Você está na página 1de 43

Prof.

Marlos Andray

Adquira nosso Livro completo pelo site:


www.quimicatraduzida.com.br

Química Ambiental
ATMOSFERA
BIOSFERA vs FOTOSSÍNTESE 02

Efeito Estufa 04
A questão do BIODIESEL 07

Biogás 09

O Buraco na camada de ozônio 10


SMOG fotoquímico 12

Chuva Ácida 13

HIDROSFERA
Poluição Térmica 18
Eutrofização 21

LITOSFERA
Lixo e Chorume 21
Contaminação por Metais Pesados 22

Pilhas o que fazer? 23


Ciclo biogeoquímico do Mercúrio, Amazônia e Minamata 24

Agrotóxicos 25

CICLOS GLOBAIS
Oxigênio 27

Carbono 29
Nitrogênio 30

Enxofre 30

Mineralurgia e Metalurgia 32

Obtenção de H2SO4, NH3 e HNO3 35

Problema do Pressal 37
Bloco de gelo 38

Água de Lastro e moluscos dourados 39


Bibliografia 40

ENCARTE COLORIDO

1
BIOSFERA vs FOTOSSÍNTESE

Uma afirmação que se pode fazer a respeito da biosfera é que a sobrevivência de todos os seres
vivos que a compõem, com exceção de um pequeno grupo de seres procariontes
quimiossintetizantes, depende, em uma última análise, dos organismos clorofilados. Estes, por
meio da fotossíntese, produzem o alimento que é utilizado por todos os outros seres vivos.
Como subproduto da fotossíntese, as plantas liberam oxigênio, que é fundamental para a
respiração de todos os seres vivos, sejam eles animais ou vegetais. Esse tipo de dependência
que existe entre animais e vegetais é apenas um dos muitos exemplos de interações que
ocorrem na biosfera.

Como regra, populações de espécies diferentes devem viver em constante interação, formando
as comunidades bióticas, ou biocenose. A biocenose depende do conjunto de fatores físicos e
químicos do meio, frequentemente chamado de biótopo. Uma comunidade biótica em interação
com o conjunto de condições físicas e químicas, da região onde ela habita, constitui um
ecossistema. Assim, temos:

BIOCENOSE + BIÓTOPO = ECOSSISTEMA

2
 ATMOSFERA

O homem hoje utiliza mais combustíveis fósseis (derivados de petróleo ou carvão


mineral) do que algumas décadas atrás. O problema é que estes combustíveis são formados
por compostos com grande quantidade de carbonos em suas cadeias, têm em geral, na sua
combustão, uma liberação de enorme quantidade de gases nocivos, como o CO (monóxido
de carbono), CO2 (dióxido de carbono) e além de hidrocarbonetos por serem de origem
vegetal, possuem também compostos de enxofre e nitrogênio, portanto ao queimar um
combustível fóssil também é emitido pra atmosfera gases de enxofre (SO2, SO3) como de
nitrogênio (NOx).

Esta emissão de gases na atmosfera pode causar além das ações diretas ao homem,
como problemas respiratórios e alergias, problemas ao meio-ambiente, sendo os principais:
 Efeito Estufa
 Chuva ácida
 Buraco na camada de ozônio.
Que iremos tratar a seguir:

Óxidos na atmosfera

Os óxidos de nitrogênio são encontrados na atmosfera com diferentes


combinações: N2O, NO, NO2, NO3, N2O3, N2O4 e N2O5. Dentre eles, somente N2O, NO e NO2
são encontrados em quantidades significativas e apresentam papel relevante na química
atmosférica.
O óxido de dinitrogênio (N2O) é um gás incolor, emitido principalmente por fontes
naturais, por meio da ação bacteriana e por reação entre N2 e O3 na atmosfera. É
considerado um gás estufa, isto é, contribui para reter calor na atmosfera terrestre.
O Óxido nítrico (NO) é um gás incolor e inodoro, produzido na natureza por ação de
microrganismos, sendo também um dos principais poluentes produzidos pela ação humana, pois
é comum a todos os processos de combustão. Na atmosfera, ele é oxidado rapidamente por
ozônio em processos fotoquímicos e, mais lentamente, por oxigênio, formando, em ambos os
casos, o dióxido de nitrogênio.

3
O efeito estufa e os gases estufa
O termo ‘efeito estufa’ refere-se a um fenômeno natural já amplamente reconhecido, e
significa o aumento da temperatura da atmosfera global.
Alguns gases, como vapor d’água, CO2 (o principal gás estufa) e CH 4 (metano) são
chamados de gases estufa porque são capazes de reter o calor do Sol na troposfera terrestre.
Graças a este fenômeno natural, a temperatura média da Terra é hoje cerca de 4 graus
Celsius acima do que era na última idade do gelo (que ocorreu há cerca de 13 mil anos atrás.

Devido à liberação de gás carbônico para a atmosfera, em função de processos industriais


(queima de combustíveis fósseis), tem sido observado um aumento na concentração desse gás,
o que vem sendo correlacionado com o aumento da temperatura média da atmosfera. Como
mencionado, o efeito estufa em si refere-se a uma contenção de calor (representada pelo
redirecionamento de radiação IV à superfície terrestre), que é promovido pelas moléculas dos
gases estufa.
Estamos discutindo aqui, então, um efeito estufa aumentado que é causado pelo aumento
exacerbado na concentração de outros gases estufa como o CO2 e o CH4.
No contexto dos gases estufa há que se considerar o metano, que é um gás emitido por
diversas fontes, antrópicas (70%) e naturais, que é também de grande importância. As áreas
alagáveis ou os pântanos, ambientes muito reduzidos, são os grandes emissores (como os são
de outro gás de grande importância ambiental, o N2O, que além de ser um gás estufa – ver a
seguir -, é um precursor da destruição da camada de ozônio), embora outras fontes sejam
também importantes como os cupins e a flatulência bovina.

Consequências do aquecimento global.

Supondo-se que os níveis de emissão de CO2 e de outros gases-estufa continuem crescendo


e não haja qualquer providência efetiva para estacionar ou reduzir esses valores, algumas
destas modificações podem ser previstas:
 Elevação do nível dos mares como resultado da dilatação térmica da massa de água
oceânica e do aumento do seu volume pelo aporte de águas resultantes do degelo das
calotas polares e geleiras de regiões montanhosas. Isso causará grandes alterações nos
ecossistemas costeiros e perda de superfície em regiões banhadas pelo mar.
 Alterações climáticas em todo o planeta, com o aumento das tempestades, das ondas de
calor e alterações nos índices pluviométricos — algumas regiões para mais e outras para
menos.
 Aumento da biomassa terrestre e oceânica pela aceleração da função clorofiliana e pelo

4
aumento do teor de CO2 dissolvido nos oceanos. Neste último caso, haverá sensível
aumento dos organismos com exoesqueletos formados por carbonato de cálcio.
 Modificações profundas na vegetação característica de certas regiões e típicas de
determinadas altitudes.
 Aumento na incidência de doenças e proliferação de insetos nocivos ou vetores de
doenças, o que poderá resultar em grandes alterações sociais.

Quais seriam as possíveis soluções?

 Políticas de reflorestamento: já que as plantas são fixadoras de carbono, pois utilizam o


CO2 atmosférico na obtenção de matéria orgânica, pelo processo de fotossíntese.
 Legislação mais rígida e melhor aplicabilidade das leis vigentes em relação a países que
contribuem mais com a emissão de gases estufa.
 A utilização de combustíveis alternativos como o Hidrogênio (menos poluente de todos,
pois em sua combustão só produz água), biogás (que apesar de ser hidrocarboneto, o
metano tem menor teor de carbono), energia elétrica e eólica.

QUESTÃO 1 (FUVEST) A concentração de gás na atmosfera vem aumentando de modo


significativo desde meados do século XIX; estima-se que se quadruplicou no ano 2000. Qual dos
fatores abaixo é o principal responsável por esse aumento?

a) ampliação da área de terras cultivadas;


b) utilização crescente de combustíveis fósseis;
c) crescimento demográfico das populações humanas;
d) maior extração de alimentos do mar;
e) extinção de muitas espécies de seres fotossintetizantes.

Observe nesta questão o enfoque relacionando sempre o aquecimento global com o


seu principal vilão que é a emissão de gases a partir da queima de combustíveis fósseis.

QUESTÃO 2: As crescentes emissões de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso
(N2O), entre outros, têm causado sérios problemas ambientais, como, por exemplo, a
intensificação do efeito estufa. Estima-se que, dos 6,7 bilhões de toneladas de carbono emitidas
anualmente pelas atividades humanas, cerca de 3,3 bilhões acumulam-se na atmosfera, sendo os
oceanos responsáveis pela absorção de 1,5 bilhões de toneladas, enquanto quase dois bilhões de
toneladas são seqüestradas pelas formações vegetais.
Assim, entre as ações que contribuem para a redução do CO 2 da atmosfera, estão a
preservação de matas nativas, a implantação de reflorestamentos e de sistemas agro florestais e a
recuperação de áreas de matas degradadas.

O papel da vegetação, no seqüestro de carbono da atmosfera, é:

a) diminuir a respiração celular dos vegetais devido à grande disponibilidade de O2 nas florestas

5
tropicais.
b) fixar o CO2 da atmosfera por meio de bactérias decompositoras do solo e absorver o carbono
livre por meio das raízes das plantas.
c) converter o CO2 da atmosfera em matéria orgânica, utilizando a energia da luz solar.
d) reter o CO2 da atmosfera na forma de compostos inorgânicos, a partir de reações de oxidação em
condições anaeróbicas.
e) transferir o CO2 atmosférico para as moléculas de ATP, fonte de energia para o metabolismo
vegetal.

Note a questão trabalhando uma das soluções pra diminuir o efeito causado pelos
combustíveis fósseis, que é a fixação de carbono pelas plantas.

QUESTÃO 3: Unicamp 2006 (efeito estufa) O aquecimento global é assunto polêmico e tem sido
associado à intensificação do efeito estufa. Diversos pesquisadores relacionam a intensificação
desse efeito a várias atividades humanas, entre elas a queima de combustíveis fósseis pelos meios
de transporte nos grandes centros urbanos.

a) Explique que relação existe entre as figuras A e B e como elas estariam relacionadas com a
intensificação do efeito estufa.
b) Por que a intensificação do efeito estufa é considerada prejudicial para a Terra?
c) Indique outra atividade humana que também pode contribuir para a intensificação do efeito
estufa. Justifique

Resolução do site OBJETIVO:


a) Ocorre uma relação direta entre o aumento da concentração de CO 2 na atmosfera e da
temperatura média global. Esse aumento da concentração de CO2 dificulta a saída da radiação
infravermelha, provocando o aumento da temperatura média global.
b) O aumento da temperatura média global pode provocar modificações climáticas, além de
promover o derretimento das calotas polares e das geleiras, acarretando a elevação do nível dos
mares e oceanos.
c) Queimadas e desmatamento. Estes dois fatores podem ocasionar alteração no ciclo do carbono,
levando a uma diminuição da fixação do carbono e conseqüente aumento na taxa de CO2

6
atmosférico.

