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Avançada
Aula 4 - Barragens
4.1. Introdução
Barragem é qualquer estrutura em um curso permanente ou temporário de água ou outros fluídos líquidos
para fins de contenção ou acumulação dos mesmos ou de misturas deles e sólidos, compreendendo o
barramento e as estruturas associadas.
Utilização: abastecimento de água de zonas residenciais, agrícolas, industriais, produção de energia
elétrica (energia hidráulica), regularização de um curso d’água, disposição final ou temporária de rejeitos
minerais ou industriais ou ainda para fins de lazer e turismo.
4.1. Introdução
De acordo com Mello (1975), uma barragem deve ser vista como uma unidade no espaço,
compreendendo: (i) bacia da represa; (ii) terrenos de fundação (sob a barragem); (iii) estruturas anexas
auxiliares (vertedouros, descarregadores de fundo, tomadas d’água, galerias, túneis, casas de força e
etc.); (iv) instrumentos de auscultação (piezômetros, medidores de recalques) para observação,
monitoramento do comportamento da obra e sua segurança; (v) Instalações de comunicação e
manutenção.
Vertedouros: dispositivos ou estruturas que tem a função de descarregar o excesso de água
acumulada no reservatório de forma segura, para controle de cheias, de forma a evitar o rompimento
da barragem.
Descarregadores de fundo: dispositivos que permitem a saída de água de forma segura por debaixo
do aterro da barragem com o objetivo de manter regularizada a vazão remanescente;
Piezômetros: dispositivos instalados no solo para medir a pressão de água no seu interior. No caso de
barragens, servem para avaliar a segurança dos taludes da barragem. Lembrando que pressões
neutras diminuem a resistência ao cisalhamento do solo e o fator de segurança ao deslizamento dos
taludes.
4. Barragens
Aula 4
4.1. Introdução
Figura 4. Barragem de Concreto em Itumbiara - GO. Figura 5. Seção de barragem de concreto gravidade e
Fonte: Queiroz, 1979. esquemas de forças e tensões. Fonte: Massad (2010)
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Figura 6. Barragem do Caia. Fonte: Gambozino-Alentejano (2009) Figura 7. Barragem de concreto estrutural com contrafortes. Fonte: Massad (2010)
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Figura 8. Seção transversal de barragem de concreto em arco de dupla curvatura e esquema de forças. Figura 9. Seção transversal de barragem de concreto em arco de dupla curvatura e
Fonte: Portal das Energias Renováveis (2020) esquema de forças. Fonte: Portal das Energias Renováveis (2020)
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Figura 10. Seção transversal de barragem de terra homogênea com inclinações típicas e filtros vertical e Figura 11. Barragem Senador Nilo Coelho. Fonte: Passos (2020)
horizontal para drenagem interna. Fonte: Atlas Digital das Águas de Minas (2011)
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Figura 12. Seções transversais de barragens de terra-enrocamento. (a) com núcleo central, e (b) inclinado para montante. Fonte: Massad
(2010)
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Tabela 1. Custo relativo de alguns tipos de barragens, levando em conta só os materiais e seu volumes. Fonte: Massad (2010).
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𝑄 = 𝑘𝑓𝑉 . 𝑖. 𝐴 (1)
Onde:
Q = vazão absorvida pelo filtro e;
kfv = coeficiente de permeabilidade vertical.
2.𝑄.𝐿
𝐵= (4)
𝑘𝑓ℎ
Nas expressões (3) e (4) temos:
Q = vazão absorvida pelo filtro e; kfh = coeficiente de permeabilidade horizontal;
L = comprimento do filtro conforme figura 18.
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𝐻
𝑄𝑓 = 𝑘𝑓 . . 𝐷 (7)
𝐵
𝐻
𝑄𝑓 = 𝑘𝑓 . .𝐷 (8)
(𝐵+0,88𝐷)
Onde:
Qf = vazão absorvida pelo solo de fundação;
kf = coeficiente de permeabilidade do solo de fundação;
D = espessura do solo de fundação;
H = carga total no talude de montante da barragem e;
B = largura da base da barragem.
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Figura 23. Diafragmas para interceptar o fluxo de água pelas fundações. Podem ser de mistura de
solo cimento (diafragma plástico) ou em concreto (diafragma rígido). (a) diafragma sob a barragem.
(b) planta de paredes diafragmas e estacas justapostas. Fonte: Adaptado de Massad (2010)
4. Barragens
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Figura 23. Diafragmas para interceptar o fluxo de água pelas fundações. Podem ser de mistura de
solo cimento (diafragma plástico) ou em concreto (diafragma rígido). (a) diafragma sob a barragem.
(b) planta de paredes diafragmas e estacas justapostas. Fonte: Adaptado de Massad (2010)
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Onde
b é a largura do diafragma.
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Figura 24. Poços de alívio para o controle da saída d’água a jusante. Fonte: Massad (2010)
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Figura 25. Filtro invertido para controle de gradientes de saída. Fonte: Massad (2010)
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Figura 26. Consolidação superficial do topo rochoso de fundações de barragens de concreto, injeção de nata de cimento
e drenagem. Fonte: Massad (2010)
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Exercícios
01. Uma barragem de terra de 40 m de altura e taludes de 1V:2H (de montante e jusante) será construída em local onde
ocorrem 2 m de espessura de solo residual, de baixa permeabilidade (ver tabela a seguir), sobrejacente à rocha
praticamente impermeável. Estimativas indicam que a vazão do corpo da barragem é da ordem de 5.10-6 m³/s, já majorada.
Dimensionar o sistema de drenagem interna da barragem (filtros vertical e horizontal). Utilizar os materiais da tabela a
seguir. A argila siltosa da tabela será o solo a ser empregado no aterro compactado da barragem.
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Exercícios
02. Considere-se a seção de barragem com 40 m de altura, B = 220 m, apoiada sobre as areias aluvionares
com 20 m de espessura (D) e kf = 10-3 cm/s. Determine a distância de percolação para a situação
representada. Caso fosse feito um tratamento de fundação com diafragma plástico com kd = 10-7 cm/s,
determine a eficiência do sistema. Qual seria o coeficiente de permeabilidade do diafragma necessário para
que o sistema tenha 99,9% de eficiência?
Dados
𝑄𝑓
𝐸 =1− (11)
𝑄𝑓0
Onde
E = eficiência
Qf = perda de água com trincheira
Qf0 = perda de água sem trincheira