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INSTALAÇÕES

HIDRÁULICAS

Eliane Conterato
Lélis Espartel
Vinicius Simionato
Revisão técnica:
Shanna Trichês Lucchesi
Mestre em Engenharia de Produção (UFRGS)
Professora do curso de Engenharia Civil (FSG)

C761i Conterato, Eliane.


Instalações hidráulicas / Eliane Conterato, Lélis
Espartel, Vinicius Simionato. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
237 p. : il. ; 22,5 cm.

ISBN 978-85-9502-096-2

1. Instalação hidráulica – Engenharia hidráulica. I.


Espartel, Lélis. II. Simionato, Vinicius. III. Título.
CDU 696.1

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094

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Prevenção e combate a
incêndio: componentes
e dimensionamento
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Escrever a função do Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI).


 Identificar os principais equipamentos de proteção contra incêndio.
 Explicar as metodologias de dimensionamento nas normas dos prin-
cipais sistemas específicos.

Introdução
Os sistemas de combate a incêndio são elementos cada vez mais pre-
sentes nos projetos das novas edificações, e também na readequação
das construções existentes. Os incidentes ocorridos nos últimos anos
levaram a uma maior preocupação quanto à segurança das edificações
em sinistros, como incêndios, o que apontou um grande problema no
País: a grande maioria das edificações não seguia as normas, nem as
recomendações do Corpo de Bombeiros do local. Por sua vez, as normas
e os documentos informativos são confusos e, não raro, apontam para
direções e soluções diferentes. Como consequência, tem havido uma
grande movimentação nesta área, tanto na parte de atualização das
normas e recomendações quanto na capacitação dos profissionais para
compreenderem as demandas a fim de tornar as edificações mais seguras.
Neste capítulo você vai conhecer algumas definições acerca de um
Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI), vendo detalhes sobre seus
componentes, seus principais equipamentos de proteção e o leque de
normas e instruções que norteiam a execução destes projetos no Brasil.

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O que é um Plano de Prevenção Contra Incêndio


(PPCI)?
O Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) é um conjunto de projetos
e ações que visam a proteger os ocupantes de espaços físicos contra possíveis
sinistros gerados pelo fogo. Os grandes objetivos do PPCI são adequar as
instalações para seu correto uso; instalar equipamentos de segurança coletiva
para tornar o ambiente o mais seguro possível; e facilitar a evacuação em caso
de emergências.

O PPCI é regulamentado pelos Resoluções Técnicas do Corpo de Bombeiros


Militar, e são divididos em três tipos:

a) Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros (CLCB)


– destinado a edificações com área menor ou igual a 200 m² e até 2
pavimentos, classificados com risco de incêndio baixo e médio e que
não possuam central de GLP ou manuseio ou depósito de líquidos
combustíveis e inflamáveis.
b) Plano Simplificado de Prevenção Contra Incêndio (PSPCI) – desti-
nado a edificações com área menor ou igual a 750 m² e até 3 pavimentos,
classificados com risco de incêndio baixo e médio.
c) Plano de Plano Prevenção Contra Incêndio (PPCI) – exigido para
edificações com área construída superior a 750 m², ou ainda:
■ que possuam mais de 3 pavimentos;
■ que possuam central de GLP;
■ que sejam locais de reunião de público (restaurantes com mais de
200 m², boates, salões de baile, etc.);
■ que armazenem ou comercializem líquidos inf lamáveis e
combustíveis;
■ que se enquadrem como risco alto de incêndio.

Seu principal objetivo é manter a segurança das pessoas que frequentam


esses espaços, garantindo a saída e a desocupação em caso de um possível
incêndio. Os proprietários dessas edificações são os responsáveis por en-
caminhar e protocolar o pedido de regularização do PPCI junto ao Corpo de
Bombeiros. Depois de visitar o local e conferir se todas as exigências estão de
acordo, o Corpo de Bombeiros emite o alvará, que tem validade estabelecida
conforme a situação. O proprietário do local consegue fazer pela Internet
apenas o requerimento do CLCB. Para cada uma das classificações há um tipo

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de exigência diferente em relação aos equipamentos que devem ser instalados


na edificação. As medidas de segurança contra incêndio devem ser elaboradas
e executadas por profissionais habilitados, como engenheiros e arquitetos,
credenciados e registrados em seus respectivos conselhos, como o CREA
(Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e o CAU (Conselho Regional
de Arquitetura). A irregularidade e o não cumprimento dessas obrigações
podem acarretar em multa e interdição do local.

