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TROUPE “NÓIS DA VILA” - versão 8 - 2023-07-06

A SAGA DE MARTIM AFONSO E A


MARAILHOSA HISTÓRIA DE AMOR DA FLOR E DA RAINHA

ABERTURA

Música instrumental de abertura. Das laterais e parte central surgem os núcleos de


atores que se posicionam no palco, ocupando todos os espaços.
Na área central a luz cresce em resistência revelando os personagens. Todos
permanecem “congelados” até o início do RAP, quando passam a executar movimentos
coreográficos.

RAP
Seja bem-vinda a São Vicente/Dizem que o Brasil começa aqui
Nesse espetáculo você vai descobrir...

CENA I
Ator sob patins ou skate rompe a cena fazendo manobras radicais. Carrega placa com
os dizeres:

1ª Estação
Apresentação dos personagens
Prepare-se para a viagem!

Sonoplastia acordes de música portuguesa.

MENESTREL
- Meus senhores e minhas senhoras, boa noite! A “Trupe Nois da Vila” representará a
vida dos personagens que construíram a história da nossa cidade...
Mas o que é a vida? ... A vida é como as estações do ano... A cada estação o milagre da
vida se renova... precisamos recomeçar a todo tempo... Somos movidos pelo novo...foi
este sentimento que moveu os nossos personagens a construir a história de São Vicente e
do Brasil...
Imaginem! De um lado a Europa onde vivem o Rei Dom João III, a esposa Catarina de
Áustria, o navegador Martim Afonso e sua futura amada Ana Pimentel e a corte. Vivem
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num país frio, com tardes cinzentas, no castelo de São Jorge, na freguesia de Lisboa em
Portugal.... Do outro lado a América, um lugar desconhecido para os europeus,
povoado por seres antes nunca vistos, uma terra quente, ensolarada, cheia de cores e
diversidades, um verdadeiro paraíso na terra: o Brasil! Cá vivem João Ramalho, o
primeiro colonizador do (segredando para o público)... foi expulso de Portugal por ser
judeu pelo pai de Dom João III.... mas é gente boa! , além do Cacique Tibiriçá, suas filhas
Bartira e Iuarinã e milhões de indígenas. Ah! O paraíso!... Mal sabem eles que, apesar
de mundos
diferentes, suas vidas se entrelaçarão numa história de aventura e amor....

Grupo de indígenas com réplicas erguem placas com as seguintes


mensagens: 1. Em 1500, no Brasil viviam 3 milhões de indígenas; 2.Em
2023, vivem no Brasil 810 mil indígenas. 3.Vidas humanas importam!
4.Vidas indígenas importam! 5.Viva a Amazônia!6.Viva o planeta!

Lentamente atores saem de cena ficando Menestrel e assistentes que conduzem o


oratório onde Ana Pimentel fará a sua oração.

CENA2 – Castelo de São Jorge - Portugal


Ator( es) ou atriz (es) coreograficamente trazem a placa com os dizeres :

2ª Estação
Portugal por volta de 1520
Desejo de mulher I

MENESTREL
- Na província de Lisboa, Portugal, estende uma planície banhada pelo rio Tejo.... Ao
longe se avista o Castelo de São Jorge. Num dos aposentos do Castelo, Ana Pimentel
Passa dias e noites...noites e dias ....rogando a Santo Antônio, o santo casamenteiro,
para que lhe envie um príncipe....
ANA PIMENTEL - (segura um espanador)
-Meu Santo Antoninho, o que fiz de errado?! Fiz dez novenas....pendurei o senhor de
cabeça para baixo... mergulhei-o no poço por 90 dias... tirei o santinho do seu colo, não
sei mais o que fazer!? Só sei que não posso ficar sem um gajo para comigo me casar?

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Enquanto Ana fala , atores empurram uma plataforma onde está Santo Antônio
envolto em fumaça. Ao seu lado pilhas de cartas. Aos poucos releva ao público que
responde uma mensagem no celular.

SANTO ANTONIO (com sotaque)


- Calma minha Filha! Estou a responder uma mensagem do futuro...
ANA PIMENTEL
- Como assim meu Santinho!? Mensagem do futuro?
SANTO ANTONIO (com sotaque)
- Sim! Estou cá no telemóvel a atender o mesmo pedido que o vosso. Só que no futuro!
ANA PIMENTEL
- Não entendi!
SANTO ANTONIO (com sotaque)
- Minha filha, entendei-vos: Nós Santos somos como a fé: atemporais! E cá no meu ofício
estou a atender, em qualquer tempo, o desejo de todos os fiéis e em especial os
pedidos das donzelas!... Que é o quê? (para a plateia) ... Ca ... Ca... Ca.... sar ...Casar-se!
ANA PIMENTEL
- Por favor meu santinho! Atendei-me.
SANTO ANTONIO (com sotaque)
- Istá bem! istá bem! Ainda hoje estou a enviar um gajo para vc.
ANA PIMENTEL
- Um cajo não! Um príncipe! E que seja rápido!
SANTO ANTONIO (com sotaque)
- Istá bem! istá bem! Mandarei via Mercado Livre, rapidinho...rapidinho....
ANA PIMENTEL
- Não entendi!? Mercado o quê?
SANTO ANTONIO (com sotaque)
- Ficais tranquila, isto é coisa do futuro!
ANA PIMENTEL
- Istá bem! istá bem, (imitando Santo Antônio) funcionando é o que valha!
CATARINA DE ÁUSTRIA (entrando)
- Ana! O que estais a fazer? Falais sozinha!?
(Ana disfarça. Santo Antônio se coloca na posição tradicional e congela).

