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DIVISÃO DE ENGENHARIA

CURSO DE ENGENHARIA DE MINAS

CADEIRA: Mecânica aplicada

2º ANO CURSO: DIURNO

TURMA: A
Tema: PROPRIEDADES DO MACIÇO ROCHOSO

Nomes:

Docente:

PhD.
Índice
1. Introdução...............................................................................................................1

1.1. Objectivos.......................................................................................................1

1.1.1. Geral............................................................................................................1

1.1.2. Específicos...................................................................................................1

1.2. Metodologia....................................................................................................1

2. PROPRIEDADES DO MACIÇO ROCHOSO......................................................2

2.1. Critério De Hoek-Brown Generalizado..........................................................2

2.2. Propriedades Das Rochas Intactas..................................................................3

2.3. Influência Da Dimensão Da Amostra...............................................................10

2.4. Índice De Resistência Geológica [Geological Strenght Index (Sistema GSI)] 11

2.4.1. Aplicações e limitações do GSI.................................................................13

2.4.1.1. Aplicações do GSI.................................................................................13

2.4.1.2. Limitações do GSI.................................................................................14

2.5. Módulo De Deformação...................................................................................14

2.5.1. Tipos de módulo de deformação...............................................................15

2.5.1.1. Módulo tangente....................................................................................15

2.5.1.2. Módulo secante......................................................................................15

2.5.1.3. Modulo cordal........................................................................................16

3. Conclusão.............................................................................................................17

4. Referências bibliográficas....................................................................................18
1. Introdução

Faz-se necessária a caracterização e classificação de maciços rochosos com vistas a:


identificar os parâmetros mais significativos que influenciam o comportamento dos
maciços; dividir um determinado maciço rochoso em grupos de comportamento similar,
ou seja, em classes de maciços de variadas qualidades; prover uma base para
compreensão das características de cada classe de maciço rochoso; poder comparar e
relacionar informações sobre as condições de um determinado maciço com as condições
e informações encontradas em outros; obter dados quantitativos e directrizes básicas
para projectos de engenharia em fase de pré-viabilidade; prover uma base comum de
comunicação entre engenheiros e geólogos (BIENIAWSKI, 1989).O presente trabalho
visa abordar o tema das propriedades do maciço rochoso, e trazer conhecimentos dos
critérios, índices e influencias envolvidos no estudo das propriedades do maciço
rochoso.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 Descrever as propriedades do maciço rochoso

1.1.2. Específicos
 Demostrar o critério de Hoek-Brown;
 Declarar as propriedades das rochas intactas
 Declarar a influência do tamanho da amostra
 Apresentar o índice de resistência geológica
 Abordar o módulo de deformação

1.2. Metodologia
O método utilizado para elaboração deste trabalho é o método descritivo, que consistiu
na leitura de algumas dissertações, manuais e em páginas da internet. Após a leitura fez-
se a selecção das matérias que seriam úteis na realização do trabalho e por fim fez-se
consolidação dos mesmos até que se obteve o resultado desejado, que é este trabalho.

1
2. PROPRIEDADES DO MACIÇO ROCHOSO
Os princípios e métodos de análise em mecânica das rochas podem ser encontrados em
diversos campos profissionais, nomeadamente, na engenharia de minas, engenharia
civil, engenharia geológica, engenharia do petróleo, geologia e geofísica. No caso da
engenharia a mecânica das rochas está presente desde a etapa de exploração, nas etapas
de projecto e execução até a manutenção de estruturas em rochas (BIENIAWSKI,
1984).

O engenheiro de projecto e o geólogo são confrontados com a rocha, um conjunto de


blocos de material rochoso separados por vários tipos de descontinuidades, tais como
juntas, falhas, planos de estratificação, e assim por diante. Este conjunto constitui um
maciço rochoso. Consequentemente, as propriedades de engenharia de ambos, da rocha
intacta e do maciço rochoso, devem ser consideradas.

2.1. Critério De Hoek-Brown Generalizado


Ao contrário de outros materiais de engenharia, a rocha apresenta ao projectista
problemas específicos. Antes de tudo, a rocha é um material complexo variando
amplamente em suas propriedades, e na maioria das minerações, bem como nas
situações de engenharia civil, não um, mas uma série de tipos de rochas estarão
presentes (Bieniawski in Engineering Rock Mass Classification, 1989).