O proprietário do local consegue fazer pela Internet apenas o requerimento do CLCB.

O PPCI completo compreende:

 Proteção por extintores;


 Hidrantes, se necessário;
 Instalações de gás combustível;
 Saídas de emergência;
 Sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA);
 Iluminação de emergência;
 Sistema de alarme e detecção;
 Rota de fuga.

Equipamentos de segurança contra incêndio


Você vai ver agora os principais elementos que constituem os PPCIs e suas
utilizações.

Extintor – ABNT NBR 12693:2013


De acordo com a ABNT NBR 12693:2013 – Sistemas de proteção por extintores
de incêndio, um extintor é um aparelho manual utilizado com a finalidade
de combater princípios e focos de fogo que contém um determinado agente
extintor para certos tipos de incêndios. Os extintores devem ficar em locais
de fácil acesso, onde não sejam bloqueados pelo fogo, e possuir a devida

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sinalização, para facilitar sua identificação. Os extintores precisam ficar em


locais que não sofram com intempéries, como sol, chuvas e ventos.

Figura 1. Extintor de incêndio.


Fonte: A_KUDR / Shutterstock.com.

Existem diferentes tipos de extintores para cada tipo de material que está
queimando. Um incêndio pode ser causado por diversos materiais, e cada
agente (tipo de extintor) deverá ser utilizado no combate de cada um. Você
deve estar se perguntando: como faço para saber qual tipo de extintor utilizar
em caso de incêndio? Para isso, vamos primeiro classificar a natureza do fogo,
em função do material combustível:

 Fogo classe A: fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos, como


madeiras, tecidos, papéis, borrachas, plásticos termoestáveis e outras
fibras orgânicas, que queimam em superfície e profundidade, deixando
resíduos.
 Fogo classe B: fogo envolvendo líquidos e/ou gases inflamáveis ou
combustíveis, plásticos e graxas que se liquefazem por ação do calor e
queimam somente em superfície.
 Fogo classe C: fogo envolvendo equipamentos e instalações elétricas
energizados.
 Fogo classe D: fogo em metais combustíveis, tais como magnésio,
titânio, zircônio, sódio, potássio e lítio.

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 Fogo classe K: fogo envolvendo meios de cozinhar: óleos não saturados,


gordura animal e vegetal.

Assim, os extintores são classificados de acordo com o agente extintor que


ele possui. Os principais tipos de extintores, e suas indicações de utilização, são:

 Extintor com carga de água: indicado para incêndios de classe A. Tem


como princípio de extinção o resfriamento, agindo em materiais como
madeiras, tecidos, papéis, borrachas e fibras. É proibida sua utilização
em incêndios de classe B e C.
 Extintor com carga de gás carbônico: indicado para incêndios de
classe B e C. Seu princípio de extinção é por abafamento e resfriamento,
agindo em materiais combustíveis, líquidos inflamáveis e equipamentos
elétricos.
 Extintor com carga de pó químico B/C: age por meio de reações
químicas, sendo indicado para incêndios de classe B e C.
 Extintor com carga de pó químico A/B/C: seu princípio de extinção
é por meio de reações químicas e abafamento, podendo ser utilizado
para incêndios dos três tipos de materiais.
 Extintor com espuma mecânica: indicado para incêndios de classe A
e B; seu uso é proibido nos incêndios de classe C.

É importantíssima a utilização correta dos extintores seguindo sua classe e o tipo de


material que causa o princípio de incêndio. A utilização de um extintor que não é
recomendado para o material incendiado pode, em vez de diminuir o princípio de
incêndio, contribuir para sua propagação!

A localização e quantificação das UEs (unidades extintoras) devem atender


a norma ABNT NBR 12693:2013. Primeiramente, a norma estabelece a rela-
ção entre as unidades extintoras e a carga nominal de cada tipo de extintor,
conforme mostrado na Tabela 1.

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Tabela 1. Classificação dos extintores segundo o agente extintor, a carga nominal e a


capacidade extintora equivalente.

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013, p. 3).

Para a quantificação e localização, as Tabelas 2 e 3 estabelecem, para


cada classe de fogo, a área máxima a ser protegida por unidade extintora e a
distância máxima real percorrida por extintor.

Tabela 2. Tabelas para a localização e o dimensionamento dos extintores.

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013, p. 5-6).

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Tabela 3. Tabela para a localização e o dimensionamento dos extintores.

