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1 (2022)
técnica
IBAPE - PE L
Publicação Semestral
REVISTA
especial: manutenção predial em condomínios
engenheiro homenageado: Eli Andrade da Silva
ARTIGOS
técnicos
IBAPE
ando
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IBAPE-PE
opinião
acompanhe
O IBAPE-PE
nas REDES
SOCIAIS
7
especial
Revista técnica do IBAPE-PE
Manutenção Predial
Por Ivan Carlos Moura da Cunha
Engenheiro Civil – Consultor e Perito em Engenharia e Mobilidade Urbana
Esteja junto
aos melhores e
seja diferenciado
no mercado!
Seja sócio!
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ibapeando
Revista técnica do IBAPE-PE
Método Involutivo - um
olhar “autodeclaratório”
Por Leonardo Coimbra
Engenheiro Civil - Diretor Técnico da Planner Consultoria e Planejamento
Aos “marujos dessa Caravana Avalia- abordagem, mas qualquer delas que se
tiva” que vai do Leme ao Pontal, quero fundamente em modelagens econômicas,
(d)enunciar que, realmente, não há nada extremamente susceptível a ansiedades,
igual. E de antemão já vou avisando: “Não expectativas e olhares “sempre muito
dá para chamar o Síndico!”, ele nem exis- especiais”. Naturalmente, ninguém tem
te! Cuidado mesmo é com os cínicos do “Caleidoscópios Futuristas” que consi-
mercado imobiliário, que querem mesmo gam olhar, principalmente em épocas de
é vender “Oráculos de Valor.xlsx”, cada “movimentos pós–covid”, como nosso
vez que lhes pedem uma “Opinião 4.0”... mercado imobiliário irá se (com)portar,
Bom, ironias à parte e já medindo des- além das já sabidas máximas de não – li-
culpas por elas - apenas para “compor nearidade e imperfeição (bem descritos
uma de elegante” – quero de pronto tra- nos manuais microeconômicos mais em-
tar de meu incômodo com o nosso tão poeirados).
bem alardeado Método Involutivo, que Apenas por uma questão didática, lem-
como toda boa solução “geneticamente bro que as avaliações por involução par-
modificada”, tem muita vontade impreg- tem do princípio de que desejamos ava-
11 11 nada, o que claro, torna, não apenas essa liar parcela de terra (lote, terreno, gleba
Revista técnica do IBAPE-PE
etc.) e que, para nossa infelicidade, não “Tô” aqui falando em bom português e/ou
há elementos comparativos razoáveis parco inglês, que teremos que supor, de for-
a serem utilizados. Apenas um apêndice ma estruturada em um fluxo de caixa, toda
(talvez uma apendicite) ao nosso deba- a implementação e comercialização do nos-
te aqui posto, a frase acima posta “...ele- so dito projeto paradigma, levando em con-
mentos comparativos razoáveis para se- sideração a seguinte lista de inputs:
rem utilizados...”, nos dias de hoje, ainda
soa como uma “sofisticação monótona”, Estimativa de custos de construção;
própria apenas dos caciques da nossa en-
genharia de avaliações, todos grandes “al- Estimativa de Custos de Incorpora-
quimistas do amanhã”. Digo isso, pois tem ção;
muito “pajé avaliador” comparando limão IVV;
com ferro gusa e ajustando isso por al-
Custo de Oportunidade;
guma “Dicotômica disruptiva”, aprendida
em cursos de instagram... Risco;
Voltando ao nosso terreno singular, Estimativa de VGV;
este sem paralelos possíveis, ao optarmos
pela abordagem por Involução, iremos re- Estimativa de planejamento de im-
cair em uma necessidade normativa de, plantação;
ficticiamente, incorporar um projeto pa- Estimativa de planejamento de co-
radigma ao nosso lote, para então – sem mercialização;
entrar em filigranas metodológicas – fa- TMA, TIR,VPL, Payback (tem mais
zer uma “conta de traz pra frente”, des-
coisa);
contando os fluxos financeiros hipoteti-
camente gerados (negativos e positivos)
durante a realização do projeto (econô- Aqui trago os fundamentos mais essen-
mico, não apenas de engenharia!), para ao ciais (haveria mais a tratar) para um dese-
fim e a cabo, chegarmos ao valor econô- nho de modelo econômico a ser desconta-
mico do nosso ativo. do a valor presente, para fins de estimação
Relendo esse parágrafo acima, além de do valor econômico do nosso terreno...
falta de ar, confesso aqui umas 4 palpita- Já usei “3 pontinhos” nesse artigo – até ago-
ções estranhas. Talvez uma palavra acima ra – umas 5 vezes, não sem razão...
tenha passado ao largo da leitura, como Engenheiro constrói casa, barragem, ro-
toda boa “pegadinha”, e aí mora o peri- dovia, prédio, não fluxo de caixa. Fluxo de
go... caixa dinâmico, com descontos a valor pre-
A palavra “incorporar”, aqui não se li- sente de seu custo de oportunidade + ris-
mita ao escopo técnico de realizar a “ar- co (Simulação de Monte Carlo? Hã?) é uma
voração” do projeto imobiliário, de forma boa dica para quem estiver com excesso de
estanque e hermética. Aqui “incorporar” estoque capilar.
traz em seu DNA elementos de Inteli- Calma que ainda vem a “cereja do bolo” e
gência de Mercado - sofisticadamente em inglês!!
nominados de REAL ESTATE – que im- Todo esse conjunto de simulações deve
põem ao nosso olhar de gestor de proje- ter como “mantra fundamental” o interna-
tos, dimensões de análise que extrapolam cional “Highest and best use”, e que tudo
nossos capacetes... mais vá pro inferno...
12
Agora “deu ruim”, como dizemos “no- E o método, per si, garbosamente ainda
Revista técnica do IBAPE-PE
sotros”. Essa premissa estrangeira, nos se autodeclara “involutivo”, vejam só, suge-
informa que, para cada projeto para- rindo toda sua “pegada metodológica de re-
digma a ser adotado em abordagens por trovisor”, que nós, “trivialistas normativos”,
involução, deveremos lançar mão do achamos que se resolve em alguma alínea
maior e melhor uso do potencial eco- “b”. Nada além de engenharia cartorial...
nômico do capital terra estudado, uma Bom, são essas algumas das minhas críti-
vez ser esta avaliação fundamentada cas, incômodos, medos e preocupações. Leia
em elementos de análise econômica, a esse artigo e depois vá no Google tentar
serem dispostos no já mencionado fluxo comprar uma “Planilha para elaboração de
de caixa hipotético. Avaliação por Método Involutivo 4.0”, deve
Na boa, isso requer um robusto trabalho ter umas 666. Não me sinto (in) formado
de pesquisa em REAL ESTATE, voltado para para tamanha audácia, mas vejo muita gente
as vocações e peculiaridades de cada região, bacana (principalmente nossos hermanos da
tanto de forma conjuntural quanto estru- terra da garoa) tratando isso como “favas
tural, olhando curto, médio e longo prazo, contadas”.
com vários cenários. Alguém pode ainda perguntar se eu só
O nosso olhar de engenheiro, acostuma- faço reclamar. Digo que sim, pelo menos
do a estourar orçamentos, não controlar por enquanto. Mediano que sou, engenhei-
custos, achar um saco planejar e ser um ro que sou, responsável que aprendi a ser,
eterno apaixonado em resolver broncas, procuro me manter restrito continentes
não é domesticado para tal conjunto de das minhas limitações, sem maiores campos
perspicácias econômicas “para além da pró- de arbítrio ou “novas novidades”, para não
xima trenada”... ter que viver “um laudo de sonhos” e ter a
vida inteira para me arrepender...
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Eli Andrade da Silva
engenheiro homenageado
Revista técnica do IBAPE-PE
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de matemática, assim arrecadando recursos laborou em diversos projetos, foi mentor de
Revista técnica do IBAPE-PE
para pagar a faculdade. Ele também con- colegas e amigos, assim expandindo a sua
tou com o apoio dos pais, esposa, irmãos e rede de relacionamentos.
amigos ao longo da sua carreira. Seu cunha- Ao longo dos anos desenvolveu um inte-
do Yasu e sua irmã Nita compartilhavam resse pelas Leis e iniciou o curso de Direito
do mesmo interesse tanto na engenharia, na Universidade Católica de Pernambuco. O
quanto na cultura japonesa. Trabalhava du- seu maior objetivo era agregar ainda mais
rante o dia na construtora Souza Luna e a valor à Engenharia. Em 2021, faltando apenas
noite ia para a faculdade. Por diversas vezes 3 cadeiras para se tornar bacharel em Direi-
perdeu a parada do ônibus por usar o tem- to, trancou a faculdade para se concentrar
po da viagem para descansar, após noites de no tratamento de câncer de pâncreas e no
estudo. Arrumou solução fazendo amizade pouco tempo que tinha com aqueles que ele
com o motorista do ônibus e assim tendo mais amava.
ajuda para acordar. Nos dias que não cochi- No ano de 1977, após 7 anos de namo-
lava, observava como o motorista conduzia ro, se casou com Ana Tereza. Ele se apaixo-
o ônibus e dessa forma aprendeu a dirigir. nou pela menina com as pernas mais lindas
Se formou em Engenharia Civil no ano de do bairro e que foi a sua companheira por
1979 e concluiu a pós-graduação em Enge- mais de 40 anos. Tiveram dois filhos, Juliana
nharia de Segurança do Trabalho em 1980. e Renato e juntos foram abençoados com
Ouso dizer que a engenharia foi a sua maior 5 netos. Gigi, Leo, Luca, Nico e Oli. Fazia
paixão. Dedicou uma vida em busca de de- constante ponte aérea entre Recife e Bos-
senvolvimento contínuo, aprendizado cons- ton para se fazer presente em todos os mo-
tante e segurança para a sociedade. Tra- mentos importantes de cada um. Festas de
balhou três décadas na Construtora OAS aniversário, formaturas, nascimento dos ne-
onde teve a oportunidade de levar o seu tos e feriados. Durante as viagens aprovei-
conhecimento e fortalecer relacionamen- tou para conhecer um pouco da engenharia
tos por diversos estados do Brasil, como americana, chegando a visitar a obra de um
São Paulo, Roraima, Maranhão e Pernambu- prédio em andamento. Era fascinado pelo
co. Foi cofundador da Herkos Engenharia método americano de projetar os trabalhos
por cinco anos, no estado de Pernambuco como, por exemplo, o uso do concreto e das
e colaborou em projetos da Pernambuco grandes estruturas metálicas. Desde muito
Construtora. Engenheiro e conselheiro as- jovem era fascinado pela língua inglesa. Fez
síduo no CREA. A paixão pela Engenharia aulas de inglês no Brasil e 3 meses em Bos-
era tanta que participou de reuniões on-li- ton, onde aprendeu a apreciar o frio de 0ºC!
ne na noite prévia a cirurgia de câncer e du- Achava a neve belíssima e dizia que frio era
rante todo o tratamento de quimioterapia. psicológico!