ANA PIMENTEL - (Espana vigorosamente Santo Antônio. Da sua batina sai volume
generoso de talco)
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– Não! Nada senhora! Apenas a espanar meu Santo Antoninho que está deverás
empoeirado...e confabulando com os meus borbotões... O que quereis senhora?
CATARINA DE ÁUSTRIA (entrando)
- Preparai-vos! Martim Afonso está a chegar!
ANA PIMENTEL
– Não acredito! Aquele bonitão! amigo do Rei?
CATARINA DE ÁUSTRIA (entrando)
- Sim! Aquele que você finge que não sabe quem é, e que nunca o viu....
ANA PIMENTEL - (Ana solta uma gíria atual, direcionada a Santo Antônio)
- Valeu Meu Santinho! Essa entrega rápida do Mercado Livre, funciona mesmo!
CATARINA DE ÁUSTRIA
- Mercado o quê
ANA PIMENTEL
– Nada Senhora!
CATARINA DE ÁUSTRIA
- O que estais a dizer?
ANA PIMENTEL
Pensando no futuro e no meu príncipe que está a chegar!
CATARINA DE ÁUSTRIA
- Então vamos! Vou transformá-la numa rainha!
ANA PIMENTEL
– Numa rainha?! Pensei que nesta história seria a dama de companhia....
CATARINA DE ÁUSTRIA
– Minha querida, será muito mais que uma dama de companhia... Todo nobre cavalheiro
ao desposar uma mulher, linda e inteligente como você , a transforma na sua rainha....
Vamos que temos muito a fazer....Terás um futuro brilhante e se tornará reconhecida
por toda uma população....uma verdadeira rainha....
ANA PIMENTEL
- Ah! Senhora! Eu rainha!
CATARINA DE ÁUSTRIA
- Vamos! Não podeis se atrasar para o encontro...

CENA 3 – Desejo de Mulher II – Na tribo

Sonoplastia cria clima tenso. Sons de raios, trovões e muita fumaça. Em off a voz do
Deus Tupã. Simultaneamente, surge Bartira que se desvia dos raios lançados pelos
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atores da coxia. Atores empurram uma plataforma onde está o Deus Rudá envolto
em fumaça. Ao seu lado pilhas de flechas com corações que lança em várias direções,
logo após de dar baixa em uma extensa lista.

Assistente do Menestrel coreograficamente apresenta a próxima estação.

3ª Estação
BRASIL por volta de 1520
Desejo de mulher II

MENESTREL
- Na província de São Vicente, Brasil, estende uma ilha banhada pelo oceano. Ao longe
se avista a tribo dos Tupiniquins, um pedaço do paraíso na terra. M’ Bicy, a flor, “troca
uma ideia” com o Deus Rudá, o Deus do amor.... O clima está quente!...
TUPÃ - (voz em off)
- M’ Bicy! M’ Bicy! Você não pode quebrar uma tradição.... M’ Bicy! M’ Bicy! Você não
pode quebrar uma tradição...
BARTIRA
- Rudá! Rudá! O que está acontecendo? O que deixou o Deus Tupã tão furioso?
RUDÁ
- M’ Bicy! M’ Bicy! Você me pediu para enviar um guerreiro para com você se casar e
todos que enviei você não aceitou em casamento!?
BARTIRA
- Rudá, Pode me chamar de Bartira! É o seguinte: Eu falei cari, homem branco! No meu
sonho eu me vejo casando com um cari....Não quero me casar com um guerreiro!
RUDÁ
- Como assim Bartira? Um cari?
BARTIRA
– Sim, um cari! Um cari caído dos céus com asas de pássaro e olhos de pedra de rio.
RUDÁ
- Tupã está furioso! Onde já se viu uma M’ Bicy casar-se com homem branco. Não pode!
BARTIRA
– E por que não?
RUDÁ

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- Menina trabalhosa! É uma tradição e as tradições são para serem mantidas. Desde que
o mundo é mundo os indígenas se casam entre sí... E vc Bartira, deseja casar com quem
não conhece?
BARTIRA
– Mas Rudá, meu coração só estará feliz quando encontrar o meu cari.... e as tradições
são para serem quebradas...
RUDÁ – (sussurrando para Bartira)
- Verei o que posso fazer... (consultando a lista) ... hum! Acabaram de avistar caris
quase se afogando na costa.... só não sei se tem asas de pássaros! Enviarei um para
você...
TUPÃ - (voz em off furioso) - Rudáááááá... O que está fazendo! ( Sons de trovões,
raios e fumaça invadem o espaço. Bartira e Rudá saem de cena).
RUDÁ
– Nada senhor! Nada! Apenas salvando uns náufragos que acabaram chegar na praia de
Paranapuã...
TUPÃ - (voz em off furioso)
- Rudáááááá...
RUDÁ
- Chefinho! Já estou a caminho!
BARTIRA
- Não vai esquecer do meu cari!