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013, p. 5-6).

O extintor tem de ser instalado de maneira que:

 Haja menor probabilidade de o fogo bloquear seu acesso.


 Seja visível, para que todos os usuários fiquem familiarizados com
sua localização.
 Permaneça protegido contra intempéries e danos físicos em potencial.
 Não fique obstruído por pilhas de mercadorias, matérias-primas ou
qualquer outro material;
 Esteja junto ao acesso dos riscos.
 Sua remoção não seja dificultada por suporte, base, abrigo, etc.
 Não fique instalado em escadas.

Alarme de incêndio – ABNT NBR 17240:2010


O alarme de incêndio tem como proposta identificar o início de um possível
incêndio por meio de detectores de fumaça, chama ou calor. O alarme pode
ser acionado de forma manual ou automaticamente.
A tecnologia dos alarmes de incêndio vem evoluindo no mercado de preven-
ção, pois tem se mostrado um grande aliado na proteção de vidas humanas e
na diminuição de perdas materiais de uma maneira muito eficiente. A proteção
adequada de determinada área ou equipamento somente será possível após
um cuidadoso estudo de todas as particularidades, visando ao emprego dos
componentes e sistemas mais eficazes para cada caso.
Os alarmes de incêndio possuem uma tabela normativa que classifica a
necessidade de instalação de acordo com cada caso específico.

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Figura 2. Alarmes de incêndio.


Fonte: Hurghea Constantin / Shutterstock.com.

A seleção do tipo e do local de instalação dos detectores deve ser efetuada


com base nas características mais prováveis de um princípio de incêndio e do
julgamento técnico, considerando os seguintes parâmetros:

 aumento da temperatura;
 produção de fumaça;
 produção de chama;
 materiais existentes nas áreas protegidas;
 forma e altura do teto;
 ventilação do ambiente;
 temperaturas típica e máxima de aplicação; entre outras características
de cada instalação, conforme requisitos técnicos dos equipamentos.

Os principais tipos de detectores são os de fumaça, os de temperatura e


os de chama, podendo ser isolados ou em linha.
Sobre os detectores pontuais de fumaça, a norma recomenda que a má-
xima área de cobertura para um detector pontual de fumaça, instalado em
um ambiente livre e desobstruído, a uma altura de até 8 m, em teto plano ou
com vigas de até 0,20 m, e com até oito trocas de ar por hora, é de 81 m2.
Essa área pode ser considerada um quadrado de 9 m de lado inscrito em um
círculo, cujo raio seja igual a 6,30 m, como mostra a Figura 3.

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Figura 3. Área de cobertura de um alarme de incêndio.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2010).

Os detectores pontuais de fumaça devem estar localizados no teto, distantes,


no mínimo, 0,15 m da parede lateral ou vigas.
Os detectores pontuais de temperatura são utilizados para monitorar
ambientes com presença de materiais, cuja característica no início da combustão
é gerar muito calor e pouca fumaça. Quanto às orientações a serem seguidas
para estes detectores, a máxima área de cobertura para um detector pontual
de temperatura, instalado a uma altura de até 5 m e em teto plano ou com vigas
de até 0,20 m, é de 36 m2. Essa área pode ser considerada um quadrado de 6
m de lado, inscrito em um círculo cujo raio será igual a 4,20 m. Os detectores
pontuais de temperatura devem estar localizados no teto, distantes, no mínimo,
0,15 m da parede lateral ou vigas. Em casos justificados, é possível instalar
os detectores na parede lateral, a uma distância entre 0,15 e 0,30 m do teto.
Já os detectores de chama são instalados em ambientes onde se deseja
detectar o surgimento de uma chama. Sua instalação tem de ser executada de
forma que seu campo de visão não seja impedido por obstáculos, para assegurar
a detecção do foco de incêndio na área por ele protegida. Os detectores de
chama precisam cobrir a área protegida de modo que não haja pontos encobertos
onde uma possível chama seja gerada. Estes detectores são recomendados
em áreas onde uma chama possa ocorrer rapidamente, como em hangares,

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áreas de produção petroquímica, áreas de armazenagem e transferência de


materiais inflamáveis, instalações de gás combustível, cabines de pintura ou
áreas com solventes inflamáveis; e em áreas abertas ou semiabertas, onde o
vento pode dissipar a fumaça e o calor, impedindo a ação dos detectores de
fumaça e de temperatura.