Se sentia alegre e energizado em contribuir Com muito esforço e dedicação, há mais
e colaborar. Seu raciocínio logico e exato, de 25 anos, projetou e executou a obra da
foco, dinamismo e dedicação foram deter- sua casa na praia, em Serrambi. Chamava a
minantes na execução de grandes e relevan- propriedade de paraíso e deu nome de Paço
tes projetos de infraestrutura. Dentre eles, do Lumiar. Como um bom engenheiro, al-
com muito orgulho, estavam grandes ro- guns anos depois, refez tudo. Sua última obra,
dovias (BR-101), Aeroportos (Guarulhos), durante o tratamento de quimioterapia, foi a
Usina Hidrelétrica (Belo Monte), Porto (Su- piscina na casa de Serrambi, a qual sonhou
ape), túnel, Shopping Center (Tacaruna) e em ter quando os netos pudessem aprovei-
até Supermercados (Hiper Bompreço Casa tar. Assim o seu sonho foi realizado!
15 Forte). Fundou a EA Consultoria onde co-
Conhecido como o Tampa, era amigo
Revista técnica do IBAPE-PE
“
sobre o seu legado, disse:
de segurança do traba-
lho como Perito Judicial
Por Hugo Duarte Vilar1
As perícias judiciais, por si só, já re- Nas engenharias civil, mecânica, elétri-
portam a um entendimento de que ca e agronômica etc., os fatores humanos
para fazê-la, é necessário conhecimen- e sociais, na maioria das vezes, são com-
to específico, adquirido na academia e plementares ou secundários, e correm
na experiencia prática do dia a dia. Mas em paralelo na dissertação e respostas às
a perícia, em termos, não apenas signi- assertivas do engenheiro destas gradua-
fica que o perito possa atuar em âmbi- ções, na atuação pericial. Muitas vezes ou-
to judicial, mas como referência de um vimos que engenheiro a conta é 1+1=2.
tema ou de proficiência neste. Dentre as áreas de concentração da es-
Um perito quando no seu encargo OU pecialidade segurança do trabalho, que
MISTER, está imbuído de saber e de en- são objeto de perícias judiciais, repou-
tendimento vasto do assunto ao qual sam em temas como ergonomia do pos-
terá que concluir, para elucidar ou clari- to de trabalho, sobrecarga operacional,
ficar o tema suscitado pelas partes, em eventos acidentais, previdência, corre-
um processo judicial ou em nível extra- ção de documentos previdenciários por
possíveis erros de avaliação da empresa,
“
judicial, para esclarecimento de um tema.
Diz-se esclarecimento, pois, o pe- intencionais ou não.
rito está em seu mister na busca de
respostas, claras e concisas, para en-
tendimento claro e abrangente do
Juízo ou parte interessada, inclusive Diz-se esclarecimento, pois,
levando em conta todas as possibi- o perito está em seu mister na
lidades técnicas e operacionais, de busca de respostas, claras e
um tema técnico, e também social. concisas, para entendimento
Diferentemente das engenharias di-
tas “primárias”, o engenheiro seguran-
ça do trabalho atua também com as
pessoas em seu trabalho e todas as
implicações sociais, trabalhistas e con-
temporâneas na atualidade, sendo seu
mister inserir os aspectos comporta-
claro e abrangente do Juízo
“
ou parte interessada, inclusi-
ve levando em conta todas as
possibilidades técnicas e ope-
racionais, de um tema técni-
co, e também social.
mentais na conclusão de seu estudo.
1
18 18 Engenheiro civil, Segurança do Trabalho e Auditor/Perito/Avaliador de engenharia
(TJPE,TJPB, JFPE, JFPB,TRT6,TRT13)
Revista técnica do IBAPE-PE
Na ergonomia, por exemplo, estão inti- ruído (do trabalhador), calor (do posto de
mamente ligados temas como burnout, tem- trabalho do trabalhador), vibração (aquela
pos e movimentos, processos operacionais, es- que possa ser transmitida ao corpo do tra-
tudo da população do local etc. Produzir um balhador), pressões hiperbáricas (mergulha-
laudo ou relatório situacional perante estes dores), produtos químicos (diversos), frio
temas, que seja digno de ser acostado como (trabalhadores em câmaras frigorificas), etc.
prova em processos judiciais, exige cuidados Por exemplo, existem produtos químicos
técnicos e habilidades sociais, como conhe- que são nocivos a tal ponto que podem,
cimento de pessoas e seu comportamen- a longo prazo, deixar pessoas com graves
to, processos e naturezas produtivas das doenças pulmonares e até perda auditiva.
empresas e locais estudados, que podem Produtos químicos radioativos que podem
envolver temas como clima, crescimento matar pessoas, estão entre os desafios im-
populacional, costumes do local, aspectos postos ao engenheiro de segurança do tra-
culturais e outros. balho, inclusive em sua avaliação e conclu-
Um engenheiro segurança do trabalho, são pericial, para tanto, precisa, também de
na ativa, atuando como perito, possui habilidades e conhecimentos de química e
capacidades de entendimento psicológi- saúde do trabalhador. Não apenas em ter-
co (básico), gestão da qualidade (audi- mos de patologias de doenças, mas como
toria documental), processos produtivos essa se enquadra nas diversas normas regu-
industriais, economia, conhecimentos lamentadoras do trabalho, estipuladas pelo
gerais, entre outros. Ministério do Trabalho e Emprego.
Por exemplo, processos que envolvem di- Já em processos judiciais que visam escla-
reito a percepção de adicionais de salário recer temas acidentais incapacitantes ou até
por insalubridade ou periculosidade, exi- fatais, os peritos judiciais geralmente são ver-
gem medições de agentes ambientais, como sados em segurança do trabalho, visto que,
19
para alcançar os reais fatos ou provas que insegura. A habilidade do engenheiro se-
Revista técnica do IBAPE-PE
possam ter levado ao acidente, é necessário gurança do trabalho perito vai trazer luz a
entender os processos, omissões de segu- temas como falhas de sistemas de proteção
rança ou ainda aspectos comportamentais. contra incêndio, riscos elétricos, pontos de
Ainda falando em eventos (sinistros) ignição ou calor excessivo não previstos em
acidentais, o engenheiro segurança do projetos ou erros operacionais que possam
trabalho, não raro, utiliza-se de ferra- ter causado o evento acidental, que muitas
mentas da qualidade para entendimen- vezes ceifa vidas e interrompe bruscamente
to de falhas, como espinhas de peixe, grandes negócios e empreendimentos em
método dos porquês, entre outros. Es- operação.
tas ferramentas são muito intuitivas e Os IBAPE de todo o Brasil tem inves-
servem para aglutinar e concluir mais tido no potencial do engenheiro de se-
rapidamente quais as causas básicas e gurança como perito, por exemplo, com
contribuintes que levaram ao acidente. capacitação nas áreas de projeto, perí-
Para que possamos entender a força do cia e segurança contra incêndio.
aspecto comportamental dos eventos Portanto, a especialidade de segurança do
acidentais, por exemplo, existem estu- trabalho, que hoje no Brasil é das únicas es-
dos estatísticos da empresa DUPONT pecializações lato sensu, que propiciam uma
(química, multinacional) que endereçam nova habilitação para o engenheiro das di-
que quase 96% dos acidentes são de tas engenharias primárias, e cada vez mais,
origem comportamental (causados por aquele que investe neste campo de atuação,
falha humana). Daí a necessidade de tem fornecido habilidades diversas, sendo
conhecimento do comportamento hu- muito importantes, principalmente na sea-
mano, mesmo nas perícias trabalhistas. ra jurídica trabalhista, dirimindo as dúvidas
Ainda em eventos acidentais de acidente suscitadas nos inúmeros quesitos periciais
do trabalho, existem os sinistros de incêndio, dos processos judiciais, auxiliando a justiça
que podem ser intencionais ou advindos de a cumprir seu papel fundamental, fazer jus-
falhas de processo industrial ou estocagem tiça.
As imagens 2, 3, 4 e 5 expressam al-
guns destes riscos encontrados em
20
Investimento Imobiliário
opinião
em Portugal é muito
oportuno
Por João Correia Gomes1
Resumo
O produto imobiliário do século XXI emoções, estética, status. Para além do
relaciona-se mais com os ambientes físico (e mensurável), na valorização do
proporcionados do que com constru- produto imobiliário acrescenta-se os
ção de edifícios. Nesse contexto, Por- ambientes humanos, institucionais, in-
tugal oferece condições excepcionais formacionais que influenciam muito a
para se viver, o que significa oportuni- economia e o interesse em investir.
dades para projetos imobiliários mui- Depois de satisfeitas as necessida-
to viáveis, desde que inovadores. Pode des mais básicas, como habitação em
configurar-se um novo período de ouro condições mínimas de segurança e ha-
para os investidores. Por quê? bitabilidade, o setor imobiliário preci-
sa de prover produtos com mais valor
Introdução acrescentado, o que implica algo mais
Cada vez mais o produto imobiliário do que construir bem. É preciso atuar
é mais um tema de ambiente do que bem quando se planeia, procura, sele-
construção civil. Esta configura-se mais ciona, analisa, comunica e vende. Com
como um meio para proporcionar os a próxima reindustrialização da Europa
ambientes que os humanos requerem a basear-se em Automação, Inteligência
para a sua sustentabilidade na natureza Artificial e Energias Renováveis, a cons-
“
e a delimitar os espaços obrigatórios trução terá de deixar de ser o fator cri-
definidos pela propriedade imobiliária.
Num primeiro nível, o mais evidente,
claro que produto imobiliário se liga a
atributos físicos como o terreno ou as
Para além do físico (e men-
redes de interligação como a localiza-
ção, acessos ou o saneamento. Mas, são surável), na valorização
do produto imobiliário
outras camadas que diferenciam o valor
e estão muito além do que é tangível,
tal como quando se sobe a pirâmide de
Maslow. São, por exemplo, os atributos
dinâmicos (Gomes, 2018) que estão li-
gados a fatores mais subjetivos como
acrescenta-se os ambientes
humanos, institucionais,
informacionais que influen-
ciam muito a economia e o
interesse em investir.
“
21
21 1PhD, MSc, Eng.º Civil
tico de produção imobiliária. Se a sociedade Estes fatores podem posicionar o país
Revista técnica do IBAPE-PE
que quer alta produtividade - salários ele- para ter elevada demanda imobiliária nos
vados e escassez de mão de obra braçal - a anos após a crise 2020-2021, estimulando o
opção será menos a construção tradicional investimento sobretudo por capitais exter-
que é demasiado cara e ineficiente. Através nos. O território é já muito procurado por
de sistemas de produção abertos, automa- estrangeiros. Os mais ricos procuram um
tizados e modulares, o custo unitário de refúgio seguro com uma elevada qualidade
construção será cada menor. O valor estará de vida e ambiental, a preços muito mode-
em fatores mais intangíveis. rados para usufruir do descanso e lazer. A
população trabalhadora quer trabalho numa
Quanto a Portugal sociedade que precisa de mão de obra em
No contexto europeu, Portugal apresenta tarefas em áreas como os cuidados huma-
bastantes vantagens comparativas que irão nos, comércio, turismo ou a agricultura.
salientar-se após a crise pandémica Covid19.
