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FEDERAL
Agente de Polícia Federal
Volume I
A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com
base no Edital anterior, para que o aluno antecipe seus estudos.
FV101-A-2018
DADOS DA OBRA
Volume I
• Língua Portuguesa • Noções de Informática
• Atualidades • Raciocínio Lógico
• Noções de Administração
Volume II
• Noções de Contabilidade • Noções de Economia
• Noções de Direito Penal • Noções de Direito Processual Penal
• Noções de Direito Administrativo • Noções de Direito Constitucional
• Legislação Especial
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Diagramação
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Thais Regis
Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli
Mirian Astorga
Capa
Joel Ferreira dos Santos
Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
APRESENTAÇÃO
CURSO ONLINE
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SUMÁRIO
Língua Portuguesa
Noções de Informática
Atualidades
1 Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes, política, economia, sociedade, educa-
ção, saúde, cultura, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável e ecologia....................... 01
Raciocínio Lógico
1 Estruturas lógicas............................................................................................................................................................................................ 13
2 Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões. ............................................................................. 09
3 Lógica sentencial (ou proposicional). ..................................................................................................................................................... 01
3.1 Proposições simples e compostas. ...................................................................................................................................................... 01
3.2 Tabelas verdade............................................................................................................................................................................................ 01
3.3 Equivalências. ............................................................................................................................................................................................... 19
3.4 Leis de De Morgan. .................................................................................................................................................................................... 23
3.5 Diagramas lógicos. ..................................................................................................................................................................................... 13
4 Lógica de primeira ordem. ......................................................................................................................................................................... 13
5 Princípios de contagem e probabilidade. ............................................................................................................................................. 30
6 Operações com conjuntos. ......................................................................................................................................................................... 37
7 Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.................................................................. 42
Noções de Administração
Letra e Fonema.......................................................................................................................................................................................................... 01
Estrutura das Palavras............................................................................................................................................................................................. 04
Classes de Palavras e suas Flexões..................................................................................................................................................................... 07
Ortografia.................................................................................................................................................................................................................... 44
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 47
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 50
Concordância Verbal e Nominal......................................................................................................................................................................... 52
Regência Verbal e Nominal................................................................................................................................................................................... 58
Frase, oração e período.......................................................................................................................................................................................... 63
Sintaxe da Oração e do Período......................................................................................................................................................................... 63
Termos da Oração.................................................................................................................................................................................................... 63
Coordenação e Subordinação............................................................................................................................................................................. 63
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 71
Colocação Pronominal............................................................................................................................................................................................ 74
Significado das Palavras......................................................................................................................................................................................... 76
Interpretação Textual............................................................................................................................................................................................... 83
Tipologia Textual....................................................................................................................................................................................................... 85
Gêneros Textuais....................................................................................................................................................................................................... 86
Coesão e Coerência................................................................................................................................................................................................. 86
Reescrita de textos/Equivalência de Estruturas............................................................................................................................................. 88
Estrutura Textual........................................................................................................................................................................................................ 90
Redação Oficial.......................................................................................................................................................................................................... 91
Funções do “que” e do “se”................................................................................................................................................................................100
Variação Linguística...............................................................................................................................................................................................101
O processo de comunicação e as funções da linguagem......................................................................................................................103
LÍNGUA PORTUGUESA
Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina. Especialista pela Universidade Estadual Paulista
– Unesp
LETRA E FONEMA
A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa
literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da lín-
gua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Cuida, também,
de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta de pronunciar certas
palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na
pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de esta-
belecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção
entre os pares de palavras:
amor – ator / morro – corro / vento - cento
Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que
você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma
os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.
Fonema e Letra
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio.
- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
- o fonema /sê/: texto
- o fonema /zê/: exibir
- o fonema /che/: enxame
- o grupo de sons /ks/: táxi
- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas
palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o
“n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.
1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, É a sequência formada por uma semivogal, uma vo-
bola. gal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba.
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tri-
- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, tongo nasal.
bola.
3) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
- Abertas: pé, lata, pó É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
- Fechadas: mês, luta, amor pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
- Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pa- de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). (po-e-si-a).
Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas Existem basicamente dois tipos:
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en- 1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de- e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no,
sempenham o papel de núcleo silábico. a-tle-ta, cri-se.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: 2-) os que resultam do contato de duas consoantes
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão Há ainda grupos consonantais que surgem no início
forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
história, série. psi-có-lo-go.
3) Consoantes Dígrafos
Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi- De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca- crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda- quatro letras.
deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu- Há, no entanto, fonemas que são representados, na es-
guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco
/b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. letras.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Dígrafos Consonantais
Dígrafos Vocálicos
* Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” repre-
senta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há
dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ nós
pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não
pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).
Dífonos
Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existem letras que representam dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exemplos
de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.
Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Questões
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI-
BRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir há um
dígrafo, EXCETO em
(A) prazo. As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
(B) cantor. de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
(C) trabalho. em seus menores elementos (partes) possuidores de sen-
(D) professor. tido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por
três elementos significativos:
1-)
(A) prazo – “pr” é encontro consonantal In = elemento indicador de negação
(B) cantor – “an” é dígrafo Explic – elemento que contém o significado básico da
(C) trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dígrafo palavra
(D) professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí- Ável = elemento indicador de possibilidade
grafo
RESPOSTA: “A”. Estes elementos formadores da palavra recebem o
nome de morfemas. Através da união das informações
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI- contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
BRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que os itens tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
destacados possuem o mesmo fonema consonantal em to- tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tornar
das as palavras da sequência. claro”.
(A) Externo – precisa – som – usuário.
MORFEMAS = são as menores unidades significativas
(B) Gente – segurança – adjunto – Japão.
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
(C) Chefe – caixas – deixo – exatamente.
(D) Cozinha – pesada – lesão – exemplo.
Classificação dos morfemas:
2-) Coloquei entre barras ( / / ) o fonema representado
Radical, lexema ou semantema – é o elemento por-
pela letra destacada:
tador de significado. É através do radical que podemos for-
(A) Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/
mar outras palavras comuns a um grupo de palavras da
(B) Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ – Japão /j/ mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez.
(C) Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exatamente O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um
/z/ mesmo radical denomina-se família de palavras.
(D) cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo /z/
RESPOSTA: “D”. Afixos – elementos que se juntam ao radical antes (os
prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza (sufi-
3-) (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/PI – CURSO DE xo), prever (prefixo), infiel.
FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI/2014) “Seja Sangue
Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, encontramos Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob-
duas letras representando um único fonema. Esse fenôme- têm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
no também está presente em: amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medida
A) cartola. que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e
B) problema. plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
C) guaraná. ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo
D) água. (amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
E) nascimento. concluir que existem morfemas que indicam as flexões das
palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das pala-
3-) Duas letras representando um único fonema = dí- vras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desi-
grafo nências nominais e desinências verbais.
A) cartola = não há dígrafo
B) problema = não há dígrafo • Desinências nominais: indicam o gênero e o número
C) guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) dos nomes. Para a indicação de gênero, o português cos-
D) água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) tuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/
E) nascimento = dígrafo: sc menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar
RESPOSTA: “E”. o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência
de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/
garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso dos
nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assu-
me a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.
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LÍNGUA PORTUGUESA
• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências Palavras primitivas: aquelas que, na língua portugue-
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinências sa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
que indicam o modo e o tempo (desinências modo-tem-
porais) e outras que indicam o número e a pessoa dos ver- Palavras derivadas: aquelas que, na língua portugue-
bos (desinência número-pessoais): sa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Abreviação – é a redução de palavras até o limite per- 2-) en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) =
mitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu (pneu- ao radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo
mático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do processo
de formação de palavras chamado de: prefixação e sufixa-
* Observação: ção. Para o exercício, basta “derivada”!
- Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras ini- RESPOSTA: “C”.
ciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor).
- Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras ini-
ciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas impuras),
que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas puras);
DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas impu-
ras).
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego)
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)
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LÍNGUA PORTUGUESA
de lago lacustre
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES
de leão leonino
de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo, con- de madeira lígneo
cordando com este em gênero e número. de mestre magistral
de ouro áureo
As praias brasileiras estão poluídas.
de paixão passional
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
de porco suíno ou porcino
Locução adjetiva dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma de sonho onírico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição + de velho senil
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu- de vento eólico
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio de vidro vítreo ou hialino
(paixão desenfreada). de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico
Observe outros exemplos:
* Observação: nem toda locução adjetiva possui um
de águia aquilino adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por
de aluno discente exemplo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
de anjo angelical Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de ano anual
de aranha aracnídeo O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
de boi bovino como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
de cabelo capilar ou do objeto).
de cabra caprino
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de campo campestre ou rural
de chuva pluvial Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
Observe alguns deles:
de criança pueril
de dedo digital Estados e cidades brasileiras:
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo Alagoas alagoano
de farinha farináceo Amapá amapaense
de fera ferino Aracaju aracajuano ou aracajuense
de ferro férreo Amazonas amazonense ou baré
de fogo ígneo Belo Horizonte belo-horizontino
de garganta gutural Brasília brasiliense
de gelo glacial Cabo Frio cabo-friense
de guerra bélico Campinas campineiro ou campinense
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal
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LÍNGUA PORTUGUESA
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substan-
tivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra
cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, en-
tão, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.
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LÍNGUA PORTUGUESA
2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- Renato fala menos alto do que João.
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de superioridade:
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma fala mais alto do que João.
popular é constituída do radical do adjetivo português + o 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
– cheíssimo. O superlativo pode ser analítico ou sintético:
- Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
Fontes de pesquisa: fala muito alto.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
php modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- * Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nho, etc.) são comuns na língua popular.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A criança levantou cedinho. (muito cedo)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Há palavras como muito, bastante, que podem apare- - Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e - O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. bio: Cheguei primeiro.
* Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio - Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, adverbial desempenham na oração a função de adjunto
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
pois “muitos” não dá!). = advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
dade e de tempo, respectivamente.
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei
muitos capítulos) = pronome indefinido Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
Advérbios Interrogativos php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Saraiva, 2010.
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Interrogação Direta Interrogação Indireta SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava. Artigo
Por que choras? Não sei por que choras.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. se como o termo variável que serve para individualizar ou
Donde vens? Pergunto donde vens. generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Quando voltas? Pergunto quando voltas. (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”).
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LÍNGUA PORTUGUESA
Artigos definidos – São aqueles usados para indicar Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
seres determinados, expressos de forma individual: sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Roma.
muito.
- antes de pronomes de tratamento:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar Vossa Senhoria sairá agora?
seres de modo vago, impreciso: Exceção: O senhor vai à festa?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas! - após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
O preço fica mais caro à medida que os produtos escas- Fontes de pesquisa:
seiam. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
php
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
nais à medida em que, na medida que e na medida em que. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Saraiva, 2010.
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição
A briga começou assim que saímos da festa.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
h) Comparativas: introduzem uma oração que expres- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
sa ideia de comparação com referência à oração principal. guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual,
rente de uma situação particular, um momento ou um con-
que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
texto específico. Exemplos:
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que ção
(tendo como antecedente na oração principal uma palavra
como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. O significado das interjeições está vinculado à maneira
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
exame. do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação úni- Psiu!
ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acor- contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
do com o sentido que apresentam no contexto (grifo ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
da Zê!). Ei, espere!”
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- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du- João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro- D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri- - Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
plas do medicamento. refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
duas terças partes. Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O arti-
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. go só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo:
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos esses ministros falarão à imprensa.
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Função sintática do Numeral
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! O numeral tem mais de uma função sintática:
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= - se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
segunda divisão de futebol) numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
Emprego e Leitura dos Numerais direto ou indireto.
- Os numerais são escritos em conjunto de três alga- Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de Objeto direto = cinco casas
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Núcleo do objeto direto = casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a Adjunto adnominal = cinco
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Objeto indireto = de duas
- Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
Núcleo do objeto indireto = duas
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.
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Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
sa escola neste ano. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância * Observação: o pronome oblíquo é uma forma va-
adequada] riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- dica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
tônicos.
Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono
São aqueles que substituem os substantivos, indicando São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes fraca: Ele me deu um presente.
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di- Tabela dos pronomes oblíquos átonos
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à - 1.ª pessoa do singular (eu): me
pessoa ou às pessoas de quem se fala. - 2.ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
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- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. - Os pronomes de tratamento representam uma for-
Eles se conheceram. ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
* O pronome é reflexivo quando se refere à mesma supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
de ação: jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
Nós nos amamos. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
Olhamo-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa.
Pronomes de Tratamento Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
soa. Alguns exemplos:
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
teus cabelos. (errado)
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
blica (sempre por extenso) ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de Pronomes Possessivos
igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
NÚMERO PESSOA PRONOME
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular primeira meu(s), minha(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- singular segunda teu(s), tua(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados
singular terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou plural segunda vosso(s), vossa(s)
literária.
plural terceira seu(s), sua(s)
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São utilizados para explicitar a posição de certa palavra - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser invariáveis, observe:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
*Em relação ao espaço: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
* Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- gênero quando têm caráter reforçativo:
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é nosso. Elas mesmas fizeram isso.
Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.
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- semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
- tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
* Note que: tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne-
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação algo, cada.
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ral é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
= naquilo) - Todo e toda no singular e junto de artigo significa
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Pronomes Indefinidos Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Trabalho todo dia. (= todos os dias)
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
-plantadas. cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Cada um escolheu o vinho desejado.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
Indefinidos Sistemáticos
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
guém, outrem, quem, tudo. sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
Algo o incomoda? afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Quem avisa amigo é. negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser e qualquer, que generaliza.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade Essas oposições de sentido são muito importantes na
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
Cada povo tem seus costumes. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Certas pessoas exercem várias profissões. pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
de que fazem parte:
* Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
vos, ora pronomes indefinidos adjetivos: prático.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, pessoas quaisquer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), *Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. que se refere à unidade. Repare:
Nenhum candidato foi aprovado.
Menos palavras e mais ações. Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é nu-
Alguns se contentam pouco. meral)
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Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- júri jurados
tra abelha, mais outra abelha. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
malta malfeitores ou desordeiros
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- manada búfalos, bois, elefantes,
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, matilha cães de raça
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- molho chaves, verduras
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de multidão pessoas em geral
seres da mesma espécie (abelhas).
insetos (gafanhotos,
nuvem
mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
quadrilha ladrões, bandidos
da mesma espécie.
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais
alcateia lobos réstia alhos ou cebolas
acervo livros romanceiro poesias narrativas
antologia trechos literários selecionados revoada pássaros
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra
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Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher, pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
poeta – poetisa, prefeito - prefeita czar – czarina, réu - ré
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LÍNGUA PORTUGUESA
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. * Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
Outros substantivos sobrecomuns: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
criatura.
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-
Comuns de Dois Gêneros: po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
A distinção de gênero pode ser feita através da análise da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
cês - repórter francesa pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso),
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
- A palavra personagem é usada indistintamente nos cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros. (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
aceitam a personagem. ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
(remador), a voga (moda).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo
Observe o gênero dos substantivos seguintes: Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o do plural é o “s” final.
proclama, o pernoite, o púbis.
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- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses ca-rolhas
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. * Casos Especiais
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* Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qual-
quer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético,
tornando-se, tais verbos, pessoais.
- o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?
- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
miar, latir, piar).
* Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?
2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)
- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:
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* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.
- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e
ir (fui, ia, vades).
- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:
1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia refle-
xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem
2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A garota
penteou-me.
* Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular
Modos Verbais
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:
Formas Nominais
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:
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LÍNGUA PORTUGUESA
1-) Infinitivo
1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.
1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)
Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.
* Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!
Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.
3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resul-
tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.
(Ziraldo)
Tempos Verbais
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou de-
sejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.
Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
Modo Indicativo
Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M
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LÍNGUA PORTUGUESA
Pretérito mais-que-perfeito
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M
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LÍNGUA PORTUGUESA
Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).
1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M
Futuro do Subjuntivo
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM
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LÍNGUA PORTUGUESA
Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.
Infinitivo Pessoal
* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
* Observação: não confundir o emprego reflexivo do Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
verbo com a noção de reciprocidade: tancialmente o sentido da frase.
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A apostila foi comprada pelo concurseiro.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: (Voz Passiva)
analítico e sintético. Sujeito da Passiva Agente da Passi-
va
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte ma-
neira: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os Observe:
alunos pintarão a escola) - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
* Observação: o agente da passiva geralmente é acom- mestres.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a constru-
ção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada - Eu o acompanharei.
de soldados. Ele será acompanhado por mim.
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
** Saiba que:
ção das frases seguintes:
- com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per-
ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa)
Fontes de pesquisa:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- php
tivo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Questões
2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
Abriram-se as inscrições para o concurso. (A) que o instituto Endeavor traz;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (B) que o instituto Endeavor trouxe;
(C) trazida pelo instituto Endeavor;
* Observação: o agente não costuma vir expresso na (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
voz passiva sintética. (E) que traz o instituto Endeavor.
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LÍNGUA PORTUGUESA
1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- Regras ortográficas
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tem-
po verbal no pretérito – assim como na passiva). O fonema s
RESPOSTA: “B”.
S e não C/Ç
2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 - palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
A) consideravam. - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
B) consideram. repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
C) considerem. sentir - sensível / consentir – consensual.
D) considerarão.
E) considerariam.
SS e não C e Ç
2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem
de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na
em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
ativa teremos UM: muitos o consideram o maior marato-
nista de todos os tempos. -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir
RESPOSTA: “B”. - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com-
prometer - compromisso / submeter – submissão.
3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) *quando o prefixo termina com vogal que se junta com
Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re- trico / re + surgir – ressurgir.
sultante deverá ser *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
(A) terei glosado plos: ficasse, falasse.
(B) seria glosada
(C) haverá de ser glosada C ou Ç e não S e SS
(D) será glosada
(E) terá sido glosada vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju-
3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis” çara, caçula, cachaça, cacique.
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas- sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
por mim. esperança, carapuça, dentuço.
RESPOSTA: “D”. nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de-
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
ORTOGRAFIA marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.
O fonema z
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
S e não Z
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
grafados segundo acordos ortográficos. sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamor-
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é fose.
necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui-
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- seste.
mologia (origem da palavra). nomes derivados de verbos com radicais terminados
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
empresa / difundir – difusão.
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LÍNGUA PORTUGUESA
G e não J * Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto-
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges- grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o
so. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), ela-
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. borado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de
terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou- referência até mesmo para a criação de dicionários, pois
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na
Internet, o endereço é www.academia.org.br.
Exceção: pajem.
Informações importantes
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, - Formas variantes são formas duplas ou múltiplas,
litígio, relógio, refúgio. equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/re-
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, lampar/relampadar.
mugir. - Os símbolos das unidades de medida são escritos
depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur- sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
gir. ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
depois da letra “a”, desde que não seja radical termina- 120km/h.
do com j: ágil, agente. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
J e não G haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. quatro segundos).
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, - O símbolo do real antecede o número sem espaço:
manjerona. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
palavras terminadas com aje: ultraje. vertical ($).
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LÍNGUA PORTUGUESA
1. Em palavras compostas por justaposição que formam 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-ale- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
grense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei- religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, microrradiografia, etc.
azul-escuro.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes-
-menina, erva-doce, feijão-verde. trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
cola, infraestrutura, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
-casado. “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de-
sumano, inábil, desabilitar, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga-
meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis-
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, ta, etc.
etc.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- to, benquerer, benquerido, etc.
per- quando associados com outro termo que é iniciado
por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. - Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres-
pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. pressuposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. -humano, super-realista, alto-mar.
- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, Fontes de pesquisa:
geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
super-homem. tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.
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Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está ** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos esti-
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano verem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu)
– médico – ônibus ainda são acentuados: dói, escarcéu.
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2- Separa partes de frases que já estão separadas por 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon- depois, o coração falar...
tanhas, frio e cobertor.
Vírgula (,)
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc. Não se usa vírgula
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; * separando termos que, do ponto de vista sintático,
Caminhada na praia; ligam-se diretamente entre si:
Reunião com amigos. - entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado
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4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou *Quando “um dos que” vem entremeada de substanti-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, vo, o verbo pode:
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes- o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio que faça o
soa do plural) ou com o pronome pessoal. mesmo).
Quais de nós são / somos capazes? b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- dição).
vadoras.
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Deu uma hora no relógio da sala.
no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.
5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra re-
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve lógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
concordar com o substantivo. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Soa quinze horas o relógio da matriz.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% do eleitorado aceita a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
1% dos alunos faltaram à prova. verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
Quando a expressão que indica porcentagem não é za. Exemplos:
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú- Havia muitas garotas na festa.
mero. Faz dois meses que não vejo meu pai.
25% querem a mudança. Chovia ontem à tarde.
1% conhece o assunto.
b) Sujeito Composto
Se o número percentual estiver determinado por artigo
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
Os 30% da produção de soja serão exportados. a concordância se faz no plural:
Esses 2% da prova serão questionados. Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
Sou eu quem faz a prova. maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
Não serão eles quem será aprovado. neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- terceira (eles). Veja:
mir a forma plural. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Primeira Pessoa do Plural (Nós)
taram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.
53
LÍNGUA PORTUGUESA
Observação: quando o sujeito é composto, formado 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no muito próximo ao de “e”.
lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em O professor com o aluno questionaram as regras.
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
jeito mais próximo. ideia é enfatizar o primeiro elemento.
Faltaram coragem e competência. O pai com o filho montou o brinquedo.
Faltou coragem e competência. O governador com o secretariado traçou os planos para
o próximo semestre.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceu o banca e todos os candidatos.
Observação: com o verbo no singular, não se pode
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez
cia é feita no plural. Observe: que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
Abraçaram-se vencedor e vencido. adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. houvesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos “O professor questionou as regras com o aluno.”
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. *Casos em que se usa o verbo no singular:
A coragem e o destemor fez dele um herói. Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular: 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
do me satisfaz. mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
verbo ficará no plural.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acor- Nordeste.
do com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no-
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- tícia.
sia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
ção”. Já em:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado.
na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ceira pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Construiu-se um posto de saúde. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Construíram-se novos postos de saúde. Duas semanas de férias é muito para mim.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o
** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora verbo.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar No meu setor, eu sou a única mulher.
a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “com- Aqui os adultos somos nós.
preensível”, estaremos diante de uma partícula apassivado-
ra; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre-
Precisa-se de funcionários qualificados. dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
Tentemos a voz passiva: concorda com o pronome sujeito.
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Eu não sou ela.
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de inde- Ela não é eu.
terminação do sujeito.
Agora: e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
Vendem-se casas. titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! SER concordará com o predicativo.
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu A grande maioria no protesto eram jovens.
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- O resto foram atitudes imaturas.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
sujeito.
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Quando o sujeito ou o predicativo for: sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
concorda com a pessoa gramatical: crianças)
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
tros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun-
ciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:
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LÍNGUA PORTUGUESA
a) Adjetivo anteposto aos substantivos: ** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
- O adjetivo concorda em gênero e número com o a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
substantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. ** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
b) Adjetivo posposto aos substantivos: 7) Quando um único substantivo é modificado por dois
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se truções:
houver substantivo feminino e masculino). a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. e a portuguesa.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
Observação: os dois últimos exemplos apresentam guesa.
maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi Casos Particulares
flexionado no plural masculino, que é o gênero predomi-
nante quando há substantivos de gêneros diferentes. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural. a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
O carro e o iate novo(s). possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: Em certos momentos, é necessário atenção.
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan- No verão, melancia é bom.
tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água É preciso cidadania.
é bom para saúde. Não é permitido saída pelas portas laterais.
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinati- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
vo: Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + te
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- Seguem anexas as documentações requeridas.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que A menina agradeceu: - Muito obrigada.
se refere: Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Cristina saiu só. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina e Débora saíram sós. Estamos quites com nossos credores.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Estas palavras são invariáveis quando funcionam como 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan- E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
merais. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
nome adjetivo) concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) Excelência”.
As casas estão caras. (adjetivo) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Meio - Meia masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi de tratamento, apenas).
meia porção de polentas. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) Quando empregada como advérbio permanece in- 2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
variável: A candidata está meio nervosa. RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a
candidata está um pouco nervosa”.
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver-
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão,
Alerta - Menos
deveria ser
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
sempre invariáveis.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva-
Os concurseiros estão sempre alerta.
dor.
Não queira menos matéria!
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva-
* Tome nota! dor.
Não variam os substantivos que funcionam como ad- (E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
jetivos:
Bomba – notícias bomba 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in-
Chave – elementos chave direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não
Monstro – construções monstro gosto.
Padrão – escola padrão RESPOSTA: “E”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
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LÍNGUA PORTUGUESA
ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
iguais para todos.
bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
Observação: a mesma regência do verbo informar é
tos introduzidos pela preposição “a”:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientifi-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. car, prevenir.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
rávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- *A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema. = Forma
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= As- correta: Custou-me entender o problema.
piravam a ela)
IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ASSISTIR
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
implicavam um firme propósito.
tar assistência a, auxiliar.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
ciar, estar presente, caber, pertencer. econômicas.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Essa lei assiste ao inquilino. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
não trabalhasse arduamente.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de NAMORAR
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
conturbada cidade. anos.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O ensino deve sempre visar ao progresso social. completiva nominal (subordinada substantiva).
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.
ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de Perto de
Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: para-
lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Questões
1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da
língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: 1-) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
sujeito. Bateram à porta;
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado nistro.
pode ser simples ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é * Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
possível identificar claramente a que se refere a concor- ou composto:
dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte- Os meninos bateram à porta. (simples)
ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
Estão gritando seu nome lá fora.
Trabalha-se demais neste lugar. 2-) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos
O sujeito simples é o sujeito determinado que apre- verbos que não apresentam complemento direto:
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no Precisa-se de mentes criativas.
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo, Vivia-se bem naqueles tempos.
sublinhei os núcleos dos sujeitos: Trata-se de casos delicados.
Nós estudaremos juntos. Sempre se está sujeito a erros.
A humanidade é frágil.
Ninguém se move. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma indeterminação do sujeito.
derivação imprópria, transformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men-
O sujeito composto é o sujeito determinado que apre- sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca-
sos de orações sem sujeito com:
senta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
1-) os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Ela e eu sabemos o conteúdo.
Amanheceu.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Está trovejando.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
2-) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do
geral:
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela Está tarde.
desinência verbal ou pelo contexto. Já são dez horas.
Abolimos todas as regras. = (nós) Faz frio nesta época do ano.
Falaste o recado à sala? = (tu) Há muitos concursos com inscrições abertas.
* Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segun- informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
da do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os prono- orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
mes não estejam explícitos. um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção
na desinência verbal “-mos” do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi- do sujeito numa oração é o seu predicado.
nência verbal “-ais” Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós * Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós cado.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no- duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um
também se as palavras que formam o predicado referem- verbal e outro nominal.
se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
de opinião. o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Predicado
Termos integrantes da oração
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
direta ou indiretamente ao verbo. complemento nominal são chamados termos integrantes da
A cidade está deserta. oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se bos transitivos, com eles formando unidades significativas.
ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento Estes verbos podem se relacionar com seus complementos
de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta-
palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo mente, por intermédio de preposição.
do sujeito).
O objeto direto é o complemento que se liga direta-
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo mente ao verbo.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Chove muito nesta época do ano. Queremos sua ajuda.
Estudei muito hoje!
O objeto direto preposicionado ocorre principalmen-
Compraste a apostila?
te:
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
referentes a pessoas:
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
cessos.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
na-se: objeto direto preposicionado)
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta- - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
do ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujei- de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a
to. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da Vossa Senhoria.
oração por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, - para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do a crise)
sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an- O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como ele- retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele rela- Gosto de música popular brasileira.
cionadas. Necessito de ajuda.
* A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo. O termo que integra o sentido de um nome chama-se
complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen- ta por intermédio de preposição:
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao “necessária”
sujeito ou ao complemento verbal (objeto). Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
nificativo, indicando processos. É também sempre por in- Termos acessórios da oração e vocativo
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere. Os termos acessórios recebem este nome por serem
1- O dia amanheceu ensolarado; explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
2- As mulheres julgam os homens inconstantes. junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
– este, sem relação sintática com outros temos da oração.
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LÍNGUA PORTUGUESA
O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- O aposto pode ser classificado, de acordo com seu va-
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o lor na oração, em:
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função a) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a mundo.
pé àquela velha praça. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
coisas: amor, arte, ação.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
adverbial são: tudo forma o carnaval.
- assunto: Falavam sobre futebol. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
- causa: As folhas caíram com o vento. ram-se por muito tempo na baía anoitecida.
- companhia: Ficarei com meus pais.
- concessão: Apesar de você, serei feliz. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo
- dúvida: Talvez ainda chova. relação sintática com outro termo da oração. A função de
- fim: Estudou para o exame. vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes
- instrumento: Fez o corte com a faca. substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa-
- intensidade: Falava bastante.
pel na linguagem.
- lugar: Vou à cidade.
João, venha comigo!
- matéria: Este prato é feito de porcelana.
Traga-me doces, minha menina!
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo.
- negação: Não há ninguém que mereça.
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. Questões
O adjunto adnominal é o termo acessório que deter- 1-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/
mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função UFAL/2014 - adaptada)
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais
e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância.
O poeta português deixou uma obra inacabada. O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem
O poeta deixou-a inacabada. medo de Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do Edward Albee. O termo “de Virginia Woolf”, do título em
objeto)
português da peça, funciona como:
A) objeto indireto.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
B) complemento nominal.
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto adnominal se
relaciona apenas ao substantivo. C) adjunto adnominal.
D) adjunto adverbial.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, E) agente da passiva.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda- 1-) O termo complementa a palavra “medo”, que é
feira, passei o dia mal-humorado. substantivo (nome – nominal). Portanto é um complemen-
to nominal. O verbo “ter” tem como complemento verbal
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo (objeto) a palavra “medo”, que exerce a função sintática de
“ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo objeto direto.
que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira RESPOSTA: “B”.
passei o dia mal-humorado.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Podemos modificar o período acima. Veja: * Atenção: Observe que a oração subordinada subs-
tantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim,
Quero ser aprovado. temos um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que- a função de sujeito.
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordi- principal:
nada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso,
a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, - Verbos de ligação + predicativo, em construções do
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí- claro - Está evidente - Está comprovado
pio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. É bom que você compareça à minha festa.
* Observação: as orações reduzidas não são introdu-
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se,
zidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou
eventualmente, introduzidas por preposição.
provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
1-) Orações Subordinadas Substantivas
A oração subordinada substantiva tem valor de subs- - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte- importar - ocorrer - acontecer
grante (que, se). Convém que não se atrase na entrevista.
Não sabemos quando ele virá. As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Oração Subordinada Substan- (desenvolvidas) são iniciadas por:
tiva - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
“se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
Classificação das Orações Subordinadas Substanti-
vas
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
Conforme a função que exerce no período, a oração
pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
subordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal: - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
É fundamental o seu comparecimento à reu- não sei por que ela fez isso.
nião.
Sujeito c) Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à
reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Objeto Indireto
tiva Subjetiva
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LÍNGUA PORTUGUESA
Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste 2-) Orações Subordinadas Adjetivas
nisso)
Oração Subordinada Substantiva Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Objetiva Indireta valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Observação: em alguns casos, a preposição pode estar a função de adjunto adnominal do antecedente.
elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno-
Objetiva Indireta minal)
d) Completiva Nominal = completa um nome que O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
pertence à oração principal e também vem marcada por “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
preposição. construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:
Sentimos orgulho de seu comportamento. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Complemento Nominal Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sen-
timos orgulho disso.) Perceba que a conexão entre a oração subordinada
Oração Subordinada Substantiva adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
Completiva Nominal feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa-
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso,
que orações subordinadas substantivas completivas nomi- “redação” é sujeito, então o “que” também funciona como
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma sujeito).
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o com-
Observação: para que dois períodos se unam num
plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
período composto, altera-se o modo verbal da segunda
segundo, um nome.
oração.
e) Predicativa = exerce papel de predicativo do sujei-
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
to do verbo da oração principal e vem sempre depois do
conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
verbo ser.
substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Nosso desejo era sua desistência. Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é
Predicativo do Sujeito equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.
Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
era isso)
Oração Subordinada Substantiva Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Predicativa apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
Observação: em certos casos, usa-se a preposição ex- das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
pletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
que não fui bem na prova. (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
f) Apositiva = exerce função de aposto de algum ter- particípio).
mo da oração principal.
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Aposto
No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome re-
Oração subordinada lativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito per-
substantiva apositiva reduzida de infinitivo feito do indicativo. No segundo, há uma oração subordina-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso) da adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo
e seu verbo está no infinitivo.
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracteri- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
zam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas minha vida.
maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especifi-
cam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. No primeiro período, “naquele momento” é um adjun-
Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “sen-
subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações ti”. No segundo período, este papel é exercido pela oração
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o ante-
“Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi-
cedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas
nada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois
orações denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.
Exemplo 1: é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando)
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
passava naquele momento. pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
Oração obtendo-se:
Subordinada Adjetiva Restritiva Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
No período acima, observe que a oração em destaque
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra- A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
ta-se de um homem específico, único. A oração limita o uni- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
mas sim àquele que estava passando naquele momento. preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).
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LÍNGUA PORTUGUESA
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- g) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
cretizando-os. se declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi- nativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque
da de Infinitivo) (= para que) e a locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
c) Condicional = Condição é aquilo que se impõe Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
como necessário para a realização ou não de um fato. As
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o h) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
se realizar - o fato expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou- proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcio-
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, nais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto me-
uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). nor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais),
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, quanto mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto me-
certamente o melhor time será campeão. nos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões acertáva-
mos.
d) Concessiva = indica concessão às ações do verbo À medida que lia mais culto ficava.
da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou
um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente i) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal con- expresso na oração principal, podendo exprimir noções de
junção subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam- simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal
bém a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda conjunção subordinativa temporal: quando. Outras con-
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. junções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu-
Só irei se ele for. ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Compare agora com:
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
Irei mesmo que ele não vá.
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
Fontes de pesquisa:
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
se-periodo-e-oracao
cessiva.
Observe outros exemplos: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Embora fizesse calor, levei agasalho. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
tratada recentemente. verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
Após a junção da preposição com o artigo (destacados - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pres-
entre parênteses), temos: sas, à vontade...
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
recentemente. de...
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referi- * Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome Eu adoro a noite!
demonstrativo aquela (àquela). Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Observação importante: Alguns recursos servem de preposição.
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da
crase. Eis alguns: Casos passíveis de nota:
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase *a crase é facultativa diante de nomes próprios femini-
está confirmada. nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. *também é facultativa diante de pronomes possessivos
femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
são “voltar da”, há a confirmação da crase. aberta até as (às) dezoito horas.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
Não me esqueço da viagem a Roma.
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
mais vividos.
* Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
a queima de fogos a distância.
está confirmada.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
praias. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou arremessado à distância de cem metros.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?) - De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -,
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) faz-se necessário o emprego da crase.
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica- Ensino à distância.
do, ocorrerá crase. Veja: Ensino a distância.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” * Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
Irei à Salvador de Jorge Amado. das, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
* A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Eu o seguirei passo a passo.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
gente exigir complemento regido da preposição “a”. Casos em que não se admite o emprego da crase:
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) * Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Iremos àquela reunião. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
* Antes de verbos no infinitivo.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian- Ele estava a cantar.
ça. (àquelas que eu ouvia quando criança) Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram lhe disse isso?
uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade
de Tikal, na Guatemala. 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
O a empregado na frase acima, imediatamente depois se ofendem!
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso o
segmento grifado seja substituído por: 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
(A) Uma tal ilação. Que Deus o ajude.
(B) Afirmações como essa.
(C) Comprovação dessa assertiva. 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
(D) Emitir uma opinião desse tipo. reto ou sujeito expresso:
(E) Semelhante resultado. Eu lhe entregarei o material amanhã.
Tu sabes cantar?
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento grave Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
antes de artigo) verbo. A mesóclise é usada:
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (antes
de palavra no plural e o “a” no singular) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
vação precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
(verbo no infinitivo) em prol da paz no mundo.
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pala- Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
vra masculina) lizará”:
RESPOSTA: “C”. realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra
que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja:
Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanha-
ria nessa viagem).
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
pronomes oblíquos átonos na frase. ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
possíveis:
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função
de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
OBlíquo = OBjeto! Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono- 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- era minha intenção machucá-la.
vem ser observadas na linguagem escrita.
3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A inicia período com pronome oblíquo).
próclise é usada: Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, no concurso, mudo-me hoje mesmo!
jamais, etc.: Não se desespere!
b) Advérbios: Agora se negam a depor. 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem posta fazendo-se de desentendida.
tudo!
d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- Colocação pronominal nas locuções verbais
forçou. - após verbo no particípio = pronome depois do verbo
e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni- auxiliar (e não depois do particípio):
dade. Tenho me deliciado com a leitura!
Eu tenho me deliciado com a leitura!
f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. Eu me tenho deliciado com a leitura!
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LÍNGUA PORTUGUESA
- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua
- quando há um fator para próclise nos tempos com- função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a re-
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar conhecem.
(e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.
75
LÍNGUA PORTUGUESA
b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- Exemplos de variação no significado das palavras:
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); teral)
cela (compartimento) e sela (arreio); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
censo (recenseamento) e senso ( juízo); figurado)
paço (palácio) e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
rece.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Seus olhos são como luzes brilhantes.
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- através do emprego da palavra como.
te saber qual o contexto em que a frase é proferida. Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
micidade. Repare na figura abaixo: qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.
78
LÍNGUA PORTUGUESA
Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Paradoxo ou oximoro
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito, É a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar ditórias. Seria a antítese ao extremo.
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da Ouvimos as vozes do silêncio.
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
Eufemismo
Perífrase ou Antonomásia
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
Trata-se de uma expressão que designa um ser através
desagradável ou chocante.
de alguma de suas características ou atributos, ou de um
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
(= morreu)
outro ou por uma expressão que facilmente o identifique: O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
atraindo visitantes do mundo todo. Faltar à verdade. (= mentir)
A Cidade-Luz (=Paris)
O rei das selvas (=o leão) Ironia
Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que
recebe o nome de antonomásia. Exemplos: as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida pratican- intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construí-
do o bem. da para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo- passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emis-
vem. sor.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí-
nima.
Sinestesia Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
estão por perto.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- O governador foi sutil como um elefante.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
cruzamento de sensações distintas. Hipérbole
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
ditivo; áspero = tátil) É a expressão intencionalmente exagerada com o intui-
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte- to de realçar uma ideia.
cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar!
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LÍNGUA PORTUGUESA
É a atribuição de ações ou qualidades de seres anima- Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora-
dos a seres inanimados, ou características humanas a seres ção e que podem ser facilmente identificados, tanto por
não humanos. Observe os exemplos: elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
As pedras andam vagarosamente. pelo contexto.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um A catedral da Sé. (a igreja catedral)
cego que guia. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. dio)
Chora, violão.
Zeugma
Apóstrofe
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo português)
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá- Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só mo-
rio ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de dernos. (só havia móveis)
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidên-
cia com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Silepse
Exemplos:
Moça, que fazes aí parada? A silepse é a concordância que se faz com o termo que
“Pai Nosso, que estais no céu” não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma
Deus, ó Deus! Onde estás? concordância anormal, psicológica, porque se faz com um
termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de si-
Gradação lepse: de gênero, número e pessoa.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
públicos.” (Machado de Assis) rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasilei- terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), muitas vezes ser substituídos por pronomes.
mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
os agricultores e os cariocas). cia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
Polissíndeto / Assíndeto ba.” (Padre Vieira)
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne- Anacoluto
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordena- Consiste na mudança da construção sintática no meio
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin-
dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas
sintática com as demais.
figuras de construção:
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer, todo haveremos de morrer.
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni-
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) terrupção na sequência lógica do pensamento.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Figuras de Som
Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.
Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Questões
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECO-
NOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem
figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.
1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.
A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia
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LÍNGUA PORTUGUESA
2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais Normalmente, numa prova, o candidato deve:
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da 1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” gumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
no lugar de “que morreram por nós”. procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
RESPOSTA: “D”. tempo).
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ ças entre as situações do texto.
UFAL/2014) 3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. uma realidade.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de 4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, 5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala-
horário do dia em que o calor é mais intenso, a tempera- vras.
tura do asfalto, medida com um termômetro de contato,
chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local Condições básicas para interpretar
alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso Fazem-se necessários:
em: 22 jan. 2014. - Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
O texto cita que o dito popular “está tão quente que - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de texto) e semântico;
linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de lin-
guagem? Observação – na semântica (significado das palavras)
A) Eufemismo. incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota-
B) Hipérbole. ção, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
C) Paradoxo. gem, entre outros.
D) Metonímia.
E) Hipérbato. - Capacidade de observação e de síntese;
- Capacidade de raciocínio.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para
representar o calor excessivo que está fazendo. A figura
Interpretar / Compreender
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a
hipérbole.
Interpretar significa:
RESPOSTA: “B”.
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
Compreender significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - o texto diz que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - é sugerido pelo autor que...
e decodificar). - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. ção...
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com - o narrador afirma...
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- Erros de interpretação
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
contexto original e analisada separadamente, poderá ter contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
um significado diferente daquele inicial. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- nação.
rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita- - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir tendimento do tema desenvolvido.
daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
esclarecimento das questões apresentadas na prova. cadas e, consequentemente, errar a questão.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Observação - Muitos pensam que existem a ótica do - Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa geralmente mantém com outro uma relação de continua-
prova de concurso, o que deve ser levado em consideração ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem
é o que o autor diz e nada mais. essas relações.
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja,
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que a ideia mais importante.
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. - Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono- resposta – o que vale não somente para Interpretação de
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se Texto, mas para todas as demais questões!
vai dizer e o que já foi dito. - Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi-
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
Observação – São muitos os erros de coesão no dia - Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha-
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo-
verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer cábulos do texto.
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- Fontes de pesquisa:
cedente. http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- gues/como-interpretar-textos
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa-
a saber: ra-voce-interpretar-melhor-um.html
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
te, mas depende das condições da frase. tao-117-portugues.htm
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa) Questões
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído. 1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
- como (modo) BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔ-
- onde (lugar) NICA – IADES/2014)
- quando (tempo)
- quanto (montante) Gratuidades
Exemplo: Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
Falou tudo QUANTO queria (correto) mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para
aparecer o demonstrativo O). os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um
documento de identificação aos funcionários posicionados
Dicas para melhorar a interpretação de textos no bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos
na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. assinale a alternativa correta.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa (A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade
a leitura. e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o tex- Metrô-DF.
to, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. (B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
conclusão). (C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
- Volte ao texto quantas vezes precisar. idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as ao Metrô-DF.
do autor. (D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
compreensão. livre ao Metrô-DF.
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de (E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
cada questão. até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. acesso livre ao Metrô-DF.
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LÍNGUA PORTUGUESA
1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que 3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do
condiz com as informações expostas no texto é “Somente Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha
com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”. Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor-
RESPOSTA: “C”. mações contidas nas demais alternativas são incoerentes
com o texto.
2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 - RESPOSTA: “A”.
adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa
vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a declaração do
Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à im-
prensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um TIPOLOGIA TEXTUAL
trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substância
– mas a forma conta”. (...)
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes- do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
ma dois sentidos, que são que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
(A) o barulho e a propagação. interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
(B) a propagação e o perigo. em um texto escrito.
(C) o perigo e o poder. É de fundamental importância sabermos classificar os
(D) o poder e a energia. textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
(E) a energia e o barulho. dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais
e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi-
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora.
que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém
Você pode responder à questão por eliminação: a segun-
que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou
situações corriqueiras que classificamos os nossos textos
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al- naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis-
ternativa A! sertação.
RESPOSTA: “A”.
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- tos de ordem linguística
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABI-
LIDADE – IADES/2014 - adaptada) Os tipos textuais designam uma sequência definida
Concha Acústica pela natureza linguística de sua composição. São observa-
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. demarcados no tempo do universo narrado, como também
Foi o primeiro grande palco da cidade. de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. De-
cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, pois de muita conversa, resolveram...
com adaptações.
- Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
compatível com o texto. acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
no Setor de Clubes Esportivos Norte. graúna...”
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF
em 1969. - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02
do DF. de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. de perder o benefício.
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c) Outras frases são construídas com verbos intransiti- Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
vos, que não têm complemento: As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
O menino morreu na Alemanha. (sujeito + verbo + ad- quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati-
junto adverbial) vo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização nasceu no século XX. (idem)
d) Há ainda frases nominais que não possuem verbos: A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos complemento.
existentes nelas.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
Levando em consideração a ordem direta, podemos no Brasil…
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
1)Se os termos estão colocados na ordem direta não tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
haverá a necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
disto: verbal e os adjuntos).
A globalização está causando desemprego no Brasil e na
América Latina. Observação: a simples negação em uma frase não exi-
ge vírgula: A globalização não causou desemprego no Brasil
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração e na América Latina.
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re- 3)Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,
gra básica nº1 para a colocação da vírgula. Veja: tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” colocação da vírgula.
causam desemprego…
(três núcleos do sujeito) No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
sando desemprego…
A globalização causa desemprego no Brasil, na América No fim do século XX, a globalização causou desemprego
Latina e na África. no Brasil…
(três adjuntos adverbiais)
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente
A globalização está causando desemprego, insatisfação se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito.
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá-
(três complementos verbais) tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais
2)Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa- que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais,
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou
seja, não devemos separar com vírgula os termos da ora- Quando o século XX estava terminando, a globalização
ção. Veja exemplos de tal incorreção: começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de-
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países
pobres.
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, go no Brasil.
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
a regra básica nº 2 para a colocação da vírgula. Dito em Observação: quanto à equivalência e transformação de
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases estruturas, um exemplo muito comum cobrado em provas
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com é o enunciado trazer uma frase no singular e pedir a passa-
vírgulas. Vejamos: gem para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a
A globalização, fenômeno econômico deste fim de sécu- mudança de tempos verbais.
lo XX, causa desemprego no Brasil.
Fonte de pesquisa:
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
sujeito e o verbo. dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/
Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultu-
ral, está causando desemprego no Brasil e na América Lati-
na.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Questões
ESTRUTURA TEXTUAL
1-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014
- adaptada)
Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática
necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca-
a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os livros, pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno punhado elaboramos todas as informações que recebemos e orien-
de leitores. tamos as ações que interferem na realidade e organização
Embora alguns desses senhores afortunados ocasional- de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa-
mente emprestassem seus livros, eles o faziam para um nú- mento transformado em texto.
mero limitado de pessoas da própria classe ou família. Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.) sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina-
Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabe- lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer
lecidas no texto, substituindo-se Embora (2.º parágrafo) por dizer, por meio da comunicação.
(A) Contudo. Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
(B) Desde que. dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
(C) Porquanto. dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
(D) Uma vez que.
(E) Conquanto. Introdução
1-) “Embora” é uma conjunção concessiva (apresenta Caracterizada pela entrada no assunto e a argumenta-
uma exceção à regra). A outra conjunção concessiva é “con- ção inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa eta-
quanto”. pa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu
RESPOSTA: “E”. tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém,
em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente.
2-) (PRODEST/ES – ASSISTENTE ORGANIZACIONAL – Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos
VUNESP/2014 - adaptada) Considere o trecho: “Se o senhor mais longos, em que o assunto é exposto em várias pági-
não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas nas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma par-
posso quebrar o galho e fazer sua corrida”. Esse trecho está te precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários
corretamente reescrito e mantém o sentido em: parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm
(A) Uma vez que o senhor não se importe, vou levar mi- de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
nha sobrinha ao dentista, assim que possa quebrar o galho
e fazer sua corrida. Desenvolvimento
(B) Já que o senhor não se importa, vou levar minha so-
brinha ao dentista, porque posso quebrar o galho e fazer A maior parte do texto está inserida no desenvol-
sua corrida. vimento, que é responsável por estabelecer uma ligação
(C) À medida que o senhor não se importe, vou levar entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são
minha sobrinha ao dentista, logo que possa quebrar o galho elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sus-
e fazer sua corrida. tentam e dão base às explicações e posições do autor. É ca-
(D) Caso o senhor não se importe, vou levar minha so- racterizado por uma “ponte” formada pela organização das
brinha ao dentista, no entanto posso quebrar o galho e fazer ideias em uma sequência que permite formar uma relação
sua corrida. equilibrada entre os dois lados.
(E) Para que o senhor não se importe, vou levar minha O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
sobrinha ao dentista, todavia posso quebrar o galho e fazer determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
sua corrida. que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
2-) “Se o senhor não se importa, vou levar minha so- clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
brinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o es-
corrida” critor já deve ter uma ideia clara de como será a conclusão.
O primeiro período é introduzido por uma conjunção Daí a importância em planejar o texto.
condicional (“se”); o segundo, conjunção adversativa. As Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
conjunções apresentadas que têm a mesma classificação, mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em
respectivamente, e que, por isso, poderiam substituir ade- capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresentar-
quadamente as destacadas no enunciado são “caso” e “no se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
entanto”. Acredito que, mesmo que você não saiba a clas- Os principais erros cometidos no desenvolvimento são
sificação das conjunções, conseguiria responder à questão o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está
apenas utilizando a coerência: as demais alternativas não relacionado ao autor tomar um argumento secundário que
a têm. se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
RESPOSTA: “D”. em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O
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Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa - deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satis- corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
feito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa de rodapé;
Senhoria deve estar satisfeita”. - para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
No envelope, o endereçamento das comunicações diri- man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se- - é obrigatório constar a partir da segunda página o
guinte forma: número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
A Sua Excelência o Senhor impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
Fulano de Tal gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
Ministro de Estado da Justiça páginas pares (“margem espelho”);
70.064-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
no mínimo, 3,0 cm de largura;
A Sua Excelência o Senhor
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
Senador Fulano de Tal
distância da margem esquerda;
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
cm;
Senhor Ministro, - deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
Submeto a Vossa Excelência projeto (...) nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
Fechos para Comunicações em branco;
O fecho das comunicações oficiais possui, além da fina- - não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub-
lidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bor-
modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram re- das ou qualquer outra forma de formatação que afete a
gulados pela Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, elegância e a sobriedade do documento;
que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
e uniformiza-los, este Manual estabelece o emprego de so- papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas
mente dois fechos diferentes para todas as modalidades de para gráficos e ilustrações;
comunicação oficial: - todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de-
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7
da República: Respeitosamente, x 21,0 cm;
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
rarquia inferior: Atenciosamente, arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elabora-
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas dos devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição pró- posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
prios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do gos;
Ministério das Relações Exteriores. - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de-
vem ser formados da seguinte maneira:
Identificação do Signatário
tipo do documento + número do documento + pala-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da
vras-chaves do conteúdo
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Aviso e Ofício
(espaço para assinatura)
Nome Definição e Finalidade
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que
(espaço para assinatura) o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado,
Nome para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofí-
Ministro de Estado da Justiça cio é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi- gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa também com particulares.
página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Forma e Estrutura
Forma de diagramação Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
seguinte forma de apresentação: destinatário, seguido de vírgula.
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A mensagem, como os demais atos assinados pelo Pre- Forma e Estrutura - Um dos atrativos de comunica-
sidente da República, não traz identificação de seu signa- ção por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
tário. interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto,
deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
Telegrama comunicação oficial.
O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni-
Definição e Finalidade - Com o fito de uniformizar a co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, organização documental tanto do destinatário quanto do
passa a receber o título de telegrama toda comunicação remetente.
oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Para os arquivos anexados à mensagem, deve ser utili-
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir- que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja nimas sobre seu conteúdo.
possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
justifique sua utilização. Em razão de seu custo elevado, esta firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. na mensagem o pedido de confirmação de recebimento.
Forma e Estrutura - Não há padrão rígido, devendo- Valor documental - Nos termos da legislação em vi-
se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis gor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet. documental, e para que possa ser aceito como documento
original, é necessário existir certificação digital que ateste
Fax a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.
Definição e Finalidade - O fax (forma abreviada já Elementos de Ortografia e Gramática
consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação
que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento Problemas de Construção de Frases
da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens
urgentes e para o envio antecipado de documentos, de A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas,
cujo conhecimento há premência, quando não há condi- principalmente, pela construção adequada da frase, “a me-
ções de envio do documento por meio eletrônico. Quando nor unidade autônoma da comunicação”, na definição de
necessário o original, ele segue posteriormente pela via e Celso Pedro Luft.
na forma de praxe. A função essencial da frase é desempenhada pelo pre-
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com có-
dicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendi-
pia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos
do como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre
modelos, deteriora-se rapidamente.
que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome
de período, que terá tantas orações quantos forem os ver-
Forma e Estrutura - Os documentos enviados por fax
bos não auxiliares que o constituem.
mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-
É conveniente o envio, juntamente com o documento
principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
os dados de identificação da mensagem a ser enviada, con- de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo.
forme exemplo a seguir: Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações substan-
tivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função
[Órgão Expedidor] de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e
[setor do órgão expedidor] complemento adverbial). Função acessória desempenham
[endereço do órgão expedidor] os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da
Destinatário:____________________________________ oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ que desempenham as outras funções, ou deslocados para
Remetente: ____________________________________ o início da oração.
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele-
No de páginas: ________ No do documento:____________ mentos que compõem uma oração (Observação: os parên-
teses indicam os elementos que podem não ocorrer):
Observações:___________________________________
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
Correio Eletrônico
Podem ser identificados seis padrões básicos para as
Definição e finalidade - O correio eletrônico (“e-mail”), orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portuguesa
por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na princi- (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
pal forma de comunicação para transmissão de documen- ocorrer em ordem diversa):
tos.
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)
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O Presidente - regressou - (ontem). Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.
2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad- Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
junto adverbial) Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
manhã de terça-feira). Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
(adjunto adverbial). Frases Fragmentadas
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os se- A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
tores). oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. dire-
literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos
to - obj. indireto - (adj. Adv.)
textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão.
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações -
Exemplo:
ao Deputado - (no Congresso). Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento ad- Nacional. Depois de ser longamente debatido.
verbial - (adjunto adverbial) Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Nacional, depois de ser longamente debatido.
Aires - (na próxima semana). Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa re-
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) cebeu a aprovação do Congresso Nacional.
6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto ad- Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
verbial) metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas
O problema - será - resolvido - prontamente. as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente subme-
Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, tido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as
as frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na cons- áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
trução de períodos, as várias funções podem ocorrer em or-
dem inversa à mencionada, misturando-se e confundindo-se. Erros de Paralelismo
Não interessa aqui análise exaustiva de todos os padrões exis- Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita
tentes na língua portuguesa. O que importa é fixar a ordem “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramati-
normal dos elementos nesses seis padrões básicos. Acrescen- cal idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se
te-se que períodos mais complexos, compostos por duas ou em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.
mais orações, em geral podem ser reduzidos aos padrões bá- Vejamos alguns exemplos:
sicos (de que derivam).
Os problemas mais frequentemente encontrados na Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios eco-
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à am- nomizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
biguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos paralelis-
Na frase temos, nas duas orações subordinadas que com-
mos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, do des-
pletam o sentido da principal, duas estruturas diferentes para
conhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a
ideias equivalentes: a primeira oração (economizar energia) é
seguir, alguns desses defeitos mais comuns e recorrentes na
reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaborassem
construção de frases, registrados em documentos oficiais. planos de redução de despesas) é uma oração desenvolvida
introduzida pela conjunção integrante que. Há mais de uma
Sujeito possibilidade de escrevê-la com clareza e correção; uma seria
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que exe- a de apresentar as duas orações subordinadas como desen-
cuta a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemen- volvidas, introduzidas pela conjunção integrante que:
to, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto,
construções como: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
que economizassem energia e (que) elaborassem planos para
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. redução de despesas.
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Errado: Apesar das relações entre os países estarem cor- como reduzidas de infinitivo:
tadas, (...). Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cor- economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.
tadas, (...).
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. coordenação de orações subordinadas.
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Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta: Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não um médico.
ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs- Novamente, a não repetição dos termos comparados
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). confunde. Alternativas para correção:
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Por-
transformá-la em frase simples, substituindo as orações redu- taria.
zidas por substantivos: Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segu- Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
rança, inteligência e ambição. do que os Ministérios do Governo.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa- “demais”) acarretou imprecisão:
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, que os outros Ministérios do Governo.
de forma paralela, estruturas sintáticas distintas: Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. que os demais Ministérios do Governo.
Ambiguidade
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Pa-
ris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
de correção é transformá-la em duas frases simples, com o mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta últi- possam gerar equívocos de compreensão.
ma capital, encontrou-se com o Papa. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar a qual palavra se refere um pronome que possui
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período que com:
não contém nenhum “que” anterior.
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem - pronomes pessoais:
sólida formação acadêmica. Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
ele seria exonerado.
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida cretariado.
formação acadêmica. Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: neração deste.
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o pro- - pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
grama. Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo anterior, ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
aqui podemos suprimir a conjunção: do, mas isso não o surpreendeu.
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas pre- Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
cipitadas, que comprometam o andamento de todo o progra- acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
ma. Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
Erros de Comparação
federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
da República.
A omissão de certos termos ao fazermos uma compara-
ção, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na lín-
- pronome relativo:
gua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A
costumava trabalhar.
ausência indevida de um termo pode impossibilitar o enten-
dimento do sentido que se quer dar a uma frase: Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambigui-
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um dade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gê-
médico. nero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais,
A omissão de termos provocou uma comparação indevi- as quais, que marcam gênero e número.
da: “o salário de um professor” com “um médico”. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o mava trabalhar.
salário de um médico. Se o entendimento é outro, então:
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Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu- dos pronomes de tratamento apresentados nas alternati-
mava trabalhar. vas, o pronome demonstrativo será “sua”. Descartamos, en-
tão, os itens A, C e E. Agora recorramos ao pronome ade-
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da quado a ser utilizado para deputados. Segundo o Manual
dúvida sobre a que se refere a oração reduzida: de Redação Oficial, temos:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
funcionário. b) do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e
Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida. (...).
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este RESPOSTA: “D”.
indisciplinado.
2-) (ANTAQ – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SER-
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora VIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – CESPE/2014)
chamou o médico. Considerando aspectos estruturais e linguísticos das cor-
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi respondências oficiais, julgue os itens que se seguem, de
chamado por uma senhora. acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re-
pública.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-
Fontes de pesquisa:
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig-
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_pu-
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
blicacoes_ver.php?id=2
cargos públicos.
http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/reda-
( ) CERTO ( ) ERRADO
cao-oficial-para-concursos.html
2-) Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
Questões forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...) afinal, a
dignidade é condição primordial para que tais cargos públi-
1-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) cos sejam ocupados.
Leia o seguinte fragmento de um ofício, citado do Manual Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
de Redação da Presidência da República, no qual expres- cial_publicacoes_ver.php?id=2
sões foram substituídas por lacunas. RESPOSTA: “ERRADO”.
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Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede ob- Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o es-
jeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passi- tilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado
va sintética. É também chamada de pronome apassivador. controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para
Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
apassivar o verbo. errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
um estigma.
Vendem-se casas. Compondo o quadro do padrão informal da lingua-
Aluga-se carro. gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
Compram-se joias. representam as variações de acordo com as condições so-
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito Dentre elas destacam-se:
indeterminado. Não exerce propriamente uma função sin-
tática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se Variações históricas: Dado o dinamismo que a lín-
de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa gua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do
do singular. tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão
da ortografia, se levarmos em consideração a palavra far-
Trabalha-se de dia. mácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, con-
Precisa-se de vendedores. trapondo-se à linguagem dos internautas, a qual se fun-
damenta pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome fragmento exposto:
pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do su-
jeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblí-
quo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), Antigamente
podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
* objeto direto
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
Ele cortou-se com o facão.
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arras-
* objeto indireto
tando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Ele se atribui muito valor.
Carlos Drummond de Andrade
* sujeito de um infinitivo
Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
“Sofia deixou-se estar à janela.”
bulário antiquado.
* Texto adaptado por Por Marina Cabral Variações regionais: São os chamados dialetos, que
são as marcas determinantes referentes a diferentes re-
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classi- giões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
ficacao-das-palavras-que-e-se.htm em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade es-
tão os sotaques, ligados às características orais da lingua-
gem.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Para telha dizem teia Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
Para telhado dizem teiado pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
E vão fazendo telhados. das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
Oswald de Andrade gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
perfeitamente normais construções do tipo:
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia- Eu não vi ela hoje.
coes-linguisticas.htm Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Níveis de linguagem Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
A língua é um código de que se serve o homem para
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
funcionais: O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
segmento mais culto e influente de uma sociedade. Cons- alteram:
titui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comu- Eu não a vi hoje.
nicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, Ninguém o deixou falar.
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem Deixe-me ver isso!
aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo- Eu te amo, sim, mas não abuses!
rando na educação; Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
Norma culta:
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista,
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres-
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas,
do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional.
quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do
à causa do ensino.
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco-
las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e O momento solene, acessível a poucos, é o da arte
criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ- poética, caracterizado por construções de rara beleza.
mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
Estou preocupado. (norma culta) Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Tô preocupado. (língua popular) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
mas da língua culta. Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de
sair daqui bem depressa.)
O conceito de erro em língua: O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
seu posto.)
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im-
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu
a norma culta. tais verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as
transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um formas então legítimas impido, despido e desimpido, que
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de
praia, vestido de fraque e cartola. usar.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Canal de transmissão da mensagem: faz a ligação parte do emissor, nomeadamente com o fato de se tor-
entre o emissor e o receptor e representa o meio através narem impossíveis ou pelo menos difíceis as retificações e
do qual é transmitida a mensagem. Existe uma grande as novas explicações para melhor compreensão após a sua
variedade de canais de transmissão, cada um deles com transmissão. Assim, os principais cuidados a ter para que
vantagens e inconvenientes: destacam-se o ar (no caso do a mensagem seja perfeitamente recebida e compreendida
emissor e receptor estarem frente a frente), o telefone, os pelo(s) receptor(es) são o uso de caligrafia legível e unifor-
meios eletrônicos e informáticos, os memorandos, a rádio, me (se manuscrita), a apresentação cuidada, a pontuação
a televisão, entre outros. e ortografia corretas, a organização lógica das ideias, a ri-
queza vocabular e a correção frásica. O emissor deve ainda
- Receptor da mensagem: representa quem recebe e possuir um perfeito conhecimento dos temas e deve tentar
descodifica a mensagem. Aqui é necessário ter em atenção prever as reações/feedback à sua mensagem.
que a descodificação da mensagem resulta naquilo que Como principais vantagens da comunicação escrita,
efetivamente o emissor pretendia enviar (por exemplo, em podemos destacar o fato de ser duradoura e permitir um
diferentes culturas, um mesmo gesto pode ter significados registro e de permitir uma maior atenção à organização
diferentes). Podem existir apenas um ou numerosos recep- da mensagem sendo, por isso, adequada para a transmitir
tores para a mesma mensagem. políticas, procedimentos, normas e regras. Adequa-se tam-
bém a mensagens longas e que requeiram uma maior aten-
- Ruídos: representam obstruções mais ou menos in- ção e tempo por parte do receptor tais como relatórios e
tensas ao processo de comunicação e podem ocorrer em análises diversas. Como principais desvantagens destacam-
qualquer uma das suas fases. Denominam-se ruídos inter- se a já referida ausência do receptor o que impossibilita o
nos se ocorrem durante as fases de codificação ou desco- feedback imediato, não permite correções ou explicações
dificação e externos se ocorrerem no canal de transmissão. adicionais e obriga ao uso exclusivo da linguagem verbal.
Obviamente estes ruídos variam consoante o tipo de canal
de transmissão utilizado e consoante as características do Comunicação Oral
emissor e do(s) receptor(es), sendo, por isso, um dos crité-
rios utilizados na escolha do canal de transmissão quer do No caso da comunicação oral, a sua principal caracte-
tipo de codificação. rística é a presença do receptor (exclui-se, obviamente, a
comunicação oral que utilize a televisão, a rádio, ou as gra-
- Retro-informação (feedback): representa a resposta vações). Esta característica explica diversas das suas prin-
do(s) receptor(es) ao emissor da mensagem e pode ser cipais vantagens, nomeadamente o fato de permitir o fee-
utilizada como uma medida do resultado da comunicação. dback imediato, permitir a passagem imediata do receptor
Pode ou não ser transmitida pelo mesmo canal de trans- a emissor e vice-versa, permitir a utilização de comunica-
missão. ção não verbal como os gestos a mímica e a entoação, por
exemplo, facilitar as retificações e explicações adicionais,
Embora os tipos de comunicação sejam inúmeros, po- permitir observar as reações do receptor, e ainda a grande
dem ser agrupados em comunicação verbal e comunica- rapidez de transmissão. Contudo, e para que estas vanta-
ção não verbal. Como comunicação não verbal podemos gens sejam aproveitadas é necessário o conhecimento dos
considerar os gestos, os sons, a mímica, a expressão facial, temas, a clareza, a presença e naturalidade, a voz agradável
as imagens, entre outros. É frequentemente utilizada em e a boa dicção, a linguagem adaptada, a segurança e auto-
locais onde o ruído ou a situação impede a comunicação domínio, e ainda a disponibilidade para ouvir.
oral ou escrita como por exemplo as comunicações entre Como principais desvantagens da comunicação oral
“dealers” nas bolsas de valores. É também muito utilizada destacam-se o fato de ser efêmera, não permitindo qual-
como suporte e apoio à comunicação oral. quer registro e, consequentemente, não se adequando a
Quanto à comunicação verbal, que inclui a comunica- mensagens longas e que exijam análise cuidada por parte
ção escrita e a comunicação oral, por ser a mais utilizada na do receptor.
sociedade em geral e nas organizações em particular, por
ser a única que permite a transmissão de ideias complexas Gêneros Escritos e Orais
e por ser um exclusivo da espécie humana, é aquela que
mais atenção tem merecido dos investigadores, caracteri- Gêneros textuais são tipos específicos de textos de
zando-a e estudando quando e como deve ser utilizada. qualquer natureza, literários ou não. Modalidades discur-
sivas constituem as estruturas e as funções sociais (narra-
Comunicação Escrita tivas, discursivas, argumentativas) utilizadas como formas
de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser consi-
A comunicação escrita teve o seu auge, e ainda hoje derados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites,
predomina, nas organizações burocráticas que seguem atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comé-
os princípios da Teoria da Burocracia enunciados por Max dias, contos de fadas, crônicas, editoriais, ensaios, entrevis-
Weber. A principal característica é o fato do receptor estar tas, contratos, decretos, discursos políticos, histórias, ins-
ausente tornando-a, por isso, num monólogo permanente truções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias.
do emissor. Esta característica obriga a alguns cuidados por São textos que circulam no mundo, que têm uma função
104
LÍNGUA PORTUGUESA
específica, para um público específico e com características Exemplo de gêneros orais e escritos: Texto expositivo,
próprias. Aliás, essas características peculiares de um gêne- exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral,
ro discursivo nos permitem abordar aspectos da textualida- palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclo-
de, tais como coerência e coesão textuais, impessoalidade, pédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de tex-
técnicas de argumentação e outros aspectos pertinentes tos expositivos e explicativos, resenha, relatório científico,
ao gênero em questão. relatório oral de experiência.
Gênero de texto então, refere-se às diferentes formas
de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por Domínios sociais de comunicação: Instruções e prescri-
exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc. ções.
Para a linguística, os gêneros textuais englobam estes Aspectos tipológicos: Descrever ações.
e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Capacidade de linguagem dominante: Regulação mú-
Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também iden- tua de comportamentos.
tificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e tan- Exemplo de gêneros orais e escritos: Instruções de mon-
tos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa tagem, receita, regulamento, regras de jogo, instruções de
sociedade. uso, comandos diversos, textos prescritivos.
Quanto à forma ou estrutura das sequências linguís-
ticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los
dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e esti-
los composicionais. Funções da Linguagem
Domínios sociais de comunicação: Cultura Literária Fic-
cional. Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
Aspectos tipológicos: Narrar. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
Capacidade de linguagem dominante: Mimeses de ação car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
através da criação da intriga no domínio do verossímil. transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
Exemplo de gêneros orais e escritos: Conto de Fadas, fá- ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
bula, lenda,narrativa de aventura, narrativa de ficção cien- a linguagem?
tífica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou his- - A linguagem serve para informar: Função Referencial.
tória engraçada, biografia romanceada, romance, romance
histórico, novela fantástica, conto, crônica literária, adivi- “Estados Unidos invadem o Iraque”
nha, piada.
Domínios sociais de comunicação: Documentação e Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
memorização das ações humana. bre um acontecimento do mundo.
Aspectos tipológicos: Relatar. Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
Capacidade de linguagem dominante: Representação memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo. soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
Exemplo de gêneros orais e escritos: Relato de expe- mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
riência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho, alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe
anedota ou caso, autobiografia, curriculum vitae, notícia, de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
reportagem, crônica social, crônica esportiva, histórico, re- Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
lato histórico, ensaio ou perfil biográfico, biografia. ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren-
Domínios sociais de comunicação: Discussão de proble- demos desde as mais banais informações do dia a dia até
mas sociais controversos. as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas
Aspectos tipológicos: Argumentar. filosóficos mais avançados.
Capacidade de linguagem dominante: Sustentação, re- A função informativa da linguagem tem importância
futação e negociação de tomadas de posição. central na vida das pessoas, consideradas individualmente
Exemplo de gêneros orais e escritos: Textos de opinião, ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de solicitação, nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
deliberação informal, debate regrado, assembleia, discurso de conhecimentos e a transferência de experiências. Por
de defesa (advocacia), discurso de acusação (advocacia), meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial, É a função informativa que permite a realização do
ensaio. trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
Domínios sociais de comunicação: Transmissão e cons- A função informativa costuma ser chamada também de
trução de saberes. função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
Aspectos tipológicos: Expor. que as palavras revelem da maneira mais clara possível as
Capacidade de linguagem dominante: Apresentação coisas ou os eventos a que fazem referência.
textual de diferentes formas dos saberes.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: insinuarem intimidade com ele e, portanto, de exprimirem
Função Conativa. a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos
“Vem pra Caixa você também.” para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa
valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a nossa competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a Emprega-se a expressão função emotiva para designar
forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta dor, isto é, daquele que fala.
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- - A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen- Função Fática.
tir determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- __Que calorão, hein?
se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, __Também, tem chovido tão pouco.
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiteradamente __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso aprende outros.
a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, aprendemos
os preconceitos contra a mulher. Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram
Não se interfere no comportamento das pessoas ape- num elevador e devem manter uma conversa nos poucos
nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape-
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare-
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem cer hostil.
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros.
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso,
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas.
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função que
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, não seja manter os laços sociais. Quando encontramos al-
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem guém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não que-
questionar. remos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem está doente, se está com problemas.
quando esta é usada para interferir no comportamento A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo
das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma social.
sugestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo). entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa
- A linguagem serve para expressar a subjetividade: que as pessoas não entendam bem o significado da letra
Função Emotiva. do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes
“Eu fico possesso com isso!” da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação função fática para indicar a utilização da linguagem para
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva- estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa-
mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. lante e seu interlocutor.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, - A linguagem serve para falar sobre a própria lingua-
desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas ve- gem: Função Metalinguística.
zes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan-
intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan-
Fernando tem mudado o país”. Essa maneira informal de se te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen-
referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a
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LÍNGUA PORTUGUESA
própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços sociais,
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de des-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- coberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo,
não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/,
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Paro-
/k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
diando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não
E o bosque estala, move-se, estremece...
podem pescar”.
Da cavalgada o estrépito que aumenta
- A linguagem serve para criar outros universos. Perde-se após no centro da montanha...
A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi-
mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: cos.
mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros
universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem ex- sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
pressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para barulho dos cavalos aumenta.
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligi- Quando se usam recursos da própria língua para acres-
dos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o que estamos usando a linguagem em sua função poética.
galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e am-
bos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra Para melhor compreensão das funções de linguagem,
realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
amor nunca diminui e assim por diante.
cação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função
Poética. senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
- alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido outro escuta em silêncio, etc).
e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de Exemplo:
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras
para delas extrairmos satisfação. Elementos da comunicação
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”,
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- - Emissor - emite, codifica a mensagem;
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emí- - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
lio de Menezes, quando soube que uma mulher muito gor- - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
da se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez - Código - conjunto de signos usado na transmissão e
o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um banco recepção da mensagem;
quebrar por excesso de fundos”. - Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel tor;
comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
“capital”, “dinheiro”.
teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu-
são que quando se trata da parole, entende-se que é um
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver-
veículo democrático (observe a função fática), assim, admi-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado
Virgílio Guimarães: te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
logo interativo):
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e - locutor - quem fala (e responde);
quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata - locutário - quem ouve e responde;
uma dor de consciência e bata em retirada.” - interlocução - diálogo
(Folha de S. Paulo)
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú-
mesma regra que distribuídos. blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(A) sócio (A) embaixadores.
(B) sofrê-lo (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(C) lúcidos (C) prefeitos municipais.
(D) constituí (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) órfãos (E) vereadores.
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LÍNGUA PORTUGUESA
(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi- (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
dência da República (1991). tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece- põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
-detail.php?id=393)
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
A frase que admite transposição para a voz passiva é:
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa-
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
grado.
ciedade como tais. (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo grande diversidade de fenômenos.
passará a ser, corretamente, (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so-
(A) perceba. ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
(B) foi percebido. ficação.
(C) tenham percebido. (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
(D) devam perceber. da vida (...).
(E) estava percebendo. (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu-
dido e da falsa consciência.
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e do.
princípios... (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
RESPOSTA: “A” - Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
explicada pelo conceito...
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
concordância verbal e nominal está inteiramente corre-
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
ta na frase: vida (...).
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
valores que determinam as escolhas dos governantes, e da falsa consciência.
para conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes RESPOSTA: “B”.
devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
cípios que regem a prática política. 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda- TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
deiro regime democrático, em que se respeita tanto as vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
liberdades individuais quanto as coletivas. ambiental Geraldo Motta.
(D) As instituições fundamentais de um regime de- Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
mocrático não pode estar subordinado às ordens indis- nhados devem sofrer as seguintes alterações:
criminadas de um único poder central. (A) entrar − vira
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (B) entrava − tinha visto
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes (C) entrasse − veria
opiniões existentes na sociedade. (D) entraria − veria
(E) entrava − teria visto
Fiz os acertos entre parênteses:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
que determinam as escolhas dos governantes, para confe-
ria = entrasse / veria.
rir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- RESPOSTA: “C”.
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
2
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Em 1999 a versão do Slackware pulou de 4.0 para 7.0. Ele conta com um ciclo de desenvolvimento rápido.
Uma jogada de marketing para mostrar que o Slackware es- A cada seis meses, em média, um novo Fedora é liberado
tava tão atualizado como as outras distribuições. Acontece pelo Fedora Project para a comunidade. A própria comu-
que muitas distribuições tinham versões bem elevadas, e isso nidade em si é uma das mais ativas da internet e o Fedora
podia causar a impressão de que o Slackware estava desa- conta com uma farta ajuda online, mesmo sem oferecer o
tualizado. A demora para lançamento de novas versões do suporte técnico direto da Red Hat.
Slackware também contribuiu para isso. O manuseio de pacotes é feito de forma inteligente
Em 2004 Patrick Volkerding esteve seriamente doente - e automática com a ajuda do YUM que cuida das atua-
com um tipo de infecção, e o desenvolvimento do Slackware lizações e resolve as dependências de todos os pacotes,
tornou-se incerto. baixando o que for necessário ao sistema dos repositórios
Muitos acharam que ele iria morrer. Mas ele melhorou e e gerenciando a instalação. Encontra-se para o fedora todo
retomou o desenvolvimento do Slackware, embora não este- o tipo de aplicações, desde suites de escritório poderosas
ja completamente curado até hoje.
como o OpenOffice.org até players de vídeo e de áudio
Em 2005 o ambiente gráfico GNOME foi removido do
(MPlayer e Amarok) com execução de quase todos os for-
projeto Slackware, o que desagradou muitos usuários. A jus-
matos conhecidos e também uma generosa coleção de jo-
tificativa de Patrick foi de que leva-se muito tempo para em-
pacotar os binários. Porém, muitas comunidades desenvol- gos, todos instaláveis com alguns simples cliques ou uma
vem projetos de GNOME para o Slackware. Alguns exemplos única linha de comando. “
de projetos são: Gnome Slackbuild, Gnome Slacky e Dropline CENTOS
Gnome. Por isso, Gnome de alta qualidade é o que não falta “CentOS é uma distribuição de classe Enterprise deri-
para o Slackware, apesar de não ser um ambiente nativo. vada de códigos fonte gratuitamente distribuídos pela Red
Em 2007 foi lançada a versão 12.0 do Slackware, uma Hat Enterprise Linux e mantida pelo CentOS Project.
versão inovadora e que de certa forma causou algumas con- A numeração das versões é baseada na numeração do
trovérsias. Foi a primeira versão do Slackware que foi um Red Hat Enterprise Linux. Por exemplo, o CentOS 4 é ba-
pouco contra a sua própria filosofia. Primeiro, porque passou seado no RHEL 4. A diferença básica entre um e outro é o
a montar dispositivos automaticamente, segundo porque fornecimento de suporte pago na aquisição de um RHEL.
alguns pacotes antigos não eram mais compatíveis coma a Funcionalmente, pode-se considerar os sistemas clones.
nova versão devido ao novo GCC 4.1.2. e por último, porque CentOS proporciona um grande acesso aos softwares
foi a primeira versão a vir com a última versão do Kernel (na padrão da indústria, incluindo total compatibilidade com
época). os pacotes de softwares preparados especificamente para
Vale destacar também que a versão 12.0 vem com Com- os sistemas da RHEL. Isso lhe dá o mesmo nível de segu-
piz instalado, mas que por falta de ferramentas gráficas para rança e suporte, através de updates, que outras soluções
configuração, muitos usuários não sabiam como usar. Linux Enterprise, porém sem custo.
Suporta tanto ambientes de servidores para aplicações
KURUMIN de missão crítica quanto ambientes de estações de traba-
Idealizada por Carlos Morimoto, Kurumin foi uma das lho e ainda possui uma versão Live CD.
distribuições mais usadas em território nacional. Original- CentOS possui numerosas vantagens, incluindo: uma
mente baseada no Knoppix, que veio do Debian, esse siste- comunidade ativa e crescente, um rápido desenvolvimen-
ma operacional se destacou por ser um desktop fácil de se to e teste de pacotes, uma extensa rede para downloads,
instalar e agradável de se usar. desenvolvedores acessíveis, múltiplos canais de suporte in-
Sua característica mais marcante são os ícones mágicos,
cluindo suporte em português e suporte comercial através
que transformam tarefas relativamente complexas (hoje nem
de parceiros.”
tanto) como configurar um modem ou instalar um codec de
vídeo numa experiência NNF (next, next, finish), como no
LINUXMINT
Windows.
A proposta do Linux Mint é ser uma distribuição de
FEDORA desktop com visual elegante, amigável, confortável de usar
“Fedora é uma das mais populares e estáveis distribui- e bem atualizada.
ções que existem atualmente. Ele era, no começo, um fork A distribuição foi lançada inicialmente como uma va-
para a comunidade, liberado e mantido pela gigante Red Hat riante do Ubuntu que contava com os codecs de mídia já
que, na época, estava fechando seu sistema e concentran- na instalação. A evolução foi rápida e hoje é uma distribui-
do-se no mercado corporativo. Isso significa que, desde o ção completa e bem resolvida, com ferramentas próprias
princípio, o Fedora já contava com o que há de mais moder- de configuração, aplicativo de instalação de pacotes basea-
no em tecnologia de software, assim como também contava do na web, menus personalizados, entre outras caracterís-
com uma das mais competentes e dedicadas equipes em seu ticas únicas e sempre com um visual bem clean e elegante.
desenvolvimento. Se o que você procura é uma distribuição O fundador, líder e principal desenvolvedor da distri-
com poderes de ser um servidor estável, mas com as facili- buição se chama Clement Lefebvre, ele iniciou usando Li-
dades das ferramentas de configuração gráficas, ou se, sim- nux em 1996 (Slackware) e vive na Irlanda.
plesmente, deseja um desktop mais robusto, o Fedora será a Algumas razões do sucesso do Linux Mint listados na
sua melhor escolha. página do projeto são:
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O comando reboot chama o comando shutdown e ao final deste reinicia o sistema. Após executar os comandos deve-
se aguardar até que o sistema esteja parado (com a mensagem o sistema está parado ou Power down) para então poder
desligar seu computador ou esperar que ele reinicie.
[aluno@ldalcero X11] $
No exemplo acima, como são nomes de diretórios; o parâmetro [-F] adiciona uma barra indicando nome de diretório.
O parâmetro [-l] coloca várias informações sobre o arquivo (permissões, links, dono, grupo, tamanho, data, hora, nome do
arquivo).
Metacaracteres
Existem sinais, chamados metacaracteres, usados para facilitar a utilização de comandos no Linux.
Quando se trabalha com os comandos de manipulação de arquivos, frequentemente é útil empregarmos metacaracte-
res. Estes símbolos – como *, ?, [], {} - são úteis para se referenciar arquivos que possuam características em comum.
Para os exemplos dados nesta seção, será usada a seguinte lista de arquivos:
[aluno@ldalcero aluno]$ ls
12arquivo 1arquivo 2arquivo arquivo arquivo3 arquivo34 arquivo5arquivo
• O asterisco “*”:
O asterisco é usado para representar “qualquer quantidade de qualquer caractere”. Por exemplo, arquivo* retornaria
todos os arquivos em que o nome iniciasse com “arquivo”. Veja o efeito da utilização prática deste metacaractere.
[aluno@ldalcero aluno]$ ls arquivo* arquivo arquivo3 arquivo34 arquivo5arquivo
• O Ponto de Interrogação “?”:
O ponto de interrogação é utilizado para representar “um único e qualquer caractere”. Ao digitar ls arquivo?, o usuário
estará pedindo a lista de arquivos cujos nomes são indicados por “arquivo” e terminal com um único caractere qualquer.
Como no exemplo que segue:
[aluno@ldalcero aluno]$ ls arquivo?
arquivo3
Agora digitando ls ??arquivo o resultado seria:
12arquivo
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os colchetes “[]”: O comando também pode ser usado para criar uma
Os colchetes são utilizados para indicar uma lista de árvore de diretórios, como será mostrado a seguir:
caracteres. Para entender melhor; verifique os exemplos. [aluno@ldalcero aluno]$ mkdir -p meu_dir/meu_sub_
[aluno@ldalcero aluno]$ ls arquivo[123] arquivo3 dir/sub_sub_dir
[aluno@ldalcero aluno]$ ls [123]arquivo O comando anterior cria um diretório chamado meu_
1arquivo 2arquivo dir, e dentro dele cria um subdiretório chamado meu_sub_
dir e dentro deste, um subdiretório chamado sub_sub_dir.
As chaves “{}”: Também é possível criar vários diretórios em simultâ-
As chaves têm sua utilização muito assemelhada a dos neo; simplesmente colocando vários nomes de diretórios
colchetes. A diferença está na possibilidade de referenciar junto com o comando, como será mostrado a seguir:
seqüências de caracteres separadas por vírgulas, conforme [aluno@ldalcero aluno]$ mkdir dir_1 dir_2 dir_3
o exemplo a seguir: O comando anterior criará os diretórios dir_1, dir_2 e
[aluno@ldalcero aluno]$ ls arquivo{1,34} arquivo34 dir_3 dentro do diretório atual.
[aluno@ldalcero aluno]$ ls arquivo{1,2,3,34} arquivo3
arquivo34 Removendo Diretórios
O comando rmdir é usado para remover diretórios. Por
Estrutura de Diretórios exemplo; para remover o diretório meu_dir basta digitar o
O sistema Linux possui a seguinte estrutura básica de seguinte comando:
diretórios: [aluno@ldalcero aluno]$ rmdir meu_dir
/bin O comando também pode remover árvores de diretó-
Contém arquivos, programas do sistema que são usa- rios. Para tal, utiliza-se o parâmetro [-p ], como será mos-
dos com freqüência pelos usuários. trado a seguir:
/boot [aluno@ldalcero aluno]$ rmdir -p temp/sub_dir/sub_
Contém arquivos necessários para a inicialização do dir_2
sistema. O comando anterior apagou o subdiretório sub_dir_2,
/cdrom depois apagou o subdiretório sub_dir e finalmente apagou
Ponto de montagem da unidade de CD-ROM. o temp.
/dev Porém, o comando remove diretórios e não arquivos;
Contém arquivos usados para acessar dispositivos (pe- se existir algum arquivo dentro do diretório este não será
riféricos) existentes no computador. removido.
/etc Para conseguir remover diretórios com arquivos deve-
Arquivos de configuração de seu computador local. se utilizar em conjunto o comando rm, que será visto mais
/floppy adiante.
Ponto de montagem de unidade de disquetes. Copiando Arquivos
/home O comando cp é utilizado para efetuar a cópia de ar-
Diretórios contendo os arquivos dos usuários. quivos no Linux, Sua sintaxe é mostrada a seguir:
/lib cp [parametros] arquivo_original [destino]
Bibliotecas compartilhadas pelos programas do siste- Observações importantes relativas à cópia de arquivos:
ma e módulos do kernel. Copiar um arquivo para outro diretório onde já existe
/mnt outro arquivo com mesmo nome: o arquivo será sobres-
Ponto de montagem temporário. crito.
/usr Copiar um arquivo para outro diretório que, por sua
Contém maior parte de seus programas. Normalmente vez, possui um diretório com mesmo nome do arquivo a
acessível somente como leitura. ser copiado: não é permitido, pois no Linux um diretório
/var também é um arquivo.
Contém maior parte dos arquivos que são gravados Copiar um arquivo, especificando como arquivo_desti-
com freqüência pelos programas do sistema, e-mails, spool no outro nome: o arquivo será renomeado durante a cópia.
de impressora, cache, etc.
/sbin
Opção Descrição
Diretório de programas usados pelo superusuário
(root) para administração e controle do funcionamento do Preserva as permissões do arquivo_original
-a
sistema. quando possível.
-b Faz backup de arquivos que serão sobrescritos.
Criando e Removendo Diretórios
Criando Diretórios Solicita confirmação antes de sobrescrever
-i
O comando mkdir é usado para criar diretórios. A sin- arquivos.
taxe do comando será mostrado a seguir: Copia diretórios recursivamente, ou seja, toda a
mkdir [parâmetros] nome_dir -R árvore abaixo do diretório de origem. O destino
A linha de comando a seguir cria um diretório: sempre será um diretório.
[aluno@ldalcero aluno]$ mkdir meu_diretorio
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
ln arquivo link
OBS.: Não é possível criar hard links para diretórios, e também é impossível criar links diretos entre sistemas de arquivos.
Links Simbólicos
O link simbólico é como um “atalho” para um arquivo. O ato de se apagar um link simbólico não faz com que o arquivo
original desapareça do sistema, somente o vínculo será apagado.
Existem vários motivos para se criar um link simbólico, dentre eles pode-se destacar:
Quando se deseja criar nomes mais significativos para chamadas a comandos. Existe um exemplo prático na chamada
dos shells tais como csh e sh, que na realidade são links simbólicos para os shells tsch, bash.
Um outro exemplo bastante significativo é com relação aos comandos mtools, tais como o mformat e vários outros,
que nada mais são do que links simbólicos para o comando mtools.
Um outro uso para o comando é como atalho para diretórios com nomes complicados; o que não pode ser feito com
hard links.
O formato do comando para criação de links simbólicos é:
ln -s arquivo link
Observe o exemplo a seguir:
[aluno@ldalcero aluno]$ ln -s /usr/X11R6/ /usr/X11
O comando anterior cria um link /usr/X11 que aponta para o diretório real /usr/X11R6. Desta forma, é possível acessar
este diretório por qualquer caminho.
Como se pode observar, a única diferença nos comandos entre a ligação simbólica e a ligação direta é o parâmetro -s.
Permissões de Arquivos
Este tópico trata do sistema de direitos de acesso a arquivos do Linux, incluindo também informações de como alterar
estes direitos.
Conceitos
O sistema de arquivos do Linux possibilita que sejam atribuídos direitos de acesso diferenciados para os usuários do
sistema. A cada arquivo ou diretório do sistema é associado um proprietário, um grupo e seus respectivos direitos de aces-
so, ou permissões. O método mais simples e comum de verificar estes atributos de um arquivo é através do comando ls,
como exemplificado a seguir:
[aluno@ldalcero aluno]$ ls -l documento.txt
-rw-r--r-- 4 aluno grupo01 36720 Jun 2 14:25 documento.txt
O dono do arquivo no exemplo citado é o usuário aluno, e o grupo a que está relacionado o arquivo é o grupo01. A pri-
meira informação retornada por esta listagem é um conjunto de caracteres, o qual indica o tipo do arquivo e as permissões
de acesso ao mesmo. O caractere inicial indica o tipo de arquivo, e a tabela abaixo mostra os tipos de arquivos existentes:
- Arquivo regular
d Diretório
l Link simbólico
Os demais nove caracteres, divididos em três grupos de três caracteres cada, definem as permissões do dono do ar-
quivo, dos membros do grupo a que está relacionado o arquivo e de outros usuários, respectivamente. As permissões de
acesso aos arquivos são representadas pela letras r, w e x, conforme detalhado na tabela abaixo:
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Utilizando o chmod
O comando chmod permite que se altere as permissões de um ou mais arquivos. Existem duas notações para se aplicar
o comando: o modo simbólico e o octal. Somente o superusuário ou o dono do arquivo podem executar esta operação.
Veja a sintaxe do comando abaixo:
chmod [opções] arquivos
Uma das opções mais usadas no chmod é a opção -R que permite que se altere recursivamente as permissões de ar-
quivos e diretórios.
No modo simbólico, deve ser indicado quem será afetado (u, g, o, a) e qual, ou quais, permissões serão concedidas ou
suprimidas conforme tabelas abaixo.
Notação simbólica do chmod
Símbolo Descrição
g Grupo do arquivo
Operadores
Operador Descrição
- Remove permissão(ões)
A segunda forma de alterar permissões consiste em definir uma seqüência de três algarismos octais. Ela é mais utilizada
quando se deseja alterar permissões. Cada algarismo se refere a um grupo de permissões (u, g, o).
Para facilitar o seu entendimento, associamos um valor decimal com cada permissão, conforme tabela abaixo: Permis-
sões octais
4 Leitura (read)
2 Escrita (write)
1 Execução (execute)
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Instalando / Atualizando
Os pacotes RPM têm nomes de arquivos com o seguinte formato:
foo-1.0-1.i386.rpm
Onde:
foo : nome do arquivo
1.0 : versão 1 : Release i386 : plataforma
A instalação é feita através de uma única linha de comando, como por exemplo:
[root@ldalcero root]$ rpm -ivh foo-1.0-1.i386.rpm
Preparing... ############################################# [100%]
1: foo ############################################# [100%]
Como se pode observar, o RPM apresenta o nome do pacote (o qual não tem necessariamente o mesmo nome do
programa) e apresenta uma sucessão de caracteres # atuando como uma barra de status no processo de instalação.
Para atualizar um pacote utilize o comando:
[root@ldalcero root]$ rpm -Uvh foo-1.0-1.i386.rpm
Preparing... ############################################# [100%]
1: foo ############################################# [100%]
Qualquer versão anterior do pacote será desinstalada e será feita uma nova instalação guardando as configurações
anteriores do programa para um possível uso caso o formato dos arquivos de configuração não tenha sido alterado.
Desinstalando
Para desinstalar um pacote utilize o comando:
[root@ldalcero root]$ rpm -e foo
Onde foo é o nome do pacote e não do arquivo utilizado na instalação.
Consultando / Verificando
Para consultar a base de dados de pacotes instalados utilize o comando:
[root@ldalcero root]$ rpm -q nome_do_pacote
Com a sua utilização são apresentados o nome do pacote, versão e release.
Em vez de especificar o nome do pacote, pode-se utilizar as seguintes opções após o parâmetro q, mostrados na tabela
abaixo:
Opção Descrição
A opção de verificação pode ser útil caso haja alguma suspeita de que a base de dados RPM esteja corrompida.
O comando configure
Esse comando é utilizado para que seja feita uma verificação no sistema e nas dependências dos pacotes necessários
para o aplicativo ser instalado, se o comando obtiver algum erro de checagem do sistema ele retorna uma mensagem de
erro e para a verificação. Exemplo:
[root@ldalcero foo]$ ./configure
14
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O comando make e make install em execução e o documento no qual você está trabalhan-
Esses dois comandos são responsáveis pela criação das do. Logo abaixo da Barra de Título está a Barra de Menu,
configurações necessárias ao aplicativo no sistema, bem onde se encontra as guias: Arquivo, Editar e assim sucessi-
como sua instalação, eles só podem ser utilizados sem pro- vamente, clicando em cada um delas aparecerá vários ele-
blemas, caso o comando configure tenha sido executado mentos de acesso com diversas funções diferentes. Logo
com sucesso. Exemplos: abaixo da Barra de Título está a Barra de Ferramentas, que
[root@ldalcero foo]$ make consiste de um ou mais ícones, cada um equivalente a um
[root@ldalcero foo]$ make install elemento de menu, pode-se dizer que são atalhos para os
elementos de menu mais usados no programa. A Barra de
Uso e Configuração do Ambiente Gráfico Status se encontra na parte inferior e mostra informações
Neste tópico será mostrado como você interagir com do arquivo que está sendo acessado no momento.
o ambiente gráfico do Linux e também como fazer a sua
configuração de acordo com sua necessidade e facilidade. Adicionando Ícones na Área de Trabalho
Como padrão vamos utilizar o ambiente gráfico GNOME. Para adicionar ícones na sua Área de Trabalho você
pode fazer de duas maneiras:
Gerenciadores de Janelas Escolhendo qual programa que deseja fazer o atalho, e
A principal função de um gerenciador de janelas é, arrastá-lo até a Área de Trabalho e soltar, será perguntando
como o próprio nome diz, gerenciar a apresentação das se deseja criar um atalho para o arquivo ali.
janelas e fornecer métodos para controlar aplicações, criar Clicando com o botão direito do mouse na Área de
e acessar menus. Além de fornecer meios para que o usuá- Trabalho e escolher a opção criar novo lançador, e adicio-
rio possa personalizar o seu ambiente. Mas, como é feito o nar as informações necessárias para o referente atalho do
relacionamento com o sistema? programa.
No Linux, este relacionamento é feito pelo Servidor de
Usando a Lixeira
Janelas X. Seu objetivo é fornecer acesso aos dispositivos
Em circunstâncias normais, apagar um arquivo no UNIX
existentes em seu computador (mouse, teclado) e fornecer
é uma operação sem retorno. No entanto, com o geren-
um ambiente agradável para a manipulação de aplicações, ciador de arquivos do GNOME, você pode escolher Mover
através de componentes chamados Janelas. para a Lixeira ao invés de Apagar. Isto irá mover o arquivo
Mas, não confunda estes dois conceitos: o servidor de para a Pasta Lixeira, que por padrão é acessível via ícone
janelas possui recursos para implementar as aplicações em em sua Área de Trabalho. Nesta pasta, sempre é possível
forma de janelas e formar um ambiente agradável para o recuperar arquivos apagados. Lembre-se de esvaziá-la re-
usuário; já o gerenciador de janelas vai fornecer métodos gularmente clicando nela com o botão direito do mouse,
para que o usuário possa modificar o tamanho das janelas, e então escolhendo Esvaziar Lixeira, sob pena de ficar sem
o papel de parede, enfim, o layout da interface gráfica. espaço em disco, pois os arquivos que estão na Lixeira con-
tinuam ocupando espaço. Note que, uma vez esvaziada a
Usando a Área de Trabalho Lixeira, os arquivos que estavam lá estarão perdidos para
Usar a Área de Trabalho é tão simples como arrastar sempre.
itens que se queira utilizar rotineiramente. A Área padrão
inclui uma pasta do diretório pessoal (/home/nome_do_ Configurando a Área de Trabalho
usuario). Existem várias maneiras de configurarmos a Área de
Todos os itens armazenados na Área de Trabalho estão Trabalho, essas configurações incluem:
localizados no diretório: Tela de Fundo;
/home/nome_do_usuario/.gnome-desktop/ Proteção de Tela;
Isto pode ser útil para relembrar quando se desejar que Tema da Área de Trabalho;
um item que apareça na Área de Trabalho, porém com as Entre outras.
quais não se pode utilizar as funções de arrastar e soltar. Podemos configurar nossa Área de Trabalho, através
No painel inferior da Área de Trabalho, você encontra íco- do Menu Preferências -> Centro de Controle, abrirá uma
nes, que na verdade são atalhos para acessar alguns aplica- janela com várias ícones, correspondentes cada um a uma
tivos e para acessar o menu de programas. configuração de sua Área de Trabalho.
Trocando a Configuração do seu Teclado
Vista a grande quantidade de layouts (idiomas) de te-
Gerenciador de Arquivos
clados que existe hoje no mercado de informática, iremos
Se você der um clique no ícone que se encontra na
abordar neste tópico, como você pode configurar o layout
Área de Trabalho com o nome de Pessoal ou Pasta de Início
do seu teclado.
ou algo semelhante, irá abrir um programa que nada mais Existem duas maneiras de configurar o seu teclado,
é do que o seu gerenciador de arquivos, no qual abrirá uma pode ser via modo texto ou via modo gráfico.
janela mostrando o conteúdo do seu diretório pessoal. Este Modo Texto
é o diretório onde estão armazenados todos os seus do- Digite no terminal o seguinte comando:
cumentos, e é permitido ser acessado somente por você. kbdconfig
Uma janela se compõe de várias partes. Na parte superior Observe que o comando pode variar de uma distribui-
está a Barra de Título, a qual mostra o título do programa
15
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
ção para outra, as outras variâncias do comando são: keyb- porém é possível haver diversas filas para a mesma impres-
config ou ainda keyboardconfig. sora.
Modo Gráfico O processamento de uma tarefa de impressão, enviada
Vá até o Menu de Configurações do Sistema, e em por uma estação remota ou local, é realizado em três passos:
seguida na opção Teclado, na janela que será mostrada 1. Os arquivos de dados são copiados no diretório da
escolha o idioma do seu teclado. fila de impressão e associado com um arquivo de controle
que é criado naquele momento;
Impressão de Arquivos 2. Os arquivos de dados passam por um programa de
Vamos abordar neste tópico a impressão de arquivos, filtros que os converte para um formato específico de im-
levando-se em conta que a impressora já tenha sido con- pressão (por exemplo Ghost Script). Esta conversão pode ser
figurada no computador pelo administrador do sistema e feita em diversos passos individuais;
esta esteja funcionando corretamente. 3. O arquivo específico para a impressora conectada
àquela fila é impresso.
Imprimindo Arquivos
WINDOWS 7
O método mais usado pelos aplicativos do Linux para
a impressão é o Ghost Script. O Ghost Script (chamado de
O Windows 7 foi lançado para empresas no dia 22 de
gs) é um interpretador do formato Pos Script (arquivos .ps)
julho de 2009, e começou a ser vendido livremente para
e pode enviar o resultado de processamento tanto para usuários comuns dia 22 de outubro de 2009.
a tela como impressora. Ele está disponível para diversas Diferente do Windows Vista, que introduziu muitas no-
plataformas e sistemas operacionais além do Linux, inclu- vidades, o Windows 7 é uma atualização mais modesta e di-
sive o DOS, Windows, OS/2, etc. O formato .ps esta se tor- recionada para a linha Windows, tem a intenção de torná-lo
nando uma padronização para a impressão de gráficos em totalmente compatível com aplicações e hardwares com os
Linux devido a boa qualidade da impressão, liberdade de quais o Windows Vista já era compatível.
configuração, gerenciamento de impressão feito pelo gs Apresentações dadas pela companhia no começo de
e por ser um formato universal, compatíveis com outros 2008 mostraram que o Windows 7 apresenta algumas va-
sistemas operacionais. riações como uma barra de tarefas diferente, um sistema de
A maioria das distribuições Linux já vem com o pacote “network” chamada de “HomeGroup”, e aumento na perfor-
do Ghost Script instalado e configurado, e quando você mance.
manda o comando de impressão para a sua impressora, · Interface gráfica aprimorada, com nova barra de tarefas
através de qualquer software, desde editores de textos até e suporte para telas touch screen e multi-táctil (multi-touch)
editores de imagens, o Linux já faz todo o trabalho de cha- · Internet Explorer 8;
mar o Ghost Script e comandar para que sua impressão · Novo menu Iniciar;
saia correta na impressora, por isso o único trabalho que · Nova barra de ferramentas totalmente reformulada;
você tem ao imprimir seus arquivos é clicar no botão “Im- · Comando de voz (inglês);
primir” do software que você estiver utilizando. · Gadgets sobre o desktop;
· Novos papéis de parede, ícones, temas etc.;
Filas de Impressão · Conceito de Bibliotecas (Libraries), como no Windows
Impressoras são acessadas pelo Linux através de um Media Player, integrado ao Windows Explorer;
mecanismo de armazenamento temporário, como é co- · Arquitetura modular, como no Windows Server 2008;
mum ocorrer em sistemas multitarefas, ou sejam, as ta- · Faixas (ribbons) nos programas incluídos com o Win-
refas de impressão ficam armazenadas temporariamente dows (Paint e WordPad, por exemplo), como no Office 2007;
· Aceleradores no Internet Explorer 8;
em um arquivo e são processadas posteriormente por um
· Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e memória
segundo programa de controle denominado servidor de
RAM;
impressão. Esta sistemática garante que muitos usuários
· Home Groups;
podem enviar tarefas de impressão simultaneamente para
· Melhor desempenho;
uma única impressora sem o risco de conflitos. Após en- · Windows Media Player 12;
viar a tarefa para impressão, o usuário pode continuar com · Nova versão do Windows Media Center;
as suas atividades normais, enquanto a tarefa ficará na fila · Gerenciador de Credenciais;
ou será impressa. · Instalação do sistema em VHDs;
Uma fila de impressão consiste em: · Nova Calculadora, com interface aprimorada e com
uma entrada no arquivo /etc/printcap, onde a fila será mais funções;
criada; · Reedição de antigos jogos, como Espadas Internet, Ga-
um diretório, normalmente sob /var/spool/lpd, onde mão Internet e Internet Damas;
ficarão armazenados arquivos de tarefas de impressão, ar- · Windows XP Mode;
quivos de dados, arquivos de controle de configuração de · Aero Shake;
impressoras e filas.
Cada fila é processada por somente uma impressora, Apesar do Windows 7 conter muitos novos recursos
16
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Recursos
Segundo o site da própria Microsoft, os recursos en-
contrados no Windows 7 são fruto das novas necessidades
encontradas pelos usuários. Muitos vêm de seu antecessor,
Windows Vista, mas existem novas funcionalidades exclusi-
vas, feitas para facilitar a utilização e melhorar o desempe-
nho do SO (Sistema Operacional) no computador.
Vale notar que, se você tem conhecimentos em outras
versões do Windows, não terá que jogar todo o conheci-
mento fora. Apenas vai se adaptar aos novos caminhos e
aprender “novos truques” enquanto isso. Microsoft Surface Collage, desenvolvido para usar tela
sensível ao toque.
Tarefas Cotidianas
Já faz tempo que utilizar um computador no dia a dia Lista de Atalhos
se tornou comum. Não precisamos mais estar em alguma
empresa enorme para precisar sempre de um computador Novidade desta nova versão, agora você pode abrir di-
perto de nós. O Windows 7 vem com ferramentas e fun- retamente um arquivo recente, sem nem ao menos abrir
ções para te ajudar em tarefas comuns do cotidiano. o programa que você utilizou. Digamos que você estava
editando um relatório em seu editor de texto e precisou fe-
chá-lo por algum motivo. Quando quiser voltar a trabalhar
nele, basta clicar com o botão direito sob o ícone do editor
e o arquivo estará entre os recentes.
Ao invés de ter que abrir o editor e somente depois se
preocupar em procurar o arquivo, você pula uma etapa e
vai diretamente para a informação, ganhando tempo.
17
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Snap
Ao se utilizar o Windows por muito tempo, é comum
ver várias janelas abertas pelo seu monitor. Com o recur- Ao digitar “pai” temos os itens que contêm essas letras
so de Snap, você pode posicioná-las de um jeito prático e em seu nome.
divertido. Basta apenas clicar e arrastá-las pelas bordas da
tela para obter diferentes posicionamentos. Windows Explorer
O Snap é útil tanto para a distribuição como para a O que você encontra pelo menu iniciar é uma pequena
comparação de janelas. Por exemplo, jogue uma para a es- parte do total disponível.
querda e a outra na direita. Ambas ficaram abertas e divi- Fazendo a busca pelo Windows Explorer – que é acio-
dindo igualmente o espaço pela tela, permitindo que você nado automaticamente quando você navega pelas pastas
as veja ao mesmo tempo. do seu computador – você encontrará uma busca mais
abrangente.
Windows Search Em versões anteriores, como no Windows XP, antes de
O sistema de buscas no Windows 7 está refinado e es- se fazer uma busca é necessário abrir a ferramenta de bus-
tendido. Podemos fazer buscas mais simples e específicas ca. No 7, precisamos apenas digitar os termos na caixa de
diretamente do menu iniciar, mas foi mantida e melhorada busca, que fica no canto superior direito.
a busca enquanto você navega pelas pastas.
Menu iniciar
As pesquisas agora podem ser feitas diretamente do
menu iniciar. É útil quando você necessita procurar, por
exemplo, pelo atalho de inicialização de algum programa
ou arquivo de modo rápido.
“Diferente de buscas com as tecnologias anteriores do
Windows Search, a pesquisa do menu início não olha ape-
nas aos nomes de pastas e arquivos.
Considera-se o conteúdo do arquivo, tags e proprieda-
des também” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 770).
Os resultados são mostrados enquanto você digita e Windows Explorer com a caixa de busca (Jim Boyce;
são divididos em categorias, para facilitar sua visualização. Windows 7 Bible, pg 774).
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Personalização
Você pode adicionar recursos ao seu computador alte-
rando o tema, a cor, os sons, o plano de fundo da área de
trabalho, a proteção de tela, o tamanho da fonte e a ima-
gem da conta de usuário. Você pode também selecionar
“gadgets” específicos para sua área de trabalho.
Ao alterar o tema você inclui um plano de fundo na
área de trabalho, uma proteção de tela, a cor da borda da
janela sons e, às vezes, ícones e ponteiros de mouse.
Você pode escolher entre vários temas do Aero, que é
um visual premium dessa versão do Windows, apresentan-
do um design como o vidro transparente com animações
de janela, um novo menu Iniciar, uma nova barra de tare-
fas e novas cores de borda de janela. Use o tema inteiro ou
crie seu próprio tema personalizado alterando as imagens,
cores e sons individualmente. Você também pode locali-
zar mais temas online no site do Windows. Você também
pode alterar os sons emitidos pelo computador quando,
por exemplo, você recebe um e-mail, inicia o Windows ou
desliga o computador.
Gadgets de calendário e relógio. O plano de fundo da área de trabalho, chamado de
papel de parede, é uma imagem, cor ou design na área de
Temas
trabalho que cria um fundo para as janelas abertas. Você
Como nem sempre há tempo de modificar e deixar to-
das as configurações exatamente do seu gosto, o Windows pode escolher uma imagem para ser seu plano de fundo
7 disponibiliza temas, que mudam consideravelmente os de área de trabalho ou pode exibir uma apresentação de
aspectos gráficos, como em papéis de parede e cores. slides de imagens. Também pode ser usada uma proteção
de tela onde uma imagem ou animação aparece em sua
ClearType tela quando você não utiliza o mouse ou o teclado por
“Clear Type é uma tecnologia que faz as fontes pare- determinado período de tempo. Você pode escolher uma
cerem mais claras e suaves no monitor. É particularmente variedade de proteções de tela do Windows. Aumentando
efetivo para monitores LCD, mas também tem algum efeito o tamanho da fonte você pode tornar o texto, os ícones e
nos antigos modelos CRT(monitores de tubo). O Windows 7 outros itens da tela mais fáceis de ver. Também é possível
dá suporte a esta tecnologia” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, reduzir a escala DPI, escala de pontos por polegada, para
pg 163, tradução nossa). diminuir o tamanho do texto e outros itens na tela para
que caibam mais informações na tela.
Novas possibilidades Outro recurso de personalização é colocar imagem de
Os novos recursos do Windows 7 abrem, por si só, no- conta de usuário que ajuda a identificar a sua conta em um
vas possibilidades de configuração, maior facilidade na na- computador. A imagem é exibida na tela de boas vindas e
vega, dentre outros pontos. Por enquanto, essas novidades no menu Iniciar. Você pode alterar a imagem da sua conta
foram diretamente aplicadas no computador em uso, mas
de usuário para uma das imagens incluídas no Windows
no 7 podemos também interagir com outros dispositivos.
ou usar sua própria imagem. E para finalizar você pode
Reproduzir em adicionar “gadgets” de área de trabalho, que são minipro-
Permitindo acessando de outros equipamentos a um gramas personalizáveis que podem exibir continuamente
computador com o Windows 7, é possível que eles se comu- informações atualizadas como a apresentação de slides
niquem e seja possível tocar, por exemplo, num aparelho de de imagens ou contatos, sem a necessidade de abrir uma
som as músicas que você tem no HD de seu computador. nova janela.
É apenas necessário que o aparelho seja compatível
com o Windows 7 – geralmente indicado com um logotipo Aplicativos novos
“Compatível com o Windows 7”. Uma das principais características do mundo Linux é
suas versões virem com muitos aplicativos, assim o usuário
Streaming de mídia remoto não precisa ficar baixando arquivos após instalar o siste-
Com o Reproduzir em é possível levar o conteúdo do ma, o que não ocorre com as versões Windows.
computador para outros lugares da casa. Se quiser levar O Windows 7 começa a mudar essa questão, agora
para fora dela, uma opção é o Streaming de mídia remoto. existe uma serie de aplicativos juntos com o Windows 7,
Com este novo recurso, dois computadores rodando para que o usuário não precisa baixar programas para ati-
Windows 7 podem compartilhar músicas através do Win- vidades básicas.
dows Media Player 12. É necessário que ambos estejam Com o Sticky Notes pode-se deixar lembretes no desk-
associados com um ID online, como a do Windows Live. top e também suportar entrada por caneta e toque.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
WordPad remodelado
Requisitos
Apesar desta nova versão do Windows estar mais leve
em relação ao Vista, ainda é exigido uma configuração de
hardware (peças) relativamente boa, para que seja utilizado
sem problemas de desempenho.
Aplicativo de copiar tela (botão print screen). Esta é a configuração mínima:
· Processador de 1 GHz (32-bit)
O Paint foi reformulado, agora conta com novas ferra- · Memória (RAM) de 1 GB
mentas e design melhorado, ganhou menus e ferramentas
· Placa de Vídeo compatível com DirectX 9.0 e 32 MB de
que parecem do Office 2007.
memória (sem Windows Aero)
· Espaço requerido de 16GB
Paint com novos recursos.
· DVD-ROM
· Saída de Áudio
O WordPad também foi reformulado, recebeu novo vi-
sual mais próximo ao Word 2007, também ganhou novas
Se for desejado rodar o sistema sem problemas de len-
ferramentas, assim se tornando um bom editor para quem
não tem o Word 2007. tidão e ainda usufruir de recursos como o Aero, o reco-
A calculadora também sofreu mudanças, agora conta mendado é a seguinte configuração.
com 2 novos modos, programador e estatístico. No modo Configuração Recomendada:
programador ela faz cálculos binários e tem opção de álge- · Processador de 2 GHz (32 ou 64 bits)
bra booleana. A estatística tem funções de cálculos básicos. · Memória (RAM) de 2 GB
Também foi adicionado recurso de conversão de uni- · Espaço requerido de disco rígido: 16 GB
dades como de pés para metros. · Placa de vídeo com suporte a elementos gráficos Di-
rectX 9 com 256 MB de memória (para habilitar o tema do
Windows Aero)
· Unidade de DVD-R/W
· Conexão com a Internet (para obter atualizações)
Atualizar de um SO antigo
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Monitor de desempenho
Apesar de não ser uma exclusividade do 7, é uma ferra-
menta poderosa para verificar como o sistema está se por- Esta edição será colocada à venda em lojas de varejo e
tando. Podem-se adicionar contadores (além do que já exis- também poderá ser encontrada em computadores novos.
te) para colher ainda mais informações e gerar relatórios.
Windows 7 Professional, voltado às pequenas empresas
Monitor de recursos Mais voltada para as pequenas empresas, a versão
Com o monitor de recursos, uma série de abas mostra Professional do Windows 7 possuirá diversos recursos que
informações sobre o uso do processador, da memória, dis- visam facilitar a comunicação entre computadores e até
co e conexão à rede. mesmo impressoras de uma rede corporativa.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para isso foram desenvolvidos aplicativos como o Obter o conteúdo mais recente da Ajuda
Domain Join, que ajuda os computadores de uma rede a Se você estiver conectado à Internet, verifique se o
“se enxergarem” e conseguirem se comunicar. O Location Centro de Ajuda e Suporte do Windows está configurado
Aware Printing, por sua vez, tem como objetivo tornar mui- como Ajuda Online. A Ajuda Online inclui novos tópicos da
to mais fácil o compartilhamento de impressoras. Ajuda e as versões mais recentes dos tópicos existentes.
Como empresas sempre estão procurando maneiras Clique no botão Iniciar e em Ajuda e Suporte.
para se proteger de fraudes, o Windows 7 Professional traz Na barra de ferramentas Ajuda e Suporte do Windows,
o Encrypting File System, que dificulta a violação de dados. clique em Opções e em Configurações.
Esta versão também será encontrada em lojas de varejo ou
computadores novos. Em Resultados da pesquisa, marque a caixa de sele-
Windows 7 Enterprise, apenas para vários ção Melhorar os resultados de pesquisa usando a Ajuda
Sim, é “apenas para vários” mesmo. Como esta é uma online (recomendado) e clique em OK. Quando você estiver
versão mais voltada para empresas de médio e grande por- conectado, as palavras Ajuda Online serão exibidas no can-
te, só poderá ser adquirida com licenciamento para diver- to inferior direito da janela Ajuda e Suporte.
sas máquinas. Acumula todas as funcionalidades citadas na Pesquisar na Ajuda
edição Professional e possui recursos mais sofisticados de A maneira mais rápida de obter ajuda é digitar uma
segurança. ou duas palavras na caixa de pesquisa. Por exemplo, para
Dentre esses recursos estão o BitLocker, responsável obter informações sobre rede sem fio, digite rede sem fio e
pela criptografia de dados e o AppLocker, que impede a pressione Enter. Será exibida uma lista de resultados, com
execução de programas não-autorizados. Além disso, há os mais úteis na parte superior. Clique em um dos resulta-
ainda o BrachCache, para turbinar transferência de arqui- dos para ler o tópico.
vos grandes e também o DirectAccess, que dá uma super
ajuda com a configuração de redes corporativas.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
8.1
O Windows 8.1 é a primeira grande atualização do
Figura 5: Interface Windows Style Windows 8 e traz diversas mudanças que, em alguns as-
pectos – principalmente nas opções de personalização –,
O uso da memória na interface Style foi otimizado para se aproximam da versão desktop do Windows Phone. Com
obter o máximo de desempenho para o aplicativo construí- a possível unificação das lojas de ambos os sistemas, esta
do para a essa interface, que está sendo executado naquele tendência aumentará. Mas isso é só o começo, não perca
momento. E como o Windows faz isso? O Windows 8 au- tempo para baixar o Windows 8.1 e conhecer as novidades
tomaticamente suspende o aplicativo anterior para então desta atualização.
executar o aplicativo atual, liberando mais memória para
ele. Isso significa que o usuário pode iniciar a quantidade Iniciando o sistema pela interface desktop
de aplicativos que quiser, porque isso não vai comprome- Boa parte das mudanças estão relacionadas à questão
ter a memória ou a bateria do dispositivo. O Windows pode da personalização e dão ao usuário mais controle sobre
eventualmente encerrar um aplicativo que está em segun- o sistema. Uma das principais é a possibilidade de iniciá
do plano para liberar memória para outro aplicativo que -lo diretamente na interface tradicional do Windows. Essa,
está sendo executado. com certeza, é a alteração que muitos usuários estavam
Essa característica requer que os desenvolvedores esperando.
de aplicativos Windows Style sejam muito cuidadosos ao
construírem suas aplicações, para que o usuário não perce- A volta do botão Iniciar ou quase isso
ba o que está acontecendo “por trás” no sistema operacio- Outra modificação bastante aguardada é a volta do
nal. Então o desenvolvedor deve gravar o estado em que botão “Iniciar”. No entanto, ele não retornou como todos
a aplicação foi suspensa ou encerrada, para que o usuário esperavam. A função do botão é a mesma da tecla “Windo-
não perceba a alteração ao alternar entre um aplicativo e ws”. Ele é apenas um atalho para levar o usuário da interfa-
outro. ce tradicional para a nova, chamada Modern e voltada para
É bom frisar que esta característica é apenas para o dispositivos com tela touch.
Windows 8 RT ou Style e estão direcionados para melhorar
o desempenho de aplicativos móveis. Uma busca mais completa e um acesso mais fácil às
O Windows Win32 não tem essa característica e con- configurações
sequentemente os aplicativos já existentes e construídos A ferramenta de busca foi redesenhada, mas continua
para Windows Win32 vão trabalhar da mesma forma, es- simples. Agora esta função está mais eficiente e abrangen-
tarão sendo executados em segundo plano, consumindo te, pois pesquisa na web, em arquivos locais e contas do
memória e processamento, deixando a cargo do usuário SkyDrive. Houve, também, uma mudança em seu compor-
encerrar o aplicativo que mais estiver consumindo recursos tamento. Ao ser chamada no desktop, a busca não redire-
do computador. ciona mais o usuário para a tela inicial e sim, para uma tela
Espero que com estas breves explanações, estejam que se sobrepõe ao desktop com novos resultados.
prontos para instalar o Windows 8 e as ferramentas de de- Com a busca se tornando mais abrangente e integra-
senvolvimento para esta plataforma, pois a intenção neste da ao sistema, a Microsoft trabalha para que seus usuá-
deste tópico é apenas dar uma ideia básica das novidades rio usem o seu buscador, o Bing. Assim, a empresa de Bill
do Windows 8. Gates tenta afastá-los do serviço do Google. Para facilitar
Então para desenvolver alguma aplicação para dispo- ainda mais a customização do dispositivo, a busca também
sitivos móveis que utilizam Windows 8, devemos ter ins- localiza as configurações do sistema.
talados o Windows 8 e também o Visual Studio 2012, que Falando em configuração, o sistema de edição de con-
conta também com a versão Express que é gratuita. Apesar figurações foi melhorado. No Windows 8, era preciso abrir
de não ter sido lançado oficialmente já podemos iniciar o a tela inicial e, em seguida, o Painel de Controle para fazer
desenvolvimento de aplicativos para Windows 8 baixando modificações. Porém, no Windows 8.1 elas estão disponí-
a versão de avaliação do Windows 8 Release Preview, que veis já na tela inicial, sem a necessidade de um passo inter-
será válida até 15 de fevereiro de 2013, o que é suficien- mediário.
te para testar e desenvolver alguns aplicativos. Para baixar
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Uma tela inicial mais personalizável janelas abertas quando alguma operação está sendo reali-
A tela inicial recebeu algumas novas opções que permi- zada – como a cópia ou exclusão de itens – receberam uma
tem personalizá-la. Agora, é possível customizar a tela ini- aparência renovada. Os detalhes sobre essas novidades
cial com mais cores e imagens de fundo. Há a possibilidade, você confere neste artigo.
inclusive, de usar imagens animadas. Além disso, o fundo
do desktop e da tela inicial podem ficar com os seus blocos Ribbon: uma revolução no Explorer
dinâmicos iguais. A mudança mais sentida nesta nova versão do Windo-
Para evitar que os usuários reorganizem a tela por aci- ws Explorer é a alteração da aparência do menu superior
dente ao passar o mouse ou os dedos sobre os blocos dinâ- da tela, nas quais todas as funcionalidades e opções de
micos, a tela inicial possui novos tamanhos de ícones. Eles interação podem ser acessadas. Esta seção do gerenciador
podem ser ordenados facilmente ao clicar com o botão di- é mais comumente chamada de Ribbon.
reito ou, então, ao tocá-lo e segurá-lo. É possível, também,
agrupar muitos ícones ao mesmo tempo para redimensio-
nar, desinstalar ou arranjá-los. Para completar, a edição de
grupos de apps está mais simples. Para não encher a tela
inicial ao instalar um aplicativo da Windows Store, ele não é
adicionado automaticamente à tela inicial.
Internet Explorer 11
Esta nova versão do Windows disponibiliza o Internet
Explorer 11 com diversas melhorias. Entre elas, estão: a ca-
pacidade de abrir até 100 abas simultaneamente por janela,
um processo de troca de abas mais fácil, melhoria do uso
de memória, melhor reconhecimento de toque, uma barra
de endereços melhorada, uma tela de leitura para mostrar
o texto da web de uma forma mais elegante e em tela cheia
para facilitar a leitura dentro do navegador, e muitas outras
funcionalidades.
Além disso, o novo Ribbon possibilitou a apresentação
Windows Explorer de uma gama maior de funcionalidades. Algumas dessas
O Windows Explorer também foi englobado nas mu- funções já estavam presentes nas versões anteriores, mas,
danças e a sua interface ganhou uma nova roupagem. Tanto por elas não estarem tão acessíveis quanto agora, a maior
as telas do gerenciador de pastas e de arquivos quanto as parte das pessoas nem sequer faz ideia da existência delas.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Melhorias no espaço útil das telas O novo Windows Explorer também traz uma barra de
Algumas abas ficam escondidas e só aparecem quando ferramentas de acesso rápido, que permite adicionar os
é selecionado ou aberto algum arquivo que tenha a ver com botões mais utilizados em uma espécie de lista de favoritos
a funcionalidade que ela representa. Um exemplo disso é e que está presente nos programas do Office. A nova ver-
a opção de busca conceitual, que fica oculta e apenas se são do gerenciador de pastas possibilita que você escolha
torna ativa quando você inicia a pesquisa por algum item. onde essa seção será mostrada.
Dessa forma, a tela do Windows Explorer não fica tomada
por botões e categorias que são pouco utilizadas por você. Ajuda e Suporte
Para dar mais espaço para a tela do Windows Explorer, Voce pode acessar a ajuda e suporte do Windows atra-
mesmo com a adição do Ribbon, os desenvolvedores res- vés do menu Arquivo/Ajuda ou clicar no botão Windows e
ponsáveis pelo projeto reavaliaram a localização de outras digitar “ajuda”
funções e seções que diminuem o espaço útil da janela.
*Fonte: http://equipe.nce.ufrj.br/antonio/windows
http://www.devmedia.com.br/windows-8-visao-geral
-e-preparacao-do-ambiente-de-desenvolvimento/26170
(Fonte da imagem: MSDN/Microsoft)
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
MS WORD
Interface
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
ABAS
Os comandos para a edição de nosso texto agora ficam agrupadas dentro destas guias. Dentro destas guias temos os
grupos de ferramentas, por exemplo, na guia Página Inicial, temos “Fonte”, “Parágrafo”, etc., nestes grupos fica visíveis para
os usuários os principais comandos, para acessar os demais comandos destes grupos de ferramentas, alguns destes grupos
possuem pequenas marcações na sua direita inferior .
O Word possui também guias contextuais quando determinados elementos dentro de seu texto são selecionados, por
exemplo, ao selecionar uma imagem, ele criar na barra de guias, uma guia com a possibilidade de manipulação do elemen-
to selecionado.
Salvando Arquivos
É importante ao terminar um documento, ou durante a digitação do mesmo, quando o documento a ser criado é longo,
salvar seu trabalho. Salvar consiste em armazenar seu documento em forma de arquivo em seu computador, pendrive, ou
outro dispositivo de armazenamento. Para salvar seu documento, clique no botão salvar no topo da tela. Será aberta uma
tela onde você poderá definir o nome, local e formato de seu arquivo.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Você pode mudar o local do arquivo a ser salvo, bastando clicar no botão “Procurar” e selecionar o local desejado pela
parte esquerda da janela.
No campo nome do arquivo, o Word normalmente preenche com o título do documento, como o documento não
possui um título, ele pega os primeiros 255 caracteres e atribui como nome, é aconselhável colocar um nome menor e
que se aproxime do conteúdo de seu texto. Até a versão 2003, os documentos eram salvos no formato .DOC, a partir da
versão 2007, os documentos são salvos na versão .DOCX, que não são compatíveis com as versões anteriores. Para poder
salvar seu documento e manter ele compatível com versões anteriores do Word, clique na direita dessa opção e mude para
Documento do Word 97-2003.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Na esquerda da janela, localizamos o botão abrir, observe também que ele mostra uma relação de documentos recen-
tes, nessa área serão mostrados os últimos documentos abertos pelo Word facilitando a abertura. Ao clicar em abrir, será
necessário localizar o arquivo no local onde o mesmo foi salvo.
Caso necessite salvar seu arquivo em outro formato, outro local ou outro nome, clique na aba arquivo e escolha Salvar
Como.
Visualização do Documento
Podemos alterar a forma de visualização de nosso documento. No rodapé a direta da tela temos o controle de Zoom.·. An-
terior a este controle de zoom temos os botões de forma de visualização de seu documento,
que podem também ser acessados pela Aba Exibição.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Onde podemos utilizar um valor de zoom predefinido, ou colocarmos a porcentagem desejada, podemos visualizar
o documento em várias páginas. E finalizando essa aba temos as formas de exibir os documentos aberto em uma mesma
seção do Word.
Configuração de Documentos
Um dos principais cuidados que se deve ter com seus documentos é em relação à configuração da página.
No Word 2013 a ABA que permite configurar sua página é a ABA Layout da Página.
O grupo “Configurar Página”, permite definir as margens de seu documento, ele possui alguns tamanhos pré-definidos,
como também personalizá-las.
Ao personalizar as margens, é possível alterar as margens superior, esquerda, inferior e direita, definir a orientação da
página, se retrato ou paisagem, configurar a fora de várias páginas, como normal, livro, espelho. Ainda nessa mesma janela
temos a guia Papel.
Nesta guia podemos definir o tipo de papel, e fonte de alimentação do papel.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Colunas
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Plano de Fundo da Página Nesta janela podemos definir uma imagem como mar-
ca d’água, basta clicar em Selecionar Imagem, escolher a
imagem e depois definir a dimensão e se a imagem fica-
rá mais fraca (desbotar) e clicar em OK. Como também é
possível definir um texto como marca d’água. O segundo
botão permite colocar uma cor de fundo em seu texto, um
recurso interessante é que o Word verifica a cor aplicada e
automaticamente ele muda a cor do texto.
Selecionando Textos
Embora seja um processo simples, a seleção de tex-
tos é indispensável para ganho de tempo na edição de seu
texto. Através da seleção de texto podemos mudar a cor,
tamanho e tipo de fonte, etc.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Copiar e Colar
O copiar e colar no Word funciona da mesma forma que qualquer outro programa, pode-se utilizar as teclas de atalho
CTRL+C (copiar), CTRL+X (Recortar) e CTRL+V(Colar), ou o primeiro grupo na ABA Página Inicial.
Este é um processo comum, porém um cuidado importante é quando se copia texto de outro tipo de meio como, por
exemplo, da Internet. Textos na Internet possuem formatações e padrões deferentes dos editores de texto. Ao copiar um
texto da Internet, se você precisa adequá-lo ao seu documento, não basta apenas clicar em colar, é necessário clicar na
setinha apontando para baixo no botão Colar, escolher Colar Especial.
Observe na imagem que ele traz o texto no formato HTML. Precisa-se do texto limpo para que você possa manipulá-lo,
marque a opção Texto não formatado e clique em OK.
Localizar e Substituir
Ao final da ABA Inicio temos o grupo edição, dentro dela temos a opção Localizar e a opção Substituir. Clique na opção
Substituir.
A janela que se abre possui três guias, localizar, Substituir e Ir para. A guia substituir que estamos vendo, permite subs-
tituir em seu documento uma palavra por outra. A substituição pode ser feita uma a uma, clicando em substituir, ou pode
ser todas de uma única vez clicando-se no botão Substituir Tudo.
Algumas vezes posso precisar substituir uma palavra por ela mesma, porém com outra cor, ou então somente quando
escrita em maiúscula, etc., nestes casos clique no botão Mais. As opções são:
Pesquisar: Use esta opção para indicar a direção da pesquisa;
Diferenciar maiúsculas de minúsculas: Será localizada exatamente a palavra como foi digitada na caixa localizar.
Palavras Inteiras: Localiza uma palavra inteira e não parte de uma palavra. Ex: Atenciosamente.
Usar caracteres curinga: Procura somente as palavras que você especificou com o caractere coringa. Ex. Se você digitou
*ão o Word vai localizar todas as palavras terminadas em ão.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Semelhantes: Localiza palavras que tem a mesma sonoridade, mas escrita diferente. Disponível somente para palavras
em inglês.
Todas as formas de palavra: Localiza todas as formas da palavra, não será permitida se as opções usar caractere coringa
e semelhantes estiverem marcadas.
Formatar: Localiza e Substitui de acordo com o especificado como formatação.
Especial: Adiciona caracteres especiais à caixa localizar. A caixa de seleção usar caracteres curinga.
Formatação de texto
Um dos maiores recursos de uma edição de texto é a possibilidade de se formatar o texto. No Office 2013 a ABA res-
ponsável pela formatação é a Página Inicial e os grupo Fonte, Parágrafo e Estilo.
Formatação de Fonte
A formatação de fonte diz respeito ao tipo de letra, tamanho de letra, cor, espaçamento entre caracteres, etc., para
formatar uma palavra, basta apenas clicar sobre ela, para duas ou mais é necessário selecionar o texto, se quiser formatar
somente uma letra também é necessário selecionar a letra. No grupo Fonte, temos visível o tipo de letra, tamanho, botões
de aumentar fonte e diminuir fonte, limpar formatação, negrito, itálico, sublinhado, observe que ao lado de sublinhado
temos uma seta apontando para baixo, ao clicar nessa seta, é possível escolher tipo e cor de linha.
Ao lado do botão de sublinhado temos o botão Tachado – que coloca um risco no meio da palavra, botão subscrito e
sobrescrito e o botão Maiúsculas e Minúsculas.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Marcadores e Numeração
Os marcadores e numeração fazem parte do grupo pará-
grafos, mas devido a sua importância, merecem um destaque.
Existem dois tipos de marcadores: Símbolos e Numeração.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A área do cabeçalho é exibida em um retângulo pontilhado, o restante do documento fica em segundo plano. Tudo
o que for inserido no cabeçalho será mostrado em todas as páginas, com exceção se você definiu seções diferentes nas
páginas.
Para aplicar números de páginas automaticamente em seu cabeçalho basta clicar em Números de Página, apenas tome
o cuidado de escolher Inicio da Página se optar por Fim da Página ele aplicará o número da página no rodapé. Podemos
também aplicar cabeçalhos e rodapés diferentes a um documento, para isso basta que ambos estejam em seções diferentes
do documento. O cuidado é ao aplicar o cabeçalho ou o rodapé, desmarcar a opção Vincular ao anterior.
O funcionamento para o rodapé é o mesmo para o cabeçalho, apenas deve-se clicar no botão Rodapé.
Data e Hora
O Word Permite que você possa adicionar um campo de Data e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no grupo
Texto, temos o botão Data e Hora.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Imagens
O primeiro elemento gráfico que temos é o elemen-
to Imagem. Para inserir uma imagem clique no botão com
o mesmo nome no grupo Ilustrações na ABA Inserir. Na
janela que se abre, localize o arquivo de imagem em seu
computador.
A imagem será inserida no local onde estava seu cursor. Dependendo do tamanho da sua tela, o botão de cor-
O que será ensinado agora é praticamente igual para reções pode aparecer diferente.
todos os elementos gráficos, que é a manipulação dos ele-
mentos gráficos. Ao inserir a imagem é possível observar
que a mesma enquanto selecionada possui uma caixa pon-
tilhadas em sua volta, para mover a imagem de local, basta
clicar sobre ela e arrastar para o local desejado, se precisar
redimensionar a imagem, basta clicar em um dos peque- Caso você não veja as guias Formatar ou Ferramentas
nos quadrados em suas extremidades, que são chamados de Imagem, confirme se selecionou uma imagem. Talvez
por Alças de redimensionamento. Para sair da seleção da seja necessário clicar duas vezes na imagem para selecioná
imagem, basta apenas clicar em qualquer outra parte do -la e abrir a guia Formatar.
texto. Ao clicar sobre a imagem, a barra superior mostra as Siga um ou mais destes procedimentos:
configurações de manipulação da imagem. Em Nitidez/Suavização, clique na miniatura desejada.
As miniaturas à esquerda mostram mais nitidez e à direita,
mais suavização.
Em Brilho/Contraste, clique na miniatura desejada. Mi-
niaturas à esquerda mostram menos brilho e à direita, mais
brilho. Miniaturas na parte superior mostram menos con-
Alterar o brilho, contraste ou nitidez de uma imagem traste e na parte inferior, mais contraste.
Você pode ajustar o brilho relativo de uma imagem, Mova o ponteiro do mouse sobre qualquer uma das
seu contraste (a diferença entre suas áreas mais escuras miniaturas para ver a aparência de sua foto antes de clicar
e mais claras) e como nitidez ou desfocado aparece. Estes na opção desejada.
são também denominados correções de imagem. Para ajustar qualquer correção, clique em Opções de
correção de imagem e, em seguida, mova o controle desli-
zante para nitidez, brilho ou contraste ou insira um número
na caixa ao lado do controle deslizante.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Recolorir
Clique duas vezes na imagem que deseja recolorir.
Em Ferramentas de Imagem, clique em Formatar e, no
grupo Ajustar, clique em Cor.
Compactar Imagem
A opção Compactar Imagens permite deixar sua ima-
Clique na miniatura desejada. Você pode mover o pon- gem mais adequada ao editor de textos. Ao clicar nesta
teiro do mouse sobre qualquer efeito para ver como ficará opção o Word mostra a seguinte janela:
sua imagem com esse efeito aplicado antes de clicar no
efeito desejado.
Para usar cores adicionais, incluindo as cores de tema,
cores da guia Padrão ou cores personalizadas, clique em
Mais Variações e, em seguida, clique em Mais Cores. O efei-
to de Recoloração será aplicado usando a cor selecionada.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O Word permite que se insira em seus documentos arquivos gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as opções
de inserção estão disponíveis na ABA Inserir, grupo ilustrações.
Formas
Podemos também adicionar formas ao nosso conteúdo do texto
Para desenhar uma forma, o processo é simples, basta clicar na forma desejada e arrastar o mouse na tela para definir
as suas dimensões. Ao desenhar a sua forma a barra passa a ter as propriedades para modificar a forma.
SmartArt
O SmartArt permite ao você adicionar Organogramas ao seu documento. Basta selecionar o tipo de organograma a ser
trabalhado e clique em OK.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
WordArt
Para finalizarmos o trabalho com elementos gráficos temo os WordArt que já um velho conhecido da suíte Office, ele
ainda mantém a mesma interface desde a versão do Office 97 No grupo Texto da ABA Inserir temos o botão de WorArt
Selecione um formato de WordArt e clique sobre ele.
Será solicitado a digitação do texto do WordArt. Digite seu texto e clique em OK. Será mostrada a barra do WordArt
Um dos grupos é o Texto, nesse grupo podemos editar o texto digitado e definir seu espaçamento e alinhamentos. No
grupo Estilos de WordArt pode-se mudar a forma do WordArt, depois temos os grupos de Sombra, Efeitos 3D, Organizar
e Tamanho.
Agora, o Word está no modo de exibição Marcação Simples. Ele marca todas as alterações feitas por qualquer pessoa
no documento e mostra para você onde elas estão, exibindo uma linha ao lado da margem.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Observe na imagem acima que foi aplicado o estilo Tí- Será mostrado todos os estilos presentes no documento
tulo2 em ambos os textos, mas no de cima como foi clicado em uma caixa à direita. Na parte de baixo da janela existem três
somente no texto, o estilo está aplicado ao parágrafo, na botões, o primeiro deles chama-se Novo Estilo, clique sobre ele.
linha de baixo o texto foi selecionado, então a aplicação do
estilo foi somente no que estava selecionado. Ao clicar no
botão Alterar Estilos é possível acessar a diversas defini-
ções de estilos através da opção Conjunto de Estilos.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Clique na tabela exibida no documento. Caso seja necessário fazer ajustes, você poderá adicionar colunas e linhas em
uma tabela, excluir linhas ou colunas ou mesclar células.
Quando você clica na tabela, as Ferramentas de Tabela são exibidas.
Use as Ferramentas de Tabela para escolher diferentes cores, estilos de tabela, adicionar uma borda a uma página ou
remover bordas de uma tabela. Você pode até mesmo inserir uma fórmula para fornecer a soma de uma coluna ou linha
de números em uma tabela.
Se você tem um texto que ficará melhor em uma tabela, o Word pode convertê-lo em uma tabela.
Inserir tabelas maiores ou tabelas com comportamentos de largura personalizada
Para obter tabelas maiores e mais controle sobre as colunas, use o comando Inserir Tabela.
Assim, você pode criar uma tabela com mais de dez colunas e oito linhas, além de definir o comportamento de largura
das colunas.
Clique em Inserir > Tabela > Inserir Tabela.
Defina o número de colunas e linhas.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Na seção Comportamento de Ajuste Automático, há três opções para configurar a largura das colunas:
Largura fixa da coluna: você pode deixar o Word definir automaticamente a largura das colunas com Automático ou
pode definir uma largura específica para todas as colunas.
Ajustar-se automaticamente ao conteúdo: isso cria colunas muito estreitas que são expandidas conforme você adiciona conteúdo.
Ajustar-se automaticamente à janela: isso mudará automaticamente a largura de toda a tabela para ajustar-se ao ta-
manho de seu documento. Se quiser que as tabelas criadas tenham uma aparência semelhante à da tabela que você está
criando, marque a caixa Lembrar dimensões para novas tabelas.
Você mesmo pode desenhar linhas diagonais e células dentro das células.
Clique em Inserir > Tabela > Desenhar Tabela. O ponteiro é alterado para um lápis.
Desenhe um retângulo para fazer as bordas da tabela. Depois, desenhe linhas para as colunas e linhas dentro do re-
tângulo.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para apagar uma linha, clique na guia Layout de Ferramentas de Tabela, clique em Borracha e clique na linha que você
quer apagar.
ABA Revisão
A ABA revisão é responsável por correção, proteção, comentários etc., de seu documento.
O primeiro grupo Revisão de Texto tem como principal botão o de ortografia e Gramática, clique sobre ele.
O objetivo desta ferramenta e verificar todo o seu documento em busca de erros. Os de ortografia ele marca em ver-
melho e os de gramática em verde. É importante lembrar que o fato dele marcar com cores para verificação na impressão
sairá com as cores normais. Ao encontrar uma palavra considerada pelo Word como errada você pode:
Ignorar uma vez: Ignora a palavra somente nessa parte do texto.
Ignorar Todas: Ignora a palavra quando ela aparecer em qualquer parte do texto.
Adicionar ao dicionário: Adiciona a palavra ao dicionário do Word, ou seja, mesmo que ela apareça em outro texto ela
não será grafada como errada. Esta opção deve ser utilizada quando palavras que existam, mas que ainda não façam parte
do Word.
Alterar: Altera a palavra. Você pode alterá-la por uma palavra que tenha aparecido na caixa de sugestões, ou se você a
corrigiu no quadro superior.
Alterar Todas: Faz a alteração em todas as palavras que estejam da mesma forma no texto.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Índices
Sumário
O Sumário ou Índice Analítico é o mais utilizado, ele normalmente aparece no início de documentos. A principal regra
é que todo parágrafo que faça parte de seu índice precisa estar atrelado a um estilo. Clique no local onde você precisa que
fique seu índice e clique no botão Sumário, localizado na guia referência. Serão mostrados alguns modelos de sumário,
clique em Inserir Sumário.
Será mostrada uma janela de configuração de seu índice. Clique no botão Opções.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Será aberta outra janela, nesta janela aparecem todos os estilos presentes no documento, então é nela que você define
quais estilos farão parte de seu índice. No exemplo apliquei o nível 1 do índice ao estilo Título 1, o nível 2 ao Título 2 e o nível
3 ao Título 3. Após definir quais serão suas entradas de índice clique em OK. Retorna-se a janela anterior, onde você pode
definir qual será o preenchimento entre as chamadas de índice e seu respectivo número de página e na parte mais abaixo,
você pode definir o Formato de seu índice e quantos níveis farão parte do índice. Ao clicar em Ok, seu índice será criado.
Quando houver necessidade de atualizar o índice, basta clicar com o botão direito do mouse em qualquer parte do
índice e escolher Atualizar Campo.
Você pode acessar esse comando rapidamente, adicionando-o à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Para isso,
clique com o botão direito do mouse em Ortografia e Gramática e, em seguida, clique em Adicionar à Barra de Ferramentas
de Acesso Rápido, no menu de atalho.
Quando o programa encontra erros de ortografia, uma caixa de diálogo ou painel de tarefas é exibido mostrando a
primeira palavra incorreta encontrada pelo verificador ortográfico.
Depois que solucionar cada palavra incorreta, o programa sinalizará a próxima palavra incorreta para que você possa
decidir o que fazer.
Apenas no Outlook ou no Word, quando o programa conclui a sinalização de erros ortográficos, ele mostra os erros
gramaticais. Para cada erro, clique em uma opção na caixa de diálogo Ortografia e Gramática.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Clique com o botão direito do mouse em uma palavra Proteger um documento com senha
escrita incorretamente para ver as sugestões de correção. Ajude a proteger um documento confidencial contra
edições indesejadas atribuindo uma senha. Também é pos-
sível evitar que um documento seja aberto.
Clique em Arquivo > Informações > Proteger Docu-
mento > Criptografar com Senha.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Clique em OK.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Localizar ou substituir texto e números em uma DICA: Se você deseja localizar células que correspon-
planilha do Excel para Windows dam a uma formato específico, exclua qualquer critério
Localize e substitua textos e números usando curin- da caixa Localizar e selecione a célula que contenha a
gas ou outros caracteres. Você pode pesquisar planilhas, formatação que você deseja localizar. Clique na seta ao
linhas, colunas ou pastas de trabalho. lado de Formato, clique em Escolher formato da célula e,
Em uma planilha, clique em qualquer célula. em seguida, clique na célula que possui a formatação a
Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Lo- ser pesquisada.
calizar e Selecionar. Siga um destes procedimentos:
Para localizar texto ou números, clique em Localizar
Tudo ou Localizar Próxima.
DICA: Quando você clicar em Localizar Tudo, todas as
ocorrências do critério que você estiver pesquisando serão
listadas, e você poderá ir para uma célula clicando nela na
lista. Você pode classificar os resultados de uma pesqui-
sa Localizar Tudo clicando em um título de coluna.
Para substituir texto ou números, digite os caracteres
Siga um destes procedimentos: de substituição na caixa Substituir por (ou deixe essa caixa
Para localizar texto ou números, clique em Localizar. em branco para substituir os caracteres por nada) e clique
Para localizar e substituir texto ou números, clique em Localizar ou Localizar Tudo.
em Substituir. OBSERVAÇÃO: Se a caixa Substituir por não estiver dis-
Na caixa Localizar, digite o texto ou os números que ponível, clique na guia Substituir.
você deseja procurar ou clique na seta da caixa Locali- Se necessário, você poderá cancelar uma pesquisa em
zar e, em seguida, clique em uma pesquisa recente na andamento pressionando ESC.
lista. Para substituir a ocorrência realçada ou todas as ocor-
Você pode usar caracteres curinga, como um asterisco rências dos caracteres encontrados, clique em Substi-
(*) ou ponto de interrogação (?), nos critérios da pesquisa: tuir ou Substituir tudo.
Use o asterisco para localizar qualquer cadeia de ca- DICA: O Microsoft Excel salva as opções de formata-
racteres. Por exemplo, s*r localizará “ser” e “senhor”. ção que você define. Se você pesquisar dados na planilha
Use o ponto de interrogação para localizar um único novamente e não conseguir encontrar caracteres que você
caractere. Por exemplo, s?m localizará “sim” e “som”. sabe que estão lá, poderá ser necessário limpar as opções
DICA: Você pode localizar asteriscos, pontos de in- de formatação da pesquisa anterior. Na caixa de diálo-
terrogação e caracteres de til (~) nos dados da planilha go Localizar e Substituir, clique na guia Localizar e depois
precedendo-os com um til na caixa Localizar. Por exem- em Opções para exibir as opções de formatação. Clique
plo, para localizar dados que contenham “?”, use ~? como na seta ao lado de Formato e clique em Limpar ‘Localizar
critério de pesquisa. formato’.
Clique em Opções para definir ainda mais a pesquisa
e siga um destes procedimentos: Alterar a largura da coluna e a altura da linha
Para procurar dados em uma planilha ou em uma Em uma planilha, você pode especificar uma largura
pasta de trabalho inteira, na caixa Em, clique em Plani- de coluna de 0 (zero) a 255. Esse valor representa o núme-
lha ou Pasta de Trabalho. ro de caracteres que podem ser exibidos em uma célula
Para pesquisar dados em linhas ou colunas, na cai- formatada com a fonte padrãoTE000127106. A largura de
xa Pesquisar, clique em Por Linhas ou Por Colunas. coluna padrão é 8,43 caracteres. Se a largura da coluna for
Para procurar dados com detalhes específicos, na cai- definida como 0 (zero), a coluna ficará oculta.
xa Examinar, clique em Fórmulas, Valores ou Comentá- Você pode especificar uma altura de linha de 0 (zero)
rios. a 409. Esse valor representa a medida da altura em pontos
OBSERVAÇÃO: As opções Fórmulas, Valores e Co- (1 ponto é igual a aproximadamente 1/72 pol. ou 0,035
mentários só estão disponíveis na guia Localizar, e so- cm). A altura de linha padrão é 12,75 pontos (aproximada-
mente Fórmulas está disponível na guia Substituir. mente 1/6 pol. ou 0,4 cm). Se a altura da linha for definida
Para procurar dados que diferenciam maiúsculas de como 0 (zero), a linha ficará oculta.
minúsculas, marque a caixa de seleção Diferenciar maiús- Se estiver trabalhando no modo de exibição de La-
culas de minúsculas. yout da Página (guia Exibir, grupo Modos de Exibição da
Para procurar células que contenham apenas os ca- Pasta de Trabalho, botão Layout da Página), você poderá
racteres que você digitou na caixa Localizar, marque a cai- especificar uma largura de coluna ou altura de linha em
xa de seleção Coincidir conteúdo da célula inteira. polegadas. Nesse modo de exibição, a unidade de medida
Se você deseja procurar texto ou números que tam- padrão é polegada, mas você poderá alterá-la para centí-
bém tenham uma formatação específica, clique em For- metros ou milímetros (Na guia Arquivo, clique em Opções,
mato e faça as suas seleções na caixa de diálogo Localizar clique na categoria Avançado e, em Exibir, selecione uma
Formato. opção na lista Unidades da Régua).
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Formatar números como moeda OBSERVAÇÃO: A caixa Números negativos não está
Você pode exibir um número com o símbolo de moeda disponível para o formato de número Contábil. O motivo
padrão selecionando a célula ou o intervalo de células e disso é que constitui prática contábil padrão mostrar nú-
clicando em Formato de Número de Contabilização no meros negativos entre parênteses.
grupo Número da guia Página Inicial. (Se desejar aplicar Para fechar a caixa de diálogo Formatar Células, clique
o formato Moeda, selecione as células e pressione Ctr- em OK.
l+Shift+$.) Se o Excel exibir ##### em uma célula depois que você
Alterar outros aspectos de formatação aplicar formatação de moeda em seus dados, isso signifi-
Selecione as células que você deseja formatar. cará que talvez a célula não seja suficientemente larga para
Na guia Página Inicial, clique no Iniciador de Caixa de exibir os dados. Para expandir a largura da coluna, clique
Diálogo ao lado deNúmero. duas vezes no limite direito da coluna que contém as cé-
lulas com o erro #####. Esse procedimento redimensiona
automaticamente a coluna para se ajustar ao número. Você
também pode arrastar o limite direito até que as colunas
fiquem com o tamanho desejado.
Operadores e Funções
A função é um método utilizado para tornar mais fácil
e rápido a montagem de fórmulas que envolvem cálculos
mais complexos e vários valores. Existem funções para os
cálculos matemáticos, financeiros e estatísticos. Por exem-
plo, na função: =SOMA (A1:A10) seria o mesmo que (A1+
A2+A3+A4+A5+A6+A7+A8+A9+A10), só que com a fun-
ção o processo passa a ser mais fácil. Ainda conforme o
exemplo pode-se observar que é necessário sempre iniciar
um cálculo com sinal de igual (=) e usa-se nos cálculos a
referência de células (A1) e não somente valores.
A quantidade de argumentos empregados em uma
função depende do tipo de função a ser utilizada. Os ar-
Na caixa Símbolo, clique no símbolo de moeda dese- gumentos podem ser números, textos, valores lógicos, re-
jado. ferências, etc...
OBSERVAÇÃO: Se desejar exibir um valor monetário
sem um símbolo de moeda, clique em Nenhum.
Na caixa Casas decimais, insira o número de casas de-
cimais desejadas para o número.
Por exemplo, para exibir R$138.691 em vez de colo-
car R$ 138.690,63 na célula, insira 0 na caixa Casas deci-
mais. Conforme você faz alterações, preste atenção ao nú-
mero na caixa Amostra. Ela mostra como a alteração das
casas decimais afetará a exibição de um número.
Na caixa Números negativos selecione o estilo de exi-
bição que você deseja usar para números negativos.
Se não quiser usar as opções existentes para exibir nú-
meros negativos, você pode criar seu próprio formato de
número.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Operadores
Operadores são símbolos matemáticos que permitem fazer cálculos e comparações entre as células. Os operadores são:
Dados
2
5
Fórmula Descrição Resultado
‘=A2+A3 Adiciona os valores nas células A1 e A2 =A2+A3
‘=A2-A3 Subtrai o valor na célula A2 do valor em A1 =A2-A3
‘=A2/A3 Divide o valor na célula A1 pelo valor em A2 =A2/A3
‘=A2*A3 Multiplica o valor na célula A1 pelo valor em A2 =A2*A3
Eleva o valor na célula A1 ao valor exponencial especificado em
‘=A2^A3 =A2^A3
A2
Fórmula Descrição Resultado
‘=5+2 Adiciona 5 e 2 =5+2
‘=5-2 Subtrai 2 de 5 =5-2
‘=5/2 Divide 5 por 2 =5/2
‘=5*2 Multiplica 5 vezes 2 =5*2
‘=5^2 Eleva 5 à segunda potência =5^2
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Faça o seguinte: selecione a célula que contém o valor desejado ou digite sua referência de célula.
Você pode fazer referência a uma única célula, a um intervalo de células, a um local em outra planilha ou a um local em
outra pasta de trabalho.
Ao selecionar um intervalo de células, você pode arrastar a borda da seleção da célula para mover a seleção ou arrastar
o canto da borda para expandir a seleção.
1. A primeira referência de célula é B3, a cor é azul e o intervalo de células tem uma borda azul com cantos quadrados.
2. A segunda referência de célula é C3, a cor é verde e o intervalo de célula tem uma borda verde com cantos quadra-
dos.
OBSERVAÇÃO : Se não houver um canto quadrado em uma borda codificada por cor, significa que a referência está
relacionada a um intervalo nomeado.
Pressione Enter.
DICA : Você também pode inserir uma referência a um intervalo ou célula nomeada.
Exemplo
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fórmulas
mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2 e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras das colu-
nas para ver todos os dados. Use o comando Definir Nome (guia Formulas, grupo Nomes Definidos) para definir “Ativos”
(B2:B4) e “Passivos” (C2:C4).
63
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Se você estiver familiarizado com as categorias de função, também poderá selecionar uma categoria.
Se você não tiver certeza de qual função usar, poderá digitar uma pergunta que descreva o que deseja fazer, na cai-
xa Procure por uma função (por exemplo, “adicionar números” retorna a função SOMA).
Na caixa Selecione uma função, selecione a função que deseja utilizar e clique em OK.
Nas caixas de argumento que forem exibidas para a função selecionada, insira os valores, as cadeias de caracteres de
texto ou referências de célula desejadas.
Em vez de digitar as referências de célula, você também pode selecionar as células que deseja referenciar. Clique em
para expandir novamente a caixa de diálogo.
Depois de concluir os argumentos para a fórmula, clique em OK.
DICA : Se você usar funções frequentemente, poderá inserir suas fórmulas diretamente na planilha. Depois de digitar o sinal de
igual (=) e o nome da função, poderá obter informações sobre a sintaxe da fórmula e os argumentos da função pressionando F1.
Exemplos
Copie a tabela para a célula A1 em uma planilha em branco no Excel para trabalhar com esses exemplos de fórmulas
que usam funções.
Dados
5 4
2 6
3 8
7 1
Fórmula Descrição Resultado
‘=SOMA(A:A) Adiciona todos os números na coluna A =SOMA(A:A)
‘=MÉDIA(A1:B4) Calcula a média de todos os números no intervalo A1:B4 =MÉDIA(A1:B4)
Função Soma
A função soma , uma das funções matemáticas e trigonométricas, adiciona os valores. Você pode adicionar valores
individuais, referências de células ou intervalos ou uma mistura de todos os três.
Sintaxe: SOMA(número1,[número2],...)
Por exemplo:
=SOMA(A2:A10)
= SOMA(A2:A10, C2:C10)
64
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Soma rápida com a barra de Status Use o Assistente de AutoSoma para rapidamente os
Se você quiser obter rapidamente a soma de um inter- intervalos contíguos de soma
valo de células, tudo o que você precisa fazer é selecionar o A caixa de diálogo de AutoSoma também permite que
intervalo e procure no lado inferior direito da janela do Excel. você selecione outras funções comuns, como:
Média
Contar números
Máx
Min
Mais funções
Exemplo 2 – AutoSoma verticalmente
Barra de Status
Esta é a barra de Status e exibe as informações sobre
tudo o que você selecionou, se você tiver uma única célula
ou várias células. Se você com o botão direito na barra de AutoSoma verticalmente
Status de uma caixa de diálogo do recurso será pop-out O Assistente de AutoSoma detectou automatica-
exibindo todas as opções que você pode selecionar. Obser- mente células B2: B5 como o intervalo a serem soma-
ve que ele também exibe valores para o intervalo selecio- dos. Tudo o que você precisa fazer é pressione Enter para
nado se você tiver esses atributos marcados. confirmá-la. Se você precisar adicionar/excluir mais cé-
lulas, você pode manter a tecla Shift > tecla de direção
Usando o Assistente de AutoSoma da sua escolha até que corresponde à sua seleção dese-
A maneira mais fácil de adicionar uma fórmula de soma jado e pressione Enter quando terminar. Guia de função
à sua planilha é usar o Assistente de AutoSoma. Selecione Intellisense: a soma (Número1, [núm2]) flutuantes marca
uma célula vazia diretamente acima ou abaixo do intervalo abaixo a função é o guia de Intellisense. Se você clicar
que você quer somar e nas guias página inicial ou fórmula no nome de função ou soma, ele se transformará em um
na faixa de opções, pressione AutoSoma > soma. O Assis- hiperlink azul, que o levará para o tópico de ajuda para
tente de AutoSoma automaticamente detecta o intervalo essa função. Se você clicar nos elementos de função indi-
para ser somados e criar a fórmula para você. Ele também vidual, as peças representantes na fórmula serão realça-
pode trabalhar horizontalmente se você selecionar uma das. Nesse caso somente B2: B5 seria realçadas como há
célula para a esquerda ou à direita do intervalo a serem apenas uma referência numérica nesta fórmula. A marca
somados. de Intellisense será exibido para qualquer função.
Exemplo 3 – AutoSoma horizontalmente
65
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Práticas Recomendadas
Esta seção aborda algumas práticas recomendadas
para trabalhar com as funções soma. Grande parte desse
pode ser aplicada a trabalhar com outras funções também.
♣ a = 1 + 2 ou = A + B Method – enquanto você pode
inserir = 1 + 2 + 3 ou = A1 + B1 + C2 e obter resultados
totalmente precisos, esses métodos estão sujeitos a erros
por vários motivos:
Erros de digitação – Imagine tentando inserir valores
mais e/ou muito maiores assim:
= 14598.93 + 65437.90 + 78496.23
66
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
SOMA ignora valores de texto É igualmente erro sujeitos ao inserir ou excluir linhas
#REF! Erro de excluir linhas ou colunas dentro do intervalo referenciada pelas mesmas razões. É
muito melhor usar intervalos individuais, como:
=SOMA(A1:A3,B1:B3)
Qual será atualizada ao adicionar ou excluir linhas.
Usando operadores matemáticos com soma
Digamos que você deseja aplicar uma porcentagem
de desconto para um intervalo de células que você já so-
mados.
= SOMA(A2:A14) *-25%
Resultará em 25% do intervalo somado, entretanto,
que rígido códigos a 25% da fórmula, e pode ser difícil
= Style A + B fórmulas não os atualizará ao adicionar encontrar mais tarde se precisar alterá-lo. É muito melhor
linhas ou colunas colocar os 25% em uma célula e referenciando que em vez
disso, onde ele está check-out em Abrir e facilmente alte-
Se você inserir uma linha ou coluna, a fórmula não será rados, assim:
atualizada para incluir a linha adicionada, onde uma função = SOMA(A2:A14) * E2
soma atualizará automaticamente (contanto que você não Dividir em vez de multiplicar você simplesmente subs-
estiver fora do intervalo referenciado na fórmula). Isso é es-
titua a “*” com “/”: = SOMA(A2:A14)/E2
pecialmente importante se você esperar sua fórmula para
Adicionando ou retirando de uma soma
atualizar e não, como ele deixará incompletos resultados
i. você pode facilmente adicionar ou subtrair de uma
que você não pode capturar.
soma usando + ou - assim:
= SOMA(A1:A10) + E2
= SOMA(A1:A10)-E2
SOMA 3D
Às vezes você precisa somar uma determinada célula
em várias planilhas. Pode ser tentador clique em cada pla-
nilha e a célula desejada e use apenas «+» para adicionar a
SOMA com referências de célula individuais versus in- célula valores, mas que é entediante e pode ser propensa,
tervalos muito mais assim que apenas tentando construir uma fór-
Usando uma fórmula como: mula que faz referência apenas uma única folha.
=SOMA(A1,A2,A3,B1,B2,B3) i = Planilha1! A1 + Plan2! A1 + Planilha3! A1
67
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
= SOMA(Sheet1:Sheet3! A1)
Qual somará a célula A1 em todas as planilhas da pla-
nilha 1 para a planilha 3.
Isso é especialmente útil em situações em que você
tem uma única folha para cada mês ( janeiro a dezembro) e
você precisa total-las em uma planilha de reSOMAo.
=SE(C2=”Sim”;1,2)
No exemplo acima, a célula D2 diz: SE(C2 = Sim, a fór-
mula retorna um 1 ou um 2)
= SOMA(January:December! A2)
Qual somará célula A2 em cada planilha de janeiro a
dezembro.
Observação: se suas planilhas tem espaços em seus
nomes, como “Janeiro vendas”, então você precisa usar um
apóstrofo ao fazer referência os nomes de planilha em uma
fórmula:
= SOMA(‘January Sales:December Sales’! A2)
SOMA com outras funções
Absolutamente, você pode usar soma com outras fun-
ções. Aqui está um exemplo que cria um cálculo da média
mensal:
=SE(C2=1;”Sim”;”Não”)
Neste exemplo, a fórmula na célula D2 diz: SE(C2 = 1, a
fórmula retorna Sim e, caso contrário, retorna Não)
Como você pode ver, a função SE pode ser usada
para avaliar texto e valores. Ela também pode ser usada
para avaliar erros. Você não está limitado a verificar ape-
nas se um valor é igual a outro e retornar um único resul-
tado; você também pode usar operadores matemáticos e
=SOMA(A2:L2)/COUNTA(A2:L2) executar cálculos adicionais dependendo de seus critérios.
Que usa a soma de A2:L2 dividido pela contagem de Também é possível aninhar várias funções SE juntas para
células não vazias em A2:L2 (maio a dezembro estão em realizar várias comparações.
branco).
OBSERVAÇÃO : Se você for usar texto em fórmulas, será
preciso quebrar o texto entre aspas (por exemplo, “Texto”).
A única exceção é usar VERDADEIRO ou FALSO que o Excel
reconhece automaticamente.
68
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Introdução
Mais exemplos de SE
=SE(E7=”Sim”;F5*0,0825;0)
Neste exemplo, a fórmula em F7 está dizendo SE(E7 =
“Sim”, calcule o Valor Total em F5 * 8,25%, caso contrário,
nenhum Imposto sobre Vendas é cobrado, retorne 0)
= SE(C2>B2,C2-B2,0)
Na ilustração acima, em vez de retornar um resultado
de texto, vamos retornar um cálculo matemático. A fórmula
em E2 está dizendo SE(Valor real for maior que o Valor or-
çado, subtraia o Valor orçado do Valor real, caso contrário,
não retorne nada).
69
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Sintaxe
SOMASE(intervalo, critérios, [intervalo_soma])
A sintaxe da função SOMASE tem os seguintes argu-
mentos:
intervalo Necessário. O intervalo de células a ser ava-
Em casos onde uma simples função SE tem apenas dois liada por critérios. Células em cada intervalo devem ser nú-
resultados (Verdadeiro ou Falso), as funções se aninhadas meros ou nomes, matrizes ou referências que contenham
SE podem ter de 3 a 64 resultados. números. Valores em branco e texto são ignorados. O inter-
=SE(D2=1;”SIM”;SE(D2=2;”Não”;”Talvez”)) valo selecionado pode conter datas no formato padrão do
Na ilustração acima, a fórmula em E2 diz: SE(D2 é igual Excel (exemplos abaixo).
a 1, retorne “Sim”, caso contrário, SE(D2 é igual a 2, retorne critérios Obrigatório. Os critérios na forma de um
“Não”, caso contrário, retorne “Talvez”). número, expressão, referência de célula, texto ou função
que define quais células serão adicionadas. Por exemplo,
CONT.SE os critérios podem ser expressos como 32, “>32”, B5, “32”,
Use CONT.SE, uma das funções estatísticas, para con- “maçãs” ou HOJE().
tar o número de células que atendem a um critério; por IMPORTANTE : Qualquer critério de texto ou qualquer
exemplo, para contar o número de vezes que uma cidade critério que inclua símbolos lógicos ou matemáticos deve
específica aparece em uma lista de clientes. estar entre aspas duplas (“). Se os critérios forem numéri-
cos, as aspas duplas não serão necessárias.
Sintaxe intervalo_soma Opcional. As células reais a serem adi-
CONT.SE(intervalo, critério) cionadas, se você quiser adicionar células diferentes das
Por exemplo: especificadas no argumento intervalo. Se o argumento in-
tervalo_soma for omitido, o Excel adicionará as células es-
=CONT.SE(A2:A5;”maçãs”)
pecificadas no argumento intervalo (as mesmas células às
=CONT.SE(A2:A5,A4)
quais os critérios são aplicados).
70
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Você pode usar os caracteres curinga – o ponto de interrogação (?) e o asterisco (*) – como o argumento critérios. O
ponto de interrogação corresponde a qualquer caractere único; o asterisco corresponde a qualquer sequência de caracte-
res. Para localizar um ponto de interrogação ou asterisco real, digite um til (~) antes do caractere.
Comentários
A função SOMASE retorna valores incorretos quando você a utiliza para corresponder cadeias de caracteres com mais
de 255 caracteres ou para a cadeia de caracteres #VALOR!.
O argumento intervalo_soma não precisa ter o mesmo tamanho e forma que o argumento intervalo. As células reais
adicionadas são determinadas pelo uso da célula na extremidade superior esquerda do argumentointervalo_soma como a
célula inicial e, em seguida, pela inclusão das células correspondentes em termos de tamanho e forma no argumento in-
tervalo. Por exemplo:
Porém, quando os argumentos intervalo e intervalo_soma na função SOMASE não contêm o mesmo número de células,
o recálculo da planilha pode levar mais tempo do que o esperado.
Exemplo
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fórmulas
mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2 e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras das colunas
para ver todos os dados.
Dados
10
7
9
27
2
Fórmula Descrição Resultado
=MÁXIMO(A2:A6) Maior valor no intervalo A2:A6. 27
=MÁXIMO(A2:A6; 30) Maior valor no intervalo A2:A6 e o valor 30. 30
71
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Dados
10
7
9
27
2
Fórmula Descrição Resultado
=MÍNIMO(A2:A6) O menor dos números no intervalo A2:A6. 2
=MIN(A2:A6;0) O menor dos números no intervalo A2:A6 e 0. 0
Média
Calcula a média aritmética de uma seleção de valores.
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade na linha de valores máximos E17 e monte a seguinte
função =MEDIA(E4:E13). Com essa função estamos buscando no intervalo das células E4 à E13 qual é valor máximo encon-
trado.
Mesclar células
A mesclagem combina duas ou mais células para criar uma nova célula maior. Essa é uma excelente maneira de criar
um rótulo que se estende por várias colunas. Por exemplo, aqui, as células A1, B1 e C1 foram mescladas para criar o rótulo
“Vendas Mensais” e descrever as informações nas linhas de 2 a 7.
72
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
DICAS :
Use as opções nas guias Design e Formatar para perso-
nalizar a aparência do gráfico.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Se você não vir essas guias, adicione as Ferramentas Clique em uma célula na lista ou tabela que contém os
de gráfico à faixa de opções clicando em qualquer lugar dados que serão usados na Tabela Dinâmica.
no gráfico. Na guia Inserir, clique em Tabela Dinâmica Recomen-
Criar uma Tabela Dinâmica no Excel para analisar dada.
dados da planilha
A capacidade de analisar todos os dados da planilha
pode ajudar você a tomar decisões de negócios melhores.
Porém, às vezes é difícil saber por onde começar, espe-
cialmente quando há muitos dados. O Excel pode ajudar,
recomendando e, em seguida, criando automaticamente
Tabelas Dinâmicas que são um excelente recurso para re-
SOMAir, analisar, explorar e apresentar dados. Por exem-
plo, veja uma lista simples de despesas:
Aqui estão os mesmos dados reSOMAidos em uma Ta- Criar uma Tabela Dinâmica manualmente
bela Dinâmica: Se você sabe como organizar seus dados, pode criar
uma Tabela Dinâmica manualmente.
Abra a pasta de trabalho onde você deseja criar a Ta-
bela Dinâmica.
Clique em uma célula na lista ou tabela que contém os
dados que serão usados na Tabela Dinâmica.
Na guia Inserir, clique em Tabela Dinâmica.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Na planilha, os seus dados devem estar envolvidos por uma linha tracejada. Se não estiverem, clique e arraste para
selecionar os dados. Quando você fizer isso, a caixa Tabela/Intervalo será preenchida automaticamente com o intervalo de
células selecionado.
Em Escolher onde deseja que o relatório de tabela dinâmica seja colocado, escolha Nova planilha para colocar a Tabela
Dinâmica em uma nova guia de planilha. Se preferir, clique em Planilha existente e clique na planilha para especificar o local.
DICA : Para analisar várias tabelas em uma Tabela Dinâmica, marque a caixaAdicionar estes dados ao Modelo de Dados.
Clique em OK.
Na Lista de Campos da Tabela Dinâmica, siga um destes procedimentos:
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
76
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Adicionar ou alterar a cor do plano de fundo das Para utilizar uma cor personalizada, clique em Mais Co-
células res, e em seguida, na caixa de diálogo Cores, selecione a
É possível realçar dados em células utilizando Cor de cor desejada.
preenchimento para adicionar ou alterar a cor do plano de DICA : Para aplicar a cor selecionada mais recentemen-
fundo ou padrão das células. Veja como: te, clique em Cor de Preenchimento . Você também
Selecione as células que deseja realçar. encontrará até 10 cores personalizadas selecionadas mais
DICAS : Para utilizar uma cor de fundo diferente para recentemente em Cores recentes.
a planilha inteira, clique no botão Selecionar Tudo. Isso Aplicar um padrão ou efeitos de preenchimento.
irá ocultar as linhas de grade, mas é possível melhorar a Quando você deseja algo mais do que apenas um
legibilidade da planilha exibindo bordas ao redor de to- preenchimento de cor sólida, experimente aplicar um pa-
das as células. drão ou efeitos de preenchimento.
Selecione a célula ou intervalo de células que deseja
formatar.
Clique em Página Inicial > iniciador da caixa de diálo-
go Formatar Células ou pressione Ctrl + Shift + F.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Principais atalhos
CTRL+Menos (-) — Exibe a caixa de diálogo Excluir
para excluir as células selecionadas.
CTRL+; — Insere a data atual.
CTRL+` — Alterna entre a exibição dos valores da célu-
la e a exibição de fórmulas na planilha.
Para utilizar um padrão com duas cores, selecione uma CTRL+’ — Copia uma fórmula da célula que está acima
cor na caixa Cor do Padrão e, em seguida, selecione um da célula ativa para a célula ou a barra de fórmulas.
padrão na caixa Estilo do Padrão. CTRL+1 — Exibe a caixa de diálogo Formatar Células.
Para utilizar um padrão com efeitos especiais, clique CTRL+2 — Aplica ou remove formatação em negrito.
em Efeitos de Preenchimento, e, em seguida, selecione as CTRL+3 — Aplica ou remove formatação em itálico.
opções desejadas. CTRL+4 — Aplica ou remove sublinhado.
DICA : Na caixa Amostra, é possível visualizar o plano CTRL+5 — Aplica ou remove tachado.
de fundo, o padrão e os efeitos de preenchimento selecio- CTRL+6 — Alterna entre ocultar objetos, exibir objetos
nados. e exibir espaços reservados para objetos.
Remover cores de célula, padrões, ou efeitos de preen- CTRL+8 — Exibe ou oculta os símbolos de estrutura
chimento de tópicos.
Para remover quaisquer cores de fundo, padrões ou CTRL+9 — Oculta as linhas selecionadas.
efeitos de preenchimento das células, basta selecioná-las. CTRL+0 — Oculta as colunas selecionadas.
Clique em Página Inicial > seta ao lado de Cor de Preenchi- CTRL+A — Seleciona a planilha inteira. Se a planilha
mento, e então selecione Sem Preenchimento. contiver dados, este comando seleciona a região atual.
Pressionar CTRL+A novamente seleciona a região atual e
suas linhas de reSOMAo. Pressionar CTRL+A novamente
seleciona a planilha inteira.
CTRL+SHIFT+A — Insere os nomes e os parênteses do
argumento quando o ponto de inserção está à direita de
um nome de função em uma fórmula.
CTRL+N — Aplica ou remove formatação em negrito.
CTRL+C — Copia as células selecionadas.
CTRL+C (seguido por outro CTRL+C) — exibe a Área
Imprimir cores de célula, padrões ou efeitos de preen- de Transferência.
chimento em cores CTRL+D — Usa o comando Preencher Abaixo para co-
Se as opções de impressão estiverem definidas piar o conteúdo e o formato da célula mais acima de um
como Preto e branco ouQualidade de rascunho — seja intervalo selecionado nas células abaixo.
propositalmente ou porque a pasta de trabalho contém CTRL+F — Exibe a caixa de diálogo Localizar e Substi-
planilhas e gráficos grandes ou complexos que resultaram tuir com a guia Localizar selecionada.
na ativação automática do modo de rascunho — não será SHIFT+F5 — Também exibe essa guia, enquanto SHIF-
possível imprimir as células em cores. Veja aqui como re- T+F4 repete a última ação de Localizar.
solver isso: CTRL+SHIFT+F — Abre a caixa de diálogo Formatar
Clique em Layout da Página > iniciador da caixa de diá- Células com a guia Fonte selecionada.
logo Configurar Página. CTRL+G — Exibe a caixa de diálogo Ir para. (F5 tam-
bém exibe essa caixa de diálogo.)
CTRL+H — Exibe a caixa de diálogo Localizar e Substi-
tuir com a guia Substituir selecionada.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Fórmulas básicas
As primeiras fórmulas aprendidas na escola são as de adição, subtração, multiplicação e divisão. No Excel não é dife-
rente.
Função Se
Essa função trata das condições de valores solicitados. Para que entenda, se você trabalhar em uma loja que precisa
saber se os produtos ainda estão no estoque ou precisam de mais unidades, essa é uma excelente ferramenta. Veja por que:
*Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/informatica/artigos/71948/23-formulas-e-atalhos-que-vao-facilitar-sua-
vida-no-excel#ixzz48neY9XBW
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Adicionar texto
Selecione um espaço reservado para texto e comece
a digitar.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Adicionar imagens
Na guia Inserir, siga um destes procedimentos:
Para inserir uma imagem que está salva em sua unidade local ou em um servidor interno, escolha Imagens, procure a
imagem e escolha Inserir.
Para inserir uma imagem da Web, escolha Imagens Online e use a caixa de pesquisa para localizar uma imagem.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Se você não estiver no primeiro slide e desejar começar do ponto onde está, clique em Do Slide Atual.
Se você precisar fazer uma apresentação para pessoas que não estão no local onde você está, clique em Apresentar
Online para configurar uma apresentação pela Web e escolher uma das seguintes opções:
Apresentar-se online usando o Office Presentation Service
Iniciar uma apresentação online no PowerPoint usando o Skype for Business
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Em seguida, ao incluir conteúdo nos slides, você pode escolher os layouts de slide mais adequados ao conteúdo, como
mostrado aqui no Modo de Exibição Normal.
O diagrama a seguir mostra as várias partes de um layout que você pode incluir em um slide do PowerPoint.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para acessar o modo de exibição de Slide mestre, na guia Exibição, localizamos o bloco Modos de Exibição Mestre.
Quando você edita o slide mestre, todos os slides que seguem aquele mestre conterá essas alterações. No entanto, a
maioria das alterações feitas serão provavelmente ser os layouts de slide relacionada ao mestre.
Quando fizer alterações em layouts e o slide mestre no modo de exibição de Slide mestre, outras pessoas que traba-
lham na sua apresentação (no modo de exibição Normal) não podem excluir acidentalmente ou editar que você já fez.
Dica final: é recomendável editar o slide mestre e os layouts antes de começar a criar os slides individuais. Dessa ma-
neira, todos os slides adicionados à sua apresentação se basearão em suas edições personalizadas. Se você editar o slide
mestre ou os layouts após criar cada slide, precisará aplicar novamente os layouts alterados aos slides da apresentação no
modo de exibição Normal. Caso contrário, as alterações não aparecerão nos slides.
Temas
Um tema é uma paleta de cores, fontes e efeitos especiais (como sombras, reflexos, efeitos 3D e muito mais) que com-
plementar uns com os outros. Um designer competente criado cada tema no PowerPoint. Podemos disponibilizar esses
temas predefinidos na guia Design na exibição Normal.
Todos os temas usados em sua apresentação incluem um slide mestre e um conjunto de layouts relacionados. Se você
usar mais de um tema na apresentação, terá mais de um slide mestre e vários conjuntos de layouts.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para Pressione
Aplicar negrito ao texto
Ctrl+B
selecionado.
Altere o tamanho da fonte do
ALT + C, F e, em seguida, S
texto selecionado.
Altere o zoom do slide. ALT + W, P
Recorte o texto selecionado,
Ctrl+X
objeto ou slide.
Copie o texto selecionado,
Ctrl+C
objeto ou slide.
Colar recortado ou copiado
Ctrl+V
texto, objetos ou slide.
Desfazer a última ação. Ctrl+Z
Salve a apresentação. Ctrl+B
Inserir uma imagem. ALT + N, P
Inserir uma forma. ALT + H, S e H
Selecione um tema. ALT + G, H
Selecione um layout de slide. ALT + H, L
Ir para o próximo slide. Page Down
Vá para o slide anterior. Page Up
Vá para a guia página inicial. Alt+C
Mover para a guia Inserir. ALT+T
Inicie a apresentação de slides. ALT + S, B
Encerre a apresentação de Painel com scorecard e mapa estratégico;
slides. perguntas
Feche o PowerPoint. ALT + F, X
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
92
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Continuamos o trabalho de dez (10) anos da Comuni- Assim, daqui a 100 anos ou mais, certamente será pos-
dade OpenOffice.org; sível abrir documentos armazenados em ODF, o que pode não
Fomos criados com a crença de que a cultura gerada em ocorrer com arquivos binários e proprietários, que podem se
uma organização independente agrega que há de melhor nos transformar em verdadeiros hieróglifos, cujo código pode não
desenvolvedores e provê aos clientes o que há de melhor em ser acessível em alguns anos.
software; Paralelamente, o padrão ODF possibilita a concorrência,
Somos abertos a quem quiser colaborar com as nossas ati- pois permite adquirir software de mais de um fornecedor, já que
vidades, dentro de nossos valores básicos; o formato não é propriedade de uma empresa.
Aceitamos colaboração corporativa, por exemplo, para nos Também possibilita que as pessoas tenham comunicabi-
ajudar no custeio de colaboradores dentro da comunidade. lidade e interoperabilidade na troca de documentos. Obvia-
Pelos motivos aqui elencados, doravante adotaremos LibreOf- mente, quando se usa um padrão aberto a sociedade é o maior
fice.org para nos referimos ao pacote, salvo menção em contrário. beneficiário já que o texto digitado poderá ser lido por vários
programas.
Formato Open Document Vários governos estão aprovando a preferência pelo uso de
O openDocument 1.0 foi publicado pelo grupo OASIS formatos abertos para trocar informações e textos. O ODF é o
(“Organization for the Advancement of Structured Information formato escolhido para documentos pela Comunidade Europeia.
Standards”), como um padrão aberto e padronizado. Portanto, várias outras empresas e instituições estão ado-
ODF significa Open Document Format (Formato de docu- tando ou estudando adotar o formato ODF para escrever docu-
mento aberto) e é um conjunto de regras para a criação de mentos. Ou, pelo menos, suportar em seus programas, evitando
diversos tipos de arquivos. o favorecimento de qualquer fornecedor.
O ODF surgiu quando a Sun Microsystemas comprou a Star É importante lembrar que os formatos de empresas como a
Division, que fabricava a suíte Star Office, e iniciou o projeto do Microsoft ( .doc, docx, .xls, xlsx, .ppt, pptx) são fechados, proprie-
OpenOffice. Na época, foi criado um subcomitê na OASIS, que tários, e seguem unicamente os desejos e prioridades daquela
incluiu profissionais de software livre e de empresas privadas, empresa. E que, evidentemente, o monopólio mundial de soft-
para trabalhar com armazenamento de documentos, baseado ware é contrário ao padrão aberto. Assim, essas empresas ten-
na linguagem aberta XML (eXtensible Markup Language) e tem tam impedir que os governos, instituições e quaisquer pessoas
suporte em pacotes como OpenOffice / Br-Office.org, StarOffi- ou empresas adotem o padrão ODF.
ce, KOffice e IBM WorkPlace.
Assim, qualquer empresa pode desenvolver produtos com Abrir um arquivo do Microsoft Office
base nesse padrão e atualmente há mais de 40 aplicativos que Escolha Arquivo - Abrir. Selecione um arquivo do Microsoft
podem manipular o ODF. Office na caixa de diálogo do LibreOffice.
Como o ODF é um conjunto de especificações, para cada O arquivo do MS Office... ...será aberto no módulo
situação é utilizada uma parte delas. Assim, se aplica a docu- do LibreOffice
mentos de texto, gerando o formato odt, de cálculo (extensão MS Word, *.doc, *.docx = LibreOffice Writer
ods) e de apresentações ( terminação odp). MS Excel, *.xls, *.xlsx = LibreOffice Calc
É norma ISO 26300 e ABNT NBR-26300. MS PowerPoint, *.ppt, *.pps, *.pptx = LibreOffice Impress
93
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
LIBREOFFICE WRITER
O Writer é um aplicativo de processamento de texto que lhe permite criar documentos, como cartas, currículos, li-
vros ou formulários online. Alternativa gratuita e open source ao tradicional pacote Microsoft Office. Surgido a partir de
um fork do OpenOffice, o LibreOffice traz soluções completas para edição de texto, criação de planilhas, apresentações de
slides, desenhos, base de dados e ainda fórmulas matemáticas.
O Writer do LibreOffice suporta os seguintes formatos: ODT, OTT, SXW, STW, DOC (Word), DOCX (Word 2007), RTF,
SDW, VOR, TXT, HTML, PDB, XML, PSW e UOT.
Layout
O Writer aparece sob a forma de uma janela genérica de documento em branco, a tela de edição, que é composta por
vários elementos:
Barra de Título: Apresenta o nome do arquivo e o nome do programa que está sendo usado nesse momento. Usando-
se os 3 botões no canto superior direito pode-se minimizar, maximizar / restaurar ou fechar a janela do programa.
Barra de Menus: Apresenta os menus suspensos onde estão as listas de todos os comandos e funções disponíveis do programa.
Barra de Formatação: Apresenta os atalhos que dão forma e cor aos textos e objetos.
Área para trabalho: Local para digitação de texto e inserção de imagens e sons.
Barra de Status: Apresenta o número de páginas / total de páginas, o valor percentual do Zoom
e a função inserir / sobrescrever está na parte inferior e central da tela.
Réguas: Permite efetuar medições e configurar tabulações e recuos.
Barra de menus
Arquivo
Esses comandos se aplicam ao documento atual, abre um novo documento ou fecha o aplicativo.
-Novo:
Cria um novo documento do LibreOffice.
Escolha Arquivo - Novo
Ícone Novo na Barra de ferramentas (o ícone mostra o tipo do novo documento)
Novo
94
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Tecla Ctrl+N
Para criar um documento a partir de um modelo, escolha Novo - Modelos.
Um modelo é um arquivo que contém os elementos de design para um documento, incluindo estilos de formatação,
planos de fundo, quadros, figuras, campos, layout de página e texto.
- Abrir
Abre ou importa um arquivo.
Escolha Arquivo - Abrir
Ctrl+O
Na Barra de ferramentas, clique em
Abrir arquivo
Locais: Mostra os locais favoritos. Por exemplo, os atalhos das pastas locais ou remotas.
Área de exibição: Mostra os arquivos e pastas existentes em que você está. Para abrir um arquivo, selecione-o e clique
em Abrir.
Para abrir mais de um documento ao mesmo tempo, cada um em sua própria janela, pressione a tecla Ctrl ao clicar
nos arquivos e, em seguida, clique em Abrir.
Para classificar os arquivos, clique em um cabeçalho de coluna. Para inverter a ordem de classificação, clique novamente.
Para excluir um arquivo, clique com o botão direito do mouse sobre ele e, em seguida, escolha Excluir.
Para renomear um arquivo, dê um clique com o botão direito do mouse sobre ele e, em seguida, escolha Renomear.
Nome do arquivo: Insira um nome de arquivo ou um caminho para o arquivo. Você também pode inserir um URL que
começa com o nome de protocolo ftp, http, ou https.
Caso deseje, utilize caracteres curinga na caixa Nome do arquivo para filtrar a lista de arquivos exibida.
Por exemplo, para listar todos os arquivos de texto em uma pasta, insira o caractere asterisco (*) com a extensão de
arquivo de texto (*.txt) e, em seguida, clique em Abrir. Utilize o caractere curinga ponto de interrogação (?) para repre-
sentar qualquer caractere, como em (??3*.txt), o que só exibe arquivos de texto com um ‘3’ como terceiro caractere no
nome do arquivo.
O LibreOffice possui uma função autocompletar que se ativa sozinha em alguns textos e caixas de listagem. Por exem-
plo, entre ~/a no campo da URL e a função autocompletar exibe o primeiro arquivo ou o primeiro diretório encontrado
no seu diretório de usuário que começa com a letra “a”.
95
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Utilize a seta para baixo para rolar para outros arquivos - Documentos recentes
e diretórios. Utilize a seta para a direita para exibir também Lista os arquivos abertos mais recentemente. Para abrir
um subdiretório existente no campo da URL. A função au- um arquivo da lista, clique no nome dele.
tocompletar rápida está disponível se você pressionar a
tecla End após inserir parte da URL. Uma vez encontrado o - Assistentes
documento ou diretório desejado, pressione Enter. Guia você na criação de cartas comerciais e pessoais,
Versão: Se houver várias versões do arquivo seleciona- fax, agendas, apresentações, etc.
do, selecione a versão que deseja abrir. Você pode salvar
e organizar várias versões de um documento, escolhendo - Fechar
Arquivo - Versões. As versões de um documento são aber- Fecha o documento atual sem sair do programa.
tas em modo somente leitura. Escolha Arquivo - Fechar
Tipo de arquivo: Selecione o tipo de arquivo que deseja O comando Fechar fecha todas as janelas abertas do
abrir ou selecione Todos os arquivos(*) para exibir uma lista documento atual.
de todos os arquivos na pasta. Se foram efetuadas alterações no documento atual,
Abrir: Abre o(s) documento(s) selecionado(s). você será perguntado se deseja salvar as lterações.
Inserir: Se você tiver aberto a caixa de diálogo esco- Ao fechar a última janela de documento aberta, apare-
lhendo Inserir - Arquivo, o botão Abrir será rotulado Inserir. cerá a Tela inicial.
Insere no documento atual, na posição do cursor, o arquivo
- Salvar
selecionado.
Salva o documento atual.
Somente leitura: Abre o arquivo no modo somente lei-
Escolha Arquivo - Salvar
tura.
Ctrl+S
Abrir documentos com modelos: O LibreOffice reco-
Na Barra de ferramentas ou de tabela de dados, clique em
nhece modelos localizados em qualquer uma das seguintes
pastas:
• Pasta de modelos compartilhados Salvar
• Pasta de modelos do usuário em Documents and
Settingsno diretório inicial do usuário Salvar como: Salva o documento atual em outro local
• Todas as pastas de modelos definidas em Ferra- ou com um nome de arquivo ou tipo de arquivo diferente.
mentas - Opções - LibreOffice - Caminhos Escolha Arquivo - Salvar como
Ao utilizar Arquivo - Modelo - Salvar como mode-
lo para salvar um modelo, o modelo será armazenado na
sua pasta de modelos do usuário. Ao abrir um documento
baseado neste modelo, o documento será verificado para
detectar uma mudança do modelo, como descrito abaixo.
O modelo é associado com o documento e pode ser cha-
mado de “modelo vinculado”.
Ao utilizar Arquivo - Salvar como e selecionar um filtro
de modelo para salvar um modelo em qualquer outra pas-
ta que não esteja na lista, então os documentos baseados
nesse modelo não serão verificados.
Ao abrir um documento criado a partir de um “modelo
vinculado” (definido acima), O LibreOffice verifica se o mo-
delo foi modificado desde a última vez que foi aberto. Se o
modelo tiver sido alterado, uma caixa de diálogo aparecerá
para você poder selecionar os estilos que devem ser apli-
cados ao documento.
Para aplicar os novos estilos do modelo ao documento,
clique em Sim.
Nome do arquivo: Insira um nome de arquivo ou um
Para manter os estilos que estão sendo usados no do- caminho para o arquivo. Você também pode inserir um URL
cumento, clique em Não. • Tipo de arquivo: Selecione o formato de arquivo
Se um documento tiver sido criado por meio de um para o documento que você está salvando. Na área de exi-
modelo que não possa ser encontrado, será mostrada uma bição, serão exibidos somente os documentos com esse
caixa de diálogo perguntando como proceder na próxima tipo de arquivo.
vez em que o documento for aberto. • Salvar com senha: Protege o arquivo com uma se-
Para quebrar o vínculo entre o documento e o modelo nha que deve ser digitada para que o usuário possa abrir
que está faltando, clique em Não; caso contrário, o LibreOf- o arquivo.
fice procurará o modelo na próxima vez que você abrir o
documento. Salvar tudo: Salva todos os documentos do LibreOffice
que foram modificados.
96
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Recarregar - Imprimir
Substitui o documento atual pela última versão salva.
Todos as alterações efetuadas após o último salvamen- Imprime o documento atual, a seleção ou as páginas
to serão perdidas. que você especificar. Você também pode definir as opções
Escolha Arquivo - Recarregar de impressão para o documento atual. Tais opções variam
de acordo com a impressora e com o sistema operacional
- Versões utilizado.
Salva e organiza várias versões do documento atual no
mesmo arquivo. Você também pode abrir, excluir e compa- Escolha Arquivo - Imprimir
rar versões anteriores. Ctrl+P
Escolha Arquivo - Versões Na Barra de ferramentas, clique em
Novas versões - Define as opções para salvar uma nova
versão do documento. - Configuração da impressora
Salvar nova versão - Salva o estado atual do documen-
to como nova versão. Caso deseje, antes de salvar a nova Selecione a impressora padrão para o documento
versão, insira também comentários na caixa de diálogo In- atual.
serir comentário da versão. Escolha Arquivo - Imprimir - Configurações da impres-
Inserir comentário da versão - Insira um comentário sora
aqui quando estiver salvando uma nova versão. Se você Fecha todos os programas do LibreOffice e pede para
tiver clicado em Mostrar para abrir esta caixa de diálogo, salvar as modificações.
não poderá editar o comentário.
Salvar sempre uma versão ao fechar - Se você tiver fei- - Sair
to alterações no documento, o LibreOffice salvará automa-
ticamente uma nova versão quando você o fechar. Escolha Arquivo - Sair
Se salvar o documento manualmente, e não alterar o Ctrl+Q
documento após salvar, não será criada uma nova versão.
Versões existentes - Lista as versões existentes do do- Editar
cumento atual, a data e a hora em que elas foram criadas,
o autor e os comentários associados.
- Exportar
Salva o documento atual com outro nome e formato
em um local a especificar.
Escolha Arquivo – Exportar
- Exportar como PDF
Salva o arquivo atual no formato Portable Document
Format (PDF) versão 1.4. Um arquivo PDF pode ser visto e
impresso em qualquer plataforma com a formatação ori-
ginal intacta, desde que haja um software compatível ins-
talado.
Escolha Arquivo - Exportar como PDF
- Visualizar impressão
97
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
98
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Nomes de campos
Alterna a exibição entre o nome e o conteúdo do cam-
po. A presença de uma marca de seleção indica que os no-
mes dos campos são exibidos e a ausência dessa marca
indica que o conteúdo é exibido. O conteúdo de alguns
campos não pode ser exibido.
- Caracteres não-imprimíveis
Mostra os caracteres não imprimíveis no texto, como
marcas de parágrafo, quebras de linha, paradas de tabula-
ção e espaços.
- Parágrafos ocultos
Mostra ou oculta parágrafos ocultos. Esta opção afeta
somente a exibição de parágrafos ocultos. Ela não afeta a
impressão desses parágrafos.
- Fontes de dados
Lista os bancos de dados registrados para o LibreOffice
e permite que você gerencie o conteúdo deles.
- Layout de impressão - Navegador
Exibe a forma que terá o documento quando este for Mostra ou oculta o Navegador. Você pode usá-lo para
impresso. acessar rapidamente diferentes partes do documento e
para inserir elementos do documento atual ou de outros
- Layout da Web documentos abertos, bem como para organizar documen-
Exibe o documento como seria visualizado em um na- tos mestre. Para editar um item do Navegador, clique com
vegador da Web. Esse recurso é útil ao criar documentos o botão direito do mouse no item e, em seguida, escolha
HTML. um comando do menu de contexto. Se preferir, você pode
encaixar o Navegador na borda do espaço de trabalho.
- Código-fonte HTML - Tela inteira
Exibe o código fonte do documento HTML atual. Para Exibe ou oculta os menus e as barras de ferramentas
exibir o código fonte HTML de um novo documento, é ne- no Writer ou no Calc. Para sair do modo de tela inteira,
cessário primeiro salvar o novo documento como um do- clique no botão Ativar/Desativar tela inteira.
cumento HTML.
- Zoom
- Barra de status Reduz ou amplia a exibição de tela do LibreOffice.
Mostra ou oculta a barra de status na borda inferior
da janela. Inserir
O menu Inserir contém os comandos necessários para
- Status do método de entrada inserir novos elementos no seu documento. Isso inclui se-
Mostra ou oculta a janela de status do IME (Input Me- ções, notas de rodapé, anotações, caracteres especiais, fi-
thod Engine). guras e objetos de outros aplicativos.
99
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Hiperlink
Abre uma caixa de diálogo que permite que você crie
e edite hiperlinks.
- Cabeçalho
Adiciona ou remove um cabeçalho do estilo de página
que você selecionar no submenu. O cabeçalho é adiciona-
do a todas as páginas que usam o mesmo estilo de página.
Em um novo documento, é listado apenas o estilo de pági-
na “Padrão”. Outros estilos de páginas serão adicionados à
lista depois que você aplicá-los ao documento.
- Rodapé
Adiciona ou remove um rodapé do estilo de página se-
lecionado no submenu. O rodapé é adicionado a todas as
páginas que usam o mesmo estilo. Em um novo documen-
to, somente o estilo de página “Padrão” é listado. Outros
estilos serão adicionados à lista depois que forem aplica-
dos ao documento.
- Legenda
Adiciona uma legenda numerada à figura, tabela, qua-
dro, quadro de texto ou objeto de desenho selecionado. Você
também pode acessar este comando clicando com o botão
direito do mouse no item ao qual deseja adicionar a legenda.
- Marcador
Insere um indicador na posição do cursor. Use o Na-
- Quebra manual vegador para saltar rapidamente para a posição indicada
Insere uma quebra manual de linha, de coluna ou de em outra hora. em um documento HTML, os indicadores
página na posição atual em que se encontra o cursor. são convertidos em âncoras para você navegar através de
hyperlinks.
- Campos
Insere um campo na posição atual do cursor. O sub- - Referência
menu lista os tipos de campos mais comuns. Para exibir Esta é a posição em que você insere as referências ou
todos os campos disponíveis, escolha Outro. os campos referidos no documento atual. As referências
são os campos referidos no mesmo documento ou em
- Caractere especial subdocumentos de um documento mestre.
Insere caracteres especiais a partir das fontes instala-
das. - Anotação
Insere uma anotação.
100
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Tabela - Caractere
Insere uma tabela no documento. Você também pode Muda a fonte e a formatação de fonte dos caracteres
clicar na seta, arrastar o mouse para selecionar o número selecionados.
de linhas e colunas a serem incluídas na tabela e, em segui-
da, clicar na última célula. - Parágrafo
Modifica o formato do parágrafo atual, por exemplo,
- Figura alinhamento e recuo.
Selecione a origem da figura que deseja inserir.
- Marcadores e numeração
- Objeto de desenho Adiciona marcadores ou numeração ao parágrafo atual
Insere um objeto no documento. Para vídeo e áudio e permite que você edite o formato da numeração ou dos
utilize Inserir - Multimídia - Áudio ou vídeo. marcadores.
- Colunas
Especifica o número de colunas e o layout de coluna
para um estilo de página, quadro ou seção.
- Seções
Altera as propriedades das seções definidas no docu-
mento. Para inserir uma seção, selecione o texto ou clique
no documento e, em seguida, escolha Inserir - Seção.
- Estilos e formatação
Use a janela Estilos e formatação para aplicar, criar, edi-
tar, adicionar e remover estilos de formatação. Clique duas
vezes para aplicar o estilo.
- Autocorreção
Formata automaticamente o arquivo de acordo com
as opções definidas em Ferramentas - Opções da auto-
correção.
- Ancorar
Define as opções de ancoramento para o objeto sele-
cionado.
- Quebra Automática
Define as opções de quebra automática de texto para
figuras, objetos e quadros.
101
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Inverter - Excluir
Inverte o objeto selecionado, horizontalmente ou ver- Tabela
ticalmente. Exclui a tabela atual.
- Agrupar Colunas
Agrupa os objetos selecionados de forma que possam Exclui as colunas selecionadas.
ser movidos ou formatados como um único objeto.
Linhas
- Objeto Exclui as linhas selecionadas.
Abre um submenu para editar propriedades do objeto
selecionado. Selecionar
Tabela
- Quadro Seleciona a tabela atual.
Insere um quadro que você pode usar para criar um
layout com uma ou mais colunas de texto e objetos. Coluna
Seleciona a coluna atual.
- Imagem
Formata o tamanho, a posição e outras propriedades Linha
da figura selecionada. Seleciona a linha atual.
Tabela Célula
Seleciona a célula atual.
- Mesclar células
Combina o conteúdo das células selecionadas da tabe-
la em uma única célula.
- Dividir células
Divide a célula ou grupo de células horizontalmente ou
verticalmente em um número especificado de células.
- Mesclar tabela
Combina duas tabelas consecutivas em uma única ta-
bela. As tabelas devem estar lado a lado, e não separadas
por um parágrafo vazio.
- Dividir tabela
Divide a tabela atual em duas tabelas separadas na po-
sição do cursor. Você também pode clicar com o botão di-
reito do mouse em uma célula da tabela para acessar este
comando.
- Autoformatação de tabela
Aplica automaticamente formatos à tabela atual, in-
cluindo fontes, sombreamento e bordas.
Autoajustar
Largura da coluna
Abre a caixa de diálogo Largura da coluna para alterar
a largura de uma coluna.
102
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Altura da linha
Abre a caixa de diálogo Altura da linha para alterar a
altura de uma linha.
Converter
Texto em tabela
Abre uma caixa de diálogo para poder converter em
tabela o texto selecionado. - Verificação ortográfica
Verifica a ortografia manualmente.
Tabela para texto
Abre uma caixa de diálogo para converter a tabela - Idioma
atual em texto. Abre um submenu para escolher comandos específicos
do idioma.
Classificar
Classifica alfabeticamente ou numericamente os pará- - Contagem de palavras
grafos ou linhas de tabela selecionados. Você pode definir Conta as palavras e caracteres, com ou sem espaços,
até três chaves de classificação bem como combinar chaves na seleção atual, e em todo o documento. A contagem é
alfabéticas com numéricas. mantida atualizada enquanto digita, ou altera a seleção.
103
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Galeria
Abre a Galeria, onde você poderá selecionar figuras e
sons para inserir em seu documento.
- Filtros XML
Abre a caixa de diálogo Configurações do filtro XML,
onde você pode criar, editar, excluir e testar filtros para
importar e exportar arquivos XML.
- Opções da Autocorreção
Configura as opções para substituir texto automatica-
mente ao digitar. Barras de ferramentas
104
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
105
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Adicionando e editando texto • Para selecionar uma frase inteira, clique três vezes em
qualquer lugar na frase.
Você pode adicionar texto ao documento das seguin- • Para selecionar uma única palavra, clique duas vezes
tes maneiras: em qualquer lugar na palavra.
• Digitando texto com o teclado • Para acrescentar mais de um trecho a uma seleção,
• Copiando e colando texto de outro documento selecione o trecho, mantenha pressionada a tecla Ctrl e se-
• Importando texto de outro arquivo lecione outro trecho de texto.
106
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O texto é excluído do documento e adicionado à área • Para substituir a ocorrência do texto encontrada pela
de transferência, para você colar o texto onde pretender. que você inseriu na caixa Substituir por, clique em Substituir.
• Pressione a tecla Delete ou Backspace. • Para substituir todas as ocorrências do texto encon-
Observação – Você pode usar essas teclas para tam- tradas pela que você inseriu na caixa Substituir por, clique
bém excluir caracteres individuais. em Substituir tudo.
Se desejar desfazer uma exclusão, escolha Editar - Des- • Para ignorar o texto encontrado e continuar a procu-
fazer ou pressione Ctrl+Z. ra, clique em Localizar próxima.
6. Clique em Fechar quando concluir a procura.
-Para inserir um documento de texto
Você pode inserir o conteúdo de qualquer documento Verificando ortografia
de texto no documento do Writer, desde que o formato do
arquivo seja conhecido pelo LibreOffice.org. O Writer pode verificar possíveis erros ortográficos en-
Etapas quanto você digita ou em um documento inteiro.
1. Clique no documento do Writer onde deseja inserir
o texto. - Para verificar ortografia enquanto digita
2. Escolha Inserir – Arquivo. O Writer pode avisar sobre possíveis erros de ortogra-
3. Localize o arquivo que deseja inserir e clique em In- fia enquanto você digita.
serir. Para ativar e desativar esse recurso, clique no ícone Au-
Localizando e substituindo texto toOrtografia e gramatica na barra de Ferramentas. Quando
Você pode usar o recurso Localizar e substituir no Li- esse recurso está ativado, uma linha vermelha ondulada
breOffice.org Writer para procurar e substituir palavras em marca possíveis erros ortográficos.
um documento de texto.
107
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Etapas
3. Quando um possível erro de ortografia é localizado, a caixa de diálogo Ortografia e gramatica sugere uma correção.
Formatando texto
O Writer permite-lhe formatar o texto manualmente ou ao usar estilos. Com os dois métodos, você controla tamanho,
tipo de fonte, cor, alinhamento e espaçamento do texto. A principal diferença é que a formatação manual aplica-se apenas
ao texto selecionado, enquanto a formatação de estilo aplica-se toda vez que o estilo é usado no documento.
Para uma formatação simples, como alterar o tamanho e a cor do texto, use os ícones na barra Formatação. Se desejar,
pode também usar os comandos de menu no menu Formato, assim como teclas de atalho.
108
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
109
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Para visualizar o conteúdo de uma categoria, clique no sinal de mais na frente do nome da categoria.
• Para exibir o conteúdo de uma única categoria no Navegador, selecione a categoria e clique no ícone Exibição do
conteúdo.
Observação – Para exibir todo o conteúdo, clique novamente no ícone Exibição do conteúdo.
• Para saltar rapidamente para o local no documento, clique duas vezes em qualquer entrada na lista do Navegador.
• Para editar propriedades de um objeto, clique no objeto com o botão direito do mouse.
Você pode encaixar o Navegador na borda de qualquer janela do documento.
Para desanexar o Navegador da borda de uma janela, clique duas vezes na área cinza do Navegador encaixado. Para
redimensionar o Navegador, arraste as bordas do Navegador.
Dica – Em um documento de texto, você pode usar o modo Exibição do conteúdo para títulos para arrastar e soltar
capítulos inteiros em outras posições dentro do documento. Para obter mais informações, consulte a ajuda on-line sobre
o Navegador.
3. (Opcional) Para usar um layout de tabela predefinido, clique em AutoFormatar, selecione o formato desejado e clique em OK.
4. Na caixa de diálogo Inserir tabela, especifique opções adicionais, como o nome da tabela, e clique em OK.
110
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Cabeçalho e rodapé
Cabeçalhos e rodapés são áreas nas margens superior e inferior das páginas para adiciona textos ou figuras. Os ca-
beçalhos e rodapés são adicionados ao estilo de página atual. Todas as páginas que usarem o mesmo estilo receberão
automaticamente o cabeçalho ou rodapé adicionado. É possível inserir Campos, tais como números de páginas e títulos de
capítulos, nos cabeçalhos e rodapés de um documento de texto.
Obs.: O estilo de página para a página atual será exibido na Barra de status.
Para adicionar um cabeçalho a uma página, escolha Inserir - Cabeçalho e, em seguida, no submenu, selecione o estilo
de página para a página atual.
Para adicionar um rodapé a uma página, escolha Inserir - Rodapé e, em seguida, selecione o estilo de página para a
página atual no submenu.
Você também pode escolher Formatar - Página, clicar na guia Cabeçalho ou Rodapé, e selecionar Ativar cabeçalho ou
Ativar rodapé. Desmarque a caixa de seleção Mesmo conteúdo esquerda/direita se desejar definir cabeçalhos e rodapés
diferentes para páginas pares e ímpares.
Para utilizar diferentes cabeçalhos e rodapés documento, adicione-os a diferentes estilos de páginas e, em seguida,
aplique os estilos às páginas nas deseja exibir os cabeçalhos ou rodapés.
Marcadores e numeração
Para adicionar marcadores
Selecione o(s) parágrafo(s) ao(s) qual(is) deseja adicionar marcadores.
Na barra de Formatação, clique no ícone Ativar/desativar marcadores.
Para remover marcadores, selecione os parágrafos com marcadores e, em seguida, clique no ícone Ativar/Desativar
marcadores na barra Formatação.
Para formatar marcadores
Para alterar a formatação da lista com marcadores, escolha Formatar - Marcadores e numeração.
111
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Por exemplo, para mudar o símbolo do marcador, cli- Para formatar o estilo dos números de página
que na guia Opções , clique no botão de seleção (...) per- Você deseja que os números da página sejam em
to de Caractere, e selecione um caractere especial. Pode- numerais romanos: i, ii, iii, iv e assim por diante.
se também clicar na guia Figura, e clicar num estilo de Clique duas vezes imediatamente na frente do campo
símbolo na área Seleção. de número da página. A caixa de diálogo Editar campos
se abrirá.
Números de página Selecione um formato de número e clique em OK.
No Writer, o número da página é um campo que Utilizar diferentes estilos de número de página
pode ser inserido no texto. Você precisa que algumas páginas apresentem o esti-
lo em numerais romanos e o restante das páginas, outro
Para inserir números de página estilo.
Escolha Inserir - Campos - Número da página para No Writer, serão necessários vários estilos de página.
inserir um número de página na posição atual do cursor. O primeiro estilo de página apresenta um rodapé com um
Obs.: Se, em vez do número, aparecer o texto “Núme- campo de número de página formatado em numerais ro-
ro da página”, escolha Exibir - Nome de campos. manos. O estilo de página seguinte apresenta um rodapé
No entanto, esses campos mudarão de posição quan- com um campo de número de página formatado em outro
do um texto for adicionado ou removido. Assim, é melhor estilo.
inserir o campo de número da página em um cabeçalho Ambos estilos de página devem estar separados por
ou rodapé que se encontram na mesma posição e se re- uma quebra de página. No Writer, é possível inserir que-
petem em todas as páginas. bras de página automática ou manualmente.
Escolha Inserir - Cabeçalho - (nome do estilo de pá- Uma quebra de página automática aparece no final de
gina) ou Inserir - Rodapé - (nome do estilo de rodapé) uma página quando o estilo de página possui um “próxi-
para adicionar um cabeçalho ou um rodapé em todas as mo estilo” diferente.
páginas com o estilo de página atual. Por exemplo, o estilo de página da “Primeira página”
apresenta “Padrão” como próximo estilo. Para comprovar
Para iniciar com um número de página definido essa possibilidade, pressione F11 para abrir a janela Estilos
Agora você que ter um pouco mais de controle sobre e formatação, clique no ícone Estilos de página e clique
o número da página. Você está editando um documento com o botão direito do mouse na entrada Primeira página.
de texto que deve começar com o número de página 12. Escolha Modificar no menu de contexto. Na guia Organi-
zador, pode ser visto o “próximo estilo”.
Clique no primeiro parágrafo do documento. A quebra de página manual pode ser aplicada com ou
Escolha Formatar - Parágrafo - Fluxo de texto. sem alterações dos estilos de página.
Em Quebras, ative Inserir. Ative Com estilo de página Se pressionar Ctrl+Enter, será aplicada a quebra de
para poder definir o novo Número da página. Clique em página sem alterações nos estilos de página.
OK. Se escolher Inserir - Quebra manual, a quebra de pá-
gina pode ser inserida com ou sem alterações no estilo ou
com alterações no número da página.
Dependendo do documento, é melhor: utilizar a que-
bra de página inserida manualmente entre os estilos de
página, ou utilizar uma mudança automática. Se for neces-
sária apenas uma página de título com estilo diferente, o
método automático pode ser utilizado:
112
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
113
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
114
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Dá-se o nome Endereço ou Referência ao conjunto das coordenadas que uma célula ocupa em uma planilha. Por exem-
plo, a intersecção entre a coluna B e a linha 3 é exclusiva da casela B3, portanto é a sua referência ou endereço.
A figura abaixo mostra a célula B3 ativa (ou atual, ou selecionada), ou seja, o cursor está na intersecção da linha 3 com
a coluna B. (Notar que tanto a linha 3 como a coluna B destacam-se em alto relevo).
Apenas uma célula pode ficar ativa de cada vez e a seleção é representada pelas bordas da célula que ficam negritadas.
Para mudar a posição da célula ativa pode-se usar o mouse ou as teclas de seta do teclado.
Observação - Você pode também incluir o nome do arquivo e o nome da folha em uma referência a uma célula ou
a um intervalo de células. Pode atribuir um nome a uma célula ou intervalo de células, para usar o nome em vez de uma
referência à coluna/número. Para obter detalhes, pesquise o termo eferências na ajuda on-line.
Layout
Barra de título
A barra de título, localizada no alto da tela, mostra o nome da planilha atual. Quando a planilha for recém criada, seu
nome é Sem título X, onde X é um número. Quando a planilha é salva pela primeira vez, você é solicitado a dar um nome
a sua escolha.
Barra de Menus
A Barra de Menus é composta por 9 menus, que são: Arquivo, Editar, Exibir, Inserir, Formatar, Tabela, Ferramentas, Ja-
nela e Ajuda. Onde encontra-se todos os comandos do Calc.
Menu Arquivo: Este menu contém os comandos para Criar uma planilha, salva-la, abrir os documentos já salvos e os
mais recentes e por fim fechar a planilha.
115
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Menu Editar: Responsável pelos comando de copiar, mover e excluir os dados, desfazer e refazer uma ação além de
localizar e substituir dados.
Menu Exibir: Esse menu é utilizado para estruturar a área de trabalho. A partir de suas opções, podem ser exibidas ou
ocultadas as barras do LibreOffice.Calc. Ainda podem ser trabalhadas a aparência e o tamanho da tela de trabalho.
Menu Inserir: É responsável pela inserção de elementos como linhas, colunas, comentários nas células, figuras, gráficos,
fórmulas músicas, vídeos entre outros.
Menu Formatar: É responsável pela formatação de fontes e números, alinhamento dados nas células inserção de bordas
nas células e alteração de cores tanto de fonte quanto de plano de fundo.
Menu Ferramentas: Possui comandos para proteger o documento impedindo que alterações sejam feitas, personaliza
menus e as teclas de atalho, além de possuir recurso Galeria, onde podemos selecionar figuras e sons do próprio LibreOf-
fice para inserir no documento.
Menu Dados: Seleciona um intervalo e Classifica as linhas selecionadas de acordo com as condições especificas além
de outras funções.
Menu Janela: É utilizado para Abrir uma nova janela, Fecha a janela atual, Dividir a janela atual e listar todas as janelas
do documento.
Menu Ajuda: Abre a página principal da Ajuda de OpenOffice.org.br para o aplicativo atual. Você pode percorrer as
páginas da Ajuda e procurar pelos termos do índice ou outro texto.
Você pode personalizar a Barra de menu conforme as suas necessidades, para isso, vá em Ferramentas → Personalizar...
e vá na guia Menu.
Barra de ferramentas
Três barras de ferramentas estão localizadas abaixo da Barra de menus, por padrão: A Barra de ferramentas padrão, a
Barra de ferramentas de formatação, e a Barra de fórmulas.
Na Barra de ferramentas padrão estão várias opções tais como, gráficos, impressão, ajuda, salvar, outros.
Na Barra de ferramentas de formatação existem opções para alinhamento, numeração, recuo, cor da fonte e o outros.
Barra de fórmulas
116
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Células individuais
A seção principal da tela exibe as células na forma de uma tabela, onde cada célula fica na interseção de uma coluna
com uma linha. É nela que colocaremos valores, referências e formatos.
No alto de cada coluna, e à esquerda de cada linha, há uma célula cinza, contendo letras (colunas) e números (linhas).
Esses são os cabeçalhos das colunas e linhas. As colunas começam em A e seguem para a direita, e as linhas começam em
1 e seguem para baixo.
Os cabeçalhos das colunas e linhas formam a referência da célula que aparece na Caixa de Nome na Barra de Fórmulas.
Você pode desligar esses cabeçalhos em Exibir → Cabeçalhos de Linhas e Colunas.
Abas de folhas
Abaixo da tabela com as células estão as abas das folhas. Essas abas permitem que você acesse cada folha da planilha
individualmente, com a folha visível (ativa) estando na cor branca. Você pode escolher cores diferentes para cada folha.
Clicando em outra aba de folha exibe-se outra folha e sua aba fica branca. Você também pode selecionar várias folhas
de uma só vez, pressionando a tecla Ctrl ao mesmo tempo que clica nas abas.
Barra de estado
Na parte inferior da janela do Calc está a barra de estado, que mostra informações sobre a planilha e maneiras con-
venientes de alterar algumas das suas funcionalidades. A maioria dos campos é semelhante aos outros componentes do
LibreOffice.
Partes esquerda e direita da barra de estado, respectivamente:
117
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Selecionando células em uma folha 3. Arraste a alça de preenchimento até realçar o inter-
Você pode usar o mouse ou o teclado para selecionar valo de células no qual deseja inserir a série.
células em uma folha do Calc. 4. Solte o botão do mouse.
• Para selecionar um intervalo de células com o mouse,
clique em uma célula e arraste o mouse para outra célula. Os itens consecutivos na série são adicionados auto-
• Para selecionar um intervalo de células com o teclado, maticamente às células realçadas.
certifique-se de que o cursor esteja em uma célula, man-
tenha pressionada a tecla Shift e pressione uma tecla de
direção.
118
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Usando AutoFormatação
A maneira mais fácil de formatar um intervalo de células é usar o recurso AutoFormatação do Calc.
119
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Para aplicar formatação manual com a caixa de diálo- Formatando células e folhas com estilos
go Formatar células No Calc, a formatação padrão de células e folhas fa-
Se precisar de mais opções de formatação do que a z-se com estilos. Um estilo é um conjunto de opções de
barra Objeto fornece, use a caixa de diálogo Formatar cé- formatação que define o aspecto do conteúdo da célula,
lulas. assim como o layout de uma folha. Quando você altera a
formatação de um estilo, as alterações são aplicadas toda
vez que o estilo é usado na planilha.
Etapas
1. Selecione a célula ou o intervalo de células que de-
seja formatar e escolha Formatar - Células.
Abre-se a caixa de diálogo Formatar células.
2. Clique em uma das guias e escolha as opções de
formatação.
Guia Números
Altera a formatação de números nas células, como a
alteração do número de casas decimais exibidas - Para aplicar formatação com a janela Estilos e for-
matação
Guia Fonte Etapas
Altera a fonte, o tamanho da fonte e o tipo de letra 1. Escolha Formatar - Estilos e formatação.
usado na célula 2. Para alterar a formatação de células, clique em uma
célula ou selecione um intervalo de células.
Guia Efeitos de fonte a. Clique no ícone Estilos de célula na parte superior
Altera a cor da fonte e os efeitos de sublinhado, tacha- da janela Estilos e formatação.
do ou alto-relevo do texto b. Clique duas vezes em um estilo na lista.
3. Para alterar o layout de uma folha, clique em qual-
Guia Alinhamento quer lugar na folha.
Altera o alinhamento do texto e a orientação do texto a. Clique no ícone Estilos de página na parte superior
no interior das células da janela Estilos e formatação.
b. Clique duas vezes em um estilo na lista.
Guia Bordas
Altera as opções de bordas das células Usando fórmulas e funções
Você pode inserir fórmulas em uma planilha para efe-
Guia Plano de fundo tuar cálculos.
Altera o preenchimento do plano de fundo das células Se a fórmula contiver referências a células, o resultado
será atualizado automaticamente toda vez que você alte-
Guia Proteção de célula rar o conteúdo das células. Você pode também usar uma
Protege o conteúdo das células no interior de folhas das várias fórmulas ou funções pré-definidas que o Calc
protegidas. oferece para efetuar cálculos.
3. Clique em OK.
120
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Criando fórmulas
Uma fórmula começa com um sinal de igual (=) e pode conter valores, referências a células, operadores, funções e
constantes.
Usando operadores
121
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
=A1+15
Exibe o resultado de adicionar 15 ao conteúdo da células A1
=A1*20%
Exibe 20 por cento do conteúdo da célula A1
=A1*A2
Exibe o resultado da multiplicação do conteúdo das células A1 e A2
Usando parênteses
O Calc segue a ordem de operações ao calcular uma fórmula. Multiplicação e divisão são feitas antes de adição e sub-
tração, independentemente de onde esses operadores aparecem na fórmula. Por exemplo, para a fórmula =2+5+5*2, o
Calc retorna o valor de 17 e não de 24.
* Você também pode editar uma célula pressionado F2 ou dando um clique duplo na célula
2. Clique na caixa de Linha de entrada e efetue as alterações.
Para excluir parte da fórmula, pressione a tecla Delete ou Backspace.
3. Pressione Return ou clique no ícone na barra Fórmula para confirmar as alterações.
Para rejeitar as alterações feitas, pressione Esc ou clique no ícone na barra Fórmula.
Usando funções
O Calc é fornecido com várias fórmulas e funções predefinidas. Por exemplo, em vez de digitar =A2+A3+A4+A5, você
pode digitar =SUM(A2:A5) .
122
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Usando gráficos
Gráficos podem ajudar a visualizar padrões e tendências nos dados numéricos.
O LibreOffice fornece vários estilos de gráfico que você pode usar para representar os números.
Observação – Gráficos não se restringem a planilhas. Você pode também inserir um gráfico ao escolher Inserir - Objeto
- Gráfico nos outros programas do LibreOffice.
123
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Editando gráficos
Depois de criar um gráfico, poderá voltar e alterar, mover, redimensionar ou excluir o gráfico.
- Para redimensionar, mover ou excluir um gráfico
Etapa
Clique no gráfico e siga um destes procedimentos:
• Para redimensionar o gráfico, mova o ponteiro do mouse sobre uma das alças, pressione o botão do mouse e arraste
o mouse.
O Calc exibe uma linha pontilhada do novo tamanho do gráfico enquanto você arrasta.
• Para mover o gráfico, mova o ponteiro do mouse para dentro do gráfico, pressione o botão do mouse e arraste o
mouse para um novo lugar.
• Para excluir o gráfico, pressione a tecla Delete.
124
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
125
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Apagando folhas
As folhas podem ser apagadas individualmente ou em
grupos.
Folha única: clique com o botão direito na aba da folha
Excluir 3 linhas abaixo da linha 1. que quer apagar e clique em Excluir Planilha no menu de
contexto, ou clique em Editar → Planilha → Excluir na barra
de menu.
126
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Renomeando folhas
O nome padrão para uma folha nova é PlanilhaX, onde
X é um número. Apesar disso funcionar para pequenas
planilhas com poucas folhas, pode tornar-se complicado
quando temos muitas folhas.
Para colocar um nome mais conveniente a uma folha,
você pode:
• Digitar o nome na caixa Nome, quando você criar a
folha, ou
• Clicar com o botão direito do mouse e escolher a
opção Renomear Planilha no menu de contexto e trocar o
nome atual por um de sua escolha.
• Clicar duas vezes na aba da folha para abrir a caixa de
diálogo Renomear Planilha.
127
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
128
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Congelando células.
Congelando uma única coluna ou linha
Clique no cabeçalho da linha abaixo, ou da coluna à esquerda da qual quer congelar.
Clique em Janela → Congelar.
Uma linha escura aparece, indicando onde o ponto de congelamento foi colocado.
