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A tabela 2.1., apresenta um extrato contendo apenas os principais itens utilizados nas construções rurais.

Tabela
2.1. Composição de materiais e serviços para orçamento detalhado

4. ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS (PRAÇA DE TRABALHO)


Antes de iniciar-se a construção, há a necessidade de preparar o terreno previamente, de modo a conter a obra e
mais uma área suficiente para a circulação de veículos, pessoal e depósito de materiais. Este local denomina-se
“canteiro de obras” ou “praça de trabalho”.
• Uma boa praça deve ter as seguintes características:
• Ser vedada aos animais e pessoas estranhas ao serviço;
• Conter espaço desimpedido para carga e descarga;
• Fácil acesso a veículos e pessoas;
• Possuir depósito provisório para guarda de materiais como cimento, azulejos, etc., e ferramentas. Aí ficará
também cópia do projeto a ser executado para consultas;
• Ponto de água de boa qualidade;
• Ponto de energia elétrica.
Primeiramente é feito o acerto do terreno, em seguida construção das instalações provisórias como o galpão para
depósito, tablado para preparo de argamassa e concreto (ou fixação da betoneira), instalação hidráulica e elétrica,
etc..
É importante observar que os materiais devem ser dispostos na praça de trabalho de modo a permitir rápida
execução das diversas fases da construção.
Todos estes fatores aliados possibilitarão seguir o princípio fundamental das construções, qual seja a de fazer
obra “perfeita”, ao “menor tempo” com “menor custo”.
Os canteiros de obra são projetados e construídos para suprir e manter as necessidades que tem em uma
construção seja ela de médio ou grande porte, suas instalações são bem planejadas e organizadas de modo que
possam agilizar a construção da obra em andamento, através de normatizações de alguns procedimentos que
devem ser seguidos, de inter relacionamentos, de entrada e saída de materiais, como também de equipamentos e
de recursos humanos.
Isto tudo é feito para tornar o serviço mais prático, organizado e flexível, ele é construído de maneira á aperfeiçoar
o espaço em que está disponível, onde consta de banheiros, tanto para os funcionários envolvidos, como também
um á parte para o engenheiro, uma sala e escritório para o engenheiro e arquiteto, relógio de ponto para registrar
o horário de entrada e saída dos funcionários, almoxarifado, ferramentaria, a parte da carpintaria, vestiários,
refeitório e muito mais, água, energia elétrica e a parte de drenagem, isto tudo seguindo as normas de higiene e
segurança do trabalho, que está prevista na legislação do ministério do trabalho.

5. PESQUISA DE SUBSOLO
É necessário para se planejar o tipo de alicerce a ser indicado. Muitas vezes o aspecto do terreno nos
leva a supô-lo firme, mas um exame mais cuidadoso nos convence tratar-se de solo altamente
compressível, exigindo consolidação prévia. Esse exame tem por fim verificar a natureza do mesmo, a
espessura das diversas camadas e a profundidade e extensão da camada firme que irá receber as
cargas da construção.
Sondagens: Obras de responsabilidade ou peso, o exame é feito por sondagens com aparelhagens
apropriadas queatingem grandes profundidades e executadas por firmas especializadas.
6. TERRAPLENAGEM - ACERTO DO TERRENO
É outro ponto importante na fase preliminar das construções. Instalações rurais como aviários, estábulos
e currais
entre outros, exigem terrenos planos a fim de não onerar-se muito o baldrame*, o que, além de
sobrecarregar as
fundações, dificultaria a movimentação dentro da instalação.
6.1. Considerações
• Um outro fator a ser onerado refere-se ao aterro das caixas do baldrame;
• A terraplenagem de grandes áreas exige trator de esteira ou pelo menos trator de pneu com lâmina,
cobrando-se
o serviço por hora de atuação, preço este proporcional ao rendimento da máquina;
• Serviços em áreas reduzidas podem ser feitos com ferramentas manuais, retirando-se a terra com
carroças,
caminhões ou mesmo carrinho de mão.
• Antes de se realizar a terraplanagem é necessário que se faça a limpeza da superfície do terreno, bem
como de
demolições caso forem necessárias.
• Normalmente a terraplanagem consiste em corte e aterro. Os aterros devem ser feitos por
superposições de
camadas de 0,20 a 0,40 m de espessura (sem a presença de matéria orgânica, entulhos ou restos de
vegetação),
recalcadas (bem compactadas) de modo a apresentar uma boa resistência e poder servir de base para a
construção.
* Baldrame ou viga de fundação, é um tipo comum de fundação para pequenas edificações, considerada
um tipo de fundação rasa. Constitui-se de uma viga, que pode ser de alvenaria, de concreto simples ou
armado, construída diretamente no solo, que pode ter estrutura transversal tipo bloco, sem armadura
transversal, dentro de uma pequena vala para receber pilares alinhados. É mais empregada em casos
decargas leves como residência construídas sobre solo firme.

