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Grau de Maturação dos Hidrocarbonetos dos Folhelhos Pirobetuminosos da


Formação Ipubi, Bacia do Araripe: Um Estudo Integrado de Termogravimetria,
Cromatografia e Espectroscopia na...

Article · June 2016


DOI: 10.18190/1980-8208/estudosgeologicos.v26n1p81-97

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8 authors, including:

Thales Lúcio Camila M. Teixeira


Federal Institute of Education, Science and Technology Federal University of Pernambuco
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Jose G.A. Pacheco João Adauto Souza Neto


Federal University of Pernambuco Federal University of Pernambuco
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GRAU DE MATURAÇÃO DOS HIDROCARBONETOS DOS FOLHELHOS
PIROBETUMINOSOS DA FORMAÇÃO IPUBI, BACIA DO ARARIPE:
UM ESTUDO INTEGRADO DE TERMOGRAVIMETRIA, CROMATOGRAFIA
E ESPECTROSCOPIA NA REGIÃO DO INFRAVERMELHO

Thales Lúcio1
Camila Maria Teixeira de Almeida2
José Geraldo de Andrade Pacheco Filho 2
João Carlos Morais Araújo 3
João Adauto de Souza Neto 1,4
Ricardo Pereira1,4
1
Programa de Pós-Graduação em Geociências – UFPE, thales.lucio@ufpe.br
2
Departamento de Engenharia Química – UFPE, camila-mta@hotmail.com;
geraldo.ufpe@gmail.com
3
Graduação em Geologia – UFPE, jcmorais.araujo@gmail.com
4
Departamento de Geologia – UFPE, adauto@ufpe.br;ricardo.geologia@yahoo.com.br

RESUMO

A Formação Ipubi, Grupo Santana, Bacia do Araripe, vem sendo alvo de estudos
geoquímicos por conter folhelhos pirobetuminosos ricos em matéria orgânica, o que
permite seu tratamento como um análogo para rochas geradoras de hidrocarbonetos.
Nesse contexto, este trabalho apresenta resultados provenientes de diversas técnicas
analíticas (cromatografia líquida, análise termogravimétrica e espectroscopia na região
do infravermelho)para duas amostras de betume (MC-01 e VG-01) extraído de
depósitos da Formação Ipubi, selecionadas com base na concentração de matéria
orgânica. As amostrasforam coletadas nas Minas Campeví e Vale do Gesso, localizadas
no município de Gergelim - PE. As razões entre S+A/P obtidas através de cromatografia
líquidapermitiraminferir um baixo grau de maturaçãopara as amostras, uma vez que o
percentualda fração de compostos polares é superior aos percentuais das frações de
compostos saturados e aromáticos. As curvas termogravimétricas (TG/DTG )indicarama
presença de três eventos principais ao longo da decomposição térmica do betume:
eliminação de água adsorvida (<150°C), decomposição de hidrocarbonetos de baixo
peso molecular (150-400°C) e decomposição de hidrocarbonetos de alto peso molecular
(400-900°C). Os espectros obtidos por infravermelho detectaram ligações duplas nas
moléculas que compõem os betumes analisados, também indicando baixos graus de
maturação, apontando para uma matéria orgânica ainda em estágio diagenético.

Palavras Chave: Bacia do Araripe, Formação Ipubi, Folhelho Pirobetuminoso, Betume,


Cromatografia, Termogravimetria, Espectrometria na Região do Infravermelho

ABSTRACT

The Ipubi Formation, Santana Group on Araripe Sedimentary Basin, has been
object of geochemistry studies due to its organic-rich shales, allowing its treatment as
an analog source rock for hydrocarbons. In this context, the present paper shows results
byseveral analytical techniques (liquid chromatography, thermogravimetry and infrared
spectrometry)for two samples of bitumen (MC-01 e VG-01) extracted from deposits

