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3
Foram utilizados livros, materiais de aulas e apresentações para
preparação do material:
• Curso de Mecânica das Rochas dos Prof. André Pacheco de Assis (PPG/unb);
• Curso de Mecânica das Rochas dos Prof. Leandro Lima Rasmussem (PPG/unb);
• Curso de Laboratório de Geotecnia dos Professores Michéle Dal Toé Casagrande – UnB / Luís Fernando -
(PPG/unb);
• Workshop II – Geotecnia e Hidrogeologia Aplicadas à Mineração. Os Taludes da Mineração: Importância e
Riscos (Sérgio Brito). Congresso Brasileiro de Mineração (2011);
• Rúbia Prado Borges - Estudo de Otimização da Geometria da Cava Morro da Oficina Aliado ao Rebaixamento do
Nível D’água do Maciço. Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional da Escola de Minas da
Universidade Federal de Ouro Preto, 2021.
• Livro Rock Mechanics, an introduction. Nagaratnam Sivakugan; Sanjay Kumar Shukla and Braja M. Das (2013).
DELIMITAÇÃO DOS SETORES E PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE RUPTURAS
• Um dos objetivos do modelo de maciço rochoso é prover uma base de dados das
propriedades de engenharia do maciço rochoso para uso nas análises posteriores,
p.e. análises de estabilidade que serão utilizadas para preparar os projetos de
inclinação das bancadas e taludes em cada etapa do desenvolvimento do projeto
de cava.
composição mineral;
tamanho dos grãos;
umidade, etc.
Processo de amostragem:
Se faz necessária a existência de blocos soltos em locais de fácil acesso, como,
taludes rochosos de uma encosta natural, cortes preexistentes na obra ou frente
de escavação de túneis.
1º passo: realizar um corte no topo e na base das amostras cilíndricas, utilizando uma
serra diamantada, de forma a obter uma amostra com tamanho aproximado ao corpo de
prova, ou seja, L/D entre 2 e 3
2º passo: leva-se este cilindro irregular para um torno mecânico, de forma a deixar as
paredes laterais regularizadas
Preparação dos Corpos de Prova (CP):
3º passo: deve-se polir o topo e a base para evitar o atrito ou mau contato da
aparelhagem ao realizar o ensaio
Este procedimento garante um cilindro reto, onde topo e base são planos
paralelos entre si e perpendiculares à superfície lateral do cilindro.
Preparação dos Corpos de Prova (CP):
Fonte de
Cristal piezoelétrico
Freqüência
emissor de ondas Emissor
Vs
-
Cristal piezoelétrico Receptor
- tempo de percurso
receptor de vibrações Leitura - propriedades elásticas
C: percentagem do mineral
Vpi: velocidade do mineral
1 C
= (tabela)
Vp * Vpi
Vp * : velocidade se a rocha não
tivesse vazios
A realização de ensaios, não destrutivos, para determinação destas velocidades em
provetes, que vão ser submetidos posteriormente a ensaios de compressão uniaxial, é
muito frequente existindo vários métodos que permitem a determinação dos valores quer
da velocidade de propagação das ondas longitudinais (Vp), quer das ondas transversais (Vs).
Conhecidos estes valores, torna-se possível determinar as características elásticas
dinâmicas através das seguintes expressões:
• P - Carga de ruptura
Fmax
Fmax Rc = (kPa, kg/cm2)
F A
Seção transversal
A
Resistência à Compressão Simples
Fmax
Fmax Rc = (kPa, kg/cm2)
F A
L Seção transversal
A
L
Deformação específica
L
=
L
Hipótese Volume constante durante o ensaio
A0
A0 .L = A.( L L ) A=
1
F
Pressão aplicada F
num instante qualquer =
A
A0
F
L
A
L
V V L - L
https://www.youtube.com/watch?v=T2Efec-psco
https://www.youtube.com/watch?v=4_BUyKsZnWw
Gráfico pressão x deformação específica
1600
Rc
1400
1200
Pressão (kPa)
1000 Precisão:
- 0,01 ou
- 0,05 kgf/cm2
800
Velocidade:
- 1% de /min
600
400
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
1
Cu
3=0
3 = 0 1 = Rc
Rc
cu = coesão não confinada (unconfined) cu =
2
1600
1.525
1400
1200
Pressão (kPa)
1000
COMPRESSÃO SIMPLES
600
400
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
PLANILHA DE CÁLCULO
PESO DO SOLO SECO (g) 149,80 162,86
UMIDADE (%) 18,31 18,51
UMIDADE MÉDIA (%) 18,41
APLICAÇÕES:
- Solos contaminados;
- Barragens;
- Aterros rodoviários;
- Depósitos diversos.
