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As barragens são elementos estruturais históricos que surgiram da necessidade do

homem de armazenar água e outros líquidos para os mais diversos fins. Segundo o CBDB
(2011) a barragem mais antiga que se tem notícia no Brasil data de 1577, construída
onde hoje é a cidade de Recife, o açude de Apipucos, como era conhecido tinha como
uma de suas finalidades o controle da água para construção de uma via. Outros fins
comuns das barragens são seu uso para irrigação, hidreletricidade, abastecimento de
água, retenção de resíduos minerais e industriais, controle de enchentes, recreação
entre outros.
As barragens são definidas como uma estrutura construída transversalmente a um rio
ou talvegue com a finalidade de obter a elevação do seu nível d’água e/ou de criar um
reservatório de acumulação de água seja de regulação das vazões do rio, seja de outro
fluido (BRASIL 2002). Elas podem ser constituídas de diversos elementos como terra,
alvenaria, concreto armado ou simples e também podem variar quando ao tipo podendo
ser homogênea ou zoneada.

Como são estruturas versáteis as barragens de terra não são exigentes com os matérias
de fundação, quanto a sua resistência mecânica. Ela molda-se a quase todas as
fundações e, se adapta a uma grande variedade de solos desde que sejam aplicadas
técnicas de mecânica dos solos e terraplanagens. (COSTA;LANÇA, 2001).

Porém, fundações assentes sobre solos de alta permeabilidade constituem um dos mais
sérios problemas para engenharia de barragens e um grande desafio para seus
projetista. Isso por que solos com essa característica dificultam o enchimento do lago da
barragem e podem conduzir problemas de erosão e a gradientes críticos de saída que
levam a liquefação da estrutura.
Apesar da falta de competência dos materiais da fundação, dificilmente a atitude
tomada é o abandono do local do barramento a menos que haja um local próximo, com
condições nitidamente mais adequadas e com clara vantagem econômica. De maneira
geral a solução encontrada é melhorar artificialmente as condições do terreno através
de tratamento.
Assim o presente trabalho visa realizar uma revisão de literatura sobre os tipos de
tratamento de fundações existente, suas características e seus processos executivos
buscando conceitos atuais e justificativa para a escolha de cada um.

REVISÃO DE LITERATURA
Barragens
As barragens são estruturas destinadas a acumular água e regularizar vazões, elas
podem ser classificadas tanto em relação a sua função quanto em relação aos materiais
utilizados na sua construção.
Quanto a função sua função os barramentos podem ser separados em dois grandes
grupos as barragens de regularização e as barragens de retenção. As barragens de
regularização são aquelas destinadas a ajustar o regime hidrológico do rio, diminuindo
a amplitude de variação de vazões, essas estruturas são utilizadas principalmente para
abastecimento de água de uma cidade, navegação, dessedentação animal e geração de
energia. Já as barragens de retenção são reservadas para o controle de ondas de cheias,
armazenando temporariamente parte desse volume de água para uma liberação gradual
posteriormente, evitando assim danos a jusante, esse tipo de barragem também é
utilizada para reter rejeitos de oriundos de atividades industriais (JESUS, 2015).
Com relação os materiais constituinte as barragens são subdivididas em três grandes
grupos: barragens de terra, barragens de enrocamento e barragens de concreto.
Barragens de terra

As barragens de terra são as mais comuns e também as mais antigas, segundo Massad
(2002) as primeiras barragens de terra do Brasil, como a barragem do Guarapiranga,
construída início do Século XX em São Paulo, foram compactadas por pisoteamento de
animais e/ou homens. Massad (2002) afirma ainda que compactação mecânica só foi
introduzida no final do Século XIX. Porem só chegou ao Brasil em 1947, quando foi
construída a primeira barragem no Brasil com o emprego de técnicas desenvolvidas por
Terzaghi e Casagrande no projeto e construção.
De acordo com Arthur (1973) até meados do século XX diversos acidente foram
registrados nesse tipo de barramento, devido as técnicas rudimentares e aos métodos
empíricos utilizados. Esses acidentes corroboraram para que essas técnicas rústicas
fossem substituídas gradativamente por um tipo de engenharia específica de projetos e
construções de barragens.

Porém apenas a partir de 1930, com o desenvolvimento da mecânica dos solos, que
essas novas técnicas prosperaram, elas incluem uma pré-investigação completa sobre
as condições de fundação e materiais, aplicação de técnicas e habilidades específicas
para o desenvolvimento do projeto e planejamento cuidadoso e controlado dos
métodos de construção.

