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FACULDADE PITÁGORAS DE IPATINGA – UNIDADE HORTO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

BARRAGEM DE REJEITO
DESPEJO, TIPO E AVANÇO.

IPATINGA, SETEMBRO
2016
Introdução

Desde que o homem passou a formar comunidades estabelecendo-o em


sociedade, tornou-se importante ter fontes de água que atendessem às
necessidades. Em locais onde não haviam rios perenes, os homens tiveram
que encontrar meios para assegurar o abastecimento aos longos períodos de
estio e seca. Desde então as civilizações antigas começaram a desenvolver
técnicas de armazenagem de água (barragens), estando hoje ainda em
constate evolução.
A revolução industrial fez com que as técnicas de armazenagem de
água passassem por uma modernização, tanto para atender as máquinas a
vapor, hidrelétricas e abastecimento de água, ou seja como geratriz. Mas nem
sempre foi utilizada como uma fonte geradora, pois também passou a ser
utilizada como local para armazenamento de resíduos da linha de produção,
barragens de rejeito, onde utiliza técnicas semelhantes das barragens de
águas, nas atividades extrativistas.
Barragens: Despejo, tipo e avanços.

De acordo com Chammas (1989) o rejeito em forma de polpa ao ser


depositado na barragem, passa por três etapas de comportamento:
• Comportamento de lâmina líquida, com floculação das partículas de
menor tamanho.
• Em processo de sedimentação, apresentando comportamento
semilíquido e semi-viscoso.
• Em processo de adensamento, comportando-se como um solo. É
importante mencionar que o rejeito não é propriamente um solo, mas para
fins geotécnicos seu comportamento é considerado equivalente a de um solo
com características de baixa resistência ao cisalhamento.

As barragens de rejeito são do tipo barragem de terra. São construídas


em regiões previamente escolhidas que oferecem uma estrutura geológica
adequada. Onde entre os maciços rochosos natural (ombreiras) é construído
um dique com uma estrutura de fundação adequada a quantidade de material a
ser alocado na barragem.
O dique por sua vez é feito de um material argiloso o que tenta torna-lo o
mais impermeável possível, pois a permeação nele pode modificar sua
estrutura bem como chegar ao rompimento. No dique, na maioria das vezes é
feito um sistema de drenagem no qual possibilita um escoamento controlado da
agua infiltrada, evitando assim o carreamento do material que o-compõe.
Sobre o dique existem as calhas de ombreira e vertedouro (s) este
último numa quantidade que atenda as especificações do projeto.
As calhas de ombreiras são colocadas afim de evitar que infiltre agua da
chuva na emenda do dique e o corpo rochoso natural, alterando a estrutura do
dique. Elas permitem que a agua proveniente da chuva escorrido pelo corpo
rochoso natural sejam conduzidas de forma segura até um local apropriado
sem que modifique a estrutura do dique.
Os Vertedouros, são utilizados para que se tenha um escoamento da
água da barragem de uma forma controlada quando se tem um aumento
desordenado do nível desta. Eles são dimensionados de acordo a estudos das
épocas de chuvas, tamanho da barragem, maior produção que possa ser
atingida, etc. Se assemelha com a calha pois também propicia uma condução
desta água, de forma segura até um local apropriado sem que modifique a
estrutura do dique.
Na maioria dos projetos de barragem de rejeito de mineração, são
previstos aumentos da sua capacidade de armazenamento. Este alteamento
são construídos de acordo com os seguintes métodos: 1) método à montante;
2) método à jusante; 3) método da linha de centro.

1. Método à montante

O método à montante é o método mais simples e o mais barato de


alteamento, em consequência oferece uma baixa segurança em comparação
aos outros métodos. A etapa inicial consiste na construção de um dique de
partida, formado geralmente de materiais argilosos ou enrocamento
compactado. Em seguida, a polpa de rejeito são depositadas da crista do dique
de partida, formando uma praia de rejeito que, com o tempo, adensará e
servirá de fundação para futuros diques de alteamento. Os alteamentos
seguintes são executados com o próprio material de rejeito. O processo é
repetido até atingir à cota de ampliação prevista no projeto (figura 2.6). O
método é responsável à maioria das 31 rupturas em barragens de rejeitos em
todo o mundo. A melhor forma de diminuir riscos de ruptura é ter uma vasta
praia entre a crista da barragem e o reservatório, além de contar com um
sistema de drenagem interno eficiente para abatimento da superfície freática.
Em locais onde apresentam alta atividade sísmica, não se recomenda o
alteamento pelo método à montante pois, aumenta significativamente a
probabilidade de liquefação dinâmica induzida por terremotos.

2. Método à jusante

Este método é mais seguro do que o método à montante, pois foi


desenvolvido para reduzir os riscos de liquefação em locais onde apresentam
atividade sísmica. Também inicia-se com a construção do dique de partida.
Após são realizados os alteamentos à jusante do mesmo, até atingir a cota de
projeto (figura 2.7). Este método apresenta maior estabilidade pois seu no
processo construtivo, cada alteamento é estruturalmente independente da
disposição do rejeito. Todo o alteamento da barragem pode ser construído com
o mesmo material do dique de partida, assim como os sistemas de drenagem
internos podem ser também instalados durante o alteamento, permitindo um
melhor controle da superfície freática, em consequência disto possui um
elevado custo, tornando-o sua desvantagem, pois para cada alteamento é
necessário um grande volume de aterro e área necessárias a sua construção.
3. Método da linha de centro

Método que se resume numa intermediação entre os dois métodos que


apresentados anteriormente. Ele possui uma estabilidade consideravelmente
maior que a barragem alteada somente com o método à montante, porém não
exige um volume de materiais tão significativo como no alteamento somente
com o método à jusante. O alteamento é feito em parte com o material que fora
sedimentado na barragem, não necessitando exclusivamente de material
argiloso de uma outra região e com uma área necessária para construção
menor do que o método à jusante, o que reduz seu custo. A construção
prossegue de modo similar, com alteamentos com diques sucessivos, porém
permanecendo o eixo de simetria da barragem constante (figura 2.8). A tabela
2.2 lista e compara as principais vantagens entre estes métodos de alteamento
de barragens de rejeito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 - Disponível em: < http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe6qMAB/geologia-


barragens> Acessado em 18/09/2016 as 13:27 h.

2 - Disponível em: < http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/20720/20720_3.PDF>


Acessado em 18/09/2016 as 13:56 h.

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