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Classificações Geomecânicas

CLASSIFICAÇÃO DE MACIÇOS
ROCHOSOS (GEOMECÂNICAS)

Maior Maior
influência do influência
material das fraturas
intacto
CLASSIFICAÇÃO DE MACIÇOS
ROCHOSOS (GEOMECÂNICAS)

⚫ As classificações geomecânicas são sistemas onde


diferentes propriedades da rocha são determinadas e
ponderadas, para se definir uma nota ou classe para o
maciço.

⚫ As notas ou classes, em última análise, estão


associadas à qualidade do maciço e influenciam seu
comportamento frente à obra.
CLASSIFICAÇÃO DE MACIÇOS
ROCHOSOS (GEOMECÂNICAS)

⚫ Baseiam-se na combinação de alguns dos seguintes


parâmetros.
- Resistência do material rochoso
- RQD;
- Espaçamento das descontinuidades;
- Orientação das descontinuidades
- Condições das descontinuidades (continuidade,
espaçamento, rugosidade, alteração)
- Estruturas geológicas e fraturas
- Estado tensional
CLASSIFICAÇÃO DE MACIÇOS
ROCHOSOS (GEOMECÂNICAS)

⚫Objetivo principal das classificações:


Sintetizar o conjunto de elementos geotécnicos que
interessa caracterizar num determinado maciço.
Através de um índice geomecânico.

⚫ Permitem dividir o maciço em determinadas classes


de comportamento que estão associadas a soluções
construtivas e de suporte.
⚫ Recomenda-se utilizar mais do que um método de
classificação geomecânica.
CLASSIFICAÇÃO DE MACIÇOS
ROCHOSOS (GEOMECÂNICAS)
Histórico
Sistema de País de Aplicações
Referência Observações
Classificação Origem Originais

Amplo emprego nos EUA por 40 anos; inadequada para os


Túneis com
Carga de rocha Terzaghi (1946) EUA métodos modernos de execução de túneis (ancoragens e concreto
suporte metálicos
projetado).

Lauffer Introduziu o conceito de vãos livres sem suporte e seu tempo de


Tempo de auto-
Áustria Túneis auto-sustentação, em função da qualidade do maciço; muito
sustentação (1958) conservadora para aplicação nos métodos de projeto.

Simples descrição das condições de um testemunho de sondagem


Deere et al. Descrição de rotativa; parte integrante dos sistemas modernos de classificação;
RQD EUA testemunhos e não considera condição de superfície de descontinuidades e
(1967) túneis materiais de preenchimento; muito sensível aos efeitos de
orientação dos testemunhos.

Introduziu as avaliações numéricas “ratings” e ponderações para


Wickham et al. Túneis com correlacionar a qualidade do maciço com dimensões das
RSR EUA
(1972) suporte metálicos escavações e suportes necessários; base para os sistemas
subsequentes mais empregados do nível internacional.

Evolução dos sistemas anteriores; amplamente alterado em


Bieniawski África relação à versão original (1974, 75, 76, 79, 84); desenvolvido
Sistema RMR Túneis e minas
(1973) do Sul com base em 49 casos históricos. Versão mais recente
Bieniawski (1989) conta com 268 casos reais.

