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Mestrado em Recursos Minerais e Ambiente

PROSPECÇÃO DE
GEORRECURSOS

Compilado por: PAULO AGUIAR


sumário INTRÓITO
• Definição e Classificação dos Georrecursos
• Recurso mineral (Recurso mineral Inferido; Recurso mineral Indicado; Recurso mineral Medido; Reserva mineral)
I. – INTRODUÇÃO
• Definições (Pesquisa e Prospecção Mineral)
• Anomalia, Background, Limiar
• Teores
• Associações Geoquímicas e Minerais Formadores de Depósitos Minerais
II.– NOÇÕES DE DEPÓSITOS MINERAIS
• Quanto a Forma do Corpo Mineralizado
• Quanto ao Processo Formador
• Quanto a Características Especiais
• Tectónica Global e Metalogenia
• Classificação dos Depósitos Minerais Quanto a Regularidade
• Descrição de Depósitos Minerais
III.- REGISTO GRÁFICO DE DEPÓSITOS MINERAIS
• Noções de Cartografia e Geoprocessamento
• Mapas Temáticos - Ênfase na Geologia
• Blocos Diagramas, Desenhos Esquemáticos e Documentação Fotográfica
• Levantamentos Expeditos
Sumário (2)
IV.- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) e CARACTERIZAÇÃO DE
PROSPECTOS
• O Aspecto Económico
• Informações Existentes
• Seleção de Alvos com Imagens de Satélite, Radar e Fotografia Aérea
• Seleção de Alvos com a Geofísica
• Seleção de Alvos com a Geoquímica
V.- NOÇÕES DE GEOQUÍMICA DE PROSPECÇÃO
• Abundância dos Elementos Químicos na Crosta
• Classificação Geoquímica dos Elementos
• Ciclos Geoquímicos e Ambientes Geoquímicos
• Mobilidade Geoquímica
• Associacões Geoquímicas
• Províncias Geoquímicas X Províncias Metalogenéticas
• Etapas e Níveis dos Levantamentos Geoquímicos
• Anomalias e Paisagem Geoquímica
• Contraste Geoquímico
• Principios de Interpretação de Dados Geoquímicos
• Principais Métodos da Geoquímica de Exploração
• Sedimento de Corrente
• Pedogeoquímica
Sumário (3)
V.- NOÇÕES DE GEOQUÍMICA DE PROSPECÇÃO
• Litogeoquímica
• Concentrado de Batéia
• Controlo de Qualidade de Amostragem
• Evolução Teórica de uma Campanha de Amostragem Geoquímica
• Tipos de Análises Químicas em Pesquisa Mineral

VI.– TRINCHEIRAS E POÇOS DE PESQUISA


• Definições, Tipos, Planeamento e Execução
• Levantamento
• Poço de Pesquisa

VII.– SONDAGEM GEOLÓGICA


• Objetivos e Definições
• Tipos de Sondagem

VIII.– AVALIAÇÃO
• Parâmetros de avaliação de jazidas
• Serviços Mineiros
• Cubagem de Reservas
Os Georrecursos

Conceito
aplica-se a toda a substância de natureza
geológica (sólida, líquida, gasosa) ou o calor
geotérmico que, em função das suas
características e concentração na crusta
terrestre, é ou poderá vir a ser, economicamente
viável a extração de um bem útil e
comercializável (Carvalho, 1997).
Os Georrecursos

Classificação dos Georrecursos

Recursos Recursos
Energéticos Minerais
Combustíveis Fósseis

Rochas
- Petróleo e Gás Natural
- Carvão

Energias alternativas aos


combustíveis fósseis
- Energia nuclear Minerais
- Energia solar
- Energia geotérmica

Classificação dos recursos geológicos (adaptado de Press e Siever, 2000).


Os Georrecursos

Classificação dos Georrecursos

Diagrama de McKelvey para a classificação dos recursos minerais. Fonte: Carvalho, 1997).
Os Georrecursos

Classificação dos Georrecursos


Recursos energéticos
• Não Renováveis
- Hidrocarbonetos
- Carvões
- Urânio
• Renováveis
- Geotermia
- Energia hidroeléctrica
- Energia das marés
- Energia solar
- Energia eólica
- Energia da biomassa

Recursos metálicos
• Ligas de Ferro e Aço
• Metais básicos e usuais
• Metais ligeiros
• Metais preciosos
• …

Rochas e Minerais Industriais


• Rochas e materiais de construção
• Fertilizantes
• Materiais para a Indústria Química
• …

Tipos de recursos minerais (Jimeno e Revuelta, 1997).


Os Georrecursos

Classificação dos Georrecursos

Sobreposição na classificação dos diferentes recursos geológicos (adaptado de Bennet et al., 1997).
Os Georrecursos
O consumo dos Georrecursos e a evolução da
Humanidade

Aumento da população mundial ao longo dos tempos (adaptado de Skinner & Porter, 1996).
Exemplos da aplicação dos Georrecursos na sociedade

Classificação Designação Aplicações


Produção de energia calorífica, que é transformada em energia elétrica (centrais
termelétricas).
Carvão Coke na metalurgia de muitos metais, como o ferro e o aço.
Produção de syngas (resulta da gaseificação do carvão para a produção de combustível
e químicos orgânicos)
O petróleo é utilizado na produção de:
Recursos Energéticos não-renováveis

- Butano e o Propano: utilizados como combustível industrial e doméstico. - Gasolina. -


O Gasóleo. - Fuelóleo: combustível oleoso pesado utilizado para a indústria e
transportes. - Asfalto: produto petrolífero extremamente pesado, obtido do resíduo do
Petróleo petróleo. É utilizado principalmente na pavimentação de estradas. - Termoplásticos. -
Plásticos Termoestáveis. - Resinas: utilizadas em tintas, vernizes, na laminação da
madeira e cola. - Poliéster: utilizado em fibras têxteis sintéticas.
- Silicones: utilizados em borrachas de silicone, tintas, materiais de isolamento
elétrico, impermeabilização de paredes e cosméticos.
Produção de energia em centrais termoelétricas.
Horticultura e melhoramento dos solos.
Turfa Absorvente do petróleo na indústria.
Filtros para a remoção de contaminantes de águas de minas, de sistemas municipais e
de sistemas sépticos.
No início do séc. XX foi extraído para obter Rádio, necessário ao fabrico de tinta
luminosa para relógios, painéis de aviões, e para a medicina.
Produção de bombas atómicas.
Urânio
Combustível nuclear (produção de energia elétrica e combustível para porta-aviões e
submarinos).
Projéteis de guerra e escudos balísticos.
Recursos Produção de electricidade (Geotermia de alta entalpia)
Energéticos Geotermia Termas, fins terapêuticos, agricultura, piscicultura, aquecimento de piscinas,
aquecimento de edifícios (Geotermia de baixa entalpia).
renováveis
Utilizações dos recursos energéticos (adaptado de Moura e Velho (2011) e www.abae.pt).
Exemplos da aplicação dos Georrecursos na sociedade

Classificação Mineral Principal Metal Aplicações

Preservação de madeiras, herbicidas e inseticidas.


