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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS

DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E


REJEITOS

Introdução, Tipos de barragens de Terra e de Enrocamento

PROFESSOR: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira


INFORMAÇÕES IMPORTANTES
OBJETIVO:

 Prover os alunos de conhecimentos necessários para a elaboração de projetos de


barragens de terra e de enrocamento, desde a etapa de concepção até o projeto
executivo, bem como para avaliar o desempenho de barragens em operação. O aluno
deverá conhecer os critérios de projeto, métodos de análise e métodos construtivos.

DURAÇÃO:

Aulas semanais com duração de 4h (Totalizando 60h/ semestre).

PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS:

 Aulas expositivas em sala de aula, utilizando recursos como quadro negro, retroprojetor
e projetor;

 Realização de trabalho prático de projeto.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
TÓPICOS ABORDADOS
 Introdução, tipos de barragens de terra e de  Critérios de projeto de barragens de terra e enrocamento
enrocamento
 Objetivos de uma Barragem de Terra e Enrocamento  Sistemas de vedação e de drenagem interna
 Finalidades do Reservatório  Análises de percolação
 Fases do Projeto  Análises de estabilidade de taludes
 Lei Nº 12.334 /2010 – Política Nacional de Segurança de  Análises de deformações
Barragens
 Métodos construtivos de barragens de terra e
 Partes integrantes de uma barragem enrocamento
 Arranjo Geral
 Métodos construtivos de barragens de rejeitos
 Seções e Fatores que Influenciam na Determinação da
Seção Típica  Obtenção do Rejeito Mineral: Processos, Tratamento e
Logística
 Classificação das Seções Típicas
 Métodos Construtivos (para Montante, Linha de Centro
 Critérios para escolha do tipo e local de implantação de e para Jusante)
uma barragem;  Lançamento de rejeitos (Single Point Discharge,
 Investigação geotécnica de fundação de barragens e spiggoting e Cycloning )
áreas de empréstimo;  Instrumentação e análise de desempenho
 Tratamento de Fundações de Barragens em Rocha e  Sistema extravasor
Solos
 Noções de estudos hidrológicos
 Solos permeáveis com perda d'água excessiva
 Tipos de vertedores
 Solos Moles
 Solos Porosos (Colapsíveis) com Perda D'água  Inspeções e identificação de manifestações patologicas
Excessiva e Recalque Bruto, Imediato e Grande em barragens
 Tratamento de Fundações em Rochas que
Apresentam Problemas na Fundação de uma
Barragem, com Soluções para Eliminar, Reduzir ou
Controlar o Problema

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CONCEITOS
LEI 12.334/2010(PNSB) E RESOLUÇÃO No 143, DE 10 DE JULHO DE 2012

“qualquer estrutura em um curso permanente ou temporário de água para fins de


contenção ou acumulação de substâncias líquidas ou de misturas de líquidos e sólidos,
compreendendo o barramento e as estruturas associadas.”

CBDB – COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS

“...obstáculos artificiais com a capacidade de reter água, qualquer outro líquido, rejeitos,
detritos, para fins de armazenamento ou controle, podem variar em tamanho desde
pequenos maciços de terra, usados frequentemente em fazendas, a enormes estruturas
de concreto ou de aterro, geralmente usadas para fornecimento de água, de energia
hidrelétrica, para controle de cheias e para irrigação, além de diversas outras finalidades. ”

Prof. Maria José C. P. Alves Lima - IME

“Obra artificial construída através de um curso d'água, para acumulação, controle e desvio
de água. Designam-se como obras secundárias, as barragens que completam o
fechamento de um reservatório nas suas zonas periféricas.”

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FINALIDADES

Uma barragem pode ser construída para atender a uma finalidade


específica ou a finalidades múltiplas, a seguir relacionadas:

 Geração de energia elétrica

 Abastecimento de água

 Controle de enchentes

 Navegação

 Saneamento

 Irrigação

Contenção de rejeitos, etc.

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TIPOS DE BARRAGENS
Os tipos de barragens mais usuais, relacionados aos materiais de construção e à
sua geometria são os seguintes:
Barragem de gravidade (concreto)

Barragem de gravidade aliviada (concreto)

 Barragem em arco (concreto armado)

Barragem de terra

 Barragem de terra - enrocamento.

Massad (2003) cita também como alternativa a barragem de contraforte e barragem


de aterro hidráulico.

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BARRAGEM DE GRAVIDADE
 Este tipo de barragem funciona em função do seu peso;

 Em geral, requer fundações em rocha, por questões de capacidade de suporte do terreno;

 Verificação de estabilidade em função do Tombamento e Deslizamento;

 As subpressões na base ocorrem em consequência da percolação de água pelo maciço


rochoso de fundação que, via de regra, apresenta-se fraturado ou fissurado;

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BARRAGEM DE GRAVIDADE ALIVIADA
 Esta estrutura “é alternativa à barragem de gravidade maciça. Nesta última, o concreto está
mal aproveitado porque as solicitações são muito menores que a resistência do concreto. Na
comparação, constata-se que a barragem de gravidade aliviada traz economia no volume e
diminuição das áreas sobre as quais pode agir a subpressão e a pressão intersticial.”

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BARRAGEM DE CONCRETO ( ARCO)
 A sua forma, com dupla curvatura (" casca" ) faz com que o concreto trabalhe em compressão;

 Só é possível construi-la engastada em vales fechados, em que a relação entre a largura da


crista e a altura da barragem é inferior a 2,5;

 O problema é hiperestático e requer compatibilidade de deformações entre estrutura de


concreto e solo rochoso, gerando necessidade de se conhecer o modulo de elasticidade da
rocha.

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BARRAGENS DE TERRA
 Tipo de barragem mais em uso entre nós, pelas condições topográficas, com vales muito abertos, e da
disponibilidade de material terroso no Brasil;

 Tolera fundações mais deformáveis, podendo-se construir barragens de terra apoiadas sobre solos moles,
como no caso da barragem do rio verde, próxima a Curitiba, com 15 m de altura máxima;

 A inclinação dos taludes de montante e de jusante é fixada de modo a garantir a estabilidade durante a vida útil
da barragem, mais especificamente, em final de construção, em operação e em situações de rebaixamento
rápido do reservatório;

 Passível de Piping e erosões superficiais.

 Possuem sistema de drenagem interna para permitir estabilidade da estrutura.

 É uma estrutura zoneada, ou seja, construída com um único material de empréstimo.

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BARRAGEM DE TERRA-ENROCAMENTO
 A mais estável dentre as barragens de terra e terra-enrocamento, não havendo registro de ruptura
envolvendo seus taludes;

 Material de enrocamento (rochas) com elevado ângulo de atrito e garantem estabilidade nos taludes
de montante e jusante, ainda que íngremes;

 Núcleo argiloso possibilita estanqueidade do sistema e represamento da água;

 O núcleo pode ser centrado ou inclinado para montante;

 Compressibilidades entre argila e enrocamento similares =Exercer pressão maior nas fundações;

 Compressibilidade da argila superior ao do enrocamento = Arqueamento da estrutura

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BARRAGEM DE CONTRAFORTE
 Estas barragens de concreto estrutural são constituídas de lajes ou abóbadas múltiplas
inclinadas, apoiadas em contrafortes;

 Requerem uma quantidade menor de concreto, consequentemente menor forma e armação;

 A estabilidade quanto ao deslizamento é favorecida pela inclinação da resultante do empuxo


hidrostático;

 Esse tipo de obra requer cuidados com as fundações, pois a sua base, em contato com o
maciço rochoso, é relativamente pequena = Vantagem quanto à subpressão.

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BARRAGEM DE ATERRO HIDRÁULICO
 São barragens em que o aterro é construído por processo hidráulico, isto é, o solo é
transportado com água, por meio de tubulações, ate o local de construção;

 Ao ser despejado, o material segrega-se, separando-se as areias, que formam os espaldares


do aterro, dos finos (siltes e argilas), que acabam por constituir o núcleo da barragem;

 Baixo custo;

 Grande volume de solo se despende, em virtude do abatimento dos taludes (1:5);

 Em face do processo construtivo, as areias dos espaldares apresentam-se com compacidade


fofa e saturada, sujeitas ao fenômeno da liquefação.

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ETAPAS DE PROJETOS DE BARRAGENS
 Multidisciplinaridade de ramos (Geologia, Hidráulica, Hidrologia, Mecânica dos Solos,
Estatística, Mecânica, Eletricidade, etc.);

 As etapas podem ser discriminadas da seguinte maneira:


a) Planejamento
b) Viabilidade técnico-econômica
c) Anteprojeto
d) Projeto básico
e) Projeto executivo.

a) Planejamento

 Influenciado por condições, tais como, topográficas, hidrográficas, econômicas e às vezes


políticas, que geralmente são diferentes para cada região;

 O melhor aproveitamento é obtido quando há regularização do seu deflúvio natural por meio de
grandes reservatórios, criados pelas barragens.

 Para que o aproveitamento do potencial do rio seja integral, é preciso que o nível d'água de
montante de uma usina alcance o nível de jusante da próxima usina de montante, de modo a
que resulte uma sequência contínua de degraus, sem trechos intermediários não aproveitados.
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ETAPAS DE PROJETOS DE BARRAGENS

b) Viabilidade Técnico – econômica

 São realizados estudos para decidir-se se o custo do produto final, onde são incluídos custos
de projeto, de construção, de desapropriações, de juros do capital investido, as despesas
diretas e indiretas de operação, fica dentro de limites preestabelecidos, relacionados ao
benefício por ele proporcionado.

c) Anteprojeto

 No início da etapa de anteprojeto, já deve estar definido o tipo de barragem e o local para a sua
construção;

 São analisadas algumas alternativas da posição do eixo, bem como do arranjo das estruturas e
esquemas do desvio do rio para a construção. São definidas as áreas a serem desapropriadas
para a construção do empreendimento e escolhidas as jazidas para a obtenção de materiais
para a construção do aterro, enrocamento, filtros e transições.

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ETAPAS DE PROJETOS DE BARRAGENS
d) Projeto Básico
 O produto final do projeto básico é um conjunto de desenhos necessários para se colocar a
obra em concorrência e para a contratação da empreiteira.
 É constituído de um caderno de desenhos, uma planilha de quantidades de serviços e de
materiais, um volume de especificações técnicas de construção e outro contendo as normas de
medição e pagamento. Contém ainda cronograma sumário para construção das obras;
 Estes documentos são acompanhados de um relatório, onde são expostos os critérios
utilizados para o desenvolvimento do projeto e onde são feitas as recomendações para o
prosseguimento dos serviços.

e) Projeto Final
 No projeto básico é também apresentada uma sugestão de esquema para o desvio do no. a fim
de permitir a execução das obras a seco;
 São estabelecidas vazões de projeto, para a construção das ensecadeiras em época de
estiagem e para dimensionamento dos túneis de desvio ou das seções estranguladas do
rio, durante o período de construção das obras;
 Estas vazões são calculadas, assumindo-se riscos correspondentes a tempos de recorrência,
estabelecidos em função dos danos que poderão resultar se houver o galgamento das
ensecadeiras durante a construção da barragem;
 A empreiteira poderá executar as obras de desvio, seguindo a sugestão apresentada pela
projetista ou segundo ao próprio projeto.

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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS
DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E
REJEITOS

Partes integrantes de uma barragem

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Barragem de Terra e Enrocamento - Reservatório

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Barragem de Terra e Enrocamento - Reservatório

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Barragem de Terra e Enrocamento - Maciço

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Barragem de Terra - Partes
1 – Tapete impermeável a montante - Material
argiloso:.
2 - Revestimento de proteção do talude à montante –
Também conhecido como “ Rip Rap”, é constituído de
blocos de rochas para reduzir efeito do choque de
ondas no talude;
3 – Núcleo de Baixa Permeabilidade (Zoneamanento
Montante) – Preenchimento do corpo da barragem:
4 – Trincheira de vedação ou “ Cut Off” - Controle de
percolação de água na fundação ( redução dp
gradiente de saída);
5 – Cortina de Injeção: Técnica de tratamento de fundações que visa melhor a capacidade de suporte;
6 – Filtros Verticais e/ou inclinados: Elemento de escoamento de água e redução de pressão neutra;
7 – Tapete drenante: Elemento de escoamento de água e redução de pressão neutra;
8 – Zoneamento à jusante – Preenchimento do corpo da barragem;
9 – Poços de Alívio – Reduzir os efeitos da subpressão desenvolvidas pela percolação de água na fundação;
10– Dreno de pé – Transfere a água do sistema de drenagem interna para o medidor de vazão e
posteriormente ao vale jusante.

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Barragem de Terra e Enrocamento - Maciço

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Barragem de Rejeitos - Partes
1 – Dique principal ou
barramento: estrutura
construída no fundo de um
vale, com a função de conter
os rejeitos. É o ponto mais
baixo da barragem.

2 - Crista: local onde começa


o depósito do rejeito. É o
ponto mais alto da barragem.

3 - Reservatório de rejeito:
local onde ocorre o depósito
de rejeito.

4 – Diques auxiliares: estruturas laterais que delimitam as áreas de depósito de rejeitos.

5 – Ombreira: terreno natural onde a barragem se encaixa.

6 - Vertedouro: estrutura que permite a saída de água do reservatório no alto da barragem.

7 – Drenagem interna: estrutura que canaliza a água no fundo da barragem

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DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E
REJEITOS

Investigação geotécnica de fundação de barragens e áreas de


empréstimo

PROFESSOR: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira


Investigações geológico - geotécnicas

 As investigações geológico-geotécnicas para a construção de uma


barragem são realizadas em diversas etapas, acompanhando a evolução
gradativa do projeto:
• Investigações iniciais, com base em observações de superfície,
apoiadas em plantas topográficas, mapas geológicos e fotografias
aéreas da região.
 Conforme há definição dos eixos, dos tipos de estruturas e arranjos, as
investigações se tornam mais detalhadas, com intuito de:
• Investigação da fundação no local (feições geológicas e geotécnicas,
resistência, permeabilidade e compressibilidade);
• E estimativa de volume de material de construção para determinar as
áreas de empréstimo.

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Investigações geotécnicas

 Segundo Schnaid (2012), o ambiente físico, descrito a partir das


condições do subsolo, constitui-se em pré-requisito para projetos
geotécnicos seguros e econômicos.

 No Brasil, o custo envolvido na execução de sondagens de


reconhecimento normalmente varia entre 0,2% e 0,5% do custo total
de obras convencionais, podendo ser mais elevado em obras
especiais ou em condições adversas de subsolo.

 As informações geotécnicas assim obtidas são indispensáveis à


previsão dos custos fixos associados ao projeto e sua solução.

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Investigação da fundação da barragem

 Para diligenciar de forma coerente o solo que será utilizado para


fundação devem ser avaliados 3 propriedades, que são relativas à
resistência, permeabilidade e compressibilidade. Desta forma
utilizam-se as seguintes avaliações:
• Investigação de superfície;
• Sondagem a Percussão;
• Poços e trincheiras de inspeção;
• Ensaios de laboratório;
• Sondagens rotativas;
• Sondagens geofísicas;
• Ensaios de injetabilidade.

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Investigação de superfície

 Litologia de toda a região;


 Profundidade de recobrimento;
 Profundidade de intemperismo;
 Mergulho, direção, espessura, composição e extensão de juntas e
cisalhamentos;
 Orientação e continuidade de juntas.

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Investigação de superfície
 Uso de resultados de ensaios já realizados em materiais de fundação
similares podem ser utilizados para estimativas das propriedades físicas
da rocha de fundação, inclusive de materiais de falhas.

 Mapas topográficos, geológicos e fotografias aéreas disponíveis da área


devem ser utilizados, juntamente com as observações de afloramentos
naturais, cortes de estradas, pedreiras, poços, etc.

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Sondagem à percussão
 São utilizadas para a investigação das camadas que são penetráveis pela
ferramenta de percussão;
 Geralmente, de metro em metro, são colhidas amostras deformadas, para a
realização de ensaios de caracterização em laboratório e determinados os
índices de resistência à penetração, SPT;
 Útil para caracterizar o terreno de fundação e avaliar a sua resistência e
deformabilidade;
 Nos furos de sondagens são ainda realizados ensaios de infiltração de água,
para avaliação da permeabilidade do maciço;
 Regido pela NBR 6484:2001 - Solo - Sondagens de Simples Reconhecimentos
com SPT - Método de ensaio → Brasil;
 É Habitual na América do Sul o uso da normalização norte-americana ASTM
D1586/1967.

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Sondagem à percussão
Sondagem á percussão - SPT Sondagem á percussão à Trado – SPT-T

Sondagem á percussão mecanizada

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Sondagem à percussão

Compacidade e consistência x SPT (NBR 6484/2001)

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Poços e trincheiras de inspeção
 Regida pela NBR 9604:2016 - Abertura de poço e trincheira de inspeção
em solo, com retirada de amostras deformadas e indeformadas –
Procedimento;
 Permite retirada de amostras deformadas, amostras indeformadas e
inspeção visual e tátil do subsolo;
 Acima do lençol freático, geralmente, os poços podem ser abertos
sem quaisquer escoramentos. Abaixo dele, a sua continuidade requer
a colocação de escoras e de sistema para o seu rebaixamento;
 Com auxílio de uma ferramenta, tais como, uma chave de fenda ou de
um canivete, um engenheiro experiente consegue inferir informações
importantes, para avaliar a resistência e a compressibilidade da
fundação;

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Poços e trincheiras de inspeção
 Estas informações fornecem subsídios para o projeto de escavação
das fundações, às vezes mais importantes que os resultados dos
ensaios de laboratório realizados com amostras indeformadas;
 Quando se deseja inspecionar camadas do subsolo em maior
extensão, principalmente nas ombreiras, programa-se a abertura de
trincheiras, examinando-se, em continuidade, as suas paredes e o seu
fundo.

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Ensaios de Laboratório
 As amostras indeformadas extraídas dos poços são inicialmente
submetidas a ensaios de caracterização, tais como:

• Limites de liquidez;

• Limite de plasticidade;

• Grranulometria;

• Massa específica dos grãos;

• Compactação Proctor normal.

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Ensaios de Laboratório – Caracterização (Deformada)
Limites de Liquidez Limites de Plasticidade Massa Específica dos grãos

Granulometria (Grossos) Granulometria (Finos) Compactação Proctor

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Ensaios de Laboratório
 Para a determinação das envoltórias de resistência ao
cisalhamento:
• Ensaios de compressão triaxial: Adensado e Não-Drenado (CU),
Adensado e Drenado (CD) e Não-Adensado e Não-Drenado (UU);
 Quando há indícios de descontinuidades, constituindo planos de
menor resistência, indicando que já ocorreram deslocamentos nas
camadas do subsolo, a ponto de ultrapassar a resistência de pico, é
importante determinar-se a resistência residual ao longo desses planos.
Logo usa-se:
• Ensaios de cisalhamento direto;
• Ensaio de cisalhamento torsional.

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Ensaios de Laboratório – Resistência (Indeformada)
Vane Test ( palheta) - Laboratório Prensa Triaxial

Prensa de cisalhamento torcional Prensa de cisalhamento Direto

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Sondagem Rotativa
 Ao atingir níveis de impenetráveis à percussão, se continua a investigação
da fundação por meio de sondagens rotativas;
 Estas sondagens, que utilizam na perfuração coroas com diamantes,
conseguem extrair amostras cilíndricas de rocha, que são denominadas
testemunhos;
 Para facilitar o seu exame e classificação, os testemunhos são alojados em
caixas de um metro de comprimento, onde são anotadas as suas
profundidades e fotografadas.

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Sondagem Rotativa
 Dos testemunhos são retiradas as seguintes informações básicas para o
projeto da barragem:

• Classificação geológica da rocha;

• Grau de alteração;

• Porcentagem de recuperação do testemunho;

• Número de fraturas por metro;


• RQD ("rock quality designation“) = x 100 (%).

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Sondagem Rotativa
Grau de alteração ( DNER – PRO 102/97)

RQD (DNER – PRO 102/97) Grau de Fratura (DNER – PRO 102/97)

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Sondagem Rotativa
Grau de resistência (DNER – PRO 102/97) Inclinação das descontinuidades
(DNER – PRO 102/97)

Classificação das descontinuidades (DNER – PRO 102/97)

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Sondagem Rotativa – Ensaio de perda de água
 Este ensaio tem por objetivo a determinação da perda de pressão provocada
pelo atrito da água com as paredes da tubulação.
 A medida em que a sondagem avança, são realizados ensaios de perda d'água,
para avaliação da permeabilidade média de trechos da fundação, geralmente de 3
em 3 metros.
 Estes ensaios são realizados, isolando-se os trechos por meio de obturadores e
injetando-se água sob pressão controlada, medindo-se a vazão, após a sua
estabilização.