7. LOCAÇÃO DA OBRA
Locar uma construção é marcar no terreno as projeções de paredes e alicerces, de conformidade com a
planta baixa.
Deve-se usar instrumentos de medida, como por exemplo a trena, de boa qualidade a fim de não
cometer erros de
medida. Dois processos são usuais, cavalete e tábua corrida.
7.1. Processos dos cavaletes
É utilizado para terrenos planos ou levemente inclinados.
7.2. Processos da tábua corrida

ESTRUTURAS

Uma edificação é feita de muitos "componentes estruturais" justapostos racionalmente para que as
pessoas e as coisas sejam suportadas com segurança e funcionalidade e todos os pesos não somente
das pessoas e coisas como também o peso do próprio prédio seja racionalmente transmitido ao solo que
sustenta a edificação.
LAJE
A LAJE é o componente estrutural de duas dimensões que forma o piso do pavimento. O peso de todas
as coisas colocadas em cima do piso, mais o peso das coisas penduradas debaixo da laje e mais o peso
da própria laje devem ser descarregadas nas vigas.
Temos diversas alternativas para isso. Podemos descarregar em duas vigas, podemos também
descarregar em três vigas e podemos descarregar em 4 vigas. Quanto mais apoios a laje tiver mais
segura e estável ela será.
Representamos em planta o lado em que a laje se apoia na viga com um traço cheio.
O traço pontilhado indica que a laje, neste lado, não tem apoio na parte de baixo.
Nas alternativas abaixo, consideramos a laje "simplesmente apoiada" nas vigas. Essa palavra
"simplesmente apoiada" significa que o apoio é simples e não transmite outros esforços senão os
esforços verticais. Se a laje desejar flambar ela poderá envergar livremente. Veja, no desenho abaixo, o
esquema das cargas:
Todas as cargas atuantes, representada por P1 estão sendo equilibradas pelas reações das vigas R1 e
R2. Neste caso, a laje está apenas fletida, isto é, uma flexão simples que traciona apenas o lado de
baixo da laje.
Para armar esta laje basta colocar a armadura inferior para absorver o momento fletor.
O desenho abaixo indica a posição correta da armadura (em traço azul claro). Apresenta também o
diagrama dos momentos fletores que é nulo nas posições de apoio e máximo no meio da viga.
A bitola do ferro e a sua quantidade deve ser calculada por um profissional habilitado.
Todos as cargas recebidas pela laje (peso das coisas e peso das pessoas) e também o seu próprio peso
são descarregadas nas vigas.
VIGA
A VIGA é o componente estrutural horizontal de uma direção que tem como finalidade transferir as
cargas das lajes para os pilares. Todas as cargas atuantes, representada pelos diversos p1, estão sendo
equilibradas pelas reações R1 e R2. Da mesma forma que as lajes, as vigas podem ter um apoio
simples e também pode ter um apoio engastado. A posição exata dos ferros, a sua bitola e as suas
quantidades devem ser calculadas por um profissional habilitado. Apenas como curiosidade,
apresentamos um desenho com as armaduras "positivas" (em azul claro) e "negativas" (em amarelo)
posicionadas em uma viga engastada nas duas extremidades. O desenho apresenta também o
diagrama do Momento Fletor.

