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Prof.

Francisco Chagas da Silva Filho


Introdução
 A Mecânica das Rochas
passou a ser reconhecida
como uma disciplina
especial nos programas
de engenharia por volta
de 1960 devido as novas
atividades desenvolvidas
neste material como,
complexas instalações
subterrâneas, canais de
adução, abertura de
grandes minas, etc.
Introdução
 Mecânica das Rochas é
uma ciência teórica e
aplicada que estuda o
comportamento mecânico
das rochas e maciços
rochosos; ou seja é a parte
da Mecânica que estuda a
resposta das rochas e
maciços rochosos quando
sujeitos à ação de esforços
solicitantes externos (p.ex.,
força, temperatura etc.).
Introdução
A Mecânica das Rochas é uma disciplina de interface se
destacando principalmente nas seguintes áreas:
 Engenharia Civil (Geotecnia) - projeto e execução de
fundações (edificações, barragens etc.), taludes naturais e
escavados, túneis e cavernas de armazenamento (fluidos,
rejeitos etc.);
 Engenharia de Minas - projeto estrutural de minas a céu
aberto (taludes) e subterrâneas (túneis, poços e cavernas);
 Engenharia de Petróleo - estabilidade do furo e
armazenamento de óleo e gás natural;
 Geologia - hidrogeologia, cavernas naturais, zonas de
falhas e dobras, terremotos etc.
Introdução
Segundo Goodman (1989), as aplicações da Mecânica
das Rochas envolvendo diferentes áreas da engenharia
podem ser divididas de forma didática em “Atividades de
Superfície” e “Atividades em Profundidade”:

A – Atividades de Superfície (<100 m):


 Fundações de edifícios e estruturas em geral;
 Fundações de barragens;
 Estradas, cortes em geral, minas a céu aberto;
 Túneis próximos a superfície;
 Etc.
Introdução
B – Atividades em Profundidade
(>100 m):
 Minas em profundidade;
 Túneis para uso civil;
 Cavernas para Hidrelétricas;
 Etc.
Introdução
O projeto de obras apoiadas ou escavadas em
rocha baseia-se nos seguintes princípios
básicos:
 As tensões se distribuem num meio contínuo;
 O princípio das tensões efetivas é válido;
 As propriedades do maciço rochoso são
afetadas tanto pela rocha intacta quanto pelas
descontinuidades.
Introdução

Sendo assim, para o projeto são


necessários os seguintes estudos:
 Estado de tensões in-situ;
 Estado de tensões induzidas;
 Propriedades das rochas;
 Propriedades das descontinuidades;
 Influência do tempo nas propriedades.
Introdução

Efeito Escala
Introdução
Assim, num programa geral de ensaios para
determinação de propriedades, deve-se
seguir os seguintes princípios básicos:
 Descrever a resposta da rocha intacta sob
uma vasta faixa de solicitações;
 Prever a influência de um ou mais
conjuntos de descontinuidades no
comportamento (anisotropia);
 Estimar as propriedades dos maciços
fraturados.
Parâmetros Geomecânicos
Rocha Intacta Descontinuidades Maciço Rochoso

Metodologia Metodologia Efeito Escala


Direta Direta (+/-) ???

Métodos Racionais

Solução de Engenharia Empírica por meio de


Classificação Geomecânica
???

Classificação Soluções de
Geomecânica Projeto

Monitoramento de
Comportamento
CLASSIFICAÇÃO GEOMECÂNICA

A natureza do maciço rochoso é muito complexa, portanto


precisa-se de ferramentas teóricas que permitam analisar o
controle de seu comportamento.

Para resolver este problema se idealizam modelos teóricos que


só conseguem analisar um determinado processo num tempo
e espaço determinado, onde o bom senso e a experiência
prática são partes importantes.

Caso se possa contar com esta experiência passada (projeto e


construção de uma escavação em condições similares às
apresentadas), as decisões do projeto atual poderão ter um
certo grau de confiança.
HISTÓRICO

Como definição geral, podemos dizer que as classificações geomecânicas


são procedimentos que agrupam maciços em categorias de comportamento
similar, relacionando estas categorias com soluções típicas para diversos
problemas de engenharia.

