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A HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO DOS NEGROS
NO BRASIL
Niterói, RJ
2016
© Eduff, 2016.
A reprodução não autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial, constitui violação da
Lei nº 9.610/98.
A Eduff segue o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa em vigor no Brasil desde 2009.
A aceitação das alterações textuais e de normalização bibliográfica sugeridas pelo revisor é uma decisão do autor/
organizador.
Inclui bibliografia.
CDD 370.981
CDU 37(=414/=45)(82)
Coordenação da Eduff:
Aníbal Francisco Alves Bragança
Revisão e Normalização Textual:
Elizabeth Madureira Siqueira
Capa, Editoração e Projeto Gráfico:
Candida Bitencourt Haesbaert
Impressão:
Gráfica Universitária
199 Trata-se da tese intitulada Processos de racialização nas escolas primárias pernambucanas
(1911-1945), defendida em agosto de 2014 no Programa de Pós-Graduação em Educação-
-PPGE da Universidade federal dea Paraíba- UFPB, sob a orientação do Prof. Dr. Antônio
Carlos Ferreira Pinheiro.
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200 Estamos utilizando o termo racialização referindo-se ao “processo ideológico e político por
meio do qual determinadas populações eram identificadas pela referência às suas característi-
cas fenotípicas (reais ou imaginárias), de tal modo que só pudessem ser compreendidas como
tendo uma possível unidade biológica”. (KAERCHER, 2005, p. 100).
201 Viola era tido, na época, como um dos pais da escola italiana de biotipologia e, apoiando-se
em dados morfológicos, propunha um padrão classificatório com base na proporção numé-
rica de medidas antropométricas: os normotipos, com simetria entre troncos, membros e
abdômen; os braquitipos, com tronco maior que membros e abdômen maior que tórax; e
os longitipos, apresentando membros maiores que tronco e tórax maior que abdômen. O
corpo era, então, concebido a partir de dois sistemas: o da “vida vegetativa”, compreendendo
as vísceras contidas no tronco e o da “vida de relação”, correspondendo aos membros. Vio-
la também sugeria outra classificação, a partir de três grupos: os normoesplânquinicos, os
megaloesplânquinicos e os microesplânquinicos. O termo ‘esplânquinico’ (ou esplâncnico)
referia-se às proporções da região abdominal, com suas variações normais, ‘megalo’ (acima) e
‘micro’ (abaixo). (GOMES, 2012, p. 709).
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202 Edgar Roquette-Pinto foi médico legista, professor, antropólogo, etnólogo que nasceu no Rio
de Janeiro, RJ, em 25 de setembro de 1884 e faleceu na mesma cidade em 18 de outubro de
1954. Era filho de Manuel Menelio Pinto e de Josefina Roquette Carneiro de Mendonça. Foi
criado pelo avô João Roquette Carneiro de Mendonça. Fez o curso de humanidades no Ex-
ternato Aquino. Ingressou, em seguida, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Colou
grau em 1905. Logo depois de formado iniciou uma série de estudos sobre os Sambaquis das
costas do Rio Grande do Sul. Professor assistente de Antropologia no Museu Nacional, em
1906 tornou-se em pouco tempo conhecido como um dos mais sérios antropólogos que o
país conhecera. Delegado do Brasil no Congresso das Raças, realizado em Londres, em 1911.
Em 1912 Roquette-Pinto fez parte da Missão Rondon e passou várias semanas em contato
com os índios nambiquaras que até então não tinham contato com os civilizados. http://www.
academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=196&sid=198).
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ULYSSES PERNAMBUCANO203: a
contribuição da psicologia para a
concretização das ideias higiênicas e
eugênicas em Pernambuco
203 Ulysses Pernambucano (1892-1943) nasceu no Recife, no dia 6 de fevereiro de 1892. Filho
do desembargador José Antônio Gonçalves de Melo e de Maria da Conceição Melo, fez seus
estudos primários e secundários no Colégio Aires Gama. Foi para o Rio de Janeiro ainda
adolescente. Ingressou na Faculdade de Medicina, fez residência no Hospital Nacional de
Alienados, na Praia Vermelha, concluindo o curso em 1912, com apenas 20 anos de idade.