E O BIODIESEL?

Muito se fala hoje em bicombustíveis e bioplásticos, como sendo talvez, um “salvador da


pátria”. É bem verdade que há muitas vantagens ambientais de se utilizar o biodiesel ao invés
do diesel. Mas primeiro vamos entender o que é o biodiesel, pra percebermos os prós e contras
de sua utilização.

O que é o Biodiesel?
(texto adaptado da Wikipédia)

O biodiesel é comumente produzido através de uma reação denominada


transesterificação de triglicerídeos (óleos ou gorduras animais ou vegetais) com álcoois de
cadeia curta (metanol ou etanol), tendo, entre outros, a glicerina como sub-produtos.

A reação de transesterificação é catalisada por ácido ou base, dependendo das


características do óleo e/ou gordura utilizados.

O combustível pode ser produzido a partir de qualquer fonte de ácidos graxos, além dos
óleos e gorduras animais ou vegetais, porém nem todas as fontes de ácidos graxos viabilizam o
processo a nível industrial. Os resíduos graxos também aparecem como matérias primas para a
produção do biodiesel. Nesse sentido, podem ser citados os óleos de frituras, as borras de
refinação, a matéria graxa dos esgotos, óleos ou gorduras vegetais ou animais fora de
especificação, ácidos graxos, etc.

O biodiesel pode ser usado misturado ao óleo diesel proveniente do petróleo em


qualquer concentração, sem necessidade de alteração nos motores Diesel já em funcionamento,
porém em alguns motores antigos no Brasil necessitam de alterações.

A concentração de biodiesel é informada através de nomenclatura específica, definida


como BX, onde X refere-se à percentagem em volume do biodiesel. Assim, B5, B20 e B100
referem-se, respectivamente, a combustíveis com uma concentração de 5%, 20% e 100% de
biodiesel (puro).

As vantagens do biodiesel

 É energia renovável. As terras cultiváveis podem produzir uma enorme variedade de


oleaginosas como fonte de matéria-prima para o biodiesel.

 É constituído de carbono neutro. As plantas capturam o CO2 emitido pela queima do


biodiesel e separam-no em carbono e oxigênio, zerando o balanço entre emissão dos
veículos e absorção das plantas.

 Contribui ainda para a geração de empregos no setor primário, que no Brasil é de suma
importância para o desenvolvimento social. Com isso, evita o êxodo do trabalhador no
campo, reduzindo o inchaço das grandes cidades e favorecendo o ciclo da economia
auto-sustentável essencial para a autonomia do país.

 Muito dinheiro é gasto para o refino e prospecção do petróleo. O capital pode ter um fim
social melhor para o país, visto que o biodiesel não requer esse tipo de investimento.

Desvantagens na utilização do Biodiesel

 Os grandes volumes de glicerina previstos (subproduto) só poderão ter mercado a


preços muito inferiores aos atuais; todo o mercado de óleo-químico poderá ser afetado.
Não há uma visão clara sobre os possíveis impactos potenciais desta oferta de glicerina;

7
 No Brasil e na Ásia, lavouras de soja e dendê, cujos óleos são fontes potencialmente
importantes de biodiesel, estão invadindo florestas tropicais, importantes bolsões de
biodiversidade. Embora, aqui no Brasil, essas lavouras não tenham o objetivo de serem
usadas para biodiesel, essa preocupação deve ser considerada.

 A produção intensiva da matéria prima de origem vegetal leva a um esgotamento das


capacidades do solo que provoca estragos em médio prazo, para além da destruição da
fauna e flora natural, aumentando o risco de erradicação de espécies e aparecimento de
novos parasitas.

Aspectos econômicos do biodiesel


Em 2002, a demanda total de diesel no Brasil foi de 39,2 milhões de metros cúbicos, dos
quais 76% foram consumidos em transportes. O país importou 16,3% dessa demanda, o
equivalente a US$ 1,2 bilhão. Como exemplo, a utilização de biodiesel a 5% no país,
demandaria, portanto, um total de dois milhões de metros cúbicos de biodiesel.
Fundamentos estratégicos do biodiesel
O Biodiesel não deve ser visto como um produto, mas sim, um projeto a nível
governamental, que tem por missão promover a fusão dos recursos renováveis (combustíveis
biológicos) com os esgotáveis (petróleo), afim de garantir ao governos o monopólio dos
combustíveis e a sobrevida das estatais produtoras de petróleo.

QUESTÃO 4: Um combustível derivado de resíduos vegetais está sendo desenvolvido por


pesquisadores brasileiros. Menos poluente que o óleo combustível e o diesel, o bio-óleo é
produzido a partir de sobras agroindustriais de pequeno tamanho, como bagaço de cana, casca de
arroz e café, capim e serragem.
Analise as afirmações seguintes.

I. Uma das razões que torna o uso desse bio-óleo ecologicamente vantajoso como combustível, em
comparação ao óleo diesel, é porque o carbono liberado na sua queima provém do carbono pré-
existente no ecossistema.
II. O processo de produção do bio-óleo envolve a destilação fracionada de combustíveis fósseis.
III. A combustão do bio-óleo não libera gases causadores do aquecimento global, como acontece
na combustão do óleo diesel.

Está correto o contido em

a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. e) I, II e III.

 O item I está correto, pois para produzir biodiesel é necessário plantar, logo o CO2 que
posteriormente será emitido na queima deste combustível fóssil será reabsorvido pelas
plantas (fixação de carbono) no seu processo de fotossíntese.
 Item II está falso, pois quem envolve destilação fracionada é o Diesel de petróleo, que é
obtido nas colunas de fracionamento:

8
 Item III está falso, pois assim como o diesel de petróleo o biodiesel em sua combustão
libera CO2. Não agravar o efeito estufa tem a ver com o saldo zero devido a fixação de
carbono gerado na fotossíntese, isso não quer dizer que não produza gases que agravam
o efeito estufa, pois o CO2 é um gás estufa.

Biogás
É uma mistura de gases (CH4, CO2, H2S) obtidos pela decomposição de matéria orgânica,
denominada biomassa, que por ação de microrganismos, sofrem decomposição anaeróbica.
Uma destas reações é a fermentação da celulose:

(C6H10O5)n + nH2O  3n CH4 + 3n CO2.

Este processo de produção do metano (CH4) a partir da fermentação da celulose é muito


comum em brejos, sendo então conhecido com gás do pântano.
 Em minas de carvão, o metano forma com o O2 do ar (CH4 + O2), uma mistura explosiva
denominada grisu.
 O biogás é uma fonte alternativa de energia que pode ser obtida em um grande recipiente
fechado, chamado de biodigestor. Os resíduos da decomposição são utilizados como
fertilizantes:

Madeira
biogás combustível
biodigestor
Biomassa
resíduo fertilizant
e
Basicamente a madeira é constituída de celulose – (C6H10O5) – matéria-prima para a fabricação
do papel. Submetendo-a a um processo de destilação seca ao abrigo do ar, obtemos:

9
 A fração gasosa: gás de madeira (CH4, C2H6), usado como combustível (até mesmo nas
próprias fábricas de papel).
 Frações líquidas: ácido pirolenhoso: solução aquosa que contém de 6 a 10% de ácido
acético (ácido etanóico), de 2 a 3% de álcool metílico (metanol), de 0,5 a 1% de acetona
(propanona) ou vinagre da madeira e alcatrão da madeira.
 Fração sólida (resíduo): carvão de madeira
Obs.: O alcatrão de madeira é uma mistura complexa de compostos em que predominam os
aromáticos.

O buraco da camada de ozônio


QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Ozônio N° 2, NOVEMBRO 1995.

Professor da Univ. da Califórnia em Irvine desde 1964, F. Sherwood Rowland participou


em janeiro de 1972 de uma reunião entre químicos e meteorologistas, à procura de idéias
interessantes para projetos de pesquisa. Num dos intervalos dessa reunião, após uma
exposição sobre os gases clorofluorocarbonetos (CFCs), ouviu falar de uma descoberta do
cientista inglês James Lovelock. Em 1970, Lovelock tinha descoberto um CFC (o
triclorofluorometano, conhecido comercialmente como CFC-11) na atmosfera sobre a Irlanda
Ocidental; isto era atípico, pois a maioria dos poluentes atmosféricos logo desaparece através
de processos de remoção denominados ‘sumidouros’, como por exemplo a chuva. Logo depois,
Lovelock mostrou que a concentração troposférica de CFC-11 e de CFC-12
(diclorodifluorometano) era de 0,23 nanomol/mol. O que chamou a atenção de Rowland foi o
fato das concentrações dos CFCs
corresponderem aproximadamente a sua
produção, sugerindo uma estabilidade
muito grande das moléculas; os CFCs
aparentemente não tinham sumidouros
ativos na troposfera e lentamente subiam
para a atmosfera superior. Rowland
retornou a Irvine perguntando-se o que
eventualmente ocorreria a esses gases na
atmosfera, mas a questão não parecia
urgente.

Em meados de 1973, o químico


mexicano Mario Molina chegou a Irvine
para fazer um estágio de pós-
doutoramento com Rowland. Escolheu,
dentre os tópicos que lhe foram propostos
por Rowland, o de rastrear a perambulação
dos CFCs pela atmosfera; posse a
trabalhar imediatamente.

Os dois pesquisadores logo se deram conta de que os CFCs, tão estáveis na troposfera, seriam
decompostos pela radiação ultravioleta na estratosfera, liberando átomos de cloro.

Concluíram que estava na estratosfera o sumidouro dos CFCs; já pensavam em publicar


um artigo sobre isto, quando decidiram fazer um trabalho mais completo, pesquisando o que
ocorreria com os átomos de cloro. Ao realizarem cálculos detalhados sobre reações entre cloro e
ozônio é que surgiu a surpresa assustadora: havia um processo catalítico, através do qual um
único átomo de cloro poderia autodestruir milhares de moléculas de ozônio (vide abaixo). Entre
o Natal de 73 e o Ano Novo, antes de publicar esses resultados, Rowland e Molina foram a
Berkeley para discuti-los com Johnston. O químico atmosférico também não achou nenhum erro

10
aparente nos cálculos. Alertou-os apenas de que outros pesquisadores

já haviam concluído que o cloro podia destruir o ozônio estratosférico. Eles eram os primeiros,
entretanto, a encontrar uma fonte significativa de cloro atômico na estratosfera: os CFCs.

O trabalho foi publicado no número de 28 de junho de 1974 da Nature. Nele, Rowland e


Molina manifestaram sua preocupação pelo fato do depauperamento da camada de ozônio só vir
a ser mensurável dali a muitos anos, quando poderia ser muito tarde para reverter os efeitos
dos CFCs, especialmente se continuassem a ser produzidos na taxa em que já eram (cerca de
um milhão de toneladas/ano). Na realidade, devido a mecanismos inesperados, a destruição da
camada de ozônio seria detectada em menos de dez anos.