Baseado no método do RQD; introdução de quatro


Barton et. al. Túneis e parâmetros adicionais: número de famílias e condição das
Sistema Q Noruega cavidades descontinuidades, condições de água subterrânea, tensões
(1974) amplas ao redor da escavação; desenvolvido com base em mais de
200 casos reais. Versão mais recente Gristad & Barton (1993).
CLASSIFICAÇÃO DE
TERZAGHI (1946)
CLASSIFICAÇÃO DE
TERZAGHI (1946)
Condições da Hp Observações
rocha
1. Dura e intacta 0 Requer suporte leve somente em
condições de queda de blocos
causada por explosivos ou quando
ocorre “explosão de rocha”
2. Dura 0 a 0,5 B Suporte leve
estratificada ou
xistosa
3. Maciça 0 a 0,25 B Carga pode variar erraticamente de
moderadamente ponto para ponto
fraturada
4. Moderadamente 0,25 a 0,35 Não há pressões laterais
compartimentada (B+ Ht)
5. Muito 0,35 a 1,10 Pressões laterais pequenas ou
compartimentada (B+ Ht) ausentes
CLASSIFICAÇÃO DE
TERZAGHI (1946)
Condições da Hp Observações
rocha
6. Completamente 1,10 (B+ Ht) Considerável pressão lateral.
fragmentada, mas Requer suporte contínuo de
quimicamente cambotas.
intacta
7. Plástica, 1,10 a 2,10 (B+ Pressão lateral elevada.
profundidade Ht) Requer arco invertido.
média Cambotas circulares são
8. Plástica, 2,10 a 4,50 (B+ recomendadas.
profundidade Ht)
elevada
9. Expansiva Acima de 250 Cambotas circulares são
pés, requeridas. Em casos
independente do extremos utiliza-se suportes
valor de (B+Ht) flexíveis.
Sistema RMR de Bieniawski
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

✓ RMR – “Rock Mass Rating”


- Criado por Bieniawski em 1974 e atualizado em
1989.
- Baseia-se em 5 parâmetros de classificação para os
quais são atribuídos pesos de acordo com as suas
características observadas em campo e ensaios de
laboratório.
0 a 100

✓ Divide-se o maciço em seções que apresentam


características geológicas uniformes e cada seção é
classificada separadamente.
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

✓ Resistência do material intacto;


✓ Grau de fraturamento do maciço;
✓ Espaçamento das descontinuidades;
✓ Condições das descontinuidades;
✓ Condições hidrogeológicas;
✓ Orientação das descontinuidades em relação a
escavação
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

Indice de Carga Puntiforme


Resistência
(MPa) >10 4-10 2-4 1-2
1 Material
Resistência à Comp. Uniaxial
(MPa) >250 100-250 50-100 25-50 5-25 1-5 <1
Intacto Peso 15 12 7 4 2 1 0

✓ Ensaio de resistência a compressão uniaxial

A
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

Indice de Carga Puntiforme


Resistência
(MPa) >10 4-10 2-4 1-2
1 Material
Resistência à Comp. Uniaxial
(MPa) >250 100-250 50-100 25-50 5-25 1-5 <1
Intacto Peso 15 12 7 4 2 1 0

✓ Ensaio com o martelo de Schmidt (Dureza de Schmidt)


SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

✓ Gráfico de correlação:

Dureza de Schmidt
x
Peso específico da rocha
X
Resistência a compressão
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

Resistência Indice de Carga Puntiforme (MPa) >10 4-10 2-4 1-2


1 Material Resistência à Comp. Uniaxial (MPa) >250 100-250 50-100 25-50 5-25 1-5 <1
Intacto Peso 15 12 7 4 2 1 0

RQD (%) 91-100 76-90 51-75 26-50 <25


2
Peso 20 17 13 8 3

Espaçamento Descontinuidades >2m 0,6-2m 0,2-0,6m 0,06-0,2m <0,06m


3
Peso 20 15 10 8 5
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

Sup. muito rugosas Pouco rugosas Pouco Rugosas Sup. Estriadas ou Preench. Mole > 5 mm
Condições das não persistentes Abertura < 1mm Abertura < 1mm preench. < 5mm de esp Abertura > 5mm
4 Descontinuidades fechadas Paredes Paredes muito ou abertura 1-5 mm Persistentes
paredes não alteradas levemente alteradas Persistentes
Peso 30 25 20 10 0

✓ Detalhamento das condições das descontinuidades

RECOMENDAÇÕES PARA CARACTERIZAR A CONDIÇÃO DAS DESCONTINUIDADES


Persistência < 1m 1-3m 3-10m 10-20m >20m
Pesos 6 4 2 1 0
Abertura nenhuma <0,1mm 0,1-1mm 1-5mm >5mm
Pesos 6 5 4 1 0
Rugosidade Muito Rugosa Rugosa Pouco Rugosa Lisa Estriadas
Pesos 6 5 3 1 0
Preenchimento nenhum Duro < 5mm Duro > 5mm Mole < 5mm Mole > 5mm
Pesos 6 4 2 2 0
Alteração Não-alterada Pouco alt. Moderada Alta Decomposta
Pesos 6 5 3 1 0
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

