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Produto F – Diagnóstico dos Serviços

de Saneamento

Produto Parcial F3 – Diagnóstico dos Serviços


de Esgotamento Sanitário

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Março.2022
Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
1
Prefeitura Municipal de Salvador

Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas

SEINFRA

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO INTEGRADO


DE SALVADOR

Produto F – Diagnóstico dos Serviços de


Saneamento

Produto parcial F3 – Diagnóstico dos Serviços de


Esgotamento Sanitário

Salvador/BA

Março, 2022

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 842/2018 - SEINFRA
LICITAÇÃO Nº 003/2019 - SEINFRA
CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL SEINFRA - Nº 001/2019
CONTRATO Nº 002/2020 - SEINFRA
ORDEM DE SERVIÇO Nº 001/2020

Sexta versão do Produto F - Diagnóstico dos Serviços de


Saneamento – Produto Parcial F3 apresentado pelo CSB Consórcio
Ltda. para a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas
de Salvador, como parte integrante do Plano Municipal de
Saneamento Básico Integrado de Salvador.

Revisão Data Assunto Visto


REV00 16/07/2021 Emissão inicial
REV01 28/10/2021 1ª revisão atendendo ao parecer da CEXEC
REV01A 08/11/2021 2ª revisão atendendo ao parecer da Embasa (NT 017/2021)
3ª revisão atendendo ao parecer da CEXEC e sugestões do
REV02 01/12/2021
workshop de especialistas
4ª revisão atendendo ao parecer da CEXEC, Embasa (NT
REV03 22/12/2021 019/2021), sugestões do workshop de especialistas e da
Consulta Pública
5ª revisão atendendo ao parecer da CEXEC e
REV04 07/03/2022 complementos com base nas informações fornecidas pela
Embasa (NT 001/2022).

Salvador/ BA
Março,2022

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


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PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR
Prefeito

Bruno Soares Reis

Vice-Prefeita

Ana Paula Andrade Matos Moreira

SECRETARIA MUNICIPAL DE INFRAESTRUTURA E OBRAS PÚBLICAS

Secretário

Luiz Carlos de Souza

Diretoria de Saneamento

Adolfo Luz Moreira Filho

Gerência de Saneamento

Mauricio Assis

Equipe de Acompanhamento e Fiscalização da SEINFRA

Emanuel Mendonça – Engenheiro Civil, M.Sc. Saneamento e Meio Ambiente

Maria Thereza Macieira Fontes – Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Engenharia


Ambiental Urbana

Gabriela Vieira de Toledo - Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Meio Ambiente, Águas
e Saneamento

Tereza Rosana Orrico Batista - Engenheira sanitarista e Ambiental, Mestre em Energia e Meio
Ambiente

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Comissão Executiva do Plano Municipal de Saneamento Básico - CEXEC

Decreto Municipal nº 34.256 de 10 de agosto de 2021

Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência – Secis

João Resch Leal (titular)

Ivan Euler Pereira de Paiva (suplente)

Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas - SEINFRA


Roberto Oliveira do Bomfim Júnior (titular)
Higo Pissinati Soares (suplente)

Secretaria Municipal de Manutenção da Cidade – Seman

Romário Tadeu dos Santos (titular)

Nilo Correia Maciel (suplente)

Superintendência de Obras Públicas do Salvador –Sucop

Terezinha Alves Ribeiro (titular)

Rita de Cássia Leal Santana Sales (suplente)

Agência Reguladora e Fiscalizadora de Serviços Públicos de Salvador – Arsal

Rilda Francelina Mendes Bloisi (titular)

Itamar Barreto Paes (suplente)

Empresa de Limpeza Urbana do Salvador – Limpurb

Maria de Fátima Barreto da Silva (titular)

Thiago Figueiredo de Oliveira (suplente)

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CSB CONSÓRCIO LTDA:
CONCREMAT ENGENHARIA E TECNOLOGIA S.A
SANEANDO PROJETOS DE ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA
BRENCORP CONSULTORIA EM MEIO AMBIENTE LTDA

Coordenação Geral

Ediane Rosa – Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Engenharia: Energia, Ambiente e


Materiais

Coordenação Técnica de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário


Luiza de Andrade Berndt – Engenheira Sanitarista e Ambiental, Especialista em Monitoramento de
Recursos Hídricos

Coordenação Técnica de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos


Paulo Gonçalves dos Santos Filho - Engenheiro Civil, Mestre em Finanças

Coordenação Técnica de Drenagem Urbana e Manejo de Pluviais


Ediane Rosa – Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Engenharia: Energia, Ambiente e
Materiais

Coordenação Técnica Social


Ângela Patrícia Deiró Damasceno - Socióloga, Mestre em Engenharia Ambiental Urbana e
Doutora em Sociologia
Joice de Jesus Moraes – Assistente Social, MBA em Gestão de Projetos

Equipe Técnica

Engenheiro Sanitarista, Mestre e Doutor em Hidráulica e


Aurélio Pessôa Picanço
Saneamento

Engenheira Civil, Sanitarista e Ambiental, Especialista em


Lívia Duca de Lima
Avaliação de Impactos e Recuperação de Áreas Degradadas

Engenheiro Sanitarista e Ambiental, Especialista em Gestão de


Udson Renan Silva Recursos Hídricos e Mestre em Meio Ambiente, Águas e
Saneamento

Engenheiro Sanitarista e Ambiental, Especialista em


Renan Michelucci dos Santos
Infraestrutura em Saneamento Básico

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Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Meio Ambiente,
Aline Coelho Nogueira
Águas e Saneamento

Geraldo Leite Botelho Engenheiro Civil, Mestre em Hidráulica e Saneamento

Caio Marcelo Leite da Cruz Engenheiro Ambiental

Maria Gabriela Santos Bezerra Engenheira Agrícola e Ambiental

Thais Tarragô de Figueirôa Faria Engenheira Agrícola e Ambiental

Victor Moreira da Silva Vidal Engenheiro Sanitarista e Ambiental

Elton Andrade dos Santos Urbanista

Thayse da Silva Invenção Urbanista

Rosa Amália Carneiro de Campos Arquiteta e Urbanista

Joice de Jesus Moraes Assistente Social, MBA em Gestão de Projetos

Socióloga, Mestre em Engenharia Ambiental Urbana e Doutora


Ângela Patrícia Deiró Damasceno
em Sociologia

Clovis C. Azevedo e Souza Economista

Otávio Pereira Economista

Sabrina Safar Laranja Advogada

Diogo Enoque Ferreira de Lima Arquiteto e Urbanista

Gabriella Pereira Macia Arquiteta e Urbanista

Claudio Henrique de Oliveira Matemático; especialização em Tecnologia de Software

Paulo Roberto Campanário Demógrafo e Sociólogo

Cecilia Polidoro Mameri Demógrafa, Matemática e Epidemiologista

Luiz Claudio Ferraz Freire de Geógrafo, Mestre em Planejamento Territorial


Carvalho

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APRESENTAÇÃO

O Consórcio CSB, formado pelas empresas CONCREMAT Engenharia e Tecnologia S/A (Empresa
Líder do Consórcio), SANEANDO Projetos de Engenharia e Consultoria Ltda e BRENCORP –
Consultoria em Meio Ambiente Ltda, apresenta à Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras
Públicas de Salvador o Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento, o qual se constitui
parte integrante do Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado - PMSBI de Salvador, objeto
do Contrato nº 002/2020, firmado entre as partes.

De acordo com os requisitos do Termo de Referência apresentado no Anexo I do Edital da


Concorrência Internacional SEINFRA nº 001/2019, o referido objeto subdivide-se nos seguintes
produtos:

• Produto A:
- Plano de Trabalho;
• Produto B:
- Plano de Mobilização e Comunicação Social;
• Produto C:
- Sistema de Informações Web;
• Produto D:
- Sistema de Indicadores;
• Produto E:
- Caracterização Geral e Sistema Cadastral;
• Produto F:
- Diagnóstico dos Serviços de Saneamento;
• Produto G:
- Cenários e Prospecções;
• Produto H:
- Plano de Execução;
• Produto I:
- PMSBI Preliminar;
• Produto J:
- PMSBI Final;
• Produto K:
- Minuta do Projeto de Lei do PMSBI.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Conforme definido no referido Termo de Referência, o Produto F foi dividido em quatro produtos
parciais, sendo que o presente produto se refere ao produto parcial F3.

o F1 – Diagnóstico do Serviço de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos


o F2 - Diagnóstico do Serviço de Abastecimento de Água
o F3 - Diagnóstico do Serviço de Esgotamento Sanitário
o F4 - Diagnóstico do Serviço de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ...........................................................................................................................8

LISTA DE FIGURAS .....................................................................................................................16

LISTA DE QUADROS ...................................................................................................................30

LISTA DE TABELAS .....................................................................................................................34

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .........................................................................................39

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................44

2. METODOLOGIA ....................................................................................................................46

3. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO ..................................................................................................48

3.1 ESFERA FEDERAL ........................................................................................................48

3.1.1 Constituição Federal de 1988...................................................................................48

3.1.2 Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico ...........................................49

3.1.3 Política Nacional de Resíduos Sólidos .....................................................................52

3.1.4 Outras Leis e Regulamentos Correlatos ...................................................................56

3.2 ESFERA ESTADUAL ......................................................................................................62

3.2.1 Constituição do Estado da Bahia .............................................................................62

3.2.2 Política Estadual de Saneamento Básico .................................................................63

3.2.3 Política Estadual de Resíduos Sólidos .....................................................................65

3.2.4 Lei de Criação da Agersa .........................................................................................67

3.2.5 Lei de Ligação de Efluente à Rede Pública de Esgotamento Sanitário ....................68

3.2.6 Lei das Microrregiões de Saneamento Básico .........................................................68

3.2.7 Outras Leis Estaduais Correlatas .............................................................................70

3.3 ESFERA MUNICIPAL .....................................................................................................71

3.3.1 Lei Orgânica Municipal .............................................................................................71

3.3.2 Estrutura Administrativa ...........................................................................................75

3.3.3 Política Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável .....................83

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3.3.4 Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Salvador ...........................................91

3.3.5 Código de Obras e Serviços................................................................................... 100

3.3.6 Plano Municipal de Educação de Salvador ............................................................ 103

4. DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL DA GESTÃO DO SERVIÇO DE ESGOTAMENTO


SANITÁRIO ................................................................................................................................. 105

4.1 TITULARIDADE NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR .............................. 110

4.1.1 Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de salvador ................................ 111

4.2 PLANEJAMENTO ......................................................................................................... 116

4.3 REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO .................................................................................. 121

4.4 PRESTAÇÃO ................................................................................................................ 129

4.4.1 Caracterização do prestador do serviço de esgotamento sanitário - a Empresa Baiana


de Águas e Saneamento SA– Embasa ................................................................................ 130

4.4.2 Situação contratual com o município ...................................................................... 131

4.4.3 Estrutura organizacional......................................................................................... 132

4.4.4 Recursos humanos alocados no serviço de abastecimento de água e esgotamento


sanitário135

4.5 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE


ESGOTAMENTO SANITÁRIO................................................................................................. 142

4.5.1 Estrutura tarifária.................................................................................................... 142

4.5.2 Faturamento, arrecadação e consumo médio ........................................................ 149

4.5.3 Inadimplência e evasão de receitas ....................................................................... 151

4.5.4 Análise das receitas operacionais diretas e indiretas ............................................. 153

4.5.5 Análise das despesas com serviço de esgotamento sanitário ................................ 156

4.5.6 Análise da sustentabilidade econômica da prestação dos serviços de esgotamento


sanitário158

4.5.7 Análise do subsidio cruzado ................................................................................... 160

4.5.8 Capacidade econômico-financeira do município de salvador em relação às


necessidades de investimento para os serviços de esgotamento sanitário .......................... 162

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4.5.9 Avaliação da capacidade de endividamento e a disponibilidade de linhas de crédito
que contemplem o município e seus projetos e ações em esgotamento sanitário ............... 164

4.5.10 Considerações finais .............................................................................................. 165

4.6 CONTROLE SOCIAL .................................................................................................... 166

4.7 PROGRAMAS EXISTENTES NO MUNICÍPIO DE SALVADOR RELACIONADOS AO


ESGOTAMENTO SANITÁRIO................................................................................................. 170

4.7.1 Programas de educação ambiental ........................................................................ 170

4.7.2 Programas de assistência social ............................................................................ 172

4.7.3 Programa Salvador Resiliente ................................................................................ 173

4.7.4 IPTU Verde ............................................................................................................ 178

4.7.5 Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas ..................................... 179

4.8 INTEGRAÇÃO E ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL DAS INSTITUIÇÕES


RESPONSÁVEIS PELO ESGOTAMENTO SANITÁRIO EM SALVADOR COM OUTROS
SEGMENTOS ......................................................................................................................... 183

4.9 ORGANIZAÇÃO SOCIAL, FORMAS DE EXPRESSÃO SOCIAL E CULTURAL,


COSTUMES E A PERCEPÇÃO DESSES EM RELAÇÃO AO ESGOTAMENTO SANITÁRIO;184

5. ANÁLISE CRÍTICA DOS PLANOS E ESTUDOS EXISTENTES .......................................... 188

5.1 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO – SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO


DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............................................................................ 188

5.2 REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE


SALVADOR E LAURO DE FREITAS....................................................................................... 196

5.3 PLANO URBANÍSTICO E AMBIENTAL E PROJETOS ESPECÍFICOS PARA O VETOR


IPITANGA ............................................................................................................................... 198

5.4 PROJETO NOVO MANÉ DENDÊ ................................................................................. 202

5.5 PROJETO QUALIDADE DO AMBIENTE URBANO DE SALVADOR (QUALISalvador) 207

6. DIAGNÓSTICO TÉCNICO E OPERACIONAL DO SERVIÇO DE ESGOTAMENTO


SANITÁRIO ................................................................................................................................. 209