A preocupação principal do calculista é analisar o que acontece numa seção transversal genérica.
Devido ao peso das coisas, uma seção transversal tem uma tendência de "quebrar", isto é, abrir na parte
de baixo. Disso resultam dois tipos de zonas, uma que chamamos de zona comprimida e outra que
chamamos de zona tracionada.
a Zona Comprimida, os esforços atuantes tendem a "esmagar" o concreto. Caso as tensões aplicadas
nessa zona ultrapassem a resistência à compressão do concreto a peça vai esmagar. Para evitar isso, a
seção transversal pode ser aumentada (a peça vai ficar mais grossa) ou podemos escolher um concreto
de maior resistência à compressão. Na Zona Tracionada, os esforços atuantes tendem a "abrir" o
concreto. Como o concreto não resiste a esforços de tração, colocam-se armaduras para absorver esses
esforços de tração. É por isso que se colocam ferros na parte de baixo da viga. As vigas descarregam
seus esforços nos pilares. Em outras palavras, toda a carga que a viga recebe das lajes e também seu
próprio peso, são transferidas para os pilares.
PILAR
recebe as cargas das vigas e transfere as mesmas para o bloco da fundação. No desenho seguinte, o
pilar está representado em cor laranja.
Na parte de cima do pilar você vê a viga (na cor verde) apertando o pilar para baixo e na parte de baixo
o bloco da fundação (na cor cinza) resistindo aos esforços aplicados. As preocupações do Projetista,
com relação ao pilar são:
1.Que o pilar não venha a "flambar";
2.Que o pilar não venha a ser esmagado.
Quando o esforço atuante é excessivo e há perigo de "esmagar" o pilar, então aumentamos a seção
transversal do pilar. (o pilar fica mais grosso) FALMBAGEM é o fato do pilar não aguentar os esforços e
vir a envergar. Quando os esforços atuantes forem excessivos e houver possibilidade do pilar flambar,
então a seção transversal do pilar fica mais grosso.
Os esforços recebidos pelo pilar mais o peso do próprio pilar são transmitidos para o bloco da fundação

BLOCO DA FUNDAÇÃO
O BLOCO DA FUNDAÇÃO é o componente estrutural que recebe as cargas atuantes provenientes do
pilar e tem a função de distribui-los sobre as estacas. No desenho seguinte, o bloco da fundação está
representado na cor cinza.
Quando o solo do local for muito fraco, teremos que utilizar muitas estacas para equilibrar os esforços
atuantes.
O Bloco da Fundação tem a responsabilidade de transferir para cada estaca a sua parcela de esforço.
Quando o solo é firme e a carga atuante não é elevada, dispensa-se o emprego de estacas. Nestes
casos
falamos que a fundação é do tipo "direta" e o bloco da fundação vai ficar apoiado diretamente no solo.
Isso pode ser feito por uma sapata, por uma sapata corrida, por uma viga baldrame ou por um simples
alicerce.
ESTACA
A ESTACA é o componente estrutural que tem a função de transmitir os esforços atuantes do bloco da
fundação
para o solo.
Basicamente, as estacas transmitem os esforços atuantes para o solo através de 2 formas:
1 - Pelo atrito lateral que acontece ao longo do fuste que chamamos de resistência de fuste.
2 - Pelo apoio da ponta no solo que chamamos de resistência de ponta.
Quando o solo é muito fraco, vai aumentando o comprimento da estaca para ganhar mais superfície de
fuste.
Em alguns casos, a estaca pode atingir comprimentos bem grandes. Na travessia do Rio Guamá em
Belém, chegamos a empregar estacas com 70 metros de comprimento.

TRABALHOS DE EXECUÇÃO
ESTRUTURAS DE SUSTENTAÇÃO DAS CONSTRUÇÕES RURAIS:
FUNDAÇÕES, PAREDES, PILARES, VIGAS, LAJES, ...
Inicia-se com a abertura das valas onde serão construídos os alicerces ou fundação.
As fundações podem ser reunidas em dois grandes grupos:
• Fundações diretas, superficiais ou rasas, que se subdividem em: contínuas e descontínuas; e
• Fundações indiretas (profundas).