 Geralmente são utilizados três estágios


ascendentes de pressão e outros dois
descendentes, compatíveis com os níveis de
pressão hidráulica que o reservatório irá
exercer sobre a fundação, nas profundidades
em que está sendo investigada.
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Ensaio Sísmico

 Sondagens sísmicas de refração podem ser realizadas medindo-se as


velocidades de propagação de ondas elásticas, provocadas por uma
detonação na superfície ou em uma perfuração, para obter-se
informações sobre diferentes horizontes de solo e de rocha em uma
seção da fundação;

 Os resultados destas medidas, devidamente interpretados e apoiados


nos dados obtidos de alguns perfis de sondagens realizadas nessa
seção, podem revelar:

• Existência de certas descontinuidades, que somente seriam


determinadas com a realização de um grande número de sondagens
diretas.

• Pode auxiliar na programação das investigações, podendo-se ter um


melhor conhecimento do maciço de fundação da barragem, com
menores custos e prazos.

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Sondagem Sísmica de Refração
 Este método consiste na realização de perfis longitudinais com recurso a
geofones;

 Estes devem estar espaçados de uma distância regular e conhecida;

 É necessário realizar um disparo inicial através de um martelo de 8Kg, este


disparo vai dar origem a ondas sísmicas que vão ser registadas por um
sismógrafo;

 A distância longitudinal do perfil deve situar-se entre os 25m e os 100m, e a


distância entre os geofones não deve exceder os 5m, para garantir uma
determinada precisão.

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Sondagem Sísmica de Refração

Onde:

Z – profundidade da camada;
t1 – Tempo de chegada da 1ª onda;
V1 e V2 – Velocidade de propagação da onda no meio
1 e 2 respetivamente;

Tempo de chegada das ondas sísmicas em


vários geofones

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Resistividade elétrica

Medições elétricas de vários tipos são feitas na superfície terrestre com a


finalidade de se investigar as condições de subsuperfície de certa área.
Uma corrente elétrica artificial é introduzida no terreno, resultando em uma
diferença de potencial que é medida na superfície. As anomalias ou não
homogeneidades do solo desviam a corrente e distorcem os potenciais.

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Resistividade elétrica

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Resistividade elétrica

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Ensaio de injetabilidade

 Necessário para diminuir a permeabilidade de um maciço rochoso


através de injeções de cimento ou de outros preparados químicos, como
silicatos, resinas, etc;

 Deve-se elaborar um programa de injeção de cimento é necessário


conhecer inicialmente o grau de injetabilidade da rocha e a redução da
permeabilidade que se pode conseguir.

 Inicialmente é injetada uma linha de furos, com espaçamento da ordem


de 10 metros e, posteriormente, em outras linhas paralelas, reduzindo-se
gradativamente pela metade as distâncias entre furos, à medida que os
furos intermediários vão fornecendo informações sobre a eficiência das
injeções praticadas nos furos anteriores;

 As injeções são processadas com diferentes valores de pressão e de


relação água/ cimento, observando-se as quantidades de cimento
injetado e as reduções do coeficiente de permeabilidade.

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Ensaio de injetabilidade

 Faixas de pressões adotadas;

• Estados unidos (EUA) - 25 Kpa / m (profundidade);

• Brasil - 50 Kpa / m (profundidade);

• França - 100 Kpa / m (profundidade);

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Investigação de materiais de construção

 As áreas de empréstimo que poderão fornecer materiais terrosos


para a construção dos aterros da barragem deverão ser investigadas,
também com o objetivo de se determinar os parâmetros de
resistência, permeabilidade e compressibilidade, necessários às
analises do projeto;

 Nas investigações faz-se também uma avaliação dos volumes


disponíveis dos materiais, em função de sua distância de transporte
até os locais de lançamento;

 Custo de transporte → a maior parcela do custo total do aterro


compactado (Momento de Transporte);

 Às vezes, dá-se preferência à exploração de materiais de qualidade


inferior, por estarem estes localizados nas vizinhanças da barragem, em
relação a outros de melhor qualidade.

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Investigação de materiais de construção

 Como os materiais irão sofrer uma série de transformações físicas, antes


de constituírem os aterros compactados (escavação, transporte,
lançamento, tratamentos e compactação), não há interesse em se
determinar as suas propriedades nas condições em que eles se
encontram nas áreas de empréstimo (com exceção da umidade natural,
para se verificar a necessidade de tratamentos, de irrigação ou de
secagem, antes da compactação) → Desnecessária a extração de
amostras indeformadas;

 As amostras deverão ser preparadas, através de técnicas de laboratório,


de forma a apresentarem condições semelhantes às do aterro
compactado.

Transformações físicas
Amostra deformada Material componente
(Área de empréstimo) da barragem (Aterro)

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Técnicas de Investigação – Sondagem à Trado

 São realizadas por meio de trado espiral, geralmente de 10 cm de


diâmetro, segundo malhas de furos espaçados a cada 200 a 400 metros;

 Coleta de amostras a cada metro de profundidade;

 A profundidade de exploração geralmente fica limitada pela ocorrência de


lençol freático ou de material impenetrável ao trado.

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Amostras – Avaliações (Sondagem à Trado)
As amostras, colhidas conforme descrito acima, são submetidas aos
seguintes ensaios de laboratório:
• Umidade natural;
• Limite de liquidez;
• Limite de plasticidade;
• Granulometria;
(Menor rigidez)
• Massa específica dos grãos; Admite mais recalques e
deformações com a variação
do tempo e do carregamento
• Compactação Proctor Normal.

*Observação: Compactação Proctor Normal → Comportamento Plástico


• Grau de compactação (GC): 95 e 98%, correspondentes aos valores mínimos e médios desejados para o
maciço da barragem.
• Desvio de umidade (w - wot): -2 , 0 e +2%, representando a faixa desejada de variação de umidade do aterro.

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Ensaio de Compactação - Análises
Influência da energia de compactação
Valores típicos de solos brasileiros

Estrutura dos solos compactados

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Materiais Granulares (Areias e Pedras Britadas)
 Quanto a utilidade:

• Elementos Filtrantes ( Filtro Chaminé, tapete drenante e drenos franceses);

• Transição das barragens ( Material intermediário ao núcleo e os espaldares).

 Quanto a sua origem:

• Naturais (Areias e os cascalhos, obtidos geralmente na própria calha do rio que


será represado) ;

*Ensaios: Granulometria; Massa específica dos grãos; Densidade máxima e mínima;


Determinação de impurezas e Permeabilidade.

• Artificiais (Pedras britadas);

*Ensaios: Granulometria; Massa específica dos grãos; Densidade máxima e mínima e


Permeabilidade

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Material de enrocamento (Desmonte de rocha)
 Quanto a utilidade:

• Construção de enrocamentos ( Rip-Rap e Material de corpo da barragem);

• Confecção de concreto estrutural.

 Quanto a sua origem:

• Escavações das fundações da estrutura de concreto ou de túneis

• Pedreiras (Localizadas com auxílio de levantamento geológico).

 Quanto aos ensaios:

• Desagregadabilidade;

• Análise Petrográfica;

• Britagem.

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Ensaios de material de enrocamento
 Desagregabilidade

• Ensaios de ciclagem natural;

• Exposição de amostras às condições intempéricas (ação de sol e chuva), por um tempo


prolongado, inspecionando-as periodicamente, para avaliação visual e por meio de
fotografias, das alterações sofridas com o passar do tempo;

• Ensaios de ciclagem acelerada, mergulhando-se as amostras em soluções, tais como,


sulfatos, etileno- glicol, etc, alternadamente, com secagem em estufa, seguida de
escovação.

 Análise Petrográfica

• Minerais constituintes e porcentagens dos mesmos; textura e estruturas; grau de


alteração dos minerais; presença de argilo-minerais bem como de outras
características especiais.

 Britagem

• Dimensões e a forma das partículas, resultantes após a britagem, devido à ocorrência


de certas descontinuidades, tais como, fissuramento excessivo ou pela presença de
minerais → Determinação de planos preferenciais de quebra da rocha.
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Aterros experimentais
 Quando o volume da barragem é muito grande e têm-se dúvidas com relação ao
comportamento dos materiais, durante a compactação, pode-se programar a
execução de aterros experimentais, com material terroso ou com enrocamento, em uma
área escolhida dentro do próprio maciço da barragem;

 Os aterros experimentais também podem ser executados, com o objetivo de testar


equipamentos alternativos de compactação, propostos pela empreiteira, não
previstos nas especificações de construção da barragem;

 Geralmente são realizados na fase do projeto executivo da barragem, quando a


empreiteira já se instalou no canteiro de obras;

 A interpretação dos resultados dos ensaios e das observações feitas durante a


realização dos aterros experimentais, serão úteis para a tomada de algumas decisões,
tais como:
• escolha do tipo de equipamento de compactação:
• número de passadas do rolo compactador:
• seleção de áreas de empréstimo e de jazidas de rocha:
• espessura da camada lançada para a compactação:
• intervalos de umidade para compactação.

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Aterros experimentais - Avaliações
 As observações feitas durante a execução dos aterros experimentais
podem ainda identificar alguns problemas, tais como:

• Laminações nas camadas de aterro;

• Quebra excessiva das partículas rocha;

• Podem ser retiradas


amostras indeformadas,
para ensaios de
laboratório, que
representam melhor as
condições do aterro
compactado, que as
amostras preparadas no
laboratório → Avaliar a
resistência do aterro
compactado

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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS
DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E
REJEITOS

Critérios para escolha do tipo e local de implantação de uma


barragem

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Critério de escolha do tipo
 Principal critério de escolha é o custo:

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Custo

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CRITÉRIO DE ESCOLHA DO LOCAL
 O local de escolha da barragem é influenciados por determinados fatores, sendo eles:

 Topografia: Vales mais estreitos ou abertos;

 Condições geológicos-geotécnicas: Determinação de quais tratamentos são necessários para


atender questões inerentes aos problemas de estabilidade, percolação de água e deformação do
maciço;

 Materiais de construção: Para maciço da barragem e implantação das estruturas de concreto (


vertedouro, tomada d’ água, casa de força , eclusas para navegação e outros);

 Desvio do rio: Construção de túneis (vales estreitos) e canais ou galerias de drenagem (vales
abertos);

 O projetista deve avaliar todas estas possibilidades a partir do ponto de vista técnico e econômico.

 Questões ambientais

 Outros fatores para escolha do local: fator Hidrológico – hidráulico, prazo, clima, método construtivo
e experiência profissional do projetista.

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Topografia
 Barragem de Concreto  Vales encaixados com taludes muitos inclinados
 Vales intermediários (avaliar outros fatores) ou verticais

 Barragem de Terra

 Vales abertos com taludes de inclinações suaves

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Condições geológicas-geotécnicas das fundações
 As condições das fundações estão relacionadas às características do seu maciço, até uma
profundidade susceptível de sofrer a influência do peso da barragem e da percolação
da água do reservatório. As fundações comumente encontradas nas obras de barragens
são:
 Fundação em rocha;

 Fundação em cascalho;

 Fundação em silte ou areia fina;

 Fundação argilosa;

 Fundação heterogênea.

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Condições geológicas-geotécnicas das fundações

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Condições geológicas-geotécnicas das fundações
 Fundação em rocha

 Elevada resistência ao cisalhamento e tensões normais;

 Alta resistência à erosão e percolação;

 Oferece poucas restrições a qualquer tipo de barragem que se queira construir;

 Fator preponderante na escolha → Custo global de cada tipo considerado;

 Pode ser necessária a remoção de rocha alterada e a injeção de fendas e de fraturas


existentes.

 Fundação em cascalho

 Geralmente compacto;

 É aceitável para barragens de terra, de enrocamento e até para pequenas barragens de


gravidade de concreto;

 Sujeita a forte percolação de água, devem ser tomados cuidados especiais para a sua
impermeabilização.

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Condições geológicas-geotécnicas das fundações
 Fundação em silte ou areia fina

 Pode ser aceita para barragens de gravidade de pequena altura e para barragens de terra;

 Inadequada para barragens de enrocamento;

 Os principais problemas são relacionados a recalques, "piping", perdas excessivas de água e


erosão do pé de jusante da barragem.

 Fundação argilosa

 Aceitável apenas para barragens de terra.

 Requerem atenção especial os problemas de estabilidade e de recalques excessivos.

 Fundação heterogênea

 Fundação que é constituída em parte por rocha e em parte por material compressível;

 Nestas condições, somente barragens de terra são admissíveis.

 São requeridos cuidados especiais na elaboração do projeto e geralmente cada local requer
tratamento diferente,

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Vertedouro
 . Muitas vezes o seu tamanho e tipo, e as restrições para a sua locação são fatores
importantes na escolha do tipo de barragem.

 Os requisitos do vertedouro são ditados pelas condições hidrológicas do rio,


independentes das condições do local, do tipo e do tamanho da barragem.

 A seleção do tipo de vertedouro é influenciada pela magnitude das vazões que por ele
devem passar. Nos rios com grande potencial de cheias, o vertedouro é uma estrutura
dominante e a barragem pode merecer consideração secundária;

 Normalmente, não se considera a possibilidade de construir o vertedouro sobre o aterro ou


sobre o enrocamento, devido a uma série de problemas, tais como, recalques diferenciais
provocados pelo adensamento não uniforme do maciço da barragem → Fissuramento do
concreto + Piping ou a lavagem dos materiais adjacentes;

 São comuns os arranjos que utilizam um canal escavado em uma das ombreiras, além dos
limites da barragem, para a implantação do vertedouro → Maciço da barragem, de terra ou
de enrocamento completamente independente da estrutura do vertedouro

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Materiais de construção
 Os materiais que devem estar disponíveis nas proximidades do local de construção da
barragem são, basicamente, solo, para os aterros, rocha, para os enrocamentos e materiais
granulares, para os filtros, drenos, transições e concreto.
 Uma distância curta de transporte, especialmente para os materiais que são usados em
grande quantidade, representa uma redução sensível no custo total da obra.
 O tipo de barragem mais econômico pode ser justamente aquele cujos materiais se
encontram em grande quantidade dentro de uma distância razoável do local de
construção.
 Muitas vezes, a necessidade de se escavar grande quantidade de rocha, para a implantação
das estruturas de concreto em profundidades adequadas ou para a abertura de túneis, pode
orientar a escolha de uma barragem do tipo enrocamento, aproveitando-se a disponibilidade
desse material que será obrigatoriamente escavado.

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Vertedouro
Vertedouro Tipo Tulipa Vertedouro Perfil Creager

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Vertedouro
Vertedouro tipo canal Vertedouro canal alteável

Vertedouro tipo poço - galeria

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Desvio de rio
 Realização de manejo do rio, durante a construção da estrutura de barramento, através de
estruturas de controle , que devem ensecar, proteger e garantir condições de trabalho na
praça de construção da obra, de forma segura e dentro de riscos aceitáveis;

 Escolha da forma de desvio → Atender critérios de viabilidade econômica;

 Estruturas de desvio de rio:

 Ensecadeiras;

 Túneis;

 Canais;

 Galerias;

 Vertedouro com soleira rebaixada;

 Circuito hidráulico de geração.

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Desvio de rio - Técnicas
Estrangulamento de seção

Uso de túneis

Uso de Galerias

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Meio ambiente
 Parte dos impactos ambientais provenientes de obras de barragens pode ser evitada pela
adoção de métodos e técnicas de engenharia adequados. Isso ocorre, em geral, para todos os
impactos que se referem à etapa de implantação. Em função do porte da obra, alguns
impactos podem apenas ser compensados;

 As degradações impostas ao meio ambiente pela implantação e operação do canteiro de


obras;

 Exploração de jazidas de materiais naturais de construção envolvem danos à flora,


deterioração pontual dos solos, desencadeamento de processos erosivos e de assoreamento
dos cursos d’água e redução na recarga dos aquíferos;

 Ocorre geração de poeira e ruídos provocados pelos desmatamentos e terraplenagens, e pela


operação da usina de concreto e da central de britagem;

 Na área de influência a jusante do reservatório, diversos usos atuais e potenciais da água


podem sofrer interferências, como consequência da alteração no regime hídrico do rio e na
qualidade da água.

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Meio ambiente – Resolução do Conama

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Meio ambiente – Legislação Federal

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Meio ambiente – Impactos negativos

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Meio ambiente – Sequência dos estudos

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Clima, Prazo, Mão de obra e Equipamentos

 Prazo de construção é diferente para cada tipo e porte de barragem;

 A pluviosidade influencia o teor de umidade dos materiais finos,


aumentando o prazo de construção;

 Barragens de enrocamento independem de condições climáticas e


são preferenciais em regiões de alta pluviosidade;

 Deve ser levada em consideração a experiência da empreiteira


contratada em determinado tipo de barragem (terra ou concreto);

 Disponibilidade de equipamentos para a construção da barragem.

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EXERCÍCIO
Ex.1)Dada a topografia e condições geológicas a seguir, indicar o tipo e o
local para implantação da barragem e justificar conforme critérios definidos
anteriormente.

 Dados:

• Altura da barragem: 40 metros


• Cota do leito do rio: 600,0 m
• Constituição da fundação:
• Basalto são até a cota 600,0 m
• Brecha basáltica até a cota 610,0 m
• Basalto denso até a cota 630,0 m
• Solo argiloso até a cota 640,0 m

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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS
DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E
REJEITOS

Tratamento de Fundações de Barragens em Rocha e Solos

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Tratamento de fundações – Tipos e Objetivo
 Os materiais de fundação que apresentam baixa resistência e elevada
compressibilidade são geralmente removidos para a construção do maciço da
barragem;

 Muitas vezes ocorrem também na área de fundação materiais ou horizontes


muito permeáveis, mas com características aceitáveis quanto à sua resistência e
compressibilidade;

 É o caso, por exemplo, de um maciço rochoso muito fraturado ou de um aluvião


compacto. Esses tipos de fundação não apresentam problemas de instabilidade
para o maciço da barragem, mas podem permitir fugas excessivas de água;

 Para reduzir estas fugas, a fundação deve ser interceptada por sistemas de
vedação ou de impermeabilização.
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Tratamento de fundações – Erosão
 As superfícies de contato das zonas impermeáveis das barragens com o topo
rochoso da fundação e com as estruturas de concreto nelas embutidas constituem
caminhos preferenciais de percolação de água e precisam ser tratadas com
atenção especial;
 Esta percolação pode provocar o carreamento de partículas do aterro e até o
desenvolvimento de um "piping", ao longo desses caminhos;
 Os problemas serão tanto mais graves, quanto maior for o gradiente hidráulico de
percolação e menores as pressões de contato do aterro nessas superfícies;
 A percolação de água através dos contatos com superfícies de concreto já trazia
preocupações, desde 1910, quando Bligh (em Hsu, 1982) estabeleceu que a altura
crítica da água a montante de vertedouros construídos sobre fundação de areias e
siltes era igual a relação entre o comprimento do caminho de percolação ao longo
dos contatos e o parâmetro denominado coeficiente de erosão ("creep ratio").
 Este coeficiente podia variar entre 5 e 18, dependendo do tipo de material de
fundação.
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Tratamento de fundações – Erosão
 Mais tarde, em 1935, Lane, estudando rupturas hidráulicas de grande número de
barragens, chegou à conclusão que a erosão no sentido vertical era mais difícil que no
horizontal e estabeleceu um "coeficiente ponderado de erosão" ("weighted creep ratio"),
Cw , através da expressão:

Cw =

Onde:
B - comprimento de percolação na direção horizontal,
t - comprimento de percolação na direção vertical,
ℎ - altura máxima de água a montante.

Os valores propostos por Lane (em Vargas, 1977), para Cw, foram:
Material da fundação Cw
Areia fina e silte 7 a 8,5
Areia média e grossa 5a6
Pedregulhos 3a4
Argila de consistência média 2a3
Argila dura 1,5 a 2

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Tratamento de fundações – Tipos e Objetivo
 O maciço natural constitui uma fundação que sofrerá alterações com a
construção de uma obra de barramento, principalmente pela imposição de
novas tensões, sejam efetivas, pelo peso da estrutura, sejam neutras pelo
reservatório formado.
 Os métodos de tratamento de fundações pode ser agrupados em três tipos:
• Substituição das materiais da fundação;
• Injeção;
• Drenagem;
 Os objetivos são:
• Melhorar a resistência dos materiais de fundação;
• Reduzir a percolação da água através das fundações;
• Reduzir a sub-pressão na base da barragem.

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Tratamento de fundações – Fatores condicionantes
 A caracterização da geologia do maciço rochoso é imprescindível antes de
qualquer tratamento;

 Depois da escolha do local é feito um estudo geológico-geotécnico profundo para


que seja tomado o conhecimento das propriedades do maciço;

 A caracterização da geologia resume-se ao entendimento do:


• Material rochoso – Fraturas macroscópicas, microscópicas e poros;
• Diaclases – Orientação, profundidade e consistência dos enchimentos e
qualidade do maciço (rugosidade);
• Falhas – Atitude;
• Condutividade hidráulica – Permeabilidade.