Desumidificador na indústria do algodão.
Arsenopirite Arsénio As Ligas de chumbo para o fabrico de balas.
Tratamento da leucemia promielocítica.
Indústria electrónica.
Chapas, tubos, peças fundidas de Al são usadas em carros,
Bauxite Alumínio Al aviões, etc. Utensílios de cozinha, aparelhos domésticos e
mobílias. Tintas e folhas.
Minerais Metálicos

Tintas brancas, vidro, brilho a material cerâmico, chumbo de


Galena Chumbo Pb caça, acumuladores, protecção à radioactividade, balastro em
actividades náuticas.

Calcopirite Cobre Cu Fins eléctricos, ligas metálicas.

Ligas de Ferro (aço), cromagem de acessórios, material


Cromite Crómio Cr
eléctrico de aquecimento, pigmentos.
Latas para acondicionamento de alimentos, soldas, pó para
Cassiterite Estanho Sn
polimento.
Condensadores, placas ou fios utilizados na reparação de
Columbotantalite Tântalo Ta
fracturas ósseas
Baterias e revestimentos de cabos.
Detectores de infravermelhos e diodos. Ligas metálicas para
Estibina Antimónio Sb
semicondutores.
Retardante de chama, aplicado em têxteis.

Hematite Ferro Fe Múltiplas

Utilizações dos minerais metálicos (adaptado de Dana (1981), Velho et al. (1998), e Moura e Velho (2011)).
Exemplos da aplicação dos Georrecursos na sociedade

Classificação Mineral Metal Aplicações


Principal
Várias ligas metálicas, desinfectante, tintas (secante), pilhas e
Pirolusite Manganês Mn
baterias eléctricas, corante em material cerâmico.

Cinábrio Mercúrio Hg Equipamentos científicos e eléctricos, aplicações militares.

Pentlandite Níquel Ni Fabricação de aço inoxidável, ligas metálicas, baterias.

Revestimentos de hastes de solda, eléctrodos, pigmentação na


Minerais Metálicos

pintura. Indústrias aeronáuticas e aeroespaciais (fabricação de


peças para motores e turbinas e fuselagem de aviões
Rútilo Titânio Ti
e foguetes). Indústria nuclear: fabricação de recuperadores de
calor em usinas de energia nuclear. Indústria bélica: fabricação
de mísseis e peças de artilharia.
Endurecimentos do aço, válvulas, molas, formões, limas, etc.
Volframite Tungsténio W filamentos de lâmpadas, abrasivos e ferramentas de corte,
brocas.

Uraninite Urânio U Material bélico e produção energética.

Galvanização de ferro, fabricação de latão, baterias elétricas,


Esfalerite Zinco Zn
fabrico de tintas, preservação de madeira, medicina.

Ouro Nativo Ouro Au Padrão monetário, joalharia, instrumentos científicos.

Platina Nativa
Platina Pt Equipamento químico, eléctrico, cirúrgico e joalharia.

Prata Nativa Prata Ag Fins ornamentais, joalharia e cunhagem.

Utilizações dos minerais metálicos (adaptado de Dana (1981), Velho et al. (1998), e Moura e Velho (2011)).
Exemplos da aplicação dos Georrecursos na sociedade

Classificação Mineral Principal Aplicações

Tubos de cimento, placas de cimento, revestimentos e compósitos.


Asbesto
Embalagens e cordas, papel, plásticos, coberturas de casas e têxteis
Fundações e sondagens profundas na indústria petrolífera, indústria
Barite
de tintas.
Ligas de cobre, indústria automóvel, indústria aerospacial,
Minerais Não-Metálicos

telecomunicações.
Berilo
Equipamento de perfurações para a pesquisa e produção de
petróleo.

Feldspatos Tintas, plásticos, borrachas. Vidro e cerâmica.

Fosfatos Fertilizantes, sabão e detergentes.


Placas de gesso, aditivos para cimento, correctivo de solos, indústria
Gesso
farmacêutica, do vidro, cerâmica e papel.
Quartzo Sectores da metalurgia, abrasivos, refractários e cerâmicos.
Fertilizantes, metalurgia, explosivos, cerâmica e indústria
Potássio
farmacêutica.
Salgema Alimentação, indústria química, degelo de estradas.
Indústria do papel, fabrico de louça doméstica, porcelana, azulejos e
Talco
porcelanas eléctricas. Tintas, borrachas, plástico e inseticidas.
Indústria farmacêutica e cosmética.

Utilizações dos minerais metálicos (adaptado de Dana (1981), Velho et al. (1998), e Moura e Velho (2011)).
Recurso mineral

É uma concentração ou ocorrência de material terrestre


natural, sólido, inorgânico ou fossilizado de tal forma,
quantidade e qualidade que haja uma apreciação
razoável de seu potencial técnico-económico.
A localização, tonelagens, conteúdos, características
geológicas e o grau de continuidade da mineralização
são estimados, conhecidos ou interpretados a partir de
evidências geológicas, metalúrgicas e tecnológicas
específicas.
O termo Recurso Mineral abrange mineralizações e
materiais naturais de interesse económico intrínseco
que foram identificados e estimados por meio de
actividades de prospeção, reconhecimento e
amostragem.
De acordo com o grau de confiabilidade existente, os
recursos são classificados como Medidos, Indicados e
Inferidos..
CONCEITO GERAL PARA A CONVERSÃO DE
RECURSOS A RESERVAS MINERAIS (JORC, 2012)