CENA 4 - O ENCONTRO I – NO CASTELO


Assistentes do menestrel carregam varas com nuvens cinzentas com gotas de chuva e
instalam o canteiro com flores. Coreograficamente apresentam para o público a placa
que anuncia a próxima estação:

4ª Estação
PORTUGAL – NO CASTELO
O ENCONTRO
AGORA vai I

MENESTREL
- Numa fria e cinzenta tarde de outono, nos jardins do Castelo de São Jorge... A linda,
pura e casta Ana Pimentel recolhe rosas murchas do seu jardim... Ah! O amor!... O amor
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realmente parece-me cego diante de inusitadas situações... Para a pura e casta Ana, seu
príncipe encantado tem begônias bicudas penduras no chapéu...

Durante a fala do narrador Santo Antônio conduz Martim Afonso com os olhos
vedados, carrega uma placa com o logo do mercado livre)

Martim Afonso - (para Ana Pimentel )... Uma linda flor, colhendo belas flores! (Martim,
retira o chapéu da cabeça)
ANA PIMENTEL
– São seus olhos, nobre senhor!
MARTIM
- Podeis chamar-me de Martin!
ANA PIMENTEL
– (encabulada). Não o conheço o suficiente para tal intimidade...
MARTIM
- Podeis confiar.
ANA PIMENTEL (dissimulando)
- Não recordo de tê-lo visto antes aqui no Castelo.
MARTIM
- Sou amigo de infância do Rei D. João e no futuro serei capitão mor do reino. Como se
chama tão nobre senhorita?
ANA PIMENTEL (Dissimulando)
- Não sabeis o meu nome? Há muito acompanho a rainha Catarina de Áustria.
MARTIM
- Estais a enganar-me, pois para mim és uma rainha. Só não sabeis vosso nome!
ANA PIMENTEL (fazendo charme)
– E ficarás sem sabê-lo!
Martim Afonso decepcionado, ajeita as begônias do chapéu e menciona colocá-lo na
cabeça e partir.
SANTO ANTONIO - (sussurrando)
- Diga o seu nome! Faça alguma coisa! Vamos! Ou ele partirá!
ANA PIMENTEL - (percebendo e recompondo-se, fala com charme e malícia)
- ... Quão lindas as begônias penduradas em vosso chapéu!
MARTIM
- Gostais? Podeis tocá-las, se a assim o quiseres.
ANA PIMENTEL
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– Não sei se devo!

Santo Antônio faz sinal que sim. Ana vai em direção a Martim e retira uma flor do seu
chapéu. Martim toca em suas mãos suavemente. Ana sorri e dirige-se para frente do
espaço cênico

AVATAR ANA PIMENTEL- O amor tão desejado cria dúvidas aos amantes..., mas como
resistir quando se encontra o seu amor puro e verdadeiro...- (debulha pétala por pétala
da flor) ...bem me quer....mal me quer....bem me quer....mal me quer ... bem me quer....
(de costas para Martim, respira profundamente e sorri)...Sempre sonhei que meu
príncipe cantaria para mim...
(cantando)
Me apareceu tal rainha/ Qual estrela pelo chão
No decote a sianinha/ E a fileira de botão
Elogiei seu vestido/Pra dizer que era nobre
Feito um rei oferecido/eu estou a suas ordens

ANA PIMENTEL
– Podeis chamar-me de Ana....
ANA PIMENTEL
– Me quereis? Quereis casar comigo?
ANA PIMENTEL – (com sinal de cabeça, sorrindo para a plateia, sussurra) Sim!
MARTIM - (dirigindo em direção a Ana)
- ...Então não a chamarei de Ana, a chamarei eternamente de a minha Rainha...

Martim Afonso pega Ana Pimentel em seus braços e saem de cena. Santo Antônio tira
o lenço do bolso, enxuga o suor, solta um soco no ar e comemora.

SANTO ANTONIO - ( faz sinal com #) – Amor Venceu!

CENA 5 - O encontro I – Na Aldeia


Assistentes do Menestrel interpretam tradicional cena de bonecos se beijando –
(relógio antigo), seguram placa com os dizeres:

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5ª Estação
BRASIL – NA ALDEIA
O ENCONTRO
AGORA vai II !

MÚSÍCA INDÍGENA - tempo 2`30´´- Enquanto os narradores falam o grupo de indígenas


que acompanham Bartira e Iuarinã entram e realizam coreografia. Ao fim da
coreografia ficam em cena Iuarinã e Bartira.

MENESTREL
- Numa ensolarada tarde de verão, na praia de Paranapuã, um, onde borboletas,
pássaros, saguis, jacutingas, Inhambuguçu cantam, voam emoldurando este cenário que
é o pedacinho do paraíso na terra. Ah, o amor! Em todos os tempos o amor demanda
sacrifícios dos amantes....

