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A Insurreição Pernambucana

A verdadeira história ( é verdade eu tava lá )

Uma história original do segundo ano A.


Cena 0.
Cenário: Um bar, haverá mesa, duas cadeiras, algumas coisas típicas de um bar
em cima da mesa.

Personagens: João, Tom e Gloria a garçonete.

Cena: Dois bêbados amigos de longa data entrarão em cena em cima de uma
bicicleta, enquanto toca Doente De Amor como trilha sonora. João estará
pedalando a bicicleta, enquanto Tom vem na garupa segurando o chapéu e uma
garrafa de pinga. Os dois pulam da bicicleta e vão para o bar. Lá já estará a
garçonete, que vai balançar a cabeça em reprovação assim que os ver. A garçonete
terá a primeira fala.

Garçonete: Mas vocês não tem jeito... Já vieram perturbar logo cedo!

Tom: Bom dia pra você também dona Glória!

João: Traz a de sempre, dona Glória!

A garçonete vai até a pessoa da contrarregra e pega uma garrafa de pinga.


Enquanto isso os dois se sentam. A garçonete volta e serve eles.

João: Tom, quando é que você vai me contar aquela história?

Tom: Que história?

João: Aquela de como os brasileiros mandaram embora os holandeses de


Pernambuco.

Tom: Aaaah essa... Eu me lembro como se fosse ontem.

João: Você se lembra?!

Tom: Sim eu tava lá. Foi a muito tempo, em uma quebrada muito distante...

Toca uma trilha sonora de harpa, fazendo o efeito de um sonho.


Cena 1.

Cenário: o seguinte cenário é de um engenho. Obrigatoriamente haverá um


canavial como parte do cenário, já que a história gira em torno disso.

Personagens: Dois senhores de engenho, Maurício de Nassau, dois escravos


africanos, e o exército holandês.

Cena: A cena começa tocando a trilha sonora Greensleeves - renaissance Style.


Dois senhores de engenho vão estar conversando amigavelmente. Atrás deles vão
estar dois escravos trabalhando com enchadas no canavial. Então um dos
senhores irá dar início a um diálogo descontraído.

Tom: Essa história aconteceu a muito tempo em Pernambuco. Na época, o Brasil


ainda passava pelo processo de colonização, e era repleta de engenhos. Tudo vivia
em paz e harmonia...

João: Até para os escravos?!

Tom: Claro, os escravos viviam muito felizes trabalhando exaustivamente nos


campos. *cof cof* como eu ia falando... Tudo ia bem até que um dia Pernambuco
foi invadido por holandeses.

Sr. Engenho 1: Que belo dia, não?

Sr. Engenho 2: Sim. Os pássaros cantam, o sol brilha, os escravos trabalham...

Sr. Engenho 1: Nada pode estragar esse dia!

Eis que de repente, de trás do canavial surge o exército Holandês comandado por
Maurício de Nassau. Os escravos fogem e saem de cena.
Sr. Engenho 2: Você e sua boca... CORRE NEGADAAAAAAA!

Os dois senhores de engenho correm pra frente, e se escondem atrás dos jurados
( os professores ).

Maurício de Nassau vem com os holandeses mais para frente e cochicha no


ouvido de um deles.

Nassau: Parece que eles acreditaram que a gente é brabo...

Então Nassau volta sua atenção aos senhores de engenho e fala.

Nassau: Se acalmem meus nobres senhores, sou Maurício de Nassau e esses aqui
são meu bonde.

Todos do exército holandês fazem poses.

Os senhores de engenho voltam pra perto deles, um pouco acanhados.

Sr. Engenho 1: E o que vocês querem por aqui, nas nossas terras?

Nassau: É o seguinte, parece que o rei lá da Holanda se meteu em umas tretas, e


agora tá precisando de uma grana. Aí ele pensou, "qual a melhor forma, se não,
tomar posse de uma terra que não é nossa?". Aí viemos parar aqui.

Sr. Engenho 1: Que horror! Isso é a pior coisa que poderia acontecer com nosso
país!

Sr. Engenho 2: Calma, acredite, ainda vai acontecer coisa pior com o Brasil. Espera
só inventarem o whatsapp para você ver o estrago que uma idosa e uma fake
news faz na nossa política.

Nassau interrompe.

Nassau: Calma, calma, calma! Não vai ser bem assim. Vocês ainda vão comandar
isso tudo. Não vou fazer como vocês fizeram com os indígenas. O que vai
acontecer é que eu vou financiar vocês, e parte do lucro que vocês tiverem, vai
pra Holanda.
Sr. Engenho 2: Aaaa sendo assim tá ótimo!

Cena 2
Personagens: Maurício de Nassau, três holandeses.

Cenário: Uma mesa com alguns livros, papéis, uma pena, e uma cadeira. Casas,
uma sinagoga.