A classificação standard do CRIRSCO actualmente usada por todos os relatórios


standard alinhados com o CRIRSCO
Recurso mineral Inferido
É aquela porção do recurso mineral para a qual as estimativas de tonelagem
e teor são afectadas em exactidão e precisão devido à amostragem
fragmentada e limitada e às percepções assumidas sobre sua continuidade
geológica e a extrapolações de natureza bastante subjectiva sobre a
natureza dos controlos da mineralização.
Devido às incertezas associadas ao Recurso Inferido, não há certeza de que
todo ou parte desse mineral será convertido para a categoria de Recurso
Indicado ou Recurso Medido como resultado de reconhecimento adicional.
A fiabilidade na estimativa destes recursos é insuficiente para garantir uma
aplicação significativa dos parâmetros técnicos e económicos a eles
associados ou para permitir uma avaliação da sua viabilidade económica de
forma a informá-la publicamente e de forma sustentável.
Por isso, deve-se ter especial cuidado para incluir, de forma adequada,
eventual, limitada e plenamente identificada, o Recurso Inferido na análise
económica.
Isso dependerá do tipo de mineralização, dos conteúdos e características do
ambiente mineralizado, do prazo considerado para converter esses Recursos
Inferidos em Recursos Indicados ou Medidos e outros aspectos relevantes da
mineralização em análise.
Recurso mineral Indicado
É aquela porção dos Recursos Minerais para a qual a tonelagem,
densidades, teores, características geológicas, geometalúrgicas e
geotécnicas foram estimadas e caracterizadas com um nível razoável de
confiança.

Razoável significa, neste caso, a apreciação equivalente que dois ou mais


observadores independentes podem dar a um parâmetro de interesse
seleccionado usando a mesma base de informações.

Essas caracterizações e estimativas são baseadas no reconhecimento,


amostragem e análises realizadas em locais representativos da origem da
mineralização desses recursos.

Esses locais apresentam uma grelha de informações para que a continuidade


e caracterização geológica, bem como o teor de metal, possam ser
estimados com um grau de confiabilidade aceitável.

Aceitável, neste caso, explicita variações dessas características que resultam


em um desvio máximo (por exemplo, no caso do cobre, um desvio inferior a
7% ao ano) no conteúdo de um plano de lavra em um determinado nível de
confiança (por exemplo, 90%).
Compilado por: PAULO AGUIAR
Recurso mineral Indicado
Adicionalmente, o mineral pode ser codificado como Recurso Indicado
quando a natureza, qualidade, quantidade e distribuição dos dados são tais
que permitem uma interpretação adequada do quadro geológico para que a
continuidade e caracterização da mineralização possam ser aceites.

A Pessoa Competente Qualificada [PCC] (QP) deve ter capacidade,


conhecimento e julgamento para reconhecer a importância da categoria de
Recurso Indicado na elaboração e andamento de um Estudo de Viabilidade.

A estimativa do Recurso Indicado deve ser de tal qualidade que permita


sustentar cenários produtivos alternativos preliminares que possam servir de
base para uma tomada de decisão significativa sobre o cenário mais
promissor do ponto de vista técnico-económico.

Compilado por: PAULO AGUIAR


Recurso mineral Medido
É aquela porção dos Recursos Minerais para a qual a tonelagem,
densidades, teores, características geológicas, geometalúrgicas e
geotécnicas foram estimadas e caracterizadas com um nível de confiança
significativo.

Significativo, neste caso, explicita variações dessas características que


resultam em um desvio máximo (por exemplo, no caso do cobre, um
desvio inferior a 7% por trimestre) no conteúdo de um plano de lavra em
um determinado nível de confiança (por exemplo, 90%).

Estas estimativas e caracterizações baseiam-se em reconhecimentos


detalhados, fiáveis ​e verificáveis ​e em análises e ensaios representativos
localizados de acordo com uma grelha de informação tal que a
continuidade dos teores e características geológico-metalúrgicas permitam
a sua validação.

Compilado por: PAULO AGUIAR


Recurso mineral Medido
A Pessoa Competente Qualificada pode codificar o Recurso como um
Recurso Medido quando a natureza, qualidade, quantidade e distribuição
dos dados for tal que permita uma boa interpretação do quadro geológico
para que a continuidade da mineralização possa ser confirmada, a
estimativa de tonelagens e as notas podem ser estabelecidas dentro de
limites estreitos de confiabilidade, e as variações potenciais dessas
estimativas não afectam significativamente a viabilidade econômica
desses recursos.

Esta categoria requer um alto nível de confiança na interpretação


geológica, nos controles de mineralização, no tipo de litologia, alteração e
mineralização e na definição de suas unidades geometalúrgicas. A
confiança nesse tipo de recurso é tal que permite a aplicação de conceitos
técnicos e económicos para a avaliação da viabilidade econômica desses
recursos.

Compilado por: PAULO AGUIAR


Reserva mineral
É aquela parcela dos Recursos Medidos ou Indicados,
economicamente extraíveis de acordo com um cenário produtivo,
ambiental, económico e financeiro derivado de um plano de lavra.

A Reserva Mineira inclui perdas e diluições com materiais estranhos,


que circundam aquela porção do Recurso, e que o contaminam devido
aos efeitos da extracção mineira.

A avaliação realizada pode vir de estudos de pré-viabilidade ou de


viabilidade em que as condições realistas, no momento da avaliação,
incluam factores geológicos, metalúrgicos, geotécnicos, ambientais,
sociais e governamentais.

Essas avaliações devem justificar a viabilidade de extração e


sequenciamento, técnica e economicamente, no momento em que são
relatadas.

As Reservas Minerais são subcategorizadas em Reservas Provadas e


Reservas Prováveis ​em que as primeiras apresentam maior grau de
confiança do que as últimas.

Compilado por: PAULO AGUIAR


Reserva mineral_2
A Reserva Mineira é composta por aquelas parcelas que, após aplicação de
parâmetros e factores de lavra, resultam em tonelagens e teores que, na
opinião da Pessoa Competente Qualificada, podem ser a base de um
projecto viável do ponto de vista técnico, económico, ambiental, legal e
governamental.

As Reservas Minerais devem incluir material de diluição - material não


identificado como mineral - que, devido às condições de extracção, deve ser
extraído juntamente com eles e transportado em conjunto para a usina de
processamento.

Os fatores considerados, neste caso, implicam que A viabilidade de um a


operação extractiva com base na Reserva Mineral foi estabelecida e
analiticamente demonstrada e justificada sob razoáveis ​estimativas
tecnológicas, operacionais, ambientais e de custo de capital.