Desvantagens do Ensaio de
Vantagens do Ensaio de COMPRESSÃO SIMPLES
COMPRESSÃO SIMPLES -Não reproduz o
confinamento de campo;
- Execução Simples;
-Impossibilidade de
- Rapidez na Execução;
controle das condições
- Custos Reduzidos.
internas da amostra;
-Alteração do estado de
tensão devido ao atrito nas
bases.
Fontes de Erro do Ensaio de
COMPRESSÃO SIMPLES
Compactação
UCS
Tese de Doutorado - Ingrid Belchior - PUC-Rio, 2016
Estudo de Solo Expansivo do Texas (USA) estabilizado com
cal - estudos em Centrífuga
Ensaios mecânicos
Compactação
UCS
Os fatores que influenciam a resistência uniaxial podem ser intrínsecos
ou extrínsecos:
u
B=
Adensamento (ensaios CD e CU)
Variação de volume
Cisalhamento
Velocidade de cisalhamento
Ensaio CD
t f = 14 t 100 duas faces drenantes
Ensaio CU
f H
t f = 1,8 t 100 duas faces drenantes v=
100 tf
hf
f = f = deform de ruptura
H
Dados do Corpo de Prova
Ensaio Triaxial CU
Ensaio Triaxial CD
Ensaio de Cisalhamento Direto
ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO
Mais antigo ensaio para determinação da resistência ao cisalhamento dos solos
Cisalhamento de uma amostra prismática por um plana pré-determinado
Aplicação direta da tensão cisalhamento
Desvantagens
Moldagem do corpo de prova
Etapas do Ensaio
Cravação do anel metálico
Pluviação
Compactação
Velocidade de cisalhamento
L f
L2 f =
tf = = 3,0 duas faces drenantes L
0,2 c v
f = deform de ruptura
L f
t f = 12,7 t 90 v=
tf
Cisalhamento
CÁLCULO DO ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO
Lvi = Leitura do extensômetro vertical
1. Deslocamento vertical Lvo = Leitura inicial do extensômetro vertical
Kdv = Constante do extensômetro vertical
Lhi = Leitura ext. horizontal
v = Lv i Lv o K dv
Lho = Leitura inicial do extensômetro horizontal
Kdh = Constante do extensômetro horizontal
Lai = Leitura do anel de carga
Lao = Leitura inicial do anel de carga
Kda = Constante do extensômetro do anel de carga
2. Deslocamento horizontal
3. Área corrigida
A cor = Ao h . L c
4. Força cisalhante
Acor = Área corrigida
Ao = Área inicial (Lc x Lc)
T = La i La o K ane l
Lc = Largura da amostra
T = Força cisalhante
Kanel = Constante do anel de carga
5. Tensão Normal
N
n =
A cor
Acor = Área corrigida
N = Força normal
6. Tensão Cisalhante n = Tensão normal
T = Força cisalhante
= Tensão cisalhante
T
=
A cor
Cisalhamento em areias
Areias fofas
Areias densas
Resistência de Pico e Resistência Residual
Planilha de Cálculo
Curvas: Tensão Cisalhante vs. Desloc. Horizontal
Desloc. Vertical vs. Desloc. Horizontal
Envoltória
Descontinuidades
As propriedades que governam a resistência e deformabilidade das descontinuidades podem ser medidas diretamente
A amostragem das descontinuidades para ensaios de laboratório pode ser realizada por meio de várias técnicas:
durante a perfuração.