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Tratamento de fundações – Substituição do material
 Independente do tipo de tratamento a ser aplicado em uma fundação de barragem, é
necessário que seja retirado do trecho superficial do solo;
 Neste trecho esta incluído o top soil ou solo orgânico e o trecho imediatamente abaixo ,
onde existem canículos resultantes do apodrecimento de raízes mais profundas ou da
ação de microrganismo, escoamento sub superficial ou qualquer outro agente degradador;
 A profundidade de 3m é suficiente,
na maioria dos casos, para
realizar esta retirada, porém há
casos em que essa profundidade
pode chegar localmente a 5m ou
6m, principalmente quando
existem formigueiros;
 O material é removido e
substituído pelo próprio material
da barragem.

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Tratamento de fundações – Trincheira de vedação
 Conhecido como Cut off é construída na fundação de barragens granulares ( terra ou
enrocamento), geralmente na parte central dessa obra, ou para montante, sobretudo
quando núcleo da barragem se encontra inclinado nesse sentido;
 Escava-se uma trincheira ao logo de todo o eixo barravel, substituindo o material retirado
por um maciço de terra de baixa permeabilidade, compactada, de acordo com condições
preestabelecidas para o controle de compactação;
 Algumas especificações definem para a base da trincheira largura mínima de 4m a 6m
para possibilitar uma perfeita compactação;
 Raramente essa largura ultrapassa os 10m.

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Tratamento de fundações – Trincheira de vedação
 A profundidade da trincheira de vedação fica limitada pela viabilidade da
escavação ser executada mecanicamente, por meio de tratores, escavadeiras,
etc, sem o uso de explosivos.

 Estes últimos somente seriam utilizados em casos especiais, por meio de fogo
controlado, em pontos localizados, de forma a não danificar o maciço subjacente.

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Tratamento de fundações – Parede Diafragma
 Diafragma rígidos ou plásticos são formados pela substituição de uma estreita faixa da
fundação por sucessivas painéis de concreto, formando um muro, geralmente localizado
abaixo do eixo da barragem;
 Pode prolongar-se por toda a extensão desse eixo ou contemplar apenas partes dessa
extensão;
 Para execução de um diafragma faz-se a escavação da fundação ao longo dos paineis ou
trincheiras com extensão entre 5m e 20 m com largura entre 0,40m e 1,50m;
 A escavação é realizada com um equipamento de dotado de concha “clam-shell”;

 Usar lama bentonítica para evitar


desmoronamentos das paredes da
escavação;
 Técnica utilizada para conter o excesso
de percolação sob a barragem;
 Pode ser realizado abaixo do nível
freático.

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Tratamento de fundações – Tapete impermeável à montante
 O controle de percolação de água através da fundação também pode ser realizado por
um tapete impermeável construído a montante, conectado à seção impermeável da
barragem, combinado com um sistema de drenagem a jusante.
 Economicamente, ele é interessante, quando o projeto requer o tratamento de uma
camada permeável muito espessa da fundação, quando comparado com as alternativas
de cortinas de injeção ou paredes diafragma profundas.
 O objetivo do tapete é o de reduzir o gradiente hidráulico através da fundação, pelo
acréscimo do caminho de percolação da água sob a barragem;
 As barreiras impermeabilizantes, também conhecidas como liners, têm como função
proporcionar uma barreira ao fluxo, provocando o acréscimo do caminho de percolação
sob a barragem.
 As barreiras impermeabilizantes são capazes de reduzir as vazões e as cargas de
pressão atuantes na fundação.

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Tratamento de fundações – Tapete impermeável à montante
 Segundo o NATIONAL HIGHWAY INSTITUTE (1988), os principais tipos de materiais
utilizados na construção de barreiras impermeabilizantes são:
• Camadas compactadas de argila;
• Concreto lançado;
• Concreto Asfáltico;
• Geomembranas
 outros materiais também podem ser empregados, como:
• Geocompostos argilosos e
• Geotêxteis impregnados com substância impermeabilizante.

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Tratamento de fundações – Injeções de Consolidação
 Existem essencialmente dois tipos de injeções que podem ser realizados em barragens com
fundações em maciços rochosos:
• Injeções de consolidação – Blanket Grouting e Consolidation Grouting;
• Injeções de impermeabilização – Cortina de impermeabilização.

 As injeções de consolidação têm como principal objetivo aumentar a compacidade das


rochas, melhorando a sua resistência mecânica e seu módulo de elasticidade.
Emprega-se em rochas fraturadas de baixa resistência e refletem-se na sua
impermeabilização;
 Os termos anglo-saxónicos blanket grouting e consolidation grouting são utilizados em
português como sinónimos em relação ao tratamento de fundações de barragens em
maciços rochosos.
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Tratamento de fundações – Blanket Grouting
 Este tipo de injeções não ultrapassa em geral mais do que 6-9 m de profundidade
(dependendo da espessura da zona permeável) e são destinados a reparar
falhas na fundação, tal como rocha fraturada;
 Este termo deve ser reservado para definir injeções superficiais realizadas sob
barragens em aterro, cujos objetivos são:
• Reduzir as perdas de água por percolação;
• Reduzir a infiltração;
• Limitar a velocidade de percolação em zonas relativamente permeáveis a
pequena profundidade.
 Com a execução deste tratamento, essencialmente debaixo do núcleo da
barragem, pretende-se que a probabilidade de arraste e perda de material do
núcleo seja a mais reduzida possível. A execução deste tratamento, quando
considerado apropriado, deve ser concluída antes da construção de uma
barragem.
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Tratamento de fundações – Consolidationt Grouting
 O preenchimento de grandes fraturas para o ganho de resistência de uma grande
zona de maciço rochoso é comumente referido como consolidation grouting;

 Neste caso, a designação em inglês deve ser utilizada quando se pretende


referir a injeções realizadas sob barragens de concreto, onde a perda de
materiais constituintes do núcleo não é um problema (Weaver e Bruce, 2007);

 O principal objetivo deste tratamento é o melhoramento da resistência


mecânica da fundação, diminuindo a sua deformabilidade, fazendo com que
a probabilidade de ocorrência de recalques, muito prejudiciais para as estruturas
rígidas como são as barragens de concreto, seja a mais reduzida possível.

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Tratamento de fundações – Cortina de impermeabilização
 Em barragens de terra/enrocamento, as cortinas de impermeabilização
normalmente são feitas antes da construção da barragem;
 A exceção para que esta seja feita posteriormente à construção da barragem é
quando a cortina se encontra localizada no pé do paramento de montante da
mesma;
 Nas barragens de concreto, esta cortina é mais eficaz após a conclusão da
barragem, numa altura, se tem instalado o peso próprio da barragem na
fundação. Nestas condições, podem aplicar-se à calda pressões mais elevadas
de modo a assegurar a máxima dispersão desta em todas as direções;
 Quando na presença de maciços rochosos menos competentes, geralmente é
necessária a furação de linhas de injeção adicionais, devendo estas ser
escalonadas entre si. A distância entre linhas pode variar de acordo com as
características do terreno, mas geralmente não ultrapassa 1,5 m.

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Tratamento de fundações

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Tratamento de fundações – Jet Grouting
 A técnica é especialmente indicada para solos sensíveis, moles e de baixa
resistência;
 No campo geotécnico, é aplicada na melhoria das propriedades dos solos, para
contenções, reforços e reduções de permeabilidade dos solos. Obras portuárias,
barragens e túneis também podem utilizar a tecnologia, que costuma ser
relativamente cara em relação à técnica de injeção tradicional de cimento;
 Tecnologia permite melhoria e reforço do solo por meio de colunas de solo- -
cimento executadas com:
• Perfuração;
• Jateamento e:
• Desagregação do solo com calda de cimento a altas velocidades (da ordem de
800 km/h) e grandes impactos.

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Tratamento de fundações – Jet Grouting
 A primeira etapa do jet grouting é fazer o furo, por meio de uma perfuratriz, até a cota final
estipulada pelo projeto.
 Uma vez atingida esta cota, inicia-se o desmonte hidráulico do maciço, de baixo para cima,
com jato de calda de cimento, associado a movimentos rotativos e ascendentes na haste.
 O jateamento da calda acontece por meio de uma motobomba (com tamanho aproximado de
um contêiner de 20 pés) que bombeia a calda de cimento a uma pressão de
aproximadamente 350kgf/cm², formando colunas cilíndricas com diâmetros que podem
ultrapassar 2 m.

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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS
DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E
REJEITOS

Critérios de projeto de barragens de terra e enrocamento

PROFESSOR: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira


Elementos principais de uma barragem
 Gaioto (2003) afirma que para a seleção de uma seção transversal, devem ser
analisadas, técnica e economicamente, diversas alternativas, em um processo
iterativo, partindo-se de:

• Dimensões conservativas, ditadas pela experiência em obras e condições


semelhantes à do projeto atual;

• Otimização gradativa das dimensões, à medida que as análises são


processadas.

 Os principais elementos a serem definidos são :

• Borda livre (“Free Board”);

• Crista;

• Taludes;

• Geometria interna da seção;

• Proteção de taludes e da crista.


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Borda Livre ( “ Free Board”)
 Conceito

“...é a diferença que deve ser observada entre o nível da crista da barragem e o
nível máximo do reservatório, para que as ondas formadas não ultrapassem a
barragem.”

 Critérios

• “O nível máximo do reservatório é definido através de estudos hidrológicos e


hidráulicos, em função das cheias consideradas para o projeto do barramento e
das características dos órgãos de extravasão.”

• “A altura das ondas que podem chegar ao talude de montante da barragem é


função da velocidade do vento e da extensão do reservatório na direção do vento
considerada ("fetch").”

• “No mínimo, o valor da borda livre deve ser igual à altura da onda máxima,
acrescida de 50%, para compensar a sua corrida sobre o talude da barragem e
ainda, de um valor correspondente a uma altura de segurança, variável entre
0,60 e 3.00 metros, dependendo da importância da barragem.”

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Borda Livre ( “ Free Board”) – Fetch
 Para o cálculo da altura da onda máxima existem ábacos, como o desenvolvido pelo
U. S. Bureau of Reclamation. Como a linha do reservatório pode ser muito irregular,
deve-se calcular o "fetch" efetivo , F, através da fórmula:

F = ∑ x i cos 𝛼 i / ∑ cos 𝛼 i

onde:
𝛼 i = ângulo entre a direção considerada e a direção principal do vento, e
x i = extensão do reservatório na direção .
Os valores de a. são tomados a cada 3o, até 45°, em ambos os lados da direção principal.

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Borda Livre ( “ Free Board”) – Altura da onda (H)
 American Society of Civil Engineers apresenta formulações empíricas para a
estimativa das ondas máximas geradas pela ação de ventos, a saber:
• SGM
Fetch efetivo superior a 32 km

Hmáx = 0,4724 (UF)


Onde:
U - velocidade do vento (m/s);
F - fetch efetivo (km).

Fetch efetiva inferior a 32 km

Hmáx = 0,4724 (UF) . 3,6942 𝐹 .8,2


Onde:
U - velocidade do vento (m/s);
F - fetch efetivo (km).

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Borda Livre ( “ Free Board”) – Pequenas barragens
 Para o projeto de pequenas barragens de terra, o "Bureau of Reclamation" indica
as folgas normais e mínimas a adotar, considerando uma proteção em
enrocamento e baseadas respectivamente, em velocidades do vento de 50 a 100
milhas/hora.

Onde:
• Folga mínima – Folga acima do nível máximo do reservatório;
• Folga normal – Folga acima do nível normal do reservatório.

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Crista da barragem - Largura
 Gaioto (2003) cita que a largura da crista é determinada pelas necessidades de
tráfego sobre ela.

 Na maioria das barragens varia entre 6 e 12 metros, adotando-se maiores


larguras para as barragens mais altas, com estruturas de concreto mais
importantes.

 Mesmo para pequenas barragens, não é recomendável largura inferior a 3


metros, para garantir condições mínimas de acesso, para a execução de
serviços de manutenção.

 Em barragens de terra, a largura é baseada em casos precedentes, recorrendo-


se as fórmulas empíricas, entre as quais a recomendada pelo Bureau of
Reclamation.

Lc = + 3,0 (m)

Onde:
Lc – Largura da crista da barragem (m);
H – Altura da barragem (m);

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Crista da barragem - Inclinação
 Para a drenagem das águas de chuva, a superfície da crista deverá
ter inclinação, geralmente para montante, evitando-se que elas
escoem sobre o talude de jusante.
 Os recalques da
barragem e da fundação,
que ocorrem após o final
da construção, devem ser
estimados, para que se
providencie a sua
compensação,
projetando-se a crista
com a respectiva
sobrelevação.

*Obs: O bom senso sugere


sobrelevação de 10cm.

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Taludes
 Os taludes de montante e de jusante da barragem dependerão dos tipos de materiais com
os quais ela será construída, da sua geometria interna, da fundação e das condições a que
será submetida durante a sua construção e operação;

 Devem ser adotados, em caráter preliminar, em função da experiência em outras barragens


já construídas, com materiais e sob condições semelhantes;

 As análises de estabilidade, processadas para as condições de carregamento previstas, irão


revelar se os taludes adotados devem ser revistos, para garantir as condições mínimas de
estabilidade fixadas nos critérios de projeto ou para tornar o projeto mais econômico;

 Pode-se partir das seguintes inclinações (vertical : horizontal):


• Barragem de terra: 1:2 a 1:3
• Barragem de enrocamento com núcleo de terra: 1:1,5 a 1:2,0
• Barragem de enrocamento com face de concreto: 1:1,3 a 1:1,5.

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Taludes – Inclinação ( Bureau of Reclamation)

Homogênea sobre fundações estáveis

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Taludes – Inclinação ( Bureau of Reclamation)
Zoneada sobre fundações estáveis
Onde:
1–1 Núcleo mínimo sobre fundações
impermeáveis ou impermeáveis com cut-off;
2–2 Núcleo mínimo para barragens sobre
fundações permeáveis sem cut-off ;
3-3 Núcleo máximo.

Neste caso os valores da


tabela devem ser tomados
como ponto de partida, pois
algumas barragens
funcionam adequadamente
com Núcleo de largura L =
0,30H a 0,50H, sendo H a
altura da água.

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Geometria interna da seção
 Quando os materiais disponíveis para a construção do maciço da barragem permitem uma
diferenciação das suas características de resistência e de permeabilidade, é interessante tomar
partido dessas diferenças, para se adotar uma seção mista, de terra- enrocamento ou de terra
zoneada.
 Os materiais de maior resistência ao cisalhamento, como enrocamentos, cascalhos e solos
arenosos:
• São posicionados nos espaldares (zonas externas);
• Garantir a estabilidade contra o escorregamento dos taludes.
 Os materiais menos permeáveis, que geralmente apresentam menor resistência ao cisalhamento,
como os solos argilosos:
• São dispostos no núcleo(parte interna da seção da barragem);
• O núcleo, por corresponder à zona mais alta da barragem, fica submetido a tensões mais elevadas
→ Sujeito a maiores recalques;
• Os solos argilosos, colocados nesta zona, têm maior capacidade de se submeterem a recalques
diferenciais sem fissuramento, que os solos arenosos;
• Compactar os solos do núcleo com teor de umidade mais elevado, ligeiramente acima da umidade
ótima → Favorece a diferenciação acima referida; Proporcionar características de maior flexibilidade
para acomodação dos recalques diferenciais.

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Geometria interna da seção
 A espessura mínima do núcleo é adotada em função de alguns fatores práticos, tais como:
• Perda d'água admissível através da barragem;
• Condições construtivas;
• Tipos de materiais disponíveis;
• Projeto do sistema de drenagem interna;
• Experiência em projetos semelhantes.
 Sherard et al (1976) sugerem os seguintes critérios para o projeto do núcleo das barragens de
enrocamento:
• Espessuras de 30 a 50% da altura da água do reservatório têm-se mostrado satisfatórias, sob diversas
condições;
• Espessuras de 15 a 20% → Núcleos delgados e requerem filtros adequadamente projetados e construídos;
• Espessuras menores que 10% não são amplamente utilizadas; somente podem ser adotadas em
circunstâncias em que grandes fugas de água através do núcleo não conduzam à ruptura da barragem.
• Nas barragens de enrocamento com face de concreto mais recentes, a espessura da laje (t) através da
expressão:
t = 0,30 + 0,003H (m)
Onde:
H a carga hidráulica na profundidade considerada.
Obs: A armação da laje corresponde a 0,3 a 0,4% da seção de concreto, em ambas as direções.

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Proteção de taludes e da crista
 O talude de jusante das barragens deve ser protegido contra:
• Erosão superficial (causada pelas águas de chuva) que podem adquirir grandes
velocidades, ao percorrer a distância entre o topo e o pé do talude;
• Nas barragens de enrocamento com núcleo de terra ou com face de concreto, o
problema de erosão é resolvido, deslocando e arrumando os blocos graúdos do
enrocamento para a face de jusante.
 Nas barragens de terra, a primeira providência consiste em:
• Subdividir o talude em trechos, de altura não superior a 10 metros, por meio da
intercalação de bermas, com cerca de 3 a 5 metros de largura.
• A superfície das bermas deve apresentar pequena declividade para montante, a
fim de evitar que as de chuva que nelas caem desçam para o talude inferior.
• Nessas bermas, são instaladas canaletas de concreto, para coletar as águas que
caem no talude do trecho superior e na própria berma, conduzindo-as, com
declividade da ordem de 0,5 %, para caixas, também dispostas nas bermas, a
cada 100 metros, aproximadamente.
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Proteção de taludes e da crista
 O talude de montante deve ser protegido contra a:
• Erosão causada pelas ondas que se formam no reservatório;
• Essa proteção, geralmente é feita com enrocamento, denominado "rip-rap", cujos blocos
devem apresentar dimensões mínimas, suficientes para não serem arrastados pelas ondas.

 O U. S. Army Corps of Engineers, apresenta as seguintes sugestões para o diâmetro médio


(D50) e espessura da camada de "rip-rap", mínimos, em função da altura máxima das ondas:

Altura máxima da onda Diâmetro médio - Espessura da camada Altura máxima da onda - Espessura da camada de
- H(m) D50 (m) - e(m) H(m) transição - e (m)
0 - 0,60 0,25 --- 0 - 1,20 0,15
0,60 - 1,20 0,30 0,46 1,20 - 2,40 0,23
1,20 - 1,80 0,38 0,61 2,40 - 3,00 0,30
1,80 - 2,40 0,46 0,76
2,40 - 3,00 0,53 0,91

• Nas barragens onde não se dispõe de rocha sã para a construção de "rip-rap"', a uma
distância economicamente interessante, a proteção do talude de montante pode ser feita com
solo-cimento, construída em camadas, juntamente com o aterro da barragem.

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Proteção de taludes e da crista
 Nas barragens onde não se dispõe de rocha sã para a construção de "rip-rap"', a uma
distância economicamente interessante, a proteção do talude de montante pode ser feita
com solo-cimento, construída em camadas, juntamente com o aterro da barragem.
• Solo-cimento, em camadas, com espessura efetiva deve ser da ordem de, pelo menos,
0,70m, o que corresponde a cerca de 2m de largura, na direção horizontal. Na construção,
devem ser utilizados solos arenosos, com cerca de 10 a 25 % passando na peneira #200,
com índice de plasticidade menor que 8 % (Fell et al,1992);
• A crista geralmente é protegida com pavimento asfáltico, com características semelhantes à
da estrada que dá acesso à barragem. Em algumas barragens a proteção tem sido
construída com material granular (pedra britada ou cascalho).

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Proteção de taludes e da crista

 A proteção deve cobrir todo o trecho do talude, desde o seu topo, até cerca de 1 metro
abaixo do nível mínimo de operação do reservatório.

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Proteção de canal de restituição
 Segundo o Manual da Eletrobras(2003), para orientar o controle de erosão a jusante das
obras de drenagem, deverão ser adotados os seguintes critérios:

V=6 𝑫

onde:
V = velocidade média do escoamento,
em m/s;
D = Diâmetro médio do material, em m.

