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Timber frame

Sistema de H abitação em Tim berfram e

Introdução

Mun dialm ente conhecido como “timberframe”, o u ain da, caracterizado pelo s
termos populares “post-and-beam” ou “post-and- lintel”, este sistem a é reconh ecido no
Brasil como “pilar-viga” e, em Portugal como “poste-viga”.
Benson (1997) defin e o tim berframe com o uma estrutura de madeira auto-
portante fixada por ligaçõ es entre m adeira. O mesmo avalia que o s sistem as que
originaram esta técnica têm sido utilizados por mais de 2000 anos em todas as p artes do
m undo. Em muitas áreas florestais, algumas m odalidades baseadas neste tipo de casa de
m adeira foram ou ain da são método s dominantes de construção.
Dois eventos signif icativos foram influentes em sua evolução. O primeiro deles
resum iu-se na criação da ligação de “entalhe- e-espiga”, entre os ano s de 500 e 200 a.C.,
o que signif ico u em uma sofisticação tecnológica favoráv el do uso de ferramentas
adequadas p ara o trabalho com a madeira. O segun do evento ocorreu no século X,
quan do um quadro foi desenvo lvido r ígido suficiente p ara se sustentar em cima da terra
e receber a vedação. Antes disso, os postes er am presos diretam ente em buracos e
preso s por terra batida, fato que resultava em duas deficiências: redução da
possibilidade de interconexões entre as partes de madeira; e, apo drecim ento dos po stes
pelo contato com a terra (BENSON, 1997).
A Figura 61 retrata dois tipos prim itivos de estrutur as de pilar-viga: o prim eiro
tipo com toras pontudas em sua base, enterradas para conf erir sustento e am arradas por
cipós, visando seu travamento; e, o segun do com tábuas com certo grau de usin agem e
ligaçõ es tipo “entalhe-e- esp iga” entre seus com ponentes apoiado s em pedra.
Figura 1: Estrutur as pr imitivas de pilar-v iga: ( a) ossat ura formada por toras enterradas
e amarradas por cipó s, e ( b) o ssatur a recente, com o uso de ligaçõ es por entalhe-e-
espiga. Fonte: Benson (1997).
Muitas coisas m udaram desde a concepção desta tipologia, prin cipalm ente no
nível de m an ufat ura, artesanal no passado e in dustrial atualmente, no entanto, o conceito
de pilares fixado s em vigas perm anece o m esm o.
Pirozzolo & Corzin e (2000) compõem que o atual sistema tim berfram e ou de
pilar-viga po de ter iniciado seu percur so em uma pequena marcenaria por trabalhadores
usan do ferramentas do século XIX, o u ain da, por alguma f ábrica m oderna, com serras
controladamente com putadorizadas e por fresadoras que m anufaturam resistentes po stes
e vigas.
Dentre os quatro modos de tim berfram e, a técnica pilar-viga é a mais popular e
m ais dif undida por todo o mundo. É baseada em um sistema sim ples de ar quitrave
formada por um elemento horizontal, uma trave ou viga, suportada por do is p ilar es o u
postes verticais dispostos em cada uma das extrem idades da viga. Os componentes
podem ser f eitos totalm ente em m adeira ou em conjunto com aço pedra, tijolo s o u
concreto.
Por outra vertente, Sar dén (2005) identifica a existência de quatro diferentes
sistem as baseado s em pilar-viga estrutur al, que são aplicado s frequentemente em
habitações: arm ações leves pré-fabr icadas de madeira, estrutur as metálicas pré-
fabricadas, estruturas de concreto e arm açõ es de m adeira maciça.
A Figura 62 ilustra os quatro m odos de tim berframe para madeiras: stick-frame,
construção em painel, construção volum étrica e pilar-viga.
Figura 2: Modalidades de timberframe: (a)
Presnitz (2009) aponta que o pilar-v iga é um sistem a simples e elegante,
composto por grandes postes e vigas de madeiras que se encaixam em conjunto pela
junção de “entalhe-e- esp iga” (m ortise-and- tenon), os quais são fixados por cav ilhas de
m adeira, ao invés de prego s. Os pinos atuam com o um m ecanismo de travamento com
as juntas das madeiras, de modo que quan do a estrut ura da casa é m ontada no local, o
único elemento que suporta toda a estrut ura em conjunto é o esqueleto de madeira
(Figura 63). Um a vez que esta ossatur a de madeir a está m ontada, as par edes po dem ser
fechadas por : m adeira estrutural, lenha, madeira aplainada, toras ro liças, palh a o u
painéis reconstituídos de madeira.