6.1 ANÁLISE DA COBERTURA ATUAL DE ATENDIMENTO ............................................. 209

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6.1.1 Panorama da situação do esgotamento sanitário no município – Censo Demográfico
do IBGE 2010 e PNAD ........................................................................................................ 209

6.1.2 Panorama da situação do esgotamento sanitário no município – QUALI Salvador 2021


215

6.1.3 Análise dos indicadores do Plansab relativos ao esgotamento sanitário ................ 220

6.1.4 Cobertura atual de atendimento pelo serviço público de esgotamento sanitário..... 224

6.1.5 Indicadores do PMSBI relativos à universalização dos serviços ............................. 263

6.2 CARACTERIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ........ 268

6.2.1 Sistema principal de esgotamento sanitário de salvador ........................................ 270

6.2.2 Sistemas descentralizados de esgotamento sanitário ............................................ 387

6.2.3 Sistemas de esgotamento sanitário das ilhas ......................................................... 410

6.2.4 Projetos e intervenções previstas ........................................................................... 457

6.2.5 Informações sobre a operação e manutenção dos sistemas de esgotamento sanitário


471

6.3 ANÁLISE DOS TRECHOS CRÍTICOS .......................................................................... 472

6.3.1 Caracterização das Áreas de Cada Trecho Crítico ................................................. 473

6.3.2 Trechos críticos – Relatório Trechos Críticos (2006) .............................................. 476

6.3.3 Trechos críticos da bacia Alto Pituaçu .................................................................... 490

6.3.4 Trechos críticos das bacias Trobogi, Cambunas e Águas Claras ........................... 494

6.4 QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS ............................................................... 496

6.4.1 Análise dos indicadores relativos à prestação dos serviços ................................... 497

6.4.2 Análise do estado de conservação das estruturas ................................................. 519

6.4.3 Avaliação do monitoramento das ETE e ECP existentes ....................................... 525

6.4.4 Principais problemas e deficiências operacionais identificadas na prestação dos


serviços 541

6.5 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NAS UNIDADES DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .......................................................................... 543

6.6 OUTRAS SOLUÇÕES DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............................................ 544

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6.6.1 Soluções alternativas ............................................................................................. 544

6.6.2 Soluções de esgotamento sanitário fora do domicílio ............................................. 549

7. CAPACIDADE E ADEQUAÇÃO DA INFRAESTRUTURA EXISTENTE EM RELAÇÃO ÀS


DIRETRIZES DOS PLANOS PERTINENTES ............................................................................. 559

7.1 PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO (PDDU) ................................. 559

8. ASPECTOS AMBIENTAIS RELACIONADOS AO ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............... 563

8.1 QUALIDADE DA ÁGUA NOS RIOS URBANOS DO MUNICÍPIO .................................. 563

8.2 CONDIÇÃO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS E O ESGOTAMENTO SANITÁRIO 591

9. AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS DE SAÚDE PÚBLICA, RELACIONADOS ÀS DEFICIÊNCIAS


DOS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ................................................................... 601

9.1 FEBRE TIFOIDE ........................................................................................................... 603

9.2 ESQUISTOSSOMOSE.................................................................................................. 604

9.3 DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS .............................................................................. 607

9.4 COVID-19 ..................................................................................................................... 608

10. EVENTOS PARTICIPATIVOS ............................................................................................. 610

10.1 OFICINAS DE CONSTRUÇÃO DO DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO ......................... 610

10.1.1 Prefeitura Bairro I - Centro/Brotas .......................................................................... 612

10.1.2 Prefeitura Bairro II – Subúrbio/Ilhas........................................................................ 612

10.1.3 Prefeitura Bairro III – Cajazeiras ............................................................................ 614

10.1.4 Prefeitura Bairro IV – Itapuã ................................................................................... 615

10.1.5 Prefeitura Bairro V – Cidade Baixa ......................................................................... 617

10.1.6 Prefeitura Bairro VI – Barra/Pituba ......................................................................... 618

10.1.7 Prefeitura Bairro VII – Liberdade/São Caetano....................................................... 619

10.1.8 Prefeitura Bairro VIII – Cabula/Tancredo Neves ..................................................... 619

10.1.9 Prefeitura Bairro IX – Pau da Lima ......................................................................... 621

10.1.10 Prefeitura Bairro X – Valéria ............................................................................... 622

10.2 OFICINAS DE APRESENTAÇÃO DO DIAGNÓSTICO ................................................. 622

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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11. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 625

12. APÊNDICE A – CD COM AS FICHAS TÉCNICAS DE TODAS AS EEE E ETE VISITADAS


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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 –Região Metropolitana de Salvador (RMS) .....................................................................70

Figura 2 – Estrutura administrativa ligada diretamente ao Prefeito de Salvador ............................76

Figura 3 – Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas de Planejamento e Gestão


......................................................................................................................................................76

Figura 4 - Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas Econômicas e Fiscais .......77

Figura 5 - Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas Sociais ..............................78

Figura 6 - Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas de Qualificação da Cidade 79

Figura 7 - Modelo de gestão dos serviços públicos de saneamento básico ................................. 105

Figura 8 – Linha do Tempo do Planejamento e Gestão Metropolitana na RMS ........................... 115

Figura 9 - Organograma da Seinfra ............................................................................................. 118

Figura 10 – Organograma da Agência Reguladora do Saneamento Básico do Estado da Bahia 123

Figura 11 – Proporção profissionais por tipo de cargo da ARSAL ............................................... 128

Figura 12 – Gráfico da proporção de grau de instrução por tipo de vínculo da ARSAL ............... 128

Figura 13 – Organograma dos órgãos de deliberação superior da Embasa ................................ 132

Figura 14 - Organograma da Diretoria Executiva da Embasa S/A ............................................... 133

Figura 15 - Organograma da Diretoria de Operação da RMS ...................................................... 134

Figura 16 – Porcentagem entre empregados próprios e terceirizados da Embasa ...................... 137

Figura 17 – Profissionais próprios e terceiros por nível de escolaridade - Embasa ..................... 141

Figura 18 – Percentual por nível de escolaridade para empregados próprios (P) e terceirizados (T)
no total de profissionais envolvidos ............................................................................................. 141

Figura 19 - Tarifa média de esgoto nas concessionárias estaduais do Nordeste em 2019 .......... 147

Figura 20 - Índice de Evasão de Receitas (%) da Embasa em Salvador ..................................... 153

Figura 21–Receitas operacionais diretas do serviço de esgotamento sanitário em Salvador (2017 a


2019) ........................................................................................................................................... 154

Figura 22 – Relação entre as receitas do serviço de esgotamento sanitário e o total das receitas
operacionais diretas da Embasa no município de Salvador (2017 a 2019) .................................. 154

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Figura 23- Despesas totais dos serviços (DTS) e despesas de exploração (DEX) dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador .................................................... 156

Figura 24 - Relação entre Despesas de Exploração (DEX) e Despesas Totais dos Serviços (DTS)
de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador (2017 a 2019) ........................ 157

Figura 25 - Índice de suficiência de Caixa (%) relativo aos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário prestados em Salvador (2017 a 2019) ..................................................... 159

Figura 26 - Índice de desempenho financeiro (%) relativo aos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário prestados em Salvador (2017 a 2019) ..................................................... 160

Figura 27 – Execução orçamentária da Prefeitura Municipal de Salvador (2017, 2018 e 2019) .. 162

Figura 28 – Investimentos realizados pela Embasa no serviço de abastecimento de água e


esgotamento sanitário prestados em Salvador (2017 a 2019) ..................................................... 163

Figura 29 – Nota CAPAG do município de Salvador ................................................................... 165

Figura 30 – Linha do tempo do processo de elaboração da Estratégia de Resiliência de Salvador


.................................................................................................................................................... 174

Figura 31 - Iniciativas para a Transformação Urbana Sustentável, objetivos 1 e 2. ..................... 176

Figura 32 - Iniciativas para a Transformação Urbana Sustentável, objetivos 2 e 3 ...................... 177

Figura 33 – Histórico das ações que levaram à elaboração do PMAMC em Salvador ................. 180

Figura 34 – Concepção sistema de esgotamento sanitário Vetor Ipitanga................................... 201

Figura 35 – Área de influência e intervenções do Projeto Novo Mané Dendê. ............................ 203

Figura 36 – Concepção de esgotamento sanitário Mané Dendê – Alternativa 01. ....................... 205

Figura 37 – Concepção de esgotamento sanitário Mané Dendê – Alternativa 02. ....................... 206

Figura 38- Atendimento por rede de esgoto ou pluvial em Salvador (2010)................................. 212

Figura 39- Proporção de domicílios (%) com solução adequada para o destino dos esgotos
sanitários por bairros, 2018-2020 (N=15.260). ............................................................................ 218

Figura 40 - Proporção de domicílios (%) com rede coletora de esgotos por bairros, 2018-2020 (N =
15.260) ........................................................................................................................................ 219

Figura 41- Conceito de deficit em saneamento básico adotado no Plansab ................................ 221

Figura 42 – Índice de atendimento com esgotamento sanitário (Ie) em Salvador por Prefeitura Bairro
.................................................................................................................................................... 233

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Figura 43 - Índice de atendimento com esgotamento sanitário (IAE) nos bairros de Salvador..... 235

Figura 44 - Índice de cobertura com esgotamento sanitário (ICE) nos bairros de Salvador ......... 236

Figura 45 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário em Salvador ......... 238

Figura 46 - Locais sem interligação ao sistema de esgotamento sanitário existente em Salvador


.................................................................................................................................................... 239

Figura 47 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Barra Pituba
.................................................................................................................................................... 242

Figura 48 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Cabula/Tancredo


Neves .......................................................................................................................................... 243

Figura 49 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Cajazeiras . 244

Figura 50 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Centro/Brotas


.................................................................................................................................................... 245

Figura 51 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Cidade Baixa
.................................................................................................................................................... 246

Figura 52 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Itapuã ........ 247

Figura 53 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Liberdade/São


Caetano ...................................................................................................................................... 248

Figura 54 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Pau da Lima
.................................................................................................................................................... 249

Figura 55 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Subúrbio/Ilhas


(continente) ................................................................................................................................. 250

Figura 56 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Valéria ....... 251

Figura 57 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na Ilha de Bom Jesus
dos Passos.................................................................................................................................. 252

Figura 58 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na Ilha dos Frades253

Figura 59 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Centro/Brotas


.................................................................................................................................................... 258

Figura 60 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Subúrbio/Ilhas


(continente) ................................................................................................................................. 258

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
18
Figura 61 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Subúrbio/Ilhas
(ilhas) .......................................................................................................................................... 259

Figura 62 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Cajazeiras . 259

Figura 63 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Itapuã ........ 260

Figura 64 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Cidade Baixa
.................................................................................................................................................... 260

Figura 65 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Barra/Pituba


.................................................................................................................................................... 261

Figura 66 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Liberdade/São


Caetano ...................................................................................................................................... 261

Figura 67 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Cabula/Tancredo


Neves .......................................................................................................................................... 262

Figura 68 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Pau da Lima
.................................................................................................................................................... 262

Figura 69 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Valéria ....... 263

Figura 70 –Sistema de Esgotamento Sanitário de Salvador ........................................................ 273

Figura 71 – Áreas de atuação das unidades regionais da Embasa. ............................................ 276

Figura 72 – Fluxograma esquemático do sistema Camarajipe. ................................................... 278

Figura 73 – Subsistema Comércio. ............................................................................................. 280

Figura 74 – EEE Solar do Unhão. ............................................................................................... 283

Figura 75 – EEE 2° Distrito Naval. ............................................................................................... 284

Figura 76 – EEE Outlet Center. ................................................................................................... 284

Figura 77 – EEE Novos Alagados. .............................................................................................. 284

Figura 78 – EEE Campo de Futebol ............................................................................................ 285

Figura 79 – EEE Mangueiras....................................................................................................... 285

Figura 80 – EEE Praça Cairu ...................................................................................................... 285

Figura 81 – EEE Moinho Bahia ................................................................................................... 286

Figura 82 – EEE Roma................................................................................................................ 286

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
19
Figura 83 – EEE Água de Meninos ............................................................................................. 286

Figura 84 – EEE Lobato .............................................................................................................. 287

Figura 85 – EEE Mangueiras 3.................................................................................................... 287

Figura 86 – Subsistema Subúrbio. .............................................................................................. 291

Figura 87 – EEE PP7 - Escada ................................................................................................... 295

Figura 88 – EEE PP6 – Vista Alegre ........................................................................................... 296

Figura 89 – EEE Coutos .............................................................................................................. 296

Figura 90 – EEE Ponto de Ônibus ............................................................................................... 296

Figura 91 – EEE Setubal. ............................................................................................................ 297

Figura 92 – EEE Praça São Tomé .............................................................................................. 297

Figura 93 – EEE Ceasa Paripe.................................................................................................... 297

Figura 94 – EEE PP2 – Praia Grande ......................................................................................... 298

Figura 95 – EEE Itacaranha ........................................................................................................ 298

Figura 96 – EEE Tubarão ............................................................................................................ 298

Figura 97 – EEE Sesi .................................................................................................................. 299

Figura 98 – EEE Cobre ............................................................................................................... 299

Figura 99 – EEE Aratu Macaco ................................................................................................... 299

Figura 100 – Subsistema Camarajipe.......................................................................................... 303

Figura 101 – EEE Ondina............................................................................................................ 307

Figura 102 – EEE Barra .............................................................................................................. 308

Figura 103 – EEE Santa Maria .................................................................................................... 308

Figura 104 – EEE FABAC ........................................................................................................... 308

Figura 105 – EEE Pituba ............................................................................................................. 309