Durante a fala do narrador, Rudá, auxiliado pelos assistentes do narrador, coloca


asas em João Ramalho e sugeri que ele suba num plano mais alto, escada com
aplicação de nuvens e sol radiante, e que voe ao encontro da sua amada. Não obtém
êxito; então nocauteia João Ramalho com um porrete e ordena que os assistentes
levem-no até Bartira. Deus Rudá permanece interagindo na ação até o final da cena.

IUARINÃ
- M’ Bicy o que tanto olha para os céus?
BARTIRA
- Iuarinã! Sou Bartira! Rudá mandará dos céus o meu cari.
IUARINÃ
- Um cari? Homem branco?!
BARTIRA
- Sim! Um cari. Como nos meus sonhos: caído dos céus com asas de pássaros e olhos
de pedras de rio!
IUARINÃ
- Bartira, só você para acreditar que um cari cairá dos céus feito um Deus...Prefiro os
guerreiros da tribo, usam cocares com penas e não voam, andam. São fortes, cheirosos,
bonitos, gostosos...

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Som de trovão, sirenes, fumaça. Deus Rudá solenemente reprime Iuarinã.

RUDÁ
- (emite som de sirene e fala roboticamente)...Uon uon uon uon.... criança no
ambiente! Criança no ambiente....
UARINÃ
- (para Rudá e plateia) Desculpa aí! Foi mal!
Iuarinã assustada e envergonhada sai de cena.
RUDÁ
- M’ Bicy! Seu...
BARTIRA
- (interrompendo) Bartira!
RUDÁ
- Está bem! Bartira! Seu amado está para chegar, voou por mares distantes, enfrentando
as tormentas das ondas e o grande Hypupiara, até chegar no nosso pedaço do paraíso.
BARTIRA
- Mas ele não cairá dos céus, como nos meus sonhos?
RUDÁ
- ... Por questões técnicas achamos mais prudente fazê-lo dormir. Assim, no momento
que despertar a primeira imagem que ele verá no paraíso será a sua: a bela flor Bartira....

Índios arrastando João Ramalho o colocam no centro da cena. Bartira corre para
socorrê-lo.

BARTIRA
- O Meu cari com asas de pássaros!
JOÃO RAMALHO - (Acordando. Colocar a mão onde sofreu a pancada)
- Meu Deus! Que dor! Onde estou? No paraíso!? Que linda flor vejo a minha
frente! Quem é você?
BARTIRA
- Para meu povo sou M’ Bicy, a flor! Para o cari sou Bartira!
JOÃO RAMALHO
- Para mim, serás para o todo sempre a mais bela flor do paraíso. A minha flor!

BARTIRA - M’ Bicy, não sabe o nome do cari...


JOÃO RAMALHO - João Ramalho o seu amado...
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BARTIRA - João Ramalho, o meu cari de olhos de pedra de rio....
João Ramalho ajoelha-se aos pés de Bartira e declama:

JOÃO RAMALHO - .... Por céus e mares eu andei,/Vi um poeta e vi um rei


Na esperança de saber/O que é o amor...
O amor é o carinho/É o espinho que não se vê em cada flor.
É a vida quando chega sangrando aberta em pétalas de amor...
... Minha eterna flor, casa comigo?
(fragmentos, Vinicius de Moraes)

Bartira sorri timidamente e acena com a cabeça que sim. Ramalho levanta-se e
carrega Bartira nos braços para dentro da oca.

CENA 6 – Os frutos do Amor –


Assistentes do Menestrel colocam em cena placas que ilustrarão a chegada dos bebês
dos casais: Ana Pimentel - Martim Afonso e Bartira e João Ramalho.

PLACA 1
6ª Estação
PORTUGAL - FRUTOS DO AMOR
MIUDOS CHEGANDO!
• nesta placa serão colocadas 6 ilustrações com nomes referentes aos filhos de
Martim e da Ana Pimentel.

PLACA 2
6ª Estação
BRASIL - FRUTOS DO AMOR
CURUMINS CHEGANDO!
• Nesta placa serão colocadas 7 ilustrações com nomes referentes aos filhos da
Bartira e do João Ramalho.

• Como num filme mudo, acontece a representação das atividades ditas pelo
narrador e a representação do nascimento dos filhos dos casais, que ocorre
simultaneamente, como se os lados estivessem numa competição para ver
quem teria mais herdeiros. Do primeiro ao último filho os atores fazem os
mesmos movimentos.
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• João Ramalho e Bartira tiveram 7 filhos: 1. Vitório, 2. Antônio, 3.Marcos, 4.
João, 5. Joana, 6. Margarida 7. Antônia.
• Ana Pimentel e Martim Afonso tiveram 6 filhos: 1. Lopo Rodrigues de Sousa,
2. Pero Lopes de Sousa, 3. Rodrigo Afonso de Sousa , 4. Gonçalo Rodrigues
de Sousa, 5. Inês Pimentel, 6. Brites Pimentel.