Esse mecanismo é responsável por cerca de três quartos da destruição do ozônio.

Uma solução encontrada para os CFC’s foi fazer a reação destas moléculas com H 2 em
altas pressões de modo que um dos radicais cloro é substituído por um hidrogênio, o que faz
com que a molécula fique mais polar e reativa, passando a ter sumidouros naturais e ser
destruída antes de alcançar a ozonosfera, são os hidrogenofluorclorocarbonetos (HCFC’s):
CF2Cl2 + H2  HCF2Cl + HCl

QUESTÃO 5: As reações apresentadas abaixo justificam a depleção da camada de ozônio da


Terra pelos CFCs (Clorofluorcarbonos presentes no Freon, gás de refrigeração), como o
Diclorodifluormetano (CFC 12), presentes na estratosfera:

1. Cl2F2C + hv (luz ultravioleta do sol) à ClF2C• + Cl•


2. O3 + hv (luz ultravioleta do sol) O2 + O?
3. Cl• + O3 à O2 + ClO•
4. O• + ClO• à Cl• + O2

Levando em consideração todas as etapas, o processo reacional pode ser mais corretamente
denominado:

a) reação de substituição nucleofílica.


b) Reação de adição nucleofílica.
c) Reação radicalar em cadeia.
d) Reação de adição eletrofílica mediada pela luz.
e) Reação de substituição eletrofílica mediada pela luz.

11
As reações que levam a destruição da camada de ozônio ocorrem por processos de
formação de radicais livres, que são reações características de gases sob ação de radiação
ultravioleta. Uma reação é caracterizada como “em cadeia” quando o produto de uma etapa é
reagente da próxima etapa. Observe que o radical Cl• produzido na primeira etapa é reagente
nas etapas seguintes.

Formação de poluentes secundários e o smog fotoquímico

Os compostos de nitrogênio e os oxidantes atmosféricos têm uma função essencial na


formação do conhecido smog fotoquímico. Esse fenômeno ocorre principalmente em regiões
industrializadas ou em grandes cidades que possuem tráfego intenso.

O termo fotoquímico é utilizado porque a luz desempenha papel fundamental para ativar as
reações. Em grandes metrópoles como a cidade de São Paulo, o fenômeno ocorre com maior
intensidade em dias de muito sol e pouco vento, quando a cidade fica envolta em uma névoa
conhecida como smog. Esse termo provém do inglês e deriva das palavras smoke = fumaça e
fog = neblina, nevoeiro.

É como se uma forte neblina envolvesse a cidade durante o horário de maior insolação. Em
tais ocasiões, pessoas mais sensíveis sentem o desconforto visual provocado pelos oxidantes,
aldeídos e seus olhos lacrimejam como se elas estivessem chorando.

O período crítico do ano mais favorável ao fenômeno na cidade de São Paulo é o inverno,
quando as condições meteorológicas são pouco favoráveis à dispersão dos poluentes
atmosféricos, há pouco vento e os dias são claros, com poucas nuvens e grande incidência de
luz solar.
O smog fotoquímico é resultado da quebra do estado foto estacionário descrito
anteriormente, em 3.6.1, e aqui novamente representado nas seguintes reações:

12
ÁCIDOS NA ATMOSFERA
Quando esses combustíveis são utilizados, a queima do enxofre produz o dióxido
de enxofre, um óxido ácido de cheiro bastante irritante.

Na atmosfera, O SO2 reage com o oxigênio e se transforma lentamente no SO 3,


outro óxido ácido. Embora essa reação seja difícil, ela é acelerada pela presença de poeira
na atmosfera. O SO3 formado reage com a água da chuva, produzindo H2SO4 que é um
ácido forte.

Embora a chuva ácida, formada por substâncias que as chaminés das indústrias e os
escapamentos dos automóveis despejam na atmosfera, tenha surgido, provavelmente, em
meados do século passado, em decorrência da Revolução Industrial, só há dez anos esse
fenômeno começou a inquietar os ecologistas, para se converter, nos dias de hoje, numa de
suas mais obsessivas preocupações.
A precipitação ácida ocorre quando aumenta a concentração de dióxido de enxofre (SO2),
e óxidos de nitrogênio (NO, NO2, N2O5), que produzem ácidos quando em contato com a
própria água da chuva. Estes compostos são liberados na combustão de materiais de origem
fóssil, como o petróleo e o carvão.
Assim se origina a chamada chuva ácida. Ela é responsável por inúmeros

13
problemas, entre os quais se destacam:
Prejuízos para a agricultura, pois o solo se torna ácido e, ao mesmo tempo, O S02
destrói as folhas dos vegetais;
A água dos rios e lagos se tornam ácida e, conseqüentemente, imprópria à vida de
peixes;
Corrosão do mármore, do ferro e de outros materiais usados em monumentos e
construções.
O álcool proveniente da cana-de-açúcar não contém impurezas d enxofre, portanto não
contribui para o aparecimento de H2SO4 na chuva.

QUESTÃO 6: A água destilada (pH = 7,0) em contato com o ar dissolve o dióxido de carbono
(CO2) levando à formação de um composto que a deixa levemente ácida (pH  6,0).
Nas grandes cidades, a queima de combustíveis fósseis produz gases, como os óxidos de
nitrogênio e de enxofre, que reagem com a água produzindo compostos ainda mais ácidos. À
precipitação dessas soluções aquosas denomina-se chuva ácida. Os gases como o dióxido de
carbono, os óxidos de nitrogênio e o trióxido de enxofre, presentes no ar das grandes cidades,
reagem com a água podendo formar, respectivamente, os ácidos:

a) carboxílico nítrico e sulfídrico.


b) acético muriático e nítrico.
c) carbônico nítrico e sulfúrico.
d) carbônico sulfúrico e nítrico.
e) clorídrico nítrico e sulfúrico.

Resolvido pelo grupo Objetivo

QUESTÃO 7: UFMA 2006 As indústrias e os veículos eliminam diversos gases que constituem os
principais poluentes do ar. Com relação a esse fato, considere as afirmações abaixo e marque a
opção cujos itens são verdadeiros.

I. Os constituintes principais desses gases são os óxidos de carbono (CO, CO 2), de nitrogênio
(NOx) e de enxofre (SOx).
II. Os óxidos NO2 e SO3, por serem óxidos ácidos, contribuem para a degradação de ecossistemas

14
em virtude da formação de chuvas ácidas.
III. Os óxidos de carbono (CO e CO2) são potencialmente tóxicos por reagir com o ferro da
hemoglobina e bloquear o transporte de oxigênio do sangue.
IV. CO2 é um gás estufa e contribui para o aumento da temperatura média da Terra.
V. Os óxidos de carbono contribuem também para o fenômeno da chuva ácida.

a) I, II e IV
b) I, III e IV
c) I, II e V
d) II, III e IV
e) II, III e V

 O item I está correto, O item II está correto, pois ao reagirem com H2O formaram ácidos
que destroem monumentos, folhagens de árvores, acidificam águas o que alteram os
metabolismos da fauna aquática e terrestre.
 O item III está falso, pois o CO2 não se combina com a hemoglobina, o CO (monóxido de
carbono) forma carbonilas metálicas, com a hemoglobina o CO forma a
carboxihemoglobina, o que dificulta a absorção de oxigênio, podendo levar o indivíduo à
morte.
 O item IV está correto
 O item V está falso, O CO, junto com o NO e N2O, é um óxido neutro e não tem
capacidade de reagir com H2O.

O CO2 nas águas

Emissões de CO2 na atmosfera impactam vida marinha.


Por Sabrina Domingos, CarbonoBrasil

A absorção de CO2 em excesso pelos oceanos reduz o pH da água, tornando-a mais


ácida. Resultado: ecossistema e sequestro de carbono marinho ameaçados. O uso dos oceanos
como sumidouro de carbono é descartado como uma boa alternativa para se enfrentar as
mudanças climáticas. No último mês, representantes de quase 200 países presentes na
Conferência de Biodiversidade da ONU concordaram em suspender o plano de fertilização dos
oceanos.
A acidificação provoca várias alterações no ecossistema marinho. A principal delas,
afirma Hall-Spencer, é a remoção de calcite e aragonite - minerais usados pela vida marinha na
formação das conchas.

Os oceanos funcionam como uma esponja que absorve o CO 2 emitido em excesso na


atmosfera. Em contato com a água, o gás carbônico absorvido forma o ácido carbônico, que,
por sua vez, dissolve o carbonato de cálcio - matéria-prima dos esqueletos dos corais, das
conchas dos moluscos e das carapaças dos microrganismos do fito plâncton.

Além de ameaçar as espécies marinhas, acidificação dos oceanos pode reduzir a


capacidade do mar de absorver carbono e tornar o mundo ainda mais quente. Normalmente,
quando as criaturas marinhas morrem, elas depositam no fundo do mar as suas carapaças
calcárias (responsáveis por ‘sequestrar’ o carbono), formando rocha calcária.

A água do mar está tão ácida que já é possível verificar a corrosão de conchas e
esqueletos de estrelas-do-mar, corais, moluscos, mexilhões e outros grupos marinhos em águas
rasas no Pacífico, afirmam cientistas da agência climática dos Estados Unidos.

15
Os pesquisadores já sabiam que a acidificação ocorria em águas profundas longe do
litoral, mas se mostraram surpreendidos com o aparecimento do fenômeno em uma faixa entre
o México e o Canadá.

QUESTÃO 8: Cientistas vêm pesquisando a possibilidade de que o oceano pode ser um bom lugar
para armazenar o gás carbônico (CO2) emitido pela queima de combustíveis fósseis. O processo
científico consiste em coletar, comprimir e converter para o estado líquido o gás carbônico emitido
por usinas movidas a carvão, óleo ou gás e então injetá-lo, usando tubulação, no fundo do mar.
Analise as afirmativas abaixo e marque a opção correta.

a) O CO2, quando comprimido, adquire comportamento mais próximo de gás ideal.


b) No estado líquido, as moléculas do CO2 têm maior energia cinética média que no estado gasoso.
c) Em maior profundidade, O CO2 na forma de líquido terá maior pressão de vapor.
d) A alta salinidade e a alcalinidade da água do mar favorecerão a difusão do CO 2.
e) Haverá um pequeno impacto ambiental devido à água tomar-se ligeiramente mais ácida, em
virtude da reação do H2O com O CO2.

Apesar da opção “E” ter sido apontada como a correta é bom que se deixe claro que na
visão dos ambientalistas o “pequeno impacto” que a opção relata está aferido em curto prazo,
mas não pode ser ignorado que em longo prazo os danos são irreversíveis.

 HIDROSFERA

O esquema da figura a seguir ilustra a maneira como a água sai do ambiente e como ela
retorna a esse ambiente. Mais uma vez é conveniente observar que todo o movimento que a
água realiza é cíclico, ou seja, ela sai do ambiente, percorre o seu caminho, seja ele na terra,
ou na atmosfera, cumpre todas as suas funções, e depois disso, quando ocorre a precipitação,
ela volta ao seu ponto inicial, ficando disponível para novamente recomeçar o seu ciclo na
natureza.