Os principais objetivos dos sistemas de classificações são:

o - Identificar os parâmetros de comportamento do maciço rochoso;

o - Dividir o maciço rochoso em zonas de comportamento similar;


o - Correlacionar a experiência de um local com a encontrada em
outros;
o - Obter dados quantitativos e orientações para o projeto;
o - Facilitar a comunicação entre Engenheiros e Geólogos.
HISTÓRICO
Classificaçã Autor, Orige Aplicações
Observações
o data m Originais
Túneis com Amplo emprego nos EUA por 40 anos; inadequada para os
Terzaghi,
Carga de rocha EUA suporte métodos modernos de execução de túneis (ancoragens e concreto
1946
metálicos projetado).
Introduziu o conceito de vãos livres sem suporte e seu tempo de
Tempo de auto- Lauffer,
Áustria Túneis auto-sustentação, em função da qualidade do maciço; muito
sustentação 1958
conservadora para aplicação nos métodos.
Simples descrição das condições de um testemunho de
Descrição de sondagem rotativa; parte integrante dos sistemas modernos de
Deere et
RQD EUA testemunhos classificação; não considera condição de superfície de juntas e
al.,1967
e túneis materiais de preenchimento; muito sensível aos efeitos de
orientação dos testemunhos.
RSR
Introduziu as avaliações numéricas “ratings” e ponderações para
(Rock Structural Wickham Túneis com
correlacionar a qualidade do maciço com dimensões das
Rating) et al., EUA suporte
escavações e suportes necessários; base para os sistemas
Índice estrutural 1972 metálicos
subseqüentes mais empregados do nível internacional.
da rocha
Evolução dos sistemas anteriores; amplamente alterado em
Bieniaws África do Túneis e relação à versão original (1974, 75, 76, 79, 84); desenvolvido com
Sistema RMR
ki, 1973 Sul minas base em 49 casos históricos. Versão atualizada conta com 268
casos reais (Bieniawski, 1989).
Baseado no método do RQD; introdução de quatro parâmetros
Túneis e
Barton et. adicionais: número e condição das juntas, condições de água
Sistema Q Noruega cavidades
al., 1974 subterrânea, tensões nas vizinhanças da escavação; desenvolvido
amplas
com base em mais de 200 casos reais.
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO GEOMECÂNICA

Os dois sistemas mais utilizados são:

➢ Sistema RMR (Bieniawski, 1973 e 89);


 considera a orientação das descontinuidades.

➢ Sistema Q (Barton, 1974, Gristad & Barton, 1993).


 considera o estado de tensões no maciço.
SISTEMA RMR
Desenvolvido para túneis;
Bieniawski em 1974 Com geometria em
propôs um sistema ferradura;
empírico
Escavados a “fogo”;
sv > 25 MPa.
A última versão apresentada por Bieniawski (1989),
utiliza seis parâmetros de classificação:

➢ Resistência uniaxial da rocha; ➢ Padrão das descontinuidades;


➢ Índice de qualidade da rocha ➢Ação da água subterrânea;
(RQD);
➢Orientação das
➢ Espaçamento das descontinuidades.
descontinuidades;
SISTEMA RMR

O sistema RMR é apresentado em tabelas, as


quais atribui pesos para os seis parâmetros
anteriormente citados.
Estes pesos são somados, obtendo-se o valor
de RMR (máximo de 100 pontos), e
conseqüentemente o tipo de maciço.
RMR =  ( dos pesos )
ÍNDICE DE QUALIDADE DA ROCHA (RQD)

Comprimento total corpo de prova cilindrico = 200 cm.

L = 38 cm S comprimento de partes do corpo de prova > 10 cm


RQD = x 100%
Comprimento total do corpo de prova

L = 17 cm
38 +17 + 20 +35
RQD = x 100% = 55%
L=0 200
nenhuma parte > 10 cm.