Cena: Logo após o diálogo com os senhores de engenho, eles irão se retirar, junto
dos exércitos de holandeses, com exceção de três dos holandeses. Maurício de
Nassau também vai ficar. Os três Holandeses rapidamente vão pegar uma mesa
com alguns papéis e livros, junto de uma cadeira e por no centro do palco, e vão
ficar por ali. Nassau se senta na cadeira.

Tom: Depois de dar um baita susto nos senhores de engenho, Nassau fez
contratos com eles e agora parte do lucro que os engenhos produzissem, iria para
a Holanda. Nassau seguia fazendo uma boa administração de Pernambuco, até
mandou construir alguns prédios para entreter as filhas que adoravam uma farra.

Então surge as duas filhas de Nassau.

Filha 1 e filha 2: Papaaaiiii!

Nassau: Digam, minhas filhas.

A filha 1 fica do lado esquerdo de Nassau, e a filha 2 fica no lado direito.


Filha 1: Papai eu quero um Iphone!

A filha 2 puxa o braço dele para chamar a atenção dele.

Filha 2: E eu quero ir para o Mc Donalds com meu namorado, posso?!

Garçonete: PERA AÍ! Como elas já sabiam que existia Whatsapp e Mc Donalds
nessa época?

Tom: Não sei, só sei que foi assim.

Nassau: Minhas filhas, nos estamos em 1630! Iphone e Mc Donalds nem foram
inventados ainda!

Ambas parecem ficar desapontadas.

Filha 1: Então tem o quê para fazer aqui?

Nassau: Bem... Ainda nada. Mas já vou resolver isso!

Nassau pega a pena na sua mesa, molha a ponta no tinteiro e escreve algo em um
papel. Depois chama um dos holandeses.

Nassau: Ei, você! Leve esse documento para os arquitetos, é para construir novos
prédios.

Ele entrega o papel ao holandês que vai com ele até um dos responsáveis pela
contrarregra, que estará segurando o cenário de casas. O holandês pega e
posiciona o cenario na direita da quadra e se retira de cena.

Nassau novamente escreve algo em um papel e chama o segundo holandês.

Nassau: E você, leve este documento para os senhores de engenho, que é pra eles
reformarem seus engenhos.
O holandês pega o papel e vai até o cenário de canavial. Ele atravessa o cenário e
sai de cena. Imediatamente escravos com enchadas voltam pra cena e começam a
cuidar do canavial.

Nassau escreve em mais um papel e agora volta sua atenção ao terceiro e último
holandês.

Nassau: E por fim, pegue este documento que oficializa a livre religião em
Pernambuco.

O holandês pega e vai com o papel até o lado esquerdo da quadra onde está outro
responsável pela contrarregra, segurando o cenário de uma sinagoga. O holandês
pega o cenário e posiciona na quadra, e sai de cena.

Após isso, Nassau sai de cena. Um dos responsáveis pela contrarregra pega a
mesa e a cadeira, e a tira da quadra.

Cena 3
Personagens: Senhores de engenho, escravos.
Cenário: O mesmo da cena anterior, com exceção da mesa que não estará
presente. Terá canaviais, as casas e a sinagoga.

Cena: Os dois senhores de engenho saem de trás do canavial, conversando


descontraidamente. Eles observam com prazer o trabalho dos escravos, e então
iniciam um diálogo.

Tom: A administração de Nassau até que ia bem, ele estava gastando muito por
Pernambuco, e os senhores de engenho estavam produzindo muito. Mas como
felicidade de pobre dura pouco... aconteceu que um dia uma praga e uma
epidemia acabou com os canaviais e os escravos. Claro que quando digo
"felicidade de pobre dura pouco" me refiro aos escravos que morreram tudo.

Sr. Engenho 1: Que dia bonito, né?

Sr. Engenho 2: Sim, desde que Nassau financiou nossos engenhos, as coisas vão
muito bem.

Sr. Engenho 1: Sim, nada pode estragar isso.

Então, os responsáveis pela contrarregra jogam confetes pretos nos canaviais,


representando uma praga na plantação. E os escravos começam a tossir e caem
no chão, desmaiados.

Sr. Engenho 2: Você e sua boca...

Então Nassau sai correndo de trás dos canaviais, atrás dele vem três holandeses.
Um deles, que parece ser o chefe. Nassau grita.

Nassau: PERA AÍ! PERA AÍ! FOI SEM QUERER!

Dois holandeses pegam ele pelo braço. Os senhores de engenho ficam assistindo
de longe, curiosos e apontando. O chefe se pronuncia.
Chefe: Nassau, por sua má administração do comércio açucareiro, você está
demitido de seu cargo como gerente da companhia das indias ocidentais!
Guardas, prendam ele e mostrem como é que nós holandeses fazemos com caras
como ele!

