sim Liga bairros
Medida administrativa - retenção do veículo até Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direi-
que a irregularidade seja sanada. to de dirigir e apreensão do veículo
Medida administrativa - recolhimento do documen-
Sobre o cinto de segurança temos assim disposto to de habilitação e remoção do veículo.
no art. 65: § 1o As penalidades são aplicáveis aos promotores
e aos condutores participantes
Art. 65 É obrigatório o uso do cinto de segurança § 2o em
para condutor e passageiros em todas as vias do caso de reincidência no período de 12 (doze) meses
território nacional, salvo em situações regulamen- da infração anterior
tadas pelo CONTRAN.
Item II: Errado. Em rotatórias sem sinalização a o que torna a questão certa. Resposta: Certo.
preferência de passagem é de quem circula na rota-
tória (Art 29 Inc III, alínea “a” do CTB) 5. (CESPE - 2015) Julgue o item:
Item III: Errado. No trânsito de veículos nas vias ter- Ao transitar por um túnel, ainda que a viagem seja rea-
restres, abertas à circulação, os veículos precedidos de lizada durante o dia e que o túnel seja provido de ilumi-
batedores terão prioridade de passagem e não prio- nação, o condutor do veículo deverá manter os faróis
ridade absoluta de passagem (Art 29 Inc VI do CTB). acesos, utilizando luz baixa.
Item IV: Certo. Art 29 Inc VII, alínea “c” do CTB. Res-
posta: Letra B.
2. (CISSUL - 2017) Os veículos destinados a socorro de Literalidade do artigo 40 Inciso I do CTB. Resposta:
- Certo.
ção e operação de trânsito e as ambulâncias, além de
prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, esta- DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS
cionamento e parada. PROFISSIONAIS
Assinale a alternativa em que essa regulamentação
deverá ocorrer: Art. 67-A
a sua utilização e característica, constitui critério de descanso a cada 4 (quatro) horas na condução de
veículo rodoviário de passageiros, sendo facultado
estabelece parâmetros e condições de preferência de
passagem em cruzamentos desprovidos de sinalização.
Cuidado com as normas de descanso dos motoris-
tabela a seguir:
d) F, F, V, F
Lei nº
Rádio 6.194, de 19 de dezembro de 1974, serão repassados
mensalmente ao Coordenador do Sistema Nacional
Televisão de Trânsito para aplicação exclusiva em progra-
mas de que trata este artigo.
Jornal;
Art. 87
Art. 82
trânsito e respectivos suportes, ou junto a ambos, VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.
qualquer tipo de publicidade, inscrições, legendas
e símbolos que não se relacionem com a mensagem
Este artigo é um dos mais cobrado nas provas de
da sinalização.
Art. 83 concursos no quesito de sinalização de trânsito. As
legendas ou símbolos ao longo das vias condiciona-
-se à prévia aprovação do órgão ou entidade com Resolução n° 160/2004. Memorize a sinalização pre-
circunscrição sobre a via. vista no CTB.
Art. 84 O órgão ou entidade de trânsito com cir-
cunscrição sobre a via poderá retirar ou determi-
nar a imediata retirada de qualquer elemento que Verticais: são as placas de sinalização mais
prejudique a visibilidade da sinalização viária e comuns e se encontram por toda a via, acima do
a segurança do trânsito, com ônus para quem o chão. Ex.:
tenha colocado.
-
-los para retirar a publicidade indevida, pode o pró-
prio órgão retirar ou determinar, sumariamente, a Horizontais: são as marcações que estão dispostas
retirada da propaganda. Caso esta ação gere despesas
na vida. Ex.:
numerárias, estas devem ser cobradas do responsável
que instalou a referida publicidade.
Importante!
Gestos dos agentes de trânsito e do condutor: É o CONTRAN que normatiza a interpretação, colo-
são sinalizações feitas pelos agentes de trânsito ou cação e uso da sinalização.
condutores, sempre indicando uma ação pertinen-
te ao momento no trânsito. Ex.:
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE - 2019) A sinalização de trânsito segue uma
ordem de prevalência: as ordens do agente de trânsito
prevalecem sobre as normas de circulação e outros
sinais; as indicações do semáforo sobre os demais
Fique atento ao que diz o art. 88: sinais; e as indicações dos sinais sobre as demais
normas de trânsito.
Art. 88 Nenhuma via pavimentada poderá ser
entregue após sua construção, ou reaberta ao trân-
sito após a realização de obras ou de manutenção,
enquanto não estiver devidamente sinalizada, ver- Regra básica de prevalência de sinalização, confor-
tical e horizontalmente, de forma a garantir as con- me art. 89 do CTB. Resposta: Certo.
dições adequadas de segurança na circulação.
Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em 2. (FCC - 2019)
verticais; horizontais; dispositivos de sinalização auxi-
adequada. liar e mais:
a) c)
b) do órgão ou entidade de trânsito com circunscrição d)
sobre a via. e) de aprendizagem.
c) da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a
via.
d) do policiamento do trânsito. então estude bem este eminente tema. Vejamos quais
e) do responsável pela execução ou manutenção da obra são e alguns exemplos:
ou do evento.
Quanto à tração
A obrigação de sinalizar é do responsável pela exe-
cução ou manutenção da obra ou do evento, confor- Tração animal. Ex.: charretes, carroças etc.;
me Art 95 do CTB. Propulsão humana. Ex.: bicicleta e carro de mão;
Art. 95 Nenhuma obra ou evento que possa pertur- Automotor. Ex.: caminhão, motocicleta etc.;
bar ou interromper a livre circulação de veículos e Reboque e semirreboque. Ex.: trailer;
pedestres, ou colocar em risco sua segurança, será Elétrico. Ex.: bonde.
iniciada sem permissão prévia do órgão ou entidade
de trânsito com circunscrição sobre a via. Quanto à espécie
§ 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela
execução ou manutenção da obra ou do evento. Res- Passageiros. Ex.: bicicleta, automóvel, ônibus,
posta: Letra E. bonde, charrete, ciclomotor, motoneta, motocicle-
ta, triciclo, quadrículo, reboque e semirreboque;
Tração. Ex.: caminhão-trator, trator de rodas, de
DOS VEÍCULOS
esteira e misto;
Carga. Ex.: caminhonete, carro de mão, carroça,
Art. 96. motoneta, motocicleta, triciclo, quadrículo, rebo-
I - quanto à tração: que e semirreboque;
a) Competição;
b) Coleção;
c) Misto.
d)
e)
II - quanto à espécie: Dica
a) de passageiros: Perceba que quanto à espécie, os veículos: moto-
neta, motocicleta, triciclo, quadrículo e reboque e
semirreboque são veículos de passageiros e de
carga.
Quanto à categoria
Representação diplomática;
Aluguel;
Particular;
Aprendizagem.
b) de carga:
Art. 97 -
na pesagem de veículos serão aferidos de acordo O veículo de carga deverá estar devida-
com a metodologia e na periodicidade estabeleci- mente equipado quando transitar, de modo a evitar
das pelo CONTRAN, ouvido o órgão ou entidade de o derramamento da carga sobre a via.
metrologia legal.
mínimos e a forma de proteção das cargas de que
trata este artigo, de acordo com a sua natureza.
-
Os veículos de carga devem transitar de forma
segura, principalmente quando o assunto for amar-
veículos são ainda mais criteriosas, já que suas obriga- circulação e conduta previstas, e somente para isso.
ções são maiores que as dos veículos particulares. No
Município do Rio de Janeiro, por exemplo, são cobrados Art. 111 É vedado, nas áreas envidraçadas do
veículo:
forma periódica, vistoria do INMETRO do taxímetro, II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou simi-
curso de especialização para transporte de passageiros lares nos veículos em movimento, salvo nos que
dos motoristas e algumas outras exigências. possuam espelhos retrovisores em ambos os lados.
Onde não houver linha regular de ônibus, ou não, painéis decorativos ou pinturas, quando
a autoridade com circunscrição sobre a via poderá comprometer a segurança do veículo, na forma de
autorizar, a título precário, o transporte de passa- regulamentação do CONTRAN. (Incluído pela Lei nº
geiros em veículo de carga ou misto, desde que obe- 9.602, de 1998)
decidas as condições de segurança estabelecidas Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de
neste Código e pelo CONTRAN. caráter publicitário ou qualquer outra que possa
Parágrafo único. A autorização citada no caput desviar a atenção dos condutores em toda a exten-
não poderá exceder a doze meses, prazo a partir são do pára-brisa e da traseira dos veículos, salvo
do qual a autoridade pública responsável deverá se não colocar em risco a segurança do trânsito.
implantar o serviço regular de transporte coletivo
de passageiros, em conformidade com a legislação Aqui há algumas informações importantes que
podem ser alvo na prova:
O transporte de passageiros em compartimento
de carga dos veículos não é permitido. Mas há uma POSSO
exceção: se não houver linha regular de transporte de COLOCAR
OBJETO EXCEÇÃO
passageiros, poderá ser autorizado de forma precária NOS VIDROS?
esse tipo de transporte. A resolução n° 508/2014 trata (REGRA)
com detalhes do assunto. A autoridade com circuns- Cortinas, Salvo se tiverem
crição sobre a via poderá autorizar, eventualmente e persianas retrovisores
a título precário, a circulação de veículo de carga ou Não
fechadas ou de ambos os
misto transportando passageiros no compartimento similares lados.
de cargas, desde que sejam cumpridos os requisitos
na Resolução n° 508. O prazo máximo é de 12 meses. Salvo se não
Películas comprometer
O transporte de carga em veículos des- a segurança
tinados ao transporte de passageiros só pode ser não - painéis Não conforme,
realizado de acordo com as normas estabelecidas decorativos ou Resolução
pelo CONTRAN. pinturas 254/2007 do
CONTRAN.
A resolução n° 26/98, por exemplo, disciplina o
transporte de carga em veículos destinados ao trans- Inscrição Salvo se
porte de passageiros. Na resolução, a carga só poderá de caráter não colocar
ser acomodada em compartimento próprio, separado publicitário no Não em risco a
dos passageiros, que no ônibus é o bagageiro. para-brisa e da segurança do
traseira trânsito.
O veículo que tiver alterada qualquer de
Presidente do STF
Ministros do STF Importante!
Ministério Público Federal § 5º O disposto neste artigo não se aplica aos
veículos de uso bélico.
Procurador Geral da República Não esqueça: veículos de uso bélico estão dis-
pensados de placas.
Advocacia Geral Da União
Advogado Geral da União
§ 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensa-
dos da placa dianteira.
§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes
dos Tribunais Federais, dos Governadores, Prefei- Motocicletas e motonetas, por exemplo, não pos-
tos, Secretários Estaduais e Municipais, dos Presi- suem placa dianteira. Informação que já foi cobrada
dentes das Assembléias Legislativas, das Câmaras em certames.
Municipais, dos Presidentes dos Tribunais Esta-
duais e do Distrito Federal, e do respectivo chefe do
-
Forças Armadas terão placas especiais, de acordo gedorias e com a devida comunicação aos órgãos
com os modelos estabelecidos pelo CONTRAN. de trânsito competentes, os veículos utilizados por
membros do Poder Judiciário e do Ministério Públi-
48 co que exerçam competência ou atribuição criminal
poderão temporariamente ter placas especiais, de 2. (CESPE - 2008) Entre as autoridades públicas apre-
sentadas nas opções a seguir, aquela cuja placa em
veículo de representação pessoal usa as cores verde e
conjuntamente, pelo Conselho Nacional de Justiça amarela da Bandeira Nacional é o
- CNJ, pelo Conselho Nacional do Ministério Públi-
co - CNMP e pelo Conselho Nacional de Trânsito a) presidente de tribunal federal.
b) governador de estado.
c) procurador-geral da República.
Placas especiais para proteger os juízes e promoto- d)
res que trabalhem na seara criminal podem ser atribuí- e) prefeito.
das desde que tenha: atribuição criminal; autorização
Veja o artigo 115 § 2º do CTB. Resposta: Letra C.
de TRÃNSITO competente; e seja de uso temporário.
3. (CRQ - 2015) De acordo com Art. 105 Do CTB, são
§ 8o
equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros
agrícola (jericos), para efeito do registro de que tra-
a serem estabelecidos pelo CONTRAN, dos quais é
ta o § 4o
Os jericos são veículos de produção artesanal que a) Para os veículos de transporte e de condução esco-
são formados por meio de peças de diversos veículos. lar, os de transporte de passageiros com mais de dez
- lugares e os de carga com peso bruto total superior a
cultores nas atividades do campo, entre elas, carregar quatro mil quinhentos e trinta e seis quilogramas, equi-
pamento registrador instantâneo inalterável de veloci-
veículos, se registrados pelo MAPA (órgão registrador), dade e tempo.
b) Encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos
por instituição técnica credenciada por órgão ou enti- automotores, segundo normas estabelecidas pelo
dade de metrologia legal de suas peças. CONTRAN.
c) Dispositivo destinado ao controle de emissão de
Art. 116 Os veículos de propriedade da União, dos gases poluentes e de ruído, segundo normas estabele-
Estados e do Distrito Federal, devidamente regis-
trados e licenciados, somente quando estritamente d) Para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna
usados em serviço reservado de caráter policial, dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retro-
poderão usar placas particulares, obedecidos os visor do lado direito.
critérios e limites estabelecidos pela legislação que e) Equipamento suplementar de retenção - air bag frontal
para o condutor e o passageiro do banco dianteiro.
Entenda que o serviço de inteligência da polícia As bicicletas devem possuir retrovisor esquerdo e
poderá usar placas particulares para executarem suas não direito. (Art. 105 Inciso VI) Resposta: Letra D.
atribuições com maior sigilo e discrição.
4. (VUNESP - 2019) Segundo o artigo 97 do CTB, as
Art. 117 Os veículos de transporte de carga e os
coletivos de passageiros deverão conter, em local
facilmente visível, a inscrição indicativa de sua
tara, do peso bruto total (PBT), do peso bruto total registro, licenciamento e circulação serão estabeleci-
combinado (PBTC) ou capacidade máxima de tra- das pelo
ção (CMT) e de sua lotação, vedado o uso em desa-
a) CONTRANDIFE.
b) DENATRAN.
c) CIRETRAN.
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
d) CONTRAN.
EXERCÍCIOS COMENTADOS e) CETRAN
Art. 122
A multa deve ser paga no Brasil, tendo em vista o de Veículo o órgão executivo de trânsito consultará
CTB. Os veículos licenciados no exterior não pode- o cadastro do RENAVAM e exigirá do proprietário
rão sair do território nacional sem o prévio paga- os seguintes documentos:
-
mento ou o depósito, judicial ou administrativo, dos
dor, ou documento equivalente expedido por auto-
valores correspondentes às infrações de trânsito
cometidas e ao ressarcimento de danos que tiverem II - documento fornecido pelo Ministério das Relações
causado ao patrimônio público ou de particulares, Exteriores, quando se tratar de veículo importado
independentemente da fase do processo administra- por membro de missões diplomáticas, de repartições
tivo ou judicial envolvendo a questão (Art 119 § 1º consulares de carreira, de representações de orga-
50 do CTB). Resposta: Errado. nismos internacionais e de seus integrantes.
Fique atento, pois “registro veicular” é um tema Mais um prazo importante: 30 dias para o compra-
adorado pelas bancas. Neste artigo o legislador dor tomar as providências. Como já falado na tabe-
comenta as exigências documentais para se registrar la anterior, a transferência de residência no mesmo
pela primeira vez o veículo. Veja na tabela quais são município não exige novo CRV, mas apenas comunica-
as principais informações a respeito desse tópico: ção ao órgão de trânsito.
obrigações dos fabricantes, importadores e até de Art. 129-A O registro dos tratores e demais apare-
lhos automotores destinados a puxar ou a arrastar
órgãos alfandegários de repassar ao RENAVAM (Regis-
maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrí-
tro nacional de veículos automotores) as informações
colas será efetuado, sem ônus, pelo Ministério da
sobre o chassi, o monobloco, os agregados e as carac-
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, diretamen-
terísticas originais do veículo.
a) Ministério dos Transportes, Interior e Viação Rural Um veículo licenciado certamente está registra-
b) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do, até por conta deste atrelamento entre ambos. No
c) órgão do sistema geral de registros viários urbano e -
rural ja licenciado, pois o CRV pode valer para toda vida do
d) sistema de consumidores urbanos e do campo admi- veículo, mas o CRLV é anual. Conforme a Resolução n°
nistrado pelo órgão competente
e) Sindicato dos Produtores Rurais e Sistema Nacional -
de Veículos de Tração mento do Veículo. Já os veículos novos (zero km) são
licenciados na hora do registro. A partir de 2021, os
O registro de tratores é feito no Ministério da Agri- proprietários poderão optar por um licenciamento
cultura, Pecuária e Abastecimento. digital com a emissão do CRV digital.
Art. 129-A. O registro dos tratores e demais apa-
§ 2º O veículo somente será considerado licencia-
relhos automotores destinados a puxar ou a
do estando quitados os débitos relativos a tributos,
arrastar maquinaria, diretamente ou mediante con-
encargos e multas de trânsito e ambientais, vincu-
lados ao veículo, independentemente da responsa-
bilidade pelas infrações cometidas.
3. (VUNESP - 2018) Será obrigatória a expedição de novo
O veículo só estará licenciado se estiver com todos
os débitos obrigatórios quitados. Apenas dessa forma o
a) o condutor não for o proprietário do veículo. DETRAN expede o seu CRLV/CLA. Em regra, paga-se o
b) for transferida a propriedade. IPVA + Taxa de Licenciamento + DPVAT. Se, por acaso,
c) o proprietário mudar o município de domicílio ou você pagar apenas o IPVA, o veículo não estará licencia-
residência. do. É necessária a quitação de todos os débitos supra-
d) for alterada qualquer característica do veículo. mencionados. Quanto às multas, pagam-se apenas
e) houver mudança de categoria. quando terminarem todos os recursos administrativos.
Todo veículo automotor, elétrico, articula- Anual, o veículo somente será licenciado median-
do, reboque ou semi-reboque, para transitar na via, te comprovação do atendimento às campanhas de
deverá ser licenciado anualmente pelo órgão exe- chamamento de consumidores para substituição
cutivo de trânsito do Estado, ou do Distrito Federal, ou reparo de veículos. (Lei n° 14071 de 2020)
onde estiver registrado o veículo.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo A resolução nº 716, de 30 de novembro de 2017
de uso bélico. estabelece que os veículos deverão fazer uma Inspe-
§ 2º No caso de transferência de residência ou ção Técnica Veicular (ITV) que será realizada de dois
domicílio, é válido, durante o exercício, o licencia- em dois anos em todos os veículos da frota registrada,
mento de origem. 53
entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distri- Pessoal, quando vocês venderem seus carros, se o
to Federal, sendo pré-requisito para o licenciamento novo proprietário não transferir em 30 dias, você terá
anual, excetuando veículos novos, escolares, de trans- que comunicar a venda em 60 dias.
porte de passageiros entre outros. A partir de 2021, os
veículos convocados para recall devem fazer o reparo, Art. 134-A
caso contrário, não serão licenciados. motorizadas e equiparados não sujeitos ao regis-
tro, ao licenciamento e ao emplacamento para cir-
Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao culação nas vias. (Lei n° 14071 de 2020)
licenciamento e terão sua circulação regulada pelo Art. 135 Os veículos de aluguel, destinados ao
CONTRAN durante o trajeto entre a fábrica e o transporte individual ou coletivo de passageiros de
Município de destino. linhas regulares ou empregados em qualquer servi-
§ 1o ço remunerado, para registro, licenciamento e res-
aos veículos importados, durante o trajeto entre a pectivo emplacamento de característica comercial,
alfândega ou entreposto alfandegário e o Município deverão estar devidamente autorizados pelo poder
público concedente.
É possível trafegar sem placas pelas ruas com veí- Como já comentado, os veículos que possuem
culo novo (zero km)? Em regra, não. Mas há situações esta importante função de transportar passageiros
elencadas na Resolução n° 04 / 1998 que permitem o de forma remunerada, além de obedecer a critérios
condutor não portar placas no veículo. Existem algu- rigorosos de inspeção e funcionamento, devem ter
mas situações em que trafegar com apenas a Nota Fis- autorização do poder público para executar o serviço.
cal é permitido, mas de forma transitória e passageira. Por isso, existem protestos de determinadas catego-
Segundo a resolução n° 554/2015 (alterou Reso- rias para impedir o funcionamento de transportes de
lução n° 04 / 1998), por exemplo, se eu comprar um passageiros irregulares (não autorizados).
carro novo em São Paulo e quiser emplacar em Floria-
nópolis/SC (domicílio), terei 15 dias para me deslocar
-
ciar o veículo. É o que diz o artigo 4º Inciso I da supra- EXERCÍCIO COMENTADO
citada resolução. O prazo é contado a partir da data do
1. (AOCP - 2018) Em relação ao Licenciamento de veícu-
Se for comprado eletronicamente o prazo conta-se a los, assinale a alternativa correta.
partir da data de efetiva entrega do veículo.
a) Todos os veículos devem ser licenciados, sem
Art. 133
exceção.
Licenciamento Anual.
b) Até mesmo os tanques de guerra do exército devem
Parágrafo único. O porte será dispensado quando,
ser licenciados.
c) O licenciamento deve ser feito a cada dois anos.
d) Veículos com mais de dez anos não precisam ser
licenciados.
O porte obrigatório do CRLV/CLA foi mitigado. Isto e) O primeiro licenciamento será feito simultaneamente
ao registro.
consulte sua placa, ele dispensará o CRLV/CLA. No
entanto, é recomendável o porte do CRLV/CLA, já que A letra A está errada porque veículos bélicos, por
exemplo, não seguem as regras de licenciamento do
c) semestrais.
São os requisitos para se candidatar ao transporte d) diárias.
de escolares: ser maior de 21 anos, ser habilitado na e) anuais.
categoria D, ter um prontuário bom, isto é, no máxi-
mo, uma infração gravíssima nos últimos 12 meses. Vejamos a lei:
(Resolução n° 789/20). Art. 136. Os veículos especialmente destinados à
condução coletiva de escolares somente poderão cir-
Art. 139 O disposto neste Capítulo não exclui a cular nas vias com autorização emitida pelo órgão
competência municipal de aplicar as exigências ou entidade executivos de trânsito dos Estados e do
previstas em seus regulamentos, para o transporte Distrito Federal, exigindo-se, para tanto:
de escolares. -
III – instalação de aparador de linha antena A habilitação para conduzir veículo auto-
corta-pipas, nos termos de regulamentação do motor e elétrico será apurada por meio de exames
que deverão ser realizados junto ao órgão ou enti-
- dade executivos do Estado ou do Distrito Federal,
pamentos obrigatórios e de segurança do domicílio ou residência do candidato, ou na sede
§ 1° A instalação ou incorporação de dispositivos estadual ou distrital do próprio órgão, devendo o
para transporte de cargas deve estar de acordo condutor preencher os seguintes requisitos:
§ 2° É proibido o transporte de combustíveis, pro-
- III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
los de que trata este artigo, com exceção do gás de Parágrafo único. As informações do candidato à
cozinha e de galões contendo água mineral, desde habilitação serão cadastradas no RENACH.
side-car, nos termos de regu-
Pessoal, habilitação é tema recorrente em provas de
Art. 139-B O disposto neste Capítulo não exclui a
competência municipal ou estadual de aplicar as concursos, principalmente se for para DETRAN. Os requi-
exigências previstas em seus regulamentos para sitos para se candidatar a tentar obter uma CNH são:
as atividades de moto-frete no âmbito de suas
Alfabetização;
Maior de 18 anos (penalmente imputável);
Não se transporta produtos perigosos, nem galões Ter carteira de identidade;
de qualquer natureza nestes veículos, exceto o gás Ter CPF – Resolução n° 789/2020.
de cozinha (máximo: 13 kg) e a água mineral (máxi-
mo: 20 L) com o sidecar, situação regulamentada pela Art. 141 O processo de habilitação, as normas rela-
Resolução n° 356/2010. tivas à aprendizagem para conduzir veículos auto-
motores e elétricos e à autorização para conduzir
ciclomotores serão regulamentados pelo CONTRAN.
§ 1º A autorização para conduzir veículos de pro-
EXERCÍCIO COMENTADO dos Municípios.
1. (FCC - 2019) Quanto à condução coletiva de escola-
Já sabemos que a licença para conduzir bicicletas e
res, considere:
charretes, por exemplo, é dos Municípios.
I. Para a emissão da autorização, a ser emitida pelo
órgão ou entidade executivos de trânsito dos Esta- Art. 142 O reconhecimento de habilitação obtida
dos e do Distrito Federal, será exigida a inspeção em outro país está subordinado às condições esta-
- belecidas em convenções e acordos internacionais e
tórios e de segurança. às normas do CONTRAN.
II. Para que veículos especialmente destinados à condu-
ção coletiva de escolares possam circular, a autori- No que diz respeito à habilitação, temos que saber
zação emitida pelo órgão ou entidade executivos de que uma habilitação estrangeira pode possuir valida-
trânsito dos Estados e do Distrito Federal deverá ser de no Brasil. Por exemplo, a Resolução n° 360/2010 diz
que um condutor estrangeiro poderá dirigir no Brasil
com inscrição da lotação permitida, sendo vedada a se estiver a menos de 180 dias no Brasil.
condução de escolares em número superior à capa-
cidade estabelecida pelo fabricante. Categorias de habilitação
III. O condutor de veículo destinado à condução de
escolares não deve ter cometido nenhuma infra- Art. 143 Os candidatos poderão habilitar-se nas
ção gravíssima ou ser reincidente em infrações categorias de A a E, obedecida a seguinte gradação:
médias e graves durante os 12 últimos meses. I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de
IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado cujo peso não exceda a 6.000 kg (seis mil quilogra-
utilizado no transporte de passageiros, cuja lota- mas), ou cuja lotação não exceda a 8 (oito) luga-
Categoria A: Condutor de veículo motorizado de Mais de uma unidade tracionada é sempre catego-
duas ou três rodas, com ou sem carro lateral. -
Categoria B: Condutor de motorizado, não abran- ceba que existem 03 veículos (Unidade Tratora + 02
gido pela categoria A, cujo peso bruto total não Semirreboques).
exceda a três mil e quinhentos quilogramas e
cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o
do motorista + Motor Home de até 6000 kg ou até
08 passageiros + tratores de rodas e equipamen-
tos automotores destinados a executar trabalhos
agrícolas.
Categoria C: Condutor de veículo motorizado uti-
lizado em transporte de carga, cujo peso bruto
total exceda a três mil e quinhentos quilogramas;
Categoria D: Condutor de veículo motorizado uti-
lizado no transporte de passageiros, cuja lotação
exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
Categoria E: Condutor de combinação de veícu-
los em que a unidade tratora se enquadre nas cate- Art. 144 O trator de roda, o trator de esteira, o tra-
gorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, tor misto ou o equipamento automotor destinado à
trailer movimentação de cargas ou execução de trabalho
(seis mil quilogramas) ou mais de peso bruto total, agrícola, de terraplenagem, de construção ou de
pavimentação só podem ser conduzidos na via públi-
ca por condutor habilitado nas categorias C, D ou E.
§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor -
deverá estar habilitado no mínimo há um ano na tos automotores destinados a executar trabalhos
categoria B e não ter cometido nenhuma infração agrícolas poderão ser conduzidos em via pública
grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infra-
ções médias, durante os últimos doze meses. (Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015)
IV - de noções de primeiros socorros, conforme física e mental e pela avaliação psicológica no míni-
mo 1 (uma) vez por ano.” (Lei n° 14071 de 2020)
V - de direção veicular, realizado na via públi- Art. 147-A -
ca, em veículo da categoria para a qual estiver
va é assegurada acessibilidade de comunicação,
habilitando-se.
mediante emprego de tecnologias assistivas ou de
ajudas técnicas em todas as etapas do processo de
Observem que para se obter uma CNH é preciso
fazer alguns exames e a ordem é esta:
aulas teóricas dos cursos que precedem os exames
previstos no art. 147 desta Lei deve ser acessível,
respectivos examinadores serão registrados no
por meio de subtitulação com legenda oculta asso-
ciada à tradução simultânea em Libras. (Incluído
Lei nº 9.602, de 1998)
-
Além de seu nome, os respectivos examinadores
ciência auditiva requerer, no ato de sua inscrição,
serão registrados no RENACH. O RENACH é organiza-
os serviços de intérprete da Libras, para acompa-
do e mantido pelo DENATRAN.
nhamento em aulas práticas e teóricas. (Incluído
§ 2º -
zado no local de residência ou domicílio do exami-
Importante!
nado, será preliminar e renovável com a seguinte -
periodicidade: suem assegurada acessibilidade de comunica-
ção, mediante emprego de tecnologias assistivas
- ou de ajudas técnicas em todas as etapas do
de igual ou superior a 50 (cinquenta) anos e inferior processo de habilitação, inclusive com ajuda de
58 intérprete de Libras.
Art. 148 Os exames de habilitação, exceto os de Exame Toxicológico
direção veicular, poderão ser aplicados por entida-
des públicas ou privadas credenciadas pelo órgão Art. 148-A
executivo de trânsito dos Estados e do Distrito deverão comprovar resultado negativo em exame
Federal, de acordo com as normas estabelecidas toxicológico para a obtenção e a renovação da Car-
pelo CONTRAN. teira Nacional de Habilitação. (Lei n° 14071 de 2020)
§ 1º A formação de condutores deverá incluir, § 1o
obrigatoriamente, curso de direção defensiva e de aferir o consumo de substâncias psicoativas que,
conceitos básicos de proteção ao meio ambiente comprovadamente, comprometam a capacidade de
relacionados com o trânsito. direção e deverá ter janela de detecção mínima de
§ 2º Ao candidato aprovado será conferida Permis- 90 (noventa) dias, nos termos das normas do CON-
são para Dirigir, com validade de um ano.
§ 2º
§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será confe-
caput deste artigo, os condutores das categorias
rida ao condutor no término de um ano, desde que
C, D e E com idade inferior a 70 (setenta) anos
o mesmo não tenha cometido nenhuma infração de
serão submetidos a novo exame a cada período de
natureza grave ou gravíssima ou seja reincidente
2 (dois) anos e 6 (seis) meses, a partir da obtenção
em infração média.
ou renovação da Carteira Nacional de Habilita-
§ 4º A não obtenção da Carteira Nacional de
ção, independentemente da validade dos demais
Habilitação, tendo em vista a incapacidade de
exames de que trata o inciso I do caput do art. 147
atendimento do disposto no parágrafo anterior,
deste Código. (Lei n° 14071 de 2020)
obriga o candidato a reiniciar todo o processo de § 4º
habilitação. recurso administrativo, sem efeito suspensivo, no
caso de resultado positivo para os exames de que
A PPD (Permissão para Dirigir) será dada ao candi- trata este artigo, nos termos das normas do CON-
dato aprovado em todos os exames mencionados. Se, em TRAN. (Lei n° 14071 de 2020)
01 (um) ano não cometer nenhuma infração de nature- § 5º
za grave ou gravíssima ou ser reincidente em infração 2º deste artigo acarretará a suspensão do direito
- de dirigir pelo período de 3 (três) meses, condicio-
rio, terá que reiniciar todo processo de habilitação. Na nado o levantamento da suspensão à inclusão, no
sua prova ele pode simular uma conduta de um motoris- Renach, de resultado negativo em novo exame, e
ta infrator e questionar se ele pode obter a CNH ou não. vedada a aplicação de outras penalidades, ainda
que acessórias. (Lei n° 14071 de 2020)
§ 7o
§ 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN
concorrência, pelos laboratórios credenciados pelo
poderá dispensar os tripulantes de aeronaves que
Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN,
apresentarem o cartão de saúde expedido pelas Forças
nos termos das normas do CONTRAN, vedado aos
Armadas ou pelo Departamento de Aeronáutica Civil,
respectivamente, da prestação do exame de aptidão
física e mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
II - limitar o número de empresas ou o número
Situação regulada pela Resolução n° 464/2013. Os
tripulantes de aeronaves titulares de Cartão Saúde ou (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
de Extrato de Pesquisa sobre Licença e Habilitações, III - estabelecer regras de exclusividade territorial.
expedidos pelas Forças Armadas ou pela Agência
-
dos do exame de aptidão física e mental necessário Artigo bastante polêmico e que tem gerado confu-
à obtenção ou à renovação periódica da habilitação são. A necessidade deste exame é combater os condu-
para conduzir veículo automotor, ressalvados os casos tores que fazem uso de substâncias ilegais para dirigir
previstos no § 4º do art. 147 do CTB. e acabam colocando a segurança viária em risco, prin-
cipalmente os caminhoneiros. Tanto é verdade que a
§ 6º - exigência do exame é para categorias C, D e E.
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
liação psicológica deverão ser analisados objetiva- O exame deve ser realizado nas seguintes situações:
mente pelos examinados, limitados aos aspectos
técnicos dos procedimentos realizados, conforme Obtenção ou renovação da CNH
- A cada 02 anos e 06 meses, desde que possua
calização prevista no menos de 70 anos de idade.
§ 7º - A janela mínima de detecção de substâncias no
to dos Estados e do Distrito Federal, com a cola- organismo é de 90 dias.
A penalidade para quem é reprovado no exame,
acarreta a suspensão do direito de dirigir por 03
(três) meses.
física e mental e pela avaliação psicológica no míni-
mo 1 (uma) vez por ano. Observação: Empresas serão credenciadas pelo DENA-
TRAN e não poderão ter o preço regulado pelo Estado.
de vinte centímetros de largura, pintada ao lon- no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do condu-
go da carroçaria, à meia altura, com a inscrição tor, terá fé pública e equivalerá a documento de
AUTO-ESCOLA na cor preta. identidade em todo o território nacional. (lei n°
Parágrafo único. No veículo eventualmente utili- 14071 de 2020)
zado para aprendizagem, quando autorizado para § 1º É obrigatório o porte da Permissão para Diri-
gir ou da Carteira Nacional de Habilitação quando
carroçaria, à meia altura, faixa branca removível, o condutor estiver à direção do veículo.
de vinte centímetros de largura, com a inscrição § 1º-A O porte do documento de habilitação será
AUTO-ESCOLA na cor preta.
for possível ter acesso ao sistema informatizado
Detalhes devem ser considerados para sua prova.
60 Veja um resumo: 14071 de 2020
A CNH, como sabido, é um documento de porte do condutor envolvido em acidente grave nos aspectos
obrigatório, quando na direção veicular. Entretanto, o físico, mental, psicológico e demais circunstâncias que
revelem sua aptidão para continuar a conduzir veículos
meio de sistemas informatizados. Se o condutor por- -
tar sua identidade, por exemplo, é possível saber se dade de trânsito submeter o condutor a esses exames.
ele possui CNH ou não. Detalhe novo e interessante:
a Resolução n° 718/2017 estabeleceu novas regras a § 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade
serem obedecidas pelos DETRANs para confecção das executiva estadual de trânsito poderá apreender
CNH. Por exemplo: as CNHs deverão possuir um Códi- o documento de habilitação do condutor até a sua
go de Referência Rápida ( , aprovação nos exames realizados.
Code). O da CNH armazena todas as informa-
ções contidas nos dados variáveis do respectivo docu- Vejam que a apreensão da CNH não está prevista
entre as penalidades do CTB (art. 256). De qualquer for-
e entidades executivos de trânsito dos Estados e do ma, não há óbices para tal ato por parte da Administra-
Distrito Federal deverão adequar seus procedimentos ção Pública, quando houver envolvimento de condutor
para adoção do modelo da CNH estabelecido pela pre- em acidente grave. É bom salientar que tal medida será
sente Resolução até 31 de dezembro de 2022. regida pelo Princípio do Devido Processo Legal.
§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele 3. (FUNCAB - 2013) Para habilitar-se nas categorias D e
envolvido poderá ser submetido aos exames exigi- E, o condutor deve entre outros requisitos, estar habili-
dos neste artigo, a juízo da autoridade executiva tado no mínimo há:
estadual de trânsito, assegurada ampla defesa ao
condutor. a) um ano na categoria B, quando pretender a catego-
ria D.
Neste caso, estamos diante de um envolvido em b) um ano na categoria D, quando pretender a cate-
acidente grave e não de um condenado por crime de goria E.
trânsito. Segundo o artigo 7º da Resolução N° 300/2008, c) um ano na categoria C, quando pretender a catego-
ria E. 61
d) dois anos na categoria B, quando pretender a categoria E.
e) dois anos na categoria C, quando pretender a categoria E.
Artigo 143 do CTB é muito importante para respondermos essa questão. Quanto ao texto legal, sua resposta está no
Artigo 145, inciso II, alínea B. Resposta: Letra C.
4. (FCC - 2018) A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao condutor portador de Permissão para Dirigir ao
término de
a) doze meses, desde que ele não tenha cometido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima ou seja reincidente
em infração média.
b) vinte e quatro meses, desde que ele não tenha cometido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima ou seja
reincidente em infração média.
c) dezoito meses, desde que ele não tenha cometido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima ou seja reinci-
dente em infração média.
d) dezoito meses, desde que ele não tenha cometido nenhuma infração de natureza gravíssima, grave ou média.
e) seis meses, desde que ele não tenha cometido nenhuma infração de natureza média ou seja reincidente em infração
Primeiramente, o condutor recebe sua Permissão para dirigir (PPD). Só após 01 (um) ano, ele receberá sua CNH
desde que ele não tenha cometido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima ou seja reincidente em
infração média. Vejamos a lei:
Art. 148. [...]
§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao condutor no término de um ano, desde que o mesmo não tenha
cometido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima ou seja reincidente em infração média. Resposta: Letra A.
5. (FCC - 2019) Os condutores das categorias C, D e E deverão submeter-se a exames toxicológicos para a habilitação e
renovação da Carteira Nacional de Habilitação. O exame será realizado, em regime de livre concorrência, pelos laboratórios
credenciados pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), nos termos das normas do CONTRAN, VEDADO aos
entes públicos:
II. limitar o número de empresas ou o número de locais em que a atividade pode ser exercida.
III. estabelecer regras de exclusividade territorial. Está correto o que consta de
a) I, II e III.
b) I e III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I, apenas.
e) II e III, apenas.
DAS INFRAÇÕES
Art. 161 -
mentar, e o infrator sujeita-se às penalidades e às medidas administrativas indicadas em cada artigo deste Capítulo
e às punições previstas no Capítulo XIX deste Código. (Lei n° 14071 DE 2020)
É certo que não há uma fórmula “mágica” para você memorizar todas as infrações de trânsito de uma só vez,
por isso, faz-se necessário que você lance mão de algumas estratégias para memorizar o maior número possível
infração, outros sugerem separar por similaridades de termos como, por exemplo, estudar todas as infrações que
62 possuem a palavra “acostamento”. Vamos, aqui, tentar combinar ambos:
FATOR
INFRAÇÃO – ART. 162 PENALIDADE MEDIDA ADMINISTRATIVA
MULTIPLICATIVO
Multa Retenção do veículo até chegar condutor
Sem CNH/ACC 3x
gravíssima habilitado
Dirigir sem lentes corretoras Multa Retenção do veículo até colocar a lente
1x
previstas na CNH gravíssima ou óculos
Também serão penalizadas nas mesmas condições as pessoas que entregam ou permitem que condutores
nestas situações dirijam o veículo.
Conforme o art. 309 do CTB, é crime dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para
Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano;
habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de
saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança.
Art. 165
dada pela Lei nº 11.705, de 2008)
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses.(Redação dada pela Lei nº
12.760, de 2012)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no
§ 4o do art. 270 da Lei no
nº 12.760, de 2012)
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de até 12 (doze)
meses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
Esta infração você deve estudar pormenorizadamente, já que qualquer detalhe pode ser cobrado. Causadora
de muitos acidentes, talvez seja a mais importante infração a ser memorizada. Inclusive, pode ser considerado
crime em alguns casos que veremos na parte criminal. Para ser considerado o legislador estabeleceu parâmetros
na resolução n° 432/2013.
FATOR MEDIDA
INFRAÇÃO PENALIDADE
MULTIPLICATIVO ADMINISTRATIVA
Perceba que são 02 (duas) penalidades; se reincidir Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
na mesma infração em 12 meses a multa será dobrada
(R$ 5869,40).
Art. 167 Deixar o condutor ou passageiro de usar Dirigir ameaçando os pedestres que
o cinto de segurança, conforme previsto no art. 65: estejam atravessando a via pública, ou os demais
veículos:
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de A situação deverá ser analisada criteriosamente.
Se restar comprovado que não havia risco no local e
mesmo assim o condutor o alterou de forma proposital,
Medida administrativa - recolhimento do documento teremos também o crime previsto no art. 312 do CTB.
de habilitação e remoção do veículo.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista IV - de adotar providências para remover o veícu-
no caput em caso de reincidência no período de 12 (doze) lo do local, quando determinadas por policial ou
Penalidade - multa.
Ter seu veículo imobilizado na via por fal-
ta de combustível:
XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a
circulação de veículos e pedestres:
Medida administrativa - remoção do veículo.
XV - na contramão de direção:
-
quenta centímetros a um metro:
XVI - em aclive ou declive, não estando devidamen-
te freado e sem calço de segurança, quando se tra-
tar de veículo com peso bruto total superior a três
mil e quinhentos quilogramas:
de um metro:
66
XVII - em desacordo com as condições regulamen- Penalidade - multa.
XI - sobre ciclovia ou ciclofaixa (Lei n° 14071/2020):
Estacionamento Regulamentado):
V - na pista de rolamento das estradas, das rodo- II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada
vias, das vias de trânsito rápido e das demais vias
como de circulação exclusiva para determinado
dotadas de acostamento:
tipo de veículo:
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
de 2015)
VIII - nos viadutos, pontes e túneis: -
do pela Lei nº 13.154, de 2015)
Medida administrativa - remoção do veícu-
IX - na contramão de direção:
68 Penalidade - multa.
Lembrando que esta infração é de natureza grave, Art. 199 Ultrapassar pela direita, salvo quando o
enquanto deixar de guardar distância de segurança veículo da frente estiver colocado na faixa apro-
lateral de 1,5 m de bicicleta é média. Exemplo clássi- priada e der sinal de que vai entrar à esquerda:
Penalidade - multa.
Art. 193 Transitar com o veículo em calçadas, pas-
seios, passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refú- Esta infração só ocorre quando há mais de uma
gios, ajardinamentos, canteiros centrais e divisores faixa no mesmo sentido. Caso contrário o enquadra-
de pista de rolamento, acostamentos, marcas de mento correto é ultrapassar pelo acostamento.
canalização, gramados e jardins públicos:
Ultrapassar pela direita veículo de trans-
Penalidade - multa (três vezes). porte coletivo ou de escolares, parado para embar-
que ou desembarque de passageiros, salvo quando
Conforme o art. 29, V do CTB, o trânsito de veícu- houver refúgio de segurança para o pedestre:
los sobre passeios, calçadas e acostamentos, só poderá
ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou Penalidade - multa.
áreas especiais de estacionamento.
Esta infração é de muito difícil visualização, pois só
Art. 194 Transitar em marcha à ré, salvo na distân- poderia ocorrer caso o ônibus parasse no meio da via
cia necessária a pequenas manobras e de forma a para desembarcar passageiros, o que não é permitido.
não causar riscos à segurança:
Deixar de guardar a distância lateral de
Penalidade - multa. um metro e cinquenta centímetros ao passar ou
Art. 195 Desobedecer às ordens emanadas da auto- ultrapassar bicicleta:
ridade competente de trânsito ou de seus agentes:
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Deve-se tomar cuidado com o acompanhamen- como esta? Seria preciso uma câmera com “tira-teima”.
De qualquer forma memorize essa distância de 1,5 m.
comuns os acidentes com viaturas, lesionando servi-
dores e usuários das vias. Ultrapassar outro veículo:
11.334, de 2006) V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja
II - quando a velocidade for superior à máxima em
mais de 20% (vinte por cento) até 50% (cinquenta
por cento): (Redação dada pela Lei nº 11.334, de VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com
2006)
de 2006)
A Resolução n° 508/14 do CONTRAN dispõe sobre Caso o mesmo veículo não possua dois ou mais equi-
os requisitos de segurança para a circulação, a título pamentos, ou apresente dois ou mais equipamentos ine-
precário, de veículo de carga ou misto transportando
passageiros no compartimento de cargas. Nessa reso- neste artigo. A resolução n° 14 de 1998 e alterações esta-
lução, por exemplo, está previsto que é proibido utili- belecem os equipamentos obrigatórios nos veículos.
zar veículos de carga tipo basculante e boiadeiro.
XI - com descarga livre ou silenciador de motor de
A Resolução n° 441/13 (alterada pela 499/14) estipu- A Resolução de 2020, regulamenta o assun-
la os requisitos para o transporte de qualquer tipo de
sólido a granel em vias abertas à circulação pública. rodoviária serão admitidas as seguintes tolerâncias:
Caso o veículo não esteja equipado com lona protetora, 5% (cinco por cento) sobre os limites de pesos regu-
prevista na Resolução n° 441/13, só poderá prosseguir lamentares para o peso bruto total (PBT) e peso bruto
após providenciar a colocação de uma lona. No trans- total combinado (PBTC) e 10% (dez por cento) sobre os
porte, de granéis, não se admite que a carga ultrapasse limites de peso regulamentares por eixo de veículos
a altura normal das guardas laterais da carroçaria. transmitidos à superfície das vias públicas.
Conforme o art. 99 do CTB, somente poderá Segundo o art. 100 do CTB, nenhum veículo ou
transitar pelas vias terrestres o veículo cujo peso e combinação de veículos poderá transitar com lota-
dimensões atenderem aos limites estabelecidos pelo ção de passageiros, com peso bruto total, ou com peso
CONTRAN. A Resolução n° 210/06, estabelece os limi- bruto total combinado com peso por eixo, superior ao
tes de peso e dimensões para veículos que transitem
por vias terrestres e dá outras providências. máxima de tração da unidade tratora.
V - com excesso de peso, admitido percentual de VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas
tolerância quando aferido por equipamento, na for-
ma a ser estabelecida pelo CONTRAN: salvo casos de força maior ou com permissão da
autoridade competente:
Penalidade - multa acrescida a cada duzentos qui-
logramas ou fração de excesso de peso apurado,
constante na seguinte tabela:
a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32
(Redação
Conforme o art. 135 do CTB, os veículos de aluguel,
dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
destinados ao transporte individual ou coletivo de
b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos qui-
logramas) - R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro passageiros de linhas regulares ou empregados em
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de qualquer serviço remunerado, para registro, licencia-
2016) (Vigência) mento e respectivo emplacamento de característica
c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilo- comercial, deverão estar devidamente autorizados
gramas) - R$ 21,28 (vinte e um reais e vinte e oito pelo poder público concedente.
(Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência) IX - desligado ou desengrenado, em declive:
d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilogra-
mas) - R$ 31,92 (trinta e um reais e noventa e dois
(Redação dada pela Lei nº 13. 281, de Medida administrativa - retenção do veículo.
76 2016) (Vigência) X - excedendo a capacidade máxima de tração:
Infração - de média a gravíssima, a depender da
relação entre o excesso de peso apurado e a capaci- Medida administrativa - retenção do veículo para
dade máxima de tração, a ser regulamentada pelo transbordo.
Medida administrativa - retenção do veículo até a com pane mecânica sobre ponte ou viaduto ou em
apresentação do documento. local com acostamento estreito. Neste caso, o veículo
deverá ser imobilizado novamente no local mais pró-
Segundo a Resolução n° 205, os documentos de porte ximo que ofereça segurança, até que seja providencia-
obrigatório são: o CRLV/CLA, CNH, Autorização para Con- do um socorro adequado.
duzir Ciclomotor (ACC) e Permissão para dirigir (PPD), em
versões originais. No entanto o porte do CRLV foi mitiga- Art. 237 Transitar com o veículo em desacordo
Art. 233 Deixar de efetuar o registro de veículo no Medida administrativa - remoção do veículo.
prazo de trinta dias, junto ao órgão executivo de
trânsito, ocorridas as hipóteses previstas no art.
123: -
calização, seja por ocupar cargo na administração
pública, ser membro de entidade de classe, ter posição
Medida administrativa - remoção do veículo.
social privilegiada, ou simplesmente para obter algum
tipo de vantagem ou evitar ser autuado por infração
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
Esta autuação é difícil aplicação e é de responsabi- existente. Nestes casos, devemos ter em mente que o
lidade do DETRAN estadual. Segundo a Lei n° 14071 de Agente de Trânsito, quando em efetivo serviço, repre-
2020 não é passível de pontuação na CNH esta infração. senta o Estado, e ninguém está acima das leis vigentes.
Art. 234 -
Art. 239 Retirar do local veículo legalmente retido
para regularização, sem permissão da autoridade
competente ou de seus agentes:
Medida administrativa - remoção do veículo.
Medida administrativa - remoção do veículo.
A Resolução n° 598/16 regulamenta a expedição do Deixar o responsável de promover a baixa
documento único da CNH, com novo leiaute e requisi- -
tos de segurança, a partir de 01/01/2017. mente desmontado:
2009)
de danos decorrentes de acidentes, os procedimentos
de 2009)
para a regularização, transferência e baixa dos veícu-
Medida administrativa – apreensão do veículo para
los envolvidos. Segundo a lei n° 14071 de 2020, não é
passível de pontuação na CNH esta infração.
2009)
X - com a utilização de capacete de segurança sem
Art. 242 Fazer falsa declaração de domicílio para
viseira ou óculos de proteção ou com viseira ou
óculos de proteção em desacordo com a regulamen-
Penalidade - multa.
XI - transportando passageiro com o capacete de
segurança utilizado na forma prevista no inciso X
Conforme o art. 299 do CP, é crime de falsidade ideoló- caput
gica omitir, em documento público ou particular, declara-
ção que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir
declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com Medida administrativa - retenção do veículo até
Efetuando irregular
transporte
A Resolução n° 356/10 trata do transporte remune- Grave Multa
remunerado de
rado em motocicleta/motoneta. Veja que aqui ainda
mercadorias
78 há a penalidade de suspensão da CNH.
Capacete sem Art. 247 Deixar de conduzir pelo bordo da pista
viseira ou óculos
ou propulsão humana e os de tração animal, sem-
de proteção ou
pre que não houver acostamento ou faixa a eles
viseira e óculos
Média Multa destinados:
em desacordo
com o CONTRAN Penalidade - multa.
(condutor e
passageiro) Conforme o art. 52 do CTB, os veículos de tração
animal serão conduzidos pela direita da pista, junto
§ 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, -
VII e VIII, além de: pre que não houver faixa especial a eles destinada,
a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assen- devendo seus condutores obedecer, no que couber, às
normas de circulação previstas neste Código e às que
b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, -
salvo onde houver acostamento ou faixas de rola- cunscrição sobre a via.
c) transportar crianças que não tenham, nas circuns- Art. 248 Transportar em veículo destinado ao
tâncias, condições de cuidar de sua própria segurança. transporte de passageiros carga excedente em
§ 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea desacordo com o estabelecido no art. 109:
b do parágrafo anterior:
e pedestres, tanto na via quanto na calçada, caso não Veja que foi retirado do CTB a obrigação de uso de
possa ser retirado, deve ser devida e imediatamente luz baixa nas rodovias, embora continue a obrigação
sinalizado. Segundo o art. 36 da LCP, é considerado fora de perímetro urbano em rodovia de pista sim-
contravenção deixar de colocar na via pública sinal ples. Perceba também que grande parte das infrações
ou obstáculo determinado em lei ou pela autoridade e de luzes são de natureza média. Excepcionam as luzes
destinado a evitar perigo a transeuntes altas usadas de forma a perturbar outros condutores 79
ou em via pública durante o dia. A infração da luz de Art. 253 Bloquear a via com veículo:
direção (seta) também não é média, e sim, grave.
Penalidade - multa. -
Art. 252 Dirigir o veículo: ta) vezes aos organizadores da conduta prevista
VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a Esta norma surgiu, coincidentemente, quando
houve uma paralisação de caminhoneiros que fecha-
ram as rodovias em alguns pontos do país. Perceba
Penalidade - multa. que a penalidade é pesada para os participantes e
VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo
ainda pior para os organizadores. Uma multa para os
organizadores, por exemplo, pode chegar a R$ 293,47
2015)
x 60 = R$ 17.608,20. Se reincidir em 12 meses, dobra-se
o valor. Isto sem contar a suspensão do direito de diri-
2015) gir por 12 meses.
Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V
caracterizar-se-á como infração gravíssima no Art. 254 É proibido ao pedestre:
caso de o condutor estar segurando ou manusean- I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento,
Conforme o art. 310 do CTB, constitui crime de III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamen-
veículo automotor a pessoa não habilitada, com habi- IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de
perturbar o trânsito, ou para a prática de qualquer
litação cassada ou com o direito de dirigir suspenso,
ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou
casos especiais e com a devida licença da autorida-
mental, ou por embriaguez, não esteja em condições
de conduzi-lo com segurança. V - andar fora da faixa própria, passarela, passa-
O inciso III parece meio vago, mas podemos colo-
car um condutor com braço engessado ou condutor
febril e doente.
No inciso IV podemos concluir que dirigir descal- Penalidade - multa, em 50% (cinquenta por cento)
ço não é infração e que usar um tamanco é completa- do valor da infração de natureza leve.
mente inapropriado.
Quanto ao inciso VI, segundo o MBFT, não haverá Pedestre também comete infração de trânsito. São
infração se apenas um dos fones estiver sendo utilizado. comportamentos que levam a uma infração de natu-
reza leve cujo valor da multa é 50 % da infração leve.
CNH vencida há mais de 30 dias não é caso de remo- aplicará uma penalidade. Leve isto para a prova. Lem-
ção veicular e sim de retenção do veículo. Já o reco- brando que a punição da autoridade de trânsito não
lhimento da habilitação está correto. Vejamos a lei: elimina as punições das autoridades judiciárias por
Art. 162. Dirigir veículo: crime de trânsito. As imposições das penalidades são
V - com validade da Carteira Nacional de Habilita- comunicadas aos DETRANs para cadastro no RENA-
ção vencida há mais de trinta dias: CH e no RENAVAM. Lembrando que quem organiza e
mantem o RENACH e RENAVAM é o DENATRAN.
Encontramos por exemplo, na regular habilitação do condutor, o art. 162, que prevê penalidades ao condutor que
dirigir sem a regular habilitação e na sequência, pelos artigos 163 e 164, pune o proprietário, por permitir ou entregar,
conforme for o caso, a direção do veículo àquele condutor que não está regularmente habilitado.
§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela infração referente à prévia regularização e preenchi-
mento das formalidades e condições exigidas para o trânsito do veículo na via terrestre, conservação e inalterabi-
lidade de suas características, componentes, agregados, habilitação legal e compatível de seus condutores, quando
esta for exigida, e outras disposições que deva observar.
Veículo autuado por estar transitando sem estar devidamente licenciado (com débitos de anos anteriores referentes
às taxas de licenciamento e/ou seguro obrigatório). Esta multa será de responsabilidade do proprietário.
§ 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos praticados na direção do veículo.
Numa ultrapassagem em faixa contínua, seria uma infração de conduta, nesse caso, o responsável é o condu-
tor. De outro modo, se o veículo está com os pneus sem condições de uso, lisos ou “carecas”, o responsável pela
infração é o proprietário do veículo.
§ 4º O embarcador é responsável pela infração relativa ao transporte de carga com excesso de peso nos eixos ou no
Se o embarcador é o único remetente da carga ele sabe o quanto esta carga pesa e se declarar o peso à menor
no documento de embarque, está encobrindo do transportador a verdade sobre o peso e por isso deve ser o único
responsável pela infração de excesso, pois certamente o transportador não aceitaria transportar esta carga com
excesso.
§ 5º O transportador é o responsável pela infração relativa ao transporte de carga com excesso de peso nos eixos ou
quando a carga proveniente de mais de um embarcador ultrapassar o peso bruto total.
§ 6º O transportador e o embarcador são solidariamente responsáveis pela infração relativa ao excesso de peso bruto
Os embarcadores não têm como saber se a soma da carga com a do outro embarcador ultrapassará o limite
de peso permitido para aquele veículo, mas o transportador que permite o embarque de todas as cargas tem esta
possibilidade. Portanto, o transportador sabe o quanto de carga já embarcou no veículo e se soma das cargas
você memorizar:
Responsável pela infração relativa ao transporte de fatura ou manifesto for superior ao limite
Transportador (dono do carga com excesso de peso nos eixos ou quando a carga legal.
caminhão) proveniente de mais de um embarcador ultrapassar o
peso bruto total.
§ 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o Aqui há exceções: motoristas de ônibus de trans-
exime do disposto no § 3º do art. 258 e no art. 259. porte rodoviário de passageiros de longa distância
- (linha intermunicipal, interestadual e internacional)
cutivo de trânsito o principal condutor do veículo, não será atribuída pontuação de infração cometida
o qual, após aceitar a indicação, terá seu nome ins- por passageiros, exceto a de cinto de segurança.
crito em campo próprio do cadastro do veículo no Com a nova lei, portar no veículo placas de identi-
Renavam. (Lei N° 13495 de 2017)
- estabelecidos pelo CONTRAN, trafegar com a cor ou
vam: (Lei N° 13495 de 2017) característica alterada. Transitar com veículo de car-
ga, com falta de inscrição da tara e demais inscrições,
dirigir veículo sem documentos de porte obrigatório,
II - mediante requerimento próprio ou do proprie-
deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de
III - a partir da indicação de outro principal trinta dias, deixar o responsável de promover a bai-
-
Art. 258. - mente desmontado e deixar de atualizar o cadastro de
cam-se, de acordo com sua gravidade, em quatro registro do veículo ou de habilitação do condutor não
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
§ 2º As multas decorrentes de infração cometida (doze) meses, for autuado por infrações cuja soma dos
em unidade da Federação diversa daquela do licen- pontos atinja 30 (trinta) pontos, poderá requerer jun-
ciamento do veículo poderão ser comunicadas ao to ao órgão de registro do documento de habilitação a
órgão ou entidade responsável pelo seu licencia- participação no curso preventivo de reciclagem. Para
condutores que exerçam atividade remunerada a con-
tagem de pontos para iniciar um processo de suspen-
Os convênios realizados entre os órgãos das diversas
são da CNH é sempre 40 pontos.
arrecadação será feita pelo órgão autuador ou pelo órgão
§ 6o Concluído o curso de reciclagem previsto no
do estado de registro, seja do veículo ou do condutor.
§ 5o, o condutor terá eliminados os pontos que lhe
-
licenciado no exterior, em trânsito no território
§ 7o Após o término do curso de reciclagem, na for-
nacional, a multa respectiva deverá ser paga antes
ma do § 5o, o condutor não poderá ser novamente
de sua saída do País, respeitado o princípio de
convocado antes de transcorrido o período de um
reciprocidade.
§ 8o A pessoa jurídica concessionária ou permissio-
Hipóteses de Suspensão da CNH nária de serviço público tem o direito de ser infor-
mada dos pontos atribuídos, na forma do art. 259,
Art. 261 A penalidade de suspensão do direito de aos motoristas que integrem seu quadro funcional,
- exercendo atividade remunerada ao volante, na
§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de sus- que trata este artigo, dirigir veículo automotor em
-
-
caput
1 (um) ano e, no caso de reincidência no período de deverá ser instaurado concomitantemente ao pro-
cesso de aplicação da penalidade de multa, e ambos
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) serão de competência do órgão ou entidade respon-
84 meses, exceto para as infrações com prazo descrito pelo CONTRAN. (lei n° 14071/20)
Art. 266 -
mente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplica-
das, cumulativamente, as respectivas penalidades.
Hipóteses de Cassação da CNH
Artigo auto explicativo, porém que vale a pena ter
Art. 263 A cassação do documento de habilitação em mente.
dar-se-á:
I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator Advertência por escrito
2. (CESPE – 2019) A autoridade de trânsito, na esfera de a) Ao infrator são computados dois pontos para multa de
suas atribuições, poderá aplicar, quando cabível, pena- natureza leve.
lidade consistente na frequência obrigatória em curso b) A advertência por escrito não é considerada penalida-
de reciclagem, sem prejuízo das punições originárias de por possuir caráter educativo.
de ilícitos penais decorrentes de crimes de trânsito. c) Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infra-
ções decorrentes de atos praticados na direção do
veículo.
d) Ao infrator são computados seis pontos para multa de
Vimos que o curso de reciclagem é uma penalidade natureza grave.
prevista no artigo 256 do CTB. Resposta: Certo. e) A frequência obrigatória em curso de reciclagem não é
considerada penalidade por possuir caráter educativo.
3. (CONSULPLAN - 2017) Segundo o CTB, a autoridade
de trânsito, na esfera das competências estabelecidas Letra A: Errada. Infração de natureza leve são 03
por esse Código e dentro de sua circunscrição, deverá pontos. (Art 256 do CTB)
aplicar, às infrações nele previstas, certas penalida- Letra B: Errada. A advertência por escrito é conside-
des. Acerca dessas penalidades, marque V para as rada penalidade, sim! (Art 259 do CTB)
verdadeiras e F para as falsas. Letra C: Certa. Ao condutor caberá a responsabili-
dade pelas infrações decorrentes de atos praticados
na direção do veículo. (Art 257 § 3º do CTB)
Letra D: Errada. Infração de natureza grave são 05
86 pontos. (Art 256 do CTB)
Letra E: Errada. A frequência obrigatória em curso
de reciclagem é considerada penalidade. (Art 259 do medidas administrativas previstas nos incisos III,
CTB) Resposta: Letra C. caput
meio de registro no Renach ou Renavam, conforme
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS o caso, na forma estabelecida pelo CONTRAN. (Lei
n° 14071 de 2020)
Quais são as medidas administrativas?
Em caso de recolhimento da CNH, PPD, CRLV e CRV
Art. 269 A autoridade de trânsito ou seus agentes, digitais, haverá a necessidade de registro no Renach e
na esfera das competências estabelecidas neste Renavam, tendo em vista a impossibilidade de reco-
Código e dentro de sua circunscrição, deverá ado- lhimento físico digital.
tar as seguintes medidas administrativas:
Retenção do veículo
III - recolhimento da Carteira Nacional de O veículo poderá ser retido nos casos
expressos neste Código.
medidas administrativas e coercitivas adotadas veículo com apenas um pneu “careca”. Pode-se, assim,
pelas autoridades de trânsito e seus agentes terão recolher o CRLV e dar um prazo para o condutor solu-
por objetivo prioritário a proteção à vida e à inco- cionar o problema. Lembre-se que a irregularidade
lumidade física da pessoa.
presenciada tem que ser um problema que não ofere-
§ 2º As medidas administrativas previstas nes-
ça riscos à segurança viária. O prazo para regularizar
te artigo não elidem a aplicação das penalidades
será dado e deve ser até 30 dias.
impostas por infrações estabelecidas neste Código,
possuindo caráter complementar a estas.
devolvido ao condutor no órgão ou entidade apli-
Veja que as medidas administrativas são comple-
cadores das medidas administrativas, tão logo o
mentares às penalidades. É possível aplicar pena- veículo seja apresentado à autoridade devidamente
lidade sem aplicar a medida administrativa, não regularizado.
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
Recolhimento do CRV
outra substância psicoativa que determine dependên-
Art. 273
dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos de 2012)
neste Código, quando: § 2° A infração prevista no art. 165 também poderá
I - houver suspeita de inautenticidade ou ser caracterizada mediante imagem, vídeo, cons-
tatação de sinais que indiquem, na forma disci-
II - se, alienado o veículo, não for transferida sua plinada pelo CONTRAN, alteração da capacidade
propriedade no prazo de trinta dias. psicomotora ou produção de quaisquer outras pro-
vas em direito admitidas. (Redação dada pela Lei nº
12.760, de 2012)
conhecido como “recibo de compra e venda do veícu-
lo”. Não é um documento de porte obrigatório. administrativas estabelecidas no art. 165-A deste
Código ao condutor que se recusar a se submeter a
-
Recolhimento do CLA/CRLV
-
dade ou agente autuador ou equipamento que com-
Órgão ou Entidade de
Sim
III - recolhimento da Carteira Nacional de trânsito autuador (a)
Agente de Trânsito
Sim
autuador
§ 1º (VETADO)
2. (AOCP - 2016) Conforme está disposto no art. 269, X,
§ 2º A infração deverá ser comprovada por decla-
da Lei 9.503/97, ocorrerá: “recolhimento de animais
ração da autoridade ou do agente da autoridade
que se encontrem soltos nas vias da faixa de domí-
de trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipa-
nio das vias de circulação, restituindo-os aos seus
mento audiovisual, reações químicas ou qualquer
proprietários, após pagamento de multas e encargos outro meio tecnologicamente disponível, previa-
devidos”. O enunciado refere-se a mente regulamentado pelo CONTRAN.
Art. 281 A autoridade de trânsito, na esfera da penalidade. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)
competência estabelecida neste Código e dentro de § 5º No caso de penalidade de multa, a data esta-
sua circunscrição, julgará a consistência do auto de belecida no parágrafo anterior será a data para
infração e aplicará a penalidade cabível. o recolhimento de seu valor. (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado 9.602, de 1998)
e seu registro julgado insubsistente:
Importante ter atenção ao prazo: mínimo de 30
II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expe- dias para todos os recursos. É normal o prazo dado
pelos órgãos ser maior que esse.