Congelando uma coluna ou linha
Clique em uma célula que esteja imediatamente abaixo da linha, ou na coluna imediatamente à direita da coluna que
quer congelar.
Clique em Janela → Congelar.
Duas linhas aparecem na tela, uma horizontal sobre essa célula e outra vertical à esquerda dela. Agora, quando você
rolar a tela, tudo o que estiver acima, ou à esquerda dessas linhas, permanecerá à vista.
Descongelando
Para descongelar as linhas ou colunas, clique em Janela → Congelar. A marca de verificação da opção Congelar desa-
parecerá.
Dividindo a tela
Outra maneira de alterar a visualização é dividir a janela, ou dividir a tela. A tela pode ser dividida, tanto na horizontal,
quanto na vertical, ou nas duas direções. É possível, além disso, ter até quatro porções da tela da planilha à vista, ao mesmo
tempo.
Por que fazer isso? Imagine que você tenha uma planilha grande, e uma das células tem um número que é utilizado em
outras células. Utilizando a técnica de divisão da tela, você pode alterar o valor da célula que contém o número e verificar
nas outras células as alterações sem perder tempo rolando a barra.
Dividindo células.
129
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Removendo as divisões
Para remover as divisões, siga uma das seguintes instruções:
Clique duas vezes na linha divisória.
Clique na linha divisória e arraste-a de volta ao seu lugar no final das barras de rolagem.
Clique em Janela → Dividir para remover todas as linhas divisórias de uma só vez.
130
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Operadores Aritméticos
Operadores de Comparação
Comandos / Instruções
131
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Imprimindo
Imprimir no Calc é bem parecido com imprimir nos outros componentes do LibreOffice, mas alguns detalhes são dife-
rentes, especialmente quanto a preparação do documento para a impressão.
Utilizando intervalos de impressão
Intervalos de impressão possuem várias utilidades, incluindo imprimir apenas uma parte específica dos dados, ou im-
primir linhas ou colunas selecionadas de cada página.
132
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Editando um intervalo de impressão Você pode especificar os detalhes que serão impressos.
A qualquer tempo, é possível editar diretamente um Os detalhes incluem:
intervalo de impressão, por exemplo, removê-lo ou redi- Cabeçalhos das linhas e colunas
mensionar parte dele. Clique em Formatar → Intervalo de Grade da folha—imprime as bordas das células como
impressão → Editar. uma grade
Selecionando a ordem das páginas, detalhes e a escala Comentários—imprime os comentários definidos na
Para selecionar a ordem das páginas, detalhes e a es- sua planilha, em uma página separada, junto com a refe-
cala da impressão: rência de célula correspondente
Clique em Formatar → Pagina no menu principal Objetos e imagens
Selecione a aba Planilha Gráficos
Faça as seleções necessárias e clique em OK. Objetos de desenho
Fórmulas—imprime as fórmulas contidas nas células,
ao invés dos resultados
Valores zero—imprime as células com valor zero
Lembre-se que, uma vez que as opções de impressão
dos detalhes são partes das propriedades da página, elas
também serão parte das propriedades do estilo da página.
Portanto, diferentes estilos de páginas podem ser configu-
rados para alterar as propriedades das folhas na planilha.
Escala
Utilize as opções de escala para controlar o número
de páginas que serão impressas. Isso pode ser útil se uma
grande quantidade de dados precisa ser impressa de ma-
neira compacta, ou se você desejar que o texto seja au-
mentado para facilitar a leitura.
Reduzir/Aumentar a impressão—redimensiona os da-
dos na impressão tanto para mais, quanto para menos. Por
exemplo, se uma folha for impressa, normalmente em qua-
tro páginas (duas de altura e duas de largura), um redimen-
sionamento de 50% imprime-a em uma só página (tanto a
altura, quanto a largura, são divididas na metade).
Selecionando a ordem das páginas Ajustar intervalo(s) de impressão ao número de pá-
ginas—define, exatamente, quantas páginas, a impressão
Ordem das páginas terá. Essa opção apenas reduzirá o tamanho da impressão,
Quando uma folha será impressa em mais de uma pá- mas não o aumentará. Para aumentar uma impressão, a
gina, é possível ajustar a ordem na qual as páginas serão opção Reduzir/Aumentar deve ser utilizada.
impressas. Isso é especialmente útil em documentos gran- Ajustar intervalo(s) de impressão para a largura/altu-
des; por exemplo, controlar a ordem de impressão pode ra—define o tamanho da altura e da largura da impres-
economizar tempo de organizar o documento de uma ma- são, em páginas.
neira determinada. As duas opções disponíveis são mos-
tradas abaixo. Imprimindo linhas ou colunas em todas as páginas
Se uma folha for impressa em várias páginas é possível
configurá-la para que certas linhas ou colunas sejam repe-
tidas em cada página impressa. Por exemplo, se as duas li-
nhas superiores de uma folha, assim como a coluna A, pre-
cisam ser impressas em todas as páginas, faça o seguinte:
Clique em Formatar → Intervalo de impressão → Editar.
Na caixa de diálogo Editar Intervalo de Impressão, digite as
linhas na caixa de texto abaixo de Linhas a serem repetidas.
Por exemplo, para repetir as linhas de 1 a 4, digite $1:$4.
Isso altera automaticamente as Linhas a serem repetidas
de, - nenhum - para – definido pelo usuário-.
Detalhes
133
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Assistente de Funções
Na criação de fórmulas podemos contar com o recurso de assistente de funções, situado na barra de fórmulas do Calc,
onde encontramos todas as funções disponíveis do programa e selecionamos as células que pertencerá determinada fun-
ção selecionada. Para acionar o assistente de funções execute os seguintes procedimentos:
Primeiramente deve-se selecione a célula a qual deverá conter a fórmula matemática e que posteriormente exibirá o
seu resultado, por exemplo, neste caso selecionaremos a célula F5.
Clique sobre o assistente de funções situado na barra de fórmulas. Veja a figura abaixo.
Em seguida surgira a guia Assistente de funções nesta guia encontra-se todas a fórmulas matemáticas disponíveis do
LibreOffice.org Calc. Para nosso exemplo criaremos uma função de multiplicação, para isso clique na aba Funções e sele-
cione MULT para a multiplicação e clique em Próximo. Veja na figura a seguir.
134
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Assistente de Funções 2
Selecione as células farão parte da multiplicação, neste caso as células D5 e E5. Para selecionar a célula volte para a
planilha, se preferir clique em cima da opção Encolher figura 34, para diminuir o tamanho da caixa e em seguida selecione
a célula de D5 e depois clique no campo abaixo, ou então apenas digite o endereço da célula correspondente e clique em
OK e coloque o valor em formato Moeda.
Opção Encolher.
Repita esse procedimento com as células D6 e E6, D7 e E7, D8 e E8. Ao final a tabela estará conforme a figura abaixo.
135
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Funções
As funções agregam muitos recursos ao software de planilhas. Um software como o LibreOffice – Calc contém muitas
funções nativas e o usuário é livre para implementar as suas próprias funções, há de se imaginar como sendo quase ilimi-
tado o poder do usuário em estender a funcionalidade da planilha eletrônica. Exemplo de função nativa é a função SE, que
contém a seguinte sintaxe: =SE(“Condição a Ser Testada”;Valor_Então;Valor_Senão). Decodificando, se a “Condição a Ser
Testada” for verdadeira, aloque na célula atual o primeiro valor (Valor_Então); caso contrario, aloque o segundo valor da
função (Valor_Senão).
Funções I
Funções são na verdade uma maneira mais rápida de obter resultados em células. Imagine você ter que somar todos
os valores das peças de um veículo dispostos um abaixo do outro...
A1+B1+C1+D1+E1+F1...
Existem vários tipos de funções, que vão desde as mais simples até mais complexas. Iremos mostrar as mais comuns.
Basicamente, todas elas oferecem o mesmo “molde”:
= Nome da Função (primeira célula a ser calculada: última célula a ser calculada ) Veja a figura a seguir e depois expli-
caremos o que está sendo feito:
Tabela de Preços 1
Primeiro foi digitado =soma(), depois foi pressionado e arrastado sobre as células que farão parte da soma (B3:B7). Não
há a necessidade de fechar o parêntese, pois o Calc fará automaticamente este procedimento, mas é aconselhável que você
sempre faça isto, pois haverá funções que se não fechar dará erro.
Após selecionar as células, basta pressionar a tecla Enter.
Agora vá para a célula D3. Digite =B3*C3. Pressione a tecla Enter, que no caso você já sabe que irá calcular as células.
Selecione novamente a célula e observe que no canto inferior esquerdo da célula há um pequeno quadrado preto.
Este é a Alça de Preenchimento. Coloque o cursor sobre o mesmo, o cursor irá mudar para uma pequena cruz. Pressione e
arraste para baixo até a célula D7. Veja a figura mais adiante.
Para checar se as fórmulas calcularam corretamente, basta selecionar uma célula que contenha o resultado e pressionar
a tecla F2. Isto é bastante útil quando se quer conhecer as células que originaram o resultado.
Funções II
Vamos ver agora mais funções, bastando usar o molde abaixo e não esquecendo de colocar os acentos nos nomes das
funções.
= Nome da Função (primeira célula a ser calculada: última célula a ser calculada ) Média
Máxima
Mínima
136
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Tabela de Preços 2
Funções III
Usaremos agora a função SE. Como o nome já diz, a função SE será usada quando se deseja checar algo em uma célula.
Acompanhe o molde desta função: =SE (Testar; Valor_então; De outraforma_valor; ou se outra forma: = se (eu for de carro;
então vou; se não... não vou )
Na célula E3 é para descontar R$ 2,00 para produtos com a Quantidade maior que 20. Vamos juntar as informações
para resolver esta função:
Nome da função: SE
Condição: Quantidade > 20
Valor Verdadeiro: Se a condição for verdadeira, o que deverá ser descontado R$ 2, 00 Valor Falso: Se a condição for
falsa, não deverá receber desconto.
Então a nossa função deverá ficar assim:
= se (b3>20;d3-2;d 3)
Ou seja: Se a Quantidade for maior que 20, então desconte R$ 2,00, senão mostre o valor sem desconto.
Classificação de dados
Classificar dados numa planilha nada mais é do que ordená-los de acordo com os nossos critérios. Para que os dados
possam ser classificados, é necessário que estejam dispostos em uma tabela e que tenha sido desenvolvida na forma de
banco de dados, ou seja que cada coluna tenha informações referentes há uma classe ou tipo, que deverá estar descrita no
rotulo de cada coluna.
Classificando
A classificação pode ser feita através dos critérios de ordem crescente ou decrescente , lembro que isto vale tanto para
os numero quanto para letras deixando-as em ordem alfabética. Agora a partir da figura 64 que esta logo acima, iremos
realiza o procedimento de classificação de dados na ordem alfabética na coluna “Produto”.
Para classificar os dados é necessário, antes de tudo, selecionar corretamente toda a área de dados que será classificada.
Abra o menu Dados e clique no comando Classificar, note que será exibida a caixa Classificar.
137
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Caixa classificar
No menu desdobrável Classificar por, selecionamos o rotulo da coluna que queremos efetuar a classificação, neste caso
selecione o rotulo “Produto”.
Em seguida clique na opção Crescente, para efetuar o classificação na ordem crescente das letras, mais conhecida como
ordem alfabética. 5- Por fim clique em OK.
138
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
139
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Opções de classificação
Distinção entre maiúsculas e minúsculas: esta opção considera diferentes as palavras que contenha as mesmas letras
porém com a forma maiúsculas e minúsculas diferentes.
O intervalo contém rótulos de coluna/linh a: Omite da classificação a primeira linha ou a primeira coluna da seleção.
A opção Direção na parte inferior da caixa de diálogo define o nome e a função dessa caixa de seleção.
Incluir formatos: Preserva a formatação da célula atual.
Copiar resultados de classificação em: Copia a lista classificada no intervalo de células que você especificar. Ao ativar
esta opção
Ordem de classificação personalizada: Clique aqui e, em seguida, selecione a ordem de classificação personalizada que
deseja.
Idioma: Selecione o idioma para as regras de classificação.
Opções: Selecione uma opção de classificação para o idioma. Por exemplo, selecione a opção de “lista telefônica” para
o alemão a fim de incluir um caractere especial “trema” na classificação.
Direção: De cima para baixo (Classificação de linhas), Classifica as linhas por valores nas colunas ativas do intervalo sele-
cionado. Esquerda à direita (Classificar colunas), Classifica as colunas por valores nas linhas ativas do intervalo selecionado.
Filtragem de dados
A filtragem de dados nada mais é do que visualizar apenas os dados desejados de uma tabela. Existem três métodos
de filtragem: o Autofiltro, Fitro padrão e o Filtro avançado. Suas principais diferenças são:
Autofiltro: Uma das utilizações para a função Auto-filtro é a de rapidamente restringir a exibição de registros com en-
tradas idênticas em um campo de dados.
Filtro padrão: Na caixa de diálogo Filtro, você também pode definir intervalos que contenham os valores em determina-
dos campos de dados. É possível utilizar o filtro padrão para conectar até três condições com um operador lógico E ou OU.
Filtro avançado: excede a restrição de três condições e permite um total de até oito condições de filtro. Com os filtros
avançados, você insere as condições diretamente na planilha.
Aplicando o Autofiltro
O Autofiltro é o tipo de filtragem mais simples e rápida de ser aplicada. Para uma maior compreensão desta função
aplicar o autofiltro na tabela da figura 67 página 44 deste modulo. Nesta tabela execute os seguintes procedimentos:
Selecione qualquer célula da tabela desde que seja abaixo da linha do cabeçalhos.
Abra o menu Dados e posicione o mouse sobre Filtro.
Clique sobre o comando Autofiltro.
Note que foram inseridos botões de seta, que ao clica-los abra-se uma lista dos dados pertencentes a coluna, cuja a
filtragem pode ser aplicada.
140
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para filtrar os dados, basta clicar sobre a seta da coluna que contenha os dados que servirá base para a filtragem. Por
exemplo agora faremos a seguinte filtragem, para que só os carros Volkswagen sejam exibidos. Então clique sobre a seta
do cabeçalho “Marca” e na lista de dados que aparece, selecione a marca Volkswagen.
Lista de dados
Filtro padrão
O filtro padrão é uma especialização do autofiltro, ele possui algumas funcionalidades a mais, é muito utilizado quando
é necessário obedecer um critério de filtragem muito especifico.
Para melhor exemplificar este procedimento iremos realizar a seguinte filtragem na tabela da figura 67, onde só deve-
rão conter os carros da Marca: “Fiat”, acima do Ano: 2005 e com o valor inferior a 29.000 mil reais.
Para criar um filtro padrão basta executar os procedimentos a seguir:
Selecione qualquer célula da tabela desde que seja abaixo da linha do cabeçalhos.
Abra o menu Dados e posicione o mouse sobre Filtro.
Clique sobre o comando Filtro padrão.
141
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Na caixa Nome do campo é onde define qual critério deverá ser comparado. Em nosso exemplo estamos comparando
a “Marca”, portanto devemo seleciona-la.
Na caixa seguinte definimos a condição ( maior, menor, igual e etc), neste caso selecione o operador “ = ” (igual).
A caixa Valor serve como valor de comparação, ou seja todas as células do campo
“Marca” por exemplo vão ser comparados segundo a condição estabelecida com esse “Valor” que precisa ser necessa-
riamente numérico e conforme for o resultado este campo será ou não exibido.
A caixa Operador serve para adicionar mais condições na filtragem, através dos operadores ( “E” e “OU”), podendo
conter no máximo três condicionais.
Preencha a Caixa Filtro padrão conforme a figura 74 logo abaixo para ver este exemplo na pratica.
Se a tabela e a filtragem estiver conforme citadas acima o resultado será igual ao da figura 75 logo abaixo.
Resultado da filtragem
Para Desfazer a filtragem, selecione a tabela, clique em Dados, vá em filtros e clique sobre Remover filtro.
Filtro Avançado
A filtragem avançada nada mais é do que definir os critérios em um determinado campo da planilha. Para uma boa
compreensão dessa função Iremos repetir a filtragem utilizada no filtro padrão que era a seguinte: de acordo com a tabela
da figura 67, realizar uma filtragem onde só deverão conter os carros da Marca: “Fiat”, acima do Ano: 2005 e com o valor
inferior a 29.000 mil reais, para realizaremos os seguintes passos:
Copie os cabeçalhos de coluna dos intervalos de planilha a serem filtrados para uma área vazia da planilha e, em segui-
da, insira os critérios para o filtro em uma linha abaixo dos cabeçalhos. Os dados dispostos horizontalmente em uma linha
serão sempre conectados logicamente com E e dados dispostos verticalmente em uma coluna serão sempre conectados
logicamente com OU.
142
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
143
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
144
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
LIBREOFFICE IMPRESS
O LibreOffice Impress é o editor de apresentações da família LibreOffice.org e apresenta soluções atuais para esta
finalidade.
O Impress permite criar apresentações de slides profissionais que podem conter gráficos, objetos de desenho, texto,
multimídia e vários outros itens. Se desejar, você poderá importar e modificar apresentações do Microsoft PowerPoint.
O usuário poderá criar slides com complexidades variadas, indo de uma simples apresentação escolar até as mais
complexas apresentações profissionais. De uma forma geral, poderá ser criado e editado com o LibreOffice.org Impress:
a) Apresentações: Conjunto de slides, folhetos, anotações do apresentador e estruturas de tópicos, agrupados em um
arquivo;
b) Slides: É a página individual da apresentação. Pode conter títulos, textos, elementos gráficos, desenhos (clipart), etc;
c) Folhetos: É uma pequena versão impressa dos slides, para distribuir entre os ouvintes.
d) Anotações do Apresentador: Anotações que o apresentador queira adicionar ao slide sem que sejam visualizadas na
apresentação.
e) Estrutura de Tópicos: É o sumário da apresentação. Aparecem apenas os títulos e os textos principais de cada slide.
Layout
Antes de iniciar a utilização do Impress, é interessante ter alguns conceitos básicos de informática bem fixados, como
por exemplo:
– Cursor de Ponto de Inserção: barra que indica posição dentro do documento;
– Menu: conjunto de opções (comandos) utilizados durante a tarefa, que podem dividir-se em sub-menus. As opções
podem ser acessadas pela barra de menu, barra de ferramentas e teclas de atalho; – Janela: espaço onde fica um conjunto
de configurações de um comando.
– Barra de Menu: dá acesso a menus suspensos, onde estão todas as opções (comandos) do programa;
– Barra de Ferramentas: dá acesso a um conjunto de botões com as mesmas funcionalidades da barra de menu;
– Barra de Rolagem Horizontal e Vertical: facilita a navegação na página quando o zoom de visualização excede o
tamanho da tela;
– Barra de Status: exibe na parte inferior da janela do documento alguns status de comportamento e edição do texto
no programa.
Painel de slides
O Painel de Slides contém imagens em miniaturas dos slides de sua apresentação, na ordem em que serão mostrados
(a menos que se mude a ordem de apresentação dos slides). Clicando em um slide deste painel, isto o selecione e o coloca
na Área de Trabalho. Quando um slide está na Área de Trabalho, pode-se aplicar nele as alterações desejadas.
145
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Várias operações adicionais podem ser aplicadas em um ou mais slides simultaneamente no Painel de slides:
• Adicionar novos slides para a apresentação.
• Marcar um slide como oculto para que ele não seja mostrado como parte da apresentação.
• Excluir um slide da apresentação, se ele não é mais necessário.
• Renomear um slide.
• Duplicar um slide (copiar e colar) ou movê-lo para uma posição diferente na apresentação (cortar e colar).
Também é possível realizar as seguintes operações, apesar de existirem métodos mais eficientes do que usando o Pai-
nel de Slides:
• Alterar a transição de slides para o slide seguinte ou após cada slide em um grupo de slides.
• Alterar a sequência de slides na apresentação.
• Alterar o modelo do slide.
• Alterar a disposição do slide ou para um grupo de slides simultaneamente.
Painel de tarefas
O Painel de Tarefas tem cinco seções. Para expandir a seção que se deseja, clique no triângulo apontando para
a esquerda da legenda. Somente uma seção por vez pode ser expandida.
Páginas mestre
Aqui é definido o estilo de página para sua apresentação. O Impress contém Páginas Mestre pré-preparadas (slides
mestres). Um deles, o padrão, é branco, e os restantes possuem um plano fundo.
Layout
Os layouts pré-preparados são mostrados aqui. Você pode escolher aquele que se deseja, usálo como está ou modifi-
cá-lo conforme suas próprias necessidades. Atualmente não é possível criar layouts personalizados.
Modelos de tabela
Os estilos de tabela padrão são fornecidos neste painel. Pode-se ainda modificar a aparência de uma tabela com as
seleções para mostrar ou ocultar linhas e colunas específicas, ou aplicar uma aparência única às linhas ou colunas.
Animação personalizada
Uma variedade de animações/efeitos para elementos selecionados de um slide são listadas. A animação pode ser adi-
cionada a um slide, e também pode ser alterada ou removida posteriormente.
Transição de slide
Muitas transições estão disponíveis, incluindo Sem transição. Pode-se selecionar a velocidade de transição (lenta, média,
rápida), escolher entre uma transição automática ou manual, e escolher por quanto tempo o slide selecionado será mostrado.
Área de trabalho
A Área de Trabalho tem cinco guias: Normal, Estrutura de tópicos, Notas, Folheto e Classificador de slide. Estas cinco guias
são chamadas botões de Visualização. A Área de Trabalho abaixo dos botões muda dependendo da visualização escolhida.
146
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de status
A Barra de status, localizada na parte inferior da janela do Impress, contém informações que podem ser úteis quando
trabalhamos com uma apresentação. Ela mostra algumas informações sobre o documento e maneiras convenientes de al-
terar algumas funcionalidades. Ela é parecida, tanto no Writer, como no Calc, Impress e Draw, mas cada componente inclui
alguns itens específicos.
Mostra o estilo atual do slide. Para editá-lo, clique duas vezes nesse campo.
Assinatura digital
Se o documento foi assinado digitalmente, um ícone é mostrado aqui. Você pode clicar duas vezes sobre ele para
ver o certificado.
Informação do objeto
Mostra informações importantes relativas à posição do cursor ou do elemento selecionado no documento. Clicar duas
vezes nessa área normalmente abre uma caixa de diálogo.
Zoom e proporção
Para alterar a visualização para mais perto ou mais longe, arraste o botão de Zoom, ou clique nos botões + e –, ou cli-
que com o botão direito do mouse no marcador de nível de zoom para mostrar uma lista de valores que se podem escolher
para a exibição.
Clicando duas vezes sobre o Zoom e proporção, aparece a caixa de diálogo Zoom & Visualização do Layout.
147
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Exibição Notas
Use a exibição Notas para adicionar notas para um sli-
de.
Clique na guia Notas na Área de trabalho.
Selecione o slide ao qual se deseja adicionar notas.
Clique o slide no painel Slides, ou Duplo clique no
nome do slide no Navegador.
Na caixa de texto abaixo do slide, clique sobre as pala-
vras Clique para adicionar notas e comece a digitar.
Exibições da área de trabalho
Cada uma das exibições da área de trabalho é projeta- Pode-se redimensionar a caixa de texto de Notas uti-
da para facilitar a realização de determinadas tarefas; por- lizando as alças de redimensionamento verdes que apare-
tanto, é útil se familiarizar com elas, a fim de se realizar cem quando se clica na borda da caixa. Pode-se também
rapidamente estas tarefas. mover a caixa colocando o cursor na borda, então clicando
A exibição Normal é a principal exibição para traba- e arrastando. Para fazer alterações no estilo de texto, pres-
lharmos com slides individuais. Use esta exibição para sione a tecla F11 para abrir a janela Estilos e formatação.
projetar e formatar e adicionar texto, gráficos, e efeitos de
animação.
Para colocar um slide na área de projeto (Exibição nor-
mal), clique na miniatura do slide no Painel de slides ou
clique duas vezes no Navegador.
148
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
149
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Trabalhando na exibição Classificador de slides Clique em Próximo. A Figura seguinte mostra o passo 2
Pode-se trabalhar com slides na exibição Classificador do Assistente de Apresentação como aparece ao selecionar
de slides assim como se trabalha no Painel de slides. Apresentação vazia no passo 1. Se selecionar A partir do mo-
Para fazer alterações, clique com o botão direito do delo, um slide de exemplo é mostrado na caixa de visualização.
mouse em um slide e escolha qualquer uma das seguintes
opções do menu suspenso:
Adicionar um novo slide após o slide selecionado.
Renomear ou excluir o slide selecionado.
Alterar o layout do slide.
Alterar a transição do slide.
– Para um slide, clique no slide para selecioná-lo e en-
tão adicione a transição desejada.
– Para mais de um slide, selecione o grupo de slides e
adicione a transição desejada.
Marcar um slide como oculto. Slides ocultos não serão
mostrados na exibição de slides.
Copiar ou cortar e colar um slide.
Renomeando slides
150
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Escolha a transição de slides no menu suspenso Efeito. Pode-se escolher o tipo de conteúdo clicando no ícone
• Selecione a velocidade desejada para a transição correspondente que é exibido no meio da caixa de con-
entre os diferentes slides na apresentação no menu sus- teúdo, como mostrado na Figura abaixo. Para texto, basta
penso. Velocidade. Média e uma boa escolha no momento. clicar no local indicado na caixa para se obter o cursor.
Clique Criar. Uma nova apresentação é criada.
Inserindo slides
Isto pode ser feito de várias maneiras, faça a sua es-
colha:
• Inserir → Slide.
• Botão direito do mouse no slide atual e selecione
Slide → Novo slide no menu suspenso.
• Clique no ícone Slide na barra de ferramenta
Apresentação.
Às vezes, ao invés de partir de um novo slide se deseja
duplicar um slide que já está inserido. Para fazer isso, sele-
cione o slide que se deseja duplicar no painel de Slides e
escolha Inserir → Duplicar slide.
Para selecionar ou alterar o layout, coloque o slide na
Selecionando um layout Área de trabalho e selecione o layout desejado da gaveta
No painel de Tarefas, selecione a aba Layouts para exi- de layout no Painel de tarefas.
Se tivermos selecionado um layout com uma ou mais
bir os layouts disponíveis. O Layout difere no número de
caixas de conteúdo, este é um bom momento para decidir
elementos que um slide irá conter, que vai desde o slide
qual tipo de conteúdo se deseja inserir.
vazio (slide branco) ao slide com 6 caixas de conteúdo e um
título (Título, 6 conteúdos).
Modificando os elementos de slide
Atualmente cada slide irá conter os elementos que es-
tão presentes no slide mestre que se está usando, como
imagens de fundo, logos, cabeçalho, rodapé, e assim por
diante. No entanto, é improvável que o layout pré-definido
irá atender todas as suas necessidades. Embora o Impress
não tenha a funcionalidade para criar novos layouts, ele
nos permite redimensionar e mover os elementos do la-
yout. Também é possível adicionar elementos de slides sem
ser limitado ao tamanho e posição das caixas de layout.
Para redimensionar uma caixa de conteúdo, clique so-
bre o quadro externo para que as 8 alças de redimensiona-
mento sejam mostradas. Para movê-la coloque o cursor do
mouse no quadro para que o cursor mude de forma. Pode-
se agora clicar com o botão esquerdo do mouse e arrastar
a caixa de conteúdos para uma nova posição no slide.
Nesta etapa pode-se também querer remover quadros
indesejados. Para fazer isto:
Clique no elemento para realçá-lo. (As alças de redi-
mensionamento verdes mostram o que é realçado).
Pressione a tecla Delete para removê-lo.
O Slide de título (que também contém uma seção para Adicionando texto a um slide
um subtítulo) ou Somente título são layouts adequados Se o slide contém texto, clique em Clique aqui para
para o primeiro slide, enquanto que para a maioria dos sli- adicionar um texto no quadro de texto e então digite o
des se usará provavelmente o layout Título, conteúdo. texto. O estilo Estrutura de esboço 1:10 é automaticamente
Vários layouts contém uma ou mais caixas de conteú- aplicado ao texto conforme o que insere. Pode-se alterar o
do. Cada uma dessas caixas pode ser configurada para nível da Estrutura de cada parágrafo assim como sua posi-
conter um dos seguintes elementos: Texto, Filme, Imagem, ção dentro do texto usando os botões de seta na barra de
Gráfico ou Tabela. ferramenta Formatação de texto.
151
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Modificando a aparência de todos os slides Clique e arraste para desenhar uma caixa para o texto
Para alterar o fundo e outras características de todos no slide. Não se preocupe com o tamanho e posição ver-
os slides em uma apresentação, é melhor modificar o slide tical; a caixa de texto irá expandir se necessário enquanto
mestre ou escolher um slide mestre diferente como expli- se digita.
cado na seção Trabalhando com slide mestre e estilos na Solte o botão do mouse quando terminar. O cursor apa-
página 28. rece na caixa de texto, que agora está no modo de edição.
Se tudo que se necessita fazer é alterar o fundo, pode- Digite ou cole seu texto na caixa de texto.
se tomar um atalho: Clique fora da caixa de texto para desmarcá-la.
1. Selecione Formatar → Página e vá para a aba Plano Pode-se mover, redimensionar e excluir caixas de texto.
de fundo.
2. Selecione o plano de fundo desejado entre cor só- Adicionando imagens, tabelas, gráficos e filme
lida, gradiente, hachura e bitmap. Como foi visto, além de texto uma caixa pode conter
3. Clique OK para aplicá-lo. também imagens, tabelas, gráficos ou filme. Esta seção for-
Uma caixa de diálogo se abrirá perguntando se o fun- nece uma visão rápida de como trabalhar estes objetos.
do deve ser aplicado para todos os slides. Se clicar em sim,
o Impress irá modificar automaticamente o slide mestre.
152
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Depois que a tabela é criada, pode-se modificá-la de Trabalhando com slide mestre e estilos
forma semelhante ao que se faria em uma tabela no Writer: Um slide mestre é um slide que é usado como ponto
adicionando e excluindo linhas e colunas, ajustando largura de partida para outros slides. É semelhante a página de
e espaçamento, adicionando bordas, cores de fundo, etc... estilos no Writer: controla a formatação básica de todos os
Modificando o estilo da tabela a partir da seção Modelos slides baseados nele. Uma apresentação de slides pode ter
de tabela no painel de Tarefas, pode-se alterar rapidamente a mais de um slide mestre. O slide mestre também pode ser
aparência da tabela ou quaisquer tabelas recém-criadas com chamado de slide principal ou página mestre.
base nas opções de estilo que se selecionou. Pode-se esco- Um slide mestre tem um conjunto definido de caracte-
lher optar por dar enfase ao cabeçalho e as linhas de totais, rísticas, incluindo a cor de fundo, gráfico, ou gradiente; ob-
bem como a primeira e a ultima colunas da tabela, e aplicar jetos (como logotipos, linhas decorativas e outros gráficos)
uma faixa aparecendo nas linhas e colunas. no fundo; cabeçalhos e rodapés; localização e tamanho dos
Tendo concluído o modelo da tabela, inserir dados den- quadros de texto; e a formatação do texto.
tro das células é semelhante a trabalhar com objetos caixa
de texto. Clique na célula que se deseja adicionar dados, e Estilos
comece a digitar. Para se deslocar rapidamente nas células, Todas as características de slide mestre são controladas
use as seguintes opções de teclas: por estilos. Os estilos de qualquer novo slide que se crie
As teclas Seta move o cursor para a próxima célula da são herdados do slide mestre do qual ele foi criado. Em
tabela se a célula está vazia, caso contrário, elas movem o outras palavras, o estilo do slide mestre estão disponíveis
cursor para o próximo caractere na célula. e aplicados a todos os slides criados a partir desse slide
A tecla Tab move para a próxima célula, pulando sobre o mestre. Alterando um estilo em um slide mestre resulta em
conteúdo da célula; Shift+Tab move para trás pulando para o mudança para todos os slides com base nesse slide mestre,
início do conteúdo se houver. mas pode-se modificar slides individualmente sem afetar o
slide mestre.
Adicionando gráficos O slide mestre tem dois tipos de estilos associados a
Para inserir um gráfico em um slide pode-se usar o recurso In-
ele: estilos de apresentação e estilos gráficos. Os estilos de
serir gráfico ou selecionar gráfico como tipo de uma caixa de con-
apresentação pré-configurados não podem ser modifica-
teúdo. Em ambos os casos o Impress irá inserir um gráfico padrão.
dos mas novos estilos de apresentação podem ser criados.
No caso de estilos gráficos, pode-se modificar os préconfi-
Adicionando clips de mídia
gurados e também criar novos.
Pode-se inserir vários tipos de músicas e clips de filme
Estilos de apresentação afetam três elementos de um
em seu slide selecionando o botão Inserir filme em uma caixa
de conteúdo vazia. Um reprodutor de mídia será aberto na slide mestre: o plano de fundo, fundo dos objetos (como
parte inferior da tela, o filme será aberto no fundo da tela e ícones, linhas decorativas e quadro de texto) e o texto co-
pode-se ter uma visualização da mídia. No caso de um arqui- locado no slide. Estilos de texto são subdivididos em No-
vo de áudio, a caixa de conteúdo será preenchida com uma tas, Alinhamento 1 ate Alinhamento 9, Subtítulo, e Título.
imagem de alto falante. Os estilos de alinhamento são usados para os diferentes
níveis de alinhamento a que pertencem. Por exemplo, Ali-
Adicionando gráficos, planilhas, e outros objetos nhamento 2 é usado para os subpontos do Alinhamento
Gráficos tais como formas, textos explicativos, setas, etc... 1, e Alinhamento 3 e usado para os subpontos do Alinha-
são muitas vezes úteis para complementar o texto em um mento 2.
slide. Estes objetos são tratados da mesma forma como um Estilos gráficos afetam muitos dos elementos de um
gráfico no Draw. slide. Repare que estilos de texto existem tanto na seleção
Planilhas embutidas no Impress incluem a maioria das do estilo de apresentação como no estilo gráfico.
funcionalidades de planilhas no Calc e, portanto, capaz de
realizar cálculos extremamente complexos e análise de da- Slides mestres
dos. Se houver necessidade de analisar seus próprios dados O Impress vem com vários slides mestres pré-configu-
ou aplicar fórmulas, essas operações podem ser melhor exe- rados. Eles são mostrados na seção
cutadas em uma planilha Calc e os resultados mostrados em Páginas mestre no painel de Tarefas. Esta seção tem
uma planilha incorporada no Impress ou ainda melhor em três subseções: Utilizadas nesta apresentação, Recém utili-
uma tabela Impress nativa. zadas e Disponível para utilização. Clique no sinal + ao lado
Alternativamente, escolha Inserir → Objeto → Objeto OLE do nome de uma subseção para expandi-la para mostrar
na barra de menu. Isso abre uma planilha no meio do slide e miniaturas dos slides, ou clique o sinal – para esconder as
o menu e as barras de ferramentas mudam para os utilizados miniaturas.
no Calc para que se possa começar a adicionar os dados, Cada um dos slides mestres mostrados na lista Dispo-
embora talvez seja necessário redimensionar a área visível no nível para utilização é de um modelo de mesmo nome. Se
slide. Pode-se também inserir uma planilha já existente e usar tivermos criado nossos próprios modelos, ou adicionado
o visor para selecionar os dados que se deseja exibir no slide. modelos de outras fontes, os slides mestres a partir destes
O Impress oferece a capacidade de inserir em um slide modelos também aparecem nesta lista.
vários outros tipos de objetos como documentos Writer,
Fórmulas matemáticas, ou mesmo uma outra apresentação.
153
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Shift+Ctrl+ K / Dividir o objeto selecionado. Essa Ctrl+Backspace / Exclui o texto até o início da palavra
combinação funcionará apenas em um objeto que tenha Numa lista: exclui um parágrafo vazio na frente do pa-
sido criado pela combinação de dois ou mais objetos. rágrafo atual
Ctrl+ tecla de adição /Trazer para a frente. Ctrl+Shift+Del / Exclui o texto até ao final da frase
Shift+Ctrl + tecla mais /Trazer para frente. Ctrl+Shift+Backspace / Exclui o texto até o início da
Ctrl + tecla menos Enviar para trás. frase
Shift+Ctrl + tecla menos / Enviar para o fundo.
Teclas de atalho no LibreOffice Impress
Teclas de atalho ao editar texto Teclas de atalho / Efeito
Teclas de atalho /Efeito Tecla de seta / Move o objeto selecionado ou a exibi-
Ctrl+Hífen(-) / Hifens personalizados; hifenização defi- ção da página na direção da seta.
nida pelo usuário. Ctrl+ tecla Seta / Mover pela exibição da página.
Ctrl+Shift+Sinal de menos (-) / Traço incondicional Shift + arrastar / Limita o movimento do objeto sele-
(não utilizado na hifenização) cionado no sentido horizontal ou vertical.
Ctrl+Shift+Barra de espaços / Espaços incondicionais. Ctrl+ arrastar (com a opção Copiar ao mover ativa) /
Os espaços incondicionais não são utilizados na hifeniza- Mantenha pressionada a tecla Ctrl e arraste um objeto para
ção e não se expandem se o texto estiver justificado. criar um cópia desse objeto.
Shift+Enter / Quebra de linha sem mudança de pará- Tecla Alt / Mantenha pressionada a tecla Alt para de-
grafo senhar ou redimensionar objetos arrastando do centro do
Seta para a esquerda / Move o cursor para a esquerda objeto para fora.
Shift+Seta para esquerda / Mover cursor com seleção Tecla Alt+clique / Selecionar o objeto que está atrás do
para a esquerda objeto atualmente selecionado.
Ctrl+Seta para a esquerda / Ir para o início da palavra Alt+Shift+clique / Selecionar o objeto que está na
Ctrl+Shift+Seta para a esquerda / Selecionar palavra a frente do objeto atualmente selecionado.
palavra para a esquerda Shift+clique / Seleciona os itens adjacentes ou um tre-
Seta para a direita / Move o cursor para a direita cho de texto. Clique no início de uma seleção, vá para o fim
Shift+Seta para a direita / Move o cursor com seleção da seleção e mantenha pressionada a tecla Shift enquanto
para a direita clica.
Ctrl+Seta para a direita / Ir para o início da palavra se- Shift+arrastar (ao redimensionar) / Mantenha pressio-
guinte nada a tecla Shift enquanto arrasta um objeto para redi-
Ctrl+Shift+Seta para a direita / Seleciona palavra a pa- mensioná-lo mantendo suas proporções.
lavra para a direita Tecla Tab / Selecionar os objetos na ordem em que fo-
Seta para cima / Move o cursor para cima uma linha ram criados.
Shift+Seta para cima / Seleciona linhas para cima Shift+Tab / Selecionar objetos na ordem inversa em
Ctrl+Seta para cima / Move o cursor para o início do que foram criados.
parágrafo anterior Escape / Sair do modo atual.
Ctrl+Shift+Seta para cima / Seleciona até ao inicio do Enter / Ativa um objeto de espaço reservado em uma
parágrafo. Ao repetir, estende a seleção até o início do pa- nova apresentação (somente se o quadro estiver selecio-
rágrafo anterior nado).
Seta para baixo / Move o cursor para baixo uma linha Ctrl+Enter / Move para o próximo objeto de texto no
Shift+Seta para baixo / Seleciona linhas para baixo slide.
Ctrl+Seta para baixo / Move o cursor para o final do Se não houver objetos de texto no slide, ou se você
parágrafo. Ao repetir, move o cursor até ao final do pará- chegou ao último objeto de texto, um novo slide será inse-
grafo seguinte. rido após o slide atual. O novo slide usará o mesmo layout
CtrlShift+Seta para baixo / Seleciona até ao final do do atual.
parágrafo. Ao repetir, estende a seleção até ao final do pa- PageUp / Alternar para o slide anterior. Sem função no
rágrafo seguinte primeiro slide.
Home / Ir para o início da linha PageDown / Alternar para o próximo slide. Sem função
Shift+Home / Ir e selecionar até o início de uma linha no último slide.
End / Ir para o fim da linha
Shift+End / Ir e selecionar até ao final da linha Navegar com o teclado no classificador de slides
Ctrl+Home / Ir para o inicio do bloco de texto do Teclas de atalho / Efeito
slide Home/End / Define o foco para o primeiro/último sli-
Ctrl+Shift+Home / Ir e selecionar até ao inicio do bloco de.
de texto do slide Seta para a direita/esquerda ou Page Up/Page Down /
Ctrl+End / Ir para o final do bloco de texto do slide Define o foco para o slide anterior/seguinte.
Ctrl+Shift+End / Ir e selecionar até ao final do bloco de Enter / Mudar para o modo normal com o slide ativo.
texto do slide
Ctrl+Del / Exclui o texto até ao final da palavra
157
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Topologia
REDES DE COMPUTADORES: CONCEITOS • Estrela: Um computador central controla a rede;
BÁSICOS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E • Anel: Computadores conectados em forma circular;
PROCEDIMENTOS DE INTERNET E INTRANET; • Barramento: Conecta todos os nós em uma linha e
pode preservar a rede se um computador falhar.
PROGRAMAS DE NAVEGAÇÃO (MICROSOFT
INTERNET EXPLORER, MOZILLA FIREFOX E As estruturas formadas pelos meios de conexão entre-
GOOGLE CHROME); gam ao usuário o serviço de comunicação que ele necessita.
Esta estrutura pode ser formada por:
• Cabo Coaxial: Utiliza cabos rígidos de cobre e na atua-
lidade é utilizada em parceria com a fibra óptica para distri-
REDES DE COMPUTADORES
buição de TV a cabo;
• Onda de Rádio: Também conhecida por Wireless, subs-
As redes de computadores são interconexões de sistemas
titui o uso dos pares metálicos e das fibras, utilizando o ar
de comunicação de dados que podem compartilhar recursos como meio de propagação dos dados;
de hardware e de software, assim, rede é um mecanismo • Fibra Óptica: Baseada na introdução do uso da fibra
através do qual computadores podem se comunicar e/ou óptica, substituindo o par metálico;
compartilhar hardware e software; • Par Metálico: Constituída pela rede de telefonia, porém
A tecnologia hoje disponível permite que usuários se trafegando dados, voz e imagem;
liguem a um computador central, a qualquer distância, • Satélite: O equipamento funciona como receptor, repe-
através de sistemas de comunicação de dados. tidor e regenerador do sinal que se encontra no espaço, de
Um sistema de comunicação de dados consiste em modo que reenvia à terra um sinal enviado de um ponto a
estações, canais, equipamentos de comunicação e programas outro que faz uso do satélite para conexão;
específicos que unem os vários elementos do sistema, • Rede Elétrica: Faz uso dos cabos de cobre da rede de
basicamente estações, a um computador central. energia para a transmissão de voz, dados e imagens.
Estação é qualquer tipo de dispositivo capaz de se
comunicar com outro, através de um meio de transmissão, Dispositivos
incluindo computadores, terminais, dispositivos periféricos,
telefones, transmissores e receptores de imagem, entre outros. • Modem
Os elementos básicos de uma rede são:
• Host: Equipamento conectado na rede;
• Nó ou Processamento: Ponto de conexão e comunicação
de hosts;
• Transporte ou Transmissão: Faz interligação dos nós
através da transmissão em longas distâncias;
• Acesso: Elemento que faz a interligação do usuário ao nó; Converte um sinal analógico em digital e vice-versa;
158
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Acesso à Internet
• Roteador O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço
de Internet, oferece principalmente serviço de acesso à In-
ternet, adicionando serviços como e-mail, hospedagem de
sites ou blogs, ou seja, são instituições que se conectam
à Internet com o objetivo de fornecer serviços à ela
relacionados, e em função do serviço classificam-se em:
• Provedores de Backbone: São instituições que cons-
troem e administram backbones de longo alcance, ou seja,
estrutura física de conexão, com o objetivo de fornecer
acesso à Internet para redes locais;
Equipamento que permite a comunicação entre compu-
• Provedores de Acesso: São instituições que se conec-
tadores e redes que se encontram distantes; tam à Internet via um ou mais acessos dedicados e disponi-
bilizam acesso à terceiros a partir de suas instalações;
• Provedores de Informação: São instituições que dis-
INTERNET ponibilizam informação através da Internet.
159
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de como os serviços oferecidos são de fato implementados.
Trasferência em Hipertexto A camada n em uma máquina estabelece uma con-
É um protocolo ou língua específica da internet, res- versão com a camada n em outra máquina. As regras e
ponsável pela comunicação entre computadores. convenções utilizadas nesta conversação são chamadas
Um hipertexto é um texto em formato digital, e coletivamente de protocolo da camada n, conforme ilus-
pode levar a outros, fazendo o uso de elementos espe- trado na Figura abaixo para uma rede com sete camadas.
ciais (palavras, frases, ícones, gráficos) ou ainda um Mapa As entidades que compõem as camadas correspondentes
Sensitivo o qual leva a outros conjuntos de informação na em máquinas diferentes são chamadas de processos par-
forma de blocos de textos, imagens ou sons. ceiros. Em outras palavras, são os processos parceiros que
Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o se comunicam utilizando o protocolo.
mouse, remete o usuário à outra parte do documento ou Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente
outro documento. da camada n em uma máquina para a camada n em outra
Home Page máquina. Em vez disso, cada camada passa dados e infor-
Sendo assim, home page designa a página inicial, prin- mações de controle para a camada imediatamente abaixo,
até que o nível mais baixo seja alcançado. Abaixo do nível
cipal do site ou web page.
1 está o meio físico de comunicação, através do qual a co-
É muito comum os usuários confundirem um Blog ou
municação ocorre. Na Figura abaixo, a comunicação virtual
Perfil no Orkut com uma Home Page, porém são coisas dis-
é mostrada através de linhas pontilhadas e a comunicação
tintas, aonde um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é
física através de linhas sólidas.
um Profile, ou seja um hipertexto que possui informações
de um usuário dentro de uma comunidade virtual.
160
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
nem a especificação das interfaces são parte da arquitetura, tro de uma rede, quanto para identificá-lo na internet.
pois esses detalhes estão escondidos dentro da máquina e Se na rede da empresa onde você trabalha o seu com-
não são visíveis externamente. Não é nem mesmo neces- putador tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma má-
sário que as interfaces em todas as máquinas em uma rede quina em outra rede pode ter este mesmo número, afinal,
sejam as mesmas, desde que cada máquina possa usar cor- ambas as redes são distintas e não se comunicam, sequer
retamente todos os protocolos. sabem da existência da outra. Mas, como a internet é uma
O endereço IP rede global, cada dispositivo conectado nela precisa ter um
Quando você quer enviar uma carta a alguém, você... endereço único. O mesmo vale para uma rede local: nesta,
Ok, você não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar um cada dispositivo conectado deve receber um endereço úni-
recado no Facebook. Vamos então melhorar este exemplo: co. Se duas ou mais máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se
quando você quer enviar um presente a alguém, você ob- então um problema chamado “conflito de IP”, que dificulta
tém o endereço da pessoa e contrata os Correios ou uma a comunicação destes dispositivos e pode inclusive atrapa-
transportadora para entregar. É graças ao endereço que é lhar toda a rede.
possível encontrar exatamente a pessoa a ser presenteada. Para que seja possível termos tanto IPs para uso em re-
Também é graças ao seu endereço - único para cada resi- des locais quanto para utilização na internet, contamos com
dência ou estabelecimento - que você recebe suas contas um esquema de distribuição estabelecido pelas entidades
IANA (Internet Assigned Numbers Authority) e ICANN (In-
de água, aquele produto que você comprou em uma loja
ternet Corporation for Assigned Names and Numbers) que,
on-line, enfim.
basicamente, divide os endereços em três classes principais
Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu
e mais duas complementares. São elas:
computador seja encontrado e possa fazer parte da rede
Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128
mundial de computadores, necessita ter um endereço úni- redes, cada uma com até 16.777.214 dispositivos conecta-
co. O mesmo vale para websites: este fica em um servidor, dos;
que por sua vez precisa ter um endereço para ser localiza- Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até
do na internet. Isto é feito pelo endereço IP (IP Address), 16.384 redes, cada uma com até 65.536 dispositivos;
recurso que também é utilizado para redes locais, como a Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até
existente na empresa que você trabalha, por exemplo. 2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos;
O endereço IP é uma sequência de números composta Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast;
de 32 bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast re-
sequências de 8 bits. Cada uma destas é separada por um servado.
ponto e recebe o nome de octeto ou simplesmente byte, já As três primeiras classes são assim divididas para aten-
que um byte é formado por 8 bits. O número 172.31.110.10 der às seguintes necessidades:
é um exemplo. Repare que cada octeto é formado por nú-
meros que podem ir de 0 a 255, não mais do que isso.
- Os endereços IP da classe A são usados em locais
onde são necessárias poucas redes, mas uma grande quan-
tidade de máquinas nelas. Para isso, o primeiro byte é utili-
zado como identificador da rede e os demais servem como
identificador dos dispositivos conectados (PCs, impresso-
ras, etc);
- Os endereços IP da classe B são usados nos casos
onde a quantidade de redes é equivalente ou semelhante
à quantidade de dispositivos. Para isso, usam-se os dois
primeiros bytes do endereço IP para identificar a rede e os
A divisão de um IP em quatro partes facilita a organi- restantes para identificar os dispositivos;
- Os endereços IP da classe C são usados em locais que
zação da rede, da mesma forma que a divisão do seu en-
requerem grande quantidade de redes, mas com poucos
dereço em cidade, bairro, CEP, número, etc, torna possível
dispositivos em cada uma. Assim, os três primeiros bytes
a organização das casas da região onde você mora. Neste
são usados para identificar a rede e o último é utilizado
sentido, os dois primeiros octetos de um endereço IP po-
para identificar as máquinas.
dem ser utilizados para identificar a rede, por exemplo. Em Quanto às classes D e E, elas existem por motivos es-
uma escola que tem, por exemplo, uma rede para alunos peciais: a primeira é usada para a propagação de pacotes
e outra para professores, pode-se ter 172.31.x.x para uma especiais para a comunicação entre os computadores, en-
rede e 172.32.x.x para a outra, sendo que os dois últimos quanto que a segunda está reservada para aplicações futu-
octetos são usados na identificação de computadores. ras ou experimentais.
Vale frisar que há vários blocos de endereços reserva-
Classes de endereços IP dos para fins especiais. Por exemplo, quando o endereço
Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem começa com 127, geralmente indica uma rede “falsa”, isto
ser utilizados tanto para identificar o seu computador den- é, inexistente, utilizada para testes. No caso do endereço
161
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
127.0.0.1, este sempre se refere à própria máquina, ou seja, Você percebe então que podemos ter redes com más-
ao próprio host, razão esta que o leva a ser chamado de cara 255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indi-
localhost. Já o endereço 255.255.255.255 é utilizado para cando uma classe. Mas, como já informado, ainda pode ha-
propagar mensagens para todos os hosts de uma rede de ver situações onde há desperdício. Por exemplo, suponha
maneira simultânea. que uma faculdade tenha que criar uma rede para cada um
de seus cinco cursos. Cada curso possui 20 computadores.
Endereços IP privados A solução seria então criar cinco redes classe C? Pode ser
Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são melhor do que utilizar classes B, mas ainda haverá desper-
privados. Isto significa que eles não podem ser utilizados dício. Uma forma de contornar este problema é criar uma
na internet, sendo reservados para aplicações locais. São, rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as
essencialmente, estes: máscaras novamente entram em ação.
-Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255; Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas
-Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255; estes, na verdade, representam bytes (linguagem binária).
-Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255. 255 em binário é 11111111. O número zero, por sua vez,
Suponha então que você tenha que gerenciar uma rede é 00000000. Assim, a máscara de um endereço classe C,
com cerca de 50 computadores. Você pode alocar para es- 255.255.255.0, é:
tas máquinas endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50, 11111111.11111111.11111111.00000000
por exemplo. Todas elas precisam de acesso à internet. O Perceba então que, aqui, temos uma máscara forma-
que fazer? Adicionar mais um IP para cada uma delas? Não. da por 24 bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para
Na verdade, basta conectá-las a um servidor ou equipa- criarmos as nossas sub-redes, temos que ter um esquema
mento de rede - como um roteador - que receba a cone- com 25, 26 ou mais bits, conforme a necessidade e as pos-
xão à internet e a compartilhe com todos os dispositivos sibilidades. Em outras palavras, precisamos trocar alguns
conectados a ele. Com isso, somente este equipamento zeros do último octeto por 1.
precisará de um endereço IP para acesso à rede mundial Suponha que trocamos os três primeiros bits do últi-
de computadores. mo octeto (sempre trocamos da esquerda para a direita),
resultando em:
Máscara de sub-rede 11111111.11111111.11111111.11100000
As classes IP ajudam na organização deste tipo de en- Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de
dereçamento, mas podem também representar desperdí- bits “trocados”, teremos a quantidade possível de sub-re-
cio. Uma solução bastante interessante para isso atende des. Em nosso caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possi-
bilidade de criar até oito sub-redes. Sobrou cinco bits para
pelo nome de máscara de sub-rede, recurso onde parte
o endereçamento dos host. Fazemos a mesma conta: 2^5
dos números que um octeto destinado a identificar dis-
= 32. Assim, temos 32 dispositivos em cada sub-rede (esta-
positivos conectados (hosts) é “trocado” para aumentar a
mos fazendo estes cálculos sem considerar limitações que
capacidade da rede. Para compreender melhor, vamos en-
possam impedir o uso de todos os hosts e sub-redes).
xergar as classes A, B e C da seguinte forma:
11100000 corresponde a 224, logo, a máscara resultan-
- A: N.H.H.H;
te é 255.255.255.224.
- B: N.N.H.H; Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser
- C: N.N.N.H. empregado também em endereços classes A e B, conforme
a necessidade. Vale ressaltar também que não é possível
N significa Network (rede) e H indica Host. Com o utilizar 0.0.0.0 ou 255.255.255.255 como máscara.
uso de máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se IP estático e IP dinâmico
“transformar” em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanen-
de sub-rede permitem determinar quantos octetos e bits temente a um dispositivo, ou seja, seu número não muda,
são destinados para a identificação da rede e quantos são exceto se tal ação for executada manualmente. Como
utilizados para identificar os dispositivos. exemplo, há casos de assinaturas de acesso à internet via
Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema: se ADSL onde o provedor atribui um IP estático aos seus as-
um octeto é usado para identificação da rede, este receberá sinantes. Assim, sempre que um cliente se conectar, usará
a máscara de sub-rede 255. Mas, se um octeto é aplicado o mesmo IP.
para os dispositivos, seu valor na máscara de sub-rede será O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado
0 (zero). A tabela a seguir mostra um exemplo desta relação: a um computador quando este se conecta à rede, mas que
muda toda vez que há conexão. Por exemplo, suponha que
você conectou seu computador à internet hoje. Quando
Identificador você conectá-lo amanhã, lhe será dado outro IP. Para en-
Identificador Máscara
Classe Endereço IP
da rede
do
de sub-rede tender melhor, imagine a seguinte situação: uma empresa
computador tem 80 computadores ligados em rede. Usando IPs dinâ-
A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0 micos, a empresa disponibiliza 90 endereços IP para tais
máquinas. Como nenhum IP é fixo, um computador rece-
B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0 berá, quando se conectar, um endereço IP destes 90 que
C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0 não estiver sendo utilizado. É mais ou menos assim que os
provedores de internet trabalham.
162
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâ- Durante essa fase, que podemos considerar de transição,
micos é o protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration o que veremos é a “convivência” entre ambos os padrões.
Protocol). Não por menos, praticamente todos os sistemas operacio-
nais atuais e a maioria dos dispositivos de rede estão aptos
IP nos sites a lidar tanto com um quanto com o outro. Por isso, se você
Você já sabe que os sites na Web também necessitam é ou pretende ser um profissional que trabalha com redes
de um IP. Mas, se você digitar em seu navegador www.in- ou simplesmente quer conhecer mais o assunto, procure se
fowester.com, por exemplo, como é que o seu computador aprofundar nas duas especificações.
sabe qual o IP deste site ao ponto de conseguir encontrá A esta altura, você também deve estar querendo des-
-lo? cobrir qual o seu IP. Cada sistema operacional tem uma
Quando você digitar um endereço qualquer de um site, forma de mostrar isso. Se você é usuário de Windows, por
um servidor de DNS (Domain Name System) é consultado. exemplo, pode fazê-lo digitando cmd em um campo do
Ele é quem informa qual IP está associado a cada site. O sis- Menu Iniciar e, na janela que surgir, informar ipconfig /all
tema DNS possui uma hierarquia interessante, semelhante e apertar Enter. Em ambientes Linux, o comando é ifconfig.
a uma árvore (termo conhecido por programadores). Se,
por exemplo, o site www.infowester.com é requisitado, o
sistema envia a solicitação a um servidor responsável por
terminações “.com”. Esse servidor localizará qual o IP do
endereço e responderá à solicitação. Se o site solicitado
termina com “.br”, um servidor responsável por esta termi-
nação é consultado e assim por diante.
IPv6
O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um
passado não muito distante, você conectava apenas o PC
da sua casa à internet, hoje o faz com o celular, com o seu
notebook em um serviço de acesso Wi-Fi no aeroporto e
assim por diante. Somando este aspecto ao fato de cada Perceba, no entanto, que se você estiver conectado a
vez mais pessoas acessarem a internet no mundo inteiro, partir de uma rede local - tal como uma rede wireless -
nos deparamos com um grande problema: o número de visualizará o IP que esta disponibiliza à sua conexão. Para
IPs disponíveis deixa de ser suficiente para toda as (futuras) saber o endereço IP do acesso à internet em uso pela rede,
aplicações. você pode visitar sites como whatsmyip.org.
A solução para este grande problema (grande mesmo,
afinal, a internet não pode parar de crescer!) atende pelo Provedor
nome de IPv6, uma nova especificação capaz de suportar O provedor é uma empresa prestadora de serviços que
até - respire fundo - 340.282.366.920.938.463.463.374.607. oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces-
431.768.211.456 de endereços, um número absurdamente sário conectar-se com um computador que já esteja na In-
alto! ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per-
mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet.
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Bra-
sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma ave-
nida de três pistas e os links como se fossem as ruas que
estão interligadas nesta avenida.
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade
de transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite
os dados. Esta velocidade é dada em bps (bits por segun-
O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no au- do). Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso,
mento da quantidade de octetos. Um endereço do tipo que fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso
pode ser, por exemplo: e um endereço eletrônico na Internet.
FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF
Finalizando URL - Uniform Resource Locator
Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma iden-
a especificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do tificação de onde está localizado o computador e quais re-
mapa. Isso até deve acontecer, mas vai demorar bastante. cursos este computador oferece. Por exemplo, a URL:
163
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
164
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
www.google.com.br
Abra o editor de texto clique em colar
Navegadores
165
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
168
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Empresa estendida
O acesso à intranet de uma empresa através de um
Portal (internet) estabelecido na web de forma que pessoas
e funcionários de uma empresa consigam ter acesso à in-
tranet através de redes externas ao ambiente da empresa.
Uma extranet é uma intranet que pode ser acessada via
Web por clientes ou outros usuários autorizados. Uma in-
tranet é uma rede restrita à empresa que utiliza as mesmas
tecnologias presentes na Internet, como e-mail, webpages,
servidor FTP etc.
A ideia de uma extranet é melhorar a comunicação en-
tre os funcionários e parceiros além de acumular uma base
de conhecimento que possa ajudar os funcionários a criar
novas soluções.
Exemplificando uma rede de conexões privadas, basea- Multitarefas com guias e janelas
da na Internet, utilizada entre departamentos de uma em- Com as guias, você pode ter muitos sites abertos em
presa ou parceiros externos, na cadeia de abastecimento, uma só janela do navegador, para que seja mais fácil abrir,
trocando informações sobre compras, vendas, fabricação, fechar e alternar os sites. A barra de guias mostra todas
distribuição, contabilidade entre outros. as guias ou janelas que estão abertas no Internet Explorer.
Para ver a barra de guias, passe o dedo de baixo para cima
Internet Explorer3 (ou clique) na tela.
O Internet Explorer facilita o acesso a sites e ajuda a ver
com o máximo de qualidade todo o conteúdo incrível que
você pode encontrar. Depois de aprender alguns gestos
e truques comuns, você poderá usar seu novo navegador
com todo o conforto e aproveitar ao máximo seus sites
favoritos.
169
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Usando várias janelas de navegação Toque ou clique em Opções e, em Home pages, toque
Também é possível abrir várias janelas no Internet Ex- ou clique em Gerenciar.
plorer 11 e exibir duas delas lado a lado. Para abrir uma Insira a URL de um site que gostaria de definir como
nova janela, pressione e segure o bloco Internet Explorer home page ou toque ou clique em Adicionar site atual se es-
(ou clique nele com o botão direito do mouse) na tela Ini- tiver em um site que gostaria de transformar em home page.
cial e, em seguida, toque ou clique em Abrir nova janela.
Duas janelas podem ser exibidas lado a lado na tela. Para salvar seus sites favoritos
Abra uma janela e arraste-a de cima para baixo, para o lado Salvar um site como favorito é uma forma simples de
direito ou esquerdo da tela. Em seguida, arraste a outra memorizar os sites de que você gosta e que deseja visitar
janela a partir do lado esquerdo da tela. sempre. (Se você tiver feito a atualização para o Windo-
Dica ws 8.1 a partir do Windows 8 e entrado usando sua conta
Você pode manter a barra de endereços e as guias en- da Microsoft, todos os favoritos já existentes terão sido im-
caixadas na parte inferior da tela para abrir sites e fazer portados automaticamente.)
pesquisas rapidamente. Abra o botão Configurações, to- Vá até um site que deseja adicionar.
que ou clique em Opções e, em Aparência, altere Sempre Passe o dedo de baixo para cima (ou clique) para exibir
mostrar a barra de endereços e as guias para Ativado. os comandos de aplicativos. Em seguida, toque ou clique
no botão Favoritos para mostrar a barra de favoritos.
Personalizando sua navegação Toque ou clique em Adicionar a favoritos e, em se-
Depois de ter aprendido as noções básicas sobre o uso guida, toque ou clique em Adicionar.
do navegador, você poderá alterar suas home pages, adi-
cionar sites favoritos e fixar sites à tela Inicial.
Para escolher suas home pages
170
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Dica
Você pode alternar rapidamente os favoritos e as guias
tocando ou clicando no botão Favoritos ou no botão
Guias nos comandos de aplicativos.
171
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
172
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
173
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Reorganizar
Fixar
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Crie uma conta do Sync Crie favoritos para salvar suas páginas favoritas
Clique no botão de menu e depois em Entrar no Os favoritos são atalhos para as páginas da web que
Sync. A página de acesso será aberta em uma nova aba. você mais gosta.
Como eu crio um favorito?
Fácil — é só clicar na estrela!
Para criar um favorito, clique no ícone da estrela na
Barra de ferramentas. A estrela ficará azul e seu favorito
será adicionado na pasta “Não organizados”. Pronto!
Conecte dispositivos adicionais ao Sync Como eu mudo o nome ou onde fica guardado um
Tudo que precisa fazer é entrar e deixar o Sync fazer o favorito?
resto. Para entrar você precisa do endereço de e-mail e a Para editar os detalhes do seu favorito, clique novamen-
senha que usou no começo da configuração do sync. te na estrela e a caixa Propriedades do favorito aparecerá.
Clique no botão de menu , e, em seguida, clique
em Entrar no Sync.
Clique no botão Começar para abrir a página Crie uma
conta Firefox.
Clique no link Already have an account? Sign in na par-
te inferior da página.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
você visitou, adicionou aos favoritos ou colocou tags apa- Como eu ativo a Barra de favoritos?
recerá. Sites com favoritos terão uma estrela amarela ao Se você gostaria de usar a Barra de Favoritos, faça o
seu lado. Apenas clique em um deles e você será levado até seginte:
lá instantaneamente. Clique no botão e escolhe Personalizar.
Clique na lista Exibir/ocultar barras e no final selecione
Barra dos favoritos.
Clique no botão verde Sair da personalização.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Clique no botão menu e depois em Opções, na ja- Como as sugestões de pesquisa funcionam
nela que foi aberta vá para o painel Geral. Se você ver uma sugestão de pesquisa que correspon-
A partir do menu drop-down, selecione Abrir página de ao que você está procurando, clique nela para ver re-
em branco na inicialização ou Restaurar janelas e abas an- sultados para aquele termo de pesquisa. Isso pode poupar
teriores. tempo e ajudar você a encontrar o que está procurando
Clicando em Usar as páginas abertas, as páginas que com menos digitação.
estiverem abertas serão configuradas como páginas ini- Ativar as sugestões de pesquisa enviará as palavras-
ciais, abrindo cada página em uma aba separada. chave que você digita num campo de busca para o me-
canismo de pesquisa padrão - a menos que pareça que
Para restaurar as configurações da página inicial, siga você está digitando uma URL ou hostname. Os campos de
os seguintes passos: pesquisa incluem:
- a barra de pesquisa
Clique no botão , depois em Opções - páginas iniciais (como mostrado na imagem acima)
Selecione o painel Geral. - a barra de endereço (onde as Sugestões de Pesquisa
Clique no botão Restaurar o padrão localizado logo podem ser desativadas separadamente)
abaixo do campo Página Inicial.
O mecanismo de pesquisa padrão pode coletar essas
informações de acordo com os termos da política de pri-
vacidade deles, e os usuários preocupados sobre essas in-
formações sendo coletadas podem desejar não ativar as
sugestões de pesquisa. As sugestões de pesquisa estão de-
sativadas por padrão no modo de Navegação Privada. Você
deve ativá-las explicitamente em uma janela de navegação
privativa para ativá-las nesse modo.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A Biblioteca mostra essas informações para todos os Como deixar o Firefox em tela inteira
seus arquivos baixados, a menos que você tenha removido
eles do seu histórico. Tela inteira é um recurso do Firefox que permite que
ele ocupe a tela toda, ótimo para aquelas telinhas aperta-
das de netbooks, aproveitando o máximo da sua HDTV ou
só porque quer!
Ative o modo Tela inteira
Maior é melhor! Preencha sua tela com o Firefox.
Clique no botão menu no lado direito da barra de
ferramentas e selecione Tela inteira.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Que coisas estão incluídas no meu histórico? Como limpo meu histórico?
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Imprimindo uma página web Seção Intervalo de impressão - Especifique quais pági-
nas da página web atual será impressa:
Clique no menu e depois em Imprimir. Selecione Tudo para imprimir tudo.
Selecione Páginas e coloque o intervalo de páginas
que você quer imprimir. Por exemplo, selecionando “de 1 a
1” imprimirá somente a primeira página.
Selecione Seleção para imprimir somente a parte da
página que você selecionou.
Seção Cópias - Especifique quantas cópias você quer
imprimir.
Se colocar mais do que 1 no campo Número de cópias,
você também pode escolher se quer agrupá-las. Por exem-
plo, se você escolheu fazer 2 cópias e selecionou Juntar,
elas serão impressas na ordem 1, 2, 3, 1, 2, 3. Caso contrá-
rio, elas serão impressas na ordem 1, 1, 2, 2, 3, 3.
Nota: As seguintes configurações são salvas como pre-
ferências do Firefox em uma base por impressora.
SeçãoImprimir bordas - Se você está vendo uma pá-
gina web com bordas, poderá selecionar como as bordas
serão impressas:
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Navegação Privativa
Quando navega na web, o Firefox lembra de varias in-
formação para você - como os sites visitados. No entan-
to, pode haver momentos em que não deseja que outros
usuários tenham acesso a tais informações, como quando
estiver comprando um presente de aniversário. A navega-
ção privativa permite que navegue na internet sem salvar
informações sobre os sites e páginas visitadas.
A navegação privativa também inclui Proteção contra
rastreamento na navegação privada, a qual impede que
seja rastreado enquanto navega.
Mostraremos a você como funciona.
Importante: A navegação privativa não o torna anôni-
mo na Internet. Seu provedor de acesso a internet ou os
próprios sites ainda podem rastrear as páginas visitadas.
Use as seguintes opções para convidar seus amigos: Além disso, a navegação privativa não o protege de key-
loggers ou spywares que podem estar alojados em seu
computador
Compartilhar no Facebook.
Quando seu amigo se juntar à conversa, você verá um
alerta.
Para encerrar a chamada, clique em .
Se juntar a uma conversa
Recebeu um convite? Se juntar a uma conversa é fácil! Abrir um link em nova janela privativa
Apenas clique no link do seu convite e clique no botão na Clique com o botão direito do mouse e escolha Abrir
página para entrar na conversa. link em uma nova janela privativa no menu contextual.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Dica: Janelas de navegação privativas tem uma másca- Como saber se a minha conexão com um site é se-
ra roxa no topo. gura?
O botão de Identidade do Site (um cadeado) aparece
na sua barra de endereço quando você visita um site segu-
ro. Você pode descobrir rapidamente se a conexão para o
site que estar visualizando é criptografado. Isso deve lhe
ajudar a evitar sites maliciosos que estão tentando obter
sua informação pessoal.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Extensões
Extensões adicionam novas funcionalidades ao Firefox
ou modificam as já existentes. Existem extensões que per-
mitem bloquear anúncios, baixar vídeos de sites, integrar
o Firefox com sites, como o Facebook ou o Twitter, e até
mesmo adicionar recursos de outros navegadores.
- Aparência
Existem dois tipos de complementos de aparência:
temas completos, que mudam a aparência de botões e
menus, e temas de fundo, que decoram a barra de menu e O Firefox irá fazer o download do complemento e pode
faixa de abas com uma imagem de fundo pedir que você confirme a sua instalação.
Clique em Reiniciar agora se ele aparecer. Seus abas
- Plugins serão salvas e restauradas após a reinicialização.
Plugins permitem adicionar suporte para todos os tipos Algumas extensões colocam um botão na barra de fer-
de conteúdo da Internet. Estes geralmente incluem forma- ramentas após a instalação..
tos patenteados como o Flash, QuickTime e Silverlight que
são usados para vídeo, áudio, jogos on-line, apresentações Como desativar extensões e temas
e muito mais. Plugins são criados e distribuídos por outras Ao desativar um complemento ele deixará de funcio-
empresas. nar sem ser removido:
Clique no botão de menu e selecione Complemen-
Para visualizar quais complementos estão instalados: tos para abrir a aba do gerenciador de complementos.
Clique no botão escolha complementos. A aba com- No gerenciador de complementos, selecione o pai-
plementos irá abrir. nel Extensões ou Aparência.
Selecione o painel Extensões, Aparência ou Plugins. Selecione o complemento que deseja desativar.
Como faço para encontrar e instalar complementos? Clique no botão Desativar.
Aqui está um resumo para você começar: Se surgir uma mensagem em pop-up, clique em Rei-
Clique no botão de menu e selecione Complemen- niciar agora. As suas abas serão salvas e restauradas ao
tos para abrir a aba do gerenciador de complementos. reiniciar.
No gerenciador de complementos, selecione o painel Para reativar um complemento, encontre-o na lista de com-
Get Add-ons. plementos e clique em Ativar, será solicitado reiniciar o Firefox.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Páginas podem usar outras cores: Por padrão, o Firefox Atalhos de teclado
exibe as cores especificadas pelo autor da página. Desa- Navegação
tive essa opção para forçar todos os sites a usar as cores
padrão.
Idiomas Comando Atalho
Algumas páginas oferecem mais de um idioma para Alt + ←
exibição. Clique no botão Selecionar…para especificar o Voltar
Backspace
idioma ou idiomas de sua preferência.
Alt + →
Idiomas: Para adicionar um idioma à lista de idiomas Avançar
Shift + Backspace
clique emSelecione um idioma para adicionar…, clique so-
bre o idioma escolhido e clique no botãoAdicionar. Exclua Página inicial Alt + Home
um idioma da lista selecionando-o e clicando no botão Ex-
cluir. Você também pode reordenar os idiomas usando os Abrir arquivo Ctrl + O
botões Para cima e Para baixo para determinar a ordem de
F5
preferência no caso de haver mais de um idioma disponí- Atualizar a página
Ctrl + R
vel.
Ctrl + F5
Atualizar a página (ignorar o cache)
Use atalhos do mouse para executar tarefas comuns Ctrl + Shift + R
no Firefox Parar o carregamento Esc
Esta é uma lista dos atalhos do mouse mais comuns no
Mozilla Firefox.
Página atual
Comando Atalho
Comando Atalho
Voltar Shift + Rolar para baixo
Ir uma tela para baixo Page Down
Avançar Shift + Rolar para cima
Ir uma tela para cima Page Up
Aumentar Zoom Ctrl + Rolar para cima
Ir para o final da página End
Diminuir Zoom Ctrl + Rolar para baixo
Ir para o início da página Home
Clicar com botão do
Fechar Aba Ir para o próximo frame F6
meio na Aba
Clicar com botão do Ir para o frame anterior Shift + F6
Abrir link em uma nova Aba
meio no link Imprimir Ctrl + P
clicar com o botão do Salvar página como Ctrl + S
Nova aba
meio na barra de abas
Mais zoom Ctrl + +
Ctrl + Clicar com botão
Abrir em nova Aba em segun- esquerdo no link Menos zoom Ctrl + -
do plano* Clicar com botão do tamanho normal Ctrl + 0
meio no link
Ctrl + Shift + Botão es- Editando
Abrir em nova Aba em pri-
querdo
meiro plano*
Shift + Botão do meio Comando Atalho
Shift + Clicar com bo- Copiar Ctrl + C
Abrir em uma Nova Janela
tão esquerdo no link
Recortar Ctrl + X
Duplicar Aba ou Favoritos Ctrl + Arrastar Aba
Apagar Del
Recarregar (ignorar cache) Shift + Botão recarregar
Colar Ctrl + V
Salvar como... Alt + Botão esquerdo
Colar (como texto simples) Ctrl + Shift + V
* Os atalhos para abrir Abas em primeiro e segun- Refazer Ctrl + Y
do plano serão trocadas se a opção Ao abrir um link em Selecionar tudo Ctrl + A
uma nova Aba, carregá-la em primeiro plano estiver ativa
Desfazer Ctrl + Z
no Painel de configurações geral..
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Configurações avançadas
Rede: configura um Proxy para a sua rede. (Indicado
para usuários avançados)
Privacidade: aqui há diversas funções de privacidade,
que podem ser marcadas ou desmarcadas de acordo com
suas preferências.
Downloads: esta é a opção mais importante da aba. Em
“Local de download” é possível escolher a pasta em que os
arquivos baixados serão salvos. Você também pode definir
que o navegador pergunte o local para cada novo down-
load.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Gerenciador de tarefas
Logo em seguida uma pequena aba aparecerá embai-
xo da janela, mostrando o progresso do download. Você Uma das funções mais úteis do Chrome é o pequeno
pode clicar no canto dela e conferir algumas funções es- gerenciador de tarefas incluso no programa. Clique com o
peciais para a situação. Além disso, ao selecionar a função botão direito no topo da página (como indicado na figura)
“Mostrar todos os downloads” (Ctrl + J), uma nova aba é e selecione a função “Gerenciador de tarefas”.
exibida com ainda mais detalhes sobre os arquivos que
você está baixando
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Abas e pesquisa
Arquivamento de mensagens
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Privacidade robusta
O Thunderbird oferece suporte a privacidade do usuá-
rio e proteção de imagem remota. Para garantir a privaci-
dade do usuário, o Thunderbird bloqueia automaticamente
imagens remotas em mensagens de e-mail.
Aparência do Thunderbird
O Personas permite alterar a aparência do Thunderbird
com “temas” leves num instante. Estão disponíveis cente-
nas de temas do últimos filmes, ponto de interesse famo- Proteção contra phishing
sos e tatuagens japonesas. Pode também escolher a partir O Thunderbird protege-o de scams de correio que
de vários Temas que personalizam todos os diferentes íco- tentam enganar os utilizadores, para que estes forneçam
nes do Thunderbird. informação pessoal e confidencial, indicando quando uma
mensagem é uma tentativa potencial de phishing. Como
Pastas inteligentes uma segunda linha de defesa, o Thunderbird avisa-o quan-
Pastas inteligentes ajudam a gerenciar várias contas de do clica em um link que parece estar a encaminhá-lo para
e-mail, combinando pastas especiais como a pasta caixa de um site web diferente do que o indicado na URL na men-
entrada, enviadas ou arquivadas. Em vez de ir para a caixa sagem.
de entrada para cada uma das suas contas de correio, você
pode ver todos seus e-mails recebidos em uma pasta de
caixa de entrada.
Gerenciador de complementos
Encontre e instale complementos diretamente do
Thunderbird. Você já não precisa visitar o site de comple-
mentos - em vez disso, simplesmente vá até o Gerenciador
de complementos. Não tem certeza qual complemento é
certo para você? Avaliações, recomendações, descrições e
fotos dos complementos em ação podem ajudá-lo a fazer Atualização automática
sua seleção. O sistema de atualização do Thunderbird confirma se
está a executar a versão mais recente e notifica-o quando
uma atualização de segurança está disponível. Estas atua-
lizações de segurança são pequenas (usualmente 200KB -
700KB), fornecendo apenas o que precisa e fazendo com
que a atualização de segurança seja rápida de baixar e ins-
talar. O sistema de atualizações automáticas fornece atuali-
zações para o Thunderbird no Windows, Mac OS X, e Linux
em mais de 40 idiomas diferentes.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Código-fonte aberto
No coração do Thunderbird está um processo de de- Ferramentas Por Dia Por Mês
senvolvimento de código aberto dirigido por milhares de Google 91 2773
desenvolvedores apaixonados e experientes, bem como Yahoo 60 1792
especialistas de segurança dispersos um pouco por todo
o mundo. A nossa abertura e comunidade dinâmica de es- MSN 28 845
pecialistas ajudam a garantir que os nossos produtos são AOL 16 486
mais seguros e rapidamente atualizados, permitindo ainda, Ask 13 378
tirar partido das melhores ferramentas de análise e de ava-
liação de terceiros para melhorar ainda mais a segurança Outros 6 166
geral. Total 213 6400
199
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Dificuldade em manter os sites atualizados em seus disso auxiliam também na tarefa de manutenação, ou seja,
bancos de dados. Quando um site é indexado, seu con- localização de links “quebrados” em páginas Web. Alguns
teúdo é armazenado no banco de dados do mecanismo. robôs também realizam espelhamento (mirroring), armaze-
Com frequência o conteúdo destes sites deve ser atualiza- nando na sua memória estruturas inteiras de sites ou arqui-
do para que as buscas sejam eficazes e não ocorram links vos para download.
“quebrados”, ou seja, links para páginas que não existem Os robôs também são conhecidos como crawlers, bots,
mais. robots ou spiders. Atualmente, os mais conhecidos são o
- Problemas na hierarquização dos resultados pesqui- GoogleBot, o Yahoo!Slurp, e o msnBot.
sados por seus usuários, ou seja, em que ordem os sites Existem três tipos básicos de robôs [2]: robôs para da-
encontrados numa pesquisa devem ser ordenados. O Goo- dos ocultos; robôs escaláveis e extensíveis; search engines.
gle, por exemplo, utiliza como critério (subjetivo) a maior • Robôs para dados ocultos
relevância dos sites. Algumas páginas Web podem ter seu conteúdo “ocul-
- Problemas na busca por arquivos de vídeo. Atual- to” em páginas dinâmicas. Estas páginas, conhecidas como
mente, já é possível transformar falas de vídeos em texto, forms ou simplesmente formulários, apresentam este con-
mas ainda não se sabe como descrever uma cena de ma- teúdo gerado em tempo real, retornando conteúdo dife-
neira que possa ser buscada. renciado, mediante o preenchimento online do usuário
- Problemas em lidar com palavras-chave com duplo
ou através da execução de códigos ASP, JSP ou PHP, por
sentido nas pesquisas. Uma busca pelo termo “jaguar” por
exemplo.
exemplo, retorna informações sobre o animal felino jaguar
Buscas nesse tipo de página é uma tarefa difícil, por
e a marca de automóveis jaguar. Neste caso a pesquisa
duas razões básicas. Algumas estimativas indicam que o
deve ser refinada para que seu usuário encontre o que real-
mente procura. conteúdo disponibilizado por este tipo de página, e pá-
- Problemas com o volume de páginas retornadas ginas que realizam consultas a bancos de dados on-line
numa pesquisa. Determinadas palavraschave podem retor- (Web dinâmica) é da ordem de 500 vezes maior do que o
nar milhões de links numa pesquisa. Muitas vezes, a maior conteúdo disponíbilizado pela Web estática. Além disso, o
parte destes links não levam a uma página que o usuário acesso a esses bancos de dados está disponível para inter-
realmente busca. Isso faz com que o usuário perca muito faces de busca restrita, que requerem acesso através de cri-
tempo para localizar o que realmente deseja. Além disso, térios de segurança que não são conhecidos pelos robôs.
existe um grande risco deste usuário encontrar resultados Segundo Bastos [2], a proposta para resolver este pro-
repetidos ou dados desatualizados. blema é a construção de um robô que percorre a Web
Para evitar o problema da grande quantidade de resul- escondida e a Web dinâmica, através da abordagem “hu-
tados retornados pelos mecanismos de busca, é possível man-assisted” ou assistida pelo usuário. Nesse caso, o robô
aprimorar uma busca através da utilização de palavras-cha- deve possuir o conhecimento necessário para o preenchi-
ve combinadas com símbolos lógicos (AND ou OR, basica- mento dos formulários disponíveis na Web para que esses
mente). conteúdos dinâmicos sejam obtidos. Esse conhecimento é
Entretanto, o principal problema da utilização de co- baseado em solicitações de uma aplicação particular, em
nectores lógicos para restringir as pesquisas está no fato informações de domínio ou de perfil do usuário.
de que nem todos os usuários têm noção de lógica. Por • Robôs escaláveis e extensíveis
isso, como adicional, os principais mecanismos de busca Robôs escaláveis são projetados para visitar dezenas
normalmente trazem um recurso chamado “Pesquisa Avan- de milhões de documentos da Web. Esta escalabilidade
çada”. Este tipo de recurso permite que seu usuário preen- está relacionada ao fato do robô implementar estruturas
cha uma série de campos que auxiliam no refinamento de de dados que armazenam muitas informações, que são ar-
uma pesquisa. mazenadas em disco, enquanto que uma pequena parte da
Finalmente, para compreender o funcionamento dos informação é armazenada em memória.
mecanismos de busca, é necessário entender os seus qua- Extensibilidade está relacionada ao fato de que o robô
tro mecanismos básicos: Rastreamento, Indexação, Arma-
projetado de forma modular, onde novas funcionalidades
zenamento e Busca. Estes tópicos são implementados por
podem ser agregadas ao código sem afetar as funcionali-
agentes de busca conhecidos como robôs.
dades já existentes.
3.1 Robôs
Este tipo de robô é mais adequado para coleta de da-
Robôs são softwares que buscam informações na In-
ternet, organizando, interpretando, filtrando e categori- dos na Web.
zando estas informações. Estes softwares atuam de forma • Search engines
automática ou semi-automática, observando a estrutura de Este é o tipo de robô mais comum. Sua principal fun-
links entre as páginas e seus conteúdos para criar hierar- ção é “percorrer” a estrutura de links da Web indexando e
quia de documentos. armazenando as páginas que encontra.
Inicialmente, os robôs foram criados para realizar uma O restante desta seção descreve em detalhes o fun-
série de tarefas, tais como, análise estatística de servidores, cionamento deste tipo de robô. Deste ponto em diante do
auxiliando na localização e contagem de servidores Web, texto, todas as referências feitas ao termo robô correspon-
além da calcular a média de páginas por servidor. Além dem aos robôs desta categoria.
200
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
3.2 Search Engines Caso um site esteja “ilhado”, ou seja, não esteja “linka-
O algoritmo implementado pelos robôs possui três do” por nenhum outro site, seu link deve ser adicionado
componentes básicos [2]: Crawler e Parser; Tabelas de Da- manualmente ao banco de dados. No Google, por exem-
dos; Base de Dados. plo, basta acessar o endereço http://www.google.com.br/
• Crawler e Parser intl/pt-BR/add-url.html e adicionar o URL7. A partir deste
O Crawler “navega” pela página referenciada pelo URL momento todos os links contidos no site adicionado tam-
origem, efetuando o download de seus termos, enquanto bém serão rastreados automaticamente (crawling).
o Parser avalia cada termo obtido, identificando sua rele-
vância. Cada novo URL referenciado na página em questão A atividade de rastreamento de páginas Web envolve
é armazenada em uma fila to-do, para posterior crawling duas etapas: a identificação do URL e a leitura dos dados
e parsing. A fila to-do deve ser do tipo FIFO (First-in First de entrada da URL.
-out) para determinar o próximo URL a ser “visitada”. • Identificação da URL
• Tabelas de Dados É a de identificação do endereço de um site. Normal-
São necessárias duas tabelas, uma para guardar os ter- mente, os URL’s seguem padrões sintáticos e semânticos
mos coletados durante o crawling e outra para armazenar de construção, que pode ser como domínio próprio (“www.
os URL’s a serem visitadas e que fazem parte do mesmo meusite.com.br”) ou sublocado (“www.servidor.com.br/
domínio do URL origem. A tabela de termos deve identifi- meusite”). A esta indetificação dá-se o nome de identifi-
car os termos de cada página. cador do URL.
• Base de Dados Normalmente, o identificador de um URL define expli-
Os termos coletados nas páginas rastreadas devem ser citamente o tipo de linguagem que foi utilizada na cons-
armazenadas em um banco de dados, onde esses termos trução de uma página, por exemplo, HMTL, PHP ou ASP,
são usados como chave primária da tabela de termos, se- e indica também se o URL faz referência a algum tipo de
guida da lista de URL´s onde o termo aparece. Outras in- arquivo texto, documentos ou arquivos PDF, por exemplo.
formações adicionais, tais como: as freqüência, posição do • Leitura do Dados de Entrada do URL
termo no documento, dentre outras, podem estar presen- Para os casos em que um URL aponta para uma página
tes também nessa tabela. no formato HTML, nesta estapa são extraídas informações
sobre a página (dados de entrada): título, cabeçalhos, pará-
Para diminuir o tempo de processamento do robôs e
grafos, listas, links para outras páginas, permitindo a conti-
tornar seu funcionamento mais eficiente, algumas estra-
nuidade da navegação.
tégias são adotadas [2]. Por exemplo, são implementadas
A extração das informações de entrada nas páginas
três threads, uma para o crawler, outra para o parser e ou-
Web é feita através da leitura de suas tags. Tags são estru-
tra a atualização dos dados das tabelas, permitindo sua
turas de linguagem de marcação, que podem ser interpre-
execução em paralelo.
tadas por navegadores Web, que consistem em breves ins-
O crawling é realizado primeiro nas páginas mais im-
truções com uma marca de início e outra de fim. O Código
portantes do site (nos casos em que é possível determinar
1 mostra um exmplo de tags HTML.
essa importância), evitando que a análise de alguns links
sejam perdidas caso o espaço em disco ou memória seja Código 1 – Tags HTML
limitado. Além disso, estas páginas consideradas mais im-
portantes são visitadas com mais freqüência, para que es- <html>
tejam sempre atualizadas nos bancos de dados dos meca- <head>
nismos de busca. <title> Minha Página </title>
Estes três componentes implementados pelos robôs, </head>
são responsáveis pelos mecanismos de rastreamento, in- <body> Meu Conteúdo </body>
dexação e armazenamento, que em conjunto com as bus- </html>
cas formam os elementos que compõem estes mecanis-
mos. As próximas seções descrevem o funcionamento de No exemplo do Código 1, as tags <html> e <\html>
cada uma deles. indicam que esta é uma página escrita na linguagem HTML.
3.3 Rastreamento As tags <head> e <\head> delimitam o cabeçalho da pági-
É a forma pela qual outros sites são localizados e adi- na. As tags <title> e <\title> definem o título da página. As
cionados à base de dados dos mecanismos de busca. Isto tags <body> e <\body> delimitam o conteúdo da página.
ocorre devido à necessidade que os usuários da Internet Para ativar ou desativar o bloqueio da navegação de
têm de adicionar seus sites às pesquisas nos mecanismos robôs em uma página Web, pode ser utilizada a tag robot.
de busca. Estes, por sua vez, necessitam rastrear o maior O Código 2 mostra um exemplo de utilização desta tag.
número de links possível.
Se um site estiver “linkado” em algum outro site que 7 URL (Uniform Resource Locator ou Localizador Uniforme (ou
já esteja armazenado no banco de dados do mecanismo Universal) de Recursos): Designa a localização de uma página na Internet,
de busca, este link vai ser automaticamente “seguido” pelo segundo determinado padrão de atribuição de endereços em redes, isto é,
URL é o link ou endereço de uma página Web, por exemplo, “http://www.inf.
robô e adicionado ao banco de dados. ufg.br”. Na Internet não existem dois URL’s iguais.
201
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
202
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
3.5 Armazenamento
O armazenamento ocorre por meio de um banco de dados que o mecanismo de busca utiliza para guardar os sites
rastreados e indexados.
As estruturas de armazenamento mais comuns e eficazes para armazenamento de informações textuais utilizam as
chamadas técnicas lexicográficas. Estas técnicas são baseadas nos caracteres existentes e na sua ordenação. A estrutura
chamada arquivo invertido, que pertence a este grupo, representa a estrutura de armazenamento mais utilizada pelos me-
canismos de busca.
Os arquivos invertidos são estruturados da seguinte forma: contêm uma lista ordenada de palavras onde cada um
possui apontadores (links ou ponteiros) para os documentos onde ela ocorre.
Normalmente, essa estrutura é composta por três arquivos (Figura 2): o dicionário ou lista de palavras, a lista de in-
versão e os documentos. A entrada para o índice é o dicionário - uma lista que contém todas as palavras da coleção de
documentos indexada. Assim que a palavra no dicionário é localizada, identifica-se sua lista invertida de documentos cor-
respondentes. Essa estrutura é muito eficiente em termos de acesso, porém, consome muito espaço (variando entre 10% e
100% ou mais do tamanho do documento indexado) [11].
Devido à sua rapidez de acesso e facilidade de identificação de documentos relevantes a um termo, essa estrutura é
uma das mais utilizadas em Sistemas de Recuperação de Informações.
A ocorrência de um WordId num documento é chamado Hit. Utilizando um exemplo bem simplificado, é possível ar-
mazenar apenas os hits e a posição da palavra no texto (Figura 3).
Figura 3: Hits
Este processo é repetido para todas as palavras encontradas. Se no documento seguinte uma palavra nova é localizada,
ela recebe um novo WordId, é adicionada ao banco de dados, e os hits correspondentes passam a ser registrados.
3.6 Busca
Representa a maneira pela qual usuários realizam suas pesquisas nas ferramentas. Em seu atual formato de armaze-
namento (tabela invertida e hits) é possível saber, para cada palavra pesquisada, em quantos documentos ela ocorre e em
qual posição do texto elas se encontram.
É dessa forma que o Google, por exemplo, informa “Resultados 1 - 10 de aproximadamente 61.000.000 para [brasil]”.
Em casos que são necessárias pesquisas com duas ou mais palavras, são realizadas duas ou mais pesquisas no índice
invertido. Os documentos comuns a todas as pesquisas conterão todas as palavras (mas não necessariamente na ordem
pesquisada).
É possível melhorar as buscas através do aprimoramento do índice invertido. Para aumentar as potencialidades do
índice invertido, normalmente, os mecanismos de busca armazenam muito mais informações nos hits.
Pode-se criar, por exemplo, um campo para indicar que determinada palavra foi escrita em negrito ou itálico e, portan-
to, teria mais destaque do que o restante do texto (Figura 4):
203
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Pseudônimo
Não é aconselhável mostrar num fórum o seu nome
real porque as discussões de um fórum são assíncronas, o
Figura 4: Arquivo Invertido Aprimorado que significa que uma mensagem deixada um dia num fó-
rum tem vocação para aí permanecer eternamente. Assim,
Neste caso o campo (destacado em negrito) armaze- se postar com o seu nome verdadeiro, é possível encontrar
naria o valor “1” para palavras que estão negrito ou itálico os vestígios de todas as discussões sobre o conjunto dos
na página Web, e “0” para as demais. fóruns que frequentou. A lei informática e de liberdades
3.7 Hierarquização de Resultados prevê um direito de acessos e retificação a todos os dados
Um dos principais problemas relacionados aos meca- pessoais que se relacionam consigo. Contudo, pode ser
nismos de busca é a ordem pela qual estes retornam seus difícil contatar o conjunto dos responsáveis dos sites nos
resultados. Esta ordem (hierarquia) é um critério subjetivo e quais postou um dia e extremamente vinculativo para estes
nem sempre atende aos requisitos dos usuários. últimos suprimir os vestígios das suas discussões.
Normalmente, são os robôs que estabelecem regras Por conseguinte, é aconselhável escolher um pseudó-
gerais para classificar a relevância dos sites pesquisados e nimo (pseudo ou nickname), permitindo aos seus interlo-
assim estabelecer a ordem em que aparecem na página cutores reconhecê-lo de uma discussão para outra, mas
de resposta. Um endereço estará, em geral, em maior rele- protegendo de certa maneira o seu anonimato.
vância quando a palavra-chave utilizada na pesquisa fizer
parte do nome do documento, estiver no título e nos pri- Noção de carta
meiros parágrafos ou se repetir com grande freqüência ao Cada fórum de discussão tem um funcionamento que
longo do texto. lhe é próprio e possui às vezes os seus “Usos e costumes”.
Apesar de possuírem mecanismos de rastreamento, Estes são frequentemente tácitos e às vezes inscritas num
indexação, armazenamento e busca semelhantes, os re- documento chamado “carta de utilização” que precisa as
sultados das pesquisas diferem entre cada mecanismo de condições nas quais uma mensagem pode ser acrescenta-
busca. Isso ocorre porque alguns indexam mais páginas da ao fórum e os critérios que podem conduzir à modera-
que outros. ção de uma mensagem.
Antes de postar uma mensagem num fórum de discus-
Além disso, a maneira pela qual cada robô aplica as re- são, é sempre aconselhável ver o seu funcionamento e, se
gras de pesquisa de palavras-chave nas páginas é diferente for caso disso, ler a sua carta de utilização.
entre cada mecanismo. Isso é um segredo que os mecanis-
mos de busca preservam. Moderação
Existem várias técnicas que os mecanismos de busca O conjunto das discussões presentes num fórum de
utilizam para “medir” a importância de uma página numa discussão compromete a responsabilidade dos seus auto-
busca. Cálculo de métricas, como similaridade a uma con- res, bem como a do responsável de publicação, ou seja, o
sulta direcionada, contagem de links de páginas visitadas, editor do site que aloja o fórum.
PageRank e métrica de localização, dentre outras, podem Assim, para garantir o bom funcionamento do fórum
ser utilizadas para investigar a importância da página en- de acordo com os termos da carta de utilização e para se
contrada. Estas técnicas estão descritas em [2]. Os nomes proteger juridicamente, os sites que propõem um fórum
utilizados para referenciá-las não são padronizados na li- de discussão instalam geralmente um sistema de modera-
teratura. ção, ou seja, um dispositivo humano e técnico que permite
Entretanto, existem algumas técnicas que permitem supervisionar e suprimir as mensagens não conformes à
melhorar hierarquização de uma página, isto é, melhorar o carta ou podendo provocar processos jurídicas. As pessoas
ranking de página no resultado de uma pesquisa. O Goo- encarregadas desta tarefa são chamadas moderadores.
gle, por exemplo, considera vários fatores na hierarquiza-
ção dos resultados de suas buscas. Existe dois tipos de moderação:
A moderação a priori: as mensagens devem ser valida-
Fórum de discussão8 das por um regulador para serem publicadas e por conse-
Um fórum de discussão (em inglês “bulletin board”) é guinte aparecer em linha;
um espaço web dinâmico que permite a diferentes pessoas A moderação a posteriori: as mensagens acrescentadas
comunicar. O fórum de discussão é composto geralmente são publicadas automaticamente (aparecem em linha). O
por diferentes fios de discussão (o termo “fio de discus- site reserva-se a possibilidade de suprimir as mensagens
são” é às vezes substituído por assunto de discussão, post, a posteriori.
8 Fonte: http://br.ccm.net/
204
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
205
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
206
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Se várias contas de email configuradas no Microsoft Esta Semana – para pesquisar quando o email foi re-
Outlook, o botão de aparece e a conta que enviará a men- cebido. Há vários períodos de tempo para escolher (Hoje,
sagem é mostrada. Para alterar a conta, clique em de. Ontem, Mês Passado, etc.)
Na caixa Assunto, digite o assunto da mensagem. Enviado para – para localizar emails enviados a você,
Insira os endereços de email dos destinatários ou os não enviados diretamente a você ou enviados por outro
nomes na caixa Para, Cc ou Cco. Separe vários destinatários destinatário
com um ponto e vírgula. Sinalizado – para localizar emails sinalizados por você
Para selecionar os nomes dos destinatários em uma lis- apenas
ta no Catálogo de Endereços, clique em Para, Cc ou Cco e Importante – para localizar somente emails rotulados
clique nos nomes desejados. como importantes
Não vejo a caixa Cco. Como posso ativá-lo?
Para exibir a caixa Cco para esta e todas as mensagens
futuras, clique em Opções e, no grupo Mostrar Campos, SÍTIOS DE BUSCA E PESQUISA NA INTERNET;
clique em Cco.
Clique em Anexar arquivo para adicionar um anexo.
Ou clique em Anexar Item para anexar itens do Outlook, “Caro Candidato, o tópico acima foi abordado no
como mensagens de email, tarefas, contatos ou itens de decorrer da matéria”
calendário.
GRUPOS DE DISCUSSÃO;
207
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Cada rede social online possui regras e métodos dife- Na maioria dos sites de rede social você pode enviar
rentes de busca e contato com amigos potenciais. A rede do um e-mail convidando amigos para participar do Website e
MySpace é a mais aberta. No MySpace, você pode buscar e fazer parte da sua rede social online. Em alguns casos, como
entrar em contato com pessoas em toda a rede, sejam elas no Facebook ou Linkedln, você pode importar sua lista de en-
membros afastados da sua rede social ou estranhos. Mas dereços das suas contas de e-mail, como o Google ou Yahoo.
você só vai ter acesso às informações completas de seus Depois de convidar seus amigos atuais, você pode co-
perfis se elas concordarem em aceitar você como amigo e meçar a procurar pessoas que têm interesses parecidos com
fazer parte da sua rede. os seus. Por exemplo, se você gosta de ler os livros da Jane
A rede do Facebook, que começou como um aplicativo Austen, você pode procurar outras pessoas que gostam de
de rede social de uma faculdade, é muito mais restrita e Jane Austen e convidá-las para participar da sua rede.
orientada a grupos. No Facebook, só é possível encontrar Ou, ainda, você pode procurar pessoas que estudaram
pessoas que estão em uma das suas “redes” existentes. Elas no mesmo colégio ou faculdade que você, pessoas que têm
podem incluir a empresa onde você trabalha, a faculdade a mesma marca de carro ou que gostam do mesmo tipo de
onde você estudou e até o seu colégio; mas você também música. Você pode convidar essas pessoas para também par-
pode participar de várias das centenas de redes menores ticiparem da sua rede, aumentando, assim, a sua rede social.
“groups” criadas por usuários da Facebook, algumas basea- Mesmo que tenha a impressão de que conhece as pes-
das em organizações reais, outras que só existem na mente soas que encontra no ciberespaço, você deve ter cuidado
de seus fundadores. porque a ação de hackers é bastante comum.
A Linkedln, que é a rede social online mais popular para
profissionais de negócios, permite que você busque cada A ação de hackers e as redes sociais
um dos membros do site, e você também tem acesso aos Quando as pessoas falam sobre a ação de hackers em
perfis completos e informações de contato dos seus conta- redes sociais, elas não estão usando a definição comum de
tos já existentes, ou seja, as pessoas que aceitaram o con- hackers, que são aqueles que usam códigos ou brechas em
vite para participar da sua rede (ou que convidaram você redes de computadores de forma mal-intencionada, para
para participar da rede delas). No entanto, seus contatos causar danos aos sistemas ou roubar informações confiden-
ciais. A ação dos hackers em redes sociais requer muito pou-
podem apresentá-lo a pessoas que estão distantes de você
ca habilidade técnica. Trata-se mais de um jogo psicológico:
duas ou três posições na rede maior da Linkedln. Ou você
usar informações dos perfis pessoais para ganhar a confiança
pode pagar um adicional para entrar em contato direto com
de um estranho.
qualquer usuário por meio de um serviço chamado InMail.
Este segundo tipo de hacker é chamado de engenheiro
O Orkut, rede social do Google, foi a mais popular entre
social. A engenharia social usa técnicas psicológicas persua-
os brasileiros por um bom tempo. Seu uso era tão fácil que
sivas para explorar o elo mais fraco do sistema de segurança
os brasileiros acabaram dominando a rede e chegaram a da informação: as pessoas. Veja alguns exemplos de enge-
80% de seus usuários. Uma vez cadastrado na rede, o usuá- nharia social:
rio tinha uma página pessoal onde podia adicionar, além • chamar um administrador de sistemas fingindo ser
de seus dados pessoais e profissionais, amigos, amigos dos um executivo irritado que esqueceu sua senha e precisa aces-
amigos, amigos dos amigos dos amigos, criar comunidades sar seu computador imediatamente;
online e participar das já existentes, enviar recados para sua • fingir ser um funcionário de banco e ligar para um
rede de contatos e para quem ainda não faz parte dela, criar cliente pedindo o número do seu cartão de crédito;
álbuns de fotos e paquerar, flertar, namorar. E, o mais im- • fingir ter perdido seu crachá e pedir gentilmente a
portante para grande parte dos participantes, xeretar a vida um funcionário para deixar você entrar no escritório.
das pessoas através das páginas de recados. Muitas pessoas não levam os possíveis riscos de segu-
rança em consideração quando criam uma página de perfil
Fazendo contatos em uma rede social online em uma rede social. Quanto mais informações pessoais e
Você precisa criar um perfil em uma rede social antes de profissionais você incluir no seu perfil público, mais fácil será
fazer contatos online. Você vai precisar escolher um nome para um hacker explorar essas informações para ganhar sua
para login e uma senha. Depois de fazer isso, você vai for- confiança.
necer algumas informações pessoais básicas, como nome, Vamos supor que você seja um engenheiro e faz um blog
sexo, idade, local e alguns hobbies ou interesses específicos. sobre um dos seus projetos atuais na sua página do Face-
Você pode personalizar seu perfil adicionando fotos, book. Um hacker pode usar essas informações para fingir ser
música ou vídeos. Mas lembre-se de que o seu perfil é a um funcionário da empresa. Ele sabe seu nome e seu cargo
imagem que você está apresentando ao mundo online. Na na empresa, então você está sujeito a confiar nele. Assim; ele
maioria dos sites você pode ter um controle sobre quem pode tentar conseguir de você uma senha ou informação
pode visualizar seu perfil completo. confidencial para vender aos concorrentes.
Em alguns sites, só amigos ou aqueles que você con- A segurança da maioria das redes sociais online é que
vidou podem visualizar seu perfil. Quando tiver terminado somente seus “amigos” ou membros da sua rede podem ver
de criar seu perfil, você pode começar a procurar amigos e seu perfil completo. Mas isso só é eficaz se você for extre-
fazer contatos. Isso acontece quando você convida amigos mamente seletivo sobre quem você inclui em sua rede. Se
que estão offline no momento para participar ou procurar você aceita convites de qualquer pessoa, uma delas pode
amigos que já são membros. ser um hacker.
208
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O problema com as redes sociais online é que elas não Redes do mal
possuem um sistema integrado de autenticação para veri- As redes sociais tem o lado bom de aproximar pessoas
ficar se alguém é realmente quem diz ser [fonte: SearchSe- de diferentes lugares, mas a facilidade de criar perfis e co-
curity.com]. Um hacker pode criar um perfil qualquer em munidades também tem um lado negro. Em março de 2008,
um site como o Linkedln para se encaixar perfeitamente o Orkut foi obrigado a revelar à polícia os dados de usuários
nos interesses comerciais de seu alvo. Se o alvo aceita o pedófilos. A Polícia brasileira descobriu uma rede de pedo-
hacker como contato, ele pode ter acesso às informações filia infiltrada nas páginas do Orkut e obrigou a empresa a
de todos os outros contatos de seu alvo. Com essas infor- revelar os dados dos usuários envolvidos. Em maio de 2006,
mações, é possível criar uma elaborada identidade falsa. a rede social foi obrigada a retirar do ar comunidades consi-
Para lutar contra a engenharia social, a chave é a aten- deradas pelas autoridades como criminosas e racistas.
ção. Se você sabe que hackers de engenharia social exis-
tem, deve ter mais cuidado com aquilo que vai postar em
seus perfis online. Se você está familiarizado com as trapa-
ças mais comuns da engenharia social, vai reconhecer uma COMPUTAÇÃO NA NUVEM (CLOUD
enquanto ela está acontecendo, e não quando for tarde COMPUTING).
demais.
209
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Arquitetura da computação em nuvem Clientes poderiam acessar suas aplicações e dados de qual-
quer lugar e a qualquer hora. Eles poderiam acessar o sistema
Quando falamos sobre um sistema de computação usando qualquer computador conectado à internet. Os dados
em nuvem, é de grande ajuda dividi-lo em duas seções: o não estariam confinados em um disco rígido no computador do
front end e o back end. Eles se conectam através de uma usuário ou mesmo na rede interna da empresa.
rede, geralmente a Internet. O front end é o lado que o Ela reduziria os custos com hardware. Sistemas de computa-
usuário do computador, ou cliente, vê. O back end é a se- ção em nuvem reduziriam a necessidade de hardware avançado
ção “nuvem” do sistema. do lado do cliente. Você não precisaria comprar o computador
O front end inclui o computador do cliente (ou rede de mais rápido com a maior memória, porque o sistema de nuvem
computadores) e a aplicação necessária para acessar o sis- cuidaria dessas necessidades. Em vez disso, você poderia com-
tema de computação em nuvem. Nem todos os sistemas prar um terminal de computador baratinho. O terminal poderia
de computação em nuvem tem a mesma interface para o incluir teclado, mouse e poder de processamento suficiente ape-
usuário. Serviços baseados na Web, como programas de nas para conectar seu computador à nuvem. Você também não
e-mail, aproveitam navegadores de internet já existentes, precisaria de um disco rígido grande, porque você armazenaria
como o Internet Explorer e o Firefox. Outros sistemas têm toda a sua informaçãp em um computador remoto. Esse tipo de
aplicações próprias que fornecem acesso à rede aos clientes. terminal é conhecido como “terminal burro”, “thin client” e “zero
No back end do sistema estão vários computadores, servi- client”.
dores e sistemas de armazenamento de dados que criam Empresas que dependem de computadores têm que ter
a “nuvem” de serviços de computação. Na teoria, um sis- certeza de estar com software certo no lugar para atingir seus
tema de computação em nuvem inclui praticamente qual- objetivos. Sistemas de computação em nuvem dão a essas em-
quer programa de computador que você possa imaginar, presas acesso às aplicações para toda a corporação. As compa-
do processamento de dados aos videogames. Cada aplica- nhias não têm de comprar um conjunto de softwares ou licenças
ção tem seu próprio servidor dedicado. de software para cada empregado. Em vez disso, a companhia
Um servidor central administra o sistema, monito- pagaria uma taxa a uma empresa de computação em nuvem.
Servidores e dispositivos de armazenamento digital ocupam
rando o tráfego e as demandas do cliente para assegurar
espaço. Algumas empresas alugam espaço físico para armazenar
que tudo funcione tranquilamente. Ele segue um conjun-
servidores e bases de dados porque elas não têm espaço dispo-
to de regras chamadas protocolos e usa um tipo especial
nível no local. A computação em nuvem dá a essas empresas a
de software chamado middleware. O middleware permite
opção de armazenar dados no hardware de terceiros, removen-
que computadores em rede se comuniquem uns com os
do a necessidade de espaço físico no back end.
outros.
Empresas podem economizar dinheiro com suporte técnico.
Se uma empresa de computação em nuvem tem mui-
O hardware otimizado poderia, em teoria, ter menos problemas
tos clientes, é provável que haja uma alta demanda por que uma rede de máquinas e sistemas operacionais heterogê-
muito espaço de armazenamento. Algumas companhias neos.
requerem centenas de dispositivos de armazenamento Se o back end do sistema de computação em nuvem for um
digitais. Sistemas de computação em nuvem precisam de sistema de computação em grade, então o cliente poderia tirar
pelo menos o dobro do número de dispositivos de arma- vantagem do poder de processamento de uma rede inteira. Fre-
zenamento exigidos para manter todas as informações dos quentemente, os cientistas e pesquisadores trabalham com cál-
clientes armazenadas. Isso porque esses dispositivos, as- culos tão complexos que levaria anos para que um computador
sim como todos os computadores, ocasionalmente saem individual os completasse. Em um sistema em grade, o cliente
do ar. Um sistema de computação em nuvem deve fazer poderia enviar o cálculo para a nuvem processar. O sistema de
uma cópia de toda a informação dos clientes e a armaze- nuvem tiraria vantagem do poder de processamento de todos
nar em outros dispositivos. As cópias habilitam o servidor os computadores do back end que estivessem disponíveis,
central a acessar máquinas de backup para reter os dados aumentando significativamente a velocidade dos cálculos.
que, de outra forma, poderiam ficar inacessáveis. Fazer có- Preocupações com a computação em nuvem
pias de dados como um backup é chamado redundância.
Talvez as maiores preocupações sobre a computação em
Aplicações da computação em nuvem nuvem sejam segurança e privacidade. A idéia de entregar
dados importantes para outra empresa preocupa algumas
As aplicações da computação em nuvem são pratica- pessoas. Executivos corporativos podem hesitar em tirar van-
mente ilimitadas. Com o middleware certo, um sistema de tagem do sistema de computação em nuvem porque eles não
computação em nuvem poderia executar todos os progra- podem manter a informação de sua companhia guardadas a
mas que um computador normal rodaria. Potencialmente, sete chaves.
tudo - do software genérico de processamento de textos aos O contra-argumento a essa posição é que as empresas
programas de computador personalizados para um empresa que oferecem serviços de computação em nuvem vivem de
específica - funcionaria em um sistema de computação em suas reputações. É benéfico para essas empresas ter medi-
nuvem. das de segurança confiáveis funcionando. Do contrário, ela
Por que alguém iria querer recorrer a outro sistema de perderia todos os seus clientes. Portanto, é de seu interesse
computador para rodar programas e armazenar dados? Aqui empregar as técnicas mais avançadas para proteger os dados
estão algumas razões: de seus clientes.
210
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Privacidade é um outro assunto. Se um cliente pode lo- Já Rondinelli (2004) cita a definição do Comitê de Do-
gar-se de qualquer local para acessar aplicações, é possível cumentos Eletrônicos do Conselho Internacional de Arqui-
que a privacidade do cliente esteja comprometida. Empre- vos (CIA) onde a “informação registrada, independente da
sas de computação em nuvem vão precisar encontrar for- forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer da
mas de proteger a privacidade do cliente. Uma delas seria atividade de uma instituição ou pessoa e que possui con-
usar técnicas de autenticação, como usuário e senha. Outra teúdo, contexto e estrutura suficientes para servir de evi-
forma é empregar um formato de autorização (níveis de dência dessa atividade”.
permissionamento) - cada usuário acessa apenas os dados Por meio destas definições podemos observar uma una-
e as aplicações que são relevantes para o seu trabalho. nimidade no que diz respeito à importância da informação
Algumas questões a cerca da computação em nuvem contida no documento, independente do seu suporte, para
são mais filosóficas. O usuário ou a empresa que contrata as atividades humanas; isso devido à sua natureza compro-
o serviços de computação em nuvem é dono dos dados? O batória de fatos ocorridos ao longo de uma atividade.
sistema de computação em nuvem, que fornece o espaço No tocante ao termo Arquivo, Schellenberg (2004, p.
de armazenamento, é o dono? É possível para uma empre- 41) define-o como “Os documentos de qualquer instituição
sa de computação em nuvem negar a um cliente o acesso pública ou privada que hajam sido considerados de valor,
a esses dados? Várias companhias, empresas de advocacia merecendo preservação permanente para fins de referência
e universidades estão debatendo essas e outras questões e de pesquisa e que hajam sido depositados ou seleciona-
sobre a natureza da computação em nuvem. dos para depósito, num arquivo de custódia permanente”.
Como a computação em nuvem vai afetar outras in- Quando falamos de arquivos, devemos ter em mente
dústrias? Há uma preocupação crescente na indústria de que existem dois tipos: o de caráter privado e o público.
TI sobre como a computação em nuvem poderia afetar os Ao se tratar de Arquivos Públicos, podemos encontrar
negócios de manutenção e reparo de computadores. Se as sua definição no artigo 7º da Lei nº 8159 de 1991, que dis-
empresas trocarem para sistemas de computadores sim- põe que “Os arquivos públicos são os conjuntos de docu-
plificados, elas terão poucas necessidades de TI. Alguns mentos produzidos e recebidos, no exercício de suas ativi-
experts da indústria acreditam que a necessidade por em- dades, por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do
pregos de TI vá migrar de volta para o back end do sistema Distrito Federal e municipal, em decorrência de suas fun-
de computação em nuvem. ções administrativas, legislativas e judiciárias”.
Ao analisarmos o verdadeiro objeto de um arquivo
concluímos que é o conteúdo dos seus documentos ou o
próprio documento, e sua importância está na forma com
CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE que foi empregado dentro de um processo de tomada de
GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, decisão.
ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS. A organização e gestão de acervos arquivísticos tor-
nou-se bastante problemática para as instituições nas últi-
mas três décadas, devido à rápida e ininterrupta evolução
tecnológica que a humanidade sofreu. Evolução essa que
Sobre o que é Documento, encontramos na literatu-
afetou todos os meios de produção existentes.
ra diversos entendimentos. Primeiramente temos Houaiss,
Segundo SANTOS (2002), as tecnologias desenvolvidas
Villar e Franco (2001) que, em seu Dicionário, definem o
para permitir essa evolução também afetaram diretamente
verbete “documento” como “qualquer escrito usado para
esclarecer determinada coisa [...] qualquer objeto de valor a produção informacional e documental.
documental (fotografia, peças, papéis, filmes, construções, Para se ter uma ideia do volume de informação disponí-
etc.) que elucide, instrua, prove ou comprove cientifica- vel nos dias de hoje, ao fazer uma pesquisa sobre um assun-
mente algum fato, acontecimento, dito etc.” to de seu interesse na Internet, o pesquisador irá encontrar
No campo da Arquivologia, temos Schellenberg (2004, tanta informação que será praticamente impossível ler to-
p. 41) que define “documento (records)” da seguinte forma: dos os documentos encontrados sobre o assunto. Também
Todos os livros, papéis, mapas, fotografias ou outras iremos encontrar documentos que, apesar de terem sido
espécies documentárias, independentemente de sua apre- indexados para um determinado assunto, ele não contém
sentação física ou características, expedidos ou recebidos nada sobre o termo indexado.
por qualquer entidade pública ou privada no exercício de Uma das tecnologias que mais se destacaram nesse
seus encargos legais ou em funções das suas atividades e desenvolvimento, foi a da área da informática essa tecnolo-
preservados ou depositados para preservação por aquela gia, onde acabou criando uma nova forma de documento:
entidade ou por seus legítimos sucessores como prova de o Arquivo Digital.
suas funções, sua política, decisões, métodos, operações ou Para o Arquivo Nacional, em sua obra Subsídios para
outras atividades, ou em virtude do valor informativo dos um Dicionário Brasileiro de Termos Arquivísticos, Arquivo
dados neles contidos. Digital é um conjunto de Bits que formam uma unidade
lógica interpretável por computador e armazenada em su-
porte apropriado.
211
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A Wikipédia trata o termo Arquivo Digital como Arqui- À medida que a tecnologia avança, seus meios (hardware
vo de Computador e o traduz da seguinte forma: e software) sofrem mutações consideráveis em suas estruturas
No disco rígido de um computador, os dados são guar- a ponto de criarem sérios problemas de preservação, principal-
dados na forma de arquivos (ou ficheiros, em Portugal). O mente quando se pretende abrir arquivos de programas mais
arquivo é um agrupamento de registros que seguem uma antigos ou de versões ultrapassadas.
regra estrutural, e que contém informações (dados) sobre No tocante à preservação de acervos digitais, podemos
uma área específica. contar atualmente com a existência de uma vasta e rica literatu-
Estes arquivos podem conter informações de qualquer ra sobre o assunto.
tipo de dados que se possa encontrar em um computador: Não podemos nos bastar somente na forma de manter o
textos, imagens, vídeos, programas, etc. Geralmente o tipo documento digital através da sua preservação, também temos
de informação encontrada dentro de um arquivo pode ser que organizá-lo para ter acesso às informações que ele contém.
previsto observando-se os últimos caracteres do seu nome, Schellenberg (2004, p. 68) dá uma ideia do que vem a ser
após o último ponto (por exemplo, txt para arquivos de um modo de gestão de documentos quando nos diz que do-
texto sem formatação). Esse conjunto de caracteres é cha- cumentos são eficientemente administrados quando, uma vez
mado de extensão do arquivo. necessários, podem ser localizados com rapidez e sem transtor-
Como os arquivos em um computador são muitos (só no ou confusão
o sistema operacional costuma ter milhares deles), esses Segundo o autor, a maneira com que os documentos são
arquivos são armazenados em diretórios (também conhe- mantidos para uso corrente determina a exatidão com que po-
cidos como pastas). dem ser fixados os valores da documentação recolhida. Tam-
No Brasil, o responsável pela regulamentação e práti- bém nos diz que o uso dos documentos para fins de pesquisa
cas de gestão arquivística no âmbito do poder público é o depende, igualmente, da maneira pela qual foram originalmen-
Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ. Sua atribuição te ordenados (2004, p. 53).
é definir a política nacional de arquivos públicos e privados, Paes (1991, p. 17) diz que devemos ter por base a análise
como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos, das atividades da instituição e de como os documentos são so-
licitados ao arquivo, para podermos definir o melhor método
bem como exercer orientação normativa visando a gestão
arquivístico a ser adotado pela instituição.
documental e a proteção especial aos documentos de ar-
Para o CONARQ (Resolução nº 25. art. 1), gestão arquivísti-
quivo.
ca de documentos é o conjunto de procedimentos e operações
Para o CONARQ, o termo Documento Digital é o mes-
técnicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e ar-
mo que Documento em Meio Eletrônico, ou seja, aquele
quivamento de documentos em fases corrente e intermediária,
que só é legível por computador.
visando à sua eliminação ou recolhimento para guarda perma-
O parágrafo 2º, do artigo 1º, da Resolução do CONARQ
nente.
nº 20, de 16 de julho de 2004, define Documento Arqui- A característica que o documento digital apresenta pode
vístico Digital como: o documento arquivístico codificado comprometer a sua autenticidade pois está sujeito à degrada-
em dígitos binários, produzido, tramitado e armazenado ção física dos seus suportes, à rápida obsolescência tecnológica
por sistema computacional. São exemplos de documen- e às intervenções que podem causar adulterações e destruição.
tos arquivísticos digitais: planilhas eletrônicas, mensagens Na tentativa de se coibir estes tipos problemas, o CONARQ,
de correio eletrônico, sítios na internet, bases de dados e através da sua Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos, edi-
também textos, imagens fixas, imagens em movimento e tou a Resolução nº 25, de 27 de abril de 2007, onde recomenda
gravações sonoras, dentre outras possibilidades, em for- aos órgãos e instituições que adotem o “Modelo de Requisitos
mato digital. para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Docu-
Atualmente existe uma variedade muito grande de do- mentos e-ARQ Brasil”, para definir, documentar, instituir e man-
cumentos digitais e os tipos mais comuns que podemos ter políticas, procedimentos e práticas para a gestão arquivística
encontrar são: de documentos, com base nas diretrizes estabelecidas por ele.
1) Textos: arquivos com a extensão “.txt”, “.doc”, Para o CONARQ, somente com procedimentos de gestão
“.pdf” etc.; arquivística é possível assegurar a autenticidade dos documen-
2) Vídeos: arquivos com a extensão “.avi”, “.mov”, tos arquivísticos digitais.
“.wmv” etc.; Para se ter sucesso na implantação deste Sistema nos ór-
3) Áudio: arquivos com a extensão “.wma”, “.mp3”, gãos públicos e empresas privadas é necessário que todos os
“.midi” etc.; funcionários estejam envolvidos na política arquivística de do-
4) Fotografia: arquivos com a extensão “.jpg”, “.bmp”, cumentos e as responsabilidades devem ser distribuídas de
“.tiff”, “.gif” etc.; acordo com a função e hierarquia de cada um.
5) Arquivos de planilhas: arquivos com a extensão A Constituição Federal de 1988 e, particularmente, a Lei
“.pps” etc.; nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política
6) Arquivos da Internet: arquivos com a extensão nacional de arquivos públicos e privados, delegaram ao Poder
“.htm”, “.html” etc. Público algumas responsabilidades, consubstanciadas pelo De-
Porém, ao mesmo tempo em que este tipo de tecnolo- creto nº 4.073, de 3 de janeiro de 2002, que consolidou os de-
gia vem nos ajudar a executar nossas tarefas diárias, a sua cretos anteriores - nsº 1.173, de 29 de junho de 1994; 1.461, de
veloz e constante evolução também está nos criando um 25 de abril de 1995, 2.182, de 20 de março de 1997 e 2.942, de
problema muito sério no tocante à sua preservação. 18 de janeiro de 1999.
212
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O artigo 3º, da Lei nº 8.159 de 08 de janeiro de 1991, O CONARQ reconhece a instabilidade da informação
que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e arquivística digital e sobre a necessidade de estabeleci-
privados, diz que gestão de documentos é o conjunto de proce- mento de políticas públicas, diretrizes, programas e proje-
dimentos e operações técnicas à sua produção, tramitação, uso, tos específicos, legislação, metodologias, normas, padrões
avaliação e arquivamento em fases corrente e intermediária, visan- e protocolos que possam minimizar os efeitos da fragilida-
do à sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente., e de e da obsolescência de hardwares, softwares e formatos
o seu artigo 17, do Capítulo IV, afirma que a administração da do- e que assegurem, ao longo do tempo, a autenticidade, a in-
cumentação pública ou de caráter público compete às instituições tegridade, o acesso contínuo e o uso pleno da informação.
arquivísticas federais, estaduais do Distrito Federal e municipais.
Tal dispositivo torna claro a importância e a responsabilidade
Metadados
que devemos ter com o trato da documentação pública.
A definição mais simples de metadados é que eles são
Dentre estas responsabilidades, a mais discutida pelos auto-
res de hoje é a da preservação dos documentos. dados sobre dados – mais especificamente, informações
Hoje, encontramos uma vasta bibliografia que trata especifi- (dados) sobre um determinado conteúdo (os dados).
camente sobre o tema da preservação de documentos, tanto em Os metadados são utilizados para facilitar o entendi-
suporte de papel quanto em meios eletrônicos. mento, o uso e o gerenciamento de dados. Os metadados
A guarda e a conservação dos documentos, visando à sua necessários para este fim variam conforme o tipo de dados
utilização, são as funções básicas de um arquivo (PAES, 1991, p. 5). e o contexto de uso. Assim, no contexto de uma biblioteca,
Para Arellano (2004): onde os dados são o conteúdo dos títulos em estoque, os
A natureza dos documentos digitais está permitindo ampla metadados a respeito de um título normalmente incluem
produção e disseminação de informação no mundo atual. É fato uma descrição do conteúdo, o autor, a data de publica-
que na era da informação digital se está dando muita ênfase à ção e sua localização física. No contexto de uma câmera,
geração e/ou aquisição de material digital, em vez de manter a onde os dados são a imagem fotográfica, os metadados
preservação e o acesso a longo prazo aos acervos eletrônicos normalmente incluem a data na qual a foto foi tirada e
existentes. O suporte físico da informação, o papel e a superfície detalhes da configuração da câmera. No contexto de um
metálica magnetizada se desintegram ou podem se tornar irrecu- sistema de informações, onde os dados são o conteúdo de
peráveis. Existem, ademais, os efeitos da temperatura, umidade, arquivos de computador, os metadados a respeito de um
nível de poluição do ar e das ameaças biológicas; os danos pro- item de dados individual normalmente incluem o nome
vocados pelo uso indevido e o uso regular, as catástrofes naturais
do arquivo, o tipo do arquivo e o nome do administrador
e a obsolescência tecnológica. A aplicação de estratégias de pre-
dos dados.
servação para documentos digitais é uma prioridade, pois sem
elas não existiria nenhuma garantia de acesso, confiabilidade e Um registro de metadados consiste de alguns elemen-
integridade dos documentos a longo prazo. tos pré-definidos que representam determinados atribu-
Na Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digi- tos de um recurso, sendo que cada elemento pode ter um
tal (2004), o CONARQ diz que: ou mais valores. Segue abaixo um exemplo de um registro
As facilidades proporcionadas pelos meios e tecnologias di- de metadados simples:
gitais de processamento, transmissão e armazenamento de infor-
mações reduziram custos e aumentaram a eficácia dos processos
de criação, troca e difusão da informação arquivística. O início do Nome do
século XXI apresenta um mundo fortemente dependente do do- Valor
Elemento
cumento arquivístico digital como um meio para registrar as fun- Título Catálogo da Web
ções e atividades de indivíduos, organizações e governos.
Criador Dagnija McAuliffe
Porém, o CONARQ alerta sobre a importância de voltarmos
nossas atenções para os meios de preservar este tipo de acervo, University of Queensland
Editora
pois essas tecnologias digitais sofrem uma obsolescência muito Library
rápida pois a tecnologia digital é comprovadamente um meio http://www.library.uq.edu.au/
Identificador
mais frágil e mais instável de armazenamento, comparado iad/mainmenu.html
com os meios convencionais de registrar informações. Formato Texto / html
A Carta também nos alerta: Relação Website da Biblioteca
A preservação da informação em formato digital não
se limita ao domínio tecnológico, envolve também ques-
tões administrativas, legais, políticas, econômico-financei- Os esquemas de metadados normalmente apresenta-
ras e, sobretudo, de descrição dessa informação através de rão as seguintes características:
estruturas de metadados que viabilizem o gerenciamento • Um número limitado de elementos
da preservação digital e o acesso no futuro. Desta forma,
• O nome de cada elemento
preservar exige compromissos de longo prazo entre os vá-
• O significado de cada elemento
rios segmentos da sociedade: poderes públicos, indústria
de tecnologia da informação, instituições de ensino e pes-
quisa, arquivos e bibliotecas nacionais e demais organiza-
ções públicas e privadas.
213
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
214
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
4. Arquivos
Os arquivos são o computador. Sem mais, nem menos. SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO:
Qualquer dado é salvo em seu arquivo correspondente. PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA;
Existem arquivos que são fotos, vídeos, imagens, progra-
mas, músicas e etc.
Também há arquivos que não nos dizem muito como, CONCEITOS DE SEGURANÇA
por exemplo, as bibliotecas DLL ou outros arquivos, mas
que são muito importantes porque fazem com que o Win- A Segurança da Informação refere-se à proteção exis-
dows funcione. Neste caso, são como as peças do motor de tente sobre as informações de uma determinada empresa,
um carro: elas estão lá para que o carango funcione bem. instituição governamental ou pessoa, isto é, aplica-se tanto
as informações corporativas quanto as pessoais.
Entende-se por informação todo e qualquer conteúdo
ou dado que tenha valor para alguma organização ou pes-
soa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou exposta
ao público para consulta ou aquisição.
Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não
de ferramentas) para a definição do nível de segurança
existente e, com isto, serem estabelecidas as bases para
análise da melhoria ou piora da situação de segurança exis-
tente.
A segurança de uma determinada informação pode ser
afetada por fatores comportamentais e de uso de quem
se utiliza dela, pelo ambiente ou infraestrutura que a cerca
ou por pessoas mal intencionadas que tem o objetivo de
5. Atalhos furtar, destruir ou modificar a informação.
Antes de proteger, devemos saber:
O conceito é fácil de entender: uma maneira rápida de • O que proteger.
abrir um arquivo, pasta ou programa. Mas, como assim? • De quem proteger.
Um atalho não tem conteúdo algum e sua única função é • Pontos vulneráveis.
“chamar o arquivo” que realmente queremos e que está • Processos a serem seguidos.
armazenado em outro lugar.
Podemos distinguir um atalho porque, além de estar na MECANISMOS DE SEGURANÇA
área de trabalho, seu ícone tem uma flecha que indicativa O suporte para as recomendações de segurança pode
se tratar de um “caminho mais curto”. Para que você tenha ser encontrado em:
uma ideia, o menu “Iniciar” nada mais é do que um aglo- • CONTROLES FÍSICOS: são barreiras que limitam o
merado de atalhos. contato ou acesso direto a informação ou a infraestrutura
Se você apagar um atalho, não se preocupe: o arquivo (que garante a existência da informação) que a suporta.
original fica intacto. Devemos atentar para ameaças sempre presentes, mas
nem sempre lembradas; incêndios, desabamentos, relâm-
6. Bibliotecas do Windows 7 pagos, alagamentos, problemas na rede elétrica, acesso
O Windows 7 trouxe um novo elemento para a lista bá- indevido de pessoas aos servidores ou equipamentos de
sica de arquivos e pastas: as bibliotecas. Elas servem ape- rede, treinamento inadequado de funcionários, etc.
nas para colocar no mesmo lugar arquivos de várias pastas. Medidas de proteção física, tais como serviços de guar-
Por exemplo, se você tiver arquivos de músicas em “C:\ da, uso de nobreaks, alarmes e fechaduras, circuito interno
Minha Música” e “D:\MP3”, poderá exibir todos eles na bi- de televisão e sistemas de escuta são realmente uma parte
blioteca de música. da segurança da informação. As medidas de proteção física
são frequentemente citadas como “segurança computacio-
nal”, visto que têm um importante papel também na pre-
venção dos itens citados no parágrafo acima.
O ponto-chave é que as técnicas de proteção de dados
por mais sofisticadas que sejam, não têm serventia nenhu-
ma se a segurança física não for garantida.
Instalação e Atualização
217
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Sendo assim, torna-se necessário que vários pontos De acordo com os mecanismos de funcionamentos dos fi-
sejam observados para garantir a segurança desde a insta- rewalls podemos destacar três tipos principais:
lação do sistema, dos quais podemos destacar: • Filtros de pacotes
• Seja minimalista: Instale somente os aplicativos ne- • Stateful Firewalls
cessários, aplicativos com problemas podem facilitar o • Firewalls em Nível de Aplicação
acesso de um atacante;
• Devem ser desativados todos os serviços de sistema - Filtros de Pacotes
que não serão utilizados: Muitas vezes o sistema inicia au- Esse é o tipo de firewall mais conhecido e utilizado. Ele con-
tomaticamente diversos aplicativos que não são necessá- trola a origem e o destino dos pacotes de mensagens da Inter-
rios, esses aplicativos também podem facilitar a vida de um net. Quando uma informação é recebida, o firewall verifica as
atacante; informações sobre o endereço IP de origem e destino do pacote
• Deve-se tomar um grande cuidado com as aplicações e compara com uma lista de regras de acesso para determinar
de rede: problemas nesse tipo de aplicação podem deixar o se pacote está autorizado ou não a ser repassado através dele.
sistema vulnerável a ataques remotos que podem ser reali- Atualmente, a filtragem de pacotes é implementada na
zados através da rede ou Internet; maioria dos roteadores e é transparente aos usuários, porém
• Use partições diferentes para os diferentes tipos de pode ser facilmente contornada com IP Spoofers. Por isto, o uso
dados: a divisão física dos dados facilita a manutenção da de roteadores como única defesa para uma rede corporativa
segurança; não é aconselhável.
• Remova todas as contas de usuários não utilizadas: Mesmo que filtragem de pacotes possa ser feita direta-
Contas de usuários sem senha, ou com a senha original de mente no roteador, para uma maior performance e controle,
instalação, podem ser facilmente exploradas para obter-se é necessária a utilização de um sistema específico de firewall.
acesso ao sistema. Quando um grande número de regras é aplicado diretamente
Grande parte das invasões na Internet acontece devi- no roteador, ele acaba perdendo performance. Além disso, Fire-
do a falhas conhecidas em aplicações de rede, as quais os wall mais avançados podem defender a rede contra spoofing e
administradores de sistemas não foram capazes de corrigir ataques do tipo DoS/DDoS.
a tempo. Essa afirmação pode ser confirmada facilmente
pelo simples fato de que quando uma nova vulnerabilidade - Stateful Firewalls
é descoberta, um grande número de ataques é realizado
com sucesso. Por isso é extremamente importante que os Outro tipo de firewall é conhecido como Stateful Firewall.
administradores de sistemas se mantenham atualizados Ele utiliza uma técnica chamada Stateful Packet Inspection, que
sobre os principais problemas encontrados nos aplicati- é um tipo avançado de filtragem de pacotes. Esse tipo de fire-
vos utilizados, através dos sites dos desenvolvedores ou wall examina todo o conteúdo de um pacote, não apenas seu
específicos sobre segurança da Informação. As principais cabeçalho, que contém apenas os endereços de origem e des-
empresas comerciais desenvolvedoras de software e as tino da informação. Ele é chamado de ‘stateful’ porque examina
principais distribuições Linux possuem boletins periódicos os conteúdos dos pacotes para determinar qual é o estado da
informando sobre as últimas vulnerabilidades encontradas conexão, Ex: Ele garante que o computador destino de uma in-
e suas devidas correções. Alguns sistemas chegam até a formação tenha realmente solicitado anteriormente a informa-
possuir o recurso de atualização automática, facilitando ção através da conexão atual.
ainda mais o processo. Além de serem mais rigorosos na inspeção dos pacotes, os
stateful firewalls podem ainda manter as portas fechadas até
Firewalls que uma conexão para a porta específica seja requisitada. Isso
permite uma maior proteção contra a ameaça de port scanning.
Definimos o firewall como sendo uma barreira inteli-
gente entre duas redes, geralmente a rede local e a Inter- - Firewalls em Nível de Aplicação
net, através da qual só passa tráfego autorizado. Este trá- Nesse tipo de firewall o controle é executado por aplica-
fego é examinado pelo firewall em tempo real e a seleção ções específicas, denominadas proxies, para cada tipo de servi-
é feita de acordo com um conjunto de regras de acesso ço a ser controlado. Essas aplicações interceptam todo o tráfego
Ele é tipicamente um roteador (equipamento que liga as recebido e o envia para as aplicações correspondentes; assim,
redes com a Internet), um computador rodando filtragens cada aplicação pode controlar o uso de um serviço.
de pacotes, um software Proxy, um firewall-in-a-box (um Apesar desse tipo de firewall ter uma perda maior de per-
hardware proprietário específico para função de firewall), formance, já que ele analisa toda a comunicação utilizando
ou um conjunto desses sistemas. proxies, ele permite uma maior auditoria sobre o controle no
Pode-se dizer que firewall é um conceito ao invés de tráfego, já que as aplicações específicas podem detalhar melhor
um produto. Ele é a soma de todas as regras aplicadas a os eventos associados a um dado serviço.
rede. Geralmente, essas regras são elaboradas consideran- A maior dificuldade na sua implementação é a necessidade
do as políticas de acesso da organização. de instalação e configuração de um proxy para cada aplicação,
Podemos observar que o firewall é único ponto de sendo que algumas aplicações não trabalham corretamente
entrada da rede, quando isso acontece o firewall também com esses mecanismos.
pode ser designado como check point.
218
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Considerações sobre o uso de Firewalls Ela utiliza uma função chamada one-way hash function,
também conhecida como: compression function, cryptogra-
Embora os firewalls garantam uma maior proteção, e são phic checksum, message digest ou fingerprint. Essa função
inestimáveis para segurança da informação, existem alguns gera uma string única sobre uma informação, se esse valor
ataques que os firewalls não podem proteger, como a inter- for o mesmo tanto no remetente quanto destinatário, signifi-
ceptação de tráfego não criptografado, ex: Interceptação de ca que essa informação não foi alterada.
e-mail. Além disso, embora os firewalls possam prover um Mesmo assim isso ainda não garante total integridade,
único ponto de segurança e auditoria, eles também podem pois a informação pode ter sido alterada no seu envio e um
se tornar um único ponto de falha – o que quer dizer que os novo hash pode ter sido calculado.
firewalls são a última linha de defesa. Significa que se um ata- Para solucionar esse problema, é utilizada a criptografia
cante conseguir quebrar a segurança de um firewall, ele vai assimétrica com a função das chaves num sentido inverso,
ter acesso ao sistema, e pode ter a oportunidade de roubar onde o hash é criptografado usando a chave privada do re-
ou destruir informações. Além disso, os firewalls protegem metente, sendo assim o destinatário de posse da chave pú-
a rede contra os ataques externos, mas não contra os ata- blica do remetente poderá decriptar o hash. Dessa maneira
ques internos. No caso de funcionários mal intencionados, garantimos a procedência, pois somente o remetente possui
os firewalls não garantem muita proteção. Finalmente, como a chave privada para codificar o hash que será aberto pela
mencionado os firewalls de filtros de pacotes são falhos em sua chave pública. Já o hash, gerado a partir da informação
alguns pontos. - As técnicas de Spoofing podem ser um meio original, protegido pela criptografia, garantirá a integridade
efetivo de anular a sua proteção. da informação.
Para uma proteção eficiente contra as ameaças de segu-
rança existentes, os firewalls devem ser usados em conjunto Mecanismos de garantia da integridade da informação
com diversas outras medidas de segurança.
Existem, claro, outros mecanismos de segurança que Usando funções de “Hashing” ou de checagem, consis-
apoiam os controles físicos: Portas / trancas / paredes / blin- tindo na adição.
dagem / guardas / etc.
Mecanismos de controle de acesso
• CONTROLES LÓGICOS: são barreiras que impedem ou
limitam o acesso à informação, que está em ambiente con- Palavras-chave, sistemas biométricos, firewalls, cartões
trolado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria inteligentes.
exposta a alteração não autorizada por elemento mal inten-
cionado. Mecanismos de certificação
Existem mecanismos de segurança que apoiam os con-
troles lógicos: Atesta a validade de um documento. O Certificado Di-
gital, também conhecido como Certificado de Identidade
Mecanismos de encriptação Digital associa a identidade de um titular a um par de cha-
ves eletrônicas (uma pública e outra privada) que, usadas em
A criptografia vem, na sua origem, da fusão de duas pa- conjunto, fornecem a comprovação da identidade. É uma
lavras gregas: versão eletrônica (digital) de algo parecido a uma Cédula de
• CRIPTO = ocultar, esconder. Identidade - serve como prova de identidade, reconhecida
• GRAFIA = escrever diante de qualquer situação onde seja necessária a compro-
Criptografia é arte ou ciência de escrever em cifra ou em vação de identidade.
códigos. É então um conjunto de técnicas que tornam uma O Certificado Digital pode ser usado em uma grande va-
mensagem incompreensível permitindo apenas que o desti- riedade de aplicações, como comércio eletrônico, groupware
natário que conheça a chave de encriptação possa decriptar (Intranets e Internet) e transferência eletrônica de fundos.
e ler a mensagem com clareza. Dessa forma, um cliente que compre em um shopping
Permitem a transformação reversível da informação de virtual, utilizando um Servidor Seguro, solicitará o Certificado
forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para tal, de Identidade Digital deste Servidor para verificar: a iden-
algoritmos determinados e uma chave secreta para, a par- tidade do vendedor e o conteúdo do Certificado por ele
tir de um conjunto de dados não encriptados, produzir uma apresentado. Da mesma forma, o servidor poderá solicitar ao
sequência de dados encriptados. A operação inversa é a de- comprador seu Certificado de Identidade Digital, para identi-
sencriptação. ficá-lo com segurança e precisão.
Caso qualquer um dos dois apresente um Certificado de
Assinatura digital Identidade Digital adulterado, ele será avisado do fato, e a
comunicação com segurança não será estabelecida.
Um conjunto de dados encriptados, associados a um O Certificado de Identidade Digital é emitido e assinado
documento do qual são função, garantindo a integridade do por uma Autoridade Certificadora Digital (Certificate Autho-
documento associado, mas não a sua confidencialidade. rity). Para tanto, esta autoridade usa as mais avançadas téc-
A assinatura digital, portanto, busca resolver dois pro- nicas de criptografia disponíveis e de padrões internacionais
blemas não garantidos apenas com uso da criptografia para (norma ISO X.509 para Certificados Digitais), para a emissão e
codificar as informações: a Integridade e a Procedência. chancela digital dos Certificados de Identidade Digital.
219
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
220
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A forma mais conhecida de ataque que consiste na per- Os ataques com mais chances de dar certo são aqueles
turbação de um serviço, devido a danos físicos ou lógicos que exploram vulnerabilidades, seja ela uma vulnerabilida-
causados no sistema que o suportam. Para provocar um DoS, de do sistema operacional, aplicativos ou políticas internas.
os atacantes disseminam vírus, geram grandes volumes de Veja algumas vulnerabilidades:
tráfego de forma artificial, ou muitos pedidos aos servidores • Roubo de senhas – Uso de senhas em branco, senhas
que causam subcarga e estes últimos ficam impedidos de previsíveis ou que não usam requisitos mínimos de com-
processar os pedidos normais. plexidade. Deixar um Postit com a sua senha grudada no
O objetivo deste ataque é parar algum serviço. Exemplo: monitor é uma vulnerabilidade.
• “Inundar” uma rede com pacotes SYN (Syn-Flood); • Software sem Patches – Um gerenciamento de Ser-
• “Inundar” uma rede com pacotes ICPM forçados. vice Packs e HotFixes mal feito é uma vulnerabilidade co-
O alvo deste tipo de ataque pode ser um Web Server mum. Veja casos como os ataques do Slammer e do Blaster,
contendo o site da empresa, ou até mesmo “inundar” o DHCP sendo que suas respectivas correções já estavam disponí-
Server Local com solicitações de IP, fazendo com que nenhu- veis bem antes dos ataques serem realizados.
ma estação com IP dinâmico obtenha endereço IP. • Configuração Incorreta – Aplicativos executados com
contas de Sistema Local, e usuários que possuem permis-
Elevação de Privilégios sões acima do necessário.
• Engenharia Social – O Administrador pode alterar
Acontece quando o usuário mal-intencionado quer exe- uma senha sem verificar a identidade da chamada.
cutar uma ação da qual não possui privilégios administrativos • Segurança fraca no Perímetro – Serviços desneces-
suficientes: sários, portas não seguras. Firewall e Roteadores usados
• Explorar saturações do buffer para obter privilégios do incorretamente.
sistema; • Transporte de Dados sem Criptografia – Pacotes de
• Obter privilégios de administrador de forma ilegítima. autenticação usando protocolos de texto simples, dados
Este usuário pode aproveitar-se que o Administrador da importantes enviados em texto simples pela Internet.
Rede efetuou logon numa máquina e a deixou desbloqueada, Identifique, entenda como explorá-las e mesmo que
e com isso adicionar a sua própria conta aos grupos Domain não seja possível eliminá-las, monitore e gerencie o risco
Admins, e Remote Desktop Users. Com isso ele faz o que qui- de suas vulnerabilidades.
ser com a rede da empresa, mesmo que esteja em casa. Nem todos os problemas de segurança possuem uma
solução definitiva, a partir disso inicia-se o Gerenciamento
Quem pode ser uma ameaça? de Risco, analisando e balanceando todas as informações
sobre Ativos, Ameaças, Vulnerabilidades, probabilidade e
Quem ataca a rede/sistema são agentes maliciosos, mui- impacto.
tas vezes conhecidos como crackers, (hackers não são agentes
maliciosos, tentam ajudar a encontrar possíveis falhas). Estas NÍVEL DE SEGURANÇA
pessoas são motivadas para fazer esta ilegalidade por vários
motivos. Os principais motivos são: notoriedade, autoestima, Depois de identificado o potencial de ataque, as orga-
vingança e o dinheiro. É sabido que mais de 70% dos ata- nizações têm que decidir o nível de segurança a estabele-
ques partem de usuários legítimos de sistemas de informação cer para um rede ou sistema os recursos físicos e lógicos a
(Insiders) -- o que motiva corporações a investir largamente necessitar de proteção. No nível de segurança devem ser
em controles de segurança para seus ambientes corporativos quantificados os custos associados aos ataques e os asso-
(intranet). ciados à implementação de mecanismos de proteção para
É necessário identificar quem pode atacar a minha rede, e minimizar a probabilidade de ocorrência de um ataque .
qual a capacidade e/ou objetivo desta pessoa.
• Principiante – não tem nenhuma experiência em pro- POLÍTICAS DE SEGURANÇA
gramação e usa ferramentas de terceiros. Geralmente não
tem noção do que está fazendo ou das consequências da- De acordo com o RFC 2196 (The Site Security Han-
quele ato. dbook), uma política de segurança consiste num conjunto
• Intermediário – tem algum conhecimento de progra- formal de regras que devem ser seguidas pelos usuários
mação e utiliza ferramentas usadas por terceiros. Esta pessoa dos recursos de uma organização.
pode querer algo além de testar um “Programinha Hacker”. As políticas de segurança devem ter implementação
• Avançado – Programadores experientes, possuem co- realista, e definir claramente as áreas de responsabilidade
nhecimento de Infraestrutura e Protocolos. Podem realizar dos usuários, do pessoal de gestão de sistemas e redes e
ataques estruturados. Certamente não estão só testando os da direção. Deve também adaptar-se a alterações na orga-
seus programas. nização. As políticas de segurança fornecem um enquadra-
Estas duas primeiras pessoas podem ser funcionários da mento para a implementação de mecanismos de seguran-
empresa, e provavelmente estão se aproveitando de alguma ça, definem procedimentos de segurança adequados, pro-
vulnerabilidade do seu ambiente. cessos de auditoria à segurança e estabelecem uma base
para procedimentos legais na sequência de ataques.
221
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O documento que define a política de segurança deve dei- Para contaminarem os computadores, os vírus antiga-
xar de fora todos os aspetos técnicos de implementação dos mente usavam disquetes ou arquivos infectados. Hoje, os vírus
mecanismos de segurança, pois essa implementação pode va- podem atingir em poucos minutos milhares de computadores
riar ao longo do tempo. Deve ser também um documento de em todo mundo. Isso tudo graças à Internet. O método de
fácil leitura e compreensão, além de resumido. propagação mais comum é o uso de e-mails, onde o vírus usa
Algumas normas definem aspectos que devem ser leva- um texto que tenta convencer o internauta a clicar no arquivo
dos em consideração ao elaborar políticas de segurança. Entre em anexo. É nesse anexo que se encontra o vírus. Os meios de
essas normas estão a BS 7799 (elaborada pela British Stan- convencimento são muitos e costumam ser bastante criativos.
dards Institution) e a NBR ISO/IEC 17799 (a versão brasileira O e-mail (e até o campo assunto da mensagem) costuma ter
desta primeira). textos que despertam a curiosidade do internauta. Muitos ex-
Existem duas filosofias por trás de qualquer política de ploram assuntos eróticos ou abordam questões atuais. Alguns
segurança: a proibitiva (tudo que não é expressamente per- vírus podem até usar um remetente falso, fazendo o destinatá-
mitido é proibido) e a permissiva (tudo que não é proibido é
rio do e-mail acreditar que se trata de uma mensagem verda-
permitido).
deira. Muitos internautas costumam identificar e-mails de vírus,
Enfim, implantar Segurança em um ambiente não de-
mas os criadores destas “pragas digitais” podem usar artifícios
pende só da Tecnologia usada, mas também dos Processos
inéditos que não poupam nem o usuário mais experiente.
utilizados na sua implementação e da responsabilidade que
as Pessoas têm neste conjunto. Estar atento ao surgimento de O computador (ou, melhor dizendo, o sistema operacio-
novas tecnologias não basta, é necessário entender as necessi- nal), por si só, não tem como detectar a existência deste pro-
dades do ambiente, e implantar políticas que conscientizem as graminha. Ele não é referenciado em nenhuma parte dos seus
pessoas a trabalhar de modo seguro. arquivos, ninguém sabe dele, e ele não costuma se mostrar an-
Seu ambiente nunca estará seguro, não imagine que ins- tes do ataque fatal.
talando um bom Antivírus você elimina as suas vulnerabilida- Em linhas gerais, um vírus completo (entenda-se por com-
des ou diminui a quantidade de ameaças. É extremamente ne- pleto o vírus que usa todas as formas possíveis de contaminar
cessário conhecer o ambiente e fazer um estudo, para depois e se ocultar) chega até a memória do computador de duas for-
poder implementar ferramentas e soluções de segurança. mas.
A primeira e a mais simples é a seguinte: em qualquer disco
(tanto disquete quanto HD) existe um setor que é lido primeiro
pelo sistema operacional quando o computador o acessa. Este
setor identifica o disco e informa como o sistema operacional
NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E OUTRAS (SO) deve agir. O vírus se aloja exatamente neste setor, e espera
PRAGAS VIRTUAIS; que o computador o acesse.
APLICATIVOS PARA SEGURANÇA A partir daí ele passa para a memória do computador e
(ANTIVÍRUS, FIREWALL, ANTI-SPYWARE entra na segunda fase da infecção. Mas antes de falarmos da
ETC.); segunda fase, vamos analisar o segundo método de infecção: o
vírus se agrega a um arquivo executável (fica pendurado
mesmo nesse arquivo). Acessar o disco onde este arquivo está
não é o suficiente para se contaminar.
NOÇÕES BÁSICAS A RESPEITO DE VÍRUS DE COMPU- É preciso executar o arquivo contaminado. O vírus se ane-
TADOR xa, geralmente, em uma parte do arquivo onde não interfira no
seu funcionamento (do arquivo), pois assim o usuário não vai
DEFINIÇÃO E PROGRAMAS ANTIVÍRUS
perceber nenhuma alteração e vai continuar usando o progra-
ma infectado.
O que são vírus de computador?
O vírus, após ter sido executado, fica escondido agora na
Os vírus representam um dos maiores problemas para
usuários de computador. memória do computador, e imediatamente infecta todos os
Consistem em pequenos programas criados para causar discos que estão ligados ao computador, colocando uma cópia
algum dano ao computador infectado, seja apagando dados, de si mesmo no tal setor que é lido primeiro (chamado setor de
seja capturando informações, seja alterando o funcionamen- boot), e quando o disco for transferido para outro computador,
to normal da máquina. Os usuários dos sistemas operacionais este ao acessar o disco contaminado (lendo o setor de boot),
Windows são vítimas quase que exclusivas de vírus, já que os executará o vírus e o alocará na sua memória, o que por sua
sistemas da Microsoft são largamente usados no mundo todo. vez irá infectar todos os discos utilizados neste computador, e
Existem vírus para sistemas operacionais Mac e os baseados assim o vírus vai se alastrando.
em Unix, mas estes são extremamente raros e costumam ser Os vírus que se anexam a arquivos infectam também todos
bastante limitados. Esses “programas maliciosos” receberam o os arquivos que estão sendo ou e serão executados. Alguns às
nome vírus porque possuem a característica de se multiplicar vezes re-contaminam o mesmo arquivo tantas vezes e ele fica
facilmente, assim como ocorre com os vírus reais, ou seja, os tão grande que passa a ocupar um espaço considerável (que é
vírus biológicos. Eles se disseminam ou agem por meio de fa- sempre muito precioso) em seu disco. Outros, mais inteligen-
lhas ou limitações de determinados programas, se espalhando tes, se escondem entre os espaços do programa original, para
como em uma infecção. não dar a menor pista de sua existência.
222
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Cada vírus possui um critério para começar o ataque pro- Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem
priamente dito, onde os arquivos começam a ser apagados, o vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos,
micro começa a travar, documentos que não são salvos e várias destinados a capturar tudo o que é digitado no teclado. O
outras tragédias. Alguns apenas mostram mensagens chatas, objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
outros mais elaborados fazem estragos muitos grandes. Hijackers são programas ou scripts que “sequestram”
navegadores de Internet, principalmente o Internet Explo-
TIPOS rer. Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial do
browser e impede o usuário de mudá-la, exibe propagan-
Cavalo-de-Tróia das em pop-ups ou janelas novas, instala barras de ferra-
mentas no navegador e podem impedir acesso a determi-
A denominação “Cavalo de Tróia” (Trojan Horse) foi atribuí- nados sites (como sites de software antivírus, por exemplo).
da aos programas que permitem a invasão de um computador Os spywares e os keyloggers podem ser identificados
alheio com espantosa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo por programas anti-spywares. Porém, algumas destas pra-
ao famoso artefato militar fabricado pelos gregos espartanos. gas são tão perigosas que alguns antivírus podem ser pre-
Um “amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de parados para identificá-las, como se fossem vírus. No caso
grego”, que seria um aplicativo qualquer. Quando o leigo o exe- de hijackers, muitas vezes é necessário usar uma ferramen-
cuta, o programa atua de forma diferente do que era esperado. ta desenvolvida especialmente para combater aquela pra-
Ao contrário do que é erroneamente informado na mídia, ga. Isso porque os hijackers podem se infiltrar no sistema
que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele não se re- operacional de uma forma que nem antivírus nem anti-s-
produz e não tem nenhuma comparação com vírus de com- pywares conseguem “pegar”.
putador, sendo que seu objetivo é totalmente diverso. Deve-se
levar em consideração, também, que a maioria dos antivírus faz Hoaxes, o que são?
a sua detecção e os classificam como tal. A expressão “Trojan”
deve ser usada, exclusivamente, como definição para progra- São boatos espalhados por mensagens de correio ele-
mas que capturam dados sem o conhecimento do usuário. trônico, que servem para assustar o usuário de computa-
O Cavalo de Tróia é um programa que se aloca como um dor. Uma mensagem no e-mail alerta para um novo vírus
arquivo no computador da vítima. Ele tem o intuito de roubar totalmente destrutivo que está circulando na rede e que in-
informações como passwords, logins e quaisquer dados, sigilo- fectará o micro do destinatário enquanto a mensagem esti-
sos ou não, mantidos no micro da vítima. Quando a máquina ver sendo lida ou quando o usuário clicar em determinada
contaminada por um Trojan conectar-se à Internet, poderá ter tecla ou link. Quem cria a mensagem hoax normalmente
todas as informações contidas no HD visualizadas e capturadas costuma dizer que a informação partiu de uma empresa
por um intruso qualquer. Estas visitas são feitas imperceptivel- confiável, como IBM e Microsoft, e que tal vírus poderá da-
mente. Só quem já esteve dentro de um computador alheio nificar a máquina do usuário. Desconsidere a mensagem.
sabe as possibilidades oferecidas.
FIREWALL
Worm
Firewall é um programa que monitora as conexões fei-
Os worms (vermes) podem ser interpretados como um tas pelo seu computador para garantir que nenhum recur-
tipo de vírus mais inteligente que os demais. A principal dife- so do seu computador esteja sendo usado indevidamente.
rença entre eles está na forma de propagação: os worms po- São úteis para a prevenção de worms e trojans.
dem se propagar rapidamente para outros computadores, seja
pela Internet, seja por meio de uma rede local. Geralmente, a ANTIVÍRUS
contaminação ocorre de maneira discreta e o usuário só nota
o problema quando o computador apresenta alguma anorma- Existe uma variedade enorme de softwares antivírus
lidade. O que faz destes vírus inteligentes é a gama de possi- no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-o
bilidades de propagação. O worm pode capturar endereços de sempre atualizado. Isso porque surgem vírus novos todos
e-mail em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema os dias e seu antivírus precisa saber da existência deles
de envio de e-mails) próprios ou qualquer outro meio que per- para proteger seu sistema operacional.
mita a contaminação de computadores (normalmente milha- A maioria dos softwares antivírus possuem serviços de
res) em pouco tempo. atualização automática. Abaixo há uma lista com os antiví-
rus mais conhecidos:
Spywares, keyloggers e hijackers Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br -
Possui versão de teste.
Apesar de não serem necessariamente vírus, estes três no- McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Possui
mes também representam perigo. Spywares são programas versão de teste.
que ficam “espionando” as atividades dos internautas ou captu- AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga
ram informações sobre eles. Para contaminar um computador, e outra gratuita para uso não comercial (com menos fun-
os spywares podem vir embutidos em softwares desconheci- cionalidades).
dos ou serem baixados automaticamente quando o internauta Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoftwa-
visita sites de conteúdo duvidoso. re.com.br - Possui versão de teste.
223
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
É importante frisar que a maioria destes desenvolvedo- 3- Passe um antivírus atualizado no anexo salvo para se
res possuem ferramentas gratuitas destinadas a remover ví- certificar de que este não está infectado.
rus específicos. Geralmente, tais softwares são criados para Riscos dos “downloads”- Simplesmente baixar o pro-
combater vírus perigosos ou com alto grau de propagação. grama para o seu computador não causa infecção, seja por
FTP, ICQ, ou o que for. Mas de modo algum execute o pro-
PROTEÇÃO grama (de qualquer tipo, joguinhos, utilitários, protetores
de tela, etc.) sem antes submetê-lo a um bom antivírus.
A melhor política com relação à proteção do seu com-
putador contra vírus é possuir um bom software antivírus O que acontece se ocorrer uma infecção?
original instalado e atualizá-lo com frequência, pois surgem Você ficará à mercê de pessoas inescrupulosas quan-
vírus novos a cada dia. Portanto, a regra básica com rela- do estiver conectado à Internet. Elas poderão invadir seu
ção a vírus (e outras infecções) é: Jamais execute progra- computador e realizar atividades nocivas desde apenas ler
mas que não tenham sido obtidos de fontes absolutamente seus arquivos, até causar danos como apagar arquivos, e
confiáveis. O tema dos vírus é muito extenso e não se pode até mesmo roubar suas senhas, causando todo o tipo de
pretender abordá-lo aqui senão superficialmente, para dar prejuízos.
orientações essenciais. Vamos a algumas recomendações.
Os processos mais comuns de se receber arquivos são Como me proteger?
como anexos de mensagens de e-mail, através de progra- Em primeiro lugar, voltemos a enfatizar a atitude básica
mas de FTP, ou por meio de programas de comunicação, de evitar executar programas desconhecidos ou de origem
como o ICQ, o NetMeeting, etc. duvidosa. Portanto, mais uma vez, Jamais execute progra-
Note que: mas que não tenham sido obtidos de fontes absolutamen-
Não existem vírus de e-mail. O que existem são vírus te confiáveis.
escondidos em programas anexados ao e-mail. Você não Além disto, há a questão das senhas. Se o seu micro
infecta seu computador só de ler uma mensagem de cor- estiver infectado outras pessoas poderiam acessar as suas
reio eletrônico escrita em formato texto (.txt). Mas evite ler senhas. E troca-las não seria uma solução definitiva, pois
o conteúdo de arquivos anexados sem antes certificar-se os invasores poderiam entrar no seu micro outra vez e
de que eles estão livres de vírus. Salve-os em um diretório rouba-la novamente. Portanto, como medida extrema de
e passe um programa antivírus atualizado. Só depois abra prevenção, o melhor mesmo é NÃO DEIXAR AS SENHAS
o arquivo. NO COMPUTADOR. Isto quer dizer que você não deve usar,
Cuidados que se deve tomar com mensagens de cor- ou deve desabilitar, se já usa, os recursos do tipo “lembrar
reio eletrônico – Como já foi falado, simplesmente ler a senha”. Eles gravam sua senha para evitar a necessidade de
mensagem não causa qualquer problema. No entanto, se digitá-la novamente. Só que, se a sua senha está gravada
a mensagem contém anexos (ou attachments, em Inglês), é no seu computador, ela pode ser lida por um invasor. Atual-
preciso cuidado. O anexo pode ser um arquivo executável mente, é altamente recomendável que você prefira digitar
(programa) e, portanto, pode estar contaminado. A não ser a senha a cada vez que faz uma conexão. Abra mão do
que você tenha certeza absoluta da integridade do arquivo, conforto em favor da sua segurança.
é melhor ser precavido e suspeitar. Não abra o arquivo sem
antes passá-lo por uma análise do antivírus atualizado
Mas se o anexo não for um programa, for um arquivo
apenas de texto, é possível relaxar os cuidados? PROCEDIMENTOS DE BACKUP;
Não. Infelizmente, os criadores de vírus são muito ati-
vos, e existem hoje, disseminando-se rapidamente, vírus
que contaminam arquivos do MS Word ou do MS Excel. São
os chamados vírus de macro, que infectam os macros (exe- CÓPIAS DE SEGURANÇA (BACKUP)
cutáveis) destes arquivos. Assim, não abra anexos deste tipo
sem prévia verificação. Existem muitas maneiras de perder informações em
É possível clicar no indicador de anexo para ver do que um computador involuntariamente. Uma criança usando o
se trata? E como fazer em seguida? teclado como se fosse um piano, uma queda de energia,
Apenas clicar no indicador (que no MS Outlook Express um relâmpago, inundações. E algumas vezes o equipamen-
é uma imagem de um clip), sim. Mas cuidado para não dar to simplesmente falha. Em modos gerais o backup é uma
um clique duplo, ou clicar no nome do arquivo, pois se o tarefa essencial para todos os que usam computadores e
anexo for um programa, será executado. Faça assim: / ou outros dispositivos, tais como máquinas digitais de
1- Abra a janela da mensagem (em que o anexo apare- fotografia, leitores de MP3, etc.
ce como um ícone no rodapé); O termo backup também pode ser utilizado para hard-
2- Salve o anexo em um diretório à sua escolha, o que ware significando um equipamento para socorro (funciona
pode ser feito de dois modos: como um pneu socorro do veículo) pode ser uma impres-
a) clicar o anexo com o botão direito do mouse e em sora, cpu ou monitor etc.. que servirá para substituir tem-
seguida clicar em “Salvar como...”; porariamente um desses equipamentos que estejam com
b) sequência de comandos: Arquivo / Salvar anexos... problemas.
224
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Atualmente os mais conhecidos meios de backups • Para ver o conteúdo de uma subpasta (uma pasta
são: CD-ROM, DVD e Disco Rígido Externo, pendrives e dentro de outra pasta) clique duas vezes sobre a pasta de-
fitas magnéticas. Na prática existem inúmeros softwares sejada do lado direito do “Windows Explorer”;
para criação de backups e a posterior reposição. Como por • Depois de visualizar os arquivos ou pastas que se
exemplo o Norton Ghost da Symantec. deseja copiar no lado direito do “Windows Explorer”, se-
Se você costuma fazer cópias de backup dos seus ar- lecione-os (clicando sobre o arquivo ou pasta, este ficará
quivos regularmente e os mantêm em um local separado, destacado);
você pode obter uma parte ou até todas as informações • Clique com o botão direito do mouse sobre o arquivo
de volta caso algo aconteça aos originais no computador. “Copiar”;
A decisão sobre quais arquivos incluir no backup é • Clique na unidade correspondente ao dispositivo no
muito pessoal. Tudo aquilo que não pode ser substituído lado esquerdo do “Windows Explorer”;
facilmente deve estar no topo da sua lista. Antes de co- • Clique com o botão direito do mouse no espaço em
meçar, faça uma lista de verificação de todos os arquivos a branco do lado direito, e escolha “Colar”;
serem incluídos no backup. Isso o ajudará a determinar o
que precisa de backup, além de servir de lista de referência Selecionando Vários Arquivos
para recuperar um arquivo de backup.
Eis algumas sugestões para ajudá-lo a começar: • Para selecionar vários arquivos ou pastas, após sele-
• Dados bancários e outras informações financeiras cionar o primeiro segure a tecla “Ctrl” e clique nos outros
• Fotografias digitais arquivos ou pastas desejadas. Todos os arquivos (ou pas-
• Software comprado e baixado através da Internet tas) selecionados ficarão destacados.
• Projetos pessoais
• Seu catálogo de endereços de e-mail Fazendo Backup do seu Outlook
• Seu calendário do Microsoft Outlook
• Seus favoritos do Internet Explorer Todos sabem do risco que é não termos backup dos
O detalhe mais importante antes de fazer um backup nossos dados, e dentre eles se inclui as informações que
é formatar o dispositivo. Isso pode ser feito clicando com guardamos no OUTLOOK.
o botão direito do mouse sobre o ícone do dispositivo, Já imaginou ter que entrar com todos os contatos no-
dentro do ícone “Meu Computador” e selecionar a opção vamente? E seus compromissos no calendário? Pior, como
formatar. é que vai recuperar as mensagens de e-mail que você tinha
Para ter certeza que o dispositivo não está danificado, guardado?
escolha a formatação completa, que verificará cada setor Como fazer o backup das informações do Outlook, não
do disquete e mostrará para você se o disquete tem algum é uma atividade muito simples (pelo menos não há nele
dano. Sempre que um disquete tiver problemas, não copie nada automatizado), listamos aqui algumas maneiras de
arquivos de backups para ele. executar este backup e se garantir contra qualquer proble-
Bem, agora que você já sabe fazer cópias de segurança, ma! Exemplo para Outlook.
conheça os dois erros mais banais que você pode cometer 1 - Copie todas as mensagens para uma pasta separa-
e tornar o seu backup inútil: da (com isso você terá feito o backup das mensagens)
1- Fazer uma cópia do arquivo no mesmo disco. Isso 2 - Vá em Ferramentas -> Contas lá selecione todas as
não é backup, pois se acontecer algum problema no disco contas que deseja salvar e selecione Exportar. Cada conta
você vai perder os dois arquivos. será salva com a extensão (IAF) na pasta que você quiser.
2- Fazer uma cópia e apagar o original. Isso também 3 - Para exportar todos os seus contatos, abra o seu
não é backup, por motivos óbvios. catálogo de endereços do seu Outlook, então clique em
Procure utilizar arquivos compactados apenas como Arquivo -> Exportar -> Catálogo de endereços (WAB). Com
backups secundários, como imagens que geralmente ocu- esse procedimento todos os seus contatos serão armaze-
pam um espaço muito grande. nados num arquivo de extensão (WAB) com o nome que
você quiser e na pasta que você quiser.
Copiando Arquivos de um Disco Rígido (H.D.) para 4 - Para as assinaturas é simples, basta copiar o con-
um Dispositivo (Fazendo Backup) teúdo de cada assinatura que você utiliza em arquivos de
texto (TXT) separados. Depois você poderá utilizar as suas
• Clique no botão “Iniciar” (canto inferior esquerdo); assinaturas a partir dos arquivos que criou.
• Escolha “Programas”; e no menu que abre escolha 5 - Para as regras (ou filtros), você deverá ir em Ferra-
“Windows Explorer”. mentas -> Assistente de Regras -> Clicar em OPÇÕES ->
• O Windows Explorer é dividido em duas partes. Do Clicar em Exportar Regras. Será salvo um arquivo com a
lado esquerdo são exibidas as pastas (diretórios) e do lado extensão RWZ. Fazer todos esses procedimentos é mais
direito o conteúdo das pastas; trabalhoso, porém muito mais seguro.
• Para ver o conteúdo de uma pasta clique uma vez so- Outra solução, é utilizar programas específicos para
bre a pasta desejada (no lado esquerdo), e ele será exibido backup do Outlook.
do lado direito.
225
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
MEIOS DISPONÍVEIS PARA BACKUPS EM ARMAZE- Isso é tudo. Não se esqueça de verificar o backup para se
NAMENTO EXTERNO certificar que ele coube na unidade de backup e o mantenha
protegido.
Entende-se por armazenamento externo qualquer me-
canismo que não se encontre dentro do seu PC. Existem Utilizando a ferramenta inclusa no Windows XP Pro-
várias opções, e apresentamos uma tabela com os mais co- fessional.
muns, vantagens e desvantagens: Se você trabalha com o Windows XP Professional, você
CD-RW dispõe de uma ferramenta muito útil que se encarrega de
fazer os backups que você marcar. Siga estes passos para uti-
É um CD em que pode guardar/gravar suas informa- lizá-la:
ções. Arquivos realmente preciosos que precisam ser guar- 1. Clique em “Iniciar” e depois em “Todos os Programas”.
dados com 100% de certeza de que não sofrerão danos 2. Dentro de “Acessórios”, aponte para “Ferramentas de Siste-
com o passar do tempo devem ser becapeados em CDs. A ma”. 3. Escolha a opção “Backup”.
maioria dos computadores atuais inclui uma unidade para Se for a primeira vez que você utiliza essa ferramenta,
gravar em CD-RW. O CD-ROM é a forma mais segura de aparecerá o “Assistente de backup ou restauração”. Clique em
fazer grandes backups. Cada CD armazena até 700 Mb e, Avançar e siga as instruções na tela. Se você deseja um guia
por ser uma mídia ótica, onde os dados são gravados de passo a passo de como usar essa ferramenta, pode obtê-lo
maneira física, é muito mais confiável que mídias magnéti- em Backup do Windows XP Facilitado (em inglês).
cas sujeitas a interferências elétricas. Sugestão: Se você não sabe qual versão de sistema ope-
racional utiliza, dê um clique com o botão direito sobre o
DVD-RW ícone “Meu Computador” e escolha “Propriedades”. Dentro
da guia “Sistema” você encontrará a versão do seu sistema
A capacidade de armazenamento é muito maior, nor- operacional.
malmente entre 4 e 5 gibabytes.
Para utilizar a ferramenta de backups no Windows XP
Pen Drive
Home Edition
São dispositivos bastante pequenos que se conectam a
Se seu PC tem o Windows XP Home Edition, você precisa
uma porta USB do seu equipamento.
adicionar a ferramenta de backups que vem no seu CD origi-
São muito portáteis, frequentemente são do tipo “cha-
nal seguindo estes passos:
veiro”, ideais para backups rápidos e para mover arquivos
entre máquinas. 1. Insira o CD do Windows XP (ou o que veio com seu
Você deve escolher um modelo que não seja muito frá- equipamento se ele foi pré-carregado) na unidade de CD. Se
gil. a tela de apresentação não aparecer, dê um clique duplo so-
bre o ícone da unidade de CD dentro de “Meu Computador”.
HD Externo 2. Na tela de apresentação, escolha a opção “Executar
tarefas adicionais”.
O HD externo funciona como um periférico, como se 3. Clique em “Explorar este CD”.
fosse um Pen Drive, só que com uma capacidade infinita- 4. O Windows Explorer se abrirá. Localize a pasta “ValueA-
mente maior. dd” e dê um clique duplo sobre ela, depois em Msft e depois
em NtBackup.
Backups utilizando o Windows 5. Agora, dê um clique duplo sobre o arquivo NtBackup.
msi para instalar a ferramenta de backup.
Fazer backups de sua informação não tem que ser um Nota: Ao terminar a instalação, é provável que seja solici-
trabalho complicado. Você pode simplesmente recorrer ao tado que você reinicie seu equipamento.
método Copiar e Colar, ou seja, aproveitar as ferramentas Para utilizar a ferramenta, siga estes passos:
dependendo da versão do Sistema Operacional (Windows, 1. Clique em “Iniciar” e depois em “Todos os Programas”.
Linux, etc.) que você utiliza. 2. Dentro de “Acessórios”, aponte para “Ferramentas de
Sistema”.
Cópias Manuais 3. Escolha a opção “backup”.
Se for a primeira vez que você utiliza essa ferramenta,
Você pode fazer backups da sua informação com estes aparecerá o “Assistente de backup ou restauração”. Clique em
passos simples: Avançar e siga as instruções na tela. Se você deseja um guia
1. Clique com o botão direito sobre o arquivo ou pasta passo a passo de como usar essa ferramenta, pode obtê-lo
de que seja fazer backup e depois clique na opção “Copiar” em Backup do Windows XP Facilitado (em inglês).
no menu exibido. 2. Agora marque a unidade de backup, Sugestão: Se você não sabe qual versão de sistema ope-
clique com o botão direito sobre ela e escolha “Colar” no racional utiliza, dê um clique com o botão direito sobre o
menu exibido. Você pode marcar a unidade de backup ao ícone “Meu Computador” e escolha “Propriedades”. Dentro
localizá-la no ícone “Meu Computador”, ou seja, como uma da guia “Sistema” você encontrará a versão do seu sistema
das unidades do Windows Explorer. operacional.
226
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Fazer backups é uma excelente prática de segurança As principais vantagens do armazenamento em nuvem
básica. Agora lhe damos conselhos simples para que você são:
esteja a salvo no dia em que precisar deles: A empresa ou pessoa não necessita possuir har-
1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escritório, dware ou software complexo para armazenar os dados
e, se for possível, em algum recipiente à prova de incên- dentro da empresa: a criação e manutenção de recursos
dios, como os cofres onde você guarda seus documentos e computacionais de uma empresa podem ser elevados
valores importantes. e passar, boa parte do tempo, abaixo de sua capacidade
2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as man- de utilização. Ao contratar o armazenamento em nuvem,
tenha em lugares separados. a empresa pode contratar um produto aderente às suas
3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups, é necessidades de utilização e, dependendo da evolução da
melhor comprimir os arquivos que já sejam muito antigos massa de dados da empresa, contratar um serviço com me-
(quase todos os programas de backup contam com essa nor ou maior capacidade conforme sua demanda. O usuá-
opção), assim você não desperdiça espaço útil. rio comum, por exemplo, pode não possuir capacidade de
4. Proteja seus backups com uma senha, de maneira armazenamento adequada em seu computador e utilizar
que sua informação fique criptografada o suficiente para armazenamento de dados na nuvem de acordo com a sua
que ninguém mais possa acessá-la. Se sua informação é conveniência, baixando os dados quando necessário.
importante para seus entes queridos, implemente alguma Acessibilidade: o acesso aos dados pode ser rea-
forma para que eles possam saber a senha se você não lizado em qualquer ambiente interno ou externo, em di-
estiver presente. versos tipos de equipamento, desde que atendidos os re-
quisitos de segurança. Em geral, no ambiente de empresa
*texto adaptado do material disponivel em: comum, os dados podem ser acessados unicamente dentro
https://www.vivaolinux.com.br/linux/ da empresa. Para usuários comuns, normalmente os dados
www.petropolis.rj.gov.br/intranet/images/intro_linux eram armazenados em um único computador, sendo ne-
http://www.paulobarbosa.com.br/downloads/grupos.pdf cessário utilizar pendrives e CDs para copiar dados. Atual-
mente, com os serviços em nuvem, o usuário pode utilizar
dados no seu computador e posteriormente usar/modifi-
car os mesmos dados em um tablet ou smartphone.
Segurança e recuperação de dados: os dados
ARMAZENAMENTO DE DADOS NA NUVEM armazenados na nuvem, por estar em um ambiente em
(CLOUD STORAGE) geral mais seguro, são mais difíceis de serem acessados
ou apagados por terceiros. Também possuem mais garan-
tias contra apagamento acidental. Desta forma, em caso de
perda de dados de um computador de uma empresa ou de
Cloud Storage (Armazenamento na Nuvem) uma pessoa, é mais fácil recuperar os dados armazenados
Modelo de armazenamento de dados, baseado no mo- na nuvem.
delo de computação em nuvem, no qual os dados (arqui- Compartilhamento: em geral, os serviços de ar-
vos, textos, imagens, vídeos, etc.) de uma pessoa ou de uma mazenamento na nuvem possuem políticas de segurança
empresa são armazenados em ambientes de terceiros (ge- e acesso que permitem que o dono de um conjunto de
ralmente empresas que possuem armazéns de dados ade- dados possa compartilhar quais dados podem ser vistos e
quados para armazenar e gerenciar grandes volumes de quais dados podem ser alterados. Este compartilhamento
dados). O usuário que utiliza este serviço não depende pode ser realizado de diferentes formas para diferentes ti-
de possuir uma infraestrutura de hardware e software, de- pos de usuários.
legando a um terceiro esta responsabilidade mediante o
pagamento do serviço. O acesso aos dados armazenados
na nuvem (tanto para guardar como para obter os dados Desvantagens do armazenamento em nuvem
posteriormente) é realizado através de aplicativos que uti- Disponibilidade da rede de computadores: nos
lizam uma rede de computadores (comumente a Internet) casos em que a rede em questão não estiver em operação
para acessar os armazéns de dados do provedor de serviço. ou não puder ser acessada, os dados podem não ser facil-
A diferença básica entre o armazenamento em nuvem mente acessíveis.
para usuários comuns e usuários corporativos envolve não Privacidade dos dados: comumente, empresas
apenas o espaço oferecido (em geral, usuários comuns que fornecem serviços de armazenamento na nuvem pos-
utilizarão menor capacidade de armazenamento do que suem políticas rígidas de manipulação e acesso aos dados.
usuários corporativos), mas também envolve os tipos de Porém, nunca há garantia que eles não acessem e leiam
ferramentas integradas, políticas de segurança e outros re- os seus dados. Desta forma, em geral, recomenda-se que
cursos. dados sensíveis não sejam armazenados na nuvem.
227
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Alguns serviços de armazenamento em nuvem 3- Um item selecionado do Windows XP pode ser ex-
Usuários comuns cluído permanentemente, sem colocá-Lo na Lixeira, pres-
Amazon S3 sionando-se simultaneamente as teclas
Google Drive (A) Ctrl + Delete.
OneDrive (B) Shift + End.
Usuários corporativos (C) Shift + Delete.
Amazon Web Services (D) Ctrl + End.
Google Cloud Storage (E) Ctrl + X.
Windows Azure
Comentário: Quando desejamos excluir permanente-
Fonte: http://www.revistabw.com.br/revistabw/infor- mente um arquivo ou pasta no Windows sem enviar antes
matica-cloud-storage/ para a lixeira, basta pressionarmos a tecla Shift em conjun-
to com a tecla Delete. O Windows exibirá uma mensagem
QUESTÕES GERAIS do tipo “Você tem certeza que deseja excluir permanente-
mente este arquivo?” ao invés de “Você tem certeza que
1- Com relação ao sistema operacional Windows, assi- deseja enviar este arquivo para a lixeira?”.
nale a opção correta. Resposta: C
(A) A desinstalação de um aplicativo no Windows deve
ser feita a partir de opção equivalente do Painel de Con-
trole, de modo a garantir a correta remoção dos arquivos 4- Qual a técnica que permite reduzir o tamanho de
relacionados ao aplicativo, sem prejuízo ao sistema opera- arquivos, sem que haja perda de informação?
cional. (A) Compactação
(B) O acionamento simultâneo das teclas CTRL, ALT e (B) Deleção
DELETE constitui ferramenta poderosa de acesso direto aos (C) Criptografia
diretórios de programas instalados na máquina em uso. (D) Minimização
(C) O Windows oferece acesso facilitado a usuários de (E) Encolhimento adaptativo
um computador, pois bastam o nome do usuário e a senha
da máquina para se ter acesso às contas dos demais usuá- Comentários: A compactação de arquivos é uma téc-
rios possivelmente cadastrados nessa máquina. nica amplamente utilizada. Alguns arquivos compactados
(D) O Windows oferece um conjunto de acessórios podem conter extensões ZIP, TAR, GZ, RAR e alguns exem-
disponíveis por meio da instalação do pacote Office, entre plos de programas compactadores são o WinZip, WinRar,
eles, calculadora, bloco de notas, WordPad e Paint. SolusZip, etc.
(E) O comando Fazer Logoff, disponível a partir do bo- Resposta: A
tão Iniciar do Windows, oferece a opção de se encerrar o
Windows, dar saída no usuário correntemente em uso na
máquina e, em seguida, desligar o computador. 5- A figura a seguir foi extraída do MS-Excel:
228
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
229
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
(C) A opção Salvar Como, disponível no menu das apli- letra B – Incorreto – A intranet é acessada da mesma
cações do MS Office, permite que o usuário salve o docu- forma que a internet, contudo, o ambiente de acesso a rede
mento correntemente aberto com outro nome. Nesse caso, é restrito a uma rede local e não a internet como um todo.
a versão antiga do documento é apagada e só a nova ver- letra C – Incorreto – O modem ADSL conecta o compu-
são permanece armazenada no computador. tador a internet, como o acesso a intranet se faz da mesma
(D) O menu Exibir permite a visualização do documen- forma só que de maneira local, o acesso via ADSL pode sim
to aberto correntemente, por exemplo, no formato do MS acessar redes locais.
Word para ser aberto no MS PowerPoint. letra E – Incorreto – Um servidor é um sistema de com-
(E) Uma das vantagens de se utilizar o MS Word é a ela- putação que fornece serviços a uma rede de computado-
boração de apresentações de slides que utilizem conteúdo res. E não necessariamente armazena nomes de usuários e/
e imagens de maneira estruturada e organizada. ou restringe acessos.
Resposta: D
Comentários: O menu editar geralmente contém os co-
mandos universais dos programas da Microsoft como é o 10- Com relação à Internet, assinale a opção correta.
caso dos atalhos CTRL + C, CTRL + V, CTRL + X, além do (A) A URL é o endereço físico de uma máquina na Inter-
localizar. net, pois, por esse endereço, determina-se a cidade onde
Em relação às outras letras: está localizada tal máquina.
Letra A – Incorreto – A extensão .xls abre o aplicativo (B) O SMTP é um serviço que permite a vários usuários
Excel e não o Access se conectarem a uma mesma máquina simultaneamente,
Letra C – Incorreto – A opção salvar como, cria uma como no caso de salas de bate-papo.
cópia do arquivo corrente e não apaga a sua versão antiga. (C) O servidor Pop é o responsável pelo envio e recebi-
Letra D – Incorreto – O menu exibir mostra formas de mento de arquivos na Internet.
exibição do documento dentro do contexto de cada pro- (D) Quando se digita o endereço de uma página web,
grama e não de um programa para o outro como é o caso o termo http significa o protocolo de acesso a páginas em
da afirmativa. formato HTML, por exemplo.
Letra E – Incorreto – O Ms Word não faz apresentação
(E) O protocolo FTP é utilizado quando um usuário de
de slides e sim o Ms Power Point.
correio eletrônico envia uma mensagem com anexo para
Resposta: B
outro destinatário de correio eletrônico.
9- Com relação a conceitos de Internet e intranet, assi-
Comentários: Os itens apresentados nessa questão es-
nale a opção correta.
tão relacionados a protocolos de acesso. Segue abaixo os
(A) Domínio é o nome dado a um servidor que controla
a entrada e a saída de conteúdo em uma rede, como ocorre protocolos mais comuns:
na Internet. - HTTP(Hypertext Transfer Protocol) – Protocole de car-
(B) A intranet só pode ser acessada por usuários da regamento de páginas de Hipertexto – HTML
Internet que possuam uma conexão http, ao digitarem na - IP (Internet Protocol) – Identificação lógica de uma
barra de endereços do navegador: http://intranet.com. máquina na rede
(C) Um modem ADSL não pode ser utilizado em uma - POP (Post Office Protocol) – Protocolo de recebimen-
rede local, pois sua função é conectar um computador à to de emails direto no PC via gerenciador de emails
rede de telefonia fixa. - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) – Protocolo pa-
(D) O modelo cliente/servidor, em que uma máquina drão de envio de emails
denominada cliente requisita serviços a outra, denominada - IMAP(Internet Message Access Protocol) – Semelhan-
servidor, ainda é o atual paradigma de acesso à Internet. te ao POP, no entanto, possui mais recursos e dá ao usuário
(E) Um servidor de páginas web é a máquina que ar- a possibilidade de armazenamento e acesso a suas mensa-
mazena os nomes dos usuários que possuem permissão de gens de email direto no servidor.
acesso a uma quantidade restrita de páginas da Internet. - FTP(File Transfer Protocol) – Protocolo para transfe-
rência de arquivos
Comentários: O modelo cliente/servidor é questiona- Resposta: D
do em termos de internet pois não é tão robusto quanto
redes P2P pois, enquanto no primeiro modelo uma queda
do servidor central impede o acesso aos usuários clientes, 11- Quanto ao Windows Explorer, assinale a opção cor-
no segundo mesmo que um servidor “caia” outros servi- reta.
dores ainda darão acesso ao mesmo conteúdo permitindo (A) O Windows Explorer é utilizado para gerenciar pas-
que o download continue. Ex: programas torrent, Emule, tas e arquivos e por seu intermédio não é possível acessar o
Limeware, etc. Painel de Controle, o qual só pode ser acessado pelo botão
Em relação às outras letras: Iniciar do Windows.
letra A – Incorreto – Domínio é um nome que serve (B) Para se obter a listagem completa dos arquivos sal-
para localizar e identificar conjuntos de computadores na vos em um diretório, exibindo-se tamanho, tipo e data de
Internet e corresponde ao endereço que digitamos no na- modificação, deve-se selecionar Detalhes nas opções de
vegador. Modos de Exibição.
230
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
(C) No Windows Explorer, o item Meus Locais de Rede Comentários: Sempre que se copia células de uma pla-
oferece um histórico de páginas visitadas na Internet para nilha eletrônica e cola-se no Word, estas se apresentam
acesso direto a elas. como uma tabela simples, onde as fórmulas são esqueci-
(D) Quando um arquivo estiver aberto no Windows e das e só os números são colados.
a opção Renomear for acionada no Windows Explorer com Resposta: E
o botão direito do mouse,será salva uma nova versão do
arquivo e a anterior continuará aberta com o nome antigo.
(E) Para se encontrar arquivos armazenados na estrutu- 13- O envio do arquivo que contém o texto, por meio
ra de diretórios do Windows, deve-se utilizar o sítio de bus- do correio eletrônico, deve considerar as operações de
ca Google, pois é ele que dá acesso a todos os diretórios de (A) anexação de arquivos e de inserção dos endereços
máquinas ligadas à Internet. eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
(B) de desanexação de arquivos e de inserção dos en-
Comentários: Na opção Modos de Exibição, os arqui- dereços eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
vos são mostrados de várias formas como Listas, Miniatu-
(C) de anexação de arquivos e de inserção dos endere-
ras e Detalhes.
ços eletrônicos dos destinatários no campo “Cc”.
Resposta: B
(D) de desanexação de arquivos e de inserção dos en-
dereços eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
Atenção: Para responder às questões de números
12 e 13, considere integralmente o texto abaixo: (E) de anexação de arquivos e de inserção dos endere-
Todos os textos produzidos no editor de textos padrão ços eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
deverão ser publicados em rede interna de uso exclusivo do
órgão, com tecnologia semelhante à usada na rede mundial Comentários: Claro que, para se enviar arquivos pelo
de computadores. correio eletrônico deve-se recorrer ao uso de anexação, ou
Antes da impressão e/ou da publicação os textos deve- seja, anexar o arquivo à mensagem. Quando colocamos
rão ser verificados para que não contenham erros. Alguns os endereços dos destinatários no campo Cco, ou seja, no
artigos digitados deverão conter a imagem dos resultados campo “com cópia oculta”, um destinatário não ficará sa-
obtidos em planilhas eletrônicas, ou seja, linhas, colunas, va- bendo quem mais recebeu aquela mensagem, o que aten-
lores e totais. de a segurança solicitada no enunciado.
Todo trabalho produzido deverá ser salvo e cuidados de- Resposta: A
vem ser tomados para a recuperação em caso de perda e 14. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário
também para evitar o acesso por pessoas não autorizadas às Novo - CESGRANRIO/2012) Usado para o manuseio
informações guardadas. de arquivos em lotes, também denominados scripts, o
Os funcionários serão estimulados a realizar pesquisas shell de comando é um programa que fornece comuni-
na internet visando o atendimento do nível de qualidade da cação entre o usuário e o sistema operacional de forma
informação prestada à sociedade, pelo órgão. direta e independente. Nos sistemas operacionais Win-
O ambiente operacional de computação disponível para dows XP, esse programa pode ser acessado por meio de
realizar estas operações envolve o uso do MS-Windows, do um comando da pasta Acessórios denominado
MS-Office, das ferramentas Internet Explorer e de correio (A) Prompt de Comando
eletrônico, em português e em suas versões padrões mais (B) Comandos de Sistema
utilizadas atualmente. (C) Agendador de Tarefas
Observação: Entenda-se por mídia removível disquetes, (D) Acesso Independente
CD’s e DVD’s graváveis, Pen Drives (mídia removível acopla- (E) Acesso Direto
da em portas do tipo USB) e outras funcionalmente seme-
lhantes.
Resposta: “A”
12- As células que contêm cálculos feitos na planilha
Comentários
eletrônica,
(A) quando “coladas” no editor de textos, apresentarão Prompt de Comando é um recurso do Windows que ofe-
resultados diferentes do original. rece um ponto de entrada para a digitação de comandos do
(B) não podem ser “coladas” no editor de textos. MSDOS (Microsoft Disk Operating System) e outros coman-
(C) somente podem ser copiadas para o editor de tex- dos do computador. O mais importante é o fato de que, ao
tos dentro de um limite máximo de dez linhas e cinco co- digitar comandos, você pode executar tarefas no computa-
lunas. dor sem usar a interface gráfica do Windows. O Prompt de
(D) só podem ser copiadas para o editor de texto uma Comando é normalmente usado apenas por usuários avan-
a uma. çados.
(E) quando integralmente selecionadas, copiadas e
“coladas” no editor de textos, serão exibidas na forma de
tabela.
231
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
15. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário 18- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011)
Novo - CESGRANRIO/2012) Seja o texto a seguir di-
gitado no aplicativo Word. Aplicativos para edição de
textos. Aplicando-se a esse texto o efeito de fonte Ta-
chado, o resultado obtido será
Resposta: “C”
Comentários:
Temos 3 itens com a formatação taxado aplicada: c, d,
e. Entretanto, temos que observar que na questão os itens a) 3, 0 e 7.
d, e, além de receberem taxado, também ficaram em caixa b) 5, 0 e 7.
alta. O único que recebe apenas o taxada, sem alterar outras c) 5, 1 e 2.
formatações foi o item c. d) 7, 5 e 2.
e) 8, 3 e 4.
16. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário
Novo - CESGRANRIO/2012) O envio e o recebimento Resposta: “C”
de um arquivo de textos ou de imagens na internet, en-
tre um servidor e um cliente, constituem, em relação ao Comentário:
cliente, respectivamente, um Expressão =MÉDIA(A1:A3)
(A) download e um upload São somadas as celular A1, A2 e A3, sendo uma média é
(B) downgrade e um upgrade dividido por 3 (pois tem 3 células): (8+3+4)/3 = 5
(C) downfile e um upfile Expressão =MENOR(B1:B3;2)
(D) upgrade e um downgrade Da célula B1 até a B3, deve mostrar o 2º menor número,
(E) upload e um download que seria o número 1. Para facilitar coloque esses números
em ordem crescente.
Resposta: “E”. Expressão =MAIOR(C1:C3;3)
Da célula C1 até a C3, deve mostrar o 3º maior número,
Comentários: que seria o número 2. Para facilitar coloque esses números
Up – Cima / Down – baixo / Load – Carregar; em ordem decrescente.
Upload – Carregar para cima (enviar).
Download – Carregar para baixo (receber ou “baixar”) 19- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 – II)
232
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Resposta: “E”
Comentário:
Passo 2
que foi propagada pela alça de preenchimento para A2
e A3
21- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No âmbi-
to das URLs, considere o exemplo: protocolo://xxx.yyy.
zzz.br. O domínio de topo (ou TLD, conforme sigla em
inglês) utilizado para classificar o tipo de instituição, no
exemplo dado acima, é o
a) protocolo.
b) xxx.
c) zzz.
d) yyy.
e) br.
Resposta: “C”
Comentários:
Click na imagem para melhor visualizar a) protocolo. protocolo HTTP
b) xxx. o nome do domínio
Passo 3 c) zzz. o tipo de domínio
Assim, a célula com interrogação (A3) apresenta, após a d) yyy. subdomínios
propagação, o resultado e) br. indicação do país ao qual pertence o domínio
233
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Resposta: D
Comentário:
Resposta: E
Comentário:
234
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Considere a figura que mostra o Windows Explorer 25. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Ao
do Microsoft Windows XP, em sua configuração origi-
nal, e responda às questões de números 24 e 25. se clicar em , localizado abaixo do menu Favori
Resposta: C
Comentário:
Resposta: E
Comentário:
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das
pastas em seu computador e todos os arquivos e pastas loca-
lizados em cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil
para copiar e mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis:
O painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquiza-
da que mostra todas as unidades de disco, a Lixeira, a área Este botão, contido na barra de ferramentas, exibe/
de trabalho ou Desktop (também tratada como uma pasta); oculta o painel PASTAS.
O painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à
esquerda e funciona de maneira idêntica às janelas do Meu
Computador (no Meu Computador, como padrão ele traz a
janela sem divisão, as é possível dividi-la também clicando
no ícone Pastas na Barra de Ferramentas)
235
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Converter em Texto
Imprimir
236
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os efeitos de fonte são encontrados na guia Página 05. (CODATA - TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO - FI-
Inicial, grupo Fonte, botão mostrar caixa de diálogo Fonte, NANÇAS – FUNCAB/2013) - Considere que o espaça-
conforme figura a seguir: mento entre linhas de um parágrafo num documento
criado no Microsoft Office Word 2007 seja “1,5 linha”.
Isso significa que o espaçamento entre as linhas do pa-
rágrafo é:
a) 1,5 pontos.
b) uma vez e meia maior que o espaçamento de li-
nha simples.
c) uma vez e meia menor que o espaçamento de
Mostrar a caixa de diálogo Fonte linha simples.
d) pelo menos 1,5 pontos.
Feito este caminho, teremos a caixa de diálogo a se- e) até 1,5 pontos.
guir, onde encontramos os efeitos: Tachado, Tachado du-
plo, Sobrescrito, Subscrito, Sombra, Contorno, Relevo, Bai- O espaçamento entre linhas é o espaço vazio que as
xo-relevo, Versalete, Todas em Maiúsculas, Oculto. separa. Quando o espaço é 1,0, significa a maior fonte que
houver na linha poderá ser visualizada adequadamente e
ainda terá um espaço vazio entre ela e a linha de cima.
Quando o espaçamento é 1,5, significa que ele será
uma vez e meia maior que o espaçamento de linha simples.
RESPOSTA: “B”.
Olhando para o texto proposto na questão e compa- A quebra de coluna faz com que um texto, após a que-
rando com as opções de Efeitos, temos que: bra, seja levado para a próxima coluna. Pode ser executada
- Sobrescrito: eleva levemente a palavra selecionada pelo atalho de teclado CTRL+SHIFT+ENTER.
acima da linha do texto.
- Tachado: aplica um traço horizontal no meio da pala- RESPOSTA: “D”.
vra selecionada.
07. (SABESP - ADVOGADO - FCC/2014) - Marcos
RESPOSTA: “E”. possui o seguinte texto digitado no Microsoft Word
2010, em português:
04. (TELEBRAS - NÍVEL MÉDIO - CONHECIMENTOS
BÁSICOS – CESPE/2013) - Acerca de edição de textos, Nome-Salário
planilhas e apresentações, julgue os itens que se se- Ana Maria–R$1590,00
guem. Paulo César–R$5.460,89
No Microsoft Word, a funcionalidade de inserir nu- Mauro Gomes–R$2.890,78
meração automática é um recurso utilizado para enu-
merar os parágrafos de um texto ou as linhas de uma Deseja utilizar um procedimento para transformar
tabela, de maneira automática e sequencial. o texto acima na tabela:
( ) Certo
( ) Errado
RESPOSTA: “CERTO”.
237
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para isto, selecionou o texto, clicou na guia Inse- 09. (PC/SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP/2014)
rir, selecionou a opção Tabela e clicou na opção ........ . - Os documentos editados no MS-Word 2010 podem
Na janela que se abriu, no campo Número de colunas ser melhor formatados quando se inserem quebras no
do grupo Tamanho da tabela, selecionou 2. No grupo texto. No caso das quebras de seção, alguns dos tipos
Comportamento de ajuste automático selecionou a op- permitidos são:
ção Ajustar-se automaticamente ao conteúdo. No gru- a) Página, Coluna e Documento.
po Texto separado em, selecionou Outro e digitou no b) Próxima Página, Página Par e Página Ímpar.
campo à direita o valor – (hífen). Para concluir, clicou c) Início do Texto, Fim do Texto e Meio do Texto.
no botão OK. d) Contínuo, Alternado e Aleatório.
Preencher corretamente a lacuna acima: e) Tabela, Caixa de Texto e Quebra Automática.
a) Transformar.
b) Tabelas Rápidas. As quebras podem ser inseridas pela guia Layout da
c) Converter Texto em Tabela. Página, grupo Configurar Página. Os tipos de quebra exis-
d) Desenhar Tabela. tentes são: página, coluna, quebra automática de texto,
e) Ferramenta de Tabela. próxima página, contínuo, página par e página ímpar.
RESPOSTA: “A”
238
ATUALIDADES
1 Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes, política, economia, sociedade, educa-
ção, saúde, cultura, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável e ecologia....................... 01
ATUALIDADES
1
ATUALIDADES
Migliaccio: Sim. Quer fizer, eu não tenho certeza se todos entre as formas de trabalho para presos, a preferência
eles, mas se está no sistema, que eu não tenho mais domínio, para o trabalho de produção de alimentos dentro do presídio,
nunca mais vi, se está lá é porque foi feito. como forma de melhorar a comida;
Outro lado deverão ser incluídos produtos de higiene entre os itens
Em nota, a defesa de Aldemir Bendine afirmou que ele de assistência material ao preso;
não recebeu qualquer valor. Os advogados de André Gustavo deverá ser informatizado o acompanhamento da execu-
Vieira não foram encontrados para comentar o teor do de- ção penal.
poimento.
Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017 O texto também promove alterações na lei que institui o
sistema nacional de políticas públicas sobre drogas.
SENADO APROVA REFORMA DA LEI DE EXECUÇÃO No ponto sobre consumo pessoal, a proposta estabelece
PENAL; PROJETO VAI À CÂMARA que compete ao Conselho Nacional de Política sobre Drogas,
PROPOSTA FOI ELABORADA POR COMISSÃO DE JU- em conjunto com o Conselho Nacional de Política Criminal e
RISTAS CRIADA PARA DEBATER O TEMA. ENTRE AS MU- Penitenciária, estabelecer os indicadores referenciais de na-
DANÇAS, ESTÁ O ESTABELECIMENTO DE LIMITE MÁXIMO tureza e quantidade da substância apreendida, compatíveis
DE OITO PRESOS POR CELA. com o consumo pessoal.
Cumprimento de pena
Senado aprovou nesta quarta-feira (4) um projeto que A proposta também prevê a possibilidade do cumpri-
promove uma reforma da Lei de Execução Penal. mento de pena privativa de liberdade em estabelecimento
Entre as mudanças previstas na proposta, está a definição administrado por organização da sociedade civil, observadas
de limite máximo de oito presos por cela. A redação em vigor as vedações estabelecidas na legislação, e cumpridos os se-
da lei, que é de 1984, prevê que o condenado “será alojado guintes requisitos:
em cela individual”, situação rara nos presídios brasileiros. Aprovar projeto de execução penal junto ao Tribunal de
Pela proposta, “em casos excepcionais”, serão admitidas Justiça da Unidade da Federação em que exercerá suas ativi-
celas individuais. dades;
A medida também possibilita, como direito do preso, a cadastrar-se junto ao Departamento Penitenciário Nacio-
progressão antecipada de regime no caso de presídio super- nal (Depen);
lotado (veja mais detalhes da proposta abaixo). habilitar-se junto ao órgão do Poder Executivo competen-
O projeto é derivado de uma comissão de juristas criada te da Unidade da Federação em que exercerá suas atividades;
pelo Senado para debater o tema. A proposta segue agora encaminhar, anualmente, ao Depen, relatório de reinci-
para análise da Câmara dos Deputados. dência e demais informações solicitadas;
A comissão trabalhou pautada em seis eixos: submeter-se à prestação de contas junto ao Tribunal de
Humanização da sanção penal; Contas da Unidade da Federação em que desenvolva suas ati-
efetividade do cumprimento da sanção penal; vidades.
ressocialização do sentenciado; Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017
desburocratização de procedimentos;
informatização; CONGRESSO PROMULGA EMENDA QUE EXTINGUE
previsibilidade da execução penal. COLIGAÇÕES EM 2020 E CRIA CLÁUSULA DE BARREIRA
Entre os objetivos do projeto, está a tentativa de desin- COM A PROMULGAÇÃO, CLÁUSULA DE DESEMPE-
char o sistema penitenciário no país. Para o relator da pro- NHO ELEITORAL PARA ACESSO DE PARTIDOS A RECUR-
posta, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG),o atual sistema SOS DO FUNDO PARTIDÁRIO E AO TEMPO GRATUITO DE
carcerário não está “estruturado para cumprir a sua missão RÁDIO E TV VALERÁ A PARTIR DAS ELEIÇÕES DE 2018.
legal: ressocializar”. O Congresso Nacional promulgou, em sessão solene
“Trata-se de um sistema [o atual] voltado para o encar- nesta quarta-feira (4), a Emenda Constitucional que cria uma
ceramento e para a contenção antecipada de pessoas, sem cláusula de desempenho, a partir de 2018, para as legendas
julgamento definitivo. Como resultado, cria-se um ambiente terem acesso ao Fundo Partidário e ao tempo gratuito de rá-
propício para as revoltas e as rebeliões”, justificou Anastasia. dio e TV.
Mudanças O texto também prevê o fim das coligações proporcio-
Entre outros pontos, a proposta prevê que: nais, a partir das eleições de 2020.
O trabalho do condenado passa a ser visto como par- A alteração à Constituição foi aprovada nesta terça-feira
te integrante do programa de recuperação do preso, e não (3) pelo Senado. As votações dos dois turnos da proposta na
como benesse, e passa a ser remunerado com base no salário Casa aconteceram em menos de 30 minutos. Na semana pas-
mínimo cheio, não mais com base em 75% do salário mínimo; sada, o texto havia sido aprovado pela Câmara.
estabelecimentos penais serão compostos de espaços re- A classe política tem pressa na aprovação de novas regras
servados para atividades laborais; eleitorais. Isso porque, para valerem em 2018, as modificações
gestores prisionais deverão implementar programas de precisam passar pelo Congresso até a próxima sexta-feira (6),
incentivo ao trabalho do preso, procurando parcerias junto um ano antes das próximas eleições.
às empresas e à Administração Pública Com a promulgação, a cláusula de desempenho eleitoral
deverão ser ampliadas as possibilidades de conversão para acesso de partidos a recursos do Fundo Partidário e ao
da prisão em pena alternativa; tempo gratuito de rádio e TV valerá a partir das eleições
de 2018.
2
ATUALIDADES
A emenda tem origem no Senado, onde foi aprovada em A emenda acaba com as coligações partidárias a partir de
2016. No entanto, durante análise na Câmara, os deputados 2020. Para 2018, continuam valendo as regras atuais, em que
promoveram mudanças e flexibilizaram o texto, o que levou o os partidos podem se juntar em alianças para disputar a eleição
projeto para uma nova análise dos senadores. e somar os tempos de rádio e televisão e podem ser desfeitas
Cláusula de desempenho passado o pleito. As coligações também são levadas em conta na
O texto estabelece a chamada cláusula de desempenho hora da divisão das cadeiras. Hoje, deputados federais e estaduais
nas urnas para a legenda ter acesso ao Fundo Partidário e ao e vereadores são eleitos no modelo proporcional com lista aberta.
tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV. Como tran- É feito um cálculo para a distribuição das vagas com base
sição, até 2030, a cláusula de barreira crescerá gradualmente. nos votos no candidato e no partido ou coligação. São eleitos
Nas eleições posteriores a 2030, o desempenho mínimo exigi- os mais votados nas legendas ou nas coligações.
do seria o mesmo do pleito de 2030. Saiba abaixo os critérios: Federações partidárias
Eleições de 2018 - Os partidos terão de obter, nas elei- Além de abrandar a cláusula de barreira, os deputados
ções para deputado federal, pelo menos 1,5% dos votos vá- excluíram do projeto a possibilidade de partidos com afini-
lidos, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da dade ideológica se unirem em federações. A medida era uma
federação, com ao menos 1% dos votos válidos em cada uma saída para substituir, em parte, as coligações.
delas; ou ter eleito pelo menos 9 deputados, distribuídos em, Na prática, o fim das federações deverá prejudicar parti-
no mínimo, um terço das unidades da federação. dos pequenos que contam com as alianças com outras legen-
Eleições de 2022 - Os partidos terão de obter, nas eleições das para somar o tempo de rádio e TV e para garantir cadeiras
para a Câmara, pelo menos 2% dos votos válidos, distribuídos na Câmara e nas Assembleias.
em, no mínimo, um terço das unidades da federação, com ao A proposta era que os partidos com programas afins pu-
menos 1% dos votos válidos em cada uma delas; ou ter eleito dessem se juntar em federações. As legendas teriam de atuar
pelo menos 11 deputados, distribuídos em, no mínimo, um juntas não apenas durante as eleições, mas como um bloco
terço das unidades da federação. parlamentar durante toda a legislatura.
Eleições de 2026 - Os partidos terão de obter, nas eleições A ideia era garantir maior coesão entre os partidos, já que
para a Câmara, pelo menos 2,5% dos votos válidos, distribuí- atualmente siglas com pouca afinidade formam coligações e
dos em, no mínimo, um terço das unidades da federação, com as desfazem após as eleições. Desse modo, se juntos atingis-
ao menos 1,5% dos votos válidos em cada uma delas; ou ter sem as exigências da cláusula de desempenho, não perderiam
eleito pelo menos 13 deputados, distribuídos em, no mínimo, o acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de rádio e TV.
um terço das unidades da federação. Janela partidária
Eleições de 2030 - Os partidos terão de obter, nas eleições Durante análise na Câmara, os deputados também retiraram
para a Câmara, pelo menos 3% dos votos válidos, distribuídos do texto um trecho que acabava com a janela partidária seis meses
em, no mínimo, um terço das unidades da federação, com ao antes da eleição. Com isso, ficam mantidas as regras atuais em que os
menos 2% dos votos válidos em cada uma delas; ou ter eleito detentores de mandato eletivo podem mudar de partido no mês de
pelo menos 15 deputados, distribuídos em pelo menos um março do ano eleitoral sem serem punidos com perda do mandato.
terço das unidades da federação. Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017
Levantamento feito pelo G1 mostrou que, se as regras
previstas para 2018 estivessem em vigor nas eleições de 2014, GEDDEL, SAUD E FUNARO PROMOVEM BARRACO
14 partidos que hoje possuem acesso ao Fundo Partidário e COM AMEAÇAS DE MORTE NA PAPUDA
ao tempo gratuito de rádio e TV perderiam esses direitos. A prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, do operador
Entre os partidos que teriam sido afetados caso a regra Lúcio Funaro e de Ricardo Saud, executivo da JBS, tem provo-
estivesse valendo na eleição de 2014, seis têm atualmente re- cado uma sessão de gritaria no presídio da Papuda, em Brasília,
presentantes na Câmara: PEN, PHS, PRP, PSL, PT do B e Pode- onde estão recolhidos. Segundo relatos, Funaro aguarda o fim
mos (antigo PTN). do banho de sol e antes de voltar para a cela manda aos gritos
Outros oito, que não elegeram deputados em 2014, tam- recado para Saud, preso do outro lado: “Saud, vou te matar”,
bém seriam atingidos: PCB, PCO, PMN, PPL, PRTB, PSDC, PSTU aterroriza o delator que o entregou. Do seu lado “do muro”,
e PTC. Geddel faz coro: “Saud, também vou te matar”. Saud devolve
O levantamento não levou em consideração as legendas as provocações, mas só para Geddel. “Cala boca, seu gordo!”
criadas após 2014 e que têm bancadas na Câmara: Rede e No seu quadrado. Os três estão separados e não se en-
PMB. contram no banho de sol, justamente para evitar que cum-
A proposta atual foi flexibilizada com relação à que foi pram a promessa. Há, inclusive, revezamento entre os advo-
aprovada pelo Senado em 2016. Se prevalecesse a versão gados para que eles não se esbarrem nem no parlatório.
original do texto, 19 partidos seriam barrados. Siglas tradi- Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017
cionais, como o PPS e o PC do B, seriam afetadas. Outras, de
criação mais recente, também seriam prejudicadas. É o caso CÂMARA GARANTE FUNDO BILIONÁRIO PARA
de PSOL, PROS e PV. ABASTECER CAMPANHAS EM 2018
A flexibilização da cláusula de barreira foi necessária Em uma sessão tumultuada, a Câmara aprovou na noi-
para que a proposta pudesse ser aprovada na Câmara. te desta quarta-feira, 4, o projeto que cria um fundo pú-
Diante do prazo exíguo, os senadores aceitaram o texto blico bilionário para financiar as campanhas do ano que
modificado pelos deputados para garantir que a cláusula vem. Assim que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
valha em 2018. (DEM-RJ), proclamou o resultado, deputados protestaram
Fim das coligações contra a votação e quase partiram para a agressão física.
3
ATUALIDADES
O texto segue agora para a sanção presidencial. Para que Desde 2016, com as mudanças ocorridas no Poder Execu-
os partidos possam ter acesso ao dinheiro para realizar o pro- tivo, os advogados afirmam que há notícias de que o gover-
cesso eleitoral em 2018, as novas regras têm de ser sanciona- no italiano pretende intensificar as pressões sobre o governo
das pelo presidente Michel Temer até 7 de outubro. brasileiro para obter a extradição.
Apesar de os parlamentares afirmarem que o fundo será O alegado risco levou à impetração do HC 136898, que
de R$ 1,7 bilhão, o texto não estabelece um teto para o valor, teve seguimento negado. Naquele habeas corpus, o ministro
e sim um piso, ao dizer que o fundo será “ao menos equiva- Luiz Fux entendeu que não havia ato concreto de ameaça ou
lente” às duas fontes estabelecidas pelo projeto. restrição ilegal do direito de locomoção que justificasse a con-
A proposta estabelece que pelo menos 30% do valor das cessão da ordem.
emendas de bancadas sejam direcionadas para as campanhas No novo HC, a defesa argumenta que, segundo notícias
eleitorais. A segunda fonte de recursos virá da transferência veiculadas recentemente, há um procedimento sigiloso em
dos valores de compensação fiscal cedidos às emissoras de curso visando à revisão do ato presidencial que negou a ex-
rádio e televisão que transmitem propagandas eleitorais, que tradição em 2010.
serão extintas. O horário eleitoral durante o período de cam- Os advogados também informam que Battisti tem soli-
panha, no entanto, foi mantido. citado certidões e informações ao Ministério Público Fede-
O fundo público para abastecer as campanhas é uma me- ral, Ministério da Justiça, Ministério das Relações Exteriores e
dida alternativa ao financiamento empresarial de campanha, Casa Civil a fim de obter cópias de procedimentos sobre ele,
proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2015. mas até o momento nenhuma informação foi prestada. Ou-
No começo da discussão, o Congresso chegou a cogi- tro argumento é a existência de ação civil pública pela qual o
tar um fundo que chegaria a R$ 3,6 bilhões. A articulação foi Ministério Público pretende a declaração da nulidade do ato
encabeçada pelo líder do governo no Senador, Romero Jucá que concedeu visto de permanência a Battisti, e, consequen-
(PMDB-RR), com apoio de partidos da oposição, como o PT, temente, sua deportação.
PDT e PCdoB. O juízo da 20ª Vara Federal do Distrito Federal julgou pro-
. A sessão que aprovou a proposta foi tumultuada. O prin- cedente a ação e determinou a imediata prisão administrativa
cipal protesto dos deputados foi pelo fato de a votação do do italiano, mas a ordem foi suspensa liminarmente pelo Tri-
texto-base do projeto ter sido simbólica. Um dos que prota- bunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Finalmente, ale-
gonizaram a confusão foi o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). gam que Battisti casou-se com uma brasileira e tem um filho
Ele foi à tribuna e classificou como “vergonha” a votação ter que depende econômica e afetivamente dele, o que impede
sido nominal. Para ele, os deputados que apoiam o fundo não a sua expulsão.
quiseram deixar a “digital” na aprovação da medida. Apontando risco iminente e irreversível, a defesa pede a
Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017 concessão de liminar para obstar eventual extradição, depor-
tação ou expulsão a ser levada a efeito pelo presidente da
PF AUTUA BATTISTI EM FLAGRANTE POR EVASÃO DE República. No mérito, pede-se a confirmação da liminar ou a
DIVISAS E LAVAGEM DE DINHEIRO conversão do HC em reclamação a fim de preservar a auto-
A Polícia Federal indiciou o ativista italiano Cesare Battisti ridade de decisão do STF que reconheceu que a negativa de
por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Battisti foi preso extradição é insindicável pelo Poder Judiciário (RCL 11423),
em flagrante nesta quarta-feira, 4, quando estava tentando determinando-se assim o trancamento da ação civil pública.
atravessar a fronteira para a Bolívia com US$ 6 mil – quantia Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017
superior a R$ 10 mil em dinheiro.
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália sob acusa- FICHA LIMPA ATINGE CONDENADOS ANTES DE 2010,
ção de quatro assassinatos. No último dia de seu segundo man- DECIDE STF
dato, em 2012, o então presidente Lula assinou decreto no qual POR 6 A 5, MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FE-
negou ao governo italiano o pedido de extradição do ativista. DERAL NEGARAM RECURSO DO VEREADOR DE NOVA
O italiano não teria declarado o dinheiro. Os federais que- SOURE, NA BAHIA, QUE FOI BARRADO DAS ELEIÇÕES
rem saber o que o ativista pretendia fazer com a quantia no DE 2012 POR UMA CONDENAÇÃO EM 2004, ANTES DA
país vizinho. APROVAÇÃO DA LEI
Após ser detido, segundo a PF, ‘agentes da Delegacia de Por 6 a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta
Corumbá averiguaram a situação em que Battisti se encontra- quarta-feira (4) que o prazo de oito anos de inelegibilidade fixa-
va na região de fronteira’. do pela Lei da Ficha Limpa pode ser aplicado inclusive para can-
Em 27 de setembro, os advogados de Battisti entraram didatos que tenham sido condenados antes da publicação da lei,
com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2010. Com o plenário dividido, coube à presidente da Corte,
para barrar a possibilidade de extradição, deportação ou ex- ministra Cármen Lúcia, desempatar o placar e definir o resultado.
pulsão pelo presidente da República. O relator é o ministro Os ministros ainda definirão nesta quinta-feira (5) se vão
Luiz Fux. Battisti teve sua extradição pedida pela Itália. modular a decisão da Corte, o que poderia limitar o alcance
Em 2011, o Supremo arquivou uma Reclamação ajuiza- do entendimento firmado no julgamento. O relator do caso,
da pelo governo da Itália contra o ato de Lula, e determi- ministro Ricardo Lewandowski, alertou ao final da sessão
nou a soltura do italiano. para o risco de prefeitos, vereadores e deputados atual-
A defesa de Battisti sustenta que, desde então, têm ha- mente no exercício do mandato serem cassados.
vido ‘várias tentativas ilegais’ de remetê-lo para o exterior “Essa matéria foi exaustivamente analisada pelo Tribu-
por meio de outros mecanismos, como a expulsão e a de- nal Superior Eleitoral, prevalecendo esse entendimento (de
portação. retroatividade) de maneira correta”, disse Cármen Lúcia.
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ATUALIDADES
A Lei da Ficha Limpa prevê que são inelegíveis os candidatos O relator não verificou um dos requisitos para a conces-
condenados por abuso de poder econômico ou político para a elei- são da medida cautelar – a plausibilidade jurídico do pedido
ção na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como (fumus boni iuris).
para as que se realizarem nos oito anos seguintes. A legislação an- As informações foram divulgadas no site do Supremo.
terior previa um prazo de apenas três anos. Em 2011, o STF decidiu Para a defesa de Jatene, o suposto crime apontado pelo
que a Lei da Ficha Limpa valeria apenas a partir das eleições de 2012. Ministério Público Federal ocorreu em setembro de 2002,
“Jamais vi uma situação idêntica em que se coloca em se- portanto, aplicando o prazo prescricional do artigo 109, in-
gundo plano, de forma clara, ostensiva, a segurança jurídica. ciso III, do Código Penal (CP), a extinção da punibilidade teria
A sociedade não pode viver em sobressaltos, muito menos ocorrido em setembro de 2014.
sobressaltos provocados pelo Supremo. Retroação da lei, pra O relator do caso no STJ reconheceu monocraticamente a
mim, é o fim em termos de Estado Democrático de Direito”, prescrição da pretensão punitiva.
disse o ministro Marco Aurélio Mello, que votou nesta quarta- Em exame de agravo regimental, no entanto, a Corte enten-
feira contra a retroatividade da lei. deu que o suposto crime teve continuação em 2003, quando Jate-
“A questão é muito séria, porque inaugura mediante a voz ne, ao assumir o governo, teria repactuado a proposta original para
do Supremo o vale tudo, que não se coaduna com o Estado que o pagamento das vantagens indevidas fosse feito em parcelas.
Democrático de Direito”, concluiu Marco Aurélio. Com isso, o STJ, levando em conta outros aspectos para
A aplicação do prazo de oito anos de inelegibilidade para a definição da prescrição – como a incidência de causa de
políticos condenados antes da publicação da Lei da Ficha Lim- aumento da pena referente a ocupação de função pública -,
pa também foi criticada pelo ministro Gilmar Mendes. afastou a prescrição e manteve a tramitação do processo para
“Quando o legislador concebe mudanças – e são neces- posterior análise do recebimento da denúncia.
sárias mudanças – é óbvio que faz pra frente. ‘Ah, mas nós O ministro Luiz Fux apontou que ‘a matéria de fundo do
queremos atingir fatos passados’. Então rasgue a Constitui- habeas exige uma análise mais detida, pois a pretensão da
ção, porque isso não passa no teste inclusive do ato jurídico defesa impõe a avaliação aprofundada entre os fatos citados
perfeito, da coisa julgada. ‘Ah, mas queremos aplicar o princí- na denúncia e o que foi decidido pelo STJ’.
pio da moralidade’. Isso é direito nazifascista, não tem nada a O ministro lembrou ainda que ‘a concessão de medida
ver conosco, com o nosso sistema”, disse Gilmar. cautelar pressupõe o atendimento concomitante dos requisi-
O plenário do STF se dividiu na questão. Além de Cár- tos do fumus boni iuris e do perigo da demora, não tendo sido
men, votaram pela retroatividade do prazo de inelegibilidade demostrado, de plano, o preenchimento do primeiro requisito’.
os ministros Luiz Fux, Rosa Weber, Edson Fachin, Dias Toffoli Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017
e Luís Roberto Barroso. Em sentido contrário se posicionaram
Gilmar, Marco Aurélio, Lewandowski, Alexandre de Moraes e ECONOMIA
o decano da Corte, Celso de Mello. LATAM VENDE SUBSIDIÁRIA DE SERVIÇOS NO CHILE
A discussão girou em torno do caso do ex-vereador Diler- POR US$ 38,4 MILHÕES
mando Fereira Soares contra decisão do Tribunal Superior Elei- OPERAÇÃO VAI RENDER À EMPRESA UM LUCRO DE
toral (TSE) que rejeitou o registro de sua candidatura à reeleição US$ 20 MILHÕES NO BALANÇO DO QUARTO TRIMESTRE
no município de Nova Soure, na Bahia, nas eleições de 2012. DESTE ANO, INFORMOU A COMPANHIA.
