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FAUVISMO

A palavra tem origem no vocábulo francês fauves que significa feras. Este movimento seguiu muitas
características expressionistas.

Conceito

Fauvismo é o nome dado à tendência estética na pintura, iniciou na França em 1904, e que buscou explorar
ao máximo a expressividade das cores na representação pictórica. O termo “fauvismo”, na verdade, teve
origem a partir das observações corrosivas do crítico de arte Louis Vauxcelles após ter visitado uma mostra
de pinturas de vários artistas, entre eles Henry Matisse. Vauxcelles utilizou a expressão “Les Fauves” ao se
referir aos artistas. O uso pejorativo da expressão, que pode significar “os animais selvagens”, prevaleceu
nas críticas imediatamente posteriores só foi denominado e reconhecido como um movimento artístico em
1905.

Principais características

- Ausência de ar livre;
- Colorido brutal, pretendendo a sensação física da cor que é subjetiva;
- Uso exclusivo das cores puras, como saem das bisnagas;
- A simplificação das formas e utilização maciça de cores puras;
- As pinceladas, largas e definitivas, que continham espontânea gestualidade;
- A escolha dos matizes sem relação com a realidade;

Principais características

- Henri Matisse (1869-1954)


- André Derain (1880-1954)
- George Rouault (1871-1958)
- Jean Puy (1876-1960)
- Maurice de Vlaminck (1876-1958)
- Raoul Dufy (1877-1953)

Henry Matisse - Retrato de Madame Matisse 1905


A obra “Retrato de Madame Matisse” também conhecida como “A Linha Verde”, foi pintada por Henri Matisse em 1905.
É um retrato da sua esposa, Amélie Noellie Parayre. ´
É uma pintura de uma grande audácia cromática, que rompe com a representação realista das formas, da luz e da
perspectiva, valorizando toda a potência expressiva da cor. Esta obra foi exibida durante o Salão de Outono de 1905,
junto a trabalhos de pintores como André Derain, Albert Marquet ou Maurice de Vlaminck. Os participantes desta
exposição seriam batizados como Les fauves ("as feras") pelo uso estridente da cor e distorção das formas.
Atualmente o quadro encontra-se no Museu Nacional de Arte da Dinamarca, em Copenhaga.
O grupo fauvista defendia que um quadro, antes de ser a realidade retratada, era ele próprio uma realidade. Em
“Retrato de Madame Matisse”, não temos uma mulher, mas uma pintura, que segue as suas próprias regras pictóricas,
conforme a sensibilidade do artista. Trata-se de um retrato com um marcado tratamento anti naturalista da cor, que se
emprega livremente, sem nenhuma intenção descritiva. A cor é o foco principal do pintor, que prescinde de outros
aspectos como a perspectiva. Matisse utiliza tons puros, sem misturas ou nuances. Em “Retrato de Madame Matisse”,
temos oito áreas de cor. Destaca-se a oposição entre o vermelho e o verde, cores complementares, presentes no
fundo e repetidas nas roupas de Madame Matisse.
Nesta obra, a posição da cabeça é bastante convencional. O espaço, no entanto, é arbitrário, sem regras de
perspectiva ou sugestão de profundidade. Tudo está na superfície, vibrando com os tons puros. As formas são
simplificadas e a modelagem do rosto de Madame Matisse é bastante rudimentar.
Uma linha verde vertical separa a face de Madame Matisse em duas partes. Esta linha equilibra o rosto. Sem ela, as
sobrancelhas e olhos escuros tornariam o retrato pesado. A linha verde atua como linha de sombra, separando a
metade iluminada da que se encontra na penumbra. Matisse sugere o contraste entre ambas as secções alternando
cores quentes e frias.

André Derain - Porto de Londres 1906

“O Porto de Londres” 1906 é uma das obras mais famosas do pintor francês André Derain. Neste quadro, as cores
vivas movimentam-se e cintilam num embarcadouro do rio Tamisa. Ao longe a inconfundível silhueta da Tower Bridge.
O artista transformou a cena num arco-íris de cores primárias nitidamente aplicadas em blocos. O seu uso da cor
distorce e a perspectiva e confere a superfície do quadro uma unidade vibrante. A pincelada espontânea revela que
Derain conhecia as técnicas do impressionismo assim, fez da cor o tema de sua pintura, torna o cenário quase
irrelevante.
Georges Rouault - Barcos de pescadores ao sol poente 1939

Não, ele não era pescador. Sempre que podia, porém, embarcava com os homens do mar para ver chegar a noite.
Enquanto os homens se entregavam à faina, ele contemplava o sol. Sentia uma vertigem quando o astro começava
desaparecer na linha do horizonte. A noite aproximava-se, mas uma estranha luz, a luz do crepúsculo, permanecia
viva. Ele olhava para ela e sentia-a, naquela hora, como uma promessa. Também ele era um homem crepuscular.
Acreditava secretamente, contudo, na promessa. A noite viria, mas a luz triunfaria e ele descobria a verdade que se
ocultava no crepúsculo que o habitava, no crepúsculo que ele próprio sentia ser.

Jean Puy - Barques vertes à Collioure 1913


Maurice de Vlaminck – Paisagem de outono 1905

Raoul Dufy - Os banhistas 1907

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