Segundos Camarero (2016) as barragens de terra são desenvolvidas basicamente a


partir da transposição de um material (material de empréstimo) e a simples disposição
desse material com uma acumulação e sucessiva compactação (aterro – corpo da
barragem). Na maioria das vezes os materiais de empréstimo utilizados são do próprio
local do reservatório ou da vizinhança do empreendimento, por uma questão de custo
e logística
Os dois tipos de barragens de terra mais usuais são as homogêneas e as zoneadas.
Barragem Homogênea é aquela em que o corpo da barragem é composto basicamente
por um único material. Não havendo grandes diferenças nas propriedades no corpo da
barragem. A barragem homogênea pode conter ou não elementos drenantes como
filtros internos, tapetes impermeáveis, trincheiras de vedação, entre outros.
Barragem Zonada refere-se ao tipo de barragem que possui materiais heterogêneos na
composição do corpo da estrutura. É geralmente utilizado um núcleo com menores
valores de permeabilidade (CAMARERO, 2016). A figura 1 apresenta os tipos mais
comuns de barragem de terra.

Figura 1: Barragens de terra mais comuns: a) barragem de terra homogênea; b) barragem de terra
zoneada

Fonte: Camarero (2016)

Barragem de enrocamento
A primeira barragem de enrocamento foi construída em 1850 na Califórnia, e surgiu da
necessidade dos projetistas americanos de se adaptar a pouca oferta de material terroso
na região, devido a boa resistência ao intemperismo das rochas locais. As barragens de
enrocamento são robustas com grau de segurança elevado e confiável. O maciço de
aterro rochoso garante a estrutura da barragem e a vedação pode ser realizada por
diferentes modos (WATZKO, 2007).

Segundo Watzko (2007) barragem de enrocamento é um maciço formado por


fragmentos de rocha compactados em camadas. O peso dos grãos e o embricamento
dos blocos fazem com que esta estrutura seja estável ao cisalhamento. A
impermeabilização é obtida de duas maneiras: Com a execução de um núcleo de baixa
permeabilidade, a fim de garantir vazões mínimas de percolação, baixa erodibilidade
(baixo risco no carreamento de finos) e boa trabalhabilidade, podendo ser este núcleo
constituído de material argiloso compactado (que pode ser vertical ou inclinado) ou de
concreto asfáltico; Ou com a realização de uma face impermeável (estanque) sobre o
talude de montante. Esta face pode ser executada com diversos materiais como:
concreto, concreto betuminoso, metal, madeira entre outros materiais estanques.
Existe também a possibilidade de combinar dois métodos de impermeabilização como
é possível observar na figura 2.
Figura 2: Barragem de enrocamento zoneada com face de concreto

Fonte: watzko (2007)

Barragem de concreto
Os barramentos de concreto são normalmente utilizados para estruturas de grande
porte. Os principais tipos de barragens de concreto são apresentados a seguir.
Barragens de concreto a gravidade: são estruturas maciças com pouca ferragem de
armação. O objetivo é que o próprio peso do concreto garanta estabilidade à estrutura
e trabalhe à compressão (COSTA, 2012). Esse tipo de barragem costuma ser muito
custosa, pois pode ser consumido grande volume de concreto.
Barragem de concreto compactado com rolo: Este tipo de barragem é uma variação de
barragem a gravidade, nela o concreto é espalhado por um trator esteira e
posteriormente compactado com rolo. A estanqueidade da estrutura é obtida através
de uma camada de concreto convencional construída no paramento de montante
(COSTA, 2012)
Barragens de concreto a gravidade aliviada: são estruturas de concreto mais leves,
menos robusta e não maciça, com vazios internos que visa menor custo executivo ou
menor carga sobre as fundações. Porém é necessário a adição de armação e ferragens
para compensar os esforços de tração (CAMARERO, 2016).
Barragem de concreto em contrafortes: são barragens semelhantes a de gravidade
aliviada, porém mais leve. Este tipo de estrutura direciona os esforços provenientes da
pressão hidrostática para áreas pequenas, causando maiores tensões de contato e
necessitando de mais armadura. Entretanto este é tipo de barragem que consome o
menor volume de concreto (COSTA, 2012)
Barragens em arco: são estruturas que apresentam curvatura tanto na horizontal
quanto na vertical. Podem ser denominadas de estruturas de dupla curvatura e podem
possuir arcos simples ou múltiplos. São muito utilizadas em vales encaixados e regiões
de cânions. A estrutura trabalha a compressão e a tração, e transfere parte das pressões
para a região das ombreiras (COSTA, 2012). A figura 3 apresenta de forma esquemática
os principais tipos de barragens de concreto.
Figura 3: Representação esquemática dos tipos mais comuns de barragem de concreto

Fonte: Costa (2012).