O índice RQD (Rock Quality Designation),


L = 20 cm foi definido por Deere et al. (1967) para dar
uma estimativa quantitativa da qualidade do
L = 35 cm
maciço rochoso, através de testemunhos
Quebra pela amostragem obtidos de sondagens rotativas. O RQD é
definido como a percentagem de partes
L=0
intactas do testemunho maiores que 100 mm
não recuperado em relação ao comprimento total do
testemunho (inferior a 2 m).
SISTEMA RMR
A PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO COM SEUS PESOS
Parâmetro Faixa de valores
Índice de carga Para menores valores,
puntiforme >10 4-10 2-4 1-2 recomenda-se ensaio
Resistência da
rocha intacta s
( c)
1 (MPa) Resistência a
compressão >250 100-250 50-100 25-50 5-25 1-5 <1
uniaxial
Peso 15 12 7 4 2 1 0
RQD (%) 90-100 75-90 50-75 25-50 <25
2 Peso 20 17 13 8 3
Espaçamento das descontinuidades >2 m 0,6-2 m 200-600 mm 60-200 mm <60 mm
3 Peso 20 15 10 8 5
Superfície estriada
Superfície muito Superfície pouco Espessura de
Superfície pouco ou espessura de
rugosa, e sem rugosa e preenchimento com
Padrão das descontinuidades rugosa e muito preenchimento <5
alteração, levemente material argiloso >5
4 (ver tabela E)
fechadas e sem alteradas,
alteradas,
abertura <1 mm
mm ou abertura
persistente de 1-5
mm ou abertura
persistência abertura <1 mm persistente >5mm.
mm
Peso 30 25 20 10 0
Vazão de
infiltração por 10 nulo <10 10-25 25-125 >125
m de túnel (l/m)
Ação da água (pressão de água
5 subterrânea na junta)/s1 0 <0,1 0,1-0,2 0,2-0,5 >0,5

Condições gerais Completamente


no maciço úmido molhado gotejamento fluxo abundante
seco
Peso 15 10 7 4 0
SISTEMA RMR
B CORREÇÃO POR DIREÇÃO E ORIENTAÇÃO DAS DESCONTINUIDADES (ver Tabela F)
Direção e orientação do mergulho Muito Favorável Favorável Moderado Desfavorável Muito Desfavorável
Túneis e minas 0 -2 -5 -10 -12
Pesos Fundações 0 -2 -7 -15 -25
Taludes 0 -5 -25 -50 -60
C DETERMINAÇÃO DAS CLASSES DO MACIÇO ROCHOSO EM FUNÇÃO DO PESO TOTAL
Peso 100  81 80  61 60  41 40  21 <21
Número da classe I II III IV V
Descrição Excelente Bom Regular Ruim Péssimo
D COMPORTAMENTO DO MACIÇO ROCHOSO POR CLASSE
Número da classe I II III IV V
Tempo médio de auto-sustentação / 20 anos / 15 m 1 ano / 10 m 1 semana /5 m 10 h / 2,5 m 30 min /1 m
tamanho do vão
Coesão do maciço rochoso (kPa) >400 300-400 200-300 100-200 <100
Ângulo de atrito do maciço rochoso >45 35-45 25-35 15-25 <15
(o)
E GUIA PARA A CLASSIFICAÇÃO DAS DESCONTINUIDADES
Persistência / Comprimento (m) <1 1-3 3-10 10-20 >20
Peso 6 4 2 1 0
Abertura / Espessura (mm) Nula <0,1 0,1-1,0 1-5 >5
Peso 6 5 4 1 0
Rugosidade Muito rugosa Rugosa Pouco rugosa Lisa Superfície estriada
Peso 6 5 3 1 0
Preenchimento (característica) / Nulo duro / <5 duro / >5 mole / <5 mole / >5
Espessura (mm) 6 4 2 2 0
Peso
Grau de Alteração (Intemperismo) Inalterada Levemente alterada Moderada. alterada Fortemente alterada Decomposta
Peso 6 5 3 1 0

F EFEITOS DA DIREÇÃO E ORIENTAÇÃO DAS DESCONTINUIDADES, EM TÚNEIS*


Direção Perpendicular ao eixo do Túnel Direção Paralela ao eixo do Túnel
Ângulo de mergulho 45-90o Ângulo de mergulho 20-45o Mergulho 45-90o Mergulho 20-45o
Muito Favorável Favorável Muito Favorável Desfavorável
Ângulo de mergulho contrário 45- Ângulo de mergulho contrário 20-45o o
Mergulho de 0-20 sem relação a direção
90 o