Inicia-se com a abertura das valas onde serão construídos os alicerces. Alicerce ou fundação São obras
enterradas no solo com a finalidade de receber todas as cargas da construção transmitindo-as
uniformemente sobre o leito da fundação (solo). A necessidade de enterrar as fundações visa evitar o
escorregamento lateral e eliminar a camada superficial, geralmente composta de material em
decomposição (de baixa resistência). O leito de fundação é o plano que se prepara no subsolo para o
assentamento dos alicerces.

a) Elementos necessários para o estudo de uma fundação são:


• as cargas atuantes sobre a fundação;
• a natureza e características do subsolo.
b) Escolha da fundação:
Com estes dados, passa-se a escolha do tipo de fundação tendo-se presente que:
• As cargas da estrutura devem ser transmitidas as camadas de terrenos capazes de suportar sem
ruptura;
• As deformações das camadas de solo devem ser compatíveis com a da estrutura;
• A execução das fundações não devem causar danos às estruturas vizinha;
• Ao lado do aspecto técnico, a escolha do tipo de fundação deve atentar também para o aspecto
econômico.
c) Aprofundamento das fundações:
A necessidade de enterrar as fundações tem duas razões básicas:
• evitar o escorregamento lateral;
• eliminar a camada superficial, geralmente composta de material em decomposição ou aterro. O leito da
fundação e pois o plano que se prepara no subsolo para o assentamento dos alicerces.

Tipos de fundações: podem ser diretas ou indiretas, subdividindo-se as diretas em contínuas e


descontínuas.
a) Fundações diretas contínuas: São utilizadas quando o leito resistente se encontra a profundidade
inferior a 1,0 m. Para obras rurais e habitações de 1 ou 2 pavimentos o leito resistente pode ser
encontrado muitas vezes a essa profundidade. A norma exige como profundidade mínima para fundação
de 0,50 m.
Fundações diretas contínuas são valas contínuas sob todos os segmentos das paredes. Após o estudo
de resistência e a locação da obra são abertas as valas nas dimensões especificadas pelo projeto. Após
abertura da vala, deve-se fazer a compactação do seu fundo com soquete de ferro, a fim de promover a
consolidação do terreno e evitar a mistura de terra solta com o material do alicerce.

Fundações diretas
Fundações diretas contínuas
São valas contínuas sob todo o segmento das paredes:
Enchimento das valas: O enchimento das valas pode ser feito com os seguintes materiais e técnicas até
o nível do solo:
• Concreto ciclópico - 1:10 ou 1:4:8, com até 40 % de pedra de mão;
• Alvenaria de blocos de concreto, argamassados;
• Alvenaria de tijolos requeimados, argamassados;
• Alvenaria de pedra sem argamassa;
• Solo-cimento.
Locais úmidos exigem impermeabilização do respaldo.

Baldrames: A fim de elevar o piso da construção em relação ao terreno, lança-se mão do baldrame ou
embasamento. Os materiais são os mesmos usados no alicerce.
Quando o baldrame é de alvenaria de tijolos e com altura superior a 1,0 m recomenda-se cintar o
respaldo. A forma pode ser feita com tijolos em cutelo e a canaleta tomada com concreto 1:3:6.

Uso de "brocas/estacas": A fim de não aprofundar as fundações diretas contínuas além de 0,60 m
pode-se usar o artifício de alcançar leito de maior resistência com o auxílio de "brocas". Estas são furos
feito com um trado de diâmetro de 20 cm, munido de tubo galvanizado 1", de comprimento variável por
meio de luvas de união. As brocas são feitas a cada 0,50 m até que fique "pesado” para aprofundar mais
a broca. Encher-se de concreto ciclópico. As cabeças são cobertas com sapata armada.
Fundações diretas descontínuas
a) Utilização: Quando a profundidade do leito resistente for superior a 1,5 m e inferior a 5,0 m. Neste
caso torna-se antieconômico fazer-se valas contínuas, adotando-se sapatas, pilares e cintas.
São indicadas para obras com mais de 1,5 m do nível do solo. Indicada também para o caso específico
de projetos de obras cuja cargas de telhado, lajes e alvenarias sejam carregados em vigas e estas aos
pilares. A fundação portanto restringir-se-á ao pilar.
b) constituição: A fundação direta descontínua consta de:
• sapata em concreto armado ou ciclópico;
• toco de pilar em concreto armado ou esteio de madeira;
• viga baldrame, unindo os tocos de pilar.
Os pilares e sapatas são geralmente (mas não obrigatoriamente) de secção quadrada, cuja dimensões
serão compatíveis com as cargas e a resistência do terreno. O fato das fundações diretas descontínuas
chegarem até 5m de profundidade, faz com que o artifício do uso de brocas sob as sapatas armadas
seja comum na maioria das vezes. Isto faz com que o toco de pilar tenha sua profundidade reduzida e a
sapata se apoie no leito resistente através das brocas.