Como o caso tem repercussão geral, a tese a ser firmada nesta O grupo aéreo Latam anunciou nesta quinta-feira (5) que
quinta-feira valerá para diversas instâncias em todo o País. assinou acordo de venda de 100% do capital da empresa de
Dilermando foi alvo de condenação judicial que transitou serviços aeroportuários Andes Aiport Services SA, que era
em julgado em 2004. Depois de cumprir o prazo de três anos controlado pela holding, para a Acciona Airport Services SA
de inelegibilidade baseado na legislação anterior, conseguiu por 24,3 bilhões de pesos chilenos (US$ 38,4 milhões).
se eleger vereador em 2008. Em 2012, tentou a reeleição, mas A operação vai render à Latam um lucro de US$ 20 mi-
teve o registro de candidatura impugnado com base no novo lhões no balanço do quarto trimestre deste ano, informou a
prazo de oito anos de impedimento fixado pela Lei da Ficha companhia em comunicado.
Limpa, que já estava em vigor. De acordo com o texto, a Andes Aiport Services SA realiza
Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017 serviços aeroportuários, como manuseio de bagagens, abas-
tecimento de combustível, limpeza e suprimento de alimen-
FUX NEGA LIMINAR E MANTÉM PROCESSO CONTRA tos e bebidas nas aeronaves.
SIMÃO JATENE POR CORRUPÇÃO Juntamente com a venda, foi assinado acordo por meio
GOVERNADOR DO PARÁ, DENUNCIADO PELO MI- do qual a Andes Aiport Services vai continuar atendendo a
NISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, TENTAVA POR MEIO DE Latam em Santiago por pelo menos cinco anos.
HABEAS CORPUS SUSPENDER AÇÃO EM QUE É ACUSA- Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
DO DE RECEBIMENTO DE ‘VANTAGENS INDEVIDAS’ DA
CERVEJARIA CERPA SOB ALEGAÇÃO DE PRESCRIÇÃO ALTA NAS VENDAS DE CARROS NOVOS NÃO IMPEDE
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, negou AUMENTO DE NEGOCIAÇÃO DE USADOS
liminar no Habeas Corpus (HC) 148138 por meio da qual a PUXADAS PELOS SEMINOVOS, VENDAS DE VEÍ-
defesa do governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), pedia CULOS DE ‘SEGUNDA MÃO’ SOBEM 8,4% DE JANEIRO
para suspender processo no Superior Tribunal de Justiça A SETEMBRO, NA COMPARAÇÃO COM 2016. AS DOS
(STJ) em que foi denunciado pela suposta prática de cor- ZERO QUILÔMETRO ACUMULAM AUMENTO DE 8%.
rupção passiva, pelo suposto recebimento de vantagens O reaquecimento das vendas de carros zero no Brasil não
indevidas da cervejaria Cerpa. impede que a procura pelos usados continue aumentando.
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ATUALIDADES
As negociações desses veículos cresceram 4,7% em se- Para o final de novembro de 2017, quando tipicamente se
tembro, na comparação com 1 ano atrás, de acordo com da- inicia o replecionamento dos reservatórios devido ao aumen-
dos da federação dos distribuidores, a Fenabrave. to das afluências, a expectativa é que os armazenamentos
A entidade considera os registros de transferência de do- equivalentes dos subsistemas Sul, Nordeste e Norte atinjam
cumentos do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). valores inferiores aos verificados em 2014, ano mais crítico do
De janeiro a setembro, foram negociados 7,9 milhões de histórico recente.
automóveis e comerciais leves (picapes e furgões) usados, um O subsistema Sudeste/Centro-Oeste deve alcançar arma-
volume 8,5% mais alto que o registrado no mesmo período zenamento próximo ao verificado em 2014, segundo o CMSE.
do ano passado. Dessa forma, “o CMSE reiterou a importância de viabiliza-
Já as vendas de carros novos cresceram 7,9% sobre os 9 ção de recursos adicionais de usinas termelétricas que se en-
primeiros meses de 2016, com 1,5 milhão de unidades. contram no momento operacionalmente disponíveis, porém
Base fraca sem combustível”.
O aumento na venda dos zero quilômetro, no entanto, “Assim, o Comitê encaminhará correspondência à Petro-
é em relação a uma base mais fraca que a dos carros usa- bras solicitando gestão da empresa no sentido de viabilizar
dos, que, no ano passado, terminaram com estabilidade sobre o fornecimento de combustível a essas usinas”, disse a nota,
2015, enquanto as vendas de carros novos caíram ainda mais. sem identificar motivos para a falta de combustível.
Segundo a Fenabrave, a cada 4 automóveis zero quilôme- No caso de uma operação térmica da Eletrobras no Norte
tro emplacados em setembro último, 6 usados foram nego- do país, a Petrobras tem sido forçada por decisão judicial a
ciados. A entidade diz que uma média normal é de 1 para 3. fornecer o combustível, uma vez que a estatal do setor elé-
Seminovos lideram trico tem uma dívida bilionária com a petroleira, que tem se
Quando analisada a venda por “idade” dos veículos usa- negado a vender o produto.
dos, os seminovos, como são chamados os que têm até 3 Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
anos rodados, foram os únicos a registrar alta no mês pas-
sado, segundo a Fenauto, federação que também contabiliza BNDES ESPERA DESEMBOLSOS DE R$ 110 BILHÕES A
dados do segmento. R$ 120 BILHÕES EM 2018
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 VALOR REPRESENTA UM CRESCIMENTO DE ATÉ 50% EM
RELAÇÃO AOS R$ 80 BILHÕES PREVISTOS PARA ESTE ANO.
GOVERNO DIZ QUE ABASTECIMENTO DE ELETRICI- Os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento
DADE ESTÁ ASSEGURADO APESAR DE SECA Econômico e Social (BNDES) devem oscilar entre R$ 110 bi-
NO FIM DO PERÍODO SECO, HIDRELÉTRICA DE SO- lhões e R$ 120 bilhões em 2018, um crescimento de até 50%
BRADINHO, NO RIO SÃO FRANCISCO, TERÁ ARMAZENA- em relação aos R$ 80 bilhões previstos para este ano, disse
MENTO ZERO, APONTAM ESTIMATIVAS DO COMITÊ DE nesta quarta-feira (4) o diretor da área financeira da institui-
MONITORAMENTO DO SETOR ELÉTRICO (CMSE) ção, Carlos Thadeu de Freitas.
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) afir- “Hoje, o que puxa a economia ainda é o consumo, apesar
mou nesta quarta-feira (4) que as condições de abastecimen- de restrições, mas no ano que vem será o investimento que
to de energia elétrica no país estão asseguradas, apesar das está num patamar pífio”, disse Freitas em entrevista à Reuters.
previsões de chuvas abaixo da média em grande parte das Neste ano até agosto, os desembolsos do BNDES somam
regiões de hidrelétricas do Brasil e dos níveis críticos dos re- cerca de R$ 45 bilhões, com isso, a expectativa do banco é de
servatórios do Nordeste. uma aceleração nos últimos meses do ano.
Segundo nota do órgão formado por autoridades da O superintendente da área financeira do BNDES, Selmo
área de energia do governo após reunião nesta quarta-feira, Aronovich, afirmou que espera que no último trimestre de 2017
o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou os desembolsos operem em no mínimo R$ 10 bilhões ao mês.
simulações atualizadas de expectativa de armazenamento nas “A média do último trimestre será de pelo menos 10 bilhões de
hidrelétricas Três Marias e Sobradinho ao longo do período reais...Concessões, retomada da economia e juros baixos justifi-
seco, utilizando os piores cenários de afluências verificados cam esse otimismo”, disse o superintendente à Reuters.
no histórico, “que têm se aproximado da realidade vivenciada Segundo Freitas, as consultas de interessados em em-
atualmente”. préstimos do BNDES “estão melhorando razoavelmente bem,
E os resultados apontam para o atingimento dos níveis por isso a expectativa de desembolso para o ano que vem é
de armazenamento, ao final do período seco, em novembro de entre 110 bilhões e 120 bilhões de reais”, afirmou ele citan-
de 2017, de 4,2% na hidrelétrica de Três Marias e de zero para do as Finame e para capital de giro. A expectativa é baseada
Sobradinho, no rio São Francisco. em um crescimento do PIB de 3% a 4% em 2018.
Ainda assim, com a região Nordeste sendo suprida por O diretor da área financeira comentou que o banco deve
outras fontes de energia, como eólica e térmica, o CMSE ava- captar entre 2 bilhões e 3 bilhões de dólares nos mercados
lia que é zero o risco de qualquer déficit de energia em 2017 externos em 2018, como forma de fazer frente a obrigações
para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste. de desembolsos e atender em parte à chamada do governo
Com base nos resultados apresentados pelo ONS para federal para devolver recursos ao Tesouro.
diferentes cenários de período úmido, o CMSE reiterou a “Hoje é possível captar 2 bilhões a 3 bilhões (de dóla-
importância de que sejam adotadas medidas necessárias res) no exterior...Obviamente, o banco vai se voltar a cap-
para preservação dos estoques dos reservatórios das usi- tações externas, que é mais barato, porém não tão barato
nas hidrelétricas do Rio São Francisco, a fim de proporcio- quando o dinheiro que veio do Tesouro Nacional”, disse
nar segurança hídrica para a bacia no próximo ano. Freitas.
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ATUALIDADES
Ele estimou que em nome da prudência bancária o BN- O rombo cresce há 7 anos e atinge, sobretudo, fundos de
DES precisa ter em caixa, livre e disponível em 2018, 8 por cen- pensão de estatais. Do déficit total, 88% do valor está concen-
to do total das operações ativas, o equivalente a um “caixa pru- trado em apenas 10 planos, segundo a associação.
dencial entre 60 e 70 bilhões” de reais. O banco tinha em caixa O total de participantes ativos nos fundos supera 2,5 mi-
até final de agosto cerca de R$ 170 bilhões, sendo que boa lhões e os assistidos chegam a mais de 735 mil, segundo a
parte dos recursos já estava comprometida em financiamentos. associação.
Mais cedo, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Cas- A Abrapp informou também que os ativos totais do siste-
tro, afirmou durante evento em São Paulo que a devolução ma somavam R$ 808 bilhões em junho. A rentabilidade média
em 2018 de 130 bilhões de reais cobrada do banco pelo go- do setor no primeiro semestre foi de 4,24%, pouco abaixo da
verno “é materialmente improvável”. meta atuarial de 4,44%.
Questionado a respeito das demandas do governo, Frei- A Superintendência Nacional de Previdência Comple-
tas lembrou que como o Brasil mergulhou em crise em 2015 mentar (Previc), vinculada ao Ministério da Fazenda, decretou
e 2016, a demanda por recursos do banco foi fraca e por isso nesta quarta-feira intervenção no fundo de pensão dos fun-
os valores que o BNDES tem a receber nos próximos meses cionários dos Correios, o Postalis, por um prazo de 180 dias.
também será fraca. “Vai haver uma defasagem de uma volta A Abrapp considera que a intervenção no Postalis é uma
fraca e demanda forte. Temos que atentar a isso e o banco exceção dentro do sistema.
tem que ter caixa mínimo”, disse o diretor. “O sistema está conseguindo pagar seus benefícios nor-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 malmente”, disse o presidente da Abrapp, Luis Ricardo Mar-
tins, a jornalistas na abertura do congresso anual da Abrapp.
FUNDO DE PENSÃO DA CAIXA DECIDE VENDER FATIA “Temos um sistema sólido, que paga sem atrasos os direitos
NA ELDORADO dos participantes”.
J&F FECHOU EM SETEMBRO ACORDO DE VENDA DO Para o presidente da Abrapp, o mais importante nesse
CONTROLE DA ELDORADO PARA O GRUPO HOLANDÊS momento é garantir aos participantes do Postalis todos os be-
PAPER EXCELLENCE POR CERCA DE R$ 15 BILHÕES. nefícios a que eles têm direito.
A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Eco- Outro fundo de pensão com alto déficit é o dos funcio-
nômica Federal, anunciou nesta quarta-feira (4) que decidiu nários da Petrobras, o Petros. Em setembro, foi anunciado que
exercer o direito de vender a participação de 8,53% na Eldo- os funcionários da Petrobras terão de pagar parcelas extras
rado Brasil Celulose. Segundo a agência Reuters, o valor da de R$ 236 a R$ 3,6 mil mensais como parte do plano para
operação é avaliado em cerca de R$ 650 milhões. equacionar um rombo de mais de R$ 27 bilhões.
O fundo de pensão innveste na Eldorado por meio de O acordo prevê que a Petrobras deverá gastar R$ 12,8
cotas do fundo de investimento FIP Florestal. bilhões ao longo de 18 anos para equacionar o déficit do Pe-
“A Fundação agora iniciará as negociações do contrato tros. Apenas no primeiro ano, o desembolso previsto para a
de compra e venda de cotas com a Paper Excellence, empresa empresa será de R$ 1,4 bilhão. Já a BR Distribuidora entrará
com sede na Holanda que fez uma oferta para adquirir a fa- com R$ 900 milhões.
bricante de celulose”, informou a Funcef. Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
No dia 2 de setembro, o grupo J&F, holding que controla
a JBS, anunciou que fechou acordo de venda do controle da UBER LIMITA PODER DO EX-PRESIDENTE E ABRE ES-
Eldorado para o grupo holandês Paper Excellence por cerca PAÇO PARA INVESTIMENTO DE GRUPO JAPONÊS
de R$ 15 bilhões. AS ALTERAÇÕES NA POLÍTICA DE GESTÃO APROVA-
A Funcef, assim como a Petros, fundo de pensão dos em- DAS PELA DIRETORIA, QUE DEPENDEM DO INVESTIMEN-
pregados da Petrobras, tinham o direito de exercer sua opção TO DO SOFTBANK, INCLUEM A ELIMINAÇÃO DO ‘SUPER-
de venda na companhia em até 30 dias. VOTO’ DE ALGUMAS AÇÕES, COMO AS CONTROLADAS
Atualmente, a J&F detém 80,98% do capital da Eldorado. POR KALANICK.
A fatia restante pertence a Petros (8,53%), Funcef (8,53%) e FIP O conselho de administração do Uber aprovou em reu-
Olimpia (1,96%). nião nesta terça-feira (3) um plano que reduz a influência do
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 ex-presidente executivo da empresa Travis Kalanick e abre a
porta para um investimento colossal do grupo de telecomu-
DÉFICIT ACUMULADO DE FUNDOS DE PREVIDÊNCIA nicações japonês SoftBank.
COMPLEMENTAR SOBE PARA R$ 77,6 BI, DIZ ABRAPP A proposta adotada pela diretoria do Uber também pro-
PARA O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA mete acabar com os confrontos entre partidários de Kalanick
DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLE- e investidores que suspeitam que o fundador da empresa
MENTAR, SITUAÇÃO DO POSTALIS É EXCEÇÃO E SISTEMA pretende voltar à direção.
ESTÁ BEM CAPITALIZADO. “Hoje, após dar as boas-vindas aos novos diretores Ursu-
O déficit acumulado dos fundos fechados de previdência com- la Burns e John Thain, a diretoria aprovou, por unanimidade,
plementar subiu para R$ 77,6 bilhões em junho, ante R$ 71,7 bilhões avançar com o investimento do SoftBank e modificar a po-
no fim de 2016, informou nesta quarta-feira (4) a Associação Brasilei- lítica de administração empresarial para fortalecer sua inde-
ra das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). pendência e garantir a igualdade entre todos os acionistas”,
O déficit é a diferença entre o patrimônio de um plano e informou o Uber em e-mail.
seus compromissos com pagamentos atuais e futuros. Segun- “O interesse do SoftBank é um incrível voto de confiança
do o balanço da Abrapp, dos 681 fundos de pensão no país, no negócio do Uber e em seu potencial a longo prazo, e es-
220 apresentam déficit, ao passo que 461 registram superávit. peramos concluir este investimento nas próximas semanas”.
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ATUALIDADES
A previsão é de que o Softbank injete entre US$ 1 bi- PREÇO DA CESTA BÁSICA DE MANAUS REDUZ 0,70%
lhão e US$ 1,25 bilhão na empresa com sede em San Fran- E FICA EM R$ 355,47 EM SETEMBRO
cisco, cujo valor atual é de US$ 69 bilhões, segundo uma COM QUEDA DO VALOR DA CESTA, MANAUS PAS-
fonte ligada ao assunto. SOU A OCUPAR A 14° COLOCAÇÃO NO RANKING DAS
Como medida de investimento secundário, o grupo ja- CESTAS BÁSICAS MAIS CARAS DO PAÍS.
ponês lançaria uma oferta pública para comprar entre 14% O custo da cesta básica de Manaus diminuiu em relação
e 17% das ações em circulação de grandes investidores, ao mês anterior ficando em R$ 355,47, de acordo com pes-
segundo a fonte. quisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística
As alterações na política de gestão aprovadas pela e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com a queda do valor
diretoria, que dependem do investimento do SoftBank, da cesta, Manaus passou a ocupar a 14° colocação no ran-
incluem a eliminação do “super-voto” de algumas ações, king das cestas básicas, dentre as 21 capitais onde, atualmen-
como as controladas por Kalanick, visando limitar a in- te é realizada. Açúcar (-9,60%) foi o produto que apresentou
fluência dos fundadores do Uber. maior queda no mês seguido da farinha (-6,74%).
Também há a exigência de mais de dois terços dos vo- O preço da cesta básica de Manaus, composta por 12 pro-
tos da diretoria para a aprovação de um novo diretor-exe- dutos, teve variação de -0,70% em relação ao mês de agosto. No
cutivo. mês anterior o conjunto de itens alimentícios essenciais custava R$
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 357,97. Em setembro de 2016 a cesta básica custou R$ 401,44 e a
variação acumulada nos últimos doze meses ficou em -11,45%.
LUCRO DA MONSANTO CRESCE 70% NO ANO FIS- Na capital amazonense, sete produtos apresentaram
CAL DE 2017, PARA US$ 2,26 BILHÕES queda e cinco tiveram alta no mês analisado.
COMPANHIA ATRIBUIU MAIORES VENDAS A À Em setembro de 2017, houve predominância de queda
ADOÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS PARA A SOJA NA nos preços do açúcar, da farinha, óleo de soja e tomate. Por
AMÉRICA E AOS PREÇOS GLOBAIS DO MILHO. outro lado, houve aumento da banana, pão e manteiga o que
A norte-americana Monsanto reportou lucro líquido de influenciou na diminuição do custo da Cesta em Manaus.
US$ 2,26 bilhões no ano fiscal de 2017, encerrado em 31 de O açúcar (-9,60%) foi o produto que apresentou maior
agosto, resultado cerca de 70% maior em comparação com queda no mês seguido da farinha (-6,74%), do óleo de soja
US$ 1,33 bilhão registrados em 2016. (-5,28%), do tomate (-4,00%), do feijão (-3,84%), do leite
No resultado trimestral, a companhia reverteu o pre- (-2,33%) e do arroz (-0,61%). A banana (3,40%) foi o produto
juízo líquido de US$ 191 milhões do quarto trimestre fiscal que apresentou maior alta no mês seguido do pão (1,67%), da
do ano passado, em lucro de US$ 20 milhões no mesmo manteiga (1,09%), da carne (1,08%) e do café (0,48%).
período de 2017. Os dados foram divulgados na manhã Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
desta quarta-feira (4) em balanço financeiro da empresa.
O lucro por ação ficou em US$ 5,09 no ano fiscal de QUANTIDADE DE PEDIDOS DE RECUPERAÇÃO JUDI-
2017, superior aos US$ 2,99 obtidos um ano antes. CIAL CAI 58,6% EM SETEMBRO, DIZ SERASA.
De acordo com a Monsanto, este desempenho “deverá COMPARAÇÃO É COM O MESMO MÊS DE 2016; NÚ-
crescer no primeiro trimestre do ano fiscal de 2018”. Para MERO DE FALÊNCIAS TAMBÉM CAIU.
o quarto trimestre, a empresa registrou lucro por ação de O número de empresas que pediram recuperação judicial
US$ 0,05, em comparação com uma perda por ação de US$ caiu 58,6% em setembro ante o mesmo mês do ano passa-
0,44 em 2016. do. Foram 101 requerimentos. Na comparação com agosto, a
A receita do quarto trimestre subiu 4,8%, para US$ 2,69 queda foi de 41,3%.
bilhões, ante US$ 2,56 bilhões em igual intervalo de um Os dados são da Serasa Experian e foram divulgados nes-
antes, enquanto o consenso dos analistas consultados pela ta quarta-feira (4).
FactSet apontava para uma queda a US$ 2,50 bilhões. De acordo com os economistas da instituição, a retomada
A companhia atribuiu os resultados de vendas à ado- do crescimento econômico e a redução da taxa de juros estão
ção de novas tecnologias para a soja na América e os pre- contribuindo para a diminuição dos pedidos de recuperação ju-
ços globais do milho. dicial em 2017, após os níveis recordes atingidos no ano passado.
O Ebit (lucro antes de juros e impostos) ficou em US$ As micro e pequenas empresas foram as que mais preci-
3,26 bilhões no acumulado de 2017, em comparação com saram de intervenção da Justiça nos negócios, com 59 pedi-
US$ 2,41 bilhões registrados no ano fiscal anterior. Na aná- dos em setembro. As médias vieram na sequência, com 26. As
lise trimestral, houve retração de US$ 62 milhões, porém, grandes companhias fizeram 16 pedidos.
inferior à redução de US$ 103 milhões do quarto trimestre No acumulado de janeiro a setembro, foram 1.087 solicita-
de 2016. ções de recuperação judicial, 26,5% menos que no mesmo perío-
Considerando a pendente fusão com a Bayer, que de- do de 2016, quando haviam sido registradas 1.479 ocorrências.
verá ser concluída apenas no início de 2018, a Monsanto Nos primeiros nove meses do ano, as micro e peque-
disse que não forneceria guidance para 2018. No entanto, nas empresas fizeram 632 pedidos, enquanto as médias
um dos segmentos que continuará sendo chave é a tec- requisitaram 292 e as grandes, 163.
nologia Intacta RR2 PROTM para a soja da América do Sul. Falências
O acordo com a Bayer envolve o volume financeiro de Ainda de acordo com o levantamento da Serasa, os pe-
US$ 57 bilhões e deverá criar o maior fornecedor mundial didos de falência caíram 4,3% em setembro na comparação
de agrotóxicos e sementes geneticamente modificadas. anual (178 ante 186). Frente a agosto deste ano, porém, foi
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 registrado aumento de 7,9%.
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ATUALIDADES
Novamente as micro e pequenas empresas lideraram a A cidade é uma das últimas grandes localidades do Iraque sob
lista, com 99 requerimentos de falência, seguidas pelas gran- controle do EI, depois que os extremistas foram expulsos nos últimos
des empresas, com 40, e pelas médias, com 39. meses de grande parte dos territórios que dominavam desde 2014.
No acumulado do ano até setembro foram contabiliza- Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
dos 1.329 pedidos de falência, queda de 5,4% ante o mesmo
período de 2016, quando foram registrados 1.405. CINCO RAZÕES PELAS QUAIS AS LEIS SOBRE ARMAS
Nos primeiros nove meses deste ano, as micro e peque- NÃO MUDAM NOS ESTADOS UNIDOS
nas empresas fizeram 705 pedidos, enquanto as grandes soli- APESAR DE ONDA DE CLAMORES POR MAIOR CON-
citaram 337 e as médias, 287. TROLE DE ARMAS TODA VEZ QUE HÁ UM MASSACRE
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 COMETIDO POR UM ATIRADOR, EM ÂMBITO FEDERAL,
PELO MENOS, QUASE NÃO HOUVE AVANÇO NESSA DI-
INTERNACIONAL REÇÃO EM DÉCADAS.
Se a história soa familiar é porque uma dinâmica parecida
WASHINGTON QUER MIL SOLDADOS ADICIONAIS tem se repetido nos últimos anos toda vez que um novo inciden-
DA OTAN NO AFEGANISTÃO te envolvendo violência armada ganha as manchetes nos EUA.
MINISTROS DA DEFESA DOS 29 PAÍSES DO GRUPO SE Após o massacre em Las Vegas, em que 58 pessoas foram
REUNIRÃO EM NOVEMBRO EM BRUXELAS PARA DEBA- mortas e mais de 500 feridas por um único atirador, ativistas
TER DE FORMA MAIS PRECISA AS SUAS CONTRIBUIÇÕES. novos e antigos foram a público pedir leis que restrinjam a
O governo dos Estados Unidos vai pedir a seus aliados da aquisição e o porte de armas.
Otan que contribuam com mil soldados adicionais para ajudar na Em âmbito federal, pelo menos, os clamores por uma nova
luta contra os talibãs no Afeganistão, afirmou a nova embaixado- legislação não levaram a quase nenhuma ação em décadas,
ra da Washington na Organização do Tratado do Atlântico Norte. apesar de inúmeras pesquisas mostrando apoio público gene-
Kay Bailey Hutchison indicou que os mil soldados das ralizado a medidas como reforço na checagem de antecedentes
forças aliadas se uniriam aos 3.000 militares adicionais ame- e proibição de armas de alto poder letal, como fuzis de assalto.
ricano que seguem para o Afeganistão, como parte da nova Com um índice tão alto de vítimas fatais desta vez, no ata-
estratégia do presidente Donald Trump para o país. que em Las Vegas, talvez a pressão por mudança seja maior. Mas
A embaixadora disse que o pedido americano à Otan - aqui estão cinco grandes obstáculos que existem nesse caminho.
cuja missão contribui para a formação do exército afegão - 1. A Associação Nacional do Rifle
ainda não é definitivo. A Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) é um
“Nosso objetivo é dizer muito rapidamente, em duas se- dos grupos de interesse mais influentes da política americana -
manas, o que precisamos exatamente”, afirmou. não apenas por causa do dinheiro gasto com lobby, mas também
Os ministros da Defesa dos 29 países da Aliança Atlântica por causa do engajamento de seus cinco milhões de membros.
se reunirão em novembro em Bruxelas para debater de forma A entidade se opõe à maioria das propostas para forta-
mais precisa as suas contribuições. lecer a regulamentação de armas de fogo e está por trás de
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 esforços em âmbitos federal e estadual para reverter várias
restrições a propriedade de armas.
FORÇAS IRAQUIANAS RETOMAM DO ESTADO ISLÂ- Em 2016, a NRA gastou US$ 4 milhões em lobby e con-
MICO O CONTROLE DO CENTRO DE HAWIJA tribuições diretas a políticos, assim como mais de US$ 50
CIDADE ERA ÚLTIMO REDUTO DO GRUPO EXTREMIS- milhões em campanhas políticas, incluindo cerca de US$ 30
TA NO NORTE DO IRAQUE. milhões para eleger o presidente Donald Trump.
As forças iraquianas anunciaram nesta quinta-feira (5) que O orçamento anual global da associação gira em torno de
retomaram o controle do centro Hawija, o último reduto do US$ 250 milhões, distribuídos entre programas educacionais,
grupo extremista Estado Islâmico (EI) no norte do Iraque, e afir- centros ligados ao uso de armas, eventos para associados, pa-
maram que prosseguem em seu “avanço” para libertar a região. trocínios, assessoria legal e esforços afins.
As unidades do exército e da polícia, assim como as for- Mas para além dos números, a NRA tem construído repu-
ças paramilitares de Hashd Al-Shaabi, “libertaram o centro de tação em Washington como uma força política capaz de fazer
Hawija em sua totalidade e continuam seu avanço”, afirma ou derrubar até mesmo os políticos mais fortes.
em um comunicado o general Amir Yarallah, que coordena A associação classifica os políticos de acordo com seus
as operações. votos e aloca seus recursos e os de seus membros - tanto
A vitória na batalha por Hawija, iniciada em 21 de setem- financeiros quanto organizacionais - para apoiar seus defen-
bro, acontece ao mesmo tempo em que as forças iraquianas sores mais ferozes e derrotar adversários.
continuam seus combates em outra frente, no deserto próxi- Como um ex-congressista republicano disse ao jornal “The
mo da fronteira com a Síria. New York Times” em 2013: “Esse foi o único grupo em que eu
Na área ao longo da fronteira síria, os extremistas contro- disse: ‘Enquanto estiver no cargo, não vou me opor à NRA’”.
lam duas localidades: Rawa e Al-Qaim, do outro lado da pro- Será que isso pode mudar?
víncia de Deir Ezzor, na Síria. Em 19 de setembro, as forças ira- Os grupos pró-controle de armas, apoiados por ri-
quianas iniciaram uma ofensiva para reconquistar ambas. cos benfeitores como o ex-prefeito de Nova York Michael
Hawija, a 230 km de Bagdá, é uma cidade sunita de Bloomberg, se tornaram mais organizados nos últimos
mais de 70.000 habitantes que recebeu o apelido de “Kan- anos, tentando igualar o poder político da NRA. Mas en-
dahar do Iraque” pela presença de combatentes extremis- quanto os defensores das armas continuarem a acumular
tas e em referência ao reduto dos talibãs no Afeganistão. vitórias legislativas e eleitorais, eles serão dominantes.
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ATUALIDADES
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ATUALIDADES
HOMEM QUE VENDEU ARMAS PARA ATIRADOR Ele prossegue: “Seria como se culpassem o hotel Manda-
DOS EUA SOFRE AMEAÇAS E DIZ QUE NÃO QUERIA ‘MA- lay Bay por alugar um quarto (para ele), ou as autoridades por
CHUCAR NINGUÉM’ nos darem permissão para fornecer a arma - isso obviamente
STEPHEN PADDOCK, AUTOR DO MAIOR MASSACRE DA não foi feito com intenções maldosas.”
HISTÓRIA AMERICANA, FEZ APENAS UMA VISITA À LOJA NO Famiglietti também diz, na nota enviada à reportagem,
INÍCIO DO ANO E COMPROU ‘VÁRIAS ARMAS’; PROPRIETÁ- que ele e seus funcionários vêm sendo alvos de ameaças e
RIO REITERA QUE TODAS AS VENDAS FORAM LEGAIS. difamação desde o massacre.
A loja de armas dirigida por David Famiglietti, que tem “Desde que saiu a notícia de que nós somos uma das vá-
30 e poucos anos e gosta de caçar animais de grande porte, rias lojas onde Paddock comprou armas de fogo nesta área,
fica em uma pequena ilha comercial entre as montanhas e a eu e meus empregados estamos recebendo mensagens de
areia cinzenta do deserto de Nevada, a meia hora de carro do ódio com ameaças, telefonemas e SMSs ameaçadores”, diz.
centro de Las Vegas. “Mesmo sabendo que isso não é o importante neste mo-
Desde o último domingo, quando um de seus clientes mento, pedimos que as pessoas deixem sua raiva onde ela
abriu fogo contra uma multidão de 20 mil pessoas e deixou está em vez de ameaçar e machucar outras pessoas.”
59 mortos e mais de 500 feridos, o movimento da loja, até en- A loja vem recebendo ataques em comentários e avalia-
tão formado por donos de pequenos sítios, militares da reser- ções no Google e em portais especializados. “Ótimo lugar para
va e famílias inteiras de entusiastas de armas pesadas, ganhou se abastecer para um assassinato em massa”, diz um recente.
companhia indigesta: jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas de Por dentro da loja
todo o mundo em busca de informações. A tensão, entretanto, não parece ter abatido as vendas.
Na última terça-feira, a BBC Brasil estava entre os novos Nas duas horas em que a reportagem esteve presente, duas
visitantes da New Frontier Armory. pistolas foram vendidas, além de vários acessórios e materiais
Quando a reportagem se aproximou do balcão, um jo- de proteção.
vem atendente de barba interrompeu uma explicação sobre Atrás do balcão, pai e filho perguntavam sobre um fuzil
as pistolas da vitrine e se adiantou, apontando para uma equi- belga, vendido por US$ 2.549 (R$ 7,9 mil).
pe de chineses que carregavam câmaras com lentes enormes. “Que caro, pai!”, disse o menino. Ambos se interessaram
“Você é um deles?” mais por uma Colt semiautomática (US$ 1059, equivalente a
Antes da resposta, o homem estendeu um papel gasto R$ 3,3 mil).
com o email de Famiglietti, também vice-presidente da Coa- Pelo menos 200 armas ficam em exposição no estabeleci-
lizão de Armas de Fogo de Nevada, ligada a Associação Na- mento, que abre de domingo a domingo.
cional do Rifle - principal grupo lobista pró-armamento dos As prateleiras não têm só armas, silenciadores e munição.
Estados Unidos e doador de US$ 30 milhões para a campanha Também são vendidas camisetas como a que diz “Apo-
de Donald Trump à Presidência. calipse Zumbi - ajudando os vivos a continuarem vivos e os
Do lado de fora, um homem magro na casa dos 60 anos, mortos a continuarem mortos”.
notando a frustração deste repórter, pede um isqueiro e diz Uma série de DVDs da marca “Táticas Vikings, feita de
que “o dono (da loja) está aí, sim, vem todos os dias. Mas não guerreiros para guerreiros” ocupa uma prateleira inteira e en-
quer falar pessoalmente com jornalistas”. sina desde fundamentos básicos para tiros de carabina e rifle,
‘Não era a intenção’ até dicas para acompanhar animais de caça sem ser percebi-
Famiglietti proibiu pessoalmente todos os funcionários e do.
funcionárias de responder a qualquer pergunta da imprensa. No caixa, um recipiente plástico com uma espécie de crâ-
Deu ordem para que informassem a todos que apenas nio guardava chocolates. A reportagem quis provar um e não
ele, o presidente da New Frontier Armory, seria a fonte para conteve o susto ao tirar o bombom: “Bang! Você está morto”,
perguntas sobre o ocorrido. “disse” a caveira.
A reportagem esperou duas horas até que um alerta no ce- Nas paredes, alvos de tiro em formato humano se enfilei-
lular mostrasse uma resposta em formato de nota oficial, na qual ram por 99 centavos de dólar. Um deles, chamado “homem
Famiglietti confirmava que o atirador Stephen Paddock, que se mau”, retrata um homem com cara de poucos amigos apon-
suicidou quando a polícia estava prestes a arrombar seu quarto, tando uma pistola.
havia comprado “várias armas de fogo” ali no início do ano. ‘Armas alteradas’
Ele fez apenas uma visita à New Frontier Armory. Após receber a nota oficial, a reportagem retornou o
O texto também ressaltava que todos os requisitos locais, email de Famiglietti de dentro da loja, perguntando se pode-
estaduais e federais haviam sido preenchidos pelo atirador, e ria tirar mais algumas dúvidas.
apontava que, desde o evento, a loja vinha colaborando “de “Responderei com prazer”, respondeu o proprietário em
todas as maneiras possíveis” com as investigações do FBI. poucos minutos.
As respostas técnicas satisfizeram boa parte da impren- As novas perguntas se referiam a um eventual “estigma”,
sa americana, que vem repetindo as aspas de Famiglietti à destacado por veículos de imprensa americanos, que defen-
exaustão. sores do armamento estariam enfrentando após o maior as-
Mas os jornais acabaram deixando de lado trechos sassinato em massa da história do país.
mais pessoais do texto. Após o episódio, políticos do partido Democrata vêm
“Não vendemos estas armas com a intenção de que pressionando o governo por leis federais mais exigentes
ele pudesse machucar alguém de qualquer maneira, caso no controle de vendas de armas e acessórios - algo que o
se prove que ele usou essas armas específicas neste crime presidente Trump voltou a se recusar a comentar em visita
terrível”, diz o proprietário. rápida a Las Vegas na terça-feira.
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ATUALIDADES
A BBC Brasil também perguntou qual era o perfil dos Trump se reuniu ainda com policiais, membros de equi-
clientes da loja e se há planos de mudanças ou reforços nas pes de emergência e cidadãos civis que ajudaram a socorrer
verificações feitas sobre quem pretende comprar armamento. vítimas no domingo, a quem também elogiou. “Vocês mos-
As respostas, até a publicação desta reportagem, não ha- traram ao mundo e o mundo está assistindo, e vocês mostra-
viam chegado. ram o que é profissionalismo”.
Na única nota enviada, o dono da loja também afirmou Na sede da Polícia Metropolitana de Las Vegas, ele fez
que as armas vendidas ao atirador “não saíram do estabele- uma declaração à imprensa, na qual disse que “os EUA são
cimento com a capacidade de fazer o que vimos e ouvimos, verdadeiramente um país em luto”.
sem modificações”. “Não podemos ser definidor pelo mal que nos ameaça
“Não eram armas completamente automáticas e não ha- ou pela violência que incita esse terror. Somos definidos por
viam (sido) modificadas de nenhuma forma (legal ou ilegal) nosso amor, nosso cuidado e nossa coragem”, afirmou.
quando compradas de nós.” O chefe de Estado americano classificou o massacre
Desde que o Congresso americano aprovou a Lei de Pro- como “ato de pura maldade” no primeiro pronunciamento
teção dos Proprietários de Armas de Fogo, em 1986, o acesso que fez após um atirador atingir a multidão. Nesse primeiro
de civis a armas novas e totalmente automáticas se tornou discurso, Trump não fez nenhuma referência a um aumento
extremamente restrito. no controle na venda de armas. Desde a campanha eleitoral
Milhares de armas consideradas “de direito adquirido” de 2016, ele está alinhado com a postura da Associação Na-
- fabricadas e registradas antes de 1986 - ainda podem ser cional de Rifles (NRA).
compradas, mas por preços bastante altos e com necessida- Nesta quarta, questionado por jornalistas, Trump voltou a
de de aprovação pelo Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de evitar a discussão sobre controle de armas e disse mais uma
Fogo e Explosivos do governo americano, em Washington. vez que este não é o momento apropriado para discutir a
A polícia americana diz que o atirador usou um acessório questão.
legal em 12 de seus rifles semiautomáticos para que eles pu- Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
dessem disparar centenas de rodadas por minuto.
Os dispositivos foram encontrados no quarto de Paddock GÁS SARIN É ENCONTRADO NAS ROUPAS DAS ACU-
no hotel Mandalay Bay - junto a um total de 23 armas de fogo. SADAS PELA MORTE DO IRMÃO DE KIM JONG-UN
Os “bump-stocks”, ou adaptadores deslizantes de fogo”, KIM JONG-NAM MORREU 20 MINUTOS DEPOIS DE
permitem que os rifles semiautomáticos disparem a uma ve- SER ATINGIDO NO ROSTO PELO AGENTE NEUROTÓXICO
locidade semelhante à de uma metralhadora - e podem ser VX, UM TIPO ALTAMENTE LETAL DO GÁS SARIN.
comprados sem as checagens exigidas para a compra de ar-
mas automáticas. Vestígios de um tipo altamente letal do gás sarin, o agen-
De acordo com o site de vendas online da loja, o produto te neurotóxico VX, foram encontrados nas roupas das duas
não é comercializado pela New Frontier Armory. acusadas pelo assassinato na Malásia do meio-irmão do líder
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 norte-coreano, afirmou um químico durante o julgamento.
Esta é a 1ª prova que vincula diretamente as duas mu-
TRUMP VISITA SOBREVIVENTES DE MASSACRE DE lheres ao agente neurotóxico VX, considerado uma arma de
LAS VEGAS destruição em massa.
ATIRADOR MATOU 58 PESSOAS E DEIXOU MAIS DE No dia 13 de fevereiro, Kim Jong-Nam, meio-irmão do
500 FERIDAS DURANTE FESTIVAL DE MÚSICA COUNTRY líder norte-coreano Kim Jong-Un, morreu 20 minutos depois
NO DOMINGO (2).’EUA SÃO VERDADEIRAMENTE UM de ser atingido no rosto por este produto quando estava no
PAÍS EM LUTO’, DISSE PRESIDENTE, QUE ELOGIOU MÉ- aeroporto internacional de Kuala Lumpur.
DICOS E POLICIAIS E TEVE ENCONTRO PRIVADO DE 90 A indonésia Siti Aisyah e a vietnamita Thi Huong, acusa-
MINUTOS COM VÍTIMAS. das pelo crime, estão sendo julgadas desde segunda-feira na
Alta Corte de Shah Alam, subúrbio de Kuala Lumpur, onde fica
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, esteve o aeroporto.
nesta quarta-feira (4) em Las Vegas para se encontrar com “Encontramos VX na camisa sem mangas de Siti Aisyah”,
sobreviventes do maior ataque a tiros da história dos Estados declarou o químico Raja Subramaniam durante seu depoi-
Unidos. Um atirador matou 58 pessoas e deixou mais de 500 mento nesta quinta-feira como testemunha.
feridas durante um festival de música country no domingo (2). A camisa usada por Huong tinha VX em estado puro e
Acompanhado da primeira-dama, Melania, o presidente uma substância usada para fabricar veneno. Também havia
visitou um hospital para conversar com vítimas e médicos que vestígios de veneno em suas unhas, completou.
trabalharam no atendimento às vítimas. O casal passou 90 mi- As imagens das câmeras de segurança do aeroporto
nutos em um encontro privado com as vítimas e suas famílias, mostram o momento em que as duas mulheres se aproxima-
sem cobertura da imprensa. ram de Kim antes de jogar o líquido em seu rosto.
Ainda no hospital presidente cumprimentou médicos e As duas foram detidas pouco depois do assassinato e po-
responsáveis pelo primeiro atendimento no dia do ataque dem ser condenadas à pena de morte.
e agradeceu ao trabalho deles. Trump disse que conheceu Na abertura do julgamento, na segunda-feira, as duas se
“algumas das pessoas mais incríveis” e convidou alguns declararam inocentes. Ao longo da investigação, elas nega-
dos profissionais a visitá-lo em Washington. “É de deixar ram que desejavam cometer um assassinato e afirmaram
qualquer um muito orgulhoso por ser americano quando que foram enganadas, que acreditavam estar participando
vemos o trabalho que eles fizeram”, comentou. de um programa de televisão do tipo “pegadinha”.
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ATUALIDADES
Os advogados de defesa afirmam que os culpados são Os dirigentes catalães garantem que venceram o referen-
norte-coreanos que fugiram da Malásia. do com 90% dos votos – 2,02 milhões de apoios sobre um
A Coreia do Sul acusa o Norte de ter organizado o as- censo de 5,3 milhões de eleitores – e agora querem decla-
sassinato, o que Pyongyang nega. Kim Jong-Nam criticava o rar a independência de maneira unilateral. O governo catalão
regime norte-coreano e vivia no exílio. liderado por Carles Puigdemont parece disposto a declarar
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 unilateralmente a independência, o que poderia acontecer já
na próxima segunda-feira (9), durante uma sessão do Parla-
APÓS PRISÃO NO BRASIL, ITÁLIA NEGOCIA EXTRA- mento regional, de acordo com uma fonte do governo.
DIÇÃO DE BATTISTI “No último domingo conseguimos fazer um referendo
CESARE BATTISTI FOI PRESO NESTA QUARTA EM CO- diante de um oceano de dificuldades e de uma repressão sem
RUMBÁ. ELE FOI CONDENADO À PRISÃO PERPÉTUA NA precedentes. Ontem demos um exemplo no respeito à greve-
ITÁLIA. geral. E nos próximos dias voltaremos a mostrar a melhor cara
do nosso país quando as instituições da Catalunha terão que
O governo italiano confirmou, sua vontade de obter do aplicar o resultado do referendo”, disse o presidente catalão.
Brasil a extradição do ex-militante de extrema-esquerda Ce- Centenas de policiais intervieram em centros de votação,
sare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália e detido utilizando cassetetes para dispersar os militantes concentra-
ontem na fronteira brasileira com a Bolívia. dos na frente desses espaços para protegê-los e conseguir
Battisti foi preso nesta quarta em Corumbá, cidade fron- realizar a votação. Mais de 800 pessoas ficaram feridas. O go-
teiriça com a Bolívia, levando mais de R$ 10 mil em dinheiro verno espanhol considera o referendo ilegal, alegando que a
sem declarar à Polícia Federal. É suspeito de cometer crime Constituição declara que o país é indivisível.
de evasão de divisas. Durante seu pronunciamento, Puigdemont criticou o rei
“Hoje trabalhamos com o embaixador (italiano no Brasil, Filipe VI, que em seu discuso “ignorou as pessoas que foram
Antonio) Bernardini para trazer Battisti para a Itália e entregá vítimas de violência policial”.
-lo à Justiça. Continuamos trabalhando com as autoridades “O rei faz dele o discurso e as políticas do governo de Ma-
brasileiras”, declarou o ministro italiano das Relações Exterio- riano Rajoy, que têm sido catastróficos em relação à Catalu-
res, Angelino Alfano. nha, e ignora deliberadamente a milhões de catalães que não
Ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Co- pensamos como eles”, afirmou o presidente catalão, dizendo
munismo, Battisti, hoje com 62 anos, foi condenado à prisão que “não podemos compartilhar nem aceitar” a mensagem
perpétua na Itália por quatro homicídios ocorridos na década do rei.
de 1970 e fugiu para o Brasil em 2004, onde viveu na clandes- Nesta terça, o rei criticou a conduta dos líderes catalães,
tinidade. Foi detido no Rio de Janeiro em 2007. dizendo que eles violaram as leis do Estado espanhol e de-
Dois anos depois, a pedido do país europeu, o Suprema monstraram uma “deslealdade inadmissível”.
Tribunal Federal autorizou sua extradição, que foi negada em A Espanha vive uma de suas piores crises políticas dos
2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. últimos 40 anos, desde que o executivo separatista catalão
Desde 2007, Battisti ficou detido por quatro anos antes decidiu organizar este referendo de autodeterminação apesar
de ser posto em liberdade em junho de 2011. de sua proibição.
O último pedido de extradição por parte da Itália foi em Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
25 de setembro e, segundo a imprensa italiana, o presiden-
te Michel Temer teria-se mostrado favorável, o que pode ter UNIÃO EUROPEIA PEDE DIÁLOGO NA CATALUNHA,
motivado a “tentativa de fuga” de Battisti para a Bolívia. MAS DEFENDE MADRI
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 ‘CHEGOU O MOMENTO DE ENCONTRAR UMA SAÍDA
PARA O BECO SEM SAÍDA’, DIZ AUTORIDADE EUROPEIA.
PRESIDENTE DA CATALUNHA PEDE MEDIAÇÃO PARA DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DA CATALUNHA
RESOLVER CRISE COM GOVERNO ESPANHOL PODE SER FEITA NA PRÓXIMA SEGUNDA, SEGUNDO
CARLES PUIGDEMONT CONTINUA DEFENDENDO FONTE.
APLICAÇÃO DE REFERENDO INDEPENDENTISTA. GO-
VERNO CATALÃO DEVE DECLARAR INDEPENDÊNCIA NA A Eurocâmara pediu “diálogo”, nesta quarta-feira (4),
PRÓXIMA SEGUNDA, DIZ FONTE. diante da crise aberta na Espanha com o referendo de inde-
pendência na Catalunha, ao mesmo tempo em que a Comis-
O presidente do governo da Catalunha, Carles Puigde- são Europeia justificou o uso da força em alguns momentos
mont, afirmou nesta quarta-feira (4) que a crise envolvendo para garantir “a supremacia do Direito”.
esta região autônoma e o governo espanhol precisa de uma Os eurodeputados dos principais grupos também pedi-
mediação, sem voltar atrás na sua defesa pela aplicação do ram às autoridades da Catalunha que evitem uma declaração
resultado do referendo independentista do último domingo. unilateral de independência, cuja adoção, segundo o porta-
“Este momento precisa de mediação. Recebemos inúme- voz dos social-democratas Gianni Pittella “colocaria mais le-
ras propostas nas últimas horas e vamos receber mais. Todas nha na fogueira”.
elas sabem que estou pronto para iniciar um processo de No entanto, o governo catalão liderado por Carles
mediação”, afirmou. “Vou repetir quantas vezes for neces- Puigdemont parece disposto a declarar unilateralmente a
sário: diálogo e acordo são parte da cultura política do nos- independência, o que poderia acontecer já na próxima se-
so povo. No entanto, o Estado não deu nenhuma resposta gunda-feira (9), durante uma sessão do Parlamento regio-
positiva a essas ofertas”, acrescentou. nal, de acordo com uma fonte do governo.
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ATUALIDADES
“Chegou o momento de dialogar, de encontrar uma O G1 não conseguiu localizar o advogado Eduardo Sia-
saída para o beco sem saída, de trabalhar dentro da ordem no, que defende Talita, para comentar a decisão liminar do
constitucional da Espanha”, declarou em nome da Comissão desembargador Newton Neves, da 16ª Câmara de Direito
seu vice-presidente, Frans Timmermans, durante um debate Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, que na últi-
convocado pela Eurocâmara sobre a situação na Catalunha, ma terça-feira (3) negou o habeas corpus em caráter liminar
após a resposta policial de Madri para impedir a celebração feito pela defesa da motorista.
do referendo do último domingo (1º). Siano havia pedido para o TJ reverter a tipificação cri-
As imagens da atuação policial no domingo na Catalu- minal de homicídio doloso para homicídio culposo, no qual
nha, com apreensão de urnas e agressões contra pessoas que não há intenção de matar, e, desse modo, soltasse sua cliente
desejavam votar no referendo de independência considerado para que ela respondesse ao processo em liberdade.
ilegal, obrigaram a UE a fazer um pronunciamento além de Assumiu risco
sua habitual resposta de considerar a situação um “assunto O desembargador não atendeu à solicitação da defesa,
interno” da Espanha. lembrando que, segundo a polícia, Talita “após ter ingerido
Timmermans, autoridade europeia sobre o Estado de Di- bebida alcoólica e mesmo assim ter dirigido veículo automo-
reito e a Carta de Direitos Fundamentais, afirmou que “a vio- tor por uma via tão perigosa, ter assumido o risco de causar
lência não resolve nada na política”, mas destacou que “todos um acidente com vítima fatal”. O mérito do pedido ainda será
os governos têm que respeitar a supremacia do Direito e isto julgado futuramente por outros desembargadores do TJ.
exige, às vezes, um uso proporcional da força”. Foi a terceira derrota da defesa de Talita na Justiça. A
‘Consenso’ primeira havia sido na audiência de custódia do último do-
“Há um consenso geral de que o governo regional da Cata- mingo (1º), quando a juíza Carolina Nabarro Munhoz Rossi,
lunha optou por ignorar a lei ao organizar o referendo celebrado do Fórum da Barra Funda, Zona Oeste, converteu a prisão
no domingo passado”, o qual havia sido proibido pela Justiça es- em flagrante da motorista em prisão preventiva para que ela
panhola, completou o vice-presidente da Comissão, para quem fique detida até seu eventual julgamento.
a União Europeia é uma “comunidade baseada no Direito”. Dias depois disso, o juiz Luis Gustavo Esteves Ferreira, da
Timmermans evitou responder, durante o discurso, os 5ª Vara do Júri, também no Fórum da Barra Funda, negou o
pedidos das autoridades catalãs por uma “mediação interna- pedido do advogado de Talita para anular a prisão preventiva
cional”, reiterando a demanda da UE “a todos os atores perti- determinada pela juíza da audiência de custódia.
nentes a avançar para passar do confronto ao diálogo”. “Os delitos, em tese, imputados à indiciada, além de
“Isto é um assunto interno da Espanha, que deve ser re- ostentarem gravidade acentuada, geram inequívoca intran-
solvido com base no âmbito constitucional espanhol”, reite- quilidade social, já que, a despeito das inúmeras campanhas
rou o vice-presidente da Comissão, que reproduz, assim, os públicas educativas, infelizmente, tem-se tornado fato corri-
principais argumentos do governo espanhol do primeiro-mi- queiro mortes no trânsito por conta da nefasta combinação
nistro conservador Mariano Rajoy. entre álcool, condução de veículo automotor, excesso de ve-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 locidade e impunidade, motivos que, por si sós, já reclamam
diferenciado rigor na imposição das medidas cautelares, de
VIOLÊNCIA modo a assegurar o primado da lei e a garantia da ordem
pública”, havia escrito.
JUSTIÇA NEGA LIBERDADE E MANTÉM PRISÃO DE O teste de bafômetro feito logo depois do acidente
MOTORISTA QUE MATOU 3 NA MARGINAL TIETÊ apontou que a motorista tinha 0,48 miligrama de álcool por
TJ NEGOU NESTA SEMANA HABEAS CORPUS FEITO litro de ar em seu organismo. Segundo o artigo 306 do Códi-
PELA DEFESA DE TALITA TAMASHIRO, QUE EM 30 DE SE- go Brasileiro de Trânsito, dirigir sob influência de álcool acima
TEMBRO ATROPELOU E MATOU VÍTIMAS QUANDO DIRI- de 0,34 miligrama dá de seis meses a 3 anos de prisão, além
GIA EMBRIAGADA, AO CELULAR E COM CNH SUSPENSA. da suspensão da habilitação.
Talita já estava com a carteira suspensa desde junho des-
A Justiça de São Paulo negou nesta semana o pedido de te ano por ter atingido 36 pontos (o limite é 20). Ela está
liberdade feito pela defesa da motorista que atropelou e ma- presa atualmente na Penitenciária Feminina de Tremembé,
tou três pessoas na Marginal Tietê. Talita Sayuri Tamashiro, de interior do estado.
28 anos, foi presa em flagrante no último dia 30 de setembro Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
por homicídio doloso - quando há intenção ou se assume o
risco de matar - e embriaguez ao volante. SUSPEITO DE ABUSAR SEXUALMENTE DE ENTEADA
Na madrugada daquele sábado, Talita saiu embriagada É PRESO EM ITUIUTABA
da balada Villa Mix, na Vila Olímpia, Zona Sul da capital, pe- SEGUNDO A POLÍCIA CIVIL, INVESTIGAÇÕES APU-
gou seu Honda Fit verde, mesmo com a carteira de habilita- RAM SE ATOS DE VIOLÊNCIA SERIAM COMETIDOS CON-
ção suspensa, e dirigiu o veículo enquanto usava o celular. TRA MENINA DESDE QUE ELA TINHA 6 ANOS DE IDADE.
Na sequência, ela bateu o veículo em uma BMW preta,
estacionada no acostamento da via expressa, altura da Ponte Um homem de 44 anos foi preso nesta quarta-feira (4)
dos Remédios da marginal, sentido Rodovia Ayrton Sen- sob suspeita de abusar sexualmente da enteada de 11 anos
na. Na colisão, atropelou o fisioterapeuta Raul Fernando em Ituiutaba. De acordo com a Polícia Civil, um inquérito
Nantes Antonio, de 48, a auxiliar administrativa Aline Jesus sobre o caso foi aberto no dia 29 de setembro, depois que
Souza, 28, e a gerente de estacionamento Vanessa Lopes a criança relatou para um funcionário da escola onde es-
Relva, também de 28. O trio morreu no local. tuda que sofria violência sexual desde os 6 anos de idade.
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ATUALIDADES
Ainda segundo a polícia, o relato da criança foi passa- SEGURANÇA DE CRECHE EM JANAÚBA ATEIA FOGO
do para o Conselho Tutelar, que encaminhou a denúncia para EM CRIANÇAS DEIXANDO MORTOS E FERIDOS
a Delegacia de Atendimento à Mulher, à Criança e ao Idoso. ELE TAMBÉM ATEOU FOGO NELE
No Posto Médico Legal, o exame de corpo de delito confir- Pelo menos três crianças morreram queimadas em uma
mou que a menina teve relações sexuais. creche em Janaúba, no Norte de Minas, na manhã desta quin-
A delegada Daniela Diniz Medeiros, que está à frente do ta-feira (5). Segundo as primeiras informações da Polícia Mi-
caso, disse que testemunhas já começaram a ser ouvidas e as litar, o guarda da creche ateou fogo em algumas crianças e
investigações apontam que a criança era abusada pelo pa- em seu próprio corpo. Ainda não há informações sobre o seu
drasto há cerca de cinco anos. Conforme relato da enteada, o estado de saúde.
homem aproveitava os momentos em que a mãe da criança O Samu foi acionado e está no local. O número de feridos
saía para trabalhar para cometer o abuso. ainda não foi divulgado, mas segundo o Samu, várias crianças
O suspeito do crime foi encaminhado para o presídio. sofreram queimaduras.
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
JUSTIÇA DECRETA PRISÃO DE PROFESSOR SUSPEITO MORADORES FIXAM PLACA EM RUA PARA AVISAR
DE ABUSAR DE ALUNAS NO MARANHÃO SOBRE ALTO ÍNDICE DE ASSALTOS EM CARUARU
O PROFESSOR COSTUMAVA ACARICIAR AS ALUNAS, RUA ESTÁ LOCALIZADA NO BAIRRO PETRÓPOLIS, EM
ALÉM DE PEDIR QUE ELAS LHE FIZESSEM MASSAGENS, CARUARU. PADRE JÁ FOI ASSALTADO NO LOCAL.
SOB PENA DE SEREM SUSPENSAS DA SALA DE AULA Moradores da rua Visconde de Cairú fixaram placas para
CASO RECUSASSEM. avisar sobre o alto índice de assaltos no local. A rua está locali-
zada no Bairro Petrópolis, em Caruaru, Agreste de Pernambu-
Justiça decretou, na última segunda-feira (2), a prisão co, e fica próxima a uma faculdade, colégio particular, e uma
temporária de um professor de Bom Jardim (MA) após de- escola pública do município.
núncias de que ele estaria abusando sexualmente de alunas Perto da rua ainda há um hotel e um posto de combustí-
de uma escola municipal. veis. A dona de casa Sônia Cavalcante foi uma das moradoras
A Denúncia, assinada pelo promotor de justiça Fábio San- que teve a iniciativa de colocar as placas no local.
tos de Oliveira, enquadra as condutas praticadas por Jânio de “A insegurança está grande. Teve um dia que perto das
Abreu como estupro de vulnerável, assédio sexual, ato obsce- 12h levaram o carro de um vizinho. Eu já fui abordada por
no. Além disso, o professor transmitiu vídeos e fotos contendo assaltantes na frente da minha casa. Eles estavam armados e
cenas de sexo com crianças e adolescentes, e armazenou em eu saí correndo. Na minha casa tem câmeras de segurança e
seu celular pornografia envolvendo criança ou adolescente. eu sempre denuncio esse tipo de crime”, detalhou.
No pedido de prisão preventiva, o promotor afirma que Segundo Sônia, até o padre da paróquia do bairro foi víti-
o denunciado representa perigo para a sociedade, podendo ma de assalto. “Nós queremos alertar para essa falta de segu-
continuar com as práticas. “Trata-se verdadeiramente de um rança. Depois das denúncias, vejo que o carro da polícia tem
pedófilo, que certamente continuará a estuprar, praticar ato passado mais vezes na rua”, contou a dona de casa.
libidinoso, assediar, constranger outras crianças e adolescen- Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
tes, ainda que não sejam elas suas alunas em sala de aula”,
ressalta. MEIO AMBIENTE
O professor costumava acariciar as alunas, além de pedir
que elas lhe fizessem massagens, sob pena de serem suspen- ONG DIZ QUE ANIMAIS DA AMAZÔNIA SOFREM
sas da sala de aula caso recusassem. Além disso, ele fazia ges- COM SELFIES DE TURISTAS
tos obscenos e mostrava vídeos pornográficos aos alunos no BOTO-COR-DE-ROSA É PRINCIPAL ANIMAL OFERECIDO
espaço de aprendizagem. POR AGÊNCIAS PARA INTERAÇÃO COM OS VISITANTES.
Além da prisão preventiva, o juiz Raphael Leite Guedes Os animais da Amazônia sofrem com a atividade turística
também atendeu ao pedido do Ministério Público para que na região, que em muitos casos submete espécies como o
o telefone celular de Jânio Silva de Abreu seja periciado em boto-cor-de-rosa e o bicho-preguiça a longas sessões de fo-
busca de fotografias, vídeos e conversas que comprovem os tos, alertam ativistas da ONG World Animal Protection.
crimes praticados pelo professor. O magistrado determinou A organização, com sede na Inglaterra, publicou esta sema-
que o aparelho seja encaminhado à Polícia Civil, que deverá na um relatório em que afirma que desde 2014 as fotos de pes-
apresentar um laudo pericial no prazo de 20 dias. soas com animais no Instagram aumentaram 292% no mundo
Penas todo. E em 40% delas, os humanos aparecem “abraçando ou
O crime de estupro de vulnerável tem pena prevista de interagindo de forma inadequada com um animal selvagem”.
reclusão de oito a 15 anos. Para o assédio sexual, o Código Com frequência, os animais são capturados e maltratados
Penal prevê pena de detenção de um a dois anos. Por ato antes de serem exibidos aos turistas, aponta a World Animal
obsceno, o professor estaria sujeito a detenção de três meses Protection, que se infiltrou em excursões na selva amazôni-
a um ano ou multa. ca do Brasil e do Peru para registrar estas interações.
O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê, em seu “Atrás das câmeras, estes animais costumam ser espancados,
artigo 241-A, pena de reclusão pelo período de três a seis separados de suas mães quando bebês e guardados secretamen-
anos, além de multa. Já no art. 241-B, a pena prevista é de te em lugares sujos e apertados; ou são cevados reiteradamente
reclusão de um a quatro anos, mais multa. com alimentos que podem ter um impacto negativo a longo pra-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 zo em seu organismo e comportamento”, afirma o grupo.
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ATUALIDADES
“Com muita frequência os turistas desconhecem com- A pesquisa, publicada na revista Science, descobriu 289
pletamente esta crueldade que torna os animais submissos e espécies diferentes até o momento. Os mexilhões são os
disponíveis”, acrescenta. mais comuns, mas há também caranguejos, mariscos, anê-
Em Manaus, capital do estado do Amazonas, 94% dos 18 monas e estrelas do mar.
passeios turísticos visitados pela World Animal Protection ofe- Os cientistas ainda estavam identificando novas espécies
reciam a oportunidade de “segurar e tocar animais selvagens” quando o estudo chegou ao fim, em 2017, seis anos após o
para tirar fotografias. tsunami.
Em tais pacotes, o boto-cor-de-rosa era o animal mais De acordo com os pesquisadores, muitas outras espé-
oferecido pelos agentes para este tipo de contato, seguido cies provavelmente fizeram a jornada e até agora não foram
da preguiça-de-três-dedos, crocodilos, anacondas verdes e descobertas. Atualmente, nenhuma colônia de invasores foi
macacos. estabelecida, mas a equipe acredita que isso pode acontecer.
Roberto Cabral, coordenador das operações de fiscaliza- “Quando vimos espécies do Japão chegarem ao Oregon,
ção do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), disse ficamos chocados. Nunca pensamos que pudessem viver
em uma entrevista à AFP que manter animais em cativeiro tanto tempo, em condições tão difíceis”, disse John Cha-
para estes fins é ilegal no Brasil, mas que infelizmente isto pman, da Universidade de Oregon, coautor do estudo.
“acontece”. “Não me surpreenderia se houvesse espécies do Japão
Porém, “no contexto geral de tráfico de animais e de caça que estão por aí vivendo ao longo da costa do Oregon. Na
que existe no Brasil, embora (a exploração turística de ani- verdade, me surpreenderia se não houvesse”.
mais) seja impactante, é algo mínimo”, apontou. O elemento chave que tornou isso possível, de acordo
“A ironia é que o turista que normalmente tira fotos com com os pesquisadores, é a presença na água de plástico, fibra
o animal é aquele turista que adora os animais e, na realidade, de vidro e outros produtos que não se decompõem.
está contribuindo para o seu mal-estar, captura e matança”, “A madeira levada pelo tsunami durou pouco tempo em
acrescentou Cabral. comparação com a natureza duradoura do plástico”, disse
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 Carlton.
“Por muito tempo, se uma planta ou um animal fosse
COMO ANIMAIS DA COSTA DO JAPÃO FORAM PA- transportado por uma jangada pelos oceanos, seu barco lite-
RAR NOS EUA - GRAÇAS A UM TSUNAMI ralmente se dissolveria por baixo deles. O que fizemos agora
ONDAS GIGANTES ARRASTARAM CENTENAS DE é fornecer a essas espécies jangadas bastante duradouras,
OBJETOS PARA O MAR -- DE PEQUENOS PEDAÇOS DE mudamos a natureza de seus barcos”.
PLÁSTICO A BARCOS DE PESCA --, QUE SERVIRAM DE Movendo-se muito mais devagar do que as embarca-
TRANSPORTE PARA CENTENAS DE ESPÉCIES DE CRIATU- ções, as balsas de plástico ou de fibra de vidro deram tempo
RAS MARINHAS. às espécies para se adaptar gradualmente ao seu novo am-
Cientistas identificaram centenas de espécies marinhas biente, tornando mais fácil a reprodução e para suas larvas se
japonesas na costa dos Estados Unidos. Elas cruzaram o Ocea- prenderem aos detritos.
no Pacífico após o tsunami causado pelo terremoto de 2011. Os pesquisadores estão preocupados com o fato de que,
Mexilhões, estrelas do mar e centenas de outras famílias com tanto plástico nos oceanos, e com a mudança climáti-
de criaturas marinhas foram transportadas pelas águas, mui- ca tornando os ciclones e as tempestades mais intensas, a
tas vezes pegando carona em resíduos plásticos. ameaça de invasão de espécies marinhas nunca foi tão gran-
Os pesquisadores ficaram surpresos com o fato de que de. A pesquisa sobre o tsunami apenas mostra o impacto que
muitos sobreviveram à longa jornada, com novas espécies de- esse transporte pode ter.
sembocando nas praias ainda em 2017. “Não há nada comparável em escala do que já vimos an-
Em março de 2011, um forte terremoto abalou o nordeste tes na história da ciência do mar”, afirmou Carlton.
do Japão, desencadeando um enorme tsunami que atingiu Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
quase 39 metros de altura, varrendo a costa do país. Mais de
15 mil pessoas morreram. NOVA ESPÉCIE DE RATAZANA GIGANTE É DESCO-
As ondas gigantes arrastaram centenas de objetos para BERTA POR CIENTISTA AUSTRALIANO
o mar - de pequenos pedaços de plástico a barcos de pesca. QUATRO VEZES MAIOR QUE ROEDORES COMUNS, A
Um ano depois, os cientistas começaram a encontrar RATAZANA SOBE EM ÁRVORES E CHEGA A MEIO METRO
destroços do tsunami, com criaturas vivas agarradas a eles, DE COMPRIMENTO.
desembocando no Havaí e na costa oeste dos EUA, do Alasca Uma nova espécie da roedor, quatro vezes maior que o
à Califórnia. comum, foi descoberta nas Ilhas Salomão, no Oceano Pací-
“Centenas de milhares de criaturas foram transportadas fico.
e chegaram à América do Norte e às ilhas do Havaí - a maio- O animal, que chega a atingir quase meio metro de com-
ria dessas espécies nunca esteve no nosso radar como seres primento, vive entre as árvores e se alimenta de castanhas
transportados pelo oceano em detritos marinhos”, afirmou que abre com seus dentes.
à BBC James Carlton, do Williams College e Mystic Seaport, As Ilhas Salomão, a 1.800 km da Austrália, já têm outras
principal autor do estudo. oito espécies de ratazanas, mas essa é a primeira nova des-
“Muitos dos destroços ainda estão por aí e pode ser coberta em 80 anos.
que algumas dessas espécies japonesas ainda cheguem. Da mesma família de ratos e camundongos (Muridae),
Não ficaria surpreso se um pequeno barco de pesca japo- a nova espécie, chamada Uromys vika, já fazia parte do fol-
nês perdido em 2011 aparecesse 10 anos após o evento”. clore da ilha.
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ATUALIDADES
Escondidos nas árvores De acordo com a agência, essa ruptura produziu o ice-
A cadeia de ilhas onde a nova espécie se encontra é bio- berg B-44, visível em outras imagens capturadas em 23 de
logicamente isolada. setembro pelo satélite Sentinel-1, da Agência Espacial Euro-
A maioria dos mamíferos que vivem lá não é encontrada peia (ESA), com descoberta do analista Matthew Welshans, do
em nenhum outro lugar do planeta. Centro Nacional do Gelo nos Estados Unidos (USNIC).
“Quando conheci o povo da ilha Vangunu, eles me con- O novo pedaço de gelo flutua na baía de Pine Island, no
taram sobre uma ratazana nativa que eles chamavam de vika, mar de Amundsen, e tem 185 km² -- cerca de duas vezes a
que vivia nas árvores”, diz Tyrone Lavery, biólogo australiano área da capital do Espírito Santo, Vitória. Ele é maior do que
que fez a descoberta. o iceberg descoberto em janeiro deste ano na mesma região,
Pesquisador do Field Museum, em Chicago, e pesquisa- mas menor do que o descoberto em julho de 2015 (225 km²).
dor associado da Universidade de Queensland, na Austrália, Larsen C
ele procurava pelo bicho desde 2010. Mas nunca havia con- Um iceberg de um trilhão de toneladas, um dos maiores
seguido encontrá-lo. já registrados, se desprendeu em outra região da Antártica, a
“Comecei a me questionar se era realmente uma espeé- Larsen C. O anúncio foi feito em julho deste ano por cientistas
cie diferente, ou se as pessoas estavam apenas chamando os da Universidade de Swansea, no Reino Unido.
ratos normais de ‘vika’”, conta ele. Os cientistas estudavam o bloco de gelo há muitos anos.
Em novembro de 2015, no entanto, um guarda ambiental Os olhares voltaram à região após notar as rupturas da plata-
viu um rato enorme rolando de uma árvore de 10 metros der- forma de gelo Larsen A, em 1995, e Larsen B, em 2002. Larsen
rubada por lenhadores. C é a maior plataforma de gelo da Antártica e o pedaço que
A queda matou o animal, mas o guarda enviou o corpo se desprendeu tem 5.800 km².
para o Museu de Queensland, na Australia, onde Lavery era Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
um pesquisador associado.
“Assim que examinei o espécime, sabia que havia algo de JOVENS PERCORREM CIDADES EM NAVIO PARA
diferente”, diz ele. ALERTAR SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
“Só existem oito espécies de ratos nativos das Ilhas Salo- Ashwa Faheem é uma repórter fotográfica de 26 anos
mão, e olhando as características do crânio, consegui excluir que nasceu nas Ilhas Maldivas, uma das nações-ilha do Pací-
boa parte das espécies imediatamente.” fico, lugar paradisíaco, ideal para quem pensa numa viagem
Depois de um teste de DNA, Lavery confirmou que era turística para descansar e observar a natureza. Para Ashwa,
uma nova espécie, que ele nomeou de Uromys vika. porém, este lado quase celestial de sua terra é apenas uma
O rato recém descoberto tem um longo e escamoso faceta, distante de sua rotina. Ela já convive também, desde
rabo, que os pesquisadores acreditam que o ajuda a se agar- pequena, com outro lado menos divino, digamos assim, das
rar quando passa de uma árvore para outra. ilhas em que nasceu e que, de uns tempos para cá, vêm so-
Os ancestrais do bicho provavelmente viajaram até as frendo com o aumento dos oceanos, fenômeno causado pelo
ilhas em pedaços de vegetação flutuante. Uma vez ali, eles aquecimento global:
evoluiram para ter dentes grandes e afiados que usam, de “Nem tudo nas Maldivas é bonito. Quando o nível das
acordo com a população local, para mordiscar castanhas e águas sobe, perdemos muita terra. E quando a terra desapa-
cocoquinhos. rece, perdemos recursos, a agricultura e a pesca. Muita gente
A espécie provavelmente será classificada de imediato usa a pesca e o turismo para sobreviver. Afeta tudo. É um efei-
como em perigo crítico de extinção devido à ameaça que so- to de dominó”.
frem da indústria madeireira. Cerca de 90% das árvores das Para levar essa mensagem mundo afora, aproveitando o
ilhas já foram derrubadas. momento pré-Conferência do Clima (COP-23), que acontece-
“A região onde a espécie foi encontrada é um dos únicos rá em novembro na cidade alemã de Bonn, Ashwa se juntou
lugares que ainda têm florestas”, diz Lavery. a um grupo de seis jovens, todos residentes em Pequenos
“É necessário documentar essa ratazana urgentemente e Estados Insulares em Desenvolvimento, como Maldivas. Eles
encontrar mais apoio para a área de conservação de Zaira, na estão a bordo de um navio da ONG internacional Peace Boat
ilha de Vangunu, onde a espécie vive.” e estão sendo chamados de “Embaixadores” do clima e da
O estudo sobre a nova espécie foi publicado na publica- paz. Vão visitar sete capitais e acabaram de deixar Lisboa, de
ção científica Journal of Mammalogy. onde me chegaram as notícias do grupo via jornal “O Público”.
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 Os jovens embaixadores visitarão Barcelona, Nova York,
Edimburgo, Londres, Bordeaux e outras capitais, mas não vi-
NOVO ICEBERG SE DESPRENDE DE GELEIRA NA AN- rão ao Brasil. Em cada um desses locais vão contar sobre seus
TÁRTICA, DIZ NASA esforços para se manter num território que vai ser engolido
PEDAÇO DE GELO ESTÁ LOCALIZADO EM REGIÃO DI- pelo mar até o fim deste século.
FERENTE DE LARSEN C, ONDE ICEBERG GIGANTESCO SE Nessa mesma linha de pensamento, o premiê de outra
SOLTOU COM ANÚNCIO EM JULHO DESTE ANO. ilha ameaçada, Fiji, Frank Bainimarama, que também é presi-
Um novo iceberg se desprendeu da região da geleira de dente da COP, saudou os participantes da última Assembleia
Pine Island, oeste da Antártica. A fotografia acima foi divulgada Geral da ONU. Para ele, não há como escapar do fato de
pela agência espacial americana (Nasa) nesta quarta-feira (27). que as mudanças climáticas constituem uma ameaça tão
A imagem de cor original foi capturada no último dia grande para a segurança global como qualquer outra fonte
21 de setembro pelo satélite Landsat 8 da Nasa. Ela mostra de conflito que a humanidade vive hoje. E não há “escolha
o início da fenda no centro da plataforma de gelo. a ser feita entre prosperidade e um clima saudável.
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ATUALIDADES
“Milhões de pessoas já estão em movimento por causa da JAPÃO MATA 177 BALEIAS NA COSTA DO PACÍFICO
seca e as mudanças na agricultura ameaçando sua segurança PARA ‘FINS CIENTÍFICOS’
alimentar. Ao longo da história, sabemos que os seres humanos ORGANIZAÇÕES DE DEFESA DOS ANIMAIS DENUN-
irão lutar pelo acesso à água. E, a menos que abordemos as cau- CIAM A ALEGAÇÃO JAPONESA.
sas subjacentes das mudanças climáticas, já sabemos que alguns Os japoneses mataram 177 baleias na costa nordeste do
lugares se tornarão inviáveis e outros desaparecerão completa- arquipélago no Pacífico, em uma missão que teria “fins cien-
mente. Na minha região, três de nossos vizinhos estão em risco, tíficos”, segundo anunciou nesta terça-feira (26) a agência de
e é por isso que Fiji ofereceu refúgio às pessoas de Kiribati e Tu- pesca japonesa.
valu se suas casas vierem a se afundar por completo”, disse ele. Três navios especializados em caça às baleias iniciaram a
Fiji já perdeu parte de sua terra agricultável por causa da missão em junho e capturaram 43 baleias Minke e 143 ba-
salinidade excessiva trazida pelo mar. Bainimarama disse que leias-sei, de acordo com a agência. Segundo os japoneses, a
escolheu ser presidente da COP para poder levar adiante esse caça às baleias seria “necessária” para calcular a quantidade
recado. Pelas regras das Conferências, já que ele é o presiden- de potenciais capturas a longo prazo, justificou a agência, que
te, a reunião deveria acontecer em Fiji, mas o país não tem tem como objetivo “retomar algum dia a pesca comercial”,
condições para sediar um encontro tão grande, não ofereceria segundo explicou o funcionário da agência Kohei Ito.
segurança aos líderes. Foi feito, então, um acordo com a Ale- O Japão é signatário da moratória da caça às baleias da
manha, que aceitou receber os conferencistas em Bonn. Comissão Baleeira Internacional (CBI), mas afirma que recorre
“Esse é um exemplo para o mundo de como países em à medida com fins de pesquisa, no Pacífico e na Antártica. As
extremos opostos da Terra e de meios e tamanho muito dife- organizações de defesa das baleias denunciam a alegação ja-
rentes podem trabalhar efetivamente em direção a um objeti- ponesa, assim como vários países, que consideram que Tóquio
vo comum. Fiji está profundamente consciente de que os go- utiliza de maneira desonesta uma exceção da proibição da
vernos sozinhos não podem enfrentar esse desafio. É por isso caça aos cetáceos, de 1986. Em 2014, o Tribunal Internacional
que estamos colocando essa ênfase na noção de uma Grande de Justiça exigiu de Tóquio o fim da caça às baleias no Atlânti-
Coalizão de governos em todos os níveis, a sociedade civil, o co, por considerar que os japoneses não cumpriam os critérios
setor privado e os cidadãos comuns movendo esta agenda científicos exigidos. O Japão cancelou a temporada de caça de
para a frente. Estou dialogando com governadores, prefeitos, inverno de 2014-2015, mas retomou a pesca no ano seguinte.
líderes de todos os tipos em nossas sociedades. Pessoas de Confrontos entre baleeiros japoneses e defensores dos
fé. Pessoas na linha de frente da luta climática. Mulheres. E os animais
jovens, que representam o nosso futuro”, continuou o premiê. O Oceano Antártico já foi cenário de confrontos en-
Todo o discurso de Frank Bainimarama é um forte apelo tre baleeiros japoneses e defensores dos cetáceos. No mês
porque ele tem certeza de que é preciso aumentar a resiliência passado, a organização ecologista Sea Shepherd anunciou a
de seu país contra as tormentas que virão pela frente, cada vez desistência de tentar impedir a ação dos baleeiros japoneses
mais fortes. Para isso, quer juntar sociedade civil, empresários no Sul, reconhecendo seus próprios limites ante a potência
e governos. Para isso, conta também com a performance dos marítima nipônica.
jovens que estão navegando no Peace Boat. De fato, não há A Noruega, que se opôs à moratória de 1986 e considera
como ficar imune a depoimentos como o de Selina Leem, que que esta não a afeta, e a Islândia, são os únicos dois países no
na COP-21, em Paris, foi a mais jovem delegada. No encerra- mundo que praticam abertamente a caça comercial. O Japão
mento do encontro, ela emocionou a todos com suas palavras: tenta provar que a população de cetáceos é suficientemente
“Tenho 18 anos e desde que nasci fico muito nervosa grande para suportar a retomada da caça comercial.
quanto à minha casa. Hoje estou ainda mais. O meu país é O consumo da baleia tem uma longa tradição no Japão,
muito afetado pela subida do nível das águas. Quando a água onde a caça é praticada há muitos séculos. A indústria baleeira
sobe, arrasta-se por todo o lado. Toda a ilha é inundada.” teve seu auge depois da Segunda Guerra Mundial. Mas a de-
Hoje com a equipe do Peace Boat, a jovem deu entrevista manda dos consumidores japoneses caiu consideravelmente
à reportagem do jornal “O Público” e listou o que, para ela, nos últimos anos, o que provoca muitos questionamentos so-
pode ser feito para acabar com seu problema: bre o sentido das missões científicas.
“Educar as pessoas. Falar com os líderes políticos. Tirar fo- Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
tografias. Fazer discursos públicos. Há muitas pequenas coisas
que todos podemos fazer”, disse ela. CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Selina vai precisar mesmo desse discurso quando o navio Pea- A SURPREENDENTE RAZÃO PELA QUAL OS INVEN-
ce Boat chegar a Nova York, o que está previsto para o mês que TORES DA PÍLULA ANTICONCEPCIONAL DECIDIRAM QUE
vem. Lá ela vai se encontrar com representantes das Nações Uni- AS MULHERES DEVERIAM CONTINUAR MENSTRUANDO
das, e o pedido não é qualquer coisa: os países-ilha querem uma VOCÊ JÁ SE PERGUNTOU POR QUE A PÍLULA DEVE SER
mudança radical no consumo de combustíveis fósseis do mundo TOMADA POR TRÊS SEMANAS E SEU USO, INTERROMPI-
todo para que o aquecimento se mantenha a 1.5 grau acima do DO NA QUARTA? ALGUNS PODEM IMAGINAR QUE SEUS
que era na Revolução Industrial. É este o único jeito, afirmam CRIADORES TENHAM FEITO ISSO POR RAZÕES MÉDICAS,
os cientistas, de os impactos não aumentarem de intensidade. MAS O MOTIVO NÃO FOI CIENTÍFICO, MAS CULTURAL.
Além disso, querem também um financiamento. Vão precisar A pílula anticoncepcional é considerada por muitos
de dinheiro para enfrentar os problemas causados por furacões, como um símbolo da emancipação feminina ao permitir a
como o Irma, que recentemente atingiu parte da costa dos Esta- elas ter relações sexuais sem medo de engravidar. No en-
dos Unidos, México e ilhas do Caribe. Não vai ser fácil convencer. tanto, a história por trás do seu desenvolvimento não teve
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 muito a ver com essa ideia.
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ATUALIDADES
Por exemplo: você já se perguntou por que o ciclo de uso Por sua vez, Ettachfini afirmou em seu artigo que na ver-
pílula envolve tomá-la por três semanas e interromper o uso dade existem dois anticoncepcionais orais que podem ser
(ou adotar um placebo) na quarta semana? Alguns podem tomados de forma contínua, sem sangramentos mensais. O
imaginar que seus criadores, John Rock e Gregory Pincus, Seasonale foi lançado em 2003 e propõe só quatro menstrua-
tenham feito isso por razões médicas, mas o motivo não foi ções por ano: uma a cada estação. E, em 2007, foi aprovada a
científico, mas cultural. primeira pílula sem pausas para menstruar, a Lybrel.
Rock era um católico devoto, e para ele era importante Críticos
obter a aprovação do Vaticano. Por isso, ele queria que o siste- Ainda que chame atenção o fato de que poucas mulheres
ma anticoncepcional fosse o mais parecido possível com outro saibam que podem optar por não menstruar, também não há
já aprovado pela Igreja Católica, o método rítmico, conhecido um consenso de que isso seja uma boa ideia.
popularmente como tabelinha, que consiste em não fazer sexo Há cientistas que inicialmente advertiram não haver es-
no período de ovulação, quando a mulher está fértil. tudos consistentes sobre o efeito para uma mulher de não
Por isso, Rock pensou que, se a pílula emulasse o ciclo menstruar por longos períodos de tempo. Mas especialistas
natural, poderia ser vista com bons olhos pelo papa. Mas seu concordam que isso não gera problemas de saúde.
plano fracassou. Há ainda quem alerte sobre os perigos de se tomar a pí-
A pílula foi aprovada em 1960 e tornou-se muito popu- lula, em especial por períodos prolongados.
lar, mas a Igreja levou quase uma década para se manifestar O site Broadly publicou um ano atrás que há cada vez
publicamente e, quando o fez, condenou o método por con- mais estudos que falam da existência de um vínculo entre o
siderá-lo “artificial”. uso de anticoncepcionais hormonais e a depressão, citando
Esquecimento um uma pesquisa dinamarquesa que mostrou que adolescen-
A essa altura, a principal preocupação já não era a Igreja, tes que tomavam a pílula tinham “um risco 80% maior” de
mas as mulheres. Como se tratava da reprodução (de evitá-la, terem de tomar antidepressivos.
para ser mais preciso), alguns homens se preocupavam em Por outro lado, para algumas mulheres, menstruar é uma
deixar essa responsabilidade na mão delas. parte fundamental de sua identidade, ainda que outras se
O sistema criado por Rock e Pincus exige que as mulheres recusem a associar o ciclo reprodutivo com a identidade de
sigam com muita atenção seu ciclo de uso, tomando a pilula gênero.
por 21 dias e interrompendo por sete. Caso se esqueçam de A certeza é que, no fim das contas, o importante é que as
alguma dose, perde-se o efeito anticoncepcional. mulheres saibam que têm mais de uma opção.
Preocupado com a possibilidade de sua mulher se es- Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
quecer da pílula diária, um homem chamado David Wagner,
que era pai de quatro filhos, criou em 1961 uma embalagem INJEÇÃO DE ANTICORPOS É PROPOSTA DE TRATA-
redonda que permite ver se a mulher está tomando a pílula MENTO PREVENTIVO CONTRA ZIKA EM GESTANTES
corretamente. Várias empresas farmacêuticas copiaram o mo- CIENTISTAS TESTARAM ANTICORPOS SELECIONA-
delo, que segue popular ainda hoje em alguns países. DOS EM LABORATÓRIO EM PRIMATAS COM PROTEÇÃO
A forma de promover essa nova apresentação da pílula DE 100%.
revela muito sobre aquela época, como ressaltou a jornalista
Leila Ettachfini em um artigo no site Broadly. “Fácil para que Um grupo de pesquisadores da Universidade de Miami,
você explique... e para que ela use”, dizia um anúncio de 1964 do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Universidade
da empresa Ortho-Novum. Outra publicidade, de 1969, da de São Paulo (USP) obteve respostas positivas em macacos
marca Lyndiol dizia aos médicos para “proteger sua paciente rhesus para um futuro tratamento preventivo contra zika em
do próprio esquecimento”. gestantes. Os resultados foram publicados nesta quarta-feira
‘Nenhuma razão médica’ (4), na revista científica “Science Translational Medicine”.
Muitos especialistas acreditam que os inventores da pí- O macaco rhesus tem reação parecida ao ser humano ao
lula podiam ter evitado tudo isso -- e não apenas porque a entrar em contato com o zika: o vírus consegue infectar, se
sociedade finalmente aceitou, com o tempo, que as mulheres replicar e causar danos aos fetos. Por isso, os cientistas esco-
não precisavam de um homem para lhes explicar nada. lheram a espécie para os testes em animais.
O médico baiano Elsimar Coutinho, coautor do livro Antes de chegar à fase com os primatas, os cientistas
Menstruação, a Sangria Inútil (Gente, 1996), argumenta que “a passaram por algumas etapas. Anticorpos são moléculas li-
ovulação incessante não cumpre nenhum propósito” e que as beradas pelas células para “proteger” o corpo. As primeiras
mulheres, se assim quiserem, podem tomar a pílula por perío- referências à existência deles na ciência são datadas do final
dos mais longos para evitar não apenas a gravidez, mas a pró- do século XIX.
pria menstruação, que é muitas vezes incômoda e dolorosa. Se eles são conhecidos há tanto tempo, por que só agora
O jornalista e sociólogo Malcom Gladwell apoiou essa resolveram usá-los em um tratamento contra o zika?
ideia em 2000 em um ensaio publicado na revista “The New O trabalho dos cientistas foi identificar quais são as cé-
Yorker” sobre o ciclo de 28 dias idealizado por Rock e Pincus lulas de imunização mais eficientes contra o zika, trabalho de
dizendo: “Não havia e não há nenhuma razão médica para engenharia genética eficiente, mas recente e não populariza-
isso”. do. Primeiro, eles extraíram, isolaram e purificaram 91 an-
Coutinho, diz Gladwell, destaca que a menstruação ticorpos monoclonais do sangue humano, a partir de um
gera uma série de problemas de saúde que poderiam ser paciente que estava infectado pelo vírus -- ou seja: nesta
evitados ao suprimi-la: dores abdominais, alterações no es- época, a pessoa estava produzindo uma grande quantida-
tado de ânimo, enxaquecas, endometriose e anemia. de para combater a doença.
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ATUALIDADES
Depois, os cientistas precisaram identificar entre esse vasto Faça você mesmo
número de moléculas produzidas pelo paciente quais eram os A palavra hacking não é novidade. No Brasil, costuma
mais eficientes contra o zika. Foram feitos testes em laboratório ser associada à ideia de hackers que invadem computado-
para ver as opções que melhor neutralizavam o vírus. Os anti- res e roubam dados, os «piratas de computadores».
corpos monoclonais chamados SMZAb1, SMZAb2 e SMZAb5 Mas o conceito de hacking na verdade é muito mais
foram os mais eficazes. Chegou-se a um coquetel com esse trio. amplo – e não está necessariamente ligado à ações mali-
Testes em macacos ciosas. Em seu sentido original, significa fazer modificações
Nos Estados Unidos, um grupo de oito macacos rhesus em sistemas ou programas para obter um recurso que an-
passou por testes para verificar a eficiência de proteção com tes não estava disponível, encontrar uma melhoria ou cor-
esse coquetel. Quatro receberam o trio de anticorpos e os ou- rigir um problema.
tros quatro receberam um placebo. Um dia depois, foram in- Existe inclusive a chamada “cultura hacker”, uma ideo-
fectados pelo vírus da zika isolado pela equipe do IOC/Fiocruz logia que prega amplo acesso à tecnologia, livre circulação
em 2016, extraído de um paciente do Rio de Janeiro.
de informação, descentralização de conhecimento e ino-
De acordo com o artigo publicado nesta quarta, a taxa de
vação.
proteção nos animais chegou a 100%. Testes adicionais de-
O hacking também não precisa estar restrito ao mundo
monstraram que os anticorpos continuaram ativos e em altas
quantidades seis meses após a injeção. da informática: o biohacking une o universo da biologia
Uma dose desta junção de anticorpos pode ser uma saí- com a cultura hacker, formando a Biologia DIY, que quer
da mais segura para gestantes durante a gestação. De acor- dizer “do it yourself”, ou “faça você mesmo”.
do com a pesquisadora e uma das autoras do artigo, Myrna “A ideia é democratizar a tecnologia, mostrar que a
Bonaldo, do IOC/Fiocruz, as vacinas são boas soluções, mas ciência não precisa se restringir à área da universidade. É
podem apresentar ainda algum risco para as grávidas porque ampliar o número de experiências possíveis com menos re-
são feitas com o vírus atenuado (“enfraquecido”). cursos”, diz o colombiano Andres Ochoa, consultor de tec-
“Para as pessoas em geral, a infecção pelo vírus da zika nologia e criador da rede SynTechBio, que reúne biohackers
não causa grandes problemas. Uma vacina resolve. Agora, du- da América Latina. A rede tem como membros pelo menos
rante a gravidez que ocorre o problema é maior. Não podemos 14 grupos espalhados pelo continente, três deles no Brasil.
correr o risco de tentar prevenir a mãe e atingir o bebê», disse. O biohacking é essencialmente interdisciplinar, ou seja,
O próximo passo será a administração do coquetel em atrai pessoas de áreas como Física, Design, Artes, Compu-
primatas gestantes e, na fase seguinte, em seres humanos. tação e Matemática. “Elas juntam seus conhecimentos à
Já prevendo uma possível ocorrência de reação adversa do Biologia para desenvolver projetos”, diz Ochoa.
sistema imunológico em caso de infecção por dengue, que é da Claro que, assim como hackers de computadores, os
família dos flavivírus, assim como o zika, os especialistas realiza- interessados precisam ter um bom conhecimento no as-
ram pequenas modificações na estrutura genética dos anticorpos sunto para poder se aventurar em ações mais inovadoras.
monoclonais para tornar sua administração ainda mais segura. Mas isso não significa ter doutorado em Biotecnologia, diz
Desta forma, o coquetel também poderia ser utilizado por pes- a professora Liza Felicori, da Universidade Federal de Minas
soas com histórico de infecção por dengue, incluindo gestantes. Gerais (UFMG).
A descoberta também contou com a colaboração de es- “A Biologia é bastante acessível, é possível fazer o co-
pecialistas do Instituto de Pesquisa Scripps, da Universidade nhecimento se popularizar. Tanto que às vezes a gente faz
de Emory, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Uni- experimentos com alunos de ensino médio e eles enten-
dos e do Instituto Ragon. dem, fazem bem. Conseguem tranquilamente extrair o
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
DNA de um morango, por exemplo”, afirma ela, que está
montando um laboratório aberto para pessoas de fora da
DE TESTE DE DNA CASEIRO A ORGANISMOS GENE-
TICAMENTE MODIFICADOS: OS PROJETOS DOS BIOHAC- universidade.
KERS BRASILEIROS “Muitas vezes, a universidade fica fechada demais em
ENTUSIASTAS DA BIOLOGIA “FAÇA VOCÊ MESMO” si mesma. Os jovens não têm os bloqueios de quem lida
CRIAM SEUS PRÓPRIOS EQUIPAMENTOS, FAZEM EXPE- com as dificuldades da ciência há anos e acabam trazendo
RIMENTOS FORA DA UNIVERSIDADE E PROCURAM SO- novas soluções.”
LUÇÕES PARA PROBLEMAS DO COTIDIANO. Chips e DNA
Parece um papo comum: um grupo de jovens que ainda Há três principais subdivisões na Biologia DIY. Grupos
não se formou na faculdade se reúne ao redor de um porção de focados em fazer experimentos para encontrar soluções;
esfirras baratas e discute se aquela carne tem origem duvidosa. pessoas interessadas em desenvolver e baratear equipa-
A paranoia sobre a origem da proteína animal é fre- mentos e em montar laboratórios coletivos que possibili-
quente, mas, nessa turma, a conversa não fica só na teoria tem esses experimentos; e uma terceira vertente, interessa-
conspiratória: reunidas em um laboratório de garagem, as da em modificações corporais tecnológicas.
amigas estão testando protocolos para fazer um teste de Nessa última área estão, por exemplo, pessoas que in-
procedência da carne. Isso mesmo: checar se o DNA da- jetam chips e ímãs sob a pele e fazem experimentações co-
quela amostra é realmente bovino. locando substâncias e até mesmo circuitos eletrônicos no
Bem-vindo ao mundo do biohacking: um universo onde entu- próprio corpo. Essa é a vertente do biohacking que acaba
siastas fazem uso da biologia de maneira amadora em resposta a uma chamando mais atenção, mas também atrai críticas dentro
curiosidade científica, uma dúvida pessoal ou um problema coletivo. do movimento.
20
ATUALIDADES
“É um grupo muito pequeno que faz isso. Chamam instrução que serve de base para a produção da substância,
atenção, mas são minoria. Estamos falando de tecnologias usada no tratamento de diabetes, de maneira mais barata
que estão evoluindo cada vez mais rápido. Não faz senti- e acessível. O projeto conseguiu arrecadar U$ 16 mil ( R$
do você colocar em seu corpo um negócio que em pouco 50 mil) no Experiment, uma plataforma de financiamento
tempo vai ficar obsoleto”, diz Andres Ochoa. coletivo para pesquisas científicas.
Ele argumenta que a grande tendência são as tecno- No Brasil, não há legislação específica para “laborató-
logias “usáveis”, como relógios inteligentes e circuitos que rios de garagem”, no entanto, tudo o que é produzido fica
podem ser colados sobre a pele e removidos com facilida- sujeitos à legislação específica para aquele produto. Remé-
de. dios, por exemplo, terão de passar por aprovação da Anvisa
“Em geral, quem faz isso na verdade está fazendo uma antes de serem distribuídos.
declaração, é mais um ato simbólico do que uma coisa que Por isso, os biohackers acabam criando empresas e
tenha uma grande função prática”, diz o biohacker Otto muitas vezes profissionalizando o que era um hobby. A en-
Heringer, de São Paulo, que começou a fazer experimentos genheira química Clarissa Lopes, o estudante de Engenha-
como distração e acabou criando uma pequena empresa ria Aeroespacial Lucas Milagres e o estudante de Bioinfor-
para criar um novo defensivo agrícola através do desliga- mática Carlos Gonçalves criaram uma empresa para tocar
mento de um gene de pragas. seu projeto de usar bactérias na produção de calcitriol, um
Um de seus sócios, Erico Perrella, implantou um chip medicamento usado no tratamento de insuficiência crônica
RFID na mão em 2014 - sua intenção era usar o mecanismo renal.
para dar partida em sua kombi, mas o carro acabou vendi- “A indústria farmacêutica usa hoje outro processo, de
do, e o chip, que ainda está em sua mão, hoje não tem mais bem mais difícil acesso. Não há nenhum produtor local”,
utilidade para ele. afirma Gonçalves, que evita divulgar mais detalhes do pro-
Já dentro do campo das experimentações, as possibi- jeto por ainda não ter registrado uma patente. Sua expec-
lidades trazidas pela Biologia DIY são inúmeras. A ideia de tativa é chegar a um forma de produção mais barata do
analisar a origem de alimentos, por exemplo, se baseia em remédio.
uma técnica chamada DNA Barcoding (Codigo de Barras de Laboratórios
DNA, em tradução livre). O Brasil já tem diversos laboratórios “de garagem”
Todo segundo sábado do mês o centro Genspace, em abertos, com impressoras 3D e outros materiais para quem
Nova York, abre seu laboratório para que as pessoas levem é adepto do faça-você-mesmo — como o Olabi, no Rio de
suas próprias amostras de alimentos e façam testes do tipo. Janeiro, e o Garoa Hackerspace e os FabLabs da Prefeitura
Há quem invista na divulgação científica e nas possibilida- de São Paulo.
des educacionais da Biologia DIY. Para trabalhar com “Biologia de Garagem”, no entanto,
É o caso do carioca Filipe Oliviera, um dos criadores é preciso um pouco mais: áreas separadas, estéreis, com
do Conector Ciência, iniciativa que visa colocar em conta- equipamentos específicos e protocolos de biossegurança.
to escolas com métodos de ensino de baixo custo e fazer São os chamados wetlabs, laboratórios “molhados”, porque
os próprios alunos construírem os equipamentos. Dá para lidam com componentes vivos.
descobrir a biodiversidade com um microscópio de papel, O espaço aberto pela professora Liza Felicori, da Uni-
fazer a automação de luzes com sensores de luminosidade, versidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é um deles. Ele
entre outros usos. já recebeu os equipamentos e deve abrir até o fim do ano.
Outro caminho comum é o desenvolvimento de novos Há microscópios, estufa, pipetas, uma centrífuga (para se-
materiais, como fez o estudante de Biotecnologia baiano parar componentes de soluções), uma impressora 3D, uma
Geisel Alves, que ajudou uma ONG a criar um mecanismo máquina de PCR (para reproduzir DNA em grandes quanti-
que converte fibra do coco verde em papel reciclável usan- dades) e um nanodrop (que mede a concentração de mo-
do métodos caseiros e materiais acessíveis. léculas).
“É um material fibroso genérico que você mistura com A estudante Carol Gonzaga também montou um des-
outros materiais para fazer várias coisas. Além do papel, dá ses espaços, o Hub, com outros cinco biohackers no Rio de
pra fazer telha, piso, tijolo”, explica Alves. “Aqui, o alto con- Janeiro. O laboratório fica atualmente em um local improvi-
sumo de coco é um problema grande, porque eles acabam sado, mas será levado para um galpão de 320 m².
empilhados nas praias. Atrai ratos, mosquito da dengue.” “Terá um espaço de fabricação digital, uma cozinha ex-
“Novos materiais são um nicho”, diz Andres Ochoa. “No perimental, laboratório de biohacking e um laboratório de
Brasil já se trabalha com produção de um tecido ecológico mídia para lidar com eletrônica e comunicação”, explica ela,
que parece com couro a partir dos micro-oganismos que que conseguiu apoio do parque tecnológico da Universida-
fazem kombucha (uma bebida fermentada).” de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Manipular micro-organismos também é muito útil para Interessado em baratear equipamentos para esses la-
tornar alguns tipos de fármacos mais acessíveis. Andrés boratórios, o brasileiro André Maia Chagas desenvolveu
Ochoa participou da fase inicial do projeto Open Insulin, projetos nesse sentido e acabou lançando a start-up [em-
em que um grupo de 16 biohackers se uniu para criar um presa iniciante de tecnologia] Prometheus Science, na Ale-
protocolo open source (aberto) de insulina - espécie de manha.
21
ATUALIDADES
22
RACIOCÍNIO LÓGICO
1 Conceitos básicos de raciocínio lógico: proposições; valores lógicos das proposições; sentenças abertas; número de
linhas da tabela verdade; conectivos; proposições simples; proposições compostas. 2 Tautologia....................................... 01
Lógica de argumentação....................................................................................................................................................................................... 09
Diagramas lógicos e lógica de primeira ordem............................................................................................................................................ 13
Equivalências.............................................................................................................................................................................................................. 19
Leis de demorgan..................................................................................................................................................................................................... 23
Sequëncia lógica....................................................................................................................................................................................................... 26
Princípios de contagem e probabilidade........................................................................................................................................................ 30
Operações com conjunto...................................................................................................................................................................................... 37
Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais............................................................................ 42
Porcentagem.............................................................................................................................................................................................................. 63
RACIOCÍNIO LÓGICO
PROF. EVELISE LEIKO UYEDA AKASHI Vamos ver alguns princípios da lógica:
Especialista em Lean Manufacturing pela Pontifícia
Universidade Católica- PUC Engenheira de Alimentos pela
I. Princípio da não Contradição: uma proposição não
Universidade Estadual de Maringá – UEM. Graduanda em
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
Matemática pelo Claretiano.
II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição
“ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se
sempre um desses casos e nunca um terceiro caso.
1 CONCEITOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO
LÓGICO: PROPOSIÇÕES; VALORES LÓ- Valor Lógico das Proposições
GICOS DAS PROPOSIÇÕES; Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição a
SENTENÇAS ABERTAS; NÚMERO DE verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se
LINHAS DA TABELA VERDADE; CONECTIVOS; a proposição é falsa (F).
PROPOSIÇÕES SIMPLES; PROPOSIÇÕES
COMPOSTAS. 2 TAUTOLOGIA. Exemplo
p: Thiago é nutricionista.
V(p)= V essa é a simbologia para indicar que o valor
lógico de p é verdadeira, ou
Proposição V(p)= F
Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos
que exprimem um pensamento de sentido completo. Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou fal-
so, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem valor
Nossa professora, bela definição! lógico falso.
Não entendi nada!
Classificação
Vamos pensar que para ser proposição a frase tem que
fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia, mas Proposição simples: não contém nenhuma outra pro-
também no sentido lógico. posição como parte integrante de si mesma. São geral-
Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
proposição, temos que conseguir julgar se a frase é verda- E depois da letra colocamos “:”
deira ou falsa.
Exemplo:
Exemplos: p: Marcelo é engenheiro
(A) A Terra é azul. q: Ricardo é estudante
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é
uma proposição. Proposição composta: combinação de duas ou mais
(B) >2 proposições. Geralmente designadas pelas letras maiúscu-
las P, Q, R, S,...
Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico
falso. Exemplo:
P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante.
Todas elas exprimem um fato. Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante.
Agora, vamos pensar em uma outra frase: Se quisermos indicar quais proposições simples fazem
O dobro de 1 é 2? parte da proposição composta:
Sim, correto?
Correto. Mas é uma proposição? P(p,q)
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos
declarar se é falso ou verdadeiro. Se pensarmos em gramática, teremos uma proposição
composta quando tiver mais de um verbo e proposição
Bruno, vá estudar. simples, quando tiver apenas 1. Mas, lembrando que para
É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não ser proposição, temos que conseguir definir o valor lógico.
conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto, não
é proposição. Conectivos
Agora vamos entrar no assunto mais interessante: o
Passei! que liga as proposições.
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos co-
de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque nectivos vem a parte prática.
é uma sentença exclamativa.
1
RACIOCÍNIO LÓGICO
-Condicional
Extenso: Se...,então..., É necessário que, Condição ne-
Exemplo cessária
p: Lívia é estudante. Símbolo: →
~p: Lívia não é estudante.
Exemplos
q: Pedro é loiro. p→q: Se chove, então faz frio.
¬q: É falso que Pedro é loiro. p→q: É suficiente que chova para que faça frio.
p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio.
r: Érica lê muitos livros. p→q: É necessário que faça frio para que chova.
~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros. p→q: Fazer frio é condição necessária para chover.
Exemplos
p: Vinícius é professor.
q: Camila é médica. Questões
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica.
p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica. 01. (IFBAIANO – Assistente em Administração –
p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica. FCM/2017) Considere que os valores lógicos de p e q são
V e F, respectivamente, e avalie as proposições abaixo.
- Disjunção I- p → ~(p ∨ ~q) é verdadeiro
II- ~p → ~p ∧ q é verdadeiro
III- p → q é falso
IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q é falso
p: Vitor gosta de estudar.
q: Vitor gosta de trabalhar Está correto apenas o que se afirma em:
2
RACIOCÍNIO LÓGICO
02. (TERRACAP – Técnico Administrativo – QUA- 05. (EBSERH – Médico – IBFC/2017) Sabe-se que p,
DRIX/2017) Sabendo-se que uma proposição da forma q e r são proposições compostas e o valor lógico das pro-
“P→Q” — que se lê “Se P, então Q”, em que P e Q são pro- posições p e q são falsos. Nessas condições, o valor lógico
posições lógicas — é Falsa quando P é Verdadeira e Q é Fal- da proposição r na proposição composta {[q v (q ^ ~p)] v r}
sa, e é Verdadeira nos demais casos, assinale a alternativa cujo valor lógico é verdade, é:
que apresenta a única proposição Falsa.
(A) falso
(A) Se 4 é um número par, então 42 + 1 é um número (B) inconclusivo
primo. (C) verdade e falso
(B) Se 2 é ímpar, então 22 é par. (D) depende do valor lógico de p
(C) Se 7 × 7 é primo, então 7 é primo. (E) verdade
(D) Se 3 é um divisor de 8, então 8 é um divisor de 15.
(E) Se 25 é um quadrado perfeito, então 5 > 7. 06. (PREF. DE TANGUÁ/RJ – Fiscal de Tributos – MS-
CONCURSOS/2017) Qual das seguintes sentenças é clas-
03. (IFBAIANO – Assistente Social – FCM/2017) sificada como uma proposição simples?
Segundo reportagem divulgada pela Globo, no dia
17/05/2017, menos de 40% dos brasileiros dizem praticar (A) Será que vou ser aprovado no concurso?
esporte ou atividade física, segundo dados da Pesquisa Na- (B) Ele é goleiro do Bangu.
cional por Amostra de Domicílios (Pnad)/2015. Além disso, (C) João fez 18 anos e não tirou carta de motorista.
concluiu-se que o número de praticantes de esporte ou de (D) Bashar al-Assad é presidente dos Estados Unidos.
atividade física cresce quanto maior é a escolaridade.
(Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/menos-
07.(EBSERH – Assistente Administrativo –
de-40-dos-brasileiros-dizem-praticar-esporte-ou-ativida-
IBFC/2017) Assinale a alternativa incorreta com relação
de-fisica-futebol-e-caminhada-lideram-praticas.ghtml.
aos conectivos lógicos:
Acesso em: 23 abr. 2017).
Com base nessa informação, considere as proposições
p e q abaixo: (A) Se os valores lógicos de duas proposições forem
falsos, então a conjunção entre elas têm valor lógico falso.
p: Menos de 40% dos brasileiros dizem praticar esporte (B) Se os valores lógicos de duas proposições forem
ou atividade física falsos, então a disjunção entre elas têm valor lógico falso.
q: O número de praticantes de esporte ou de atividade (C) Se os valores lógicos de duas proposições forem
física cresce quanto maior é a escolaridade falsos, então o condicional entre elas têm valor lógico ver-
dadeiro.
Considerando as proposições p e q como verdadeiras, (D) Se os valores lógicos de duas proposições forem
avalie as afirmações feitas a partir delas. falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
falso.
I- p ∧ q é verdadeiro (E) Se os valores lógicos de duas proposições forem
II- ~p ∨ ~q é falso falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
III- p ∨ q é falso verdadeiro.
IV- ~p ∧ q é verdadeiro
08. (DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de
Está correto apenas o que se afirma em: direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou
sua própria legenda, na qual identificava, por letras, algu-
(A) I e II. mas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e
(B) II e III. as vinculava por meio de sentenças (proposições). No seu
(C) III e IV. vocabulário particular constava, por exemplo:
(D) I, II e III.
(E) II, III e IV. P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
04. (UFSBA - Administrador – UFMT /2017) Assinale R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu-
a alternativa que NÃO apresenta uma proposição.
são no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
(A) Jorge Amado nasceu em Itabuna-BA.
(B) Antônio é produtor de cacau.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não re-
(C) Jorge Amado não foi um grande escritor baiano.
(D) Queimem os seus livros. cordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue
o item que se segue.
3
RACIOCÍNIO LÓGICO
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Quando temos duas proposições, não basta colocar só Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o co-
nectivo “ou”.
VF, será mais que duas linhas.
Eu comprei bala ou chocolate.
p q Eu comprei bala e também comprei o chocolate, está
V V certo pois poderia ser um dos dois ou os dois.
V F Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma
F V forma se eu comprei apenas chocolate.
F F Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará
certo.
Observe, a primeira proposição ficou VVFF
E a segunda intercalou VFVF.
Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 possi- p q p ∨q
bilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver um V V V
padrão para se tornar mais fácil! V F V
As possibilidades serão 2n,
F V V
Onde:
n=número de proposições F F F
p q r -Disjunção Exclusiva
V V V
V F V Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei
chocolate OU comprei bala.
V V F
Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mesmo
V F F tempo.
F V V
F F V p q p∨q
V V F
F V F
V F V
F F F F V V
F F F
A primeira proposição, será metade verdadeira e me-
tade falsa.
A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF.
E a terceira VVFFVVFF.
Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos
operadores lógicos?
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RACIOCÍNIO LÓGICO
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo 3
Se João é estudante ou não é estudante, então Mateus
é professor.
P Q ~p p∨~p p∨~p→q
V V F V V
V F F V F
F V V V V
F F V V V
01. (TRT 7ªREGIÃO – Conhecimentos Básicos – CES- 03. (UTFPR – pedagogo – UTFPR/2017) A operação
PE/2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P lógica descrita pela tabela verdade da função Z, cujos ope-
A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- randos são p e q, é:
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de paga-
mento; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
A quantidade mínima de linhas necessárias na tabela-
verdade para representar todas as combinações possíveis
para os valores lógicos das proposições simples que com-
põem a proposição P do texto CB1A5AAA é igual a:
(A) 32.
(A) Conjunção.
(B) 4.
(B) Disjunção.
(C) 8.
(C) Disjunção exclusiva.
(D) 16. (D) Implicação.
(E) Bicondicional.
02. (SERES/PE – Agente de Segurança Penitenciária 04. (POLITEC/MT – Papiloscopista – UFMT/2017)
– CESPE/2017) A partir das proposições simples P: “Sandra Considere a tabela-verdade abaixo, em que nas duas pri-
foi passear no centro comercial Bom Preço”, Q: “As lojas meiras colunas encontram-se os valores-verdade de duas
do centro comercial Bom Preço estavam realizando liquida- proposições A e B. Considere que V é usado para proposi-
ção” e R: “Sandra comprou roupas nas lojas do Bom Preço” ção verdadeira e F para proposição falsa.
é possível formar a proposição composta S: “Se Sandra foi
passear no centro comercial Bom Preço e se as lojas desse
centro estavam realizando liquidação, então Sandra com-
prou roupas nas lojas do Bom Preço ou Sandra foi passear
no centro comercial Bom Preço”. Considerando todas as
possibilidades de as proposições P, Q e R serem verdadei-
ras (V) ou falsas (F), é possível construir a tabela-verdade da
proposição S, que está iniciada na tabela mostrada a seguir.
7
RACIOCÍNIO LÓGICO
Assinale a sequência que completa correta e respecti- 08. A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre ver-
vamente a tabela com os valores-verdade de x, y, z, t. dadeira, independentemente das valorações de P e Q como
verdadeiras ou falsas.
(A) V, F, V, V ( )certo ( )errado
(B) V, F, F, F
(C) F, V, V, F
(D) F, V, F, V 09. Tendo como referência essa situação hipotética,
julgue o item que se segue.
05. (AGREBRA – Técnico em Regulação – IBFC/2017)
A sentença P→S é verdadeira.
Assinale a alternativa correta. O valor lógico do bicondicio-
nal entre duas proposições é falso se:
( )certo ( )errado
(A) os valores lógicos das duas proposições forem fal-
sos .
(B) o valor lógico de cada uma das proposições for ver- 10. Tendo como referência essa situação hipotética,
dade. julgue o item que se segue.
(C) o valor lógico da primeira proposição for falso.
(D) o valor lógico da segunda proposição for falso. A sentença Q→R é falsa.
(E) somente uma das proposições tiver valor lógico fal- ( )certo ( )errado
so.
06. (PREF. DE SÃO JOSÉ DO CERRITO/SC – Assitente 11. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere as
Social – IESES/2017) Assinale a alternativa INCORRETA so- seguintes proposições:
bre lógica proposicional:
I) p ∧ ~p
(A) A disjunção inclusiva é falsa apenas quando ambas II) p → ~p
as proposições são falsas. III) p ∨ ~p
(B) A negação de uma proposição é falsa se ela for ver-
IV) p →~q
dadeira, e vice-versa.
(C) A conjunção é verdadeira apenas quando ambas as
proposições são verdadeiras. Assinale a alternativa correta.
(D) A implicação ou condicional é falsa quando ambas
as proposições são falsas. (A) Somente I e II são tautologias.
(B) Somente II é tautologia.
07. (PREF. DE TANGUÁ/RJ – Fiscal de Tributos – MS- (C) Somente III é tautologia.
CONCURSOS/2017) A tabela-verdade da proposição (p (D) Somente III e a IV são tautologias.
->q) ^r <->(p^~r) possui: (E) Somente a IV é tautologia.
(A) 4 linhas
(B) 8 linhas 12 (FUNDAÇÃO HEMOCENTRO DE BRASILIA/DF – Ad-
(C) 16 linhas ministração – IADES/2017) Assinale a alternativa que apre-
(D) 32 linhas senta uma tautologia.
P: Cometeu o crime A.
Respostas
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu-
são no regime fechado. 01. Resposta: C.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança. P: A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não denciárias.
recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafian- Q: apresentou os comprovantes de pagamento.
çável. R: o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue Número de linhas: 2³=8.
os itens que se seguem.
8
RACIOCÍNIO LÓGICO
07. Resposta: B.
São três proposições: 2³=8 LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
08. Resposta: Certo.
Analisando as duas tabelas, qualquer valor lógico que
colocarmos dará verdadeiro. Argumentos
Exemplo:
V(P)=V Um argumento é um conjunto finito de premissas (pro-
V(Q)=V posições ), sendo uma delas a consequência das demais.
V(~P)=F Tal premissa (proposição), que é o resultado dedutivo ou
V(~Q)=F consequência lógica das demais, é chamada conclusão. Um
V(P→Q)=V argumento é uma fórmula: P1 ∧ P2 ∧ ... ∧ Pn → Q
V(~Q→~P)=V OBSERVAÇÃO: A fórmula argumentativa P1 ∧ P2 ∧ ...
V((P→Q)↔((~Q→(~P))==V ∧ Pn → Q, também poderá ser representada pela seguinte
forma:
-Condicional
p q p →q
V V V
V F F
F V V
F F V
9
RACIOCÍNIO LÓGICO
João é culpado se e somente se Pedro é inocente 03. (PC/AC – Agente de Polícia Civil – IBADE/2017)
(V) (V) Sabe-se que se Zeca comprou um apontador de lápis azul,
Ora, Pedro é inocente então João gosta de suco de laranja. Se João gosta de suco
de laranja, então Emílio vai ao cinema. Considerando que
(V)
Emílio não foi ao cinema, pode-se afirmar que:
Sabendo que João é culpado, vamos analisar a primeira
(A) Zeca não comprou um apontador de lápis azul.
premissa
(B) Emílio não comprou um apontador de lápis azul.
Ou João é culpado ou Antônio é culpado.
(C) Zeca não gosta de suco de laranja.
Então, Antônio é inocente, pois a disjunção exclusiva só
(D) João não comprou um apontador de lápis azul.
é verdadeira se apenas uma das proposições for.
(E) Zeca não foi ao cinema.
10
RACIOCÍNIO LÓGICO
04. (UFSBA – Administrador – UFMT/2017) São da- É correto concluir que, nesse dia, Carlos:
dos os seguintes argumentos:
ARGUMENTO 1 (A) correu e andou;
(B) não correu e não andou;
P1: Iracema não gosta de acarajé ou Iracema não é so- (C) andou e não teve companhia;
teropolitana. (D) teve companhia e andou;
P2: Iracema é soteropolitana. (E) não correu e não teve companhia.
C:
07. (PREF. DE SÃO PAULO – Assistente de Gestão de
Políticas Públicas – CESPE/2016) As proposições seguin-
ARGUMENTO 2
tes constituem as premissas de um argumento.
P1: Se Aurélia não é ilheense, então Aurélia não é pro-
dutora de cacau. • Bianca não é professora.
P2: Aurélia não é ilheense. • Se Paulo é técnico de contabilidade, então Bianca é
C: professora.
• Se Ana não trabalha na área de informática, então
ARGUMENTO 3 Paulo é técnico de contabilidade.
P1: Lucíola é bailarina ou Lucíola é turista. • Carlos é especialista em recursos humanos, ou Ana
P2: Lucíola não é bailarina. não trabalha na área de informática, ou Bianca é professora.
C:
Assinale a opção correspondente à conclusão que tor-
ARGUMENTO 4 na esse argumento um argumento válido.
P1: Se Cecília é baiana, então Cecília gosta de vatapá.
P2: Cecília não gosta de vatapá. (A) Carlos não é especialista em recursos humanos e
C: Paulo não é técnico de contabilidade.
(B) Ana não trabalha na área de informática e Paulo é
Pode-se inferir que técnico de contabilidade.
(C) Carlos é especialista em recursos humanos e Ana
(A) Lucíola é turista.
trabalha na área de informática.
(B) Cecília é baiana.
(D) Bianca não é professora e Paulo é técnico de con-
(C) Aurélia é produtora de cacau. tabilidade.
(D) Iracema gosta de acarajé. (E) Paulo não é técnico de contabilidade e Ana não tra-
balha na área de informática.
05. (COPERGAS/PE – Auxiliar Administrativo –
FCC/2016) Considere verdadeiras as afirmações a seguir: 08. (PREF. DE SÃO GONÇALO – Analista de Contabi-
lidade – BIORIO/2016) Se Ana gosta de Beto, então Beto
I. Laura é economista ou João é contador. ama Carla. Se Beto ama Carla, então Débora não ama Luiz.
II. Se Dinorá é programadora, então João não é con- Se Débora não ama Luiz, então Luiz briga com Débora. Mas
tador. Luiz não briga com Débora. Assim:
III. Beatriz é digitadora ou Roberto é engenheiro.
IV. Roberto é engenheiro e Laura não é economista. (A) Ana gosta de Beto e Beto ama Carla.
(B) Débora não ama Luiz e Ana não gosta de Beto.
A partir dessas informações é possível concluir, corre- (C) Débora ama Luiz e Ana gosta de Beto.
tamente, que : (D) Ana não gosta de Beto e Beto não ama Carla.
(E) Débora não ama Luiz e Ana gosta de Beto.
(A) Beatriz é digitadora.
09. (PREF. DE RIO DE JANEIRO – Administrador –
(B) João é contador.
PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Considerem-se verda-
(C) Dinorá é programadora.
deiras as seguintes proposições:
(D) Beatriz não é digitadora.
(E) João não é contador. P1: André não gosta de chuchu ou Bruno gosta de be-
terraba.
06. (MPE/RJ – Analista do Ministério Público – P2: Se Bruno gosta de beterraba, então Carlos não gos-
FGV/2016) Sobre as atividades fora de casa no domingo, ta de jiló.
Carlos segue fielmente as seguintes regras: P3: Carlos gosta de jiló e Daniel não gosta de cenoura.
- Ando ou corro.
Assim, uma conclusão necessariamente verdadeira é a
- Tenho companhia ou não ando.
- Calço tênis ou não corro. seguinte:
Domingo passado Carlos saiu de casa de sandálias.
11
RACIOCÍNIO LÓGICO
(A) André não gosta de chuchu se, e somente se, Daniel 03. Resposta: A.
gosta de cenoura. Considerando que Emílio não foi ao cinema:
(B) Se André não gosta de chuchu, então Daniel gosta
de cenoura. Se João gosta de suco de laranja, então Emílio vai ao
(C) Ou André gosta de chuchu ou Daniel não gosta de cinema.
cenoura. F F
(D) André gosta de chuchu ou Daniel gosta de cenou- Zeca comprou um apontador de lápis azul, então João
ra. gosta de suco de laranja.
F F
10. (DPU – Agente Administrativo – CESPE/2016)
Considere que as seguintes proposições sejam verdadeiras. 04. Resposta: A.
Vamos analisar por alternativa, pois fica mais fácil que
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. analisar cada argumento.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. OBS: Como a alternativa certa é a A, analisarei todas as
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. alternativas, para mostrar o porquê de ser essa a correta.
• Quando Fernando está estudando, não chove.
• Durante a noite, faz frio. (A) Lucíola é turista.
Eu acho mais fácil fazer sempre com as premissas ver-
Tendo como referência as proposições apresentadas, dadeiras.
julgue o item subsecutivo. ARGUMENTO 3
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estu- P1: Lucíola é bailarina ou Lucíola é turista.
dando. F V
certo errado P2: Lucíola não é bailarina.(V)
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RACIOCÍNIO LÓGICO
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Pensemos nessa frase: Toda criança é linda. a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-
tos em comum.
Nenhum A é B é necessariamente falsa.
Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar
que TODA criança é linda? Por isso é falsa.
Algum A é B.
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como c) Não há elementos em comum entre os dois conjun-
ficam os valores lógicos das outras? tos
Frase: Algum copo é de vidro.
O quantificador universal
O quantificador existencial
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Negações de proposições quantificadas ou funcionais (A) qualquer pessoa que não gosta de computadores é
Seja uma sentença (∀x)(A(x)). um programador.
Negação: (∃x)(~A(x)) (B) todas as pessoas que gostam de computadores não
são programadores.
Exemplo (C) dentre aqueles que não gostam de computadores,
(∀x)(2x-1=3) alguns são programadores.
Negação: (∃x)(2x-1≠3) (D) para ser programador é necessário gostar de com-
putador.
(E) qualquer pessoa que gosta de computador será um
bom programador.
Seja uma sentença (∃x)(Q(x)).
Negação: (∀x)(~Q(x)).
04. (COPERGAS/PE - Analista Tecnologia da Infor-
(∃x)(2x-1=3)
mação
Negação: (∀x)(2x-1≠3)
- FCC/2016) É verdade que todo engenheiro sabe ma-
temática. É verdade que há pessoas que sabem matemática
Questões e não são engenheiros. É verdade que existem administra-
dores que sabem matemática. A partir dessas afirmações é
01. (UFES - Assistente em Administração – possível concluir corretamente que:
UFES/2017) Em um determinado grupo de pessoas:
(A) qualquer engenheiro é administrador.
• todas as pessoas que praticam futebol também pra- (B) todos os administradores sabem matemática.
ticam natação, (C) alguns engenheiros não sabem matemática.
• algumas pessoas que praticam tênis também prati- (D) o administrador que sabe matemática é engenhei-
cam futebol, ro.
• algumas pessoas que praticam tênis não praticam (E) o administrador que é engenheiro sabe matemática.
natação.
05. (CRECI 1ª REGIÃO/RJ – Advogado – MSCON-
É CORRETO afirmar que no grupo CURSOS/2016) Considere como verdadeiras as duas pre-
missas seguintes:
(A) todas as pessoas que praticam natação também
praticam tênis. I – Nenhum professor é veterinário;
(B) todas as pessoas que praticam futebol também pra- II – Alguns agrônomos são veterinários.
ticam tênis.
(C) algumas pessoas que praticam natação não prati- A partir dessas premissas, é correto afirmar que, neces-
cam futebol. sariamente:
(D) algumas pessoas que praticam natação não prati- (A) Nenhum professor é agrônomo.
cam tênis. (B) Alguns agrônomos não são professores.
(E) algumas pessoas que praticam tênis não praticam (C) Alguns professores são agrônomos.
futebol. (D) Alguns agrônomos são professores.
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RACIOCÍNIO LÓGICO
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RACIOCÍNIO LÓGICO
08. Resposta: C.
O diagrama C deve ficar para fora, pois todo estudante
de C não é da disciplina B, ou seja, não tem ligação nenhuma.
05. Resposta: B.
Alguns agrônomos são veterinários e podem ser só
agrônomos.
Assim, os estudantes da disciplina A, também não fa-
zem disciplina C e vice-versa.
09. Resposta: A.
06. Resposta: D.
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RACIOCÍNIO LÓGICO
Condicional
Essa parte de equivalência é um pouco mais chatinha, Equivalência fundamentais (Propriedades Funda-
mas conforme estudamos, vou falando algumas dicas. mentais): a equivalência lógica entre as proposições goza
das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva.
Regra da Dupla negação
~~p⇔p 1 – Simetria (equivalência por simetria)
a) p ∧ q ⇔ q ∧ p
p q p∧q q∧p
p ~p ~~p
V F V V V V V
F V F V F F F
F V F F
São iguais, então ~~p⇔p F F F F
Regra de Clavius b) p ∨ q ⇔ q ∨ p
~p→p⇔p p q p∨q q∨ p
V V V V
p ~p ~p→p V F V V
V F V F V V V
F V F F F F F
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RACIOCÍNIO LÓGICO
c) p ∨ q ⇔ q p b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)
p q p∨q q∨p
V V F F q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∨ (p
p q r
V F V V ∨r ∨ r) q ∨r ∨ r)
F V V V V V V V V V V V
F F F F V V F V V V V V
V F V V V V V V
d) p ↔ q ⇔ q ↔ p V F F F V V V V
p q p↔q q↔p F V V V V V V V
V V V V F V F V V V F V
V F F F F F V V V F V V
F V F F F F F F F F F F
F F V V
3 – Idempotência
Equivalências notáveis: a) p ⇔ (p ∧ p)
Para ficar mais fácil o entendimento, vamos fazer duas
1 - Distribuição (equivalência pela distributiva) colunas com p:
a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
p p p∧p
V V V
q p ∧ (q p∧ p (p ∧ q) ∨ (p
p q r F F F
∨r ∨ r) q ∧r ∧ r)
V V V V V V V V b) p ⇔ (p ∨ p)
V V F V V V F V
V F V V V F V V p p p ∨p
V F F F F F F F V V V
F V V V F F F F F F F
F V F V F F F F
F F V V F F F F 4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se
F F F F F F F F outra condicional equivalente à primeira, apenas inverten-
do-se e negando-se as proposições simples que as com-
b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r) põem.
p q r
q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∧ (p Da mesma forma que vimos na condicional mais acima,
∧r ∧ r) q ∨r ∨ r) temos outros modos de definir a equivalência da condicio-
V V V V V V V V nal que são de igual importância
V V F F V V V V
V F V F V V V V 1º caso – (p → q) ⇔ (~q → ~p)
V F F F V V V V p q ~p ~q p → q ~q → ~p
F V V V V V V V V V F F V V
F V F F F V F F V F F V F F
F F V F F F V F F V V F V V
F F F F F F F F F F V V V V
2 - Associação (equivalência pela associativa) 2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p)
a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)
p q ~p ~p → q ~q ~q → p
V V F V F V
q p ∧ (q p (p ∧ q) ∧ (p
p q r p∧q V F F V V V
∧r ∧ r) ∧r ∧ r)
V V V V V V V V F V V V F V
V V F F F V F F F F V F V F
V F V F F F V F
3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p)
V F F F F F F F
F V V V F F F F p q ~q p → ~q ~p q → ~p
F V F F F F F F V V F F F F
F F V F F F F F V F V V F V
F F F F F F F F F V F V V V
F F V V V V
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RACIOCÍNIO LÓGICO
09. Resposta: C.
Vamos pensar da seguinte maneira:
Se todo ato é desonesto, então é passível de punição
Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou “~p∨q”
Nesse caso, as alternativas nos mostram condicional.
Se um ato não é passível de punição, então não é desonesto.
10. Resposta: C.
Lembra da tabela da teoria??
p q p→q ~p ~p∨q
V V V F V
V F F F F
F V V V V
F F V V V
Então
p: Gosto de capivara
q: Gosto de javali
Temos p→q e a equivalência pode ser ~q→~p, mas não temos essa opção.
Portanto, deve ser ~p∨q
Não gosto de capivara ou gosto de javali.
Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo: Nobel – 2002.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier,
2013.
LEIS DE DEMORGAN
p q ~p ~q p∨q ~(p ∨ q) ~p ∧ ~q
V V F F V F F
V F F V V F F
F V V F V F F
F F V V F V V
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RACIOCÍNIO LÓGICO
b) De uma condicional: Definição: A dupla negação de uma condicional dá-se da seguinte forma: nega-se a 1ª parte da
condicional, troca-se o conectivo-condicional pela disjunção e mantém-se a 2a parte.
Demonstração: Seja a proposição primitiva: p → q nega-se pela 1a vez: ~(p → q) ⇔ p ∧ ~q nega-se pela 2a vez: ~(p
∧ ~q) ⇔ ~p ∨ q
Conclusão: Ao negarmos uma proposição primitiva duas vezes consecutivas, a proposição resultante será equivalente
à sua proposição primitiva. Logo, p → q ⇔ ~p ∨ q
Questões
01. (CORREIOS – Engenheiro de Segurança do Trabalho Júnior – IADES/2017) Qual é a negação da proposição
“Engenheiros gostam de biológicas e médicos gostam de exatas.”?
(A) Engenheiros não gostam de biológicas ou médicos não gostam de exatas.
(B) Engenheiros não gostam de biológicas e médicos gostam de exatas.
(C) Engenheiros não gostam de biológicas ou médicos gostam de exatas.
(D) Engenheiros gostam de biológicas ou médicos não gostam de exatas.
(E) Engenheiros não gostam de biológicas e médicos não gostam de exatas.
02. (ARTES - Agente de Fiscalização à Regulação de Transporte - Tecnologia de Informação - FCC/2017) A afirma-
ção que corresponde à negação lógica da frase ‘Vendedores falam muito e nenhum estudioso fala alto’ é:
(A) ‘Nenhum vendedor fala muito e todos os estudiosos falam alto’.
(B) ‘Vendedores não falam muito e todos os estudiosos falam alto’.
(C) ‘Se os vendedores não falam muito, então os estudiosos não falam alto’.
(D) ‘Pelo menos um vendedor não fala muito ou todo estudioso fala alto’.
(E) ‘Vendedores não falam muito ou pelo menos um estudioso fala alto’
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RACIOCÍNIO LÓGICO
03. (IGP/RS – Perito Criminal 0 FUNDATEC/2017) A Proposição Q: A empresa alegou ter pago suas obriga-
negação da proposição “Todos os homens são afetuosos” ções previdenciárias, mas não apresentou os comprovantes
é: de pagamento.
(A) Toda criança é afetuosa. A proposição Q, anteriormente apresentada, está pre-
(B) Nenhum homem é afetuoso. sente na proposição P do texto CB1A5AAA.
(C) Todos os homens carecem de afeto. A negação da proposição Q pode ser expressa por:
(D) Pelo menos um homem não é afetuoso.
(E) Todas as mulheres não são afetuosas.
(A) A empresa não alegou ter pago suas obrigações
04. (TRT – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma afir- previdenciárias ou apresentou os comprovantes de paga-
mação que corresponda à negação lógica da afirmação: mento.
todos os programas foram limpos e nenhum vírus perma- (B) A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
neceu, é: denciárias ou não apresentou os comprovantes de paga-
mento.
(A) Se pelo menos um programa não foi limpo, então (C)A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
algum vírus não permaneceu. denciárias e apresentou os comprovantes de pagamento.
(B) Existe um programa que não foi limpo ou pelo me-
(D) A empresa não alegou ter pago suas obrigações
nos um vírus permaneceu.
(C) Nenhum programa foi limpo e todos os vírus per- previdenciárias nem apresentou os comprovantes de pa-
maneceram. gamento.
(D) Alguns programas foram limpos ou algum vírus
não permaneceu.
(E) Se algum vírus permaneceu, então nenhum progra- 09. (DPE/RS – Analista – FCC/2017) Considere a afir-
ma foi limpos. mação:
Ontem trovejou e não choveu.
05. (TRF 1ª REGIÃO – cargos de nível superior – CES- Uma afirmação que corresponde à negação lógica des-
PE/2017) Em uma reunião de colegiado, após a aprovação
de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos a favor e 5 ta afirmação é
contra, um dos 11 presentes fez a seguinte afirmação: “Bas- (A) se ontem não trovejou, então não choveu.
ta um de nós mudar de ideia e a decisão será totalmente (B) ontem trovejou e choveu.
modificada.” (C) ontem não trovejou ou não choveu.
Considerando a situação apresentada e a proposição (D) ontem não trovejou ou choveu.
correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item. (E) se ontem choveu, então trovejou.
A negação da proposição pode ser corretamente ex-
pressa por “Basta um de nós não mudar de ideia ou a deci-
são não será totalmente modificada”. 10. (DPE/RS – Analista – FCC/2017) Considere a afir-
Certo Errado mação:
Se sou descendente de italiano, então gosto de macar-
06. (TRF 1ª REGIÃO – Cargos de nível médio – CES- rão e gosto de parmesão.
PE/2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, cho-
Uma afirmação que corresponde à negação lógica des-
ra menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o
ta afirmação é
próximo item.
A negação da proposição P pode ser expressa por (A) Sou descendente de italiano e, não gosto de macar-
“Quem não pode mais, não chora menos” rão ou não gosto de parmesão.
Certo Errado (B) Se não sou descendente de italiano, então não gos-
to de macarrão e não gosto de parmesão.
07. (CFF – Analista de Sistema – INAZ DO PARÁ/2017) (C) Se gosto de macarrão e gosto de parmesão, então
Dizer que não é verdade que “Todas as farmácias estão não sou descendente de italiano.
abertas” é logicamente equivalente a dizer que: (D) Não sou descendente de italiano e, gosto de ma-
carrão e não gosto de parmesão.
(A) “Toda farmácia está aberta”. (E) Se não gosto de macarrão e não gosto de parme-
(B) “Nenhuma farmácia está aberta”. são, então não sou descendente de italiano.
(C) “Todas as farmácias não estão abertas”.
(D) “Alguma farmácia não está aberta”.
(E) “Alguma farmácia está aberta”. Respostas
08. (TRT 7ª REGIÃO – Conhecimentos básicos cargos 01. Resposta: A.
1, 2, 7 e 8 – CESPE/2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P Nega as duas e muda o conectivo para ou
A empresa alegou ter pago suas obrigações previden-
|Engenheiros não gostam de biológicas OU médicos
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de paga-
não gostam de exatas.
mento; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
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RACIOCÍNIO LÓGICO
02. Resposta: E.
Nega as duas e coloca ou. SEQUËNCIA LÓGICA
Vendedores não falam muito
Para negar nenhum, devemos colocar pelo menos e a
afirmativa
Pelo menos um estudioso fala muito. As sequências lógicas aparecem com frequências nas
provas de concurso. São vários tipos: números, letras, figu-
OBS: Se fosse Todos a negação seria pelo menos 1 es- ras, baralhos, dominós e como é um assunto muito abran-
tudioso não fala muito. gente, e pode ser pedido de qualquer forma, o que ajudará
nos estudos serão as práticas de exercícios e algumas dicas
03. Resposta: D. que darei. Em cada exemplo, darei algumas dicas para toda
Para negar todos, colocamos pelo menos um... vez que você visualizar esse tipo de questão já ajude a ana-
E negamos a frase. lisar que tipo será. Vamos lá?
Pelo menos um homem não é afetuoso.
Sequência de Números
04. Resposta:B.
Pode ser feita por soma, subtração, divisão, multipli-
Negação de Todos: Pelo menos um (existe um, alguns)
e a negação: cação.
Pelo menos um programa não foi limpo. Mas lembre-se, se estamos falando de SEQUÊNCIA, ela
Negação de nenhum : pelo menos um e a afirmação. vai seguir um padrão, basta você achar esse padrão, alguns
Pelo menos um vírus permaneceu. serão mais difíceis, outro beeem fácil e não se assuste se
Ou achar rápido, não terá uma “PEGADINHA”, será isso e pon-
Alguns vírus permaneceram. to.
Vamos ver alguns tipos de sequências:
05. Resposta: Errado.
CUIDADO! -Progressão Aritmética
O basta traz sentido de condicional. 2 5 8 11
Se um de nós mudar de ideia, então a decisão será
totalmente modificada. Progressão aritmética sempre terá a mesma razão.
Portanto, mantém a primeira e nega a segunda (MANÈ) No nosso exemplo, a razão é 3, pois para cada número
Basta um de nós mudar de ideia e a decisão não será seguinte, temos que somar 3.
totalmente modificada.
-Progressão Geométrica
06. Resposta: Errado. 9 18 36 72
Negação de uma condicional: mantém a primeira e
nega a segunda. E agora para essa nova sequência?
Se somarmos 9, não teremos uma sequência, então
07. Resposta: D. não é soma.
Para negar todos: pelo menos uma, alguma, existe uma O próximo que tentamos é a multiplicação,9x2=18
Alguma farmácia não está aberta. 18x2=36
36x2=72
08. Resposta: A.
Opa, deu certo?
Nega as duas e troca por “e” por “ou”
Progressão geométrica de razão 2.
A empresa não alegou ter pago suas obrigações previ-
denciárias ou apresentou os comprovantes de pagamento.
-Incremento em Progressão
09. Resposta: D. 1 2 4 7
Negação de ontem trovejou: ontem não trovejou
Negação de não choveu: choveu Observe que estamos somando 1 a mais para cada nú-
Ontem não trovejou ou choveu. mero.
1=1=2
10. Resposta: A. 2+2=4
Negação de condicional: mantém a primeira e nega a 4+3=7
segunda.
Negação de conjunção: nega as duas e troca “e” por “ou” -Série de Fibonacci
Vamos fazer primeiro a negação da conjunção: gosto 1 1 2 3 5 8 13
de macarrão e gosto de parmesão. Cada termo é igual à soma dos dois anteriores.
Não gosto de macarrão ou não gosto de parmesão.
-Números Primos
Sou descendente de italiano e não gosto de macarrão 2 3 5 7 11 13 17
ou não gosto de parmesão. Naturais que possuem apenas dois divisores naturais.
26
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo 1 Galo=4
Pato=4
(UFPB – Administrador – IDECAN/2016) Considere a Carneiro=8
sequência numérica a seguir: Cobra=4
3, 6, 3, 3, 2, 5/3, 11/9. . . Jacaré=6
Não tem um padrão
Sabendo-se que essa sequência obedece uma regra de
formação a partir do terceiro termo, então o denominador Número de sílabas
do próximo termo da sequência é: Está dividido em 2 e 3 e sem padrões
(A) 9.
(B) 11. Começadas com as letras dos meses?não...
(C) 26. Difícil...
(D) 27. São animais, então:
Resposta: E.
Resposta: D.
É uma sequência com 6
Sequência de Letras Cada letra equivale a sequência
Sobre a sequência de Letras, fica um pouco mais difícil I=1
de falar, pois podem ser de vários tipos. B=2
Às vezes temos que substituir por números, outras ana- G=3
lisar o padrão de como aparecem. Vamos ver uns exemplos? E=4
G=5
Exemplo 1 B=0
(AGERIO – Analista de Desenvolvimento – FDC/2015)
Considerando a sequência de vocábulos: 2016/6=336 resta 0
galo - pato - carneiro - X - cobra – jacaré 2017/6=336 resta 1
Portanto, 2016 será a letra B, pois resta 0, será equiva-
A alternativa lógica que substitui X é: lente a última letra
27
RACIOCÍNIO LÓGICO
(C)
(D)
28
RACIOCÍNIO LÓGICO
29
RACIOCÍNIO LÓGICO
07. Resposta: D.
Figura 1:1 PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E
Figura 2:4 PROBABILIDADE
Figura 3:9
Figura 4:16
O número de círculos é o quadrado da posição
Figura 18: 18²=324
Análise Combinatória
08. Resposta: A.
É uma sequência com 6 letras: A Análise Combinatória é a área da Matemática que
500/6=83 e resta 2 trata dos problemas de contagem.
C=1
O=2 Princípio Fundamental da Contagem
D=3
E=4 Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrên-
B=5 cia de um evento composto de duas ou mais etapas.
A=0 Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a
decisão E2 pode ser tomada de n2 modos, então o número
Como restaram 2, então será igual a O. de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.
09. Resposta: A. Exemplo
Vamos somar os números:
3+5=8
3+3+3=9
5+5=10
3+3+5=11
Observe que
os termos formam uma PA de razão 1.
a18=?
a18=a1+17r
a18=8+17
a18=25
O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal-
Para dar 25, com o menor número de elementos possí-
veis, devemos ter (5,5,5,5,5) ças). 3(blusas)=6 maneiras
30
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo Exemplo
Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
de 2 algarismos distintos podemos formar? Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Per-
mutações. Como temos uma letra repetida, esse número
será menor.
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E
Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos,
podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada sub-
conjunto com i elementos é chamado combinação simples.
Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução
Observe que os números obtidos diferem entre si:
Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Pelos elementos componentes: 56 e 67
Cada número assim obtido é denominado arranjo sim-
ples dos 3 elementos tomados 2 a 2. Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados
Indica-se p a p, também é representado pelo número binomial .
Binomiais Complementares
Permutação Simples Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
Chama-se permutação simples dos n elementos, qual- dos denominadores é igual ao numerador são iguais:
quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de
E.
O número de permutações simples de n elementos é
indicado por Pn.
Relação de Stifel
Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Solução Triângulo de Pascal
A palavra tem 8 letras, portanto:
31
RACIOCÍNIO LÓGICO
Binômio de Newton
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da Considerando-se essa mesma forma de distribuição,
forma , com n∈N. Vamos desenvolver alguns bi- de quantas maneiras distintas esses livros podem ser orga-
nômios: nizados na estante?
(A) 30 maneiras
(B) 60 maneiras
(C) 120 maneiras
(D) 360 maneiras
(E) 720 maneiras
32
RACIOCÍNIO LÓGICO
Respostas
01. Resposta: A.
P2⋅P6=2!⋅6!=2⋅720=1440
Experimento Aleatório
02. Resposta: C.
__ ___ __ __ Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-
6⋅ 5⋅ 4⋅ 3=360 previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
exemplo, o lançamento de um dado.
03. Resposta: E.
P6=6!=6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1=720
33
RACIOCÍNIO LÓGICO
Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amos-
tral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento
com n(A) amostras.
Probabilidade Condicional
Eventos complementares É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A ocorreu o evento B, definido por:
um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se
por , o evento formado por todos os elementos de E que
não pertencem a A.
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}
34
RACIOCÍNIO LÓGICO
02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária 08. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO
- MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pes- AOCP/2016) Um empresário, para evitar ser roubado, es-
soas, entre homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a condia seu dinheiro no interior de um dos 4 pneus de um
probabilidade de se sortear um homem é de 5/12 . Quan- carro velho fora de uso, que mantinha no fundo de sua
tas mulheres foram à excursão? casa. Certo dia, o empresário se gabava de sua inteligência
(A) 20 ao contar o fato para um de seus amigos, enquanto um
(B) 24 ladrão que passava pelo local ouvia tudo. O ladrão tinha
(C) 28 tempo suficiente para escolher aleatoriamente apenas um
(D) 32 dos pneus, retirar do veículo e levar consigo. Qual é a pro-
babilidade de ele ter roubado o pneu certo?
03. (UPE – Técnico em Administração – UPE- (A) 0,20.
NET/2017) Qual a probabilidade de, lançados simulta- (B) 0,23.
neamente dois dados honestos, a soma dos resultados ser (C) 0,25.
igual ou maior que 10? (D) 0,27.
(A) 1/18 (E) 0,30.
(B) 1/36
(C) 1/6 09. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV/2016) Em
(D) 1/12 uma urna há quinze bolas iguais numeradas de 1 a 15. Re-
(E) ¼ tiram-se aleatoriamente, em sequência e sem reposição,
duas bolas da urna.
04. (UPE – Técnico em Administração – UPE-
NET/2017) Uma pesquisa feita com 200 frequentadores
A probabilidade de que o número da segunda bola re-
de um parque, em que 50 não praticavam corrida nem ca-
tirada da urna seja par é:
minhada, 30 faziam caminhada e corrida, e 80 exercitavam
corrida, qual a probabilidade de encontrar no parque um (A) 1/2;
entrevistado que pratique apenas caminhada? (B) 3/7;
(A) 7/20 (C) 4/7;
(B) 1/2 (D) 7/15;
(C)1/4 (E) 8/15.
(D) 3/20
(E) 1/5 10. (CASAN – Advogado – INSTITUTO AOCP/2016)
Lançando uma moeda não viciada por três vezes consecu-
05. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – Perito Criminal – tivas e anotando seus resultados, a probabilidade de que a
IBFC/2017) A probabilidade de se sortear um número face voltada para cima tenha apresentado ao menos uma
múltiplo de 5 de uma urna que contém 40 bolas numera- cara e ao menos uma coroa é:
das de 1 a 40, é: (A) 0,66.
(A) 0,2 (B) 0,75.
(B) 0,4 (C) 0,80.
(C) 0,6 (D) 0,98.
(D) 0,7 (E) 0,50.
(E) 0,8
35
RACIOCÍNIO LÓGICO
02. Resposta: C.
Como para homens é de 5/12, a probabilidade de es- Ímpar/par:
colher uma mulher é de 7/12
Os números ímpares são: 1, 3, 5, 7, 9, 11 ,13, 15
12x=336
X=28
A probabilida de é par/par OU ímpar/par
03. Resposta: C.
P=6x6=36
Pra ser maior ou igual a 10:
4+6
5+5
5+6 10. Resposta: B.
6+4
São seis possibilidades:
6+5
Cara, coroa, cara
6+6
05. Resposta: A.
M5={5,10,15,20,25,30,35,40}
P=8/40=1/5=0.2
Coroa, cara, cara
06. Resposta:A.
A probabilidade de uma soletrar errado: 0,3
__ __ __
0,3⋅0,3⋅0,3=0,027=2,7%
Coroa, coroa, cara
07. Resposta: D. Coroa, cara, coroa
Para dar 9, temos 4 possibilidades
3+6
6+3
4+5
5+4
P=4/36
08. Resposta: C.
A probabilidade é de 1/4, pois o carro tem 4 pneus e o
dinheiro está em 1.
1/4=0,25
36
RACIOCÍNIO LÓGICO
Operações
União
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro
formado pelos elementos que pertencem pelo menos um
dos conjuntos a que chamamos conjunto união e represen-
tamos por: A∪B.
Formalmente temos: A∪B={x|x∈A ou x B}
Exemplo:
A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6}
Igualdade
Interseção
Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado
exatamente os mesmos elementos. Em símbolo: pelos elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é
representada por : A∩B.
Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B}
Relação de Pertinência
37
RACIOCÍNIO LÓGICO
A este conjunto pertencem os elementos de A que não mens que são altos e não são barbados nem carecas. Sa-
pertencem a B. be-se que existem 5 homens que são barbados e não são
altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são
A\B = {x : x∈A e x∉B}. carecas e não são altos e nem barbados. Dentre todos es-
ses homens, o número de barbados que não são altos, mas
são carecas é igual a
(A) 4.
(B) 7.
(C) 13.
(D) 5.
(E) 8.
Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do
conjunto A menos os elementos que pertencerem ao con-
junto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
Complementar
O complementar do conjunto A( ) é o conjunto for-
mado pelos elementos do conjunto universo que não per-
tencem a A.
Fórmulas da união
n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
n(A ∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)
-n(A∩C)-n(B C)
38
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resposta: A.
7+y+5=16
Y=16-12
Y=4
39
RACIOCÍNIO LÓGICO
02. (CRMV/SC – Recepcionista – IESES/2017) Sabe- Não houve votos em branco ou anulados.
se que 17% dos moradores de um condomínio tem gatos,
22% tem cachorros e 8% tem ambos (gatos e cachorros). O número de condôminos que votaram a favor das
duas questões foi:
Qual é o percentual de condôminos que não tem nem ga-
(A) 80;
tos e nem cachorros? (B) 75;
(C) 70;
(A) 53 (D) 65;
(B) 69 (E) 60.
(C) 72
(D) 47 07. (IFBAIANO – Assistente em Administração –
FCM/2017) Em meio a uma crescente evolução da taxa de
03. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017) obesidade infantil, um estudioso fez uma pesquisa com um
Em uma pesquisa sobre a preferência entre dois candida- grupo de 1000 crianças para entender o comportamento
tos, 48 pessoas votariam no candidato A, 63 votariam no das mesmas em relação à prática de atividades físicas e aos
candidato B, 24 pessoas votariam nos dois; e, 30 pessoas hábitos alimentares.
não votariam nesses dois candidatos. Se todas as pessoas Ao final desse estudo, concluiu-se que apenas 200
crianças praticavam alguma atividade física de forma regu-
responderam uma única vez, então o total de pessoas en-
lar, como natação, futebol, entre outras, e apenas 400 crian-
trevistadas foi: ças tinham uma alimentação adequada. Além disso, apenas
100 delas praticavam atividade física e tinham uma alimen-
(A) 141. tação adequada ao mesmo tempo.
(B) 117. Considerando essas informações, a probabilidade de
(C) 87. encontrar nesse grupo uma criança que não tenha alimen-
(D) 105. tação adequada nem pratique atividade física de forma re-
(E) 112. gular é de:
(A) 30%.
04. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário – INSTITU- (B) 40%.
TO AOCP/2017) Para realização de uma pesquisa sobre a (C) 50%.
preferência de algumas pessoas entre dois canais de TV, (D) 60%.
canal A e Canal B, os entrevistadores colheram as seguintes (E) 70%.
informações: 17 pessoas preferem o canal A, 13 pessoas
08. (TRF 2ª REGIÃO – Analista Judiciário – CONSUL-
assistem o canal B e 10 pessoas gostam dos canais A e
PLAN/2017) Uma papelaria fez uma pesquisa de mercado
B. Assinale a alternativa que apresenta o total de pessoas entre 500 de seus clientes. Nessa pesquisa encontrou os se-
entrevistadas. guintes resultados:
40
RACIOCÍNIO LÓGICO
(A) 50.
(B) 55.
(C) 60.
(D) 65.
Número de criadouros
P 103
R 124
K 98
PeR 47
PeK 43
ReK 60
P, R e K 25
9+8+14+x=100
De acordo com a tabela, o número de residências vi- X=100-31
sitadas foi: X=69%
(A) 200.
(B) 150. 03. Resposta: B.
(C) 325.
(D) 500.
(E) 455.
41
RACIOCÍNIO LÓGICO
05. Resposta: C.
Como 8 não votaram, tiramos do total: 45-8=37
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
37=30+21- n(A∩B)
n(A∩B)=14
06. Resposta: A.
N(A ∪B)==200-45=155
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
155=125+110- n(A∩B)
n(A∩B)=80
07. Resposta: C.
Sendo x o número de crianças que não praticam ativi-
dade física e tem uma alimentação adequada
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
1000-x=200+400-100
X=500 O número de pacientes que apresentaram pelo menos
P=500/1000=0,5=50% dois desses sintomas é:
Pois pode ter 2 sintomas ou três.
08. Resposta:A. 6+14+26+32=78
Sendo A=ensino médio
B fundamental I
C=fundamental II
X=quem comprou material e os filhos não cursam en-
sino médio e nem ensino fundamental RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO
n(A∪B∪C) =n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B) PROBLEMAS ARITMÉTICOS,
-n(A∩C)-n(B∩C) GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS.
500-x=160+190+180+10-20-40-30
X=50
42
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo 2
40 – 9 x 4 + 23
40 – 36 + 23
4 + 23
27
Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25 Representação Fracionária dos Números Decimais
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar
Números Inteiros com o denominador seguido de zeros.
Podemos dizer que este conjunto é composto pelos O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa,
números naturais, o conjunto dos opostos dos números um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante.
naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:
Z-{...,-3,-2,-1,0,1,2,3...}
Subconjuntos do conjunto :
1)Z*={...-3,-2,-1, 1, 1, 2, 3...}
2) Z+={0,1,2,3,...}
3) Z-={...,-3,-2,-1}
Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que
pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros
quaisquer, com b≠0 2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en-
São exemplos de números racionais: tão como podemos transformar em fração?
-12/51 Exemplo 1
-3 Transforme a dízima 0, 333... em fração.
-(-3) Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízi-
-2,333... ma dada de x, ou seja
X=0,333...
As dízimas periódicas podem ser representadas por Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
fração, portanto são consideradas números racionais. mos por 10.
Como representar esses números? 10x=3,333...
E então subtraímos:
Representação Decimal das Frações 10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em X=3/9
decimais X=1/3
43
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99 INTERVALOS LIMITADOS
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
Números Irracionais iguais a e menores do que b ou iguais a b.
Identificação de números irracionais
- Todas as dízimas periódicas são números racionais.
- Todos os números inteiros são racionais.
- Todas as frações ordinárias são números racionais.
- Todas as dízimas não periódicas são números irra- Intervalo:[a,b]
cionais. Conjunto: {x∈R|a≤x≤b}
- Todas as raízes inexatas são números irracionais.
- A soma de um número racional com um número irra- Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
cional é sempre um número irracional. nores que b.
- A diferença de dois números irracionais, pode ser um
número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na
forma , com a e b inteiros e b≠0.
Intervalo:]a,b[
Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional. Conjunto:{x∈R|a<x<b}
- O quociente de dois números irracionais, pode ser
um número racional. Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores
que a ou iguais a a e menores do que b.
Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.
- O produto de dois números irracionais, pode ser um
número racional.
Números Reais
Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x∈R|a<x≤b}
INTERVALOS IIMITADOS
Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b}
Fonte: www.estudokids.com.br
44
RACIOCÍNIO LÓGICO
Semirreta esquerda, aberta de origem b – números 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-
reais menores que b par, resulta em um número negativo.
.
Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}
5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas-
Semirreta direita, fechada de origem a – números reais sar o sinal para positivo e inverter o número que está na
maiores ou iguais a a. base.
Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}
Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Potenciação Propriedades
Multiplicação de fatores iguais 1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de
2³=2.2.2=8 mesma base, repete-se a base e soma os expoentes.
Casos Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1. (2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
(4.3)²=4².3²
45
RACIOCÍNIO LÓGICO
a na
n =
b nb
Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação O radical de índice inteiro e positivo de um quociente
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando.
Operações
Multiplicação
Exemplo
Divisão
64=2.2.2.2.2.2=26
Exemplo
1 1
3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
1
Observe: 2 2 2
Adição e subtração
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:
n
a.b = n a .n b Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.
46
RACIOCÍNIO LÓGICO
1ª expressão: 1 x 9 + 2
2ª expressão: 12 x 9 + 3
Questões
3ª expressão: 123 x 9 + 4
01. (Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível
Superior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há ...
150 candidatos em apenas duas categorias: nível superior
e nível médio. 7ª expressão: █ x 9 + ▲
Sabe-se que: Seguindo esse padrão e colocando os números ade-
quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
• dentre os candidatos, 82 são homens; expressão será
• o número de candidatos homens de nível superior é (A) 1 111 111.
igual ao de mulheres de nível médio; (B) 11 111.
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mu-
(C) 1 111.
lheres.
(D) 111 111.
O número de candidatos homens de nível médio é: (E) 11 111 111.
(A) 42.
(B) 45. 06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante um
(C) 48. treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio
(D) 50. comercial informou que, nos cinquenta anos de existência
(E) 52. do prédio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas
situações de risco, felizmente controladas a tempo. Segun-
02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a ações criminosas,
- MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, enquanto as demais situações haviam sido geradas por di-
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual ga- ferentes tipos de displicência. Dentre as situações de risco
nharia o competidor que obtivesse o menor tempo final. geradas por displicência,
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu − 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inade-
tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez quadamente;
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez − 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;
1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a − 1/3 deveu-se a vazamentos de gás; e
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi: − as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.
47
RACIOCÍNIO LÓGICO
(A) 1.
(B) 2.
(C) 4.
(D) 8. 04. Resposta: A.
(E) 16. Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
11 que é igua o quociente.
08. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV- 11x11=121+10=131
GO/2017) Qual o resultado de ?
05. Resposta: E.
(A) 3 A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111
(B) 3/2
(C) 5 06. Resposta: D.
(D) 5/2
(A) 3/4;
(B) 8/9;
(C) 5/7; 08. Resposta: D.
(D) 8/13;
(E) 9/17.
Respostas
01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres 09. Resposta: C.
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37 2-2(1-2N)=12
são de nível médio. 2-2+4N=12
Portanto, há 37 homens de nível superior. 4N=12
82-37=45 homens de nível médio. N=3
48
RACIOCÍNIO LÓGICO
Saíram no total
Ângulo Reto:
- É o ângulo cuja medida é 90º;
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
culares.
Ângulos
Denominamos ângulo a região do plano limitada por duas
semirretas de mesma origem. As semirretas recebem o nome
de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do ângulo.
Triângulo
Elementos
Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas.
49
RACIOCÍNIO LÓGICO
Altura de um triângulo é o segmento que liga um vér- Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.
tice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é perpen-
dicular a esse lado.
Na figura, é uma altura do .
Classificação
Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso.
Quanto aos lados
Triângulo escaleno:três lados desiguais.
50
RACIOCÍNIO LÓGICO
QUADRILÁTEROS
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º
Trapézio: É todo quadrilátero que tem dois paralelos. Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre-
midades são vértices não-consecutivos desse polígono.
- é paralelo a
Número de Diagonais
Ângulos Internos
A soma das medidas dos ângulos internos de um polí-
- Observações: gono convexo de n lados é (n-2).180
Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente-
- No retângulo e no quadrado as diagonais são con- mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
gruentes (iguais) medidas dos ângulos internos do polígono é igual a soma
- No losango e no quadrado as diagonais são per- das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos.
pendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bisse-
trizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio).
Áreas
51
RACIOCÍNIO LÓGICO
Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais,
então a razão de dois segmentos quaisquer de uma trans-
versal é igual à razão dos segmentos correspondentes da
outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:
2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.
Exemplo
3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhan-
tes.
Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os
seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas
medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.
52
RACIOCÍNIO LÓGICO
Como
a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa
53
RACIOCÍNIO LÓGICO
54
RACIOCÍNIO LÓGICO
(A) 25√5.
(B) 50√2.
(C) 50√5.
Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o (D) 100√2 .
comprimento da cinta acima representada é (E) 100√5.
(A) 120 m²
(B) 90 m²
(C) 60 m²
(D) 30 m²
(A) 100 - 5π .
(B) 100 - 10π .
(C) 100 - 15π .
(D) 100 - 20π .
(E) 100 - 25π .
55
RACIOCÍNIO LÓGICO
Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é,
correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual em metros, igual a
a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros, (A) 54.
dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são, (B) 48.
respectivamente, (C) 36.
(D) 40.
(A) 80 e 64. (E) 42.
(B) 80 e 62.
(C) 62 e 80. Respostas
(D) 60 e 80.
(E) 60 e 78. 01. Resposta: D.
56
RACIOCÍNIO LÓGICO
06. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.
17²=x²+8²
Lado=3√2 289=x²+64
Outro lado =5√2 X²=225
X=15
03. Resposta: D.
Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente
a mesma medida da parte reta da cinta. 07. Resposta: A.
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado
esticado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo,
como são três partes, é a mesma medida de um círculo. 5y=320
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Y=64
Portanto, a cinta tem 8π+24
04. Resposta: E.
Como o quadrado tem lado 10,a área é 100.
5x=400
X=80
08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6
O perímetro seria
05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5 9x=108
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC X=12
A=5√5⋅10=50√5 Para encontrar o perímetro do triângulo R2:
57
RACIOCÍNIO LÓGICO
Volume
Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
Y²=16²+12² um ponto V que não pertence ao plano.
Y²=256+144=400 A figura geométrica formada pela reunião de todos os
Y=20 segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
Perímetro: 16+12+20=48 e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.
Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com
os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
círculo e no outro plano.
Classificação
Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
as geratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
equilátero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.
Área
Área da base: Sb=πr²
58
RACIOCÍNIO LÓGICO
Área da base:
Área total:
Volume
Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.
Prismas
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.
-Triangular
59
RACIOCÍNIO LÓGICO
-Quadrangular Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³
Demais:
60
RACIOCÍNIO LÓGICO
06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- Considerando a pirâmide de base triangular cujos vér-
NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de tices são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é
madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com dado por
formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti- (A) a³/6
vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC. (B) a³/3
(C) a³/3√3
(D) a³/6√6
61
RACIOCÍNIO LÓGICO
Respostas
01. Resposta:
Volume cilindro=πr²h
09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
02. Resposta: D Como foi retirado 3m³
V= πr²h 5+3=2,5⋅2⋅h
V=3⋅4²⋅20=960 cm³=960 ml 8=5h
H=1,6m
03. Resposta:E.
V=2⋅3⋅x=6x
Aumentando 1 na largura 10. Resposta: D.
V=2⋅3⋅(x+1)=6x+6 Cone
Portanto, o volume aumentou em 6.
04. Resposta:E.
São 6 cubos no comprimento: 6⋅5=30
São 4 cubos na largura: 4⋅5=20
3 cubos na altura: 3⋅5=15
V=30⋅20⋅15=9000
Cilindro
05. Resposta: C. V=Ab⋅h
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros V=πr²h
Como o volume do cone é 30% maior:
06. Resposta:C. 117πr²=1,3 πr²h
VA=125cm³ H=117/1,3=90
VB=1000cm³
62
RACIOCÍNIO LÓGICO
63
RACIOCÍNIO LÓGICO
ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria ficar (A) R$ 4,20.
com uma delas, mas não especificou qual deveria ser dada (B) R$ 5,46.
a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um (C) R$ 10,70.
recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam (D) R$ 12,60.
que as joias tinham valores diferentes entre si e, além disso, (E) R$ 18,00.
tinham diferentes opiniões sobre seus valores. Então, deci-
diram fazer a partilha do seguinte modo: 06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
GO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido
− Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um de R$ 150,00 reais. Descobriu que se pagasse à vista teria
deveria escrever em um papel três porcentagens, indican- um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pa-
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação ao gou à vista o tal vestido. Quanto ela pagou?
valor total da herança. (A) R$ 120,00 reais
(B) R$ 112,50 reais
− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas (C) R$ 127,50 reais
(D) R$ 97,50 reais
avaliações.
(E) R$ 90 reais
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles
07. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da
NESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão
herança toda ou mais. de receitas trimestrais para 2018. A receita prevista para o
primeiro trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das 10% inferior ao da receita prevista para o trimestre seguin-
joias foi a seguinte: te. A receita prevista para o primeiro semestre é 5% inferior
à prevista para o segundo semestre. Nessas condições, é
correto afirmar que a receita média trimestral prevista para
2018 é, em milhões de reais, igual a
(A) 200.
(B) 203.
(C) 195.
Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clari- (D) 190.
ce recebessem, respectivamente, (E) 198.
(A) o bracelete, os brincos e o colar.
(B) os brincos, o colar e o bracelete. 08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUN-
(C) o colar, o bracelete e os brincos. DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom
(D) o bracelete, o colar e os brincos. Preço:
(E) o colar, os brincos e o bracelete. Aproveite a Promoção!
Forno Micro-ondas
04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação De R$ 720,00
– UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas Por apenas R$ 504,00
foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser
2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e Nessa oferta, o desconto é de:
passou a ser 3/ 4 da largura original. (A) 70%.
Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo (B) 50%.
(C) 30%.
original, a área do novo retângulo:
(D) 10%.
(A) foi aumentada em 50%.
(B) foi reduzida em 50%.
09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi-
(C) aumentou em 25%.
dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$
(D) diminuiu 25%. 8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento
(E) foi reduzida a 15%. no preço dessa caixa de bombom foi de:
(A) 30%.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (B) 25%.
GO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma (C) 20%.
editora um lote de apostilas para concursos, cujo valor uni- (D) 15%
tário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido
estabelecimento, ele recebeu 30% de desconto na compra. 10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De-
Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar 30% rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava
sobre o valor que pagou por cada apostila. Nestas condi- vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de
ções, qual será o lucro obtido por unidade? 12 tanques menores, idênticos e cheios.
64
RACIOCÍNIO LÓGICO
Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% 200+180=380 milhões para o primeiro semestre
maior do que a sua capacidade original, o grande tanque 380----95
seria cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo de x----100
(A) 4 tanques menores x=400 milhões
(B) 6 tanques menores
(C) 7 tanques menores Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
(D) 8 tanques menores 780/4trimestres=195 milhões
(E) 10 tanques menores
01. Resposta:B.
Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do pro-
duto. Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de
1600⋅0,6=960 30%.
Como vai pagar 10% a mais:
960⋅1,1=1056 OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
errar conforme a pergunta feita.
02. Resposta: E.
63/35=1,80 09. Resposta: B.
Portanto teve um aumento de 80%. 8,6(1+x)=10,75
8,6+8,6x=10,75
8,6x=10,75-8,6
03. Resposta: D. 8,6x=2,15
Clarice obviamente recebeu o brinco. X=0,25=25%
Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou
acima de 30% e André recebeu o bracelete.
10. Resposta: D.
50% maior quer dizer que ficou 1,5
04. Resposta: B. Quantidade de tanque: x
A=b⋅h A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tan-
ques
1,5x=12
X=8
Portanto foi reduzida em 50%
05. Resposta: D.
Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do
valor:
60⋅0,7=42
Ele revendeu por:
42⋅1,3=54,60
Teve um lucro de: 54,60-42=12,60
06. Resposta: D.
Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
150⋅0,65=97,50
07. Resposta: C.
Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
previsão de
180-----90%
x---------100
x=200
65
RACIOCÍNIO LÓGICO
RESPOSTA: “ERRADA”.
66
RACIOCÍNIO LÓGICO
04. (TCU – Analista de controle externo - UnB/Ces- 07. (TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012)
pe/2014) Se uma empresa decide não usar as 5 vogais A quantidade de maneiras distintas para se formar a câ-
em seus códigos, que poderão ter 1, 2 ou 3 letras, sen- mara de vereadores dessa cidade é igual a 30!/(9!×21!).
do permitida a repetição de caracteres, então e possível ( ) CERTA ( ) ERRADA
obter mais de 1000 códigos distintos.
( ) CERTA ( ) ERRADA Para a escolha dos 9 vereadores dos 30 candidatos, fa-
remos uma combinação simples dos 30 candidatos escolhi-
Se uma empresa decide não usar as 5 vogais em seus dos 9 a 9, pois aqui, a ordem de escolha não altera o agru-
códigos, que poderão ter 1, 2 ou 3 letras, sendo permitida pamento formado, já que, ao ser escolhidos, por exemplo,
a repetição de caracteres, então e possível obter mais de um agrupamento de 9 pessoas, essas mesmas pessoas não
1000 códigos distintos. poderão ser escolhidas novamente, mesmo em outra or-
Como não serão permitidas as vogais, então teremos dem.
21 letras para obtenção dos códigos.
Observação: será permitida a REPETIÇÃO das letras, ex- ! !! 30! 30!
cluindo as vogais. !! = = = !
!! ! − ! ! 9! 30 − 9 ! 9! 21!
21 letras (código formado por uma letra)=21 códigos
21 x 21 (código formado por duas letras)=441 códigos
RESPOSTA: “CERTA”.
21 x 21 x 21 = 9.261 códigos
Assim sendo, serão obtidos:
21 + 441 + 9.261 = 08. (TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012)
Sabendo-se que um eleitor vota em apenas um candi-
RESPOSTA: “ERRADA”. dato a vereador, é correto afirmar que a quantidade de
maneiras distintas de um cidadão escolher um candida-
05. (TCU – Analista de controle externo - UnB/Ces- to é superior a 50.
pe/2014) O número total de códigos diferentes forma- ( ) CERTA ( ) ERRADA
dos por 3 letras distintas e superior a 15000.
( ) CERTA ( ) ERRADA Só existem 30 candidatos, logo não tem como haver 50
formas distintas de escolher um candidato.
O número total de códigos diferentes formados por 3
letras distintas e superior a 15000. RESPOSTA: “ERRADA”.
26x25x24=15600 códigos
09. (VALEC - Assistente Administrativo – FEM-
RESPOSTA: “CERTA”. PERJ/2012) Uma “capicua” é um número que escrito
de trás para a frente é igual ao número original. Por
(TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012) Nas exemplo: 232 e 1345431 são “capicuas”. A quantidade
eleições municipais de uma pequena cidade, 30 candi- de “capicuas” de sete algarismos que começam com o
datos disputam 9 vagas para a câmara de vereadores. algarismo 1 é igual a:
Na sessão de posse, os nove eleitos escolhem a mesa A) 400
diretora, que será composta por presidente, primeiro e B) 520
segundo secretários, sendo proibido a um mesmo par- C) 640
lamentar ocupar mais de um desses cargos. Acerca des- D) 1000
sa situação hipotética, julgue os itens seguintes. E) 1200
06. (TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012)
Considerando-se os algarismos de 0 a 9 (0; 1; 2; 3; 4; 5;
A quantidade de maneiras distintas de se formar a mesa
6; 7; 8; 9), podemos formar a seguinte quantidade de “capi-
diretora da câmara municipal é superior a 500.
cuas” de sete algarismos, que inicia-se com o algarismo 1.
( ) CERTA ( ) ERRADA
Após serem escolhidos os 9 candidatos, esses forma- 1 x 10 x 10 x 10 x 1 x 1 x 1=10x10x10=1000 capicuas
rão a mesa diretora, que será composta por um presiden-
te, primeiro e segundo secretários, ou seja, por 3 desses RESPOSTA: “D”.
integrantes. A escolha será feita pelo arranjo simples de
9 pessoas escolhidas 3 a 3, já que a ordem dos elementos 10. (VALEC – Assistente Administrativo - FEM-
escolhidos altera a formação da mesa diretora. PERJ/2012) Uma rodovia tem 320 km. A concessionária
da rodovia resolveu instalar painéis interativos a cada
!!! = 9.8.7 = 504!!"#$%&!!"#$"%$&#!!"!!"#$!!"!!"#$%&#'! 10 km, nos dois sentidos da rodovia. Em cada sentido,
o primeiro painel será instalado exatamente no início
da rodovia, e o último, exatamente ao final da rodo-
RESPOSTA: “CERTA”. via. Assim, a concessionária terá de instalar a seguinte
quantidade total de painéis:
67
RACIOCÍNIO LÓGICO
68
RACIOCÍNIO LÓGICO
O número máximo de possíveis listas que Hercules po- Sendo “X” as posições já ocupadas pelas tarefas “cap-
deria preparar e superior a 12x10!. turar a corça de Cerinéia” e “capturar o javali de Erimanto”,
“Considere que a Hercules seja dada a escolha de pre- ainda sobram 10 posições a serem permutadas.
parar uma lista colocando em ordem os doze trabalhos a Ou seja:
serem executados, e que a escolha dessa ordem seja total- 10 x 72 x 42 x 20 x 6
mente aleatória”. Portanto, teremos 10 x 72 x 42 x 20 x 6, um valor supe-
Seja a lista de tarefas dada a Hercules contendo as 12 rior e diferente de 72x42 x 20 x 6
tarefas representada a seguir. Lembrando que a ordem de
escolha ficara a critério de Hercules. RESPOSTA: “ERRADA”.
Então, permutando (trocando) as tarefas de posição,
vai gerar uma nova sequencia, ou seja, uma nova ordem da 16. (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/
realização de suas tarefas, assim, o numero de possibilida- UnB/2013) O número máximo de possíveis listas con-
des de Hercules começar e terminar suas tarefas será dada tendo os trabalhos “ capturar a corça de Cerineia” e “
pela permutação dessas tarefas. capturar o javali de Erimanto” nas ultimas duas posi-
12x11x10x9x8x7x6x5x4x3x2x1 ou simplesmente: ções, em qualquer ordem, e inferior a 6! x 8!.
12! = 12 x 11 x 10! ( ) CERTA ( ) ERRADA
Como 12x11x10! e diferente de 12x10!.
O número máximo de possíveis listas contendo os tra-
RESPOSTA: “ERRADA”. balhos “ capturar a corça de Cerinéia” e “ capturar o javali
de Erimanto” nas ultimas duas posições, em qualquer or-
14. (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/ dem, e inferior a 6! x 8!.
UnB/2013) O número máximo de possíveis listas con- Fixando as tarefas “capturar a corça de Cerinéia” e
tendo o trabalho “matar o leão de Neméia” na primeira “capturar o javali de Erimanto” nas duas ultimas posições, e
posição é inferior a 240 x 990 x 56 x 30. lembrando que essas tarefas podem ser permutadas entre
( ) CERTA ( ) ERRADA si, pois são colocadas em qualquer ordem, assim, restaram
10 posições a serem permutadas.
O número máximo de possíveis listas contendo o tra- 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1.x.x
balho “matar o leão de Neméia” na primeira posição é infe- Sendo “X” as posições já ocupadas pelas tarefas “cap-
rior a 240 x 990 x 56 x 30. turar a corça de Cerinéia” e “capturar o javali de Erimanto”,
Fixando a tarefa “matar leão de Neméia” na primeira podendo ser permutadas entre si, ainda, sobram 10 posi-
posição, vão sobrar 11 tarefas para serem permutadas nas ções a serem permutadas.
demais casas: Ou seja:
x._._._._._._._._._._._=x.11! 90 x 8! x 2 que equivale a 180 x 8!
Sendo X a posição já ocupada pela tarefa “matar leão Sendo 180 um valor inferior a 6! (6! = 6 x 5 x 4 x 3 x 2 x
de Nemeia”. 1 = 720), logo o valor
Reagrupando os valores, temos: 180 x 8! será inferior a 6! x 8!, tornando este item CER-
24 x 990 x 56 x 30. TO.
Portanto, inferior a 240 x 990 x 56 x 30, tornando este
item ERRADO. RESPOSTA: “CERTA”.
O número máximo de possíveis listas contendo os tra- 17. (TRT 10ª Região – Técnico Judiciário - Cespe/
balhos “capturar a corça de Cerinéia” na primeira posição e UnB/2013) Se essa equipe for formada somente com
“ capturar o javali de Erimanto” na terceira posição e infe- empregados de nível médio e fundamental, então ela
rior a 72 x 42 x 20 x 6. poderá ser formada de mais de 60 maneiras distintas.
Fixando as tarefas “capturar a corça de Cerinéia” na pri- ( ) CERTA ( ) ERRADA
meira posição e “capturar o javali de Erimanto” na terceira
posição, restam 10 tarefas a serem permutadas nas demais Se essa equipe for formada somente com empregados
posições, assim, temos que: de nível médio e fundamental, então ela poderá ser forma-
X . 1 . x . 2 . 3 . 4 . 5 . 6 . 7 . 8 . 9 . 10 da de mais de 60 maneiras distintas.
69
RACIOCÍNIO LÓGICO
Das 11 pessoas, 3 são de nível superior(S), 3 nível mé- Como o afirmado neste item, diz que existirão mais de
dio(M), e 2 são de nível fundamental(F) 40 maneiras distintas para a formação das equipes.
70
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
1
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
nistração geral são as funções administrativas – prever, orga- Comportamental tem o seu início com Herbert Simon, res-
nizar, comandar, coordenar e controlar – que são as próprias ponsável por apontar a limitação imposta pela racionalidade
funções do administrador ainda nos dias atuais. A função cientifica.
administrativa nesse novo enfoque deixa de ser exclusiva da Essa teoria nasceu como uma forma de reação e opo-
alta gerência, ficando difundida proporcionalmente entre sição à Teoria Clássica da Administração.” (CHIAVENATO,
todos os níveis hierárquicos, quando mais alto o cargo, mais 2004, p.83). As ideias centrais desse movimento baseiam-se
funções administrativas apareciam, mas, ainda assim, os exe- no conceito de homo social em oposição ao homo econo-
cutivos têm maior responsabilidade administrativa, distin- micus, tendo em vista que para tais pensadores o homem
guindo-se das funções técnicas, isto é, ainda havia distinção tem necessidades superiores à recompensa exclusivamente
entre princípios e técnicas. Fayol adotou alguns princípios da econômica. Apesar de não ter sido essa a hipótese inicial
Administração Cientifica, como a divisão do trabalho e dis- de estudo, a experiência na Western Eletric de Hawthorne
ciplina, abandonando outros e acrescendo os princípios de permitiram aos pesquisadores conhecer, também, a supe-
autoridade e responsabilidade, espírito de equipe e iniciativa, rioridade do grupo informal na produtividade em relação ao
entre outros. Enquanto Ford e Taylor cuidaram da empresa de grupo formal. “Por grupos informais entendemos um con-
baixo pra cima, Fayol cuidou da empresa de cima pra baixo. junto de indivíduos suficientemente pequeno, de forma que
O quarto integrante da Escola Clássica, Max Weber, buscou possam comunicar-se entre si direta e frequentemente.” (PE-
sintetizar os pontos comuns às organizações formais mo- REIRA apud MOTTA; VASCONCELOS, 2002, p.63).
dernas em detrimento as organizações primitivas. Weber se Uma vez reconhecido que o a recompensa salarial não é
assemelhou aos outros Clássicos ao identificar nas organi- suficiente, surge a política de incentivos psicossociais, com o
zações as chamadas disfunções burocráticas, isto é, o segui- objetivo de motivar e satisfazer o trabalhador para que esse
mento rígido das regras, não levando em conta a variabilida- trabalhe em função do objetivo formal da empresa, confor-
de humana, como na abordagem dos outros. me destacado por Motta e Vasconcelos:
[...] preocupada com a relação entre a moral e a produ-
As teorias posteriores ao pensamento Clássico tividade, a Escola de Relações Humanas colocou na motiva-
Conforme Maximiano (2000) as pessoas não eram ne- ção a grande possibilidade de levar o individuo a trabalhar
gligenciadas pelas teorias clássicas, mas eram consideradas para o atingimento dos objetivos da organização formal.
recursos do processo produtivo. “Essa maneira prescritiva (MOTTA; VASCONCELOS, 2002, p.63)
de lidar com os problemas organizacionais é entendida pela Tal princípio é antagônico ao proposto pelas teorias
inexistência de referencias na época.” (COLLA, 2003). Em de- Clássicas uma vez que abrange, além dos incentivos finan-
corrência dos problemas tidos por tal pensamento, fez-se ceiros, o reconhecimento do trabalhador, instigando a sua
necessária a adoção de um método que considerasse as auto-estima e sentimento de realização. Dentro do campo
pessoas o fator primordial no processo administrativo, ou da motivação humana salientam-se os teóricos Abraham
seja, o enfoque passou a ser comportamental. Esse princí- Maslow e Frederick Herzberg. Moraes, Sant’anna e Kilimnik
pio comportamental pode ser subdividido em dois grandes (2005) ressaltam como os estados psicológicos são capazes
grupos: o comportamento individual e o coletivo. Tal pensa- de determinar a motivação e a satisfação nas tarefas e como
mento “surgiu graças ao desenvolvimento das ciências so- os trabalhadores passam a agir de acordo com a direção
ciais, notadamente a Psicologia e, em particular, a Psicologia determinada pela empresa, em razão de tais:
do Trabalho.”(CHIAVENATO, 2004, p.80), reconhecendo en- O primeiro desses estados é definido como a significân-
tão “a possibilidade de incluir uma maior parcela dos mem- cia percebida ou o grau com que o sujeito vê seu trabalho
bros da organização, antes simples executores de ordens, no como importante, valioso e significativo, dentro de sua esca-
papel de tomador de decisão, exercitando seu julgamento la de valores. O segundo refere-se à responsabilidade per-
[...]” (AGOSTINHO, 2003). cebida pelo trabalhador em relação a seu trabalho, isto é, ao
Chiavenato (2004) ainda destaca que entre as teorias grau em que o profissional se sente responsável pelos resul-
Clássica e das Ralações Humanas, surgiram autores que, tados do trabalho que executa. Já o terceiro, diz respeito ao
apesar de defenderem os princípios clássicos, foram pionei- conhecimento dos resultados do trabalho, ou seja, ao grau
ros em revisar, criticar e reformular tais bases administrati- em que o indivíduo conhece e entende seu desempenho
vas, tais como: Hugo Munsterberg (responsável pela apli- efetivo na tarefa. (MORAES; SANT’ANNA; KILIMNIK, 2005).
cação da psicologia às organizações e testes de seleção de A abordagem Neoclássica surgiu após a Teoria Compor-
pessoal), Ordway Tead (pioneiro na abordagem da liderança tamental e nada mais é do que o resgate da Teoria Clássica
democrática na administração), Mary Parker Follet (introdu- atualizada e redimensionada aos problemas administrativos
tora da corrente psicológica na Administração e da lei da atuais, como o próprio nome já indica, e ao tamanho das
situação: o certo e errado são determinados pela situação organizações contemporâneas. A mesma caracteriza-se por
concreta), Chester Barnard (precursor da teoria da coopera- uma forte ênfase nos aspectos práticos da Administração,
ção na organização, visando superar as limitações pessoais). pelo pragmatismo e pela busca de resultados reais e palpá-
A primeira Escola com enfoque comportamental foi a veis. Nesse método a ênfase se dá nos objetivos e nos resul-
de Relações Humanas que surgiu “como consequência das tados, ou seja, na eficiência, tendo em vista que, para essa,
conclusões da Experiência de Hawthorne, desenvolvida por todas as organizações com essa finalidade. Essa proposição
Elton Mayo e colaboradores. Apesar dessa experimento ter absorve o conteúdo de quase todas as outras teorias ante-
sido o precursor da Escola de Relações Humanas, a Teoria cedentes, “expurgando-os dos exageros e distorções típicos
2
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
do pioneirismo” (CHIAVENATO, 2004, p. 148). Os neoclássi- Analisando as teorias administrativas e a evolução das mes-
cos consideram “a Administração uma técnica social bási- mas, conclui-se que as proposições não são antagônicas,
ca. Isso leva à necessidade de que o administrador conheça mas se completam. Assim, cada instabilidade encontrada
[...] aspectos relacionados à direção de pessoas dentro das nessas tem sido aprimoradas por novas teorias posteriores,
organizações” (CHIAVENATO, 2004, p. 148), orientando os desenvolvidas até os dias atuais, adaptadas ao cenário vi-
comportamentos de modo a atingir os objetivos organiza- gente de sua formulação.
cionais através da comunicação, motivação e liderança. O capitalismo moderno tem determinado que as ativi-
dades intelectuais e de comunicação integrem crescente-
A Administração e suas teorias no mundo mente todos os níveis das atividades produtivas, incluindo
contemporâneo os trabalhadores da linha de produção, e exigindo que es-
Os teóricos clássicos têm importâncias positivas e nega- ses sejam polivalentes, ou seja, carece de uma aliança en-
tivas, até os dias de hoje. Para Chiavenato, Fayol e Taylor têm tre a produtividade e a capacidade humana dos operários.
importância histórica para as organizações: WOOD Jr. (1992) enfatiza que o modelo organizacional deve
O pioneiro da Teoria Clássica, Henri Fayol, é considerado agregar especialização técnica, coordenação, sincronismo
– juntamente com Taylor – um dos fundadores da moder- incrementadas com arte. Atendendo a essa demanda, a ges-
na Administração. Definiu as funções básicas da empresa, o tão participativa surge como um avanço da concepção me-
conceito de Administração [...], bem como procedimentos canicista em direção às propostas das organizações flexíveis:
universais a serem aplicados a qualquer tipo de organização unindo a racionalização da produção capitalista (de acordo
ou empresa. (CHIAVENATO, 2004, p.74) com as Teorias Clássicas) com as sugestões dadas pelos tra-
Segundo Morgan (1997), o uso de máquinas reduziu os balhadores (criatividade e produção intelectual humana).
trabalhadores a autômatos, não sendo permitido ao operá- Podemos concluir que as práticas administrativas têm
rio ser humano, isto é, exercer sua capacidade de pensar e se carecido e buscado a união dos pontos positivos de cada
adaptar as diversas situações, além da visão ilusória de que teoria, adaptando essas ao cenário vigente e acrescendo à
as tarefas enfrentadas pelas organizações podem baseadas essas praticas o toque da arte administrativa que todo orga-
naquelas desempenhadas pelas máquinas, inibindo a ino- nização necessita.1
vação. Com isso, os empregados perdem oportunidades de
crescimento pessoal, despendendo muitas horas por dia em
trabalho que não valorizam nem apreciam, enquanto as or-
ganizações perdem contribuições criativas e inteligentes que
a maioria dos empregados é capaz de fazer, se permitido.
No outro extremo filosófico destacam-se os métodos que
valorizam exatamente o desprezado pelas Teorias Clássicas:
“a criatividade é o elemento central, sendo percebida como
necessária para a geração de propriedade intelectual.” (BEN-
DASSOLLI et al., 2009). As organizações contemporâneas
têm percebido a capacidade intelectual e dado merecido re-
conhecimento à iniciativa de seus funcionários, identifican-
do essas como fundamentais para melhorias no processo
produtivo e essa forma de gestão tem alto valor no mercado
contemporâneo, pois atende às necessidades da organiza-
ção e seus trabalhadores e permite a integração ao mercado
atendido por essa.
A questão “Administração é ciência ou é arte?” tem
sido perpetuada em classes/palestras introdutórias ou li-
vros de teorias da administração com respostas não con-
clusivas, uma vez que “a Administração ainda se encontra
numa fase amalgamada de ciência e arte.” (MATTOS, 2009).
Se a Administração encontra-se numa fase interdisciplinar,
faz-se interessante pensarmos se seria possível a aplicação
de métodos científicos e limitadores da capacidade hu-
mana, como Taylor propôs, na Administração contempo-
rânea. Taylor citado por Batista-Dos-Santos e Nepomuce-
no (2008), já admitia que o trabalhador não era ignorante,
ao contrário, reconhecia a inteligência desse, assumindo
que as experiências de cada geração constroem melho-
res procedimentos e métodos práticos, porém, no méto-
do Taylorista, não é o operário quem deveria decidir qual
método mais adequado para seu trabalho, mas o gerente. 1 Fonte: www.administradores.com.br – Texto adaptado de Jéssica Loui-
siana Natalia Caetano
3
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Alguns fatores contribuíram para o surgimento das teo- Princípios da Administração Científica
rias da administração, entre eles podemos citar:2
• Desenvolvimento de uma ciência de Trabalho: uma
• Consolidação do capitalismo (lógica de mercado) e de investigação científica poderá dizer qual a capacida-
novos modos de produção e organização de trabalho, de total de um dia de trabalho, para que os chefes
que levou ao processo de modernização da sociedade saibam a capacidade de seus operários;
(substituição da autoridade tradicional pela autorida-
• Seleção e Desenvolvimento Científicos do Emprega-
de racional-legal);
do: para atingir o nível de remuneração prevista o
• Crescimento acelerado da produção e força de traba- operário precisa preencher requisitos;
lho desqualificada;
• Combinação da Ciência do trabalho com a Seleção
• Ausência de sistematização de conhecimentos em do Pessoal: os operários estão dispostos a fazer um
gestão. bom trabalho, mas os velhos hábitos da administra-
Vamos estudar detalhadamente cada uma das principais ção resistem à inovação de métodos;
abordagens. • Cooperação entre Administração e Empregados:
ABORDAGEM CLÁSSICA uma constante e íntima cooperação possibilitará a
A abordagem clássica da administração se divide em: observação e medida sistemática do trabalho e per-
• Administração Científica – defendida por Frederick mitirá fixar níveis de produção e incentivos financei-
Taylor ros
• Teoria Clássica – defendida por Henry Fayol Princípios de Taylor
Os dois autores acima citados partiram de pontos dis- • Princípio da separação entre o planejamento e a exe-
tintos com a preocupação de aumentar a eficiência na em- cução;
presa.
• Princípio do preparo;
Taylor se preocupava basicamente com a execução das
tarefas enquanto Fayol se preocupava com a estrutura da • Princípio do controle;
organização. • Princípio da exceção.
• Administração Científica - Pressupostos de Fre- Teoria Clássica – Pressupostos de Henry Fayol
derick Taylor
• Anatomia – estrutura.
• Organização Formal.
• Fisiologia – funcionamento.
• Visão de baixo para cima; das partes para o todo.
• Visão de cima para baixo; do todo para as partes.
• Estudo das Tarefas, Métodos, Tempo padrão.
• Funções da Empresa: Técnica, Comercial, Financeira,
• Salário, incentivos materiais e prêmios de produção.
Segurança, Contábil, Administrativa (coordena as
• Sistema fechado: foco nos processos internos e ope- demais).
racionais.
• Abordagem Prescritiva e Normativa.
• Padrão de Produção: eficiência, racionalidade.
• Divisão equitativa de trabalho e responsabilidade Funções da Administração Clássica - processo
entre direção e operário. organizacional
• Ser humano egoísta, racional e material: homo eco- • Prever: adiantar-se ao futuro e traçar plano de ação;
nomicus; • Organizar: constituir o organismo material e social
• Estudo de Tempos e Movimentos e Métodos; da empresa;
• Desenho de Cargos e Tarefas; • Comandar: dirigir o pessoal;
• Seleção Científica do Trabalhador (eliminação de to- • Coordenar: ligar, unir e harmonizar os esforços;
dos que não adotem os métodos); • Controlar: tudo corra de acordo com as regras.
• Preocupação com Fadiga e com as condições de tra-
balho; Princípios Gerais da Administração Clássica
• Padronização de instrumentos de trabalho; • Divisão do Trabalho: especializar funções;
• Divisão do Trabalho e Especialização; • Autoridade e Responsabilidade: direito de mandar e
• Supervisão funcional: autoridade relativa e dividida a poder de se fazer obedecer;
depender da especialização e da divisão de trabalho. • Disciplina: estabelecer convenções, formais e infor-
mais com seus agentes, para trazer obediência e res-
peito;
• Unidade de comando: recebimento de ordens de
apenas um superior – princípio escalar;
2 Fonte: www.revistarba.com.br
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
• Entropia: característico dos sistemas fechados e or- na Economia, o governo autoritário de Vargas re-
gânicos, estabelece que todas as formas de organi- solve modernizar a máquina administrativa brasilei-
zação tendem à desordem ou à morte; ra através dos paradigmas burocráticos difundidos
• Negentropia ou Entropia negativa: os sistemas so- por Max Weber. O auge dessas mudanças ocorre em
ciais se reabastecem de energia, assegurando supri- 1936 com a criação do Departamento Administrativo
mento contínuo de materiais e pessoas; do Serviço Público (DASP), que tinha como atribui-
ção modernizar a máquina administrativa utilizando
• Homeostase dinâmica ou Estado Firme: regula o
como instrumentos a afirmação dos princípios do
sistema interno para manter uma condição estável,
mérito, a centralização, a separação entre público e
mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico
privado, a hierarquia, a impessoalidade, a rigidez e
de ruptura e inovação;
universalidade das regras e a especialização e quali-
• Fronteiras ou limites: define a área da ação do sis- ficação dos servidores.
tema e o grau de abertura em relação ao meio am-
biente; 2. 1956 a 1960 – A administração paralela de JK: A
administração paralela foi um artifício utilizado pelo
• Diferenciação: os sistemas tendem a criar funções
governo JK para atingir o seu Plano de Metas e se-
especializadas – Integração (coordenação);
guir seu projeto desenvolvimentista. Surgiu com a
• Equifinalidade: um sistema pode alcançar o mesmo criação de estruturas alheias à Administração Direta.
estado final a partir de diferentes condições iniciais;
3. 1967 – A reforma militar: Durante a ditadura mili-
• Resiliência: determina o grau de defesa ou vulnera-
tar, a administração pública passa por novas trans-
bilidade do sistema a pressões ambientais externas.
formações, tais como: A ampliação da função eco-
• Holismo: o sistema só pode ser explicado em sua nômica do Estado com a criação de várias empresas
globalidade; estatais, a facilidade de implantação de políticas –
• Sinergia: o todo é maior que a soma das partes; em decorrência da natureza autoritária do regime, e
• Morfogênese: capacidade das organizações de mo- o aprofundamento da divisão da administração pú-
dificar a si mesmo e a estrutura; blica, mais especificamente através do Decreto-Lei
200/67, que distinguiu claramente a Administração
• Fluxos: componentes que entram e saem do sistema
Direta (exercida por órgãos diretamente subordina-
(informação, energia, material);
dos aos ministérios) da indireta (formada por autar-
• Feedback: é a retroalimentação, como controle do quias, fundações, empresas públicas e sociedades de
sistema, no qual os resultados retornam ao indiví- economia mista). Essa reforma trouxe modernização,
duo, para que os procedimentos sejam analisados padronização e normatização nas áreas de pessoal,
e corrigidos; compras e execução orçamentária, estabelecendo
• Homem Funcional: desempenha um papel específi- ainda, cinco princípios estruturais da administração
co nas organizações, inter-relacionando-se com os pública: planejamento, coordenação, descentraliza-
demais indivíduos. ção, delegação de competências e controle.
A teoria dos sistemas desmistifica a “ótima solução admi- 4. 1988 – A administração pública na nova Consti-
nistrativa” para a ideia de “soluções alternativas satisfatórias”. tuição: A nova Constituição da República Federativa
do Brasil voltou a fortalecer a Administração Direta
instituindo regras iguais as que deveriam ser segui-
1.2. EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO das pela administração pública indireta, principal-
PÚBLICA NO BRASIL APÓS 1930 mente em relação à obrigatoriedade de concursos
1.2.1 REFORMAS ADMINISTRATIVAS públicos para investidura na carreira e aos procedi-
mentos de compras públicas.
5. 1990 – O governo Collor e o desmonte da má-
A estruturação da Máquina Administrativa veio de um quina pública : Essa etapa da administração públi-
modelo patrimonial percebida até década de 30, na sequen- ca brasileira é marcada pelo retrocesso da máquina
cia veio a Era Vargas, onde vemos o modelo burocrático e na administrativa, o governo promoveu a extinção de
segunda metade da década de 90, deu início a implementa- milhares de cargos de confiança, a reestruturação e
ção do modelo gerencial. a extinção de vários órgãos, a demissão de outras
Podemos dividir essa estruturação em sete etapas, quais dezenas de milhares de servidores sem estabilidade
sejam: e tantos outros foram colocados em disponibilida-
1. 1930 a 1945 – Burocratização da Era Vargas: Nessa de. Segundo estimativas, foram retirados do serviço
primeira etapa, em decorrência do Estado patrimo- público, num curto período e sem qualquer planeja-
nial, da falta de qualificação técnica dos servidores, mento, cerca de 100 mil servidores.
da crise econômica mundial e da difusão da teoria 6. 1995/2002 – O gerencialismo da Era FHC: A re-
keynesiana, que pregava a intervenção do Estado forma administrativa foi o ícone do governo Fernan-
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
obedecia menos a critérios técnicos racionais e democráti- Na administração pública, dirigentes, normalmente pre-
cos para a prestação de serviços e mais a sistemas de lotea- postos de líderes políticos, tendem a inserir suas opções pes-
mento político, para manter coalizões de poder e atender a soais como fator diferenciador. Desprezam, assim, não só o
grupos preferenciais. racionalmente instituído como também opções e conquistas
Em grande parte, a expansão do Estado se fez sem al- de seus antecessores. A descontinuidade é justificada como
terar substancialmente suas relações com a sociedade. Por necessária à inovação. Na verdade, resulta mais em garan-
ter ainda alicerces frágeis na sociedade, o Estado brasileiro, tir acesso a novos grupos de poder e ressaltar a liderança
como organização, consiste ainda em uma superestrutura de uma pessoa e menos em modernizar a gestão. Compro-
que flutua sobre os cidadãos. missos formais institucionalmente estabelecidos necessitam
ser renegociados a cada novo dirigente. Na verdade, não há
Limites da formalidade institucional contratos com instituições, mas com pessoas. O personalis-
A formalidade institucional possui limites para explicar mo fragiliza as instituições públicas, deixando-as altamente
a evolução da administração pública brasileira. Fatores de vulneráveis e dependentes da pessoa de um único dirigente.
informalidade prevalecem e determinam muito do que se A administração pública era em grande parte domina-
decide e se executa na administração brasileira, compreen- da por grupos preferenciais que visavam garantir seus in-
dendo seus três níveis de governo: federal, estadual e muni- teresses e a proteção mútua de seus membros. Apesar da
cipal. Por estarem inseridos na cultura sociopolítica do país, modernização, muitos desses grupos ainda se aglutinam
esses fatores não são facilmente removíveis ou contornados no aparato estatal em busca de recursos para garantir sua
por meio de reformas administrativas de lógica racional bu- sobrevivência. Inserem-se em órgãos administrativos por
rocrática. meios formais — ocupação de cargos de direção —, mas
Fatores de informalidade continuam a chamar a atenção também informalmente, por meio de redes de apoio e de
dos estudiosos e analistas da gestão pública, além de ser re- interação ligadas por laços de lealdade. Procuram o acesso
tratados cotidianamente na mídia como práticas comuns de a recursos públicos para reforçar a lealdade política de base
gestão. São exemplos marcantes o personalismo paternalis- e preservar a liderança sobre determinados setores da co-
ta e a presença de grupos preferenciais que se organizam munidade. Esses recursos são utilizados para satisfazer não
por fora das instituições, mas que procuram manter fortes somente interesses políticos de poder como também inte-
relações com o Estado. Esses fatores distanciam os cidadãos resses sociais e particulares. Tais grupos dominam máquinas
da gestão pública, desenvolvendo a síndrome nós-eles. partidárias para evitar que alternativas de política pública,
contrárias aos seus interesses, sejam consideradas no pro-
O personalismo cesso decisório governamental. Controlam estruturas buro-
O personalismo — normalmente descrito como preva- cráticas de governo para garantir, durante longos períodos,
lecente no mundo latino-americano — faz ver o poder como o uso preferencial de grandes fatias do orçamento público.
centrado na figura de um líder, um dirigente, e não como o O uso de recursos públicos é o mecanismo básico de
resultado da gestão de recursos inerente a estruturas for- preservação do poder: são utilizados menos para atender
mais. Por ser um fator cultural, está presente na gestão tanto a demandas e necessidades reais da comunidade e mais
pública quanto privada. Na realidade, origina-se na desi- para a troca de favores e os interesses particulares do grupo.
gualdade social e se desenvolve pelas práticas de exclusão Como a lealdade aos membros do grupo é maior do que
e pelo cultivo do elitismo, ou seja, a crença de que algumas à instituição pública, tais grupos são capazes de manter a
pessoas são naturalmente mais capazes do que outras. As- coalizão a qualquer custo, inclusive às expensas do aumento
sim, o acesso a posições de comando e direção é antes de dos gastos governamentais.
tudo influenciado pelas condições de diferenciação social. Normalmente, esses grupos preferem dominar as áreas
Facilmente se desenvolve o autoritarismo hierárquico social, sociais por serem mais diretamente ligadas às maiores de-
centrado no personalismo: certas pessoas devem ser dife- mandas da população. Setores sociais são privilegiados para
renciadas em seleção e privilégios para posições de coman- o exercício do assistencialismo paternalista; propiciam ao lí-
do. Ainda, por ser um fator cultural, é mais facilmente aceito der do grupo o exercício da “bondade” por meio da conces-
e praticado. A maioria das pessoas, subordinadas nas orga- são de benefícios e favores com o dinheiro público. Assim,
nizações de trabalho — públicas ou privadas —, sente-se os líderes políticos e dirigentes públicos podem favorecer
presa às suas condições sociais e julga ser inútil ou fora de segmentos da população sob sua influência, fazendo-os crer
seu alcance ter iniciativa, ambição ou ilusão de que a ordem que o benefício concedido é uma concessão pessoal do lí-
social e administrativa poderia ser diferente. Nas sociedades, der, e não um direito individual ou um valor de cidadania.
naturalmente desiguais, prospera a crença de que as pes- O resultado final é o reforço do poder e da liderança tradi-
soas devem ser tratadas desigualmente, e os privilégios são cionais.
aceitos, praticados e reconhecidos como direitos. Vale ressaltar que esses grupos que se inserem e do-
No entanto, o personalismo elitista concorre para en- minam setores da administração pública não são pequenos
fraquecer substancialmente as instituições. Estas existem em grupos de aproveitadores ou perturbadores marginais da
função das pessoas que as dirigem, e a mudança da pessoa ordem administrativa; são grupos organizados e institucio-
no topo muda profundamente políticas e compromissos nalizados dentro do sistema político. Transformam o Estado
institucionais. num campo minado de lutas políticas, mas mantidas nos li-
mites das estruturas formais para não ferir a estabilidade e
8
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
legitimidade do sistema. Por esse motivo, as discórdias são tes políticos, não porque deixassem de existir, mas porque
bem toleradas e, de preferência, confinadas à arena política havia sempre um lado repressor.
predeterminada, que é o Estado. Com as novas inspirações ideológicas, começou-se a
Visto segundo uma lógica da gestão moderna, o siste- delinear a ideia de que os governos não poderiam sozinhos
ma administrativo pode parecer altamente irracional, mas conduzir ao progresso. O desenvolvimento passou a ser vis-
para os grupos preferenciais que dele se servem representa to como algo complexo e gigantesco, e as máquinas ad-
um sistema lógico e altamente racional. Baseia-se em valo- ministrativas tradicionais não como fator de modernização,
res e práticas tradicionais: assenta grande parte do poder mas obstáculos ao progresso. Surgiram movimentos signi-
político no distanciamento autoritário, no paternalismo e no ficativos, em muitos países e apoiados por entidades inter-
exercício da bondade. nacionais, para proclamar a descrença nas possibilidades da
E esses grupos não criam rupturas nas dimensões for- administração pública de conduzir o desenvolvimento.
mais da administração pública. Procuram seguir os passos Reduzir o tamanho do Estado e modernizar a admi-
formais, mas repletos de acomodação, concessões e opções nistração pública tornaram-se pontos importantes de uma
de natureza paternalista. Por terem lealdade quase nula à nova agenda política. Ao contrário das experiências anterio-
instituição pública, circulam facilmente entre as repartições, res, essa modernização se inspirou fortemente nos modelos
procurando obter melhores benefícios, indiferentes aos da- de gestão privada, considerados superiores e mais eficazes.
nos que causam, tanto ao interesse quanto ao orçamento Assim, as principais mudanças seriam transferir funções
público. estatais para a área privada e as restantes seriam administra-
Os cidadãos passam a ser receptores passivos da bon- das com formas o mais próximo possível das praticadas nas
dade. Ao receber benefícios, veem seus líderes e dirigentes empresas privadas.
como os mais bondosos e por isso merecedores de reco- Tendo a representação democrática como premissa,
nhecimento e apoio político. tentou-se valorizar as técnicas administrativas e a compe-
tência neutra dos servidores, presumindo sempre a sua ação
Síndrome nós-eles por delegação política e não por autonomia própria. A admi-
Da mesma forma que os governantes eleitos, os admi- nistração eficiente seria consequência natural de instrumen-
nistradores públicos são vistos como pessoas especiais dis- tos gerenciais, como estruturas e códigos de procedimentos
tantes da sociedade, menos voltadas para o interesse públi- adequados e boas regras orçamentárias e gestão de pessoal.
co e mais autocentradas. Pela falta de eficiência, culpavam-se a inadequação das es-
Dificuldades oriundas da discriminação contra a cida- truturas e dos procedimentos e a inabilidade dos próprios
dania — deficiência nos serviços de saúde, evasão escolar, servidores. Ajustes administrativos seriam feitos de acordo
crianças abandonadas, insegurança pública e pobreza — fa- com novos propósitos políticos, adquiridos em eleições, ou
zem a maioria ver seus representantes e funcionários como com novas tecnologias administrativas. As reformas preser-
pessoas despreocupadas com seus problemas. O relacio- vavam as estruturas organizacionais, favoreciam a rigidez
namento cliente organização pública se faz segundo uma dos códigos administrativos, e algumas propostas mais au-
síndrome nós-eles. Pelo controle político, centralização ex- daciosas propunham maior descentralização e autonomia
cessiva e paternalismo, a população brasileira aprendeu a organizacional. Entretanto, não se questionava fundamen-
conviver com a submissão, a alienação e o descrédito em talmente a administração pública, senão sua ineficiência ou
relação à administração pública. iniquidade.
A síndrome nós-eles se espalha facilmente. Parcelas Em grande parte, essas reformas colocavam em causa a
substanciais da população tendem a ver seus dirigentes e própria viabilidade da administração pública como condu-
representantes políticos como outro tipo ou classe de gente: tora de eficiência ou de eficácia na gestão de serviços e na
nós somos nós e eles são eles. ação redistributiva. Os novos modelos procuram transfor-
mar e introduzir na gestão pública o estilo privado. Além de
A era pós-Constituição: a redemocratização e as ampliarem a importação de técnicas típicas da área privada,
novas conquistas constitucionais propõem sempre com grande ênfase eliminação, privatiza-
Com a redemocratização, a inspiração neoliberal e as re- ção e terceirização de serviços.
ferências das inovações oriundas de países mais avançados, Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, as ideias
os movimentos de reforma procuravam centrar-se nas espe- sobre reformar a administração, com premissas de radicalis-
cificidades das diversas organizações públicas, à semelhança mo e promessas de eficiência imediata, são sempre atraen-
das mudanças na área privada. A perspectiva básica era a tes, dadas as dificuldades que os cidadãos enfrentam em
eficiência e capacidade de resposta da administração públi- tratar de seus interesses em qualquer organização pública.
ca e melhora da gerência pública. Passou-se a questionar o Ao entrar em contato com uma repartição pública, a maioria
tradicionalismo da administração pública, mas incorporando dos cidadãos experimenta uma história de relativo descaso
os fundamentos democráticos implantados na nova Cons- e má qualidade no atendimento, sobretudo na área social.
tituição, como a subordinação da administração pública a Para essas pessoas, a ineficiência no serviço é um sintoma de
mandatos políticos conquistados em eleições democráticas. iniquidade social, já que os mais afortunados normalmente
Em períodos não-democráticos, as tentativas de aparên- dispõem de outros meios.
cia tecnocrática ofuscaram muitos dos problemas de emba- Ao imitar a gestão privada, as propostas contemporâ-
neas assumem a singularidade do cliente e suas demandas
9
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
como fundamentais na gestão pública. Por presumirem a públicas existentes tentando assumir tarefas antes vistas
validade universal do management e, portanto, sua aplicabi- como exclusivas do Estado e mesmo influenciar a gestão de
lidade igualmente às organizações públicas e privadas, veem órgãos públicos e a representatividade política.
a reforma como uma simples questão de modernização ge- Favorecidas pela consciência popular sobre a ineficácia
rencial. Antes de planejar suas ações ou oferta de serviços, as da administração pública em relação à equidade política,
organizações públicas devem conhecer as demandas de sua econômica e social, essas novas associações e organizações
clientela. A organização pública existe para servir o indiví- agregam um espírito de proteção de interesses da maioria
duo: deve centralizar suas ações na demanda do cliente e na para contrapor-se à crença de que as instituições formais
sua escolha. Como no mercado, cliente é categoria primor- defendem e protegem interesses de uns poucos.
dial, e deve ser considerado em todas as instâncias. Na verdade, essas novas instâncias também agem no
Essa ideologia veio contaminada e reforçada pelos va- sentido de penetrar nas organizações públicas para defen-
lores dos países mais avançados, onde o individualismo der interesses de suas clientelas, por serem esses interesses
fundamentado na igualdade das oportunidades constitui julgados legítimos, mas desprezados pelas elites administra-
uma prática social comum. Por isso esses modelos centram- tivas. Praticam também a informalidade nas relações pes-
-se mais no indivíduo (clientes e funcionários) e menos no soais para atingir seus objetivos. Mesmo se aceitando uma
contexto. A ideologia liberal centrada no indivíduo valoriza contraposição legítima de fazer prevalecerem direitos não-
a iniciativa, o espírito empreendedor e o desempenho e rea- -reconhecidos, a prática da informalidade excessiva, inclu-
lização individuais. As pessoas se singularizam perante os sive nesses casos, concorre para enfraquecer as instituições
outros pelo seu desempenho e merecem ser tratadas dife- democráticas de representação política e de ação adminis-
rentemente pelas desigualdades conquistadas. Assim, méto- trativa.
dos de avaliação de desempenho individual e organizacional Assim, a administração pública brasileira ainda carre-
passaram a ser propostos com maior vigor. ga tradições seculares de características semifeudais e age
Tais ideias de reforma não progrediram com a ênfase como um instrumento de manutenção do poder tradicional.
desejada porque esbarraram em fatores históricos tradicio- Apesar do progresso em muitas instâncias de governo, as
nais ainda prevalecentes e que não se coadunam com prá- formas de ação obedecem menos a razões técnico-racionais
ticas neoliberais. e mais a critérios de loteamento político, para manter coa-
Ainda prevalece e se reforça a visão de ser a adminis- lizões de poder e para atender a objetivos de grupos prefe-
tração pública responsável por reduzir a desigualdade social renciais.
tanto por medidas desenvolvimentistas quanto por progra- No Brasil contemporâneo, a democratização e os novos
mas sociais compensatórios. processos eleitorais e os dispositivos constitucionais ajudam
Na prática neoliberal de países mais avançados, a gestão a levantar ou reacender expectativas sobre mais e melhores
pública deve agir no sentido de manter a igualdade peran- serviços, o que, aos poucos, provoca rupturas nas estrutu-
te a lei e de garantir oportunidades iguais, salvo nos casos ras políticas tradicionais e o surgimento de novas formas de
em que as chances não são claramente iguais. Programas gestão.
sociais se justificam mais facilmente pela desigualdade de No entanto, a crescente descrença nos mecanismos po-
oportunidades do que pela compensação de diferenças de líticos tradicionais de representação e nas instituições espe-
desempenho. cializadas, como os partidos políticos, para apresentar novas
A permanência de fortes relações com grupos preferen- alternativas de ação pública tem dificultado esse progresso.
ciais faz a administração brasileira ser retratada ainda como Pode ser mais lenta a reversão da idéia de que os governos
de grande base patrimonialista. As relações patrimoniais agem, prioritariamente, para beneficiar grupos preferenciais
contradizem não somente as possibilidades de uma admi- e ajudar a manter a coalizão de poder. Mas já é notável o
nistração modernizada no sentido mais amplo do interesse reconhecimento da quebra de algumas barreiras burocráti-
público como também as práticas liberais tão proclamadas cas tanto para a obtenção de serviços rotineiros quanto para
como a opção política dos últimos anos. o recebimento de atenção social, como saúde e educação.
Como a administração pública e a cultura tradicional são Ultimamente parece se ter reforçado a ilusão tradicional
ainda bastante interligadas, apesar dos progressos na mo- de que uma nova qualidade da decisão ou uma nova legiti-
dernização institucional, os relatos cotidianos na mídia ainda midade da política pública seriam suficientes para produzir
demonstram forte ligação da coisa pública com interesses maior eficiência na administração pública. Dessa forma, não
privados de grupos preferenciais. seria necessário pensar em grandes reformas administra-
O mundo das relações informais é fundamentalmente tivas porque a nova direção faria naturalmente a máquina
baseado no aspecto político tradicional, mas se ampliou administrativa responder com maior produtividade e qua-
pelo reforço de aspectos psicológicos culturais, como a lidade. Presume-se, assim, que dificuldades administrativas
maior descrença dos cidadãos na representação política e, anteriores são simples produto de falta de legitimidade e
em decorrência, nos órgãos da administração pública. Com de apoio político mais amplo. Resolvidas essas questões por
a crença reduzida nas instituições e na formalidade burocrá- vitórias eleitorais, o resto seria decorrência natural.
tica, buscam-se o informal e novas instituições da sociedade, Portanto, muitos novos dirigentes chegam às posições
como associações de usuários, cidadãos e ONGs, para pro- de direção político-administrativas para se frustrar rapida-
teger interesses e direitos. Essas organizações e associações mente com a máquina burocrática: redescobrem que formas
comunitárias diversas procuram contornar as instituições tradicionais de agir e de se comportar, cultivadas secular-
10
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
mente, não mudam por simples reposição da liderança ad- ro para a sociedade brasileira que essa reforma tornara-se
ministrativa. condição, de um lado, da consolidação do ajuste fiscal do
Não resta dúvida de que houve no país uma ampliação Estado brasileiro e, de outro, da existência no país de um
da legitimação política: novos programas sociais rompem serviço público moderno, profissional e eficiente, voltado
laços de grupos preferenciais tradicionais que dominavam para o atendimento das necessidades dos cidadãos.
paternalisticamente a redistribuição de benefícios. Novos Outra consideração foi na área da desregulamentação,
canais de distribuição de recursos sociais retiram de grupos quando a proposta era a de reduzir as regras e intervenção
locais tradicionais o seu poder de provedor único ou canal do Estado aos aspectos onde ela é absolutamente necessá-
privilegiado de acesso ao poder. Reconhecem-se nas comu- ria. Na reforma administrativa, toda uma série de medidas
nidades novas lideranças e formas de obter benefícios. Des- contribuíram para diminuir o chamado “entulho burocrá-
trói-se grande parte dos sistemas locais de acesso ao poder tico” - disposições normativas excessivamente detalhadas,
burocrático repondo-os com novas lideranças. Pode-se ar- que só contribuem para o engessamento da máquina e mui-
guir ser apenas uma troca de liderança, apenas a mudança tas vezes à sua intransparência (BERETTA, 2007).
de uma pessoa no poder, mantendo-se porém o mesmo A maior contribuição da reforma administrativa está
caráter paternalista. De fato, parte das condições e formas voltada à governança, entendida como o aumento da ca-
tradicionais de distribuição, troca e lealdade se mantém. No pacidade de governo, através da adoção dos princípios da
entanto, vale notar a troca de liderança feita fora dos grupos administração gerencial:
tradicionais de poder. Há novas dimensões de lealdade fora Orientação da ação do Estado para o cidadão-usuário
do caciquismo tradicional. Há mais dificuldades de acesso e de seus serviços; ênfase no controle de resultados através
domínio dos cargos públicos locais e mais pluralidade nas dos contratos de gestão; fortalecimento e autonomia da bu-
pelejas políticas. rocracia no core das atividades típicas de Estado, em seu
Ademais, a nova lealdade aos provedores da ação dis- papel político e técnico de participar, junto com os políticos
tributiva se transfere para líderes maiores não presentes na e a sociedade, da formulação e gestão de políticas públicas;
localidade e, portanto, não mais facilmente destrutíveis por separação entre as secretarias formuladoras de políticas e as
novos ou antigos caciques locais. Somente novos líderes na- unidades executoras dessas políticas, e contratualização da
cionais ou regionais, de igual credibilidade, poderiam, em relação entre elas, baseada no desempenho de resultados;
princípio, repor essas lideranças. adoção cumulativa de três formas de controle sobre as uni-
A modernização efetiva do Estado somente poderá ad- dades executoras de políticas públicas: controle social direto
vir de formas que alterem o sistema de poder e o aglomera- (através da transparência das informações, e da participação
do político que o constitui; em outras palavras, reformas que em conselhos); controle hierárquico gerencial sobre resulta-
redistribuam os recursos de poder e alterem os canais de dos (através do contrato de gestão); controle pela competi-
comunicação entre o público e sua administração. ção administrada, via formação de quase-mercados (BRES-
Em países em desenvolvimento, com experiências simi- SER PEREIRA, 1997, p. 42).
lares à brasileira, tem se verificado que as forças políticas Dessa forma, a reforma administrativa distingue-se das
emergentes não chegam ao poder por retração voluntária propostas de total ‘insulamento burocrático’, aproximando-
dos grupos preferenciais. Novos espaços, regras e estruturas -se mais do conceito de ‘autonomia inserida’ de Peter Evans
políticas que repartam e unam novos recursos de poder são (1995, apud BERETTA, 2007).
necessários para garantir a representação de novos grupos
sociais.3 Da Administração Burocrática à Gerencial
Essa modernização da administração publica nos leva à A administração burocrática clássica, baseada nos prin-
analise da nova gestão pública, que passa pela reforma do cípios de administração do exército prussiano, foi implanta-
Estado, que se tornou tema central nos anos 90 em todo da nos principais países europeus no final do século passado
o mundo, é uma resposta ao processo de globalização em e no Brasil, em 1936, com a reforma administrativa promovi-
curso, que reduziu a autonomia dos Estados de formular e da por Maurício Nabuco e Luís Simões Lopes. É a burocracia
implementar políticas e principalmente à crise do Estado, que Max Weber descreveu, baseada no princípio do mérito
que começa a se delinear em quase todo o mundo nos anos profissional (MARE, 1997).
70, mas que só assume plena definição nos anos 80. No Bra- No texto do MARE (1997), ainda se considera que, em-
sil, a reforma do Estado começou nesse momento, em meio bora tenham sido valorizados instrumentos importantes à
a uma grande crise econômica, que chega ao auge em 1990 época, tais como o instituto do concurso público e do trei-
com um episódio hiperinflacionário. A partir de então ela se namento sistemático, não se chegou a adotar consistente-
torna imperiosa. O ajuste fiscal, a privatização e a abertura mente uma política de recursos humanos que respondesse
comercial, que vinham sendo ensaiados nos anos anteriores às necessidades do Estado. O patrimonialismo, contra o qual
são então atacados de frente (MARE, 1997). a administração pública burocrática se instalara, embora em
No entanto, a reforma administrativa, só se efetivou processo de transformação, mantinha ainda sua própria for-
como tema central no Brasil em 1995, após a eleição e a ça no quadro político brasileiro. A expressão local do patri-
posse de Fernando Henrique Cardoso. Nesse ano ficou cla- monialismo - o coronelismo - dava lugar ao clientelismo e
ao fisiologismo e continuava a permear a administração do
Estado brasileiro.
3 Texto adaptado de Paulo Roberto Motta
11
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
A administração pública burocrática foi adotada para O fato é que a reforma administrativa em curso não é
substituir a administração patrimonialista, que caracterizou suficiente para superar as responsabilidades existentes no
as monarquias absolutas, na qual o patrimônio público e o país. Não pode, nem pretende de imediato, alterar signi-
privado eram confundidos. ficativamente a composição do gasto público, ou a lógica
O nepotismo e o empreguismo, senão a corrupção era orçamentária.
a norma. Tornou-se assim necessário desenvolver um tipo Mas pode contribuir pelo menos quanto a um dos la-
de administração que partisse não apenas da clara distinção dos perversos das políticas sociais: o mau uso dos recursos
entre o público e o privado, mas também da separação entre disponíveis. Pode também favorecer a construção da gover-
o político e o administrador público (MARE, 1997). nabilidade democrática, via maior transparência e responsa-
Surge assim a administração burocrática moderna, ra- bilidade do aparelho de Estado.
cional-legal; a organização burocrática capitalista, baseada Conceitos de gestão pública
na centralização das decisões, na hierarquia traduzida no Muito se fala sobre gestão pública, mas poucas pessoas
princípio da unidade de comando, os Dois Objetivos e os conhecem o significado da expressão, e este assunto é de
Setores do Estado na estrutura piramidal do poder, nas roti- muita importância ao administrador público, pois delimita,
nas rígidas, no controle passo a passo dos processos admi- com absoluta clareza, o campo de sua atuação, indicando-
nistrativos. -lhe o caminho certo no trato da coisa pública.