Resistência Indice de Carga Puntiforme (MPa) >10 4-10 2-4 1-2


1 Material Resistência à Comp. Uniaxial (MPa) >250 100-250 50-100 25-50 5-25 1-5 <1
Intacto Peso 15 12 7 4 2 1 0

RQD (%) 91-100 76-90 51-75 26-50 <25


2
Peso 20 17 13 8 3

Espaçamento Descontinuidades >2m 0,6-2m 0,2-0,6m 0,06-0,2m <0,06m


3
Peso 20 15 10 8 5

Sup. muito rugosas Pouco rugosas Pouco Rugosas Sup. Estriadas ou Preench. Mole > 5 mm
Condições das não persistentes Abertura < 1mm Abertura < 1mm preench. < 5mm de esp Abertura > 5mm
4 Descontinuidades fechadas Paredes Paredes muito ou abertura 1-5 mm Persistentes
paredes não alteradas levemente alteradas Persistentes
Peso 30 25 20 10 0

Vazão em 10 m de túnel (L/min) nenhuma <10 10-25 25-125 >125


Agua
Pressão agua junta/tensão princ. maior 0 <0,1 0,1-0,2 0,2-0,5 >0,5
5 subterrânea
Condições gerais Seco umedecido úmido gotejamento Fluxo abundante
Peso 15 10 7 4 0
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

✓ Ajuste para incluir a influencia orientação das descontinuidades


Ajuste por Orientação das descontinuidades
Direção e mergulho de descontinuidades Muito Favorável Favorável Regular Desfavorável Muito Desfavorável
Túneis e minas 0 -2 -5 -10 -12
Peso Fundações 0 -2 -7 -15 -25
Taludes 0 -5 -25 -50 -60

EFEITO DA ORIENTAÇÃO DAS ESTRUTURAS NA CONSTRUÇÃO DO TÚNEL


Direção das estruturas perpendicular ao eixo do túnel Direção das estruturas paralela ao eixo do túnel
Escavação no sentido do Escavação no sentido do
o o Mergulho 45-90o Mergulho 20-45o
mergulho. Mergulho 45-90 mergulho. Mergulho 20-45
Muito Favorável Favorável Muito Desfavorável Moderado

Escavação contra mergulho Escavação contra mergulho


o o Mergulho 0-20o - Direção das estruturas qualquer
Mergulho 45-90 Mergulho 20-45
Moderado Desfavorável Moderado
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

VALOR FINAL
CLASSE DO MACIÇO ROCHOSO DETERMINADA PELO SOMATÓRIO DOS PESOS
RMR < 21 21 - 40 41 - 60 61 - 80 81 - 100
Classe do Maciço V IV III II I
Descrição] Muito Ruim Ruim Regular Bom Muito Bom

DESCRIÇÃO DAS CLASSES


Classe I II III IV V
Tempo de Autosustentação 20 anos 1 ano 1 semana 10 horas 30 min
do vão livre 15m de v. livre 10 m v. livre 5m de v. livre 2,5 v. livre 1m de v. livre
Coesão do Maciço (kPa) >400 300-400 200-300 100-200 < 100
Ângulo de atrito do maciço () >45 35-45 25-35 15-25 <15
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

RMR
x
VÃO LIVRE
x
TEMPO DE
SUSTENTAÇÃO
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

Exemplos:
Maciço Classe I (RMR= 81-100) - Muito bom
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

Exemplos:
Maciço Classe II (RMR= 61-80) - Bom
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

Exemplos:
Maciço Classe III (RMR= 41- 60) - Médio
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

Exemplos:
Maciço Classe IV (RMR= 21- 40) - Ruim
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI
Exemplos:
Maciço Classe V (RMR ≤ 20) – Muito Ruim
SISTEMA RMR DE BIENIAWSKI

✓ Limitações do sistema RMR:


✓ Gera valores conservadores;
✓ O grau de alteração não é levado em conta
diretamente;
✓ Não considera a orientação das
descontinuidades em relação ao estudo, apenas
às carcaterísticas da obra.
SISTEMA SMR (Romana et al 2003)

✓ SMR – “Slope Mass Rating”


- Baseado no sistema RMR.
- Aplicação em estabilidade de taludes.