Espreitam novas
O país apresenta muitas vantagens para
crescer na exploração dos seus ambien- oportunidades
tes físicos, humanos e informacionais, No caso de novos residentes estrangeiros
mas precisa de melhorar fatores institu- a demanda era elevada antes da pandemia,
cionais ligados à política apesar da sua sendo brasileiros o grupo étnico mais po-
forte democracia (The Economist, 2020). puloso (Pordata, 2019). A maioria da popu-
Entre tantas vantagens, é o terceiro país mais lação brasileira, africana e do leste europeu
seguro do mundo, da hospitalidade do seu instala-se no país para trabalho com a famí-
povo, da sua proficiência em inglês (sendo o lia. Dispersam-se por todo o território pois,
sétimo país do mundo; EF EPI, 2021), do nível mesmo os espaços rurais oferecem boa
elevado do seu sistema de saúde e de edu- acessibilidade física e a redes informáticas.
cação publica, do seu clima temperado, da Os imigrantes asiáticos trabalham na agricul-
diversidade geográfica (U. Porto, 2021) das tura e no retalho das grandes cidades. Está
suas regiões tão próximas, da proximidade à também com tendência de crescimento os
restante Europa (com viagens baratas), com europeus ocidentais (sobretudo franceses e
uma das melhores coberturas mundiais em britânicos), assim como norte-americanos,
redes de fibra ótica (Sapo, 2020), a enorme para viver no país quase em permanência,
riqueza cultural e gastronômica. na maioria são pensionistas que procuram a
22
área metropolitana de Lisboa (cidade, Cas- Estes conceitos poderão ligar com muitos
Revista técnica do IBAPE-PE
cais, Sintra) e o Algarve (Best in Europe, dos espaços co-working que funcionam já
2021). O investimento na área residencial de nas grandes cidades.
luxo irá crescer, mas não pode descurar-se A pandemia está a demonstrar que pode
a procura por moradias e pequenas quintas ser um erro a aposta excessiva em produ-
nas vilas e aldeias bem servidas de acessos tos de âmbito turístico. Está em aberto a
aos aeroportos internacionais (Lisboa, Por- emergência de novos conceitos imobiliá-
to, Faro). rios, talvez híbridos com usos residenciais,
O contexto do país é favorável para a de retalho e de serviços.
população sénior internacional o que esti- O efeito do teletrabalho e da mudança
mulará a criação de serviços de apoio, as- estrutural das empresas acelerados pela
sim como produto imobiliário compatível. pandemia está já a conduzir a redução de
Acrescenta-se que o segmento de população espaços de escritórios, sobretudo no cen-
sénior nacional também tende a crescer nos tro de Lisboa (idealista, 2020). Esta tendên-
próximos anos (Pordata, 2019) estimulan- cia poderá levar a novas oportunidades de
do o investimento em serviços afins como negócio para os edifícios de escritórios
estruturas residenciais para idosos (ERPI), que terão de adaptar-se a outros usos com
em co-living sénior, e em condomínios com maior procura. Até poderão ser transfor-
equipamentos afins. mados para uso residencial, já que as cida-
Tal como eventos dramáticos do passado, des serão decerto os principais centros de
como as guerras mundiais do século XXI, criação de riqueza do século XXI.
também a pandemia do Covid19 está a ter A União Europeia dispõe de grandes
resultados disruptivos, acelerando a mudan- verbas para a transformação energética
ça antes em curso, mas de forma lenta. É pro- das cidades, tornando-as mais eficien-
vável que aumente a percentagem do tempo tes e renovadas, até pela exploração
do trabalho online em relação ao presencial. de conceitos como a smart-cities, sendo
Está a crescer o segmento dos nómadas di- Portugal considerado um país fortemen-
gitais em todo o mundo que procuram no te inovador (casa eficiente, 2020).
mundo os melhores ambientes para viver e Os fundos autorizados a nível europeu (Co-
trabalhar em contexto virtual. missão Europeia, 2021) contemplam assim
O país oferece condições naturais, sociais a reabilitação das cidades (Tavares, 2021).
e estruturais que favorecem esse tipo de Este tipo de benefícios poderá significar
demanda, sendo patente o sucesso de um estímulo à economia pela reabilitação e
oferta que emergiu nos últimos anos em criação de novos serviços.
Portugal (Publico, 2021). No mundo atual em plena revolução de
A crise turística provocada pelo confina- contextos, o estímulo da economia não se
mento em 2020-2021 poderá conduzir a concentra apenas nas grandes cidades. A
alterações em muitos empreendimentos tu- adaptação da economia para uma vertente
rísticos, desde hotéis a alojamentos locais, mais digital, eficiente, inovadora, aprovei-
os quais poderão ser adaptados para os no- tando as ótimas condições estratégicas do
vos segmentos de mercado constituídos por território, está na estratégia publica do go-
jovens profissionais, estrangeiros e nacionais, verno. Por exemplo, em Sines, uma peque-
que não precisam de estar em permanência na cidade com o porto de águas profundas
presencial no seu posto de trabalho tradi- mais ocidental da Europa, estão previstos
cional. Podem crescer conceitos imobiliários investimentos muito elevados na área da
23 similares como os co-living e co-housing. tecnologia. Além do enorme interesse para
a exploração logística do porto, tendo em Referências
Revista técnica do IBAPE-PE
Gomes, João Correia, 2018, Uma nova europeia de fibra ótica em zonas rurais,
visão sobre o imobiliário – Plataforma para a acessível através de URL: https://tek.sapo.
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Alternativa, Lisboa, Portugal; tugal-lidera-na-cobertura-europeia-de-fi-
bra-optica-em-zonas-rurais-53-das-casas-
Lusa, 2020, Investimento em projeto de -ja-aderiram-a-rede
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ultrapassar 1,5 mil milhões de euros, Silva, Barbara, 2021, Renováveis atingem
acessível através de URL: https://www. 79,5% da eletricidade gerada em Portu-
jornaldenegocios.pt/sustentabilidade/ gal no primeiro trimestre de 2021, aces-
ambiente---descarbonizacao/detalhe/ sível através de URL: https://eco.sapo.
investimento-em-projeto-de-producao- pt/2021/04/13/renovaveis-atingem-795-da-
-de-hidrogenio-em-sines-pode-ultrapassar- -eletricidade-gerada-em-portugal-no-pri-
-15-mil-milhoes-de-euros meiro-trimestre-de-2021/
Lusa, 2021, Investimento de 3,5 mil milhões Silva, Barbara, 2021, 35 anos depois, EDP
cria megacentro de dados em Sines com abandona carvão em Sines e aposta tudo
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acessível através do URL: https://www. https://eco.sapo.pt/2021/01/14/35-anos-
jornaldenegocios.pt/empresas/tecnologias/ -depois-edp-abandona-carvao-em-sines-
detalhe/investimento-de-35-mil-milhoes- -e-aposta-tudo-no-hidrogenio/
-cria-megacentro-de-dados-em-sines-com- Tavares, Ana, 2021, Plano de Recuperação
-1200-empregos-altamente-qualificados e Resiliência terá €1.600M para habitação,
Pordata, 2019, Indicadores de Envelhecimen- acessível através de URL: https://www.
to em Portugal, acessível através de URL: vidaimobiliaria.com/noticias/investimento/
https://www.pordata.pt/Portugal/Indicado- plano-recuperacao-resiliencia-tera-eur-
res+de+envelhecimento-526 1-600m-habitacao/
Pordata, 2019, População estrangeira por The Economist, Índice democrático a nível
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c3%a7%c3%a3o+estrangeira+com+estatu- tail/2021/02/02/global-democracy-has-a-
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mas+nacionalidades-24 U. Porto, 2021, Portugal, acessível através
Publico, Jornal, 2021, Há 2600 pessoas que de URL: https://www.ef.edu.pt/epi/
querem viver (e trabalhar) na vila nómada da
Madeira, acessível através do URL: https://
www.publico.pt/2021/01/29/fugas/noticia/
ha-2600-pessoas-querem-viver-trabalhar-
-vila-nomada-madeira-1948163
25
Estudo da alvenaria
Revista técnica do IBAPE-PE
artigos técnicos
estrutural com a adição de
graute no preenchimento
dos blocos de concreto
Bruno Marinho Calado MSc.1;
George Washington da Silva Oliveira Esp.2
Resumo
A construção civil é um importante conhecimentos mais coesos sobre o
setor para o desenvolvimento econô- processo. Com toda a fundamentação
mico e social do país. No entanto, é um demonstrada, foi elaborada uma descri-
setor produtivo que sempre passa por ção sobre o ganho de resistência quan-
dificuldades devido a velocidade com do o bloco utilizado na obra tem a adi-
que seu crescimento ocorre, muitas ção de graute, trazendo para a estrutura
vezes desenfreado. Consequente a isso um melhor comportamento global. Mas,
surge a escassez de mão de obra qua- ressaltando que todo projeto precisa de
lificada e o desenvolvimento de novas análise estrutural antes de sua execução.
tecnologias. Diante disso se faz neces- É demonstrado nesse trabalho que exis-
sário conciliar uma atividade produtiva te um ganho de mais de 100% na resis-
com as condições que conduzam a um tência do bloco com a adição do graute
desenvolvimento responsável e racio- e, sem o graute, a possível fragilidade de
nal, diminuindo os problemas pós obra todo o sistema.
que os profissionais de engenharia con- Palavras-chave: Construção Civil; Pato-
vivem todos os dias. Com base nesse logia de Materiais; Alvenaria Estrutural;
conhecimento foi desenvolvido um es- Inspeção Predial; Reforço Estrutural
tudo, de caráter educativo, demonstran-
do resultados, em um estudo de caso Study of structural masonry
de uma obra executada na concepção with the addition of grout in
de alvenaria estrutural. Esperando-se the filling of concrete blocks.
que o novo profissional no mercado
da engenharia tenha um conhecimento Abstract
básico do que realmente compõe uma Civil construction is an important sec-
alvenaria estrutural, e dessa forma pos- tor for the economic and social develo-
sa difundir em seu campo de trabalho pment of the country. However, it is a
1
ORCID (0000-0003-3416-8314) Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Coordenação de Edificações,
e-mail: bruno.calado@ifsertao-pe.edu.br
27
2
ORCID (0000-0002-8823-0745), Universidade Federal do Vale do São Francisco,
27 e-mail: georgeworocha@gmail.com
productive sector that always goes throu- truções de bloco sobre bloco onde os popu-
Revista técnica do IBAPE-PE
gh difficulties due to the speed with which lares chamam de alvenaria estrutural. E, pior
its growth occurs, often unbridled. Conse- ainda, quando encontramos colegas de pro-
quently, there is a shortage of skilled labor fissão utilizando da mesma nomenclatura e
and the development of new technologies. percepção. Diversas patologias em alvenaria
In view of this, it is necessary to reconcile a ou estrutura são decorrentes do erro na
productive activity with conditions that lead forma de utilização dessas alvenarias, ou de
to a responsible and rational development, sua interpretação como solução de uma es-
reducing the post-work problems that en- trutura. Conforme relatado por Ramalho e
gineering professionals live with every day. Corrêa (2008), o conceito principal de uma
Based on this knowledge, an educational alvenaria estrutural é sua utilização de for-
study was developed, demonstrating results ma que a transmissão dos carregamentos e
in a case study of a work carried out in the esforços sejam por tensões de compressão.
design of structural masonry. Hoping that Objetivando principalmente, de for-
the new professional in the engineering ma orientativa, este artigo tem a finalida-
market has a basic knowledge of what ac- de de trazer ao conhecimento dos no-
tually makes up a structural masonry, and in vos profissionais, ou mesmo em forma
this way can spread more cohesive knowle- de aperfeiçoamento, aos profissionais de
dge about the process in their field of work. maior experiência de mercado, um estu-
With all the evidence demonstrated, a des- do de caso onde é demonstrado o prin-
cription was prepared on the gain in resis- cípio de concepção de uma alvenaria es-
tance when the block used in the work has trutural e a alteração na resistência à
the addition of grout, bringing a better ove- compressão do bloco, quando submetido
rall behavior to the structure. But, noting à adição de graute em seu preenchimento.
that every project needs structural analysis
before its execution. It is demonstrated in
2.Tipos de Alvenaria
this work that there is a gain of more than 2.1 Alvenaria de Vedação
100% in the strength of the block with the Conforme o Código de Práticas n° 1
addition of grout and, without grout, the (2009), a alvenaria de vedação é um ele-
possible fragility of the entire system. mento que não é dimensionado para resis-
Keywords: Civil Construction; Materials tir às ações além de seu peso próprio. São
Pathology; Structural Masonry; Building Ins- aquelas destinadas a compartimentar espa-
pection; Structural reinforcement. ços, preenchendo os vãos de estruturas de
concreto armado, aço ou outras estruturas.