Hussian et al. (2020) contam que o critério de Hoek-Brown trata-se de uma proposta de
um critério de ruptura não-linear para estimar a resistência da rocha intacta baseado em
uma ampla variedade de testes triaxiais em amostras de rocha intacta. Os autores afiram
que o critério é actualizado frequentemente, de acordo com a experiência ganhada em
seu uso, além de identificarem certas limitações. Dessa forma, em 2002, Hoek & Brown
desenvolveram um critério de ruptura generalizado para estimar a resistência de
maciços rochosos fracturados, expresso pela equação 1.

σ 1=σ 3 +σ ci ¿

Onde:

σ 1 e σ 3 são a maior e a menor tensão principal, respectivamente;

σ ci é a resistência à compressão uniaxial; e

mb, s e a são as constantes do material do maciço rochoso.

2
A fim de usar o critério de Hoek-Brown para estimar a resistência e deformabilidade de
maciços rochosos articulados, três "propriedades" do maciço rochoso devem ser
estimadas, que são as que seguem abaixo:

 Resistência à compressão uniaxial σ ci das peças de rocha intactas;


 Valor da constante “mb” de Hoek-Brown para essas peças de rocha intactas;
 Valor do Índice de Força Geológica GSI para o maciço rochoso.

O GSI é um sistema de classificação de maciços rochosos, criado para associar o


critério de ruptura de Hoek-Brown, desenvolvido por Hoek & Brown em 1980, a
observações geológicas de campo. Esses métodos tiveram boa aceitação como
ferramentas para estimar características de resistência e deformação de maciços
fraturados (HOEK & BROWN, 2018).

Figura 1 - Equações empíricas para o efeito de escala da resistência à compressão


uniaxial (de Barton, 1990, com base em dados de Hoek & Brown, 1980 e Wagner,
1987). Barton sugere a aplicação de um valor de 0,2 para o expoente. (Palmström,
1995).

2.2. Propriedades Das Rochas Intactas


No Quadro 1 estão representadas as principais características físicas dos materiais
rochosos, divididas em propriedades de identificação e propriedades mecânicas.

3
Tabela 1 - Propriedades da matriz rochosa e métodos para sua determinação.

Propriedade Métodos de determinação


Composição mineralógica Descrição visual
Fábrica e textura Microscopia óptica e
Granulometria electrónica
Cor Direcção de raios x
Propriedades de identificação Porosidade (η) Ensaio de laboratório
e classificação Peso específico (γ )
Humidade ( μ)
Permeabilidade (κ ) Ensaios de permeabilidade
Durabilidade/Alterabilidade Ensaios de alterabilidade
Resistência à compressão simples Ensaio de compressão uniaxial
(σ c) Ensaios de carga pontual
Martelo de Schmidt

Resistência à tracção Ensaios de tracção


Velocidades de ondas sísmicas Ensaios de medida de
velocidade em laboratório
Propriedades mecânicas Resistência ao cisalhamento ( c , ∅ ) Ensaios de compressão triaxial
Ensaio de cisalhamento
directo
Deformabilidade (E , v ) Ensaios de compressão
uniaxial
Ensaio de velocidade sísmica

Para os pedaços de rocha intactas que compõem a massa rochosa, a equação (1)
simplifica para:

σ 1=σ 3 +σ ci ¿

A relação entre as tensões principais na ruptura para uma determinada rocha é definida
por duas constantes, a resistência à compressão uniaxial ϭci e a constante mi. Onde quer
que possível, os valores dessas constantes devem ser determinados por análise

4
estatística dos resultados de um conjunto de testes triaxiais em amostras de núcleo
cuidadosamente preparadas.

Observa – se, que a faixa de menor estresse principal ( σ 3), valores sobre os quais esses
testes são realizada é crítica para determinar valores confiáveis para as duas constantes.
Ao derivar os valores originais de σ cie mb, Hoek e Brown (1980a) usaram uma série de
0 < σ 3 <0.5 σ ci, e, para ser consistente, é essencial que a mesma faixa seja usada em
qualquer laboratório testes triaxiais em espécimes de rocha intacta. Pelo menos cinco
pontos de dados bem espaçados devem ser incluídos na análise.