✓ Igual ao sistema classificação RMR do maciço


porém incorpora os parâmetros:
F1, F2, F3 e F4 no cálculo do índice.

SMR = RMR + (F1 x F2 x F3) + F4


SISTEMA SMR (Romana et al 2003)

SMR = RMR + (F1 x F2 x F3) + F4

✓ F1- depende do paralelismos entre a direção das


descontinuidades e do plano do talude:

F1 = [1 – sen (aj – as)]2


aj = ângulo da direção da descontinuidade

as = ângulo do talude
✓ Varia de 1 (quando as direções são
paralelas) a 0,15 (quando o ângulo
entre ambas é maior que 30º .
SISTEMA SMR (Romana et al 2003)

SMR = RMR + (F1 x F2 x F3) + F4

✓ F2- depende do mergulho da descontinuidade:

F2 = tg2 bj

bj = ângulo De mergulho da descontinuidade

✓ Varia de 1 (para mergulhos > 45o) a


0,15 (para mergulhos < 20o) .
✓ Para rupturas por tombamento F2 = 1
SISTEMA SMR (Romana et al 2003)

SMR = RMR + (F1 x F2 x F3) + F4

✓ F3- depende da favorabilidade da relação entre o


ângulos de mergulho da descontinuidade e do
talude:
✓ Se o mergulho médio da família de descontinuidade é
igual ao do talude o F3 é considerado parcialmente
estável;
✓ Se o talude apresenta mergulho mais que 10º superior
ao mergulho médio da família de descontinuidades o F3
é considerado muito desfavorável.
✓ Valores variam entre 0 e -60 (ver tabela de tipo de
situação)
SISTEMA SMR (Romana et al 2003)

SMR = RMR + (F1 x F2 x F3) + F4

✓ F4 – definido a partir dos métodos de desmonte ou


de escavação utilizado:

Desmonte de Desmonte com


Talude natural Desmonte de explosivos do explosivos ou Desmonte
Método
ou vertentes pré-corte tipo smoth escavação deficiente
blastin mecânica

F4 +15 +10 +8 0 -8
SISTEMA SMR (Romana, 1997)
Muito Muito
Tipo de situação Favorável Normal Desfavorável
favorável desfavorável
P (aj – as)
>30 20-30 10-20 5-10 <5
T (aj – as-180o)

P/T F1 0,15 0,4 0,7 0,85 1

bj <20 20-30 30-35 35-45 >45


P
F2 0,15 0,4 0,7 0,85 1

T F2 1 1 1 1 1

P (bj - bS) >10o 10º - 0º 0o 0- (-10º) < (-10º)

T (bj + bS) <110o 110º - 120º >120º ----- -----

P/T F3 0 -6 -25 -50 -60

P: ruptura plana as:direção do talude bs: mergulho do talude


T: tombamento aj:direção das desc. bj: mergulho das desc.
SISTEMA SMR (Romana, 1997)

Classe V IV III II I

SMR 0 - 20 21 - 40 41 - 40 61 - 80 80 - 100

Descrição Muito ruim ruim normal boa Muito boa

Parcialment
Totalmente Totalmente
Estabilidade Instável e Instável Estável
instável estável

Grandes Algumas
Grandes
rupturas rupturas
rupturas por Alguns
Ruptura planares planares e nenhuma
planos blocos
ou em muitas
contínuos
cunha cunhas
Retaludamento
Tratamento Correção Sistemático Ocasional Nenhum
completo
✓ Fonte: Vallejo, 2002
SISTEMA SMR (Romana, 1997)