(Redação dada pela Lei nº 9.602, de 1998)
§ 6º Em caso de apresentação da defesa prévia em
Informações importantes a serem lembradas: o caput -
auto de infração pode e deve ser arquivado se tiver go será de 360 (trezentos e sessenta) dias. (Lei n°
erros no seu preenchimento ou se o órgão ou entidade 14071 de 2020)
de trânsito competente não expedir em 30 dias a noti-
caput -
dência do direito de aplicar a penalidade. (Lei n°
14071 de 2020)
AUTO DEVERÁ Art. 282-A -
EXEMPLO
SER ARQUIVADO: sito responsável pela autuação deverá oferecer ao
proprietário do veículo ou ao condutor autuado a
Auto inconsistente -
quadra em outra.
Auto irregular Ex: no preenchimento do auto a
cor do veículo é diferente da cor manter seu cadastro atualizado no órgão executi-
real do veículo. vo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal. (lei
14071 de 2020)
Auto extemporâneo Ex: demorar mais de 30 dias
caput -
-
ta) dias após a inclusão da informação no sistema
Art. 281-A eletrônico e do envio da respectiva mensagem. (lei
- 14071 de 2020)
ção, deverá constar o prazo para apresentação de
defesa prévia, que não será inferior a 30 (trinta)
II - utilizando o veículo sem placas, com placas fal- Praticar homicídio culposo na direção
de veículo automotor:
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspen-
são ou proibição de se obter a permissão ou a habi-
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de litação para dirigir veículo automotor.
§ 1º
- veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um
dados especiais com o transporte de passageiros ou
95
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Cartei-
-
cia psicoativa que determine dependência (Incluído
pela Lei nº 13.546/2017):
Penas – reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão
III - deixar de prestar socorro, quando possível ou proibição do direito de se obter a permissão ou a
- habilitação para dirigir veículo automotor.
- -
ver conduzindo veículo de transporte de passagei-
com uma punição bastante severa para os condutores
V -(Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008) que cometem tal ato. A privativa de liberdade passa a
Sem CNH
Faixa de pedestre ou dois a cinco anos, sem prejuízo das outras penas
calçada previstas neste artigo, se o agente conduz o veícu-
Inaplicável lo com capacidade psicomotora alterada em razão
Omissão de socorro -
Transporte de passageiro coativa que determine dependência, e se do crime
resultar lesão corporal de natureza grave ou gra-
96 víssima. (Incluído pela Lei nº 13.546/2017):
( + Embriaguez)
também conta com punição bem dura para motoristas que causem lesão corporal de natureza grave ou gravíssi-
Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo
fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida
por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.
socorro. Ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou
deste crime é preciso que o condutor esteja envolvido e não seja o causador do acidente, já que se ele for o causa-
dor do acidente, o condutor responderá por Homicídio Culposo ou Lesão Corporal Culposa com aumentativo de
pena pela omissão de socorro (art. 302, § 1o, II / art. 303 Parágrafo único). Já se o condutor não estiver envolvido a
omissão de socorro é crime do artigo 135 do Código Penal.
Lembre-se também: a pena pode ser a detenção ou a multa. A multa, nesse caso, não será cumulativa.
Devido a sua pena, este crime do artigo 304 é de menor potencial ofensivo, ou seja, aplicar-se à Lei de Juizados
Especiais Criminais (JECRIM).
Interessante lembrar que havia dúvidas sobre a cons- lógico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemu-
titucionalidade desta norma, tendo em vista os casos nhal ou outros meios de prova em direito admitidos,
julgados pelo país. Entretanto, em 14 de novembro de
2018, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deu
provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 971959, com
repercussão geral reconhecida, e considerou constitucio- os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos
nal o artigo 305 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), -
LIMITES PREVISTOS
INSTRUMENTO
CTB RES 432/2013 CTB RES 432/2013 CTB RES 432/2013
ETILÔMETRO 0,00 mg/L 0,04 mg/L ATÉ0,299 mg/L ATÉ 0,33mg/L 0,3 mg/L ou mais 0,34 mg/L ou mais
EXAME
0,00 dg/L 0,00 dg/L ATÉ 5,9 dg/L 6 dg/L ou mais.
DE SANGUE
Infração de Trânsito e crime de
CONSEQUÊNCIA Não é infração nem crime. Apenas infração de Trânsito.
Trânsito.
Perceba que o CTB estabelece um limite para o crime. Entretanto, esse entendimento não é aceito uni-
bafômetro e a Resolução estabelece outro. Na verdade, formemente pelos diversos órgãos que compõem o
a Resolução n° 432/2013 tem como referência o limite
do CTB, entretanto ela dá uma aparente “colher de chá” judiciária, MP e judiciário), haja vista a alegada incom-
para o condutor quando se trata de etilômetro porque petência do CONTRAN para tratar de matéria criminal.
o aparelho também pode não ser preciso, tornando-se Observe que este crime é de menor potencial ofen-
esse limite uma margem de erro do aparelho. No dia a sivo e possui a pena de detenção, multa (multa não
é opção) e suspensão adicional de idêntico prazo.
Para sua prova, você deve estar pensando: preciso Importante salientar que é um crime de perigo abs-
memorizar qual limite? O do CTB ou limite da Resolu- trato, ou seja, a simples condução de um veículo por
ção? Simples, se sua prova colocar no edital a Resolu- -
ção 432/13, você estuda os dois limites, caso contrário, temente de geração de risco.
estude apenas o limite do CTB.
Agora, e se o condutor se recusar a realizar estes Participar, na direção de veículo automo-
exames? Bem, se o condutor não quiser fazer nenhum tor, em via pública, de corrida, disputa ou competição
desses exames, ele será autuado pelo Artigo 165- A automobilística ou ainda de exibição ou demonstra-
do CTB, podendo, inclusive, ser preso caso apresente ção de perícia em manobra de veículo automotor,
sinais visíveis de embriaguez (sonolência, agressivida- não autorizada pela autoridade competente, geran-
do situação de risco à incolumidade pública ou pri-
de, fala enrolada). Tal procedimento pode ser provado
por meio de vídeos, testemunhas, exames clínicos e
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
outros meios de prova em direito admitidos. Mesmo se
multa e suspensão ou proibição de se obter a per-
recusando a realizar o bafômetro ou exame de sangue, missão ou a habilitação para dirigir veículo auto-
pode-se dar voz de prisão a um condutor visivelmente
embriagado ou entorpecido por outras drogas. § 1° Se da prática do crime previsto no caput resul-
tar lesão corporal de natureza grave, e as circuns-
Violar a suspensão ou a proibição de se tâncias demonstrarem que o agente não quis o
obter a permissão ou a habilitação para dirigir resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena
veículo automotor imposta com fundamento neste privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6
Código: (seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa,
com nova imposição adicional de idêntico prazo de § 2° Se da prática do crime previsto no caput resul-
suspensão ou de proibição. tar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o con- agente não quis o resultado nem assumiu o risco de
denado que deixa de entregar, no prazo estabeleci- produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclu-
do no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou são de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das
a Carteira de Habilitação. outras penas previstas neste artigo. (Incluído pela
Dirigir veículo automotor, em via pública, (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.619,
sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilita- de 2012)
ção ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, geran- Art. 311 Trafegar em velocidade incompatível com
do perigo de dano: a segurança nas proximidades de escolas, hos-
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. pitais, estações de embarque e desembarque de
passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja
Crime de perigo concreto e de menor potencial grande movimentação ou concentração de pessoas,
ofensivo. Entenda que dirigir sem possuir CNH ou gerando perigo de dano:
dirigir com CNH cassada só é crime se gerar perigo Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
de dano. Já dirigir suspenso é crime de perigo abstra-
to. O crime só existe se for praticado na direção de Mais um crime de menor potencial ofensivo e de
veículo automotor e em via pública. Se alguém dirige perigo concreto. Para que o motorista responda pelo
um automóvel sem habilitação dentro da sua fazenda crime não é necessário que ele esteja com excesso de
particular, o fato é atípico. velocidade, basta que essa velocidade seja incompatí-
E quando a situação for de CNH de categoria dife- vel com a segurança, podendo causar um dano futuro.
rente causando perigo? Bom, se o indivíduo estiver Assim, não é exigido que a prova seja realizada por
dirigindo o veículo com habilitação de categoria dife- meio de radares ou equivalentes, podendo ser realiza-
da por provas testemunhais.
rente, que não seja própria para aquele veículo que
Sobre a prova testemunhal, assim decidiu o TJ-RS
ele está dirigindo, há o crime do art. 309, uma vez que
RC 71004813481 RS (TJ-RS) 30/05/2014: “Validade do
o tipo penal fala em “sem a devida permissão ou habi-
depoimento do policial para embasar a condenação
porque, até prova em contrário, trata-se de pessoa
o condutor deve ser habilitado para aquele veículo
-
que ele está conduzindo. Não se pode dirigir automó-
do, ainda, que tivesse qualquer motivo para realizar
vel com habilitação para motocicleta, por exemplo.
uma falsa imputação contra o réu”.
Conforme entendimento dado pelo MBFT, o ato
Se no local da velocidade incompatível com a segu-
de conduzir o veículo com a habilitação de categoria
rança não existe nas proximidades escolas, hospitais
(...) e grande concentração de pessoas, pode haver des-
do art. 309 do CTB. No entanto, há tribunais que já jul-
garam de forma diferente, não caracterizando a situa-
de Contravenção penal de direção perigosa, conforme
ção como crime.
art. 34 do Decreto-Lei nº3688/194.
Outra situação: o indivíduo está com a habilita-
ção vencida há mais de trinta dias gerando perigo de Art. 312 -
dente automobilístico com vítima, na pendência
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal). Observe o art. 291 § 1 e seus incisos! Neste caso
devemos nos atentar para o inciso III deste dispo-
Novo dispositivo: os crimes de lesão corporal e sitivo. A lesão corporal culposa só não precisará
de representação se a velocidade do condutor for
ingestão de substância psicoativa) do CTB não cabe- maior ou igual a 50km/h da velocidade máxima per-
mitida. No caso foi de apenas 45 km/h (85-40), não
rão mais a possibilidade de substituição por penas
restritivas de direito. Essa nova normativa contraria está equivocado. Resposta: Errado.
o CTB que faz previsão de possibilidade de aplicação
das penas restritivas de direitos para crimes culposos. 3. (CESPE - 2019) Julgue o Item:
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de que 5% do valor das multas de trânsito arrecadadas
serão depositados, mensalmente, na conta de fundo de
Resposta: Certo. âmbito nacional destinado à segurança e educação de
de duzentos e quarenta dias contado da publicação, cando-se a penalidade de vinte UFIR por duzentos
estabelecer o currículo com conteúdo programáti- quilogramas ou fração de excesso.
co relativo à segurança e à educação de trânsito, a Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se
acidentes de trânsito causam à sociedade, não apenas III – os credores trabalhistas, tributários e titulares
- de crédito com garantia real, segundo a ordem de
to de diagnóstico dos problemas, mas também das o
soluções que cada um dos órgãos de trânsito, de todas de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacio-
as esferas, se propôs a debater e a colocar em prática. 103
IV – as multas devidas ao órgão ou à entidade respon-
§ 16 será realizado por lote de tonelagem de mate-
V – as demais multas devidas aos órgãos integrantes rial ferroso, observando-se, no que couber, o disposto
do Sistema Nacional de Trânsito, segundo a ordem neste artigo, condicionando-se a entrega do material
arrematado aos procedimentos necessários à desca-
VI – os demais créditos, segundo a ordem de prefe- racterização total do bem e à destinação exclusiva,
ambientalmente adequada, à reciclagem siderúrgi-
ca, vedado qualquer aproveitamento de peças e par-
Cuidado com este novo artigo! Essa ordem de pre-
ferência do destino do dinheiro dos carros leiloados -
pode ser lembrada pelas bancas e cobrada na sua pro- dos, adulterados ou estrangeiros, bem como aque-
va. Pelo dispositivo, o primeiro débito a ser quitado é les sem possibilidade de regularização perante o
com guincho (remoção) e pátio (estada). órgão de trânsito, serão destinados à reciclagem,
independentemente do período em que estejam em
-
-
te artigo, sempre que a autoridade responsável pelo
tar os débitos incidentes sobre o veículo, a situação
-
13.160, de 2015)
Art. 329 Os condutores dos veículos de que tratam
-
cados do leilão previamente para que formalizem a os arts. 135 e 136, para exercerem suas atividades,
desvinculação dos ônus incidentes sobre o veículo deverão apresentar, previamente, certidão negativa
no prazo máximo de dez dias. (Incluído pela Lei nº do registro de distribuição criminal relativamente aos
13.160, de 2015) crimes de homicídio, roubo, estupro e corrupção de
menores, renovável a cada cinco anos, junto ao órgão
responsável pela respectiva concessão ou autorização.
desvinculados, sem prejuízo da cobrança contra o pro-
prietário anterior. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015) Artigo muito importante! Para conduzir escolares
§ 10 Aplica-se o disposto no § 9o e trabalhar como motofretista é indispensável apre-
relativo a tributo cujo fato gerador seja a propriedade, sentar certidão negativa de roubo, estupro, homicí-
o domínio útil, a posse, a circulação ou o licenciamento dio e corrupção de menores. Lembre-se que este rol
é taxativo: qualquer outro crime como o furto, por
§ 11 Na hipótese de o antigo proprietário reaver o exemplo, não impede o motorista de trabalhar. Não
veículo, por qualquer meio, os débitos serão nova- esqueça que a certidão é renovável a cada cinco anos.
mente vinculados ao bem, aplicando-se, nesse caso,
o disposto nos §§ 1o, 2o o Os estabelecimentos onde se executem
pela Lei nº 13.160, de 2015) reformas ou recuperação de veículos e os que com-
prem, vendam ou desmontem veículos, usados ou
- não, são obrigados a possuir livros de registro de
- seu movimento de entrada e saída e de uso de pla-
sição do antigo proprietário, devendo ser expedida cas de experiência, conforme modelos aprovados e
rubricados pelos órgãos de trânsito.
realização do leilão, para o levantamento do valor § 1º Os livros indicarão:
no prazo de cinco anos, após os quais o valor será
II - nome, endereço e identidade do proprietário ou
refere o parágrafo único do art. 320. (Incluído pela
Lei nº 13.160, de 2015) III - data da saída ou baixa, nos casos de
§ 13 Aplica-se o disposto neste artigo, no que cou-
ber, ao animal recolhido, a qualquer título, e não
reclamado por seu proprietário no prazo de sessen- V - características do veículo constantes do seu cer-
ta dias, a contar da data de recolhimento, conforme
regulamentação do CONTRAN. (Incluído pela Lei nº VI - número da placa de experiência.
13.160, de 2015) § 2º Os livros terão suas páginas numeradas tipo-
-
cial ou judicial sobre o prontuário do veículo, a soltas, sendo que, no primeiro caso, conterão ter-
- mo de abertura e encerramento lavrados pelo pro-
cada para a retirada do bem do depósito, mediante prietário e rubricados pela repartição de trânsito,
a quitação das despesas com remoção e estada, ou enquanto, no segundo, todas as folhas serão auten-
para a autorização do leilão nos termos deste arti- ticadas pela repartição de trânsito.
§ 3º A entrada e a saída de veículos nos estabeleci-
mentos referidos neste artigo registrar-se-ão no mes-
-
festação da autoridade responsável pela restrição as horas a elas correspondentes, podendo os veículos
judicial ou policial, estará o órgão de trânsito auto- irregulares lá encontrados ou suas sucatas ser apreen-
rizado a promover o leilão do veículo nos termos didos ou retidos para sua completa regularização.
§ 4º As autoridades de trânsito e as autoridades poli-
ciais terão acesso aos livros sempre que o solicitarem,
bens automotores que se encontrarem nos depósi- não podendo, entretanto, retirá-los do estabelecimento.
tos há mais de 1 (um) ano poderão ser destinados § 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude
à reciclagem, independentemente da existência ao realizá-lo e a recusa de sua exibição serão punidas
com a multa prevista para as infrações gravíssimas,
104 13.281, de 2016) independente das demais cominações legais cabíveis.
§ 6° Os livros previstos neste artigo poderão ser de condutores, ao registro e ao licenciamento de veí-
substituídos por sistema eletrônico, na forma regu- culos e aos autos de infração de trânsito.
lamentada pelo CONTRAN. (Incluído pela Lei nº Marque a opção que preenche corretamente a lacuna.
13.154, de 2015)
Art. 331 Até a nomeação e posse dos membros que a) 2 (dois).
passarão a integrar os colegiados destinados ao jul- b) 5 (cinco).
gamento dos recursos administrativos previstos na c) 4 (quatro).
Seção II do Capítulo XVIII deste Código, o julgamento d) 15 (quinze).
e) 10 (dez).
Art. 332 Os órgãos e entidades integrantes do Sistema
Nacional de Trânsito proporcionarão aos membros As repartições de trânsito conservarão por, no míni-
do CONTRAN, CETRAN e CONTRANDIFE, em serviço,
mo, 5 (cinco) anos os documentos relativos à habili-
todas as facilidades para o cumprimento de sua missão,
tação de condutores, ao registro e ao licenciamento
fornecendo-lhes as informações que solicitarem, permi-
de veículos e aos autos de infração de trânsito, con-
tindo-lhes inspecionar a execução de quaisquer serviços
e deverão atender prontamente suas requisições. forme art. 325 do CTB. Resposta: Letra B.
Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento
e vinte dias após a nomeação de seus membros, as ANEXO I DO CTB – DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES
disposições previstas nos arts. 91 e 92, que terão de
ser atendidas pelos órgãos e entidades executivos Para efeito deste Código adotam-se as seguintes
de trânsito e executivos rodoviários para exercerem
suas competências.
§ 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes Acostamento: parte da via diferenciada da pista
terão prazo de um ano, após a edição das normas, de rolamento destinada à parada ou estaciona-
para se adequarem às novas disposições estabeleci- mento de veículos, em caso de emergência, e à
das pelo CONTRAN, conforme disposto neste artigo. circulação de pedestres e bicicletas, quando não
§ 2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem cria-
dos exercerão as competências previstas neste Códi- Agente da Autoridade de Trânsito - pessoa, civil
go em cumprimento às exigências estabelecidas pelo
ou policial militar, credenciada pela autoridade de
CONTRAN, conforme disposto neste artigo, acompa-
-
nhados pelo respectivo CETRAN, se órgão ou entida-
zação, operação, policiamento ostensivo de trânsi-
de municipal, ou CONTRAN, se órgão ou entidade
estadual, do Distrito Federal ou da União, passando to ou patrulhamento.
a integrar o Sistema Nacional de Trânsito. Ar Alveolar - ar expirado pela boca de um indiví-
Art. 334 As ondulações transversais existentes deve- -
rão ser homologadas pelo órgão ou entidade compe- do pela Lei nº 12.760, de 2012)
tente no prazo de um ano, a partir da publicação deste Área de espera - área delimitada por 2 (duas)
Código, devendo ser retiradas em caso contrário. linhas de retenção, destinada exclusivamente à
Art. 335 espera de motocicletas, motonetas e ciclomotores,
Art. 336 Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no junto à aproximação semafórica, imediatamente à
Anexo II até a aprovação pelo CONTRAN, no prazo frente da linha de retenção dos demais veículos.
de trezentos e sessenta dias da publicação desta Lei, (Lei n° 14071 de 2020)
após a manifestação da Câmara Temática de Enge- Automóvel - veículo automotor destinado ao
nharia, de Vias e Veículos e obedecidos os padrões transporte de passageiros, com capacidade para
internacionais. até oito pessoas, exclusive o condutor.
Art. 337 Os CETRAN terão suporte técnico e Autoridade de Trânsito - dirigente máximo de
- órgão ou entidade executivo integrante do Sistema
põem e, o CONTRANDIFE, do Distrito Federal. Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expressa-
Art. 338 As montadoras, encarroçadoras, os impor- mente credenciada.
tadores e fabricantes, ao comerciarem veículos auto- Balanço Traseiro - distância entre o plano vertical
motores de qualquer categoria e ciclos, são obrigados
passando pelos centros das rodas traseiras extremas
a fornecer, no ato da comercialização do respectivo
e o ponto mais recuado do veículo, considerando-se
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
Capacidade Máxima de Tração - máximo peso Foco de Pedestres - indicação luminosa de per-
que a unidade de tração é capaz de tracionar, missão ou impedimento de locomoção na faixa
indicado pelo fabricante, baseado em condições apropriada.
sobre suas limitações de geração e multiplicação Freio de Estacionamento - dispositivo destinado
de momento de força e resistência dos elementos a manter o veículo imóvel na ausência do condu-
que compõem a transmissão. tor ou, no caso de um reboque, se este se encontra
Carreata desengatado.
automotores em sinal de regozijo, de reivindica- Freio de Segurança ou Motor - dispositivo desti-
ção, de protesto cívico ou de uma classe. nado a diminuir a marcha do veículo no caso de
Carro de Mão - veículo de propulsão humana utili- falha do freio de serviço.
zado no transporte de pequenas cargas. Freio de Serviço - dispositivo destinado a provo-
Carroça - veículo de tração animal destinado ao car a diminuição da marcha do veículo ou pará-lo.
transporte de carga. Gestos de Agentes - movimentos convencionais
Catadióptrico de braço, adotados exclusivamente pelos agentes
da luz utilizado na sinalização de vias e veículos de autoridades de trânsito nas vias, para orien-
(olho-de-gato). tar, indicar o direito de passagem dos veículos
ou pedestres ou emitir ordens, sobrepondo-se ou
Charrete - veículo de tração animal destinado ao
completando outra sinalização ou norma constan-
transporte de pessoas.
te deste Código.
Ciclo - veículo de pelo menos duas rodas a propul-
Gestos de Condutores - movimentos convencio-
são humana.
nais de braço, adotados exclusivamente pelos con-
Ciclofaixa - parte da pista de rolamento destina-
dutores, para orientar ou indicar que vão efetuar
da à circulação exclusiva de ciclos, delimitada por
uma manobra de mudança de direção, redução
brusca de velocidade ou parada.
Ciclomotor - veículo de 2 (duas) ou 3 (três) rodas,
Ilha - obstáculo físico, colocado na pista de rola-
provido de motor de combustão interna, cuja cilin-
-
drada não exceda a 50 cm (cinquenta centímetros
to em uma interseção.
cúbicos), equivalente a 3,05 pol3
Infração - inobservância a qualquer preceito da
cúbicas e cinco centésimos), ou de motor de pro-
legislação de trânsito, às normas emanadas do
pulsão elétrica com potência máxima de 4 kW Código de Trânsito, do Conselho Nacional de Trân-
(quatro quilowatts), e cuja velocidade máxima de sito e a regulamentação estabelecida pelo órgão ou
fabricação não exceda a 50 Km/h (cinquenta quilô- entidade executiva do trânsito.
metros por hora). Lei n° 14071 de 2020 Interseção - todo cruzamento em nível, entron-
Ciclovia - pista própria destinada à circulação de camento ou bifurcação, incluindo as áreas for-
madas por tais cruzamentos, entroncamentos ou
Conversão - movimento em ângulo, à esquerda bifurcações.
ou à direita, de mudança da direção original do Interrupção de Marcha - imobilização do veí-
veículo. culo para atender circunstância momentânea do
Cruzamento - interseção de duas vias em nível. trânsito.
Dispositivo de segurança - qualquer elemento Licenciamento - procedimento anual, relativo a
obrigações do proprietário de veículo, comprova-
maior segurança ao usuário da via, alertando-o
sobre situações de perigo que possam colocar em de Licenciamento Anual).
risco sua integridade física e dos demais usuários Logradouro Público - espaço livre destinado pela
municipalidade à circulação, parada ou estacio-
Estacionamento - imobilização de veículos por namento de veículos, ou à circulação de pedes-
tempo superior ao necessário para embarque ou tres, tais como calçada, parques, áreas de lazer,
desembarque de passageiros. calçadões.
Estrada - via rural não pavimentada. Lotação - carga útil máxima, incluindo condutor e
Etilômetro - aparelho destinado à medição do passageiros, que o veículo transporta, expressa em
quilogramas para os veículos de carga, ou número
12.760, de 2012) de pessoas, para os veículos de passageiros.
Faixas de Domínio - superfície lindeira às vias Lote Lindeiro - aquele situado ao longo das vias
- urbanas ou rurais e que com elas se limita.
sabilidade do órgão ou entidade de trânsito com- Luz Alta - facho de luz do veículo destinado a ilu-
106 petente com circunscrição sobre a via. minar a via até uma grande distância do veículo.
Luz Baixa - facho de luz do veículo destinada a Passagem Subterrânea - obra de arte destinada
iluminar a via diante do veículo, sem ocasionar à transposição de vias, em desnível subterrâneo, e
- ao uso de pedestres ou veículos.
dutores e outros usuários da via que venham em Passarela - obra de arte destinada à transposição
sentido contrário. de vias, em desnível aéreo, e ao uso de pedestres.
Luz de Freio - luz do veículo destinada a indicar Passeio - parte da calçada ou da pista de rolamen-
aos demais usuários da via, que se encontram to, neste último caso, separada por pintura ou ele-
atrás do veículo, que o condutor está aplicando o mento físico separador, livre de interferências,
freio de serviço. destinada à circulação exclusiva de pedestres e,
Luz Indicadora de Direção (pisca-pisca) - luz do excepcionalmente, de ciclistas.
veículo destinada a indicar aos demais usuários da Patrulhamento - função exercida pela Polícia
via que o condutor tem o propósito de mudar de Rodoviária Federal com o objetivo de garantir obe-
direção para a direita ou para a esquerda. diência às normas de trânsito, assegurando a livre
Luz de Marcha à Ré - luz do veículo destinada a circulação e evitando acidentes.
iluminar atrás do veículo e advertir aos demais
Perímetro Urbano - limite entre área urbana e
usuários da via que o veículo está efetuando ou a
área rural.
ponto de efetuar uma manobra de marcha à ré.
Peso Bruto Total - peso máximo que o veículo
Luz de Neblina - luz do veículo destinada a
transmite ao pavimento, constituído da soma da
aumentar a iluminação da via em caso de neblina,
tara mais a lotação.
chuva forte ou nuvens de pó.
Luz de Posição (lanterna) - luz do veículo destina- Peso Bruto Total Combinado - peso máximo
da a indicar a presença e a largura do veículo. transmitido ao pavimento pela combinação de
Manobra - movimento executado pelo condutor um caminhão-trator mais seu semi-reboque ou do
para alterar a posição em que o veículo está no caminhão mais o seu reboque ou reboques.
momento em relação à via. Pisca-Alerta - luz intermitente do veículo, utiliza-
Marcas Viárias - conjunto de sinais constituídos de da em caráter de advertência, destinada a indicar
linhas, marcações, símbolos ou legendas, em tipos e aos demais usuários da via que o veículo está imo-
cores diversas, apostos ao pavimento da via. bilizado ou em situação de emergência.
Microônibus - veículo automotor de transporte Pista - parte da via normalmente utilizada para a
coletivo com capacidade para até vinte passageiros.
Motocicleta - veículo automotor de duas rodas, separadores ou por diferença de nível em relação
com ou sem side-car, dirigido por condutor em às calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais.
posição montada. Placas - elementos colocados na posição vertical,
Motoneta - veículo automotor de duas rodas, diri- -
gido por condutor em posição sentada. mitindo mensagens de caráter permanente e,
Motor-Casa (Motor-Home) - veículo automotor eventualmente, variáveis, mediante símbolo ou
cuja carroçaria seja fechada e destinada a alojamen- legendas pré-reconhecidas e legalmente instituí-
das como sinais de trânsito.
Noite - período do dia compreendido entre o pôr- Policiamento Ostensivo De Trânsito - função
-do-sol e o nascer do sol. exercida pelas Polícias Militares com o objetivo de
Ônibus - veículo automotor de transporte coletivo prevenir e reprimir atos relacionados com a segu-
com capacidade para mais de vinte passageiros, ain- rança pública e de garantir obediência às normas
da que, em virtude de adaptações com vista à maior relativas à segurança de trânsito, assegurando a
comodidade destes, transporte número menor. livre circulação e evitando acidentes.
Operação de Carga e descarga - imobilização do veí- Ponte - obra de construção civil destinada a ligar
culo, pelo tempo estritamente necessário ao carrega- margens opostas de uma superfície líquida qualquer.
mento ou descarregamento de animais ou carga, na Reboque - veículo destinado a ser engatado atrás
forma disciplinada pelo órgão ou entidade executivo
de um veículo automotor.
de trânsito competente com circunscrição sobre a via.
Regulamentação da Via - implantação de sinali-
Operação de Trânsito - monitoramento técnico
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
REFERÊNCIAS
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal 6. (CESPE – 2005) O item a seguir é composto por uma
situação hipotética ocorrida durante uma blitz realiza-
especial. 9 ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
da pela PMDF, seguida de uma assertiva a ser julgada.
MACEDO, Leandro. Legislação de Trânsito para O condutor de um dos automóveis abordados na blitz
concursos 2 ed: Metodo, 2013.
Nessa situação, o policial deve abster-se de autuar o
RIZZARDO, Arnaldo. Comentários ao Código de
referido condutor porque o Código de Trânsito Brasilei-
Trânsito Brasileiro. 3ª Ed. rev. atualz. e ampl. São ro confere imunidade aos diplomatas que servem no
Paulo, SP. Editora Revista dos Tribunais. 2001. Brasil.
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Proces-
suais Penais Comentadas. 3ª Ed. rev. atualz. e ampl.
São Paulo, SP. Editora Revista dos Tribunais. 2008.
7. (CESPE – 2020) Considerando a legislação de trânsito
REGIS PRADO, Luiz. Curso de direito penal brasi- brasileira, julgue o item a seguir.
leiro: parte geral - arts. 1º a 120. 7 ed. São Paulo: RT, A PRF deve promover e participar de projetos e pro-
2007. p. 651-652. gramas de educação e segurança, de acordo com as
diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional de
Trânsito (CONTRAN).
HORA DE PRATICAR!
1. (CESPE – 2020) 8. (CESPE – 2020) -
Lei n.º 9.503/1997, pelo Código de Trânsito Brasileiro
(CTB), pelo Manual M-015 e referências correlatas, jul- veículo e à originalidade dos elementos de segurança
gue o item a seguir. dos documentos e seus respectivos registros nos sis-
A operação de carga e descarga feita por pessoas em temas de consultas, julgue o seguinte item.
via pública é considerada trânsito.
Automotores (RENAVAM), o pré-cadastro, em sistema
-
lo produzido no Brasil é atribuição dos órgãos esta-
2. (CESPE – 2019) De acordo com a Lei n.º 9.503/1997, o duais de trânsito.
Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e o Manual M-015,
que trata dos procedimentos de atendimento de aci-
dentes de trânsito no âmbito da PRF, julgue o item a
seguir.
9. (CESPE – 2020) A respeito do Sistema Nacional de
Trânsito consiste na utilização das vias públicas por
Trânsito, julgue o item seguinte.
pessoas, veículos e animais.
A Junta Administrativa de Recursos de Infrações
(JARI) é um colegiado vinculado ao órgão aplicador
de penalidade e tem competência para julgar recursos
contra penalidades aplicadas por esse órgão.
3. (CESPE – 2009) Acerca do que dispõe a Lei n.º
9.503/1997, Código de Trânsito Brasileiro (CTB), jul-
gue o item.
Considere que um motorista conduza o seu veículo
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
por uma rodovia federal e sofra grave acidente: o seu 10. (CESPE – 2020) A respeito do Sistema Nacional de
carro capote por três vezes após passar por um bura- Trânsito, julgue o item seguinte.
co na pista causado pela má conservação e falta de O órgão executivo rodoviário é previsto em todas as
sinalização. Nessa situação, a responsabilidade das esferas (federal, estadual, distrital e municipal), e suas
entidades que compõem o Sistema Nacional de Trân- atribuições são comuns, diferenciando-se apenas a
sito (SNT) será objetiva. circunscrição onde são executadas.
4. (CESPE – 2009) Acerca do que dispõe a Lei n.º 11. (CESPE – 2020) A respeito do Sistema Nacional de
9.503/1997, Código de Trânsito Brasileiro (CTB), jul- Trânsito, julgue o item seguinte.
gue o item. O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) é o
Considere que Carlos pretenda viajar com seu veículo órgão normativo e deliberativo máximo do Sistema
até a cidade de Lima, capital do Peru. Nessa situação, Nacional de Trânsito e é composto por representantes
Carlos não necessitará providenciar licença especial de determinados ministérios e presidido pelo dirigente
para dirigir o seu veículo naquele país. do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN).
109
12. (CESPE – 2020) A respeito do Sistema Nacional de Recurso interposto por condutor contra multa por
Trânsito, julgue o item seguinte. excesso de velocidade deve ser julgado por junta
administrativa de recursos de infrações.
emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veícu-
los automotores ou pela sua carga, de acordo com o
estabelecido em lei, além de dar apoio, quando solici-
20. (CESPE – 2011) Acerca do SNT, julgue o item que se
segue.
O órgão executivo com circunscrição sobre as vias
urbanas do DF é o CONTRANDIFE.
13. (CESPE – 2020) A respeito do Sistema Nacional de
Trânsito, julgue o item seguinte.
O CONTRAN dispõe de câmaras temáticas de esforço
legal e de compliance.
GABARITO
1 Certo
14. (CESPE – 2019) Com relação ao Sistema Nacional de
Trânsito, julgue o seguinte item. 2 Certo
A Polícia Rodoviária Federal integra o Sistema Nacio-
nal de Trânsito, competindo-lhe, no âmbito das rodo- 3 Certo
vias e estradas federais, implementar as medidas 4 Certo
da Política Nacional de Segurança e Educação de
Trânsito. 5 Errado
6 Errado
7 Certo
15. (CESPE – 2019) Com relação ao Sistema Nacional de
Trânsito, julgue o seguinte item. 8 Errado
O CONTRAN é o órgão máximo executivo de trânsito
9 Certo
da União, cabendo a coordenação máxima do Sistema
Nacional de Trânsito ao Departamento Nacional de 10 Certo
Trânsito (DENATRAN).
11 Errado
12 Certo
15 Errado
municípios. 16 Certo
17 Errado
18 Errado
17. (CESPE – 2014) Julgue o item, referente ao Sistema
Nacional de Trânsito, à educação e segurança de trân- 19 Certo
sito e à terminologia adotada pelo Código de Trânsito
20 Errado
Brasileiro (CTB).
O Sistema Nacional de Trânsito, executor da Política 21 Errado
Nacional de Trânsito, é composto por órgãos e enti-
dades da União, dos estados, do Distrito Federal e dos 22 Certo
municípios e coordenado pelo Ministério dos Trans-
portes, ao qual estão subordinados tanto o Conselho
Nacional de Trânsito (CONTRAN) quanto o Departa-
mento Nacional de Trânsito. ANOTAÇÕES
Formas de descentralização
c) Sociedades de Economia Mista.
A descentralização poderá ocorrer por meio de d) fundações públicas.
três formas diferentes. Vejamos quais são: Parágrafo único. As entidades compreendidas na
Administração Indireta vinculam-se ao Ministério
Outorga: criação de entidade da administração em cuja área de competência estiver enquadrada
indireta para exercício de determinada atividade. sua principal atividade.
Faz-se necessária a edição de lei.
Delegação (ou colaboração): realizada por meio
de contrato ou ato unilateral, ocorrendo a trans- desatualização do dispositivo acima, que não traz o
ferência de determinadas atribuições para o consórcio público de direito público (também conhe-
setor privado. Aqui ocorre a transferência ape- cidas por associações públicas), também entidade
nas da execução, permanecendo a competência integrante da administração indireta, conforme cons-
com o ente público devido à imposição do texto ta no Código Civil.
constitucional.
criação de território federal. Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público
interno:
Portanto, de forma esquemática temos o seguinte.
Art. 37 (...)
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as Autarquias
de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nes- As autarquias são pessoas jurídicas de direito
sa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa.
Fundações
Autonomia administrativa x autonomia política
Uma característica marcante das entidades da As fundações públicas são patrimônios personali-
administração indireta é a autonomia. Como vimos -
anteriormente, elas possuem personalidade jurídica,
sendo sujeitas de direito e obrigações.
No entanto, não podemos confundir autonomia entenderemos pela sua própria origem: a doação de
administrativa com autonomia política. A autonomia
política é natural aos entes federados (União, Estado, consta do nosso Código Civil. 113
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta
fará, por escritura pública ou testamento, dotação Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando
se destina, e declarando, se quiser, a maneira de necessária aos imperativos da segurança nacional
administrá-la. -
dos em lei.
Também conforme o Código Civil, o Ministério
É importante saber que as empresas públicas e
sociedades de economia mista não poderão gozar de
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Públi- privilégios não extensivos ao setor privado (CF/88,
co do Estado onde situadas. 173, § 2º)
e objeto. Quando temos a ausência ou algum tipo de parecida, será ferida quando a remoção de um servi-
vício sobre um deles, poderemos ter até mesmo a nuli- -
dade total do ato. Vejamos cada um deles. lidade de punir o servidor por determinada conduta 115
irregular. Nesse caso, ainda que haja motivo para que Há a possibilidade da motivação de um ato admi-
o servidor seja punido, a remoção não é prevista como nistrativo por meio da referência a outro ato ou
punição, mas como instrumento de gestão de pessoal. processo. É o que a doutrina chama de motivação
aliunde
Forma Finalmente, importante que você saiba da Teoria
dos Motivos Determinantes, bastante cobrada em
A forma é o modo pelo qual é exteriorizado o ato provas. Segundo ela, se os motivos apontados no ato
administrativo. Nesse contexto, importante trazermos administrativo forem inválidos, também o será o ato
o artigo 22, da Lei nº 9.784/99, Lei do Processo Admi- administrativo praticado.
nistrativo Federal.
Lei nº 9.784/99 Objeto
Art. 22. Os atos do processo administrativo não objeto do ato administrativo, que
dependem de forma determinada senão quando a será o próprio conteúdo do ato, seu efeito jurídico, a
lei expressamente a exigir. alteração que ele causa.
O vício no elemento objeto é insanável.
Dica O motivo e o objeto são os elementos que cons-
tituem o mérito administrativo, que é a margem de
No dispositivo podemos perceber o princípio da escolha e valoração por parte do agente competente.
informalidade, que não deve ser utilizada para
impedir ou retardar a prática dos atos pelos inte- ATRIBUTOS
ressados no processo administrativo.
Os atos administrativos possuem características
Motivo
se propõem. Vejamos cada um dos atributos.
Agora vamos ao atributo motivo, que corresponde aos Os atos administrativos gozam de presunção de
fundamentos de fato e de direito que respaldam a execu- veracidade e de legitimidade. Em termos simples,
ção do ato administrativo. Vamos entender melhor isso. -
nistrativos deverão ser tidas como verdadeira (vera-
cobradas em prova. cidade) e conforme a lei (legitimidade) até que haja
prova em contrário.
Motivo de direito: a previsão em lei de hipótese Ou seja, uma vez praticado o ato administrativo
que irá permitir a execução do ato. ocorre a inversão do ônus da prova, cabendo ao parti-
cular provar eventual impropriedade que ele contenha.
Motivo de fato: a ocorrência da hipótese prevista
A presunção relativa, que estudamos neste
em lei no mundo real.
momento, é também conhecida como presunção juris
tantum. Em sentido oposto, a presunção absoluta, não
Para o melhor entendimento, é interessante um
aplicável neste tema, é também conhecida como pre-
exercício de imaginação. Imagine-se diante do espe-
sunção jure et de jure.
lho. A sua imagem é uma projeção abstrata, enquanto
Temos também a imperatividade, que é o poder
você é real. Assim são os motivos de fato e de direito.
da Administração Pública de impor ao particular seus
Eles são como o corpo e a imagem. Para que o ato pos-
atos administrativos. É decorrente do poder extrover-
sa ser praticado, você deve ter tanto a ocorrência na
so do Estado, que permitirá a imposição de deveres e
realidade como a sua previsão abstrata em lei.
obrigações ao particular.
Temos agora uma informação com a qual você
Importante ressaltar que esse é um atributo que nem
deve ter muito cuidado: não confunda motivo com sempre estará presente nos atos administrativos, pois se
motivação. O motivo fora devidamente abordado aci- mostrará apenas quando impuser condições ao particular.
ma. A motivação é a exposição dos motivos que o res- A autoexecutoriedade é a característica dos atos
paldam quando for praticado o ato. administrativos que confere à Administração Pública
Vejamos agora o que traz a Lei nº 9.784/99 sobre a a capacidade de executar diretamente seus atos inde-
motivação de atos administrativos. pendentemente de recorrer a qualquer outro Poder.
De forma similar à imperatividade, nem sempre
. Os atos administrativos deverão ser moti- estará presente nos atos administrativos.
vados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
A autoexecutoriedade poderá se fazer presente em
jurídicos, quando:
duas hipóteses:
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou
Casos expressamente previstos em lei;
III - decidam processos administrativos de concur- Urgência da situação apresentada / grande possibi-
lidade de dano.
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de
Finalmente temos o atributo da tipicidade. Ele
impõe que os atos administrativos praticados devem
Atos complexos: manifestação de mais de uma políticos, os agentes militares, os servidores públi-
vontade para que haja a produção de efeitos. Só se cos estatutários, os empregados públicos, os agentes
aperfeiçoa com a manifestação de todos os agentes
competentes. cada um deles com maiores detalhes.
Atos compostos: manifestação de uma única von-
tade. No entanto, há necessidade de manifestação Agentes políticos
posterior para que haja produção de efeitos. Tal
Os agentes políticos possuem como característica
como instrumental. principal o fato de exercerem uma função pública de
alta direção do Estado. Seu ingresso é feito median-
Quanto ao objeto
o condão de extinguir a relação destes com o Estado
Os atos poderão ser de império, de gestão ou de de modo automático pelo simples decurso do tempo.
expediente. Percebe-se, dessa forma, que a sua vinculação com o 117
- Empregado Público
cional. São agentes políticos os parlamentares, o Pre-
sidente da República, os prefeitos, os governadores, De modo diferente da contratação dos servidores, os
bem como seus respectivos vices, ministros de Estado empregados públicos são contratados mediante regime
e secretários. celetista, isso é, com aplicação das regras previstas na
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Trata-se de
Agentes Militares uma vinculação contratual. A contratação de emprega-
dos públicos se dá, em regra, pelas pessoas jurídicas de
Os agentes militares constituem uma categoria a
direito privado integrantes da Administração Indireta
parte dos demais agentes políticos, uma vez que as
instituições militares possuem fortes bases funda- (empresas públicas, sociedades de economia mista, con-
mentadas na hierarquia e na disciplina. Apesar de sórcios etc.). Além disso, o ingresso de tais pessoas tam-
também apresentarem vinculação estatutária, seu bém depende da sua aprovação em concurso público.
regime jurídico é disciplinado por legislação especial, O regime dos empregados públicos é menos prote-
e não aquela aplicável aos servidores civis. São agen- tivo do que o regime estatutário. Isso se deve ao fato de
tes militares os membros das Polícias Militares e dos que os empregados públicos não gozam da estabilida-
Corpos de Bombeiros militares dos Estados, Distrito
de que os servidores possuem. Ao serem empossados,
Federal e Territórios, bem como os demais militares
ligados ao Exército, Marinha e Aeronáutica. Algumas os empregados passam por um período de experiên-
características que merecem destaque são: a proibi- cia de 90 dias. Todavia, mesmo após esse período, os
ção de sindicalização dos militares, a proibição do empregados públicos podem ser dispensados.
A diferença dos empregados públicos para com
os demais consiste no fato de que a sua demissão
Servidores Públicos será sempre motivada, após regular processo admi-
nistrativo, mediante contraditório e a ampla defesa.
De modo geral, podemos dizer que a Constituição Importante lembrar que, para a Administração Públi-
Federal de 1988 apresenta dois tipos de regimes para
ca, a motivação de seus atos, bem como o tratamento
os agentes estatais: o regime estatutário ou de cargos
públicos, e o regime celetista ou de empregos públicos. -
Os servidores públicos são contratados pelo regi- teadores de sua atuação. Uma demissão imotivada de
me estatutário, enquanto os empregados públicos são um empregado público seria absolutamente inadmis-
contratados pelo regime celetista, que muito se asse- sível nessas condições.
melha às regras contidas na CLT.
Atente-se a esse conceito: Servidor público é o LEI Nº 8.112, DE 1990 E LEGISLAÇÃO PERTINENTE
agente contratado pela Administração Pública, direta
ou indireta, sob o regime estatutário, sendo selecio-
O regime dos servidores públicos possui ampla pre-
nado mediante concurso público, para ocupar cargos
visão normativa. Além do renomado artigo 37 da Cons-
públicos, possuindo vinculação com o Estado de natu-
reza estatutária e não-contratual. tituição Federal, no âmbito infraconstitucional temos a
O regime dos cargos públicos é disciplinado pela Lei n° 8.112 de 1990 (Estatuto dos Servidores Públicos
Lei Federal n° 8.112/1990, também conhecida como Federais), isso é, a legislação que institui o regime jurí-
Estatuto do Servidor Público. dico dos servidores públicos da União, autarquias, fun-
Frente a isso, um ponto relevante a ser ressaltado dações, agências reguladoras e associações, todas em
desse regime é o alcance da estabilidade mediante o âmbito federal. Bastante exigida em concursos públi-
-
cos, convém salientar as principais características a
mite que o servidor não seja desligado de suas funções,
respeito do regime dos servidores públicos:
salvo pelas hipóteses previstas em lei, como a sentença
judicial transitada em julgado, processo administrativo
disciplinar, ou a não aprovação em avaliação periódica DISPOSIÇÕES DOUTRINÁRIAS
de desempenho (art. 41, § 1°, da CF/1988).
Dentre os cargos públicos, ainda, há aqueles que Conceito, Espécies, Cargo, Emprego e Função Pública
são vitalícios, que se apresentam de forma mais van-
tajosa, uma vez que o estágio probatório possui um Para todos os efeitos legais, o servidor público está
tempo menor (2 anos, sendo de 3 anos para os car- intrinsicamente ligado à noção de cargo público. Con-
gos não-vitalícios), bem como o desligamento ocorrer forme dispõe o art. 3° do Estatuto dos Servidores, cargo
apenas mediante sentença condenatória transitada
público é o conjunto de atribuições e responsabilidades
em julgado. São vitalícios os cargos de: Magistratura,
do Tribunal de Contas, e os cargos dos membros do previstas na estrutura organizacional que devem ser
Ministério Público. cometidas a um servidor. Os cargos públicos, acessíveis
Além da estabilidade, é também assegurado aos a todos os brasileiros, são criados por lei, com denomi-
servidores estatutários alguns direitos trabalhistas, nação própria e vencimento pago pelos cofres públicos,
vejamos aqui os mais importantes: para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
A criação, transformação, e extinção de cargos,
Art. 39. (...)
empregos ou funções públicas depende sempre de uma
§ 3°, da CF/1988: a) salário mínimo, b) remune-
ração de trabalho noturno superior ao diurno, c) lei instituidora (art. 48, X, CF/1988). Porém, havendo
repouso semanal remunerado, d) férias remunera- um cargo ou função vago, a sua extinção pode se dar
118 das, e) licença à gestante etc. mediante expedição de decreto pelo Poder Executivo.
Para ocupar um cargo público, é necessário haver Reversão: outra forma de provimento derivado,
o seu devido provimento, ou seja, deve haver um ato em que temos o retorno à atividade de um servi-
administrativo constitutivo e hábil para a investidu- dor aposentado por invalidez, ou por puro e sim-
ra do servidor no respectivo cargo. Com relação aos ples interesse da Administração, desde que
requisitos para a investidura em cargo público, dis-
põe o art. 5° da Lei n° 8.112/1990:
São requisitos básicos para investidura em cargo
público:
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício A reversão far-se-á para o mesmo cargo ou para o
cargo resultante de sua transformação. Em termos de
remuneração, o servidor que retornar à atividade por
VI - aptidão física e mental. interesse da Administração perceberá a remuneração
do cargo que voltar a exercer, em substituição da apo-
Há diversas formas de provimento dos cargos sentadoria que recebia (art. 25, § 4°, idem).
grafo único, da Lei n° 8.112/1990). tem um número certo de cargos e de servidores públi-
Readaptação: é, também, uma forma de provimen- cos ocupantes desses cargos. Logo, o cargo pertence
to derivado, pois trata-se de hipótese de atribuição originalmente a Carlos. Assim, se por exemplo, duran-
ao servidor para um cargo com funções e respon- te o período que esteve fora o servidor, Márcio estava
sabilidades distintas e compatíveis com a limita- ocupando seu cargo, ele deverá ser ou reconduzido
ção que tenha sofrido em sua capacidade física ou para o seu cargo de origem, ou se isso não for possível
(porque esse cargo foi extinto durante esse período),
exemplo, um motorista de ônibus que sofre aciden- ele pode ser aproveitado em outro cargo similar.
te e acaba perdendo algum membro essencial para Não havendo outro cargo similar, Márcio será pos-
dirigir poderá ser readaptado para executar uma to em disponibilidade
função similar, mas não idêntica à anterior. Na
hipótese do servidor readaptando se mostrar com- Recondução:
pletamente inválido para exercer qualquer cargo, provimento derivado consistente no retorno do
ele será compulsoriamente aposentado. servidor público estável ao cargo anteriormente 119
ocupado, e decorrerá de inabilitação em estágio Acumulação de cargo, emprego, e função pública
probatório relativo a outro cargo, ou ainda pela
reintegração do anterior ocupante (art. 29, I e II, da Sobre a acumulação de cargos, emprego e funções
Lei n° 8.112/1990). Uma situação excepcional é a públicas, deve-se salientar que o ordenamento jurídi-
da extinção do cargo durante o período de estágio co brasileiro, em regra, proíbe a acumulação de car-
probatório. Nessas condições, segundo a Súmula gos e empregos públicos. Tal proibição se estende,
n° 22 do STF, inexiste direito à recondução, e o ser- inclusive, para as entidades da Administração Indi-
reta. O caput do art. 118 da Lei n° 8.112/1990 dispõe
vidor será exonerado.
no mesmo sentido: Ressalvados os casos previstos na
Constituição, é vedada a acumulação remunerada de
É o caso do servidor Márcio, já mencionado durante a cargos públicos. Apesar do referido texto legal dispor
reintegração do servidor Carlos. A recondução tem priori- sobre agentes públicos no âmbito federal, entendemos
dade em relação a pôr o servidor em disponibilidade. Pôr que também possa ser aplicado aos agentes públicos
o servidor em disponibilidade é considerada uma última dos Estados, Municípios, e Distrito Federal.
medida, pois o correto é a Administração fazer com que Pela leitura do dispositivo, vemos que a própria
todos os servidores que contratou trabalhem para ela, Constituição Federal dispõe de um rol de casos excep-
ela deve evitar de ter um quadro cheio de servidores que cionais em que é permitida a acumulação dessas fun-
ções. Há entendimento praticamente unânime de que
“parados” porque não possuem um cargo para ocupar. se trata de um rol taxativo, ou seja, são válidas apenas
Mas a Lei n° 8.112/1990 também faz menção das aquelas hipóteses de acumulação de cargos.
hipóteses de vacância, isso é, são casos em que temos Assim, as hipóteses de acumulação de cargos cons-
a extinção do cargo público: titucionalmente autorizadas são:
Art. 33. São formas de vacância dos cargos Dois cargos de professor (art. 37, XVI, a);
públicos: Um cargo de professor com outro técnico ou cien-
-
nais na área da saúde (art. 37, XVI, c);
Um cargo de vereador com outro cargo, emprego
ou função pública (art. 38, III);
Um cargo de magistrado e outro de magistério (art.
95, par. único, I);
Um cargo de membro do Ministério Público e outro
de magistério (art. 128, § 5°, II, d).
Observe que algumas das hipóteses de vacância são
as mesmas das hipóteses de provimento. Isso ocorre
Das prerrogativas, dos Direitos, vantagens e
porque, como mencionamos, o provimento derivado autorizações dos servidores públicos
dos cargos públicos pressupõe uma relação jurídica
anterior entre o servidor e a Administração Pública. Prerrogativa é qualquer situação de vantagem
Nessas hipóteses (readaptação, promoção), o Poder obtida pela natureza de um cargo ou de uma função.
Público necessita extinguir um cargo público (uma No caso dos agentes públicos, existem algumas prer-
relação jurídica anterior) para criar um cargo novo. rogativas que são comuns para todo e qualquer car-
Dessas hipóteses, a que merece maiores esclareci- go público, e existem algumas prerrogativas que são
mentos é a exoneração. Nas linhas do artigo 35, a exo- mais restritas, exclusivas apenas para alguns cargos.
neração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, Geralmente essas prerrogativas mais exclusivas são
ou de ofício. Quando de ofício, a exoneração será rea- aplicáveis para os cargos militares e para os cargos de
lizada quando não satisfeitas as condições do estágio natureza política.
No momento, é importante focar nas prerrogativas
servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. que se aplicam para todos os servidores públicos, que
A substituição encontra-se disposta no artigo 38 ocupam cargos públicos em geral. A primeira grande
do Estatuto. Segundo o caput desse dispositivo, os ser- prerrogativa diz respeito à estabilidade.
vidores investidos em cargo ou função de direção ou A estabilidade é a condição que o servidor público
atinge após completar alguns requisitos. O seu princi-
terão substitutos indicados no regimento interno ou, no pal efeito é que, uma vez estável no cargo, o servidor
caso de omissão, previamente designados pelo dirigen- público não pode ser demitido por razões de conve-
te máximo do órgão ou entidade. niência ou oportunidade pela Administração. Ela não
A substituição é, assim, uma troca de um servidor pode demitir o servidor estável “porque não quer
por outro, aplicável somente para os cargos de comis- mais” trabalhar com ele.
Segundo o artigo 21 do Estatuto dos Servidores
Natureza Especial. O servidor substituto indicado assu- Públicos Civis da União, uma vez que o servidor seja
me, automaticamente, o exercício do cargo, nos casos de habilitado em concurso público e empossado em cargo
de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço
afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares
público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício.
do titular, bem como na hipótese de vacância do cargo.
Um direito muito importante do servidor substitu- Interessante observar que a Constituição Federal
to é que ele pode optar, entre o cargo que ocupava de 1988 também prevê a prerrogativa de estabilida-
antes e o cargo que passa a ocupar pela substituição, de em seu artigo 41. Todavia, os requisitos são distin-
pela remuneração mais vantajosa (art. 38, § 2°). Seria tos: para o Texto Constitucional, o servidor público só
injusto o substituto ganhar menos do que recebia adquire estabilidade após completar 3 (três) anos de
120 antes da substituição. efetivo exercício.
A Lei n° 8.112/1990, em seus artigos 40 e 41, elen-
estável no seu cargo, ele pode fazer o que quiser e não ca aos servidores
sofrerá nenhuma punição. A estabilidade não lhe dá públicos, os quais são de grande importância conhe-
“carta branca” para agir como bem entender. Por isso cer. Vejamos os principais direitos:
o conteúdo do artigo 22 da Lei n° 8.112/1990: O servidor
estável só perderá o cargo em virtude de sentença judi- Vencimentos: vencimentos está para o servidor
cial transitada em julgado ou de processo administrati- assim como o salário está para o empregado. Con-
vo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. siste na retribuição pecuniária pelo exercício do
O Texto Constitucional vai um pouco além: ele pre-
vê ao todo, quatro modalidades de demissão de servi- em lei. Os vencimentos de cargos efetivos são, em
dor estável. São elas: regra, irredutíveis.
Remuneração: é mais abrangente. É o vencimen-
Por sentença judicial transitada em julgado: é to do cargo, somado a todas as outras vantagens
a forma mais demorada para se demitir um servi- pecuniárias estabelecidas em lei. O menor valor
dor, considerando todo o aspecto burocrático exis- pago ao servidor público, independentemente de
tente no processo judicial. O trânsito em julgado da sua vinculação, é o valor do salário mínimo vigen-
sentença somente ocorre quando esgotados todos te (art. 39, § 3°, da CF/1988).
os recursos cabíveis.
O artigo 39 da Constituição Federal apresenta
Mediante processo administrativo em que lhe algumas regras gerais sobre o regime dos servi-
seja assegurada ampla defesa. As regras referentes dores públicos. Dentre as regras constitucionais,
ao Processo Administrativo Disciplinar (ou PAD) o §1° do referido dispositivo prevê que a
serão vistas mais adiante. dos padrões de vencimento e dos demais com-
Mediante procedimento de avaliação periódica ponentes do sistema remuneratório observará
três aspectos: a natureza, o grau de responsabili-
de desempenho, na forma de lei complementar,
dade e a complexidade dos cargos componentes de
assegurada ampla defesa: quem não for aprovado
na avaliação periódica de desempenho, pode ser também as peculiaridades dos cargos.
exonerado de seu cargo público, independentemen-
te de ter completado o período de efetivo exercício. Regime de subsídios: trata-se de uma forma espe-
Por excesso de gasto com pessoal: as hipóteses cial de remuneração, feita em uma única parcela.
1 a 3 estão previstas nos incisos do artigo 41. Toda- O regime de subsídios, previsto no art. 39, § 4°, da
via, essa última hipótese encontra-se disposta no
artigo 169, § 3°, II da CF/1988. Sob o aspecto orça- os “supersalários” comumente existentes no regi-
me de servidores públicos brasileiros. Importante
Pública realizar gastos superiores àqueles previs- ressaltar que recebem por subsídios somente os
tos em seu orçamento anual. Com isso, havendo a Chefes do Poder Executivo, parlamentares, magis-
necessidade, é possível, sim, que um servidor está- trados, ministros de Estado, secretários estaduais,
vel seja exonerado de seu cargo, apenas por moti- membros do Ministério Público e da Advocacia
vos de “balancear” as contas públicas. Pública, entre outros.
as indenizações são valores pagos
Outra prerrogativa que merece maior destaque é aos servidores, mas que não integram seus ven-
a vitaliciedade. É um instituto bastante parecido com cimentos. O Estatuto prevê algumas hipóteses de
a estabilidade, mas não pode ser confundida com a recebimento de indenizações:
mesma. A vitaliciedade não é adquirida por qualquer
servidor: ela é somente concedida para alguns cargos Ajuda de custo por mudança, devida como
públicos especiais. forma de compensar as despesas de instalação
São considerados cargos vitalícios, segundo a pró- de servidor que tiver exercício em nova sede,
pria Constituição Federal: os cargos de Magistratura ocorrendo mudança de seu domicílio;
(art. 95, I), os membros do Ministério Público (art. 128, Ajuda de custo por falecimento: devido à
família do servidor que vier a falecer na nova
§ 5°, a), e os cargos ocupados pelos membros do Tribu-
sede, sendo devido para custear o transporte
nal de Contas da União ou TCU (art. 73, § 3°).
para a localidade de origem;
A vitaliciedade é um instituto ainda mais forte do que
Diárias por deslocamento: devida ao servidor
DIREITO ADMINISTRATIVO
n° 41/2003.
Mas o Regime de Previdência dos Servidores tam-
bém possui dispositivos previstos em seu Estatuto.
IV – para participação em programa de pós-gra- Segundo o artigo 184 da Lei n° 8.112/1990, o Plano
duação stricto sensu dentro do País. de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a
que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreen-
Para compreender melhor a diferença entre licen- de um conjunto de benefícios e ações que atendam às
122 ças e afastamentos, segue uma tabela explicativa.
I - garantir meios de subsistência nos eventos de tempo; aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se
doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, ina- homem, e aos 60 (sessenta) se mulher, com pro-
ventos proporcionais ao tempo de serviço.
II - proteção à maternidade, à adoção e à
Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional
III - assistência à saúde. n° 103/2019, as regras para a aposentadoria voluntá-
ria dos agentes públicos sofreram algumas alterações.
De modo geral, pode-se dizer que ao servidor é As chances de uma questão sobre essas novas regras
garantido os seguintes benefícios previdenciários: caírem em uma prova no momento são pequenas, mas
é importante se prevenir. Existem também regras de
Aposentadoria: possui previsão tanto na Consti- -
tuição Federal quanto na Lei n° 8.112/1990. O Regi- cidas pelo candidato, ao menos um pouco. Por isso,
me Próprio de Previdência dos Servidores (RPPS)
uma leitura da emenda constitucional 103/2019, na
também sofreu alterações na chamada “reforma
íntegra, é altamente recomendada.
da previdência”, promulgada pela Emenda Cons-
titucional n° 103/2019. Com isso, temos dois textos
normativos que, até o presente momento, dispõem Auxílio-natalidade (art. 196): o auxílio-natalida-
sobre a aposentadoria. de é devido à servidora por motivo de nascimento
-
À luz da Constituição Federal o servidor cimento do serviço público, inclusive no caso de
será aposentado: natimorto.
Salário-Família (art. 197): o salário-família é
Por incapacidade permanente para o trabalho, no devido ao servidor segundo o número de depen-
cargo em que estiver investido, quando insuscetível dentes econômicos deste. Para todos os efeitos, são
de readaptação. O Texto Constitucional explicita que considerados dependentes econômicos, na forma
será obrigatória a realização de avaliações periódi- do artigo 197, parágrafo único:
que ensejaram a concessão da aposentadoria, na for-
ma de lei do respectivo ente federativo. os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se
Compulsoriamente, com proventos proporcionais estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inváli-
ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, median-
na forma de lei complementar n° 152/2015. Essa te autorização judicial, viver na companhia e às
Lei complementar dispõe sobre a aposentadoria
compulsória com proventos proporcionais, sendo III - a mãe e o pai sem economia própria.
aplicável aos servidores ocupantes de cargos públi-
cos da União, Estados, Municípios, Distrito Federal ,
e suas autarquias e fundações; aos membros do essa licença dependente de perícia médica, sem
Poder Judiciário; aos membros do Ministério Públi-
-
co; e aos membros da Defensoria Pública.
dor precisa comprovar que realmente está doente
Voluntariamente, no âmbito da União, aos 62 e não pode trabalhar.
(sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65
(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no Licença à gestante, à adotante e licença-pater-
âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- : a licença à gestante/adotante/
cípios, na idade mínima estabelecida mediante paternidade será concedida por prazo não supe-
emenda às respectivas Constituições e Leis Orgâ- rior a 120 dias, sem prejuízo da remuneração.
nicas, observados o tempo de contribuição e os Todavia, a servidora gestante poderá prorrogar
demais requisitos estabelecidos em lei comple- -
meiro mês após o parto, e terá duração de sessenta
-
Com base na Lei n° ao servi- to n° 6.690/2008
dor federal poderá ser concedido aposentadoria: Licença por acidente em serviço (art. 211): o
Estatuto considera como acidente em serviço o
Aposentadoria por invalidez permanente; sendo os dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se
proventos integrais quando decorrente de acidente relacione, mediata ou imediatamente, com as atri-
DIREITO ADMINISTRATIVO
II - metade da remuneração, durante o afastamen- IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal
- ou de outrem, em detrimento da dignidade da fun-
tiva, a pena que não determine a perda de cargo.
X - participar de gerência ou administração de
Dos Deveres e Responsabilidades dos Servidores -
Públicos cada, exercer o comércio, exceto na qualidade de
b) à expedição de certidões requeridas para defesa XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
de direito ou esclarecimento de situações de inte- quando solicitado.
parente até o segundo grau; entre outros. ela serve primordialmente para apurar o que ocorreu,
e se é necessário instaurar o processo posteriormente.
Suspensão: aplicável somente quando o servidor
Segundo o artigo 145, da sindicância poderá resul-
é reincidente nas faltas puníveis por advertên-
penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trin-
demissão do cargo. A suspensão não poderá ser
aplicada por prazo maior a noventa dias.
Como forma de impedir que o servidor venha
Demissão: trata-se da penalidade mais grave atri- interferir de forma negativa durante a investigação
buída ao servidor público, uma vez que tem o con- da apuração de sua conduta, estabelece o artigo 147
dão de exonerá-lo de seu cargo. A demissão será o afastamento preventivo do mesmo: Como medida
aplicada nos casos em que o servidor: cometer
crime contra a administração pública; abandonar
seu cargo; improbidade administrativa; praticar atribuída, a autoridade instauradora do processo
-
mente, em serviço, outro servidor; revelar segre- veementes indícios de responsabilidades, poderá orde-
do o qual obteve devido a sua função; corrupção; nar o seu afastamento do exercício do cargo.
receber propina, comissão, ou outra vantagem de Uma vez encerrada a sindicância e, constatado uma
qualquer espécie em razão de suas atribuições; conduta irregular, temos o início do processo admi-
etc. Muitas dessas hipóteses impedem que o infra- nistrativo disciplinar (PAD), ou ordinário. Segundo o
tor retorne ao serviço público federal, por isso tra- artigo 148, o processo administrativo ordinário é
ta-se de uma das penalidades mais gravosas. o instrumento destinado a apurar responsabilidade do
Cassação de Aposentadoria ou da Disponibi- servidor público pela infração praticada no exercício de
lidade: o servidor inativo que houver praticado suas atribuições ou que tenha relação com as atribui-
falta punível com a demissão, terá a sua aposenta- ções do cargo em que se encontre investido.
doria, ou sua disponibilidade cassada. Segundo o artigo 149, o processo será conduzido
Destituição de Cargo em Comissão ou Função por Comissão composta de três servidores estáveis
Comissionada: caso o servidor ocupante de car- designados pela autoridade competente, observado o
go não efetivo cometa uma das faltas passíveis da
pena de suspensão e demissão, poderá perder o o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de
escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
-
conferido direito de petição, na forma do artigo 104 e so administrativo, e sim uma “autoridade julgadora”.
seguintes da Lei n° 8.666/1990, para requerer direitos e A Comissão não faz parte da autoridade julgadora, ela
interesses próprios em face do Poder Público. O reque-
rimento será dirigido à autoridade competente para todas as provas colhidas e todos os fatos devidamente
investigados.