1. Introdução Assim sendo, devem suportar tão somente
O crescimento desordenado na cons- o peso próprio e cargas de utilização, como
trução civil vem gerando diversos pro- armários, rede de dormir e outros.
blemas para a engenharia civil, desde a Parede de vedação é toda alvenaria não
concepção de projeto de um empreendi- admitida no projeto como suporte de ou-
mento à tipologia e métodos construtivos tras cargas, além do seu peso próprio. Tem
utilizados. Muitas vezes esses problemas como função apenas separar ambientes ou
vêm comprometer a vida útil da edifica- de fechamento externo conforme a Foto 1.
ção, sua durabilidade e sua estabilidade. Assim, entende o subsistema vedação ver-
Com as construções em alvenaria tical como responsável pela proteção das
estrutural não é diferente. Por muitas, e in- edificações de agentes indesejáveis (chuva,
28 cansáveis vezes, nos deparamos com cons- vento, etc), conforme Sonda (2007).
2.2 Alvenaria Estrutural
Revista técnica do IBAPE-PE
Dimensões nominais.
Altura 190 190 190 190 190 190 190 190 190
Inteiro 390 390 290 390 240 365 390 290 390
1/3 - - - - - 115 - 90 -
Compensador A 90 90 - 90 - - 90 - 90
Compensador B 40 40 - 40 - - 40 - 40
Canaleta inteira 390 390 290 390 240 365 390 290 -
As tolerâncias permitidas nas dimensões dos blocos indicados nesta Tabela são de ± 2,00 mm para a largura e ± ,0 mm
NOTA 1
para a altura e para o comprimento.
NOTA 2 Os componentes das famílias dos blocos de concreto têm sua modulação determinada de acordo com a ABNT 15876.
NOTA 3 As dimensões da canaleta J devem ser definidas mediante acordo entre fornecedor e comprador, em função do projeto.
Paredes transversais
Largura Parede
Classe Nominal mms longitudinais a mm Espessura equivalente b
Paredes a mm
mm/m
190 32 25 188
A
140 25 25 188
190 32 25 188
B
140 25 25 188
190 18 18 135
140 18 18 135
C 115 18 18 135
90 18 18 135
65 15 15 113
a Média das medidas das paredes tomadas no ponto mais estreito.
Soma das espessuras de todas as paredes transversais aos blocos (em milímetros), dividi-
b
da pelo comprimento nominal do bloco (em metros)
31
Fonte: NBR 6136:2014
31
A NBR 6136/2014 cita como requisitos finir as principais funções e utilidades dos
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TABELA 3
Requisitos para resistência característica à compressão, absorção e retração.
Resistência Absorção %
Classifi- característica à Retração d
Classe Agregado normal b
Agregado leve c
cação compressão axial %
Mpa Individual Média Individual Média
A fbk≥8,0 ≤8 ≤6,0
Como
função
estrutural
B 4,0≤ fbk <8,0 ≤10,0 ≤8
≤16,0 ≤13,0 ≤0,065
Com
ou sem
C fbk ≥ 3,0 ≤12,0 ≤10,0
função
estrutural
a Resistência característica à compressão axial obtida aos 28 dias.
b Blocos fabricados com agregado normal. (ver definição na ABNT NBR 9935)
c Blocos fabricados com agregado leve.. (ver definição na ABNT NBR 9935)
d Ensaio facultativo.
3.2 Argamassa
Segundo Ramalho e Corrêa (2008), a ar-
gamassa de assentamento possui as funções
básicas de solidarizar as unidades, transmi-
tir e uniformizar as tensões entre as unida-
des de alvenaria, absorver pequenas defor-
mações e prevenir a entrada de água e de
vento nas edificações, conforme a Foto 3
Apesar de representar uma pequena
porcentagem do total da alvenaria, a arga-
massa influencia significativamente no seu Foto 3: Argamassa de assentamento
comportamento, inclusive no mecanismo Fonte: Autor
32 de ruptura, em que geralmente é consti
tuída de cimento Portland, cal ou plasti-
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Alvenaria Estrutural.
Os blocos de concreto estrutural utili-
zados para a realização da obra foram for-
necidos pela empresa CR Premoldados,
empresa localizada na cidade de Petrolina
– PE. Todos os blocos foram fornecidos
em forma de palets fechados, nas dimen-
sões 140x190x390 mm (Largura x Altura x
Comprimento) como especificado na NBR
12118:2013, Foto 6. Dessa forma é possível
ter um controle da quantidade total forne- Foto 7: Embalagem de graute
cida e a certeza de que nenhum bloco é
quebrado durante o transporte.
TABELA 4
Ensaio de compressão, bloco sem graute.
Corpo-de-prova
Carga de Ruptura
14 dias Bloco Área mm2 Tensão de Ruptura MPa Classe
kN
(não grauteado)
Fonte: Autor
cia de forma direta no ganho de resistência à compressão dos blocos grauteados, não
sendo possível mensurar a carga de ruptura da unidade, pois a prensa atingiu mais de 80%
da sua capacidade sendo o limite do equipamento em 1000,00 kN.
O acompanhamento de todos os ensaios foi realizado pelo laboratorista de concreto
da Universidade Federal do Vale do São Francisco, profissional responsável por manter a
integridade do equipamento, determinando que a carga máxima aplicada seria os 836,13
kN. Sendo os resultados demonstrados na Tabela 5.
TABELA 5
Ensaio à compressão, blocos com graute
Corpo-de-prova
Bloco Idade (dias) Área mm2 Carga Máxima kN Tensão Aplicada MPa
(grauteado)
Fonte: Autor
40
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A utilização de ARP
artigos técnicos
(Drone Aéreo) no apoio aos
estudos de desapropriação de
um trecho da rodovia BR-230/PA
Geise Cristiane V. Pedrosa Esp¹; Glauber C. Costa MSc.²
41
41
1
2
ORCID (0000-0001-5172-2095), Universidade Católica de Pernambuco, e-mail: geisecristiane@hotmail.com
ORCID (0000-0001-6153-9032), Universidade Católica de Pernambuco, e-mail: glauber@maiamelo.com.br
jects is a common application, especially e análises destinadas ao monitoramento e/
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mento do trabalho técnico das desapropria- As NBRs 13.752 e NBR 14.653 definem
ções deverá ser executado por um profis- a vistoria como a constatação local, pre-
sional habilitado à engenharia de avaliações, sencial, de fatos e aspectos, mediante ob-
devendo utilizar técnicas consagradas de servações criteriosas em um bem e nos
engenharia de avaliações e, especialmente, elementos e condições que o constituem
atender às diretrizes e recomendações das ou o influenciam. Nas vistorias em campo
normas técnicas correlatas, principalmente a realizar nas áreas interceptadas pela fai-
às da Associação Brasileira de Normas Téc- xa de domínio da rodovia sempre há uma
nicas – ABNT, com destaque para ABNT busca constante na redução do tempo para
NBR-14.653 – Avaliação de bens, sempre execução das tarefas, visando com isso a
buscando avaliar com justiça os imóveis otimização dos custos do projeto e cum-
atingidos, mas para que isso seja atendido, primento do prazo da entrega do produto
é fundamental que esse profissional esteja final ao cliente. Porém, os responsáveis por
munido de informações essenciais aos es- esta etapa de projeto de desapropriação se
tudos das desapropriações, cujo os dados deparam com algumas adversidades, isso
coletados a partir do emprego das ARP`s associada ao elevado deslocamento e logís-
(drones aéreos) pode contribuir nessa ta- tica. As dificuldades enfrentadas para aces-
refa. sar as áreas de interesse a desapropriar,
Segundo o DNIT (2011), para que a de- sobretudo no caso de imóveis rurais, que
sapropriação de terras e a indenização de em geral são áreas remotas, muitas vezes
benfeitorias, presentes nas áreas intercep- inóspitas e de dimensões elevadas, promo-
tadas pela faixa de domínio do projeto de vem um aumento no tempo de execução
rodovias seja conduzida e processada de das vistorias em campo e em alguns casos
forma absolutamente justa e legal, deve-se inviabiliza a execução das tarefas de coleta
seguir algumas diretrizes e etapas durante a de dados das propriedades e imóveis a ca-
condução dos estudos. dastrar, portanto, a incorporação de novas
Os dados necessários aos projetos de tecnologias de coletada de dados, principal-
desapropriação de áreas interceptadas pela mente as do tipo remotas, como o empre-
faixa de domínio de projetos viários resul- go das ARP`s, passa a ser fundamental para
tam da associação de trabalhos de escritó- superar as dificuldades de acessibilidade e
rio e da coleta de dados em campo, abran- logística e a otimização do tempo.
gendo várias etapas e métodos, dentre elas Após a vistoria e levantamento de dados
tem-se a elaboração da base topográfica em campo, tem-se início a etapa de proces-
cadastral da faixa de domínio, elaborada samento de dados, que contempla a com-
por meio da utilização de geotecnologias, patibilização e compilação dos dados cole-
como a aerofotogrametria, adotando aero- tados, e é comum nessa fase dos estudos o
naves tripuladas ou remotamente pilotadas surgimento de dúvidas e de inconsistências
(ARP`s) para a captação das aeroimagens quanto aos dados dos imóveis ou áreas de
(Costa e Silva, 2009), também por meio do terra levantadas. Na busca de dirimir essas
emprego de sistema de imageamento or- dificuldades, a procura por novas soluções
bital, receptores por satélite do tipo geo- e inovações tecnológicas, que otimizem as
désicos (Global Navigation Satellite System tarefas, é uma constante, sendo a adoção
- GNSS) e, por fim, também adotando o dos ARP`s uma alternativa que vem se mos-
método de levantamento topográfico con- trando viável em outras aplicações e mes-
vencional, que emprega receptores GNSS mo na área de monitoramento e regulariza-
43 geodésicos para a coleta de dados, que re- ção de faixa de servidão, como já vem
sendo adotado pelo DNIT (SNDR, 2019) 2. Material e Métodos
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FIGURA 2
Fluxograma das etapas dos levantamentos e processamento de dados
para fins de elaboração da base topográfica cadastral.
(b)
46
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Nessa etapa foram levantadas informa- grafia os nomes dos proprietários, sendo
ções cadastrais dos imóveis e propriedades também estabelecida uma numeração ca-
abrangidas pela faixa de domínio, como a dastral para cada edificação levantada, vi-
coleta de pontos 3D (Este, Norte, Cota e sando quantificar e identificar os imóveis, e
Descrição) do perímetro das edificações, para nortear as equipes de campo, sendo
cercas, muros, postes, dentre outros, tam- essas ações fundamentais aos estudos de
48 bém foram coletados pela equipe de topo- desapropriação para projeto viários.