As propriedades que governam a resistência e deformabilidade das descontinuidades podem ser medidas diretamente
A amostragem das descontinuidades para ensaios de laboratório pode ser realizada por meio de várias técnicas:
Criação de juntas artificiais rugosas ou lisas em amostras de rocha intacta ensaiadas por tração indireta (ensaio
criação da descontinuidade artificial através da moldagem, por borracha ou silicone líquidos, das faces superior e
inferior da junta natural. Os moldes preenchidos por cimento ou resina produzem a junta artificial.
O ensaio de cisalhamento direto também pode ser utilizado na determinação das propriedades de descontinuidades.
No ensaio de cisalhamento direto, a amostra é cimentada nas partes inferior e superior da caixa cisalhante, de forma que a
superfície da descontinuidade coincida com o plano de cisalhamento imposto pela separação da caixa.
A força normal, aplicada por um pistão ou equipamento similar, é, em geral, mantida constante, enquanto a força cisalhante
A força cisalhante pode ser ligeiramente inclinada, para evitar a rotação de um bloco em relação ao outro, devido à
dilatância da descontinuidade. Esse problema é minimizado em ensaios com altas pressões normais.
Ensaios de campo e laboratório.
Ensaios de campo e laboratório.
Imagine um plano horizontal (H) passando pelo centro de uma esfera. A linha de intersecção entre o plano e a
esfera será um círculo que é chamado de grande círculo A intersecção da
esfera com o
plano = grande
círculo
A projeção do plano H é feita no plano horizontal que
passa no centro da esfera (equatorial). Este é o plano
de projeção. Ele intercepta a esfera ao longo do
circulo horizontal chamado de circulo primitivo
Enquanto a projeção dos planos são círculos grandes as linhas projetadas são Pontos
Linhas com
diferentes
orientações
A linha “X” passa no centro da
Analogia com a bacia ou
esfera e “fura” o hemsifério inferior
tigela, para linhas. Use o seu
no ponto P (projeção esférica). A
linha que une P ao zenite dedo indicador para simular
intercepta o plano de projeção linhas de diferentes
equatorial em P’ que é a projeção orientações.
estereográfica da linha.
Pólo de Planos
É a projeção de uma reta perpendicular ao plano. Portanto são linhas que quando projetadas são
pontos.
Vários planos são plotados em intervalos de 2°. A cada 10 graus um traço em negrito é marcado,
resultando nas redes estereográficas ou stereonets.
Círculo
Máximo Círculo
Representam um Primitivo
conjunto de planos com Representa um plano
a mesma direção e horizontal mergulho=0
todos os mergulhos
possíveis
Círculo
Mínimo
30/030
Marque o N, S, E e W
depois marque 30°
que é a direção
(strike) do plano
Construção da rede Estereográfica
Seja um plano A com a atitude 030/30SE
30/030
Rotacione o strike
(30°) até o Norte, a
partir da borda da
primitiva do lado E
(pois o plano
mergulha para SE)
conte 30° (que é o
mergulho) e trace o
circulo de máximo
que é a projeção
ciclográfica.
Construção da rede Estereográfica
Seja um plano A com a atitude 030/30SE
30/030
Retorne o Norte na
posição original
Círculo de máximo =
projeção ciclográfica do
plano A
Construção da rede Estereográfica
Seja um plano A com a atitude 030/30SE
30/030
Com a rede posicionada
da mesma forma (na
posição de marcar o
mergulho).
Conte 90° ao longo da
linha E-W para o centro da
esfera (a partir do traço
ciclográfico) e marque a
localização do pólo do
plano que representa uma
reta perpendicular ao
plano.
Construção da rede Estereográfica
Seja um plano A com a atitude 030/30SE
Visualização A = (20,100)
Inter.