Desfavorável Muito Desfavorável Desfavorável


SISTEMA RMR
Tipo de Método de escavação Tirantes (diâmetro Concreto projetado Cambotas
Maciço de 20 mm, com metálicas
Rochoso calda de cimento)
I Excelente Face completa, avanço Geralmente não precisa suporte exceto tirantes localizados
RMR: 81-100 de 3 m. curtos.
II Bom Face completa, avanço Tirantes Espessura de 50 Nulo
RMR: 61-80 de 1 a 1,5 m, e suporte localizados no teto mm no teto, onde
pronto a 20 m da face. de 3 m de necessitar.
comprimento e
espaçados 2,5 m,
malha de aço
opcional.
III Regular Frente de escavação em Tirantes espaçados Espessura de 50 a Nulo
RMR: 41-60 bancadas (berma), 1,5 a 2 m, de 4 m 100 mm no teto e
avanço de 1,5 a 3 m na de comprimento, 30 mm nas paredes.
calota, instalação do no teto e paredes,
suporte após cada com malha de aço
escavação a fogo, e no teto.
suporte pronto a 10 m
da face.
IV Ruim Frente de escavações Tirantes espaçados Espessura de 100 a Cambotas
RMR: 21-41 em camadas, avanço da 1 a 1,5 m, de 4 a 5 150 mm no teto e metálicas leves a
calota de 1 a 1,5 m, m de comprimento, 100 mm nas médias, espaçadas
instalação do suporte teto e paredes, com paredes. de 1,5 m, onde
paralelo com a malha de aço. precisar.
escavação, a 10 m da
frente.
V Péssimo Múltiplas frentes, Tirantes espaçados Espessura de 150 a Cambotas
RMR: < 20 avanço da calota de 0,5 1 a 1,5 m, de 5 a 6 200 mm no teto e metálicas médias a
a 1,5 m, instalação do m de comprimento 150 mm nas pesadas, espaçadas
suporte paralelo com a teto e paredes com paredes, e 50 mm de 0,75 m, com
escavação, e concreto malha de aço, e na face. aduelas de aço, e
projetado logo que arco invertido arco invertido.
possível após a atirantado.
escavação fogo.
SISTEMA Q

Para a caracterização do
Barton et al.(1974)
maciço rochoso;
propôs o sistema Q
Para a determinação do
suporte requerido.
índice de
índice de influência da rugosidade das
índice de influência da
paredes
qualidade da pressão da
rocha (%) água
RQD Jr Jw subterrânea
Q = ( --------- ) ( ------- ) ( -------- )
Jn Ja SRF
índice de
influência das
índice de tensões no
influência do maciço
número de (stress reduction
índice de influência da alteração das
famílias factor)
paredes
SISTEMA Q

O sistema Q é a medida de três parâmetros:

RQD
➢  Tamanho dos blocos;
Jn

Jr
➢  Resist. ao cisalhamento entre os blocos;
Ja

Jw
➢  Tensão ativa;
SRF
SISTEMA Q

1. ÍNDICE RQD RQD


A. Muito Ruim 0-25
NOTAS
B. Ruim 25-50
1. Se RQD é medido 10 (incluindo 0), assumir o valor
C. Razoável 50-75 nominal de 10 para calcular Q.
2. Intervalos de 5 em 5 no valor de RQD são
D. Bom 75-90
considerados de boa acurácia (p.ex. 95, 100).
E. Ótimo 90-100

2. NÚMERO DE FAMÍLIAS DE
Jn
DESCONTINUIDADES
A. Descontinuidades esparsas ou ausentes 0,5-1
B. Uma família de descontinuidades 2
C. B mais descontinuidades esparsas 3
D. Duas famílias de descontinuidades 4 NOTAS
1. Para interseções usar (3Jn)
E. D mais descontinuidades esparsas 6 2. Para emboques usar (2Jn)
F. Três famílias de descontinuidades 9
G. F mais descontinuidades esparsas 12