Figura 106 – EEE Armação 2004 Del Rey................................................................................... 309

Figura 107 – EEE Praia do Aeroclube ......................................................................................... 309

Figura 108 – EEE Aeroclube San Marco ..................................................................................... 310

Figura 109 – EEE Casa do Comércio .......................................................................................... 310

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
20
Figura 110 – EEE Dismel ............................................................................................................ 310

Figura 111 – EEE Shopping Salvador ......................................................................................... 311

Figura 112 – EEE Martiniano Bonfim........................................................................................... 311

Figura 113 – EEE Cidade Nova................................................................................................... 311

Figura 114 – CTS em corpos d’água ........................................................................................... 314

Figura 115 – CTS em galerias de águas pluviais......................................................................... 315

Figura 116 - Localização das CTS do Subsistema Comércio. ..................................................... 317

Figura 117 – CTS Agrário de Menezes ....................................................................................... 318

Figura 118 – CTS Beira Mar ........................................................................................................ 318

Figura 119 – CTS Boa Viagem .................................................................................................... 319

Figura 120 – CTS Centro da Mulher ............................................................................................ 319

Figura 121 - Localização das CTS do Subsistema Subúrbio ....................................................... 320

Figura 122 – CTS Almeida Brandão ............................................................................................ 321

Figura 123 – CTS Ceasa Paripe I ................................................................................................ 322

Figura 124 – CTS Ceasa Paripe II ............................................................................................... 322

Figura 125 – CTS Escada ........................................................................................................... 322

Figura 126 – CTS São Tomé I ..................................................................................................... 323

Figura 127 – CTS São Tomé II .................................................................................................... 323

Figura 128 – CTS Tubarão I ........................................................................................................ 323

Figura 129 – CTS Tubarão II ....................................................................................................... 324

Figura 130 – Localização CTS do Sistema Camarajipe. .............................................................. 325

Figura 131 – Barramento CTS Reversão Iguatemi ...................................................................... 326

Figura 132 – Gradeamento manual CTS Reversão Iguatemi ...................................................... 326

Figura 133 – Gradeamento mecanizado e comportas CTS Reversão Iguatemi........................... 326

Figura 134 – CTS Melquives ....................................................................................................... 327

Figura 135 – CTS Shopping Salvador ......................................................................................... 327

Figura 136 – CTS Lucaia............................................................................................................. 328

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
21
Figura 137 – CTS Cristo .............................................................................................................. 328

Figura 138 – CTS Comercial Ramos ........................................................................................... 329

Figura 139 – CTS Pirangi ............................................................................................................ 329

Figura 140 – CTS Tororó............................................................................................................. 329

Figura 141 – CTS Fonte do Boi ................................................................................................... 330

Figura 142 – CTS Vale das Pedrinhas ........................................................................................ 330

Figura 143 – CTS Unique ............................................................................................................ 330

Figura 144 – CTS Parque Lucaia ................................................................................................ 331

Figura 145 – Croqui esquemático das unidades da ECP Rio Vermelho ...................................... 332

Figura 146 – Entrada ECP Rio Vermelho .................................................................................... 335

Figura 147 – Poço de gradeamento manual ................................................................................ 335

Figura 148 – Gradeamento mecânico ......................................................................................... 336

Figura 149 – Resíduos do gradeamento ..................................................................................... 336

Figura 150 – EEE Baixo Recalque .............................................................................................. 337

Figura 151 – Desarenadores ....................................................................................................... 337

Figura 152 – Peneiras ................................................................................................................. 338

Figura 153 – EEE Alto Recalque ................................................................................................. 338

Figura 154 – Chaminé de equilíbrio ............................................................................................. 339

Figura 155 – Controle de odores ................................................................................................. 339

Figura 156 – Químicos para lavagem dos gases ......................................................................... 340

Figura 157 – Painéis de comando ............................................................................................... 340

Figura 158 – Subestação de energia ........................................................................................... 341

Figura 159 – Transformadores de energia................................................................................... 341

Figura 160 – Tela do supervisório da EEE Baixo Recalque ......................................................... 342

Figura 161 – Fluxograma esquemático do sistema Jaguaribe ..................................................... 344

Figura 162 – Subsistema Pituaçu ................................................................................................ 346

Figura 163 – EEE Alto Pituaçu .................................................................................................... 351

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
22
Figura 164 – EEE Saboeiro ......................................................................................................... 351

Figura 165 – Subsistema Jaguaribe ............................................................................................ 353

Figura 166 – EEE Acalanto ......................................................................................................... 357

Figura 167 – Implantação EEE FL-01.......................................................................................... 357

Figura 168 – EEE Rua G ............................................................................................................. 357

Figura 169 – EEE Stella Maris..................................................................................................... 358

Figura 170 – EEE Trobogi ........................................................................................................... 358

Figura 171 – EEE Passa Vaca .................................................................................................... 358

Figura 172 – Subsistema Ipitanga A ............................................................................................ 362

Figura 173 –EEE São Cristóvão .................................................................................................. 365

Figura 174 – Subsistema Ipitanga B ............................................................................................ 368

Figura 175 – Subsistema Ipitanga C............................................................................................ 370

Figura 176 - Localização das CTS do Subsistema Jaguaribe. ..................................................... 374

Figura 177 – CTS Rua da Canção .............................................................................................. 375

Figura 178 – CTS bairro da Paz .................................................................................................. 375

Figura 179 – CTS Flamengo ....................................................................................................... 375

Figura 180 – CTS Cira................................................................................................................. 376

Figura 181 - Localização das CTS do Subsistema Pituaçu. ........................................................ 376

Figura 182 – CTS Alto Pituaçu .................................................................................................... 377

Figura 183 – CTS Maxims ........................................................................................................... 378

Figura 184 – CTS Cascão ........................................................................................................... 378

Figura 185 - Localização das CTS do subsistema Ipitanga A. ..................................................... 379

Figura 186 – Croqui esquemático das unidades da ECP Jaguaribe ............................................ 382

Figura 187 – Caixa de chegada e de distribuição ........................................................................ 383

Figura 188 – Desarenadores ....................................................................................................... 383

Figura 189 – Areia removida através dos desarenadores............................................................ 384

Figura 190 – Peneiras escalares ................................................................................................. 384

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
23
Figura 191 – Canal de saída ....................................................................................................... 385

Figura 192 – Efluente final ........................................................................................................... 385

Figura 193 – Controle de Odores ................................................................................................ 386

Figura 194 – Supervisório ECP ................................................................................................... 386

Figura 195 – Supervisório controle de odores ............................................................................. 387

Figura 196 – Localização dos sistemas descentralizados ........................................................... 391

Figura 197 –Vista geral descarte Bonocô .................................................................................... 400

Figura 198 –Limpa fossa descarte Bonocô.................................................................................. 400

Figura 199 –ETE Derba............................................................................................................... 401

Figura 200 – ETE Cohajor ........................................................................................................... 401

Figura 201 – ETE Hildete França ................................................................................................ 402

Figura 202 – Lagoa de macrófitas - ETE Fazenda Grande II ....................................................... 402

Figura 203 – ETE Muriçoca ......................................................................................................... 403

Figura 204 – ETE Couto Maia ..................................................................................................... 403

Figura 205 – ETE Vista do Vale .................................................................................................. 404

Figura 206 – ETE Dois de Julho .................................................................................................. 404

Figura 207 – ETE Paralela Park .................................................................................................. 405

Figura 208 – ETE Mirante das Águas .......................................................................................... 405

Figura 209 – ETE Cajazeiras X – Lagoa 1................................................................................... 406

Figura 210 – Localização das unidades de esgotamento em Ponta de Nossa Senhora .............. 411

Figura 211 – Croqui do SES de Ponta de Nossa Senhora .......................................................... 412

Figura 212 – Acesso EEE ........................................................................................................... 414

Figura 213 – Gradeamento, caixa de areia e poço de sucção ..................................................... 414

Figura 214 – Barrilete de recalque .............................................................................................. 415

Figura 215 – Painel Elétrico ........................................................................................................ 415

Figura 216 – Gerador de energia ................................................................................................ 416

Figura 217 – Acesso à ETE ......................................................................................................... 417

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
24
Figura 218 – Tanque de aeração e decantador ........................................................................... 418

Figura 219 – Efluente final ........................................................................................................... 418

Figura 220 – Leito de secagem ................................................................................................... 419

Figura 221 – Painel Elétrico ........................................................................................................ 419

Figura 222 - Contribuição de esgoto em valetas de águas pluviais em Paramana ...................... 422

Figura 223 – Lançamento de esgoto em canais de águas pluviais em Paramana ....................... 422

Figura 224 – Córrego contaminado com esgoto chegando à praia de Paramana........................ 423

Figura 225 - Contribuição de esgoto em valetas de águas pluviais em Paramana ...................... 423

Figura 226 – Croqui do SES de Paramana.................................................................................. 425

Figura 227 – Localização das unidades do sistema de esgotamento sanitário de Paramana ...... 426

Figura 228 – EEE Costa de Fora................................................................................................. 428

Figura 229 – EEE Torto ............................................................................................................... 428

Figura 230 – EEE Paramana ....................................................................................................... 429

Figura 231 – EEE Final ............................................................................................................... 429

Figura 232 – Identificação da ETE Paramana ............................................................................. 431

Figura 233 – Tratamento preliminar............................................................................................. 431

Figura 234 – Elevatória de esgoto bruto ...................................................................................... 432

Figura 235 – ETE Compacta ....................................................................................................... 432

Figura 236 – Detalhe do UASB após reforço na estrutura ........................................................... 433

Figura 237 – Tanque de contato.................................................................................................. 433

Figura 238 – Elevatória de esgoto tratado ................................................................................... 434

Figura 239 – Leitos de secagem ................................................................................................. 434

Figura 240 – Painel elétrico ......................................................................................................... 435

Figura 241 – Gerador de energia ................................................................................................ 435

Figura 242 – Equipamentos utilizados para manutenção do SES Paramana .............................. 436

Figura 243 – Contribuição de esgoto no sistema de drenagem na Ilha de Bom Jesus dos Passos
.................................................................................................................................................... 438

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
25
Figura 244 – Localização das unidades de esgotamento em Bom Jesus dos Passos ................. 439

Figura 245 – Croqui do SES de Bom Jesus dos Passos ............................................................. 440

Figura 246 – EEE 2 ..................................................................................................................... 441

Figura 247 – EEE 3 ..................................................................................................................... 442

Figura 248 – EEE 4 ..................................................................................................................... 442

Figura 249 – EEE 5 ..................................................................................................................... 443

Figura 250 – Tratamento preliminar e EEE.................................................................................. 444

Figura 251 – ETE Compacta ....................................................................................................... 445

Figura 252 – Sistema de dosagem de cloro ................................................................................ 445

Figura 253 – Efluente final ........................................................................................................... 446

Figura 254 – Leitos de secagem ................................................................................................. 446

Figura 255 – Painel Elétrico ........................................................................................................ 447

Figura 256 – Localidades da Ilha de Maré ................................................................................... 450

Figura 257 – Esgoto correndo sob as casas – Praia Grande ....................................................... 452

Figura 258 – Lançamento de esgoto em corpo d’água – Santana ............................................... 452

Figura 259 – Tubulação de esgoto contribuindo em corpo d’água – Neves ................................. 453

Figura 260 – Contribuição de esgoto na praia – Itamoabo .......................................................... 453

Figura 261 – Esgoto a céu aberto – Botelho................................................................................ 454

Figura 262 – Contribuição de esgoto em canaleta de drenagem – Bananeiras ........................... 454

Figura 263 – Contribuição de esgoto em canaleta de drenagem – Porto dos Cavalos / Passa Cavalo
.................................................................................................................................................... 455

Figura 264 – Contribuição de esgoto em canaleta de drenagem – Ponta Grossa ....................... 455

Figura 265 – Trecho do interceptor sendo executado por método não destrutivo (MND) ............ 460

Figura 266 – EEE MJ (A) e EEE TB (B) ...................................................................................... 460

Figura 267 – Resumo das obras na Bacia Águas Claras............................................................. 461

Figura 268 – Resumo das obras na bacia Trobogi ...................................................................... 462

Figura 269 – Resumo das obras na bacia Cambunas ................................................................. 463

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
26
Figura 270 – Fluxograma da concepção prevista para as bacias Ipitanga I e Coruripe. .............. 465

Figura 271 – Fluxograma da concepção prevista para as bacias Ribeirão Itapuã e Médio Ipitanga.
.................................................................................................................................................... 466

Figura 272 – Bacias de esgotamento sanitário do SES Lauro de Freitas. ................................... 467

Figura 273 – Croqui do SES proposto para a Ilha de Maré ......................................................... 469

Figura 274 – Concepção do sistema proposto para Ilha de Maré. ............................................... 470

Figura 275 – Trechos Críticos – Programa Bahia Azul ................................................................ 472

Figura 276 – Trechos críticos - Tipologia 1 .................................................................................. 475

Figura 277 – Trechos críticos - Tipologia 2 .................................................................................. 475

Figura 278 – Trechos críticos - Tipologia 3 .................................................................................. 476

Figura 279 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Centro/Brotas .................................................. 482

Figura 280 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Subúrbio (Continente) ..................................... 483

Figura 281 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Itapuã .............................................................. 484

Figura 282 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Cidade Baixa................................................... 485

Figura 283 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Barra/Pituba .................................................... 486

Figura 284 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Liberdade/São Caetano .................................. 487

Figura 285 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Cabula/Tancredo Neves.................................. 488

Figura 286 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Pau da Lima .................................................... 489

Figura 287 – Localização dos trechos críticos sub-bacia Alto Pituaçu ......................................... 491

Figura 288 – Trechos críticos bacia Águas Claras....................................................................... 495

Figura 289 – Trechos críticos bacia Cambunas ........................................................................... 495