Um tipo de célula triaxial que pode ser usado para esses testes é ilustrado na Figura 1.
Esta célula, descrito por Franklin e Hoek (1970), não requer drenagem entre os testes e
é conveniente para o teste rápido em um grande número de amostras. Células mais
sofisticadas estão disponíveis para fins de pesquisa, mas os resultados obtidos a partir da
célula ilustrada em A Figura 2 é adequada para as estimativas de resistência da rocha
necessárias para estimar σ ci e mb.

Esta célula tem a vantagem adicional de poder ser usada em campo durante o teste
materiais como carvão ou argila que são extremamente difíceis de preservar durante
transporte e preparação normal de amostras para testes laboratoriais.

Figura 2 – vista em corte de uma célula triaxial para testar espécimes de rocha.

5
Uma vez que os cinco ou mais resultados do teste triaxial tenham sido obtidos, eles
podem ser analisados para determinar a resistência à compressão uniaxial σ ci e a
constante de Hoek-Brown mi como descrito por Hoek e Brown (1980a). Nesta análise, a
equação que se segue:

2
y=mσ ci x + s σ ci

Onde:

x=σ 3 e y=¿

Para “n” amostras, a resistência à compressão uniaxial σ ci a constante e mb o coeficiente


de determinação r² são calculados a partir de:

2 Σy
σ ci= −¿
n

1
mb ¿
σ ci

2
r =¿ ¿

Quando os testes de laboratório não são possíveis, a Tabela 2 e a Tabela 3 podem ser
usadas para obter estimativas de σ cie mb.

Tabela 2 - Estimativas de campo da resistência à compressão uniaxial.

Grau Termo Compressão Índice de Estimativa Exemplos


uniaxial das carregamento de campo
forcas pontual de força
(Mpa) (Mpa)
R6 Extremamente >250 >10 O espécime Basalto
forte só pode ser fresco, chert,
lascado diabásio,
com um gnaisse,
martelo granito,
geológico quartzito

6
R5 Muito forte 100-250 4-10 O espécime Anfibolito,
requer arenito,
muitos basalto,
golpes de gabro,
um gnaisse,
geológico, granodiorito,
martelo calcário,
para mármore,
fracturá-lo riólito, tufo
R4 Forte 50-100 2-4 O espécime Pedra
requer mais calcária,
do que um mármore,
golpe de filito,
um martelo arenito,
geológico xisto,
para
fracturar
R3 25-50 1-2 Não pode Claystone,
ser raspado carvão,
ou concreto,
descascado xisto, xisto,
com um siltito
bolso faca,
a amostra
pode ser
fracturado
com um
único golpe
de um
geológico
martelo
R2 Fraco 5-25 ** Pode ser Giz, sal
descascado mineral,
com um
7
canivete potassio
com
dificuldade,
raso recuo
feito por
golpe firme
com ponta
de um
martelo
geológico

R1 Muito fraca 1-5 ** Se Altamente


desintegra resistido ou
sob firmeza rocha
golpes com alterada
ponta de
um martelo
geológico,
pode ser
descascado
por um
bolso faca

R0 Extremamente 0.25-1 ** Recuando


fraco por
miniatura

Tabela 3 - Valores da constante mi para rocha intacta, por grupo de rocha.


Observe que os valores em parênteses são estimativas.

Tipo de rocha
Intrusiva Granito 32±3 Diorito 25±5 Gabro27±3 Peridotit
Granodiorito Dolerito Norito22± o (25±5)
29±3 (16±5)
8
Ígneas 5