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from Ipubi Formation, selected based on the concentration of organic matter. The
samples were collected on Minas Campeví e Vale do Gesso, located on Gergelim – PE.
The ratio between S+A/P from liquid chromatography allows inferring a low degree of
maturation for the samples once the percentage of polar compounds ratio is higher than
the percentage of saturated and aromatic compounds ratio. The thermogravimetric
curves (TG/DTG) indicated the presence of three main events along the thermal
decomposition of the bitumen: eliminationof adsorbed water (<150°C), hydrocarbons of
low molecular weight decomposition (150-400°C) and hydrocarbons of high molecular
weight decomposition (400-900°C). The spectrums obtained by infrared detected
double bonds in the molecules that compose the analyzed bitumens, also indicating low
degrees of maturation, indicating an organic matter still in diagenetic stage.

Keywords: Araripe Basin, Ipubi Formation, Pirobituminous Shale, Bitumen,


Chromatography, Thermogravimetry, Infrared Spectrometry

INTRODUÇÃO possuírem uma coloração entre o cinza


escuro a preto, apresentandouma
A Bacia do Araripe é a maior bacia do laminação bem desenvolvida, odor
interior do Nordeste e está situada entre característico devido à presença de
os estados de Pernambuco, Ceará e betume, conteúdo fossilífero (raízes,
Piauí (Fig. 1). Sua formação está folhas) preservado em
associada ao rifteamento de Gondwana fosfato,fitoclastos opacos, matéria
e a abertura do Atlântico Sul, orgânica amorfa e presença de pólens
apresentando sedimentação paleozoica, bem preservados. Localmente os
pré-rifte, rifte e pós-rifte (Assine 2007). folhelhos podem apresentarfraturas
Na sequência sedimentar pós-rifte, a preenchidas por gipsita neoformada e
Formação Ipubi é caracterizada pela pequenos nódulos de pirita (Lúcio
ocorrência de um intervalo evaporítico 2015). São capeados por uma espessa
caracterizado por camadas de gipsita camada (15-35 m) de evaporitos, que
associadas com folhelhos são explotados através de lavras a céu
pirobetuminosos ricos em matéria aberto na região denominada de Pólo
orgânica. Estes folhelhos Gesseiro do Araripe.
pirobetuminosos caracterizam-se por

Figura 1: Mapa Geológico simplificado da Bacia do Araripe.Círculos em vermelho


indicam localização em que as amostras foram coletadas (modificado de Miranda et al.
2012).

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Os folhelhos pirobetuminosos um sistema deposicional lacustre