Figura 3: Estrutur a em pilar-v iga utilizada como esqueleto em edificações: ( a) de dois


pavimentos e ( b) térrea. Fonte: Bonin Architects & Associa tes (2011).
Esta arm ação p esada de m adeira assenta-se sobre uma estrutur a de pilares e
vigas forman do módulo s, sobre a qual um a estr utura secun dár ia, equip ada com vigas
m enores, é en contrada (ASENSIO, 2006).
O pilar-viga em m adeir a resume-se com o um sistema focado em um estilo
tradicional que retoma lentam ente sua popularidade. Isto, por que o mesmo pro duz
edificações muito fortes, sustentáveis e repletas de person alidade. Na Europ a e na
América do Norte existem muitas estr uturas seculares de timberfram e, tais como, casas,
igr ejas e galpões. No Jap ão, um tem plo aparentem ente construído há 1300 ano s é
encontrado n este tipo de estrutura con strutiva de madeira (PRESNITZ, 2009). Por um
longo tempo sua popular idade fo i am eaçada, devido aos incêndio s provocados em
cidades europ éias na Suécia, Noruega e França.
Como conseqüência de um a série de incêndios n as cidades suecas dur ante os
séculos XVIII e XI X, as regr as lo cais determinavam que a construção de casas de
m adeira de m uitos andares não era permitida. Isto reduziu o mercado de timberframe,
suprimin do o uso desta técnica em edif ício s de gran de porte até 1994, quando o novo
código de obras sueco fo i introduzido ( SARDÉN, 2005).

Matérias-primas utilizadas para fabricação dos componentes

Semelhante às habitações em log-hom e, as estrut uras de m adeira em


timberframe são produzidas na Am érica do Norte a partir das espécies de: pinheiro,
cedro, carvalho, abeto, espr uce, cipreste, bor do e cicuta. Na Euro pa são feitas em :
castanheiro, carv alho europ eu, abeto, espr uce, f aia, fr eixo e larício. Na América do Sul,
em especial no Brasil, estas peças podem ser compostas por: jato bá, cedro, p inheiro,
araucária, an gelim, freijó, pero ba-rosa, cedrinho, itaúba, tauari, tatajuba, cam bará e
cupiúba. Ain da, m ais recentemente, podem -se encontrar elementos em madeira
laminada co lada (MLC) e m adeira serr ada e colada (LVL).
O fech am ento da ossatura po de ser con cluído tanto em tábuas de madeir a maciça
quanto por painéis estr uturais der ivados de madeir a (OSB e com pensado naval) ou
pelos painéis m ineralizado s (fibrocim ento e a m adeira-cimento). Por sua vez, o
fechamento não-estrut ural po de ser realizado por painéis reconstituídos de
convencionais (MDF e HDF) o u por painéis m inerais (drywa ll e gesso laminado).

Ti pos de arm ação estrutural de m adeira para timberframe

De acor do com Sar dén (2005), po dem-se identificar três tipos diferentes de
armações de madeira para estrut uras de tim berfram e (Figur a 64):
a) Sistemas de madeira maciça robusta: técnica considerada historicamente a
m ais tradicional, apresenta construções m uito antigas. Sua estr utura só lida
m antém o calor interno e isola acusticamente a habitação;
b) Sistemas leves: ideais para edificações residenciais, são com postos por
armações leves. Sua arm ação é feita em paredes de p ainéis, com lajes leves de
m adeira e um telhado com posto por treliças de madeira ou madeira laminada
colada. Pop ular na Escandináv ia, é ap licada em gran des vão s o u em casas de
vários pavim entos.
c) Sistemas de pilar-viga: utilizado s, so bret udo, para constr uções comerciais e
industriais, este tipo suporta gr an des espaço s livr es, permitindo grandes v ãos,
ideais par a escolas, estádios, etc. Estas arm ações são conf eccionadas em madeira
m aciça, m adeira lam inada colada o u em LVL.
A con cepção de projeto de desenho destas estrutur as será m uito sem elhante,
m udando assim, somente o m aterial usado e o tam anho da estr utura desejada. No
entanto, os sistemas leves, com postos por vigas pré-f abricadas de m adeira, po dem ser
feitos por vigas curv as.