A A intersecção de dois planos no espaço
N é uma linha (reta) que na projeção
estereográfica é um ponto. Resta saber
B a atitude dessa linha, ou seja, sua
Inter. direção e inclinação.
Determinando a atitude de uma linha
N N
Posicione o ponto de
cruzamento na reta N-S, para
determinar o mergulho, faça
uma marca na primitiva (borda). Volte para a posição normal e leia a
Conte o ângulo da borda para o direção na borda da rede. S24W, 20
centro da rede (20°). ou 20,204 (veja a notação).
Outro Exemplo de intersecção de Planos
Plotar os Plano A= 60,340
Plano B= 40,040
planos A e B.
A intersecção é
o cruzamento
dos dois
círculos de
máximo
Determinando a atitude da intersecção
A=60,340
Atitude da
40,040
linha (reta) é a
direção (lida
na borda da
rede) e a
inclinação lida
na linha N-S
da borda para
o centro da
rede.
Intersecção
40,132
Num estudo de campo típico em que os dados estruturais foram plotados
em estereonets, uma série de concentrações de pólos significativos
podem estar presentes. Esta concentração é útil por ser capaz de
identificar aqueles que representam potenciais planos de ruptura e
eliminar aqueles que representam estruturas que provavelmente não
estarão envolvidas em rupturas de taludes.
Presentation of structural geology on stereonets, and preliminary evaluation
of slope stability of proposed quarry.
EXERCÍCIOS
1- Represente ciclograficamente (grande círculo=circulo de máximo) os seguintes planos: Use a mesma folha dando nome
aos planos.
a) 025,44NW b) 346, 85SW
c) 280,43NE d) 072,06SE
e) 234,18NW f) 090,38N
g) 047,02NW h) 180,90E.
3 - Determine a atitude (direção e mergulho) da linha (reta) formada pela intersecção dos planos:
a) A= 050°/30°SE e B = 298°/40ºSW;
b) C= 070°/50°NW e D = 040°/30°NW;
c) E= 023°,57°SE e F = 348°,71°SW.
Determinação das Propriedades Mecânicas
de Descontinuidades
RUGOSIDADE
Rugosidade é a combinação da aspereza
(também chamada de ondulação de
segunda ordem) e ondulação (primeira
ordem) da superfície, relativas ao plano
médio de uma descontinuidade. A
aspereza e ondulação contribuem para a
resistência ao cisalhamento.
n f = fb + i
i fb = dado pela caixa
t de cisalhamento
JCS
= tan JRC.log + f b
n
JRC = coeficiente de rugosidade da descontinuidade
JCS = c das paredes da descontinuidade
fb = ângulo de atrito básico
Equação de Barton & Choubey (1978) - Descontinuidades Seladas
JRC = coeficiente de rugosidade da descontinuidade
JCS – medidas em campo obtidas pelo ensaio esclelômetro. No mínimo realiza-se 10 ensaios e elimina-se 40% dos
φb - ângulo de atrito básico é dado pela medição direta do ângulo na mesa de inclinação;
JRC – obtido no perfilômetro ou pente de Barton e comparado com as tabelas / comparação do perfil com softwares por
erro dos mínimos quadrados / ensaio de cisalhamento em corpos de prova artificiais de qualquer material.
Equação de Barton & Choubey (1978)
Pp
ep
Equação de Mohr-
Descontinuidade Observações
Coulomb
Neste caso a equação de Barton & Choubey
Plana e lisa = tgfr converge para a de Mohr-Coulomb
Parcialmente Neste caso tgφ é assumida igual a razão
preenchida = tgf entre os parâmetros Jr e Ja da classificação
de Barton et al., 1974 (tg φ= Jr / Ja)
Preenchimento Os parâmetros de resistência ao
dominante = cp + tgfp cisalhamento dominantes são os do
preenchimento
Equação de Barton & Choubey (1978)
Espessura do preenchimento menor do que a amplitude de ondulação da descontinuidade – resistência dominada pela
Espessura do preenchimento maior do que a amplitude de ondulação da descontinuidade – resistência dominada pelo
material de preenchimento;
Equação de Barton & Choubey (1978)
Espessura do preenchimento menor do que a amplitude de ondulação da descontinuidade – resistência dominada pela
Espessura do preenchimento maior do que a amplitude de ondulação da descontinuidade – resistência dominada pelo
material de preenchimento;
A natureza do maciço rochoso é muito complexa, portanto precisa-se de ferramentas teóricas que
permitam analisar o controle de seu comportamento.