Extrusiva Riólito(16±5) Andesito25± Basalto Pórfiros


5 (16±5) (20±5)
Diabásio
(16±5)
Vulcânica Aglomerado Tufos
(19±3) (13±5)
Clástica Conglomerad Arenito 17±4 Siltito 7±2 Argilito
o (4±18) Margas 4±2
Brechas (7±2) Folhelho
(4±16) (6±2)
Sedimentares Carbonátic Calcário Calcário Calcário Dolomito
a cristalino esparítico micrítico (9±3)
(12±3) (10±2) (9±2)
Química Gipso 8±2
Anidrido
12±2
Orgânica Carvão Giz 7±2
(8±12)
Foliada Gnaisse 28±5 Xisto 12±3 Filito Ardósia
(7±3) 7±4
Levemente Migmatito Anfibolito
Metamórfica foliada (29±3) 26±6
s Sem Quartzite Metarenito Hormfels Mármore
foliação 20±3 (19±3) (19±4) 9±3

Salcedo (1983) publicou os resultados de um conjunto de testes de compressão uniaxial


direcionais em um filito grafítico da Venezuela. Esses resultados estão resumidos na
Figura 3. Isso vai ser notado que a resistência à compressão uniaxial deste material varia
por um factor de cerca de 5, dependendo da direcção de carregamento.

9
Figura 3 - Influência da direção de carregamento na resistência do filito grafítico
testado por Salcedo (1983).

2.3. Influência Da Dimensão Da Amostra


A influência do tamanho da amostra sobre a resistência da rocha foi amplamente
discutida em literatura geotécnica e é geralmente assumido que há uma redução
significativa na força com o aumento do tamanho da amostra. Com base em uma análise
de dados publicados, Hoek e Brown (1980a) sugeriu que a resistência à compressão
uniaxial σ cd de uma rocha amostra com diâmetro de d mm está relacionada à resistência
à compressão uniaxial ϭc50 de uma amostra de 50 mm de diâmetro pela seguinte
relação:

σ cd =σ c 50 ¿

Essa relação, juntamente com os dados em que foi baseada, é mostrada na Figura 4

10
Figura 4 -Influência da direcção de carregamento na resistência do filito grafítico
testado por Salcedo (1983).

O critério de falha de Hoek-Brown, que assume rocha isotrópica e massa rochosa


comportamento, só deve ser aplicado aqueles maciços rochosos em que há um
suficiente número de descontinuidades próximas, com características de superfície
semelhantes, que comportamento isotrópico envolvendo falha nas descontinuidades
pode ser assumido. Quando o estrutura sendo analisada é grande e o tamanho do bloco
pequeno em comparação, o maciço rochoso pode ser tratado como um material
HoekBrown.

Onde o tamanho do bloco é da mesma ordem que o da estrutura sendo analisada ou


quando um dos conjuntos de descontinuidade é significativamente mais fraco do que os
outros, o Hoek-Brown critério não deve ser usado. Nestes casos, a estabilidade da
estrutura deve ser analisado considerando mecanismos de falha envolvendo o
deslizamento ou rotação de blocos e cunhas definidas pela intersecção de recursos
estruturais.

2.4. Índice De Resistência Geológica [Geological Strenght Index (Sistema


GSI)]
O Índice Geológico de Resistência (GSI) foi introduzido por Hoek (1994) e Hoek et al.
(1995) e objectivou estimar a redução da resistência do maciço rochoso em diferentes
condições geológicas. O sistema dá um valor para o GSI estimado a partir da estrutura

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do maciço rochoso e da condição da superfície das descontinuidades da rocha. A
aplicação direta do valor do GSI é estimar os parâmetros do critério de resistência de
Hoek-Brown para os maciços rochosos. Embora não tenha sido destinado a ser uma
classificação do maciço rochoso, o valor do GSI, de fato, reflete a qualidade do maciço
rochoso.

O GSI é um método de classificação desenvolvido para suprir a necessidade de dados


confiáveis de propriedades de maciços rochosos para aplicar em soluções numéricas ou
analíticas para projetos de túneis, taludes ou fundações em rocha (MARINOS et al.,
2007).

Pode-se estimar o GSI de três diferentes formas: qualitativa, quantitativa e calculada a


partir de outros métodos empíricos de classificação de maciços rochosos, como RMR e
Q (HUSSIAN et al., 2020).

Figura 5 - Ábaco original do GSI proposto por Hoek & Marinos (2000).