Figura 290 – Trechos críticos bacia Trobogi ................................................................................ 496

Figura 291 - Consumo total de energia elétrica, volume coletado e índice de consumo de energia
elétrica no sistema de esgotamento sanitário em Salvador entre 2015 e 2019, conforme Snis ... 508

Figura 292 - Consumo total de energia elétrica, volume produzido e importado e índice de consumo
de energia elétrica no sistema de esgotamento sanitário em Salvador entre 2015 e 2019, conforme
dados da Embasa ....................................................................................................................... 509

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
27
Figura 293 - Índice de consumo de energia elétrica em sistemas de esgotamento sanitário nas
capitais de Nordeste em 2019 ..................................................................................................... 510

Figura 294 - Comparação da eficiência de pessoal entre as capitais do Nordeste ...................... 514

Figura 295- Resultados das análises de qualidade dos efluentes das ETE de Salvador no ano de
2019. ........................................................................................................................................... 533

Figura 296 – Áreas de abrangência dos distritos Sanitários de Salvador .................................... 546

Figura 297 – Soluções individuais utilizadas nos distritos sanitários de Salvador (2021)............. 548

Figura 1 - Existência de banheiros nas escolas de Salvador ....................................................... 557

Figura 2 - Formas de esgotamento sanitário nas escolas de Salvador ........................................ 558

Figura 298 – Resultados de IQA nos pontos de monitoramento nos rios e lagoas de Salvador .. 582

Figura 299 – Resultados de IET nos pontos de monitoramento nos rios e lagoas de Salvador ... 583

Figura 300 – Resultados para o IQA nos rios e lagos de Salvador, de acordo com os resultados do
Programa Monitora entre 2018 a 2021 e índice de atendimento com esgoto por bacia hidrográfica
(2021).......................................................................................................................................... 586

Figura 301 – Resultados de IQA para os rios de Salvador de acordo com os resultados dos
Relatórios anuais do Inema (2013 a 2020) e índice de atendimento com esgoto (2021) ............. 587

Figura 302 – Resultados de IQA para as lagoas de Salvador de acordo com os resultados dos
Relatórios anuais do Inema (2013 a 2019) e índice de atendimento com esgoto (2021) ............. 587

Figura 303 – Resultados de IET nos rios e lagos de Salvador, de acordo com os resultados
do Programa Monitora entre 2018 a 2021 e índice de atendimento com esgoto por bacia
hidrográfica (2021) .................................................................................................................... 588

Figura 304 – Resultados de IET para os rios de Salvador de acordo com os resultados dos
Relatórios anuais do Inema (2013 a 2020) e índice de atendimento com esgoto (2021) ............. 588

Figura 305 – Resultado IET para as lagoas de Salvador de acordo com os resultados dos Relatórios
anuais do Inema (2013 a 2019) e índice de atendimento com esgoto (2021) .............................. 589

Figura 306 – Classificação anual para as praias com amostragem semanal ............................... 592

Figura 307 –Classificação dos Pontos de monitoramento da balneabilidade das praias de Salvador
de acordo com a CETESB .......................................................................................................... 595

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
28
Figura 308 –Classificação dos Pontos de monitoramento da balneabilidade das praias de Salvador
de acordo com as análises realizadas em tempo seco ................................................................ 600

Figura 309 – Distritos sanitários e bacias de esgotamento sanitário de Salvador ........................ 601

Figura 310 – Possibilidades de rota feco-oral para transmissão do SARS-CoV-19 ..................... 609

Figura 311 – Divulgação das oficinas com as datas por Prefeitura Bairro. .................................. 611

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
29
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Agenda Regulatória da ANA para o período 2020/2021/2022/2023, para o Eixo Temático
5, Normas de Referência para o Saneamento ...............................................................................51

Quadro 2 – Metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 - Água Potável e Saneamento60

Quadro 3 - Órgãos que integram o quadro de gestão dos serviços de Saneamento Básico da
Prefeitura Municipal do Salvador. ................................................................................................ 105

Quadro 4 – Resumo sobre a gestão do saneamento básico em Salvador/BA ............................. 107

Quadro 5 – Profissionais alocados na Diretoria de Saneamento Básico da Seinfra .................... 119

Quadro 6 – Competências exercidas pela Agersa ....................................................................... 122

Quadro 7 – Profissionais alocados na Agersa para realização de suas atribuições..................... 125

Quadro 8 – Profissionais alocados na ARSAL para realização de suas atribuições .................... 127

Quadro 9 - Instalações administrativas/operacionais da Embasa em Salvador ........................... 135

Quadro 10 – Total de empregados próprios por tipo de função na Embasa ................................ 137

Quadro 11 - Total de profissionais terceirizados por tipo de função na Embasa .......................... 138

Quadro 12– Tarifas praticadas pela Embasa para o serviço de abastecimento de água ............. 143

Quadro 13- Características das unidades consumidoras em cada categoria e subcategoria de


consumo ..................................................................................................................................... 144

Quadro 14 - Tarifas praticadas pela Embasa para o serviço de esgotamento sanitário ............... 145

Quadro 15 - Tarifas de esgoto cobradas nas capitais do Nordeste ............................................. 148

Quadro 16 – Conselhos que integram a estrutura administrativa por secretarias municipais ...... 167

Quadro 17 – Projetos de Educação Ambiental da Embasa em Salvador (2019) ......................... 171

Quadro 18 – Programas desenvolvidos pela Sempre em Salvador. ............................................ 172

Quadro 19 – Apresentação dos Eixos Estratégicos do PMAMC de Salvador .............................. 181

Quadro 20 – Diretrizes relacionadas ao Saneamento Básico no PMAMC ................................... 182

Quadro 21 – Festas populares do calendário anual do município de Salvador ............................ 186

Quadro 22 – Resumo dos Programas previstos para o serviço de esgotamento sanitário. ......... 189

Quadro 23 – Programas e ações para o esgotamento sanitário previstos no PMSB - 2011 ........ 190

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
30
Quadro 24 – Síntese do Sistema de esgotamento de Salvador e Lauro de Freitas ..................... 197

Quadro 25 – Localidades dos bairros Nova Esperança e Cassange. .......................................... 199

Quadro 26 – Resumo do diagnóstico de esgotamento sanitário Vetor Ipitanga. .......................... 199

Quadro 27 – Faixas de proporção de domicílios (%) com destino dos esgotos sanitários
adequados por bairro, 2018-2020 (N=15.260). ......................................................................... 218

Quadro 28 – Definição de déficit no esgotamento sanitário, de acordo com o Plansab ............... 222

Quadro 29 – Indicadores do Plansab sobre o esgotamento sanitário .......................................... 222

Quadro 30 – Classificação do ISB por faixa de pontuação (%).................................................... 233

Quadro 31 – Percentual de bairros em cada Prefeitura Bairro, por faixa de classificação do IAE 237

Quadro 32 –Localidades por Prefeitura Bairro onde houve apontamentos de falta de atendimento
com esgotamento sanitário. ........................................................................................................ 254

Quadro 33 – Concepção do sistema de esgotamento sanitário de Salvador e Lauro de Freitas. 271

Quadro 34 – Síntese da situação das bacias de esgotamento de Salvador, Lauro de Freitas e


Simões Filho. .............................................................................................................................. 271

Quadro 35 – Unidades regionais e bacias de esgotamento. ........................................................ 274

Quadro 36 – Resumo das informações das EEE do subsistema Comércio visitadas. ................. 289

Quadro 37 – Resumo das informações das EEE do subsistema Subúrbio visitadas. .................. 301

Quadro 38 – Resumo das informações das EEE do subsistema Camarajipe. ............................. 313

Quadro 39 – Resumo das informações das EEE do subsistema Pituaçu visitadas. .................... 350

Quadro 40 – Resumo das informações das EEE visitadas do subsistema Jaguaribe .................. 360

Quadro 41 - Resumo das informações da EEE São Cristóvão .................................................... 366

Quadro 42 - Informações da EEE São Cristóvão III ..................................................................... 367

Quadro 43 – Estimativa da eficiência de remoção esperada nos diferentes níveis de tratamento


.................................................................................................................................................... 388

Quadro 44 – Quantidades de ETE por tipo de tratamento ........................................................... 389

Quadro 45 – ETE Sistema Fazenda Grande IV ........................................................................... 390

Quadro 46 – Características ETE SES Salvador. ........................................................................ 392

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
31
Quadro 47 – Resumo das informações das unidades de tratamento e ETE de Salvador visitadas
.................................................................................................................................................... 407

Quadro 48 – Síntese das informações da ETE de Ponta de Nossa Senhora .............................. 420

Quadro 49 – Síntese das informações da ETE de Paramana...................................................... 436

Quadro 50 – Síntese das informações da ETE de Bom Jesus dos Passos ................................. 447

Quadro 51 – Informações das comunidades da Ilha de Maré. ..................................................... 451

Quadro 52 – Estruturas e avanço das obras referente a 1° Etapa do SES Trobogi. .................... 459

Quadro 53 – Localização das estruturas propostas para o sistema de esgotamento sanitário


projetado de Ilha de Maré. ........................................................................................................... 468

Quadro 54 – Caracterização dos trechos críticos por bacia de esgotamento sanitário ................ 477

Quadro 55 – Legenda para avaliação do estado de conservação das estruturas existentes ....... 520

Quadro 56 - Resumo do estado de conservação das EEE do SES Principal de Salvador........... 520

Quadro 57 - Resumo do estado de conservação das EEE dos SES das Ilhas de Salvador ........ 521

Quadro 58 - Resumo do estado de conservação das ETE dos sistemas descentralizados de


Salvador ...................................................................................................................................... 522

Quadro 59 – Resumo do estado de conservação das ECP do SES Principal de Salvador.......... 524

Quadro 60 – Análises corpos receptores. .................................................................................... 535

Quadro 61 – Resumo dos problemas e deficiências operacionais do sistema de esgotamento


sanitário de Salvador ................................................................................................................... 541

Quadro 62 – Destinação final resíduos da operação e manutenção do sistema de esgotamento


sanitário de Salvador ................................................................................................................... 544

Quadro 63 – Quantidade de acolhidos nas unidades de acolhimento institucional em Salvador . 550

Quadro 64 - Relação dos locais de acolhimento e apoio à população de rua .............................. 552

Quadro 65 - Sanitários Públicos existentes em Salvador ............................................................ 553

Quadro 66 - Critérios do direito humano à água e ao esgotamento sanitário .............................. 555

Quadro 5 - Existência de banheiros nas escolas de Salvador ..................................................... 556

Quadro 6 – Formas de esgotamento sanitário nas escolas de Salvador ..................................... 557

Quadro 67 – Projetos de educação ambiental em Salvador no ano de 2019............................... 561

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
32
Quadro 68 – Classificação dos resultados do IQA. ...................................................................... 564

Quadro 69 – Classificação dos resultados do IET. ...................................................................... 564

Quadro 70 – Bacias de esgotamento que compõe as bacias hidrográficas e bacias de drenagem


natural de Salvador (continente).................................................................................................. 584

Quadro 71 – Resultados de balneabilidade das praias em períodos secos e chuvosos .............. 598

Quadro 72: Seleção de enfermidades realizada pela Funasa em 2010. ...................................... 602

Quadro 73: Doenças relacionadas a falta de infraestrutura de esgotamento sanitário................. 602

Quadro 74- Número de casos de esquistossomose diagnosticado em Salvador entre 2013 e 2019
.................................................................................................................................................... 604

Quadro 75 - Número de óbitos por Esquistossomose segundo Distrito Sanitário, no período de


2015/2019, Salvador-BA. ............................................................................................................ 606

Quadro 76 – Percepção da população da PB Centro/Brotas sobre o esgotamento sanitário ...... 612

Quadro 77 – Percepção da população da PB Subúrbio/Ilhas sobre o esgotamento sanitário ...... 613

Quadro 78 – Percepção da população da PB Cajazeiras sobre o esgotamento sanitário............ 614

Quadro 79 – Percepção da população da PB Itapuã sobre o esgotamento sanitário. ................. 615

Quadro 80 – Percepção da população da PB Cidade Baixa sobre o esgotamento sanitário ....... 617

Quadro 81 – Percepção da população da PB Barra/Pituba sobre o esgotamento sanitário ......... 618

Quadro 82 – Percepção da população da PB Liberdade/São Caetano sobre o esgotamento sanitário


.................................................................................................................................................... 619

Quadro 83 – Percepção da população da PB Cabula/Tancredo Neves sobre o esgotamento sanitário


.................................................................................................................................................... 619

Quadro 84 – Percepção da população da PB Pau da Lima sobre o esgotamento sanitário ........ 621

Quadro 85 – Percepção da população da PB Valéria sobre o esgotamento sanitário ................. 622

Quadro 86 – Problemas relatados pela população de cada PB na oficina de apresentação do


diagnóstico do esgotamento sanitário na parte continental do município .................................... 623

Quadro 87 - Problemas relatados pela população oficina de apresentação do diagnóstico do


esgotamento sanitário nas ilhas do município ............................................................................. 624

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
33
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Total de profissionais por nível de escolaridade ........................................................ 140

Tabela 2 - Tarifas Médias das Concessionárias Estaduais da Região Nordeste (2019) .............. 146

Tabela 3 - Tarifas médias das capitais da Região Nordeste (2019) ............................................. 147

Tabela 4 – Faturamento da Embasa em Salvador em 2019 ........................................................ 150

Tabela 5 – Arrecadação da Embasa em Salvador (2019) ........................................................... 150

Tabela 6 – Consumo médio por categoria de usuários em Salvador (m³/economia) ................... 151

Tabela 7 - Índice de Inadimplência em (%) na Embasa em Salvador .......................................... 151

Tabela 8 - Índice de Evasão de Receitas (%) da Embasa ........................................................... 152