Também surge a burocracia estatal formada por admi- Para Santos, (2006) “gestão pública refere-se às funções
nistradores profissionais especialmente recrutados e treina- de gerência pública dos negócios do governo”. Assim, de
dos, que respondem de forma neutra aos políticos (MARE, acordo com Silva (2007) pode-se classificar, de maneira re-
1997 – CADERNO 3). sumida, o agir do administrador público em três níveis dis-
Como a administração pública burocrática vinha com- tintos:
bater o patrimonialismo e foi implantada no século XIX, no a) atos de governo, que se situam na órbita política;
momento em que a democracia dava seus primeiros passos, b) atos de administração, atividade neutra, vinculada à
era natural que desconfiasse de tudo e de todos - dos políti- lei;
cos, dos funcionários, dos cidadãos (MARE, 1997). c) atos de gestão, que compreendem os seguintes pa-
Segundo o MARE (1997), a administração pública ge- râmetros básicos:
rencial parte do pressuposto de que já se chegou a um nível I- tradução da missão;
cultural e político em que o patrimonialismo está condena- II- realização de planejamento e controle;
do e a democracia é um regime político consolidado. III- administração de R. H., materiais, tecnológicos e fi-
Segundo Beretta (2007), são grandes os impactos pre- nanceiros;
tendidos com a administração gerencial, no grau de accou- IV- inserção de cada unidade organizacional no foco da
ntability (entendida como responsabilidade ou intuito de organização; e
prestar contas a sociedade) das instituições públicas, e aqui V- tomada de decisão diante de conflitos internos e ex-
se abrem a ligações entre governança e governabilidade de- ternos.
mocrática. Portanto, fica clara a importância da gestão pública na
Na concepção da atual reforma administrativa, a go- realização do interesse público porque é ela que vai possibi-
vernabilidade depende de várias dimensões políticas, den- litar o controle da eficiência do Estado na realização do bem
tre elas a qualidade das instituições políticas quanto à in- comum estabelecido politicamente e dentro das normas ad-
termediação de interesses; a existência de mecanismos de ministrativas.
responsabilização (accountability) dos políticos e burocratas Infelizmente, a grande maioria dos agentes políticos
perante a sociedade, a qualidade do contrato social bási- desconhece totalmente esta importante ferramenta que
co. Essas dimensões remetem lato sensu à reforma política, está à sua disposição, resultando em gastos públicos inade-
essencial à reforma do Estado no Brasil (BRESSER PEREIRA, quados ou equivocados, ineficiências na prestação de servi-
1997, p. 36). ços públicos e, sobretudo, no prejuízo financeiro e moral da
A reforma gerencial da administração pública, ao modi- sociedade.
ficar de maneira essencial as formas de controle no interior Portanto, o gestor público não precisa temer a gestão
do aparato estatal, ao se referir sobre a alta burocracia e so- pública, por receio de perda de poder político, mas ao con-
bre as instituições públicas, dando ao mesmo tempo maior trário, deve conhecê-la e utilizá-la como forma inteligente
transparência às decisões administrativas, mostrando-as à de aumento de seu prestígio político porque somente atra-
sociedade, e não apenas da própria burocracia, pode con- vés dela será possível dirigir política e administrativamente
tribuir para o aumento da responsabilização dos administra- uma pessoa ou organização estatal com objetividade, racio-
dores públicos. Para isto, a informação é insumo fundamen- nalidade e eficiência (SILVA, 2007).
tal. E não há, aí, contraposição entre aumento de eficiência e A gestão pública, portanto, considerando o princípio
aumento de responsabilidade (BERETTA, 2007). econômico da escassez, em que as demandas sociais são
Em síntese, a administração pública gerencial está ba- ilimitadas e os recursos financeiros para satisfazê-las são es-
seada em uma concepção de Estado e de sociedade demo- cassos, deve priorizar a administração adequada, eficaz e efi-
crática e plural, enquanto que a administração pública buro- ciente de tudo aquilo que for gerado no seio social, sempre
crática tem um vezo centralizador e autoritário. tendo em vista o interesse do coletivo.
12
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Somados ao conceito de gestão pública, é relevante en- • Parametrização dos serviços públicos
tender o que vem a ser o moderno dentro dessa análise, • Foco na capacidade de resposta
portanto, usam-se as concepções de alguns autores como
• Incremento de produtividade
Bueno e Oliveira (2002), que conceituam ser a modernização
da administração carregada de objetivos a serem cumpridos, Eficiência crua
como: combater o patrimonialismo e o clientelismo vigentes
durante tantos anos; melhorar a qualidade da sua prestação Modelo Downsizing e Descentralização
de serviços à sociedade; aprimorar o controle social; fazer
mais ao menor custo possível, aumentando substancialmen- Associado a crise do paradigma das mega organizações
te a sua eficiência, pois não há recursos infinitos disponíveis públicas
para o alcance de todas as demandas sociais, conforme con- • Processos de Privatização
ceituam. Neste sentido, Garde (2001, apud Marques, 2003, p. • Redução de Hierarquia
221), conceitua que: • Busca de formas flexíveis na prestação do serviço
A nova Gestão Pública trata de renovar e inovar o fun- público
cionamento da Administração, incorporando técnicas do se-
tor privado, adaptadas às suas características próprias, assim • Gerenciamento em redes e parcerias (gestão de con-
como desenvolver novas iniciativas para o logro da eficiência tratos)
econômica e a eficácia social, subjaz nela a filosofia de que Minimalista, descentralizador.
a administração pública oferece oportunidades singulares,
para melhorar as condições econômicas e sociais dos povos. Em Busca da Excelência
Essa nova gestão se baseia na informação, cuja essên-
cia assume o caráter do conteúdo da ação de ter que ser Rejeita o economicismo e adota a vertente gerencialista
transmitida, depois de analisada e armazenada, bem como • Cultura Organizacional (visão, liderança, comunica-
ser liberada, para que possa servir para as futuras tomadas ção)
de decisões, para novo controle e para a subsequente ava- • Gestão de Mudança
liação.
• Busca da Qualidade (TQM)
Assim, resume-se que a gestão pública moderna tem
como fundamento um conteúdo ético, moral e legal por • Cidadão = Cliente (OSBORNE, GABLER, 1992).
parte daqueles que dela participam, tendo como objeti- Análise custo-benefício + Eficácia Gerencial
vo a crença no resultado positivo da política pública a ser
implementada e na credibilidade na administração pública
Orientação para o Serviço Público
exercida pelos mesmos. É igualmente um componente dela
a existência de um conteúdo pleno de elementos tecnoló- Propõe a criação de valor público (gerencialismo + de-
gicos que facilitem a utilização destes para administrar com mocracia)
potencial de eficácia e eficiência que se espera da Adminis- • Foco no usuário-cidadão (e não no cliente)
tração dos bens públicos.4
• Incorporação substantiva da participação política
A Nova Gestão Pública… • Transparência administrativa
FERLIE et al. (1999) • Desconcentração do poder e aprendizagem social
• A partir de uma revisão bibliográfica sobre a refor- Efetividade (MOORE, 2002).
ma administrativa em diferentes países nas décadas
de 80 e 90, os autores evidenciam a existência de 4
A Nova Gestão Pública – a vertente teórica
(quatro) modelos da NPM que foram introduzidos
econômica
no setor público.
• Utilizando-se do construto do tipo ideal weberiano, • Ajuste Estrutural
esses autores descrevem esses modelos, denomina- • Privatização
dos de Impulso para a Eficiência, Downsizing e Des- • Reengenharia & Downsizing
centralização, Em Busca da Excelência e Orientação
para o Serviço Público. • Contabilidade Gerencial
• Equilíbrio Fiscal
Modelo de Impulso para a Eficiência
Baseado na Economia Política do Tatcherismo (public A Nova Gestão Pública – a corrente teórica gerencial
choice) • Qualidade de Serviços Públicos
• Exacerbação dos controles financeiros • Foco no Cidadão
• Gestão Estratégica
• T&D
4 Fonte: www.escoladegoverno.pr.gov.br - Texto adaptado de Carlos Al-
berto Bonezzi/Luci Léia De Oliveira Pedraça
• Governo Eletrônico
13
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
AS NARRATIVAS POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS
DA ATUALIDADE
14
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Legalidade
A estrutura do Estado Brasileiro é uma República, ou É o princípio básico de todo o Direito Público.
seja, o Chefe de Estado é eleito pelo povo, Republica essa Toda ação do administrador público deve ser estrita-
formada pela União, Estados e Municípios, onde o exercício mente dentro do que a lei determina.
do poder é atribuído a Poderes distintos, independentes e Enquanto na iniciativa privada, tudo o que não for proi-
harmônicos entre si, sendo esses poderes o Legislativo (res- bido é permitido, na Administração Pública tudo o que não
ponsável pela elaboração das leis), Executivo (execução dos for permitido é proibido.
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer al-
guma coisa senão em virtude de lei (art. 5.º, II, da CF). O
5 Fonte: www.al.sp.gov.br - Texto adaptado de Fernando Coelho
15
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
princípio da legalidade representa uma garantia para os sempre agirá e decidirá através de critérios objetivos, e nun-
administrados, pois qualquer ato da Administração Pública ca por opiniões pessoais.
somente terá validade se respaldado em lei. Representa um Se não visar o bem público ficará sujeita à invalidação.
limite para a atuação do Estado, visando à proteção do ad- Significa que a Administração Pública não poderá atuar
ministrado em relação ao abuso de poder. discriminando pessoas de forma gratuita, a Administração
O princípio em estudo apresenta um perfil diverso no Pública deve permanecer numa posição de neutralidade em
campo do Direito Público e no campo do Direito Privado. No relação às pessoas privadas. A atividade administrativa deve
Direito Privado, tendo em vista o interesse privado, as partes ser destinada a todos os administrados, sem discriminação
poderão fazer tudo o que a lei não proíbe; no Direito Pú- nem favoritismo, constituindo assim um desdobramento do
blico, diferentemente, existe uma relação de subordinação princípio geral da igualdade, art. 5.º, caput, CF.
perante a lei, ou seja, só se pode fazer o que a lei expressa- Ex.: Quando da contratação de serviços por meio de lici-
mente autorizar. tação, a Administração Pública deve estar estritamente vin-
Nesse caso, faz-se necessário o entendimento a respeito culada ao edital, as regras devem ser iguais para todos que
do ato vinculado e do ato discricionário, posto que no ato queiram participar da licitação.
vinculado o administrador está estritamente vinculado ao
que diz a lei e no ato discricionário o administrador possui Moralidade
uma certa margem de discricionariedade. Vejamos: Em sua atuação o administrador público deve atender
aos ditames da conduta ética, honesta, exigindo a obser-
A. No ato vinculado, o administrador não tem liberda-
vância de padrões éticos, de boa-fé, de lealdade, de regras
de para decidir quanto à atuação. A lei previamente
que assegurem a boa administração e a disciplina interna na
estabelece um único comportamento possível a ser
Administração Pública (MARINELLA, 2005, p. 37)
tomado pelo administrador no fato concreto; não
A atividade da Administração Pública deve obedecer
podendo haver juízo de valores, o administrador não
não só à lei, mas também à moral.
poderá analisar a conveniência e a oportunidade do
A Lei n. 8.429/92, no seu art. 9.º, apresentou, em caráter
ato.
exemplificativo, as hipóteses de atos de improbidade admi-
B. O ato discricionário é aquele que, editado debaixo nistrativa; esse artigo dispõe que todo aquele que objetivar
da lei, confere ao administrador a liberdade para fa- algum tipo de vantagem patrimonial indevida, em razão de
zer um juízo de conveniência e oportunidade. cargo, mandato, emprego ou função que exerce, estará pra-
A diferença entre o ato vinculado e o ato discricio- ticando ato de improbidade administrativa. São exemplos:
nário está no grau de liberdade conferido ao admi- 1. Usar bens e equipamentos públicos com finalidade
nistrador. particular;
Tanto o ato vinculado quanto o ato discricionário só
2. Intermediar liberação de verbas;
poderão ser reapreciados pelo Judiciário no tocante
à sua legalidade, pois o judiciário não poderá intervir 3. Estabelecer contratação direta quando a lei manda
no juízo de valor e oportunidade da Administração licitar;
Pública.
4. Vender bem público abaixo do valor de mercado;
Importante também destacar que o princípio da legali-
5. Adquirir bens acima do valor de mercado (superfa-
dade, no Direito Administrativo, apresenta algumas ex-
turamento).
ceções: Exemplo:
Os atos de improbidade podem ser combatidos através
A. Medidas provisórias: são atos com força de lei que de instrumentos postos à disposição dos administrados, são
só podem ser editados em matéria de relevância e eles;
urgência. Dessa forma, o administrado só se subme- 1. Ação Popular, art. 5.º, LXXIII, da CF; e
terá ao previsto em medida provisória se elas forem
editadas dentro dos parâmetros constitucionais, ou 2. Ação Civil Pública, Lei n. 7347/85, art. 1.º.
seja, se presentes os requisitos da relevância e da ur-
gência; Publicidade
B. Estado de sítio e estado de defesa: são momentos de É dever do administrador público levar ao conhecimento
anormalidade institucional. Representam restrições de todos os seus atos, contratos ou instrumentos jurídicos.
ao princípio da legalidade porque são instituídos por Isso dá transparência e confere a possibilidade de qualquer
um decreto presidencial que poderá obrigar a fazer pessoa questionar e controlar toda a atividade administra-
ou deixar de fazer mesmo não sendo lei. tiva.
É o dever atribuído à Administração, de dar total trans-
Impessoalidade parência a todos os atos que praticar, ou seja, como regra
Toda a ação da Administração Pública deve ser praticada geral, nenhum ato administrativo pode ser sigiloso.
tendo em vista o interesse público, ou seja, o administrador A regra do princípio que veda o sigilo comporta algu-
mas exceções, como quando os atos e atividades estiverem
16
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
relacionados com a segurança nacional ou quando o con- na forma pelo qual o Poder Público executa suas atribuições
teúdo da informação for resguardado por sigilo (art. 37, § essenciais ou necessárias aos administrados. Diante disso,
3.º, II, da CF/88). entende-se que o serviço público, como atividade de inte-
A publicidade, entretanto, só será admitida se tiver fim resse coletivo, visando a sua aplicação diretamente a popu-
educativo, informativo ou de orientação social, proibindo-se lação, não pode parar, deve ele ser sempre continuo, pois
a promoção pessoal de autoridades ou de servidores públi- sua paralisação total, ou até mesmo parcial, poderá acarretar
cos por meio de aparecimento de nomes, símbolos e ima- prejuízos aos seus usuários.
gens. Exemplo: É proibido placas de inauguração de praças
com o nome do prefeito. Razoabilidade
Os poderes concedidos à Administração devem ser
Eficiência exercidos na medida necessária ao atendimento do interes-
Exige resultados positivos para o serviço público e sa- se coletivo, sem exageros.
tisfatório atendimento das necessidades dos administrados Esse princípio é um método utilizado no Direito Consti-
(público). Eficiência é a obtenção do melhor resultado com tucional Brasileiro para resolver a colisão de princípios jurídi-
o uso racional dos meios. cos, sendo estes entendidos como valores, bens, interesses.
A Emenda Constitucional nº 19 trouxe para o texto Exige proporcionalidade entre os meios de que se utilize a
constitucional o princípio da eficiência, que obrigou a Ad- Administração e os fins que ela tem que alcançar. Agir com
ministração Pública a aperfeiçoar os serviços e as atividades lógica, razão, ponderação. Atos discricionários.
que presta, buscando otimização de resultados e visando
atender o interesse público com maior eficiência. Princípio da Motivação
Para uma pessoa ingressar no serviço público, deve ha- É o princípio mais importante, visto que sem a motiva-
ver concurso público. A Constituição Federal de 1988 dispõe ção não há o devido processo legal.
quais os títulos e provas hábeis para o serviço público, a na- No entanto, motivação, neste caso, nada tem haver com
tureza e a complexidade do cargo. aquele estado de ânimo. Motivar significa mencionar o dis-
Para adquirir estabilidade, é necessária a eficiência (no- positivo legal aplicável ao caso concreto, relacionar os fatos
meação por concurso, estágio probatório etc.). E para perder que concretamente levaram à aplicação daquele dispositivo
a condição de servidor, é necessária sentença judicial transi- legal.
tada em julgado, processo administrativo com ampla defesa Todos os atos administrativos devem ser motivados
e insuficiência de desempenho. para que o Judiciário possa controlar o mérito do ato admi-
nistrativo quanto à sua legalidade. Para efetuar esse contro-
Outros princípios da Administração Pública le, devem-se observar os motivos dos atos administrativos.
Supremacia do interesse público Hely Lopes Meirelles entende que o ato discricionário,
Os interesses públicos têm supremacia sobre os inte- editado sob a lei, confere ao administrador uma margem de
resses individuais; é a essência do regime jurídico adminis- liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportuni-
trativo. dade, não sendo necessária a motivação, porém, se houver
tal motivação, o ato deverá condicionar-se à referida moti-
Presunção de Legitimidade vação. O entendimento majoritário, no entanto, é de que,
Os atos da Administração presumem-se legítimos, até mesmo no ato discricionário, é necessária a motivação para
prova em contrário (presunção relativa ou juris tantum – que se saiba qual o caminho adotado.
ou seja, pode ser destruída por prova contrária.)
Princípios que regem a Administração Federal:
Finalidade São os princípios aos quais toda a Administração Fede-
ral deve obediência, instituídos pelo decreto-lei nº 200/1967.
Toda atuação do administrador se destina a atender o
Portanto, tais princípios não são, em tese, de observância
interesse público e garantir a observância das finalidades
obrigatória por Estados e Municípios, vez que aquela não
institucionais por parte das entidades da Administração In-
é uma lei de efeitos nacionais, embora os entes federativos
direta.
adotem, via de regra, os mesmos princípios.
Autotutela
1. PLANEJAMENTO
A Administração Pública guarda para si a possibilidade
Visa promover o desenvolvimento econômico-social do
de rever seus próprios atos. “Pela autotutela o controle se
país e a segurança nacional, norteando-se segundo planos e
exerce sobre os próprios atos, com a possibilidade de anular
programas tais como o “plano geral de governo; programas
os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, inde-
gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual; orçamen-
pendentemente de recurso ao judiciário.”
to-programa anual; programação financeira de desembol-
Continuidade dos Serviços Públicos so”.
Tais instrumentos de planejamento, dispostos por aque-
Consiste na proibição da interrupção total do desempe- le decreto-lei que organizou a Administração Pública fede-
nho de atividades do serviço público prestadas a população ral, acabaram por ser incorporados à Constituição Federal,
e seus usuários. Entende-se que, o serviço público consiste
17
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
sendo obrigatórios os atuais planos plurianuais – PPAs, para nejamento, coordenação, supervisão e controle e com o ob-
a União, Estados e Municípios, segundo os quais devem ser jetivo de impedir o crescimento desmesurado da máquina
elaborados previamente os orçamentos e a programação fi- administrativa, a Administração procurará desobrigar-se da
nanceira para os próximos quatro exercícios. realização material de tarefas executivas, recorrendo, sem-
Esse PPA é estabelecido em lei a partir do projeto de lei pre que possível, à execução indireta, mediante contrato,
encaminhado pelo Poder Executivo, o qual estima, para cada desde que exista, na área, iniciativa privada suficientemente
exercício, a receita do governo e fixa a despesa no mesmo desenvolvida e capacitada a desempenhar os encargos de
valor, ou seja, o Poder Executivo faz uma previsão para cada execução”. Trata a norma, portanto, da descentralização por
um dos próximos quatro anos de quanto será a sua receita colaboração, da delegação de serviços a empresas privadas,
com a arrecadação de tributos e outros e, a partir daí, ela- com o objetivo de não aumentar a quantidade de servidores
bora o plano de despesas para o mesmo ano, totalizando-se públicos.
aquele mesmo valor. Durante o decorrer do ano serão feitos, Infelizmente não é citada, no capítulo relativo à descen-
pelo Poder Executivo, os ajustes àquele plano, seja porque tralização, a que se dá pela criação de entidades da Admi-
a arrecadação pode se verificar de fato maior ou menor do nistração Indireta, sendo essa falha apenas de organização
que a que foi prevista, o que deverá alterar para mais ou do texto, vez que foi o próprio decreto-lei nº 200/1967 que
para menos as despesas, seja porque o Poder Executivo tem criou essas modalidades de entidades.
liberdade, discricionariedade para aumentar ou diminuir os Resumindo, podemos afirmar que o princípio da des-
gastos em determinadas áreas, salvo aquelas de aplicação centralização, criado por aquele decreto-lei e obrigatório
mínima obrigatória determinada pelo texto constitucional, para a Administração Pública Federal, engloba as modali-
tais como saúde e educação. dades de descentralização por serviços e por colaboração,
O projeto de lei do PPA é encaminhado ao Legislativo além da desconcentração (apesar da falha terminológica).
no decorrer do primeiro ano de governo, para vigorar a par-
tir do próximo, com isso, existe o inconveniente de que, no 4. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS
primeiro ano de cada governo, as despesas serão baseadas Tem como objetivo assegurar maior rapidez e objeti-
no plano elaborado pelo governo anterior. vidade às decisões, situando-as na proximidade dos fatos,
pessoas ou problemas a atender.
2. COORDENAÇÃO
É decorrência natural da desconcentração administrati-
Visa evitar que a Administração Pública aja de forma va, uma vez que de nada adiantaria criar órgãos diversos
desordenada, sem integração e coordenação entre seus ór- com o objetivo de melhorar o desempenho da atividade ad-
gãos. ministrativa, criando órgãos específicos para cuidar de cada
Para isso, os assuntos deverão ter sido previamente matéria e ainda desconcentrar esses órgãos criando outros
coordenados com todos os setores neles interessados, in- geograficamente mais próximos ao administrado, se as au-
clusive no que diz respeito aos aspectos administrativos per- toridades responsáveis por esses órgãos menores não pos-
tinentes, através de consultas e entendimentos, de modo a suíssem competência para agir em determinadas situações.
sempre compreenderem soluções integradas e que se har- As leis criadoras dos Ministérios já determinam suas
monizem com a política geral e setorial do Governo. Além atribuições e as competências dos respectivos Ministros,
disso, preocupou-se o decreto-lei, já em 1967, com a coor- entretanto, a prática administrativa vem demonstrar, poste-
denação de esforços com governos estaduais e municipais riormente, caso a caso, várias atividades de competência do
com o intuito de atuação conjunta em áreas afins, nos se- Presidente da República que melhor seriam desempenhadas
guintes termos: pelos chefes de cada Ministério, ensejando assim a delega-
“Quando ficar demonstrada a inviabilidade de celebra- ção de competência daquele para esses, por ato unilateral,
ção de convênio com os órgãos estaduais e municipais que discricionário e revogável a qualquer momento, ou seja, ato
exerçam atividades idênticas, os órgãos federais buscarão do Presidente da República delega determinada compe-
com eles coordenar-se, para evitar dispersão de esforços e tência em função da conveniência, a seu juízo, podendo da
de investimentos na mesma área geográfica.” mesma forma essa delegação ser retirada por esse a qual-
quer momento.
3. DESCENTRALIZAÇÃO Nesse sentido dispõe o decreto-lei nº 200/1967 que “é
O decreto-lei dispõe que a execução das atividades da facultado ao Presidente da República, aos Ministros de Es-
Administração Federal deverá ser amplamente descentrali- tado e, em geral, às autoridades da Administração Federal
zada, citando como uma de suas formas “aquela que se dará delegar competência para a prática de atos administrativos,
dentro dos quadros da própria Administração Federal”, per- conforme se dispuser em regulamento.
mitindo-nos aqui verificar a confusão feita pelo legislador O ato de delegação indicará com precisão a autoridade
quanto ao significado do termo, vez que esse fenômeno não delegante, a autoridade delegada e as atribuições objeto de
é de descentralização, mas de desconcentração. delegação”.
Continuando, o texto legal prevê que a descentralização A delegação de competência, portanto, é a regra na Ad-
se dará também “no plano da Administração Federal para a ministração, sendo a exceção a impossibilidade de delega-
órbita privada, mediante contratos ou concessões”, rema- ção, que ocorre quanto às competências exclusivas.
tando que “para melhor desincumbir-se das tarefas de pla-
18
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Tem-se aqui um importante conceito dado pela doutri- Presidente da República expedir decretos regulamentares?”,
na: matéria de competência privativa de determinado agen- vez que a Constituição Federal assim dispõe literalmente.
te é aquela que compete a este, embora possa ser delegada
a outrem caso seja conveniente, enquanto matéria de com- 5. CONTROLE
petência exclusiva de determinado agente é a que lhe com- Esse princípio se relaciona com o princípio da tutela, sig-
pete não podendo ser delegada. nificando que a Administração deve controlar suas próprias
• Competência privativa → delegável atividades. O decreto-lei nº 200/67 dispõe que: “O controle
das atividades da Administração Federal deverá exercer-se
• Competência exclusiva → indelegável
em todos os níveis e em todos os órgãos, compreendendo,
particularmente: a) o controle, pela chefia competente, da
Atenção!!! execução dos programas e da observância das normas que
Essa distinção é pacífica na doutrina, embora os legisla- governam a atividade específica do órgão controlado; b) o
dores não costumem se importar com as terminologias pró- controle, pelos órgãos próprios de cada sistema, da obser-
prias e adequadas, usando cada termo indistintamente, como vância das normas gerais que regulam o exercício das ativi-
ocorre costumeiramente na Constituição Federal: dades auxiliares; c) o controle da aplicação dos dinheiros pú-
Art. 84. blicos e da guarda dos bens da União pelos órgãos próprios
Compete privativamente ao Presidente da República: do sistema de contabilidade e auditoria.6
I – nomear e exonerar os Ministros de Estado;
...
2 PROCESSO ADMINISTRATIVO: CONCEITO,
IV– sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
PRINCÍPIOS, FASES E MODALIDADES.
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
...
VI– dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração fede-
ral, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou Conceito
extinção de órgãos públicos; Procedimento destinado a apurar responsabilidade de
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; servidor por infração praticada no exercício de suas funções
... ou relacionada com as atribuições do seu cargo e a ele es-
XII – conceder indulto e comutar penas, com audiência, se tão sujeitos todos os servidores públicos estatutários , ainda
necessário, dos órgãos instituídos em lei; que em estágio probatório, podendo resultar nas seguintes
... penalidades:
XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais, na
• advertência, aplicada por escrito em faltas de menor
forma da lei;
gravidade;
...
Parágrafo único. • suspensão;
O Presidente da República poderá delegar as atribuições • demissão;
mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos • cassação da aposentadoria ou da disponibilidade.
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados A autoridade que tiver ciência de irregularidade no ser-
nas respectivas delegações”. viço público é obrigada a promover sua imediata apuração,
Verifica-se, nesse e em outros artigos da Constituição Fe- mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar.
deral, a falha terminológica do legislador, uma vez que, de
fato, competem privativamente ao Presidente da Repúbli- Sindicância
ca apenas as “atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e A sindicância, de rito sumário, é instaurada para apurar a
XXV, primeira parte”, as quais podem ser por ele delegadas, existência de fatos irregulares e determinar os responsáveis,
enquanto as demais atribuições competem ao Presidente de podendo resultar em:
forma exclusiva, ou seja, indelegável. Assim, por exemplo, a • arquivamento do processo, quando não for apurada
expedição de decretos não pode ser delegada a Ministro de irregularidade;
Estado, salvo os previstos no inciso VI, conhecidos como de- • aplicação de penalidade de menor gravidade (adver-
cretos autônomos. tência ou suspensão de até 30 dias);
Atenção!!! • instauração de processo disciplinar.
Como já sabemos, devemos responder às questões de Somente a autoridade competente, indicada pelo Regi-
concurso preferencialmente de acordo com a lei, só respon- mento ou Regulamento, poderá instaurar a sindicância, sob
dendo com base em doutrina ou jurisprudência, em regra, pena de nulidade do procedimento. A sindicância é consti-
quando a questão assim exigir. Dessa forma, devemos respon-
der afirmativamente à questão “compete privativamente ao
6 Texto adaptado de Gustavo Mello Knoplock
19
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
tuída de três fases, que deverão ser cumpridas no prazo de • autuação e composição do processo disciplinar;
30 dias, prorrogável por igual período, sendo estas: • citação;-
• abertura ou instauração; • instrução;
• instrução; • tomada de depoimento das testemunhas;
• relatório. • juntada de documentos;
Em caso de se provar a ocorrência do ilícito e identifi- • perícia;
cação da sua autoria, o processo comportará, antes do jul- • defesa do acusado;
gamento, a fase da defesa, que se desenvolve no prazo de
• relatório.
15 dias, prorrogável por mais 10. Após a defesa, a Comissão
apresenta relatório conclusivo, focalizando basicamente três Caso o processo administrativo disciplinar tenha sido
pontos: precedido de sindicância, os autos desta devem ser encami-
• indiciação - resumo da denúncia e indicação dos dis- nhados à Comissão Processante, na condição de peça infor-
positivos legais transgredidos. mativa, e integrará o processo instaurado.
• defesa - síntese dos argumentos desenvolvidos na Encerramento dos Trabalhos da Comissão Processante
defesa do sindicado, confrontando as acusações
com as contestações apresentadas. O encerramento dos trabalhos da Comissão Processan-
te ocorre mediante lavratura de termo próprio, no qual é
• parecer - relato do quanto foi apurado, exposição
indicada a data em que os trabalhos foram concluídos, para
de suas conclusões à luz das provas produzidas, cir-
verificação do cumprimento do prazo legal (60 dias conta-
cunstâncias agravantes e atenuantes e recomenda-
dos da data da instauração, admitida uma única prorroga-
ção da penalidade que entenda justa e compatível
ção por igual prazo).
com a falta cometida.
Após a assinatura do termo de encerramento, é lavrado
o termo de remessa, encaminhando-se os autos à autorida-
Julgamento da sindicância de que determinou a instauração do processo, acompanha-
O julgamento da sindicância cabe à autoridade que te- dos dos autos suplementares.
nha determinado a sua abertura. Qualquer que seja a decisão
da autoridade, deve a mesma, no despacho que a proferir, Julgamento do Processo Administrativo Disciplinar
determinar as medidas a serem tomadas para a sua eficácia. O julgamento do processo administrativo disciplinar, em
Decidindo a autoridade pela aplicação de penalidade, ex- princípio, cabe à autoridade que determinou sua instaura-
pedirá o competente ato que deve ser publicado em Diário ção. A decisão da autoridade julgadora deve ser proferida
Oficial da União, dele cabendo pedido de reconsideração ou no prazo de 60 dias, contados do recebimento do proces-
recurso na forma da lei. so, de modo que torna-se obrigatória a sua publicação no
Diário Oficial da União. Se o processo não for julgado no
Instauração do Processo Administrativo Disciplinar
prazo estabelecido o acusado reassume automaticamente o
Ciente do ato ou fato irregular, a autoridade deve comu- exercício das atribuições do seu cargo, logicamente se dele
nicar ao respectivo dirigente máximo, juntando os elemen- estiver afastado. As conclusões oferecidas no relatório da
tos de comprovação da ocorrência e da responsabilidade Comissão não vinculam a autoridade julgadora que pode,
do agente envolvido, e pedindo a instauração do proces- em despacho onde exponha as suas razões de decidir, agra-
so administrativo disciplinar. Em conseguinte, a portaria da var a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor
autoridade competente instaura o processo administrativo, de responsabilidade. O despacho final ou julgamento de um
designando uma comissão para apuração da irregularidade processo administrativo corresponde a uma sentença admi-
denunciada, integrada por 3 membros, servidores efetivos nistrativa.
do quadro do órgão ou entidade, que poderão ser dispen-
sados das atribuições normais de seus cargos até a apresen- Encerramento do Processo Administrativo Disciplinar
tação do relatório final.
Julgado o processo administrativo disciplinar e a deci-
São competentes para determinar a instauração do pro-
são publicada em Diário Oficial da União, será o mesmo en-
cesso disciplinar:
caminhado à unidade administrativa responsável sendo os
• o Dirigente Superior de autarquia ou fundação, em autos arquivados no prontuário do servidor. Se a infração
relação aos servidores dos quadros da respectiva en- constituir crime capitulado em lei, a autoridade julgadora
tidade. promoverá a remessa dos autos suplementares do proces-
so administrativo disciplinar ao Ministério Público Federal.
Instrução do Processo O servidor que esteja respondendo ou tenha respondido
a processo administrativo disciplinar somente poderá ser
Consiste na instrução do processo da reunião de todos exonerado à pedido ou aposentado voluntariamente, após
os elementos formadores da convicção sobre a ocorrência o encerramento do processo, com o cumprimento da pena-
da irregularidade, bem como, da sua autoria, resumindo-se lidade, nos casos em que esta tenha sido aplicada
os atos a termos, sendo composto por:
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
do equilíbrio entre a flexibilidade e a ética, a desordem e a partilham certas características, interajam uns com os outros,
incerteza; a capacidade permanente de aprendizagem; saber aceitem direitos e obrigações como sócios do grupo e com-
fazer e saber ser. partilhem uma identidade comum — para haver um grupo
Essa habilidade comunicacional, porém, na maioria das social, é preciso que os indivíduos se percebam de alguma
empresas, ainda não faz parte da job-description de um exe- forma afiliados ao grupo.
cutivo. É ainda uma reserva do profissional de comunicação, Segundo COSTA (2002), o grupo surgiu pela necessida-
embora devesse ser encarada como responsabilidade de to- de de o homem viver em contato com os outros homens.
dos, em todos os níveis. Nesta relação homem-homem, vários fenômenos estão pre-
O desenvolvimento dessa habilidade pressupõe, an- sentes; comunicação, percepção, afeição liderança, integra-
tes de tudo, saber ouvir e lidar com a diferença. É preciso ção, normas e outros. À medida que nós nos observamos
lembrar: sempre apenas metade da mensagem pertence a na relação eu-outro surge uma amplitude de caminhos para
quem a emite, a outra metade é de quem a escuta e a pro- nosso conhecimento e orientação.
cessa. Lasswell já dizia que quem decodifica a mensagem é Cada um passa a ser um espelho que reflete atitudes e
aquele que a recebe, por isso a necessidade de se ajustarem dá retorno ao outro, através do feedback.
os signos e códigos ao repertório de quem vai processá-los. Para encontrarmos maior crescimento, a disponibilidade
Pode-se afirmar, ainda, que as bases para a construção em aprender se faz necessária. Só aprendemos aquilo que
de um ambiente propício à criatividade, à inovação e à apren- queremos e quando queremos.
dizagem estão na autoestima, na empatia e na afetividade. Nas relações humanas, nada é mais importante do que
Sem esses elementos, não se estabelece a comunicação nem nossa motivação em estar com outro, participar na coorde-
o entendimento. Embora durante o texto tenhamos exposto nação de caminhos ou metas a alcançar.
inúmeros obstáculos para o advento dessa nova realidade e Um fato merecedor de nossa atenção é que o homem
que poderiam nos levar a acreditar, tal qual Luhman (1992), necessita viver com outros homens, pela sua própria nature-
na improbabilidade da comunicação, acreditamos que essa za social, mas ainda não se harmonizou nessa relação.
é uma utopia pela qual vale a pena lutar. Lewin (1965) considerou o grupo como o terreno sobre
Mas é preciso ter cuidado. Esse ambiente de mudanças, o qual o indivíduo se sustenta e se satisfaz. Um instrumento
que traz consigo uma radical mudança no processo de troca para satisfação das necessidades físicas, econômicas, políti-
de informações nas organizações e afeta, também, todo um cas, sociais, etc.·.
sistema de comunicação baseado no paradigma da trans- As empresas não funcionam na base da pura improvi-
missão controlada de informações, favorece o surgimento e sação. A estratégia empresarial é basicamente uma ativida-
a atuação do que chamo de novos Messias da comunicação, de racional que envolve a identificação das oportunidades
que prometem internalizarem nas pessoas os novos objeti- e das ameaças do ambiente onde opera a empresa, bem
vos e conceitos, estimularem a motivação e o comprometi- como a avaliação das forças e fraquezas da empresa, sua
mento à nova ordem de coisas, organizarem rituais de pas- capacidade atual ou potencial em se antecipar às necessida-
sagem em que se dá outro sentido aos valores abandonados des e demandas do mercado ou em competir sob condições
e introduz-se o novo. de risco com os concorrentes. Assim, a estratégia deve ser
Hoje, não é raro encontrar-se nos corredores das orga- capaz de combinar as oportunidades ambientais com a ca-
nizações profissionais da mudança cultural, agentes da nova pacidade empresarial em um nível de equilíbrio ótimo entre
ordem, verdadeiros profetas munidos de fórmulas infalíveis, o que a empresa quer e o que ela realmente pode fazer.
de cartilhas iluministas, capazes de minar resistências e via- A estratégia constitui uma abordagem integrada, re-
bilizar uma nova cultura e que se autodenominam reenge- lacionando as vantagens da empresa com os desafios do
nheiros da cultura. ambiente, no sentido de assegurar o alcance dos objetivos
Esses profissionais se aproveitam da constatação de que básicos da empresa. Todavia, a estratégia se preocupa com
a comunicação é, sim, instrumento essencial da mudança, o “o que fazer” e não com “como fazer”. Em outros termos,
mas se esquecem de que o que transforma e qualifica é o a estratégia exige toda uma implementação dos meios ne-
diálogo, a experiência vivida e praticada, e não a simples cessários para a sua execução. Como esses meios envolvem
transmissão unilateral de conceitos, frases feitas e fórmulas a empresa como um todo, trata-se aqui de atribuir incum-
acabadas tão próprias da chamada educação bancária des- bências a todos os níveis (ou subsistemas) da empresa: o
crita por Paulo Freire. nível institucional, o nível intermediário e o nível operacional.
E a viabilização do diálogo e da participação tem de ser E a implementação exige planejamento. Isto é, a estratégia
uma política de comunicação e de RH. A construção e a via- empresarial precisa de um plano básico - o planejamento es-
bilização dessa política é, desde já, um desafio aos estrate- tratégico- para a empresa poder lidar com todas estas forças
gistas de RH e de comunicação, como forma de criar o tal em conjunto. E o planejamento estratégico precisa apoiar-se
ambiente criativo a que Ricarte de referiu e viabilizar, assim, em uma multiplicidade de planos situados carreira abaixo
a construção da organização qualificante, capaz de enfrentar dentro da estrutura da organização. Para levar adiante o pla-
os desafios constantes de um mundo em mutação, incerto nejamento estratégico requer planos táticos e cada um deles
e inseguro. requer planos operacionais, combinando esforços para obter
Em Sociologia, um grupo é um sistema de relações so- efeitos sinergísticos.
ciais, de interações recorrentes entre pessoas. Também pode
ser definido como uma coleção de várias pessoas que com-
22
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
croambientais (consumidores, concorrentes, canais de dis- presa precisa de uma formulação de estratégias para serem
tribuição, fornecedores) que afetam sua habilidade de obter implantadas.
lucro. Após o desenvolvimento das principais estratégias da
Oportunidades empresa, deve-se adotar programas de apoio detalhados
Um importante propósito da análise ambiental é identi- com responsáveis, áreas envolvidas, recursos e prazos de-
ficar novas oportunidades de marketing e mercado. finidos.
Ameaças
Ameaça ambiental é um desafio decorrente de uma ten- 7. GERAR FEEDBACK E CONTROLAR
dência desfavorável que levaria a deterioração das vendas À medida que implementa sua estratégia, a empresa
ou lucro. precisa rastrear os resultados e monitorar os novos desen-
volvimentos nos ambientes interno e externo. Alguns am-
3. ANALISAR O AMBIENTE INTERNO
bientes mantêm-se estáveis de um ano para outro. O ideal
Você saberia dizer quais são as qualidades e o que pode é estar sempre atento à realização das metas e estratégias,
ou deve ser melhorado na sua empresa? Esses são os pontos para que sua empresa possa melhorar a cada dia.
fortes/forças e fracos/fraquezas do seu negócio.
Princípios aplicados ao planejamento
4. ANALISAR A SITUAÇÃO ATUAL I- Princípio da definição dos objetivos (devem ser traça-
Depois de identificados os pontos fortes e pontos fracos dos com clareza, precisão)
e analisadas as oportunidades e ameaças, pode-se obter a II- Princípio da flexibilidade do planejamento (poderá e
matriz FOFA (força ou fortalezas, oportunidades, fraquezas deverá ser alterado sempre que necessário e possível).
e ameaças) ou SWOT (strengths, weaknesses, opportunities Com esta primeira função montaremos o plano teóri-
e threats). Inclua os pontos fortes e fracos de sua empresa, co, completando assim o ciclo de planejamento: Estabelecer
juntamente com as oportunidades e ameaças do setor, em objetivos, tomar decisões e elaborar planos.
cada uma das quatro caixas:
ORGANIZAÇÃO
É a função administrativa que visa dispor adequada-
mente os diferentes elementos (materiais, humanos, proces-
sos, etc.) que compõem (ou vierem a compor) a organiza-
ção, como objetivo de aumentar a sua eficiência, eficácia e
efetividade.
DIREÇÃO
Podemos dividir essa função em duas subfunções:
COMANDAR
É a função administrativa que consiste basicamente em:
Decidir a respeito de “que” (como, onde, quando, com
que, com quem) fazer, tendo em vista determinados objeti-
A análise FOFA fornece uma orientação estratégica útil. vos a serem conseguidos.
Determinar as pessoas, as tarefas que tem que executar.
É fundamental para quem comanda desfrutar de certo
5. DEFINIR OBJETIVOS E METAS poder:
São elementos que identificam de forma clara e precisa • Poder de decisão.
o que a empresa deseja e pretende alcançar. A partir dos • Poder de determinação de tarefas a outras pessoas.
objetivos e de todos os dados levantados acima, são defini-
das as metas. • Poder de delegar – a possibilidade de conferir á ou-
As Metas existem para monitorar o progresso da em- tro parte do próprio poder.
presa. Para cada meta existe normalmente um plano opera- • Poder de propor sanções àqueles que cumpriram
cional, que é o conjunto de ações necessárias para atingi-la; ou não ás determinações feitas.
Toda meta, ao ser definida, deve conter a unidade de medi-
da e onde se pretende chegar. COORDENAR
6. FORMULAR E IMPLEMENTAR A ESTRATÉGIA É a função administrativa que visa ligar, unir, harmonizar
todos os atos e todos os esforços coletivos através da qual
Até aqui, você definiu a missão e visão do seu negócio se estabelece um conjunto de medidas, que tem por objeti-
e definiu metas e objetivos visando atender sua missão em vo harmonizar recursos e processos. Dois tipos de Coorde-
direção à visão declarada. Agora, é necessário definir-se um nação:
plano para se atingir as metas estabelecidas, ou seja, a em-
24
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
• Vertical/Hierárquico: É aquela que se faz com as • Medidas de desempenho compatíveis com os ob-
pessoas sempre dentro de uma rigorosa observân- jetivos;
cia das linhas de comando (ou escalões hierárquicos • Condições motivadoras.
estabelecidos).
• Horizontal: É aquela que se estabelece entre as ou- Estrutura:
tras pessoas sem observância dos níveis hierárquicos Toda empresa possui dois tipos de estrutura: Formal e
dessas mesmas pessoas. Essa coordenação possibili- informal.
ta a comunicação entre as pessoas de vários depar-
tamentos e de diferentes níveis hierárquicos. Risco Elaboração da estrutura organizacional
Básico: Desmoralização ou destruição das linhas de
comando ou hierarquia. É o conjunto ordenado de responsabilidades, autorida-
des, comunicações e
decisões das unidades organizacionais de uma empresa.
CONTROLE
• Não é estática.
Esta função se aplica tanto a coisas quanto a pessoas. • É representada graficamente pelo organograma.
Para que a função de controle possa efetivamente se
• É dinâmica.
processar e aumentar a eficiência do trabalho, é fundamen-
tal que o estabelecido ou determinado esteja perfeito, cla- • Deve ser delineada de forma a alcançar os objetivos
ramente explicado. institucionais.
“O que perturba o bom entendimento não são regras • (Delinear = Criar, aprimorar).
do jogo muito exigentes, mas sim regras esclarecidas após • Deve ser planejada.
o jogo iniciado.”
É a função administrativa através da qual se verifica se O Planejamento deve estar voltado para os seguintes ob-
o que foi estabelecido ou determinado foi cumprido (sem jetivos:
entrar especificamente nos méritos e se deu ou não bons • Identificar as tarefas físicas e mentais que precisam
resultados). ser desempenhadas.
Um sistema de controle deve ter: • Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem
• um objetivo, um padrão, uma linha de atuação, uma desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a
norma, uma regra “decisorial”, um critério, uma uni- pessoas ou grupos.
dade de medida; • Proporcionar aos empregados de todos os níveis:
• um meio de medir a atividade desenvolvida; • Informação.
• um procedimento para comparar tal atividade com • Recursos para o trabalho.
o critério fixado; • Medidas de desempenho compatíveis com obje-
• algum mecanismo que corrija a atividade como cri- tivos e metas.
tério fixado. O processo de controle é realizado em • Motivação.
quatro fases a saber:
Tipos de estrutura organizacional
A. Estabelecimento de padrões ou critérios;
• Funcional.
B. Observação do desempenho;
• Clientes.
C. Comparação do desempenho com o padrão estabe-
lecido; • Produtos.
D. Ação para corrigir o desvio entre o desempenho • Territorial.
atual e o desempenho esperado. • Por projetos.
• Matricial.
2.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Desenvolvimento, implantação e avaliação de
estrutura organizacional.
No desenvolvimento considerar:
Benefícios de uma estrutura adequada. • Seus componentes.
• Identificação das tarefas necessárias; • Condicionantes.
• Organização das funções e responsabilidades; • Níveis de influência.
• Informações, recursos, e feedback aos empregados; • Níveis de abrangência.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
26
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
A título organizacional, várias pesquisas sugerem que que se mantêm inalteradas como se nada tivesse
uma Cultura Organizacional saudável e vigorosa é capaz de mudado no mundo ao seu redor.
proporcionar vários benefícios, incluindo os seguintes: • Culturas fortes: Seus valores são compartilhados in-
• Vantagem competitiva derivada de inovação e servi- tensamente pela maioria dos funcionários e influen-
ço ao cliente; cia comportamentos e expectativas.
• Maior desempenho dos empregados; • Culturas fracas: São culturas mais facilmente mu-
• Coesão da equipe; dadas. Como exemplo, seria uma empresa pequena
e jovem, como está no início, é mais fácil para a ad-
• Alto nível de alinhamento na busca da realização de
ministração comunicar os novos valores, isto explica
objetivos.
a dificuldade que as grandes corporações tem para
Características mudar sua cultura.
De acordo com pesquisadores do assunto, existem sete Com base nesse conjunto, pode-se dizer que a cultura
características básicas que, em conjunto, capturam a essên- organizacional onde você está inserido é representada pela
cia da cultura de uma organização: forma como os colaboradores em geral percebem as carac-
• Inovação e assunção de riscos: o grau em que os terísticas da cultura da empresa.
funcionários são estimulados a inovar e assumir ris- Por que é importante entender a cultura organizacio-
cos. nal? Aceitar melhor a sua existência, compreender os seus
meandros, entender como ela é criada, sustentada e apren-
• Atenção aos detalhes: o grau em que se espera
dida, pode melhorar a sua capacidade de sobrevivência na
que os funcionários demonstrem precisão, análise e
empresa, além de ajudá-lo a explicar e prever o comporta-
atenção aos detalhes.
mento dos colegas no trabalho.
• Orientação para os resultados: o grau em que os Atualmente, as discussões em torno das mudanças
dirigentes focam mais os resultados do que as téc- ocorridas nas últimas décadas, sejam mudanças sociais, eco-
nicas e os processos empregados para seu alcance. nômicas, tecnológicas, organizacionais, dentre outras, não
• Orientação para as pessoas: o grau em que as deci- se findam. A produção de textos (acadêmicos ou não) acer-
sões dos dirigentes levam em consideração o efeito ca do assunto se mostra vasta, principalmente quando tais
dos resultados sobre as pessoas dentro da organi- mudanças estão associadas ao impacto ou influência que
zação. exercem sobre aspectos como: o comportamento organi-
• Orientação para as equipes: o grau em que as ativi- zacional, a cultura organizacional, a liderança, a gestão de
dades de trabalho são mais organizadas em termos carreira, mas, principalmente sobre o elemento humano nos
de equipes do que de indivíduos. ambientes organizacionais.
Pode-se dizer que nos dias de hoje as pessoas torna-
• Agressividade: o grau em que as pessoas são com- ram-se um ícone em destaque nos ambientes de trabalho.
petitivas e agressivas em vez de dóceis e acomoda- Cada vez mais são utilizadas ferramentas de gestão de pes-
das. soas, como a pesquisa de clima organizacional, por exemplo,
• Estabilidade: o grau em que as atividades organi- para levantar as expectativas e as percepções dos emprega-
zacionais enfatizam a manutenção do status quo em dos acerca da empresa em que trabalham.
contraste com o crescimento. Não se espera aqui ter uma visão velada ou surreal acer-
ca da influência exercida pelas organizações em seus empre-
Tipos de cultura: gados. Mas sim, suscitar que haja bases ideológicas nestas
preocupações. Cada vez mais, as organizações têm procura-
• Culturas adaptativas: Caracterizam-se pela sua ma- do medidas e procedimentos que as tornem mais atrativas
leabilidade e flexibilidade e são voltadas para a ino- para seus funcionários. Novas estratégias e ferramentas são
vação e a mudança. São organizações que adotam criadas e utilizadas para estabelecer novos parâmetros de
e fazem constantes revisões e atualizações, em suas acordo com as normas, valores e diretrizes da organização,
culturas adaptativas se caracterizam pela criativida- mantendo ou modificando, assim, de acordo com seus inte-
de, inovação e mudanças. De um lado, a necessidade resses, a sua cultura organizacional.
de mudança e a adaptação para garantir a atualiza- Segundo Mattoso (1994), as transformações no mundo
ção e modernização, e de outro, a necessidade de do trabalho afetaram principalmente as relações no interior
estabilidade e permanência para garantir a identi- do processo produtivo, a divisão do trabalho, o mercado de
dade da organização. O Japão, por exemplo, é um trabalho, o papel dos sindicatos, as negociações coletivas e
país que convive com tradições milenares ao mesmo a própria sociabilidade de um sistema baseado no trabalho.
tempo em que cultua e incentiva a mudança e a ino- Os trabalhadores e suas organizações passam a desempe-
vação constantes. nhar um papel de transformação social e conquistam novos
• Culturas conservadoras: Se caracterizam pela ma- espaços no mundo do trabalho.
nutenção de ideias, valores, costumes e tradições Na concepção de Harman e Hormann (1997), os traba-
que permanecem arraigados e que não mudam ao lhadores do mundo contemporâneo estão em fase de tran-
longo do tempo. São organizações conservadoras sição e evolução e se caracterizam a partir de oportunidades
27
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
de adquirir novos conhecimentos, oportunidades de cresci- cultura é vista como um conjunto de ideias, conhecimento,
mento, autonomia e reconhecimento pela execução de seu técnicas e artefatos de padrões de comportamento e atitu-
trabalho. Estas transformações fazem emergir a necessidade des que caracteriza uma determinada sociedade (MICHAE-
de reavaliação dos pressupostos anteriormente instaurados, LIS, 1998).
em busca de novas perspectivas que caracterizam um novo Complementando as acepções acerca da cultura a par-
papel do indivíduo na organização, pois, o trabalhador da tir da antropologia e da sociologia, segundo Freitas (1991),
contemporaneidade, além de executar suas atividades cor- a discussão em torno da cultura organizacional segue uma
retamente, assume responsabilidades, toma iniciativas e mo- base de conceitos fornecida pela Antropologia Cultural, que,
nitora seu próprio trabalho (HARMAN E HORMANN, 1997). se desdobrando em diversas correntes teóricas, privilegia di-
Para Borges (1999) a discussão acerca da aceleração e ferentes aspectos de uma mesma questão.
da diversidade das transformações do mundo trabalho é Um ponto observado por Freitas (1991) e que merece
caracterizada pelo surgimento de um novo paradigma que destaque, é o de que existe uma ausência de consenso no
redefine o lugar do trabalho na sociedade e na vida de cada que diz respeito à contribuição da Antropologia Cultural
indivíduo, por meio de novas formas e relações de trabalho, para os estudos de cultura organizacional, o que dificulta um
que exigem envolvimento do trabalhador com o conteúdo tratamento mais homogêneo à classificação e à correspon-
do próprio trabalho, viabilizando a aplicação de diversas téc- dência das linhas de pesquisas existentes na análise cultural
nicas de sua organização. das organizações. Ademais, Freitas (1991) destaca que as
Na concepção de Antunes (2005) atualmente, delineia- correntes antropológicas se relacionam ainda com a Teoria
-se um quadro de transformações nas relações de trabalho. Organizacional, contudo, tais aspectos não serão aqui dis-
Nota-se uma ampliação da inter-relação entre as atividades cutidos ou aprofundados, pois, não é o foco principal deste
produtivas e improdutivas, entre as atividades fabris e de artigo.
serviços, entre produção e conhecimento científico, o que Motta e Caldas (1997) afirmam que a cultura pode ser
acentua o aumento e a descoberta de novas formas de pro- vista como a forma pela qual uma comunidade satisfaz as
dução, que conduzem e formam novas tendências no âmbi- suas necessidades materiais e também as psicossociais. A
to organizacional e social (ANTUNES, 2005). cultura pode ser vista ainda como uma adaptação em si
Assevera Antunes (2005) que estas novas formas de pro- mesma, já que trata também da forma em que uma comuni-
dução estão relacionadas à transformações adjacentes do dade define o seu perfil em função da necessidade de adap-
mundo do trabalho, tais como a subjetividade do trabalho. tação ao meio ambiente.
Ademais, vive-se uma nova configuração das formas de Schein (2001) complementa o que foi abordado por
ser e existir da sociabilidade humana, e um conjunto de ten- Freitas (1991) e Motta e Caldas (1997) sobre as bases da
dências que em seus traços básicos configuram um quadro cultura, apresentando além da antropológica, uma verten-
de metamorfoses, que repercute em transformações nas re- te psicanalítica da cultura organizacional. Na concepção de
lações de trabalho estabelecidas entre os indivíduos. Schein (2001) a cultura organizacional pode ser definida
Dessa forma, a partir dos aspectos apresentados, evi- como um conjunto de pressupostos básicos desenvolvidos
denciam-se mudanças que configuram uma nova caracteri- por um grupo ao aprender a lidar com os problemas de
zação do trabalhador no mundo do trabalho e a construção adaptação externa e integração interna. Esses pressupostos
de novas relações com a organização, por meio das novas são considerados válidos para serem ensinados aos novos
atribuições e peculiaridades que lhe são exigidas. Embora membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir
suas atividades, ainda se identifiquem como operacionais, em relação a esses problemas.
no mundo contemporâneo o trabalho se caracteriza prin- Ainda para Schein (2001) a cultura organizacional é per-
cipalmente pelos requisitos intelectuais exigidos do traba- cebida, expressada e desenvolvida por intermédio de três
lhador. níveis diferentes: no nível um estão os artefatos, que incluem
Neste contexto, parte-se do pressuposto de que as or- os processos e estruturas organizacionais visíveis; no nível
ganizações são constituídas de elementos que formam a sua dois, valores adotados, que representam os valores exte-
cultura e simbolizam um modelo a ser seguido pelos demais riorizados da cultura, ou seja, as estratégias, os objetivos e
empregados. Tais considerações suscitaram o seguinte pro- as filosofias; e, no nível três, estão as premissas básicas, ou
blema de pesquisa: quais proposições podem ser alcança- seja, as percepções, os pensamentos, os sentimentos e tudo
das acerca dos elementos da cultura organizacional no atual aquilo que compõe os pressupostos inconscientes do grupo
mundo do trabalho? sobre como as coisas realmente são.
Pode-se dizer que os níveis da cultura organizacional ci-
Cultura Organizacional tados por Schein (2001), se relacionam entre si. E a partir de
Segundo Motta e Caldas (1997, p. 16) “a cultura é um tal relacionamento emergem elementos que se aglutinam
conceito antropológico e sociológico que comporta múlti- num todo coerente e suscitam uma forma mais “palpável”
plas definições”. Assim, pode-se dizer que a palavra “cultura” da cultura organizacional, elementos tais como, os rituais, o
é um conceito de várias acepções. clima, os valores e os comportamentos.
Na antropologia define-se como um estágio ou estado Ainda sobre a cultura organizacional, Fleury e Fischer
de desenvolvimento cultural de um povo ou período, carac- (1991) observam que é formada pelo somatório de opiniões
terizado pelo conjunto de obras, instalações e objetos cria- e percepções dos membros da organização, que se manifes-
dos pelo homem desse povo ou período. Na sociologia, a
28
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
tam por meio de suas atitudes e da forma como reagem às projeta-se sobre os indivíduos significados, que são absor-
decisões, e/ou, a algo ordenado por seus superiores. Além vidos e reproduzidos por meio das práticas do cotidiano. Os
disso, Fleury e Fischer (1991) atribuem também à cultura na- indivíduos são então, embebidos por práticas que, legitima-
cional um papel significativo para os comportamentos dos das, regem o seu comportamento e as suas atividades den-
membros da organização, pois, para estes autores, a cultura tro da organização, em detrimento inclusive, sua identidade
nacional, influencia e muito, na cultura da organização. pessoal. Alguns elementos da cultura organizacional serão
Segundo Monteiro, Ventura e Cruz (1999) a cultura pode tratados na seção a seguir.
ser vista ainda, como um padrão refletido de sistemas sociais
de conhecimento, ideologia, valores, leis e rituais cotidianos, Elementos da Cultura Organizacional
como também do grau de refinamento evidente em tais sis- Pode-se dizer que todas as organizações possuem um
temas de crenças e práticas. Ou seja, a cultura pode ser en- universo simbólico. Este universo simbólico é constituído
tendida como um sistema simbólico que permite a elabora- por elementos da cultura da organização. Na concepção de
ção de um conhecimento consensual sobre o significado do Fleury (1987) a dimensão simbólica é concebida como capaz
mundo, mas também pode ser vista como um instrumento de integrar os aspectos da prática social. E, por meio das
de poder e legitimação da ordem vigente. representações simbólicas os membros do grupo se comu-
Asseveram Monteiro, Ventura e Cruz (1999) que no nível nicam e expressam formas de entender o ambiente que os
das organizações é possível observar como esses sistemas cerca, como também de entendimento entre si.
simbólicos são criados e legitimados por meio de procedi- Fleury (1987) complementa ainda que o campo simbó-
mentos de socialização (implícitos e explícitos), vivenciados lico, por meio da mediação das relações e práticas sociais se
pelo indivíduo. Nos ambientes organizacionais criam-se afigura como uma das instancias fundamentais para a de-
padrões que são reproduzidos com economia de esforço e finição das relações de trabalho. Assim, passa a existir um
tempo, já que existe um compartilhar de um senso comum “compartilhar” do senso da realidade entre os indivíduos,
sobre a realidade, produzindo significados (signos). que percebem a correspondência existente entre os signifi-
Dentro de tal perspectiva de reprodução de significados, cados atribuídos aos objetivos e símbolos da “teia” (ambien-
Freitas (1997) afirma que a cultura da organização expressa, tes) em que estão inseridos.
de forma sutil, um conjunto de nuanças sobrepostas que es- Desta forma, assevera Fleury (1987) que os elementos
capam a uma análise pragmática em relação aos objetivos cognitivos e normativos é que dão origem ao universo sim-
e ao tempo em que eles devem ocorrer, tornando-se assim, bólico, que é legitimado por meio de procedimentos implí-
um instrumento de poder político que permeia todas as re- citos e explícitos da organização, produzindo assim, novos
lações que se dão no seio da organização. significados, novos símbolos e novos universos.
Freitas (1997) ainda complementa que é a ausência de Pode-se dizer que dentre os procedimentos implícitos
posse/controle por parte dos indivíduos, que contribui para e explícitos da organização estão os elementos da cultura
o não aparecimento da cultura como veículo de poder visível, organizacional. Segundo Freitas (1991) a cultura de uma or-
mas sim, como um conjunto de representações imaginárias ganização é conceituada a partir de seus elementos, a forma
construídas e reconstruídas por meio das relações cotidianas como eles funcionam e interagem, além das mudanças com-
existentes nos ambientes organizacionais. E complementa portamentais que eles provocam.
ainda, que a organização projeta para o indivíduo a imagem Os elementos da cultura organizacional fornecem aos
grandiosa que ela tem de si, e este indivíduo acredita em tais membros da organização uma forma de interpretá-la, e a
pressupostos e os absorve para se completar e para realizar passagem dos significados se dá naturalmente por meio de
seus desejos de ser amado e reconhecido (FREITAS, 1997). uma linguagem funcionalizada que leva à naturalização do
Diante de tais aspectos, suscita-se que a cultura orga- conteúdo e ao repasse espontâneo de significados para os
nizacional pode ser vista como um meio de manipulação e demais membros (FREITAS, 1991).
controle dos indivíduos nas organizações. Pois, o que acaba Para Freitas (1991), esse repasse natural de significados,
ocorrendo é uma cooptação do indivíduo pelas estruturas que ocorre tanto por meio das redes formais quanto das
organizacionais, já que eles incorporam os valores, os pres- redes informais de comunicação, sugere, na verdade, um ca-
supostos e a imagem da organização como se fosse deles. ráter hipnótico, em que as mensagens e comportamentos
Freitas (1991, p. 299) reitera tal perspectiva ao afirmar que convenientes são aplaudidos e aderidos pelos membros da
“[...] a organização toca uma veia sensível do indivíduo, le- organização. Assim, o que se provoca é uma homogeneida-
vando-o a sustentar a causa do seu desejo, ao mesmo tem- de de comportamentos entre os membros da organização,
po em que ela manobra os signos de uma busca sem fim”. que despercebidamente, absorvem os aspectos da cultura
Assevera a autora, Freitas (1997), que enquanto da or- organizacional reproduzindo-os como se fossem seus. Com-
dem do simbólico, da representação, da construção de ima- plementando o exposto, segundo Srour (1998), a cultura
gens e de significados, a cultura organizacional atua dire- pode ser percebida como as representações imaginárias da
tamente no imaginário dos indivíduos, na medida em que coletividade, pois, essas representações imaginárias formam
ela (a cultura) sugere uma missão grandiosa, além de criar a seu substrato. Sendo assim, a cultura comporta um conjunto
idéia de comunidade, de orgulho e pertencimento ao grupo de padrões que permitem a adaptação dos agentes sociais
exclusivo em que este indivíduo está inserido. ao meio ao qual pertencem, além de facultar o controle da
Diante disso, pode-se dizer que por meio das represen- organização sobre esse meio.
tações criadas pelos elementos simbólicos da organização,
29
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Srour (1998) afirma ainda que este conjunto de padrões nizacional forma um objeto decifrável, configurado por rela-
dirige-se a toda a atividade humana, seja ela cognitiva, afe- ções de saber que conjugam relações de hegemonia e con-
tiva, motora, sensorial, uma vez que todo comportamento formidade, e relações de influência e adesão entre agentes
humano é considerado simbólico. Ademais, assim como ex- coletivos bem definidos. Ademais, para o autor a cultura or-
posto por Freitas (1991), na concepção de Srour (1998) a ganizacional é moldada pelas representações imaginárias e
cultura é apreendida, transmitida, partilhada e recorrente de pelos símbolos, que manifestados pelas expressões mentais
uma aprendizagem socialmente condicionada, pois, cons- encontram-se tão entranhados nas práticas cotidianas que
titui um conjunto preciso de representações mentais e um somente por meio de uma observação acurada é possível
complexo definido de saberes, que formam um sistema coe- revelá-los.
rente de significações, e une os membros da organização Sendo assim, na concepção de Srour (1998) os elemen-
em torno dos mesmos objetivos e modos de agir. tos que compõem o cotidiano das organizações podem
Assevera Srour (1998) que as representações imaginá- assumir formas variadas, tais como: princípios, valores e
rias que uma organização cultiva, delimitam hábitos nem códigos; conhecimentos, técnicas e expressões estéticas; ta-
sempre explícitos, impõem precedências e formalidades bus, crenças e pré-noções; estilos, juízos e normas morais;
compulsórias que regulam expectativas e comportamentos, tradições, usos e costumes; convenções sociais, protocolos
e, assim, criam a sua identidade (da organização). Ademais, e regras de etiqueta; estereótipos, clichês e motes; precon-
a cultura organizacional não se resume a somatória das opi- ceitos, dogmas e axiomas; imagens, mitos e lendas; dogmas,
niões dos membros que a partilham, mas, tem vida própria e superstições e fetiches.
constitui uma das dimensões da organização. Ao apresentar tais elementos, Srour (1998) reitera que os
Ainda na visão de Srour (1998), essas representações ambientes organizacionais são representações mentais que
imaginárias existentes nos ambientes organizacionais, são refletem convicções sociais ou saberes, ou seja, o compor-
necessárias, pois, sem referências próprias, as organizações tamento dos indivíduos dentro das organizações baseia-se
ficariam a mercê das convicções individuais de seus mem- em representações de informações, normas e procedimen-
bros, principalmente diante de situações novas e sofreriam tos já legitimados que constituem as relações e a dinâmica
prejuízos frente à disparidade de procedimentos e orienta- organizacional.
ções. Ou seja, a cultura organizacional, que é construída ao
longo do tempo, exprime a identidade da organização, e por Elementos da Cultura – Schein (2001)
meio dos seus elementos, torna-se fator chave para distin- Na concepção de Schein (2001) existem alguns elemen-
guir diferentes coletividades. tos que são vistos como as principais categorias associadas
Sendo assim, é necessária a cautela e a aprendizagem com a cultura. Conforme abordado a priori, Schein (2001)
por parte de todos os membros, já que o conhecimento e observa a cultura organizacional como um conjunto de pres-
a absorção da cultura organizacional funcionam como um supostos que podem ser percebidos por níveis diferentes
mapa/kit de sobrevivência do indivíduo no contexto orga- que se relacionam entre si e formam o todo organizacional.
nizacional (SROUR, 1998). Daí um dos aspectos relevantes Dentre os elementos abordados por Schein (2001) estão:
para se abordar os elementos da cultura organizacional, • Regularidades comportamentais observáveis quan-
pois, são esses elementos que servem de base de orientação do as pessoas interagem: manifestações observadas
para os indivíduos das organizações. por meio da linguagem
Segundo Freitas (2007) a descrição dos elementos que
• utilizada, das tradições e evolução dos costumes e
constituem a cultura organizacional, a forma como eles fun-
dos rituais empregados em diferentes situações;
cionam e as mudanças comportamentais que tais elementos
provocam, são uma maneira de tratar o assunto de forma • Normas de grupo: padrões implícitos e valores que
mais concreta e possibilitar o seu reconhecimento e enten- evoluem em grupos de trabalho, os contratos psico-
dimento mais facilmente. lógicos que se instauram;
Freitas (2007) ainda complementa que a conceituação • Valores expostos: os princípios e valores articulados
da cultura por meio dos seus elementos, acaba por ser plena e publicamente anunciados, que o grupo divulga es-
de detalhes que passariam despercebidos na vida organiza- tar tentando atingir;
cional cotidiana. Ademais, os elementos da cultura organi- • Filosofia formal: os princípios ideológicos e as polí-
zacional fornecem uma interpretação para os membros da ticas que guiam as ações do grupo em relação aos
organização, a respeito do que se considera importante e acionistas, clientes e demais stakeholders;
válido.
Buscando compreender essa dimensão simbólica e suas • Regras do jogo: as regras implícitas para os indiví-
representações, na sequência serão abordados alguns ele- duos serem bem sucedidos na organização;
mentos e pontos relevantes da cultura organizacional nas • Clima: o sentimento que é gerado em um grupo por
concepções de Srour (1998), Schein (2001) e Freitas (2007). meio de suas relações e interações uns com os ou-
tros, com clientes ou estranhos;
Práticas Cotidianas de um Universo Simbólico – • Habilidades incorporadas: as competências especiais
Srour (1998) que os membros do grupo demonstram ao realizar
Srour (1998) em suas concepções acerca do universo determinadas tarefas que são passadas de geração
simbólico das organizações, afirma que cada cultura orga-
30
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
para geração sem necessariamente estarem articu- cial. Os heróis são parte integrante das sagas, pois,
ladas por escrito; simbolizam a organização para o mundo, personi-
• Hábitos de pensamento, modelos mentais e/ou pa- ficam seus valores e condensam a força e coragem
radigmas linguísticos: as estruturas cognitivas com- organizacionais;
partilhadas que guiam as percepções, pensamentos • Estórias: narrativas baseadas em eventos reais que
e linguagem que são usadas pelos membros de um informam sobre a organização e reforçam o com-
grupo e são aprendidas pelos novos membros no portamento existente, enfatizando como esse com-
processo de socialização inicial; portamento se ajusta ao ambiente organizacional
• Significados compartilhados: o entendimento tácito desejado. Funcionam como mapas ou scripts que
que emerge quando os membros do grupo intera- auxiliam os indivíduos, a saber, como as coisas são
gem; feitas pelo grupo;
• Metáforas ou símbolos integrativos: as ideias, sen- • Tabus: assim como os valores, os tabus são aspectos
timentos e as imagens que os grupos desenvolvem que irrigam a vida grupal, no entanto, de forma mais
para se caracterizar. silenciada e escondida possível. Os tabus demarcam
áreas de proibições, orientando o comportamento
Esses elementos da cultura organizacional citados por com ênfase no não permitido, temas que causam
Schein (2001) são vistos como parte de um todo compar- constrangimentos e erros que envergonham;
tilhado que influencia nas relações e nos comportamentos
• Maringá Management: Revista de Ciências Empresa-
dos indivíduos. Ademais, torna-se importante elencar tais
riais, v. 10, n.2, - p. 07-23, jul./dez. 2013. 15 Por fim,
elementos com destaque, pois, eles representam partes que
assevera Freitas (2007) que as organizações são in-
quando integradas e compartilhadas formam a cultura de
trinsecamente fenômenos de comunicações, e seus
uma organização.
artefatos culturais estão ligados entre si e exercendo
Elementos da Cultura – Freitas (2007) influência sobre os indivíduos e os grupos integran-
tes do contexto organizacional.
Freitas (2007) afirma que a cultura organizacional é do-
tada de elementos que se relacionam e se interpõe em um • Normas: diz respeito aos procedimentos ou com-
todo que os rege. Segundo a autora, a descrição dos ele- portamentos considerados o padrão, a regra, para a
mentos que constituem a cultura organizacional e a forma maior parte das situações e eventos organizacionais.
como eles funcionam, provocam o entendimento dos movi- Podem ser vistas ainda como as regras que regem o
mentos e das situações provocadas e existentes no contexto comportamento esperado, aceito e sancionado pelo
organizacional. Os elementos citados por Freitas (2007) são grupo, podendo ser escritas ou não.
apresentados a seguir: A partir dos elementos apresentados por Freitas (2007),
• Valores: podem ser vistos como aquilo que é impor- torna-se possível retratar a dinâmica organizacional, pois,
tante para o sucesso da organização e devem ser conforme abordado pela autora, tais elementos tem como
considerados guias para o comportamento orga- foco principal tornar a cultura organizacional mais palpável
nizacional no dia-a-dia. A tarefa principal de admi- para estudos ou análises posteriores. Freitas (2007) acres-
nistradores e líderes estaria na modelagem, realce e centa ainda que as culturas são criadas, apoiadas, susten-
assimilação dos valores da organização, bem como tadas transmitidas e mudadas por meio das interações que
a transmissão desses valores aos demais membros; ocorrem nos ambientes organizacionais, via processos de
• Crenças e pressupostos: expressam aquilo que é tido modelagem, imitação, negociação, reprodução de estórias
como a verdade na organização. Uma verdade que ou socialização nos seus aspectos formais ou informais.
não é questionada nem discutida, uma verdade na- Por fim, assevera Freitas (2007) que as organizações são
tural; intrinsecamente fenômenos de comunicações, e seus arte-
fatos culturais estão ligados entre si e exercendo influência
• Ritos, rituais e cerimônias: são atividades planejadas
sobre os indivíduos e os grupos integrantes do contexto or-
que manifestam o lado concreto da cultura organi-
ganizacional.7
zacional que detém diversas funções, dentre as quais
Resumidamente temos então, que toda organização,
estão: comunicar a maneira como as pessoas devem
por mais simples que seja, possui uma cultura própria, onde
se comportar na organização, sinalizar sobre os pro-
manifesta em muitas variáveis seus valores, crenças, costu-
cedimentos executados, guiar o comportamento
mes, tradições e símbolos.
dos participantes sobre os valores básicos da orga-
O contrário ocorre quando alguns tipos de cultura pre-
nização;
judicam o desempenho da organização, que num ambiente
• Sagas e heróis: narrativas heroicas ou épicas que empresarial cada vez mais competitivo, aberto às mudanças
enaltecem o caminho percorrido pela organização internas e externas, fornece suporte para as organizações te-
enfatizando os grandes obstáculos encontrados que rem determinações estratégicas.
foram vencidos, tendo como função principal des-
pertar a admiração dos membros da organização e
suscitar o orgulho em fazer parte de algo tão espe-
7 Fonte: www.progep.org.br – Por Patrícia Rodrigues da Silva
31
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
32
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
assumem estes pressupostos é denominado paradigma. Ao A. Estudar o ambiente físico, que embora irrelevante do
investigar estes pressupostos básicos, o pesquisador, segun- ponto de vista da condução dos negócios, comunica
do Fleury et al (1989), deve se perguntar sobre: o orgulho que as organizações têm de si próprias.
1. A relação com a natureza: a relação com o ambiente B. Ler o que a companhia fala de sua própria cultura: os
é de dominação, submissão, harmonia? relatórios, entrevistas e reportagens fornecem bons
indícios a respeito de como a organização se vê. Ou-
2. A natureza da realidade é de verdade: as regras de
tros indicadores são as repetições sobre seus valores
linguística e de comportamento que diferem o que é
e crenças, frases em particular, consistência nas di-
real e o que não é, se a “verdade” da organização é
versas opiniões de seus membros, etc;
revelada ou descoberta?
C. Testar como a companhia cumprimenta os estranhos
3. A natureza humana: a natureza humana é boa, má
à organização: formal ou informalmente, relaxado
ou neutra?
ou ocupado, elegante ou não descritível. A conversa
4. A natureza da atividade humana: o que é conside- com as recepcionistas é uma boa oportunidade de
rado “certo” para o ser humano fazer diante dos se testar/conhecer respostas ensaiadas, a partir das
pressupostos sobre o ambiente, sobre a realidade, quais se pode ter diversas indicações sobre o estilo
sobre a natureza humana: ser ativo, passivo, se auto cultural dominante;
desenvolver?
D. Entrevistar as pessoas da companhia sobre a histó-
5. A natureza das relações humanas: como é distribuí- ria, como foi seu começo, por que a companhia é
do o poder e o amor? A vida é cooperativa ou com- bem-sucedida, como explicar o seu crescimento, que
petitiva, individualista ou cooperativa, baseada na tipo de lugar é aquele para se trabalhar, como é um
autoridade, na tradição ou no carisma? dia médio de trabalho, como as coisas são feitas etc;
Estas dimensões se configuram como categorias teóri- E. Observar como as pessoas usam o seu tempo e
cas, derivadas do modelo técnico desenvolvido pelo autor. comparar o que dizem e o que fazem. O segundo
Em termos metodológicos, Schein apud Fleury et al (1989) aspecto sugerido é relacionado com as questões in-
propõe outras categorias para o processo de investigação ternas, tais como:
do universo cultural de uma organização: • entender o sistema de progressão de carreiras:
A. Analisar o teor e o processo de socialização dos no- o que faz um empregado ser promovido; como
vos membros; o sistema de recompensas avalia qualificações,
performances, tempo de serviço, lealdade, entre
B. Analisar as respostas a incidentes críticos da história outros;
da organização. Ao construir uma “biografia organi-
• quanto tempo as pessoas ficam em determinado
zacional” cuidadosa, a partir de documentos ou en-
cargo, particularmente na administração média;
trevistas, é possível identificar os principais períodos
de formação da cultura. Para cada crise ou incidente • atentar para o conteúdo dos discursos e memo-
identificado é preciso determinar o que foi feito, por randos;
que foi feito; e, finalmente, para inferir os pressupos- • particular atenção deve ser dada às anedotas e
tos subjacentes à organização seria preciso procurar estórias que circulam através da rede cultural.
os temas principais nos motivos alegados para to-
Alguns sintomas de males culturais podem estar pre-
mada de decisão;
sentes em: foco em questões internas, foco no curto prazo,
C. Analisar as crenças, valores e convicções dos cria- baixo moral do grupo, explosões emocionais, fragmentação
dores ou portadores da cultura. Ao desenhar a bio- e inconsistência (diferentes padrões de vestimenta, discur-
grafia dessas pessoas na organização, é preciso re- sos, diferentes ambientes físicos, diferentes hábitos de tra-
cuperar suas propostas, metas, sua visão do mundo balho e rituais).
e da organização, seu modo de agir e de avaliar os
Ainda, Shrivastava apud Freitas (1991), descreve a cultu-
resultados;
ra através de seus produtos, sugerindo a análise de quatro
D. Explorar e analisar junto a pessoas de dentro da categorias como um bom indicador de uma cultura. São elas:
organização as observações surpreendentes des-
1. mitos e sagas;
cobertas durante as entrevistas. Essa investigação
conjunta poderá auxiliar no processo de desvendar 2. sistema de linguagem e metáforas;
as premissas básicas e seu padrão de interação para
3. simbolismo, cerimônias e rituais;
formar o paradigma cultural;
4. sistema de valores e normas de comportamento.
O trabalho de Deal & Kennedy apud Freitas (1991) su-
gere dois tipos de análise. A primeira envolve aspectos que Os mitos e sagas refletem as interpretações compar-
podem ser vistos de fora que consistem em: tilhadas sobre eventos críticos ocorridos na organização.
Contêm o conhecimento do passado, descrito de maneira
33
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
estilizada; eles expressam relacionamentos entre as variáveis Um plano de atuação na gestão do clima organizacio-
ambientais/organizacionais e as personalidades, mostrando nal que leve em consideração critérios baseados nos cola-
como as performances e as decisões são ligadas. Também boradores, como desempenho, avaliação, desenvolvimento,
são descritos os heróis e os vilões, os campos de batalha (re- integração entre outros, visando obter um bom clima de
uniões anuais, comitês departamentais), nos quais as guer- trabalho, influencia diretamente nos negócios e resultados
ras são travadas e as questões são resolvidas. de uma organização.
A cultura da organização é oralmente manifestada no Considerando-se que atualmente, com mudanças diver-
seu sistema de linguagem, nas metáforas e nos jargões usa- sas e profundas ocorridas nas formas de trabalho, além do
dos por seus membros para se comunicarem. As caracterís- capital, pessoas e instalações, o conhecimento e a informa-
ticas do sistema de linguagem variam de organização para ção, conforme Vale (1992) e De Geus (2004), são recursos
organização, deslocando a ênfase no subjetivo, qualitativo, importantes para as empresas. O segundo autor cita tam-
personalizado e vocabulário não padronizado para o técni- bém que as pessoas são portadoras do conhecimento, que
co, objetivo, científico, padronizado. As metáforas fornecem é a fonte de todas as vantagens competitivas. Com um clima
uma interpretação intuitiva dos eventos sociais na organi- organizacional satisfatório, as empresas conseguem gerar
zação, ligando-os a diferentes aspectos da realidade social condições diferenciadas de inovação e integração para seus
mais ampla. colaboradores, criando agilidade e rapidez de resposta em
Algumas organizações se valem de um linguajar seme- um mundo em forte mutação.8
lhante ao usado nas estratégias de guerra como: luta nas
batalhas competitivas, capturando fatias de mercado, recru-
tando e treinando, estratégias e táticas de ganhos de lucros 3 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E
etc. Outras organizações usam metáforas relacionadas com ORÇAMENTÁRIA
organismo: componentes do sistema de manutenção do
relacionamento com ambiente, crescimento e evolução da
organização.
Os símbolos, as cerimônias e rituais são usados para FINANÇAS PÚBLICAS:
expressar a especial significância e sentido de ideias espe-
É a terminologia que tem sido tradicionalmente aplicada
cíficas, eventos ou indivíduos. Símbolos como os logotipos
ao conjunto de problemas da política econômica que envol-
organizacionais, os hinos e as bandeiras significam compro-
ve o uso de medidas de tributação e de dispêndios públicos.
metimentos fundamentais e eternos da organização e au-
Esta expressão não é muito adequada, já que os problemas
xiliam a comunicar esses comprometimentos aos membros
básicos não são financeiros, mas tratam do uso dos recursos
da organização, bem como ao público em geral. Cerimônias
econômicos, da distribuição da renda e do nível de empre-
especiais, como distribuição de prêmios e honrarias, janta-
go.
res, reuniões anuais podem simbolicamente exprimir valores
Ainda que a política orçamentária seja uma parcela im-
e as prioridades organizacionais.
portante deste tema tão amplo, dificilmente ela poderia rei-
Os sistemas de valores refletem uma concepção racio-
vindicar uma participação exclusiva.
nalizada do que é considerado desejável pelos membros
Há muito tempo, economistas e filósofos sociais preo-
organizacionais. Eles influenciam as escolhas de objetivos e
cupavam-se com a equidade fiscal. Seus pensamentos gera-
estratégias, afetam as normas que regulam o comportamen-
ram duas teorias básicas:
to social Pode-se entender, portanto, que o clima de uma
organização pode ser influenciado e modificado devido às • dos “benefícios recebidos”; e
diferenças culturais e pela comunicação existente por parte • da “capacidade de pagamento”.
dos colaboradores e da própria empresa.
Diferentemente do clima meteorológico - que não se A teoria dos benefícios foi a primeira a ser desenvolvida
pode mudar - o clima organizacional depende apenas da e utilizada extensivamente. Com o advento do marginalis-
colaboração das pessoas e, com a colaboração de todos e mo – utilidade marginal aplicada na determinação do valor
uma atuação constante dos gestores nesse sentido, toda a e preço – o princípio da capacidade de pagamento evoluiu
organização - acionistas e funcionários – pode ficar cada vez consideravelmente.
melhor, inclusive com melhores resultados, não só financei- Boa parcela do nexo desses princípios é devida ao pró-
ros como também qualitativos. prio Adam Smith que, em “A Riqueza das Nações” (1776),
Os gestores são elementos de mudança, fator importan- estabeleceu que “os cidadãos de qualquer Estado devem
te para as organizações se ajustarem ao mercado obtendo contribuir para o suporte do Governo, tanto quanto possí-
competitividade. Com base no fato de que, segundo Ferreira vel, na proporção de sua capacidade, ou seja, da renda que
(2004), o sucesso da implantação das mudanças está assim usufruem sob a proteção do Estado”.
distribuído: 5% são relativos a hardware, 15% são relativos Smith reconheceu o princípio da progressividade na tri-
a software e 80% são dependentes das pessoas, um bom butação. Na mesma obra, estipula que “não é irrazoável que
clima organizacional atua diretamente sobre as pessoas e os ricos devam contribuir para a despesa pública, não ape-
contribui para a mudança das empresas modernas na con-
dução de seus negócios. 8 Fonte: www.aedb.br - Texto adaptado de Juliana Sevilha G de Oliveira/
Mauro Luiz Costa Campello
34
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
nas na proporção de suas rendas, mas em algo mais do que Uma outra forma de alteração do valor real é através
essa proporção”. Esses três princípios – benefício, capacida- das margens de suplementação. Para garantir flexibilidade
de e progressividade – fornecem as bases para as discussões na execução do orçamento, normalmente são previstas ele-
correntes da equidade fiscal. vadas margens de suplementação, o que permite um uso
dos recursos que modifica profundamente as prioridades
estabelecidas. Com a indexação orçamentária mensal à in-
3.1 ORÇAMENTO PÚBLICO: flação real, consegue-se o grau necessário de flexibilidade
na execução orçamentária, sem permitir burlar o orçamento
através de elevadas margens de suplementação. Pode-se
A função do Orçamento é permitir que a sociedade restringir a margem a um máximo de 3%.
acompanhe o fluxo de recursos do Estado (receitas e des- Não basta dizer quanto será arrecadado e gasto. É pre-
pesas). Para isto, o governo traduz o seu plano de ação em ciso apresentar as condições que permitiram os níveis pre-
forma de lei. Esta lei passa a representar seu compromisso vistos de entrada e dispêndio de recursos.
executivo com a sociedade que lhe delegou poder. No caso da receita, é importante destacar o nível de
O projeto de lei orçamentária é elaborado pelo Executi- evolução econômica, as melhorias realizadas no sistema ar-
vo, e submetido à apreciação do Legislativo, que pode rea- recadador, o nível de inadimplência, as alterações realizadas
lizar alterações no texto final. A partir daí, o Executivo deve na legislação, os mecanismos de cobrança adotados.
promover sua implementação de forma eficiente e econô- No caso da despesa, é importante destacar os principais
mica, dando transparência pública a esta implementação. custos unitários de serviços e obras, as taxas de juros e de-
Por isso o orçamento é um problema quando uma admi- mais encargos financeiros, a evolução do quadro de pessoal,
nistração tem dificuldades para conviver com a vontade do a política salarial e a política de pagamento de empréstimos
Legislativo e da sociedade: devido à sua força de lei, o orça- e de atrasados.
mento é um limite à sua ação. Os resultados que a simplificação do orçamento geram
Em sua expressão final, o orçamento é um extenso con- são, fundamentalmente, de natureza política. Ela permite
junto de valores agrupados por unidades orçamentárias, transformar um processo nebuloso e de difícil compreensão
funções, programas, atividades e projetos. Com a inflação, em um conjunto de atividades caracterizadas pela transpa-
os valores não são imediatamente compreensíveis, reque- rência.
rendo vários cálculos e o conhecimento de conceitos de ma- Como o orçamento passa a ser apresentado de forma
temática financeira para seu entendimento. Isso tudo dificul- mais simples e acessível, mais gente pode entender seu sig-
ta a compreensão do orçamento e a sociedade vê debilitada nificado. A sociedade passa a ter mais condições de fiscalizar
sua possibilidade de participar da elaboração, da aprovação, a execução orçamentária e, por extensão, as próprias ações
e, posteriormente, acompanhar a sua execução. do governo municipal. Se, juntamente com esta simplifica-
Pode-se melhorar a informação oferecida aos cidadãos ção, forem adotados instrumentos efetivos de intervenção
sem dificultar o entendimento, através da técnica chama- da população na sua elaboração e controle, a participação
da análise vertical, agrupando as receitas e despesas em popular terá maior eficácia.
conjuntos (atividade, grupo, função), destacando-se indivi- Os orçamentos sintéticos, ao apresentar o orçamento
dualmente aqueles que tenham participação significativa. É (ou partes dele, como o plano de obras e os orçamentos
apresentada a participação percentual dos valores destina- setoriais) de forma resumida, fornecem uma informação rá-
dos a cada item no total das despesas ou receitas. Em vez de pida e acessível.
comunicar um conjunto de números de difícil entendimen- A análise vertical permite compreender o que de fato
to ou valores sem base de comparação, é possível divulgar influencia a receita e para onde se destinam os recursos, sem
informações do tipo “a prefeitura vai gastar 15% dos seus a “poluição numérica” de dezenas de rubricas de baixo valor.
recursos com pavimentação”, por exemplo. Funciona como um demonstrativo de origens e aplicações
Uma outra análise que pode ser realizada é a análise ho- dos recursos da prefeitura, permitindo identificar com clare-
rizontal do orçamento. Esta técnica compara os valores do za o grau de dependência do governo de recursos próprios
orçamento com os valores correspondentes nos orçamentos e de terceiros, a importância relativa das principais despesas,
anteriores (expressos em valores reais, atualizados moneta- através do esclarecimento da proporção dos recursos des-
riamente, ou em moeda forte). tinada ao pagamento do serviço de terceiros, dos materiais
Essas técnicas e princípios de simplificação devem ser de consumo, encargos financeiros, obras, etc.
aplicados na apresentação dos resultados da execução orça- A análise horizontal facilita as comparações com gover-
mentária (ou seja, do cumprimento do orçamento), confron- nos e anos anteriores.
tando o previsto com o realizado em cada período e para A evidenciação das premissas desnuda o orçamento
cada rubrica. Deve-se apresentar, também, qual a porcen- ao público, trazendo possibilidades de comparação. Permi-
tagem já recebida das receitas e a porcentagem já realizada te perguntas do tipo: “por que a prefeitura vai pagar x por
das despesas. este serviço, se o seu preço de mercado é metade de x ?”.
É fundamental que a peça orçamentária seja convertida Contribui para esclarecer os motivos de ineficiência da pre-
em valores constantes, permitindo avaliar o montante real feitura nas suas atividades-meio e na execução das políticas
de recursos envolvidos. públicas.
35
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Apesar dos muitos avanços alcançados na gestão das senvolvidos pela doutrina e pela jurisprudência, permitindo
contas públicas no Brasil, a sociedade ainda não se desfez às normas orçamentárias adquirirem crescente eficácia.
da sensação de caixa preta quando se trata de acompanhar Assim, os princípios, sendo enunciados em sua totalida-
as contas públicas. de de maneira genérica que quase sempre se expressam em
A gestão das contas públicas brasileiras passou por me- linguagem constitucional ou legal, estão entre os valores e
lhorias institucionais tão expressivas que é possível falar-se as normas na escala da concretização do direito e com eles
de uma verdadeira revolução. Mudanças relevantes abran- não se confundem.
geram os processos e ferramentas de trabalho, a organiza- Os princípios representam o primeiro estágio de concre-
ção institucional, a constituição e capacitação de quadros de tização dos valores jurídicos a que se vinculam. A justiça e a
servidores, a reformulação do arcabouço legal e normativo e segurança jurídica começam a adquirir concretitude norma-
a melhoria do relacionamento com a sociedade, em âmbito tiva e ganham expressão escrita.
federal, estadual e municipal. Mas os princípios ainda comportam grau elevado de
Os diferentes atores que participam da gestão das fi- abstração e indeterminação.
nanças públicas tiveram suas funções redefinidas, amplian- Os princípios financeiros são dotados de eficácia, isto é,
do-se as prerrogativas do Poder Legislativo na condução do produzem efeitos e vinculam a eficácia principiológica, con-
processo decisório pertinente à priorização do gasto e à alo- ducente à normativa plena, e não a eficácia própria da regra
cação da despesa. Esse processo se efetivou fundamental- concreta, atributiva de direitos e obrigações.
mente pela unificação dos orçamentos do Governo Federal, Assim, os princípios não se colocam, pois, além ou acima
antes constituído pelo orçamento da União, pelo orçamento do Direito (ou do próprio Direito positivo); também eles -
monetário e pelo orçamento da previdência social. numa visão ampla, superadora de concepções positivistas,
Criou-se a Secretaria do Tesouro Nacional, em processo literalista e absolutizantes das fontes legais - fazem parte do
em que foram redefinidas as funções do Banco do Brasil, do complexo ordenamental.
Banco Central e do Tesouro Nacional. Não se contrapõem às normas, contrapõem-se tão-so-
Consolidou-se a visão de que o horizonte do planeja- mente aos preceitos; as normas jurídicas é que se dividem
mento deve compreender a elaboração de um Plano Pluria- em normas-princípios e normas-disposições.
nual (PPA) e, a cada ano, uma Lei de Diretrizes Orçamentárias Resultado da experiência histórica da gestão dos recur-
(LDO) que por sua vez deve preceder a elaboração da Lei sos públicos, os princípios orçamentários foram sendo de-
Orçamentária Anual (LOA). senvolvidos pela doutrina e pela jurisprudência, permitindo
Introduziu-se o conceito de responsabilidade fiscal, re- às normas orçamentárias adquirirem crescente eficácia, ou
conhecendo-se que os resultados fiscais e, por consequên- seja, que produzissem o efeito desejado, tivessem efetivida-
cia, os níveis de endividamento do Estado, não podem ficar de social, e fossem realmente observadas pelos receptores
ao sabor do acaso, mas devem decorrer de atividade plane- da norma, em especial o agente público.
jada, consubstanciada na fixação de metas fiscais. Os pro- Como princípios informadores do direito - e são na ver-
cessos orçamentário e de planejamento, seguindo a tendên- dade as ideias centrais do sistema dando-lhe sentido lógico
cia mundial, evoluíram das bases do orçamento-programa - foram sendo, gradativa e cumulativamente, incorporados
para a incorporação do conceito de resultados finalísticos, ao sistema normativo.
em que os recursos arrecadados devem retornar à socieda- Os princípios orçamentários, portanto, projetam efeitos
de na forma de bens e serviços que transformem positiva- sobre a criação - subsidiando o processo legislativo -, a inte-
mente sua realidade. gração - possibilitando a colmatagem das lacunas existentes
A transparência dos gastos públicos tornou-se possível no ordenamento - e a interpretação do direito orçamentário,
graças à introdução de modernos recursos tecnológicos, auxiliando no exercício da função jurisdicional ao permitir a
propiciando registros contábeis mais ágeis e plenamente aplicação da norma a situação não regulada especificamen-
confiáveis. A execução orçamentária e financeira passou a te.
contar com facilidades operacionais e melhores mecanis- Alguns desses princípios foram adotados em certo mo-
mos de controle. Por consequência, a atuação dos órgãos mento por condizerem com as necessidades da época e
de controle tornou-se mais eficaz, com a adoção de novo posteriormente abandonados, ou pelo menos transforma-
instrumental de trabalho, como a introdução do SIAFI e da dos, relativizados, ou mesmo mitigados, e o que ocorreu
conta única do Tesouro Nacional, acompanhados de diver- com o princípio do equilíbrio orçamentário, tão precioso ao
sos outros aperfeiçoamentos de ferramentas de gestão. estado liberal do século XIX, e que foi em parte relativizado
com o advento do estado do bem estar social no período
pós guerra.
3.2 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS Nos anos oitenta e noventa, em movimento pendular, o
princípio do equilíbrio orçamentário foi revigorado e dada
nova roupagem em face dos crescentes déficits estruturais
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS PRINCÍPIOS advindos da dificuldade do Estado em financiar os extensos
ORÇAMENTÁRIOS CONSTITUCIONAIS programas de segurança social e de alavancagem do desen-
volvimento econômico.
Resultado da experiência histórica da gestão dos recur- Nossas Constituições, desde a Imperial até a atual, sem-
sos públicos, os princípios orçamentários foram sendo de- pre deram tratamento privilegiado à matéria orçamentária.
36
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
De maneira crescente, foram sendo incorporados novos proibição da concessão de créditos ilimitados e a introdu-
princípios orçamentários às várias cartas constitucionais re- ção do princípio constitucional da exclusividade, ao inserir-
guladoras do Estado brasileiro. -se preceito prevendo: “Art. 34. § 1º As leis de orçamento
Instaura-se a ordem constitucional soberana em nosso não podem conter disposições estranhas à previsão da
Império, e a Carta de 1824, em seus arts.171 e 172, institui receita e à despesa fixada para os serviços anteriormen-
as primeiras normas sobre o orçamento público no Brasil . te criados. Não se incluem nessa proibição: a) a auto-
Estatui-se a reserva de lei - a aprovação da peça orça- rização para abertura de créditos suplementares e para
mentária deve observar regular processo legislativo - e a operações de crédito como antecipação da receita; b) a
reserva de parlamento - a competência para a aprovação determinação do destino a dar ao saldo do exercício ou
é privativa do Poder Legislativo, sujeita à sanção do Poder do modo de cobrir o deficit.”
Executivo - para a aprovação do orçamento. O princípio da exclusividade, ou da pureza orçamen-
Insere-se o princípio da anualidade, ou temporalida- tária, limita o conteúdo da lei orçamentária, impedindo que
de- significa que a autorização legislativa do gasto deve ser nela se pretendam incluir normas pertencentes a outros
renovada a cada exercício financeiro - o orçamento era para campos jurídicos, como forma de se tirar proveito de um
viger por um ano e sua elaboração competência do Ministro processo legislativo mais rápido, as denominadas “caudas
da Fazenda, cabendo à Assembleia-Geral - Câmara dos De- orçamentárias”, tackings dos ingleses, os riders dos norte-
putados e Senado - sua discussão e aprovação. -americanos, ou os Bepackungen dos alemães, ou ainda os
Pari passu com a inserção da anualidade, fixa-se o prin- cavaliers budgetaires dos franceses. Prática essa denomina-
cípio da legalidade da despesa - advindo do princípio geral da por Epitácio Pessoa em 1922 de “verdadeira calamidade
da submissão da Administração à lei, a despesa pública deve nacional”. No dizer de Ruy Barbosa, eram os “orçamentos ra-
ter prévia autorização legal. Entretanto, no período de 1822 bilongos”, que introduziram o registro de hipotecas no Brasil
a 1829, o Brasil somente teve orçamentos para a Corte e a e até a alteração no processo de desquite propiciaram. Essa
Província do Rio de Janeiro, não sendo observado o prin- foi a primeira inserção deste princípio em textos constitu-
cípio da universalidade - o orçamento deve conter todas cionais brasileiros, já na sua formulação clássica, segundo a
as receitas e despesas da entidade, de qualquer natureza, qual a lei orçamentária não deveria conter matéria estranha
procedência ou destino, inclusive a dos fundos, dos emprés- à previsão da receita e à fixação da despesa, ressalvadas: a
timos e dos subsídios. autorização para abertura de créditos suplementares e para
O primeiro orçamento geral do Império somente seria operações de crédito como antecipação de receita; e a de-
aprovado oito anos após a Independência, pelo Decreto Le- terminação do destino a dar ao saldo do exercício ou do
gislativo de 15.12.1830, referente ao exercício 1831-32. modo de cobrir o déficit.
Este orçamento continha normas relativas à elaboração O princípio da exclusividade sofreu duas modificações
dos orçamentos futuros, aos balanços, à instituição de co- na Constituição de 1988. Na primeira, não mais se autoriza a
missões parlamentares para o exame de qualquer repartição inclusão na lei orçamentária de normas sobre o destino a dar
pública e à obrigatoriedade de os ministros de Estado apre- ao saldo do exercício como o fazia a Constituição de 1967.
sentarem relatórios impressos sobre o estado dos negócios Na segunda, podem ser autorizadas quaisquer opera-
a cargo das respectivas pastas e a utilização das verbas sob ções de crédito, por antecipação de receita ou não.
sua responsabilidade. A mudança refletiu um aprimoramento da técnica or-
A reforma na Constituição imperial de 1824, emendada çamentária, com o advento principalmente da Lei 4.320, de
pela Lei de 12.08.1834, regulou o funcionamento das assem- 1964, que regulou a utilização dos saldos financeiros apura-
bleias legislativas provinciais definindo-lhes a competência dos no exercício anterior pelo Tesouro ou entidades autár-
na fixação das receitas e despesas municipais e provinciais, quicas e classificou como receita do orçamento o produto
bem como regrando a repartição entre os municípios e a sua das operações de crédito.
fiscalização. A Constituição de 1934 restaurou, no plano constitu-
A Constituição republicana de 1891 introduziu profun- cional, a competência do Poder Executivo para elaboração
das alterações no processo orçamentário. A elaboração do da proposta, que passou à responsabilidade direta do Presi-
orçamento passou à competência privativa do Congresso dente da República. Cabia ao Legislativo a análise e votação
Nacional. do orçamento, que podia, inclusive, ser emendado.
Embora a Câmara dos Deputados tenha assumido a Além disso, a Constituição de 1934, como já mencio-
responsabilidade pela elaboração do orçamento, a iniciati- nado anteriormente, estabelecia que a despesa deveria ser
va sempre partiu do gabinete do ministro da Fazenda que, discriminada, obedecendo, pelo menos a parte variável, a
mediante entendimentos reservados e extraoficiais, orienta- rigorosa especialização.
va a comissão parlamentar de finanças na confecção da lei Trata-se do princípio da especificação, ou especialida-
orçamentária. de, ou ainda, da discriminação da despesa, que se confunde
A experiência orçamentária da República Velha revelou- com a própria questão da legalidade da despesa pública e
-se inadequada. Os parlamentos, em toda parte, são mais é a razão de ser da lei orçamentária, prescrevendo que a
sensíveis à criação de despesas do que ao controle do déficit. autorização legislativa se refira a despesas específicas e não
A reforma Constitucional de 1926 tratou de eliminar as a dotações globais.
distorções observadas no orçamento da República. Buscou-
-se, para tanto, promover duas alterações significativas: a
37
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
O princípio da especialidade abrange tanto o aspecto ração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos
qualitativo dos créditos orçamentários quanto o quantitati- Estados, dos Municípios e do Distrito Federal”.
vo, vedando a concessão de créditos ilimitados. Verdadeiro estatuto das finanças públicas, levando mais
Tal princípio só veio a ser expresso na Constituição de de dez anos sua tramitação legislativa, tal lei incorporou im-
1934, encerrando a explicitação da finalidade e da natureza portantes avanços em termos de técnica orçamentária, in-
da despesa e dando efetividade à indicação do limite preciso clusive com a introdução da técnica do orçamento-progra-
do gasto, ou seja, a dotação. ma a nível federal. A Lei 4.320/64, art. 15, estabeleceu que a
Norma no sentido da limitação dos créditos orçamentá- despesa fosse discriminada no mínimo por elementos.
rios permaneceu em todas as constituições subseqüentes à A Constituição de 1967 registrou pela primeira vez em
reforma de 1926, com a exceção da Super lei de 1937. um texto constitucional o princípio do equilíbrio orçamen-
O princípio da especificação tem profunda significância tário. O axioma clássico de boa administração para as finan-
para a eficácia da lei orçamentária, determinando a fixação ças públicas perdeu seu caráter absoluto, tendo sido aban-
do montante dos gastos, proibindo a concessão de créditos donado pela doutrina o equilíbrio geral e formal, embora
ilimitados, que na Constituição de 1988, como nas demais não se deixe de postular a busca de um equilíbrio dinâmico.
anteriores, encontra-se expresso no texto constitucional, art. Inserem-se neste contexto as normas que limitam os gastos
167, VII (art. 62, § 1º, “b”, na de 1969 e art. 75 na de 1946). com pessoal, acolhidas nas Constituições de 67 e de 88 (CF
Pode ser também de caráter qualitativo, vedando a art. 169) e a vedação à realização de operações de créditos
transposição, remanejamento ou a transferência de recursos que excedam o montante das despesas de capital (CF art.
de uma categoria de programação para outra ou de um ór- 167, III).
gão para outro, como hoje dispõe o art. 167, VI (art. 62, §1º, Hoje não mais se busca o equilíbrio orçamentário for-
“a”, na de 1969 e art. 75 na de 1946). mal, mas sim o equilíbrio amplo das finanças públicas.
Ou, finalmente pode o princípio referir-se ao aspecto O grande princípio da Lei de Responsabilidade Fiscal é
temporal, limitando a vigência dos créditos especiais e ex- o princípio do equilíbrio fiscal. Esse princípio é mais amplo e
traordinários ao exercício financeiro em que forem autori- transcende o mero equilíbrio orçamentário. Equilíbrio fiscal
zados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos significa que o Estado deverá pautar sua gestão pelo equi-
últimos quatro meses daquele exercício, caso em que rea- líbrio entre receitas e despesa. Dessa forma, toda vez que
bertos nos limites dos seus saldos, serão incorporados ao ações ou fatos venham a desviar a gestão da equalização,
orçamento do exercício financeiro subseqüente, ex vi do medidas devem ser tomadas para que a trajetória de equilí-
atual art. 167, § 2º (art. 62, § 4º, na de 1969 e sem previsão brio seja retomada.
na de 1946). Os princípios da unidade e da universalidade também
Exceção a este princípio basilar foi a Constituição de sofreriam alterações na Constituição de 1967. Esses princí-
1937, que previa a aprovação pelo Legislativo de verbas pios são complementares: todas as receitas e todas as des-
globais por órgãos e entidades. A elaboração do orçamen- pesas de todos os Poderes, órgãos e entidades devem estar
to continuava sendo de responsabilidade do Poder Execu- consignadas num único documento, numa única conta, de
tivo - agora a cargo de um departamento administrativo a modo a evidenciar a completa situação fiscal para o período.
ser criado junto à Presidência da República - e seu exame e A partir de 1967, a Constituição deixou de consignar
aprovação seria da competência da Câmara dos Deputados expressamente o mandamento de que o orçamento seria
e do Conselho Fiscal. Durante o Estado Novo, entretanto, uno, inserto no texto constitucional desde 1934. Coinciden-
nem mesmo essa prerrogativa chegou a ser exercida, uma temente, foi nessa Constituição que, ao lado do orçamento
vez que as casas legislativas não foram instaladas e os orça- anual, se introduziu o orçamento plurianual de investimen-
mentos do período 1938-45 terminaram sendo elaborados tos. Desta maneira, introduziu-se um novo princípio cons-
e aprovados pelo Presidente da República, com o assesso- titucional-orçamentário, o da programação - a programa-
ramento do recém criado Departamento Administrativo do ção constante da lei orçamentária relativa aos projetos com
Serviço Público-DASP. duração superior ao exercício financeiro devem observar o
O período do Estado Novo marca de forma indelével a planejamento de médio e longo prazo constante de outras
ausência do estado de direito, demonstrando cabalmente a normas preordenadoras. Sem ferir o princípio da unidade,
importância da existência de uma lei orçamentária, sobera- por se tratar de instrumento de planejamento, complemen-
namente aprovada pelo Parlamento, para a manutenção da tar à autorização para a despesa contida na lei orçamentá-
equipotência dos poderes constituídos, esteio da democra- ria anual, ou o princípio da universalidade, que diz respeito
cia. unicamente ao orçamento anual, veio propiciar uma ligação
A Constituição de 1946 reafirmaria a competência do entre o planejamento de médio e longo prazo com a orça-
Poder Executivo quanto à elaboração da proposta orçamen- mentação anual. O Orçamento Plurianual de Investimentos
tária, mas devolveria ao Poder Legislativo suas prerrogativas - OPI não chegou a ter eficácia, não encontrando abrigo na
quanto à análise e aprovação do orçamento, inclusive emen- Constituição de 1988, que estabeleceu, ao invés, um plano
das à proposta do governo. plurianual (PPA).
Manteria, também, intactos os princípios orçamentários Não obstante o fato das Constituições e normas a ela
até então consagrados. Sob a égide da Constituição de 1946 inferiores alardearem os princípios da universalidade e uni-
foi aprovada e sancionada a Lei nº 4.320, de 17.03.64, esta- dade orçamentária, na prática, até meados dos anos oitenta,
tuindo “Normas Gerais de Direito Financeiro para a elabo- parcela considerável dos dispêndios da União não passavam
38
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
pelo Orçamento Geral da União - OGU. O orçamento dis- A emenda constitucional revisional nº 1, de 1994, ao
cutido e aprovado pelo Congresso Nacional não incluía os criar o Fundo Social de Emergência-FSE e desvincular, ainda
encargos da dívida mobiliária federal, os gastos com subsí- que somente para os exercícios financeiros de 1994 e 1995,
dios e praticamente a totalidade das operações de crédito 20% dos impostos e contribuições da União, demonstrou a
de responsabilidade do Tesouro, como fundos e programas. necessidade de se permitir a flexibilidade na alocação dos
Tais despesas eram realizadas autonomamente pelo Banco recursos na elaboração e execução orçamentária.
Central e Banco do Brasil por intermédio do denominado A Constituição de 1988 inovou em termos de constitu-
“Orçamento Monetário-OM” E “Conta-movimento”, respec- cionalização de princípios regentes dos atos administrativos
tivamente. Ainda tinha-se o Orçamento-SEST, que consistia em geral e aplicando-os à matéria orçamentária, elevando a
no orçamento de investimento das empresas públicas, de nível constitucional os princípios da clareza e da publicida-
economia mista, suas subsidiárias e controladas direta ou de, a exemplo do previsto no art. 165, § 6º - que determina
indiretamente pela União. que o projeto da lei orçamentária venha acompanhado de
Todos estes documentos eram aprovados exclusiva- demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e
mente pelo Presidente da República. Somente a partir de despesas, decorrentes de isenções, anistias, remissões, sub-
1984, com a gradativa inclusão no OGU do OM, extinção da sídios e benefícios de natureza financeira, tributária e credi-
“conta-movimento” no Banco do Brasil e de outras medidas tícia - e no art. 165, §3º - que estipula a publicação bimes-
administrativas, coroadas pela promulgação da carta consti- tralmente de relatório resumido da execução orçamentária.
tucional de 1988, passou-se a dar efetividade ao princípio da
unidade e universalidade orçamentária. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
A aplicação do princípio da unidade foi elastecido na
Constituição de 1988, embora o art. 165 § 5º diga “A lei or- Os princípios orçamentários básicos para a elaboração,
çamentária anual compreenderá”, porquanto deixou de fora execução e controle do orçamento público, válidos para to-
do orçamento fiscal as ações de saúde e assistência social, dos os poderes e nos três níveis de governo, estão definidos
tipicamente financiadas com os recursos ordinários do Te- na Constituição Federal de 1988 e na Lei nº 4.320/1964, que
souro, para compor com elas um orçamento distinto, em estatui normas gerais de direito financeiro, aplicadas à ela-
relação promíscua com as prestações da Previdência Social. boração e ao controle dos orçamentos.
Esta última sim, e somente esta, merecedora de trata-
mento em documento separado, observadas em seu âmbito Princípio Orçamentário da Unidade
a unidade e a universalidade, já que se trata de um sistema De acordo com este princípio previsto no artigo 2º da
distinto de prestações e contraprestações de caráter conti- Lei nº 4.320/1964, cada ente da federação (União, Estado ou
nuado, que deve manter um equilíbrio econômico- financei- Município) deve possuir apenas um orçamento, estruturado
ro autossustentado. de maneira uniforme.
Outra inovação da Constituição de 1988 foi o orçamen- Tal princípio é reforçado pelo princípio da “unidade de
to de investimentos das empresas estatais. Não há aqui, en- caixa”, previsto no artigo 56 da referida Lei, segundo o qual
tretanto, quebra da unidade orçamentária, uma vez que se todas as receitas e despesas convergem para um fundo ge-
trata, obviamente, de um segmento nitidamente distinto do ral (conta única), a fim de se evitar as vinculações de certos
orçamento fiscal, a não ser no que se refere àquelas unida- fundos a fins específicos.
des empresariais dependentes de recursos do Tesouro para O objetivo é apresentar todas as receitas e despesas
sua manutenção, caso em que devem ser incluídas integral- numa só conta, a fim de confrontar os totais e apurar o re-
mente no orçamento fiscal, como vem ocorrendo por força sultado: equilíbrio, déficit ou superávit. Atualmente, o pro-
de disposições contidas na últimas LDOs. cesso de integração planejamento-orçamento tornou o or-
A adoção do Orçamento de Investimento nas empresas çamento necessariamente multi-documental, em virtude da
nas quais a União, direta ou indiretamente, detenha a maio- aprovação, por leis diferentes, de vários documentos (Plano
ria do capital com direito a voto, nos termos do art. 165, § Plurianual – PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e Lei
5º, correspondeu a um avanço na aplicação do princípio da Orçamentária Anual – LOA), uns de planejamento e outros
universalidade dos gastos, ainda que excluídos os dispên- de orçamento e programas. Em que pese tais documentos
dios relativos à manutenção destas entidades. serem distintos, inclusive com datas de encaminhamento
O princípio da não afetação de receitas determina diferentes para aprovação pelo Poder Legislativo, devem,
que essas não sejam previamente vinculadas a determina- obrigatoriamente ser compatibilizados entre si, conforme
das despesas, a fim de que estejam livres para sua alocação definido na própria Constituição Federal.
racional, no momento oportuno, conforme as prioridades O modelo orçamentário adotado a partir da Constitui-
públicas. ção Federal de 1988, com base no § 5º do artigo165 da CF 88
A Constituição de 1967 o adotou, relativamente aos tri- consiste em elaborar orçamento único, desmembrado em:
butos, ressalvados os impostos únicos e o disposto na pró- Orçamento Fiscal, da Seguridade Social e de Investimento
pria Constituição e em leis complementares. da Empresas Estatais, para melhor visibilidade dos progra-
A Carta de 1988, por sua vez, restringe a aplicação do mas do governo em cada área. O artigo 165 da Constituição
princípio aos impostos, observadas as exceções indicadas na Federal define em seu parágrafo 5º o que deverá constar em
Constituição e somente nesta, não permitindo sua amplia- cada desdobramento do orçamento:
ção mediante lei complementar.
39
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
“§ 5º –A lei orçamentária anual compreenderá: tuição Federal, estabelece que a Lei Orçamentária Anual não
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixa-
seus fundos, órgãos e entidades da administração dire- ção da despesa, não se incluindo na proibição a autorização
ta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas para abertura de créditos suplementares e a contratação de
pelo Poder Público; operações de crédito, inclusive por antecipação de receita
II – o orçamento de investimento das empresas em orçamentária (ARO), nos termos da lei. As leis de créditos
que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria adicionais também devem observar esse princípio.
do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo Princípio Orçamentário do Equilíbrio
todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da adminis- Esse princípio estabelece que o montante da despesa
tração direta ou indireta, bem como os fundos e funda- autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser su-
ções instituídos e mantidos pelo Poder Público.” perior ao total de receitas estimadas para o mesmo perío-
do. Havendo reestimativa de receitas com base no excesso
Princípio Orçamentário da Universalidade de arrecadação e na observação da tendência do exercício,
Segundo os artigos 3º e 4º da Lei nº 4.320/1964, a Lei pode ocorrer solicitação de crédito adicional. Nesse caso,
Orçamentária deverá conter todas as receitas e despesas. para fins de atualização da previsão, devem ser considera-
Isso possibilita controle parlamentar sobre todos os ingres- dos apenas os valores utilizados para a abertura de crédito
sos e dispêndios administrados pelo ente público. adicional.
Conforme o caput do artigo 3º da Lei nº 4.320/1964, a
“Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusi-
receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas ve as de operações de crédito autorizadas em lei.
em lei. Assim, o equilíbrio orçamentário pode ser obtido por
Parágrafo único. Não se consideram para os fins meio de operações de crédito. Entretanto, conforme estabe-
deste artigo as operações de crédito por antecipação da lece o artigo 167, III, da Constituição Federal é vedada a rea-
receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas lização de operações de crédito que excedam o montante
compensatórias, no ativo e passivo financeiros. das despesas de capital, dispositivo conhecido como “regra
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as de ouro”. De acordo com esta regra, cada unidade governa-
despesas próprias dos órgãos do Governo e da adminis- mental deve manter o seu endividamento vinculado à rea-
tração centralizada, ou que, por intermédio deles se de- lização de investimentos e não à manutenção da máquina
vam realizar, observado o disposto no artigo 2°.” administrativa e demais serviços.
A Lei de Responsabilidade Fiscal também estabelece re-
Tal princípio complementa-se pela “regra do orçamento gras limitando o endividamento dos entes federados, nos
bruto”, definida no artigo 6º da Lei nº4.320/1964: artigos 34 a 37:
“Art. 6º.Todas as receitas e despesas constarão da lei “ Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títu-
de orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer de- los da dívida pública a partir de dois anos após a publi-
duções.” cação desta Lei Complementar.
40
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma celas discriminadas e não pelo seu valor global, facilitando o
instituição financeira estatal e o ente da Federação que acompanhamento e o controle do gasto público. Esse prin-
a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo. cípio está previsto no artigo 5º da Lei nº 4.320/1964:
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe ins-
tituição financeira controlada de adquirir, no mercado,- “Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações
títulos da dívida pública para atender investimento de globais destinadas a atender indiferentemente a despe-
seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União sas de pessoal, material, serviços de terceiros, transfe-
para aplicação de recursos próprios. rências ou quaisquer outras [...]”
Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão O princípio da especificação confere maior transparên-
vedados: cia ao processo orçamentário, possibilitando a fiscalização
I – captação de recursos a título de antecipação de re- parlamentar, dos órgãos de controle e da sociedade, inibin-
ceita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda do o excesso de flexibilidade na alocação dos recursos pelo
não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7 o do poder executivo. Além disso, facilita o processo de padroni-
art. 150 da Constituição; zação e elaboração dos orçamentos, bem como o processo
II – recebimento antecipado de valores de empresa de consolidação de contas.
em que o Poder Público detenha, direta ou indiretamen-
te, a maioria do capital social com direito a voto, salvo Princípio Orçamentário da Não-Afetação da Receita
lucros e dividendos, na forma da legislação; Tal princípio encontra-se consagrado, como regra geral,
III – assunção direta de compromisso, confissão de no inciso IV, do artigo 167, da Constituição Federal de 1988,
dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de quando veda a vinculação de receita de impostos a órgão,
bens,mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite fundo ou despesa:
ou aval de título de crédito, não se aplicando esta veda-
ção a empresas estatais dependentes; “Art. 167. São vedados: [...]
IV – assunção de obrigação, sem autorização orça- IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fun-
mentária, com fornecedores para pagamento a posterio- do ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da
ri de bens e serviços.” arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158
e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços
Princípio Orçamentário da Legalidade públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento
Tem o mesmo fundamento do princípio da legalidade do ensino e para realização de atividades da administra-
aplicado à administração pública, segundo o qual cabe ao ção tributária, como determinado, respectivamente, pe-
Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que los arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garan-
a lei expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos di- tias às operações de crédito por antecipação de receita,
tames da lei. previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º
A Constituição Federal de 1988, no artigo 37 estabelece deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional
os princípios da administração pública, dentre os quais o da nº 42, de 19.12.2003); [...]
legalidade e, no seu art. 165 estabelece a necessidade de § 4º É permitida a vinculação de receitas próprias ge-
formalização legal das leis orçamentárias: radas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156,
e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a
“ Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo es- e b, e II, para a prestação de garantia ou contra garantia
tabelecerão: à União e para pagamento de débitos para com esta. (In-
I – o plano plurianual; cluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).”
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.” As ressalvas são estabelecidas pela própria Constituição
e estão relacionadas à repartição do produto da arrecadação
dos impostos (Fundos de Participação dos Estados – FPE e
Princípio Orçamentário da Publicidade dos Municípios – FPM e Fundos de Desenvolvimento das
O princípio da publicidade está previsto no artigo 37 da Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste), à destinação de
Constituição Federal e também se aplica às peças orçamen- recursos para as áreas de saúde e educação, além do ofere-
tárias. Justifica-se especialmente no fato de o orçamento cimento de garantias às operações de crédito por antecipa-
ser fixado em lei, e esta, para criar, modificar, extinguir ou ção de receitas.
condicionar direitos e deveres, obrigando a todos, há que Trata-se de medida de bom-senso, uma vez que possi-
ser publicada.Portanto, o conteúdo orçamentário deve ser bilita ao administrador público dispor dos recursos de forma
divulgado nos veículos oficiais para que tenha validade. mais flexível para o atendimento de despesas em programas
prioritários.
Princípio Orçamentário da Especificação ou No âmbito federal, a Constituição reforça a não-vincu-
Especialização lação das receitas por meio do artigo 76 do Ato das Dispo-
Segundo este princípio, as receitas e despesas orçamen- sições Constitucionais Transitórias – ADCT, ao criar a “Des-
tárias devem ser autorizadas pelo Poder Legislativo em par- vinculação das Receitas da União – DRU”, abaixo transcrito:
41
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
“Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, III) disposições sobre apresentação e apreciação de
até 31 de dezembro de 2011, 20% (vinte por cento) da emendas individuais e coletivas.
arrecadação da União de impostos, contribuições sociais Além disso, o parecer preliminar avalia os cenários
e de intervenção no domínio econômico, já instituídos ou econômico-fiscal e social, bem como os parâmetros ma-
que vierem a ser criados até a referida data, seus adicio- croeconômicos utilizados na elaboração do projeto e as
nais e respectivos acréscimos legais. informações constantes de seus anexos, com o objetivo de
§ 1º O disposto no caput deste artigo não reduzirá promover análises prévias ao conteúdo apresentado. Como
a base de cálculo das transferências a Estados, Distrito complemento à análise inicial, a CMO realiza audiência pú-
Federal e Municípios na forma dos arts. 153, § 5º; 157, I; blica com o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão,
158, I e II; e 159, I, a e b; e II, da Constituição, bem como antes da apresentação do Relatório Preliminar.
a base de cálculo das destinações a que se refere o art. Ao relatório preliminar podem ser apresentadas emen-
159, I, c, da Constituição. das por parlamentares e pelas Comissões Permanentes da
§ 2º Excetua-se da desvinculação de que trata o Câmara e do Senado.
caput deste artigo a arrecadação da contribuição social
do salário-educação a que se refere o art. 212, § 5 o, da 03) EMENDAS: Após aprovado o parecer preliminar,
Constituição.” abre-se prazo para a apresentação de emendas ao projeto
de lei de diretrizes orçamentárias, com vistas a inserir, su-
primir, substituir ou modificar dispositivos constantes do
3.3 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS projeto.
Cada parlamentar, Comissão Permanente do Senado
Federal e da Câmara dos Deputados e Bancada Estadual do
A lei de diretrizes orçamentárias - LDO define as metas Congresso Nacional pode apresentar até cinco emendas ao
e prioridades do governo para o ano seguinte, orienta a ela- anexo de metas e prioridades. Não se incluem nesse limite
boração da lei orçamentária anual, dispõe sobre alterações as emendas ao texto do projeto de lei. Para essa finalidade,
na legislação tributária e estabelece a política das agências as emendas são ilimitadas.
de desenvolvimento (Banco do Nordeste, Banco do Brasil, As emendas são apresentadas perante a CMO, que so-
BNDES, Banco da Amazônia, etc.). Também fixa limites para bre elas emite parecer conclusivo e final, que somente po-
os orçamentos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Mi- derá ser modificado mediante a aprovação de destaque no
nistério Público e dispõe sobre os gastos com pessoal. A Lei Plenário do Congresso Nacional.
de Responsabilidade Fiscal remeteu à LDO diversos outros
temas, como política fiscal, contingenciamento dos gastos, 04) RELATÓRIO: O relator deve analisar o projeto de di-
transferências de recursos para entidades públicas e priva- retrizes orçamentárias e as emendas apresentadas, tendo
das e política monetária como orientação as regras estabelecidas no Parecer Preli-
minar, e formalizar, em relatório, as razões pelas quais aco-
01) PROJETO DE LEI: O projeto de LDO (PLDO) é elabo- lhe ou rejeita as emendas. Deve também justificar quaisquer
rado pela Secretaria de Orçamento Federal e encaminhado outras alterações que tenham sido introduzidas no texto
ao Congresso Nacional pelo Presidente da República, que do projeto de lei. O produto final desse trabalho, contendo
possui exclusividade na iniciativa das leis orçamentárias. as alterações propostas ao texto do PLDO, decorrentes das
Composto pelo texto da lei e diversos anexos, o projeto de emendas acolhidas pelo relator e das por ele apresentadas,
lei deve ser encaminhado ao Congresso Nacional até 15 de constitui a proposta de substitutivo. O relatório e a propos-
abril de cada ano. ta de substitutivo são discutidos e votados no Plenário da
Recebido pelo Congresso Nacional, o projeto inicia a CMO, sendo necessário para aprová-los a manifestação fa-
tramitação legislativa, observadas as normas constantes da vorável da maioria dos membros de cada uma das Casas,
Resolução nº. 01, de 2006 – CN. O projeto de lei é publica- que integram a CMO.
do e encaminhado à Comissão Mista de Planos, Orçamentos A Constituição Federal não estabelece prazo final para
Públicos e Fiscalização – CMO. a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
No entanto, determina que o Congresso Nacional não tenha
02) PARECER PRELIMINAR: O parlamentar designado direito a recesso a partir de 17 de julho enquanto o PLDO
para ser o relator do projeto de diretrizes orçamentárias não for aprovado.
(PLDO) deve, primeiramente, elaborar Relatório Preliminar O relatório aprovado em definitivo pela Comissão cons-
sobre o projeto, o qual, aprovado pela CMO, passa a deno- titui o parecer da CMO, o qual será encaminhado à Secreta-
minar-se Parecer Preliminar. Esse parecer estabelece regras ria-Geral da Mesa do Congresso Nacional, para ser submeti-
e parâmetros a serem observados quando da análise e apre- do à deliberação das duas Casas, em sessão conjunta.
ciação do projeto, tais como:
I) condições para o cancelamento de metas constantes 05) AUTÓGRAFOS E LEIS: Após aprovado, o parecer da
do projeto; CMO é submetido à discussão e votação no Plenário do
II) critérios para o acolhimento de emendas; e Congresso Nacional. Os Congressistas podem solicitar des-
taque para a votação em separado de emendas, com o ob-
jetivo de modificar os pareceres aprovados na CMO. Esse
42
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
requerimento deve ser assinado por um décimo dos con- ção, o SIAFI tem alcançado satisfatoriamente seus principais
gressistas e apresentado à Mesa do Congresso Nacional até objetivos :
o dia anterior ao estabelecido para discussão da matéria no
A. prover mecanismos adequados ao controle diário da
Plenário do Congresso Nacional.
execução orçamentária, financeira e patrimonial aos
Concluída a votação, a matéria é devolvida à CMO para
órgãos da Administração Pública;
a redação final. Recebe o nome de Autógrafo o texto do
projeto ou do substitutivo aprovado definitivamente em sua B. fornecer meios para agilizar a programação financei-
redação final assinado pelo Presidente do Congresso, que ra, otimizando a utilização dos recursos do Tesouro
será enviado à Casa Civil da Presidência da República para Nacional, através da unificação dos recursos de caixa
sanção. do Governo Federal;
O Presidente da República pode vetar o autógrafo, total
C. permitir que a contabilidade pública seja fonte se-
ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da
gura e tempestiva de informações gerenciais des-
data do recebimento. Nesse caso, comunicará ao Presidente
tinadas a todos os níveis da Administração Pública
do Senado os motivos do veto. A parte não vetada é publi-
Federal;
cada no Diário Oficial da União como lei. O veto deve ser
apreciado pelo Congresso Nacional. D. padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas
à gestão dos recursos públicos, sem implicar rigidez
A LDO, devidamente compatibilizada com o PPA, ou restrição a essa atividade, uma vez que ele per-
deverá conter: manece sob total controle do ordenador de despesa
• As metas e prioridades da Administração Pública, de cada unidade gestora;
incluindo as despesas de capital, para o exercício se- E. permitir o registro contábil dos balancetes dos esta-
guinte; dos e municípios e de suas supervisionadas;
• Orientações para a elaboração da Lei Orçamentária
F. permitir o controle da dívida interna e externa, bem
Anual;
como o das transferências negociadas;
• Disposições sobre alterações na Legislação Tributá-
ria; G. integrar e compatibilizar as informações no âmbito
do Governo Federal;
• A política de aplicação das agências financeiras ofi-
ciais de fomento; H. permitir o acompanhamento e a avaliação do uso
• Autorização específica para a concessão de qualquer dos recursos públicos; e
vantagem ou aumento de remuneração, criação de I. proporcionar a transparência dos gastos do Governo
cargos ou alteração de estrutura de carreiras, bem Federal.
como admissão de pessoal, a qualquer título, pelos
órgãos e entidades da administração direta ou indi- O Sidor é o sistema responsável pela elaboração da pro-
reta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo posta orçamentária do governo federal. Seu principal pro-
Poder Público, ressalvadas as empresas públicas e as duto é o Projeto de Lei Orçamentária enviado, anualmente,
sociedades de economia mista; ao Congresso Nacional para aprovação e consequente gera-
ção da Lei Orçamentária Anual. O SIDOR permite aprimorar
o Processo orçamentário federal.
Os limites para elaboração da proposta
Nele é registrada toda a programação orçamentária –
orçamentária dos poderes judiciário e legislativo
ações e programas de governo, com seus respectivos valo-
Na União, o prazo para envio do projeto de Lei da LDO res e destinações geográficas – planejada para a execução
pelo Executivo ao Legislativo é até o dia 15 de abril do exer- no ano seguinte.
cício anterior ao da Lei Orçamentária Anual. O Sidor orienta a liberação de recursos e execução pelo
A sessão legislativa ordinária não será interrompida até Sistema Integrado de Administração Financeira do governo
que o projeto de Lei da LDO seja aprovado. Federal - Siafi, gerando os volumes para publicação, pela Im-
Vale lembrar que, conforme a Emenda Constitucional nº prensa Nacional, no Diário Oficial da União.
50, de14/02/2006, a sessão legislativa vai do período de 02 Cada órgão público (os usuários “de entrada” do Sidor)
de fevereiro a 17 de julho, e de 1º. de agosto a 22 de de- informa suas ações e previsões orçamentárias ao sistema.
zembro. Depois disso, cada ministério realiza a consolidação dessas
informações que, finalmente, chegam à Secretaria de Orça-
mento Federal para uma consolidação final.
3.4 SIDOR E SIAFI
Desenvolvido pela Secretaria de Orçamento Federal, o
sistema foi migrado para o Serpro em 2004. A partir dessa
data, a Empresa ficou responsável por sua produção – hos-
O SIAFI é o principal instrumento utilizado para registro, pedagem e manutenção corretiva e evolutiva.
acompanhamento e controle da execução orçamentária, fi-
nanceira e patrimonial do Governo Federal. Desde sua cria- Fonte: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt_PT/objeti-
vos
43
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
44
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
quer exigência, desde que o objetivo seja aplicação quido representado por uma conta de variação patrimonial
em despesas de capital. aumentativa, como uma superveniência ativa (acréscimo
• OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL - ingressos prove- patrimonial).
nientes de outras origens não classificáveis nas sub- Despesa pública é o conjunto de dispêndios do Estado
categorias econômicas anteriores. ou de outra pessoa de direito público a qualquer título, a fim
de saldar gastos fixados na lei do orçamento ou em lei es-
ESTÁGIOS DA RECEITA pecial, visando à realização e ao funcionamento dos serviços
públicos. Nesse sentido, a despesa é parte do orçamento,
• PREVISÃO - A previsão da receita é a estimativa de ou seja, aquela em que se encontram classificadas todas as
quanto se espera arrecadar durante o exercício. Uma autorizações para gastos com as várias atribuições e funções
parcela da receita prevista poderá sofrer lançamen- governamentais. Em outras palavras, as despesas públicas
tos, correspondendo aos impostos diretos, taxas, formam o complexo da distribuição e emprego das receitas
contribuições de melhoria, serviços industriais, ren- das receitas para custeio e investimento em diferentes seto-
das patrimoniais, etc. res da administração governamental.
• LANÇAMENTO - O lançamento é a identificação Quanto à sua natureza, classificam-se em:
do devedor ou da pessoa do contribuinte, a lei no
• Despesa Orçamentária: é aquela que depende de
4.320/64, define o lançamento d receita como o ato
autorização legislativa para ser realizada e que não
da repartição competente que verifica a procedên-
pode ser efetivada sem a existência de crédito orça-
cia do crédito fiscal, a pessoa devedora e inscreve a
mentário que a corresponda suficientemente.
débito dela; o Código Tributário Nacional define esta
medida como procedimento administrativo tenden- • Despesa Extra Orçamentária: trata-se dos pagamen-
te a verificar a ocorrência do fato gerador da obriga- tos que não dependem de autorização legislativa, ou
ção correspondente, a matéria tributável, o cálculo seja, não integram o orçamento público. Correspon-
do montante do tributo devido a identificação do dem à restituição ou entrega de valores arrecadados
respectivo sujeito passivo. sob o titulo de receita extra orçamentária. Ex.: devo-
lução de fianças e cauções; recolhimento de imposto
Este Estágio não gera Lançamentos Contábeis. de renda retido na fonte, etc.
• ARRECADAÇÃO - A arrecadação da Receita está li- Empenho é o primeiro estágio da despesa e “é o ato
gada aos pagamentos realizados diretamente pelos emanado de autoridade competente que cria para o Estado
contribuintes às repartições fiscais e rede bancária obrigação de pagamento pendente ou não de implemen-
autorizada. to de condição”. O empenho é prévio, ou seja, precede a
realização da despesa e está restrito ao limite de crédito or-
Artigo 9 a 11 da Lei no 4.320/64. çamentário (art. 59). É vedada a realização da despesa sem
prévio empenho (art. 60). A formalização do empenho se dá
DÍVIDA ATIVA com a emissão do pedido de empenho, pelos setores com-
A Dívida Ativa da União é composta por todos os cré- petentes, e devidamente autorizados, no Módulo Financeiro.
ditos desse ente, sejam eles de natureza tributária ou não A emissão da Nota de Empenho representa uma garantia
tributária, regularmente inscritos pela Procuradoria-Geral da para o fornecedor ou para o prestador de serviço contratado
Fazenda Nacional, depois de esgotado o prazo fixado para pela Administração Pública de que a parcela referente a seu
pagamento, pela lei ou por decisão proferida em processo contrato foi bloqueada para honrar os compromissos assu-
regular. midos. Pode-se deduzir, portanto, que o orçamento é com-
Pode ser: promissado através do empenho. O empenho da despesa é
• Dívida Ativa Tributária: crédito da Fazenda Pública o instrumento de utilização de créditos orçamentários.
proveniente da obrigação legal relativa a tributos e Entende-se por nota de empenho o documento utiliza-
respectivos adicionais e multas. do para fins de registro da operação de empenho de uma
despesa. Para cada empenho será extraída uma nota de em-
• Dívida Ativa Não Tributária: demais créditos da Fa- penho, que indicará o nome do credor (beneficiário do em-
zenda Pública tais como os provenientes de emprés- penho), a especificação e a importância da despesa.
timos compulsórios; contribuições estabelecidas em O empenho para compras, obras e serviços só pode ser
lei; multas de qualquer origem ou natureza, exceto emitido após a conclusão da licitação, salvo nos casos de
as tributárias; foros; laudêmios; aluguéis ou taxas dispensa ou inexigibilidade, desde que haja amparo legal na
de ocupação; custas processuais; preços de serviços legislação que regulamenta as licitações (Lei nº 8.666/93). As
prestados por estabelecimentos públicos; indeniza- despesas só podem ser empenhadas até o limite dos cré-
ções entre outras obrigações legais. ditos orçamentários iniciais e adicionais, e de acordo com
A dívida ativa pressupõe de certeza e liquidez, e equivale o cronograma de desembolso da unidade gestora, devida-
a prova pré-constituída contra o devedor. mente aprovado.
A inscrição da dívida ativa é um fato de natureza ex- O empenho deverá ser anulado:
traorçamentária e provoca um aumento no patrimônio lí- • no decorrer do exercício:
45
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
• parcialmente, quando seu valor exceder o montan- Na modalidade de suprimento de fundos, registram-se,
te da despesa realizada; ou – totalmente, quando o antecipadamente, o empenho, a liquidação e o pagamento
serviço contratado não tiver sido prestado, quando da despesa, sem importar que o suprido ainda não tenha
o material encomendado não tiver sido entregue ou empregado os recursos.
quando o empenho tiver sido emitido incorretamen- Depois de ter utilizado os recursos para a finalidade que
te. lhe foi confiada, o servidor suprido devera prestar contas
• no encerramento do exercício, quando o empenho dos gastos. Ademais, pode haver a devolução de recursos
referir-se a despesas não liquidadas, salvo aquelas confiados, ou na hipótese de restar saldo sem aplicação, ou
que se enquadrarem nas condições previstas para a ainda na hipótese de impugnação de despesas.
inscrição em restos a pagar. Não se concederá Suprimento de Fundos:
• existência de dois suprimentos de fundos confiados
O valor correspondente ao empenho anulado reverte ao
ao servidor;
crédito, tornando-se disponível para novo empenho ou des-
centralização, respeitado o regime de exercício. • não apresentação, ou não aprovação, da prestação
O estágio da liquidação da despesa envolve, portanto, de contas de suprimento antes concedido;
todos os atos de verificação e conferência, desde a entrada • o fato de o servidor ser responsável pela guarda ou
do material ou a prestação do serviço até o reconhecimento pela utilização do material a ser adquirido por meio
da despesa. do suprimento, a não ser que não exista, na reparti-
A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou ção, outro servidor.
por serviços prestados terá por base:
O suprimento poderá ser concedido a:
• Contrato, ajuste ou acordo respectivo;
• Servidor designado para a execução de serviço;
• A nota de empenho;
• Coordenador;
• Os comprovantes da entrega de material ou da pres-
• Presidente de Comissão ou de grupo de trabalho,
tação efetiva do serviço.
para as despesas em conjunto ou isoladamente de
Não confundir ordem de pagamento com ordem bancá- cada integrante;
ria. A ordem de pagamento é despacho exarado pela auto- • Servidor a quem se atribua o encargo do pagamento
ridade competente, determinando que a despesa seja paga. de despesas, autorizadas pela autoridade ordenado-
Ordem bancária é o documento emitido através do Siaf, que ra, daqueles que tenham sido encarregados do cum-
transfere o recurso financeiro para a conta do credor. primento de missão que exija transporte, quando a
Vale ressaltar que, a Secretaria do Tesouro Nacional repartição não dispuser de meios próprios, ou para
considera, durante o exercício financeiro, a despesa pela sua atender situações de emergência.
liquidação, entretanto, para fins de encerramento do exercí-
cio financeiro, toda a despesa empenhada e não anulada até O Suprimento de Fundos não poderá ser destinado a
31 de dezembro, será considerada despesa nas demonstra- cobrir despesas de locomoção de servidor em viagem quan-
ções contábeis. do este houver recebido diárias.
O Suprimento, coberto por empenho na dotação de
Suprimentos De Fundos “Serviços” poderá comportar despesas com materiais de
O Suprimento de Fundos (Parágrafo 3o do Art. 74 do D. consumo, quando indispensáveis à execução dos serviços e
L. No 200/67) ou o adiantamento (Art. 68 da Lei No 4.320/64) desde que fornecidos ou adquiridos pelo prestador de servi-
é um instrumento de exceção, ao qual pode recorrer o Orde- ços, devendo ser observada a preponderância do custo dos
nado de Despesa, a seu critério e sob a sua inteira respon- serviços prestados.
sabilidade, para, através de Servidor, realizar despesas que Cabe ao Ordenador de Despesa A Fixação do Valor do
não possam se subordinar ao processo normal de aplicação. Suprimento de Fundos, bem como, do Prazo de Aplicação,
O suprimento de fundos consiste na entrega de valores que não deverá exceder a 90 (Noventa) dias, nem ultrapas-
a servidor, sempre precedida de empenho na dotação pró- sar o término do exercício financeiro, e o da Prestação de
pria para o fim de realizar despesas, que não possam ater-se Contas, que deverá ser apresentada dentro de 30 (Trinta)
ao processo normal de aplicação. dias subsequentes.
É passível de concessão através de Suprimento de Fun- A importância aplicada até 31 de Dezembro será com-
dos apenas as despesas: provada até 15 de Janeiro seguinte.
Na aplicação do Suprimento de Fundos devem ser rigo-
• com serviços especiais que exijam pronto pagamen-
rosamente observadas as condições e finalidades previstas
to em espécie;
no ato da concessão.
• que deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se Os documentos comprobatórios da despesa efetuada a
classificar em regulamento; conta de Suprimento de Fundos são extraídos em nome da
• despesas de pequeno vulto, assim entendidas aque- Unidade Gestora concedente do Suprimento.
las cujo valor não ultrapasse a 0,25% do valor esta- Deve constar dos comprovantes ou recibos, A Atestação
belecido no Art. 23, inciso II, do Lei 8.666, no caso de de que os serviços foram prestados ou de que o material foi
compras e serviços.
46
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
recebido pela unidade, passado por funcionário que não o Classificam-se em:
Suprido.
• DESPESAS PROCESSADAS
O servidor que receber Suprimento de Fundos é obri-
gado a prestar contas de sua aplicação, sujeitando-se a To- • DESPESAS NÃO PROCESSADAS
mada de Contas, se não o fizer no prazo assinalado pelo A Lei 4.320/64 e o Decreto 93.872/86 destacam um pon-
Ordenador de Despesa. to extremamente cobrado em prova. Devemos diferenciar as
Quando uma Prestação de Contas deixar de ser apre- despesas processadas (ou liquidadas) das não processadas
sentada no tempo devido, ou quando contiver irregularida- (ou não liquidadas), fazendo-se o registro por exercício e por
de, Ordenador de Despesa, sob pena de Co-Responsabilida- credor. Aqui, o detalhe está na passagem, ou não, dos em-
de, adotará as providências necessárias, para evitar prejuízo penhos pelo estagio da liquidação.
à Fazenda Nacional. Restos a pagar processados (RPP) são despesas liqui-
das e certas, que já recebeu roupagem documental, ates-
Formalização da prestação de contas de suprimento
tados de recebimento, etc. Restos a pagar não processados
de fundos
(RPNP) são ainda uma “intenção de despesa”, pendente de
Documentos necessários: confirmação, ou, como diz a lei, pendente de implemento de
• Cópia do ato de concessão do Suprimento; condição. Assim, nada impede que ocorra um evento qual-
quer – uma rescisão contratual sem execução do objeto, por
• Primeira via da nota de empenho;
exemplo – e o empenho seja anulado, sem que isso traga
• Extrato da conta bancária se for o caso; efeitos reais sobre o patrimônio publico.
• Demonstração das receitas e despesas; Tendo isso em vista, em 31 de dezembro de um ano
qualquer, pode haver empenhos liquidados e empenhos
Comprovantes, em originais, das despesas realizadas,
não liquidados “migrando” para o próximo exercício, res-
devidamente atestadas, emitidos em data igual ou posterior
pectivamente como restos a pagar processados e restos a
ao recebimento do numerário, e compreendida dentro do
pagar não processados.
período fixado para aplicação, em nome do órgão emissor
A despesa orçamentária que não for paga no exercício
do empenho, sendo:
em que foi autorizada sua realização será inscrita, em 31 de
• Compra de material – Nota Fiscal de Venda ao con- dezembro, como Restos a Pagar. O pagamento da despesa
sumidor; inscrita em Restos a Pagar, sejam Processadas ou Não Pro-
• Prestação de serviços por pessoa jurídica – Nota Fis- cessadas, é feito no ano seguinte ao da sua inscrição, ne-
cal de Serviços; cessitando para o pagamento dos Não Processados que a
• Prestação de Serviços por Pessoa Física – Recibo de despesa seja antes liquidada, ou seja, que haja ocorrido após
Pagamento de Autônomo (RPA) ou recibo comum, o recebimento o aceite do objeto do empenho.
para os casos de credores inscritos ou não do INSS, Em se tratando de pagamento de despesa inscrita em
respectivamente; Restos a Pagar, pelo valor estimado, poderão ocorrer duas
situações:
• Comprovante de recolhimento do saldo se for o
caso. A. o valor real a ser pago é superior ao valor inscrito.
Nessa condição, a diferença deverá ser empenhada
Restos a pagar ã conta de despesas de exercícios anteriores;
Consideram-se restos a pagar as despesas empenhadas B. o valor real é inferior ao valor inscrito. O saldo exis-
e não pagas até o final do exercício financeiro. tente deverá ser cancelado. O órgão competente
Por exemplo: Uma despesa e registrada, por exemplo, para exercer o controle e disciplinar o tratamento de
em 2013. Quer dizer que ela passou pelo primeiro estagio, o Restos a Pagar é a Secretaria do Tesouro Nacional.
empenho. Entretanto, chega o final de 2013, e o pagamento,
por razões quaisquer, não se realizou. CANCELAMENTO
O exercício de 2014 vai se iniciar e o orçamento de 2013
Se a mesma não for paga no exercício seguinte, deveria
esta “finalizado”. Mas os empenhos de 2013 que necessitam
ter sua inscrição cancelada. Esse procedimento é admitido
ainda de pagamento não poderão se misturar aos empe-
nos arts. 69 e 70 do Decreto nº 93.872/86, in verbis:
nhos normais do ano corrente. Afinal, são orçamentos de
“Art. 69. Após o cancelamento da inscrição da despesa
anos diferentes.
como Restos a Pagar, o pagamento que vier a ser reclamado
Em 2014 haverá tipos distintos de empenhos para conti-
poderá ser atendido à conta de dotação destinada a despe-
nuar a execução de despesas orçamentárias: os atuais, refe-
sas de exercícios anteriores.
rentes a gastos autorizados para este ano, e os “esqueletos”
Art. 70. Prescreve em cinco anos a dívida passiva relativa
de exercícios encerrados – os empenhos que se tornaram
aos Restos a Pagar.”
restos a pagar.
A maioria dos entes da federação adotam o procedi-
Assim, para uma definição simples, restos a pagar são
mento de cancelar os saldos remanescentes dos Restos a
empenhos que transitaram de exercício.
Pagar no final do exercício seguinte ao da sua inscrição.
47
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Alguns entes da federação cancelam somente os Não legislador permitiu que a Lei abrigasse despesas empenha-
Processados, enquanto que outros cancelam os Processa- das em outros exercícios, mesmo que não estivessem devi-
dos e os Não Processados. Cabendo lembrar que os Res- damente realizadas.
tos a Pagar Processados representam dívidas reais do ente, Tendo em vista o exposto, para que haja segurança
necessitando, que os mesmos sejam registrados no passivo jurídica nas relações obrigacionais entre particulares e até
permanente para compor a dívida fundada do ente. mesmo entre o Estado e seus restadores de serviço e con-
tribuintes, o Direito incorpora o instituto da prescrição. Por
PRESCRIÇÃO meio desse instituto, não se permite que pendências obriga-
Durante o período antes da prescrição, essas despesas cionais não exigidas sejam a qualquer tempo reclamadas, o
poderão ser, nos termos do art. 22 do Decreto nº 93.872/86, que geraria impactos patrimoniais imprevistos em momen-
pagas à conta de nova dotação orçamentária e de novo em- tos nos quais se havia tido por pacificada a questão. Obser-
penho, à conta de despesas de exercícios anteriores, respei- va-se que, uma vez havendo inscrição em Restos a Pagar
tada a categoria econômica específica: processados, em tese, é inconteste o direito de recebimento
“Art . 22. As despesas de exercícios encerrados, para as pelo credor. Verifica-se mais ainda. Enquanto tais despesas
quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio permanecem inscritas em Restos a Pagar, por força do De-
com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham creto n° 93.872/86, corre a prescrição a partir da data de sua
processado na época própria, bem como os Restos a Pagar inscrição. No entanto, o cancelamento dos Restos a Pagar
com prescrição interrompida, e os compromissos reconhe- provoca a interrupção da prescrição; ocasião em que come-
cidos após o encerramento do exercício correspondente, ça a contar novamente o prazo prescricional (art. 70 e 22, §
poderão ser pagos à conta de dotação destinada a aten- 2°, b do Decreto n° 93.872/86).
der despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria Adicionalmente, em conformidade com o art. 3° do De-
econômica própria. creto-Lei n° 4.597/4214, o cancelamento dos Restos a Pagar
§ 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se: fará recomeçar a contagem do prazo de prescrição de dois
b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despe- anos e meio. Se o cancelamento dos Restos a Pagar se der
sa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, antes de transcorridos dois anos e meio de sua inscrição, em
mas ainda vigente o direito do credor;” tese, o prazo a ser contado a partir desse evento expiraria
Somente os Restos a Pagar Não Processados podem ser antes do transcurso de cinco anos da inscrição, mas a súmu-
cancelados, pois os Processados representam obrigação lí- la 383 do STF dispõe diferentemente, “in verbis”:
quida e certa do Estado para com seus credores, pelo menos “Súmula 383 do STF: “A prescrição em favor da Fazenda
durante cinco anos após a respectiva inscrição (Art. 70 do Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do
Decreto nº 93.872/86). ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos,
É importante, mais uma vez, lembrar que, em regra, em- embora o titular do direito a interrompa durante a primeira
bora a validade do registro contábil seja apenas de um ano, metade do prazo”.
os Restos a Pagar só prescrevem após cinco anos a partir de Desse modo, a prescrição do direito do credor com cré-
sua inscrição. Dada a baixa contábil e até sua prescrição as dito inscrito em Restos a Pagar nunca se dará com prazo
despesas “reconhecidas” serão pagas na rubrica “Despesas inferior a cinco anos transcorridos da inscrição; no entanto,
de Exercícios Anteriores”. este prazo prescricional pode ser estendido se o evento in-
Outrossim, nota-se, a propósito, que a partir de 1998 o terruptivo (no caso o cancelamento dos Restos a Pagar) se
saldo de dezembro da conta “Restos a Pagar a Pagar” vinha der após a primeira metade do prazo quinquenal.
sendo reaberto no exercício seguinte como “Restos a Pa- Conclui-se, assim, que todos os Restos a Pagar deveriam
gar Inscritos de Exercícios Anteriores”. E, em não havendo o ser cancelados ainda na primeira metade do prazo prescri-
cancelamento previsto no art. 68 do Decreto 93.872/86, vale cional inicial, para que a Fazenda Pública goze o benefício
observar o prazo prescricional previsto no art. 70 do mes- da prescrição nos cinco anos que se seguirem à inscrição
mo. Nesse caso é preciso observar que o estabelecimento dos Restos a Pagar. De modo diverso, em caso extremo, ha-
do prazo de 31 de dezembro como limite de validade para vendo cancelamento próximo dos cinco anos decorridos da
as despesas inscritas em Restos a Pagar é feita apenas por sua inscrição, iniciar-se-ia novo prazo prescricional, fazendo
decreto presidencial. Ou seja, outro decreto poderia estabe- perdurar o direito de se exigir o pagamento por um período
lecer prazo mais elástico ou mais curto. máximo de até sete anos e meio após a data da inscrição dos
Note-se, ademais, que a prorrogação da validade dos Restos a Pagar.
Restos a Pagar é coerente com o § 2º do art. 63 do Decreto
nº 93.872/8610 que determina: DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
“Art. 67 § 2º O registro dos Restos a Pagar far-se-á por As despesas de exercícios anteriores (DEA) são outra
exercício e por credor.” modalidade de execução da despesa publica, cujo conceito
Ou seja, torna-se possível contar com registros contá- sempre e utilizado pelas bancas para “misturar” com o de
beis de Restos a Pagar de diversos exercícios. Além disso, restos a pagar.
o art. 38 da Lei nº 4.320/64, ao determinar que os recursos
vinculados à anulação de despesa inscrita em Restos a Pagar RESTOS A PAGAR = São empenhos que transitam de
sejam considerados como receita do ano em que seu even- exercício
tual cancelamento se der, deixa ainda mais evidente que o
48
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
49
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
recursos, a mesma tenha sido impugnada total ou parcial- Quando do seu uso, é necessário observar o seguinte:
mente.
Cada ente da federação deve regulamentar o seu regi- A) NA AQUISIÇÃO DE MATERIAL DE CONSUMO
me de adiantamento, observando as peculiaridades de seu
• Inexistência de fornecedor contratado/registrado.
sistema de controle interno, de forma a garantir a correta
Atualmente, com a possibilidade de registrar-se pre-
aplicação do dinheiro público. Destacam-se algumas regras
ços - Ata de Registro de Preços, é possível ter for-
estabelecidas para esse regime:
necedores registrados para a grande maioria das
A. O suprimento de fundos deve ser utilizado nos seguin- necessidades de material de consumo da unidade;
tes casos: • Se não se trata de aquisições de um mesmo objeto,
• Para atender despesas de pequeno vulto. (item I, passíveis de planejamento, e que ao longo do exer-
do art. 2º do Decreto Estadual nº 1.180/08); cício possam vir a ser caracterizadas como fraciona-
• Para atender despesas eventuais, inclusive em mento de despesa e, consequentemente, como fuga
viagens e com serviços especiais, que exijam ao processo licitatório; e
pronto pagamento em espécie. (item II, do art. 2º • Se as despesas a serem realizadas estão vinculadas
do Decreto Estadual nº 1.180/08); às atividades da unidade e, como é óbvio, se servem
• Para atender despesas de caráter secreto ou re- ao interesse público.
servado, realizadas pela Secretaria de Segurança
B) NA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS
Pública, Secretaria de Estado de Justiça e Direi-
tos Humanos, pelo Gabinete da Governadoria • Inexistência de cobertura contratual;
ou pela Casa Militar, conforme dispuser regula-
mento. (item II, do art. 2º do Decreto Estadual nº • Se não se trata de contratações de um mesmo ob-
1.180/08). jeto, passíveis de planejamento, e que ao longo do
exercício possam vir a ser caracterizadas como fra-
Despesas de pequeno vulto devem ser entendidas como cionamento de despesa e, consequentemente, como
despesas não rotineiras ou normais, cujo valor do suprimen- fuga ao processo licitatório; e
to não poderá exceder a R$-2.000,00(dois mil reais) e cujo • Se as despesas a serem realizadas estão vinculadas
comprovante de despesa não poderá ultrapassar o valor de às atividades da unidade e, como é óbvio, se servem
R$-200,00(duzentos reais), consoante preveem as alíneas ao interesse público;
“a” e “b” do §1º do art. 2º do Decreto Estadual nº 1.180/08,
como por exemplo gastos com postagem e autenticação de III - LIMITES PARA CONCESSÃO
documentos, reconhecimento de firmas, confecção de ca- Os limites para concessão de Suprimento de Fundos são
rimbos, pequenos reparos etc., desde que não acobertados os seguintes, de acordo com o Decreto Estadual nº 1.180/08:
por contratos.
É importante esclarecer que quando se solicita supri- VALOR (EM R$) TIPO DE DESPESA DISPOSITIVO
mento de fundos para pagamento de despesas de pequeno LEGAL
vulto deve-se sempre atestar a falta momentânea dos ma-
teriais a adquirir ou a necessidade imperiosa de contratação Até 2.000,00 Pequeno Vulto Art. 2º, item I, §1º,
do serviço, encontrando o seu limite para cada comprovante alínea “a”.
de despesa no valor de R$-200,00. Até 4.000,00 Despesas Eventuais Art. 2º, item I, §1º,
Sendo assim, o suprimento de fundos é um instrumento alínea “b”.
de exceção ao qual pode recorrer o Ordenador de Despe-
sas, em situações que não permitam o processo normal de
execução da despesa pública, isto é, licitação, dispensa ou IV - PRAZO PARA APLICAÇÃO E PRESTAÇÃO DE
inexigibilidade, empenho, liquidação e pagamento, Por isso, CONTAS
é recomendável muita prudência na sua concessão, no sen-
Para prestação de contas do Suprimento de Fundos o
tido de evitar a generalização do seu uso.
prazo é de até15(quinze) dias após o período de aplicação.
B. Não se concederá suprimento de fundos: NOTA: Os suprimentos de fundos concedidos no mês
I. A responsável por dois suprimentos; de dezembro devem ser aplicados até o dia 31 deste mês,
não podendo em nenhuma hipótese ser utilizados no exer-
II. A servidor que tenha a seu cargo a guarda ou utili-
cício financeiro seguinte. A recomendação é que, caso haja
zação do material a adquirir, salvo quando não hou-
saldo, o suprido o deposite na conta da instituição, sob pena
ver na repartição outro servidor;
de ter que devolver o numerário gasto em desacordo com
III. A responsável por suprimento de fundos que, es- a legislação.
gotado o prazo, não tenha prestado contas de sua
aplicação; e V - FORMA DE CONCESSÃO
IV. A servidor declarado em alcance. Será concedido através de Portaria assinada pelo Orde-
nador de Despesas e publicada no Diário Oficial do Estado,
50
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
emitida em nome do servidor sempre precedida de Nota da efetivação da despesa em ordem cronológica e com a
de Empenho, onde irá constar o nome completo, posto ou rubrica do responsável pelo referido suprimento, contendo
graduação, cargo ou função e matrícula do suprido; destina- as seguintes peças e nesta ordem:
ção ou a finalidade da despesa a realizar; o valor do supri-
A. Memorando de encaminhamento da prestação de
mento, em algarismos e por extenso, da importância a ser
contas;
entregue; a classificação funcional e a natureza de despesa;
prazo de aplicação e prestação de contas. B. Cópia da Portaria de concessão do Suprimento de
Fundos;
VI - ELEMENTOS DE DESPESA QUE PODEM SER
UTILIZADOS C. Cópia da Ordem de Saque ou do extrato bancário;
51
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
D. Quando aplicado em outro exercício financeiro do O reconhecimento dessa despesa ocorrerá com a incor-
ato concessivo; poração de passivo em contrapartida ao registro no Sistema
Patrimonial de variação passiva.
E. Quando constatado o parcelamento de despesa na
Ressalta-se que esse passivo pertence ao Sistema Pa-
aplicação do numerário, ou seja, a soma das Notas
trimonial, portanto depende de autorização legislativa para
Fiscais com o mesmo objeto;
amortização.
F. Realizar os pagamentos que não seja em dinheiro e No momento do registro da despesa orçamentária, o
à vista, dada a vedação legal para aquisição/contra- passivo patrimonial deve ser baixado em contrapartida de
tação a prazo. variação ativa patrimonial. Simultaneamente, ocorre o re-
gistro de passivo correspondente no Sistema Financeiro em
Se configurada alguma das situações acima previstas, o
contrapartida da despesa orçamentária, em substituição ao
suprido terá que devolver o numerário gasto em desacordo
passivo do Sistema Patrimonial.
com as normas legais, independentemente de outras san-
Logo, tendo ocorrido a contraprestação de bens e ser-
ções disciplinares cabíveis.
viços ou qualquer outra situação que enseje obrigação a
Registro de passivos sem execução orçamentária pagar para uma determinada unidade gestora, mesmo sem
previsão orçamentária, esta deverá registrar o passivo cor-
A característica fundamental da despesa orçamentária respondente, sem prejuízo das possíveis responsabilidades e
é de ser precedida de autorização legislativa, por meio do providências previstas na legislação, inclusive as citadas pela
orçamento. Lei de Crimes Fiscais.
A Constituição Federal veda, no inciso II do artigo 167, a Caso o crédito orçamentário conste em orçamento de
realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas exercício posterior à ocorrência do fato gerador da obriga-
que excedam os créditos orçamentários ou adicionais. ção, deverá ser utilizada natureza de despesa com elemento
Não obstante a exigência constitucional, para eviden- 92 – Despesas de Exercícios Anteriores, em cumprimento à
ciar a real situação patrimonial da entidade, todos os fatos Portaria Interministerial STN/SOF nº 163/01 e ao artigo 37
devem ser registrados na sua totalidade e no momento em da Lei nº4.320/1964, que dispõe:
que ocorrerem.
Assim, mesmo pendente de autorização legislativa, deve “Art. 37.As despesas de exercícios encerrados, para
haver o reconhecimento de obrigação pelo enfoque patri- os quais o orçamento respectivo consignava crédito pró-
monial no momento do fato gerador, observando-se o regi- prio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se
me de competência e da oportunidade da despesa, confor- tenham processados na época própria, bem como os Res-
me estabelece a Resolução do Conselho Federal de Conta- tos a Pagar com prescrição interrompida e os compro-
bilidade nº 750/93 que trata dos Princípios Fundamentais de missos reconhecidos após o encerramento do exercício
Contabilidade. Como apresentado no início deste Manual, correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação
o Princípio da Competência estabelece que as despesas específica consignada no orçamento, discriminada por
deverão ser incluídas na apuração do resultado do período elemento, obedecida, sempre que possível, a ordem cro-
em que ocorrerem, independentemente do pagamento e o nológica.”
Princípio da Oportunidade dispõe que os registros no pa-
trimônio e das suas mutações devem ocorrer de imediato e A falta de registro de obrigações oriundas de despesas
com a extensão correta, independentemente das causas que já incorridas resultará em demonstrações incompatíveis com
as originaram. as normas de contabilidade, além da geração de informa-
O momento de reconhecimento da despesa por com- ções incompletas em demonstrativos exigidos pela LRF, a
petência também foi adotado pela Lei de Responsabilidade exemplo do Demonstrativo da Dívida Consolidada Líquida,
Fiscal – LRF, no inciso II, do artigo 50, reforçando entendi- tendo como consequência análise distorcida da situação fis-
mento patrimonialista sobre a utilização da ocorrência do cal e patrimonial do ente.
fato gerador como o momento determinante para o registro
da despesa.
A LRF também determina que o Anexo de Metas Fiscais 3.8 RESTOS A PAGAR
demonstre a real evolução do patrimônio líquido do exercí-
cio e dos últimos três.
Para que essa informação seja útil e confiável é necessá- No final do exercício, as despesas orçamentárias em-
rio que os lançamentos observem os Princípios Fundamen- penhadas e não pagas serão inscritas em Restos a Pagar e
tais de Contabilidade. constituirão a Dívida Flutuante.
Portanto, ocorrendo o fato gerador de uma despesa e Podem-se distinguir dois tipos de Restos a Pagar, os
não havendo dotação no orçamento, a contabilidade, em Processados e os Não processados.
observância aos Princípios Fundamentais de Contabilidade Os Restos a Pagar Processados são aqueles em que a
e às legislações citadas, deverá registrá-la no sistema patri- despesa orçamentária percorreu os estágios de empenho e
monial. liquidação, restando pendente, apenas, o estágio do paga-
mento.
52
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
Os Restos a Pagar Processados não podem ser cancela- A LRF determina ainda, em seu artigo 42, que qualquer
dos, tendo em vista que o fornecedor de bens/serviços cum- despesa empenhada nos últimos oito meses do mandato
priu com a obrigação de fazer e a administração não poderá deve ser totalmente paga no exercício, acabando por vetar
deixar de cumprir coma obrigação de pagar sob pena de sua inscrição ou parte dela em Restos a Pagar, a não ser que
estar deixando de cumprir os Princípios da Moralidade que haja suficiente disponibilidade de caixa para viabilizar seu
rege a Administração Pública e está previsto no artigo 37 da correspondente pagamento.
Constituição Federal, abaixo transcrito. Observa-se que, embora a Lei de Responsabilidade Fis-
O cancelamento caracteriza, inclusive, forma de enri- cal não aborde o mérito do que pode ou não ser inscrito em
quecimento ilícito, conforme Parecer nº 401/2000 da Procu- Restos a Pagar, veda contrair obrigação no último ano do
radoria-Geral da Fazenda Nacional. mandato do governante sem que exista a respectiva cober-
tura financeira, eliminando desta forma as heranças fiscais,
“Art. 37. A administração pública direta e indireta conforme disposto no seu artigo 42:
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios “Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão re-
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade ferido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu
e eficiência e, também, ao seguinte”. mandato, contrair obrigação de despesa que não possa
ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha
Somente poderão ser inscritas em Restos a Pagar as parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que
despesas de competência do exercício financeiro, conside- haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
rando-se como despesa liquidada aquela em que o serviço, Parágrafo único. Na determinação da disponibilida-
obra ou material contratado tenha sido prestado ou en- de de caixa serão considerados os encargos e despesas
tregue e aceito pelo contratante, e não liquidada, mas de compromissadas a pagar até o final do exercício.”
competência do exercício, aquela em que o serviço ou ma-
terial contratado tenha sido prestado ou entregue e que se É prudente que a inscrição de despesas orçamentárias
encontre, em 31 de dezembro de cada exercício financeiro, em Restos a Pagar não processados observe a disponibilida-
em fase de verificação do direito adquirido pelo credor ou de de caixa e a competência da despesa.
quando o prazo para cumprimento da obrigação assumida Reconhecimento da despesa orçamentária inscrita em
pelo credor estiver vigente. restos a pagar não processados no encerramento do exer-
Observando-se o Princípio da Anualidade Orçamentá- cício.
ria, as parcelas dos contratos e convênios somente deverão A norma legal estabeleceu que, no encerramento do
ser empenhadas e contabilizadas no exercício financeiro se exercício, a parcela da despesa orçamentária que se encon-
a execução for realizada até 31 de dezembro ou se o prazo trar em qualquer fase de execução posterior à emissão do
para cumprimento da obrigação assumida pelo credor esti- Empenho e anterior ao Pagamento será considerada restos
ver vigente. a pagar.
As parcelas remanescentes deverão ser registradas nas O raciocínio implícito na lei é de que a receita orçamen-
Contas de Compensação e incluídas na previsão orçamen- tária a ser utilizada para pagamento da despesa empenhada
tária para o exercício financeiro em que estiver prevista a em determinado exercício já foi arrecadada ou ainda será
competência da despesa. arrecadada no mesmo ano e estará disponível no caixa do
A inscrição de despesa em Restos a Pagar não processa- governo ainda neste exercício.
dos é procedida após a depuração das despesas pela anu- Logo, como a receita orçamentária que ampara o empe-
lação de empenhos, no exercício financeiro de sua emissão, nho pertence ao exercício e serviu de base, dentro do prin-
ou seja, verificam-se quais despesas devem ser inscritas em cípio orçamentário do equilíbrio, para a fixação da despesa
Restos a Pagar, anulam-se as demais e inscrevem-se os Res- orçamentária autorizada pelo congresso, a despesa que for
tos a Pagar não processados do exercício. empenhada com base nesse crédito orçamentário também
No momento do pagamento de Restos a Pagar referen- deverá pertencer ao exercício.
te à despesa empenhada pelo valor estimado, verifica-se se Supondo que determinada receita tenha sido arrecada-
existe diferença entre o valor da despesa inscrita e o valor da e permaneça no caixa, portanto, integrando o ativo finan-
real a ser pago; se existir diferença, procede-se da seguinte ceiro do ente público no final do exercício.
forma: Existindo concomitantemente uma despesa empenha-
Se o valor real a ser pago for superior ao valor inscrito, da, que criou para o estado uma obrigação pendente do
a diferença deverá ser empenhada a conta de despesas de cumprimento do programo de condição, terá que ser regis-
exercícios anteriores; trada também numa conta de passivo financeiro, senão o
Se o valor real for inferior ao valor inscrito, o saldo exis- ente público estará apresentando em seu balanço patrimo-
tente deverá ser cancelado. nial, ao final do exercício, superávit financeiro (ativo financei-
A inscrição de Restos a Pagar deve observar aos limites ro – passivo financeiro), que poderia ser objeto de abertura
e condições de modo a prevenir riscos e corrigir desvios ca- de crédito adicional no ano seguinte na forma prevista na lei.
pazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, conforme No entanto, a receita que permaneceu no caixa na vira-
estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. da do exercício já está comprometida com o empenho que
53
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
foi inscrito em restos a pagar e, portanto, não poderia ser da e não paga ($900-$400), separando-se a liquidada da não
utilizada para abertura de novo crédito. liquidada.
Dessa forma, o registro do passivo financeiro é inevi- Assim o total de restos a pagar inscrito será de $500,
tável, mesmo não se tratando de um passivo consumado, sendo $300 ($700-400) referente a restos a pagar proces-
pois falta o cumprimento do programo de condição, mas sados (liquidados) e $200 ($900-$700) restos a apagar não
por força do artigo 35 da Lei 4.320/1964 e da apuração do processado (liquidado).
superávit financeiro tem que ser registrado. Os restos apagar processado já está registrado no pas-
Assim, suponha os seguintes fatos a serem registrados sivo financeiro em contrapartida da despesa ($700), resta
na contabilidade de um determinado ente público: agora registrar a inscrição de restos a pagar não processado.
Verifica-se que na situação anterior ao momento da
1. recebimento de receitas tributárias no valor de
inscrição dos restos a pagar, o ente está apresentando um
$1000 unidades monetárias
superávit financeiro (ativo financeiro - passivo financeiro) de
2. empenho da despesa no valor de $900 unidades $300 ($600-$300), pois possui saldo na conta movimento de
monetárias $600 e passivo com fornecedores de $300. No entanto, do
total empenhado ($900) permanecem ($200) que ainda não
3. liquidação de despesa corrente no valor de $ 700
foram liquidados até o final do exercício, mas que tem um
unidades monetárias
compromisso assumido entre o ente e o fornecedor.
4. pagamento da despesa no valor de $ 400 Assim, o superávit financeiro real não é de $300, mas de
$100, pois parte do saldo de caixa está comprometido com
5. inscrição de restos a pagar, sendo $300 de restos o empenho que está a liquidar. Dessa forma, a contabilidade
a pagar processado ($700-$400) e $200de restos a deve reconhecer um passivo financeiro quando da inscrição
apagar não processado ($900-700). do resto a pagar não processado, em contrapartida de des-
O ingresso no caixa será registrado no sistema financei- pesa, como foi explicado anteriormente.
ro em contrapartida de receita orçamentária.
1. Ativo 2. Passivo
1. O empenho da despesa é um ato que potencialmen-
te poderá afetar o patrimônio após o cumprimento Conta 600 (C) Fornecedores 300 (C)
do implemento de condição e a verificação do direi- Movimento (5) 200 (C)
to adquirido pelo credor,devendo então ser registra- Saldo 500(C)
do no ativo e passivo compensado 1.9 Ativo
Compensado 900 (C)
2. O reconhecimento da despesa orçamentária ao lon-
2.9 Passivo
go do exercício deve ser realizado no momento da
Empenhos a Compensado
liquidação, em contrapartida da assunção de uma
Liquidar 900 (D)
obrigação a pagar (passivo)
700 (D) Crédito
3. Ao efetuar o pagamento de parte da despesa liqui- 3. Despesa 200 (D) Disponível
dada o saldo na conta movimento diminuirá no mes- Despesa 900 (D)
mo valor da diminuição do passivo. Corrente 4 - Receita
(5) Receitas 1.000 (C)
4. Registrando de forma simplificada as operações na
Saldo Tributárias
contabilidade do ente teríamos a seguinte apresen-
Total
tação das contas num balancete
Total 2400 (D)
1 – ATIVO 2 – PASSIVO
Conta Movimento – 1.000 (D) Fornecedores – 700 (C) (3) (5) Agora, após o lançamento da inscrição do restos a
(1) 400 (D) (4) pagar não processado o superávit financeiro será de $100
400 (C) (4) Saldo – 300 (C) (Saldo Conta Movimento – Saldo Fornecedores), ou seja,
Saldo – 600 (D) 2.9 – PASSIVO COMPENSADO a contabilidade informa para o gestor que somente $100
1.9 – ATIVO COMPENSADO unidades monetárias estão livres para consecução de novas
Empenhos a Liquidar – R$ 900 Crédito Disponível – R$900 (D) despesas, a partir da abertura de novos créditos orçamen-
(C) (2) (2) tários, pois o empenho não liquidado é um compromisso
3 – DESPESA 4 – RECEITA assumido que só depende agora do cumprimento do im-
Despesa Corrente – 700 (D) (3) Receitas Tributárias – 1.000 (C) plemento de condição por parte do fornecedor, que quando
Total 2.200 (C) (1+2+3+4) (1) acontecer deverá ser reconhecido pela entidade e registrado
Total 2.200 (D) (1+2+3+4) na contabilidade para posterior pagamento com a receita
ingressada no ano anterior, ou seja, no mesmo exercício da
despesa.
Se ao final do exercício somente existiram essas opera- O Balanço Financeiro simplificado ao final do exercício
ções serão inscritos em restos a pagar a despesa empenha- em cumprimento ao artigo 103 da Lei4.320/1964 será:
54
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
55
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
formação, de construção e outras, provenientes das débito dela; o Código Tributário Nacional define esta
atividades industriais definidas como tal pelo IBGE. medida como procedimento administrativo tenden-
• RECEITAS DE SERVIÇOS – são aquelas oriundas da te a verificar a ocorrência do fato gerador da obriga-
prestação de serviço de transporte, saúde, comuni- ção correspondente, a matéria tributável, o cálculo
cação, portuário, armazenagem, de inspeção e fisca- do montante do tributo devido a identificação do
lização, judiciário, processamento de dados, vendas respectivo sujeito passivo.
de mercadoria e produtos inerentes a atividades da Este Estágio não gera Lançamentos Contábeis.
entidade e outros serviços.
• TRANSFERÊNCIAS CORRENTES – são as provenien- • ARRECADAÇÃO - A arrecadação da Receita está li-
tes de outros órgãos ou entidades referentes a re- gada aos pagamentos realizados diretamente pelos
cursos pertencentes ao ente ou entidade recebedo- contribuintes às repartições fiscais e rede bancária
ra ou ao ente ou entidade transferidora, efetivados autorizada.
mediante condições preestabelecidas ou mesmo
sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja Artigo 9 a 11 da Lei no 4.320/64.
aplicação em despesas correntes.
• OUTRAS RECEITAS CORRENTES – ingressos prove- DÍVIDA ATIVA
nientes de outras origens não classificáveis nas sub-
categorias econômicas anteriores. A Dívida Ativa da União é composta por todos os cré-
ditos desse ente, sejam eles de natureza tributária ou não
RECEITAS DE CAPITAL tributária, regularmente inscritos pela Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional, depois de esgotado o prazo fixado para
• OPERAÇÕES DE CRÉDITO - ingresso proveniente da pagamento, pela lei ou por decisão proferida em processo
colocação de títulos ou da contratação de emprésti- regular.
mos e financiamentos obtidos junto a entidades es- Pode ser:
tatais, instituições financeiras, fundos, etc.
• Dívida Ativa Tributária: crédito da Fazenda Pública
• ALIENAÇÃO DE BENS MÓVEIS E IMÓVEIS – recursos proveniente da obrigação legal relativa a tributos e
provenientes da alienação de componentes do ativo respectivos adicionais e multas.
permanente, ou seja, é a conversão em espécie de
• Dívida Ativa Não Tributária: demais créditos da Fa-
bens e direitos.
zenda Pública tais como os provenientes de emprés-
• AMORTIZAÇÃO – recurso proveniente do recebi- timos compulsórios; contribuições estabelecidas em
mento de valores referentes a parcelas de emprés- lei; multas de qualquer origem ou natureza, exceto
timos ou financiamentos concedidos em títulos ou as tributárias; foros; laudêmios; aluguéis ou taxas
contratos. de ocupação; custas processuais; preços de serviços
• TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL – são as provenientes prestados por estabelecimentos públicos; indeniza-
de outros órgãos ou entidades referentes a recursos ções entre outras obrigações legais.
pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao
A dívida ativa pressupõe de certeza e liquidez, e equivale
ente ou entidade transferidora, efetivados mediante
a prova pré-constituída contra o devedor.
condições preestabelecidas ou mesmo sem qual-
A inscrição da dívida ativa é um fato de natureza ex-
quer exigência, desde que o objetivo seja aplicação
traorçamentária e provoca um aumento no patrimônio lí-
em despesas de capital.
quido representado por uma conta de variação patrimonial
• OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL - ingressos prove- aumentativa, como uma superveniência ativa (acréscimo
nientes de outras origens não classificáveis nas sub- patrimonial).
categorias econômicas anteriores. Despesa pública é o conjunto de dispêndios do Estado
ou de outra pessoa de direito público a qualquer título, a fim
ESTÁGIOS DA RECEITA
de saldar gastos fixados na lei do orçamento ou em lei es-
• PREVISÃO - A previsão da receita é a estimativa de pecial, visando à realização e ao funcionamento dos serviços
quanto se espera arrecadar durante o exercício. Uma públicos. Nesse sentido, a despesa é parte do orçamento,
parcela da receita prevista poderá sofrer lançamen- ou seja, aquela em que se encontram classificadas todas as
tos, correspondendo aos impostos diretos, taxas, autorizações para gastos com as várias atribuições e funções
contribuições de melhoria, serviços industriais, ren- governamentais. Em outras palavras, as despesas públicas
das patrimoniais, etc. formam o complexo da distribuição e emprego das receitas
das receitas para custeio e investimento em diferentes seto-
• LANÇAMENTO - O lançamento é a identificação
res da administração governamental.
do devedor ou da pessoa do contribuinte, a lei no
Quanto à sua natureza, classificam-se em:
4.320/64, define o lançamento d receita como o ato
da repartição competente que verifica a procedên- • Despesa Orçamentária: é aquela que depende de
cia do crédito fiscal, a pessoa devedora e inscreve a autorização legislativa para ser realizada e que não
56
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
pode ser efetivada sem a existência de crédito orça- do material ou a prestação do serviço até o reconhecimento
mentário que a corresponda suficientemente. da despesa.
• Despesa Extra Orçamentária: trata-se dos pagamen- A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou
tos que não dependem de autorização legislativa, ou por serviços prestados terá por base:
seja, não integram o orçamento público. Correspon- • Contrato, ajuste ou acordo respectivo;
dem à restituição ou entrega de valores arrecadados • A nota de empenho;
sob o titulo de receita extra orçamentária. Ex.: devo-
• Os comprovantes da entrega de material ou da pres-
lução de fianças e cauções; recolhimento de imposto
tação efetiva do serviço.
de renda retido na fonte, etc.
Não confundir ordem de pagamento com ordem bancá-
Empenho é o primeiro estágio da despesa e “é o ato
ria. A ordem de pagamento é despacho exarado pela auto-
emanado de autoridade competente que cria para o Estado
ridade competente, determinando que a despesa seja paga.
obrigação de pagamento pendente ou não de implemen-
Ordem bancária é o documento emitido através do Siaf, que
to de condição”. O empenho é prévio, ou seja, precede a
transfere o recurso financeiro para a conta do credor.
realização da despesa e está restrito ao limite de crédito or-
Vale ressaltar que, a Secretaria do Tesouro Nacional
çamentário (art. 59). É vedada a realização da despesa sem
considera, durante o exercício financeiro, a despesa pela sua
prévio empenho (art. 60). A formalização do empenho se dá
liquidação, entretanto, para fins de encerramento do exercí-
com a emissão do pedido de empenho, pelos setores com-
cio financeiro, toda a despesa empenhada e não anulada até
petentes, e devidamente autorizados, no Módulo Financeiro.
31 de dezembro, será considerada despesa nas demonstra-
A emissão da Nota de Empenho representa uma garantia
ções contábeis.
para o fornecedor ou para o prestador de serviço contratado
pela Administração Pública de que a parcela referente a seu SUPRIMENTOS DE FUNDOS
contrato foi bloqueada para honrar os compromissos assu-
midos. Pode-se deduzir, portanto, que o orçamento é com- O Suprimento de Fundos (Parágrafo 3o do Art. 74 do D.
promissado através do empenho. O empenho da despesa é L. No 200/67) ou o adiantamento (Art. 68 da Lei No 4.320/64)
o instrumento de utilização de créditos orçamentários. é um instrumento de exceção, ao qual pode recorrer o Orde-
Entende-se por nota de empenho o documento utiliza- nado de Despesa, a seu critério e sob a sua inteira respon-
do para fins de registro da operação de empenho de uma sabilidade, para, através de Servidor, realizar despesas que
despesa. Para cada empenho será extraída uma nota de em- não possam se subordinar ao processo normal de aplicação.
penho, que indicará o nome do credor (beneficiário do em- O suprimento de fundos consiste na entrega de valores
penho), a especificação e a importância da despesa. a servidor, sempre precedida de empenho na dotação pró-
O empenho para compras, obras e serviços só pode ser pria para o fim de realizar despesas, que não possam ater-se
emitido após a conclusão da licitação, salvo nos casos de ao processo normal de aplicação.
dispensa ou inexigibilidade, desde que haja amparo legal na É passível de concessão através de Suprimento de Fun-
legislação que regulamenta as licitações (Lei nº 8.666/93). As dos apenas as despesas:
despesas só podem ser empenhadas até o limite dos cré- com serviços especiais que exijam pronto pagamento
ditos orçamentários iniciais e adicionais, e de acordo com em espécie;
o cronograma de desembolso da unidade gestora, devida- que deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se clas-
mente aprovado. sificar em regulamento;
O empenho deverá ser anulado: despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas
cujo valor não ultrapasse a 0,25% do valor estabelecido no
• no decorrer do exercício: Art. 23, inciso II, do Lei 8.666, no caso de compras e serviços.
• parcialmente, quando seu valor exceder o montan- Na modalidade de suprimento de fundos, registram-se,
te da despesa realizada; ou – totalmente, quando o antecipadamente, o empenho, a liquidação e o pagamento
serviço contratado não tiver sido prestado, quando da despesa, sem importar que o suprido ainda não tenha
o material encomendado não tiver sido entregue ou empregado os recursos.
quando o empenho tiver sido emitido incorretamen- Depois de ter utilizado os recursos para a finalidade que
te. lhe foi confiada, o servidor suprido devera prestar contas
• no encerramento do exercício, quando o empenho dos gastos. Ademais, pode haver a devolução de recursos
referir-se a despesas não liquidadas, salvo aquelas confiados, ou na hipótese de restar saldo sem aplicação, ou
que se enquadrarem nas condições previstas para a ainda na hipótese de impugnação de despesas.
inscrição em restos a pagar. Não se concederá Suprimento de Fundos:
• existência de dois suprimentos de fundos confiados
O valor correspondente ao empenho anulado reverte ao
ao servidor;
crédito, tornando-se disponível para novo empenho ou des-
centralização, respeitado o regime de exercício. • não apresentação, ou não aprovação, da prestação
O estágio da liquidação da despesa envolve, portanto, de contas de suprimento antes concedido;
todos os atos de verificação e conferência, desde a entrada • o fato de o servidor ser responsável pela guarda ou
pela utilização do material a ser adquirido por meio
57
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
do suprimento, a não ser que não exista, na reparti- • Demonstração das receitas e despesas;
ção, outro servidor.
Comprovantes, em originais, das despesas realizadas,
O suprimento poderá ser concedido a: devidamente atestadas, emitidos em data igual ou posterior
ao recebimento do numerário, e compreendida dentro do
• Servidor designado para a execução de serviço; período fixado para aplicação, em nome do órgão emissor
• Coordenador; do empenho, sendo:
• Presidente de Comissão ou de grupo de trabalho, • Compra de material – Nota Fiscal de Venda ao con-
para as despesas em conjunto ou isoladamente de sumidor;
cada integrante; • Prestação de serviços por pessoa jurídica – Nota Fis-
Servidor a quem se atribua o encargo do pagamento de cal de Serviços;
despesas, autorizadas pela autoridade ordenadora, daqueles • Prestação de Serviços por Pessoa Física – Recibo de
que tenham sido encarregados do cumprimento de missão Pagamento de Autônomo (RPA) ou recibo comum,
que exija transporte, quando a repartição não dispuser de para os casos de credores inscritos ou não do INSS,
meios próprios, ou para atender situações de emergência. respectivamente;
O Suprimento de Fundos não poderá ser destinado a • Comprovante de recolhimento do saldo se for o
cobrir despesas de locomoção de servidor em viagem quan- caso.
do este houver recebido diárias.
O Suprimento, coberto por empenho na dotação de Restos a pagar
“Serviços” poderá comportar despesas com materiais de Consideram-se restos a pagar as despesas empenhadas
consumo, quando indispensáveis à execução dos serviços e e não pagas até o final do exercício financeiro.
desde que fornecidos ou adquiridos pelo prestador de servi- Por exemplo: Uma despesa e registrada, por exemplo,
ços, devendo ser observada a preponderância do custo dos em 2013. Quer dizer que ela passou pelo primeiro estagio, o
serviços prestados. empenho. Entretanto, chega o final de 2013, e o pagamento,
Cabe ao Ordenador de Despesa A Fixação do Valor do por razões quaisquer, não se realizou.
Suprimento de Fundos, bem como, do Prazo de Aplicação, O exercício de 2014 vai se iniciar e o orçamento de 2013
que não deverá exceder a 90 (Noventa) dias, nem ultrapas- esta “finalizado”. Mas os empenhos de 2013 que necessitam
sar o término do exercício financeiro, e o da Prestação de ainda de pagamento não poderão se misturar aos empe-
Contas, que deverá ser apresentada dentro de 30 (Trinta) nhos normais do ano corrente. Afinal, são orçamentos de
dias subsequentes. anos diferentes.
A importância aplicada até 31 de Dezembro será com- Em 2014 haverá tipos distintos de empenhos para conti-
provada até 15 de Janeiro seguinte. nuar a execução de despesas orçamentárias: os atuais, refe-
Na aplicação do Suprimento de Fundos devem ser rigo- rentes a gastos autorizados para este ano, e os “esqueletos”
rosamente observadas as condições e finalidades previstas de exercícios encerrados – os empenhos que se tornaram
no ato da concessão. restos a pagar.
Os documentos comprobatórios da despesa efetuada a Assim, para uma definição simples, restos a pagar são
conta de Suprimento de Fundos são extraídos em nome da empenhos que transitaram de exercício.
Unidade Gestora concedente do Suprimento. Classificam-se em:
Deve constar dos comprovantes ou recibos, A Atestação
• DESPESAS PROCESSADAS
de que os serviços foram prestados ou de que o material foi
recebido pela unidade, passado por funcionário que não o • DESPESAS NÃO PROCESSADAS
Suprido. A Lei 4.320/64 e o Decreto 93.872/86 destacam um pon-
O servidor que receber Suprimento de Fundos é obri- to extremamente cobrado em prova. Devemos diferenciar as
gado a prestar contas de sua aplicação, sujeitando-se a To- despesas processadas (ou liquidadas) das não processadas
mada de Contas, se não o fizer no prazo assinalado pelo (ou não liquidadas), fazendo-se o registro por exercício e por
Ordenador de Despesa. credor. Aqui, o detalhe está na passagem, ou não, dos em-
Quando uma Prestação de Contas deixar de ser apre- penhos pelo estagio da liquidação.
sentada no tempo devido, ou quando contiver irregularida- Restos a pagar processados (RPP) são despesas liqui-
de, Ordenador de Despesa, sob pena de Co-Responsabilida- das e certas, que já recebeu roupagem documental, ates-
de, adotará as providências necessárias, para evitar prejuízo tados de recebimento, etc. Restos a pagar não processados
à Fazenda Nacional. (RPNP) são ainda uma “intenção de despesa”, pendente de
confirmação, ou, como diz a lei, pendente de implemento de
Formalização da prestação de contas de suprimento
condição. Assim, nada impede que ocorra um evento qual-
de fundos
quer – uma rescisão contratual sem execução do objeto, por
Documentos necessários: exemplo – e o empenho seja anulado, sem que isso traga
• Cópia do ato de concessão do Suprimento; efeitos reais sobre o patrimônio publico.
• Primeira via da nota de empenho; Tendo isso em vista, em 31 de dezembro de um ano
qualquer, pode haver empenhos liquidados e empenhos
• Extrato da conta bancária se for o caso;
58
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
não liquidados “migrando” para o próximo exercício, res- § 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se:
pectivamente como restos a pagar processados e restos a b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despe-
pagar não processados. sa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada,
A despesa orçamentária que não for paga no exercício mas ainda vigente o direito do credor;”
em que foi autorizada Somente os Restos a Pagar Não Processados podem ser
sua realização será inscrita, em 31 de dezembro, como cancelados, pois os Processados representam obrigação lí-
Restos a Pagar. O pagamento da despesa inscrita em Res- quida e certa do Estado para com seus credores, pelo menos
tos a Pagar, sejam Processadas ou Não Processadas, é feito durante cinco anos após a respectiva inscrição (Art. 70 do
no ano seguinte ao da sua inscrição, necessitando para o Decreto nº 93.872/86).
pagamento dos Não Processados que a despesa seja antes É importante, mais uma vez, lembrar que, em regra, em-
liquidada, ou seja, que haja ocorrido após o recebimento o bora a validade do registro contábil seja apenas de um ano,
aceite do objeto do empenho. os Restos a Pagar só prescrevem após cinco anos a partir de
Em se tratando de pagamento de despesa inscrita em sua inscrição. Dada a baixa contábil e até sua prescrição as
Restos a Pagar, pelo valor estimado, poderão ocorrer duas despesas “reconhecidas” serão pagas na rubrica “Despesas
situações: de Exercícios Anteriores”.
Outrossim, nota-se, a propósito, que a partir de 1998 o
A. o valor real a ser pago é superior ao valor inscrito.
saldo de dezembro da conta “Restos a Pagar a Pagar” vinha
Nessa condição, a diferença deverá ser empenhada
sendo reaberto no exercício seguinte como “Restos a Pa-
ã conta de despesas de exercícios anteriores;
gar Inscritos de Exercícios Anteriores”. E, em não havendo o
B. o valor real é inferior ao valor inscrito. O saldo exis- cancelamento previsto no art. 68 do Decreto 93.872/86, vale
tente deverá ser cancelado. O órgão competente observar o prazo prescricional previsto no art. 70 do mes-
para exercer o controle e disciplinar o tratamento de mo. Nesse caso é preciso observar que o estabelecimento
Restos a Pagar é a Secretaria do Tesouro Nacional. do prazo de 31 de dezembro como limite de validade para
as despesas inscritas em Restos a Pagar é feita apenas por
CANCELAMENTO decreto presidencial. Ou seja, outro decreto poderia estabe-
Se a mesma não for paga no exercício seguinte, deveria lecer prazo mais elástico ou mais curto.
ter sua inscrição cancelada. Esse procedimento é admitido Note-se, ademais, que a prorrogação da validade dos
nos arts. 69 e 70 do Decreto nº 93.872/86, in verbis: Restos a Pagar é coerente com o § 2º do art. 63 do Decreto
“Art. 69. Após o cancelamento da inscrição da despesa nº 93.872/8610 que determina:
como Restos a Pagar, o pagamento que vier a ser reclamado “Art. 67 § 2º O registro dos Restos a Pagar far-se-á por
poderá ser atendido à conta de dotação destinada a despe- exercício e por credor.”
sas de exercícios anteriores. Ou seja, torna-se possível contar com registros contá-
Art. 70. Prescreve em cinco anos a dívida passiva relativa beis de Restos a Pagar de diversos exercícios. Além disso,
aos Restos a Pagar.” o art. 38 da Lei nº 4.320/64, ao determinar que os recursos
A maioria dos entes da federação adotam o procedi- vinculados à anulação de despesa inscrita em Restos a Pagar
mento de cancelar os saldos remanescentes dos Restos a sejam considerados como receita do ano em que seu even-
Pagar no final do exercício seguinte ao da sua inscrição. tual cancelamento se der, deixa ainda mais evidente que o
Alguns entes da federação cancelam somente os Não legislador permitiu que a Lei abrigasse despesas empenha-
Processados, enquanto que outros cancelam os Processa- das em outros exercícios, mesmo que não estivessem devi-
dos e os Não Processados. Cabendo lembrar que os Res- damente realizadas.
tos a Pagar Processados representam dívidas reais do ente, Tendo em vista o exposto, para que haja segurança
necessitando, que os mesmos sejam registrados no passivo jurídica nas relações obrigacionais entre particulares e até
permanente para compor a dívida fundada do ente. mesmo entre o Estado e seus restadores de serviço e con-
tribuintes, o Direito incorpora o instituto da prescrição. Por
PRESCRIÇÃO meio desse instituto, não se permite que pendências obriga-
Durante o período antes da prescrição, essas despesas cionais não exigidas sejam a qualquer tempo reclamadas, o
poderão ser, nos termos do art. 22 do Decreto nº 93.872/86, que geraria impactos patrimoniais imprevistos em momen-
pagas à conta de nova dotação orçamentária e de novo em- tos nos quais se havia tido por pacificada a questão. Obser-
penho, à conta de despesas de exercícios anteriores, respei- va-se que, uma vez havendo inscrição em Restos a Pagar
tada a categoria econômica específica: processados, em tese, é inconteste o direito de recebimento
“Art . 22. As despesas de exercícios encerrados, para as pelo credor. Verifica-se mais ainda. Enquanto tais despesas
quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio permanecem inscritas em Restos a Pagar, por força do De-
com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham creto n° 93.872/86, corre a prescrição a partir da data de sua
processado na época própria, bem como os Restos a Pagar inscrição. No entanto, o cancelamento dos Restos a Pagar
com prescrição interrompida, e os compromissos reconhe- provoca a interrupção da prescrição; ocasião em que come-
cidos após o encerramento do exercício correspondente, ça a contar novamente o prazo prescricional (art. 70 e 22, §
poderão ser pagos à conta de dotação destinada a aten- 2°, b do Decreto n° 93.872/86).
der despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria Adicionalmente, em conformidade com o art. 3° do De-
econômica própria. creto-Lei n° 4.597/4214, o cancelamento dos Restos a Pagar
59
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
fará recomeçar a contagem do prazo de prescrição de dois conhecido o direito do reclamante após o encerra-
anos e meio. Se o cancelamento dos Restos a Pagar se der mento do exercício correspondente.
antes de transcorridos dois anos e meio de sua inscrição, em
O reconhecimento da dívida a ser paga à conta de Des-
tese, o prazo a ser contado a partir desse evento expiraria
pesas de Exercícios Anteriores cabe à autoridade competen-
antes do transcurso de cinco anos da inscrição, mas a súmu-
te para empenhá-la.
la 383 do STF dispõe diferentemente, “in verbis”:
Para reconhecimento das Despesas de Exercícios Ante-
“Súmula 383 do STF: “A prescrição em favor da Fazenda
riores é necessário que o processo esteja instruído com os
Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do
seguintes elementos:
ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos,
embora o titular do direito a interrompa durante a primeira • Importância a pagar;
metade do prazo”. • Nome, CPF ou CGC e endereço do credor;
Desse modo, a prescrição do direito do credor com cré- • Data do vencimento do compromisso;
dito inscrito em Restos a Pagar nunca se dará com prazo
• Causa da inobservância do empenho da despesa, se
inferior a cinco anos transcorridos da inscrição; no entanto,
for o caso.
este prazo prescricional pode ser estendido se o evento in-
terruptivo (no caso o cancelamento dos Restos a Pagar) se
der após a primeira metade do prazo quinquenal. 3.10 CONTA ÚNICA DO TESOURO
Conclui-se, assim, que todos os Restos a Pagar deveriam
ser cancelados ainda na primeira metade do prazo prescri-
cional inicial, para que a Fazenda Pública goze o benefício
da prescrição nos cinco anos que se seguirem à inscrição Segundo o Tesouro Nacional A Conta Única, implanta-
dos Restos a Pagar. De modo diverso, em caso extremo, ha- da em setembro de 1988, representou uma mudança radi-
vendo cancelamento próximo dos cinco anos decorridos da cal no controle de caixa do Tesouro Nacional, em virtude
sua inscrição, iniciar-se-ia novo prazo prescricional, fazendo da racionalização na movimentação dos recursos financeiros
perdurar o direito de se exigir o pagamento por um período no âmbito do Governo Federal. Com ela, todas as Unidades
máximo de até sete anos e meio após a data da inscrição dos Gestoras online do SIAFI passaram a ter os seus saldos ban-
Restos a Pagar. cários registrados e controlados pelo sistema, sem contas
escriturais no Banco do Brasil. Assim, a Conta Única é uma
Despesas de exercícios anteriores conta mantida junto ao Banco Central do Brasil, destinada
As despesas de exercícios anteriores (DEA) são outra a acolher, em conformidade com o disposto no artigo 164
modalidade de execução da despesa publica, cujo conceito da Constituição Federal, as disponibilidades financeiras da
sempre e utilizado pelas bancas para “misturar” com o de União que se encontram a disposição das Unidades Gesto-
restos a pagar. ras online, nos limites financeiros previamente definidos.
Abaixo as atribuições competentes a cada agente:
RESTOS A PAGAR = São empenhos que transitam de • Tesouro Nacional - “titular” da conta
exercício
• Banco Central - instituição bancaria em que e man-
DESPESAS DE EXERCICIOS ANTERIORES = as DEA aten- tida a Conta Única
dem a obrigações de anos passados, para as quais não exis- • Banco do Brasil - principal agente operador de pa-
te empenho ou RP emitido. gamentos e recebimentos relacionados à Conta Úni-
ca.
Podem ser pagos à conta da dotação de despesas de
exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica pró-
pria: 4. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO:
• As despesas de exercícios encerrados, para as quais COMPORTAMENTO PROFISSIONAL,
o Orçamento respectivo consignava crédito próprio ATITUDES NO SERVIÇO, ORGANIZAÇÃO DO
com saldo suficiente para atendê-las, que se tenham TRABALHO.
processado na época própria, assim entendidas
aquelas cujo empenho tenha sido considerado in-
subsistente e anulado no encerramento do exercício
correspondente, mas que, dentro do prazo estabele- Quando se fala em ética na função pública, não se trata
cido, o credor tenha cumprido a obrigação; do simples respeito à moral social: a obrigação ética no se-
tor público vai além e encontra-se disciplinada em detalhes
• Os restos a pagar com prescrição interrompida, as- na legislação, tanto na esfera constitucional (notadamente
sim considerada a despesa cuja inscrição como Res- no artigo 37) quanto na ordinária (em que se destaca a Lei
tos a Pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente n° 8.429/92 - Lei de Improbidade Administrativa, a qual traz
o direito do credor; e um amplo conceito de funcionário público no qual podem
• Os compromissos decorrentes de obrigação de pa- ser incluídos os servidores do Banco do Brasil). Ocorre que
gamento criada em virtude de Lei, mas somente re- o funcionário de uma instituição financeira da qual o Estado
participe de certo modo exterioriza os valores estatais, sen-
60
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
do que o Estado é o ente que possui a maior necessidade de O Estado tem um valor ético, de modo que sua atua-
respeito à ética. Por isso, o servidor além de poder incidir em ção deve se guiar pela moral idônea. Mas não é propriamen-
ato de improbidade administrativa (cível), poderá praticar te o Estado que é aético, porque ele é composto por ho-
crime contra a Administração Pública (penal). Então, a ética mens. Assim, falta ética ou não aos homens que o compõe.
profissional daquele que serve algum interesse estatal deve Ou seja, o bom comportamento profissional do funcionário
ser ainda mais consolidada. público é uma questão ligada à ética no serviço público, pois
Se a Ética, num sentido amplo, é composta por ao me- se os homens que compõe a estrutura do Estado tomam
nos dois elementos - a Moral e o Direito (justo); no caso da uma atitude correta perante os ditames éticos há uma am-
disciplina da Ética no Setor Público a expressão é adotada pliação e uma consolidação do valor ético do Estado.
num sentido estrito - ética corresponde ao valor do justo, Alguns cidadãos recebem poderes e funções específicas
previsto no Direito vigente, o qual é estabelecido com um dentro da administração pública, passando a desempenhar
olhar atento às prescrições da Moral para a vida social. Em um papel de fundamental interesse para o Estado. Quando
outras palavras, quando se fala em ética no âmbito dos inte- estiver nesta condição, mais ainda, será exigido o respeito
resses do Estado não se deve pensar apenas na Moral, mas à ética. Afinal, o Estado é responsável pela manutenção da
sim em efetivas normas jurídicas que a regulamentam, o que sociedade, que espera dele uma conduta ilibada e transpa-
permite a aplicação de sanções. Veja o organograma: rente.
Quando uma pessoa é nomeada como servidor público,
passa a ser uma extensão daquilo que o Estado representa
na sociedade, devendo, por isso, respeitar ao máximo todos
os consagrados preceitos éticos.
Todas as profissões reclamam um agir ético dos que a
exercem, o qual geralmente se encontra consubstanciado
em Códigos de Ética diversos atribuídos a cada categoria
profissional. No caso das profissões na esfera pública, esta
exigência se amplia.
Não se trata do simples respeito à moral social: a obri-
gação ética no setor público vai além e encontra-se discipli-
nada em detalhes na legislação, tanto na esfera constitucio-
nal (notadamente no artigo 37) quanto na ordinária (em que
se destacam o Decreto n° 1.171/94 - Código de Ética - a Lei
n° 8.429/92 - Lei de Improbidade Administrativa - e a Lei n°
As regras éticas do setor público são mais do que regu- 8.112/90 - regime jurídico dos servidores públicos civis na
lamentos morais, são normas jurídicas e, como tais, passí- esfera federal).
veis de coação. A desobediência ao princípio da moralidade Em verdade, “[...] a profissão, como exercício habitual
caracteriza ato de improbidade administrativa, sujeitando o de uma tarefa, a serviço de outras pessoas, insere-se no
servidor às penas previstas em lei. Da mesma forma, o seu complexo da sociedade como uma atividade específica. Tra-
comportamento em relação ao Código de Ética pode gerar zendo tal prática benefícios recíprocos a quem a pratica e
benefícios, como promoções, e prejuízos, como censura e a quem recebe o fruto do trabalho, também exige, nessas
outras penas administrativas. A disciplina constitucional é relações, a preservação de uma conduta condizente com os
expressa no sentido de prescrever a moralidade como um princípios éticos específicos. O grupamento de profissionais
dos princípios fundadores da atuação da administração pú- que exercem o mesmo ofício termina por criar as distintas
blica direta e indireta, bem como outros princípios correla- classes profissionais e também a conduta pertinente. Exis-
tos. Logo, o Estado brasileiro deve se conduzir moralmente tem aspectos claros de observação do comportamento, nas
por vontade expressa do constituinte, sendo que à imorali- diversas esferas em que ele se processa: perante o conheci-
dade administrativa aplicam-se sanções. mento, perante o cliente, perante o colega, perante a clas-
Assim, tem-se que a obediência à ética não deve se dar se, perante a sociedade, perante a pátria, perante a própria
somente no âmbito da vida particular, mas também na atua- humanidade como conceito global”10. Todos estes aspectos
ção profissional, principalmente se tal atuação se der no âm- serão considerados em termos de conduta ética esperada.
bito estatal, caso em que haverá coação. O Estado é a forma Em geral, as diretivas a respeito do comportamento pro-
social mais abrangente, a sociedade de fins gerais que per- fissional ético podem ser bem resumidas em alguns princí-
mite o desenvolvimento, em seu seio, das individualidades pios basilares.
e das demais sociedades, chamadas de fins particulares. O Segundo Nalini11, o princípio fundamental seria o de
Estado, como pessoa, é uma ficção, é um arranjo formulado agir de acordo com a ciência, se mantendo sempre atuali-
pelos homens para organizar a sociedade de disciplinar o
poder visando que todos possam se realizar em plenitude,
atingindo suas finalidades particulares.9 10 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
9 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Mé- 11 NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 8. ed. São Paulo:
todo, 2011. Revista dos Tribunais, 2011.
61
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
zado, e de acordo com a consciência, sabendo de seu dever lem tanto para a esfera pública quanto para a privada, em-
ético; tomando-se como princípios específicos: bora a punição dos que violam ditames éticos no âmbito do
• Princípio da conduta ilibada - conduta irrepreensível interesse estatal seja mais rigorosa.
na vida pública e na vida particular. Neste sentido, destacam-se os dez mandamentos da
gestão ética nas empresas públicas:
• Princípio da dignidade e do decoro profissional - agir
da melhor maneira esperada em sua profissão e fora • PRIMEIRO: “Amar a verdade, a lealdade, a probidade
dela, com técnica, justiça e discrição. e a responsabilidade como fundamentos de dignidade
• Princípio da incompatibilidade - não se deve acumu- pessoal”.
lar funções incompatíveis. Significa desempenhar suas funções com transparência,
• Princípio da correção profissional - atuação com de forma honesta e responsável, sendo leal à instituição. O
transparência e em prol da justiça. funcionário deve se portar de forma digna, exteriorizando
• Princípio do coleguismo - ciência de que você e todos virtudes em suas ações.
os demais operadores do Direito querem a mesma • SEGUNDO: “Respeitar a dignidade da pessoa huma-
coisa, realizar a justiça. na”.
• Princípio da diligência - agir com zelo e escrúpulo em
A expressão “dignidade da pessoa humana” está esta-
todas funções.
belecida na Constituição Federal Brasileira, em seu art. 3º,
• Princípio do desinteresse - relegar a ambição pessoal III, como um dos fundamentos da República Federativa do
para buscar o interesse da justiça. Brasil. Ao adotar um significado mínimo apreendido no dis-
• Princípio da confiança - cada profissional de Direito curso antropocentrista do humanismo, a expressão valoriza
é dotado de atributos personalíssimos e intransferí- o ser humano, considerando este o centro da criação, o ser
veis, sendo escolhido por causa deles, de forma que mais elevado que habita o planeta, o que justifica a grande
a relação estabelecida entre aquele que busca o ser- consideração pelo Estado e pelos outros seres humanos na
viço e o profissional é de confiança. sua generalidade em relação a ele. Respeitar a dignidade da
• Princípio da fidelidade - Fidelidade à causa da justiça, pessoa humana significa tomar o homem como valor-fonte
aos valores constitucionais, à verdade, à transparên- para todas as ações e escolhas, inclusive na atuação empre-
cia. sarial.
• Princípio da independência profissional - a maior au- • TERCEIRO: “Ser justo e imparcial no julgamento dos
tonomia no exercício da profissão do operador do atos e na apreciação do mérito dos subordinados”.
Direito não deve impedir o caráter ético.
Retoma-se a questão dos planos de carreira, que exte-
• Princípio da reserva - deve-se guardar segredo sobre riorizam a imparcialidade e a impessoalidade na escolha dos
as informações que acessa no exercício da profissão. que deverão ser promovidos, a qual se fará exclusivamente
• Princípio da lealdade e da verdade - agir com boa-fé com base no mérito. Não se pode tomar questões pessoais,
e de forma correta, com lealdade processual. como desavenças ou afinidades, quando o julgamento se
• Princípio da discricionariedade - geralmente, o pro- faz sobre a ação de um funcionário - se agiu bem, merece
fissional do Direito é liberal, exercendo com boa au- ser recompensado; se agiu mal, deve ser punido.
tonomia sua profissão. • QUARTO: “Zelar pelo preparo próprio, moral, intelec-
• Outros princípios éticos, como informação, solidarie- tual e, também, pelo dos subordinados, tendo em vista
dade, cidadania, residência, localização, continuida- o cumprimento da missão institucional”.
de da profissão, liberdade profissional, função social
A missão institucional envolve a obtenção de lucros, em
da profissão, severidade consigo mesmo, defesa das
regra, mas sempre aliada à promoção da ética. Na missão
prerrogativas, moderação e tolerância.
institucional serão estabelecidas determinadas metas para a
O rol acima é apenas um pequeno exemplo de atitudes empresa, que deverão ser buscadas pelos funcionários. Para
que podem ser esperadas do profissional, mas assim como é tanto, cada um deve se preocupar com o aperfeiçoamento
difícil delimitar um conceito de ética, é complicado estabele- de suas capacidades, tornando-se paulatinamente um me-
cer exatamente quais as condutas esperadas de um servidor: lhor funcionário, por exemplo, buscando cursos e estudando
melhor mesmo é observar o caso concreto e ponderar com técnicas.
razoabilidade.
• QUINTO: “Acatar as ordens legais, não ser negligente
Em suma, respeitar a ética profissional é ter em men-
e trabalhar em harmonia com a estrutura do órgão,
te os princípios éticos consagrados em sociedade, fazendo
respeitando a hierarquia, seus colegas e cada concida-
com que cada atividade desempenhada no exercício da pro-
dão, colaborando e aceitando colaboração”.
fissão exteriorize tais postulados, inclusive direcionando os
rumos da ética empresarial na escolha de diretrizes e políti- Existe uma hierarquia para que as funções sejam desem-
cas institucionais. penhadas da melhor maneira possível, pois a desordem não
O funcionário que busca efetuar uma gestão ética se permite que as atividades se encadeiem e se enlacem, ge-
guia por determinados mandamentos de ação, os quais va-
62
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
rando perda de tempo e desperdício de recursos. Não sig- • DÉCIMO: “Buscar o bem-comum, extraído do equilí-
nifica que ordens contrárias à ética devam ser obedecidas, brio entre a legalidade e finalidade do ato adminis-
caso em que a medida cabível é levar a questão para as au- trativo a ser praticado”.
toridades responsáveis pelo controle da ética da instituição.
Bem comum é o bem de toda a coletividade e não de
Cada atividade deve ser desempenhada da melhor maneira
um só indivíduo. Este conceito exterioriza a dimensão co-
possível, isto é, não se pode deixar de praticá-la correta-
letiva da ética. Maritain12 apontou as características essen-
mente por ser mais trabalhoso (por negligência entende-se
ciais do bem comum: redistribuição, pela qual o bem co-
uma omissão perigosa). No tratamento dos demais colegas
mum deve ser redistribuído às pessoas e colaborar para o
e do público, o funcionário deve ser cordial e ético, embora
desenvolvimento delas; respeito à autoridade na sociedade,
somente assim estará contribuindo para a gestão ética da
pois a autoridade é necessária para conduzir a comunidade
empresa.
de pessoas humanas para o bem comum; moralidade, que
• SEXTO: “Agir, na vida pessoal e funcional, com digni- constitui a retidão de vida, sendo a justiça e a retidão moral
dade, decoro, zelo, eficácia e moralidade”. elementos essenciais do bem comum.
O paradigma da Ética Pública parte da noção de liber-
O bom comportamento não deve se fazer presente so-
dade social, envolta nos valores da segurança, igualdade e
mente no exercício das funções. Cabe ao funcionário se por-
solidariedade. Neste sentido, cada pessoa deve ter espaço
tar bem quando estiver em sua vida privada, na convivência
para exercer individualmente sua liberdade moral, cabendo
com seus amigos e familiares, bem como nos momentos de
à ética pública garantir que os indivíduos que vivem em so-
lazer. Por melhor que seja como funcionário, não será aceito
ciedade realizem projetos morais individuais.
aquele que, por exemplo, for visto frequentemente embria-
A Ética Pública pode ser vista sob o aspecto da morali-
gado ou for sempre denunciado por violência doméstica.
dade crítica e sob o aspecto da moralidade legalizada: quan-
Dignidade é a característica que incorpora todas as de-
do estuda-se a lei posta ou a ausência de lei e questiona-se
mais, significando o bom comportamento enquanto pessoa
a falta de justiça, há uma moralidade crítica; quando a regra
humana, tratando os outros como gosta de ser tratado. De-
justa é incorporada ao Direito, há moralidade legalizada ou
coro significa discrição, aparecer o mínimo possível, não se
positivada.
vangloriar com base em feitos institucionais. Zelo quer di-
Sobre a Ética Pública, explica Nalini13: “Ética é sempre
zer cuidado, cautela, para que as atividades sempre sejam
ética, poder-se-ia afirmar. Ser ético é obrigação de todos.
desempenhadas do melhor modo. Eficácia remete ao dever
Seja no exercício de alguma atividade estatal, seja no com-
de fazer com que suas atividades atinjam o fim para o qual
portamento individual. Mas pode-se falar em ética realçada
foram praticadas, isto é, que não sejam abandonadas pela
quando se atua num universo mais amplo, de interesse de
metade. Moralidade significa respeitar os ditames morais,
todos. Existe, pois, uma Ética Pública, e apura-se o seu senti-
mais que jurídicos, que exteriorizam os valores tradicionais
do em contraposição com o de Ética Privada. Um nome pelo
consolidados na sociedade através dos tempos.
qual a Ética Pública tem sido conhecida é o da justiça”.
• SÉTIMO: “Jamais tratar mal ou deixar à espera de so- Assim, ética pública seria a moral incorporada ao Direito,
lução uma pessoa que busca perante a Administração consolidando o valor do justo. Diante da relevância social
Pública satisfazer um direito que acredita ser legíti- de que a Ética se faça presente no exercício das atividades
mo”. públicas, as regras éticas para a vida pública são mais do que
regras morais, são regras jurídicas estabelecidas em diversos
O bom atendimento do público é necessário para que
diplomas do ordenamento, possibilitando a coação em caso
uma gestão possa ser considerada ética. Aquele que tem
de infração por parte daqueles que desempenham a função
um direito merece ser ouvido, não pode ser deixado de lado
pública.
pelo funcionário, esperando por horas uma solução. Mes-
Os valores éticos inerentes ao Estado, os quais permitem
mo que a pessoa esteja errada, isto deve ser esclarecido, de
que ele consolide o bem comum e garanta a preservação
forma que a confiabilidade na instituição não fique abalada.
dos interesses da coletividade, se encontram exteriorizados
• OITAVO: “Cumprir e fazer cumprir as leis, os regula- em princípios e regras. Estes, por sua vez, são estabelecidos
mentos, as instruções e as ordens das autoridades a na Constituição Federal e em legislações infraconstitucio-
que estiver subordinado”. nais, a exemplo das que serão estudadas neste tópico, quais
sejam: Decreto n° 1.171/94, Lei n° 8.112/90 e Lei n° 8.429/92.
O Direito é uma das facetas mais relevantes da Ética Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no se-
porque exterioriza o valor do justo e o seu cumprimento é tor público partem da Constituição Federal, que estabelece
essencial para que a gestão ética seja efetiva. alguns princípios fundamentais para a ética no setor público.
• NONO: “Agir dentro da lei e da sua competência, Em outras palavras, é o texto constitucional do artigo 37,
atento à finalidade do serviço público”. especialmente o caput, que permite a compreensão de boa
Não basta cumprir o Direito, é preciso respeitar a divisão
de funções feitas com o objetivo de otimizar as atividades 12 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei natural. 3. ed.
desempenhadas. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967.
13 NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 8. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2011.
63
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
parte do conteúdo das leis específicas, porque possui um C. Princípio da moralidade: A posição deste princípio
caráter amplo ao preconizar os princípios fundamentais da no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de
administração pública. Estabelece a Constituição Federal: uma espécie de moralidade administrativa, intima-
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qual- mente relacionada ao poder público. A administra-
quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e ção pública não atua como um particular, de modo
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes- que enquanto o descumprimento dos preceitos
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao morais por parte deste particular não é punido pelo
seguinte: [...] Direito (a priori), o ordenamento jurídico adota trata-
São princípios da administração pública, nesta ordem: mento rigoroso do comportamento imoral por parte
Legalidade dos representantes do Estado. O princípio da mo-
ralidade deve se fazer presente não só para com os
Impessoalidade
administrados, mas também no âmbito interno. Está
Moralidade indissociavelmente ligado à noção de bom adminis-
Publicidade trador, que não somente deve ser conhecedor da lei,
Eficiência mas também dos princípios éticos regentes da fun-
ção administrativa. TODO ATO IMORAL SERÁ DIRE-
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras formam TAMENTE ILEGAL OU AO MENOS IMPESSOAL, daí a
o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da Admi- intrínseca ligação com os dois princípios anteriores.
nistração Pública. É de fundamental importância um olhar
atento ao significado de cada um destes princípios, posto D. Princípio da publicidade: A administração pública é
que eles estruturam todas as regras éticas prescritas no Có- obrigada a manter transparência em relação a todos
digo de Ética e na Lei de Improbidade Administrativa, to- seus atos e a todas informações armazenadas nos
mando como base os ensinamentos de Carvalho Filho14 e seus bancos de dados. Daí a publicação em órgãos
Spitzcovsky15: da imprensa e a afixação de portarias. Por exemplo,
a própria expressão concurso público (art. 37, II, CF)
A. Princípio da legalidade: Para o particular, legalida- remonta ao ideário de que todos devem tomar co-
de significa a permissão de fazer tudo o que a lei nhecimento do processo seletivo de servidores do
não proíbe. Contudo, como a administração pública Estado. Diante disso, como será visto, se negar inde-
representa os interesses da coletividade, ela se su- vidamente a fornecer informações ao administrado
jeita a uma relação de subordinação, pela qual só caracteriza ato de improbidade administrativa. So-
poderá fazer o que a lei expressamente determina mente pela publicidade os indivíduos controlarão a
(assim, na esfera estatal, é preciso lei anterior editan- legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os
do a matéria para que seja preservado o princípio da instrumentos para proteção são o direito de petição
legalidade). A origem deste princípio está na criação e as certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas
do Estado de Direito, no sentido de que o próprio data e - residualmente - do mandado de segurança.
Estado deve respeitar as leis que dita. E. Princípio da eficiência: A administração pública
B. Princípio da impessoalidade: Por força dos inte- deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços
resses que representa, a administração pública está com controle de gastos. Isso envolve eficiência ao
proibida de promover discriminações gratuitas. Dis- contratar pessoas (o concurso público seleciona os
criminar é tratar alguém de forma diferente dos de- mais qualificados ao exercício do cargo), ao manter
mais, privilegiando ou prejudicando. Segundo este tais pessoas em seus cargos (pois é possível exone-
princípio, a administração pública deve tratar igual- rar um servidor público por ineficiência) e ao con-
mente todos aqueles que se encontrem na mesma trolar gastos (limitando o teto de remuneração), por
situação jurídica (princípio da isonomia ou igualda- exemplo. O núcleo deste princípio é a procura por
de). Por exemplo, a licitação reflete a impessoalidade produtividade e economicidade. Alcança os serviços
no que tange à contratação de serviços. O princípio públicos e os serviços administrativos internos, se re-
da impessoalidade correlaciona-se ao princípio da ferindo diretamente à conduta dos agentes.
finalidade, pelo qual o alvo a ser alcançado pela ad- Segue Decreto Nº 1.171/1994:
ministração pública é somente o interesse público.
Com efeito, o interesse particular não pode influen-
ciar no tratamento das pessoas, já que deve-se bus- DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994
car somente a preservação do interesse coletivo.
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Públi-
co Civil do Poder Executivo Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em
14 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administra-
vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos
tivo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
15 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
Método, 2011. e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,
64
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
65
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
66
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
CAPÍTULO II ___________________________________________________
DAS COMISSÕES DE ÉTICA ___________________________________________________
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração
Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou
___________________________________________________
em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições de- ___________________________________________________
legadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão
de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética ___________________________________________________
profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e
com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer con- ___________________________________________________
cretamente de imputação ou de procedimento susceptível
___________________________________________________
de censura.
XVII -- (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) ___________________________________________________
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos or-
ganismos encarregados da execução do quadro de carreira ___________________________________________________
dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para
o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos ___________________________________________________
os demais procedimentos próprios da carreira do servidor ___________________________________________________
público.
XIX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) ___________________________________________________
XX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXI - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) ___________________________________________________
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comis-
são de Ética é a de censura e sua fundamentação constará
___________________________________________________
do respectivo parecer, assinado por todos os seus integran- ___________________________________________________
tes, com ciência do faltoso.
XXIII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) ___________________________________________________
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético,
entende-se por servidor público todo aquele que, por força ___________________________________________________
de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços
___________________________________________________
de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda
que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou ___________________________________________________
indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as
autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, ___________________________________________________
as empresas públicas e as sociedades de economia mista,
ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. ___________________________________________________
XXV - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) ___________________________________________________
QUESTÃO ___________________________________________________
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
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69
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
ANOTAÇÕES
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POLÍCIA
FEDERAL
Agente de Polícia Federal
Volume II
A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com
base no Edital anterior, para que o aluno antecipe seus estudos.
FV101-B-2018
DADOS DA OBRA
Volume I
• Língua Portuguesa • Noções de Informática
• Atualidades • Raciocínio Lógico
• Noções de Administração
Volume II
• Noções de Contabilidade • Noções de Economia
• Noções de Direito Penal • Noções de Direito Processual Penal
• Noções de Direito Administrativo • Noções de Direito Constitucional
• Legislação Especial
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Diagramação
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Thais Regis
Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli
Mirian Astorga
Capa
Joel Ferreira dos Santos
Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
APRESENTAÇÃO
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*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.