12
2.4.1. Aplicações e limitações do GSI

2.4.1.1. Aplicações do GSI


O propósito original do GSI era providenciar um guia para a estimativa inicial das
propriedades do maciço rochoso. Sempre se assumiu que o usuário aperfeiçoaria essas
estimativas com investigações in situ mais detalhadas, análises numéricas e
retroanálises do comportamento de túneis e taludes para validar ou modificar esses
resultados iniciais (HOEK & BROWN, 2018).

Em casos de descontinuidades com preenchimentos, o GSI pode ser aplicado, porém


quando espessos (mais que alguns centímetros) ou em zonas de cisalhamento com
material argiloso, recomenda-se o uso do ábaco do GSI para maciços heterogêneos
(MARINOS et al., 2005). Os autores recomendam que quando o maciço se encontrar
tão intemperizado a ponto de não se reconhecer mais suas estruturas, deve ser avaliado
como solo e, dessa forma, não é possível aplicar o GSI.

Figura 6 - Aplicação do GSI segundo diferentes escalas de projeto.

Sabe-se que há diversas correlações do valor do GSI baseado em outros métodos de


classificação geomecânica como RMR e Q. Apesar de ter boa aplicação em maciços de
boa qualidade, não deve ser feita em maciços de menor resistência (GSI)

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2.4.1.2. Limitações do GSI
O GSI não é aplicável em rochas resistentes com poucas descontinuidades, cujo
espaçamento tenha dimensão similar ao túnel ou talude, uma vez que nessas situações a
estabilidade será controlada pela intersecção das descontinuidades com a face livre da
escavação (MARINOS et al., 2005). A Figura 3 mostra que a relação do tamanho dos
blocos com o tamanho da estrutura é um importante factor a ser considerado na decisão
de se usar o GSI (HOEK & BROWN, 2018).

O método também não se aplica em maciços a grandes profundidades (superiores a


1000 metros), pois comporta-se como rocha intacta uma vez que as descontinuidades
são comprimidas pelo peso da coluna de rocha acima delas, atingindo valores de GSI
em torno de 100 (MARINOS et al., 2007).

2.5. Módulo De Deformação


Segundo MEHTA e MONTEIRO (2008), o módulo de deformação pode ser definido
como sendo a relação entre a tensão aplicada e deformação instantânea dentro de um
limite de proporcionalidade do material.
MEHTA e MONTEIRO (2008) mostraram o comportamento do concreto quando
submetido a compressão. Apresenta-se na Figura 7 a relação entre ao nível de tensão a
que o concreto esta submetido e sua microfissuração, divididos em quatro estágios. Em
função da diferença entre os módulos de elasticidade das fases que constituem o
concreto, aparecem fissuras na zona de transição entre a pasta e o agregado graúdo. Em
concretos de resistências normais, abaixo de 30% da carga última estas fissuras
permanecem estáveis e a curva tensão-deformação permanece linear. Com o aumento da
tensão, essas microfissuras começam a aumentar em comprimento, abertura e
quantidade, fazendo com que a curva tensão-deformação (σ-ε) desvie de uma linha
recta. Porem, admite-se um sistema estável de fissuras na zona de transição na interface
até 50% da carga última. Com o aumento da tensão ate 75% da carga última, o sistema
de fissuras torna-se instável, aumentando e propagando-se as fissuras por toda a matriz,
inclinando a curva σ-ε para o sentido horizontal. Acima de 75% da carga última, a taxa
de liberação de energia de deformação alcança seu nível crítico, fazendo com que as
fissuras se desenvolvam espontaneamente sob tensão constante e o material se deforme
ate sua ruptura. Os autores explicam que a ocorrência e o grau de não-linearidade da
curva σ-ε depende da taxa de aplicação de carga. A um determinado grau de tensão, o

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modulo de deformação ira variar em função da taxa de propagação de fissuras,
dependente da velocidade em que a carga e aplicada.

Figura 7- Representação do comportamento do concreto sob compressão uniaxial


(σ-ε), METHA e MONTEIRO (2008).