Isso não significa que as instalações já estejam operando ou que todas as


licenças governamentais tenham sido obtidas.

O que isso implica é que existem expectativas razoáveis ​sobre tais


aprovações.
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Curva de Esgotamento para um Recurso Não
Renovável

Depletion
time
Definições
(Pesquisa e Prospecção Mineral)
Pesquisa e Prospecção Mineral é um conjunto de conhecimentos,
técnicas e ferramentas utilizadas para a descoberta e estudo de
Depósitos Minerais.

Mineralogia
Petrografia (Ígnea, Metamórfica e Sedimentar)
Geologia Estrutural
Cartografia, Depósitos Minerais (ou Geologia Económica)
Foto-geologia
Informática Aplicada
Estatística Aplicada (ou Geoestatística)
Geotectónica, etc.

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Definições
(Pesquisa e Prospecção Mineral)

A Prospecção e Pesquisa Mineral tratam da execução dos trabalhos


necessários à definição da jazida mineral, sua avaliação e a
determinação da exequibilidade do seu aproveitamento económico.
Alguns autores diferenciam exploração e prospecção, sendo o
objectivo da Prospecção o reconhecimento geral de um Depósito
Mineral, enquanto a Exploração é o reconhecimento detalhado do
Depósito Mineral

Os trabalhos de Prospecção e Pesquisa Mineral incluem,


entre outros:
• Selecção de Alvos (anomalias);
• Levantamentos Geológicos, Geoquímicos e Geofísicos;
• Planeamento, Execução e interpretação de trincheiras,
poços de pesquisa e sondagem,
• Quantificação de reservas minerais e determinação da
viabilidade técnica do seu aproveitamento económico.

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Definições
(Pesquisa e Prospecção Mineral)

A Pesquisa e a Prospecção Mineral são, na realidade, as primeiras


fases da Mineração.

Segundo os economistas a Mineração é um dos sectores de maior


risco de retorno do capital empregado. Esse risco varia em função do
estágio em que se encontra o projecto de Mineração que consta de
planeamento, compilação de dados e pesquisa bibliográfica,
reconhecimento, identificação de alvos, testes dos alvos,
desenvolvimento dos estudos sobre o Depósito Mineral,
Desenvolvimento da Mina e, finalmente, a Mineração.

Cada um desses estágios envolve diversas actividades, técnicas e


procedimentos os quais somente são realizados após criteriosa
tomada de decisão sobre a continuidade do empreendimento e na
dependência de resultados anteriores.

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Definições
(Pesquisa e Prospecção Mineral)

Estágios e dispêndios em um programa de exploração mineral. Fonte: SHINTAKU (1998)


Definições
(Pesquisa e Prospecção Mineral)

Depósitos Minerais são acumulações ou concentrações anómalas locais de


rochas e minerais úteis ao homem. Elas podem acumular minerais metálicos
ou não-metálicos. No jazimento metálico um elemento químico presente é o
objeto do interesse do homem (por ex: na scheelite o W; na pirolusite o Mn; na
cassiterite o Sn, etc.), enquanto no não-metálico é uma propriedade física,
como, por exemplo: minerais gemas (beleza, brilho, etc), argila (plasticidade),
moscovite (resistência eléctrica), etc.

Alguns Depósitos Minerais não-metálicos também são chamados de


Depósitos de Minerais Industriais que são, na realidade, rochas e minerais
não-metálicos, aplicados em produtos e processos, como matérias primas,
insumos ou aditivos, em diversos segmentos industriais, tais como: cerâmicas,
tintas, fertilizantes, papel, farmacêutico, vidro, abrasivos, plásticos, borracha,
cimento e materiais de construção. Alguns minerais metálicos também são
englobados nessa classificação dependendo do seu uso.

Quando o Depósito Mineral pode ser aproveitado economicamente é


denominado de Jazida Mineral, ao passo que não sendo possível seu
aproveitamento económico denomina-se de Ocorrência Mineral.

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Definições
(Pesquisa e Prospecção Mineral)

RELAÇÃO DE ALGUNS MINERAIS CLASSIFICADOS COMO INDUSTRIAIS

Alumina/Bauxite Diamante Mica Sílica/Quartzo


Amianto Diatomite Olivina Ardósia
Argilas plásticas/ Dolomite Perlite Vermiculite
“Ball Clay”
Barite Feldspato/ Nefelina- Potássio Talco
Sienito
Bentonite/
Atapulgite/ Fluorite Pirofilite Sal
Sepiolite
Minerais de Berílio Grafite Fosfatos/ Apatite Gesso
Carbonato de Óxido de Ferro Minerais de
Caulino/Haloisite
Cálcio Titânio
Calcário/Cal Minerais de Lítio

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ALGUNS ELEMENTOS QUÍMICOS E SEUS RESPECTIVOS MINERAIS
METÁLICOS
Minerais mais Minerais mais Elementos Minerais mais Minerais mais
Elementos e Elementos e Elementos e
comuns e comuns e e comuns e comuns e
respectivos respectivos respectivos
respectivas respectivas respectivos respectivas respectivas
símbolos símbolos símbolos
composições composições símbolos composições composições
químicos químicos químicos
químicas químicas químicos químicas químicas
Bauxite, mistura de Cassiterite,
hidróxidos de Manganês, Cromite, (Fe, Mg) Estanho, SnO2
Alumínio, Al alumínio Pirolusite, MnO2 Cromo, Cr
Mn Cr2O4 Sn Estannite,
e minerais Cu2FeSnS4
argilosos
Estibinita
(antimonite), Sb2S3 Mercúrio, Cobalto, Rútilo, TiO2
Antimônio, Sb Cinábrio, HgS Cobaltita, CoAsS Titânio, Ti
Jamesonite, Hg Co Ilmenite, FeTiO3
Pb4FeSb6S14
Cobre nativo, Cu
Cuprite, Cu2O
Calcopirite, CuFeS2 Volframite, (Fe,
Arsenopirite, Molibdênio, Calcosite, Cu2S Tungstênio, Mn)WO4
Arsênio, As Molibdenite, MoS2 Cobre, Cu Malaquite,
FeAsS Mo W Schelite,
Cu2[(OH)2CO3] CaWO4
Azurite, Cu3[OH
CO3]2
Covelite, CuS
Pentlandite, (Ni, Uraninite, UO2
Magnetite, Fe3O4
Fe)9S8 Torbernite,
Hematite, Fe2O3
Niquelina, NiAs Cu(UO2)2P2O8-
Berilo, Limonite, FeOOH-
Berílio, Be Níquel, Ni Cloantite, (Ni, Co) Ferro, Fe Urânio, U 12H2O
Be3Al2Si6O18 nH2O
As3 Autunite,
Siderite, FeCO3
Garnierite, (Ni, Ca(UO2)2P2O8-
Pirite, FeS2
Mg)6[(OH)8Si4O10 8H2O
Descloizite, Pb(Zn,
Bismuto nativo, Bi Ouro nativo, Au Galena, PbS
Chumbo, Cu)[OH VO4]
Bismuto, Bi Bismutinite, Bi2S3 Ouro, Au Silvanite, AgAuTe4 Anglesite, PbSO4 Vanádio, V
Pb Vanadinite, Pb5[Cl
Bismite, Bi2O3 Calaverite, AuTe2 Cerussite, PbCO3
(VO4)3]
Zincite, ZnO
Prata nativa, Ag Esfalerite
Argentite, Ag2S Magnésio,
Cádmio, Cd Greenockite, CdS Prata, Ag Magnesite, MgCO3 Zinco, Zn (blenda), ZnS
Silvanite, AgAuTe4 Mg
Smithsonite,
Estefanite, Ag5SbS4 ZnCO3
Definições
(Pesquisa e Prospecção Mineral)