Hidrante e Mangotinhos – ABNT NBR 13714:2000


São equipamentos de combate a incêndio exigidos apenas em locais que
possuam alto grau de risco e que tenham área igual ou superior a 750 m². É
uma espécie de tomada de água, pertencente a um sistema fixo de comando,
que serve como suplemento para alimentar as linhas de mangueiras que serão
utilizadas para combater princípios de incêndio ou controlá-lo até a chegada
do Corpo de Bombeiros. São geralmente instalados em prédios residenciais,
comerciais, industriais, e contam com um sistema completo de tubulação,
mangueira semirrígida, reservatório d’água, válvula de abertura rápida, es-
guicho e abrigo (caixa).

Figura 4. Hidrantes e mangotinhos.


Fonte: guillermo celano / Shutterstock.com.

A norma sugere dois tipos de sistemas (hidrante e mangotinho), de acordo


com o diâmetro da mangueira (veja a Tabela 4).

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Tabela 4. Tipos de hidrantes e mangotinhos, segundo o diâmetro da mangueira.

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2000, p. 6).

Os hidrantes ou mangotinhos devem ser distribuídos de tal forma que


qualquer ponto da área a ser protegida seja alcançado por um (sistema tipo 1)
ou dois (sistemas tipos 2 e 3) esguichos, considerando o comprimento da(s)
mangueira(s) e seu trajeto real, e desconsiderando o alcance do jato de água.

Como o Anexo D da norma ABNT NBR 13714:2000 é muito extenso para ser inserido
neste capítulo, fique à vontade para consultá-lo. Ele apresenta as divisões dos tipos
de edificações e a aplicabilidade de cada sistema. No Anexo D é indicada também a
vazão mínima para cada situação.

Para o cálculo hidráulico, utilize as seguintes fórmulas para determinar a


perda de carga na tubulação:

 Colebrook
J = 605 × Q1,85 × C-1,85 × d-4,87 × 105

Onde:
J é a perda de carga por atrito, em quilopascals por metro;
Q é a vazão, em litros por minuto;
C é o fator de Hazen-Williams;

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d é o diâmetro interno do tubo, em milímetros.


A velocidade da água no tubo de sucção das bombas de incêndio não deve
ser superior a 4 m/s. Para calculá-la, você vai utilizar a seguinte equação:

V = Q/A

Onde:
V é a velocidade da água, em metros por segundo;
Q é a vazão de água, em metros cúbicos por segundo;
A é a área interna (o diâmetro interno) da tubulação, em metros quadrados.
É necessário dimensionar também a reserva de incêndio, que é um volume
de água a ser utilizado unicamente para os hidrantes e mangotes. A reserva
de incêndio tem de ser prevista para permitir o primeiro combate, durante
determinado tempo. Após este tempo, considera-se que o Corpo de Bombeiros
mais próximo atuará no combate, utilizando a rede pública, caminhões-tanque
ou fontes naturais. Para qualquer sistema de hidrante ou de mangotinho,
você vai determinar o volume mínimo de água da reserva de incêndio com
a seguinte fórmula:

V=Q×t

Onde:
Q é a vazão de duas saídas do sistema aplicado, conforme a Tabela 1, em
litros por minuto;
t é o tempo de 60 min para sistemas dos tipos 1 e 2, e de 30 min para o
sistema do tipo 3;
V é o volume da reserva, em litros.

Sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros


automáticos (Sprinklers) – ABNT NBR 10897:2014
Os sprinklers, também conhecidos como chuveiros automáticos, formam o
sistema mais eficiente no controle de propagação de fogo. Eles são ativados
automaticamente após identificarem princípios de fumaça e fogo, e uma das
suas principais vantagens é o combate ao incêndio direto no foco de origem. Seu
acionamento automático é simultâneo com o sistema de alarme, aumentando
sua eficiência. Pela complexidade e pelos custos envolvidos na sua instalação,
são exigidos apenas em construções acima de 3000 m².