Figura 4: Armações de madeira em timberframe pelo s sistem as: (a) de m adeira maciça
[49], (b) leve [50], e (c) de pilar-viga [51].
Detalhes técnicos básicos de uma edificação em tim berfram e

Mello (2007) fomenta que esta tipologia é com posta por pilar es e v igas de
m adeira que f uncion am com o pórticos, isto é, estes componentes são armados em uma
dir eção e travado s em outra por m eio de estrutur as secundár ias de pisos e co berturas.
Sua execução é fácil porque geralmente são necessários po uco s elem entos par a sua
m ontagem, tornando-a bem flexível, em relação à in serção de vedaçõ es em m ateriais
diversos.
O fecham ento das par edes aceita a madeira m aciça, painéis deriv ados de
m adeira, aço, vidro, pedras e a alvenaria. Por causa desta flexibilidade, o sistem a de
pilar-viga assem elha- se a o utras técnicas constr utivas, por abranger m ateriais comun s de
outros sistem as.
A viga deve suportar as car gas que repousarão so bre ela, bem como seu próprio
peso, sem deformação o u r uptur a. Os pilares dev em apoiar as vigas e suas car gas sem
deformação e esmagam ento, sendo, cada pilar forte especialmente em sua com pressão
(ENCYCLOPAEDI A BRITANNI CA, 2011).
A Figura 65 mostra o s componentes e o s elem entos que form am um exemplo de
habitação em tim berfram e de p ilar-v iga com alvenaria, dado por:
1) Placa de r eboco o u d rywall: resistente ao fo go e conf ere superfície lisa;
2) Lâmina plástica isolante: resistente a umidade;
3) Elem ento corta-fogo: elemento que impede a ação do fogo à estrutur a;
4) Esqueleto do tim berfram e: montantes da ossat ura estrutural em m adeira maciça;
5) Isolam ento térm ico: material que im pede a per da de calor interna;
6) Fech amento de painel OSB: fortalece a parede f azendo contraventam ento;
7) Mem brana isolante de fo go: manta que retarda a ação do fogo ;
8) Conector de aço inox idável: elemento que une a o ssatura a alv enaria;
9) Bloco de con creto: confere durabilidade externa da estr utura;
10) Acabamento fino externo liso o u textur izado: acabamento estético;
11) Base de tijolo s apar entes: acabamento da f undação (opcional) ;
12) Im permeabilizante: isola a ação da umidade do terreno;
13) Nível do solo no terreno;
14) Viga hor izontal: peça estrutural vertical da ossatura de madeira;
15) Guia inferior : peça estrutur al horizontal da ossatura de madeira;
16) Base do p avimento: elem ento intermediário entre o ssatura e f undação;
17) Tabique: peça de travam ento do piso;
18) Viga de encabeçamento: base de apoio do p iso e do fechamento;
19) Viga de apoio da estrutur a na f undação: peça de apoio da estrutur a;
20) Fundação de con creto: base que fixa a casa ao terreno. Isola da um idade.
Figura 5: Detalham ento de um tim berfram e [52].
Em um pilar-viga conven cional a seção do s pilares po de var iar entre 10 e 30 cm
de diâmetro, tanto para elementos com form atos circulares quanto para quadrado s e
retangulares.
Sánch ez et. al. (1995) defin e que o timberfram e pode apresentar casas de até seis
pa vimentos, isto, se a m esm a apresentar uma estrutura m ista com o utros materiais para
o fecham ento, como a alvenaria, par a form ar paredes estrutur ais que suportem as car gas.