Fundação indireta
Utilizadas quando o leito resistente acha-se a profundidade superior a 5,0 m. Ambos os processos
anteriores seriam antieconômicos, tornando-se necessário a utilização de estacas (concreto ou madeira)
ou tubulões concretados. Utilizadas geralmente para obras civis em forma de prédios com mais de 2
pavimentos. Devem ser entregues a firmas especializadas de engenharia civil, que utilizam os chamados
“bate-estacas”.
PAREDES
Alvenaria
Alvenaria é toda obra constituída de pedras naturais, tijolos ou blocos de concreto, justapostos,
ligados ou não por meio de argamassas. Tem como função organizar o espaço interior, proteção
contra a ação do meio exterior e suporte de carga.
Comumente deve obedecer a condições de resistência, durabilidade e impermeabilidade.
Tipos de alvenaria
Pedras

Tipos de alvenaria
Tijolos
Assentamento dos tijolos
Quanto a colocação (ou dimensão das paredes) dos tijolos, podemos classificar as paredes em: cutelo,
de meio tijolo, de um tijolo, etc.
a) Paredes de 1/4 de tijolo ou cutelo: os tijolos são assentados segundo a espessura e o maior
comprimento. Não oferecem grande estabilidade e são por isso, empregadas somente para fechar
pequenos vãos, como divisões e fundo de armários embutidos, box de banheiro, etc.
b) Paredes de 1/2 tijolo: os tijolos são assentados segundo a maior face de modo que a largura
corresponda a espessura da parede. São utilizadas para vedação, divisões internas e servem para
suporte (quando o comprimento for menor que 4 m). Para comprimento maior que 4 m, usar pilar de
reforço.
c) Paredes de 1 tijolo: os tijolos são colocados de forma que o seu comprimento (maior dimensão) seja a
espessura da parede. Existem diversos tipos de assentamento. São utilizadas como paredes externas
por serem bastante impermeáveis, possuem maior resistência e consequentemente maior capacidade
para suportar cargas.
d) Paredes oca: usadas quando se pretende grande isolamento de som e umidade, além de manutenção
de temperatura sem grandes variações internas. Recomendadas em cômodos para aparelhos de
precisão. São formadas por duas paredes entre as quais forma-se câmara de ar equivalente a 1/4 de
tijolo. A amarração entre as duas paredes faz-se por meio de gatos metálicos.
Critérios gerais para a execução das paredes
• Na elevação das paredes, as fiadas deverão ser sempre de nível, verificando sempre o prumo e o nível
a cada 2 a 3 fiadas;
• Começar as paredes pelos cantos principais, o que facilita o alinhamento da parede, pois, estica-se
uma linha entre os cantos já levantados, fiada por fiada;
• Verificar alinhamento das faces e o nivelamento de cada unidade, à medida em que esta vai sendo
assentada;
• Assentar os tijolos utilizando juntas verticais e horizontais, sendo as verticais desencontradas;
• Pouco antes do assentamento o tijolo deve ser molhado, para facilitar a aderência, eliminando a
camada de pó que envolve o tijolo e impedir a absorção pelo tijolo da água da argamassa;
• Saliências maiores de 4,0 cm, deverão ser previamente preenchidas com os pedaços de tijolos e não
apenas com argamassa;
• As juntas dos tijolos devem ser desencontradas, possibilitando amarração e uma alvenaria resistente;
• Não cortar tijolo para formar espessura de parede;
• Atingindo-se a altura de 1,50m, prever a construção dos andaimes;
• Os vãos para portas e janelas são deixados na alvenaria;
• Sobre estes vãos, colocar vergas de concreto armado;
• As argamassas normalmente utilizadas para assentamento de tijolos são: cimento: areia (1:8) e cal-
areia (1:4);
• A parte superior das alvenarias deve ser arrematado com uma cinta de amarração, evitando "abertura”
nos cantos. Para a maioria das alvenarias normalmente a cinta consiste em uma viga de concreto
armado, com a mesma espessura da parede.