Para resolver este problema se idealizam modelos teóricos que só conseguem analisar um
determinado processo num tempo e espaço determinado, onde o bom senso e a experiência prática
são partes importantes.
Caso se possa contar com esta experiência passada (projeto e construção de uma escavação em
condições similares às apresentadas), as decisões do projeto atual poderão ter um certo grau de
confiança.
146
O ato de se hierarquizar as características geológico-geotécnicas de um maciço, organizá- las
individualmente em grupos ou classes, às quais se possam associar comportamentos
diferenciados do meio rochoso, para as condições de solicitação consideradas, denomina-se
classificação geomecânica.
147
Estas classificações baseiam-se na determinação ainda que qualitativa, de uma série de
parâmetros:
148
Histórico
Classificação Autor Origem Aplicações Observações
data Originais
Carga de rocha Terzaghi, EUA Túneis com Amplo emprego nos EUA por 40 anos; inadequada para os métodos modernos
1946 suporte de execução de túneis (ancoragens e concreto projetado).
metálicos
Tempo de auto- Lauffer, Áustria Túneis Introduziu o conceito de vãos livres sem suporte e seu tempo de auto-
sustentação 1958 sustentação, em função da qualidade do maciço; muito conservadora para
aplicação nos métodos.
RQD Deere et EUA Descrição de Simples descrição das condições de um testemunho de sondagem rotativa;
al.,1967 testemunhos e parte integrante dos sistemas modernos de classificação; não considera
túneis condição de superfície de juntas e materiais de preenchimento; muito sensível
aos efeitos de orientação dos testemunhos.
RSR Wickham et EUA Túneis com Introduziu as avaliações numéricas “ratings” e ponderações para correlacionar a
(Rock Structural al., 1972 suporte qualidade do maciço com dimensões das escavações e suportes necessários;
Rating) metálicos base para os sistemas subseqüentes mais empregados do nível internacional.
Índice estrutural da
rocha
Sistema RMR Bieniawski, África do Túneis e minas Evolução dos sistemas anteriores; amplamente alterado em relação à versão
1973 Sul original (1974, 75, 76, 79, 84); desenvolvido com base em 49 casos históricos.
Versão atualizada conta com 268 casos reais (Bieniawski, 1989).
Sistema Q Barton et. Noruega Túneis e Baseado no método do RQD; introdução de quatro parâmetros adicionais:
al., 1974 cavidades número e condição das juntas, condições de água subterrânea, tensões nas
amplas vizinhanças da escavação; desenvolvido com base em mais de 200 casos reais.
Os três sistemas mais utilizados são:
150
Classificação Geomecânica de Bieniawski - RMR
Bieniawski (1974), com base em sua grande experiência com escavações subterrâneas na África do Sul,
sugeriu que uma classificação para os maciços rochosos fraturados deveria:
• fornecer uma base para a comunicação entre as pessoas envolvidas no problema geomecânico.
151
Sistema RMR
Desenvolvido para túneis;
Bieniawski em 1974 Com geometria em ferradura;
propôs um sistema Escavados a “fogo”;
empírico
σv > 25 MPa.