Fundação e base para casas em estrutura de tim berframe

A fun dação p ara o sistema tim berfram e é conduzido por sapatas corr idas que
sustentam as travessas de madeir a de base para as paredes, ou ain da, por sapatas
isoladas, e em casos menos freqüentes, por pilares in dependentes (SÁNCHEZ ET. AL.,
1995).
Em todos o s casos, recomenda-se um a impermeabilização de toda a base de
concreto, que está em contato com as travessas, mediante a aplicação de mantas o u
pinturas especiais.
O sistem a de fun dação por sapata corr ida é baseado na técnica específica par a
casas com peso elevado, on de, um bloco de concreto arm ado contín uo é constr uído em
uma escavação própr ia, ao lon go de to das as paredes externas da edificação. A Figura
66 retrata a sapata corrida para o sistem a pilar-viga.
Figura 6: Esquem a da sapata corrida par a timberframe [53].
Por fim, as sapatas iso ladas são indepen dentes e distribuídas em colunas, e,
devem ser dispo stas em concreto, para que os pilares n ão fiquem em contato com o solo.
O conjunto é fix ado com paraf usos e cantoneir as m etálicas (Figura 67).

Figura 7: Fixação em sap ata iso lada. Fonte: Adaptado de American Wood Coun cil
(2007).
No sistem a de sapatas corridas, as travessas de madeir a que sustentam as par edes
devem ser dispo stas por um quadro (Figura 68). As vigas maiores, indicadas pelos
dorm entes longitudin ais, devem receber o apoio das viguetas, enquanto, as m enores,
indicadas pelos dorm entes transver sais, devem travar o quadro, visando conferir m aior
estabilidade à base.

Figura 8: Base de m adeira par a tim berfram e. Fonte: Adaptado de Sánchez et. al.
(1995).
Na composição deste quadro, os dormentes e as viguetas dev em ter seções
aproximadas de 10 x 15 centímetros (SÁNCHEZ ET. AL., 1995).
Os encaixes entre os dormentes e as viguetas devem ser f eitos conforme a Figur a
69, onde, as v iguetas são apoiadas nos dormentes lon gitudin ais a partir de encaixes tipo
“junta-dentada”.

Figura 9: Encaixes específicos entre viguetas e dorm entes da base de m adeira p ara: (a)
encaix es único s e (b) en caix es duplos. Fonte: Adaptado de Sánchez et. al. (1995).
O piso deve ser instalado so b as viguetas, cont udo, pequenos caibros de madeir a
devem ser fix ados n as v iguetas p ara servir de base par a o asso alho de madeira. O espaço
entre os pequenos caibros deve possuir iso lamento térmico por placas, para que o
espaço interno da casa não per ca calor pela sua base.
Nota-se que os pequenos caibros devem possuir um a altur a m ínim a igual o u
pouco m aior que a altura do iso lante térm ico, isto, para que o asso alho seja fix ado de
forma eficiente. A Figura 70 retrata o esquem a de montagem do piso interno em pilar-
viga.

Figura 10: Esquem a de m ontagem do piso de m adeir a de uma edif icação em


timberframe. Fonte: Adaptado de Sánchez et. al. (1995).

C om ponentes para o fechamento de paredes de um tim berframe

O tim berfram e é um sistema muito flexível e, com isso, seu f echamento pode ser
concluído em : m adeira m aciça, painéis reconstituídos, alvenaria, etc.
A Figur a 71 ilustra os fechamentos mais com uns para pilar-viga, com o a
m adeira maciça, a alvenaria, e o s painéis reconstituídos de madeira.

Figura 11: Fecham entos para timberframe: (a) m adeira m aciça [54], (b) alvenaria [55],
(c) painéis estruturais [56], e (d) painéis não-estrut urais com ossat ura dupla [56].
Desde a concepção do timberframe, o fechamento por madeira m aciça (tábuas e
lambris) é o método m ais conven cional e dif un dido. Esta técnica de fech am ento era
m ais apropr iada no passado, po is havia dif iculdade de se encontrar o utros m ateriais que
perm itissem a padron ização e constr ução em larga escala.
Entretanto, a vedação em alvenaria também consiste em um método dif un dido
há um longo tem po, contudo, este modelo é recomendado para con struções de m aior
porte, pois, sua dispo sição especial permite maior rigidez da parede, ideal em
construções de dois o u m ais pavimentos.
Com o tempo, novos m ateriais como os painéis derivados de madeira foram
inser idos para o fechamento desta tipolo gia constr utiva.

