Você está na página 1de 7

Universidade Luterana do Brasil

Curso de Química Industrial

Tecnologia Química 2

Juliana Sanhudo da Silva

Petróleo

1. Produção de petróleo

1.1 Prospecção do petróleo

A primeira etapa da exploração do petróleo é a prospecção, isto é, a parte


responsável pela localização do petróleo em bacias sedimentares por meio de análises
detalhadas do solo e do subsolo. Tais análises são realizadas por geólogos e geofísicos
que, por meio dos resultados de diferentes testes, decidem a melhor área para perfurar
um poço, ou seja, não se trabalha com certeza absoluta, mas com parâmetros bastante
confiáveis quanto à existência. Todo o programa desenvolvido durante a fase de
prospecção fornece uma quantidade muito grande de informações técnicas, com um
investimento relativamente pequeno quando comparado ao custo de perfuração de um
único poço exploratório.

O fluxo subterrâneo de petróleo causa pequenas variações em características


do solo, por isso são utilizados alguns aparelhos que medem essas variações. A figura
1 apresenta as principais etapas da prospecção.
Figura 1. Etapas da prospecção

Depois de localizado o local onde provavelmente haverá uma reserva de


petróleo, o local é marcado com coordenadas de GPS e, no caso do mar, também são
colocadas boias na água. Depois é feita uma perfuração do primeiro poço para
comprovar a existência de petróleo.

1.2 Perfuração de poços

1.2.1 Método percussivo

Existem dois tipos de perfuração: a perfuração pelo método percussivo e pelo


método rotativo. No método percussivo, a perfuração é realizada a partir de golpes na
rocha, causados pela broca. Neste método, a rocha é fraturada e os cascalhos são
retirados por uma ferramenta chamada de caçamba.
1.2.2 Método Rotativo

Já o método rotativo, mais utilizado nos dias de hoje, acontece com o movimento de
rotação da coluna de perfuração onde na ponta há uma broca que comprime a rocha
até ela se esmerilhar. Seus cascalhos (fragmentos de rochas) são elevados pelo fluido
de perfuração que sai como um jato da broca e é bombeado até a superfície do poço.
Todos os equipamentos de uma sonda rotativa responsáveis por determinada função
na perfuração de um poço são agrupadas nos chamados “sistemas” de uma sonda. Os
principais sistemas são apresentados na figura 2.

Figura 2. Sistemas de uma sonda


No mar é usada uma plataforma marítima, também chamada de plataforma
continental, que pode ser de cinco tipos, conforme a figura 3.

Plataforma fixa: Para campos localizados até 300 metros de profundidade. São feitas
de estruturas modulares de aço e são instaladas com estacas cravadas no fundo do
mar.

Plataforma semissubmersível: são preferidas para a perfuração de poços


exploratórios porque possuem grande mobilidade. Composta de um ou mais
converses, ela é apoiada por colunas em flutuadores submersos.

Plataforma FPSO : são navios que têm a capacidade de processar,


armazenar e prover a transferência de petróleo e gás natural.

É um navio que possui uma torre de perfuração no centro com uma abertura
no casco. Seu posicionamento é feito por sensores acústicos, propulsores e
computadores.

Plataforma autoelevável: É uma balsa com uma estrutura de apoio ou “pernas” que
são acionadas e descem até atingir o fundo do mar. É móvel e é usada para
perfurações em profundidades que vão de 5 a 130 metros.

Figura 3. Plataformas marítimas

Quando é realizada a primeira perfuração e se obtém sucesso, são feitas outras


perfurações para saber a extensão da bacia petrolífera e ver se é realmente viável
realizar o próximo passo: a extração.