16
O homem afeta o ciclo da água de duas formas:

 QUALITATIVAMENTE

 QUANTITATIVAMENTE

17
O grande problema do próximo século além do aquecimento global é o esgotamento da
água potável, mas a hidrosfera também sofre degradação constante.
Problemas como poluição por matéria orgânica e inorgânica, eutrofização e aquecimento
das águas (poluição térmica), que trataremos a seguir:

Poluição Térmica.

Temperatura é um aspecto fundamental em corpos aquáticos, pois os seres vivos


apresentam diferentes reações quando ocorrem mudanças deste fator.
A poluição térmica decorre principalmente de lançamentos, em sua maioria em rios, da água
aquecida usadas no processo de refrigeração do maquinário de refinarias, siderúrgicas e usinas
termoelétricas.

Tais efluentes provocam, nos rios, desoxigenação, uma vez que o calor provoca
dissipação do oxigênio dissolvido, além disso, podem provocar a mortandade de peixes, pois a
faixa de temperatura de sobrevivência deles é bastante estreita. E para os seres vivos, os
efeitos da temperatura dizem respeito à aceleração do metabolismo, ou seja, das atividades
químicas que ocorrem nas células.

A aceleração do metabolismo provoca aumento da necessidade de oxigênio e, por


conseguinte, na aceleração do ritmo respiratório. Por outro lado, tais necessidades respiratórias
ficam comprometidas, porque a hemoglobina tem pouca afinidade com o oxigênio aquecido.

Combinada e reforçada com outras formas de poluição ela pode empobrecer o ambiente
de forma imprevisível.

QUESTÃO 9: (Enem-MEC) A energia térmica liberada em processos de fissão nuclear pode ser
utilizada na geração de vapor para produzir energia mecânica, que por sua vez, será convertida
em energia elétrica. Com base no esquema de uma usina nuclear (abaixo), são feitas as seguintes
afirmações:

18
I. A energia liberada na reação é usada para ferver a água, que, como vapor a alta
pressão, aciona a turbina.
II. A turbina, que adquire uma energia cinética de rotação, é acoplada mecanicamente ao
gerador para produção de energia elétrica.
III. A água depois de passar pela turbina é pré-aquecida no condensador e bombeada de
volta ao reator.
IV. O aumento da temperatura da água do rio ou do mar reduz a quantidade de 02(g)
dissolvido, que é essencial para a vida aquática e para a decomposição da matéria
orgânica.
V. O aumento da temperatura da água modifica o metabolismo dos peixes.
VI. O aumento na temperatura da água diminui o crescimento de bactérias e de algas,
favorecendo a vegetação.

Das afirmativas acima, somente estão corretas:

a) todas.
b) I, II, III e IV
c) II, IV, V e VI.
d) I, II, IV e V
e) I, II, III, IV e V

Condensador serve para causar um resfriamento, logo o item III está errado, e o
aquecimento das águas desoxigena as águas prejudicando todo tipo de vegetação aquática,
logo o item VI está errado.

QUESTÃO 10: (Enem-MEC) Na música "Bye, bye, Brasil", de Chico Buarque de Holanda e
Roberto Menescal, os versos:
“puseram uma usina no mar”
“talvez fique ruim pra pescar"

Poderiam estar se referindo à usina de Angra dos Reis, no litoral do Estado do Rio de Janeiro. No
caso tratar dessa usina, em funcionamento normal, dificuldades para a pesca nas proximidades
poderiam ser causadas:
a) Pelo aquecimento das águas, utilizadas para refrigeração da usina, que alteraria a fauna
marinha
b) Pela oxidação de equipamentos pesados e por detonações que espantariam os peixes.
c) Pelos rejeitos radioativos lançados continuamente no mar, que provocariam a morte dos
peixes.
d) Pela contaminação por metais pesados dos processos de enriquecimento do urânio.
e) Pelo vazamento de lixo atômico colocado em tonéis e lançado ao mar nas vizinhanças da
usina.

Poluição pela matéria orgânica


Por mais paradoxal que possa parecer; a deterioração dos mananciais agravou-se muito
com o advento das construções das redes de efluentes sanitários, aportando grandes
quantidades de matéria orgânica nos rios. Isso ocorreu após a "reforma sanitária" iniciada na

19
Inglaterra, em 1847, que introduziu o uso generalizado da descarga hidráulica nos vasos
sanitários, ligando-os aos sistemas de efluentes e, conseqüentemente, fazendo descargas
diretamente nos rios.

Em pequenas quantidades, o efluente sanitário, bem como alguns poucos despejos industriais
tratados, pode ser integrado à matéria orgânica originalmente existente e servir de alimento à
flora e à fauna. A sobra desse "alimento," que poderia ser chamada de "início da poluição pela
matéria orgânica", seria consumida por bactérias que têm a propriedade de se multiplicar
rapidamente.
Entretanto, o grande excesso de efluentes causa uma demanda (consumo) de oxigênio
que é sempre resultante de uma atividade biológica ou bioquímica e, por isso, denominada
demanda bioquímica de oxigênio (DBO), sendo proporcional à concentração de matéria orgânica
assimilável pelas bactérias aeróbicas.
Fósforo: o vilão da eutrofização
A eutrofização pode ser definida como um aumento da quantidade de nutrientes e/ou
matéria orgânica num ecossistema aquático, resultando numa maior produtividade primária e,
geralmente, na diminuição do volume total do ecossistema. Devido a um aumento de nutrientes
disponíveis, originam-se blooms (aumentos de grande magnitude) de algas verdes e de
cianobactérias (algas azuis) que podem ter efeitos nocivos. São estes blooms que acabam por
provocar o aumento da produtividade primária.
As plantas aquáticas necessitam de uma grande variedade de constituintes químicos
para crescerem, mas geralmente apenas o fósforo e/ou o azoto estão em déficit nos sistemas
aquáticos, sendo por isso os fatores que limitam o seu crescimento. A eutrofização resulta, na
maioria das vezes, do aumento destes nutrientes (sobretudo do fósforo) que permite a
multiplicação descontrolada das algas.
A eutrofização pode ser natural ou consequência de atividades humanas. Quando a
origem é natural, o sistema aquático torna-se eutrófico muito lentamente e o ecossistema
mantém-se em equilíbrio. Geralmente a água mantém-se com boa qualidade para o consumo
humano e a comunidade biológica continua a ser saudável e diversa. Quando, pelo contrário, a
eutrofização resulta de atividades humanas, há um aceleramento do processo, os ciclos
biológicos e químicos podem ser interrompidos e, muitas vezes, o sistema progride para a um
estado essencialmente morto.
A eutrofização induzida pelo Homem desenvolve-se rapidamente devido a fontes de
nutrientes geradas pelas atividades humanas. As fontes mais comuns são as escorrências dos
campos agrícolas (que são muito ricas em nutrientes devido à utilização de fertilizantes), os
efluentes industriais, os esgotos das áreas urbanas e a desflorestarão. Todas elas
provocam a libertação para os ecossistemas aquáticos de grandes quantidades de nutrientes

20
que ficam disponíveis para o crescimento do fito plâncton (conjunto de algas microscópicas com
pouco ou nenhum poder de locomoção, deslocando-se segundo o movimento da água, que
inclui as algas verdes e as cianobactérias).
O pH também se altera, passando de neutro ou ligeiramente alcalino a ácido, o que
também podem afetar algumas. Finalmente, pode também ocorrer uma grande acumulação de
toxinas (produzidas pelas cianobactérias) e de parasitas, o que pode produzir fortes impactos
ao nível da saúde pública.

QUESTÃO 11: (FUVEST)

a) Indique a seqüência em que ocorrem os acontecimentos abaixo, causados pelo lançamento,


numa represa, de grande quantidade de esgoto com resíduos orgânicos.

(1) proliferação de seres anaeróbios.


(2) proliferação intensa de microorganismos.
(3) aumento de matéria orgânica disponível.
(4) diminuição da quantidade de oxigênio disponível na água.
(5) morte dos seres aeróbios.

A sequência correta é: o Aumento da matéria orgânica (3) causa uma proliferação de


bactérias aeróbicas (2) que se utilizam desta matéria orgânica e do oxigênio dissolvido da água
par seu metabolismo (4), com a diminuição do oxigênio, fauna e flora aquática morrem. Sem
oxigênio e com mais matéria orgânica proliferam-se bactérias anaeróbicas (5)

QUESTÃO 12: PUC-RIO (2003) Um dos grandes problemas ambientais conhecidos é o excesso
de descargas de efluentes ricos em nutrientes, que influenciam o crescimento de algas,
aumentando a demanda bioquímica de oxigênio e causando mortandade de peixes e animais
bentônicos. Esse fenômeno é chamado de:
a) Nitrificação.
b) eutrofização.
c) Magnificação trófica.
d) Carbonificação.
e) Respiração.

 LITOSFERA

Chorume: impacto ambiental associado à disposição inadequada de lixo

Chorume é o líquido que escoa de locais de disposição final de lixo. É resultado da


umidade presente nos resíduos, da água gerada durante a decomposição dos mesmos e
também das chuvas que percolam através da massa do material descartado. É um líquido com
alto teor de matéria orgânica e que pode apresentar metais pesados provenientes da
decomposição de embalagens metálicas e pilhas.
A composição final do chorume é fruto do tipo de lixo depositado e do seu estado de
degradação.

21
Os lixões, por serem na verdade uma mera disposição de resíduos a céu aberto são
construídos sobre terrenos que permitem não apenas o escoamento do chorume, mas também
a sua infiltração no solo, levando à contaminação das águas subterrâneas.
Ao contrário dos lixões, os aterros sanitários, que recebem resíduo sólido municipal
urbano (o lixo gerado em nossas casas), e os aterros industriais, que recebem resíduo sólido
industrial, têm as suas construções pautadas em normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), que prevê impermeabilização do terreno e o tratamento do chorume gerado.
Poços de monitoração abertos nas proximidades do aterro permitem a avaliação constante da
qualidade das águas subterrâneas e a tomada de decisões em caso de eventuais infiltrações.

Dioxinas e furanos: um risco em processos de incineração

Vários materiais, quando queimados, podem levar à formação de dioxinas.