O uso de painéis recon stituído s de madeira consiste nas aplicações modernas,


onde, este tipo de m aterial torna mais leve a estrut ura da edificação. Existem painéis
estrut urais de madeira, com o o OSB e os com pensado s (LVL e naval) que suportam de
m aneira adequada as tensões e forças atuantes da o ssatura, bem com o, agem como
elementos de contraventam ento das paredes. Por outro lado, os pain éis não-estruturais
atuam somente com o fechamento, sem qualquer interação de or dem estr utural com a
ossatura de m adeira.
Os m étodos de alvenaria e de pain éis recon stituído s permitem a aplicação de
pinturas, alisamentos, texturização e de revestimentos para o acabam ento fino, enquanto,
a madeira maciça permite a aplicação de vernizes, tintas e cer as.

C oncepção da m ontagem das traves ou pórticos de um tim berframe

A montagem do s pórticos de um a habitação em timberframe é conform e a


Figura 73 : (a) os componentes da trave são f ixado s na base no local adequado e m odo
de içamento do pórtico; (b) fixação das traves na base; (c) estribo s para travam ento das
traves para receber o telh ado; e, (d) in serção das treliças do telhado, form an do o
travamento com pleto da estrut ura.
Figura 12: Montagem das traves de pilar-viga. Fonte: Adaptado de Sánchez et. al.
(1995).
A an coragem de um pilar po de ser feita em diver sas form as, contudo, a maneir a
m ais conven cional consiste na ancoragem por placa dentada de aço, mediante a inserção
de um pino galvanizado fix ado no concr eto (Figura 74).
Figura 13: Ancoragem do pilar à f undação da casa, pela inser ção de pino e placa de aço
galvanizado. Fonte: Adaptado de Zaya (2002).
Nos Estado s Unido s, o tamanho mínim o recomendado para pinos de aço
galvanizado suportarem as car gas estrutur ais é de 1”. No entanto, ainda ex istem outros
tipos de ancoragem para o s pilares de m adeira de uma construção em timberframe,
como indica a Figur a 75.

Figura 14: Ancoragens de p ilar es. Fonte: Adaptado de American Wood Council (2003).
A montagem da ossatura para o s pav imentos superior es são baseados em uma
trama composta pelo travam ento entre as vigas m estras e as vigas de sustento do piso
(vigotes). A Figur a 76 retrata a com posição desta técnica.
Figura 15: Ossatur as de madeira: (a) finalizada [58], e (b) em obr as [59].
Instalação de esquadrias em paredes de tim berfram e

A instalação de esquadrias em paredes de tim berfram e é sim ples, e baseada no


recorte da superf ície e na sua fixação por paraf usos e pregos. A Figura 84 ilustra: a
fixação de uma porta por travas especiais de pressão, o r ecorte corr eto de uma parede
para o recebimento de uma jan ela e a fixação das guarnições de uma jan ela com um pelo
m étodo de p araf usam ento.

Figura 16: Fixação de esquadrias: (a) instalação de uma porta por travas de pressão
[63], (b) esquem a de recorte correto da par ede par a receber um a janela [64] e (c) fixação
de parafusos em uma esquadria [65].

COBERTURA

A estrutur a do telhado de um tim berframe é muito sem elh ante a qualquer casa de
alvenaria, e sen do assim, com porta quaisquer m odelo s, sejam estes suportados por
traves, treliças o u tesouras ( Figura 86). Estes elementos podem ser feitos em: madeira
m aciça (roliça e tábuas), m adeir a laminada colada (MLC) o u m adeira serrada e co lada
(LVL).
Figura 17: Treliças e teso uras para pilar-viga. Fonte: Zaya (2002).
A flexibilidade estrut ural do pilar-v iga rem ete a grande po ssibilidade de
estrut uras de co berturas, como: treliças, tesouras, arco s, alpen dr es e pórtico s. Este fator
reflete a uma enorme variedade de estilos própr ios (Figur a 87).