DIREITO ADMINISTRATIVO
Fiscalização,
Em seguida, o artigo 2º traz a estruturação da car- patrulhamento e
reira em classes. No entanto, uma importante altera- Terceira policiamento ostensivo /
ção legislativa em 2012 mudou as classes da carreira, atendimento e socorro às
que passou a ser de nível superior. Vejamos inicial- vítimas de acidentes.
mente o artigo 2º-A, que trouxe tais alterações, para
na sequência vermos uma tabela de equivalência que Conforme combinamos, vejamos a tabela de corre-
a própria lei traz. Perceba que os destaques feitos têm lação, citada no caput do artigo 2º-A:
o intuito de fazer você perceber a diferença entre
Anexo II-A (incluído pela Lei nº12.775, de 2012)
maneira possível.
Tabela de correlação da carreira de Policial Rodo-
Art. 2º-A. A partir de 1o de janeiro de 2013, a Car- viário Federal
reira de que trata esta Lei, composta do cargo de
Policial Rodoviário Federal, de nível superior, pas-
SITUAÇÃO ANTERIOR
sa a ser estruturada nas seguintes classes: Terceira,
Segunda, Primeira e Especial, na forma do Anexo Cargo Classe Padrão
I-A, observada a correlação disposta no Anexo II-A.
§ 1º As atribuições gerais das classes do cargo de III
Policial Rodoviário Federal são as seguintes:
Inspetor II
I - Classe Especial: atividades de natureza policial
e administrativa, envolvendo direção, planejamen- I
to, coordenação, supervisão, controle e avaliação
administrativa e operacional, coordenação e dire- VI
ção das atividades de corregedoria, inteligência e
ensino, bem como a articulação e o intercâmbio V
com outras organizações e corporações policiais, IV
em âmbito nacional e internacional, além das atri- Agente
Especial III
II - Primeira Classe: atividades de natureza policial,
DIREITO ADMINISTRATIVO
I Policial
Concurso público para ingresso na carreira
Rodoviário
VI – características:
Federal
V
Primeira fase: exame psicotécnico e de provas e
IV
Segunda títulos;
III Segunda fase: curso de formação;
Diploma de curso superior em nível de graduação
II
e demais requisitos do edital.
I
Inicialmente temos o comando para ingresso
III mediante concurso, em consonância com a Consti-
II Terceira tuição Federal. Chamo a atenção para a imposição da
realização em duas fases, sendo ambas eliminatórias
I
Tempo de exercício na classe Agente e respectivo O artigo 8º indica a prioridade da ocupação dos
enquadramento: -
les que tenham comportamento exemplar e estejam
Menos de 1 ano de exercício: Padrão I; -
1 ano a 2 anos: Padrão II; e salva de que se trata de mera preferência, não impo-
128 2 anos ou mais: Padrão III. sição legal.
Art. 8º Os cargos em comissão e as funções de Lei nº 11.095/05:
Fica estruturado o Plano Especial de Car-
Federal serão preenchidos, PREFERENCIALMEN- gos do Departamento de Polícia Rodoviária Fede-
TE, por servidores integrantes da carreira que ral, composto pelos cargos de provimento efetivo,
tenham comportamento exemplar e que estejam regidos pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de
1990, que não estejam organizados em carreiras,
casos de interesse da administração, conforme nor- -
mas a serem estabelecidas pelo Ministro de Estado to de Polícia Rodoviária Federal em 30 de junho
da Justiça. de 2004, ou que venham a ser redistribuídos para
este Departamento, desde que as respectivas redis-
Finalmente, o artigo 9º impõe a jornada semanal tribuições tenham sido requeridas até 30 de abril
de 2004, mediante enquadramento dos servidores,
de para os integrantes da carreira.
de acordo com as respectivas atribuições, requisi-
Art. 9º É de quarenta horas semanais a jornada de
tabela, conforme o constante do Anexo III desta Lei.
trabalho dos integrantes da carreira de que trata
esta Lei.
Dica
LEI Nº 12.855, DE 2013 Lembra do conceito de redistribuição da Lei nº
8.112/90? Vou trazer o dispositivo aqui para
Vejamos agora a Lei nº 12.855/2013. Ela trata de você relembrar.
servidores civis que atuem em regiões de fronteira,
mas, como veremos no caput do seu artigo 1º, não se Art. 37
II - Carreira de Policial Rodoviário Federal, de O artigo 2º nos traz o valor e informações impor-
tantes sobre o pagamento. Note que haverá o ajuste
III - Carreira Auditoria da Receita Federal (ARF), de da indenização para mais ou para menos, conforme a
jornada cumprida pelo servidor.
IV - Plano Especial de Cargos do Departamento de
Polícia Federal, de que trata a Lei nº 10.682, de 28 Art. 2º A indenização de que trata o art. 1º será
devida por dia de efetivo trabalho nas delegacias
V - Plano Especial de Cargos do Departamento e postos do Departamento de Polícia Federal e do
de Polícia Rodoviária Federal, de que trata a Lei Departamento de Polícia Rodoviária Federal e em
unidades da Secretaria da Receita Federal do Bra-
VI - Plano Especial de Cargos do Ministério da sil, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-
DIREITO ADMINISTRATIVO
Fazenda, de que trata a Lei nº 11.907, de 2 de feve- tecimento e do Ministério do Trabalho e Emprego
situadas em localidades estratégicas, no valor de
VII - Carreira de Fiscal Federal Agropecuário, de R$ 91,00 (noventa e um reais).
§ 1º O pagamento da indenização de que trata o art.
VIII - Carreira Auditoria-Fiscal do Trabalho, de que 1º somente é devido enquanto durar o exercício ou
trata a Lei nº 10.593, de 2002. a atividade do servidor na localidade.
§ 2º O pagamento da indenização de que trata o
art. 1º não será devido nos dias em que não houver
Observe que não se trata de indenização exclusiva
prestação de trabalho pelo servidor, inclusive nas
à carreira de Policial Rodoviário Federal. hipóteses previstas no art. 97 e nos incisos II a XI
Em relação a hipótese constante do inciso V, temos do art. 102 da Lei nº 8.112, de 1990.
uma peculiaridade. São cargos que não fazem parte § 3º O valor constante do caput equivale à jorna-
da carreira ou que venham a ser redistribuídos. Trago da de trabalho de 8 (oito) horas diárias e deve-
um dispositivo da citada lei para que você saiba exa- rá ser ajustado, proporcionalmente, no caso de
tamente do que estamos tratando: carga horária maior ou menor prestada no dia. 129
§ 4º No caso de servidores submetidos a regime de Anexo: Valor da Indenização
escala ou de plantão, o valor constante do caput
será proporcionalmente ajustado à respectiva
jornada de trabalho. PERÍODO TRABALHADO
DURANTE O REPOUSO VALOR DEVIDO
REMUNERADO
O artigo 3º impõe que não haja cumulatividade da
presente indenização com qualquer outra que seja Seis horas R$ 420,00
paga ao servidor, prevalecendo a de maior valor.
Doze horas R$ 900,00
Art. 3º A indenização de que trata o art. 1º não
poderá ser paga cumulativamente com diárias, O artigo 2º traz basicamente duas informações:
indenização de campo ou qualquer outra parcela condições e critérios para pagamento; e necessida-
indenizatória decorrente do trabalho na localidade. de qualitativa e quantitativa de servidores a serem
Parágrafo único. Na hipótese de ocorrência da enquadrados na possibilidade trazida pela norma.
cumulatividade de que trata o caput, será paga ao
Vejamos.
servidor a verba indenizatória de maior valor.
indenização de que trata a lei não se sujeita ao impos- consonância com os calendários nacional e regio-
- nal de operações e as atividades emergenciais e
nição, as indenizações não se sujeitam a tributação excepcionais.
sobre a renda, mas, provavelmente, para evitar dis- Parágrafo único. A competência prevista no inci-
cussões sobre o tema, a lei trouxe o comando. so II do caput deste artigo poderá ser delegada ao
Diretor-Geral do Departamento de Polícia Rodoviá-
Art. 4º A indenização de que trata esta Lei não se ria Federal do Ministério da Segurança Pública.
sujeita à incidência de imposto sobre a renda de
pessoa física. Esta norma também traz o impeditivo da cumula-
ção da diária com outras parcelas indenizatórias. No
LEI Nº 13.712, DE 2018
entanto, faz menção apenas a diárias ou indenizações
de campo.
Vamos conhecer agora a Lei nº 13.712/18, que traz
indenização a ser paga ao Policial Rodoviário Federal
Art. 3º A indenização a que se refere o art. 1º desta
que ser dispuser voluntariamente a trabalhar durante
Lei não poderá ser paga cumulativamente com diá-
o período de seu descanso. Vejamos o artigo 1º:
rias ou com indenização de campo.
Art. 1º Fica instituída de cará- Parágrafo único. Na hipótese de ocorrência da
ter temporário e emergencial, a ser concedida ao cumulatividade de que trata o caput deste artigo,
integrante da carreira de Policial Rodoviário será paga ao servidor a verba indenizatória de
Federal que, voluntariamente, maior valor.
integralmente do repouso remunerado de seu
regime de turno ou escala. Dica
Parágrafo único. A indenização será devida no
valor estabelecido no Anexo desta Lei, por turno É dita indenização de campo aquela que é paga
ou escala de trabalho, ao Policial Rodoviário Fede- ao servidor quando executa atividades que exi-
ral que se dispuser, voluntariamente, a trabalhar gem seu afastamento do local de trabalho, mas
durante parte do período de repouso remunerado
não se enquadram no conceito de diária.
de seu regime de turno ou escala e participar de
eventuais ações relevantes, complexas ou emergen-
-
-
cia Rodoviária Federal. ção. O texto legal exclui a indenização da incidência
do imposto de renda e contribuições previdenciárias,
Já temos até aqui algumas informações relevantes: além de proibir sua incorporação ao subsídio do ser-
Vejamos o anexo citado no parágrafo único acima, vidor ou utilização como base de cálculo para outras
130 que traz os valores da indenização a ser paga. vantagens.
Art. 4º A indenização de que trata o art. 1º desta Lei: c) participação em eventos de capacitação, obser-
I – não será sujeita à incidência de imposto vada a carga horária mínima estabelecida no Anexo.
sobre a renda de pessoa física e de contribuição
Vamos resumir os importantes requisitos para
progressão e promoção?
III – não poderá ser utilizada como base de cálculo
Cursos de capacitação
com conteúdo compatí-
Da segunda classe para
Art. 4º O desenvolvimento do servidor na carreira
vel com as atribuições do
a primeira classe
de Policial Rodoviário Federal observará os seguin- cargo e duração total ou
DIREITO ADMINISTRATIVO
Cursos de capacitação
a) cumprimento do interstício de de
com conteúdo compatí-
efetivo exercício em cada padrão Da terceira classe para a
vel com as atribuições do
b) resultado satisfatório na avaliação de segunda classe
desempenho no interstício considerado para a cargo e duração total ou
progressão, nos termos deste Decreto e conforme superior a 120 horas.
disposto no ato de que trata o art. 3º
O artigo 6º traz a avaliação, que como vimos é Art. 8º São assegurados ao servidor da carreira de
requisito tanto para a progressão, quanto para a Policial Rodoviário Federal:
promoção (art. 4º). O dispositivo se refere a compe- I - a participação no processo de avaliação de
desempenho, mediante o prévio conhecimento
dos critérios e instrumentos
II - o acompanhamento do processo, cabendo ao
promoção. No entanto, traz fatores mínimos a serem órgão de lotação a ampla divulgação e a orientação
considerados. Vejamos a primeira parte do dispositivo: da política de avaliação dos servidores.
nº 9.784/99, temos algumas outras limitações para a b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
possibilidade de delegação. Vejamos.
cumprimento das leis, sendo atos normativos secundá- restrito. Isso porque, para que haja qualquer restrição
rios. Em que pese o dispositivo constitucional abaixo se
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 22. Compete privativamente à União legislar Outra relativização do princípio da isonomia bas-
sobre(...) tante cobrada em provas é a preferência para empre-
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, sas de pequeno porte (EPP) e microempresas (ME).
em todas as modalidades, para as administrações Foi criada uma condição favorável para que seja con-
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da siderada a ocorrência de empate. No caso do pregão, essa
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obe- diferença será de 5 %. Nas demais modalidades, 10 %.
decido o disposto no art. 37, XXI, e para as empre- Ocorrendo a situação prevista, será oportunizado
sas públicas e sociedades de economia mista, nos à EPP ou ME ofertar preço menor que o do vencedor
termos do art. 173, § 1°, III.
original. Caso se recuse a fazê-lo, a chance será conce-
dida a outras EPP/ME que tenham obedecido à condi-
PRINCÍPIOS
Por empresa que invista em tecnologia no país; seja, o objeto será compulsoriamente adjudicado ao
Empresa que reserva cargos para PCD (pessoas com vencedor da licitação.
Tal princípio não afasta as possibilidades de revo-
gação ou anulação da licitação, conforme o caso.
Outra possibilidade de relativização do princípio
da isonomia é a margem de preferência para produ- CONTRATAÇÃO DIRETA
tos manufaturados / serviços nacionais. Essa margem
será estabelecida por meio de estudos revistos perio- Dispensa e Inexigibilidade
dicamente, em prazo não superior a 5 anos, levando
em consideração os seguintes fatores: Vimos que, por expresso comando constitucional,
a regra na Administração Pública será a contratação
Geração de emprego e renda; por meio de licitação. No entanto, temos exceções,
Efeito na arrecadação de tributos federais, esta- que são conhecidas como contratação direta. São as
duais e municipais; seguintes hipóteses: 137
Licitação inexigível; Bens imóveis
Licitação dispensável;
Licitação dispensada. Dependerá de autorização legislativa para
órgãos da administração direta e entidades autárqui-
cas e fundacionais, e, para todos, inclusive as enti-
Vejamos a seguir os detalhes de cada uma das
dades paraestatais, dependerá de avaliação prévia,
hipóteses. dispensada a licitação nos seguintes casos:
-
III - assessorias ou consultorias técnicas e audito- zação fundiária, atendidos os requisitos legais;
Bens móveis
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou
Dependerá de avaliação prévia e a licitação será
dispensada nos seguintes casos:
VII - restauração de obras de arte e bens de valor
Doação, permitida exclusivamente para e uso
histórico.
de interesse social, após avaliação de sua opor-
tunidade e conveniência socioeconômica, relativa-
Licitação dispensada
mente à escolha de outra forma de alienação;
Permuta, permitida exclusivamente entre órgãos
Na presente hipótese, a realização de procedimen-
ou entidades da Administração Pública;
to licitatório é dispensada pela lei. Não há discriciona-
riedade para fazer ou não o procedimento, a lei está , que poderão ser negociadas em
impondo que ele não será realizado.
A lei traz uma lista extensa, porém exaustiva de hipó- Venda de títulos, na forma da legislação
teses. Ou seja, não cabe ao agente público criar outras pertinente;
hipóteses que não as já constantes da Lei de Licitações. Venda de bens produzidos ou comercializados por
Vejamos as hipóteses, que são divididas pela lei em órgãos ou entidades da Administração Pública, em
138 relacionadas a bens móveis ou imóveis.
Venda de materiais e equipamentos para outros localização condicionem a sua escolha, desde que
órgãos ou entidades da Administração Pública, o preço seja compatível com o valor de mercado,
sem utilização previsível por quem deles dispõe.
XI - na contratação de remanescente de obra, ser-
Licitação dispensável viço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão
contratual, desde que atendida a ordem de classi-
A licitação dispensável é aquela em que a lei deixa
ao agente público a possibilidade de decidir se faz ou condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclu-
dispensa o procedimento licitatório.
Os casos aqui previstos também são exaustivos. XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e
Vejamos o artigo 24. Leia com atenção agora, sem se outros gêneros perecíveis, no tempo necessário
para a realização dos processos licitatórios cor-
para facilitar. respondentes, realizadas diretamente com base no
ou outras tecnologias sociais de acesso à água para Obras de engenharia com valor superior a R$
consumo humano e produção de alimentos, para
3.300.000,00 e compras e outros serviços que não
-
sejam de engenharia que tenham valor acima de
das pela seca ou falta regular de água.
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de
R$ 1.400.000,00.
direito público interno de insumos estratégicos Compras e alienações de bens imóveis – exceto
para a saúde produzidos ou distribuídos por funda- adquiridos por meio de processo judicial ou dação
ção que, regimental ou estatutariamente, tenha por em pagamento, hipóteses em que poderá ser ado-
- tada a modalidade de leilão.
ca direta, sua autarquia ou fundação em projetos
140 de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento Concessões de direito real de uso.
Para adoção do sistema de registro de preços. Convite
Concessão de serviços públicos. Vejamos mais uma vez a literalidade da lei para
Licitação internacional.
Art. 22. São modalidades de licitação:
Ainda segundo a lei, concorrência é a modalidade
de licitação entre quaisquer interessados que, na fase § 3º Convite é a modalidade de licitação entre inte-
inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir ressados do ramo pertinente ao seu objeto, cadas-
- trados ou não, escolhidos e convidados em
número mínimo de 3 (três) pela unidade adminis-
tal para execução de seu objeto.
Na concorrência o prazo do edital deve ser de 45 do instrumento convocatório e o estenderá aos
dias nos casos de contrato a celebrar segundo regi- demais cadastrados na correspondente espe-
me de empreitada integral ou o tipo da licitação for cialidade que manifestarem seu interesse com
melhor técnica ou técnica e preço. Para os demais antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da
apresentação das propostas.
casos o prazo será de 30 dias.
Aqui temos dois tipos de participantes: os convi-
da lei. dados (em número mínimo de 3) e os não convidados
(limite de 24 horas de antecedência à apresentação
Empreitada integral: quando se contrata um das propostas).
empreendimento em sua integralidade, compreen- A lei traz ainda que existindo na praça mais de 3 pos-
dendo todas as etapas das obras, serviços e insta- síveis interessados, a cada novo convite, realizado para
lações necessárias, sob inteira responsabilidade objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite
da contratada até a sua entrega ao contratante em a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem
condições de entrada em operação, atendidos os cadastrados não convidados nas últimas licitações.
No caso do convite, o instrumento convocatório é a
requisitos técnicos e legais para sua utilização em
carta-convite, não sendo imposta pela lei a publicação
condições de segurança estrutural e operacional de edital.
Seguindo a lógica das modalidades anteriores,
para que foi contratada. aqui teremos valores menores do que vimos na toma-
Sobre os tipos de licitação, entenderemos cada um comparativo para uma visão geral. Vejamos.
deles mais adiante.
Obras e serviços de engenharia: R$ 330.000,00.
Tomada de preços Compras e outros serviços: R$ 176.000,00.
Vamos entender a tomada de preços por meio da Ainda, poderá ser usada esta modalidade quando,
em licitações internacionais, não houver fornecedor
de bens no Brasil, obedecidos os limites anteriormen-
Art. 22. São modalidades de licitação:
O prazo mínimo para o recebimento das propostas
será de 5 dias úteis, sendo de 2 dias o prazo para apre-
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licita-
sentação de recursos.
ção entre interessados devidamente cadastrados
De acordo com o que vimos das três modalidades
ou que atenderem a todas as condições exigidas até então, vejamos um quadro resumo com os valores.
para cadastramento até o terceiro dia anterior à
data do recebimento das propostas, observada a
OBRAS E COMPRAS
MODALIDADE SERVIÇOS DE E OUTROS
ENGENHARIA SERVIÇOS
Vemos que aqui teremos por um lado a existência
de um cadastro prévio e por outro um prazo máximo Acima de R$ Acima de R$
Concorrência
3.300.000,00 1.430.000,00
DIREITO ADMINISTRATIVO
métodos e do prazo de execução, devendo conter os IV - o produto dela esperado estiver contemplado
seguintes elementos: nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, quan-
do for o caso.
Desenvolvimento da solução escolhida de forma a
Os avisos contendo os resumos dos editais das
seus elementos constitutivos com clareza; concorrências, das tomadas de preços, dos concursos
- e dos leilões, embora realizados no local da repartição
mente detalhadas, de forma a minimizar a neces- interessada, deverão ser publicados com antecedên-
sidade de reformulação ou de variantes durante cia, no mínimo, por uma vez:
as fases de elaboração do projeto executivo e de
realização das obras e montagem; -
tação feita por órgão ou entidade da Administração
Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras
de materiais e equipamentos a incorporar à obra,
-
melhores resultados para o empreendimento, sem
frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
quando se tratar, respectivamente, de licitação fei-
Informações que possibilitem o estudo e a dedução ta por órgão ou entidade da Administração Pública
de métodos construtivos, instalações provisórias e
condições organizacionais para a obra, sem frus- III. em jornal diário de grande circulação no Esta-
trar o caráter competitivo para a sua execução; do e também, se houver, em jornal de circulação no
Subsídios para montagem do plano de licitação e Município ou na região onde será realizada a obra,
gestão da obra, compreendendo a sua programa- prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado
- o bem, podendo ainda a Administração, conforme
calização e outros dados necessários em cada caso; o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de
divulgação para ampliar a área de competição.
Orçamento detalhado do custo global da obra, fun-
damentado em quantitativos de serviços e forneci-
mentos propriamente avaliados; A lei impõe um prazo mínimo entre a publicação
do aviso e a data da entrega das propostas. Vejamos
um quadro que resumo os prazos impostos.
Projeto Executivo
- PRAZO MÍNIMO
tes à execução completa da obra, de acordo com as Modalidade Prazo (dias) Tipo
normas pertinentes da Associação Brasileira de Nor-
mas Técnicas - ABNT; Concursos 45 Corridos
O artigo 7º traz a sequência que deve ser obede-
cida pelos procedimentos licitatórios, abordando os 45 (empreitada
conceitos colocados acima. integral ou tipo
“melhor técnica” Corridos
Concorrência ou “técnica e
Art. 7º As licitações para a execução de obras e para
a prestação de serviços obedecerão ao disposto nes- preço”)
te artigo e, em particular, à seguinte sequência: 30(outros) Corridos
I - projeto
30(tipo “melhor
III - execução das obras e serviços. técnica” ou “técni- Corridos
Tomada de
preços ca e preço”)
A execução de cada etapa será obrigatoriamen-
te precedida da conclusão e aprovação, pela auto- 15(outros) Corridos
ridade competente, dos trabalhos relativos às etapas
anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual Leilão 15 Corridos
poderá ser desenvolvido concomitantemente com Pregão 8 Úteis
a execução das obras e serviços, desde que também
autorizado pela Administração. Convite 5 Úteis
As obras e os serviços somente poderão ser lici-
tados quando:
Habilitação
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade
competente e disponível para exame dos interessa-
condições de atuar no processo licitatório. Também
II - existir orçamento detalhado em planilhas que conhecida como fase subjetiva.
expressem a composição de todos os seus custos Aqui ocorrerá a abertura dos envelopes contendo
a documentação referente à habilitação dos concor-
III - houver previsão de recursos orçamentários rentes. Os que eventualmente sejam considerados
que assegurem o pagamento das obrigações decor- inabilitados, terão os envelopes com as respectivas
144 rentes de obras ou serviços a serem executadas no propostas devolvidos lacrados.
Exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, III. garantia, nas mesmas modalidades e critérios
documentação relativa a (art. 27, Lei n° 8.666/1993): previstos na lei, limitada a 1% (um por cento) do
valor estimado do objeto da contratação.
A documentação relativa à
trabalhista, conforme o caso, consistirá em (art. 29):
A documentação relativa à -
limitar-se-á (art. 30): trumento convocatório.
II. comprovação de aptidão para desempenho de O artigo 48 traz duas hipóteses em que ocorrerá a
atividade pertinente e compatível em característi-
cas, quantidades e prazos com o objeto da licitação,
e indicação das instalações e do aparelhamento e Art. 48.
do pessoal técnico adequados e disponíveis para a I - as propostas que não atendam às exigências do
realização do objeto da licitação, bem como da qua-
- II - propostas com valor global superior ao limi-
te estabelecido ou com preços manifestamente
III. comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de inexequíveis, assim considerados aqueles que não
que recebeu os documentos, e, quando exigido, de venham a ter demonstrada sua viabilidade através
que tomou conhecimento de todas as informações e de documentação que comprove que os custos dos
das condições locais para o cumprimento das obri- insumos são coerentes com os de mercado e que os
IV. prova de atendimento de requisitos previstos em a execução do objeto do contrato, condições estas
lei especial, quando for o caso.
da licitação.
DIREITO ADMINISTRATIVO
A documentação relativa à -
Para os efeitos do disposto no inciso II acima, con-
limitar-se-á (art. 31):
sideram-se manifestamente inexequíveis, no caso de
licitações de menor preço para obras e serviços de enge-
I. balanço patrimonial e demonstrações contábeis
nharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a
do último exercício social, já exigíveis e apresenta-
dos na forma da lei, que comprovem a boa situação
70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores:
por balancetes ou balanços provisórios, podendo Média aritmética dos valores das propostas
- superiores a 50% (cinquenta por cento) do valor
rado há mais de 3 (três) meses da data de apresen- orçado pela administração, ou
Valor orçado pela administração.
II. certidão negativa de falência ou recuperação
judicial expedida pelo distribuidor da sede da pes- Não se admitirá proposta que apresente preços
soa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor
zero, incompatíveis com os preços dos insumos e 145
salários de mercado, acrescidos dos respectivos encar- Se for insanável, deverá anular o procedimento
gos, ainda que o ato convocatório da licitação não como um todo.
tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se Há também a hipótese de revogação da licitação,
referirem a materiais e instalações de propriedade do desde que com base em fato superveniente devida-
próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela mente comprovado.
ou à totalidade da remuneração.
Assinatura do contrato
serão ordenadas de acordo com os critérios previa-
Após a adjudicação do objeto ao vencedor, a Admi-
Será assegurada preferência, como critério de nistração Pública tem 60 dias para convocá-lo para a
desempate, sucessivamente, aos bens e serviços: assinatura do contrato. Vencido esse prazo, os licitantes
-
zo poderá ser prorrogado uma vez por igual período.
II. produzidos ou prestados por empresas Caso o licitante convocado para assinatura do con-
brasileiras. trato não compareça, a Administração Pública poderá
III. produzidos ou prestados por empresas que
convocar os demais licitantes, respeitada a ordem de
invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tec-
nologia no País.
IV. produzidos ou prestados por empresas que com- revogar o procedimento.
provem cumprimento de reserva de cargos prevista O licitante que eventualmente for convocado no
- lugar do vencedor poderá aceitar ou não. As condi-
tado da Previdência Social e que atendam às regras ções serão as da proposta vencedora.
de acessibilidade previstas na legislação.
Recursos
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO
Por meio dos recursos os resultados, ainda que
parciais, do procedimento licitatório, poderão ser PÚBLICA
atacados. Eles constam basicamente do artigo 109.
Vejamos. A Administração Pública estará sujeita a vários meca-
. Dos atos da Administração decorrentes Por vezes, mecanismos internos, assim como externos,
da aplicação desta Lei cabem: sujeitam-se a controles exercidos por outros Poderes.
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a con- Essa possibilidade de um Poder limitar o outro
tar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos você poderá encontrar referida como sistema de freios
casos de: e contrapesos ou checks and balances. Nada mais é do
que a limitação mútua de um Poder para com outro,
de forma que o poder que emana do povo seja exerci-
do de forma equilibrada pelos representantes eleitos.
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro
CONTROLE EXERCIDO PELA ADMINISTRAÇÃO
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do
PÚBLICA
f) aplicação das penas de advertência, suspensão
O controle administrativo é o controle exercido
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis pela própria Administração Pública sobre seus atos.
da intimação da decisão relacionada com o objeto Uma importantíssima característica do controle inter-
da licitação ou do contrato, de que não caiba recur- no é a amplitude, pois recairá tanto sobre os aspectos
de legalidade como sobre os aspectos de mérito.
III - pedido de reconsideração, de decisão de Vejamos o artigo 70 da CF/88, que faz menção direta à
Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou existência do sistema de controle interno de cada Poder.
Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4o do
art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da -
intimação do ato. mentária, operacional e patrimonial da União e
das entidades da administração direta e indireta,
Homologação quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas,
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
comissão encaminhará o processo à autoridade com- controle externo, e pelo sistema de controle inter-
petente para que ocorra a homologação e posterior no de cada Poder.
adjudicação do objeto ao vencedor. Aqui termina o
trabalho da comissão de licitação. Tal informação deve ser desde já trabalhada em
A homologação é o ato por meio do qual a autori- comparação ao controle externo exercido sobre outros
poderes sobre a Administração Pública. Nesses casos,
Após o recebimento do processo a autoridade além de eles acontecerem nas hipóteses constitucio-
homologará o resultado e adjudicará o objeto ao ven- nalmente previstas, em regra, deverão recair apenas
cedor, caso não haja irregularidade no processo. sobre os aspectos de legalidade do ato praticado.
Se houver vício sanável, irá devolver o processo à A CF/88 fala mais uma vez sobre o controle interno
146 comissão para que sane as irregularidades. no seu artigo 74.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciá- habeas data. Outra condicionante é a ilegalidade ser
rio manterão, de forma integrada, sistema de con- praticada por autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no (como concessionárias de serviço público).
plano plurianual, a execução dos programas de O conceito de autoridade aqui deverá ser inter-
pretado em sentido amplo, incluindo tanto servidores
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, públicos, como agentes particulares de delegatários
- de serviços públicos.
O mandado de segurança poderá ser tanto repres-
da administração federal, bem como da aplicação de sivo, preventivo. Ou seja, pode ser anterior a uma
lesão ao direito.
III - exercer o controle das operações de crédito, avais
Temos situações em que não será cabível o manda-
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua do de segurança. Vejamos.
missão institucional.
Contra ato do qual seja cabível recurso administrativo
Temos também a possibilidade de reexame da com efeito suspensivo, sem necessidade de caução;
matéria por meio da interposição de recursos pelos Contra decisão judicial transitada em julgado;
eventuais interessados. Em regra, esses recursos serão Contra lei em tese;
analisados dentro da estrutura do próprio Poder, sen- Para assegurar liberdade de locomoção (aqui será
- cabível o habeas corpus).
do a análise do recurso se der em outro Poder, será
Mandado de injunção
V - sustar os atos normativos do Poder Executi- VIII - dispor sobre limites e condições para a con-
vo que exorbitem do poder regulamentar ou dos cessão de garantia da União em operações de crédi-
V - eleger membros do Conselho da República, nos repassados pela União mediante convênio, acordo,
termos do art. 89, VII. ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Esta-
Importa saber que quando a Constituição Federal VII - prestar as informações solicitadas pelo
se refere ao “Congresso Nacional”, devemos entender Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas,
Senado e Câmara reunidos em sessão conjunta para ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre
deliberação.
operacional e patrimonial e sobre resultados de
Comissão Parlamentar de Inquérito VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilega-
lidade de despesa ou irregularidade de contas, as
São comissões que podem ser criadas pela Câmara ou sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre
pelo Senado, em conjunto ou separadamente, mediante outras cominações, multa proporcional ao dano
1/3 dos seus membros, com poderes de investigação,
para apuração de fato determinado e por prazo certo. IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade
As CPIs podem realizar diligências, convocar e tomar adote as providências necessárias ao exato cumpri-
depoimentos, requisitar informações e documentos de
órgãos, requisitar auditorias e inspeções do TCU. X - sustar, se não atendido, a execução do ato
Segundo jurisprudência do STF, é vedado às CPIs impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
fazer buscas e apreensões domiciliares, determinar
interceptações telefônicas, dar ordem de prisão (exce- XI - representar ao Poder competente sobre irregu-
laridades ou abusos apurados.
Tribunais de Contas
Importante!
Como dito anteriormente, o Tribunal de Contas irá
auxiliar o Poder Legislativo no exercício de suas atribui- Cuidado com o termo! As contas do Presidente
ções constitucionais. Importante frisar que não estão a da República são apreciadas pelo TCU, enquan-
ele subordinados, nem fazem parte de sua estrutura. to as dos demais administradores de dinheiro e
Ainda, em que pese o nome “tribunal”, suas bens públicos são julgadas.
decisões não fazem coisa julgada como as do Poder
Judiciário. Em consequência, aquele que se julgar
prejudicado poderá recorrer ao Poder Judiciário para
apreciação da matéria.
Conforme artigo 71, da CF/88, o controle externo, a RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxí-
lio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NO DIREITO
BRASILEIRO
I - apreciar as contas prestadas anualmente
pelo Presidente da República, mediante parecer Neste ponto estudaremos a responsabilização do
prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias Estado e seus agentes quando da sua atuação. Inicial-
DIREITO ADMINISTRATIVO
que será apurada a sua culpa, por exemplo, em um pre- RESPONSABILIDADE POR ATO COMISSIVO E
juízo causado ao vizinho. Isso é o que o Direito chama OMISSIVO DO ESTADO
de responsabilidade subjetiva. É aquela em que a con-
duta do sujeito é analisada para que se conclua sobre a Responsabilidade por ato comissivo do Estado
sua responsabilidade ou não. É a culpa trazida no Códi-
go Civil para situações gerais, digamos assim. Depois de conhecer a evolução dos modelos de res-
Reforçando, temos aqui a teoria responsabilidade ponsabilidade do Estado, vamos conhecer como o tema
se encontra hoje no país. Temos a predominância da
subjetiva, que também pode ser chamada de culpa
teoria do risco administrativo, ou seja, em regra, a res-
civil comum. Nela será importantíssimo o elemento
ponsabilidade civil do Estado Brasileiro será apurada
subjetivo da conduta do agente público.
de forma objetiva, sendo possível a aplicação de causas
- atenuantes e excludentes diante do caso concreto.
do, deveremos estar diante dos seguintes requisitos. Como vimos anteriormente, os danos podem ser
material, moral ou estético, havendo, segundo juris-
Dano: material, estético ou moral; prudência do STJ a possibilidade de cumulação.
agir de pessoa enquadrada como A principal norma sobre o tema se encontra no
agente público; texto constitucional. Vejamos.
Nexo causal: relação de causa e consequência
entre a conduta e o dano ocorrido; Art. 37 (...)
Dolo ou culpa: presença o elemento subjetivo. § 6º As pessoas jurídicas de direito público e
as de direito privado prestadoras de serviços
Teoria da Culpa Administrativa públicos responderão pelos danos que seus agen-
tes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegu-
rado o direito de regresso contra o responsável
Essa teoria também pode ser referenciada como
nos casos de dolo ou culpa.
culpa do serviço, teoria do acidente administrativo,
ou culpa anônima do serviço público. Como dito anteriormente, as pessoas de direito
- privado responderão quando estiverem atuando em
dade do Estado, basta que se comprove o mau funcio- nome da Administração Pública, conforme vimos no
namento do serviço público prestado. dispositivo acima.
Veja que a evolução aqui recai sobre a desneces- Importante ressaltar que em consonância com a
sidade de apuração do aspecto subjetivo da conduta jurisprudência pátria, não haverá distinção no caso de
o terceiro prejudicado ser usuário ou não da prestadora
150 Administração Pública. de serviço eventualmente envolvida em um incidente.
Responsabilidade por omissão do Estado
Importante!
A discussão da responsabilidade civil do Estado
As pessoas de direito privado responderão no caso de atos omissivos é um pouco mais complexa,
segundo o artigo 37, § 6°, CF/88, quando presta- -
doras de serviço público. to jurisprudencial. Por isso conheceremos o tema de
Todo aquele que se sentir prejudicado por con- civil objetiva estatal, na forma do artigo 37, § 6º, da
duta comissiva ou omissiva de agente público pode Constituição Federal. 5. Ad impossibilia nemo tenetur,
pleitear, pela via administrativa ou judicial, a devi- por isso que nos casos em que não é possível ao Esta-
da reparação pelos danos causados. Na via adminis- do agir para evitar a morte do detento (que ocorreria
trativa, basta que o prejudicado formule o pedido mesmo que o preso estivesse em liberdade), rompe-se
a autoridade competente, que instaurará processo o nexo de causalidade, afastando-se a responsabili-
administrativo para apurar a responsabilidade e o dade do Poder Público, sob pena de adotar-se contra
pagamento de indenização. legem e a opinio doctorum a teoria do risco integral, ao
Porém, é preferível que a vítima utilize a via judi- arrepio do texto constitucional. 6. A morte do detento
cial, hipótese mais comum haja vista o direito de peti- pode ocorrer por várias causas, como, v. g., homicí-
ção, que se caracteriza no dever do Poder Judiciário dio, suicídio, acidente ou morte natural, sendo que
de atender todas as demandas feitas pelos cidadãos. nem sempre será possível ao Estado evitá-la, por mais
O direito à indenização da vítima se instrumentaliza que adote as precauções exigíveis. 7. A responsabili-
pela ação indenizatória. A ação indenizatória, dessa dade civil estatal resta conjurada nas hipóteses em
forma, é aquela proposta pela vítima contra a pessoa que o Poder Público comprova causa impeditiva da
jurídica que o agente público causador do dano per- sua atuação protetiva do detento, rompendo o nexo
tence. Conforme dispõe o art. 206, § 3º, V, do Código de causalidade da sua omissão com o resultado dano-
Civil, o prazo prescricional para a propositura de ação so. 8. Repercussão geral constitucional que assenta a
indenizatória é de três anos, contados da ocorrência tese de que: em caso de inobservância do seu dever
152 do evento danoso.
Constituição Federal, o Estado é responsável pela mor- Fogos de artifício são produtos altamente perigosos
te do detento. 9. In casu, o tribunal a quo assentou que e que podem causar danos a diversas vítimas, seja ela
inocorreu a comprovação do suicídio do detento, nem o adquirente do produto, ou ainda terceiros. Observe
outra causa capaz de romper o nexo de causalidade que, no caso mencionado, a vítima adquiriu fogos de
da sua omissão com o óbito ocorrido, restando escor- artifícios de forma clandestina dos proprietários do
reita a decisão impositiva de responsabilidade civil comércio. Não houve, assim, a aquisição de licença
estatal. 10. Recurso extraordinário DESPROVIDO. -
-se entendimento de que só caberá responsabilida-
(RE 841526, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em de civil do Estado quando restar comprovado que
30/03/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL -
MÉRITO DJe-159 DIVULGAÇÃO 29-07-2016 PUBLICAÇÃO 01-08- de agir, como no caso de concessão de licença para
2016)
é hipótese de responsabilidade subjetiva.
Um tema que costuma cair bastante em questões
de prova diz respeito à morte do preso. Segundo enten- CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTA-
dimento do STF, o Estado tem o dever de garantir que DO. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO. PESSOAS JURÍDI-
a pessoa do detento cumpra sua pena com dignidade, CAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO
respeitados os seus direitos humanos fundamentais. CONCESSIONÁRIO OU PERMISSIONÁRIO
Assim, quando um detento morre dentro da prisão, DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO. RESPON-
demonstra-se uma omissão do Estado de atuar em SABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A TERCEIROS
garantir seus direitos. Até mesmo em casos de suicí- NÃO-USUÁRIOS DO SERVIÇO. RECURSO DESPROVIDO.
dio é possível a responsabilização civil do Estado.
I- A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM direito privado prestadoras de serviço público é
objetiva relativamente a terceiros usuários e não-u-
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. DIREITO
suários do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º,
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RESPONSABI-
da Constituição Federal.
LIDADE CIVIL DO ESTADO POR OMISSÃO. ART. 37, § II- A inequívoca presença do nexo de causalidade
6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. FISCALIZAÇÃO DO entre o ato administrativo e o dano causado ao
COMÉRCIO DE FOGOS DE ARTIFÍCIO. TEORIA DO terceiro não-usuário do serviço público, é condição
RISCO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE OBJE- -
TIVA. NECESSIDADE DE VIOLAÇÃO DO DEVER JURÍDI- tiva da pessoa jurídica de direito privado.
CO ESPECÍFICO DE AGIR. 1. A Constituição Federal, no III- Recurso extraordinário desprovido.
art. 37, § 6º, consagra a responsabilidade civil objetiva
das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas (RE 591874, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno,
de direito privado prestadoras de serviços públicos. julgado em 26/08/2009, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-237
Aplicação da teoria do risco administrativo. Preceden- DIVULG 17-12-2009 PUBLIC 18-12-2009 EMENT VOL-02387-10 PP-
01820 RTJ VOL-00222-01 PP-00500)
tes da CORTE. 2. Para a caracterização da responsabi-
lidade civil estatal, há a necessidade da observância
de requisitos mínimos para aplicação da responsabili- Outro caso que é bastante comum e costuma cair
dade objetiva, quais sejam: a) existência de um dano; em questões de prova diz respeito ao serviço públi-
b) ação ou omissão administrativa; c) ocorrência de co de transporte coletivo. Indaga-se como recairia a
nexo causal entre o dano e a ação ou omissão admi- responsabilidade do Estado quando, por exemplo, um
nistrativa; e d) ausência de causa excludente da res- motorista de ônibus atropela um civil andando na
ponsabilidade estatal. 3. Na hipótese, o Tribunal de rua, que é considerado um terceiro não-usuário do
Justiça do Estado de São Paulo concluiu, pautado na serviço. Segundo o entendimento do STF, as pessoas
doutrina da teoria do risco administrativo e com base jurídicas concessionários do serviço de transporte
na legislação local, que não poderia ser atribuída ao possuem responsabilidade civil objetiva quando
Município de São Paulo a responsabilidade civil pela o dano for causado contra terceiros, sejam eles
explosão ocorrida em loja de fogos de artifício. Enten- usuários do serviço ou não. A presença do nexo de
casualidade é bastante evidente.
da atividade, uma vez que os proprietários do comér-
cio desenvolviam a atividade de forma clandestina,
pois ausente a autorização estatal para comerciali-
DIREITO ADMINISTRATIVO
14. (CESPE – 2019) De acordo com o Estatuto dos Funcio- 20. (CESPE – 2019) No que tange aos afastamentos do
nários Públicos Civis do Estado do Ceará, a vacância serviço pelo policial rodoviário federal, julgue o item
de cargo público resultará de seguinte.
A prorrogação de sessenta dias da licença à policial
a) readaptação. rodoviária gestante somente será devida se requerida
b) posse em outro cargo não cumulável.
c) falecimento.
d) reversão.
e) mudança de domicílio.
GABARITO
15. (CESPE – 2019) Julgue o próximo item, tendo como
referência as disposições do Estatuto dos Funcioná- 1 B
rios Públicos Civis do Estado do Amazonas (Lei n.º
2 ERRADO
1.762/1986). A licença sem remuneração para tratar
de assuntos particulares é direito do servidor, mas se 3 ERRADO
limita ao prazo máximo de dois anos.
4 A
5 A
16. (CESPE – 2019) Se um pedido de reconsideração feito 6 ERRADO
por servidor público do estado do Pará for indeferido,
o servidor poderá interpor recurso, que, se for oportu- 7 B
no, terá efeito 8 ERRADO
157
ANOTAÇÕES
158
Exemplos de vedação ao retrocesso:
3 do Decreto nº 678/1992.
DIREITO CONSTITUCIONAL Se for retirada pena de morte no Brasil, não pode-
rá ser reestabelecida, art. 7º do Decreto 678/1992.
- Art. 5º [...]
XLVII - não haverá penas:
diferente do processo de elaboração das demais nor- a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
Fique atento, na Fique atento, Fique atento, Reforma e Revisão Constitucionais e Limitação do
sua prova tam- na sua prova na sua prova Poder de Revisão
bém pode ser também pode também pode
chamado de: Po- ser chamado de: ser chamado de: Poder Constituinte Originário
der Genuíno de Poder Secundá- Poder Secundá-
1º Grau ou Poder rio de Mudança rio Federativo.
É o poder genuíno de 1º grau, poder permanente,
Permanente. ou Reformador.
poder para criar a primeira ou a nova Constituição
Poder para criar Poder para mo- Entes Fede- para um Estado.
a primeira ou ou com- rativos (aqui Tem como características: inicial, soberano,
a nova Consti- plementar uma entenda: Muni- absoluto, ilimitado, incondicionado, independente
tuição para um Constituição. cípios, Estados
e autônomo.
Estado. (Emendas e DF para que
Constitucionais). elaborem suas Atualmente existe a chamada vedação do retroces-
normas funda- so, ou seja, o país ao fazer uma nova Constituição não
mentais (Consti- pode violar direitos previstos em tratados de direitos
tuição Estadual e humanos que faça parte, sob pena de sanções no pla-
Lei Orgânica). no internacional, como advertência, embargo políti-
co, embargo econômico, intervenção militar etc.
Exemplos de vedação ao retrocesso:
DIREITO CONSTITUCIONAL
CÂMARA DOS SENADO FEDERAL direito, pois surgiram em épocas diferentes, tópico já
DEPUTADOS estudado neste material. Vamos relembrar:
§ 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento assistência religiosa nas entidades civis e militares
dos genitores.
§ 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que VIII - ninguém será privado de direitos por moti-
realizem pesquisa ou terapia com células-tronco
embrionárias humanas deverão submeter seus política, salvo se as invocar para eximir-se de obri-
projetos à apreciação e aprovação dos respectivos gação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
comitês de ética em pesquisa.
§ 3º É vedada a comercialização do material
biológico a que se refere este artigo e sua prática Liberdade de locomoção, localizado no inciso
art. 15 da Lei nº 9.434, XV da CF, é um tópico muito importante e está liga-
de 4 de fevereiro de 1997. do ao direito de ir e vir, sendo que não é um direito
1 ADPF 54/DF Min Marco Aurélio, julgado em 11.04.2012, DJe 24.04.2013.
2 ADI 3.510/DF, rel. Min. Carlos Brito, julgamento em 29.05.2008, DJe em 05.06.2008
3 STF RE/511961, Min. Gilmar Mendes, 17.06.2009. 163
absoluto, pois temos os casos de prisão previstos na Estados podem:
lei, ou seja, as diversas situações em que prisões são
necessárias deixam claro que o direito a locomoção parcelar dívidas;
não é um direito absoluto. atrasar execução de gastos;
Atualidade! Direito de ir e vir x Coronavírus não precisa fazer licitações.
(Covid-19)
Aqui temos um tema muito comentado, o isola- Agora que entendemos como funciona o estado
mento, ou seja, a proibição das pessoas de abrirem de calamidade pública, vamos à análise do direito de
suas próprias empresas, proibição de permanecerem locomoção que foi restringido.
em praças, lugares públicos, isto é, seu direito de ir e Primeiramente, é importante mencionar que
vir limitado, entenda: nenhum direito fundamental pode ser considerado
164 2020.
Art. 5º [...] Entretanto, alguns concursos exigem, por exem-
XVII - é plena plo, idade, altura e etc. Note que todas as exigências
contidas no edital que façam distinção entre as pes-
soas somente serão lícitas e constitucionais desde
A expressão utilizada como “plena” no dispositivo que preencham dois requisitos:
é no mesmo sentido de ser considerada livre a
a) Deve estar previsto em lei – igualdade formal;
b) Deve ser necessário ao cargo.
Por conseguinte, o texto constitucional prevê a
possibilidade de criação de associações e cooperati- Como por exemplo, concurso para contratação de
vas, independente de autorização. Ainda, só poderão agente penitenciário para presídio feminino e o edi-
ser dissolvidas ou ter suspensas as atividades por tal constar que é permitido somente mulheres para
decisão judicial. Bem como, ninguém pode ser obriga- investidura do cargo.
Exemplo muito comentado também é sobre a proi-
texto constitucional autoriza desde que expressamen- bição de tatuagem contida nos editais de concurso
te autorizado, a representação dos associados pelas público, sobre o tema o STF assim entendeu: “Editais
entidades associativas. de concurso público não podem estabelecer restrição
a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcio-
Igualdade nais, em razão de conteúdo que viole valores constitu-
cionais 6
Princípio da igualdade, previsto também no caput Entenda: tatuagem que viole os princípios consti-
do art. 5º da CF, é muito importante, e, deste princípio, tucionais e os princípios do Estado brasileiros. Exem-
inúmeros outros decorrem diretamente, conforme plo: tatuagem de suástica nazista.
veremos a seguir.
União estável homoafetiva
Igualdade na lei x igualdade perante a lei
Tema muito comentado e, em 2011, o STF se posi-
A igualdade na lei vincula o legislador a tratar cionou sobre o reconhecimento da união estável para
todos da mesma forma ao criar as normas, já a igual- casais do mesmo sexo, decisão tomada sob o argu-
dade perante a lei mento que o artigo 3º, inciso IV, da CF veda qual-
Estado também deve observar o princípio da igual- quer discriminação em virtude de sexo, raça, cor
e que, nesse sentido, ninguém pode ser diminuí-
dade, por exemplo, o poder executivo ao adminis-
do ou discriminado em função de sua orientação
trar e o poder judiciário ao julgar. Importante frisar
sexual. “O sexo das pessoas, salvo disposição contrá-
que o princípio da igualdade também tem efeitos aos
ria, não se presta para desigualação jurídica”, con-
particulares.
clui-se, portanto, que qualquer depreciação da união
estável homoafetiva colide, portanto, com o inciso IV
Igualdade formal x igualdade material
do artigo 3º da CF.7
A igualdade formal, ou também chamada de
Legalidade
tratados da mesma forma. Já a igualdade material
Princípio da legalidade está previsto no art. 5º,
-
inciso II da CF, e preceitua que “ninguém será obriga-
gualdade, na medida de suas desigualdades, ou seja, é do a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
uma forma de proteção a certos grupos sociais, certos virtude de lei”. Note que, quando se fala em princípio
grupos de pessoas que foram discriminadas ao longo da legalidade, se está falando no âmbito particular e
da história do Brasil. Isso ocorre por meio das chama- não da administração pública.
das que visam, por meio da políti- No tocante aos particulares, o princípio da lega-
ca pública, reduzir os prejuízos. Por exemplo, temos o lidade quer dizer que apenas a lei tem legitimidade
sistema de cotas para os afrodescendentes nas univer- para criar obrigações de fazer, também chamadas de
sidades públicas. Sobre o tema, o STF já se posicionou obrigações positivas, e também as chamadas obriga-
pela constitucionalidade, e a decisão foi tomada no ções de não fazer, chamadas obrigações negativas, e,
julgamento do Recurso Extraordinário (RE 597285),
DIREITO CONSTITUCIONAL
Ato jurídico perfeito é o ato já realizado, confor- Cuidado, aqui tem um exemplo de exceção da
me a lei vigente ao tempo que se realizou, pois nes- exceção: Crimes praticados durante a vigência de lei
te caso já cumpriu todos os requisitos conforme a lei -
vigente na época, tornando-se, portanto, completo.
Coisa julgada ocorre no âmbito do processo judi-
cial, decisão judicial a qual não cabe mais recurso, tor- Lei excepcional é a lei criada para regular fatos
nando-a imutável e indiscutível. ocorridos dentro de uma situação irregular, a qual
na legislação, ou seja, quando praticado em circuns- devem ser tratados da mesma forma).
Ainda, a Constituição dividiu os direitos sociais em
tância que revele perversidade – por exemplo, se o
três espécies:
crime é praticado por motivo fútil ou torpe.
Bem como, o homicídio praticado por grupo de
a) Direitos sociais destinados a toda sociedade; (Art.
extermínio também está no rol dos crimes hediondos,
6º da CF)
mesmo que cometido por uma só pessoa do grupo.
b) Direitos sociais para os trabalhadores; (Art.7° da
CF)
XLIV - constitui -
c) Direitos sociais coletivos dos trabalhadores. (Art.
scritível a ação de grupos armados, civis ou
8º ao 11º da CF)
militares, contra a ordem constitucional e o Estado
XXX - proibição de diferença de salários, de exercí- VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
cio de funções e de critério de admissão por motivo
e disporá sobre o atendimento das necessidades Nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira,
inadiáveis da comunidade. desde que qualquer um deles esteja a serviço
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis do Brasil;
às penas da lei.
É assegurada a participação dos tra-
Neste caso o termo a “serviço da República Fede-
balhadores e empregadores nos colegiados dos
-
rativa do Brasil” engloba a serviço da administração
ais ou previdenciários sejam objeto de discussão e direta e indireta da União, Estados, Distrito Federal e
deliberação. Municípios.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empre-
gados, é assegurada a eleição de um representante Nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repar-
o entendimento direto com os empregadores. tição brasileira competente (embaixada ou con-
sulado) ou venham a residir no Brasil e optem,
As garantias deste último grupo de direitos sociais em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.
estão divididas em: direito de associação sindical,
direito de greve e direito de representação. Atenção:
Direito de associação sindical tem relação com o brasileira observando três requisitos cumulativos:
princípio da liberdade de associação. Direito de greve,
citado no art. 9º, não é o mesmo direito de greve asse- 1. Idade mínima: 18 anos;
gurado ao servidor público no art. 37 da CF, ou seja, a 2. Residência no Brasil;
greve mencionada no art. 9º é autoaplicável (norma
3. Obedecendo aos dois requisitos acima, deve-
-
-se optar a qualquer tempo pela nacionalidade
mentar o direito de greve. Já o direito de representa-
brasileira.
exemplo, no art. 11º da CF.
A Constituição Federal em seu art. 12 §3º determi-
na quais os cargos que são PRIVATIVOS para brasilei-
NACIONALIDADE
ro nato, vejamos:
Ligação que une um indivíduo a cada território.
Grande parte dos países determina o modo de aqui- Presidente e Vice-Presidente da República;
sição e perda da nacionalidade em suas respectivas Presidente da Câmara dos Deputados;
constituições. Presidente do Senado Federal;
A nacionalidade é considerada pela CF/88 um Ministro do STF;
direito fundamental, e tem previsão no título II da CF. Carreira Diplomática;
-
ção da nacionalidade brasileira: Ministro de Estado da Defesa.
Remédios Constitucionais
IV referente à participação popular no processo polí-
tico, Art. 14 e seguintes da Constituição. É importante não confundir direitos fundamentais
Os direitos políticos conferidos à população brasi- com garantias fundamentais. Os direitos fundamen-
leira são o sufrágio universal, o voto direto e secreto tais são vantagens, proteção em favor das pessoas,
e a participação em plebiscitos, referendos ou inicia- como por exemplo o direito de informação. Já as
tivas populares. garantias fundamentais são instrumentos processuais
para defesa daqueles direitos, conhecidos como ações
Sufrágio universal é o direito de homens e mulhe-
ou remédios constitucionais, como por exemplo:
res naturalizados ou nascidos em um país de partici-
habeas data, habeas corpus, Mandado de Segurança,
par das eleições, ou seja:
Mandado de Injunção e a Ação Popular, conforme
Capacidade eleitoral ativa: direito de votar; veremos a seguir.
Capacidade eleitoral passiva: direito de ser votado.
Condições de elegibilidade
Tem como objetivo proteger o direito de ir e vir, ou
Conforme art. 14, § 3º da CF, são condições de elegi- seja, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
bilidade, na forma da lei: de sofrer violência ou coação em sua liberdade de loco-
moção, por ilegalidade ou abuso de poder, está funda-
mentado no art. 5º, LXVIII da CF e art. 647 a 667 do CPP,
Nacionalidade brasileira;
Não ter direitos políticos cassados; Pode ser habeas corpus preventivo para evitar
Alistamento eleitoral; uma futura violação à liberdade, ou habeas corpus
ELEGIBILIDADE repressivo
Domicilio eleitoral na circunscrição
correspondente; cometida. Importante frisar também que não existe a
Filiação partidária. necessidade de um advogado para entrar com a ação.
I - cancelamento da naturalização por sentença Súmula 693: Não cabe habeas corpus contra deci-
perda. são condenatória a pena de multa, ou relativo a
II - incapacidade civil absoluta processo em curso por infração penal a que a pena
suspensão pecuniária seja a única cominada.
III - condenação criminal transitada em julgado, Súmula 694: Não cabe habeas corpus contra a
SUSPENSÃO imposição da pena de exclusão de militar ou de per-
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta da de patente ou de função pública.
Súmula 695: Não cabe habeas corpus quando já
perda. extinta a pena privativa de liberdade.
V - improbidade administrativa, nos termos do art.
37, § 4º. Suspensão
Agora passaremos a análise do mandado de segu- Previsto no art. 5º, LXX da CF e no art. 21 da Lei
rança, sendo que este pode ser individual ou coletivo, 12.016/2009, tem o objetivo de proteger certo grupo de
vejamos: pessoas (corporativo). Os requisitos e o prazo deca-
dencial são os mesmos do Mandado de Segurança
Mandado de Segurança Individual individual.
Previsto no art. 5º LXIX da CF e Lei 12.016/2009, Agente ativo: Partido político com representação
tem o objetivo de proteger direito líquido e certo no Congresso Nacional; ou organização sindical,
(requerido no prazo de 120 dias do conhecimento da entidade de classe ou associação legalmente cons-
lesão), devidamente comprovado com provas docu- tituída e em funcionamento há pelo menos um
mentais, não há prova testemunhal nem pericial. Tem ano, em defesa de seus membros ou associados,
caráter subsidiário, ou seja, quando não for caso de deve demonstrar pertinência temática.
habeas corpus e nem habeas data. Agente passivo: autoridade coatora.
Cabível quando existe abuso ou ilegalidade de Liminar: cabimento conforme art. 7º, III e art. 22§2º
autoridade pública. A súmula 625 do STF dispõe que, da Lei 12.016/2009. Basta representar os requisitos
“Controvérsia sobre matéria de direito não impede con- “fumus boni iuris” e “periculum in mora”.
cessão de mandado de segurança”, ou seja, caso houver
dúvida a respeito de interpretação da lei não impede Súmulas importantes do STF sobre o tema:
o deferimento do mandado de segurança.
Não cabe Mandado de segurança nos seguintes Súmula 629 do STF: A impetração de mandado de
casos: segurança coletivo por entidade de classe em favor
dos associados independe da autorização destes.
Atos meramente informativos; A entidade de classe tem legi-
Atos que transitaram em julgado; timação para o mandado de segurança ainda quando
Ato administrativo que comporte recurso com a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte
da respectiva categoria.
efeito suspensivo; e
Ato judicial em fase recursal.
Mandado de Injunção
Cuidado! Referente aos atos que transitaram em
Tem previsão no art. 5º, LXXI da CF e Lei 13.300/2016
julgado hoje, a jurisprudência entende por uma possí-
vel mitigação da súmula 268 do STF. Vejamos: observadas as normas da lei do Mandado de Seguran-
“No entanto, sendo a impetração do mandado ça, conforme prevê o art. 24, parágrafo único da lei
de segurança anterior ao trânsito em julgado da 8.038/1990.
decisão questionada, mesmo que venha a acontecer,
posteriormente, não poderá ser invocado o seu não Art. 24 [...]
cabimento ou a sua perda de objeto, mas preenchi- Parágrafo único - No mandado de injunção e
das as demais exigências jurídico-processuais, deverá no habeas data, serão observadas, no que couber,
ter seu mérito apreciado”. (EDcl no MS 22.157/DF, Rel. as normas do mandado de segurança, enquanto
Ministro Herman Benjamin, Rel. p/ Acórdão Minis-
tro Luis Felipe Salomão, julgado em 14.03.2019, DJe
11.06.2019) Aplicabilidade: falta de uma norma regulamen-
tadora de direito, liberdade constitucional e das
Agente ativo: Pessoa física ou jurídica. Agentes prerrogativas inerentes a nacionalidade, sobera-
políticos podem ser sujeitos ativo ou passivo. nia e cidadania. Buscar o exercício do direito para
uma pessoa ou certo grupo de pessoas.
Agente passivo: autoridade, pessoa física revesti-
da de poder público. União, Estados e DF ingres- Exemplo: Conseguir se aposentar ou exercer o
sarão como litisconsortes necessários, por meio de direito de greve.
seus procuradores, no caso do município através Agente ativo: Qualquer pessoa.
de seu Prefeito. Liminar: Mandado de Injunção não tem liminar.
174 11 Caso a banca da sua prova for a FGV, esta entende que o é uma ação personalíssima.
Ação Popular § 4º Na defesa do patrimônio público caberá à
suspensão liminar do ato lesivo impugnado.
É um direito fundamental e individual de todo
cidadão, fundamentada no art. 5º, LXXIII e regulado Ainda, é possível requerer a condenação por per-
pela lei 4.717/1965, e tem como objetivo a proteção das e danos dos responsáveis pela lesão. Sendo que
do patrimônio público (erário), histórico, cultural, do -
meio ambiente e da moralidade administrativa, como ca, auxiliando o Estado na boa gestão da vida pública.
é o caso das obras superfaturadas.
Ação popular pode ter duas formas, a preventiva
que é ajuizada antes da consumação dos efeitos do
ato, e repressiva, que visa corrigir os atos danosos
PODER EXECUTIVO
consumados.
FORMA E SISTEMA DE GOVERNO
Agente ativo: Qualquer cidadão brasileiro. Se este
abandonar ação, outro cidadão poderá assumir.
A origem de um Estado pode se dar de forma
natural, religiosa (Estado criado por Deus), pela for-
O Ministério Público não pode propor, mas
ça e domínio dos mais fortes sobre os mais fracos,
pode assumir andamento e dar execução a decisão
pelo agrupamento de famílias, de forma contratual,
da ação popular (legitimidade extraordinária ou
de forma derivada: por união, quando dois estados
superveniente).
soberanos se unem formando um só novo estado ou
fracionamento, quando um estado se divide em dois
Agente passivo: administrador da entidade que
novos estados independentes, ou de forma atípica, a
lesionou.
exemplo do Vaticano e de Israel.
São elementos constitutivos do Estado: a soberania, a
Lei 4.717/1965
Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas
públicas ou privadas e as entidades referidas no art.
1º, contra as autoridades, funcionários ou adminis-
de um povo situado em determinado território”.
tradores que houverem autorizado, aprovado, rati-
Soberania é o poder político supremo e indepen-
dente que o Estado detém consistente na capacidade
omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e con-
para editar e reger suas próprias normas e seu orde-
namento jurídico.
os diretores do banco central e outros servidores, Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais
quando determinado em lei; comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes
Nomear, observado o disposto no art. 73, os Minis- de responsabilidade.
tros do Tribunal de Contas da União;
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denún-
Nomear os magistrados, nos casos previstos nesta
Constituição, e o Advogado-Geral da União; II - nos crimes de responsabilidade, após a instau-
Nomear membros do Conselho da República, nos ração do processo pelo Senado Federal.
termos do art. 89, VII; § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o
julgamento não estiver concluído, cessará o afasta-
Convocar e presidir o Conselho da República e o
mento do Presidente, sem prejuízo do regular pros-
Conselho de Defesa Nacional;
seguimento do processo.
Declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenató-
autorizado pelo Congresso Nacional ou referenda- ria, nas infrações comuns, o Presidente da Repúbli-
do por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões ca não estará sujeito a prisão. 177
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que
mandato, não pode ser responsabilizado por atos lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente
estranhos ao exercício de suas funções. da República.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção
Acusação contra o Presidente da República (2/3 da de Ministérios e órgãos da administração pública
Câmara): (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001).
Crime comum (STF):
Do Conselho da República e do Conselho de Defesa
Nacional
I - Recebimento da denúncia ou queixa:
O Conselho da República é órgão consultivo do
Suspensão de suas funções, por até 180 dias, Presidente sobre intervenção federal, estado de defe-
com ou sem julgamento. sa, estado de sítio e questões relevantes para a estabi-
lidade das instituições democráticas. O Presidente não
Crime de Responsabilidade (SENADO): poderá tomar qualquer decisão sobre tais questões
sem a audiência do Conselho da República. Entretan-
I - Instauração do processo: to, sua função é apenas consultiva e não deliberativa,
e não vincula necessariamente a atuação presidencial.
Suspensão de suas funções, por até 180 dias, Instituído pela Lei 8041/90, o Conselho da Repú-
com ou sem julgamento. blica é composto pelo Vice-Presidente da República;
o Presidente da Câmara dos Deputados; o Presidente
Crime Comum: do Senado Federal; os líderes da maioria e da mino-
ria na Câmara dos Deputados e do Senado Federal; o
I - Julgamento (STF). Ministro da Justiça e seis cidadãos brasileiros natos,
com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
Condenação (por maioria): Pena. nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos
Absolvição. pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos
Deputados, todos com mandato de três anos, vedada
Crime de Responsabilidade: a recondução, nos termos do art. 89 da Constituição
Federal.
O Conselho de Defesa Nacional é o órgão destinado
I - Julgamento no Senado pelo presidente STF (art.
a assessorar o Presidente da República nas questões
52, p. único, CF):
relativas à defesa do território nacional. Nos termos
do art. 91, CF é composto pelo Vice-Presidente da
Condenação (por 2/3): Pena de perda do cargo,
República, o Presidente da Câmara dos Deputados; o
com inabilitação, até cinco anos, para o exercí- Presidente do Senado Federal; o Ministro da Justiça; o
cio de qualquer função pública. Ministro de Estado da Defesa; o Ministro das Relações
Absolvição. Exteriores; o Ministro do Planejamento e os Coman-
dantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Os Ministros de Estado
DA UNIÃO: BENS E COMPETÊNCIAS (ARTS 20 A 24
Os Ministros de Estado são membros auxiliares do DA CF)
Executivo livremente nomeados pelo Presidente, des-
de que maiores de 21 anos e em pleno exercício de Federação
seus direitos políticos.