2.4 Levantamento Aéreo com ARP • Para a coleta das aeroimagens, foi uti-
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Rádio
DJI Mavic Controle
2 pro
Smarphone
Protetor
da câmera
Figura 7.Vista da ARP (drone aéreo) modelo DJI Mavic II PRO e acessórios,
referente ao mesmo utilizado nos levantamentos aéreos do presente estudo.
49 Fonte: Autores (2021).
2.4.1 Planejamento do voo com a ARP nal pretendida (1/1000 – Classe “A”) e con-
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Figura 7: Vista da janela do programa Google Earth mostrando parte das áreas de
voo 08 e 11 e as áreas de voo 09 e 10 planejadas, como também os pontos de apoio.
Fonte: Autores (2021).
50
presença de benfeitorias, e mais espaçados nos de voo para ARP, dos quais realiza todo
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nas áreas rurais, porém sempre preservan- o planejamento do voo, indicando informa-
do o par de pontos das extremidades, ou- ções como número de faixas para o reco-
tro critério foi a verificação das áreas de brimento da área desejada, tempo de voo,
maior alteração do relevo, que prescindia a número de baterias e é possível configurar
implantação e o adequado posicionamento percentuais de sobreposição longitudinal e
dos pontos de apoio. lateral das imagens, isso entrando com os
A partir do planejamento preliminar re- dados do tipo de ARP que será utilizado no
alizado no Google Earth, as áreas de voo voo, o Ground Sample Distance (GSD) e/
foram exportados para o formato .kml (Ke- ou altura de voo deseja, que no presente
yhole Markup Language), correspondente estudo foram respectivamente o ARP DJI
ao arquivo nativo do Google Earth, e pos- modelo Mavic 2 pro da DJI, GSD = 2,3 cm/
teriormente importadas no Dronedeploy, pix e altura de voo de 120m. Abaixo segue
que é uma aplicação via web de licença livre, a Tabela 1 com o resumo das configurações
sendo necessário apenas um cadastro para do plano de voo configurada no DroneDe-
ter acesso aos recursos disponibilizados ploy da Área 09.
pelo desenvolvedor para elaboração de pla-
TABELA 1
Dados do plano de voo configurado no DroneDeploy, sendo neste
exemplo demonstrado o da ÁREA 09.
Número de Baterias 1
Todas as 184 áreas de voo foram inseridas no DroneDeploy, por meio da importação
do arquivo em formato kml, proveniente do planejamento preliminar realizado no Google
Earth (Figura 9), sendo definido os parâmetros de configuração e calculada as linhas de
51 voo do ARP.
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b) c)
Figura 10
(a) Vista do ponto de apoio tipo placa
metálica
(b) Vista do ponto de apoio tipo pintura
com tinta branca
(c) Vista do ponto de apoio do tipo im-
plantação com cal
d) Vista do rastreio GNSS e pintura do
d) ponto de apoio.
53 Fonte: Autores (2021).
2.4.3 Realização dos voos para toma- as recomendações quanto ao emprego de
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gens capturadas com a ARP no Me- delo digital de superfície (MDS – Modelo
tashape Digital de Superfície), que mostra o com-
Após coletadas das aeroimagens com a portamento do relevo da área estudada (Fi-
câmera na posição a nadir, respeitando os gura 12), sendo também gerada a ortoima-
parâmetros de voo preestabelecidos, junta- gem georreferenciada (Figura 13), que foi o
mente com as coordenadas dos pontos de principal produto resultante do processa-
apoio pré-sinalizados, foi realizado o pro- mento aerofotogramétrico realizado com
cessamento aerofotogramétrico no progra- as aeroimagens coletadas com a ARP para
ma Metashape da Agisoft. os estudos de desapropriação da BR-230/
PA.
res GNSS geodésicos RTK, sendo portanto detalhes o tipo de cobertura presente no
as ortoimagens fundamentais para dirimir terreno, como também o tipo e padrão de
as dúvidas existentes resultantes dos cro- edificação interceptada pela faixa de domí-
quis gerados pelas equipes de campo da to- nio da rodovia em estudo.
pografia e na identificação de pontos não
levantados, que necessitaram de planeja-
mentos específicos para realização de revi-
sitas para complementação do cadastro.
Por fim, para formar as plantas referen-
tes à base cartográfica cadastral, as ortoi-
magens foram incorporadas ao desenho do
cadastro elaborado com os dados coleta-
dos por receptores GNSS geodésico RTK,
permitindo desta forma uma melhor visua-
lização da faixa de domínio e gerando um
produto de qualidade e de maior confiabili-
dade quanto as informações presentes em
campo (Figura 15).
Figura 16:
(a) Imagem orbital do Google Earth.
(b) Ortoimagem resultante do proces-
samento aerofotogramétrico com GSD
Figura 15: Vista da planta geral de de 2,8cm.
localização número 293, de um total de Fonte: Autores (2021).
327, apresentada na escala 1/2000.
Fonte: Autores (2021). 3. Conclusões
A adoção das ortoimagens geradas pelo
Abaixo é apresentado um pequeno exem- processamento de dados utilizando a ARP
plo da diferença na resolução da imagem (drones aéreos) para obtenção de aeroima-
orbital disponibilizada de forma gratuita no gens, juntamente com os dados das filma-
Google Earth (Figura 16a) da área de estu- gens também realizadas com a ARP, foram
do, na BR-230/PA, e a ortoimagem resultan- fundamentais como apoio aos serviços des-
te do processamento aerofotogramétrico tinados à elaboração de base cadastral, com
com base nas aeroimagens coletadas com a fins de regularização e/ou desapropriação
ARP (Figura 16b), cuja resolução espacial al- interceptadas pela faixa de domínio de ro-
cançada foi, especificamente nessa imagem dovias, sendo abaixo elencadas as vantagens
57 tomada como exemplo de GSD, de 2,8cm observadas:
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total e/ou receptor GNSS para a reali- maior atenção por parte dos pilotos
zação de coleta de dados em campo, em operação, visto que a coletada
a aerofotogrametria executada com das aeroimagens devem ser realizadas
aeroimagens coletadas com ARP tem sob condições de iluminação o mais
um tempo reduzido de execução para uniforme possível, e quando em alguns
cobrir áreas de maior abrangência pontos da área sobre cobertura ae-
com tempo e custos operacionais rofotogramétrica constar em algum
mais reduzidos para seu emprego; ponto a presença de sobra e outra
• Criação de uma acervo: não, isso comprometerá a qualidade
Com as filroimagem, ambas obtidas visual da ortoimagem, prejudicando
com o emprego da ARP, possibilitou a posteriormente a fotointerpretação;
criação de um importante aceso visual • Foi identificado que as condições
da situação da faixa de domínio exis- climáticas da região do projeto preci-
tente durante os estudos de desapro- sam ser previamentes estudadas, pois
priação, possibilitando a consulta e a representam um dos principais fatores
chamada selagem do trecho em es- que influenciam as operações, e como
tudo, que contribuiu na consolidação consequência prejudicam a produti-
da base cadastral realizada em campo vidade das atividades de campo de
pela equipe topográfica por meio de coleta das aeroimagens com o uso
receptor GNSS e constituirá numa da ARP. Entretanto, vale destacar que
ferramenta essencial durante as de- na topografia convencional o clima
mais etapas dos estudos de desapro- também afeta o desenvolvimento dos
priação, como no auxílio a elaboração trabalhos de campo.
Também com base nos estudos realiza- Por fim entende-se com base nas expe-
dos, observou-se algumas questões relevan- riências vivenciadas no projeto da BR-230/
tes que precisam ser estudadas e aperfeiço- PA, ao longo dos 180,10km, que o emprego
adas, visando otimizar a aplicação das ARP’s da ARP pode gerar produtos para apoiar os
em projetos de desapropriação de rodo- estudos para fins de regularização e/ou de-
vias, onde foram observados os seguintes sapropriação de imóveis e propriedades em
aspectos: projetos rodoviários, com base nas vanta-
gens observadas do seu emprego, como o
• Devido às condições climáticas da apoio à topografia convencional, os produ-
tos gerados (MDE, ortoimagens e filmagens
região, influenciada pelo clima típi-
aéreas), como também, ao tempo de execu-
co da região amazônica, com chuvas
ção versus a área de abrangência sobrevoa-
frequentes, contribuiu negativamente
da e levantada com a ARP.
nas operações aéreas, visto a ARP uti-
lizado no levantamento não ter sido Referências
projetada para realizar voos na chuva,
principalmente pelo fato de apresen- AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO
tar propulsão elétrica; CIVIL. Orientações para usuários de drones.
2017. Dispo-nível: https://www.anac.gov.br/
• A presença intensa de nuvens, típi- assuntos/paginas-tematicas/drones/orien-
ca da região também foi um aspecto tacoes_para_usuarios.pdf> Acesso em 20
59 relevante que necessitou de uma de agosto de 2021.
AGISOFT METASHAPE. Software. Versão NBR-14.653-1 – Avaliação de bens – Parte
Revista técnica do IBAPE-PE
1.65. Agisoft. 2020. Disponível em:< https:// 1: Procedimentos gerais - Associação Brasi-
www.agisoft.com/> Acesso em 20 de agos- leira de Normas Técnicas – Rio de Janeiro:
to de 2021. ABNT, 2019.
BRITO, J. L. N. e S.; COELHO FILHO, L. C.T. NBR-14.653-2 – Avaliação de bens – Parte
Fotogrametria Digital, Ed. EDUERJ, 2007. 2: Imóveis urbanos - Associação Brasileira de
COSTA, G. C.; SILVA, D. C. Classificação de Normas Técnicas – Rio de Janeiro: ABNT,
Mapeamento Aerofotogramétrico com Ima- 2011.
gens Obtidas de Câmeras Não-Métricas para NBR-14.653-3 – Avaliação de bens – Parte 3:
Fins de Projeto de Estradas. RBC. Revista Bra- Imóveis rurais e seus componentes - Associa-
sileira de Cartografia (Online), v. 61/3, p. 223- ção Brasileira de Normas Técnicas – Rio de
231, 2009. Janeiro: ABNT, 2019.
DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO NBR-13.133 - Execução de levantamento to-
ESPAÇO AÉREO. Sistema de Aeronave Não pográfico - Associação Brasileira de Normas
Tripulada (Unmanned Aircraft Systems - UAS). Técnicas - Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
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de jun. 2021. e Imageamento de Satélite, Disponível em:
LIMA. D. F. A Utilização de VANT (Drone) para <https://www.valec.gov.br/noticias/611-va-
Fins de Regularização Fundiária Urbana de lec-e-reconhecida-pelo-uso-de-drones-no-
Interesse Social, Congresso Técnico Cientí- -monitoramento-ferroviario> Acesso em
fico da Engenharia e da Agronomia CON- 20 de agosto de 2021. – LaSP, Universidade
TECC’2016 Federal de S. Carlos, 2006. 13 p.
de Desmonte de Rocha
em Edificações Lindeiras:
Estudo de Caso
Marcus Vinícius Fernandes Grossi MSc.¹
Resumo
Imóveis lindeiros a uma minerado- vibrações decorrentes das atividades de
ra situada na região sudeste do Brasil, mineração medidas em campo estavam
apresentaram quadro fissuratório em dentro dos limites aceitáveis da ABNT
diversas paredes, cuja suspeita dos usu- NBR 9653 (2018); (d) todas as vibrações
ários era de vibração decorrente das teóricas, calculadas com base na lei da
atividades de mineração próxima. Este atenuação, ficaram dentro dos limites
trabalho tem como objetivo realizar o aceitáveis da ABNT NBR 9653 (2018).
diagnóstico do quadro fissuratório das Portanto, fica demonstrado que existem
edificações para definição das possíveis diversas causas que explicam as fissuras
causas e responsáveis para realização do identificadas nos imóveis em análise, e
reparo dos danos. O estudo foi realiza- mesmo que as vibrações geradas pelas
do por meio de inspeção sensorial em atividades de desmonte tenham gerado
campo, medições de vibração do solo ou aumentado alguma das fissuras des-
com sismógrafo, cálculo de propagação tes imóveis, estas podem ter aparecido
de vibração dos desmontes de rocha por deficiência construtiva dos imóveis.
e consulta a referências bibliográficas. Então, objetivamente, as atividades de
A partir da análise dos resultados, foi mineração em estudo não são responsá-
possível concluir que: (a) a maioria das veis pelas fissuras nos imóveis lindeiros,
fissuras constatadas estavam dentro visto que as vibrações geradas estão den-
da tolerância dimensional das normas tro dos limites normativos. Todavia, tal
técnicas brasileiras, não trazendo pre- consideração levanta uma eventual ne-
juízos ao desempenho das edificações; cessidade de discussão sobre os limites
(b) existem diversas causas prováveis de vibração da ABNT NBR 9653 (2018),
para os quadros fissuratórios obser- visto que podem não garantir a integrida-
vados, podendo estar relacionado com de de edificações mais antigas e frágeis.
movimentação do solo, ou das funda- Palavras-chave:Vibração; Fissuras; Mine-
ções, por falta ou erro no dimensiona- ração; Desmonte de Rocha; Patologia
mento das fundações etc.; (c) todas as de Construção.
61 61 1
ORCID (0000-0001-7988-4395), Universidade Brasil, São Paulo/SP, e-mail: marcus@fernandesgrossi.com.br
Impact Analysis in Buildings Nei- the cracks in neighboring buildings, since
Revista técnica do IBAPE-PE
ghboring Rock Blasting Areas: the vibrations generated are within regu-
latory limits. However, such consideration
Case Study raises a possible need to discuss the vibra-
Abstract tion limits of ABNT NBR 9653 (2018), sin-
ce they may not guarantee the integrity of
Properties adjacent tio a mining company
older and more fragile buildings.
located in the southeastern region of Bra-
zil showed cracking in several walls, whi- Keywords: Vibration; Cracks; Mining; Rock
ch users suspected was vibration resulting dismantling; Construction Pathology.
from nearby mining activities. This work 1. Introdução
aims to carry out the diagnosis of the cra- Ao contrário de outras atividades in-
cking condition of the buildings to define dustriais, na mineração a definição da lo-
the possible causes and those responsib- calização de uma mina é condicionada
le for carrying out the damage repair. The pela existência e localização do minério,
study was carried out through sensory ins- não seguindo apenas fatores de mercado,
pection in the field, measurements of soil mas principalmente a geologia, o que aca-
vibration with a seismograph, calculation of ba muitas vezes fazendo com que algum
vibration propagation in rock blasting and empreendimento de mineração tenha que
consultation of bibliographic references. estabelecer-se próximo de zonas urbanas,
From the analysis of the results, it was pos- de estruturas ou obras civis e mesmo de
sible to conclude that: (a) most of the cra- áreas de proteção ambiental (SILVA, 2019),
cks found were within the dimensional to- podendo ser uma fonte de perturbação
lerance of the Brazilian technical standards, para a população e para o meio ambiente,
not causing damage to the performance of gerando inúmeros impactos, sendo o mais
the buildings; (b) there are several probab- lembrado pela população os oriundos do
le causes for the observed cracking condi- uso de explosivos (DORNELES, 2013). Os
tions, which may be related to movement principais impactos decorrentes do uso de
of the soil or foundations, due to lack or explosivos são: ultralançamento de rocha,
error in dimensioning the foundations, etc.; poeira, gases, vibração e ruído. De um modo
(c) all vibrations resulting from mining ac- geral, estes dois últimos fenômenos são os
tivities measured in the field were within que acabam tornando os efeitos do uso de
the acceptable limits of ABNT NBR 9653 explosivos mais notados pelas populações
(2018); (d) all theoretical vibrations, calcu- do entorno, potencialmente causando um
lated based on the attenuation law, were clima de hostilidade entre mineradora, po-
within the acceptable limits of ABNT NBR pulação e órgãos públicos de fiscalização
9653 (2018). Therefore, it is demonstrated (DORNELES, 2013).
that there are several causes that explain Neste contexto, este trabalho vem apre-
the cracks identified in the properties un- sentar um estudo realizado em imóveis lin-
der analysis, and even if the vibrations ge- deiros a uma mineradora situada na região
nerated by the dismantling activities have sudeste do Brasil que apresentaram quadro
generated or increased some of the cracks fissuratório em diversas paredes, cuja sus-
in these properties, these may have appea- peita dos usuários era de vibração decor-
red due to constructive deficiencies in the rente das atividades de mineração próxi-
properties. So, objectively, the mining acti- ma, onde objetivou-se analisar se o quadro
vities under study are not responsible for fissuratório reclamado pelos usuários das
62
edificações lindeiras à mineradora eram permanência em sua residência, devido à
Revista técnica do IBAPE-PE
te os cimentícios.
4.1 Classificação das fissuras
Desta forma, a análise das fissuras foi triada
De modo geral, entende-se que fissuras pelos critérios a seguir, principalmente se-
são anomalias praticamente inevitáveis em gundo a espessura (abertura), comprimen-
edificações devido ao comportamento de to e quantidade, que podem indicar a gravi-
seus materiais constituintes, e também, por: dade do problema e até mesmo auxiliar na
a) a grande quantidade de solicitações ex- identificação da causa.
ternas (umidade, temperatura, peso pró- A ABNT NBR 15575-4 (2013) traz mé-
prio, peso dos móveis e pessoas, impactos, todo de análise de fissuração em vedações
vento etc.); verticais, conforme descrito no Quadro 1,
b) a heterogeneidade dos materiais; sendo aceitável fissuras de 10,0 cm/m² em
c) a grande quantidade de vinculações en- ambientes internos, e fissuras não visíveis a
tre elementos; 1,0 m de distância a 250 lux (o que equivale
d) o comportamento plástico da maioria a uma fissura de 0,1 a 0,2 mm de espessura)
QUADRO 1
Critérios de aceitação para fissuração em vedações verticais
(ABNT NBR 15575-4, 2013)
Inspeção visual
(a 1 m da superfície do
Vedação vertical externa elemento, em um cone vi-
Não apresentar fissuras
(fachada) sual de 60º, sob iluminação
natural em dia sem nebu-
losidade)
A ABNT NBR 6118 (2014) traz critério aceitável fissuras de 0,2 a 0,4 mm de es-
de aceitabilidade de fissuras em estruturas pessura (abertura), a depender da classe de
de concreto armado em função da abertu- agressividade do meio.
64 ra, conforme descrito no Quadro 2, sendo
Revista técnica do IBAPE-PE
QUADRO 2
Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da armadura
em função da CAA (Adaptado de ABNT NBR 6118, 2014, p. 80)
Abertura característica
Tipo de concreto Classe de agressividade
de fissuras na superfície
estrutural ambiental e tipo de protensão
do concreto (wk)
CAA I ≤ 0,4 mm
CAA IV ≤ 0,2 mm
O BRE (1981) define o nível de dano em Desta forma, pode-se classificar que a
função da abertura da fissura, conforme maioria das fissuras identificadas nos imó-
Quadro 3, sendo que “para a maioria dos veis estavam dentro da aceitabilidade sen-
casos, as categorias 0, 1 e 2 representam os sorial prevista na ABNT NBR 15575-4
danos estéticos; as categorias 3 e 4 repre- (2013), na ABNT NBR 6118 (2014) e BRE
sentam os danos de utilização e a categoria (1981), tendo sido descartadas das análises.
5 representa os danos de estabilidade”.
QUADRO 3
Classificação de fissuras em parede (BRE, 1981)
EQUAÇÃO 1 EQUAÇÃO 2
67
Com base na Equação 2 verificou-se o nível postos no Quadro 4, não tendo nenhum
Revista técnica do IBAPE-PE
QUADRO 2
Análise de vibração teórica nos imóveis em análise pela lei da atenuação
Velocidade de vibração
Distância (m)
(mm/s)
Fogo Data Carga
Imóvel Imóvel Imóvel (kg) Imóvel Imóvel Imóvel
01 03 06 01 03 06
1 24/06/2020 500 850 1250 94,6 2,38 0,97 0,50
2 21/07/2020 515 880 1280 188,0 4,06 0,06 0,00
3 06/08/2020 810 800 1165 110,0 1,20 0,03 0,00
4 26/08/2020 575 715 1120 110,0 2,14 0,05 0,00
5 26/08/2020 715 560 960 110,0 1,48 0,06 0,00
6 22/09/2020 575 750 1150 128,0 2,43 0,05 0,00
7 22/09/2020 550 715 1115 117,0 2,43 0,06 0,00
8 14/10/2020 500 770 1180 49,3 1,37 0,03 0,00
9 14/10/2020 550 680 1100 196,0 3,76 0,09 0,00
10 10/11/2020 730 540 950 112,0 1,45 0,06 0,00
68 11 10/11/2020 570 680 1100 156,0 2,92 0,07 0,00
4.2.2 – Vibração do solo – atividade de
Revista técnica do IBAPE-PE
mineração
Os efeitos de vibração por tráfego de ve-
ículos podem gerar fissuras em edificações,
em especial no imóvel 01, devido à proximi-
dade da rodovia.
Segundo Hunaidi (2000), a tendência da
vibração oriunda de veículos pesados é a
geração de ondas no solo entre 1 Hz e 80
Hz com uma velocidade da partícula de 0,2 Figura 6 – Deformação convexa
mm/s a 50 mm/s, dependendo do tipo e das de parede autoportante e seus efeitos
condições da pista, do peso e velocidade do Fonte: (URIEL ORTIZ, 1983)
veículo, e de seu sistema de amortecimen-
to, podendo gerar fissuras em edificações.
Tal hipótese de causa não pode ser elimi-
nada pelo fato de não terem sido monitora-
das as vibrações de tráfego de veículos.
4.2.3 – Recalque por sobrecarga da
fundação
A sobrecarga nas fundações pode se dar
Figura 7 – Fissuras verticais em
por mal dimensionamento, má execução
peitoris por flexão negativa
dos elementos, carga excessiva colocada
na edificação etc. gerando movimentações Fonte: (DUARTE, 1998)
destes elementos, que transferem esforços
às alvenarias, que por não serem resistentes
a esforços de tração, fissuram conforme Fi- 4.2.4 – Recalque por movimentação
gura 5 a Figura 7. do solo
Tal hipótese de causa não pode ser elimi- O recalque por movimentação do solo
nada diante das grandes incertezas e falta pode ocorrer por falha de investigação ge-
de registros de correto dimensionamento e otécnica, má compactação do solo, erosão
execução dos elementos de fundação. do solo, ruptura de tubulações enterradas,
mal dimensionamento dos elementos de
fundação e rebaixamento natural ou artifi-
cial do lençol freático.