PILARES
CARACTERÍSTICAS DOS PILARES
Os pilares são elementos estruturais verticais, por via de regra esbeltos, quer dizer, têm
várias vezes mais altura que largura, e suportam cargas verticais e vigas mestras que
aguentam as armações.
São, portanto, elementos resistentes que trabalham quase sempre à compressão. Mas,
além, se o quociente ou relação altura/espessura do pilar é muito elevada, pode
apresentar uma flexão lateral, que se conhece sob o nome de flambagem ou
encurvadura.
O cálculo de pilares, como o de todos os elementos resistentes, varia com o tipo de
material do qual eles são construídos.
Os pilares recolhem as cargas das vigas e as transmitem às fundações.
Pilares de tijolo
A determinação da secção necessária que deve ter um pilar construído com tijolo é, em linhas
gerais fácil pois, compreende a determinação das cargas que deve suportar, valor este que se
divide pela tensão admissível, para encontrar a secção.
Pilares de madeira
Os pilares de madeira são utilizados em lugares onde a matéria-prima é abundante, estes pilares
são muito pouco utilizados
Pilares de concreto não armado
Os pilares de concreto não armado só são utilizados em lugares onde a carga a sustentar é de pouca
importância, ou em locais onde não se necessita de secções reduzidas, com a consequente economia
de ferro. Na prática, estes pilares são muito pouco utilizados.
Os pilares de concreto armado apresentam uma armadura longitudinal (de resistência) que resiste aos
esforços de compressão, e armadura transversal que resiste aos esforços de cisalhamento e mantém
armadura longitudinal em sua projeção. A armadura também é comprimida, e permite diminuir a seção
de concreto. A armadura transversal é constituída pelos estribos que envolvem os ferros da armadura,
sendo amarrados a ele com um arame recozido.

Pilares de concreto armado pré-moldados

VIGAS
São peças ou estruturas sólidas, apoiadas em um ou mais pontos com a finalidade de suportar as carga
das mais variadas maneiras.
As vigas de concreto armado têm geralmente seção retangular e são empregadas para sustentar as
lajes, recebendo as cargas das lajes e transmitindo-as aos pilares.
Como no caso das lajes, as vigas podem ser isoladas ou contínuas. No caso das vigas contínuas, sobre
os apoios, é colocada armação na face superior da viga (ferros negativos).
As vigas estão sujeitas a solicitação de flexão, ocasionando no interior da peça, esforços de tração,
compressão e de cisalhamento.

Vigas em concreto armado pré-moldado

LAJES
Para suportar as cargas verticais transmitidas a um plano horizontal, comumente emprega-se como
material o concreto armado ou o concreto armado associado a um outro elemento com a finalidade de
diminuir o custo e o peso. A execução de placas com estes materiais, adequadamente dispostas sobre
vigas ou paredes, tem a denominação de laje.
Como as lajes não devem ter espessura superior a um limite imposto pela prática, os seus vãos devem
ser também limitados e, por isso, colocam-se peças de maior altura, em geral dispostas em duas
direções perpendiculares, que vão servir de apoio às lajes e se denominam vigas.
As vigas repousando em um conjunto de vigas e formam a estrutura de cada pavimento.
Para transmitir as cargas de um pavimento ou mais ao solo, dispõem-se de apoios verticais, podendo
ser as paredes ou os pilares.

Classificação das lajes


As lajes podem ser classificadas da seguinte forma:
• Lajes maciças: mista, homogênea, etc
• Lajes Pré-fabricadas: piso e forro
Lajes maciças
São placas de concreto armado, de pequena espessura em relação as suas outras dimensões e tem por
finalidade suportar cargas perpendiculares pelas suas maiores dimensões (esforços de flexão).
É uma estrutura maciça, constituída de concreto armado. A armação de ferro contida em seu interior
pode, de acordo com os vãos, ser armada em cruz ou em apenas uma direção.
No meio rural, elas são mais aplicadas em pisos, paredes de reservatórios, pontes, etc.
As lajes podem ser simples ou contínuas. As lajes simples (ou isoladas) apoiam-se nas suas
extremidades, não possuindo continuidade com lajes vizinhas. As lajes contínuas por sua vez possuem
continuidade com lajes vizinhas e também são apoiadas nas suas extremidades.
A malha formada pela ferragem é colocada na parte inferior da laje (ferros positivos).
No caso das lajes contínuas, sobre os apoios intermediários, coloca-se armação na parte superior da
laje durante a concretagem (ferros negativos).

