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GEOLOGIA DE CARVOES :

GEOLOGIA DE CARVOES

dr. Mauricio Ernesto Guiliche


Email: guilichem@gmail.com

31/03/2023 1
GEOLOGIA DE CARVOES : PROGRAMA DO MODULO

Base geológica para o carvão


Teste 1
Carvão como Substancia (Analise de carvões )
Teste 2
Noções de Prospeção e Pesquisa de Carvões
Exercício pratico

Referencias Básica

Larry Thomas (2013). Coal Geology Second Edition


Dargo Associates Ltd

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GEOLOGIA DE CARVOES :

OBJECTIVO DA DISCIPLINA
Oferecer noções básicas da natureza de carvão e suas propriedades variáveis , assim como as
praticas e técnicas necessárias para compilar dados geológicos que irão permitir com que
uma sequencia de carvão em estudo seja exaustivamente avaliado em termos de condições
para mineração/ extração e venda.

MAS PORQUE CARVÃO?


O carvão e um tipo de rocha único na Classificação geológica, possui propriedades químicas e
físicas variáveis e vem sendo estudado a muitos anos.

rocha sedimentar combustível, formada a partir de restos vegetais em vários estágios de


preservação por processos que envolvem a compacção do material soterrado em bacias,
inicialmente em profundidades moderadas (ICCP, 1963)

C135H96O9NS
Formula Química Aproximada

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GEOLOGIA DE CARVOES : HISTORICO

CARVAO NA HISTORIA
 200 AC – primeira publicação de um registro do uso de carvão para combustão
(Grécia).
300AC – carvão usado como fonte de calor na China
900 AC – Inicio da Mineração de carvão no oeste europeu
1285 AC- inicio da poluição de Londres devido a queima do Carvão
Inicio dos anos 1600- a Inglaterra abandona a lenha, voltam-se para carvão,
inicio da revolução industrial
1800 – EUA tornam-se lideres dos produtores de carvão
1945 – o carvão lidera como principal fonte de energia nos EUA
1950 – USSR torna-se líder na produção de carvão
- o carvão providencia 60 % da fonte de energia no mundo
2000 – crescimento da industria de petróleo e o carvão cai para 30 % como fonte
de energia

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GEOLOGIA DE CARVOES :

RECURSOS ENERGETICOS

Energia Energia Nuclear


Nuclear 8%
6% Hidroelétrica, Hidroelétrica
geotermal, geotermal
solar, Eólica solar, Eólica
7% 4%
Gas
Natural Natural
Gas 23%
23%
Biomassa
Carvão
11%
22%
Carvão
21% Petróleo
Petróleo 39%
32%

Biomassa
4%

Mundo EUA
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GEOLOGIA DE CARVOES :

Mton equivalente ao petróleo TENDÊNCIAS DE CONSUMO DE ERNERGIA NO MUNDO

http://www.iea.org/statist/keyworld2002/key2002/keystats.htm
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GEOLOGIA DE CARVOES : AULA 1

RESERVAS MUNDIAIS DE CARVAO E PETROELO

31/03/2023 Moçambique? 7
GEOLOGIA DE CARVOES :

Aplicações do carvão
Principais aplicações

Geração de energia elétrica Fabrico de aço Consumo domestico


42% e outras industrias

Carvão na industria metalúrgica

• O carbono e reagente numero 1 nos processos Metalúrgicos


• Agente Redutor (remove oxigénio)
• Combustível (acrescenta energia no processo)
• Condutor de eletricidade (coque)

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GEOLOGIA DE CARVOES :

FERIDAS DO PASSADO USO NÃO SUSTENTÁVEL PARA O MEIO AMBIENTE

O fraco controlo ambiental no uso do carvão no passado promoveu a poluição de terras e


do ar assim como destruição de habitantes.

