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TRABALHO DE

GEOMECÂNICA

CLASSIFICAÇÃO DE BARTON
INTRODUÇÃO
A ruptura de encostas rochosas ao longo de estradas, rodovias, ferrovias
e em á reas urbanas e industriais é um dos riscos geoló gicos que destruirá
projetos de engenharia como barragens, edifícios, estradas e ferrovias. Este risco
natural mostra a importâ ncia dos estudos de geologia de engenharia e mecâ nica
das rochas na execuçã o de construçõ es de engenharia. Nas ú ltimas décadas, o
conceito de classificaçã o de maciços rochosos tem sido amplamente aplicado em
projetos de engenharia de diferentes projetos, como tú neis, taludes e
fundaçõ es. Muitos investigadores propuseram ou utilizaram sistemas de
classificaçã o de maciços rochosos como método experimental para avaliar a
qualidade do maciço rochoso ou a estabilidade dos taludes rochosos (por
exemplo, Wickham et al. (1972), Bieniawski 1973; Barton 1974; Selby 1980;
Palmströ m (1982); Haines e Terbrugge 1991; Hajiazizi e Khatami 2013). Os
sistemas de classificaçã o de maciços rochosos tentam considerar os aspectos mais
importantes que afectam o maciço rochoso, para avaliar a sua qualidade
CLASSIFICAÇÃO DE BARTON
Barton foi um geó logo britâ nico que desenvolveu um sistema de
classificaçã o de maciços rochosos chamado Sistema de Classificaçã o de
Barton. Este sistema avalia a estabilidade e a qualidade de maciços
rochosos para projetos de engenharia, ajudando a determinar os riscos de
deslizamentos de terra e colapsos em obras de infraestrutura.
O sistema Q de classificaçã o de maciço rochoso foi desenvolvido
por Barton, Lien e Lundeem 1974, baseados na aná lise de 212 casos
histó ricos de tú neis, dos quais mais de 30 casos incluíam tú neis
permanentemente sem suportes. Este sistema é baseado em uma avaliaçã o
numérica da qualidade de maciços rochosos utilizando-se da quantificaçã o
da relaçã o envolvendo seis características.
O objetivo do sistema Q é determinar o tipo de suporte necessá rio para um tú nel,
a partir da relaçã o entre a Classificaçã o do Maciço, a dimensã o do vã o e a
finalidade do tú nel. No entanto, para a quantificaçã o destas características,
Barton estipulou a seguinte Eq. para cá lculo do índice de qualidade Q.

Onde:
• RQD: Indice geomecanico de Deere (Rock Quality Designation)
• Jn: Indice de influencia do nú mero de famílias de descontinuidades;
• Jr: indice de influencia da rugosidade das paredes da família de
descontinuidades mais desfavoráveis;
• Ja: Indice de influencia da alteraçã o das paredes da família de descontinuidades
• Jw: Indice de influencia da açã o da á gua subterrâ nea; e
• SRF: Estado de tensõ es no maciço (Stress ReductionFactor).(NOGOSEKE, 2009).
RQD E NÚMERO DE FAMÍLIAS DE DESCONTINUIDADES (JN)

A primeira relaçã o ( )representa a estrutura do maciço, é uma medida rudimentar


do tamanho dos blocos (blocometria). É importante ressaltar que estruturas como
a foliaçã o, a xistosidade, os planos de acamamento (relevantes para a qualidade
da rocha), devem ser considerados como uma família de descontinuidade. Quando
estas estruturas nã o sã o consideradas relevantes, devem ser consideradas como
aleató rias. RQD Descrição
0-25 Muito Pobre
25-50 Pobre
50-75 Médio
75-90 Bom
90-100 Excelente
RELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DA RUGOSIDADE (JR) E ÍNDICE DA
ALTERAÇÃO (JA) DAS
DESCONTINUIDADES
Jr é determinado pela condiçã o de rugosidade ou textura das
superfícies principais, definindo sua escala, menor ou maior. Seu valor varia de
0,5 (desfavorável) a 4,0 (favorável).
Ja descreve a condiçã o de alteraçã o e fricçã o das juntas críticas e os
limites de 0,75 (favorável) a 20 (desfavorável).
Essa relaçã o ()caracteriza a rugosidade e o atrito das paredes das fraturas e dos
materiais de preenchimento. Fazendo uma relaçã o com as juntas rugosas e
inalteradas que se encontram em contato direto, ou seja, pode-se pensar que
estas superfícies sã o fechadas, e consequentemente apresentam uma
resistência ó tima, que tendem a dilatar-se fortemente quando sã o
submetidos a fortes esforços, sendo favorável a estabilidade de um tú nel.
(HOEK, et. al., 1980). Jr/Ja para famílias de juntas criticas devem ser usadas
no cá lculo de Q. Estas sã o as famílias de juntas (descontinuidades) que mais
causam problemas baseados nos valores de Jr e Ja e também baseados na
geometria das juntas. Juntas que fazem um â ngulo suave, menor que 35º
com a superfície sã o mais as mais criticas, seguidos pelas juntas paralelas à
superfície. Juntas perpendiculares à superfície da da parede (direçã o da
galeria ou tú nel) sã o as menos críticas.
Em casos onde o deslizamento por gravidade é dominando por
descontinuidade, junta inclinadas, maior que 35º com a horizontal sã o
críticas. Portanto, é requerido uma aná lise para determinar a família em
condiçõ es críticas.
FATOR DE REDUÇÃO DA RESISTÊNCIA PELA PRESENÇA DE ÁGUA NA
DESCONTINUIDADE
(JW)