Competem aos Ministros a direção do Ministério Federação é a organização política, administrativa
e jurídica formada por uma população em um territó-
Podem também referendar atos presidenciais, expe- rio determinado. O Estado federado é constituído por
dir instruções para a boa execução das leis, decretos e um conjunto de Estados membros autônomos unidos
regulamentos e inclusive, receber delegação do Presi- por uma Constituição, mas somente a Federação como
dente da República para a realização de atos próprios um todo é considerada soberana, bem como, cada
Estado membro é considerado uma unidade federati-
va que possui poder político descentralizado.
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos Sendo assim, são componentes da República Fede-
dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no rativa: a União, os Estados, o Distrito Federal e os
exercício dos direitos políticos. Municípios.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado,
além de outras atribuições estabelecidas nesta Dica
Constituição e na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão
dos órgãos e entidades da administração federal funções atribuídas a um só poder passam a ser
na área de sua competência e referendar os atos e repartidas, por exemplo, com a delegação das
competências.
II - expedir instruções para a execução das leis,
Conforme art. 18.
III - apresentar ao Presidente da República relató- é a Capital Federal, trata-se de uma inovação do legis-
178 lador constituinte de 1988. Conforme preleciona José
Afonso da Silva (2017) Brasília tem uma posição jurí- Federativa do Brasil, é através da União que o país
é representado nas relações internacionais.
se enquadra no conceito geral de cidade pelo fato de
não ser sede de um Município12. Os bens da União estão enumerados no art. 20 da
Constituição Federal, que compreende:
União
a) Terrenos de marinha: são os terrenos situa-
A União é a entidade federativa autônoma e exer- dos nas margens dos rios e lagoas, até onde haja
ce as atribuições de soberania do Estado brasileiro.
Conforme preleciona Pedro Lenza (2020) a União para a parte da terra), além destes são também os
possui “dupla personalidade” assumindo um papel que contornam as ilhas situadas em zona onde se
internamente como pessoa de direito público interno,
componente da Federação e detentor de autonomia b) terreno acrescido de marinha
- -
nacionalmente sendo que representa a República
Federativa do Brasil13. -
A União representa o Estado brasileiro nas rela- art. 2 da Lei nº 3.438/1941);
ções internacionais, perante os Estados estrangeiros c) Mar territorial: é a faixa de doze milhas náuticas
a ela rege-se pelo princípio da independência nacio- de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar
nal, prevalência dos direitos humanos, autodetermi- do litoral continental e insular, no Brasil a costa é
nação dos povos, não-intervenção, igualdade entre os banhada pelo oceano Atlântico;
d) Zona contígua: é a faixa do mar que se estende
repúdio ao terrorismo e ao racismo, cooperação entre das doze às vinte e quatro milhas marítimas, con-
os povos para o progresso da humanidade e concessão tadas a partir das linhas de base que servem para
de asilo político (art. 4º, CF/88). medir a largura do mar territorial;
As competências da União estão elencadas no texto e) Zona econômica exclusiva: compreende uma
constitucional, organizadas pelo legislador originário faixa que se estende das doze às duzentas milhas
com base no chamado princípio da predominância marítimas, contadas a partir das linhas de base que
do interesse público pelo particular. Neste sentido, as servem para medir a largura do mar territorial, é
atribuições de interesse nacional são de competência a faixa territorial do Atlântico. O Brasil tem sobe-
da União, por exemplo: declarar guerra e celebrar paz.
conservação e gestão dos recursos naturais, vivos
competência administrativa e legislativa, a primei- ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do
ra que se relaciona com as funções de organização do mar, do leito do mar e seu subsolo, e;
Estado e a segunda que é a competência de legislar. f) Plataforma continental: é a faixa de terra do
Vejamos os exemplos: fundo do mar, que vai até 200m de profundidade,
ou seja, compreende o leito e o subsolo das áreas
Competência administrativa: é competência de submarinas que se estendem além do seu mar ter-
a União elaborar e executar planos nacionais e ritorial, é uma importante área de exploração e
regionais de ordenação do território e de desen- pesquisa de petróleo (art. 11 da Lei nº 8617/1993).
volvimento econômico e social;
Competência legislativa: é competência de a Entenda melhor na ilustração a seguir:
União legislar sobre nacionalidade, cidadania e
naturalização.
179
Vejamos o do texto constitucional que enu- Exemplo: ferro, ouro, cobre etc.
mera os bens da União:
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vie-
Exemplo: as ilhas, rios, mar territorial, entre Catimbau, localizado no estado de Pernambuco.
outros, com exceção das terras de aldeamentos extin-
tos, ainda que ocupadas por indígenas em passado XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
remoto, conforme dispõe a Súmula nº 650 do STF.
Exemplo: a terra tradicionalmente ocupada pelos
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das
-
res, das vias federais de comunicação e à preserva- denominada como terra indígena Xapecó.
Ainda, a redação do § 1º do mencionado dispo-
As terras devolutas são terras que não tem destina-
nº 102/2019, conforme a atual redação a Constitui-
ção pública e também não integram o patrimônio de
ção prevê possibilidade da participação da União,
um particular. Exemplo: as terras devolutas situadas
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios no
na Amazônia.
resultado da exploração de petróleo ou gás natural,
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de elétrica e de outros recursos minerais.
um Estado, sirvam de limites com outros países, ou Por conseguinte, a Constituição consagra a terra
se estendam a território estrangeiro ou dele prove- designada como faixa de fronteira, sendo esta a fai-
nham, bem como os terrenos marginais e as praias xa de até cento e cinquenta quilômetros de largura,
ao longo das fronteiras terrestres, considerada fun-
damental para defesa do território nacional, ainda
Exemplo: o Rio Uruguai, que banha o estado de determina que a sua ocupação e utilização devem ser
Santa Catarina e o estado do Rio Grande do Sul. reguladas em lei. ( § 2º).
Estados
oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que Os estados possuem autonomia para se organiza-
contenham a sede de Municípios, exceto aque-
rem (auto-organização) caracterizado por um auto-
las áreas afetadas ao serviço público e a unidade
governo, autoadministração e autolegislação, onde o
ambiental federal, e as referidas no art. 26
povo que escolhe diretamente os seus representantes
no poder legislativo e executivo local, sem que haja
Exemplo: a ilha do Bananal, situada no estado de
subordinação por parte da União (arts. 27, 28 e 125
com 25.000 km². da CF).
V - os recursos naturais da plataforma continental a) autogoverno: autonomia política para eleger seus
representantes, por exemplo, eleição de Governa-
dor (art.27 e 28 da CF/88).
Exemplo: recursos minerais, como petróleo, extraí- b) autoadministração: decorre das competências
do da plataforma continental. administrativas conferidas aos Estados, por exem-
plo, os estados poderão, mediante lei complementar,
instituir regiões metropolitanas, aglomerações urba-
nas e microrregiões, constituídas por agrupamentos
Exemplo: os navios estrangeiros no mar territorial de municípios limítrofes, para integrar a organiza-
brasileiro estão sujeitos aos regulamentos estabeleci- ção, o planejamento e a execução de funções públi-
dos pelo Brasil. cas de interesse comum (art. 25, § 3º da CF).
c) autolegislação: tem competência de elaborar sua
própria Constituição, ou seja, cada estado tem
Exemplo: os imóveis situados à beira-mar (até 33 autonomia de criar a sua própria constituição esta-
metros para a parte da terra). dual, entretanto esta deve sempre obedecer à lei
maior (CF/88).
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção Plebiscito Propositura de projeto de
do Presidente da República, não exigida esta para lei complementar
arts. 49, 51 e 52, dispor sobre Consulta prévias as popula-
ções diretamente interessa- Caso a população seja favo-
todas as matérias de competência da União, espe- das. (Expressão da vontade e rável no plebiscito será
cialmente sobre: [...] da opinião do povo, demons- proposto projeto de lei com-
VI - Incorporação, subdivisão ou desmembramento trada através de votação); plementar perante qualquer
de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as res- Atenção! O plebiscito é con- uma das casas do Congresso
dição prévia, caso não hou- Nacional.
ver aprovação, não passará
para a próxima fase.
Ainda, conforme o art. 235 da Constituição, nos
dez primeiros anos de sua criação a Assembleia Legis-
lativa será composta de dezessete Deputados se a 3º 4º
população do Estado for inferior a seiscentos mil habi-
tantes, e de vinte e quatro, se igual ou superior a esse
Oitiva da assembleia Lei complementar
número, até um milhão e quinhentos mil, o Governo
terá no máximo dez Secretarias, o Tribunal de Con- Oitiva das assembleias legisla- Aprovação de lei comple-
tas terá três membros, nomeados, pelo Governador tivas dos estados interessados; mentar pelo Congresso
Atenção! Mesmo que a Nacional.
eleito, dentre brasileiros de comprovada idoneidade assembleia seja desfavorá- Congresso Nacional não é
e notório saber, o Tribunal de Justiça terá sete Desem- vel, pode continuar o pro- obrigado a aprovar, mas
bargadores, os primeiros Desembargadores serão cesso de formação do novo caso assim decida deverá
DIREITO CONSTITUCIONAL
b) dois dentre promotores, nas mesmas condições, processo legislativo mais adiante neste material.
e advogados de comprovada idoneidade e saber
jurídico, com dez anos, no mínimo, de exercício Municípios
VIII - fomentar a produção agropecuária e organi- VII - política de crédito, câmbio, seguros e transfe-
Ainda, o parágrafo único do mencionado dispositivo XVI - organização do sistema nacional de emprego
estabelece que tendo em vista o equilíbrio do desenvol-
vimento e do bem-estar em âmbito nacional as leis com-
XVII - organização judiciária, do Ministério Público
do Distrito Federal e dos Territórios e da Defenso-
União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
ria Pública dos Territórios, bem como organização
b) Competência legislativa
XXI - normas gerais de organização, efetivos, mate- IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência,
rial bélico, garantias, convocação, mobilização,
inatividades e pensões das polícias militares e dos X - criação, funcionamento e processo do juizado de
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, XVI - organização, garantias, direitos e deveres das
em todas as modalidades, para as administrações polícias civis.
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da § 1º No âmbito da legislação concorrente, a compe-
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obe- tência da União limitar-se-á a estabelecer normas
decido o disposto no art. 37, XXI, e para as empre-
sas públicas e sociedades de economia mista, nos § 2º A competência da União para legislar sobre
termos do art. 173 normas gerais não exclui a competência suplemen-
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defe-
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os
XXIX - propaganda comercial. Estados exercerão a competência legislativa plena,
Parágrafo único. Lei complementar poderá
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas
das matérias relacionadas neste arti-
go. (grifo nosso)
Delegável: Deve ocorrer por lei complementar As regras de aplicação da competência concor-
federal, editada pelo Congresso Nacional. Obs.: Tam- rente estão relacionadas no § 1º ao 4º do mencionado
bém contempla o Distrito Federal. (Art. 32 dispositivo, que determina que a União limitar-se-á
Não confunda a competência exclusiva da União a estabelecer normas gerais, entretanto não exclui a
com a competência privativa da União: -
tindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exer-
cerão a competência legislativa plena, para atender a
EXCLUSIVA ART. 21 PRIVATIVA ART. 22 suas peculiaridades. Por conseguinte, consagra o tex-
DA CF DA CF to constitucional que a superveniência de lei federal
-
Administrativa Legislativa
Indelegável Delegável
REPARTIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS E AS DECISÕES
FRENTE AO CORONAVÍRUS – ADI 926/2020
Competência concorrente: tem fundamento
no art. 24 da CF, dispõe que a União (que se Em março de 2020 determinado partido político
limita a estabelecer normas gerais), os Estados ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI
e o Distrito Federal (normas suplementares) 6341) para questionar a Medida Provisória (MP)
podem legislar concorrentemente. 926/2020 – autoria do Governo Federal, que dispõe
sobre medidas para o enfrentamento da emergência
DIREITO CONSTITUCIONAL
186
município, ora, compete à lei federal regulamentar Procedimento:
transporte de pessoas que utilizam o aplicativo15.
STF considerou que lei estadual não pode isentar 1º: Presidente da República consulta dois conselhos.
cobrança de estacionamento de estabelecimen-
tos comerciais16. Da mesma forma considerou que Conselho da República
lei estadual não pode alterar data de vencimento Conselho da Defesa Nacional
das mensalidades escolares17.
STF também já considerou que compete aos muni- 2º: Presidente da República decreta Estado de Defesa
. (Art. 84 IX e 136 caput da CF)
Tema de Repercussão Geral nº 27218.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
19
República:
importantes sobre o tema abordado:
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos
Súmula Vinculante 2: É inconstitucional a lei ou o Conselho da República e o Conselho de Defesa
ato normativo Estadual ou Distrital que disponha sobre Nacional, decretar estado de defesa para preservar
sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e ou prontamente restabelecer, em locais restritos
loterias. e determinados, a ordem pública ou a paz social
Súmula vinculante 38: É competente o Município ameaçadas por grave e iminente instabilidade ins-
- titucional ou atingidas por calamidades de grandes
mento comercial. proporções na natureza.
Súmula vinculante 39: Compete privativamente
à União legislar sobre vencimentos dos membros das 3º: Controle Político feito pelo Congresso Nacional:
polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar
do Distrito Federal.
Súmula Vinculante 46: Rejeita: Art. 136 § 4º da CF/88
responsabilidade e o estabelecimento das respectivas
normas de processo e julgamento são de competência Controle político imediato – ocorre na decretação
legislativa privativa da União. ou caso -
do de defesa, este poderá ser prorrogado por mais 30
dias, então o Presidente da República no prazo de 24
horas submete a decisão ao Congresso Nacional, que
DEFESA DO ESTADO E DAS deverá decidir pelo voto da maioria absoluta e median-
te decreto legislativo, sobre a aprovação ou suspensão.
INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS Caso o Congresso estiver em recesso, será convocado
no prazo de cinco dias – Sessão Legislativa Extraordiná-
ESTADO DE DEFESA ria. Deverá, também, apreciar o decreto no prazo de dez
dias do seu recebimento (art. 136, §5º e 6º da CF/88).
O Estado de Defesa e Estado de Sítio são legalida-
Controle político concomitante (ao mesmo
des extraordinárias temporárias, criadas por Decreto
tempo) - Neste caso, cinco membros da mesa do Con-
do Presidente da República, consagrados no Título V
da Constituição Federal.
medidas tomadas.
O estado de defesa tem o objetivo de preservar ou
– Ocorre nos
reestabelecer em locais restritos à ordem pública e a
paz social ameaçada por grave e iminente instabilida- termos do art. 141, parágrafo único da CF, o qual deter-
de institucional ou atingidas por calamidade de gran- mina que após cessar o estado de defesa as medidas apli-
de proporção da natureza, conforme dispõe art. 136 cadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente
da CF/88. da República em mensagem ao Congresso Nacional.
É obrigatória análise pelo Conselho da República -
e pelo Conselho de Defesa Nacional (art. 89 a 91 da tiva relada pelo Presidente da República no controle
CF/88), ainda que a opinião dos Conselhos não seja político sucessivo e se, caracterizado algum crime de
vinculante. O controle político ocorre após a decreta- responsabilidade, poderá o Presidente ser submetido
ção do Presidente deve no prazo de 24 horas enviar ao ao processo, conforme a Lei 1.079/1950 e art. 85 da
CF/88. (controle jurídico)
DIREITO CONSTITUCIONAL
187
mais 30, se necessário de novo, mais 30, e assim por ESTADO DE
ESTADO DE SÍTIO
diante. DEFESA
No caso de declaração de estado de guerra ou res- TÍTULO V Seção I Seção II
posta a agressão armada estrangeira, o estado de sítio ART. 136 A 141 Art. 136 da CF Art. 137 da CF
poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar
Comoção grave de
a guerra ou a agressão armada estrangeira. Preservar ou rees-
repercussão nacio-
Procedimento: tabelecer ordem
pública e a paz
da medida tomada
social ameaçada
1º: Presidente da República consulta dois conselhos. durante o estado de
por grave e imi-
PRESSUPOSTOS defesa;
nente instabilidade
Declaração de
Conselho da República institucional;
estado de guerra
Calamidade de
Conselho da Defesa Nacional ou resposta a
grande proporção
agressão armada
da natureza.
estrangeira.
2º: Controle político prévio - Presidente da Repúbli-
ca solicita autorização ao Congresso Nacional par Comoção grave de
repercussão nacio-
a decretação ou prorrogação do estado de sítio
(Art. 137, parágrafo único da CF/88). da medida tomada
durante o estado de
Autorização será por maioria absoluta e por defesa;
30 dias podendo
decreto legislativo (art. 49, IV da CF/88). se for o caso ser
30 dias podendo
prorrogado suces-
ser prorrogado
3º: Presidente da República decreta estado de sítio. PRAZO somente uma vez
sivamente 30 + 30
Art. 84 IX e 137 caput da CF. + 30 [...]
por igual período.
Declaração de
4º: Controle Político feito pelo Congresso Nacional: Exemplo: 30 + 30
estado de guerra
ou resposta a
Controle político concomitante (ao mesmo tem- agressão armada
estrangeira.
po) –A partir do momento que o estado de sítio é auto-
Decretado pelo
rizado, o Congresso designa cinco membros da mesa tempo que durar a
guerra ou agressão
as execuções das medidas referente ao estado de sítio. armada.
Art. 49, IV e art. 140 da CF/88. COMPETÊNCIA
Presidente da Presidente da
República República
Controle político sucessivo - Ocorre nos
termos do art. 141, parágrafo único da CF, o qual deter- Posterior:
mina que após cessar o estado de defesa as medidas apli- Depois de decre- Prévio:
cadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente tado estado de Presidente da Re-
defesa o Presidente pública depende de
da República em mensagem ao Congresso Nacional. CONTROLE
da República co- autorização pelo
O direito de reunião pode ser limitado por decreto POLÍTICO
munica congresso Congresso Nacio-
presidencial no estado de defesa e estado de sítio. A nacional que nal para decretar o
censura também se torna possível no estado de sítio. estado de sítio.
cessar.
Ainda, caso decretado estado de sítio por comoção
-
da tomada durante o estado de defesa, só poderão ser FORÇAS ARMADAS (ART. 142, CF)
tomadas contra as pessoas as medidas consagradas no
art. 139 da CF, vejamos: As forças armadas estão consagradas no título V da
Constituição Federal, conforme art. 142, as forças arma-
I - obrigação de permanência em localidade das são constituídas pela Marinha, Exército e Aeronáu-
tica, a qual são instituições nacionais permanentes e
II - detenção em edifício não destinado a acusados regulares, organizadas com base na hierarquia e dis-
ciplina, sob autoridade do Presidente da República. As
III - restrições relativas à inviolabilidade da corres- funções das forças armadas, além da defesa da pátria,
pondência, ao sigilo das comunicações, à prestação também englobam a defesa do estado e das instituições
de informações e à liberdade de imprensa, radiodifu- democráticas (garantidoras da lei e da ordem).
Dica
As forças armadas estão inseridas na estrutura
VII - requisição de bens. do Poder Executivo.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do
inciso III a difusão de pronunciamentos de parla- Os membros das forças armadas são denominados
mentares efetuados em suas Casas Legislativas, como militares e tem função subsidiária, ou seja, desem-
188 desde que liberada pela respectiva Mesa. penham funções que originalmente são de competência
das forças da segurança pública (polícia federal, civil e A Constituição também prevê o serviço militar
militar dos estados e DF). obrigatório, conforme art. 143, entretanto o inciso
Ainda, conforme dispõe o art. 142 do texto constitu- VIII do art. 5º desobriga o alistado do serviço militar
cional, as forças armadas estão sob a autoridade supre-
ma do Presidente da República, e destinam-se à defesa política, desde que cumpra prestação alternativa, que
da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por é de competência das forças armadas atribuir.
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos
da lei.
FORÇAS ARMADAS QUE O PRESIDENTE DA REPÚ- § 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei,
BLICA É AUTORIDADE SUPREMA atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de
paz, após alistados, alegarem imperativo de cons-
Marinha Exército Aeronáutica
ciência, entendendo-se como tal o decorrente de
-
Internamente são subordinadas aos seus respecti- ca, para se eximirem de atividades de caráter essen-
vos comandantes, integrados no Ministério da Defesa cialmente militar.
com obediência ao Presidente da República. Assim, as
patentes são conferidas pelo Presidente da República, serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujei-
entretanto a perda desta só ocorrerá se for julgado
decisão de tribunal militar de caráter permanente, Exemplo prático de uso das Forças Armadas!
em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo Em 20/10/2020 foi publicado no DOU decreto pre-
de guerra, conforme incisos I e VI do art. 142 da CF/88. sidencial que autoriza o uso das Forças Armadas nas
Aos militares é proibida a sindicalização e greve. eleições municipais de 2020.
- O objeto é garantir a ordem pública durante a
do político. votação e segurança do processo eleitoral.
STF já se posicionou sobre o tema: DECRETO Nº 10.522, DE 19 DE OUTUBRO DE 2020
Autoriza o emprego das Forças Armadas para a
1. O exercício do direito de greve, sob qualquer for- garantia da ordem pública durante a votação e a apu-
ma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e ração das eleições de 2020.
a todos os servidores públicos que atuem direta- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribui-
mente na área de segurança pública. ções que lhe confere o art. 84, caput , incisos IV e XIII,
2. É obrigatória a participação do poder público em da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 15
mediação instaurada pelos órgãos classistas das da Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, e no
carreiras de segurança pública, nos termos do art. art. 23, caput , inciso XIV, da Lei nº 4.737, de 15 de julho
165 do CPC, para vocalização dos interesses da de 1965 - Código Eleitoral, DECRETA:
categoria. (STF. ARE 654.432, rel. Min. Alexandre de
DJE Art. 1º Fica autorizado o emprego das Forças Arma-
das para a garantia da ordem pública durante a vota-
ção e a apuração das eleições de 2020.
Conforme dispõe o § 2º do art. 142 da CF, não
Art. 2º As localidades e o período de emprego das
cabe habeas corpus em caso de punição militar, sen- -
do que este segue as próprias regras de hierarquia e mos de requisição do Tribunal Superior Eleitoral.
disciplina. Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua
Mas cuidado! A doutrina e jurisprudência enten- publicação.
de que se aplica o mencionado dispositivo quanto ao
, ou seja, quando for SEGURANÇA PÚBLICA (ART. 144 DA CF):
o caso de ilegalidade dos pressupostos, como com-
petência e cumprimento de regras estabelecidas no Organização da Segurança Pública
regulamento militar é cabível a impetração de habeas
corpus para análise do poder judiciário. A segurança pública é dever do Estado, direito e
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MATÉRIA CRIMI- responsabilidade de todos, a qual objetiva a preserva-
NAL. PUNIÇÃO DISCIPLINAR MILITAR. Não há que se ção da ordem pública e da incolumidade de pessoas e
DIREITO CONSTITUCIONAL
falar em violação ao art. 142, § 2º, da CF, se a con- do patrimônio, conforme consagra o art. 144 do texto
cessão de habeas corpus, impetrado contra puni- constitucional. É exercido por meio de órgãos federais
ção disciplinar militar, volta-se tão-somente para e estaduais como a polícia federal, polícia rodoviá-
os pressupostos de sua legalidade, excluindo a ria federal, polícia ferroviária federal, polícias civis,
Con- polícias militares, o corpo de bombeiros militares
cessão de ordem que se pautou pela apreciação dos e as polícias penais federal, estadual e distrital, esta
aspectos fáticos da medida punitiva militar, invadindo última acrescentada pela Emenda Constitucional nº
seu mérito. A punição disciplinar militar atendeu aos 104/2019.
pressupostos de legalidade, quais sejam, a hierarquia, Conforme o § 8º do art. 144 da CF os municípios
o poder disciplinar, o ato ligado à função e a pena sus- podem constituir guardas municipais destinados à
ceptível de ser aplicada disciplinarmente, tornando, proteção de seus bens, serviços e instalações (deve
portanto, incabível a apreciação do habeas corpus. atuar somente na municipalidade). Cuidado! Esse
Recurso conhecido e provido.” (STF. RE 338.840, rel. órgão não integra a estrutura de segurança pública
min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ de 12.09.2003). para exercer a função de polícia ostensiva. 189
Para o STF os órgãos que compõe a segurança o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e
pública estão relacionados nos incisos I ao VI do art. de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
144 da CF, sendo esse rol taxativo, ou seja, não podem
os municípios ou estados criarem outros órgãos para
integrarem à segurança pública. Conforme considerações do STF, na busca e apreen-
V - polícias militares e corpos de bombeiros Polícia Rodoviária Federal (art. 144, § 2º da CF)
militares. é órgão permanente, organizado e mantido pela
União, tem como função o patrulhamento ostensi-
vo das rodovias federais.
Sobre o Departamento de Trânsito o STF já manifestou: Polícia Ferroviária Federal (art. 144, § 3º da CF)
Os Estados-membros, assim como o Distrito Fede- é órgão permanente, organizado e mantido pela
ral, devem seguir o modelo federal. O art. 144 da Cons- União, tem como função o patrulhamento ostensi-
tituição aponta os órgãos incumbidos do exercício da vo das ferrovias federais.
segurança pública. Entre eles não está o Departamen-
to de Trânsito. Resta, pois, vedada aos Estados-mem- A Polícia Ferroviária Federal surgiu no Brasil em
bros a possibilidade de estender o rol, que esta Corte 1852 por Decreto Imperial, nessa época era denomi-
numerus clausus, para alcançar o Depar-
nada como “Polícia dos Caminhos de Ferro” e tinha o
tamento de Trânsito.
objetivo de cuidar das riquezas que eram transporta-
[ADI 1.182, voto do rel. min. Eros Grau, j. 24-11-
das pelos trilhos de ferro.
2005, P, DJ de 10-3-2006.]
Entretanto, apesar de ter autorização na atual
Vide ADI 2.827, rel. min. Gilmar Mendes, j. 16-9-
2010, P, DJE de 6-4-2011 constituição, hoje essa polícia não existe de fato.
Serviços da segurança pública são custeados
mediante impostos, sendo que não é permitida a cria- Polícias Civis (art. 144, § 4º da CF) são dirigidas
- por delegados de carreiras e subordinadas aos
ção dos servidores será exclusivamente por subsídio Governadores dos estados ou DF têm função de
polícia judiciária (exercício da segurança pública)
da CF/88. e apuração de infrações penais, salvo as militares.
A seguridade social assegura os direitos relativos à estados, DF e municípios e das contribuições sociais:
saúde, à previdência e à assistência social, é um con-
junto de ações dos poderes públicos e da sociedade, I - do empregador, da empresa e da entidade
a ela equiparada na forma da lei, incidentes
consagrada nos artigos 194 a da CF.
do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título,
SEGURIDADE SOCIAL à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem
-
Saúde Previdência Social Assistência Social
Art. 196 a 200 Art. 201 a 202 Art. 203 a 204
II - do trabalhador e dos demais segurados da
previdência social, podendo ser adotadas alíquo-
Os objetivos da seguridade social são de observân- tas progressivas de acordo com o valor do salário
cia obrigatória e estão enumerados nos incisos do art. de contribuição, não incidindo contribuição sobre
194 da CF. A seguir segue os dispositivos mencionados aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime
seguido de breve explicação. 191
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. delineada no acórdão de origem, o que torna oblí-
IV - do importador de bens ou serviços do exterior,
ou de quem a lei a ele equiparar. (grifos nossos) recurso extraor-
dinário. 2. As razões do agravo regimental não se
FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
a -
a
DIRETA INDIRETA conhecido e não provido. (RE 855.178-RG, rel. min.
Contribuições Sociais Recursos Orçamentários DJE
NOS TERMOS DA LEI
Homem - 60 (sessenta)
A emenda constitucional nº 103 de 2019, também anos de idade;
chamada como reforma da previdência, trouxe diver- Mulher - 55 anos de idade.
Também se aplica para
TRABALHADORES Art. 201, os que exerçam suas ati-
sistema de previdência social e estabeleceu regras de RURAIS § 7º, II da CF vidades em regime de
economia familiar, nestes
transição e disposição transitórias. incluídos o produtor rural,
Conforme o das CF, a previdência social o garimpeiro e o pescador
da lei, as práticas que coloquem em risco sua fun- a nova tábua valorativa das relações familiares.
ção ecológica, provoquem a extinção de espécies ou Até o advento da constituição de 1988, o reconheci-
mento da família estava intimamente ligado ao casa-
mento. Segundo a maioria dos estudiosos, a família
O STF considerou que a prática de exercício cul- era conceituada como o conjunto de pessoas que se
tural que submeta aos animais à crueldade viola o achavam vinculadas entre si pelo matrimônio, pela
inciso VII do art. 225 é inconstitucional, por exemplo,
foi declarada inconstitucional a Lei nº 15.299/2013 A partir da constituição de 1988, passou-se a reco-
do estado do Ceará que regulamentava a vaquejada, nhecer outras formas de constituição de família, que
vejamos: não exclusivamente pelo casamento, ampliando o
VAQUEJADA – MANIFESTAÇÃO CULTURAL – ANI- rol de entidades familiares, considerando também a
MAIS – CRUELDADE MANIFESTA – PRESERVAÇÃO DA união estável e a família monoparental20, ainda, o tex-
FAUNA E DA FLORA – INCONSTITUCIONALIDADE. A to constitucional consagra a família como a base da
obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício sociedade, com especial proteção do Estado.
194 20 - Família monoparental,
A família monoparental, por exemplo, é a família for- -
Dica
obedecendo aos seguintes preceitos:
É de competência exclusiva do Congresso
I - aplicação de percentual dos recursos públicos
Nacional
II - criação de programas de prevenção e atendi-
mento especializado para as pessoas portadoras de
1. (CESPE – 2019) A respeito das garantias e dos direi- a) É cabível mandado de injunção para exigir do Poder
tos constitucionalmente previstos, assinale a opção Legislativo a edição de regulamentação dos direitos
correta. do nascituro.
b) Mandado de injunção é instrumento do sistema de con-
a) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residen- trole concreto e difuso da omissão inconstitucional.
tes no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e c) É cabível mandado de injunção para questionar a efetivi-
sem condenação penal equiparam se aos brasileiros dade de lei que regulamente disposição constitucional.
naturalizados, ainda que não requeiram a nacionalida- d) Mandado de injunção não é o meio próprio para reque-
de brasileira. rer a concessão de aposentadoria especial em função
b) A criação de associações e de cooperativas depende do exercício de atividade insalubre.
de autorização na forma da lei. e) Sentença de mandado de injunção não tem o efeito de
c) A manifestação de pensamento é livre, porém é vedado estabelecer as condições em que se dará o exercício
o anonimato, resguardando-se o sigilo da fonte quando do direito pleiteado.
se tratar de matéria jornalística.
d) A defesa do consumidor, patrocinada pelo Estado, é 5. (CESPE – 2020) Considerando as disposições da
disposta em lei complementar. Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os itens a
e) O rol dos direitos e das garantias fundamentais se seguir, acerca da seguridade social.
esgota nos direitos e deveres individuais, na naciona-
lidade e nos direitos políticos. I. A seguridade social abrange os direitos relativos à saú-
de, à previdência e à assistência social.
2. (CESPE – 2019) Presidente de uma fundação fede-
ral, no exercício de suas atribuições, utilizou dinheiro -
da entidade para atividades particulares e para bene- tes de assistência social.
fício de terceiros. Por isso, foi necessária a adoção
de medidas que possibilitassem o rastreamento do benefício.
dinheiro público que havia sido desviado para a per- IV. Um dos objetivos do poder público ao organizar a
seguridade social é a irredutibilidade do valor dos
benefícios.
Nessa situação hipotética, a quebra do sigilo bancário
dos envolvidos poderá ser determinada
Estão certos apenas os itens
a) pelo TCU, em tomada de contas especial.
a) I e II.
b) por comissão parlamentar de inquérito, que deverá
b) I e IV.
mostrar de forma motivada a necessidade do ato e a
c) II e III.
d) I, III e IV.
c) pelo auditor externo do tribunal de contas, a partir
e) II, III e IV.
de autorização dada pelo ministro do TCU, relator do
processo.
6. (CESPE – 2019) A respeito das dimensões dos direitos
d) pelo membro do Ministério Público Federal, no inquéri-
fundamentais e de seus destinatários, julgue o item a
to civil público.
seguir. O ônus da prova para a negativa de prestação
e) pelo delegado de polícia, no procedimento investigató-
de serviço de saúde vincula os órgãos estatais.
rio e sem a necessidade de prévia autorização judicial.
a) os municípios não atendem às necessidades locais Pedro não poderia ser matriculado — mesmo que hou-
de ensino fundamental para a população em idade vesse vaga — porquanto deveria ter quatro anos com-
escolar. pletos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a
matrícula para o ingresso na pré-escola, conforme nor-
superior. ma do Ministério da Educação. A Defensoria Pública
c) os estados não promovem ações de formação pro- impetrou mandado de segurança contra a autoridade
delegante, visando impugnar o ato não concessivo da
jurisdição. matrícula de Pedro.
d) um adolescente de quinze anos de idade é submetido Com referência a essa situação hipotética, julgue o
a situação de menor aprendiz, trabalhando para ajudar item que se segue, tendo em vista o entendimento do
na renda familiar. STF e considerando que a competência do secretário
e) estados e municípios não conseguem ofertar vagas na não é exclusiva.
educação infantil para atender à população de zero a A exigência de idade mínima de quatro anos para
cinco anos de idade.
da data limite de 31 de março para que a idade esteja
10. (CESPE – 2020) A respeito do direito à educação esta- completa são constitucionais.
belecido na CF, julgue o item a seguir.
A CF não veda, de forma absoluta, o ensino domiciliar,
mas proíbe qualquer de suas espécies que não res-
peite o dever de solidariedade entre a família e o Esta- 13. (CESPE – 2019) Uma empresa jornalística divulgou
do como núcleo principal à formação educacional de
crianças, adolescentes e jovens.
tomado o devido cuidado no momento da edição da
imagem para ocultar o rosto da vítima.
Diante dessa situação hipotética, julgue o item
11. (CESPE – 2019) Considerando a pouca quantidade de subsecutivo.
defensores públicos indispensáveis ao atendimento -
adequado dos necessitados na forma da lei, determi- lação da liberdade de imprensa e violação aos direi-
nado estado da Federação aprovou o respectivo proje- tos de personalidade da vítima e de seus familiares,
to e sancionou a lei Y, que criou a obrigatoriedade de cabendo pretensão indenizatória, sob o fundamento de
estágio curricular no atendimento da assistência jurí- estar caracterizada a situação geradora de dano moral.
dica gratuita por núcleo de prática jurídica integrante
do departamento de direito de universidade estadual,
estabelecendo sua organização, seu funcionamento
e seus horários, inclusive determinando sua atuação 14. (CESPE – 2020) Com base nas disposições da Consti-
em regime de plantão, bem como vinculando a certi- tuição Federal de 1988 e do Código Florestal, julgue o
DIREITO CONSTITUCIONAL
item a seguir.
alunos ao cumprimento do referido estágio. Segundo disposição constitucional, cabe ao poder
Conforme a CF, a doutrina e a jurisprudência do STF, a público e à coletividade, enquanto titular do direito ao
lei Y é meio ambiente ecologicamente equilibrado, o dever de
defender e preservar o meio ambiente.
a) constitucional por atender ao princípio da indissociabi-
lidade entre ensino, pesquisa e extensão disposto em
norma constitucional.
- 15. (CESPE – 2019) À luz da Constituição Federal de 1988
ca e administrativa da universidade. (CF), julgue o item a seguir.
c) constitucional, mas não atende a legislação que estabe- Tanto o adolescente trabalhador quanto o jovem traba-
lece os critérios nacionais para a política educacional. lhador têm direito de acesso à escola.
d) inconstitucional por atribuir função exclusiva de órgão
da DP à universidade estadual. 197
GABARITO
1 C
2 B
3 C
4 D
5 B
6 CERTO
7 C
8 CERTO
9 A
10 CERTO
11 B
12 CERTO
13 ERRADO
14 CERTO
15 CERTO
ANOTAÇÕES
198
Parte especial:
[...]
está dividido desta maneira):
III – a dignidade da pessoa humana
De forma simples, a consolidação do devido pro- O princípio da legalidade criminal apresenta atualmen-
cesso legal se dá quando é assegurado a todos o direito te, várias esferas de garantia. Dentre estas, as mais relevan-
a um processo que segue todas as etapas previstas em tes são os princípios da reserva legal e da anterioridade.
lei e que observa todas as garantias constitucionais
previstas. Dizer que foi observado o princípio do devi- Princípio da reserva legal
houve sucesso na aplicação de todos os princípios pro- Ainda de acordo com o art. 5º, XXXIX, CF e o art. 1º, CP,
cessuais penais e processuais penais. em matéria penal, apenas lei em sentido estrito (apro-
É importante saber que os princípios da Dignidade vada pelo Parlamento, seguindo o procedimento legisla-
da pessoa humana e do Devido processo legal não tem tivo previsto na CF) (penas
aplicabilidade somente ao Direito Penal, mas alcan- e medidas de segurança). Assim apenas leis ordinárias e
çam o Direito como um todo. No entanto, produzem leis complementares (leis em sentido estrito) podem
prever crimes e cominar penas: Emendas constitucio-
base para todos os demais princípios e normas. nais, Medidas Provisórias, Leis Delegadas, Decretos Legis-
lativos e Resoluções não podem ser usadas.
Princípio da Legalidade
Princípio da anterioridade
Previsto no art. 5º, XXIX da Constituição, com reda-
ção semelhante à do art. 1º do CP, o princípio da lega- Previsto também no art. 5º, XXXIX, CF e art. 1º, CP, o
lidade é a mais importante garantia do cidadão frente princípio da anterioridade determina que, antes da prática
ao poder punitivo do Estado, sendo o mais relevante -
princípio penal. do, ainda, a pena cabível). Quem pratica a conduta crimi-
Compare o princípio conforme exposto na Consti- nosa, deve saber de antemão que o ato se trata de conduta
tuição (art. 5°) e no Código Penal (art. 1°): criminosa e sua consequência. Em outras palavras, a lei
penal nova deve entrar em vigor antes do fato criminoso e
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem dis- se aplica apenas para os fatos ocorridos após sua vigência.
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País Princípio da aplicação da lei mais favorável
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos ter- irretroatividade da lei penal)
mos seguintes:
[...] A regra geral impõe que as leis tem sua validade vol-
- tada para o futuro, ou seja, são irretroativas. Por que tal
regra? Porque, em caso contrário, haveria enorme insegu-
rança jurídica, correndo-se o risco da sociedade (destina-
Art. 1º tária da norma) ser surpreendida a todo instante. O art.
Não há pena sem prévia cominação legal. 5º, XL, CF e o art. 2º, CP apresentam uma exceção, válida
somente no Direito Penal. Observe como o princípio vem
Ou seja, por força deste princípio, não há crime disposto na Constituição Federal e no Código Penal:
(nem contravenção) sem prévia determinação legal,
assim como não há pena sem prévia cominação
CF CP
(imposição, prescrição) feita em lei.
Art. 5º Todos são iguais Art. 2º Ninguém pode ser
perante a lei, sem distinção punido por fato que lei pos-
Importante! de qualquer natureza, ga- terior deixa de considerar
rantindo-se aos brasileiros e crime, cessando em virtu-
Não confunda o princípio da legalidade, previsto aos estrangeiros residentes de dela a execução e os
no art. 5º, II, CF, segundo o qual “ninguém será no País a inviolabilidade do efeitos penais da sentença
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa direito à vida, à liberdade, condenatória.
senão em virtude de lei” (legalidade em sentido à igualdade, à segurança e Parágrafo único - A lei pos-
amplo), com o princípio da legalidade criminal à propriedade, nos termos terior, que de qualquer modo
que, conforme vimos, se encontra no art. 5º, seguintes: favorecer o agente, aplica-se
XXXIX, CF e art. 1º, CP, segundo o qual não há [...] aos fatos anteriores, ainda
XL – a lei penal não retroa- que decididos por sentença
crime sem lei (legalidade em sentido estrito).
condenatória transitada em
réu; julgado.
200
Trata-se do “princípio-exceção” da retroatividade Além dos princípios acima, existem outros que
- dizem respeito à aplicação da pena (como o da indivi-
dualização da pena e da humanidade) ou à teoria do
crime (como o da intervenção mínima e o da taxativi-
Trata-se de assunto pertinente ao tema Lei penal no dade, por exemplo).
tempo, que será visto mais adiante.
Os princípios que até agora vimos são os mais rele- Taxatividade ou da determinação
vantes (portanto, os mais cobrados) no que diz res-
peito à aplicação da lei penal. Podemos resumi-los da Diz respeito à técnica de elaboração da lei penal,
seguinte forma: -
mulação do conteúdo do tipo legal e no estabelecimen-
PREVISÃO to da sanção para que exista real segurança jurídica.
PRINCÍPIO SIGNIFICADO
LEGAL Tal assertiva constitui postulado indeclinável do
Estado de direito material: democrático e social.
O Direito Penal
O princípio da taxatividade é uma consequência
deve garantir a
do princípio da legalidade: de nada adianta estabele-
dignidade hu-
Dignidade da
Art. 1º, III, CF mana, limitando
pessoa humana é vaga, confusa, ampla demais ou, ainda, dá margem
os excessos do
Estado (“super- a mais de uma interpretação, o que gera insegurança
princípio”). e fere a legalidade.
sua vigência
nado, esta é a regra. No entanto, o próprio inciso XLV
Retroatividade Art. 5º, XL,CF e É um princípio- traz uma exceção: nas hipóteses previstas nos incisos
da lei penal art. 2º, CP -exceção. A regra I, II e §1º do art. 91 do Código Penal (que estabelece
geral é que as leis como efeitos da condenação o dever de indenizar o
tenham validade dano causado e o perdimento de determinados bens),
voltada para o fu- mesmo com o falecimento do condenado a obrigação
turo. Só a lei penal
de reparar o dano e a decretação do perdimento de
favorável ao agen-
bens alcançam os sucessores até o limite do valor do
te retroage.
patrimônio transferido. 201
Vimos acima a questão da responsabilidade pes- Esse princípio tem duplo destinatário:
soal: mas e as pessoas jurídicas, respondem na esfe-
ra penal? Sim, atualmente, somente em relação aos O poder legislativo: que tem de estabelecer penas
crimes ambientais. A responsabilidade penal da proporcionadas, em abstrato, à gravidade do
pessoa jurídica é prevista na Lei Ambiental, Lei nº delito.
9.605/98, em seu art. 3º. A CF prevê a possibilidade Juiz: as penas que os juízes impõem ao autor do
da responsabilização criminal da pessoa jurídica em
delito tem de ser proporcionais à sua concreta
duas hipóteses: nos crimes ambientais e nos crimes
econômicos (arts. 173 e 225, §3º, CF) mas apenas o pri- gravidade.
meiro encontra-se regulamentado e, portanto, pode
ser aplicado. Princípio da humanidade da pena ou da limitação
das penas
Princípio da Individualização da pena
Em um Estado de Direito democrático veda-se
Garante que o Direto Penal seja aplicado em cada a criação, a aplicação ou a execução de pena, bem
caso concreto, tendo em vista particularidades como a como de qualquer outra medida que atentar contra
personalidade do agente e o grau de lesão ao bem jurí- a dignidade humana. Apresenta-se como uma dire-
dico (impede, pois, a generalização da aplicação da triz garantidora de ordem material e restritiva da lei
pena). Tal princípio está expresso no art. 5º, XLVI, CF: penal, verdadeira salvaguarda da dignidade pessoal,
e se relaciona de forma estreita com os princípios da
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção culpabilidade e da igualdade.
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- Está previsto no art. 5°, XLVII, CF, que proíbe as
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviola-
seguintes penas:
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...] de morte, salvo em caso de guerra declarada;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena [...] de caráter perpétuo;
de trabalhos forçados;
A pena deve ser individualizada em três planos: de banimento;
legislativo, judicial e executório. Isto é, o princípio da cruéis.
individualização da pena se dá em três momentos na
esfera penal: Um Estado que mata, que tortura, que humilha o
cidadão não só perde qualquer legitimidade, senão
Cominação: a primeira fase de individualização que contradiz sua razão de ser, colocando-se ao nível
da pena se inicia com a seleção feita pelo legisla- dos mesmos delinquentes (FERRAJOLI, 2014).
dor, quando escolhe para fazer parte do pequeno
âmbito de abrangência do Direito Penal aquelas Princípio da adequação social
condutas, positivas ou negativas, que atacam nos-
sos bens mais importantes. Uma vez feita essa Uma conduta não será tida como típica se for
seleção, o legislador valora as condutas, apre- socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se estiver
sentando penas de acordo com a importância de acordo da ordem social da vida historicamente
do bem a ser tutelado. condicionada.
Aplicação: tendo o julgador chegado à conclusão Outro aspecto é o de conformidade ao Direito, que
de que o fato praticado é típico, ilícito e culpável, prevê uma concordância com determinações jurídi-
dirá qual a infração praticada e começará, agora,
cas de comportamentos já estabelecidos.
a individualizar a pena a ele correspondente,
O princípio da adequação social possui dupla fun-
observando as determinações contidas no art. 59
ção, acompanhe:
do Código Penal (método trifásico).
Execução Penal: a execução não pode igual para Uma delas é a de restringir o âmbito de abrangên-
todos os presos, justamente porque as pessoas não cia do tipo penal, limitando a sua interpretação, e dele
são iguais, mas sumamente diferentes, e tampou- excluindo as condutas consideradas socialmente ade-
co a execução pode ser homogênea durante todo quadas e aceitas pela sociedade.
período de seu cumprimento. Individualizar a A segunda função é dirigida ao legislador em duas
pena, na execução consiste em dar a cada preso vertentes.
as oportunidades para lograr a sua reinserção A primeira delas o orienta quando da seleção das
social, posto que é pessoa, ser distinto. -
de de proteger os bens considerados mais importantes.
Princípio da Proporcionalidade da pena ou da Se a conduta que está na mira do legislador for
razoabilidade ou da proibição de excesso considerada socialmente adequada, não poderá ele
reprimi-la valendo-se do Direito Penal. A segunda ver-
Deve existir sempre uma medida de justo equilí- tente destina-se a fazer com que o legislador repense
brio entre a gravidade do fato praticado e a sanção os tipos penais e retire do ordenamento jurídico a pro-
imposta: a pena deve ser proporcionada ou adequada teção sobre aqueles bens cujas condutas já se adapta-
à magnitude da lesão ao bem jurídico representada ram perfeitamente à evolução da sociedade.
pelo delito e a medida de segurança à periculosidade Exemplo clássico é o adultério, que deixou de
criminal do agente. ser crime no Brasil em 2005. Por outro lado, são
A observância deste princípio impede que o Direi- exemplos de condutas formalmente típicas (previstas
to Penal intervenha de forma desnecessária ou exces- em tipo legal) mas materialmente atípicas (por serem
siva na esfera individual, gerando danos mais graves socialmente adequadas/aceitas): a tatuagem e o furo
202 do que os necessários para a proteção social. para a colocação de um brinco ou de um piercing.
Nos crimes contra a Administração Pública; e
Nos delitos de transmissão clandestina de sinal de
Relacionado aos chamados crimes de bagatela, Internet via radiofrequência.
também conhecidos como delitos de lesão míni-
ma. Este é um dos princípios penais que, nos últimos Para o STF e o STJ o fato de ser reincidente não
anos, vem sendo cada vez mais discutido na doutri-
na e tratado pela jurisprudência. De forma simples, Nesse sentido, em abril, a Segunda Turma do STF,
o Direito Penal no julgamento do Habeas Corpus 181389, manteve,
não deve se preocupar com condutas incapazes de por unanimidade, decisão do ministro Gilmar Mendes
ofender de forma relevante os bens jurídicos pro- que absolveu réu reincidente condenado a um ano e
tegidos pelo tipo penal. nove meses de reclusão pela tentativa de furto de R$
4,15 em moedas e de uma garrafa de Coca-Cola, duas
de exclusão da tipicidade material, isto é, como con- de cerveja e uma de cachaça (produtos que totalizam
sequência, devem ser tidas como atípicas as ações ou R$ 29,15).
A regra é a atividade da lei penal, ou seja, sua Abolitio criminis ou Novatio Legis ou Lei
aplicação somente durante seu período de a lei nova suprime
vigência. Como exceção, temos a extratividade deixa de considerar como infração um fato que
era anteriormente punido (passa a ser considera-
para regular situações passadas (retroatividade) do atípico). Tem como consequências: por força da
ou futuras (ultratividade) retroatividade (art. 5º, XL, CF e art. 2º, caput, CP)
aplica-se a lei nova. Ocorre a extinção da punibili-
dade (é, pois, causa extintiva da punibilidade, con-
Observe o art. 2º do Código Penal: forme o art. 107, III, CP). Os agentes que estiverem
sendo processados, terão seus processos extintos,
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei já os que não tiverem ainda sido denunciados,
posterior deixa de considerar crime, cessando em terão seus inquéritos trancados. Com a abolitio cri-
virtude dela a execução e os efeitos penais da sen- minis, cessam os “efeitos penais da sentença con-
tença condenatória. denatória”. Não cessam os efeitos civis (quanto aos
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer efeitos, veremos mais adiante quando tratarmos
modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos ante- de efeitos da condenação.
riores, ainda que decididos por sentença condenató- Novatio legis in mellius: é a lei nova (novatio
ria transitada em julgado. legis) que, sem excluir a incriminação, ou seja,
sem constituir abolitio criminis, é mais favorável
ao agente (in mellius). Por exemplo quando comi-
O art. 2º refere-se apenas à retroatividade, uma vez
na pena mais branda, inclui atenuantes, permite a
que está analisando a aplicação da lei penal tomando
obtenção de benefícios como a sursis e o livramen-
por base a data do fato delituoso. Assim, temos duas
to condicional, entre outros. Tem como consequên-
situações:
cias: de acordo com o art. 5º, XL, CF e art. 2º, caput,
CP, retroage para favorecer o agente, aplicando-se
Ou se aplica regra do tempus regit actum, se for aos fatos anteriores “ainda que decididos por sen-
tença condenatória transitada em julgado”.
Se aplica a lei posterior (aquela que entra em Novatio legis in pejus: Ocorre quando a lei pos-
vigor após outra) se esta for mais benigna (retroa- terior, sem criar novo tipo incriminador, de qual-
tividade quer modo agrava a situação do agente (in pejus).
204 também de lex mitior.
Por exemplo, aumenta a pena, ou impõe uma
forma de execução mais severa (hipoteticamente -
instituindo o mesmo rigor inicial da reclusão ao
cumprimento dos crimes apenados com detenção)
Nesta hipótese, a lei melhor (lex mitior) passa a ser mais favorecer o agente deve prevalecer.
a lei anterior. A lei mais severa recebe o nome de
lex gravior (lei mais grave). Tem como consequên- Lei intermediária
cias: em relação à lei nova, aplica-se os princípios
da irretroatividade da lei mais severa. Quanto à lei O que acontece se houver uma lei intermediária,
ou seja, que entrou em vigor depois da data do fato
Novatio legis incriminadora: se dá quando a e foi revogada antes da sentença? Neste caso, deve
lei nova cria um tipo incriminador, consideran- ser aplicada em favor do réu a mais favorável delas,
do infração uma conduta considerada irrelevante mesmo que for a intermediária (também chamada de
pela lei anterior. Por exemplo, a Lei nº 10.224/01, intermédia) e não a última.
introduziu no Código Penal o art. 216-A, e criou o
tipo de assédio sexual no ordenamento jurídico Combinação de Leis
brasileiro. Tem como consequências: a nova lei
gravosa é irretroativa (art. 1º, CP). O que acontece se houverem várias leis sucessivas
e cada uma delas tem uma parte, um aspecto mais
Veja que o texto do Código Penal não menciona a favorável ao sujeito. É possível combinar várias leis,
ultratividade, ou seja, a possibilidade do juiz aplicar
uma lei já revogada. No entanto, essa aplicação pode Segundo a maior parte da doutrina, não, por violar o
- princípio da legalidade. Essa é a posição do STJ e do
te à época do fato criminoso. Veja o seguinte exemplo: STF.
em 10 de fevereiro de 2021 encontra-se em vigor a Lei
“A”, que prevê a pena mínima de 2 anos de reclusão Leis temporárias e excepcionais
para determinado crime; em 10 de março do mesmo
ano, entra em vigor a Lei “B”, que comina a pena míni- A
ma de 4 anos de reclusão para o mesmo delito. Em 10 no caso das chamadas leis intermitentes (leis tem-
de agosto, ao sentenciar, o juiz deve utilizar a Lei “A”, porárias e leis excepcionais). Veja o art. 3º, CP:
-
Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora
decorrido o período de sua duração ou cessadas as
ULTRATIVIDADE circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao
fato praticado durante sua vigência.
culdade: cabe ao juiz de 1º grau sua aplicação; em grau Ultratividade: as leis de vigência temporária
de recurso, a competência é do Tribunal; e se já transi- (excepcionais e temporárias) são ultrativas, no senti-
tada em julgado a sentença, a competência é do juiz da do de continuarem a ser aplicadas aos fatos pratica-
execução penal, de acordo com o art. 66, I da Lei de Exe- dos durante a sua vigência mesmo depois de sua auto
cução Penal (LEP). Este é o posicionamento majoritário revogação.
da doutrina e jurisprudência (Súmula 611 do STF).
Normas penais em branco e direito intertemporal
Todas as situações que vimos acima podem ser
resolvidas pela seguinte regra: A Lei só Retroage Questão interessante que diz respeito à alteração
. No entanto, como saber do complemento da norma penal em branco. 205
Primeiro vamos entender o que é norma penal Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e
em branco e ver algumas particularidades a ela rela- pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e qui-
cionadas para depois vermos sua relação com o fator nhentos) dias-multa.
“tempo”.
Norma penal em branco ou cega - No caso do art. 33 da Lei de 11.346/06, o dispositivo
nida como uma lei penal incriminadora que possui
um elemento indeterminado no que diz respeito à autorização legal ou em desacordo com determinação
descrição da conduta. Lembre-se que a norma penal -
incriminadora estabelece uma conduta (uma ação ou cias são ilícitas é encontrada em Portaria da Agência
omissão) em seu preceito primário e uma sanção Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que, por ser
penal em seu preceito secundário. Quando um tipo fonte legislativa hierarquicamente inferior, é denomi-
penal traz seu preceito primário incompleto, preci- nada norma penal em branco em sentido estrito ou
sando ser complementado por outra norma, estamos própria ou heterogênea.
diante de uma norma penal em branco ou cega. Por outro lado, temos a chamada norma penal
Vamos ver dois exemplos de norma penal em bran- em branco ao revés ou invertida ou inversa ou ao
co, o primeiro constante no art. 237 do Código Penal e avesso quando o complemento necessário se refere à
o outro no art. 33 da Lei de Drogas: sanção (preceito secundário). Um exemplo de norma
Conhecimento prévio de impedimento penal em branco ao revés é o tipo do crime de geno-
cídio, previsto na Lei nº 2.889/56, que apresenta um
Art. 237 Contrair casamento, conhecendo a exis- branco em relação à pena, sendo necessário recorrer
tência de impedimento que lhe cause a nulidade a outras leis para completar tal branco. Pode aconte-
absoluta: cer de o próprio complemento da norma incompleta
Pena - detenção, de três meses a um ano. necessitar de outro complemento, ou seja, é preciso
uma dupla complementação. Neste acaso, temos o
Neste caso, o dispositivo penal não esclarece o que que se usa chamar de normal penal em branco ao
é “impedimento que lhe cause nulidade absoluta”. O quadrado.
complemento, neste caso, deve ser buscado em fonte Ainda em relação às normas penais em branco, vale
legislativa de igual hierarquia (Lei): o branco do art. a pena lembrar que é importante saber diferenciá-las
237, CP é complementado pelas hipóteses de impe- dos tipos penais abertos. O tipo penal aberto, assim
dimento tratadas pelo Código Civil, em seu art. 1521. como na norma em branco, é uma norma incomple-
Este caso é o que se chama de norma penal em bran- ta que necessita de complementação. A diferença, no
entanto, é que no tipo penal aberto a complementação
co em sentido lato ou imprópria ou homogênea: a
é feita por meio de um juízo de valoração realizado pelo
complementação do preceito primário se faz com
juiz, isto é, o complemento vem da valoração feita pelo
auxílio de uma lei.
magistrado e não de uma outra norma.
Norma penal em branco é um assunto dos mais
Agora que já vimos o conceito de norma penal em
cobrados em concursos. É importante guardar não
branco e suas particularidades, vamos fazer uma rela-
só suas relações com o direito temporal, mas também
ção dela com a questão do direito no tempo.
Vamos voltar ao exemplo do art. 33 da Lei nº
nosso vocabulário jurídico-penal:
por exemplo, se houvesse a retirada de certa substân-
Norma Penal em Branco em Sentido Lato Homo-
vitelina: o complemento se encontra no mesmo drogas para efeito da Lei nº 11.343? Imagine um sujei-
diploma legal da norma incompleta (exemplo: to que é pego vendendo a droga “X”, que consta na
vários tipos do Código Penal tratam de crimes
cometidos por funcionário público; o conceito de drogas. Com a retirada da substância da norma com-
funcionário público é encontrado no artigo 327 do
próprio CP) Neste caso, acontecerá a
Norma Penal em Branco em Sentido Lato Hete- descriminalizando o comportamento, por força da
rovitelina: o complemento está em diploma legal abolitio criminis. Veja que o fato passa a ser atípico
diferente do da norma incompleta (exemplo: o art. não pela revogação da Lei que considerava o fato típi-
237, CP fala em impedimento que cause a nulidade co, mas sim de seu complemento.
absoluta do casamento; o complemento encontra- Tal foi o que ocorreu no caso do art. 237 do CP. O
-se no Código Civil (CC). Código Civil de 1916, em seu art. 183, VII, previa que
Quando o complemento é dado por uma norma um dos impedimentos absolutamente dirimentes era
constante da CF, temos a chamada norma penal o casamento do cônjuge adúltero com o corréu conde-
em branco de fundo constitucional (exemplo: o art. nado por tal crime. No entanto, o Código Civil de 2002
246 do CP que fala em “idade escolar”; tal conceito não trouxe tal impedimento, ocorrendo, pois, abolitio
encontra-se no art. 208, I, CF). criminis, que retroagiu em favor de eventuais réus.
A , por outro lado, não ocor-
Agora veja o caso da Lei 11.343/06 (Lei de Drogas): re quando se tratar de complementos que tenham
caráter excepcional ou temporário, como foi o
Art. 33 Importar, exportar, remeter, preparar, pro- caso, por exemplo, da Lei nº 1.521/51, a Lei de Crimes
duzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, ofe- Contra a Economia Popular: o comerciante que fosse
recer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo
ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem que o congelamento, com a respetiva revogação da
autorização ou em desacordo com determinação tabela, se encerrasse antes da conclusão do inquérito
206 legal ou regulamentar: policial ou do processo penal.
TEMPO E LUGAR DO CRIME a vítima criança ou maior de 60 anos, que contam
como agravantes; ou ser o autor menor de 21 anos,
Do tempo do crime o que vai servir como atenuante).
Como vimos anteriormente, logo em seus primei- Tempo do crime nas infrações permanentes e
ros artigos, o Código Penal se preocupa em tratar da continuadas
aplicação da lei penal no tempo. Mas qual a importân-
cia de se conhecer o tempo do crime? Nestes casos, será aplicada regra especial, que
Determinar o tempo do crime é essencial, em pri- consta na Súmula 711 do STF: “A lei penal mais grave
meiro lugar, para saber que lei será aplicada no aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente,
caso concreto. Da mesma forma, é imprescindível se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade
para (que
ou da permanência”.
pode ser menor de 18 no momento da conduta),
Crime permanente é aquele cuja consumação
as circunstâncias do tipo penal, -
se prolonga no tempo pela vontade do sujeito ativo
ção, dentre outros aspectos.
como, por exemplo, no caso de um sequestro. Neste
Existem três teorias que podem ser consideradas
caso, é considerado tempo do crime todo o período em
para se determinar o tempo do crime:
que se desenrolar a atividade criminosa. Assim sen-
do, se um sequestrador, menor de 18 anos quando do
TEORIA DA Considera-se praticado o crime início da prática do crime atinge a maioridade ainda
ATIVIDADE no momento da conduta. com o delito em curso, é considerado imputável para
TEORIA DO Considera-se praticado o crime
RESULTADO no momento do resultado. Por sua vez, crime continuado -
São quatro os princípios que solucionam o con- Durante o parto ou logo após
:
Assim, estando presentes as especializantes, o
Especialidade;
Subsidiariedade; que se evite a dupla punição (bis in idem). Em outras
Consunção (ou absorção);
Alternatividade (este último não é unânime entre norma especial, afasta-se a geral e aplica-se a especial.
os autores, conforme veremos ao estuda-lo). Note que no exemplo colocado acima, ambos dis-
positivos se encontram dispostos na mesma lei (CP).
- Pode ocorrer, no entanto, de estarem contidas em leis
-se analisar se não é o caso da ocorrência de suces- distintas, como nos exemplos abaixo. Observe, res-
são temporal de leis. Ou seja, a primeira “peneira” pectivamente os tipos penais do homicídio culposo,
previsto no Código Penal, e o homicídio culposo na
leis no tempo, que são solucionados pelo princípio direção de veículo automotor, que consta do Código
de que lei posterior revoga lei anterior (lex posterior de Trânsito Brasileiro (CTB):
derogat priori). Por exemplo, a Lei “A” regra determi-
nada situação; Lei “B”, posterior, revogando a lei mais Art. 121 Matar alguém:
antiga, passa a viger tratando do mesmo conteúdo; [...]
Homicídio culposo
sim aplicação das regras relativas à lei penal no tempo § 3º Se o homicídio é culposo (Vide Lei nº 4.611, de
vistas anteriormente. 1965)
Uma corrente minoritária de autores inclui a Pena – detenção, de um a três anos.
sucessão temporal de leis como um princípio de solu- Praticar homicídio culposo na direção de
veículo automotor.
Prof. Guilherme Nucci, que o apresenta como “critério
da sucessividade”). Pode ocorrer também, que a relação entre norma
Vamos agora, analisar detalhadamente cada um geral e especial ocorra “dentro” de determinados cri-
deles. mes que apresentem um tipo simples e formas típicas
-
Princípio da Especialidade
que deriva daquele. Nesses termos, o furto simples
(art. 155, caput) é excluído pelo privilegiado (art. 155,
Lei especial afasta a aplicação de lei geral (lex spe-
§ 2o); o estelionato simples (art. 171, caput) é excluído
cialis derogat generali), como, a propósito, encontra-se
previsto no art. 12 do Código Penal:
Veja que há um só fato. No exemplo da morte cau- Trata-se do princípio segundo o qual o fato previs-
sada por disparo de arma de fogo, o fato (disparo que to por uma lei está, igualmente, contido em outra de
acaba matando) é maior do que a norma subsidiara maior amplitude, aplicando-se somente esta última.
(mero disparo), só podendo, portanto, se encaixar na Os fatos menos amplos e menos graves servem como
norma principal (mais ampla). preparação ou execução ou mero exaurimento.
A subsidiariedade se apresenta nas seguintes formas: Ou seja, ocorre a consunção ou absorção, quando:
A distinção pode ser feita de duas maneiras: exemplo, o agente que toca o corpo da vítima e, na
mesma linha de desdobramento, praticar a conjun-
Na especialidade: há relação entre o fato descrito
pela norma genérica e o estabelecido pela especial absorvidos. Já no caso do fato posterior não punível, o
(relação de gênero e espécie); na subsidiariedade exemplo clássico é o do sujeito que furta determinada
não existe essa relação; coisa e em seguida a destrói: vai responder somente
Na subsidiariedade: quando se afasta a incidên- pelo furto.
cia da norma primária a pena do tipo subsidiário Em relação ao princípio da consunção, duas ques-
pode ser aplicada, como um ‘soldado de reserva’ e tões são recorrentes em concursos:
aplicar-se 209
A primeira diz respeito ao porte ilegal de arma Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
de fogo, disparo de arma de fogo e homicídio convenções, tratados e regras de direito internacio-
doloso: se tudo ocorreu no mesmo contexto fático nal, ao crime cometido no território nacional.
(mesmo desdobramento, ou seja, o agente só por-
tou irregularmente a arma e a disparou pois tinha O princípio da territorialidade
penal de um país só é aplicável no território do Estado
a intenção de matar alguém) o homicídio absorve
que a editou, sem se preocupar com a nacionalidade
os anteriores; e
do sujeito ativo (autor) ou passivo (vítima).
