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TEATRO CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2016

“Casa Comum, nossa Responsabilidade” Amós 5,24

Personagens:

Mãe:

Filho:

GUIA:

DEUS: Voz gravada

Povo das cenas:

Roteiro:

Num futuro não muito distante...


(no cenário apenas uma planta, um copo d ‘ água, e fotos de animais extintos, e seres humanos extintos, como
um museu, onde é raridade o que se vê) (música de fundo)

Entra em cena um guia e uma mãe rica com seu filho

Guia: Enfim chegamos no final de nossa exposição, como podemos ver, essa peça chamamos de planta, conta-
se a lenda que era farta a quantidade dessa espécie em todo o planeta, em alguns países haviam tantas que
davam o nome de florestas.

Filho: Mas mamãe, o que essas “plantas” faziam?

Mãe: Olha, minha bisavó me contou que elas serviam para filtrar nosso ar para que ele ficasse mais puro para
respirarmos.

Guia: Sim, isso mesmo. De acordo com alguns livros elas eram incrivelmente lindas. Nem precisávamos
antigamente nos proteger com essas máscaras, o ar era tão limpo que ao passar por elas sentíamos o prazer de
respirar fundo e sentir uma leve brisa.

Filho: Mas por que elas sumiram?

Mãe: A única coisa que sabemos é que foi uma catástrofe premeditada, elas foram destruídas e dizem que até
hoje podemos ter sinais delas em alguns móveis antigos.

(o filho fica confuso e se entristece, enquanto o guia continua)

Guia: Esse é um exemplar raríssimo, damos o nome de “água”, e pelo que sabemos da história é que ela foi
responsável pela morte de bilhões de pessoas.

Filho: Nossa, por quê? Isso é veneno?

Mãe: Não não meu filho, pelo contrário, era essencial para viver. Mas até onde eu sei ela não foi suficiente para
suprir a necessidade de todos e acabou.

Filho: Mas como? E hoje como a gente sobrevive?


Guia: Hoje tudo que nos sustenta é feito a partir de moléculas em laboratórios, tudo vem de tubos de ensaio, o
problema é que nossa expectativa de vida não passa dos 40 anos, parece que quando a água existia em grande
quantidade, as pessoas podiam tomar longos banhos, lavar as ruas, mergulhar em rios e mares, mas hoje não
conseguimos mais nada além de prover o mínimo para a sobrevivência.

Filho: Então quer dizer que existia mais pessoas como nós? (olha para a foto dos animais) E esses o que são?

Guia: Bom, esses são alguns registros que ainda temos do que os historiadores chamavam de animais. Eram
espécies variadas de seres vivos que viviam conosco aqui, alguns de acordo com os estudos, nos serviam de
alimento, outros de estimação. Mas também foram extintos.

(o filho revoltado não compreende)

Filho: Mas como? Como todos podem sumir assim? Isso não é possível!

Mãe: Eu também não acreditei quando soube meu filho, mas minha bisavó sempre dizia que era vontade de
Deus que as coisas terminassem assim, assim como a humanidade, hoje restam poucos de nós.

Filho: DEUS? Quem é esse Deus para decidir isso? Eu quero falar com Ele, isso não é justo.

Mãe: Calma filho, vamos pra casa, não há nada que possamos fazer. Deus criou todas as coisas, Ele pode
destruí-las....(se despede do guia e vai puxando o filho revoltado)

(chegando em casa o filho sozinho ainda inconformado começa a reclamar em voz alta)

Filho: Deus? Então minha mãe me disse que você é o nosso Criador, se está me ouvindo poderia me explicar por
que criar tudo e depois destruir tudo? Hein? Por quê?

(Deus aparece pra ele)

DEUS: Me chamou meu filho?

Filho (assustado): Nossa esse negócio de rezar funciona mesmo! Ah, chamei sim...Que bom que o senhor
chegou, tenho muitas dúvidas.

DEUS: Sim eu sei, e estou aqui para tirar todas elas, a primeira é: sim eu criei tudo!

Filho: Tá, eu entendi essa parte, mas e por que destruiu tudo de novo?

DEUS: Mas não fui eu quem destruí, foi sua própria espécie. (enquanto DEUS fala, acontecem cenas mudas)
Sim eu criei todas as coisas, tratei de fazer tudo com carinho para que os homens pudessem viver felizes aqui, as
plantas, os animais, e tudo mais que existia, tudo com fartura, para que não faltasse nada, se o homem soubesse
usar com responsabilidade.

Mas o homem preferiu por escolha própria o egoísmo, de querer ainda mais do que tinha, de ser ainda mais do
que era, e quanto mais tinha mais ele destruía. O ser humano não pensou no outro, sempre pensava em si
mesmo, como se não houvesse mais pessoas no mundo a quem fosse destinada toda a criação.

Tudo que construí para o amor e a unidade, para a vida e a fraternidade, o homem, por seu pecado usou para o
ódio, para o egoísmo, para a destruição, o homem matou a natureza, matou os animais, secou a água e matou
sua própria espécie pelo simples prazer de satisfazer seus próprios caprichos.
Ele deixou o pecado falar mais alto em seu coração, o homem, a minha criação mais bela, feito para amar e
cuidar, se transformou numa máquina de destruição. Não fui Eu quem dizimou o planeta, foi a própria liberdade
que o homem usou de forma errada.

(o filho, chorando e muito entristecido aos poucos vai se deitando e pega no sono)

DEUS: Durma meu filho, e nunca se esqueça desse pesadelo, por que infelizmente falta pouco para ele se tornar
realidade.

(cena muda, voltando para o presente, enquanto a mãe chega para acordar o filho)

Mãe: Filho, levanta, está na hora de irmos para a Missa.


(Filho acorda, olha para a mãe assustado, sai na janela, olha na pia)

Filho: Mãeeee! Olha que árvores lindas (vira para o povo) Olha gente, como temos coragem de destruir isso?
Mãe, olha ainda temos o que beber, o que comer, que maravilha que Deus nos deu. Gente não podemos deixar
isso acabar, está acabando, o pecado destrói o homem por dentro, e por fora é isso que ele causa, egoísmo,
destruição... não não podemos deixar isso acabar, é nossa casa, depende de nós!

(a mãe dá um abraço nele toda orgulhosa)

Mãe: Calma filho, fico orgulhosa de você, vamos fazer a nossa parte! (saem enquanto a música começa)
Ao final os personagens conduzem uma oração

(voltam com panfleto de dicas para cuidar do planeta e entregam para todos)

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