A alvenaria por não ser resistente a es-
forços de tração, fissuram conforme Figura
5 a Figura 7.
Porém, não é possível associar o quadro
fissuratório das edificações em análise, sem
a análise dos projetos e registros de inves-
tigação geotécnica. Considerando que exis-
tem diversas causas para esta movimenta-
Figura 5 – Deformação côncava ção.
de parede autoportante e seus efeitos Portanto, tal hipótese de causa não pode
Fonte: (URIEL ORTIZ, 1983) ser eliminada diante das grandes incertezas
69 e falta de registros.
4.2.5 – Sobrecarga dos elementos de cia ou falhas nas investigações geotécnicas,
Revista técnica do IBAPE-PE
2013.
Building Research Establishment Digest
(1981). Assessment of damage in low-rise buil-
dings: with particular reference to progressive
foundation movement. Garston, n.251, 1981.
Dorneles, Felipe Tavares (2013). Controle
e previsão de vibrações e ruídos gerados por
desmonte de rochas com explosivos. TCC.
Universidade Federal dos Pampas, Caçapa-
va do Sul – RS.
Duarte, Ronaldo Bastos (1998). Fissuras em
Alvenarias: Causas Principais, Medidas. Preven-
tivas e Técnicas de Recuperação. Porto Ale-
gre: CIENTEC, 1998. 45 p.
Ortiz, A. U. (1983). Patologia de las cimenta-
ciones. Informe de La Construcción, Madri,
v. 35, p.5-35, 1983.
Silva,Valdir Costa (2019). Desmonte de ro-
chas. São Paulo: Oficina de Textos, 2019.
Thomaz, Ercio (1989). Trincas em edifícios:
causas, prevenção e recuperação. São Paulo:
PINI, 1989.
71
Cálculo do Valor de Indenização
Revista técnica do IBAPE-PE
artigos técnicos
pela Instituição de Servidão
Administrativa em Imóvel Rural:
Estudo de Caso
Priscilla Ferreira Martinelli Esp.1
72 72 1
ORCID (0000-0002-3847-1620), Universidade Federal Rural de Pernambuco, e-mail: priscillafm2@gmail.com
Segundo a NBR 14.653-3:2019, no item e construção de Linha de Transmissão. A
Revista técnica do IBAPE-PE
Avaliando servidão
O imóvel possui uma área total de
Engenho Gutiúba 378,8395 ha. A área a ser efetivamente ob-
Denominação jeto de servidão pela Chesf é composta de
(parte)
sete trechos, onde são desenvolvidas as ati-
Município Itaquitinga(PE) vidades de exploração da lavoura da cana-
-de-açúcar, algumas fruteiras, sabiá e pasto.
Relacionamos abaixo o uso da área no pe-
Mesorregião
Mata Pernambucana ríodo, relacionando os ocupantes e as res-
Homogênea
pectivas áreas ocupadas:
QUADRO 1
Microrregião Mata Setentrional
Geográfica Pernambucana Uso Atual das áreas de servidão dos lotes
ÍNDICES
FATORES DEPRECIATIVOS
Linhas de Transmissão Oleodutos
Indução 2% -----
Fiscalização e Reparos 3% 5%
Desvalorização
8% 10%
da Área Remanescente
Seccionamento do Imóvel
----- 10 a 20%
(cortes)
QUADRO 3
Produção Vegetal - Parceleiros
Cana-de-açúcar
Ha 0,64618 R$ 5.281,15 R$ 3.412,60
– Parcela 4
Sabiá
Unidade 14 R$ 8,24 R$ 115,36
– Parcela 4
Bananeiras
Touceiras 4 R$ 20,57 R$ 82,28
– Parcela 4
Bananeiras
Touceiras 10 R$ 20,57 R$ 205,70
– Parcela 6
Cana-de-açúcar
Ha 0,10760 R$ 5.281,15 R$ 568,58
– Parcela 7
Sabiá
Unidade 3 R$ 8,24 R$ 24,72
– Parcela 7
Bananeiras
Touceiras 14 R$ 20,57 R$ 287,98
– Parcela 7
Cajazeira
Unidade 2 R$ 368,65 R$ 737,30
- Parcela 7
Cana-de-açúcar
Ha 0,48071 R$ 5.281,15 R$ 2.538,84
– Parcela17
Mangueira
Unidade 2 R$ 936,13 R$ 1.872,26
– Parcela 17
Coqueiro
Unidade 8 R$ 965,68 R$ 7.725,44
– Parcela 17
Cana-de-açúcar
Ha 0,28049 R$ 5.281,15 R$ 1.481,28
– Parcela 30
TOTAL R$ 19.916,83
80
QUADRO 4
Revista técnica do IBAPE-PE
Cana-de-açúcar
Ha 0,40561 R$ 5.281,15 R$ 2.142,34
– Parcela 31
Cana-de-açúcar
Ha 2,44011 R$ 5.281,15 R$ 12.887,24
– Parcela 36
Araçá
Unidade 10 R$ 52,37 R$ 523,70
– Parcela 36
TOTAL R$ 16.626,52
QUADRO 5
Quadro Resumo das Indenizações
PARCELEIROS
NÚMERO DA PARCELA TOTAL
TERRA NUA BENFEITORIAS
valor a ser indenizado pela perda de valor da LIMA,M.R.C.O valor de servidão administrativa
terra pode ser utilizada em outras regiões, pela perda de renda causada em imóveis rurais,
bem como com outras explorações agrí- anais do XVII COBREAP, IBAPE, 2013
colas e/ou não agrícolas existentes na área
afetada pela servidão, bastando para tanto LOPES, J. T. D. Indenização por servidão, anais
o cálculo da receita passível de ser auferida do XI COBREAP, IBAPE, 2001
antes e após a efetivação da servidão. Deve LOPES, J. T. D. Servidão – cálculo de indeniza-
ser ressaltado que ao valor da indenização ção, anais do XIII COBREAP, IBAPE, Forta-
da terra, deverá ser adicionado o valor re- leza, 2006
ferente às benfeitorias reprodutivas e não PELLEGRINO, J. C. Avaliação de Faixas de
reprodutivas existentes na área afetada pela Servidão de Passagem – in Engenharia de Ava-
servidão que sejam atingidas. liações, PINI, São Paulo, 1985
10. Referências VASCONCELOS FILHO, P. W. C. Apostila so-
bre Indenização nas Servidões, 1970
ABNT. Avaliação de imóveis rurais, São Paulo,
Norma Brasileira Registrada no 14.653 –
parte 1, Associação Brasileira de Normas
Técnicas, 2001.
ABNT. Avaliação de imóveis rurais, São Paulo,
Norma Brasileira Registrada no 14.653 –
parte 1, Associação Brasileira de Normas
Técnicas, 2019.
ABNT. Avaliação de imóveis rurais, São Paulo,
Norma Brasileira Registrada no 14.653 –
parte 3, Associação Brasileira de Normas
Técnicas, 2004.
ABNT. Avaliação de imóveis rurais, São Paulo,
Norma Brasileira Registrada no 14.653 –
parte 3, Associação Brasileira de Normas
Técnicas, 2019.
ARANTES, C.A. Avaliação de Indenização por
instituição de servidão de passagem em glebas
rurais – anais do XIII COBREAP, IBAPE,
Fortaleza, 2006
CRISPIM, E. R. Avaliação de servidão pelo
método da renda, anais do XV COBREAP,
IBAPE, São Paulo, 2009
DANTAS, R. A. Engenharia de avaliações: uma
introdução à metodologia científica. São Paulo:
Pini, 1998. 251p.
LIMA, M. R. C. Avaliação de propriedades rurais:
manual básico. 2.ed.rev. e atual. São Paulo: Liv. e
83
84
Revista técnica do IBAPE-PE
Lista de Associados do IBAPE-PE
Angêlo José Camarotti Júnior Bruno Marinho Calado
Engenheiro Civil, Pós-graduado em Avaliações e Perícias Engenheiro Civil, Mestre em Ciência dos Materiais, Espe-
de Engenharia, Pós-graduado em Engenharia Diagnóstica cialista em Auditoria, Avaliações e Perícias de Engenharia
e Perícia Grafotécnica e Especialista em Estruturas
CREA 12855 D/PE - Registro IBAPE-PE 708 CREA 31.069 D/PE - Registro IBAPE-PE 384
E-mail: angelocamarottiperito@gmail.com E-mail: contato@technicalconsult.net
Telefone/celular: (81) 9 9142-2901 Telefone/celular: (87) 9 9978-8511
86
Lista de Associados do IBAPE-PE Claudeny Damasceno Brás Eduardo Luiz de Lira
Engenheiro Civil, Pós-graduado em Gestão de Projetos Engenheiro Civil, Especialista em Engenharia Diagnóstica
de Engenharia e Arquitetura e MBA em Plataforma BIM
CREA 180207133-4/RN - Registro IBAPE-PE 520 CREA 019392 D/PE - Registro IBAPE-PE 405
E-mail: claudiobcbm@hotmail.com E-mail: edullira@neoenger.com
Telefone/celular: (81) 9 9253-4748/(81) 9 8793-5114
Telefone/celular: (81) 9 8522-6942
Clovis Correa de Albuquerque Segundo Egnaldo Rodrigues de Oliveira
Engenheiro Eletricista, Mestre em Tecnologias Elétricas e
Engenheiro Civil
Nucleares, Pós-graduado em Engenharia de Segurança do
CREA 034022 D/PE - Registro IBAPE-PE 564
Trabalho e Especialista em Telecom
E-mail: egnaldo.oliveira@gmail.com
CREA-PE 181317021-5 - Registro IBAPE-PE 520
Telefone/celular: (81) 9 9609-4655
E-mail: clovissegundo@hotmail.com
Telefone/celular: (81) 9 9253-4748/(81) 9 8793-5114 Elcio Lyndon da Silva Júnior
Engenheiro Civil
Cristiane Guerra de Holanda
CREA 181946613-2/PE - Registro IBAPE-PE 525
Engenheira Civil
E-mail: emanoel_1997@hotmail.com
CREA 031130 D/PE - Registro IBAPE-PE 432
Telefone/celular: (87) 9 9961-8057
E-mail: crisgholanda@gmail.com
Telefone/celular: (81) 9 9499-1640 Eugênio Pacelli M. de Carvalho Godoy
Engenheiro Civil, Engenheiro Elétrico e Advogado
Daniele Garcia de Araújo
CREA 15.670 D/PE – OAB 24.703 D/PE - Registro
Engenheira Civil, Pós-Graduada em Gestão de Projetos e
IBAPE-PE 684
Metodologias Ágeis e Técnica em Edificações
E-mail: euggodoy@gmail.com
CREA 181918085-9/PE - Registro IBAPE-PE 557
Telefone/celular: (81) 9 9903-1565/(81) 9 8239-3582
E-mail: danielegarcia.07@gmail.com
Telefone/celular: (81) 9 9450-2240 Everdelina Roberta A. de Meneses
Engenheira Civil, Administradora de Empresas, Especialista
Diego Ferreira LucenaI
em Auditoria, Avaliações e Perícias de Engenharia e Es-
Engenheiro Civil , Especialista em Estruturas de Concre- pecialista em Geografia com Concentração em Educação
to e Fundações Ambiental
CREA 180985455-5/PE - Registro IBAPE-PE 667 CREA 1803168005 - Registro IBAPE-PE 427
E-mail: engenheirodiegolucena@hotmail.com E-mail: erameneses@gmail.com