Mesmo quando realizados em incineradores liberam no meio-ambiente várias
substâncias congêneres da dioxina. Tais compostos são produzidos em baixas concentrações,
como resíduos da queima de matéria orgânica em presença de produtos que contenham cloro.
A produção de dioxinas pode ser evitada ou minimizada se forem empregadas altas
temperaturas na incineração, visando assegurar a combustão completa dos resíduos
Embora os furanos não sejam compostos tão estudados quanto as dioxinas, acredita-se
que ambas as classes exibam os mesmos padrões de toxicidade. Estruturas típicas de uma
dioxina e de um furano são apresentadas a seguir:

Os metais que contaminam o solo veiculados principalmente pelo chorume:

22
Pilhas usadas são lixo radioativo? O que fazer com elas?

(Marco Aurélio Bonotto, Palmas, PR) Não, elas não emitem radioatividade - mas, mesmo
assim, constituem um lixo perigoso à natureza e à saúde humana. O maior problema são as
pilhas fabricadas com grandes quantidades de metais pesados como cádmio, mercúrio, chumbo
e seus compostos. Essas substâncias são altamente tóxicas - algumas até cancerígenas, de
efeito cumulativo no organismo - e, dependendo da concentração, podem causar, a longo
prazo, complicações respiratórias e renais. Misturadas ao lixo doméstico em aterros comuns,
elas contaminam o solo, lençóis de água subterrâneos e lavouras. "A situação melhorou um
pouco nos últimos tempos, pois vêm sendo produzidas pilhas com menores concentrações
desses metais - como as alcalinas, cujos resíduos são bem menos tóxicos para o ambiente", diz
Zilda Velloso, coordenadora do Departamento de Qualidade Ambiental do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Em compensação, a lei que
deveria nos proteger desses venenos não é cumprida.

Trata-se de uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), em vigor desde
julho de 2000. Ela estabelece como responsabilidade dos fabricantes e importadores a coleta de
pilhas usadas, para que tenham destinação adequada: aterros industriais especiais para

23
resíduos químicos perigosos. "Esses aterros consistem de valas com diversas camadas de
impermeabilização para evitar vazamentos. São também equipados com sistemas de
tratamento para gases e líquidos", diz o químico Marcelo Jost, também do Ibama. No entanto,
apenas 10% dos aterros brasileiros obedecem a essas condições. E, apesar da resolução do
Conama, pouquíssimos pontos de coleta de pilhas foram instalados no país.

1 - Grandes quantidades de pilhas são depositadas em aterros comuns, misturadas ao lixo


doméstico. No interior delas mora o perigo: uma pasta onde ocorrem as reações químicas que
geram energia, formada por metais altamente tóxicos

2 - O vazamento resultante faz com que os elementos tóxicos do interior da pilha se dissolvam
nos líquidos que escoam pelas camadas do aterro. Sem um sistema especial de captação e
tratamento desses fluidos, o veneno contamina o solo e os lençóis de água subterrâneos

3 - Expostas ao sol e à chuva, as pilhas vão oxidando. Com isso, sua carcaça - que deveria
manter confinada a pasta de metais venenosos - passa a se decompor

CICLO BIOGEOQUÍMICO DO MERCÚRIO

O mercúrio é utilizado em uma variedade de aplicações no exército, pilhas, mineração,


odontologia e medicina. Embora o uso industrial do mercúrio tenha sofrido reduções,
recentemente, devido a um controle mais efetivo, altas concentrações ainda estão presentes
nos sedimentos associados a aplicações industriais deste metal.

Em condições normais de temperatura e pressão (CNTP) este metal encontra-se em


forma líquida. Forma vapores incolores e inodoros.

O mercúrio é considerado um poluente de alto risco. O mercúrio sob forma líquida é


muito pouco absorvido pelo trato gastrointestinal. Portanto, ele não é considerado nocivo se
ingerido. Por outro lado, seus vapores são altamente tóxicos.

O mercúrio ocorre no meio ambiente associado a outros elementos químicos, formando


compostos inorgânicos ou sais. Dentre estes elementos, o mais comum é o enxofre, com o qual
forma o sulfeto de mercúrio insolúvel (ocorrendo na forma de cinábrio - HgS) que não é
considerado tóxico. Este metal pode, também, ser encontrado na forma de compostos
organometálicos.

A preocupação a respeito da poluição do mercúrio, surge dos efeitos à saúde decorrentes


da exposição por mercúrio metilado (que é extremamente tóxico) encontrado na água e
alimentos aquáticos.

O mercúrio evapora facilmente. Uma vez na atmosfera permanece cerca de um ano e é


transportado a longas distâncias. Este é lentamente convertido a mercúrio na sequência de um
processo oxidativo. Retorna ao solo através da água das chuvas. Uma fração deste volta
novamente para a atmosfera na forma de vapor para completar o ciclo, os outros compostos de
mercúrio são encontrados nos sedimentos aquáticos.

O metilmercúrio produzido por este processo de biometilação no meio aquático é incorporado


em quase todas as espécies aquáticas (senão em todas) e deste modo entra na cadeia
alimentar aquática envolvendo plâncton, peixes herbívoros e finalmente os peixes carnívoros.
Isto conduz a um processo de biomagnificação, isto é, a concentração do metal aumenta à
medida que ele avança nos níveis tróficos. Portanto, por ter a capacidade de permanecer por
longos períodos nos tecidos do organismo, este elemento poderá ser encontrado nos peixes
predadores da extremidade da cadeia em concentrações elevadas, culminando, finalmente, no
regime alimentar dos humanos.

O metilmercúrio, conforme falado anteriormente,é responsável pelos danos mais importantes à

24
saúde observados em humanos. Isto se deve, provavelmente, à sua lenta eliminação. No
cérebro e rins, esta eliminação leva um tempo considerável (até mesmo alguns anos). O
sistema nervoso central é o alvo principal do metilmercúrio, onde afeta, principalmente, áreas
específicas do cérebro, como cerebelo e lobos temporais. A intoxicação por metilmercúrio se
caracteriza por ataxia perda da coordenação dos movimentos voluntários), a disartria
(problemas nas articulações das palavras), a parestesia (perda da sensibilidade nas
extremidades das mãos e pés e em torno da boca), visão de túnel (constrição do campo visual)
e perda da audição. Os primeiros sintomas afetam geralmente a região perianal e aparecem
alguns dias após a exposição. Uma contaminação severa pode causar cegueira, coma e morte.

MERCÚRIO NA AMAZÔNIA

O mercúrio ameaça a saúde da população da Amazônia. No Brasil, mais de duas mil toneladas
desse metal pesado foram despejadas no meio ambiente pelos garimpos desde 1980. Estima-se
em 100 a 130 t/ano o montante de Hg (mercúrio) introduzido na Amazônia nos últimos anos
pela atividade garimpeira, sendo 40% lançado diretamente nos rios e 60% disperso na
atmosfera e transportado a longas distâncias. Os garimpeiros usam o mercúrio para separar
partículas de ouro dispersas na terra, gerando a amálgama (mercúrio misturado com ouro), que
posteriormente é aquecida a elevadas temperaturas para evaporação do mercúrio, o que
contamina as pessoas próximas e o meio ambiente em geral.

Além do garimpo, atualmente são apontadas outras duas fontes de contaminação por mercúrio
na Amazônia, a queima da biomassa florestal e degradação dos solos lateríticos; nestes dois
casos, a acumulação do mercúrio seria devida a processos naturais de concentração desse
elemento. As condições dos rios da Amazônia (baixo pH da água, alta concentração de matéria
orgânica dissolvida e baixo teor de material particulado) favorecendo a metilação do mercúrio,
sugerem um cenário de contaminação contínua e crescente.

A origem natural se comprova por meio de peixes contaminados em áreas distantes dos
garimpos e em represas sem uma fonte identificada do metal, disse o especialista. O rio Negro,
de pouca atividade de mineração, tem quase o dobro de mercúrio do rio Tapajós, em cuja bacia
se extrai muito ouro. A contaminação de áreas de mineração e rios preocupa desde o auge do
ouro amazônico nos anos 80.

Porém, é no garimpo de ouro aluvial na Amazônia que toda a sorte de conflitos econômicos e
sociais se manifestam. O Brasil não possui uma política mineral explícita, sendo a exploração do
ouro organizada regionalmente, pelas populações locais, movidas por aspirações de Ascenção e
fuga da eterna exclusão social. Frequentemente os garimpos funcionam com infraestrutura
precária, agredindo o ambiente e liberando grandes quantidades de mercúrio nos rios, no ar e
no solo.

Contaminação do solo por agrotóxicos:

Os agrotóxicos organo-sintéticos de uso proibido na Agricultura Agroecológica são:

Clorados: grupo químico dos agrotóxicos compostos por um hidrocarboneto clorado que tem
um ou mais anéis aromáticos. Embora sejam menos tóxicos (em termos de toxicidade aguda
que provoca morte imediata) que outros organo-sintéticos, são também mais persistentes no
corpo e no ambiente, causando efeitos patológicos no longo prazo. O agrotóxico organoclorado
atua no sistema nervoso, interferindo nas transmissões dos impulsos nervosos. O famoso DDT
faz parte deste grupo.

http://pt.wikipedia.org/wiki/DDT

O DDT (sigla de Dicloro-Difenil-Tricloroetano) é o primeiro pesticida moderno, tendo sido

25
largamente usado após a Segunda Guerra Mundial para o combate aos mosquitos causadores da
malária e do tifo.
O estado químico do DDT é sólido em condições de temperatura entre 0° a 40°C. É insolúvel em
água, mas solúvel em compostos orgânicos como a gordura e o óleo e tem um odor suave.
Trata-se de inseticida barato e altamente eficiente a curto prazo, mas a longo prazo tem efeitos
prejudiciais à saúde humana, como demonstrou a bióloga norte-americana Rachel Carson, em seu
livro Primavera Silenciosa. De acordo com Carson, o DDT pode ocasionar câncer em seres
humanos e interfere com a vida animal, causando, por exemplo, o aumento de mortalidade entre os
pássaros.
Por este e outros estudos, o DDT foi banido de vários países na década de 1970 e tem seu uso
controlado pela Convenção de Estocolmo sobre os Poluentes Orgânicos Persistentes. No Brasil, só
em 2009 o DDT teve sua fabricação, importação, exportação, manutenção em estoque,
comercialização e uso proibidos pela Lei nº. 11.936 de 14 de maio de 2009. [2]
Como o DDT é facilmente transportado pelo ar e pela chuva, pode ser encontrado em lagos, por
exemplo, mas quase sempre em níveis aceitáveis. O DDT apresenta grande eficiência no combate a
mosquitos. Com ajuda do DDT, a malária foi banida da Flórida, da Itália e da Espanha, entre
outros. No Brasil, houve erradicação da malária em estados como Ceará, Minas Gerais e Piauí. Em
1950, o então presidente Eurico Gaspar Dutra chegou a anunciar a erradicação da dengue no
Brasil, graças ao DDT.
Não existem pesquisas que demonstrem como seria o prisma de doenças como a dengue hoje se o
DDT jamais tivesse existido, visto que ele combateu o inseto causador da dengue e ao mesmo tempo
combateu pássaros e predadores naturais do inseto
Cloro-fosforados: grupo químico dos agrotóxicos que possuem um éster de ácido fosfórico e
outros ácidos à base de fósforo, que em um dos radicais da molécula possui também um ou
mais átomos de cloro. Apresentam toxidez aguda (são capazes de provocar morte imediata)
atuando sobre uma enzima fundamental do sistema nervoso (a colinesterase) e nas
transmissões de impulsos nervosos.
Fosforados: grupo químico formado apenas por ésteres de ácido fosfórico e outros ácidos à
base de fósforo. Em relação aos agrotóxicos clorados e carbamatos, os organofosforados são
mais tóxicos (em termos de toxidade aguda), mas se degradam rapidamente e não se
acumulam nos tecidos.
QUESTÃO 13: (Enem-MEC) Os gases liberados pelo esterco e por alimentos em decomposição
podem conter sulfeto de hidrogênio, H2S, gás com cheiro de ovo podre, que é tóxico para muitos
seres vivos. Com base no fato descrito, foram feitas as seguintes afirmações:
I. Gases tóxicos podem ser produzidos em processos naturais;
II. Deve-se evitar o uso de esterco como adubo porque polui o ar das zonas rurais;
III. Esterco e alimentos em decomposição podem fazer parte do ciclo natural do enxofre, S.