Os dois holandeses puxam ele pelos braços ate atrás dos canaviais. O terceiro
holandês segue eles, e enquanto ia saindo, aponta para os senhores de engenho e
diz.

Chefe: E vocês, paguem seus impostos!

Ele segue com os holandeses e Nassau para atrás dos canaviais, então se inicia um
efeito sonoro de briga.

A atenção volta para os senhores de engenho. Ambos ficam confusos sobre o que
acabou de acontecer.

Sr. Engenho 1: Oxe... Não entendi nada.

Sr. Engenho 2: Nem eu... Mas você ouviu que ele falou pra gente pagar impostos?!

Sr. Engenho 1: Ouvi! Vamos reunir o bonde, vamos expulsar os Holandeses do


nordeste!

Então ambos saem de cena determinados.


Cena 4
Personagens: Senhores de engenho junto de uma exército de portugueses, Felipe
Camarão junto de um exército de índios, e Henrique Dias junto de um exército de
afro-brasileiros.

Cenário: O mesmo da cena anterior.

Cena: De trás dos canaviais sai os senhores de engenho, acompanhados de


colonos armados. Enquanto eles entram toca como trilha sonora, Trust Each Other
de Game Of Thrones. Eles entram em uma fila indiana, marchando, com os
senhores de engenho na frente. Eles param na direita da quadra.

Tom: Depois que Nassau gastou mais do que o que eu gasto com bebida, os
holandeses ficaram putos da vida e chutaram ele de volta pra Holanda. Um novo
cara foi posto no poder e esse cobrava impostos sem pena alguma. Então,
cansados dos holandeses, os três povos rivais de Pernambuco se juntaram tudo
pra trocar soco com os holandeses.

Sr. Engenho 1: Contra os abusos dos holandeses, os portugueses lutarão!

Após isso, a trilha sonora muda para Dance of Dragons de Game Of Thrones, e
entra também em fila indiana, o exército afro-brasileiro, com Henrique Dias na
frente. Eles se posicionam no meio e Henrique fala.

Henrique: Contra o massacre a cultura brasileira, os afro-brasileiros lutarão!

Então, também em uma fila indiana, entra os índios potiguares com Felipe
Camarão na frente, então se inicia da trilha sonora Indiozinhos da Galinha
Pintadinha. Eles se posicionam na esquerda da quadra e Felipe fala.

Felipe: É sério isso? Pra eles vocês colocam aquelas músicas de guerra, e pra nós
você coloca Galinha Pintadinha?!
Felipe fala olhando pra cima, como se estivesse falando diretamente com quem
fez a escolha da trilha sonora. E então ele fala sem a menor vontade.

Felipe: Enfim... Contra a tomada de nossas terras, os índios potiguar irão lutar...

João: Pera aí! O exército brasileiro começou aí?

Tom: Bem... começou bem antes, mas é que a história fica mais emocionante se
eu contar assim. Vamos torcer para o professor de história não estar prestando
atenção.

Então, as três tropas se posicionam na direita, se misturando, e então da


esquerda, de trás do canavial surge o exército holandês, tendo como líder aquele
mesmo chefe. Os dois exércitos estão armados, e posicionados em direções
opostas. Então começa a tocar a trilha sonora da abertura de Game Of Thrones, e
a guerra se inicia. Ambos os exércitos gesticulam como se estivessem atirando de
suas armas. Bombas de polvora são atirados para simular tiros e explosões.

Então, após uma encenação de batalha, a trilha sonora muda para o tema de
Mortal Kombat, e as duas tropas fazem uma rodinha para assistir a briga que vai
acontecer ali agora. Vai para o meio da roda, o holandês chefe, representando o
seu país. E do meio dos exércitos brasileiros, surge um brasileiro, este está
representando o Brasil. Então, ambos começam a brigar no meio da roda,
enquanto os que assistem atiçam a briga. Por fim, o holandês perde a briga, e sai
de cena cambaleando junto de seu exercito.

Os brasileiros comemoram, enquanto começa a tocar a música tema do John


Cena. E é nessa música tema que todos se juntam, dão as mãos e agradecem a
platéia.

Porém! Quando todos pensam que a peça acabou, mais uma fala é iniciada.

Sr. Engenho 2: Pera aí! E agora? O que fazemos?


Sr. Engenho 1: Ue... Agora os escravos voltam para as plantações, os indígenas
voltam a ter sua cultura esmagada , e nos voltamos para nossa vida mansa de
sempre.

Sr. Engenho 2: Uai eu achei que a gente fosse os heróis da história.

Sr. Engenho 1: Deixa de ser burro, homem! Desde quando colono é herói de
alguma coisa?! Tudo o que a gente faz é destruir culturas e causar o genocídio de
um povo.

Enquanto eles dialogam, todo mundo vai saindo. Quando eles terminam o
diálogo, eles também vão saindo, incenando uma conversa.

Fim.

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