153
Sistema RMR
A PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO COM SEUS PESOS
Sistema RMR Parâmetro Faixa de valores
1 Resistência da Índice de carga
rocha intacta puntiforme
>10 4-10 2-4 1-2 Para menores valores,
recomenda-se ensaio
s
( c)
(MPa) Resistência a
compressão >250 100-250 50-100 25-50 5-25 1-5 <1
uniaxial
Peso 15 12 7 4 2 1 0
2 RQD (%)
Peso
90-100
20
75-90
17
50-75
13
25-50
8
<25
3
3 Espaçamento das
descontinuidades
>2 m 0,6-2 m 200-600 mm 60-200 mm <60 mm
Peso 20 15 10 8 5
Padrão das descontinuidades Superfície muito Superfície pouco Superfície pouco Superfície estriada Espessura de
4 (ver tabela E) rugosa, e sem rugosa e rugosa e muito ou espessura de preenchimento com
alteração, levemente alteradas, preenchimento <5 material argiloso >5
fechadas e sem alteradas, abertura <1 mm mm ou abertura mm ou abertura
persistência abertura <1 mm persistente de 1-5 persistente >5mm.
mm
Peso 30 25 20 10 0
Ação da água Vazão de <10 10-25 25-125 >125
infiltração por 10 nulo
m de túnel (l/m)
<0,1 0,1-0,2 0,2-0,5 >0,5
(pressão de água
0
subterrânea na junta)/
5 1
O somatório das notas dadas para cada um parâmetros descritos anteriormente fornece o valor do critério
RMR.
Esse valor deve ser corrigido de acordo com a orientação das famílias de descontinuidades dominantes no
maciço
160
ORIENTAÇÃO DAS DESCONTINUIDADES
O parâmetro “Orientação das descontinuidades”, corresponde a um fator de ajuste ao somatório dos pesos dos
restantes cinco parâmetros, designado de RMR básico.
ORIENTAÇÃO DAS DESCONTINUIDADES
A direção das descontinuidades aqui referida corresponde à do “strike” (direção - reta horizontal) do plano destas.
163
Tipo de contenção
sugerida para uma
seção tipo ferradura,
com largura de 10
metros, tensão
vertical < 25 Mpa e
escavação realizada
com explosivos.
Sistema Q
Para a caracterização do
Barton et al.(1974) maciço rochoso;
propôs o sistema Q
Para a determinação do
suporte requerido.
índice de influência da rugosidade das
paredes índice de
índice de
influência da
qualidade da
pressão da água
rocha (%)
subterrânea
RQD Jr Jw
Q = ( --------- ) ( ------- ) ( -------- )
Jn Ja SRF
índice de
índice de influência das
influência do tensões no
número de maciço
famílias índice de influência da alteração das (stress reduction
paredes factor)
Sistema Q
Monitoramento
do
Comportamento
Classificação Geomecânica GSI (Hoek, 1994)
• O sistema é apresentado nas figuras 3.89 e 3.90 a seguir. O coração da classificação GSI é uma cuidadosa
descrição geológico-geotécnica do maciço rochoso, que é essencialmente qualitativa, baseado na definição
da litologia, da estrutura e das condições das descontinuidades presentes no maciço rochoso com base no
exame visual do maciço em afloramentos ou em superfícies de escavação (túneis, taludes etc.). O GSI,
combinando esses dois parâmetros fundamentais do processo geológico – o tipo, o tamanho e forma dos
blocos; e as condições das descontinuidades, respeitam os principais condicionantes que governam o
comportamento dos maciços.
• O sistema GSI não pretende substituir os sistemas RMR e o Q, na medida em que nenhum projeto de reforço ou
suporte de maciço é apresentado, mas ele permite obter parâmetros de resistência de MACIÇOS
ROCHOSOS.
Estimativa do GSI para maciços rochosos
fraturados (Modificado de Hoek, 2011).