A segunda é relacionada aos crimes de falsida- O princípio da territorialidade pode se dar de duas
de e estelionato: neste caso, basta observar o que formas:
-
ca documento para aplicar um golpe, o estelionato De forma absoluta (princípio da territorialidade
absoluta) quando somente a lei penal do país é
aplicável aos crimes cometidos em seu território
E lembre-se: em qualquer situação, para que haja nacional; e
consunção é imprescindível que os fatos de deem den- De forma temperada, relativizada ou mitigada
tro do mesmo contexto. (princípio da territorialidade temperada) quan-
- do a lei penal nacional é aplicada via de regra ao
cípio da consunção é da de um peixão, que engole crime cometido no território nacional, mas, excep-
um peixinho que engole o girino: isto é, o homicídio cionalmente, por força de tratados e convenções
absorve as lesões graves, que absorvem as lesões leves internacionais, a lei estrangeira é aplicável a deli-
tos praticados em território nacional
que, por sua vez, absorvem as vias de fato.
Como regra, o Brasil adota o princípio da territoria-
Princípio da Alternatividade lidade temperada e 4 outros princípios como exceção:
O último dos princípios é do da alternatividade e é Real ou de proteção ou da defesa: art. 7º, I e §3º,
aplicado quando há a prática, no mesmo contexto fáti- CP (exceção: extrataterritorialidade). A lei penal
co, dos crimes de conteúdo múltiplo ou variado ou leva em conta a nacionalidade do bem jurídico
plurinuclear, que são os crimes que descrevem várias lesado pelo delito, sem se importar com local de
condutas no mesmo artigo, ou seja, contém vários ver- sua prática ou da nacionalidade do sujeito ativo.
bos como núcleos do tipo. Um exemplo desse tipo de Justiça penal universal ou princípio universal
crime encontra-se no art. 33, caput, da Lei de Drogas: ou da universalidade da justiça cosmopolita,
ou da jurisdição mundial ou da repressão uni-
Art. 33 Importar, exportar, remeter, preparar, pro- versal ou da universalidade do direito de punir:
duzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, ofe- art. 7º, II, a (exceção: extrataterritorialidade). Cada
recer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, Estado tem o poder de punir qualquer crime, inde-
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo pendentemente da nacionalidade do autor ou da
ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem vítima ou, ainda, do local da sua prática. Basta que
autorização ou em desacordo com determinação o criminoso esteja dentro do território do país.
legal ou regulamentar Nacionalidade ativa ou princípio da personali-
dade: art. 7º, II, b (exceção: extrataterritorialida-
de). Segundo o princípio da nacionalidade, a lei
Note que são dezessete verbos (núcleos diferen-
penal do Estado se aplica a seus cidadãos onde
tes): pelo princípio da alternatividade, se o agente
quer que se encontrem. O Brasil adota a naciona-
pratica mais de um verbo, no mesmo contexto fático, lidade ativa, que impõe a aplicação da lei nacional
só responderá por um único crime (por exemplo, se o ao cidadão que comete crime no estrangeiro não
sujeito oferece e ministra). importando a nacionalidade da vítima.
Representação ou pavilhão ou bandeira: art. 7º,
LEI PENAL NO ESPAÇO II, c (exceção: extrataterritorialidade). Ficam sujei-
tos à lei do Brasil os delitos cometidos em aerona-
Lugar do Crime, Territorialidade e ves e embarcações privadas, quando ocorridos no
Extraterritorialidade da Lei Penal estrangeiro e aí não venham lá a ser julgados
Ao estudar, nos arts. 5º a 8º do CP, a aplicação da O texto do art. 5º fala em território. O território que
lei penal no espaço vamos tratar do lugar de incidên- nos interessa é o território jurídico, ou seja, o espaço
cia da legislação penal brasileira, ou seja, ONDE ela é em que o Estado exerce sua soberania. O território
nacional é composto pelas seguintes partes:
aplicada. Não vamos ver, neste momento, regras de
competência, que se encontram nos arts. 70 e seguin-
o solo;
tes do Código de Processo Penal (CPP).
o subsolo;
o espaço aéreo correspondente;
Territorialidade os cursos d’água internos (rios, lagos, mares inte-
riores); e
O princípio adotado para tratar do âmbito da apli- o mar territorial, assim entendido como a faixa
cação da lei penal brasileira é o princípio da Territo- de mar exterior que compreende as 12 milhas
210 rialidade, que se encontra disposto no art. 5º do CP: marítimas medidas a partir da linha do baixa-mar
do litoral continental e insular brasileiro, de acor- Para solucionar tais situações, existem três teorias:
do com as referências contidas nas cartas náuticas
brasileiras (art. 1º da Lei nº 8.617/93). Extraterritorialidade
Em relação aos rios internacionais que constituem Extraterritorialidade é a aplicação da lei brasilei-
limites entre dois países, normalmente existe tratado ra aos crimes cometidos fora do Brasil. Sua sistema-
sobre o tema que ou determina que a divisa se encontra tização se encontra nos arts. 7º e 8º do CP.
na linha mediana do leito do rio ou que a divisa acom-
panhe a linha de maior profundidade da corrente. Se o
rio não for divisa, mas sucessivo, como o Amazonas, é Para proteger certos bens jurídicos (como, por
indiviso, e cada Estado exerce soberania sobre ele. exemplo, o patrimônio público);
No caso dos lagos, salvo acordo em contrário, o limite Para impedir que certos delitos -
ta da lei penal. Não se aplica a extraterritorialidade a
do lago ou lagoa, que separa dois ou mais Estados. todas as infrações penais (crimes e contravenções):
Sujeitos do crime -
ção, seja pela doutrina ou pela lei. Assim temos:
Antes de analisarmos os elementos do crime é
É o nome que a lei dá (nomen juris). Por exemplo,
crime. “ofender a integridade corporal ou a saúde de
Sujeito ativo é quem pratica o fato descrito na nor- outrem” é chamada pelo art. 129, CP de “lesão
ma penal incriminadora. O crime é uma ação huma- corporal”.
na, sendo que apenas o ser humano pode delinquir. Que são os nomes dados pela doutrina aos fatos
Animais e entes inanimados não possuem capacidade criminosos. Por exemplo: crime de mera conduta,
penal (conjunto de condições necessárias para que crime permanente, crime próprio etc.)
um sujeito possa ser titular de direitos e obrigações É o nome dado à modalidade a que o fato pertence:
na esfera penal). crime ou contravenção. Por exemplo, “homicídio” é
crime, enquanto o “jogo do bicho” é contravenção.
Importante!
para facilitar o estudo e o entendimento dos tipos
A Constituição Federal prevê nos arts. 173, § 5º, penais incriminadores. No entanto, existem muitos
e 225, § 3º, que a legislação ordinária estabeleça -
a punição da pessoa jurídica nos atos cometidos tiva, uma vez que os estudiosos do Direito Penal ao
contra a economia popular, a ordem econômica sistematizarem a matéria, acabam por criar novas
- nomenclaturas.
nas a Lei nº 9.605/98, Lei de Proteção Ambiental As principais são:
prevê essa responsabilidade. Ou seja, a pessoa
jurídica responde por crime ambientais. Crimes comuns e especiais
espe-
Existem várias nomenclaturas em lei para se refe- ciais, são os descritos no Direito Penal Especial.
rir ao sujeito ativo: “agente” (por exemplo, nos arts.
14, II; 15; 18, I e II; 19; 20, § 3º; 21, parágrafo único; CRIMES COMUNS (QUANTO AO AGENTE) E
23, caput e parágrafo único; 26, caput e parágrafo PRÓPRIOS
único, todos do CP); “indiciado”, na fase do inquérito;
acusado, denunciado, réu durante a fase processual; Crime comum é aquele que pode ser praticado por
“sentenciado”, “preso”, “condenado”, “detento” ou qualquer pessoa (furto, homicídio etc.). Crime próprio é
“recluso”, para aqueles que já foram condenados. o que só pode ser cometido por um agente com qualida-
Usa-se, ainda, sob o ponto de vista biopsíquico, as des especiais (uma condição jurídica, como ser funcioná-
expressões “criminoso” ou “delinquente”.
Por outro lado, sujeito passivo é entendido como como médico; ou natural, como no caso da gestante.
o titular do bem jurídico cuja ofensa fundamenta o Dentro do contexto dos crimes próprios há uma cate-
crime. Existem duas espécies; goria chamada crimes de mão própria ou de atuação
pessoal, que são os que só podem ser cometidos pelo
Sujeito passivo formal ou constante ou geral ou agente em pessoa, de forma direta, como por exemplo
genérico: é o Estado; no caso de falso testemunho (a testemunha não pode
Sujeito passivo material ou eventual ou particu- mentir por meio de outro sujeito). O crime de mão pró-
lar ou acidental: o titular do interesse protegido pria admite participação, mas não coautoria.
DIREITO PENAL
É importante salientar que pessoa incapaz pode Crime de dano é o que apenas se consuma quando
ser sujeito passivo do crime (recém-nascido, menor ocorre a efetiva lesão ao bem jurídico (como no homi-
cídio, nas lesões corporais). Crime de perigo são os
É possível ser sujeito passivo mesmo antes de nascer, que se consumam com a mera possibilidade do dano
pois o feto tem direito à vida, bem jurídico protegido (como, por exemplo, na rixa, art. 137, CP e no incên-
pela punição do aborto (arts. 124, 125 e 126, CP). Pes- dio, art. 250, CP).
soa morta e animais não podem ser sujeitos passivo, 213
Os crimes de perigo, por sua vez, subdividem-se em: culposa; resultado naturalístico; relação de causalida-
de ou nexo causal; e tipicidade), Ilícito (antijurídico)
Crime de perigo presumido (ou abstrato) e crime e Culpável (imputabilidade; exigibilidade de conduta
de perigo concreto: No presumido ou abstrato o diversa e potencial consciência da ilicitude).
perigo é presumido pela lei. Basta a ação ou omis- Fator importante a ser lembrado quando se fala nes-
são (exemplo, art. 135, CP; art. 306, CTB e arts. 14 ta teoria, é que o Dolo e a Culpa integram o fato típico.
ao 16 do Estatuto do Desarmamento). Já o concreto -
depende de prova efetiva de perigo (exemplo, no tico de crime é composto pelos seguintes elementos:
crime de exposição ou abandono de recém-nasci-
do, art. 134, CP)
ANTIJURÍDICO
Crime de perigo individual e crime de perigo FATO TÍPICO
(OU ILÍCITO)
CULPABILIDADE
comum (coletivo). Perigo individual é o que coloca
em risco de dano o bem jurídico de uma só pessoa Conduta Contrariedade Juízo de reproba-
ou de grupo determinado de pessoas (por exem- Resultado ao ordena- bilidade formado
plo, perigo de contágio venéreo, art. 130, CP). Já no Nexo causal mento jurídico pela:
perigo comum ou coletivo o risco atinge um núme- Tipicidade imputabilidade;
ro indeterminado de pessoas (como no delito de exigibilidade
incêndio, art. 250, CP). de conduta diver-
sa; e
Crimes comissivos e omissivos potencial
consciência da
Crime comissivo é aquele que implica em uma ilicitude.
ação, um fazer do sujeito; já o crime omissivo, carac-
teriza-se por um não-fazer. Vamos agora estudar os elementos do crime, de
Dividem-se nas seguintes modalidades: forma separada, assim como suas causas de exclusão.
Brasil por doutrinadores como Damásio E. De Jesus, A conduta é toda ação ou omissão humana, cons-
Júlio Fabrinni Mirabete e Miguel Reale Júnior, dentre
outros penalistas. A conduta pode se realizar:
-
Por uma ação (um fazer, um comportamento posi-
o Crime é tivo); ou
214 Fato Típico (seus elementos são: conduta, dolosa ou Por uma omissão (um não fazer, uma abstenção).
Culpa
conduta criminosa; é essencial conhecer a -
lista da conduta, elaborada por Hans Welzel e sobre a A culpa, por sua vez, não exige a intenção do agen-
adotada te de agredir a norma, mas ele acaba agindo de forma
descuidada para com o bem jurídico. No crime culpo-
pelo cp como vimos, a conduta precisa ser ou dolosa ou
so, o resultado ilícito não é desejado, mas é previsível
culposa, ou seja, dolo e culpa, integram o fato típico
e poderia ter sido evitado. Tal descuido se concretiza
(estão dentro da conduta, que é um de seus elementos). por meio da negligência, imprudência ou imperícia
(espécies de culpa, conforme o art. 18, II, CP).
Mas o que são dolo e culpa?
Imprudência: é a forma ativa de culpa em que
Ainda dentro do estudo da conduta, vamos estabe- o agente executa um comportamento sem caute-
lecer os conceitos de dolo e de culpa, essenciais para la (de forma precipitada ou com insensatez). Ex.:
o entendimento do próprio conceito de crime. Vamos, o sujeito que dirige em alta velocidade dentro da
em primeiro lugar ao Código Penal cidade, onde pedestres por todos os lados.
está disposto sobre o dolo e a culpa. Negligência: é a forma passiva de culpa em que o
causalidade
ter praticado o crime de furto (art. 155, CP) ou de apro-
priação de coisa achada (art. 169, II, CP). Trata-se do elo que une a causa ao resultado e
São elementos do dolo: encontra-se expressamente previsto no art. 13, CP:
MODIFICAÇÃO DA
Desistência Voluntária Só responde pelos atos já praticados
VONTADE DO AGENTE
O arrependimento posterior é uma causa obrigatória Após este introito, acredito que você já deve pos-
de diminuição de pena para os crimes praticados sem suir uma noção do que é um erro. Agora iremos apro-
violência ou grave ameaça dolosa à pessoa, nos quais o fundar nos conceitos de erro de tipo escusável e erro
prejuízo é reparado por ato voluntário do infrator até o de tipo inescusável.
momento do recebimento da denúncia ou queixa.
O art. 16, do CP, estabelece redução de um a dois
terços, e prevalece que a redução será tanto maior ERRO ESCUSÁVEL ERRO INESCUSÁVEL
quando mais célere a reparação.
É aquele que deriva de fato É aquele que deriva de
Casos excepcionais de arrependimento posterior no imprevisível e que pelas fato evitável e que pelas
Código Penal circunstâncias concre- circunstâncias concretas
tas qualquer pessoa de qualquer pessoa de dis-
A reparação do dano no crime de estelionato por discernimento mediano cernimento médio teria
meio de cheque, até o recebimento da denúncia, tem incorreria em tal erro. Por percebido o equívoco e te-
efeito diverso. consequência, neste caso ria assim o evitado. Esta
No peculato culposo (art. 312, § 2.º, do CP), a repa- exclui-se o dolo – por ine- espécie de erro é conhe-
xistir o elemento vontade cida também por
punibilidade, e se posterior ainda reduz a pena em – e a culpa, por ser imprevi- , pois re-
metade (art. 312, § 3.º, do CP). sível. Esta espécie de erro cai sobre circunstâncias
também pode ser concei- fáticas de uma causa de
tuada como -
CRIME DOLOSO E CRIME CULPOSO
pois cludente de ilicitude (tipo
recaí sobre uma situação penal permissivo).
O Referido Assunto Já Foi Abordado Em “Tipicidade”.
fática elementar do crime.
ERRO DE TIPO
Agora, vamos ao estudo do que dispõe o artigo 20,
do Código Penal Brasileiro:
Como bem explicam André Estefam e Victor Eduar-
do Gonçalves1, o erro, corresponde à falsa percepção
da realidade dos fatos, ou seja, há uma percepção Erro sobre elementos do tipo
errônea pela qual o agente que comete o fato acre-
dita piamente não estar diante de um dos elementos Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo
essenciais que constituem o crime. Exemplo, Carol legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição
pega a chave do carro de Josiane, acreditando que a por crime culposo, se previsto em lei.
DIREITO PENAL
1 Estefam, André ; Gonçalves, Victor Eduardo Rios Direito penal esquematizado® – parte geral / André Estefam; Victor Eduardo Rios Gonçalves.
– Coleção esquematizado ® / coordenador Pedro Lenza - 9. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, p. 516, 2020. 217
Pela redação do artigo 20 é possível aferir que o error
erro de tipo pode ou não excluir o dolo, isto é, o ele- in persona ou, ainda, por erro de tipo acidental. No
mento vontade. Mas qual é a importância da vonta- erro sobre a pessoa existe o crime, o agente quer o
de para o estudo do erro de tipo? Tal elemento é de resultado, todavia confunde a pessoa visada, isto é,
fundamental importância, uma vez que se inexistir a quem ela queria realmente atingir. Por esta razão,
forma culposa de algum crime, o agente que praticou nesta hipótese inexiste isenção de pena.
o fato não cometerá crime algum, a contrário sensu, erro de tipo
se existir forma culposa este agente será punido pela acidental erro na execução, apesar de
prática do crime na sua forma culposa. muito parecidos são conceitos distintos, a diferença
O parágrafo §1º do citado artigo dispõe sobre as principal desta última é que, como o próprio nome
discriminantes putativas. A palavra putativa deve ser diz, o erro é na execução. Exemplo: por não saber
entendida no sentido de aparentar ou parecer. Por atirar acerta pessoa diversa.
exemplo: Vamos para tabela:
Catarina foi ameaçada por Beatriz, que disse que ERRO DE TIPO ACI-
ERRO DE TIPO ACIDEN-
iria lhe dar uma facada. A partir deste dia, Catari- DENTAL QUANTO À
TAL QUANTO À PESSOA
na, assustada pelas ameaças de Beatriz, passou a EXECUÇÃO
andar sempre com um canivete de bolso. Na sema-
na seguinte, Catarina desapercebida se encontra O agente confunde a pes- O erro do agente ocorre
com Beatriz numa rua sem saída. Beatriz então, soa que queria atingir. no ato da execução. Ex.
com movimentos suspeitos, inclina-se para dar um no manuseio da arma.
-
do de desculpas. Mas Catarina desfere de imediato Para sua prova é extremamente importante que
uma facada em Beatriz. você saiba que em ambas são desconsideradas as qua-
lidades da pessoa que foi efetivamente atingida pelo
Estamos aqui, diante de uma tese de legítima defesa erro e consideradas as qualidades da pessoa que o
putativa. A verdade é que havia uma falsa percepção de agente realmente queria atingir.
realidade, que se passava somente na mente de Catari- Mas no que isso importa para o direito? Novamen-
na, que acreditava que seria esfaqueada por Beatriz. te para explicação, iremos estudar um exemplo.
Como veremos no próximo parágrafo, do mes-
mo artigo, o erro também pode ser determinado por Mévio é casado com Clara, os dois possuem uma
terceiro. relação bastante conturbada. Mévio, prevalecendo
de relações domésticas, muito nervoso por certa ati-
Erro determinado por terceiro tude de Clara, dispara diversos tiros em sua direção,
acertando o seu vizinho Joãozinho, que passava pelo
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina local. Joãozinho, veio à óbito.
o erro.
Nesta situação, Mévio mesmo tendo acertado um
Para entender este dispositivo nada melhor que homem responderá por feminicídio, pois apenas se
um clássico exemplo: consideram as qualidades da vítima que realmente
queria atingir.
Temos ainda o erro de tipo acidental sobre o objeto
anos de idade, no entanto aparenta ser mais velha, (error in objecto), -
podendo ser facilmente confundida por uma pessoa ria. Aqui, como diz o próprio nome, o erro ocorre sobre
maior de idade. Maciel sempre frequenta determi- o objeto visado. Ex. Mário vai a uma joalheria e furta um
nado bar, por isso já é conhecido pelo garçom, que colar que acredita ser de diamantes, mas ao chegar em
como de costume lhe serve um chopp. Certo dia, casa descobre que em verdade trata-se de uma bijuteria
barata. Neste caso, não haverá exclusão de dolo, culpa,
de prontidão lhe serve o seu chopp, mas Maciel tampouco isenção de pena. Respondendo Mário pelo cri-
pede mais um para Carolina. me de furto consumado (art. 155, do Código Penal).
delas, o fato permanece típico, mas não há crime: mesma forma que a anterior, não pode ser ilícita a
excluindo-se a ilicitude, e sendo ela requisito do cri- conduta daquele que age estritamente exercendo
- direito seu.
cia, o sujeito deve ser absolvido.
O art. 23 do CP apresenta as causas de exclusão da Causas supralegais de exclusão da antijuridicidade
antijuridicidade:
Existem condutas consideradas justas pela cons-
Estado de necessidade; ciência social que não se encontram previstas nas
Legítima defesa; causas de exclusão da antijuridicidade elencadas no
221
art. 23, CP. Nesse sentido, a doutrina aponta que o con- Doença mental
sentimento do ofendido (fora das hipóteses em que o
- Doença mental pode ser conceituada como o qua-
ca), pode vir a excluir a ilicitude, caso se praticado em dro de alterações e doenças psíquicas que retiram do
indivíduo a faculdade de controlar e comandar a pró-
tatua o corpo de outras pessoas, praticando conduta pria vontade. Importante esclarecer que a dependên-
típica de lesões corporais, que, no entanto, são lícitas
se presente o consentimento do ofendido. quando retira a capacidade de entender ou querer.
Ao reagir à agressão injusta que está sofrendo, ou Por desenvolvimento mental incompleto se
em vias de sofrê-la, em relação ao meio usado o agen- entende as limitações na capacidade de compreensão
te pode encontrar-se em três situações diferentes: da ilicitude do fato ou a incapacidade de se autodeter-
minar de acordo com o entendimento (precário) uma
Usa de um meio moderado e dentro do necessário vez que o sujeito ainda não atingiu maturidade (seja
para repelir à agressão. física ou mental). São causas:
Estará agindo com excesso o agente que intensi- potencialidade jamais será atingida. Os inimputáveis
- aqui tratados não possuem condições de entender o
crime que cometeram.
culposo. O agente responderá pela conduta constituti-
va do excesso. Como acabamos de ver, ao menor de 18 anos se
aplicam regras próprias. Ao completar 18 anos, a lei
presume que todos os indivíduos são imputáveis.
Porém, tal presunção é relativa, ou seja, é passível de
CULPABILIDADE aferição. Assim, existem três possíveis critérios para a
se de acordo com esse entendimento. ilícita. Neste caso, o Juiz anos podem dirigir – vem
poderá diminuir a pena de visitar o Brasil e é parado
Adoção do critério psicológico. A embriaguez um sexto a um terço. numa , embora ainda
admite qualquer meio probatório fosse possível saber que
Já na embriaguez acidental fortuita, decorrente no Brasil não é permiti-
de caso fortuito ou de força maior, que ocorre, por do dirigir aos 16 anos,
exemplo, quando o agente não conhece o caráter era extremamente difícil
alcoólico da bebida ou o agente é forçado a ingerir a exigir que este tivesse
bebida, adota-se o critério psicológico. Porém, não conhecimento.
basta estar embriagado fortuitamente. 223
O homicídio simples só será crime hediondo quan-
CRIMES do praticado em atividade típica de grupo de extermí-
nio, ainda que cometido por um só agente, conforme
CRIMES CONTRA A PESSOA art. 1º, I, primeira parte, da Lei nº 8.092/1990.
Atenção: o art. 1º, I, segunda parte, da Lei nº
Crimes Contra a Vida 8.092/1990, com redação dada por meio da Lei nº
vida. O alguém, previsto na conduta, necessariamen- Relevante valor social – possível e compreensível
te, deve ser a pessoa humana. para a sociedade. Ex.: indivíduo acaba com a vida
Homicídio simples (art. 121, caput, do CP); Sobre o homicídio privilegiado, algumas conside-
Homicídio privilegiado (art. 121, §1º, do CP); rações são muito importantes para a sua prova:
Homicídio culposo (art. 121, §3º, do CP). Não é considerado crime hediondo;
Não se comunica para coautores ou partícipes.
Veremos a seguir cada um deles.
O crime de homicídio é cometido por 2 (dois) agen-
Homicídio simples tes (Vicente e Gabriel). Gabriel o pratica sob o domínio
de violenta emoção, logo em seguida a injusta provo-
O Homicídio simples está previsto no caput do arti- cação da vítima; Vicente, não. Nesta hipótese, Gabriel
go 121. responderá por homicídio privilegiado e Vicente por
- Homicídio.
-
dora (que veremos a seguir) seja aplicada. Podemos
entender, então, que o homicídio simples é residual.
Será simples o homicídio quando ele não for
-
Sobre o homicídio simples, a informação mais
são fatores que tornam a conduta praticada pelo agen-
importante é que, em regra, ele não é crime hedion-
te, de alguma forma, mais reprováveis por parte da
do, entretanto, se for praticado em atividade típica de
-
grupo de extermínio, ainda que cometido por um só
agente, será crime hediondo. vista entre 12 (doze) e 30 (trinta) anos.
224
O Código Penal, em seu Artigo 121, § 2º, estabelece
Agora, vamos esclarecer cada um dos incisos do IV. À traição, de emboscada, ou mediante
§2º, do art. 121, do CP:
Se o homicídio é cometido:
motivo torpe: mediante paga ou promessa de recom- V. Para assegurar a execução, a ocultação, a impu-
pensa. Os demais casos de torpeza serão interpreta-
dos analogicamente pela autoridade judicial.
O homicídio praticado mediante paga ou promessa -
de recompensa é conhecido doutrinariamente como cídio para, de alguma forma, garantir uma vantagem
homicídio mercenário. relacionado a um outro crime. A doutrina chama esta
cadora de natureza pessoal, que não irá se comunicar que o crime anterior ou posterior pode ter sido prati-
automaticamente ao mandante do crime, responden- cado por uma outra pessoa, não existindo a obrigato-
- riedade de que seja o próprio autor do homicídio.
vo que o levou a pagar pela morte da vítima.
Assim, por exemplo, se Alessandro, que tem a VI. Contra a mulher por razões da condição de sexo
intenção de matar um desafeto, chamado Antoniel, feminino.
pagar R$ 1.000,00 (mil reais) a Fabrício, para que este
- Fique atento, pois este dispositivo tem grande
cio, já para Alessandro, o mandante, o homicídio não incidência em provas de concursos públicos. Estamos
falando do feminicídio. 225
Você acertará todos os itens correspondentes Observe que Ciclano não queria a morte de Beltra-
quando entender que nem toda morte de mulher será no, nem assumiu o risco de matá-lo, mas, por ter sido
considerada feminicídio, mas sim a morte de mulher imprudente (praticado uma ação não recomendável),
praticada devido a sua condição de sexo feminino. acabou causando a morte da vítima.
O Código Penal estabelece que se considera que há
razões de condição de sexo feminino quando a morte A negligência
da mulher envolver violência doméstica ou familiar ou é omisso ou relapso. Ele não faz algo que a vida em
menosprezo ou discriminação à condição de mulher. sociedade recomenda.
A imperícia é a falta de aptidão técnica para o
desempenho de determinada atividade.
mulher devido à violência de gênero e não quando
ocorrer a morte da mulher em qualquer situação. Nos exemplos a seguir, que a doutrina apresen-
ta com mais frequência, poderemos ver a diferença
VII. Contra autoridade ou agente descrito nos arts. entre a negligência e a imperícia.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do Ex.: Adolfo é médico cirurgião. Certo dia, ao fazer
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança uma cirurgia renal, ele deixa um bisturi dentro do
Pública, no exercício da função ou em decorrência paciente, que vem a óbito.
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou paren- Ex.: Teobaldo é médico clínico geral em período de
te consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa residência. Ele vai fazer uma cirurgia renal, erra no
condição. procedimento e a vítima morre.
No primeiro exemplo: Adolfo irá responder por
homicídio culposo por negligência. Observe que ele é
contra os seguintes agentes ou autoridades: médico cirurgião, logo, tem perícia para a realização
de cirurgias, mas foi omisso ao esquecer o equipa-
Integrantes das Forças Armadas (Marinha, Exérci- mento dentro do paciente.
to ou Aeronáutica) No segundo exemplo: Teobaldo irá responder por
Integrantes dos órgãos de segurança pública: Polí- homicídio culposo por imperícia, já que faltava a ele
aptidão necessária para realizar perícias.
cia Federal; Polícia Rodoviária Federal; Polícia
No caso do homicídio culposo, é possível a aplica-
Ferroviária Federal; Polícias Civis; Policiais Milita-
ção do instituto do perdão judicial, previsto no Arti-
res; Corpo de Bombeiros Militares; Polícias Penais
go 121, § 5° do Código Penal: o juiz poderá deixar de
federal, estadual e municipal. aplicar a pena, se as consequências da infração atingi-
rem o próprio agente de forma tão grave que a sanção
penal se torne desnecessária.
a sua prova que não é a morte de qualquer dos agen- Você pode entender a aplicação do perdão judicial
ao seguinte caso: pai que, por imprudência, provoca
homicídio, mas sim se a morte deles for praticada no -
exercício da função (enquanto eles trabalham) ou em te caso, as consequências da infração penal (homi-
razão da função (devido ao cargo que eles ocupam ou cídio) atingem o pai de forma tão grave (a morte de
função que eles exercem).
- penal, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.
cídio for praticado contra o cônjuge, companheiro O instituto do perdão judicial se aplica apenas aos
ou parente consanguíneo até o 3º (terceiro) grau dos casos de homicídio culposo.
agentes ou autoridades que vimos acima, também Falaremos agora das causas de aumento de pena
motivado pela função que os agentes ou autoridades aplicadas ao homicídio.
exercem.
Homicídio majorado
É possível que o homicídio seja privilegiado e qua-
Para facilitar nosso estudo, veremos as causas de
aumento de pena aplicadas ao homicídio doloso e, em
seja de natureza objetiva, ou seja, relacionada aos seguida, as aplicadas ao homicídio culposo.
meios empregados pelo agente para executar o crime. Causas de aumento de pena aplicáveis ao homicí-
Segundo a doutrina majoritária, o homicídio pri- dio doloso:
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se tem o necessário discernimento para a prática do ato,
ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
material para que o faça: resistência, responde o agente pelo crime lesão corpo-
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. ral gravíssima.
tentativa para o induzimento, instigação ou auxílio ao O estado puerperal é uma alteração emocional
suicídio. pela qual passam algumas mães durante o período
Pois bem, hoje, a lei diz que o crime de induzimen- correspondente ao parto.
to, instigação ou auxílio ao suicídio e, agora, da auto-
jurisprudência, sobre quanto tempo dura este estado
mutilação admite tentativa.
DIREITO PENAL
puerperal.
Porém, em caso de consumação do suicídio ou da
automutilação resultar morte, a pena prevista é de
Que a conduta seja praticada durante ou logo após
reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
o parto.
estado puerperal, tiver outra causa de semi imputabi- Processos químicos: introdução de certas subs-
lidade, consistente em perturbação da saúde mental, tâncias químicas no organismo, como o fósforo,
que não lhe retire a inteira capacidade de entendi- chumbo, álcool, ácido etc.;
mento ou autodeterminação, deverá ser aplicada a Processos físicos mecânicos: curetagem, jogos
regra do parágrafo único do art. 26 do Código Penal, esportivos, quedas voluntárias, etc.;
ou seja, a pena do infanticídio poderá ser reduzida de Processos físicos térmicos: bolsas de água quente
um a dois terços, ou poderá ser substituída por medi- e bolsas de gelo;
da de segurança. Processos psíquicos: susto, sugestão, induzimento
de terror, etc.
Homicídio, art. 121, do CP.
O crime de aborto admite tentativa, na hipótese
pelo estado puerperal. em que se emprega meios abortivos, mas não sobre-
vêm a morte do feto por circunstâncias alheias a von-
Infanticídio, art. 123, do
tade do agente.
CP.
Há quatro modalidades de aborto:
puerperal.
Expresso, também conhecido de real, ocorre quan- Perigo real à vida da gestante;
do a gestante se opõe ao aborto, mas é vencida pela Que não haja outro meio de salvar-lhe a vida;
violência física, grave ameaça e fraude, ou seja, res- Execução por médico.
pectivamente, chute na barriga, ameaça de matar a
gestante se não abortar e colocar substância abortiva O aborto necessário exige perigo à vida, e não saú-
na alimentação da gestante, sem consentimento da de, da gestante.
vítima, mãe. Quando chamado de terapêutico tem efeito curati-
Presumido é quando a gestante está incapaz de
consentir nas formas previstas no parágrafo único do
art. 126, do CP: Aborto sentimental ou humanitário ou ético
O art. 127, do CP, estabelece duas hipóteses de incapaz, de seu representante legal;
Execução por médico, se praticado por outras pes-
soas, respondem pelo crime.
Se o crime resulta de inobservância de regra técni- alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que
Se o agente deixa de prestar imediato socorro à sabe ou deve saber que está contaminado.
vítima;
Se o autor não procura diminuir as consequências tem a intenção de transmitir a moléstia venérea. Este
do seu ato;
crime somente se procede mediante representação,
ou seja, trata-se de crime promovido mediante ação
Nos casos de lesão corporal dolosa: penal pública condicionada.
A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se: Moléstia venérea, segundo a doutrina, refere-se ao
nome genérico dado a qualquer doença que possa ser
A vítima é menor de 14 (quatorze) ou maior de 60
(sessenta) anos; O crime se consuma com a prática do ato sexual, capaz
For hipótese de lesão corporal grave, gravíssima de transmitir a moléstia venérea. Caso a vítima seja conta-
ou seguida de morte, praticada em quaisquer dos minada, tal fato será mero exaurimento do crime.
casos de violência doméstica vistas acima; O crime é de conduta vinculada, exigindo a con-
Se a vítima, enquadrada em um dos casos de vio- junção carnal, o coito anal, o sexo oral ou qualquer
lência doméstica vistas logo acima, for pessoa por-
outro ato de libidinagem que sirva para a satisfação
da libido.
A pena será aumentada de 1/3 (um terço) até a Caso a contaminação provenha de outra ação físi-
metade: ca, como o aperto de mão ou a ingestão de alimen-
tos, inexistirá o crime de perigo de contágio venéreo,
Se a lesão corporal for praticada por milícia priva- podendo subsistir o delito de lesão corporal, dolosa ou
da, sob o pretexto de prestação de serviço de segu- culposa, ou os crimes dos artigos 131 e 132, do CP.
rança, ou por grupo de extermínio;
(dois terços):
É importante mencionar, pela própria natureza
Se a lesão for praticada contra autoridade ou agen- do tipo penal, que não se exige, para a sua
te das forças armadas (Marinha, Exército ou Aero- configuração simples, dolo específico do
náutica), das forças de segurança pública (Polícia agente em transmitir a doença venérea (caso
Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Fer-
ocorra esta hipótese, o crime será qualificado),
roviária Federal, Policiais Civis, Policias Militares
ou Corpo de Bombeiros Militares), integrantes do bastando que ele tenha a intenção de ter a
sistema prisional (agentes penitenciários) e da For- relação sexual, sabendo ou devendo saber que
ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da está contaminado. 231
Como o fato se relaciona a uma ou mais pessoas Art. 132 Expor a vida ou a saúde de outrem a peri-
determinadas, estamos diante de um delito de perigo go direto e iminente:
individual, o qual deve ser averiguado diante do caso Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato
concreto. Isso porque da simples relação sexual do não constitui crime mais grave.
agente com a vítima não decorre presunção absolu- Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto
ta da existência desse perigo. A presunção é relativa, a um terço se a exposição da vida ou da saúde de
admitindo prova em contrário, como no caso de a víti- outrem a perigo decorre do transporte de pessoas
ma já ser portadora de doença venérea. para a prestação de serviços em estabelecimentos
de qualquer natureza, em desacordo com as nor-
Perigo de contágio de moléstia grave mas legais.
transmissão da moléstia.
Ao contrário do crime de Perigo de Contágeo quando o agente abandona pessoa que está sob seu
Venéreo, procede-se mediante ação penal pública cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qual-
incondicionada. quer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resul-
Antes de passarmos para a análise de outros tipos tantes do abandono.
penais, é importante que façamos uma distinção entre
os dois tipos penais que acabamos de ver: incapaz:
É norma penal em branco É norma penal em branco apenas dois anos de idade, sozinho em casa. Esta
criança não tem capacidade de se defender sozinha,
Não se exige dolo
incapaz.
Para que o crime de abandono de incapaz seja
Ação penal pública Ação penal pública
condicionada incondicionada corporal grave ou a morte. Caso resulte apenas lesão
corporal de natureza leve – bastante explorado pelas
Perigo para a vida ou saúde de outrem
simples.
O art. 132, do CP, trata do crime de perigo para a Veja características do crime de abandono de
232 vida ou saúde de outrem: incapaz:
É crime próprio, já que se exige uma condição Não se aplica este tipo penal ao agente que cau-
especial do agente: ser pessoa que tem o cuidado, sou o perigo. Assim, se um indivíduo, com a intenção
guarda, vigilância ou autoridade sobre a vítima; de causar lesões corporais, arremessa uma pedra na
É crime formal, que não exige que ocorra qual- vítima e foge, não poderá ele ser responsabilizado por
omissão de socorro por não ter prestado socorro à
consumação do crime. vítima ou por não ter comunicado o fato à autoridade.
Fique atento às seguintes informações sobre a
A pena prevista para o crime de abando de incapaz omissão de socorro:
é:
Não admite tentativa (é crime omissivo próprio);
Art. 133 Abandonar pessoa que está sob seu cui- Não admite a modalidade culposa.
dado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por
qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos Fique bastante atento às causas de aumento de
resultantes do abandono: pena do crime de omissão de socorro.
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
Em 2012, foi inserido no Código Penal um novo
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de
tipo penal, chamado de condicionamento de atendi-
natureza grave:
mento médico-hospitalar emergencial, que se con-
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. promissória ou qualquer garantia, bem como o preen-
chimento prévio de formulários administrativos,
As penas cominadas neste artigo aumentam-se de como condição para o atendimento médico-hospitalar
um terço: emergencial.
Suponha que um indivíduo ingresse em um hos-
Se o abandono ocorre em lugar ermo; pital necessitando de atendimento médico emergen-
Se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, cial. O funcionário do hospital exige que ele deixe um
irmão, tutor ou curador da vítima; cheque-caução para que o atendimento médico seja
Se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
penal de condicionamento de atendimento médico-
Exposição ou abandono de recém nascido -hospitalar emergencial.
É necessário que o atendimento médico seja
O crime de exposição ou abandono de recém-nas-
caso o atendimento médico seja algo rotineiro, com
recém-nascido, para ocultar desonra própria. uma simples consulta, por exemplo.
-
da se do fato resultar: O crime de omissão de socorro apresenta causas
de aumento de pena.
Lesão corporal de natureza grave; A pena será aumentada até o dobro se da negativa
Morte. de atendimento resulta: lesão corporal grave.
A pena será aumentada até o triplo se da negativa
- de atendimento resulta: morte
quer privando-a de alimentação ou cuidados indis- à rixa, lesão corporal de natureza grave ou a morte.
pensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou Segundo a doutrina majoritária, salvo no caso de ser
inadequado, quer abusando de meios de correção ou
disciplina. grave ou da morte, todos os agentes que participaram
O crime de maus-tratos consuma-se com a efetiva
exposição da vítima a perigo, que deverá ser demons- exceto, também, se tiverem ingressado na rixa após a
trada no caso concreto. Não há, portanto, necessidade ocorrência da lesão grave ou da morte.
de resultado material, com dano efetivo à vítima. Crimes Contra a Honra
É crime permanente, na modalidade privação de Os crimes contra a honra estão entre aqueles que
cuidados ou alimentos e sujeição a trabalho excessivo mais são cobrados em provas de concurso público,
ou inadequado, o delito é permanente, hipótese em então vamos aprendê-los passo a passo.
que a consumação se prolonga no tempo, já que há Eles estão previstos entre os artigos 138 e 145 do
contínua e incessante agressão ao bem jurídico. Código Penal e se dividem em 3 (três) crimes diferentes:
Também é crime instantâneo, na modalidade
abuso de meios de correção ou disciplina o delito é Calúnia;
instantâneo, já que a consumação se dá em momento Difamação;
determinado, sem continuidade no tempo. No entan- Injúria.
Calúnia É admitida como regra A pena será aplicada em dobro se o crime contra a
honra for praticado:
Difamação É admitida excepcionalmente
Quando o ofendido, de forma reprovável, provo- A ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa,
cou diretamente a injúria; pela parte ou por seu procurados;
No caso de retorsão imediata, que consista em A opinião desfavorável da crítica literária, artística
outra injúria.
de injuriar ou difamar – responderá pela injúria
ou pela difamação quem der publicidade;
injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por O conceito desfavorável emitido por funcionário
sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem público, em apreciação ou informação que pres-
te no cumprimento de dever de ofício – respon-
rosto da vítima, com a intenção de ofendê-la (humi- derá pela injúria ou pela difamação quem der
lhá-la), irá praticar uma injúria real. publicidade.
É possível que a injuria seja racial, quando consis-
tir na utilização de elementos referentes a raça, cor, Para encerrarmos o assunto referente aos crimes
etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou contra a honra, iremos tratar da retratação e da ação
penal. Segundo o Código Penal, a retratação, quando
Você deve levar para sua prova os elementos que admitida, constitui excludente de punibilidade.
podem caracterizar a injuria racial, já que esse assun- Retratação refere-se à possibilidade que tem o
to tem grande incidência em provas.Sendo assim, agente de retirar aquilo que disse, ou seja, de mani-
caso o agente ofenda a vítima, fazendo uso de um dos festar que se equivocou em suas declarações, mani-
elementos acima, a exemplo do agente que chama a festando-se contrariamente ao que disse inicialmente.
vítima de macaco (Utilize como exemplo o caso do A injúria não admite retratação. O querelado que,
ex-goleiro do Santos Futebol Clube, o Aranha, que fora antes da sentença (segundo doutrina majoritária: sen-
chamado de Macado), irá cometer o crime de injúria tença de 1º grau), se retrata cabalmente da calúnia ou
racial.
Fique atento para não confundir a injúria racial Caso o querelado tenha praticado a calúnia ou
com o crime de racismo. difamação, fazendo uso de meios de comunicação, a
Na injúria racial, o animus do agente é ofender; retratação se dará, caso assim deseje o ofendido, pelos
no racismo, o animus é segregar. mesmos meios em que se praticou a ofensa.
O STJ entendeu, na análise do AREsp (agravo Suponha que o agente tenha praticado o crime
em recurso especial), que a injúria racial é crime de calúnia ou difamação pelo Facebook. Neste caso,
imprescritível. a retratação se dará também pelo Facebook, se assim
Nos termos do art. 138, § 2º, do CP é punível a calú- desejar a vítima.
236 nia contra os mortos.
Caso alguém faça uso de referências, alusões ou A Lei nº 8.078/1990, Código de Defesa do Consumi-
frases, sendo possível inferir calúnia, difamação ou dor, no art. 71, prevê a pena de detenção, de 3 a 1 ano,
injúria, aquele que se julgar ofendido, poderá pedir e multa, para quem utilizar, na cobrança de dívidas,
explicações em juízo. Caso seja recusado o pedido de de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral,
explicações ou, a critério da autoridade judicial, não
as dá de maneira satisfatória, responderá pela ofensa.
qualquer outro procedimento que exponha o consu-
honra, é importante que você saiba:
seu trabalho, descanso ou lazer.
Súmula 714 do STF, é concorrente a legitimidade do
ofendido, mediante queixa e do Ministério Público, quando o agente constranger alguém, mediante
condicionada à representação do ofendido, para a violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver
ação penal por crime contra a honra de servidor reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de
público em razão do exercício de suas funções. resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer
o que ela não manda.
O crime de constrangimento ilegal irá ocorrer
de crimes contra a honra de funcionário público em quando o agente, fazendo uso de violência ou grave
razão de suas funções, a ação penal será privada ou ameaça, fazer com que a vítima faça algo que a lei não
condicionada à representação do ofendido. A doutri- manda ou que a vítima deixe de fazer algo que a lei
na dominante também entende desta forma. lhe permite.
A ação será pública condicionada à requisição do Exemplo: Jorge e Luís são vizinhos. Jorge é um
-
valentão que se sente dono do bairro. Certo dia, Luís
me contra a honra seja praticada contra o Presidente
passava pela rua, quando Jorge o aborda. Este, por-
da República, ou contra chefe de governo estrangeiro.
tando uma arma de fogo, saca a arma e a aponta para
Crimes Contra a Liberdade Pessoal e Crimes Contra Luís e diz que, sob pena de levar um tiro na cara, é
a Liberdade Individual para este dar meia volta e passar por outro lugar,
já que não o quer mais passando por sua rua. Luís,
O art. 5º, caput, da Constituição Federal assegura a temendo por sua vida, dá meia volta e retorna.
A conduta de Jorge se enquadra no constrangi-
se extrai que qualquer espécie de violação à liberdade mento ilegal. Ele, fazendo uso de grave ameaça, cons-
do ser humano reclama punição. trangeu Luís para que ele deixasse de fazer algo que a
O objeto jurídico é a liberdade do ser humano para lei lhe permite (liberdade de locomoção).
agir dentro dos limites legais. A doutrina entende corretamente que o crime
Já o objeto material é a pessoa sobre a qual recai a de constrangimento ilegal é subsidiário, o agente
conduta criminosa. por ele irá responder, caso não seja enquadrado em
Estudaremos, então, os crimes contra a liberdade uma outra conduta um tanto mais grave. Assim, caso
individual. o agente constranja a vítima, por meio de violência,
recinto fechado. Já no cárcere privado, necessaria- Se o crime é praticado mediante internação da víti-
mente a vítima terá sua liberdade restringida, sendo ma em casa de saúde ou hospital:
mantida em recinto fechado.
-
Crime conhecido como internação fraudulenta,
ra quando o agente privar alguém de sua liberdade,
pode ser praticado por médico ou por qualquer outra
mediante sequestro ou cárcere privado.
pessoa.
Quando falamos em cárcere privado, estamos pen-
Se a privação da liberdade dura mais de 15 (quin-
ze) dias (inc. III): quanto mais longa a supressão da
em sequestro, estamos considerando limites espaciais
liberdade, maiores são as possibilidades de a víti-
mais amplos.
ma suportar danos físicos e psíquicos.
238
Trata-se de crime a prazo. O período legalmente Incorrerá nas mesmas penas aquele que cerceia o
exigido deve ser computado em conformidade com uso de qualquer meio de transporte por parte do tra-
a regra traçada pelo art. 10, do CP, compreendendo o
intervalo entre a consumação do delito e a libertação aquele que mantém vigilância ostensiva no local de
do ofendido. trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pes-
caput, da Lei 6.538/1978, que regula os serviços há duas vítimas o remetente e o destinatário.
postais: Exclui-se o crime se qualquer um deles autorizar
Devassar indevidamente o conteúdo de o conhecimento do conteúdo da correspondência por
correspondência fechada dirigida a outrem: terceira pessoa. Enquanto não chega ao destinatário,
Pena – detenção, até seis meses, ou pagamento não pertence unicamente ao remetente.
excedente a vinte dias-multa. Vejamos alguns pontos importantes:
A lei penal, por objeto jurídico, tutela a liberdade A impossibilidade de localização do destinatário
de comunicação do pensamento, concretizada pelo não afasta o crime.
sigilo da correspondência. O falecimento do remetente não exclui o delito. 241
Se a correspondência ainda não foi enviada, e sobre- A modalidade desse crime é o dolo, abrangente da
veio sua morte, seus herdeiros têm o direito de ilegitimidade da conduta de apossar-se de correspon-
conhecer seu conteúdo, pois ela agora lhes pertence. -
Se o destinatário falece antes de receber a corres- ca de sonegá-la ou destruí-la”.
pondência, seus sucessores poderão conhecer seu É possível a tentativa.
conteúdo, que provavelmente a eles interessa. Causa de aumento da pena:
Vajamos que o núcleo do tipo é divulgar, vulgari- Reservada é a informação merecedora de cuida-
zar, tornar público ou conhecido um fato ou informa- dos especiais relativamente às pessoas que dela pos-
ção. Não basta a comunicação a uma só pessoa ou a sam ter ciência.
um número reduzido e limitado, exige-se propagação, Trata-se de crime comum: pode ser praticado por
difusão, possibilitando o conhecimento do fato a um qualquer pessoa.
número indeterminado de pessoas. Se o sujeito ativo for funcionário público, a ele será
A conduta de divulgar pode ser praticada por imputado o crime de violação de sigilo funcional, con-
variados meios, crime de forma livre. Veda-se que forme art. 325, do CP.
uma pessoa, destinatária de um documento particular O sujeito passivo é o Estado.
Nada impede a existência de um particular como
ou de -
sujeito passivo, desde que possa ser prejudicado pela
gá-la a terceiros, provocando danos a alguém.
divulgação das informações sigilosas ou reservadas.
Esse tipo penal não se aplica ao documento públi-
co, por ausência de previsão legal. A revelação do seu
§ 2o
conteúdo pode, contudo, caracterizar o crime de vio-
Pública, a ação penal será incondicionada.
lação de sigilo funcional, previsto no art. 325, do CP.
O elemento do tipo está contido na expressão sem
No caput, a ação penal é pública condicionada à
justa causa. Não é qualquer divulgação de conteúdo de representação.
- Não se aplica a regra prevista no art. 153, § 2º, do
cial que caracteriza o delito de divulgação de segredo – a CP, pois o tipo fundamental fala somente em dano a
divulgação deve ser realizada sem justa causa. outrem -
A justa causa conduz à exclusão da tipicidade duta criminosa em relação à Administração Pública.
do fato. Há justa causa, entre outras, nas seguintes -
244 hipóteses: nada à representação.
Nesse caso, somente o particular é ofendido pela Os dispositivos informáticos dividem-se basica-
conduta criminosa. No entanto, se do fato resultar mente em quatro grupos:
prejuízo para a Administração Pública, a ação penal
será pública incondicionada. Dispositivos de processamento: são responsá-
veis pela análise de dados, com o fornecimento
de informações, visando a compreensão de uma
informação do dispositivo de entrada para envio
De acordo com: aos dispositivos de saída ou de armazenamen-
to. Exemplos: placas de vídeo e processadores de
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segre-
computadores e
do, de que tem ciência em razão de função, minis-
Dispositivos de entrada: relacionam-se à capta-
produzir dano a outrem: ção de dados escritos, orais ou visuais (exemplos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa teclados, microfones e
de um conto a dez contos de réis. Dispositivos de saída: fornecem uma interface des-
Parágrafo único - Somente se procede mediante tinada ao conhecimento ou captação, para outros
representação. dispositivos, da informação escrita, oral ou visual
produzida no processamento (exemplos: impres-
O objeto jurídico é a inviolabilidade da intimidade soras e monitores); e
e da vida privada das pessoas, relativamente ao segre- Dispositivos de armazenamento: dizem respeito
à guarda de dados ou informações para posterior
absoluto. análise (exemplos: pendrives, HDs – hard disks e
Já o objeto material é o assunto transmitido ao pro- CDs – discos compactos). Só há crime quando a
conduta recai em dispositivo informático alheio.
O núcleo do tipo é revelar, no sentido de delatar ou
denunciar.
O crime é de forma livre, comportando qualquer O fato será atípico quando o sujeito devassa um
meio de execução. dispositivo próprio, ainda que não esteja sob sua pos-
Por ser crime próprio, somente pode ser cometido se. É irrelevante se o dispositivo informático alheio se
por quem teve conhecimento do segredo em razão de encontra ou não conectado à rede de computadores.
Não se exige sua interligação com outro dispositivo
Qualquer pessoa suscetível de ser, sujeito passivo, informático, possibilitando o compartilhamento de
prejudicada pela revelação do segredo, seja seu titular dados ou informações. O núcleo do tipo é invadir, no
ou até mesmo um terceiro. sentido de devassar dispositivo informático alheio,
Esse crime é praticado na modalidade dolosa, conectado ou não à rede de computadores.
abrangente da ciência da ilegitimidade da conduta Por se tratar de crime comum ou geral, o sujeito
e da possibilidade de causar dano a outrem. Não se ativo pode ser cometido por qualquer pessoa. Embora
admite a modalidade culposa, e não se exige nenhu-
esta condição não seja exigida pelo tipo penal, nor-
malmente o crime é praticado por sujeitos dotados de
Consuma
necessário revela a terceira pessoa o segredo de que especiais conhecimentos de informática, conhecidos
tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou como crackers.
O sujeito passivo pode ser qualquer pessoa, física
a uma única pessoa, desde que esta conduta possa ou jurídica.
causar dano a alguém, patrimonial ou moral. Prescin- Esse crime é praticado na modalidade dolosa,
de-se da produção do resultado naturalístico. O cri-
me é formal, de resultado cortado ou de consumação pela expressão -
antecipada. truir dados ou informações sem autorização expressa
É admissível a tentativa na revelação do segredo ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnera-
por escrito, tal como na carta que se extravia (delito bilidades para obter vantagem ilícita.
plurissubsistente). Consuma-se com o simples ato de invadir dispo-
É pública condicionada à representação, a teor do
sitivo informático alheio, conectado ou não à rede
art. 154, parágrafo único, do CP.
de computadores, mediante violação indevida de
Invasão de dispositivo informático
adulterar ou destruir dados ou informações sem auto-
Art. 154-A rização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou
conectado ou não à rede de computadores, median- instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita,
te violação indevida de mecanismo de segurança e pouco importando se este objetivo vem a ser efetiva-
mente alcançado.
DIREITO PENAL
informações sem autorização expressa ou tácita do É possível a tentativa, em face do caráter pluris-
titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades subsistente do delito, permitindo o fracionamento do
para obter vantagem ilícita: iter criminis.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
multa. § 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece,
distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa
O objeto jurídico é a liberdade individual, especi- de computador com o intuito de permitir a prática
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a passando ao poder do agente. Pode ocorrer por apo-
doi s terços se houver divulgação, comercialização deramento direto, quando o agente apreende a coisa
ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos manualmente, ou por apoderamento indireto, na hipó-
dados ou informações obtidos. tese de o agente utilizar-se de terceiros ou de animal.
por exemplo, o agente que, aproveitando da distra- o furto praticado por um empregado;
ção da vítima, subtraia o aparelho celular. Quanto ao proprietário, caso subtraia a própria coisa
que se encontra em poder de terceiro, não responde-
Não há emprego de violência nem grave ameaça rá por furto, mas sim pelo crime de exercício arbi-
trário das próprias razões (arts. 345 ou 346, do CP,
à pessoa, distinguindo-se, nesse aspecto, do delito de
conforme a pretensão seja legítima ou ilegítima);
roubo.
Quando a coisa pertencer a mais de uma pessoa,
o condômino que a subtrair responderá pelo deli-
O furto tem as seguintes características: to de furto de coisa comum (art. 156, do CP), por
exemplo, um dos condôminos furta cadeiras da
É crime comum, que pode ser praticado por qual- área de uso comum do condomínio;
quer pessoa, por exemplo, o agente subtrai o apa- O funcionário público, que subtrai bem público,
relho celular; responderá por peculato-furto (§1º do art. 312, do
É crime material, que exige a ocorrência do resul- CP), desde que a função pública tenha facilitado a
subtração, pois, se em nada facilitou, o delito será
seja, o crime só ocorre quando o sujeito ativo sub- de furto (art. 155 do CP);
trai a coisa móvel, por exemplo, quando o agente
subtrai a bicicleta; 1. funcionário público que subtrai bem particular
O furto só se pratica dolosamente; que se encontra sob a guarda ou custódia da Admi-
Não admite a modalidade culposa; nistração Pública, desde que a função tenha facili-
É crime plurissubsistente, ou seja, a conduta do tado a subtração, responderá por peculato-furto.
agente para praticar o furto é fracionada em Por exemplo: policial rodoviário que subtrai veícu-
diversos atos que somados consumam o delito, -
portanto, admite a tentativa quando o agente, por lização da Polícia Rodoviária.
motivos alheios a sua vontade pratica alguns atos 2. funcionário público que subtrai bem particular
e não ocorre a consumação do delito. Por exemplo, que não estava sob a guarda ou custódia da Admi-
o agente com animus de furtar objetos eletrôni- nistração Pública ou estava, mas a função em nada
cos de uma casa, pula o muro para ingressar no facilitou a subtração, responderá por furto. Por
interior da residência, mas o proprietário da casa exemplo: policial rodoviário que subtrai um bem
acorda e acende a luz, momento em que o agente que se encontrava no porta-malas de um veículo
deixa de praticar os demais atos. que ele foi vistoriar, mas que não estava apreendi-
do, cometerá o crime de furto.
A lei tutela a propriedade e a posse. A simples
O sujeito passivo é o titular do bem jurídico lesado
Sobre a consumação deste crime, é importan- ou exposto a perigo de lesão.
te conhecer o posicionamento adotado pelas cortes O titular do bem jurídico, apesar de divergências
superiores (STF e STJ). na doutrina, prevalece que é proprietário e possuidor.
Os tribunais superiores adotam a teoria da O detentor é arrolado no processo como testemu-
apprehensio, também chamada de amotio, que consi- nha, e não como vítima.
dera consumado o crime de furto (e isso vale para o
crime de roubo) quando o agente se apossa da coisa Vejamos os pontos mais questionados sobre o
alheia móvel, mesmo que por um breve período de crime de furto:
tempo, não sendo necessário que a coisa saia da área
de vigilância da vítima. Coisas ilícitas: podem ser objeto de furto, por exem-
- plo, responde por furto quem subtrai mercadoria
car se o bem subtraído deve ter valor econômico, ou contrabandeada e, neste caso, a vítima responderá
seja, se o objeto material pode ser negociável. pelo crime de contrabando. Por outro lado, as coi-
sas ilícitas não podem ser objeto de furto se cons-
Vejamos os bens que integram o patrimônio: tituírem elemento de outro crime, por exemplo,
DIREITO PENAL
Os bens úteis à pessoa, embora destituídos de valor de um rim ou outro órgão vital não é furto, e sim
econômico ou sentimental, por exemplo, folha de lesão corporal grave, ou homicídio consumado ou
cheque em branco e cartão de crédito. tentado. 247
Cadáver: não pode ser objeto de furto, pois cons- Romper é abrir brecha, arrombar, arrebentar, ser-
titui delito do art. 211, do CP, destruição, subtra- rar, forçar, rasgar etc. Por exemplo, o agente abre a
ção ou ocultação de cadáver. Porém, se o cadáver porta da casa com um pé de cabra para entrar e sub-
tem valor econômico, por exemplo, pertencente a trair uma televisão.
Faculdade de Medicina, haverá furto. Se o furto de Nos dois casos, o delito deixa vestígios, sendo
algum objeto que foi sepultado junto ao cadáver, imprescindível o exame de corpo delito.
por exemplo, arcada dentária de ouro, o crime -
será furto, e a vítima será o herdeiro do de cujos. bo “destruir”, sendo parcial no verbo “romper”.
Energia elétrica, discutia-se se constituía ou não coi-
- por força do princípio da subsidiariedade implícita.
gia elétrica no art. 155, § 3º, do CP, equiparando-se A destruição e o rompimento devem ser praticados
a coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra contra obstáculo, e não sobre a própria coisa furtada, por
que tenha valor econômico, por exemplo, energia exemplo, o agente rompe a porta do veículo para subtraí-lo.
radioativa, energia cinética, energia atômica, ener- -
gia genética etc. Porém, a energia deve ser suscetível cultar a sua subtração, por exemplo, matar o cão de
de apossamento, ou seja, que possa ser separada da guarda da residência, destruir as telhas para adentrar
coisa que a produz. Assim, não caracteriza furto o
apossamento da energia física do animal.
Instalação clandestina de TV a cabo, há duas A mera remoção de obstáculo, quando destituída
correntes:
desparafusar o farol do automóvel e desatar o nó da
Primeira: trata-se de fato atípico, pois não há corda que prende a canoa.
propriamente a subtração de energia e, sim,
o aproveitamento de um serviço. A energia se
consome ou se reduz com o uso e isto não ocor- escalada ou destreza
re com a TV a cabo, cuja utilização não gera
qualquer custo adicional para a operadora. É -
um mero ilícito civil. Observe que o art. 35 da ça que o dono da coisa tem nele, para poder subtrair,
Lei nº 8.977/1995 dispõe que é “ilícito penal a como, por exemplo, quando o agente é amigo do dono
interceptação ou a recepção não autorizada da casa, que deixa sua carteira sobre a mesa e vai ao
dos sinais de TV a Cabo”, entretanto, não lhe banheiro despreocupado. Momento em que o agente,
cominou qualquer pena, sendo vedada a sua
imposição pela via da analogia.
Segunda: dominante no STJ, considera que há
crime de furto. Argumenta-se que o sinal de coisa, a exemplo do agente que se passa por funcioná-
televisão se propaga por meio de ondas, o que rio de empresa de telefonia para conseguir entrar numa
casa e subtrair um aparelho celular que nela estava.
radiante, que é uma forma de energia associa-
da à radiação eletromagnética.
Dica
Você não pode confundir o furto mediante frau-
de com o estelionato.
No furto mediante fraude, o agente usa a fraude
sobre a vítima para subtrair a coisa.
aumentando consideravelmente. No estelionato, o agente emprega a fraude para
ludibriar a vítima e fazer com que ela mesma
mera causa de aumento de pena. Podemos exempli- entregue a coisa.
uma casa utilizado chave falsa para abrir o portão e a
porta da casa. entrada em um local se dá por um meio anormal, que
exige do agente esforço físico incomum. Para a dou-
trina majoritária, não é relevante se ocorre por cima
ou por baixo, desde que o agente não pratique nenhu-
A reclusão será de 2 (dois) a 8 (oito) anos, se ma forma de destruição ou rompimento de obstáculo,
cometido:
do para explodir caixas eletrônicos de agências ban- res, ainda que o agente seja preso próximo à fronteira.
cárias para subtrair o dinheiro é um típico exemplo
do art. 155, §4º A, do CP. Já o crime do art. 251, do CP, For de semovente domesticável (animais, como:
podemos trazer a hipótese de o agente que lança um bovinos, suínos, equinos) de produção, ainda que
artefato explosivo num ponto de ônibus e que expõe abatido ou dividido em partes no local de subtração
as pessoas a risco.
O meio ou artefato explosivo, a que se refere a qua- A pena será de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
se a subtração for de semovente domesticável (animais,
ela oriunda de substância explosiva ou não explosiva, como: bovinos, suínos, equinos) de produção, ainda que
mas o assunto certamente ensejará polêmica. abatido ou dividido em partes no local de subtração. 249
O bem jurídico primário é o patrimônio do produ- A fabricação é a produção ou confecção.
tor e, o secundário é a saúde pública. Isto porque o Montagem é a junção dos componentes.
animal poderá ser comercializado pelo criminoso sem Emprego é a utilização.
- O tipo penal não se refere aos maquinários e outros
te sanitária. Pode-se incluir o sistema tributário na objetos que também são utilizados para fabricar, mon-
condição de patrimônio lesado. tar ou utilizar os explosivos, mas tão somente aos aces-
sórios que compõe a própria substância explosiva.
aplicada, pois este tipo de delito geralmente é pratica-
do por mais de uma pessoa e, diante disso, incidirá a do art. 16, parágrafo único, III, da Lei nº 10.846/2003,
Estatuto do Desarmamento, possuir, deter, fabricar
ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal
apreço, pois sua pena é mais branda, podendo funcio- ou regulamentar.
nar, nesse caso, como circunstância judicial do art. 59 Esse delito será absorvido pelo crime do § 7º do art.
do CP, servindo de parâmetro apenas para dosagem
da pena-base. Entretanto, outra corrente mais favo- A pena será de reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez)
rável ao réu que, com base no princípio da especiali- anos, se a subtração for de substâncias explosivas ou
de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibi-
de semovente domesticável de produção, impondo-se, litem sua fabricação, montagem ou emprego.
-
rando-a novatio legis in melius. Furto majorado
O objeto material é o animal domesticável de pro-
dução, ainda que abatido ou dividido em partes no O furto será majorado quando a ele for aplicado a
local da subtração. causa de aumento de pena prevista no art. 155, § 1º,
- do CP.
nição deste elemento normativo é complementada A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se o cri-
pelo juiz. me de furto for praticado durante o repouso noturno.
Sobre o repouso noturno, considere que, segundo
o agente subtraia o animal por inteiro ou na sua essên- o STJ (jurisprudência atual), a causa de aumento de
cia. O tipo penal refere-se à subtração de semovente,
e não de partes dele, de modo que quando o animal já O furto majorado ocorre, por exemplo, quando o
estava abatido ou dividido em partes a incidência da agente, aproveitando-se do repouso noturno, entra
numa casa para furtar os eletroportáteis.
ou das partes substanciais. Numa hipótese de o agente Há discussão sobre a necessidade de a casa estar
deixar no local apenas as patas do boi e subtrai o res- habitada e os moradores repousando, para que incida
o aumento de um terço.
Duas teorias tratam da discussão:
extraída de um animal já abatido. Também, não incide a Teoria subjetiva: a razão de ser do aumento da
pena é a maior proteção à tranquilidade dos que
subtraindo-lhe apenas uma de suas partes. repousam, bem como à incolumidade da vítima, que
Observa-se que, ao tempo da conduta, é necessário se encontra dormindo e desprotegida. Neste caso,
que o animal ainda pertença ao produtor, posto que o restringem o aumento da pena ao furto cometido em
intuito da lei foi protegê-lo. casa habitada com os moradores repousando.
A subtração, por exemplo, de um porco que se Teoria objetiva: o fundamento do aumento da
pena é a proteção do patrimônio, que, nesse perío-
Não há falar-se também no delito em estudo, quan-
do se subtrai o leite da vaca ou outro bem produzido da lei visa proteger primordialmente o patrimônio, e
pelo animal, porquanto o tipo penal refere-se à sub- depois a tranquilidade.
tração do semovente e não dos bens que ele produz. As duas teorias são aceitas, mas devemos com-
Nessas hipóteses, o furto será simples. preender que incide o aumento de um terço não só
em furtos de residência, mas também em bancos, joa-
A subtração for de substâncias explosivas ou lherias, casas comerciais, bem como de automóveis
de acessórios que, conjunta ou isoladamente, estacionados na rua, de gado (abigeato).