Depois de formado voltou a Pernambuco e se estabeleceu como médico clínico na cidade de
Vitória de Santo Antão. Em 1914 transferiu-se para a cidade da Lapa, no interior do Paraná.
De volta ao Recife exerceu ao mesmo tempo as funções de médico e professor concursado
do Ginásio Pernambucano, ministrando disciplinas diversificadas como Psicologia, Lógica, e
História da Filosofia. (ANDRADE, 2009, s/p).
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204 Vale ressaltar que mantivemos a grafia original das fontes com as quais trabalhamos para a
construção desse texto.
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Portanto, era clara a ideia que Ulysses tinha, juntamente com sua
equipe de pesquisadores. Isto é, que os negros eram mais propícios
a adquirir certas doenças de ordem mental. Assim, ele comungava
da ideia de que havia uma relação direta entre os negros e certas
desordens mentais, e a baixa capacidade intelectual, o que era uma
prática comum entre os psicólogos no período que vai do final do
século XIX ao início do século XX, como em Francis Galton. Esse
tipo de argumento vai refletir nos processos de racialização da po-
pulação escolar pernambucana, realizados por Ulysses.
Voltando ao pensamento de Ulysses Pernambucano ressalta-
mos que ele acreditava que os estados patológicos repercutiam
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205 No referido congresso foram discutidas as diversas temáticas sobre aspectos diversos da for-
mação afro-brasileira como culinária, religião, folclore, linguística, influencia africana na
formação social do Brasil, mestiçagem, entre outros. Dentre os vários intelectuais que partici-
param deste evento podemos citar Gilberto Freyre, Ulysses Pernambucano, Roquette-Pinto,
Arthur Ramos, Edson Carneiro, Luís da Câmara Cascudo, Mário de Andrade e Jorge Amado.
(ALMEIDA et. al., 2007, p. 5). Depois desse aconteceram outros dois eventos do tipo. O Con-
gresso Afro-brasileiro de 1937 na Bahia e a Conferência Nacional do Negro de 1949 no Rio
de Janeiro.
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206 Diz-se de indivíduo de nariz comprido e estreito, e cujo índice nasal está abaixo de 48. (http://
aulete.uol.com.br/nossoaulete/mesorrino).
207 Indivíduo que tem o nariz médio, entre leptorrino e platirrino. (http://aulete.uol.com.br/nos-
soaulete/leptorrino).
208 Indivíduo que tem o nariz mais alargado em relação ao seu comprimento; Espécime de uma in-
fraordem de primatas, cujas narinas apresentam-se distantes entre si e voltadas para as laterais.
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211 Antonio de Arruda Carneiro Leão nasceu em Recife a dois de julho de 1887, onde estudou,
completando o ensino superior na Faculdade de Direito, em 1911. Foi professor e jornalista
ainda quando recém-formado. Defendia a ideia da necessidade urgente da difusão da edu-
cação popular no Brasil. No Rio de Janeiro exerceu vários cargos na era da educação. Foi
Diretor Geral da Instrução pública do Distrito Federal, quando executou a reforma Fernando
de Azevedo. Em 1928, ocupou o cargo de Secretario de Estado e Justiça e Negócios Interiores,
até setembro de 1930, período em que reformou a educação de Pernambuco. Em 1945, foi
eleito membro da Academia Brasileira de Letras e fez parte de várias associações internacio-
nais, recebendo condecorações, entre as quais destacamos a da Legião de Honra da França
(ARAÚJO, 2002, p. 61- 64).
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212 Aníbal Bruno era filho de Gercino Parente de Oliveira Firmo e Cândida Carmelinda de Oli-
veira. Cursou o ensino primário no Colégio Santa Isabel, em Palmares. Aos onze anos de
idade mudou-se para o Recife, onde cursou Humanidades no Ginásio Pernambucano. Com
o falecimento do seu pai em 1901, teve que enfrentar a vida sozinho, o que o tornou, desde
muito cedo, maduro e responsável. Casou-se aos vinte anos de idade, com Aurora Spencer, em
1910, e três anos depois colou grau como bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais na Facul-
dade de Direito do Recife. Em dezembro de 1925 formou-se em Ciências Médicas pela então
recém-criada Faculdade de Medicina do Recife. Foi diretor do Departamento de Educação de
Pernambuco no período de 1930 A 1935. Dedicou-se ao ensino de diversas disciplinas, sendo
professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais de Pernambuco; da Escola de Aper-
feiçoamento do Instituto de Educação de Pernambuco; da Escola Normal Pinto Júnior; da
Faculdade de Medicina do Recife (livre docente); do Ginásio Pernambucano (livre docente);
da Escola Normal Oficial do Estado e da Faculdade de Direito do Recife. (SELLARO, 2009).