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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS
DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E
REJEITOS

Sistemas de vedação e de drenagem interna

PROFESSOR: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira


Sistemas de drenagem interna
 Atualmente, a solução do controle de percolação é basicamente governado pelo valor
econômico da água percolada através do barramento e pela necessidade de se trabalhar
com mais de uma linha de defesa, para a segurança da barragem.
 O sistema de drenagem interna constitui o elemento vital na segurança de uma barragem de
terra deve ser dimensionado de modo a atingir os seguintes objetivos:
• Reduzir a pressão neutra na área de jusante da barragem e portanto aumentar a
estabilidade de jusante contra o deslizamento;
• Controlar a percolação da água na face de jusante da barragem de tal modo que a água
não carregue partículas do maciço, isto é, que não se desenvolva o fenômeno de "piping".
 A eficiência do dreno depende determinados fatores:
• Comprimento do elemento drenante;
• Espessura do elemento drenante.
• Permeabilidade do material filtrante;
• Granulometria do material filtrante;

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Sistemas de drenagem interna – Sequência do fluxo
Filtro Vertical ( Filtro chaminé)

Filtro Horizontal ( tapete drenante)

Dreno de pé

Dispositivos acessórios

Trincheiras drenantes

Poços de alívio

Medidor de vazão

Instrumentação

Curso d’água a jusante

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Filtro Vertical e Horizontal – Vazão e Permeabilidade
Cálculo de vazão Sugestões de Coef. De Permeabilidade por material

Onde:
qat – vazão captada através do maciço da
barragem pelo filtro vertical;
qf - vazão captada através da fundação;
q = qat + qf - vazão a ser eliminada pelo
dreno.

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Filtro Vertical e Horizontal – Mecanismo

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Filtro Vertical e Horizontal – Critério
 O material deve satisfazer, simultaneamente, aos dois requisitos de:
• Filtragem da água percolada através da barragem;
• Drenagem da água percolada através da barragem;
 Os vazios devem ser suficientemente pequenos, para evitar que as partículas do aterro sejam carreadas
através deles e suficientemente grandes, para proporcionar permeabilidade adequada para o escoamento
da água, evitando o desenvolvimento de elevadas forças de percolação e de pressões hidrostáticas.

 Em 1922, Terzaghi propôs uma forma de avaliar o filtro, através:

Relação de Permeabilidade Relação de Estabilidade ( “Ratio Piping”)

> 4 ou 5 < 4 ou 5

 U. S. Bureau of Reclamation limita o tamanho das partículas do material do filtro a 76 mm. para minimizar a
segregação e a formação de pontes ("bridging"), das partículas grandes durante a colocação. O U. S. Army
Corps of Engineers também requer que seja satisfeita a condição:

< 25 e < 20

• Quando um tubo é inserido no interior do filtro ( Evitar piping) → ≥2


á

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Sistemas de drenagem interna – Filtro vertical
 Também conhecido como “Cortina drenante” ou “Filtro chaminé” é um dispositivo de
drenagem prolongado para jusante através de um tapete drenante horizontal , que tem
objetivos de:
• Interceptar todo o fluxo horizontal de água que percolou pelos vazios do aterro ou fissuras de
camadas mal compactadas ;
• Atender critérios de estabilidade através da não saturação da zona do espaldar de jusante;

Redução do material de aterro

Redução de custos (Economia) Redução de escavação de jazida (M. Ambiente)

 O filtro vertical geralmente é construído com areia grossa, aluvionar, isenta de finos.
Especifica-se uma porcentagem máxima de 5%, em peso, passando na peneira # 200, para
que o material não apresente coesão, evitando-se assim a propagação de trincas de tração
dentro do filtro, eventualmente desenvolvidas no interior do aterro.

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Filtro Vertical – Dimensionamento
Solos S Material Material Material
P Q R
d15 0,04 --- --- ---
d85 0,5 --- --- ---
D15 --- 0,12 0,7 4,0
D15/d15 --- 3,00 17,50 100,00
D15/d85 --- 0,24 1,40 8,00

Função de Filtro
 Para dimensionamento da largura do filtro vertical, baseado na formula de Darcy, pode se expressar:

q= =Kx x e → B Filtro Vertical =

Onde:

B – Espessura do filtro (m);

Q – Vazão absorvida pelo filtro (m³/s);

K – Permeabilidade do material do filtro (m²/s);

FS – Fator de Segurança, que é igual a 10 (adm);

I – Gradiente Hidráulico (adm), pode considerar i igual a 1;

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Filtro Vertical – Geometria

Critérios de escolha da Geometria do filtro:

• Inclinação para montante – Eliminar risos de trincas longitudinais na crista no caso da


barragem se apoiar sobre uma fundação rígida;
• Inclinação para jusante – Melhorar condições de estabilidade do talude durante o
rebaixamento do reservatório;
• Completamente vertical – Facilitar a sua locação topográfica e a construção, junto às
sucessivas camadas do aterro do maciço da barragem.

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Sistemas de drenagem interna – Tapete drenante
 O tapete drenante tem a função de conduzir para o pé de jusante da barragem as águas
coletadas pelo filtro em chaminé e as que percolam através da fundação;

 A estas últimas correspondem vazões geralmente muito maiores que as que percolam através
do aterro, pois a permeabilidade dos materiais de fundação é muito menos susceptível de
controle;

 As incertezas envolvidas na determinação dos coeficientes de permeabilidade e na definição


da geometria dos estratos heterogêneos, que compõem a fundação, fazem com que o grau de
imprecisão dos resultados das análises seja muito maior, principalmente quando a fundação é
em rocha, onde a percolação da água se dá essencialmente através das juntas e fraturas. →
Fatores de segurança maiores;

 Para evitar subpressões elevadas na barragem e manter não saturada a zona de jusante,
os tapetes drenantes devem trabalhar com a menor carga hidráulica possível, ou seja, com
gradiente hidráulico muito baixo.

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Tapete Drenante - Dimensionamento
 Para dimensionamento do tapete drenante, :

Tapete em carga Tapete Livre

Q – Vazão unitária majorada por FS (m³/s)/m;

K – Permeabilidade do material do filtro (m²/s);

FS – Fator de Segurança, igual a 10;

h – Perda de carga (m.c.a);

Obs: O gradiente hidráulico fica entre 0,005 e 0,15 ( regime Laminar)

O comprimento do dispositivo drenante há aumento da capacidade drenante, o que reduz a linha


de saturação gerada pela freática. → Reduz volume de aterro/ Mantém a estabilidade.

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Tapete Drenante – Detalhes Construtivos

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Sistemas de drenagem interna – Transições
 Filtro Chaminé
• Não é necessário devido a boa capacidade de drenagem do espaldar;
 Entre o aterro e o enrocamento
• Inserção de camadas com granulometria intermediária para que exista uma transição gradativa.
 Na transição de montante
• Não há problema de carreamento de partículas;
• Introdução de uma ou duas camadas de granulometria intermediária → Permitir compactação na
faixa de contato dos grãos( Ex: Enrocamento míudo);
 Espessuras de camada de transição
• Em função do método construtivo;
• Considerar problemas de segregação das partículas e de contaminação;
• Camadas de transição devem ser superdimensionadas.
 Barragens de enrocamento com face de concreto
• Utilizar 4m de enrocamento fino;
• Prever faixa de transição com cerca de 4 a 6m de largura de material misturado;
• Compactar em camadas com rolo vibratório;
• Objetivo da transição – Proporcionar condições p/ apoio da laje e minimizar as vazões de água
que percolem nas fissuras da laje.

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Sistemas de drenagem – Dreno de pé
 Constitui um dreno longitudinal, paralelo a saia da barragem, que coleta as águas
advindas do filtro chaminé e do tapete drenante e transfere para talvegue do rio à
jusante da barragem;
 Técnica antiga utilizada em barragens homogêneas para evitar a redução de
resistência no pé do talude;
 Quando as vazões nos drenos de pé são muito grandes, são introduzidos tubos
perfurados de concreto no seu interior, para aumentar a área de escoamento e reduzir
o volume de materiais drenantes. Para propiciar a sua manutenção, são instalados
poços de visita, a cada 50 a 100 metros, onde podem ser feitas medidas de vazão e
coletadas amostras de água para análises;
 A transição entre os materiais do tapete drenante e o dreno de pé é feita com materiais
de granulometria intermediária.→ Relações de estabilidade e de permeabilidade;
 O dreno de pé também pode ser construído em nível inferior ao do tapete drenante,
escavando-se, para tal, uma trincheira de seção trapezoidal no terreno de fundação,
onde a metade inferior do dreno fica embutida.

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Dreno de pé – Dimensionamento ( Hipótese Simples)
 Para cálculo de vazão adota-se a vazão unitária da seção intermediária de uma das ombreiras:

. .
A=
.

Onde:
q – Vazão Unitária da seção intermediária (m³/s/m);
L – Comprimento da ombreira (m);
K – Coeficiente de permeabilidade (m/s);
I – Gradiente Hidráulico (m.c.a/m);
FS – fator de segurança , que é igual a 10;
A – Área do dreno de pé (m²), sendo a largura mínima igual a 4,00m.

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Dreno de pé – Detalhes construtivos

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Dreno de pé – Detalhes construtivos

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Sistemas de drenagem – Trincheira drenante
A trincheira drenante tem por objetivo a interceptação de fluxos de água através
de camadas permeáveis mais superficiais da fundação;
São particularmente recomendadas quando a permeabilidade na direção
vertical dessas camadas é muito baixa, para garantir o acesso da água ao
tapete drenante ou ao dreno de pé;
Construção semelhante ao dreno de pé;
Tubos perfurados somente devem ser utilizados quando a trincheira situa-se
próxima ao pé da barragem ou quando escavada em rocha de baixa
deformabilidade;
A trincheira também pode ser construída a jusante da barragem, para captar,
reunir e escoar as águas provenientes de surgências que são constatadas
durante e após o enchimento do reservatório;

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Trincheira drenante – Métodos construtivos

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Sistemas de drenagem – Poços de Alívio
 Poços de alívio são dispositivos utilizados para reduzir as subpressões desenvolvidas
pela percolação de água nos estratos permeáveis da fundação;

 São geralmente construídos segundo uma linha, sob o dreno de pé, mas podem
ocupar posições a montante deste, até a base do filtro em chaminé;

 Reduzem com eficiência a subpressão na barragem → Pressões na vizinhança do poço


equivalente a carga hidráulica do topo do mesmo;

 Também podem ser construídos a jusante da barragem, quando são detectadas


subpressões excessivas durante o enchimento do reservatório;

 Apresentam custos relativamente baixos;

 Requerem inspeções e manutenções para garantia da eficiência

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Poços de Alívio – Materiais e Mecanismo

 Tubos perfurados de PVC têm sido atualmente utilizados, pois apresentam menor
rugosidade interna e parede menos espessa, ocupando menor volume dentro do poço;
 O espaço anelar existente entre o tubo e as paredes do poço é preenchido com material
granular (cascalho miúdo ou pedrisco), com granulometria para servir de filtro do material de
fundação;
 Os diâmetros mais usuais dos poços de alívio variam entre 75 e 150 mm e dos tubos
perfurados, de 50 a 100 mm;
Obs: Os poços de alívio devem ter o seu topo em cota a mais baixa possível, para proporcionar
maior rebaixamento do lençol freático. Quando estes topos não coincidem com o tubo perfurado do
dreno de pé, devem ser construídas caixas para a sua proteção.
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Sistemas de drenagem – Galeria de drenagem
 Em muitas das grandes barragens de terra e de enrocamento europeias têm sido construído
galerias na sua fundação, com o propósito de permitir a execução de serviços de
drenagem e/ou de injeção(tratamento de fundações), durante ou após a construção do
aterro(durante e após enchimento do reservatório);

 Essas galerias são muito frequentes nas barragens e outras estruturas de concreto (tomada
d’água. casa de força, vertedouro); → redução das subpressões na área de jusante e a
garantia da estabilidade do conjunto estrutura-fundação;

 As galerias de drenagem são muito importantes nos maciços fraturados,


particularmente nas rochas sedimentares com estratificação horizontal, onde podem
ocorrer subpressões elevadas na área de jusante da barragem;

 A galeria de drenagem, executada juntamente com um sistema de poços de alívio nas


fundações; → Permite um maior rebaixamento das subpressões ( Ter comprimentos elevados
e com dimensões internas que permitam o acesso de equipamentos execução dos furos).

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Galeria de drenagem – Estrutura construtiva

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Aula prática de Geoslope – Redes de fluxo

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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS
DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E
REJEITOS

Análises de percolação

PROFESSOR: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira


Análise de percolação
 Estimar as vazões de percolação, pressões neutras / sub-pressões no maciço da barragem e
na sua fundação.
 De um modo geral, a permeabilidade da barragem ou do núcleo de terra, por serem
construídos de forma controlada, é menor que a da fundação, mesmo após os tratamentos
de impermeabilização. Assim, as vazões que percolam através da fundação são mais
importantes que as dos aterros compactados;
 Para se processar as análises de percolação é necessário que esteja bem definida:
• A geometria do maciço da fundação;
• Espessura, profundidade e posição relativa a dos horizontes de solo e de rocha;
• Características geológico-geotécnicas (fraturas, juntas, falhas, xistosidade, etc.);
• Maciço da barragem - coeficientes de permeabilidade, incluindo-se a anisotropia e a sua
variação sob o efeito do peso próprio do aterro e dos processos construtivos.
 As análises de percolação → processadas através da aplicação direta da equação geral do
fluxo;
• Linhas de percolação e as equipotenciais → Equação de Laplace (método gráfico do traçado
da rede) ou por meio de métodos numéricos (Elementos finitos).

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Análise de percolação – Direções do fluxo
• Fluxo Unidimensional: O fluxo de água ocorre em uma única direção (
Ex: Permeâmetro – determinação de k);
• Fluxo Bidimensional: O fluxo de água ocorre em duas direções (Ex:
seção de barragens de terra).

Fluxo Unidirecional Fluxo Bidirecional

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Fluxo tridimensional
Análise de percolação – Redes de fluxo
 Na determinação da classificação de rede fluxo, quanto a estar confinado ou não confinado,
pode-se estabelecer 4(quatro) critérios limites:
• Superfície de entrada (Equipotencial de carga máxima);
• Superfície de saída (Equipotencial de carga mínima);
• Linha de fluxo superior;
• Linha de fluxo inferior:
Diferenças entre regimes
 Fluxo confinado – Quando satisfaz as 4 condições (Não há linha freática);
 Fluxo não confinado – Quando uma das condições não esta determinada (Há Linha freática).

Fluxo Não confinado Fluxo Confinado

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Análise de percolação – Linhas e canais
 As redes de fluxo são formadas por 2(duas) famílias de curvas ortogonais entre si, que
formam um reticulado, que são:
• Linhas de fluxo: São linhas que definem a trajetória das partículas de fluxo e delimitam os
canais de fluxo;
• Linhas equipotenciais: É o lugar geométrico dos pontos de mesma carga hidráulica total;
 Estas linhas delimitam os canais da rede de fluxo, que são:
• Canais de fluxo: Consistem em zonas que possuem mesma vazão;
• Canais equipotenciais: Consistem em faixas de perdas de carga potenciais entre linhas.

Canais
Canais de fluxo
equipotenciais

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Análise de percolação - Avaliação do fluxo
 A avaliação do fluxo de água em meio poroso é realizada em função da equação geral do fluxo:
 Tomando um ponto definido por suas coordenadas ( x, y e z), considerando-se o fluxo através de
um paralelepípedo elementar em torno deste ponto e assumindo a validade da Lei de Darcy, a
aplicação dos princípios de aplicação da energia da massa:

. . .
( . )
= + + .𝑑𝑥. 𝑑𝑦. 𝑑𝑧
( )

 Considerando, que:
• Solo esta saturado (Sr =100%);
• Fluxo de água está em regime estacionário ( Steady State flow) → Sem compressão ou expansão
do solo;
• Partículas sólidas e de água são incompressíveis;
• Fluxo bidimensional;
• Isotropia em relação à permeabilidade.
Logo:

+ =0 (Equação Geral de La Place)


² ²

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Análise de percolação - Permeabilidade

Condições isotrópicas Condições anisotrópicas

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Análise de percolação – Avaliação do fluxo
 A solução para a equação diferencial de La Place é constituída por 2(dois) grupos de funções
(φ e Ψ), as quais podem ser representadas dentro da zona de fluxo em estudo, por duas
famílias de curvas ortogonais entre si:

𝑑𝑧 −1
=
𝑑𝑥 𝑑𝑧
𝑑𝑥

 Esta equação indica que as famílias de curvas equipotenciais φ(x,z)=cte são ortogonal às
curvas de fluxo Ψ (x,z)=cte. Assim as curvas da função da função φ interceptam as curvas da
função Ψ segundo ângulos retos, ou seja, perpendiculares.
 Solução da Equação de La Place: Traçado da rede de fluxo interceptando as curvas de
fluxo e curvas equipotenciais em ângulos retos por método da tentativa.
• No traçado da rede de fluxo produzir desenhos cujos reticulados apresentem geometria
quadrada (b=l) pois as perdas entre duas equipotenciais consecutivas é constante, o que
consequentemente permite que a vazão no canal de fluxo seja constante.

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Análise de percolação – Método Gráfico (Kozeny)

 Passo – a – Passo do traçado da rede fluxo não confinado ( Corpo da Barragem)


• Marcar o Ponto D tal que DC = (1/3 a ¼) AC;
• Centro em D e raio DF, determinar o ponto E sobre a Horizontal do prolongamento do nível d’ água;
• Traçar uma vertical por E e determinar o segmento EG, a diretriz da parábola;
• Dividir GF ao meio e obter o ponto N que é a origem da parábola;
• Traçar uma vertical por N e obter segmento NM;
• Dividir NM e DM em partes iguais;
• Ligar os pontos de divisão DM ao ponto N , formando retas inclinadas ou linhas auxiliares radiais;
• Traçar linhas auxiliares horizontais passando pelos pontos de divisão do segmento NM;
• Interseção das linhas auxiliares radiais com linhas auxiliares horizontais determinam os pontos da parábola.

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Recomendações de traçado de rede de fluxo
 Procurar determinar as linhas de fluxo e equipotenciais limites;
 Usualmente é suficiente traçar a rede com número de canais de fluxo entre 3 e 5;
 Traçar as duas famílias de curvas ortogonais entre si que satisfaçam as condições de fronteira e
obtenham uma geometria “quadrada”;
 Observar a aparência de toda rede de fluxo e sempre procurar corrigir detalhes;
 As transições são suaves, com formatos semelhantes aos de elipses ou de parábolas. O tamanho
dos diferentes quadrados devem ir mudando gradualmente;
 Não se deve tentar convergir fileira incompletas em uma de quadrados através de correções
puramente gráficas, a não ser que, o que falta sobre na fileira incompleta seja pouca. A mesma
coisa se aplica aos canais de fluxo;
 Uma superfície de saída na rede em contato com o ar, se não é horizontal, não é nem linha de
fluxo, nem equipotencial, de forma que os quadrados limitados por essa superfície podem ser
incompletos;
 Há partes das redes de fluxo em que as linhas de fluxos devem ser aproximadamente retas e
paralelas;
 Caso se deseje que as fileiras se apresentem quadradas( mesma perda de carga) pode-se corrigir
a rede mudando os canais de fluxo seja interpolando ou refazendo.

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Análise de percolação – Método Gráfico ( correções)
 Posições rotineiras do traçado no pé da barragem para termino do traçado:

 Condições de entrada da Linha Freática  Condições de saída da Linha Freática

Filtro de pé

Ensecadeira
incorporada
c/ material
granular

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Análise de percolação - Cálculo da vazão
 Usando a Lei de Darcy para obtenção de vazão no canal de fluxo:

Q = K.i.A sendo i = e A = b.l

Logo:

qcanal = K. .(b.1) como b=l

Então:
qcanal= K. ℎ

 A carga total disponível (h) é dissipada através das neq (número de equipotenciais), de forma entre duas
equipotenciais consecutivas:

ℎ =

 Como a vazão total do sistema de percolação (q) consiste no produto entre a vazão do canal (q) e o número
de canais de fluxo (nf):

qseção = qcanal. nf qseção = K. H.

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Análise de percolação – Elementos finitos

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Análise de percolação – Cálculo da Pressão Neutra
 Para determinar as subpressões atuantes na base basta considerar a rede de fluxo e determinar as
cargas em diversas posições. Fixa-se uma referência de nível (RN) no horizonte impermeável,
posteriormente é possível determinar a carga total em casa equipotencial limite através da soma
das cargas altimétricas (Z) e piezométrica (u/ϒw) ao longo da base;

Onde:

htotal(1) = + 𝑍 → htotal(0) - h = 𝑍 + h - h

Logo:

=𝑍 -𝑍 +h- h

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Análise de percolação – Exercício
Calcule a vazão total de percolação e ache a carga piezométrica, altimétrica e pressão neutra em todos
os pontos:
Dados:
K = 0,0001 m/s
h = 15,4m
Nf =5
Neq = 14
Obs: Adotar que a cota de B é
igual a 20m.