25 – 30
15 - 20

20 - 25

30 - 35

35 - 40

40 - 45

45 - 50

50 - 55

55 - 60

60 - 65

65 - 70

70 - 75

75 - 80
0 - 15
SMR

Modificação da
geometria do
Reescavação
talude e muros de
contenção
Drenagem superficial ou
Drenagem
profunda
Betão (concreto Colocação de betão (projetado,
projetado) contrafortes, muros no pé do talude
Reforço Reforço do talude (tirantes, ancoragem)
Redes metálicas, valas
Proteção e proteção no pé do
talude
Pode ser
necessária a
Não aplicado retirada de
✓ Fonte: Vallejo, 2002
blocos
instáveis
Sistema Q de Barton
SISTEMA Q DE BARTON
RQD J r Jw
Q=  
Jn J a SRF
RQD = Rock Quality Designation (RQD = 115-3.Jv)
Jn = Número de Famílias de descontinuidades
Jr = rugosidade da junta
Ja = alteração da junta – preenchimento
Jw = fator de redução por infiltração de água
SRF = Fator de redução por tensões

RQD
Estrutura do maciço rochoso – Tamanho dos blocos
Jn
Jr
Rugosidade e características de atrito das juntas
Ja
Jw
Fator de redução devido a presença de água e tensões
SRF
1 RQD

A Muito pobre 0 – 25
B Pobre 25 – 50
C Médio 50 – 75
D Bom 75 – 90
E Excelente 90 – 100
Notas: (i) Quando o RQD é tido como <10 (incluindo zero), considera-se Q = 10
(ii) Intervalos de RQD de e são suficientemente acurados.

2. Número de famílias de juntas (descontinuidades) Jn


A Maciço ou poucas juntas 0,5 – 1,0
B 1 família 2
C 1 família + fraturamento aleatório 3
D 2 famílias 4
E 2 famílias + fraturamento aleatório 6
F 3 famílias 9
G 3 famílias + fraturamento aleatório 12
H 4 ou mais famílias de juntas, fraturamento aleatório e fortemente 15
estruturado, etc.
I Rocha extremamente fraturada quase triturada 20
Notas: (i) Para interseções de galerias usar 3 x Jn.
(ii) Para regiões de emboque usar 2 x Jn.
3 RUGOSIDADE DA JUNTA Jr
A Juntas descontínuas 4
B Juntas rugosas ou irregulares (ondulada) 3
C Junta lisa, ondulada 2
D Juntas polida (ondulada) (Estriada) 1,5
E Juntas rugosas (planar) 1,0
F Junta lisa (planar) 1,0
G Junta polida (planar) (Estriada) 0,5
H. Zona contendo minerais de argila suficientemente espessos para 1,0
impedir o contato entre as paredes das juntas.
I. Zona arenosa, granular ou triturada, suficientemente espessa para 1,0
impedir o contato entre as paredes das juntas
(i) Adicionar 1 se o espaçamento médio entre as juntas for superior a 3m.
4 GRAU DE ALTERAÇÃO DAS JUNTAS Ja r (aprox.)
a) Quando há contato entre as faces
A Preenchimento pleno resistente e impereável 0,75 (-)
B Superfícies não alteradas, apenas oxidadas. 1,0 (25º – 35º)
Paredes levemente alteradas recobertas com material firme ,
C apresentando partículas arenosas e desintegração da rocha 2,0 (25º -30º)
argilosa.
Presença de manto siltoso ou argilo-arenoso (pequena fração (20º -25º)
D 3,0
de argila); firme
Manto macio descontínuo de argilo-minerais podendo conter (8º -16º)
E 4,0
caulinita, talco, clorita, gipso, etc. (espessura = 1-2 mm)
b) Contato entre as faces quando cisalhado
F. Partículas arenosas, rocha desintegrada, sem argila. 4,0 (25º - 30º)
Preenchimento com argilominerais firmes e consolidados
G.
(contínuo < 5mm)
Preenchimento com argilominerais macio, pouco a
H. 8,0 (12º - 16º )
medianamente consolidado (contínuo < 5mm)

Preenchimento com argilominerais plásticos (ex.


J. montmorilonita), contínuo, <5 mm. Valores de Ja dependem da
8 – 12 (6º - 12º )
porcentagem de argilominerais plásticos e da presença de
água.
4 GRAU DE ALTERAÇÃO DAS JUNTAS -
Ja r (aprox.)
b) Sem contato entre as faces quando cisalhado

K.
Zonas ou bandas de rocha e argila desintegradas ou trituradas 6–8
L. (6º - 24º)
(ver G, H e J nas condições das argilas) 8 – 12
M.