H. Quatro ou mais famílias de descontinuidades 15

I. Rocha extremamente fraturada (triturada) 20


SISTEMA Q

3. CONDIÇÃO DE RUGOSIDADE DAS PAREDES Jr


a. Paredes das descontinuidades em contato

b. Paredes das descontinuidades em contato com


deslocamentos diferenciais < 10 cm

A. Descontinuidades não persistentes 4


B. Descontinuidades rugosas ou irregulares, onduladas 3
NOTAS
C. Descontinuidades lisas e onduladas 2
1. Acrescentar 1,0 se o
D. Descontinuidades polidas e onduladas 1,5 espaçamento entre
descontinuidades for > 3 m.
E. Descontinuidades rugosas ou irregulares e planas 1,5
2. Jr = 0,5 no caso de
F. Descontinuidades lisas e planas 1 descontinuidades planas e
estriadas e com orientação
G. Descontinuidades polidas ou estriadas e planas 0,5
na direção da tensão mínima
c. Sem contato entre as paredes das descontinuidades quando
cisalhadas

H. Descontinuidades preenchidas com material argiloso 1

J. Descontinuidades preenchidas com material granular 1


SISTEMA Q
4 CONDIÇÕES DE ALTERAÇÃO DAS PAREDES Ja r(o) NOTAS
a. Descontinuidades com contato rocha/rocha e sem deslocamento relativo 1. r ângulo de atrito
entre as paredes residual (indicativo das
A. Paredes duras, compactas, com preenchimento de materiais impermeáveis 0,75 - propriedades
mineralógicas dos
B. Descontinuidades sem alteração, pigmentação superficial incipiente 1 25-35
produtos de alteração)
C. Paredes levemente alteradas; películas de materiais arenosos ou minerais 2 25-30
abrasivos
D. Paredes com películas de material siltoso com pequena fração argilosa 3 20-25
E. Paredes com películas de material mole (micas, clorita, talco, gesso, grafite 4 8-16
etc.), eventualmente com minerais expansivos
b. Descontinuidades com contato rocha/rocha e com deslocamento relativo
incipiente entre as paredes (deslocamento diferencial inferior a 10 cm)
F. Paredes com partículas arenosas, fragmentos de rocha etc. 4 25-30
G. Paredes com preenchimento contínuo e poucos espessos (< 5 mm) de 6 16-24
material argiloso fortemente sobreadensado
H. Paredes com preenchimento contínuo e pouco espesso (< 5 mm) de 8 12-16
material argiloso pouco ou medianamente sobreadensado.
J. Paredes com preenchimento de materiais argilosos expansivos; valores 8-12 6-12
variáveis com a porcentagem dos argilo-minerais expansivos presentes e com a
ação conjugada da água intersticial.
c. Descontinuidades sem contato rocha/rocha e com deslocamento relativo
entre as paredes
K. Zonas de preenchimento com fragmentos de rocha 6
L. Rocha e material argiloso (ver G, H e J para caracterizar as condições das 8
argilas)
M. 8-12 6-24
N. Zonas de preenchimento com material arenoso ou 5
siltoso-argiloso, sendo pequena a fração argilosa
O. Zonas contínuas de preenchimento com material argiloso 10-13
P e R (ver G, H e J para a condição das argilas) 6-24
SISTEMA Q
5. CONDIÇÕES DE AFLUÊNCIA DE
Jw u (MPa)
ÁGUA
A. Escavação a seco ou com pequena
1 <0,1 NOTAS
afluência de água (<5 l/min)
1. Valores
B. Afluência média da água com
aproximados das