são rochas oleígenas definidas como hipersalino, tendo como precursores
uma rocha sedimentar formada pela algas e vegetais superiores. Castro
litificação de sedimentos de (2015) caracterizou a matéria orgânica
granulometria fina, caracterizados por por meio de análises de e pirólise Rock-
serem físseis ao longo do plano de Eval. As amostras analisadas
estratificação, por possuírem 25-50 %de apresentaram valores elevados de COT,
carbonato e ≥0,1 % de carbono orgânico entre 17,20-28,60%, e a caracterização
total (COT; Peters et al. 2005). A maior dos folhelhos por pirólise Rock-Eval
parte de sua matéria orgânica é permitiu a associação da matéria
insolúvel em solventes orgânicos orgânica com querogênio tipo I, sendo a
comuns, sendo denominada de rocha imatura e, no entanto, dotada de
querogênio. Quando submetida a grande potencial gerador de
processos de pirólise, a matéria orgânica hidrocarbonetos.
presente nos folhelhos é craqueada e O presente trabalho se baseia na
produz um óleo semelhante ao petróleo investigação de amostras de folhelhos
e outros subprodutos derivados coletadas em minas diferentes (Campeví
(Yen&Chilingarian 1976), no que se e Vale do Gesso) na região Sudoeste da
denomina folhelho betuminoso ou Bacia do Araripe, a partir de camadas
pirobetuminoso. de folhelhos expostas nessas minas. As
Os folhelhos pirobetuminosos da amostras MC-01 e VG-01 foram
Formação Ipubi têm sido objeto de selecionadas por apresentarem os
alguns estudos geoquímicos recentes. maiores teores de matéria orgânica
Delgado (2012) determinou um baixo total,25,4% e 25,69%, respectiva-
grau de maturação da matéria orgânica a mente.Este trabalho tem como
partir do índice de coloração de esporos. objetivoagregar mais informações ao
Souza Neto et al. (2013a, 2013b) estado atual de conhecimentoreferenteà
apresentaram valores de COT entre maturação térmica dos folhelhos
22,2-25,7 %. Essa alta concentração de pirobetuminosos da Formação Ipubi,
matéria orgânica também foi vista por através de caracterizações via
meio de análise termogravimétrica que termogravimetria (TG/DTG), espectros-
mostrou uma significativa queda no copia de infravermelho (FTIR) e
percentual de massa entre 300-500°C. cromatografia líquida em coluna de
Baixo teor de fósforo orgânico também sílica (CL).A partir dessas técnicasfoi
foi observado, indicando que sua possível a obtenção de novas
presença é típica em ambientes informações sobre a maturação e
anóxicos lacustres. Esses autores potencial gerador dos depósitos.
também obtiveram percentual de BaO
(>2%), como sendo um indicador de CONTEXTO GEOLÓGICO
paleoprodutividade. Delgado
(2012),Silva et al. (2014), Lúcio (2015) Bacia do Araripe
e Castro (2015) obtiveram resultados
geoquímicos a partir da análise de A Bacia do Araripe está
biomarcadores (terpanos, esteranos e localizada nas subprovíncias Trans-
aromáticos) e outras moléculas de versal e Ceará Central (Santos et al.
interesse geoquímico, como n-alcanos. 2000, Brito Neves et al. 2000), que
Esses autores propuseram que a matéria fazem parte da Província da Borborema
orgânica nos folhelhos pirobetuminosos (Fig. 2). Esta bacia possui uma área de
da Formação Ipubi é imatura, foi aproximadamente 9.000 km²e recobre
depositada em condições redutoras em partes dos estados de Pernambuco,

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Ceará e Piauí. Destaca-se dentre as compreendendo as sequências Pré-rifte,


demais bacias interiores do Nordeste Rifte e Pós-rifte da evolução do Oceano
por sua extensão em área e amplitude Atlântico Sul (Ponte & Ponte-Filho
cronoestratigráfica. Também o seu 1996, Matos 1999, Neumann 1999,
registro sedimentar é o mais completo Assine 2007).
dentre estas bacias interiores,

Figura 2: Subdivisão geotectônica da Província Borborema. Em destaque a área de


amostragem. Siglas dos domínios geotectônicos: SMC: subprovíncia Médio Coreaú;
SCC: Subprovíncia Ceará Central; SRN: Subprovíncia Rio Grande do Norte; STR:
Subprovíncia Transversal; SME: Subprovíncia Meridional(modificado de Santos et al.
2015, Gomes & Vasconcelos 2000).
A geometria e a evolução dessa •Sequência beta (Siluro-
bacia foram fortemente impulsionadas Devoniana): formada pela Formação
por estruturas do embasamento, as quais Cariri (arenitos médios a grossos
se instalaram durante a Orogênese granodecrescentes, resultado de um
Ediacarana/Cambriana (Brasiliano - sistema fluvial entrelaçado);
Pan-Africano). Essas estruturas estariam • Sequência pré-rifte (Oxfordiano-
relacionadas com as tensões acumuladas Titoniano):composta pelas formações
devido às faixas de dobramentos da Brejo Santo (predominantemente
Província da Borborema que pelitos, resultado de um sistema
acarretaram em esforços de lacustre) e Missão Velha (arenitos
estiramentos de direção WNW-ESE. grossos a finos e arenitos
Tais esforços foram suficientes para conglomeráticos, produto de um sistema
implantar as bacias interiores do fluvial);
Nordeste (Assine 1992, Ponte & Ponte •Sequência sin-rifte (Berria-
Filho 1996, Matos 1992, Matos 1999). siano-Valanginiano): constituída pela
Baseando-se na análise do poço Formação Abaiara (sucessão lacustrede
AP-1-CE foram propostas cinco fases arenitos descontínuos lateralmente
tectono-sedimentares para a Bacia do intercalados em folhelhos calcíferos de
Araripe (Ponte Filho 1992, Ponte & coloração variada);
Ponte Filho 1996,Neumann 1999, • Sequência pós-rifte (Aptiano-
Neumann & Cabrera 1999), conforme Albiano): composta pela Formação
descrito abaixo e apresentado na Figura Barbalha (arenitos finos a médios,
3: argilosos, por vezes com seixos