Figura 18: Estruturas de coberturas em madeira par a tim berframe. Fonte: San Juan
Timberframes (2004).
Atualmente, com o aquecim ento do mercado da construção civil, a dem anda de
elementos estruturais cresceu exponen cialm ente.
Esta razão facilitou a in dustrialização dos elementos estrutur ais, em esp ecial a
treliça e as teso uras, que po dem ser encontradas na Europa e nos Estados Unido s nas
formas pré-fabricadas com pilares (Figura 88).
Figura 19: Estrutur as de pórticos em m adeira para pilar-v iga [67].

Ligações de pilares e vigas para timberframe

As ligações são uniões estabelecidas entre do is ou mais componentes para a


formação de um elemento estrutur al. Elas ocorrem tanto entre componentes de mesma
espécie, quanto na conjunção de dois distintos componentes. Ger alm ente, as un iões são
encontradas entre m ateriais de mesmo tipo, no caso, a m adeira. Estas ligações devem
ser trabalhadas de forma ap urada, pois, situam -se em partes vitais da estr utura, devendo
resistir ao s diver sos esforço s que a o ssatur a sofr e.
Sánch ez et. al. (1995) av alia que as ligações são desenhadas para tran smitir os
esforços da estrutura, com o tração e compressão, sendo que uma peça deve ser
desenhada com rebaixos, entalhes, dentes, travas, isto tudo, para evitar o deslizam ento
entre peças.
So bon & Schro eder (1984) identificam, conforme a Figura 90, que uma
habitação convencion al de timberframe apresenta com o ligações:
a) Entalhe-e-espiga fech ada o u em butida;
b) Entalhe-e-espiga aberta;
c) Entalhe-e-espiga passante;
d) Entalhe-e-espiga de raíz (base da ossat ura);
e) Junta dentada;
f) Entalhe de canal;
g) Entalhe-e-espiga oblíquo em ângulo ou “abr açadinho”.
Figura 20: Princip ais ligações en contradas em um a habitação convencional de
timberframe. Fonte: So bon & Schroeder (1984).
Em um levantamento realizado por Zani (2003), so br e casas de madeira no
estado do Paran á, o autor identifico u diver sas ligações presentes. Dentre elas, os
elementos que estão mais sujeitos a pr é-fabricação são dados pela Figura 91.
Figura 21: Ligações m ais pop ular es p ara elem entos estrutur ais de m adeira maciça que
podem ser pré-fabr icados. Fonte: Zani (2003).
Outro tipo comum de ligações são as que ocorrem na presença de ân gulos não-
retos, conhecidas como oblíquas (Figura 93). Em todos os casos, devido aos esfor ços
atuantes, é o brigatória a inserção de travas por pino s o u paraf uso s.

Figura 22: Ligações o blíquas pré-fabricadas de madeira m aciça travadas por p inos.
Fonte: Sán chez et. al. (1995).
A Figura 95 rem ete a um tipo muito comum de ligação, a de m eia-madeira, de
fácil industrialização, n as sit uações de: canto e corpo da viga.
Figura 23: Ligações de meia-m adeira: (a) de canto e ( b) no corpo da v iga. Fonte:
Sobon & Schroeder (1984).
As ligações providas de entalhes centrais, com o as de “entalhe-e-espiga” e
“boca- de-pássaro ” constituem-se nas uniões mais convencionais para o uso como
elementos de co berturas, pilares e v igas (Figura 96).

Figura 24: Ligações providas de entalhes. Fonte: Adaptado de So bon & Schroeder
(1984).
Por fim, o quadro que form a a base do piso de um tim berframe pode apresentar
três tipos de ligações m ais apropriadas, como: rabo de an dorinh a (dovetail), m eio rabo
de an dorinh a (half-dovetail) e dentadas. As dentadas apresentam três viguetas: com
distribuição de estresse, com sulco de dente e a comum (Figur a 97).