N. Zonas ou bandas de argila arenosa ou silte firmes. 5,0

Q.
Zonas ou bandas espessas e contínuas (ver G, H e J para as (6º - 24º)
P. 10 – 13
condições das argilas.
R.
Pressão d’água
5 FATOR DE REDUÇÃO HIDROGEOLÓGICO Jw (kg/cm2)
A.
Escavação seca ou com entrada d’água < 5 litros/min 1,0 <1,0

B. Entrada d’água ou pressão intermediárias com lavagem


0,66 1,0 – 2,5
ocasional de preenchimento de juntas

C. Entrada d’água ou pressão elevadas em rochas


0,5 2,5 – 10
competentes contendo juntas sem preenchimento

D. Entrada d’água ou pressão elevadas com lavagem


0,33 2,5 – 10
considerável dos preenchimentos de juntas

E. Entrada d’água ou pressão excepcionalmente elevadas


0,2 – 0,1 > 10
durante explosões, diminuindo com o tempo

F. Entrada d’água ou pressão excepcionalmente elevadas,


0,1 – 0,05 >10
permanentes

(i) Os fatores de C e F são aproximações grosseiras


(ii) (ii) Problemas especiais causados pela formação de gelo não são considerados.
Pressão d’água
5 FATOR DE REDUÇÃO HIDROGEOLÓGICO Jw (kg/cm2)
A.
Escavação seca ou com entrada d’água < 5 litros/min 1,0 <1,0

B. Entrada d’água ou pressão intermediárias com lavagem


0,66 1,0 – 2,5
ocasional de preenchimento de juntas

C. Entrada d’água ou pressão elevadas em rochas


0,5 2,5 – 10
competentes contendo juntas sem preenchimento

D. Entrada d’água ou pressão elevadas com lavagem


0,33 2,5 – 10
considerável dos preenchimentos de juntas

E. Entrada d’água ou pressão excepcionalmente elevadas


0,2 – 0,1 > 10
durante explosões, diminuindo com o tempo

F. Entrada d’água ou pressão excepcionalmente elevadas,


0,1 – 0,05 ➢ 10
permanentes

(i) Os fatores de C e F são aproximações grosseiras


(ii) (ii) Problemas especiais causados pela formação de gelo não são considerados.
SRF
sc/s1 sq/s1
FATOR DE REDUÇÃO DAS TENSÕES - SRF
5 (Atualizado
(Stress Reduction Factor)
em 1993)
Problemas de tensões em rochas competentes
Tensões baixas, próximas a superfície, com
A. >200 <0,01 2,5
fraturas abertas

C. Tensões intermediárias com condições favoráveis 200 – 10 0,01 – 0,3 1

Tensões elevadas, com estruturas bastante


fechadas. Normalmente favorável para a
D. 10 – 5 0,3 – 0,4 0,5 – 2
estabilidade, podendo ser desfavorável para a
estabilidade das paredes
Desplacamento (slabbing) moderado na rocha
E. 5–3 0,5 – 0,65 5 – 50
maciça 1h ou mais após a escavação
Desplacamento ou exposões (rock burst) na rocha
F. 3-2 0,65 – 1 5 – 200
maciça alguns minutos após a escavação.
Problemas intensos de explosões com
G. deformações dinâmicas imediatas na rocha <2 >1 200 - 400
maciça.
(i) sq = máxima tensão tangencial
(ii) sc = = máxima tensão compressiva não confinada (Resistencia a compressão simples)
(iii) s1 = máxima tensão normal (definida através das condições hidrostáticas, a partir dos valores
de massa específicas dos maciços rochosos em questão)
SRF
sq/sc
FATOR DE REDUÇÃO DAS TENSÕES - SRF (Stress
5 (Atualizado
Reduction Factor)
em 1993)
Fluxo plástico de rocha incompetente sob influência de
altas tensões.
Tensões da rocha com esmagamento (squeezing)
H. 1-5 5 – 10
moderado

