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Mini-Curso Técnico – 2015

Fundamentos de Geometalurgia: Integração


Geologia, Processo e Mina

Elisabeth da Fonseca
elisabeth.fonseca@vale.com
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
 Conceituação
• O que é Geometalurgia? O que não é?
• Por que usar a abordagem geometalúrgica?
• Inputs e outputs

 Seleção de amostras para programas geometalúrgicos


• Construção de matriz geometalúrgica

 Métodos de caracterização tecnológica


• Caracterização macro e micro da mineralização
• Noções de processos de concentração mineral

 Como integrar geologia e processamento mineral?


• Definição de domínios geometalúrgicos e curvas geometalúrgicas

 Modelamento de blocos
• Estimativa x simulação
• Importância para o planejamento de mina

1
Geometalurgia : conceito
Geometalurgia : conceito

Abordagem multidisciplinar que integra o conhecimento geológico do depósito


com as áreas de processamento mineral e mina, visando reduzir o risco do
negócio e otimização dos ativos, com maior previsibilidade dos processos.
(Grupo Vale, 2006)
Parâmetros geológicos e de processo

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Parâmetros geológicos e metalúrgicos
– diferentes visões do processo

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The Rosetta Stone Challenge

Minério tipo A Minério tipo B Minério tipo C


Recuperação metálica dureza resistência cominuição

Medidas e testes dominantes

A visão dos engenheiros de minas e de processo

An. química Principais litologias alteração

A visão dos geólogos (Observação dominante influenciado pela gênese do minério)

(P843-AMIRA, 2006)
Geometalurgia : integração

Silos disciplinares
Geometalurgia : integração

A abordagem geometalúrgica requer a integração de um amplo leque de


atividades multidisciplinares, sendo necessário romper as barreiras entre os
profissionais
Geometalurgia : linguagem comum

? pórfiro
CAPEX
Drivers para Geometalurgia

•Queda nos teores do minério


•Aumento da complexidade do depósito
•Aumento da demanda mundial
•Questões socioambientais
•Custo e disponibilidade de energia
•Limitações no fornecimento de água
•Taxas para Carbono
Drivers para Geometalurgia

Depósitos de classe mundial estão escassos e


faz-se necessário extrair valor dos depósitos
disponíveis.
Abordagem geometalúrgica nas etapas iniciais de
desenvolvimento de um projeto
Inputs
Outputs
GEOLOGIA
 Base de dados geológicos
GEOESTATÍSCA
validada
Objetivo
Definição de domínios
 Modelos geológico e Entender e traduzir para o geometalúrgicos e parâmetros
geométrico do minério significativos
modelo de blocos as
 Modelo geomecânico variações geológicas e
MINA

metalúrgicas do minério Modelos matemáticos dos


parâmetros geometalúrgicos
 GEOESTATÍSTICA visando maior para subsidiar o planejamento
previsibilidade na mina e de mina
 Modelo de blocos de teores
usina. Modelo de blocos com
METALURGIA parâmetros geometalúrgicos
 Caracterização mineralógica,
física e química das amostras
de processo

 Parâmetros de processo
obtidos dos estudos de
variabilidade
Modelo de Blocos

Abordagem Usual Abordagem Geometalúrgica

Recuperação metalúrgica dos produtos


Teores in situ do Rom
Tipos de minério (geometalúrgicos)
Litotipos
Variáveis críticas do processo

Teores de
Recuperação
2.1% concentrados

brecha estéril
Elementos
Moabilidade
deletérios

O modelo geometalúrgico integra geologia e processo, resultando na incorporação


de novos atributos no modelo do depósito, melhor planejamento e otimização de
mina
Estágios da Geometalurgia ao longo do
desenvolvimento dos projetos

DESENVOLVIMENTO VARIABILIDADE PLANTA


FLUXOGRAMA PROCESSO PILOTO

MODELO DE BLOCOS PLANEJAMENTO MINA

Matriz
geometalúrgica Testes indicativos Testes Físicos

Teores

Observações e Observações e
Tipos de Observações ,Teores, Observações ,Teores,
dados Teores
dados e Testes Testes e Modelos
espaciais
Testes Dados de Análises QEM/Min Processo (Min)
tipicos campo químicas Processo
Furos de 100 +, bulk
3 - 10 10 – 50/100 100 +
sonda sample
Incertezas ± 70% ± 50% ± 25% ± 10%