TRATAMENTO DE FUNDAÇÕES
A execução de um projeto de barragem acrescenta tensões na fundação, estas tensões
podem ser efetivas, resultante do peso próprio do material assentado, ou poropressões
geradas pela água que percola o maciço compactado. Essas tensões solicitam as
camadas de fundação gerando nelas a necessidade de resistir a esses esforços (GOIS,
2015).
Segundo Oliveira (2008) As características geotécnicas ideais para a fundação de uma
barragem são baixa permeabilidade, elevada resistência e baixa deformabilidade,
porém, muitas vezes, as características naturais dos materiais da fundação não são
suficientes para tal, sendo preciso melhorar artificialmente suas condições através de
tratamento.
De acordo com Gois (2015) a medida que se esgotam as áreas mais óbvias para
construção de barragem torna-se necessário a prospecção de novas áreas para
construção do empreendimento, áreas que na maioria da vezes possuem características
desfavoráveis. A partir dessas situações o tratamento de fundações se desenvolveu e
evoluiu nos últimos anos. O tratamento da fundação de uma barragem tem por
objetivo: reduzir vazões excessivo, diminuir as supressões na base da barragem e a
melhoria da resistência dos materiais da fundação. Ainda de acordo com Gois (2015) os
métodos de controle de percolação de uma fundação não necessitam ser 100%
estanques para não causarem problemas a obra. Visto que nenhuma fundação necessita
ser completamente impermeável. O que se faz necessário é o controle e redução da
percolação a valores que não apresentem significância para estabilidade ou para os
demais problemas causados por elevadas vazões de percolação.
Cruz (2008) afirma que os esforços para controle de percolação devem atuar em duas
frentes. Segundo ele “Considerado o eixo de uma barragem, todo esforço deve ser
concentrado no sentido de vedar ao máximo a barragem e sua fundação à montantes
do eixo, introduzindo todos os sistemas de vedação necessários; e por outro lado, todo
o esforço deve ser concentrado em facilitar ao máximo a saída da água à jusante do eixo,
introduzindo todos os sistemas de drenagem na barragem e na fundação que sejam
necessários.”
Assim cabe ao projetista conhecer as características do terreno em que está locada a
obra e escolher solução que se adapte de maneira mais eficiente as particularidades
daquele local. Diversas são as alternativas para o controle da percolação na fundação de
uma barragem, neste trabalho serão apresentados os métodos mais utilizados.
TRINCHEIRA DE VEDAÇÃO (CUT-OFF)
Gois (2015) afirma que esta é a técnica de controle de percolação mais utilizada devido
a sua eficiência e baixo custo, as trincheiras tem como principal objetivo a interceptação
da camada permeável da fundação. A técnica consiste em compactar solo de baixa
permeabilidade em trincheiras abertas no solo permeável da fundação, geralmente sob
o núcleo da barragem. O material escavado é substituído por um aterro compactado nas
mesmas condições do núcleo da barragem.

Segundo oliveira (2008) as trincheiras podem ser totais (figura 4), quanto interceptam
todo o solo de baixa permeabilidade, ou parciais (figura 5), quando penetram as um
percentual do desse estrato. A eficiência dos cut-off se deve principalmente a dois
fatores: permeabilidade do material de preenchimento e a profundidade em que eles
são executados. Assim as trincheiras são pouco eficazes quando não penetram por toda
a camada permeável ou quando o material de preenchimento tem permeabilidade
muito contrastante com a camada permeável.
Figura 4: Trincheira de vedação total

Fonte: Oliveira (2008)


Figura 5: Trincheira de vedação parcial

Fonte: Oliveira (2008)

Quando a permeabilidade dos solos de fundação praticamente não variar com a


mudança de direção, nem diminuir com a profundidade, a trincheira parcial será pouco
eficaz na redução das vazões ou subpressões (OLIVEIRA, 2008) apud Creager et al.,
1945). A teoria e a prática mostram que seria necessário penetrar 95% da espessura
total da camada de solos homogêneos permeáveis para se ter um resultado apreciável.
Nos casos em que o coeficiente de permeabilidade dimunuir com a profundidade as
trincheiras parciais serão uteis
Oliveira (2008, apud Creager et al., 1945) demonstra através de um gráfico (figura 6) que
relaciona a vazão percolada com a profundidade da trincheira a partir de qual
profundidade este método se torna eficiente. Os dados foram obtidos como resultados
de ensaios realizados na barragem de Kingsley em Nebrasca, nos EUA.