I. Tensões da rocha com esmagamento elevado >5 10 - 20

(i) sq = máxima tensão tangencial


(ii) sc = máxima tensão compressiva não confinada (Resistencia a
compressão simples)
*Tradução das tabelas baseada em Neto, 2001 (dissertação mestrado EESC)

Trecho de Grimstad e Barton (1993) que explica a condição de avaliação do SRF


SISTEMA Q DE BARTON

RQD J r Jw
Q=  
Jn J a SRF

RQD = Rock Quality Designation (RQD = 115-3.Jv)


Jn = Número de Famílias de descontinuidades
Jr = rugosidade da junta
Ja = alteração da junta – preenchimento
Jw = fator de redução por infiltração de água
SRF = Fator de redução por tensões
RQD Estrutura do maciço rochoso – Tamanho dos blocos
Jn
Jr
Características de atrito das juntas
Ja
Jw
SRF
Fator de redução devido a presença de água e tensões
Fonte: Grimstad e Barton (1993)
SISTEMA Q DE BARTON
A
H
C
O
R
E
D
S
L
G F E D C B A
E
x
c
e
p
io
n
a
lm
t m
iu
r E
x
t
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Q=R QD
x J
r x w
J
J
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S
R F
SISTEMA Q DE BARTON

Dimensão característica (L) (altura ou diâmetro do túnel)


De =
Índice de suporte da escavação (ESR)

Natureza da escavação ESR


Galerias provisórias de minas 3-5
Seção circular 2,5
Escavações verticais
seção retangular ou quadrada 2
Galerias permanentes de minas, túneis e galerias de adução
(exceto condutos forçados sob altas pressões), Túneis-piloto 1,6
câmaras e galerias para escavações de grande porte
Escavações para estocagem, estações de tratamento d’água,
1,3
túneis rodoviários e ferroviários (obras correntes), túneis de acesso
Escavações para casas de força, túneis rodoviários e ferroviários
1
(obras especiais), obras de defesa, emboques e interseções de túneis
Escavações para centrais nucleares, túneis metroviários,
0,8
instalações para desenvolvimento de atividade humana
Cavernas e túneis de grande vida útil, Túneis para gasodutos 0,5
Exemplo de aplicação
Túnel escavado em
basalto com direção NS.
s1= 1MPa,
RQD=80%,
sc= 80MPa,
Pequeno fluxo d’água.
Família 1 - Direção NS, Família 1 Família 2
o
Mergulho 60 E,
espaçamento 60cm,
persistente, contato rocha-rocha, pouco rugosa e
levemente alterada.
Família 2 - Sub-horizontal,
espaçamento 30cm,
persistente,
superfícies muito alteradas, preenchida com argila
pouco adensada, (espessura<5mm).
Classificações Geomecânicas
✓ CLASSIFICAÇÃO POR BIENIAWSKI - RMR
FAMÍLIA 1 FAMÍLIA 2
sc = 80 Mpa => DRMR = 7 => DRMR = 7
RQD = 80% => DRMR = 17 => DRMR = 17
espaçamento => DRMR = 13 => DRMR = 10
padrão descont. => DRMR = 25 => DRMR = 10
água => DRMR = 4 => DRMR = 4
orientação => DRMR = -12 => DRMR = -10
54 38

Classe IV => Maciço regular a ruim

Seria necessário um RMR da ordem de 50 para escavação da seção


plena. Com um RMR de 38 pode-se escavar aberturas de até 6m.
Como solução pode adotar-se uma parcialização da seção em
quatro frentes.

Classificações Geomecânicas
✓ CLASSIFICAÇÃO POR BARTON
FAMÍLIA 1 FAMÍLIA 2  RQD   J r   J w 
RQD = 80 RQD = 80 Q=   
 J n   J a   SRF 
Jn = 4 Jn = 4
Jr = 1,5 Jr = 1,0
Ja = 2,0 Ja = 15
Jw = 1,0 Jw = 1,0 Famíla 2 => mais crítica
SRF = 1,0 SRF = 1,0 Maciço ruim

Q=15 Q=1,33

Dimensão equivalente (De):