MENESTREL
- O tempo passava embalado pelo amor dos amantes. Noites de volúpias regadas com
vinho, cauim e juras de amor eterno. O amor e o desejo são iguais em qualquer parte
do mundo e todos podem vivenciá-los não importa se é nobre ou se é plebeu...
- De um lado, no Castelo Martim Afonso exercita-se diariamente para manter o vigor....
Prática esgrima, tiro, bolinha de gude, gamão, enquanto Ana dedica-se aos estudos:
filosofia, latim e cálculos matemáticos.... Ana, diariamente serve um poderoso e
vigoroso vinho para Martim que jamais recusa....
- ... Já do outro lado, em São Vicente, João Ramalho desfruta das delícias do paraíso .
Vive sentado e é tratado por Bartira e toda a tribo como o grande homem que deveria
ter caído dos céus... Se tornou um grande comerciante de pau brasil...Bartira trata o seu
cari com cauim, uma bebidinha do capeta, que Ramalho também não recusa...
Apesar de mundos diferentes, nossos personagens só pensavam naquilo... aumentar a
prole.... e foi o que aconteceu!

CENA SIMULTÂNEA – NASCIMENTO DOS FILHOS

ANA PIMENTEL - (com uma taça de vinho as mãos)


- Martim meu amado, venha tomar uma taça de vinho!
MARTIM
- Seu pedido é uma ordem, minha rainha!....

Martim entra nos aposentos e sai após diálogo de Bartira e João.


BARTIRA - (com uma cuia de coco nas mãos)
- Meu cari! Venha tomar um caium!
JOÃO RAMALHO
- Seu pedido é uma ordem, minha flor!

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Ramalho entra na oca e sai após diálogo de Martim e Ana.

Martim sai e continua a ação que fazia antes de entrar nos aposentos. Ana sai dos
aposentos com as mãos pousadas na barriga e anuncia a chegada do filho.

ANA PIMENTEL
- Martim! Chegou a hora ! Chegou!
MARTIM
- Viva o Rei! Meu herdeiro chegou!

Ator coloca a ilustração do filho que acabou de nascer.


Ramalho sai e continua a ação que fazia antes de entrar na oca. Bartira sai da oca com
as mãos pousadas na barriga e anuncia a chegada do filho.

BARTIRA
- Meu cari! Chegou a hora ! Chegou!
MARTIM
- Viva o paraíso ! Meu mameluco chegou!

Ator coloca a ilustração do filho que acabou de nascer.


A cena é repetida o número de vezes ao número de filhos de cada casal de
personagens. Ao final João Ramalho se mostra vitorioso da batalha.

CENA 7 – A REVELAÇAO

Durante a fala do Menestrel seus assistentes montam a mesa do jantar. Em uma das
extremidades da mesa, o assistente I, coloca um prato com salada e uma pequena
porção de frago onde sentará a rainha Catarina de Áustria; Na outra extremidade
coloca prato com enormes coxas de frango , onde se sentará o Rei D. João III . Os
assistentes II e III carregam as corroas do rei e da rainha.

No cento da mesa ator I coloca a paca com a indicativa :

7ª Estação
Portugal - a revelação
O AMIGO DA ONÇA
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Portugal 1530 – Castelo de São Jorge – A REVELAÇÃO - “O AMIGO DA ONÇA”

MENESTREL III
- Estamos na Páscoa de 1530, o reino de Portugal vive um momento de crise. As
especiarias trazidas da índia, o cravo, a canela, a pimenta do reino e a noz moscada não
garantem mais os rendimentos necessários para manter os luxos da corte.
O ouro passou a ser a mais rentável mercadoria de troca entre os países. Portugal está
mergulhado em dívidas e D. João só tem uma única saída, mandar seu melhor amigo ir
em busca de ouro nas novas terras do Brasil, por mares nunca navegados e povoados
por lendas de sereias e monstros marinhos....

ASSISTENTES I , II e III
Com um amigo desses, quem precisa de inimigo! (Menestrel reage interpelando os
três para ficarem mudos .)

ATORES MONTAM A MESA DA SALA DE JANTAR D. JOÃO E CATARINA DE AUSTRIA


CONVERSAM ENQUANTO COMEM.

D. JOÃO
- Por Deus Catarina! Estava a pensar que teríamos faisão ou lebre ao molho madeira
nesta Páscoa e, ao invés disso, estais a servir-me coxa de galo ao molho de ovos
nevados! Cruzes!
CATARINA
- João, não reclamais! A senhora sua mãe D. Maria diria: “ Quinzinho! Contentai-vos que
as galinhas ainda estão a botar, pois o último galo está no seu prato”!
D. JOÃO
- Não colocais a minha santa mãezinha na nossa confabulação!
CATARINA
- Então deixais de agir como gajo mimado! Sabeis que estamos em crise e até mesmo as
galinhas e galos estão escassos.

D. JOÃO coloca uma coxa de galo no bolso. Levanta-se resoluto assumindo postura de
rei.

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D. JOÃO
- Senhora, estou a saber da falência do nosso reino. Tranquilizar-vos, pois tenho a
solução.
CATARINA
- Suas palavras acalentam meu coração.
D. JOÃO
- Hoje 25 de março de 1530 daremos um passo mui importante para erguer e tirar a
coroa do buraco!

Assistentes do Menestrel, lentamente, retiram a mesa do jantar.