NOVA REALIDADE
a legislação ambiental e os protocolos ambientes atuais vem corrigindo os erros do
passado e na prevenção de novas ocorrências de danos no ambiente

um importante avanço dos últimos anos e a tentativa de usar o carvão como fonte primaria
de energia através da remoção de gás metano do carvão in situ, ou através do suso de
carvão liquefeito como fonte de combustível líquidos, ou através de gasificação do carvão
na sub - superfície.

Estas tecnologias juntas tem um particular significado em áreas onde a mineração


convencional do carvão do cessou ou o carvão encontra-se em profundidades não
economicamente viáveis para extração ou em áreas onde a mineração e ambientalmente
indesejável.

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GEOLOGIA DE CARVOES :

PROBLEMAS AMBIENTAIS
Fumaça
A fumaça é material particulado constituído por cinzas e partículas não comburentes do
carvão que eventualmente depositam-se na superfície ou são inalados.
Principal causa de morte por pneumonia no mundo.
Cinzas usadas como concreto no futuro serão fonte de Al, Ga e Ge

Sulfetos
Carvão contendo menos de 3 % de S, não tem nenhum efeito na combustão de carvão ou
coque
As fontes de S são Fe2S (pirite), sulfuretos orgânicos (R-S-R), e sulfatos (SO4-2)
Cerca de 15 % de S permanece nas cinzas, o resto é expelido em forma SO 2 e SO3
SO2 depositado na superfície (edifícios e Pele)
SO3 forma SO4 que é dissolvido em Agua e é libertado do ar em forma de chuvas ácidas

Nitrogénio
N2 no ar reage com O2 a altas temperaturas para formar NO, NO2, NO3 (NOx)
NOx contribuem para formação de smog
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GEOLOGIA DE CARVOES : Base geologica
ORIGEM DO CARVÃO

O carvão resulta de acumulação de detritos de vegetais em um ambiente deposicional


especializado

Os tais detritos são afetados por fatores sin-deposicionais e pos-deposicionais para


produzir carvões de diferente Rank e diferente grau de complexidade estrutural, ambos
tendo uma interligação próxima.
Os tipos e comunidade vegetal que perfazem as camadas de carvão tem evoluído ao longo
ao longe do tempo geológico, causando uma variedade de litotipos em carvoes de
diferentes idades

Sequencias de diferentes idades de áreas geograficamente separadas tem configuração


litológica similar e podem estruturalmente reagir de forma similar.

Não há um modelo único identificado que pode prever a ocorrência , evolução e o tipo de
carvão.

Porem , com avanço da estratigrafia de sequencias tem identificado familiaridades de


eventos geológicos que atoam em diferentes fazes de deposição e erosão em sequencias
com camadas de carvão .
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GEOLOGIA DE CARVOES : Base Geologica

Deposição de camadas de carvão


O conhecimento da geometria, morfologia e qualidade das camadas de carvão e
de uma fundamental significância para os posteiros planos de mineração.

Os modelos que são usados para determinar a ocorrência, a distribuição e


qualidade do carvão são no geral ainda imprecisos para permitir uma correta
estimação ou previsão

Modelo Deposicional

Muitos autores acreditam que a formação das camadas de carvão ocorre num
momento em que há pouca subsidência. Se a taxa de subsidência aumenta,
depositam-se sedimentos inorgânicos, enterrando a turfa, como no caso duma
transgressão marinha. Mais tarde, sedimentos límnicos e fluviais são depositados,
sobre os quais podem formar-se novos pântanos turfeiros.

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GEOLOGIA DE CARVOES :
Matéria orgânica
acumulada em
pântanos costeiros
Transgressão marinha
sobre o pântano
provoca o
soterramento da
turfa pela areia e
lama
O processo repetisse
resultando em camadas
alternadas de depósito
marinho e não marinhos.

estes conceito vem sendo modificado para atender o modelo de variação lateral e
vertical de fácies

Ambientes deposicionais (TPC)


Fluviais – deltaico – Sistema de ilhas barreias costeiras.
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GEOLOGIA DE CARVOES : BASE GEOLOGICA

A maior parte da historia da terra e representada


pelo pré-câmbrico.
Que consiste em rochas não fossilizadas que
foram depositas antes da abundancia da vida na
terra.
O restante do tempo geológico esta sobe
dividido em era Paleozoico, mesozoico e
Cenozoico. Que representa os primeiros seres
vivos , vida media e recente respeitivamente
As ultimas 3 eras são divididas em períodos na
escala do tempo geológico.