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A norma ABNT NBR 10897:2014 cobre o dimensionamento dos chuveiros


automáticos, levando em consideração o tipo de edificação e seu grau de risco
para indicar o tempo mínimo de operação do sistema, as pressões e as vazões
nos chuveiros. A partir destes dados, é possível obter os diâmetros das demais
tubulações nas tabelas subsequentes.
Sobre a localização dos chuveiros, a norma traz os seguintes comentários:

 Para ocupações de riscos leve e ordinário, as distâncias entre ramais e


entre chuveiros nos ramais não devem exceder 4,60 m.
 Para ocupações de riscos extraordinário e pesado, as distâncias entre
ramais e entre chuveiros nos ramais não devem exceder 3,70 m.
 A distância das paredes até os chuveiros não deve exceder a metade da
distância entre os chuveiros nos ramais ou entre os ramais.
 Em ocupações de risco leve com dependências de, no máximo, 75 m2 de
área, a distância entre a parede e o chuveiro pode chegar até 2,70 m, desde
que seja respeitada a área máxima de cobertura permitida por chuveiro.
 A distância mínima entre chuveiros deve ser de 1,80 m, para evitar que
a atuação de um chuveiro não venha a retardar a atuação do adjacente.
Caso seja necessária a redução desta distância mínima, devem ser uti-
lizados anteparos de material não combustível entre os chuveiros. Estes
anteparos têm de medir, no mínimo, 0,20 m de largura por 0,15 m de
altura, com o topo entre 0,05 e 0,08 m acima do defletor do chuveiro.

Existem diversas particularidades no dimensionamento do sistema de sprinklers, assim,


para mais detalhes, sugerimos a leitura completa da ABNT NBR 10897:2014.

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Figura 5. Exemplo de um chuveiro automático (sprinkler).


Fonte: Eduard Darchinyan / Shutterstock.com.

Iluminação de emergência – ABNT NBR 10898:2013


A iluminação de emergência garante a viabilidade da evacuação de um local
rapidamente pelas rotas de saída, mantendo a segurança da população na
edificação durante a falta de energia e o sinistro. Também fornece as condições
mínimas de iluminação para a atuação das equipes de salvamento e do Corpo
de Bombeiros. Seu funcionamento acontece automaticamente quando ocorre
falta de energia graças a uma bateria em seu interior que garante a iluminação
enquanto houver carga. A iluminação de emergência é exigida em todas as
classificações de risco.

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Figura 6. Exemplo de iluminação de emergência.


Fonte: Quality Stock Arts / Shutterstock.com.

Sinalização de emergência – ABNT NBR 13434-2:2004


A sinalização de emergência facilita e orienta os caminhos seguros a percorrer
para evacuar uma área de risco por meio de placas que podem ser luminosas
ou fotoluminescentes. Seus objetivos são reduzir os riscos de ocorrência de
incêndios, alertar sobre seus riscos e facilitar a localização de equipamentos.
É exigida em todas as classificações de risco e de acordo com os equipamentos
instalados.

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Figura 7. Exemplos de sinalização de emergência.


Fonte: AiVectors / Shutterstock.com

Normas de segurança contra incêndios


Devido às constantes atualizações sobre o assunto, o projetista com frequência
depara-se com a falta de unificação das orientações dos Corpos de Bombeiros
de cada Estado, podendo haver divergências nas demandas exigidas pelas
instituições. Apesar disso, as diretrizes gerais para a utilização de cada sis-
tema de prevenção são normatizadas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), que busca estabelecer um padrão em relação à fabricação e
à instalação de produtos e equipamentos de incêndio. São as normas da ABNT
que determinam a maneira correta de executar o projeto, bem como os tipos
de materiais apropriados a serem usados a fim de proteger a população. Todo
e qualquer projeto de prevenção contra incêndio só é aceito pelo Corpo de
Bombeiros se estiver de acordo com todas as normas exigidas.
Portanto, para a elaboração de um PPCI, é recomendável que o projetista
entre em contato com o Corpo de Bombeiros do local para situar-se de possíveis

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Prevenção e combate a incêndio: componentes e dimensionamento 233

exigências específicas e de novas publicações de orientações. A partir disso,


os sistemas de prevenção têm de ser elaborados a partir das normas da ABNT.
Lembre-se de que existem ainda outras normas, para assuntos específicos,
mas as principais que regem as instalações de combate a incêndio são:

