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Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Engenharia

Departamento de Engenharia Química

Curso: Engenharia do Ambiente - 3º Ano

Tema: Impacto negativo da exploração do carvão mineral

Discentes:

Alfredo, Palmira Armando

Chembene, Mauro Jorge

Cuambe, Bismília Adelmo

Langa, Izilda Joaquim

Nhambongo, Neusa Simão

Docente:

Maria Perpétua Scarlett

Maputo, Abril de 2023


Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Engenharia

Departamento de Engenharia Química

Curso: Engenharia do Ambiente – 3o Ano

Tema: Impacto Negativo da Exploração de Carvão

Discentes:

Alfredo, Palmira Armando

Chembene, Mauro Jorge

Cuambe, Bismília Adelmo

Langa, Izilda Joaquim

Nhambongo, Neusa Simão

Docente: Maria Perpétua Scarlett

Maputo, Abril de 2023


Resumo

O trabalho tem como objectivo estudar os impactos ambientais causados pela exploração do
carvão mineral, com o propósito de trazer estratégias para o controle ou monitoramento dos
impactos causados na mineração. Devido a mineração, advém vários problemas ambientais tendo
como destaque a poluição do ar e da água, a degradação do solo, impactos sociais e emissões de
carbono que contribuem para as mudanças climáticas.

Uma das aplicações do carvão mineral é a geração de energia eléctrica por meio de usinas
termoeléctricas, seguida pela aplicação industrial para a geração de calor (energia térmica)
necessário para os processos de produção, como a secagem de produtos, cerâmicas e fabricação
de vidros. A metodologia do trabalho foi feita através do levantamento de dados a partir da
revisão bibliográfica em artigos científicos.Um dos principais impactos ambientais que advém da
mineração é a degradação do meio ambiente, causando mudanças climáticas.

Nas zonas afectadas pela exploração do carvão mineral, verificou-se que grandes extensões de
terra foram abandonadas sem os necessários cuidados como a reposição da vegetação, causando
dessa forma a erosão do solo. Por esse motivo em vários países foram criadas legislações
obrigando as mineradoras a recuperarem as áreasdegradadas. Se as exigências forem cumpridas,
é possível recuperar o solo e seguir com o reflorestamento ou até mesmo torná-lo próprio para a
agricultura.

Palavra-chave: Carvão, meio ambiente, exploração mineral.


1. Introdução

No decorrer da história o ser humano, buscou formas de energia durante todo seu
desenvolvimento, utilizando nos primórdios seu próprio corpo como mecanismo para realizar
trabalho e necessitando para este trabalho o consumo de alimento como fonte de energia.
Durante o transcorrer da história o ser humano passou a utilizar diversas formas de energia,
como a utilização da madeira e restos vegetais secos para produção de fogo, o qual utilizava para
cozer os alimentos e para se proteger dos animais e do frio. Com a evolução e descoberta dos
recursos naturais existentes, o ser humano foi desenvolvendo mecanismos mais sofisticados de
trabalho e que necessitavam cada vez mais de fontes de energia altamente potenciais, como
fontes de geração de calor dos combustíveis fósseis; Neste caso, um dos primeiros e principais
combustíveis a ser utilizado foi o carvão mineral (COSMO e GALERIANI, 2020).

O carvão de coque que é de alta qualidade, é utilizado na produção de aço, causando o aumento
da demanda na China, Índia e Japão nas últimas três décadas, tendo contribuído para um
aumento no interesse dos investidores. Em Moçambique na província de Tete tem uma das
maiores reservas de carvão inexploradas do mundo, estimada em mais de 23 biliões de toneladas.

Diferentes grupos da sociedade civil e especialistas académicos dentro e fora de Moçambique


têm criticado o ritmo de crescimento da indústria de carvão na província de Tete e questionam os
benefícios sociais e económicos para o país.

As críticas incluem a falta de transparência em torno dos termos dos primeiros contratos de
mineração, informações limitadas sobre como as receitas são rastreadas e usadas, e falta de
mecanismos de fiscalização do governo para garantir que as empresas cumpram com os
compromissos ambientais e sociais (MONTEIRO e BAIA, 2020).

A mineração do carvão possui um papel histórico no desenvolvimento económico e sustentável


de um país, trazendo grandes contribuições do ponto de vista sócio-económica pela sua
participação na matriz energética mundial. Apesar dos graves impactos sobre o meio ambiente, o
Carvão Mineral é uma fonte de energia, devido a abundância das reservas, distribuição
geográfica das reservas, baixos custos e estabilidade nos preços, relativamente a outros
combustíveis fosseis. Por Moçambique ser um país em via de desenvolvimento o consumo do
carvão mineral será uma das principais fontes de combustível, daí vem a preocupação de saber
como lidar com os problemas ambientais causados pela exploração do carvão mineral e como
mitigar os mesmos problemas.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral:
 Avaliar os impactos da exploração do carvão mineral.
1.1.2. Objectivos específicos:
 Identificar os processos de extracção de carvão mineral.
 Analisar a importância sócio-económica da exploração do carvão mineral;
 Falar dos problemas ambientais e na saúde que advém da exploração do carvão mineral.

Justificativa

Metodologia da pesquisa
Revisão Bibliográfica

Meio Ambiente

Segundo a legislação Moçambicana (1997) o meio ambiente é o meio em que o homem e outros
seres vivem e interagem entre si e com o próprio meio, isto inclui o ar, a luz, a água e a Terra.