Constam de vigotas de concreto armado e de lajotas, de barro ou isopor, complementados com um


capeamento de concreto simples. Em algumas situações, onde deseja-se aumentar a resistência da laje
recomenda-se colocar uma malha de aço no interior do capeamento. O capeamento normalmente é de 3
cm a 4 cm.
As vigotas são distribuídas vencendo o menor vão ou conforme preceituar a planta de colocação que as
acompanha. Para vãos superiores a 1,7 m recomenda-se escoramento. Na execução de beirais as
vigotas são fornecidas com ferragem negativa, devendo ser colocado ferragem também no capeamento.
CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÕES RURAIS

COBERTURA DAS INSTALAÇÕES


TELHADOS
É a parte superior das construções, destinada a dar-lhes proteção contra as intempéries. O telhado deve
cumprir 3 funções básicas:
• Proteção das partes internas das construções contra a chuva, sol excessivo e neve;
• Proporcionar Inclinação adequada de acordo com a telha utilizada, para drenar águas pluviais;
• Formar um "colchão" de ar próximo a telha possibilitando controle da temperatura interna e melhorando
as condições de conforto térmico.
O telhado é composto pela cobertura e pelo engradamento. A cobertura é a parte superior dos telhados,
ou seja, as telhas. Já o engradamento é a estrutura de sustentação do telhado.
COBERTURA
Os telhados podem ser classificados quanto a forma em elementares ou simples, compostos e
especiais.
As formas elementares são: 1 água, 2 águas, 4 águas e cônico (chapéu chinês).
As formas compostas são para construções com mais de 1 ala.
Nas figuras a seguir podem ser vistas as partes componentes da cobertura com suas denominações,
para o caso de telhados elementares.
Água: superfície plana inclinada de um telhado;
• Beiral: projeção do telhado para fora do alinhamento da parede;
• Cumeeira: aresta delimitada pelo encontro entre duas águas, geralmente localizado na parte mais alta
do telhado;
• Espigão: aresta inclinada delimitada pelo encontro entre duas águas que formam um ângulo saliente,
sito é, o espigão é um divisor de águas;
• Rincão: aresta inclinada delimitada pelo encontro entre suas águas que formam um ângulo reentrante,
isto é, o rincão é um captador de águas (conhecido como água furtada);
• Rufo: peça complementar de arremate entre o telhado e um parede;
• Fiada: sequência de telhas na direção de sua largura;
• Peças complementares: calhas, condutores, peças destinadas a promover a ventilação e/ou
iluminação, componentes cerâmicos ou de qualquer outro material que permita a solução de detalhes do
telhado;
• Tacaniça: água de um telhado em forma de triângulo, formada entre dois espigões.
Formas especiais:
- Lanternim - muito usado em instalações para animais, possibilita melhor e mais rápida renovação do
ar, melhorando assim o sistema de ventilação.

- Mansarda - telhados muito comuns na América do Norte, permitindo aproveitar o vão do telhado como
depósito de feno, habitação, etc.

- Shed - coberturas de fábricas de grande porte permitindo melhor iluminação natural e ventilação.

Cobertura cônica (chapéu chinês) - Na região sul e sudeste é mais utilizada para pequenas instalações
com o objetivo estético. Na região norte do pais é muito utilizada na construção de galpões, casas,
salões, barracões, etc.
Inclinação dos telhados:
Varia com o tipo de telha utilizada. A inclinação será maior para telhas com canais de escoamento
pequenos e maior grau de absorção de água (telha francesa). No caso de telhas com canais de
escoamento sem obstáculos e com baixa absorção, a inclinação poderá ser mínima. Assim as telhas de
barro exigirão maiores inclinações que as de fibro-cimento e as de alumínio.

