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DISCIPLINA ISOLADA – GEOLOGIA APLICADA A ENGENHARIA CIVIL

JOÃO VITOR DA SILVA SOUZA

MACIÇOS ROCHOSOS

Porto Velho – RO
2022
JOÃO VITOR DA SILVA SOUZA

MACIÇOS ROCHOSOS

Pesquisa sobre “maciços rochosos


apresentado ao curso de disciplina
isolada, no período de: 19/10 A
07/11/2022, com Carga-Horária de 80
horas, como requisito parcial para
conclusão da disciplina de geologia
aplicada a engenharia civil. Sob
orientação do Professor Jhonatan Breno
Morais.

Porto Velho
2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4
Objetivo .............................................................................................................. 4
O QUE É UM MAÇIÇO ROCHOSO? ................................................................ 5
RESISTÊNCIA DO MACIÇO ROCHOSO .......................................................... 5
DEFORMABILIDADE ......................................................................................... 5
CLASSIFICAÇÕES GEOLOGICAS MACIÇOS ROCHOSOS ............................ 6
CLASSIFICAÇÕES PARA FINS DE ENGENHARIA .......................................... 8
CLASSIFICAÇÕES GEOMECANICAS .............................................................. 8
CLASSIFICAÇÃO BIENIAWSKI ......................................................................... 8
CLASSIFICAÇÃO DE BARTON ......................................................................... 9
CARACTERISTICAS DOS MACIÇOS ROCHOSOS ........................................ 10
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS...................................................................12
INTRODUÇÃO
A mecânica das rochas estuda a reologia dos materiais geológicos,
nomeadamente daqueles que na prática são considerados como rochas e não
como solos. Num sentido mais amplo, a mecânica das rochas pretende estudar
o comportamento mecânico dos maciços rochosos in situ, em relação às obras
de engenharia. Uma classificação técnica de maciços rochosos deve permitir
identificar o material e sua estrutura. Esta classificação deve também refletir o
comportamento do maciço em função da obra implantada e das solicitações
mecânicas impostas pela mesma (Ladeira, 1981). A literatura geotécnica contém
muitas referências em relação às influências das descontinuidades na
resistência ou qualidade dos maciços rochosos. Adicionalmente, é amplamente
aceito o fato de que o conhecimento das propriedades geotécnicas dos maciços
rochosos é mais importante que o conhecimento das propriedades geotécnicas
das rochas intactas. Como consequência, muitas classificações permitem a
estimação de propriedades físicas dos maciços rochosos e das
descontinuidades. A análise da estabilidade de maciços rochosos, visando o
dimensionamento de escavações e cortes de estrada de rodagem e em minas a
céu aberto, é a principal preocupação de muitas classificações modernas.

OBJETIVO

O presente trabalho tem o objetivo de estudo e aplicação de alguns


métodos de avaliação de maciços rochosos, e consequentemente uma
comparação entre os métodos no que tange a sua aplicabilidade na obtenção de
propriedades dos maciços e suas descontinuidades. Nesse aspecto, os métodos
que valorizam a resistência da rocha intacta, como são o RMR e o RMi serão
comparados ao sistema-Q de Barton, que apresenta uma abordagem baseada
principalmente nas características das descontinuidades e no estado de tensões
atuantes no maciço rochoso. Como dizem vários autores que abordaram esse
assunto, os métodos de classificação de maciços rochosos não substituem
outras avaliações técnicas da rocha ou análises, mas quando aplicado de forma
correta podem sim, serem muito eficientes e são um grande apoio para os
engenheiros de rocha e geólogos de engenharia.
O QUE É UM MACIÇO ROCHOSO?

Os maciços rochosos consistem em unidades geológicas que compõem


a superfície da Terra. Eles são essencialmente formados por aglomerados
de rochas, sejam elas ígneas, sedimentares ou metamórficas, bem como
pelas descontinuidades. Observe que desse sistema complexo são derivadas as
características e comportamentos hidráulico e geomecânico.
Os maciços rochosos geralmente são anisotrópicos nas propriedades
que afetam o comportamento mecânico. Por exemplo, as descontinuidades e os
planos de fraqueza fazem o que o maciço rochoso seja mais deformável e
anisotrópico, devido a que reduz a resistência ao cisalhamento das
descontinuidades.
“Quando aglomeradas, as rochas apresentam determinados mecanismos
estabilizantes, como descontinuidades, falhas e fraturas”, afirma Daniel. E, para
determinar propriedades como grau de alteração, grau de fraturamento e
resistência mecânica, é necessário realizar ensaios em campo e em laboratório.

RESISTÊNCIA DO MACIÇO ROCHOSO

A resistência de um maciço rochoso descontínuo depende das


propriedades das peças de rocha intacta e também da liberdade dessas peças
de deslizar e rotacionar em diferentes condições de tensão. Essa liberdade é
controlada pela forma geométrica das peças de rocha intacta, bem como da
condição das superfícies que separam essas peças. Pedaços de rocha
angulosos com superfícies de descontinuidades limpas e ásperas irão resultar
em um maciço rochoso muito mais forte do que aquele que contém partículas
arredondadas envoltos por material alterado e decomposto.