Figura 25: Ligações par a o quadro do piso: ( a) rabo de an dorinha, ( b) meio r abo de
andor inha e ( c) dentadas. Fonte: Adaptado de Sobon & Schroeder (1984).
Instalação elétrica para timberframe

Difer entemente das técn icas de casas de toras de m adeira, a notória flexibilidade
do fechamento oferecido pelo sistem a pilar-viga confere em m aior facilidade na
dispo sição de seus con duítes e plugues elétricos. San Juan Tim berframes (2004)
complem enta que a in stalação elétrica de um timberframe é idêntica às casas
industrializadas em woodframe.
Contudo, Sherwood & Stroh (1990) pontuam que a in stalação elétrica, a de
aquecimento e a hidráulica exigem enquadramentos especiais, pois, cada arranjo será
influenciado pelos componentes utilizados e pelas necessidades r equeridas.
A instalação elétrica po de ser tanto embutida quanto ap arente, on de, a primeira é
inser ida juntamente com a montagem das paredes, enquanto, a segunda é inserida ao
final da com posição da parede, apó s seu acabamento final. Am bas as opções são
funcionais, porém, a instalação aparente perm ite rem anejos de interruptores e tom adas
sem alterar o u desmontar o fechamento interno da parede.
Por sua vez, a in stalação em butida confer e m aior proteção à fiação, e, prop icia
um ganho de espaço no ambiente. Por não ocupar esp aço s atrás do s m óveis, esta
perm ite que a m obília possa ser totalm ente encostada nas paredes da casa. A Figur a 98
indica as três possibilidades de instalações embutidas.
Figura 26: Instalações elétricas em butidas em pilar-viga. Fonte: Adaptado de Ben son
(1997)

Instalação hidráulica para tim berframe

Da m esm a maneira que a in stalação elétrica tipo “em butida”, as partes


hidráulicas devem ser in seridas de form a a situarem alojadas entre os pilares e as vigas.
A Figura 99 apr esenta a fixação interna dos tubos em: com e sem escora de
fixação.

Figura 27: Exemplos de fixação das t ubulações hidráulicas embutidas para técn ica de
pilar-viga. Fonte: Adaptado de Sher wood & Stroh (1990).

Montagem de uma edificação em tim berfram e

A Figura 100 in dica a m ontagem passo a passo de uma edif icação de madeir a
em timberframe, onde:
1) Recebimento das traves (pilar + v iga) in dustrializadas em madeira m aciça, e
posterior içamento para disposição final, com a fix ação no terreno ;
2) Travamento dos pórticos por vigas sup eriores de m adeira;
3) Instalação das tesouras par a com por a treliça e travam ento com caibros;
4) Inserção das ossaturas das paredes internas;
5) Fech amento da casa de alvenar ia, madeir a e ou painéis der ivado s, com
acabamento.

Figura 28: Montagem passo a passo de uma habitação de pilar-viga. Fonte: Adaptado
de So bon & Schro eder (1984).

AS VANTAG ENS E DES VANTAG ENS DE UMA CASA EM TIMBERFRAME

Cullen (2003) aponta que dentre as princip ais vantagens, uma habitação em
pilar-viga in dustrializada apresenta:
 Menor tempo de construção com parado à alvenar ia, pois, mesmo utilizando
fechamento sim ilar, esta técnica ain da é m ais rápida comparada a técnica
convencional, devido a pré-f abricação dos elem entos da o ssatura;
 Redução do trabalho em obra;
 Baixo con sumo de ener gia;
 Alta reciclabilidade;
 Redução dos resíduo s de con strução através da fabricação controlada;
 Um projeto bem realizado pode ex ceder uma expectativa de ciclo de vida de 60
anos o u m ais;
 Facilidade na substituição de elementos defeituosos o u deteriorados;
 Uso eficiente dos materiais disponíveis.
As pr incip ais desvantagens de um timberframe são:
 Maior custo de m an utenção, dev ido às aplicações de impermeabilizantes;
 Facilidade de deterioração na expo sição à umidade e raios solares;
 Possibilidade de ataques de insetos e f ungo s em m adeiras não-tratadas.

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