Está correto, apenas, o que se afirma em:

a) I
b) II
c) III
d) I e III
e) II e II

26
Ciclos Globais

CICLO DA OXIGÊNIO

Entende-se por Ciclo do oxigênio o movimento do oxigênio entre os seus três


reservatórios principais: a atmosfera (os gases que rodeiam a superfície da terra), a biosfera
(os organismos vivos e o seu ambiente próximo) e a litosfera (a parte sólida exterior da terra).

Este ciclo é mantido por processos geológicos, físicos, hidrológicos e biológicos, que
movem diferentes elementos de um depósito a outro. O oxigênio molecular (O 2) compõe cerca
de 21% da atmosfera terrestre. Este oxigênio satisfaz as necessidades de todos os organismos
terrestres que o respiram no seu metabolismo.

O principal fator na produção de oxigênio é a fotossíntese, que regula a relação gás


carbônico/gás oxigênio na atmosfera. O oxigênio teria desaparecido da atmosfera, não fosse o
contínuo reabastecimento promovido pela fotossíntese, principalmente do fitoplâncton marinho,
considerado o verdadeiro "pulmão" do mundo.

O oxigênio é o elemento mais abundante em massa na crosta terrestre e nos oceanos e o


segundo na atmosfera.Na atmosfera, encontra-se como oxigênio diatômico/oxigênio molecular
(O2), dióxido de carbono (CO2), ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2), monóxido de
nitrogênio (NO), dióxido de enxofre (SO2), etc.

Reservatórios de Oxigênio

A maior parte do oxigênio existente (99.5%) está concentrada na crosta e manto da Litosfera.
Apenas uma pequena fração do oxigênio existente está contida na atmosfera (0.49%), esta
porcentagem representa cerca de 20% da atmosfera. Uma parte muito menor do oxigênio está
contida na biosfera (0.01%).

Fluxos de Oxigênio

A fotossíntese é o principal processo responsável pela manutenção do oxigênio na atmosfera.


Ela repõe o que é constantemente retirado, principalmente, pelo processo da respiração. A
fotossíntese transforma dióxido de carbono e água em oxigênio e açúcar.

6 CO2 + 12 H2O + energia → C6H12O6 + 6 H2O + 6 O2

Um processo adicional de oxigênio é a fotólise, onde energia proveniente de radiação


ultravioleta decompõe água atmosférica e óxido de nitrogênio.

2 H2O + energia → 4 H + O2
2 N2O + energia → 4 N + O2

O principal processo de remoção de oxigênio da atmosfera é a respiração.

C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O + energia

Também no processo de decomposição animais e bactérias consomem oxigênio e libertam


dióxido de carbono.

Devido aos minerais da litosfera serem oxidados em oxigênio, o desgaste químico das rochas

27
expostas também consome oxigênio. Um exemplo de desgaste químico da superfície é a
formação de óxidos de ferro (ferrugem):

4 FeO + 3 O2 → 2 Fe2O3

O oxigênio também tem um ciclo entre a biosfera e a litosfera. Os organismos marinhos na


biosfera criam conchas de carbonato de cálcio (CaCO3) que é rico em oxigênio. Quando o
organismo morre, a sua concha é depositada no chão do mar e enterrado ao longo do tempo
para criar a rocha na litosfera. As plantas e animais extraem nutrientes minerais das rochas e
libertam oxigênio durante o processo.

Portanto, o oxigênio pode ser consumido da atmosfera através das seguintes vias:

atividade respiratória de plantas e animais;

combustão;

degradação, principalmente pela ação de raios ultravioleta, com formação de ozônio (O3);

combinação com metais do solo (principalmente o ferro), formando óxidos metálicos.

O Oxigênio na atmosfera e nos oceanos

A presença do oxigênio atmosférico originou a formação de ozônio e da camada de ozônio na


estratosfera. A camada do ozônio extremamente importante para a vida moderna, visto que
absorve a radiação ultra-violeta nociva.

O2 + energia uv → 2O
O + O2 + energia uv → O3

A energia solar absorvida aumenta a temperatura da atmosfera na camada do ozônio, criando


uma barreira térmica, que ajuda a manter a atmosfera por baixo, por oposição a escapar para o
espaço.

28
Ciclo do Carbono
As trocas de CO2 entre a atmosfera e a biosfera terrestre ocorrem principalmente
através da fotossíntese e a respiração por plantas. A fixação do CO 2 pelos oceanos se dá
através da dissolução do gás na água e por fotossíntese. A principal rota de transferência do
CO2 para o fundo dos oceanos é pela sedimentação de carbonato de cálcio insolúvel, CaCO 3, na
forma de organismos formadores de exoesqueletos, como conchas, moluscos, etc. O CO 2 é
também fixado na forma de carbono orgânico, pela fotossíntese de algas na superfície
ensolarada das águas e pelo crescimento resultante do fitoplâncton. Esse CO2 retorna à
atmosfera através da respiração e decomposição da biomassa assim formada.

O Ciclo do Nitrogênio
Muitos compostos contendo nitrogênio são encontrados na natureza, pois este elemento
químico possui grande capacidade de fazer ligações químicas, com números de oxidação
variando de (–3) a (+5). É o mais abundante elemento químico na atmosfera terrestre,
contribuindo com aproximadamente 78% de sua composição. A molécula de N2 é
extremamente estável e quase não desempenha papel químico importante, exceto na
termosfera (altitude maior que 90 km) onde pode ser fotolizada ou ionizada.
Os animais necessitam do nitrogênio incorporado em compostos orgânicos (aminoácidos
e proteínas), enquanto que plantas e algas necessitam do nitrogênio sob a forma de íons nitrato
(NO3-) ou íons amônio (NH4+).
Qualquer processo que resulte na transformação do N2 da atmosfera em outros
compostos de nitrogênio é denominado de fixação de nitrogênio. Um grande número de
bactérias pode converter o nitrogênio gasoso a amônia (NH 3) ou íons amônio (NH4+), por meio
de redução catalisada por enzimas, em processo conhecido como fixação biológica de nitrogênio
que representa 90% de toda a fixação de origem natural.

29
Adicionalmente, o nitrogênio gasoso pode ser convertido em amônia e espécies
oxidadas, por meio de reação provocada por descargas de relâmpagos, em processo chamado
de fixação atmosférica de nitrogênio.
Atividades antrópicas, como por exemplo, a produção de amônia ou ácido nítrico,
também contribui para a fixação de nitrogênio em processo denominado de fixação industrial de
nitrogênio.
O nitrogênio também pode ser oxidado a nitritos (NO2-) ou nitratos (NO3-) num processo
chamado de nitrificação.
Quando os organismos morrem, certas bactérias são capazes de converter os compostos
orgânicos contendo nitrogênio em nitrato, amônia ou, por uma série de reações químicas, em
nitrogênio molecular, quando, então, retorna à atmosfera.
A redução de nitrato (NO3 -) a espécies de nitrogênio sob forma de gás (e.g. N2, N2O,
NO), ocorre em processos químicos e biológicos e é denominada de desnitrificação.

O Ciclo do Enxofre

Muitos compostos contendo enxofre são encontrados na natureza, pois este elemento
possui grande capacidade de fazer ligações químicas, com números de oxidação variando de (–
2) a (+6). O enxofre é um elemento essencial à vida na Terra, sendo alguns de seus compostos
de grande importância biológica: organismos vivos, incluindo plantas, assimilam espécies de
enxofre, enquanto que ao mesmo tempo, várias formas de enxofre são emitidas como produto
final de seus metabolismos.
Compostos reduzidos de enxofre, principalmente o sulfeto de hidrogênio (H 2S), são
formados por atividade bacteriana anaeróbica, no processo de oxidação de carbono orgânico a
dióxido de carbono e redução de sulfato (SO42-) a sulfeto (S2-). Parte deste, ao reagir com íons

30
metálicos é fixado na litosfera, na forma de rochas e sedimentos.

Grandes quantidades de enxofre são lançadas na atmosfera na forma de dióxido de


enxofre, um dos mais comuns poluentes atmosféricos. As principais fontes de emissão deste
gás são a queima de combustíveis fósseis e atividades industriais (refino de petróleo,
metalurgia, cimento), enquanto que a atividade vulcânica é a principal fonte associada a
emissões naturais de SO2. A queima da biomassa também tem sido considerada uma fonte
importante de enxofre atmosférico, principalmente nas regiões tropicais.

QUESTÃO 14: (Enem) o esquema representa o ciclo do enxofre na natureza, sem considerar a
intervenção humana:

31
Algumas atividades humanas interferiram significativamente no ciclo natural do enxofre,
alterando as quantidades das substâncias indicadas no esquema.

Ainda hoje isso ocorre, apesar do grande controle por legislação. Pode-se afirmar que duas dessas
interferências são resultantes da:

a) queima de combustíveis em veículos pesados e da produção de metais a partir de sulfetos


metálicos.
b) produção de metais a partir de óxidos metálicos e da vulcanização da borracha.
c) queima de combustíveis em veículos leves e da produção de metais a partir de óxidos metálicos.
d) queima de combustíveis em indústria e da obtenção de matérias-primas a partir da água do mar.
e) vulcanização da borracha e da obtenção de matérias-primas a partir da água do mar.

Quando os minérios são sulfetos, eles são ustulados, isto é, transformados em óxidos,
por aquecimento em presença de excesso de ar; a seguir, os óxidos são reduzidos, como
acabamos de explicar:

2ZnS + 3O2  2ZnO + 2SO2


ZnO + C  Zn + CO2

Outro processo utilizado para aproveitar o pó que está misturado com a lama dos rios é
o tratamento com mercúrio (o mercúrio é um metal líquido que dissolve muitos metais
formando soluções denominadas amálgamas). Juntando-se o mercúrio à mistura de lama e
ouro, forma-se o amálgama de ouro, que é líquido e se separa da lama. Em seguida, basta
aquecê-lo para que o mercúrio evapore, restando o ouro. Muito empregado pelos garimpeiros
brasileiros, esse processo é perigosíssimo, pois os vapores de mercúrio são extremamente
tóxicos.

MINERALOGIA

Chama-se mineral qualquer composto químico sólido de ocorrência natural, formado a


partir de processos inorgânicos. Os minerais, com poucas exceções, possuem o arranjo interno
ordenado, característico do estado sólido.