 ABNT NBR 10897:2014 – Sistemas de proteção contra incêndio por


chuveiros automáticos – Requisitos
 ABNT NBR 10898:2013 – Sistemas de iluminação de emergência
 ABNT NBR 11742:2003 – Porta corta-fogo para saída de emergência
 ABNT NBR 12615:1992 – Sistema de combate a incêndio por espuma
– Procedimentos
 ABNT NBR 12962:2016 – Extintores de incêndio – Inspeção e
manutenção
 ABNT NBR 12693:2013 – Sistemas de proteção por extintores de
incêndio
 ABNT NBR 13434-2:2004 – Sinalização de segurança contra incêndio
e pânico – Parte 2: Símbolos e suas formas, dimensões e cores
 ABNT NBR 13434-1:2004 – Sinalização de segurança contra incêndio
e pânico. Parte 1: Princípios de projeto
 ABNT NBR 13523:2017 – Instalações prediais de gás liquefeito de
petróleo
 ABNT NBR 13714:2000 – Sistemas de hidrantes e de mangotinhos
para combate a incêndio
 ABNT NBR 15526:2012 – Redes de distribuição interna para gases
combustíveis em instalações residenciais– Projeto e execução
 ABNT NBR 14039:2003 – Instalações elétricas de média tensão de
1,0 kV a 36,2 kV
 ABNT NBR 14276:2006 – Brigada de incêndio – Requisitos
 ABNT NBR 14349:1999 – União para mangueira de incêndio – Requi-
sitos e métodos de ensaio
 ABNT NBR 5419:2015 – Sistema de proteção contra descargas
atmosféricas
 ABNT NBR 9077:2001 – Saídas de emergência em edifícios
 ABNT NBR 17240:2010 9441 – Sistemas de detecção e alarme de incên-
dio – Projeto, instalação, comissionamento e manutenção de sistemas
de detecção e alarme de incêndio – Requisitos

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234 Instalações hidráulicas

1. Quem é o responsável pela c) Reduzir os custos com


fiscalização do PPCI? equipamentos de segurança.
a) O proprietário da edificação. d) Estabelecer um padrão de
b) O Ministério do trabalho fabricação de produtos
c) O Corpo de Bombeiros. e equipamentos.
d) A Polícia Militar. e) Combater princípios de incêndio.
e) O Conselho Regional de 4. Qual é a proposta de um sistema de
Engenharia e Agronomia. detecção de fumaça?
2. Um fogo classe K a) Identificar um possível
é um incêndio que: princípio de incêndio.
a) envolve materiais b) Apagar o fogo.
combustíveis sólidos, como c) Mostrar para o proprietário
madeira ou tecidos. que o local está seguro
b) envolve gases inflamáveis contra riscos de incêndios.
ou plásticos. d) Sinalizar rotas de fuga.
c) envolve equipamentos elétricos. e) Acionar o Corpo de
d) envolve metais combustíveis, Bombeiros mais próximo.
como magnésio, titânio, 5. Quem está apto a elaborar
zircônio, sódio, potássio e lítio. um PPCI?
e) envolve meios de cozinhar: a) Qualquer pessoa com RG
óleos não saturados, e CPF regularizado.
gordura animal e vegetal. b) Pessoas com Ensino
3. Qual é a finalidade das normas de Superior completo.
segurança contra incêndio? c) O Corpo de Bombeiros.
a) Avaliar se uma edificação é d) O proprietário da edificação.
segura contra incêndios. e) Profissionais habilitados e
b) Tornar o bombeiro apto com Ensino Superior em
a exercer sua função. Engenharia Civil ou Arquitetura.

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Prevenção e combate a incêndio: componentes e dimensionamento 235

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5419:2015. Proteção contra


descargas elétricas atmosféricas. Rio de janeiro: ABNT, 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9077:2001. Saídas de
emergência em edifícios. Rio de janeiro: ABNT, 2001.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 11742:2003. Porta corta-
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de segurança contra incêndio e pânico Parte 2: Símbolos e suas formas, dimensões
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Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14276:2006. Brigada de
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236 Instalações hidráulicas

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de sistemas de detecção e alarme de incêndio – Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.

Leituras recomendadas
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR RIO GRANDE DO SUL. Resoluções técnicas. Porto
Alegre: CBM, 2017. Disponível em: <http://www.cbm.rs.gov.br/?page_id=10500>.
Acesso em: 29 maio 2017.
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de Infraestrutura. Diretoria de Obras Civis. Instruções para elaboração de projetos de
instalações preventivas contra incêndio de edificação. Florianópolis: DEINFRA, [2010]. Dis-
ponível em: <http://www.deinfra.sc.gov.br/jsp/relatorios_documentos/doc_tecnico/
download/engenharia_de_edificacoes/Projetos_de_Instalacoes_Preventivas_con-
tra_Incendio_de_Edificacao.pdf>. Acesso em: 29 maio 2017.
SEITO, A. I. A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto, 2008.

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