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego Aplica-se a regra do repouso noturno mesmo que o
local seja área comercial ou local desabitado.
O objeto material consiste em substâncias explosi-
vas ou acessórios que possibilitem a fabricação, mon- Furto privilegiado
tagem ou emprego de substância explosiva.
O que é substância explosiva? Substância explosi- Está previsto no art. 155, § 2º, do CP. Ocorre, por
va é a que causa estrondo, dissolvendo-se com a arre- exemplo, no caso de o agente, primário, que subtraiu
bentação, por exemplos, pólvora ou dinamite. uma pequena bolsa vazia de uma loja, cujo valor é
Quanto aos acessórios, são os elementos que, em inferior ao salário mínimo.
conjunto ou isoladamente, são capazes de se transfor-
mar quimicamente numa substância explosiva, aqui São características do furto privilegiado:
-
del detonante. São estes acessórios que possibilitam Réu primário;
a fabricação, montagem ou emprego da substância Coisa furtada de pequeno valor – Segundo a juris-
250 explosiva. prudência, até 1 (um) salário mínimo.
No caso do furto privilegiado, o juiz poderá adotar
uma das seguintes medidas: quando o agente for condômino, coerdeiro ou sócio, e
subtrair, para si ou para outrem, a quem legitimamen-
Substituir a pena de reclusão pela de detenção; te a detém, coisa comum.
Diminuir a pena de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois Temos aqui um crime próprio, que somente pode-
terços); rá ser praticado pelo condômino, coerdeiro ou sócio.
Aplicar somente a pena de multa. É crime de ação penal pública condicionada à
representação.
Segundo o STJ, é possível o reconhecer privilé-
comum for fungível (substituível por outra da mesma
espécie, a exemplo do dinheiro), não será punível a
de natureza objetiva (emprego de chave falsa, por sua subtração caso o valor não exceda a quota a que
exemplo). tem direito o agente.
Suponha que Alessandro, Fabrício e Diego
Súmula 511 do STJ: É possível o reconhecimento do
sejam sócios. A sociedade é avaliada no valor de R$
privilégio previsto no § 2º do art. 155 o CP nos casos
150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). As partes na
-
tes a primariedade do agente, o pequeno valor da sociedade são iguais.
Assim, caso Alessandro subtraia R$ 50.000,00 (cin-
quenta mil), não cometerá crime, já que o valor sub-
O termo “pequeno valor da coisa” é entendido, traído não é superior à sua quota.
pela jurisprudência, que o valor não excede ao valor
do salário mínimo. É necessário o auto de avaliação. Dica
É claro que o referencial do salário mínimo não é tão
O furto de coisa comum não é tão cobrado em
rígido, admitindo-se o privilégio quando a coisa exce-
de modicamente esse valor. provas de concursos públicos. Porém, quando
Considera-se “ordem subjetiva”, a hipótese de fur- cobrado, tentam misturar suas características
- com as características do furto tradicional.
isso não se trata de furto privilegiado. Furto: coisa alheia, crime comum e ação penal
- incondicionada.
to são objetivas, por exemplo, emprego de chave Furto de coisa comum: coisa comum, crime próprio
falsa. Nesta regra, há compatibilidade com o furto e ação penal condicionada.
Outras hipóteses
Furto de uso
Não há furto na hipótese de o credor subtrair bens
Esta conduta não exige a intenção de se apoderar, do devedor para ressarcir-se, pois se trata de um cri-
para si ou para outra pessoa, da coisa alheia móvel
que foi subtraída. arbitrário das próprias razões. Vejamos: “A” deve uma
O furto de uso é fato atípico, tal instituto não se quantia em dinheiro para “B”. “B”, cansado de cobrar o
aplica ao crime de roubo. valor da dívida, subtrai a bicicleta de “A” para quitá-la.
Por exemplo, se o agente subtrai a coisa, com a O furto famélico é aquele em que o agente busca
intenção de usar e devolver depois, não cometerá o saciar a fome, não é estado de necessidade, salvo se a
crime de furto. subtração for o único meio de se alimentar. Por exemplo,
Na hipótese de o indivíduo subtrair uma bicicleta, -
devolvendo-a após dar uma volta no quarteirão, não trai uma maça de uma barraca de feira para alimentá-lo.
O furto em estado de precisão, aquele em que o
agente está desempregado e subtrai alimentos, eletro-
Para o reconhecimento do furto de uso, necessita da domésticos e etc. constitui crime. Por exemplo, o pai,
presença de dois requisitos: estando desempregado e sem condições de manter o
sustento da família, subtrai alimentos e eletroportá-
Uso momentâneo de coisa infungível, ou seja, o teis de um hipermercado para suprir o sustento do lar.
uso duradouro constitui crime de furto. Tratando-
-se de coisa fungível, como o dinheiro, nem o uso ROUBO E EXTORSÃO
momentâneo seguido da pronta restituição exclui
o delito; Roubo
Restituição imediata e integral da coisa, nesta
DIREITO PENAL
mediante violência ou grave ameaça, com o intuito de fazer ou tolerar que se faça alguma coisa que a lei não
obter para si ou para outrem indevida vantagem eco- lhe impõe.
nômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer O delito é punido a título de dolo. O agente visa
alguma coisa.
Por exemplo, o agente chantageia uma mulher e o de obter, para si ou para outrem, indevida vantagem
econômica.
a obtenção de vantagem econômica.
Neste crime, observe que não se fala em coisa vantagem indevida e econômica.
móvel, mas sim em indevida vantagem econômica. A vantagem econômica pode consistir em bem
móvel ou imóvel, diferentemente do roubo, cuja van-
a vantagem econômica seja coisa imóvel. tagem restringe-se ao bem móvel.
A vantagem, além de econômica, deve ainda ser
Características da Extorsão: indevida, contrária ao direito.
É importante mencionar que o agente deve sequestrar “pessoa”. Caso seja um animal (parece bobo, mas já foi
cobrado em prova), não haverá o crime de extorsão mediante sequestro.
É importante mencionar um entendimento defendido pela doutrina majoritária: sobre o resultado morte, não
é necessário que seja a vítima, podendo ser qualquer pessoa em decorrência da extorsão mediante sequestro.
Assim, por exemplo, se um empregado for ao local combinado com os sequestradores, a pedido de seus patrões,
-
gado não é vítima do crime – não foi sequestrado e nem pagou o resgate).
A pessoa jurídica pode ser vítima de extorsão mediante sequestro, segundo entendimento doutrinário domi-
nante, quando dela for exigida a vantagem correspondente ao resgate.
A extorsão mediante sequestro traz em suas disposições a possibilidade de aplicação do instituto da delação
premiada.
A delação será aplicada no caso de o crime ser cometido em concurso de pessoas, ao concorrente que denun-
ciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado.
Neste caso, o concorrente que denunciou terá a pena reduzida de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços).
a 15 anos para de 12 a 20 anos de reclusão, na hipótese de o sequestro durar mais de 24 (vinte e quatro) horas,
ou quando o sequestrado for menor de 18 anos, ou maior de 60 anos, ou ainda quando o crime for cometido por
quadrilha ou bando.
A primeira encontra sua razão de ser na maior fragilidade emocional do sequestrado menor de 18 anos, cuja
personalidade encontra-se ainda em formação.
-
cimento depende de um lapso de tempo. Quanto mais duradouro o sequestro, maior o sofrimento da vítima e
liberdade.
anos. Se no início do sequestro era menor de sessenta, ao atingir esta idade incide a causa de aumento, caso ainda
sequestradores, aumentando as chances de êxito no delito. Quadrilha ou bando é a associação estável ou perma-
nente entre três ou mais pessoas, com o intuito de cometer uma série indeterminada de delitos.
Vejamos uma hipótese: o agente priva a vítima da liberdade, colocando-a sob vigilância em um cativeiro. Em
seguida, visando obter vantagem, exige de familiares da vítima o preço do resgate, mas devido a um impasse com
os familiares, o agente mata a vítima.
O § 2º do 159, do CP, dispõe que se o fato resulta lesão corporal de natureza grave, a pena cominada é de reclu-
são, de 16 a 24 anos.
E o § 3º do 159, do CP, dispõe que se resulta morte, a pena será reclusão de 24 a 30 anos.
A lesão grave e a morte podem ser dolosas ou culposas.
Os delitos de homicídio e lesão corporal, sejam eles dolosos ou culposos, são, absorvidos, porque já funcionam
257
A extorsão mediante sequestro seguida de morte é o crime mais grave do CP, tendo como pena mínima 24 anos
de reclusão.
Não há necessidade que seja provocado por violência física ou grave ameaça. O suicídio do sequestrado, por
sequestradores.
Causa de redução de pena ele precisa do dinheiro para pagar o tratamento, exija
documento que possa dar causa a procedimento cri-
Se o crime é com/etido em concurso, o concorrente -
que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação reta, já que o agiota abusou da condição da vítima.
do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois No verbo exigir, este crime é formal, consumando-
terços, conforme disposto no § 4º do art.159, do CP. -se com a exigência do documento.
Para que incida a redução da pena, que a delação Já no verbo receber, é crime material, consuman-
tenha sido feita à autoridade, devendo essa expressão do-se com o efetivo recebimento do documento.
ser tomada em sentido amplo para abranger qualquer É admitida a tentativa, já que pode ter seu iter cri-
agente encarregado do combate à criminalidade, por minis fracionado.
exemplo, juiz, autoridade policial etc. É crime comum, já que não se exige qualquer con-
Quanto maior a contribuição, maior a redução da dição especial do sujeito.
pena.
USURPAÇÃO
Trata-se de causa obrigatória de redução de pena.
Alteração de limites
O art. 13, da Lei nº 9.807/1999, dispõe sobre a
extinção da punibilidade pelo perdão judicial ao acu- O objetivo da lei é resguardar a posse e a proprie-
sado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e
dade dos bens imóveis.
voluntariamente com a investigação e o processo cri-
Esse tipo penal possui duas condutas típicas
minal, desde que dessa colaboração tenha resultado
alternativas:
a localização da vítima com sua integridade física pre-
servada e a recuperação total ou parcial do produto Supressão, ou seja, a total retirada do marco
do crime. divisório;
Presentes apenas um desses requisitos, a pena Deslocamento do marco divisório, afastando-o
ainda poderá ser reduzida de 1/3 a 2/3, independen- do local correto, de modo a aumentar a área do
temente da primariedade do réu, por força do art. 14, agente.
da Lei nº 9.807/1999.
É necessário que o agente tenha intenção de apro-
Extorsão indireta priar-se, no todo ou em parte, da propriedade alheia, por
meio da supressão ou deslocamento do marco divisório.
A extorsão indireta constitui forma mais branda
- crime, o fato de um agricultor retirar a cerca que divide
gir ou receber, como garantia de dívida, abusando da as terras com outro proprietário apenas para reformá-la.
situação de alguém, documento que pode dar causa Trata-se de crime próprio, somente podendo ser
a procedimento criminal contra a vítima ou contra praticado pelo vizinho do imóvel, quer na zona urba-
terceiro. na, quer na rural.
Como dito acima, é uma forma mais branda de extor- Sendo assim, o sujeito passivo desse tipo penal só
são, já que tem como pena a reclusão, de 1 (um) a 3 (três)
pode ser o vizinho, dono ou possuidor do imóvel.
anos, enquanto a extorsão, em sua modalidade simples,
Consuma-se no exato instante em que o agente
tem como pena a reclusão de 4 (quatro) a 10 (anos).
suprime ou desloca o marco divisório, ainda que a
agente pratica os verbos descritos no tipo penal (exi- vítima posteriormente perceba o ocorrido e retome a
gir ou receber) como garantia de dívida. parte de que foi tolhida.
É necessário que o agente abuse da condição de
alguém, assim, por exemplo, suponha que um agiota, iniciando a supressão ou deslocamento e é impedido
aproveitando-se da condição de desespero pela qual de prosseguir. Se já o fez por completo, conforme já
se passa aquele que solicita um empréstimo, já que o mencionado, o crime está consumado, ainda que a
258 vítima retome posteriormente a parte a que faz jus.
Usurpação de águas É possível quando a invasão não se aperfeiçoe em
razão da oposição apresentada pelo dono, possuidor
Neste delito, a lei resguarda as águas públicas ou por terceiro.
ou particulares que passem por determinado local, Observe que se o agente comete o esbulho com
evitando que o dono do terreno sofra prejuízo caso emprego de violência, responde também pelas lesões
alguém queira desviar o seu curso ou represá-las, sem corporais causadas, ainda que leves, nos termos do
autorização para tanto. art. 161, § 2º, do CP e as penas serão somadas.
Exige-se que sejam águas correntes, cujo curso seja
desviado ou represado pelo agente, alterando, portan-
Supressão ou alteração de marca em animais
Observe que o tipo penal principal é praticado na mas se o valor for irrisório, por exemplo, R$ 100, R$
modalidade omissiva, deixando o agente de praticar 200 ou R$ 300 ele poderá ser absolvido pelo princípio
uma conduta que deveria (repassar à previdência as
contribuições recolhidas após reter os valores). Quando o valor da dívida atinge uma cifra razoá-
Condutas equiparadas: receberá a mesma pena do vel de até R$ 10 mil, mas o INSS diz que não é preciso
crime principal o agente que deixar de: -
ber o perdão judicial ou então ser condenado apenas
Recolher, no prazo legal, contribuição ou outra na pena de multa, conforme o §3º do art. 168, CP.
importância destinada à previdência social que A pena deste crime poderá ser extinta (extinção da
tenha sido descontada de pagamento efetuado a punibilidade), caso o agente, espontaneamente, decla-
segurados, a terceiros ou arrecadada do público. re, confesse e efetue o pagamento das contribuições,
importâncias ou valores e preste as informações devi-
Recolher contribuições devidas à previdência
social que tenham integrado despesas contábeis
ou custos relativos à venda de produtos ou à pres-
Apesar de o Código Penal estabelecer que a condu-
tação de serviços. ta do agente, para que sua punibilidade seja extinta,
Pagar benefício devido a segurando, quando as
respectivas cotas ou valores já tiverem sido reem- o STJ têm admitido a aplicação da exclusão da puni-
bolsados à empresa pela previdência social. bilidade com o pagamento efetuado a qualquer tem-
po, desde que antes do trânsito em julgado (sentença
Trata-se de norma penal em branco, complemen-
tada em diversos dispositivos pela lei previdenciária Para encerrarmos o crime de apropriação indébita
correspondente. -
Veja as características do crime de apropriação dão judicial e de crime privilegiado.
DIREITO PENAL
Fraude no comércio
A modalidade criminosa prevista no caput do art.
A fraude no comércio é o crime de enganar, no 177 refere-se à fundação da sociedade por ações.
exercício de atividade comercial, o adquirente ou con- Trata-se de crime em que o fundador da socieda-
sumidor que: de por ações (sociedade anônima ou comandita por
ações) induz ou mantém em erro os candidatos a
Vende, como verdadeira ou perfeita, mercadoria sócios, o público ou presentes à assembleia, fazendo
Entrega uma mercadoria por outra. constituição ou ocultando fato relevante desta. Podem
girar elas sobre falsa informação a respeito de subs-
É também crime de fraude no comércio, a conduta crições ou entradas, de recursos técnicos da compa-
de alterar em obra que lhe é encomendada a qualida- nhia, de nomes de pseudoinvestidores e etc. Na forma
de ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, omissiva, pode o agente cometer o crime ocultando o
pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor nome dos fundadores, de problemas técnicos etc., cujo
valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, conhecimento poderia prejudicar ou impedir a subs-
como precioso, metal de outra qualidade. crição de ações e a própria constituição da sociedade.
No crime de fraude no comércio, se o criminoso é A fraude pode constar de prospecto ou de comunica-
primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz ção feita ao público ou em assembleia da empresa.
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, Trata-se de crime próprio em que o sujeito ativo é
diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a o responsável pela fundação da sociedade por ações.
pena de multa. Sujeito passivo são as pessoas físicas ou jurídicas
que subscreveram o capital ludibriadas.
Outras fraudes É crime formal que se consuma no momento em
que é lançado o prospecto ou o comunicado com a
refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utili- de informação relevante, ainda que disso não decorra
zar-se de meio de transporte sem dispor de recursos qualquer resultado lesivo.
para efetuar o pagamento.
A primeira conduta é tomar refeição em restauran- 177, do CP, é subsidiário, ou seja, cede lugar quando
te sem dispor de recursos para efetuar o pagamento. o fato se enquadra como crime contra a economia
A lei refere-se genericamente a restaurante, de tal popular da Lei nº 1.521/1951.
DIREITO PENAL
to do privilégio, podendo o juiz, caso o agente seja A primeira causa de imunidade é o delito prati-
primário e seja de pequeno valor a coisa, substituir cado em prejuízo de cônjuge, na constância da socie-
a pena de reclusão pela pena de detenção, reduzir a dade conjugal, por exemplo, não se instaura sequer
pena de 1/3 a 2/3; ou aplicar somente a pena de multa. inquérito policial quando a esposa furta o marido, ou
Em 2017, por meio da Lei 13.531, foi inserido vice-versa.
importante dispositivo ao Código Penal, que aumenta A imunidade subsiste na separação de fato.
a pena do agente ao dobro. Exclui-se a imunidade se por ocasião do delito eles
A pena prevista para a receptação simples (pró- estavam separados judicialmente.
pria ou imprópria) será aplicada em dobro, tratan- A tendência é estender a imunidade à união está-
do-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do vel, considerando-a equiparada ao casamento. 267
Se não houver coabitação, mas apenas relação de
Importante! hospitalidade, moradia eventual, como a que ocorre nas
O art. 7º, IV, da Lei Maria da Penha considera férias escolares em que o sobrinho vai passar alguns
dias na casa de um tio, não há falar-se em imunidade.
também violência doméstica o atentado contra
O art. 183, do CP, dispõe que as imunidades absolu-
o patrimônio da mulher. tas e relativas não se aplicam:
Diante disso, uma corrente doutrinária susten-
ta que não haveria mais imunidade nos crimes Ao crime de roubo, ainda que o roubo seja com violên-
patrimoniais contra a mulher. cia imprópria, como a subtração ocorrida após o ladrão
Entretanto, o STJ já decidiu pela manutenção hipnotizar a vítima, exclui-se a imunidade, pois a lei
da imunidade, à medida que a referida lei não a não abre qualquer exceção ao delito de roubo.
afastou expressamente. O crime de extorsão, ainda que se trate da extorsão
indireta, onde não há violência ou grave ameaça,
exclui-se a imunidade.
A segunda causa de imunidade, crime contra o Aos delitos cometidos com emprego de grave
patrimônio praticado em prejuízo de ascendente, inci- ameaça ou violência à pessoa.
de também nos casos de adoção. Ao estranho que participa do crime, pois, a imuni-
dade é uma circunstância pessoal, logo incomuni-
responderá pelo delito, e vice-versa, pois a adoção cável, por exemplo, o terceiro que auxilia o marido
a furtar a esposa responde pelo crime de furto.
extingue os vínculos com a família de sangue.
Aos delitos praticados contra pessoa com idade
igual ou superior a 60 anos.
sogra, genro, nora, padrasto, madrasta, enteado e
enteada, não há imunidade, tendo em vista a vedação
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
da analogia.
A última causa de imunidade absoluta, quando se
Bem jurídico tutelado
pratica crime contra o patrimônio em prejuízo de des-
cendente, é aplicada também nos casos de adoção.
Na redação original do Código Penal de 1940, os
Nas imunidades penais relativas, previstas no art. tipos constantes no Título VI, da Parte Especial,
182 do CP, o delito, de ação pública incondicionada, eram chamados de “Crimes conta os costumes”. Cos-
transmuda-se para ação pública condicionada à repre- -
sentação da vítima ou de seu representante legal. dutas sexuais que eram aprovadas pela moral vigente.
Tratando-se de crime de ação privada, não há Com a promulgação da Constituição Federal de
1988, que adotou a dignidade da pessoa humana
como fundamento, a dotrina passou a entender que
A ação penal privada é mais vantajosa do que a ao invés de tutelar os costumes, a lei penal deveria
ação penal pública condicionada à representação. proteger o bem jurídico liberdade sexual em sentindo
A primeira causa de imunidade processual con- amplo. Seguindo esse entendimento, a Lei nº 12.015/09
siste no fato de o delito ser praticado em prejuízo de promoveu alterações em alguns tipos penais e mudou
cônjuge judicialmente separado. Vejamos, marido fur- o bem jurídico do Título VI do CP, que passou a ser
ta esposa um tempo depois de o casamento ser dis- denominado “Dos crimes contra a dignidade sexual”.
solvido, estão separados judicialmente. Neste caso, há Os crimes contra a dignidade sexual trazem, por-
imunidade relativa.
Tratando-se de cônjuges divorciados ao tempo do
crime, não há qualquer imunidade. Por exemplo, após a) contra a vontade da vítima – Capítulo I;
separados judicialmente, ex-esposa furta ex-marido. b) mediante fraude (vontade viciada) – Capítulo I; e
A segunda causa, delito praticado em prejuízo c) contra vulneráveis – Capítulo II
de irmão, abrange os irmãos germanos ou bilaterais
Em todos os tipos penais dos crimes contra a dig-
nidade sexual o bem jurídico tutelado é a liberdade
sexual.
É claro que a imunidade também se estende aos
irmãos adotivos.
Observa-se que, se o agente comete delito de furto Importante!
em prejuízo de cunhado: Inseridos ao tema crimes contra a dignidade
sexual encontram-se o tipo do estupro (art. 213,
Se a sua irmã for casada no regime da comunhão CP), o assédio sexual (art. 216-A), o registro não
universal, haverá imunidade. autorizado da intimidade sexual (art. 216-B) e o
Se o regime for o da comunhão parcial, só have- estupro de vulnerável (art. 217-A) tipos penais
rá imunidade se o furto recaiu sobre bem comum, recorrentes em provas de concursos. Dentre
isto é, comunicável em razão do casamento. estes, merece destaque o tipo do art. 217-A que
Se o regime for o da separação de bens, não costuma receber maior destaque nas provas.
há falar-se em imunidade, pois os bens não se
comunicam.
O assédio sexual encontra-se previsto no art. 216-A: pontos para ser aprovada em sua disciplina, apro-
xima-se e toca sua barriga e seus seios? Neste caso
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de temos duas posições: a primeira corrente -
obter vantagem ou favorecimento sexual, prevale- ma que não, por não haver hierarquia ou ascen-
cendo-se o agente da sua condição de superior hie- dência do docente em relação ao aluno (já foi o
rárquico ou ascendência inerentes ao exercício de entendimento predominante e ainda prevalece
emprego, cargo ou função. na doutrina); já pela segunda corrente, adota-
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos da pelo STJ em 2019 (ao analisar exatemente um
Parágrafo único.
DIREITO PENAL
apesar de
§ 2º o A pena é aumentada em até um terço se a
não haver relação de hierarquia, há um domí-
vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
nio do docente sobre o aluno, sendo aplicável
o tipo do assédio sexual. Essa discussão se aplica
O Párágrafo único foi vetado. Temos apenas o § 2º.
na relação entre líderes religiosos, como pastores
A palavra constranger, no caso do art. 216-A, não
tem o mesmo sentido do que no estupro: o assédio
sexual tem a ideia de intimidar alguém a fazer
alguma coisa (atos sexuais, libidinosos) sem o uso
de violência ou grave ameaça. O intuito do agente é
relação entre professor e aluno: 271
a) numa prova objetiva, o mais indicado é seguir a (provavelmente você já ouviu falar do chamado deep-
posição do STJ, no sentido de que é possível o assé- fake, que consiste na manipulação de rostos por meio
dio sexual entre professores e alunos;
b) numa prova discursiva, explique as duas posições. Vamos aproveitar e estudar outro tipo penal que
Veja o posicionamento, por exemplo, de Guilher- tem relação direta com o crime do art. 216-B.
me Nucci. Leia atentamente os verbos que constam no art.
216-B:
REGISTRO NÃO AUTORIZADO DA INTIMIDADE Observe que não há a expressão divulgar. E então,
SEXUAL o que acontece se alguém divulga a cena registrada?
Neste caso, incide em uma das formas previstas no
Incluído em dezembro de 2018, no CP, pela Lei nº art. 218-C, incluído no CP em 2018, Divulgação de
cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerá-
13.772/18 é o único crime que consta do Capítulo I-A
:
do Título VI:
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, trans-
Art. 216-B.
mitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar
por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou
ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio
ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado
de comunicação de massa ou sistema de informáti-
sem autorização dos participantes:
-
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e
tro audiovisual que contenha cena de estupro ou
multa.
de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem
induza a sua prática, ou, sem o consentimento da
-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato
soa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso
não constitui crime mais grave.
de caráter íntimo.
Veja bem, o art. 218-C (divulgação) prevê um crime
Note que art. 216-B constitui em um tipo misto mais grave do que o previsto no art. 216-B (divulgação).
alternativo, trazendo os seguintes núcleos: produzir, Uma das formas mais comuns de prática é o que
se conhece por pornô de vingança (revenge porn, em
Pode inglês) na qual após o término de um relacionamento,
um locador instala um equipamento de gravação de o agente divulga cenas íntimas da(o) ex-parceira(o).
- Os pontos relevantes em relação ao tipo do art.
gens íntimas sem o conhecimento dos ocupantes. Ou, 218-C são:
-
VULNERÁVEIS PARA FINS DOS CRIMES SEXUAIS ressante: trata-se da chamada Exceção de Romeu e
(CAPÍTULO II) Julieta. Você certamente já ouviu falar do clássico de
William Shakespeare: Julieta é uma jovem que se apai-
Art. 217-A, caput Art. 217-A, primei- Art. 217-A, parte xona por Romeu, de uma família rival. A personagem
ra parte Julieta, na obra, tinha 13 quando se relacionou amo-
rosamente com Romeu (que, tinha 17). Agora imagine
Menores de 14 Enfermos e Qualquer um
tal situação frente à legislação penal brasileira: Julieta
anos (o Professor doentes mentais que, por outra
Rogério Sanchez que não possuem causa, não se enquadraria, como vimos, no conceito de vulnerá-
denomina esta de o discernimento possa oferecer vel. Segundo a teoria da Exceção de Romeu e Julieta,
vulnerabilidade necessário resistência (por caso haja consentimento e, desde que haja pequena
absoluta). para a prática exemplo uma diferença de idade entre os parceiros (normalmente
do ato sexual pessoa que se fala em até 5 anos) não seria o caso de considerar o
(Rogério Sanchez se encontra ato sexual, por exemplo, de um casal de namorados de
denomina esta de em coma ou 13 e 18 anos, como estupro. No entanto, no Brasil, con-
vulnerabilidade sob efeito de forme jurisprudência consolidada, tal exceção não
relativa, uma sedação; pessoa se aplica (lembre-se, de acordo com o STJ, “o consen-
vez que, por se desacordada,
timento da vítima, sua eventual experiência sexual
tratar de critério por motivo de
biopsicológico, embriaguez; anterior ou a existência de relacionamento amoroso
pode acontecer vítima do golpe entre o agente e a vítima não afastam a ocorrência do
do enfermo ou “boa noite crime” – Resp 148.0881/PI, julgado em 26/08/2015).
doente mental ter cinderela”).
o discernimento CORRUPÇÃO DE MENORES
exigido para a
prática do ato). O art. 218 do CP trata do crime de corrupção de
menores
O parágrafo 5º do art. 217-A consiste em norma
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze)
penal explicativa: aplica-se a pena do estupro de vul-
anos a satisfazer a lascívia de outrem.
nerável mesmo que a vítima tenha consentido com o
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
ato ou ainda que já tenha praticado relações sexuais
anteriores (ou seja a virgindade é irrelevante)
DIREITO PENAL
-
Caso ocorra a prática de conjunção carnal ou outro rável, pelos arts. 240, 241, 241-A e 241-e, do ECA.
ato libidinoso envolvendo a vítima, aquele que indu-
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor Neste caso, se dá o nome ao o agente de proxeneta
de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, mercenário.
satisfazer lascívia própria ou de outrem:
Formas equiparadas
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
O tipo do artigo 218-A pode ser divido em duas De acordo com o § 2º, incorre nas mesmas penas:
partes:
I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato
a) Praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso libidinoso com vítima vulnerável em situação
apto a satisfazer o prazer sexual, na frente de víti- de prostiuição ou exploração sexual
ma menor de 14 anos; II – o proprietário, gerente ou responsável do
b) Induzir menor de 14 a presenciar tais atos. local em que ocorre a prática do delito do caput,
lembrando, claro, que devem ter conhecimento
Aspectos que merecem destaque: (pois não há responsabilidade objetiva). Neste
caso a cassação da licença do local é efeito obri-
a) De acordo com a maior parte da doutrina não se gatório (§ 3º).
exige a presença física da vítima no mesmo local
onde ocorre a conjunção ou o ato libidonoso. Ou Trata-se de crime hediondo, em todas as formas:
seja, pode ser praticado por meio virtual; caput, § 2º, I e II. Agora já sabemos quais são os três os
b) É tipo misto alternativo: se o sujeito induz a pre- crimes contra a dignidade sexual que são hediondos:
senciar e também pratica os atos, responde por um
só crime;
DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA
FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE CENA DE SEXO
FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU OU DE PORNOGRAFIA
ADOLESCENTE OU DE VUNERÁVEL
O tipo do art. 218-C é um crime subsidiário, que
O art. 218-B tem seis núcleos: possui seis núcleos (tipo misto alternativo):
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostitui- Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, trans-
ção ou outra forma de exploração sexual alguém mitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar
menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio
- de comunicação de massa ou sistema de informáti-
nimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir -
tro audiovisual que contenha cena de estupro ou
(quatro) a 10 (dez) anos.
de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou
induza a sua prática, ou, sem o consentimento da
O art, 218-B visa punir o sujeito que insere (sub-
mete, induz ou atrai) o menor de 18 anos ou o vul-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato
nerável (homem ou mulher) no âmbito da exploração
274 não constitui crime mais grave.
Visa coibir qualquer tipo de divulgação de mate- DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS A TODOS OS CRIMES
rial que contenha: CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
II - se o incêndio é:
O Capítulo V apresenta 5 tipos penais (arts. 227,
228, 229, 230 e 232-A). Sobre estes tipos, não há diver- b) em edifício público ou destinado a uso público ou
gências doutrinárias ou jurisprudênciais, valendo a
leitura da lei seca (note que o art. 232-A não tem nada c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo
a ver com dignidade sexual, tratando de migração). Os
arts. 231 e 231-A foram revogados, passando o tema a
ser tratado pelo art. 149, CP.
O Capitulo VI traz dois tipos, o do art. 233 (ato obs-
ceno) e 234 (escrito ou objeto obsceno). Sobre eles,
Incêndio culposo
DIREITO PENAL
além da leitura da lei, cabe mencionar que há discus- § 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de
são sobre a constitucionalidade de ambos, em relação seis meses a dois anos.
ao primeiro por violação ao princípio da taxatividade
(seria muito vago, subjetivo) e, quanto ao segundo, Como podemos observar numa simples leitura do
por ferir a liberdade de expressão. texto da lei, o crime de causar incêndio exige a cir-
cunstância de expor a perigo a vida, a integridade físi-
ca ou o patrimônio de outrem.
apresenta disposições que são aplicáveis a todo o Títu- Realiza a conduta criminosa o agente que originar
lo dos crimes contra a dignidade sexual, confome o o incêndio, de modo a expor perigo a vida, a integrida-
quadro abaixo: de física ou o patrimônio de pessoas em geral. 275
Incêndio refere-se ao fogo com labaredas de gran- Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
des proporções, originado pela combustão de qual- § 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou
quer matéria, cujo poder de destruição e o de causar explosivo de efeitos análogos:
prejuízos se revelam idôneos no caso concreto. Não há Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
a necessidade de que o perigo seja resultado do fogo Aumento de pena
em si, é necessário que da ocorrência do incêndio haja § 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre
a efetiva comprovação do perigo à vida, à integridade qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo
física ou ao patrimônio de terceiros. anterior, ou é visada ou atingida qualquer das
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. coisas enumeradas no nº II do mesmo parágrafo.
Já o sujeito passivo é a sociedade e a pessoa direta- Modalidade culposa
mente atingida pelo incêndio, desde que resulte peri- § 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite
go comum. ou substância de efeitos análogos, a pena é de
Consuma-se o crime de causar incêndio, em
regra, por ação, admitindo-se por exceção a omissão, casos, é de detenção, de três meses a um ano.
quando provocado pelo agente e expõe a perigo a
vida, a integridade física ou o patrimônio de pessoas É importante destacar que a pena é menor se a
indeterminadas. substância utilizada na explosão não é dinamite ou
É indispensável a prova da efetiva ocorrência da explosivo de efeitos análogos (§1º, do art. 251, do CP).
situação perigosa. Dinamite, tecnicamente, é explosivo à base de
A simples provocação de incêndio não enseja, por nitroglicerina misturada a uma substância inerte que
si só, a incidência do crime de causar incêndio, se da pode ser serragem ou areia de quartzo.
conduta não resultar a efetiva exposição da coletivi-
É prescindível a efetiva detonação do explosivo
dade a perigo concreto, sendo possível reconhecer o
para caracterização do crime em estudo, mas funda-
-
- mental a exposição de bens jurídicos de pessoas inde-
grafo único, II, do CP. terminadas à situação de risco.
Admite-se a tentativa. Além de expor a perigo a vida, é crime a conduta
Ação penal pública incondicionada. de fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transpor-
É caso de aumento de pena, em um terço: tar, sem licença da autoridade, substância ou engenho
Se o crime é cometido com intuito de obter vanta- -
nado à sua fabricação.
Se o incêndio, taxativamente, é: Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
O sujeito passivo é a coletividade e os titulares dos
bens jurídicos colocados em perigo ou mesmo lesados.
b) Em edifício público ou destinado a uso público ou Elemento subjetivo é o dolo.
Para o crime de explosão é admitida a culpa.
c) Em embarcação, aeronave, comboio ou veículo Consuma-se com a explosão, arremesso ou simples
colocação de engenho de dinamite ou de substâncias
de efeitos análogos, desde que da conduta resulte
perigo à vida, à saúde ou ao patrimônio de pessoas
indeterminadas, o qual não se presume, devendo ser
demonstrado na situação concreta.
Prova-se o crime de explosão por meio de exame
de corpo de delito.
Incêndio culposo
Admite-se a tentativa.
Ação penal pública incondicionada.
Há no Código Penal o crime de incêndio culposo, cuja
pena prevista é de detenção, de seis meses a dois anos.
Cabe destacar que as causas de aumento previstas
no §1º, do at. 250, do CP, não se aplicam ao crime de
incêndio na modalidade culposa.
a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de
O incêndio culposo ocorre quando alguém, agindo
com imprudência, negligência ou imperícia, viola o
dever objetivo de cuidado a todos imposto, expondo
Art. 252. Expor a perigo a vida, a integridade física
a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio
ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico
de outras pessoas, mediante a provocação de incêndio
que não tenha sido previsto no caso concreto. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Modalidade Culposa
Explosão Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio Neste crime a conduta de expor a perigo a vida, a
de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples integridade física ou o patrimônio de outrem, será por
colocação de engenho de dinamite ou de substância
de efeitos análogos.
no ensinamento de Rogério Grecco, o gás tóxico é o gás
Art. 251. Expor a perigo a vida, a integridade físi- venenoso, por exemplo, os gases provenientes do áci-
ca ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, do cianídrico, amoníaco do anidro sulfuroso, benzina,
arremesso ou simples colocação de engenho de iodacetona, cianuretos alcalinos de potássio e sódio.
dinamite ou de substância de efeitos análogos:
276
atua sobre as vias respiratórias, impedindo a vítima Então, continuando com o estudo do crime de
de respirar, por exemplo, os gases como cloro, bromo, fabricação, fornecimento, aquisição posse ou trans-
bromacetona, clorossulfato de metila, cloroformiato eja-
de triclorometila, fosgeno, etc. mos as condutas:
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
O sujeito passivo imediato é a coletividade e
Fabricar é produzir, preparar ou construir.
mediato as pessoas que tiverem seus bens jurídicos
Fornecer equivale a dar ou entregar.
colocados em perigo ou lesados pela conduta ilícita.
O crime é doloso.
Admite-se a modalidade culposa. Possuir é entrar na posse de um bem, usufruindo-o.
Consuma-se quando o agente, mediante a utilização Transportar é levar algo de um lugar a outro.
a vida, a integridade física ou o patrimônio de terceiros. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
Exige-se perícia para comprovação da efetiva ido- O sujeito passivo é a coletividade.
Trata-se de crime doloso e não se admite a moda-
Gás lacrimogêneo no uso policial é legítima defesa lidade culposa.
ou estrito cumprimento de dever legal. Consuma-se quando o sujeito fabrica, fornece,
Admite-se a tentativa. adquire, possui ou transporta, sem licença da autori-
Ação penal é pública incondicionada.
à sua fabricação, não se exigindo a causação de dano
Fabricação, fornecimento, aquisição, posse ou
a alguém.
Destaca-se que o elemento normativo de estar em
Trata-se da conduta de fabricar, fornecer, adqui- desacordo com a legislação pertinente é fundamental
rir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, para a prática do delito, uma vez que se estiver em
- harmonia com a legislação pertinente o agente não
xiante, ou material destinado à sua fabricação. incorrerá no crime em questão.
Não se admite a tentativa.
Art. 253. Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou Ação penal pública incondicionada.
transportar, sem licença da autoridade, substância
Inundação
material destinado à sua fabricação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Inundação é a invasão de determinado lugar por
águas que nele não deveriam estar, porque não é o
O objeto jurídico é a incolumidade pública. lugar destinado à sua contenção, ao seu depósito ou
O objeto material é a substância ou engenho explo- curso natural.
sua fabricação. Art. 254. Causar inundação, expondo a perigo a vida,
Trata-se de crime de perigo abstrato. a integridade física ou o patrimônio de outrem:
É fundamental a elaboração de exame pericial Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso
- de dolo, ou detenção, de seis meses a dois anos, no
xiante da substância fabricada, fornecida, transpor- caso de culpa.
tada ou possuída pelo sujeito ativo, sem licença da
autoridade competente. Pratica o delito aquele que dá origem à inundação,
Aqui devemos ter atenção em relação às substân- expondo efetivamente a perigo a vida, a integridade
cias e engenhos explosivos. física ou o patrimônio da coletividade.
O Estatuto do Desarmamento revogou parte do Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
art. 253, do CP, que trata de substâncias e engenhos Sujeito passivo é a coletividade.
explosivos.
Para facilitar os estudos, o art. 253, do CP, deve ter O crime de inundação é consumado quando o
a seguinte leitura: fabricar, fornecer, adquirir, possuir agente, depois de praticar a conduta descrita no art.
ou transportar, sem licença da autoridade, explosivo, 254, do CP, ou por omissão deixar de praticar con-
duta que impeça que as águas inundem um local e
fabricação. exponha a perigo efetivo e comprovado a morte, a
integridade física ou o patrimônio de pessoas não
Vejamos o inciso II, do art. 16, da Lei nº 10.8726/2003: individualizadas.
O crime é doloso e é possível a modalidade culposa.
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, Admite-se tentativa.
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
Ação penal é pública incondicionada.
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
DIREITO PENAL
Desabamento: derrubada de obras produzidas Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum
pela ação humana, por exemplo, agente que, com resulta lesão corporal de natureza grave, a pena
um trator, derruba uma casa;
Desmoronamento: derrubada ou fazer vir abaixo resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de cul-
as pastes do solo, por exemplo, durante as obras de pa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumen-
construção de linhas de metrô, o solo vem abaixo.
cominada ao homicídio culposo, aumentada de um
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. terço.
Sujeito passivo imediato é a coletividade e mediato
a pessoa física ou jurídica prejudicada pelo desaba- Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão
mento ou desmoronamento. corporal de natureza grave, a pena privativa de liber-
O crime é doloso. dade é aumentada de metade; se resulta morte, é apli-
Admite modalidade culposa.
cada em dobro.
Exige-se perícia para comprovação da efetiva pro-
No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal,
babilidade de dano.
Admite-se tentativa. a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, apli-
Ação penal é pública incondicionada. ca-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumen-
tada de um terço.
Subtração, ocultação ou inutilização de material de Se do incêndio, provocado dolosamente pelo agen-
salvamento te, resultar lesão corporal de natureza grave, aí se
incluindo a lesão corporal gravíssima (CP, art. 129, §§
Inclui no rol de crimes de perigo comum a sub- 1º e 2º), aumenta-se pela metade a pena privativa de
tração, ocultação ou inutilização de material de liberdade; caso resultar morte, aplicar-se-á a pena em
278 salvamento. dobro.
- Telégrafo: sistema de transmissão de mensa-
ção de crime preterdoloso, constitui-se em causa de gens entre dois ou mais pontos distantes entre si,
aumento da pena, aplicável na terceira fase de aplica- mediante sinais.
ção da pena privativa de liberdade. Telefone: aparelho destinado a transmitir à dis-
Por outro lado, se do incêndio culposo resul- tância a palavra falada.
tar lesão corporal, qualquer que seja sua natureza,
aumenta-se a pena pela metade. E, se resultar mor- ondas eletromagnéticas.
te, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo,
As condutas são as seguintes:
aumentada de um terço.
Destruir é arruinar, extinguir, fazer desaparecer.
-
cado por resultado de igual natureza. Desarranjar equivale a tirar da ordem, desorde-
nar, prejudicar o bom funcionamento.
Difusão de doença ou praga Colocar é pôr algo em determinado lugar, por
exemplo o sujeito insere obstáculo, ou seja, barreira,
Este crime foi revogado tacitamente pelo art. 61 da empecilho ou impedimento na linha, impedindo ou
Lei nº 9.605/1998, Lei dos Crimes Ambientais. perturbando serviço de estrada de ferro.
O tipo penal contido na Lei dos Crimes Ambientais,
além de ser mais recente, é também especial. de um lugar para outro, ou de uma pessoa para outra.
Na modalidade dolosa, estamos diante de novatio Interromper é suspender a continuidade, fazer
legis in mellius, pois a pena estabelecida pela nova lei cessar.
é inferior à que estabelecia o Código Penal. Finalmente, embaraçar
O sujeito ativo pode ser cometido por qualquer
pessoa.
CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS
Sujeito passivo é a coletividade.
DE COMUNICAÇÃO E TRANSPORTE E OUTROS
Trata-se de crime doloso.
SERVIÇOS PÚBLICOS A modalidade culposa é admitida.
Consuma-se quando restar comprovada a situação
Perigo de desastre ferroviário de perigo a pessoas indeterminadas, independente-
mente da efetiva ocorrência do desastre.
O crime de perigo de desastre ferroviário tutela a Detalhe, neste delito o agente pode praticar o cri-
incolumidade pública, relativamente à segurança do me pelos mais variados meios, pois se trata de crime
transporte ferroviário. de ação livre.
Admite-se a tentativa.
Impedir ou perturbar serviço de estrada Ação penal é pública incondicionada.
de ferro:
Desastre Ferroviário
ou parcialmente, linha férrea, material rodante ou
Os mesmos elementos do crime de perigo de
desastre ferroviário se aplicam ao crime de desastre
III - transmitindo falso aviso acerca do movimen- ferroviário.
to dos veículos ou interrompendo ou embara-
çando o funcionamento de telégrafo, telefone ou
§ 1º - Se do fato resulta desastre:
IV - praticando outro ato de que possa resultar Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.
desastre: § 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por
Tem por objetos materiais a linha férrea, o mate- estrada de ferro qualquer via de comunicação
em que circulem veículos de tração mecânica, em
rial rodante ou de tração, a obra de arte ou instalação,
trilhos ou por meio de cabo aéreo.
Infração de medida sanitária preventiva O tipo penal é exemplo de lei penal em branco,
gestante. 283
Relaciona-se com as autoridades sanitárias, a Consuma-se o crime com o envenenamento da
exemplo do Ministério da Saúde, no âmbito da União, água potável, de uso comum ou particular, ou da subs-
Secretaria de Saúde, nos Estados, e da Vigilância Sani- tância alimentícia ou medicinal destinada a consumo,
tária, no campo dos municípios. prescindindo-se da causação de dano a alguém e até
Vejamos que “deixar” de denunciar, aqui no crime mesmo da ingestão da água ou da substância alimen-
em estudo, tem o sentido de não comunicar, permitin- tícia ou medicinal. A lei presume, de forma absoluta, a
do que determinada situação denunciável permaneça situação de risco a pessoas indeterminadas como con-
desconhecida. sequência da conduta legalmente descrita.
A omissão diz respeito ao dever do médico de O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive
- o proprietário da água potável de uso particular, ou
ção seja compulsória. da substância alimentícia ou medicinal destinada ao
Constitui-se crime omissivo próprio ou puro, uma consumo.
vez que a omissão está descrita expressamente no O sujeito passivo é a coletividade.
tipo penal. Trata-se de crime doloso, independentemente de
O sujeito ativo somente pode ser o médico, pois -
é crime próprio ou especial. É cabível o concurso de sas de aumento de pena aplicáveis (art. 285, do CP).
Assim, se do crime doloso de perigo comum resulta
medicina, como o farmacêutico e a enfermeira. lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de
O sujeito passivo é a coletividade. liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é
Consuma-se com a omissão do médico em denun- aplicada em dobro.
- A modalidade culposa é admitida, conforme § 2º,
pulsória. Além disso, a lei presume o risco à saúde de do art. 270, do CP. Neste caso, se do fato resulta lesão
um número indeterminado de pessoas. corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta
O crime é doloso. morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culpo-
Não admite modalidade culposa. so, aumentada de um terço.
Não admite a tentativa. Admite-se a tentativa.
A ação penal é pública incondicionada. A ação penal é pública incondicionada.
-
Envenenamento de água potável ou de substância da, com os núcleos “entregar a consumo” e “ter em
alimentícia ou medicinal depósito”.
Envenenar água potável, de uso comum “Entregar a consumo” tem o sentido de passar algo
ou particular, ou substância alimentícia ou medici- à posse de alguém para ser ingerido.
nal destinada a consumo: “Ter em depósito” é manter alguma coisa acondi-
Pena – reclusão, de dez a quinze anos. cionada em determinado local.
§ 1º Está sujeito à mesma pena quem entrega a
distribuída, a água ou a substância envenenada. terceira pessoa, diversa da responsável pelo envene-
Modalidade culposa namento, que pratica fato posterior consistente em
§ 2º Se o crime é culposo: entregar a consumo a água ou então a substância
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
alimentícia ou medicinal já envenenadas, ou então
as mantém em depósito para distribuição futura (ele-
O objeto material do crime em estudo é a água
potável ou a substância alimentícia ou medicinal des- A pessoa que efetuou o envenenamento não pode
tinada a consumo.
Tutela-se a saúde pública. somente pela modalidade fundamental, prevista no
Água potável é aquela que não apresenta risco à art. 270, caput, do CP, ainda que venha a entregar a
saúde humana, razão pela qual é utilizável como bebi- -
da ou no preparo de alimentos. buída, a água ou a substância envenenada. Veja que
Não precisa ser quimicamente pura. nessa hipótese, a conduta ulterior funciona como
Pode ser de uso comum ou particular, não exigin- mero desdobramento do fato principal, restando por
do o CP que seja destinada ao consumo. este absorvida.
Quanto à substância alimentícia, refere-se a lei a Condutas semelhantes:
matéria líquida ou sólida destinada à alimentação dos
seres vivos. Art. 54, da Lei nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambien-
Substância medicinal é a matéria líquida ou sólida tais) pune qualquer tipo de poluição.
que serve de remédio visando a cura ou a prevenção Art. 270, do CP, possui pena muito maior e se rela-
de algum mal que acomete os seres vivos. ciona com envenenamento de água potável.
Vejamos, o tipo penal diz “envenenar”, ou seja,
ministrar veneno, intoxicar. Corrupção ou poluição de água potável
No crime de envenenamento de água potável ou de
substância alimentícia ou medicinal, o dolo do agente Art. 271. Corromper ou poluir água potável, de uso
limita-se a colocar em perigo a saúde pública. Agora, comum ou particular, tornando-a imprópria para
se o sujeito envenena água potável com a intenção de consumo ou nociva à saúde:
provocar a morte de pessoa determinada, obtendo Pena – reclusão, de dois a cinco anos.
êxito em seu intento, a ele será imputado o crime de Modalidade culposa
- Parágrafo único. Se o crime é culposo:
284 forme art. 121, § 2º, inciso III, do CP. Pena – detenção, de dois meses a um ano.
O objeto material do crime de corrupção ou polui- O objeto material no caput é a substância ou pro-
ção de água potável é a própria água potável, de uso duto alimentício destinado a consumo.
comum ou particular. No § 1.º-A o objeto material é a substância alimentícia
composição, tornando-a nociva à saúde ou intolerável É imprescindível que acarrete a conduta em noci-
pelo mau sabor ou odor. vidade à saúde ou redução do valor nutritivo.
Poluir a água é sujá-la, transformando-a em líqui- Tutela-se a saúde pública.
do impróprio para consumo pelo ser humano. No caput, há quatro núcleos:
-
vende, expõe à venda, importa, tem em depósito
para vender ou, de qualquer forma, distribui ou da”, na qual o propósito de transmissão onerosa da
entrega a consumo a substância alimentícia ou o -
do pelo agente.
§ 1º Está sujeito às mesmas penas quem pratica as Não se admite a modalidade culposa.
ações previstas neste artigo em relação a bebidas,
com ou sem teor alcoólico. crimes instantâneos, salvo nas variantes “expor à ven-
Modalidade culposa da” e “ter em depósito para venda”, em que se notam
§ 2º Se o crime é culposo: crimes permanentes, pois a consumação se prolonga
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. no tempo, por vontade do agente. 285
A tentativa é possível, em razão do caráter pluris- Admite-se a tentativa.
subsistente do delito. A ação penal é pública incondicionada.
A ação penal é pública incondicionada. Sobre a competência, em regra, é da Justiça Esta-
dual. Entretanto, será competente a Justiça Fede-
ral se caracterizada a procedência internacional do
medicamento.
Art. 273.
adulterado ou alterado. Por sua vez, os núcleos do tipo
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e derivado são idênticos aos contidos no § 1º-A do art.
multa. 272, do CP.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem importa,
vende, expõe à venda, tem em depósito para vender temos condutas de natureza administrativa, em face
ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a con- do elevado risco proporcionado à saúde pública. Res-
- salta-se que a incriminação de tais condutas não obsta
do ou alterado.
a responsabilização simultânea do infrator no âmbito
§ 1º-A. Incluem-se entre os produtos a que se refere
administrativo.
este artigo os medicamentos, as matérias-primas,
A modalidade culposa está contida no art. 273, §
os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os
saneantes e os de uso em diagnóstico. 2º, do CP. Responde pelo delito, em sua forma culpo-
§ 1º-B. Está sujeito às penas deste artigo quem sa, a pessoa que de modo negligente, imprudente ou
pratica as ações previstas no § 1º em relação a imperito, em inobservância do dever geral de cuidado
produtos em qualquer das seguintes condições: objetivo, e sendo previsível o resultado, realiza qual-
I – sem registro, quando exigível, no órgão de vigi- quer das condutas previstas no caput, colocando em
perigo a saúde pública.
II – em desacordo com a fórmula constante do
A modalidade culposa encontra-se prevista no § 2º, O fato se perfaz com a conduta de utilizar, no
do art. 273, do CP. fabrico de produto destinado a consumo, revesti-
Consuma-se com a prática de qualquer das condu- -
tas legalmente descritas, pouco importando se sobre-
vém ou não prejuízo a alguém. Veja, a lei presume, de de refrigerantes ou de certas bebidas alcoólicas),
forma absoluta, o risco criado a pessoas indetermina- matéria corante (substância utilizada para dar cor
das em razão do comportamento ilícito. aos alimentos), substância aromática (substância
286 empregada para conferir determinado aroma aos
alimentos), substância antisséptica (substância Consuma-se com a prática da conduta legalmente
utilizada para evitar a fermentação de alimentos), descrita, prescindindo-se da lesão a alguém. A lei pre-
conservadora (substância que retarda ou impede a sume, de forma absoluta, a exposição a risco da saú-
deterioração de alimentos) ou qualquer outra não de de pessoas indeterminadas como consequência do
expressamente permitida pela legislação sanitária comportamento criminoso.
- Admite-se a tentativa.
zantes etc.). A ação penal é pública incondicionada.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Produto ou substância nas condições dos dois
O sujeito passivo é a coletividade. artigos anteriores
Consuma-se quando o sujeito emprega, na fabri-
cação de produto destinado a consumo, revestimen- Art. 276. Vender, expor à venda, ter em depósito
para vender ou, de qualquer forma, entregar a con-
aromática, antisséptica, conservadora, ou qualquer sumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.
outra não permitida expressamente pela legislação Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
sanitária, pouco importando se sobrevém ou não
dano a alguém. Tutela-se a saúde pública.
Se a conduta consistir na exposição à venda ou O objeto material é o produto nas condições indi-
venda de mercadoria ou produto alimentício, cujo cadas nos arts. 274 e 275, do CP.
O tipo penal contém quatro núcleos:
quanto ao peso e composição, estará caracteriza-
Vender é alienar ou ceder algo por preço certo,
1.521/1951, Crimes contra a Economia Popular, puni- transferindo a propriedade de um bem em troca
do com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. do recebimento de determinado valor.
O crime é doloso. Expor à venda equivale a exibir um objeto com a
Não admite modalidade culposa. intenção de vendê-lo.
Admite-se tentativa.
A ação penal é pública incondicionada. bem acondicionado em algum local, visando ven-
dê-lo no futuro.
Invólucro ou recipiente com falsa indicação Entregar a consumo é transferir um bem a outrem
para ser utilizado ou ingerido.
Art. 275. Inculcar, em invólucro ou recipiente de
produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais, Vimos que existem vários núcleos, e a prática de
a existência de substância que não se encontra em mais de um deles no tocante ao mesmo objeto mate-
seu conteúdo ou que nele existe em quantidade
menor que a mencionada: O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, e não
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. necessariamente os comerciantes.
O sujeito passivo é a coletividade.
O objeto material do crime em estudo é o invólu- O crime é doloso, independentemente de qual-
cro ou o recipiente de produtos alimentícios, terapêu- à conduta
ticos ou medicinais. de “ter em depósito para vender”, na qual se exige
Protege-se a saúde pública. a intenção de guardar o produto para aliená-lo por
Invólucro é tudo o que serve para envolver, por determinado preço.
exemplo, capas, rótulos, bulas, pacotes etc. Não se admite a modalidade culposa.
Recipiente é o receptáculo, ou seja, o objeto capaz Consuma-se quando o sujeito vende, expõe à ven-
da, tem em depósito para vender ou, de qualquer for-
de conter líquidos ou sólidos, por exemplo, potes,
ma, entrega a consumo produto nas condições dos
sacos plásticos, latas e frascos.
arts. 274 e 275 do CP, importando se sobrevém ou não
Produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais
dano a alguém.
são, respectivamente, as substâncias destinadas à
Destaca-se que nas modalidades “vender” e “entre-
nutrição do organismo, à atenuação da dor ou à cura
gar a consumo”, o art. 276, do CP é crime instantâneo,
dos enfermos, ou ao tratamento de males ou doenças.
consumando-se em momento determinado, sem con-
Como o tipo penal faz menção somente ao invólu-
tinuidade no tempo.
cro e ao recipiente, não são alcançados os boletins, os
É crime permanente nas modalidades “expor à
catálogos, os prospectos, as propagandas, os folhetos e venda” e “ter em depósito para vender”, pois nesses
os anúncios, entre outros. casos a consumação se prolonga no tempo, por
Consequentemente, se a conduta recair sobre tais vontade do agente
objetos, não se caracterizará o crime em tela, sem pre- Admite-se a tentativa.
DIREITO PENAL
de drogas, contido no art. 33, , da Lei nº Cleber Masson (2018) aborda o questionamento
11.343/2006, Lei de Drogas. sobre medicamentos genéricos. Medicamento genérico
é o medicamento similar a um produto de referência ou
inovador, que se pretende ser com este intercambiável,
O tipo penal contém cinco núcleos: geralmente produzido após a expiração ou renúncia da
proteção patentária ou de outros direitos de exclusivida-
Fabricar é manufaturar, preparar ou construir.
288
designado pela Denominação Comum Brasileira (DCB), -
ou, na sua ausência, pela Denominação Comum Inter- co veterinário, sem autorização legal, não autoriza a
nacional (DCI). É fácil concluir que os medicamentos
genéricos possuem o mesmo princípio ativo do medica- é vedada a utilização da analogia in malam partem no
mento “original”. Logo, não há falar na prática do crime âmbito criminal, em respeito ao princípio da reserva
ora estudado, até porque seria ilógico e absurdo a legis- legal (art. 5º, XXXIX, da CF e art. 1º do CP).
O tipo é “exercer”, no sentido de praticar, desem-
lação permitir a circulação destes medicamentos e, ao
penhar ou exercitar, ainda que a título gratuito, a pro-
mesmo tempo, incriminar seu fornecimento em prejuí-
constitucional à saúde.
Receita médica é a indicação escrita elaborada Importante!
pelo médico regularmente inscrito nos quadros do
Conselho Regional de Medicina. O verbo “exercer” é indicativo da habitualidade
Não há crime no fornecimento de substância do delito.
medicinal em desacordo com receitas emitidas por Destarte, não basta a realização de um único ato
privativo do médico, dentista ou farmacêutico.
dentistas e parteiras, em face da vedação da analo- Exige-se a reiteração de atos, reveladores do
gia in malam partem no Direito Penal, bem como as estilo de vida ilícito assumido pelo farsante.
hipóteses excepcionais, previstas nos arts. 30 e 37, d,
do Decreto nº 20.931/1932, nas quais é autorizada a
prescrição de medicamentos por dentistas e parteiras. O crime pode ser praticado de duas formas:
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
O sujeito passivo é a coletividade. Primeira forma, quando o sujeito exerce, ainda que
Trata-se de crime formal, de consumação anteci-
pada ou de resultado cortado, isto porque - farmacêutico, sem autorização legal. A expressão
. “sem autorização legal” representa um elemento
O crime é doloso, independentemente de qualquer normativo do tipo: o sujeito não está autorizado
Só admite modalidade culposa na hipótese do título que o habilite para tanto, pois, há falta de
parágrafo único, do art. 280, CP.
Contudo, se o sujeito possuir a intenção de matar atende doentes em seu consultório, sem nunca ter
a vítima, fornecendo substância médica diversa da frequentado a faculdade de medicina, ou então
prescrita ou em dose manifestamente excessiva, esta- porque seu título, embora exista, não foi registra-
do perante o órgão competente, tal como se veri-
de meio insidioso, conforme disposto no art. 121, § 2º,
inciso III, do CP, restando absorvido o delito de medi- médicas não teve seu diploma registrado perante
camento em desacordo com receita médica.
o Conselho Regional de Medicina respectivo.
Admite-se a tentativa.
-
A ação penal é pública incondicionada.
são de médico, dentista ou farmacêutico, ainda que
a título gratuito, excedendo-lhe os limites, trata-se
Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou
-
farmacêutica
te possui autorização legal para exercer a medici-
na, arte dentária ou farmacêutica, mas extrapola
Art. 282. Exercer, ainda que a título gratuito, a
os limites que a lei lhe impõe.
autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. Este crime é mais um exemplo de lei penal em
branco homogênea, pois é preciso analisar os limites
de lucro, aplica-se também multa.
atinentes às áreas da medicina, da odontologia e da
Vamos ver o que dispõe o art. 5º, inciso XIII, da farmácia.
Constituição Federal: O sujeito ativo, na primeira conduta, “exercer, ain-
-
é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou tista ou farmacêutico, sem autorização legal”, é um
crime comum ou geral, uma vez que pode ser come-
que a lei estabelecer. tido por qualquer pessoa. Na prática, normalmente, o
A regra é a liberdade de trabalho, ofício ou pro- a título precário, pois somente assim reúne condições
para ludibriar um número indeterminado de pessoas,
DIREITO PENAL
a imposição de exigências, pelo legislador ordinário, proporcionando-lhes tratamento típico daqueles que
para o desempenho de tais atividades. se fazem com médico, dentista ou farmacêutico.
Nesse contexto, há requisitos legais para o exercício O sujeito ativo na conduta de “exercer, ainda que
da medicina, da odontologia e da atividade farmacêutica.
Considerando a relevância da saúde pública, o farmacêutico, excedendo os limites, cuida-se de crime
legislador acertadamente instituiu a categoria de cri- próprio ou especial, pois somente pode ser praticado
pelo médico, dentista ou farmacêutico devidamente
Tutela-se a saúde pública. habilitado e registrado que extrapola os quadrantes
da sua atuação. Por exemplo, o médico registrado
médico, dentista ou farmacêutico. perante o Conselho Regional de Medicina de São Paulo 289
não praticará o crime em estudo, mas somente um ilí- Não se admite a modalidade culposa.
Consuma-se o crime de charlatanismo com o ato de
em outro estado, sem efetuar seu registro no Conselho inculcar ou anunciar a cura por meio secreto ou infa-
Regional de Medicina respectivo. lível, pouco importando se a pessoa enferma venha
O sujeito passivo imediato é a coletividade e, ou não a ser efetivamente “tratada” pelo charlatão.
- Basta um único anúncio fraudulento de cura para
sional da medicina, arte dentária ou farmacêutica. o aperfeiçoamento do delito.
O crime é doloso, independentemente de qualquer Admite-se a tentativa.
A ação penal é pública incondicionada.
Não se admite a modalidade culposa.
Considerando o núcleo do tipo, “exercer”, conclui- Curandeirismo
-se no sentido de que o delito somente se consuma
com a prática reiterada e uniforme da conduta legal- Art. 284. Exercer o curandeirismo:
mente descrita, de modo a revelar o estilo de vida ilí- I – prescrevendo, ministrando ou aplicando, habi-
cito adotado pelo agente.
O exercício ainda que a título gratuito caracteriza II – usando gestos, palavras ou qualquer outro
o crime
Não admite a tentativa. III – fazendo diagnósticos:
A ação penal é pública incondicionada. Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado mediante
Charlatanismo
Art. 283. Inculcar ou anunciar cura por meio secre- Tutela-se a saúde pública.
to ou infalível: O objeto material é a substância prescrita, minis-
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. trada ou aplicada, o gesto, a palavra ou qualquer
outro meio, bem como o diagnóstico efetuado.
Tutela-se a saúde pública. O anúncio da falsa cura O termo “exercer” tem o sentido de desempenhar
muitas vezes acarreta a decisão de pessoas ingênuas ou praticar determinado comportamento com habi-
no sentido de ser desnecessário o auxílio médico para tualidade. Com efeito, o verbo “exercer” é indicativo
proceder ao tratamento convencional da doença, da reiteração de atos, razão pela qual a realização iso-
resultando em riscos para a saúde ou mesmo para a lada da conduta legalmente descrita não constitui o
vida. delito.
O objeto material do crime de charlatanismo é o Curandeirismo é a prática consistente no ato de
anúncio da cura por meio secreto ou infalível.
restabelecer a saúde alheia por pessoa a quem não
Cura secreta é o tratamento de doença de maneira
é atribuída a função, capacidade ou poder para tal
oculta, mediante a utilização de procedimentos igno-
-
rados pelas ciências médicas.
alcançar a cura.
apto a restabelecer, inevitavelmente, a saúde do
A atividade do curandeiro não precisa ser com-
paciente.
O tipo penal diz: pletamente inovadora e totalmente falha, de modo a
permitir que somente as pessoas menos esclarecidas
Inculcar é aconselhar, apregoar, sugerir. possam cair no golpe.
Anunciar é noticiar, divulgar pelos mais variados Cuida-se de crime de forma vinculada, pois o tipo
penal arrola expressamente seus meios de execução.
televisão etc. Vejamos:
Inciso I – prescrevendo, ministrando ou aplicando,
Pratica o crime de charlatanismo o agente que habitualmente, qualquer substância:
apregoa ou divulga tratamento de doença mediante
cura secreta ou infalível. A ilicitude do comporta- Prescrever é receitar ou recomendar;
mento reside no segredo e na infalibilidade da cura Ministrar equivale a entregar para consumir ou
de determinada doença, pois às ciências médicas inocular; e
não é dado prometê-la por meios secretos, tampouco Aplicar tem o sentido de empregar ou utilizar.
anunciar procedimento que inevitavelmente irá
alcançá-la. As ações ligam-se a “qualquer substância”, de ori-
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusi- gem vegetal, animal ou mineral, podemos exempli-
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA alteração não podem ser grosseiras (aquela vista a
olho nu por qualquer pessoa dotada de capacidade
mediana) – neste caso, estaremos diante de condu-
aqueles em que na posição de sujeito passivo estará
crime de moeda falsa;
-
ção se aplica de forma direto ao Estado.
- uso pode caracterizar o crime de estelionato, confor-
me entendimento sumulado do STJ.