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dispersos e intercalados com folhelhos calcíferosna Formação Romualdo, que


avermelhados e betuminosos, resultado também inclui sequencias marinhas);
de um sistema flúvio-lacustre) e o •Sequência zeta (Cenozoica):
Grupo Santana (resultado de um sistema composta pelas formações Araripina
lacustre caracterizado por calcários (ritmito, envolvendo siltito alaranjado e
laminados e margasna Formação Crato; argilito arroxeado, depositados em um
folhelhos pirobetuminosos e evaporitos sistema lagunar), e Exu (arenito
na Formação Ipubi; arenitos, siltitos e fluvialmédio a conglomerático).
pelitos verdes e avermelhados

Figura 3: Estratigrafia da Bacia do Araripe e sua tectono-sequência. Modificado de


Ponte & Ponte Filho (1996), Neumann (1999).

A Formação Ipubi Os folhelhos que compõem a


Formação Ipubi são caracterizados em
Essa unidade é composta por sua parte basal por apresentar uma
folhelhos pirobetuminosos com altos estrutura laminar incipiente, com pouca
teores de matéria orgânica. Sua fissilidade. Na porção intermediária da
espessura pode atingir entre 5 e 10 m e sucessão ocorremcamadas milimétricas
seus depósitos são capeados por à centimétricas de margas intercaladas
camadas de evaporitos formadas aos folhelhosque apresentam aspecto
principalmente por gipsita e em menor deritmito. A porção superior da
quantidade anidrita. A camada de sucessão de folhelhosapresenta
evaporitos apresenta-se descontínua e aspectomais físsil e mais escuro, com
pode alcançar uma espessura que varia fósseis preservados em matriz fosfática,
entre 15 e 35 m. Na região entre as nódulos de pirita (< 5 mm), por vezes
cidades de Araripina e Gergelim, com lentes degipsita fibrosa neoformada
Pernambuco, estes depósitos de gipsita (< 1 cm), além de possuir fraturas
são explorados comercialmente no Polo preenchidas também por esse sulfato
Gesseiro do Araripe. (Lúcio 2015; Fig. 4).

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Figura 4: Perfil estratigráfico dos folhelhos pirobetuminosos da Formação Ipubi, Bacia


do Araripe, levantado na Mina Campeví em Gergelim-PE. A: sucessão de camadas de
folhelhos com lente de gipsita fibrosa neoformada posicionada na porção superior do
perfil; B: fósseis preservados em matriz fosfáticaque estão dispostos entre as lâminas do
folhelho pirobetuminos na porção superior do perfil estratigráfico; C: porção
intermediária da sucessão de folhelhos composta por um ritmito de marga e folhelho
negro.