Resposta:

DETERMINAÇÃO DE VAZÃO DE PERCOLAÇÃO E PRESSÕES NA BASE DO MACIÇO

Vazão total de percolação(Q) - m³/s Carga


Carga Altimétrica Carga Total - Pressão neutra
Ponto h(m) RN Piezométrica -
K (m/s) h (m) Nf Neq Q(m³/s) - Z(m.c.a) h(m.c.a) (KN/m²)
u/ϒw(m.c.a)
A 35,00 13,80 48,80 138,00
B Basa da 20,00 28,80 48,80 288,00
0,0001 15,4 5,00 14,00 0,00055 1,10
C figura 35,00 9,40 44,40 94,00
D 30,60 13,80 44,40 138,00

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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS
DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E
REJEITOS

Análises de estabilidade de taludes

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Análise de estabilidade – Movimentos de Terra
 Quando a resistência do solo não é suficiente para conter a ação das forças
desestabilizantes, uma parte do solo passa a se mover em relação a outra, ocorrendo a
ruptura. De acordo com a velocidade de movimento da parte do solo instável, os movimentos
de terra podem ser classificados em: rastejo, escorregamento e desmoronamento;
• Os rastejos são movimentos bastante lentos e contínuos que ocorrem nas camadas
superficiais do maciço, não ocorrendo necessariamente uma ruptura clássica, com separação
das massas estável e instável do sol;
• Os escorregamentos, por sua vez, são movimentos que podem ser lentos ou rápidos e
procedem do deslocamento de uma cunha de solo que se movimenta em relação ao resto do
maciço, segundo uma superfície de ruptura bem definida. No caso de taludes são
normalmente causados por uma redução da resistência interna do solo que se opõe ao
movimento da massa deslizante e/ou por um acréscimo das solicitações externas aplicadas
ao maciço
• Os desmoronamentos são movimentos rápidos, resultante da ação da gravidade sobre a
massa de solo que se destaca do restante do maciço e rola talude abaixo, acumulando-se no
pé da encosta.

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Análise de estabilidade – Tipos de ruptura
 A forma da superfície de ruptura pode ser circular ou não circular, quando em presença de
solo homogêneo e não homogêneo:

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Análise de estabilidade
 Após a concepção preliminar do projeto da barragem, do qual constam diversas seções
representativas de trechos no vale e nas ombreiras, que já foram submetidas a análises de
percolação, são processadas análises de estabilidade, para verificar se os coeficientes de
segurança ao escorregamento de taludes estão de acordo com os critérios de projeto;
 As análises são processadas para as etapas de construção e de funcionamento, incluindo-se
rebaixamento do reservatório, até níveis compatíveis com a sua operação;
 Nas análises de estabilidade utilizam-se métodos de equilíbrio limite, bidimensionais, dentre
os mais comuns podem ser citados:
• Método de Bishop simplificado;
• Método de Spencer;
• Método de Janbu;
• Método de Morgenstern & Price;
• Método de Fellenius.
 Alguns métodos permitem a consideração de superfície de ruptura "não circular" ou
"poligonal", que são interessantes para representar, mais fielmente, condições que podem
ocorrer no maciço da barragem e/ou da fundação.

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Análise de estabilidade – Círculo de Mohr
 O estado de tensão em todos os planos passando por um ponto pode ser representado
graficamente, num sistema de coordenadas em que as abcissas são as tensões normais e as
ordenadas são as tensões de cisalhamento.

σα = + . Cos2α + 𝜏 . sen2α
Tensões principais
τα = . 𝑠𝑒𝑛2α - 𝜏 . cos2α Tensão vertical (σ1) Tensão confinante (σ3)

R= ² +𝜏 ² σI = + ² +𝜏 ² σIII = - ² +𝜏 ²

.
( )
αp =

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Análise de estabilidade - Tensões
 Nas análises de estabilidade, podem ser utilizadas envoltórias de resistência ao cisalhamento, em
termos de tensões totais e efetivas;
 No primeiro caso, admite-se que as pressões neutras, decorrentes da variação do estado de
tensões na barragem, correspondem às pressões neutras desenvolvidas nos ensaios de
compressão triaxial, realizados de forma a retratarem a trajetória de tensões que ocorre durante a
construção do aterro e na fundação.

τ = c’ + σn tg φ’ (Envoltória efetiva)

τ = c + σn tg φ (Envoltória Total)

+
=

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Análise de estabilidade – Método do Equilíbrio limite
 Os métodos para a análise da estabilidade de taludes, atualmente em uso, baseiam-se na hipótese de
haver equilíbrio numa massa de solo, tomada como corpo rígido-plástico, na iminência de entrar em um
processo de escorregamento. Daí a denominação geral de "métodos de equilíbrio-limite“;
 A partir do conhecimento das forças atuantes, determinam-se as tensões de cisalhamento induzidas,
por meio das equações de equilíbrio;
 A análise termina cora a comparação dessas tensões com a resistência ao cisalhamento do solo em
questão.

Fator de Segurança (FS)


Onde:
𝑆 − Resistência Mobilizada
F=
𝜏 − Tensão cisalhante mobilizada

Em termos de tensões efetivas

𝑆 = c’ + σ’n Tg (φ’)

Logo:

c’ + σ n Tg (φ’)
F=

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Análise de estabilidade – Método do Equilíbrio limite
 Os Métodos de Equilíbrio-Limite partem dos seguintes pressupostos:
• o solo se comporta como material rígido-plástico ( Rompe-se bruscamente, sem se deformar);
• As equações de equilíbrio estático são válidas até a iminência de ruptura, quando, na realidade, o
processo é dinâmico;
• O coeficiente de segurança (FS) é constante ao longo da linha de ruptura, isto é, ignoram-se
eventuais fenômenos de ruptura progressiva.
Forma Equilíbrio de Esforços
Método Equilíbrio
Circular Não Circular Equilíbrio de Momentos
de forças
Talude Infinito X X
Método das cunhas X X
Fellenius X X
Bishop X (x) X (x)
Bishop Simplificado X (x) X

Janbu Simplificado (x) X X


Lowe e Karafiath X (x) X
Spencer X (x) X X
Morgenstern e Price X X X X
Janbu Rigoroso X X X X
Fredlund e Krahn X X X X

Observação: O método pode ser adaptado para tal situação onde tiver (x).

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Análise de estabilidade – Método do Talude Infinito
 Um talude é considerado infinito quando a relação entre as suas grandezas geométricas, extensão
e espessura, for muito grande. Nestes taludes, a superfície de ruptura é admitida como sendo
paralela á superfície do terreno.

Formulações

Solo não saturado e coesivo Solo não saturado e não coesivo Solo saturado e não coesão
( ) ( )
Fs = +
( ) Fs = Fs =
( ) ( ) ( )

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Análise de estabilidade – Método de Fellenius
 Uma das primeiras soluções do tipo método das fatias foi proposta por Fellenius, o qual admitiu que
as forças entre fatias são iguais e opostas, ou seja os esforços interfatias são desprezados;
 O fator de segurança é determinado diretamente pelo equilíbrio de momentos em torno do centro
geométrico do círculo estudado;
 O equilíbrio de forças não é garantido;

Formulação

∑ . . . . ( )
Fs = ∑ .

Legenda:
u – Poropressão média na base da fatia;
c’ – Coesão efetiva do solo;
Φ’ – ângulo de atrito efetivo do solo;
W – Peso da fatia;
𝛼 – Inclinação da fatia em relação a superfície de ruptura;
b – Espessura da fatia.

 É um método conservador e simples, o que permite que erros apreciáveis possam ocorrer, em
particular, em casos de circulas de ruptura profundos e poro-pressões elevadas.

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Análise de estabilidade – Método de Bishop Simplificado
 O método proposto por BISHOP (1955), conhecido como método de Bishop simplificado, admite,
para uma superfície circular, que não existem esforços cisalhantes interfatias (X), somente esforços
normais (E);
 O fator de segurança é determinado tomando-se o somatório de momentos, em torno do centro
geométrico do círculo estudado, e garantindo que este somatório seja igual a zero. O método
garante ainda o equilíbrio de forças na vertical.

Formulação

∑ . . . . ( )
Fs = ∑
.

Arbitrar FS → Achar 𝑀

Legenda:
u – Poropressão média na base da fatia;
c’ – Coesão efetiva do solo;
Φ’ – ângulo de atrito efetivo do solo;
W – Peso da fatia;
𝛼 – Inclinação da fatia em relação a
superfície de ruptura;
b – Espessura da fatia.

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Análise de estabilidade – Método de Bishop Simplificado
 Através do Ábaco é possível obter o valor de Mα em função da inclinação de cada fatia, do ângulo
de atrito do solo da base da superfície de escorregamento e do Fator de Segurança estimado para
a superfície de escorregamento;
 Como procedimento prático recomenda-se dividir o talude em cerca de 10 fatias, a partir deste valor
há pouco ganho na precisão e um considerável aumento dos cálculos;
 Cada par de valores, centro e raio de círculo hipotético, conduz a um valor de fator de segurança do
equilíbrio de forças na vertical.

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Análise de estabilidade – Método de Janbu Simplificado
 O método de Janbu simplificado é uma particularidade do método rigoroso de fatias de
Janbu(1955);
 A versão simplificada , assim como o Bishop simplificado, é baseado em equilíbrio de forças,
desprezando as componentes verticais Yi e Yi+1 tangenciais às laterais das fatias;

 Para satisfazer parcialmente o equilíbrio de momentos,


jambus propôs um fator de correção empírico f0. Tal fator é
dependente do tipo de solo e da forma da superfície de
deslizamento.

∑ . . . . ( )
Fs = ∑
.

Onde:
𝑡𝑔𝛼. 𝑡𝑔𝜑′
𝑀 = cos 𝛼 . 1 +
𝐹𝑆
Legenda:
u – Poropressão média na base da fatia;
c’ – Coesão efetiva do solo;
Φ’ – ângulo de atrito efetivo do solo;
W – Peso da fatia;
𝛼 – Inclinação da fatia em relação a superfície de ruptura;
b – Espessura da fatia.

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Análise de estabilidade – Método de Spencer
 É um método que atende as condições de equilíbrio de forças e de momentos, ou seja, método
rigoroso. O método de Spencer assume que a inclinação das forças resistentes nas laterais da fatia
são constantes, isto é : f(x) =1 e λ≠ 0;
 O método de Spencer pode ser compreendido como uma particularidade do método de
Morgenstern & Price (1965) para a função constante;

 Spencer assumiu que as forças de interação entre as fatias são paralelas entre si, ou seja, todas
elas possuem o mesmo ângulo de inclinação o qual também será calculado como parte da solução
de equilíbrio, ao invés de ser adotado. Este método considera uma força Qi, que equivale a
resultante das forças Xi, Xi+1, Ei e Ei+1. Também assume que Qi e atuam no ponto médio da base
da fatia.
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Análise de estabilidade – Método de Spencer
 Impondo o equilíbrio de forças nas direções normal e paralela à base da fatia e considerando o
critério de ruptura de Mohr – Coulomb, obtém-se: Legenda:
u – Poropressão média na base da fatia;
c’ – Coesão efetiva do solo;
. . .( . . ) Φ’ – ângulo de atrito efetivo do solo;
Q= W – Peso da fatia;
; ( )
. 𝛼 – Inclinação da fatia em relação a superfície de ruptura;
b – Espessura da fatia;
𝛿 – Inclinação da força resultante Q.

 Supondo que não existam forças externas atuando no talude, as componentes horizontal e vertical da
força Q devem ser nulas. Portanto:

∑ 𝑄 𝑐𝑜𝑠 𝛿 = 0 e ∑ 𝑄 𝑠𝑒𝑛 𝛿 = 0

 Como a soma dos momentos das forças externas em relação ao centro de rotação é zero, a soma
das forças entre as fatias em relação ao centro também é nula.

• ∑ 𝑄. 𝑅. 𝑐𝑜𝑠 (α − 𝛿) = 0 , sendo R uma superfície circular constante


Realiza varias simulações variando 𝛿
ate que as curvas de Fs se coincidam
Logo:
∑ 𝑄 𝑐𝑜𝑠(α − 𝛿)= 0

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Análise de estabilidade – Método de Morgenstern & Price
 É um método rigoroso de cálculo, proposto por MORGENSTERN & PRICE (1965). Os demais
métodos vistos anteriormente, isto é, os métodos de Fellenius, Bishop simplificado, Janbu
simplificado e Spencer podem facilmente ser considerados como casos particulares deste ultimo
método;

 O método atende a todas a equações de equilíbrio e a superfície de ruptura pode ter uma forma
qualquer (circular, não circular ou composta). Os esforços normais e cisalhantes interfatias mantêm
uma relação definida por uma função f(x)

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Análise de estabilidade – Método de Geral do Equilíbrio
 O Método de Equilíbrio Generalizado é uma extensão dos métodos de Spencer e de Morgenstern-
Price uma vez que também recorre a uma função arbitrária f(x) para determinar as forças de
interação entre fatias e a estimativa do FS é feita através do cálculo de dois fatores de segurança,
um resulta do equilíbrio de forças (FSF) e outro resulta do equilíbrio de momentos (FSm).

Legenda:
∑ . . ( ) u – Poropressão média na base da fatia;
FSF = ∑ c’ – Coesão efetiva do solo;
Φ’ – ângulo de atrito efetivo do solo;
W – Peso da fatia;
𝛼 – Inclinação da fatia em relação a superfície de ruptura;
∑ . . ( ) b – Espessura da fatia;
FS = ∑ ∑ 𝑁 – Força normal na base da fatia;
±
D – Carga externa linear;
d – Distância perpendicular entre a carga externa aplicada ao centro de rotação
R – Braço de alavanca de momento associado a força cisalhante
f – Braço de alavanca de momento associado à força normal N
ω –Ângulo da carga linear com a horizontal

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Análise de estabilidade – Final de construção
 Esta condição é crítica, principalmente para a seção de fechamento da barragem, construída em
um curto intervalo de tempo (alguns meses), quando se desenvolvem pressões neutras devidas
ao adensamento do aterro, não dissipadas totalmente, como consequência da velocidade de
construção;
 Utilizando-se envoltórias efetivas, obtidas por meio de ensaios drenados, as pressões neutras
podem ser estimadas, com base em dados de piezômetros, instalados em outras seções da mesma
barragem, construídas anteriormente, ou de outras barragens, construídas com materiais e em
condições semelhantes, ou a partir de resultados de ensaios PN (ensaios traxiais não drenados,
com aumento concomitante de σ3 e σ1 ,em razão constante);
 Análises em termos de tensões totais – Ensaio Rápido (UU)

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Análise de estabilidade – Operação c/ reserv. cheio
 Após o enchimento do reservatório, admite-se que a barragem e a fundação já sofreram
adensamento, provocado pela construção do aterro, e que a rede de fluxo já se estabeleceu,
para o nível máximo do reservatório;
 As análises são processadas, considerando-se envoltórias de ensaios triaxiais drenados e de
ensaios triaxiais adensados rápidos, saturados e não saturados;
 As pressões neutras, devidas à percolação de água, são calculadas com base na rede de
fluxo;
 O espaldar de jusante é o mais crítico, pois o de montante é beneficiado pela pressão
hidrostática do reservatório sobre o talude.

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Análise de estabilidade – Rebaixamento rápido
 Mesmo quando o rebaixamento se processa durante alguns meses, nos períodos de estiagem, ele
pode ser considerado como instantâneo, devido à baixa permeabilidade do aterro, não propiciando
condições para a dissipação das pressões neutras que se desenvolveram com a percolação de
água;
 A estabilidade do espaldar de montante fica prejudicada, pela ausência da pressão hidrostática
sobre o talude. enquanto que, internamente, as pressões neutras se mantêm elevadas;

 A avaliação das pressões neutras pode ser feita, admitindo-se que seja igual a unidade

(Morgenstern, 1963) e que a pressão neutra remanescente, após o rebaixamento, fique


correspondendo, conservativamente, à altura da coluna d'água, do ponto considerado até o nível
máximo do reservatório.

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Coef. de segurança mínimo em Barragens (USACE)
Envoltória de
Caso Condições de projeto FS mínimo Observações
resistência
Talude de Montante
1 Final de construção 1,3(2) UU ou CD (3)
e de jusante
Rebaixamento do
Talude de Montante
2 reservatório a partir do NA 1,0(4) CU,CD
Envoltória composta
máximo
Rebaixamento do
Talude de Montante
3 reservatório a partir do NA 1,2 CU,CD
Envoltória composta
do vertedor
Operação, com reservatório (CU+CD)/2 para CU<CD Talude de Montante
1,5
parcial CD para CU>CD Envoltória média
4
Operação, com reservatório (CU+CD)/2 para CU<CD Talude de Jusante
1,5
nível máximo CD para CU>CD Envoltória média
Terremoto (casos I e IV Talude de Montante
5 1,0 ---(5)
com carregamento sísmico) e de jusante

Notas:

• Não aplicável aos maciços sobre fundação de folhelhos argilosos; para estas condições,
devem ser utilizados coeficientes de segurança maiores;
• Para maciços com mais de 15 metros de altura, sobre fundação relativamente fraca, utilizar
coeficiente de segurança mínimo de 1,4;
• Em zonas onde não se antevê excesso de pressão neutra, utilizar envoltória CD;
• O coeficiente de segurança não deve ser menor que 1,5. quando as pressões neutras são
obtidas a partir de rede de fluxo de rebaixamento;
• Usar a envoltória de resistência para o caso analisado sem terremoto.

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Aula prática de Geoslope – Estabilidade de Taludes

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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS
DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E
REJEITOS

Análise de deformações

PROFESSOR: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira


Curitiba, 05 de Maio de 2017
Recalques e deformações
 Durante muitos anos, o problema da avaliação do comportamento de barragens de
terra e de núcleos de barragens de enrocamento, relacionado com o aparecimento de
tensões e deformações que podem dar origem a fissuras nos aterros, somente pôde
ser tratado de forma bastante empírica;

 Faltavam instrumentos adequados, tecnológicos e matemáticos, que permitissem um


tratamento mais científico, que definisse quantitativamente as relações causa-efeito.
Esse assunto assumiu maior importância com o aumento crescente da altura das
barragens, construídas com maior velocidade e com equipamentos de compactação de
maior energia, aumentando a suscetibilidade ao fissuramento;

 De um modo geral, o fissuramento desenvolve-se em uma barragem quando uma


porção do aterro fica sujeito a tensões de tração, provocadas por recalques
diferenciais.

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Recalques e deformações
 Dependendo da geometria e da compressibilidade relativa do aterro e da
fundação, a barragem pode sofrer distorções, que dão origem a diferentes formas
de fissuramento;
 As fissuras podem ser paralelas ou transversais ao eixo da barragem, podem
ocorrer em planos horizontais, verticais ou em uma direção intermediária.

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Recalques e deformações
 As fissuras mais importantes são as que cortam transversalmente a
barragem, criando um caminho de percolação concentrado através do núcleo;
 São causadas por recalques diferenciais entre trechos adjacentes do aterro,
geralmente entre o pé da ombreira e o centro do vale;
 Os fissuramentos mais perigosos aparecem quando a fundação sob a seção
mais alta do aterro é compressível e a ombreira apresenta-se com talude
íngreme, constituída de rocha relativamente incompressível.

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Recalques e deformações – Fissuras Longitudinais

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Recalques e deformações
 Em vales apertados, com ombreiras rochosas, o arqueamento da parte superior
do aterro pode impedir que os recalques da crista acompanhem os da fundação,
dando origem a fissuras horizontais;
 As medidas concebíveis em projeto, destinadas a evitar ou a reduzir os
fissuramentos, devem atuar:
• Geometria do conjunto barragem-fundação;
• Comportamento reológico dos materiais constituintes.
 Prever linhas adicionais de defesa, admitindo-se que as fissuras possam se
desenvolver. Estas linhas de defesa são constituídas basicamente por filtros e
zonas de transição.

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Recalques e deformações
 No projeto da barragem também devem ser previstas linhas adicionais de defesa,
admitindo-se que as fissuras possam se desenvolver;

 Estas linhas de defesa são constituídas basicamente por filtros e zonas de


transição, dimensionados de forma conservativa, para evitar o aumento
progressivo das fissuras e favorecer a sua auto- colmatação;

 A posição desses filtros e transições dentro do corpo da barragem é função do


tipo, posição e localização das eventuais fissuras e o seu dimensionamento é
função das características hidráulicas e dos materiais a serem auto-colmatados e
dos disponíveis para a construção dos filtros e transições.

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Recalques e deformações - Medidas
 Entre as primeiras destacam-se:
• Deslocamento do eixo para encontrar topografia mais favorável;
• Escavação e substituição de materiais por outros mais convenientes;
• Modificação da disposição dos elementos dentro da barragem;
• Modificação dos taludes, etc;
• O arqueamento do eixo da barragem, objetivando aumentar as tensões de compressão
no aterro, pela pressão do reservatório, é um expediente que já foi muito utilizado, mais a
sua eficiência é questionável.
 Entre as medidas destinadas a alterar o comportamento reológico dos materiais
destacam-se:
• Modificação dos parâmetros de compactação;
• Substituição, Mistura e processamento dos materiais;
• Emprego de mantas geotêxteis ou de fibras nas zonas tracionadas;
• Redução da velocidade de construção;
• Redução da velocidade de enchimento do reservatório, etc.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Recalques e deformações - Análises
 Finalmente, o projeto deve ser complementado, com observações e
instrumentação, que servirão para aferir, confirmar ou negar as hipóteses, nas
quais se baseou o projeto;

 A análise estrutural, por meio do método dos elementos finitos, pode fornecer
subsídios valiosos ao projeto de instrumentação, permitindo uma programação
mais eficiente do sistema de medidas a ser projetado.