O mineral-minério é a substância mineral (útil ao homem)


objecto do interesse económico, enquanto a ganga são todos os
minerais constituintes da rocha excepto o mineral-minério e o(s)
possível(is) sub-produto(s).

O sub-produto é um mineral-minério cuja extracção não se


justifica economicamente a não ser que sua exploração seja realizada
em conjunto com um mineral-minério principal. Às vezes somente com
a extracção conjunta do subproduto e do mineral-minério principal
torna um jazimento mineral viável sob a óptica económica.

A rocha que contém o mineral-minério é chamada de minério (ou


seja, a rocha que hospeda a mineralização = Hospedeira). A rocha
directamente em contato com o minério é chamada de encaixante. As
rochas encaixantes e as porções do minério que não contém a
mineralização (o mineral-minério) são chamadas de Estéril.

Compilado por: PAULO AGUIAR


Definições
(Pesquisa e Prospecção Mineral)
O TEOR é uma relação entre a
quantidade de mineral-minério e
minério, ou seja, T = MM/M.
Dimensão dos Quantidade Representação
As unidades de teor mais utilizadas Grãos (cm) grãos em mm
em Pesquisa Mineral são: %, g/ton, 1,0 01 1,0
ppm, ppb, Kg/ton. 0,9 02 1,5
0,8 02 1,2
0,7 02 1,0
A determinação de TEOR por 0,6 03 1,0
“Potência Reduzida” é um método de 0,5 04 1,0
inferência de teor empregada apenas 0,4 07 1,0
para minerais que se apresentam em 0,3 11 1,0
0,2 25 1,0
camadas na escala de percentagem, 0,1 100 1,0
conforme representação na figura. Se
Cartela para auxiliar na Contagem de Teor (Potência Reduzida)
faz pela contagem dos grãos minerais
contidos numa canaleta imaginária (por
exemplo: 10 cm de largura e
comprimento igual à espessura da
camada).

Compilado por: PAULO AGUIAR


Definições
(Pesquisa e Prospecção Mineral)

Calcula-se a representação em milímetros da espessura dos grãos


como se fosse um “cordão” de 10 cm de comprimento conforme o
exemplo do parágrafo anterior.

O Teor é igual a = Espessura de mineral-minério (ou representação


em mm/espessura da camada) x 100 (multiplica por 100 se o teor é
dado em %).

Suponha que uma camada de escarnito tem 1,0 m de espessura e foi


contado, numa canaleta imaginária de 10 cm de largura e 1,0 m de
comprimento, em um determinado local desta camada, 1 grão de
scheelite de 1 cm quadrado e 50 grãos de scheelite de 0,1 cm.

Neste caso ter-se-ia uma espessura de mineral-minério de 1,5 mm.


Dividindo 1,5 mm por 1000 mm (= 1,0m) teríamos que o teor de
scheelite (CaWO4) é de 0,15%. Como o óxido estável desse bem
mineral metálico é o WO3 e na scheelite aproximadamente 70% é de
trióxido de tungsténio, temos que o teor é de 0,11% WO3.

Compilado por: PAULO AGUIAR


Definições
(Pesquisa e Prospecção Mineral)

O CUT-OFF ou TEOR DE CORTE é o teor mínimo da


substância útil que permite a sua extracção económica,
enquanto o TEOR CRÍTICO é o teor limite entre Lucro e
Prejuízo de uma actividade económica de mineração.
Obviamente que esses conceitos variam em função do preço
de mercado do bem mineral.
Quartzo Diópsido
Scheelite
Molibdenite
Epídoto

Principais componentes de um Jazimento Mineral. Fonte: Neto et al., 2010.

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Anomalia, Background, Limiar

ANOMALIA é uma concentração ANORMAL de um


elemento químico e/ou mineral na crosta terrestre. A
concentração NORMAL de um elemento na crosta
terrestre é chamada de CLARQUE.
Devido à afinidade de determinados elementos
químicos por determinados tipos de rocha o seu teor é
maior que o teor médio do elemento na Crosta Terrestre
sem que isso se constitua obrigatoriamente numa
ANOMALIA, menos ainda num “Alvo” para ser
pesquisado. Surgem os METALOTECTOS, ou seja,
alguns elementos químicos (ou minerais minérios) que
têm preferência por determinados tipos de rocha (por ex:
cobre por peridotitos, nióbio por carbonatitos, scheelite
por skarn, wolframite por rochas ácidas, etc).
Conceito semelhante pode ser estendido para alguns
minerais-minérios não-metálicos, por exemplo: diamantes
por kimberlitos, água-marinhas por pegmatitos,
esmeraldas por biotititos, etc.

