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RESUMO _ INSPEÇÃO EM SEGURANÇA DE BARRAGENS DE USO MÚLTIPLO

_ ESTRUTURAS AUXILIARES
Mariana Félix Rodrigues Costa

 A segurança da barragem deve estar acima da economia, ela deve antecipar e


prever os possíveis problemas que venham a acontecer. Estes problemas devem
ser evitados em todas as fases, desde o projeto, até a fiscalização da execução e
inspeções periódicas durante a fase de operação.
 As barragens podem ter uma finalidade específica ou usos múltiplos, como:
irrigação, produção de energia elétrica, navegação, lazer e turismo, regularização
de vazões, abastecimento de água para uso humano e industrial, etc.
 A barragem é o conjunto de obras que envolve: os maciços da barragem, sistema
extravasor ou estruturas de segurança (vertedouro, dissipador de energia), sistema
de adução (reservatório, tomada d’água, descarga de fundo, em alguns casos, os
condutores de energia, casa de força).
 O arranjo da barragem vai depender da topografia do local, do regime hidrológico,
do método construtivo que será utilizado, da disponibilidade de material no local,
da geologia e da interferência de uma obra na outra.
 A tomada d’água pode ser de dois tipos: de superfície, geralmente está localizada
antes de um canal, ou submersa, que fica abaixo do nível mínimo do reservatório.
Tem como finalidade: captar e conduzir a água ao sistema de adução; impedir a
entrada de corpos flutuantes; fechar a entrada de água quando necessário e
permitir o rebaixamento ou esvaziamento do reservatório.
 Túnel de adução possui cobertura de rocha, a sua superfície é irregular, podendo
ser ou não revestida, vai depender da característica da rocha. Deve ser traçado, de
maneira que tenha a ligação mais curta entre a tomada d’água e a restituição,
devendo atender aos critérios de cobertura mínima de rocha.
 O sistema de adução pode ser em canal, que geralmente vai tender a acompanhar
as curvas de nível, ele também pode ser composto por tubulações de baixa
pressão, condutos forçados e chaminé de equilíbrio.
 O sistema extravasor é o conjunto de estruturas que garantem a segurança da
barragem, escoando de forma controlada as águas excedentes, dessa forma,
permitindo conservar o nível d’água no reservatório. Ele pode ser composto pelo
canal de aproximação, que conduz o escoamento excedente desde o reservatório
até o vertedouro; dissipador de energia, dissipa a energia cinética do escoamento
vertido; vertedouro, é responsável pelo controle hidráulico e canal de restituição,
canal para restituir o escoamento ao curso natural do rio.
 O vertedouro pode ser comportas com ou sem grades, ele pode ser também do tipo
tulipa; labirinto, esse tipo é muito utilizando quando se deseja aumentar a
capacidade de vazão. Este vertedouro pode ser: em degraus, sua vantagem é que
a medida que a água escoa ela vai dissipando energia, isso pode reduzir o tamanho
da estrutura de dissipação de energia; em jatos cruzados; o de salto esqui; em
blocos de queda, utilizado em pequenas barragens; e em alguns casos pode ser
por impacto.
 O que vai diferenciar uma barragem da outra é o arranjo de sua estrutura; já o que
elas possuem em comum, é que todas possuem a capacidade de armazenamento
de água para alguma finalidade.
 Na construção de barragens, as obras de desvio de rio podem ser provisórias ou
permanentes. Esse desvio pode ser feito em vales abertos, em que se constrói
ensecadeiras por seções, obstruindo o rio parcialmente; e em vales fechados,
nesse caso constrói-se um túnel, que será o novo percurso do rio, e obstrui toda a
largura do rio.
 As barragens também podem ser construídas sem estruturas de desvio, mas isso
pode necessitar de características hidrológicas específicas. Nesse caso a
construção é feita da seguinte forma: primeiro constrói-se nas margens, em seguida
deposita-se o enroncamento no fundo do rio, coloca-se uma camada de transição
e por último joga-se a camada de vedação.
 Durante a escolha do local para implantação da barragem, é importante realizar um
estudo hidrológico, para determinar as características da bacia e a determinação
de vazões para utilização.
 Através dos dados hidrológicos coletados, é possível determinar o tipo de volume
que será utilizado na barragem. A barragem pode ser com reservatório a fio d’água,
ou seja, quando não se tem um volume de armazenamento; ou a barragem pode
ter reservatório com armazenamento, ou seja, acima de um certo nível mínimo
coloca-se um certo volume útil, que vai definir a cota da crista do vertedouro, e esse
tipo de barragem pode variar o seu nível.
 A cota da crista da barragem deverá levar em consideração vários aspectos, um
deles é a espessura de material que vai se depositando ao fundo do reservatório,
em função da sedimentação, ao longo de sua vida útil.
 O volume morto da barragem é o volume que existe, mas que ele só está ali em
função do arranjo da obra. Acima do volume morto, considera-se o volume útil, aí
é possível determinar o nível normal da barragem.
 A diferença de vertedor e vertedouro é que o vertedor é um sistema de medição de
vazão, já o vertedouro é um descarregador de superfície de uma obra de
segurança. Todo vertedouro é um vertedor, mas nem todo vertedor é um
vertedouro.
 O vertedor é utilizando para medição de vazão de uma galeria de drenagem, ele
pode ser triangular, utilizado quando se tem uma vazão pequena, ou ele pode ser
retangular, utilizado quando se tem uma vazão maior. A escolha do tipo de vertedor
que será utilizado, depende de uma análise prévia da estimativa de vazão que se
espera passar.
 Ao realizar o dimensionamento hidráulico de uma barragem, deve-se preocupar
com o ressalto hidráulico, uma vez que ele que pode vir a causar erosão após a
bacia. A erosão acontece devido ao escoamento da água, que vai causar um
desgaste na superfície, fazendo com que as partículas sólidas comecem a se
desprenderem.
 O efeito da cavitação são condições que geram baixas pressões e as partículas de
ar, que tem dissolvido na água, aumentam de tamanho, gerando micro-bolhas de
ar, e essas micro-bolhas quando encontram zonas de alta pressão, elas implodem,
provocando altas pressões junto a superfície de concreto.

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