Lúcio (2015) e Silva et al. (2015) deposição de um camada (20-60 cm de


propuseram a divisão dessa sequência espessura) de argilito esverdeado,
nos seguintes tratos de sistemas: (1) margas, folhelhos negros, todos
Trato de Sistema Transgressivo (TST), fossilíferos); (3) Trato de Sistema de
marcado por um rápido pulso Lago Baixo (TSLB), que resultou em
transgressivo que afogou a drenagem e um último pulso de deposição dos
gerou condições de anoxia, evaporitos, mas caracterizado pelo
representado pelos folhelhos negros recuo do lago para os depocentros da
betuminosos, que formaram uma seção bacia sobre o embasamento, dessa
condensada (no topo desse pacote); (2) forma, com o máximo de regressão do
Trato de Sistema de Lago Alto (TSLA), nível do lago, o topo dessa sequência
com uma regressão normal do lago, seria marcado por uma segunda
com ligação intermitente com o Lago discordância, mais expressiva, que
Araripe, que resultou na precipitação de marcaria o efetivo rebaixamento do lago
evaporitos. O topo desse segundo (caracterizada pelo retrabalhamento,
conjunto de depósitos é marcado por dissolução e formação de gipcretes),
uma discordância erosiva causada pela com exposição regional e erosão por um
regressão subsequente (caracterizada longo período (Fig. 5).
por dissolução do evaporito e por

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Figura 5: Representação esquemática dos tratos de sistemas para a sequência


deposicional da porção inferior da tectono-sequência Pós-Rifte (modificado de Lúcio
2015). PS-01-04: poços cedidos pelo Grupo Ponta da Serra (Mina Vale do Gesso).

MATERIAIS E MÉTODOS bem como a sua composição química


original. A coleta das amostras se deu
Amostragem de forma manual, visando porções
resguardadas das exposições onde os
O processo de amostragem foi folhelhos se mostraram mais
realizado em frentes de lavra existentes enegrecidos, indicando visualmente
em minas de gipsita em quatro locais maior quantidade de matéria orgânica.
diferentes,na região SW da Bacia do Para o manuseio e acondicionamento
Araripe (Figura 1). Tomou-se o cuidado das amostras foram utilizadas folhas de
de coletar amostras conservando suas alumínio, de modo a prevenir possível
características originais, de forma que contaminação até o tratamento posterior
os folhelhos estivessem selados e em laboratório. As coordenadas de
protegidos pelas camadas sobrejacentes coleta das amostras são apresentadas na
tanto das intempéries quanto de ação Tabela 1, com as siglas utilizadas para
antrópica, conservando com isso seu identificação de cada amostra.
percentual original de matéria orgânica,

Tabela 1. Nome das minas e coordenadas geográficas dos pontos de coleta das amostras
de folhelho analisadas
.
Informações
Minas Longitude Latitude Amostra
Campeví 338386 9143494 MC-01
Vale do Gesso 338967 9143630 VG-01

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As amostras apresentaram Fracionamento por Cromatografia