Compilado por: PAULO AGUIAR


ABUNDÂNCIA NORMAL (CLARQUE) DE ALGUNS ELEMENTOS QUÍMICOS NAS
ROCHAS DA CROSTA TERRESTRE.
Elemento Símbolo Abundância (ppm) Elemento Símbolo Abundância (ppm)
Bromo Br 1,8 Mercúrio Hg 0,02
Cádmio Cd 0,1 Molibdénio Mo 1,5
Cálcio Ca 33000 Nióbio Nb 20
Carbono C 230 Níquel Ni 75
Cério Ce 81 Ouro Au 0,003
Césio Cs 3 Oxigénio O 473000
Chumbo Pb 10 Paládio Pd 0,01
Cloro Cl 130 Prata Ag 0,05
Cobalto Co 25 Platina Pt 0,0005
Cobre Cu 50 Potássio K 25000
Cromo Cr 100 Rênio Re 0,0006
Escândio Sc 13 Rubídio Rb 150
Estanho Sn 80 Selênio Se 0,1
Estrôncio Sr 300 Silício Si 291000
Flúor F 600 Sódio Na 25000
Fósforo P 900 Tálio Tl 0,45
Gálio Ga 26 Tântalo Ta 2
Germânio Ge 2 Telúrio Te 0,002
Háfnio Hf 3 Titânio Ti 4400
Ferro Fe 46500 Tório Th 10
Indio In 0,1 Tungstênio W 1
Iodo I 0,15 Urânio U 2,5
Lantânio La 25 Vanâdio V 150
Lítio Li 30 Zinco Zn 2
Magnésio Mg 17000 Zircônio Zr 150
Manganês Mn 1000
Fonte: Rose et al., 1979
Anomalia, Background, Limiar

FACTOR DE ENRIQUECIMENTO DE ALGUNS ELEMENTOS


Metal Abundância na Crosta Cut off graus Factor de
Terrestre (%) (%) enriquecimento
Hg 0,0000089 0,2 22500
Pb 0,0013 4 3100
Sn 0,00017 0,5 2900
W 0,00011 0,2 1800
Au 0,00000035 0,0003 900
Mo 0,00013 0,1 800
U 0,00017 0,1 600
Zn 0,0094 3 300
Cu 0,0063 0,3 50
Ni 0,0089 0,3 35
Fe 5,8 30 5
Al 8,3 30 4

Compilado por: PAULO AGUIAR


Anomalia, Background, Limiar

Saindo da escala que abrange toda a terra e partindo para o detalhe, em


que o enfoque seja uma região em particular (por ex: uma área de
pesquisa) a concentração considerada normal é chamada de
BACKGROUND. O teor que limita aqueles considerados como uma
concentração NORMAL e uma ANOMALIA é chamado de LIMIAR,
conforme ilustra a figura.

Curva de Freqüência para teores de Ouro em 100 amostras colectadas


numa área de pesquisa. Fonte: www.pesquisamineralcefet.hpg.com.bt.

Compilado por: PAULO AGUIAR


Anomalia, Background, Limiar

A definição de valores absolutos para ANOMALIA, LIMIAR e


BACKGROUND depende de uma série de variáveis, como o
quê está sendo amostrado, o desempenho do bem mineral
(“commodity”) no mercado, entre outros factores.

Assim, a equipa de um projecto de Pesquisa Mineral poderia definir


como sendo Anomalia Positiva, por exemplo, os valores maiores que
a média mais dois desvios padrões (X + 2σ). O valor de (X + 2σ) seria
o Limiar, aqueles entre (X + 2σ) e (X - 2σ) seria o Background e
abaixo de (X - 2σ) anomalia negativa.

Na Pesquisa Mineral se procura Anomalias Positivas (concentração


anormal de um certo elemento químico ou mineral).

Numa primeira etapa de trabalho, considera-se anomalia o valor acima


do Clarke e maior que aquele teor considerado Normal para o elemento
no seu respectivo Metalotecto. Porém, para caracterizar um Depósito
Mineral, essa anomalia deve estar acima ou igual ao cut-off (teor de
corte).

Compilado por: PAULO AGUIAR


Anomalia, Background, Limiar

A título de exemplo: considere que o teor médio de


tungsténio em um granito é de 0,08% de W. Sabendo que a
abundância média deste elemento na crosta terrestre é de 1
ppm e que o granito é o metalotecto de depósitos de
Wolframite, pretende-se saber se este pode ser considerado
um provável Depósito Mineral.
É óbvio que o interesse económico é determinado pelo
Cut-Off (0,2%) e o teor encontrado de 0,08% W está muito
abaixo do mesmo. Portanto, considerando somente a relação
entre os teores este não poderia ser considerado um provável
Depósito Mineral.
RELAÇÕES ENTRE UNIDADES
DE TEOR

1 ppm 0,0001%
1 ppm 1000 ppb
1 ppm 1 g/ton

Compilado por: PAULO AGUIAR


Anomalia, Background, Limiar

A Tabela lista uma série de rochas ultrabásicas tidas como


metalotectos para o Níquel (Ni sulfetado) e os teores de Cr, Cu e
Ni relativo a cada uma dessas rochas. Em seguida lista o Clarque
e o Cut-Off desses elementos visando propiciar uma comparação
em termos absolutos entre os mesmos.

METALOTECTOS DE Ni, CLARQUE E


TEOR DE CORTE (CUT-OFF) Cr Cu Ni
Lherzolito 13 2091
Hazburgito 10 2189
Manto Primitivo 28 2000
Komatiito 2600 77 1563
MORB 76 150
Basalto Komatítico 79 360
Dunito (ofiolito) 4210 4 2520
CLARQUE 100 50 a 63 75 a 89
CUT-OFF - 3.000 3.000

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Teores

Para que um Depósito Mineral seja aproveitável


economicamente (ou seja, classificado como Jazida Mineral) é
necessário que o teor seja igual ou acima do CUT-OFF e que
esteja presente em quantidades (volumes) significativas.
Teores acima do Clarque e menores do que aqueles
considerados normais nos Metalotectos não são suficientes para
seleccionar uma área como interessante à Pesquisa e Prospecção
Mineral.
Já os teores acima daqueles considerados normais para os
Metalotectos podem ou não se constituirem em Alvos (“Target”)
interessantes.
No caso dos metálicos, o teor é sempre referido ao produto
vendível, ou seja, ao óxido mais estável (por ex: WO3 - scheelite,
Ta2O5, - tantalite, BeO2 - berilo, etc).