1.3 A extração

Inicialmente, no momento da extração, a pressão pode fazer com que o petróleo


jorre para fora, facilitando a sua extração. Porém, com a diminuição da pressão, são
utilizados equipamentos que bombeiam o petróleo para a superfície. Um exemplo é o
“cavalo de pau” mostrado na figura inicial deste texto.
Alguns tipos de petróleo encontrados são muito densos e por isso é muito difícil
bombeá-los. Para resolver essa situação é feito um processo chamado de recuperação
intensificada de petróleo, que consiste em injetar em outro poço cavado no reservatório
vapor de água aquecido sob pressão

Depois de extraídos, o petróleo e o gás natural são transportados por dutos ou


navios terminais e armazenados. Sendo que posteriormente eles são levados para as
refinarias para separá-los em frações que serão usadas como combustíveis, matérias-
primas em produções industriais e para as mais diversas finalidades.

1.4 O refino

O petróleo é composto por uma mistura complexa de hidrocarbonetos, por isso, ele
é enviado para as refinarias a fim de que seus componentes sejam separados e tenham
um melhor aproveitamento.

Nas refinarias, o petróleo bruto, ou seja, o petróleo da forma como sai do poço, é
transformado em produtos essenciais para o cotidiano, tais como diesel, gasolina, nafta,
querosene de aviação, gás liquefeito de petróleo, lubrificantes, entre outras substâncias
que servem de matéria prima para diversos outros produtos.

As etapas do processamento de refino de óleo cru são basicamente três:


separação, conversão e tratamento. O esquema da Figura 4 mostra de forma
simplificada as etapas de processo. Em cada etapa existem outras configurações de
processo, utilizadas conforme a necessidade, por exemplo, de acordo com o tipo de
petróleo, a produção de determinado produto que se visa maximizar etc.
- Destilação atmosférica;
- Destilação a vácuo;

- Estabilização das naftas;


- Extração de aromáticos;
Processos de
separação
- Desfaltação a propano ;
- Desaromatização a furfural;
Frações de gás, nafta
e gasolina,
querosene, óleo
- Desparafinação a solvente;
diesel, óleo
- Desoleificação a solvente
combustível ou cru
reduzido

- Craqueamento térmico;
- Craqueamento catalítico;

Etapas do
Processos de
processo de - Visco-redução;
Conversão - Coqueamento retardado;
refino - Hidrocraqueamento;

Conversão de
gasóleos e resíduos - Reforma catalítica;
de destilação, em - Isomerização catalpitica;
outras frações de - Polimerização catalítica
maiores valores de
mercado.
- Hidrotratamento;
- Traramento cáustico;

Processos de - Tratamento DEA/MEA;


- Tratamento BENDER;
tratamento
Compostos
sulfurados,
- Dessalgação eletrostática
nitrogenados e
oxigenados que
promovem o aumento
no índice de poluição,
corrosão etc

Figura 4. Etapas do processo de refino do petróleo


e seus respectivos produtos
1.5 Processos de conversão

Uma série de unidades de processo, ditas de conversão destina-se a transformar


frações pesadas de petróleo em produtos mais leves. Todos os processos de conversão
têm natureza química, cada um objetivando determinado propósito/adequação. Como
exemplo podemos citar: craqueamento (térmico ou catalítico), visco-redução,
alquilação, coqueamento, etc.

O processamento de conversão na refinaria implica na alteração da estrutura


molecular dos hidrocarbonetos, seja por quebra em moléculas menores, seja por
combinação em moléculas maiores, seja na produção de moléculas de maior qualidade,
como por exemplo, para obter gasolina com maior índice de octanas, através de
rearranjo molecular. Isto implica no uso de técnicas mais complexas. Existem,
basicamente, dois processos de craqueamento de hidrocarbonetos pesados: o
processo térmico (termo-craqueamento, visco-redução, coqueamento) e o processo
catalítico (FCC, RCC, HCC). Os últimos normalmente fornecem derivados de maior
qualidade do que os primeiros.

- Craqueamento térmico
Processos
térmicos - Viscorredução

- Coqueamento retardado
Processos de
desintegração

- Craqueamento catalítico

- Hidrocraqueamento catalítico
Processos - Hidrocraqueamento catalítico brando
catalíticos
- Alcoilação ou alquilação catalítica
Processos de síntese de
Reforma catalítica rearranjo molecular

Você também pode gostar