características bastante semelhantes. Líquida
Nos dois casos os depósitos
representamfolhelhos negros, A separação das frações de
pirobetuminosos, associados com hidrocarbonetos alifáticos, compostos
camadas portadoras de fraturas com aromáticos e compostos polares (NSO)
abertura centimétrica preenchidas por das amostras de betume foi realizada
gipsita.Estas fraturas sãomenos comuns por Cromatografia Líquida em Coluna
na parte basal dos afloramentos e se de Vidro, recheada com sílica-gel
tornam mais frequentes em direção a (0,063-0,200 mm, Merck®) ativada por
parte superior da seção.A origem desta 24 h a 115ºC (Lanças 1993, Vogel
gipsita que preenche o fraturamento está 2002). O procedimento foi realizado no
associada à camada de evaporitos que se Laboratório de Geoquímica Sedimentar
encontra sobreposta aos folhelhos – Área II – UFPE.
negros. Para a eluição de
hidrocarbonetos saturados foram
Pulverização utilizados 12 mL de n-hexano puro.
Para a obtenção dos hidrocarbonetos
As amostras selecionadas foram aromáticos, foram utilizados10 mL de
trituradas em um moinho de bolas de uma solução de n-
ágata modelo Pulverisette 7® hexano:diclorometano (8:2, v:v). Para a
(Fritsch®) por 15 minutos a 500 rpm. eluição dos compostos polares foi
Tanto os cilindros quanto as bolas de utilizado uma solução de 10 mL de
ágata foram previamente rinsadas com diclorometano:metanol (9:1, v:v),
diclorometano para que não houvesse seguido de 5 mL de metanol puro.
nenhum tipo de contaminação orgânica Cada fração foi recolhida em
durante o processamento das amostras. balões de fundo redondo e os solventes
Essa etapa foi realizada no Laboratório passaram por processo de secagem em
de Preparação de Amostras (LPA) – evaporador rotatório sob pressão
Departamento de Geologia – CTG – reduzida. Posteriormente, cada fração
UFPE. foi transferida para frascos menores
previamente pesados em balança
Extração dos Betumes analítica. Após evaporação do solvente,
em temperatura ambiente, foram feitas
A extração do betume das as pesagens dos frascos para se obter a
amostras de folhelho foi obtida com massa de cada fração.As concentrações
base na solubilização do material em percentagem foram tratadas através
triturado mediante uso de do software Grapher, versão 9.
diclorometano. Foram extraídos
aproximadamente 100 g da amostra Termogravimetria
pulverizada em extrator do tipo Soxhlet
utilizando 100 mL de diclorometano As amostras foram submetidas a
durante 24 horas. Os extratos obtidos ensaios termogravimétricos (TG/DTG)
foram concentrados em evaporador para obtenção dos intervalos e
rotatório sob pressão reduzida, percentuais de perdas de massa no
eliminando o excesso de solvente e Laboratório de Tecnologias Limpas –
obtendo-se assim o betume.Todo o Departamento de Engenharia Química –
processo de extração foi realizado no UFPE. Os experimentos foram
OrganoMar – Departamento de realizados em uma termobalançaPerkin
Oceanografia – CTG – UFPE. Elmer, modelo STA 6000, com taxa de

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aquecimento de 15°C.min -1, sob fluxo
de 20 mL.min-1 de nitrogênio (N2). A RESULTADOS
massa de amostra utilizada nos cadinhos
de platina foi fixada em Cromatografia Líquida
aproximadamente 3 mg e as mesmas
foram aquecidas de 30 a 900°C. Os Os percentuais relativos obtidos
resultados obtidos foram tratados com o de hidrocarbonetos saturados das
auxílio do softwarePyris Data amostras MC-01 e VG-01 foram de
Analysis®, versão 11. 6,12% e 3,68%, respectivamente. Para
os compostos aromáticos foram obtidos
Espectroscopia de Infravermelho com valoresde4,32% e 4,44%,
Transformada de Fourier (FTIR) respectivamente, e para os compostos
polares foram obtidos 89,56% e
As análises foram realizadas 91,88%, respectivamente (Fig. 6).
em um espectrômetro de marca
Bruker Tensor 27, no Laboratório Análise Termogravimétrica
de Tecnologias Limpas –
As curvas termogravimétricas
Departamento de Engenharia relacionadas à perda de massa (TG) e
Química – UFPE. Os espectros de suas respectivas derivadas (DTG),
absorção das amostras foram obtidas para as amostras MC-01 e VG-
obtidos na região do 01são ilustradas nas Figuras 7 e 8,
infravermelho médio de (4.000 a respectivamente.
600 cm-1) com resolução de 4 cm-1,
utilizando Reflexão Total Atenuada Análise Espectrométrica na Região
(ATR-FTIR). Os resultados foram do Infravermelho
tratados através do software OPUS,
Os espectrosde absorção na
versão 7.2.
região do infravermelho para as
amostras analisadas estão mostradosna
Figura 9.

Figura 6: Porcentagens relativas das frações de compostos saturados, aromáticos e


polares obtidas para os betumes extraídos das amostras MC-01 e VG-01.

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Figura 7: Curvas de TG e DTG obtidas para a decomposição térmica do betume


extraído da amostra MC-01.

Figura 8: Curvas de TG e DTG obtidas para a decomposição térmica do betume


extraído da amostra VG-01.

