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Cena: Dois bêbados amigos de longa data entrarão em cena em cima de uma
bicicleta, enquanto toca Doente De Amor como trilha sonora. João estará
pedalando a bicicleta, enquanto Tom vem na garupa segurando o chapéu e uma
garrafa de pinga. Os dois pulam da bicicleta e vão para o bar. Lá já estará a
garçonete, que vai balançar a cabeça em reprovação assim que os ver. A garçonete
terá a primeira fala.
Garçonete: Mas vocês não tem jeito... Já vieram perturbar logo cedo!
Tom: Sim eu tava lá. Foi a muito tempo, em uma quebrada muito distante...
Eis que de repente, de trás do canavial surge o exército Holandês comandado por
Maurício de Nassau. Os escravos fogem e saem de cena.
Sr. Engenho 2: Você e sua boca... CORRE NEGADAAAAAAA!
Os dois senhores de engenho correm pra frente, e se escondem atrás dos jurados
( os professores ).
Nassau: Se acalmem meus nobres senhores, sou Maurício de Nassau e esses aqui
são meu bonde.
Sr. Engenho 1: E o que vocês querem por aqui, nas nossas terras?
Sr. Engenho 1: Que horror! Isso é a pior coisa que poderia acontecer com nosso
país!
Sr. Engenho 2: Calma, acredite, ainda vai acontecer coisa pior com o Brasil. Espera
só inventarem o whatsapp para você ver o estrago que uma idosa e uma fake
news faz na nossa política.
Nassau interrompe.
Nassau: Calma, calma, calma! Não vai ser bem assim. Vocês ainda vão comandar
isso tudo. Não vou fazer como vocês fizeram com os indígenas. O que vai
acontecer é que eu vou financiar vocês, e parte do lucro que vocês tiverem, vai
pra Holanda.
Sr. Engenho 2: Aaaa sendo assim tá ótimo!
Cena 2
Personagens: Maurício de Nassau, três holandeses.
Cenário: Uma mesa com alguns livros, papéis, uma pena, e uma cadeira. Casas,
uma sinagoga.
Cena: Logo após o diálogo com os senhores de engenho, eles irão se retirar, junto
dos exércitos de holandeses, com exceção de três dos holandeses. Maurício de
Nassau também vai ficar. Os três Holandeses rapidamente vão pegar uma mesa
com alguns papéis e livros, junto de uma cadeira e por no centro do palco, e vão
ficar por ali. Nassau se senta na cadeira.
Tom: Depois de dar um baita susto nos senhores de engenho, Nassau fez
contratos com eles e agora parte do lucro que os engenhos produzissem, iria para
a Holanda. Nassau seguia fazendo uma boa administração de Pernambuco, até
mandou construir alguns prédios para entreter as filhas que adoravam uma farra.
Garçonete: PERA AÍ! Como elas já sabiam que existia Whatsapp e Mc Donalds
nessa época?
Nassau: Minhas filhas, nos estamos em 1630! Iphone e Mc Donalds nem foram
inventados ainda!
Nassau pega a pena na sua mesa, molha a ponta no tinteiro e escreve algo em um
papel. Depois chama um dos holandeses.
Nassau: Ei, você! Leve esse documento para os arquitetos, é para construir novos
prédios.
Ele entrega o papel ao holandês que vai com ele até um dos responsáveis pela
contrarregra, que estará segurando o cenário de casas. O holandês pega e
posiciona o cenario na direita da quadra e se retira de cena.
Nassau: E você, leve este documento para os senhores de engenho, que é pra eles
reformarem seus engenhos.
O holandês pega o papel e vai até o cenário de canavial. Ele atravessa o cenário e
sai de cena. Imediatamente escravos com enchadas voltam pra cena e começam a
cuidar do canavial.
Nassau escreve em mais um papel e agora volta sua atenção ao terceiro e último
holandês.
Nassau: E por fim, pegue este documento que oficializa a livre religião em
Pernambuco.
O holandês pega e vai com o papel até o lado esquerdo da quadra onde está outro
responsável pela contrarregra, segurando o cenário de uma sinagoga. O holandês
pega o cenário e posiciona na quadra, e sai de cena.