Tabela 9 – Receitas operacionais diretas e indiretas totais e para o serviço de esgotamento sanitário
em Salvador (2017 a 2019) ......................................................................................................... 155

Tabela 10 – Custos e despesas no serviço de esgotamento sanitário de Salvador em 2019 ...... 158

Tabela 11 - Demonstração de Resultados do Exercício – DRE para o município de Salvador .... 161

Tabela 12 – Cronograma dos investimentos em Esgotamento Sanitário no PMSB (2010) .......... 194

Tabela 13 – Formas de esgotamento sanitário em Salvador ....................................................... 209

Tabela 14 - Formas de esgotamento sanitário nas Ilhas de Salvador.......................................... 210

Tabela 15 – Rendimento nominal médio mensal e rendimento nominal mediano mensal dos
domicílios particulares permanentes de Salvador, por forma de esgotamento sanitário e existência
de banheiro ou sanitário .............................................................................................................. 213

Tabela 16 – Tipo de solução de esgotamento sanitário segundo a PNAD 2016 a 2019 .............. 214

Tabela 17 – Destino dos esgotos domiciliares, 2018-2020 (N=15.260) ....................................... 215

Tabela 18 – Destino dos esgotos sanitários por sexo, cor/raça, escolaridade e faixa de renda mensal
familiar em número e proporção de domicílios. ........................................................................... 216

Tabela 19 – Existência de banheiro com instalações hidráulicas sanitárias nos domicílios, 2018-
2020 (N=15.260). ........................................................................................................................ 220

Tabela 20 – Existência de banheiro ou sanitário por classe de rendimento nominal mensal domiciliar
em Salvador (2010) ..................................................................................................................... 223

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
34
Tabela 21 - Valores calculados dos indicadores do Plansab relativos à universalização do
atendimento com esgotamento sanitário adequado para Salvador ............................................. 224

Tabela 22 - População por Prefeitura Bairro em 2020 ................................................................. 226

Tabela 23 – Quantidade economias residenciais ativas/existentes habitadas de esgoto em Salvador


e quantidade de imóveis residenciais no cadastro imobiliário ...................................................... 227

Tabela 24 – Índice de cobertura e índice de atendimento com esgotamento sanitário em Salvador


.................................................................................................................................................... 229

Tabela 25 – Índice de cobertura e índice de atendimento com esgotamento sanitário na Prefeitura


Bairro Subúrbio/Ilhas ................................................................................................................... 231

Tabela 26 - Indicadores de esgotamento sanitário com atualização anual pela prefeitura e pelo
prestador de serviços .................................................................................................................. 264

Tabela 27 - Indicadores de esgotamento sanitário com atualização a cada edição do Censo


Demográfico do IBGE ................................................................................................................. 266

Tabela 28 – Quantidade de economias de esgoto por categoria ................................................. 268

Tabela 29 - Informações sobre as bacias do Subsistema Comércio............................................ 279

Tabela 30 - Informações das EEE do Subsistema Comércio....................................................... 281

Tabela 31 - Informações sobre as bacias do Subsistema Subúrbio............................................. 290

Tabela 32 - Informações das EEE do Subsistema Subúrbio........................................................ 293

Tabela 33 – Informações sobre as bacias do Subsistema Camarajipe. ....................................... 302

Tabela 34 – Informações das EEE do Subsistema Camarajipe. .................................................. 305

Tabela 35 – Informações sobre as bacias do Subsistema Pituaçu. ............................................. 345

Tabela 36 – Informações das EEE do Subsistema Pituaçu. ........................................................ 347

Tabela 37 – Informações referentes as bacias do Subsistema Jaguaribe. .................................. 352

Tabela 38 – Informações das EEE do Subsistema Jaguaribe. .................................................... 355

Tabela 39 – Informações referentes às bacias do Subsistema Ipitanga A. .................................. 361

Tabela 40 – Informações das EEE do Subsistema Ipitanga A. .................................................... 364

Tabela 41 – Informações referentes as bacias do Subsistema Ipitanga B. .................................. 368

Tabela 42 – Informações referentes as bacias do Subsistema Ipitanga B. .................................. 369

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
35
Tabela 43 – Informações das EEE do Subsistema Ipitanga C. .................................................... 372

Tabela 44 –Informações sobre os sistemas descentralizados de esgotamento sanitário ............ 388

Tabela 45 – Resumo das receitas x despesas no SES Ilha dos Frades. ..................................... 420

Tabela 46 – Informações das EEE de Bom Jesus dos Passos.................................................... 427

Tabela 47 – Informações das Linhas de Recalque de Paramana ................................................ 427

Tabela 48 – Informações das EEE de Bom Jesus dos Passos.................................................... 441

Tabela 49 – Informações das Linhas de Recalque de Bom Jesus dos Passos. .......................... 441

Tabela 50 – Resumo das receitas x despesas no SES Bom Jesus dos Passos. ......................... 448

Tabela 51 – Resumo das intervenções previstas para ampliação do SES Salvador nas bacias
compreendidas no subsistema Ipitanga A. .................................................................................. 464

Tabela 52 – Resumo das intervenções previstas para ampliação do SES Salvador nas bacias
compreendidas no subsistema Médio Jaguaribe ......................................................................... 464

Tabela 53 – Trechos críticos Alto Pituaçu.................................................................................... 491

Tabela 54 – Série histórica das ligações de esgoto. .................................................................... 499

Tabela 55 – Série histórica das economias de esgoto. ............................................................... 499

Tabela 56 – Série histórica do indicador de extensão de rede de esgotamento por ligação ........ 499

Tabela 57 – Quantidade de reclamações ou solicitações dos usuários do serviço de esgotamento


sanitário por Unidade Regional no ano de 2019. ......................................................................... 500

Tabela 58 – Série histórica dos indicadores de duração média dos reparos de extravasamento e
extravasamento de esgoto por extensão de rede. ....................................................................... 502

Tabela 59 –Indicador de extravasamento de esgoto por extensão de rede por unidade regional da
Embasa. ...................................................................................................................................... 502

Tabela 60 – Série histórica do indicador de existência de cadastro técnico atualizado ............... 503

Tabela 61 – Capacidade de tratamento do sistema de esgotamento sanitário de Salvador (2021)


.................................................................................................................................................... 503

Tabela 62 – Consumo de energia elétrica no sistema de esgotamento sanitário em Salvador de


2015 a 2019 ................................................................................................................................ 507

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
36
Tabela 63 – Informações retificadas pela Embasa sobre volumes coletados e consumo de energia
elétrica nos sistemas de esgoto (2014 a 2019) ........................................................................... 508

Tabela 64 – Série histórica do índice de tratamento de esgoto. .................................................. 512

Tabela 65 – Série histórica eficiência de pessoal. ....................................................................... 513

Tabela 66 – Série histórica da sustentabilidade econômico-financeira. ....................................... 515

Tabela 67 – Série histórica sustentabilidade modicidade tarifária ................................................ 516

Tabela 68 – Série histórica do índice de adequação do destino final do lodo das ETE................ 517

Tabela 69 – Resultados das análises de temperatura e pH na saída do efluente da ECP Jaguaribe.


.................................................................................................................................................... 527

Tabela 70 – Classificação dos resultados dos parâmetros das análises do efluente final das ETE de
Salvador no ano de 2019, com base na Resolução Conama 357 e Conama 430. ...................... 530

Tabela 71 – População atendida por cada forma de esgotamento sanitário nos distritos sanitários
(2020).......................................................................................................................................... 547

Tabela 72 – Percentual da população atendida por cada forma de esgotamento sanitário nos
distritos sanitários (2020) ............................................................................................................ 547

Tabela 73 – Classificação do IQA dos rios e lagoas de Salvador entre 2018 e 2021 nos pontos de
monitoramento no MONITORA ................................................................................................... 566

Tabela 74 - Classificação do IET dos rios e lagoas de Salvador entre 2018 e 2021 nos pontos de
monitoramento no MONITORA ................................................................................................... 568

Tabela 75 - Classificação do IQA dos rios de Salvador entre 2013 e 2020 nos pontos de
monitoramento do relatório anual do Inema ................................................................................ 570

Tabela 76 - Classificação do IET dos rios de Salvador entre 2013 e 2020 nos pontos de
monitoramento dos relatórios anuais do Inema ........................................................................... 573

Tabela 77 - Classificação do IQA das lagoas de Salvador entre 2013 e 2019 nos pontos de
monitoramento dos relatórios anuais do Inema ........................................................................... 576

Tabela 78 - Classificação do IET das lagoas de Salvador entre 2013 e 2019 nos pontos de
monitoramento dos relatórios anuais do Inema ........................................................................... 578

Tabela 79 – Índices de atendimento com esgotamento sanitário nas bacias hidrográficas e bacias
de drenagem natural localizadas na parte continental do município de Salvador ........................ 585

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
37
Tabela 80 – Resumo dos Índices de atendimento com esgotamento sanitário nas bacias
hidrográficas e bacias de drenagem natural localizadas nas ilhas do município de Salvador ...... 591

Tabela 81 – Condição de balneabilidade por ponto de análise. ................................................... 593

Tabela 82 – Pluviosidade registrada em cada estação pluviométrica de Salvador nas datas das
coletas selecionadas para a análise comparativa (2019)............................................................. 596

Tabela 83 - Número de casos de DDAs em < 05 anos segundo distrito sanitário, no ano de 2020*,
Salvador – BA. ............................................................................................................................ 607

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
38
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAE - Avaliação Ambiental Estratégica


ABE - Adaptação baseada em Ecossistemas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
AGERSA - Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia
ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico
APA – Área de Proteção Ambiental
APP - Área de Preservação Permanente
ARSAL - Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos de Salvador
CCPC - Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
CCO - Central de Controle de Operação
CCOS - Comissão de Coordenação de Obras de Salvador
CESB - Conselho Estadual de Saneamento Básico
CFMH - Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação
CFMSB - Conselho Gestor do Fundo Municipal de Saneamento Básico
CGM - Controladoria Geral do Município de Salvador
CMAPD - Cadastro municipal de atividades potencialmente degradadoras e utilizadoras de recursos
naturais
CMAS - Conselho Municipal de Assistência Social
CME – Conselho Municipal de Educação
CMPC - Conselho Municipal da Política Cultural
CMS - Conselho Municipal de Saúde
COELBA - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia
COMAM - Conselho Municipal de Meio Ambiente
COM-SSA - Conselho Municipal de Salvador
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONDER - Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia
CORE - Conselho Municipal de Resiliência
CORESAB - Comissão Reguladora de Saneamento básico
C.TE. - Coliformes termotolerantes
CTS - Captações de tempo seco
DATASUS - Departamento de Informática do SUS
DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio
DDA - Doenças Diarreicas Agudas
DESAL - Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
39
DEX - Despesas de Exploração
DM - Diretoria de Operação da RMS
DQO - Demanda química de Oxigênio
DSO - Sistemas de Disposição Oceânica
DTS - Despesas totais dos serviços
ECP - Estações de Condicionamento Prévio
EDUFBA - Editora da UFBA
EE - Estação Elevatória
EEAB – Estação Elevatória de Água Bruta
EEE - Estação Elevatória de Esgoto
EMBASA – Empresa Baiana de Águas e Saneamento
EMRMS - Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador
EPI - Equipamentos de Proteção Individual
ETE - Estações de Tratamento de Esgotos
FCM - Fundação Cidade Mãe
FGM - Fundação Gregório de Mattos
FMLF - Fundação Mário Leal Ferreira
FMSB - Fundo Municipal de Saneamento Básico
FMTC-RMS - Fundo de Mobilidade e Modicidade Tarifária do Transporte Coletivo
FoFo – Ferro Fundido
FRMS - Fundo de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador
F.TOT – Fósforo Total
FUNASA – Fundação Nacional de Saúde
FUSAN - Fundo de Universalização do Saneamento Básico da Região Metropolitana de Salvador
GABVP - Gabinete do Vice-Prefeito
GCM - Guarda Civil Municipal
IAE - Índice de atendimento com esgotamento sanitário
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICE - Índice de cobertura com esgotamento sanitário
IDEB- Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
IE - Índices de atendimento com esgotamento sanitário
IET - Índice do Estado Trófico
INEMA – Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia
IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
40
IQA - Índice de Qualidade das Águas
LIMPURB - Empresa de Limpeza Urbana do Salvador
LOUOS - Legislação de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo
MDS – Ministério do Desenvolvimento Social
MP - Superintendência de Produção de Água e Esgotamento Sanitário da RMS
MPE - Unidade de Esgotamento Sanitário
MPEE - Gerência de Elevatórias e Transporte
MPET - Gerência de Tratamento de Esgoto
MS - Superintendência de Serviços de Água e Esgotamento Sanitário da RMS
NAT - Nitrogênio amoniacal total
NBR – Norma Técnica
ODS - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
ONU - Organização das Nações Unidas
PAC - Programa de Aceleração do Crescimento
PARMS - Plano de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Salvador
PB - Prefeitura Bairro
PCRMA - Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica
PDAUP - Plano Diretor de Arborização Urbana, Áreas Verdes e Paisagismo
PDDU - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
PDUI - Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado
PEA-BA - Política de Educação Ambiental do Estado da Bahia
PEAMSS - Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento
PEMAPES - Plano Estadual de Manejo de Águas Pluviais e Esgotamento Sanitário
PERS - Política Estadual de Resíduos Sólidos
PEV – Ponto de Entrega Voluntária
PGIRS - Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos
PGMS - Procuradoria Geral do Município do Salvador
PIB – Produto Interno Bruto
PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico
PMAMC - Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas
PME - Plano Municipal de Educação
PMGIRS – Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
PMS – Plano Municipal de Saúde
PMSB - Plano Municipal de Saneamento Básico
PMSBI - Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
41
PNE - Plano Nacional da Educação
PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos
PNUD - Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento
PPA - Plano Plurianual
PVC - Policloreto de Polivinila
PVC DEFoFo - Tubulação de PVC com Diâmetro Externo de Ferro Fundido
RAPDE – Revisão e Atualização do Plano Diretor de Esgotos de Salvador e Lauro de Freitas
RMS - Região Metropolitana de Salvador
RREO - Relatório Resumido da Execução Orçamentária
RSU - Resíduos Sólidos Urbanos
SALTUR - Empresa Salvador Turismo
SBN - Soluções Baseadas na Natureza
SDO - Sistema de Disposição Oceânica
SAVAM - Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural
SECIS - Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência
SECULT - Secretaria Municipal de Cultura e Turismo
SEDUR - Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia
SEGOV - Secretaria de Governo
SEINFRA - Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas
SEIA - Sistema Estadual de Informações Ambientais e de Recursos Hídricos
SEMA - Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia
SEMAN - Secretaria Municipal de Manutenção da Cidade
SEMOB - Secretaria Municipal de Mobilidade
SEMOP - Secretaria Municipal de Ordem Pública
SEMPRE - Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer
SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
SES - Sistema de Esgotamento Sanitário
SESAB - Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
SETIN - Secretaria Municipal de Transportes Urbanos e Infraestrutura
SIAA – Sistema Integrado de Abastecimento de Água
SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica
SIAGAS - Sistema de Informações de Águas Subterrâneas
SIBCS - Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
SICAR - Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural
SICONFI - Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
42
SIDRA – Sistema de Recuperação Automática
SIG - Sistema de Informações Geográficas
SIHS – Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento da Bahia
SINIMA – Sistema Informação sobre Meio Ambiente
SINIR - Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos
SINISA – Sistema Informações em Saneamento Básico
SISÁGUA - Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano
SISMUMA - Sistema Municipal de Meio Ambiente
SMED - Secretaria Municipal da Educação
SMIA - Sistema Municipal de Informação Ambiental
SMPG - Sistema Municipal de Planejamento e Gestão
SMS – Secretaria Municipal de Saúde
SNIS – Sistema Nacional de Saneamento Básico
SPMJ - Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude
STF - Supremo Tribunal Federal
SUCOP - Superintendência de Obras Públicas de Salvador
SUS - Sistema Único de Saúde
TCFA - Taxa de controle e fiscalização ambiental
TRANSALVADOR - Superintendência de Trânsito do Salvador
UMB - Unidade Regional da Bolandeira
UMC - Unidade Regional do Cabula
UMF - Unidade Regional da Federação
UMJ - Unidade Regional de Pirajá
UMS - Unidade Regional de Candeias
VIGIÁGUA - Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano
ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
43
1. INTRODUÇÃO