Ex: FV054-17
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SUMÁRIO
Noções de Contabilidade
Noções de Economia
1 Microeconomia. .................................................................................................................................................................................................... 01
1.1 Conceitos fundamentais. ......................................................................................................................................................................... 01
1.2 Determinação das curvas de procura. ................................................................................................................................................ 03
1.3 Teoria do consumidor, utilidades cardinal e ordinal, restrição orçamentária, equilíbrio do consumidor e funções
demanda, curvas de Engel, demanda de mercado, teoria da produção, isoquantas e curvas de isocusto, funções de
produção e suas propriedades, curvas de produto e produtividade, curvas de custo, equilíbrio da firma, equilíbrio de
curto e de longo prazos. ................................................................................................................................................................................. 04
1.4 Estruturas de mercado............................................................................................................................................................................... 15
1 Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; direitos sociais; direitos de nacionalidade;
direitos políticos; partidos políticos. ................................................................................................................................................................ 01
2 Poder Executivo: atribuições e responsabilidades do presidente da República. ........................................................................ 03
3 Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança pública; organização da segurança pública. ................. 07
4 Ordem social: base e objetivos da ordem social; seguridade social; meio ambiente; família, criança, adolescente, idoso
e índio........................................................................................................................................................................................................................... 11
Legislação Especial
1 Lei nº 7.102/1983: dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e
funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá outras
providências. ............................................................................................................................................................................................................. 01
2 Lei nº 10.357/2001: estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indiretamente
possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência
física ou psíquica, e dá outras providências. ................................................................................................................................................ 03
3 Lei nº 6.815/1980: define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração. ......... 06
4 Lei nº 11.343/2006: institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD); prescreve medidas para
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências (apenas as-
pectos penais e processuais penais). ............................................................................................................................................................... 19
5 Lei nº 4.898/1965: direito de representação e processo de responsabilidade administrativa civil e penal, nos casos de
abuso de autoridade (apenas aspectos penais e processuais penais). .............................................................................................. 27
6 Lei nº 9.455/1997: define os crimes de tortura e dá outras providências (apenas aspectos penais e processuais pe-
nais). .............................................................................................................................................................................................................................. 30
7 Lei nº 8.069/1990: Estatuto da Criança e do Adolescente (apenas aspectos penais e processuais penais). ................... 30
8 Lei nº 10.826/2003: Estatuto do Desarmamento (apenas aspectos penais e processuais penais). .................................... 70
9 Lei nº 9.605/1998: Lei dos Crimes Ambientais (apenas aspectos penais e processuais penais). .......................................110
10 Lei nº 10.446/2002: infrações penais de repercussão interestadual ou internacional que exigem repressão unifor-
me........................................................................................................................................................................................................................... 118
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
1
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
2
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
A Contabilidade possui objeto próprio – o Patrimônio Do Patrimônio deriva o conceito de Patrimônio Líqui-
das Entidades – e consiste em conhecimentos obtidos por do, mediante a equação considerada como básica na con-
metodologia racional, com as condições de generalidade, tabilidade:
certeza e busca das causas, em nível qualitativo semelhante
às demais ciências sociais. (Bens+Direitos) – (Obrigações) = Patrimônio Líquido
A Resolução alicerça-se na premissa de que a Conta-
bilidade é uma ciência social com plena fundamentação Quando o resultado da equação é negativo, conven-
epistemológica. Por consequência, todas as demais classifi- ciona-se denominá-lo de “Passivo a Descoberto”.
cações – método, conjunto de procedimentos, técnica, sis- O Patrimônio Líquido não é uma dívida da Entidade
tema, arte, para citarmos as mais correntes – referem-se a para com seus sócios ou acionistas, pois estes não empres-
simples facetas ou aspectos da Contabilidade, usualmente tam recursos para que possa ter vida própria, mas, sim, os
concernentes à sua aplicação prática, na solução de ques- entregam, para que com eles forme o Patrimônio da Enti-
tões concretas. dade.
O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciên- O conhecimento que a Contabilidade tem do seu ob-
cia, tanto nas ciências formais quanto nas factuais, das quais jeto está em constante desenvolvimento como, aliás, ocor-
fazem parte as ciências sociais. Na Contabilidade, o objeto re nas demais ciências em relação aos respectivos obje-
é sempre o PATRIMÔNIO de uma Entidade, definido como tos. Por esta razão, deve-se aceitar como natural o fato da
um conjunto de bens, direitos e de obrigações para com ter- existência de possíveis componentes do patrimônio cuja
ceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de apreensão ou avaliação se apresenta difícil ou inviável em
pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a uma determinado momento.
sociedade ou instituição de qualquer natureza, independen-
temente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro. OBJETIVO
O essencial é que o patrimônio disponha de autonomia em
relação aos demais patrimônios existentes, o que significa Objetivo principal da contabilidade > permitir que
que a Entidade dele pode dispor livremente, claro que nos os usuários avaliem a situação financeira e econômica da
limites estabelecidos pela ordem jurídica e, sob certo aspec- entidade e possam inferir sobre as tendências futuras da
to, da racionalidade econômica e administrativa. mesma.
O Patrimônio também é objeto de outras ciências so- Os objetivos da contabilidade devem contribuir para o
ciais – por exemplo, da Economia, da Administração e do processo decisório dos usuários, não se justificando por si
Direito – que, entretanto, o estudam sob ângulos diversos mesma. Antes, deve ser um instrumento útil à tomada de
daquele da Contabilidade, que o estuda nos seus aspectos decisões.
quantitativos e qualitativos. A Contabilidade busca, primor- Para tal, devem ser observados dois pontos:
dialmente, apreender, no sentido mais amplo possível, e
entender as mutações sofridas pelo Patrimônio, tendo em 1. As empresas devem evidenciar ou divulgar todas
mira, muitas vezes, uma visão prospectiva de possíveis va- aquelas informações que contribuem para a adequada ava-
riações. As mutações tanto podem decorrer de ação do ho- liação de sua situação patrimonial e de resultados, permi-
mem, quanto, embora quase sempre secundariamente, dos tindo inferências em relação ao futuro. As informações que
efeitos da natureza sobre o Patrimônio. não estiverem explícitas nas demonstrações, devem constar
Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a em Notas Explicativas ou Quadros Complementares.
natureza dos elementos que o compõem, como dinheiro,
valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máqui- 2. A contabilidade tem íntimo relacionamento do com
nas, estoques de materiais ou de mercadorias, etc. os aspectos jurídicos os quais, muitas vezes não conse-
A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o guem retratar a essência econômica. Visando bem infor-
grau de particularização que permita a perfeita compreen- mar, a contabilidade deve seguir a essência ao invés da
são do componente patrimonial. Assim, quando falamos forma.
em “máquinas” ainda estamos a empregar um substantivo
coletivo, cuja expressão poderá ser de muita utilidade em Exemplo:
determinadas análises. Uma empresa faz a venda de um ativo, assumindo o
Mas a Contabilidade, quando aplicada a um patrimô- compromisso de efetuar sua recompra por um certo valor
nio particular, não se limitará às “máquinas” como catego- em determinada data. Obedecendo a essência ao invés da
ria, mas se ocupará de cada máquina em particular, na sua forma, deve-se registrar na contabilidade uma operação de
condição do componente patrimonial, de forma que não financiamento (essência) e não de compra de venda (forma).
possa ser confundida com qualquer outra máquina, mes- A não utilização da informação contábil ou utilização
mo de tipo idêntico. restrita pode ser resultado de:
O atributo quantitativo refere-se à expressão dos com- a) deficiências na estrutura do modelo informativo;
ponentes patrimoniais em valores, o que demanda que a b) limitações do próprio usuário;
Contabilidade assuma posição sobre o que seja “Valor”, c) baixa credibilidade por parte dos usuários;
porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente d) linguagem inadequada nas demonstrações contá-
variados. beis.
3
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Antigamente a contabilidade tinha por objetivo infor- correntes seria ver como estão as vendas, pagamentos a
mar ao dono qual foi o lucro obtido numa empreitada co- fornecedores da empresa analisada, com isso podendo
mercial. No capitalismo moderno isto somente não é mais adotar padrões diferentes.
suficiente. Os sindicatos precisam saber qual a capacidade Pode-se afirmar, então, que as principais finalidades da
de pagamento de salários, o governo demanda a agrega- utilização das informações contábeis são: como controle e
ção de riqueza à economia e a capacidade de pagamento como planejamento.
de impostos, os ambientalistas exigem conhecer a contri-
buição para o meio ambiente, os credores querem calcular FUNÇÕES DA CONTABILIDADE
o nível de endividamento e a probabilidade de pagamento
das dívidas, os gerentes da empresa precisam de informa- FUNÇÃO ADMINISTRATIVA: Controlar o patrimônio
ções para ajudar no processo decisório e reduzir as incer- da entidade, tanto sob o aspecto estático quanto ao dinâ-
tezas, e assim por diante. mico.
Diante deste quadro pode-se afirmar que o grande ob- FUNÇÃO ECONÔMICA: Apurar o resultado (rédito),
jetivo da contabilidade é planejar e colocar em prática um isto é, apurar o lucro ou o prejuízo da entidade
sistema de informação para uma organização, com ou sem FUNÇÃO FUNDAMENTAL DA CONTABILIDADE: For-
fins lucrativos. necer informações úteis para TOMADA DE DECISÃO ECO-
FINALIDADE NÔMICA.
Quanto as finalidades é social, uma vez que por suas CAMPO DE APLICAÇÃO/ USUÁRIOS/ ORIGEM DOS
avaliações do progresso das entidades, permite conhe- CAPITAIS
cer-se a posição de rentabilidade e financeira, e de forma
indireta auxilia os acionistas, tomadores de decisões, inves- Abrange todas as entidades econômico-administrati-
tidores a aumentar a riqueza da entidade. vas, e até as pessoas de direito público, como a: União,
As empresas realizam operações econômico-financei- Estados, Municípios, Autarquias etc.
ras, com a finalidade de ampliar seu patrimônio. São os Entidades econômico–administrativas são organiza-
dados decorrentes destas operações que vão para a conta- ções que reúnem: pessoas, patrimônio, titular, ação admi-
bilidade, que se faz presente através dos demonstrativos nistrativa e fim determinado.
contábeis. Estes, por sua vez, servem para dar subsídios aos As entidades econômico-administrativas, de acordo
diversos setores da empresa para tomada de decisões. com o fim a que se destina, podem ser classificadas como:
Quando falamos em operações econômico-financeiras, INSTITUIÇÕES (sociedades civis) E EMPRESAS (sociedades
o econômico é medido através da D.R.E (Demonstração comerciais).
do Resultado do Exercício). Isso é, mede a lucratividade As empresas de acordo com a origem do seu capital
(qual a margem da empresa), mede a produtividade (efi- podem ser: públicas, particulares e mistas.
ciência da empresa), e a rentabilidade. O financeiro através Públicas: Constituídas com o capital do governo ex:
do Balanço Patrimonial (B.P.) fornece informações como, por CEF, Correios.
exemplo, se a empresa tem valores disponíveis para honrar Privadas: constituídas com capital de particulares ex:
seus compromissos. A análise dos índices, com dados das padaria do seu Zé, bar da esquina, indústria tal e qual...
demonstrações Contábeis, que se têm estas certezas. Por- Mistas: constituída parte com capital privado e parte
tanto, estas evidencias são obtidas pela analise dos relató- com capital do governo ex: Banco do Brasil, Petrobrás, Ban-
rios contábeis (Demonstrações Contábeis), pelos índices de co do Estado do Rio de Janeiro.
liquidez, rentabilidade, endividamento, como liquidez cor-
rente, liquidez seca etc, análise capital de giro, etc.
Estes demonstrativos contábeis (D.R.E e B.P.) faci-
litam que diversos interessados pela situação financeira 2 PATRIMÔNIO: COMPONENTES, EQUAÇÃO
e econômica da empresa tenham estas informações. São FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO, SITUAÇÃO
eles: LÍQUIDA, REPRESENTAÇÃO GRÁFICA.
Investidores: investem mais, menos ou se deixam de
empregar seu capital nesta empresa,
Administradores: orientam-se através destes relató-
rios no que se refere às decisões mais favoráveis à empresa,
Os fornecedores: através destes relatórios, julgam se
PATRIMÔNIO
a empresa tem condições de quitar suas obrigações para
A escola Patrimonialista, mais aceita atualmente, define
com eles, se abrem mais crédito ou se restringem para
a Contabilidade como sendo a ciência que estuda o patri-
este cliente;
mônio, em seus aspectos dinâmico e estático.
Governo: verifica se o valor dos impostos pagos por
Se a contabilidade analisa e controla o patrimônio das
essa empresa esta de acordo com o informado;
empresas, vamos começar nosso estudo pelo patrimônio.
Stakeholders: Acionistas, Comunidade, Concorrentes.
Estes poderão tomar certas decisões com base nas infor-
PATRIMONIO = BENS + DIREITOS E OBRIGAÇÕES
mações contábeis da sua empresa. O interesse dos con-
4
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
5
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
6
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Quando os elementos do ativo imobilizado tiverem Em caso de bens imóveis específicos, o valor justo
vida útil econômica limitada, ficam sujeitos a depreciação, pode ser estimado utilizando-se o valor de reposição do
amortização ou exaustão sistemática durante esse período, ativo devidamente depreciado.
sem prejuízo das exceções expressamente consignadas. O valor de reposição de um ativo depreciado pode
Quando se tratar de ativos do imobilizado obtidos a ser estabelecido por referência ao preço de compra ou
título gratuito deve ser considerado o valor resultante da construção de um ativo semelhante com similar poten-
avaliação obtida com base em procedimento técnico ou cial de serviço.
valor patrimonial definido nos termos da doação. Os acréscimos ou os decréscimos do valor do ativo
O critério de avaliação dos ativos do imobilizado ob- em decorrência, respectivamente, de reavaliação ou re-
tidos a título gratuito e a eventual impossibilidade de sua dução ao valor recuperável (impairment) devem ser re-
mensuração devem ser evidenciados em notas explicativas. gistrados em contas de resultado.
Os gastos posteriores à aquisição ou ao registro de ele-
mento do ativo imobilizado devem ser incorporados ao valor PASSIVO EXIGÍVEL
desse ativo quando houver possibilidade de geração de be- Para mensuração do passivo exigível é necessário
nefícios econômicos futuros ou potenciais de serviços. Qual- que, anteriormente, ele seja reconhecido, ou seja , é ne-
quer outro gasto que não gere benefícios futuros deve ser cessário que os critérios de reconhecimento de um pas-
reconhecido como despesa do período em que seja incorrido. sivo sejam observados.
No caso de transferências de ativos, o valor a atribuir
deve ser o valor contábil líquido constante nos registros da RECONHECIMENTO DE PASSIVOS
entidade de origem. Em caso de divergência deste critério O reconhecimento de uma despesa é o elemento
com o fixado no instrumento de autorização da transferên- mais importante para o reconhecimento de um passivo,
cia, o mesmo deve ser evidenciado em notas explicativas. pois é um evento contábil que vai afetar o resultado do
Os bens de uso comum que absorveram ou absorvem período, em função do registro contábil dessa exigibili-
recursos públicos, ou aqueles eventualmente recebidos dade.
em doação, devem ser incluídos no ativo não circulante da
entidade responsável pela sua administração ou controle, Para que um passivo seja apresentado numa de-
estejam, ou não, afetos a sua atividade operacional. monstração financeira é preciso que seja reconhecido e
A mensuração dos bens de uso comum será efetuada, mensurado, conforme dispõe as regras usuais do SFAC
sempre que possível, ao valor de aquisição ou ao valor de 5. Segundo as regras citadas uma obrigação deve ser
produção e construção. reconhecida como passivo quando satisfaz quatro crité-
rios gerais:
INTANGÍVEL Corresponde à definição de passivo;
Os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos É mensurável;
destinados à manutenção da atividade pública ou exerci- É relevante;
dos com essa finalidade são mensurados ou avaliados com É precisa.
base no valor de aquisição ou de produção.
O critério de mensuração ou avaliação dos ativos intangí- MENSURAÇÃO DE PASSIVOS EXIGÍVEIS
veis obtidos a título gratuito e a eventual impossibilidade de Para mensurar os passivos exigíveis devemos segre-
sua valoração devem ser evidenciados em notas explicativas. gá-los em duas categorias, os passivos exigíveis mone-
Os gastos posteriores à aquisição ou ao registro de tários e os não monetários.
elemento do ativo intangível devem ser incorporados ao
valor desse ativo quando houver possibilidade de geração MENSURAÇÃO DE PASSIVOS EXIGÍVEIS MONETÁ-
de benefícios econômicos futuros ou potenciais de servi- RIOS
ços. Qualquer outro gasto deve ser reconhecido como des- São as obrigações que envolvem o pagamento de
pesa do período em que seja incorrido. um valor predeterminado, portanto são exigibilidades
denominadas em valores nominais.
REAVALIAÇÃO E REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL Normalmente a avaliação corrente da obrigação a
As reavaliações devem ser feitas utilizando-se o valor ser paga no futuro é determinada no contrato ou acordo
justo ou o valor de mercado na data de encerramento do que deu origem ao passivo.
Balanço Patrimonial, pelo menos: No caso de passivo a ser liquidado no curto prazo,
(a) anualmente, para as contas ou grupo de contas passivo circulante, o montante apresentado é o valor de
cujos valores de mercado variarem significativamente em face (valor pago no vencimento), sendo que a relevância
relação aos valores anteriormente registrados; do desconto nesse cálculo tende a ser imaterial.
(b) a cada quatro anos, para as demais contas ou gru- Para os passivos a longo prazo, o montante do des-
pos de contas. conto é normalmente significativo, portanto, a avaliação
Na impossibilidade de se estabelecer o valor de mer- corrente deve ser apresentada pelo somatório do valor
cado, o valor do ativo pode ser definido com base em pa- presente de todos os pagamentos futuros a serem feitos
râmetros de referência que considerem características, cir- conforme discriminado no contrato.
cunstâncias e localizações assemelhadas.
7
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
MENSURAÇÃO DE PASSIVOS EXIGÍVEIS NÃO MONE- Vejam: O total dos bens mais o total dos Direitos me-
TÁRIOS nos o total das obrigações denomina-se SITUAÇÃO LÍ-
São os passivos exigíveis provenientes da obrigação QUIDA PATRIMONIAL. Logo:
de fornecer bens ou serviços em quantidade e qualida-
de predeterminadas. Normalmente são classificados no Ativo..........................R$ 150
circulante e decorrem de pagamentos adiantados por (-) Passivo(Obr)........R$ 80
serviços, a serem prestados aos clientes. A assinatura de ............................... R$ 70
jornais, revistas e a compra de ingressos para uma tem- SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL
porada são exemplos de passivos não monetários.
Entretanto, nem todos adiantamentos são de nature- BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES = SITUAÇÃO LÍQUI-
za monetária. As obrigações não monetárias são expres- DA
sas em termos de preços predeterminado ou convencio-
nados referentes a bens ou serviços específicos. Portanto, O título correto para esta forma de (T), será daqui pra
o valor monetário dos bens e serviços poderia variar, mas frente chamada de BALANÇO PATRIMONIAL.
não sua quantidade ou qualidade. Ex: PATRIMÔNIO
PROVISÃO PARA RISCOS FISCAIS E OUTROS PASSI- SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAIS POSSÍVEIS
VOS CONTINGENTES
Existe uma preocupação mais acentuada por parte 1º Ativo MAIOR que Passivo:
da contabilidade quando se trata de contingências, pois Bens.......................................................................................R$ 200
estas representam uma situação de risco existente que Direitos.................................................................................R$ 100
envolvem um grau de incerteza quanto à sua efetiva rea- Obrigações.........................................................................R$ 180
lização, pois dependem de decisões futuras. O resultado
também não é ainda conhecido, podendo o mesmo se Veja:
configurar num ganho ou numa perda para a empresa. Os dois lados não têm o mesmo total. Logo, precisa-
Portanto, quando se trata de contingência passiva mos igualá-los. Como:
cuja ocorrência seja julgada provável de se realizar, num A diferença R$ 120 é chamada SITUAÇÃO LÍQUIDA, e
período futuro e a empresa dispõem de informações sufi- será colocada do lado do Passivo e adicionada ao valor das
cientes para estimar o seu valor, esta deverá ser registra- obrigações, já que a situação líquida é positiva.
da contabilmente em conta própria que indica formação Logo, o Balanço Patrimonial fica assim:
de provisão para riscos fiscais, trabalhistas ou outros pas-
sivos contingentes. Mas, se as informações disponíveis
não são suficientes para estimar um valor, o fato deve Neste caso, a Situação Líquida chama-se:
ser divulgado nas notas explicativas com as respectivas a-Situação Líquida Positiva
informações. b-Situação Líquida Ativa
Uma exceção geral a essa regra poderia ocorrer c-Situação Líquida Superavitária
quando se verificar um declínio relevante (material) no
preço dos bens, logo após a assinatura de um contrato a) Situação Líquida Positiva: Ativo MAIOR que Pas-
de compra de longo prazo. Neste caso, deveríamos re- sivo(ISSO É, BENS E DIREITOS MAIOR QUE OBRIGAÇÕES.
gistrar os direitos e as obrigações, que superam o valor O QUE QUER DIZER ISSO?) então se têm lucros(A QUEM
daqueles, a fim de não diminuir o poder preditivo de ten- PERTENCE ESSES LUCRO?) e este pertence aos sócios que
dência dos demonstrativos financeiros. verão a melhor forma de utilizá-lo, ou reinvestem ou dis-
tribuem-no.
b) Situação Líquida Ativa: Ativo MAIOR que Passivo,
SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL Porque o total do Ativo (B + D) supera o total do Passivo
(O) em 120.
É A DIFERENÇA ENTRE O ATIVO E O PASSIVO c) Situação Líquida Superavitária: Vendendo os
bens (no caso de liquidar a empresa).
Somando os bens os direitos têm-se o total do ativo
e o total das obrigações denomina-se passivo. 2º- Ativo MENOR que Passivo
O total do ativo (-) o total das obrigações (passivo) Bens.......................................................................................R$ 200
resulta na Situação Líquida Patrimonial. Direitos.................................................................................R$ 100
Bens+ direitos (-) obrigações = Situação Líquida Pa- Obrigações.........................................................................R$ 340
trimonial. O total da situação líquida é sempre colocado
do lado direito do T.
Deve-se ter a soma e o lado do ativo + o passivo de Vejamos:
forma a igualar a situação. Sendo a diferença NEGATIVA (pois está do lado do pas-
Exemplos: sivo)
8
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Neste caso, a Situação Líquida chama-se: CAPITAL A REALIZAR - é o capital com que a enti-
dade foi registrada mas que por algum motivo ainda não
a)Situação Líquida Negativa foi colocado totalmente à disposição da entidade. Com
b) Situação Líquida Passiva o desenrolar dos negócios, este capital será posto à dispo-
c) Situação. Líquida. Deficitária sição da entidade, seja através de dinheiro ou outros bens.
d)Passivo a Descoberto
As Obrigações são maiores que os direitos. Com isso, CAPITAL TOTAL A DISPOSIÇÃO DA EMPRESA - cor-
se for preciso liquidar a empresa ao preço de custo tem-se responde à soma do capital próprio com o capital de
R$ 200. Recebendo os direitos, vendendo os bens ter-se-ia terceiros. É também igual ao total do ATIVO da entidade.
R$ 100, portanto, a empresa teria disponível R$ 300 em
mãos. para saldar seus compromissos. Entretanto, preci-
sar-se-ia de R$ 340, que é o valor das obrigações. Logo DIFERENÇA ENTRE CAPITAL E PATRIMÔNIO
faltam R$ 40. Por isso, a situação líquida é deficitária. O
total dos elementos positivos é insuficiente para saldar os CAPITAL: é o conjunto de elementos que o proprie-
compromissos. tário da empresa possui para iniciar suas atividades. Ex.:
PASSIVO A DESCOBERTO: PORQUE O TOTAL DO ATIVO Lúcia vai abrir uma papelaria. Ela possui, para esse fim,
NÃO É SUFICIENTE PARA COBRIR O TOTAL DO PASSIVO. R$ 10.000 em dinheiro. Logo, esses R$ 10.000 em dinheiro
constituem o seu Capital Inicial.
3º Ativo = ao lado do Passivo
O Capital Inicial pode ser composto por:
Bens.......................................................................................R$ 200 • Dinheiro
Direitos.................................................................................R$ 100 • Móveis
Obrigações.........................................................................R$ 300 • Veículos
• Imóveis
Neste caso, o ativo é inteiramente absorvido pelas • Promissórias a Receber etc.
Obrigações, e a SIT. LÍQ NULA, Inexistente ou nula.
Situação Líquida Nula: Ativo = Passivo, com isso, caso PATRIMÔNIO: é o conjunto que COMPREENDE os
os sócios queiram liquidar esta empresa, tudo que preci- bens da empresa (dinheiro em caixa, contas a receber,
sam fazer será apurar as vendas dos bens e efetuar o rece- imóveis, veículos., etc), seus direitos (contas a receber) e
bimento dos direitos para cobrir as obrigações. suas obrigações para com terceiros (contas a pagar)
Com isso vemos que a situação líquida de uma empre-
sa é sempre apresentada no passivo e deve ser chamada de
PATRIMÔNIO LÍQUIDO. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO
O total do grupo patrimônio líquido é igual ao valor da EQUAÇÃO PATRIMONIAL
situação líquida de uma empresa.
Ex: se a situação líquida for positiva o Patrimônio Líqui- Origens e Aplicações de Recursos
do será positivo. Idem o contrário. Enfim a situação líquida
refletirá sempre no grupo do PL. Ao observarmos um Balanço Patrimonial, podemos vi-
O PL é composto por: sualizar o total de recursos que a empresa obteve e que
Capital: principal fonte do PL. É a soma dos valores estão à sua disposição. O lado do Passivo mostra onde a
investidos pelos proprietários. empresa conseguiu esses recursos; o lado do Ativo, onde
ela aplicou os referidos recursos.
CAPITAL SOCIAL - é a obrigação da empresa para
com os sócios originária da entrega de recursos para a for- PASSIVO – Origem dos Recursos
mação do capital da entidade. Corresponde ao patrimônio Os recursos totais que estão à disposição da empresa
líquido (PL) podem originar-se de duas fontes:
CAPITAL PRÓPRIO - são os recursos originários dos Recursos de terceiros: correspondem às obrigações,
sócios ou acionistas da entidade ou decorrentes de suas isto é, são recursos de terceiros que a empresa utiliza no
operações sociais. seu giro normal. Esses recursos, por sua vez, provêm de
duas fontes:
CAPITAL DE TERCEIROS - representam recursos origi- • Dívidas de funcionamento: obrigações que sur-
nários de terceiros utilizados para a aquisição de ativos de gem das atividades normais de gestão da organização, tais
propriedade da entidade. Corresponde ao passivo exigível como obrigações com fornecedores, salários a pagar, im-
(PE) postos a pagar, etc.
• Dívidas de financiamentos: são recursos obtidos
CAPITAL REALIZADO - corresponde ao valor dos re- pela organização junto a instituições financeiras, destina-
cursos entregues pelos sócios e à disposição da entida- das a financiar as atividades normais da empresa.
de (em caixa, nos bancos, em imóveis, etc).
9
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Recursos Próprios – também podem provir de duas Obrigações para com terceiros: refere-se às operações
fontes: da empresa com outras empresas ou, até mesmo, com pes-
• Proprietários ou sócios: parcela do capital que foi soas físicas. (Ex: Duplicatas a Pagar).
investida na empresa pelo titular ou pelos sócios; Obrigações com os Sócios: São relacionadas no Patri-
• Resultado da gestão: acréscimos ocorridos no mônio Líquido (ex: Capital, Reservas).
Patrimônio Líquido em decorrência da gestão normal da Com isso os bens e direito formam o grupo dos ele-
empresa. Esses acréscimos são obtidos pelos lucros, que mentos positivos, o que ela tem efetivamente (bens), e
poderão ser representados na conta de Lucros Acumulados o que ela tem para receber (direitos), formando estes
ou em Conta de Reservas. os componentes do Ativo. As obrigações formam o gru-
po dos elementos negativos ou o que a empresa tem que
ATIVO - Aplicação de Recursos pagar (obrigações), formando este o componente do Pas-
O lado do Ativo mostra onde a empresa aplicou os re- sivo.
cursos que têm à sua disposição. O Ativo representa o con-
junto de bens e direitos à disposição da empresa.
10
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Fato contábil modificativo são os que provocam alte- Duplicatas Descontadas: As empresas, com a finalida-
rações no valor do Patrimônio Líquido (PL), sendo que esta de de conseguir disponível, entregam suas duplicatas em
modificação é refletida na Situação Líquida. Esta modifica- troca de dinheiro que será depositada em conta bancária
ção citada acima, na situação Líquida Patrimonial, pode ser descontados os juros e as despesas bancárias. É conta re-
para mais ou para menos, por este motivo os Fatos Con- dutora (ou retificadora) do ativo circulante.
tábeis Modificativos podem ser Aumentativos ou Diminu- Adiantamento de Salários: Adiantamentos concedidos
tivos. aos funcionários por conta do salário.
São Fatos Contábeis Modificativos aumentativos: Rece- Adiantamento a Fornecedores: Adiantamentos feitos a
bimentos de juros, recebimento de alugueis, recebimento fornecedores por conta de entrega futura de uma encomenda.
de comissões etc. etc. Empréstimos a Receber: Direitos a Receber – até 12
São Fatos Contábeis Modificativos Diminutivos: Paga- meses – representados pelos empréstimos concedidos. Se-
mento de imposto, pagamento de juros, pagamentos de rão classificados no Ativo não circulante os empréstimos a
comissões, etc. etc. receber após 12 meses.
Fato contábil misto são os que combinam fatos per- Impostos a Recuperar: São impostos de possível recu-
mutativos com fatos modificativos, determinando variação peração. Por exemplo: ICMS, IPI.
qualitativa e quantitativa do patrimônio, ou VARIAÇÃO Aplicações Financeiras: Valor aplicado em produtos
PATRIMONIAL MISTA. São aqueles que ao mesmo tempo bancários.
permutam (trocam) e modificam valores dentro do Patri- Estoque: A conta estoques pode significar mercadorias
mônio e consequentemente alteram a Situação Líquida (para empresa comercial), matéria-prima e produtos em
Patrimonial. elaboração (para empresa industrial).
As alterações provocadas pelos Fatos Contábeis Mis- Despesas Antecipadas: São despesas pagas antecipa-
tos, também podem ser para mais ou para menos, por este damente. Exemplos: Seguros a Vencer.
motivo, eles também são classificados em Aumentativos e Imóveis para Renda: Não são utilizados pela empresa.
Diminutivos. São investimentos feitos com o objetivo de obter rendi-
São Fatos Contábeis Mistos Aumentativos: Pagamento mentos.
de uma Duplicata com descontos, recebimentos de uma Móveis, Utensílios, Máquinas e outros bens: Classifica-
Duplicata com acréscimo de juros etc. etc. dos no Imobilizado da empresa, destinam-se à manuten-
São Fatos Contábeis Mistos Diminutivos: Recebimento ção da atividade da empresa. Por exemplo: uma empresa
de duplicatas com descontos, pagamentos de uma Dupli- industrial
cata com acréscimo de juros, etc. etc. Utiliza suas máquinas para produzir os produtos que
irá vender e consequentemente obter receita.
Depreciações Acumuladas: Desgastes dos bens pelo
uso ou pela ação do tempo. A cada período, a empresa
4 CONTAS: CONCEITOS, CONTAS DE calcula o valor da depreciação que irá se acumulando no
DÉBITOS, CONTAS DE CRÉDITOS E SALDOS. balanço. É conta redutora (ou retificadora) do Ativo Per-
manente.
Duplicatas a Pagar: Deve registrar as obrigações assu-
midas com a compra de mercadorias para revender e, na
CONTAS empresa industrial, a matéria-prima necessária ao processo
Conta é o nome dado aos componentes patrimoniais produtivo.
(Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio Líquido) e aos ele- Financiamentos e Empréstimos: São dívidas assumidas
mentos de Resultado (Despesas e Receitas). para financiar a compra de um ativo ou para obter capital
de giro. Dependendo do prazo podem ser classificados no
CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS Passivo não circulante.
Contas Patrimoniais Salários a Pagar: Com base na contabilização da folha
São as contas que representam os Bens, Direitos, Obri- de pagamento, devem ser calculados os salários que serão
gações e Patrimônio Líquido, ou seja, as contas que figu- pagos no mês seguinte.
ram no Balanço Patrimonial. Adiantamento de Clientes: Valores recebidos de clien-
tes por conta da entrega futura de uma encomenda.
FUNÇÕES DAS CONTAS PATRIMONIAIS Provisões Passivas: São obrigações cujos valores po-
Caixa: Representa dinheiro em espécie (notas, moedas). dem ser alterados. Incluímos nas provisões passivas: Férias,
Bancos: Valor que está depositado em conta corrente. 13º Salários, Contingências. Essas provisões são utilizadas,
Duplicatas a Receber: Direitos a receber - até 12 me- pois muitas vezes a empresa tem certeza da obrigação,
ses – dos clientes por vendas a prazo. Serão classificadas mas não o valor exato, ou não tem certeza quanto a data.
no Ativo não circulante as Duplicatas a Receber após 12 Por exemplo, férias dos empregados serão pagas apenas
meses. quando do período aquisitivo. Um outro exemplo é o das
Provisão para Devedores Duvidosos: De cálculo estima- reclamações trabalhistas na Justiça por ex-empregados,
do, é uma provisão para suprir as possíveis perdas com clien- cujos valores podem ser apenas estimados e classificados
tes. É conta redutora (ou retificadora) do ativo circulante. no passivo circulante como Provisões para Contingências.
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
13
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Todo fato da entidade deverá ser escriturado, para decer a um método de escrituração mercantil uniforme, em
este fim devem ser utilizados livros contábeis, que devem língua e moeda nacionais, com individualização e clareza,
seguir critérios intrínsecos e extrínsecos, de acordo com a ser escriturado em rigorosa ordem cronológica, não conter,
legislação. Alguns livros são obrigatórios, tais como o Li- rasuras, emendas, entrelinhas, borrões ou raspaduras, es-
vro Diário e o Livro Razão que de acordo com a Resolução paços em branco, observações ou escritas à margem.
do Conselho Federal de Contabilidade devem ser registros
permanentes da empresa, outros são facultativos, pois, por MÉTODO DE ESCRITURAÇÃO
não serem exigidos por lei, podem ser adotados ou não a
critério da empresa. Método de escrituração é a forma de registro dos Fa-
A contabilidade de uma entidade deverá ser centraliza- tos Administrativos, bem como dos Atos Administrativos
da, sendo que é facultado às pessoas jurídicas que possuí- relevantes.
rem filiais, sucursais ou agências, manter contabilidade não
centralizada, devendo incorporar na escrituração da Matriz Método das Partidas Dobradas
os resultados de cada uma delas, conforme artigo 252 do
Decreto n. º 3.000/99, o mesmo se aplica a filiais, sucursais, Esse método, que é de uso universal e foi divulgado no
agências ou representações, no Brasil, das pessoas jurídicas século XV (1494) na cidade de Veneza, na Itália, por Luca
com sede no exterior, devendo o agente ou representante Pacioli, consiste no seguinte:
escriturar os seus livros comerciais, de modo que demons-
trem, além dos seus próprios rendimentos, os lucros reais Não há devedor sem que haja credor e não há credor
apurados nas operações alheias em que agiu como inter- sem que haja devedor, sendo que a cada débito correspon-
mediário. de um crédito de igual valor.
A Resolução n. º 684/90, editada pelo Conselho Fede- Daí, em dado momento, ser a soma dos débitos igual à
ral de Contabilidade, estabelece que a empresa que tiver soma dos créditos. É esse princípio que determina a equa-
unidade operacional ou de negócios, quer com filial, agên- ção entre o ativo e o passivo do patrimônio. Os valores
cia, sucursal ou assemelhada, e que optar por sistema de ativos representam sempre saldo devedor. E, os passivos,
escrituração descentralizado deverá ter registros contábeis saldo credor, sendo a soma do ativo sempre igual à do pas-
que permitam a identificação das transações de cada uma sivo.
dessas unidades, a escrituração de todas as unidades de- Por esse método, registramos todos os acontecimen-
verá integrar um único sistema contábil, sendo que o grau tos que se verificam no patrimônio, conhecendo-se, a qual-
de detalhamento dos registros contábeis ficará a critério quer momento, o valor da cada componente do patrimô-
da empresa. nio, suas variações e os resultados, positivos ou negativos
As contas recíprocas relativas às transações entre ma- da atividade econômica.
triz e unidades, ou vice-versa, serão eliminadas quando
da elaboração das demonstrações contábeis. As despesas LANÇAMENTO
e receitas que não possam ser atribuídas às unidades se- CONCEITO
rão registradas na matriz, enquanto o rateio de despesas Lançamento é o meio pelo qual se processa a Escritu-
e receitas, da matriz para as unidades, ficará a critério da ração.
administração. Lançamento é o registro de um fato contábil, e esse
O método utilizado para a escrituração contábil é o mé- registro, pelo método das partidas dobradas, é feito em
todo das partidas dobradas, desenvolvido pelo frade Luca ordem cronológica e obedecendo a determinada disposi-
Pacioli em 1494, neste método todo lançamento deverá ção técnica. O método das partidas dobradas exige o apa-
conter a origem e o destino do mesmo, ou seja, para todo recimento do devedor e do credor, aos quais se seguem o
débito haverá um crédito de mesmo valor, ou vice-versa. histórico do fato ocorrido e a importância em dinheiro. Daí
os seguintes elementos essenciais do lançamento
Desenvolvimento
Na escrituração dos livros contábeis algumas formali- FÓRMULAS DE LANÇAMENTOS
dades devem ser observadas, estas formalidades se subdi- Vimos que o lançamento deve sempre indicar o deve-
videm em dois tipos: dor e o credor, representados pelas contas. O mesmo lan-
Formalidades Extrínsecas: São as formalidades re- çamento pode, entretanto, apresentar mais de uma conta
lacionadas à apresentação ou aparência dos livros, esta debitada e mais de uma conta creditada. Podemos usar,
formalidade exige por exemplo que os livros, sejam enca- nestes casos, a expressão Diversos, que não é conta, mas
dernados, que tenham suas folhas numeradas tipografica- apenas a indicação existência de mais de uma conta debi-
mente, possuam termo de abertura e de encerramento em tada ou creditada.
que conste entre outras informações a assinatura do res- Daí a existência de quatro fórmulas de lançamentos no
ponsável, a identificação da empresa e do livro, espécie de Diário, de acordo com o número de contas debitadas ou
livro, número de páginas e número de ordem, etc... creditadas.
Formalidades intrínsecas: São as formalidades rela-
cionadas à escrituração propriamente dita, segundo as for- 1ª FÓRMULA: quando aparece apenas uma conta de-
malidades intrínsecas os livros de escrituração devem obe- bitada e uma creditada.
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
D - MERCADORIAS
Compra do saldo de mercadorias pertencentes
à extinta firma Leão & Sousa Ltda. = 80.000
D - MÓVEIS E UTENSÍLIOS
Compra de móveis:
Máquinas de escrever e calcular = 11.500
Prateleiras e balcões = 12.000
Mesas e cadeiras = 2.500 = 26.000 = 106.000
C - CAIXA
Pago a vista = 50.000
C - DUPLICATAS A PAGAR
M/aceite de dupl. Para 31-8-20.. = 56.000 = 106.000
Observação: A 4ª fórmula é pouco usada atualmente, e apenas utilizada em casos especiais, como o do exemplo ante-
rior, que representa operação bastante incomum.
Elementos Essenciais
Local e data da ocorrência do Fato;
Conta a ser Debitada;
Conta a ser Creditada;
Histórico;
Valor.
Exemplo:
Brasília-DF, 10/01/2000
D - Caixa
C – Estoque de Mercadorias
Histórico: Valor referente a venda de mercadorias com recebimento a vista.
Valor: R$ 100.000,00
15
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
DÉBITO E CRÉDITO
DÉBITO de uma conta
Situação de dívida de responsabilidade da conta. As contas que representam bens, direitos, despesas e custos têm
saldo devedor.
Exemplo:
A empresa Teixeira iniciou suas atividades com capital inicial de R$ 200.000,00 em dinheiro;
Lançamento:
D – Caixa
C- Capital
Vlr. R$ 200.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens Patrimônio Líquido
Caixa................................200.000 Capital................................200.000
Total.................................200.000 Total...................................200.000
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens Patrimônio Líquido
Caixa................................170.000 Capital................................200.000
Mercadorias...................... 30.000
Total...................................200.000
Total.................................200.000
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Caixa................................170.000 Fornecedores..................... 50.000
Mercadorias...................... 80.000
Patrimônio Líquido
Capital................................200.000
Total.................................250.000 Total...................................250.000
16
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Caixa................................170.000 Fornecedores..................... 50.000
Mercadorias...................... 60.000
Direitos Patrimônio Líquido
Clientes............................. 20.000 Capital................................200.000
Total.................................250.000 Total...................................250.000
Compra de um automóvel no valor de R$ 60.000,00, 40% pago a vista (dinheiro) e o restante a prazo (Duplicatas a
pagar).
Lançamento:
D – Veículo R$ 60.000,00
C – Caixa R$ 24.000,00
C – Duplicatas a Pagar R$ 36.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Caixa................................146.000 Fornecedores..................... 50.000
Mercadorias...................... 60.000 Duplicatas a pagar............. 36.000
Veículo.............................. 60.000
Patrimônio Líquido
Direitos Capital................................200.000
Clientes............................. 20.000
Total...................................286.000
Total.................................286.000
CONTAS DE RESULTADO
RECEITAS
São exemplos de Receitas: Receitas de Vendas de Mercadorias; Receitas de Vendas de Produtos; Receitas de Prestação
de Serviços; Descontos Obtidos; Aluguéis Ativos; Juros Ativos, etc.
DESPESAS
As Despesas representam o sacrifício ou esforço da empresa para se obter Receita. Todo consumo de bens ou serviços
com o objetivo de gerar Receita é considerado Despesa. O consumo de materiais, por exemplo, é considerado uma Des-
pesa. Neste caso, no ato em que o material dá entrada no Almoxarifado, o valor é contabilizado como bem no Ativo Circu-
lante, e quando o mesmo é requisitado por alguma área para ser consumido, o valor do bem é transferido para Despesa.
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
4.3) Mercadorias Consignadas (Quando a Mercadoria MERCADORIAS – são os diversos produtos que as
è Vendida) empresas comerciais adquirem com o objetivo de reven-
D – Caixa (só a diferença) derem. As transações que envolvem a compra e a venda
C – Consignadores (o valor de entrada) de mercadorias constituem a atividade principal ou opera-
D – Mercadorias em consignação (o valor de venda) cional das empresas comerciais.
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
2) INVENTÁRIO PERMANENTE – consiste no controle contínuo ou permanente dos estoques na medida em que
ocorrem as operações de compra e venda. Dessa forma, os estoques de mercadorias são mantidos atualizados e pode-se
conhecer o custo das mercadorias vendidas e o resultado com essas mercadorias a qualquer momento.
OBS: Utilizaremos nos próximos conceitos e exemplos práticos, lançamentos baseados no sistema de inventário per-
manente.
EXEMPLO
Considere que uma determinada Empresa Comercial ao final de janeiro, tenha em seu estoque o valor de 30.000 em
mercadorias para revenda. No início de fevereiro ela adquire mais 20.000 em mercadorias a prazo e, ao final de fevereiro
vende mercadorias por 50.000 a vista, sendo o custo das mercadorias que foram vendidas de 30.000. Como será a conta-
bilização dessa operação?
3) Baixa do Estoque
D – CMV
C – Estoque de Mercadorias – 30.000
LIVRO RAZÃO
CMV = EI + C – EF
CMV = 30.000 + 20.000 – 20.000 = 30.000
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
O saldo da conta de Resultado do Exercício, após os lançamentos anteriores é transferido para a conta de Lucros e
Prejuízos.
Se esse saldo for Credor, a conta de Resultado do Exercício será debitada, creditando-se a conta de Lucros e Prejuízos.
Se o saldo da conta Resultado do Exercício for Devedor, ela será creditada, debitando-se a conta de Lucros e Prejuízos.
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
O balancete de verificação é um demonstrativo auxiliar que relaciona os saldos das contas remanescentes no diário.
Imprescindível para verificar se o método de partidas dobradas está sendo observado pela escrituração da empresa.
Por este método cada débito deverá corresponder a um crédito de mesmo valor, cabendo ao balancete verificar se a
soma dos saldos devedores é igual a soma dos saldos credores.
Este demonstrativo poderá ser utilizado para fins gerenciais, com suas informações extraídas dos registros contábeis
mais atualizados. O grau de detalhamento do balancete de verificação deverá estar adequado a finalidade do mesmo. Caso
o demonstrativo seja destinado a usuários externos o documento deverá ser assinado por contador habilitado pelo conse-
lho regional de contabilidade (CRC).
Geralmente o balancete é disponibilizado mensalmente, servindo assim como suporte aos gestores para visualizar a
situação da empresa diante dos saldos mensurados, sendo um demonstrativo de fácil entendimento e de grande relevância
e utilidade prática.
É o demonstrativo que relaciona cada conta com o respectivo saldo devedor ou credor, de tal forma que se os lan-
çamentos foram corretamente efetuados, de acordo com o Método das Partidas Dobradas, o total da coluna dos saldos
devedores é igual ao total da coluna dos saldos credores.
O balancete de verificação é um demonstrativo auxiliar de caráter não obrigatório, que relaciona os saldos das con-
tas remanescentes no diário. Imprescindível para verificar se o método de partidas dobradas está sendo observado pela
escrituração da empresa. Por este método cada débito deverá corresponder a um crédito de mesmo valor, cabendo ao
balancete verificar se a soma dos saldos devedores é igual a soma dos saldos credores.
Este demonstrativo deve ser levantado mensalmente segundo a NBC T 2.7, unicamente para fins operacionais, não
tendo obrigatoriedade fiscal, com suas informações extraídas dos registros contábeis mais atualizados. O grau de detalha-
mento do balancete de verificação deverá estar adequado a finalidade do mesmo. Caso o demonstrativo seja destinado a
usuários externos o documento deverá ser assinado por contador habilitado pelo conselho regional de contabilidade (CRC).
Geralmente o balancete é levantado antes do início de um novo exercício, servindo também como suporte aos gestores
para visualizar a situação da empresa diante dos saldos mensurados, sendo um demonstrativo de fácil entendimento e de
grande relevância.
Objetivo
Testar se o método das partidas dobradas foi respeitado, evidenciando as contas de acordo com seus respectivos sal-
dos e verificando a igualdade entre a soma dos saldos devedores e credores.
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial está regulamentado nos Artigos 178 a 184 da Lei nº 6.404/1976, com as alterações implementa-
das pela Lei nº 11.638/2007 e 11.941/2009.
No Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos
seguintes grupos: Ativo Circulante; Ativo Não-Circulante, composto por Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos,
Imobilizado e Intangível.
No Passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: Passivo Circulante; Passivo Não-Circulante; e Patrimônio
Líquido, dividido em Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em
Tesouraria e Prejuízos Acumulados.
Ativo
As contas no Ativo serão classificadas do seguinte modo:
a) no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplica-
ções de recursos em despesas do exercício seguinte;
b) no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os deri-
vados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (Art. 243 da Lei nº 6.404/1976),
diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do ob-
jeto da companhia;
c) em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não clas-
sificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;
d) no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades
da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens;
30
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
e) no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exer-
cidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.
Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no
circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.
Passivo
As contas no Passivo serão classificadas do seguinte modo:
a) no Passivo Circulante deverão ser registradas as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição
de direitos do ativo permanente, quando vencerem no exercício seguinte, e no passivo exigível a longo prazo, se tiverem
vencimento em prazo maior;
b) no Passivo Não-Circulante deverão ser registradas as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aqui-
sição de direitos do ativo permanente, quando vencerem após o exercício seguinte;
c) no Patrimônio Líquido:
c.1) na conta do Capital Social será discriminado o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada;
c.2) nas Reservas de Capital serão classificadas as contas que registrarem a contribuição do subscritor de ações que
ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;
o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição e o resultado da correção monetária do capital rea-
lizado, enquanto não-capitalizado;
c.3) serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em
obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do
ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou em normas expedidas
pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3º do art. 177 da Lei nº 6.404/1976;
c.4) nas Reservas de Lucros serão lançadas as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia;
c.5) as Ações em Tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que
registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.
31
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Na determinação do resultado do exercício serão computados as receitas e os rendimentos ganhos no período, inde-
pendentemente da sua realização em moeda, e os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, corresponden-
tes a essas receitas e rendimentos. Na Demonstração do Resultado do Exercício deverão estar demonstradas as seguintes
informações:
a) a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
b) a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
c) as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e
outras despesas operacionais;
32
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o resul-
tado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses.
Some:
Receitas financeiras (como as variações monetárias ativas, descontos condicionais obtidos, etc).
Outras Receitas Operacionais
=
33
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Subtraia:
Outras Despesas Não Operacionais (inclua o custo de venda de ativo imobilizado, etc)
Some:
Outras Receitas Não Operacionais (inclua a receita de venda de ativo imobilizado, etc)
=
Lucro/prejuízo antes do Imposto de Renda e da contribuição social sobre o lucro líquido
Subtraia
Despesa com Imposto de Renda
Despesa com Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido
=
Lucro ou Prejuízo líquido antes das participações
(As participações abaixo precisam ser calculadas obrigatoriamente nesta ordem, isto porque para o cálculo da próxima deve ser
abatido o valor da participação anteriormente calculada)
Subtraia:
Debêntures (dedutível do Imposto de Renda)
Empregados (dedutível do Imposto de Renda)
Administradores
Partes Beneficiárias
Fundos de Assistência e Previdência para Empregados
=
Lucro ou Prejuízo líquido do exercício
Se desejar saber qual o lucro ou prejuízo de cada ação, basta dividir o Lucro/Prejuízo Líquido do Exercício pelo total de ações.
É um calculo trabalhoso, mas relativamente simples que dá uma visão geral do andamento do negócio, possibilitando análise de
gastos e receitas e, portanto, dicas claras de como aumentar o faturamento do negócio.
34
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
35
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
§ 1o O requerimento deverá ser apresentado no tados e instruído com os documentos relativos aos bens
prazo de 15 (quinze) dias da divulgação do valor da oferta avaliados, e estarão presentes à assembleia que conhecer
pública, devidamente fundamentado e acompanhado de do laudo, a fim de prestarem as informações que lhes fo-
elementos de convicção que demonstrem a falha ou im- rem solicitadas.
precisão no emprego da metodologia de cálculo ou no cri- § 2º Se o subscritor aceitar o valor aprovado pela
tério de avaliação adotado, podendo os acionistas referi- assembleia, os bens incorporar-se-ão ao patrimônio da
dos no caput convocar a assembleia quando os administra- companhia, competindo aos primeiros diretores cumprir as
dores não atenderem, no prazo de 8 (oito) dias, ao pedido formalidades necessárias à respectiva transmissão.
de convocação. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) § 3º Se a assembleia não aprovar a avaliação, ou
§ 2o Consideram-se ações em circulação no merca- o subscritor não aceitar a avaliação aprovada, ficará sem
do todas as ações do capital da companhia aberta menos efeito o projeto de constituição da companhia.
as de propriedade do acionista controlador, de diretores, § 4º Os bens não poderão ser incorporados ao
de conselheiros de administração e as em tesouraria. (In- patrimônio da companhia por valor acima do que lhes tiver
cluído pela Lei nº 10.303, de 2001) dado o subscritor.
§ 3o Os acionistas que requererem a realização de § 5º Aplica-se à assembleia referida neste artigo o
nova avaliação e aqueles que votarem a seu favor deverão disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 115.
ressarcir a companhia pelos custos incorridos, caso o novo § 6º Os avaliadores e o subscritor responde-
valor seja inferior ou igual ao valor inicial da oferta públi- rão perante a companhia, os acionistas e terceiros, pelos
ca. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) danos que lhes causarem por culpa ou dolo na avaliação
§ 4o Caberá à Comissão de Valores Mobiliários dos bens, sem prejuízo da responsabilidade penal em que
disciplinar o disposto no art. 4o e neste artigo, e fixar prazos tenham incorrido; no caso de bens em condomínio, a res-
para a eficácia desta revisão. (Incluído pela Lei nº 10.303, ponsabilidade dos subscritores é solidária.
de 2001)
CAPÍTULO II Transferência dos Bens
Capital Social Art. 9º Na falta de declaração expressa em con-
SEÇÃO I trário, os bens transferem-se à companhia a título de pro-
Valor priedade.
Fixação no Estatuto e Moeda Responsabilidade do Subscritor
Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores
Art. 5º O estatuto da companhia fixará o valor do ou acionistas que contribuírem com bens para a formação
capital social, expresso em moeda nacional. do capital social será idêntica à do vendedor.
Parágrafo único. A expressão monetária do valor Parágrafo único. Quando a entrada consistir em
do capital social realizado será corrigida anualmente (arti- crédito, o subscritor ou acionista responderá pela solvên-
go 167). cia do devedor.
CAPÍTULO III
Alteração Ações
Art. 6º O capital social somente poderá ser modi- SEÇÃO I
ficado com observância dos preceitos desta Lei e do esta- Número e Valor Nominal
tuto social (artigos 166 a 174). Fixação no Estatuto
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
§ 6o O estatuto pode conferir às ações preferen- § 1º A infração do disposto neste artigo importa
ciais com prioridade na distribuição de dividendo cumu- nulidade do certificado e responsabilidade dos infratores.
lativo, o direito de recebê-lo, no exercício em que o lucro § 2º Os certificados das ações, cujas entradas não
for insuficiente, à conta das reservas de capital de que consistirem em dinheiro, só poderão ser emitidos depois
trata o § 1o do art. 182.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de cumpridas as formalidades necessárias à transmissão de
de 2001) bens, ou de realizados os créditos.
§ 7o Nas companhias objeto de desestatização § 3º A companhia poderá cobrar o custo da substi-
poderá ser criada ação preferencial de classe especial, de tuição dos certificados, quando pedida pelo acionista.
propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o es-
tatuto social poderá conferir os poderes que especificar, Requisitos
inclusive o poder de veto às deliberações da assembleia- Art. 24. Os certificados das ações serão escritos em
-geral nas matérias que especificar.(Incluído pela Lei nº vernáculo e conterão as seguintes declarações:
10.303, de 2001) I - denominação da companhia, sua sede e prazo
de duração;
Vantagens Políticas II - o valor do capital social, a data do ato que o
Art. 18. O estatuto pode assegurar a uma ou mais tiver fixado, o número de ações em que se divide e o valor
classes de ações preferenciais o direito de eleger, em vo- nominal das ações, ou a declaração de que não têm valor
tação em separado, um ou mais membros dos órgãos de nominal;
administração. III - nas companhias com capital autorizado, o
Parágrafo único. O estatuto pode subordinar limite da autorização, em número de ações ou valor do ca-
as alterações estatutárias que especificar à aprovação, em pital social;
assembleia especial, dos titulares de uma ou mais classes IV - o número de ações ordinárias e preferenciais
de ações preferenciais. das diversas classes, se houver, as vantagens ou preferên-
cias conferidas a cada classe e as limitações ou restrições a
Regulação no Estatuto que as ações estiverem sujeitas;
Art. 19. O estatuto da companhia com ações pre- V - o número de ordem do certificado e da ação,
ferenciais declarará as vantagens ou preferências atribuí- e a espécie e classe a que pertence;
das a cada classe dessas ações e as restrições a que fica- VI - os direitos conferidos às partes beneficiárias,
rão sujeitas, e poderá prever o resgate ou a amortização, se houver;
a conversão de ações de uma classe em ações de outra e VII - a época e o lugar da reunião da assembleia-
em ações ordinárias, e destas em preferenciais, fixando as -geral ordinária;
respectivas condições. VIII - a data da constituição da companhia e do
arquivamento e publicação de seus atos constitutivos;
SEÇÃO IV IX - o nome do acionista; (Redação dada pela Lei nº
Forma 9.457, de 1997)
X - o débito do acionista e a época e o lugar de seu
Art. 20. As ações devem ser nominativas. (Reda- pagamento, se a ação não estiver integralizada; (Redação
ção dada pela Lei nº 8.021, de 1990) dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
XI - a data da emissão do certificado e as assinatu-
Ações Não-Integralizadas ras de dois diretores, ou do agente emissor de certificados
Art. 21. Além dos casos regulados em lei especial, (art. 27). (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
as ações terão obrigatoriamente forma nominativa ou en- § 1º A omissão de qualquer dessas declarações
dossável até o integral pagamento do preço de emissão. dá ao acionista direito à indenização por perdas e danos
contra a companhia e os diretores na gestão dos quais os
Determinação no Estatuto certificados tenham sido emitidos.
Art. 22. O estatuto determinará a forma das ações § 2o Os certificados de ações emitidas por compa-
e a conversibilidade de uma em outra forma. nhias abertas podem ser assinados por dois mandatários
Parágrafo único. As ações ordinárias da compa- com poderes especiais, ou autenticados por chancela me-
nhia aberta e ao menos uma das classes de ações ordiná- cânica, observadas as normas expedidas pela Comissão de
rias da companhia fechada, quando tiverem a forma ao Valores Mobiliários.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de
portador, serão obrigatoriamente conversíveis, à vontade 2001)
do acionista, em nominativas endossáveis.
Títulos Múltiplos e Cautelas
SEÇÃO V Art. 25. A companhia poderá, satisfeitos os requi-
Certificados sitos do artigo 24, emitir certificados de múltiplos de ações
Emissão e, provisoriamente, cautelas que as representam.
Art. 23. A emissão de certificado de ação somente Parágrafo único. Os títulos múltiplos das compa-
será permitida depois de cumpridas as formalidades ne- nhias abertas obedecerão à padronização de número de
cessárias ao funcionamento legal da companhia. ações fixada pela Comissão de Valores Mobiliários.
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
§ 4o A propriedade das ações em custódia fungí- § 3º Os certificados de depósito de ações serão
vel será provada pelo contrato firmado entre o proprietário nominativos, podendo ser mantidos sob o sistema escritu-
das ações e a instituição depositária.(Incluído pela Lei nº ral. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
10.303, de 2001) § 4º Os certificados de depósito de ações poderão,
§ 5o A instituição tem as obrigações de depositária a pedido do seu titular, e por sua conta, ser desdobrados
e responde perante o acionista e terceiros pelo descum- ou grupados.
primento de suas obrigações.(Incluído pela Lei nº 10.303, § 5º Aplicam-se ao endosso do certificado, no
de 2001) que couber, as normas que regulam o endosso de títulos
cambiários.
Representação e Responsabilidade
Art. 42. A instituição financeira representa, perante SEÇÃO X
a companhia, os titulares das ações recebidas em custódia Resgate, Amortização e Reembolso
nos termos do artigo 41, para receber dividendos e ações Resgate e Amortização
bonificadas e exercer direito de preferência para subscrição
de ações. Art. 44. O estatuto ou a assembleia-geral extraor-
§ 1º Sempre que houver distribuição de dividen- dinária pode autorizar a aplicação de lucros ou reservas no
dos ou bonificação de ações e, em qualquer caso, ao me- resgate ou na amortização de ações, determinando as con-
nos uma vez por ano, a instituição financeira fornecerá à dições e o modo de proceder-se à operação.
companhia a lista dos depositantes de ações recebidas nos § 1º O resgate consiste no pagamento do valor das
termos deste artigo, assim como a quantidade de ações de ações para retirá-las definitivamente de circulação, com re-
cada um. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) dução ou não do capital social, mantido o mesmo capital,
§ 2º O depositante pode, a qualquer tempo, ex- será atribuído, quando for o caso, novo valor nominal às
tinguir a custódia e pedir a devolução dos certificados de ações remanescentes.
suas ações. § 2º A amortização consiste na distribuição aos
§ 3º A companhia não responde perante o acionis- acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital
ta nem terceiros pelos atos da instituição depositária das social, de quantias que lhes poderiam tocar em caso de
ações. liquidação da companhia.
§ 3º A amortização pode ser integral ou parcial e
SEÇÃO IX abranger todas as classes de ações ou só uma delas.
Certificado de Depósito de Ações § 4º O resgate e a amortização que não abran-
gerem a totalidade das ações de uma mesma classe serão
Art. 43. A instituição financeira autorizada a fun- feitos mediante sorteio; sorteadas ações custodiadas nos
cionar como agente emissor de certificados (art. 27) pode termos do artigo 41, a instituição financeira especificará,
emitir título representativo das ações que receber em de- mediante rateio, as resgatadas ou amortizadas, se outra
pósito, do qual constarão: (Redação dada pela Lei nº 9.457, forma não estiver prevista no contrato de custódia.
de 1997) § 5º As ações integralmente amortizadas poderão
I - o local e a data da emissão; ser substituídas por ações de fruição, com as restrições fi-
II - o nome da instituição emitente e as assinaturas xadas pelo estatuto ou pela assembleia-geral que deliberar
de seus representantes; a amortização; em qualquer caso, ocorrendo liquidação da
III - a denominação “Certificado de Depósito de companhia, as ações amortizadas só concorrerão ao acervo
Ações”; líquido depois de assegurado às ações não a amortizadas
IV - a especificação das ações depositadas; valor igual ao da amortização, corrigido monetariamente.
V - a declaração de que as ações depositadas, seus § 6o Salvo disposição em contrário do estatuto
rendimentos e o valor recebido nos casos de resgate ou social, o resgate de ações de uma ou mais classes só será
amortização somente serão entregues ao titular do certifi- efetuado se, em assembleia especial convocada para deli-
cado de depósito, contra apresentação deste; berar essa matéria específica, for aprovado por acionistas
VI - o nome e a qualificação do depositante; que representem, no mínimo, a metade das ações da(s)
VII - o preço do depósito cobrado pelo banco, se classe(s) atingida(s).(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
devido na entrega das ações depositadas;
VIII - o lugar da entrega do objeto do depósito. Reembolso
§ 1º A instituição financeira responde pela origem Art. 45. O reembolso é a operação pela qual, nos
e autenticidade dos certificados das ações depositadas. casos previstos em lei, a companhia paga aos acionistas
§ 2º Emitido o certificado de depósito, as ações dissidentes de deliberação da assembleia-geral o valor de
depositadas, seus rendimentos, o valor de resgate ou de suas ações.
amortização não poderão ser objeto de penhora, arresto, § 1º O estatuto pode estabelecer normas para
sequestro, busca ou apreensão, ou qualquer outro emba- a determinação do valor de reembolso, que, entretan-
raço que impeça sua entrega ao titular do certificado, mas to, somente poderá ser inferior ao valor de patrimônio
este poderá ser objeto de penhora ou de qualquer medida líquido constante do último balanço aprovado pela as-
cautelar por obrigação do seu titular. sembleia-geral, observado o disposto no § 2º, se estipu-
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
42
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
VI - a data da constituição da companhia e do § 1o A debênture poderá conter cláusula de cor-
arquivamento e publicação dos seus atos constitutivos; reção monetária, com base nos coeficientes fixados para
VII - o nome do beneficiário; (Redação dada pela correção de títulos da dívida pública, na variação da taxa
Lei nº 9.457, de 1997) cambial ou em outros referenciais não expressamente ve-
VIII - a data da emissão do certificado e as assi- dados em lei. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
naturas de dois diretores. (Redação dada pela Lei nº 9.457, § 2o A escritura de debênture poderá assegurar
de 1997) ao debenturista a opção de escolher receber o pagamento
do principal e acessórios, quando do vencimento, amor-
Forma, Propriedade, Circulação e Ônus tização ou resgate, em moeda ou em bens avaliados nos
Art. 50. As partes beneficiárias serão nominativas termos do art. 8o. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
e a elas se aplica, no que couber, o disposto nas seções V a
VII do Capítulo III. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) Vencimento, Amortização e Resgate
§ 1º As partes beneficiárias serão registradas em Art. 55. A época do vencimento da debênture deverá
livros próprios, mantidos pela companhia. (Redação dada constar da escritura de emissão e do certificado, podendo
pela Lei nº 9.457, de 1997) a companhia estipular amortizações parciais de cada sé-
§ 2º As partes beneficiárias podem ser objeto de de- rie, criar fundos de amortização e reservar-se o direito de
pósito com emissão de certificado, nos termos do artigo 43. resgate antecipado, parcial ou total, dos títulos da mesma
série.
Modificação dos Direitos § 1o A amortização de debêntures da mesma série
Art. 51. A reforma do estatuto que modificar ou deve ser feita mediante rateio. (Redação dada pela Lei nº
reduzir as vantagens conferidas às partes beneficiárias só 12.431, de 2011).
terá eficácia quando aprovada pela metade, no mínimo, § 2o O resgate parcial de debêntures da mesma série
dos seus titulares, reunidos em assembleia-geral especial. deve ser feito: (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
§ 1º A assembleia será convocada, através da I - mediante sorteio; ou (Incluído pela Lei nº 12.431, de
imprensa, de acordo com as exigências para convocação 2011).
das assembleias de acionistas, com 1 (um) mês de antece- II - se as debêntures estiverem cotadas por preço in-
dência, no mínimo. Se, após 2 (duas) convocações, deixar ferior ao valor nominal, por compra no mercado organiza-
de instalar-se por falta de número, somente 6 (seis) meses do de valores mobiliários, observadas as regras expedidas
depois outra poderá ser convocada. pela Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº
§ 2º Cada parte beneficiária dá direito a 1 (um) 12.431, de 2011).
voto, não podendo a companhia votar com os títulos que § 3o É facultado à companhia adquirir debêntures de
possuir em tesouraria. sua emissão: (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
§ 3º A emissão de partes beneficiárias poderá ser I - por valor igual ou inferior ao nominal, devendo o fato
feita com a nomeação de agente fiduciário dos seus titulares, constar do relatório da administração e das demonstrações
observado, no que couber, o disposto nos artigos 66 a 71. financeiras; ou (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).
II - por valor superior ao nominal, desde que obser-
CAPÍTULO V ve as regras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliá-
Debêntures rios. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).
Características § 4o A companhia poderá emitir debêntures cujo ven-
cimento somente ocorra nos casos de inadimplência da
Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que obrigação de pagar juros e dissolução da companhia, ou
conferirão aos seus titulares direito de crédito contra ela, nas de outras condições previstas no título. (Incluído pela Lei
condições constantes da escritura de emissão e, se houver, nº 12.431, de 2011).
do certificado.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
Juros e Outros Direitos
SEÇÃO I Art. 56. A debênture poderá assegurar ao seu titu-
Direito dos Debenturistas lar juros, fixos ou variáveis, participação no lucro da com-
Emissões e Séries panhia e prêmio de reembolso.
Art. 53. A companhia poderá efetuar mais de uma emis- Conversibilidade em Ações
são de debêntures, e cada emissão pode ser dividida em séries. Art. 57. A debênture poderá ser conversível em
Parágrafo único. As debêntures da mesma série ações nas condições constantes da escritura de emissão,
terão igual valor nominal e conferirão a seus titulares os que especificará:
mesmos direitos. I - as bases da conversão, seja em número de ações
Valor Nominal em que poderá ser convertida cada debênture, seja como
Art. 54. A debênture terá valor nominal expresso relação entre o valor nominal da debênture e o preço de
em moeda nacional, salvo nos casos de obrigação que, emissão das ações;
nos termos da legislação em vigor, possa ter o pagamento II - a espécie e a classe das ações em que poderá
estipulado em moeda estrangeira. ser convertida;
43
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
III - o prazo ou época para o exercício do direito IV - as condições da correção monetária, se houver;
à conversão; V - a conversibilidade ou não em ações e as condições
IV - as demais condições a que a conversão acaso a serem observadas na conversão;
fique sujeita. VI - a época e as condições de vencimento, amortiza-
§ 1º Os acionistas terão direito de preferência para ção ou resgate;
subscrever a emissão de debêntures com cláusula de con- VII - a época e as condições do pagamento dos juros,
versibilidade em ações, observado o disposto nos artigos da participação nos lucros e do prêmio de reembolso, se
171 e 172. houver;
§ 2º Enquanto puder ser exercido o direito à con- VIII - o modo de subscrição ou colocação, e o tipo das
versão, dependerá de prévia aprovação dos debenturistas, debêntures.
em assembleia especial, ou de seu agente fiduciário, a alte- § 1o Na companhia aberta, o conselho de administra-
ração do estatuto para: ção pode deliberar sobre a emissão de debêntures não
a) mudar o objeto da companhia; conversíveis em ações, salvo disposição estatutária em
b) criar ações preferenciais ou modificar as van- contrário. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
tagens das existentes, em prejuízo das ações em que são § 2o O estatuto da companhia aberta poderá autorizar
conversíveis as debêntures. o conselho de administração a, dentro dos limites do ca-
pital autorizado, deliberar sobre a emissão de debêntures
SEÇÃO II conversíveis em ações, especificando o limite do aumento
Espécies de capital decorrente da conversão das debêntures, em va-
lor do capital social ou em número de ações, e as espécies
Art. 58. A debênture poderá, conforme dispuser a e classes das ações que poderão ser emitidas. (Redação
escritura de emissão, ter garantia real ou garantia flutuante, dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
não gozar de preferência ou ser subordinada aos demais § 3o A assembleia geral pode deliberar que a emissão
credores da companhia. terá valor e número de série indeterminados, dentro dos
§ 1º A garantia flutuante assegura à debênture pri- limites por ela fixados. (Redação dada pela Lei nº 12.431,
vilégio geral sobre o ativo da companhia, mas não impede de 2011).
a negociação dos bens que compõem esse ativo. § 4o Nos casos não previstos nos §§ 1o e 2o, a assem-
§ 2º As garantias poderão ser constituídas cumu- bleia geral pode delegar ao conselho de administração a
lativamente. deliberação sobre as condições de que tratam os incisos VI
§ 3º As debêntures com garantia flutuante de nova a VIII do caput e sobre a oportunidade da emissão. (Incluí-
emissão são preferidas pelas de emissão ou emissões an- do pela Lei nº 12.431, de 2011).
teriores, e a prioridade se estabelece pela data da inscrição
da escritura de emissão; mas dentro da mesma emissão, as Limite de Emissão
séries concorrem em igualdade. Escritura de Emissão
§ 4º A debênture que não gozar de garantia po- Art. 61. A companhia fará constar da escritura de
derá conter cláusula de subordinação aos credores quiro- emissão os direitos conferidos pelas debêntures, suas ga-
grafários, preferindo apenas aos acionistas no ativo rema- rantias e demais cláusulas ou condições.
nescente, se houver, em caso de liquidação da companhia. § 1º A escritura de emissão, por instrumento
§ 5º A obrigação de não alienar ou onerar bem público ou particular, de debêntures distribuídas ou admi-
imóvel ou outro bem sujeito a registro de propriedade, as- tidas à negociação no mercado, terá obrigatoriamente a
sumida pela companhia na escritura de emissão, é oponível intervenção de agente fiduciário dos debenturistas (artigos
a terceiros, desde que averbada no competente registro. 66 a 70).
§ 6º As debêntures emitidas por companhia in- § 2º Cada nova série da mesma emissão será ob-
tegrante de grupo de sociedades (artigo 265) poderão ter jeto de aditamento à respectiva escritura.
garantia flutuante do ativo de 2 (duas) ou mais sociedades § 3º A Comissão de Valores Mobiliários poderá
do grupo. aprovar padrões de cláusulas e condições que devam ser
adotados nas escrituras de emissão de debêntures desti-
SEÇÃO III nadas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão, e
Criação e Emissão recusar a admissão ao mercado da emissão que não satis-
Competência faça a esses padrões.
44
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
II - inscrição da escritura de emissão no registro X - o nome do debenturista; (Redação dada pela
do comércio; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) Lei nº 9.457, de 1997)
III - constituição das garantias reais, se for o caso. XI - o nome do agente fiduciário dos debenturis-
§ 1º Os administradores da companhia respondem tas, se houver; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
pelas perdas e danos causados à companhia ou a terceiros XII - a data da emissão do certificado e a assina-
por infração deste artigo. tura de dois diretores da companhia; (Redação dada pela
§ 2º O agente fiduciário e qualquer debenturis- Lei nº 9.457, de 1997)
ta poderão promover os registros requeridos neste artigo XIII - a autenticação do agente fiduciário, se for
e sanar as lacunas e irregularidades porventura existentes o caso. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
nos registros promovidos pelos administradores da com-
panhia; neste caso, o oficial do registro notificará a admi- Títulos Múltiplos e Cautelas
nistração da companhia para que lhe forneça as indicações Art. 65. A companhia poderá emitir certificados
e documentos necessários. de múltiplos de debêntures e, provisoriamente, cautelas
§ 3º Os aditamentos à escritura de emissão serão que as representem, satisfeitos os requisitos do artigo 64.
averbados nos mesmos registros. § 1º Os títulos múltiplos de debêntures das com-
§ 4o Os registros do comércio manterão livro es- panhias abertas obedecerão à padronização de quanti-
pecial para inscrição das emissões de debêntures, no qual dade fixada pela Comissão de Valores Mobiliários.
serão anotadas as condições essenciais de cada emissão. § 2º Nas condições previstas na escritura de
(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) emissão com nomeação de agente fiduciário, os certifica-
dos poderão ser substituídos, desdobrados ou grupados.
SEÇÃO IV
Forma, Propriedade, Circulação e Ônus SEÇÃO VI
Agente Fiduciário dos Debenturistas
Art. 63. As debêntures serão nominativas, apli- Requisitos e Incompatibilidades
cando-se, no que couber, o disposto nas seções V a VII do
Capítulo III. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
Art. 66. O agente fiduciário será nomeado e deverá
§ 1o As debêntures podem ser objeto de depósito
aceitar a função na escritura de emissão das debêntures.
com emissão de certificado, nos termos do art. 43. (Reda-
§ 1º Somente podem ser nomeados agentes fidu-
ção dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
ciários as pessoas naturais que satisfaçam aos requisitos
§ 2o A escritura de emissão pode estabelecer que
para o exercício de cargo em órgão de administração da
as debêntures sejam mantidas em contas de custódia, em
companhia e as instituições financeiras que, especial-
nome de seus titulares, na instituição que designar, sem
mente autorizadas pelo Banco Central do Brasil, tenham
emissão de certificados, aplicando-se, no que couber, o
disposto no art. 41.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) por objeto a administração ou a custódia de bens de ter-
ceiros.
SEÇÃO V § 2º A Comissão de Valores Mobiliários poderá esta-
Certificados belecer que nas emissões de debêntures negociadas no
Requisitos mercado o agente fiduciário, ou um dos agentes fiduciá-
rios, seja instituição financeira.
Art. 64. Os certificados das debêntures conterão: § 3º Não pode ser agente fiduciário:
I - a denominação, sede, prazo de duração e objeto a) pessoa que já exerça a função em outra emissão da
da companhia; mesma companhia, a menos que autorizado, nos termos
II - a data da constituição da companhia e do ar- das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliá-
quivamento e publicação dos seus atos constitutivos; rios; (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
III - a data da publicação da ata da assembleia-ge- b) instituição financeira coligada à companhia emis-
ral que deliberou sobre a emissão; sora ou à entidade que subscreva a emissão para distri-
IV - a data e ofício do registro de imóveis em que buí-la no mercado, e qualquer sociedade por elas con-
foi inscrita a emissão; trolada;
V - a denominação “Debênture” e a indicação da c) credor, por qualquer título, da sociedade emissora,
sua espécie, pelas palavras “com garantia real”, “com ga- ou sociedade por ele controlada;
rantia flutuante”, “sem preferência” ou “subordinada”; d) instituição financeira cujos administradores te-
VI - a designação da emissão e da série; nham interesse na companhia emissora;
VII - o número de ordem; e) pessoa que, de qualquer outro modo, se coloque
VIII - o valor nominal e a cláusula de correção em situação de conflito de interesses pelo exercício da
monetária, se houver, as condições de vencimento, amor- função.
tização, resgate, juros, participação no lucro ou prêmio de § 4º O agente fiduciário que, por circunstâncias pos-
reembolso, e a época em que serão devidos; teriores à emissão, ficar impedido de continuar a exercer
IX - as condições de conversibilidade em ações, a função deverá comunicar imediatamente o fato aos de-
se for o caso; benturistas e pedir sua substituição.
45
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
IV - o número, a espécie e a classe das ações que c) o prospecto, organizado e assinado pelos fun-
poderão ser subscritas, o preço de emissão ou os critérios dadores e pela instituição financeira intermediária.
para sua determinação; § 2º A Comissão de Valores Mobiliários poderá
V - a época em que o direito de subscrição po- condicionar o registro a modificações no estatuto ou no
derá ser exercido e a data do término do prazo para esse prospecto e denegá-lo por inviabilidade ou temeridade do
exercício; empreendimento, ou inidoneidade dos fundadores.
VI - o nome do titular; (Redação dada pela Lei nº
9.457, de 1997) Projeto de Estatuto
VII - a data da emissão do certificado e as assi- Art. 83. O projeto de estatuto deverá satisfazer a
naturas de dois diretores. (Redação dada pela Lei nº 9.457, todos os requisitos exigidos para os contratos das socieda-
de 1997) des mercantis em geral e aos peculiares às companhias, e
conterá as normas pelas quais se regerá a companhia.
CAPÍTULO VII
Constituição da Companhia Prospecto
SEÇÃO I Art. 84. O prospecto deverá mencionar, com pre-
Requisitos Preliminares cisão e clareza, as bases da companhia e os motivos que
justifiquem a expectativa de bom êxito do empreendimen-
Art. 80. A constituição da companhia depende do to, e em especial:
cumprimento dos seguintes requisitos preliminares: I - o valor do capital social a ser subscrito, o modo
I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de sua realização e a existência ou não de autorização para
de todas as ações em que se divide o capital social fixado aumento futuro;
no estatuto; II - a parte do capital a ser formada com bens, a
II - realização, como entrada, de 10% (dez por cen- discriminação desses bens e o valor a eles atribuídos pelos
to), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas fundadores;
em dinheiro; III - o número, as espécies e classes de ações em
III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro que se dividirá o capital; o valor nominal das ações, e o
estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Va- preço da emissão das ações;
lores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro. IV - a importância da entrada a ser realizada no
Parágrafo único. O disposto no número II não se ato da subscrição;
aplica às companhias para as quais a lei exige realização V - as obrigações assumidas pelos fundadores, os
inicial de parte maior do capital social. contratos assinados no interesse da futura companhia e as
quantias já despendidas e por despender;
Depósito da Entrada VI - as vantagens particulares, a que terão direito
Art. 81. O depósito referido no número III do artigo os fundadores ou terceiros, e o dispositivo do projeto do
80 deverá ser feito pelo fundador, no prazo de 5 (cinco) estatuto que as regula;
dias contados do recebimento das quantias, em nome do VII - a autorização governamental para constituir-
subscritor e a favor da sociedade em organização, que só -se a companhia, se necessária;
poderá levantá-lo após haver adquirido personalidade ju- VIII - as datas de início e término da subscrição e
rídica. as instituições autorizadas a receber as entradas;
Parágrafo único. Caso a companhia não se consti- IX - a solução prevista para o caso de excesso de
tua dentro de 6 (seis) meses da data do depósito, o banco subscrição;
restituirá as quantias depositadas diretamente aos subscri- X - o prazo dentro do qual deverá realizar-se a
tores. assembleia de constituição da companhia, ou a preliminar
para avaliação dos bens, se for o caso;
SEÇÃO II XI - o nome, nacionalidade, estado civil, profissão
Constituição por Subscrição Pública e residência dos fundadores, ou, se pessoa jurídica, a fir-
Registro da Emissão ma ou denominação, nacionalidade e sede, bem como o
número e espécie de ações que cada um houver subscrito,
Art. 82. A constituição de companhia por subs- XII - a instituição financeira intermediária do lança-
crição pública depende do prévio registro da emissão na mento, em cujo poder ficarão depositados os originais do
Comissão de Valores Mobiliários, e a subscrição somente prospecto e do projeto de estatuto, com os documentos a
poderá ser efetuada com a intermediação de instituição que fizerem menção, para exame de qualquer interessado.
financeira.
§ 1º O pedido de registro de emissão obedecerá Lista, Boletim e Entrada
às normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários Art. 85. No ato da subscrição das ações a serem
e será instruído com: realizadas em dinheiro, o subscritor pagará a entrada e as-
a) o estudo de viabilidade econômica e financeira sinará a lista ou o boletim individual autenticados pela ins-
do empreendimento; tituição autorizada a receber as entradas, qualificando-se
b) o projeto do estatuto social; pelo nome, nacionalidade, residência, estado civil, profis-
48
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
são e documento de identidade, ou, se pessoa jurídica, pela a) a qualificação dos subscritores, nos termos do
firma ou denominação, nacionalidade e sede, devendo es- artigo 85;
pecificar o número das ações subscritas, a sua espécie e b) o estatuto da companhia;
classe, se houver mais de uma, e o total da entrada. c) a relação das ações tomadas pelos subscritores
Parágrafo único. A subscrição poderá ser feita, nas e a importância das entradas pagas;
condições previstas no prospecto, por carta à instituição, d) a transcrição do recibo do depósito referido no
com as declarações prescritas neste artigo e o pagamento número III do artigo 80;
da entrada. e) a transcrição do laudo de avaliação dos peri-
tos, caso tenha havido subscrição do capital social em bens
Convocação de Assembleia (artigo 8°);
Art. 86. Encerrada a subscrição e havendo sido f) a nomeação dos primeiros administradores e,
subscrito todo o capital social, os fundadores convocarão a quando for o caso, dos fiscais.
assembleia-geral que deverá:
I - promover a avaliação dos bens, se for o caso SEÇÃO IV
(artigo 8º); Disposições Gerais
II - deliberar sobre a constituição da companhia.
Parágrafo único. Os anúncios de convocação men- Art. 89. A incorporação de imóveis para formação
cionarão hora, dia e local da reunião e serão inseridos nos do capital social não exige escritura pública.
jornais em que houver sido feita a publicidade da oferta de Art. 90. O subscritor pode fazer-se representar na
subscrição. assembleia-geral ou na escritura pública por procurador
com poderes especiais.
Assembleia de Constituição Art. 91. Nos atos e publicações referentes a com-
Art. 87. A assembleia de constituição instalar-se-á, panhia em constituição, sua denominação deverá ser adi-
em primeira convocação, com a presença de subscritores tada da cláusula “em organização”.
que representem, no mínimo, metade do capital social, e, Art. 92. Os fundadores e as instituições financei-
em segunda convocação, com qualquer número. (Vide ras que participarem da constituição por subscrição pú-
Decreto-Lei nº 2.296, de 1986) blica responderão, no âmbito das respectivas atribuições,
§ 1º Na assembleia, presidida por um dos funda- pelos prejuízos resultantes da inobservância de preceitos
dores e secretariada por subscritor, será lido o recibo de legais.
depósito de que trata o número III do artigo 80, bem como Parágrafo único. Os fundadores responderão,
discutido e votado o projeto de estatuto. solidariamente, pelo prejuízo decorrente de culpa ou dolo
§ 2º Cada ação, independentemente de sua espé- em atos ou operações anteriores à constituição.
cie ou classe, dá direito a um voto; a maioria não tem poder Art. 93. Os fundadores entregarão aos primeiros
para alterar o projeto de estatuto. administradores eleitos todos os documentos, livros ou
§ 3º Verificando-se que foram observadas as for- papéis relativos à constituição da companhia ou a esta
malidades legais e não havendo oposição de subscritores pertencentes.
que representem mais da metade do capital social, o presi-
dente declarará constituída a companhia, procedendo-se, a CAPÍTULO VIII
seguir, à eleição dos administradores e fiscais. Formalidades Complementares da Constituição,
§ 4º A ata da reunião, lavrada em duplicata, de- Arquivamento e Publicação
pois de lida e aprovada pela assembleia, será assinada por
todos os subscritores presentes, ou por quantos bastem à Art. 94. Nenhuma companhia poderá funcionar
validade das deliberações; um exemplar ficará em poder sem que sejam arquivados e publicados seus atos consti-
da companhia e o outro será destinado ao registro do co- tutivos.
mércio. Companhia Constituída por Assembleia
SEÇÃO III Art. 95. Se a companhia houver sido constituída
Constituição por Subscrição Particular por deliberação em assembleia-geral, deverão ser arquiva-
dos no registro do comércio do lugar da sede:
Art. 88. A constituição da companhia por subscri- I - um exemplar do estatuto social, assinado por
ção particular do capital pode fazer-se por deliberação dos todos os subscritores (artigo 88, § 1º) ou, se a subscrição
subscritores em assembleia-geral ou por escritura pública, houver sido pública, os originais do estatuto e do prospec-
considerando-se fundadores todos os subscritores. to, assinados pelos fundadores, bem como do jornal em
§ 1º Se a forma escolhida for a de assembleia-geral, que tiverem sido publicados;
observar-se-á o disposto nos artigos 86 e 87, devendo ser II - a relação completa, autenticada pelos funda-
entregues à assembleia o projeto do estatuto, assinado em dores ou pelo presidente da assembleia, dos subscritores
duplicata por todos os subscritores do capital, e as listas ou do capital social, com a qualificação, número das ações e o
boletins de subscrição de todas as ações. total da entrada de cada subscritor (artigo 85);
§ 2º Preferida a escritura pública, será ela assinada III - o recibo do depósito a que se refere o número
por todos os subscritores, e conterá: III do artigo 80;
49
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
IV - duplicata das atas das assembleias realiza- Responsabilidade dos Primeiros Administrado-
das para a avaliação de bens quando for o caso (artigo res
8º); Art. 99. Os primeiros administradores são so-
V - duplicata da ata da assembleia-geral dos lidariamente responsáveis perante a companhia pelos
subscritores que houver deliberado a constituição da prejuízos causados pela demora no cumprimento das
companhia (artigo 87). formalidades complementares à sua constituição.
Parágrafo único. A companhia não responde
Companhia Constituída por Escritura Pública pelos atos ou operações praticados pelos primeiros ad-
Art. 96. Se a companhia tiver sido constituída ministradores antes de cumpridas as formalidades de
por escritura pública, bastará o arquivamento de certi- constituição, mas a assembleia-geral poderá deliberar
dão do instrumento. em contrário.
50
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
§ 2o Nas companhias abertas, os livros referidos nos Parágrafo único. A companhia deverá dili-
incisos I a V do caput deste artigo poderão ser substi- genciar para que os atos de emissão e substituição de
tuídos, observadas as normas expedidas pela Comissão certificados, e de transferências e averbações nos livros
de Valores Mobiliários, por registros mecanizados ou sociais, sejam praticados no menor prazo possível, não
eletrônicos. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011). excedente do fixado pela Comissão de Valores Mobiliá-
rios, respondendo perante acionistas e terceiros pelos
Escrituração do Agente Emissor prejuízos decorrentes de atrasos culposos.
Art. 101. O agente emissor de certificados (art. 27)
poderá substituir os livros referidos nos incisos I a III do art. Exibição dos Livros
100 pela sua escrituração e manter, mediante sistemas ade- Art. 105. A exibição por inteiro dos livros da
quados, aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários, companhia pode ser ordenada judicialmente sempre
os registros de propriedade das ações, partes beneficiárias, que, a requerimento de acionistas que representem,
debêntures e bônus de subscrição, devendo uma vez por pelo menos, 5% (cinco por cento) do capital social,
ano preparar lista dos seus titulares, com o número dos tí- sejam apontados atos violadores da lei ou do estatu-
tulos de cada um, a qual será encadernada, autenticada no to, ou haja fundada suspeita de graves irregularidades
registro do comércio e arquivada na companhia. (Redação praticadas por qualquer dos órgãos da companhia.
dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 1° Os termos de transferência de ações nomi- CAPÍTULO X
nativas perante o agente emissor poderão ser lavrados em Acionistas
folhas soltas, à vista do certificado da ação, no qual serão SEÇÃO I
averbados a transferência e o nome e qualificação do ad- Obrigação de Realizar o Capital
quirente. Condições e Mora
§ 2º Os termos de transferência em folhas soltas serão
encadernados em ordem cronológica, em livros autenticados Art. 106. O acionista é obrigado a realizar,
no registro do comércio e arquivados no agente emissor. nas condições previstas no estatuto ou no boletim de
subscrição, a prestação correspondente às ações subs-
Ações Escriturais critas ou adquiridas.
Art. 102. A instituição financeira depositária de § 1° Se o estatuto e o boletim forem omissos
ações escriturais deverá fornecer à companhia, ao menos quanto ao montante da prestação e ao prazo ou data
uma vez por ano, cópia dos extratos das contas de depó- do pagamento, caberá aos órgãos da administração
sito das ações e a lista dos acionistas com a quantidade efetuar chamada, mediante avisos publicados na im-
das respectivas ações, que serão encadernadas em livros prensa, por 3 (três) vezes, no mínimo, fixando prazo,
autenticados no registro do comércio e arquivados na ins- não inferior a 30 (trinta) dias, para o pagamento.
tituição financeira. § 2° O acionista que não fizer o pagamento nas
condições previstas no estatuto ou boletim, ou na cha-
Fiscalização e Dúvidas no Registro mada, ficará de pleno direito constituído em mora, su-
Art. 103. Cabe à companhia verificar a regularida- jeitando-se ao pagamento dos juros, da correção mo-
de das transferências e da constituição de direitos ou ônus netária e da multa que o estatuto determinar, esta não
sobre os valores mobiliários de sua emissão; nos casos dos superior a 10% (dez por cento) do valor da prestação.
artigos 27 e 34, essa atribuição compete, respectivamente,
ao agente emissor de certificados e à instituição financeira Acionista Remisso
depositária das ações escriturais. Art. 107. Verificada a mora do acionista, a
Parágrafo único. As dúvidas suscitadas entre o companhia pode, à sua escolha:
acionista, ou qualquer interessado, e a companhia, o agen- I - promover contra o acionista, e os que com
te emissor de certificados ou a instituição financeira de- ele forem solidariamente responsáveis (artigo 108),
positária das ações escriturais, a respeito das averbações processo de execução para cobrar as importâncias de-
ordenadas por esta Lei, ou sobre anotações, lançamentos vidas, servindo o boletim de subscrição e o aviso de
ou transferências de ações, partes beneficiárias, debêntu- chamada como título extrajudicial nos termos do Códi-
res, ou bônus de subscrição, nos livros de registro ou trans- go de Processo Civil; ou
ferência, serão dirimidas pelo juiz competente para solu- II - mandar vender as ações em bolsa de valo-
cionar as dúvidas levantadas pelos oficiais dos registros res, por conta e risco do acionista.
públicos, excetuadas as questões atinentes à substância do § 1º Será havida como não escrita, relativa-
direito. mente à companhia, qualquer estipulação do estatuto
ou do boletim de subscrição que exclua ou limite o
Responsabilidade da Companhia exercício da opção prevista neste artigo, mas o subs-
Art. 104.A companhia é responsável pelos prejuí- critor de boa-fé terá ação, contra os responsáveis pela
zos que causar aos interessados por vícios ou irregularida- estipulação, para haver perdas e danos sofridos, sem
des verificadas nos livros de que tratam os incisos I a III do prejuízo da responsabilidade penal que no caso cou-
art. 100. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) ber.
51
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
52
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Abuso do Direito de Voto e Conflito de Interes- presa, os que nela trabalham e para com a comunidade
ses em que atua, cujos direitos e interesses deve lealmente
Art. 115. O acionista deve exercer o direito a respeitar e atender.
voto no interesse da companhia; considerar-se-á abusi- Art. 116-A. O acionista controlador da compa-
vo o voto exercido com o fim de causar dano à compa- nhia aberta e os acionistas, ou grupo de acionistas, que
nhia ou a outros acionistas, ou de obter, para si ou para elegerem membro do conselho de administração ou mem-
outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou bro do conselho fiscal, deverão informar imediatamente
possa resultar, prejuízo para a companhia ou para outros as modificações em sua posição acionária na companhia à
acionistas.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) Comissão de Valores Mobiliários e às Bolsas de Valores ou
§ 1º o acionista não poderá votar nas delibera- entidades do mercado de balcão organizado nas quais os
ções da assembleia-geral relativas ao laudo de avaliação valores mobiliários de emissão da companhia estejam ad-
de bens com que concorrer para a formação do capital mitidos à negociação, nas condições e na forma determi-
social e à aprovação de suas contas como administrador, nadas pela Comissão de Valores Mobiliários.(Incluído pela
nem em quaisquer outras que puderem beneficiá-lo de Lei nº 10.303, de 2001)
modo particular, ou em que tiver interesse conflitante
com o da companhia. Responsabilidade
§ 2º Se todos os subscritores forem condômi- Art. 117. O acionista controlador responde pelos
nos de bem com que concorreram para a formação do danos causados por atos praticados com abuso de poder.
capital social, poderão aprovar o laudo, sem prejuízo da § 1º São modalidades de exercício abusivo de
responsabilidade de que trata o § 6º do artigo 8º. poder:
§ 3º o acionista responde pelos danos causados a) orientar a companhia para fim estranho ao
pelo exercício abusivo do direito de voto, ainda que seu objeto social ou lesivo ao interesse nacional, ou levá-la a
voto não haja prevalecido. favorecer outra sociedade, brasileira ou estrangeira, em
§ 4º A deliberação tomada em decorrência do prejuízo da participação dos acionistas minoritários nos lu-
voto de acionista que tem interesse conflitante com o cros ou no acervo da companhia, ou da economia nacional;
da companhia é anulável; o acionista responderá pelos b) promover a liquidação de companhia prós-
danos causados e será obrigado a transferir para a com- pera, ou a transformação, incorporação, fusão ou cisão da
panhia as vantagens que tiver auferido. companhia, com o fim de obter, para si ou para outrem,
§ 5o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de vantagem indevida, em prejuízo dos demais acionistas, dos
2001) que trabalham na empresa ou dos investidores em valores
§ 6o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de mobiliários emitidos pela companhia;
2001) c) promover alteração estatutária, emissão de valo-
§ 7o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de res mobiliários ou adoção de políticas ou decisões que não
2001) tenham por fim o interesse da companhia e visem a causar
§ 8o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de prejuízo a acionistas minoritários, aos que trabalham na
2001) empresa ou aos investidores em valores mobiliários emiti-
§ 9o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de dos pela companhia;
2001) d) eleger administrador ou fiscal que sabe inapto,
§ 10. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de moral ou tecnicamente;
2001) e) induzir, ou tentar induzir, administrador ou fiscal
a praticar ato ilegal, ou, descumprindo seus deveres defi-
SEÇÃO IV nidos nesta Lei e no estatuto, promover, contra o interesse
Acionista Controlador da companhia, sua ratificação pela assembleia-geral;
Deveres f) contratar com a companhia, diretamente ou
através de outrem, ou de sociedade na qual tenha inte-
Art. 116. Entende-se por acionista controlador a resse, em condições de favorecimento ou não equitativas;
pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de pessoas vincu- g) aprovar ou fazer aprovar contas irregulares de
ladas por acordo de voto, ou sob controle comum, que: administradores, por favorecimento pessoal, ou deixar de
a) é titular de direitos de sócio que lhe asse- apurar denúncia que saiba ou devesse saber procedente,
gurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas ou que justifique fundada suspeita de irregularidade.
deliberações da assembleia-geral e o poder de eleger a h) subscrever ações, para os fins do disposto no art.
maioria dos administradores da companhia; e 170, com a realização em bens estranhos ao objeto social
b) usa efetivamente seu poder para dirigir as ati- da companhia. (Incluída dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
vidades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos § 2º No caso da alínea e do § 1º, o administrador
da companhia. ou fiscal que praticar o ato ilegal responde solidariamente
Parágrafo único. O acionista controlador deve com o acionista controlador.
usar o poder com o fim de fazer a companhia realizar o § 3º O acionista controlador que exerce cargo de
seu objeto e cumprir sua função social, e tem deveres e administrador ou fiscal tem também os deveres e respon-
responsabilidades para com os demais acionistas da em- sabilidades próprios do cargo.
53
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
SEÇÃO V SEÇÃO VI
Acordo de Acionistas Representação de Acionista Residente ou Domici-
liado no Exterior
Art. 118. Os acordos de acionistas, sobre a compra Art. 119. O acionista residente ou domiciliado
e venda de suas ações, preferência para adquiri-las, exer- no exterior deverá manter, no País, representante com po-
cício do direito a voto, ou do poder de controle deverão deres para receber citação em ações contra ele, propostas
ser observados pela companhia quando arquivados na sua com fundamento nos preceitos desta Lei.
sede.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) Parágrafo único. O exercício, no Brasil, de qualquer
§ 1º As obrigações ou ônus decorrentes des- dos direitos de acionista, confere ao mandatário ou repre-
ses acordos somente serão oponíveis a terceiros, depois sentante legal qualidade para receber citação judicial.
de averbados nos livros de registro e nos certificados das
ações, se emitidos. SEÇÃO VII
§ 2° Esses acordos não poderão ser invocados para Suspensão do Exercício de Direitos
eximir o acionista de responsabilidade no exercício do di-
reito de voto (artigo 115) ou do poder de controle (artigos Art. 120. A assembleia-geral poderá suspender o
116 e 117). exercício dos direitos do acionista que deixar de cumprir
§ 3º Nas condições previstas no acordo, os acionis- obrigação imposta pela lei ou pelo estatuto, cessando a
tas podem promover a execução específica das obrigações suspensão logo que cumprida a obrigação.
assumidas.
§ 4º As ações averbadas nos termos deste artigo CAPÍTULO XI
não poderão ser negociadas em bolsa ou no mercado de Assembleia-Geral
balcão. SEÇÃO I
§ 5º No relatório anual, os órgãos da administra- Disposições Gerais
ção da companhia aberta informarão à assembleia-geral
as disposições sobre política de reinvestimento de lu- Art. 121. A assembleia-geral, convocada e instalada de
cros e distribuição de dividendos, constantes de acordos acordo com a lei e o estatuto, tem poderes para decidir
de acionistas arquivados na companhia. todos os negócios relativos ao objeto da companhia e to-
§ 6o O acordo de acionistas cujo prazo for fixado mar as resoluções que julgar convenientes à sua defesa e
em função de termo ou condição resolutiva somente pode desenvolvimento.
ser denunciado segundo suas estipulações. (Incluído pela Parágrafo único. Nas companhias abertas, o acionista
Lei nº 10.303, de 2001) poderá participar e votar a distância em assembleia geral,
§ 7o O mandato outorgado nos termos de acordo nos termos da regulamentação da Comissão de Valores
de acionistas para proferir, em assembleia-geral ou espe- Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).
cial, voto contra ou a favor de determinada deliberação,
poderá prever prazo superior ao constante do § 1o do art. Competência Privativa
126 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) Art. 122. Compete privativamente à assembleia ge-
§ 8o O presidente da assembleia ou do órgão ral: (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
colegiado de deliberação da companhia não computará o I - reformar o estatuto social;(Redação dada pela Lei nº
voto proferido com infração de acordo de acionistas devi- 10.303, de 2001)
damente arquivado.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) II - eleger ou destituir, a qualquer tempo, os administra-
§ 9o O não comparecimento à assembleia ou às dores e fiscais da companhia, ressalvado o disposto no inci-
reuniões dos órgãos de administração da companhia, bem so II do art. 142;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
como as abstenções de voto de qualquer parte de acordo III - tomar, anualmente, as contas dos administrado-
de acionistas ou de membros do conselho de administra- res e deliberar sobre as demonstrações financeiras por eles
ção eleitos nos termos de acordo de acionistas, assegura apresentadas;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
à parte prejudicada o direito de votar com as ações per- IV - autorizar a emissão de debêntures, ressalvado o
tencentes ao acionista ausente ou omisso e, no caso de disposto nos §§ 1o, 2o e 4o do art. 59; (Redação dada pela Lei
membro do conselho de administração, pelo conselheiro nº 12.431, de 2011). (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
eleito com os votos da parte prejudicada.(Incluído pela Lei V - suspender o exercício dos direitos do acionista (art.
nº 10.303, de 2001) 120);(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 10. Os acionistas vinculados a acordo de acio- VI - deliberar sobre a avaliação de bens com que o
nistas deverão indicar, no ato de arquivamento, represen- acionista concorrer para a formação do capital social;(Re-
tante para comunicar-se com a companhia, para prestar ou dação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
receber informações, quando solicitadas.(Incluído pela Lei VII - autorizar a emissão de partes beneficiárias;(Reda-
nº 10.303, de 2001) ção dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
§ 11. A companhia poderá solicitar aos membros VIII - deliberar sobre transformação, fusão, incorpo-
do acordo esclarecimento sobre suas cláusulas.(Incluído ração e cisão da companhia, sua dissolução e liquidação,
pela Lei nº 10.303, de 2001) eleger e destituir liquidantes e julgar-lhes as contas; e (Re-
dação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
54
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
IX - autorizar os administradores a confessar falência didos com a antecedência prevista no § 1º, desde que
e pedir concordata.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de o tenha solicitado, por escrito, à companhia, com a in-
2001) dicação do endereço completo e do prazo de vigência
Parágrafo único. Em caso de urgência, a confissão de do pedido, não superior a 2 (dois) exercícios sociais, e
falência ou o pedido de concordata poderá ser formulado renovável; essa convocação não dispensa a publicação
pelos administradores, com a concordância do acionista do aviso previsto no § 1º, e sua inobservância dará ao
controlador, se houver, convocando-se imediatamente a acionista direito de haver, dos administradores da com-
assembleia-geral, para manifestar-se sobre a matéria.(Re- panhia, indenização pelos prejuízos sofridos.
dação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) § 4º Independentemente das formalidades pre-
vistas neste artigo, será considerada regular a assem-
Competência para Convocação bleia-geral a que comparecerem todos os acionistas.
Art. 123. Compete ao conselho de administração, § 5 o A Comissão de Valores Mobiliários poderá,
se houver, ou aos diretores, observado o disposto no esta- a seu exclusivo critério, mediante decisão fundamenta-
tuto, convocar a assembleia-geral. da de seu Colegiado, a pedido de qualquer acionista,
Parágrafo único. A assembleia-geral pode também e ouvida a companhia: (Incluído pela Lei nº 10.303, de
ser convocada: 2001)
a) pelo conselho fiscal, nos casos previstos no I - aumentar, para até 30 (trinta) dias, a contar
número V, do artigo 163; da data em que os documentos relativos às matérias
b) por qualquer acionista, quando os administra- a serem deliberadas forem colocados à disposição dos
dores retardarem, por mais de 60 (sessenta) dias, a convo- acionistas, o prazo de antecedência de publicação do
cação nos casos previstos em lei ou no estatuto; primeiro anúncio de convocação da assembleia-geral
c) por acionistas que representem cinco por cento, de companhia aberta, quando esta tiver por objeto
no mínimo, do capital social, quando os administradores operações que, por sua complexidade, exijam maior
não atenderem, no prazo de oito dias, a pedido de con- prazo para que possam ser conhecidas e analisadas pe-
vocação que apresentarem, devidamente fundamentado, los acionistas;(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
com indicação das matérias a serem tratadas; (Redação II - interromper, por até 15 (quinze) dias, o cur-
dada pela Lei nº 9.457, de 1997) so do prazo de antecedência da convocação de assem-
d) por acionistas que representem cinco por cento, bleia-geral extraordinária de companhia aberta, a fim
no mínimo, do capital votante, ou cinco por cento, no mí- de conhecer e analisar as propostas a serem submeti-
nimo, dos acionistas sem direito a voto, quando os admi- das à assembleia e, se for o caso, informar à companhia,
nistradores não atenderem, no prazo de oito dias, a pedido até o término da interrupção, as razões pelas quais en-
de convocação de assembleia para instalação do conselho tende que a deliberação proposta à assembleia viola
fiscal. (Incluída pela Lei nº 9.457, de 1997) dispositivos legais ou regulamentares.(Incluído pela Lei
nº 10.303, de 2001)
Modo de Convocação e Local § 6o As companhias abertas com ações admiti-
Art. 124. A convocação far-se-á mediante anúncio das à negociação em bolsa de valores deverão remeter,
publicado por 3 (três) vezes, no mínimo, contendo, além do na data da publicação do anúncio de convocação da
local, data e hora da assembleia, a ordem do dia, e, no caso assembleia, à bolsa de valores em que suas ações forem
de reforma do estatuto, a indicação da matéria. mais negociadas, os documentos postos à disposição
§ 1o A primeira convocação da assembleia-geral dos acionistas para deliberação na assembleia-geral.
deverá ser feita: (Redação da pela Lei nº10.303, de 2001) (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
I - na companhia fechada, com 8 (oito) dias de
antecedência, no mínimo, contado o prazo da publicação “Quorum” de Instalação
do primeiro anúncio; não se realizando a assembleia, será Art. 125. Ressalvadas as exceções previstas em
publicado novo anúncio, de segunda convocação, com an- lei, a assembleia-geral instalar-se-á, em primeira con-
tecedência mínima de 5 (cinco) dias; (Incluído pela Lei nº vocação, com a presença de acionistas que represen-
10.303, de 2001) tem, no mínimo, 1/4 (um quarto) do capital social com
II - na companhia aberta, o prazo de antecedência direito de voto; em segunda convocação instalar-se-á
da primeira convocação será de 15 (quinze) dias e o da com qualquer número.
segunda convocação de 8 (oito) dias. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Os acionistas sem direito de
10.303, de 2001) voto podem comparecer à assembleia-geral e discutir a
§ 2° Salvo motivo de força maior, a assembleia- matéria submetida à deliberação.
-geral realizar-se-á no edifício onde a companhia tiver a
sede; quando houver de efetuar-se em outro, os anúncios Legitimação e Representação
indicarão, com clareza, o lugar da reunião, que em nenhum Art. 126. As pessoas presentes à assembleia de-
caso poderá realizar-se fora da localidade da sede. verão provar a sua qualidade de acionista, observadas
§ 3º Nas companhias fechadas, o acionista que as seguintes normas:
representar 5% (cinco por cento), ou mais, do capital social, I - os titulares de ações nominativas exibirão,
será convocado por telegrama ou carta registrada, expe- se exigido, documento hábil de sua identidade;
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a) mudança do objeto social, salvo quando o pa- § 2º As companhias abertas e as de capital autori-
trimônio cindido for vertido para sociedade cuja atividade zado terão, obrigatoriamente, conselho de administração.
preponderante coincida com a decorrente do objeto social Art. 139. As atribuições e poderes conferidos por
da sociedade cindida; (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001) lei aos órgãos de administração não podem ser outorga-
b) redução do dividendo obrigatório; ou (In- dos a outro órgão, criado por lei ou pelo estatuto.
cluída pela Lei nº 10.303, de 2001)
c) participação em grupo de sociedades; (In- SEÇÃO I
cluída pela Lei nº 10.303, de 2001) Conselho de Administração
IV - o reembolso da ação deve ser reclamado à Composição
companhia no prazo de 30 (trinta) dias contado da publi-
cação da ata da assembleia-geral; (Redação dada pela Art. 140. O conselho de administração será com-
Lei nº 10.303, de 2001) posto por, no mínimo, 3 (três) membros, eleitos pela as-
V - o prazo para o dissidente de deliberação de sembleia-geral e por ela destituíveis a qualquer tempo,
assembleia especial (art. 136, § 1o) será contado da publica- devendo o estatuto estabelecer:
ção da respectiva ata; (Redação dada pela Lei nº 10.303, I - o número de conselheiros, ou o máximo e mí-
de 2001) nimo permitidos, e o processo de escolha e substituição
VI - o pagamento do reembolso somente poderá do presidente do conselho pela assembleia ou pelo pró-
ser exigido após a observância do disposto no § 3o e, se for prio conselho; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
o caso, da ratificação da deliberação pela assembleia-ge- II - o modo de substituição dos conselheiros;
ral. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) III - o prazo de gestão, que não poderá ser supe-
§ 1º O acionista dissidente de deliberação da rior a 3 (três) anos, permitida a reeleição;
assembleia, inclusive o titular de ações preferenciais sem IV - as normas sobre convocação, instalação e
direito de voto, poderá exercer o direito de reembolso das funcionamento do conselho, que deliberará por maioria
ações de que, comprovadamente, era titular na data da pri- de votos, podendo o estatuto estabelecer quorum quali-
meira publicação do edital de convocação da assembleia,
ficado para certas deliberações, desde que especifique as
ou na data da comunicação do fato relevante objeto da
matérias. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
deliberação, se anterior. (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. O estatuto poderá prever a parti-
9.457, de 1997)
cipação no conselho de representantes dos empregados,
§ 2o O direito de reembolso poderá ser exercido
escolhidos pelo voto destes, em eleição direta, organiza-
no prazo previsto nos incisos IV ou V do caput deste artigo,
da pela empresa, em conjunto com as entidades sindicais
conforme o caso, ainda que o titular das ações tenha se
que os representem. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
abstido de votar contra a deliberação ou não tenha com-
parecido à assembleia. (Redação dada pela Lei nº
10.303, de 2001) Voto Múltiplo
§ 3o Nos 10 (dez) dias subsequentes ao término
do prazo de que tratam os incisos IV e V do caput deste Art. 141. Na eleição dos conselheiros, é faculta-
artigo, conforme o caso, contado da publicação da ata da do aos acionistas que representem, no mínimo, 0,1 (um
assembleia-geral ou da assembleia especial que ratificar a décimo) do capital social com direito a voto, esteja ou
deliberação, é facultado aos órgãos da administração con- não previsto no estatuto, requerer a adoção do processo
vocar a assembleia-geral para ratificar ou reconsiderar a de voto múltiplo, atribuindo-se a cada ação tantos votos
deliberação, se entenderem que o pagamento do preço do quantos sejam os membros do conselho, e reconhecido
reembolso das ações aos acionistas dissidentes que exer- ao acionista o direito de cumular os votos num só candi-
ceram o direito de retirada porá em risco a estabilidade dato ou distribuí-los entre vários.
financeira da empresa. (Redação dada pela Lei nº § 1º A faculdade prevista neste artigo deverá ser
10.303, de 2001) exercida pelos acionistas até 48 (quarenta e oito) horas
§ 4º Decairá do direito de retirada o acionista que antes da assembleia-geral, cabendo à mesa que dirigir os
não o exercer no prazo fixado. (Incluído pela Lei nº trabalhos da assembleia informar previamente aos acio-
9.457, de 1997) nistas, à vista do “Livro de Presença”, o número de votos
necessários para a eleição de cada membro do conselho.
CAPÍTULO XII § 2º Os cargos que, em virtude de empate, não
Conselho de Administração e Diretoria forem preenchidos, serão objeto de nova votação, pelo
Administração da Companhia mesmo processo, observado o disposto no § 1º, in fine.
§ 3º Sempre que a eleição tiver sido realizada por
Art. 138. A administração da companhia competirá, esse processo, a destituição de qualquer membro do con-
conforme dispuser o estatuto, ao conselho de administra- selho de administração pela assembleia-geral importará
ção e à diretoria, ou somente à diretoria. destituição dos demais membros, procedendo-se a nova
§ 1º O conselho de administração é órgão de de- eleição; nos demais casos de vaga, não havendo suplente,
liberação colegiada, sendo a representação da companhia a primeira assembleia-geral procederá à nova eleição de
privativa dos diretores. todo o conselho.
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
§ 4o Terão direito de eleger e destituir um membro IV - convocar a assembleia-geral quando julgar
e seu suplente do conselho de administração, em votação conveniente, ou no caso do artigo 132;
em separado na assembleia-geral, excluído o acionista V - manifestar-se sobre o relatório da administra-
controlador, a maioria dos titulares, respectivamente:(Re- ção e as contas da diretoria;
dação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) VI - manifestar-se previamente sobre atos ou con-
I - de ações de emissão de companhia aberta tratos, quando o estatuto assim o exigir;
com direito a voto, que representem, pelo menos, 15% VII - deliberar, quando autorizado pelo esta-
(quinze por cento) do total das ações com direito a voto; tuto, sobre a emissão de ações ou de bônus de subscri-
e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) ção; (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
II - de ações preferenciais sem direito a voto ou VIII – autorizar, se o estatuto não dispuser em
com voto restrito de emissão de companhia aberta, que contrário, a alienação de bens do ativo não circulante, a
representem, no mínimo, 10% (dez por cento) do capital constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obri-
social, que não houverem exercido o direito previsto no gações de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
estatuto, em conformidade com o art. 18. (Incluído pela 2009)
Lei nº 10.303, de 2001) IX - escolher e destituir os auditores independen-
§ 5o Verificando-se que nem os titulares de ações tes, se houver.
com direito a voto e nem os titulares de ações preferen- § 1o Serão arquivadas no registro do comércio
ciais sem direito a voto ou com voto restrito perfizeram, e publicadas as atas das reuniões do conselho de admi-
respectivamente, o quorum exigido nos incisos I e II do § nistração que contiverem deliberação destinada a produzir
4o, ser-lhes-á facultado agregar suas ações para elegerem efeitos perante terceiros. (Redação dada pela Lei nº 10.303,
em conjunto um membro e seu suplente para o conse- de 2001)
lho de administração, observando-se, nessa hipótese, o § 2o A escolha e a destituição do auditor inde-
quorum exigido pelo inciso II do § 4o. (Incluído pela Lei nº pendente ficará sujeita a veto, devidamente fundamenta-
10.303, de 2001) do, dos conselheiros eleitos na forma do art. 141, § 4o, se
§ 6o Somente poderão exercer o direito previs- houver. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
to no § 4o os acionistas que comprovarem a titularidade
ininterrupta da participação acionária ali exigida durante SEÇÃO II
o período de 3 (três) meses, no mínimo, imediatamente Diretoria
anterior à realização da assembleia-geral. (Incluído pela Composição
Lei nº 10.303, de 2001)
§ 7o Sempre que, cumulativamente, a eleição do Art. 143. A Diretoria será composta por 2 (dois) ou
conselho de administração se der pelo sistema do voto mais diretores, eleitos e destituíveis a qualquer tempo pelo
múltiplo e os titulares de ações ordinárias ou preferen- conselho de administração, ou, se inexistente, pela assem-
ciais exercerem a prerrogativa de eleger conselheiro, será bleia-geral, devendo o estatuto estabelecer:
assegurado a acionista ou grupo de acionistas vinculados I - o número de diretores, ou o máximo e o mínimo
por acordo de votos que detenham mais do que 50% (cin- permitidos;
quenta por cento) das ações com direito de voto o direito II - o modo de sua substituição;
de eleger conselheiros em número igual ao dos eleitos III - o prazo de gestão, que não será superior a 3
pelos demais acionistas, mais um, independentemente do (três) anos, permitida a reeleição;
número de conselheiros que, segundo o estatuto, compo- IV - as atribuições e poderes de cada diretor.
nha o órgão. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) § 1º Os membros do conselho de administração,
§ 8o A companhia deverá manter registro com a até o máximo de 1/3 (um terço), poderão ser eleitos para
identificação dos acionistas que exercerem a prerrogativa cargos de diretores.
a que se refere o § 4o. (Incluído pela Lei nº 10.303, de § 2º O estatuto pode estabelecer que determina-
2001) das decisões, de competência dos diretores, sejam toma-
§ 9o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.303, de das em reunião da diretoria.
2001)
Representação
Competência Art. 144. No silêncio do estatuto e inexistindo
Art. 142. Compete ao conselho de administração: deliberação do conselho de administração (artigo 142, n. II
I - fixar a orientação geral dos negócios da com- e parágrafo único), competirão a qualquer diretor a repre-
panhia; sentação da companhia e a prática dos atos necessários ao
II - eleger e destituir os diretores da companhia e seu funcionamento regular.
fixar-lhes as atribuições, observado o que a respeito dis- Parágrafo único. Nos limites de suas atribuições
puser o estatuto; e poderes, é lícito aos diretores constituir mandatários da
III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a companhia, devendo ser especificados no instrumento os
qualquer tempo, os livros e papéis da companhia, solicitar atos ou operações que poderão praticar e a duração do
informações sobre contratos celebrados ou em via de ce- mandato, que, no caso de mandato judicial, poderá ser por
lebração, e quaisquer outros atos; prazo indeterminado.
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§ 5º No aumento de capital observar-se-á, se § 7º Na companhia aberta, o órgão que delibe-
mediante subscrição pública, o disposto no artigo 82, e se rar sobre a emissão mediante subscrição particular deverá
mediante subscrição particular, o que a respeito for delibe- dispor sobre as sobras de valores mobiliários não subscri-
rado pela assembleia-geral ou pelo conselho de adminis- tos, podendo:
tração, conforme dispuser o estatuto. a) mandar vendê-las em bolsa, em benefício da
§ 6º Ao aumento de capital aplica-se, no que cou- companhia; ou
ber, o disposto sobre a constituição da companhia, exceto b) rateá-las, na proporção dos valores subscritos,
na parte final do § 2º do artigo 82. entre os acionistas que tiverem pedido, no boletim ou lista
§ 7º A proposta de aumento do capital deverá de subscrição, reserva de sobras; nesse caso, a condição
esclarecer qual o critério adotado, nos termos do § 1º deste constará dos boletins e listas de subscrição e o saldo não
artigo, justificando pormenorizadamente os aspectos eco- rateado será vendido em bolsa, nos termos da alínea an-
nômicos que determinaram a sua escolha. (Incluído pela terior.
Lei nº 9.457, de 1997) § 8° Na companhia fechada, será obrigatório o
rateio previsto na alínea b do § 7º, podendo o saldo, se
Direito de Preferência houver, ser subscrito por terceiros, de acordo com os crité-
Art. 171. Na proporção do número de ações que rios estabelecidos pela assembleia-geral ou pelos órgãos
possuírem, os acionistas terão preferência para a subscri- da administração.
ção do aumento de capital. (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
§ 1º Se o capital for dividido em ações de diversas Exclusão do Direito de Preferência
espécies ou classes e o aumento for feito por emissão de Art. 172. O estatuto da companhia aberta que
mais de uma espécie ou classe, observar-se-ão as seguin- contiver autorização para o aumento do capital pode pre-
tes normas: ver a emissão, sem direito de preferência para os antigos
a) no caso de aumento, na mesma proporção, do acionistas, ou com redução do prazo de que trata o § 4o do
número de ações de todas as espécies e classes existen- art. 171, de ações e debêntures conversíveis em ações, ou
tes, cada acionista exercerá o direito de preferência sobre bônus de subscrição, cuja colocação seja feita median-
ações idênticas às de que for possuidor; te: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) (Vide Lei
b) se as ações emitidas forem de espécies e clas- nº 12.838, de 2013)
ses existentes, mas importarem alteração das respectivas I - venda em bolsa de valores ou subscrição pú-
proporções no capital social, a preferência será exercida blica; ou
sobre ações de espécies e classes idênticas às de que fo- II - permuta por ações, em oferta pública de
rem possuidores os acionistas, somente se estendendo às aquisição de controle, nos termos dos arts. 257 e 263. (Re-
demais se aquelas forem insuficientes para lhes assegurar, dação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
no capital aumentado, a mesma proporção que tinham no Parágrafo único. O estatuto da companhia, ain-
capital antes do aumento; da que fechada, pode excluir o direito de preferência para
c) se houver emissão de ações de espécie ou classe subscrição de ações nos termos de lei especial sobre in-
diversa das existentes, cada acionista exercerá a preferên- centivos fiscais.
cia, na proporção do número de ações que possuir, sobre SEÇÃO II
ações de todas as espécies e classes do aumento. Redução
§ 2º No aumento mediante capitalização de cré-
ditos ou subscrição em bens, será sempre assegurado aos Art. 173. A assembleia-geral poderá deliberar a
acionistas o direito de preferência e, se for o caso, as im- redução do capital social se houver perda, até o montante
portâncias por eles pagas serão entregues ao titular do cré- dos prejuízos acumulados, ou se julgá-lo excessivo.
dito a ser capitalizado ou do bem a ser incorporado. § 1º A proposta de redução do capital social,
§ 3º Os acionistas terão direito de preferência quando de iniciativa dos administradores, não poderá ser
para subscrição das emissões de debêntures conversíveis submetida à deliberação da assembleia-geral sem o pare-
em ações, bônus de subscrição e partes beneficiárias con- cer do conselho fiscal, se em funcionamento.
versíveis em ações emitidas para alienação onerosa; mas § 2º A partir da deliberação de redução ficarão
na conversão desses títulos em ações, ou na outorga e no suspensos os direitos correspondentes às ações cujos cer-
exercício de opção de compra de ações, não haverá direito tificados tenham sido emitidos, até que sejam apresenta-
de preferência. dos à companhia para substituição.
§ 4º O estatuto ou a assembleia-geral fixará prazo
de decadência, não inferior a 30 (trinta) dias, para o exercí- Oposição dos Credores
cio do direito de preferência. Art. 174. Ressalvado o disposto nos artigos 45 e
§ 5º No usufruto e no fideicomisso, o direito 107, a redução do capital social com restituição aos acio-
de preferência, quando não exercido pelo acionista até 10 nistas de parte do valor das ações, ou pela diminuição do
(dez) dias antes do vencimento do prazo, poderá sê-lo pelo valor destas, quando não integralizadas, à importância das
usufrutuário ou fideicomissário. entradas, só se tornará efetiva 60 (sessenta) dias após a
§ 6º O acionista poderá ceder seu direito de pre- publicação da ata da assembleia-geral que a tiver delibe-
ferência. rado.
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
§ 1º Durante o prazo previsto neste artigo, os § 4º As demonstrações serão complementadas
credores quirografários por títulos anteriores à data da por notas explicativas e outros quadros analíticos ou de-
publicação da ata poderão, mediante notificação, de que monstrações contábeis necessários para esclarecimento
se dará ciência ao registro do comércio da sede da com- da situação patrimonial e dos resultados do exercício.
panhia, opor-se à redução do capital; decairão desse di- § 5o As notas explicativas devem: (Redação dada
reito os credores que o não exercerem dentro do prazo. pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 2º Findo o prazo, a ata da assembleia-geral I – apresentar informações sobre a base de prepara-
que houver deliberado à redução poderá ser arquivada ção das demonstrações financeiras e das práticas contá-
se não tiver havido oposição ou, se tiver havido oposição beis específicas selecionadas e aplicadas para negócios
de algum credor, desde que feita a prova do pagamen- e eventos significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de
to do seu crédito ou do depósito judicial da importância 2009)
respectiva. II – divulgar as informações exigidas pelas práticas
§ 3º Se houver em circulação debêntures emiti- contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresen-
das pela companhia, a redução do capital, nos casos pre- tadas em nenhuma outra parte das demonstrações fi-
vistos neste artigo, não poderá ser efetivada sem prévia nanceiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
aprovação pela maioria dos debenturistas, reunidos em III – fornecer informações adicionais não indicadas
assembleia especial. nas próprias demonstrações financeiras e consideradas
necessárias para uma apresentação adequada; e (Incluí-
CAPÍTULO XV do pela Lei nº 11.941, de 2009)
Exercício Social e Demonstrações Financeiras IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
SEÇÃO I a) os principais critérios de avaliação dos elementos
Exercício Social patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de
depreciação, amortização e exaustão, de constituição de
Art. 175. O exercício social terá duração de 1 provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para
(um) ano e a data do término será fixada no estatuto.
atender a perdas prováveis na realização de elementos
Parágrafo único. Na constituição da companhia
do ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
e nos casos de alteração estatutária o exercício social
b) os investimentos em outras sociedades, quando
poderá ter duração diversa.
relevantes (art. 247, parágrafo único); (Incluído pela Lei
nº 11.941, de 2009)
SEÇÃO II
c) o aumento de valor de elementos do ativo resul-
Demonstrações Financeiras
tante de novas avaliações (art. 182, § 3o ); (Incluído pela
Disposições Gerais
Lei nº 11.941, de 2009)
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a dire- d) os ônus reais constituídos sobre elementos do
toria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras respon-
companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que sabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da nº 11.941, de 2009)
companhia e as mutações ocorridas no exercício: e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as ga-
I - balanço patrimonial; rantias das obrigações a longo prazo; (Incluído pela Lei
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acu- nº 11.941, de 2009)
mulados; f) o número, espécies e classes das ações do capital
III - demonstração do resultado do exercício; e social; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Reda- g) as opções de compra de ações outorgadas e exer-
ção dada pela Lei nº 11.638,de 2007) cidas no exercício; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
V – se companhia aberta, demonstração do valor h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o);
adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão i) os eventos subsequentes à data de encerramento
publicadas com a indicação dos valores correspondentes do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito re-
das demonstrações do exercício anterior. levante sobre a situação financeira e os resultados futu-
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhan- ros da companhia. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
tes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão § 6o A companhia fechada com patrimônio
ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00
ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo gru- (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e
po de contas; mas é vedada a utilização de designações publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Reda-
genéricas, como “diversas contas” ou “contas-correntes”. ção dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão § 7o A Comissão de Valores Mobiliários poderá,
a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos a seu critério, disciplinar de forma diversa o registro de
da administração, no pressuposto de sua aprovação pela que trata o § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941,
assembleia-geral. de 2009)
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SEÇÃO VI SEÇÃO II
Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do Valor Adi- Reservas e Retenção de Lucros
cionado Reserva Legal
(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra desti-
IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no míni- nação, na constituição da reserva legal, que não excederá
mo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) de 20% (vinte por cento) do capital social.
I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações § 1º A companhia poderá deixar de constituir a
ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalen- reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva,
tes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, acrescido do montante das reservas de capital de que trata
3 (três) fluxos: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do
a) das operações; (Redação dada pela Lei nº capital social.
11.638,de 2007) § 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integri-
b) dos financiamentos; e (Redação dada pela Lei dade do capital social e somente poderá ser utilizada para
nº 11.638,de 2007) compensar prejuízos ou aumentar o capital.
c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei nº
11.638,de 2007) Reservas Estatutárias
II – demonstração do valor adicionado – o valor Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde
da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição en- que, para cada uma:
tre os elementos que contribuíram para a geração dessa I - indique, de modo preciso e completo, a sua
riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, finalidade;
governo e outros, bem como a parcela da riqueza não dis- II - fixe os critérios para determinar a parcela anual
tribuída. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) dos lucros líquidos que serão destinados à sua constitui-
ção; e
CAPÍTULO XVI III - estabeleça o limite máximo da reserva.
Lucro, Reservas e Dividendos
SEÇÃO I Reservas para Contingências
Lucro Art. 195. A assembleia-geral poderá, por proposta
Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líqui-
do à formação de reserva com a finalidade de compensar,
Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzi- em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de
dos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumula- perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.
dos e a provisão para o Imposto sobre a Renda. § 1º A proposta dos órgãos da administração
Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obri- deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com
gatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas re- as razões de prudência que a recomendem, a constituição
servas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. da reserva.
§ 2º A reserva será revertida no exercício em que
Participações deixarem de existir as razões que justificaram a sua consti-
Art. 190. As participações estatutárias de emprega- tuição ou em que ocorrer a perda.
dos, administradores e partes beneficiárias serão determi-
nadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros Reserva de Incentivos Fiscais
que remanescerem depois de deduzida a participação an- (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
teriormente calculada. Art. 195-A. A assembleia geral poderá, por pro-
Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das par- posta dos órgãos de administração, destinar para a reserva
ticipações dos administradores e das partes beneficiárias o de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente
disposto nos parágrafos do artigo 201. de doações ou subvenções governamentais para inves-
timentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do
Lucro Líquido dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta
Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado Lei). (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
do exercício que remanescer depois de deduzidas as parti-
cipações de que trata o artigo 190. Retenção de Lucros
Art. 196. A assembleia-geral poderá, por propos-
Proposta de Destinação do Lucro ta dos órgãos da administração, deliberar reter parcela do
Art. 192. Juntamente com as demonstrações finan- lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital
ceiras do exercício, os órgãos da administração da compa- por ela previamente aprovado.
nhia apresentarão à assembleia-geral ordinária, observado § 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da
o disposto nos artigos 193 a 203 e no estatuto, proposta administração com a justificação da retenção de lucros
sobre a destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício. proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos
72
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a dura- III - resgate de partes beneficiárias;
ção de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por IV - incorporação ao capital social;
prazo maior, de projeto de investimento. V - pagamento de dividendo a ações preferen-
§ 2o O orçamento poderá ser aprovado pela assem- ciais, quando essa vantagem lhes for assegurada (artigo
bleia-geral ordinária que deliberar sobre o balanço do exer- 17, § 5º).
cício e revisado anualmente, quando tiver duração superior Parágrafo único. A reserva constituída com o
a um exercício social. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de produto da venda de partes beneficiárias poderá ser des-
2001) tinada ao resgate desses títulos.
73
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
lados com precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas § 2º O estatuto poderá autorizar os órgãos de
minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou administração a declarar dividendos intermediários, à
da maioria. conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros
§ 2o Quando o estatuto for omisso e a assem- existentes no último balanço anual ou semestral.
bleia-geral deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre
a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior Pagamento de Dividendos
a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido ajustado Art. 205. A companhia pagará o dividendo
nos termos do inciso I deste artigo. (Redação dada pela Lei de ações nominativas à pessoa que, na data do ato
nº 10.303, de 2001) de declaração do dividendo, estiver inscrita como pro-
§ 3o A assembleia-geral pode, desde que não haja prietária ou usufrutuária da ação.
oposição de qualquer acionista presente, deliberar a dis- § 1º Os dividendos poderão ser pagos por
tribuição de dividendo inferior ao obrigatório, nos termos cheque nominativo remetido por via postal para o en-
deste artigo, ou a retenção de todo o lucro líquido, nas dereço comunicado pelo acionista à companhia, ou
seguintes sociedades: (Redação dada pela Lei nº 10.303, mediante crédito em conta-corrente bancária aberta
de 2001) em nome do acionista.
I - companhias abertas exclusivamente para a § 2º Os dividendos das ações em custódia
captação de recursos por debêntures não conversíveis em bancária ou em depósito nos termos dos artigos 41 e
ações; (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) 43 serão pagos pela companhia à instituição financei-
II - companhias fechadas, exceto nas controladas ra depositária, que será responsável pela sua entrega
por companhias abertas que não se enquadrem na condição aos titulares das ações depositadas.
prevista no inciso I. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) § 3º O dividendo deverá ser pago, salvo de-
§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será liberação em contrário da assembleia-geral, no prazo
obrigatório no exercício social em que os órgãos da admi- de 60 (sessenta) dias da data em que for declarado e,
nistração informarem à assembleia-geral ordinária ser ele em qualquer caso, dentro do exercício social.
incompatível com a situação financeira da companhia. O
conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer CAPÍTULO XVII
sobre essa informação e, na companhia aberta, seus admi- Dissolução, Liquidação e Extinção
nistradores encaminharão à Comissão de Valores Mobiliá- SEÇÃO I
rios, dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembleia- Dissolução
-geral, exposição justificativa da informação transmitida à
assembleia. Art. 206. Dissolve-se a companhia:
§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos I - de pleno direito:
termos do § 4º serão registrados como reserva especial e, a) pelo término do prazo de duração;
se não absorvidos por prejuízos em exercícios subsequen- b) nos casos previstos no estatuto;
tes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permi- c) por deliberação da assembleia-geral (art.
tir a situação financeira da companhia. 136, X); (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 6o Os lucros não destinados nos termos dos arts. d) pela existência de 1 (um) único acionista,
193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos. (In- verificada em assembleia-geral ordinária, se o mínimo
cluído pela Lei nº 10.303, de 2001) de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguin-
te, ressalvado o disposto no artigo 251;
Dividendos de Ações Preferenciais e) pela extinção, na forma da lei, da autoriza-
Art. 203. O disposto nos artigos 194 a 197, e 202, não ção para funcionar.
prejudicará o direito dos acionistas preferenciais de receber II - por decisão judicial:
os dividendos fixos ou mínimos a que tenham prioridade, in- a) quando anulada a sua constituição, em ação
clusive os atrasados, se cumulativos. (Vide Medida Provi- proposta por qualquer acionista;
sória nº 608, de 2013) (Vide Lei nº 12.838, de 2013) b) quando provado que não pode preencher
o seu fim, em ação proposta por acionistas que repre-
Dividendos Intermediários sentem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social;
Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de c) em caso de falência, na forma prevista na
disposição estatutária, levantar balanço semestral, poderá respectiva lei;
declarar, por deliberação dos órgãos de administração, se III - por decisão de autoridade administrati-
autorizados pelo estatuto, dividendo à conta do lucro apu- va competente, nos casos e na forma previstos em lei
rado nesse balanço. especial.
§ 1º A companhia poderá, nos termos de dispo-
sição estatutária, levantar balanço e distribuir dividendos Efeitos
em períodos menores, desde que o total dos dividendos Art. 207. A companhia dissolvida conserva a
pagos em cada semestre do exercício social não exceda personalidade jurídica, até a extinção, com o fim de
o montante das reservas de capital de que trata o § 1º do proceder à liquidação.
artigo 182.
74
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
75
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
§ 2º Provado pelo acionista dissidente (artigo 216, Parágrafo único. Os sócios podem renunciar, no
§ 2º) que as condições especiais de partilha visaram a favo- contrato social, ao direito de retirada no caso de transfor-
recer a maioria, em detrimento da parcela que lhe tocaria, mação em companhia.
se inexistissem tais condições, será a partilha suspensa, se
não consumada, ou, se já consumada, os acionistas majo- Direito dos Credores
ritários indenizarão os minoritários pelos prejuízos apura- Art. 222. A transformação não prejudicará, em
dos. caso algum, os direitos dos credores, que continuarão, até
o pagamento integral dos seus créditos, com as mesmas
Prestação de Contas garantias que o tipo anterior de sociedade lhes oferecia.
Art. 216. Pago o passivo e rateado o ativo rema- Parágrafo único. A falência da sociedade trans-
nescente, o liquidante convocará a assembleia-geral para formada somente produzirá efeitos em relação aos sócios
a prestação final das contas. que, no tipo anterior, a eles estariam sujeitos, se o pedirem
§ 1º Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação os titulares de créditos anteriores à transformação, e so-
e a companhia se extingue. mente a estes beneficiará.
§ 2º O acionista dissidente terá o prazo de 30
(trinta) dias, a contar da publicação da ata, para promover SEÇÃO II
a ação que lhe couber. Incorporação, Fusão e Cisão
Competência e Processo
Responsabilidade na Liquidação
Art. 217. O liquidante terá as mesmas responsa- Art. 223. A incorporação, fusão ou cisão podem ser
bilidades do administrador, e os deveres e responsabilida- operadas entre sociedades de tipos iguais ou diferentes e
des dos administradores, fiscais e acionistas subsistirão até deverão ser deliberadas na forma prevista para a alteração
a extinção da companhia. dos respectivos estatutos ou contratos sociais.
§ 1º Nas operações em que houver criação de so-
Direito de Credor Não-Satisfeito ciedade serão observadas as normas reguladoras da cons-
Art. 218. Encerrada a liquidação, o credor não-sa- tituição das sociedades do seu tipo.
tisfeito só terá direito de exigir dos acionistas, individual- § 2º Os sócios ou acionistas das sociedades incor-
mente, o pagamento de seu crédito, até o limite da soma, poradas, fundidas ou cindidas receberão, diretamente da
por eles recebida, e de propor contra o liquidante, se for o companhia emissora, as ações que lhes couberem.
caso, ação de perdas e danos. O acionista executado terá § 3º Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem
direito de haver dos demais a parcela que lhes couber no companhia aberta, as sociedades que a sucederem serão
crédito pago. também abertas, devendo obter o respectivo registro e, se
for o caso, promover a admissão de negociação das novas
SEÇÃO III ações no mercado secundário, no prazo máximo de cento e
Extinção vinte dias, contados da data da assembleia-geral que apro-
vou a operação, observando as normas pertinentes baixa-
Art. 219. Extingue-se a companhia: das pela Comissão de Valores Mobiliários.(Incluído pela Lei
I - pelo encerramento da liquidação; nº 9.457, de 1997)
II - pela incorporação ou fusão, e pela cisão com § 4º O descumprimento do previsto no parágrafo
versão de todo o patrimônio em outras sociedades. anterior dará ao acionista direito de retirar-se da compa-
nhia, mediante reembolso do valor das suas ações (art. 45),
CAPÍTULO XVIII nos trinta dias seguintes ao término do prazo nele referido,
Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão observado o disposto nos §§ 1º e 4º do art. 137. (Incluí-
SEÇÃO I do pela Lei nº 9.457, de 1997)
Transformação
Conceito e Forma Protocolo
Art. 224. As condições da incorporação, fusão ou
Art. 220. A transformação é a operação pela qual cisão com incorporação em sociedade existente constarão
a sociedade passa, independentemente de dissolução e de protocolo firmado pelos órgãos de administração ou
liquidação, de um tipo para outro. sócios das sociedades interessadas, que incluirá:
Parágrafo único. A transformação obedecerá aos I - o número, espécie e classe das ações que se-
preceitos que regulam a constituição e o registro do tipo rão atribuídas em substituição dos direitos de sócios que
a ser adotado pela sociedade. se extinguirão e os critérios utilizados para determinar as
relações de substituição;
Deliberação II - os elementos ativos e passivos que formarão
Art. 221. A transformação exige o consentimento cada parcela do patrimônio, no caso de cisão;
unânime dos sócios ou acionistas, salvo se prevista no III - os critérios de avaliação do patrimônio líquido,
estatuto ou no contrato social, caso em que o sócio dissi- a data a que será referida a avaliação, e o tratamento das
dente terá o direito de retirar-se da sociedade. variações patrimoniais posteriores;
76
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
77
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
§ 3º A cisão com versão de parcela de patrimô- Direitos dos Credores na Cisão
nio em sociedade já existente obedecerá às disposições Art. 233. Na cisão com extinção da companhia
sobre incorporação (artigo 227). cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu
§ 4º Efetivada a cisão com extinção da com- patrimônio responderão solidariamente pelas obriga-
panhia cindida, caberá aos administradores das socie- ções da companhia extinta. A companhia cindida que
dades que tiverem absorvido parcelas do seu patrimô- subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimô-
nio promover o arquivamento e publicação dos atos da nio responderão solidariamente pelas obrigações da
operação; na cisão com versão parcial do patrimônio, primeira anteriores à cisão.
esse dever caberá aos administradores da companhia Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá
cindida e da que absorver parcela do seu patrimônio. estipular que as sociedades que absorverem parcelas do
§ 5º As ações integralizadas com parcelas patrimônio da companhia cindida serão responsáveis
de patrimônio da companhia cindida serão atribuídas apenas pelas obrigações que lhes forem transferidas,
a seus titulares, em substituição às extintas, na propor- sem solidariedade entre si ou com a companhia cindi-
ção das que possuíam; a atribuição em proporção dife- da, mas, nesse caso, qualquer credor anterior poderá
rente requer aprovação de todos os titulares, inclusive se opor à estipulação, em relação ao seu crédito, desde
das ações sem direito a voto. (Redação dada pela Lei nº que notifique a sociedade no prazo de 90 (noventa) dias
9.457, de 1997) a contar da data da publicação dos atos da cisão.
Direito de Retirada Averbação da Sucessão
Art. 230. Nos casos de incorporação ou fusão, Art. 234. A certidão, passada pelo registro do
o prazo para exercício do direito de retirada, previsto no comércio, da incorporação, fusão ou cisão, é documento
art. 137, inciso II, será contado a partir da publicação da hábil para a averbação, nos registros públicos compe-
ata que aprovar o protocolo ou justificação, mas o pa- tentes, da sucessão, decorrente da operação, em bens,
gamento do preço de reembolso somente será devido direitos e obrigações.
se a operação vier a efetivar-se. (Redação dada pela Lei
nº 9.457, de 1997)
CAPÍTULO XIX
Sociedades de Economia Mista
Direitos dos Debenturistas
Legislação Aplicável
Art. 231. A incorporação, fusão ou cisão da com-
panhia emissora de debêntures em circulação depende-
Art. 235. As sociedades anônimas de economia
rá da prévia aprovação dos debenturistas, reunidos em
mista estão sujeitas a esta Lei, sem prejuízo das disposi-
assembleia especialmente convocada com esse fim.
ções especiais de lei federal.
§ 1º Será dispensada a aprovação pela assem-
bleia se for assegurado aos debenturistas que o deseja- § 1º As companhias abertas de economia mista
rem, durante o prazo mínimo de 6 (seis) meses a contar estão também sujeitas às normas expedidas pela Comis-
da data da publicação das atas das assembleias relativas são de Valores Mobiliários.
à operação, o resgate das debêntures de que forem ti- § 2º As companhias de que participarem, majo-
tulares. ritária ou minoritariamente, as sociedades de economia
§ 2º No caso do § 1º, a sociedade cindida e as mista, estão sujeitas ao disposto nesta Lei, sem as exce-
sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio ções previstas neste Capítulo.
responderão solidariamente pelo resgate das debêntu-
res. Constituição e Aquisição de Controle
Art. 236. A constituição de companhia de eco-
Direitos dos Credores na Incorporação ou Fusão nomia mista depende de prévia autorização legislativa.
Art. 232. Até 60 (sessenta) dias depois de Parágrafo único. Sempre que pessoa jurídica de
publicados os atos relativos à incorporação ou à fusão, direito público adquirir, por desapropriação, o controle
o credor anterior por ela prejudicado poderá pleitear de companhia em funcionamento, os acionistas terão
judicialmente a anulação da operação; findo o prazo, direito de pedir, dentro de 60 (sessenta) dias da publica-
decairá do direito o credor que não o tiver exercido. ção da primeira ata da assembleia-geral realizada após
§ 1º A consignação da importância em paga- a aquisição do controle, o reembolso das suas ações;
mento prejudicará a anulação pleiteada. salvo se a companhia já se achava sob o controle, direto
§ 2º Sendo ilíquida a dívida, a sociedade poderá ou indireto, de outra pessoa jurídica de direito público,
garantir-lhe a execução, suspendendo-se o processo de ou no caso de concessionária de serviço público.
anulação.
§ 3º Ocorrendo, no prazo deste artigo, a falên- Objeto
cia da sociedade incorporadora ou da sociedade nova, Art. 237. A companhia de economia mista so-
qualquer credor anterior terá o direito de pedir a sepa- mente poderá explorar os empreendimentos ou exercer
ração dos patrimônios, para o fim de serem os créditos as atividades previstas na lei que autorizou a sua cons-
pagos pelos bens das respectivas massas. tituição.
78
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
§ 1º A companhia de economia mista somente § 5o É presumida influência significativa quando
poderá participar de outras sociedades quando auto- a investidora for titular de 20% (vinte por cento) ou mais
rizada por lei no exercício de opção legal para aplicar do capital votante da investida, sem controlá-la. (Incluído
Imposto sobre a Renda ou investimentos para o desen- pela Lei nº 11.941, de 2009)
volvimento regional ou setorial. SEÇÃO II
§ 2º As instituições financeiras de economia mis- Participação Recíproca
ta poderão participar de outras sociedades, observadas as
normas estabelecidas pelo Banco Central do Brasil. Art. 244. É vedada a participação recíproca entre
a companhia e suas coligadas ou controladas.
Acionista Controlador § 1º O disposto neste artigo não se aplica ao caso
Art. 238. A pessoa jurídica que controla a com- em que ao menos uma das sociedades participa de outra
panhia de economia mista tem os deveres e responsabi- com observância das condições em que a lei autoriza a
lidades do acionista controlador (artigos 116 e 117), mas aquisição das próprias ações (artigo 30, § 1º, alínea b).
poderá orientar as atividades da companhia de modo a § 2º As ações do capital da controladora, de pro-
atender ao interesse público que justificou a sua criação. priedade da controlada, terão suspenso o direito de voto.
§ 3º O disposto no § 2º do artigo 30, aplica-se à
Administração aquisição de ações da companhia aberta por suas coliga-
Art. 239. As companhias de economia mista terão das e controladas.
obrigatoriamente Conselho de Administração, assegurado § 4º No caso do § 1º, a sociedade deverá alienar,
à minoria o direito de eleger um dos conselheiros, se maior dentro de 6 (seis) meses, as ações ou quotas que exce-
número não lhes couber pelo processo de voto múltiplo. derem do valor dos lucros ou reservas, sempre que esses
Parágrafo único. Os deveres e responsabilidades sofrerem redução.
dos administradores das companhias de economia mista § 5º A participação recíproca, quando ocorrer em
são os mesmos dos administradores das companhias aber- virtude de incorporação, fusão ou cisão, ou da aquisição,
tas. pela companhia, do controle de sociedade, deverá ser
mencionada nos relatórios e demonstrações financeiras
Conselho Fiscal de ambas as sociedades, e será eliminada no prazo máxi-
Art. 240. O funcionamento do conselho fiscal mo de 1 (um) ano; no caso de coligadas, salvo acordo em
será permanente nas companhias de economia mista; um
contrário, deverão ser alienadas as ações ou quotas de
dos seus membros, e respectivo suplente, será eleito pelas
aquisição mais recente ou, se da mesma data, que repre-
ações ordinárias minoritárias e outro pelas ações prefe-
sentem menor porcentagem do capital social.
renciais, se houver.
§ 6º A aquisição de ações ou quotas de que resul-
te participação recíproca com violação ao disposto neste
Correção Monetária
artigo importa responsabilidade civil solidária dos admi-
Falência e Responsabilidade Subsidiária
nistradores da sociedade, equiparando-se, para efeitos
CAPÍTULO XX
penais, à compra ilegal das próprias ações.
Sociedades Coligadas, Controladoras e Controladas
SEÇÃO I
Informações no Relatório da Administração SEÇÃO III
Responsabilidade dos Administradores e das So-
Art. 243. O relatório anual da administração deve ciedades Controladoras
relacionar os investimentos da companhia em sociedades Administradores
coligadas e controladas e mencionar as modificações ocor-
ridas durante o exercício. Art. 245. Os administradores não podem, em pre-
§ 1o São coligadas as sociedades nas quais a in- juízo da companhia, favorecer sociedade coligada, con-
vestidora tenha influência significativa. (Redação dada pela troladora ou controlada, cumprindo-lhes zelar para que
Lei nº 11.941, de 2009) as operações entre as sociedades, se houver, observem
§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual condições estritamente comutativas, ou com pagamento
a controladora, diretamente ou através de outras contro- compensatório adequado; e respondem perante a com-
ladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de panhia pelas perdas e danos resultantes de atos pratica-
modo permanente, preponderância nas deliberações so- dos com infração ao disposto neste artigo.
ciais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
§ 3º A companhia aberta divulgará as informações Sociedade Controladora
adicionais, sobre coligadas e controladas, que forem exigi- Art. 246. A sociedade controladora será obrigada
das pela Comissão de Valores Mobiliários. a reparar os danos que causar à companhia por atos pra-
§ 4º Considera-se que há influência significativa ticados com infração ao disposto nos artigos 116 e 117.
quando a investidora detém ou exerce o poder de participar § 1º A ação para haver reparação cabe:
nas decisões das políticas financeira ou operacional da inves- a) a acionistas que representem 5% (cinco por
tida, sem controlá-la. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) cento) ou mais do capital social;
79
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
b) a qualquer acionista, desde que preste caução III - a diferença entre o valor do investimento,
pelas custas e honorários de advogado devidos no caso de de acordo com o número II, e o custo de aquisição cor-
vir a ação ser julgada improcedente. rigido monetariamente; somente será registrada como
§ 2º A sociedade controladora, se condenada, além resultado do exercício:
de reparar o dano e arcar com as custas, pagará honorários a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na
de advogado de 20% (vinte por cento) e prêmio de 5% coligada ou controlada;
(cinco por cento) ao autor da ação, calculados sobre o valor b) se corresponder, comprovadamente, a ga-
da indenização. nhos ou perdas efetivos;
c) no caso de companhia aberta, com obser-
SEÇÃO IV vância das normas expedidas pela Comissão de Valores
Demonstrações Financeiras Mobiliários.
Notas Explicativas § 1º Para efeito de determinar a relevância do
investimento, nos casos deste artigo, serão computa-
Art. 247. As notas explicativas dos investimentos dos como parte do custo de aquisição os saldos de cré-
a que se refere o art. 248 desta Lei devem conter infor- ditos da companhia contra as coligadas e controladas.
mações precisas sobre as sociedades coligadas e controla- § 2º A sociedade coligada, sempre que solici-
das e suas relações com a companhia, indicando:(Redação tada pela companhia, deverá elaborar e fornecer o ba-
dada pela Lei nº 11.941, de 2009) lanço ou balancete de verificação previsto no número I.
I - a denominação da sociedade, seu capital social
e patrimônio líquido; Demonstrações Consolidadas
II - o número, espécies e classes das ações ou quo- Art. 249. A companhia aberta que tiver mais
tas de propriedade da companhia, e o preço de mercado de 30% (trinta por cento) do valor do seu patrimônio
das ações, se houver; líquido representado por investimentos em sociedades
III - o lucro líquido do exercício; controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente
IV - os créditos e obrigações entre a companhia e com suas demonstrações financeiras, demonstrações
as sociedades coligadas e controladas; consolidadas nos termos do artigo 250.
V - o montante das receitas e despesas em ope- Parágrafo único. A Comissão de Valores Mo-
rações entre a companhia e as sociedades coligadas e con- biliários poderá expedir normas sobre as sociedades
troladas. cujas demonstrações devam ser abrangidas na conso-
Parágrafo único. Considera-se relevante o inves- lidação, e:
timento: a) determinar a inclusão de sociedades que,
a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o embora não controladas, sejam financeira ou adminis-
valor contábil é igual ou superior a 10% (dez por cento) do trativamente dependentes da companhia;
valor do patrimônio líquido da companhia; b) autorizar, em casos especiais, a exclusão de
b) no conjunto das sociedades coligadas e contro- uma ou mais sociedades controladas.
ladas, se o valor contábil é igual ou superior a 15% (quinze
por cento) do valor do patrimônio líquido da companhia. Normas sobre Consolidação
Art. 250. Das demonstrações financeiras con-
Avaliação do Investimento em Coligadas e Contro- solidadas serão excluídas:
ladas I - as participações de uma sociedade em
Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, outra;
os investimentos em coligadas ou em controladas e em ou- II - os saldos de quaisquer contas entre as
tras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou sociedades;
estejam sob controle comum serão avaliados pelo método III – as parcelas dos resultados do exercício,
da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo de esto-
normas: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) ques ou do ativo não circulante que corresponderem a
I - o valor do patrimônio líquido da coligada resultados, ainda não realizados, de negócios entre as
ou da controlada será determinado com base em balan- sociedades.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
ço patrimonial ou balancete de verificação levantado, com § 1º A participação dos acionistas não contro-
observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até ladores no patrimônio líquido e no lucro do exercício
60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do balanço será destacada, respectivamente, no balanço patrimo-
da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão nial e na demonstração do resultado do exercício. (Re-
computados os resultados não realizados decorrentes de dação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
negócios com a companhia, ou com outras sociedades co- § 2 o A parcela do custo de aquisição do in-
ligadas à companhia, ou por ela controladas; vestimento em controlada, que não for absorvida na
II - o valor do investimento será determinado consolidação, deverá ser mantida no ativo não circu-
mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido lante, com dedução da provisão adequada para perdas
referido no número anterior, da porcentagem de participa- já comprovadas, e será objeto de nota explicativa. (Re-
ção no capital da coligada ou controlada; dação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
VII - a declaração da nacionalidade do controle Parágrafo único. A representação das sociedades
do grupo; perante terceiros, salvo disposição expressa na convenção
VIII - as condições para alteração da convenção. do grupo, arquivada no registro do comércio e publicada,
Parágrafo único. Para os efeitos do número VII, o caberá exclusivamente aos administradores de cada so-
grupo de sociedades considera-se sob controle brasileiro ciedade, de acordo com os respectivos estatutos ou con-
se a sua sociedade de comando está sob o controle de: tratos sociais.
a) pessoas naturais residentes ou domiciliadas
no Brasil; Administradores das Sociedades Filiadas
b) pessoas jurídicas de direito público interno; ou Art. 273. Aos administradores das sociedades
c) sociedade ou sociedades brasileiras que, dire- filiadas, sem prejuízo de suas atribuições, poderes e res-
ta ou indiretamente, estejam sob o controle das pessoas ponsabilidades, de acordo com os respectivos estatutos
referidas nas alíneas a e b. ou contratos sociais, compete observar a orientação geral
estabelecida e as instruções expedidas pelos administra-
Aprovação pelos Sócios das Sociedades dores do grupo que não importem violação da lei ou da
Art. 270. A convenção de grupo deve ser aprova- convenção do grupo.
da com observância das normas para alteração do contra-
to social ou do estatuto (art. 136, V). (Redação dada pela Remuneração
Lei nº 9.457, de 1997) Art. 274. Os administradores do grupo e os inves-
Parágrafo único. Os sócios ou acionistas dissi- tidos em cargos de mais de uma sociedade poderão ter a
dentes da deliberação de se associar a grupo têm direito, sua remuneração rateada entre as diversas sociedades, e
nos termos do artigo 137, ao reembolso de suas ações ou a gratificação dos administradores, se houver, poderá ser
quotas. fixada, dentro dos limites do § 1º do artigo 152 com base
nos resultados apurados nas demonstrações financeiras
Registro e Publicidade consolidadas do grupo.
Art. 271. Considera-se constituído o grupo a
partir da data do arquivamento, no registro do comércio SEÇÃO IV
da sede da sociedade de comando, dos seguintes docu- Demonstrações Financeiras
mentos:
I - convenção de constituição do grupo; Art. 275. O grupo de sociedades publicará, além
II - atas das assembleias-gerais, ou instrumentos das demonstrações financeiras referentes a cada uma das
de alteração contratual, de todas as sociedades que tive- companhias que o compõem, demonstrações consolida-
rem aprovado a constituição do grupo; das, compreendendo todas as sociedades do grupo, ela-
III - declaração autenticada do número das ações boradas com observância do disposto no artigo 250.
ou quotas de que a sociedade de comando e as demais § 1º As demonstrações consolidadas do grupo
sociedades integrantes do grupo são titulares em cada serão publicadas juntamente com as da sociedade de co-
sociedade filiada, ou exemplar de acordo de acionistas mando.
que assegura o controle de sociedade filiada. § 2º A sociedade de comando deverá publicar
§ 1º Quando as sociedades filiadas tiverem sede demonstrações financeiras nos termos desta Lei, ainda que
em locais diferentes, deverão ser arquivadas no registro não tenha a forma de companhia.
do comércio das respectivas sedes as atas de assembleia § 3º As companhias filiadas indicarão, em nota às
ou alterações contratuais que tiverem aprovado a con- suas demonstrações financeiras publicadas, o órgão que
venção, sem prejuízo do registro na sede da sociedade publicou a última demonstração consolidada do grupo a
de comando. que pertencer.
§ 2º As certidões de arquivamento no registro do § 4º As demonstrações consolidadas de grupo de
comércio serão publicadas. sociedades que inclua companhia aberta serão obrigato-
§ 3º A partir da data do arquivamento, a socieda- riamente auditadas por auditores independentes registra-
de de comando e as filiadas passarão a usar as respectivas dos na Comissão de Valores Mobiliários, e observarão as
denominações acrescidas da designação do grupo. normas expedidas por essa comissão.
§ 4º As alterações da convenção do grupo serão
arquivadas e publicadas nos termos deste artigo, obser- SEÇÃO V
vando-se o disposto no § 1º do artigo 135. Prejuízos Resultantes de Atos Contrários à Conven-
ção
SEÇÃO III
Administração Art. 276. A combinação de recursos e esforços,
Administradores do Grupo a subordinação dos interesses de uma sociedade aos de
outra, ou do grupo, e a participação em custos, receitas
Art. 272. A convenção deve definir a estrutura ou resultados de atividades ou empreendimentos somente
administrativa do grupo de sociedades, podendo criar ór- poderão ser opostos aos sócios minoritários das socieda-
gãos de deliberação colegiada e cargos de direção-geral. des filiadas nos termos da convenção do grupo.
84
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
§ 1º Consideram-se minoritários, para os efeitos IV - a definição das obrigações e responsa-
deste artigo, todos os sócios da filiada, com exceção da bilidade de cada sociedade consorciada, e das pres-
sociedade de comando e das demais filiadas do grupo. tações específicas;
§ 2º A distribuição de custos, receitas e resultados V - normas sobre recebimento de receitas e
e as compensações entre sociedades, previstas na conven- partilha de resultados;
ção do grupo, deverão ser determinadas e registradas no VI - normas sobre administração do con-
balanço de cada exercício social das sociedades interessa- sórcio, contabilização, representação das sociedades
das. consorciadas e taxa de administração, se houver;
§ 3º Os sócios minoritários da filiada terão ação VII - forma de deliberação sobre assuntos de
contra os seus administradores e contra a sociedade de co- interesse comum, com o número de votos que cabe a
mando do grupo para haver reparação de prejuízos resul- cada consorciado;
tantes de atos praticados com infração das normas deste VIII - contribuição de cada consorciado para
artigo, observado o disposto nos parágrafos do artigo 246. as despesas comuns, se houver.
Parágrafo único. O contrato de consórcio e
Conselho Fiscal das Filiadas suas alterações serão arquivados no registro do co-
Art. 277. O funcionamento do Conselho Fiscal da mércio do lugar da sua sede, devendo a certidão do
companhia filiada a grupo, quando não for permanente, arquivamento ser publicada.
poderá ser pedido por acionistas não controladores que CAPÍTULO XXIII
representem, no mínimo, 5% (cinco por cento) das ações Sociedades em Comandita por Ações
ordinárias, ou das ações preferenciais sem direito de voto.
§ 1º Na constituição do Conselho Fiscal da filiada Art. 280. A sociedade em comandita por
serão observadas as seguintes normas: ações terá o capital dividido em ações e reger-se-á
a) os acionistas não controladores votarão em pelas normas relativas às companhias ou sociedades
separado, cabendo às ações com direito a voto o direito anônimas, sem prejuízo das modificações constantes
de eleger 1 (um) membro e respectivo suplente e às ações deste Capítulo.
sem direito a voto, ou com voto restrito, o de eleger outro; Art. 281. A sociedade poderá comerciar sob
b) a sociedade de comando e as filiadas poderão firma ou razão social, da qual só farão parte os nomes
eleger número de membros, e respectivos suplentes, igual dos sócios-diretores ou gerentes. Ficam ilimitada e
ao dos eleitos nos termos da alínea a, mais um. solidariamente responsáveis, nos termos desta Lei,
§ 2º O Conselho Fiscal da sociedade filiada poderá pelas obrigações sociais, os que, por seus nomes, fi-
solicitar aos órgãos de administração da sociedade de co- gurarem na firma ou razão social.
mando, ou de outras filiadas, os esclarecimentos ou infor- Parágrafo único. A denominação ou a fir-
mações que julgar necessários para fiscalizar a observância ma deve ser seguida das palavras “Comandita por
da convenção do grupo. Ações”, por extenso ou abreviadamente.
Art. 282. Apenas o sócio ou acionista tem
CAPÍTULO XXII qualidade para administrar ou gerir a sociedade, e,
Consórcio como diretor ou gerente, responde, subsidiária mas
ilimitada e solidariamente, pelas obrigações da so-
Art. 278. As companhias e quaisquer outras so- ciedade.
ciedades, sob o mesmo controle ou não, podem constituir § 1º Os diretores ou gerentes serão nomea-
consórcio para executar determinado empreendimento, dos, sem limitação de tempo, no estatuto da socieda-
observado o disposto neste Capítulo. de, e somente poderão ser destituídos por delibera-
§ 1º O consórcio não tem personalidade jurídica ção de acionistas que representem 2/3 (dois terços),
e as consorciadas somente se obrigam nas condições pre- no mínimo, do capital social.
vistas no respectivo contrato, respondendo cada uma por § 2º O diretor ou gerente que for destituído
suas obrigações, sem presunção de solidariedade. ou se exonerar continuará responsável pelas obriga-
§ 2º A falência de uma consorciada não se estende ções sociais contraídas sob sua administração.
às demais, subsistindo o consórcio com as outras contra- Art. 283. A assembleia-geral não pode, sem
tantes; os créditos que porventura tiver a falida serão apu- o consentimento dos diretores ou gerentes, mudar o
rados e pagos na forma prevista no contrato de consórcio. objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo
Art. 279. O consórcio será constituído mediante de duração, aumentar ou diminuir o capital social,
contrato aprovado pelo órgão da sociedade competente emitir debêntures ou criar partes beneficiárias nem
para autorizar a alienação de bens do ativo não circulante, aprovar a participação em grupo de sociedade. (Re-
do qual constarão: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de dação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
2009) Art. 284. Não se aplica à sociedade em co-
I - a designação do consórcio se houver; mandita por ações o disposto nesta Lei sobre conse-
II - o empreendimento que constitua o objeto do lho de administração, autorização estatutária de au-
consórcio; mento de capital e emissão de bônus de subscrição.
III - a duração, endereço e foro;
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
86
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Art. 292. As sociedades de que trata o artigo 62 Art. 296. As companhias existentes deverão proce-
da Lei n. 4.728, de 14 de julho de 1965, podem ter suas der à adaptação do seu estatuto aos preceitos desta Lei no
ações ao portador. prazo de 1 (um) ano a contar da data em que ela entrar em
Art. 293. A Comissão de Valores Mobiliários auto- vigor, devendo para esse fim ser convocada assembleia-
rizará as bolsas de valores a prestar os serviços previstos -geral dos acionistas.
nos artigos 27; 34, § 2º; 39, § 1°; 40; 41; 42; 43; 44; 72; 102 § 1º Os administradores e membros do Conselho
e 103. Fiscal respondem pelos prejuízos que causarem pela inob-
Art. 294. A companhia fechada que tiver menos servância do disposto neste artigo.
de vinte acionistas, com patrimônio líquido inferior a R$ § 2º O disposto neste artigo não prejudicará os
1.000.000,00 (um milhão de reais), poderá: (Redação dada direitos pecuniários conferidos por partes beneficiárias e
pela Lei nº 10.303, de 2001) debêntures em circulação na data da publicação desta Lei,
I - convocar assembleia-geral por anúncio entre- que somente poderão ser modificados ou reduzidos com
gue a todos os acionistas, contra-recibo, com a antece- observância do disposto no artigo 51 e no § 5º do artigo
dência prevista no artigo 124; e 71.
II - deixar de publicar os documentos de que trata § 3º As companhias existentes deverão eliminar,
o artigo 133, desde que sejam, por cópias autenticadas, no prazo de 5 (cinco) anos a contar da data de entrada em
arquivados no registro de comércio juntamente com a ata vigor desta Lei, as participações recíprocas vedadas pelo
da assembleia que sobre eles deliberar. artigo 244 e seus parágrafos.
§ 1º A companhia deverá guardar os recibos de § 4º As companhias existentes, cujo estatuto for
entrega dos anúncios de convocação e arquivar no re- omisso quanto à fixação do dividendo, ou que o estabele-
gistro de comércio, juntamente com a ata da assembleia, cer em condições que não satisfaçam aos requisitos do § 1º
cópia autenticada dos mesmos. do artigo 202 poderão, dentro do prazo previsto neste ar-
§ 2º Nas companhias de que trata este artigo, o tigo, fixá-lo em porcentagem inferior à prevista no § 2º do
pagamento da participação dos administradores poderá artigo 202, mas os acionistas dissidentes dessa deliberação
ser feito sem observância do disposto no § 2º do artigo terão direito de retirar-se da companhia, mediante reem-
152, desde que aprovada pela unanimidade dos acionis- bolso do valor de suas ações, com observância do disposto
tas. nos artigos 45 e 137.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica à § 5º O disposto no artigo 199 não se aplica às
companhia controladora de grupo de sociedade, ou a ela reservas constituídas e aos lucros acumulados em balanços
filiadas. levantados antes de 1º de janeiro de 1977.
§ 6º O disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 237 não
CAPÍTULO XXVI se aplica às participações existentes na data da publicação
Disposições Transitórias desta Lei.
Art. 297. As companhias existentes que tiverem
Art. 295. A presente Lei entrará em vigor 60 (ses- ações preferenciais com prioridade na distribuição de di-
senta) dias após a sua publicação, aplicando-se, todavia, a videndo fixo ou mínimo ficarão dispensadas do disposto
partir da data da publicação, às companhias que se cons- no artigo 167 e seu § 1º, desde que no prazo de que trata
tituírem. o artigo 296 regulem no estatuto a participação das ações
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às dis- preferenciais na correção anual do capital social, com ob-
posições sobre: servância das seguintes normas:
a) elaboração das demonstrações financeiras, que I - o aumento de capital poderá ficar na dependên-
serão observadas pelas companhias existentes a partir do cia de deliberação da assembleia-geral, mas será obrigató-
exercício social que se iniciar após 1º de janeiro de 1978; rio quando o saldo da conta de que trata o § 3º do artigo
b) a apresentação, nas demonstrações financeiras, 182 ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do capital social;
de valores do exercício anterior (artigo 176, § 1º), que será II - a capitalização da reserva poderá ser procedida
obrigatória a partir do balanço do exercício social subse- mediante aumento do valor nominal das ações ou emissões
quente ao referido na alíne a anterior; de novas ações bonificadas, cabendo à assembleia-geral es-
c) elaboração e publicação de demonstrações colher, em cada aumento de capital, o modo a ser adotado;
financeiras consolidadas, que somente serão obrigatórias III - em qualquer caso, será observado o disposto
para os exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de no § 4º do artigo 17;
1978. IV - as condições estatutárias de participação serão
§ 2º A participação dos administradores nos lucros transcritas nos certificados das ações da companhia.
sociais continuará a regular-se pelas disposições legais e Art. 298. As companhias existentes, com capital
estatutárias em vigor, aplicando-se o disposto nos §§ 1º e inferior a Cr$ 5.000.000,00 (cinco milhões de cruzeiros), po-
2º do artigo 152 a partir do exercício social que se iniciar derão, no prazo de que trata o artigo 296 deliberar, pelo
no curso do ano de 1977. voto de acionistas que representem 2/3 (dois terços) do
§ 3º A restrição ao direito de voto das ações ao capital social, a sua transformação em sociedade por quo-
portador (artigo 112) só vigorará a partir de 1 (um) ano a tas, de responsabilidade limitada, observadas as seguintes
contar da data em que esta Lei entrar em vigor. normas:
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Quatro Coordenadorias:
• de Operações;
• de Relações Institucionais;
• de Relações Internacionais;
• Técnica.
• PRONUNCIAMENTOS
Data Data
Documento Título
Aprovação Divulgação
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de
CPC 00 02/12/2011 15/12/2011
Relatório Contábil-Financeiro
CPC 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos 06/08/2010 07/10/2010
Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de
CPC 02 03/09/2010 07/10/2010
demonstrações contábeis
CPC 03 Demonstração dos Fluxos de Caixa 03/09/2010 07/10/2010
CPC 04 Ativo Intangível 05/11/2010 02/12/2010
CPC 05 Divulgação sobre Partes Relacionadas 03/09/2010 07/10/2010
CPC 06 Operações de Arrendamento Mercantil 05/11/2010 02/12/2010
CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais 05/11/2010 02/12/2010
Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e
CPC 08 03/12/2010 16/12/2010
Valores Mobiliários
CPC 09 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 30/10/2008 12/11/2008
CPC 10 Pagamento Baseado em Ações 03/12/2010 16/12/2010
CPC 11 Contratos de Seguro 05/12/2008 17/12/2008
CPC 12 Ajuste a Valor Presente 05/12/2008 17/12/2008
Adoção Inicial da Lei nº. 11.638/07 e da Medida Provisória
CPC 13 05/12/2008 17/12/2008
nº. 449/08
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e
CPC 14
Evidenciação (Fase I) - Transformado em OCPC 03
CPC 15 Combinação de Negócios 03/06/2011 04/08/2011
CPC 16 Estoques 08/05/2009 08/09/2009
Contratos de Construção (revogado a partir de
CPC 17 19/10/2012 08/11/2012
1º/01/2018)
Investimento em Coligada, em Controlada e em
CPC 18 07/12/2012 13/12/2012
Empreendimento Controlado em Conjunto
CPC 19 Negócios em Conjunto 09/11/2012 23/11/2012
CPC 20 Custos de Empréstimos 02/09/2011 20/10/2011
CPC 21 Demonstração Intermediária 02/09/2011 20/10/2011
CPC 22 Informações por Segmento 26/06/2009 31/07/2009
Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação
CPC 23 26/06/2009 16/09/2009
de Erro
CPC 24 Evento Subsequente 17/07/2009 16/09/2009
CPC 25 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes 26/06/2009 16/09/2009
CPC 26 Apresentação das Demonstrações Contábeis 02/12/2011 15/12/2011
CPC 27 Ativo Imobilizado 26/06/2009 31/07/2009
CPC 28 Propriedade para Investimento 26/06/2009 31/07/2009
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE
PRINCÍPIOS CONTÁBEIS
A Resolução CFC 750/93, de 29 de dezembro de 1993 dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade
(PFC).
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais.
CONSIDERANDO que a evolução da última década na área da Ciência Contábil reclama a atualização substantiva
e adjetiva dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a que se refere a Resolução CFC n 530-81.
CAPÍTULO I
Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE (PFC) os enunciados por essa Resolução.
1º A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui
condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).
Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à
Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso
País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objetivo é o Patrimônio das
Entidades.
90
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilida- §1º A CONTINUIDADE influencia o valor econô-
de: mico dos Ativos e, em muitos casos, o valor ou o
I- o da ENTIDADE; vencimento dos Passivos, especialmente quando a
II- o da CONTINUIDADE; extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, pre-
III- o da OPORTUNIDADE; visto ou previsível.
IV- o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; § 2º A observância do Princípio da CONTINUI-
V- o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e DADE é indispensável à correta aplicação do Prin-
VI- o da PRUDÊNCIA cípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar
diretamente à quantificação dos componentes patri-
PRINCÍPIO DA ENTIDADE moniais e à formação do resultado e de constituir
dado importante para aferir a capacidade futura de
Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Pa- geração de resultado.
trimônio como objeto da Contabilidade e afirma a au- (Este princípio favorece a avaliação monetária da
tonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de empresa, que ao ser iniciada, tem-se a ideia de Ter
um patrimônio particular no universo dos patrimônios duração indefinida, onde a mesma venha a efetuar
existentes, independentemente de pertencer a uma pes- grandes negócios construindo prédios , adquirindo
soa, um conjunto de pessoas, sociedade ou instituição nova tecnologia, contratando novos financiamentos
de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lu- etc. Isto como se fosse para toda uma vida.
crativos. Por consequência, nesta acepção, o patrimônio Generalizando: esta empresa não esta ou foi cria-
não se confunde com aqueles dos seus sócios ou pro- da pôr apenas um período específico de tempo, (mas
prietários, no caso de sociedade ou instituição. sim pôr um período indefinido como o descrito acima).
Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à EN-
TIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
ou a agregação contábil de patrimônios autônomos
não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade
Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, si-
de natureza econômico-contábil.
multaneamente, à tempestividade e à integridade do re-
Toda as Empresas, indivíduo, grupo de empresas,
gistro do patrimônio e das suas mutações, determinando
entidades, desde que efetuem movimentações quan-
que este seja feito de imediato e com a extensão correta,
tificáveis monetariamente e que haja necessidade em
independentemente das causas que as originaram.
manter contabilidade, serão tratadas como entidade,
Parágrafo único. Como resultado da observância do
então neste caso, o supermercados Carone, o Boa Pra-
Princípio da OPORTUNIDADE:
ça, o boteco do seu João da esquina ( que precisa de
I- desde que tecnicamente estimável, o registro
contabilidade) , serão Entidades Contábeis. Esta situa-
ção pode se aplicar também à pessoa física que tenha das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hi-
grandes movimentações e necessite manter contabili- pótese de somente existir razoável certeza de sua ocor-
dade. rência;
Bem, agora que sabemos o que é uma entidade II- o registro compreende os elementos quantita-
contábil, devemos saber como se aplica o Princípio da tivos e qualitativos, complementando os aspectos físicos
Entidade. Este tem como característica fundamental e monetários;
que os fatos da entidade não se misturem com a pessoa III- o registro deve ensejar o reconhecimento uni-
dos sócios. Ex: A esposa de seu João ( aquele do bote- versal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDA-
co), precisa consertar a TV, ela vai até o comércio do DE, em um período de tempo determinado, base neces-
mesmo, abre o caixa e pega o dinheiro para fazer tal sária para gerar informações úteis ao processo decisório
conserto, aí ela se lembra de pegar dinheiro para pagar da gestão.
a mensalidade da escola de seus 05 (cinco) filhos, pa-
gar a C&A, e outras lojas. Já o seu João precisou com- PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL
prar mercadorias acima de sua capacidade de capital,
ele sacou o seu cheque pessoal e bancou a compra de Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser
tal mercadoria. Com estes dois fatos, caracteriza-se o registrados pelos valores originais das transações com
descumprimento do Princípio da Entidade, (onde os só- o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda
cios misturaram seus fatos pessoais e de descontroles do País, que serão mantidos na avaliação das variações
com a entidade). patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem
agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE Parágrafo único. Do Princípio do REGISTRO PELO VA-
LOR ORIGINAL resulta:
Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, I- a avaliação dos componentes patrimoniais
bem como sua vida definida ou provável, devem ser deve ser feita com base nos valores de entrada, conside-
consideradas quando da classificação e avaliação das rando-se como tais os resultantes do consenso com os
mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. agentes externos ou da imposição destes;
91
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
92
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
mesmos 13.000,00 (treze mil reais ). Se temos algo a Art. 3º Os arts. 5º, 6º, 7º, 9º e o § 1º do art. 10, da Re-
pagar e achamos que será 10.000,00 ( dez mil reais ), solução CFC n.º 750/93, passam a vigorar com as seguintes
informamos que o pagamento será 13.000,00 ( treze redações:
mil reais ) isto é , estamos nos precavendo de passar
valores para nossos acionistas e damos uma margem “Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a
um pouco acima pois caso haja algum erro nas previ- Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a
sões, não teríamos que retornar aos mesmos e dizer mensuração e a apresentação dos componentes do patri-
que erramos nos cálculos. Será que poderíamos deixar mônio levam em conta esta circunstância.
a nossa empresa com um contador que erra assim os
cálculos?. Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao proces-
so de mensuração e apresentação dos componentes patri-
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE moniais para produzir informações íntegras e tempestivas.
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestivi-
RESOLUÇÃO CFC N.º 1.282/10 dade na produção e na divulgação da informação contábil
Atualiza e consolida dispositivos da Resolução pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é neces-
CFC n.º 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fun- sário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabi-
damentais de Contabilidade. lidade da informação.
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no
exercício de suas atribuições legais e regimentais, Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original de-
CONSIDERANDO que, por conta do processo de termina que os componentes do patrimônio devem ser
convergência às normas internacionais de contabili- inicialmente registrados pelos valores originais das transa-
dade, o Conselho Federal de Contabilidade emitiu a ções, expressos em moeda nacional.
NBC T 1 – Estrutura Conceitual para a Elaboração e § 1º As seguintes bases de mensuração devem ser uti-
Apresentação das Demonstrações Contábeis, que dis- lizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tem-
cute a aplicabilidade dos Princípios Fundamentais de po, de diferentes formas:
Contabilidade contidos na Resolução CFC n.º 750/93; I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos va-
CONSIDERANDO a necessidade de manutenção lores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes
da Resolução CFC n.º 750/93, que foi e continua sen- de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entre-
do referência para outros organismos normativos e gues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são
reguladores brasileiros; registrados pelos valores dos recursos que foram recebi-
CONSIDERANDO a importância do conteúdo dou- dos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias,
trinário apresentado na Resolução CFC n.º 750/93, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais
que continua sendo, nesse novo cenário convergido, serão necessários para liquidar o passivo no curso normal
o alicerce para o julgamento profissional na aplicação das operações; e
das Normas Brasileiras de Contabilidade; II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao
CONSIDERANDO que, para assegurar a adequada patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos,
aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade à podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:
luz dos Princípios de Contabilidade, há a necessidade a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos
de harmonização dos dois documentos vigentes (Re- valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam
solução CFC n.º 750/93 e NBC T 1); de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fos-
CONSIDERANDO que, por conta dessa harmoni- sem adquiridos na data ou no período das demonstrações
zação, a denominação de Princípios Fundamentais de contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em
Contabilidade deva ser alterada para Princípios de caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que se-
Contabilidade, visto ser suficiente para o perfeito en- riam necessários para liquidar a obrigação na data ou no
tendimento dos usuários das demonstrações contá- período das demonstrações contábeis;
beis e dos profissionais da Contabilidade, b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valo-
res em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam
RESOLVE: ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passi-
vos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de
Art. 1º Os “Princípios Fundamentais de Contabi- caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para
lidade (PFC)”, citados na Resolução CFC n.º 750/93, liquidar as correspondentes obrigações no curso normal
passam a denominar-se “Princípios de Contabilidade das operações da Entidade;
(PC)”. c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor
presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de
Art. 2º O “CONSIDERANDO” da Resolução CFC n.º caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal
750/93 passa a vigorar com a seguinte redação: das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo
“CONSIDERANDO a necessidade de prover funda- valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida
mentação apropriada para interpretação e aplicação de caixa que se espera seja necessário para liquidar o pas-
das Normas Brasileiras de Contabilidade,” sivo no curso normal das operações da Entidade;
93
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser tro- EXERCÍCIO
cado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras,
dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e 1. (FCC/TRF 4ª REGIÃO/ANALISTA CONTABILIDA-
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do DE/2010) O princípio contábil que se relaciona diretamen-
poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconheci- te à quantificação dos componentes patrimoniais e à for-
dos nos registros contábeis mediante o ajustamento da ex- mação do resultado, além de constituir dado importante
pressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. para aferir a capacidade futura de geração de resultados é
§ 2º São resultantes da adoção da atualização mone- o Princípio
tária: (A) da Continuidade.
I – a moeda, embora aceita universalmente como me- (B) do Registro pelo valor original.
dida de valor, não representa unidade constante em ter- (C) da Oportunidade.
mos do poder aquisitivo; (D) da Entidade.
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter (E) da Prudência.
os valores das transações originais, é necessário atualizar
sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que 2. (ISS-RJ / 2010) Assinale abaixo a única opção que
permaneçam substantivamente corretos os valores dos contém uma afirmativa falsa.
componentes patrimoniais e, por consequência, o do Pa- a) A finalidade da Contabilidade é assegurar o controle
trimônio Líquido; e do patrimônio administrado e fornecer informações sobre
III – a atualização monetária não representa nova ava- a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre
liação, mas tão somente o ajustamento dos valores origi- o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela
nais para determinada data, mediante a aplicação de inde- entidade para alcançar seus fins.
xadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do b) A Contabilidade pode ser conceituada como sendo
poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.” “a ciência que estuda, registra, controla e interpreta os fa-
tos ocorridos no patrimônio das entidades com fins lucra-
(...) tivos ou não”.
c) Pode-se dizer que o campo de aplicação da Contabi-
“Art. 9º O Princípio da Competência determina que os lidade é a entidade econômico-administrativa, seja ou não
efeitos das transações e outros eventos sejam reconheci- de fins lucrativos.
dos nos períodos a que se referem, independentemente do d) O objeto da Contabilidade é definido como o con-
recebimento ou pagamento. junto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma enti-
dade econômico-administrativa.
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressu- e) Enquanto a entidade econômico-administrativa é o
põe a simultaneidade da confrontação de receitas e de objeto da Contabilidade, o patrimônio é o seu campo de
despesas correlatas.” aplicação.
94
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
95
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
RESPOSTA: “D ”.
0 3 -) ( D E T R A N / S E – V I S TO R I A D O R D E
T R Â N S I TO – F U N C A B /2 0 1 0 ) M arque a opção
que completa, correta e respectivamente, as
lacunas da frase abaixo.
____ habilidade do motorista ao volante
deve estar associada ___ obediência ___ leis de
trânsito.
A) À- a - às.
B) A- à - às.
C) À- a - as.
D) A- a - as.
E) A- à - as.
RESPOSTA: “B”.
96
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
guiava-me a promessa do livro = a promessa do livro autopsia s.f., autópsia s.f.; cf. autopsia
guiava “eu”, “guiava a mim”, guiava-me (fonte: http://www.academia.org.br/abl/
cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23)
RESPOSTA: “CERTO”.
RESPOSTA: “CERTO”.
05-) (PREFEITURA DE BELO HORIZONTE/MG
– TÉCNICO NÍVEL SUPERIOR – INFORMÁTICA – FU- 08-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS –
MARC/2014) Na frase “Pelo menos 4,7 milhões de apo- TÉCNICO FORENSE - CESPE/2013) A concisão, uma
sentados e pensionistas têm pouco mais de um mês para das qualidades essenciais ao texto oficial, para a qual
recadastrar a senha bancária”, o acento gráfico do ver- concorrem o domínio do assunto tratado e a revisão
bo “ter” se justifica pela seguinte regra: textual, consiste em se transmitir, no texto escrito, o
(A) Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plu- máximo de informações empregando-se um mínimo
ral do presente do indicativo do verbo “ter”. de palavras.
(B) O verbo “ter”, no presente do subjuntivo, assu- ( ) Certo
me a forma “têm” (com acento) na terceira pessoa do ( ) Errado
plural.
(C) O acento circunflexo é empregado para marcar É a qualidade esperada de um bom texto, assim ele
a oposição entre a 3ª pessoa do singular e a 2ª pessoa não se torna prolixo: “fala, fala, mas não diz nada!”.
do plural.
(D) Todas as palavras oxítonas são acentuadas RESPOSTA: “CERTO”.
quando empregadas na terceira pessoa do plural.
09-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉC-
(A) Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural NICO FORENSE - CESPE/2013) Na parte superior do
do presente do indicativo do verbo “ter”. ofício, do aviso e do memorando, antes do assunto,
(B) O verbo “ter”, no presente do subjuntivo, assume devem constar o nome e o endereço da autoridade a
a forma “têm” (com acento) na terceira pessoa do plural. quem é direcionada a comunicação.
(que eles tenham) ( ) Certo
(C) O acento circunflexo é empregado para marcar a ( ) Errado
oposição entre a 3ª pessoa do singular e a 2ª pessoa do
plural. O aviso, o ofício e o memorando devem
3ª pessoa do singular = ele tem / 2ª pessoa do plural conter as seguintes partes:
= vós tendes a) tipo e número do expediente, seguido
(D) Todas as palavras oxítonas são acentuadas quando da sigla do órgão que o expede:
empregadas na terceira pessoa do plural. b) local e data em que foi assinado, por
“Tem” não é oxítona, mas sim, monossílaba. As pala- extenso, com alinhamento à direita:
vras oxítonas recebem acento apenas quando terminadas c) assunto: resumo do teor do documento
em “a”, “e” ou “o”, seguidas ou não de “s”. d) destinatário: o nome e o cargo da pes-
soa a quem é dirigida a comunicação. No
RESPOSTA: “A”. caso do ofício deve ser incluído também o
endereço.
06-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉC- e) texto;
NICO FORENSE - CESPE/2013) As palavras “patrimô- f) fecho;
nio” e “convivência” acentuam-se segundo a mesma g) assinatura do autor da comunicação;
regra ortográfica. e
( ) Certo h) identificação do signatário
( ) Errado (Fonte: http://webcache.googleuser-
content.com/search?q=cache:omaLJnt2Ut-
Patrimônio = paroxítona terminada em ditongo / con- QJ:www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/
vivência = paroxítona terminada em ditongo Manual_Rich_RedPR2aEd.rtf+&cd=1&hl=p-
t-BR&ct=clnk&gl=br)
RESPOSTA: “CERTO”.
RESPOSTA: “ERRADO”.
97
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
98
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
15-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JA- adora danone. (= Minha filha adora o iogurte
NEIRO – OFICIAL DE CARTÓRIO – IBFC/2013) Assinale que é da marca Danone.)
a alternativa em que o vocábulo “a”, destacado nas op-
ções abaixo, seja exclusivamente um artigo. (Fonte: http://www.soportugues.com.br/
a) “conta a um jornal sua conversa com um índio secoes/estil/estil3.php)
jivaro,”
b) “desses que sabem reduzir a cabeça de um mor- RESPOSTA: D
to”
c) “Queria assistir a uma dessas operações” 18-) (CONDER/BA – JORNALISTA – FGV PROJE-
d) “ele tinha contas a acertar com um inimigo” TOS/2013) “Agora compreendo o entusiasmo de gente
e) “uma viagem de exploração à América do Sul” como Millôr Fernandes e Fernando Sabino, que dividem
a sua vida profissional em antes dele e depois dele”.
a) “conta a um jornal sua conversa com um índio jivaro” Nesse segmento, cinco termos estabelecem a coesão
conta o quê? – sua conversa (objeto direto) a quem? – textual. Assinale a alternativa em que a referência coe-
a um jornal (objeto indireto, com preposição) siva é adequada.
b) “desses que sabem reduzir a cabeça de um morto” (A) “Gente” se refere a termos futuros da progres-
reduzir o quê? – a cabeça de um morto (objeto direto, são textual.
sem preposição) (B) O pronome relativo “que” se refere a Fernando
c) “Queria assistir a uma dessas operações” Sabino.
assistir – no sentido de presenciar – pede preposição (C) O possessivo “sua” se refere a “Fernando Sabi-
d) “ele tinha contas a acertar com um inimigo” no”.
a = para / preposição (D) Os dois pronomes “ele” não se referem ao mes-
e) “uma viagem de exploração à América do Sul” mo antecedente.
para a = à / preposição (E) Todos os termos coesivos se referem a termos
anteriormente expressos.
RESPOSTA: “B”.
(A) “Gente” se refere a termos futuros da progressão
16-) (CONDER/BA – JORNALISTA – FGV PROJE- textual.
TOS/2013) “Sinto falta do papel e da fiel Bic, sempre (B) O pronome relativo “que” se refere a Fernando Sa-
pronta a inserir entre uma linha e outra a palavra que bino.= (a Fernando Sabino e a Millôr)
faltou na hora...”. (C) O possessivo “sua” se refere a “Fernando Sabino”..=
Assinale a alternativa em que a substituição da for- (a Fernando Sabino e a Millôr)
ma reduzida sublinhada foi feita de forma adequada. (D) Os dois pronomes “ele” não se referem ao mesmo
(A) que se insera. antecedente.
(B) que se inserte. (E) Todos os termos coesivos se referem a termos an-
(C) que se insira. teriormente expressos. (vide a alternativa A, por exemplo)
(D) que se enserisse.
(E) que se insertasse. RESPOSTA: “A”.
A forma reduzida de infinitivo pode ser substituída 19-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRA-
pela forma: “pronta a que se insira” (modo Subjuntivo). BALHO – VUNESP/2013) Assinale a alternativa em que
a frase – O Alaga SP mostra os alagamentos ativos a
RESPOSTA: “C”. partir de informações da prefeitura. – está corretamen-
te reescrita, no que se refere às regras de pontuação do
17-) (CONDER/BA – JORNALISTA – FGV PROJE- português padrão.
TOS/2013) “Sinto falta do papel e da fiel Bic” Nesse (A) O Alaga SP mostra a partir de informações da
segmento, o cronista emprega o nome de uma marca prefeitura, os alagamentos ativos.
em lugar de “caneta esferográfica”, caracterizando uma (B) O Alaga SP mostra, a partir de informações da
figura de linguagem denominada prefeitura os alagamentos ativos.
(A) metáfora. (C) O Alaga SP a partir de informações da prefeitu-
(B) hipérbole. ra, mostra os alagamentos ativos.
(C) eufemismo. (D) O Alaga SP, a partir de informações da prefeitu-
(D) metonímia. ra mostra os alagamentos ativos.
(E) antítese. (E) A partir de informações da prefeitura, o Alaga
SP mostra os alagamentos ativos.
Metonímia: A metonímia consiste em em-
pregar um termo no lugar de outro, havendo Apontei com (X) as inadequações (falta de pontuação
entre ambos estreita afinidade ou relação de ou lugar indevido):
sentido. (...) Marca pelo produto: Minha filha
99
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
(A) O Alaga SP mostra (X) a partir de informações da Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui.
prefeitura, os alagamentos ativos. Passarei as férias lá, onde, à beira das lagoas ver-
(B) O Alaga SP mostra, a partir de informações da pre- des e azuis, o silêncio cresce como um bosque.
feitura (X) os alagamentos ativos. Nem preciso fechar os olhos: já estou vendo os
(C) O Alaga SP (X) a partir de informações da prefeitura, pescadores com suas barcas de sardinha, e a moça
mostra os alagamentos ativos. à janela a namorar um moço na outra janela de
(D) O Alaga SP, a partir de informações da prefeitura outra ilha.
(X) mostra os alagamentos ativos.
(E) A partir de informações da prefeitura, o Alaga SP (Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende.
mostra os alagamentos ativos Adaptado)
*fissuras: fendas, rachaduras
RESPOSTA: “E”.
21-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO
20- ) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRA- TRABALHO – VUNESP/2013) No primeiro pará-
BALHO – VUNESP/2013) Assinale a alternativa em que grafo, ao descrever a maneira como se preparam
a concordância está de acordo com a norma-padrão da para suas férias, a autora mostra que seus amigos
língua. estão
(A) Muitos motoristas, em São Paulo, dirige falando (A) serenos.
ao celular. (B) descuidados.
(B) Equipamentos como o celular devem ser evita- (C) apreensivos.
do por muitos fatores. (D) indiferentes.
(C) Todos os anos, é aplicado milhares de multas (E) relaxados.
pelo uso do celular ao volante. “pensando nas suas estradas – barreiras, pedras
(D) Motoristas em todo o país já tiveram suas habi- soltas, fissuras – sem falar em bandidos, milhões de
litações suspensas devido ao uso do celular. bandidos entre as fissuras, as pedras soltas e as bar-
(E) As multas e os pontos na habilitação são recur- reiras...” = pensar nessas coisas, certamente, deixa-os
sos que, de modo geral, reduz o número de infrações. apreensivos.
(A) Muitos motoristas, em São Paulo, dirige (dirigem)
falando ao celular. RESPOSTA: “C”.
(B) Equipamentos como o celular devem ser evitado
(evitados) por muitos fatores. 22-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO
(C) Todos os anos, é (são) aplicado (aplicadas) milhares TRABALHO – VUNESP/2013) De acordo com o
de multas pelo uso do celular ao volante. texto, pode-se afirmar que, assim como seus ami-
(D) Motoristas em todo o país já tiveram suas habilita- gos, a autora viaja para
ções suspensas devido ao uso do celular. (A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
(E) As multas e os pontos na habilitação são recursos (B) escapar do lugar em que está.
que, de modo geral, reduz (reduzem) o número de infra- (C) reencontrar familiares queridos.
ções. (D) praticar esportes radicais.
(E) dedicar-se ao trabalho.
RESPOSTA: ‘D”.
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = res-
(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABA- posta da própria autora!
LHO – VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para
responder às questões de números 21 a 23. RESPOSTA: “B”.
100
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
101
NOÇÕES DE CONTABILIDADE
29-) (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MI- b) Cada um dos países do Conselho de Direitos Hu-
NAS GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA manos da Organização das Nações Unidas (ONU) há de
CIVIL - FUMARC/2013 - adaptada) “Na revisão de um zelar pela manutenção dos Direitos Humanos.
expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil c) A comunidade internacional trata os direitos hu-
compreensão por seu destinatário. O que nos parece manos de forma global, justa e equitativa, em pé de
óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio igualdade e com a mesma ênfase.
que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência d) A maior parte dos países compreende que o di-
de nossa experiência profissional muitas vezes faz com reito ao trabalho é de vital importância para o desen-
que os tomemos como de conhecimento geral, o que volvimento de povos e nações.
nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, esclare- e) A declaração de Direitos Humanos de Viena, de
ça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e 1993, reconhece uma série de direitos fundamentais,
abreviações e os conceitos específicos que não possam como o direito ao desenvolvimento.
ser dispensados.”
Sublinhei os termos que se relacionam, justificando a
(Manual de Redação Oficial da Presidência da Repú- concordância verbal:
blica. p. 14). a) Para promover os direitos humanos, a consolidação
da democracia em todos os países é extremamente neces-
Sobre a Redação Oficial, pode-se concluir que sária.
(A) a concisão de um texto está relacionada ao grau b) Cada um dos países do Conselho de Direitos Huma-
de especificação dos termos. nos da Organização das Nações Unidas (ONU) há de zelar
(B) a padronização de termos e conceitos viabiliza a pela manutenção dos Direitos Humanos.
uniformidade dos documentos. c) A comunidade internacional trata os direitos huma-
(C) a revisão possibilita a substituição de termos, nos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade
muitas vezes, desconhecidos pelo leitor. e com a mesma ênfase.
(D) claro é o texto que exige releituras mais apro- d) A maior parte dos países compreende (ou “com-
fundadas. preendem” = facultativo; tanto concorda com “a maior par-
Através da leitura do excerto e das próprias alternati- te” quanto com “países”) que o direito ao trabalho é de vi-
vas, chegamos à conclusão de que um texto, principalmen- tal importância para o desenvolvimento de povos e nações.
te oficial, deve priorizar a revisão. e) A declaração de Direitos Humanos de Viena, de
1993, reconhece uma série de direitos fundamentais, como
RESPOSTA: “C”. o direito ao desenvolvimento.
RESPOSTA: “B”.
102
NOÇÕES DE ECONOMIA
1 Microeconomia. .................................................................................................................................................................................................... 01
1.1 Conceitos fundamentais. ......................................................................................................................................................................... 01
1.2 Determinação das curvas de procura. ................................................................................................................................................ 03
1.3 Teoria do consumidor, utilidades cardinal e ordinal, restrição orçamentária, equilíbrio do consumidor e funções
demanda, curvas de Engel, demanda de mercado, teoria da produção, isoquantas e curvas de isocusto, funções de
produção e suas propriedades, curvas de produto e produtividade, curvas de custo, equilíbrio da firma, equilíbrio de
curto e de longo prazos. ................................................................................................................................................................................. 04
1.4 Estruturas de mercado............................................................................................................................................................................... 15
NOÇÕES DE ECONOMIA
1
NOÇÕES DE ECONOMIA
2
NOÇÕES DE ECONOMIA
20. DÍVIDA EXTERNA PÚBLICA: é o total da dívida 29. OLIGOPÓLIO: Estrutura de mercado na qual um
que o governo tem com bancos, empresas ou mesmo pequeno grupo de empresas controla parcela expressiva
pessoas, no exterior. A dívida é representada por papéis da oferta de produtos e serviços. Mesmo que haja um
chamados títulos. Os mais conhecidos títulos brasileiros número grande empresas no mercado, o fundamental
são os C-Bonds, emitidos pelo Tesouro Nacional. Ao tomar é que a competição entre as maiores empresas tem
o dinheiro emprestado, o governo se compromete a pagar de levar em conta, de forma sistemática, a presença e a
determinada taxa de juros. reação de outros concorrentes de porte e competitividade
semelhante.
21. DÍVIDA INTERNA: é o total da dívida que o
governo tem com bancos, empresas ou mesmo pessoas, 30. OLIGOPSÔNIO: Estrutura de mercado em que
negociada no interior do país. Para o governo tomar poucas empresas, de grande porte, são as compradoras
dinheiro emprestado, ele emite títulos da dívida, que são de determinada matéria-prima ou produto primário.
como notas promissórias, por meio das quais o governo Pode ocorrer de duas maneiras: quando um mercado
diz como, quando e quanto vai pagar por aquela dívida, comprador é muito concentrado, com poucas e grandes
sempre acrescida de juros – que são os juros básicos do empresas negociando com muitos pequenos produtores
país, chamados de Taxa Selic no Brasil. atomizados, ou quando tanto o mercado consumidor
como o mercado vendedor são concentrados.
22. MERCADO CAMBIAL: Instituições que realizam a
conversão da moeda nacional em divisas estrangeiras e
vice-versa em operações relacionadas ao comércio externo 1.2 DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE
de bens e serviços. PROCURA.
23. MERCADO DE CAPITAIS: Conjunto de instituições
que fornece capital de longo prazo. Inclui as Bolsas de
Curva da Procura
Valores, bancos, seguradoras etc.
A curva da procura consiste na representação gráfica
da função procura a qual, por sua vez, é a expressão
24. MERCADO DE CRÉDITO: Conjunto de instituições
algébrica da relação entre o preço e a quantidade
(bancárias e não bancárias) que fornece capital de curto
procurada de determinado bem. Dado que esta relação
prazo, tanto para o consumo quanto para o capital de giro
é negativa, a curva da procura tem, necessariamente,
das empresas, além de atuarem no mercado de títulos
inclinação negativa, o que significa que quanto mais
públicos.
elevado for o preço do bem, menor será a quantidade que
os consumidores querem consumir. No exemplo abaixo,
25. MERCADO FINANCEIRO: É o conjunto formado um aumento do preço (P) de p0para p1 originou uma
pelo mercado cambial, o mercado de capitais, o mercado redução da quantidade procurada (Q) de q0 para q1.
de crédito e o mercado monetário. Devido à Lei das Utilidades Marginais Decrescentes,
a curva apresenta um formato côncavo, isto é, à medida
26. MERCADO MONETÁRIO: Instituições que realizam que o preço do bem aumenta, a quantidade procurada
operações de crédito de curto e curtíssimo prazo para diminui, mas a um ritmo cada vez menor.
a cobertura de desencaixes momentâneos dos agentes
econômicos, aí incluídos o Tesouro Nacional e os próprios
bancos. Serve como principal instrumento de regulação
da liquidez da economia para o banco central, através da
compra e venda de títulos públicos.
3
NOÇÕES DE ECONOMIA
A demanda, ou também chamada de procura, pode ser Teoria da Produção: Estuda o processo de
definida como as várias quantidades de um determinado transformação de fatores adquiridos pela empresa em
bem ou serviço que os consumidores estão dispostos e produtos finais para a venda no mercado. Estuda as
aptos a adquirir, em função dos vários níveis de preços relações entre as variações dos fatores de produção e suas
possíveis, em determinado período de tempo. consequências no produto final. Determina as curvas de
Ou seja, a demanda é a correlação entre as diversas custo, que são utilizadas pelas firmas para determinar o
quantidades procuradas de um bem, com os diversos volume ótimo de oferta.
níveis de preços apresentados.
A demanda é dependente de uma série de variáveis, A Microeconomia, ou teoria dos preços, analisa a
dentre as quais o preço do bem X (PX), a renda dos formação de preços no mercado, ou seja, como a empresa
consumidores (R), o preço dos outros bens (PY), assim e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a
como os gostos dos consumidores (G). quantidade de determinado bem ou serviço em mercados
DX = f (PX, R, PY, G), sendo a demanda dada em função específicos.
dos parâmetros anteriores.
A Lei da Demanda1 diz que há uma correlação inversa Assim, enquanto a Macroeconomia enfoca o
entre preços e quantidades demandadas, ceteris paribus comportamento da Economia como um todo, considerando
(expressão latina que significa tudo o mais constante, variáveis globais como consumo agregado, renda nacional
como a renda do consumidor, os preços de outros bens e e investimentos globais, a análise microeconômica
as preferências dos consumidores). preocupa-se com a formação de preços de bens e serviços
Quanto maior for o preço, menor será a quantidade (por exemplo, soja, automóveis) e de fatores de produção
demandada do bem que o consumidor estará disposto a (salários, aluguéis, lucros) em mercados específicos.
adquirir e vice-versa.
A teoria microeconômica não deve ser confundida
com a economia de empresas pois tem enfoque distinto.
1.3 TEORIA DO CONSUMIDOR, UTILIDADES A Microeconomia estuda o funcionamento da oferta e
CARDINAL E ORDINAL, RESTRIÇÃO da demanda na formação do preço no mercado, isto é, o
ORÇAMENTÁRIA, EQUILÍBRIO DO preço obtido pela interação do conjunto de consumidores
CONSUMIDOR E FUNÇÕES DEMANDA, CURVAS com o conjunto de empresas que fabricam um dado bem
DE ENGEL, DEMANDA DE MERCADO, TEORIA ou serviço.
DA PRODUÇÃO, ISOQUANTAS E CURVAS
Do ponto de vista da economia de empresas, que
DE ISOCUSTO, FUNÇÕES DE PRODUÇÃO E
estuda uma empresa específica, prevalece a visão contábil-
SUAS PROPRIEDADES, CURVAS DE PRODUTO financeira na formação do preço de venda de seu produto,
E PRODUTIVIDADE, CURVAS DE CUSTO, baseada principalmente nos custos de produção, enquanto
EQUILÍBRIO DA FIRMA, EQUILÍBRIO DE CURTO na Microeconomia predomina a visão do mercado
E DE LONGO PRAZOS.
Teoria do Consumidor
A Teoria do Consumidor, ou Teoria da Escolha, é uma
A microeconomia preocupa-se em explicar como teoria microeconômica, que busca descrever como os
é gerado o preço dos produtos finais e dos fatores de consumidores tomam decisões de compra e como eles
produção num equilíbrio, geralmente perfeitamente enfrentam os tradeoffs* e as mudanças em seu ambiente.
competitivo. Divide-se em: Os fatores que influenciam as escolhas dos consumidores
estão basicamente ligados à sua restrição orçamentária e
Teoria do Consumidor: Estuda as preferências do preferências.
consumidor analisando o seu comportamento, as suas
escolhas, as restrições quanto a valores e a demanda de Os principais instrumentos para a análise e
mercado. A partir dessa teoria se determina a curva de determinação de consumo são a curva de indiferença e a
demanda. restrição orçamentária.
Teoria da Firma: Estuda a estrutura econômica Para a Teoria do Consumidor, as pessoas escolhem
de organizações cujo objetivo é maximizar lucros. obter um bem em detrimento do outro em virtude da
Organizações que para isso compram fatores de produção utilidade que ele lhe proporciona.
e vendem o produto desses fatores de produção para
os consumidores. Estuda estruturas de mercado tanto *Trade-off ou tradeoff é uma expressão que define uma
competitivas quanto monopolísticas. A partir dessa teoria situação em que há conflito de escolha. Ocorre quando se
se determina a curva de oferta. abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter
outro bem ou serviço distinto.
4
NOÇÕES DE ECONOMIA
UTILIDADE CARDINAL
A utilidade como medida da satisfação é também chamada de utilidade cardinal. A utilidade cardinal ‘quantifica’ o
bem-estar do indivíduo.
A teoria do comportamento do consumidor parte do princípio de que o valor depende da utilidade, isto é, da avaliação
subjetiva que o consumidor atribui às diversas mercadorias.
Essa teoria se fundamenta nos princípios neoclássicos e não está isenta de críticas, mas é a mais comumente encontrada
nos manuais de microeconomia. Ela se divide em dois: a teoria da utilidade cardinal, a teoria da utilidade ordinal e elas
serão abordadas seguindo a história do pensamento econômico.
A teoria da utilidade cardinal conceitua a utilidade como a capacidade de um determinado bem de satisfazer desejos
e necessidades humanas.
Parte das seguintes hipóteses neoclássicas:
1. O consumidor é racional e tem conhecimento perfeito de suas preferências e condições do mercado; busca a
maximização de sua utilidade tendo como limitação o nível de renda.
Isso equivale a dizer que o consumidor está sempre buscando o máximo benefício com o mínimo de esforço. Esse é
um princípio ligado ao ser humano.
2. A satisfação obtida ao consumir um conjunto de bens e serviços pode ser medida e expressa por uma função de
utilidade, do mesmo modo que qualquer conceito objetivo, tal como temperatura, peso, volume e altura, por meio de
medidas cardinais.
O consumidor pode dar valores para medir a satisfação, a utilidade auferida pelo consumo de determinada quantidade
de um produto, partindo do princípio que ele valoriza mais aquilo que lhe traz mais prazer e estaria disposta a pagar mais
por algo que tenha maior utilidade.
3. Acréscimos no consumo de um determinado produto geram, coeteris paribus, aumentos decrescentes na utilidade
total.
Exemplo:
Se, num dia, damos uma barra de chocolate a uma criança provavelmente a barra lhe trará uma satisfação, um prazer
muito grande, gerando uma grande utilidade.
Se, em seguida, damos uma segunda barra de chocolate, a utilidade total será maior. A utilidade total representa a
soma da utilidade proporcionada pela primeira mais a utilidade adicionada pela segunda. Porém, essa segunda unidade
será recebida provavelmente com menos entusiasmo com que foi recebida a primeira barra.
A terceira barra tornará a satisfação total ainda maior, mas a utilidade acrescentada por esta última possivelmente será
menor que a anterior.
Se formos aumentando o número de barras de chocolate chegaremos ao ponto em que uma unidade adicional de
chocolate representará para a criança um benefício tão pequeno que para ele será quase indiferente receber ou não essa
barra adicional.
Isso acontece porque ao consumir chocolate até a saciedade, este deixa de ser para a criança um produto escasso,
desejado.
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NOÇÕES DE ECONOMIA
Gráfico feito por: Wagner Leal Ariente (Professor de Introdução á Economia - UFSC)
UTILIDADE ORDINAL
Os economistas Fischer (1892) e Pareto (1906) contornaram os principais problemas da teoria cardinal e deram à teoria
do comportamento do consumidor a forma que conhecemos hoje. Essa formulação é conhecida como Teoria Ordinal do
comportamento do consumidor.
Antes, reconhecendo que o consumidor prefere alguns bens e serviços a outros, introduziram uma ordem de
preferência para qualificar a utilidade.
Assim pode-se dizer que um bem tem mais utilidade do que outros, mas não se estabelece a quantidade de utilidade
correspondente de cada um. Para a teoria ordinal, se uma pessoa prefere chá a café, o chá para essa pessoa, tem mais
utilidade que o café. Mais uma vez, é importante ressaltar que a teoria ordinal apenas ordena bens, não lhes atribuindo
qualquer quantidade de utilidade.
A abordagem ordinal da teoria do consumidor representa uma linha de pensamento mais recente, em relação à
abordagem cardinal.
Sua característica fundamental está no fato de rejeitar a hipótese de mensurabilidade quantitativa da utilidade,
substituindo-a pela hipótese de comparabilidade.
Assim, para a abordagem ordinal, a utilidade não é mensurável, mas comparável. É, portanto, pela comparação das
utilidades das coisas que o consumidor escolhe as diferentes alternativas de consumo de bens ou de combinações de
bens capazes de atender às suas necessidades.
Os economistas reconheceram que, no que no que diz respeito ao comportamento da escolha, tudo o que interessava
saber a respeito da utilidade era se uma cesta tinha uma maior utilidade do que a outra – o quanto era maior não
importava.
6
NOÇÕES DE ECONOMIA
Gráfico feito por: Wagner Leal Ariente (Professor de Introdução á Economia - UFSC)
Restrição Orçamentária
Pressuposto: Os consumidores escolhem a melhor (fator subjetivo) cesta que podem (fator objetivo) adquirir;
7
NOÇÕES DE ECONOMIA
8
NOÇÕES DE ECONOMIA
O preço relativo também é uma variável que deve Utilidade total: utilidade somada de todas as unidades
ser considerada; caracteriza-se como sendo a relação consumidas de um bem.
entre os preços de vários bens. Se um produto de uma Utilidade marginal: é o acréscimo de utilidade trazida
mesma categoria sofre uma porcentagem de desconto e o pela última unidade consumida.
outro permanece com seu valor absoluto (real), o produto Lei da utilidade marginal decrescente: à medida que
que teve o desconto, ou seja, que passou a ter um preço se consome mais de um bem, a utilidade de cada unidade
relativo, terá um aumento na demanda em detrimento consumida desce, ou seja, o acréscimo de satisfação que o
à diminuição da demanda do produto que não sofreu consumo vai dando desce quando o consumo sobe.
queda de preços. Esta variação é importante no momento Regra de ouro do consumidor: A utilidade marginal do
da definição dos preços dos produtos, dentro da análise último euro gasto em cada bem deve ser igual em todos os
microeconômica . bens.
Encontramos ainda a definição de oferta, que é Primeira lei de Gossen: À medida que se consome mais
a quantidade de determinado bem ou serviço que os do bem, a utilidade de cada unidade adicional consumida
produtores e vendedores desejam em determinado desce.
período. Representa um plano ou intenção de produtores Segunda lei de Gossen: O consumidor, para obter o
ou vendedores, e não a venda efetiva. As variáveis que máximo de satisfação, deve consumir até que a utilidade
afetam a oferta de dado bem ou serviço são: quantidade marginal do último euro gasto em cada bem seja igual em
ofertada do bem, preço do bem, preço dos fatores e todos os bens.
insumos de produção, preço de outros bens, substitutos Lei da substituição: Quanto menos de um bem se tem,
na produção, objetivos e metas do empresário. maior é a utilidade marginal desse bem.
Quando ocorre um excesso de ofertas (um maior Taxa marginal de substituição: Rácio das utilidade
número de produtos à venda do que de consumidores marginais de dois bens, o valor relativo das duas última
para consumi-los), os vendedores acumularão estoques unidades consumidas de cada bem, a qual equivale à taxa,
não planejados e terão que diminuir seus preços, na margem, a que se troca um bem pelo outro, mantendo a
concorrendo pelos escassos consumidores. No caso utilidade.
de excesso de demanda (muitos consumidores para A utilidade marginal de um bem económico não escasso
comprar um número pequeno de determinado produto), para uma pessoa racional que escolhe a quantidade que
os consumidores estarão dispostos a pagarem mais caro consome é nula. A explicação reside no facto de um bem
pelos produtos escassos. Assim, existe uma tendência ao não escasso existir em quantidades tais que chega e sobra
equilíbrio, não existindo pressões para alterar preços e os para satisfazer as necessidades que dele se têm e, por isso,
planos dos compradores são consistentes com os planos poder sem obtido sem custo, pelo que o agente racional vai
dos vendedores, e não existem filas ou estoques não escolher consumir até estar saciado (Um=0).
planeados nas empresas.
É possível encontrar um grande número de pontos
Teoria do valor – “paradoxo da água e do diamante” que têm exactamente a mesma utilidade para um certo
“Nada é mais útil do que a água: mas com ela consumidor. Isso quer dizer que, na decisão de consumo
praticamente nada pode comprar-se; praticamente nada que o consumidor toma, esses pontos são indiferentes para
pode obter-se em troca dela. Pelo contrário, um diamante ele. Esses pontos formam uma curva da indiferença. Não
não tem praticamente qualquer valor de uso; no entanto, é necessário saber o valor absoluto da utilidade, bastando
pode normalmente obter-se grande quantidade de outros saber o valor relativo dos bens, uns em relação aos outros.
bens em troca dele.”
A utilidade total da água é muito maior do que a do A curva da indiferença tem de ser decrescente e a
diamante, mas a utilidade marginal do diamante é muito Primeira Lei de Gossen implica que ela tenha de ser convexa.
superior à da água pois, como há muita água e poucos À medida que se tira mais de um bem, é necessário dar cada
diamantes, pela lei da utilidade marginal decrescente, a vez mais de outro para compensar, mantendo a utilidade.
utilidade marginal daquela desceu muito em relação a Cada curva divide o espaço em duas partes: uma zona
este. melhor que os pontos da curva, acima, e uma zona pior,
abaixo. Para cada consumidor que saiba avaliar todas as
Utilidade – a satisfação que cada ser humano tira do situações há um mapa da indiferença.
uso do bem é o que dá valor às coisas. Utilidade define- Cada uma das curvas acima da outra representa utilidade maior.
se como o grau de satisfação que os bens dão às nossas
necessidades. É forma de medir o “bem-estar” obtido De todos os pontos das possibilidades de consumo
pelos bens, materiais, ou não. qual é o melhor? Para isso temos de sobrepor o mapa da
indiferença à recta do rendimento. Nesse caso, vemos que o
Partindo da utilidade que atribui a cada bem, o agente, ponto de possibilidades de consumo que tem maior utilidade
que é racional, vai escolher a combinação de bens que lhe é o da tangencia entre a curva da indiferença e a recta do
dá maior satisfação (optimizá-la), dadas as limitações que rendimento. Aí, as inclinações são iguais, ou seja, a Taxa
provêm da escassez. Marginal de Substituição (inclinação da rectas da indiferença)
iguala o rácio de preços (inclinação da recta do rendimento).
9
NOÇÕES DE ECONOMIA
Três outras questões do consumidor • Bens inferiores: Ao ficar mais rico, o consumidor
consome menos destes bens. Têm uma elasticidade
Lei de Engel – num conjunto de famílias com rendimento negativa e uma curva de Engel decrescente.
gostos semelhantes e enfrentando preços iguais, o peso São constituídos por bens que satisfazem necessidades
da despesa em alimentação é, em média, uma função que também podem ser satisfeitas por outros bens de
decrescente do rendimento. melhor qualidade, mas que, quando pobre, o consumidor
não poderia comprar.
Curva consumo-rendimento: o lugar geométrico Um outro problema semelhante aparece se, mantendo
dos pontos de consumo óptimo de dois bens, para certos o rendimento, se variar o preço de um bem, por exemplo,
níveis de preço e vários níveis de rendimento. o preço de livros. Nesse caso, a recta do rendimento
A curva de Engel relaciona directamente o consumo sofre uma alteração na sua inclinação. Agora, se todo o
óptimo de cada bem com o nível de rendimento que rendimento for gasto em livros, é apenas possível comprar
menos livros, enquanto se ele for gasto em pão (cujo preço
o gera. Assim, se de cada ponto da curva consumo-
não variou) se mantinha o ponto anterior.
rendimento forem anotados os valores de rendimento e
Dada nova recta do rendimento, o ponto óptimo
os correspondentes valores de consumo de dois bens (pão
continua a ser obtido pela tangencia entre essa recta e uma
e livros), é possível construir as curvas de Engel para cada
curva da indiferença. Ao fazer novas variações de preços
um dos bens. (subidas e descidas) é possível unir os vários pontos de
Para analisar as variações do padrão de consumo consumo óptimo, obtendo assim a curva preço-consumo.
à medida que o consumidor vai ficando mais rico, por Desta forma, é também possível desenhar uma curva
exemplo, é preciso saber o que acontece ao peso de certo que exprima a relação da curva preço-consumo, mas só
bem no total da despesa: será que, à medida que fica mais para um dos bens. Assim, a nova curva relacionado, por
rico, o consumidor vai comprando proporcionalmente exemplo, directamente a quantidade óptima de consumo
mais ou menos pão? E livros? Repare-se que não interessa de livros com cada um dos preços que a motivam. Essa
apenas saber se o consumidor gasta mais ou menos do curva relaciona quantidades de consumo escolhidas para
bem, mas se gasta proporcionalmente mais ou menos do cada nível de preços. Trata-se da curva da procura.
bem, precisamos de conhecer a variação em percentagem.
“Quando varia o rendimento de um por cento (1%), Paradoxo de Giffen – Há bens cujo consumo sobre
qual a percentagem de aumento dos gastos no bem?” Se, quando sobe o preço.
quando num aumento de 1% de rendimento, o consumo Quando varia o preço ao longo da curva da procura
do bem aumenta mais de 1%, a importância do bem (o seu há dois efeitos: o efeito substituição (porque o bem fica
peso) nas despesas do consumidor aumentou. Se nessas mais caro, o consumidor desloca-se ao longo da curva da
condições o consumo aumentar menos de 1%, o seu peso indiferença, para um ponto em que o consumo desse bem
desce. é menor) e o efeito rendimento (porque se fica mais pobre
pela subida de preço, o consumidor é forçado a deslocar-
Elasticidade rendimento da procura – Variação se para uma curva de indiferença inferior).
percentual da procura de um bem quando o rendimento Vamos supor que o consumidor se encontra em
varia de 1%. equilíbrio no ponto A, quando se verifica uma subida do
• Bens superiores: o peso do bem aumenta nas preço do pão. Ele desloca-se então para um novo ponto
despesas do consumidor quando o rendimento aumenta. óptimo, B.
Os bens superiores são, pois, aqueles que os ricos A passagem de A para B é composta por dois
efeitos diferentes. Por um lado, como o consumidor
têm possibilidades de comprar. Têm uma elasticidade
defronta um preço mais alto de pão, a sua nova escolha
rendimento (Er) maior do que um, e uma curva de Engel
terá necessariamente menos pão e mais livros (efeito
crescente. Os bens de luxo ou aqueles bens mais ligados
substituição). Mas, por outro lado, como o preço mais alto
aos níveis altos dos rendimentos são exemplos destes
tornou o consumidor mais pobre, ele vai consumir menos
bens. pão e menos livros. O efeito total é a soma destes dois
efeitos.
• Bens normais: Bens em relação aos quais o No que diz respeito ao efeito substituição, ele leva
consumidor, quando o seu rendimento sobe, aumenta o sempre a uma redução da quantidade consumida do bem
seu gasto, mas menos que proporcionalmente à subida do cujo preço aumenta. Na verdade, tem de ser assi devido
rendimento (ou seja, o seu peso no rendimento desce). à primeira Lei de Gossen. Uma variação de preço implica
Têm elasticidade rendimento positiva, mas menor que uma variação na utilidade marginal, e essa tem uma relação
um, e uma curva de Engel crescente, mas cada vez menos negativa com a quantidade devido a essa lei.
crescente. São aqueles bem que as pessoas, à medida que Quanto ao efeito rendimento, a questão é um pouco
ficam mais desafogadas no seu rendimento, consomem mais complicada pois as variações do rendimento não têm
mais, mas não proporcionalmente mais. A lei de Engel efeitos simples sobre o consumo. Uma queda no rendimento
supõe que os bens alimentares são bens normais. pode diminuir ou aumentar a quantidade consumida do
bem, conforme o bem seja normal/superior ou inferior.
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NOÇÕES DE ECONOMIA
Normalmente, o efeito que domina é o efeito substituição, Porque razão os bens têm diferentes elasticidades-
que, aliás, é o mais intuitivo (se o preço sobre, eu compro menos). preço, ou seja, a sua procura reage diferentemente a
E, por vezes, como vimos, o efeito rendimento pode reforçar o variações de preço?
efeito substituição, descendo ainda mais a quantidade. Mas - Em primeiro lugar, a distinção entre bens de
pode acontecer que o efeito rendimento contrarie o efeito necessidade e bens supérfluos. Se um bem é essencial
substituição, podendo inverter completamente o efeito. ao consumidor, ele pouco varia a quantidade que
Nos “bens de Giffen” constata-se que, perante uma subida compra, mesmo que o preço suba muito, enquanto se o
de preços, o efeito rendimento é não só o inverso do efeito consumidor puder viver bem sem ele, é normal que desça
substituição, mas de tal forma poderoso que o anula, causando muito a quantidade. Por essa razão, os bens de primeira
um aumento da quantidade procurada, o que gera a parte necessidade t
positivamente inclinada da curva da procura. (Este facto pode têm procura muito mais rígida do que os bens
dar-se em bens como as batatas, nas quais, quando o preço supérfluos. A procura de pão é, por exemplo, muito mais
sobre, as pessoas ficam tão pobres que deixam de consumir os rígida que a procura de chupa-chupas.
bens superiores (carne) e, como têm de os substituir, compram - A existência ou não de substitutos também gera
mais batatas). diferentes elasticidades preço da procura. Um bem que
é facilmente substituível por outro reage muito mais a
Efeito de King variações de preço que um que constitui a única forma de
O efeito de King consiste na constatação de que quando a satisfazer essa necessidade.
colheita é boa, o preço do bem desce e isso pode prejudicar o - O peso desse bem no orçamento do consumidor é
produtor. também determinante. Se um consumidor compra muito
Como a receita do produtor (R) é igual ao produto do preço pouco de um certo bem, ele não pode, por simples razões
(P) pela quantiade (Q), se Q sobe e P desce, R pode subir ou de dimensão, reagir muito a variações de preço. Assim,
descer. aqueles bens que pesam mais na nossa despesa são
normalmente mais elásticos que os que pouco pesam.
O que determina qual a sensibilidade da receita a variações
- Muito importante também é o tempo de reacção.
de preço é a elasticidade preço da procura: a percentagem da
Confrontado com uma subida de preços, o consumidor
descida da procura se o preço subir 1%.
pode, imediatamente, ter dificuldade em modificar os seus
• Procura elástica: bem que tenha uma elasticidade
hábitos, e por isso mantém uma procura rígida em relação
procura-preço superior a 1. Nesses bens, o aumento do preço
a esse bem. Mas à medida que o tempo passa, ele vai
faz descer a receita, pois a quantidade desce proporcionalmente
ganhando elasticidade, e passa a poder reagir mais. Assim,
mais que a subida do preço.
a elasticidade da procura medida a longo-prazo é maior
• Procura Inelástica ou Rígida: O aumento do preço
que a medida a curto-prazo.
faz subir a receita.