eventual carregamento do 0,67 0,1-0,25
poropressões da
preenchimento
água
C. Afluência elevada de água em rochas 2. Reduzir os
competentes de descontinuidades não 0,5 0,25-1 valores de Jw no
preenchidas caso de instalação
D. Afluência elevada de água com de dispositivos de
carregamento significativo do 0,33 0,25-1 drenagem (C a F)
preenchimento 3. Não são
considerados os
E. Afluência excepcionalmente elevada
problemas especiais
de água (ou jatos de pressão), com 0,1-0,2 >1
causados por
decaimento com o tempo
formação de gelo
F. Afluência excepcionalmente elevada
de água (ou jatos de pressão), sem 0,05-0,1 >1
decaimento com o tempo
SISTEMA Q
6. CONDIÇÃO DAS TENSÕES NO MACIÇO SRF NOTAS
a. Zonas de baixa resistência interceptando a escavação 1. No caso de ocorrência de zonas
A. Ocorrências múltiplas contendo material argiloso ou rocha quimicamente decomposta 10 de baixa resistência relevantes,
(qualquer profundidade) mas não interceptando a
escavação, recomenda-se a
B. Ocorrência específica contendo material argiloso ou rocha quimicamente decomposta 5
redução dos valores de SRF de 25 a
(profundidade da escavação < 50 m)
50%.
C. Ocorrência específica contendo material argiloso ou rocha quimicamente decomposta 2,5
2. No caso de tensões
(profundidade da escavação > 50 m)
subsuperficiais (ver H), adotar
D. Ocorrência múltiplas de zonas de material cisalhado em rochas competentes, isentas de 7,5
SRF = 5 quando a profundidade
argila e com blocos desagregados de rocha (qualquer profundidade)
da abóbada da escavação abaixo
E. Ocorrência específicas de zonas de material cisalhado em rochas competentes, isentas de 5 da superfície do terreno for menor
material argiloso (profundidade de escavação < 50 m) que a sua dimensão característica
F. Ocorrências específicas de zonas de material cisalhado em rochas competentes, isentas de 2,5 (largura do vão)
material argiloso (profundidade da escavação > 50 m) 3. Para os itens H a M, s1, s3 são
G. Ocorrência de juntas abertas e intenso fraturamento do maciço (qualquer profundidade) 5 tensões principais; sc é a
resistência à compressão simples e
b. Rochas competentes (comportamento rígido) st a resistência a tração
(sc/s1) (st/s1) 4. Para maciço muito
H. Tensões baixas, sub-superficiais >200 >13 >2,5 anisotrópico, introduzir correções
J. Tensões Moderadas 10-200 0,66-13 1,0 nos itens H a M de acordo com os
K. Tensões elevadas (eventuais problemas de estabilidade 5-10 0,33-0,66 0,5-2 seguintes critérios:
das paredes) a) 5 s1/s3  10: reduzir sc para
L. Condições moderadas de fraturamento (rockburst) 2,5-5 0,16-0,33 5-10 0,8sc e st para 0,8st
b) s1/s3 >10: reduzir sc para 0,6sc
M. Condições intensas de rocha explosiva (rockburst) <2,5 <0,16 10-20
e st para 0,6st
c. Rochas incompetentes (comportamento plástico às deformações)
N. Tensões moderadas 5-10
O. Tensões elevadas 10-20
d. Rochas expansivas (atividade expansiva química dependente da presença da água)
P. Tensões moderadas 5-10
R. Tensões elevadas 10-20
SISTEMA Q
Q varia entre 0,001 e 1000