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Figura 9: Espectros de infravermelho obtidos para os betumes extraídos das


amostrasMC-01 e VG-01, através da técnica ATR.

DISCUSSÕES evoluída termicamente. O valor da


percentagem relativa de compostos
Grau de Maturação polares se apresenta muito mais elevado
que os percentuais obtidos para
A composição bruta de petróleos saturados e aromáticos. Em rochas
e betumes pode ser definida com base geradoras maturas o craqueamento do
no conteúdo de hidrocarbonetos querogênio teria gerado mais compostos
saturados, compostos aromáticos e saturados (Tissot & Welte1984),
polares (Tissot & Welte1984, Peters et aumentando a contribuição destes nas
al. 2005), sendo as proporções relativas amostras.
de cada fração representadas em A análise da razão de
diagramas ternários. Quando são hidrocarbonetos Saturados + Aromá-
comparados petróleos e betumes, ticos/Polares e de Saturados/Aromáticos
observa-se que é evidente o permite obter informações quanto à
enriquecimento de hidrocarbonetos maturação do extrato analisado. Os
saturados no petróleo, enquanto valores das razões obtidas foram baixos,
betumes são mais ricos quanto aos como descritos na Tabela 3. Estes
compostos polares, como pode ser valores, como mostrados na Figura 11,
observado na Figura 10. apontam para uma rocha geradora
Os resultados obtidos apontam pouco evoluída termicamente (Peters &
para uma matéria orgânica pouco Moldowan 1993).

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Figura 10: Diagrama ternário apresentando asporcentagens relativas dos


hidrocarbonetos saturados, compostos aromáticos e polares presentes nos betumes
analisados.

Figura 11: Gráfico indicativo de grau de maturação (Peters&Moldowan 1993) a partir


das razões das frações de saturados e aromáticos dos betumes analisados.

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Tabela 3: Razões entre as frações de saturados, aromáticos e polares dos betumes


extraídos dos folhelhos da Formação Ipubi, Bacia do Araripe.

Razões entre Frações


Amostras
Campeví 0,12 1,41
Vale do Gesso 0,88 0,83

Decomposição Química via betume extraído do folhelho


Termogravimetria pirobetuminoso. O primeiro ocorre em
temperaturas abaixo de 150°C, onde se
As amostras MC-01 e VG-01 observa pequenas perdas de massas
apresentam percentuais de perda de relativas à eliminação de água e outros
massa de 97,7 e 89,4%, componentes voláteis. O segundo
respectivamente, além de diferentes evento de perda, marcado por
padrões de decomposição com o temperaturas entre 150 e 400°C,está
aumento da temperatura.Esta variação associado a decomposição da fração de
pode estarassociada a diferentes hidrocarbonetos leves, enquanto que o
composições químicas e propriedades terceiro, em temperaturas entre 400 e
físicas das amostras (Kaljuvee et al. 900°C,está relacionadoà decomposição
2011). da fração de hidrocarbonetos mais
Três eventos principais de perda pesados. Os percentuais detalhados de
de massa encontram-se presentes ao perda de massa por faixa de temperatura
longo da decomposição térmica do encontram-se sumarizados na Tabela 3.

Tabela 4: Detalhamento dos percentuais de perda de massa por faixa de temperatura


para os betumes analisados por TG/DTG.

Características
Amostras Descrição ΔT (°C) Δm (%)
1° evento 30 – 150 0,17
MC-01 2° evento 150 – 400 46,46
3° evento 400 – 900 51,13
1° evento 30 – 150 0,75
VG-01 2° evento 150 – 400 58,31
3° evento 400 – 900 30,30