• Procura de elasticidade Unitária: As variações de
preço mantêm a receita. Elasticidade preço cruzada da procura
Trata-se da variação da procura de um bem causada por
Um caso particular de procura rígida é o daqueles bens alterações de preço de outro bem, ou seja, trata da variação
que têm elasticidade procura preço negativa. Esses são os bens percentual da quantidade procurada de um bem quando
para os quais uma subida de preço faz aumentar a quantidade o preço de outro bem sobe em 1% (coeteris paribus). Esta
procurada – bens de Giffen. elasticidade, que mede o grau de interdependência entre
Se a curva da procura for uma recta vertical, isso significa a procura de bens também serve para classificar os bens
que a quantidade nunca varia, qualquer que seja o preço: nesse Bens substitutos – têm elasticidade procura-preço
caso, a elasticidade é zero e a procura é dita perfeitamente rígida. cruzada positiva. Se quando o preço de um deles sobe,
No extremo oposto temos o caso de uma recta horizontal onde a procura do outro também sobe, então é porque houve
a procura, mesmo sem variar o preço, toma todos os valores uma substituição do consumo de um bem pelo outro.
possíveis. Este é o caso de elasticidade procura-preço infinita. Bens complementares – A elasticidade procura-preço
De notar que uma recta ou uma curva não tem sempre a cruzada é negativa. A procura dos dois bens move-se no
mesma elasticidade. Uma curva pode ter uma zona muito rígida, mesmo sentido.
quase vertical, e depois ir descendo a sua inclinação até acabar
numa zona muito elástica, quase horizontal. TEORIA DA FIRMA
Por outro lado, uma recta, que tem a mesma inclinação A Teoria da Firma é a parte da microeconomia que
em todos os pontos, tem elasticidade diferente em pontos se preocupa em estudar o comportamento da firma.
diferentes. Como apresenta a mesma inclinação, a variação de Esse tópico foi pouco abordado até agora, sendo que
quantidade causada pela mesma variação de preços é igual em apresentamos apenas a curva de oferta de mercado A
todos os pontos de uma recta. Mas se ela tem o mesmo valor, Teoria da Firma é a parte da Economia que engloba a
não é igual percentualmente. A preços altos, como a quantidade Teoria da Produção, Teoria dos Custos de Produção e os
é baixa, a mesma variação de quantidade é percentualmente Rendimentos da Firma.
maior e, por isso, a elasticidade é alta. Mas a preços baixos a
quantidade é alta e a elasticidade é baixa.
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NOÇÕES DE ECONOMIA
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NOÇÕES DE ECONOMIA
Ey =
Estágio I
Estágio II
Estágio III → PFMaX1 < 0 → Ey < 0.
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NOÇÕES DE ECONOMIA
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NOÇÕES DE ECONOMIA
Formação de Preços
Existe uma série de modelos sobre o comportamento
das empresas na formação de preços de seus produtos.
Inclinação da Isocusto = - A diferença maior entre esses modelos está condicionada
ao objetivo ao qual a firma se propõe: maximizar lucros,
Estas inclinações são iguais no ponto 3: maximizar participação no mercado, maximizar margem
de rentabilidade sobre os cursos, etc.
Logo: Quanto aos seus objetivos, as empresas defrontam-
se com duas possibilidades principais: maximizar lucro
e maximizar mark-up (margem sobre os custos diretos).
Dentro da teoria neoclássica ou marginalista, o objetivo da
TMTSX1X2 =
(no ponto de firma é sempre maximizar o lucro total.
equilíbrio) Se a empresa aumenta a produção e a recita adicional
ou for maior que o custo adicional, o lucro estará aumentando
e a empresa neste caso, não encontra seu ponto ideal de
equilíbrio. Se a receita adicional for menor que o custo
adicional, o lucro estará caindo e o prejuízo aumentando.
A recita marginal deve ser igualada ao custo marginal.
As hipóteses do modelo refletem o funcionamento
Caminho de Expansão ou Linha de Escala de um mercado completamente livre, sem barreiras e
Existem certas ocasiões que é interessante para a totalmente transparente.
firma aumentar a produção. Para isto ela deve aumentar o Hipótese da atomicidade: é um mercado com
dispêndio com os recursos (X1 e X2). Porém, qualquer que infinitos vendedores e compradores, de forma que um
seja a despesa, a firma deverá produzir sempre a máxima agente isolado não tem condições de afetar o preço no
produção com aquele dispêndio, ou alternativamente, mercado. Assim, o preço no mercado é um dado fixado
produzir determinada quantidade sempre ao menor custo. para empresas e consumidores;
15
NOÇÕES DE ECONOMIA
Hipótese da homogeneidade: Todas as firmas A longo prazo, em concorrência perfeita, só existem lucros
oferecem produto semelhante, homogêneo. Não há normais. Em concorrência perfeita, supõe-se que os lucros
diferenças de embalagem, qualidade nesse mercado; extraordinários a curto prazo atraem novas empresas para
esse mercado. Dessa forma, em concorrência perfeita,
Hipótese da mobilidade de firmas (livre entrada e a longo prazo, com a atração de novas firmas, a oferta
saída de firmas e compradores no mercado): mercado de mercado aumenta, e a tendência é de que os lucros
sem barreiras à entrada e saída, tanto de compradores extraordinários tendam a zero, existindo apenas os lucros
como de vendedores. normais.
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NOÇÕES DE ECONOMIA
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NOÇÕES DE ECONOMIA
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NOÇÕES DE ECONOMIA
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NOÇÕES DE ECONOMIA
c) A comunidade internacional trata os direitos hu- Devido à igualdade textual, a indicação da alternativa
manos de forma global, justa e equitativa, em pé de correta aponta as inadequações nas demais.
igualdade e com a mesma ênfase.
d) A maior parte dos países compreende que o di- RESPOSTA: “A”.
reito ao trabalho é de vital importância para o desen-
volvimento de povos e nações. 10-) (TRF/4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
e) A declaração de Direitos Humanos de Viena, de FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou
1993, reconhece uma série de direitos fundamentais, a constituir um deslocamento da atenção intelectual de
como o direito ao desenvolvimento. Said ...
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a
Sublinhei os termos que se relacionam, justificando a forma verbal resultante é:
concordância verbal: a) se constituiu.
a) Para promover os direitos humanos, a consolidação b) chegou a ser constituído.
da democracia em todos os países é extremamente neces- c) teria chegado a constituir.
sária. d) chega a se constituir.
b) Cada um dos países do Conselho de Direitos Huma- e) chegaria a ser constituído.
nos da Organização das Nações Unidas (ONU) há de zelar
pela manutenção dos Direitos Humanos. O engajamento moral e político não chegou a consti-
c) A comunidade internacional trata os direitos huma- tuir um deslocamento da atenção intelectual de Said = dois
nos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade verbos na voz ativa, mas com presença de preposição e, um
e com a mesma ênfase. deles, no infinitivo, então o verbo auxiliar “ser” ficará no in-
d) A maior parte dos países compreende (ou “com- finitivo (na voz passiva) e o verbo principal (constituir) ficará
preendem” = facultativo; tanto concorda com “a maior par- no particípio: Um deslocamento da atenção intelectual de
te” quanto com “países”) que o direito ao trabalho é de vital Said não chegou a ser constituído pelo engajamento...
importância para o desenvolvimento de povos e nações.
RESPOSTA: “B”.
e) A declaração de Direitos Humanos de Viena, de
1993, reconhece uma série de direitos fundamentais, como
11-) (TRF/4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
o direito ao desenvolvimento.
FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de
concordância verbal e nominal em:
RESPOSTA: “D”.
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais
como entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais
09-) (TRF/5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – sofisticadas às mais humildes, são cada vez mais co-
FCC/2012) Está inteiramente adequada a pontuação da muns nos dias de hoje.
frase: b) A importância de intelectuais como Edward Said
a) Como já se disse, poeta é aquele que, ao aplicar- e Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre ques-
-se conscientemente à difícil arte do desaprender, passa tões polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos li-
a ver o mundo com olhar infantil, despido das camadas vros que escreveram.
de preconceitos e prejuízos que, quase sempre à nossa c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en-
revelia, acumulamos ao longo da vida adulta. tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e
b) Como, já se disse, poeta é aquele que ao aplicar- tanto sofrimento, estejam próximos de serem resolvi-
-se conscientemente à difícil arte do desaprender, passa dos ou pelo menos de terem alguma trégua.
a ver o mundo, com olhar infantil, despido das camadas d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a
de preconceitos e prejuízos, que quase sempre à nossa verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
revelia, acumulamos ao longo da vida adulta. ponto relativa, costumam encontrar muito mais detra-
c) Como já se disse poeta é aquele, que ao aplicar-se tores que admiradores.
conscientemente à difícil arte do desaprender, passa a e) No final do século XX já não se via muitos inte-
ver o mundo com olhar infantil despido das camadas lectuais e escritores como Edward Said, que não apenas
de preconceitos e prejuízos que, quase sempre à nossa era notícia pelos livros que publicavam como pelas po-
revelia acumulamos, ao longo da vida adulta. sições que corajosamente assumiam.
d) Como já se disse poeta, é aquele que ao aplicar-
-se conscientemente à difícil arte do desaprender, passa Fiz as correções entre parênteses:
a ver o mundo com olhar infantil despido das camadas a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
de preconceitos, e prejuízos, que quase sempre à nossa entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica-
revelia acumulamos ao longo da vida adulta. das às mais humildes, são (é) cada vez mais comuns (co-
e) Como já se disse, poeta é aquele que ao apli- mum) nos dias de hoje.
car-se, conscientemente, à difícil arte do desaprender b) A importância de intelectuais como Edward Said e
passa a ver, o mundo, com olhar infantil despido das Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
camadas de preconceitos e prejuízos que quase sempre, polêmicas de seu tempo, não estão (está) apenas nos livros
à nossa revelia, acumulamos ao longo da vida adulta. que escreveram.
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NOÇÕES DE ECONOMIA
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio en- 12-) (TRF/2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
tre árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto FCC/2012) Wagner submerge ante os cordões de Bota-
sofrimento, estejam (esteja) próximos (próximo) de serem fogo.
(ser) resolvidos (resolvido) ou pelo menos de terem (ter) A afirmativa que exprime corretamente, com ou-
alguma trégua. tras palavras, o sentido original da frase acima é:
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a (A) Os cordões de Botafogo superam Wagner.
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo (B) Wagner supera o que se faz nos cordões de Bo-
ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores tafogo.
que admiradores. (C) Botafogo, com seus cordões, retoma a superio-
e) No final do século XX já não se via (viam) muitos ridade de Wagner.
intelectuais e escritores como Edward Said, que não apenas (D) Diante dos cordões de Botafogo, Wagner será
era (eram) notícia pelos livros que publicavam como pelas a superação.
posições que corajosamente assumiam. (E) Para os cordões de Botafogo, Wagner é superior.
21
NOÇÕES DE ECONOMIA
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = Fiz a correção entre parênteses:
“há” permaneceria no singular (A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é
(B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do pla- boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passa-
neta) = “sabe” permaneceria no singular geiros nos aeroportos.
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O (B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua
consumo mundial de barris de petróleo) = “dá” permane- espontaneidade, mas nada que ponha em cheque (xeque)
ceria no singular sua reputação de pessoa cortês.
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio
no custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “re- de descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza
flete” passaria para “refletem-se” (frondosa) árvore do pátio.
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- (D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho (empe-
climáticas) = “pressiona” permaneceria no singular cilho) na superação dessa sua crise.
(E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção
RESPOSTA: “D”. dessa alta quantia, mas não quiz (quis) ser taxado de coni-
vente na concessão de privilégios ilegítimos.
15-) (TRF/1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
FCC/2011) “Gosto de Ouro Preto”, explicou Elizabeth RESPOSTA: “A”.
ao poeta Robert Lowell...
No segmento acima, o verbo “gostar” está empre- 17-) (TRF/4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
gado exatamente com a mesma regência com que está FCC/2010) A substituição do elemento grifado pelo
empregado o verbo da seguinte frase: pronome correspondente, com os necessários ajustes
(A) Os manifestantes de todas as idades desfilaram no segmento, está INCORRETA em:
pelas ruas da cidade. a) continua a provocar irritação = continua a pro-
(B) Não junte este líquido verde com aquele abra- vocá-la.
sivo. b) a constituir um deslocamento = a lhe constituir.
(C) A casa pertence aos Nemer desde 1982. c) batalhar [...] contra a leucemia = batalhar contra
(D) Patrocinou o evento do último sábado. ela.
(E) Encontraram com um comerciante essas anota- d) que treinavam a elite = que a treinavam.
ções. e) gerou uma subdisciplina acadêmica = gerou-a.
Regência do verbo “gostar”: transitivo indireto. a) continua a provocar irritação = continua a provocá-
A – desfilaram – intransitivo -la.
B – junte – transitivo direto b) a constituir um deslocamento = a lhe constituir. =
C – pertence – transitivo indireto constituí-lo
D – patrocinou – transitivo direto c) batalhar [...] contra a leucemia = batalhar contra ela.
E – transitivo direto preposicionado d) que treinavam a elite = que a treinavam.
e) gerou uma subdisciplina acadêmica = gerou-a.
RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “B”.
16-) (TRF/1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
FCC/2011) As palavras estão corretamente grafadas na
seguinte frase:
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é
boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de pas-
sageiros nos aeroportos.
(B) Comete muitos deslises, talvez por sua esponta-
neidade, mas nada que ponha em cheque sua reputa-
ção de pessoa cortês.
(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do
sócio de descançar após o almoço sob a frondoza ár-
vore do pátio.
(D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa
mágoa pode estar sendo o grande impecilho na supe-
ração dessa sua crise.
(E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta
quantia, mas não quiz ser taxado de conivente na con-
cessão de privilégios ilegítimos.
22
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
1
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Diz respeito à técnica de elaboração da lei penal, que como de maior importância, também será com fundamen-
deve ser suficientemente clara e precisa na formulação do to nele que o legislador, atento às mutações da socieda-
conteúdo do tipo legal e no estabelecimento da sanção de, que com sua evolução deixa de dar importância a bens
para que exista real segurança jurídica. Tal assertiva cons- que, no passado, eram da maior relevância, fará retirar do
titui postulado indeclinável do Estado de direito material ordenamento jurídico-penal certos tipos incriminadores.
- democrático e social.
O princípio da reserva legal implica a máxima determi- Fragmentariedade
nação e taxatividade dos tipos penais, impondo-se ao Po- A função maior de proteção dos bens jurídicos atribuí-
der Legislativo, na elaboração das leis, que redija tipo pe- da à lei penal não é absoluta. O que faz com que só devem
nais com a máxima precisão de seus elementos, bem como eles ser defendidos penalmente frente a certas formas de
ao Judiciário que as interprete restritivamente, de modo a agressão, consideradas socialmente intoleráveis. Isto quer
preservar a efetividade do princípio. dizer que apenas as ações ou omissões mais graves ende-
reçadas contra bens valiosos podem ser objeto de crimi-
Princípio da culpabilidade nalização.
O princípio da culpabilidade possui três sentidos fun- O caráter fragmentário do Direito Penal aparece sob
damentais: uma tríplice forma nas atuais legislações penais: a) defen-
• Culpabilidade como elemento integrante da teoria dendo o bem jurídico somente contra ataques de especial
analítica do crime – a culpabilidade é a terceira caracterís- gravidade, exigindo determinadas intenções e tendências,
tica ou elemento integrante do conceito analítico de crime, excluindo a punibilidade da ação culposa em alguns casos
sendo estudada, sendo Welzel, após a análise do fato típico etc; b) tipificando somente uma parte do que nos demais
e da ilicitude, ou seja, após concluir que o agente praticou ramos do ordenamento jurídico se estima como antijurídi-
um injusto penal; co; c) deixando, em princípio, sem castigo, as ações mera-
• Culpabilidade como princípio medidor da pena mente imorais, como a homossexualidade e a mentira.
– uma vez concluído que o fato praticado pelo agente é
típico, ilícito e culpável, podemos afirmar a existência da Princípio da pessoalidade da pena (da responsabilida-
infração penal. Deverá o julgador, após condenar o agen- de pessoal ou da intranscendência da pena)
te, encontrar a pena correspondente à infração praticada, Impede-se a punição por fato alheio, vale dizer, só o
tendo sua atenção voltada para a culpabilidade do agente autor da infração penal pode ser apenado (CF, art. 5°, XLV).
como critério regulador; Havendo falecimento do condenado, a pena que lhe fora
• Culpabilidade como princípio impedidor da res- infligida, mesmo que seja de natureza pecuniária, não po-
ponsabilidade penal objetiva, ou seja, da responsabilida- derá ser estendida a ninguém, tendo em vista seu caráter
de penal sem culpa – o princípio da culpabilidade impõe a personalíssimo, quer dizer, somente o autor do delito é que
subjetividade da responsabilidade penal. Isso significa que pode submeter-se às sanções penais a ele aplicadas.
a imputação subjetiva de um resultado sempre depende de Todavia, se estivermos diante de uma responsabilidade
dolo, ou quando previsto, de culpa, evitando a responsabi- não penal, como a obrigação de reparar o dano, nada im-
lização por caso fortuito ou força maior. pede que, no caso de morte do condenado e tendo havido
bens para transmitir aos seus sucessores, estes respondem
Princípio da exclusiva proteção dos bens jurídicos até as forças da herança. A pena de multa, apesar de ser
O pensamento jurídico moderno reconhece que o considerada agora dívida de valor, não deixou de ter cará-
escopo imediato e primordial do Direito Penal reside na ter penal e, por isso, continua obedecendo a este princípio.
proteção de bens jurídicos - essenciais ao individuo e à co-
munidade -, dentro do quadro axiológico constitucional ou Individualização da pena
decorrente da concepção de Estado de Direito democráti- A individualização da pena ocorre em três momentos:
co (teoria constitucional eclética). a) Cominação – a primeira fase de individualização da
pena se inicia com a seleção feita pelo legislador, quando
Princípio da intervenção mínima (ou da subsidiarieda- escolhe para fazer parte do pequeno âmbito de abrangên-
de) cia do Direito Penal aquelas condutas, positivas ou nega-
Estabelece que o Direito Penal só deve atuar na defesa tivas, que atacam nossos bens mais importantes. Uma vez
dos bens jurídicos imprescindíveis à coexistência pacífica feita essa seleção, o legislador valora as condutas, comi-
das pessoas e que não podem ser eficazmente protegidos nando-lhe penas de acordo com a importância do bem a
de forma menos gravosa. Desse modo, a lei penal só de- ser tutelado.
verá intervir quando for absolutamente necessário para a b) Aplicação – tendo o julgador chegado à conclusão
sobrevivência da comunidade, como ultima ratio. de que o fato praticado é típico, ilícito e culpável, dirá qual
O princípio da intervenção mínima é o responsável não a infração praticada e começará, agora, a individualizar a
só pelos bens de maior relevo que merecem a especial pro- pena a ele correspondente, observando as determinações
teção do Direito Penal, mas se presta, também, a fazer com contidas no art. 59 do Código Penal (método trifásico).c)
que ocorra a chamada descriminalização. Se é com base Execução penal – a execução não pode igual para todos os
neste princípio que os bens são selecionados para perma- presos, justamente porque as pessoas não são iguais, mas
necer sob a tutela do Direito Penal, porque considerados sumamente diferentes, e tampouco a execução pode ser
2
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
homogênea durante todo período de seu cumprimento. Princípio da insignificância (ou da bagatela)
Individualizar a pena, na execução consiste em dar a cada Relacionado o axioma minima non cura praeter, en-
preso as oportunidades para lograr a sua reinserção social, quanto manifestação contrária ao uso excessivo da sanção
posto que é pessoa, ser distinto. penal, postula que devem ser tidas como atípicas as ações
ou omissões que afetam muito infimamente a um bem ju-
Proporcionalidade da pena rídico-penal. A irrelevante lesão do bem jurídico protegido
Deve existir sempre uma medida de justo equilíbrio não justifica a imposição de uma pena, devendo-se excluir
entre a gravidade do fato praticado e a sanção imposta. A a tipicidade em caso de danos de pouca importância.
pena deve ser proporcionada ou adequada à magnitude da “A insignificância da afetação [do bem jurídico] exclui
lesão ao bem jurídico representada pelo delito e a medida a tipicidade, mas só pode ser estabelecida através da con-
de segurança à periculosidade criminal do agente. sideração conglobada da norma: toda ordem normativa
O princípio da proporcionalidade rechaça, portanto, o persegue uma finalidade, tem um sentido, que é a garantia
estabelecimento de cominações legais (proporcionalidade jurídica para possibilitar uma coexistência que evite a guer-
em abstrato) e a imposição de penas (proporcionalidade em ra civil (a guerra de todos contra todos). A insignificância
concreto) que careçam de relação valorativa com o fato co- só pode surgir à luz da finalidade geral que dá sentido à
metido considerado em seu significado global. Tem assim ordem normativa, e, portanto, à norma em particular, e
duplo destinatário: o poder legislativo (que tem de estabe- que nos indica que essas hipóteses estão excluídas de seu
lecer penas proporcionadas, em abstrato, à gravidade do âmbito de proibição, o que não pode ser estabelecido à
delito) e o juiz (as penas que os juízes impõem ao autor do luz de sua consideração isolada”. (Zaffaroni e Pierangeli)
delito tem de ser proporcionais à sua concreta gravidade).
Princípio da lesividade
Princípio da humanidade (ou da limitação das penas) Os princípios da intervenção mínima e da lesividade
Em um Estado de Direito democrático veda-se a cria- são como duas faces da mesma moeda. Se, de um lado,
ção, a aplicação ou a execução de pena, bem como de qual- a intervenção mínima somente permite a interferência
quer outra medida que atentar contra a dignidade huma- do Direito Penal quando estivermos diante de ataques a
na. Apresenta-se como uma diretriz garantidora de ordem bens jurídicos importantes, o princípio da lesividade nos
material e restritiva da lei penal, verdadeira salvaguarda da esclarecerá, limitando ainda mais o poder do legislador,
dignidade pessoal, relaciona-se de forma estreita com os quais são as condutas que deverão ser incriminadas pela
princípios da culpabilidade e da igualdade. lei penal. Na verdade, nos esclarecerá sobre quais são as
Está previsto no art. 5°, XLVII, que proíbe as seguintes condutas que não poderão sofrer os rigores da lei penal.
penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada; b) O mencionado princípio proíbe a incriminação de: a)
de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de bani- uma atitude interna (pensamentos ou sentimentos pes-
mento; e) cruéis. “Um Estado que mata, que tortura, que soais); b) uma conduta que não exceda o âmbito do pró-
humilha o cidadão não só perde qualquer legitimidade, se- prio autor (condutas não lesivas a bens de terceiros); c)
não que contradiz sua razão de ser, colocando-se ao nível simples estados ou condições existenciais (aquilo que se é,
dos mesmos delinquentes” (Ferrajoli). não o que se fez); d) condutas desviadas (reprovadas mo-
ralmente pela sociedade) que não afetem qualquer bem
Princípio da adequação social jurídico.
Apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal
não será tida como típica se for socialmente adequada ou Princípio da extra-atividade da lei penal
reconhecida, isto é, se estiver de acordo da ordem social da A lei penal, mesmo depois de revogada, pode conti-
vida historicamente condicionada. Outro aspecto é o de con- nuar a regular fatos ocorridos durante a vigência ou re-
formidade ao Direito, que prevê uma concordância com de- troagir para alcançar aqueles que aconteceram anterior-
terminações jurídicas de comportamentos já estabelecidos. mente à sua entrada em vigor. Essa possibilidade que é
O princípio da adequação social possui dupla função. dada á lei penal de se movimentar no tempo é chamada
Uma delas é a de restringir o âmbito de abrangência do de extra-atividade. A regra geral é a da irretroatividade in
tipo penal, limitando a sua interpretação, e dele excluindo pejus; a exceção é a retroatividade in melius.
as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas
pela sociedade. A segunda função é dirigida ao legislador Princípio da territorialidade
em duas vertentes. A primeira delas o orienta quando da O CP determina a aplicação da lei brasileira, sem pre-
seleção das condutas que deseja proibir ou impor, com a juízo de convenções, tratados e regras de direito interna-
finalidade de proteger os bens considerados mais impor- cional, ao crime cometido no território nacional. O Brasil
tantes. Se a conduta que está na mira do legislador for con- não adotou uma teoria absoluta da territorialidade, mas
siderada socialmente adequada, não poderá ele reprimi-la sim uma teoria conhecida como temperada, haja vista que
valendo-se do Direito Penal. A segunda vertente destina-se o Estado, mesmo sendo soberano, em determinadas si-
a fazer com que o legislador repense os tipos penais e reti- tuações, pode abrir mão da aplicação de sua legislação,
re do ordenamento jurídico a proteção sobre aqueles bens em virtude de convenções, tratados e regras de direito in-
cujas condutas já se adaptaram perfeitamente à evolução ternacional.
da sociedade.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
a) entrar o agente no território nacional; Princípio: nullum crimen, nulla poena sine praevia lege
b) ser o fato punível também no país em que foi pra-
ticado; Constituição federal, art. 5º, xxxix.
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei
brasileira autoriza a extradição; Princípio da legalidade: a maioria dos nossos autores
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou considera o princípio da legalidade sinônimo de reserva legal.
não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, A doutrina, orienta-se maciçamente no sentido de não
por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segun- haver diferença conceitual entre legalidade e reserva legal.
do a lei mais favorável. Dissentindo desse entendimento o professor fernando ca-
§ 3º - a lei brasileira aplica-se também ao crime co- pez diz que o princípio da legalidade é gênero que com-
metido por estrangeiro contra brasileiro fora do brasil, se, preende duas espécies: reserva legal e anterioridade da lei
reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: penal. Com efeito, o princípio da legalidade corresponde
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; aos enunciados dos arts. 5º, xxxix, da constituição federal
b) houve requisição do ministro da justiça. e 1º do código penal (“não há crime sem lei anterior que o
defina, nem pena sem prévia cominação legal”) e contém,
Pena cumprida no estrangeiro nele embutidos, dois princípios diferentes: o da reserva le-
gal, reservando para o estrito campo da lei a existência do
art. 8º - a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena crime e sua correspondente pena (não há crime sem lei
imposta no brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou que o defina, nem pena sem prévia cominação legal), e o
nela é computada, quando idênticas. da anterioridade, exigindo que a lei esteja em vigor no mo-
mento da prática da infração penal (lei anterior e prévia co-
Eficácia de sentença estrangeira minação). Assim, a regra do art. 1º, denominada princípio
da legalidade, compreende os princípios da reserva legal e
art. 9º - a sentença estrangeira, quando a aplicação da da anterioridade.
lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências,
pode ser homologada no brasil para: Lei penal no tempo
i - obrigar o condenado à reparação do dano, a resti- A lei penal não pode retroagir, o que é denominado
tuições e a outros efeitos civis; como irretroatividade da lei penal. Contudo, exceção à nor-
ii - sujeitá-lo a medida de segurança. ma, a lei poderá retroagir quando trouxer benefício ao réu.
parágrafo único - a homologação depende: a) para os
efeitos previstos no inciso i, de pedido da parte interessada; Em regra, aplica-se a lei penal a fatos ocorridos durante
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de sua vigência, porém, por vezes, verificamos a “extrativida-
extradição com o país de cuja autoridade judiciária ema- de” da lei penal.
nou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do A extratividade da lei penal se manifesta de duas ma-
ministro da justiça. neiras, ou pela ultratividade da lei ou retroatividade da lei.
Assim, considerando que a extra atividade da lei penal
Contagem de prazo é o seu poder de regular situações fora de seu período de
vigência, podendo ocorrer seja em relação a situações pas-
art. 10 - o dia do começo inclui-se no cômputo do pra- sadas, seja em relação a situações futuras.
zo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário Quando a lei regula situações passadas, fatos anterio-
comum. res a sua vigência, ocorre a denominada retroatividade. Já,
se sua aplicação se der para fatos após a cessação de sua
Frações não computáveis da pena vigência, será chamada ultratividade.
Em se tratando de extra-atividade da lei penal, obser-
art. 11 - desprezam-se, nas penas privativas de liber- va-se a ocorrência das seguintes situações:
dade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na A) “abolitio criminis” – trata-se da supressão da figura
pena de multa, as frações de cruzeiro. criminosa;
B) “novatio legis in melius” ou “lex mitior” – é a lei penal
Legislação especial mais benigna;
Tanto a “abolitio criminis” como a “novatio legis in me-
art. 12 - as regras gerais deste código aplicam-se aos lius”, aplica-se o principio da retroatividade da lei penal
fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de mais benéfica.
modo diverso.
A lei nº 11.106 de 28 de março de 2006 descriminalizou
Do princípio da legalidade os artigos 217 e 240, do código penal, respectivamente, os
crimes de “sedução” e “adultério”, de modo que o sujeito
Art. 1º não há crime sem lei anterior que o defina. Não que praticou uma destas condutas em fevereiro de 2006,
há pena sem prévia cominação legal. por exemplo, não será responsabilizado na esfera penal.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
A respeito do tempo do crime, existem três teorias: B) princípio da territorialidade absoluta. Só a lei na-
A) teoria da atividade – o tempo do crime consiste no cional é aplicável a fatos cometidos em seu território.
momento em que ocorre a conduta criminosa;
B) teoria do resultado – o tempo do crime consiste no C) princípio da territorialidade temperada. A lei na-
momento do resultado advindo da conduta criminosa; cional se aplica aos fatos praticados em seu território,
C) teoria da ubiquidade ou mista – o tempo do crime mas, excepcionalmente, permite-se a aplicação da lei
consiste no momento tanto da conduta como do resultado estrangeira, quando assim estabelecer algum tratado ou
que adveio da conduta criminosa. convenção internacional. Foi este o princípio adotado
O artigo 4º do código penal dispõe que: pelo art. 5º do código penal: aplica-se a lei brasileira,
Artigo 4º: considera-se praticado o crime no momento da sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resulta- internacional, ao crime cometido no território nacional.
do (tempus regit actum). Assim, aplica-se a teoria da atividade,
nos termos do sistema jurídico instituído pelo código penal. O território nacional abrange todo o espaço em que
O código penal vigente seguiu os moldes do código o estado exerce sua soberania: o solo, rios, lagos, mares
penal português em que também é adotada a teoria da ati- interiores, baías, faixa do mar exterior ao longo da costa
vidade para o tempo do crime. Em decorrência disso, aque- (12 milhas) e espaço aéreo.
le que praticou o crime no momento da vigência da lei an-
terior terá direito a aplicação da lei mais benéfica. O menor Os § 1º e 2º do art. 5ºdo código penal esclarecem
de 18 anos, por exemplo, não será considerado imputável ainda que:
mesmo que a consumação ocorrer quando tiver comple-
tado idade equivalente a maioridade penal. E, também, o “para os efeitos penais, consideram-se como exten-
deficiente mental será imputável, se na época da ação era são do território nacional as embarcações e aeronaves
consciente, tendo sofrido moléstia mental tão somente na brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
época do resultado. brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
Novamente, observa-se a respeito dos crimes perma- aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou
nentes, tal como o sequestro, nos quais a ação se prolonga de propriedade privada, que se achem, respectivamen-
no tempo, de modo que em se tratando de “novatio legis te, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar” (§
in pejus”, nos termos da súmula 711 do stf, a lei mais grave 1º).
será aplicada.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
“é também aplicável a lei brasileira aos crimes prati- A) que, por tratado ou convenção, o brasil se obrigou
cados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras a reprimir;
de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no B) praticados por brasileiro;
território nacional ou em voo no espaço aéreo correspon- C) praticados em aeronaves ou embarcações brasilei-
dente, e estas em porto ou mar territorial do brasil” (§ 2º). ras, mercantes ou de propriedade privada, quando em ter-
ritório es¬trangeiro e aí não sejam julgados.
Extraterritorialidade § 1 nos casos do inciso i, o agente é punido segundo
(art. 7º do código penal) a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no es-
trangeiro
É a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a § 2 nos casos do inciso ii, a aplicação da lei brasileira
fatos criminosos ocorridos no exterior. depende do concurso das seguintes condições:
A) entrar o agente no território nacional;
Princípios norteadores: B) ser o fato punível também no país em que foi prati-
A) princípio da nacionalidade ativa. Aplica-se a lei na- cado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a
cional do autor do crime, qualquer que tenha sido o local lei brasileira autoriza a extradição;
da infração. D) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou
B) princípio da nacionalidade passiva. A lei nacional do não ter aí cumprido a pena;
autor do crime aplica-se quando este for praticado contra E) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou,
bem jurídico de seu próprio estado ou contra pessoa de por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segun-
sua nacionalidade. do a lei mais favorável.
C) princípio da defesa real. Prevalece a lei referente à § 3º a lei brasileira aplica-se também ao crime cometi-
nacionalidade do bem jurídico lesado, qualquer que tenha do por estrangeiro contra brasileiro fora do brasil, se, reu-
sido o local da infração ou a nacionalidade do autor do nidas as condições previstas no parágrafo anterior:
delito. É também chamado de princípio da proteção. A) não foi pedida ou foi negada a extradição;
D) princípio da justiça universal. Todo estado tem o di-
B) houve requisição do ministro da justiça.
reito de punir qualquer crime, seja qual for a nacionalidade
do sujeito ativo e passivo, e o local da infração, desde que
Percebe-se, portanto, que:
o agente esteja dentro de seu território (que tenha voltado
A) no art. 72, i, a, b e c, foi adotado o princípio da de-
a seu país, p. Ex.).
fesa real;
E) princípio da representação. A lei nacional é aplicá-
B) no art. 72, 11, a, foi adotado o princípio da justiça
vel aos crimes cometidos no estrangeiro em aeronaves e
universal
embarcações privadas, desde que não julgados no local do
C) no art. 72, 11, b, foi adotado o princípio da naciona-
crime.
lidade ativa;
Já vimos que o princípio da territorialidade temperada D) no art. 72, c, adotou-se o princípio da representação;
é a regra em nosso direito, cujas exceções se iniciam no E) no art. 72, § 32, foi também adotado o princípio da
próprio art. 5º (decorrentes de tratados e convenções, nas defesa real ou proteção;
quais a lei estrangeira pode ser aplicada a fato cometido
no brasil). O art. 7º, por sua vez, traça as seguintes regras Dos dispositivos analisados, pode-se perceber que a
referentes à aplicação da lei nacional a fatos ocorridos no extraterritorialidade pode ser incondicionada (quando a lei
exterior: brasileira é aplicada a fatos ocorridos no exterior, sem que
sejam exigidas condições) ou condicionada (quando a apli-
O art. 7º, por sua vez, traça as seguintes regras referen- cação da lei pátria a fatos ocorridos fora de nosso território
tes à aplicação da lei nacional a fatos ocorridos no exterior: depende da existência de certos requisitos). A extraterrito-
Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no rialidade é condicionada nas hipóteses do art. 7º, ii e § 3º.
estrangeiro:
Pena cumprida no estrangeiro
I - os crimes:
A) contra a vida ou a liberdade do presidente da re- As consequências advindas do fato de alguém ter cum-
pública; prido pena no exterior e que também pelo mesmo crime
B) contra o patrimônio ou a fé pública da união, do deve ser cumprida a pena aqui no brasil, serão diversas a
distri¬to federal, de estado, de território, de município, de depender do contexto e dos critérios de aplicação da pena.
empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia Temos o critério da diversidade quantitativa e critério
ou fundação instituída pelo poder público; da diversidade qualitativa da seguinte forma:
C) contra a administração pública, por quem está a
seuserviço; A) diversidade qualitativa: implica em naturezas jurí-
D) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou do- dicas distintas da pena que se deverá cumprir no brasil em
miciliado no brasil; relação à pena que foi cumprida no exterior.
Ii - os crimes:
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Então, tomemos esse exemplo que já foi dado do ame- A) contra os crimes que, por tratado ou convenção, o
ricano que falsificou lá cédulas de real. Vamos supor que lá brasil tenha se obrigado a reprimir;
ele tenha cumprido uma pena não privativa de liberdade. B) contra os crimes praticados por brasileiros (princí-
Ele pagou uma multa. Aqui no brasil foi imposta uma pena pio da nacionalidade ou personalidade);
privativa de liberdade. C) crimes praticados em embarcações brasileiras,
Veja que nesse caso, não é possível, pela diversidade mercantes ou de propriedade privada, em território es-
de qualidade da pena lá cumprida e a pena a ser cumprida trangeiro e aí não sejam julgados (princípio da representa-
aqui, que se faça uma mera operação de aritmética, de sub- ção ou da bandeira).
tração. Daí porque o legislador disse que quando diversas, Também serão aplicadas as leis brasileiras contra cri-
sempre se atenua a pena a ser cumprida no brasil. mes praticados por estrangeiros contra brasileiros no ex-
O detalhe aqui é que essa atenuação é obrigatória, terior se estiverem reunidas as condições supracitadas da
como resta claro no artigo 8º do código penal . Sempre extraterritorialidade condicionada, adicionadas das se-
atenua a pena a ser cumprida aqui no brasil. Contudo o guintes condições:
legislador não fixou um critério de atenuação, ficando, por- I. Não houver sido pedida ou houver sido negada a
tanto, a cargo do poder judiciário defini-lo. E, essa defini- extradição (claro que quem pede ou tem negada a extra-
ção, deverá ser feita diante de cada caso concreto, orienta- dição é o país estrangeiro);
da por uma linha de pensamento. Ii. Houver requisição do ministro da justiça.
9
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Se o estado estrangeiro quer fazer prevalecer essa rior tribunal de justiça, no processo de homologação de
sentença prolatada por seu juiz de forma a possibilitar que sentença estrangeira é obrigado a comparar o sistema
a pena ali aplicada seja cumprida, e se a pessoa encontra- jurídico estrangeiro ao sistema jurídico brasileiro.
-se aqui no brasil, o estado estrangeiro deve requerer ao Nesse processo de comparação, pode ser que surja
estado brasileiro a extradição. o seguinte fato: há estados, países, cujos ordenamentos
O que não é possível é requerer ao superior tribunal de jurídicos preveem uma medida de segurança distinta da
justiça a homologação da sentença para que aquele crimi- medida de segurança prevista no brasil. A medida de
noso cumpra aqui no brasil a pena que o juiz estrangeiro segurança concebida no brasil só pode ser aplicada nas
impôs. mesmas hipóteses em que seria aplicada a pena, caso o
O requerimento que o estado do juiz estrangeiro deve autor do fato fosse inimputável.
fazer não é o de homologação, e sim o de extradição, que Isso poderia ser traduzido da seguinte maneira: se
já não será mais de incumbência do superior tribunal de um autor inimputável de fato o praticasse sob o man-
justiça, mas sim do supremo tribunal federal. to de uma excludente da ilicitude, ou sob o manto de
uma excludente da tipicidade, seja ela qual fosse, essa
Prestabilidade da homologação de sentença estrangei- sentença de caráter absolutório deveria ser uma sen-
ra. tença absolutória própria e não imprópria, ou seja, sem
Logo, a prestabilidade da homologação de sentença a aplicação de medida de segurança de qualquer espé-
estrangeira é: cie, pois, do contrário, ele estaria sofrendo uma medida
mais gravosa tão só pelo fato de ser inimputável.
1º. Servir de título executivo aqui no brasil para even-
tual reparação dos danos causados pelo crime. Essa é uma Contagem de prazos penais
característica de toda sentença penal condenatória, que Consideram-se prazos penais todos aqueles capazes
está catalogada no cpc brasileiro como título executivo ju- de interferir, diretamente ou indiretamente, no exercício
dicial de forma que esse efeito de que se diz processual da do ius puniendi estatal. São prazos de índole material,
sentença criminal condenatória também poderá se produ- pois ao refletirem no direito de punir do estado, assi-
zir aqui no brasil quando a sentença for prolatada por um nalando seu exercício ou extinção, repercutem corre-
juiz estrangeiro. latamente na liberdade individual, direito fundamental
Então, a pessoa, por exemplo, que foi vítima de um assegurado na constituição. Os prazos possuem termo
golpe praticado no mercado financeiro norte-americano inicial ou dies a quo e termo final ou dies ad quem. No
por um norte-americano, tendo esse se refugiado aqui no que tange aos penais, inclui-se em sua contagem o ter-
brasil, ela poderá depois dele ter sido lá condenado, re- mo inicial, excluindo-se o final. Assim, por exemplo, uma
querer aqui no brasil a homologação da sentença conde- pena de reclusão de dois anos, cujo início se deu no
natória, para, com base nela, já passar direto a um processo dia 05 de março de 2012, será integralmente cumprida
de execução cível, que terá como título a homologação da no último minuto do dia 04 de março de 2014. O art.
sentença estrangeira pelo superior tribunal de justiça. Não 10 do cp dispõe, ainda, que os prazos penais devem
há nisso maiores dificuldades em relação ao que aconte- ser contados de acordo com o calendário comum. Sig-
ce com toda sentença criminal condenatória prolatada por nifica, destarte, que os meses e anos possuirão tantos
juiz brasileiro. dias quantos indicados no calendário. Se um indivíduo
sujeitar-se a um ano de prisão, ficará recolhido por 365
2º. A sujeição da pessoa julgada que se encontra no ou 366 dias, conforme o ano em que se execute o res-
brasil a uma medida de segurança prevista no inciso ii do pectivo mandado.
artigo 9º.
A pena guarda característica de punição, de conse- frações não computáveis na pena
quência advinda do fato de se praticar um crime por um O art. 11 do cp determina que, no cálculo das pe-
inimputável. nas privativas de liberdade e das restritivas de direitos,
Em tese, a medida de segurança tem caráter protetivo, desprezam-se as frações de dia. Dessa forma, a título de
enquanto a pena guarda uma relação de punição. exemplo, quando o juiz impuser uma pena de dois anos
Ora, se tem caráter protetivo tanto da pessoa do inim- e dois meses de reclusão e, por incidência de causas de
putável, como da própria sociedade, que é obrigada a con- redução, tiver que diminuí-la, por duas vezes, à razão
viver com ele, interessa até à sociedade brasileira tratá-lo, de um terço, fará o cálculo da seguinte maneira: ■ pena
e se for o caso curá-lo. A periculosidade do inimputável se de 2 anos e 2 meses; ■ incidência do primeiro redutor
revelou pela prática do fato típico e antijurídico, interessan- (1/3): 2 anos e 2 meses — 1/3 = 1 ano e 5 meses e 20
do ao estado brasileiro, já que aqui ele se encontra, tratá-lo dias; ■ incidência do segundo redutor (1/3): 1 ano e 5
e curá-lo sem que haja nisso uma invasão de soberania. meses e 20 dias = 11 meses, 23 dias e 8 horas. ■ des-
A advertência que se tem a fazer em relação a essa preza-se a fração de dia: 11 meses e 23 dias (pena final).
possibilidade da sentença estrangeira que sujeitou o inim- O dispositivo antes apontado determina, ainda, que no
putável a uma medida de segurança a qual poderá ser ho- tocante à pena pecuniária, devem ser desconsiderados
mologada no brasil para que aqui ele cumpra essa medida os centavos.
que o juiz estabeleceu, é a seguinte: como já dito, o supe-
10
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
c) Crime comissivo por omissão, omissivo impróprio ou i. Crimes de perigo abstrato: Nos crimes de perigo
impuro: são os crimes em que o agente produz o resultado abstrato, como o perigo não é elemento do tipo, não se
pela própria omissão, após ter assumido o dever de evitá- precisa provar. Só se tem de provar o que é elementar do
-lo ou outras das causas previstas no CP. É previsto no § 2º crime e o perigo não é elementar do crime porque ele não
do artigo 13 do Código Penal, segundo o qual “a omissão é é requerido no tipo pelo legislador. Consequência: basta
penalmente relevante quando o agente devia e podia agir praticar a ação e se presume que ela é sempre perigosa.
para evitar o resultado. Poderão ser tanto dolosos quanto Haveria então uma presunção iure et de iure de perigo pela
culposos, admitem tentativa etc. São pressupostos do cri- simples realização da conduta tipificada na norma. É o caso
me omissivo impróprio: de dirigir embriagado em via pública.
Poder agir: o agente precisa ter a possibilidade física ii. Crimes de perigo concreto: e os crimes de perigo
de agir. concreto? Neles o legislador faz referência no tipo ao pe-
Evitabilidade do resultado: a conduta omitida pelo rigo. Normalmente a forma de redigir um tipo de perigo
agente deve ser causa do resultado. Caso, mesmo com a concreto é assim: “expor a perigo iminente”.
conduta, o resultado tivesse se verificado, não haveria que O perigo então é elementar do tipo e, por isso, tem que
se falar em evitabilidade. ser provado. Nesses crimes será possível que a conduta se
Dever de impedir o resultado: aqui surge a figura do realize e o perigo não seja causado.
garantidor: além de poder agir e da evitabilidade do resul- iii. Crimes de perigo abstrato-concreto crimes de inido-
tado, é necessário que o agente tenha o dever de agir que neidade crimes de perigo idôneo crimes de perigo hipoté-
surgirá nos seguintes casos: tico: são aqueles em que a conduta analisada ex ante pelo
a. Ter, por Lei, obrigação de cuidado, proteção ou vi- legislador é considerada perigosa ao bem jurídico segundo
gilância, como no caso do dever do policial, do dever de um juízo de probabilidade do dano. Não exige demonstra-
mútua assistência entre os cônjuges. ção de risco ao bem. Também não coloca como elementar
b. Quando o agente, de outra forma, assumir a respon- no tipo incriminador. Não coloca no tipo incriminador a
sabilidade de impedir o resultado de forma voluntária. exigência de perigo. Não se diferencia muito cabalmente
c. Quando o agente cria, com seu comportamento an- dos crimes de perigo abstrato. Nos dois há ponto comum:
terior, o risco da ocorrência do resultado, ou agrava um periculosidade geral.
risco já existente, e não o evita.
Crimes de Perigo Abstrato: Aprofundamentos
Crime Instantâneo, Permanente, Instantâneo de Efeitos Apesar da existência de ampla controvérsia doutriná-
Permanentes, Eventualmente Permanente e de Fusão ria, os crimes de perigo abstrato podem ser identificados
a) Crime instantâneo: é o crime que se consuma num como aqueles em que não se exige nem a efetiva lesão ao
momento único e determinado do tempo, sem se protrair. bem jurídico protegido pela norma nem a configuração do
V.g, invasão de domicílio, injúria etc. perigo em concreto a esse bem jurídico.
b) Crime permanente: são os crimes que se perpetuam, Nessa espécie de delito, o legislador penal não toma
protraem durante o tempo, mesmo que seja curto, como como pressuposto da criminalização a lesão ou o perigo
no caso do sequestro, estelionato previdenciário praticado de lesão concreta a determinado bem jurídico. Baseado em
dados empíricos, o legislador seleciona grupos ou classes
pelo próprio segurado etc. Admitem flagrante enquanto
de ações que geralmente levam consigo o indesejado pe-
não interrompida a consumação.
rigo ao bem jurídico.
c) Crime instantâneo de efeitos permanentes: é aquele
Assim, os tipos de perigo abstrato descrevem ações
crime que se consuma num momento determinado, mas
que, segundo a experiência, produzem efetiva lesão ou pe-
seus efeitos perduram no tempo .
rigo de lesão a um bem jurídico digno de proteção penal,
d) Crime eventualmente permanente: é o delito ins-
ainda que concretamente essa lesão ou esse perigo de le-
tantâneo que, em caráter excepcional, pode realizar-se de
são não venham a ocorrer. O legislador, dessa forma, for-
modo a lesionar o bem jurídico de maneira permanente.
mula uma presunção absoluta a respeito da periculosidade
e) Crime de fusão: é o crime que pressupõe a prática de
de determinada conduta em relação ao bem jurídico que
outro, como nos casos dos crimes de lavagem de dinheiro pretende proteger. O perigo, nesse sentido, não é concre-
e de receptação. to, mas apenas abstrato. Não é necessário, portanto, que,
no caso concreto, a lesão ou o perigo de lesão venham a
Crime de Dano e de Perigo se efetivar. O delito estará consumado com a mera conduta
a) Crime de dano: crime em que é necessário haver descrita no tipo.
uma efetiva lesão ao bem jurídico (lesão perceptível no
mundo fático) para se caracterizar, como no caso do furto. A atividade legislativa de produção de tipos de perigo
b) Crime de perigo: crime em que a simples ameaça ao abstrato, por isso, deve ser objeto de rígida fiscalização a
bem jurídico já é abominada, justificando, assim, sua pe- respeito da sua constitucionalidade; especificamente, so-
nalização. bre sua adequação ao princípio da proporcionalidade. A
Subdivide-se em crime de perigo concreto, crime de criação de crimes de perigo abstrato não representa, por
perigo abstrato e crime de perigo concreto-abstrato. si só, comportamento inconstitucional por parte do legis-
13
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
lador penal. A tipificação de condutas que geram perigo Crime Comum, Próprio, Próprio Impuro, Bipróprio, de
em abstrato, muitas vezes, acaba sendo a melhor alterna- Mão Própria e de Acumulação
tiva, ou a medida mais eficaz, para proteção de bens jurí- a) Crime comum: é o crime que pode ser praticado por
dico-penais supraindividuais ou de caráter coletivo, como qualquer pessoa, independentemente de alguma qualidade
o meio ambiente, por exemplo. A antecipação da prote- especial que ela tenha.
ção penal em relação à efetiva lesão torna mais eficaz, em b) Crime próprio: é o crime que somente pode ser pra-
muitos casos, a proteção do bem jurídico. Portanto, pode o ticado por uma pessoa que detenha determinada caracte-
legislador, dentro de suas amplas margens de avaliação e de rística, como no caso do peculato, em que o agente deve,
decisão, definir quais as medidas mais adequadas e necessá- necessariamente, ser servidor público. Também se analisa a
rias para a efetiva proteção de determinado bem jurídico, o propriedade do crime com base numa característica especial
que lhe permite escolher espécies de tipificação próprias de do sujeito passivo. Essa classificação também é chamada de
um direito penal preventivo. crimes especiais próprios. Se for exigida característica especial
tanto do agente quanto da vítima, fala-se em crime dupla-
Crime Material, Formal e de Mera Conduta ou de Ativi- mente próprio.
dade c) Crime próprio impuro: o crime próprio impuro é aque-
a) Crime material: é o crime cujo tipo penal descreve le que, se desaparecer a qualidade particular do agente (que
uma conduta e um resultado, o qual necessariamente deve é exigida para configuração do crime próprio), desaparece
ser verificado, sob pena de se constituir em mera tentativa. também o crime especial. Entretanto, ocorrerá a desclassifica-
Exemplo: homicídio. A conduta é matar; o resultado é a mor- ção da conduta para outro delito, que terá natureza diversa.
te. Caso a vítima não morra, não existe homicídio. Assim, a falta de uma elementar torna o crime próprio puro
b) Crime formal ou de consumação antecipada: é o cri- absolutamente atípico, enquanto o crime próprio impuro, re-
me em que, mesmo sendo possível um resultado naturalís- lativamente atípico. Essa classificação também é chamada de
tico que lese o bem jurídico, o tipo penal adianta a punição crimes especiais impróprios .
aos atos de consumação. Exemplo: extorsão: a simples práti- d) Crime bipróprio: aquele que exige uma especial quali-
ca da constrição já faz o delito se consumar, independente- dade, tanto do sujeito ativo como do sujeito passivo do delito.
mente da pessoa auferir ou não a vantagem indevida. e) Crime de mão própria: é o crime em que o agente deve
c) Crime de mera conduta ou de atividade: nesses cri- praticar a execução diretamente, não se admitindo a prática
mes, não só não há resultado naturalístico como é impos- por interposta pessoa. V.g., bigamia, prática de atos obscenos,
sível que este aconteça. O tipo penal descreve a conduta falso testemunho.
proibida, quase sempre de perigo abstrato. Exemplo clássico d) Crimes de acumulação: fruto de uma controversa ten-
é o porte de arma sem autorização. O simples portar arma dência de política criminal voltada à prevenção de ilícitos. Ne-
em nada modifica o mundo real. les, o legislador incrimina uma conduta que, individualmente
considerada, não encerra um risco jurídico ao bem tutelado,
Crime Unissubjetivo e Plurissubjetivo mas se vier a ser praticada por um conjunto grande de indiví-
a) Crime unissubjetivo: é o crime que pode ser praticado duos, efetivamente lesará tal bem.
por qualquer pessoa, sozinha, sem auxílio. Em regra, todo
crime é unissubjetivo. Crime Impossível e Putativo
b) Crime plurissubjetivo: é o crime para cuja realização a) Crime impossível, quase-crime, tentativa inidônea ou
necessita-se de pelo menos duas pessoas, como a bigamia e tentativa inadequada: ocorre quando o agente se utiliza de
a formação de quadrilha. Pode ser de condutas convergen- meio absolutamente ineficaz ou objeto absolutamente im-
tes, contrapostas ou paralelas. próprio para consumar o crime. É o caso da tentativa de ho-
micídio dando-se um copo de água à vítima na expectativa
Crime Unissubsistente, Plurissubsistente e Pluriofensivo de que ela venha a morrer (meio absolutamente ineficaz)
a) Crime unissubsistente: é o crime cuja consumação ou quando se tenta furtar a honra da vítima (objeto absolu-
ocorre mediante um único ato, não sendo admitido seu tamente impróprio, honra não pode ser furtada). A relativa
fracionamento, sendo impossível a tentativa. A conduta se ineficácia do meio e a relativa impropriedade do objeto não
esgota com a concretização do delito. V.g., injúria, calúnia afastam a configuração do crime. O crime impossível deve ser
e difamação na forma verbal. Neles não há um iter criminis analisado após a realização do fato, visto que algo aparente-
perfeito, a pessoa não tem a possibilidade de arrependimen- mente inofensivo pode ter o efeito de efetivamente gerar o
to eficaz. crime.
b) Crime plurissubsistente: é o crime para cuja consuma-
ção podem ser realizados mais de um ato, como no homicí- Acerca do crime impossível há três teorias:
dio. Entretanto, esse crime poderá ser realizado com apenas
um ato. A diferença para o unissubsistente é que aquele so- Teoria objetiva pura: não distingue entre absoluta ou rela-
mente poderá, necessariamente, ser realizado apenas com tiva impropriedade do objeto ou ineficácia do meio. A teoria
um ato. Logo, em regra os crimes são plurissubsistentes. dispõe que, não importa saber, por exemplo, se a arma não
Exatamente por isso, a conduta pode ser fracionada, permi- funcionou porque nunca funcionaria, ou a arma não funcio-
tindo a tentativa. nou naquele caso porque, por azar do autor, ela emperrou,
c) Crime pluriofensivo: é o que lesa ou expõe a perigo uma vez que em ambos os casos se estaria diante de um
de dano mais de um bem jurídico. crime impossível.
14
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Teoria objetiva temperada: prima pela distinção entre ter consumado o delito, o leva a consequências mais le-
absoluta ou relativa impropriedade do objeto ou ineficá- sivas. Ocorre o exaurimento, v.g., na extorsão, quando o
cia do meio. Essa teoria sustenta que só há perigo ao bem agente obtém a vantagem indevida, o que é um indiferente
jurídico apto a fundamentar a punibilidade do crime ten- penal (exceto para a reparação do dano).
tado quando o objeto ou o meio forem, em tese, aptos à d) Crime habitual: é aquele crime que exige uma se-
produção do resultado, ainda que circunstancialmente não quência de atos para se consumar, tem uma duração con-
se consiga produzi-lo. Ou seja, em tese, no caso da teoria tínua, geralmente indefinida e casuística, no tempo. Crimes
objetiva temperada, só seria de se reconhecer o crime im- habituais não se confundem com crimes continuados. Caso
possível, por exemplo, após a arma utilizada para um roubo a habitualidade cesse antes de findo o resultado, os fatos
ser periciada. Se chegar à conclusão de que a arma que foi praticados não serão considerados crimes, podendo, no
acionada não disparou e nunca dispararia por ser defei- máximo, haver punição por tentativa. Ao contrário do que
tuosa, seria caso de crime impossível. Porém, se essa arma, se defendo por aí, esses crimes admitem sim o flagrante,
uma vez apreendida e submetida à perícia, for revelada quando a prisão é feita após já se ter verificado o imple-
como apta a produzir disparos, tendo o insucesso do rou- mento da habitualidade e a configuração criminosa. Exem-
bo decorrido unicamente de seu emperramento episódico, plo o rufianismo.
o meio será relativamente ineficaz, merecendo o agente, -Habitual próprio: habitual próprio é aquele crime cuja
pois, punição pela tentativa. Essa foi a opção adotada pelo tipicidade depende da reiteração de condutas. No habitual
legislador brasileiro. próprio um único ato não é suficiente a dar tipicidade à
conduta, pois a tipicidade decorrerá do somatório dos atos
Teoria sintomática ou subjetiva: defende que o agente típicos praticados.
deve ser punido, mesmo em caso de crime impossível, por- -Habitual impróprio ou acidentalmente habitual: é
que demonstrou periculosidade, disposição para agredir aquele crime que, não obstante a regra seja sua perpetua-
um bem jurídico. Nesse caso, ele seria punido pela inten- ção no tempo para se configurar, permite que um único
ção, e não por algum fato. Não é adotada no Brasil. ato seja suficiente para a consumação, em casos extremos,
b) Crime putativo (delito de alucinação): no crime puta- como ocorre no crime de gestão fraudulenta. Não consti-
tivo, o agente pratica uma conduta acreditando estar prati- tuirá pluralidade de crimes a repetição de atos.
cando um ilícito penal, quando, de fato, sua ação não está e) Habitualidade criminosa: a habitualidade criminosa
tipificada. ocorre quando o agente faz do delito seu meio de vida,
O crime putativo pode ocorrer nas seguintes hipóteses: sem que ele queira necessariamente e tenha em mente que
-Crime putativo por erro de proibição: o agente acredi- um crime seja tido por continuação do outro, caso contrá-
ta ofender uma lei penal que não existe realmente. A exis- rio haveria continuidade delitiva. Inclusive, o STJ reiterada-
tência da lei incriminadora só existe na mente do agente, mente tem decidido que a habitualidade criminosa impede
recaindo o erro, portanto, sobre a ilicitude do fato. o reconhecimento do benefício da continuidade delitiva, já
-Crime putativo por erro de tipo: o crime imaginário que totalmente incompatível com o comportamento social
se verifica quando o autor acredita ofender uma lei penal do réu, que merece maior reprimenda. Nesse sentido:
incriminadora, mas os fatos revelam faltar uma elementar
do tipo. Ou seja, a lei penal existe, entretanto o fato não foi Crime de Espaço Mínimo, Crime de Espaço Máximo ou
típico. Aqui, há um erro sobre uma circunstância fática, e Plurilocal e Crime à Distância
não sobre uma questão jurídica. a) Crime de espaço mínimo: aquele que é cometido e
-Crime putativo por obra do agente provocador: deno- consumado em um mesmo lugar.
minado crime de ensaio, crime de experiência ou flagrante b) Crime de espaço máximo ou plurilocal: aqueles co-
provocado, ocorre quando uma pessoa induz o agente a metidos em território de duas ou mais comarcas ou seções
cometer uma conduta criminosa e, simultaneamente, ado- judiciárias de um mesmo país. A comarca responsável pelo
ta medidas para impedir a consumação. Aqui, incide a sú- julgamento será, em regra, aquela onde ocorreu o resulta-
mula 145 do STF: “Não há crime, quando a preparação do do (teoria prevalente no processo penal), salvo se o crime
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. for de menor potencial ofensivo ou tentado, caso em que a
competência é fixada pelo local da conduta.
Crime Vago, Remetido, Exaurido, Habitual e Habituali- c) Crime à distância: relacionado ao direito internacio-
dade Criminosa nal, é aquele em que se pratica a conduta num país e ocor-
a) Crime vago, multivitimários ou de vítimas difusas: re o resultado num outro.
crime praticado contra uma coletividade sem personalida-
de jurídica. Por exemplo, o crime de racismo. Crimes de Tendência (Intenção Especial) e Crimes de
b) Crime remetido: ocorre quando a sua definição se Intenção
remete a outros crimes, que passam a integrá-lo (v.g., art. Crimes de tendência ou de intenção especial: neles, o
304 - fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alte- tipo penal requer o ânimo de realizar a própria conduta
rados a que se referem os arts. 297 a 302). legalmente prevista, sem necessidade de transcender tal
c) Crime exaurido : é aquele já consumado nos termos conduta, como ocorre nos delitos de intenção. É aquele
da lei, embora possa ter desdobramentos posteriores que que condiciona a sua existência à intenção do sujeito, de-
não influenciam no fato típico. Nele, o agente, mesmo após vendo necessariamente ser analisado um aspecto subjeti-
15
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
vo. Em outras palavras, não se exige que o autor do crime Consumação e Tentativa
deseje um resultado ulterior ao previsto no tipo penal, mas,
apenas, que confira à ação típica um sentido subjetivo não Crime Consumado
previsto expressamente no tipo, mas dedutível da natureza Fundamentado no artigo. 14, inciso I do Código Penal,
do delito. o crime consumado é o tipo penal integralmente realizado,
ou seja, quando o tipo concreto amolda-se perfeitamente
Crime Acessório ou Parasitário ao tipo abstrato. De acordo com o artigo 14, I do Código
É o crime que pressupõe, para a consumação, a prática Penal, diz-se consumado o crime quando nele se reúnem
de outro, como a receptação, o favorecimento real e a la- todos os elementos de sua definição legal. No homicídio,
vagem de dinheiro. por exemplo, o tipo penal consiste em “matar alguém” (ar-
tigo 121 do CP), assim o crime restará consumado com a
Crime Transeunte e Não Transeunte morte da vítima.
Transeunte vem da palavra transitar; passa a ideia de
algo que permanece ou não. Crime Tentado
É classificação adotada para os crimes que deixam ou O crime tentado tem fundamentação no artigo 14, in-
não vestígios. Se deixarem vestígios, é não transeunte; não ciso II do Código Penal ocorre quando o agente inicia a
deixando, é transeunte. Como exemplo de crimes não tran- execução do delito mas este não se consuma por circuns-
seuntes tem-se a apropriação indébita previdenciária, cujo tâncias alheias à sua vontade. De acordo com o parágrafo
vestígio é exatamente a diminuição da arrecadação de con- único do art. 14, do Código Penal, “salvo disposição em
tribuição previdenciária do empregado. contrário, pune-se a tentativa com a pena corresponden-
te ao crime consumado, diminuída de um a dois terços”.
Crime transeunte clássico é a invasão de domicílio. Para fixar a pena, o magistrado deve usar como critério a
maior ou menor proximidade da consumação, de forma
Crime de Consumação Atípica Impunível que quanto mais o agente percorrer o “iter criminis”, maior
È aquele quando o fato consumado é indiferente pe- será sua punição.
nal e a forma tentada é punida pelo ordenamento jurídico.
Pena de Crime Consumado e Crime Tentado
16
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
A desistência voluntária, está ligada a uma omissão na tiro foi dado na vítima com a intenção de matá-la, não há
prática de atos complementares que seriam praticados, se- como um ato posterior tornar atípico um ato que foi típico,
gundo o plano e que poderiam ter sido praticados, dadas como se apagasse acontecimentos passados. Não, para ele
as circunstâncias. o ato praticado é típico, porém o Direito Penal, com vistas
a resguardar o bem jurídico, evitando maiores danos, não
Arrependimento Eficaz faz incidir pena ao agente.
(art. 15, CP)
Aqui, o agente exaure a execução do crime, entretanto, Arrependimento Posterior
arrepende-se e atua de forma a evitar o resultado. possui (Art. 16, CP)
natureza jurídica de causa geradora da atipicidade. Tem natureza jurídica de causa geral de diminuição de
Considerando que apenas crimes materiais exigem a pena. Ele se dá quando, nos crimes cometidos sem violên-
ocorrência do resultado para consumação, somente tem cia ou grave ameaça à pessoa, o agente repare voluntaria-
sentido em falar de arrependimento eficaz nesta categoria mente o dano até o recebimento da denúncia ou queixa
de crime. A conduta do agente não precisa ser espontânea pelo juiz (não é oferecimento pelo MP), sendo-lhe reduzida
(ele teve a ideia de desistir ou impedir o resultado), mas a pena de um a dois terços (se a reparação se der após o
apenas voluntária (há vontade própria, ainda advenha da recebimento, haverá apenas uma atenuante genérica).
sugestão de terceiros). De acordo com Von Liszt, enquanto o art. 15 (o arre-
pendimento eficaz e desistência voluntária) configura uma
Considerações Gerais Acerca da Desistência Voluntária ponte de ouro que o Direito Penal oferece ao delinquente,
e do Arrependimento Eficaz o art. 16 configura a ponte de prata, porque agora ele vai
Intenção do Agente responder pelo crime. Mas, igualmente, aqui a razão do
A aplicação prática desses institutos independe de instituto é entre punir completamente e punir menos de
considerações acerca de intenção nobre ou não do agente. acordo com a restituição da esfera jurídica alheia.
Não é necessário que ele tenha atuado com nobreza, ou Com o arrependimento posterior, já fracassou o obje-
com desprendimento, no momento em que ele praticou tivo preventivo do Direito Penal. O bem jurídico já foi le-
a nova ação, ou no momento em que ele se absteve de sionado. Porém, ainda resta como alternativa a sua recom-
praticar novas ações. Logo, não se exige sequer a esponta- posição. E aí o Direito Penal oferece para o agente: “olha
neidade na desistência, ou a espontaneidade na nova ação, meu amigo, aqui você já tem que ser punido, porque o
no caso do arrependimento eficaz. Se exige, tão somente, bem jurídico alheio já foi lesionado. No art. 15 não. Sua
a voluntariedade no desistir. Ou a voluntariedade no atuar
ação impediu a lesão efetiva. Aqui, a lesão já ocorreu. Mas
novamente. Isso para se resguardar o bem jurídico.
você pode responder inteiramente, ou você pode respon-
der com a diminuição de pena, desde que repare a esfera
Finalidade dos Institutos
jurídica lesionada. E aí eu vou diminuir a sua pena. Porém,
Esses institutos existem para que não seja frustrada a
pena eu tenho que aplicar”.
expectativa do Direito Penal como um todo, que é a de
São, então, requisitos para seu reconhecimento:
proteger o bem jurídico. O Direito Penal opta por não pu-
a) A conduta tem que ter produzido o resultado (caso
nir, desde que a pessoa cesse a sua atividade, no caso da
contrário será arrependimento eficaz);
desistência voluntária, ou pratique uma nova atividade, no
b) Voluntariedade;
caso do arrependimento eficaz. E, com isso, ao cessar ou
praticar uma nova atividade, evite a lesão ao bem jurídico, c) Crimes sem violência ou grave ameaça (tem-se ad-
evite a produção do resultado. mitido o arrependimento posterior nos crimes com violên-
cia culposos);
Natureza Jurídica dos Institutos d) Arrependimento antes de recebida a denúncia pelo
Há três principais correntes sobre a natureza jurídica: juiz;
a) Causa de exclusão de tipicidade: O fato praticado é e) Reparação do dano seja completa (requisito mitiga-
atípico, visto que o crime visado pelo agente não foi prati- do. Vide julgado abaixo).
cado, por ter sido evitado. Trata-se da tese dominante. So-
mente responderá o agente pelos atos já praticados, desde Presentes os requisitos acima elencados, a incidência
que típicos, evidentemente. da causa de diminuição de pena é direito subjetivo do réu,
b) Causa de extinção da punibilidade: tese sustentada e não uma faculdade do juiz.
por Nelson Hungria. No caso de homicídio tentado, a evi- O agente será beneficiado pelo arrependimento pos-
tação do resultado praticada pelo agente faz surgir uma terior mesmo que somente repare o dano por ter sido des-
causa de extinção da punibilidade pelo homicídio tentado, coberto pela polícia. Isso visa resguardar a vítima, melhorar
ao mesmo tempo em que faz surgir uma tipicidade pelos sua condição enquanto ofendida.
atos já praticados, se existir correspondência típica. Os coautores de crimes também serão beneficiados
c) Causa de isenção de pena: defendida por Rogério caso um dos agentes repare o dano, mesmo que aqueles
Greco. Ele adota esse entendimento sob o argumento de não quiseram a reparação ou dela não participaram. Isso
que, se o ato foi praticado pelo agente, por exemplo, se um porque é circunstância de caráter objetivo.
17
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Nos crimes submetidos ao Juizado Especial Criminal, iii. Teoria sintomática ou subjetiva: defende que o
caso o agente repare o dano (se houver composição ci- agente deve ser punido, mesmo em caso de crime impos-
vil), mesmo após o recebimento da queixa ou da repre- sível, porque demonstrou periculosidade, disposição para
sentação, e mesmo que o crime tenha sido com violência agredir um bem jurídico. Nesse caso, ele seria punido pela
ou grave ameaça, o agente será beneficiado, não somente intenção, e não por algum fato. Não é adotada no Brasil.
com a diminuição de pena, mas sim com a extinção de sua b) Crime putativo (delito de alucinação): no crime puta-
punibilidade e a renúncia legal pela vítima do direito de tivo, o agente pratica uma conduta acreditando estar prati-
ingressar em juízo. cando um ilícito penal, quando, de fato, sua ação não está
No crime de emissão de cheque sem fundo, o paga- tipificada. V.g., quando o agente adultera com o fito de
mento até o recebimento da denúncia ou queixa extingue cometer crime (o adultério não é mais considerado ilícito
a punibilidade (Súmula 554, STF). penal em nosso ordenamento, logo, não há crime). O crime
No peculato culposo, se a reparação do dano prece- putativo pode ocorrer nas seguintes hipóteses:
de à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é i. Crime putativo por erro de proibição: o agente acre-
posterior, reduz em metade a pena imposta. dita ofender uma lei penal que não existe realmente. A
existência da lei incriminadora só existe na mente do agen-
te, recaindo o erro, portanto, sobre a ilicitude do fato.
Crime Impossível
ii. Crime putativo por erro de tipo: o crime imaginário
se verifica quando o autor acredita ofender uma lei penal
Crime impossível, quase-crime, tentativa inidônea ou
incriminadora, mas os fatos revelam faltar uma elementar
tentativa inadequada: ocorre quando o agente se utiliza do tipo. Ou seja, a lei penal existe, entretanto o fato não
de meio ABSOLUTAMENTE INEFICAZ ou objeto ABSOLU- foi típico. Aqui, há um erro sobre uma circunstância fática,
TAMENTE IMPRÓPRIO para consumar o crime. É o caso da e não sobre uma questão jurídica. Por exemplo, o agente
tentativa de homicídio dando-se um copo de água à víti- quer cometer um crime tributário declarando erroneamen-
ma na expectativa de que ela venha a morrer (meio abso- te dados na DCTF; porém, ao invés de preencher a DCTF,
lutamente ineficaz) ou quando se tenta furtar a honra da ele preenche um formulário de cadastro no show do mi-
vítima (objeto absolutamente impróprio, honra não pode lhão.
ser furtada). A relativa ineficácia do meio e a relativa impro- iii. Crime putativo por obra do agente provocador:
priedade do objeto não afastam a configuração do crime, denominado crime de ensaio, crime de experiência ou
geralmente dando azo à forma tentada. O crime impossível flagrante provocado, ocorre quando uma pessoa induz o
deve ser analisado após a realização do fato, visto que algo agente a cometer uma conduta criminosa e, simultanea-
aparentemente inofensivo pode ter o efeito de efetivamen- mente, adota medidas para impedir a consumação. Aqui,
te gerar o crime, v.g., quando se dá açúcar a pessoa com incide a súmula 145 do STF: “Não há crime, quando a pre-
diabetes. Sobre o crime impossível há três teorias: paração do flagrante pela polícia torna impossível a sua
i. Teoria objetiva pura: não distingue entre absoluta ou consumação”.
relativa impropriedade do objeto ou ineficácia do meio.
Segundo a teoria objetiva pura, não interessa saber, por Causas de exclusão da culpabilidade
exemplo, se a arma não funcionou porque nunca funciona-
ria, ou a arma não funcionou naquele caso porque, por azar O Código Penal prevê causas que excluem a culpabi-
do autor, ela emperrou. Tanto um, quanto em outro caso, lidade pela ausência de um de seus elementos, ficando o
se estaria diante de um crime impossível. sujeito isento de pena, ainda que tenha praticado um fato
ii. Teoria objetiva temperada: prima pela distinção en- típico e antijurídico.
tre absoluta ou relativa impropriedade do objeto ou ine-
ficácia do meio. Essa teoria sustenta que só há perigo ao a) inimputabilidade: a incapacidade de entender o ca-
ráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
bem jurídico apto a fundamentar a punibilidade do crime
esse entendimento.
tentado quando o objeto ou o meio forem, em tese, ap-
- doença mental, desenvolvimento mental incompleto
tos à produção do resultado, ainda que circunstancialmen-
ou retardado (art. 26);
te não se consiga produzi-lo. Ou seja, em tese, no caso
- desenvolvimento mental incompleto por presunção
da teoria objetiva temperada, só seria de se reconhecer o legal, do menor de 18 anos (art. 27);
crime impossível, por exemplo, após a arma utilizada para - embriaguez completa, proveniente de caso fortuito
um roubo ser periciada. Se chegar à conclusão de que a ou força maior (art. 28, § 1º).
arma que foi acionada não disparou e nunca dispararia por
ser defeituosa, seria caso de crime impossível. Porém, se b) inexistência da possibilidade de conhecimento da
essa arma, uma vez apreendida e submetida à perícia, for ilicitude:
revelada como apta a produzir disparos, tendo o insuces- - erro de proibição (art. 21).
so do roubo decorrido unicamente de seu emperramento
episódico, o meio será relativamente ineficaz, merecendo o c) inexigibilidade de conduta diversa:
agente, pois, punição pela tentativa. Essa foi claramente a - coação moral irresistível (art. 22, 1ª parte);
opção adotada pelo legislador brasileiro. - obediência hierárquica (art. 22, 2ª parte).
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é Essa ilicitude ou antijuridicidade, contudo, consistente
pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agra- na relação de contrariedade entre a conduta típica do autor
vante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, e o ordenamento jurídico, pode ser suprimida, desde que,
a extinção da punibilidade de um deles não impede, quan- no caso concreto, estejam presentes uma das hipóteses
to aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. previstas no artigo 23 do Código Penal: o estado de neces-
sidade, a legítima defesa, o estrito cumprimento do dever
(...) legal ou o exercício regular de direito.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
O exercício regular de um direito, como excludente da Atos cujo resultado extrapola a vontade do agente só o
ilicitude, também quer evitar a antinomia nas relações ju- responsabilizam penalmente quando forem praticados ao me-
rídicas, posto que, se a conduta do autor decorre do exer- nos culposamente, quando ele agiu sem observar um dever de
cício regular de um direito, ainda que ela seja típica, não cuidado, atuando com imprudência, negligência ou imperícia.
poderá ser considerada antijurídica, já que está de acordo Uma responsabilização que extrapola a órbita do dolo e
com o direito. da culpa, por sua vez, torna-se objetiva, por escapar, inclusi-
ve, da previsibilidade do resultado, que na hipótese de culpa
não é almejado, muito embora previsível. A responsabilidade
Um exemplo de exercício regular de um direito, como
objetiva, contudo, é rejeitada pela norma penal, que aceita
excludente da ilicitude, é o desforço imediato, emprega-
apenas o dolo ou a culpa. O dispositivo penal em análise
do pela vítima da turbação ou do esbulho possessório,
contempla tal entendimento.
enquanto possuidor que pretende reaver a posse da coisa Acerca dos crimes preterdolosos, constantes no Código
para si (RT - 461/341). Penal, caracterizam-se eles por preverem uma conduta inicial
dolosa e um resultado adicional culposo, que justifica o agra-
A incidência da excludente da ilicitude, conduto, não vamento da sanção.
pode servir de salvo conduto para eventuais excessos do Para exemplificarmos ,podemos citar a lesão corporal se-
autor, que venham a extrapolar os limites do necessário guida de morte (art. 129, §.3.º, do Código Penal), na qual se
para a defesa do bem jurídico, do cumprimento de um de- pode falar em dolo na lesão corporal e culpa no evento mor-
ver legal ou do exercício regular de um direito. Havendo te. Mesmo que a morte não tenha sido o objetivo pretendido
excesso, o autor do fato será responsável por ele, caso res- pelo autor, está previsto como resultado culposo, razão pela
tem verificados seu dolo ou sua culpa. Nesse sentido é a qual incide responsabilidade penal sobre ele.
regra do parágrafo único do artigo 23 do Código Penal. Dita o Código Penal, que a responsabilidade do autor
não poderia ir além da culpa, justamente porque se tornaria
Culpabilidade objetiva. Deste modo, a lesão corporal seguida de morte, as-
Culpabilidade é um elemento integrante do conceito sim como outros delitos preterdolosos, versa sobre hipótese
definidor de uma infração penal. A motivação e objetivos na qual o dolo e a culpa estão previstos no tipo penal, sendo
subjetivos do agente praticante da conduta ilegal. A culpa- o resultado plenamente oponível ao autor, porque previsto
bilidade aufere, a princípio, se o agente da conduta ilícita também a título de culpa.
é penalmente culpável, isto é, se ele agiu com dolo (in-
tenção), ou pelo menos com imprudência, negligência ou Dispõe o Código Penal:
imperícia, nos casos em que a lei prever como puníveis tais
modalidades Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a
pena, só responde o agente que o houver causado ao menos
Causas de exclusão da culpabilidade culposamente.
O Código Penal prevê causas que excluem a culpabi-
Concurso de Crimes
lidade pela ausência de um de seus elementos, ficando o
sujeito isento de pena, ainda que tenha praticado um fato
O concurso de crimes acontece quando o agente comete
típico e antijurídico.
mais de um crime mediante uma ou mais ação ou omissão.
No direito brasileiro, por questões de política criminal, cada
a) inimputabilidade: a incapacidade de entender o ca- forma de concurso tem uma maneira distinta no sistema de
ráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com aplicação e cálculo das penas.
esse entendimento.
- doença mental, desenvolvimento mental incompleto Os tipos de concurso admitidos no direito brasileiro são
ou retardado (art. 26); o material, que pode se dividir em homogênio e heterogê-
- desenvolvimento mental incompleto por presunção neo; o formal, que pode ser dividido em próprio e impróprio;
legal, do menor de 18 anos (art. 27); além do crime continuado.
- embriaguez completa, proveniente de caso fortuito
ou força maior (art. 28, § 1º). As formas adotadas para aplicação das penas a cada tipo
de concurso são os sistemas do cúmulo material e o da exas-
b) inexistência da possibilidade de conhecimento da peração, em alguns casos, também encontramos o cúmulo
ilicitude: material benéfico, sendo este um desdobramento para evitar
- erro de proibição (art. 21). um prejuízo maior ao agente, sempre que o sistema de exas-
peração for menos benéfico que o cúmulo material.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Apesar dos prazos prescricionais serem considerados Para a aplicação da suspensão condicional do processo,
individualmente para cada crime, o mesmo não acontece é necessário que se faça primeiro o cálculo da pena com o
com a aplicação das penas restritivas de direitos, que só são acréscimo de um terço até metade, para só assim fixar os
permitidas, caso em um dos crimes seja permitida a conces- novos limites mínimos.
são do sursis (suspensão condicional da pena). Mas caso se-
jam aplicadas, as penas restritivas serão cumpridas simulta- Erro
neamente quando compatíveis, ou sucessivamente, quando
houver incompatibilidade entre as mesmas. O erro pode ser tanto falsa representação da realidade,
como falso ou equivocado conhecimento de um determi-
Com relação à suspensão condicional do processo, a nado objeto. Vale dizer que este difere da ignorância, uma
regra é que seja feito o somatório das penas, se a mínima vez que é a falta de representação da realidade ou total
for igual ou inferior a um ano, esta será possível. Portanto, a desconhecimento do objeto – sendo um estado negativo,
aplicação não é individual. enquanto o erro é um estado positivo. Entretanto, apesar de
didática e teoricamente diferentes, a legislação penal bra-
Concurso Formal sileira trata de forma idêntica tanto erro como ignorância,
com as mesmas consequências.
O concurso formal é aquele em que o agente mediante
uma única ação ou omissão, comete dois ou mais crimes. Erro de Tipo
Este pode se dividir em formal próprio ou impróprio. O erro é considerado o falso entendimento da realidade,
a concepção errônea do que acontece, seja quanto à pessoa
No próprio, era querido apenas um resultado, mas por ou quanto ao objeto, podendo recair sobre circunstâncias ou
erro na execução ou por acidente, dois ou mais são atingi- elementares. No erro de tipo, a pessoa acha que não está co-
dos. É o exemplo do assassino que atira em seu inimigo, mas metendo um crime não por julgar seu ato permitido, mas por
por ocasião o disparo além de atingi-lo, também atinge ou- compreender mal o que se passa. Logo, ele sempre afastará o
tra pessoa. Neste caso é utilizado o sistema da exasperação, dolo, já que não estão presentes os elementos constitutivos do
que é quando apenas a pena de um dos crimes é aplicada se dolo “vontade” e “consciência”. Logo, se ausente o dolo, o fato é
forem iguais, ou a maior deles se diversos, sendo em qual- atípico, não sendo passível de punição, salvo se prevista a con-
quer dos casos elevada de um sexto até metade. duta como crime culposo. O agente poderá ou não responder
pela modalidade culposa, de acordo com os seguintes casos.
No impróprio, o agente mediante uma única ação ou
omissão produz mais de um resultado, tendo vontade de Descriminantes Putativas
produzi-los ou sendo indiferente quanto a estes, neste caso, (Art. 20, § 1º)
acontece o que a doutrina chama de desígnios autônomos, Descriminantes putativas são as situações nas quais o
que é quando se quer todos os resultados produzidos, mes- agente, diante de um fato, acreditando erroneamente estar
mo a título de dolo eventual. Para que não torne benéfi- diante de uma das causas excludentes de ilicitude, pratica
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
um ato. Não se confunde com erro de proibição indireto Erro de proibição não se confunde com erro de tipo. O
(erro de permissão), o qual se situa no âmbito da má inter- erro de tipo ocorre quanto a alguma circunstância fática. Os
pretação da extensão da norma permissiva. erros de proibição estão ligados ao direito, ao conhecimento
Se o erro for plenamente escusável em função das cir- ou não da realidade do que pratica o agente, determinado
cunstâncias, o agente será isento de pena pelos seus atos por algum engano justificável que recai sobre o juízo pes-
praticados dolosamente. Entretanto, se o agente atua com soal de licitude ou ilicitude do fato. O agente atua conscien-
erro que não seja plenamente escusável, exagerando na rea- temente, sem errar sobre as circunstâncias fáticas que o cer-
ção a uma situação de fato, responderá pela forma culposa, cam, apesar de as avaliar mal, de supor ter, perante o caso,
se prevista em Lei (art. 20, § 1º). um direito que na verdade inexiste.
O Código Penal adota a Teoria Limitada da Culpabilida- Cezar Roberto Bitencourt leciona que o erro de proibi-
de, somente podendo se reconhecer a descriminante putati- ção “é o que incide sobre a ilicitude de um comportamento.
O agente supõe, por erro, ser lícita a sua conduta. O objeto
va como erro de tipo quando se está diante de uma situação
do erro não é, pois, nem a lei, nem o fato, mas a ilicitude, isto
fática. Ou seja, o agente atua em função da situação, não se
é, a contrariedade do fato em relação à lei.”
questionando se a causa de justificação existe ou sobre os O agente não pensa errado avaliando o direito aplicável
limites dela (pois isso seria um erro de proibição). Ele real- à espécie, mas erra na avaliação do desvalor de sua conduta,
mente acredita que ela está presente. a descriminante puta- desvalor esse advindo das instâncias formais de controle so-
tiva é espécie de erro de tipo . cial. Ele entende bem o fato que pratica, mas o pratica com
É o caso, em outro exemplo, de alguém que acredita a tranquila consciência de que atua desprovido de ilicitude
será assassinado por desafeto seu, que espalhou na comuni- material.
dade a notícia de que na primeira oportunidade iria matá-lo. Erro de proibição é hipótese que exclui a culpabilidade
Transitando pela rua, essa pessoa encontra seu desafeto, o do agente, por interferir diretamente no elemento da cul-
qual põe a mão no bolso para tirar, aparentemente, uma pabilidade “potencial consciência da ilicitude”. Porém, essa
arma. A pessoa se adianta, saca seu revólver e mata o desa- exclusão somente ocorrerá se o erro for invencível ou escu-
feto. Depois, descobre-se que este estava apenas pegando sável. Se vencível (ou culposo), ou seja, se o agente tivesse
o celular. agido com um pouco mais de cuidado, será uma causa de
Aqui há culpa imprópria, já que o agente atua com dolo, diminuição de pena.
mas responde como se tivesse cometido um delito culposo.
Existem três espécies de erro de proibição:
Erro Determinado por Terceiros a) Erro de proibição direto (art. 21): ocorre quando o
erro do agente recai sobre o conteúdo proibitivo de uma
(Art. 20, § 2º)
norma penal, não acreditando o agente que face o conteú-
No erro de tipo o agente erra por conta própria, por
do, significado ou amplitude da norma, realiza uma condu-
si só. Já no erro determinado por terceiro, existe alguém ta proibida. O sujeito não sabe que a conduta que praticou
induzindo a erro outrem para praticar o crime (ERRO NÃO era típica. O erro recai sobre a própria tipicidade da ação
ESPONTÂNEO). V.g., médico, querendo matar o paciente en- ou omissão praticada. No momento em que agiu, ele des-
gana a enfermeira fazendo com que esta ministre a droga conhecia o caráter típico, isto é, a proibição em si. É muito
letal. Tem como consequências: improvável que surja, na prática jurídica, o reconhecimento
a) Quem determina dolosamente o erro responde por desta espécie de erro de proibição (direto), em algum crime
crime doloso, se a provocação é culposa, responde por cri- previsto no Código Penal, visto que ao Código foram reser-
me culposo. vados os crimes mais cotidianos, cujo desvalor são ensina-
b) Quem determina o erro é o autor mediato do cri- dos no dia a dia da sociedade. Exemplo de erro de proibição
me; seria o do estrangeiro que tenta sair do Brasil portando vinte
c) Quem pratica a conduta pratica fato atípico por fal- mil dólares em uma pochete, sem regular declaração. Tra-
ta de dolo. ta-se de crime contra o SFN (evasão de divisas) no Brasil.
Porém, no país dele pode não ser, seja porque o valor era
baixo, seja porque não há proibição de deixar o país levando
Erro de proibição dinheiro. Assim, nenhum erro houve na situação fática, ele
Normatizado no direito penal brasileiro pelo artigo 21 sabia exatamente o que estava fazendo, mas não conhecia a
proibição jurídica interna.
do Código Penal, o erro de proibição é erro do agente que
b) Erro de proibição indireto ou erro de permissão ou
acredita ser sua conduta admissível no direito, quando, na
excesso exculpante (art. 21): aqui há uma suposição equivo-
verdade ela é proibida. Sem discussão, o autor, aqui, sabe cada da existência de uma causa de justificação, ou seja, de
o que tipicamente faz, porém, desconhece sua ilegalidade. exclusão da ilicitude, que o ordenamento não prevê ou que
Concluímos, então, que o erro de proibição recai sobre a até prevê, mas em limites mais restritos do que o que era
consciência de ilicitude do fato. O erro de proibição é um imaginado pelo agente. Não se confunde com descriminan-
juízo contrário aos preceitos emanados pela sociedade, que te putativa, pois nesta o agente realiza o ato em face de um
chegam ao conhecimento de outrem na forma de usos e fato. Naquele, ele vai além dos poderes da excludente por
costumes, da escolaridade, da tradição, família etc. má avaliação da norma, errando quanto à ilicitude, e não
quanto à tipicidade.
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consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em fla- Forma qualificada
grante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores
1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre
dada pela Lei nº 10.741, de 2003) lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz pode- qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
rá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médi-
atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção co: (Vide ADPF 54)
penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de
24.5.1977) Aborto necessário
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a meta- I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
de se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de exter- II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é prece-
mínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012) dido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um ter- seu representante legal.
ço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela
Lei nº 13.104, de 2015) CAPÍTULO II
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores DAS LESÕES CORPORAIS
ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de Lesão corporal
60 (sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído pela Lei Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de
nº 13.104, de 2015) outrem:
III - na presença de descendente ou de ascendente da Pena - detenção, de três meses a um ano.
vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Lesão corporal de natureza grave
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio § 1º Se resulta:
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais
prestar-lhe auxílio para que o faça: de trinta dias;
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se con- II - perigo de vida;
suma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de sui- III - debilidade permanente de membro, sentido ou fun-
cídio resulta lesão corporal de natureza grave. ção;
Parágrafo único - A pena é duplicada: IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Aumento de pena § 2° Se resulta:
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer II - enfermidade incuravel;
causa, a capacidade de resistência. III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
Infanticídio V - aborto:
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o Pena - reclusão, de dois a oito anos.
próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos. Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que
Aborto provocado pela gestante ou com seu consen- o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de pro-
timento duzí-lo:
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
outrem lho provoque: (Vide ADPF 54)
Pena - detenção, de um a três anos. Diminuição de pena
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de
Aborto provocado por terceiro relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da ges- emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o
tante: juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da ges- Substituição da pena
tante: (Vide ADPF 54) § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda subs-
Pena - reclusão, de um a quatro anos. tituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a a dois contos de réis:
gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou dé- I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo ante-
bil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, rior;
grave ameaça ou violência II - se as lesões são recíprocas.
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Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente Redução a condição análoga à de escravo
se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escra-
140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. vo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Mi- exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de tra-
nistro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 des- balho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção
te Código, e mediante representação do ofendido, no caso em razão de dívida contraída com o empregador ou prepos-
do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do to:(Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.033. Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da
De 2009) pena correspondente à violência.(Redação dada pela Lei nº
10.803, de 11.12.2003)
CAPÍTULO VI § 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL nº 10.803, de 11.12.2003)
SEÇÃO I I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por par-
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL te do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de traba-
lho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Constrangimento ilegal II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalha-
grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer dor, com o fim de retê-lo no local de trabalho.(Incluído pela
outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
lei permite, ou a fazer o que ela não manda: § 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é come-
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. tido:(Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº
Aumento de pena 10.803, de 11.12.2003)
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião
quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três ou origem. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
pessoas, ou há emprego de armas. Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, trans-
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as corres- ferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave
pondentes à violência. ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consenti- I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (In-
mento do paciente ou de seu representante legal, se justifi- cluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
cada por iminente perigo de vida; II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de
II - a coação exercida para impedir suicídio. escravo; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Ameaça III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto IV - adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de
e grave: 2016) (Vigência)
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. V - exploração sexual. (Incluído pela Lei nº 13.344, de
Parágrafo único - Somente se procede mediante repre- 2016) (Vigência)
sentação. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e mul-
ta. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Sequestro e cárcere privado § 1o A pena é aumentada de um terço até a metade
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante se- se: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
questro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002) I - o crime for cometido por funcionário público no exer-
Pena - reclusão, de um a três anos. cício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; (Incluído
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou
companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Re- pessoa idosa ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº
dação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) 13.344, de 2016) (Vigência)
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima III - o agente se prevalecer de relações de parentesco,
em casa de saúde ou hospital; domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependên-
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. cia econômica, de autoridade ou de superioridade hierár-
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) quica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função;
anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005) ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território
pela Lei nº 11.106, de 2005) nacional. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da § 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente
natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: for primário e não integrar organização criminosa. (Incluí-
Pena - reclusão, de dois a oito anos. do pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
§ 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da in- A tutela jurídica do patrimônio no âmbito do Código Pe-
vasão resulta prejuízo econômico.(Incluído pela Lei nº 12.737, nal Brasileiro, é sem dúvida extensamente realizada, mas não
de 2012) Vigência se pode perder jamais em conta, a necessidade de que no
§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de conceito de patrimônio esteja envolvida uma noção econô-
comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou mica, um noção de valor material econômico do bem.
industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o
controle remoto não autorizado do dispositivo invadido:(In- FURTO
cluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência O primeiro é o crime de furto descrito no artigo 155 do
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, Código Penal Brasileiro, em sua forma básica: “subtrair, para
se a conduta não constitui crime mais grave.(Incluído pela Lei si ou para outrem, coisa alheia móvel: pena – reclusão, de 1
nº 12.737, de 2012) Vigência (um) a 4 (quatro) anos, e multa”.
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a O conceito de furto pode ser expresso nas seguintes pa-
dois terços se houver divulgação, comercialização ou trans- lavras: furto é a subtração de coisa alheia móvel para si ou
missão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informa- para outrem sem a pratica de violência ou de grave ameaça
ções obtidos.(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência ou de qualquer espécie de constrangimento físico ou moral
§ 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o à pessoa. Significa, pois o assenhoramento da coisa com fim
crime for praticado contra:(Incluído pela Lei nº 12.737, de de apoderar-se dela com ânimo definitivo.
2012) Vigência Quanto a objetividade jurídica do furto é preciso ressal-
I - Presidente da República, governadores e prefeitos;(In- tar uma divergência na doutrina: entende-se que é protegida
cluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência diretamente a posse e indiretamente a propriedade ou, em
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;(Incluído sentido contrário, que a incriminação no caso de furto, visa
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência essencial ou principalmente a tutela da propriedade e não
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado da posse. É inegável que o dispositivo protege não só a pro-
Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Le- priedade como a posse, seja ela direta ou indireta além da
gislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou(In- própria detenção1.
cluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Devemos si ter primeiro o bem jurídico daquele que é
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta afetado imediatamente pela conduta criminosa. Vale dizer
federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. (Incluí- que a vítima de furto não é necessariamente o proprietário
do pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência da coisa subtraída, podendo recair a sujeição passiva sobre o
Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vi- mero detentor ou possuidor da coisa.
gência Qualquer pessoa pode praticar o crime de furto, não exi-
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente ge além do sujeito ativo qualquer circunstância pessoal es-
se procede mediante representação, salvo se o crime é co- pecífica. Vale a mesma coisa para o sujeito passivo do crime,
metido contra a administração pública direta ou indireta de sendo ela física ou jurídica, titular da posse, detenção ou da
qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou propriedade.
Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços O núcleo do tipo é subtrair, que significa tirar, retirar,
públicos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência abrangendo mesmo o apossamento à vista do possuidor ou
proprietário.
O crime de furto pode ser praticado também através de
7 CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. animais amestrados, instrumentos etc. Esse crime será de
apossamento indireto, devido ao emprego de animais, caso
contrário é de apossamento direto.
Impera uma única controvérsia, tendo em vista o desen-
O Título II da parte especial do Código Penal Brasileiro,
volvimento da tecnologia, quanto a subtração praticada com
faz referências aos Crimes Contra o Patrimônio.
Considera-se patrimônio de uma pessoa , os bens, o po- o auxílio da informática, se ela resultaria de furto ou crime de
derio econômico, a universalidade de direitos que tenham estelionato.
expressão econômica para a pessoa. Considera-se em ge- O objeto material do furto é a coisa alheia móvel. Coisa
ral, o patrimônio como universalidade de direitos. Vale dizer em direito penal representa qualquer substância corpórea,
como uma unidade abstrata, distinta, diferente dos elemen- seja ela material ou materializável, ainda que não tangível,
tos que a compõem isoladamente considerados. suscetível de apreciação e transporte, incluindo aqui os cor-
Além desse conceito jurídico, que é próprio do direito pos gasosos, os instrumentos , os títulos, etc.2.
privado, há uma noção econômica de patrimônio e, segundo O homem não pode ser objeto material de furto, confor-
a qual, ele consiste num complexo de bens, através dos quais me o fato, o agente pode responder por sequestro ou cárce-
o homem satisfaz suas necessidades. re privado, conforme artigo 148 do Código Penal Brasileiro,
Cabe lembrar, que o direito penal em relação ao direito ou subtração de incapazes artigo 249.
civil, ao direito econômico, ele é autônomo e constitutivo, e Afirma-se na doutrina que somente pode ser objeto de
por isso mesmo quando tutela bens e interesses jurídicos já furto a coisa que tiver relevância econômica, ou seja, valor de
tutelados por outros ramos do direito, ele o faz com autono- troca, incluindo no conceito, a ideia de valor afetivo (o que eu
mia e de um modo peculiar. acho que não tem validade jurídica penal). Já a jurisprudência
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
invoca o princípio da insignificância, considerando que se a Os tribunais tem subordinado o reconhecimento do fur-
coisa furtada tem valor monetário irrisório, ficará eliminada a to de uso a efetiva devolução ou restituição, afirmando que
antijuridicidade do delito e, portanto, não ficará caracteriza- há furto comum se a coisa é abandonada em local distante
do o crime. ou diverso ou se não é recolocada na esfera de vigilância de
seu dono. Há ainda entendimentos que exigem que a devo-
Furto é crime material, não existindo sem que haja des- lução da coisa, além de ser feita no mesmo lugar da subtra-
falque do patrimônio alheio. Coisa alheia é a que não perten- ção seja feita em condições de restituição da coisa em sua
ce ao agente, nem mesmo parcialmente. Por essa razão não integridade e aparência interna e externa, assim como era no
comete furto e sim o crime contido no artigo 346 (Subtração momento da subtração.
ou Dano de Coisa Própria em Poder de Terceiro) do Código Vale dizer a coisa devolvida assemelha-se em tudo e por
Penal Brasileiro, o proprietário que subtrai coisa sua que está tudo em sua aparência interna e externa à coisa subtraída.
em poder legitimo de outro3.
O crime de furto é cometido através do dolo que é a FURTO NOTURNO
vontade livre e consciente de subtrair, acrescido do elemento
subjetivo do injusto também chamado de “dolo específico”, O Furto Noturno, está previsto no § 1º do artigo 155:
que no crime de furto está representado pela ideia de fina- “apena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado du-
lidade do agente, contida da expressão “para si ou para ou- rante o repouso noturno”7.
trem”. Independe, todavia de intuito, objetivo de lucro por É furto agravado ou qualificado o praticado durante o
parte do agente, que pode atuar por vingança, capricho, li- repouso noturno, aumenta-se de 1/3 artigo 155 §1º, a razão
beralidade. da majorante está ligada ao maior perigo que está subme-
O consentimento da vítima na subtração elide o crime, já tido o bem jurídico diante da precariedade de vigilância por
que o patrimônio é um bem disponível, mas se ele ocorre de- parte de seu titular.
pois da consumação, é evidente que sobrevivi o ilícito penal. Basta que ocorra a cessação da vigilância da vítima, que,
O delito de furto também pode ser praticado entre: côn- dormindo, não poderá efetivá-la com a segurança e a ampli-
juges, ascendentes e descendentes, tios e sobrinhos, entre tude com que a faria, caso estivesse acordada, para que se
irmãos. configure a agravante do repouso noturno.
O direito romano não admitia, nesses casos, a ação pe- Repouso noturno é o tempo em que a cidade repousa, é
nal. Já o direito moderno não proíbe o procedimento penal, variável, dependendo do local e dos costumes.
mas isenta de pena, como elemento de preservação da vida É discutida pela doutrina e pela jurisprudência a cerca
familiar. da necessidade do lugar, ser habitado ou não, para se dar
a agravante. A jurisprudência dominante nos tribunais é no
Para se definir o momento da consumação, existem duas sentido de excluir a agravante, se o furto é praticado em lu-
posições: gar desabitado, pois evidente se praticado desta forma não
1) atinge a consumação no momento em que o objeto haveria, mesmo durante a época o momento do não repou-
material é retirado de posse e disponibilidade do sujeito pas- so, a possibilidade de vigilância que continuaria a ser tão pre-
sivo, ingressando na livre disponibilidade do autor, ainda que cária quanto este momento de repouso.
não obtenha a posse tranquila; Porém, como diz o mestre Magalhães Noronha “para
2) quando exige-se a posse tranquila, ainda que por bre- nós, existe a agravante quando o furto se dá durante o tem-
ve tempo. po em que a cidade ou local repousa, o que não importa
necessariamente seja a casa habitada ou estejam seus mo-
Temos a seguinte classificação para o crime de furto: co- radores dormido. Podem até estar ausente, ou desabitado o
mum quanto ao sujeito, doloso, de forma livre, comissivo de lugar do furto”.
dano, material e instantâneo. A exposição de motivos como a do mestre Noronha, é a
A ação penal é pública incondicionada, exceto nas hipó- que se iguala ao meu parecer, pois é prevista como agravan-
teses do artigo 182 do Código Penal Brasileiro, que é condi- te especial do furto a circunstância de ser o crime praticado
cionada à representação. durante o período do sossego noturno8, seja ou não habita-
O crime de furto pode ser de quatro espécies: furto sim- da a casa, estejam ou não seus moradores dormindo, cabe a
ples, furto noturno, furto privilegiado e furto qualificado. majoração se o delito ocorreu naquele período.
Furto em garagem de residência, também há duas po-
FURTO DE USO sições, uma em que incide a qualificadora, da qual o Pro-
fessor Damásio é partidário, e outra na qual não incide a
Furto de uso é a subtração de coisa apenas para usufruí- qualificadora.
-la momentaneamente, está prevista no art. 155 do Código
Penal Brasileiro, para que seja reconhecível o furto de uso e FURTO PRIVILEGIADO ou mínimo
não o furto comum, é necessário que a coisa seja restituída,
devolvida, ao possuidor, proprietário ou detentor de que foi O furto privilegiado está expresso no § 2º do artigo 155:
subtraída, isto é, que seja reposta no lugar, para que o pro- “Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa fur-
prietário exerça o poder de disposição sobre a coisa subtraí- tada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de de-
da. Fora daí a exclusão do “animus furandi” dependerá de tenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
prova plena a ser oferecida pelo agente. pena de multa”.
32
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Vale dizer que é uma forma de causa especial de dimi- É ainda qualificadora a penetração no local do furto por
nuição de pena. Existem requisitos para que se dê essa causa via que normalmente não se usa para o acesso, sendo ne-
especial: cessário o emprego de meio artificial, é no caso de escalada,
- O primeiro requisito para que ocorra o privilégio é ser que não se relaciona necessariamente com a ação de galgar
o agente primário, ou seja, que não tenha sofrido em razão ou subir. Também deve ser comprovada por meio de perícia,
de outro crime condenação anterior transitada em julgado. assim como o rompimento de obstáculo.
- O segundo requisito é ser de pequeno valor a coisa Tentativa, é admissível. Via de regra, a prisão em flagran-
subtraída. te indica delito tentado nos casos de furto, por não chegar
A doutrina e a jurisprudência têm exigido além desses o agente a ter a posse tranquila da coisa subtraída, que não
dois requisitos já citados, que o agente não revele persona- ultrapassa a esfera de vigilância da vítima.
lidade ou antecedentes comprometedores, indicativos da Há ainda a tentativa frustrada, citarei um exemplo: um
existência de probabilidade, de voltar a delinquir. batedor de carteira segue uma pessoa durante vários dias.
A pena pode-se substituir a de reclusão pela de deten- Decide, então, subtrair, do bolso interno do paletó da vítima,
ção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a envelope que julga conter dinheiro. Furtado o envelope, o
multa. batedor de carteira é apanhado. Chegando à Delegacia, ve-
O § 3º do artigo 155 faz menção à igualdade entre ener- rifica-se que o envelope estava vazio, pois, naquele dia, a ví-
gia elétrica, ou qualquer outra que tenha valor econômico à tima esquecera o dinheiro em casa. O agente será responsa-
coisa móvel, também a caracterizando como crime. bilizado pelo crime nesse exemplo? Não, pois a ausência do
A jurisprudência considera essa modalidade de furto objeto material do delito faz do evento um crime impossível.
como crime permanente, pois o agente pratica uma só ação, O último é a qualificadora da destreza, que se dá quando
que se prolonga no tempo. a subtração se dá dissimuladamente com especial habilidade
por parte do agente, onde a ação, sem emprego de violência,
FURTO QUALIFICADO em situação em que a vítima, embora consciente e alerta, não
percebe que está tendo os bens furtados. O arrebatamento
Em determinadas circunstâncias são destacadas o §4º do violento ou inopinado não a configura.
art. 155, para configurar furto qualificado, ao qual é comina-
da pena autônoma sensivelmente mais grave: “reclusão de 2 A terceira hipótese é o emprego de chave falsa.
à 8 anos seguida de multa”. Constitui chave falsa qualquer instrumento ou engenho
de que se sirva o agente para abrir fechadura e que tenha ou
São as seguintes as hipóteses de furto qualificado: não o formato de uma chave, podendo ser grampo, pedaço
Se o crime é cometido com destruição ou rompimento de arame, pinça, gancho, etc. O exame pericial da chave ou
de obstáculos à subtração da coisa; está hipótese trata da desse instrumento é indispensável para a caracterização da
destruição, isto é, fazer desaparecer em sua individualidade qualificadora.
ou romper, quebrar, rasgar, qualquer obstáculo móvel ou A Quarta e última hipótese é quando ocorre mediante
imóvel a apreensão e subtração da coisa. concurso de duas ou mais pessoas, quando praticado nestas
A destruição ou rompimento deve dar-se em qualquer circunstâncias, pois isto revela uma maior periculosidade dos
momento da execução do crime e não apenas para apreen- agentes, que unem seus esforços para o crime.
são da coisa. Porém é imprescindível que seja comprovada No caso de furto cometido por quadrilha, responde por
pericialmente, nem mesmo a confissão do acusado supre a quadrilha pelo artigo 288 do Código Penal Brasileiro seguido
falta da perícia. de furto simples, ficando excluída a qualificadora,
Trata-se de circunstância objetiva e comunicável no caso Concurso de qualificadoras, o agente incidindo em duas
de concurso de pessoas, desde que o seu conteúdo haja in- qualificadoras, apenas uma qualifica, podendo servir a outra
gressado na esfera do conhecimento dos participantes. como agravante comum.
A segunda hipótese é quando o crime é cometido com
abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou des- FURTO DE COISA COMUM
treza. Este crime está definido no art. 156 do Código Penal Bra-
Há abuso de confiança quando o agente se prevalece de sileiro, que diz: “Subtrair o condômino, coerdeiro, ou sócio,
qualidade ou condição pessoal que lhe facilite à pratica do para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a
furto. Qualifica o crime de furto quando o agente se serve de coisa comum: pena – detenção, de 6 (seis) meses à 2 (dois)
algum artifício para fazer a subtração. anos, ou multa”.
Mediante fraude é o meio enganoso capaz de iludir a A razão da incriminação é de que o agente subtraia coisa
vigilância do ofendido e permitir maior facilidade na subtra- que pertença também a outrem. Este crime constitui caso es-
ção do objeto material. O furto mediante fraude distingue-se pecial de furto, distinguindo-se dele apenas as relações exis-
do estelionato, naquele a fraude é empregada para iludir a tentes entre o agente e o lesado ou os lesados.
atenção e vigilância do ofendido, que nem percebe que a Sujeito ativo, somente pode ser o condômino, copro-
coisa lhe está sendo subtraída; no estelionato, ao contrário, a prietário, coerdeiro ou o sócio. Esta condição é indispensável
fraude antecede o apossamento da coisa e é a causa de sua e chega a ser uma elementar do crime e por tanto é transmi-
entrega ao agente pela vítima; esta entrega a coisa iludida, tido ao partícipe estranho nos termos do artigo 29 do Código
pois a fraude motivou seu consentimento. Penal Brasileiro.
33
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Sujeito passivo será sempre o condomínio, coproprietá- Tentativas, quanto ao roubo próprio ela é admitida, visto
rio, coerdeiro ou o sócio, não podendo excluir-se o terceiro podendo ocorrer quando o sujeito, após empregar a violên-
possuidor legítimo da coisa. cia ou grave ameaça contra a pessoa, por motivos alheios a
A vontade de subtrair configura o momento subjetivo, sua vontade, não consegue efetuar a subtração.
fala-se em dolo específico na doutrina, na expressão “para si Já a tentativa para o crime de roubo impróprio temos
ou para outrem”. duas correntes:
A pena culminada para furto de coisa comum é alterna- Sua classificação doutrinária é de crime comum quanto
tiva de detenção de 6 (seis) meses à 2 (dois) anos ou multa. ao sujeito, doloso, de forma livre, de dano, material e instan-
Dá-se ao juiz a margem para individualização da pena tendo tâneo. Tendo ação penal pública incondicionada.
em vista as circunstâncias do caso concreto.
ROUBO E LESÃO CORPORAL GRAVE
ROUBO Nos termos do artigo 157 § 3º do Código Penal Brasilei-
A ação penal é pública, porém depende de representa- ra primeira parte, é qualificado roubo quando: “da violência
ção da parte resulta lesão corporal de natureza grave, fixando-se a pena
Como expresso no artigo 157 do Código Penal Brasileiro: num patamar superior ao fixado anteriormente, aqui reclu-
“Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, median- são de 5 (cinco) à 15 (quinze) anos, além da multa”.
te grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, É indispensável que a lesão seja causada pela violência,
por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: não estando o agente, sujeito às penas previstas pelo dis-
pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa”. positivo em estudo, se o evento decorra de grave ameaça,
Trata-se de crime contra o patrimônio, em que é atingido como enfarte, choque ou do emprego de narcóticos. Haverá
também a integridade física ou psíquica da vítima. no caso roubo simples seguido de lesões corporais de natu-
É um crime complexo, onde o objeto jurídico imediato reza grave em concurso formal.
do crime é o patrimônio, e tutela-se também a integridade A lesão poderá ser sofrida pelo titular do direito ou em
corporal, a saúde, a liberdade e na hipótese de latrocínio a um terceiro.
vida do sujeito passivo. Se o agente fere gravemente a vítima mas não consegue
O Roubo também é um delito comum, podendo ser subtrair a coisa, há só a tentativa do artigo 157 § 3º 1ª parte
cometido por qualquer pessoa, dando-se o mesmo com o (tacrim SP, julgados 72:214).
sujeito passivo. Pode ocorrer a hipótese de dois sujeitos pas-
sivos: um que sofre a violência e o titular do direito de pro- ROUBO SEGUIDO DE MORTE - LATROCÍNIO
priedade. Comina-se pena de reclusão de 20 à 30 anos se resulta a
Como no Furto, a conduta é subtrair, tirar a coisa móvel morte, as mesmas considerações referentes aos crimes quali-
alheia, mas faça-se necessário que o agente se utilize de vio- ficados pelo resultado, podem ser aqui aplicadas.
lência, lesões corporais, ou vias de fato, como grave ameaça O artigo da Lei 8072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), em
ou de qualquer outro meio que produza a possibilidade de conformidade com o artigo 5º XLIII, da Constituição Federal
resistência do sujeito passivo. Brasileira, considera crime de latrocínio Hediondo.
A vontade de subtrair com emprego de violência, gra- Nos termos legais o Latrocínio não exige que o evento
ve ameaça ou outro recurso análogo é o dolo do delito de morte seja desejado pelo agente, basta que ele empregue
roubo. Exige-se porém, o elemento subjetivo do tipo, o cha- violência para roubar e que dela resulte a morte para que se
mado dolo específico, idêntico ao do furto, para si ou para tenha caracterizado o delito.
outrem, é que se dá a subtração. É indiferente, porém, que a violência tenha sido exercida
Há uma figura denominada roubo impróprio que vem para o fim da subtração ou para garantir, depois desta, a im-
definido no art.157 §1º do Código Penal Brasileiro: “na mes- punidade do crime ou a detenção da coisa subtraída.
ma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, em- Ocorre latrocínio ainda que a violência atinja pessoa di-
prega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de as- versa daquela que sofre o desapossamento da coisa. Haverá
segurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para no entanto um só crime com dois sujeitos passivos.
si ou para terceiro”. Nesse caso a violência ou a grave ameaça A consumação do latrocínio ocorre com a efetiva subtra-
ocorre após a consumação da subtração, visando o agente ção e a morte da vítima, embora no latrocínio haja morte da
assegurar a posse da coisa subtraída ou a impunidade do vítima, ele é um crime contra o patrimônio, sendo Juiz singu-
crime. lar e não do Tribunal do Júri, essa é a posição válida,
A violência posterior ou roubo para assegurar a sua im- Pena: reclusão de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
punidade, deve ser imediato para caracterização do roubo multa, conforme alteração do artigo 6º da Lei n.º. 8072/90.
impróprio. Conforme o artigo 9º dessa lei, a pena é agravada de metade
A consumação do roubo impróprio ocorre com a violên- quando a vítima se encontra nas condições do artigo 224 do
cia ou grave ameaça desde que já ocorrido a subtração, não Código Penal Brasileiro: “presunção de violência”.
se consumando esta, tem se entendido que o agente deverá
ser responsabilizado por tentativa de furto em concurso com EXTORSÃO
o crime de lesões corporais. O crime de extorsão é formal e consuma-se no momento
Consuma-se no momento em que o agente retira o ob- e no local em que ocorre o constrangimento para que se faça
jeto material da esfera de disponibilidade da vítima, mesmo ou se deixe de fazer alguma coisa. Súmula nº 96 do Superior
que não haja a posse tranquila. Tribunal de Justiça.
34
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (art. 159)
grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem Na extorsão mediante sequestro, diferentemente da ex-
indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou torsão do art. 158, a vantagem pode ser qualquer uma (in-
deixar fazer alguma coisa: clusive econômica). Trata-se de crime hediondo em todas as
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. suas modalidades, havendo privação da liberdade da vítima
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, para se obter a vantagem. É crime complexo, resultante da
ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço extorsão + sequestro ou cárcere privado (é o que diz a dou-
até metade. trina, mas eu não concordo, visto que a extorsão exige finali-
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o dade de obter vantagem econômica indevida).
disposto no § 3º do artigo anterior. Se o sequestro for para obtenção de qualquer vantagem
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liber- devida, haverá o crime de exercício arbitrário das próprias
dade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção razões em concurso material com o sequestro ou cárcere pri-
da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 vado.
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou Apesar de o tipo se referir a “qualquer vantagem”, não
morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, haverá o crime se a vantagem não tiver algum valor econô-
respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009) mico. Isso se depreende da interpretação sistêmica do tipo,
É um crime comum, formal ou material, de forma livre, que está inserido no Título II, relativo aos crimes contra o
instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, comissivo, dolo- patrimônio.
so, de dano, complexo e admite tentativa. Não influi na caracterização do crime o fato de a vítima
A conduta consiste em constranger (obrigar, forcar, coa- ser transportada para algum lugar ou ser retida em sua pró-
gir), mediante violência (física: vias de fato ou lesão corporal) pria casa. Ademais, o sequestro deve se dar como condição
ou grave ameaça (moral: intimidação idônea explicita ou ex- ou preço do resgate.
plicita que incute medo no ofendido) com o objetivo de obter Sujeito passivo
para si ou para outrem indevida (injusta, ilícita) vantagem eco- Pode ser qualquer pessoa, inclusive pessoa jurídica, que
nômica (qualquer vantagem seja de coisa móvel ou imóvel). pode ter, v.g., um de seus sócios sequestrados para que seja
Haverá constrangimento ilegal se a vantagem não for efetuado o pagamento. Determina-se o sujeito passivo de
econômica e exercício arbitrário das próprias razoes se a van- acordo com a pessoa que terá o patrimônio lesado.
tagem for devida. Se a pessoa que sofre a privação da liberdade for dife-
rente daquela que terá seu patrimônio diminuído, haverá
Tipo subjetivo apenas um crime, não obstante existirem duas vítimas.
O tipo é composto de dolo duplo: o primeiro constituído Consumação e tentativa
pela vontade livre e consciente de constranger alguém me- Ocorre a consumação quando o agente pratica a con-
diante violência ou grave ameaça, dolo genérico; o segundo duta prevista no núcleo do tipo, quando realiza o sequestro
exige o elemento subjetivo do tipo específico na expressão privando a vítima da liberdade por tempo juridicamente re-
“com intuito de”. levante, ainda que não aufira a vantagem qualquer e ainda
que nem tenha sido pedido o resgate. Logo, o crime é formal.
Consumação “A extorsão mediante sequestro, como crime formal ou
Discute-se na doutrina se o crime de extorsão é formal de consumação antecipada, opera-se com a simples privação
ou material. Para os que o consideram formal, a consumação da liberdade de locomoção da vítima, por tempo juridica-
ocorre independentemente do resultado. Basta ser idôneo ao mente relevante. Ainda que o sequestrado não tenha sido
constrangimento imposto à vítima, sendo irrelevante a enfei- conduzido ao local de destino, o crime está consumado” (MI-
tava obtenção da vantagem econômica indevida. RABETE, Julio Fabbrini. Código Penal Interpretado. 6ª edição.
O comportamento da vítima nesse caso é fundamental São Paulo: Atlas. 2007, pág. 1.476).
para a consumação do delito. É a indispensabilidade da con- Perfeitamente possível a tentativa, já que a execução do
duta do sujeito passivo para a consumação do crime, se o crime requer um iter criminis desdobrado em vários atos. Po-
constrangimento for sério, idôneo o suficiente para ensejar a rém, difícil de se configurar. Hipótese seria aquela em que
ação ou omissão da vítima em detrimento do seu patrimônio, os agentes são flagrados logo após colocarem a vítima no
perfaz-se o tipo penal do art. 168 do CP. carro, pois aí não teriam privado sua liberdade por tempo
Da outra parte, se entendido como crime material, a con- juridicamente relevante.
sumação se dará com obtenção de indevida vantagem eco-
nômica. Seguimos esse entendimento, para nós o crime de EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO QUALIFICADA
extorsão é material consumando-se com a efetiva obtenção Se o sequestro dura mais de 24h, se o sequestrado é me-
indevida vantagem econômica. nor de 18 e maior que 60 anos, ou se o crime é cometido por
bando ou quadrilha a pena será de reclusão de 12 a 20 anos.
Tentativa Quanto maior o tempo em que a vítima estiver em poder do
Admite-se quer considerando o crime formal ou material. criminoso, maior será o dano à saúde e integridade física.
Surge quando a vítima mesmo constrangida, mediante violên- Quanto ao crime cometido por bando ou quadrilha, en-
cia ou grave ameaça, não realiza a condita por circunstâncias tende-se como a reunião permanente de mais de três pes-
alheias à vontade do agente. A vítima, então não se intimida, soas para cometer e não uma reunião ocasional para come-
vence o medo e denuncia o fato a polícia. ter o sequestro.
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EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO COM LESÃO financeiro. Necessário para a configuração do delito que o
CORPORAL GRAVE. documento exigido ou recebido pelo agente, que pode ser
Se o fato resulta lesão corporal de natureza grave a pena público ou particular, se preste a instauração de inquérito po-
será de reclusão de 16 a 24 anos; se resulta a morte a pena licial contra o ofendido. Não se exige a instauração do pro-
será de reclusão de 24 a 30 anos. Observa-se de imediato a cedimento criminal, basta que o documento em poder do
diferença deste delito com o de roubo qualificado pelo resul- credor seja potencialmente apto a iniciar o processo.
tado. No art. 157 do CP a lei diz: “se da violência resultar lesão
grave ou morte”; logo, num roubo em que vítima cardíaca Consumação
diante de uma ameaça vem a falecer, haverá roubo em con- Na ação de exigir, crime formal, a consumação ocorre
curso material com homicídio e não latrocínio. O tipo exige o com a simples exigência do documento pelo extorcionário.
emprego da violência. Na extorsão mediante sequestro a lei A iniciativa aqui é do agente, na conduta de receber, crime
menciona: “se dos ato resultar lesão grave ou morte”, pouco material, a consumação ocorre com o efetivo recebimento
importando para qualificar o delito que a lesão grave seja do documento. Nesse caso a iniciativas provém da vítima.
culposa ou dolosa.. Evidentemente, se a lesão grave ou morte
resultar de caso fortuito ou força maior, o resultado agrava-
Tentativa
dos não poderá ser imputado ao agente.
Na modalidade exigir, entendemos não ser possível sua
configuração, embora uma parcela da doutrina a admita com
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO E TORTURA
Entendemos que os institutos possuem objetividades o sovado exemplo, também oferecido nos crimes contra a
jurídicas distintas e autônomas. Na extorsão são mediante honra, de a exigência ser reduzida por escrito, mas não che-
sequestro ofende-se o patrimônio, a liberdade de ir e vir e gar ao conhecimento do ofendido. Na de receber, no en-
a vida. Na tortura atinge-se a dignidade humana, consubs- tanto, é perfeitamente possível, podendo o iter criminis ser
tanciada na integridade física e mental. Cm efeito, a nosso, interrompido por circunstâncias alheias à vontade do agente.
juízo, nada impede o reconhecimento do concurso material
de infrações. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.
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III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à so- Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou
ciedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ambas as penas.
ou haveres sociais, sem prévia autorização da assembleia geral; § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário,
lei o permite; pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédi- de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto
to social, aceita em penhor ou em caução ações da própria no § 2º do art. 155.
sociedade; § 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimô-
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em nio da União, Estado, Município, empresa concessionária de
desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui lu- serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena
cros ou dividendos fictícios; prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro.
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta
pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação CAPÍTULO VIII
de conta ou parecer; DISPOSIÇÕES GERAIS
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos
autorizada a funcionar no País, que pratica os atos menciona- crimes previstos neste título, em prejuízo:
dos nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo. I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco
anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de as-
sembleia geral. Art. 182 - Somente se procede mediante representação,
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
“warrant” I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
em desacordo com disposição legal:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos an-
teriores:
Fraude à execução
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral,
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, des-
quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pes-
truindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
soa;
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. II - ao estranho que participa do crime.
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa. III – se o crime é praticado contra pessoa com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
que não significa dizer que o perigo seja exigido, são coisas O Dolo é muito difícil de se comprovar nesses crimes,
diversas. Há como descaracterizar a idoneidade em termos pois o agente sempre nega a autoria, alegando que desco-
abstratos, e não concretos, como seria o caso. Uma cédula nhecia a falsidade. O juiz, por sua vez, deve se atentar para as
de três reais pode expor a risco a fé pública? Não, nem em máximas da experiência, para o modus operandi do agente, a
abstrato. fim de captar a prática do crime. É o que ocorre, por exemplo,
quando o agente utiliza a moeda na calada da noite, com
Moeda Falsa (art. 289) pessoas humildes, quando já tenha tentado trocar a moeda
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda anteriormente etc. Baltazar sugere que se atente para os se-
metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no es- guintes dados:
trangeiro: Quantidade de cédulas encontradas com o agente;
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. Modo de introdução em circulação;
A fabricação é ação conhecida como contrafação; nela, Existência de outras cédulas de menor valor em poder
se insere materialmente o objeto em circulação. Já a altera- do agente;
ção pressupõe a existência de um suporte, o qual o agente Verossimilhança da versão do réu para a origem das cé-
modifica de alguma forma, geralmente para que valha mais. dulas;
O bem jurídico protegido é a fé pública, ou seja, a segu- Grau de instrução do agente;
rança da sociedade em relação à moeda, ao meio circulante Local onde guarda as cédulas.
e à circulação monetária. Trata-se de crime formal e de perigo abstrato, sendo irre-
Moeda de curso legal é aquela de recebimento obriga- levantes, para a consumação, a obtenção da vantagem inde-
tório, por força de lei, que não pode ser recusada no comér- vida para o agente ou de prejuízo para terceiros.
cio. Ela pode se referir tanto a moeda metálica quanto ao
papel-moeda. Se o aceite de outra moeda for meramente Concurso de Crimes
convencional, não restará caracterizado o crime (pode haver, Se o agente introduz em circulação várias cédulas ou
em tese, o estelionato). moedas, no mesmo contexto, há crime único.
Se ele introduz moedas em locais próximos, num mes-
O crime se consuma com a simples contrafação ou al- mo contexto, há entendimento de ser crime único e crime
teração, sendo indiferente se houve ou não a efetiva intro- continuado.
dução das moedas falsificadas em circulação; tampouco se Se o agente obtém vantagem econômica indevida, O ES-
exige dano a terceiro. TELIONATO É ABSORVIDO PELO DELITO DE MOEDA FALSA,
A ação penal é pública incondicionada, de competência por aplicação do princípio da consunção ou da especialidade.
da Justiça Federal. Como o crime deixa vestígios, exige-se
prova pericial. Competência
É da Justiça Federal, já que afeta a fé pública da União,
Não se admite, predominantemente, a aplicação do ainda que tenha por objeto moeda estrangeira.
princípio da insignificância, sendo irrelevante o número de A competência para processar e julgar esses crimes de
cédulas, seu valor ou o número de pessoas eventualmente moeda falsa é da JF, desde que haja idoneidade, desde que
lesadas. se trate de crime de moeda falsa.
Não se aplica o princípio da insignificância ao crime de Se não houver idoneidade haverá o falso inócuo. A figu-
moeda falsa, pois se trata de delito contra a fé pública, logo ra do falso inócuo, então, é aquela em que a falsificação exis-
não há que falar em desinteresse estatal à sua repressão tiu, mas com as características dela não se apresenta capaz a
iludir um número indeterminado de agentes.
Circulação de Moeda Falsa (art. 289, § 1º)
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria Forma Privilegiada (art. 289, § 2º)
ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadei-
empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. ra, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de
Nesse caso, não se exige que a moeda falsa seja a de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses
curso legal no país, podendo ser moeda estrangeira. a dois anos, e multa.
O autor pode ser qualquer pessoa, menos o autor da Adquirir a moeda falsa sem ter conhecimento do vício
falsificação. É um tipo subsidiário, podendo o agente res- não é crime. Entretanto, o é o fato de colocar novamente em
ponder por uma destas condutas caso não seja determinada circulação após conhecer da falsidade.
a autoria da falsificação. Esse crime somente se consuma com a reintrodução da
O tipo se caracteriza por ser misto alternativo. Eviden- moeda à circulação. Logo, é material, admitindo a tentativa.
temente que se o agente falsifica a moeda e a faz circular,
responderá por um só crime, já que a circulação é mero exau- Forma Qualificada (art. 289, § 3º)
rimento. § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e
O agente precisa ter conhecimento da falsidade. Se ele multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de
recebe a moeda e a faz circular sem saber, não responde pelo banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação
crime. ou emissão:
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado Falsidade de Documento e Sonegação Fiscal
em lei; Nos crimes de sonegação fiscal há causas extintivas de
II - de papel-moeda em quantidade superior à autori- punibilidade, assim como também há o entendimento do
zada. STF no sentido de que eles são sujeitos a uma condição ob-
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circu- jetiva de punibilidade, que significa o esgotamento da via
lar moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. administrativa.
Falsificação de Documento Público (art. 297) Falsificação de Documento Particular (art. 298)
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento pú-
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento
blico, ou alterar documento público verdadeiro:
particular ou alterar documento particular verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
São requisitos da falsificação: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Que ela seja idônea: é a falsificação apta a iludir, capaz O conceito de documento particular é dado por exclu-
de enganar qualquer pessoa normal; para a jurisprudência, são. Particular é todo documento que não é público. São
a falsificação grosseira não constitui crime, pois não é capaz exemplos:
de enganar as pessoas em geral. Poderia ser, no máximo, es- Cheque devolvido pelo banco: é documento particular,
telionato; pois após devolvido o cheque, não mais poderá ser trans-
Que tenha capacidade de causar prejuízo a alguém: mitido por endosso.
Disquete, cd, xerox etc. Não são documentos. Documen- Documento endereçado à autoridade pública: não é do-
to é toda peça escrita que condensa o pensamento de al- cumento público, já que não foi feito por autoridade pública.
guém, capaz de provar um fato ou a realização de um ato de
relevância jurídica. Falsidade Ideológica (art. 299)
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular,
Requisitos do Documento Público declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer
Deve ser elaborado por agente público; inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,
O agente público deve estar no exercício da função, ten- com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar
do atribuição para tanto; a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Deve obedecer às formalidades legais exigidas para a va-
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o docu-
lidade do documento.
mento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o
Pode um documento estrangeiro ser considerado pú-
documento é particular.
blico? Sim, desde que seja considerado público no país de
origem e que satisfaça os requisitos de validade previstos no Trata-se de um crime formal, bastando a possibilidade de
ordenamento brasileiro. dano para ser punível.
A falsidade ideológica é voltada para a declaração que
Documentos Públicos por Equiparação (art. 297, § 2º) compõe o documento, para o conteúdo do que se quer fal-
Trata-se de documentos particulares que, pela sua im- sificar. Nela, o documento é formalmente perfeito e falso
portância, foram equiparados pela lei a documento público. seu conteúdo intelectual. O agente declara e faz constar no
São eles: documento algo que sabe não ser verdadeiro.
Documentos emitidos por entidade paraestatal; Na falsidade material o vício incide sobre a parte exte-
Título ao portador ou transmissível por endosso; rior do documento, recaindo sobre o elemento físico do pa-
Livros mercantis; pel escrito e verdadeiro. O sujeito modifica as características
Testamento particular. originais do objeto material por meio de rasuras, borrões,
emendas, substituição de palavras ou letras, números, etc.
Consumação e Tentativa Na falsidade ideológica (ou pessoa) o vício incide sobre as
A consumação ocorre quando realizada a falsificação ou declarações que o objeto material deveria possuir, sobre o
alteração. É um crime formal, bastando o resultado jurídico, conteúdo das ideias. Inexistem rasuras, emendas, omissões
sendo perfeitamente possível a tentativa.
ou acréscimos. O documento, sob o aspecto material é ver-
dadeiro; falsa é a ideia que ele contém. Daí também chamar-
Concurso de Crimes
-se ideal
Falsificação de documento público e estelionato: para o
STF, ambos os crimes coexistiriam, mas em concurso formal.
Para o STJ: Requisitos para a Configuração, Conforme Jurispru-
Falsificação e uso de documento falso (art. 304): o uso dência
será absorvido, já que é mero pós fato impunível. Isso, entre- Que a declaração tenha valor por si mesma: se a declara-
tanto, se o falsário for a mesma pessoa que usa o documento ção tiver de ser investigada pela autoridade pública, não há
crime (v.g., declaração de pobreza falsa). Nesse sentido:
Causas de Aumento de Pena (art. 297, 13º) Que a declaração faça parte do objeto do documento:
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o cri- as declarações irrelevantes, como o endereço da testemunha
me prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta num contrato, não caracterizam o crime
parte.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Conceito de funcionário público para efeitos penais que tem a chave de todas as salas da escola, aproveita-se da
sua função e facilidade e subtrai algo que não estava sob sua
art. 327. Considera-se funcionário público, para os efei- posse, tem-se o peculato furto.
tos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remune-
ração, exerce cargo, emprego ou função pública. Peculato culposo
§ 1º equipara-se a funcionário público quem exerce aproveitando o exemplo da escola, neste caso o diretor
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem esquece a porta aberta e alguém entra no colégio e subtrai
trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou um bem. A consumação se dá no momento em que o 3o
conveniada para a execução de atividade típica da adminis- subtrai a coisa. Não admite-se a tentativa.
tração pública.
§ 2º a pena será aumentada da terça parte quando os Peculato mediante erro de outrem
autores dos crimes previstos neste capítulo forem ocupan- art. 313 c.p., o seu objeto jurídico é a probidade admi-
tes de cargos em comissão ou de função de direção ou as- nistrativa. Sujeito ativo: funcionário público; sujeito passivo:
sessoramento de órgão da administração direta, sociedade estado e o particular lesado. A modalidade de peculato me-
de economia mista, empresa pública ou fundação instituída diante erro de outrem, é um peculato estelionato, onde a
pelo poder público. pessoa é induzida a erro. Ex: um fiscal vai aplicar uma multa
Contudo, ao considerar o que seja funcionário público a um determinado contribuinte e esse contribuinte paga o
para fins penais, nosso código penal nos dá um conceito uni- valor direto a esse fiscal, que embolsa o dinheiro. Só que
tário, sem atender aos ensinamentos do direito administrati- na verdade nunca existiu multa alguma e esse dinheiro não
vo, tomando a expressão no sentido amplo. tinha como destino os cofres públicos e sim o favorecimento
Dessa forma, para os efeitos penais, considera-se fun- pessoal do agente. É um crime doloso e sua consumação
cionário público não apenas o servidor legalmente investido se dá quando ele passa a ser o titular da coisa. Admite-se a
em cargo público, mas também o que servidor publico efeti- tentativa.
vo ou temporário. Concussão
Tipos penais contra administração pública art. 316 c.p., é uma espécie de extorsão praticada pelo
servidor público com abuso de autoridade. O objeto jurídico
O crime de peculato, peculato apropriação, peculato
é a probidade da administração pública. Sujeito ativo: crime
desvio, peculato furto, peculato culposo, peculato median-
próprio praticado pelo servidor e o seu jeito passivo é o es-
te erro de outrem, concussão, excesso de exação, corrupção
tado e a pessoa lesada. A conduta é exigir. Trata-se de crime
passiva e prevaricação, são os crimes tipificado com pratica-
formal pois consuma-se com a exigência, se houver entrega
dos por agentes públicos.
de valor há exaurimento do crime e a vítima não responde
Peculato
por corrupção ativa porque foi obrigada a agir dessa ma-
neira.
Previsto no artigo 312 do c.p., a objetividade jurídica do
peculato é a probidade da administração pública. É um crime
próprio onde o sujeito ativo será sempre o funcionário públi- Excesso de exação
co e o sujeito passivo o estado e em alguns casos o particular.
Admite-se a participação. a exigência vai para os cofres públicos, isto é, recolhe
aos cofres valor não devido, ou era para recolher aos cofres
Peculato apropriação públicos, porém o funcionário se apropria do valor.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
público e a vítima é o estado. A conduta é: retardar ou deixar V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Re-
de praticar ato de ofício. O crime consuma-se com o retar- dação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
damento ou a omissão, é doloso e o objetivo do agente é VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o,
buscar satisfação ou vantagem pessoal. 3 e 4o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
o
Os crimes contra a administração pública é demasiada- VII - epidemia com resultado morte (art. 267, §
mente prejudicial, pois refletem e afetam a todos os cidadãos 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
dependentes do serviço publico, colocando em crédito e a VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº
prova a credibilidade das instituições públicas, para apenas 9.695, de 1998)
satisfazer o egoísmo e egocentrismo desses agentes corrup-
tos. VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração
tais mecanismos de combate devem ser aplicas com de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art.
rigor e aperfeiçoados para que estes desviantes do serviço 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei
publico, tenham suas praticas de errôneas coibidas e extintas, no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela
podem assim fortalecer as instituições publica e valorizar os Lei nº 9.695, de 1998)
servidores. VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de
exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerá-
vel (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela
Lei nº 12.978, de 2014)
10 LEI Nº 8.072/1990 (DELITOS HEDIONDOS). Parágrafo único. Consideram-se também hediondos
11 DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei
APLICÁVEIS AO DIREITO PENAL. no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte
ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da
Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados
LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990. ou consumados. (Redação dada pela Lei nº 13.497,
de 2017)
Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfi-
5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras co ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são
providências. insuscetíveis de: (Vide Súmula Vinculante)
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con- de 2007)
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: § 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumpri-
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes cri- da inicialmente em regime fechado. (Redação dada
mes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de pela Lei nº 11.464, de 2007)
dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tenta- § 2o A progressão de regime, no caso dos condenados
dos: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumpri-
Lei nº 7.210, de 1984) mento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for pri-
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade mário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada
típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um pela Lei nº 11.464, de 2007)
só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, § 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidi-
III, IV, V, VI e VII); (Redação dada pela Lei nº 13.142, rá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberda-
de 2015) de. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. § 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei
129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), n 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos
o
quando praticadas contra autoridade ou agente descrito
neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
igual período em caso de extrema e comprovada necessida-
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública,
de. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro
segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas
grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei
impostas a condenados de alta periculosidade, cuja perma-
nº 13.142, de 2015)
nência em presídios estaduais ponha em risco a ordem ou
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído
incolumidade pública.
pela Lei nº 8.930, de 1994)
Art. 4º (Vetado).
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, §
2o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada inciso:
(art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso incluído pela “Art. 83. ..............................................................
Lei nº 8.930, de 1994) ........................................................................
45
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são
condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfi- acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta
co ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóte-
o apenado não for reincidente específico em crimes dessa ses referidas no art. 224 também do Código Penal.
natureza.” Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a
3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e seguinte redação:
270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a “Art. 35. ................................................................
seguinte redação: Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capí-
“Art. 157. ............................................................. tulo serão contados em dobro quando se tratar dos crimes
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é previstos nos arts. 12, 13 e 14.”
de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta Art. 11. (Vetado).
morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
multa. Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.
........................................................................ Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e
Art. 159. ............................................................... 102º da República.
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º ................................................................. FERNANDO COLLOR
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. Bernardo Cabral
§ 2º .................................................................
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990
§ 3º .................................................................
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
........................................................................
Art. 213. ...............................................................
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
Art. 214. ...............................................................
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
........................................................................
Art. 223. ...............................................................
Pena - reclusão, de oito a doze anos.
Parágrafo único. ........................................................
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
........................................................................
Art. 267. ...............................................................
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
........................................................................
Art. 270. ...............................................................
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
.......................................................................”
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o se-
guinte parágrafo:
“Art. 159. ..............................................................
........................................................................
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-
-autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação
do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.»
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena pre-
vista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes
hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes
e drogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que de-
nunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando
seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois
terços.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes ca-
pitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§
1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223,
caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art.
46
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
“inquérito é o ato ou efeito de inquirir, isto é, procurar O inquérito policial se inicia com a notitia criminis, ou
informações sobre algo, colher informações acerca de um seja, com a notícia do crime. O boletim de ocorrência (bo)
fato, perquirir”. (2008, p. 241). não é uma forma técnica de iniciar o inquérito, mas este
se destina às mãos do delegado e é utilizado para realizar
Em outras palavras, o inquérito policial é um proce- a representação, se o crime for de ação de iniciativa penal
dimento administrativo preliminar, de caráter inquisitivo, pública condicionada à representação, ou para o requeri-
presidido pela autoridade policial, que visa reunir elemen- mento, se o crime for de ação penal da iniciativa privada.
tos informativos com objetivo de contribuir para a forma-
ção da “opinio delicti” do titular da ação penal. No que concerne à delacio criminis inautêntica, ou seja, a
delação ou denúncia anônima, apesar de a constituição federal
A polícia ostensiva ou de segurança (polícia militar) vedar o anonimato, o supremo tribunal de justiça se manifes-
tem por função evitar a ocorrência de crimes. Já a polícia tou a favor de sua validade, desde que utilizada com cautela.
judiciária (civil e federal) se incumbe se investigar a ocor-
rência de infrações penais. Desta forma, a polícia judiciária, As peças inaugurais do inquérito policial são a portaria
na forma de seus delegados é responsável por presidir o (ato de ofício do delegado, onde ele irá instaurar o inqué-
inquérito policial. rito), o auto de prisão em flagrante (ato pelo qual o dele-
Entretanto, conforme o artigo 4º do código de proces- gado formaliza a prisão em flagrante), o requerimento do
so penal brasileiro, em seu parágrafo único, outras auto- ofendido ou de seu representante legal (quando a vítima
ridades também poderão presidir o inquérito, como nos ou outra pessoa do povo requer, no caso de ação penal
casos de comissões parlamentares de inquérito (cpi’s), de iniciativa privada), a requisição do ministério público ou
do juiz.
1
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
No ip a decretação de incomunicabilidade (máximo de delito, uma vez que o ordenamento jurídico veda tal
de três dias) é exclusiva do juiz, a autoridade policial não prática. Caso o delegado opte por indeferir o exame, duas
poderá determiná-la de ofício. Entretanto, o advogado po- serão as possíveis saídas: a primeira, requisitar ao minis-
derá comunicar-se com o preso, conforme dispõe o artigo tério público. A segunda, segundo tourinho filho, recorrer
21 do código de processo penal, em seu parágrafo único. ao chefe de polícia (analogia ao art. 5º, §2º, cpp). Outra
importante observação: o fato de o mp e juiz realizarem
Concluídas as investigações, a autoridade policial en- requisição de diligências mitigaria a discricionariedade do
caminha o ofício ao juiz, desta forma, depois de saneado o delegado? Não, pois a requisição no processo penal é tra-
juiz o envia ao promotor, que por sua vez oferece a denún- tada como ordem, ou seja, uma imposição legal. O dele-
cia ou pede arquivamento. gado responderia pelo crime de prevaricação (art. 319 do
código penal), segundo a doutrina majoritária.
O prazo para a conclusão do inquérito, conforme o ar-
tigo 10 caput e § 3º do código de processo penal, será de Procedimento sigiloso:
dez dias se o réu estiver preso, e de trinta dias se estiver O inquérito policial tem o sigilo natural como caracte-
solto. Entretanto, se o réu estiver solto, o prazo poderá ser rística em razão de duas finalidades: 1) eficiência das inves-
prorrogado se o delegado encaminhar seu pedido ao juiz, tigações; 2) resguardar imagem do investigado. O sigilo é
e este para o ministério público. intrínseco ao ip, diferente da ação penal, uma vez que não
é necessária a declaração de sigilo no inquérito. Apesar de
Na polícia federal, o prazo é de quinze dias se o indicia- sigiloso, deve-se considerar a relativização do mesmo, uma
do estiver preso (prorrogável por mais quinze). Nos crimes vez que alguns profissionais possuem acesso ao mesmo,
de tráfico ilícito de entorpecentes o prazo é de trinta dias como é o exemplo do juiz, do promotor de justiça e do
se o réu estiver preso e noventa dias se estiver solto, esse advogado do ofendido, vide estatuto da oab, lei 8.906/94,
prazo é prorrogável por igual período, conforme disposi- art. 7º, xix. O advogado tem o direito de consultar os autos
ção da lei 11.343 de 2006. dos ip, ainda que sem procuração para tal.
O arquivamento do inquérito consiste da paralisação Nesse sentido, a súmula vinculante nº 14, do stf: “é direito
das investigações pela ausência de justa causa (materia- do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo
lidade e indícios de autoria), por atipicidade ou pela ex- aos elementos de prova, que já documentados em procedi-
tinção da punibilidade. Este deverá ser realizado pelo mi- mento investigatório realizado por órgão com competência
nistério público. O juiz não poderá determinar de ofício, o de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
arquivamento do inquérito, sem a manifestação do minis- defesa.” Em observação mais detalhada, conclui-se que o que
tério público está em andamento não é de direito do advogado, mas so-
mente o que já fora devidamente documentado. Diante dis-
O desarquivamento consiste na retomada das investi- so, faz-se necessária a seguinte reflexão: qual o real motivo
gações paralisadas, pelo surgimento de uma nova prova. da súmula? O conselho federal da oab, - indignado pelo não
cumprimento do que disposto no estatuto da oab - decidiu
Procedimento inquisitivo: provocar o stf para edição da súmula vinculante visando ga-
Todas as funções estão concentradas na mão de única rantir ao advogado acesso aos autos. Como precedentes da
pessoa, o delegado de polícia. súmula: hc 87827 e 88190 – stf; hc 120.132 – stj.
Recordando sobre sistemas processuais, suas modali-
dades são: inquisitivo, acusatório e misto. O inquisitivo pos- Importante ressaltar que quanto ao sigilo, a súmula nº
sui funções concentradas nas mãos de uma pessoa. O juiz 14 não garante ao advogado o direito de participar nas
exerce todas as funções dentro do processo. No acusatório diligências. O sigilo é dividido em interno e externo. Sigilo
puro, as funções são muito bem definidas. O juiz não busca interno: possui duas vertentes, sendo uma positiva e ou-
provas. O brasil adota o sistema acusatório não-ortodoxo. tra negativa. A positiva versa sobre a possibilidade do juiz/
No sistema misto: existe uma fase investigatória, presidida mp acessarem o ip. A negativa, sobre a não possibilidade
por autoridade policial e uma fase judicial, presidida pelo de acesso aos autos pelo advogado e investigado (em al-
juiz inquisidor. gumas diligências). E na eventualidade do delegado negar
vista ao advogado? Habeas corpus preventivo (profilático);
Discricionariedade: mandado de segurança (analisado pelo juiz criminal).
Existe uma margem de atuação do delegado que atua-
rá de acordo com sua conveniência e oportunidade. A ma- Procedimento escrito:
terialização dessa discricionariedade se dá, por exemplo, Os elementos informativos produzidos oralmente de-
no indeferimento de requerimentos. O art. 6º do código vem ser reduzidos a termo. O termo “eventualmente dati-
de processo penal, apesar de trazer diligências, não retira lografado” deve ser considerado, através de uma interpre-
a discricionariedade do delegado. Diante da situação apre- tação analógica, como “digitado”. A partir de 2009, a lei
sentada, poderia o delegado indeferir quaisquer diligên- 11.900/09 passou a autorizar a documentação e captação
cias? A resposta é não, pois há exceção. Não cabe ao de- de elementos informativos produzidos através de som e
legado de polícia indeferir a realização do exame de corpo imagem (através de dispositivos de armazenamento).
2
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
3
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Não é possível desindiciar o indivíduo uma vez que re- ao art. 28 do cpp e a obrigação do outro membro do mi-
presenta uma espécie de arquivamento subjetivo em relação nistério público ser ou não obrigado a oferecer a denúncia,
ao indiciado. Em contrapartida, há posicionamento diverso, existem duas correntes sobre o tema. A primeira corrente,
com assentamento na idéia de que o desindiciamento é representada por cláudio fontelis, defende o argumento de
possível pelo fato de o ip ser um procedimento administrati- que o promotor não é obrigado a oferecer denúncia porque
vo. Assim sendo, a autoridade policial goza de autotutela, ou o termo deve ser interpretado como designação, com base
seja, da capacidade de rever os próprios atos. na independência funcional. A segunda corrente, majoritá-
ria, defende o ponto de que o termo deve ser interpretado
Com relação às espécies de desindiciamento, o mesmo como delegação, atuando o promotor como “longa manus”
pode ser de ofício, ou seja, realizado pela própria autorida- do procurador geral de justiça. Diante da questão trazida,
de policial e coato/coercitivo, que decorre do deferimento estaria a independência funcional comprometida? Não, pois
de ordem de habeas corpus. o novo promotor pode pedir a absolvição/condenação, uma
vez que o mesmo possui tal liberdade.
Prazos para encerramento do inquérito policial
A importância do inquérito policial se materializa do
No caso da justiça estadual, 10 dias se acusado preso; ponto de vista de uma garantia contra apressados juízos,
30 dias se acusado solto. Os 10 dias são improrrogáveis, os formados quando ainda não há exata visão do conjunto de
30 dias são prorrogáveis por “n” vezes. No caso da justiça todas as circunstâncias de determinado fato. Daí a deno-
federal, 15 dias se o acusado estiver preso; 30 dias se o minação de instituto pré-processual, que de certa forma,
acusado estiver solto. Os 15 dias são prorrogáveis por uma protege o acusado de ser jogado aos braços de uma justiça
vez, enquanto os 30 dias são prorrogáveis por “n” vezes. apressada e talvez, equivocada. O erro faz parte da essên-
cia humana e nem mesmo a autoridade policial, por mais
No caso da lei de drogas (11.343/2006), o prazo é di- competente que seja, está isenta de equívocos e falsos
verso: 30 dias se o acusado estiver preso, 90 dias se estiver juízos. Delegados e advogados devem trabalhar em prol
solto. Nessa modalidade, os prazos podem ser duplicados. de um bom comum, qual seja, a efetivação da justiça. Im-
Com relação aos crimes contra a economia popular (lei prescindível a participação do advogado, dentro dos limi-
1.521/51, art. 10, §1º), o prazo para conclusão do ip é de tes estabelecidos pela lei, na participação da defesa de seu
10 dias, independente se o acusado estiver preso ou solto. cliente. Diante disso, é de imensa importância que o inqué-
rito policial seja desenvolvido sob a égide constitucional,
Meios de ação do ministério público respeitando os direitos, garantias fundamentais do acusa-
do e, principalmente, o princípio da dignidade da pessoa
1) primeiramente, oferecer denúncia, caso haja justa humana, norteador do ordenamento jurídico brasileiro.
causa. Em regra, o procedimento é o ordinário. (sumário:
cabe recurso em sentido estrito, vide art. 581, i, cpp). Do
recebimento da denúncia, cabe habeas corpus. Da rejeição
da denúncia no procedimento sumaríssimo, cabe apelação. 2 PROVA. 2.1 EXAME DO CORPO DE DELITO
(jespcrim, prazo de 10 dias);
E PERÍCIAS EM GERAL. 2.2 INTERROGATÓRIO
DO ACUSADO. 2.3 CONFISSÃO. 2.4
2) o mp pode requisitar novas diligências, mas deve
especificá-las. No caso do indeferimento pelo magistrado, QUALIFICAÇÃO E OITIVA DO OFENDIDO.
cabe a correição parcial; 2.5 TESTEMUNHAS. 2.6 RECONHECIMENTO
DE PESSOAS E COISAS. 2.7 ACAREAÇÃO. 2.8
3) mp pode defender o argumento de que não tem DOCUMENTOS DE PROVA. 2.9 INDÍCIOS. 2.10
atribuição para atuar naquele caso e que o juiz não tem BUSCA E APREENSÃO.
competência. Nesse caso, o juiz pode concordar ou não
com o mp. No caso de não concordar, o juiz fará remessa
do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral,
e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do mi- Prova, é o ato ou o complexo de atos que visam a es-
nistério público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de tabelecer a veracidade de um fato ou da prática de um ato
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a tendo como finalidade a formação da convicção da enti-
atender, como menciona o art. 28 do cpp; dade decidente - juiz ou tribunal - acerca da existência ou
inexistência de determinada situação factual. Em regra, é
4) mp pode pedir arquivamento. Se o juiz homologa, produzida na fase judicial com a participação dialética das
encerra-se o mesmo. Trata-se de ato complexo, ou seja, partes (contraditório real e ampla defesa que são elabora-
que depende de duas vontades. dos perante o juiz).
A natureza jurídica do arquivamento é de ato admi- Destarte a prova é o elemento fundamental para a de-
nistrativo judicial, procedimento que deriva de jurisdição cisão de uma lide. Tem como objeto fato jurídico relevante,
voluntária. É ato judicial, mas não jurisdicional. Com relação isto é, aquele que possa influenciar no julgamento do feito.
4
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Assim, não é qualquer fato que carece ser provado, mas Já as presunções legais são os fatos presumidos verda-
sim, aquele que, no processo penal, possa influenciar na ti- deiros pela própria lei, que podem ser duas ordens: abso-
pificação do fato delituoso ou na exclusão de culpabilidade luta e relativa. A presunção absoluta (“juris et de jure”) não
ou de antijuridicidade. admite fato em contrário. Exemplo disso é o art. 27, CP que
diz que menor de 18 anos é inimputável. Já a presunção
Convém lembrar, ainda, que o objeto da prova é fato relativa (“juris tantum”) admite prova em contrário, como
e não opinião, muito embora, em alguns casos (especial- no caso do art. 217-A, CP que diz que a vulnerabilidade do
mente quando se trata de dosar a pena) a opinião da tes- menor de 14 anos é relativa. Essa flexibilidade justifica-se
temunha pode ter relevo para a fixação da pena quando diante da possibilidade de se prejudicar o réu.
ela afirma, por exemplo, que o réu é honesto, trabalhador
e bom pai de família. Ônus da prova
Objeto de prova De acordo com a primeira parte do art. 156, CPP o ônus
da prova é a prova da alegação por quem a fizer. Cabe
Tem a prova um objeto, que são os fatos da causa. O ao autor da ação penal (MP ou querelante) o exercício da
objeto da prova consiste nos fatos cuja evidenciação se atividade probatória principal. Incumbe-lhe demonstrar a
torne imprescindível, no processo, para o juiz convencer-se existência dos fatos constitutivos afirmados na pretensão,
de sua veracidade. Em outras palavras, objeto da prova é o devendo provar a existência do ilícito penal e sua autoria.
fato ilícito alegado na peça acusatória.
Por outro lado, sobre o acusado só recai o ônus de
Em toda ação penal, deve-se provar dois pontos cru- provas o álibi que apresentar. Contudo, se apresentar fatos
ciais, a saber: a materialidade e a autoria do fato criminoso. impeditivos, modificativos ou extintivos, relacionados com
Além disso, é preciso dar conhecimento ao juiz de todas a pretensão acusatória, ele será obrigado a prová-los. Nes-
as circunstâncias objetivas (aspectos externos do crime) e se caso, inverte-se o ônus da prova. Exemplo: alegação de
subjetivas (motivos do crime e aspectos pessoais do agen- legítima defesa.
te) que possam determinar a certeza de sua convicção so-
bre a responsabilidade criminal. As circunstâncias que cer- Segundo o princípio da comunhão da prova, quando a
cam o caso concreto devem ser provadas, ainda, em razão prova ingressa no processo deixa de ser exclusiva da parte
de serem relevantes no momento de fixação da pena. que a produziu. O juiz examina todo o contexto da prova
podendo inclusive valorá-la de modo prejudicial a quem a
Contudo, a atividade probatória deve restringir-se aos apresentou. Ou seja, a utilização das provas por qualquer
fatos relevantes, aqueles que são pertinentes e úteis ao das partes é de ser plenamente aceita, independentemente
julgamento da ação penal. Observe-se portanto que, que de quem a tenha produzido, porque interessa ao juiz des-
existe um critério para a produção de provas numa ação cobrir a verdade.
penal.
Já na segunda parte e incisos do art. 156, CPP é fa-
Desnecessidade da prova cultado ao juiz, de ofício, ordenar a produção de provas
e determinar a realização de diligências. Vê-se aqui que o
De acordo com a redação do art. 400, § 1o, CPP diz que juiz tem poderes para influir na produção de provas unila-
o juiz poderá “indeferir (as provas) consideradas irrelevan- teralmente.
tes, impertinentes ou protelatórias”.
No inciso I identificamos os poderes inquisitórios, que
Temos, então, que será o juiz quem estabelecerá o que permitem ao juiz influir livremente nas provas. O legisla-
deve ser provado, de acordo com o que julgar relevante dor permitiu ao juiz ordenar a produção de provas antes
para a formação do seu convencimento. do oferecimento da denúncia e, ao fazer isso, o magistra-
do substitui a autoridade policial ou o promotor (MP) – e
Entretanto, existe a desnecessidade de se provar al- isso fere o princípio da imparcialidade do juiz. Esse é um
guns fatos, quais sejam: os evidentes, os notórios e as pre- dispositivo amplamente criticado. (Crítica: o ato unilateral
sunções legais. (sem provocação) do juiz pode ser considerado parcial, na
prática?)
Evidentes são os fatos que prescindem de prova para
serem tidos como verdadeiros. São fatos incontroversos, No inciso II identificamos os poderes instrutórios,
evidentes por si mesmos, intuitivos, axiomáticos. onde o juiz pode interferir na prova para resolver ponto
relevantes, independente de requerimento das partes. Esse
Notórios são fatos que também prescindem de prova. dispositivo está relacionado à instrução do processo e é
São os acontecimentos ou situações de conhecimento ge- plenamente aceito. O inciso II está intimamente ligado com
ral, como as datas histórias, os fatos políticos ou sociais de o descobrimento da verdade, uma vez que o juizpode soli-
conhecimento público – ou seja, fatos que pertencem ao citar a produção de provas para formação do seu conven-
patrimônio cultural do cidadão médio. cimento.
5
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
No art. 5º, LIII, CF tem-se que “ninguém será processa- Desde o princípio desse debate vale a ressalva: meio
do nem sentenciado senão pela autoridade competente”. de prova é diferente de objeto de prova. Meio de prova
Em seu inciso XXXVII, tem-se que “não haverá juízo ou tri- pode ser todo fato, documento ou alegação que sirva, di-
bunal de exceção”. reta ou indiretamente, ao descobrimento da verdade. Ou
seja, meio de prova é todo instrumento que se destina a
Esse princípios constitucionais relacionam-se com a levar ao processo um elemento, uma informação a ser uti-
produção de provas, conforme veremos a seguir. lizada pelo juiz para formar a sua convicção acerca das
alegações.
O art. 399, §2o, CPP dita que “o juiz que presidiu a ins-
trução deverá proferir a sentença”,evidenciando a aplica- Prova pericial
ção princípio da identidade física do juiz.
No Código de Processo Penal a prova pericial é tratada
No processo civil, o art. 132, CPC dita que, caso o juiz nos arts. 158 usque 184.
não possa julgar a lide (por motivos como aposentadoria, A perícia é a diligência realizada ou executada por
afastamento ou convocação), os autos passarão para o seu perito, a fim de esclarecer ou evidenciar certos fatos, de
sucessos. Ocorre que o CPP silencia quanto a essa questão. forma científica e técnica. Perito é aquele que tem conhe-
Assim, valendo-nos do seu art. 3o, é possível que aplique- cimento técnico sobre determinada área e sua função é a
-se as disposições do art. 132, CPC. da verificação da verdade ou da realidade de certos fatos.
No processo penal, a perícia é, via de regra, realizada
A Lei 8.038/90 estabelece os procedimentos nos casos por perito oficial, ligado ao Estado, sendo que cada estado
em que uma pessoa é processada nos casos de competên- da federação possui seu próprio instituto de criminalística.
cia originária do STF ou STJ. Em seu art. 3o, III temos a exce- O perito é um auxiliar da justiça, não está subordinado a
ção ao princípio da identidade física do juiz a medida que autoridade policia, estando sua autonomia garantida.
juízes e desembargadores serão convocados para auxiliar Conforme o art. 184, CPP a prova pericial cabe somen-
na coleta de provas. Portanto, a lei autoriza essa exceção te quando for útil para o descobrimento da verdade.
ao princípio da identidade física do juiz. No art. 159, CPP temos que o laudo pode ser subscrito
por apenas um perito. A conclusão do perito pode ou não
Momentos probatórios ser subjetiva. (Ex: perícia psicológica x perícia toxicológica)
A defesa pode formular quesitos ao perito. No proces-
Para podermos adentrar a discussão acerca dos mo- so penal, isso não é comum porque geralmente a perícia
mentos probatórios, é necessário que façamos as seguintes é realizada logo depois do acontecimento do crime. Por-
considerações iniciais: as provas só podem ser produzidas tanto, essa perícia pode ser questionada em juízo porque
no processo, que é quando haverá o contraditório. São su- à época de sua realização não havia defensor constituído.
jeitos processuais principais no processo penal a acusação Isso é o que se chama de contraditório diferido (posterga-
(MP ou querelante), defesa (réu e defensor) e o juiz. do, transferido).
De acordo com o art. 5o, LVIII, CF o criminoso “civil-
Compreendido isso, são 4 os momentos para produ- mente identificado não será submetido a identificação
ção de provas: criminal”. A Lei 12.037/09, em seus arts. 2o, 3o e 5o apre-
senta esclarecimentos e requisitos quando a identificação
Propositura da prova, que se dá na fase postulatória. do criminoso.
Para a acusação, isso dar-se-á na peça acusatória (denúncia A realização do exame de DNA (ácido desoxirribo-
ou queixa-crime), enquanto que para o acusado, será na nucléico) também é um meio eficaz de identificação do
sua resposta, na sua defesa. criminoso. O DNA constitui parte dos cromossomos, sen-
Admissibilidade das provas, que é o deferimento ju- do encontrado no núcleo das células dos seres vivos. São
dicial dos requerimentos formulados pelas partes, ou seja, transmitidos de geração em geração, sendo 50% do pai e
quando o juiz estabelece quais provas serão apresentadas 50% da mãe.
ou não (no processo civil é o despacho saneador). Na realização do exame de DNA temos a prova invasi-
Produção da prova, que, em regra, se dá na audiência va e a prova não invasiva. A primeira é aquela que neces-
de instrução e julgamento, na qual todos os sujeitos parti- sita de intervenção no organismo humano. A segunda é
cipam. Nesse momento, serão tomadas as declarações do aquela onde não há necessidade de se penetrar no orga-
ofendido, haverá o interrogatório do acusado, inquirição das nismo humano.
testemunhas arroladas, esclarecimentos dos peritos etc. Para a produção da prova invasiva é absolutamente
Valoração da prova, que significa dizer que o julgador, necessária a obtenção do consentimento. Na produção da
ao fundamentar a sentença, deve manifestar-se sobre to- prova não invasiva não depende do contato físico. É o juiz
das as provas produzidas. que decide a validade da prova não invasiva. (ex.: fio de
Vale dizer que, havendo recurso, a prova será sempre cabelo, saliva no copo)
substancial, i.e., será reavaliada.
6
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Em relação aos crimes que deixarem vestígios, será indis- Documento é todo objeto material que condense em
pensável a realização do exame de corpo de delito (art. 158, CPP) si a manifestação de um pensamento ou fato a ser repro-
Corpo de delito é o conjunto dos vestígios que carac- duzido em juízo. Considera-se objeto material todo ma-
terizam a existência do crime. Não se confunde corpo de terial visual, auditivo, audiovisual, bem como o registrado
delito com o exame das lesões da vitima. O primeiro é gê- em meios mecânicos óticos ou magnéticos de armazena-
nero do qual o segundo é espécie. mento.
O exame de corpo de delito envolve inclusive o proces-
samento da cena do crime e pode ser tanto direto (art. 161) A prova documental está disciplinada no CPP nos arts.
quanto indireto (art. 167, CPP). 231 usque 238.
A materialidade dos fatos muitas vezes deve ser com-
provada por meio de exame pericial. Nesse sentido, po- Documento eletrônico
demos ter 3 situações: exame de lesões corporais, exame
necroscópico e exumação. Analisaremos cada uma dessas Consiste em uma seqüência de bytes, e em determina-
situações a seguir. do programa de computador se torna a representação de
um fato. Os crimes que são praticados por meio da internet
Exame de lesões corporais ou por outros meios cibernéticos têm conseqüências no
que dizem respeitos à provas.
Esse é um meio de prova relacionado a um tipo penal
(lesão corporal, art. 129, CP), que visa estabelecer a natu- Um dos meios para combater esse tipo de ilícito penal
reza da gravidade da lesão provocada na vitima. O proce- é recrutar os crackers para trabalharem a favor da polícia.
dimento (art. 394, CPP) depende da gravidade da lesão, e,
portanto, da pena. Contudo, temos duas exceções a aplica- Importante ressaltar a distinção entre os hackers e os
ção desse exame. crackers: os primeiros ultrapassam barreiras de segurança
A primeira refere-se ao caso de lesão corporal de natu- para se gabar, enquanto que os segundos invadem siste-
reza leve, quando o juízo competente será o JECRIM. Nessa mas para causarem prejuízo, visando lucro.
hipótese, o procedimento será sumaríssimo, que é célere e
informal. Assim, não será exigido o exame de lesões cor- Sigilo telemático
porais. A lei 9.099, art. 77, §1o diz que essa prova pode ser
substituída pelo boletim medico ou prova equivalente. É um mecanismo de proteção do usuário do aparelho,
A segunda exceção trata dos crimes domésticos, so- o que gera certa dificuldade para obter informações e mui-
bretudo os praticados contra a mulher, que estão discipli- tas vezes será necessária autorização judicial para o acesso
nados na Lei 11.340/06. No art. 12, §3o, temos que as pro- de dados. Quando se tratar de crime em que a polícia tem
vas podem ser laudos ou prontuários médicos. Isso porque, o dever e a obrigação de apurar, tem-se as delegacias que
na prática, o Ministério Público pode atuar exofficio em ca- estão incumbidas de investigar crimes cibernéticos
sos graves.
Ata notarial
Exame necroscópico
Constatação de um fato ou de um ato que é atestada
O cadáver aqui é o objeto da prova. Sua finalidade é pelo tabelião, com fé publica. Feito isso, e apresentado ao
estabelecer a causa mortis (art. 162). Esse exame será rea- delegado, teremos uma prova pré-constituída e com fé-pú-
lizado sempre que a morte estiver relacionada a um fato blica. Isso é bom para as provas nos meio eletrônico que
criminoso. Do texto do Parágrafo Único do dispositivo ex- podem ser apagadas instantaneamente. Estamos diante de
trai-se que esse exame é desnecessário nos casos de morte uma presunção de verdade relativa, podendo, portanto, ser
violenta e não haja infração penal a ser apurada (como é impugnada. Pode servir como prova tanto na esfera penal
o caso, por exemplo, dos acidentes automobilísticos) ou quanto na esfera civil.
quando as lesões externas permitirem precisar a causa
mortis. Prova emprestada
7
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Do ponto de vista da acusação é interessante que a Diz-se isso porque a testemunha pode não se lembrar
prova seja emprestada de tempo que foi dada, e que seja com exatidão dos fatos. Ou então, aliada ao critério sub-
encarada como uma prova testemunhal, de inteiro teor, e jetivo das convicções pessoais da vítima, pode influenciar
não apenas como um documento. Do ponto de vista da no depoimento da testemunha. Ainda, há também o te-
defesa, o que se alega é que o princípio da ampla defesa mor da testemunha sofrer repressões em virtude de suas
não foi respeitado pois se caso o réu morreu, não teve declarações.
tempo de contestar, ou caso de testemunha desapareci-
da, que não houve possibilidade de perguntas da defesa O número de testemunhas
para tal.
O nosso sistema processual penal é regido por proce-
São requisitos para a utilização da prova emprestada: dimento. Dependendo do crime, ele deve obedecer deter-
a) que no processo anterior tenha sido respeitado o prin- minado procedimento, podendo arrolar ou não testemu-
cípio do contraditório;
b) que a prova no processo anterior nhas, tendo que obedecer ao número permitido.
tenha sido produzida pelo juiz natural; e c) que o réu te-
nha comparecido no outro processo. O número de testemunhas depende do procedimento,
conforme passaremos a demonstrar.
Prova oral
No procedimento ordinário (art. 394, CPP), é possível
A prova oral, prevista no art. 201, CPP, refere-se prin- arrolar até 8 testemunhas (art. 401, caput, CPP). No proce-
cipalmente às declarações do ofendido. dimento comum sumário, podem ser arroladas até 5 teste-
munhas (art. 532, CPP). Já no procedimento comum suma-
Os sujeitos processuais podem ser principais ou se- ríssimo, não há referência expressa. O art. 81 da Lei 9.099
cundários. Os principais são o Ministério Público, o que- diz que pode-se arrolar de 3 a 5 testemunhas.
relante, o réu e o juiz. Os secundários são a testemunha,
o perito e o escrivão. O ofendido é tradicionalmente es- Para entendermos a questão das testemunhas no Tri-
quecido. bunal do Júri, é preciso entender seu procedimento bifási-
co. Na primeira fase se encerra por meio de uma decisão,
Com a Lei 9.099/95, o Estado passa a olhar para a que pode ser: decisão de absolvição sumaria, decisão de
vítima de modo distinto. Essa lei trata do procedimen- desclassificação, decisão de impronúncia (efeito semelhan-
to sumaríssimo, que tem como característica principal o te ao arquivamento) ou decisão de pronúncia. Caso haja
surgimento da transação penal entre o autor do fato e o pronúncia, prossegue-se para a próxima fase. Essa segunda
ofendido para que seja tentado ao menos a auto compo- fase cuida da preparação do julgamento e do julgamento
sição das partes. Em 2008 o legislador altera o art. 201, em plenário.
CPP. A partir dai, o ofendido é o sujeito passivo da infra-
ção penal. Superada a explicação, temos o seguinte: na primeira
fase os atos seguem a sequência do procedimento comum
A oitiva da vítima na ação penal não é obrigatória. ordinário, ou seja, até 8 testemunhas podem ser arroladas
Se a vítima for intimada a comparecer em juízo e não o fi- (art. 406, §2o e 3o, CPP). Na segunda fase podem ser arro-
zer, poderá ser conduzida à presença da autoridade. A vítima ladas até 5 testemunhas (art. 422, CPP).
não presta o compromisso de dizer a verdade. Parte-se do
princípio que a vítima está dizendo a verdade porque tem in- A Lei 11.3434, em seu art. 34, trata do tráfico de drogas.
teresse na sentença condenatória e numa eventual reparação Esse crime admite procedimento especial, podendo arrolar
do dano. até 5 testemunhas, com previsão no art. 54, III, e 55, §1o.
Quanto se tratar do querelante, ele estará obrigado Por fim, nos casos complexos o juiz pode intervir para
com a verdade. Caso contrário, poderá responder pelo que sejam arroladas mais do que 8 testemunhas. As testemu-
crime de denunciação caluniosa. nhas excedentes são inquiridas como testemunhas do juízo.
Testemunha é a pessoa que atesta a veracidade de Em princípio, toda pessoa pode ser testemunha, até
um fato. Portanto, a testemunha presta o compromisso de mesmo um menor. Porém, uma vez que a testemunha é
dizer a verdade (art. 203, CPP). intimada a depor, esta não pode deixar de depor, sob pena
de ser conduzida coercitivamente, ou até mesmo de res-
Uma das mais inseguras do processo, a prova teste- ponder criminalmente por desobediência.
munhal está prevista no CPP nos arts. 202 usque 255. Do
ponto de vista quantitativo, é uma prova interessante. Do Existem alguma pessoas que se tornam desobrigadas,
ponto de vista qualitativo, não. pela lei, a prestar o testemunho, segundo disposição dos
arts. 206 e 208, CPP. Se o juiz, mesmo assim, quiser ouvir
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
A primeira corrente, no princípio, entendia como o in- Essa delação não tem o mesmo valor que o depoimen-
terrogatório sendo um meio de prova. A segunda, por sua to de testemunha. Isso se explica à medida que as teste-
vez, dizia que o interrogatório era um meio de defesa. Já a munhas prestam o compromisso de dizer a verdade, e o
terceira e mais aceita corrente afirma que o interrogatório co-réu está numa posição de mero informante, devendo
é predominantemente um meio de defesa, mas não deixa suas alegações serem confirmadas.
de ser um meio de prova, pois o juiz pode levar em conta
o que o réu está falando para formular a sua convicção. De acordo com o princípio da obrigatoriedade da ação
penal, o membro do Ministério Público não pode simples-
Ressalte-se que o interrogatório é um ato pessoal do mente alocar o delator como testemunha. Em verdade,
juiz, não podendo delegar para qualquer outra pessoa. deve admitir o delator como co-réu e, posteriormente,
Além disso, deve ser realizado na presença de um defen- considerar sua redução de pena ou perdão judicial por ter
sor, inclusive no JECRIM, sob pena de nulidade, e cada réu colaborado com suas importantes declarações.
tem que ser ouvido separadamente.
Instrumentos do crime
No tocante ao procedimento, o art. 400, CPP dita que
o réu será o último a ser interrogado, para que possa ter Todos os objetos usados para a consumação do crime
conhecimento de toda as provas produzidas contra ele. Já deverão ser analisados e periciados, com o fim de lhes ve-
no Tribunal do Júri o réu será interrogado duas vezes, a rificar a natureza e a eficiência.
Além da necessidade de se
saber: pela polícia e na plenária. examinar o instrumento utilizado na atividade criminosa, de-
ve-se também elaborar o auto de avaliação (art. 172, CPP)
A realização do interrogatório é obrigatória. Contudo,
é previsto o direito de o sujeito interrogado manter-se ca- Indícios
lado, vez que ninguém pode ser obrigado a produzir pro-
vas contra si mesmo. Disciplinados no art. 239, CPP, os indícios não são con-
siderados como provas diretas, mas sim fazem parte do
Confissão contexto de prova indireta (ou prova circunstancial).
Confissão é o ato de reconhecimento, pelo acusado, Os indícios podem ser utilizados para efeitos de forma-
da imputação que lhe é feita. Alguns doutrinadores en- ção do convencimento do juiz, mas não pode haver conde-
tendem que a confissão é um meio atípico de prova, uma nação apenas com base neles. Essa regra aplica-se apenas
vez que seria declaração de vontade do réu em sua defesa. ao julgador togado, vez que os jurados do Tribunal do Júri
podem convencer-se através de indícios, considerando-os
Na Idade Média, a confissão era considerada a rainha suficientes para condenação.
das provas (“Regina probatorium”), válida ainda que obti-
da por meio de tortura. Para a utilização de indícios no convencimento do juiz,
impõe-se que eles sejam graves, precisos e concordantes
De acordo com as disposições do Código de Processo com o fato que se quer provar.
Penal a confissão deve ser corroborada por outras provas.
No processo penal não predomina a idéia do fato incon- Busca e apreensão
troverso, como no processo civil.
Com previsão legal nos arts. 240 usque 250, CPP, a
A confissão não supre o exame pericial a medida que é busca e apreensão depende de autorização judicial. Tra-
necessário confirmar a materialidade do delito. O valor da ta-se, em verdade, de uma medida cautelar, sendo con-
confissão é o mesmo que das outras provas. siderada um meio atípico de prova – diz-se, então, que é
instrumento de obtenção da prova.
9
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Ainda, é possível que haja a busca pessoal como Flagrante Presumido, Ficto ou Assimilado
medida preventiva, como por exemplo a revista da (art. 302, IV)
pessoa, sem a exigência de mandado para tanto. Flagrante em que o agente é preso após cometer a
infração, quando encontrado com instrumentos ou pro-
dutos do crime, armas, objetos ou papéis que permitam
presumir ser ele o autor da infração.
Nessa espécie de flagrante não se exige persegui-
ção. Exige-se, entretanto, que a autoridade ponha-se
a procurar o agente logo após ter notícia do aconteci-
mento do crime.
Flagrante Compulsório ou Obrigatório
Alcança a atuação das forças de segurança englo-
bando as polícias civis, militares, federal, rodoviárias,
ferroviárias e o corpo de bombeiros. Elas têm o dever
de, enquanto em serviço, efetuar a prisão em flagrante.
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
d) Crime continuado: o flagrante se dará de forma h) Motoristas: no caso de crime de trânsito, se pres-
fracionada, já que as várias ações são independentes en- tarem pronto e integral socorro à vítima de acidente de
tre si, somente havendo a continuidade para fins de dimi- trânsito no qual se envolveu, não poderá ser preso em fla-
nuição da pena quando da dosimetria penal. O flagrante é grante nem poderá ser-lhe exigida fiança (art. 301, CTB).
possível para cada crime isoladamente.
e) Infração de menor potencial ofensivo: não haverá Autoridade Competente
lavratura de APFD, e sim de TCO (Termo Circunstanciado Via de regra, é competente para presidir a lavratura
de Ocorrência), desde que o infrator seja imediatamente do auto a autoridade policial da circunscrição onde foi
enaminhado ao jecrim ou assuma o compromisso de lá efetuada a prisão (art. 290, CPP).
comparecer na data designada pela autoridade policial.
Entretanto, se ele se negar a tanto, lavra-se o APFD, re- Procedimentos e Formalidades Legais
colhendo-se o infrator ao cárcere, salvo se for admitida e De acordo com Luís Flávio Gomes, a prisão em fla-
paga a fiança. Lembrar que, no crime do art. 28 da Lei nº grante conta com quatro momentos distintos:
11.343/06, é absolutamente impossível a prisão. a) Captura do agente;
Nos crimes particados com violência doméstica contra b) Condução coercitiva até a presença da autorida-
a mulher, não se aplica a Lei nº 9.099/95; assim, mediante de policial ou judicial;
uma infraçao de menor potencial ofensivo, ao invés de c) Lavratura do auto de prisão em flagrante;
TCO será lavrado APFD (art. 41, lei nº 11.340/06). d) Recolhimento ao cárcere.
Deve ser dada especial atenção ao aspecto formal do
Sujeitos do Flagrante ato, com a documentação da prisão efetuada em razão da
captura. Deve-se, pois, seguir os seguintes passos:
Sujeito Ativo a) Comunicação à família do preso ou pessoa por
É aquele que efetua a prisão. Pode ser qualquer pes- ele indicada sobre a prisão, antes de lavrar o auto (art. 5º,
soa, policial ou não. Não se confunde o sujeito ativo com LXIII, CR/88).
o condutor, que é a pessoa que apresenta o preso à polí- b) Oitiva do condutor: quem apresentou o “melian-
cia (evidentemente, poderão ser a mesma pessoa). te” na delegacia deverá ser ouvido, sendo suas declara-
ções reduzidas a termo, colhida sua assinatura e entregue
Sujeito Passivo cópia do termo e recibo de entrega do preso (esse recibo
É aquele detido na situação de flagrância. Em regra, tem função acautelatória para o próprio condutor).
pode ser qualquer pessoa, respeitadas as exceções de c) Oitiva das testemunhas: suas declarações serão
determinados indivíduos, quais sejam: reduzidas a termo e assinadas. Devem ser, no mínimo,
a) Presidente da República: nunca poderá ser pre- duas testemunhas para o flagrante ser regular, ainda que
so em flagrante ou por outra prisão cautelar (art. 86, § 3º, uma ou ambas sejam meramente instrumentárias, aquelas
CR/88). simplesmente presentes na delegacia e que são convida-
b) Diplomatas estrangeiros: podem não ser presos das a assinar como testemunha o ato de ver a entrega do
em flagrante, a depender de tratados e convenções inter- agente.
nacionais. d) Oitiva da vítima: não é requisito imposto pela lei,
c) Membros do Congresso Nacional e Assembleias mas é prática corrente no procedimento, até mesmo para
Legislativas: só podem ser presos em flagrante delito por fortalecer o valor probatório.
prática de crime inafiançável, devendo os autos, no caso, e) Oitiva do conduzido: o preso será ouvido, poden-
ser remetidos à respectiva Casa para que, mediante provo- do, entretanto, calar-se. Admite-se a presença do advoga-
cação de partido e pelo voto da maioria de seus membros, do, o qual, entretanto não é imprescindível. Lembrar que
resolva sobre a prisão (art. 53, § 2º, CR/88). o procedimento pré-processual não é contraditório. Se o
d) Magistrados: só poderão ser presos em flagran- interrogatório não for realizado por força maior, o ato não
te por crime inafiançável, devendo os autos serem enca- restará viciado.
minhados ao Presidente do respectivo Tribunal (art. 33, II, f) Decisão da autoridade: se a autoridade estiver
LOMAN). convencida de que o flagrante é legítimo, determinará ao
e) Membros do MP: idem, devendo os autos serem escrivão que lavre e encerre o auto de flagrante. Porém,
encaminhados ao respectivo Procurador-Geral (art. 40, III, também poderá liberar o detido caso verifique ilegalidade.
LONMP). LOGO, O POLICIAL TAMBÉM PODE EFETUAR O RELA-
f) Advogados: somente poderá ser preso em fla- XAMENTO DE PRISÃO. Decorre do princípio administrati-
grante, por motivo de exercício da profissão, em caso de vo da autotutela, pelo qual a Administração deve anular
crime inafiançável, sendo necessária a presença de repre- seus próprios atos quando ilegais.
sentante da OAB para se lavrar o auto, sob pena de nulida-
de (art. 7º, § 3º, EOAB). Nota de Culpa
g) Menores de 18 anos: penalmente inimputáveis, A nota de culpa se presta a informar ao preso os res-
somente poderão ser privados da liberdade, mediante de- ponsáveis por sua prisão e os motivos de fato da mesma,
terminação escrita e fundamentada do juiz ou mediante contendo o nome do condutor e das tetemunhas, sendo
flagrante de prática de ato infracional (art. 106, ECA). assinada pela autoridade (art. 306, § 2º, CPP).
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Será entregue em 24 horas da realização da prisão, mediante recibo. Se o preso se negar a assinar, 02 testemunhas
suprirão o ato.
A ENTREGA DA NOTA DE CULPA É DE VITAL IMPORTÂNCIA PARA A VALIDADE DA PRISÃO. Com a nota de culpa, a
garantia da informação é assegurada, tendo o preso a cientificação formal dos motivos pelo qual foi encarcerado, com a
indicação de seus responsáveis.
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Prisão em Flagrante
Flagrante Próprio, Cometendo a infração penal ou quando acaba de cometê-la. A
Propriamente Dito, Real ou prisão deve ocorrer de imediato, sem o decurso de qualquer intervalo
Verdadeiro de tempo.
Flagrante em que o agente é perseguido logo após a infração,
em situação que faça presumir ser o autor do fato. Ele não é visto
Flagrante Impróprio,
praticando a infração, mas é perseguido. Não existe prazo certo para a
Irreal ou Quase-Flagrante
expressão logo após, sendo equivocada a doutrina que aponta o prazo
de 24 horas.
Caso em que o agente é preso após cometer a infração, quando
Flagrante Presumido, encontrado com instrumentos ou produtos do crime, armas, objetos
Ficto ou Assimilado ou papéis que permitam presumir ser ele o autor da infração.
Nessa espécie de flagrante não se exige perseguição.
Alcança a atuação das forças de segurança englobando as
Flagrante Compulsório polícias civis, militares, federal, rodoviárias, ferroviárias e o corpo de
ou Obrigatório bombeiros. Elas têm o dever de, enquanto em serviço, efetuar a prisão
em flagrante.
É a permissão constitucional de que qualquer pessoa efetue a
Flagrante Facultativo
prisão em flagrante, incluindo as autoridades policiais fora de serviço.
Quando a polícia, sabendo que um crime irá se consumar, fica de
Flagrante Esperado
tocaia, realizando a prisão quando os atos executórios são deflagrados.
Flagrante em que o agente é induzido ou instigado a cometer o
Flagrante Preparado ou delito, sendo preso no ato. É artifício onde verdadeira armadilha é
Provocado maquinada no intuito de prender em flagrante aquele que cede à
tentação e acaba praticando a infração.
Ocorre quando a polícia deixa de efetuar a prisão, mesmo
Flagrante Prorrogado,
presenciando o crime, pois do ponto de vista estratégico seria a
Retardado, Diferido,
melhor opção. Organizações criminosas: não precisa de autorização
Postergado
judicial e oitiva do MP. Drogas: precisa.
É o flagrante armado, fabricado para incriminar pessoa inocente.
Flagrante Forjado Evidentemente é ilícito, sendo o único infrator aqui o agente executor
da prisão.
Não é flagrante propriamente dito, pois quem se entrega à polícia
Flagrante por não se enquadra em nenhuma das hipóteses legais autorizadoras do
Apresentação flagrante. Assim, não será lavrado APFD, apesar de poder o agente ter
sua prisão preventiva decretada pela autoridade policial.
São hipóteses em que a autoridade não pode, de forma alguma,
Flagrante Vedado
decretar o flagrante delito, sob pena de ilegalidade manifesta.
Procedimento: deverá ser o agente conduzido à delegacia, identificados e ouvidos os condutores,
as testemunhas, a vítima e, por fim, o agente. Se não relaxada a prisão ou se não arbitrada fiança,
deve ser entregue ao condutor a nota de culpa. Assim, no prazo máximo de 24 horas, devem os
autos serem remetidos ao juiz, que deverá relaxar a prisão, conceder liberdade provisória com ou
sem medida cautelar, ou decretar a prisão preventiva presentes os pressupostos.
14
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
2-Enfoque constitucional
A prisão preventiva é uma espécie de prisão cautelar É cediço pelo artigo 5º, LVII, da CF/88 que ninguém
de natureza processual, consistente na medida restritiva será considerado culpado até o trânsito em julgado de sen-
de liberdade, em qualquer fase da investigação policial ou tença penal condenatória.
do processo penal, a ser decretada pelo juiz, de ofício, se Aos adeptos da corrente garantista extremada, a inter-
no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério pretação gramatical desta regra supra, poderia mergulhar
Público, do querelante ou do assistente, ou por represen- em conclusões no sentido de que qualquer prisão cautelar
tação da autoridade policial. seria inconstitucional.
A prisão preventiva somente poderá ser decretada Para quase a maioria esmagadora da doutrina, contu-
quando houver prova da existência do crime e indícios do, não se trata de um instituto que atenta a Carta Política
suficientes de autoria. de 1988, mas sim, uma medida indispensável para a ma-
Note-se que a prisão preventiva, nos termos do arti- nutenção da ordem social e para administração da justiça.
go 313, do Código Processual Penal, somente poderá ser Segundo CLAUS ROXIN, “ entre as medidas que asse-
decretada nos crimes dolosos punidos com pena priva- guram o procedimento penal, a prisão preventiva é a inge-
tiva de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; se rência mais grave na liberdade individual; por outra parte,
tiver sido condenado por outro crime doloso, em senten- ela é indispensável em alguns casos para a administração
ça transitada em julgado. Contrário a isso, o disposto no da justiça penal eficiente.” [02]
inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 - Código Penal; se o crime envol- 3-Bases legais
ver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, Tendo por base o artigo 312 do CPP, para que se de-
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, crete a preventiva é necessária à demonstração de prova
para garantir a execução das medidas protetivas de ur- da existência do crime, trazendo à tela a materialidade e
gência; quando houver dúvida sobre a identidade civil indícios suficientes da autoria ou de participação no fato
da pessoa ou quando esta não fornecer elementos sufi- típico.
cientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado Interessante notar que o delito deve ter ocorrido in-
imediatamente em liberdade após a identificação, salvo contestavelmente, e sua comprovação pode ser feita pelos
se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. diversos meios de prova admitidos em direito, entretanto,
no que toca a autoria, apenas se tem a necessidade de indí-
Fundamentação: cios de vinculação do individuo à prática do crime.
Arts. 311 a 316 do CPP Ainda nesse pensamento, há de se ressaltar os pressu-
postos da preventiva e esses formam exatamente ofumus
A prisão preventiva não é uma pena aplicada anteci- commissi delicti, que oferece o básico de segurança para a
padamente ao trânsito em julgado, é uma medida caute- decretação da medida.
lar. Por esse motivo, não viola a garantia constitucional Pelo entendimento do artigo 313 do CPP, a preventiva
de presunção de inocência se a decisão for devidamente somente possui envergadura em crimes dolosos, cuja pena,
motivada e a prisão estritamente necessária. via de regra, ultrapasse quatro anos. Logo, crimes culposos
É uma prisão cautelar que tem o objetivo de evitar e contravenções parecem ser rechaçados pelo instituto.
que o réu cometa novos crimes ou ainda que em liber- É de se observar que caso o réu seja reincidente e com
dade prejudique a colheita de provas ou fuja. De acordo respeito ao que reza o artigo 64, I do Código Penal, pode-
com o processualista Paulo Rangel, « se o indiciado ou -se aplicar a prisão preventiva ainda que o novo crime não
acusado em liberdade continuar a praticar ilícitos penais, tenha pena maior que quatro anos.
haverá perturbação da ordem pública, e a medida extre- Com ressalva de parte da doutrina, pode ser decreta-
ma é necessária se estiverem presentes os demais requi- da a medida cautelar de segregação da liberdade em tela
sitos legais» (RANGEL, Paulo. Direito processual penal. 12. também quando da dúvida sobre a identidade civil do
Ed. Rev. Atual. Ampl. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p. agente e ele não forneça elementos de comprovação de
613). esclarecimentos. A doutrina que vê como medida extrema
Pode ser decretada inclusive na fase investigatória da excepcional revela cabimento na hipótese do acusado se
persecução criminal, ou seja, durante o inquérito policial. recusar a se submeter a identificação criminal.
É prisão provisória na medida em que ainda não pesa No artigo 311 do CPP reside determinação no sentido
condenação contra o possível criminoso; medida cautelar, de se permanecer viva a possibilidade de decretação da
pois tenta resguardar a harmonia social da ordem públi- preventiva em qualquer fase da investigação policial ou do
ca ou da ordem econômica; excepcional, decorrente do processo penal. Assim, é medida que tem alicerce em qual-
poder geral de cautela dado ao magistrado; subsidiária, quer fase da persecução criminal.
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Necessário notar que apesar de reclamar maior cuida- Em razão da sua gravidade, e como decorrência do sis-
do, a decretação da preventiva ainda no inquérito policial tema de garantias individuais constitucionais, somente se
é fato costumeiro na prática penal cotidiana, onde quase decretará a prisão preventiva “por ordem escrita e funda-
sempre há a segregação cautelar da liberdade sem a devi- mentada da autoridade judiciária competente”, conforme
da preocupação. se observa com todas as letras no art. 5º, LXI, da Carta de
Observação importante é que não mais se faz presente 1988.
no ordenamento jurídico após a lei 12.403/2011 qualquer
opção de prisão preventiva obrigatória. Frise-se que ape- È possível a DECRETAÇÃO DA PREVENTIVA, NÃO SÓ
nas autoridade judiciária competente, em consonância com NA PRESENÇA DAS CIRCUNSTÂNCIAS FÁTICAS DO ART.
artigo 5º, LXI, da CF/88 pode decretar a prisão preventiva. 312, CPP, MAS SEMPRE QUE FOR NECESSÁRIO PARA GA-
RANTIR A EXECUÇÃO DE OUTRA MEDIDA CAUTELAR, DI-
Pressupostos VERSA DA PRISÃO (ART. 282, § 4º, CPP).
A prisão preventiva não é uma punição aplicada ante- A prisão preventiva, apresenta duas características bem
cipadamente, inclusive porque a legislação brasileira proí- definidas, a saber:
be a ocorrência de qualquer sanção antes da condenação A) autônoma, podendo ser decretada independente-
judicial. mente de qualquer outra providência cautelar anterior;
Essa modalidade de prisão é determinada pela Justiça B) subsidiária, a ser decretada em razão do descum-
para impedir que o acusado (réu) atrapalhe a investigação, primento de medida cautelar anteriormente imposta.
a ordem pública ou econômica e aplicação da lei.
O réu pode ser mantido preso preventivamente até o Existem ainda quatro situações claras em que poderá
seu julgamento ou pelo período necessário para não atra- ser imposta a prisão preventiva:
palhar as investigações. A) A qualquer momento da fase de investigação ou
Caso exista a necessidade, a prisão preventiva pode ser do processo, de modo autônomo e independente (art. 311,
CPP);
decretada inclusive na fase inicial do inquérito policial, e
B) Como conversão da prisão em flagrante, quando
não dá ao acusado o direito de defesa prévia.
insuficientes ou inadequadas outras medidas cautelares
A prisão preventiva é a prisão de natureza cautelar mais
(art. 310, II, CPP);
ampla existente, sendo uma eficiente ferramenta de encar-
C) Em substituição à medida cautelar eventualmente
ceramento durante toda a persecução penal, já que pode
descumprida (art. 282, § 4º, CPP);
ser decretada tanto durante o IP quanto na fase processual.
D) Quando houver fundadas dúvidas sobre a identi-
A prisão preventiva, por ser medida de natureza caute-
dade do acusado, devendo ele ser imediatamente liberado
lar, só se sustenta se presentes o lastro probatório mínimo
assim que confirmada for.
a indicar a ocorrência da infração e os eventuais envolvi-
dos, além de algum motivo legal que fundamente a neces- De outro modo, não será cabível a preventiva:
sidade de encarceramento. A) Para os crimes culposos, contravenção penal ou se
Admite-se a decretação da preventiva até mesmo sem no caso concreto está presente qualquer causa excludente
a instauração do IP, desde que o atendimento aos requi- de ilicitude, isso decorre do postulado da proporcionali-
sitos legais seja demonstrado por outros elementos indi- dade, na perspectiva da proibição do excesso, a impedir
ciários. que uma medida cautelar seja mais grave e onerosa que o
Ela é medida de exceção e deve ser aplicada restritiva- resultado final do processo condenatório;
mente, a fim de compatibilizá-la com o princípio constitu- B) Quando não for prevista pena privativa da liberda-
cional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, CR/88). de para o delito (art. 283,§ 1º, CPP).
Se a prisão em flagrante busca sua justificativa e fun-
damentação, primeiro, na proteção do ofendido, e, depois,
na garantia da qualidade probatória, a prisão preventiva
revela a sua cautelaridade na tutela da persecução penal, 3.3 PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI Nº7.960/1989).
objetivando impedir que eventuais condutas praticadas
pelo alegado autor e/ou por terceiros possam colocar em
risco a efetividade do processo.
Referida modalidade de prisão, por trazer como conse- LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989.
quência a privação da liberdade antes do trânsito em jul-
gado, somente se justifica enquanto e na medida em que
Conversão da Medida Provisória Dispõe sobre prisão
puder realizar a proteção da persecução penal, em todo o
nº 111, de 1989 temporária.
seu iter procedimental, e, mais, quando se mostrar a única
maneira de satisfazer tal necessidade.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
A prisão preventiva, somente deve ser aplicando, como
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
regra, quando as outras medidas cautelares não forem su- Art. 1° Caberá prisão temporária:
ficientes.
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
é o exercício acima, “consentâneo”, neste contexto nada 7. (STM - ANALISTA JUDICIÁRIO - CESPE/2011)
mais é do que “condizente”, “próprio” do sistema inquisi- Acerca dos princípios gerais do processo penal, julgue
torial. Desta forma, cabe ao candidato considerar quais das o item a seguir:
alternativas não se enquadram com as particularidades do
mencionado sistema processual penal. O sistema inquisi- A adoção do princípio da inércia no processo penal
torial é sigiloso, sempre escrito, não existe o contraditório brasileiro não permite que o juiz determine, de ofício,
e reúne na mesma pessoa às funções de acusar, defender diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante
e julgar. O réu é visto nesse sistema como mero objeto da dos autos.
persecução, com isso garantias que visam resguardar os di-
reitos do acusado, como a “arguição de suspeição do juiz”, A) CERTO
não são próprias deste sistema. B) ERRADO
RESPOSTA: “B”.
19
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
20
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
na. Referidos princípios podem se apresentar de forma V. embarcações brasileiras mercantes ou de pro-
explícita ou implícita, sem diferença quanto ao grau de priedade privada, que se acharem no espaço aéreo de
importância. São princípios constitucionais explícitos: outro país.
A) juiz natural, vedação das provas ilícitas e pro- Considera-se território brasileiro por extensão as
motor natural. indicadas
B) devido processo legal, contraditório e duplo APENAS em
grau de jurisdição. A) I e V.
C) ampla defesa, estado de inocência e verdade real. B) III e IV.
D) contraditório, juiz natural e soberania dos vere- C) II e III.
dictos do Júri. D) I, II, IV e V.
E) I, II, III e IV.
Estão previstos na Constituição Federal de 1988, den-
tre outros, os princípios do contraditório (artigo 5º, LV); do Nos termos do artigo 1º, caput, do Código de Proces-
juiz natural (artigo 5º, XXXVII) e soberania dos veredictos so Penal, o processo penal é regido “em todo o território
do Júri (artigo 5º, XXXVIII, “c”). brasileiro” por este estatuto, princípio que se aplica, salvo
disposição em contrário, às leis extravagantes. Podemos
RESPOSTA: “D”. definir como território nacional, em sentido estrito, o solo
(e subsolo), as águas interiores, o mar territorial, a platafor-
14. (TJ/AM – Analista Judiciário II – Oficial de Justi- ma continental e o espaço aéreo, com limites reconheci-
ça Avaliador – FGV/2013) O princípio da imparcialida- dos, sendo considerado o território por extensão (ou ficção)
de impõe sobre o Estado-juiz a exigência de uma pres- para efeitos penais e processuais, conforme o disposto no
tação jurisdicional imparcial, podendo ser considerado artigo 5º, §1º, do Código Penal, as embarcações e aero-
um dos pilares do sistema acusatório. Para garantir o naves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do go-
respeito ao princípio, o Código de Processo Penal pre- verno brasileiro, onde quer que se encontrem, bem como
vê as situações de suspeição do juiz, relacionadas a se- as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou
guir, à exceção de uma. Assinale-a. de propriedade privada, que se achem em alto mar ou no
A) Se tiver funcionado como juiz de outra ins- espaço aéreo correspondente.
tância, pronunciando-se, de fato ou de direito, so-
bre a questão. RESPOSTA: “E”.
B) Se for amigo íntimo ou inimigo capital de
qualquer das partes. 16. (TRE/CE - Analista Judiciário - Administrativa -
C) Se tiver aconselhado qualquer das partes. FCC/2012) Mário comete um crime de homicídio a bor-
D) Se for sócio, acionista ou administrador de so- do de um navio brasileiro de grande porte em alto mar,
ciedade interessada no processo. que faz o trajeto direto entre Santos (São Paulo/Brasil)
(E) Se ele, seu cônjuge, ascendente ou descen- e Cape Town (África do Sul) e será processado e julgado
dente, estiver respondendo a processo por fato análo- pela justiça.
go, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia. A) da comarca de São Paulo, Capital do Estado de
São Paulo, de onde o navio partiu.
Dentre as causas de suspeição prevista no artigo 254 B) da Capital Federal do Brasil (Brasília), pois o cri-
do CPP, O juiz não se dará por suspeito, se tiver funcio- me ocorreu em alto mar.
nado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de C) da África do Sul, em Cape Town, primeiro porto
fato ou de direito, sobre a questão. Tal hipótese é de im- que tocará a embarcação após o crime, pois este foi co-
pedimento e o juiz não poderá exercer a jurisdição neste metido em alto mar, em águas internacionais.
processo. D) da comarca de Santos, último porto que tocou.
E) da África do Sul, na cidade de Bloemfontein, ca-
RESPOSTA: “A”. pital judiciária do país.
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
ANOTAÇÕES
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
1
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, nado. Ela se dá, por exemplo, nos contratos de concessão
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, ou nos atos de permissão, pelos quais o Estado transfere
quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas aos concessionários e aos permissionários apenas a execu-
mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobi- ção temporária de determinado serviço.
lização nacional; Centralizar envolve manter na estrutura da Adminis-
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do tração direta o desempenho de funções administrativas de
Congresso Nacional; interesses não essenciais do Estado, que poderiam ser atri-
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; buídos a entes de fora da Administração por outorga ou
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, delegação.
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional
ou nele permaneçam temporariamente; Administração Pública Direta
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano pluria- Administração Pública direta é aquela formada pelos
nual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as pro- entes integrantes da federação e seus respectivos órgãos.
postas de orçamento previstos nesta Constituição; Os entes políticos são a União, os Estados, o Distrito Fede-
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, ral e os Municípios. À exceção da União, que é dotada de
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, soberania, todos os demais são dotados de autonomia.
as contas referentes ao exercício anterior; Dispõe o Decreto nº 200/1967:
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais,
na forma da lei; Art. 4° A Administração Federal compreende:
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços
nos termos do art. 62; integrados na estrutura administrativa da Presidência da Re-
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta pública e dos Ministérios.
Constituição.
A administração direta é formada por um conjunto de
Descentralizar envolve a delegação de interesses es-
núcleos de competências administrativas, os quais já foram
tatais para fora da estrutura da Administração direta, o que
tidos como representantes do poder central (teoria da re-
é possível porque não se refere a essencialidades, ou seja,
presentação) e como mandatários do poder central (teoria
a atos administrativos que somente possam ser praticados
do mandato). Hoje, adota-se a teoria do órgão, de Otto
pela Administração direta porque se referem a interesses
Giërke, segundo a qual os órgãos são apenas núcleos ad-
estatais diversos previstos ou não na CF. Descentralizar é
ministrativos criados e extintos exclusivamente por lei, mas
uma delegação sem relação de hierarquia, pois é uma
que podem ser organizados por decretos autônomos do
delegação de um ente para outro (não há subordinação
nem mesmo quanto ao chefe do Executivo, há apenas uma Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de personali-
espécie de tutela ou supervisão por parte dos Ministérios – dade jurídica própria.
se trata de vínculo e não de subordinação). Assim, os órgãos da Administração direta não possuem
Basicamente, se está diante de um conjunto de pes- patrimônio próprio; e não assumem obrigações em nome
soas jurídicas estatais criadas ou autorizadas por lei para próprio e nem direitos em nome próprio (não podem ser
prestarem serviços de interesse do Estado. Possuem patri- autor nem réu em ações judiciais, exceto para fins de man-
mônio próprio e são unidades orçamentárias autônomas. dado de segurança – tanto como impetrante como quan-
Ainda, exercem em nome próprio direitos e obrigações, to impetrado). Já que não possuem personalidade, atuam
respondendo pessoalmente por seus atos e danos. apenas no cumprimento da lei, não atuando por vontade
Existem duas formas pelas quais o Estado pode efetuar própria. Logo, órgãos e agentes públicos são impessoais
a descentralização administrativa: outorga e delegação. quando agem no estrito cumprimento de seus deveres,
A outorga se dá quando o Estado cria uma entidade não respondendo diretamente por seus atos e danos.
e a ela transfere, através de previsão em lei, determinado Esta impossibilidade de se imputar diretamente a res-
serviço público e é conferida, em regra, por prazo indeter- ponsabilidade a agentes públicos ou órgãos públicos que
minado. Isso é o que acontece quanto às entidades da Ad- estejam exercendo atribuições da Administração direta é
ministração Indireta prestadoras de serviços públicos. Nes- denominada teoria da imputação objetiva, de Otto Giërke,
te sentido, o Estado descentraliza a prestação dos serviços, que institui o princípio da impessoalidade.
outorgando-os a outras entidades criadas para prestá-los, Quanto se faz desconcentração da autoridade central
as quais podem tomar a forma de autarquias, empresas – chefe do Executivo – para os seus órgãos, se depara com
públicas, sociedades de economia mista e fundações pú- diversos níveis de órgãos, que podem ser classificados em
blicas. simples ou complexos (simples se possuem apenas uma
A delegação ocorre quando o Estado transfere, por estrutura administrativa, complexos se possuem uma rede
contrato ou ato unilateral, apenas a execução do serviço, de estruturas administrativas) e em unitários ou colegia-
para que o ente delegado o preste ao público em seu pró- dos (unitário se o poder de decisão se concentra em uma
prio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do Esta- pessoa, colegiado se as decisões são tomadas em conjunto
do. A delegação é geralmente efetivada por prazo determi- e prevalece a vontade da maioria):
2
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
a) Órgãos independentes – encabeçam o poder ou es- que apontam para representantes dos incapazes. Ocorre
trutura do Estado, gozando de independência para agir e que essa teoria, além de equiparar o Estado, pessoa jurídi-
não se submetendo a outros órgãos. Cabe a eles definir as ca, ao incapaz (sendo que o Estado é pessoa jurídica do-
políticas que serão implementadas. É o caso da Presidên- tada de capacidade plena), não foi suficiente para alicerçar
cia da República, órgão complexo composto pelo gabinete, um regime de responsabilização da pessoa jurídica perante
pela Advocacia-Geral da União, pelo Conselho da Repúbli- terceiros prejudicados nas circunstâncias em que o agente
ca, pelo Conselho de Defesa, e unitário (pois o Presidente ultrapassasse os poderes da representação”3. Criticou-se a
da República é o único que toma as decisões). teoria porque o Estado estaria sendo visto como um sujeito
b) Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do incapaz, ou seja, uma pessoa que não tem condições plenas
poder, com autonomia funcional, porém subordinados po- de manifestar, de falar, de resolver pendências; bem como
liticamente aos independentes. É o caso de todos os minis- porque se o representante estatal exorbitasse seus poderes,
térios de Estado. o Estado não poderia ser responsabilizado.
c) Órgãos superiores – são desprovidos de autonomia Finalmente, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giër-
ou independência, sendo plenamente vinculados aos ór- ke, segundo a qual os órgãos são apenas núcleos adminis-
gãos autônomos. Ex.: Delegacia Regional do Trabalho, vin- trativos criados e extintos exclusivamente por lei, mas que
culada ao Ministério do Trabalho e Emprego; Departamen- podem ser organizados por decretos autônomos do Exe-
to da Polícia Federal, vinculado ao Ministério da Justiça. cutivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de personalidade
d) Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima jurídica própria. Com efeito, o Estado brasileiro responde
deles com plena subordinação administrativa. Ex.: órgãos pelos atos que seus agentes praticam, mesmo se estes atos
que executam trabalho de campo, policiais federais, fiscais extrapolam das atribuições estatais conferidas, sendo-lhe
do MTE. assegurado o intocável e assustador direito de regresso.
ATENÇÃO: O Ministério Público, os Tribunais de Contas Apresenta-se a classificação dos órgãos:
e as Defensorias Públicas não se encaixam nesta estrutura, a) Quanto à pessoa federativa: federais, estaduais, dis-
sendo órgãos independentes constitucionais. Em verdade, tritais e municipais.
para Canotilho e outros constitucionalistas, estes órgãos b) Quanto à situação estrutural: os diretivos, que são
não pertencem nem mesmo aos três poderes. aqueles que detêm condição de comando e de direção, e
Conforme Carvalho Filho1, “a noção de Estado, como os subordinados, incumbidos das funções rotineiras de exe-
visto, não pode abstrair-se da de pessoa jurídica. O Es- cução.
tado, na verdade, é considerado um ente personalizado, c) Quanto à composição: singulares, quando integrados
seja no âmbito internacional, seja internamente. Quando em um só agente, e os coletivos, quando compostos por
se trata de Federação, vigora o pluripersonalismo, porque vários agentes.
além da pessoa jurídica central existem outras internas que d) Quanto à esfera de ação: centrais, que exercem atri-
compõem o sistema político. Sendo uma pessoa jurídica, buições em todo o território nacional, estadual, distrital e
o Estado manifesta sua vontade através de seus agentes, municipal, e os locais, que atuam em parte do território.
ou seja, as pessoas físicas que pertencem a seus quadros. e) Quanto à posição estatal: são os que representam os
Entre a pessoa jurídica em si e os agentes, compõe o Esta- poderes do Estado – o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
do um grande número de repartições internas, necessárias f) Quanto à estrutura: simples ou unitários e compostos.
à sua organização, tão grande é a extensão que alcança e Os órgãos compostos são constituídos por vários outros ór-
tamanha as atividades a seu cargo. Tais repartições é que gãos.
constituem os órgãos públicos”.
“Várias teorias surgiram para explicar as relações do Administração indireta
Estado, pessoa jurídica, com suas agentes: Pela teoria do A Administração Pública indireta pode ser definida
mandato, o agente público é mandatário da pessoa jurí- como um grupo de pessoas jurídicas de direito público ou
dica; a teoria foi criticada por não explicar como o Estado, privado, criadas ou instituídas a partir de lei específica, que
que não tem vontade própria, pode outorgar o mandato”2. atuam paralelamente à Administração direta na prestação
A origem desta teoria está no direito privado, não tendo de serviços públicos ou na exploração de atividades eco-
como prosperar porque o Estado não pode outorgar man- nômicas.
dato a alguém, afinal, não tem vontade própria. “Enquanto a Administração Direta é composta de ór-
Num momento seguinte, adotou-se a teoria da repre- gãos internos do Estado, a Administração Indireta se com-
sentação: “Posteriormente houve a substituição dessa con- põe de pessoas jurídicas, também denominadas de entida-
cepção pela teoria da representação, pela qual a vontade des”4. Em que pese haver entendimento diverso registrado
dos agentes, em virtude de lei, exprimiria a vontade do Es-
tado, como ocorre na tutela ou na curatela, figuras jurídicas 3 NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo
– esquematizado, completo, atualizado, temas polêmicos,
1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de conteúdo dos principais concursos públicos. 3. ed. São
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- Paulo: Atlas editora, 2013.
ris, 2010. 4 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
2 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Admi- direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
nistrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas editora, 2010. ris, 2010.
3
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
em nossa doutrina, integram a Administração indireta do As autarquias são pessoas jurídicas de direito público,
Estado quatro espécies de pessoa jurídica, a saber: as Au- de natureza administrativa, criadas para a execução de ser-
tarquias, as Fundações, as Sociedades de Economia Mista e viços tipicamente públicos, antes prestados pelas entida-
as Empresas Públicas. des estatais que as criam. Por serviços tipicamente públicos
Dispõe o Decreto nº 200/1967: entenda-se aqueles sem fins lucrativos criados por lei e co-
mum monopólio do Estado.
Art. 4° A Administração Federal compreende: “O termo autarquia significa autogoverno ou governo
II - A Administração Indireta, que compreende as se- próprio, mas no direito positivo perdeu essa noção semân-
guintes categorias de entidades, dotadas de personalidade tica para ter o sentido de pessoa jurídica administrativa com
jurídica própria: relativa capacidade de gestão dos interesses a seu cargo,
a) Autarquias; embora sob controle do Estado, de onde se originou. Na
b) Empresas Públicas; verdade, até mesmo em relação a esse sentido, o termo está
c) Sociedades de Economia Mista. ultrapassado e não mais reflete uma noção exata do institu-
d) fundações públicas. to. [...] Pode-se conceituar autarquia como a pessoa jurídi-
ca de direito público, integrante da Administração Indireta,
Ao lado destas, podemos encontrar ainda entes que criada por lei para desempenhar funções que, despidas de
prestam serviços públicos por delegação, embora não in- caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado”5.
tegrem os quadros da Administração, quais sejam, os per- Logo, as autarquias são regidas integralmente pelo re-
missionários, os concessionários e os autorizados. gime jurídico de direito público, podendo, tão-somente,
Essas quatro pessoas integrantes da Administração ser prestadoras de serviços públicos, contando com capi-
indireta serão criadas para a prestação de serviços públi- tal oriundo da Administração direta. O Código Civil, em seu
cos ou, ainda, para a exploração de atividades econômicas, artigo 41, IV, as coloca como pessoas jurídicas de direito
como no caso das empresas públicas e sociedades de eco- público, embora exista controvérsia na doutrina.
nomia mista, e atuam com o objetivo de aumentar o grau Carvalho Filho6 classifica quanto ao regime jurídico: “a)
de especialidade e eficiência da prestação do serviço públi- autarquias comuns (ou de regime comum); b) autarquias
especiais (ou de regime especial). Segundo a própria termi-
co ou, quando exploradoras de atividades econômicas, vi-
nologia, é fácil distingui-las: as primeiras estariam sujeitas a
sando atender a relevante interesse coletivo e imperativos
uma disciplina jurídica sem qualquer especificidade, ao pas-
da segurança nacional.
so que as últimas seriam regidas por disciplina específica,
Com efeito, de acordo com as regras constantes do
cuja característica seria a de atribuir prerrogativas especiais
artigo 173 da Constituição Federal, o Poder Público só po-
e diferenciadas a certas autarquias”. São exemplos de au-
derá explorar atividade econômica a título de exceção, em
tarquias especiais aquelas criadas para serviços especiais,
duas situações, conforme se colhe do caput do referido ar-
como autarquias de ensino (ex.: USP) e autarquias de fisca-
tigo, a seguir reproduzido: lização (ex.: CRM e CREA).
Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta Cons- A título de exemplo, citamos as seguintes autarquias:
tituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra),
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Departamento
de segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, con- Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), Conselho Admi-
forme definidos em lei. nistrativo de Defesa Econômica (CADE), Departamento na-
Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras cons- cional de Registro do Comércio (DNRC), Instituto Nacional
titucionais e em razão dos fins desejados pelo Estado, ao da Propriedade Industrial (INPI), Instituto Brasileiro do Meio
Poder Público não cumpre produzir lucro, tarefa esta de- Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ban-
ferida ao setor privado. Assim, apenas explora atividades co Central do Brasil (Bacen).
econômicas nas situações indicadas no artigo 173 do Texto Ainda sobra as autarquias:
Constitucional. Quando atuar na economia, concorre em Contam com patrimônio próprio, constituído a partir de
grau de igualdade com os particulares, e sob o regime do transferência pela entidade estatal a que se vinculam, por-
artigo 170 da Constituição, inclusive quanto à livre concor- tanto, capital exclusivamente público.
rência, submetendo-se ainda a todas as obrigações cons- São dotadas, ainda, de autonomia financeira, planejan-
tantes do regime jurídico de direito privado, inclusive no do seus gastos e compromissos a cada exercício. A propos-
tocante às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tri- ta orçamentária é encaminhada anualmente ao chefe do
butárias. Executivo, que a inclui no orçamento fiscal da lei orçamen-
tária anual. A própria autarquia presta contas diretamente
Autarquias ao Tribunal de Contas.
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
5 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para ris, 2010.
executar atividades típicas da Administração Pública, que 6 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão admi- direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
nistrativa e financeira descentralizada. ris, 2010.
4
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Podem pagar aos seus credores por meio de precató- Entre as agências reguladoras inseridas no ordena-
rios e requisição de pequeno valor, tal como a Administra- mento brasileiro, destacam-se: ANEEL – Agência Nacional
ção direta. Podem emitir sozinhas certidão de dívida ativa de Energia Elétrica, criada pela Lei nº 9.427/1996; a ANA-
de seus devedores. TEL – Agência Nacional de Telecomunicações, pela Lei nº
Gozam de imunidade tributária recíproca em relação a 9.472/1997; e a ANP – Agência Nacional do Petróleo, pela
todas unidades da federação. Lei nº 9.478/1997.
A elas se conferem as mesmas prerrogativas proces-
suais que à Fazenda Pública, inclusive prazo em dobro para Agências executivas
contestar e recorrer, além de reexame necessário da causa Agência executiva é a qualificação conferida a autar-
em situações de condenação acima de certos valores. quia, fundação pública ou órgão da administração direta
Todas autarquias devem ser criadas, organizadas e ex- que celebra contrato de gestão com o próprio ente polí-
tintas por lei, que podem ser complementadas por atos do tico com o qual está vinculado. As agências executivas se
Executivo, notadamente Decretos. distinguem das agências reguladoras por não terem como
As autarquias podem ser federais, estaduais, distritais objetivo principal o de exercer controle sobre particulares
e municipais, contudo não podem ser interestaduais ou in- que prestam serviços públicos, que é o objetivo fundamen-
termunicipais (não é permitida a associação de unidades tal das agências reguladoras. Assim, a expressão “agências
federativas para a criação de autarquias). executivas” corresponde a um título ou qualificação atri-
Devem executar atividades típicas do direito público e, buída à autarquia ou a fundações públicas cujo objetivo
notadamente, serviços públicos de natureza social e ativi- seja exercer atividade estatal.
dades administrativas, com a exclusão dos serviços e ativi-
dades de cunho econômico e mercantil. Fundações públicas
O patrimônio da autarquia é formado por bens públi- Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
cos, razão pela qual seu patrimônio se sujeita às mesmas
regras aplicáveis aos bens públicos em geral, inclusive no IV - Fundação Pública - a entidade dotada de persona-
que se refere à impenhorabilidade e à impossibilidade de lidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada
oneração e de usucapião. em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvi-
Os agentes públicos das autarquias são concursados mento de atividades que não exijam execução por órgãos ou
e estatutários, logo, se sujeitam a estatuto próprio e não entidades de direito público, com autonomia administrativa,
à CLT. Já os dirigentes não precisam ser concursados e patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de dire-
são nomeados e destituídos livremente pelo chefe do ção, e funcionamento custeado por recursos da União e de
Executivo. outras fontes.
5
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Empresas públicas Por capital misto, entenda-se que não é apenas o Esta-
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: do que participa dela, existem acionistas a ela vinculados.
Entretanto, o Estado deve ser o acionista controlador do
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personali- direito a voto, mesmo que não seja o acionista majoritário
dade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e (se o Estado for sócio, mas não for controlador, trata-se de
capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração empresa comum, não sociedade de economia mista).
de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer Alguns exemplos de sociedade mista:
por força de contingência ou de conveniência administrati- - Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil
va podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas e Banespa.
em direito. - Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp,
Metrô e CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habita-
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito cional Urbano).
Privado, criadas para a prestação de serviços públicos ou Estas sociedades de economia mista se caracterizam e
para a exploração de atividades econômicas, que contam se diferenciam das empresas públicas por: possuírem fins
com capital exclusivamente público, e são constituídas por lucrativos (os lucros são distribuídos entre os acionistas),
qualquer modalidade empresarial, após autorização legis- adotam o perfil de sociedade anônima S/A, o capital social
lativa do ente federativo criador. é formado por recursos públicos e privados, os sócios são
Sendo a empresa pública uma prestadora de serviços privados e públicos (Estado).
públicos, estará submetida a regime jurídico público, ainda
que constituída segundo o modelo imposto pelo Direito Empresas públicas e sociedades de economia mis-
Privado. Se a empresa pública é exploradora de atividade ta: semelhanças
econômica, estará submetida a regime jurídico denomina- Embora a Constituição Federal reserve a atividade
do pela doutrina como semipúblico, ante a necessidade de econômica à iniciativa privada, resguardando ao Estado os
observância, ao menos em suas relações com os adminis- papéis de integração (integrar o Brasil na economia glo-
trados, das regras atinentes ao regime da Administração, a bal), regulação (definindo regras e limites na exploração
exemplo dos princípios expressos no “caput” do artigo 37 da atividade econômica por particulares) e intervenção
da Constituição Federal. (fixação de regras e normas para combater o abuso do
Podemos citar, a título de exemplo, algumas empresas poder econômico) (conforme artigos 173 e seguintes, CF),
públicas, nas mais variadas esferas de governo, como o autoriza-se excepcionalmente que o Estado explore di-
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social retamente atividades econômicas se houver um relevan-
(BNDES); a Empresa Municipal de Urbanização de São Pau- te interesse em matérias (serviços públicos em geral) ou
lo (EMURB); a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos atividades de soberania.
(ECT); a Caixa Econômica Federal (CEF). Quando está autorizado a fazê-lo, somente atua por
Estas empresas públicas se caracterizam e se diferen- meio de sociedades de economia mista e empresas pú-
ciam das sociedades de economia mista por: não possuí- blicas. Tais empresas são regidas por regime jurídico de
rem fins lucrativos (o capital excedente não se transforma direito privado, o que evita que o próprio Estado possa
em lucro, é reinvestido na própria empresa), podem ado- abusar do poder econômico. Logo, o Estado não pode dar
tar perfis empresariais diversos (LTDA, comandita, nome às suas próprias empresas benefícios previdenciários, tri-
coletivo, S/A), o capital social é formado por recursos pú- butários e trabalhistas. Além disso, em termos processuais,
blicos e só admite sócios públicos (pode ter apenas um não gozam das prerrogativas que as autarquias gozam.
sócio – unipessoalidade originária ou inicial). ATENÇÃO: o impedimento de prerrogativas somen-
te se aplica quando o Estado está explorando atividade
Sociedades de economia mista econômica propriamente dita, não quando está ofertando
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: serviços públicos. Afinal, se o serviço é público, então o
Estado pode sobre ele exercer monopólio, o que afasta
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada a necessidade de regras que impeçam o abuso do poder
de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei econômico. Por exemplo, os Correios são uma empresa
para a exploração de atividade econômica, sob a forma de pública e possuem isenção fiscal e impenhorabilidade de
sociedade anônima, cujas ações com direito a voto perten- bens.
çam em sua maioria à União ou a entidade da Administra- Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de
ção Indireta. economia mista são criadas por lei e a existência delas
deve ser fundada em contrato ou estatuto. Ambas se sujei-
As sociedades de economia mista são pessoas jurídi- tam, ainda, ao regime jurídico de direito privado. Inclusive,
cas de Direito Privado criadas para a prestação de serviços seus bens são, a princípio, penhoráveis (exceto se for pres-
públicos ou para a exploração de atividade econômica, tadora de serviço público e não exploradora de atividade
contando com capital misto e constituídas somente sob a econômica). No entanto, não se sujeitam à falência ou à
forma empresarial de S/A. recuperação judicial (art. 2º, Lei nº 11.101/2005).
6
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Contudo, devem obedecer ao núcleo obrigatório mí- Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato
nimo: licitar (exceto no que tange à prestação da ativida- cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo
de-fim), concursar (os agentes se sujeitam ao regime da de intenções.