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Recalques e deformações – Deformações horizontais

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Recalques e deformações – Deformações verticais

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Recalques e deformações – Deformações horizontais

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Recalques e deformações – Deformações totais

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Recalques e deformações – Deformações plásticas

Em relação ao eixo X

Em relação ao eixo Z

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Recalques e deformações – Deformações horizontais

 Hipótese de construção
instantânea do 1º alteamento

 Hipótese de construção
instantânea do último
alteamento com enchimento
do reservatório

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Recalques e deformações – Outras Análises

 Deformação volumétrica

 Deformações cisalhantes

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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS
DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E
REJEITOS

Métodos construtivos de barragens de terra e enrocamento

PROFESSOR: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira


Métodos construtivos de barragens de Terra
 Para a seleção de métodos construtivos, na execução de uma barragem de terra ou de
enrocamento, diversos métodos devem ser considerados, incluindo-se:
• Plano de escavação das jazidas;
• Processamento dos materiais;
• Transporte;
• Espalhamento no maciço da barragem;
• Controle da umidade;
• Compactação;
• Controle de qualidade,
• etc.
 Muitas variáveis devem ser levadas em consideração, antes da seleção dos métodos de
construção. Dever-se-á dispor de maior quantidade de tipos de equipamentos, à medida
em que forem utilizados diferentes tipos de materiais, obtidos a partir de diferentes jazidas
e/ou profundidades, transportados através de estradas de rampas variadas, maior
zoneamento da barragem, diferentes espessuras de lançamento das camadas, etc.

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Métodos construtivos de barragens de Terra
 Na maioria das obras, à empreiteira é dada grande liberdade na escolha dos
equipamentos a serem empregados na construção;

 Entretanto, em alguns casos, o equipamento pode ter um grande efeito sobre as


propriedades finais do maciço da barragem, havendo necessidade de se impor
algumas restrições nos tipos a serem usados;

 Por exemplo. na escavação da jazida, um equipamento que escava em lances mais


profundos provoca a mistura dos materiais situados em níveis diferentes, o que vai
influir nas características da seção transversal da barragem;

 um equipamento que escava em pequena profundidade, requer que a escavação se


dê em grandes áreas. o que resulta em maior exposição do material ao tempo que, em
certos caso, pode ser interessante para facilitar a correção da umidade excessiva.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Métodos construtivos de barragens de Terra
 As operações básicas para a construção do maciço de uma barragem são:

• Escavação;

• Transporte;

• Espalhamento;

• Separação de materiais;

• Correção da umidade;

• Homogeneização;

• Compactação.

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Escavação
 São ações voltadas á movimentos de terra relativas a extração do solo de um
meio com finalidade de implantação de fundação, sistemas de drenagem,
materiais construtivos, etc.
 A escavação é usualmente executada por meio de:
• Escavadeiras;
• Pás carregadeiras;
• Dragas;
• "scrapers“;
• "loaders“;
• etc.
 Cada equipamento oferece certas vantagens e, geralmente, diversos tipos
podem ser usados em uma mesma obra.

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Escavação – Escavadeiras e Pás carregadeiras
• São os equipamentos mais comuns de escavação.
Nas jazidas de terra, em que as características dos
materiais variam com a profundidade, a escavação
realizada através desses equipamentos proporciona
a mistura dos solos e da sua umidade;
• Pode-se controlar, grosseiramente, as
porcentagens dos materiais desejados, através da
variação da profundidade de corte;
• Esse efeito de mistura de materiais também pode
ser conseguido no caso de enrocamentos,
programando-se as alturas das bancadas de
desmonte nas pedreiras;
• Após o desmonte, estes equipamentos conseguem
promover a mistura dos diferentes tipos ou
graduação das rochas, para a obtenção do produto
desejado.

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Escavação – Dragas de arrasto ( “ Drag-line”)
 As dragas de arraste têm uso menos frequente, apesar de poder trabalhar em quase todos
os lugares onde não operam as escavadeiras;

 Entretanto, são muito lentas e não produzem uma mistura satisfatória dos materiais em um
corte vertical. Não são aplicáveis a materiais de enrocamento e solos de consistência dura;

 A sua principal vantagem é que podem trabalhar acima do poço de escavação, sendo mais
empregadas quando os materiais são muito úmidos e não apresentam capacidade de
suporte para as escavadeiras;

 Possuem esteiras bem largas, conduzindo a pressões mínimas sobre o solo;

 Abertura de grande valas com grandes dimensões e desde que não haja escoramento,
usando –se caimentos convenientes.

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Escavação - Dragas
Draga de arraste
 As dragas de arraste são especialmente utilizadas na
escavação submersa de areias e de cascalhos, sem
necessidade de rebaixamento do lençol freático.
 Em certos casos, os materiais precisam ser empilhados,
para a eliminação do excesso de umidade, antes da sua
utilização.
Draga de sucção
 São utilizadas somente em escavações
subaquáticas, principalmente para a obtenção de
materiais granulares (areias e cascalhos), para a
construção de filtros e transições;
 Este equipamento é também empregado na
construção de aterros hidráulicos, o que traz uma
grande redução no custo do transporte, pois os
materiais são lançado diretamente na área do
maciço da barragem.

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Escavação – Motoscraper Convencional
 O motoscraper é uma particularidade do Scraper, conhecido como “ Scraper automotriz”, onde um
único eixo se apoia sobre um rebocador de um ou dois eixos, através de um pescoço;
 A montagem permite ganho de aderência entre as rodas motrizes;
 Acionamento dos movimentos do “Motoscraper” é feito através de pistões hidráulicos que permitem
os movimentos de abaixar e levantar;
 Distâncias médias e grandes, terreno compacidade média ou baixa, rampas até 10 %,
terrenos bom suporte e afundamento < 15% (baixa resistência ao rolamento).

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Escavação - Scrapers
 Os "scrapers" são equipamentos que têm a capacidade de realizar as operações de escavação,
transporte e espalhamento;
 Podem operar a baixa velocidade, quando puxados por trator de esteira ou mais rapidamente,
quando puxados por "cavalo" de pneus;
 Os primeiros servem principalmente para raspagem e limpeza das áreas de empréstimo e somente
são usados em escavação quando a distância de transporte é muito curta;
 Os últimos geralmente requerem o uso de tratores,
para auxiliar na operação de carregamento. São
frequentemente utilizados quando existe alguma
distância de transporte;
 Os "scrapers" apresentam a vantagem de
praticamente não requererem operação de
espalhamento, lançando o material em camadas,
quase prontas para a compactação;
 Como os "scrapers" escavam o solo em camadas finas, não são eficientes na mistura de
materiais, sendo, portanto, mais recomendáveis para trabalhar em áreas de empréstimo onde os
solos são uniformes ou onde se deseja escavar seletivamente os materiais, em jazidas
estratificadas.
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Escavação - Loaders
 Quando as áreas de empréstimo são amplas, com topografia plana, constituídas de materiais
uniformes, a escavação por meio de "loaders" constitui o processo mais econômico e rápido
de trabalho;
 Entretanto, se a área de empréstimo é curta, a produção cai verticalmente, impossibilitando
que a escavação seja feita continuamente, requerendo frequentes operações de retorno, para
a retomada da bancada de escavação;
 Este tipo de equipamento não pode ser utilizado se for requerida escavação seletiva ou
misturas programadas dos materiais de empréstimo.
 Dependendo da consistência do material, podem ser requeridos um ou dois tratores para
operar a "loader". A eficiência de escavação é muito prejudicada, quando há ocorrência de
matacões nas áreas de empréstimo.

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Transporte
 O transporte dos materiais pode representar uma parcela considerável no custo do
maciço da barragem e, muitas vezes, recorre-se ao aproveitamento de jazidas mais
próximas, mesmo que estas sejam de qualidade inferior;
 Os equipamentos de transporte devem ter características que tornem fáceis e rápidas as
operações de carga e descarga. Por outro lado, o tipo de equipamento de transporte
exerce pouca ou nenhuma influência sobre as propriedades do material ou do produto
acabado;
 Todavia, quando se utilizam equipamentos pesados, é preciso orientar o tráfego sobre o
aterro, de forma a evitar a supercompactação, que dá origem à laminação nas
camadas onde há concentração do tráfego.
 Outra alternativa para tratar este problema, é obrigar que o tráfego se concentre em
uma faixa localizada, retrabalhando posteriormente as camadas afetadas pela
supercompactação;
 Os principais tipos de equipamentos de transporte são: caminhões basculantes, vagões,
"scrapers", correias transportadoras, calhas ou tubulações, etc, e a sua escolha, em
certos casos, fica condicionada ao tipo.
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Transporte – Caminhão basculante (“Fora-de-estrada”)
 Existem diversos tipos e tamanhos de caminhões, que podem bascular para frente, para traz,
ou para o lado, a sua carga.
 A escolha do tipo a ser adotado depende principalmente das dimensões da obra, do tipo de
material, do volume do aterro, da necessidade ou não de grande produção, da distância de
transporte e das rampas a serem vencidas;
 Os denominados "fora de estrada" são caminhões reforçados, projetados para suportar os
choques que ocorrem durante a carga e a descarga de grandes blocos de enrocamento;
 Devido à baixa relação entre o peso da carga e o do caminhão, os custos diretos de sua
utilização são muito elevados, se forem utilizados para o transporte de solo. Como eles têm
maior potência por tonelada de carga, são especialmente recomendados para transporte em
estradas com rampas íngremes.

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Transporte – Vagões
 São equipamentos com basculamento de fundo, de grande capacidade, utilizados para
transporte de materiais terrosos, podendo ser operados com altas velocidades.
 O seu carregamento é feito por meio de "loaders" e a descarga se faz com o vagão em
movimento, resultando uma leira extensa, que pode ser espalhada por trator de esteira
ou motoniveladora de grande porte.
 Devido ao seu grande peso, o trajeto sobre o aterro da barragem deve ser controlado,
a fim de se evitar a ocorrência de laminações. Além disso, deixa lisa a superfície por
onde passa, requerendo escarificação contínua do aterro, para melhorar o contato
entre as camadas.

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Transporte – Correias transportadoras
 Este tipo de equipamento tem sido utilizado em poucas barragens, para o transporte
dos materiais de empréstimo;
 Apresenta vantagens em locais de topografia acidentada, quando existe grande
diferença de nível entre a área de empréstimo e a barragem e o custo de construção
e de manutenção das estradas de acesso é muito elevado;
 Para a melhor distribuição do material na área da barragem, o trecho final da correia
pode ser construído de forma a permitir a rotação em torno de um pivô, lançando o
material em diversos pontos do aterro ou do enrocamento;
 Na saída, pode-se também instalar uma central, para carregamento de caminhões.

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Transporte – Calhas e tubulações
 Na execução de aterros hidráulicos, o transporte do material da área de empréstimo até a
barragem pode ser feito na forma de lama, através de calhas ou de tubulações.
 As calhas são usadas quando existe diferença de nível entre os dois locais, sendo a lama
Transportada por gravidade. As tubulações são usadas quando há necessidade de
bombeamento.
 Este tipo de transporte é muito utilizado na construção de barragens para contenção de
rejeitos, quando se utiliza o próprio rejeito como material de construção.
 Antes do seu lançamento, o rejeito pode passar por hidro ciclones, que separam as partículas
grossas, que são aproveitadas na construção da barragem, das partículas mais finas, que são
lançadas no reservatório.

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Espalhamento
 O material é lançado sobre a superfície do maciço, em camadas, pilhas ou leiras. As pilhas e
leiras são espaçadas, de forma a serem espalhadas por trator de lâmina ou motoniveladora,
formando uma camada com a espessura desejada, sem necessidade de conduzir o material a
grandes distâncias;
 O espalhamento do material deve ser feito em direção paralela ao eixo da barragem (assim
como a compactação), para se evitar a formação de eventuais caminhos preferenciais de
percolação na direção montante-jusante;
 A espessura de espalhamento depende do tipo de material, do equipamento
compactador e, às vezes, do número de passadas para a compactação;
 Deve ser determinada de forma a não resultar elevado gradiente de compactação em toda a
altura da camada, isto é, não deve haver variação sensível no valor da massa específica do
solo, desde o topo até a base da camada e satisfazendo aos requisitos quanto ao grau de
compactação desejado;
 Como a espessura da camada de solo lançado pode ser afetada sensivelmente pela
passagem dos equipamentos de transporte carregados, as especificações de construção
costumam fixar valores para a espessura medida após a compactação.

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Espalhamento - Motoniveladora
 São equipamentos que apresentam grande mobilidade da lâmina de corte e
precisão de movimentos e seu posicionamentos nas situações mais diversas;
 As lâminas podem ser anguladas em relação a um eixo vertical;
 Entre a lâmina e o eixo dianteiro possui um escarificador utilizado para romper o
romper o solo compacto ou uma camada antiga de pavimentação;

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Espalhamento – Trator de esteira
 Nas barragens de enrocamento com núcleo de terra, o espalhamento do enrocamento deve
ser conduzido, de forma a providenciar que os blocos maiores fiquem afastados e os menores
próximos ao núcleo, para melhorar as condições de transição entre os dois tipos de materiais.
Pra isto se utiliza os tratores de esteira;
 O trator de esteira ( Unidade escavo empurradora) que tem a capacidade de escavar e
empurrar o solo;
 Nos materiais de serem escavados, o empuxo aumenta bastante a eficiência da operação de
corte, resultando em aumento de produção.

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Segregação e mistura de materiais
 Na construção de aterros devem ser removidos os blocos de rocha ou
matacões de dimensões maiores que a espessura das camadas, para
não prejudicarem a sua compactação;
 Dependendo da porcentagem de ocorrência, esses materiais podem ser
removidos no próprio aterro ou antes do seu lançamento na barragem;
 A primeira hipótese somente é aplicável quando a porcentagem de
blocos ou matacões é reduzida, realizando- se esta operação por meio
de uma grade, colocada em substituição à lâmina do trator ou mesmo
manualmente, se este procedimento for viável;
 Em caso contrário, a separação deve ser feita através de uma usina de
peneiramento, sendo os materiais graúdos aproveitados em outra zona
da barragem, fora do aterro.

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Segregação e mistura de materiais - Peneiramento
 Peneiras vibratórias mecânicas também comumente referidas como separadores
giratórios ou máquinas de triagem, são uma parte tradicional de processamento de pós
de granéis sólidos.
 Eles classificam os materiais, separando-os por tamanho de partícula através de uma
malha de tela.
 Usando uma combinação de movimentos horizontais e verticais por meio de um motor
vibratório, espalham o material sobre uma tela em padrões de fluxo controlado.

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Correção de umidade
 A correção da umidade do material do aterro, antes de sua compactação, deve ser feita
predominantemente na área de empréstimo. Na área da barragem, devido às
dificuldades de homogeneização, deve ser previsto apenas o ajuste final, de, no
máximo, 1 %;
 Para compensar as perdas de umidade durante o transporte e o lançamento, o material
deverá ser escavado com cerca de 1 % acima do teor desejado;
 Estes procedimentos garantem melhor homogeneização do aterro e maior eficiência de
compactação;
 Quando a diferença entre a umidade natural na área de empréstimo e a desejada é
muito grande, as operações de correção da umidade, seja por irrigação, seja por
aeração, devem ser iniciadas com bastante antecedência em relação à de escavação;
 Nos casos em que é necessário acréscimo de umidade, este se faz por meio de:
• caminhões-pipa;
• grandes tanques puxados por "cavalos de scraper“.

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Correção de umidade
 Na construção de enrocamentos, é recomendável proceder-se à molhagem do
material, para a remoção dos finos dos contatos entre os blocos, para minimizar
os recalques que ocorrem após a construção;
 Além disso, a molhagem provoca, em certos tipos de rocha, a diminuição da sua
resistência e, consequentemente, a quebra dos cantos dos blocos nos contatos,
contribuindo também para a antecipação dos recalques;
 Esta molhagem é feita através de monitores, sendo utilizado um volume de água de
cerca de 25 % do volume de enrocamento.

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Correção de umidade - Gradeamento
 Quando o material de aterro se apresenta com excesso de umidade, o que ocorre
principalmente após os períodos de chuva, a secagem é feita através de sua exposição ao
sol, auxiliada por gradeamento contínuo da camada superficial.
 Se ocorreu chuva intensa ou prolongada, quando a superfície do aterro se encontrava
revolvida, pode resultar em acréscimo tão elevado do teor de umidade, que será necessária a
remoção de toda a camada solta, para o reinicio dos trabalhos após as chuvas;
 A fim de se minimizar estes problemas, na iminência de chuvas, é uma boa prática o
alisamento da superfície do aterro ("selagem"), por meio de um rolo.

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Homogeneização
 Esta operação é geralmente utilizada antes da compactação, para garantir uma mistura
perfeita, entre o material solto, remanescente da camada inferior e o da camada lançada,
como também a uniformização da umidade em toda a espessura da camada. Este
procedimento garante maior eficiência e uniformidade de compactação.
 A homogeneização é executada por meio de uma grade de discos, puxada por trator de
pneus, que geralmente permanece trabalhando continuamente a camada, enquanto são
ultimados os serviços de espalhamento e acerto da sua espessura.

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Compactação
 Os procedimentos para compactação e controle de um aterro são diferentes dos
utilizados na construção de um maciço de enrocamento;

 Geralmente, as especificações para a construção de aterros estabelecem as condições


para a aceitação do produto acabado, ficando a critério da empreiteira a escolha do
equipamento de compactação e do número de passadas, para se chegar ao resultado
desejado;

 O tipo de equipamento a ser usado e o número de passadas requeridas dependem do


tipo de material e da espessura da camada de compactação;

 Os materiais impermeáveis são usualmente compactados por rolos pé-de-carneiro ou


rolos pneumáticos, enquanto que os materiais permeáveis e granulares podem ser
compactados por rolos vibratórios e até mesmo por trator de esteira, auxiliados por
molhagem intensiva.

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Compactação – Tipos de equipamentos
 Atualmente existe uma grande variedade de compactadores. para cada tipo
acima mencionado, puxados por diferentes tipos de equipamentos:

• Rolos pé-de-carneiro;

• Rolos do tipo "tamping“;

• Rolos pneumáticos pesados, de pneus grandes;

• Rolos vibratórios (tambor liso ou do tipo "tamping“);

• Compactadores manuais;

• Placas vibratórias.

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Compactação – Rolo pé-de-carneiro
 Este tipo de rolo e sua denominação tiveram origem na constatação de que os animais
caminhando sobre uma superfície de terra produzia razoável compactação;
 O termo pé-de-carneiro foi inicialmente usado para os rolos cujas patas apresentavam uma
saliência arredondada nas extremidades. Atualmente, esta denominação é utilizada para os
diferentes tipos de rolos metálicos, com patas;
 Os pesos dos rolos e as dimensões das patas são as mais variáveis e o tipo mais
padronizado é o especificado pelo U. S. Bureau of Reclamation;
 São usados para compactação de solos com matriz argilosa, em camadas com espessura
variando entre 15 e 30 cm;

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Compactação – Rolo pé-de-carneiro (Recomendações)
 Os tambores não devem ter menos que 1,50 m de diâmetro, comprimento entre 1,20 e
1,80 m, com espaço entre dois tambores adjacentes de 30 a 45 cm;
 Cada tambor deve ser independente, para poder girar em torno de um eixo paralelo à
direção do tráfego;
 Deve haver uma pata para cada 650 cm2 de superfície do tambor; o espaço entre os
pés deve ser maior ou igual a 22,5 cm; o comprimento dos pés deve ser de, no
mínimo, 22,5 cm;
 A seção transversal dos pés, a uma distância de 15 cm da superfície do tambor deve
ser de 65 cm2 e não pode ser menor que 45 cm2, nem maior que 65 cm2, a uma
distância de 20 cm dessa superfície;
 O peso do rolo, quando totalmente carregado, com areia e água, não deve ser menor
que 6 toneladas, por metro de tambor;
 Os rolos devem ser providos de limpadores, para evitar que a terra fique aderida entre
as patas, o que seria prejudicial à compactação.