Compilado por: PAULO AGUIAR


Teores

Além do Teor de Corte = pode ser resumido como Teor Crítico + Lucro;
nas actividades de Geologia de Minas e Lavra de Minas costuma-se usar
os seguintes teores:

• Teor Crítico = é o teor em que a operação de lavra não dá lucro e


nem prejuízo. É uma espécie de limiar entre lucro vs. prejuízo.
Matematicamente calcula-se como sendo uma relação entre os custos
para se produzir uma tonelada do concentrado e o preço de venda de
1 tonelada do concentrado.

• Teor diluído = é o teor resultante da operação de desmonte,


representado matematicamente pela expressão:
Td = (Espessura da Camada x Teor da Camada) / Espessura de
Corte.
A espessura de corte pode ser a altura ou largura da galeria
(mineração subterrânea) ou da bancada (mineração a céu aberto) a
depender do comportamento estrutural da camada de minério.

Compilado por: PAULO AGUIAR


Teores

EXEMPLO:

Altura da Galeria
Encaixante/estéril
Altura da Galeria = Espessura de Corte = 2,0 m

Minério E Teor do Minério =1% WO3

E = Espessura da Camada = Espessura do Minério = 1,0 m


Encaixante/estéril
Td = Tc = 1% x 1,0 m / 2,0 m

Td = 0,5% WO3. Ou seja, o teor da camada foi diluído pela


metade – resta saber se esse teor é o mesmo indicado pelo
Teor de Corte (Económico ou CUT-OFF) para concluir se
aquele desmonte foi viável economicamente ou não.

Teor Diluído em função do teor da camada, da altura da galeria (2,0 m, pois a camada de minério é horizontal) e da espessura da
camada (1,0 m), tendo sido, então, desmontado 1,0 m de minério e 1,0 m de estéril. Fonte: Neto, M.T.O.C. et al., 2010.

Compilado por: PAULO AGUIAR


Teores

- Teor Limite = É o menor teor que se pode misturar


(BLENDAGEM) com o teor de uma camada que está
sendo desmontada, de tal forma que, dessa mistura a
média seja coincidente com o teor de corte.

- Teor de Alimentação = termo usado para se referir ao


teor com que o material que sai da mina (Run of Mine ou
ROM) chega à planta de tratamento de minério;

- Teor de Concentrado ou Teor do Produto Final – É


uma relação que exprime quanto de substância útil tem no
produto final.

Compilado por: PAULO AGUIAR


Teores

Todos os valores de teor abaixo do Crítico

Teor da Camada = 0,8% darão prejuízo à empresa, ao passo que os


teores com valor acima dão lucro. Entretanto,
LUCRO

Teor de Corte = 0,5%


deve-se trabalhar observando a política da
Teor Crítico = 0,3% empresa de lucro igual ao teor de corte (=
PREJUÍZO

diluído). Caso os desmontes se dêem somente


Teor Limite = 0,2%
naqueles locais de teor alto (teor da camada)
estaria se fazendo uma lavra predatória,
reduzindo a vida útil do depósito mineral.

Esquema ilustrativo da relação de diferentes Teores. Fonte: Neto, M.T.O.C. et al., 2010.

Compilado por: PAULO AGUIAR


Teores

De maneira expedida o teor pode ser obtido por estimativa utilizando-


se outros métodos, como, por exemplo: método denominado Potência
Reduzida, por estimativa visual e concentrado por bateia (ou concentrado
em planta), entre outros.
Teores
Os métodos expeditos não substituem as análises químicas, as quais
não devem ser prescindidas dos métodos adequados listados na Tabela.

COMPILAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÉTODOS DE ANÁLISE DE TEOR UTILIZADO NA


PROSPECÇÃO E PESQUISA MINERAL

MÉTODO ELEMENTOS OBSERVAÇÃO

Espectrometria de absorção atómica Au, Ag, Hg, Mo, Cu, Pb, Zn, Sn Método muito adequado para
(AA) e outros análises de soluções aquosas

Colorimetria As, W, Mo, Ti

Fluorometria U

Espectrometria de emissão 70 elementos

ICP = Indução por plasma acoplado a AA 50 elementos, por ex:. Ba, Mn, B

Elementos subordinados Adequado para análise completa de


RFX (Análises de fluorescência de Raios X)
menores, óxidos rochas

Análise por activação de bombardeio


Au Não destrutivo
neutrónico (NAA)
Para determinar a composição de
Microssonda Vários elementos
minerais

Espectrometria de massa U, Th e outros elementos

Fire assay Au, Ag, Pt fogo


Teores
O teor por concentrado de bateia é obtido pesando-se a amostra
inicial e depois o concentrado. Em seguida fazendo-se uma relação
Teor = (peso do concentrado/peso da amostra inicial), x 100 (se o
teor for em percentagem).

Obviamente deve-se verificar a percentagem do mineral-


minério presente no concentrado, caso existam outros minerais
pesados ou extraí-los caso se disponha de meios para fazê-lo.
Para sabermos o teor de scheelite (CaWO4) tería-se que
separá-la dos demais minerais pesados presentes no concentrado ou
determinar visualmente.

A título de exemplo, uma amostra de escarnito (“skarn”) foi


colectada. Essa rocha é composta por scheelite, molibdenite, diópsido,
epídoto, granada, quartzo e calcite. Depois de moída a amostra pesou
88.000 gramas (88 Kg).
Após o processo de concentração gravimétrica com bateia o
peso do concentrado foi de 455 gramas. Presente no mesmo
identificou-se: epidoto, granada, scheelite e, molibdenite.
Teores
A simples divisão do Peso Concentrado pelo Peso Inicial daria um
teor de 0,5% que é, na realidade, o teor de minerais pesados e não do
mineral-minério scheelite.
Devido à questão de precisão dos Métodos Analíticos de laboratório
para analisar teores muito baixos, o concentrado de bateia tem sido
utilizado para auxiliar na diminuição do erro. Assim, se os trabalhos de
pesquisa mineral têm como foco mineral-minério pesado (alta densidade)
se procede a uma concentração gravimétrica enviando para o laboratório
o concentrado, tal como descrito para o caso acima. Com os resultados
de laboratório em mãos se procede ao cálculo do teor da amostra “in
situ”, ou seja, o teor de WO3 no escarnito antes do processo de moagem
e concentração, utilizando a expressão Teor “in situ” = [Wc x (Tc/100) x
100] / Wi.
Resultados do teor “in situ” para 4
Dados das Amostras
amostras de escarnito colestadas, onde:
• Am = amostra; Am Wi Wc Tc Tr Rc
• Wi = peso inicial em gramas; 1 88000 455 30 0,16 193,4066
• Wc = peso do concentrado em gramas; 2 65750 385 30 0,18 170,7792
• Tc = Teor de WO3 no concentrado (dado em 3 98150 935 20 0,19 104,9733
percentagem), conforme análise de laboratório; 4 78000 550 10 0,07 141,8182
• Tr = Teor “in situ” da rocha;
• Rc = Redução de massa comparando a
amostra inicial e depois de bateada.
Teores - Exercício

Com a reactivação da Mineração de Scheelite, muitas questões novas têm se apresentado.