A natureza das ações de saneamento básico coloca-o como essencial à vida humana e à proteção
ambiental. Deste modo, intervir no saneamento básico torna-se uma ação que deve ser pensada
em caráter coletivo, ou seja, como uma meta social na qual os indivíduos, a comunidade e o Estado
têm papéis a desempenhar.

A Lei Federal nº 11.445/2007, alterada pela Lei Federal nº 14.026/2020, que estabelece as diretrizes
nacionais para o saneamento conceitua o Saneamento Básico em seu artigo 3º, inciso I, como
sendo:

“[...] conjunto de serviços públicos, infraestruturas e instalações operacionais de:


a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades e pela disponibilização e
manutenção de infraestruturas e instalações operacionais necessárias ao abastecimento
público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e seus instrumentos de
medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades e pela disponibilização e manutenção
de infraestruturas e instalações operacionais necessárias à coleta, ao transporte, ao
tratamento e à disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais
até sua destinação final para produção de água de reúso ou seu lançamento de forma
adequada no meio ambiente;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: constituídos pelas atividades e pela
disponibilização e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais de coleta,
varrição manual e mecanizada, asseio e conservação urbana, transporte, transbordo,
tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos domiciliares e
dos resíduos de limpeza urbana; e;
d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: constituídos pelas atividades, pela
infraestrutura e pelas instalações operacionais de drenagem de águas pluviais, transporte,
detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição
final das águas pluviais drenadas, contempladas a limpeza e a fiscalização preventiva das
redes.” (BRASIL, 2007 e BRASIL, 2020)
Na Lei Estadual de Saneamento Básico, a Lei nº 11.172/2008, o conceito de saneamento foi
ampliado, acrescentando-se as ações de combate e controle de vetores e reservatórios de doenças
e as atividades relevantes para a promoção da saúde e da qualidade de vida, compondo uma quinta
componente, transversal a todas as outras quatro componentes, conforme já definido anteriormente
na Constituição do Estado da Bahia, publicada em 05 de outubro de 1989.

De acordo com o Art. 19 da Lei n° 11.445/2007, alterada pela Lei n°14.026/2020, a prestação dos
serviços públicos de saneamento básico observará plano, que poderá ser específico para cada
serviço, o qual abrangerá no mínimo:

I. diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores
sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências
detectadas;

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
44
II. objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a universalização, admitidas soluções graduais
e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais;
III. programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo compatível
com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos, identificando
possíveis fontes de financiamento;
IV. ações para emergências e contingências;
V. mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações
programadas.

O Produto F do Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado (PMSBI) de Salvador atende ao


inciso I do Art. 19 da Lei n°11.445/2007, compondo o diagnóstico dos serviços de saneamento
básico no município de Salvador. Por sua vez, o presente produto F3 se refere especificamente ao
Diagnóstico do Serviço de Esgotamento Sanitário, que tem como objetivo apresentar a situação
atual dos serviços prestados no município, incluindo a análise da infraestrutura atual dos sistemas
de esgotamento sanitário que atendem o município de Salvador, evidenciando sua adequabilidade
e principais problemas, além de abordar também os aspectos legais, institucionais, ambientais e de
saúde pública relacionados ao esgotamento sanitário.

Com a finalidade de compreender e abordar as questões do esgotamento sanitário no município,


foram analisados diversos aspectos de forma integrada, sendo estes de natureza política,
institucional, socioeconômica, ambiental e estrutural. O entendimento da atual conjuntura do
sistema de esgotamento e a identificação das problemáticas a serem enfrentadas serão utilizadas
para balizar posteriormente as ações de melhoria do sistema.

No decorrer do Produto F3 a situação dos serviços de esgotos sanitários foi caracterizada através
da análise crítica dos estudos, planos e projetos existentes, avaliação da prestação dos serviços
através de indicadores de cobertura, de qualidade, operacionais e financeiros, apresentação da
visão geral sobre o sistema, análise operacional e estado de suas estruturas, análise dos processos
e resultados do sistema de monitoramento da quantidade e qualidade dos efluentes, levantamento
de dados da avaliação das condições dos corpos receptores e indicação das áreas de risco de
contaminação e daquelas já contaminadas.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
45
2. METODOLOGIA

A metodologia adotada para elaboração do Produto F3 - Diagnóstico dos Serviços de Esgotamento


Sanitário consistiu na análise de elementos quantificáveis e não quantificáveis, obtidos a partir de
fontes de informações primárias e secundárias, levantadas junto a órgãos e entidades públicas e
privadas, tais como gestores, prestadores de serviços, sociedade civil organizada e população
usuária dos serviços.

Os principais instrumentos de coleta de dados utilizados foram: envio de ofícios com questionários
solicitando informações ao prestador do serviço de esgotamento sanitário no município de Salvador,
a Empresa Baiana de Águas e Saneamento SA (Embasa), realização de reuniões com o prestador
de serviços, coleta de dados em sistemas de informações oficiais, realização de visitas técnicas de
campo para coleta de dados primários e registro fotográfico, realização de eventos participativos
com a comunidade e revisão de literatura técnica reconhecida.

Para a análise quantitativa dos serviços, foram coletados dados secundários nas fontes oficiais,
como: Secretarias Municipais, Departamento de Informática do SUS (DataSUS), Atlas da ANA
(Atlas Abastecimento urbano de Água e Atlas Esgoto), Empresa Baiana de Águas e Saneamento
(Embasa), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema Nacional de Informações
sobre Saneamento (Snis), Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), entre outros.

Para desenvolvimento do diagnóstico dos serviços de abastecimento de água de Salvador foram


consideradas as informações apresentadas no Termo de Referência n° 001/2019 – SEINFRA e no
Guia para elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico, elaborado pelo então Ministério
das Cidades, por meio da sua Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Todo o território de
Salvador foi englobado nessa etapa de diagnóstico, tendo como base as visitas técnicas,
informações bibliográficas, dados secundários e dados primários coletados. Foram realizadas
visitas técnicas às todas as infraestruturas de abastecimento de água de Salvador (incluindo ilhas),
com registro fotográfico para a verificação e caracterização da prestação do serviço.

Um dos princípios fundamentais da Lei nº 11.445/2007 é o controle social. Para tanto, foram
realizadas oficinas de construção do diagnóstico participativo, cuja metodologia foi apresentada
com detalhes no Produto B - Plano de Mobilização e Comunicação Social. Salienta-se que em
virtude da pandemia da Covid-19 a metodologia de participação e mobilização social foi alterada,
priorizando os atores sociais estratégicos para discussão e entendimento da problemática local dos
bairros de Salvador. Nesta etapa foram realizadas 10 oficinas de diagnóstico participativo, sendo
que cada uma delas contemplou os bairros que compõe as 10 Prefeituras Bairro, utilizadas
atualmente como divisão administrativa no município.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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No capítulo 10 deste Produto F3 apresenta-se a sistematização das informações obtidas nos
eventos participativos realizados em relação aos serviços de esgotamento sanitário prestados no
município de Salvador. O relatório detalhado com todos os registros dos eventos realizados foi
apresentado em relatório específico, que também compõe este diagnóstico do PMSBI Salvador.

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47
3. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO

A organização do pacto federativo para promulgação de leis, na estruturação das políticas públicas,
ocorre em ordem hierárquica, onde em nível federal são definidas as orientações gerais das
políticas públicas que devem ter a sua edição em nível estadual e municipal para trazer as
especificidades dessas esferas nos conteúdos, objetivos e instrumentos dos sistemas. Nesse
sentido, são apresentados os instrumentos legais existentes nas diferentes esferas que abrangem
a atuação em saneamento básico, conteúdo fundamental para situarmos o estado da arte dessa
política pública, portanto apresentada nos produtos F1, F2, F3 e F4.

3.1 ESFERA FEDERAL

Na esfera federal destaca-se a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes Nacionais para o
Saneamento Básico (Lei Nacional nº 11.445/2007), a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei
Nacional nº 12.305/2010) e outras leis, portarias e resoluções recomendadas, conforme descrito a
seguir.

3.1.1 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

A Constituição Federal, promulgada em 1988, discorre acerca de Saneamento Básico e do Meio


Ambiente no artigo 23, inciso IX, onde é atribuída competência comum à União, aos Estados e aos
Municípios, promover melhorias das condições habitacionais e de saneamento básico.

De maneira a estabelecer a competência do município na gestão dos serviços públicos de interesse


local, com a observação de todos os pressupostos legais relacionados à área do saneamento, a
Constituição Federal deixa claro em seu artigo 30 que compete aos municípios:

I - Legislar sobre assuntos de interesse local;


II - Suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
V - Organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte
coletivo, que tem caráter essencial;
VI - Manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
programas de educação infantil e de ensino fundamental;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços
de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;(...)
(BRASIL, 1988).
Entre os artigos 196 a 200, que tratam da saúde, estabelecem que é direito de todos e dever do
Estado, garantir as políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença. Atribui

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
48
como competência do Sistema Único de Saúde (SUS), participar da formulação da política e da
execução das ações de saneamento básico.

No capítulo que trata do Meio Ambiente, fica definido no artigo 225, que todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado e o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.

É nesse contexto que é possível perceber, no âmbito da Constituição Federal de 1988, a relação
do saneamento básico com as políticas públicas de habitação, saúde e meio ambiente, tendo como
pano de fundo a promoção da qualidade ambiental e da saúde pública.

3.1.2 LEI DE DIRETRIZES NACIONAIS PARA O SANEAMENTO BÁSICO

Em nível federal, a área do saneamento básico é regida pela Lei nº 11.445/2007 e o seu Decreto nº
7.217/2010. A partir da publicação dessa Lei, o Brasil passa a ter obrigação de planejar a área do
saneamento básico, nos diferentes entes federados, além de garantir que a gestão ocorra de
maneira plena, onde suas funções - planejamento, regulação, fiscalização e prestação de serviço -
se tornam premissas para que os processos de delegação da prestação dos serviços públicos
ocorram na legalidade.

De acordo com o artigo 9º, o titular dos serviços de saneamento básico formulará a política pública,
devendo elaborar os planos de saneamento básico, principal instrumento de planejamento. Nesse
cenário, o ente regulador tem papel importante na aplicação dessa política pública, como um ente
responsável por garantir que o plano elaborado pelo município seja observado pelo prestador de
serviço e que a fiscalização tenha meios de ocorrer com a publicação de normas e procedimentos
para a avaliação dos serviços prestados.

