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Geologia do Petróleo

Engenharia do Petróleo

MSc. Romario Mota


SISTEMAS
PETROLÍFEROS
SISTEMAS PETROLÍFEROS

Produção

• O que é um Sistema Petrolíferio (SP)?


• Por que um SP?
• Como identificar um SP?
• Como analizar?
SISTEMAS PETROLÍFEROS

• Definição

PETRÓLEO – designação geral para compostos que incluem elevadas


concentrações de algumas destas substâncias: hidrocarbonetos gasosos térmicos
ou biológicos; condensados, óleos minerais brutos, betumes naturais.

SISTEMA – conjunto de ELEMENTOS e PROCESSOS interdependentes que


formam a unidade funcional responsável pela formação das acumulações de
hidrocarbonetos.
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• Definição

Segundo Demaison & Huinzinga (1991), o Sistema Petrolífero consiste de um


sistema físico-químico dinâmico de geração e acumulação de petróleo que
funciona no espaço e tempo geológico.

Magoon & Dow (1994) definem SP como um sistema natural que contém uma
cozinha geradora ativa e as acumulações de petróleo associadas, incluindo os
elementos e processos geológicos que são essenciais para que uma
acumulação exista. A existência do SP dependerá da ocorrência dos elementos
essenciais e processos.
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• ELEMENTOS ESSENCIAIS

• Rocha geradora (source rock)

• Rocha reservatório (reservoir rock)


Diz-se que existe um SP
• Rocha selante (cap or seal rock) sempre que estes elementos e
processos estejam bem
• Soterramento (overburden rock)
definidos ou que tenham uma

• PROCESSOS probabilidade de ocorrência


muito elevada.

• Formação de trapas

• Geração – migração - acumulação


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1 – Rocha Geradora 2 – Geração 3 – Migração 4 – Rocha Reservatório
5 – Rocha Selante 6 – Trapa 7 – Sincronismo 8 – Acumulação

5 –Porosidade e
permeabilidade
P P (baixas) +
Pressão capilar
& & (alta)

T T
4 – Porosidade e
Permeabilidade
(altas)

6 – geometria 3D
1 – Matéria Orgânica
(quantidade e qualidade)

7 - tempo
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• Definição dos ELEMENTOS

• Rochas geradoras efetivas: contém matéria orgânica (querogênio), em


quantidade e qualidade, e sofreu uma evolução térmica adequada para
geração/expulsão de quantidades significativas de petróleo. São
preferencialmente folhelhos, margas e calcilutitos.
Folhelho e calcilutitos
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• Definição dos ELEMENTOS

• Rochas carreadoras: são rochas porosas e permeáveis que, estando numa


situação geológica adequada (sem armadilha mas capeada), permitem que o
petróleo expulso das geradoras migrem até a trapa. São preferencialmente
arenitos ou carbonatos porosos.

• Rocha reservatório: são rochas porosas e permeáveis que, estando numa


situação geológica adequada (fazendo parte da trapa e capeadas
adequadamente) permitem que o petróleo seja acumulado e possa ser
produzido comercialmente.
Arenitos
Calcarenitos e estromatólito
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• Definição dos ELEMENTOS

• Rocha selante: são rochas de baixas permeabilidades que não permitem (ou
retardam muito) a migração secundária de petróleo. Caso estejam associadas
adequadamente (estrutural ou estratigraficamente) às rochas reservatório
formam a trapa. Não pertecem necessariamente a um grupo de rochas
específicas, podendo ser qualquer uma desde que tenha baixas porosidades e
permeabilidades. Geralmente são folhelhos capeadores ou halita, anidrita, etc.
Halita e folhelho como rochas selantes
Halita e folhelho como rochas selantes
Post Salt

salt

salt salt
Pre Salt
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• Definição dos ELEMENTOS

Rocha selante

Rocha reservatório
Obs.: Soterramento não
Elementos
essenciais: é essencial, está
Soterramento
implícito na geração

Rocha geradora

Soterramento: empilhamento de rochas que produza um soterramento adequado para


que a temperatura de janela de geração de hidrocarbonetos seja alcançada.

Magoon & Dow, 1994, in Magoon & Dow


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• Definição dos PROCESSOS

• Geração de petróleo: série de reações químicas que transformam o


querogênio em óleo e gás. Dependem da maturação térmica (temperatura e
tempo geológico).

• Migração primária: ocorre dentro da rocha geradora (distâncias relativamene


curtas). Deslocamento de petróleo por microfissuras quando o mesmo sai das
geradoras é chamado de expulsão.
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• Definição dos PROCESSOS

• Migração secundária: é o movimento do petróleo fora das rochas geradoras


(distâncias relativamene longas).

• Remigração, ou desmigração: um tipo particular de migração secundária.