A presença de á gua em uma descontinuidade contribui


negativamente para as condiçõ es de estabilidade reduzindo a tensã o normal
efetiva na zona de cisalhamento. Pode também retirar ou alterar o
preenchimento da descontinuidade reduzindo a resistência da
descontinuidade ao cisalhamento. A Tabela abaixo apresenta a quantificaçã o
do parâ metro Jw, considerando informaçõ es de condiçõ es gerais das paredes
das escavaçõ es, da vazã o ou do nível de á gua.
ÍNDICE DE INFLUÊNCIA DO ESTADO DE TENSÕES DO MACIÇO DO
ENTORNO DA
CAVIDADE (SRF)
SFR dimensiona o fraturamento da rocha devido ao excesso de
tensã o devido à escavaçã o e ajustar o confinamento da estrutura dominante
do maciço pró ximo à superfície (ou em um está gio posterior, o alívio de
tensã o devido ao desenvolvimento da mina). O SRF pode também ser usado
para zonas de maior fraqueza onde sua presença é dominante pelo
comportamento do maciço e causa instabilidade (perdas de estabilidade)
quando escavadas.
Jw/SRF - É um fator complexo que representa o estado de estresse (ou tensõ es)
no maciço rochoso, (como ocorre "in situ) como pode ser alterado pela
presença de de á gua e aberturas de galerias em zonas de fraqueza
estrutural.
Jw e SRF sã o os dois fatores mais difíceis de se determinar na avaliaçã o de
Q, uma vez que é necessá rio determinar o fluxo de á gua para
determinas Jw e ensaios de laborató rio ou até tensõ es virgens para se
determinar o valor de SRF. Muitas vezes, sã o utilizados valores clá ssicos
de bibliografia internacional ou algum ensaios feitos, onde podemos
considerar como proximidade, por empresas que se dispõ em a
contribuir com os resultados obtidos.
VALOR DE Q

o sistema de classificaçã o Q, assim como o RQD e o RMR, também possui restriçõ es, ou seja,o sistema nã o
leva em consideraçã o características importantes, como a orientaçã o das fraturas e a resistência da
rocha intacta, que poderiam ser adicionada as outras características para melhorar a precisã o da
classificaçã o. Entretanto, apesar de que existem registros de muitos casos que incluem a informaçã o
necessá ria sobre a orientaçã o estrutural com relaçã o ao eixo da escavaçã o, mas nunca foi um
parâ metro muito importante como se esperava. No sistema Q, a qualidade do maciço rochoso pode
variar de Q = 0,01 à Q = 1000, representada em escala logarítmica, sendo dividida em 09 classes,
como ilustra a Tabela
Padrão Geomecânico
Valores de Q
do Maciço

Péssimo
(excepcionalmente <0,01
ruim)
Extremamente ruim 0,01 – 0,1
Muito ruim 0,1 – 1,0
Ruim 1,0 – 4,0
Regular 4,0 – 10,0
Bom 10,0 – 40,0
Muito bom 40,0 – 100,0

Ótimo
100 – 400,0
(extremamente bom)

Excelente
(excepcionalmente 400,0 - 1000 Q = 1000 (or better) Q = 0.001 (or worse)
bom)
Q = 100/0.5 x 4/0.75 x 1/1 Q = 10/20 x 1/8 x 0.5/20

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