CLT, são celetistas e não estatutários, mas são contratados
mediante concurso público de provas ou provas e títulos), Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de inten-
prestar contas ao Tribunal de Contas e obedecer ao teto de ções as que estabeleçam:
remuneração (exceto no caso de sociedade de economia I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a
mista que subsista sem qualquer auxílio do governo, ape- sede do consórcio;
nas com seus lucros). II – a identificação dos entes da Federação consorciados;
III – a indicação da área de atuação do consórcio;
LEI Nº 11.107, DE 6 DE ABRIL DE 2005. IV – a previsão de que o consórcio público é associação pú-
blica ou pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos;
Dispõe sobre normas gerais de contratação de consór- V – os critérios para, em assuntos de interesse comum, au-
cios públicos e dá outras providências. torizar o consórcio público a representar os entes da Federação
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- consorciados perante outras esferas de governo;
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: VI – as normas de convocação e funcionamento da assem-
bléia geral, inclusive para a elaboração, aprovação e modifica-
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, ção dos estatutos do consórcio público;
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância
consórcios públicos para a realização de objetivos de interes- máxima do consórcio público e o número de votos para as suas
se comum e dá outras providências. deliberações;
§ 1º O consórcio público constituirá associação pública VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do re-
ou pessoa jurídica de direito privado. presentante legal do consórcio público que, obrigatoriamen-
§ 2º A União somente participará de consórcios pú- te, deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação
blicos em que também façam parte todos os Estados em consorciado;
IX – o número, as formas de provimento e a remuneração
cujos territórios estejam situados os Municípios consorcia-
dos empregados públicos, bem como os casos de contratação
dos.
por tempo determinado para atender a necessidade temporá-
§ 3º Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão
ria de excepcional interesse público;
obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o
X – as condições para que o consórcio público celebre con-
Sistema Único de Saúde – SUS.
trato de gestão ou termo de parceria;
XI – a autorização para a gestão associada de serviços pú-
Art. 2º Os objetivos dos consórcios públicos serão de- blicos, explicitando:
terminados pelos entes da Federação que se consorciarem, a) as competências cujo exercício se transferiu ao consór-
observados os limites constitucionais. cio público;
§ 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a área
público poderá: em que serão prestados;
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer na- c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, per-
tureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais missão ou autorização da prestação dos serviços;
ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo; d) as condições a que deve obedecer o contrato de progra-
II – nos termos do contrato de consórcio de direito pú- ma, no caso de a gestão associada envolver também a pres-
blico, promover desapropriações e instituir servidões nos ter- tação de serviços por órgão ou entidade de um dos entes da
mos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou Federação consorciados;
interesse social, realizada pelo Poder Público; e e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas e
III – ser contratado pela administração direta ou indireta de outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou re-
dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação. visão; e
§ 2º Os consórcios públicos poderão emitir documen- XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando adim-
tos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de ta- plente com suas obrigações, de exigir o pleno cumprimento
rifas e outros preços públicos pela prestação de serviços das cláusulas do contrato de consórcio público.
ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles § 1º Para os fins do inciso III do caput deste artigo, con-
administrados ou, mediante autorização específica, pelo sidera-se como área de atuação do consórcio público, inde-
ente da Federação consorciado. pendentemente de figurar a União como consorciada, a que
§ 3º Os consórcios públicos poderão outorgar conces- corresponde à soma dos territórios:
são, permissão ou autorização de obras ou serviços públi- I – dos Municípios, quando o consórcio público for consti-
cos mediante autorização prevista no contrato de consór- tuído somente por Municípios ou por um Estado e Municípios
cio público, que deverá indicar de forma específica o obje- com territórios nele contidos;
to da concessão, permissão ou autorização e as condições II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal, quan-
a que deverá atender, observada a legislação de normas do o consórcio público for, respectivamente, constituído por
gerais em vigor. mais de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e o
Distrito Federal;
7
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
8
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º A retirada ou a extinção do consórcio público não § 4º O contrato de programa continuará vigente mes-
prejudicará as obrigações já constituídas, inclusive os con- mo quando extinto o consórcio público ou o convênio de
tratos de programa, cuja extinção dependerá do prévio pa- cooperação que autorizou a gestão associada de serviços
gamento das indenizações eventualmente devidas. públicos.
§ 5º Mediante previsão do contrato de consórcio públi-
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de con- co, ou de convênio de cooperação, o contrato de programa
sórcio público dependerá de instrumento aprovado pela as- poderá ser celebrado por entidades de direito público ou
sembleia geral, ratificado mediante lei por todos os entes privado que integrem a administração indireta de qualquer
consorciados. dos entes da Federação consorciados ou conveniados.
§ 1º Os bens, direitos, encargos e obrigações decorren- § 6º O contrato celebrado na forma prevista no § 5o
tes da gestão associada de serviços públicos custeados por deste artigo será automaticamente extinto no caso de o
tarifas ou outra espécie de preço público serão atribuídos contratado não mais integrar a administração indireta do
aos titulares dos respectivos serviços. ente da Federação que autorizou a gestão associada de
§ 2º Até que haja decisão que indique os responsáveis serviços públicos por meio de consórcio público ou de
por cada obrigação, os entes consorciados responderão convênio de cooperação.
solidariamente pelas obrigações remanescentes, garantin- § 7º Excluem-se do previsto no caput deste artigo as
do o direito de regresso em face dos entes beneficiados ou obrigações cujo descumprimento não acarrete qualquer
dos que deram causa à obrigação. ônus, inclusive financeiro, a ente da Federação ou a con-
sórcio público.
Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por con-
trato de programa, como condição de sua validade, as obri- Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os con-
gações que um ente da Federação constituir para com outro sórcios públicos, com o objetivo de viabilizar a descentrali-
ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito zação e a prestação de políticas públicas em escalas ade-
de gestão associada em que haja a prestação de serviços quadas.
públicos ou a transferência total ou parcial de encargos,
serviços, pessoal ou de bens necessários à continuidade dos Art. 15. No que não contrariar esta Lei, a organização e
serviços transferidos. funcionamento dos consórcios públicos serão disciplinados
§ 1º O contrato de programa deverá:
pela legislação que rege as associações civis.
I – atender à legislação de concessões e permissões de
serviços públicos e, especialmente no que se refere ao cálculo
Art. 16. O inciso IV do art. 41 da Lei nº 10.406, de 10
de tarifas e de outros preços públicos, à de regulação dos
de janeiro de 2002 - Código Civil, passa a vigorar com a
serviços a serem prestados; e
seguinte redação:
II – prever procedimentos que garantam a transparência
da gestão econômica e financeira de cada serviço em rela-
“Art. 41. [...] IV – as autarquias, inclusive as associações
ção a cada um de seus titulares.
públicas; [...]” (NR)
§ 2º No caso de a gestão associada originar a transfe-
rência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens
essenciais à continuidade dos serviços transferidos, o con- Art. 17. Os arts. 23, 24, 26 e 112 da Lei nº 8.666, de 21
trato de programa, sob pena de nulidade, deverá conter de junho de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação:
cláusulas que estabeleçam:
I – os encargos transferidos e a responsabilidade subsi- “Art. 23. [...]
diária da entidade que os transferiu; § 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o do-
II – as penalidades no caso de inadimplência em relação bro dos valores mencionados no caput deste artigo quan-
aos encargos transferidos; do formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo,
III – o momento de transferência dos serviços e os deve- quando formado por maior número.»
res relativos a sua continuidade;
IV – a indicação de quem arcará com o ônus e os passi- “Art. 24. [...]
vos do pessoal transferido; XXVI – na celebração de contrato de programa com ente
V – a identificação dos bens que terão apenas a sua ges- da Federação ou com entidade de sua administração indire-
tão e administração transferidas e o preço dos que sejam ta, para a prestação de serviços públicos de forma associada
efetivamente alienados ao contratado; nos termos do autorizado em contrato de consórcio público
VI – o procedimento para o levantamento, cadastro e ou em convênio de cooperação.
avaliação dos bens reversíveis que vierem a ser amortizados Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I
mediante receitas de tarifas ou outras emergentes da pres- e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para
tação dos serviços. compras, obras e serviços contratados por consórcios públi-
§ 3º É nula a cláusula de contrato de programa que cos, sociedade de economia mista, empresa pública e por
atribuir ao contratado o exercício dos poderes de plane- autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como
jamento, regulação e fiscalização dos serviços por ele pró- Agências Executivas.” (NR)
prio prestados.
9
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
“Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 administrativo em qualquer dos Poderes. [...] Na verdade,
e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexi- entre os atos da Administração se enquadram atos que
gibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, não se caracterizam propriamente como atos adminis-
e o retardamento previsto no final do parágrafo único do trativos, como é o caso dos atos privados da Administra-
art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) ção. Exemplo: os contratos regidos pelo direito privado,
dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na como a compra e venda, a locação etc. No mesmo plano
imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição estão os atos materiais, que correspondem aos fatos ad-
para a eficácia dos atos” (NR). ministrativos, noção vista acima: são eles atos da Adminis-
tração, mas não configuram atos administrativos típicos.
“Art. 112. [...] Alguns autores aludem também aos atos políticos ou de
§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação governo”7.
da qual, nos termos do edital, decorram contratos adminis- Com efeito, a expressão atos da Administração é mais
trativos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da ampla. Envolve, também, os atos privados da Administra-
Federação consorciados. ção, referentes às ações da Administração no atendimento
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanha-
de seus interesses e necessidades operacionais e instru-
mento da licitação e da execução do contrato.» (NR)
mentais agindo no mesmo plano de direitos e obrigações
que os particulares. O regime jurídico será o de direito pri-
Art. 18. O art. 10 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992,
passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos: vado. Ex.: contrato de aluguel de imóveis, compra de bens
“Art. 10. [...] de consumo, contratação de água/luz/internet. Basicamen-
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha te, envolve os interesses particulares da Administração, que
por objeto a prestação de serviços públicos por meio da ges- são secundários, para que ela possa atender aos interesses
tão associada sem observar as formalidades previstas na lei; primários – no âmbito destes interesses primários (inte-
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público resses públicos, difusos e coletivos) é que surgem os atos
sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem ob- administrativos, que são atos públicos da Administração,
servar as formalidades previstas na lei.” (NR) sujeitos a regime jurídico de direito público.
Art. 19. O disposto nesta Lei não se aplica aos convênios Atos da Administração ≠ Atos administrativos.
de cooperação, contratos de programa para gestão associa- Atos privados da Administração = atos da Adminis-
da de serviços públicos ou instrumentos congêneres, que te- tração → regime jurídico de direito privado.
nham sido celebrados anteriormente a sua vigência. Atos públicos da Administração = atos administra-
tivos → regime jurídico de direito público.
Art. 20. O Poder Executivo da União regulamentará o
disposto nesta Lei, inclusive as normas gerais de contabili- Os atos administrativos se situam num plano superior
dade pública que serão observadas pelos consórcios públicos de direitos e obrigações, eis que visam atender aos interes-
para que sua gestão financeira e orçamentária se realize na ses públicos primários, denominados difusos e coletivos.
conformidade dos pressupostos da responsabilidade fiscal. Logo, são atos de regime público, sujeitos a pressupostos
de existência e validade diversos dos estabelecidos para
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
os atos jurídicos no Código Civil, e sim previstos na Lei de
ção.
Ação Popular e na Lei de Processo Administrativo Federal.
Brasília, 6 de abril de 2005; 184º da Independência e Ao invés de autonomia da vontade, haverá a obrigatorie-
117º da República. dade do cumprimento da lei e, portanto, a administração
só poderá agir nestas hipóteses desde que esteja expressa
e previamente autorizada por lei8.
Fato administrativo é a “atividade material no exercí-
2 ATO ADMINISTRATIVO. 2.1 CONCEITO, cio da função administrativa, que visa a efeitos de ordem
REQUISITOS, ATRIBUTOS, CLASSIFICAÇÃO E prática para a Administração. [...] Os fatos administrativos
ESPÉCIES. podem ser voluntários e naturais. Os fatos administrativos
voluntários se materializam de duas maneiras: 1ª) por atos
administrativos, que formalizam a providência dese-
Fatos da administração, atos da administração e jada pelo administrador através da manifestação da
atos administrativos vontade; 2ª) por condutas administrativas, que refletem
os comportamentos e as ações administrativas, sejam ou
O ato administrativo é uma espécie de fato administra-
tivo e é em torno dele que se estrutura a base teórica do 7 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
direito administrativo. direito administrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
Por seu turno, “a expressão atos da Administração ris, 2015.
traduz sentido amplo e indica todo e qualquer ato que 8 BALDACCI, Roberto Geists. Direito administra-
se origine dos inúmeros órgãos que compõem o sistema tivo. São Paulo: Prima Cursos Preparatórios, 2004.
10
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
não precedidas de ato administrativo formal. Já os fatos Classificação quanto à manifestação da vontade:
administrativos naturais são aqueles que se originam de Atos unilaterais: São aqueles formados pela manifes-
fenômenos da natureza, cujos efeitos se refletem na órbita tação de vontade de uma única pessoa. Ex.: Demissão -
administrativa. Assim, quando se fizer referência a fato ad- Para Hely Lopes Meirelles, só existem os atos administra-
ministrativo, deverá estar presente unicamente a noção de tivos unilaterais.
que ocorreu um evento dinâmico da Administração”9. Atos bilaterais: São aqueles formados pela manifesta-
ção de vontade de duas pessoas.
Atos administrativos em espécie Atos multilaterais: São aqueles formados pela vontade
a) Atos normativos: são atos gerais e abstratos visando de mais de duas pessoas.
a correta aplicação da lei. É o caso dos decretos, regula- Ex.: Contrato administrativo.
mentos, regimentos, resoluções, deliberações.
b) Atos ordinatórios: disciplinam o funcionamento da Classificação quanto ao destinatário:
Administração e a conduta de seus agentes. É o caso de
1) Atos gerais: dirigidos à coletividade em geral, com
instruções, circulares, avisos, portarias, ofícios, despachos
finalidade normativa, atingindo uma gama de pessoas que
administrativos, decisões administrativas.
estejam na mesma situação jurídica nele estabelecida. O
c) Atos negociais: são aqueles estabelecidos entre Ad-
particular não pode impugnar, pois os efeitos são para to-
ministração e administrado em consenso. É o caso de licen-
ças, autorizações, permissões, aprovações, vistos, dispensa, dos.
homologação, renúncia. 2) Atos individuais: dirigidos a pessoa certa e deter-
d) Atos enunciativos: são aqueles em que a Administra- minada, criando situações jurídicas individuais. O particu-
ção certifica ou atesta um fato sem vincular ao seu conteú- lar atingido pode impugnar.
do. É o caso de atestados, certidões, pareceres.
e) Atos punitivos: são aqueles que emanam punições Classificação quanto ao seu regramento:
aos particulares e servidores. 1) Atos vinculados: são os que possuem todos os
pressupostos e elementos necessários para sua prática e
Classificação dos atos administrativos perfeição previamente estabelecidos em lei que autoriza a
Classificação quanto ao seu alcance: prática daquele ato. O administrador é um “mero cumpri-
1) Atos internos: praticados no âmbito interno da Ad- dor de leis”. Também se denomina ato de exercício obri-
ministração, incidindo sobre órgãos e agentes administra- gatório.
tivos. 2) Atos discricionários: são os atos que possuem par-
2) Atos externos: praticados no âmbito externo da te de seus pressupostos e elementos previamente fixados
Administração, atingindo administrados e contratados. São pela lei autorizadora. No mínimo, a competência, a finali-
obrigatórios a partir da publicação. dade e a forma estão previamente fixados na lei – são os
pressupostos vinculados. Aquilo que está em branco ou
Classificação quanto ao seu objeto: indefinido na lei será preenchido pelo administrador. Tal
1) Atos de império: praticados com supremacia em preenchimento deve ser feito motivadamente com base
relação ao particular e servidor, impondo o seu obrigatório em fatos e circunstâncias que somente o administrador
cumprimento. pode escolher. Contudo, tal escolha não é livre, os fatos e
2) Atos de gestão: praticados em igualdade de condi- circunstâncias devem ser adequados (razoáveis e propor-
ção com o particular, ou seja, sem usar de suas prerrogati- cionais) aos limites e intenções da lei.
vas sobre o destinatário. Quanto ao grau de subordinação à norma, os atos
3) Atos de expediente: praticados para dar andamen-
administrativos se classificam em vinculados ou discri-
to a processos e papéis que tramitam internamente na ad-
cionários. “Os atos vinculados são aqueles que tem o
ministração pública. São atos de rotina administrativa.
procedimento quase que plenamente delineados em lei,
enquanto os discricionários são aqueles em que o dispo-
Classificação dos atos quanto à formação (processo
de elaboração): sitivo normativo permite certa margem de liberdade para
1) Ato simples: nasce por meio da manifestação de a atividade pessoal do agente público, especialmente
vontade de um órgão (unipessoal ou colegiado) ou agente no que tange à conveniência e oportunidade, elementos
da Administração. do chamado mérito administrativo. A discricionariedade
2) Ato complexo: nasce da manifestação de vontade como poder da Administração deve ser exercida consoan-
de mais de um órgão ou agente administrativo. te determinados limites, não se constituindo em opção
3) Ato composto: nasce da manifestação de vontade arbitrária para o gestor público, razão porque, desde há
de um órgão ou agente, mas depende de outra vontade muito, doutrina e jurisprudência repetem que os atos de
que o ratifique para produzir efeitos e tornar-se exequível. tal espécie são vinculados em vários de seus aspectos, tais
como a competência, forma e fim”10.
9 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
direito administrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- 10 http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.
ris, 2015. php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3741
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Feita a ressalva, coloca-se a lição de Celso Antonio públicos, sendo o ato válido e praticado dentro da Lei, efe-
Bandeira de Melo ao discorrer sobre os atos administra- tuando-se a revogação na via administrativa; cassação, que
tivos inexistentes no sentido de que “consistem em com- é a retirada do ato administrativo em decorrência do bene-
portamentos que correspondem a condutas criminosas, ficiário ter descumprido condição tida como indispensável
portanto, fora do possível jurídico e radicalmente vedadas para a manutenção do ato; contraposição ou derrubada,
pelo Direito”. que é a retirada do ato administrativo em decorrência de
O ato inexistente é aquele que não reúne os elementos ser expedido outro ato fundado em competência diversa
necessários à sua formação e, assim, não produz qualquer da do primeiro, mas que projeta efeitos antagônicos ao
consequência jurídica. Já o ato nulo é o ato que embora daquele, de modo a inibir a continuidade da sua eficácia;
reúna os elementos necessários a sua existência, foi prati- caducidade, que é a retirada do ato administrativo em
cado com violação da lei, da ordem pública, dos bons cos- decorrência de ter sobrevindo norma superior que torna
tumes ou com inobservância da forma legal15. incompatível a manutenção do ato com a nova realidade
jurídica instaurada.
Ato nulo 4) Renúncia: É a extinção do ato administrativo efi-
“Ato nulo é aquele que nasce com vício insanável, nor- caz em virtude de seu beneficiário não mais desejar a sua
malmente resultante da ausência de um de seus elemen- continuidade. A renúncia só tem cabimento em atos que
tos constitutivos, ou de defeito substancial em algum deles concedem privilégios e prerrogativas.
(por exemplo, o ato com motivo inexistente, o ato com ob- 5) Recusa: É a extinção do ato administrativo ineficaz
jeto não previsto em lei e o ato praticado com desvio de em decorrência do seu futuro beneficiário não manifestar
finalidade). O ato nulo está em desconformidade com a lei concordância, tida como indispensável para que o ato pu-
o com os princípios jurídicos (é um ato ilegal e ilegítimo) desse projetar regularmente seus efeitos. Se o futuro bene-
e seu defeito não pode ser convalidado (corrigido). O ato ficiário recusa a possibilidade da eficácia do ato, esse será
nulo não pode produzir efeitos válidos entre as partes. [...] extinto.
Ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de Em detalhes:
manifestação de vontade da administração pública, mas, A cassação é a retirada do ato administrativo em de-
em verdade, não se origina de um agente público, mas de corrência do beneficiário ter descumprido condição tida
alguém que se passa por tal condição, como o usurpador
como indispensável para a manutenção do ato. Embora
de função. [...] Ato anulável é o que apresenta defeito sa-
legítimo na sua origem e na sua formação, o ato se tor-
nável, ou seja, passível de convalidação pela própria ad-
na ilegal na sua execução a partir do momento em que
ministração que o praticou, desde que ele não seja lesivo
o destinatário descumpre condições pré-estabelecidas.
ao interesse público, nem cause prejuízo a terceiros. São
Por exemplo, uma pessoa obteve permissão para explorar
sanáveis o vício de competência quanto à pessoa, exceto
o serviço público, porém descumpriu uma das condições
se se tratar de competência exclusiva, e o vício de forma, a
para a prestação desse serviço. Vem o Poder Público e, a
menos que se trate de forma exigida pela lei como condi-
ção essencial à validade do ato”16. título de penalidade, procede a cassação da permissão.
A anulação é a retirada do ato administrativo em de-
Extinção dos atos administrativos: revogação, anu- corrência de sua invalidade, reconhecida judicial ou admi-
lação e cassação nistrativamente, preservando-se os direitos dos terceiros
A extinção do ato administrativo pode se dar nas se- de boa-fé. Trata-se da supressão do ato administrativo, com
guintes situações: efeito retroativo, por razões de ilegalidade e ilegitimidade.
1) Cumprimento dos seus Efeitos: Cumprindo todos Cabe o exame pelo Poder Judiciário (razões de legalidade e
os seus efeitos, não terá mais razão de existir sob o ponto legitimidade) e pela Administração Pública (aspectos legais
de vista jurídico. e no mérito). Gera efeitos retroativos (ex tunc), invalida as
2) Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto do consequências passadas, presentes e futuras.
Ato: Se o sujeito ou o objeto perecer, o ato será conside- A revogação é a retirada do ato administrativo em
rado extinto. decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade em
3) Retirada: Ocorre a edição de outro ato jurídico que face dos interesses públicos, sendo o ato válido e praticado
elimina o ato. Pode se dar por anulação, que é a retirada dentro da Lei, efetuando-se a revogação na via adminis-
do ato administrativo em decorrência de sua invalidade, trativa. Trata-se da extinção de um ato administrativo le-
reconhecida judicial ou administrativamente, preservando- gal e perfeito, por razões de conveniência e oportunidade,
-se os direitos dos terceiros de boa-fé; por revogação, que pela Administração, no exercício do poder discricionário.
é a retirada do ato administrativo em decorrência da sua O ato revogado conserva os efeitos produzidos durante o
inconveniência ou inoportunidade em face dos interesses tempo em que operou. A partir da data da revogação é
que cessa a produção de efeitos do ato até então perfeito
15 http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/audi- e legal. Só pode ser praticado pela Administração Pública
tor-fiscal-do-trabalho-2009/direito-administrativo-ato-admi- por razões de oportunidade e conveniência, não cabendo
nistrativo-inexistente.html a intervenção do Poder Judiciário. A revogação não pode
16 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Di- atingir os direitos adquiridos, logo, produz efeitos ex nunc,
reito administrativo descomplicado. 16. ed. São Paulo: não retroage.
Método, 2008.
14
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Convalidação
A convalidação é o ato administrativo que, com efei- 3 AGENTES PÚBLICOS. 3.1 LEGISLAÇÃO
tos retroativos, sana vício de ato antecedente, de modo a PERTINENTE. 3.1.1 LEI Nº 8.112/1990.
torná-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato
3.1.2 DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
posterior que sana um vício de um ato anterior, transfor-
mando-o em válido desde o momento em que foi pratica- APLICÁVEIS. 3.2 DISPOSIÇÕES
do. DOUTRINÁRIAS. 3.2.1 CONCEITO. 3.2.2
Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos ESPÉCIES. 3.2.3 CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO
atos, sustentando que os atos administrativos somente po- PÚBLICA.
dem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à convali-
dação seriam os atos anuláveis.
Existem três formas de convalidação:
- Ratificação: é a convalidação feita pela própria autori- Agente público é expressão que engloba todas as pes-
dade que praticou o ato; soas lotadas na Administração, isto é, trata-se daqueles que
- Confirmação: é a convalidação feita por autoridade servem ao Poder Público. “A expressão agente público tem
superior àquela que praticou o ato; sentido amplo, significa o conjunto de pessoas que, a qual-
- Saneamento: é a convalidação feita por ato de tercei- quer título, exercem uma função pública como prepostos do
ro, ou seja, não é feita nem por quem praticou o ato nem Estado. Essa função, é mister que se diga, pode ser remune-
por autoridade superior. rada ou gratuita, definitiva ou transitória, política ou jurídica.
Não se deve confundir a convalidação com a conversão O que é certo é que, quando atuam no mundo jurídico, tais
do ato administrativo. Há um ato viciado e, para regulari- agentes estão de alguma forma vinculados ao Poder Públi-
zar a situação, ele é transformado em outro, de diferente co. Como se sabe, o Estado só se faz presente através das
tipologia. O ato nulo, embora não possa ser convalidado, pessoas físicas que em seu nome manifestam determinada
poderá ser convertido, transformando-se em ato válido. vontade, e é por isso que essa manifestação volitiva acaba
por ser imputada ao próprio Estado. São todas essas pes-
Decadência administrativa soas físicas que constituem os agentes públicos”17.
Um dos poderes que a Administração possui é o da Neste sentido, o artigo 2º da Lei nº 8.429/92 (Lei de Im-
autotutela administrativa, consistente no poder de rever os probidade Administrativa):
seus próprios atos administrativos independentemente de
precisar recorrer ao Judiciário, seja em razão de vícios de Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo
ilegalidade, seja em razão de conveniência e oportunidade. aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem re-
É o que prevê a súmula 473 do Supremo Tribunal Fede- muneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ral: “a administração pode anular seus próprios atos, quan- ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, man-
do eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles dato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de con- no artigo anterior.
veniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiri-
dos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. Quanto às entidades as quais o agente pode estar vin-
Supondo que um ato administrativo contenha vício de culado, tem-se o artigo 1º da Lei nº 8.429/92:
ilegalidade, é um poder-dever da Administração invalidá-lo,
embora não possa fazê-lo por um período irrestrito de tem- Os atos de improbidade praticados por qualquer agente
po caso um terceiro de boa-fé possa ser prejudicado, pois público, servidor ou não, contra a administração direta, in-
senão violaria o princípio da segurança jurídica. Ultrapas- direta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União,
sado o prazo, para se rever o vício seria necessário recorrer dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Terri-
ao Judiciário. Quanto à revisão por conveniência e opor- tório, de empresa incorporada ao patrimônio público ou
tunidade, ultrapassado o prazo não mais caberá a revisão, de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja con-
também em vista do princípio da segurança jurídica. corrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do pa-
A prescrição administrativa é, neste sentido, a perda do trimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
direito pela Administração de revisão dos seus atos pelo de- Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades
curso do tempo (perda do direito de autotutela). Como se desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimô-
fala na perda de um direito, a terminologia mais adequada nio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo,
para o caso é decadência e não prescrição (afinal, prescrição fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para
é perda da pretensão e não perda do direito). Isto é, deca-
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
dência administrativa.
com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da re-
São as regras do processo administrativo que irão de-
ceita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial
terminar qual o prazo para revisão do ato até que a deca-
dência administrativa ocorra. No âmbito federal, a questão à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres pú-
é tratada pela Lei nº 9.784/99, que fixa o prazo de 5 anos blicos.
para anulação do ato administrativo de que decorram efei- 17 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
tos favoráveis para os destinatários pela própria Adminis- direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
tração. ris, 2010.
15
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Os agentes públicos subdividem-se em: REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CI-
a) agentes políticos – “são os titulares dos cargos es- VIS DA UNIÃO (LEI Nº 8.112/1990 E SUAS ALTERAÇÕES)
truturais à organização política do País [...], Presidente da
República, Governadores, Prefeitos e respectivos vices, os Das Disposições Preliminares
auxiliares imediatos dos chefes de Executivo, isto é, Minis-
tros e Secretários das diversas pastas, bem como os Sena- Título I
dores, Deputados Federais e Estaduais e os Vereadores”18. Capítulo Único
O agente político é aquele detentor de cargo eletivo, elei- Das Disposições Preliminares
to por mandatos transitórios.
b) servidores públicos, que se dividem em funcionário Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servido-
público, empregado público e contratados em caráter tem- res Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em
porário. Os servidores públicos formam a grande massa regime especial, e das fundações públicas federais.
dos agentes do Estado, desenvolvendo variadas funções.
O funcionário público é o tipo de servidor público que Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa
é titular de um cargo, se sujeitando a regime estatutário legalmente investida em cargo público.
(previsto em estatuto próprio, não na CLT). O empregado
público é o tipo de servidor público que é titular de um Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e
emprego, sujeitando-se ao regime celetista (CLT). Tanto o responsabilidades previstas na estrutura organizacional
funcionário público quanto o empregado público somente que devem ser cometidas a um servidor.
se vinculam à Administração mediante concurso público, Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos
sendo nomeados em caráter efetivo. Contratados em ca- os brasileiros, são criados por lei, com denominação pró-
ráter temporário são servidores contratados por um pe- pria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provi-
ríodo certo e determinado, por força de uma situação de mento em caráter efetivo ou em comissão.
excepcional interesse público, não sendo nomeados em
caráter efetivo, ocupando uma função pública. Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos,
c) particulares em colaboração com o Estado – são salvo os casos previstos em lei.
agentes que, embora sejam particulares, executam funções Por regime jurídico dos servidores deve-se entender o
públicas especiais que podem ser qualificadas como pú- conjunto de regras referentes a todos os aspectos da re-
blicas. Ex.: mesário, jurado, recrutados para serviço militar. lação entre o servidor público e a Administração. Envolve
Assim, os agentes públicos podem ser agentes políti- tanto questões inerentes à ocupação do cargo quanto di-
cos, particulares em colaboração com o Estado e servido- reitos e deveres, entre outras.
res públicos. Logo, o servidor público é uma espécie do Aplica-se na esfera federal, tanto para a Administração
gênero agente público. direta quanto para a indireta.
Os servidores públicos se dividem em funcionário pú- A lei criará o cargo público, que poderá ser efetivo,
blico, empregado público e contratados em caráter tem- caso em que o ingresso se dará mediante concurso, ou em
porário. Os servidores públicos formam a grande massa comissão, quando por uma relação de confiança o superior
dos agentes do Estado, desenvolvendo variadas funções. puder nomear seus funcionários enquanto estiver ocupan-
O funcionário público é o tipo de servidor público que do aquela posição de chefia.
é titular de um cargo, se sujeitando a regime estatutário Todo serviço público será remunerado pelos cofres pú-
(previsto em estatuto próprio, não na CLT). O empregado blicos.
público é o tipo de servidor público que é titular de um
emprego, sujeitando-se ao regime celetista (CLT). Tanto o Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição
funcionário público quanto o empregado público somente
e Substituição
se vinculam à Administração mediante concurso público,
sendo nomeados em caráter efetivo. Contratados em ca-
Título II
ráter temporário são servidores contratados por um pe-
Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição
ríodo certo e determinado, por força de uma situação de
e Substituição
excepcional interesse público, não sendo nomeados em
caráter efetivo, ocupando uma função pública.
Basicamente, provimento é a ocupação do cargo
Com efeito, funcionário público é uma espécie do
por uma pessoa, transformando-a em servidora públi-
gênero servidor público, abrangendo apenas os servido-
ca; enquanto vacância é o que se dá quando um cargo
res que se sujeitam a regime estatutário.
fica livre; remoção é o deslocamento do servidor; redis-
tribuição é o deslocamento de um cargo para outro ór-
gão; substituição é a mudança de uma pessoa que está
18 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de ocupando cargo de chefia ou direção por outra.
Direito Administrativo. 32. ed. São Paulo: Malheiros,
2015.
16
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 3o As universidades e instituições de pesquisa cientí- Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títu-
fica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com los, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispu-
professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo serem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira,
com as normas e os procedimentos desta Lei. condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do
Exceção ao inciso I do art. 5°. valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio,
e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente
Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á me- previstas.
diante ato da autoridade competente de cada Poder.
17
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribui-
(dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por ções do cargo público ou da função de confiança.
igual período. § 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossa-
§ 1o O prazo de validade do concurso e as condições do em cargo público entrar em exercício, contados da data
de sua realização serão fixados em edital, que será publica- da posse.
do no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande § 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tor-
circulação. nado sem efeito o ato de sua designação para função de
§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos
candidato aprovado em concurso anterior com prazo de va- neste artigo, observado o disposto no art. 18.
lidade não expirado. § 3o À autoridade competente do órgão ou entidade
para onde for nomeado ou designado o servidor compete
No concurso de provas o candidato é avaliado ape-
dar-lhe exercício.
nas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos
§ 4o O início do exercício de função de confiança coin-
concursos de provas e títulos o seu currículo em toda sua
cidirá com a data de publicação do ato de designação,
atividade profissional também é considerado. salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por
O edital delimita questões como valor da taxa de ins- qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no pri-
crição, casos de isenção, número de vagas e prazo de va- meiro dia útil após o término do impedimento, que não po-
lidade. derá exceder a trinta dias da publicação.
Nota-se que para as funções em confiança não há pra-
Seção IV zo de 15 dias da posse, até mesmo porque ela não existe
Da Posse e do Exercício nestas funções. Então, o prazo para exercício será o do dia
da publicação do ato de designação.
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respecti-
vo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deve- Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o rei-
res, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo nício do exercício serão registrados no assentamento indi-
ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, vidual do servidor.
por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício pre- Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor
vistos em lei. apresentará ao órgão competente os elementos necessários
§ 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados ao seu assentamento individual.
da publicação do ato de provimento.
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exer-
§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de
cício, que é contado no novo posicionamento na carreira
publicação do ato de provimento, em licença prevista nos
a partir da data de publicação do ato que promover o ser-
incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos vidor.
incisos I, IV, VI, VIII, alíneas «a», «b», «d», «e» e «f», IX e X do Na promoção não há nova posse. Então, o servidor não
art. 102, o prazo será contado do término do impedimento. tem 15 dias para entrar em exercício, o fazendo no dia da
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração es- publicação do ato.
pecífica.
§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de car- Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro
go por nomeação. município em razão de ter sido removido, redistribuído,
§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará decla- requisitado, cedido ou posto em exercício provisório
ração de bens e valores que constituem seu patrimônio e terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo,
declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, em- contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo
prego ou função pública. desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo
§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo. § 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença
O termo de posse é dotado de conteúdo específico. É ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo
possível tomar posse mediante procuração específica. Não será contado a partir do término do impedimento.
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos esta-
há posse nos cargos em comissão. A declaração de bens e
belecidos no caput.
valores visa permitir a verificação da situação financeira do
Se o servidor estava em exercício em outro município
servidor, de forma a perceber se ele enriqueceu despropor-
e é convocado por publicação para retomar a posição su-
cionalmente durante o exercício do cargo. perior tem um prazo entre 10 e 30 dias, dos quais pode
desistir, se quiser.
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia
inspeção médica oficial. Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos
for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal
cargo. de quarenta horas e observados os limites mínimo e má-
ximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente.
18
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de Art. 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo exer-
confiança submete-se a regime de integral dedicação ao cício os servidores nomeados para cargo de provimento
serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser con- efetivo em virtude de concurso público.
vocado sempre que houver interesse da Administração. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
§ 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
trabalho estabelecida em leis especiais. II - mediante processo administrativo em que lhe seja
assegurada ampla defesa;
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado III - mediante procedimento de avaliação periódica de
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, duran- ampla defesa.
te o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de ava- § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do ser-
liação para o desempenho do cargo, observados os seguinte vidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante
fatores: da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem
I - assiduidade; direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou pos-
II - disciplina; to em disponibilidade com remuneração proporcional ao
III - capacidade de iniciativa; tempo de serviço.
IV - produtividade; § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade,
V - responsabilidade. o servidor estável ficará em disponibilidade, com remune-
§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do es- ração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
tágio probatório, será submetida à homologação da autori- aproveitamento em outro cargo.
dade competente a avaliação do desempenho do servidor, § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
realizada por comissão constituída para essa finalidade, de é obrigatória a avaliação especial de desempenho por co-
acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da res- missão instituída para essa finalidade.
pectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de
Seção V
apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput
Da Estabilidade
deste artigo.
§ 2o O servidor não aprovado no estágio probatório
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e
será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo an-
empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá esta-
teriormente ocupado, observado o disposto no parágra-
bilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de
fo único do art. 29.
efetivo exercício.
§ 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer
ATENÇÃO: Vale o prazo de 3 anos, conforme Constitui-
quaisquer cargos de provimento em comissão ou fun-
ção Federal (artigo 41 retrocitado).
ções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou
entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em
órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Espe- virtude de sentença judicial transitada em julgado ou
cial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja
e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou assegurada ampla defesa.
equivalentes.
§ 4o Ao servidor em estágio probatório somente pode- Seção VI
rão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos Da Transferência
nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afasta-
mento para participar de curso de formação decorrente de Art. 23. (Execução suspensa)
aprovação em concurso para outro cargo na Administração
Pública Federal. Seção VII
§ 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as Da Readaptação
licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86
e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em
formação, e será retomado a partir do término do impedi- cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis
mento. com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade
física ou mental verificada em inspeção médica.
Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a disci- § 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o rea-
plina do estágio probatório mudou, notadamente aumen- daptando será aposentado.
tando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista que a § 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribui-
norma constitucional prevalece sobre a lei federal, mesmo ções afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escola-
que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir o dispos- ridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de ine-
to no artigo 41 da Constituição Federal: xistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições
como excedente, até a ocorrência de vaga.
19
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Se o funcionário deixa de ter condições físicas ou psi- § 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor fi-
cológicas para ocupar seu cargo, deverá ser readaptado cará em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.
para cargo semelhante que não exija tais aptidões. Ex: fun- § 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual
cionário trabalhava como atendente numa repartição, se ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à
movimentando o tempo todo e sofre um acidente, fican- indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto
do paraplégico. Sua capacidade mental não ficou prejudi- em disponibilidade.
cada, embora seja inconveniente ele ter que fazer tantos Se um servidor for injustamente demitido e a sua de-
movimentos no exercício das funções. Por isso, pode ser missão for invalidada, será reinvestido no cargo, sendo to-
reconduzido para outro cargo técnico na repartição que talmente ressarcido (por exemplo, recebendo os salários
seja mais burocrático e exija menos movimentação física, do período em que foi afastado). Caso o cargo esteja ex-
como o de assistente de um superior. tinto, será posto em disponibilidade; caso o cargo exista
e alguém o estiver ocupando, este será retirado do cargo,
Seção VIII devolvendo-o ao seu legítimo titular.
Da Reversão
Seção X
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor Da Recondução
aposentado:
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável
insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
II - no interesse da administração, desde que: I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro
a) tenha solicitado a reversão; cargo;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; II - reintegração do anterior ocupante.
c) estável quando na atividade; Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos ante- origem, o servidor será aproveitado em outro, observado o
riores à solicitação; disposto no art. 30.
e) haja cargo vago. Como visto, quando um servidor é promovido ele se
§ 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo sujeita a novo estágio probatório e, caso seja inabilitado,
resultante de sua transformação. voltará ao cargo que antes ocupava. Ainda, se alguém esti-
§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício ver ocupando o cargo de um servidor que tenha sido injus-
será considerado para concessão da aposentadoria. tamente demitido, quando este voltar deverá desocupar o
§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o car- cargo. Se a posição antes ocupada não estiver livre, deverá
go, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, ser reaproveitado em outro cargo semelhante.
até a ocorrência de vaga.
§ 4o O servidor que retornar à atividade por interesse Seção XI
da administração perceberá, em substituição aos proven- Da Disponibilidade e do Aproveitamento
tos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar
a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibi-
que percebia anteriormente à aposentadoria. lidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em
§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o
proventos calculados com base nas regras atuais se perma- anteriormente ocupado.
necer pelo menos cinco anos no cargo.
§ 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil
artigo. determinará o imediato aproveitamento de servidor em dis-
ponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou enti-
Art. 26. (Revogado) dades da Administração Pública Federal.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art.
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver 37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser man-
completado 70 (setenta) anos de idade. tido sob responsabilidade do órgão central do Sistema de
Merece destaque a impossibilidade de cumulação da Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o seu
aposentadoria com a remuneração caso o servidor retorne adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade.
às funções.
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e
Seção IX cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em
Da Reintegração exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por
junta médica oficial.
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor Servidor posto em disponibilidade não é servidor apo-
estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo re- sentado. É apenas um servidor aguardando que surja um
sultante de sua transformação, quando invalidada a sua posto adequado para que ocupe. Quando ele surgir, deve-
demissão por decisão administrativa ou judicial, com rá entrar em exercício, sob pena de ter revogada a disponi-
ressarcimento de todas as vantagens. bilidade, deixando de ser servidor público.
20
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Capítulo II Seção II
Da Vacância Da Redistribuição
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo
I - exoneração; de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do
II - demissão; quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade
III - promoção; do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão cen-
IV e V - (Revogados) tral do SIPEC, observados os seguintes preceitos:
VI - readaptação; I - interesse da administração;
VII - aposentadoria; II - equivalência de vencimentos;
VIII - posse em outro cargo inacumulável; III - manutenção da essência das atribuições do cargo;
IX - falecimento. IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e
complexidade das atividades;
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedi- V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habi-
do do servidor, ou de ofício. litação profissional;
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as
I - quando não satisfeitas as condições do estágio pro- finalidades institucionais do órgão ou entidade.
batório; § 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajusta-
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar mento de lotação e da força de trabalho às necessidades
em exercício no prazo estabelecido. dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção
Sendo o cargo efetivo, somente será exonerado de ofí- ou criação de órgão ou entidade.
cio se não for habilitado no estágio probatório e se não § 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará
entrar em exercício no prazo legal. mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os
órgãos e entidades da Administração Pública Federal en-
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispen- volvidos.
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão
sa de função de confiança dar-se-á:
ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desneces-
I - a juízo da autoridade competente;
sidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não
II - a pedido do próprio servidor.
for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu
Como o cargo em comissão refere-se a uma relação de
aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31.
confiança para com a autoridade competente, esta poderá
§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em
exonerar o servidor.
disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do
órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro
Capítulo III órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento.
Da Remoção e da Redistribuição
Capítulo IV
Seção I Da Substituição
Da Remoção
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Es-
pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com pecial terão substitutos indicados no regimento interno
ou sem mudança de sede. ou, no caso de omissão, previamente designados pelo
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, en- dirigente máximo do órgão ou entidade.
tende-se por modalidades de remoção: § 1º O substituto assumirá automática e cumulativa-
I - de ofício, no interesse da Administração; mente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do
II - a pedido, a critério da Administração; cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Es-
III - a pedido, para outra localidade, independentemen- pecial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regula-
te do interesse da Administração: mentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também que deverá optar pela remuneração de um deles durante o
servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da respectivo período.
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que § 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício
foi deslocado no interesse da Administração; do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companhei- Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedi-
ro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu mentos legais do titular, superiores a trinta dias consecu-
assentamento funcional, condicionada à comprovação por tivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição,
junta médica oficial; que excederem o referido período.
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipóte-
se em que o número de interessados for superior ao número Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos ti-
de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo ór- tulares de unidades administrativas organizadas em nível de
gão ou entidade em que aqueles estejam lotados. assessoria.
21
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
22
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
23
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas ex- IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor
traordinária com pousada, alimentação e locomoção urba- receba auxílio-moradia;
na, conforme dispuser em regulamento. V - o servidor tenha se mudado do local de residência
§ 1o A diária será concedida por dia de afastamento, para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do
sendo devida pela metade quando o deslocamento não Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4,
exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equi-
por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por valentes;
diárias. VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão
§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede cons- ou função de confiança não se enquadre nas hipóteses do
tituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará art. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio
jus a diárias. do servidor;
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha
deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglome- residido no Município, nos últimos doze meses, aonde for
ração urbana ou microrregião, constituídas por municípios exercer o cargo em comissão ou função de confiança, des-
limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de con-
considerando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse
trole integrado mantidas com países limítrofes, cuja juris-
período; e
dição e competência dos órgãos, entidades e servidores
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de altera-
brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoi-
ção de lotação ou nomeação para cargo efetivo.
te fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão
sempre as fixadas para os afastamentos dentro do territó- IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho
rio nacional. de 2006.
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será con-
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar siderado o prazo no qual o servidor estava ocupando outro
da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las in- cargo em comissão relacionado no inciso V.
tegralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à Art. 60-C. (Revogado).
sede em prazo menor do que o previsto para o seu afasta-
mento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado
previsto no caput. a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comis-
são, função comissionada ou cargo de Ministro de Estado
Subseção III ocupado.
Da Indenização de Transporte § 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar
25% (vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao de Estado.
servidor que realizar despesas com a utilização de meio § 2o Independentemente do valor do cargo em comis-
próprio de locomoção para a execução de serviços exter- são ou função comissionada, fica garantido a todos os que
nos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor de
dispuser em regulamento. R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais).
Subseção IV Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, coloca-
Do Auxílio-Moradia ção de imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisi-
ção de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimen-
um mês.
to das despesas comprovadamente realizadas pelo ser-
vidor com aluguel de moradia ou com meio de hospe-
A subseção IV trabalha com o auxílio-moradia, be-
dagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um
nefício que é concedido a alguns servidores. Ele serve
mês após a comprovação da despesa pelo servidor.
para ajudar o servidor a arcar com despesas de mora-
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se dia, seja locando um imóvel, seja ficando em hotéis. O
atendidos os seguintes requisitos: auxílio é pago 1 mês depois que o servidor comprovar a
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo despesa que teve. No entanto, não é qualquer servidor
servidor; e não é em qualquer situação que se tem o auxílio-mo-
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe radia.
imóvel funcional; Nos termos do artigo 60-B, são colacionadas res-
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja trições: não haver disponibilidade de imóvel funcional
ou tenha sido proprietário, promitente comprador, cessioná- (algum imóvel do poder público com tal finalidade de
rio ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde moradia, dispensando gastos particulares), não se ter
for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem tentado vender ou vendido um imóvel na cidade (evi-
averbação de construção, nos doze meses que antecederem tando que tente utilizar o auxílio-moradia como um
a sua nomeação; modo de se obter vantagem patrimonial), um cônju-
24
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
ge ou pessoa com quem more não receber auxílio da Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do
mesma natureza (cumulando indevidamente), além do mês de dezembro de cada ano.
exercício de cargos de determinada natureza (perceba-
-se, cargos de relevante direção). Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratifica-
O auxílio-moradia é pago proporcionalmente aos ção natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, cal-
vencimentos, não excedendo 25%. Destaca-se que o ar- culada sobre a remuneração do mês da exoneração.
tigo 60-C está revogado desde 2013.
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada
Seção II para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
Das Gratificações e Adicionais
Subseção III
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas Do Adicional por Tempo de Serviço
nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retri-
buições, gratificações e adicionais: Regulamentação na Medida Provisória nº 2.225-45/01.
I - retribuição pelo exercício de função de direção,
chefia e assessoramento; Subseção IV
II - gratificação natalina; Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou
IV - adicional pelo exercício de atividades insalu- Atividades Penosas
bres, perigosas ou penosas;
V - adicional pela prestação de serviço extraordi- Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade
nário; em locais insalubres ou em contato permanente com subs-
VI - adicional noturno; tâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a
VII - adicional de férias; um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do tra- § 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubri-
balho. dade e de periculosidade deverá optar por um deles.
§ 2o O direito ao adicional de insalubridade ou peri-
IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.
culosidade cessa com a eliminação das condições ou dos
Gratificações e adicionais descritos em detalhes na
riscos que deram causa a sua concessão.
própria legislação, conforme se denota abaixo.
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de
Subseção I
servidores em operações ou locais considerados penosos, in-
Da Retribuição pelo Exercício de Função de Dire-
salubres ou perigosos.
ção, Chefia e Assessoramento
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será
afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das ope-
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido rações e locais previstos neste artigo, exercendo suas ativida-
em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de des em local salubre e em serviço não penoso e não perigoso.
provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida
retribuição pelo seu exercício. Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades pe-
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remunera- nosas, de insalubridade e de periculosidade, serão observa-
ção dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art. 9o. das as situações estabelecidas em legislação específica.
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal No- Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido
minalmente Identificada - VPNI a incorporação da retribui- aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou em lo-
ção pelo exercício de função de direção, chefia ou assesso- calidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos,
ramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza condições e limites fixados em regulamento.
Especial a que se referem os arts. 3º e 10 da Lei no 8.911, de
11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei no9.624, de 2 de abril Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que ope-
de 1998. ram com Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste arti- sob controle permanente, de modo que as doses de radiação
go somente estará sujeita às revisões gerais de remuneração ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legis-
dos servidores públicos federais. lação própria.
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este arti-
Subseção II go serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.
Da Gratificação Natalina
Subseção V
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um Do Adicional por Serviço Extraordinário
doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês
de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quin- acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora
ze) dias será considerada como mês integral. normal de trabalho.
25
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá
para atender a situações excepcionais e temporárias, respei- aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior venci-
tado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada. mento básico da administração pública federal:
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se
Subseção VI tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput
Do Adicional Noturno deste artigo;
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário com- tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput
preendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) deste artigo.
horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% § 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
(vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como somente será paga se as atividades referidas nos incisos
cinquenta e dois minutos e trinta segundos. do caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das
Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordi- atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo
nário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a ser objeto de compensação de carga horária quando de-
remuneração prevista no art. 73. sempenhadas durante a jornada de trabalho, na forma do
§ 4odo art. 98 desta Lei.
Subseção VII § 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
Do Adicional de Férias não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para
qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins
servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões.
a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias.
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função Capítulo III
de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em Das Férias
comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálcu-
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que
lo do adicional de que trata este artigo.
podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no
caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em
Subseção VIII
que haja legislação específica.
Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão
exigidos 12 (doze) meses de exercício.
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Con-
§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
curso é devida ao servidor que, em caráter eventual:
serviço.
I - atuar como instrutor em curso de formação, de de- § 3o As férias poderão ser parceladas em até três eta-
senvolvimento ou de treinamento regularmente instituído pas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no inte-
no âmbito da administração pública federal; resse da administração pública.
II - participar de banca examinadora ou de comissão É possível impedir que o servidor tire férias por até 2
para exames orais, para análise curricular, para correção de períodos se o seu serviço for altamente necessário.
provas discursivas, para elaboração de questões de provas
ou para julgamento de recursos intentados por candidatos; Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será
III - participar da logística de preparação e de realização efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo perío-
de concurso público envolvendo atividades de planejamento, do, observando-se o disposto no § 1o deste artigo.
coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, §1° e §2°. Revogados.
quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas § 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em
atribuições permanentes; comissão, perceberá indenização relativa ao período das
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de
de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração supe-
essas atividades. rior a quatorze dias.
§ 1o Os critérios de concessão e os limites da gratifica- § 4o A indenização será calculada com base na remu-
ção de que trata este artigo serão fixados em regulamento, neração do mês em que for publicado o ato exoneratório.
observados os seguintes parâmetros: § 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o
I - o valor da gratificação será calculado em horas, ob- valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Cons-
servadas a natureza e a complexidade da atividade exercida; tituição Federal quando da utilização do primeiro período.
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente
a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemen-
situação de excepcionalidade, devidamente justificada e pre- te com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte)
viamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profis-
entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cen- sional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.
to e vinte) horas de trabalho anuais; Manutenção da saúde do servidor.
26
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por § 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será
motivo de calamidade pública, comoção interna, convoca- contado a partir da data do deferimento da primeira licen-
ção para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade ça concedida.
do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou § 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças
entidade. não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações,
Parágrafo único. O restante do período interrompido concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses,
será gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. observado o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar os
O direito individual às férias pode ser mitigado pelo limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2o.
direito da coletividade de manutenção da paz e da ordem
social. Seção III
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge
Capítulo IV
Das Licenças
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para
Seção I acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado
Disposições Gerais para outro ponto do território nacional, para o exterior ou
para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: e Legislativo.
I - por motivo de doença em pessoa da família; § 1o A licença será por prazo indeterminado e sem
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou com- remuneração.
panheiro; § 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou
III - para o serviço militar; companheiro também seja servidor público, civil ou mi-
IV - para atividade política; litar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
V - para capacitação; Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício
VI - para tratar de interesses particulares; provisório em órgão ou entidade da Administração Fe-
VII - para desempenho de mandato classista. deral direta, autárquica ou fundacional, desde que para o
Atenção aos motivos que autorizam licença, detalha- exercício de atividade compatível com o seu cargo.
dos a seguir na legislação.
§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo Seção IV
bem como cada uma de suas prorrogações serão precedi-
Da Licença para o Serviço Militar
das de exame por perícia médica oficial, observado o dis-
posto no art. 204 desta Lei.
§ 3o É vedado o exercício de atividade remunerada du- Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar
rante o período da licença prevista no inciso I deste artigo. será concedida licença, na forma e condições previstas na
legislação específica.
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor
do término de outra da mesma espécie será considerada terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o
como prorrogação. exercício do cargo.
Seção II Seção V
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Da Licença para Atividade Política
Família
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remune-
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por ração, durante o período que mediar entre a sua escolha
motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e
filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependen- a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça
te que viva a suas expensas e conste do seu assentamento Eleitoral.
funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial.
§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade
§ 1o A licença somente será deferida se a assistência
onde desempenha suas funções e que exerça cargo de di-
direta do servidor for indispensável e não puder ser presta-
da simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante reção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização,
compensação de horário, na forma do disposto no inciso dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro
II do art. 44. de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o déci-
§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as pror- mo dia seguinte ao do pleito.
rogações, poderá ser concedida a cada período de doze § 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo
meses nas seguintes condições: dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, as-
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, man- segurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo
tida a remuneração do servidor; e período de três meses.
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem
remuneração.
27
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
28
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor con- § 3o Os afastamentos para realização de programas de
tribuirá para a seguridade social como se em exercício es- pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores
tivesse. titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade
§ 2o O servidor investido em mandato eletivo ou clas- há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio
sista não poderá ser removido ou redistribuído de ofício probatório, e que não tenham se afastado por licença para
para localidade diversa daquela onde exerce o mandato. tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste
artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de
Seção III afastamento.
Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior § 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos pre-
vistos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para no exercício de suas funções após o seu retorno por um
estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da período igual ao do afastamento concedido.
República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Pre- § 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do
sidente do Supremo Tribunal Federal. cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de
§ 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda permanência previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o
a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11
permitida nova ausência. de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento.
§ 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste arti- § 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que
go não será concedida exoneração ou licença para tratar justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o
de interesse particular antes de decorrido período igual ao disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada
do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente
despesa havida com seu afastamento. máximo do órgão ou entidade.
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servido- § 7o Aplica-se à participação em programa de pós-gra-
res da carreira diplomática. duação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta
§ 4o As hipóteses, condições e formas para a autori- Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo.
zação de que trata este artigo, inclusive no que se refere
à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regu- Capítulo VI
lamento. Das Concessões
29
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposenta-
interesse da administração é assegurada, na localidade da doria e disponibilidade:
nova residência ou na mais próxima, matrícula em institui- I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Mu-
ção de ensino congênere, em qualquer época, independen- nicípios e Distrito Federal;
temente de vaga. II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da fa-
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao mília do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trin-
cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor ta) dias em período de 12 (doze) meses.
que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob III - a licença para atividade política, no caso do art. 86,
sua guarda, com autorização judicial. § 2o;
IV - o tempo correspondente ao desempenho de man-
Capítulo VII dato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior
Do Tempo de Serviço ao ingresso no serviço público federal;
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de ser- à Previdência Social;
viço público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas. VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VII - o tempo de licença para tratamento da própria saú-
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita de que exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso
em dias, que serão convertidos em anos, considerado o VIII do art. 102.
ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. § 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado
será contado apenas para nova aposentadoria.
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. § 2o Será contado em dobro o tempo de serviço pres-
97, são considerados como de efetivo exercício os afasta- tado às Forças Armadas em operações de guerra.
mentos em virtude de: § 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de
I - férias; serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União,
órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Muni- Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação
cípios e Distrito Federal; pública, sociedade de economia mista e empresa pública.
III - exercício de cargo ou função de governo ou adminis-
tração, em qualquer parte do território nacional, por nomea- Capítulo VIII
ção do Presidente da República; Do Direito de Petição
IV - participação em programa de treinamento regular-
mente instituído ou em programa de pós-graduação stricto Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de reque-
sensu no País, conforme dispuser o regulamento; rer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou inte-
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, resse legítimo.
municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por
merecimento; Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; competente para decidi-lo e encaminhado por intermé-
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o dio daquela a que estiver imediatamente subordinado o re-
afastamento, conforme dispuser o regulamento; querente.
VIII - licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade; Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vin- que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão,
te e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço não podendo ser renovado.
público prestado à União, em cargo de provimento efetivo; Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsi-
c) para o desempenho de mandato classista ou partici- deração de que tratam os artigos anteriores deverão ser des-
pação de gerência ou administração em sociedade coopera- pachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro
tiva constituída por servidores para prestar serviços a seus de 30 (trinta) dias.
membros, exceto para efeito de promoção por merecimento;
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profis- Art. 107. Caberá recurso:
sional; I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; II - das decisões sobre os recursos sucessivamente in-
f) por convocação para o serviço militar; terpostos.
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; § 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamen-
X - participação em competição desportiva nacional ou te superior à que tiver expedido o ato ou proferido a de-
convocação para integrar representação desportiva nacio- cisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais
nal, no País ou no exterior, conforme disposto em lei espe- autoridades.
cífica; § 2o O recurso será encaminhado por intermédio da
XI - afastamento para servir em organismo internacio- autoridade a que estiver imediatamente subordinado o re-
nal de que o Brasil participe ou com o qual coopere. querente.
30
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 108. O prazo para interposição de pedido de re- -las. Os deveres estão inscritos no artigo 116, não de modo
consideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar exaustivo, porque o servidor deve obediência a todas as
da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão normas legais ou infralegais, e o próprio inciso III do refe-
recorrida. rido dispositivo é, de certa maneira, uma norma disciplinar
em branco.
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito sus- “Estes dispositivos preveem, basicamente, um conjunto
pensivo, a juízo da autoridade competente. de normas de conduta e de proibições impostas pela lei
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de aos servidores por ela abrangidos, tendo em vista a pre-
reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagi- venção, a apuração e a possível punição de atos e omissões
rão à data do ato impugnado. que possam por em risco o funcionamento adequado da
administração pública, do posto de vista ético, do ponto
Art. 110. O direito de requerer prescreve: de vista da eficiência e do ponto de vista da legalidade. De-
I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de correm, estes dispositivos, do denominado Poder Discipli-
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afe- nar que é aquele conferido à Administração com o objetivo
tem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de manter sua disciplina interna, na medida em que lhe
de trabalho; atribui instrumentos para punir seus servidores (e também
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo àqueles que estejam a ela vinculados por um instrumento
quando outro prazo for fixado em lei. jurídico determinado - particulares contratados pela Ad-
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da ministração). [...]“O disposto no Título IV da lei nº 8.112/90
data da publicação do ato impugnado ou da data da prevê basicamente um conjunto de obrigações impostas
ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. aos servidores por ela regidos. Tais obrigações, ora positi-
vas (os denominados Deveres – art. 116), ora negativas (as
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, denominadas Proibições – art. 117) uma vez inadimplidas
quando cabíveis, interrompem a prescrição. ensejam sua imediata apuração (art. 143) e uma vez com-
provadas importam na responsabilização administrativa,
a desafiar, então, a aplicação de uma das sanções admi-
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não poden-
nistrativas (art. 127). Não é por outra razão que o art. 124
do ser relevada pela administração.
declara que a responsabilidade administrativa resulta da
prática de ato omissivo (quando o servidor deixa de cum-
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é asse-
prir os deveres a ele impostos) ou comissivo (quando viola
gurada vista do processo ou documento, na repartição,
proibição) praticado no desempenho do cargo ou função”.
ao servidor ou a procurador por ele constituído.
Capítulo I
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a Dos Deveres
qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
Art. 116. São deveres do servidor:
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos esta- Os deveres do servidor previstos na Lei n° 8.112/90 são
belecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior. em muito compatíveis com os previstos no Código de Éti-
Estabelece a CF, no art. 5°, XXIV, a) o direito de petição, ca profissional do Servidor Público Civil do Poder Executi-
assegurado a todos: “são a todos assegurados, indepen- vo Federal (Decreto n° 1.171/94). Descrevem algumas das
dentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição condutas esperadas do servidor público quando do de-
aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ile- sempenho de suas funções. Em resumo, o servidor público
galidade ou abuso de poder;”. Os artigos acima descrevem deve desempenhar suas funções com cuidado, rapidez e
o direito de petição específico dos servidores públicos. pontualidade, sendo leal à instituição que compõe, respei-
tando as ordens de seus superiores que sejam adequadas
Do Regime Disciplinar às funções que desempenhe e buscando conservar o patri-
mônio do Estado. No tratamento do público, deve ser pres-
Título IV tativo e não negar o acesso a informações que não sejam
Do Regime Disciplinar sigilosas. Caso presencie alguma ilegalidade ou abuso de
poder, deve denunciar. Tomam-se como base os ensina-
O regime disciplinar do servidor público civil federal mentos de Lima a respeito destes deveres:
está estabelecido basicamente de duas maneiras: deveres
e proibições. Ontologicamente, são a mesma coisa: ambos I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
deveres e proibições são normas protetivas da boa Admi- “O primeiro dos deveres insculpidos no regime estatu-
nistração. Nas duas hipóteses, violado o preceito, cabível é tário é o dever de zelo. O zelo diz respeito às atribuições
uma punição. Deve-se notar, porém, que os deveres cons- funcionais e também ao cuidado com a economia do ma-
tam da lei como ações, como conduta positiva; as proibi- terial, os bens da repartição e o patrimônio público. Sob o
ções, ao contrário, são descritas como condutas vedadas prisma da disciplina e da conservação dos bens e materiais
ao servidor, de modo que ele deve abster-se de praticá- da repartição, o servidor deve sempre agir com dedicação
31
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
no desempenho das funções do cargo que ocupa, e que c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
lhe foram atribuídas desde o termo de posse. O servidor “Este dever foi insculpido na lei para que o servidor
não é o dono do cargo. Dono do cargo é o Estado que o público trabalhe diuturnamente no sentido de desfazer a
remunera. Se o referido cargo não lhe pertence, o servi- imagem desagradável que o mesmo possui perante a so-
dor deve exercer suas funções com o máximo de zelo que ciedade. Exige-se que atue com presteza no atendimento a
estiver ao seu alcance. Sua eventual menor capacidade de informações solicitadas pela Fazenda Pública. Esta engloba
desempenho, para não configurar desídia ou insuficiência o fisco federal, estadual, municipal e distrital. O servidor
de desempenho, deverá ser compensada com um maior público tem que ser expedito, diligente, laborioso. Não há
esforço e dedicação de sua parte. Se um servidor altamen- mais lugar para o burocrata que se afasta do administra-
te preparado e capaz, vem a praticar atos que configurem do, dificultando a vida de quem necessita de atendimen-
desídia ou mesmo falta mais grave, poderá vir a ser punido. to rápido e escorreito. Entretanto, há um longo caminho a
Porque o que se julgará não é a pessoa do servidor, mas a ser percorrido até que se atinja um mínimo ideal de aten-
conduta a ele imputável. O zelo não deve se limitar apenas dimento e de funcionamento dos órgãos públicos, o que
às atribuições específicas de sua atividade. O servidor deve deve necessariamente passar por critérios de valorização
ter zelo não somente com os bens e interesses imateriais dos servidores bons e de treinamento e qualificação per-
(a imagem, os símbolos, a moralidade, a pontualidade, o
manente dos quadros de pessoal”.
sigilo, a hierarquia) como também para com os bens e in-
teresses patrimoniais do Estado”.
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em
razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou,
II - ser leal às instituições a que servir;
“O servidor que cumprir todos os deveres e normas quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conheci-
administrativas já positivadas, consequentemente, é leal à mento de outra autoridade competente para apuração;
instituição que lhe remunera. Sob o prisma constitucional é “Todo servidor público é obrigado a dar conhecimento
que devemos entender a norma hoje. Sendo assim, o dever ao chefe da repartição acerca das irregularidades de que
de lealdade está inserido no Estatuto como norma progra- toma conhecimento no exercício de suas atribuições. Deve
mática, orientadora da conduta dos servidores”. levar ao conhecimento da chefia imediata pelo sistema hie-
rárquico. Supõe-se que os titulares das chefias ou divisões
III - observar as normas legais e regulamentares; detêm um conhecimento maior de como corrigir o erro ou
“A função desta norma é de não deixar sem resposta comunicar aos órgãos de controle para a devida apuração.
qualquer que seja a irregularidade cometida. Daí a neces- De nada adiantaria o servidor, ciente de um ato irregular,
sária correlação nesses casos que temos de fazer do art. ir comunicar ao público ou a terceiros. Além do dever de
116, inciso III, com a norma violada, e já prevista em outra sigilo, há assuntos que exigem certas reservas, visando ao
lei, decreto, instrução, ordem de serviço ou portaria”. bem do serviço público, da segurança nacional e mesmo
da sociedade”.
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando ma-
nifestamente ilegais; VII - zelar pela economia do material e a conservação
“O servidor integra a estrutura organizacional do ór- do patrimônio público;
gão em que presta suas atribuições funcionais. O Estado “Esse deve é basilar. Se o agente não zelar pela econo-
se movimenta através dos seus diversos órgãos. Dentro mia e pela conservação dos bens públicos presta um des-
dos órgãos públicos, há um escalonamento de cargos e serviço à nação que lhe remunera. E como se verá adiante
funções que servem ao cumprimento da vontade do ente poderá ser causa inclusive de demissão, se não cumprir o
estatal. Este escalonamento, posto em movimento, é o presente dever, quando por descumprimento dele a gra-
que vimos até agora chamando de hierarquia. A hierarquia vidade do fato implicar a infração a normas mais graves”.
existe para que do alto escalão até a prática dos adminis-
trados as coisas funcionem. Disso decorre que quando é
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
emitida uma ordem para o servidor subordinado, este deve
“O agente público deve guardar sigilo sobre o que se
dar cumprimento ao comando. Porém quando a ordem é
passa na repartição, principalmente quanto aos assuntos
visivelmente ilegal, arbitrária, inconstitucional ou absurda,
o servidor não é obrigado a dar seguimento ao que lhe é oficiais. Pela Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011,
ordenado. Quando a ordem é manifestamente ilegal? Há hoje está regulamentado o acesso às informações. Porém,
uma margem de interpretação, principalmente se o servi- o servidor deve ter cuidado, pois até mesmo o fornecimen-
dor subordinado não tiver nenhuma formação de ordem to ou divulgação das informações exigem um procedimen-
jurídica. Logo, é o bom senso que irá margear o que é fla- to. Maior cuidado há que se ter, quando a informação pos-
grantemente inconstitucional”. sa expor a intimidade da pessoa humana. As informações
pessoais dos administrados em geral devem ser tratadas
V - atender com presteza: forma transparente e com respeito à intimidade, à vida
a) ao público em geral, prestando as informações reque- privada, à honra e à imagem das pessoas, bem como às
ridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; liberdades e garantias individuais, segundo o artigo 31, da
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de Lei nº 21.527, 2011. A exceção para o sigilo existe, pois, não
direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; devemos tratar a questão em termos de cláusula jurídica de
32
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
caráter absoluto, podendo ter autorizada a divulgação ou o XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
acesso por terceiros quando haja previsão legal. Outra exce- de poder.
ção é quando há o consentimento expresso da pessoa a que Parágrafo único. A representação de que trata o inciso
elas se referirem. No caso de cumprimento de ordem judi- XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela
cial, para a defesa de direitos humanos, e quando a proteção autoridade superior àquela contra a qual é formulada,
do interesse público e geral preponderante o exigir, também assegurando-se ao representando ampla defesa.
devem ser fornecidas as informações. Portanto, o servidor há Caso o funcionário público denuncie outro servidor,
que ter reserva no seu comportamento e fala, esquivando- esta representação será encaminhada a alguém que seja
-se de revelar o conteúdo do que se passa no seu trabalho. superior hierarquicamente ao denunciado, que terá direito
Se o assunto pululante é uma irregularidade absurda, deve à ampla defesa.
então reduzir a escrito e representar para que se apure o “O servidor tem obrigação legal de dar conhecimen-
caso. Deveriam diminuir as conversas de corredor e se efeti- to às autoridades de qualquer irregularidade de que tiver
var a apuração dos fatos através do processo administrativo ciência em razão do cargo, principalmente no processo
disciplinar. Os assuntos objeto do serviço merecem reserva. em que está atuando ou quando o fato aconteceu sob as
Devem ficar circunscritos aos servidores designados para o suas vistas. Não é concebível que o servidor se defronte
respectivo trabalho interno, não devendo sair da seção ou com uma irregularidade administrativa e fique inerte. Deve
setor de trabalho, sem o trâmite hierárquico do chefe ime- provocar quem de direito para que a irregularidade seja
diato. Se o assunto ou o trabalho, enfim, merecer divulgação sanada de imediato. Caso haja indiferença no seu círculo
mais ampla, deve ser contatado o órgão de assessoria de de atuação, i.e., no seu setor ou seção, deverá representar
comunicação social, que saberá proceder de forma oficial,
aos órgãos superiores. Assim é que o dever de informar
obedecendo ao bom senso e às leis vigentes”.
acerca de irregularidades anda de braço dado com o dever
de representar. Não surtindo efeito a notícia da irregulari-
IX - manter conduta compatível com a moralidade ad-
ministrativa; dade, não corrigida esta, sobrevém o dever de representar.
“O ato administrativo não se satisfaz somente com o O dever de representação não deixa de ser uma prerro-
ser legal. Para ser válido o ato administrativo tem que ser gativa legal, investindo o servidor de um múnus público
compatível com a moralidade administrativa. O agente deve importante, constituindo o servidor em um curador legal
se comportar em seus atos de maneira proba, escorreita, do ente público. O mais humilde servidor passa a ser um
séria, não atuando com intenções escusas e desvirtuadas. agente promotor de legalidade. É claro o inciso XII do art.
Seu poder-dever não pode ser utilizado, por exemplo, para 116 quando diz que é dever do servidor “representar con-
satisfação de interesses menores, como realizar a prática de tra ilegalidade, omissão ou abuso de poder”. De modo que
determinado ato para beneficiar uma amante ou um paren- também a omissão pode ensejar a representação. A omis-
te. Se o agente viola o dever de agir com comportamento são do agente que ilegalmente não pratica ato a que se
incompatível com a moralidade administrativa, poderá estar acha vinculado pode até configurar o ilícito penal de pre-
sujeito a sanção disciplinar. Seu ato ímprobo ou imoral con- varicação. O dever de representação deve ser privilegiado,
figura o chamado desvio de poder, que é totalmente abomi- mas deve ser usado com o devido equilíbrio, não podendo
nável no Direito Administrativo e poderá ser anulado interna servir a finalidades egoísticas, político-partidárias, induzido
corporis ou judicialmente através da ação popular, ação de por inimizades de cunho pessoal, o que de pronto trespas-
ressarcimento ao erário e ação civil pública se o ato violar sará o representante de autor a réu por prática de abuso de
direito coletivo ou transindividual”. poder ou denunciação caluniosa”.
33
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou
prévia autorização do chefe imediato; de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;
Violação do dever de assiduidade. O cargo público serve apenas aos interesses da admi-
nistração pública, ou seja, da coletividade, não aos interesses
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competen- pessoais do servidor.
te, qualquer documento ou objeto da repartição;
Violação do dever de zelo com o patrimônio público. X - participar de gerência ou administração de socie-
dade privada, personificada ou não personificada, exercer o
III - recusar fé a documentos públicos; comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou coman-
É dever do servidor público conferir fé aos documentos ditário;
públicos, revestindo-lhes da autoridade e confiança que seu Não cabe ao servidor público administrar sociedade pri-
cargo possui. Violação do dever de transparência. vada, o que pode comprometer sua eficiência e imparciali-
dade no exercício da função pública. No princípio, ou seja,
IV - opor resistência injustificada ao andamento de do- na redação original do Estatuto era proibida apenas a par-
cumento e processo ou execução de serviço; ticipação do servidor como sócio gerente ou administrador
Não cabe impedir que o trâmite da administração seja de empresa privada, exceto na qualidade de mero cotista,
alterado por um capricho pessoal. Violação ao dever de cele- acionário ou comanditário. Atualmente, a empresa pode até
ridade e eficiência, bem como de impessoalidade. não estar personificada, por exemplo, não estar devidamente
constituída e registrada nos órgãos competentes (Junta Co-
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no mercial, fisco estadual, municipal, distrital e federal, e órgãos
recinto da repartição; de controle: ambiental, trabalhista etc.). Comprovada detida-
Violação do dever de discrição. mente a gerência ou administração da sociedade particular
em concomitância com a pretensa carga horária da repar-
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos tição pública, deve ser aplicada a penalidade de demissão.
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de
sua responsabilidade ou de seu subordinado; XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a
Quem é designado para o desempenho de uma função repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios pre-
pública deve desempenhá-la, não podendo designar outra videnciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e
pessoa para prestar seus serviços ou de seu subordinado. de cônjuge ou companheiro;
Não cabe atuar como procurador perante repartições
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filia- públicas de forma profissional. Daí a limitação à atuação
rem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; como representante de parente até segundo grau (irmãos,
O direito de associação é livre, não podendo um fun- ascendentes e descendentes, cônjuges e companheiros).
cionário forçar o seu subordinado a associar-se sindical ou
politicamente. XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função A percepção de vantagem indevida gerando enriqueci-
de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segun- mento ilícito também caracteriza ato de improbidade admi-
do grau civil; nistrativa de maior gravidade, bem como crime de corrupção
É a chamada prática de nepotismo. Do latim nepos, neto passiva.
ou descendente, é o termo utilizado para designar o favore-
cimento de parentes (ou amigos próximos) em detrimento XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz res- estrangeiro;
peito à nomeação ou elevação de cargos. O Decreto nº 7.203, Trata-se de indício da intenção de praticar atos contrá-
de 4 de junho de 2010 dispõe sobre a vedação do nepotismo rios ao interesse do Estado ao qual esteja vinculado.
no âmbito da administração pública federal.
Súmula Vinculante nº 13: “A nomeação de cônjuge, XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afi- Usura significa agiotagem, que é o empréstimo de di-
nidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomean- nheiro a particulares obtendo juros abusivos em troca. As ati-
te ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em vidades de empréstimo somente podem ser desempenhadas
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício com fim lucrativo por instituições credenciadas.
de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de fun-
ção gratificada na Administração Pública direta e indireta, XV - proceder de forma desidiosa;
em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Desídia é desleixo, descuido, preguiça, indolência.
Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas, viola a Constituição Federal.” Obs.: se XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição
o concurso pedir pelo entendimento jurisprudencial, vá pela em serviços ou atividades particulares;
súmula, mas se não mencionar nada se atenha ao texto da O aparato da administração pública pertence ao Estado,
lei, visto que há pequenas variações entre o texto da súmu- não cabendo ao servidor utilizá-lo em atividades particu-
la e o da lei. lares.
34
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas § 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, em-
ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e pregos e funções em autarquias, fundações públicas, em-
transitórias; presas públicas, sociedades de economia mista da União,
Cada servidor público tem sua atribuição legal, não do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Mu-
cabendo designá-lo para desempenhar funções diversas nicípios.
salvo em caso de extrema necessidade. A proibição vale tanto para a administração direta
quanto para a indireta.
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incom-
patíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário § 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica con-
de trabalho; dicionada à comprovação da compatibilidade de horários.
O exercício de atividades incompatíveis propicia uma Se o Estado pretende que o desempenho de atividade
violação ao princípio da imparcialidade. cumulada não gere prejuízo à função pública, correto que
exija a comprovação de compatibilidade de horários;
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
quando solicitado. § 3o Considera-se acumulação proibida a percepção
A atualização de dados cadastrais é necessária para
de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com
manter a administração ciente da situação de seu servidor.
proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que
decorram essas remunerações forem acumuláveis na ati-
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do
vidade.
caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos:
I - participação nos conselhos de administração e fiscal Exterioriza-se, por exemplo, a proibição de que o agen-
de empresas ou entidades em que a União detenha, direta te se aposente do serviço público e continue o exercendo,
ou indiretamente, participação no capital social ou em so- recebendo aposentadoria e salário.
ciedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus
membros; e Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um
II - gozo de licença para o trato de interesses particu- cargo em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo
lares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação em
sobre conflito de interesses. órgão de deliberação coletiva.
Nestes casos, é possível participar diretamente da ad- Cargo em comissão é aquele que não exige aprovação
ministração de sociedade privada, pois o interesse estatal em concurso público, sendo designado para o exercício
não será comprometido. por possuir um vínculo de confiança com o superior. So-
mente é possível exercer 1, salvo interinamente. Da mesma
Capítulo III forma, não cabe remuneração por participar de órgão de
Da Acumulação deliberação coletiva.
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. à remuneração devida pela participação em conselhos de
Estabelece o artigo 37, XVI da Constituição Federal: administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de
economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como
É vedada a acumulação remunerada de cargos públi- quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou
cos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, indiretamente, detenha participação no capital social, obser-
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. vado o que, a respeito, dispuser legislação específica.
a) a de dois cargos de professor; O exercício de função em determinados conselhos de
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou administração e fiscais aceita remuneração. Trata-se de ex-
científico;
ceção ao caput.
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profis-
sionais de saúde, com profissões regulamentadas;
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que
acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido
Segundo Carvalho Filho, “o fundamento da proibição é
impedir que o cúmulo de funções públicas faça com que o em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de
servidor não execute qualquer delas com a necessária efi- ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver
ciência. Além disso, porém, pode-se observar que o Cons- compatibilidade de horário e local com o exercício de um
tituinte quis também impedir a cumulação de ganhos em deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou
detrimento da boa execução de tarefas públicas. [...] Nota- entidades envolvidos.
-se que a vedação se refere à acumulação remunerada. Em Se o servidor já cumular dois cargos efetivos e for in-
consequência, se a acumulação só encerra a percepção de vestido de um cargo em comissão, ficará afastado dos car-
vencimentos por uma das fontes, não incide a regra cons- gos efetivos a não ser que exista compatibilidade de ho-
titucional proibitiva”. rários e local com um deles, caso em que se afastará de
somente um cargo efetivo.
35
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
“Os artigos 118 a 120 da lei nº 8.112/90 ao tratarem da apure a responsabilidade civil conforme o resultado na es-
acumulação de cargos e funções públicas, regulamentam, fera penal (por exemplo, uma absolvição por negativa de
no âmbito do serviço público federal a vedação genérica autoria impede a condenação na esfera cível, ao passo que
constante do art. 37, incisos VXI e XVII, da Constituição da uma absolvição por falta de provas não o faz).
República. De fato, a acumulação ilícita de cargos públicos Genericamente, os elementos da responsabilidade civil
constitui uma das infrações mais comuns praticadas por se encontram no art. 186 do Código Civil: “aquele que, por
servidores públicos, o que se constata observando o eleva- ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
do número de processos administrativos instaurados com violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusiva-
esse objeto. O sistema adotado pela lei nº 8.112/90 é rela- mente moral, comete ato ilícito”. Este é o artigo central do
tivamente brando, quando cotejado com outros estatutos instituto da responsabilidade civil, que tem como elemen-
de alguns Estados, visto que propicia ao servidor incurso tos: ação ou omissão voluntária (agir como não se deve
nessa ilicitude diversas oportunidades para regularizar sua ou deixar de agir como se deve), culpa ou dolo do agente
situação e escapar da pena de demissão. Também prevê a (dolo é a vontade de cometer uma violação de direito e
lei em comentário, um processo administrativo simplifica- culpa é a falta de diligência), nexo causal (relação de causa
do (processo disciplinar de rito sumário) para a apuração e efeito entre a ação/omissão e o dano causado) e dano
dessa infração – art. 133” . (dano é o prejuízo sofrido pelo agente, que pode ser in-
dividual ou coletivo, moral ou material, econômico e não
Capítulo IV econômico).
Das Responsabilidades Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal:
Art. 121. O servidor responde civil, penal e adminis- As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
trativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos da-
Segundo Carvalho Filho, “a responsabilidade se origina nos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
de uma conduta ilícita ou da ocorrência de determinada assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
situação fática prevista em lei e se caracteriza pela natureza casos de dolo ou culpa.
do campo jurídico em que se consuma. Desse modo, a res-
ponsabilidade pode ser civil, penal e administrativa. Cada Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurí-
responsabilidade é, em princípio, independente da outra”. dica autônoma entre o Estado e o agente público que cau-
É possível que o mesmo fato gere responsabilidade ci- sou o dano no desempenho de suas funções. Nesta rela-
vil, penal e administrativa, mas também é possível que este ção, a responsabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá
gere apenas uma ou outra espécie de responsabilidade. ao Estado provar a culpa do agente pelo dano causado, ao
Daí o fato das responsabilidades serem independentes: o qual foi anteriormente condenado a reparar. Direito de re-
mesmo fato pode gerar a aplicação de qualquer uma delas, gresso é justamente o direito de acionar o causador direto
cumulada ou isoladamente. do dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima,
considerada a existência de uma relação obrigacional que
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omis- se forma entre a vítima e a instituição que o agente com-
sivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em põe.
prejuízo ao erário ou a terceiros. Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen-
§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado te causar aos membros da sociedade, mas se este agen-
ao erário somente será liquidada na forma prevista no art. te agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do
46, na falta de outros bens que assegurem a execução do que foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar
débito pela via judicial. condutas incompatíveis com o comportamento ético dele
§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, respon- esperado.
derá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regres- A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro-
siva. cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado
§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos su- contraditório e ampla defesa.
cessores e contra eles será executada, até o limite do valor Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou com
da herança recebida. culpa. Havendo ação ou omissão com culpa do servidor
O instituto da responsabilidade civil é parte integran- que gere dano ao erário (Administração) ou a terceiro (ad-
te do direito obrigacional, uma vez que a principal conse- ministrado), o servidor terá o dever de indenizar.
quência da prática de um ato ilícito é a obrigação que gera
para o seu auto de reparar o dano, mediante o pagamen- Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes
to de indenização que se refere às perdas e danos. Afinal, e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
quem pratica um ato ou incorre em omissão que gere dano A responsabilidade penal do servidor decorre de uma
deve suportar as consequências jurídicas decorrentes, res- conduta que a lei penal tipifique como infração penal, ou
taurando-se o equilíbrio social. seja, como crime ou contravenção penal.
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, po- O servidor poderá ser responsabilizado apenas penal-
dendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os mente, uma vez que somente caberá responsabilização civil
limites da herança, embora existam reflexos na ação que se o ato tiver causado prejuízo ao erário (elemento dano).
36
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Os crimes contra a Administração Pública se encontram Este dispositivo visa garantir que os servidores públi-
nos artigos 312 a 326 do Código Penal, mas existem outros cos denunciem os servidores hierarquicamente superiores.
crimes espalhados pela legislação específica. Afinal, todos teriam receio de denunciar se pudessem ser
responsabilizados civil, penal ou administrativamente por
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resul- tal denúncia caso no curso da apuração se verificasse que
ta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempe- ela não procedia.
nho do cargo ou função.
Quando o servidor pratica um ilícito administrativo, a ele Capítulo V
é atribuída responsabilidade administrativa. O ilícito pode
Das Penalidades
verificar-se por conduta comissiva ou omissiva e os fatos
que o configuram são os previstos na legislação estatutária.
Art. 127. São penalidades disciplinares:
Por exemplo, as sanções aplicadas pela Comissão de Ética
por violação ao Decreto n° 1.171/94 são administrativas. I - advertência;
II - suspensão;
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas pode- III - demissão;
rão cumular-se, sendo independentes entre si. IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
Se as responsabilidades se cumularem, também as san- V - destituição de cargo em comissão;
ções serão cumuladas. Daí afirmar-se que tais responsabili- VI - destituição de função comissionada.
dades são independentes, ou seja, não dependem uma da A advertência é a pena mais leve, um aviso de que o
outra. funcionário se portou de forma inadequada e de que isso
não deve se repetir. A suspensão é uma sanção intermediá-
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor ria, fazendo com que o funcionário deixe de desempenhar
será afastada no caso de absolvição criminal que negue o cargo por certo período. Na demissão, o funcionário não
a existência do fato ou sua autoria. mais exercerá o cargo, sendo assim sanção mais grave. Ou-
Determinadas decisões na esfera penal geram exclusão tras sanções são cassação da aposentadoria ou disponibi-
da responsabilidade nas esferas civil e administrativa, quais lidade, destituição do cargo em comissão, destituição da
sejam: absolvição por inexistência do fato ou negativa de função comissionada.
autoria. A absolvição criminal por falta de provas não gera
exclusão da responsabilidade civil e administrativa.
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão conside-
A absolvição proferida na ação penal, em regra, nada
radas a natureza e a gravidade da infração cometida,
prejudica a pretensão de reparação civil do dano ex delic-
to, conforme artigos 65, 66 e 386, IV do CPP: “art. 65. Faz os danos que dela provierem para o serviço público, as cir-
coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter cunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes
sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima funcionais.
defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exer- Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade
cício regular de direito” (excludentes de antijuridicidade); mencionará sempre o fundamento legal e a causa da san-
“art. 66. não obstante a sentença absolutória no juízo crimi- ção disciplinar.
nal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, De forma fundamentada, justificada, se escolherá por
categoricamente, reconhecida a inexistência material do uma ou outra sanção, conforme a gravidade do ato pra-
fato”; “art. 386, IV – estar provado que o réu não concorreu ticado.
para a infração penal”.
Entendem Fuller, Junqueira e Machado: “a absolvição Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos
dubitativa (motivada por juízo de dúvida), ou seja, por falta casos de violação de proibição constante do art. 117, inci-
de provas, (art. 386, II, V e VII, na nova redação conferida ao sos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional
CPP), não empresta qualquer certeza ao âmbito da jurisdi- previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não
ção civil, restando intocada a possibilidade de, na ação civil justifique imposição de penalidade mais grave.
de conhecimento, ser provada e reconhecida a existência do
Vide comentários aos incisos I a VII e XIX do art. 117.
direito ao ressarcimento, de acordo com o grau de cognição
A norma é genérica, envolvendo ainda qualquer outra vio-
e convicção próprios da seara civil (na esfera penal, a deci-
lação de dever funcional que não exija sanção mais grave.
são de condenação somente pode ser lastreada em juízo de
certeza, tendo em vista o princípio constitucional do estado
de inocência)”. Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reinci-
dência das faltas punidas com advertência e de violação
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita
civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autori- a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90
dade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento (noventa) dias.
desta, a outra autoridade competente para apuração de in- A suspensão é uma sanção administrativa intermediá-
formação concernente à prática de crimes ou improbidade ria, aplicável se as práticas sujeitas a advertência se repe-
de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do tirem ou em caso de infração grave que ainda assim não
exercício de cargo, emprego ou função pública. gere pena de demissão.
37
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1o Será punido com suspensão de até 15 (quin- X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri-
ze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser mônio nacional;
submetido a inspeção médica determinada pela autorida- XI - corrupção;
de competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou fun-
cumprida a determinação. ções públicas;
Trata-se de hipótese específica em que será aplicada Na verdade, são atos de improbidade administrativa, en-
suspensão. tão nem precisariam ser mencionados.
§ 2o Quando houver conveniência para o serviço, a pe-
nalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento Vide comentários aos incisos IX a XVI do art. 117.
ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer
em serviço. Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ile-
Se for inconveniente para a administração pública abrir gal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a
mão do servidor, poderá multá-lo em 50% de seu venci- que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de
mento/remuneração diário pelo número de dias de sus- sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo impror-
pensão. O servidor não poderá se recusar a permanecer rogável de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese
em serviço. de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apura-
ção e regularização imediata, cujo processo administrativo
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspen- disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:
são terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 I - instauração, com a publicação do ato que constituir a
(três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simul-
se o servidor não houver, nesse período, praticado nova in- taneamente indicar a autoria e a materialidade da transgres-
fração disciplinar. são objeto da apuração;
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não II - instrução sumária, que compreende indiciação, de-
surtirá efeitos retroativos. fesa e relatório;
O bom comportamento posterior do servidor faz com III - julgamento.
que o registro de advertência (após 3 anos) ou suspensão § 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-
(após 5 anos) seja apagado de seu registro, o que não sig- -á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade
nifica que o servidor poderá requerer, por exemplo, o pa- pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas
gamento referente aos dias que ficou suspenso. em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entida-
des de vinculação, das datas de ingresso, do horário de
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: trabalho e do correspondente regime jurídico.
I - crime contra a administração pública; § 2o A comissão lavrará, até três dias após a publica-
Artigos 312 a 326 do Código Penal. ção do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão
transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior,
II - abandono de cargo; bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado,
III - inassiduidade habitual; ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de
Deixar totalmente de exercer o cargo ou faltar em ex- cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista
cesso. do processo na repartição, observado o disposto nos arts. 163
e 164.
IV - improbidade administrativa; § 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará rela-
Atos descritos na Lei n° 8.429/92. tório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade
do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos,
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará
repartição; o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autori-
Ausência de discrição no exercício das funções. dade instauradora, para julgamento.
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento
VI - insubordinação grave em serviço; do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão,
Violação grave do dever de obediência hierárquica. aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art. 167.
§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá
salvo em legítima defesa própria ou de outrem; automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.
Ofensa física a servidor ou administrado que não para § 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-
se defender. -fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassa-
ção de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; cargos, empregos ou funções públicas em regime de acu-
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em ra- mulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de
zão do cargo; vinculação serão comunicados.
38
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 7o O prazo para a conclusão do processo adminis- Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço públi-
trativo disciplinar submetido ao rito sumário não excede- co federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo
rá trinta dias, contados da data de publicação do ato que em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII,
constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até X e XI.
quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem. Vide incisos I, IV, VIII, X e XI do artigo 132. Nestes casos,
§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposi- não caberá jamais retorno ao serviço público federal, dian-
ções deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, te da gravidade dos atos praticados.
subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.
O artigo descreve o procedimento em caso de violação Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência
do dever de não acumular cargos ilicitamente. No início, intencional do servidor ao serviço por mais de trinta
o servidor será notificado para se manifestar optando por dias consecutivos.
um cargo. Se ficar omisso ou se recusar fazer a opção, será Conceito de abandono de cargo: ausência intencional
instaurado processo administrativo disciplinar. Nele, o ser- por mais de 30 dias seguidos. Gera pena de demissão.
vidor poderá apresentar defesa no sentido de ser lícita a
cumulação. Mas até o último dia do prazo para defesa o Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a fal-
servidor poderá optar por um caso, caso em que o proce- ta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias,
dimento se converterá em pedido de exoneração do cargo interpoladamente, durante o período de doze meses.
não escolhido, presumindo-se a boa-fé do servidor. Conceito de inassiduidade habitual, que também gera
demissão: ausência por 60 dias num período de 12 meses
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a dispo- de forma injustificada.
nibilidade do inativo que houver praticado, na atividade,
falta punível com a demissão. Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inas-
Supondo que o servidor tenha praticado ato punível siduidade habitual, também será adotado o procedimento
com demissão e, sabendo disso, se demita. Isso não evitará sumário a que se refere o art. 133, observando-se especial-
que sua aposentadoria seja cassada, assim como ele seria mente que:
demitido se no exercício das funções. I - a indicação da materialidade dar-se-á:
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exer- precisa do período de ausência intencional do servidor ao
serviço superior a trinta dias;
cido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos
casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e
dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período
de demissão.
igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata
o período de doze meses;
este artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será
II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará
convertida em destituição de cargo em comissão.
relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabili-
Logo, a destituição do cargo em comissão por quem
dade do servidor, em que resumirá as peças principais dos
não ocupe um cargo efetivo é aplicável quando o comis- autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hi-
sionado aplicar não só os atos sujeitos à pena de demissão, pótese de abandono de cargo, sobre a intencionalidade da
mas também os sujeitos à pena de suspensão. ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o pro-
cesso à autoridade instauradora para julgamento.
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em co- Por indicação de materialidade, entenda-se demons-
missão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, im- tração do fato. É preciso indicar especificamente os dias
plica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao faltados.
erário, sem prejuízo da ação penal cabível. Adota-se o procedimento do art. 133.
Nos casos de demissão e destituição do cargo em co-
missão, os bens ficarão indisponíveis para o ressarcimento Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
do prejuízo sofrido pelo Estado, cabendo ainda ação penal I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das
própria. Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo
Procurador-Geral da República, quando se tratar de demis-
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em são e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servi-
comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incom- dor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
patibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo II - pelas autoridades administrativas de hierarquia
público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso an-
O ex-servidor que tenha se valido do cargo para lograr terior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trin-
proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignida- ta) dias;
de da função pública ou que tenha atuado como procura- III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na for-
dor ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo em ma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos
hipóteses específicas, não poderá ser investido em cargo de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
público federal pelo prazo de 5 anos. IV - pela autoridade que houver feito a nomeação,
quando se tratar de destituição de cargo em comissão.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e re- Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regular-
duzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por mente citado, não apresentar defesa no prazo legal.
escrito. § 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do
§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente. processo e devolverá o prazo para a defesa.
§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou § 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade instau-
que se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os de- radora do processo designará um servidor como defensor
poentes. dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou
de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior
Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a co- ao do indiciado.
missão promoverá o interrogatório do acusado, observa-
dos os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158. Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará re-
§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles latório minucioso, onde resumirá as peças principais dos au-
será ouvido separadamente, e sempre que divergirem em tos e mencionará as provas em que se baseou para formar a
suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será pro- sua convicção.
movida a acareação entre eles. § 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocên-
§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao in- cia ou à responsabilidade do servidor.
terrogatório, bem como à inquirição das testemunhas, § 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a co-
sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, missão indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgre-
facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do dido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.
presidente da comissão.
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comis-
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade são, será remetido à autoridade que determinou a sua ins-
mental do acusado, a comissão proporá à autoridade com- tauração, para julgamento.
petente que ele seja submetido a exame por junta médica O inquérito é uma das fases do processo administrativo
disciplinar, obedecendo às regras descritas nesta seção, des-
oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.
tacando-se as que tratam da produção de provas.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será
processado em auto apartado e apenso ao processo princi-
Seção II
pal, após a expedição do laudo pericial.
Do Julgamento
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será for-
Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do re-
mulada a indiciação do servidor, com a especificação dos
cebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá
fatos a ele imputados e das respectivas provas.
a sua decisão.
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido § 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da
pelo presidente da comissão para apresentar defesa escri- autoridade instauradora do processo, este será encaminhado
ta, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.
processo na repartição. § 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será co- sanções, o julgamento caberá à autoridade competente
mum e de 20 (vinte) dias. para a imposição da pena mais grave.
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo § 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação
dobro, para diligências reputadas indispensáveis. de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às
§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente autoridades de que trata o inciso I do art. 141.
na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da § 4º Reconhecida pela comissão a inocência do servi-
data declarada, em termo próprio, pelo membro da comis- dor, a autoridade instauradora do processo determinará o seu
são que fez a citação, com a assinatura de (2) duas teste- arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos
munhas. autos.
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obri- Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão,
gado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser salvo quando contrário às provas dos autos.
encontrado. Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contra-
riar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, mo-
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e tivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou
não sabido, será citado por edital, publicado no Diário Ofi- isentar o servidor de responsabilidade.
cial da União e em jornal de grande circulação na localidade
do último domicílio conhecido, para apresentar defesa. Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para autoridade que determinou a instauração do processo ou
defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total
do edital. ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de ou-
tra comissão para instauração de novo processo.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nu- Art. 176. A simples alegação de injustiça da pena-
lidade do processo. lidade não constitui fundamento para a revisão, que
§ 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição requer elementos novos, ainda não apreciados no processo
de que trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na forma originário.
do Capítulo IV do Título IV.
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equiva-
autoridade julgadora determinará o registro do fato nos as- lente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao
sentamentos individuais do servidor. dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo
disciplinar.
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade com-
crime, o processo disciplinar será remetido ao Ministério Pú- petente providenciará a constituição de comissão, na forma
blico para instauração da ação penal, ficando trasladado na do art. 149.
repartição.
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo
Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar originário.
só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado volun- Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá
tariamente, após a conclusão do processo e o cumpri- dia e hora para a produção de provas e inquirição das tes-
mento da penalidade, acaso aplicada. temunhas que arrolar.
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o
parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias
demissão, se for o caso. para a conclusão dos trabalhos.
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias: Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão reviso-
I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora ra, no que couber, as normas e procedimentos próprios
da sede de sua repartição, na condição de testemunha, de- da comissão do processo disciplinar.
nunciado ou indiciado;
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que
obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a rea- aplicou a penalidade, nos termos do art. 141.
lização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos. Parágrafo único. O prazo para julgamento será de
Nesta seção, trata-se do julgamento do processo ad- 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, no
ministrativo disciplinar, que não será feito pela comissão, curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar
mas pela autoridade competente para aplicar a sanção. diligências.
Afinal, a comissão apenas indica qual o ato praticado pelo
indiciamento. Se houver mais de um indiciado e as sanções Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada
forem diversas, julga a autoridade de maior nível hierárqui- sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se to-
co. Ex: autoridade que pode aplicar suspensão não pode dos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição
aplicar demissão, de forma que se a um dos indiciados do cargo em comissão, que será convertida em exoneração.
couber demissão será a autoridade que pode aplicar esta Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá
pena que aplicará também a suspensão ao outro indiciado. resultar agravamento de penalidade.
A revisão do processo consiste na possibilidade do
Seção III servidor condenado requerer que sua condenação seja
Da Revisão do Processo revista se surgirem novos fatos ou circunstâncias que jus-
tifiquem sua absolvição ou a aplicação de uma pena mais
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a leve. Poderá ser requerida ao ministro de Estado ou auto-
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzi- ridade de mesma hierarquia e será apensada ao proces-
rem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justifi- so administrativo originário. O julgamento será feito pela
car a inocência do punido ou a inadequação da penali- mesma autoridade que aplicou a pena. Se apurado que
dade aplicada. na verdade a pena deveria ser maior, não cabe agravar a
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desapareci- situação do servidor.
mento do servidor, qualquer pessoa da família poderá re-
querer a revisão do processo.
§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a
revisão será requerida pelo respectivo curador.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
da proporcionalidade como valores que podem ensejar o pode ser delegada, nos termos do parágrafo único. Em que
controle da discricionariedade, enfrentando situações que, pese o teor do dispositivo que poderia dar a entender que
embora com aparência de legalidade, retratam verdadeiro a existência de decretos autônomos é impedida, o próprio
abuso de poder. [...] A exacerbação ilegítima desse tipo de STF já reconheceu decretos autônomos como válidos em
controle reflete ofensa ao princípio republicano da separa- situações excepcionais. Carvalho Filho23, a respeito, afirma
ção dos poderes”22. que somente são decretos e regulamentos que tipicamen-
Há quem diga que, por haver tal liberdade, não exis- te caracterizam o poder regulamentar aqueles que são de
te o dever de motivação, mas isso não está correto: aqui, natureza derivada – o autor admite que existem decretos
mais que nunca, o dever de motivar se faz presente, de- e regulamentos autônomos, mas diz que não são atos do
monstrando que não houve arbítrio na decisão tomada poder regulamentar.
pelo administrador. Basicamente, não é porque o admi- A classificação dos decretos e regulamentos em au-
nistrador tem liberdade para decidir de outra forma que tônomos e de execução é bastante relevante para fins de
o fará sem cometer arbitrariedades e, caso o faça, incidirá controle judicial. Em se tratando de decreto de execução,
em ilicitude. O ato discricionário que ofenda os parâmetros o parâmetro de controle será a lei a qual o decreto está
da razoabilidade é atentatório à lei. Afinal, não obstante a vinculado, ocorrendo mero controle de legalidade como
discricionariedade seja uma prerrogativa da administração, regra – não caberá controle de constitucionalidade por
o seu maior objetivo é o atendimento aos interesses da ações diretas de inconstitucionalidade ou de constitucio-
coletividade. nalidade, mas caberá por arguição de descumprimento de
preceito fundamental – ADPF, cujo caráter é mais amplo
Poder regulamentar e permite o controle sobre atos regulamentares derivados
Em linhas gerais, poder regulamentar é o poder confe- de lei, tal como será cabível mandado de injunção. Em se
rido à administração de elaborar decretos e regulamen- tratando de decreto autônomo, o parâmetro de controle
tos. Percebe-se que o Poder Executivo, nestas situações, sempre será a Constituição Federal, possuindo o decreto a
exerce força normativa, expedindo normas que se reves- mesma posição hierárquica das demais leis infraconstitu-
tem, como qualquer outra, de abstração e generalidade. cionais, ocorrendo genuíno controle de constitucionali-
Quando o Poder Legislativo edita suas leis nem sempre dade no caso concreto, por qualquer das vias.
possibilita que elas sejam executadas. A aplicação prática Outra observação que merece ser feita se refere ao
fica a cargo do Poder Executivo, que irá editar decretos conceito de deslegalização. O fenômeno tem origem na
e regulamentos com capacidade de dar execução às leis França e corresponde à transferência de certas matérias de
editadas pelo Poder Legislativo. Trata-se de prerrogativa caráter estritamente técnico da lei ou ato congênere para
complementar à lei, não podendo em hipótese alguma outras fontes normativas, com autorização do próprio le-
o Executivo alterar o seu conteúdo. Entretanto, poderá o gislador. Na verdade, o legislador efetuará uma espécie de
Executivo criar obrigações subsidiárias, que se impõem delegação, que não será completa e integral, pois ainda
ao administrado ao lado das obrigações primárias fixadas
caberá ao Legislativo elaborar o regramento básico, ocor-
na própria lei.
rendo a transferência estritamente do aspecto técnico (de-
Caso ocorra abuso ao poder regulamentar, caberá ao
nomina-se delegação com parâmetros). Há quem diga
Congresso Nacional sustar o ato: “Art. 49, CF. É da compe-
que nestes casos não há poder regulamentar, mas sim po-
tência exclusiva do Congresso Nacional: [...] V - sustar os
der regulador. É exemplo do que ocorre com as agências
atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do po-
reguladoras, como ANATEL, ANEEL, entre outras.
der regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”.
Segundo entendimento majoritário, tanto os decretos
Poder hierárquico
quanto os regulamentos podem ser autônomos (atos de
natureza originária ou primária) ou de execução (atos de “Hierarquia é o escalonamento em plano vertical dos
natureza derivada ou secundária), embora a essência do órgãos e agentes da Administração que tem como objeti-
poder regulamentar seja composta pelos decretos e regu- vo a organização da função administrativa. E não poderia
lamentos de execução. O regulamento autônomo pode ser ser de outro modo. Tantas são as atividades a cargo da Ad-
editado independentemente da existência de lei anterior, ministração Pública que não se poderia conceber sua nor-
se encontrando no mesmo patamar hierárquico que a lei – mal realização sem a organização, em escalas, dos agentes
por isso, é passível de controle de constitucionalidade. Os e dos órgãos públicos. Em razão desse escalonamento fir-
regulamentos de execução dependem da existência de lei ma-se uma relação jurídica entre os agentes, que se de-
anterior para que possam ser editados e devem obedecer nomina relação hierárquica”24. Nesta relação hierárquica,
aos seus limites, sob pena de ilegalidade – deste modo, se surge para a autoridade superior o poder de comando e
sujeitam a controle de legalidade. para o seu subalterno o dever de obediência.
Nos termos do artigo 84, IV, CF, compete privativa- 23 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
mente ao Presidente da República expedir decretos e re- direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
gulamentos para a fiel execução da lei, atividade que não 2010.
22 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de 24 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
2010. 2010.
45
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Com efeito, poder hierárquico é o poder conferido à Em destaque, coloca-se o conceito que o próprio legis-
administração de fixar campos de competência quanto às lador estabelece no Código Tributário Nacional: “Conside-
figuras que compõem sua estrutura. É um poder de auto- ra-se poder de polícia a atividade da administração pública
-organização. É exercido tanto na distribuição de compe- que, limitando o disciplinando direito, interesse ou liber-
tências entre os órgãos quanto na divisão de deveres entre dade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em ra-
os servidores que o compõem. Se o ato for praticado por zão de interesse público [...]” (art. 78, primeira parte, CTN).
órgão incompetente, é inválido. Da mesma forma, se o for A atividade de polícia é tipicamente administrativa, razão
praticado por servidor que não tinha tal atribuição. pela qual é estudada no ramo do direito administrativo.
Por fim, ressalta-se que do poder hierárquico deriva Vale ressaltar, por fim, um dos principais atributos do
o poder de revisão, consistente no poder das autoridades poder de polícia: a autoexecutoriedade. Neste sentido, a
superiores de revisar os atos praticados por seus subordi- administração não precisa de manifestação do Poder Ju-
nados. diciário para colocar seus atos em prática, efetivando-os.
46
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Polícia judiciária e polícia administrativa discricionariedade (por exemplo, quando o poder público
Uma das mais importantes classificações doutrinárias vai decidir se pode ou não ocorrer pesca num determinado
corresponde à distinção entre polícia administrativa e polí- rio), mas quando já existem os limites o ato se torna vincu-
cia judiciária, assim explanada por Carvalho Filho: “ambos se lado (no mesmo exemplo, não se pode decidir por multar
enquadram no âmbito da função administrativa, vale dizer, um pescador e não multar o outro por pescarem no rio em
representam atividades de gestão de interesses públicos. A que a pesca é proibida, devendo ambos serem multados).
Polícia Administrativa é atividade da Administração que Tal raciocínio é relevante para verificar, num caso concreto,
se exaure em si mesma, ou seja, inicia e se completa no se houve ou não abuso do poder de polícia. Vamos supor
âmbito da função administrativa. O mesmo não ocorre com que a lei fixe os limites para o ato, mas que na prática tais
a Polícia Judiciária, que, embora seja atividade administra- limites tenham sido ignorados: não haverá discricionarieda-
tiva, prepara a atuação da função jurisdicional penal, o de, então.
que a faz regulada pelo Código de Processo Penal (arts. 4º Com efeito, os principais limites do Poder de Polícia são:
ss) e executada por órgãos de segurança (polícia civil ou mi- “- Necessidade – a medida de polícia só deve ser adota-
litar), ao passo que a Polícia Administrativa o é por órgãos da para evitar ameaças reais ou prováveis de perturbações
administrativos de caráter mais fiscalizador. Outra diferen- ao interesse público;
ça reside na circunstância de que a Polícia Administrativa - Proporcionalidade/razoabilidade – é a relação entre
incide basicamente sobre atividades dos indivíduos, en- a limitação ao direito individual e o prejuízo a ser evitado;
quanto a Polícia Judiciária preordena-se ao indivíduo em - Eficácia – a medida deve ser adequada para impedir
si, ou seja, aquele a quem se atribui o cometimento de ilíci- o dano a interesse público. Para ser eficaz a Administração
to penal”27. Além disso, essencialmente, a Polícia Adminis- não precisa recorrer ao Poder Judiciário para executar as
trativa tem caráter preventivo (busca evitar o dano social), suas decisões, é o que se chama de autoexecutoriedade”30.
enquanto que a Polícia Judiciária tem caráter repressivo Importante colocar, como limite, ainda, a necessidade
(busca a punição daquele que causou o dano social). de garantia de contraditório e ampla defesa ao adminis-
Sobre os campos de exercício da polícia administrativa, trado. Neste sentido, a súmula nº 312, STJ: “no processo
considerando que todos os direitos individuais são limita- administrativo para imposição de multa de trânsito, são ne-
dos pelo interesse da coletividade, já se pode deduzir que cessárias as notificações da atuação e da aplicação da pena
o âmbito de atuação do poder de polícia é o mais amplo decorrentes da infração”.
possível. Entre eles, cabe mencionar, polícia sanitária, polícia
ambiental, polícia de trânsito e tráfego, polícia de profissões Deveres da Administração
(OAB, CRM, etc.), polícia de construções, etc. Neste sentido,
será possível atuar tanto por atos normativos (atos genéri- Dever de agir
cos, abstratos e impessoais, como decretos, regulamentos, O administrador possui um poder-dever de agir. Não se
portarias, instruções, resoluções, entre outros) e por atos trata de mero poder, porque priorizam atender ao interesse
concretos (voltados a um indivíduo específico e isolado, da coletividade e, em razão disso, o poder de agir é também
que podem ser determinações, como a multa, ou atos de um dever, que é irrenunciável e obrigatório. Ao adminis-
consentimento, como a concessão ou revogação de licen- trador é vedada a inércia. Logo, poderá ser responsabiliza-
ça ou autorização por alvará). do por omissão ou silêncio, abrindo possibilidade de obter
o ato não realizado: pela via extrajudicial, notadamente ao
Liberdades públicas e poder de polícia exercer o direito de petição; ou por via judicial, por intermé-
Evidentemente, abusos no exercício do poder de po- dio de mandado de segurança, quando ferir direito líquido
lícia não podem ser tolerados. Por mais que todo direito e certo do interessado comprovado de plano, ou por ação
individual seja relativo perante o interesse público, existem de obrigação de fazer.
núcleos mínimos de direitos que devem ser preservados, ATENÇÃO: nem toda omissão do poder público é ilegal.
mesmo no exercício do poder de polícia. Neste sentido, a As denominadas omissões genéricas, que envolvem prer-
faculdade repressiva deve respeitar os direitos do cidadão, rogativas de ação do administrador de caráter geral e sem
as prerrogativas individuais e as liberdades públicas que prazo determinado para atendimento, inseridas em seu po-
são consagrados no texto constitucional. der discricionário, não autorizam a alegação de ilegalidade
Para compreender a questão, interessante suscitar qual por violação do poder-dever de agir. Insere-se aqui a de-
o caráter do poder de polícia, se discricionário ou vinculado. nominada reserva do possível – por óbvio sempre existirão
A doutrina de Meirelles28 e Carvalho Filho29 recomenda que algumas omissões tendo em vista a escassez de recursos
quando o poder de polícia vai ter os seus limites fixados há financeiros. Ex.: deixar de reformar a entrada de um edifício,
não construir um estabelecimento de ensino. São ilegais,
27 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de com efeito, as omissões específicas, que são omissões do
direito administrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- poder público mesmo diante de imposição expressa legal
ris, 2015. e prazo fixado em lei para atendimento. Nestas situações,
28 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo caberá até mesmo responsabilização civil, penal ou admi-
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993. nistrativa do agente omisso.
29 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
direito administrativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- 30 http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/
ris, 2015. direito-administrativo/conceito-de-direito-administrativo
47
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Segundo Carvalho Filho35, “não poderia a lei deixar ao 3) Servir de ferramenta de direito econômico: a lici-
exclusivo critério do administrador a escolha das pessoas tação é uma ferramenta que pode ser empregada para a
a serem contratadas, porque, fácil é prever, essa liberdade intervenção estatal na economia, promovendo o desen-
daria margem a escolhas impróprias, ou mesmo a concertos volvimento e a tecnologia nacionais (tanto é verdade que
escusos entre alguns administradores públicos inescrupulosos empresas nacionais poderão vencer a licitação mesmo que
e particulares, com o que prejudicada, em última análise, seria ofereçam preço até 25% mais caro que empresas estran-
a Administração Pública, gestora dos interesses públicos”. geiras).
Deste modo, Carvalho Filho36 conceitua licitação como “o
procedimento administrativo vinculado por meio do qual os Competência legislativa
entes da Administração Pública e aqueles por ela controlados A União tem competência privativa para legislar so-
selecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários bre normas gerais licitatórias, conforme previsto no texto
interessados, com dois objetivos – a celebração de contrato, constitucional: “Art. 22. Compete privativamente à União
ou a obtenção do melhor trabalho técnico, artístico ou cien- legislar sobre: [...] XXVII - normas gerais de licitação e con-
tífico”. tratação, em todas as modalidades, para as administrações
Destaca-se a natureza de procedimento administrativo, públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Es-
pois apesar da Lei nº 8.666/93 se referir à licitação como ato tados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto
administrativo, não se detecta verdadeiramente ato, que é um no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de
elemento formal que indica uma intenção de agir da admi- economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III”. Por nor-
nistração, mas sim um procedimento, diante do cumprimento mas gerais de licitação e contratação, entendam-se aquelas
de etapas previstas em lei para que se atinja uma meta ou um com capacidade de criar, alterar ou extinguir modalidades,
objetivo. tipos e princípios licitatórios.
Logo, a licitação é um procedimento administrativo que Não significa que os Estados e municípios não possam
tem por finalidade evitar práticas fraudulentas na Administra- legislar sobre licitações, apenas não podem se imiscuir
ção Pública, garantindo a contratação do serviço ou produto nas normas gerais. Os Estados e municípios podem regu-
que melhor atenda às expectativas de custo-benefício para o lamentar questões instrumentais e de interesse local, mas
aparato público. não se trata de competência concorrente. Por isso mesmo,
não podem ampliar os casos de dispensa e inexigibilidade,
Objeto
alterar os limites de valor para cada modalidade de licita-
O objeto da licitação é a aquisição de bens e serviços pela
ção ou reduzir os prazos de publicidade e dos recursos.
Administração Pública, bem como a alienação do patrimônio
dela, conforme a melhor proposta que atenda aos interesses
Destinatários
públicos. Toda licitação que é aberta volta-se especificamente
Além do próprio Poder Público, também são destina-
para isto, permitindo que a Administração desempenhe suas
tários os licitantes interessados em contratar com o Poder
atividades uma vez que dispõe dos bens e serviços necessários
Público e qualquer pessoa interessada em saber sobre os
para tanto.
procedimentos públicos de licitação.
Finalidade/Objetivos Uma vez que o texto constitucional prevê a obrigato-
1) Garantir a competição entre os interessados: todos os riedade da licitação (artigo 37, XXVII, CF), estão obrigados a
concorrentes devem ter igualdade de condições quanto à licitar todos os entes estatais, incluindo-se a administração
possibilidade de contratar com o Poder Público. Trata-se de via direta (e o conjunto de órgãos que a compõem no âmbito
de mão dupla, pois se de um lado os concorrentes terão a ga- do Executivo) e a administração indireta, além do Legisla-
rantia de imparcialidade no processo licitatório, de outro lado tivo e do Judiciário, bem como os órgãos independentes
a Administração conseguirá atrair um contrato mais vantajoso. (Tribunais de Contas, Defensoria Pública e Ministério Públi-
2) Alcançar a melhor proposta para o interesse público: co) e os entes sociais autônomos (paraestatais).
a finalidade da licitação deve ser sempre atender o interesse Os particulares do terceiro setor que celebram com o
público. Afinal, os agentes públicos são meros representantes Estado contratos de convênio são obrigados a licitar para
do Estado e jamais devem agir em prol de seus interesses par- gastar as verbas públicas recebidas, prestando contas nos
ticulares (princípio da impessoalidade), sendo dever a preser- termos da Instrução Normativa nº 01 da Secretaria do Te-
vação e proteção dos interesses públicos. Com efeito, é dever souro Nacional.
do condutor da licitação buscar a proposta mais vantajosa, ATENÇÃO: As empresas públicas e sociedades de eco-
garantindo a igualdade de condições entre os concorren- nomia mista desempenham operações peculiares de nítido
tes, respeitando todos os demais princípios resguardados caráter econômico, que estão vinculadas aos próprios ob-
pela constituição. jetivos da entidade, ou seja, são suas atividades-fim. Ex.:
Caixa Econômica Federal estabelece relações bancárias,
35 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Correios ofertam serviços de postagem. Tais operações
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- com caráter econômico relacionadas à atividade-fim da
ris, 2010. sociedade de economia mista ou da empresa pública não
36 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de se sujeitam às regras de licitação, sendo tratadas conforme
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- as regras comerciais comuns. As regras licitatórias apenas
ris, 2010. incidem quanto às atividades-meio.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, Acompanha-se o entendimento dominante, eis que a
à autoridade superior, para ratificação e publicação na expressão “salvo”, em destaque confere a ideia de restri-
imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição ção.
para a eficácia dos atos.
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilida- Hipóteses de dispensa de licitação
de ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no As hipóteses de dispensa de licitação se concentram
que couber, com os seguintes elementos: no artigo 24 da Lei nº 8.666/93, sendo aplicáveis para ca-
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa sos em que a disputa é, em tese, viável, mas o interesse
que justifique a dispensa, quando for o caso; público é atendido de forma mais adequada se a disputa
II - razão da escolha do fornecedor ou executante; não ocorrer. Trata-se de causa de natureza discricionária,
III - justificativa do preço; pois o administrador decidirá se irá ou não licitar com base
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos em critérios de oportunidade e conveniência – afinal, pode
quais os bens serão alocados. não licitar. São hipóteses taxativas, não podendo o admi-
nistrador ampliar os casos em que a dispensa é permitida.
Em algumas hipóteses de alienação de bens públicos e
em outras hipóteses de contratação é dispensável a licitação
Art. 24. É dispensável a licitação:
(o que parte da doutrina chama de licitação dispensável), da
mesma forma que noutras situações ela nem mesmo é exigi-
da (o que parte da doutrina chama de licitação dispensada). a) Valor baixo
Contudo, caberá ao administrador motivar a sua decisão pela I - para obras e serviços de engenharia de valor até
dispensa ou pela inexigibilidade. 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”,
A não ser no caso de dispensa pelo critério do valor, pre- do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram
vistos no artigo 24, I e II, Lei nº 8.666/93, em que se aceita uma a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para
motivação mais simples e objetiva, em todas outras situações obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que
o administrador deve motivar em detalhes sua decisão, nota- possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
damente inserindo no processo de dispensa e inexigibilidade: II - para outros serviços e compras de valor até 10%
caracterização da situação de emergência ou calamidade em (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do in-
que houve dispensa, se for o caso; motivo daquele fornecedor ciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos pre-
ou executante ter sido escolhido; justificativa do preço que vistos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um
será pago; documento que aprove os projetos de pesquisa mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que
aos quais os bens serão alocados, se for o caso. possa ser realizada de uma só vez;
Não obstante, deve o administrador comunicar a situação § 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput
de dispensa em três dias à autoridade superior, cabendo a deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras,
esta ratifica-la e publicá-la na imprensa oficial em cinco dias, obras e serviços contratados por consórcios públicos, so-
sendo tal publicação condição de eficácia do ato. Também ciedade de economia mista, empresa pública e por au-
existe o dever de adotar este procedimento em caso de re- tarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como
tardamento na execução da obra ou serviço quando existir Agências Executivas.
previsão orçamentária para a execução total.
É a dispensa de licitação se o valor do objeto licitado
Vedação da licitação for muito baixo de modo que a realização da licitação seria
A legislação anterior, qual seja, o Decreto-lei nº mais onerosa do que a aquisição direta do bem ou servi-
2.300/1986, previa a vedação do procedimento de licitação,
ço. Isso ocorre sempre que se referir a bens e serviços em
estabelecendo-se contratação direta, nos casos em que hou-
geral até R$80.000 e a obras e serviços de engenharia até
vesse comprometimento da segurança nacional, mas a disci-
R$150.000.
plina não se repetiu no atual estatuto.
Caso o contratante seja consórcio público, sociedade
Contudo, há posicionamento de que o artigo 7º, §5º da Lei
nº 8.666/1993 traz um caso remanescente de vedação, mas pre- de economia mista, empresa pública ou por autarquia ou
domina o posicionamento de Carvalho Filho40, segundo o qual fundação qualificadas o limite dobra: R$160.000 para bens
não se trata de vedação, mas sim de restrição. Prevê o dispositivo: e serviços em geral e R$300.000 para obras e serviços de
engenharia.
Art. 7º, § 5º. É vedada a realização de licitação cujo objeto Nos termos da Lei nº 11.107/05, que rege normas
inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, caracte- gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras
rísticas e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for providências, para as associações públicas por ela regidas
tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de o limite também é maior do que o fixado na regra geral:
tais materiais e serviços for feito sob o regime de administra- nas associações formadas por até três entes estatais, o li-
ção contratada, previsto e discriminado no ato convocatório. mite é dobrado (R$160.000 para bens e serviços em geral
e R$300.000 para obras e serviços de engenharia); nas as-
40 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de sociações formadas por mais de três entes estatais o limite
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- é triplicado (R$240.000 para bens e serviços em geral e
ris, 2010. R$450.000 para obras e serviços de engenharia).
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Obs.: Em regra, não é permitido fracionar o objeto da Obs.: Licitação deserta é diferente de licitação fracas-
licitação em contratações menores, pois assim o adminis- sada. Na licitação fracassada aparecem candidatos, mas
trador estaria burlando os limites fixados pelo legislador nenhum deles preenche os requisitos e por isso ninguém
e induzindo dispensa ilícita. Contudo, é possível fracionar pode ser contratado. Neste caso a lei não admite a dispen-
caso exista vantagem ao interesse público, mas não caberá sa, cabendo ao administrador repetir a licitação.
a dispensa, cabendo adotar para cada fração a modalidade
de licitação que seria empregada se não houvesse fracio- d) Intervenção no domínio econômico
namento. VI - quando a União tiver que intervir no domínio eco-
nômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;
b) Situações excepcionais
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da É possível intervir no domínio econômico para regula-
ordem; rizar preços e normalizar abastecimento, conforme o artigo
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pú- 173, §4º, CF. Para Carvalho Filho41 apenas a União pode dis-
blica, quando caracterizada urgência de atendimento de pensar licitação neste caso, pois apenas ela pode intervir no
situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a domínio econômico. Aliás, é o que se depreende do próprio
segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e ou- texto.
tros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens
necessários ao atendimento da situação emergencial e) Disparidade de propostas
VII - quando as propostas apresentadas consignarem
ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que
preços manifestamente superiores aos praticados no
possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e
mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixa-
oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da
dos pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, ob-
ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorro-
servado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo
gação dos respectivos contratos; a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou
serviços, por valor não superior ao constante do registro de
Quando se fala em estado de guerra e grave pertur- preços, ou dos serviços;
bação da ordem, pode-se depreender da doutrina que as
dispensas nestes casos são aquelas destinadas ao estado Na hipótese de disparidade de propostas os candidatos
de guerra direta ou indiretamente, bem como as destina- à contratação, geralmente em conluio, fixam preços incom-
das a atender graves perturbações da ordem, como pro- patíveis com as condições de mercado e manifestamente
testos, manifestações e paralisações. superiores a elas; ou então apresentam propostas com va-
O fundamento da urgência é o mesmo para os casos lor tão irrisório que seja impossível dar cumprimento ao
de emergências e calamidades públicas. Contudo, para a contrato. Nestes casos, será possível contratar diretamente,
doutrina, não é possível fundamentar a dispensa em ur- dentro da faixa adequada de preços.
gência se ela decorrer da omissão administrativa – pode A verificação da disparidade de preços, se não houver
até dispensar, porque não é possível deixar a população órgão de registro, deve se dar dentro do próprio processo
a mercê, mas o administrador poderá ser responsabiliza- administrativo. Deverá a administração dar um prazo de 8
do. Nas contratações por emergência e calamidade públi- dias úteis para a apresentação de propostas viáveis (artigo
ca o limite temporal é o necessário ao atendimento das 48, §3º, Lei nº 8.666/93) e, caso não sejam apresentadas,
circunstâncias extraordinárias, pelo prazo máximo de 180 poderá adjudicar diretamente os bens e serviços pelo valor
dias, improrrogável. adequado.
52
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento para adquirir e alienar bens e serviços em preço compatível
institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, com o de mercado. A justificativa é que se tratam de pes-
inclusive na gestão administrativa e financeira necessária soas jurídicas de direito privado. Destaca-se que a contra-
à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam tação apenas por se der com suas subsidiárias e controla-
transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o das que foram criadas pela empresa pública ou sociedade
Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII de economia mista.
deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim espe-
cífico em data anterior à vigência desta Lei, desde que g) Contratação de entidade sem fim lucrativo
o preço contratado seja compatível com o praticado no XIII - na contratação de instituição brasileira incumbi-
mercado. da regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino
§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição
que integre a administração pública estabelecido no inciso dedicada à recuperação social do preso, desde que a con-
VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou en- tratada detenha inquestionável reputação ético-profissio-
tidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no nal e não tenha fins lucrativos;
âmbito da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, confor- XX - na contratação de associação de portadores de
me elencados em ato da direção nacional do SUS. deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada
idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pú-
Se foi criado antes da Lei nº 8.666/93 um órgão público blica, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-
ou entidade do poder público apenas para fornecer bens e -de-obra, desde que o preço contratado seja compatível
prestar serviços à Administração, fazendo-o em respeito ao com o praticado no mercado.
preço praticado no mercado, será possível dispensar a lici- XXIV - para a celebração de contratos de prestação
tação e contratá-lo de forma direta. Se o órgão ou entidade de serviços com as organizações sociais, qualificadas no
ofertar produtos estratégicos no âmbito do SUS, pode ter âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades
sido criado depois da Lei nº 8.666/93 e terá plena validade. contempladas no contrato de gestão.
Há entendimento da doutrina de Carvalho Filho42 no XXX - na contratação de instituição ou organização,
sentido de que apenas se aplica o dispositivo se a dispen- pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a
sa se der entre órgãos do mesmo âmbito federativo, por prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural
exemplo, não seria possível entre a União e uma entidade no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica
estadual; além do que apenas valeria entre pessoas jurídi- e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma
cas de direito público e a entidade ou órgão contratado Agrária, instituído por lei federal.
(excluídas as sociedades de economia mista e empresas XXXIII - na contratação de entidades privadas sem
públicas). fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou ou-
tras tecnologias sociais de acesso à água para consumo
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formu- humano e produção de alimentos, para beneficiar as famí-
lários padronizados de uso da administração, e de edições lias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta re-
técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de gular de água.
informática a pessoa jurídica de direito público interno, por
órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, Em todo os dispositivos apontados, exceto no inciso
criados para esse fim específico; XXX, exige-se a ausência de fins lucrativos. No artigo XXX,
embora se aceite o fim lucrativo, se denota o propósito
Embora também seja um caso de contratação direta da social da contratação, viabilizando a reforma agrária. O
administração pela administração, neste caso dos diários propósito social é essencial nas demais hipóteses, sempre
oficiais, formulários padronizados e edições técnicas não se fazendo presente nas OS e OSCIP, ou na própria causa
existe limite temporal, de modo que o órgão ou entidade militada pela associação, como a questão da recuperação
pode ter sido criado depois da Lei nº 8.666/93. social do preso, da inserção da pessoa com deficiência no
mercado de trabalho ou do acesso à água potável.
XXIII - na contratação realizada por empresa pública Destaca-se que nem toda contratação de entes do ter-
ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e ceiro setor é dispensável. Haverá dispensa principalmente
controladas, para a aquisição ou alienação de bens, presta- para oferecer contratos de gestão, criando uma OS, ou ofe-
ção ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado recer termo de parceria, criando uma OSCIP (inciso XXIV);
seja compatível com o praticado no mercado. bem como em serviços ou projetos em que o ente não tem
fins lucrativos e é especializado na atividade, impondo-se a
Também independentemente de prazo limite, as em- este contratado uma contrapartida, isto é, o poder público
presas públicas e sociedades de economia mista podem não entra apenas com o dinheiro e cria verdadeira parceria.
contratar diretamente com suas subsidiárias e controladas Se a participação estatal for exclusivamente econômica, em
42 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de atividade que mais de uma organização ou associação é
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- especializada, deve se licitar.
ris, 2010.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
p) Navios, embarcações, aeronaves e tropas Obs.: as operações imobiliárias entre entes estatais
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para não exige licitação e é classificada por parte da doutrina
o abastecimento de navios, embarcações, unidades aé- como licitação dispensada (por exemplo, União empresta
reas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em imóvel para que município instale uma UPA – unidade de
estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou pronto-atendimento, ou doa tal imóvel sob a condição de
localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movi- que a UPA seja criada, em verdadeira doação modal; Esta-
mentação operacional ou de adestramento, quando a do compra imóvel de município para instalar sua secretaria
exiguidade dos prazos legais puder comprometer a norma- estadual).
lidade e os propósitos das operações e desde que seu valor
não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do s) Negócios internacionais
art. 23 desta Lei: XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos ter-
mos de acordo internacional específico aprovado pelo
Trata-se de dispensa em caso de necessidade de abas- Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem
tecimento de navios, embarcações, aeronaves e tropas e manifestamente vantajosas para o Poder Público;
de seus meios de deslocamento, quando houver estada
eventual de curto período em portos, aeroportos e ou- Há acordos internacionais que permitem condições
tros locais diversos da sede. O valor não pode exceder a vantajosas para que sejam adquiridos bens e serviços, dis-
R$80.000, pelo texto da lei, mas isso pode ser relativizado pensando-se a licitação nestes casos. Contudo, tal acordo
em uma situação de emergência. internacional deve ter sido regularmente incorporado ao
ordenamento brasileiro, com aprovação do Congresso Na-
q) Materiais de uso militar cional e ratificação, promulgação e publicação pela Presi-
XIX - para as compras de material de uso pelas For- dência da República.
ças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal
e administrativo, quando houver necessidade de manter a t) Pesquisa científica e tecnológica
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico XXI - para a aquisição ou contratação de produto
dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de
comissão instituída por decreto; obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento)
XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do
para atender aos contingentes militares das Forças Sin- art. 23;
gulares brasileiras empregadas em operações de paz § 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do
no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço caput, quando aplicada a obras e serviços de engenharia,
e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo seguirá procedimentos especiais instituídos em regula-
Comandante da Força. mentação específica.
§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do
A dispensa para materiais de uso militar apenas é as- caput do art. 9º à hipótese prevista no inciso XXI do caput.
segurada para insumos militares ou propriamente bélicos. XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do
Neste sentido, bens de consumo, bens comuns e materiais disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de
de escritório deverão ser licitados. dezembro de 2004, observados os princípios gerais de con-
tratação dela constantes.
r) Compra ou locação de imóvel
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao Nos termos do inciso XXI, é dispensável a licitação no
atendimento das finalidades precípuas da administra- caso de aquisição de bens destinados exclusivamente à
ção, cujas necessidades de instalação e localização con- pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos
dicionem a sua escolha, desde que o preço seja compa- pela CAPES, FINEP, CNPq e outras entidades de fomento
tível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; à pesquisa credenciadas pela última, exigindo-se que os
recursos venham das entidades específicas e que os bens
Quando a administração quer comprar ou alugar um sejam adquiridos exclusivamente para pesquisa científica e
imóvel, é preciso se ater às seguintes diretrizes: caso um tecnológica.
determinado bem privado esteja se opondo ao interesse Por motivos óbvios, não se proíbe que o autor do pro-
público, caberá promover a desapropriação; caso a admi- jeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica partici-
nistração possa motivar o interesse sobre um determinado pe, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução
imóvel, embora não exista a oposição ao interesse público, de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles ne-
mas se faça presente a peculiaridade decorrente da loca- cessários. Trata-se de preservação do direito autoral e de
lização ou das características do bem, é possível adquirir garantia de que a pesquisa seja devidamente executada.
de forma direta mediante dispensa de licitação, desde que A dispensa para obras e serviços de engenharias vol-
os preços sejam compatíveis com os de mercado; noutras tados a pesquisa e desenvolvimento se limita ao valor de
situações, deverá obrigatoriamente licitar. R$300.000, seguindo procedimento especial.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
duta, bem como a obrigatoriedade de sua anulação por Assim, segundo os ensinamentos do jurista Celso An-
ilegalidade, neste último caso podendo agir de oficio ou tônio Bandeira de Mello, temos o conceito de contratos
provocado por terceiros, mediante parecer escrito e devi- administrativos:
damente fundamentado.
Revogação segundo Diógenes Gasparini “é o desfazi- “É um tipo de avença travada entre a Administração e
mento da licitação acabada por motivos de conveniência terceiros na qual, por força de lei, de cláusulas pactuadas ou
e oportunidade (interesse público) superveniente – art. 49 do tipo do objeto, a permanência do vínculo e as condições
da lei nº 8.666/93”43. Trata-se de um ato administrativo vin- preestabelecidas assujeitam-se a cambiáveis imposições de
culado, embora assentada em motivos de conveniência e interesse público, ressalvado os interesses patrimoniais do
oportunidade; e ainda, a lei referida, prevê que no caso de contratante privado”.
desfazimento da licitação ficam assegurados o contraditó-
rio e a ampla defesa, garantia essa que é dada somente ao Em outras palavras, temos que contrato administrativo
vencedor, o único com efeitos interesses na permanência é a convenção firmada pela Administração Pública, agindo
desse ato, pois através dele pode chegar a contrato. nesta qualidade, com particulares ou então com outras en-
Hely Lopes Meireles44 conceitua anulação como “é a tidades administrativas mesmo, nos termos pactuados pela
invalidação da licitação ou do julgamento por motivo de contratante (administração pública), de acordo com o inte-
ilegalidade, pode ser feita a qualquer fase e tempo antes da resse coletivo, e sob a esfera do direito público, ficando o
assinatura do contrato, desde que a Administração ou o Ju- particular contratado condicionado a suportar as cláusulas
diciário verifique e aponte a infringência à lei ou ao edital”. impostas pela administração, em razão do atendimento do
Cabe ainda ressaltar que a anulação da licitação acarreta interesse público.
a nulidade do contrato (art. 49, § 2º). No mesmo sentido Não se pode confundir contrato administrativo com
“a anulação poderá ocorrer tanto pela Via Judicante como contrato da administração, visto que nos contratos da ad-
pela Via Administrativa”. ministração, temos o ajuste firmando entre a administração
pública e o particular, entretanto, o poder público não figura
Sanções administrativas utilizando-se de suas prerrogativas, sendo que tal avença é
Em relação ao cumprimento as normas estabelecidas regida pelo direito privado.
pela Lei de Licitações e Contratos Administrativos - Lei
8.666/1993, caso haja alguma irregularidade, comprovação
Características
da prática de atos ilícitos pela parte que causou o dano,
Em razão dos poderes e prerrogativas conferidos a Ad-
além das responsabilidades civis, caberá também aplicação
ministração Pública, fica autorizada a determinar alterações
das responsabilidades administrativas e judiciais.
e modificações nas prestações devidas pelo particular con-
A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o
tratado, em razão das necessidades públicas, e ainda tem o
contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, den-
poder de acompanhar e fiscalizar sistematicamente a execu-
tro do prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o
descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando- ção, podendo impor sanções estipuladas previamente quan-
-o às penalidades legalmente estabelecidas. do irregularidades a ensejarem e a rescindir o contrato de
Isto não se aplica aos licitantes convocados, que não forma unilateral, quando houver legitimo interesse público.
aceitarem a contratação, nas mesmas condições propos- Em suma, temos que os contratos administrativos re-
tas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo velam-se na seguinte dualidade: inicialmente, temos a Ad-
e preço. ministração Pública podendo gozar de todas as suas prer-
Os agentes administrativos que praticarem atos em rogativas e poderes indispensáveis a proteção aos direitos
desacordo com os preceitos definidos pela Lei de Licita- e interesses públicos, e de outro modo, temos que é de
ções e Contratos Administrativos ou visando a frustrar os competência do particular conferir integral garantia aos in-
objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas na teresses privados que ditaram sua participação nos estreitos
lei licitatória e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das limites contratuais.
responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar. Assim, a doutrina administrativa identifica como princi-
pais características pertinentes aos contratos administrativos
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS seu caráter consensual, formais, onerosos, entre outros. En-
Contrato, sejam eles de caráter público ou privado, é a tretanto, merecem maiores esclarecimentos outras caracte-
convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, com rísticas, senão vejamos a seguir.
as respectivas manifestações de vontades, para constituir, Contrato de Adesão: Os contratos administrativos têm
regulamentar ou extinguir entre as partes uma relação ju- a característica de serem típicos contratos de adesão, onde
rídica, sendo certo que para a validade do contrato exige uma das partes (neste caso a Administração Pública) propõe
acordo de vontades, agente capaz, objeto lícito e forma as cláusulas e a outra parte não pode propor alterações, su-
prescrita ou não proibida em lei. pressões ou acréscimo, simplesmente aceita as suas condi-
ções e cláusulas ou não.
43 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. Formalismo: Em regras gerais, todos os contratos ad-
11. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. ministrativos devem ser formais e escritos, sendo que
44 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo todo o contrato deve mencionar obrigatoriamente os no-
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993. mes das partes e seus representantes legais, a finalidade
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
do contrato, o ato administrativo que autorizou a sua ce- - Alteração Unilateral do Contrato: A possibilidade de
lebração, o número do processo de licitação, da possível alteração unilateral do contrato efetuado entre a Adminis-
dispensa ou inexigibilidade de licitação, a sujeição dos tração e o contratado deve sempre ter o objetivo de sua
contratantes às normas específicas da Lei 8.666/93 e as adequação às finalidades do interesse coletivo, devem ain-
cláusulas contratuais. da respeitar os direitos do administrado, principalmente
Fiscalização: A execução do contrato deverá ser acom- o direito ao restabelecimento do equilíbrio econômico-fi-
panhada e fiscalizada por um representante da Administra- nanceiro originalmente estabelecido em contrato.
ção Pública especialmente designado para tal fim, permi- - Aplicação Direta de Sanções: A possibilidade de
tida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo aplicação de sanções administrativas pelo Poder Público,
de informações pertinentes a essa atribuição. quando verificada irregularidades do particular na execu-
O representante da Administração anotará em registro ção do contrato , independe de prévia manifestação do
próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução Poder Judiciário.
do contrato, determinando o que for necessário à regulari- - Possibilidade de Rescisão Unilateral do Contrato: A
zação das faltas ou defeitos por ele observados. possibilidade de rescindir de maneira unilateral o contrato
As decisões e providências que ultrapassarem a com- administrativo se dá diante da supremacia jurídica da ad-
petência do representante deverão ser solicitadas a seus ministração pública perante o particular, tendo em vista
superiores em tempo hábil para a adoção das medidas que o contrato administrativo foi celebrado sob a esfera
convenientes. do direito público.
Pessoalidade: Os contratos administrativos são, em
regra, contratos pessoais, e a execução dos termos con- Do reequilíbrio econômico-financeiro
tratados devem ser cumpridos pelas pessoas (físicas ou ju- A alteração do contrato administrativo se dará visando
rídicas) que se obrigou diante o Poder Público. É imprescin- o restabelecimento da que relação que as partes pactua-
dível a pessoalidade nos contratos administrativos, tendo ram inicialmente entre encargos e remuneração, objeti-
em vista que há celebração após a realização de licitação vando a manutenção do equilíbrio da equação financeira
em que se busca não apenas a proposta mais favorável a inicial na hipótese de sobrevirem fatos supervenientes,
Administração Pública, mais também a selecionar a pessoa
imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculáveis
(física ou jurídica) que ofereça as condições necessárias de
que possam retardar ou impedir a execução do contrato
assegurar a execução do objeto contratado.
em caso de força maior, caso fortuito, fato do príncipe que
configura uma alteração econômica extraordinária e ex-
Vigência
tracontratual.
A extinção do contrato pelo término de seu prazo é a
Entretanto, para que seja possível a identificação de
regra dos ajustes por tempo determinado. Necessário é,
eventual desequilíbrio entre os valores pactuados no con-
portanto, distinguir os contratos que se extinguem pela
trato administrativo e a realidade praticada no mercado
conclusão de seu objeto e os que terminam pela expiração
privado, é importante o acompanhamento e a gestão do
do prazo de sua vigência: nos primeiros, o que se tem em
vista é a obtenção de seu objeto concluído, operando o contrato, bem como a fiscalização sobre a boa execução
prazo como limite de tempo para a entrega da obra, do das cláusulas e obrigações pactuadas.
serviço ou da compra sem sanções contratuais; nos segun- Para tanto é conferida a Administração Pública as
dos o prazo é de eficácia do negócio jurídico contratado, prerrogativas e cláusulas exorbitantes, objetivando sem-
e assim sendo, expirado o prazo, extingue-se o contrato, pre a supremacia do interesse coletivo sobre o interes-
qualquer que seja a fase de execução de seu objeto, como se privado. Quando, durante a gestão e fiscalização do
ocorre na concessão de serviço público, ou na simples lo- cumprimento do contrato administrativo, a Administração
cação de coisa por tempo determinado. Há, portanto, pra- Pública verificar descumprimento de cláusula contratual,
zo de execução e prazo extintivo do contrato. atrasos na execução dos serviços contratados, má execu-
ção de serviços, entre outras situações que possam lesar o
Alterações contratuais interesse público, o Poder Público poderá adotar as provi-
Os contratos administrativos possuem características dencias no sentido de punir a empresa contratada.
peculiares, diferenciando-os dos contratos privados, que é
a existência de cláusulas exorbitantes. Garantia contratual
Tais cláusulas decorrem de lei e conferem a adminis- A garantia contratual não excederá a 5% (cinco por
tração publica prerrogativas especificas de direito público, cento) do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas
são denominadas de “exorbitantes” porque as cláusulas mesmas condições pactuadas contratualmente.
extrapolam aquilo que seria admitido no direito privado. Entretanto, nos casos de obras, serviços e fornecimen-
- Exigência de Garantia: A exigência de que os licitantes tos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica
e contratados prestem garantias, visa assegurar o adequa- e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através
do adimplemento do contrato, ou nas hipóteses de inexe- de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade com-
cução do objeto contratado, facilitar o ressarcimento dos petente, o limite de garantia poderá ser elevado para até
prejuízos sofridos pela Administração Pública. 10% (dez por cento) do valor do contrato.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
A garantia prestada pelo contratado será liberada ou d) Declaração de inidoneidade para licitar ou contra-
restituída após a execução do contrato e, quando em di- tar com a Administração Pública enquanto perdurarem os
nheiro, atualizada monetariamente. Nos casos de contra- motivos determinantes da punição ou até que seja pro-
tos que importem na entrega de bens pela Administração, movida a reabilitação perante a própria autoridade que
dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da ga- aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o
rantia deverá ser acrescido o valor desses bens. contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos re-
sultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada
Extinção do contrato administrativo com base no inciso anterior.
A extinção do contrato administrativo é o término do
vínculo de obrigações assumidas entre a administração pú- LEI Nº 8.666/1993 E SUAS ALTERAÇÕES
blica e o particular contratado. E extinção pode se dar em
razão de da conclusão do objete contratado, ou então do LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993
termino do prazo previsto para a vigência do contrato, ou Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Fe-
ainda a ocorrência de anulação ou rescisão do contrato. deral, institui normas para licitações e contratos da Admi-
- Anulação: A anulação de um contrato administrati- nistração Pública e dá outras providências.
vo segue as regras análogas dos Atos Administrativos, ou O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
seja, um contrato administrativo deve ser anulado quando gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
constatado ilegalidades em sua celebração. A anulação de
contrato administrativo pode ser realizada pelo próprio Po- Capítulo I
der Público, de oficio ou quando provocado, ou então pelo DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Poder Judiciário, mediante prévia provocação e sempre por
motivo de ilegalidade ou ilegitimidade. Seção I
- Rescisão: As causas gerais que ensejam a rescisão de
Dos Princípios
contrato administrativo estão descritas no artigo 78, e seus
incisos da Lei 8.666/93.
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licita-
Há hipóteses em que autorizam a rescisão unilateral
ções e contratos administrativos pertinentes a obras, ser-
pela administração do contrato administrativo, e outras
viços, inclusive de publicidade, compras, alienações e lo-
que ensejam rescisão judicial ou rescisão consensual entre
cações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do
os contratantes, havendo ainda causas de rescisão decor-
Distrito Federal e dos Municípios.
rentes de interesse público superveniente e de força maior
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei,
ou caso fortuito. Para tanto é necessário o estudo das hipó-
além dos órgãos da administração direta, os fundos espe-
teses previstas na Lei 8.666/93.
ciais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas
Sanção administrativa públicas, as sociedades de economia mista e demais en-
- Do Atraso Injustificado: O atraso injustificado na exe- tidades controladas direta ou indiretamente pela União,
cução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora, Estados, Distrito Federal e Municípios.
na forma prevista no instrumento convocatório ou no con-
trato. A aplicação da multa administrativa não impede que Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade,
a Administração Pública promova a rescisão unilateral do compras, alienações, concessões, permissões e locações da
contrato e ainda aplique demais sanções. Administração Pública, quando contratadas com terceiros,
A multa, aplicada após regular processo administrati- serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas
vo, será descontada da garantia do respectivo contratado, as hipóteses previstas nesta Lei.
e caso a multa for de valor superior ao valor da garantia Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se
prestada, além da perda desta garantia em favor da Ad- contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades
ministração, responderá o contratado pela sua diferença, da Administração Pública e particulares, em que haja um
a qual será descontada dos pagamentos eventualmente acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipu-
devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, lação de obrigações recíprocas, seja qual for a denomina-
cobrada judicialmente. ção utilizada.
- Da Inexecução total ou parcial do Contrato: Pela
inexecução total ou parcial do contrato a Administração Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância
poderá, sempre garantida a prévia defesa, aplicar ao con- do princípio constitucional da isonomia, a seleção da pro-
tratado as seguintes sanções: posta mais vantajosa para a administração e a promoção
a) Advertência; do desenvolvimento nacional sustentável e será processada
b) Multa, na forma prevista no instrumento convocató- e julgada em estrita conformidade com os princípios bási-
rio ou no contrato; cos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
c) Suspensão temporária de participação em licitação e igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da
impedimento de contratar com a Administração, por prazo vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento ob-
não superior a 2 (dois) anos; jetivo e dos que lhes são correlatos.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
ções relativas ao fornecimento de bens, locações, realização d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para peque-
de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte nos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de
diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das da- materiais;
tas de suas exigibilidades, salvo quando presentes relevantes e) empreitada integral - quando se contrata um em-
razões de interesse público e mediante prévia justificativa da preendimento em sua integralidade, compreendendo todas
autoridade competente, devidamente publicada. as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob
§ 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao
valores corrigidos por critérios previstos no ato convocató- contratante em condições de entrada em operação, aten-
rio e que lhes preservem o valor. didos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior cujo condições de segurança estrutural e operacional e com as
pagamento será feito junto com o principal, correrá à conta características adequadas às finalidades para que foi con-
das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos tratada;
créditos a que se referem. IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários
§ 3º Observados o disposto no caput, os pagamentos e suficientes, com nível de precisão adequado, para carac-
decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o terizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços
limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos
que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados no estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade
prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
da fatura. empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da
obra e a definição dos métodos e do prazo de execução,
Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem pri- devendo conter os seguintes elementos:
vilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microem- a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a
presas e empresas de pequeno porte na forma da lei. fornecer visão global da obra e identificar todos os seus ele-
mentos constitutivos com clareza;
Seção II
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficiente-
Das Definições
mente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de
reformulação ou de variantes durante as fases de elabora-
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
ção do projeto executivo e de realização das obras e mon-
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recupe-
tagem;
ração ou ampliação, realizada por execução direta ou indi-
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de
reta;
materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determi-
suas especificações que assegurem os melhores resultados
nada utilidade de interesse para a Administração, tais como:
demolição, conserto, instalação, montagem, operação, con- para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo
servação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, para a sua execução;
locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico- d) informações que possibilitem o estudo e a dedução
-profissionais; de métodos construtivos, instalações provisórias e condições
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter compe-
fornecimento de uma só vez ou parceladamente; titivo para a sua execução;
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens e) subsídios para montagem do plano de licitação e
a terceiros; gestão da obra, compreendendo a sua programação, a es-
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aque- tratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros
las cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) dados necessários em cada caso;
vezes o limite estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. f) orçamento detalhado do custo global da obra, fun-
23 desta Lei; damentado em quantitativos de serviços e fornecimentos
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cum- propriamente avaliados;
primento das obrigações assumidas por empresas em licita- X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos neces-
ções e contratos; sários e suficientes à execução completa da obra, de acordo
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e enti- com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Nor-
dades da Administração, pelos próprios meios; mas Técnicas - ABNT;
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade con- XI - Administração Pública - a administração direta e
trata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
a) empreitada por preço global - quando se contrata a Municípios, abrangendo inclusive as entidades com perso-
execução da obra ou do serviço por preço certo e total; nalidade jurídica de direito privado sob controle do poder
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;
execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades XII - Administração - órgão, entidade ou unidade admi-
determinadas; nistrativa pela qual a Administração Pública opera e atua
c) (Vetado). concretamente;
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da § 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção
Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial de recursos financeiros para sua execução, qualquer que
da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municí- seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos
pios, o que for definido nas respectivas leis; (Redação dada executados e explorados sob o regime de concessão, nos
pela Lei nº 8.883, de 1994) termos da legislação específica.
XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do § 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação,
instrumento contratual; de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às
de contrato com a Administração Pública; previsões reais do projeto básico ou executivo.
XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, § 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto in-
criada pela Administração com a função de receber, exami- clua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, carac-
nar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos terísticas e especificações exclusivas, salvo nos casos em
às licitações e ao cadastramento de licitantes. que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o forne-
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos cimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime
manufaturados, produzidos no território nacional de acordo de administração contratada, previsto e discriminado no
com o processo produtivo básico ou com as regras de origem ato convocatório.
estabelecidas pelo Poder Executivo federal; § 6º A infringência do disposto neste artigo implica a
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nulidade dos atos ou contratos realizados e a responsabili-
nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; dade de quem lhes tenha dado causa.
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação § 7º Não será ainda computado como valor da obra ou
estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e serviço, para fins de julgamento das propostas de preços, a
comunicação cuja descontinuidade provoque dano significativo atualização monetária das obrigações de pagamento, des-
à administração pública e que envolvam pelo menos um dos de a data final de cada período de aferição até a do respec-
seguintes requisitos relacionados às informações críticas: dispo- tivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios
nibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade. estabelecidos obrigatoriamente no ato convocatório.
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, § 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administra-
insumos, serviços e obras necessários para atividade de pes- ção Pública os quantitativos das obras e preços unitários de
quisa científica e tecnológica, desenvolvimento de tecnolo- determinada obra executada.
gia ou inovação tecnológica, discriminados em projeto de § 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no que
pesquisa aprovado pela instituição contratante. couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de lici-
tação.
Seção III
Das Obras e Serviços Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve pro-
gramar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos
Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a atual e final e considerados os prazos de sua execução.
prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado
em particular, à seguinte sequência: da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se exis-
I - projeto básico; tente previsão orçamentária para sua execução total, salvo
II - projeto executivo; insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem
III - execução das obras e serviços. técnica, justificados em despacho circunstanciado da auto-
§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamen- ridade a que se refere o art. 26 desta Lei.
te precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade
competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente,
exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvol- da licitação ou da execução de obra ou serviço e do forneci-
vido concomitantemente com a execução das obras e ser- mento de bens a eles necessários:
viços, desde que também autorizado pela Administração. I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licita- ou jurídica;
dos quando: II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade com- pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o
petente e disponível para exame dos interessados em parti- autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou deten-
cipar do processo licitatório; tor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a
II - existir orçamento detalhado em planilhas que ex- voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;
pressem a composição de todos os seus custos unitários; III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contra-
III - houver previsão de recursos orçamentários que as- tante ou responsável pela licitação.
segurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras § 1º É permitida a participação do autor do projeto ou
ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na lici-
curso, de acordo com o respectivo cronograma; tação de obra ou serviço, ou na execução, como consul-
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas tor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou
metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração
165 da Constituição Federal, quando for o caso. interessada.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 5º O sistema de controle originado no quadro geral g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o
de preços, quando possível, deverá ser informatizado. art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante
§ 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública
preço constante do quadro geral em razão de incompatibi- em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;
lidade desse com o preço vigente no mercado. h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces-
§ 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda: são de direito real de uso, locação ou permissão de uso de
I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de
indicação de marca; até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e in-
II - a definição das unidades e das quantidades a serem seridos no âmbito de programas de regularização fundiária
adquiridas em função do consumo e utilização prováveis, de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante administração pública;
adequadas técnicas quantitativas de estimação; i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita
III - as condições de guarda e armazenamento que não ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia
permitam a deterioração do material. Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze)
§ 8º O recebimento de material de valor superior ao módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para
limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos le-
de convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no mí- gais;
nimo, 3 (três) membros. II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de
licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de
de divulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo aces- interesse social, após avaliação de sua oportunidade e con-
so público, à relação de todas as compras feitas pela Admi- veniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra
nistração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identi- forma de alienação;
ficação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou
adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operação, entidades da Administração Pública;
podendo ser aglutinadas por itens as compras feitas com dis- c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa,
pensa e inexigibilidade de licitação. observada a legislação específica;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do e) venda de bens produzidos ou comercializados por ór-
art. 24. gãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de
suas finalidades;
Seção VI f) venda de materiais e equipamentos para outros ór-
Das Alienações gãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização
previsível por quem deles dispõe.
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, § 1º Os imóveis doados com base na alínea «b» do in-
subordinada à existência de interesse público devidamente ciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a
justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às se- sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica
guintes normas: doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa § 2º A Administração também poderá conceder título
para órgãos da administração direta e entidades autárqui- de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dis-
cas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades pa- pensada licitação, quando o uso destinar-se:
raestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública,
modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes qualquer que seja a localização do imóvel;
casos: II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento
a) dação em pagamento; ou ato normativo do órgão competente, haja implementado
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica
ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de e exploração direta sobre área rural situada na Amazônia
governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; Legal, superior a 1 (um) módulo fiscal e limitada a 15 (quin-
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos ze) módulos fiscais, desde que não exceda 1.500ha (mil e
constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; quinhentos hectares);
d) investidura; § 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispen-
e) venda a outro órgão ou entidade da administração sadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos
pública, de qualquer esfera de governo; seguintes condicionamentos:
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão I - aplicação exclusivamente às áreas em que a deten-
de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens ção por particular seja comprovadamente anterior a 1o de
imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente dezembro de 2004;
utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de re- II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do
gularização fundiária de interesse social desenvolvidos por regime legal e administrativo da destinação e da regulariza-
órgãos ou entidades da administração pública; ção fundiária de terras públicas;
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
III - vedação de concessões para hipóteses de exploração I - avaliação dos bens alienáveis;
não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de II - comprovação da necessidade ou utilidade da alie-
terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de nação;
zoneamento ecológico-econômico; e III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalida-
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dis- de de concorrência ou leilão.
pensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou
necessidade pública ou interesse social. Capítulo II
§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: Da Licitação
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não su-
jeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua explo- Seção I
ração mediante atividades agropecuárias; Das Modalidades, Limites e Dispensa
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais,
desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se
dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; situar a repartição interessada, salvo por motivo de interesse
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área de- público, devidamente justificado.
corrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a
deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. habilitação de interessados residentes ou sediados em outros
IV – (VETADO) locais.
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei:
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das
área remanescente ou resultante de obra pública, área esta concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos
que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca leilões, embora realizados no local da repartição interessa-
inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a da, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo,
50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a” por uma vez:
do inciso II do art. 23 desta lei; I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de lici-
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, tação feita por órgão ou entidade da Administração Pública
na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins re- Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas par-
sidenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas cial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por
hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase instituições federais;
de operação dessas unidades e não integrem a categoria de II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal
bens reversíveis ao final da concessão. quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por ór-
§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu ins- gão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Mu-
trumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o pra- nicipal, ou do Distrito Federal;
zo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de III - em jornal diário de grande circulação no Estado e
nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de também, se houver, em jornal de circulação no Município ou
interesse público devidamente justificado; na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, for-
§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o dona- necido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Admi-
tário necessite oferecer o imóvel em garantia de financia- nistração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros
mento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão meios de divulgação para ampliar a área de competição.
garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do § 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em
doador. que os interessados poderão ler e obter o texto integral do
§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou edital e todas as informações sobre a licitação.
globalmente, em quantia não superior ao limite previsto § 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas
no art. 23, inciso II, alínea «b» desta Lei, a Administração ou da realização do evento será:
poderá permitir o leilão. I - quarenta e cinco dias para:
§ 7º (VETADO). a) concurso;
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado con-
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, templar o regime de empreitada integral ou quando a licita-
a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhi- ção for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”;
mento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da II - trinta dias para:
avaliação. a) concorrência, nos casos não especificados na alínea
Parágrafo único. (Revogado) “b” do inciso anterior;
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “me-
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja lhor técnica” ou “técnica e preço”;
aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não
dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da au- especificados na alínea “b” do inciso anterior, ou leilão;
toridade competente, observadas as seguintes regras: IV - cinco dias úteis para convite.
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§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior se- § 8º É vedada a criação de outras modalidades de lici-
rão contados a partir da última publicação do edital resu- tação ou a combinação das referidas neste artigo.
mido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva dis- § 9º Na hipótese do parágrafo 2º deste artigo, a admi-
ponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, nistração somente poderá exigir do licitante não cadastra-
prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. do os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que compro-
§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação vem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos
pela mesma forma que se deu o texto original, reabrin- termos do edital.
do-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando,
inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os
das propostas. incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em fun-
ção dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado
Art. 22. São modalidades de licitação: da contratação:
I - concorrência; I - para obras e serviços de engenharia:
II - tomada de preços; a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil
III - convite; reais);
IV - concurso; b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e
V - leilão. quinhentos mil reais);
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação quinhentos mil reais);
preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de II - para compras e serviços não referidos no inciso an-
qualificação exigidos no edital para execução de seu ob- terior:
jeto. a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação en- b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e
tre interessados devidamente cadastrados ou que atende- cinquenta mil reais);
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e
rem a todas as condições exigidas para cadastramento até
cinquenta mil reais).
o terceiro dia anterior à data do recebimento das propos-
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Ad-
tas, observada a necessária qualificação.
ministração serão divididas em tantas parcelas quantas se
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre inte-
comprovarem técnica e economicamente viáveis, proce-
ressados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados
dendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamen-
ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3
to dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da
(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local competitividade sem perda da economia de escala.
apropriado, cópia do instrumento convocatório e o esten- § 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de
derá aos demais cadastrados na correspondente especia- bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada
lidade que manifestarem seu interesse com antecedência etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra,
de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das pro- há de corresponder licitação distinta, preservada a moda-
postas. lidade pertinente para a execução do objeto em licitação.
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quais- § 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível,
quer interessados para escolha de trabalho técnico, cientí- qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra
fico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou re- ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art.
muneração aos vencedores, conforme critérios constantes 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licita-
de edital publicado na imprensa oficial com antecedência ções internacionais, admitindo-se neste último caso, obser-
mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. vados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de
interessados para a venda de bens móveis inservíveis para fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor
a administração ou de produtos legalmente apreendidos do bem ou serviço no País.
ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis pre- § 4º Nos casos em que couber convite, a Administração
vista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a
superior ao valor da avaliação. concorrência.
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na § 5º É vedada a utilização da modalidade «convite» ou
praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo «tomada de preços», conforme o caso, para parcelas de
convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços
obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, da mesma natureza e no mesmo local que possam ser rea-
enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas lizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o so-
licitações. matório de seus valores caracterizar o caso de «tomada de
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto preços» ou «concorrência», respectivamente, nos termos
desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do deste artigo, exceto para as parcelas de natureza especí-
número mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, fica que possam ser executadas por pessoas ou empresas
essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou
no processo, sob pena de repetição do convite. serviço.
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II - para a contratação de serviços técnicos enumerados IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades
no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;
ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibili- V - decreto de autorização, em se tratando de empresa
dade para serviços de publicidade e divulgação; ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato
III - para contratação de profissional de qualquer setor de registro ou autorização para funcionamento expedido
artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opi-
nião pública. Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e
§ 1º Considera-se de notória especialização o profis- trabalhista, conforme o caso, consistirá em:
sional ou empresa cujo conceito no campo de sua espe- I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
cialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);
experiências, publicações, organização, aparelhamento, II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes esta-
equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com dual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede
suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essen- do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatí-
cial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação vel com o objeto contratual;
do objeto do contrato. III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal,
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou
de dispensa, se comprovado superfaturamento, respon- outra equivalente, na forma da lei;
dem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social
o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), de-
responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. monstrando situação regular no cumprimento dos encargos
sociais instituídos por lei.
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 V – prova de inexistência de débitos inadimplidos peran-
e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexi- te a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de cer-
gibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, tidão negativa, nos termos doTítulo VII-A da Consolidação
e o retardamento previsto no final do parágrafo único do das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de
art. 8º desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) 1º de maio de 1943.
dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na
imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica
para a eficácia dos atos. limitar-se-á a:
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibili- I - registro ou inscrição na entidade profissional com-
dade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruí- petente;
do, no que couber, com os seguintes elementos: II - comprovação de aptidão para desempenho de ativi-
I - caracterização da situação emergencial ou calamito- dade pertinente e compatível em características, quantida-
sa que justifique a dispensa, quando for o caso; des e prazos com o objeto da licitação, e indicação das insta-
II - razão da escolha do fornecedor ou executante; lações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados
III - justificativa do preço. e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa como da qualificação de cada um dos membros da equipe
aos quais os bens serão alocados. técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que
Seção II recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou
Da Habilitação conhecimento de todas as informações e das condições lo-
cais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei
interessados, exclusivamente, documentação relativa a: especial, quando for o caso.
I - habilitação jurídica; § 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do
II - qualificação técnica; «caput» deste artigo, no caso das licitações pertinentes a
III - qualificação econômico-financeira; obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por
IV – regularidade fiscal e trabalhista; pessoas jurídicas de direito público ou privado, devida-
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º mente registrados nas entidades profissionais competen-
da Constituição Federal. tes, limitadas as exigências a:
I - capacitação técnico-profissional: comprovação do li-
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, citante de possuir em seu quadro permanente, na data pre-
conforme o caso, consistirá em: vista para entrega da proposta, profissional de nível superior
I - cédula de identidade; ou outro devidamente reconhecido pela entidade compe-
II - registro comercial, no caso de empresa individual; tente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, execução de obra ou serviço de características semelhantes,
devidamente registrado, em se tratando de sociedades co- limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior rele-
merciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado vância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas
de documentos de eleição de seus administradores; as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
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III - ato de designação da comissão de licitação, do V - se há projeto executivo disponível na data da publi-
leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo cação do edital de licitação e o local onde possa ser exami-
convite; nado e adquirido;
IV - original das propostas e dos documentos que as ins- VI - condições para participação na licitação, em confor-
truírem; midade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresen-
V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julga- tação das propostas;
dora; VII - critério para julgamento, com disposições claras e
VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a lici- parâmetros objetivos;
tação, dispensa ou inexigibilidade; VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua comunicação à distância em que serão fornecidos elemen-
homologação; tos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitan- condições para atendimento das obrigações necessárias ao
tes e respectivas manifestações e decisões; cumprimento de seu objeto;
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, IX - condições equivalentes de pagamento entre empre-
quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente; sas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações interna-
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, con- cionais;
forme o caso; X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e glo-
XI - outros comprovantes de publicações; bal, conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos
XII - demais documentos relativos à licitação. e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem ou faixas de variação em relação a preços de referência, res-
como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem salvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48;
ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria ju- XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação
rídica da Administração. efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices
específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresen-
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação tação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se
ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas referir, até a data do adimplemento de cada parcela;
for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, XII - (Vetado).
inciso I, alínea “c” desta Lei, o processo licitatório será inicia- XIII - limites para pagamento de instalação e mobiliza-
do, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida
ção para execução de obras ou serviços que serão obrigato-
pela autoridade responsável com antecedência mínima de
riamente previstos em separado das demais parcelas, etapas
15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do
ou tarefas;
edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez)
XIV - condições de pagamento, prevendo:
dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, con-
para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito
tado a partir da data final do período de adimplemento de
a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos
cada parcela;
os interessados.
b) cronograma de desembolso máximo por período, em
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-
-se licitações simultâneas aquelas com objetos similares e conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros;
com realização prevista para intervalos não superiores a c) critério de atualização financeira dos valores a serem
trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, também pagos, desde a data final do período de adimplemento de
com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data cada parcela até a data do efetivo pagamento;
anterior a cento e vinte dias após o término do contrato re- d) compensações financeiras e penalizações, por even-
sultante da licitação antecedente. tuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pa-
gamentos;
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de e) exigência de seguros, quando for o caso;
ordem em série anual, o nome da repartição interessada e XV - instruções e normas para os recursos previstos nes-
de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da ta Lei;
licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
dia e hora para recebimento da documentação e proposta, XVII - outras indicações específicas ou peculiares da li-
bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, citação.
obrigatoriamente, o seguinte: § 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expe-
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou dir, permanecendo no processo de licitação, e dele extrain-
retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta do-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e
Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da fornecimento aos interessados.
licitação; § 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte
III - sanções para o caso de inadimplemento; integrante:
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o pro- I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas
jeto básico; partes, desenhos, especificações e outros complementos;
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II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estran-
preços unitários; geiro.
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Adminis- § 4º Para fins de julgamento da licitação, as propos-
tração e o licitante vencedor; tas apresentadas por licitantes estrangeiros serão acresci-
IV - as especificações complementares e as normas de das dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que
execução pertinentes à licitação. oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à
§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se operação final de venda.
como adimplemento da obrigação contratual a prestação § 5º Para a realização de obras, prestação de serviços
do serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou de ou aquisição de bens com recursos provenientes de finan-
parcela destes, bem como qualquer outro evento contra- ciamento ou doação oriundos de agência oficial de coope-
tual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de docu- ração estrangeira ou organismo financeiro multilateral de
mento de cobrança. que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respecti-
§ 4º Nas compras para entrega imediata, assim enten- va licitação, as condições decorrentes de acordos, protoco-
didas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data los, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo
prevista para apresentação da proposta, poderão ser dis- Congresso Nacional, bem como as normas e procedimen-
pensadas: tos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de se-
I - o disposto no inciso XI deste artigo; leção da proposta mais vantajosa para a administração, o
II - a atualização financeira a que se refere a alínea “c” qual poderá contemplar, além do preço, outros fatores de
do inciso XIV deste artigo, correspondente ao período com- avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção do
preendido entre as datas do adimplemento e a prevista para financiamento ou da doação, e que também não conflitem
o pagamento, desde que não superior a quinze dias. com o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de
despacho motivado do órgão executor do contrato, des-
Art. 41. A Administração não pode descumprir as nor- pacho esse ratificado pela autoridade imediatamente su-
mas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vin- perior.
culada. § 6º As cotações de todos os licitantes serão para en-
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar trega no mesmo local de destino.
edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei,
devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes Art. 43. A licitação será processada e julgada com ob-
da data fixada para a abertura dos envelopes de habilita- servância dos seguintes procedimentos:
ção, devendo a Administração julgar e responder à impug- I - abertura dos envelopes contendo a documentação re-
nação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade lativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;
prevista no § 1o do art. 113. II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edi- inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que
tal de licitação perante a administração o licitante que não não tenha havido recurso ou após sua denegação;
o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos
envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo
envelopes com as propostas em convite, tomada de preços sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência ex-
ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irre- pressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
gularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal IV - verificação da conformidade de cada proposta com
comunicação não terá efeito de recurso. os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços cor-
§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitan- rentes no mercado ou fixados por órgão oficial competente,
te não o impedirá de participar do processo licitatório até o ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços,
trânsito em julgado da decisão a ela pertinente. os quais deverão ser devidamente registrados na ata de jul-
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do gamento, promovendo-se a desclassificação das propostas
seu direito de participar das fases subsequentes. desconformes ou incompatíveis;
V - julgamento e classificação das propostas de acordo
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o com os critérios de avaliação constantes do edital;
edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária VI - deliberação da autoridade competente quanto à ho-
e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos mologação e adjudicação do objeto da licitação.
competentes. § 1º A abertura dos envelopes contendo a documenta-
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro co- ção para habilitação e as propostas será realizada sempre
tar preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fa- em ato público previamente designado, do qual se lavrará
zer o licitante brasileiro. ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventual- pela Comissão.
mente contratado em virtude da licitação de que trata o § 2º Todos os documentos e propostas serão rubrica-
parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à dos pelos licitantes presentes e pela Comissão.
taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior § 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior, em
à data do efetivo pagamento. qualquer fase da licitação, a promoção de diligência desti-
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro nada a esclarecer ou a complementar a instrução do pro-
74
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
cesso, vedada a inclusão posterior de documento ou infor- público, para o qual todos os licitantes serão convocados,
mação que deveria constar originariamente da proposta. vedado qualquer outro processo.
§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, § 3º No caso da licitação do tipo «menor preço», en-
no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços tre os licitantes considerados qualificados a classificação se
e ao convite. dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevale-
§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorren- cendo, no caso de empate, exclusivamente o critério pre-
tes (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe visto no parágrafo anterior.
desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação, § 4º Para contratação de bens e serviços de informá-
salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos tica, a administração observará o disposto no art. 3o da
após o julgamento. Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta
§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de os fatores especificados em seu parágrafo 2o e adotan-
proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato super- do obrigatoriamente o tipo de licitação «técnica e preço»,
veniente e aceito pela Comissão. permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos
indicados em decreto do Poder Executivo.
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão leva- § 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação
rá em consideração os critérios objetivos definidos no edital não previstos neste artigo.
ou convite, os quais não devem contrariar as normas e prin- § 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão sele-
cípios estabelecidos por esta Lei. cionadas tantas propostas quantas necessárias até que se
§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, cri- atinja a quantidade demandada na licitação.
tério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que
possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igual- Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “téc-
dade entre os licitantes. nica e preço” serão utilizados exclusivamente para serviços
§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem de natureza predominantemente intelectual, em especial na
não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamen- elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e
tos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vanta- gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em
gem baseada nas ofertas dos demais licitantes. particular, para a elaboração de estudos técnicos prelimina-
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços res e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no
global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, § 4o do artigo anterior.
incompatíveis com os preços dos insumos e salários de § 1º Nas licitações do tipo «melhor técnica» será ado-
mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o tado o seguinte procedimento claramente explicitado no
ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limi- instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo
tes mínimos, exceto quando se referirem a materiais e ins- que a Administração se propõe a pagar:
talações de propriedade do próprio licitante, para os quais I - serão abertos os envelopes contendo as propostas téc-
ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. nicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se tam- e feita então a avaliação e classificação destas propostas de
bém às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto
ou importações de qualquer natureza. licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento
convocatório e que considerem a capacitação e a experiência
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, de- do proponente, a qualidade técnica da proposta, compreen-
vendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo con- dendo metodologia, organização, tecnologias e recursos ma-
vite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, teriais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das
os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;
de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proce-
maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos der-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes
órgãos de controle. que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de instrumento convocatório e à negociação das condições pro-
licitação, exceto na modalidade concurso: postas, com a proponente melhor classificada, com base nos
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da orçamentos detalhados apresentados e respectivos preços
proposta mais vantajosa para a Administração determinar unitários e tendo como referência o limite representado pela
que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram a
acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar valorização mínima;
o menor preço; III - no caso de impasse na negociação anterior, proce-
II - a de melhor técnica; dimento idêntico será adotado, sucessivamente, com os de-
III - a de técnica e preço. mais proponentes, pela ordem de classificação, até a conse-
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação cução de acordo para a contratação;
de bens ou concessão de direito real de uso. IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, aos licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou
e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a que não obtiverem a valorização mínima estabelecida para
classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato a proposta técnica.
75
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º Nas licitações do tipo «técnica e preço» será ado- § 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo
tado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o anterior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oi-
seguinte procedimento claramente explicitado no instru- tenta por cento) do menor valor a que se referem as alíneas
mento convocatório: «a» e «b», será exigida, para a assinatura do contrato, pres-
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas tação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas
de preços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o valor resultante
no instrumento convocatório; do parágrafo anterior e o valor da correspondente proposta.
II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou
com a média ponderada das valorizações das propostas téc- todas as propostas forem desclassificadas, a administração
nicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para
instrumento convocatório. a apresentação de nova documentação ou de outras pro-
§ 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos postas escoimadas das causas referidas neste artigo, facul-
tada, no caso de convite, a redução deste prazo para três
neste artigo poderão ser adotados, por autorização expres-
dias úteis.
sa e mediante justificativa circunstanciada da maior auto-
ridade da Administração promotora constante do ato con- Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do
vocatório, para fornecimento de bens e execução de obras procedimento somente poderá revogar a licitação por razões
ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente de interesse público decorrente de fato superveniente devida-
dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e de mente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal
domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por
reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pre- provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devida-
tendido admitir soluções alternativas e variações de execu- mente fundamentado.
ção, com repercussões significativas sobre sua qualidade, § 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo
produtividade, rendimento e durabilidade concretamente de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o
mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente § 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do
fixados no ato convocatório. contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art.
§ 4º (Vetado). 59 desta Lei.
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório,
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e servi- fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.
ços, quando for adotada a modalidade de execução de em- § 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se
aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade
preitada por preço global, a Administração deverá fornecer
de licitação.
obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos e
informações necessários para que os licitantes possam ela- Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato
borar suas propostas de preços com total e completo conhe- com preterição da ordem de classificação das propostas ou
cimento do objeto da licitação. com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena
de nulidade.
Art. 48. Serão desclassificadas:
I - as propostas que não atendam às exigências do ato Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro
convocatório da licitação; cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas
II - propostas com valor global superior ao limite esta- serão processadas e julgadas por comissão permanente ou es-
belecido ou com preços manifestamente inexequíveis, assim pecial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2
considerados aqueles que não venham a ter demonstrada (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros
sua viabilidade através de documentação que comprove que permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela
os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e licitação.
que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a § 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, excep-
execução do objeto do contrato, condições estas necessaria- cionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em
mente especificadas no ato convocatório da licitação. (Reda- face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substi-
ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994) tuída por servidor formalmente designado pela autoridade
competente.
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste ar-
§ 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de ins-
tigo consideram-se manifestamente inexequíveis, no caso
crição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento,
de licitações de menor preço para obras e serviços de en- será integrada por profissionais legalmente habilitados no
genharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.
(setenta por cento) do menor dos seguintes valores: § 3º Os membros das Comissões de licitação respon-
a) média aritmética dos valores das propostas superiores derão solidariamente por todos os atos praticados pela
a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela adminis- Comissão, salvo se posição individual divergente estiver de-
tração, ou vidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na
b) valor orçado pela administração. reunião em que tiver sido tomada a decisão.
76
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 4º A investidura dos membros das Comissões perma- Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as
nentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução que estabeleçam:
da totalidade de seus membros para a mesma comissão no I - o objeto e seus elementos característicos;
período subsequente. II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por III - o preço e as condições de pagamento, os critérios,
uma comissão especial integrada por pessoas de reputa- data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os
ção ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em critérios de atualização monetária entre a data do adimple-
exame, servidores públicos ou não. mento das obrigações e a do efetivo pagamento;
IV - os prazos de início de etapas de execução, de con-
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 clusão, de entrega, de observação e de recebimento definiti-
desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser vo, conforme o caso;
obtido pelos interessados no local indicado no edital. V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indica-
§ 1ºO regulamento deverá indicar: ção da classificação funcional programática e da categoria
I - a qualificação exigida dos participantes; econômica;
II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho; VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena
III - as condições de realização do concurso e os prêmios execução, quando exigidas;
a serem concedidos. VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as pe-
§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá au- nalidades cabíveis e os valores das multas;
torizar a Administração a executá-lo quando julgar conve- VIII - os casos de rescisão;
niente. IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em
caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou X - as condições de importação, a data e a taxa de câm-
a servidor designado pela Administração, procedendo-se na bio para conversão, quando for o caso;
forma da legislação pertinente. XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a
§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avalia- dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante
vencedor;
do pela Administração para fixação do preço mínimo de
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e es-
arrematação.
pecialmente aos casos omissos;
§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda
percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco
a execução do contrato, em compatibilidade com as obriga-
por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no
ções por ele assumidas, todas as condições de habilitação e
local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante,
qualificação exigidas na licitação.
o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo es- § 1º (Vetado).
tipulado no edital de convocação, sob pena de perder em § 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pú-
favor da Administração o valor já recolhido. blica com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas do-
§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela miciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente
à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. cláusula que declare competente o foro da sede da Admi-
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, nistração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o
principalmente no município em que se realizará. disposto no § 6o do art. 32 desta Lei.
§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de
Capítulo III contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da ar-
DOS CONTRATOS recadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou
Município, as características e os valores pagos, segundo
Seção I o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de
Disposições Preliminares 1964.
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada
Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de di- caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, po-
reito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princí- derá ser exigida prestação de garantia nas contratações de
pios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito obras, serviços e compras.
privado. § 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e modalidades de garantia:
precisão as condições para sua execução, expressas em I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública,
cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsa- devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, me-
bilidades das partes, em conformidade com os termos da diante registro em sistema centralizado de liquidação e de
licitação e da proposta a que se vinculam. custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de ine- pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Mi-
xigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato nistério da Fazenda;
que os autorizou e da respectiva proposta. II - seguro-garantia;
III - fiança bancária.
77
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Ad-
excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu ministração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de
valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalva- que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na
do o previsto no parágrafo 3o deste artigo. execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais apli-
§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande cáveis aos responsáveis.
vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos finan- § 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada
ceiros consideráveis, demonstrados através de parecer tec- por escrito e previamente autorizada pela autoridade com-
nicamente aprovado pela autoridade competente, o limite petente para celebrar o contrato.
de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser ele- § 3º É vedado o contrato com prazo de vigência inde-
vado para até dez por cento do valor do contrato. terminado.
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada § 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e
ou restituída após a execução do contrato e, quando em mediante autorização da autoridade superior, o prazo de
dinheiro, atualizada monetariamente. que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser pror-
§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega rogado por até doze meses.
de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará
depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o va- Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos
lor desses bens. instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a
eles, a prerrogativa de:
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequa-
ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamen- ção às finalidades de interesse público, respeitados os direi-
tários, exceto quanto aos relativos: tos do contratado;
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados
nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais pode- no inciso I do art. 79 desta Lei;
rão ser prorrogados se houver interesse da Administração e III - fiscalizar-lhes a execução;
desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório; IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou
II - à prestação de serviços a serem executados de for- parcial do ajuste;
ma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoria-
mente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao
iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços
objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar
e condições mais vantajosas para a administração, limitada
apuração administrativa de faltas contratuais pelo contra-
a sessenta meses;
tado, bem como na hipótese de rescisão do contrato admi-
III - (Vetado).
nistrativo.
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de pro-
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias
gramas de informática, podendo a duração estender-se pelo
dos contratos administrativos não poderão ser alteradas
prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da
sem prévia concordância do contratado.
vigência do contrato.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusu-
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e las econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas
XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até para que se mantenha o equilíbrio contratual.
120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da adminis-
tração. Art. 59. A declaração de nulidade do contrato adminis-
§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de trativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos
conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de descons-
demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção tituir os já produzidos.
de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administra-
algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em ção do dever de indenizar o contratado pelo que este houver
processo: executado até a data em que ela for declarada e por outros
I - alteração do projeto ou especificações, pela Adminis- prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe
tração; seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, lhe deu causa.
estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmen-
te as condições de execução do contrato; Seção II
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição Da Formalização dos Contratos
do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Adminis-
tração; Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cro-
contrato, nos limites permitidos por esta Lei; nológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu
V - impedimento de execução do contrato por fato ou extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que
ato de terceiro reconhecido pela Administração em docu- se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas,
mento contemporâneo à sua ocorrência; de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
78
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato § 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado
verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte
de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justi-
não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido ficado aceito pela Administração.
no art. 23, inciso II, alínea “a” desta Lei, feitas em regime de § 2º É facultado à Administração, quando o convocado
adiantamento. não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar
o instrumento equivalente no prazo e condições estabe-
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das lecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem
partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas
autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive
da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratan- quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato
tes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. convocatório, ou revogar a licitação independentemente
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento da cominação prevista no art. 81 desta Lei.
de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que § 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega
é condição indispensável para sua eficácia, será providencia- das propostas, sem convocação para a contratação, ficam
da pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte os licitantes liberados dos compromissos assumidos.
ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias
daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem Seção III
ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. Da Alteração dos Contratos
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser
casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreen- I - unilateralmente pela Administração:
didos nos limites destas duas modalidades de licitação, e a) quando houver modificação do projeto ou das especi-
facultativo nos demais em que a Administração puder subs- ficações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
tituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-con- b) quando necessária a modificação do valor contratual
trato, nota de empenho de despesa, autorização de compra em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de
ou ordem de execução de serviço.
seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
§ 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o
II - por acordo das partes:
edital ou ato convocatório da licitação.
a) quando conveniente a substituição da garantia de
§ 2º Em «carta contrato», «nota de empenho de des-
execução;
pesa», «autorização de compra», «ordem de execução de
b) quando necessária a modificação do regime de exe-
serviço» ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que
cução da obra ou serviço, bem como do modo de forneci-
couber, o disposto no art. 55 desta Lei.
mento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade
§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei
dos termos contratuais originários;
e demais normas gerais, no que couber:
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação c) quando necessária a modificação da forma de pa-
em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo gamento, por imposição de circunstâncias supervenientes,
conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de di- mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do
reito privado; pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado,
II - aos contratos em que a Administração for parte sem a correspondente contraprestação de fornecimento de
como usuária de serviço público. bens ou execução de obra ou serviço;
§ 4º É dispensável o «termo de contrato» e facultada d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram
a substituição prevista neste artigo, a critério da Adminis- inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição
tração e independentemente de seu valor, nos casos de da administração para a justa remuneração da obra, ser-
compra com entrega imediata e integral dos bens adqui- viço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equi-
ridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive líbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese
assistência técnica. de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior,
dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mica extraordinária e extracontratual.
mediante o pagamento dos emolumentos devidos. § 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se
Art. 64. A Administração convocará regularmente o in- fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e
teressado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e,
o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições es- no caso particular de reforma de edifício ou de equipamen-
tabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem to, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus
prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei. acréscimos.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou
da conformidade do material com a especificação; fornecimento;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimen-
quantidade do material e consequente aceitação. to, sem justa causa e prévia comunicação à Administração;
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de gran- VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a
de vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circuns- associação do contratado com outrem, a cessão ou transfe-
tanciado e, nos demais, mediante recibo. rência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorpo-
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui ração, não admitidas no edital e no contrato;
a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra VII - o desatendimento das determinações regulares da
ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execu- autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua
ção do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei execução, assim como as de seus superiores;
ou pelo contrato. VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução,
§ 3º O prazo a que se refere a alínea «b» do inciso I anotadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei;
deste artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, IX - a decretação de falência ou a instauração de insol-
salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e vência civil;
previstos no edital. X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do con-
§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a ve- tratado;
rificação a que se refere este artigo não serem, respecti- XI - a alteração social ou a modificação da finalidade
vamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do
reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à contrato;
Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão XII - razões de interesse público, de alta relevância e am-
dos mesmos. plo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima
autoridade da esfera administrativa a que está subordinado
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório o contratante e exaradas no processo administrativo a que
nos seguintes casos: se refere o contrato;
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada; XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras,
II - serviços profissionais; serviços ou compras, acarretando modificação do valor ini-
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, in- cial do contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65
ciso II, alínea “a”, desta Lei, desde que não se componham de desta Lei;
aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da
de funcionamento e produtividade. Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias,
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da
será feito mediante recibo. ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões
que totalizem o mesmo prazo, independentemente do paga-
Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do mento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e con-
edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e tratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e
demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para a outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o
boa execução do objeto do contrato correm por conta do direito de optar pela suspensão do cumprimento das obriga-
contratado. ções assumidas até que seja normalizada a situação;
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos paga-
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, mentos devidos pela Administração decorrentes de obras,
obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou
o contrato. executados, salvo em caso de calamidade pública, grave per-
turbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contra-
Seção V tado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos suas obrigações até que seja normalizada a situação;
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de
Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou for-
a sua rescisão, com as consequências contratuais e as previs- necimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de
tas em lei ou regulamento. materiais naturais especificadas no projeto;
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior,
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: regularmente comprovada, impeditiva da execução do con-
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especi- trato.
ficações, projetos ou prazos; XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art.
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
especificações, projetos e prazos; Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Adminis- formalmente motivados nos autos do processo, assegurado
tração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, o contraditório e a ampla defesa.
do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados;
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a Seção III
Administração rescinda unilateralmente o contrato e apli- Dos Crimes e das Penas
que as outras sanções previstas nesta Lei.
§ 2º A multa, aplicada após regular processo adminis- Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóte-
trativo, será descontada da garantia do respectivo contra- ses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades
tado. pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garan- Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
tia prestada, além da perda desta, responderá o contratado Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que,
pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamen- tendo comprovadamente concorrido para a consumação da
tos eventualmente devidos pela Administração ou ainda, ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ile-
quando for o caso, cobrada judicialmente. gal, para celebrar contrato com o Poder Público.
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combina-
Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao ção ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do
contratado as seguintes sanções: procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou
I - advertência; para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto
II - multa, na forma prevista no instrumento convocató- da licitação:
rio ou no contrato; Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
III - suspensão temporária de participação em licitação
e impedimento de contratar com a Administração, por prazo Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse
não superior a 2 (dois) anos; privado perante a Administração, dando causa à instaura-
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contra- ção de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalida-
tar com a Administração Pública enquanto perdurarem os ção vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
motivos determinantes da punição ou até que seja promovi- multa.
da a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou
a penalidade, que será concedida sempre que o contratado Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer
ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual,
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos
anterior. celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garan- ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumen-
tia prestada, além da perda desta, responderá o contratado tos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da
pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o dispos-
eventualmente devidos pela Administração ou cobrada ju- to no art. 121 desta Lei:
dicialmente. Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.
§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado
artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso que, tendo comprovadamente concorrido para a consuma-
II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo ção da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se bene-
processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. ficia, injustamente, das modificações ou prorrogações con-
§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é tratuais.
de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secre-
tário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de
defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de qualquer ato de procedimento licitatório:
10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art multa.
109 inciso III)
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo
anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos de devassá-lo:
profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
Lei:
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de
por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quais- violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vanta-
quer tributos; gem de qualquer tipo:
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa,
objetivos da licitação; além da pena correspondente à violência.
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abs-
com a Administração em virtude de atos ilícitos praticados. tém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licita- Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária
ção instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercado- da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplican-
rias, ou contrato dela decorrente: do-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código
I - elevando arbitrariamente os preços; de Processo Penal.
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria
falsificada ou deteriorada; Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o
III - entregando uma mercadoria por outra; prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita,
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da contado da data do seu interrogatório, podendo juntar do-
mercadoria fornecida; cumentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda
onerosa a proposta ou a execução do contrato: produzir.
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defe-
Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com em- sa e praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordena-
presa ou profissional declarado inidôneo: das pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 (cinco)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. dias a cada parte para alegações finais.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, de-
clarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Admi- Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos den-
nistração. tro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para
proferir a sentença.
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a
inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no pra-
promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancela- zo de 5 (cinco) dias.
mento de registro do inscrito:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 108. No processamento e julgamento das infrações
penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 des- execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiaria-
ta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sentença mente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal.
e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá
ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente Capítulo V
auferível pelo agente. DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS
§ 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão
ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da apli-
(cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado cação desta Lei cabem:
com dispensa ou inexigibilidade de licitação. I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da
§ 2º O produto da arrecadação da multa reverterá, con- intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
forme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Mu- a) habilitação ou inabilitação do licitante;
nicipal. b) julgamento das propostas;
c) anulação ou revogação da licitação;
Seção IV d) indeferimento do pedido de inscrição em registro ca-
Do Processo e do Procedimento Judicial dastral, sua alteração ou cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art.
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pú- 79 desta Lei;
blica incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la. f) aplicação das penas de advertência, suspensão tempo-
rária ou de multa;
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efei- II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da inti-
tos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo- mação da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do
-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem contrato, de que não caiba recurso hierárquico;
como as circunstâncias em que se deu a ocorrência. III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de
Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso,
mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apre- na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez)
sentante e por duas testemunhas. dias úteis da intimação do ato.
§ 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas
Art. 102. Quando em autos ou documentos de que co- «a», «b», «c» e «e», deste artigo, excluídos os relativos a ad-
nhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou vertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante
Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos
do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes veri- nas alíneas «a» e «b», se presentes os prepostos dos licitan-
ficarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, remeterão tes no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá
ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada
ao oferecimento da denúncia. em ata.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º O recurso previsto nas alíneas «a» e «b» do inciso Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos con-
I deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade tratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito
competente, motivadamente e presentes razões de inte- pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação
resse público, atribuir ao recurso interposto eficácia sus- pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração
pensiva aos demais recursos. responsáveis pela demonstração da legalidade e regularida-
§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais de da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem
licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.
dias úteis. § 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou
§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos
intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá órgãos integrantes do sistema de controle interno contra
reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do dis-
ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente infor- posto neste artigo.
mado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro § 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do
do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento sistema de controle interno poderão solicitar para exame,
até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimen-
do recurso, sob pena de responsabilidade.
to das propostas, cópia de edital de licitação já publicado,
§ 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pedi-
obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração in-
do de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos
teressada à adoção de medidas corretivas pertinentes que,
do processo estejam com vista franqueada ao interessado. em função desse exame, lhes forem determinadas.
§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modali-
dade de «carta convite» os prazos estabelecidos nos inci- Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a
sos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias pré-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser pro-
úteis. cedida sempre que o objeto da licitação recomende análise
mais detida da qualificação técnica dos interessados.
Capítulo VI § 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS será feita mediante proposta da autoridade competente,
aprovada pela imediatamente superior.
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta § 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigên-
Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimen- cias desta Lei relativas à concorrência, à convocação dos in-
to, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando teressados, ao procedimento e à analise da documentação.
for explicitamente disposto em contrário.
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos re- Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir
feridos neste artigo em dia de expediente no órgão ou na normas relativas aos procedimentos operacionais a serem
entidade. observados na execução das licitações, no âmbito de sua
competência, observadas as disposições desta Lei.
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo,
premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializado após aprovação da autoridade competente, deverão ser pu-
desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele re- blicadas na imprensa oficial.
lativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com o
previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que
elaboração. couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra congêneres celebrados por órgãos e entidades da Adminis-
tração.
imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a
§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos
cessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos os da-
órgãos ou entidades da Administração Pública depende de
dos, documentos e elementos de informação pertinentes à
prévia aprovação de competente plano de trabalho pro-
tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em su- posto pela organização interessada, o qual deverá conter,
porte físico de qualquer natureza e aplicação da obra. no mínimo, as seguintes informações:
I - identificação do objeto a ser executado;
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais II - metas a serem atingidas;
de uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, pe- III - etapas ou fases de execução;
rante a entidade interessada, responder pela sua boa execu- IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
ção, fiscalização e pagamento. V - cronograma de desembolso;
§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem
da qual, nos termos do edital, decorram contratos adminis- assim da conclusão das etapas ou fases programadas;
trativos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de enge-
Federação consorciados. nharia, comprovação de que os recursos próprios para com-
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanha- plementar a execução do objeto estão devidamente assegu-
mento da licitação e da execução do contrato. rados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre
a entidade ou órgão descentralizador.
85
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repas- Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e
sador dará ciência do mesmo à Assembleia Legislativa ou à fundações públicas e demais entidades controladas direta
Câmara Municipal respectiva. ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no
§ 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita artigo anterior editarão regulamentos próprios devidamen-
conformidade com o plano de aplicação aprovado, exceto te publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.
nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este
saneamento das impropriedades ocorrentes: artigo, no âmbito da Administração Pública, após aprova-
I - quando não tiver havido comprovação da boa e dos pela autoridade de nível superior a que estiverem vincu-
regular aplicação da parcela anteriormente recebida, na lados os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão
forma da legislação aplicável, inclusive mediante proce- ser publicados na imprensa oficial.
dimentos de fiscalização local, realizados periodicamente
pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser
pelo órgão competente do sistema de controle interno da
anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os
Administração Pública;
fará publicar no Diário Oficial da União, observando como
II - quando verificado desvio de finalidade na aplica-
limite superior a variação geral dos preços do mercado, no
ção dos recursos, atrasos não justificados no cumprimento
período.
das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos
princípios fundamentais de Administração Pública nas con-
tratações e demais atos praticados na execução do convê- Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações
nio, ou o inadimplemento do executor com relação a outras instauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua
cláusulas conveniais básicas; vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos
III - quando o executor deixar de adotar as medidas 1o, 2o e 8o do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim
saneadoras apontadas pelo partícipe repassador dos recur- o disposto no “caput” do art. 5o, com relação ao pagamen-
sos ou por integrantes do respectivo sistema de controle to das obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser
interno. observada, no prazo de noventa dias contados da vigência
§ 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, desta Lei, separadamente para as obrigações relativas aos
serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de pou- contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de
pança de instituição financeira oficial se a previsão de seu 21 de junho de 1993.
uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de apli- Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do
cação financeira de curto prazo ou operação de mercado patrimônio da União continuam a reger-se pelas disposi-
aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a ções do Decreto-lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946,
utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores com suas alterações, e os relativos a operações de crédito
que um mês. interno ou externo celebrados pela União ou a concessão
§ 5º As receitas financeiras auferidas na forma do pa- de garantia do Tesouro Nacional continuam regidos pela
rágrafo anterior serão obrigatoriamente computadas a legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que couber.
crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no ob-
jeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrati- Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-
vo específico que integrará as prestações de contas do -á procedimento licitatório específico, a ser estabelecido no
ajuste. Código Brasileiro de Aeronáutica.
§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou ex-
tinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos financei- Art. 123. Em suas licitações e contratações adminis-
ros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas
trativas, as repartições sediadas no exterior observarão as
obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão devol-
peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na
vidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no
forma de regulamentação específica.
prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob
pena da imediata instauração de tomada de contas espe-
cial do responsável, providenciada pela autoridade com- Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para
petente do órgão ou entidade titular dos recursos. permissão ou concessão de serviços públicos os dispositivos
desta Lei que não conflitem com a legislação específica so-
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações rea- bre o assunto.
lizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a
do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no IV do § 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para
que couber, nas três esferas administrativas. concessão de serviços com execução prévia de obras em que
não foram previstos desembolso por parte da Administra-
Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios ção Pública concedente.
e as entidades da administração indireta deverão adap-
tar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
nesta Lei. cação.
86
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, es- Elementos e natureza jurídica do controle
pecialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro
de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de se- Segundo Carvalho Filho47, dois são os elementos bá-
tembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e sicos do controle: a fiscalização e a revisão. “A fiscalização
o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966. e a revisão são os elementos básicos do controle. A fis-
calização consiste no poder de verificação que se faz so-
Brasília, 21 de junho de 1993, 172º da Independência e bre a atividade dos órgãos e dos agentes administrativos,
105º da República. bem como em relação à finalidade pública que deve servir
de objetivo para a Administração. A revisão é o poder de
corrigir as condutas administrativas, seja porque tenham
6 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO vulnerado normas legais, seja porque haja necessidade de
PÚBLICA. 6.1 CONTROLE EXERCIDO PELA alterar alguma linha das políticas administrativas para que
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 6.2 CONTROLE melhor seja atendido o interesse coletivo”.
JUDICIAL. 6.3 CONTROLE LEGISLATIVO. Para o autor, a natureza jurídica do controle é de prin-
cípio fundamental da administração pública, conforme
teor do próprio Decreto-lei nº 200/1967, que assegura
Controle da Administração Pública é o exercício de vi- também que o controle deve ser exercido em todos níveis
gilância, orientação e revisão sobre a conduta funcional, e em todos órgãos.
exercido por um poder, órgão ou autoridade pública com
relação a outro. Classificação das formas de controle
“O controle do Estado pode ser exercido através de duas
formas distintas, que merecem ser desde logo diferenciadas. “O poder-dever de controle é exercitável por todos os
De um lado, temos o controle político, aquele que tem por Poderes da República, estendendo-se a toda a atividade
base a necessidade de equilíbrio entre os Poderes estruturais administrativa (vale lembrar, há atividade administrativa
da República – o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Nes- em todos os Poderes) e abrangendo todos os seus agen-
se controle, cujo delineamento se encontra na Constituição, tes. Por esse motivo, diversas são as formas pelas quais o
pontifica o sistema de freios e contrapesos, nele se estabele- controle se exercita, sendo, destarte, inúmeras as denomi-
cendo normas que inibem o crescimento de qualquer um de- nações adotadas” 48.
les em detrimento de outro e que permitem a compensação
de eventuais pontos de debilidade de um para não deixá-lo
Conforme o âmbito da administração
sucumbir à força de outro. São realmente freios e contrape-
sos dos Poderes políticos. [...] O que ressalta de todos esses a) Por subordinação: exercido por meio dos patama-
casos é a demonstração do caráter que tem o controle políti- res de hierarquia dentro da mesma Administração. Trata-se
co: seu objetivo é a preservação e o equilíbrio das instituições de controle tipicamente interno.
democráticas do país. O controle administrativo tem li- b) Por vinculação: exercido por uma pessoa a qual são
nhas diversas. Nele não se procede a nenhuma medida para atribuídos poderes de fiscalização e revisão em relação a
estabilizar poderes políticos, mas, ao contrário, se pretende pessoa diversa. Trata-se de controle tipicamente externo.
alvejar os órgãos incumbidos de exercer uma das funções
do Estado – a função administrativa. Enquanto o controle Conforme a iniciativa
político se relaciona com as instituições políticas, o controle a) De ofício: executado pela própria Administração
administrativo é direcionado às instituições administrativas. quando está regularmente exercendo as suas funções. Afi-
[...] Podemos denominar de controle da Administração Públi- nal, a Administração tem a prerrogativa da autotutela, que
ca o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos a permite invalidar ou revogar suas condutas de ofício (sú-
por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e mulas 346 e 473, STF).
de revisão da atividade administrativa em qualquer das b) Provocado: ocorre mediante provocação de tercei-
esferas de Poder”45. ro, postulando a revisão do ato administrativo dito ilegal
O princípio da legalidade e o princípio das políticas ou inconveniente.
administrativas, juntos, fundamentam o Controle da Ad-
ministração Pública. Neste sentido, “mais precisamente, a
Conforme a origem ou a extensão do controle
ideia central, quando se fala em controle da Administração
Pública, reside no fato de que o titular do patrimônio pú- a) Controle interno: é aquele realizado pelas autori-
blico (material e imaterial) é o povo, e não a Administração, dades no âmbito do próprio órgão ou entidade em que
razão pela qual ela se sujeita, em toda a sua atuação, sem atuam no âmbito da administração. Exemplo: chefe que
qualquer exceção, ao princípio da indisponibilidade do in- na repartição controla os seus subordinados; corregedoria
teresse público”46. que faz inspeção em um fórum.
45 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito 47 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito
Administrativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015. Administrativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
46 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Admi- 48 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Admi-
nistrativo Descomplicado. 16. ed. São Paulo: Método, 2008. nistrativo Descomplicado. 16. ed. São Paulo: Método, 2008.
87
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Basicamente, sempre se está diante de controle interno - Controle ou Supervisão Ministerial: aplicável nas en-
quando um Poder exerce controle sobre ele mesmo, isto tidades de administração indireta vinculadas a um Ministé-
é, Judiciário fiscalizando Judiciário, Legislativo fiscalizando rio, não havendo subordinação;
Legislativo e Executivo fiscalizando Executivo. - Recursos Administrativos: serve para provocar o reexa-
Quando, no exercício do controle interno, uma auto- me do ato administrativo pela própria Administração Pública.
ridade ocultar uma irregularidade ou ilegalidade da enti- - Direito de petição: é um direito fundamental con-
dade responsável pelo controle externo, notadamente um ferido a toda pessoa de defender seus direitos e noticiar
Tribunal de Contas, haverá responsabilidade solidária entre ilegalidades e abusos (artigo 5º, XXXIV, CF). Pode ser exer-
a autoridade que praticou a ocultação e a autoridade que cido por diversas vias, como representação (denúncia de
praticou o ilícito. irregularidade perante a Administração, Tribunal de Con-
b) Controle externo: é aquele realizado por um Poder tas ou outro órgão de controle), reclamação administrativa
que é diferente do Poder fiscalizado, exteriorizando um sis- (oposição expressa a ato administrativo que ofenda direito
tema de freios e contrapesos. É o caso do controle de atos ou interesse legítimo, podendo ser interposta perante o
do Executivo por decisões do Poder Judiciário, ou mesmo Supremo Tribunal Federal se o ato administrativo contra-
da sustação de ato normativo do Executivo pelo Legislativo, riar súmula vinculante), pedido de reconsideração (solici-
além do julgamento de contas do Presidente da Repúbli- tação de mudança da decisão pela própria autoridade que
ca pelo Congresso Nacional, e de auditorias do Tribunal de praticou um ato), recurso hierárquico próprio (solicitação
Contas da União quanto ao Executivo federal. de mudança da decisão por autoridade hierarquicamente
c) Controle externo popular: realizado pelo contri- superior àquela que praticou o ato), recurso hierárquico
buinte pelo acesso das contas públicas (artigo 31, §3º, CF; impróprio (solicitação de mudança da decisão por autori-
artigo 74, §2º, CF). dade diversa, com competência especificada em lei, porém
não hierarquicamente superior àquela que praticou o ato),
Conforme o momento a ser exercido revisão (solicitação de alteração em punição aplicada pela
a) Controle prévio ou preventivo: exercido antes do Administração no exercício do poder disciplinar diante do
início da prática ou antes da conclusão do ato administra- surgimento de fatos novos).
tivo. - Controle social: é aquele exercido pela própria socie-
b) Controle concomitante: exercido durante a realiza- dade, em demanda emanada de grupos sociais, no exer-
ção do ato, verificando a sua validade enquanto ele é pra- cício da atividade democrática que tem amparo constitu-
ticado. cional notadamente na garantia pelo artigo 37, §3º, CF de
c) Controle posterior ou corretivo: busca rever os atos edição de lei que regule formas de participação do usuário
já praticados, corrigindo, desfazendo ou confirmando. En- na administração direta e indireta. Entre as formas que já
volve atos como os de aprovação, homologação, anulação, são trazidas por algumas leis, como a Lei nº 9.784/1999
revogação ou convalidação. sobre o processo administrativo federal, estão as audiên-
cias e consultas públicas. Neste âmbito do controle social, é
Conforme a amplitude ou a natureza do controle possível fixar uma divisão entre controle natural, feito pela
a) Controle de legalidade: verifica se o ato foi pratica- população em si, e controle institucional, feito por órgãos
do em conformidade com a lei. O controle pode ser interno em atuação por legitimidade extraordinária, como o Minis-
ou externo. O resultado final é a confirmação ou a rejeição tério Público e a Defensoria Pública.
do ato, anulando-o.
b) Controle de mérito: visa verificar a oportunidade e a Recurso de administração
conveniência administrativas do ato controlado. Trata-se do Recursos administrativos são meios hábeis que podem
controle sobre a atuação discricionária da Administração Pú- ser utilizados para provocar o reexame do ato administra-
blica, mantendo-o ou revogando-o. Diz-se que o Judiciário tivo, pela PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Conforme
não pode fazer este controle, o que é verdade, em termos: o conceitua Carvalho Filho49, “são os meios formais de con-
Judiciário não pode controlar a atividade discricionária que trole administrativo, através dos quais o interessado postu-
é legítima, mas se ela exceder parâmetros de razoabilidade la, junto a órgãos da Administração, a revisão de determi-
e proporcionalidade pode fazê-lo. Nesta questão se insere a nado ato administrativo”. É necessário, para recorrer, que
polêmica sobre o controle judicial de políticas públicas. o interessado tenha tido a sua pretensão contrariada pela
administração, logo, é da essência do recurso a manifesta-
É o controle exercido pela Administração quanto aos ção de inconformismo, retratando ilegalidade ou abuso
seus próprios atos. Ou seja, é o exercido pelo Poder Execu- do poder público.
tivo, pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário quanto Os principais recursos de administração são os seguin-
aos seus próprios atos, tanto no que tange à legalidade tes: representação, em que se faz denúncia de irregulari-
quanto em relação à conveniência. É sempre um controle dades feita perante o poder público; reclamação, em que
interno, que deriva do poder-dever de autotutela. há oposição expressa a atos da administração que afetam
Entre os meios de controle, destacam-se: direitos ou interesses legítimos do interessado; pedido de
- Fiscalização Hierárquica: esse meio de controle é ine- reconsideração, em que se solicita reexame à mesma au-
rente ao poder hierárquico, ocorrendo o exercício dos ór- 49 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito
gãos superiores em relação aos inferiores; Administrativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
88
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
toridade que praticou o ato; recurso hierárquico próprio, Último ponto que se coloca tange à coisa julgada ad-
que se dirige à autoridade ou instância superior do mesmo ministrativa, que basicamente é uma “situação jurídica
órgão administrativo em que foi praticado o ato; recurso pela qual determinada decisão firmada pela Administra-
hierárquico impróprio, que se dirige à autoridade ou ór- ção não mais pode ser modificada na via administrativa”50,
gão estranho à repartição que expediu o ato recorrido, mas embora o possa na via judicial; diferenciando-se da coisa
com competência julgadora expressa; e revisão, em que se julgada jurisdicional, cujo caráter definitivo impede a redis-
busca a alteração de punição aplicada pela Administração cussão da matéria em qualquer via.
no exercício do poder disciplinar diante do surgimento de
fatos novos, abrindo-se novo processo. Reclamação
Outra classificação relevante é a que separa os recursos Segundo Di Pietro51, “a reclamação administrativa é o
mencionados em duas categorias: recursos incidentais, ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor
que são interpostos quando o processo administrativo está público, deduz uma pretensão perante a Administração
em curso e o inconformismo é contra um ato nele praticado Pública, visando obter o reconhecimento de um direito ou
(enquadram-se aqui o pedido de reconsideração, o recur- a correção de um erro que lhe cause lesão ou ameaça de
so hierárquico próprio e o recurso hierárquico impróprio); lesão”.
recursos deflagradores ou autônomos, que são aqueles A primeira referência à reclamação no ordenamento
que formalizam a própria abertura de processo (enqua- está no Decreto nº 20.910/1932, que fixa o prazo de 1 ano
dram-se aqui a reclamação, a representação e a revisão). para que ocorra a prescrição:
Vale apontar sobre os efeitos dos recursos administra- Art. 5º Não tem efeito de suspender a prescrição a de-
tivos: em regra, terão apenas efeito devolutivo, pois os mora do titular do direito ou do crédito ou do seu represen-
atos administrativos têm em seu favor a presunção de le- tante em prestar os esclarecimentos que lhe forem reclama-
gitimidade; excepcionalmente, caso concedido pela autori- dos ou o fato de não promover o andamento do feito judicial
dade competente, terá efeito suspensivo. Vale destacar que ou do processo administrativo durante os prazos respectiva-
caso o recurso tenha efeito suspensivo, também o prazo mente estabelecidos para extinção do seu direito à ação ou
prescricional ficará suspenso, enquanto que se o efeito for reclamação.
apenas devolutivo irá continuar correndo.
Art. 6º O direito à reclamação administrativa, que
Súmula 429, STF. A existência de recurso administrativo não tiver prazo fixado em disposição de lei para ser formu-
com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de lada, prescreve em um ano a contar da data do ato ou fato
segurança contra omissão da autoridade. do qual a mesma se originar.
Ressalta-se, complementando o teor da súmula, que Entretanto, a reclamação se torna um instrumento mais
nada impede o uso simultâneo das esferas administrati- usual com a fixação em lei da possibilidade de sua apresen-
va e judicial, considerando que são independentes entre tação ao Supremo Tribunal Federal se o ato administrativo
si. Aliás, apenas existem duas hipóteses em que o esgo- contrariar súmula vinculante. As hipóteses de reclamação
tamento dos recursos administrativos é imposto: trata- são ampliadas pelo Código de Processo Civil de 2015:
-se de demanda perante a justiça desportiva, conforme
o artigo 217, §1º, CF; se ocorre contrariedade de súmula Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do
vinculante na via administrativa e o administrado pretende Ministério Público para:
invoca-la mediante reclamação, conforme artigo 7º, §1º, I - preservar a competência do tribunal;
Lei nº 11.417/2006. Em todos os demais casos, tal exigên- II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;
cia é proibida. III – garantir a observância de enunciado de súmula vin-
Outra questão que merece ser abordada no campo dos culante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em con-
recursos administrativos é a da reformatio in pejus, ou trole concentrado de constitucionalidade;
seja, da reforma da decisão tomada pela administração de IV – garantir a observância de acórdão proferido em jul-
modo a agravar a situação do administrado. Devido a pre- gamento de incidente de resolução de demandas repetitivas
visão expressa na Lei nº 9.784/1999, a reformatio in pejus ou de incidente de assunção de competência;
em recurso administrativo modificando a decisão recorri- § 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer
da é permitida, mas o recorrente deverá ter oportunidade tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional
de manifestar-se antes dele ocorrer; já em se tratando de cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se
reformatio in pejus em processo de revisão, há vedação. pretenda garantir.
Quanto à possibilidade de gravame na primeira hipótese, a § 2o A reclamação deverá ser instruída com prova docu-
doutrina afirma que apenas é permitida a reformatio in pe- mental e dirigida ao presidente do tribunal.
jus caso o ato inferior tenha sido praticado em desconfor-
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito
midade com a lei, considerados critérios objetivos, sendo
50
Administrativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
assim proibida a reformatio in pejus caso seja feita apenas 51 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo.
nova avaliação subjetiva. 23. ed. São Paulo: Atlas editora, 2010.
89
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada e dis- Art. 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados, independen-
tribuída ao relator do processo principal, sempre que possível. temente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos
§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a apli- Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
cação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos casos ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em reparti-
que a ela correspondam. ções públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
§ 5º É inadmissível a reclamação: situações de interesse pessoal.
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão re-
clamada; O direito de petição deve resultar em uma manifesta-
II – proposta para garantir a observância de acórdão de ção do Estado, normalmente dirimindo (resolvendo) uma
recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida questão proposta, em um verdadeiro exercício contínuo
ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraor- de delimitação dos direitos e obrigações que regulam a
dinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as ins- vida social e, desta maneira, quando “dificulta a aprecia-
tâncias ordinárias. ção de um pedido que um cidadão quer apresentar” (mui-
§ 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso in- tas vezes, embaraçando-lhe o acesso à Justiça); “demora
terposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado para responder aos pedidos formulados” (administrativa e,
não prejudica a reclamação. principalmente, judicialmente) ou “impõe restrições e/ou
condições para a formulação de petição”, traz a chamada
Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator: insegurança jurídica, que traz desesperança e faz proliferar
I - requisitará informações da autoridade a quem for as desigualdades e as injustiças.
imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no Dentro do espectro do direito de petição se insere, por
prazo de 10 (dez) dias; exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar
II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou cópias reprográficas e certidões, bem como de ofertar de-
do ato impugnado para evitar dano irreparável; núncias de irregularidades. Contudo, o constituinte, talvez
III - determinará a citação do beneficiário da decisão im- na intenção de deixar clara a obrigação dos Poderes Públi-
pugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresentar cos em fornecer certidões, trouxe a letra b) do inciso, o que
a sua contestação. gera confusões conceituais no sentido do direito de obter
certidões ser dissociado do direito de petição.
Nas hipóteses de pedido de reconsideração, recurso
Art. 990. Qualquer interessado poderá impugnar o pe-
hierárquico próprio e recurso hierárquico impróprio deno-
dido do reclamante.
ta-se que o processo administrativo ainda está em curso,
pois uma autoridade tomou uma decisão administrativa
Art. 991. Na reclamação que não houver formulado, o
da qual se pretende recorrer (logo, trata-se de recurso in-
Ministério Público terá vista do processo por 5 (cinco) dias,
cidental). A diferença entre as três modalidades está na
após o decurso do prazo para informações e para o ofereci-
autoridade que apreciará o pedido de alteração da decisão
mento da contestação pelo beneficiário do ato impugnado.
administrativa.
No pedido de reconsideração, será a própria autori-
Art. 992. Julgando procedente a reclamação, o tribunal dade que praticou um ato, reconsiderando nestes moldes
cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará a decisão que foi tomada.
medida adequada à solução da controvérsia. No recurso hierárquico próprio, será a autoridade
hierarquicamente superior àquela que praticou o ato, tra-
Art. 993. O presidente do tribunal determinará o ime- tando-se de clássico exercício do poder hierárquico ineren-
diato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão pos- te à estrutura escalonada da administração. Esta é a forma
teriormente. típica de se recorrer da decisão administrativa.
No recurso hierárquico impróprio, será autoridade
Logo, a reclamação é uma forma bastante diferenciada diversa, com competência especificada em lei, porém
de controle da administração porque é exercido tipicamen- não hierarquicamente superior àquela que praticou o ato.
te por órgão externo sem superioridade hierárquica, nota- Na verdade, a reclamação administrativa perante o STF
damente, tribunal que componha o Poder Judiciário. Por pode ser enquadrada nesta categoria.
isso, autores como Carvalho Filho52 afirmam que se trata
mais de controle jurisdicional do que de controle adminis- Prescrição administrativa
trativo. Significa perda de prazo para apresentar uma preten-
são perante a Administração. No caso, o administrado não
Pedido de reconsideração e recurso hierárquico perde o direito, o que ocorre na decadência, mas sim a pre-
próprio e impróprio tensão de postulá-lo. Pode ocorrer nos casos de perda de
Todos são espécies do gênero direito de petição, que prazo para recorrer de decisão tomada ou revisá-la (pres-
confere o direito fundamental de toda pessoa buscar pe- crição correndo contra o administrado e a favor da admi-
rante a administração a alteração de um ato administrativo nistração, convalidando seus atos), caso em que se segue a
ou representar a prática de ato ilegal ou abusivo. regra da prescrição quinquenal (5 anos) prevista no artigo
52 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad- 1º do Decreto nº 20.910; ou na hipótese de perda do prazo
ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. para o exercício do poder punitivo (prescrição correndo a
90
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
favor do administrado e contra a administração, que não Quanto à responsabilização daquele que emitiu o pa-
mais poderá aplicar a punição), que é a típica prescrição recer, deverá ser considerada a natureza do parecer para
administrativa, e de perda de prazo para que seja adotada determinar se há ou não responsabilidade solidária. No
determinada providência administrativa (prescrição cor- caso em que o parecer não vincula o administrador, po-
rendo a favor do administrado e contra a administração, dendo este praticar o ato seguindo ou não o posiciona-
que não mais poderá anular seus próprios atos dos quais mento defendido e sugerido por quem emitiu o parecer,
decorram efeitos benéficos aos administrados, salvo prova este não pode ser considerado responsável solidariamente
de má-fé). com o agente que possui a competência e atribuição para
- Poder punitivo de polícia – 5 anos (Lei nº 9.873/1999); o ato administrativo decisório. Contudo, no caso de pare-
- Poder disciplinar funcional – no âmbito federal, 5 cer vinculante, há responsabilidade solidária53.
anos (infração grave), 2 anos (infração média) ou 180 dias O controle judicial é exercido pelo Judiciário sobre os
(infração leve), a contar do conhecimento de sua prática atos administrativos praticados pelo Poder Executivo, pelo
(Lei nº 8.112/1990); Poder Legislativo ou pelo próprio Poder Judiciário, quan-
- Adoção de providência administrativa – 5 anos (Lei do realiza atividades administrativas. Por ele, é possível
nº 9.784/1999). se decretar a anulação de um ato. Não cabe a revogação,
porque significaria análise de mérito, que o Judiciário não
Representação e reclamação administrativas pode fazer.
As representações e as reclamações administrativas “O controle judicial sobre atos da Administração é ex-
são ambas formas de se exercer o direito de petição (art. clusivamente de legalidade. Significa dizer que o Judiciá-
5º, XXXIV, CF). Em sentido genérico são, ao lado dos recur- rio tem o poder de confrontar qualquer ato administrativo
sos hierárquicos e do pedido de representação, espécies de com a lei ou com a Constituição e verificar se há ou não
recursos administrativos, mas que se diferenciam daqueles compatibilidade normativa. Se o ato for contrário à lei ou
por serem autônomos e não incidentais. à Constituição, o Judiciário declarará a sua invalidação de
Assim, trata-se de exercício deste direito de forma ori- modo a não permitir que continue produzindo efeitos ilíci-
ginária (recurso deflagrador), isto é, o ato administrativo
tos. [...] O que é vedado ao Judiciário, como correntemente
ilegal ou abusivo foi praticado e será denunciado pelo ad-
têm decidido os Tribunais, é apreciar o que se denomina
ministrado. Será a primeira vez que a estão será levada à
normalmente de mérito administrativo, vale dizer, a ele é
administração para a devida apreciação.
interditado o poder de reavaliar os critérios de conve-
Na representação é feita uma denúncia de irregula-
niência e oportunidade dos atos, que são privativos do
ridade, ilegalidade ou abuso de poder perante a Admi-
administrador público”, sob pena de se violar a cláusula
nistração, Tribunal de Contas ou outro órgão de controle,
fundamental da separação dos Poderes54.
como o Ministério Público.
Na reclamação administrativa se dá uma oposição ex- Quanto ao momento em que o controle judicial deve-
pressa a ato administrativo que ofenda direito ou interesse rá ocorrer, a regra impõe que seja feito de forma posterior,
legítimo. quando os atos administrativos já estão produzindo efeitos
no mundo jurídico. Em situações excepcionais o controle
Responsabilidades do parecerista e do administra- pode ser prévio, por exemplo, quando a lei autoriza a con-
dor público pelas manifestações exaradas cessão de liminar diante de fumus boni iuris e periculum in
Para entender a controvérsia, basta pensar que se, por mora.
um lado, se os atos administrativos são apenas aqueles que Existem atos que se sujeitam a controle especial, são
exteriorizam uma declaração de vontade do Estado, esta- eles:
riam em regra excluídos os atos de juízo, conhecimento e a) Atos políticos: não são atos tipicamente adminis-
opinião; por outro lado, se os atos administrativos abran- trativos, mas verdadeiros atos de governo, emanados da
gem toda declaração do Estado, teoricamente poderiam cúpula política do país, no exercício de competências or-
ser englobados os atos de juízo, conhecimento e opinião. ganizacionais-administrativas constitucionais. A peculia-
Os pareceres nada mais são do que atos que exteriorizam ridade é que o Judiciário não pode controlar os critérios
juízos, conhecimentos ou opiniões. governamentais que direcionam a edição de atos políticos.