MAPEAMENTO GM
MODELAMENTO GM
(modificado de Richardson, 2005, oral com.)
ETAPAS DO MODELAMENTO GEOMETALÚRGICO
ETAPAS DO MODELAMENTO GEOMETALÚRGICO

Definição de domínios Definição de


geológicos e seleção de Estudos de
fluxograma padrão variabilidade de
amostras para testes de processo
metalúrgicos processo (ensaios
geometalúrgicos) Lincar geologia
com metalurgia

Definição de
domínios
geometalúrgicos e
modelo preditivo

Geração de
modelo 3D

Planejamento
de mina

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17 Título da apresentação – 12/11/2008 (opcional)
ETAPAS DE MAPEAMENTO E MODELAMENTO GEOMETALÚRGICO

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Levantamento das Informações

 Levantamento minucioso dos dados existentes:


- Mapas e seções geológicas, logs dos furos de sonda, descrições
petrográficas, análises mineralógicas e químicas,
ensaios metalúrgicos, etc.
- Checar modelo geológico e processo de mineralização

A informação básica para o modelamento


geometalúrgico é o modelo geológico do depósito
A obtenção de dados geológicos quantitativos
em testemunhos de sondagem é um desafio

A geometalurgia necessita
dados quantitativos das
propriedades das rochas,
dificilmente disponível na
descrição visual dos
testemunhos.
Etapas de mapeamento e modelamento –
Definição de domínios geológicos
Parâmetros significativos obtidos a partir do log de
sondagem
Parâmetros significativos obtidos a partir do log de
sondagem

A normatização da descrição
macroscópica possibilita o
levantamento de informações
importantes das propriedades das
rochas tais como litologia, alteração,
minerais de minério e de ganga,
análises químicas, aspectos texturais
relevantes.
As informações mesmo que semi-
quantitativas são fundamentais para
dar suporte ao mapeamento
geometalúrgico
Geometalurgia impulsiona a descrição de
testemunhos de sondagem mais automatizada
Dados contínuos da rocha obtidos através de
ferramentas automatizadas (Ex.: HyLogger)

• O escaneamento dos
testemunhos fornece dados
petrofísicos na mesma escala
das análises químicas
• Muitas dessas propriedades
tem implicações diretas na
estimativa de resistência da
rocha
• Esses dados são input muito
útil no mapeamento
geometalúrgico
Ênfase maior na mineralogia e textura
Etapas de mapeamento e modelamento –
Definição de domínios geológicos
Mineralogia

K,Mg,Fe,Al,Ti,Si,O,F
Fe,O Fe,Obiotita
fluorita
Fe,Al,Si,O
Cu,Fe,S
almandina
magnetita
calcopirita
Fe,OFe,O
Cu,Fe,S
Cu,Fe,S bornita

Fe,Al,Si,O Fe,Al,Si,O
Fe,O covelita

Nós lavramos minerais e não elementos


Pode a gênese explicar e prever a mineralogia?

 A mineralogia é uma conseqüência da gênese e evolução do depósito.

 Pode-se conhecer a mineralogia sem ter o entendimento da gênese.

 A mineralogia deve ser considerada para a definição dos tipos litológicos.

 A petrografia é ferramenta essencial para identificar modificações nas


rochas mineralizadas

 A mineralogia isolada é insuficiente e deve ser considerada no


contexto textural da rocha.

 As caracterização mineral para o processo deve considerar as


especificidades das operações unitárias previstas para a rota do processo
e da qualidade do produto.