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Compactação – Rolo Pneumático
 São atualmente muito utilizados, principalmente na construção de aterros de
estradas, os rolos pneumáticos auto-propulsados. São mais leves (10 a 35 ton) e
apresentam grande facilidade de manobras;

 Aplicados para solos siltes arenosos, argilas arenosas e areias com pedregulhos;
a espessura da camada varia entre 10 e 20 cm;

 Os pneus são menores, as rodas articuladas, dispostas em dois eixos: três


dianteiras e quatro traseiras ou quatro dianteiras e cinco traseiras;

 A pressão dos pneus varia entre 50 e 120 libras/pol², podendo ser controlada
com o rolo em marcha, permitindo aumentar a área de contato pneu-solo,
quando a camada ainda está fofa e diminuí-la, à medida em que vai aumentando
o grau de compactação com o número de passadas.

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Compactação – Rolo Pneumático
 São equipados com 4 rodas pneumáticas, dispostas lado a lado;
 Os pneus têm capacidade de operar com pressão variando entre 80 e 100
libras/Pol²;
 As rodas têm eixos independentes entre si e de forma a que recebam cargas iguais,
quando o rolo está sendo puxado; a carga mínima é de 12 toneladas por roda;
 O espaçamento entre as rodas deve ser tal que a distância entre os pneus não seja
maior que a metade de sua largura, quando totalmente carregados.

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Compactação – Rolo vibratório
 Os rolos vibratórios são usados, principalmente, na compactação e adensamento de
materiais granulares (aproximação rápida das partículas);
 Podem ser rebocados ou auto-propulsados, com tambores lisos ou corrugados. A
frequência de vibração é variável, podendo-se adapta-la. para resultar melhor
eficiência de compactação, em função do tipo de material;
 Na compactação de enrocamentos têm sido mais utilizados os rolos de 10 toneladas
que, com a vibração, introduzem impacto dinâmico, chegando a carga a atingir 25
toneladas;
 O princípio de funcionamento é baseado no acionamento da massa móvel colocada
de forma excêntrica em relação à um eixo, que consequentemente provoca vibrações
(frequências entre 1000 a 4800 ciclos por minuto) que se propagam no tambor e por
sua vez no terreno;
 Maiores rendimentos em velocidades mais baixas;
 Os enrocamentos são compactados em camadas de 60 a 100 cm e, os aterros, de 15
a 30 cm de espessura.

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Compactação – Rolo vibratório

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Compactação – Rolo Tamping
 São rolos semelhantes ao pé-de-carneiro, com patas curtas e largas, auto-
propulsados ou puxados, vibratórios ou não;
 Podem operar com eficiência a maiores velocidades (15 a 20 km/h), enquanto
que os pé-de-carneiro tradicionais operam somente em baixas velocidades (4 a 6
km/h).

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Compactação – Placa vibratória
 De um modo geral são utilizadas para solos granulares e soltos como areia, britas,
pedras de pavimentação e asfaltos;
 Em barragens de terra, as placas vibratórias são utilizadas para a compactação de
filtros em chaminé, e o método construtivo destes consiste em se escavar uma vala no
aterro, para o seu preenchimento com areia; a espessura das camadas é da ordem de
30 cm, molhando-se intensamente a areia à medida em que a placa vibratória vai se
aproximando para a sua compactação.

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Compactação – manual
 São utilizados para compactação de solo, nas primeiras camadas de fundação
em rocha e em locais de difícil acesso aos equipamentos pesados, tais como:
• Junto a estruturas de concreto;
• Proximidades da instrumentação, para prevenir contra eventuais danos que
possam ser causados pelos rolos pesados.
 Podem ser acionados por ar comprimido ou por motores a gasolina; a espessura
das camadas é da ordem de 10 cm.

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Compactação – Solos x Equipamentos (Aplicação)

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Compactação – Solos x Equipamentos (Eficiência)

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Compactação – Enrocamentos
 Até a década de 60 - A maioria das grandes barragens de enrocamento era
construída com blocos de rocha sã, lançados em camadas de espessura variável
entre 5 e 30 metros, lavados com água na proporção entre 2:1 e 4:1, em volume
(água/enrocamento). → Evitar recalques excessivos e desiguais.
 A partir da década de 70 - Houve a necessidade de minimizar os recalques do
espaldar de montante, para não prejudicar a estanqueidade da laje apoiada
sobre este paramento. → Os enrocamentos passaram a ser compactados com
rolos vibratórios, em camadas de 60 a 90 cm de espessura. Esta prática permitiu
o aproveitamento de ampla faixa de materiais rochosos, tais como, rochas moles,
com certa quantidade de finos, que não eram tolerados nos enrocamentos
simplesmente lançados.
 Atualmente, as barragens de enrocamento são predominantemente construídas
em camadas compactadas.

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Construção de elementos filtrantes
 O tapete drenante, do sistema de drenagem interna da barragem, geralmente fica
apoiado sobre a superfície da fundação, sendo constituído de camadas múltiplas, de
materiais filtrantes e drenantes, de permeabilidade elevada, para permitir o escoamento
das águas que percolaram através da fundação e da barragem;

 Quando a superfície da fundação é horizontal


ou pouco inclinada, o tapete é construído em
camadas, que são compactadas por meio de
rolos vibratórios ou tratores de esteira,
imediatamente após intensa molhagem;
 Quando a superfície tem forte inclinação,
como nas ombreiras, a construção do tapete
é conduzida juntamente com o aterro, em
pequenos lances, sendo a sua compactação
feita por meio de placa vibratória ou de rolo
pneumático.

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Construção de elementos filtrantes
 Os filtros em chaminé, verticais ou inclinados, geralmente são constituídos de um
único material, na maioria das barragens, de areia grossa natural. Sua espessura
é da ordem de 1 metro, geralmente adotada em função da mínima dimensão
requerida para a sua construção.

 Podem ser construídos em camadas finas, de espessura igual a uma ou duas


vezes à espessura do aterro, lançadas antes e compactadas juntamente com
este, por meio de rolo vibratório ou pneumático;

 Também podem ser construídos após o aterro ter atingido uma certa espessura,
da ordem de 1 a 2 metros, por escavação deste e substituição por material de
filtro, sendo compactado em camadas, por meio de placa ou de pequeno rolo,
vibratórios.

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Construção de elementos filtrantes
Escavação do aterro Construção paralela
(Filtros verticais) (Filtros inclinados)

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Construção de elementos filtrantes (Transição)

 Os materiais de transição são compactados com rolos vibratórios ou


pneumáticos, tomando-se precauções para que o aterro adjacente à
transição não fique sem compactação.

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Construção do Rip-Rap

 Após a construção de uma certa espessura de aterro. Toda a terra solta


sobre a face do talude é raspada, por meio de um trator de lâmina e
espalhada sobre a superfície do aterro;
 A seguir, é lançada a camada de transição e o "rip-rap“;
 Quando se dispõe de enrocamento bem graduado, pode-se construir o
"rip-rap" sem camada de transição, adotando-se a técnica de espalhar o
enrocamento de cima para baixo, com a lâmina do trator abaixada, que
vai sendo gradativamente levantada à medida em que o trator vai
descendo pela superfície do talude;
 Assim, consegue-se fazer com que o material mais fino fique em contato
com o aterro, que servirá de transição para os grandes blocos, a serem
colocados no lance seguinte de construção do "rip- rap".

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Construção do Rip-Rap

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Sequência construtiva – Pequena Barragem (MG)
Construção da fundação

Abertura de vala Preenchimento com solo argiloso Compactação

Construção do aterro
Transporte + espalhamento Umedecimento Compactação

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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS
DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E
REJEITOS

Instrumentação e análise de desempenho

PROFESSOR: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira


Instrumentação – Aspectos Históricos
 Segundo Smiderle (2014) a evolução histórica da instrumentação segue o
seguinte cronologia:
Período Principais características da instrumentação
Até 1920 Instrumentação praticamente inexistente
1920 e 1930 Observação eventual de subpressões, vazões de drenagem e deslocamentos superficiais.

1940 e 1950 Medições de pressão neutra e de deformação, porém com instrumentos de pouca confiabilidade.

Primeiras obras com medições de deslocamentos horizontais com inclinômetros e com


1960
instalação de células de pressão total em aterros.

Medições de tensão e deformação. Os instrumentos de medição ganham confiabilidade. O


1970 método dos elementos finitos passa a ser aplicado em análises paramétricas de projeto e na
análise dos dados.
Desenvolvimento de instrumentos nacionais, exceção feita aos inclinômetros e piezômetros de
1980 corda vibrante. Início da aplicação generalizada dos recursos da informática para projeto e
análise.
Aperfeiçoamento dos instrumentos de medição e informatização das fases de coleta,
1990 transmissão, processamentos e análise dos dados. Automatização da instrumentação de
algumas barragens.
Aperfeiçoamento das técnicas de medição.
2000
Aquisição remota de dados, com uso de satélites espaciais
Muitos instrumentos elétricos e pneumáticos instalados nas décadas de 60 e 70 danificaram e
2010 alguns estão substituídos. A retro análise dos dados de leitura da instrumentação e a reavaliação
do comportamento das estruturas é cada vez mais comum.

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Instrumentação
 Segundo o Department of Natural Resources and Mines (2002) o sistema de
instrumentação:
• É uma das principais formas de avaliação das condições de segurança de uma
determinada barragem;
• Pode ser definida como a aquisição, apresentação e avaliação de informação
oriunda de dispositivos de medição instalados em barragens ou próximo às
mesmas;
 As leituras de instrumentação e monitoramento de performance devem ser
realizadas durante:
• A construção;
• Primeiro enchimento;
• Operação inicial (chamada de comportamento a curto prazo) ;
• e Durante o período de operação (denominado comportamento a longo prazo).

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Instrumentação
 Os instrumentos colocados em uma barragem ou em sua fundação podem fornecer
informações importantes permitindo a adaptação e a revisão do projeto e indicando
medidas necessárias para eventuais correções, além de fornecer dados e
parâmetros para o projeto de outras barragens, que não são passíveis de serem
obtidos exclusivamente através da teoria e/ ou de resultados de ensaios de
laboratório.

 Os parâmetros citados podem ser quantificados através de diferentes tipos de


instrumentos, como piezômetros, medidores de nível d’água, medidores de vazão,
marcos superficiais, medidores de recalque e células de pressão total;

 Para barragens de terra e/ou enrocamento existentes com riscos potenciais


significantes, são recomendadas as seguintes medições: inspeções visuais, nível do
reservatório, nível de jusante, vazões de drenagem, infiltração e vazamento,
poropressão e subpressão (nas estruturas de concreto).
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Instrumentação - Limitações
 Cruz (1996) lista uma série de limitações da instrumentação, entre as quais
podem ser citadas:
• A instalação do instrumento pode ser conduzida de tal modo que altere as
condições prevalecentes no local, obtendo-se um valor falso que não condiz
com a realidade;
• Após a instalação, vários tipos de medidores não permitem uma verificação
completa do funcionamento dos mesmos;
• Na maioria dos casos os instrumentos indicam um comportamento médio das
estruturas, suprimindo os extremos de comportamento, os quais podem
constituir dados de grande importância;
• Alguns tipos de instrumentos são susceptíveis a danos irreparáveis, como
no caso de atravessarem zonas submetidas a deslocamentos concentrados ao
longo de uma superfície, ou camada de espessura relativamente pequena,
causando o cisalhamento dos mesmos.

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Instrumentação – Limitações
 Envelhecimento das barragens

America’s Ageing Dam Infrastructure


(Percentage of dams over 50 years old)

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Instrumentação – Instrumentação x Inspeções visuais

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Instrumentação – Aspectos do desempenho
 A instrumentação é utilizada para a realização de medições, e cada medida
realizada envolve erros e incertezas;

 Quando da seleção de um instrumento, o usuário deve inicialmente avaliar as


suas características de desempenho nos catálogos, de modo a julgar sobre a
sua adequabilidade;
 A compreensão do desempenho é de
relevante importância para a obtenção
de bons resultados. Dentre as
principais características dos
instrumentos estão o campo de leitura,
a resolução, a precisão, a acurácia e a
repetibilidade.

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Instrumentação – Características Básicas
 Conformidade - Em condições ideais, a presença de um instrumento de medida
não deve alterar o valor do parâmetro a ser medido;

 Acurácia - Representa o grau de aproximação de uma medida em relação ao


valor real (absoluto) da grandeza medida. Acurácia é sinônimo de grau de
exatidão. A acurácia de um instrumento é avaliada durante sua calibração (valor
padrão);

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Instrumentação – Características Básicas
 Precisão - Representa o teor de aproximação de cada número de uma série de
medições similares, em relação à média aritmética. Precisão é sinônimo de
reprodutibilidade ou repetibilidade. É comum se expressar a precisão como um
número;

 Resolução - Representa a menor divisão no mostrador do instrumento. É a


menor variação do parâmetro medido, que pode ser detectada pelo instrumento,
sendo, normalmente, muitas vezes menor do que a precisão do instrumento,
nunca devendo ser expressa como um valor;

 Span - Representa a diferença algébrica entre a leitura mínima e máxima que


pode ser realizada pelo instrumento;

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Instrumentação – Características Básicas
 Repetibilidade - Representa o ajuste na concordância de um número de
medições consecutivas, uns com os outros, sob mesmas condições de operação;

 Linearidade - É representada graficamente, de tal modo que as diferenças entre


as linhas reta e curva sejam mínimas, o afastamento entre as mesmas (“gap”) é
uma medida da linearidade

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Instrumentação – Características Básicas
 Repetibilidade - Representa o ajuste na concordância de um número de
medições consecutivas, uns com os outros, sob mesmas condições de operação;

 Linearidade - É representada graficamente, de tal modo que as diferenças entre


as linhas reta e curva sejam mínimas, o afastamento entre as mesmas (“gap”) é
uma medida da linearidade

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Instrumentação – Características Básicas
 Histerese - Representa o ajuste na concordância de um número de medições
consecutivas, uns com os outros, sob mesmas condições de operação;

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Instrumentação – Características Básicas
 Dunniclif (1993) levanta possíveis erros de leituras, causas e maneiras de
corretivas:

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Instrumentação – Monitoramento

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Instrumentação – Medidor de nível d’ água
 É constituído por um tubo perfurado de PVC, envolvido por material granular adequado e/ou
por manta de geotêxtil, instalado dentro de um furo de sondagem;
 Permite a medida do nível d'água, introduzindo-se dentro do tubo um cabo elétrico com
pequena sonda e, quando esta entra em contato com a superfície da água. há passagem de
uma corrente elétrica, que é detectada na superfície por um amperímetro;
 O cabo é graduado em centímetros, o que permite calcular a cota do nível d'água. pela
diferença entre a cota do topo do tubo e o comprimento do cabo.

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Instrumentação – Piezômetro de tubo aberto (standpipe)

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Instrumentação – Piezômetro Stand pipe
 São instrumentos dos mais confiáveis e robustos, para a observação das subpressões ou
poropressões, me barragens de terra, em função de sua simplicidade, baixo custo e ótimo
desempenho em longo prazo, apresentando vida útil compatível com a barragem;
 Neste piezômetro a água passa pelos poros através do filtro do bulbo drenante do
instrumento até atingir o equilíbrio com as poropressões correspondente, então a altura da
água acima do bulbo do instrumento
 Os procedimentos para instalação
dos piezômetros Stand pipe
envolvem perfuração e furos de
sondagem, na qual constam de
operações de limpeza do furo,
colocação e trecho de areia no bulbo
do instrumento, saturação do tubo
poroso, instalação do instrumento e
preenchimento com areia ao redor
da ponteira.

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Instrumentação – Piezômetro Stand pipe
 A tubulação dos piezômetros stand pipe geralmente é confeccionada em pvc com conexões
entre tubos normalmente rosqueadas, devendo-se assegurar a boa vedação das mesmas
com veda roscas ou com colas adesivas apropriadas;
 Para uma boa vedação, acima do bulbo do instrumento deve-se empregar bentonita com
pelos menos 0,50m, colocando-se a seguir uma mistura de solo-cimento ( fração de cimento
de 10%da mistura)

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Instrumentação – Piezômetro Tubo Fechado
 Quando houver pressões elevadas a ponto de se atingir um artesianismo do nível freático,
utiliza-se um manômetro na “boca” do tubo:

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Instrumentação – Piezômetro Hidráulico
 É constituído de uma célula, com uma pedra porosa, que é instalada no aterro, quando a
superfície deste se encontra pouco acima do nível de instalação. A célula é conectada, por
um par de tubos, a um terminal, localizado geralmente no talude de jusante da barragem,
onde é construída uma cabine de leituras.
 As pressões neutras reinantes no aterro, em contato com a célula, são transmitidas, através
dos tubos, saturados, aos manômetros montados no terminal. Circulando-se água deaerada
através do sistema, pode-se remover bolhas de ar nele existente.
 Em cada terminal, podem ser ligados diversos piezômetros, de uma mesma seção da
barragem, instalados ou não no mesmo nível.

 As medidas de pressões são feitas mediante


a abertura dos registros que conectam cada
um dos tubos provenientes do piezômetro
hidráulico ao medidor extremo, aguardando-
se a completa estabilização das mesmas

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Instrumentação – Piezômetro Pneumático
 O princípio de funcionamento é semelhante ao do piezômetro hidráulico, apenas que o fluido
utilizado para transmitir as pressões até o terminal é um gás, em vez da água;
 A pressão neutra transmitida através da pedra porosa da célula provoca a deflexão de uma
membrana flexível, abrindo uma válvula;
 Aplicando-se pressão com o gás, pela tubulação de entrada, provoca-se um fluxo através da
válvula e da tubulação de saída, que é conectada externamente a um manômetro. A pressão
é aumentada, até que fique igualada à pressão neutra do aterro, quando então ocorre o
fechamento da válvula;
 Se a pressão na tubulação de entrada for
aumentada, não ocorrerá fluxo através da
válvula, permanecendo a pressão na
tubulação de saída igual a pressão neutra no
aterro da barragem.

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Instrumentação – Piezômetro Pneumático

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Instrumentação – Piezômetro elétrico
 A pressão neutra transmitida através da pedra porosa da célula provoca a deflexão de um
diafragma flexível. Esta pressão hidráulica é equilibrada pela aplicação de pressão
pneumática (piezômetro elétrico-pneumático), no outro lado do diafragma;
 A posição de equilíbrio do diafragma é indicada através de um circuito elétrico, que se fecha,
quando a pressão pneumática contrabalança a pressão da água;
 Consiste em um dispositivo
cilíndrico metálico dotado de pedra
porosa e diafragma, instrumentado
com extensômetros elétricos de
resistência;
 A pressão externa aplicada ao
diafragma fornece uma saída
elétrica proporcional, que é lida.

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Instrumentação – Piezômetro elétrico

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Piezômetro de corda vibrante
 São constituídos por um corpo cilíndrico de aço inox, alojado internamente uma pedra porosa
e uma membrana de aço inox, em cuja face é ficado um fio de aço (corda) tensionado e
passando através de um eletro-imã;
 A blindagem dos cabos elétricos de conexão entre a célula piezométrica e o medidor externo
constitui procedimento fundamental para garantir a integridade do instrumento contra efeitos
de sobretensão e/ou descargas elétricas;
 A água intersticial passa através da pedra porosa
e impõe uma determinada deformação ao
diafragma afetando a tensão da corda que passa
a vibrar;

 Esta vibração do fio induz na bobina magnética


do eletro-imã uma oscilação elétrica de cabos
elétricos blindados;

 As medições das frequências de oscilação de


corda vibrante são correlacionadas diretamente
as poropressões atuantes sobre o diafragma.

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Instrumentação – Tempo de resposta dos Piezômetros

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Instrumentação – Marcos superficiais
 Consiste em blocos de concreto que permitem o monitoramento de recalques superficiais e
translações horizontais durante o período construtivo e operacional de uma estrutura de
barragem;
 Do ponto de vista da instalação, são colocados ao longo da crista e bermas a jusante
equidistantes, em média, de 40 a 100 m;
 Também podem ser instalados no talude de montante, quando se quer monitorar os
deslocamentos durante o período construtivo, devido o enchimento do reservatório ou
variação do nível;

 São construídos com vergalhões de


aço CA-50 de 40mm de diâmetro e
1,1 m de comprimento. Na parte
superior é instalada uma semiesfera
de 15mm de diâmetro. Esta estrutura
é então chumbada com um bloco de
concreto com 0,3m de diâmetro e
1,2m de profundidade.
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Instrumentação – Marcos superficiais
 Os recalques são obtidos através de nivelamentos de precisão, podendo ser direto ou indireto.
Nos nivelamentos diretos, utilizam sistemas de maior precisão como mira de aço invar, fibra
de vidro, liga de aço e níquel com baixo coeficiente de dilatação linear, pequeno diâmetro e
leve com alta precisão e acurácia;
 Já os nivelamentos indiretos são realizados com teodolito, possibilitando variados erros;
 Os marcos devem ser lidos a partir de estações topográficas localizadas em um ponto
indeslocável (fora da área de influência da barragem), adotando o método de colimação nas
barragens de eixo reto, de forma que é estabelecido um alinhamento fixo entre estações
topográficas localizadas em cada ombreira e os deslocamentos horizontais dos marcos são
medidos através de miras especiais ou réguas sobre eles.