DEFORMABILIDADE

O módulo de deformação estático é um dos parâmetros que melhor


representa o comportamento mecânico de uma rocha ou de um maciço rochoso,
em particular quando se trata de escavações subterrâneas. É por isso que a
maioria das análises de elementos finitos e elementos de contorno para estudos
de tensão e distribuição do deslocamento em torno de escavações subterrâneas
são baseadas neste parâmetro. O módulo de deformação é, portanto, uma base
para muitas análises geomecânicas (Palmström e Singh, 2001).

CLASSIFICAÇÕES GEOLÓGICAS MACIÇOS ROCHOSOS

Quando se pretende fazer o estudo de uma dada formação interessada


num problema de engenharia civil é corrente iniciá-lo por uma classificação
geológica. Reconhece-se que esta classificação não é absoluta para fins de
engenharia, mas atribuísse-lhes utilidade. Conforme é conhecido, aqueles
fenómenos poderão estar na origem da formação de vazios nos maciços, por
vezes de grandes dimensões (cavernas), que estão na origem de fenómenos de
subsidência e de colapsos da superfície dos terrenos (Figura 1), ou ditar
comportamentos hidráulicos típicos (Figura 2) associados à permeabilidade em
grande que se processa através da rede de descontinuidades.

Figura 1 − Corte esquemático representativo dos fenómenos de subsidência e de colapso


associados a maciços de calcário.

Figura 2 − Hidrogeologia dum maciço sedimentar: A - zona de recarga; B – zona de cavidades


saturadas; C – zona de transferência.
Classificação tendo em consideração o estado de alteração das rochas e a
estrutura geológica de maciços rochosos

As características de qualidade de maciços rochosos são


fundamentalmente consequência do seu estado de alteração e de fraturação. A
ocorrência de água percolando nos maciços atua também, com frequência, na
respectiva estabilidade. Importa desde já referir os dois primeiros parâmetros
considerados - estado de alteração e grau de fraturação - e fazer considerações
sobre os critérios de classificação de maciços neles baseados.
O número de graus a considerar em relação ao estado de alteração de
uma dada formação varia necessariamente com o tipo de problema e,
consequentemente, com a necessidade de pormenorizar a informação
respectiva. Na maioria dos casos parece adequado considerarem-se cinco graus
de alteração dos maciços rochosos conforme se esquematiza na Tabela 1.
Tabela 1 − Graus de alteração de maciços rochosos.

Quanto ao estado de fraturação de um maciço há vários critérios razoavelmente


semelhantes entre si que caracterizam em regra, o espaçamento entre
diaclases. No geral contêm igualmente 5 classes correspondendo cada uma às
designações de muito próximas, próximas, medianamente afastadas, afastadas
e muito afastadas. Apresenta-se na Tabela 5.2 a classificação elaborada pela
respectiva comissão da ISRM.
Tabela 2 − Graus de fraturação de maciços rochosos.

CLASSIFICAÇÕES PARA FINS DE ENGENHARIA

A classificação dos solos é tema que será devidamente aprofundado na


disciplina de Mecânica dos Solos. Para as rochas não há ainda sistemas de
classificação geomecânico aceites pela generalidade da comunidade técnica.
Contudo, os critérios mais correntes de classificação do "material rocha"
baseiam-se, na sua maioria, nos parâmetros módulo de elasticidade (E),
resistência à compressão simples (σc) e velocidades de propagação das ondas
ultrassónicas (Vp e Vs), por serem, por um lado, valores que facilmente podem
ser obtidos através de ensaios e, por outro, por caracterizarem de modo
significativo o comportamento mecânico da rocha.

CLASSIFICAÇÕES GEOMECÂNICAS

As classificações geomecânicas são utilizadas para caracterizar os


maciços rochosos através de um conjunto de propriedades identificadas por
observação direta e ensaios realizados in situ ou em amostras recolhidas em
sondagens. O interesse destas classificações consiste também em sistematizar
o conjunto de elementos geotécnicos que interessa caracterizar num
determinado maciço rochoso. Entre as várias classificações geomecânicas
referem-se as de Bieniawski (Sistema RMR) e Barton (Sistema Q).

Classificação de Bieniawski (Sistema RMR)


A classificação de Bieniawski ou Sistema RMR (“Rock Mass Rating”) é,
atualmente, muito divulgada e tem sido sucessivamente refinada à medida que
são incluídos os resultados de análises de um maior número de casos práticos.
Neste texto será apresentada a versão de 1989. A classificação geomecânica é
baseada no princípio da atribuição de pesos aos seis parâmetros que Bieniawski
considerou contribuírem mais significativamente para o comportamento dos
maciços rochosos, tendo em atenção especial o caso das obras subterrâneas.
O somatório dos pesos atribuídos a cada um destes parâmetros constitui um
índice, usualmente designado por RMR, ao qual corresponde uma das cinco
classes de qualidade de maciços, consideradas pelo autor. Os parâmetros
utilizados são os seguintes:
1. Resistência à compressão uniaxial da rocha intacta;
2. RQD (“Rock Quality Designation”);
3. Espaçamento das descontinuidades;
4. Condição das descontinuidades;
5. Influência da água;
6. Orientação das descontinuidades.
A aplicação da classificação a um maciço rochoso implica a divisão deste
em várias regiões estruturais (zonas) a serem classificadas separadamente. As
fronteiras destas regiões coincidem usualmente com as estruturas geológicas
principais, tais como falhas ou mudanças do tipo de rocha. Nalguns casos, dentro
do mesmo tipo de rocha, as mudanças significativas no espaçamento das
descontinuidades, ou das características destas, podem obrigar à subdivisão do
maciço rochoso num maior número de regiões estruturais de menor dimensão.