De = L/ESR = 5/1,3 = 3,8

Com Q e De => Tabela => ancoragem com chumbador c/


espaçamento de 1m e 20 a 30 mm de concreto projetado
✓ Correlações entre sistemas de Classificação
geomecânica dos maciços rochosos
Geological Strength Index
Para o cálculo de GSI padronizou-se o uso do RMR, versão 1976, ou o RMR de 1989 menos 5
pontos:

• RMR76 > 18 => GSI = RMR76

• RMR89 > 23 => GSI = RMR89 – 5

Quando o valor de RMR76 < 18 ou RMR89 < 23, utiliza-se o sistema Q, desconsiderando
a fração Jw/SRF na determinação do critério de ruptura, já que estes fatores devem ser
considerados no projeto, logo:

• RMR76 < 18 ou RMR89 < 23 => GSI = 9 ln Q’ + 44 ;

RQD Jr
Q’ = ( --------- ) x ( ------- )
Jn Ja
✓ Estimativa de parâmetros a partir da Classificação
geomecânica dos maciços rochosos

Módulo de deformabilidade do maciço rochoso (EM)

Bieniawski (1978) => EM = 2 RMR – 100


(RMR – 10)/40

Serafim & Pereira (1983) => EM = 10

Grimstad & Barton ( 1980) => EM = 25 log Q


✓ Estimativa de parâmetros a partir da Classificação
geomecânica dos maciços rochosos

Parâmetros de resistência de taludes de minas


✓ Estimativa de parâmetros a partir da Classificação geomecânica dos
maciços rochosos

Fundações em rocha

Adaptado de Serafim & Pereira em Bieniawski (1989).


✓ Estimativa de parâmetros a partir da Classificação geomecânica dos
maciços rochosos

Ângulo de atrito de maciços rochosos (ϕM)

Trunk & Hoenisch (1989) => ϕM = 0,5 RMR + 8,3 ± 7,2

Resistência à compressão uniaxial de maciços rochosos (ϕM)

Adaptado de Stille et al. em Bieniawski (1989).

Grimstad & Barton (1980) => EM = 25 log Q


✓ Estimativa de parâmetros a partir da Classificação geomecânica dos
maciços rochosos
Equações
Bieniawski (1978) => RMR = 9 ln Q + 44
Abad et al. (1983) => RMR = 10,5 ln Q + 42
Para o cálculo de GSI Hoek et al. (1995) padronizou o uso do RMR, versão 1976,
ou do RMR de 1989 menos 5 pontos:
• RMR1976 > 18 => GSI = RMR1976

• RMR1989 > 23 => GSI = RMR1989 – 5

Quando o valor de RMR1976 < 18 ou RMR1989 < 23, utiliza-se o sistema


Q, desconsiderando a fração Jw/SRF na determinação do critério de
ruptura, já que estes fatores devem ser considerados no projeto, logo:
• RMR1976 < 18 ou RMR1989 < 23 => GSI = 9 ln Q’ + 44 ;

RQD Jr
Q’ = ( --------- ) x ( ------- )
Jn Ja
1) Considerando que no afloramento apresentado na Figura 1, as linhas retas
representam fraturas, determine, utilizando a escala gráfica fornecida, o
número de famílias de fraturas, o espaçamento (em metros) e a freqüência
(em fraturas por metro), de cada família. Estime o RQD do maciço através da
expressão de Palmstrom.

0 0,5m
Escala 1:10

2) Determine o RMR e a classe do maciço do Exercício 1, considerando que


as fraturas apresentam as seguintes características: persistência de 2 metros,
abertura de 0,5mm, são lisas, não apresentam preenchimento e encontram-se
pouco alteradas. O material intacto pode ser fraturado com um único golpe do
martelo. O maciço encontra-se seco. Considerar que será feito um talude e as
condições de direção e mergulho das descontinuidades são regulares.
PARA AFLORAMENTO OU FRENTE DE
ESCAVAÇÃO

Palmstrom (1975) correlacionou o RQD com o número


de fraturas por metro cúbico (Jv)

RQD = 115 — 3.3Jv (RQD > 100)


Jv =  1/Si onde Si é o espaçamento médio da família “i”
⚫ Tabelas originais da classificação Q
de Barton

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