Ocorre quando uma acumulação é “aberta” e o petróleo continua seu caminho
em direção à superfície, eventualmente pode ser trapeado novamente.
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Formação de trapas
Processos:

Geração-migração-acumulação de petróleo

Formação de trapas: formação de áreas de captação de petróleo em decorrência de


atividades tectônicas que origine dobramento, falhas, soerguimentos e estruturas.

-trapas estratigráficas
- trapas estruturais
- trapas mistas

Expulsão: deslocamento de óleo e gás para fora rocha geradora.

Magoon & Dow, 1994, in Magoon & Dow


Exemplos de trapas
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• Características e limites
Elementos essenciais

Processos

Tempo de preservação
Características e
limites do SP
(Maggon & Dow, Momento crítico
1994)

Extensão estratigráfia

Extensão geográfica

Magoon & Dow, 1994, in Magoon & Dow


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• Momento crítico e limites

• O Tempo de preservação de um SP, corresponde ao intervalo de tempo após


o processo completo de geração, migração e acumulação de óleo e gás.

• Momento crítico corresponde a um tempo específico que na visão do


investigador (geólogo/geofísico) melhor represente a geração-migração-
acumulação da maioria do petróleo em um sistema petrolífero. Equivale ao
início do preenchimento da trapa pelo HC.

Magoon & Dow, 1994, in Magoon & Dow


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• Momento crítico e limites

• A Extensão geográfica de um SP, no momento crítico, é definida como uma


configuração espacial que inclui os elementos essenciais (rochas geradoras,
reservatórios, selantes e soterramento).

Isso corresponde a configuração geométrica no espaço que inclui uma cozinha


geradora ativa e todas as acumulações, exsudações e indícios originados pela
cozinha.

• Extensão estratigráfica inclui as unidades de rocha que constituem os


elementos essenciais do sistema petrolífero (rochas geradoras, reservatório,
selante e sobrecarga) no momento crítico.

Magoon & Dow, 1994, in Magoon & Dow


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• Características e limites
Migração
Formação de trapa Geração Acumulação

Magoon & Dow, 1994, in Magoon & Dow


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• Caracterização de um sistema petrolífero

• Gráfico da história de soterramento mostrando o momento crítico, idade e


elementos essenciais em determinada localização na bacia;

• Mapa geológico na época do momento crítico;

• Seção geológica na época do momento crítico;

• Gráfico de eventos do sistema petrolífero.


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• Gráfico da história de soterramento

Magoon & Dow, 1994


SISTEMAS PETROLÍFEROS

• Gráfico da história de soterramento

Caracterização da extensão Gráfico da história de soterramento


geográfica, estratigráfica e apresentando momento crítico, idade e
temporal de um Sistema elementos essenciais de um local específico da
petrolífero bacia

Momento crítico
Halita e folhelho como rochas selantes
Post Salt

salt

salt salt
Pre Salt
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• Gráfico da história de soterramento


SISTEMAS PETROLÍFEROS

• Mapa Geológico no momento crítico

Magoon & Dow, 1994


SISTEMAS PETROLÍFEROS

• Mapa Geológico no momento crítico

Caracterização da extensão
geográfica, estratigráfica e
Mapa geológico à epoca do momento crítico
temporal de um Sistema
petrolífero
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• Seção Geológica no momento crítico

Caracterização da extensão
geográfica, estratigráfica e
Seção geológica à época do momento crítico
temporal de um Sistema
petrolífero
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• Carta de eventos

A carta de eventos resume no tempo a história Rocha geradora


presumível do SP

Rocha reservatório
Elementos essenciais
Rocha selante
Carta do SP
(Maggon & Dow,
1994) Soterramento

Formação de trapas
Processos

Geração-migração-acumulação

Tempo de preservação

Momento crítico
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• Carta de eventos – Elementos e Processos


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• Nomenclatura e grau de certeza

• Nomenclatura: designada pelo nome da rocha geradora e do principal


reservatório. Ex: Lagoa Feia-Carapebus (!)

Conhecido (!) caracterizado por boa correlação geoquímica entre as


rochas geradoras e as acumulações de óleo e gás.

Definição do nível de
hipotético (.) caracterizado pela ausência de correlação entre as rochas
certeza do sistema
geradoras e os hidrocarbonetos embora tenha sido identificada uma
petrolífero
rocha geradora.

Especulativo (?) postula-se a presença da rocha geradora ou petróleo


com base em evidências geológicas ou geofísicas.

Sistema petrolífero atípico: aquele cujo óleo proveio da maturação termal da geradora causada pelo calor
oriundo de corpos ígneos.
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• Exemplos: Central Graben of North Sea


Carga alta, drenagem vertical, alta impedância

Demaison & Huizinga, 1991


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• Exemplos: Venezuela foreland basin


Carga alta, drenagem lateral, baixa impedância

Demaison & Huizinga, 1991


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• Exemplos: Recôncavo
Carga normal, drenagem vertical, alta impedância

Demaison & Huizinga, 1991

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