Desde a sua promulgação, o marco regulatório e seu decreto regulamentador (Decreto nº


7.217/2010) foram sendo alterados. O prazo para instituição do controle social foi até 31 de
dezembro de 2014, ou seja, tornou-se obrigatório a partir do exercício financeiro de 2015, conforme
redação dada pelo Decreto nº 8.211, de 21 de março de 2014, artigo 34, parágrafo 6º. O prazo para
elaboração dos planos municipais está sobre vigência do Decreto n° 10.203, de 22 de janeiro de
2020, que estabelece no seu art. 26, parágrafo 2º, que após 31 de dezembro de 2022, ou seja, no
exercício financeiro de 2023, a existência de plano de saneamento básico será condição para o
acesso a recursos orçamentários da União ou a recursos de financiamentos geridos ou
administrados por órgão ou entidade da administração pública federal, quando destinados a
serviços de saneamento básico.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
49
Outras alterações foram feitas por meio de leis, como é o caso do artigo 2º, inciso XIII da Lei
n°11.445/2007, alterado pela Lei n° 12.862/2013, onde incentiva a economia no consumo de água,
determinando como um dos princípios fundamentais para a prestação dos serviços públicos de
saneamento básico a adoção de medidas de fomento à moderação do consumo de água, com o
estímulo ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de equipamentos e métodos economizadores de
água. Esse inciso foi ainda modificado pela Lei 14.026/2020, ficando com a seguinte redação:
redução e controle das perdas de água, inclusive na distribuição de água tratada, estímulo à
racionalização de seu consumo pelos usuários e fomento à eficiência energética, ao reuso de
efluentes sanitários e ao aproveitamento de águas de chuva.

Outro elemento incluído na Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico foi a
obrigatoriedade da medição individualizada do consumo de água nas novas construções
condominiais, adotando assim novos padrões de sustentabilidade, conforme redação da Lei nº
13.312, de 12 de julho de 2016, incluída no artigo 29.

O artigo 49, incisos XI e XII da Lei nº 11.445/2007, incluído pela Lei n° 12.862/2013, onde trata
sobre os objetivos da Política Federal de Saneamento Básico, defende o incentivo à adoção de
equipamentos sanitários que contribuam para a redução do consumo de água e a promoção da
educação ambiental voltada para a economia de água pelos usuários.

Outras alterações foram feitas por meio de medidas provisórias, como é o caso da Medida
Provisória nº 844, de 06 de julho de 2018, que ficou vigente até 19 de novembro de 2018; e da
Medida Provisória nº 868, de 27 de dezembro de 2018, vigente até 03 de junho de 2019. A perda e
vigência das medidas provisórias levou à proposição do Projeto de Lei nº 4.162/2019 pelo Poder
Executivo, com a sua aprovação foi promulgada a Lei n° 14.206/2020, que definiu uma série de
alterações em um conjunto de leis como maneira de modificar as normas relacionadas à gestão
desses serviços.

A Lei n ° 14.026/2020 tem como ementa:

Atualiza o marco legal do saneamento básico e altera a Lei nº 9.984, de 17 de julho


de 2000 , para atribuir à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
competência para instituir normas de referência para a regulação dos serviços
públicos de saneamento básico, a Lei nº 10.768, de 19 de novembro de 2003 , para
alterar o nome e as atribuições do cargo de Especialista em Recursos Hídricos, a Lei
nº 11.107, de 6 de abril de 2005 , para vedar a prestação por contrato de programa
dos serviços públicos de que trata o art. 175 da Constituição Federal , a Lei nº 11.445,
de 5 de janeiro de 2007 , para aprimorar as condições estruturais do saneamento
básico no País, a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 , para tratar de prazos para
a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, a Lei nº 13.089, de 12 de
janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole), para estender seu âmbito de aplicação a
unidades regionais, e a Lei nº 13.529, de 4 de dezembro de 2017 , para autorizar a

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
50
União a participar de fundo com a finalidade exclusiva de financiar serviços técnicos
especializados. (BRASIL, 2020 p.1)
Como pode ser observado, com as alterações a ANA passa a ser a Agência Nacional de Águas e
Saneamento Básico, com função de instituir normas de referência para a regulação dos serviços
públicos de saneamento básico. Nessa direção, foi incluído pela Resolução nº 64/ANA, de 1º de
março de 2021, o Eixo Temático 5, as Normas de Referência para o Saneamento na Agenda
Regulatória da ANA para o período 2020/2021. No Quadro 1.apresenta-se a Agenda Regulatória
da ANA para o período 2020/2021/2022/2023, definida por meio da Resolução nº 105/ANA de
18/10/2021.

Quadro 1 – Agenda Regulatória da ANA para o período 2020/2021/2022/2023, para o Eixo


Temático 5, Normas de Referência para o Saneamento
Previsão de
Eixo temático Tema
edição da norma
Atualização dos normativos relativos à outorga de uso de recursos
jan/21
hídricos.
Definição de regras de uso da água em sistemas hídricos locais (5
jan/21
SHL).
1 - Regulação de
Definição das condições de operação de sistemas hídricos
usos e operação fev/21
prioritários.
de reservatórios
Estabelecimento de condições de operação para os reservatórios
fev/23
de regularização situados no rio Grande. *
Estabelecimento de condições de operação para os reservatórios
fev/23
de regularização situados no rio Paranaíba. *
2 - Segurança de
Alteração dos normativos relacionados à Segurança de Barragens. jan/21
barragens
Estrutura tarifária e procedimentos para reajuste e revisão da tarifa
3 - Regulação de do PISF. jan/21
serviços
Atualização dos procedimentos de Regulação do PISF. fev/21
Procedimentos de fiscalização de usos e de segurança de
fev/21
barragens (Revisão da Resolução n° 662/2010).
Regulamentação de monitoramento de usuários de recursos
hídricos, por meio de Declaração Anual de Usos de Recursos fev/21
4 - Fiscalização Hídricos - DAURH.
Regulamentação dos casos de suspensão de outorga (art. 15 da
jan/21
lei 9433/1997).
Fiscalização do PISF e outros sistemas adutores. fev/21
Procedimentos para a elaboração de normas. fev/21
Conteúdo mínimo de aditivos aos contratos para água e esgoto
fev/21
para atendimento ao art. 11B da Lei 1.445/2007.
Procedimento transitório de monitoramento das normas. * jan/22
5 - Normas de Padrões e indicadores de qualidade e eficiência e avaliação da
Referência para eficiência e eficácia para água e esgoto. * jan/22
o Saneamento Diretrizes para definição do modelo de regulação para água e
jan/22
esgoto. *
Indenização de ativos para água e esgoto. * jan/22
Diretrizes para metas progressivas de cobertura para água e
fev/22
esgoto e sistema de avaliação. *

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
51
Previsão de
Eixo temático Tema
edição da norma
Modelo organizacional das agências reguladoras infranacionais,
fev/22
transparência e accountability. *
Matriz de riscos de contratos para água e esgoto. * fev/22
Procedimentos para mediação e arbitragem. * fev/22
Condições gerais de prestação dos serviços de resíduos sólidos
fev/22
urbanos. *
Critérios para a contabilidade regulatória privada para os serviços
jan/23
de água e esgoto. *
Estrutura tarifária para água e esgoto. * jan/23
Padronização dos contratos de concessão para água e esgoto. * fev/23
Diretrizes para definição de modelo de regulação de drenagem e
fev/23
manejo de águas pluviais urbanas. *
Padrões e indicadores de qualidade e eficiência e avaliação da
fev/23
eficiência e eficácia para resíduos sólidos urbanos. *
Procedimentos para comprovação da adoção das normas de
fev/23
referência. *
Reajuste tarifário para água e esgoto. * fev/23
Condições gerais prestação dos serviços, atendimento ao público
e medição, faturamento e cobrança, dos serviços de água e fev/23
esgoto. *
Revisão da Resolução Conjunta ANA/ANEEL n° 3/2010. jan/21
6-
Monitoramento Padronização dos procedimentos de operação da Rede jan/21
Hidrometeorológica Nacional (RHN).
Zoneamento da Região Hidrográfica do Paraguai para fins de
fev/21
implantação de aproveitamentos hidrelétricos.
7 - Planejamento Regulamentação da base de dados para o estabelecimento do
e Informação fev/21
balanço hídrico de referência.
Regulamentar as séries de usos consuntivos da água. jan/21
Financiamentos reembolsáveis com os valores arrecadados com a
fev/21
cobrança.
8-
Aprimoramento dos processos e do modelo de governança das
Implementação fev/21
Entidades Delegatárias.
da PNRH
Procedimentos para a delegação da cobrança de recursos hídricos
fev/21
para as entidades delegatárias.
Fonte: ANA, 2021.

3.1.3 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Lei Nacional nº 12.305/2010 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),


regulamentada pelo Decreto nº 7.404/2010.

De acordo com o artigo 1º, parágrafo 1º, a PNRS se aplica a todas as pessoas físicas e jurídicas
que gerem resíduos sólidos e desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao
gerenciamento de resíduos sólidos. Porém, de acordo com o parágrafo 2º, não estão sujeitos a ela
os rejeitos radioativos, por possuírem legislação própria.

Conforme disposto no artigo 5º, essa lei integra a Política Nacional do Meio Ambiente e articula-se
com a Política Nacional de Educação Ambiental, regulada pela Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999,

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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com a Política Federal de Saneamento Básico, regulada pela Lei nº 11.445, de 2007, e com a Lei
nº 11.107, de 6 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios
públicos e dá outras providências.

O artigo 6º apresenta os princípios fundamentais, dentre eles, o princípio da prevenção e a


precaução; o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; a visão sistêmica na gestão dos resíduos
sólidos; o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de
valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; o direito da sociedade à
informação e ao controle social; entre outros.

Com relação aos instrumentos dessa Política, o artigo 8º define como sendo os planos de resíduos
sólidos, a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à
implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, o incentivo à
criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis, a educação ambiental, e o Sistema Nacional de Informações
sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir), de Informações em Saneamento Básico (Sinisa) e de
Informação sobre Meio Ambiente (Sinima).

Como a PNRS se articula com a Lei nº 11.445/2007, é facultada no artigo 19, parágrafo 1º, a
elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) juntamente
com a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), devendo para isso o titular
do serviço respeitar o conteúdo mínimo previsto no artigo 19 da PNRS.

No que tange às responsabilidades dos geradores e do poder público, o artigo 25 da Lei nº


12.305/2010 determina que o Poder Público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis
pela efetividade das ações voltadas para assegurar a observância da Política Nacional de Resíduos
Sólidos. E o artigo 26 acrescenta que o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo
de resíduos sólidos é responsável pela organização e prestação direta ou indireta desses serviços,
observados o respectivo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, a Lei nº
11.445/2007 (Lei Nacional de Saneamento Básico), e a própria Lei nº12.305/2010 e seu
regulamento.

O artigo 30 da Lei supramencionada trouxe importante novidade ao instituir a responsabilidade


compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, abrangendo os fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos com estabelecimento da seguinte ordem de prioridade: não
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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ambientalmente adequada dos rejeitos. Firmou-se ainda, no artigo 32, que as embalagens devem
ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem.

O artigo 33, incisos I a VI lista os tipos de resíduos sólidos sujeitos ao sistema de logística reversa
(agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes e produtos
eletrônicos), e obriga os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de sua
implementação. O Decreto nº 9.177, de 23 de outubro de 2017, regulamenta o artigo 33 da Lei
12.305/2010, no sentido de estabelecer normas para assegurar a isonomia na fiscalização e no
cumprimento das obrigações imputadas aos fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes. O Decreto nº 10.240, de 12 de fevereiro de 2020, regulamenta o inciso VI do artigo
33, da Lei nº 12.305/2010 e complementa o Decreto nº 9.177/2017, quanto a implementação de
sistema de logística reversa de produtos eletroeletrônicos e seus componentes de uso estritamente
doméstico, inclusive suas embalagens. O Anexo I do decreto apresenta uma relação dos produtos
eletroeletrônicos objeto da logística reversa.

De acordo com o artigo 8º do Decreto nº 10.240/2020, a estruturação e a implementação do sistema


de logística reversa será realizada em duas fases, sendo a Fase 1 composta por ações voltadas à
criação e estruturação do Grupo de Acompanhamento de Performance, criação de mecanismo de
sustentabilidade econômico-financeira e adesão dos envolvidos às entidades gestoras, entre outras
medidas, com prazo de 31 de dezembro de 2020. A Fase 2, que se iniciará em 1º de janeiro de
2021, prevê além de outras medidas, a instalação de pontos de recebimento ou de consolidação,
de acordo com o cronograma que define metas do percentual de material a ser coletado e destinado
anualmente, variando de 1% no Ano 1 (2021) a 17% no Ano 5 (2025), conforme Anexo II, cujos
percentuais são calculados em relação à massa dos produtos eletrônicos comercializados no
mercado interno de uso doméstico do ano-base de 2018.

Ainda no Anexo II do Decreto nº 10.240/2020, é definida a quantidade de cidades atendidas pelo


sistema por Estado, sendo as metas da Bahia variando de 1 no Ano 1 (2021) a 23 no Ano 2 (2025).
Vale destacar que, conforme prevê o artigo 50, essas metas serão submetidas à revisão periódica
anual. Já no Anexo III, contém uma lista dos municípios alvo do sistema de logística reversa, sendo
que no Estado da Bahia, foram os seguintes: Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista,
Camaçari, Juazeiro, Itabuna, Lauro de Freitas, Ilhéus, Teixeira de Freitas, Jequié, Barreiras,
Alagoinhas, Porto Seguro, Simões Filho, Paulo Afonso, Eunápolis, Santo Antônio de Jesus,
Valença, Candeias, Luís Eduardo Magalhães, Guanambi, Serrinha e Jacobina. Conforme prevê o
artigo 48, cada município instalará no mínimo 01 (um) ponto de recebimento a cada 25.000
habitantes.

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Do artigo 16 ao 19 do Decreto nº 10.240/2020 são abordados os aspectos relacionados ao
financiamento do sistema de logística reversa. O artigo 17 prevê que os recursos financeiros para
o custeio do sistema de logística reversa poderão ser informados, por meio de observação em nota
fiscal, no momento da venda do produto eletroeletrônico em sua integralidade e sem adição, valor
agregado ou cálculo de lucro. No parágrafo único desse artigo, diz que os custos e as despesas
serão arcados exclusivamente pelo consumidor ou pela pessoa que realize o descarte, sem
qualquer ônus para as empresas, as entidades gestoras ou os participantes do sistema de logística
reversa.