O preço é de 22,00 por quilo de WO3 contido a base de no mínimo 65% de WO3.

Actualmente são gastos aproximadamente 19.000,00 para se produzir 1 tonelada deste


concentrado e as empresas projectam lucro em torno de 30%.

Os teores fundamentados nas variáveis económicas têm mudado drasticamente no mercado


internacional.

Duas frentes de galerias subterrâneas, ambas com


camada de escarnito vertical, de espessura real de
1,0 m. A galeria tem secção retangular de 2,0 m de
largura e 3,0 m de altura. A camada da Frente “A” o 2,6% 0,9%
teor é 2,6% WO3 e a da frente “B’ é de 0,90% WO3.
O técnico de Mineração se deparou com essa
questão e deseja saber se será economicamente 1,0 m 1,0 m
viável desmontar as duas frentes. 2,0 m

FRENTE A FRENTE B
(OBS: A densidade do escarnito geralmente
utilizada é de 3,0 ton/m3) Dados de duas frentes de galerias subterrâneas.
Fonte: Neto, M.T.O.C. et al., 2010.
Resposta:
Associações Geoquímicas e Minerais
Formadores de Depósitos Minerais

Os Metalotectos podem ser encontrados com uma série de elementos


químicos e/ou minerais que se caracterizam pela afinidade e por estarem
juntos em determinados ambientes geológicos.
ALGUMAS ASSOCIAÇÕES GEOQUÍMICAS DE ELEMENTOS TRAÇOS
ASSOC. PLUTÔNICA ASSOCIAÇÕES GEOQUÍMICAS
Rochas Ultramáficas Cr, Co, Ni, Cu
Rochas Máficas Ti, V, Sc
Rochas Alcalinas Ti, Nb, Ta, Zr, RE, F, P
Carbonatitos RE, Ti, Nb, Ta, P, F
Rochas Graníticas Ba, Li, W, Mo, Sn, Zr, Hf, U, Th, Ti
Pegmatitos Li, Rb, Cs, Be, RE, Nb, Ta, U, Th, Zr, Hf, Sc

MINERAIS DE SULFURETOS HIDROTERMAIS


Associações Gerais Cu, Pb, Zn, Mo, Au, Ag, As, Hg, Sb, Se, Te, Co, Ni, U, V, Bi, Cd
Depósito de Cobre Pórfiro Cu, Mo, Re
Sulfetos Complexos Hg, As, Sb, Se, Ag, Zn, Cd, Pb
Sulfetos de Baixa Temperatura Bi, Sb, As
Depósitos de Metais Básicos Pb, Zn, Cd, Ba
Metais Preciosos Au, Ag, Cu, Co, As
M. Preciosos assoc. R. Máfica Ni, Cu, Pt, Co

Compilado por: PAULO AGUIAR


Associações Geoquímicas e Minerais
Formadores de Depósitos Minerais

ROCHAS DE METAMORFISMO DE CONTATO


Depósitos de Scheelite-Cassiterite W, Sn, Mo
Depósito de Flourite-Helvite Be, F, B

ASSOCIAÇÕES SEDIMENTARES
Xistos Negros U, Cu, Pb, Zn, Cd, Ag, Au, V, Mo, Ni, As, Bi, Sb
Fosforites U, V, Mo, Ni, Ag, Pb, F, RE
Evaporitos Li, Rb, Cs, Sr, Br, I, B
Lateritas Ni, Cr, V
Óxidos de Mn Co, Ni, Mo, Zn, W, As, Ba, V
Aluviões e Areia Au, Pt, Sn, Nb, Ta, Zr, Hf, Th, RE
Red Beds Continentais U, V, Se, As, Mo, Pb, Cu
Reds Beds orígem vulcânica Cu, Pb, Zn, Ag, V, Se
Bauxite Nb, Ti, Ga, Be

DIVERSOS (MISCELÂNIA) - ASSOC. PLUTÓNICA


K-Rb; Rb-Cs Al-Ga Si-Ge Zr-Hf Nb-Ta RE, S-Se Br-I Zn-Cd Rb-Ti
Pt-Pd-Rh-Ru-Os-Ir

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Associações Geoquímicas e Minerais
Formadores de Depósitos Minerais

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Associações Geoquímicas e Minerais
Formadores de Depósitos Minerais
Essa relação de afinidade entre os elementos químicos possibilita a
pesquisa de minerais mais raros. Assim, a Pesquisa Mineral enfoca o elemento
mais abundante em Associação Geoquímica com aquele mais raro ou de
dispersão mais restrita. Este é o elemento farejador (pathfinder).
ELEMENTO
DEPÓSITO MINERAL ELEMENTO FAREJADOR
PROCURADO
Cobre Pórfiro Cu, Mo Zn, Au, Re, Ag, As, F
Depósitos complexos de
Zn, Cu, Ag, Au Hg, As, S (em forma de SO4), Sb, Se, Cd, Ba, F, Bi
sulfuretos
Veios de metais preciosos Au, Ag As, Sb, Te, Mn, Hg, I, F, Bi, Co, Se, Tl
Depósitos do tipo ‘Skarn’ Mo, Zn, Cu B, Au, Ag, Fe, Be
Urânio em arenito U Se, Mo, V, Rn, He, Cu, Pb
Urânio em veios U Cu, Bi, As, Co, Mo, Ni, Pb, F
Corpos ultramáficos de ouro Pt, Cr, Ni Cu, Co, Pd
Veios de fluorite F Y, Zn, Rb, Hg, Ba
Desta forma, uma área em que o teor do elemento pesquisado seja abaixo
do clarque pode ser um “Alvo” interessante desde que o teor do elemento
farejador esteja acima daquele teor considerado normal para o seu
metalotecto.

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