É possível classificar os pareceres em: parecer faculta- Contudo, o controle de legalidade e o controle de consti-
tivo, quando faculta algo a alguém (geralmente autoridade tucionalidade são possíveis.
superior a inferior), não sendo obrigatória nem a sua soli- b) Atos legislativos típicos: todos os atos que ema-
citação e nem que se siga a opinião emanada; parecer téc- nam do Poder Legislativo com caráter genérico, abstrato e
nico, que se diferencia do facultativo apenas no aspecto de geral são passíveis de controle. Entretanto, se trata de con-
emanar de um agente especializado, com habilidade técni- trole de constitucionalidade, que se sujeita a regras especí-
ca específica, sem relação de hierarquia; parecer obrigató- ficas. O sistema brasileiro adota duas vias de realização de
rio, cuja lei obriga a sua solicitação, mas não há obrigação
CRISTóVAM, José Sérgio da Silva; MICHELS, Charliane. O
em se seguir a opinião emanada; parecer normativo, cujo
53
parecer jurídico e a atividade administrativa: Aspectos destacados
caráter se torna genérico e abstrato como uma lei; parecer acerca da natureza jurídica, espécies e responsabilidade do pareceris-
vinculante, que nada mais é do que um parecer de solici- ta. Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, n. 101, jun. 2012.
tação obrigatória e cuja opinião necessariamente deve ser 54 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
seguida. ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
91
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
tal controle, a via da exceção, com caráter difuso, exercida de ameaça de violação ao direito de ir e vir, conferindo-se
incidentalmente sem ação específica; e a via da ação, com um “salvo conduto”, ou repressivo, para quando ameaça
caráter concentrado, exercida por meio de ações específi- já tiver se materializado. Legitimado ativo é qualquer pes-
cas – ação direta de inconstitucionalidade, ação direta de soa pode manejá-lo, em próprio nome ou de terceiro, bem
constitucionalidade, arguição de descumprimento de pre- como o Ministério Público (artigo 654, CPP). Impetrante é o
ceito fundamental. que ingressa com a ação e paciente é aquele que está sen-
c) Atos interna corporis: são os atos praticados dentro do vítima da restrição à liberdade de locomoção. As duas
da competência interna e exclusiva dos diversos órgãos do figuras podem se concentrar numa mesma pessoa. Legiti-
Legislativo e do Judiciário; por exemplo, as competências mado passivo é pessoa física, agente público ou privado.
de elaboração de regimentos internos. Como os atos são Está regulamentado nos artigos 647 a 667 do Código de
internos e exclusivos, não é possível fazer o controle sobre Processo Penal.
as razões que levaram à elaboração. Contudo, o controle d) Habeas data (artigo 5º, LXXII, CF): serve para pro-
de vícios de ilegalidade e de inconstitucionalidade é ple- teção do acesso a informações pessoais constantes de re-
namente válido. gistros ou bancos de dados de entidades governamentais
Conforme prevê o próprio artigo 5º, XXXV, CF, “a lei ou de caráter público, para o conhecimento ou retificação
não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou (correção). Trata-se de ação constitucional que tutela o
ameaça a direito”. Logo, toda ofensa ou ameaça de ofensa acesso a informações pessoais. Legitimado ativo é pessoa
a direitos dos administrados é passível de controle judicial. física, brasileira ou estrangeira, ou por pessoa jurídica, de
Ciente disso, o legislador cria inúmeros mecanismos espe- direito público ou privado, tratando-se de ação personalís-
cíficos para que tal controle seja realizado, como mandado sima – os dados devem ser a respeito da pessoa que a pro-
de segurança, ação popular, ação civil pública, mandado de põe. Legitimados passivos são entidades governamentais
injunção, habeas data, habeas corpus e as próprias ações da Administração Pública Direta e Indireta nas três esferas,
do controle de constitucionalidade. Entretanto, não se tra- bem como instituições, órgãos, entidades e pessoas jurídi-
ta de rol taxativo de formas pelas quais é possível exercer cas privadas prestadores de serviços de interesse público
tais pretensões contra a Administração, porque em tese é que possuam dados relativos à pessoa do impetrante. Está
possível utilizar qualquer tipo de ação judicial que venha a regulado pela Lei nº 9.507, de 12 de novembro de 1997.
socorrer adequadamente à inibição de violação ou ameaça e) Mandado de segurança individual (artigo 5º, LXIX,
a direito pela Administração. Sobre os meios específicos, CF): Trata-se de remédio constitucional com natureza sub-
aponta-se: sidiária pelo qual se busca a invalidação de atos de autori-
a) Ação popular (artigo 5º, LXXIII, CF): é instrumento dade ou a suspensão dos efeitos da omissão administrativa,
de exercício direto da democracia, permitindo ao cidadão geradores de lesão a direito líquido e certo, por ilegalidade
que busque a proteção da coisa pública, ou seja, que vise ou abuso de poder. São protegidos todos os direitos líqui-
assegurar a preservação dos interesses transindividuais. dos e certos à exceção da proteção de direitos humanos
Trata-se de ação constitucional, que visa anular ato lesivo
à liberdade de locomoção e ao acesso ou retificação de
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado par-
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
ticipe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
de registros ou bancos de dados de entidades governa-
patrimônio histórico e cultural. O legitimado ativo deve ser
mentais ou de caráter público, ambos sujeitos a instrumen-
cidadão, ou seja, aquele nacional que esteja no pleno gozo
tos específicos. A natureza é de ação constitucional de na-
dos direitos políticos. O legitimado passivo é o ente da Ad-
tureza civil, independente da natureza do ato impugnado
ministração Pública, direta ou indireta, ou então a pessoa
(administrativo, jurisdicional, eleitoral, criminal, trabalhista).
jurídica que de algum modo lide com a coisa pública. A
Pode ser preventivo, quando se estiver na iminência de vio-
regulação está na Lei nº 4.717/65.
b) Ação civil pública (artigo 129, III, CF): Busca pro- lação a direito líquido e certo, ou reparatório, quando já
teger o patrimônio público e social, o meio ambiente e consumado o abuso/ilegalidade. Fundamenta-se na exis-
outros direitos difusos e coletivos. A legitimidade ativa é tência de direito líquido e certo, que é aquele que pode
do Ministério Público, da Defensoria Pública, das pessoas ser demonstrado de plano mediante prova pré-constituída,
jurídicas da administração direta e indireta e de associação sem a necessidade de dilação probatória, isto devido à na-
constituída há pelo menos 1 ano em área de pertinência te- tureza célere e sumária do procedimento. A legitimidade
mática. A legitimidade passiva é de qualquer pessoa, física ativa é a mais ampla possível, abrangendo não só a pessoa
ou jurídica, que tenha cometido dano ou tenha colocado física como a jurídica, nacional ou estrangeira, residente ou
sob ameaça o patrimônio público e social, o meio ambien- não no Brasil, bem como órgãos públicos despersonaliza-
te e outros direitos difusos e coletivos. A regulação está na dos e universalidades/pessoas formais reconhecidas por
Lei nº 7.437/85. lei. Legitimado passivo é a autoridade coatora deve ser au-
c) Habeas corpus (artigo 5º, LXXVII, CF): ação que ser- toridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
ve para proteger a liberdade de locomoção. Apenas serve à de atribuições do Poder Público. Neste viés, o art. 6º, §3º,
lesão ou ameaça de lesão ao direito de ir e vir. Trata-se de Lei nº 12.016/09, preceitua que “considera-se autoridade
ação constitucional de cunho predominantemente penal, coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou
pois protege o direito de ir e vir e vai contra a restrição da qual emane a ordem para a sua prática”. Encontra-se re-
arbitrária da liberdade. Pode ser preventivo, para os casos gulamentada pela Lei nº 12.016, de 07 de agosto de 2009.
92
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
f) Mandado de segurança coletivo (artigo 5º, LXX, à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
CF): Visa a preservação ou reparação de direito líquido e subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Con-
certo relacionado a interesses transindividuais (individuais gresso Nacional, mediante controle externo, e pelo siste-
homogêneos ou coletivos), e devido à questão da legitimi- ma de controle interno de cada Poder.
dade ativa, pertencente a partidos políticos e determinadas Quanto às áreas fiscalizadas, enquadram-se: contábil,
associações. Trata-se de ação constitucional de natureza ci- financeira, orçamentária, operacional e patrimonial no que
vil, independente da natureza do ato, de caráter coletivo. A se refere a legalidade, legitimidade, economicidade, sub-
legitimidade ativa é de partido político com representação venções e renúncia de receitas.
no Congresso Nacional, bem como de organização sindical,
entidade de classe ou associação legalmente constituída e Tribunal de Contas da União
em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa O Tribunal de Contas da União é órgão integrante do
de direitos líquidos e certos que atinjam diretamente seus Congresso Nacional que tem a função de auxiliá-lo no
interesses ou de seus membros. Encontra-se regulamenta- controle financeiro externo da Administração Pública. No
do pelo artigo 22 da Lei nº 12.016/09, que regulamenta o âmbito estadual e municipal, aplicam-se, no que couber,
mandado de segurança individual. aos respectivos Tribunais e Conselhos de Contas, as nor-
g) Mandado de injunção (artigo 5º, LXXI, CF): os dois mas sobre fiscalização contábil, financeira e orçamentária.
requisitos constitucionais para que seja proposto o manda- As atribuições de controle do Tribunal de Contas da
do de injunção são a existência de norma constitucional de União encontram-se descritas no artigo 71 da Constitui-
eficácia limitada que prescreva direitos, liberdades consti- ção, envolvendo notadamente o auxílio ao Congresso Na-
tucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobe- cional no controle externo (tanto é assim que o Tribunal
rania e à cidadania; além da falta de norma regulamenta- não susta diretamente os atos ilegais, mas solicita ao Con-
dores, impossibilitando o exercício dos direitos, liberdades gresso Nacional que o faça):
e prerrogativas em questão. Assim, visa curar o hábito que
se incutiu no legislador brasileiro de não regulamentar as Artigo 71, CF. O controle externo, a cargo do Congres-
normas de eficácia limitada para que elas não sejam apli- so Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
cáveis. Trata-se de ação constitucional que objetiva a regu- Contas da União, ao qual compete:
lamentação de normas constitucionais de eficácia limitada. I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Pre-
Legitimado ativo é qualquer pessoa, nacional ou estrangei- sidente da República, mediante parecer prévio que deverá
ra, física ou jurídica, capaz ou incapaz, que titularize direito ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
fundamental não materializável por omissão legislativa do II - julgar as contas dos administradores e demais res-
Poder público, bem como o Ministério Público na defesa de ponsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da adminis-
seus interesses institucionais. Não se aceita a legitimidade tração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades
ativa de pessoas jurídicas de direito público. Regulamenta- instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as con-
do pela Lei nº 13.300/2016. tas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
Controle parlamentar ou legislativo é a prerrogativa III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos
atribuída ao Poder Legislativo de fiscalizar a Administração atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na admi-
Pública sob os critérios político e financeiro. Deve se ater nistração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas
às hipóteses previstas na Constituição. Pode ser exercido e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações
quanto ao Executivo e ao Judiciário. para cargo de provimento em comissão, bem como a das
Entre os meios de controle, destacam-se: concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalva-
- Controle Político: tem por base a possibilidade de das as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
fiscalização sobre atos ligados à função administrativa e legal do ato concessório;
organizacional. Conforme artigo 49, X, CF, compete exclu- IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos De-
sivamente ao Congresso Nacional “fiscalizar e controlar, putados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de in-
diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do quérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, fi-
Poder Executivo, incluídos os da administração indireta”. nanceira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
Do poder genérico de controle podem ser depreendidos unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Execu-
outros poderes, como o poder convocatório, que permite tivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
à Câmara ou Senado convocar Ministro de Estado ou au- V - fiscalizar as contas nacionais das empresas su-
toridade relacionada ao Presidente (artigo 50, CF); o poder pranacionais de cujo capital social a União participe, de
de sustação, que permite ao Congresso Nacional “sustar forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos re-
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislati- passados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou
va” (artigo 49, V, CF); e o controle das Comissões Parlamen- outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Fede-
tares de Inquérito – CPI (artigo 58, §3º, CF). ral ou a Município;
- Controle Financeiro: a fiscalização contábil, finan- VII - prestar as informações solicitadas pelo Con-
ceira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e gresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qual-
das entidades da administração direta e indireta, quanto quer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização con-
93
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
tábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e regras da responsabilidade civil, tanto podendo buscar o
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; ressarcimento do dano que sofreu quanto respondendo
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade por aqueles danos que causar. Da mesma forma, o Estado
de despesa ou irregularidade de contas, as sanções pre- tem o dever de indenizar os membros da sociedade pelos
vistas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, danos que seus agentes causem durante a prestação do
multa proporcional ao dano causado ao erário; serviço, inclusive se tais danos caracterizarem uma violação
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote aos direitos humanos reconhecidos.
as providências necessárias ao exato cumprimento da Trata-se de responsabilidade extracontratual porque
lei, se verificada ilegalidade; não depende de ajuste prévio, basta a caracterização de
X - sustar, se não atendido, a execução do ato im- elementos genéricos pré-determinados, que perpassam
pugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Depu- pela leitura concomitante do Código Civil (artigos 186, 187
tados e ao Senado Federal; e 927) com a Constituição Federal (artigo 37, §6°).
XI - representar ao Poder competente sobre irregulari- Genericamente, os elementos da responsabilidade civil
dades ou abusos apurados. se encontram no art. 186 do Código Civil:
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será ado-
tado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicita- Artigo 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão volun-
rá, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. tária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas
no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. Este é o artigo central do instituto da responsabilidade
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação civil, que tem como elementos: ação ou omissão voluntária
de débito ou multa terão eficácia de título executivo. (agir como não se deve ou deixar de agir como se deve),
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, culpa ou dolo do agente (dolo é a vontade de cometer uma
trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. violação de direito e culpa é a falta de diligência), nexo
causal (relação de causa e efeito entre a ação/omissão e
o dano causado) e dano (dano é o prejuízo sofrido pelo
7 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. agente, que pode ser individual ou coletivo, moral ou ma-
7.1 RESPONSABILIDADE CIVIL DO terial, econômico e não econômico).
É preciso lembrar que não é o Estado em si que viola
ESTADO NO DIREITO BRASILEIRO. 7.1.1
os direitos, porque o Estado é uma ficção formada por um
RESPONSABILIDADE POR ATO COMISSIVO grupo de pessoas que desempenham as atividades estatais
DO ESTADO. 7.1.2 RESPONSABILIDADE POR diversas. Assim, viola direitos o agente que o representa,
OMISSÃO DO ESTADO. 7.2 REQUISITOS PARA fazendo com que o próprio Estado seja responsabilizado
A DEMONSTRAÇÃO DA RESPONSABILIDADE por isso civilmente, pagando pela indenização (reparação
DO ESTADO. 7.3 CAUSAS EXCLUDENTES E dos danos materiais e morais). Sem prejuízo, com relação a
ATENUANTES DA RESPONSABILIDADE DO eles, caberá ação de regresso se agiram com dolo ou culpa.
ESTADO. Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal:
94
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro- não responde por todo assalto que ocorra, a não ser que
cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado na circunstância específica possuía o dever de impedir o
contraditório e ampla defesa. Trata-se de responsabilida- assalto, como no caso de uma viatura presente no local -
de civil subjetiva ou com culpa. Havendo ação ou omis- muito embora o direito à segurança pessoal seja um direito
são com culpa do servidor que gere dano ao erário (Ad- humano reconhecido).
ministração) ou a terceiro (administrado), o servidor terá 2) Agentes públicos - é toda pessoa que trabalhe den-
o dever de indenizar. Não obstante, agentes públicos que tro da administração pública, tenha ingressado ou não por
pratiquem atos violadores de direitos humanos se sujeitam concurso, possua cargo, emprego ou função. Envolve os
à responsabilidade penal e à responsabilidade administra- agentes políticos, os servidores públicos em geral (funcio-
tiva, todas autônomas uma com relação à outra e à já men- nários, empregados ou temporários) e os particulares em
cionada responsabilidade civil. Neste sentido, o artigo 125 colaboração (por exemplo, jurado ou mesário).
da Lei nº 8.112/90: 3) Dano causado quando o agente estava agindo nesta
qualidade - é preciso que o agente esteja lançando mão
Artigo 125, Lei nº 8.112/1990. As sanções civis, penais e das prerrogativas do cargo, não agindo como um parti-
administrativas poderão cumular-se, sendo independentes cular.
entre si. Sem estes três requisitos, não será possível acionar o
Estado para responsabilizá-lo civilmente pelo dano, por
Com efeito, no caso da responsabilidade civil, o Estado mais relevante que tenha sido a esfera de direitos atingida.
é diretamente acionado e responde pelos atos de seus ser- Assim, não é qualquer dano que permite a responsabili-
vidores que violem direitos, cabendo eventualmente ação zação civil do Estado, mas somente aquele que é causado
de regresso contra ele. Contudo, nos casos da responsa- por um agente público no exercício de suas funções e que
bilidade penal e da responsabilidade administrativa acio- exceda as expectativas do lesado quanto à atuação do Es-
na-se o agente público que praticou o ato. Destaca-se a tado.
independência entre as esferas civil, penal e administrativa
no que tange à responsabilização do agente público que Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade
cometa ato ilícito. do Estado
Tomadas as exigências de características dos danos
acima colacionadas, notadamente a anormalidade, con- Não é sempre que o Estado será responsabilizado. Há
sidera-se que para o Estado ser responsabilizado por um excludentes da responsabilidade estatal, aprofundadas
dano, ele deve exceder expectativas cotidianas, isto é, não abaixo, notadamente: a) caso fortuito (fato de terceiro) ou
cabe exigir do Estado uma excepcional vigilância da socie- força maior (fato da natureza) fora dos alcances da previsi-
dade e a plena cobertura de todas as fatalidades que pos- bilidade do dano; b) culpa exclusiva da vítima.
sam acontecer em território nacional. Todas estas excludentes geram a exclusão do elemento
Diante de tal premissa, entende-se que a responsabili- nexo causal, que é o liame subjetivo entre a ação/omissão
dade civil do Estado será objetiva apenas no caso de ações, e o dano, não do elemento culpa, que envolve o aspecto
mas subjetiva no caso de omissões. Em outras palavras, ve- volitivo da ação/omissão. Afinal, em regra, a responsabili-
rifica-se se o Estado se omitiu tendo plenas condições de dade civil do Estado é objetiva, de modo que a ausência de
não ter se omitido, isto é, ter deixado de agir quando tinha culpa ainda caracteriza a responsabilidade. Logo, caso se
plenas condições de fazê-lo, acarretando em prejuízo den- esteja diante de uma hipótese de responsabilidade civil do
tro de sua previsibilidade. Estado subjetiva por omissão, também a ausência de culpa
São casos nos quais se reconheceu a responsabilidade excluirá o dever de indenizar.
omissiva do Estado: morte de filho menor em creche mu-
nicipal, buracos não sinalizados na via pública, tentativa de a) Fortuito
assalto a um usuário do metrô resultando em morte, danos Hoje, fortuito e força maior são sinônimos. Trata-se de
provocados por enchentes e escoamento de águas pluviais fato externo à conduta do agente de natureza inevitável
quando o Estado sabia da problemática e não tomou pro- (externabilidade + inevitabilidade), conforme artigo 393,
vidência para evitá-las, morte de detento em prisão, incên- parágrafo único, CC. Imprevisibilidade não é atributo de
dio em casa de shows fiscalizada com negligência, etc. caso fortuito (ex.: terremoto no Japão é previsível, mas é
externo e inevitável, logo, o caso é fortuito).
Requisitos para a demonstração da responsabilidade Fortuito interno é diferente de fortuito externo. Fortui-
do Estado to interno se relaciona com a atividade ordinária do cau-
sador do dano – há responsabilidade, por exemplo, falha
1) Dano - somente é indenizável o dano certo, espe- dos freios gerando acidente de ônibus. O fortuito externo
cial e anormal. Certo é o dano real, existente. Especial é não é introduzido pelo agente, por exemplo, assalto, infar-
o dano específico, individualizado, que atinge determina- to, chuva forte. No fortuito interno o risco é de dentro pra
da ou determinadas pessoas. Anormal é o dano que ul- fora, no fortuito externo é de fora pra dentro. Apenas no
trapassa os problemas comuns da vida em sociedade (por primeiro há dever de indenizar, isto é, mostra-se necessário
exemplo, infelizmente os assaltos são comuns e o Estado o vínculo com a atividade.
95
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Ex.: Para o STF, o banco tem o dever de dar segurança, lei anterior editando a matéria para que seja preservado o
tudo o que ocorre nele é fortuito interno. Inclusive, o STJ princípio da legalidade). A origem deste princípio está na
diz que fazem parte do risco da instituição financeira os criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio
golpes que possa sofrer, por exemplo, subtração fraudu- Estado deve respeitar as leis que dita.
lenta dos cofres em sua guarda (Informativo nº 468, STJ). b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interes-
ses que representa, a administração pública está proibida
b) Fato exclusivo da vítima de promover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar
Quem provocou o dano foi a própria vítima. alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou
Fato concorrente – Fenômeno da causalidade múltipla prejudicando. Segundo este princípio, a administração pú-
ou autoria plural – 2 condutas concorrentes para produzir blica deve tratar igualmente todos aqueles que se encon-
um único dano. Somente reduz o montante de danos. trem na mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou
igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a impessoalida-
c) Fato de terceiro de no que tange à contratação de serviços. O princípio da
São casos em que a causa necessária para o dano não impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade,
foi nem o comportamento do agente e nem o da vítima. O pelo qual o alvo a ser alcançado pela administração públi-
agente, na contestação, fará nomeação à autoria – gerando ca é somente o interesse público. Com efeito, o interesse
exclusão, não o futuro regresso da denunciação da lide. particular não pode influenciar no tratamento das pessoas,
Terceiro não identificado – o agente não se responsa- já que deve-se buscar somente a preservação do interesse
biliza, pois não teve um comportamento – act of God (do coletivo.
inglês, ato de Deus) – fortuito externo. c) Princípio da moralidade: A posição deste princí-
pio no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de
uma espécie de moralidade administrativa, intimamente
relacionada ao poder público. A administração pública não
8 REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO.
atua como um particular, de modo que enquanto o des-
8.1 CONCEITO. 8.2 PRINCÍPIOS EXPRESSOS E
cumprimento dos preceitos morais por parte deste parti-
IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. cular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento
jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento
imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio
da moralidade deve se fazer presente não só para com os
Prezado Candidato, o tema Regime Jurídico, já foi administrados, mas também no âmbito interno. Está indis-
abordado em tópicos anteriores.
sociavelmente ligado à noção de bom administrador, que
não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos
Princípios constitucionais expressos
princípios éticos regentes da função administrativa. TODO
São princípios da administração pública, nesta ordem:
ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU AO MENOS
Legalidade
IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação com os dois princípios
Impessoalidade
anteriores.
Moralidade
d) Princípio da publicidade: A administração pública
Publicidade
é obrigada a manter transparência em relação a todos seus
Eficiência
atos e a todas informações armazenadas nos seus ban-
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras for-
mam o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da cos de dados. Daí a publicação em órgãos da imprensa e
Administração Pública. É de fundamental importância um a afixação de portarias. Por exemplo, a própria expressão
olhar atento ao significado de cada um destes princípios, concurso público (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que
posto que eles estruturam todas as regras éticas prescritas todos devem tomar conhecimento do processo seletivo de
no Código de Ética e na Lei de Improbidade Administrativa, servidores do Estado. Diante disso, como será visto, se ne-
tomando como base os ensinamentos de Carvalho Filho55 gar indevidamente a fornecer informações ao administrado
e Spitzcovsky56: caracteriza ato de improbidade administrativa.
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legali- No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o
dade significa a permissão de fazer tudo o que a lei não princípio da publicidade seja deturpado em propaganda
proíbe. Contudo, como a administração pública representa político-eleitoral:
os interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação
de subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei ex- Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
pressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
55 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de caráter educativo, informativo ou de orientação social,
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
2010. caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servido-
56 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. res públicos.
ed. São Paulo: Método, 2011.
96
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Somente pela publicidade os indivíduos controlarão a Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicá-
legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os ins- vel ao caso concreto e relacionar os fatos que concreta-
trumentos para proteção são o direito de petição e as cer- mente levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos
tidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - residual- os atos administrativos devem ser motivados para que o
mente - do mandado de segurança. Neste viés, ainda, prevê Judiciário possa controlar o mérito do ato administrativo
o artigo 37, CF em seu §3º: quanto à sua legalidade. Para efetuar esse controle, devem
ser observados os motivos dos atos administrativos.
Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de par- Em relação à necessidade de motivação dos atos ad-
ticipação do usuário na administração pública direta e ministrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um
indireta, regulando especialmente: único comportamento possível) e dos atos discricionários
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços pú- (aqueles que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta
blicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de um ou mais comportamentos possíveis, de acordo com um
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e juízo de conveniência e oportunidade), a doutrina é unís-
interna, da qualidade dos serviços;
sona na determinação da obrigatoriedade de motivação
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e
com relação aos atos administrativos vinculados; todavia,
a informações sobre atos de governo, observado o disposto
diverge quanto à referida necessidade quanto aos atos dis-
no art. 5º, X e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício ne- cricionários.
gligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na admi- Meirelles58 entende que o ato discricionário, editado
nistração pública. sob os limites da Lei, confere ao administrador uma mar-
gem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e
e) Princípio da eficiência: A administração pública deve oportunidade, não sendo necessária a motivação. No en-
manter o ampliar a qualidade de seus serviços com controle tanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá condi-
de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o con- cionar-se a esta, em razão da necessidade de observância
curso público seleciona os mais qualificados ao exercício do da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento
cargo), ao manter tais pessoas em seus cargos (pois é possível majoritário da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato
exonerar um servidor público por ineficiência) e ao controlar discricionário, é necessária a motivação para que se saiba
gastos (limitando o teto de remuneração), por exemplo. O nú- qual o caminho adotado pelo administrador. Gasparini59,
cleo deste princípio é a procura por produtividade e economi- com respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclusive
cidade. Alcança os serviços públicos e os serviços administrati- a superação de tais discussões doutrinárias, pois o referido
vos internos, se referindo diretamente à conduta dos agentes. artigo exige a motivação para todos os atos nele elenca-
dos, compreendendo entre estes, tanto os atos discricioná-
Outros princípios administrativos
rios quanto os vinculados.
Além destes cinco princípios administrativo-constitu-
c) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos:
cionais diretamente selecionados pelo constituinte, podem
O Estado assumiu a prestação de determinados serviços,
ser apontados como princípios de natureza ética relaciona-
dos à função pública a probidade e a motivação: por considerar que estes são fundamentais à coletividade.
a) Princípio da probidade: um princípio constitucio- Apesar de os prestar de forma descentralizada ou mesmo
nal incluído dentro dos princípios específicos da licitação, delegada, deve a Administração, até por uma questão de
é o dever de todo o administrador público, o dever de ho- coerência, oferecê-los de forma contínua e ininterrupta.
nestidade e fidelidade com o Estado, com a população, no Pelo princípio da continuidade dos serviços públicos, o Es-
desempenho de suas funções. Possui contornos mais defi- tado é obrigado a não interromper a prestação dos ser-
nidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini57 alerta que viços que disponibiliza. A respeito, tem-se o artigo 22 do
alguns autores tratam veem como distintos os princípios da Código de Defesa do Consumidor:
moralidade e da probidade administrativa, mas não há ca-
racterísticas que permitam tratar os mesmos como procedi- Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
mentos distintos, sendo no máximo possível afirmar que a concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra for-
probidade administrativa é um aspecto particular da mora- ma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços
lidade administrativa. adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, con-
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao tínuos.
administrador de motivar todos os atos que edita, gerais Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou
ou de efeitos concretos. É considerado, entre os demais
parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pes-
princípios, um dos mais importantes, uma vez que sem a
soas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos
motivação não há o devido processo legal, uma vez que a
causados, na forma prevista neste código.
fundamentação surge como meio interpretativo da decisão
que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro
meio de viabilização do controle da legalidade dos atos da 58 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo
Administração. brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993.
57 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª 59 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª
ed. São Paulo: Saraiva, 2004. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
1 Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; direitos sociais; direitos de nacionalidade;
direitos políticos; partidos políticos. ................................................................................................................................................................ 01
2 Poder Executivo: atribuições e responsabilidades do presidente da República. ........................................................................ 03
3 Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança pública; organização da segurança pública. ................. 07
4 Ordem social: base e objetivos da ordem social; seguridade social; meio ambiente; família, criança, adolescente, idoso
e índio........................................................................................................................................................................................................................... 11
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
B) Escopo: Trata-se de remédio constitucional com D) Objeto: o objeto do mandado de segurança co-
natureza subsidiária pelo qual se busca a invalidação de letivo são os direitos coletivos e os direitos individuais
atos de autoridade ou a suspensão dos efeitos da omis- homogêneos. Tal instituto não se presta à proteção dos
são administrativa, geradores de lesão a direito líquido e direitos difusos, conforme posicionamento amplamente
certo, por ilegalidade ou abuso de poder. São protegidos majoritário, já que, dada sua difícil individualização, fica
todos os direitos líquidos e certos à exceção da proteção improvável a verificação da ilegalidade ou do abuso do
de direitos humanos à liberdade de locomoção e ao aces- poder sobre tal direito (art. 21, parágrafo único, Lei nº
so ou retificação de informações relativas à pessoa do im- 12.016/09).
petrante, constantes de registros ou bancos de dados de E) Legitimidade ativa: como se extrai da própria
entidades governamentais ou de caráter público, ambos disciplina constitucional, aliada ao artigo 21 da Lei nº
sujeitos a instrumentos específicos. 12.016/09, é de partido político com representação no
C) Natureza jurídica: ação constitucional de natureza Congresso Nacional, bem como de organização sindical,
civil, independente da natureza do ato impugnado (ad- entidade de classe ou associação legalmente constituída
ministrativo, jurisdicional, eleitoral, criminal, trabalhista). e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em de-
D) Espécies: preventivo, quando se estiver na iminên- fesa de direitos líquidos e certos que atinjam diretamente
cia de violação a direito líquido e certo, ou reparatório, seus interesses ou de seus membros.
quando já consumado o abuso/ilegalidade. F) Disciplina específica na Lei nº 12.016/09:
E) Direito líquido e certo: é aquele que pode ser de-
monstrado de plano mediante prova pré-constituída, sem Art. 22, Lei nº 12.016/09. No mandado de segurança
a necessidade de dilação probatória, isto devido à nature- coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos
za célere e sumária do procedimento. membros do grupo ou categoria substituídos pelo impe-
F) Legitimidade ativa: a mais ampla possível, abran- trante.
gendo não só a pessoa física como a jurídica, nacional ou § 1º O mandado de segurança coletivo não induz li-
estrangeira, residente ou não no Brasil, bem como órgãos tispendência para as ações individuais, mas os efeitos da
públicos despersonalizados e universalidades/pessoas coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título indi-
formais reconhecidas por lei. vidual se não requerer a desistência de seu mandado de
G) Legitimidade passiva: A autoridade coatora deve segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência
ser autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no comprovada da impetração da segurança coletiva.
exercício de atribuições do Poder Público. Neste viés, o § 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só
art. 6º, §3º, Lei nº 12.016/09, preceitua que “considera-se poderá ser concedida após a audiência do representante
autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato im- judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se
pugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática”. pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
H) Competência: Fixada de acordo com a autoridade
coatora. - Mandado de injunção.
I) Regulamentação específica: Lei nº 12.016, de 07 de
agosto de 2009. Regulamenta o artigo 5º, LXXI, CF:
J) Procedimento: artigos 6º a 19 da Lei nº 12.016/09.
Artigo 5º, LXXI, CF. Conceder-se-á mandado de injun-
- Mandado de segurança coletivo ção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
A Constituição Federal prevê a possibilidade de in- inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais
gresso com mandado de segurança coletivo, consoante e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
ao artigo 5º, LXX: e à cidadania.
Artigo 5º, LXX, CF. O mandado de segurança coletivo A) Escopo: os dois requisitos constitucionais para que
pode ser impetrado por: a) partido político com repre- seja proposto o mandado de injunção são a existência de
sentação no Congresso Nacional; b) organização sindical, norma constitucional de eficácia limitada que prescreva di-
entidade de classe ou associação legalmente constituída reitos, liberdades constitucionais e prerrogativas inerentes
e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa à nacionalidade, à soberania e à cidadania; além da falta de
dos interesses de seus membros ou associados. norma regulamentadores, impossibilitando o exercício dos
direitos, liberdades e prerrogativas em questão. Assim, visa
A) Origem: Constituição Federal de 1988. curar o hábito que se incutiu no legislador brasileiro de não
B) Escopo: preservação ou reparação de direito líqui- regulamentar as normas de eficácia limitada para que elas
do e certo relacionado a interesses transindividuais (in- não sejam aplicáveis.
dividuais homogêneos ou coletivos), e devido à questão B) Natureza jurídica: ação constitucional que objetiva
da legitimidade ativa, pertencente a partidos políticos e a regulamentação de normas constitucionais de eficácia
determinadas associações. limitada.
C) Natureza jurídica: ação constitucional de natureza C) Legitimidade ativa: qualquer pessoa, nacional ou es-
civil, independente da natureza do ato, de caráter coleti- trangeira, física ou jurídica, capaz ou incapaz, que titularize
vo. direito fundamental não materializável por omissão legis-
2
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
lativa do Poder público, bem como o Ministério Público G) Regulamentação específica: Lei nº 9.507, de 12 de
na defesa de seus interesses institucionais. Não se aceita a novembro de 1997.
legitimidade ativa de pessoas jurídicas de direito público. H) Procedimento: artigos 8º a 19 da Lei nº 9.507/1997.
D) Competência: Supremo Tribunal Federal, quando a
elaboração de norma regulamentadora for atribuição do - Ação popular
Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câma- Prevê o artigo 5º, LXXIII, CF:
ra dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma
dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, Artigo 5º, LXXIII, CF. Qualquer cidadão é parte legítima
de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
Tribunal Federal (art. 102, I, “q”, CF); ao Superior Tribunal de patrimônio público ou de entidade de que o Estado par-
Justiça, quando a elaboração da norma regulamentadora ticipe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
administração direta ou indireta, excetuados os casos da comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da sucumbência.
Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e
da Justiça Federal (art. 105, I, “h”, CF); ao Tribunal Superior A) Origem: Constituição Federal de 1934.
Eleitoral, quando as decisões dos Tribunais Regionais Elei- B) Escopo: é instrumento de exercício direto da demo-
torais denegarem habeas corpus, mandado de segurança, cracia, permitindo ao cidadão que busque a proteção da
habeas data ou mandado de injunção (art. 121, §4º, V, CF); coisa pública, ou seja, que vise assegurar a preservação dos
e aos Tribunais de Justiça Estaduais, frente aos entes a ele interesses transindividuais.
vinculados. C) Natureza jurídica: trata-se de ação constitucional,
E) Procedimento: aplicação analógica da Lei nº que visa anular ato lesivo ao patrimônio público ou de en-
12.016/09, não havendo lei específica. tidade de que o Estado participe, à moralidade administra-
tiva, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural
- Habeas data. D) Legitimidade ativa: deve ser cidadão, ou seja, aquele
nacional que esteja no pleno gozo dos direitos políticos.
O artigo 5º, LXXII, CF prevê: E) Legitimidade passiva: ente da Administração Pública,
direta ou indireta, ou então pessoa jurídica que de algum
Artigo 5º, LXXII, CF. Conceder-se-á habeas data: a) para modo lide com a coisa pública.
assegurar o conhecimento de informações relativas à pes- F) Competência: Será fixada de acordo com a origem
soa do impetrante, constantes de registros ou bancos de do ato ou omissão a serem impugnados (artigo 5º, Lei nº
dados de entidades governamentais ou de caráter público; 4.717/65).
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê- G) Regulamentação específica: Lei nº 4.717, de 29 de
-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. junho de 1965.
H) Procedimento: artigos 7º a 19, Lei nº 4.717/65.
Tal como o habeas corpus, trata-se de ação gratuita
(artigo 5º, LXXVII, CF).
A) Antecedente histórico: Freedom of Information Act,
de 1974. 2 PODER EXECUTIVO: ATRIBUIÇÕES E
B) Escopo: proteção do acesso a informações pessoais RESPONSABILIDADES DO PRESIDENTE DA
constantes de registros ou bancos de dados de entidades REPÚBLICA.
governamentais ou de caráter público, para o conhecimen-
to ou retificação (correção).
C) Natureza jurídica: ação constitucional que tutela o
acesso a informações pessoais. A separação de Poderes é inerente ao modelo do Estado
D) Legitimidade ativa: pessoa física, brasileira ou es- Democrático de Direito, impedindo a monopolização do po-
trangeira, ou por pessoa jurídica, de direito público ou pri- der e, por conseguinte, a tirania e a opressão. Resta garantida
vado, tratando-se de ação personalíssima – os dados de- no artigo 2º da Constituição Federal com o seguinte teor:
vem ser a respeito da pessoa que a propõe.
E) Legitimidade passiva: entidades governamentais da Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos
Administração Pública Direta e Indireta nas três esferas, entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
bem como instituições, órgãos, entidades e pessoas jurí-
dicas privadas prestadores de serviços de interesse público Se, por um lado, o Estado é uno, até mesmo por se legiti-
que possuam dados relativos à pessoa do impetrante. mar na soberania popular; por outro lado, é necessária a divi-
F) Competência: Conforme o caso, nos termos da são de funções das atividades estatais de maneira equilibrada,
Constituição, do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “d”), o que se faz pela divisão de Poderes.
do Superior Tribunal de Justiça (art. 105, I, “b”), dos Tribu- O constituinte afirma que estes poderes são independen-
nais Regionais Federais (art. 108, I, “c”), bem como dos juí- tes e harmônicos entre si. Independência significa que cada
zes federais (art. 109, VIII). qual possui poder para se autogerir, notadamente pela capa-
3
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
cidade de organização estrutural (criação de cargos e subdi- A) Funções atípicas do Poder Executivo: legislar – nota-
visões) e orçamentária (divisão de seus recursos conforme le- damente quando o Presidente da República adota uma medi-
gislação por eles mesmos elaborada). Harmonia significa que da provisória (art. 62, CF) – e julgar –no que tange a defesas e
cada Poder deve respeitar os limites de competência do outro recursos administrativos;
e não se imiscuir indevidamente em suas atividades típicas. B) Funções atípicas do Poder Legislativo: auto-organi-
A noção de separação de Poderes começou a tomar for- zar-se (função executiva) – dispondo sobre organização, pro-
ma com o ideário iluminista. Neste viés, o Iluminismo lançou vimento de cargos, concessão de férias e licenças a seus servi-
base para os dois principais eventos que ocorreram no início dores, etc. – e julgar a exemplo do julgamento do Presidente
da Idade Contemporânea, quais sejam as Revoluções Fran- da República por crime de responsabilidade pelo Senado Fe-
cesa e Industrial. Entre os pensadores que lançaram as ideias deral (art. 52, I, CF);
que vieram a ser utilizadas no ideário das Revoluções France- C) Funções atípicas do Poder Judiciário: auto-organi-
sa e Americana se destacam Locke, Montesquieu e Rousseau, zar-se (função executiva) – dispondo sobre organização, estru-
sendo que Montesquieu foi o que mais trabalhou com a con- tura, concessão de férias e licenças a seus servidores, etc. – e
cepção de separação dos Poderes. legislar – elaborando o regimento interno de seus Tribunais,
Montesquieu (1689 – 1755) avançou nos estudos de Loc- por exemplo (art. 96, CF).
ke, que também entendia necessária a separação dos Pode-
res, e na obra O Espírito das Leis estabeleceu em definitivo a Do Poder Executivo
clássica divisão de poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
O pensador viveu na França, numa época em que o absolutis- 1) Do Presidente e do Vice-Presidente da República
mo estava cada vez mais forte. O Poder Executivo tem por função principal a de adminis-
O objeto central da principal obra de Montesquieu1 não é trar a coisa pública, gerindo o patrimônio estatal em prol do
a lei regida nas relações entre os homens, mas as leis e insti- interesse comum da população. Na esfera federal, este papel é
tuições criadas pelos homens para reger as relações entre os desempenhado pelo Presidente da República e por seu Vice-
homens. Segundo Montesquieu2, as leis criam costumes que -Presidente, com auxílio dos Ministros de Estado. A propósito,
disciplina o artigo 76 da Constituição:
regem o comportamento humano, sendo influenciadas por
diversos fatores, não apenas pela razão.
Artigo 76, CF. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente
Quanto à fonte do poder, diferencia-se, segundo Mon-
da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
tesquieu3, do modo como se dará o seu exercício, uma vez
Tendo em vista a adoção do sistema presidencialista de
que o poder emana do povo, apto a escolher mas inapto a
governo, o Presidente será eleito juntamente com seu Vice-
governar, sendo necessário que seu interesse seja representa-
-Presidente após processo eleitoral com regras mínimas des-
do conforme sua vontade.
critas no artigo 77 da Constituição:
Montesquieu4 estabeleceu como condição do Estado de
Direito a separação dos Poderes em Legislativo, Judiciário e Artigo 77, CF. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente
Executivo – que devem se equilibrar –, servindo o primeiro da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro do-
para a elaboração, a correção e a ab-rogação de leis, o segun- mingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo
do para a promoção da paz e da guerra e a garantia de segu- de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do
rança, e o terceiro para julgar (mesmo os próprios Poderes). término do mandato presidencial vigente.
Cada Poder possui funções típicas e atípicas. Por fun- § 1º A eleição do Presidente da República importará a do
ção típica entenda-se aquela para a qual o Poder foi criado. Vice-Presidente com ele registrado.
A) Função típica do Poder Executivo: administrar – gerir § 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que,
a coisa pública e aplicar a lei; registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de
B) Funções típicas do Poder Legislativo: legislar – alte- votos, não computados os em branco e os nulos.
rando e criando a ordem jurídica vigente – e fiscalizar o Exe- § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na
cutivo – fiscalizando a contabilidade, o orçamento, as finanças primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias
e o patrimônio do Executivo; após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candi-
C) Função típica do Poder Judiciário: julgar – solucionar datos mais votados e considerando-se eleito aquele que obti-
litígios e fazer valer a lei no caso concreto e, eventualmente, ver a maioria dos votos válidos.
em casos abstratos, como no controle de constitucionalidade. § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer mor-
Funções atípicas são aquelas que tradicionalmente per- te, desistência ou impedimento legal de candidato, convo-
tenceriam a outro Poder, mas por ser tal função inerente à sua car-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
natureza será por ele mesmo desempenhada. § 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanes-
cer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma
1 MONTESQUIEU, Charles de Secondat. O Espírito das Leis. Tradução votação, qualificar-se-á o mais idoso.
Fernando Henrique Cardoso e Leôncio Martins Rodrigues. 2. ed. São Paulo:
Abril Cultural, 1979, p. 25. Eleitos, o Presidente e o Vice-Presidente da República to-
2 Ibid., p. 26. marão posse e prestarão compromisso perante o Congresso
3 Ibid., p. 32. Nacional:
4 Ibid., p. 148-149.
4
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Artigo 78, CF. O Presidente e o Vice-Presidente da República Artigo 83, CF. O Presidente e o Vice-Presidente da República não
tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País
o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sus-
tentar a união, a integridade e a independência do Brasil. 2) Atribuições do Presidente e do Vice-Presidente da
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada República
para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo As atribuições do Presidente da República, substitutiva-
de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declara- mente exercíveis pelo Vice-Presidente da República e, em al-
do vago. guns casos, delegáveis aos Ministros de Estado e outras auto-
ridades, estão descritas no artigo 84 da Constituição.
O Vice-Presidente tem a função de auxiliar o Presidente
da República e poderá substituí-lo temporariamente, quando Artigo 84, CF. Compete privativamente ao Presidente da
o Presidente estiver ausente do país, ou definitivamente, no República:
caso de vacância do cargo. I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção
Artigo 79, CF. Substituirá o Presidente, no caso de impedi- superior da administração federal;
mento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente. III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de previstos nesta Constituição;
outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complemen- IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
tar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
missões especiais. V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
É possível que tanto o Presidente quanto o Vice-Presiden- A) organização e funcionamento da administração fede-
te fiquem impedidos ou deixem seus cargos vagos, questão ral, quando não implicar aumento de despesa nem criação
regulada pelo artigo 80 da Constituição: ou extinção de órgãos públicos;
B) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
Artigo 80, CF. Em caso de impedimento do Presidente e VII - manter relações com Estados estrangeiros e acredi-
do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão tar seus representantes diplomáticos;
sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacio-
Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal nais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
e o do Supremo Tribunal Federal. IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
Neste caso de vacância dupla, no entanto, a Presidência XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso
da República não será assumida em definitivo – caberá a rea- Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a
lização de novas eleições para que se complete o período do situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
mandato, indiretas se a vacância se der nos últimos dois anos XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se
de mandato, diretas se ocorrer nos dois primeiros anos de necessário, dos órgãos instituídos em lei;
mandato, conforme artigo 81 da Constituição: XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas,
Artigo 81, CF. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Pre- nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aero-
sidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de náutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os
aberta a última vaga. cargos que lhes são privativos;
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Mi-
período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita nistros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Supe-
trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, riores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral
na forma da lei. da República, o presidente e os diretores do banco central e
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar outros servidores, quando determinado em lei;
o período de seus antecessores. XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros
do Tribunal de Contas da União;
O mandato do Presidente da República tem a duração de XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta
quatro anos e sempre começa em 1º de janeiro do ano se- Constituição, e o Advogado-Geral da União;
guinte à eleição. XVII - nomear membros do Conselho da República, nos
termos do art. 89, VII;
Artigo 82, CF. O mandato do Presidente da República é de XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano se- Conselho de Defesa Nacional;
guinte ao da sua eleição. XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, au-
torizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quan-
Por fim, o artigo 83 da Constituição regulamenta a ausên- do ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas
cia do país por parte do Presidente e do Vice-Presidente. condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacio-
nal;
5
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração
Congresso Nacional; do processo pelo Senado Federal.
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do pro-
nele permaneçam temporariamente; cesso.
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória,
o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de nas infrações comuns, o Presidente da República não estará
orçamento previstos nesta Constituição; sujeito a prisão.
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro § 4º O Presidente da República, na vigência de seu
de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas mandato, não pode ser responsabilizado por atos estra-
referentes ao exercício anterior; nhos ao exercício de suas funções.
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na
forma da lei; 4) Dos Ministros de Estado
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos O artigo 87 da Constituição Federal sintetiza as obriga-
termos do art. 62; ções dos Ministros de Estado, bem como os requisitos para
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Consti- ocupação do cargo.
tuição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá dele- Artigo 87, CF. Os Ministros de Estado serão escolhidos
gar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercí-
primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral cio dos direitos políticos.
da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de
os limites traçados nas respectivas delegações. outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos
3) Da Responsabilidade Do Presidente da República órgãos e entidades da administração federal na área de sua
O Presidente da República pode cometer atos ilícitos competência e referendar os atos e decretos assinados pelo
considerados crimes de responsabilidade, conforme regulado Presidente da República;
pelo artigo 85 da Constituição. II - expedir instruções para a execução das leis, decretos
e regulamentos;
Artigo 85, CF. São crimes de responsabilidade os atos do III - apresentar ao Presidente da República relatório
Presidente da República que atentem contra a Constituição anual de sua gestão no Ministério;
Federal e, especialmente, contra: IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe
I - a existência da União; forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da Repúbli-
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, ca.
do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades
da Federação; Por seu turno, o artigo 88 da Constituição estabelece:
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País; Artigo 88, CF. A lei disporá sobre a criação e extinção de
V - a probidade na administração; Ministérios e órgãos da administração pública.
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. 5) Do Conselho da República e do Conselho de De-
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei espe- fesa Nacional
cial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. O Conselho da República e o Conselho de Defesa Na-
A propósito, a Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, define cional são dois órgãos instituídos no âmbito do Executivo
os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo Federal, ambos com função consultiva.
de julgamento. Ainda assim, o artigo 86 da Constituição traz re- Neste sentido, os artigo 89 e 90 regulamentam o Conse-
gras mínimas sobre tal processo e julgamento. Neste sentido, o lho da República, sua composição, suas funções e sua con-
Senado Federal presidido pelo Presidente do Supremo tribunal vocação. A título complementar, a Lei nº 8.041, de 05 de ju-
Federal julgará os crimes de responsabilidade, ao passo que o nho de 1990, dispõe sobre a organização e o funcionamento
Supremo Tribunal Federal julgará as infrações comuns. do Conselho da República.
Artigo 89, CF. O Conselho da República é órgão superior
Artigo 86, CF. Admitida a acusação contra o Presidente da de consulta do Presidente da República, e dele participam:
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele I - o Vice-Presidente da República;
submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Fede- II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
ral, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Fede- III - o Presidente do Senado Federal;
ral, nos crimes de responsabilidade. IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: Deputados;
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; VI - o Ministro da Justiça;
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar
pelo executor da medida, será por este comunicada ime- autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorro-
diatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for gação, relatará os motivos determinantes do pedido, de-
legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de deli- vendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta”.
to à autoridade policial; “Art. 138, CF. O decreto do estado de sítio indicará sua
II - a comunicação será acompanhada de declaração, duração, as normas necessárias a sua execução e as ga-
pela autoridade, do estado físico e mental do detido no rantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de
momento de sua autuação; publicado, o Presidente da República designará o executor
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não po- das medidas específicas e as áreas abrangidas.
derá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo § 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá
Poder Judiciário; ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a
o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, agressão armada estrangeira.
submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congres- § 2º Solicitada autorização para decretar o estado de
so Nacional, que decidirá por maioria absoluta. sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Sena-
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será do Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o
convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro fim de apreciar o ato.
de dez dias contados de seu recebimento, devendo con- § 3º O Congresso Nacional permanecerá em funciona-
tinuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. mento até o término das medidas coercitivas.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado
de defesa. Art. 139, CF. Na vigência do estado de sítio decretado
com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas
Da disciplina do Estado de Defesa no artigo 136, CF contra as pessoas as seguintes medidas:
podem ser extraídos alguns aspectos relevantes. I - obrigação de permanência em localidade determinada;
Primeiro, a finalidade do Estado de Defesa, que é a preser- II - detenção em edifício não destinado a acusados ou
vação ou restabelecimento em locais restritos e determinados a condenados por crimes comuns;
ordem pública e a paz social que estejam ameaçados por grave III - restrições relativas à inviolabilidade da correspon-
instabilidade institucional ou calamidade de grande proporção. dência, ao sigilo das comunicações, à prestação de infor-
Ainda, a especificidade que se percebe pela exigência mações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão,
de determinação do local e do prazo de vigência (que não na forma da lei;
pode exceder 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias), bem IV - suspensão da liberdade de reunião;
como pela delimitação de medidas. V - busca e apreensão em domicílio;
Nota-se que a natureza das medidas cabíveis ora se VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
voltam ao estado de defesa por instabilidade institucional VII - requisição de bens.
(casos do inciso I do §1º, restringindo certos sigilos e o di- Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso
reito de reunião) e ora se voltam ao estado de defesa por III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetua-
calamidade (caso do inciso II do §1º, com uso temporário dos em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela
de bens e serviços públicos). respectiva Mesa.
Por fim, destaca-se que a decretação do Estado de De-
fesa, embora seja feita pelo Presidente da República, não é No Estado de Sítio também é necessária a oitiva do
um ato arbitrário porque ele deve ouvir a opinião do Con- Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional,
selho da República e do Conselho de Defesa Nacional e bem como a aprovação pelo Congresso Nacional. As hipó-
depois submeter o decreto para aprovação pelo Congresso teses são de grave comoção nacional, ineficácia do estado
Nacional por maioria absoluta. de defesa e estado de guerra. Também há requisitos de
especificidade quanto ao tempo, áreas abrangidas e medi-
Seção II das coercitivas a serem aplicados no Estado de Sítio. Entre
DO ESTADO DE SÍTIO as medidas coercitivas cabíveis no Estado de Sítio, estão as
enumeradas no artigo 139, CF.
Art. 137, CF. O Presidente da República pode, ouvidos
o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, Seção III
solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar DISPOSIÇÕES GERAIS
o estado de sítio nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocor- Art. 140, CF. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos
rência de fatos que comprovem a ineficácia de medida to- os líderes partidários, designará Comissão composta de
mada durante o estado de defesa; cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a exe-
II - declaração de estado de guerra ou resposta a cução das medidas referentes ao estado de defesa e ao
agressão armada estrangeira. estado de sítio.
8
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Art. 141, CF. Cessado o estado de defesa ou o esta- IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
do de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode
responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus execu- estar filiado a partidos políticos;
tores ou agentes. VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível,
o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência se- por decisão de tribunal militar de caráter permanente,
rão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de
ao Congresso Nacional, com especificação e justificação guerra;
das providências adotadas, com relação nominal dos atin- VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar
gidos e indicação das restrições aplicadas. a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por
sentença transitada em julgado, será submetido ao julga-
O Congresso Nacional, mediante Comissão específica, mento previsto no inciso anterior;
exerce atividade fiscalizatória das medidas coercitivas. Pra- VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, in-
ticados atos atentatórios serão punidos mesmo após ces- cisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI,
sado o estado de defesa ou de sítio. XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com preva-
lência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea ‘c’;
Forças armadas IX - (Revogado)
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas,
O capítulo II do título V aborda as forças armadas, que os limites de idade, a estabilidade e outras condições de
exercem a defesa do Estado. transferência do militar para a inatividade, os direitos, os
deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situa-
CAPÍTULO II ções especiais dos militares, consideradas as peculiarida-
DAS FORÇAS ARMADAS des de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por
força de compromissos internacionais e de guerra.
Art. 142, CF. As Forças Armadas, constituídas pela Ma-
rinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições Art. 143, CF. O serviço militar é obrigatório nos termos
nacionais permanentes e regulares, organizadas com base da lei.
na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do § 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atri-
Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, buir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após
à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de alistados, alegarem imperativo de consciência, entenden-
qualquer destes, da lei e da ordem. do-se como tal o decorrente de crença religiosa e de con-
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a vicção filosófica ou política, para se eximirem de ativida-
serem adotadas na organização, no preparo e no emprego des de caráter essencialmente militar.
das Forças Armadas. § 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, po-
disciplinares militares. rém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denomina-
dos militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser As Forças Armadas são compostas por Marinha, Exér-
fixadas em lei, as seguintes disposições: cito e Aeronáutica e o chefe delas é o Presidente da Re-
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a pública. Por terem a finalidade de defender a pátria, a
elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República Constituição, a lei e a ordem, são permanentes, regulares
e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva e hierarquizadas, além de terem vedações como o direito
ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos de greve e o direito de sindicalização, bem como de filia-
militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos ção a partidos políticos. Pela natureza diversa dos crimes
uniformes das Forças Armadas; praticados por estes militares, serão julgados por órgão
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo próprio e perdem a garantia do habeas corpus. O alista-
ou emprego público civil permanente, ressalvada a hipóte- mento militar é obrigatório, ainda que seja dispensado,
se prevista no art. 37, inciso XVI, alínea ‘c’, será transferido caso em que ficará como reservista. A mulher não precisa
para a reserva, nos termos da lei; prestar o serviço militar obrigatório, mas pode ser convo-
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar cada para a prestação de outros serviços para o Estado,
posse em cargo, emprego ou função pública civil tempo- assim como os eclesiásticos.
rária, não eletiva, ainda que da administração indireta, res-
salvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea ‘c’, Intervenção nos Estados e Municípios.
ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá,
enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por A intervenção consiste no afastamento temporário
antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas das prerrogativas totais ou parciais próprias da autono-
para aquela promoção e transferência para a reserva, sen- mia dos entes federados, por outro ente federado, pre-
do depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, valecendo a vontade do ente interventor. Neste sentido,
transferido para a reserva, nos termos da lei; necessária a verificação de:
9
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
A) Pressupostos materiais – requisitos a serem verifica- I - no caso do art. 34, IV (livre exercício dos Poderes),
dos quanto ao atendimento de uma das justificativas para de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo
a intervenção. coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal
B) Pressupostos processuais – requisitos para que o ato Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
da intervenção seja válido, como prazo, abrangência, con- II - no caso de desobediência a ordem ou decisão ju-
dições, além da autorização do Poder Legislativo (artigo 36, diciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Su-
CF). perior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
A intervenção pode ser federal, quando a União inter- III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de
fere nos Estados e no Distrito Federal (artigo 34, CF), ou representação do Procurador-Geral da República, na hipó-
estadual, quando os Estados-membros interferem em seus tese do art. 34, VII (observância de princípios constitucio-
Municípios (artigo 35, CF). nais), e no caso de recusa à execução de lei federal.
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a am-
Artigo 34, CF. A União não intervirá nos Estados nem plitude, o prazo e as condições de execução e que, se cou-
no Distrito Federal, exceto para: ber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação
I - manter a integridade nacional; do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
Federação em outra; § 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordi-
pública; nária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes § 3º Nos casos do art. 34, VI e VII (execução de decisão/
nas unidades da Federação; lei federal e violação de certos princípios constitucionais),
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação ou do art. 35, IV (idem com relação à intervenção em mu-
que: nicípios), dispensada a apreciação pelo Congresso Nacio-
A) suspender o pagamento da dívida fundada por mais nal ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a
de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; suspender a execução do ato impugnado, se essa medida
B) deixar de entregar aos Municípios receitas tributá- bastar ao restabelecimento da normalidade.
rias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabe- § 4º Cessados os motivos da intervenção, as autorida-
lecidos em lei; des afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impe-
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão dimento legal.
judicial; Artigo 42, CF, “os membros das Polícias Militares e Cor-
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios pos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com
constitucionais: base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados,
A) forma republicana, sistema representativo e regime do Distrito Federal e dos Territórios. § 1º Aplicam-se aos
democrático; militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios,
B) direitos da pessoa humana; além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art.
C) autonomia municipal; 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo
D) prestação de contas da administração pública, dire- a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art.
ta e indireta. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas
E) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de pelos respectivos governadores. § 2º Aos pensionistas dos
impostos estaduais, compreendida a proveniente de trans- militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
ferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo
nas ações e serviços públicos de saúde”. ente estatal.
Artigo 35, CF. O Estado não intervirá em seus Municí- Artigo 144, § 7º, CF. A lei disciplinará a organização e
pios, nem a União nos Municípios localizados em Território o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança
Federal, exceto quando: pública, de maneira a garantir a eficiência de suas ativida-
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por des.
dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da Artigo 144, § 8º, CF. Os Municípios poderão constituir
lei; guardas municipais destinadas à proteção de seus bens,
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e
nas ações e serviços públicos de saúde; Artigo 144, § 9º, CF. A remuneração dos servidores
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representa- policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo
ção para assegurar a observância de princípios indicados será fixada na forma do § 4º do art. 39.
na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei,
de ordem ou de decisão judicial”. Artigo 144, § 10, CF. A segurança viária, exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pes-
Artigo 36, CF. A decretação da intervenção dependerá: soas e do seu patrimônio nas vias públicas:
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de Art. 195. A seguridade social será financiada por toda
trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que asse- a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
gurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e mediante recursos provenientes dos orçamentos da união,
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Fede- dos estados, do distrito federal e dos municípios, e das se-
ral e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades guintes contribuições sociais:
executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Car- I - do empregador, da empresa e da entidade a ela
reira, na forma da lei. equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
A) a folha de salários e demais rendimentos do traba-
lho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física
que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
4 ORDEM SOCIAL: BASE E OBJETIVOS DA B) a receita ou o faturamento;
ORDEM SOCIAL; SEGURIDADE SOCIAL; C) o lucro;
MEIO AMBIENTE; FAMÍLIA, CRIANÇA, Ii - do trabalhador e dos demais segurados da previ-
ADOLESCENTE, IDOSO E ÍNDIO. dência social, não incidindo contribuição sobre aposenta-
doria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência
social de que trata o art. 201;
Iii - sobre a receita de concursos de prognósticos.
TÍTULO VIII Iv - do importador de bens ou serviços do exterior, ou
Da ordem social de quem a lei a ele equiparar.
§ 1º - as receitas dos estados, do distrito federal e dos
CAPÍTULO I municípios destinadas à seguridade social constarão dos
Disposição geral respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da
união.
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do § 2º a proposta de orçamento da seguridade social
trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. será elaborada de forma integrada pelos órgãos respon-
Ordem social é a expressão que se refere à organiza- sáveis pela saúde, previdência social e assistência social,
ção da sociedade, proporcionando o bem-estar e a justiça tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na
social. Neste sentido, invariavelmente seus vetores se ligam lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a
aos direitos econômicos, sociais e culturais, bem como aos gestão de seus recursos.
direitos difusos e coletivos (notadamente ambiental). § 3º a pessoa jurídica em débito com o sistema da
seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá
Capítulo ii contratar com o poder público nem dele receber benefí-
Da seguridade social cios ou incentivos fiscais ou creditícios.
§ 4º a lei poderá instituir outras fontes destinadas a
Seção i garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,
Disposições gerais obedecido o disposto no art. 154, i.
§ 5º nenhum benefício ou serviço da seguridade so-
O título VIII, que aborda a ordem social, traz este cial poderá ser criado, majorado ou estendido sem a cor-
tripé no capítulo ii, intitulado “da seguridade social”: respondente fonte de custeio total.
saúde, previdência e assistência social. § 6º as contribuições sociais de que trata este artigo
só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto data da publicação da lei que as houver instituído ou mo-
integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da dificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, iii,
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saú- «b».
de, à previdência e à assistência social. § 7º são isentas de contribuição para a seguridade so-
Parágrafo único. Compete ao poder público, nos termos da lei, cial as entidades beneficentes de assistência social que
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: atendam às exigências estabelecidas em lei.
I - universalidade da cobertura e do atendimento; § 8º o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatá-
Ii - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços rio rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos
às populações urbanas e rurais; cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de eco-
Iii - seletividade e distributividade na prestação dos be- nomia familiar, sem empregados permanentes, contribui-
nefícios e serviços; rão para a seguridade social mediante a aplicação de uma
Iv - irredutibilidade do valor dos benefícios; alíquota sobre o resultado da comercialização da produção
V - equidade na forma de participação no custeio; e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
Vi - diversidade da base de financiamento; § 9º as contribuições sociais previstas no inciso i do
Vii - caráter democrático e descentralizado da adminis- caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cál-
tração, mediante gestão quadripartite, com participação dos culo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do go- utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa
verno nos órgãos colegiados. ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
ciedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo O §7º do artigo 201, cf fixa as condições para a aposen-
na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese tadoria pelo regime geral de previdência social. Professor
alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. de ensino infantil, fundamental e médio, que tenha exclu-
§ 4º lei complementar disciplinará a relação entre a sivamente desempenhado estas funções, tem o tempo de
união, estados, distrito federal ou municípios, inclusive suas contribuição reduzido em 5 anos (30 anos para homem e
autarquias, fundações, sociedades de economia mista e em- 25 anos para mulher).
presas controladas direta ou indiretamente, enquanto patro- Se uma pessoa contribuir a dois regimes diversos em
cinadoras de entidades fechadas de previdência privada, e períodos diferentes de sua vida contributiva, estes regimes
suas respectivas entidades fechadas de previdência privada. se compensarão, ou seja, o tempo de um se acrescerá no
§ 5º a lei complementar de que trata o parágrafo anterior outro (artigo 201, §9º, cf).
aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas permissionárias A questão de verba destinada à cobertura do risco de
ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando pa- acidente de trabalho é disciplinada no §10 do artigo 201,
trocinadoras de entidades fechadas de previdência privada. cf. Atualmente, a lei nº 6.367/1976 dispõe sobre o seguro
§ 6º a lei complementar a que se refere o § 4° deste ar- de acidentes do trabalho a cargo do inps e dá outras pro-
tigo estabelecerá os requisitos para a designação dos mem- vidências.
bros das diretorias das entidades fechadas de previdência Quanto à incorporação de ganhos habituais ao salário,
privada e disciplinará a inserção dos participantes nos cole- prevê o §11 do artigo 201, cf pela incorporação para efeito
giados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam de contribuição previdenciária e consequente repercussão
objeto de discussão e deliberação. em benefícios, nos casos e na forma da lei.
Sobre o sistema especial de inclusão previdenciária, é a
A previdência social e a assistência social se diferen- disciplina do artigo 201, §§ 12 e 13, cf.
ciam principalmente porque a previdência social volta-se Por seu turno, o artigo 202, cf volta-se ao regime de
ao pagamento de aposentadoria e benefícios aos seus con- previdência privada, que pode se organizar de forma autô-
tribuintes, ao passo que a assistência social tem por foco a noma e possui caráter complementar e facultativo.
oferta de amparo mínimo aos que não contribuíram para a Com efeito, a lei complementar nº 109, de 29 de maio
seguridade social. de 2001, dispõe sobre o regime de previdência comple-
O artigo 201, cf, trabalha com a organização da previ- mentar e dá outras providências.
dência social em regime geral, de caráter contributivo e fi-
liação obrigatória, sendo que devem ser adotados critérios
de preservação de equilíbrio financeiro e atuarial. Nota-se
que todos os trabalhadores ficarão vinculados ao regime e
prestarão contribuição a ele, não havendo a opção de dele
se desvincular. No mais, são previstas como campos de
atendimento pela previdência: “i - cobertura dos eventos
de doença, invalidez, morte e idade avançada; ii - prote-
ção à maternidade, especialmente à gestante; iii - proteção
ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
iv - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes
dos segurados de baixa renda; v - pensão por morte do
segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro
e dependentes, observado o disposto no § 2º” (ou seja, não
se aceitando valor inferior ao salário mínimo).
Os critérios para a concessão de aposentadoria são
unitários, em regra, conforme o §1º do artigo 201, cf.
O valor mínimo de benefício com caráter substitutivo
de salário de contribuição ou rendimento é de 1 salário
mínimo (artigo 201, §2º, cf).
Os salários de contribuição serão atualizados (artigo
201, §3º, cf) e os benefícios serão devidamente reajustados
(artigo 201, §4º, cf), tudo com vistas à preservação do valor
real da contribuição e do benefício.
Integrante de regime próprio de previdência não pode
se vincular como segurado facultativo, prestando contri-
buições autônomas, ao regime geral (artigo 201, §5º, cf), o
que geraria uma indevida cumulação de benefícios.
Aposentados e pensionistas também fazem jus ao dé-
cimo terceiro salário, denominado gratificação natalina, a
ser calculado com base no valor dos proventos do mês de
dezembro de cada ano (artigo 201, §6º, cf).
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
ANOTAÇÕES
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
1 Lei nº 7.102/1983: dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição
e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá
outras providências. .......................................................................................................................................................................................... 01
2 Lei nº 10.357/2001: estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que direta ou indireta-
mente possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem
dependência física ou psíquica, e dá outras providências. ............................................................................................................... 03
3 Lei nº 6.815/1980: define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração. ... 06
4 Lei nº 11.343/2006: institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD); prescreve medidas
para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece nor-
mas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências
(apenas aspectos penais e processuais penais). .................................................................................................................................... 19
5 Lei nº 4.898/1965: direito de representação e processo de responsabilidade administrativa civil e penal, nos casos
de abuso de autoridade (apenas aspectos penais e processuais penais). .................................................................................. 27
6 Lei nº 9.455/1997: define os crimes de tortura e dá outras providências (apenas aspectos penais e processuais pe-
nais). ........................................................................................................................................................................................................................ 30
7 Lei nº 8.069/1990: Estatuto da Criança e do Adolescente (apenas aspectos penais e processuais penais). ............. 30
8 Lei nº 10.826/2003: Estatuto do Desarmamento (apenas aspectos penais e processuais penais). ............................... 70
9 Lei nº 9.605/1998: Lei dos Crimes Ambientais (apenas aspectos penais e processuais penais). ..................................110
10 Lei nº 10.446/2002: infrações penais de repercussão interestadual ou internacional que exigem repressão unifor-
me...........................................................................................................................................................................................................................118
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
1
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
III - aplicar aos estabelecimentos financeiros as penali- § 4º As empresas que tenham objeto econômico diver-
dades previstas nesta lei. so da vigilância ostensiva e do transporte de valores, que
Parágrafo único. Para a execução da competência pre- utilizem pessoal de quadro funcional próprio, para execu-
vista no inciso I, o Ministério da Justiça poderá celebrar ção dessas atividades, ficam obrigadas ao cumprimento do
convênio com as Secretarias de Segurança Pública dos res- disposto nesta lei e demais legislações pertinentes. (Incluí-
pectivos Estados e Distrito Federal. (Redação dada pela Lei do pela Lei nº 8.863, de 1994)
nº 9.017, de 1995) § 5º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994)
Art. 7º O estabelecimento financeiro que infringir dis- § 6º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994)
posição desta lei ficará sujeito às seguintes penalidades, Art. 11 - A propriedade e a administração das empre-
conforme a gravidade da infração e levando-se em conta a sas especializadas que vierem a se constituir são vedadas
reincidência e a condição econômica do infrator: (Redação a estrangeiros.
dada pela Lei nº 9.017, de 1995) (Vide art. 16 da Lei nº Art. 12 - Os diretores e demais empregados das em-
9.017, de 1995) presas especializadas não poderão ter antecedentes crimi-
I - advertência; (Redação dada pela Lei nº 9.017, de nais registrados.
1995) Art. 13. O capital integralizado das empresas especiali-
II - multa, de mil a vinte mil Ufirs; (Redação dada pela zadas não pode ser inferior a cem mil Ufirs. (Redação dada
Lei nº 9.017, de 1995) pela Lei nº 9.017, de 1995)
III - interdição do estabelecimento. (Redação dada pela Art. 14 - São condições essenciais para que as empre-
Lei nº 9.017, de 1995) sas especializadas operem nos Estados, Territórios e Distri-
Art 8º - Nenhuma sociedade seguradora poderá emi- to Federal:
tir, em favor de estabelecimentos financeiros, apólice de I - autorização de funcionamento concedida conforme
seguros que inclua cobertura garantindo riscos de roubo e o art. 20 desta Lei; e
furto qualificado de numerário e outros valores, sem com- II - comunicação à Secretaria de Segurança Pública do
provação de cumprimento, pelo segurado, das exigências respectivo Estado, Território ou Distrito Federal.
previstas nesta Lei. Art. 15. Vigilante, para os efeitos desta lei, é o empre-
Parágrafo único - As apólices com infringência do dis- gado contratado para a execução das atividades definidas
posto neste artigo não terão cobertura de resseguros pelo nos incisos I e II do caput e §§ 2º, 3º e 4º do art. 10. (Reda-
Instituto de Resseguros do Brasil. ção dada pela Lei nº 8.863, de 1994)
Art. 9º - Nos seguros contra roubo e furto qualificado Art. 16 - Para o exercício da profissão, o vigilante
de estabelecimentos financeiros, serão concedidos descon- preencherá os seguintes requisitos:
tos sobre os prêmios aos segurados que possuírem, além I - ser brasileiro;
dos requisitos mínimos de segurança, outros meios de pro- II - ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos;
teção previstos nesta Lei, na forma de seu regulamento. III - ter instrução correspondente à quarta série do pri-
Art. 10. São considerados como segurança privada as meiro grau;
atividades desenvolvidas em prestação de serviços com a IV - ter sido aprovado, em curso de formação de vigi-
finalidade de: (Redação dada pela Lei nº 8.863, de 1994) lante, realizado em estabelecimento com funcionamento
I - proceder à vigilância patrimonial das instituições fi- autorizado nos termos desta lei. (Redação dada pela Lei nº
nanceiras e de outros estabelecimentos, públicos ou priva- 8.863, de 1994)
dos, bem como a segurança de pessoas físicas; (Incluído V - ter sido aprovado em exame de saúde física, mental
pela Lei nº 8.863, de 1994) e psicotécnico;
II - realizar o transporte de valores ou garantir o trans- VI - não ter antecedentes criminais registrados; e
porte de qualquer outro tipo de carga. (Incluído pela Lei VII - estar quite com as obrigações eleitorais e militares.
nº 8.863, de 1994) Parágrafo único - O requisito previsto no inciso III des-
§ 1º Os serviços de vigilância e de transporte de valores te artigo não se aplica aos vigilantes admitidos até a publi-
poderão ser executados por uma mesma empresa. (Renu- cação da presente Lei
merado do parágrafo único pela Lei nº 8.863, de 1994) Art. 17. O exercício da profissão de vigilante requer
§ 2º As empresas especializadas em prestação de servi- prévio registro no Departamento de Polícia Federal, que se
ços de segurança, vigilância e transporte de valores, cons- fará após a apresentação dos documentos comprobatórios
tituídas sob a forma de empresas privadas, além das hipó- das situações enumeradas no art. 16. (Redação dada pela
teses previstas nos incisos do caput deste artigo, poderão Medida Provisória nº 2.184-23, de 2001)
se prestar ao exercício das atividades de segurança privada Art. 18 - O vigilante usará uniforme somente quando
a pessoas; a estabelecimentos comerciais, industriais, de em efetivo serviço.
prestação de serviços e residências; a entidades sem fins Art. 19 - É assegurado ao vigilante:
lucrativos; e órgãos e empresas públicas. (Incluído pela Lei I - uniforme especial às expensas da empresa a que se
nº 8.863, de 1994) vincular;
§ 3º Serão regidas por esta lei, pelos regulamentos dela II - porte de arma, quando em serviço;
decorrentes e pelas disposições da legislação civil, comercial, III - prisão especial por ato decorrente do serviço;
trabalhista, previdenciária e penal, as empresas definidas no IV - seguro de vida em grupo, feito pela empresa em-
parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994) pregadora.
2
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 20. Cabe ao Ministério da Justiça, por intermédio Art. 24 - As empresas já em funcionamento deverão
do seu órgão competente ou mediante convênio com as proceder à adaptação de suas atividades aos preceitos des-
Secretarias de Segurança Pública dos Estados e Distrito Fe- ta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da
deral: (Redação dada pela Lei nº 9.017, de 1995) data em que entrar em vigor o regulamento da presente
I - conceder autorização para o funcionamento: Lei, sob pena de terem suspenso seu funcionamento até
A) das empresas especializadas em serviços de vigilância; que comprovem essa adaptação.
B) das empresas especializadas em transporte de va- Art. 25 - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no
lores; e prazo de 90 (noventa) dias a contar da data de sua publicação.
C) dos cursos de formação de vigilantes; Art. 26 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
II - fiscalizar as empresas e os cursos mencionados dos Art. 27 - Revogam-se os Decretos-leis nº 1.034, de 21
no inciso anterior; de outubro de 1969, e nº 1.103, de 6 de abril de 1970, e as
Ill - aplicar às empresas e aos cursos a que se refere demais disposições em contrário.
o inciso I deste artigo as penalidades previstas no art. 23 Brasília, em 20 de junho de 1983; 162º da Independên-
desta Lei; cia e 95º da República.
IV - aprovar uniforme; JOÃO FIGUEIREDO
V - fixar o currículo dos cursos de formação de vigi- Ibrahim Abi-Ackel
lantes;
VI - fixar o número de vigilantes das empresas especia- Este texto não substitui o publicado no DOU de
lizadas em cada unidade da Federação; 21.6.1983
VII - fixar a natureza e a quantidade de armas de pro-
priedade das empresas especializadas e dos estabeleci-
mentos financeiros;
VIII - autorizar a aquisição e a posse de armas e mu- 2 LEI Nº 10.357/2001: ESTABELECE NORMAS
nições; e DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO SOBRE
IX - fiscalizar e controlar o armamento e a munição uti- PRODUTOS QUÍMICOS QUE DIRETA OU
lizados. INDIRETAMENTE POSSAM SER DESTINADOS
X - rever anualmente a autorização de funcionamento
À ELABORAÇÃO ILÍCITA DE SUBSTÂNCIAS
das empresas elencadas no inciso I deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 8.863, de 1994) ENTORPECENTES, PSICOTRÓPICAS OU QUE
Parágrafo único. As competências previstas nos incisos DETERMINEM DEPENDÊNCIA FÍSICA OU
I e V deste artigo não serão objeto de convênio. (Redação PSÍQUICA, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
dada pela Lei nº 9.017, de 1995)
Art. 21 - As armas destinadas ao uso dos vigilantes se-
rão de propriedade e responsabilidade:
I - das empresas especializadas; Presidência da República
II - dos estabelecimentos financeiros quando dispuse- Casa Civil
rem de serviço organizado de vigilância, ou mesmo quan- Subchefia para Assuntos Jurídicos
do contratarem empresas especializadas.
Art. 22 - Será permitido ao vigilante, quando em servi-
LEI No 10.357, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2001.
ço, portar revólver calibre 32 ou 38 e utilizar cassetete de
madeira ou de borracha.
Parágrafo único - Os vigilantes, quando empenhados em Estabelece normas de
transporte de valores, poderão também utilizar espingarda de controle e fiscalização
uso permitido, de calibre 12, 16 ou 20, de fabricação nacional. sobre produtos
Art. 23 - As empresas especializadas e os cursos de for- químicos que direta ou
mação de vigilantes que infringirem disposições desta Lei indiretamente possam ser
ficarão sujeitos às seguintes penalidades, aplicáveis pelo destinados à elaboração
Regulamento
Ministério da Justiça, ou, mediante convênio, pelas Secre- ilícita de substâncias
tarias de Segurança Pública, conforme a gravidade da in- entorpecentes,
fração, levando-se em conta a reincidência e a condição psicotrópicas ou que
econômica do infrator: determinem dependência
I - advertência; física ou psíquica, e dá
II - multa de quinhentas até cinco mil Ufirs: (Redação outras providências.
dada pela Lei nº 9.017, de 1995)
III - proibição temporária de funcionamento; e O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
IV - cancelamento do registro para funcionar. gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Parágrafo único - Incorrerão nas penas previstas neste Art. 1o Estão sujeitos a controle e fiscalização, na forma
artigo as empresas e os estabelecimentos financeiros res- prevista nesta Lei, em sua fabricação, produção, armazena-
ponsáveis pelo extravio de armas e munições. mento, transformação, embalagem, compra, venda, comer-
3
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
cialização, aquisição, posse, doação, empréstimo, permuta, Art. 8o A pessoa jurídica que realizar qualquer uma das
remessa, transporte, distribuição, importação, exportação, atividades a que se refere o art. 1o desta Lei é obrigada a
reexportação, cessão, reaproveitamento, reciclagem, trans- fornecer ao Departamento de Polícia Federal, periodica-
ferência e utilização, todos os produtos químicos que pos- mente, as informações sobre suas operações.
sam ser utilizados como insumo na elaboração de subs- Parágrafo único. Os documentos que consubstanciam
tâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem as informações a que se refere este artigo deverão ser ar-
dependência física ou psíquica. quivados pelo prazo de cinco anos e apresentados ao De-
§ 1o Aplica-se o disposto neste artigo às substâncias partamento de Polícia Federal quando solicitados.
entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem depen- Art. 9o Os modelos de mapas e formulários necessários
dência física ou psíquica que não estejam sob controle do à implementação das normas a que se referem os artigos
órgão competente do Ministério da Saúde. anteriores serão publicados em portaria ministerial.
§ 2o Para efeito de aplicação das medidas de contro- Art. 10. A pessoa física ou jurídica que, por qualquer
le e fiscalização previstas nesta Lei, considera-se produto motivo, suspender o exercício de atividade sujeita a con-
químico as substâncias químicas e as formulações que as trole e fiscalização ou mudar de atividade controlada de-
contenham, nas concentrações estabelecidas em portaria, verá comunicar a paralisação ou alteração ao Departa-
em qualquer estado físico, independentemente do nome mento de Polícia Federal, no prazo de trinta dias a partir
fantasia dado ao produto e do uso lícito a que se destina. da data da suspensão ou da mudança de atividade.
Art. 2o O Ministro de Estado da Justiça, de ofício ou em Art. 11. A pessoa física ou jurídica que exerça atividade
razão de proposta do Departamento de Polícia Federal, da sujeita a controle e fiscalização deverá informar ao Depar-
Secretaria Nacional Antidrogas ou da Agência Nacional de tamento de Polícia Federal, no prazo máximo de vinte e
Vigilância Sanitária, definirá, em portaria, os produtos quí- quatro horas, qualquer suspeita de desvio de produto quí-
micos a serem controlados e, quando necessário, promo- mico a que se refere esta Lei.
verá sua atualização, excluindo ou incluindo produtos, bem Art. 12. Constitui infração administrativa:
como estabelecerá os critérios e as formas de controle. I – deixar de cadastrar-se ou licenciar-se no prazo le-
Art. 3o Compete ao Departamento de Polícia Federal o gal;
controle e a fiscalização dos produtos químicos a que se II – deixar de comunicar ao Departamento de Polícia
refere o art. 1o desta Lei e a aplicação das sanções adminis- Federal, no prazo de trinta dias, qualquer alteração ca-
dastral ou estatutária a partir da data do ato aditivo, bem
trativas decorrentes.
como a suspensão ou mudança de atividade sujeita a con-
Art. 4o Para exercer qualquer uma das atividades sujei-
trole e fiscalização;
tas a controle e fiscalização relacionadas no art. 1o , a pes-
III – omitir as informações a que se refere o art. 8o des-
soa física ou jurídica deverá se cadastrar e requerer licença
ta Lei, ou prestá-las com dados incompletos ou inexatos;
de funcionamento ao Departamento de Polícia Federal, de
IV – deixar de apresentar ao órgão fiscalizador, quan-
acordo com os critérios e as formas a serem estabelecidas
do solicitado, notas fiscais, manifestos e outros documen-
na portaria a que se refere o art. 2o, independentemente
tos de controle;
das demais exigências legais e regulamentares.
V – exercer qualquer das atividades sujeitas a controle
§ 1o As pessoas jurídicas já cadastradas, que estejam e fiscalização, sem a devida Licença de Funcionamento ou
exercendo atividade sujeita a controle e fiscalização, de- Autorização Especial do órgão competente;
verão providenciar seu recadastramento junto ao Departa- VI – exercer atividade sujeita a controle e fiscalização
mento de Polícia Federal, na forma a ser estabelecida em com pessoa física ou jurídica não autorizada ou em situa-
regulamento. ção irregular, nos termos desta Lei;
§ 2o A pessoa física ou jurídica que, em caráter even- VII – deixar de informar qualquer suspeita de desvio
tual, necessitar exercer qualquer uma das atividades sujei- de produto químico controlado, para fins ilícitos;
tas a controle e fiscalização, deverá providenciar o seu ca- VIII – importar, exportar ou reexportar produto quími-
dastro junto ao Departamento de Polícia Federal e requerer co controlado, sem autorização prévia;
autorização especial para efetivar as suas operações. IX – alterar a composição de produto químico contro-
Art. 5o A pessoa jurídica referida no caput do art. 4o de- lado, sem prévia comunicação ao órgão competente;
verá requerer, anualmente, a Renovação da Licença de Fun- X – adulterar laudos técnicos, notas fiscais, rótulos e
cionamento para o prosseguimento de suas atividades. embalagens de produtos químicos controlados visando a
Art. 6o Todas as partes envolvidas deverão possuir li- burlar o controle e a fiscalização;
cença de funcionamento, exceto quando se tratar de quan- XI – deixar de informar no laudo técnico, ou nota fis-
tidades de produtos químicos inferiores aos limites a serem cal, quando for o caso, em local visível da embalagem e
estabelecidos em portaria do Ministro de Estado da Justiça. do rótulo, a concentração do produto químico controlado;
Art. 7o Para importar, exportar ou reexportar os pro- XII – deixar de comunicar ao Departamento de Polícia
dutos químicos sujeitos a controle e fiscalização, nos ter- Federal furto, roubo ou extravio de produto químico con-
mos dos arts. 1o e 2o, será necessária autorização prévia do trolado e documento de controle, no prazo de quarenta e
Departamento de Polícia Federal, nos casos previstos em oito horas; e
portaria, sem prejuízo do disposto no art. 6o e dos procedi- XIII – dificultar, de qualquer maneira, a ação do órgão
mentos adotados pelos demais órgãos competentes. de controle e fiscalização.
4
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 13. Os procedimentos realizados no exercício da III – as entidades particulares de caráter assisten-
fiscalização deverão ser formalizados mediante a elabora- cial, filantrópico e sem fins lucrativos que comprovem
ção de documento próprio. essa condição na forma da lei específica em vigor.
Art. 14. O descumprimento das normas estabelecidas Art. 19. A Taxa de Controle e Fiscalização de Pro-
nesta Lei, independentemente de responsabilidade penal, dutos Químicos é devida pela prática dos seguintes
sujeitará os infratores às seguintes medidas administrati- atos de controle e fiscalização:
vas, aplicadas cumulativa ou isoladamente: I – no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) para:
I – advertência formal; A. Emissão de Certificado de Registro Cadastral;
II – apreensão do produto químico encontrado em si- B. Emissão de segunda via de Certificado de Re-
tuação irregular; gistro Cadastral; e
III – suspensão ou cancelamento de licença de funcio- C. Alteração de Registro Cadastral;
namento; II – no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) para:
IV – revogação da autorização especial; e A. Emissão de Certificado de Licença de Funcio-
V – multa de R$ 2.128,20 (dois mil, cento e vinte e oito namento;
reais e vinte centavos) a R$ 1.064.100,00 (um milhão, ses- B. Emissão de segunda via de Certificado de Licen-
senta e quatro mil e cem reais). ça de Funcionamento; e
§ 1o Na dosimetria da medida administrativa, serão C. Renovação de Licença de Funcionamento;
consideradas a situação econômica, a conduta do infrator, III – no valor de R$ 50,00 (cinqüenta reais) para:
a reincidência, a natureza da infração, a quantidade dos A. Emissão de Autorização Especial; e
produtos químicos encontrados em situação irregular e as B. Emissão de segunda via de Autorização Espe-
circunstâncias em que ocorreram os fatos. cial.
§ 2o A critério da autoridade competente, o recolhi- Parágrafo único. Os valores constantes dos incisos
mento do valor total da multa arbitrada poderá ser feito I e II deste artigo serão reduzidos de:
em até cinco parcelas mensais e consecutivas. I - quarenta por cento, quando se tratar de em-
§ 3o Das sanções aplicadas caberá recurso ao Diretor- presa de pequeno porte;
-Geral do Departamento de Polícia Federal, na forma e pra- II - cinqüenta por cento, quando se tratar de filial
zo estabelecidos em regulamento. de empresa já cadastrada;
Art. 15. A pessoa física ou jurídica que cometer qual- III - setenta por cento, quando se tratar de mi-
quer uma das infrações previstas nesta Lei terá prazo de croempresa.
trinta dias, a contar da data da fiscalização, para sanar as Art. 20. A Taxa de Controle e Fiscalização de Pro-
irregularidades verificadas, sem prejuízo da aplicação de dutos Químicos será recolhida nos prazos e nas con-
medidas administrativas previstas no art. 14. dições estabelecidas em ato do Departamento de Po-
§ 1o Sanadas as irregularidades, os produtos químicos lícia Federal.
eventualmente apreendidos serão devolvidos ao seu legíti- Art. 21. Os recursos relativos à cobrança da Taxa
mo proprietário ou representante legal. de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos, à
§ 2o Os produtos químicos que não forem regulariza- aplicação de multa e à alienação de produtos quími-
dos e restituídos no prazo e nas condições estabelecidas cos previstas nesta Lei constituem receita do Fundo
neste artigo serão destruídos, alienados ou doados pelo Nacional Antidrogas – FUNAD.
Departamento de Polícia Federal a instituições de ensino, Parágrafo único. O Fundo Nacional Antidrogas
pesquisa ou saúde pública, após trânsito em julgado da destinará oitenta por cento dos recursos relativos à
decisão proferida no respectivo processo administrativo. cobrança da Taxa, à aplicação de multa e à alienação
§ 3o Em caso de risco iminente à saúde pública ou ao de produtos químicos, referidos no caput deste arti-
meio ambiente, o órgão fiscalizador poderá dar destinação go, ao Departamento de Polícia Federal, para o rea-
imediata aos produtos químicos apreendidos. parelhamento e custeio das atividades de controle e
Art. 16. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscaliza- fiscalização de produtos químicos e de repressão ao
ção de Produtos Químicos, cujo fato gerador é o exercício tráfico ilícito de drogas.
do poder de polícia conferido ao Departamento de Polícia Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua
Federal para controle e fiscalização das atividades relacio- publicação.
nadas no art. 1o desta Lei. Art. 23. Ficam revogados os arts. 1 o a 13 e 18
Art. 17. São sujeitos passivos da Taxa de Controle e Fis- da Lei n o 9.017, de 30 de março de 1995.
calização de Produtos Químicos as pessoas físicas e jurí- Brasília, 27 de dezembro de 2001; 180 o da Inde-
dicas que exerçam qualquer uma das atividades sujeitas a pendência e 113 o da República.
controle e fiscalização de que trata o art. 1o desta Lei. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Art. 18. São isentos do pagamento da Taxa de Controle Aloysio Nunes Ferreira Filho
e Fiscalização de Produtos Químicos, sem prejuízo das de-
mais obrigações previstas nesta Lei: Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
I – os órgãos da Administração Pública direta federal, 28.12.2001
estadual e municipal;
II – as instituições públicas de ensino, pesquisa e saúde;
5
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Seção II
3 LEI Nº 6.815/1980: DEFINE A SITUAÇÃO Dos Princípios e das Garantias
JURÍDICA DO ESTRANGEIRO NO BRASIL,
CRIA O CONSELHO NACIONAL DE Art. 3o A política migratória brasileira rege-se pelos
IMIGRAÇÃO. seguintes princípios e diretrizes:
I - universalidade, indivisibilidade e interdependência
dos direitos humanos;
II - repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a
quaisquer formas de discriminação;
Presidência da República
III - não criminalização da migração;
Casa Civil
IV - não discriminação em razão dos critérios ou dos
Subchefia para Assuntos Jurídicos
procedimentos pelos quais a pessoa foi admitida em terri-
tório nacional;
LEI Nº 13.445, DE 24 DE MAIO DE 2017.
V - promoção de entrada regular e de regularização
documental;
Mensagem de veto VI - acolhida humanitária;
Vigência VII - desenvolvimento econômico, turístico, social, cul-
Institui a Lei de Migração. tural, esportivo, científico e tecnológico do Brasil;
Regulamento VIII - garantia do direito à reunião familiar;
IX - igualdade de tratamento e de oportunidade ao mi-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- grante e a seus familiares;
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: X - inclusão social, laboral e produtiva do migrante por
meio de políticas públicas;
CAPÍTULO I XI - acesso igualitário e livre do migrante a serviços,
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES programas e benefícios sociais, bens públicos, educação,
Seção I assistência jurídica integral pública, trabalho, moradia, ser-
Disposições Gerais viço bancário e seguridade social;
XII - promoção e difusão de direitos, liberdades, garan-
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os direitos e os deveres tias e obrigações do migrante;
do migrante e do visitante, regula a sua entrada e estada XIII - diálogo social na formulação, na execução e na
no País e estabelece princípios e diretrizes para as políti- avaliação de políticas migratórias e promoção da participa-
cas públicas para o emigrante. ção cidadã do migrante;
§ 1o Para os fins desta Lei, considera-se: XIV - fortalecimento da integração econômica, políti-
I - (VETADO); ca, social e cultural dos povos da América Latina, mediante
II - imigrante: pessoa nacional de outro país ou apá- constituição de espaços de cidadania e de livre circulação
trida que trabalha ou reside e se estabelece temporária de pessoas;
ou definitivamente no Brasil; XV - cooperação internacional com Estados de origem,
III - emigrante: brasileiro que se estabelece temporá- de trânsito e de destino de movimentos migratórios, a fim
ria ou definitivamente no exterior; de garantir efetiva proteção aos direitos humanos do mi-
IV - residente fronteiriço: pessoa nacional de país li- grante;
mítrofe ou apátrida que conserva a sua residência habi- XVI - integração e desenvolvimento das regiões de fron-
tual em município fronteiriço de país vizinho; teira e articulação de políticas públicas regionais capazes de
V - visitante: pessoa nacional de outro país ou apá- garantir efetividade aos direitos do residente fronteiriço;
trida que vem ao Brasil para estadas de curta duração, XVII - proteção integral e atenção ao superior interesse
sem pretensão de se estabelecer temporária ou definiti- da criança e do adolescente migrante;
vamente no território nacional; XVIII - observância ao disposto em tratado;
VI - apátrida: pessoa que não seja considerada como XIX - proteção ao brasileiro no exterior;
nacional por nenhum Estado, segundo a sua legislação, XX - migração e desenvolvimento humano no local de
nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos Apátri- origem, como direitos inalienáveis de todas as pessoas;
das, de 1954, promulgada pelo Decreto nº 4.246, de 22 XXI - promoção do reconhecimento acadêmico e do
de maio de 2002, ou assim reconhecida pelo Estado bra- exercício profissional no Brasil, nos termos da lei; e
sileiro. XXII - repúdio a práticas de expulsão ou de deportação
§ 2o (VETADO). coletivas.
Art. 2o Esta Lei não prejudica a aplicação de normas Art. 4o Ao migrante é garantida no território nacional,
internas e internacionais específicas sobre refugiados, em condição de igualdade com os nacionais, a inviolabili-
asilados, agentes e pessoal diplomático ou consular, fun- dade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à seguran-
cionários de organização internacional e seus familiares. ça e à propriedade, bem como são assegurados:
I - direitos e liberdades civis, sociais, culturais e eco-
nômicos;
6
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Parágrafo único. A pessoa que tiver visto brasileiro de- II - o imigrante seja beneficiário de tratado em matéria
negado será impedida de ingressar no País enquanto per- de vistos;
manecerem as condições que ensejaram a denegação. III - outras hipóteses definidas em regulamento.
§ 1o O visto temporário para pesquisa, ensino ou ex-
Subseção II tensão acadêmica poderá ser concedido ao imigrante com
Dos Tipos de Visto ou sem vínculo empregatício com a instituição de pesquisa
ou de ensino brasileira, exigida, na hipótese de vínculo, a
Art. 12. Ao solicitante que pretenda ingressar ou per- comprovação de formação superior compatível ou equiva-
manecer em território nacional poderá ser concedido visto: lente reconhecimento científico.
I - de visita; § 2o O visto temporário para tratamento de saúde po-
II - temporário; derá ser concedido ao imigrante e a seu acompanhante,
III - diplomático; desde que o imigrante comprove possuir meios de subsis-
IV - oficial; tência suficientes.
V - de cortesia. § 3o O visto temporário para acolhida humanitária po-
derá ser concedido ao apátrida ou ao nacional de qualquer
Subseção III país em situação de grave ou iminente instabilidade ins-
Do Visto de Visita titucional, de conflito armado, de calamidade de grande
proporção, de desastre ambiental ou de grave violação de
Art. 13. O visto de visita poderá ser concedido ao visi- direitos humanos ou de direito internacional humanitário,
tante que venha ao Brasil para estada de curta duração, sem ou em outras hipóteses, na forma de regulamento.
intenção de estabelecer residência, nos seguintes casos: § 4o O visto temporário para estudo poderá ser con-
I - turismo; cedido ao imigrante que pretenda vir ao Brasil para fre-
II - negócios; quentar curso regular ou realizar estágio ou intercâmbio de
III - trânsito; estudo ou de pesquisa.
IV - atividades artísticas ou desportivas; e § 5o Observadas as hipóteses previstas em regulamento,
V - outras hipóteses definidas em regulamento. o visto temporário para trabalho poderá ser concedido ao
§ 1o É vedado ao beneficiário de visto de visita exercer imigrante que venha exercer atividade laboral, com ou sem
atividade remunerada no Brasil. vínculo empregatício no Brasil, desde que comprove oferta
§ 2o O beneficiário de visto de visita poderá receber de trabalho formalizada por pessoa jurídica em atividade no
pagamento do governo, de empregador brasileiro ou de País, dispensada esta exigência se o imigrante comprovar ti-
entidade privada a título de diária, ajuda de custo, cachê, tulação em curso de ensino superior ou equivalente.
pró-labore ou outras despesas com a viagem, bem como § 6o O visto temporário para férias-trabalho poderá ser
concorrer a prêmios, inclusive em dinheiro, em competi- concedido ao imigrante maior de 16 (dezesseis) anos que
ções desportivas ou em concursos artísticos ou culturais. seja nacional de país que conceda idêntico benefício ao
§ 3o O visto de visita não será exigido em caso de esca- nacional brasileiro, em termos definidos por comunicação
la ou conexão em território nacional, desde que o visitante diplomática.
não deixe a área de trânsito internacional. § 7o Não se exigirá do marítimo que ingressar no Brasil
em viagem de longo curso ou em cruzeiros marítimos pela
Subseção IV costa brasileira o visto temporário de que trata a alínea “e”
Do Visto Temporário do inciso I do caput, bastando a apresentação da carteira
internacional de marítimo, nos termos de regulamento.
Art. 14. O visto temporário poderá ser concedido ao § 8o É reconhecida ao imigrante a quem se tenha con-
imigrante que venha ao Brasil com o intuito de estabelecer cedido visto temporário para trabalho a possibilidade de
residência por tempo determinado e que se enquadre em modificação do local de exercício de sua atividade laboral.
pelo menos uma das seguintes hipóteses: § 9o O visto para realização de investimento poderá ser
I - o visto temporário tenha como finalidade: concedido ao imigrante que aporte recursos em projeto com
A) pesquisa, ensino ou extensão acadêmica; potencial para geração de empregos ou de renda no País.
B) tratamento de saúde; § 10. (VETADO).
C) acolhida humanitária;
D) estudo; Subseção V
E) trabalho; Dos Vistos Diplomático, Oficial e de Cortesia
F) férias-trabalho;
G) prática de atividade religiosa ou serviço voluntário; Art. 15. Os vistos diplomático, oficial e de cortesia
H) realização de investimento ou de atividade com re- serão concedidos, prorrogados ou dispensados na forma
levância econômica, social, científica, tecnológica ou cul- desta Lei e de regulamento.
tural; Parágrafo único. Os vistos diplomático e oficial pode-
I) reunião familiar; rão ser transformados em autorização de residência, o que
J) atividades artísticas ou desportivas com contrato por importará cessação de todas as prerrogativas, privilégios e
prazo determinado; imunidades decorrentes do respectivo visto.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
IX - que tenha praticado ato contrário aos princípios e § 1o A deportação será precedida de notificação pes-
objetivos dispostos na Constituição Federal. soal ao deportando, da qual constem, expressamente, as
Parágrafo único. Ninguém será impedido de ingressar irregularidades verificadas e prazo para a regularização não
no País por motivo de raça, religião, nacionalidade, perti- inferior a 60 (sessenta) dias, podendo ser prorrogado, por
nência a grupo social ou opinião política. igual período, por despacho fundamentado e mediante
compromisso de a pessoa manter atualizadas suas infor-
CAPÍTULO V mações domiciliares.
DAS MEDIDAS DE RETIRADA COMPULSÓRIA § 2o A notificação prevista no § 1o não impede a livre
Seção I circulação em território nacional, devendo o deportando
Disposições Gerais informar seu domicílio e suas atividades.
§ 3o Vencido o prazo do § 1o sem que se regularize
Art. 46. A aplicação deste Capítulo observará o disposto a situação migratória, a deportação poderá ser executada.
na Lei no 9.474, de 22 de julho de 1997, e nas disposições § 4o A deportação não exclui eventuais direitos adquiri-
legais, tratados, instrumentos e mecanismos que tratem da dos em relações contratuais ou decorrentes da lei brasileira.
proteção aos apátridas ou de outras situações humanitárias. § 5o A saída voluntária de pessoa notificada para deixar
Art. 47. A repatriação, a deportação e a expulsão serão o País equivale ao cumprimento da notificação de deporta-
feitas para o país de nacionalidade ou de procedência do ção para todos os fins.
migrante ou do visitante, ou para outro que o aceite, em § 6o O prazo previsto no § 1o poderá ser reduzido nos
observância aos tratados dos quais o Brasil seja parte. casos que se enquadrem no inciso IX do art. 45.
Art. 48. Nos casos de deportação ou expulsão, o chefe Art. 51. Os procedimentos conducentes à deportação
da unidade da Polícia Federal poderá representar perante devem respeitar o contraditório e a ampla defesa e a ga-
o juízo federal, respeitados, nos procedimentos judiciais, os rantia de recurso com efeito suspensivo.
direitos à ampla defesa e ao devido processo legal. § 1o A Defensoria Pública da União deverá ser notifica-
da, preferencialmente por meio eletrônico, para prestação
Seção II de assistência ao deportando em todos os procedimentos
Da Repatriação administrativos de deportação.
§ 2o A ausência de manifestação da Defensoria Pública
Art. 49. A repatriação consiste em medida administra- da União, desde que prévia e devidamente notificada, não
tiva de devolução de pessoa em situação de impedimento impedirá a efetivação da medida de deportação.
ao país de procedência ou de nacionalidade. Art. 52. Em se tratando de apátrida, o procedimento
§ 1o Será feita imediata comunicação do ato funda- de deportação dependerá de prévia autorização da autori-
mentado de repatriação à empresa transportadora e à au- dade competente.
toridade consular do país de procedência ou de nacionali- Art. 53. Não se procederá à deportação se a medida
dade do migrante ou do visitante, ou a quem o representa. configurar extradição não admitida pela legislação brasileira.
§ 2o A Defensoria Pública da União será notificada,
preferencialmente por via eletrônica, no caso do § 4o deste Seção IV
artigo ou quando a repatriação imediata não seja possível. Da Expulsão
§ 3o Condições específicas de repatriação podem ser
definidas por regulamento ou tratado, observados os prin- Art. 54. A expulsão consiste em medida administrativa
cípios e as garantias previstos nesta Lei. de retirada compulsória de migrante ou visitante do terri-
§ 4o Não será aplicada medida de repatriação à pes- tório nacional, conjugada com o impedimento de reingres-
soa em situação de refúgio ou de apatridia, de fato ou de so por prazo determinado.
direito, ao menor de 18 (dezoito) anos desacompanhado § 1o Poderá dar causa à expulsão a condenação com
ou separado de sua família, exceto nos casos em que se sentença transitada em julgado relativa à prática de:
demonstrar favorável para a garantia de seus direitos ou I - crime de genocídio, crime contra a humanidade, cri-
para a reintegração a sua família de origem, ou a quem me de guerra ou crime de agressão, nos termos definidos
necessite de acolhimento humanitário, nem, em qualquer pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de
caso, medida de devolução para país ou região que possa 1998, promulgado pelo Decreto no 4.388, de 25 de setem-
apresentar risco à vida, à integridade pessoal ou à liberda- bro de 2002; ou
de da pessoa. II - crime comum doloso passível de pena privativa de
§ 5o (VETADO). liberdade, consideradas a gravidade e as possibilidades de
ressocialização em território nacional.
Seção III § 2o Caberá à autoridade competente resolver sobre a
Da Deportação expulsão, a duração do impedimento de reingresso e a sus-
pensão ou a revogação dos efeitos da expulsão, observado
Art. 50. A deportação é medida decorrente de procedi- o disposto nesta Lei.
mento administrativo que consiste na retirada compulsória § 3o O processamento da expulsão em caso de crime
de pessoa que se encontre em situação migratória irregular comum não prejudicará a progressão de regime, o cum-
em território nacional. primento da pena, a suspensão condicional do processo, a
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de extradição em liberdade, com retenção do documento de § 3o Para suprir a falta referida no § 2o, o Ministério
viagem ou outras medidas cautelares necessárias, até o jul- Público Federal terá prazo improrrogável de 60 (sessenta)
gamento da extradição ou a entrega do extraditando, se per- dias, após o qual o pedido será julgado independentemen-
tinente, considerando a situação administrativa migratória, te da diligência.
os antecedentes do extraditando e as circunstâncias do caso. § 4o O prazo referido no § 3o será contado da data de
Art. 87. O extraditando poderá entregar-se voluntaria- notificação à missão diplomática do Estado requerente.
mente ao Estado requerente, desde que o declare expres- Art. 92. Julgada procedente a extradição e autorizada a
samente, esteja assistido por advogado e seja advertido de entrega pelo órgão competente do Poder Executivo, será o
que tem direito ao processo judicial de extradição e à pro- ato comunicado por via diplomática ao Estado requerente,
teção que tal direito encerra, caso em que o pedido será que, no prazo de 60 (sessenta) dias da comunicação, deve-
decidido pelo Supremo Tribunal Federal. rá retirar o extraditando do território nacional.
Art. 88. Todo pedido que possa originar processo de Art. 93. Se o Estado requerente não retirar o extradi-
extradição em face de Estado estrangeiro deverá ser enca- tando do território nacional no prazo previsto no art. 92,
minhado ao órgão competente do Poder Executivo dire- será ele posto em liberdade, sem prejuízo de outras medi-
tamente pelo órgão do Poder Judiciário responsável pela das aplicáveis.
decisão ou pelo processo penal que a fundamenta. Art. 94. Negada a extradição em fase judicial, não se
§ 1o Compete a órgão do Poder Executivo o papel de admitirá novo pedido baseado no mesmo fato.
orientação, de informação e de avaliação dos elementos Art. 95. Quando o extraditando estiver sendo proces-
formais de admissibilidade dos processos preparatórios sado ou tiver sido condenado, no Brasil, por crime punível
para encaminhamento ao Estado requerido. com pena privativa de liberdade, a extradição será exe-
§ 2o Compete aos órgãos do sistema de Justiça vincu- cutada somente depois da conclusão do processo ou do
lados ao processo penal gerador de pedido de extradição cumprimento da pena, ressalvadas as hipóteses de libera-
a apresentação de todos os documentos, manifestações e ção antecipada pelo Poder Judiciário e de determinação da
demais elementos necessários para o processamento do transferência da pessoa condenada.
pedido, inclusive suas traduções oficiais. § 1o A entrega do extraditando será igualmente adiada
§ 3o O pedido deverá ser instruído com cópia autêntica se a efetivação da medida puser em risco sua vida em vir-
ou com o original da sentença condenatória ou da decisão tude de enfermidade grave comprovada por laudo médico
penal proferida, conterá indicações precisas sobre o local, oficial.
a data, a natureza e as circunstâncias do fato criminoso e a § 2o Quando o extraditando estiver sendo processado
identidade do extraditando e será acompanhado de cópia ou tiver sido condenado, no Brasil, por infração de menor
dos textos legais sobre o crime, a competência, a pena e a potencial ofensivo, a entrega poderá ser imediatamente
prescrição. efetivada.
§ 4o O encaminhamento do pedido de extradição ao Art. 96. Não será efetivada a entrega do extraditando
órgão competente do Poder Executivo confere autenticida- sem que o Estado requerente assuma o compromisso de:
de aos documentos. I - não submeter o extraditando a prisão ou processo
Art. 89. O pedido de extradição originado de Estado por fato anterior ao pedido de extradição;
estrangeiro será recebido pelo órgão competente do Poder II - computar o tempo da prisão que, no Brasil, foi im-
Executivo e, após exame da presença dos pressupostos for- posta por força da extradição;
mais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, III - comutar a pena corporal, perpétua ou de morte em
encaminhado à autoridade judiciária competente. pena privativa de liberdade, respeitado o limite máximo de
Parágrafo único. Não preenchidos os pressupostos cumprimento de 30 (trinta) anos;
referidos no caput, o pedido será arquivado mediante IV - não entregar o extraditando, sem consentimento
decisão fundamentada, sem prejuízo da possibilidade de do Brasil, a outro Estado que o reclame;
renovação do pedido, devidamente instruído, uma vez su- V - não considerar qualquer motivo político para agra-
perado o óbice apontado. var a pena; e
Art. 90. Nenhuma extradição será concedida sem pré- VI - não submeter o extraditando a tortura ou a outros
vio pronunciamento do Supremo Tribunal Federal sobre sua tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes.
legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão. Art. 97. A entrega do extraditando, de acordo com as
Art. 91. Ao receber o pedido, o relator designará dia e leis brasileiras e respeitado o direito de terceiro, será feita
hora para o interrogatório do extraditando e, conforme o com os objetos e instrumentos do crime encontrados em
caso, nomear-lhe-á curador ou advogado, se não o tiver. seu poder.
§ 1o A defesa, a ser apresentada no prazo de 10 (dez) Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referidos
dias contado da data do interrogatório, versará sobre a neste artigo poderão ser entregues independentemente da
identidade da pessoa reclamada, defeito de forma de do- entrega do extraditando.
cumento apresentado ou ilegalidade da extradição. Art. 98. O extraditando que, depois de entregue ao
§ 2o Não estando o processo devidamente instruído, Estado requerente, escapar à ação da Justiça e homiziar-se
o Tribunal, a requerimento do órgão do Ministério Público no Brasil, ou por ele transitar, será detido mediante pedido
Federal correspondente, poderá converter o julgamento feito diretamente por via diplomática ou pela Interpol e no-
em diligência para suprir a falta. vamente entregue, sem outras formalidades.
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Art. 99. Salvo motivo de ordem pública, poderá ser § 2o A transferência de pessoa condenada no Brasil
permitido, pelo órgão competente do Poder Executivo, o pode ser concedida juntamente com a aplicação de medi-
trânsito no território nacional de pessoa extraditada por da de impedimento de reingresso em território nacional,
Estado estrangeiro, bem como o da respectiva guarda, na forma de regulamento.
mediante apresentação de documento comprobatório de Art. 104. A transferência de pessoa condenada será
concessão da medida. possível quando preenchidos os seguintes requisitos:
I - o condenado no território de uma das partes for
Seção II nacional ou tiver residência habitual ou vínculo pessoal no
Da Transferência de Execução da Pena território da outra parte que justifique a transferência;
II - a sentença tiver transitado em julgado;
Art. 100. Nas hipóteses em que couber solicitação III - a duração da condenação a cumprir ou que restar
de extradição executória, a autoridade competente po- para cumprir for de, pelo menos, 1 (um) ano, na data de
derá solicitar ou autorizar a transferência de execução apresentação do pedido ao Estado da condenação;
da pena, desde que observado o princípio do non bis in IV - o fato que originou a condenação constituir infra-
idem. ção penal perante a lei de ambos os Estados;
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no De- V - houver manifestação de vontade do condenado
creto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código ou, quando for o caso, de seu representante; e
Penal), a transferência de execução da pena será possível VI - houver concordância de ambos os Estados.
quando preenchidos os seguintes requisitos: Art. 105. A forma do pedido de transferência de pes-
I - o condenado em território estrangeiro for nacional soa condenada e seu processamento serão definidos em
ou tiver residência habitual ou vínculo pessoal no Brasil; regulamento.
II - a sentença tiver transitado em julgado; § 1o Nos casos previstos nesta Seção, a execução pe-
III - a duração da condenação a cumprir ou que restar nal será de competência da Justiça Federal.
para cumprir for de, pelo menos, 1 (um) ano, na data de § 2o Não se procederá à transferência quando inadmi-
apresentação do pedido ao Estado da condenação; tida a extradição.
IV - o fato que originou a condenação constituir in- § 3o (VETADO).
fração penal perante a lei de ambas as partes; e
V - houver tratado ou promessa de reciprocidade. CAPÍTULO IX
Art. 101. O pedido de transferência de execução da DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES ADMINIS-
pena de Estado estrangeiro será requerido por via diplo- TRATIVAS
mática ou por via de autoridades centrais.
§ 1o O pedido será recebido pelo órgão competen- Art. 106. Regulamento disporá sobre o procedimento
te do Poder Executivo e, após exame da presença dos de apuração das infrações administrativas e seu proces-
pressupostos formais de admissibilidade exigidos nesta samento e sobre a fixação e a atualização das multas, em
Lei ou em tratado, encaminhado ao Superior Tribunal de observância ao disposto nesta Lei.
Justiça para decisão quanto à homologação. Art. 107. As infrações administrativas previstas neste
§ 2o Não preenchidos os pressupostos referidos no Capítulo serão apuradas em processo administrativo pró-
§ 1o, o pedido será arquivado mediante decisão funda- prio, assegurados o contraditório e a ampla defesa e ob-
mentada, sem prejuízo da possibilidade de renovação do servadas as disposições desta Lei.
pedido, devidamente instruído, uma vez superado o óbi- § 1o O cometimento simultâneo de duas ou mais in-
ce apontado. frações importará cumulação das sanções cabíveis, respei-
Art. 102. A forma do pedido de transferência de exe- tados os limites estabelecidos nos incisos V e VI do art.
cução da pena e seu processamento serão definidos em 108.
regulamento. § 2o A multa atribuída por dia de atraso ou por ex-
Parágrafo único. Nos casos previstos nesta Seção, a cesso de permanência poderá ser convertida em redução
execução penal será de competência da Justiça Federal. equivalente do período de autorização de estada para o
visto de visita, em caso de nova entrada no País.
Seção III Art. 108. O valor das multas tratadas neste Capítulo
Da Transferência de Pessoa Condenada considerará:
I - as hipóteses individualizadas nesta Lei;
Art. 103. A transferência de pessoa condenada po- II - a condição econômica do infrator, a reincidência e
derá ser concedida quando o pedido se fundamentar em a gravidade da infração;
tratado ou houver promessa de reciprocidade. III - a atualização periódica conforme estabelecido em
§ 1o O condenado no território nacional poderá ser regulamento;
transferido para seu país de nacionalidade ou país em IV - o valor mínimo individualizável de R$ 100,00 (cem
que tiver residência habitual ou vínculo pessoal, desde reais);
que expresse interesse nesse sentido, a fim de cumprir V - o valor mínimo de R$ 100,00 (cem reais) e o máxi-
pena a ele imposta pelo Estado brasileiro por sentença mo de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para infrações cometi-
transitada em julgado. das por pessoa física;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
VI - o valor mínimo de R$ 1.000,00 (mil reais) e o máxi- II - vistos em passaportes diplomáticos, oficiais ou de
mo de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) para infrações serviço, ou equivalentes, mediante reciprocidade de trata-
cometidas por pessoa jurídica, por ato infracional. mento a titulares de documento de viagem similar brasileiro.
Art. 109. Constitui infração, sujeitando o infrator às se- § 3o Não serão cobrados taxas e emolumentos con-
guintes sanções: sulares pela concessão de vistos ou para a obtenção de
I - entrar em território nacional sem estar autorizado: documentos para regularização migratória aos integrantes
Sanção: deportação, caso não saia do País ou não re- de grupos vulneráveis e indivíduos em condição de hipos-
gularize a situação migratória no prazo fixado; suficiência econômica.
II - permanecer em território nacional depois de esgo- § 4o (VETADO).
tado o prazo legal da documentação migratória: Art. 114. Regulamento poderá estabelecer competên-
Sanção: multa por dia de excesso e deportação, caso cia para órgãos do Poder Executivo disciplinarem aspectos
não saia do País ou não regularize a situação migratória no específicos desta Lei.
prazo fixado; Art. 115. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
III - deixar de se registrar, dentro do prazo de 90 (no- (Código Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte art. 232-A:
venta) dias do ingresso no País, quando for obrigatória a “Promoção de migração ilegal
identificação civil: Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de
Sanção: multa; obter vantagem econômica, a entrada ilegal de estrangeiro
IV - deixar o imigrante de se registrar, para efeito de em território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro:
autorização de residência, dentro do prazo de 30 (trinta) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
dias, quando orientado a fazê-lo pelo órgão competente: § 1o Na mesma pena incorre quem promover, por
Sanção: multa por dia de atraso; qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica,
V - transportar para o Brasil pessoa que esteja sem do- a saída de estrangeiro do território nacional para ingressar
cumentação migratória regular: ilegalmente em país estrangeiro.
Sanção: multa por pessoa transportada; § 2o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um
VI - deixar a empresa transportadora de atender a terço) se:
compromisso de manutenção da estada ou de promoção I - o crime é cometido com violência; ou
da saída do território nacional de quem tenha sido auto- II - a vítima é submetida a condição desumana ou de-
rizado a ingresso condicional no Brasil por não possuir a gradante.
devida documentação migratória: § 3o A pena prevista para o crime será aplicada sem
Sanção: multa; prejuízo das correspondentes às infrações conexas.”
VII - furtar-se ao controle migratório, na entrada ou Art. 116. (VETADO).
saída do território nacional: Art. 117. O documento conhecido por Registro Nacio-
Sanção: multa. nal de Estrangeiro passa a ser denominado Registro Nacio-
Art. 110. As penalidades aplicadas serão objeto de pe- nal Migratório.
dido de reconsideração e de recurso, nos termos de regu- Art. 118. (VETADO).
lamento. Art. 119. O visto emitido até a data de entrada em vigor
Parágrafo único. Serão respeitados o contraditório, a desta Lei poderá ser utilizado até a data prevista de expira-
ampla defesa e a garantia de recurso, assim como a situa- ção de sua validade, podendo ser transformado ou ter seu
ção de hipossuficiência do migrante ou do visitante. prazo de estada prorrogado, nos termos de regulamento.
CAPÍTULO X Art. 120. A Política Nacional de Migrações, Refúgio e
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Apatridia terá a finalidade de coordenar e articular ações
Art. 111. Esta Lei não prejudica direitos e obrigações setoriais implementadas pelo Poder Executivo federal em
estabelecidos por tratados vigentes no Brasil e que sejam regime de cooperação com os Estados, o Distrito Federal e
mais benéficos ao migrante e ao visitante, em particular os os Municípios, com participação de organizações da socie-
tratados firmados no âmbito do Mercosul. dade civil, organismos internacionais e entidades privadas,
Art. 112. As autoridades brasileiras serão tolerantes conforme regulamento.
quanto ao uso do idioma do residente fronteiriço e do imi- § 1o Ato normativo do Poder Executivo federal poderá
grante quando eles se dirigirem a órgãos ou repartições definir os objetivos, a organização e a estratégia de coorde-
públicas para reclamar ou reivindicar os direitos decorren- nação da Política Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia.
tes desta Lei. § 2o Ato normativo do Poder Executivo federal poderá
Art. 113. As taxas e emolumentos consulares são fixa- estabelecer planos nacionais e outros instrumentos para a
dos em conformidade com a tabela anexa a esta Lei. efetivação dos objetivos desta Lei e a coordenação entre
§ 1o Os valores das taxas e emolumentos consulares órgãos e colegiados setoriais.
poderão ser ajustados pelo órgão competente da admi- § 3o Com vistas à formulação de políticas públicas, deverá
nistração pública federal, de forma a preservar o interesse ser produzida informação quantitativa e qualitativa, de forma sis-
nacional ou a assegurar a reciprocidade de tratamento. temática, sobre os migrantes, com a criação de banco de dados.
§ 2o Não serão cobrados emolumentos consulares pela Art. 121. Na aplicação desta Lei, devem ser observadas
concessão de: as disposições da Lei no 9.474, de 22 de julho de 1997, nas
I - vistos diplomáticos, oficiais e de cortesia; e situações que envolvam refugiados e solicitantes de refúgio.
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Art. 122. A aplicação desta Lei não impede o tratamen- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
to mais favorável assegurado por tratado em que a Repú- gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
blica Federativa do Brasil seja parte.
Art. 123. Ninguém será privado de sua liberdade por TÍTULO I
razões migratórias, exceto nos casos previstos nesta Lei. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 124. Revogam-se:
I - a Lei no 818, de 18 de setembro de 1949; e Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas
II - a Lei no 6.815, de 19 de agosto de 1980 (Estatuto Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para
do Estrangeiro). prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
Art. 125. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para
(cento e oitenta) dias de sua publicação oficial. repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
Brasília, 24 de maio de 2017; 196o da Independência drogas e define crimes.
e 129o da República. Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se
MICHEL TEMER como drogas as substâncias ou os produtos capazes de
Osmar Serraglio causar dependência, assim especificados em lei ou rela-
Aloysio Nunes Ferreira Filho cionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder
Henrique Meirelles Executivo da União.
Eliseu Padilha Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional,
Sergio Westphalen Etchegoyen26/05/2017 as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a
Grace Maria Fernandes Mendonça exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser
extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de
Este texto não substitui o publicado no DOU de autorização legal ou regulamentar, bem como o que es-
25.5.2017 tabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre
Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas
de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a
4 LEI Nº 11.343/2006: INSTITUI O SISTEMA cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste
NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos,
DROGAS (SISNAD); PRESCREVE MEDIDAS em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização,
PARA PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, respeitadas as ressalvas supramencionadas.
ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE
USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS; TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS
ESTABELECE NORMAS PARA REPRESSÃO
SOBRE DROGAS
À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS; DEFINE Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar,
CRIMES E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS organizar e coordenar as atividades relacionadas com:
(APENAS ASPECTOS PENAIS E PROCESSUAIS I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinser-
PENAIS). ção social de usuários e dependentes de drogas;
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfi-
co ilícito de drogas.
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VIII - a articulação entre os serviços e organizações Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos
que atuam em atividades de prevenção do uso indevido de Estados, do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão
drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de programas de atenção ao usuário e ao dependente de dro-
drogas e respectivos familiares; gas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os
IX - o investimento em alternativas esportivas, cultu- princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a
rais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma de previsão orçamentária adequada.
inclusão social e de melhoria da qualidade de vida; Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
X - o estabelecimento de políticas de formação con- Municípios poderão conceder benefícios às instituições
tinuada na área da prevenção do uso indevido de drogas privadas que desenvolverem programas de reinserção no
para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino; mercado de trabalho, do usuário e do dependente de dro-
XI - a implantação de projetos pedagógicos de preven- gas encaminhados por órgão oficial.
ção do uso indevido de drogas, nas instituições de ensino Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lu-
público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Na- crativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da
cionais e aos conhecimentos relacionados a drogas; assistência social, que atendam usuários ou dependentes
XII - a observância das orientações e normas emanadas de drogas poderão receber recursos do Funad, condiciona-
do Conad; dos à sua disponibilidade orçamentária e financeira.
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de contro- Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em
le social de políticas setoriais específicas. razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de
indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua
deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.
pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Ado-
lescente - Conanda. CAPÍTULO III
DOS CRIMES E DAS PENAS
CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser
SOCIAL DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substi-
tuídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o
Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e defensor.
dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito,
desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal,
vida e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso drogas sem autorização ou em desacordo com determi-
de drogas. nação legal ou regulamentar será submetido às seguintes
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do penas:
usuário ou do dependente de drogas e respectivos fami- I - advertência sobre os efeitos das drogas;
liares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua II - prestação de serviços à comunidade;
integração ou reintegração em redes sociais. III - medida educativa de comparecimento a programa
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção so- ou curso educativo.
cial do usuário e do dependente de drogas e respectivos fa- § 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu
miliares devem observar os seguintes princípios e diretrizes: consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destina-
I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, in- das à preparação de pequena quantidade de substância ou
dependentemente de quaisquer condições, observados os produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e § 2o Para determinar se a droga destinava-se a con-
diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional sumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade
de Assistência Social; da substância apreendida, ao local e às condições em que
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais,
reinserção social do usuário e do dependente de drogas e bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
respectivos familiares que considerem as suas peculiarida- § 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput des-
des socioculturais; te artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco)
III - definição de projeto terapêutico individualizado, meses.
orientado para a inclusão social e para a redução de riscos § 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos
e de danos sociais e à saúde; incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e prazo máximo de 10 (dez) meses.
aos respectivos familiares, sempre que possível, de forma § 5o A prestação de serviços à comunidade será cum-
multidisciplinar e por equipes multiprofissionais; prida em programas comunitários, entidades educacionais
V - observância das orientações e normas emanadas ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres,
do Conad; públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem,
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recu-
social de políticas setoriais específicas. peração de usuários e dependentes de drogas.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste VII - o agente financiar ou custear a prática do cri-
artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do me.
crime definido no art. 36 desta Lei. Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar vo-
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos luntariamente com a investigação policial e o processo
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: criminal na identificação dos demais co-autores ou par-
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e paga- tícipes do crime e na recuperação total ou parcial do
mento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) produto do crime, no caso de condenação, terá pena
dias-multa. reduzida de um terço a dois terços.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, or- Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará,
ganização ou associação destinados à prática de qualquer com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Có-
dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: digo Penal, a natureza e a quantidade da substância
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamen- ou do produto, a personalidade e a conduta social do
to de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa. agente.
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os
sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe
excessivas ou em desacordo com determinação legal ou o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-mul-
regulamentar: ta, atribuindo a cada um, segundo as condições econô-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e micas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos
pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa. nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Con- Parágrafo único. As multas, que em caso de concur-
selho Federal da categoria profissional a que pertença o agente. so de crimes serão impostas sempre cumulativamente,
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude
consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolu- da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz
midade de outrem: ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e §
da apreensão do veículo, cassação da habilitação respec- 1 o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis
tiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória,
privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (du- vedada a conversão de suas penas em restritivas de di-
zentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. reitos.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput
cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o
(seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias- cumprimento de dois terços da pena, vedada sua con-
-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de cessão ao reincidente específico.
transporte coletivo de passageiros. Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso for-
são aumentadas de um sexto a dois terços, se: tuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação
I - a natureza, a procedência da substância ou do pro- ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração pe-
duto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem nal praticada, inteiramente incapaz de entender o cará-
a transnacionalidade do delito; ter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de fun- esse entendimento.
ção pública ou no desempenho de missão de educação, Parágrafo único. Quando absolver o agente, reco-
poder familiar, guarda ou vigilância; nhecendo, por força pericial, que este apresentava, à
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou época do fato previsto neste artigo, as condições refe-
imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou ridas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz,
hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, cul- na sentença, o seu encaminhamento para tratamento
turais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de médico adequado.
trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço
ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamen- a dois terços se, por força das circunstâncias previstas
to de dependentes de drogas ou de reinserção social, de no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da
unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; ação ou da omissão, a plena capacidade de entender
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo com esse entendimento.
de intimidação difusa ou coletiva; Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação em avaliação que ateste a necessidade de encaminha-
ou entre estes e o Distrito Federal; mento do agente para tratamento, realizada por profis-
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou sional de saúde com competência específica na forma
adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, dimi- da lei, determinará que a tal se proceda, observado o
nuída ou suprimida a capacidade de entendimento e de- disposto no art. 26 desta Lei.
terminação;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
CAPÍTULO III § 4o A destruição das drogas será executada pelo de-
DO PROCEDIMENTO PENAL legado de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias
na presença do Ministério Público e da autoridade sanitá-
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por ria. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste § 5o O local será vistoriado antes e depois de efetivada
Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do a destruição das drogas referida no § 3o, sendo lavrado
Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal. auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certifican-
§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no do-se neste a destruição total delas. (Incluído pela Lei nº
art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes 12.961, de 2014)
previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e jul- Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a
gado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no9.099, de ocorrência de prisão em flagrante será feita por incinera-
26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Es- ção, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da data
peciais Criminais. da apreensão, guardando-se amostra necessária à reali-
§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta zação do laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o
Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do procedimento dos §§ 3o a 5o do art. 50. (Incluído pela Lei
fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente nº 12.961, de 2014)
ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele compa- Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo
recer, lavrando-se termo circunstanciado e providencian- de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90
do-se as requisições dos exames e perícias necessários. (noventa) dias, quando solto.
§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo
previstas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Públi-
pela autoridade policial, no local em que se encontrar, ve- co, mediante pedido justificado da autoridade de polícia
dada a detenção do agente. judiciária.
§ 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta
2o deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos
de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judi- do inquérito ao juízo:
ciária entender conveniente, e em seguida liberado. I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
§ 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de justificando as razões que a levaram à classificação do de-
1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Mi- lito, indicando a quantidade e natureza da substância ou
nistério Público poderá propor a aplicação imediata de pena do produto apreendido, o local e as condições em que se
prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta. desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão,
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou
33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as II - requererá sua devolução para a realização de dili-
circunstâncias o recomendem, empregará os instrumen- gências necessárias.
tos protetivos de colaboradores e testemunhas previstos Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem
na Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999. prejuízo de diligências complementares:
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato,
Seção I cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo compe-
Da Investigação tente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e
julgamento;
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos
de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em
juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo
qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 competente até 3 (três) dias antes da audiência de instru-
(vinte e quatro) horas. ção e julgamento.
§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em fla- Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal re-
grante e estabelecimento da materialidade do delito, é su- lativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além
ficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ou-
da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por vido o Ministério Público, os seguintes procedimentos in-
pessoa idônea. vestigatórios:
§ 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de
§ 1 deste artigo não ficará impedido de participar da ela-
o
investigação, constituída pelos órgãos especializados per-
boração do laudo definitivo. tinentes;
§ 3o Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, II - a não-atuação policial sobre os portadores de dro-
o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade gas, seus precursores químicos ou outros produtos utili-
formal do laudo de constatação e determinará a destruição zados em sua produção, que se encontrem no território
das drogas apreendidas, guardando-se amostra necessá- brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar
ria à realização do laudo definitivo. (Incluído pela Lei nº maior número de integrantes de operações de tráfico e
12.961, de 2014) distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz senten-
a autorização será concedida desde que sejam conhecidos ça de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que
o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito os autos para isso lhe sejam conclusos.
ou de colaboradores. (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o,
Seção II e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-
Da Instrução Criminal -se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes,
assim reconhecido na sentença condenatória.
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito poli-
cial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de in- CAPÍTULO IV
formação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no pra- DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO
zo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências: DE BENS DO ACUSADO
I - requerer o arquivamento;
II - requisitar as diligências que entender necessárias; Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas Público ou mediante representação da autoridade de polí-
e requerer as demais provas que entender pertinentes. cia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notifi- suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da
cação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias
no prazo de 10 (dez) dias. relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores consis-
§ 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e tentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou que
exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar constituam proveito auferido com sua prática, proceden-
todas as razões de defesa, oferecer documentos e justifica- do-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei no 3.689,
ções, especificar as provas que pretende produzir e, até o de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
número de 5 (cinco), arrolar testemunhas. § 1o Decretadas quaisquer das medidas previstas nes-
§ 2o As exceções serão processadas em apartado, nos te artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5
termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de (cinco) dias, apresente ou requeira a produção de provas
outubro de 1941 - Código de Processo Penal. acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto
§ 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz da decisão.
nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, conce- § 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou valor,
dendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação. o juiz decidirá pela sua liberação.
§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias. § 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido
§ 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máxi- sem o comparecimento pessoal do acusado, podendo o
mo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, juiz determinar a prática de atos necessários à conservação
realização de diligências, exames e perícias. de bens, direitos ou valores.
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e § 4o A ordem de apreensão ou seqüestro de bens, di-
hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará reitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o
a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Ministério Público, quando a sua execução imediata possa
Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos comprometer as investigações.
periciais. Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da pro-
§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração va dos fatos e comprovado o interesse público ou social,
do disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante auto-
juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento rização do juízo competente, ouvido o Ministério Público
cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcioná- e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser
rio público, comunicando ao órgão respectivo. utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na
§ 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção so-
será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao rece- cial de usuários e dependentes de drogas e na repressão
bimento da denúncia, salvo se determinada a realização de à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
avaliação para atestar dependência de drogas, quando se exclusivamente no interesse dessas atividades.
realizará em 90 (noventa) dias. Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veí-
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o culos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à auto-
interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, ridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e
será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do controle a expedição de certificado provisório de registro
Ministério Público e ao defensor do acusado, para susten- e licenciamento, em favor da instituição à qual tenha de-
tação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, ferido o uso, ficando esta livre do pagamento de multas,
prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz. encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.
juiz indagará das partes se restou algum fato para ser es- Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quais-
clarecido, formulando as perguntas correspondentes se o quer outros meios de transporte, os maquinários, utensí-
entender pertinente e relevante. lios, instrumentos e objetos de qualquer natureza, utiliza-
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
dos para a prática dos crimes definidos nesta Lei, após a § 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o deste
sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade artigo, recaindo a autorização sobre veículos, embarcações
de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão reco- ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou
lhidas na forma de legislação específica. ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de
§ 1o Comprovado o interesse público na utilização de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor
qualquer dos bens mencionados neste artigo, a autoridade da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha
de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua res- deferido o uso, ficando estes livres do pagamento de multas,
ponsabilidade e com o objetivo de sua conservação, me- encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da
diante autorização judicial, ouvido o Ministério Público. decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.
§ 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá
artigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido,
como ordem de pagamento, a autoridade de polícia judi- seqüestrado ou declarado indisponível.
ciária que presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer § 1o Os valores apreendidos em decorrência dos cri-
ao juízo competente a intimação do Ministério Público. mes tipificados nesta Lei e que não forem objeto de tute-
§ 3o Intimado, o Ministério Público deverá requerer la cautelar, após decretado o seu perdimento em favor da
ao juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerário União, serão revertidos diretamente ao Funad.
apreendido em moeda nacional, se for o caso, a compen- § 2o Compete à Senad a alienação dos bens apreendi-
sação dos cheques emitidos após a instrução do inquérito, dos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já
com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o depósito tenha sido decretado em favor da União.
das correspondentes quantias em conta judicial, juntando- § 3o A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim
-se aos autos o recibo. de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2o deste artigo.
§ 4o Após a instauração da competente ação penal, o § 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o
Ministério Público, mediante petição autônoma, requererá juiz do processo, de ofício ou a requerimento do Ministé-
ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à rio Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e
alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a valores declarados perdidos em favor da União, indicando,
União, por intermédio da Senad, indicar para serem colo- quanto aos bens, o local em que se encontram e a entida-
cados sob uso e custódia da autoridade de polícia judiciá- de ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua
ria, de órgãos de inteligência ou militares, envolvidos nas destinação nos termos da legislação vigente.
ações de prevenção ao uso indevido de drogas e operações Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá fir-
de repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito mar convênio com os Estados, com o Distrito Federal e com
de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades. organismos orientados para a prevenção do uso indevido
§ 5o Excluídos os bens que se houver indicado para de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou
os fins previstos no § 4o deste artigo, o requerimento de dependentes e a atuação na repressão à produção não au-
alienação deverá conter a relação de todos os demais bens torizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na libera-
apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um ção de equipamentos e de recursos por ela arrecadados,
deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o para a implantação e execução de programas relacionados
local onde se encontram. à questão das drogas.
§ 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva pe-
tição será autuada em apartado, cujos autos terão tramita- TÍTULO V
ção autônoma em relação aos da ação penal principal. DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
§ 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos
serão conclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo Art. 65. De conformidade com os princípios da não-in-
de instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados tervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do
para a sua prática e risco de perda de valor econômico pelo respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos
decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens rela- regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito
cionados, cientificará a Senad e intimará a União, o Minis- das Convenções das Nações Unidas e outros instrumen-
tério Público e o interessado, este, se for o caso, por edital tos jurídicos internacionais relacionados à questão das dro-
com prazo de 5 (cinco) dias. gas, de que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará,
§ 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergên- quando solicitado, cooperação a outros países e organis-
cias sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homo- mos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a
logará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alie- colaboração, nas áreas de:
nados em leilão. I - intercâmbio de informações sobre legislações, ex-
§ 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em periências, projetos e programas voltados para atividades
conta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção
respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente social de usuários e dependentes de drogas;
com os valores de que trata o § 3o deste artigo. II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos inter- e tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico
postos contra as decisões proferidas no curso do procedi- de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores
mento previsto neste artigo. químicos;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais so- Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios
bre produtores e traficantes de drogas e seus precursores que não sejam sede de vara federal serão processados e
químicos. julgados na vara federal da circunscrição respectiva.
Art. 71. (VETADO)
TÍTULO VI Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante representação
do delegado de polícia ou a requerimento do Ministério
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do Público, determinará a destruição das amostras guardadas
art. 1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia para contraprova, certificando isso nos autos. (Redação
da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os
outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS no 344, Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e
de 12 de maio de 1998. repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso inde-
no 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados vido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de
e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito usuários e dependentes de drogas. (Redação dada pela Lei
às diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e do nº 12.219, de 2010)
fornecimento de dados necessários à atualização do siste- Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco)
ma previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias dias após a sua publicação.
judiciárias. Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os de 1976, e a Lei no 10.409, de 11 de janeiro de 2002.
Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros, desti- Brasília, 23 de agosto de 2006; 185o da Independên-
nados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na pre- cia e 118o da República.
venção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
social de usuários e dependentes e na repressão da produ- Márcio Thomaz Bastos
ção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas. Guido Mantega
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial Jorge Armando Felix
de empresas ou estabelecimentos hospitalares, de pesqui-
sa, de ensino, ou congêneres, assim como nos serviços de Este texto não substitui o publicado no DOU de
saúde que produzirem, venderem, adquirirem, consumi- 24.8.2006
rem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer
outro em que existam essas substâncias ou produtos, in-
cumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:
I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou 5 LEI Nº 4.898/1965: DIREITO DE
liquidação, sejam lacradas suas instalações;
REPRESENTAÇÃO E PROCESSO DE
II - ordenar à autoridade sanitária competente a ur-
gente adoção das medidas necessárias ao recebimento e RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
guarda, em depósito, das drogas arrecadadas; CIVIL E PENAL, NOS CASOS DE ABUSO DE
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para AUTORIDADE (APENAS ASPECTOS PENAIS E
acompanhar o feito. PROCESSUAIS PENAIS).
§ 1o Da licitação para alienação de substâncias ou pro-
dutos não proscritos referidos no inciso II do caput deste
artigo, só podem participar pessoas jurídicas regularmente
habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica que
Presidência da República
comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser
Casa Civil
arrematado.
Subchefia para Assuntos Jurídicos
§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3o deste ar-
tigo, o produto não arrematado será, ato contínuo à hasta
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965.
pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença
dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Pú-
blico. Regula o Direito
§ 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas de Representação
especialidades farmacêuticas em condições de emprego e o processo de
terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Mi- Responsabilidade
nistério da Saúde, que as destinará à rede pública de saú- Administrativa Civil e
de. Penal, nos casos de abuso
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes pre- de autoridade.
vistos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito
transnacional, são da competência da Justiça Federal.
27
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos des-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de
Art. 1º O direito de representação e o processo de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
responsabilidade administrativa civil e penal, contra as au- remuneração.
toridades que, no exercício de suas funções, cometerem Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à
abusos, são regulados pela presente lei. sanção administrativa civil e penal.
Art. 2º O direito de representação será exercido por § 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo
meio de petição: com a gravidade do abuso cometido e consistirá em:
A) dirigida à autoridade superior que tiver competên- A) advertência;
cia legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, B) repreensão;
a respectiva sanção; C) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de
B) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e
competência para iniciar processo-crime contra a autori- vantagens;
dade culpada. D) destituição de função;
Parágrafo único. A representação será feita em duas E) demissão;
vias e conterá a exposição do fato constitutivo do abuso F) demissão, a bem do serviço público.
de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualifi- § 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor
cação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de do dano, consistirá no pagamento de uma indenização de
três, se as houver. quinhentos a dez mil cruzeiros.
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer aten- § 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as
tado: regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em:
A) à liberdade de locomoção; A) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
B) à inviolabilidade do domicílio; B) detenção por dez dias a seis meses;
C) ao sigilo da correspondência; C) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de
D) à liberdade de consciência e de crença; qualquer outra função pública por prazo até três anos.
E) ao livre exercício do culto religioso; § 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão
F) à liberdade de associação; ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
G) aos direitos e garantias legais assegurados ao exer- § 5º Quando o abuso for cometido por agente de auto-
cício do voto; ridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá
H) ao direito de reunião; ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder
I) à incolumidade física do indivíduo; o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no
J) aos direitos e garantias legais assegurados ao exer- município da culpa, por prazo de um a cinco anos.
cício profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de Art. 7º recebida a representação em que for solicitada
05/06/79) a aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: militar competente determinará a instauração de inquérito
A) ordenar ou executar medida privativa da liberdade in- para apurar o fato.
dividual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; § 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas
B) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a ve- estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais,
xame ou a constrangimento não autorizado em lei; civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo.
C) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz compe- § 2º não existindo no município no Estado ou na legis-
tente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; lação militar normas reguladoras do inquérito administrati-
D) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou vo serão aplicadas supletivamente, as disposições dos arts.
detenção ilegal que lhe seja comunicada; 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Esta-
E) levar à prisão e nela deter quem quer que se propo- tuto dos Funcionários Públicos Civis da União).
nha a prestar fiança, permitida em lei; § 3º O processo administrativo não poderá ser sobresta-
F) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial do para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil.
carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra des- Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcio-
pesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer nal da autoridade civil ou militar.
quanto à espécie quer quanto ao seu valor; Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida
G) recusar o carcereiro ou agente de autoridade poli- à autoridade administrativa ou independentemente dela,
cial recibo de importância recebida a título de carceragem, poderá ser promovida pela vítima do abuso, a responsa-
custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa; bilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade culpada.
H) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa Art. 10. Vetado
natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Có-
de poder ou sem competência legal; digo de Processo Civil.
I) prolongar a execução de prisão temporária, de pena Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente
ou de medida de segurança, deixando de expedir em tem- de inquérito policial ou justificação por denúncia do Minis-
po oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liber- tério Público, instruída com a representação da vítima do
dade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89) abuso.
28
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a represen- Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o portei-
tação da vítima, aquele, no prazo de quarenta e oito ho- ro dos auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a
ras, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas,
abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, o perito, o representante do Ministério Público ou o ad-
e, bem assim, a designação de audiência de instrução e vogado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou
julgamento. defensor do réu.
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresenta- Parágrafo único. A audiência somente deixará de rea-
da em duas vias. lizar-se se ausente o Juiz.
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de auto- Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o
ridade houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado Juiz não houver comparecido, os presentes poderão reti-
poderá: rar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de
A) promover a comprovação da existência de tais ves- audiência.
tígios, por meio de duas testemunhas qualificadas; Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será
B) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-
audiência de instrução e julgamento, a designação de um -se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na
perito para fazer as verificações necessárias. sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório designar.
e prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o apresen- Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e
tarão por escrito, querendo, na audiência de instrução e o interrogatório do réu, se estiver presente.
julgamento. Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a repre- advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para
sentação poderá conter a indicação de mais duas teste- funcionar na audiência e nos ulteriores termos do pro-
munhas. cesso.
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o pe-
apresentar a denúncia requerer o arquivamento da repre- rito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao Ministério
sentação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as Público ou ao advogado que houver subscrito a queixa
razões invocadas, fará remessa da representação ao Pro- e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze
curador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará minutos para cada um, prorrogável por mais dez (10), a
outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou in- critério do Juiz.
sistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediata-
atender. mente a sentença.
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará
a denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação no livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em
privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva defesa, os requerimentos e, por extenso, os despachos e
e intervir em todos os termos do processo, interpor recur- a sentença.
sos e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante
retomar a ação como parte principal. do Ministério Público ou o advogado que houver subscri-
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de to a queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.
quarenta e oito horas, proferirá despacho, recebendo ou Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte
rejeitando a denúncia. forem difíceis e não permitirem a observância dos prazos
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre moti-
designará, desde logo, dia e hora para a audiência de ins- vadamente, até o dobro.
trução e julgamento, que deverá ser realizada, improrro- Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas
gavelmente. Dentro de cinco dias. do Código de Processo Penal, sempre que compatíveis
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julga- com o sistema de instrução e julgamento regulado por
mento final e para comparecer à audiência de instrução esta lei.
e julgamento, será feita por mandado sucinto que, será Parágrafo único. Das decisões, despachos e senten-
acompanhado da segunda via da representação e da de- ças, caberão os recursos e apelações previstas no Código
núncia. de Processo Penal.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.
ser apresentada em juízo, independentemente de intima- Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independên-
ção. cia e 77º da República.
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de pre- H. CASTELLO BRANCO
catória para a audiência ou a intimação de testemunhas Juracy Magalhães
ou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra “b”, requeri-
mentos para a realização de diligências, perícias ou exa- Este texto não substitui o publicado no DOU de
mes, a não ser que o Juiz, em despacho motivado, consi- 13.12.1965
dere indispensáveis tais providências.
29
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997. Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
8.4.1997
Define os crimes de
tortura e dá outras
providências.
7 LEI Nº 8.069/1990: ESTATUTO DA CRIANÇA
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- E DO ADOLESCENTE (APENAS ASPECTOS
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: PENAIS E PROCESSUAIS PENAIS)
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
A) com o fim de obter informação, declaração ou con-
fissão da vítima ou de terceira pessoa; Presidência da República
B) para provocar ação ou omissão de natureza crimi- Casa Civil
nosa; Subchefia para Assuntos Jurídicos
C) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou au- LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
toridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a
intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar
Vigência Dispõe sobre o Estatuto da
castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos. (Vide Lei nº 13.431, de Criança e do Adolescente
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa 2017) (Vigência) e dá outras providências.
presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico
ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o
em lei ou não resultante de medida legal. Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, Lei:
quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na
pena de detenção de um a quatro anos. Título I
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou Das Disposições Preliminares
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: à criança e ao adolescente.
I - se o crime é cometido por agente público; Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos des-
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, por- ta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e
tador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Parágrafo único. Nos casos expressos em lei,
III - se o crime é cometido mediante seqüestro. aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas en-
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função tre dezoito e vinte e um anos de idade.
ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo Art. 3º A criança e o adolescente gozam de to-
dobro do prazo da pena aplicada. dos os direitos fundamentais inerentes à pessoa huma-
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de na, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta
graça ou anistia. Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios,
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facul-
hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regi- tar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
me fechado. social, em condições de liberdade e de dignidade.
30
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei § 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado
aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discrimi- assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos
nação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, et- alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção
nia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal primária, bem como o acesso a outros serviços e a grupos
de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, de apoio à amamentação. (Redação dada pela Lei nº
ambiente social, região e local de moradia ou outra condi- 13.257, de 2016)
ção que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade § 4o Incumbe ao poder público proporcionar as-
em que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) sistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da so- pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as
ciedade em geral e do poder público assegurar, com abso- consequências do estado puerperal. (Incluído pela Lei
luta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, nº 12.010, de 2009) Vigência
à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, § 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à ser prestada também a gestantes e mães que manifestem
liberdade e à convivência familiar e comunitária. interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como
Parágrafo único. A garantia de prioridade com- a gestantes e mães que se encontrem em situação de pri-
preende: vação de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
A) primazia de receber proteção e socorro em de 2016)
quaisquer circunstâncias; § 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um)
B) precedência de atendimento nos serviços públi- acompanhante de sua preferência durante o período do
cos ou de relevância pública; pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imedia-
C) preferência na formulação e na execução das to. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
políticas sociais públicas; § 7o A gestante deverá receber orientação sobre alei-
D) destinação privilegiada de recursos públicos nas tamento materno, alimentação complementar saudável e
áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de esti-
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, vio- mular o desenvolvimento integral da criança. (Incluí-
lência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer do pela Lei nº 13.257, de 2016)
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. § 8o A gestante tem direito a acompanhamento sau-
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em dável durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso,
conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras inter-
bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, venções cirúrgicas por motivos médicos. (Incluído pela
e a condição peculiar da criança e do adolescente como Lei nº 13.257, de 2016)
pessoas em desenvolvimento. § 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas de
Título II pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às
Dos Direitos Fundamentais consultas pós-parto. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
Capítulo I 2016)
Do Direito à Vida e à Saúde § 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e
à mulher com filho na primeira infância que se encontrem
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a sob custódia em unidade de privação de liberdade, am-
proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de polí- biência que atenda às normas sanitárias e assistenciais do
ticas sociais públicas que permitam o nascimento e o de- Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em
senvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas articulação com o sistema de ensino competente, visando
de existência. ao desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela
Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos Lei nº 13.257, de 2016)
programas e às políticas de saúde da mulher e de plane- Art. 9º O poder público, as instituições e os empre-
jamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, gadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento
atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida
e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no privativa de liberdade.
âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada § 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde
pela Lei nº 13.257, de 2016) desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas,
§ 1o O atendimento pré-natal será realizado por pro- visando ao planejamento, à implementação e à avaliação
fissionais da atenção primária. (Redação dada pela Lei de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento
nº 13.257, de 2016) materno e à alimentação complementar saudável, de for-
§ 2o Os profissionais de saúde de referência da gestan- ma contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
te garantirão sua vinculação, no último trimestre da gesta- § 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva neo-
ção, ao estabelecimento em que será realizado o parto, ga- natal deverão dispor de banco de leite humano ou unidade
rantido o direito de opção da mulher. (Redação dada de coleta de leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257,
pela Lei nº 13.257, de 2016) de 2016)
31
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos § 1o As gestantes ou mães que manifestem interes-
de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, se em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoria-
são obrigados a: mente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da
I - manter registro das atividades desenvolvidas, Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257,
através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito de 2016)
anos; § 2o Os serviços de saúde em suas diferentes portas
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de entrada, os serviços de assistência social em seu com-
de sua impressão plantar e digital e da impressão digital ponente especializado, o Centro de Referência Especiali-
da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela zado de Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do
autoridade administrativa competente; Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adoles-
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e cente deverão conferir máxima prioridade ao atendimento
terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém- das crianças na faixa etária da primeira infância com sus-
-nascido, bem como prestar orientação aos pais; peita ou confirmação de violência de qualquer natureza,
IV - fornecer declaração de nascimento onde formulando projeto terapêutico singular que inclua inter-
constem necessariamente as intercorrências do parto e do venção em rede e, se necessário, acompanhamento domi-
desenvolvimento do neonato; ciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá
neonato a permanência junto à mãe. programas de assistência médica e odontológica para a
VI - acompanhar a prática do processo de ama- prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam
mentação, prestando orientações quanto à técnica ade- a população infantil, e campanhas de educação sanitária
quada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, para pais, educadores e alunos.
utilizando o corpo técnico já existente. (Incluído § 1o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
pela Lei nº 13.436, de 2017) (Vigência) recomendados pelas autoridades sanitárias. (Renu-
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cui- merado do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)
dado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por § 2o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à
intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o prin- saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma trans-
cípio da equidade no acesso a ações e serviços para pro- versal, integral e intersetorial com as demais linhas de cui-
moção, proteção e recuperação da saúde. (Redação dado direcionadas à mulher e à criança. (Incluído pela
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) Lei nº 13.257, de 2016)
§ 1o A criança e o adolescente com deficiência serão § 3o A atenção odontológica à criança terá função
atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas ne- educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de
cessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e,
reabilitação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de
2016) vida, com orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela
§ 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, Lei nº 13.257, de 2016)
àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, próte- § 4o A criança com necessidade de cuidados odonto-
ses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, lógicos especiais será atendida pelo Sistema Único de Saú-
habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de de. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessi- § 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos
dades específicas. (Redação dada pela Lei nº 13.257, seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou
de 2016) outro instrumento construído com a finalidade de facilitar
§ 3o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento
frequente de crianças na primeira infância receberão for- da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíqui-
mação específica e permanente para a detecção de sinais co. (Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017) (Vi-
de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para gência)
o acompanhamento que se fizer necessário. (Incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016) Capítulo II
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva
e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condi- Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à
ções para a permanência em tempo integral de um dos pais liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas huma-
ou responsável, nos casos de internação de criança ou ado- nas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de
lescente. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação e nas leis.
de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de Art. 16. O direito à liberdade compreende os se-
maus-tratos contra criança ou adolescente serão obriga- guintes aspectos:
toriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respec- I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
tiva localidade, sem prejuízo de outras providências le- comunitários, ressalvadas as restrições legais;
gais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014) II - opinião e expressão;
32
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
33
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 1o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe in- § 4o O perfil da criança ou do adolescente a ser apa-
terprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que drinhado será definido no âmbito de cada programa de
apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adoles-
inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e puer- centes com remota possibilidade de reinserção familiar ou
peral. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) colocação em família adotiva. (Incluído pela Lei nº
§ 2o De posse do relatório, a autoridade judiciária po- 13.509, de 2017)
derá determinar o encaminhamento da gestante ou mãe, § 5o Os programas ou serviços de apadrinhamento
mediante sua expressa concordância, à rede pública de apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão
saúde e assistência social para atendimento especializa- ser executados por órgãos públicos ou por organizações
do. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) da sociedade civil. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
§ 3o A busca à família extensa, conforme definida nos 2017)
termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o § 6o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamen-
prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual to, os responsáveis pelo programa e pelos serviços de aco-
período. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) lhimento deverão imediatamente notificar a autoridade
§ 4o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 13.509,
de não existir outro representante da família extensa apto a de 2017)
receber a guarda, a autoridade judiciária competente deve- Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do ca-
rá decretar a extinção do poder familiar e determinar a co- samento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e quali-
locação da criança sob a guarda provisória de quem estiver ficações, proibidas quaisquer designações discriminatórias
habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva pro- relativas à filiação.
grama de acolhimento familiar ou institucional. (In- Art. 21. O poder familiar será exercido, em igual-
cluído pela Lei nº 13.509, de 2017) dade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que
§ 5o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles
ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai o direito de, em caso de discordância, recorrer à autori-
indicado, deve ser manifestada na audiência a que se refere dade judiciária competente para a solução da divergên-
o § 1o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a entre- cia. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
ga. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 2009) Vigência
§ 6o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 22. Aos pais incumbe o dever de susten-
§ 7o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 to, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes
(quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer
dia seguinte à data do término do estágio de convivên- cumprir as determinações judiciais.
cia. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os respon-
§ 8o Na hipótese de desistência pelos genitores - mani- sáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades
festada em audiência ou perante a equipe interprofissional compartilhados no cuidado e na educação da criança, de-
- da entrega da criança após o nascimento, a criança será vendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de
mantida com os genitores, e será determinado pela Justi- suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança
ça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.257,
pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. (Incluído de 2016)
pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais
§ 9o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspen-
o nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta são do poder familiar. (Expressão substituída pela
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 10. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.509, § 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize
de 2017) a decretação da medida, a criança ou o adolescente será
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigato-
acolhimento institucional ou familiar poderão participar de riamente ser incluída em serviços e programas oficiais de
programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº proteção, apoio e promoção. (Redação dada pela Lei
13.509, de 2017) nº 13.257, de 2016)
§ 1o O apadrinhamento consiste em estabelecer e pro- § 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não im-
porcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à plicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese
instituição para fins de convivência familiar e comunitária de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclu-
e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos são, contra o próprio filho ou filha. (Incluído pela Lei nº
social, moral, físico, cognitivo, educacional e financei- 12.962, de 2014)
ro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 24. A perda e a suspensão do poder fami-
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.509, de liar serão decretadas judicialmente, em procedimento con-
2017) traditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como
§ 3o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres
adolescente a fim de colaborar para o seu desenvolvimen- e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão subs-
to. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) tituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 4o Salvo expressa e fundamentada determina- Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão
ção em contrário, da autoridade judiciária competente, ou observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta
quando a medida for aplicada em preparação para adoção, Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na
o deferimento da guarda de criança ou adolescente a ter- disposição de última vontade, se restar comprovado que
ceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra
pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão pessoa em melhores condições de assumi-la. (Re-
objeto de regulamentação específica, a pedido do interes- dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto
12.010, de 2009) Vigência no art. 24.
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de
assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhi- Subseção IV
mento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente Da Adoção
afastado do convívio familiar. (Redação dada pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 39. A adoção de criança e de adolescente re-
§ 1o A inclusão da criança ou adolescente em pro- ger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
gramas de acolhimento familiar terá preferência a seu aco- § 1o A adoção é medida excepcional e irrevo-
lhimento institucional, observado, em qualquer caso, o cará- gável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados
ter temporário e excepcional da medida, nos termos desta os recursos de manutenção da criança ou adolescente na
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
ou casal cadastrado no programa de acolhimento familiar 2009) Vigência
poderá receber a criança ou adolescente mediante guarda, § 2o É vedada a adoção por procuração. (In-
observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (In- cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 3o Em caso de conflito entre direitos e interes-
§ 3o A União apoiará a implementação de servi- ses do adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais
ços de acolhimento em família acolhedora como política biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses do
pública, os quais deverão dispor de equipe que organize adotando. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
o acolhimento temporário de crianças e de adolescen- Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo,
tes em residências de famílias selecionadas, capacitadas dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a
e acompanhadas que não estejam no cadastro de ado- guarda ou tutela dos adotantes.
ção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 41. A adoção atribui a condição de filho
§ 4o Poderão ser utilizados recursos federais, es- ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive
taduais, distritais e municipais para a manutenção dos ser- sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e
viços de acolhimento em família acolhedora, facultando-se parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
o repasse de recursos para a própria família acolhedo- § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o
ra. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os res-
tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Mi- pectivos parentes.
nistério Público. § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adota-
do, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, des-
Subseção III cendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de
Da Tutela vocação hereditária.
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito)
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, anos, independentemente do estado civil. (Redação
a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Re- dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos
Parágrafo único. O deferimento da tutela pres- do adotando.
supõe a prévia decretação da perda ou suspensão do po- § 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os
der familiar e implica necessariamente o dever de guar- adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união
da. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de estável, comprovada a estabilidade da família. (Re-
2009) Vigência dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis
qualquer documento autêntico, conforme previsto no pa- anos mais velho do que o adotando.
rágrafo único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janei- § 4o Os divorciados, os judicialmente separados
ro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, con-
dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido tanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas
destinado ao controle judicial do ato, observando o proce- e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado
dimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. (Re- na constância do período de convivência e que seja com-
dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência provada a existência de vínculos de afinidade e afetividade
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com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a ex- técnicos responsáveis pela execução da política de garantia
cepcionalidade da concessão. (Redação dada pela do direito à convivência familiar, que apresentarão relató-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência rio minucioso acerca da conveniência do deferimento da
§ 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que de- medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
monstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada gência
a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da § 5o O estágio de convivência será cumprido no
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. (Re- território nacional, preferencialmente na comarca de re-
dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sidência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz,
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a
que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a fale- competência do juízo da comarca de residência da crian-
cer no curso do procedimento, antes de prolatada a sen- ça. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
tença.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sen-
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar tença judicial, que será inscrita no registro civil mediante
reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos mandado do qual não se fornecerá certidão.
legítimos. § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administra- como pais, bem como o nome de seus ascendentes.
ção e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador § 2º O mandado judicial, que será arquivado, can-
adotar o pupilo ou o curatelado. celará o registro original do adotado.
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos § 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá
pais ou do representante legal do adotando. ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação sua residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos 2009) Vigência
ou tenham sido destituídos do poder familiar. (Ex- § 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato
pressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência poderá constar nas certidões do registro. (Redação
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
anos de idade, será também necessário o seu consenti- § 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do
mento. adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de a modificação do prenome. (Redação dada pela Lei
convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo má- nº 12.010, de 2009) Vigência
ximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança § 6o Caso a modificação de prenome seja re-
ou adolescente e as peculiaridades do caso. (Reda- querida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotan-
ção dada pela Lei nº 13.509, de 2017) do, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta
§ 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do ado- gência
tante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar § 7o A adoção produz seus efeitos a partir do
a conveniência da constituição do vínculo. (Redação trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto na hi-
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pótese prevista no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que
§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, terá força retroativa à data do óbito. (Incluído pela
por si só, a dispensa da realização do estágio de convivên- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cia. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- § 8o O processo relativo à adoção assim como
gência outros a ele relacionados serão mantidos em arquivo, ad-
§ 2o-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste mitindo-se seu armazenamento em microfilme ou por ou-
artigo pode ser prorrogado por até igual período, mediante tros meios, garantida a sua conservação para consulta a
decisão fundamentada da autoridade judiciária. (In- qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
cluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 2009) Vigência
§ 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal resi- § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de
dente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência adoção em que o adotando for criança ou adolescente
será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (qua- com deficiência ou com doença crônica. (Incluído
renta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma pela Lei nº 12.955, de 2014)
única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade § 10. O prazo máximo para conclusão da ação de ado-
judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) ção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única
§ 3o-A. Ao final do prazo previsto no § 3o deste ar- vez por igual período, mediante decisão fundamentada da
tigo, deverá ser apresentado laudo fundamentado pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509,
equipe mencionada no § 4o deste artigo, que recomenda- de 2017)
rá ou não o deferimento da adoção à autoridade judiciá- Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua
ria. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao
§ 4o O estágio de convivência será acompa- processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais
nhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Re-
Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Parágrafo único. O acesso ao processo de ado- § 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar
ção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 pela manutenção e correta alimentação dos cadastros, com
(dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e as- posterior comunicação à Autoridade Central Federal Brasi-
sistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº leira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência § 10. Consultados os cadastros e verificada a
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece ausência de pretendentes habilitados residentes no País
o poder familiar dos pais naturais. (Expressão subs- com perfil compatível e interesse manifesto pela adoção
tituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de criança ou adolescente inscrito nos cadastros existentes,
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada será realizado o encaminhamento da criança ou adolescen-
comarca ou foro regional, um registro de crianças e ado- te à adoção internacional. (Redação dada pela Lei
lescentes em condições de serem adotados e outro de pes- nº 13.509, de 2017)
soas interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010, de § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal
2009) Vigência interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente,
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após sempre que possível e recomendável, será colocado sob
prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o guarda de família cadastrada em programa de acolhimento
Ministério Público. familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado gência
não satisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer § 12. A alimentação do cadastro e a convocação
das hipóteses previstas no art. 29. criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo
§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
precedida de um período de preparação psicossocial e ju- 2009) Vigência
rídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância § 13. Somente poderá ser deferida adoção em
e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado
responsáveis pela execução da política municipal de garan- previamente nos termos desta Lei quando: (Incluí-
tia do direito à convivência familiar. (Incluído pela do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - se tratar de pedido de adoção unilate-
§ 4o Sempre que possível e recomendável, a ral; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
preparação referida no § 3o deste artigo incluirá o contato II - for formulada por parente com o qual a criança
com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetivi-
institucional em condições de serem adotados, a ser rea- dade; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
lizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou
técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou adoles-
dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento cente, desde que o lapso de tempo de convivência com-
e pela execução da política municipal de garantia do direito prove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não
à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das si-
de 2009) Vigência tuações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (In-
§ 5o Serão criados e implementados cadastros cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
estaduais e nacional de crianças e adolescentes em condi- § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo,
ções de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados o candidato deverá comprovar, no curso do procedimento,
à adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- que preenche os requisitos necessários à adoção, confor-
gência me previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,
§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou de 2009) Vigência
casais residentes fora do País, que somente serão consul- § 15. Será assegurada prioridade no cadastro
tados na inexistência de postulantes nacionais habilitados a pessoas interessadas em adotar criança ou adolescente
nos cadastros mencionados no § 5o deste artigo. (In- com deficiência, com doença crônica ou com necessidades
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência específicas de saúde, além de grupo de irmãos. (In-
§ 7o As autoridades estaduais e federais em ma- cluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
téria de adoção terão acesso integral aos cadastros, incum- Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela
bindo-lhes a troca de informações e a cooperação mútua, na qual o pretendente possui residência habitual em país-
para melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº -parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Rela-
12.010, de 2009) Vigência tiva à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de
§ 8o A autoridade judiciária providenciará, no Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto no 3.087,
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crian- de 21 junho de 1999, e deseja adotar criança em outro
ças e adolescentes em condições de serem adotados que país-parte da Convenção. (Redação dada pela Lei nº
não tiveram colocação familiar na comarca de origem, e 13.509, de 2017)
das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação § 1o A adoção internacional de criança ou adoles-
à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § cente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar
5o deste artigo, sob pena de responsabilidade. (In- quando restar comprovado: (Redação dada pela Lei
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nº 12.010, de 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
I - que a colocação em família adotiva é a solução VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exi-
adequada ao caso concreto; (Redação dada pela Lei gências e solicitar complementação sobre o estudo psicosso-
nº 13.509, de 2017) cial do postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de
II - que foram esgotadas todas as possibilidades acolhida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de colocação da criança ou adolescente em família adoti- VII - verificada, após estudo realizado pela Au-
va brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da toridade Central Estadual, a compatibilidade da legislação
inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil estrangeira com a nacional, além do preenchimento por
com perfil compatível com a criança ou adolescente, após parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e
consulta aos cadastros mencionados nesta Lei; (Re- subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do
dação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) que dispõe esta Lei como da legislação do país de acolhida,
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, será expedido laudo de habilitação à adoção internacional,
este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluído
de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
medida, mediante parecer elaborado por equipe interpro- VIII - de posse do laudo de habilitação, o in-
fissional, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 des- teressado será autorizado a formalizar pedido de adoção
ta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência perante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que
§ 2o Os brasileiros residentes no exterior terão pre- se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação
ferência aos estrangeiros, nos casos de adoção internacio- efetuada pela Autoridade Central Estadual. (Incluído pela
nal de criança ou adolescente brasileiro. (Redação Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1o Se a legislação do país de acolhida assim o au-
§ 3o A adoção internacional pressupõe a inter- torizar, admite-se que os pedidos de habilitação à adoção
venção das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em internacional sejam intermediados por organismos creden-
matéria de adoção internacional. (Redação dada ciados. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasilei-
Art. 52. A adoção internacional observará o pro- ra o credenciamento de organismos nacionais e estrangei-
cedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as ros encarregados de intermediar pedidos de habilitação à
seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº adoção internacional, com posterior comunicação às Auto-
12.010, de 2009) Vigência ridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado de imprensa e em sítio próprio da internet. (Incluí-
em adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá for- do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mular pedido de habilitação à adoção perante a Autori- § 3o Somente será admissível o credenciamento
dade Central em matéria de adoção internacional no país de organismos que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua 2009) Vigência
residência habitual; (Incluído pela Lei nº 12.010, de I - sejam oriundos de países que ratificaram a
2009) Vigência Convenção de Haia e estejam devidamente credenciados
II - se a Autoridade Central do país de acolhi- pela Autoridade Central do país onde estiverem sediados
da considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos e no país de acolhida do adotando para atuar em adoção
para adotar, emitirá um relatório que contenha informa- internacional no Brasil; (Incluído pela Lei nº 12.010,
ções sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação de 2009) Vigência
dos solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar II - satisfizerem as condições de integridade moral,
e médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua competência profissional, experiência e responsabilidade
aptidão para assumir uma adoção internacional; (In- exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Federal Brasileira; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
III - a Autoridade Central do país de acolhida en- 2009) Vigência
viará o relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia III - forem qualificados por seus padrões éticos
para a Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluí- e sua formação e experiência para atuar na área de ado-
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ção internacional; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
IV - o relatório será instruído com toda a documen- 2009) Vigência
tação necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordena-
por equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada mento jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela
da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela
de vigência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
gência § 4o Os organismos credenciados deverão ain-
V - os documentos em língua estrangeira se- da: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
rão devidamente autenticados pela autoridade consular, I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas
observados os tratados e convenções internacionais, e condições e dentro dos limites fixados pelas autoridades
acompanhados da respectiva tradução, por tradutor públi- competentes do país onde estiverem sediados, do país
co juramentado; (Incluído pela Lei nº 12.010, de de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasilei-
2009) Vigência ra; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
II - ser dirigidos e administrados por pessoas § 10. A Autoridade Central Federal Brasileira po-
qualificadas e de reconhecida idoneidade moral, com com- derá, a qualquer momento, solicitar informações sobre a
provada formação ou experiência para atuar na área de situação das crianças e adolescentes adotados. (In-
adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal § 11. A cobrança de valores por parte dos organis-
Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão fede- mos credenciados, que sejam considerados abusivos pela
ral competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam
2009) Vigência devidamente comprovados, é causa de seu descredencia-
III - estar submetidos à supervisão das autoridades mento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
competentes do país onde estiverem sediados e no país gência
de acolhida, inclusive quanto à sua composição, funciona- § 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não
mento e situação financeira; (Incluído pela Lei nº podem ser representados por mais de uma entidade cre-
12.010, de 2009) Vigência denciada para atuar na cooperação em adoção internacio-
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasi- nal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
leira, a cada ano, relatório geral das atividades desenvolvi- § 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou
das, bem como relatório de acompanhamento das adoções domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um)
internacionais efetuadas no período, cuja cópia será enca- ano, podendo ser renovada. (Incluído pela Lei nº
minhada ao Departamento de Polícia Federal; (In- 12.010, de 2009) Vigência
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 14. É vedado o contato direto de representantes
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a de organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com
Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade dirigentes de programas de acolhimento institucional ou
Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) familiar, assim como com crianças e adolescentes em con-
anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de dições de serem adotados, sem a devida autorização judi-
cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a cida- cial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dania do país de acolhida para o adotado; (Incluído § 15. A Autoridade Central Federal Brasileira
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência poderá limitar ou suspender a concessão de novos cre-
VI - tomar as medidas necessárias para garantir denciamentos sempre que julgar necessário, mediante ato
que os adotantes encaminhem à Autoridade Central Fede- administrativo fundamentado. (Incluído pela Lei nº
ral Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento 12.010, de 2009) Vigência
estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade
sejam concedidos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de e descredenciamento, o repasse de recursos provenientes
2009) Vigência de organismos estrangeiros encarregados de intermediar
§ 5o A não apresentação dos relatórios referidos pedidos de adoção internacional a organismos nacionais
no § 4o deste artigo pelo organismo credenciado poderá ou a pessoas físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
acarretar a suspensão de seu credenciamento. (In- 2009) Vigência
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Eventuais repasses somente
§ 6o O credenciamento de organismo nacional ou poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e
estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de ado- do Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do res-
ção internacional terá validade de 2 (dois) anos. (In- pectivo Conselho de Direitos da Criança e do Adolescen-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência te. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 7o A renovação do credenciamento pode- Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no ex-
rá ser concedida mediante requerimento protocolado na terior em país ratificante da Convenção de Haia, cujo pro-
Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) cesso de adoção tenha sido processado em conformidade
dias anteriores ao término do respectivo prazo de valida- com a legislação vigente no país de residência e atendido o
de. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção,
§ 8o Antes de transitada em julgado a decisão será automaticamente recepcionada com o reingresso no
que concedeu a adoção internacional, não será permitida a Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
saída do adotando do território nacional. (Incluído § 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a
§ 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de Justi-
judiciária determinará a expedição de alvará com autoriza- ça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ção de viagem, bem como para obtenção de passaporte, § 2o O pretendente brasileiro residente no exte-
constando, obrigatoriamente, as características da criança rior em país não ratificante da Convenção de Haia, uma
ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais vez reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação
sinais ou traços peculiares, assim como foto recente e a da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justi-
aposição da impressão digital do seu polegar direito, ins- ça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
truindo o documento com cópia autenticada da decisão e Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o
certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº Brasil for o país de acolhida, a decisão da autoridade com-
12.010, de 2009) Vigência petente do país de origem da criança ou do adolescente
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de
processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei
comunicará o fato à Autoridade Central Federal e determi- nº 13.306, de 2016)
nará as providências necessárias à expedição do Certifica- V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
do de Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
12.010, de 2009) Vigência cada um;
§ 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
Ministério Público, somente deixará de reconhecer os efei- condições do adolescente trabalhador;
tos daquela decisão se restar demonstrado que a ado- VII - atendimento no ensino fundamental, através
ção é manifestamente contrária à ordem pública ou não de programas suplementares de material didático-escolar,
atende ao interesse superior da criança ou do adolescen- transporte, alimentação e assistência à saúde.
te. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é
§ 2o Na hipótese de não reconhecimento da ado- direito público subjetivo.
ção, prevista no § 1o deste artigo, o Ministério Público de- § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório
verá imediatamente requerer o que for de direito para res- pelo poder público ou sua oferta irregular importa respon-
guardar os interesses da criança ou do adolescente, comu- sabilidade da autoridade competente.
nicando-se as providências à Autoridade Central Estadual, § 3º Compete ao poder público recensear os edu-
que fará a comunicação à Autoridade Central Federal Brasi- candos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e ze-
leira e à Autoridade Central do país de origem. (In- lar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha sido de- Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de
ferida no país de origem porque a sua legislação a delega ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os
ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com casos de:
decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
não tenha aderido à Convenção referida, o processo de II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão
adoção seguirá as regras da adoção nacional. (In- escolar, esgotados os recursos escolares;
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - elevados níveis de repetência.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas,
Capítulo IV experiências e novas propostas relativas a calendário, seria-
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao ção, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas
Lazer à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino
fundamental obrigatório.
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão
educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pes- os valores culturais, artísticos e históricos próprios do con-
soa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação texto social da criança e do adolescente, garantindo-se a
para o trabalho, assegurando-se-lhes: estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
I - igualdade de condições para o acesso e perma- Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da
nência na escola; União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e
II - direito de ser respeitado por seus educadores; espaços para programações culturais, esportivas e de lazer
III - direito de contestar critérios avaliativos, po- voltadas para a infância e a juventude.
dendo recorrer às instâncias escolares superiores; Capítulo V
IV - direito de organização e participação em en- Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Traba-
tidades estudantis; lho
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores
sua residência. de quatorze anos de idade, salvo na condição de apren-
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis diz. (Vide Constituição Federal)
ter ciência do processo pedagógico, bem como participar Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é
da definição das propostas educacionais. regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao nesta Lei.
adolescente: Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e ba-
inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade ses da legislação de educação em vigor.
própria; Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e aos seguintes princípios:
gratuidade ao ensino médio; I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao
III - atendimento educacional especializado aos ensino regular;
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regu- II - atividade compatível com o desenvolvimento
lar de ensino; do adolescente;
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
III - horário especial para o exercício das ativida- ou de tratamento cruel ou degradante e dos instrumentos
des. de proteção aos direitos humanos; (Incluído pela
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de ida- Lei nº 13.010, de 2014)
de é assegurada bolsa de aprendizagem. II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário,
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de qua- do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Con-
torze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e pre- selho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e
videnciários. do Adolescente e com as entidades não governamentais
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos
assegurado trabalho protegido. da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei nº
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em 13.010, de 2014)
regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assis- III - a formação continuada e a capacitação dos profis-
tido em entidade governamental ou não-governamental, sionais de saúde, educação e assistência social e dos de-
é vedado trabalho: mais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas dos direitos da criança e do adolescente para o desenvolvi-
de um dia e as cinco horas do dia seguinte; mento das competências necessárias à prevenção, à iden-
II - perigoso, insalubre ou penoso; tificação de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação de todas as formas de violência contra a criança e o adoles-
e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; cente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
IV - realizado em horários e locais que não permi- IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pací-
tam a freqüência à escola. fica de conflitos que envolvam violência contra a criança e
Art. 68. O programa social que tenha por base o adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
o trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem
governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, a garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a
deverá assegurar ao adolescente que dele participe condi- atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e respon-
ções de capacitação para o exercício de atividade regular sáveis com o objetivo de promover a informação, a reflexão,
remunerada. o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de castigo
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade físico ou de tratamento cruel ou degradante no processo
laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao de- educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
senvolvimento pessoal e social do educando prevalecem VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para
sobre o aspecto produtivo. a articulação de ações e a elaboração de planos de atua-
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo ção conjunta focados nas famílias em situação de violência,
trabalho efetuado ou a participação na venda dos produ- com participação de profissionais de saúde, de assistência
tos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo. social e de educação e de órgãos de promoção, proteção e
Art. 69. O adolescente tem direito à profissiona- defesa dos direitos da criança e do adolescente. (In-
lização e à proteção no trabalho, observados os seguintes cluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
aspectos, entre outros: Parágrafo único. As famílias com crianças e adoles-
I - respeito à condição peculiar de pessoa em centes com deficiência terão prioridade de atendimen-
desenvolvimento; to nas ações e políticas públicas de prevenção e prote-
II - capacitação profissional adequada ao mercado ção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
de trabalho. Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem
nas áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem
Título III contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a re-
Da Prevenção conhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou
Capítulo I casos de maus-tratos praticados contra crianças e adoles-
Disposições Gerais centes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência comunicação de que trata este artigo, as pessoas encarre-
de ameaça ou violação dos direitos da criança e do ado- gadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério, pro-
lescente. fissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os crianças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o
Municípios deverão atuar de forma articulada na elabora- injustificado retardamento ou omissão, culposos ou dolo-
ção de políticas públicas e na execução de ações destina- sos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
das a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a
ou degradante e difundir formas não violentas de educa- informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos
ção de crianças e de adolescentes, tendo como principais e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar
ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) de pessoa em desenvolvimento.
I - a promoção de campanhas educativas permanentes Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não ex-
para a divulgação do direito da criança e do adolescente cluem da prevenção especial outras decorrentes dos prin-
de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico cípios por ela adotados.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 87. São linhas de ação da política de atendi- VIII - especialização e formação continuada
mento: (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dos profissionais que trabalham nas diferentes áreas da
I - políticas sociais básicas; atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos
II - serviços, programas, projetos e benefícios sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infan-
de assistência social de garantia de proteção social e de til; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
prevenção e redução de violações de direitos, seus agra- IX - formação profissional com abrangência dos di-
vamentos ou reincidências; (Redação dada pela Lei nº versos direitos da criança e do adolescente que favoreça
13.257, de 2016) a intersetorialidade no atendimento da criança e do ado-
III - serviços especiais de prevenção e atendimento lescente e seu desenvolvimento integral; (Incluído
médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tra- pela Lei nº 13.257, de 2016)
tos, exploração, abuso, crueldade e opressão; X - realização e divulgação de pesquisas sobre de-
IV - serviço de identificação e localização de pais, senvolvimento infantil e sobre prevenção da violên-
responsável, crianças e adolescentes desaparecidos; cia. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
V - proteção jurídico-social por entidades de de- Art. 89. A função de membro do conselho nacio-
fesa dos direitos da criança e do adolescente. nal e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos
VI - políticas e programas destinados a prevenir da criança e do adolescente é considerada de interesse
ou abreviar o período de afastamento do convívio familiar público relevante e não será remunerada.
e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência fa-
miliar de crianças e adolescentes; (Incluído pela Lei Capítulo II
nº 12.010, de 2009) Vigência Das Entidades de Atendimento
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob Seção I
forma de guarda de crianças e adolescentes afastados do Disposições Gerais
convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial,
de crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades Art. 90. As entidades de atendimento são res-
específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de ponsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim
irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- como pelo planejamento e execução de programas de
gência proteção e sócio-educativos destinados a crianças e ado-
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: lescentes, em regime de:
I - municipalização do atendimento; I - orientação e apoio sócio-familiar;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos III - colocação familiar;
deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, IV - acolhimento institucional; (Redação
assegurada a participação popular paritária por meio de dada pela Lei nº 12.010, de 2009) igência
organizações representativas, segundo leis federal, esta- V - prestação de serviços à comunidade; (Reda-
duais e municipais; ção dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - criação e manutenção de programas especí- VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei
ficos, observada a descentralização político-administrativa; nº 12.594, de 2012) (Vide)
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº
municipais vinculados aos respectivos conselhos dos direi- 12.594, de 2012) (Vide)
tos da criança e do adolescente; VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, 2012) (Vide)
Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e Assis- § 1o As entidades governamentais e não gover-
tência Social, preferencialmente em um mesmo local, para namentais deverão proceder à inscrição de seus progra-
efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a mas, especificando os regimes de atendimento, na forma
quem se atribua autoria de ato infracional; definida neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos
VI - integração operacional de órgãos do Judiciá- da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das
rio, Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e en- inscrições e de suas alterações, do que fará comunicação
carregados da execução das políticas sociais básicas e de ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (In-
assistência social, para efeito de agilização do atendimento cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de crianças e de adolescentes inseridos em programas de § 2o Os recursos destinados à implementação
acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rá- e manutenção dos programas relacionados neste artigo
pida reintegração à família de origem ou, se tal solução serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos
se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas Assistência Social, dentre outros, observando-se o prin-
no art. 28 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, cípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescen-
de 2009) Vigência te preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição
VII - mobilização da opinião pública para a indis- Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4o desta
pensável participação dos diversos segmentos da socieda- Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
de. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência gência
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 3o Os programas em execução serão reavaliados VI - evitar, sempre que possível, a transferência para
pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Ado- outras entidades de crianças e adolescentes abrigados;
lescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se VII - participação na vida da comunidade local;
critérios para renovação da autorização de funcionamen- VIII - preparação gradativa para o desligamento;
to: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência IX - participação de pessoas da comunidade no
I - o efetivo respeito às regras e princípios des- processo educativo.
ta Lei, bem como às resoluções relativas à modalidade de § 1o O dirigente de entidade que desenvolve pro-
atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Di- grama de acolhimento institucional é equiparado ao guar-
reitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis; (In- dião, para todos os efeitos de direito. (Incluído pela Lei
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nº 12.010, de 2009) Vigência
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvi- § 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem
do, atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Públi- programas de acolhimento familiar ou institucional reme-
co e pela Justiça da Infância e da Juventude; (Incluído terão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) me-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ses, relatório circunstanciado acerca da situação de cada
III - em se tratando de programas de acolhimento criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da
institucional ou familiar, serão considerados os índices de reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei. (Incluí-
sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à famí- do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
lia substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº § 3o Os entes federados, por intermédio dos
12.010, de 2009) Vigência Poderes Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamen-
Art. 91. As entidades não-governamentais somen- te a permanente qualificação dos profissionais que atuam
te poderão funcionar depois de registradas no Conselho direta ou indiretamente em programas de acolhimento ins-
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual titucional e destinados à colocação familiar de crianças e
comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, Mi-
judiciária da respectiva localidade. nistério Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei
§ 1o Será negado o registro à entidade que: (In- nº 12.010, de 2009) Vigência
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 4o Salvo determinação em contrário da autori-
A) não ofereça instalações físicas em condições dade judiciária competente, as entidades que desenvolvem
adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segu- programas de acolhimento familiar ou institucional, se ne-
rança; cessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos
B) não apresente plano de trabalho compatível de assistência social, estimularão o contato da criança ou
com os princípios desta Lei; adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao
C) esteja irregularmente constituída; disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo. (In-
D) tenha em seus quadros pessoas inidôneas. cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
E) não se adequar ou deixar de cumprir as resolu- § 5o As entidades que desenvolvem programas de
ções e deliberações relativas à modalidade de atendimento acolhimento familiar ou institucional somente poderão re-
prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança ceber recursos públicos se comprovado o atendimento dos
e do Adolescente, em todos os níveis. (Incluída pela Lei princípios, exigências e finalidades desta Lei. (Incluído
nº 12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, § 6o O descumprimento das disposições desta Lei
cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e pelo dirigente de entidade que desenvolva programas de
do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de acolhimento familiar ou institucional é causa de sua desti-
sua renovação, observado o disposto no § 1odeste arti- tuição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade
go. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência administrativa, civil e criminal. (Incluído pela Lei nº
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas 12.010, de 2009) Vigência
de acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os § 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3
seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, (três) anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial
de 2009) Vigência atenção à atuação de educadores de referência estáveis e
I - preservação dos vínculos familiares e promoção qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao
da reintegração familiar; (Redação dada pela Lei nº atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afe-
12.010, de 2009) Vigência to como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
II - integração em família substituta, quando es- 2016)
gotados os recursos de manutenção na família natural Art. 93. As entidades que mantenham programa
ou extensa; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de de acolhimento institucional poderão, em caráter excep-
2009) Vigência cional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem
III - atendimento personalizado e em pequenos prévia determinação da autoridade competente, fazen-
grupos; do comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas
IV - desenvolvimento de atividades em regime de ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de respon-
co-educação; sabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
V - não desmembramento de grupos de irmãos; 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a § 1o Aplicam-se, no que couber, as obriga-
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público e se ne- ções constantes deste artigo às entidades que man-
cessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará têm programas de acolhimento institucional e fami-
as medidas necessárias para promover a imediata reinte- liar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
gração familiar da criança ou do adolescente ou, se por 2009) Vigência
qualquer razão não for isso possível ou recomendável, para § 2º No cumprimento das obrigações a que
seu encaminhamento a programa de acolhimento familiar, alude este artigo as entidades utilizarão preferencial-
institucional ou a família substituta, observado o disposto mente os recursos da comunidade.
no § 2o do art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas,
de 2009) Vigência que abriguem ou recepcionem crianças e adolescen-
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas tes, ainda que em caráter temporário, devem ter, em
de internação têm as seguintes obrigações, entre outras: seus quadros, profissionais capacitados a reconhecer
I - observar os direitos e garantias de que são e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrên-
titulares os adolescentes; cias de maus-tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046,
II - não restringir nenhum direito que não tenha de 2014)
sido objeto de restrição na decisão de internação;
III - oferecer atendimento personalizado, em pe- Seção II
quenas unidades e grupos reduzidos; Da Fiscalização das Entidades
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de
respeito e dignidade ao adolescente; Art. 95. As entidades governamentais e não-
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e -governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas
da preservação dos vínculos familiares; pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conse-
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodica- lhos Tutelares.
mente, os casos em que se mostre inviável ou impossível o Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações
reatamento dos vínculos familiares; de contas serão apresentados ao estado ou ao muni-
VII - oferecer instalações físicas em condições ade- cípio, conforme a origem das dotações orçamentárias.
quadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades
e os objetos necessários à higiene pessoal; de atendimento que descumprirem obrigação cons-
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e tante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil
adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos; e criminal de seus dirigentes ou prepostos: (Vide
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
odontológicos e farmacêuticos; I - às entidades governamentais:
X - propiciar escolarização e profissionalização; A) advertência;
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de B) afastamento provisório de seus dirigentes;
lazer; C) afastamento definitivo de seus dirigentes;
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que D) fechamento de unidade ou interdição de
desejarem, de acordo com suas crenças; programa.
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada II - às entidades não-governamentais:
caso; A) advertência;
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com B) suspensão total ou parcial do repasse de
intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos resulta- verbas públicas;
dos à autoridade competente; C) interdição de unidades ou suspensão de
XV - informar, periodicamente, o adolescente in- programa;
ternado sobre sua situação processual; D) cassação do registro.
XVI - comunicar às autoridades competentes todos § 1 o Em caso de reiteradas infrações cometi-
os casos de adolescentes portadores de moléstias infecto- das por entidades de atendimento, que coloquem em
-contagiosas; risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o
XVII - fornecer comprovante de depósito dos per- fato comunicado ao Ministério Público ou representa-
tences dos adolescentes; do perante autoridade judiciária competente para as
XVIII - manter programas destinados ao apoio e providências cabíveis, inclusive suspensão das ativida-
acompanhamento de egressos; des ou dissolução da entidade. (Redação dada
XIX - providenciar os documentos necessários ao pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
exercício da cidadania àqueles que não os tiverem; § 2 o As pessoas jurídicas de direito público
XX - manter arquivo de anotações onde constem e as organizações não governamentais responderão
data e circunstâncias do atendimento, nome do adoles- pelos danos que seus agentes causarem às crianças
cente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, e aos adolescentes, caracterizado o descumprimento
idade, acompanhamento da sua formação, relação de seus dos princípios norteadores das atividades de proteção
pertences e demais dados que possibilitem sua identifica- específica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
ção e a individualização do atendimento. 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento caso seja esta vedada por expressa e fundamentada de-
familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis terminação judicial, as providências a serem tomadas para
como forma de transição para reintegração familiar ou, não sua colocação em família substituta, sob direta supervisão
sendo esta possível, para colocação em família substituta, da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010,
não implicando privação de liberdade. (Incluído pela de 2009) Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 7o O acolhimento familiar ou institucional ocor-
§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emer- rerá no local mais próximo à residência dos pais ou do
genciais para proteção de vítimas de violência ou abuso responsável e, como parte do processo de reintegração fa-
sexual e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, miliar, sempre que identificada a necessidade, a família de
o afastamento da criança ou adolescente do convívio fa- origem será incluída em programas oficiais de orientação,
miliar é de competência exclusiva da autoridade judiciária de apoio e de promoção social, sendo facilitado e estimu-
e importará na deflagração, a pedido do Ministério Públi- lado o contato com a criança ou com o adolescente aco-
co ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimen- lhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
to judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao § 8o Verificada a possibilidade de reintegração
responsável legal o exercício do contraditório e da ampla familiar, o responsável pelo programa de acolhimento fa-
defesa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência miliar ou institucional fará imediata comunicação à autori-
§ 3o Crianças e adolescentes somente poderão dade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo
ser encaminhados às instituições que executam programas prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (In-
de acolhimento institucional, governamentais ou não, por cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autori- § 9o Em sendo constatada a impossibilidade
dade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre de reintegração da criança ou do adolescente à família de
outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- origem, após seu encaminhamento a programas oficiais
gência ou comunitários de orientação, apoio e promoção social,
I - sua identificação e a qualificação completa de será enviado relatório fundamentado ao Ministério Públi-
seus pais ou de seu responsável, se conhecidos; (In- co, no qual conste a descrição pormenorizada das pro-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência vidências tomadas e a expressa recomendação, subscrita
II - o endereço de residência dos pais ou do res- pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução
ponsável, com pontos de referência; (Incluído pela Lei da política municipal de garantia do direito à convivência
nº 12.010, de 2009) Vigência familiar, para a destituição do poder familiar, ou destitui-
III - os nomes de parentes ou de terceiros interes- ção de tutela ou guarda. (Incluído pela Lei nº 12.010,
sados em tê-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência § 10. Recebido o relatório, o Ministério Público
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração terá o prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a
ao convívio familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de ação de destituição do poder familiar, salvo se entender
2009) Vigência necessária a realização de estudos complementares ou de
§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança outras providências indispensáveis ao ajuizamento da de-
ou do adolescente, a entidade responsável pelo programa manda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
de acolhimento institucional ou familiar elaborará um pla- § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada
no individual de atendimento, visando à reintegração fami- comarca ou foro regional, um cadastro contendo infor-
liar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamen- mações atualizadas sobre as crianças e adolescentes em
tada em contrário de autoridade judiciária competente, regime de acolhimento familiar e institucional sob sua res-
caso em que também deverá contemplar sua colocação em ponsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a
família substituta, observadas as regras e princípios desta situação jurídica de cada um, bem como as providências
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em
§ 5o O plano individual será elaborado sob a família substituta, em qualquer das modalidades previstas
responsabilidade da equipe técnica do respectivo progra- no art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
ma de atendimento e levará em consideração a opinião da 2009) Vigência
criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do respon- § 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Pú-
sável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência blico, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência
§ 6o Constarão do plano individual, dentre ou- Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e
tros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (In- deliberar sobre a implementação de políticas públicas que
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência permitam reduzir o número de crianças e adolescentes
II - os compromissos assumidos pelos pais ou afastados do convívio familiar e abreviar o período de per-
responsável; e (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- manência em programa de acolhimento. (Incluído
gência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - a previsão das atividades a serem desenvol- Art. 102. As medidas de proteção de que trata
vidas com a criança ou com o adolescente acolhido e seus este Capítulo serão acompanhadas da regularização do
pais ou responsável, com vista na reintegração familiar ou, registro civil. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamenta-
assento de nascimento da criança ou adolescente será fei- da e basear-se em indícios suficientes de autoria e materia-
to à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição lidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
da autoridade judiciária. Art. 109. O adolescente civilmente identificado não
§ 2º Os registros e certidões necessários à regulari- será submetido a identificação compulsória pelos órgãos
zação de que trata este artigo são isentos de multas, custas policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de con-
e emolumentos, gozando de absoluta prioridade. frontação, havendo dúvida fundada.
§ 3o Caso ainda não definida a paternidade,
será deflagrado procedimento específico destinado à sua Capítulo III
averiguação, conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29 de Das Garantias Processuais
dezembro de 1992. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua
§ 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, liberdade sem o devido processo legal.
é dispensável o ajuizamento de ação de investigação de Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre
paternidade pelo Ministério Público se, após o não compa- outras, as seguintes garantias:
recimento ou a recusa do suposto pai em assumir a pater- I - pleno e formal conhecimento da atribuição de
nidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para ado- ato infracional, mediante citação ou meio equivalente;
ção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - igualdade na relação processual, podendo
§ 5o Os registros e certidões necessários à in- confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas
clusão, a qualquer tempo, do nome do pai no assento de as provas necessárias à sua defesa;
nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, III - defesa técnica por advogado;
gozando de absoluta prioridade. (Incluído dada pela IV - assistência judiciária gratuita e integral aos
Lei nº 13.257, de 2016) necessitados, na forma da lei;
§ 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação re- V - direito de ser ouvido pessoalmente pela auto-
querida do reconhecimento de paternidade no assento de ridade competente;
nascimento e a certidão correspondente. (Incluído VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) responsável em qualquer fase do procedimento.
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a
descrita como crime ou contravenção penal. autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores seguintes medidas:
de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. I - advertência;
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser II - obrigação de reparar o dano;
considerada a idade do adolescente à data do fato. III - prestação de serviços à comunidade;
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança IV - liberdade assistida;
corresponderão as medidas previstas no art. 101. V - inserção em regime de semi-liberdade;
Capítulo II VI - internação em estabelecimento educacional;
Dos Direitos Individuais VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em
sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária a gravidade da infração.
competente. § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum,
Parágrafo único. O adolescente tem direito à iden- será admitida a prestação de trabalho forçado.
tificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser § 3º Os adolescentes portadores de doença ou
informado acerca de seus direitos. deficiência mental receberão tratamento individual e espe-
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o cializado, em local adequado às suas condições.
local onde se encontra recolhido serão incontinenti comu- Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos
nicados à autoridade judiciária competente e à família do arts. 99 e 100.
apreendido ou à pessoa por ele indicada. Art. 114. A imposição das medidas previstas nos
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas
sob pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação suficientes da autoria e da materialidade da infração, res-
imediata. salvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre
determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. que houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Seção II Seção VI
Da Advertência Do Regime de Semi-liberdade
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser
verbal, que será reduzida a termo e assinada. determinado desde o início, ou como forma de transição
para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades
Seção III externas, independentemente de autorização judicial.
Da Obrigação de Reparar o Dano § 1º São obrigatórias a escolarização e a profissio-
nalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com recursos existentes na comunidade.
reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se § 2º A medida não comporta prazo determinado
for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à in-
ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o ternação.
prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibili- Seção VII
dade, a medida poderá ser substituída por outra adequada. Da Internação
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada diciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada Art. 122. A medida de internação só poderá ser
por entidade ou programa de atendimento. aplicada quando:
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mí- I - tratar-se de ato infracional cometido mediante
nimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorro- grave ameaça ou violência a pessoa;
gada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o II - por reiteração no cometimento de outras in-
orientador, o Ministério Público e o defensor. frações graves;
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e III - por descumprimento reiterado e injustificável
a supervisão da autoridade competente, a realização dos da medida anteriormente imposta.
seguintes encargos, entre outros: § 1o O prazo de internação na hipótese do inci-
I - promover socialmente o adolescente e sua so III deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) me-
família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se ne- ses, devendo ser decretada judicialmente após o devido
cessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e processo legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
assistência social; 2012) (Vide)
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a inter-
escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrí- nação, havendo outra medida adequada.
cula; Art. 123. A internação deverá ser cumprida em enti-
III - diligenciar no sentido da profissionalização dade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele
do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por cri-
IV - apresentar relatório do caso. térios de idade, compleição física e gravidade da infração.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Parágrafo único. Durante o período de internação, cluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas
inclusive provisória, serão obrigatórias atividades pedagó- previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-li-
gicas. berdade e a internação.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de Art. 128. A medida aplicada por força da remissão
liberdade, entre outros, os seguintes: poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, me-
I - entrevistar-se pessoalmente com o represen- diante pedido expresso do adolescente ou de seu repre-
tante do Ministério Público; sentante legal, ou do Ministério Público.
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III - avistar-se reservadamente com seu defensor; Título IV
IV - ser informado de sua situação processual, Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
sempre que solicitada;
V - ser tratado com respeito e dignidade; Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou res-
VI - permanecer internado na mesma localidade ponsável:
ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou res- I - encaminhamento a serviços e programas oficiais
ponsável; ou comunitários de proteção, apoio e promoção da famí-
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; lia; (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
VIII - corresponder-se com seus familiares e ami- II - inclusão em programa oficial ou comunitário
gos; de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicô-
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene manos;
e asseio pessoal; III - encaminhamento a tratamento psicológico ou
X - habitar alojamento em condições adequadas psiquiátrico;
de higiene e salubridade; IV - encaminhamento a cursos ou programas de
XI - receber escolarização e profissionalização; orientação;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e
lazer: acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar;
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; VI - obrigação de encaminhar a criança ou adoles-
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua cente a tratamento especializado;
crença, e desde que assim o deseje; VII - advertência;
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e VIII - perda da guarda;
dispor de local seguro para guardá-los, recebendo com- IX - destituição da tutela;
provante daqueles porventura depositados em poder da X - suspensão ou destituição do poder fami-
entidade; liar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
XVI - receber, quando de sua desinternação, os 2009) Vigência
documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade. Parágrafo único. Na aplicação das medidas previs-
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. tas nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender nos arts. 23 e 24.
temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos,
se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudiciali- opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou respon-
dade aos interesses do adolescente. sável, a autoridade judiciária poderá determinar, como
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia
física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medi- comum.
das adequadas de contenção e segurança. Parágrafo único. Da medida cautelar constará,
ainda, a fixação provisória dos alimentos de que neces-
Capítulo V sitem a criança ou o adolescente dependentes do agres-
Da Remissão sor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de 2011)
51
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, VII - expedir notificações;
permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo VIII - requisitar certidões de nascimento e de
de escolha. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
2012) IX - assessorar o Poder Executivo local na elabo-
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conse- ração da proposta orçamentária para planos e programas
lho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos: de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
I - reconhecida idoneidade moral; X - representar, em nome da pessoa e da família,
II - idade superior a vinte e um anos; contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º,
III - residir no município. inciso II, da Constituição Federal;
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o lo- XI - representar ao Ministério Público para efeito
cal, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após
inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou
aos quais é assegurado o direito a: (Redação dada do adolescente junto à família natural. (Redação
pela Lei nº 12.696, de 2012) dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei XII - promover e incentivar, na comunidade e nos
nº 12.696, de 2012) grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento
II - gozo de férias anuais remuneradas, acresci- para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em
das de 1/3 (um terço) do valor da remuneração men- crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046,
sal; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) de 2014)
III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Se, no exercício de suas atri-
12.696, de 2012) buições, o Conselho Tutelar entender necessário o afas-
IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº tamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o
12.696, de 2012) fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações so-
V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº bre os motivos de tal entendimento e as providências to-
12.696, de 2012) madas para a orientação, o apoio e a promoção social da
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária muni- família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
cipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos ne- gência
cessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à re- Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somen-
muneração e formação continuada dos conselheiros tute- te poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido
lares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012) de quem tenha legítimo interesse.
Art. 135. O exercício efetivo da função de conse-
lheiro constituirá serviço público relevante e estabelecerá Capítulo III
presunção de idoneidade moral. (Redação dada pela Da Competência
Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de
Capítulo II competência constante do art. 147.
Das Atribuições do Conselho
Capítulo IV
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: Da Escolha dos Conselheiros
I - atender as crianças e adolescentes nas hipó-
teses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas Art. 139. O processo para a escolha dos membros
previstas no art. 101, I a VII; do Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal
aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII; dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização
III - promover a execução de suas decisões, po- do Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº
dendo para tanto: 8.242, de 12.10.1991)
A) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, § 1o O processo de escolha dos membros do Conse-
educação, serviço social, previdência, trabalho e seguran- lho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o territó-
ça; rio nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo
B) representar junto à autoridade judiciária nos ca- do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição
sos de descumprimento injustificado de suas deliberações. presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de § 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no
fato que constitua infração administrativa ou penal contra dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de es-
os direitos da criança ou adolescente; colha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos § 3o No processo de escolha dos membros do Con-
de sua competência; selho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, pro-
VI - providenciar a medida estabelecida pela au- meter ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal
toridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno va-
para o adolescente autor de ato infracional; lor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
52
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Capítulo V Seção II
Dos Impedimentos Do Juiz
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Con- Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o
selho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa
e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio função, na forma da lei de organização judiciária local.
e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado. Art. 147. A competência será determinada:
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
conselheiro, na forma deste artigo, em relação à autorida- II - pelo lugar onde se encontre a criança ou ado-
de judiciária e ao representante do Ministério Público com lescente, à falta dos pais ou responsável.
atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente
na comarca, foro regional ou distrital. a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as
regras de conexão, continência e prevenção.
Título VI § 2º A execução das medidas poderá ser delegada
Do Acesso à Justiça à autoridade competente da residência dos pais ou res-
Capítulo I ponsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abri-
Disposições Gerais gar a criança ou adolescente.
§ 3º Em caso de infração cometida através de
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja
adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e mais de uma comarca, será competente, para aplicação da
ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos. penalidade, a autoridade judiciária do local da sede esta-
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada dual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para
aos que dela necessitarem, através de defensor público ou todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo
advogado nomeado. estado.
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é
da Infância e da Juventude são isentas de custas e emolu- competente para:
mentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé. I - conhecer de representações promovidas pelo
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão re- Ministério Público, para apuração de ato infracional atribuí-
presentados e os maiores de dezesseis e menores de vinte do a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
e um anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na II - conceder a remissão, como forma de suspensão
forma da legislação civil ou processual. ou extinção do processo;
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará cura- III - conhecer de pedidos de adoção e seus inci-
dor especial à criança ou adolescente, sempre que os in- dentes;
teresses destes colidirem com os de seus pais ou respon- IV - conhecer de ações civis fundadas em interes-
sável, ou quando carecer de representação ou assistência ses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
legal ainda que eventual. adolescente, observado o disposto no art. 209;
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, V - conhecer de ações decorrentes de irregulari-
policiais e administrativos que digam respeito a crianças dades em entidades de atendimento, aplicando as medidas
e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional. cabíveis;
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato VI - aplicar penalidades administrativas nos casos
não poderá identificar a criança ou adolescente, vedando- de infrações contra norma de proteção à criança ou ado-
-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, paren- lescente;
tesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobreno- VII - conhecer de casos encaminhados pelo Con-
me. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) selho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou
a que se refere o artigo anterior somente será deferida pela adolescente nas hipóteses do art. 98, é também competen-
autoridade judiciária competente, se demonstrado o inte- te a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:
resse e justificada a finalidade. A) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
B) conhecer de ações de destituição do poder fami-
Capítulo II liar, perda ou modificação da tutela ou guarda; (Ex-
Da Justiça da Infância e da Juventude pressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Seção I C) suprir a capacidade ou o consentimento para
Disposições Gerais o casamento;
D) conhecer de pedidos baseados em discordân-
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão cia paterna ou materna, em relação ao exercício do poder
criar varas especializadas e exclusivas da infância e da juven- familiar; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
tude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua propor- de 2009) Vigência
cionalidade por número de habitantes, dotá-las de infra-es- E) conceder a emancipação, nos termos da lei civil,
trutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões. quando faltarem os pais;
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interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a pre- familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406,
sença de uma das causas de suspensão ou destituição do de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), ou no art. 24 desta
poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101 Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
desta Lei, e observada a Lei no 13.431, de 4 de abril de § 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei
2017. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) nº 13.509, de 2017)
§ 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades indí- § 3o Se o pedido importar em modificação de
genas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe in- guarda, será obrigatória, desde que possível e razoável, a
terprofissional ou multidisciplinar referida no § 1o deste ar- oitiva da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de
tigo, de representantes do órgão federal responsável pela desenvolvimento e grau de compreensão sobre as impli-
política indigenista, observado o disposto no § 6o do art. cações da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 2009) Vigência
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo § 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que
de dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas eles forem identificados e estiverem em local conhecido,
a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de tes- ressalvados os casos de não comparecimento perante a
temunhas e documentos. Justiça quando devidamente citados. (Redação dada
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos pela Lei nº 13.509, de 2017)
os meios para sua realização. (Incluído pela Lei nº § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liber-
12.962, de 2014) dade, a autoridade judicial requisitará sua apresentação
§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado para a oitiva. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
pessoalmente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade
§ 3o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por
houver procurado o citando em seu domicílio ou residência cinco dias, salvo quando este for o requerente, designan-
sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, do, desde logo, audiência de instrução e julgamento.
informar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qual- § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
quer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar a
13.509, de 2017)
citação, na hora que designar, nos termos do art. 252 e se-
§ 2o Na audiência, presentes as partes e o Ministério
guintes da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oral-
de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.509, de
mente o parecer técnico, salvo quando apresentado por
2017)
escrito, manifestando-se sucessivamente o requerente, o
§ 4o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em
requerido e o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vin-
local incerto ou não sabido, serão citados por edital no
te) minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez) mi-
prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o
nutos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
envio de ofícios para a localização. (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017) § 3o A decisão será proferida na audiência, poden-
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade do a autoridade judiciária, excepcionalmente, desig-
de constituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento nar data para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco)
e de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de res- § 4o Quando o procedimento de destituição de poder
posta, contando-se o prazo a partir da intimação do des- familiar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá
pacho de nomeação. necessidade de nomeação de curador especial em favor
Parágrafo único. Na hipótese de requerido pri- da criança ou adolescente. (Incluído pela Lei nº
vado de liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no 13.509, de 2017)
momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja no- Art. 163. O prazo máximo para conclusão do
meado defensor. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção
requisitará de qualquer repartição ou órgão público a apre- do poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança
sentação de documento que interesse à causa, de ofício ou ou o adolescente com vistas à colocação em família subs-
a requerimento das partes ou do Ministério Público. tituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido Parágrafo único. A sentença que decretar a perda
concluído o estudo social ou a perícia realizada por equipe ou a suspensão do poder familiar será averbada à margem
interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária do registro de nascimento da criança ou do adolescen-
dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) te. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá em
igual prazo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de Seção III
2017) Da Destituição da Tutela
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a re-
querimento das partes ou do Ministério Público, determi- Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o
nará a oitiva de testemunhas que comprovem a presença procedimento para a remoção de tutor previsto na lei pro-
de uma das causas de suspensão ou destituição do poder cessual civil e, no que couber, o disposto na seção anterior.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que, Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o
após as providências necessárias e conforme o caso, enca- representante do Ministério Público notificará os pais ou
minhará o adulto à repartição policial própria. responsável para apresentação do adolescente, podendo
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional requisitar o concurso das polícias civil e militar.
cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a Art. 180. Adotadas as providências a que alude o
autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, artigo anterior, o representante do Ministério Público po-
parágrafo único, e 107, deverá: derá:
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemu- I - promover o arquivamento dos autos;
nhas e o adolescente; II - conceder a remissão;
II - apreender o produto e os instrumentos da III - representar à autoridade judiciária para apli-
infração; cação de medida sócio-educativa.
III - requisitar os exames ou perícias necessários à Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos
comprovação da materialidade e autoria da infração. ou concedida a remissão pelo representante do Ministé-
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagran- rio Público, mediante termo fundamentado, que conterá
te, a lavratura do auto poderá ser substituída por boletim o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade
de ocorrência circunstanciada. judiciária para homologação.
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a
responsável, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o cum-
autoridade policial, sob termo de compromisso e respon- primento da medida.
sabilidade de sua apresentação ao representante do Minis- § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará re-
tério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no pri- messa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante
meiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do despacho fundamentado, e este oferecerá representação,
ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente designará outro membro do Ministério Público para apre-
permanecer sob internação para garantia de sua segurança sentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que
pessoal ou manutenção da ordem pública. só então estará a autoridade judiciária obrigada a ho-
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade mologar.
policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao repre- Art. 182. Se, por qualquer razão, o representan-
sentante do Ministério Público, juntamente com cópia do te do Ministério Público não promover o arquivamento ou
auto de apreensão ou boletim de ocorrência. conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a judiciária, propondo a instauração de procedimento para
autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais
de atendimento, que fará a apresentação ao representante adequada.
do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas. § 1º A representação será oferecida por petição,
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade que conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do
de atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas,
policial. À falta de repartição policial especializada, o ado- podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instala-
lescente aguardará a apresentação em dependência sepa- da pela autoridade judiciária.
rada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer § 2º A representação independe de prova pré-
hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior. -constituída da autoria e materialidade.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade po- Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a
licial encaminhará imediatamente ao representante do Ministério conclusão do procedimento, estando o adolescente inter-
Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência. nado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, hou- Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade
ver indícios de participação de adolescente na prática de judiciária designará audiência de apresentação do adoles-
ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao repre- cente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou ma-
sentante do Ministério Público relatório das investigações nutenção da internação, observado o disposto no art. 108
e demais documentos. e parágrafo.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria § 1º O adolescente e seus pais ou responsável se-
de ato infracional não poderá ser conduzido ou transportado rão cientificados do teor da representação, e notificados a
em compartimento fechado de veículo policial, em condições comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua § 2º Se os pais ou responsável não forem lo-
integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade. calizados, a autoridade judiciária dará curador especial ao
Art. 179. Apresentado o adolescente, o represen- adolescente.
tante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade
de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, judiciária expedirá mandado de busca e apreensão, determi-
devidamente autuados pelo cartório judicial e com infor- nando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.
mação sobre os antecedentes do adolescente, procederá § 4º Estando o adolescente internado, será requi-
imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, sitada a sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos
de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas. pais ou responsável.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela § 2º Recaindo a intimação na pessoa do adoles-
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em estabe- cente, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da
lecimento prisional. sentença.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as ca-
racterísticas definidas no art. 123, o adolescente deverá ser Seção V-A
imediatamente transferido para a localidade mais próxima. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o
adolescente aguardará sua remoção em repartição policial, Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investiga-
desde que em seção isolada dos adultos e com instalações ção de Crimes contra a Dignidade Sexual de Criança e de
apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de Adolescente”
cinco dias, sob pena de responsabilidade. Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na inter-
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais net com o fim de investigar os crimes previstos nos arts.
ou responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts.
dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848,
qualificado. de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às se-
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada guintes regras: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
a remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, I – será precedida de autorização judicial devidamente
proferindo decisão. circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os limi-
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de tes da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Minis-
medida de internação ou colocação em regime de semi-li- tério Público; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
berdade, a autoridade judiciária, verificando que o adoles- II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Pú-
cente não possui advogado constituído, nomeará defensor, blico ou representação de delegado de polícia e conterá a
designando, desde logo, audiência em continuação, poden- demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas
do determinar a realização de diligências e estudo do caso. dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investiga-
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomea- das e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais
do, no prazo de três dias contado da audiência de apresen- que permitam a identificação dessas pessoas; (In-
tação, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas. cluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias,
testemunhas arroladas na representação e na defesa pré- sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total
via, cumpridas as diligências e juntado o relatório da equi- não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demons-
pe interprofissional, será dada a palavra ao representante trada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade judi-
do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo cial. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por § 1º A autoridade judicial e o Ministério Público pode-
mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em segui- rão requisitar relatórios parciais da operação de infiltração
da proferirá decisão. antes do término do prazo de que trata o inciso II do §
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notifi- 1º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
cado, não comparecer, injustificadamente à audiência de § 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste arti-
apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, go, consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
determinando sua condução coercitiva. I – dados de conexão: informações referentes a hora,
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou data, início, término, duração, endereço de Protocolo
suspensão do processo, poderá ser aplicada em qualquer de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da cone-
fase do procedimento, antes da sentença. xão; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qual- II – dados cadastrais: informações referentes a nome e
quer medida, desde que reconheça na sentença: endereço de assinante ou de usuário registrado ou auten-
I - estar provada a inexistência do fato; ticado para a conexão a quem endereço de IP, identificação
II - não haver prova da existência do fato; de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído no
III - não constituir o fato ato infracional; momento da conexão.
IV - não existir prova de ter o adolescente concor- § 3º A infiltração de agentes de polícia na internet
rido para o ato infracional. não será admitida se a prova puder ser obtida por outros
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando meios. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
o adolescente internado, será imediatamente colocado em Art. 190-B. As informações da operação de infiltração
liberdade. serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar me- autorização da medida, que zelará por seu sigilo. (In-
dida de internação ou regime de semi-liberdade será feita: cluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
I - ao adolescente e ao seu defensor; Parágrafo único. Antes da conclusão da operação,
II - quando não for encontrado o adolescente, a o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério
seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. Público e ao delegado de polícia responsável pela ope-
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação ração, com o objetivo de garantir o sigilo das investiga-
far-se-á unicamente na pessoa do defensor. ções. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a § 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a au-
sua identidade para, por meio da internet, colher indícios toridade judiciária poderá fixar prazo para a remoção das
de autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o pro-
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nosarts. cesso será extinto, sem julgamento de mérito.
154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, § 4º A multa e a advertência serão impostas ao
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal). (In- dirigente da entidade ou programa de atendimento.
cluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar Seção VII
de observar a estrita finalidade da investigação responderá Da Apuração de Infração Administrativa às Nor-
pelos excessos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, mas de Proteção à Criança e ao Adolescente
de 2017)
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público Art. 194. O procedimento para imposição de pena-
poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante lidade administrativa por infração às normas de proteção
procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, à criança e ao adolescente terá início por representação
as informações necessárias à efetividade da identidade fic- do Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de
tícia criada. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário cre-
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata denciado, e assinado por duas testemunhas, se possível.
esta Seção será numerado e tombado em livro específi- § 1º No procedimento iniciado com o auto de
co. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) infração, poderão ser usadas fórmulas impressas, especifi-
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos cando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
eletrônicos praticados durante a operação deverão ser re- § 2º Sempre que possível, à verificação da infração
gistrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso
e ao Ministério Público, juntamente com relatório circuns- contrário, dos motivos do retardamento.
tanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados cita- apresentação de defesa, contado da data da intimação,
dos no caput deste artigo serão reunidos em autos apar- que será feita:
tados e apensados ao processo criminal juntamente com o I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for
inquérito policial, assegurando-se a preservação da identi- lavrado na presença do requerido;
dade do agente policial infiltrado e a intimidade das crian- II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente
ças e dos adolescentes envolvidos. (Incluído pela Lei habilitado, que entregará cópia do auto ou da representa-
nº 13.441, de 2017) ção ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando
certidão;
Seção VI III - por via postal, com aviso de recebimento, se
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de não for encontrado o requerido ou seu representante legal;
Atendimento IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto
ou não sabido o paradeiro do requerido ou de seu repre-
Art. 191. O procedimento de apuração de irregula- sentante legal.
ridades em entidade governamental e não-governamental Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo
terá início mediante portaria da autoridade judiciária ou re- legal, a autoridade judiciária dará vista dos autos do Mi-
presentação do Ministério Público ou do Conselho Tutelar, nistério Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
onde conste, necessariamente, resumo dos fatos. Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade ju-
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a diciária procederá na conformidade do artigo anterior, ou,
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar sendo necessário, designará audiência de instrução e jul-
liminarmente o afastamento provisório do dirigente da en- gamento. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tidade, mediante decisão fundamentada. Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, -se-ão sucessivamente o Ministério Público e o procurador
no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo do requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um,
juntar documentos e indicar as provas a produzir. prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciá-
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo ria, que em seguida proferirá sentença.
necessário, a autoridade judiciária designará audiência de
instrução e julgamento, intimando as partes. Seção VIII
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Ministério Público terão cinco dias para oferecer alegações Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domicilia-
ou definitivo de dirigente de entidade governamental, a dos no Brasil, apresentarão petição inicial na qual cons-
autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa te: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº
a substituição. 12.010, de 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, § 3o É recomendável que as crianças e os adolescen-
de 2009) Vigência tes acolhidos institucionalmente ou por família acolhedo-
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou ra sejam preparados por equipe interprofissional antes da
casamento, ou declaração relativa ao período de união es- inclusão em família adotiva. (Incluído pela Lei nº
tável; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 13.509, de 2017)
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Ca- Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da parti-
dastro de Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, cipação no programa referido no art. 197-C desta Lei, a au-
de 2009) Vigência toridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído decidirá acerca das diligências requeridas pelo Ministério
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Público e determinará a juntada do estudo psicossocial,
VI - atestados de sanidade física e mental; (In- designando, conforme o caso, audiência de instrução e jul-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência gamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluí- gência
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligên-
VIII - certidão negativa de distribuição cível. (In- cias, ou sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco)
(quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº
Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá: (In- 12.010, de 2009) Vigência
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equi- inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a
pe interprofissional encarregada de elaborar o estudo téc- sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem
nico a que se refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência crianças ou adolescentes adotáveis. (Incluído pela
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
postulantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela § 1o A ordem cronológica das habilitações somente
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência poderá deixar de ser observada pela autoridade judiciária
III - requerer a juntada de documentos complementa- nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando
res e a realização de outras diligências que entender ne- comprovado ser essa a melhor solução no interesse do ado-
cessárias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- tando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
gência § 2o A habilitação à adoção deverá ser renovada no
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe inter-
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juven- profissional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
tude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá 2017)
subsídios que permitam aferir a capacidade e o preparo dos § 3o Quando o adotante candidatar-se a uma nova
postulantes para o exercício de uma paternidade ou mater- adoção, será dispensável a renovação da habilitação, bas-
nidade responsável, à luz dos requisitos e princípios desta tando a avaliação por equipe interprofissional. (In-
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 1o É obrigatória a participação dos postulantes em § 4o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilita-
programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juven- do, à adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro
tude, preferencialmente com apoio dos técnicos respon- do perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação con-
sáveis pela execução da política municipal de garantia cedida. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
do direito à convivência familiar e dos grupos de apoio à § 5o A desistência do pretendente em relação à guar-
adoção devidamente habilitados perante a Justiça da In- da para fins de adoção ou a devolução da criança ou do
fância e da Juventude, que inclua preparação psicológica, adolescente depois do trânsito em julgado da sentença de
orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou adoção importará na sua exclusão dos cadastros de ado-
de adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou ção (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
com necessidades específicas de saúde, e de grupos de ir- Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habili-
mãos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) tação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogá-
§ 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa vel por igual período, mediante decisão fundamentada da
obrigatória da preparação referida no § 1o deste artigo in- autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509,
cluirá o contato com crianças e adolescentes em regime de de 2017)
acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob
orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Capítulo IV
Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à Dos Recursos
adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo progra-
ma de acolhimento familiar e institucional e pela execução Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da
da política municipal de garantia do direito à convivência Infância e da Juventude, inclusive os relativos à execução
familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recur-
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
sal da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a ins-
Processo Civil), com as seguintes adaptações: (Reda- tauração de procedimento para apuração de responsabili-
ção dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) dades se constatar o descumprimento das providências e
I - os recursos serão interpostos independente- do prazo previstos nos artigos anteriores. (Incluído
mente de preparo; pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - em todos os recursos, salvo nos embargos
de declaração, o prazo para o Ministério Público e para a Capítulo V
defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada Do Ministério Público
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - os recursos terão preferência de julgamento Art. 200. As funções do Ministério Público previstas
e dispensarão revisor; nesta Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.
IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de Art. 201. Compete ao Ministério Público:
2009) Vigência I - conceder a remissão como forma de exclusão
V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de do processo;
2009) Vigência II - promover e acompanhar os procedimentos
VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de relativos às infrações atribuídas a adolescentes;
2009) Vigência III - promover e acompanhar as ações de alimentos e
VII - antes de determinar a remessa dos autos os procedimentos de suspensão e destituição do poder fami-
à superior instância, no caso de apelação, ou do instru- liar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães,
mento, no caso de agravo, a autoridade judiciária profe- bem como oficiar em todos os demais procedimentos da
rirá despacho fundamentado, mantendo ou reformando competência da Justiça da Infância e da Juventude; (Ex-
a decisão, no prazo de cinco dias; pressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o IV - promover, de ofício ou por solicitação dos in-
escrivão remeterá os autos ou o instrumento à superior teressados, a especialização e a inscrição de hipoteca legal
e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer
instância dentro de vinte e quatro horas, independente-
administradores de bens de crianças e adolescentes nas hi-
mente de novo pedido do recorrente; se a reformar, a re-
póteses do art. 98;
messa dos autos dependerá de pedido expresso da parte
V - promover o inquérito civil e a ação civil pú-
interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco
blica para a proteção dos interesses individuais, difusos ou
dias, contados da intimação.
coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os
Art. 199. Contra as decisões proferidas com b