- Baseado nas
classificações RMR’
e Q’
- Avaliação
numérica do GSI
Quando o valor de RMR76 < 18 ou 23, deve-se utilizar o sistema Q. Para sua utilização não se
considerará a parcela Jw/SRF na determinação do critério de ruptura, já que estes fatores devem ser
considerados no projeto, logo:
RQD Jr
=
Q ' GSI = 9 ln Q’ + 44
Jn Ja
Correlações
Bieniawiski (1976) após analisar 111 casos históricos de túneis em diferentes partes do mundo (62
casos na Escandinávia, 28 casos na África do Sul e 21 casos nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Europa)
propôs uma correlação entre os sistemas de classificação geomecânica RMR e Q:
RMR = 9 ln Q + 44
Para túneis em minas, Abad et.al. (1983) analisou 187 minas de carvão na Espanha, originando a
seguinte relação:
RMR = 10,5 ln Q + 42
Rutledge e Preston (1978) determinaram sua correlação, após analisarem sete projetos de túneis na
Nova Zelândia:
Assim, deve-se analisar se as tensões induzidas pela obra (bulbo de tensões) estarão sendo
distribuídas numa massa de rocha intacta e/ou em descontinuidades, ou ainda, caso a escala da
obra seja muito grande em relação ao fraturamento, no maciço rochoso, como um todo.
Isto é importante pois vai definir o tipo de obtenção das propriedades de resistência, direta se
através de ensaios, ou indireta se através de classificações geomecânicas.
Para rochas intactas pode-se recorrer a ensaios triaxiais ou de cisalhamento direto em rocha, os
quais não apresentam maiores novidades, exceto o tamanho e o custo do equipamento.
MOHR-COULOMB (1773);
GRIFFITH (1921);
...
MOHR-COULOMB (1773);
onde:
p – resistência ao cisalhamento;
Si – intercepto coesivo;
- tensão normal ao plano de ruptura;
f - ângulo de atrito interno do material.
MOHR-COULOMB (1773);
Hoek & Brown (1980), com base em resultados experimentais de uma série de ensaios sobre rochas publicados na
literatura, sugeriram uma curva para a envoltória de ruptura de rochas intactas definida por uma função potencial,
dada a seguir:
onde:
1 - é a tensão principal maior na ruptura;
3 - é a tensão principal menor na ruptura;
c - é a resistência à compressão uniaxial da rocha intacta;
m, s - são parâmetros de resistência de Hoek e Brown;
Os valores de 1 e 3 são as tensões aplicadas responsáveis pela ruptura em ensaios triaxiais. Para
rochas intactas s = 1, assim obtém-se os valores de m e c.
Determinação das constantes do material:
Esta equação gera uma reta quando plota-se os valores de 3 versus (1- 3)², e a partir da regressão
linear pode-se obter os parâmetros de resistência m e s de Hoek e Brown:
Critério de hoek & brown (1980) – (maciço rochoso)
De uma forma geral, para rochas intactas e maciços rochosos, considerados meios homogêneos e isotrópicos,
nota-se claramente uma não linearidade para a relação entre a tensão normal s e t a cisalhante durante a ruptura.
Assim, Hoek & Brown (1980) sugeriram uma curva para a envoltória de ruptura de maciços rochosos definida pela
seguinte equação:
Hoek (1995 e 2002) revisou o critério de Hoek & Brown (1980) no sentido de ampliar sua aplicação para maciços
rochosos fraturados. A seguir será feita uma apresentação do estado-da-arte do critério de resistência para
maciços rochosos. O critério desenvolvido para rocha intacta é representado da seguinte forma:
s Rochas associadas
1 Rochas intactas que tenham
tração resistência a tração finita
0 Rochas muito fragmentadas com
resistência a tração e a coesão são
nulas
Hoek (1994) definiu então o Índice de Resistência Geológica (GSI). Para aplicar o GSI utiliza-se a relação
mb/mi com GSI onde mi é uma constante da rocha intacta, definida nas tabelas de Hoek et al. (1995):
Plote os resultados dos ensaios feitos em uma rocha intacta (Tabela 1) no diagrama de tensões principais
(1 x 3) para os parâmetros de resistência de pico de um maciço rochoso e rocha intacta. Determinar os
parâmetros do critério de ruptura de Hoek & Brown para a rocha intacta e para um maciço rochoso com
GSI = 50, inclusive o módulo de deformabilidade do maciço.