28 Título da apresentação – 04/10/2012 (opcional)


Aspectos mineralógico-texturais

O melhor entendimento dos aspectos mineralógico-texturais é vital para o


entendimento do comportamento do minério no processamento mineral.
•A mineralogia isolada é insuficiente e deve ser considerada no
contexto textural da rocha.
Construção de uma matriz geometalúrgica
Brainstorm para listar os possíveis parâmetros críticos

CAPACIDADE DE
CIRCUITO
Medidas indicativas típicas no mapeamento
geometalúrgico

32 Título da apresentação – 12/11/2008 (opcional)


Parâmetros típicos para tomadas de decisão

33 Título da apresentação – 12/11/2008 (opcional)


Construção de uma matriz geometalúrgica

Atributos
C
A

Atributos

Combinar características geológicas do


minério com parâmetros significativos ao
Tipos geológicos de minério
comportamento do minério no processo, que
podem agregar valor ou dificultar o processo.
Tipos geológicos de minério de cobre sulfetado

bandado Stockwork lenticular


Tipos geológicos de minério sulfetado

Sulfetado
- atípico
Venular Sulfetado Silicoso
Silicoso
– típico

Venular

Quantificação da mineralogia Estimativa da faixa de moagem


Minério Venular Sulfetado Silicoso
Minério Venular Sulfetado Silicoso
Wt % A B C
Tamanho de grão (µm) A B C
Galena 2.5 8.3 3.7
Galena 49 39 26
Esfalerita 9.6 16.5 13.8
Esfalerita 49 48 50
Calcopirita 0.1 0.4 0.1
Calcopirita 20 20 17
Pirita 40.6 66.5 55.6
Pirita 47 93 55
Arsenopirita 0.7 0.5 0.4
Arsenopirita 28 32 30
Ganga 46.5 7.8 26.4 80 54 50
Ganga
Total 100.0 100.0 100.0
ETAPAS DE MAPEAMENTO E MODELAMENTO GEOMETALÚRGICO

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Desafio da Amostragem

Número
de amostras ?

E agora ?

“amostra
representativa”

Que
amostras ?
De que?
AMOSTRAGEM
Suporte Amostral – Fatores Determinantes

• Representatividade x volume da amostra


• Custo x benefício da amostra coletada
• Massa de cada amostra necessária para os ensaios tecnológicos
• Diâmetro e comprimento do testemunho de sondagem para cada
amostra
• Alturas equivalentes aos bancos de lavra projetados
• Heterogeneidade do minério
Suporte amostral x Tamanho do bloco
Massa necessária para caracterização do minério

42 Título da apresentação – 12/11/2008 (opcional)


AMOSTRAGEM

 Amostragem é um ponto crítico e deve ser bem


discutida para evitar riscos

 Há necessidade de interação entre as equipes de


geologia, processo e engenharia

 É importante o conhecimento dos processos


envolvidos na concentração do minério

 Disponibilidade de massa em testemunhos de


sondagem em bom estado de conservação é um
desafio nas etapas iniciais do projeto
Organização de um Programa de
Amostragem Robusta

• Estabelecimento do escopo da amostragem


• Conhecimento dos tipos geológicos de minério e
classes multivariadas
• Definição das características das amostras e dos
atributos a medir
• Seleção da área a amostrar e do método de
amostragem
• Definição do espaçamento da amostragem e
quantidade de amostras
Organização de um Programa de
Amostragem Robusta

O que eu preciso
fazer para alcançar?

- boa distribuição espacial

- boa distribuição de teor

- massa suficiente por amostra


Etapas de Amostragem

Nível 4 – blendagem de amostras com


base nas informações preliminares

Nível 3 – seleção de amostras para testes


físicos de pequena escala (britagem,
moagem, recuperação, mineralogia
quantitativa …)

Nível 2 – furos selecionados para


aplicação de novos métodos de logging
(petrofísica, imageamento, EQUOtip…)

Nível 1 – análise da base de dados


existentes (análises químicas,
descrição visual, litologias…) e
conhecimento geológico do depósito
Critérios de Amostragem
Blending

“Em muitos casos, o desejo de se caracterizar a alimentação


típica ou média do depósito leva a composição e blending
inadequados de amostras para testes, que não refletem a
variabilidade inerente à alimentação durante a produção efetiva”.
50 Título da apresentação – 12/11/2008 (opcional)

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