32
Quando uma substância cristalina não possui estrutura interna ordenada, é chamada
mineralóide. Quando um mineral possui uma quantidade relativamente elevada de
determinado elemento, de modo que seja viável o seu aproveitamento industrial, o mineral é
chamado de minério. A um grupamento sólido natural de vários minerais diferentes dá-se o
nome de rocha.

Dureza: A dureza de um mineral (designada por D) é a resistência que sua superfície lisa
oferece ao ser riscado por outro mineral, por uma lima ou um canivete.

1-Talco 2- Gipso, 3- Calcita, 4- Fluorita, 5- Apatita, 6- Ortoclásio, 7- Quartzo, 8- Topázio, 9-


Coríndon, 10- Diamante.

Tenacidade: Conhece-se como tenacidade a resistência que um mineral oferece ao ser


rompido, esmagado, curvado ou rasgado.
Brilho: Chama-se brilho a aparência geral da superfície de um mineral à luz refletida.

Silicatos

Quartzo - SiO2 - Ocorre como constituinte importante das rochas ígneas que contêm um
excesso de sílica, tais como granito, riólito e pegmatito. Ocorrem também em rochas
metamórficas, como gnaisses e xistos. Frequentemente encontra-se associado ao feldspato e à
moscovita. O quartzo ocorre em grandes quantidades como areia nos leitos dos rios e sobre as
praias
O mineral possui um brilho vítreo ou, em algumas espécies, gorduroso. É transparente a
translúcido, e habitualmente é incolor ou branco, mas frequentemente é colorido por diversas
impurezas.
Não-Silicatos
Apatita - Ca5 (F, Cl, OH) (PO4)3 - Ocorre como constituinte acessório em todas as classes de
rochas ígneas, sedimentares e metamórficas.
Calcita - CaCO3 - Ocorre principalmente como mineral de rocha, como depósitos em cavernas e
como calcitas silícicas
Cassiterita - SnO2 - Ocorre principalmente nas rochas ígneas e pegmatitios, frequentemente
associada com o quartzo nas rochas graníticas
Cinábrio - HgS - Ocorre como impregnações e como enchimento de veios perto de rochas
vulcânicas recentes e fontes termais
O mineral, quando puro, tem um brilho adamantino, e quando impuro chega a ser terroso
fosco.
Coríndon - Al 2O3 - Ocorre comumente como mineral acessório nas rochas metamórficas, tais
como calcário cristalino, mica-xisto e gnaisse. Encontra-se também em rochas ígneas
Os minerais associados são frequentemente a clorita, as micas, a olivina, a serpentina, a
magnetita, o espinélio, a cianita e o diásporo
O mineral é transparente a translúcido, com brilho adamantino a vítreo, e a cor varia em
matizes de castanho, rosa ou azul, podendo ser branco, cinzento, verde, vermelho-rubi ou azul
safira
Fluorita - CaF2 - Ocorre principalmente como mineral de ganga, associado a minerais de
chumbo ou prata, em dolomitas e calcários, em rochas magmáticas e pegmatitos
Algumas variedades de fluorita mostram o fenômeno da fluorescência.
Galena - PbS - Ocorre geralmente associada com a esfalerita, pirita, marcassita, calcopirita,
fluorita, calcita, barita, quartzo, cerussita, dolomita e anglesita
O mineral possui um brilho metálico reluzente, e cor cinza do chumbo.
Hematita - Fe2O3 - Ocorre nos depósitos metamórficos de contato e como mineral acessório,
nas rochas ígneas, feldspáticas, tais como o granito. Substitui também em grande escala as

33
rochas silícicas.
Tem traço vermelho-claro a escuro, que se torna preto pelo aquecimento
Magnetita - Fe3O4 - Encontra-se distribuído sob a forma de um mineral acessório em muitas
rochas magmáticas, como dioritos, gabros, peridotitos e também nas areias pretas das praias.
Pirita - FeS2 - Ocorre como segregação magmática direta e como mineral acessório nas rochas
ígneas, também em depósitos de filões e metamórficos de contato
Rutílio - TiO2 - Ocorre principalmente no granito, pegmatitos graníticos, gnaisses, mica-xistos,
calcários metamórficos e dolomitas.
Metalurgia
Na crosta terrestre, os metais encontram-se em minérios, que são em geral óxidos ou
sulfetos. O processo de extração do minério é chamado de mineração. Normalmente, o
minério encontrado na natureza vem acompanhado de impurezas (terra, areia, etc.) que, no
seu conjunto, são denominadas ganga. A eliminação da ganga é feita, se possível, junto à
própria mina, e o processo chama-se purificação ou concentração do minério. A concentração
do minério é feita pelos processos usuais de separação de sólido-sólidos.
Do minério concentrado se extrai o metal, por meio de reações químicas; essa etapa é chamada
metalurgia, e se divide em:

• pirometalurgia: quando é feita por reações em altas temperaturas e em fornos refratários;


• hidrometalurgia: quando é feita por reações em soluções aquosas;
• eletrometalurgia: quando o minério é decomposto pela passagem da corrente elétrica, seja
através de material fundido, seja através de solução aquosa.

Os processos pirometalúrgicos são os mais comuns, e é oportuno lembrar que:


• quando os minérios são óxidos, eles são em geral reduzidos por carvão ou CO:

Nesses processos, é comum também a adição de substâncias denominadas fundentes, que


reagem com as impurezas (ganga) do minério, formando produtos (escória) de separação fácil
do metal que se esteja produzindo; assim, junto com a última reação, de produção do ferro,
teremos, por exemplo:

Quando os minérios são sulfetos, eles são ustulados, isto é, transformados em óxidos, por
aquecimento em presença de excesso de ar; a seguir, os óxidos são reduzidos, como acabamos
de explicar:
2ZnS + 3O2  2ZnO + 2SO2
ZnO + C Zn + CO
No caso de metais mais nobres, a ustulação pode dar, diretamente, o metal:
HgS (cinábrio) + O2 Hg + S02
Outro processo utilizado para aproveitar o pó que está misturado com a lama dos rios é
o tratamento com mercúrio (o mercúrio é um metal líquido que dissolve muitos metais
formando soluções denominadas amálgamas). Juntando-se o mercúrio à mistura de lama e
ouro, forma-se o amálgama de ouro, que é líquido e se separa da lama. Em seguida, basta
aquecê-lo para que o mercúrio evapore, restando o ouro. Muito empregado pelos garimpeiros
brasileiros, esse processo é perigosíssimo, pois os vapores de mercúrio são extremamente
tóxicos.
Ligas Metálicas

Ligas metálicas mais comuns no cotidiano:

 Aço — constituido por Fe e C.

34
 Aço inoxidável — constituido por Fe, C, Cr e Ni.
 Ouro de Jóias — constituído por Au, Ag e/ou Cobre.
 Amálgama dental (utilizada em obturação) — constituída por Hg, Ag e Sn.
 Bronze — constituído por Cu e Sn.
 Latão (utilizado em armas e torneiras) — constituído por Cu e Zn.
 Moedas – cobre e níquel.
 Platinite- Aço e níquel (vedação de lâmpadas).
 Duralumínio – aluminio e cobre (peças de aviões).
 Pb e Sn – solda elétrica.

H2SO4

 33,5% : baterias ácidas (usado em baterias de chumbo-ácido)


 62,18%: ácido de câmara ou ácido fertilizante
 98% : concentrado

Produção industrial

O ácido sulfúrico é produzido a partir de enxofre, oxigênio e água via processo de contato. :

O ácido sulfúrico é ainda usado para diversos outros fins na indústria química. Por exemplo, é o
catalisador ácido comum na conversão de ciclohexanona oxima em caprolactama, que é usada
para fazer Nylon; é usado com sal para a fabricação de ácido clorídrico; é usado para a
fabricação de vários pigmentos.

Amônia

Em Química, estudamos, dentre outros temas, as características dos elementos existentes na


natureza. E entre os variados elementos que existem, podemos destacar alguns mais
empregados ou produzidos na indústria - e que são utilizados em outras áreas. E, entre esses,
temos a amônia.

A amônia é um gás incolor, bastante tóxico, que se dissolve bem na água. Uma vez em meio
aquoso, a amônia forma o hidróxido de amônio (NH 4OH):

O NH3 pode ser preparado em laboratório aquecendo-se um sal de amônio com hidróxido
de sódio (NaOH). Na verdade, é um teste comum para identificação de compostos de NH4+
(amônio):

A produção mundial de amônia é praticamente feita por meio da reação entre os gases
N2 e H2, pelo processo denominado Haber-Bosch:

Esta reação deve ocorrer em condições de pressão e temperatura ideais.


A amônia serve de matéria-prima para um número elevado de aplicações. Entre tantos
empregos, podemos destacar:

 Fertilizantes: sulfato de amônio, fosfato de amônio, nitrato de amônio e uréia.


 Produtos químicos: ácido nítrico (utilizado na preparação de explosivos).
 Fibras e plásticos: nylon e outras poliamidas.
 Produtos de limpeza: detergentes e amaciadores de roupa.

35
HNO3

O ácido nítrico, que tem a fórmula molecular HNO3, é um ácido de elevado grau de ionização
e volátil à temperatura ambiente. É produzido industrialmente pelo processo Ostwald:
A amônia é aquecida com um catalisador (platina) para a formação do óxido nítrico
(NO), que é oxidado para produzir dióxido de nitrogênio (NO2), que reage com a água
produzida anteriormente originando finalmente o ácido nítrico:

4 NH3 + 5 O2 → 4 NO + 6 H2O
2 NO + O2 → 2 NO2
4 NO2 + O2 + 2 H2O → 4 HNO3(aq)

Um processo anterior ao de Ostwald era o do arco voltaico, onde o próprio ar submetido


a corrente elétrica reagia a 3000°C formando NO.

Além destes usos , o ácido nítrico, em várias concentrações, é utilizado para fabricação
de corantes, explosivos (destacadamente a nitroglicerina, a nitrocelulose, além do ácido pícrico)
, diversos ésteres orgânicos, fibras sintéticas, nitrificação de composto alifáticos e aromáticos.
Os alquimistas chamavam de aqua fortis o ácido nítrico e aqua regia a mistura de ácido nítrico e
clorídrico, conhecida pela sua capacidade de dissolver o ouro.

QUESTÃO 15: (Enem) Na fabricação de qualquer objeto metálico, seja um parafuso, uma
panela, uma jóia, um carro ou um foguete, a metalurgia está presente na extração de metais a
partir dos minérios correspondentes, na sua transformação e sua moldagem. Muitos dos processos
metalúrgicos atuais têm em sua base conhecimentos desenvolvidos há milhares de anos, como
mostra o quadro:

Podemos observar que a extração e o uso de diferentes metais ocorreram a partir de diferentes
épocas. Uma das razões para que a extração e o uso do ferro tenham ocorrido após a do cobre ou
estanho é:

a) a inexistência do uso de fogo que permitisse sua moldagem.


b) a necessidade de temperaturas mais elevadas para sua extração e moldagem.
c) o desconhecimento de técnicas para a extração de metais a partir de minérios.
d) a necessidade do uso do cobre na fabricação do ferro.