Classificação de Barton (Sistema Q)

Com fundamento na observação dum grande número de escavações


subterrâneas, Barton, Lien e Lund, do Norwegian Geotechnical Institute,
propuseram, em 1974, uma classificação que assenta na definição de um índice
de qualidade Q baseado na análise de 6 fatores considerados relevantes para a
caracterização do comportamento dos maciços rochosos. O valor numérico do
índice Q apresenta um largo campo de variação, entre 10-3 e 103, e é
determinado pela expressão seguinte:
1. RQD / Jn caracteriza a estrutura do maciço rochoso e constitui uma medida
do bloco unitário deste; o seu valor, variável entre 200 e 0,5, dá uma ideia
genérica da dimensão dos blocos;
2. Jr / Ja caracteriza as descontinuidades e/ou o seu enchimento sob o aspecto
da rugosidade e do grau de alteração; este quociente é crescente com o
incremento da rugosidade e diminui com o grau de alteração das paredes em
contacto direto, situações a que correspondem aumentos da resistência ao corte;
o quociente diminui, tal como a resistência ao corte, quando as descontinuidades
têm preenchimentos argilosos ou quando se encontram abertas;
3. Jw / SRF representa o estado de tensão no maciço rochoso; o fator SRF
caracteriza o estado de tensão no maciço rochoso, em profundidade, ou as
tensões de expansibilidade em formações incompetentes de comportamento
plástico, sendo a sua avaliação feita quer a partir de evidências de libertação de
tensões (explosões de rocha, etc.), quer a partir da ocorrência de zonas de
escorregamento ou de alteração localizada; o fator Jw representa a medida da
pressão da água, que tem um efeito adverso na resistência ao escorregamento
das descontinuidades.

CARACTERÍSTICAS DOS MACIÇOS ROCHOSOS.

Como a natureza das características do maciço difere de local para local, função
da história geológica da região considerada, é necessário evidenciar os atributos
do meio rochoso que, isolada ou conjuntamente, condicionam o seu
comportamento ante as solicitações impostas pela obra em questão. Tal
procedimento denomina-se caracterização geológico-geotécnica ou
geológico-geomecânica do maciço rochoso. A caracterização objectiva,
portanto, “a emergência das características de uma realidade para sua posterior
classificação” (Franciss, 1974; in Santos Oliveira e Alves de Brito, 1998).
O acto de hierarquizar aquelas características, organizá-las individualmente em
grupos ou classes, às quais se possa associar comportamentos diferenciados
do meio rochoso, para as condições de solicitação consideradas, denomina-se
classificação geomecânica do maciço.
O planeamento e a execução dos estudos geológico-geotécnicos, destinados ao
projecto e à construção de obras civis, integram-se com as fases do
empreendimento. As investigações, elemento essencial na aquisição dos dados
para os estudos de caracterização, proporcionam dados em níveis de
progressivo detalhe. Assim, o tratamento dos dados sofre aprimoramento
constante e cuidadoso, conforme a evolução da obra (Franciss, 1974; Tognon et
al. 1977; Ojima, 1981 e IPT, 1984; in Santos Oliveira e Alves de Brito, 1998).
De um modo geral, as características mais visadas no estudo do comportamento
dos meios rochosos dizem respeito à deformabilidade, à resistência, à
permeabilidade (em especial, no caso de, obras hidráulicas e certas obras de
escavação), e ao estado de tensões naturais (sobretudo, no caso de obras
subterrâneas profundas). Tais características compreendem as feições
geológicas e os parâmetros geotécnicos - obtidos através da caracterização
geológico-geotécnica do maciço rochoso – e os índices e propriedades físicas –
determinados por meio de ensaios in situ e laboratoriais.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

Endereço: Fortificação de maciço rochoso: veja como escolher o tipo ideal!


(belgobekaert.com.br)
Endereço: TCCE_ClassificacaoCaracterizacaoMacicos.pdf (ufpa.br)
Endereço: Mineral, rocha e maciço: aprenda de uma vez por todas a diferença
entre eles! (belgobekaert.com.br)
Endereço: https://paginas.fe.up.pt/~geng/ge/apontamentos/Cap_5_GE.pdf
Extraido: ABGE (Associação Brasileira de Geologia de Engenharia), 1998 –
Geologia de Engenharia. Editores: António Manoel dos Santos Oliveira e Sérgio
Nertan Alves de Brito. Pág. 211-212.

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