 Já em barragens de eixo
curvo, as medições dos
deslocamentos são
realizadas através de
triangulação geodésica,
através de ângulos

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Instrumentação – Medidor de recalque (Magnético)
 Conjunto de placas dotadas de
orifício na posição central e de
um imã permanente tipo ferrite;

 As leituras são realizadas através


de um sensor que desce ao longo
do tubo de PVC, suspenso por
uma trena metálica milimetrada;

 Ao atingir a posição do imã de


uma placa (anel magnético), o
campo magnético aciona um
contato existente dentro do
sensor, fazendo soar o alarme
em superfície. Esta condição é
percebida pelo leiturista através
do deslocamento do ponteiro de
um galvanômetro, ou de sinal
emitido por um circuito
apropriado
Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Medidor de recalque (KM)
 Compostos por sistema de hastes
conjugadas;
 A instalação tem início pelo chumbamento em
rocha sã de um tubo galvanizado de 25mm de
diâmetro, que serve de referência para esse
sistema;
 As hastes correspondentes a cada placa,
dispostas em torno do tubo de referência, são
mantidas na posição vertical por meio de
discos perfurados que funcionam como
espaçadores;
 As medidas são efetuadas através de um
paquímetro adaptado, cujo corpo se encaixa
adequadamente no tubo de referência, e cujo
bico móvel é apoiado na extremidade superior
de cada haste.
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Instrumentação – Medidor de recalque (IPT)
 Consiste de um tubo galvanizado de diâmetro 25mm,
chumbado em rocha sã (considerada como incompressível,
em termos práticos), e de uma ou mais placas solidárias a
tubos também galvanizados;

 Os tubos são instalados de tal modo que os de maior


diâmetro são associados às placas situadas em cotas mais
elevadas;

 Quanto à manutenção necessária:

• Destaca-se a calibração do instrumento de leitura e o


cuidado em manter a identificação do instrumento;

• Os erros mais freqüentes na instalação e na leitura;

• Hastes identificadas incorretamente;

• Deflexão do tubo devido à movimentação horizontal do


maciço, fazendo com que a haste de referência encoste-se
nos tubos telescópicos;

• Cadastramento incorreto da cota de instalação das placas.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Medidor de recalque (IPT)
 Os recalques da fundação são determinados diretamente pela distância vertical
entre os topos destes tubos, que podem ser sucessivamente emendados de acordo
com o avanço da obra. Destaca-se a possibilidade de ocorrência de problemas
durante as fases de terraplenagem;
 Deslocamentos das placas são as referências para as medidos dos recalques;

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Medidor de recalque (caixa sueca)
 É constituído por uma caixa de PVC ligada pela base a três tubos, e pelo teto a um tubo que
serve para aeração da caixa;

 Um dos três tubos que saem da base serve como ladrão, tendo sua saída no enrocamento. Os
outros dois têm suas extremidades ligadas à parede da casa de leituras, e fixadas junto a uma
fita graduada;

 Seu funcionamento baseia-se no princípio de vasos comunicantes;

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Medidor de recalque (caixa sueca)
 Tubo A - de aeração: responsável pela manutenção da pressão atmosférica dentro da caixa
sueca. Pode ser levado até o painel de leitura no caso de barragens de terra. Ao trabalhar com
enrocamentos, não há necessidade de levá-lo até o painel, uma vez que os vazios do
enrocamento permitem a manutenção da pressão. O material utilizado comumente é o
polietileno;
 Tubos B e C – de leitura e circulação: Ao instalar-
se o equipamento, realiza-se a circulação de água
destilada e deaerada no sistema. Pelo princípio
dos vasos comunicantes, e com a pressão
atmosférica mantida na caixa sueca pelo tubo de
aeração, garante-se que o nível d’água fique
estabilizado no painel de leitura, enquanto não
ocorrerem deslocamentos verticais no maciço;
 Tubo D – de drenagem: a função desta tubulação
é escoar o excesso de água que porventura ocorra
dentro da caixa sueca.

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Instrumentação

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Medidor de recalque (caixa sueca)
 Quanto à manutenção necessária:

• Verificar se há vazamento e retirar o ar de dentro dos tubos;

• Limpar a água sempre que estiver turva. Ao lavar as mangueiras, fazer a circulação de água e
garantir que todo o ar foi expulso das mangueiras. Identificar a posição dos meniscos antes de
lavar as mangueiras e conferir após a lavagem;

• Manter a identificação dos instrumentos.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Extensômetro Horizontal
 O instrumento consiste de um conjunto de hastes metálicas instaladas dentro de um furo de
sondagem;

 As hastes são rígidas e protegidas por mangueira plástica ao longo de seu comprimento;

 As extremidades inferiores das hastes são chumbadas na rocha em cotas distintas e as


extremidades superiores dispostas no cabeçote de leituras;

 Para permitir deslocamentos das placas no interior do maciço, são instaladas luvas de
emenda na tubulação que conduz as hastes para a cabine de leitura.

 A referência das leituras é feita a partir da medição inicial (logo após a instalação) de cada
haste, sendo medidos os deslocamentos a partir de uma placa fixada na saída das hastes na
cabine de leitura;

 As medidas são feitas com uma régua graduada em milímetros.

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Instrumentação – Extensômetro Horizontal

Vantagens Desvantagens Manutenção

Proteção contra a oxidação das peças


Facilidade de leitura Manter identificação do instrumento
galvanizadas

Possibilidade de instalação de
A dificuldade para se executar reparos
um número razoável de placas Tampar a base após a leitura
no conjunto
de deslocamento

Possível ocorrência de deslocamentos Calibração do relógio comparador de


Reduzida dispersão de leituras
repentinos de difícil interpretação leitura

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Extensômetro Horizontal (erros)
 Apoio incorreto do relógio comparador na base;

 Cadastramento incorreto das cotas de ancoragem das hastes;

 Ajuste inadequado: quando a haste do micrômetro chega ao final do curso, as leituras


ficam imprecisas. Neste caso, ajustar as bases de leitura movimentando-as para uma
posição onde a haste do micrômetro as alcance (usar as chaves de ajuste que fazem parte
do conjunto do extensômetro). Neste caso deve ser introduzida uma constante para
continuar as leituras;

 Este ajuste só deve ser feito caso seja realmente necessário e por pessoa qualificada, pois
o espaço de ajuste da base de leitura é pequeno e sensível;

 Caso se gire as chaves para o lado contrário ao do aperto feito na hora da instalação,
podem-se perder a haste. Utilizar a seguinte padronização: sentido horário aperto instalar,
sentido anti-horário desaperta para retirar as hastes.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Inclinômetro
 É um aparelho de medição é composto por uma sonda, cabo de controle, tubos
guia de fibra com diâmetro de 70mm e unidade de leitura;

 No processo de monitoramento, o torpedo é guiado ao longo de duas ranhuras do


tubo por meio de rodas fixas que se movimentam sobre rolamentos de esferas
com óleo e com isso as leituras são feitas em intervalos definidos de 0,5m de
acordo com a profundidade;

 Compõem-se de tubos de
revestimento com ranhuras ortogonais
onde se encaixam roldanas e um
torpedo com pêndulo para determinar
deslocamentos angulares.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Inclinômetro
 A leitura de variação de resistência elétrica obtida pelo deslocamento angular do
pêndulo no interior do torpedo, a cada metro, à medida em que ele penetra no
tubo, o que permite calcular a inclinação;
 Silveira (2006) cita que existem dois tipos de diâmetros de tubo – guia e que
podem várias suas aplicações, sendo eles:
• Diâmetro de 85mm, que é apropriado para planos de instrumentação a longo prazo
e para regiões com concentração de esforços cisalhantes(delgadas) ou múltiplas;
• Diâmetro de 70mm que é apropriado para empreendimentos em que são
antecipados deslocamentos de intensidade moderada.
 Instalados em furos de sondagem, o espaço entre o furo e o tubo deve ser
preenchido com mistura de solo, cimento e bentonita sendo sua extremidade
inferior vedada com cap;
 Nas proximidades das juntas do tubo recomenda-se técnica de injeção com a
finalidade de impedir deformações excessivas do tubo guia.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Inclinômetro

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Inclinômetro (Posição e leitura)

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Inclinômetro de recalque
 Consiste de um conjunto de segmentos de tubos de alumínio ou PVC,
confeccionados especialmente para esta finalidade, montados através de luvas
telescópicas e rebites.

 O deslocamento vertical do revestimento cisalha os rebites, permitindo o movimento


dos segmentos.

 É medida a posição de cada tubo utilizando trena com sonda pescadora, obtendo-se
o perfil de recalque ao longo da altura do maciço.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Inclinômetro de deflexão
 O instrumento é constituído por um conjunto de tubos de alumínio ou PVC que
possuem quatro ranhuras, duas a duas diametralmente opostas e
perpendiculares, geralmente dispostos nas barragens nas posições ombreira
direita/ombreira esquerda e montante/jusante;

 A leitura da inclinação de cada tubo é feita por um torpedo introduzido no tubo


guia.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Manutenção e erros

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Inclinômetro ( Modernos)
 Existem tecnologias mais modernas que permitem comunicação sem fio entre o
cabo e o controle do torpedo e o dispositivo de leitura, eliminando os pontos
fracos dos sistemas convencionais.
 Sistemas que possuem sensor digital, cabo para controle de torpedo, carretel
com alimentação a bateria e computador de bolso para leitura.

 Existem também inclinômetros fixos


em cadeia (“In Place Inclinometer”)
que são instrumentos recomendados
especialmente para fundações
dotadas de camadas horizontais de
baixa resistência, onde poderão
ocorrer deslocamentos cisalhantes
significativos.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Célula de pressão total
 As pressões totais de terra têm sido medidas desde 1920 com a construção da primeira
célula desenvolvida por Goldbeck. Duas situações principais aparecem na engenharia de
fundações: tensão numa massa de solo e tensão na superfície de separação na interface
solo-estrutura.
 Apesar da ideia de utilizar célula de pressão em pontos discretos numa massa de solo ser
relativamente simples, a sua aplicação envolve muitas considerações a serem seguidas
durante o projeto, o desenvolvimento, a fabricação, a calibração, a instalação e o período de
leituras, sob pena de invalidarem totalmente os resultados medidos caso haja erro em
qualquer uma das fases;
 É utilizada para medida de pressões sobre estruturas de concreto. Consiste de uma
almofada plana, metálica, que fica alojada no interior do concreto e cujo princípio de
funcionamento pode ser elétrico, pneumático ou hidráulico. Pode ser usada juntamente com
célula piezométrica, para possibilitar a determinação da pressão efetiva;
 É reconhecido que medidas precisas de tensão total no solo são extremamente difíceis de
serem executadas, mesmo porque a presença de célula na massa do solo pode ter uma
considerável influência nas tensões ao redor da célula.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Célula de pressão total

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Célula de pressão total

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Célula de pressão total
 Em conjunto com um piezômetro tem-se a tensão efetiva;
 Instaladas na massa de solo ou no contato entre estrutura-solo;
 Normalmente instaladas em arranjos, dispostas com diferentes orientações e cobertas com
aterro compactado a mão.

 Tipos:
• Diafragmas
• Hidráulico

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Instrumentação – Célula de pressão total
• Membrana circular;
• Deflexão é sentida por um medidor de resistência elétrica (resistance strain gage
transducer) acoplado diretamente na face interior da célula ou por um transdutor
de corda vibrante.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Célula de pressão total
 Cavidade interna preenchida por líquido e conectados a tubulação de alta pressão
a um transdutor de pressão;
 Mesmo princípio do piezômetro hidráulico – injeção de líquido;

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Medidor de movimento angular
 Os eletroníveis são sensores elétricos que indicam a rotação ou a distorção
angular através da variação da resistência elétrica entre os pinos que constituem
o elemento de medição.

 Este elemento é em geral uma ampola preenchida com um líquido eletrolítico;

 Ao invés de se usar dentro da ampola um álcool com um bulbo de ar que é


nivelado visualmente, o eletronível contém uma solução condutora de
eletricidade;

 O nível líquido consiste de um eletrólito selado em uma cápsula de vidro sendo


que os projetos mais recentes envolvem o uso de cápsulas de plástico ou de
cerâmica;

 Três eletrodos coplanares penetram a cápsula e são parcialmente imersos neste


líquido. A resistência entre o eletrodo central e os eletrodos da extremidade varia
em função da inclinação à qual é submetida a cápsula.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Medidor de movimento angular
 O conjunto de eletroníveis a ser utilizado deve ser previemente calibrado.

 A finalidade do procedimento de calibração é a determinação do coeficiente de


calibração (Cf) para cada um dos eletroníveis empregados. Objetiva-se determinar
uma curva que forneça a variação das leituras dos eletroníveis em função da variação
angular.

 Com isso, é possível determinar um coeficiente de calibração para cada eletronível, o


qual poderá ser utilizado na determinação das rotações e deflexões durante a fase de
monitoramento no campo.

 Os eletroníveis podem sofrer rotações com relação à linha normal vertical que passa
pelo eixo do eletronível de até ± 6º, ou podem assumir outra faixa de valores
dependendo do fabricante.

 Esta variação angular é tomada em relação à linha normal ao eletronível. Para


rotações superiores à especificada pelo fabricante, o eletronível pode apresentar um
comportamento não linear

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Instrumentação – Medidor de movimento angular

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Medidor Triortogonal de juntas
 O medidor fornece leituras dos deslocamentos relativos ou absolutos
entre pontos, medindo em 3 direções ortogonais com auxílio de apoio em
aço inox e que são chumbados na estrutura, podendo ser elétrico ou
mecânico.

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Medidor de junta
 Os medidores de junta fornecem a leitura de deslocamentos relativos ou absolutos
entre dois pontos e mede a abertura ou fechamento entre dois pontos. A leitura
pode ser através de funcionamento:

• Elétrico, através de uso de Strain Gauge ;

• Mecânico com relógio comparador

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Instrumentação – Outros métodos (Fita de Cisalhamento)
 As fitas de cisalhamentos são sistemas constituídos por circuito elétrico
composto por uma série de resistência espaçadas 30cm entre si, cuja a
extremidade dos cabos de leitura é conectada a um ponte de
Wheatstone

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Medidor de vazão
 Medida através da altura da lâmina d’ água(Ver aula de sistema extravasor);

 Medem vazões de drenagem através dos maciços e de sua fundação;

 Realizadas com tubulações ou canaletas e com medidores normalmente triangulares através


da altura da lâmina d’água;

 As medidas de vazão são realizadas para controle de fluxo. E barragens é um instrumento de


controle complementar ao piezômetro, sendo de grande interesse coletar os fluxos efluente
localizado e total;

 Em outras estruturas a estabilidade é garantida se a condição de fluxo for estável, efetuando-


se medições em drenos, poços ou canais;

 Em geral, para fluxos normais é suficiente o uso de vertedores triangulares (vazões baixas) e
vertedouros retangulares ou trapezoidais;

 A vazão é determinada com a utilização da equação de regime de escoamento uniforme em


condutos livres.
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Instrumentação – Medidor de vazão

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Instrumentação – Medidor de vazão (c/ flutuador)

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Instrumentação – Outros métodos (GPS)

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Instrumentação – Piezômetro fibra óptica
 Esse novo tipo de sensor despertou um forte interesse entre alguns fabricantes e
pesquisadores, tendo por base diferentes princípios, tais como: a interferometria de Fabry-
Perot, a grade de Bragg e o polarímetro, conforme observação de Choquet, Juneau e
Quirion;
 De acordo com Silveira (2006), dentre as principais vantagens desse tipo de piezômetro,
destacam-se:
• Rápido tempo de resposta;
• Imunidade a descargas atmosféricas;
• Imunidade a interferências eletromagnéticas.

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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS
DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E
REJEITOS

Métodos construtivos de barragens de rejeito

PROFESSOR: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira


Métodos construtivos de barragens de rejeito
 As barragens para contenção de rejeitos podem ser alteadas em uma única etapa, utilizando-
se métodos construtivos de barragens de terra convencionais, ou podem ser alteadas em
várias etapas, utilizando-se o próprio rejeito como material de construção;
 As técnicas comumente utilizadas são:
• Descarga Múltipla ou únicas (Spigots);
• Hidrociclonagem ( Cyclonning) .
 O alteamento de barragens de rejeitos consiste em um método construtivo, geralmente
empregado após o enchimento de reservatórios, com o objetivo de aumentar a vida útil dos
mesmos. Neste método, em geral constroem-se pequenos diques de partida e procede-se ao
lançamento de resíduos sobre o resíduo de fundação já existente;
 Os métodos de alteamento de barragens de rejeitos são basicamente três:
• Método de montante;
• Método de jusante;
• Método da linha do centro .

Curso de capacitação em estruturas de barragens de Terra, enrocamento e rejeitos. Professor: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira
Métodos de disposição - Spigots

Descarga Mútipla ( Spigots em série)

Descarga pontual (Spigots único)

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Métodos de disposição - Hidrociclonagem

 O princípio de funcionamento dos hidrociclones consiste em realizar a classificação granulométrica dos


rejeitos, sendo que esta classificação pode ocorrer na planta de beneficiamento ou próxima ao ponto de
lançamento na barragem.
 Os hidrociclones, quando utilizados na planta de beneficiamento, têm a função de reaproveitar parte do
minério antes deste ser descartado, de forma que essa parcela possa ser reprocessada durante o
beneficiamento. Quando instalados próximos à barragem, os hidrociclones têm como objetivo separar o
material de granulometrias diferentes, conhecidas como underflow (rejeito granular) e overflow (lamas).
 A polpa é injetada sob pressão, com porcentagem de sólidos pré-estabelecida. O material segue uma trajetória
helicoidal, onde as partículas mais grossas se direcionam para as paredes do ciclone devido à força centrípeta,
e os finos se acumulam no centro do equipamento. O material mais grosseiro sai por baixo do equipamento –
porção chamada de underflow, com pouca quantidade de água.

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Método de Montante
 Inicialmente é construído um dique de partida e nos alteamentos o eixo se desloca para
montante;
 o material lançado através spigots ou ciclones da crista, fica apoiado sobre o material
existente, formando assim uma praia de rejeitos, a qual será a base para o próximo
alteamento;
 O dique obedece um sequenciamento de apoio no topo do dique anteriormente construído. O
mesmo autor, cita que devem existir preocupações relativas a subpressão, causada pela
variação de percolação da água armazenada;

 Os tamanhos dos diques nos


alteamentos é uma variável que
depende das necessidades
operacionais da mina;
 O dique inicial é maior que os
diques das etapas seguintes.

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Método de Jusante
 Inicialmente é construído um dique de partida e nos alteamentos o eixo se desloca para
jusante;
 É construído um dique inicial impermeável, o qual deve possuir uma drenagem interna,
composta por filtro inclinado e tapete drenante. O talude interno da barragem ou talude de
montante, nos alteamentos, é impermeabilizado. A drenagem interna e a impermeabilização
do talude de montante não obrigatória, uma vez que os rejeitos possuem características de
alta permeabilidade e ângulo de atrito elevado;
 Neste método os rejeitos são
ciclonados e o “underflow” é
lançado da jusante. Somente são
utilizados os rejeitos grossos no
alteamento, os quais são
compactados assim que o teor de
umidade da zona permite;
 Pode utilizar material de
empréstimo, ou estéril de lavra.

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Método da Linha de centro
 O deslocamento do eixo da barragem ocorre no mesmo alinhamento vertical;
 É uma solução intermediária entre o método de montante e o método jusante;
 Inicialmente é construído um dique de partida e o rejeito é lançado perifericamente da crista
do dique até forma uma praia
 Neste método os rejeitos são ciclonados e o “underflow” é lançado da jusante. Somente são
utilizados os rejeitos grossos no alteamento, os quais são compactados assim que o teor de
umidade da zona permite;
 Pode utilizar material de empréstimo, ou estéril da mina.

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Processos que ocorrem durante a construção
 Durante o processo de deposição, a
velocidade do fluxo de rejeitos e a
concentração da lama tendem a afetar o
comportamento dos depósitos de rejeitos.
 A segregação hidráulica gera um processo
de deposição, onde partículas de diferentes
tamanhos são depositadas a diferentes
É esperada uma zona de alta permeabilidade das áreas distâncias em relação ao ponto de
próximas do ponto de descarga e uma zona de permeabilidade
baixa situada distante do ponto de lançamento! lançamento;

 O lançamento de rejeito se dá em camadas e,


idealmente, o intervalo entre o lançamento de
camadas consecutivas é suficiente para permitir
o ressecamento da camada anteriormente
lançada.

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Critérios de escolha do local

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Planejamento

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Comparação entre métodos - Aplicações

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Comparação entre métodos – Vantagens e Desvantagens

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