Figura 6: Relação entre vazão percolada e profundidade do dispositivo


Fonte: Oliveira (2008 apud Creager et al., 1945)

Segundo Gois (2015) observando os requisitos basicos para a eficácia dos cut-offs,
chega-se a um impasse em relação ao uso desta solução em casos onde a camada
permeável da fundação é muito espessa (acima de 30 m) pois o custo se eleva
drasticamente, tornando a solução inviável. A presença de material susceptível a
erosões nas terminações da trincheira também representa um dos problemas no uso
desta solução, já que altos gradientes hidráulicos nos limites do cut-off tendem a
provocar uma intensificação na erosão em regiões adjacentes. Nos casos onde este
evento ocorre, podem ser necessários filtros nas paredes para contenção do
carreamento do material. Entretanto, o maior problema em relação à escolha do cut-off
como solução ideal é a necessidade de compactação a seco do material, onde em muitas
vezes se encontra o lençol freático em nível alto na fundação, acima da cota de base da
trincheira. Em tais situações, se faz necessário o rebaixamento do lençol, o que pode
tornar esta solução bastante onerosa e inviável.

PAREDE DIAFRAGMA
Gois (2015) afirma que a parede diafragma (figura 7) é um método em que uma faixa de
pouca espessura (1 m a 3 m) do material permeável da fundação é substituída por
concreto, podendo ser este plástico ou rígido de acordo com sua composição, formando
um muro quase impermeável ao longo de sua extensão.
Figura 7: Parede diafragma

Fonte : Oliveira (2008)

Ao contrário das trincheiras de vedação as paredes diafragma podem chegar a grandes


profundidades, por volta de 60 m, e podem ser realizadas abaixo do nível do lençol
freático. O principal empecilho para sua execução é a estabilidade das paredes da
escavação, muitas vezes executadas em material não coesivo. Para resolver este
problema, faz-se uso de lama bentonítica para a estabilização das paredes de escavação
através de seu grande empuxo estabilizante. A lama também impermeabiliza as paredes
da escavação, impedindo a formação de uma rede hidrodinâmica (ASSIS et al., 2003)
Segundo Fell et al. (2015) parede diafragma plástica é a que melhor se adequa as
solicitações impostas pelas fundações de barragens, isso por que ela é capaz de absorver
deformações sem a formação de trincas e fraturas, já que o solo se comprime e recalca
durante a construção. Dessa maneira, a região da parede é carregada, podendo causar
a penetração desta no corpo da barragem ou até o rompimento da parede. Portanto, a
utilização de concreto convencional é reduzida em barragens relativamente altas, já que
este é bastante rígido. Logo, utiliza-se com maior frequência uma mistura de concreto
com bentonita, chamada de concreto plástico. Neste tipo de preenchimento, a
bentonita exerce a função de manter o cimento e os agregados em suspensão durante
a sua acomodação, mantendo um nível adequado de plasticidade e baixa
permeabilidade.

CORTINA DE INJEÇAO
Para Cruz (1996) a cortina de injeção pode ser utilizada em maciço rochosos por meio
da execução de um ou mais linhas de furos. Neste procedimento busca-se dotar o
maciço injetado de um coeficiente de permeabilidade médio inferior a 10-4 cm/s.
De acordo com Assis et al. (2003) O controle de percolação é feito sem a substituição do
material da fundação, mas através da alteração das características deste. As injeções
preenchem os vazios da camada com uma calda que posteriormente se enrijece,
reduzindo assim a permeabilidade da região adjacente do furo de injeção. Com o
preenchimento de vazios também se evita o carreamento de finos e,
consequentemente, o risco de piping na barragem.
As injeções provocam no solo de fundação um aumento do caminho de percolação,
forçando a água a contornar os planos de injeção e uma redução da permeabilidade do
meio entre esses planos reduzindo a percolação pelo maciço (OLIVEIRA, 2008)