Engradamento:
A finalidade dos engradamentos são dar inclinação e sustentação às diferentes coberturas.
As peças componentes de um engradamento dependem do tipo de telha que será utilizada bem como
do material da própria estrutura do engradamento. Atualmente, os engradamentos mais comuns são os
feitos de madeira e os metálicos. Também podem ser pré-moldados de concreto.
Para telhados com telhas de barro, são utilizadas caibros e ripas no engradamento superior, barrotes
(empregados na tesoura e terças). Os sarrafos são normalmente empregados nos apoios (1). Tomando
como exemplo um engradamento convencional de madeira utilizado para sustentar uma cobertura com
telhas de barro, podemos dividir a estrutura necessária em de 3 partes:
- Peças que constituem os planos inclinados ou "águas" – terças, caibros e ripas;
- Tesouras (e suas partes) para suportar as peças dos planos inclinados;
- Peças de contraventamento, para evitar o tombamento longitudinal das tesouras dando estabilidade
geral;

A tesoura é constituída de linha (2), pendural (3), perna (ou empena)(4) e mão francesa (ou diagonal)
(5). As terças podem ser superior (cumeeira)(12), intermediária (terça)(7) e inferior (contrafrechal)(13).
Em telhados de madeira, as terças intermediárias são reforçadas com o chafuz (6). No caso de telhados
de telhas longas (metálicas, fibrocimento e grandes perfis), a diferença no engradamento está na
ausência da necessidade de utilização de caibros e ripas, restringindo o engradamento apenas às
tesouras, terças e contraventamento. Isto faz com que estes tipos de telhado tenham como vantagem o
menor custo do engradamento.
Construtivamente, os engradamentos metálicos possuem as mesmas características e princípios das
estruturas convencionais de madeira. Portanto, podem ser utilizadas com telhas metálicas, cerâmicas e
fibrocimento, entre outras.
Os engradamentos metálicos mais modernos, por sua leveza e versatilidade, podem ser utilizadas em
edificações de sistemas construtivos tradicionais e são capazes de vencer grandes vãos, inclusive
podem ser empregadas em galpões rurais e edificações.
Beiral Considerações sobre os beirais: São importantes para proteção das alvenarias e/ou o interior das
instalações contra excesso de chuva, vento, insolação, etc. Em locais com clima quente aumenta-se o
pé direto e amplia-se os beirais.
O beiral é aquela última fileira de telhas que forma a aba do telhado e que constitui aquela parte de
telhas que excede a limitação da edificação. Em linguagem popular é aquele famoso pedacinho de
telhas que fica para fora do prédio e/ou casa.
A principal finalidade desta estrutura é garantir que as águas da chuva não escorram sobre a fachada
tanto dos edifícios como das residências – o que provocaria infiltrações entre outros danos.
A vantagem desse tipo de proteção é que ela aumenta – e muito -a vida útil das paredes e
revestimentos externos. tanto a pintura quanto a própria alvenaria sofrem muito menos quando estão
livres da influência da água da chuva. mas essa proteção não se limita a chuva: elas ajudam a proteger
as paredes de receber insolação direta. Isso evita um aumento do calor desnecessário dentro do
ambiente, e evita que a pintura ou revestimento externo estrague por excesso de insolação.
Calhas e condutores: Os telhados de platibanda são dotados de calhas que coletam as águas das
chuvas e as encaminham ao solo através dos canos de queda.
A platibanda em si é uma mureta de alvenaria de ½ tijolo, que esconde o telhado. Na zona rural não tem
nenhuma razão de ser. Devido às folhas de árvores próximas, são constantes os entupimentos, que
requerem vigilância continuada. A crista e a parte posterior da platibanda devem ser impermeabilizadas.

PAVIMENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
Caracterizado como um dos serviços finais de uma obra, a pavimentação surge como a finalidade
estética e de proteger a edificação contra os desgastes causados pelos usuários ao utilizarem a mesma.
No estabelecimento de um revestimento de piso há que ser considerada uma série de circunstâncias,
sendo a principal a própria finalidade do cômodo onde se processará a pavimentação.
Os mais variados materiais podem ser usados, desde a pedra até ao vidro.
No entanto há, uma sequência de características às quais todos os materiais de revestimentos devem
atender, para que possam constituir um bom piso. São elas:
- ser duro e resistente ao desgaste, de modo a não produzir pó;
- não provocar ruído com o movimento das pessoas;
- apresentar atrito necessário; - ter custo módico;
- exigir mínima despesa de conservação;
- oferecer condições higiênicas; - proporcionar aspecto agradável. Dentro destas exigências, os
materiais que melhor se prestam ao revestimento dos pisos são:
- madeira, cimento, ladrilhos, granitos, mármores e borracha, entre outros.
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