Interpretação dos Espectros de formada por quatro ou mais gruposdo


Infravermelho Obtidos radical CH2 (Paviaet al. 2010).
A frequência de estiramento
As bandas de absorção de (C=C) ocorre em 1.620 cm-1 em alcenos
dobramento 1.460 e 1.375 cm-1 são acíclicos e em 1.000 cm-1 ocorre
características para os grupos metileno absorção da ligação (C–H) do alceno na
(CH2) e metil (CH3), respectivamente, região fora do plano (Paviaet al. 2010).
que se encontram presentes em Castro (2015), utilizando análises por
hidrocarbonetos alifáticos. A faixa de cromatografia gasosa acoplada à
720 cm-1está associada à absorção em espectrometria de massas, identificou
uma banda de cadeia linear longa, para betumes extraídos de folhelhos
provenientes das mesmas minas
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Thales Lúcio et. al.

compostos insaturados como n- CONCLUSÕES


alcenoscom 19 e 20 átomos de carbono,
cada um apresentando quatro Com base nos resultados obtidos
homólogos. Ligações duplas entre através das caracterizações realizadas
átomos de carbono não possuem um no betume extraído das amostras de
estabilidade térmica elevada, existindo folhelhos da Formação Ipubi, constata-
em moléculas orgânicas em seres vivos se:
ou em condições brandas de (a) As porcentagens relativas
temperatura. Porém, em condições obtidas para as frações de
diagenéticas se tornam bastante saturados, aromáticos e polares
instáveis e tendem a ser convertidas em dos betumes indicam que a
ligações simples através de reações de rocha geradora apresenta baixo
hidrogenação mediadas por micro- grau de maturação térmica;
organismos(Peters&Moldowan 1993). (b) As análises de termogravimetria
Em condições catagenéticas tais realizadas nos betumes
compostos são encontrados em mostraram três diferentes
concentrações extremamente baixas. A eventos de decomposição
presença de n-alcenos nas amostras, térmica: (1) desidratação, (2)
segundo Castro (2015), é indicativa de decomposição de
uma matéria orgânica imatura nos hidrocarbonetos leves, e
folhelhos da Formação Ipubi. O mesmo (3)decomposição de
raciocínio pode ser considerado para as hidrocarbonetos pesados. Essa
amostras analisadas neste trabalho. A perda de massa é corroborada
identificação da presença de ligações pelos percentuais de compostos
duplas nas moléculas que compõem os saturados, aromáticos e polares
betumes analisados também indica obtidos;
baixos graus de maturação, (c) A presença de compostos
possivelmente apontando para uma insaturados indica baixo grau de
matéria orgânica ainda em estágio maturação nos betumes
diagenético. analisados, uma vez que na
Uma pequena banda de absorção catagênese(etapa em que ocorre
associada ao dobramento (=C–H) fora a janela de geração de óleo e gás
do plano pode ser visualizada na região maturos) esses compostos são
entre 800 e 850 cm-1, característica de encontrados em concentrações
anéis aromáticos substituídos na posição extremamente baixas.
para. Absorções de estiramento de anel
(C=C) também são vistas em 1.475 cm-1 Agradecimentos
(Paviaet al. 2010).
As absorções presentes em 2.928 Os autores agradecem à PETROBRAS
pelo financiamento da pesquisa (Projeto
e 2.851 cm-1 são referentes aos
estiramentos (C–H) assimétricos e Estudo da Origem e da Natureza dos
Depósitos Siliciclásticos (Folhelhos e
simétricos presentes nas cadeias de
hidrocarbonetos acíclicos (Silversteinet Argilitos) Associados ao Intervalo
al. 2007). Por fim, absorções em bandas Evaporítico Composto pela Formação
em torno de 1.700 cm-1 podem ser Ipubi da Bacia do Araripe, Rede de
associadas a grupos carbonilados(Pavia Estudos em Sedimentologia e
et al. 2010), indicando assim a presença Estratigrafia, Convênio Específico No
de compostos oxigenados nos betumes 25 ao Termo de Cooperação
analisados. 0050.0023165.06.4), ao PFRH-
PETROBRAS pela concessão de bolsa
de Iniciação Científica e taxa de
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GRAU DE MATURAÇÃO DOS HIDROCARBONETOS....

bancada (Convênio PRH-26 / FADE / Gomes, J. R. C., Vasconcelos, A. M.


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