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Por fim ele destacou que no espírito dos mestres é que se abriga-
vam aquelas virtudes superiores que os filósofos assinalavam como
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Algumas considerações
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Ações Afirmativas no Brasil:
um histórico do seu processo
de construção
Sabrina Moehlecke217
217 Esse texto reproduz, em sua essência, um artigo que escrevi em 2002, intitulado “Ação afir-
mativa: história e debates no Brasil”, quando do início da expansão das ações afirmativas
enquanto políticas públicas no Brasil. No contexto atual, foi incluído no presente livro como
uma referência histórica acerca do processo de construção dessas políticas em nosso país.
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218 Na ausência de um consenso na sociedade brasileira sobre qual o melhor termo a ser utiliza-
do, utilizaremos a expressão “ações afirmativas”, no plural, no intuito de indicar a diversidade
de propostas existentes no país.
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219 A cota mínima de 30% de mulheres nas direções partidárias foi aprovada no 1º Congresso do
PT, realizado entre 27 de novembro e 1º de dezembro de 1991. As direções estaduais e mu-
nicipais foram renovadas pela primeira vez com o dispositivo das cotas em 1992 e a direção
nacional em 1993 (Godinho, 1996).
220 Para maiores informações sobre a adoção das cotas na CUT, ver: Delgado, 1996.
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Público, para que este assumisse uma postura mais ativa no combate
à discriminação. Um exemplo foi o uso da Convenção n. 111, da
Organização Internacional do Trabalho - OIT -, concernente à dis-
criminação em matéria de emprego e profissão, ratificada em 1968
pelo Decreto n. 62.150, em que o Brasil se compromete a formular
e implementar uma política nacional de promoção da igualdade de
oportunidades e de tratamento no mercado de trabalho. Em 1992,
diante do sistemático descumprimento dessa convenção, a CUT, em
parceria com o CEERT221, envia documento à OIT denunciando o
Estado brasileiro. Como consequência, e depois de formalmente
questionado pelo organismo, admite, em 1995, a existência do
problema no Brasil e cria o Grupo de Trabalho para Eliminação
da Discriminação no Emprego e na Ocupação - GTEDEO - para
implementar as medidas da convenção (SILVA JR., 1996). Formado
por representantes do Poder Executivo e entidades sindicais e patro-
nais, é vinculado ao Ministério do Trabalho e tem como finalidade
definir programa de ações que visem ao combate à discriminação
no emprego e na ocupação, propondo cronogramas, estratégias e
órgãos de execução das ações.
No dia 13 de maio de 1996, é lançado o Programa Nacional
dos Direitos Humanos - PNDH -, pela recém-criada Secretaria de
Direitos Humanos, que estabelece como objetivo, dentre outras
coisas, “desenvolver ações afirmativas para o acesso dos negros aos
cursos profissionalizantes, à universidade e às áreas de tecnologia
de ponta”, “formular políticas compensatórias que promovam so-
cial e economicamente a comunidade negra” e “apoiar as ações da
iniciativa privada que realizem discriminação positiva” (BRASIL,
1996, p. 30).
Em junho do mesmo ano, temos a realização do seminário Ações
Afirmativas: estratégias antidiscriminatórias?, realizado no Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA -, e, em julho, o seminário
221 Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade - CEERT - é uma ONG do movi-
mento negro de São Paulo, que tem como objetivo conscientizar democraticamente profissio-
nais de recursos humanos e capacitar dirigentes sindicais para lidar com a questão racial nos
locais de trabalho.
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222 Para uma análise mais detalhada das experiências existentes, ver: Moehlecke, 2000.
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