DIREITO PENAL
moeda – não se trata de hipótese de concurso de Praticará crime assimilado ao de moeda falsa, pre-
visto no art. 290, do CP, o agente que formar cédula,
a guarde, responderá apenas pelo crime de moeda
nota ou bilhete representativo de moeda com frag-
falsa;
mentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros, ou
suprimir em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o
Se o agente recebe a moeda de boa-fé, mas, para
-
inutilização, bem como restituir à circulação cédula,
ponderá criminalmente?
nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos
Sim. A resposta é positiva.
Neste caso, responderá o agente pelo crime de
É importante, sobre o delito assimilado à moeda falsa:
circulação de moeda falsa na modalidade privilegia-
da, com uma pena bem mais branda em relação aos
É crime comum, que pode ser praticado por
outros dois tipos penais que já estudamos.
qualquer pessoa;
O crime é doloso;
Sobre o crime de circulação de moeda falsa privile-
Não admite a modalidade culposa;
Admite tentativa;
É processado e julgado pelo Justiça Federal,
O recebimento da moeda se dá de boa-fé, pois o
mediante ação penal pública incondicionada;
agente acredita que é verdadeira.
Trata-se de tipo penal misto alternativo, que se
A restituição à circulação deve se dar dolosamen-
te, isto é, o agente já conhece sobre a falsidade da consuma com a prática de quaisquer das condutas
moeda; previstas no tipo penal.
É crime comum, que pode ser praticado por
que pratica Existe a possibilidade de ser crime próprio, caso
seja cometido por funcionário que trabalha na repar-
Admite tentativa. tição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela
tenha fácil ingresso, em razão do cargo.
Neste caso, o máximo da reclusão é elevado a doze
Responderá pelo crime de moeda falsa na moda- anos.
moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. tem por conduta fabricar, adquirir, fornecer, a título
oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo,
não admite a forma culposa. aparelho, instrumento ou qualquer objeto especial-
292
O objeto material deste crime é o maquinismo, É crime comum, que pode ser praticado por qual-
aparelho, instrumento ou qualquer objeto especial- quer pessoa.
Veja que o tipo penal exige que o equipamento FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS
PÚBLICOS
-
adquira um aparelho, mesmo que não inicie a execu- II - papel de crédito público que não seja moeda de
-
minalmente pelos atos preparatórios, que constituem
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de cai-
crime autônomo.
xa econômica ou de outro estabelecimento mantido
Sobre o crime de petrechos para emissão de moe-
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro
documento relativo a arrecadação de rendas públi-
É crime de ação múltipla, que poderá ser praticado cas ou a depósito ou caução por que o poder públi-
por meio da execução de quaisquer um dos
verbos previstos no tipo penal: fabricar, adquirir, VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de
fornecer, possuir ou guardar. transporte administrada pela União, por Estado ou
É crime comum, que pode ser praticado por por Município:
qualquer pessoa; Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1o Incorre na mesma pena quem:
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos
onerosa;
No verbo guardar, trata-se de crime permanente, II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede,
empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação
cessar a permanência;
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à
O delito é doloso; venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede,
Não admite a modalidade culposa; empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma,
Admite tentativa. utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, produto ou
Emissão de título ao portador sem permissão legal mercadoria:
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a
Art. 292. Emitir, sem permissão legal, nota, bilhe-
dinheiro qualquer dos documentos referidos neste utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua
artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias inutilização:
a três meses, ou multa. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois
O crime de emissão de título ao portador sem de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o
emissão legal é praticado quando o agente emite, sem parágrafo anterior.
Importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, importante que você leve para a sua prova as seguin-
mantém em depósito, guarda, troca, cede, empres- tes informações:
ta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade É crime de ação múltipla, que poderá ser praticado
comercial ou industrial, produto ou mercadoria: mediante a execução de quaisquer um dos verbos
previstos no tipo penal: fabricar, adquirir,
Em que tenha sido aplicado selo que se destine fornecer, possuir ou guardar;
É crime comum, que poderá ser praticado por
qualquer agente;
tributária determina a obrigatoriedade de sua Entretanto, caso o crime seja praticado por fun-
aplicação. cionário público, prevalecendo-se este do cargo, a
pena será aumentada da sexta parte (1/6).
Aquele que suprimir, em qualquer dos papéis vis- de moeda, o objeto deve ser destinado especial-
Importante!
Trata-se de crime de forma livre, que pode ser pra- Cleber Masson (2018) destaca que se a falsida-
ticado de qualquer modo pelo agente. de lançada na Carteira de Trabalho e Previdência
Social relacionar-se com os direitos trabalhistas
tidas no documento público ou particular (com a dades previstas no tipo penal: habilitar alguém a
omissão de declaração ou com a declaração falsa). obter cargo público; isentar de ônus ou de serviço
de caráter público, ou qualquer outra vantagem.
todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o revogado pelo art. 39 da Lei nº 6.538/1978.
teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para pro- Trata-se de lei relacionada ao serviço postal e sua
va de fato ou circunstância que habilite alguém a redação é a seguinte:
obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de
caráter público, ou qualquer outra vantagem. Art. 39. -
Sobre este crime, é importante levar em conside- ca de valor para coleção, salvo quando a reprodu-
ração o seguinte: ção ou a alteração estiver visivelmente anotada na
face ou no verso do selo ou peça:
É crime comum, que poderá ser praticado por Pena: detenção, até dois anos, e pagamento de três
qualquer pessoa; a dez dias-multa.
Só pode ser praticado dolosamente – não admite a Forma assimilada
forma culposa; Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas, quem,
Admite a modalidade tentada; -
É crime de ação múltipla, que pode ser praticado télica de valor para coleção, ilegalmente reproduzi-
mediante a execução de quaisquer uma das dos ou alterados.
seguintes condutas:
Uso de documento falso
certidão; -
Alterar o teor de certidão ou atestado cados ou alterados, a que se referem os arts. 297
verdadeiro. a 302:
Importante! -
ra típica a seguinte conduta: fazer uso de qualquer
-
são, atestado falso:
Falsidade ideológica;
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Certidão ou atestado ideologicamente falso;
de lucro, aplica-se também multa. Falsidade material de atestado ou certidão;
Falsidade de atestado médico.
-
- O uso de qualquer um dos documentos previstos
tado falso.
Sobre este crime, é importante levar em respondendo o agente com a mesma pena correspon-
consideração:
Por exemplo, caso um agente seja surpreendido
É crime próprio, que só poderá ser praticado por utilizando um documento público falso, será respon-
médico; sabilizado com a pena de reclusão de dois a seis anos,
Não admite a forma culposa – deve ser praticado
dolosamente; de documento público.
- Se o agente que fez uso do documento falso foi o
vo no caso de obtenção de lucro;
Admite a tentativa; Ele será responsabilizado de que forma?
Segundo entendimento que predomina no STJ,
neste caso, deverá o agente responder apenas por fal-
298 da pena privativa de liberdade, a pena de multa;
Documento público ou
falso, deverá responder apenas por aquele. particular verdadeiro, de
DESTRUIR que não podia dispor
A súmula 546 do STJ: SUPRIMIR
OCULTAR Em benefício próprio ou
A competência para processar e julgar o crime de de outrem, ou em prejuízo
- alheio.
dade ou órgão ao qual foi apresentado o documen-
A pena do crime será diferente, a depender da natu-
expedidor. reza do documento destruído, suprimido ou ocultado.
Caso o agente desconheça sobre a falsidade do agente não possa dispor do documento público ou
- particular;
guração deste tipo penal, já que, como visto acima, Admite a tentativa.
o elemento subjetivo é somente o dolo;
Prevalece o entendimento de que não admite a OUTRAS FALSIDADES
modalidade tentada, já que se trata de crime unis-
subsistente, perfazendo-se mediante a execução
de um único ato (ou o agente usa o documento e
pratica o crime; ou o agente não usa o documento
e o fato será atípico);
Segundo o STJ, se o documento usado for grosseira- -
-o, marca ou sinal empregado pelo poder público
ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em Trata-se de crime de ação múltipla, que pode ser
prejuízo alheio, documento público ou particular ver- praticado mediante a execução dos verbos:
dadeiro, de que não podia dispor.
Trata-se de crime de ação múltipla, que poderá ser
praticado com a execução das seguintes condutas: Usar. 299
Responderá o agente com uma pena mais branda, O entendimento que predomina atualmente é o de
podendo ser reclusão ou detenção, de um a três anos, que a responsabilização penal por falsa identidade,
ainda que diante de situação de alegada autodefesa,
não viola o princípio da não autoincriminação, sendo,
portanto, fato típico.
Fiscalização sanitária;
Autenticar ou encerrar determinados objetos; STJ - Súmula 522.
Comprovar o cumprimento de formalidade legais.
A conduta de atribuir-se falsa identidade perante
Sobre este crime, é importante levar as seguintes autoridade policial é típica, ainda que em situação
informações para a sua prova: de alegada autodefesa.
É crime comum, que pode ser praticado por Sobre o crime de falsa identidade, é importante
qualquer pessoa; que você leve em consideração:
Não admite a modalidade culposa – só pode ser
praticado dolosamente; É crime comum, que pode ser praticado por
qualquer pessoa;
Admite a forma tentada, salvo quando executado Não admite a modalidade culposa – o elemento
por meio verbo usar. subjetivo exigido é sempre o dolo;
-
Dica próprio ou alheio, ou para causar dano;
Não admite tentativa. Parte da doutrina a admite,
tentativa.
Usar não admite tentativa. praticado de forma escrita;
Trata-se de crime subsidiário, respondendo o
Falsa identidade agente por ele apenas se o fato não constituir ele-
mento de crime mais grave;
Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa Não se exige que o agente atribua a si ou a tercei-
identidade para obter vantagem, em proveito pró- ro nome de pessoa real, podendo ocorrer caso o
prio ou alheio, ou para causar dano a outrem: nome seja inexistente;
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, É crime formal, que se consuma independentemente
se o fato não constitui elemento de crime mais grave. de o agente conseguir obter a vantagem ou
Art. 308. Usar, como próprio, passaporte, título de efetivamente causar dano.
eleitor, caderneta de reservista ou qualquer docu-
mento de identidade alheia ou ceder a outrem, para Conduta típica: usar, como próprio, passaporte,
que dele se utilize, documento dessa natureza, pró- título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer
prio ou de terceiro: documento de identidade alheia ou ceder a outrem,
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e para que dele se utilize, documento dessa natureza,
multa, se o fato não constitui elemento de crime próprio ou de terceiros.
mais grave. Este crime pode ser praticado das seguintes formas:
Figura típica: atribuir-se ou atribuir a terceiro fal- Quando o agente faz uso de documento de identi-
sa identidade para obter vantagem, em proveito pró-
prio ou alheio, ou para causar dano a outrem. Quando o agente cede, para que outro utilize,
O crime pode ser praticado das seguintes formas:
Neste crime, o agente se passa por uma outra pessoa. O tipo penal apresenta hipótese de interpretação
Por exemplo, um indivíduo, chamado Carlos
Eduardo Diogo, sabendo que se encontra, em seu des- de identidade, a exemplo do passaporte, título de elei-
- tor e caderneta de reservista (fórmulas casuísticas), e
lidade de não ser preso e de que não se descubra a -
sua condição de procurado, ao ser abordado por uma são “qualquer documento de identidade (fórmula
equipe policial, atribui a si próprio o nome de Antô- genérica)”.
nio Carlos dos Céus, contra quem não existe nenhuma Sobre este crime, é importante que você leve para
medida judicial. a sua prova o seguinte:
como “laranja” de estrangeiro, que age como proprie- Neste caso, trata-se de crime próprio, que só pode-
tário ou possuidor de valores, ações ou títulos que, rá ser praticado pelo funcionário público.
na verdade, pertencem a um estrangeiro, já que a lei -
proíbe a este a propriedade ou a posse. 301
Em regra, é crime comum, que pode ser praticado Forma majorada: a pena será aumentada de 1/3 (um
por qualquer pessoa. terço) se o fato é cometido por funcionário público.
O aumento de pena aplicável no caso de ser pra-
ticado no exercício da função ou em razão dela e
à forma equiparada, que constitui crime próprio. seguintes informações:
Trata-se de crime instantâneo
Este crime não é permanente. Portanto, a sua con- Este crime se aplica a certames de interesse públi-
duta não se prolonga no tempo. co de maneira geral, e não apenas a concursos
Não admite a modalidade culposa – só será prati- públicos em sentido estrito.
cado com dolo; É crime comum, que pode ser praticado por
qualquer pessoa;
Admite a modalidade tentada.
É comum acharem que se trata de crime próprio,
que só pode ser praticado por funcionário público. Não
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE
é crime próprio. Na verdade, para este crime, a condição
PÚBLICO de funcionário público não é elementar, constituindo,
contudo, causa de aumento de pena de 1/3 (um terço).
Fraudes em certames de interesse público Vejamos os pontos importantes deste crime:
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o Não admite a modalidade culposa – só pode ser
praticado dolosamente;
a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:
credibilidade do certame;
III - processo seletivo para ingresso no ensino supe- Trata-se de crime formal, que se consuma com a
mera divulgação ou utilização das informações
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: -
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. ciar a si ou a terceiro ou não consiga comprometer
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou a credibilidade do certame público;
facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não Admite a forma tentada;
autorizadas às informações mencionadas no caput. Caso o agente promova a utilização ou divulgação
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à adminis- das informações sigilosas devidamente (com justa
tração pública: causa), não há que se falar na prática deste crime.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
cometido por funcionário público.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol . 1,
Este tipo penal foi editado para proteger a lisura 19ª. Ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
dos certames de interesse público.
CUNHA, Rogério Sanches. Pacote Anticrimes – Lei
seguinte conduta: utilizar ou divulgar, indevidamen- 13.964/2019: Comentários às Alterações no CP, CPP
e LEP. Salvador: Juspodium, 2020.
comprometer a credibilidade do certame, conteúdo
sigiloso de: GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito penal
esquematizado: parte especial. 6ª ed. São Paulo:
Concurso público (segundo Sanches, instrumento Saraiva, 2016.
de acesso a cargos e empregos públicos);
Avaliação ou exame públicos (segundo Sanches, JESUS, Damásio de. Código Penal Anotado. 22ª. Ed.
abrange, por exemplo, os exames psicotécnicos); São Paulo: Saraiva, 2017.
Processo seletivo para ingresso no ensino superior
(conforme Sanches, engloba vestibulares e outras MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. 2ª. Ed.
formas de avaliação para ingresso no ensino supe- São Paulo: Método, 2019.
rior, a exemplo do ENEM);
Exame ou processo seletivo previstos em lei (con- CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
forme ensina Rogério Sanches, a exemplo do exa-
me da OAB) Crimes Praticados por Funcionários Públicos Contra
a Administração em Geral
O crime de fraude em certames de interesse pública
- Trata-se de crimes próprios, que exigem uma condi-
da e uma forma majorada (com aumento de pena): ção especial do sujeito ativo: ser funcionário público.
Nos crimes contra a Administração Pública, o bem
Forma equiparada: incorre nas mesmas penas o jurídico genericamente tutelado é a moralidade ou
agente que permite ou facilita, por qualquer meio, probidade administrativa.
Os crimes praticados por funcionário público
o acesso de pessoas não autorizadas às informa-
contra a administração em geral são chamados de
ções sigilosas relacionadas a concurso público;
avaliação ou exame públicos; processo seletivo crimes funcionais. Os crimes funcionais são aqueles
para ingresso no ensino superior; ou exame ou praticados contra a administração pública por indiví-
processo seletivo previstos em lei. duo que se encontra investido em uma função públi-
ca. São divididos em funcionais próprios ou puros e
302 dano à administração pública; funcionais impróprios ou impuros.
Os crimes funcionais próprios são aqueles que ou assessoramento de órgão da administração direta,
serão atípicos caso não sejam praticados por funcio- sociedade de economia mista, empresa pública ou
nários públicos. Segundo a doutrina, neste caso, ocor- fundação instituída pelo poder público.
rerá uma hipótese de atipicidade absoluta. É importante saber que a pena não será aumen-
- tada caso o funcionário público ocupe cargo em
ricação será atípica caso não seja praticada por um comissão ou função de direção ou assessoramento em
funcionário público. autarquias, por falta de previsão legal. Lembre-se que
Os crimes funcionais impróprios são aqueles que o nosso ordenamento jurídico não admite a analogia
para prejudicar o agente.
caso não sejam praticados por funcionários públicos. Os crimes funcionais admitem a coautoria de
Segundo a doutrina, neste caso, ocorrerá uma particular, sendo possível que este venha a ser res-
hipótese de atipicidade relativa. ponsabilizado por delito funcional contra a adminis-
tração pública, desde que pratique a infração penal
praticada por meio do verbo subtrair, será desclassi-
em concurso com funcionário público e conheça esta
qualidade.
por um funcionário público.
O Código Penal responde a esta pergunta em seu
Artigo 327. convida seu amigo de infância, Jonas, para juntos,
Considera-se funcionário público, para os efeitos subtraírem um computador na repartição pública
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remu- que aquele trabalha. O funcionário público obteria
neração, exerce cargo, emprego ou função pública.
No artigo 327, § 1º, o Código Penal equipara a fun- com a chave da repartição naquele período. No dia
cionário público a quem exerce cargo, emprego ou determinado, os agentes vão ao local e subtraem o
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para computador.
empresa prestadora de serviço contratada ou conve- No exemplo apresentado, tanto José quanto Jonas
niada para a execução de atividade típica da Adminis- responderão pelo crime de peculato (vamos estudar
tração Pública. suas características a seguir), já que praticaram a con-
É importante diferenciar o conceito de funcionário duta em concurso de pessoas e a condição de caráter
público do direito administrativo do conceito de fun- pessoal (ser funcionário público) se comunica aos
cionário público do direito penal. demais agentes (é necessário que eles conheçam a
No direito administrativo, considera-se funcio- condição).
nário público apenas quem exerce cargo público na Não podemos deixar de tratar do concurso de pes-
administração direta, isto é, junto à União, Estados, soas nos crimes funcionais. Os crimes funcionais são
Distrito Federal ou Municípios. crimes próprios, à medida que o autor deve ser fun-
No direito penal, o conceito de funcionário públi- cionário público.
co é mais amplo, pois abrange quem exerce cargo, Em regra, não podem serem praticados por
emprego ou função pública, ainda que transitoria- qualquer pessoa.
mente ou sem remuneração. Mas, admitem a participação e a coautoria, bem
O mesário de eleição, por exemplo, é funcionário como a autoria mediata.
público para efeitos penais, à medida que exerce uma Observe que o particular sozinho não pratica cri-
função pública. me funcional, mas desde que unido com outro funcio-
O art. 327, do CP, faz menção a cargo público, nário público também responderá pelo delito.
emprego público e função pública, vamos distinguir: Isso é decorrente da teoria monista ou unitária da
ação, prevista nos arts. 29 e 30, do CP, na qual todo
Cargo público é o criado por lei, com nomenclatu- aquele que concorre para o crime responde para o
ra e número certo, junto à administração direta. mesmo crime.
Emprego público, por sua vez, é a função pública
exercida em caráter temporário ou extraordiná- por peculato o particular que, a mando do funcioná-
rio, por exemplo, diarista que presta serviço de rio público, subtrai bens da repartição pública. Igual-
faxina numa repartição pública. Assim, obtém-se mente, enquadra-se na corrupção passiva, a mulher
por exclusão o conceito de emprego público como
do funcionário público que instiga o marido a aceitar
a propina.
público.
Função pública é toda e qualquer atividade que
Peculato
perito judicial, estagiário do Ministério Público ou
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de
da Defensoria Pública ou de qualquer outro órgão
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, públi-
público, juiz de direito, Presidente da Repúbli-
co ou particular, de que tem a posse em razão do
ca, Governador de Estado, escreventes, Prefeitos, cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
vereadores, faxineira do fórum etc. Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
DIREITO PENAL
tenha a posse do bem em razão do seu cargo; o funcionário público não tenha a posse da coisa;
O bem pode ser público ou particular (imagine um O primeiro é o verbo “subtrair”, que é o fato de
objeto particular apreendido numa delegacia de o bem ser arrebatado pelo próprio funcionário
polícia); público;
O sujeito passivo é a administração pública, con-
tudo, no caso de bem particular, o dono do bem induzir, instigar ou auxiliar uma outra pessoa a
também será sujeito passivo do delito. realizar a subtração, por exemplo, o funcionário
público distrai os demais para que o seu amigo,
O peculato-desvio que é ladrão, ingresse na repartição para surru-
funcionário público desviar, em proveito próprio ou piar os bens.
alheio, dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular. que o ato seja doloso;
Segundo posicionamento majoritário, apesar de A qualidade de funcionário público deve acarretar
algumas posições jurisprudenciais em sentido con- alguma facilidade para a subtração da coisa. Caso
não haja facilidade, o agente responderá por furto
necessário que o bem seja desviado para integrar o
normalmente.
patrimônio do próprio funcionário público ou de ter-
Vamos trazer dois exemplos:
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro damente dados corretos nos sistemas informatiza-
de outrem. dos ou bancos de dados da Administração Pública
Parte da doutrina chama esta modalidade de
peculato-estelionato. para outrem ou para causar dano.
Sujeito ativo é o funcionário público que, por erro
de outrem toma posse de um bem móvel, em razão
da função, apropriando-se do mesmo. O terceiro que as condutas descritas no tipo penal sejam praticadas
induz o funcionário a apropriar-se do bem que rece- por funcionário público autorizado a operar os siste-
beu por erro será partícipe deste delito de peculato mas informatizados ou bancos de dados da adminis-
mediante erro. tração pública. 305
Trata-se de crime plurinuclear, já que o tipo penal Inserção de Dados Falsos em Sistemas de Informação:
descreve vários verbos que podem ser praticados
Verbos: Inserir, facilitar a inserção, alterar, excluir
Condutas: indevidamente
Deve ser praticado por funcionário autorizado
Inserir dados falsos;
Facilitar a inserção de dados falsos; ou de causar dano
Alterar dados corretos;
Excluir indevidamente dados corretos. -
mas de Informação:
É
condutas acima sejam realizadas em sistema informa-
Se praticado por funcionário autorizado, será fato
livros ou outro meio físico) da Administração Pública. atípico
Objeto Material:
Obter vantagem indevida para si ou para outrem; Está previsto no artigo 314 do Código Penal.
Causar dano.
Art. 314. -
-
sistemas de informação do quando o fato constitui crime mais grave), res-
pondendo por ele, o funcionário público, apenas se
-
Não admite a modalidade culposa;
da de sistemas de informação está previsto no Artigo
Admite tentativa.
313-B, do Código Penal.
O extravio, a sonegação e inutilização podem ser
parciais ou totais.
Art. 313-B.
sistema de informações ou programa de informá-
Sujeito ativo é apenas o funcionário público res-
tica sem autorização ou solicitação de autoridade
competente:
-
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos,
to. Se a conduta for praticada por outro funcionário
e multa. público o crime será o previsto no art. 337 do CP. Caso
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um seja praticado por advogado ou procurador, que inu-
tiliza documento ou objeto do processo, o enquadra-
resulta dano para a Administração Pública ou para mento será no art. 356 do CP.
o administrado. O delito em estudo é subsidiário, pois só será apli-
cado se não houver outro crime mais grave.
Assim, o funcionário público que recebe dinheiro
para destruir livro ou documento responderá apenas
-
pelo crime de corrupção passiva, que é mais grave.
grama de informática sem autorização ou solicitação
de autoridade competente. relativos a tributos, o funcionário que tinha a guarda
Caso o funcionário público seja autorizado ou pra- e praticou uma das condutas acima, responderá pelo
tique a conduta por solicitação da autoridade compe- crime do art. 3º, I, da Lei nº 8.137/1990, quando o fato
tente, o fato será atípico. acarretar pagamento indevido ou inexato de tributo.
A pena deste crime será aumentada de 1/3 (um
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
resulte dano para a Administração Pública ou para o
administrado. Previsto no art. 315, do CP, o crime de emprego
Fique atento às diferenças entre os tipos penais -
do crime de inserção de dados falsos em sistemas de rar com a prática da seguinte conduta: dar às verbas
ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida
306 não autorizada de sistemas de informação. em lei:
Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplica- É importante mencionar que a concussão se dará
ção diversa da estabelecida em lei: em razão da função do agente público, não se exigindo
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. que o fato seja praticado no efetivo desempenho das
atribuições do cargo. Sendo assim, este crime pode ser
Este crime não se aplica ao Prefeito Municipal, res-
cometido por funcionário público de férias e, segundo
a doutrina dominante, nomeado, mas não empossado
Decreto nº 201/1967.
Exige que o emprego irregular se dê em benefí- (antes de assumi-la).
cio da própria administração pública, contrariando a A violência ou grave ameaça (morte, prisão) não
legislação, não podendo o agente desviar as verbas ou são elementos integrantes do crime de concussão.
rendas em benefício próprio, sob pena de responder Se o funcionário público exigir o pagamento de
por outro crime. vantagem indevida, mediante violência ou grave
ameaça, estará cometendo o crime de extorsão, pre-
Município XYZ aprova a utilização de um milhão de visto no Artigo 158 do Código Penal.
reais para construção de uma passarela. A autoridade Sobre a concussão, é importante que você conheça
pública competente utiliza a verba mencionada para as seguintes informações, frequentemente cobradas
a construção de uma escola.
em prova:
de verbas ou rendas públicas. O agente deu às verbas
públicas destinação diversa daquela estabelecida em lei. Não pode ser praticada na modalidade culposa;
Observe que a destinação da verba se deu no inte- Trata-se de crime formal, que se consuma com a
resse da administração, já que, caso se dê em benefí- prática da exigência, sendo o recebimento da van-
cio próprio, o agente responderá por outro crime. tagem mero exaurimento do crime;
É importante mencionar a aplicação da excludente
de ilicitude do estado de necessidade: caso o emprego O particular, de quem se exigiu a vantagem
se dê devido a uma situação de perigo iminente indevida, é sujeito passivo secundário deste cri-
(utilizou-se verba pública destinada ao esporte, para me. A administração pública é o sujeito passivo
se construir um abrigo durante perigo de chuvas que primário.
desabrigaram grande parte da população), o fato será Em regra, não admite a tentativa, salvo quando
típico, mas não será antijurídico.
for possível fracionar o iter criminis, a exemplo
Sobre o emprego irregular de verbas ou rendas
da concussão praticada mediante carta endere-
públicas, é importante mencionar:
çada à vítima;
Este crime será praticado pelo funcionário público É possível se praticar a concussão indiretamente,
que tem poder de decisão sobre as verbas ou ren- quando, por exemplo, o funcionário público
das públicas, podendo delas dispor; exige a vantagem indevida por intermédio de
outra pessoa.
Não admite a modalidade culposa;
Admite a tentativa; É importante diferenciar concussão e corrupção
Não exige a ocorrência de dano pela administra- passiva:
não devida pela pessoa. O particular, por temer qual- CORRUPÇÃO PASSIVA
do particular, ou seja,
quer represália por parte do funcionário público pode
além de não ocorrer inti-
ou não pagar a vantagem indevida.
midação, há uma conduta
-
te de trânsito, exige de particular a quantia de R$
sugerimos que destaque
2.000,00 para que libere o seu veículo, sob pena de
que há uma confusão
levá-lo indevidamente ao pátio do Detran.
entre esses dois crimes,
A vantagem indevida, segundo posicionamento
para melhor compreen-
majoritário, não necessita ser patrimonial, podendo
são do leitor.
ser qualquer outra vantagem. 307
Excesso de exação -
so de exação, é possível compreender que o tipo penal
O excesso de exação, previsto no art. 316, § 1º, do não exige que o funcionário público tenha a intenção
Retardar indevidamente a prática de ato de ofício; Quando o funcionário público, por indulgência,
Deixar de praticar indevidamente ato de ofício; deixa de responsabilizar o subordinado que come-
Praticar ato de ofício contra disposição expressa teu infração no exercício do cargo;
de lei. Quando o funcionário público, que não é compe-
tente para responsabilizar aquele que cometeu
infração no exercício do cargo, por indulgência,
de agir: satisfazer interesse ou sentimento pessoal. não levar o fato ao conhecimento da autoridade
Você pode entender interesse ou sentimento pes- competente.
soal de diversas formas: vingança, compaixão, ódio,
amizade, preguiça, entre outros. A doutrina majoritária entende que o crime de
Sobre a prevaricação, leve para a sua prova: condescendência criminosa só pode ser praticado por
superior hierárquico.
Não admite a forma culposa; Você pode entender indulgência como compaixão,
Pode ser praticado de forma omissiva (retardar ou pena, piedade.
deixar de praticar) ou comissiva (praticar); Há um requisito que deve ser cumprido para a
prática da condescendência criminosa: uma infração
Admite tentativa apenas quando praticado de for-
funcional (que pode ser uma violação administrativa
ma comissiva.
ou penal) praticada por subordinado no exercício das
Tentativa na prevaricação:
atribuições do seu cargo.
Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
de ofício: não admite tentativa:
Praticar ato de ofício contra disposição expressa Não admite a forma culposa;
de lei: admite tentativa. É crime omissivo;
Não admite tentativa.
-
do o diretor de penitenciária e/ou agente público dei- Como é possível observar, os crimes de corrupção
xar de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a passiva privilegiada, prevaricação e condescendência
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita criminosa possuem características similares.
a comunicação com outros presos ou com o ambiente Vejamos as diferenças:
externo.
Corrupção Passiva Privilegiada: O agente deixa de
-
Importante! cia de outrem.
Prevaricação: O agente deixa de praticar ato de ofí-
A prevaricação imprópria só poderá ser pratica- cio para satisfazer sentimento ou interesse pessoal.
da pelo diretor de penitenciária ou pelo funcioná- Condescendência Criminosa: O agente deixa de
rio público que tem o dever funcional de impedir praticar ato de ofício (responsabilizar o subalter-
que o preso tenha acesso a aparelho de comu- no) por indulgência.
nicação com outros presos ou com o ambiente
externo. Advocacia administrativa
podendo, portanto, ser praticada, por exemplo, por Exige-se que o abandono se dê por um prazo rele-
um funcionário público que se encontre de folga. -
-
ponderá por este crime e pelo crime correspondente a pelo estatuto a que estiver submetido o funcionário
violência praticada. público.
Apesar da divergência existente sobre a revogação Em regra: o prazo será de 30 (trinta) dias – pra-
ou não deste tipo penal, leve em consideração que: zo previsto na maioria dos estatutos de servidores
públicos.
A violência arbitrária não admite a forma culposa, Sobre o crime de abandono de função, leve para a
devendo ser praticado dolosamente; sua prova: 311
É crime omissivo; § 1o
Não admite tentativa; I – permite ou facilita, mediante atribuição, forne-
Só pode ser praticado dolosamente – não admite cimento e empréstimo de senha ou qualquer outra
a culpa. forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste-
mas de informações ou banco de dados da Adminis-
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou
prolongado II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
§ 2o
Administração Pública ou a outrem:
Este crime está previsto no art. 324, do CP.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 324. Entrar no exercício de função pública
antes de satisfeitas as exigências legais, ou conti- -
nuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber co revelar fato de que tem ciência em razão do cargo
- e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a
tuído ou suspenso: revelação.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Este crime pode ser praticado de duas formas:
Tutela-se a Administração Pública, no tocante ao Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo
seu normal funcionamento, pois o exercício ilegal de e que deva permanecer em segredo;
função pública afeta a prestação de serviços públicos. Facilitar a revelação de fato de que tem ciência em
Conduta típica: entrar no exercício de função razão do cargo e que deva permanecer em segredo.
pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou
continuar a exercê-la, sem autorização, depois de É importante mencionar que o agente toma conhe-
cimento do fato que deve permanecer em segredo em
substituído ou suspenso: razão do cargo que ocupa, não se exigindo que tenha
sido no efetivo desempenho das atribuições do cargo.
Este crime pode ser praticado de duas formas: Logo, o crime pode ser praticado no caso de o
agente tomar conhecimento do fato durante período
Entrar no exercício de função pública antes de de licença, mas em razão do cargo.
satisfeitas as exigências legais; O Código Penal apresenta duas formas equiparada
do crime de violação de sigilo funcional.
Continuar a exercer a função pública, sem autori-
Observe:
-
Incorrerá nas mesmas penas o funcionário público
rado, removido, substituído ou suspenso. É exigido
que:
comunicado sobre sua exoneração, remoção, subs-
Permite ou facilita, mediante atribuição, forneci-
tituição ou suspensão.
mento e empréstimo de senha ou qualquer outra
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste-
Observe que no exercício funcional ilegalmente mas de informações ou banco de dados da Admi-
antecipado ou prolongado somente pode ser prati- nistração Pública;
cado por funcionário público já nomeado, mas ainda Utiliza-se, indevidamente, do acesso restrito.
sem ter cumprido todas as exigências legais (1ª parte),
ou então pelo indivíduo que era funcionário público,
- dano à Administração Pública ou a outrem.
mente exonerado, removido, substituído ou suspenso
Em ambas as hipóteses, o crime é de mão própria, Só será praticado dolosamente – não admite forma
de atuação pessoal ou de conduta infungível, pois culposa;
somente pode ser cometido pela pessoa expressamen- Em regra, não admite tentativa, salvo casos excep-
te indicada no tipo penal. cionais, a exemplo de ser praticado na forma escrita.
Se um particular entrar no exercício da função
pública, a ele deverá ser imputado o crime de usurpa- Violação de sigilo de proposta de concorrência
ção de função pública (art. 328 do CP).
Sobre o tipo penal em comento, é importante Este tipo penal está previsto no art. 326 do Código
saber: Penal.
Não admite a forma culposa; Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de concor-
Admite tentativa. rência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo
de devassá-lo:
Violação de sigilo funcional Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
O crime de violação de sigilo funcional se encontra Conduta típica: devassar o sigilo de proposta de
previsto no art. 325 do Código Penal. concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o
ensejo de devassá-lo.
Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão É um crime relacionado ao procedimento
do cargo e que deva permanecer em segredo, ou licitatório.
facilitar-lhe a revelação: A doutrina dominante entende que o crime de vio-
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou mul- lação de sigilo de proposta de concorrência foi revoga-
ta, se o fato não constitui crime mais grave.
312 do tacitamente pela Lei 8.666/1993 (Lei de Licitações).
CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA O agente não possui vínculo algum com a admi-
A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL nistração pública (em relação à função usurpada)
É crime praticado por particular contra a
Os crimes praticados por particular contra a admi- administração pública
nistração pública estão previstos entre os Artigos 328
e 337-A do Código Penal. Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou
Trata-se de crimes comuns, que não exigem Prolongado:
nenhuma condição ou qualidade especial do sujeito
ativo, podendo ser praticados por qualquer pessoa. O agente possui algum tipo de vínculo com a admi-
nistração pública
Usurpação de função pública É crime praticado por funcionário público contra a
administração pública
O crime de usurpação de função pública irá se con-
-
ção pública. de função pública:
ele promove uma falsa barreira e passa a abordar Exige-se que o ato praticado pelo funcionário
as pessoas que nela passam. Há a prática do crime público seja legal;
de usurpação de função pública, já que o agente Se o ato praticado por funcionário público for ile-
praticou ato inerente ao exercício da função poli- gal, não há que se falar em resistência.
cial militar. Exige-se que o funcionário público seja competen-
te para executar o ato;
Você não pode confundir o crime de usurpação de Não se exige que a violência ou ameaça seja empre-
função pública com o crime exercício funcional ilegal- gada diretamente contra o funcionário competen-
mente antecipado ou prolongado. te, podendo ser empregada contra o terceiro que
Usurpação de Função Pública: esteja auxiliando o funcionário. 313
Sobre a resistência, é importante que você leve em Não admite a culpa;
consideração: Pode ser praticado tanto na forma omissiva quan-
to na forma comissiva;
Deve ser praticado dolosamente; Na forma omissiva, não admite tentativa, na forma
A oposição constitui um ato positivo, devendo o comissiva, admite;
agente empregar violência ou grave ameaça. Deve haver ordem emanada por funcionário
público, não caracterizando este crime a mera
solicitação.
O direito brasileiro não pune a resistência passiva,
que é aquela em que o agente resiste ao ato sem o uso
Desacato
de violência ou ameaça, a exemplo daquele que, ao
ser preso, deita-se no chão para impedir o ato. O crime de desacato, previsto no art. 331 do Código
Penal, tem como conduta típica: desacatar funcioná-
A violência ou ameaça deve ser empregada con- rio público no exercício da função ou em razão dela.
tra pessoa, não constituindo o crime se empregada
contra coisa (posição dominante); Art. 331. Desacatar funcionário público no exercí-
É crime formal, que se consuma com a prática cio da função ou em razão dela:
da violência ou ameaça; Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Admite tentativa, nas hipóteses de fracionamento
do iter criminis. Desacatar = ofender, faltar com respeito.
Não se exige que o funcionário público esteja no
efetivo desempenho das atribuições do seu cargo para
caracterização do crime de desacato, mas sim que a
Se, em razão da resistência, o ato não se executa. ofensa se dê em razão da função pública.
penal.
Sobre a desobediência, é importante que você leve
314 em consideração: art. 332 do Código Penal.
Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si Trata-se de crime plurinuclear, já que o tipo penal
ou para outrem, vantagem ou promessa de vanta- prevê mais de um verbo para sua prática: ofere-
- cer e prometer, por exemplo, João oferece uma
cionário público no exercício da função: quantia em dinheiro ao policial rodoviário federal
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. para não ser multado pela prática de infração de
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, trânsito. Pedro promete entregar uma quantia em
se o agente alega ou insinua que a vantagem é tam- dinheiro ao guarda municipal quando retornar ao
bém destinada ao funcionário. seu veículo que está estacionado em local proibido;
É crime formal, que se consuma com a prática
Conduta típica: solicitar, exigir, cobrar ou obter, da conduta delituosa, não se exigindo que
para si ou para outrem, vantagem ou promessa de o funcionário público aceite a vantagem ou
promessa de vantagem;
funcionário público no exercício da função. Não admite a forma culposa;
Trata-se de crime plurinuclear, que pode ser prati-
cado com o exercício de qualquer um dos verbos pre- o funcionário público a praticar, omitir ou retar-
vistos no tipo penal: dar ato de ofício;
O verbo pagar não faz parte do tipo penal. Portan-
Solicitar to, caso o particular pague vantagem solicitada ou
Exigir exigida por funcionário público, não praticará cri-
Cobrar me algum.
Obter A pena da corrupção ativa será aumentada de 1/3
(um terço): se em razão da vantagem ou promessa,
o funcionário público retarda ou omite ato de ofí-
- cio, ou o pratica infringindo dever funcional
lidade de obter vantagem ou promessa de vantagem.
Você não pode confundir os crimes de corrupção
sobre o funcionário público que praticará o ato, não ativa, corrupção passiva e concussão:
Descaminho e contrabando
mediante seu apoderamento pelo agente, seguido da Omitir de folha de pagamento da empresa ou de
inversão da sua posse e sua consequente retirada da documento de informações previsto pela legislação
esfera de vigilância da vítima, ou então inutilizado, previdenciária segurados empregado, empresário,
total ou parcialmente. trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a
este equiparado que lhe prestem serviços;
Observe que se o documento se destina a fazer prova
Deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios
-
da contabilidade da empresa as quantias desconta-
prio ou a terceiro, o fato constituirá crime mais grave.
das dos segurados ou as devidas pelo empregador
Sobre o este tipo penal, é importante que você
ou pelo tomador de serviços;
Omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros
auferidos, remunerações pagas ou creditadas e
É crime comum;
demais fatos geradores de contribuições sociais
Admite tentativa; previdenciárias.
É crime subsidiário, respondendo o agente por ele
Extinção da punibilidade: caso o agente, de for-
Na hipótese de o documento se destinar a fazer pro-
ma espontânea, declare ou confesse as contribuições,
importâncias ou valores e preste as informações devi-
si próprio ou a terceiro, o fato constituirá mais grave.
Somente será praticado na modalidade dolosa. -
ge o pagamento do tributo sonegado).
Sonegação de contribuição previdenciária -
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social Não admite a modalidade culposa;
previdenciária e qualquer acessório, mediante as De acordo com o art. 34 da Lei nº 9.249/1995, con-
seguintes condutas:
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de integral do tributo ou contribuição social, após a
documento de informações previsto pela legislação
previdenciária segurados empregado, empresário,
também acarretará a extinção da punibilidade;
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a
O crime de corrupção ativa em transação comer- comercial internacional, previsto no Artigo 337-C do
cial internacional, previsto no art. 337-B do Código
Penal, é bastante parecido com o tipo penal de cor-
rupção ativa, crime praticado por particular contra a a administração em geral, previsto no Artigo 332 do
administração em geral, que já analisamos. Código Penal. 319
e a economia popular, ou cujo procedimento o torne
comercial internacional: solicitar, exigir, cobrar ou nocivo à conveniência e aos interesses nacionais” (art.
obter, para si ou para outrem, direta ou indiretamen- 65 da Lei nº 6.815/1980 - Estatuto do Estrangeiro).
te, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto
comercial internacional terá sua pena aumentada da estrangeiro tenha ciência de que foi expulso do terri-
metade se: tório brasileiro.
multa.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
-
vocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocor- perante a autoridade, de crime inexistente ou pratica-
rência de crime ou de contravenção penal que sabe do por outrem.
Não se exige que seja praticado apenas perante a O falso testemunho não admite coautoria, mas é
autoridade policial, mas na presença de qualquer possível a participação;
autoridade competente (delegado de polícia, mem- A falsa perícia admite coautoria e participação.
bro do Ministério Público, autoridade judicial etc.);
Não se exige a prática de qualquer ato por parte da O ofendido (vítima) que praticar quaisquer dos
autoridade para a consumação do crime, bastando verbos previstos no tipo penal não pratica o crime de
a autoacusação falsa. falso testemunho, já que ele não é testemunha;
Se o agente se retratar ou falar a verdade poderá
Falso testemunho ou falsa perícia ter extinta a punibilidade do crime, desde que:
O crime de falso testemunho ou falsa perícia está Seja realizada no processo em que ocorreu o ilícito
previsto no Artigo 342 do Código Penal. (no processo em que se deu o falso e não no proces-
so referente ao falso);
Art. 342. Se realizada antes da sentença (ainda prevale-
a verdade como testemunha, perito, contador, tra- ce o entendimento de que se trata da sentença
dutor ou intérprete em processo judicial, ou admi- recorrível).
nistrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e Não irá responder pelo crime de falso testemu-
multa. nho a pessoa que praticar as condutas descritas no
§ 1o
terço, se o crime é praticado mediante suborno ou
autoincriminar.
produzir efeito em processo penal, ou em processo
Lembre-se que ninguém será prejudicado por não
civil em que for parte entidade da administração produzir provas contra si mesmo.
pública direta ou indireta. Quando a testemunha mente por estar sendo
§ 2o ameaçada de morte ou algum outro mal grave, não
no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se responde pelo crime de falso testemunho.
retrata ou declara a verdade. O Artigo 343 do Código Penal apresenta um outro
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou tipo penal, chamado por parte da doutrina de corrup-
qualquer outra vantagem a testemunha, perito, ção ativa de testemunha contador, perito, intérprete
- ou tradutor.
ção falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, -
perícia, cálculos, tradução ou interpretação: ro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito,
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. -
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sex- ção falsa, negar ou calar a verdade em depoimento,
perícia, cálculos, tradução ou interpretação.
obter prova destinada a produzir efeito em proces-
so penal ou em processo civil em que for parte enti-
Verbos: dar, oferecer ou prometer;
dade da administração pública direta ou indireta.
Destinatário: testemunha, perito, contador, tradu-
tor ou intérprete;
-
Finalidade: fazer com que as pessoas façam
mação falsa, ou negar ou calar a verdade, como tes-
temunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em
em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
processo judicial, ou administrativo, inquérito poli-
interpretação.
cial, ou em juízo arbitral.
Trata-se de crime plurinuclear, que poderá ser
As penas irão aumentar de 1/6 a 1/3 (um sexto a
praticado mediante a execução de quaisquer um dos
um terço), se o crime é:
verbos previstos no tipo penal.
O tipo penal apresenta hipóteses que aumentarão
a pena do agente. As penas aumentam-se de 1/6 (um
sexto) a um terço, se o crime é produzir efeito em processo penal;
produzir efeito em processo civil em que for par- Sobre o crime de corrupção ativa de testemunha
te entidade da administração pública direta ou contador, perito, intérprete ou tradutor, é importante
indireta.
322
Não pode ser praticado culposamente; Pode ser praticado contra as autoridades respon-
Nos verbos oferecer ou prometer, é crime formal; sáveis pela condução do processo, como: juízes,
No verbo dar, é crime material; promotores, delegados de polícia, entre outros;
Admite tentativa, quando for possível fracionar o Só pode ser praticado dolosamente;
iter criminis;
O fato deixa de ser punível se, antes da sentença favorecer interesse próprio ou alheio;
no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se É crime formal, que se consuma com o uso de
retrata ou declara a verdade. violência ou grave ameaça, independentemente
de o coagido ceder;
Coação no curso do processo Admite a forma tentada na hipótese de o crime ser
praticou por escrito e há extravio.
Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça, com
- Exercício arbitrário das próprias razões
tra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa
que funciona ou é chamada a intervir em proces- Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para
so judicial, policial ou administrativo, ou em juízo satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quan-
arbitral: do a lei o permite:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa,
da pena correspondente à violência. além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência,
Este crime, previsto no art. 344 do Código Penal, somente se procede mediante queixa.
-
sa própria, que se acha em poder de terceiro por
interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, determinação judicial ou convenção:
ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
a intervir em processo judicial, policial ou administra-
tivo, ou em juízo arbitral. No art. 345 do Código Penal, o crime de exercício
O crime de coação no curso do processo é aquele
a seguinte conduta: fazer justiça pelas próprias mãos,
emprega de violência ou grave ameaça contra pessoas para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo
que participam do processo ou juízo arbitral. quando a lei o permite.
-
do a lei o permite.
Importante! Pode-se concluir que, quando houver permissão
Observe as duas hipóteses:
1. Suponha que André tenha praticado um crime não será responsabilizado criminalmente. Assim, caso
o agente mate alguém em legítima defesa, não será ele
de roubo a um supermercado, estando ele sen-
responsabilizado criminalmente.
do processado por isso. Thais, funcionária do
Kelmon é proprietário de uma casa, que se encon-
supermercado, é testemunha, tendo sido marca-
tra alugada para Diogo. O inquilino está devendo
do um dia para que ela comparecesse em juízo
6 (seis) meses de aluguel. Kelmon, indignado com a
- situação, vai até o local, troca todas as fechaduras e
de de favorecer seus próprios interesses, vai à coloca os objetos pessoais de Diogo do lado de fora.
casa de Thais e, utilizando-se de uma arma de Kelmon praticou o crime de exercício arbitrário
fogo para ameaçá-la, exige que ela diga que não das próprias razões, já que fez justiça com as próprias
foi ele quem praticou o fato, mas outra pessoa. mãos, para satisfazer pretensão legítima (ele tinha o
André praticou o crime de coação no curso do direito de receber os valores correspondentes ao alu-
processo, já que empregou de grave ameaça guel de seu imóvel).
contra pessoa chamada a intervir em processo A pretensão do agente deveria ter sido soluciona-
judicial. da pelos meios legais pertinentes.
2. Aproveitando a mesma hipótese acima, porém, Sobre o exercício arbitrário das próprias razões,
agora André, sabendo sobre o que Thais disse
na inquirição, vai à casa de Thais e, utilizando-se
de uma arma de fogo para ameaçá-la, dizendo É crime comum, que pode ser praticado por
que irá matá-la por não dizer que foi outra pes- qualquer pessoa;
soa que praticou o crime, mas que o incriminou. Só poderá ser praticado dolosamente;
André, nesta hipótese, praticou o crime de amea- Admite tentativa;
DIREITO PENAL
ça, uma vez que empregou de grave ameaça con- Caso o agente pratique o crime com emprego de
tra a pessoa após o depoimento, exaurindo-se a violência, responderá também por ela.
participação daquela na ação.
típica, bastante parecida com o crime de exercício
Caso o agente utilize de violência para praticar o arbitrário das próprias razões.
crime de coação no curso do processo, responderá por
este, além da pena correspondente à violência. coisa própria, que se acha em poder de terceiro por
determinação judicial ou convenção
às seguintes informações: Sobre este tipo penal, é importante salientar: 323
Só pode ser praticado dolosamente; Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e
multa.
a prática de quaisquer um dos verbos previstos no 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente,
Com previsão legal no art. 347 do Código Penal, o crime, não pode o agente ter participado do crime
anterior e nem pode haver liame subjetivo prévio
entre os agentes, ou seja, ligação ou vínculo psico-
processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de lógico e subjetivo entre os agentes do delito.
so de Autoridade, Lei 4.898/1965. Se o crime é praticado por pessoa sob cuja custódia
Com a Lei nº 13.964/2019, o crime foi expressa- ou guarda está o preso ou internado, será crime
mente revogado. próprio;
Se se a prisão for ilegal, não haverá a incidência
Fuga de pessoa presa ou submetida à medida de
deste crime, uma vez que presente a legítima defe-
segurança
sa de terceiro.
Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais
legalmente presa ou submetida a medida de segu- de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a
rança detentiva: pena é de reclusão, de dois a seis anos. 325
Evasão mediante violência contra pessoa Ordem diz respeito à tranquilidade do ambiente
prisional.
Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o Disciplina consiste no respeito e obediência às
indivíduo submetido a medida de segurança deten- regras previamente estabelecidas.
tiva, usando de violência contra a pessoa: A prisão há de ser legal, pois as pessoas detidas
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da indevidamente têm o direito de se opor ao arbítrio do
pena correspondente à violência. Estado.
Trata-se de crime próprio e plurissubjetivo, pluri-
Previsto no art. 352, do CP, este crime irá se con- lateral ou de concurso necessário (precisa de mais de
uma pessoa para praticar o crime), somente pode ser
medida de segurança detentiva se evadir ou tentar se cometido pelos “presos”.
evadir, usando de violência contra a pessoa. Vejamos que a lei não aponta um número mínimo
Sobre este crime, é muito importante que você de indivíduos para a concretização do delito, é lícito
leve em consideração: concluir que se exigem pelo menos três pessoas, pois
quando o CP quer duas ou quatro pessoas ele o diz
Trata-se de crime próprio, que só poderá ser prati- expressamente.
cado por pessoa presa ou submetida a medida de Sobre este crime, são relevantes as seguintes
segurança detentiva; informações:
Só pode ser praticado dolosamente;
É crime de atentado ou de empreendimento, pois Não admite a modalidade culposa;
prevê expressamente em sua descrição típica
a conduta de tentar o resultado, por isso, não (aplicar-lhe uma surra, por exemplo);
admite a tentativa; É crime comum;
Exige-se o emprego de violência contra pessoa. O tipo penal diz preso, sem discriminar se a prisão
legal ou ilegal, por isso, pode cometer o crime mes-
Caso não haja emprego de violência ou se esta for mo que a prisão seja ilegal;
O direito penal não permitir a analogia, portan-
crime. to, não haverá a incidência deste crime se o ato é
cometido contra pessoa internada por medida de
Exemplo 1: Michele, presa em uma penitenciá- segurança;
ria feminina, para fugir, emprega violência con- O preso arrebatado é sujeito passivo secundário;
tra uma agente prisional, conseguindo, assim, É crime formal, que se consuma com o arrebatamento,
evadir-se. independentemente de se conseguir maltratar o preso;
Exemplo 2: Michele, presa em uma penitenciária Admite a forma tentada;
feminina, aproveitando de um momento de des- Quando o agente empregar a violência em con-
cuido dos agentes prisionais, quebra uma janela curso com o arrebatamento de preso, seja lesão
corporal leve, grave ou gravíssima, mesmo que o
com um soco e foge do estabelecimento prisional.
resultado seja morte, o sujeito ativo responderá
Exemplo 3: Michele, presa em uma penitenciária
pelos dois crimes (arrebatamento de preso e lesão
corpora, por exemplo).
estão distraídos, foge, pulando o muro do estabe-
lecimento prisional.
Motim de presos
O crime de arrebatamento de preso, previsto no tipo penal, mas deixa claro se tratar de um crime
- coletivo;
-
de quem o tenha sob custódia ou guarda. te crime, se o interesse dos presos é legítimo ou
Amotinarem-se, transmitindo a ideia de revolta ilegítimo;
coletiva dos presos com a ordem e a disciplina da pri- Caso seja praticado com emprego de violência, res-
326 são, provocando perturbação e alvoroço. ponderá os agentes, também, por ela;
Caso os agentes consigam se evadir em decorrên- -
cia da violência empregada para o motim, respon- ra quando o agente inutilizar, total ou parcialmente,
derão também pelo crime do art. 352 do CP. ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de
Admite a forma tentada. valor probatório, que recebeu na qualidade de advo-
gado ou procurador.
Este crime pode ser praticado de 2 (duas) formas:
Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou pro- Inutilizar, total ou parcialmente, autos, documento
-
ou objeto de valor probatório (forma comissiva);
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. Deixar de restituir autos, documento ou objeto de
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advo- valor probatório (forma omissiva).
gado ou procurador judicial que defende na mesma cau-
sa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
seguinte:
No art. 355, do CP, temos 2 (dois) crimes distintos,
É crime próprio, que só pode ser praticado pelo
caput e patrocínio simultâneo ou tergiversação no §1º. advogado ou procurador que recebeu os autos,
documento ou objeto de valor probatório;
Não é punido na modalidade culposa;
A doutrina dominante admite a tentativa na moda-
lidade comissiva, mas não admite na modalidade
que você saiba que: omissiva.
públicas.
No caso de emprego de violência, responderá o
agente, também, por ela. Parte considerável da doutrina entende ser possí-
vel que o particular seja sujeito ativo dos crimes contra
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou
suspensão de direito tenha disponibilidade sobre elas. Entretanto, tal pos-
sibilidade se trata de caso extremamente excepcional.
Art. 359. Exercer função, atividade, direito, autori- -
dade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por cas são processados mediante ação penal pública
decisão judicial: incondicionada.
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Contratação de operação de crédito
Este crime está previsto no art. 359, do CP e irá se
Este crime se encontra previsto no art. 359-A do, CP.
direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou
privado por decisão judicial. Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar opera-
O crime de desobediência a decisão judicial sobre per- ção de crédito, interno ou externo, sem prévia auto-
da ou suspensão de direito, inserido no Código Penal entre rização legislativa:
os crimes contra a Administração da justiça, representa Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
uma modalidade especial do delito de desobediência, capi- Parágrafo único. Incide na mesma pena quem orde-
tulado no art. 329 do CP entre os crimes praticados por par- na, autoriza ou realiza operação de crédito, interno
328 ticular contra a Administração em geral. ou externo:
I – com inobservância de limite, condição ou mon- Sobre os restos a pagar, trata-se das despesas
tante estabelecido em lei ou em resolução do Sena- empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezem-
bro. Dessa forma, o tipo penal pune o administrador
II – quando o montante da dívida consolidada ultra- que:
passa o limite máximo autorizado por lei.
a) inscreve em restos a pagar despesas que não foram
Conduta típica: ordenar, autorizar ou realizar ope- previamente empenhadas; ou
ração de crédito, interno ou externo, sem prévia auto- b) inscreve em restos a pagar despesas previamente
rização legislativa. empenhadas, mas com excesso aos limites legais.
Trata-se de crime de ação múltipla, que poderá ser
praticado mediante a execução de qualquer um dos Quanto ao sujeito ativo, somente pode ser pra-
verbos previstos no tipo penal. Respondendo por este ticado pelo agente público dotado da atribuição de
crime aquele que praticar a conduta típica. ordenar ou autorizar a inscrição da despesa. Se o fun-
Há formas equiparadas do crime de contratação cionário público praticar o ato sem atribuição legal
de operação de crédito, incorrendo nas mesmas penas para tanto, este será passível de anulação pelo próprio
aquele que ordena, autoriza ou realiza, operação de Poder Público, tornando atípica a conduta.
crédito, interno ou externo: O sujeito passivo é a União, os Estados, os Municí-
pios ou o Distrito Federal, dependendo do ente federa-
Com inobservância de limite, condição ou montan- tivo afetado pela conduta criminosa, e, mediatamente,
te estabelecido em lei ou em resolução do Senado a coletividade, em face do prejuízo causado pelo abalo
Federal;
Quando o montante da dívida consolidada ultra- Consuma-se no momento da prática da conduta
legalmente descrita, ordenar ou autorizar a inscrição em
passa o limite máximo autorizado por lei.
restos a pagar, independentemente da lesão ao erário.
Sobre este crime, é importante levar em
Sobre este crime, é importante que você leve em consideração:
consideração:
Não admite a modalidade culposa; e
Não admite a modalidade culposa; Trata-se de crime de ação múltipla.
Caso o agente pratique as condutas com autoriza-
ção legislativa prévia, o fato será atípico, mas, se Assunção de obrigação no último ano do mandato ou
ultrapassar os limites da lei, o fato será típico; legislatura
Nos verbos ordenar e autorizar, o crime é formal;
No verbo realizar, o crime é material. Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de
obrigação, nos dois últimos quadrimestres do últi-
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a mo ano do mandato ou legislatura, cuja despesa
pagar -
ro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício
Este crime está previsto no art. 359-B, do CP.
disponibilidade de caixa:
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
restos a pagar, de despesa que não tenha sido pre-
viamente empenhada ou que exceda limite estabe- Este crime, previsto no art. 359-C, do CP, tem como
lecido em lei: -
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. zar a assunção de obrigação, nos dois últimos qua-
drimestres do último ano do mandato ou legislatura,
cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício
autorizar a inscrição em restos a pagar de despesa -
que não tenha sido previamente empenhada ou que
exceda limite estabelecido em lei. de disponibilidade de caixa.
Pode ser praticado de duas formas: O objeto material do crime é a obrigação assumida
nos dois últimos quadrimestres do último ano do
Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a mandato ou legislatura.
Pode ser praticado de 2 (duas) formas:
pagar de despesa que não tenha sido previamente
empenhada;
Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação,
Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar
nos dois últimos quadrimestres do último ano do
de despesa que exceda limite estabelecido em lei.
mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser
Se faz necessário compreender o empenho, a liqui- Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos
DIREITO PENAL
adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e A prática do crime não está apenas relacionada ao
documentos comprobatórios do respectivo crédito; e mantado eletivo, mas também mandato decorrente
Ordem de pagamento: despacho exarado por auto- de indicação.
ridade competente, determinando que a despesa seja Trata-se de crime próprio ou especial, por isso, o
paga. sujeito ativo somente pode ser cometido pelos agentes 329
públicos titulares de mandato ou legislatura, repre- Prestação de garantia graciosa
sentantes dos órgãos e entidades indicados no art. 20
da Lei Complementar nº 101/2000, Lei de Responsabi- Está previsto no art. 359-E, do CP.
lidade Fiscal, pois apenas tais pessoas têm atribuição
para assunção de obrigações. Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédi-
O sujeito passivo é a União, os Estados, os Municí- to sem que tenha sido constituída contragarantia
pios ou o Distrito Federal, dependendo do ente federa- em valor igual ou superior ao valor da garantia
tivo afetado pela conduta criminosa, e, mediatamente, prestada, na forma da lei:
a coletividade, em face do prejuízo causado pelo abalo Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Consuma-se quando o sujeito ativo ordena ou auto- Conduta típica: prestar garantia em operação de
riza a assunção de obrigação, nos últimos oito meses crédito sem que tenha sido constituída contragarantia
do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa em valor igual ou superior ao valor da garantia pres-
tada, na forma da lei.
a ser paga no exercício seguinte, sem contrapartida O tipo penal pune a conduta do funcionário públi-
- co que presta garantia sem a observância do requisito
vação de prejuízo aos cofres públicos. legal.
Quanto aos requisitos legais, devemos entender
atento às seguintes disposições: que “prestar” tem o sentido de conceder ou autorizar
garantia, e isto está em conformidade com o art. 29,
Só pode ser praticado dolosamente; inc. IV, da Lei Complementar nº 101/2000, Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal, concessão de garantia que é o
forem praticadas nos dois últimos quadrimestres
(oito meses anteriores ao término do mandato) do ou contratual assumida por algum ente da Federação
último ano do mandato ou legislatura. ou entidade a este vinculada.
É crime de ação múltipla; e As condições para a concessão de garantia encon-
Admite a modalidade tentada, apesar de ser de tram-se no art. 40 da citada lei. Destaca-se entre elas
difícil comprovação, segundo posicionamento o oferecimento de contragarantia, em valor igual ou
doutrinário majoritário. superior ao da garantia a ser concedida, visando o
O crime de ordenação de despesa não autorizada Este crime não admite a modalidade culposa.
está previsto no art. 359-D, do CP. Não basta que seja constituída a contragarantia,
exige-se que ela seja igual ou superior ao valor da
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: garantia prestada.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Caso a contragarantia seja inferior ou não seja
Previsto no art. 359-G, do CP, este crime tem como Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a ofer-
executar ato que acarrete aumento de despesa total de títulos da dívida pública sem que tenham sido
com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao criados por lei ou sem que estejam registrados em
sistema centralizado de liquidação e de custódia:
Ordenar é determinar alguma coisa; Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Executar traz a ideia de realizar ou concretizar algo A conduta típica é: ordenar, autorizar ou promo-
-
aumente as despesas totais com pessoal, concedendo ceiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido
aumentos, contratando, alterações na carreira, entre criados por lei ou sem que estejam registrados em sis-
outras formas, nos últimos dias do mandato ou legis- tema centralizado de liquidação e de custódia.
latura, deixando para outro funcionário público a res-
Ordenar é determinar.
ponsabilidade de arcar com os compromissos.
Autorizar equivale a permitir que algo seja feito.
A diferença entre o art. 359-G e o art. 359-C do
Promover traz a ideia de realizar, concretizar a
CP, é que o crime em estudo não se relaciona com a
oferta pública ou colocação de títulos no mercado.
infração penal
O objeto material do crime são os títulos da dívida
na assunção de obrigação no último ano do manda-
pública. Nos termos do art. 29, inciso II, da Lei Comple-
to ou legislatura levam-se em conta despesas que não
- mentar nº 101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal,
gação de pagamento ao sucessor, sem ter disponibili- considera-se dívida pública mobiliária aquela repre-
dade orçamentária para tanto. sentada por títulos emitidos pela União, inclusive os
No art. 359-G, do CP, o aumento de despesa com pes- do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios.
DIREITO PENAL
soal é permanente, ou seja, irá ultrapassar o exercício O sujeito ativo somente pode ser praticado pelo
- funcionário público dotado da atribuição para orde-
te, o orçamento do ente federativo ou órgão público nar, autorizar ou promover oferta pública ou colo-
1 A
2 D
3 CERTO
4 E
5 D
6 B
7 ERRADO
8 CERTO
9 D
10 C
11 A
12 CERTO
13 A
14 ERRADO
15 C
ANOTAÇÕES
334
Ex.: o MP pode ajuizar a ação penal e o juiz julgar
improcedente, absolvendo o acusado.
CONCEITO
DIREITO PROCESSUAL
penal como direito de exigir do Estado a aplicação do
PENAL direito penal (lei penal) em face do indivíduo envolvi-
contravenção penal).
HISTÓRICO
uma vez que, não cabe em um Estado democrático de
Na Roma Antiga havia apenas duas infrações que Direito a justiça pelas próprias mãos. A Constituição
perduel- Federal assegura o devido processo legal, respeitado
lio o contraditório e ampla defesa para punir alguém,
parricidium pater familis, chefe do núcleo ainda mais quando se trata de possível restrição da
familiar) e, ambas atingiam o governo. As demais liberdade.
infrações, entre as quais o furto e as ofensas físicas ou Veja que, por um lado, o acusado merece um pro-
morais, eram punidas pela própria vítima que então cesso pautado em todas as regras legais e procedimen-
assumia a vingança. tais adequadas, e do outro, o órgão acusador tem o
Na Idade Média não havia aplicação centralizada poder de exigir do Poder Judiciário uma decisão judi-
da justiça, só com o direito canônico e, mais tarde, cial frente a violação de um bem jurídico penalmente
com o Estado absoluto cristalizou-se o monopólio dos tutelado.
meios de coerção.
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
O Brasil enquanto colônia lusitana herdou um sis-
tema jurídico já estabelecido em Portugal onde vigiam
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
inicialmente em 1521 as Ordenações Afonsinas, mas
aplicadas efetivamente foram as Ordenações Filipi-
nas a partir de 1603. As Ordenações do Reino eram CARACTERÍSTICAS
compilações das leis de Portugal e fundamentavam a
A doutrina e a jurisprudência entendem que a
do direito canônico (relacionado à Igreja). ação penal é pública – faz parte do Direito Público,
Por muito tempo coexistiram as normas canônicas pois a atividade jurisdicional é atribuição do Poder
ao lado das normas do poder secular. Com a vinda Judiciário; subjetiva, uma vez que o titular da ação
da família real para o Brasil após 1808, a edição das exige do Estado uma decisão; autônoma, em relação
normas passou a ser feita aqui, os alvarás e decretos ao direito material; abstrata, visto que é independen-
foram constituídos, e era também o local que se con- te do resultado da postulação em juízo; instrumental,
cedia perdão e se comutavam as penas. Somente após pois serve de ferramenta para a composição da lide.
a Independência do Brasil ocorrida em 1822, houve a
possibilidade de o Brasil formar ordenamento penal e Pública: atribuição do Poder Judiciário.
processual penal próprio. Subjetiva: o titular da ação exige do Estado uma
O primeiro Código de Processo Penal brasileiro foi decisão.
o de 1832 e denominava-se Código de Processo Crimi- Autônoma: em relação ao direito material.
nal de Primeira Instância, foi liberal e oferecia mui- Abstrata: independe do resultado da postulação
em juízo.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Utilidade
O juiz não muda os fatos da peça de acusação, ape-
Necessidade
Adequação
um crime para outro crime), ainda que isso ocasio-
ne aplicação de pena mais grave.
