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Discentes:
Azarias Mbebe
Fely Bechame
Fernando Banze
Deere (1967) desenvolveu um sistema de classificação baseado num índice que designou
por RQD (“Rock Quality Designation”), indicativo da qualidade de maciços rochosos, definido a
partir dos testemunhos de sondagens realizadas com recuperação contínua de amostra.
Este índice, que tem vindo a ser muito utilizado internacionalmente, é definido como a
percentagem determinada pelo quociente entre o somatório dos troços de amostra com
comprimento superior a 10 cm e o comprimento total furado em cada manobra. Em função dos
valores do RQD, são apresentadas na Tabela 1 as designações propostas por Deere para
classificar a qualidade dos maciços rochosos.
Em princípio, a determinação do RQD deve ser feita apenas em sondagens com diâmetro
superior a 55 mm, cuidadosamente realizadas em que sejam utilizados amostradores de parede
dupla ou tripla.
Tabela 1 − Classificação dos maciços com base no RQD.
RQD Qualidade do Maciço Rochoso
0 - 25% muito fraco
25 - 50% fraco
50 - 75% razoável
75 - 90% bom
90 - 100% excelente
Quando não haja amostragem obtida por sondagens, mas sejam identificáveis os traços
das descontinuidades em afloramentos rochosos ou em escavações, poder-se-á estimar o valor do
RQD recorrendo à relação proposta por Palmström (1982):
RQD = 115 – 3,3 Jv
Onde Jv representa o índice volumétrico (somatório do número de descontinuidades por
unidade de comprimento, para o conjunto das famílias). De notar que o RQD é um parâmetro
dependente da direção de amostragem podendo o seu valor variar significativamente em função
da orientação das sondagens. O uso do índice volumétrico, para estimar o valor do RQD, pode
apresentar-se como benéfico por reduzir tal dependência
O parâmetro RQD deve representar a qualidade do maciço rochoso “in situ”. Quando se
realizam sondagens em maciços com forte anisotropia, nos quais se incluem muitas das
formações existentes que ocorrem em Portugal, é frequente o desenvolvimento de novas fraturas
no material das amostras, segundo os planos de fraqueza, resultantes da descompressão que se
regista em consequência da sua retirada do maciço. Quando da observação de amostras obtidas
por furação, deverá ter-se cuidado de distinguir as fraturas naturais das decorrentes do processo
de furação ou daquelas que foram causadas quer pelo manuseamento do equipamento, devendo
estas últimas ser ignoradas na determinação do RQD.
Do mesmo modo, quando se recorra à observação de superfícies escavadas tendo em
vista a utilização da relação devida a Palmström, as fraturas provocadas pelo uso de explosivos
devem ser ignoradas.
A classificação dos maciços rochosos baseada nos valores do RQD, embora útil, é
bastante limitada. De facto, além das fraturas, outras descontinuidades que caracterizam a
estrutura geológica das formações, podem, de forma idêntica, imprimir um dado comportamento
a um maciço. Estão neste caso, por exemplo, as superfícies de estratificação e de xistosidade.
RMS (Rock Mass Strength), ou resistência da massa rochosa, refere-se à capacidade de uma
formação rochosa resistir a esforços mecânicos antes de falhar ou se deformar. É uma medida
importante em geotecnia e mecânica das rochas, sendo crucial para projetos de engenharia civil,
como túneis, mineração, construção de estradas e estabilidade de taludes.
A resistência da massa rochosa é influenciada por uma variedade de fatores, incluindo a
composição mineralógica da rocha, sua estrutura geológica, a presença de descontinuidades
como falhas e juntas, e as condições de tensão no local. Esses fatores afetam a forma como a
força é transferida através da massa rochosa e como ela resiste à deformação e à ruptura.
A determinação da resistência da massa rochosa pode envolver uma combinação de métodos de
laboratório, como testes de compressão uniaxial e testes de tração, e métodos de campo, como
ensaios de penetração e observação direta da geologia do local. A partir dessas informações,
pode-se estimar a resistência da massa rochosa e usar esses dados para projetar estruturas e
realizar análises de estabilidade.
A compreensão da resistência das massas rochosas remonta a séculos atrás, quando os
seres humanos começaram a construir estruturas em ambientes rochosos.
No entanto, o estudo sistemático da resistência da massa rochosa como uma disciplina científica
específica começou a se desenvolver mais intensamente durante o século XX, com avanços em
APLICAÇÕES DO RMS
Deere, D. U., & Deere, D. W. (1989). The rock quality designation (RQD) index in practice. In
ISRM suggested methods for rock characterization, testing and monitoring: 131-136.
Hoek, E., & Brown, E. T. (1997). Practical estimates of rock mass strength. International Journal
of Rock Mechanics and Mining Sciences, 34(8), 1165-1186.
Marinos, P., & Hoek, E. (2000). GSI: A geologically friendly tool for rock mass strength
estimation. In Proceedings of the GeoEng 2000 conference (Vol. 1, pp. 1422-1446).