2.5.1. Tipos de módulo de deformação


SHEHATA (2005) destaca que na literatura são citados os módulos de deformação
tangente, secante e cordal, mas nem sempre são interpretados correctamente. MEHTA
e MONTEIRO (2008) explicam que este fato advém da não linearidade da curva σ-ε. A
seguir são descritos os três tipos de módulo de deformação do concreto na compressão:

2.5.1.1. Módulo tangente


É o coeficiente angular da recta tangente a qualquer ponto da curva σ-ε na compressão,
mas quando não for especificado o ponto da curva, refere-se a origem, ou seja, ao
módulo tangente inicial Eci .

2.5.1.2. Módulo secante


É dado pela relação entre uma tensão qualquer e a deformação a ela correspondente, ou
seja, o coeficiente angular da recta que liga os pontos da curva σ-ε correspondentes a
essa tensão e a tensão igual a zero. Entretanto, quando a tensão não e mencionada,
infere-se que o modulo secante seja relativo a uma tensão entre 40 e 50% da resistência
a compressão.

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2.5.1.3. Modulo cordal
É definido pela recta que liga dois pontos quaisquer da curva σ-ε.
Tabela 4 - Expressões para determinação do módulo de deformação

Autor Expressão Observações


NBR 6118/2007 Ees =0 , 85.5600 √ fck Eci =5600 √ fck
fck ≤ 50 MPa
EUROCODE 2/2004 Ecs =α e 2200 ¿ Módulo secante para
0 , 4 fcm
fcm=fck+ 8 MPA
α e é função do tipo de
agregado (0,7 a 1,2)
ACI 318/2005 Ees =0 , 85.5600 √ fck Módulo secante para
0 , 45 fc ' ’
CEB FIP MC 90 Ecs =α β 18275 ¿ Módulo secante para
0 , 4 fcm
fcm=fck+ 8 MPA
α e é função do tipo de
agregado (0,7 a 1,2)

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3. Conclusão
Depois de realizar o presente trabalho, entendemos que as diversas classificações
geomecânicas surgem de forma a ajudar os profissionais a definir índices de qualidade
dos maciços rochosos e, consequentemente, prever seu comportamento. Isso permite a
definição de parâmetros da estrutura que busquem evitar sua ruptura, ou mesmo a
implantação de obras de estabilização ou contenção. para a classificação geomecânica,
poucos são os programas disponíveis no mercado e mesmo os existentes não costumam
classificar segundo o GSI, mesmo sendo um parâmetro essencial para o critério de
Hoek-Brown.

Também chegou-se aso entendimento de que o entendimento do sistema GSI, as razões


de sua origem e as modificações ao longo dos anos, é possível perceber que se trata de
uma classificação com objectivo de auxiliar na aplicação do critério de ruptura Hoek-
Brown,

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4. Referências bibliográficas
MEHTA, P.K. & MONTEIRO, P.J.M. Concreto: Estrutura, Propriedades e
Materiais, Ed. PINI, São Paulo, 2008.
SHEHATA, L.D., In ISAIA, G.C. (Ed.). Concreto: ensino, pesquisa e realizações.
vol. 1, cap. 21, IBRACON – São Paulo, 2005.
MARINOS, P.; MARINOS, V.; HOEK, E. The Geological Strenght Index (GSI): A
characterization tool for assessing engineering properties of rock masses. 2007.
MARINOS, P.; MARINOS, V.; HOEK, E. The Geological Strenght Index: applications
and limitations. Eng. Geol. Environ. v. 64, p. 55-65, 2005.
HOEK, E.; BROWN, E. T. The Hoek-Brown failure criterion and GSI – 2018 edition.
Journal of Rock Mechanics and Geotechnical Engineering, p. 1-19, 2018.
HUSSIAN, S.; MOHAMMAD, N.; REHMAN, Z. U.; KHAN, N. M.; SHAHZADA, K.;
ALI, S.; TAHIR, M.; RAZA, S.; SHERIN, S. Review of the Geological Strenght Index
(GSI) as an empirical classification and rock mass property estimation tool: origination,
modifications, applications and limitations. Advances in Civil Engineering, Hindawi,
18p., 2020.
Salcedo D.A.1983. MacizosRocosos: Caracterización, Resistencia al Corte y.
Hoek, E. and Brown, E.T. 1980b. Empirical strength criterion for rock masses. J.
Geotech. Engng Div., ASCE 106(GT9), 1013-1035.

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