CATARINA (curiosa)
- Contai-me, meu senhor!
D. JOÃO ( cochichando)
- Temos ouro e pedras preciosas no Brasil e muito pau Brasil...
CATARINA
- Deus Seja louvado! E quando e o como os buscarás? Diga-me meu quinzinho!
(enlouquecida) Ouro! Ouro! predas preciosas ! Estamos novamente ricos! Abaixo o
frango com ovos! Viva o faisão e o caviar!
D. JOÃO
- Calai-vos! Falai baixo! ( cochicha) Convencerei Martim Afonso para comandar uma
esquadra e trazer para Portugal todas as riquezas que encontrar!
CATARINA
- Deus Meu! Enfrentar os mares revoltos e os monstros oceânicos!
D. JOÃO
- Tolice! Martim é um bravo cavaleiro e vencerá todos os obstáculos para a coroa. Não
falarei dos monstros marinhos e do povo canibal que habita as novas terras...
CATARINA
- Brilhante ideia , meu fofinho, quinzinho da mamãe!
D. JOÃO
- Assim que Martin chegar deixo-nos, pois o convencerei a partir! E nada de matraquear
com Ana Pimentel!
CATARINA
- (cruzando os dedos indicadores e beijando-os) Juro que não, meu fofinho! Ah! Que
São Vicente de Zaragoza ilumine seus pensamentos e as suas palavras...
SERVIÇAL
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- Majestade! O nobre fidalgo Martim Afonso!
D. JOÃO
- Que entre!
MARTIM AFONSO
– Vossa Alteza Real, queira-me perdoar o atraso! Cá estou! (dirige-se até a rainha
Catarina de Áustria e solenemente beija o anel real em sua mão)
CATARINA
- Que São Vicente de Zaragoza o abençoe!
MARTIM AFONSO
– Que assim seja!
D. JOÃO
- Martim, meu irmão (abraço fraterno)
MARTIM AFONSO
– Percebo que algum mal vos aflige!
D. JOÃO
- Nossa coroa está a mercê de um grande colapso monetário....
MARTIM AFONSO –
O que pretendes fazer?
D. JOÃO
- Nos últimos anos o domínio comercial da Índia não tem trazido lucros...Novos fatos
nos mostram outros caminhos para Portugal.
MARTIM AFONSO
– E quais seriam?
D. JOÃO
- A conquista e posse das terras do Brasil e todas as riquezas por lá encontradas...
MARTIM AFONSO
–... Então acreditas nos boatos que exista ouro, prata e pedras preciosas no Novo
Continente?
D. JOÃO
– Não são boatos! João Caboto, em juramento a meu pai em 1497, afirmou:
No centro do espaço cênico surge João Caboto lendo um enorme pergaminho.
JOÃO CABOTO
– Vossa majestade Imperial ocupando as novas terras e retirando todas as riquezas que
puder “não necessitará mais de canela ou da pimenta, porque terás mais ouro e rata do
que necessita”....

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D. JOÃO – (implorando ao amigo ajoelhado. Dramático )
- Martim, meu amigo! A coroa portuguesa necessita de todo o ouro e toda a prata!
MARTIM AFONSO
–... Hum! Ouro...Prata.... se é assim! O que desejais de mim...
D. JOÃO
– Que vá para as novas terras!
MARTIM AFONSO
– Estou cá a pensar.... (para D. João fazendo sinal de dinheiro) 25 por cento? (Dom
João faz sinal de que menos) 20 por cento? (Dom João faz sinal de que menos) 15 por
cento?
D. JOÃO
- Quinzinho não! que já é o meu! Vais querer tirar o meu título de Quinzinho?! Dez por
cento e negócio fechado!
MARTIM AFONSO –
... Que assim seja! Cumprirei vossas determinações!

Martim e Dom João selam o acordo com um abraço

MENESTREL II
– (fala rapidamente, como narrador de corrida de cavalos ou de futebol) Foi dada a
largada! Portugal prepara as caravelas, Martim Afonso será nomeado capitão mor,
expulsará os franceses, fundará um forte no sítio de São Vicente, conquistará o rio da
Prata e iniciará a colonização das novas terras....

O povo entra em cena para ouvir o discurso do rei e a assistir à partida de Martim
Afonso.

ARAUTO
– Sua majestade Real D. João III
D. JOÃO
– No ano de 1530 da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, aos três dias deste mês de
dezembro, eu D. João III, em cumprimento as ordens Manuelinas faço partir do porto de
Lisboa a expedição colonizadora das terras do Brasil e nomeio meu fiel amigo Martim
Afonso de Souza Capitão Mor da esquadra.

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MARTIM AFONSO
– (ajoelhado é abençoado pela espada empunhada pela Rainha Catarina de Áustria.
Dom João Entrega-lhe um pavilhão da Ordem de Cristo, o símbolo da fé e dos feitos
marítimos portugueses. Ana Pimentel entrega-lhe uma carta e lhe dá um beijo).
MARTIM
- Em nome da Santa Madre Igreja e Del Rei de Portugal, faço cumprir as Obrigações
Manuelinas e trarei para Portugal todas as riquezas das quais temos direito.
Os convivas aplaudem. O povo explode em vivas!
O POVO
- Viva, D. João!
- Viva!
- Viva Martim Afonso!
- Viva Portugal!
- Viva!