36
e) seu emprego na cunhagem de moedas, em substituição ao ouro.

QUESTÃO 16: Não há uma origem bem definida para o surgimento da Metalurgia, ciência de
extrair os metais dos minerais e transformá-Ios em utensílios e ferramentas. Um dos primeiros
registros refere-se aos sumérios, que, em 4000 a.C., já conheciam e trabalhavam o ouro.
Considerando essas informações, julgue os itens a seguir, acerca dos processos físicos e químicos
envolvidos na metalurgia.

1) O metal mencionado acima, utilizado pelos sumérios, é encontrado na forma de substância


simples na natureza. V
2) A extração de metais a partir de minérios envolve processos físicos e químicos. V
3) Na metalurgia, a fusão de metais de transição exige temperaturas elevadas. V
4) Ligas metálicas diferentes que apresentam em sua composição um mesmo metal possuem
propriedades físicas idênticas. F
5) A moldagem de moedas de ouro a partir de barras desse metal é um processo físico. V

O Problema do Pressal e perfuração em poços profundos

Avaliação da dispersão do cascalho de perfuração lançado em águas profundas PRESSAL


Domingos Nicolli e Cássio Botelho Pereira Soares

A conquista do mar profundo

Nos últimos 70 anos, o desenvolvimento de novas tecnologias permitiu colocar ao


alcance das sondas perfuratrizes praticamente todos os lençóis de petróleo, a qualquer
profundidade do mar, inclusive com a colaboração da tecnologia espacial. As unidades de
perfuração em águas profundas são posicionadas e estabilizadas dinamicamente sobre as
águas, fazendo uso dos sinais dos satélites na órbita da Terra.
À medida que se avançou para águas mais profundas, novos problemas técnicos foram
surgindo. Inicialmente foram empregadas plataformas padrões (template rig), bastante simples,
para operação em águas rasas e médias. Depois surgiram as plataformas do tipo jack-up para
águas de profundidade média. Para atingir as águas profundas foram criadas as plataformas
semi-submersíveis; tais plataformas não são ancoradas no fundo do mar, mas pode-se dizer
que ficam ancoradas nos satélites em órbitas terrestres, de onde seus computadores recebem
sinais para determinação de posição e estabilização dinâmica.
O mundo das profundezas
Os empreendimentos visam a benefícios econômicos e sociais. Contudo, há que se
considerar os impactos ambientais causados pelos mesmos. Hoje no Brasil a exploração de óleo
no mar venceu os limites das profundezas dos 1000m a 2000m. Nessas profundidades, não
chega a luz solar, não obstante essa região não seja estéril e desabitada. É o habitat de
inúmeras criaturas, que formam um ecossistema específico a cada nível.
Os seres das águas profundas dependem da matéria orgânica caída da superfície do mar.
O mundo submarino está povoado por arraias, lulas gigantes, enguias, peixes de muitas
espécies, zooplanctons, esponjas, vermes, pepinos do mar e de centenas de outras espécies.
Predadores como o peixe-espada e a baleia cachalote foram avistados por pesquisadores
excursionando a 2000m de profundidade.

A intervenção tecnológica em um ambiente delicado

É claro que esse meio ambiente sem luz é muito delicado e frágil. A abertura de um poço

37
para exploração de petróleo pode causar perturbações se não forem tomados cuidados
especiais. Um dos aspectos que deve ser avaliado é o lançamento do cascalho extraído do poço
ao fundo do mar.
Normalmente, um poço gera entre 500m3 e 800m3 de material, resultante da trituração
das rochas pela broca. O cascalho pode causar desequilíbrios ambientais ao cobrir a lama do
fundo ou ao provocar avalanches em áreas de declive.
A lama química de perfuração e lubrificação da broca carreia para bordo da unidade de
perfuração o cascalho retirado do poço. Esse material, depois de separado da lama química,
precisa de um destino final. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) permite que o
cascalho seja deitado ao mar profundo. Entretanto, as avaliação ambientais devem dar atenção
aos possíveis impactos dessa ação.
Domingos Nicolli - mestre em Meteorologia pelo MEC,1974, e em Ciências Espaciais e
Ambientais pelo INPE,1974.
Fora este problema deve ser considerado também a dispersão de espécies devido a
poluição sonora por ação das perfuratrizes e a poluição térmica (aquecimento) causado pelas
brocas.

Bloco da Antártica

Um bloco de gelo de 14 mil km2, maior que a ilha do Havaí (EUA), se desprendeu da
plataforma de gelo Wilkins, na península antártica, como consequência do aquecimento global.
A informação foi dada nesta terça-feira (17), e provém do o Conselho Superior de Pesquisas
Científicas (CSIC), na Espanha.
O bloco de gelo se fragmentou em icebergs gigantes, e começam a se espalhar pelo
oceano Austral.

Uma equipe de pesquisadores do CSIC analisa, desde o último domingo, a bordo de uma
embarcação de pesquisa oceanográfica, o impacto do fenômeno sobre o ecossistema do mar de
Bellingshausen.
O Globo com agências internacionais RIO - Um enorme iceberg, com aproximadamente
metade do tamanho de Brasília, deslocou-se do continente Antártico após colidir com outro
iceberg gigante, podendo causar alterações nas correntes marítimas do planeta e no clima. O
alerta foi feito por cientistas australianos, que afirmam que ele poderá bloquear uma área que
produz um quarto de toda a água densa e gelada do mar. Se isso acontecer, os invernos ficarão
mais frios no Atlântico Norte e os padrões de clima serão alterados ao longo dos anos.

Segundo os especialistas, os efeitos serão corrente abaixo e os pinguins e outros animais


selvagens que normalmente usam esta área para alimentar-se também sofrerão o impacto.
O iceberg está flutuando em uma área de água aberta cercada de gelo do mar e conhecida

38
como polinia.
A água gelada e densa produzida pela polinia desce para o fundo do mar e cria a água densa
salgada que tem papel-chave na circulação dos oceanos ao redor do globo.
ÁGUA DE LASTRO e Mexilhão Dourado

Água de Lastro e as Espécies Exóticas

A água de lastro, utilizada em navios de carga como contra-


peso para que as embarcações mantenham a estabilidade e a
integridade estrutural, é transportada de um país ao outro, e pode
disseminar espécies "alienígenas" potencialmente perigosas e
daninhas.

Algumas das espécies exóticas se tornaram pragas em países


distantes de seus hábitats naturais, podendo alterar o equilíbrio
ecológico local, e causar impactos negativos na pesca, na
aquicultura e em outras atividades econômicas. Isto ocorre porque
em novos ambientes, alguns organismos ficam livres dos
predadores naturais, e em condições favoráveis acabam dominando
a fauna local.

A International Maritime Organization da ONU estima que em 1939, 497 espécies


exóticas haviam sido introduzidas em ecossistemas de todo o mundo. Entre 1980 e 1998,
esse número subiu para 2.214 espécies. Um bom exemplo de organismo exótico que foi
transportado pelos ambientes costeiros de todo mundo é o vibrião colérico, que foi um
grande problema nas décadas de 70 e 80, que ainda afeta a Índia. Outro invasor conhecido é
o mexilhão zebra (Dreissena polymopha) introduzido nos Grandes Lagos nos Estados Unidos.
Hoje, esta espécie infesta mais de 40% das águas continentais americanas e causa impactos
econômicos severos, principalmente para os setores elétrico e industrial, pois este molusco
coloniza massivamente os encanamentos e as passagens de água.

Para se ter idéia da gravidade dos problemas com espécies exóticas, estima-se que
somente os Estados Unidos tem o prejuízo de 138 milhões de dólares por ano, incluindo-se
os prejuízos e gastos com controles de espécies exóticas aquáticas e terrestres.
A maré vermelha que ocorreu em Guaraqueçaba, litoral do Paraná, causando
mortandade de peixes e causando sérios problemas para a população local, foi causada por
algumas espécies de microalgas exóticas. Embora não existam evidências, é provável que
estas espécies tenham alcançado nossos ambientes através da água de lastro.

Mexilhão Dourado.

O mexilhão-dourado é um pequeno molusco bivalve (que possui duas conchas) originário


da China, que chegou à América do Sul nas águas de lastro dos navios mercantes, invadiu a
bacia Paraná-Paraguai e que põe em risco os usos múltiplos dos recursos hídricos. Este pequeno
molusco se fixa em qualquer substrato duro, tem hábito gregário e se reproduz rapidamente. A
ausência de predadores e parasitas que controlem sua população faz com que se alastre pelas
bacias hidrográficas brasileiras. Em 1991 foi encontrado na foz do rio da Prata, e hoje está
presente no Pantanal e avança pelas usinas hidrelétricas brasileiras na bacia do rio Paraná.

Nas usinas hidrelétricas, o acúmulo de mexilhões pode afundar equipamentos flutuantes,


prejudicar a operação de equipamentos submersos e obstruir tubulações. Os sistemas de
refrigeração das turbinas ficam sujeitos a entupimentos. Quando isso ocorre a geração é
interrompida.

39
No ambiente, o mexilhão ocupa todo o espaço que lhe for disponível, e pode alterar a
composição de espécies de invertebrados do ambiente aquático. Com as alterações na cadeia
alimentar, a captura de certas espécies de peixe pode ser prejudicada. Para os usuários dos
recursos hídricos, o mexilhão poderá provocar uma série de problemas:

para a agricultura irrigada;

-rede.

Problemas semelhantes ocorrem nos Estados Unidos e no Canadá, países nos quais o mexilhão-
zebra se disseminou.

Em 2003, o governo brasileiro, através do Ministério do Meio Ambiente, criou a força-tarefa


Nacional para o Controle do Mexilhão-dourado (PORTARIA No 494, DE 22 DE DEZEMBRO DE
2003), que contou com a representação de várias instituições, incluindo FURNAS. A força-tarefa
elaborou um plano de ação integrado para impedir o avanço do mexilhão-dourado, e
principalmente evitar que alcance bacias hidrográficas importantes como a dos rios Amazonas,
Tocantins e São Francisco.

BIBLIOGRAFIA

Introdução à Química Ambiental


Autores: Julio C. Rocha; André H. Rosa e Arnaldo A. Cardoso
Editora: Bookman, Porto Alegre, 150 páginas, 2004.

Química Ambiental
Autor: Colin Baiard
Editora: Bookman, segunda Edição, 622 p., 2002.

Lixo: desafios e compromissos


Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola
Edição especial – Maio 2001

Ozônio
Química Nova na Escola
N° 2, novembro 1995

Química atmosférica
Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola
Edição especial – Maio 2001.

Química Orgânica
Autor: Ricardo FeltreVol 3.

40
Rio eutrofizado

41
Acidente em Minas Gerais, derramamento de argila e sulfato de ferro

Mexilhões dourados em um motor

Explosão da plataforma do golfo do México e acidente ecológico

42

Você também pode gostar