Gois (2015) cita que ao realizarem furos com espaçamentos predefinidos, forma-se uma
cortina de injeções e, com isso, uma região definida onde o coeficiente de
permeabilidade se torna inferior ao coeficiente da camada permeável. As injeções
podem ser executadas em uma ou mais linhas, ao longo de todo o trecho do barramento
ou apenas em trechos predefinidos. De acordo com Cruz (1996), as alternativas mais
empregadas no Brasil são: uma linha única, geralmente no eixo ou à montante da
barragem e linha tripla sendo uma central, uma à jusante e outra à montante. Cruz
(1996) ainda recomenda o uso de apenas uma linha quando a permeabilidade média da
camada fica entre 5x10-4 cm/s e 10-3 cm/s, e o uso de linha tripla para permeabilidades
médias superiores à 10-3 cm/s.
Após a realização dos furos realiza-se a injeção da calda. As caldas mais utilizadas são
executadas apenas com água e cimento, em proporções que variam de 10:1 até 0,5:1
(Costa, 2012). Contudo, também pode-se acrescentar outros elementos a calda, como é
exemplo da pozolana e da bentonita, visando a obtenção de comportamentos
específicos próprios de cada componente.

TAPETE IMPERMEÁVEL

O tapete impermeável a montante (figura 8) é uma técnica que tem como objetivo
aumentar o caminho de percolação. Esta solução é adotada quando o solo permeável
da fundação possui grande espessura e a sua permeabilidade é relativamente baixa. O
tapete é um aterro compactado executado com solo de baixa permeabilidade, a
montante da barragem e que deve ser combinado com um sistema de drenagem a
jusante.
Figura 8: Tapete impermeável a montante

Fonte: Oliveira (2008)

O comprimento do tapete é função da carga hidráulica do reservatório, da


permeabilidade da fundação. Já a espessura do tapete depende da estratificação e
espessura da camada permeável. Valores comumente utilizados para estes tapetes
variam de 0,6 a 3,0 m. (OLIVEIRA, 2008)
Esta técnica de controle de percolação é tida como uma solução de baixo custo,
entretanto, sua eficácia pode ser perdida se não houver cuidados especiais com a sua
execução, podendo levar a fissuração por ressecamento do tapete e a recalques
diferenciais próximo ao pé da barragem. Para reduzir o risco de fissuramento, sempre
que possível o tapete de ser mantido inundado (CRUZ, 1996).

METODOLOGIA

O presente trabalho se propôs a realizar uma revisão atualizada do tema, através de


pesquisa bibliográfica da literatura e estudo dos dispositivos de controle de percolação
em fundações de barragens. Analisou-se as características e os métodos executivos
dessas técnicas. A revisão bibliográfica foi feita através da pesquisa em anais de
congressos, dissertações e monografias sobre o tema e em publicações diversas,
procurando o viés técnico dentro delas.

CONCLUSÃO

ASSIS, A.P; et al. Apostila do Curso de Barragens. UnB, Brasília, 2003.

ARTHUR, H. G. Design of small dams. 2. Ed. A Water Resoucers Technical Publication – United
States Department of the Interior Bureau of Reclametion.1973.

BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Manual de Segurança e Inspeção de Barragens.


Brasília: MI, 2002. 148p. Disponível em:
<http://www.integracao.gov.br/infraestruturahidrica/publicacoes/manual_barragens.asp.>.

CBDB (2011). A história das barragens no Brasil, Séculos XIX, XX e XXI: cinquenta anos do Comitê
Brasileiro de Barragens. Rio de Janeiro: CBDB.
CAMARERO, Pedro Lemos. Análise de integridade física de barragens de terra a partir da
integração do método geofísico da eletrorresistividade com ensaios geotécnicos. Dissertação de
mestrado, UNESP. 2016.

COSTA, W. D. Geologia de Barragens. São Paulo: Oficina de Textos, 2012.

CRUZ, P.T. 100 Barragens Brasileiras: Casos Históricos, Materiais de Construção, Projeto. São
Paulo: Oficina de Textos, 1996.
GÓIS, F. M. B. M. Sistemas de Controle de Percolação em Maciços Permeáveis com Ênfase em
Soluções de Jet Grouting. Monografia, Universidade de Brasília, 2015.

JESUS, Luiz Gustavo de Souza. Análise probabilística de estabilidade de taludes de barragem


de terra. Monografia, Universidade de Brasília. 2015.

OLIVEIRA, A. G. S. Análise da Eficácia dos Dispositivos de Vedação e Drenagem Utilizados em


Fundações Permeáveis de Barragens de Terra. 174 p. Dissertação (Mestrado). Universidade de
São Paulo. São Carlos. 2008.

WATZKO, A. Barragens de Enrocamento com face de Concreto no Brasil. Dissertação para a


Obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2007.

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