Distribuição de reservas de carvão acumulados


em cada período do tempo geológico (nota
existência de poucos depósitos de carvão do
devoniano para baixo antes do desenvolvimento
das plantas terrestres.)

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GEOLOGIA DE CARVOES : Base Geologica

 Origem dos Pântanos Turfeiros


 Desenvolvimento Evolucionário da Flora
 Clima
 Requisitos Paleogeográficos e Tectónicos
 Crescimento da Turfa, Compressão e Tempo de Formação do Carvão
 Desenvolvimento de Fácies Carboníferos
 Tipos de Deposição
 Comunidades Vegetais
 Meios de Deposição
 Fornecimento de Nutrientes
 Valor pH, Actividade Bacteriana, Enxofre
 Temperatura da Turfa
 Potencial Redox
 Diagénese da Turfa e Incarbonização
 Diagénese da Turfa ou Turbificação
 Incarbonização
 O Processo de Incarbonização
 Causas da Incarbonização
 Incarbonização e Betuminização
 Incarbonização e Diagénese de Rochas Minerogénicas
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ORIGEM DOS PÂNTANOS TURFEIROS

Desenvolvimento Evolucionário da Flora

A fotossíntese constitui a base da produção de MO através de organismos autotróficos.

O processo de fotossíntese consiste na reação de hidrogénio presente nas Moléculas de


aguas com o dióxido de carbono , e absorção de energia (luz), produzindo MO em forma
de Glucose relativamente rico em energia.

A glicose é sintetizada através de plantas verdes com ajuda da Luz solar

Da glicose, os orangismo autotróficos (os que sentizam MO) podem metabolizar


polissacáridos (Celulose) e outros constituintes necessários para sua subsistência.
31/03/2023 J.G.MendonçaFilhoet al., 2014 16
ORIGEM DOS PÂNTANOS TURFEIROS

A fotossíntese é o processo básico que possibilita a produção da MO orgânica na Terra

Os organismos autotrófico primitivos, tais como as bactérias fotossintéticas e algas verdes


–azuis (cianobactérias), fôramos primeiros organismos responsáveis pela produção
mássica da matéria orgânica

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ORIGEM DOS PÂNTANOS TURFEIROS

De pré-câmbrico ate Devoniano, os principais produtores do carbono orgânico


era as algas azuis – verdes (cianobactérias) e bactérias fotossintéticas

Durante o início do Paleozoico


(Câmbrico, Ordovício e Silúrico), uma
variedade de orangismo marinhos fito
platónicos, bactérias e algas azuis –
verdes eram as fontes dominantes de
carbono orgânico ate que as plantas
terrestes surgiram no continente e
espalharam-se consideravelmente no
Devoniano medio (Zimmermann, 1959);
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ORIGEM DOS PÂNTANOS TURFEIROS

No carbonífero superior, a flora terrestre atingiu o Ápis em termos de quantidade e variedade


de espécies

Plantas superior ocorrerem abundantemente durante fim do devoniano ate o carbonífero,


eventualmente formando florestas densas com grande massa de madeira, agora
parcialmente preservado em extensas camadas de carvão.

Ilustração de ambiente terrígeno do período carbonífero

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ORIGEM DOS PÂNTANOS TURFEIROS

PÉRMICO Sementes não protegidos por frutos

No pérmico, a desenvolvimento de
gimnosperma (coníferas, Ginkgoas,
Cycadales etc) dominou a flora ate
Cretácico. O intervalo de tempo
entre os finais de Pérmico e início
de Cretácico é designado como era
de gimnosperma, devido a
dominância de gimnosperma.