O Carvão Mineral

O carvão mineral ou carvão de pedra, é uma rocha sedimentar de coloração escura, formada por
uma complexa e variada mistura de componentes orgânicos (restos de vegetação) fossilizados ao
longo de milhões de anos, característica dos combustíveis fosseis.

Estes componentes são restos de vegetação pré-histórica que se acumularam em pântanos ou


regiões lodosas, sob uma lâmina de água, com o passar do tempo estes depósitos foram cobertos
por argila e areias gerando bacias sedimentares, essa cobertura gradual levou a um aumento de
temperatura e da pressão que expulsou o oxigénio e o hidrogénio do meio, concentrando o
carbono.

O carvão mineral é composto de oxigénio, hidrogénio, enxofre, cinzas e em sua maior parte o
carbono, tendo como principal constituinte do carvão mineral a madeira, que foi a principal
responsável pela percentagem de carbono na sua composição. A madeira é composta por
aproximadamente 50% de carbono, 44% de oxigénio, 5% de hidrogénio e 1% de outros
compostos.

Tipos de carvão segundo a sua concentração de Carbono

- Turfa

A pressão e a temperatura de formação são decisivas na qualidade de cada depósito de carvão o


qual vai definir sua maturidade orgânica. A turfa é o estágio inicial do carvão mineral, sendo um
composto de baixo conteúdo carbonífero, que será convertida em linhito, ambos considerados de
baixa maturidade orgânica.

- Linhito

Encontrado geralmente próximo à superfície, por sofrer uma menor pressão, o que facilita a sua
extracção a qual é relativamente simples e pouco onerosa. São designados para geração de
electricidade por sofrerem rápida deterioração, baixo poder calorífico além de poder queimar
espontaneamente. Trata-se do único tipo de carvão estritamente biológico e fóssil, formado por
matéria orgânica vegetal.

- Hulha ou carvão betuminoso

É um tipo de carvão mineral ou carvão natural, gerado há milhões de anos, que se forma a partir
da fossilização da madeira soterrada. A hulha ou carvão betuminoso é uma variedade de carvão
mineral que apresenta altas taxas de teor de carbono e contém betume em sua formação. Tendo
dois usos principais os quais são: Carvão - energético usado em fornos de usinas termoeléctricas,
por possui grande teor de cinzas e Carvão metalúrgico, o mais nobre sendo susceptível para ser
transformado em coque. A hulha é o carvão mineral mais utilizado e o mais puro.

- Antracito

Possui uma lenta combustão, por esse fato está vinculado ao uso doméstico. Por possuir poucas
impurezas e grandes propriedades de carbono, é o carvão com a maior percentagem de carbono,
sendo recomendado no tratamento de água que consegue agir como se fosse uma peneira
filtrando a sujeira, onde sua vida útil é de aproximadamente três anos.

Classes % de Carbono Energia liberada na queima (103Kcal/Kg) de material seco


Madeira 50 4,5
Turfa 45 – 55 5–6
Linhito 60 – 75 6,5
Hulha 75 – 85 7–8
Antracito 90 – 96 8,5
Fonte: COSMO e GALERIANI (2020)

Historial do Carvão Mineral


O carvão mineral foi uma das primeiras fontes de energia utilizada em larga escala. Na história
mais recente, o carvão pode ter sido conhecido pelos chineses muito antes de Cristo. Na Europa
ele passou a ser consumido na idade média (395-1430), como durante a queima do carvão ocorre
a emissão de gases com forte odor, acredita-se que o mesmo foi proibido em alguns lugares e só
voltou a ser utilizado no século XVIII.
Durante a Revolução Industrial Inglesas, o inglês James Watt inventor do motor a vapor, utilizou
o carvão para aquecer a água e gerar vapor que impulsiona o motor, substituindo o trabalho
humano e animal. O carvão neste período foi utilizado como fonte de energia para máquinas e
locomotivas e para gerar energia eléctrica.
Entre 1900 e 1950 em especial durante a Primeira e Segunda Guerra Mundial, o consumo do
carvão mineral aumentou, apesar de em 1930 ter ocorrido uma queda no consumo. Na década de
50, com a descoberta de grandes depósitos de petróleo e gás, o consumo de carvão caiu um
pouco em nível global, entretanto a crise do petróleo, gerada pela crise no Oriente Médio, levou
a um novo aumento no seu consumo.
Actualmente o carvão mineral, fica atrás apenas do petróleo na matriz energética mundial
(carvão 23,3 % e petróleo 35,7 %), destacando que para produção de energia eléctrica o carvão é
o principal recurso, ultrapassando o petróleo (carvão 38,4 % e petróleo 8,9 %), sendo que a vida
útil estimada do petróleo como fonte de energia está em cerca de mais 40 anos e a do carvão
mineral ainda ultrapassa os 200 anos.
Usos do Carvão Mineral

Existem diferentes aplicações do carvão mineral no mundo, sendo a geração de energia eléctrica
por meio de usinas termoeléctricas a principal, seguida pela aplicação industrial para a geração
de calor (energia térmica) necessário para os processos de produção, como por exemplo,
secagem de produtos, cerâmicas e fabricação de vidros. Uma outra actividade em expansão é o
desdobramento natural da actividade, relacionado com a co-geração ou utilização do vapor
aplicado no processo industrial para a produção de energia eléctrica.

O carvão mineral não é o único combustível usado para gerar electricidade, existe também o gás
natural, a energia nuclear, hidroeléctrica, até mesmo o solo e o vento. Muitas indústrias
necessitam de calor em processos de produção: secagem de produtos, cerâmicas, produção e
utilizam o carvão mineral para a geração deste calor.

Mineração de carvão e o seu custo para o ambiente

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