Em meio aos gritos de viva, uma embarcação está preparada para partir. Marinheiros
transportam baús, sacos etc. A trilha musical vai assumindo um clima bucólico,
dolorido e tenso, pois o clima de festa era também um clima de incerteza. Não se sabia
quantos voltariam, ou se voltariam.

Ao fundo na cenografia avista-se a silhueta da caravela que partirá.

ANA PIMENTEL
– (acenando para Martim Afonso) Meu querido e amado Martim, eu roguei a Santo
Antônio, Nossa Senhora e para Deus para que unissem os nossos corações, jamais
acreditei que algo no universo poderia separar o príncipe de begônias bicudas
penduradas no chapéu da sua rainha. Meu amado, prometo honrá-lo durante esta longa
jornada....não se deixai enamorar pelas belas e formosas da nova terra. Não esqueçais,
um só momento, o quanto te amo.
Voz em off
- Vai zarpar!
- Levantar âncoras!
- Velas a bom bordo!
- Avante!

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Cena 7 - A vida no Paraíso –
Menestrel narra a vida cotidiana da tribo, onde mulheres, homens e crianças realizam
a dançam e cantam em louvor homenagens Nhanderu.

MENESTREL III
- No paraíso a tribo dos Tupiniquins celebram a vida, contemplam a natureza e cantam
para o criador Nhanderú. Para os Tupis as músicas sagradas saem da alma, em
agradecimento a Deus. O som alcança aos céus e a Deus que é Nhanderú que atende a
todos os seus pedidos e agradecimentos....
É realizada coreografia estilo Dança de Rua
Assistentes do Menestrel realização passos e apresentam para o público a próxima
estação.

8ª Estação
SÃO VICENTE - 1531
O PARAISO É NOSSO MANO!

Menestrel Fala o ou canta RAP DO ÍNDIO.

Sentado numa pedra, João Ramalho observa o céu e a coreografia. Ao término do


ritual, Bartira vai conversar com João Ramalho.

BARTIRA
- (abraçando João Ramalho ) O que meu cari está pensando...
RAMALHO
- De como é lindo o nosso paraíso e como tudo é tão simples e harmônico....tão diferente
do mundo em que vivia....
BARTIRA
- Não consigo imaginar como seria o seu mundo...
RAMALHO
- É um mundo cruel minha flor! Um mundo onde não podemos ter crenças e culturas
diferentes dos reis. Um mundo onde os poderosos determinam quem você deve
ser...Matam a todos que julgam seus inimigos ou uma ameaça.... Simplesmente, por
ser diferente, pensar diferente e por querer viver livremente....
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BARTIRA
– O que fizeram com o meu cari no seu mundo...
RAMALHO
- Mataram meus país e fui degredado por julgarem que éramos judeus e que
acreditávamos em Deus de maneira diferente dos reis católicos...
BARTIRA
- No seu mundo só vive Anhangá, demônios que enganam as pessoas...
JOÃO RAMALHO
- Temo pela chegada dos enviados do Rei de Portugal e Espanha....será um tempo de
destruição do nosso paraíso e do seu povo.
BARTIRA
- Sinto no meu coração que enquanto houver um indígena, vai haver festa, canto,
espiritualidade e natureza...quando os verdadeiros donos da terra se forem o paraíso
não mais existirá...

Cena 9 - A VIAGEM –

9ª Estação -
Oceano atlântico - 1531
O mar e seus segredos

MENESTREL - Por mares nunca dantes navegados jovens visionários rumaram em


busca de seus sonhos...

Assistente Menestrel I - “Ó! O mar! /Ó mar salgado, quanto do teu sal


São lágrimas de Portugal!
Assistente Menestrel II - Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Assistente Menestrel III - Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Assistentes Menestrel I, II e III - Valeu a pena? Tudo vale a pena


Se a alma não é pequena.”
Referência: Fernando Pessoa.

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Durante o texto do Menestrel e assistentes, coreograficamente surge a nau que
assume o centro do palco. Em alto mar Martim Afonso enfrenta uma terrível
tempestade. Marinheiros e marujos acreditam ser os espíritos do mar. A Nau fica à
deriva e Martim Afonso roga aos céus por sua vida.
Os atores com os adereços de mão formam o mar revolto. Atores com placas de zinco
reproduzem trovões. Efeitos de luzes produzem raios! Atores Manipulam monstros
marinhos, aterrorizam a plateia. Dois atores insinuam colocar água em baldes, sem
que a plateia perceba trocam os baldes, se dirigem a plateia e dão um banho de
confetes na plateia.
Duas sereias brincam de afundarem barquinhos de papel em bacias. A cena explode
em fumaça e bolhinhas de sabão.
Martim Afonso Roga a Nossa Senhora dos Navegantes por sua vida. Surge atriz
caracterizada como Santa envolta em fumaça.