Sementes protegidos por Frutos CRETÁCICO


O ponto de viragem importante na evolução
da flora terrestre aconteceu no cretácico
inferior. O caracter da vegetação terrestre
foi severamente modificado devido o
surgimento de angiospermas, que
rapidamente dominou a flora (Tissot e
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Welte, 1984) 20
ORIGEM DOS PÂNTANOS TURFEIROS

Quantitativamente , os 4 impotentes contribuintes da MO nos sedimentos são;

Fitoplancto zooplâncto plantas superiores bactérias

Os animais superior como (peixe) contribui muito pouco na media global da MO nos
sedimentos que podem ser praticamente negligenciados.

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ORIGEM DOS PÂNTANOS TURFEIROS

Clima

Climas quentes e húmidos Vegetação luxuriante

Pantanos de Floresta >>>>Pantanos de Junco/Canavial

Tropical Árvores crescem 30 m em 7-9 anos Temperado

Árvores crescem 5-6 m em 7-9 anos

Musgos e árvores Musgos

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ORIGEM DOS PÂNTANOS TURFEIROS

Hemisfero Norte – Carvoes Norte Atlanticos


Clima quente Humido, Carbonifero

Bandas espessas de carvão brilhante


a partir de troncos de árvore

Hemisfero sul – carvões godwanicos


Formados em temperatura fria a
temperado (280 – 300 M anos)

Bandas finas de carvão brilhante


a partir de vegetação arbustiva

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ORIGEM DOS PÂNTANOS TURFEIROS
Requisitos Paleogeográficos e Tectónicos
Subida contínua e lenta da toalha freática que se mantém ao mesmo ritmo que
a formação da turfa – subsidência – com a toalha freática à superfície da
turfa ou perto;

Protecção do pântano por praias, línguas de areia, etc. que o protejam da


invasão marinha, e por levées naturais que o protejam das inundações fluviais;

Baixa energia de relevo do hinterland (terras do interior) e,


consequentemente, fornecimento restrito de sedimentos fluviais que, de outro
modo, interromperiam a formação da turfa por soterramento.

Subsidência RÁPIDA Subsidência MUITO LENTA

Toalha freática sobe muito;


Material vegetal superficial apodrece;
Pântanos afogam;
Turfa já formada será erodida.
Deposição de sedimentos límnicos ou marinhos.

A formação de camadas de carvão depende das inter-relações paleogeográficas e


estruturais
31/03/2023 dentro da área de sedimentação 24
ORIGEM DOS PÂNTANOS TURFEIROS
Paleogeografia

É necessário que haja água estagnada o ano


inteiro acima ou muito perto da superfície do
chão, de modo a que as plantas mortas não
se decomponham.

Lagos interiores
Áreas costeiras planas
Margens de grandes

Água do mar impede a


água doce de se escapar;

Parálicos Límnicos
ou ou
Costeiros Interiores

31/03/2023 Foz do Rio Shark, Florida Pântano Okefenokee, Flórida/Geórgia


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ORIGEM DOS PÂNTANOS TURFEIROS

Estrutural e Tectónica

CARVÕES PARÁLICOS CARVÕES LÍMNICOS

Geralmente em zonas marginais de Geralmente em bacias continentais


influência marinha
Camadas de carvão geralmente
CARVÕES DE espessas
TRANSIÇÃO Camadas de pequena extensão
Camadas de grande extensão
lateral
lateral
Raras intercalações de
Abundantes intercalações de
origem marinha
origem marinha

Depósitos conhecidos

Bacia do Ruhr-Alemanha Bacia de Moatize-Moçambique

+1000 m

6 camadas (30 m)

Graben do Zambeze
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ORIGEM DOS PÂNTANOS TURFEIROS

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GEOLOGIA DE CARVOES : AULA 1

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