Após isso, Nassau sai de cena. Um dos responsáveis pela contrarregra pega a
mesa e a cadeira, e a tira da quadra.
Cena 3
Personagens: Senhores de engenho, escravos.
Cenário: O mesmo da cena anterior, com exceção da mesa que não estará
presente. Terá canaviais, as casas e a sinagoga.
Tom: A administração de Nassau até que ia bem, ele estava gastando muito por
Pernambuco, e os senhores de engenho estavam produzindo muito. Mas como
felicidade de pobre dura pouco... aconteceu que um dia uma praga e uma
epidemia acabou com os canaviais e os escravos. Claro que quando digo
"felicidade de pobre dura pouco" me refiro aos escravos que morreram tudo.
Sr. Engenho 2: Sim, desde que Nassau financiou nossos engenhos, as coisas vão
muito bem.
Então Nassau sai correndo de trás dos canaviais, atrás dele vem três holandeses.
Um deles, que parece ser o chefe. Nassau grita.
Dois holandeses pegam ele pelo braço. Os senhores de engenho ficam assistindo
de longe, curiosos e apontando. O chefe se pronuncia.
Chefe: Nassau, por sua má administração do comércio açucareiro, você está
demitido de seu cargo como gerente da companhia das indias ocidentais!
Guardas, prendam ele e mostrem como é que nós holandeses fazemos com caras
como ele!
Os dois holandeses puxam ele pelos braços ate atrás dos canaviais. O terceiro
holandês segue eles, e enquanto ia saindo, aponta para os senhores de engenho e
diz.
Ele segue com os holandeses e Nassau para atrás dos canaviais, então se inicia um
efeito sonoro de briga.
A atenção volta para os senhores de engenho. Ambos ficam confusos sobre o que
acabou de acontecer.
Sr. Engenho 2: Nem eu... Mas você ouviu que ele falou pra gente pagar impostos?!
Tom: Depois que Nassau gastou mais do que o que eu gasto com bebida, os
holandeses ficaram putos da vida e chutaram ele de volta pra Holanda. Um novo
cara foi posto no poder e esse cobrava impostos sem pena alguma. Então,
cansados dos holandeses, os três povos rivais de Pernambuco se juntaram tudo
pra trocar soco com os holandeses.
Após isso, a trilha sonora muda para Dance of Dragons de Game Of Thrones, e
entra também em fila indiana, o exército afro-brasileiro, com Henrique Dias na
frente. Eles se posicionam no meio e Henrique fala.
Então, também em uma fila indiana, entra os índios potiguares com Felipe
Camarão na frente, então se inicia da trilha sonora Indiozinhos da Galinha
Pintadinha. Eles se posicionam na esquerda da quadra e Felipe fala.
Felipe: É sério isso? Pra eles vocês colocam aquelas músicas de guerra, e pra nós
você coloca Galinha Pintadinha?!
Felipe fala olhando pra cima, como se estivesse falando diretamente com quem
fez a escolha da trilha sonora. E então ele fala sem a menor vontade.
Felipe: Enfim... Contra a tomada de nossas terras, os índios potiguar irão lutar...
Tom: Bem... começou bem antes, mas é que a história fica mais emocionante se
eu contar assim. Vamos torcer para o professor de história não estar prestando
atenção.
Então, após uma encenação de batalha, a trilha sonora muda para o tema de
Mortal Kombat, e as duas tropas fazem uma rodinha para assistir a briga que vai
acontecer ali agora. Vai para o meio da roda, o holandês chefe, representando o
seu país. E do meio dos exércitos brasileiros, surge um brasileiro, este está
representando o Brasil. Então, ambos começam a brigar no meio da roda,
enquanto os que assistem atiçam a briga. Por fim, o holandês perde a briga, e sai
de cena cambaleando junto de seu exercito.
Porém! Quando todos pensam que a peça acabou, mais uma fala é iniciada.
Sr. Engenho 1: Deixa de ser burro, homem! Desde quando colono é herói de
alguma coisa?! Tudo o que a gente faz é destruir culturas e causar o genocídio de
um povo.
Enquanto eles dialogam, todo mundo vai saindo. Quando eles terminam o
diálogo, eles também vão saindo, incenando uma conversa.
Fim.