MARTIM – Minha Nossa Senhoras dos Navegantes! Preciso da sua ajuda! Livrai-me
de todos os tormentos desta viagem...afastai de mim os demônios que
vivem nestas águas... Socorrei-me em nome de minha amada e de meus
filhos...
NOSSA SENHORA - Martim , chega até mim os clamores de uma mulher devota, que
clama de joelhos pela saúde de teus filhos e a sua vida nesta longa travessia... Retirai a
cobiça e os rancores do coração. Teu esforço em estar presente ao lado daqueles que
louvam o senhor, concedeu a ti imensidão do conforto que Deus de maneiras infinitas
concede nas situações de desespero. “O verdadeiro despertar de um homem vem com
a angústia”. Fechai os olhos, abranda teu coração que vos guiarei nesta longa jornada....

Calmaria. Lentamente a cena vai tomando outra característica. Ao fundo os atores que
encenam o mar permanecem. Os atores que formam a floresta completam a cena,
remetendo-nos ao quadro de Benedicto Calixto.

CENA 10 - A CHEGADA / O CONFRONTO E A FUNDAÇÃO DA VILA

10ª A CHEGADA
SÃO VICENTE - 1532
O INÍCIO E O FIM

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COREOGRAFIA – TEMPO 2´30`` - Enquanto o menestrel fala os bailarinos se perfilam
que realizaram a coreografia da Caravela – viagem, se perfilam: de um lado os
indígenas guerreiros e do outro a guarda de martim Afonso.

MENESTREL I – (como nua narrativa de corrida de cavalo)


- Martim Afonso é salvo do naufrágio e se prepara para desembarcar. A tribo é
despertada pelo anúncio da chegada da Nau de Martim Afonso. O clima é tenso. Os
indígenas se preparam para defender a tribo. Bartira estabelece a paz quebrando a flexa.

MARTIM AFONSO
– Desembarcar!
Formação dos indígenas guerreiros na arena. Cena de conflito. Coreografia

JOÃO RAMALHO
- Esperem! Não ataquem! Reconheço a língua que esses homens falam. Eles vêm da
minha pátria...
BARTIRA
- Atenção, quebrarei essa flexa como sinal de que não teremos uma guerra.
MARTIM AFONSO
– Viemos em paz! Quem sois?
JOÃO RAMALHO
- Fui batizado como João Ramalho Maldonado, mas aqui, sou mais um filho dessa terra
que tão bem me recebeu e aqui minha Flor – Bartira, uma grande guerreira.
MARTIM AFONSO
- Sou Martim Afonso de Souza, capitão-mor da coroa portuguesa. A expedição que me
foi confiada é para fins pacíficos.
CACIQUE TIBIRIÇA
– Se veio em paz, em paz nos confraternizamos....
MENESTREL
- Para os portugueses o início de uma nova civilização, para os indígenas o fim de uma
vida tranquila e pacífica. Como no ciclo da vida, as diversas etnias lutam a cada dia para
preservarem o seu modo de vida......
MARTIM AFONSO
- Determino que essa vila que hoje nasce seja chamada de Vila de São Vicente, em
homenagem a São Vicente de Saragoza. Teremos também uma capela e um altar para
Nossa Senhora dos Navegantes e Nossa Senhora de Assunção.
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- Que se erga a Casa de Câmara e Cadeia
- Que se erga o pelourinho!
-Que se construa a Igreja!
MENESTREL
Durante o texto do Menestrel e Ana Pimentel são projetadas imagens da cidade e
Making off do espetáculo.
- Nossa história não se encerra com a fundação da Vila, pois a cada dia cada um de nós
estamos construindo a história da nossa cidade!
- Não só Martim Afonso, Ana Pimentel, Bartira, Tibiriçá e João Ramalho foram
importantes...- Todos que aqui viveram, vivem e viverão são e serão importantes e
muitas histórias teremos para contar...
- ...A nossa história se escreve a cada ciclo, dia após dia e o mais importante personagem
dessa história....
MENESTREL , ASSISTENTES E ELENCO ( APONTANDO PARA A PLATEIA)
- ....é você! ....Você, ....você....você! Somos Todos um!
VOZ ANA PIMENTEL
- Meu querido e amado Martim é com alegria que recebo a missão de governar a
primeira cidade do Brasil... Providenciei o envio de sementes de milho, arroz , trigo e
mudas de cana de açúcar, além filhotes de cabras e cavalos para o desenvolvimento da
agricultura nas novas terras. Reafirmo o meu compromisso de tornar São Vicente uma
grande nação.

Cena épica de Martim Afonso fincar ou apoia a espada no chão. Congela a cena.

MARTIM AFONSO
- ...Foi da vontade de Deus que obtivemos êxito na viagem. Numa união de paz e
harmonia que deixará na história não uma lembrança, mas uma direção, que guiará
nosso povo a um futuro de esperança. Eu declaro fundada a Vila de São Vicente! A célula
Matter da nova nação.
MENESTREL – Viva São Vicente!
Atores - Viva São Vicente!
Todos Viva!
A cena congela – Ao fundo música inicial, somente o instrumental e base do RAP –
Apresentação dos atores nominalmente.
“NOIS DA VILLA” SÃO VICENTE – 2023 - FIM

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