Padrão Geomecânico
Valores de Q
do Maciço
Péssimo < 0,01
Extremamente ruim 0,01 - 0,1
Muito ruim 0,1 - 1,0
Ruim 1,0 - 4,0
Regular 4,0 - 10,0
Bom 10,0 - 40,0
Muito bom 40,0 - 100,0
Ótimo 100,0 - 400,0
Excelente > 400,0
SISTEMA Q

Com o objetivo de encontrar uma relação entre o


índice Q; a estabilidade e o sistema de suporte
requerido, Barton et al. (1974) definiu:

Dimensão da escavação (m )
De=
ESR (excavation support ratio)

A dimensão equivalente plotada junto com o


índice Q, gera um gráfico o qual é utilizado para
determinar a categoria de suporte.

ESR (índice de suporte da escavação)


SISTEMA Q

TIPO DE ESCAVAÇÃO ESR Casos


A Escavações em minas temporárias 3-5 2
B Túneis verticais (poços):
• seção circular 2,5
• seção retangular ou quadrada 2,0
C Escavações em minas permanentes, Túneis com fluxo de água 1,6 83
(excluindo Túneis de adução a alta pressão), Túneis piloto, Túneis de
ligação de poços, e frentes de avanço de grande porte.
D Cavernas de estocagem, plantas de tratamento de água, pequenas 1,3 25
auto-estrada e linhas ferroviárias subterrâneas, acesso a cavernas
confinadas, Túneis de acesso em geral
E Usinas hidrelétricas, grandes auto pistas e linhas ferroviárias 1,0 73
subterrâneas, cavernas de segurança, portais, interseções.
F Estações nucleares subterrâneas, estações ferroviárias subterrâneas, 0,8 2
fábricas.
ESCOLHA DO TIPO DE SOPORTE (Modificado
de Grimstad & Barton, 1993)

Comprimento do tirante, m (para ESR=1)


Dimensão equivalente
2 1,3 m e
a çam
1,0 m esp
1
0,001 0,004 0,01 0,04 0,1
0,01 0,4 1 4 10 40 100 400 1000
Q

CATEGORIAS DE SUPORTE

(1) Sem suporte (6) Concreto projetado reforçado com fibra


de aço, de espessura de 90-120 mm, e
(2) Tirantes curtos localizados com tirantes
(3) Sistema de tirantes (7) Concreto projetado reforçado com fibra
de aço, de espessura de 120-150 mm, e
(4) Sistema de tirantes com concreto
com tirantes
projetado de 40-100 mm
(8) Concreto projetado reforçado com fibra
de aço, de espessura de > 150 mm,
(5) Concreto projetado reforçado com
reforçado com arcos de concreto e
fibra de aço, de espessura de 50-90
tirantes
mm, e com tirantes
(9) Estrutura de concreto
OUTRAS APLICAÇÕES PARA AS
CLASSIFICAÇÕES

Por outro lado as classificações podem ser usadas


para elaborar uma visão da composição e características
do maciço, além de prover estimativas de:

➢ Propriedades de resistência – Critério de Hoek


& Brown;
➢ Módulo de deformabilidade do maciço;
➢ Correlações entre os sistemas.
Vantagens e Limitações dos
Sistemas de Classificação
Geomecânica
 Solução rápida do problema de engenharia
 Fácil acompanhamento e ajustes de campo

 Dependente da experiência do classificador


 Não permitem avaliar indicadores de
comportamento tais como fator de segurança e
campo de deslocamentos
Parâmetros Geomecânicos
Rocha Intacta Descontinuidades Maciço Rochoso

Metodologia Metodologia Metodologia


Direta Direta (+/-) Indireta

Vantagens de obter parâmetros:


◼ Avaliação de segurança
◼ Avaliação de comportamento
◼ Análise de risco
???
Classificação Solução de
Geomecânica Projeto
?
Obtenção de
Parâmetros

Monitoramento
do
Comportamento
GSI (1994; 2002) =
0 a 100

- Baseado nas
classificações RMR’
e Q’

- Avaliação
numérica do GSI

- Usar tabelas com


características do
maciço rochoso
CRITÉRIO DE HOEK & BROWN
Para o cálculo de GSI padronizou-se o uso do RMR, versão 1976, ou
o RMR de 1989 menos 5 pontos:

para RMR76 > 18: para RMR89 > 23:


GSI = RMR76 GSI = RMR89 - 5

Quando o valor de RMR76 < 18 ou 23, deve-se utilizar o sistema Q.


Para sua utilização não se considerará a parcela Jw/SRF na determinação do
critério de ruptura, já que estes fatores devem ser considerados no projeto,
logo:

 RQD  Jr  GSI = 9 ln Q’ + 44
Q' =   
Jn   Ja 
CORRELAÇÕES

Bieniawiski (1976) após analisar 111 casos históricos de túneis em


diferentes partes do mundo (62 casos na Escandinávia, 28 casos na África do
Sul e 21 casos nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Europa) propôs uma
correlação entre os sistemas de classificação geomecânica RMR e Q:

RMR = 9 ln Q + 44

Para túneis em minas, Abad et.al. (1983) analisou 187 minas de carvão
na Espanha, originando a seguinte relação:

RMR = 10,5 ln Q + 42

Rutledge e Preston (1978) determinaram sua correlação, após


analisarem sete projetos de túneis na Nova Zelândia:

RSR = 0,77 RMR + 12,4

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