A ação penal é pressuposta para a aplicação da
-
pena, de maneira que estará preenchido o requisito
de de suspensão condicional do processo, o juiz
-
suspenderá.
cesso tem potencial para aplicar a pena cominada ao
a ser de outro juízo, a este serão encaminhados os delito. Ex.: um processo conduzido no Tribunal do Júri
autos. é necessário para aplicar a pena cominada ao homicí-
O juiz pode fazer de ofício e cabe na 2ª instância.
para a satisfação do interesse pleiteado pelo titular da
Mutatio Libeli ação. Ex.: não há utilidade caso ocorra uma causa de
extinção da punibilidade. A adequação desponta na
Se depois da instrução, o juiz percebe mudança compatibilidade entre o meio empregado (ação) e a
nos fatos da peça acusatória, o Ministério Público pretensão do titular do direito (ex.: condenação).
deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5
(cinco) dias. que obriga a existência de um lastro mínimo de prova
Se o MP se recusa, o órgão do MP encaminhará os capaz de fornecer base à pretensão acusatória. Inclu-
autos para a instância de revisão ministerial para sive, cabe HC em caso de coação ilegal com ausência
de justa causa na ação penal.
Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cin-
co) dias e admitido o aditamento, o juiz, a reque- cuja ausência impede o regular exercício do direito de
rimento de qualquer das partes, designará dia e ação. Ex.: representação do ofendido ou requisição do
hora para continuação da audiência, com inquiri- ministro da justiça na ação penal pública condiciona-
ção de testemunhas, novo interrogatório do acusa- da; entrada do agente em território nacional em caso
do, realização de debates e julgamento. de crime praticado no exterior.
Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar
até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco)
-
mos do aditamento.
TERMO CIRCUNSTANCIADO DE
Obs.: se não for recebido o aditamento, o processo
DIREITO PROCESSUAL PENAL
fatos narrados na inicial acusatória encontram pre- de formalidades, grau de complexidade. O IP é muito
visão dentro da lei penal incriminadora. Ex.: o fato mais complexo e formal do que o TC, ainda que ambos 337
irregularidade não tem o condão de acarretar qual-
fato penalmente relevante. quer consequência. Outras irregularidades/defeitos
acarretam tão somente sanções extraprocessuais, ex.:
Art. 69. A autoridade policial que tomar conheci- multa. Mas também existem irregularidades/defeitos
mento da ocorrência lavrará termo circunstan- que podem acarretar a invalidação do ato processual.
ciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, Neste caso, a irregularidade atenta contra o interesse
com o autor do fato e a vítima, providenciando-se público ou contra interesse preponderante das partes.
as requisições dos exames periciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavra-
tura do termo, for imediatamente encaminhado ao Dica
juizado ou assumir o compromisso de a ele com-
Irregularidades ou defeitos que acarretam a ine-
xistência jurídica: a violação ao devido processo
o juiz poderá determinar, como medida de cautela, legal é tão absurda que acarreta a própria ine-
seu afastamento do lar, domicílio ou local de convi- xistência do ato jurídico. É o que ocorre com
vência com a vítima. uma sentença prolatada por juiz impedido, tida
como inexistente, haja visto a gravidade do pre-
Este assunto será trabalhado de maneira mais juízo causado à imparcialidade da autoridade
aprofundada no material complementar disponível jurisdicional.
no site. Acesse-o para ampliar seus conhecimentos.
REQUISITOS E ÔNUS DA PROVA
ÔNUS MENOS
seja, provar exige atividade intelectual para conhecer ÔNUS PERFEITO
PERFEITO
o verdadeiro.
Existe um conjunto de atividades que visam obter O ônus é perfeito quando Um ônus é tido como me-
a verdade dos fatos relevantes para o julgamento. Um o prejuízo, que é o resul- nos perfeito quando os
exemplo é a produção dos meios e atos praticados no tado de seu descumpri- prejuízos que derivam de
processo que buscam o convencimento do juiz (perí- mento, ocorre necessária seu descumprimento se
cia, testemunhas etc.) e inevitavelmente. produzem de acordo com
Portanto, a prova permite a formação da convic- a avaliação judicial.
ção do órgão julgador no curso processual quanto à
existência de determinada situação fática. Para isso, O ônus da prova funciona como uma regra de julga-
existem instrumentos idôneos, lícitos e legítimos des-
mento a ser aplicada pelo juiz quando permanecer em
critos na legislação processual penal.
dúvida no momento do julgamento. Em outras pala-
vras, o ônus funciona como uma regra de julgamento
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre
destinada ao juiz acerca do conteúdo da sentença que
apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão deve proferir, caso não tenha sido comprovada a ver-
exclusivamente nos elementos informativos colhi-
dos na investigação, ressalvadas as provas cautela- Em seu aspecto subjetivo, o ônus da prova deve ser
res, não repetíveis e antecipadas. compreendido como o encargo que recai sobre as par-
tes de buscar as fontes de prova capazes de compro-
PROVAS ILÍCITAS
introduzindo-as no processo utilizando-se dos meios
O ato processual deve ser praticado em conso- de prova legalmente admissíveis.
nância com a Constituição Federal, com as Conven- Vale lembrar que no âmbito processual penal, o ônus
ções Internacionais sobre Direitos Humanos e com da prova subjetivo é atenuado por força da regra da
as leis processuais penais, assegurando-se, assim, não comunhão da prova e dos poderes instrutórios do juiz.
somente às partes, como a toda a coletividade, a exis- Conforme o princípio do livre convencimento
tência de um processo penal justo e em consonância motivado, o juiz poderá formar seu convencimento a
com o princípio do devido processo legal. partir de todas as provas constantes do processo, quer
Assim, a nulidade é compreendida como espécie tenham sido elas produzidas pela parte que se bene-
de sanção aplicada ao ato processual defeituoso, do -
que deriva a inaptidão para a produção de seus efei- trária, quer pela própria iniciativa probatória do juiz.
tos regulares. Apenas os atos processuais realizados
em consonância com o ordenamento jurídico serão Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a
considerados válidos e idôneos a produzir os efeitos
almejados. I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal,
Todavia, existem irregularidades/defeitos sem con- a produção antecipada de provas consideradas
sequência, isto é, apesar de o ato processual não ter urgentes e relevantes, observando a necessidade,
338
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de Se era possível a realização do exame direto, ou,
proferir sentença, a realização de diligências para ainda, se a ausência do exame direto não foi supri-
dirimir dúvida sobre ponto relevante da pelo exame de corpo de delito indireto, deverá o
processo ser anulado, a partir do momento em que o
No sistema processual penal existe distribuição do
ônus da prova entre acusação e defesa: laudo deveria ter sido juntado ao processo.
Incumbe à acusação somente a prova da existên-
cia do fato típico; PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE CRIME
Comprovada a existência do fato típico existe uma
presunção de que o fato também é ilícito e culpável, O refrerido assuntos será abordado no tópico “ pericial”.
cabe ao acusado informar tal presunção. Portanto,
compete ao réu o ônus da prova quanto às excluden- MEIOS DE PROVA
tes da ilicitude, da culpabilidade, ou acerca da presen-
ça de causa extintiva da punibilidade. Pericial
Sendo assim, se o acusado apontar a existência de
um álibi, caberá a ele fazer prova de sua alegação. Referente ao Capítulo II, do exame do corpo de
Em virtude da regra probatória que deriva do prin- delito, da cadeira de custódia e das perícias em geral, o
cípio da presunção de inocência, tem-se que somente é Pacote Anticrime trouxe dentro da perícia a cadeia de
possível um decreto condenatório quando o magistra- custódia como garantidora da autenticidade das evi-
do estiver convencido da prática do delito por parte do dências coletadas e examinadas, sem que haja espaço
acusado. Já para a defesa, basta que produza um estado para adulteração. Assim, documenta-se de maneira
de dúvida para que o acusado possa ser absolvido. formal um procedimento destinado a manter a histó-
Outro ponto interessante é que para a acusação, ria cronológica de uma evidência.
exige-se prova além de qualquer dúvida razoável; A consequência da quebra da cadeia de custódia
para a defesa, basta criar um estado de dúvida. (break on the chain of custody) é a proibição de valora-
Da regra de julgamento do in dubio pro reo decor- ção probatória com a consequente exclusão dela e de
rente do princípio da presunção de inocência, tem-se toda a derivada. Em suma, preservar a fonte de prova
que o ônus da prova recai precipuamente sobre o garante a validade da prova.
Ministério Público ou sobre o querelante. O período da cadeia de custódia vai do reconheci-
mento do elemento de prova até o seu descarte. São
adotar a regra contrária: in dubio pro societate ou in etapas do rastreamento do vestígio:
dubio contra reum. Diante da hierarquia constitucio-
nal do princípio da presunção de inocência, forçoso é Reconhecimento como elemento potencial para a
concluir que nenhuma lei poderá, então, inverter produção de prova;
o ônus da prova com relação à condenação penal, Isolamento para evitar que se altere;
sob pena de ser considerada inconstitucional. Fixação (descrição detalhada do vestígio como se
encontra no local do crime ou no corpo de delito);
Coleta para análise pericial;
Importante! Acondicionamento (o vestígio é embalado de for-
ma individualizada, com anotação da data, hora e
A intervenção do juiz das garantias na fase inves- nome de quem fez a coleta e o acondicionamento);
tigatória deve ser contingente e excepcional: Art. Transporte, garantindo a manutenção das caracte-
3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, rísticas originais e o controle da posse;
vedadas a iniciativa do juiz na fase de investiga- Recebimento (com informações);
ção e a substituição da atuação probatória do Processamento (exame pericial com laudo do perito);
órgão de acusação. Armazenamento para realização de contra perícia,
ser descartado ou transportado;
Descarte, liberação do vestígio, com ou sem autori-
Portanto, os atos podem ser: zação judicial, a depender do caso.
Perfeitos. Ex.: sentença que reúna todos os requisitos. Lembre-se que em uma mera coleta de sangue
Meramente irregulares. Ex.: uma palavra errada. para exames de rotina já existe uma sistemática rígi-
Nulos. Ex.: falta de defesa técnica. da para evitar erros no resultado, imagine agora todos
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Inexistentes. Ex.: falta de sentença. os cuidados que precisam ser adotados para não ser
cometida nenhuma injustiça em âmbito penal. Logo,
No campo das provas, a lei estabelece a obriga- todos os procedimentos elencados na lei precisam ser
toriedade da realização do exame de corpo de delito obedecidos para a valoração de uma prova.
quando a infração penal deixar vestígios: A coleta dos vestígios deverá ser realizada pre-
-
Art.158. minhamento necessário para a central de custódia.
indispensável o exame de corpo de delito, direto É proibida a entrada em locais isolados bem como a
remoção de quaisquer vestígios de locais de crime
acusado.
antes da liberação por parte do perito responsável,
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização
do exame de corpo de delito quando se tratar de -
crime que envolva: zação (art. 158-C).
No acondicionamento para transporte, o reci-
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou piente precisa estar selado com lacre e numeração
individualizada, para garantir a inviolabilidade e a 339
idoneidade do vestígio durante o transporte. O reci- ao investigado o direito à prévia consulta a seu advo-
piente precisa individualizar o vestígio e preservá-lo. gado e sem que ele tenha sido comunicado sobre seu
Após cada rompimento de lacre, deve-se fazer direito ao silêncio e de não produzir provas contra si
mesmo. Isso consiste em violação do direito ao silên-
nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a cio e à não autoincriminação.
Como é feito o interrogatório do réu preso? Em
novo lacre utilizado. O lacre rompido deverá ser acon- sala própria, no estabelecimento em que estiver reco-
dicionado no interior do novo recipiente (art. 158-D). lhido. Precisa ser garantida a segurança de todos, a
Todos os Institutos de Criminalística deverão ter publicidade do ato e a presença do advogado.
uma central de custódia destinada à guarda e controle Exceção: interrogatório por videoconferência.
dos vestígios. Toda central de custódia deve possuir Requisitos:
os serviços de protocolo. Na central de custódia, a Decisão fundamentada do juiz (de ofício ou a
entrada e a saída de vestígio deverão ser protocola- requerimento das partes);
das, consignando-se informações sobre a ocorrência
no inquérito que a eles se relacionam (art. 158-E). a) prevenir risco à segurança pública, pois existe fun-
Após a realização da perícia, o material deverá ser dada suspeita que o preso integre organização cri-
devolvido à central de custódia, devendo nela perma- minosa ou irá fugir durante o deslocamento;
necer. Caso a central de custódia não possua espaço ou
condições de armazenar determinado material, deverá enfermidade;
a autoridade policial ou judiciária determinar as condi- -
ções de depósito do referido material em local diverso, mas (obs.: primeiro se busca a videoconferência
mediante requerimento do diretor do órgão central de destas);
d) gravíssima questão de ordem pública.
A preocupação com a audiência de custódia ini-
ciou-se nos Estados Unidos, na década de 90, quando
o ex-jogador de futebol americano e então ator O. J.
Simpson foi acusado de ser o executor do homicídio
de sua ex-esposa e de um amigo dela, e absolvido. A das provas, todavia, muitas pessoas já assumiram
defesa conseguiu absolvição justamente porque a pre- uma culpa que não é delas, assim o ato de confessar o
servação do local foi inadequada. A partir de então a
cadeia de custódia passou a ser pensada e desenvolvi-
o juiz analisará de acordo com o exame das provas em
da pela maioria dos países.
seu conjunto.
Exceção: Se forem desobrigadas pela parte interes- cada um dos acareados e suas respectivas respostas,
sada e quiserem dar o seu testemunho. auto este a ser subscrito pelo escrevente e assinado
por todos.
Dica É possível que um dos acareados se encontre fora
Quem não presta o compromisso de dizer a da comarca do juízo perante o qual tramita o processo:
verdade?
Doentes mentais; Se ausente alguma testemunha, cujas
Menores de 14 anos; declarações divirjam das de outra, que esteja pre-
CADI. sente, a esta se darão a conhecer os pontos da diver-
gência, consignando-se no auto o que explicar ou
Reconhecimento de Pessoas e Coisas observar. Se subsistir a discordância, expedir-se-á
precatória à autoridade do lugar onde resida a tes-
Quem fará o reconhecimento descreve a pessoa a temunha ausente, transcrevendo-se as declarações
ser reconhecida; essa pessoa será colocada se possível desta e as da testemunha presente, nos pontos em
ao lado de outras pessoas que com ela são semelhan- que divergirem, bem como o texto do referido auto,
tes; quem fará o reconhecimento aponta a pessoa que
descreveu. testemunha ausente, pela mesma forma estabeleci-
- da para a testemunha presente. Esta diligência só
de providenciará para que uma não veja a outra (só se realizará quando não importe demora prejudi-
cial ao processo e o juiz a entenda conveniente.
se aplica na investigação – não se aplica em instrução
nem em plenário de julgamento). Do ato de reconhe-
cimento lavra-se auto pormenorizado subscrito pela
autoridade, quem fez o reconhecimento e 2 (duas) Importante!
testemunhas. É possível que o magistrado, ao invés de expe-
A inobservância das formalidades legais para o
dir carta precatória para a oitiva da testemunha
reconhecimento pessoal do acusado não enseja nuli-
dade, pois é uma recomendação. O mesmo vale para
perante o juízo deprecado, realize a acareação por
o reconhecimento de coisas. Ex.: arma, faca, estilete. meio da videoconferência.
Acareação
Documentos
Acarear é colocar em presença uma da outra, face
Em regra, as partes podem apresentar documentos
a face, pessoas cujas declarações são divergentes. A
acareação é, portanto, o ato processual consistente na durante todo o processo penal, salvo exista lei em con-
confrontação das declarações de dois ou mais acusa- trário, como acontece no Tribunal do Júri, que exige a
dos, testemunhas ou ofendidos, já ouvidos, e destina- juntada do documento com 3 dias de antecedência da
do a obter o convencimento do juiz sobre a verdade audiência.
de algum fato em que as declarações dessas pessoas Os documentos são escritos, instrumentos ou
forem divergentes. papeis, podendo ser públicos ou particulares. Inclusi-
ve, a cópia autenticada possui valor de original.
Art. 229. A acareação será admitida entre acu-
sados, entre acusado e testemunha, entre teste- Cartas que não são admitidas em juízo: intercepta-
munhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa das, obtidas por meios criminosos.
ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que Cartas que são admitidas em juízo: sem consenti-
divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou cir- mento do signatário, mas com o consentimento do
cunstâncias relevantes. destinatário.
Parágrafo único. Os acareados serão repergunta-
dos, para que expliquem os pontos de divergências, Quanto aos documentos em língua estrangeira,
reduzindo-se a termo o ato de acareação. temos que os documentos em língua estrangeira, sem
prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário,
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Então, diante desse artigo temos que a acareação traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pes-
pode ser realizada tanto na fase investigatória como
soa idônea nomeada pela autoridade (art. 236).
no curso da instrução criminal, nada impedindo que
as partes requeiram a prática do ato.
Indícios
O deferimento de provas submete-se ao prudente
arbítrio do magistrado, cuja decisão, sempre funda-
mentada, há de levar em conta o conjunto probató- A palavra indício é usada no Código de Processo
rio. É lícito ao juiz indeferir diligências que reputar Penal em dois sentidos, ora como prova semiplena,
impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Inde- ora como prova indireta:
ferimento de pedido de acareação de testemunhas, no
caso, devidamente fundamentado. Inocorrência de de prova mais tênue, com menor valor persuasivo.
afronta aos princípios da ampla defesa e do contradi- Ex.: No tocante à autoria delitiva, não se exige que
tório ou às regras do sistema acusatório. o juiz tenha certeza desta, bastando que haja elemen-
Durante o procedimento, os acareados poderão
[...]
Frente ao artigo acima, lembre-se sempre que:
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e
a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas
Não se pode confundir o indício, que é sempre um
dado objetivo, em qualquer de suas acepções (prova
indireta ou prova semiplena), com a simples suspei- As restrições relativas à inviolabilidade do domicí-
ta, que não passa de um estado de ânimo. O indício lio estão expressas no inciso XI, do art. 5º, da Consti-
é constituído por um fato demonstrado que autori- tuição Federal:
za a indução sobre outro fato ou, pelo menos, cons-
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
mas também conduzir a engano.1 ros e aos estrangeiros residentes no País a inviola-
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
BUSCA E APREENSÃO [...]
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, nin-
Pessoal, Domiciliar e Requisitos guém nela podendo penetrar sem consentimento
Busca Domiciliar: Razões que autorizam uma desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
busca domiciliar: prender criminosos, apreender
coisas achadas ou obtidas por meios criminosos,
Como visto, compreende-se que é possível ingres-
sar no domicílio:
-
mentos do crime, provas, cartas, vítimas, elemen- Durante o dia: Com o consentimento do morador,
tos de convicção no geral. -
Busca Pessoal: Quando há fundada suspeita de tar socorro, ou mediante determinação judicial.
que alguém oculte consigo arma, coisas obtidas Durante à noite: Com consentimento do morador,
por meios criminosos, cartas, elementos de convic-
ção. No caso de prisão ou quando houver fundada
suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma Por exclusão, subtende-se que mediante determi-
nação judicial (mandado judicial) somente é possível
proibida ou de objetos ou papéis que constituam
o cumprimento durante o dia.
corpo de delito, ou quando a medida for determi- Mas, o que se compreende como dia? É majoritário
nada no curso de busca domiciliar. da doutrina o entendimento que dia é o período com-
preendido entre 6:00h e 18:00h.
Precedida de mandado judicial Recentemente a Nova Lei de Abuso de Autoridade
(13.869/19) tratou sobre este assunto, inovando quan-
As buscas domiciliares serão executadas de dia, to ao horário:
salvo se o morador consentir que se realizem à noite,
e, antes de penetrarem na casa, os executores mos- Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astu-
ciosamente, ou à revelia da vo
trarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o
ntade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependên-
represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. cias, ou nele permanecer nas mesmas condições,
Em caso de desobediência, será arrombada a porta e sem determinação judicial ou fora das condições
forçada a entrada. Quando ausentes os moradores, estabelecidas em lei:
deve, neste caso, ser intimado a assistir à diligência Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
qualquer vizinho, se houver e estiver presente. multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no
caput deste artigo, quem:
Dispensa mandado judicial [...]
III - cumpre mandado de busca e apreensão domi-
A busca em mulher será feita por outra mulher, se ciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das
não importar retardamento ou prejuízo da diligência. 5h (cinco horas).
342 1 - LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal: Volume Único – 8 ed. rev. ampl. e atual. Salvador: Ed. JusPodivm, 2020
- Art. 287
exibição do mandado não obstará a prisão, e o pre-
isto porque se trata de uma legislação especial, que so, em tal caso, será imediatamente apresentado ao
somente se aplica aos crimes de abuso de autoridade. juiz que tiver expedido o mandado, para a realiza-
ção de audiência de custódia. (Redação dada pela
Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem
que seja exibido o mandado ao respectivo diretor
PRISÃO ou carcereiro, a quem será entregue cópia assina-
da pelo executor ou apresentada a guia expedida
CONCEITO E ESPÉCIES pela autoridade competente, devendo ser passado
recibo da entrega do preso, com declaração de dia
A prisão, como privação da liberdade de locomo- e hora.
ção, é dividida em duas espécies. A primeira espécie Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no
de prisão é a prisão como cumprimento de pena, após próprio exemplar do mandado, se este for o docu-
o trânsito em julgado da condenação. Nesse tipo de mento exibido.
prisão o procedimento passa a ser aplicado pelo juiz Art. 289.
das execuções, de acordo com a Lei de Execução Penal nacional, fora da jurisdição do juiz processante,
(LEP). A outra espécie de prisão consiste na prisão será deprecada a sua prisão, devendo constar da
como medida cautelar, que visa assegurar o regular precatória o inteiro teor do mandado. (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
pena e esta ser cumprida. § 1 Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a
prisão por qualquer meio de comunicação, do qual
deverá constar o motivo da prisão, bem como o
DA PRISÃO
12.403, de 2011).
O sistema processual penal permite durante o -
trâmite processual a imposição de restrições tanto à rá as precauções necessárias para averiguar a
liberdade do indivíduo (ex.: prisão cautelar), como autenticidade da comunicação. (Incluído pela Lei
medidas cautelares diversas da prisão, ex.: monitora- nº 12.403, de 2011).
ção eletrônica. Isso acontece para a proteção do pro- § 3 O juiz processante deverá providenciar a remo-
cesso. Ex.: imagine que haja risco de o acusado fugir ção do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
do país, o juiz pode reter o passaporte do indivíduo, contados da efetivação da medida. (Incluído pela
ou, a requerimento do Ministério Público impor uma Lei nº 12.403, de 2011).
prisão cautelar. Art. 289-A. O juiz competente providenciará o ime-
A prisão preventiva somente será determinada diato registro do mandado de prisão em banco de
quando não for cabível a sua substituição por outra dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça
medida cautelar. Ademais, o não cabimento da substi-
de 2011).
-
de forma fundamentada nos elementos presentes do
são determinada no mandado de prisão registrado
caso concreto, de forma individualizada (art. 282, § 6º).
no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora
As medidas cautelares não se aplicam à infração
da competência territorial do juiz que o expediu.
que não for cominada pena privativa de liberdade, (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
pois a intensidade da medida não faz sentido se a pró- -
pria lei comina um resultado mais brando para aque- são decretada, ainda que sem registro no Conselho
le determinado crime. Nacional de Justiça, adotando as precauções neces-
sárias para averiguar a autenticidade do mandado
FORMALIDADES, MANDADO DE PRISÃO E e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este
CUMPRIMENTO providenciar, em seguida, o registro do mandado
na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará nº 12.403, de 2011).
expedir o respectivo mandado. § 3 A prisão será imediatamente comunicada ao
Parágrafo único. O mandado de prisão: juiz do local de cumprimento da medida o qual pro-
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela videnciará a certidão extraída do registro do Con-
DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRISÃO EM FLAGRANTE
art. 23 do Decreto-Lei no
de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentada-
mente, conceder ao acusado liberdade provisória, IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL (ART 5º,
mediante termo de comparecimento a todos os atos
processuais, sob pena de revogação.
LVIII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E
ART 3º DA LEI Nº 12.037, DE 2009)
Após o Pacote Anticrime
-
-
te, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas art. 5º, inciso LVIII, da Constituição Federal.
após a realização da prisão, o juiz deverá promover Ao analisarmos o texto constitucional, consegui-
audiência de custódia com a presença do acusado, mos extrair os regulamentos, princípios e base da
seu advogado constituído ou membro da Defensoria Constituição Federal, apresentado que civilmente
Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa -
nal, salvo nas hipóteses previstas em lei.
Portanto, diante da disposição constitucional,
criou-se a Lei 12.037/2009, para regulamentar as
art.
hipóteses.
312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou
Para melhorar a sua interpretação, montamos um
-
esquema do que a Lei 12.037/2009, estabelece:
III - conceder liberdade provisória, com ou sem
-
ral foi a grande responsável pela criação da Lei
12.037/2009, pois apresentou a necessidade de regula-
-
incisos I, II ou III
É importante ressaltar que artigo 1º da Lei
de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fun- -
damentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento nesta Lei.
obrigatório a todos os atos processuais, sob pena
concretizado na sua mente e facilitará a resolução
ou que integra organização criminosa armada ou será a peça essencial para a construção sólida do
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, conhecimento.
deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL X INDICIAMENTO
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação
idônea, à não realização da audiência de custódia
Torna-se de suma importância a diferenciação de
responderá administrativa, civil e penalmente pela -
litar a compreensão, apresentarei os dois conceitos, e
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o montaremos um mapa metal.
a não realização de audiência de custódia sem exibe como conceito o entendimento de Guilherme
motivação idônea ensejará também a ilegalidade Souza Nucci - Código Penal -
da prisão, a ser relaxada pela autoridade do de determinar a identidade de algo ou alguém. No
DIREITO PROCESSUAL PENAL
competente, sem prejuízo da possibilidade de âmbito jurídico, quer dizer apontar a individualidade
e exclusividade de uma pessoa humana, não havendo
- Passaporte;
cial, pois trata da colheita dos dados pessoais do
indiciado ou do réu, envolvendo dados da sua vida -
- ção do indiciado;
co, trouxemos um mapa mental:
Nota-se que esse tópico não se encontra previsto
na Lei, apresentando elementos doutrinários e juris- Apresentaremos alguns modelos, visando ajudar o
prudenciais essenciais para sua prova. conhecimento sobre o tema:
FALSA IDENTIDADE
346
Passaporte:
-
poral ou da localidade da expedição do documento
indiciado.
PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO
Art. 5º
Art. 3º HISTÓRICO
infrações penais e da sua autoria. de medida cautelar concedida pelo Min. Luiz Fux nos
- autos da ADI nº 6.305 (j. 22/01/2020).
go não excluirá a de autoridades administrativas, a
quem por lei seja cometida a mesma função. INDICIAMENTO
O CPP esclarece que logo que tiver conhecimen- Indiciar é atribuir a autoria de uma infração penal
to da prática da infração penal, a autoridade policial a uma pessoa. É apontar uma pessoa como prová-
vel autora ou partícipe de um delito. Possui caráter
ambíguo, constituindo-se, ao mesmo tempo, fonte de
dirigir-se ao local, providenciando para que não direitos, prerrogativas e garantias processuais, e fon-
se alterem o estado e conservação das coisas, até a te de ônus e deveres que representam alguma forma
chegada dos peritos criminais; de constrangimento, além da inegável estigmatização
apreender os objetos que tiverem relação com o social que a publicidade lhe imprime.
fato, após liberados pelos peritos criminais; De acordo com o art. 5º da CF:
colher todas as provas que servirem para o escla-
recimento do fato e suas circunstâncias; LVII - ninguém será considerado culpado até o trân-
ouvir o ofendido;
LXIII - o preso será informado de seus direitos,
ouvir o indiciado; entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e
a acareações;
determinar, se for o caso, que se proceda a exame Dica
de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
A condição de indiciado poderá ser atribuída já
datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos
-
sua folha de antecedentes;
bida a peça acusatória, não será mais possível
averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o pon- o indiciamento, já que se trata de ato próprio da
to de vista individual, familiar e social, sua condi-
fase investigatória.
ção econômica, sua atitude e estado de ânimo antes
e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Importante!
Prorrogar o prazo de duração do inquérito, estan-
De acordo com o STF, o indiciamento é ato priva- do o investigado preso, em vista das razões apre-
tivo do delegado de polícia, ninguém pode orde- sentadas pela autoridade policial;
ná-lo a fazer isso. Determinar o trancamento do inquérito policial
quando não houver fundamento razoável para sua
capitais, a lei determina o afastamento do servidor Requisitar documentos, laudos e informações ao dele-
público de suas funções como efeito automático do
indiciamento, permitindo seu retorno às atividades Julgar o habeas corpus impetrado antes do ofereci-
funcionais apenas se houver decisão judicial funda-
mentada nesse sentido. Determinar a instauração de incidente de insani-
GARANTIAS DO INVESTIGADO
Decidir sobre o recebimento da denúncia ou
O investigado é sujeito de direitos, de maneira que
são resguardados direitos inerentes à dignidade da -
pessoa humana durante a investigação. Por exemplo, rio, o direito outorgado ao investigado e ao seu
a Constituição Federal (art. 5º) garante o direito ao defensor de acesso a todos os elementos informati-
silêncio e não produção de provas contra si mesmo. vos e provas produzidas no âmbito da investigação
criminal, salvo no que concerne, estritamente, às
LXIII - o preso será informado de seus direitos,
entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe Deferir pedido de admissão de assistente técnico
da imprensa para explorar a imagem da pessoa sub- por falta de interesse de agir.
metida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, c) manifestar-se pelo arquivamento do inquérito policial
administrativa e penal (art. 3-F). por falta de possibilidade jurídica do pedido.
d) manifestar-se pelo arquivamento do inquérito policial
jurídica em favor de servidores vinculados aos órgãos por falta de justa causa.
de segurança pública diante da instauração de inqué- -
resse na propositura da ação penal.
uso da força letal praticados no exercício funcional.
3. (CESPE – 2020) A ação penal pública pode ser incon-
suposto autor ou partícipe da infração penal em uma dicionada ou condicionada à representação. Em
investigação criminal, por si só, funciona como uma relação à ação penal pública condicionada à represen-
imputação em sentido amplo que acarreta consequên- tação, há a exigência da manifestação do ofendido ou
cias. Logo, a observância do contraditório e ampla de quem tenha qualidade para representá-lo. Acerca
da ação penal pública condicionada à representação,
persecução penal. assinale a opção correta. 353
a) A representação é uma condição de procedibilidade e) No caso de crime praticado contra a honra de servidor
da ação penal, e sua ausência impede o Ministério público no exercício de suas funções, a vítima tem legi-
Público de oferecer a denúncia. timação concorrente com o MP para ajuizar ação penal.
b) Opera-se a decadência da ação penal condicionada à
representação se o direito de representar não for exer- 7. (CESPE – 2019) O Estado exerce sua pretensão puniti-
cido no prazo de seis meses, a contar da data do fato va a partir do ingresso da ação penal, garantindo-se ao
criminoso. acusado o devido e justo processo legal.
c) O ofendido pode, a qualquer tempo, exercer o direi- Acerca do processo penal, julgue o item a seguir.
to de se retratar da representação, sendo a extinção Em se tratando de contravenção penal punida com
da punibilidade sem resolução de mérito o efeito da pena de multa, admite-se subsidiariamente, em caso
retratação. de inércia do Ministério Público, a ação penal sem
d) A ação penal pública condicionada à representação demanda.
é essencialmente de interesse privado e regida pelos
princípios da conveniência e oportunidade.
e) A irretratabilidade da representação inicia-se com a
instauração do inquérito policial. 8. (CESPE – 2019) O Estado exerce sua pretensão puniti-
va a partir do ingresso da ação penal, garantindo-se ao
4. (CESPE – 2020) João sofreu calúnia, mas veio a fale- acusado o devido e justo processo legal.
cer dentro do prazo decadencial de seis meses, antes Acerca do processo penal, julgue o item a seguir.
A sentença proferida em ação de prevenção penal
mantinha um relacionamento homoafetivo com Már- será exclusivamente de absolvição, ainda que aplique
-
e tinha como parente próximo sua mãe. -
Nessa situação hipotética, o ajuizamento de ação pelo travenção penal.
crime de calúnia
4 C
13. (CESPE – 2019) 5 CERTO
ter furtado uma bicicleta havia dois meses. Conduzi-
do à delegacia, Jaime, em depoimento ao delegado, 6 E
8 CERTO
em prisão preventiva, sob o argumento da gravidade
abstrata do delito praticado. No entanto, após ouvir 9 D
10 A
fundamento de que não estava presente o requisito,
11 C
temporal de dois meses entre a consumação do crime
e a prisão do autor. Dias depois, em nova diligência 12 CERTO
no inquérito policial instaurado pelo delegado para
13 CERTO
apurar o caso, Jaime, já em liberdade, retratou-se da
14 D
Abel como forma de pagamento de uma dívida. Ao ser
356
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção capaz de gerar sentimentos extremamente negativos.
DIREITOS HUMANOS
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- Portanto, ninguém poderá expor o nome, a honra,
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviola- a imagem, a intimidade e a vida privada do outro, sem
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, que haja a devida autorização da pessoa envolvida.
à segurança e à propriedade, nos seguintes termos: -
do lembramos daqueles quadros veiculados em pro-
- gramas televisivos conhecidos popularmente como
dobramentos de alguns destes direitos e garantias “pegadinhas”.
fundamentais. A pessoa exposta àquela situação autorizou a
veiculação daquelas imagens. Se não o tivesse feito,
Direito à vida: é possível dizer que o direito à vida certamente poderia buscar diante de um juiz, indeni-
garante à pessoa, o direito de preservação de sua zação por danos materiais e morais que teriam surgi-
vida, bem como o de poder viver de forma digna. do daquela situação. 359
Em tempos atuais, as redes sociais também se tor-
nam um importante meio de possíveis violações. E o que são as referidas ações?
Diariamente internautas se envolvem em situa- São medidas pontuais e que serão adotadas por
ções que podem constituir possíveis danos aos direi- certo período de tempo com o objetivo de amenizar
tos fundamentais da pessoa. É o caso dos chamados ou mesmo cessar as diferenças históricas havidas
haters, pessoas que acessam a rede com o exclusivo entre os indivíduos.
intuito de ofender o outro, expondo seu nome, ima-
gem e intimidade. no Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288 de 20 de
Estas situações certamente constituem violações julho de 2010), em seu art. 1º, inciso VI):
que serão levadas ao Poder Judiciário para a respon-
sabilização dos ofensores e reparação de danos (inde- Art. 1º. Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade
nização por dano material e moral). Racial, destinado a garantir à população negra a
Lembre-se sempre que isto decorre da garantia efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa
constitucional de preservação da integridade física e dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos
moral a que todos fazem jus. e o combate à discriminação e às demais formas de
intolerância étnica:
Direito à igualdade: o direito à igualdade está pre-
visto também no caput do art. 5º da Constituição Também são previstos nos Editais de concursos
Todos são iguais perante públicos vagas destinadas exclusivamente para pes-
a lei, sem distinção de qualquer natureza (...).
Trata-se, portanto, de uma discriminação positiva.
Trata-se da igualdade formal, ou seja, a garantia, Ou seja, em razão de uma desigualdade em rela-
prevista na Lei (Constituição Federal) de que todas as
pessoas, independentemente de sua raça, gênero ou que pleitear uma vaga em concurso público, deverá
qualquer outra característica física ou comportamen- concorrer conforme suas condições.
tal, são iguais, tendo os mesmos direitos e garantias -
assegurados pela Constituição Federal. sente ainda que em situações que aparentam uma
Porém, a igualdade também é analisada sobre possível desigualdade, pois, em verdade, deve ser
outro aspecto: o material. observado todo o contexto ao redor destes direitos, de
Por igualdade material temos que a lei deve tratar forma que se garanta efetivamente que todos sejam
os iguais de forma igual e os desiguais, de forma desi- tratados da mesma forma perante a lei, consoante
gual, na medida de sua desigualdade. prevê o art. 5º da Constituição Federal.
Num primeiro momento, isto parece bastante
confuso. Direito à liberdade: a liberdade também é uma
Mas, vamos entender como todos são iguais, mas decorrência do direito à vida.
podem ser tratados de forma desigual quando houver
O direito à liberdade previsto no art. 5º se mani-
A Constituição Federal traz alguns exemplos de festa em diversos pontos da Constituição Federal e
situações que são tratadas de forma desigual, pois em muitos aspectos: liberdade de locomoção (inciso
XV); liberdade de pensamento (inciso IV); liberdade
licença-maternidade e licença-paternidade, previs- de expressão (inciso IX); liberdade de associação (inci-
tas respectivamente, no art. 7º, incisos XVIII e XIX da so XVII); liberdade religiosa (inciso VI), liberdade de
Constituição Federal, ou ainda, o serviço militar obri- exercício de trabalho (inciso XIII).
gatório, que isenta as mulheres e os eclesiásticos (art. Alguns aspectos devem ser destacados em relação
143, § 2º). à liberdade:
Percebe-se assim, que embora estes sejam exem- Pela liberdade de locomoção:
Portanto, não pode ser estabelecida qualquer for- III- observância das disposições que regulam as
ma de censura pelo Poder Público. Ademais, todos os
indivíduos podem expor sua atividade intelectual ou IV- exploração que favoreça o bem-estar dos pro-
artística de forma livre, sem necessitar de eventual prietários e dos trabalhadores.
aval dos governantes.
Destaca-se que é em razão disto que são livres Segundo previsto nestes dois dispositivos, em
quaisquer manifestações. relação à propriedade urbana, a função social estará
Ainda, sobre o direito à liberdade, cabe mencio- sendo cumprida quando atendidas às exigências de
nar, ainda que brevemente, um fato notório ocorrido ordenação da cidade constante no plano diretor esti-
a pouco tempo atrás. Preste atenção, porque há gran- verem sendo observadas.
de chance deste assunto ser cobrado em sua prova. Por sua vez, quanto à propriedade rural, a função
Uma associação de artistas ingressou com uma social será preenchida quando os seguintes requisitos
ação no STF (Supremo Tribunal Federal) com o obje- estiverem sendo cumpridos: aproveitamento racional
e adequado da área; utilização adequada dos recursos
não autorizadas. A alegação deles era de que estas naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
- observância das disposições que regulam as relações
fados, visto que expunham fatos desconhecidos pelas de trabalho, ou seja, daqueles que estiverem prestan-
pessoas ou mesmo situações que lhes poderiam cau- do serviços na propriedade; exploração que favoreça
sar constrangimentos se viessem ao conhecimento o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
público. Assim, embora o direito de propriedade seja garan-
Contudo, a Corte entendeu que eles não tinham tido na Constituição Federal, ele não é absoluto.
razão, pois, ao necessitar de autorização para a publi- Como visto, a função social deve ser atendida.
Entende-se, por função social, como visto acima,
direito à liberdade de manifestação e à liberdade inte- no caso da propriedade urbana, que sejam atendidos
lectual e artística. e respeitados as determinações do plano diretor.
É importante atentar para este fato, pois poderá Em breve síntese, o plano diretor é um documen-
ser objeto de prova. to que deve ser elaborado por cada município para o
Finalmente, é necessário dizer que diante da ordenamento das cidades.
garantia de liberdade, o indivíduo apenas poderá ser No caso da propriedade para que seja efetivamen-
te aproveitada, necessário serem utilizados os recur-
ordem escrita e fundamentada da autoridade compe- sos naturais de forma consciente e adequada, sem
tente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime desperdício e depredação ambiental.
propriamente militar, conforme estabelece o art. 5º, Ademais, a função social também inclui um
inciso LXI. importante elemento subjetivo daqueles que estão
relacionados na propriedade, qual seja: devem ser
DIREITOS HUMANOS
Ademais, o sujeito poderá ser brasileiro naturali- Por sua vez, plebiscito e referendo se referem a
zado. Será naturalizado, conforme determina o art. formas por meio das quais o cidadão é instado a se
12, inciso II: manifestar sobre algum assunto de grande relevância
para o país. Assim, por meio de decretos legislativos,
a pessoa nascida em país cujo idioma seja a língua as pessoas são convocadas para expressar sua opinião
portuguesa, tendo para tanto que comprovar a resi- sobre um tema colocado em pauta.
dência em solo brasileiro por um ano ininterrupto e Divergem no seguinte: enquanto o plebiscito é esta-
idoneidade moral (art. 12, inciso II, letra “a”); belecido de forma prévia e a população se manifesta a
favor ou contrária a um tema que lhe é apresentado,
a pessoa nascida em qualquer país, desde que resi- o referendo é convocado posteriormente sobre um
dente no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos assunto que já faça parte do dia a dia dos cidadãos,
e sem condenação penal (art. 12, inciso III, letra “b”). 363
Na história recente brasileira houve um plebisci- documentos: a Declaração Universal dos Direitos
to em 21 de abril de 1993 em que os cidadãos foram Humanos, de 1948; o Pacto Internacional dos Direitos
chamados a se manifestar sobre a forma e sistema Civis e Políticos, de 1966; o Pacto Internacional dos
de governo. Por sua vez, o referendo ocorreu em 23 Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966. Ao
de outubro de 2005, tendo a população sido instada a longo deste capítulo e do próximo serão estudados os
se posicionar sobre se o comércio de armas de fogo e direitos que compõem a Carta, que se fundam na tría-
munição deveria ou não ser proibido no Brasil. de liberdade, igualdade e fraternidade instituída no
Outro dos direitos políticos que deve ser mencionado art. 1o, DUDH, remontando-se às dimensões de direitos
é a iniciativa popular. Trata-se da iniciativa que é garan- humanos como direitos basilares da dignidade huma-
tida a todo cidadão de apresentar um projeto de lei. Este na. Pelas razões expostas, para maior compreensão e
direito está regulamentado pelo art. 61, § 2º da Constitui- -
ção Federal, cabendo para tanto, serem preenchidos os ção comparada.
requisitos ali previstos, conforme a seguir mencionado: A Declaração Universal dos Direitos Humanos de
1948 inaugura o sistema geral de proteção da pessoa
Art. 61 (...) § 2º. A iniciativa popular pode ser exer- humana no âmbito internacional, sendo proclamada
cida pela apresentação à Câmara dos Deputados de pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cen- dezembro de 1948 pela Resolução nº 217. Conside-
to do eleitorado nacional, distribuído pelo menos rando o formato adotado, que é o de deliberação da
por cinco Estados, com não menos de três décimos
Assembleia Geral e não de tratado internacional, seus
por cento dos eleitores de cada um deles.
Estados que a compõem – é o que se denomina norma-
Importa dizer que os direitos políticos são divi-
tiva soft law. Noutras palavras, a Declaração em si não
didos entre: capacidade eleitoral ativa e capacidade
possui conteúdo coativo em relação aos Estados-par-
eleitoral passiva. A capacidade eleitoral ativa se refere
-
ao direito de votar. Já a capacidade eleitoral passiva se
dos internacionais que o possuem. O fato é que desse
refere ao direito de ser votado. Assim, em regra, todos
documento se originaram muitos outros, nos âmbitos
os brasileiros podem votar e ser votados.
nacional e internacional, sendo que dois deles prati-
Inclusive, o art. 15 da Constituição Federal esta-
camente repetem e pormenorizam o seu conteúdo,
belece que é vedada a cassação de direitos políticos.
quais sejam: o Pacto Internacional dos Direitos Civis
Porém, é possível que uma pessoa sofra a perda ou
e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econô-
suspensão de seus direitos políticos.
micos, Sociais e Culturais. Esta tríade da Declaração
Isto pode ocorrer nas seguintes situações previstas
de 1948 e dos Pactos de 1966 forma a Carta Interna-
no art. 15:
cional dos Direitos Humanos.
por meio do cancelamento da naturalização por
sentença transitada em julgado (inciso I); DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS EM ESPÉCIE
incapacidade civil absoluta: aquele que tenha sua Os direitos civis e políticos em espécie perpassam
incapacidade reconhecida, terá seus direitos sus- por diversas questões inerentes à vida, à liberdade,
pensos (inciso II); à igualdade, à propriedade e à segurança pessoal, tal
condenação criminal transitada em julgado como por aspectos de proteção da pessoa humana em
enquanto durarem seus efeitos (inciso III);
CF/88, são denominados direitos individuais (art. 5o),
recusa de cumprimento de obrigação a todos nacionalidade (art. 12) e direitos políticos (arts. 14 e 15).
imposta ou prestação alternativa, nos termos do
art. 5º, VIII (inciso IV); Art. 1, DUDH. Todas as pessoas nascem livres
e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de
improbidade administrativa, nos termos do art. 37,
razão e consciência e devem agir em relação umas
§ 4º (inciso V).
às outras com espírito de fraternidade.
legislação não possa estabelecer, em abstrato, regras necer vivo; c) direito de ter uma vida digna quanto à
especiais para um grupo de pessoas desfavorecido subsistência e; d) direito de não ser privado da vida
socialmente, direcionando , por através da pena de morte4.
Na Carta Internacional dos Direitos Humanos é
entanto, todas estas ações devem respeitar a propor-
cionalidade e a razoabilidade (princípio da igualdade de não ser arbitrariamente privado da própria vida,
material). criando-se restrições à pena de morte. Conforme se
BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
Ibid.
LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
BALERA, Wagner... Op. Cit. 365
denota no art. 6o, PIDCP, não se veda a pena de morte, iii) qualquer serviço exigido em casos de emergên-
mas se criam impeditivos: apenas pode ser aplicada a cia ou de calamidade que ameacem o bem-estar
crimes graves, deve haver sentença transitada em jul-
gado proferida por Tribunal competente, deve se asse- iv) qualquer trabalho ou serviço que faça parte das
gurar o direito de pedir indulto ou comutação da pena obrigações cívicas normais.
(os quais poderão ser concedidos, tal como a anistia),
não pode ser imposta a menores de 18 anos e nem a A abolição da escravidão foi uma luta histórica em
mulheres gestantes. todo o globo. Seria totalmente incoerente quanto aos
Contudo, no próprio artigo 6o, PIDCP frisa-se que princípios da liberdade, da igualdade e da dignidade
suas disposições não podem ser usadas para retardar se admitir que um ser humano pudesse ser subme-
ou impedir a abolição da pena de morte. Neste senti-
tido ao outro, ser tratado como coisa. O ser humano
do, a abolição da pena de morte é o propósito da Carta
Internacional de Direitos Humanos, assinando-se o
de outro, razão pela qual a escravidão não pode ser
Segundo Protocolo Adicional ao Pacto Internacional
sobre os Direitos Civis e Políticos com vista à Abolição aceita.
da Pena de Morte, em 15 de dezembro de 1989, o qual O trabalho escravo não se confunde com o tra-
balho servil. A escravidão é a propriedade plena de
um homem sobre o outro. Consiste na utilização, em
Liberdade e segurança pessoal proveito próprio, do trabalho alheio. Os escravos
eram considerados seres humanos sem personalida-
Art. 3º, DUDH. Toda pessoa tem direito à vida, à de, mérito ou valor. A servidão, por seu turno, é uma
liberdade e à segurança pessoal. alienação relativa da liberdade de trabalho através de
Art. 9°, 1, PICDP. Toda pessoa tem direito à liber- um pacto de prestação de serviços ou de uma ligação
dade e à segurança pessoais.
absoluta do trabalhador à terra, já que a servidão era
uma instituição típica das sociedades feudais. A ser-
O direito à liberdade é posto como consectário do
vidão, representava a espinha dorsal do feudalismo.
direito à vida, pois ela depende da liberdade para o
O servo pagava ao senhor feudal uma taxa altíssima
desenvolvimento intelectual e moral. Assim, “[...]
liberdade é assim a faculdade de escolher o próprio pela utilização do solo, que superava a metade da
caminho, sendo um valor inerente à dignidade do colheita7.
ser, uma vez que decorre da inteligência e da volição, A vedação à escravidão não é impedimento para
duas características da pessoa humana”5. O direito à que países imponham o trabalho como consequência
segurança pessoal é o direito de viver sem medo, pro- de sentença penal condenatória. Além disso, não se
tegido pela solidariedade e liberto de agressões, logo, considera como forçado o trabalho no cumprimento
é uma maneira de garantir o direito à vida6. de serviços militares ou cívicos obrigatórios nem em
situações de emergência e calamidade.
Vedação à escravidão e à servidão
Vedação à tortura e a tratamento, castigo ou pena
Art. 4º, DUDH. Ninguém será mantido em escra- cruel, desumano ou degradante
vidão ou servidão, a escravidão e o de
escravos
Art. 5º, DUDH. Ninguém será submetido à tortu-
Art. 8º, PICDP. 1. Ninguém poderá ser submetido à
ra, nem a tratamento ou castigo cruel, desuma-
escravidão escravidão e o -
vos no ou degradante.
2. Ninguém poderá ser submetido à servidão. Art. 7º, PIDCP. Ninguém poderá ser submetido à tor-
3. a) Ninguém poderá ser obrigado a executar tra- tura, nem a penas ou tratamentos cruéis, desu-
balhos forçados ou obrigatórios manos ou degradantes. Será proibido, sobretudo,
b) A alínea “a” do presente parágrafo não poderá submeter uma pessoa, sem seu livre consentimento,
ser interpretada no sentido de proibir, nos países a .
em que certos crimes sejam punidos com prisão e
trabalhos forçados, o cumprimento de uma pena Tortura é a imposição de dor física ou psicológica
de trabalhos forçados, imposta por um tribunal por crueldade, intimidação, punição, para obtenção
c) Para os efeitos do presente parágrafo, não
serão considerados “trabalhos forçados ou prazer da pessoa que tortura. A tortura é uma espé-
obrigatórios”: cie de tratamento ou castigo cruel. A Convenção das
i) qualquer trabalho ou serviço, não previsto na Nações Unidas contra a Tortura e Outros Tratamentos
alínea “b”, normalmente exigido de um indivíduo ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (Resolu-
que tenha sido encerrado em cumprimento de ção n° 39/46 da Assembleia Geral das Nações Unidas)
decisão judicial ou que, tendo sido objeto de tal -
da pelo Brasil em 28 de setembro de 1989.
ii) qualquer serviço de caráter militar e, nos paí-
ses em que se admite a isenção por motivo de cons- Equiparam-se à tortura e aos tratamentos cruéis
ciência, qualquer serviço nacional que a lei venha outras formas de castigos desumanos e degradantes,
a exigir daqueles que se oponha ao serviço militar isto é, que desconsideram a condição humana ou bus-
cam submeter a pessoa a uma humilhação.
BALERA, Wagner... Op. Cit.
Ibid.
366 BALERA, Wagner... Op. Cit.
Personalidade jurídica motivos previstos em lei e em conformidade com os
procedimentos.
Art. 6º, DUDH. Toda pessoa tem o direito de ser, -
em todos os lugares, reconhecida como pessoa mada das
perante a lei. demora, das acusações formuladas contra ela.
Art. 16, PIDCP. Toda pessoa terá direito, em qual- -
quer lugar, ao reconhecimento de sua personali- de de infração penal deverá ser
dade jurídica. -
Art. 24, 2, PIDCP. Toda criança deverá ser regis- ridade habilitada por lei a exercer funções e terá
trada imediatamente após seu nascimento e o
deverá receber um nome. de ser posta em liberdade. A prisão preventiva
de pessoas que aguardam julgamento não deverá
O sistema de proteção de direitos humanos estabe- constituir a regra geral, mas a soltura poderá
lecido no âmbito da Organização das Nações Unidas é estar condicionada a garantias que assegurem o
global, razão pela qual não cabe o seu desrespeito em comparecimento da pessoa em questão à audiên-
cia, a todos os atos do processo e, se necessário for,
qualquer localidade do mundo. Por isso, um estran-
para a execução da sentença.
geiro que visite outro país não pode ter seus direitos -
humanos violados, independentemente da Constitui- dade por prisão ou encarceramento terá de recor-
ção daquele país nada prever a respeito dos direitos rer a um tribunal para que este decida sobre
dos estrangeiros. A pessoa humana não perde tal cará- a legalidade de seu encarceramento e ordene
ter apenas por sair do território de seu país. Em outras sua soltura, caso a prisão tenha sido ilegal.
palavras, a personalidade jurídica denota-se uma das -
facetas do princípio da universalidade. mento ilegais terá direito à reparação.
Art. 10, PIDCP. 1. Toda pessoa privada de sua liber-
dade deverá ser tratada com humanidade e res-
humana, será ela sempre sujeito de direitos e de peito à dignidade inerente à pessoa humana.
obrigações. Negar-lhe a personalidade, a aptidão 2. a) as pessoas processadas deverão ser sepa-
para exercer direitos e contrair obrigações, equi- radas, salvo em circunstância excepcionais, das
vale a não reconhecer sua própria existência. [...] pessoas condenadas e receber tratamento dis-
O reconhecimento da personalidade jurídica é tinto, condizente com sua condição de pessoa
imprescindível à plena realização da pessoa huma- não-condenada.
na. Trata-se de garantir a cada um, em todos os b) as pessoas processadas, jovens, deverão ser
lugares, a possibilidade de desenvolvimento livre e separadas das adultas e julgadas o mais rápido
isonômico8. possível.
3. O regime penitenciário num tratamento cujo
objetivo principal seja a reforma e a reabilita-
Como decorrência do direito à personalidade jurí-
ção moral dos prisioneiros. Os delinquentes
dica, no momento do nascimento deve ser atribuído juvenis deverão ser separados dos adultos
e receber tratamento condizente com sua idade e
o registro que formaliza a personalidade jurídica. condição jurídica.
Art. 11, PIDCP. Ninguém poderá ser preso ape-
Remédio para atos que violem direitos fundamentais nas por não poder cumprir com uma obrigação
contratual.
Art. 8º, DUDH. Toda pessoa tem direito a rece-
ber dos tributos nacionais competentes remédio Prisão e detenção são formas de impedir que a
efetivo para os pessoa saia de um estabelecimento sob tutela estatal,
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela privando-a de sua liberdade de locomoção. Exílio é a
constituição ou pela lei. expulsão ou mudança forçada de uma pessoa do país,
sendo assim também uma forma de privar a pessoa
de sua liberdade de locomoção em um determinado
meios para garanti-los. Ciente disto, a Declaração traz território. Nenhuma destas práticas é permitida de
aos Estados-partes o dever de estabelecer em suas forma arbitrária, ou seja, sem o respeito aos requisi-
legislações internas instrumentos para proteção dos
direitos humanos. Geralmente, nos textos constitu- não seja aceita a privação de liberdade, notadamente
cionais são estabelecidos os direitos fundamentais e quando o indivíduo tiver praticado um ato que com-
os instrumentos para protegê-los, também chamados prometa a segurança ou outro direito fundamental de
de remédios constitucionais, por exemplo, o habeas outra pessoa.
corpus serve à proteção do direito à liberdade de Quanto à proibição da prisão e do encarceramen-
DIREITOS HUMANOS
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. v. 6.
MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da República
Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 1997.
BALERA, Wagner... Op. Cit. 371
b) proteger a segurança nacional, a ordem, a da Organização do Trabalho, relativa à liberda-
saúde ou a moral pública. de sindical e à proteção do direito sindical,
PIDCP. 1. Será proibido por lei qualquer venham a adotar medidas legislativas que restrin-
propaganda em favor de guerra. jam – ou aplicar a lei de maneira a restringir – as
2. Será proibida por lei qualquer apologia do ódio garantias previstas na referida Convenção.
nacional, radical, racial ou religioso que cons-
titua incitamento à discriminação, à hostilida- O direito de reunião pode ser exercido indepen-
de ou à violência. dentemente de autorização estatal, mas deve se dar
Silva18 aponta que a liberdade de pensamento, que armas (inciso XVI, do art. 5º, da CF).
também pode ser chamada de liberdade de opinião,
é considerada pela doutrina como a liberdade primá-
lícitos, vedada a de caráter paramilitar, é plena. Por-
ria, eis que é ponto de partida de todas as outras, e
tanto, ninguém poderá ser compelido a associar-se e,
deve ser entendida como a liberdade da pessoa ado-
uma vez associado, será livre, também, para decidir se
tar determinada atitude intelectual ou não, de tomar
permanece associado ou não”20.
a opinião pública que crê verdadeira. Para a formação
da opinião, utiliza-se da informação, isto é, a liberdade
Participação e representação política
de informação é consectário da liberdade de opinião.
No mais, da liberdade de opinião surge a possibilida-
Art. 21, DUDH. 1. Toda pessoa tem o direito de
de da liberdade de expressão.
tomar parte no governo de seu país, diretamen-
Adiante, Silva19 entende que a liberdade de expres-
te ou por intermédio de representantes livremente
são pode ser vista sob diversos enfoques, como o da
liberdade de comunicação, ou liberdade de informa-
2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao ser-
ção, que consiste em um conjunto de direitos, formas,
processos e veículos que viabilizam a coordenação
3. A vontade do povo será a base da autorida-
livre da criação, expressão e difusão da informação de do governo
e do pensamento. Contudo, a manifestação do pensa- eleições periódicas e legítimas, por sufrágio
mento não pode ocorrer de forma ilimitada, devendo universal, por voto secreto ou -
se pautar na verdade e no respeito dos direitos à hon- lente que assegure a liberdade de voto.
ra, à intimidade e à imagem dos demais membros da Art. 25, PIDCP. Todo cidadão terá o direito e a possi-
sociedade. Da mesma forma, a liberdade de expressão bilidade, sem qualquer das formas de discriminação
não permite práticas de discurso do ódio nacional, mencionadas no art. 2° e sem restrições infundadas:
radical, racial ou religioso, ou seja, não é uma carta a) de participar da condução dos assuntos
branca para discursar contra os próprios fundamen- públicos, diretamente ou por meio de representan-
tos que ergueram o sistema de proteção dos direitos
humanos. b) de votar e de ser eleito em eleições periódicas,
É assegurado o direito de fazer tudo o que a lei não direito à integridade pessoal (art. 5), que abran-
proíba, a denominada legalidade estrita. Não obstan- ge o direito à integridade física, psíquica e moral;
te, o legislador não pode impor limitações que não impossibilidade de prática de tortura, impossibili-
dade de aplicação de pena sem que se respeite à
outrem ou de satisfazer às exigências da moral, da dignidade da pessoa do condenado, impossibilida-
ordem pública e do bem-estar. de de a pena passar para a pessoa do delinquente;
Artigo 5
c) o serviço imposto em casos de perigo ou cala- Toda criança tem direito às medidas de proteção
midade que ameace a existência ou o bem-estar da que a sua condição de menor requer por parte da
sua família, da sociedade e do Estado.
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obriga-
ções cívicas normais. direito à igualdade perante à lei (art. 24).
Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto ao governo do Estado ao qual pertence a autoridade
de São José e Decreto n.º 678/1992). responsável pela violação alegada; no caso em tela, o
A apresentação da petição pela citada organização brasileiro.
está amparada pelo Pacto de São José e pelo decreto
anteriormente mencionado, visto que qualquer pessoa
ou grupo de pessoas ou entidade não governamental
legalmente reconhecida pode apresentar à Comissão 10. (CESPE – 2018) Uma organização não governamen-
ou à Corte Interamericana de Direitos Humanos peti- tal de proteção às mulheres, legalmente reconhecida
ções de denúncia de violação à Convenção Americana pelo Brasil, apresentou petição à Comissão Interame-
sobre Direitos Humanos por Estado- parte. ricana de Direitos Humanos denunciando um hospital
da rede pública de determinado estado da Federação.
Na petição, foi alegado que o hospital havia realizado 375
esterilização sem o consentimento da vítima, uma De acordo com a Convenção Americana sobre Direi-
mulher portadora do vírus HIV, e que o Estado brasilei- tos Humanos, o direito à liberdade de pensamento e
ro não adotara as medidas necessárias para prevenir a de expressão deve ser amplo, mas a lei deve proibir
referida esterilização, tendo sido, também, negligente toda apologia ao ódio que constitua incitação à discri-
na investigação do caso. Assim, sustenta a organi- minação, à hostilidade, ao crime ou à violência.
zação, na petição, que houve violação aos direitos à
integridade pessoal, à liberdade pessoal, às garantias
judiciais, à honra e à dignidade, à proteção à família,
à igualdade perante a lei e à proteção judicial — todos 13. (CESPE – 2017) Com as atrocidades cometidas duran-
esses, direitos previstos pela Convenção Americana te a Segunda Guerra Mundial, emergiu a noção de que
sobre Direitos Humanos. os direitos humanos deveriam servir como paradigma
Julgue o item, considerando o caso hipotético apre- para orientar a ordem internacional, reforçando-se a
sentado, o sistema de proteção e as disposições da ideia de que a proteção dos direitos humanos deveria
Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto ser global — e não reduzida ao domínio local dos Esta-
de São José e Decreto n.º 678/1992). dos —, por se tratar de questão de legítimo interesse
O hospital da rede pública do estado federado agiu de mundial.
acordo com os fundamentos legais, uma vez que os Nesse contexto, surgiu a Organização das Nações Uni-
Estados-partes da Convenção se comprometem a res- das (ONU) e foi adotada a Declaração Universal dos
peitar os direitos e as liberdades nela reconhecidos e a Direitos Humanos — que representa uma plataforma
garantir seu pleno exercício a toda pessoa que esteja comum de ação de todos os Estados —, bem como
sujeita à sua jurisdição, sem discriminação, salvo por foi aprovada a Convenção Americana sobre Direitos
motivo de saúde pública, quando serão relativizados Humanos, no âmbito da Organização dos Estados
os dispositivos dessa Convenção em favor do interes- Americanos (OEA).
se público. Tendo como referência o texto anterior, julgue o item
subsequente, acerca do sistema de proteção e da Con-
11. (CESPE – 2017) Considere as seguintes disposições. venção Americana sobre Direitos Humanos.
Em caso de guerra, as garantias asseguradas pela
I. Todo indivíduo tem direito à liberdade e à segurança Convenção Americana sobre Direitos Humanos
pessoais. podem ser suspensas por tempo ilimitado, mesmo
-
dade incluem a compensação, a retribuição, a reforma
e a readaptação social dos condenados.
III. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livre-
- 14. (CESPE – 2017) Com as atrocidades cometidas duran-
nômicos, trabalhistas, sociais, culturais e desportivos. te a Segunda Guerra Mundial, emergiu a noção de que
IV. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros. os direitos humanos deveriam servir como paradigma
para orientar a ordem internacional, reforçando-se a
Decorrem da Convenção Americana sobre Direitos ideia de que a proteção dos direitos humanos deveria
Humanos (Pacto de São José e Decreto n.º 678/1992) ser global — e não reduzida ao domínio local dos Esta-
apenas as disposições contidas nos itens dos —, por se tratar de questão de legítimo interesse
mundial.
a) I e II. Nesse contexto, surgiu a Organização das Nações Uni-
b) II e III. das (ONU) e foi adotada a Declaração Universal dos
c) III e IV. Direitos Humanos — que representa uma plataforma
d) I, II e IV. comum de ação de todos os Estados —, bem como
e) I, III e IV. foi aprovada a Convenção Americana sobre Direitos
Humanos, no âmbito da Organização dos Estados
12. (CESPE – 2017) Com as atrocidades cometidas duran- Americanos (OEA).
te a Segunda Guerra Mundial, emergiu a noção de que Tendo como referência o texto anterior, julgue o item
os direitos humanos deveriam servir como paradigma subsequente, acerca do sistema de proteção e da Con-
para orientar a ordem internacional, reforçando-se a venção Americana sobre Direitos Humanos.
ideia de que a proteção dos direitos humanos deveria Atualmente, o Brasil admite a prisão civil por dívida
ser global — e não reduzida ao domínio local dos Esta- exclusivamente no caso de inadimplemento de obri-
dos —, por se tratar de questão de legítimo interesse gação alimentar, nos termos da Convenção America-
mundial. na sobre Direitos Humanos.
Nesse contexto, surgiu a Organização das Nações Uni-
das (ONU) e foi adotada a Declaração Universal dos
Direitos Humanos — que representa uma plataforma
comum de ação de todos os Estados —, bem como GABARITO
foi aprovada a Convenção Americana sobre Direitos
Humanos, no âmbito da Organização dos Estados
Americanos (OEA). 1 ERRADO
Tendo como referência o texto anterior, julgue o item
subsequente, acerca do sistema de proteção e da Con- 2 CERTO
venção Americana sobre Direitos Humanos. 3 CERTO
4 CERTO
376
5 CERTO
6 CERTO
7 ERRADO
8 CERTO
9 ERRADO
10 ERRADO
11 E
12 CERTO
13 ERRADO
14 CERTO
ANOTAÇÕES
DIREITOS HUMANOS
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ANOTAÇÕES
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