Telefone/celular: (81) 9 9759-0256 Telefone/celular: (87) 9 9936-1383
Diogo Correia de Souza Everton Gabriel Medeiros da Silva
Engenheiro Civil , Administrador e MBA em Projeto, Engenheiro Civil, Pós-graduado em Avaliações, Perícia, En-
Execução e Desempenho de Estruturas e Fundações genharia Diagnóstica e Patologia das Construções e Mes-
CREA 021624387-4 - Registro IBAPE-PE 433 trando em Engenharia Civil
E-mail: diogo.correia@yahoo.com.br CREA 181979040-1/PE - Registro IBAPE-PE 581
Telefone/celular: (82) 9 9645-9651/(82) 9 9308-5816 E-mail: eng.gabrielmedeiros@hotmail.com
89
Lista de Associados do IBAPE-PE José Murilo Moura dos Reis Larissa Kelly da Silva França
Engenheiro Civil, Mestre em Saneamento Ambiental e Pro- Engenheira Civil, Especialista em Avaliações, Perícias e Enge-
cessos Construtivos, Pós-Graduado em Engenharia de Ava- nharia Diagnóstica, Especialista em Manifestações Patológicas
liações e Perícias, Pós- Graduado em Engenharia Ambiental, das Construções e Técnica em Edificações
Pós-graduado em Engenharia de Produção e Pós-Graduado CREA 181950023-3 D/PE - Registro IBAPE-PE 552
em Engenharia de Segurança do Trabalho
E-mail: larissafrancaeng@gmail.com
CREA 7021 D/MA - Registro IBAPE-PE 468 Telefone/celular: (81) 9 9744-7324
E-mail: eng.jmuriloreis@gmail.com
Lenivaldo Souza dos Santos
Telefone/celular: (98) 9 8806-0809
Engenheiro Civil, Engenheiro de Segurança do Trabalho,
Jose Nilson Moraes do Nascimento Engenheiro Sanitarista e Ambiental, Pós-graduado em Cálculo
Engenheiro Civil Estrutural, Pós-graduado em Engenharia de Saneamento
CREA 6443 D/PE - Registro IBAPE-PE 507 Básico e Ambiental, Pós-graduado em Higiene Ocupacional e
Mestrando em Tecnologia Ambiental
E-mail: josenilson_moraes@hotmail.com
CREA 181283173-0/PE - Registro IBAPE-PE 638
Telefone/celular: (81) 9 9543-5593
E-mail: leni.engseg@gmail.com
José Wellington Bezzera da Costa Telefone/celular: (81) 9 9927-8814
Engenheiro Civil, Especialista em Engenharia de Avaliações
Leonardo Coimbra da Silva Raposo
CREA 021271451-1/AL - Registro IBAPE-PE 556
Engenheiro Civil, Especialista em Estatística Aplicada
E-mail: wellingtoncostaengenharia@gmail.com
CREA 35.074 D/PE - Registro IBAPE-PE 448
Telefone/celular: (82) 9 9922-9291
E-mail: leonardo.planner@gmail.com
José Willams da Silva Oliveira Telefone/celular: (81) 9 9219-9249
Engenheiro Civil, Pós-graduado em Engenharia Diagnóstica
Leonardo Menezes de Sá
CREA 31.296 D/PE - Registro IBAPE-PE 412
Engenheiro Civil, Pós-graduado em Saneamento e Gestão
E-mail: contato.construtorafonte@gmail.com
Ambiental e Pós-graduado em Avaliações, Perícias, Engenharia
jw0378@gmail.com
Diagnóstica e Patologia das Construções
Telefone/celular: (81) 9 9922-1978
CREA 180074015-8/PE - Registro IBAPE-PE 574
Juliana Autran Rufilo Tavares Pereira E-mail: leonardo.msa77@gmail.com
Engenheira Civil, Pós-graduada em Administração Telefone/celular: (81) 9 9963-8941
Financeira e Qualidade
Leonardo Silva Barboza dos Santos
CREA: 028411 D/PE - Registro IBAPE-PE 515
Engenheiro Civil e Engenheiro de Segurança do Trabalho
E-mail: juautran@icloud.com
CREA 036633 D/PE - Registro IBAPE-PE 424
Telefone/celular: (81) 9 9267-9148
E-mail: leonardo@lbsolucoeseservicos.com.br
Júlio César Garcia Galindo Lira Barros Telefone/celular: (81) 9 9189-3835
Engenheiro Civil, Especialista em Gestão e Tecnologia da
Construção, MBA em Gerenciamento de Obras, Tecnologia Lia Rafael dos Santos
e Qualidade da Construção e Pós-graduando em Avaliações, Arquiteta e Urbanista, Pós-graduada em Engenharia Diagnós-
Perícias, Engenharia Diagnóstica e Patologia das Construções tica – Patologia e Perícias na Construção Civil
CREA 31.087 D/PE - Registro IBAPE-PE 494 CAU A23301-3 - Registro IBAPE-PE 654
E-mail: julio@cbeng.com.br E-mail: santos.lia64@gmail.com
Telefone/celular: (81) 9 9668-8877. Telefone/celular: (81) 9 8623-8667
90
Lista de Associados do IBAPE-PE Luciano César Szpak Furtado Marcello Rodrigo Cavalcante da Silva
Engenheiro Mecânico, Especialista em Engenharia Diagnóstica, Engenheiro Civil, Engenheiro de Segurança do Trabalho,
MBA em Petróleo e Gás e MBA em Gestão de Projetos Especialista em Gerenciamento de Obras, Tecnologia e
CREA: 14.344 D/PE - Registro IBAPE-PE 403 Qualidade das Construções, Especialista em Auditoria,
Avaliações e Perícias de Engenharia e Especialista em
E-mail: luciano.szpak@gmail.com
Engenharia Diagnóstica
Telefone/celular: (81) 9 8851-8473
CREA 048486 D/PE - Registro IBAPE-PE 393
Lúcio Flávio Arruda de Almeida E-mail: marcellorod@hotmail.com
Engenheiro Mecânico, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Celular (81) 9 9977-8536
Bacharel em Direito e Especialista em Avaliações e Perícias de
Engenharia Marcelo Augusto Santos Amorim
CREA 160811324-8/PB - Registro IBAPE-PE 658 Engenheiro Civil, Engenheiro Agrônomo, Pós-graduado
em Perícia e Legislação Ambiental, Engenharia Ambiental
E-mail: lflavioalmeida@gmail.com
e Avaliações, Perícias, Engenharia Diagnóstica e Patologias
Telefone/celular: (83) 9 8704-7880
CREA 110327771-5/MA - Registro IBAPE-PE 672
Luiz Arthur de Souza Barbosa E-mail: marceloamorim@gmail.com
Engenheiro Civil e Técnico em Eletrotécnica
Celular (81) 9 8738-0786
CREA 060180299-9/SP - Registro IBAPE-PE 553
Marcelo Luís Szpak Furtado
E-mail: luizarthur.perito@gmail.com/larthursb@gmail.com
Engenheiro Civil
Telefone/celular: (81) 9 9601-0457
CREA 12.845 D/PE - Registro IBAPE-PE 402
Luiz Carlos dos Santos Borges E-mail: marceloszpak@hotmail.com
Engenheiro Civil, Mestre em Ciências Geodésicas
Celular (81) 9 8738-0786
e Tecnologias da Geoinformação e Especialista em
Engenharia de Avaliação Marcos Antunios de Carvalho Dias
CREA 15.651 D/PE - Registro IBAPE-PE 428 Engenheiro Mecânico, Mestre em Engenharia Mecânica,
E-mail: borgesluiz61@gmail.com Pós-graduado em Qualidade e Produtividade e MBA em
Gestão Estratégica de Negócios e Técnico em Transações
Telefone/celular: (81) 9 9143-3958
Imobiliárias
Luiz Fernando Bernhoeft CREA 5958 D/PE - Registro IBAPE-PE 482
Engenheiro Civil, Mestre em Construção Civil E-mail: antunios@gmail.com/antunios@creci.org.br
CREA 37.285 D/PE - Registro IBAPE-PE 368 Telefone/celular: (81) 3204-7763/(81) 9 8112-5949
E-mail: luizfernando@petrusengenharia.com.br
Marcus Vinícius Caldeira Antunes
Telefone/celular: (81) 9 9212-4976
Engenheiro Civil, Pós-graduando em Avaliações e Perícias
Lutemberg de Araújo Florencio CREA 12.346 D/RS - Registro IBAPE-PE 479
Engenheiro Civil, Doutor em Engenharia de Construção Civil, E-mail: 1253marvincanes@gmail.com
Mestre em Estatística, Especialista em Avaliações e Perícias de
Celular (87) 9 9992-1455
Engenharia e Técnico em Edificações
CREA 34.923 D/PE - Registro IBAPE-PE 395 Marcus Vinícius Pinheiro de Oliveira
E-mail: lutembergflorencio@yahoo.com.br Engenheiro Civil
CREA 014114 D/PE - Registro IBAPE-PE 699 Paulo Ricardo Fonseca da Silva
E-mail: mjbcaldas@gmail.com Engenheiro Civil, Pós-graduado em Qualidade e Produtivi-
Telefone/celular: (81) 9 9105-2121 dade
CREA: 33.441 D/PE - Registro IBAPE-PE 678
Narclébio Bruno Rezende do Amaral
E-mail: engcivil.pauloricardo@gmail.com
Engenheiro Civil, Especialista em Engenharia de Ava-
liações e Perícias e Especialista em Gerenciamento de Telefone/celular: (81) 9 9676-9844
Obras Paulo Ricardo Nascimento
CREA 181710487-0/PE - Registro IBAPE-PE 618 Engenheiro Civil, Pós-graduado em Avaliações, Perícias,
E-mail: narclebiobra@hotmail.com Engenharia Diagnóstica e Patologia das Construções
Telefone/celular: (87) 9 9967-0440 CREA: 182432934-0/PE - Registro IBAPE-PE 567
Natalia Henrique Fernandes E-mail: pr_nascimento@live.com
Engenheira Civil, Pós-graduada em Engenharia Rodo- Telefone/celular: (81) 9 9403-2474
viária
Paulo Roberto Meira da Cunha Filho
CREA 182077517-8/PE - Registro IBAPE-PE 660
Engenheiro Civil, Pós-graduado em Inspeção, Manutenção e
E-mail: nataliaffnandes@outlook.com.br Recuperação de Estruturas
CREA: 37.341 D/PE - Registro IBAPE-PE 466
E-mail: paulocunhaeng@gmail.com
92
Lista de Associados do IBAPE-PE Telefone/celular: (81) 9 9411-3625 Telefone/celular: (81) 9 9570-8157
93 E-mail: tiagoteng@gmail.com
Lista de Associados do IBAPE-PE Tomás de ALbuquerque Borges Walter José da Silva
Engenheiro Civil e Especialista em Engenharia Diagnóstica, Engenheiro Civil, Pós-graduado em Avaliações, Perícias, Enge-
Patologia e Perícias na Construção Civil nharia Diagnóstica e Patologia das Construções
CREA 29.214 D/PE - Registro IBAPE-PE 414 CREA 181621575-9/PE - Registro IBAPE-PE 579
E-mail: tomasb74@gmail.com E-mail: walterjose215@gmail.com
Telefone/celular: (81) 9 9242-8180 Telefone/celular: (81) 9 8587-0219