Voltando a Lei nº 12.305/2010, o artigo 35 prevê que ao ser estabelecido o sistema de coleta seletiva
e a aplicação da logística reversa, os consumidores são obrigados a acondicionar adequadamente
e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados e disponibilizar adequadamente os reutilizáveis
e recicláveis para coleta ou devolução. O Poder Público Municipal pode instituir incentivos
econômicos aos consumidores que participam do sistema de coleta seletiva na forma de lei
municipal.

Com relação aos instrumentos econômicos, o artigo 45 inclui a formação de consórcios públicos
constituídos nos termos da Lei nº 11.107, de 2005, com o objetivo de viabilizar a descentralização
e a prestação de serviços públicos que envolvam resíduos sólidos, a prioridade na obtenção dos
incentivos instituídos pelo Governo Federal.

Do artigo 47 a 49 da Lei nº 12.305/2010 são abordadas as proibições em relação a destinação ou


disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos, dentre elas:

✓ lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;


✓ lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração;
✓ queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para
essa finalidade;
✓ outras formas vedadas pelo poder público.

Já nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, são proibidas as seguintes atividades:

✓ utilização dos rejeitos dispostos como alimentação;


✓ catação, observado o disposto no inciso V do art. 17;
✓ criação de animais domésticos;
✓ fixação de habitações temporárias ou permanentes;
✓ outras atividades vedadas pelo poder público.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
55
É proibida ainda, a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos
sólidos cujas características causem danos ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à
sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou recuperação.

Por fim, ainda de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos é importante ressaltar que,
sem prejuízo da obrigação de, independentemente da existência de culpa, reparar os danos
causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou jurídicas que importe inobservância aos
preceitos da Lei ou de seu regulamento sujeita os infratores às sanções previstas em lei, em
especial às fixadas na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 - Lei de Crimes Ambientais.

No Art. 54, com as alterações trazidas pela Lei n° 14.026/2020, se define prazos específicos na
implantação de solução de disposição final ambientalmente adequada para cada realidade
municipal, assim:

A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos deverá ser implantada até
31 de dezembro de 2020, exceto para os Municípios que até essa data tenham
elaborado plano intermunicipal de resíduos sólidos ou plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos e que disponham de mecanismos de cobrança que
garantam sua sustentabilidade econômico-financeira, nos termos do art. 29 da Lei
nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, para os quais ficam definidos os seguintes
prazos:
I - até 2 de agosto de 2021, para capitais de Estados e Municípios integrantes de
Região Metropolitana (RM) ou de Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) de
capitais,
II - até 2 de agosto de 2022, para Municípios com população superior a 100.000
(cem mil) habitantes no Censo 2010, bem como para Municípios cuja mancha
urbana da sede municipal esteja situada a menos de 20 (vinte) quilômetros da
fronteira com países limítrofes,
III - até 2 de agosto de 2023, para Municípios com população entre 50.000
(cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes no Censo 2010; e
IV - até 2 de agosto de 2024, para Municípios com população inferior a 50.000
(cinquenta mil) habitantes no Censo 2010. (BRASIL, 2020)

3.1.4 OUTRAS LEIS E REGULAMENTOS CORRELATOS

A complexidade dos serviços públicos de saneamento básico traz a necessidade de se observar


outros dispositivos de políticas púbicas que não tratam especificamente deste serviço público, mas
que guardam estreita relação com seus objetivos, sem os quais a sua realização não é possível,
entre eles:

• Lei nº 8.080/1990, que dispõe sobre diferentes aspectos relacionados com a saúde, entre
eles o meio ambiente e o saneamento básico;
• Lei nº 9.433/1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos), que estabelece fundamentos,
princípios, instrumentos, entre outros, necessários a gestão das águas de maneira a garantir

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
56
seus usos múltiplos, a participação popular, a definição da área de planejamento e os usos
prioritários;
• Lei nº 9.795/1999 (Política Nacional de Educação Ambiental), que visa fomentar processos
voltadas para a conservação do meio ambiente, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade;
• Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) que estabelece normas de ordem pública e
interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da
segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
• Lei l nº 11.107/2005 (Lei dos Consórcios), que dispõe sobre normas gerais para a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a
realização de objetivos de interesse comum, e o seu Decreto Regulamentar nº 6.017/2007;
• Lei nº 11.124/2005, que estabelece o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social e
cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social.
• Lei nº 12.187/2009, institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima e estabelece seus
princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos.
• Lei nº 13.089/2015 (Estatuto da Metrópole), que estabelece diretrizes gerais para o
planejamento, a gestão e a execução das funções públicas de interesse comum em regiões
metropolitanas e em aglomerações urbanas instituídas pelos Estados.

As políticas de saúde, entre elas a Lei Nacional nº 8.080/1990, que dispõe sobre as condições para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências, bem como a Lei Nacional nº 9.782/1999, que define o
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras
providências, formam um grupo de instituições que colaboram na garantia da saúde pública e na
produção de informações para o planejamento do saneamento básico.

Assim, uma grande contribuição é trazida pelo Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da
Água para Consumo Humano (Vigiágua) que tem como objetivo garantir a qualidade e segurança
da água para o abastecimento humano no País. O Sistema de Informação de Vigilância da
Qualidade da Água para Consumo Humano (Siságua), vinculado ao Vigiágua, tem como objetivo
auxiliar o gerenciamento de riscos à saúde associados à qualidade da água de abastecimento, e
armazena informações cadastrais sobre os sistemas e soluções alternativas de abastecimento de
água para consumo humano, bem como sobre a qualidade da água proveniente de cada uma das
formas cadastradas, inferida pelos prestadores do serviço, que realizam o controle, e pelos órgãos
de saúde, que realizam a vigilância (SISÁGUA, 2019).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
57
Além das leis, é importante, também, observar outros dispositivos relacionados à questão ambiental
que merecem destaque na gestão desses serviços:

• Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021, que altera o Anexo XX da Portaria de


Consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre os procedimentos
de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.

• Resolução Conama nº 357/2005 que “dispõe sobre a classificação dos corpos de água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e
padrões de lançamento de efluentes”;

• Resolução Conama nº 430/2011, que dispõe sobre as condições e padrões de lançamento


de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do
Conselho Nacional do Meio Ambiente Conama;

• Resolução Conama nº 380/2006 que "retifica a Resolução Conama Nº 375/2006 e define


critérios e procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de
tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados”;

• Resolução Conama nº 377/2006 que “dispõe sobre licenciamento ambiental simplificado


de Sistemas de Esgotamento Sanitário";

• Resolução Conama nº 413/2009 que “dispõe sobre o licenciamento ambiental da


aquicultura”.

Outros instrumentos merecem destaque, tais como as resoluções publicadas durante o período de
2007 a 2009, pelo então Ministério das Cidades, hoje compondo o Ministério de Desenvolvimento
Regional, instituiu por meio do Conselho das Cidades 03 (três) resoluções para orientar a
elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico, a saber:

• Resolução Recomendada n° 32/2007 do Conselho das Cidades – Recomendar a


realização de uma Campanha Nacional de Sensibilização e Mobilização, visando à
elaboração e implementação dos Planos de Saneamento Básico;
• Resolução Recomendada n° 33/2007 do Conselho das Cidades – Recomendar prazos
para a elaboração dos Planos de Saneamento Básico e instituição de Grupo de Trabalho
para formular proposta de planejamento para a elaboração do Plano Nacional de
Saneamento Básico;

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
58
• Resolução Recomendada n° 75/2009 do Conselho das Cidades – Estabelece
orientações relativas à Política de Saneamento Básico e ao conteúdo mínimo dos Planos de
Saneamento Básico.

Todos esses instrumentos legais são adequados para nortear ações que colaboram no alcance dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com origem na Declaração do Milênio das
Nações Unidas e organizado pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud). A
Declaração traz uma série de compromissos concretos que, se cumpridos nos prazos fixados,
deveriam melhorar a qualidade de vida da humanidade no século XXI.

Assim, quando o déficit de acesso aos serviços públicos de saneamento básico se constitui um fator
de impacto negativo, melhorar esta condição nos municípios se mostra relevante na busca da
almejada sociedade sustentável e, portanto, a atividade de planejamento que se debruce sobre
essas questões se mostra um importante instrumento rumo a uma sociedade mais equilibrada
social, econômica e ambientalmente.

Observados todos esses instrumentos legais, fica claro o dever e a obrigação do poder público
municipal em ofertar aos cidadãos os serviços públicos de interesse local. Obrigação essa que deve
estar sustentada pela prática do planejamento de suas ações, pela integração entre as áreas afins,
pela cooperação entre os entes federados, de maneira a garantir a participação e controle social,
por meio de acesso a informações e viabilizando a participação, com a atenção voltada à promoção
da saúde e da cidadania, a proteção do meio ambiente, conquistas da sociedade brasileira que
devem ser valorizadas e aplicadas rumo à universalização dos direitos sociais e,
consequentemente, do saneamento básico.

3.1.4.1 Resolução das Nações Unidas sobre o direito à água e ao esgotamento sanitário

Ao longo da luta pelos direitos humanos em âmbito internacional, foram sendo consolidados direitos
considerados fundamentais para a dignidade humana. Entre eles estão o direito à água e ao
saneamento, que passou a ser reconhecido e estabelecido como direito humano fundamental a
partir da edição da Resolução A/RES/64/292, de 28/07/2010, da Assembleia Geral das Nações
Unidas (UNITED NATIONS, 2010), apoiada pelo Brasil e outras 121 nações, com 41 abstenções e
nenhum voto contrário. A Resolução A/RES/64/292/2010, definiu que a água limpa e segura e o
saneamento são um direito humano essencial para gozar plenamente a vida e todos os outros
direitos humanos, firmando assim que se denominou o Direito Humano à Água e ao Esgotamento
Sanitário (DHAES).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
59
Nessa direção, em 2015, ao estabelecer os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e
suas 169 metas, com a finalidade de erradicar a pobreza, proteger o planeta e assegurar a
prosperidade de todos, o ODS 6, “assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e
saneamento para todas e todos até 2030; eliminar a desigualdade no acesso à água potável, sem
discriminação, ter acesso à água segura e de qualidade; e garantir acesso adequado ao
esgotamento sanitário visando a acabar com a defecação a céu aberto e dando especial atenção
às necessidades das mulheres e daqueles em situação de vulnerabilidade”, vem para fortalecer o
cumprimento dos DHAES (QUEIROZ et al., 2020).

Assim, o ODS 6 incorpora novos elementos na discussão do conceito de acesso como equidade e
a não discriminação, bem como a importância de se ter acesso para além do domicílio. Outro
aspecto trazido é a importância da proteção dos mananciais e ecossistemas como maneira de
garantir o acesso a esse direito, conforme por ser observado no Quadro 2, na meta 6.6.

Quadro 2 – Metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 - Água Potável e


Saneamento
Nº Descrição da Meta
Apoiar e fortalecer a participação das comunidades locais, para melhorar a gestão da água e do
6.b
saneamento
Até 2030, ampliar a cooperação internacional e o apoio ao desenvolvimento de capacidades para
os países em desenvolvimento em atividades e programas relacionados a água e ao saneamento,
6.a
incluindo a coleta de água, a dessalinização, a eficiência no uso da água, o tratamento de
efluentes, a reciclagem e as tecnologias de reuso
Até 2020, proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas,
6.6
florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos
Até 2030, implementar a gestão integrada dos recursos hídricos em todos os níveis, inclusive via
6.5
cooperação transfronteiriça, conforme apropriado
Até 2030, aumentar substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores e
6.4 assegurar retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a escassez de
água, e reduzir substancialmente o número de pessoas que sofrem com a escassez de água
Até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando
a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas
6.3
residuais não tratadas, e aumentando substancialmente a reciclagem e reutilização segura
globalmente
Até 2030, alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, e acabar
6.2 com a defecação a céu aberto, com especial atenção para as necessidades das mulheres e
meninas e daqueles em situação de vulnerabilidade
6.1 Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo à água potável, segura e acessível para todos
Fonte: Agenda 2030.

É importante observar que para garantir o acesso a esse direito humano fundamental é necessário
considerar: igualdade substantiva e não discriminação (gênero, étnico-racial, nível de renda,
urbano-rural, dentre outras); realização progressiva dos direitos humanos, vertical, de maneira a
melhorar progressivamente o nível de serviço e horizontal, avançando progressivamente com foco
nos não atendidos e nos atendidos de forma precária (HELLER, 2020).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
60
A obrigação dos Estados de realizar progressivamente os direitos humanos à água e
ao esgotamento sanitário significa que os Estados devem tomar medidas para
priorizar aqueles em situações mais vulneráveis (realização horizontal) e garantir que
a realização dos direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário atinja um nível
mais elevado (realização vertical). Como parte desse equilíbrio, uma questão é se
primeiro deve-se melhorar horizontalmente, garantindo a cobertura universal de um
nível básico de serviços, ou melhorar verticalmente, garantindo um nível mais alto de
serviços através da implantação, por exemplo, de redes. Essa compensação é mais
complexa e matizada quando abordada em profundidade. Em primeiro lugar, a opção
de priorizar a realização horizontal não está apenas relacionada à extensão dos
serviços, mas também envolve a definição do nível de serviços a serem prestados a
todos. Em segundo lugar, a realização vertical envolve não apenas definir o nível de
serviços a ser alcançado, mas também especificar quais grupos se beneficiarão com
as melhorias nos serviços - em outras palavras, até que ponto as desigualdades serão
abordadas (HELLER, 2020, p 19).
Outros aspectos envolvem a responsabilização e prestação de contas. As obrigações essenciais
mínimas sob o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais incluem
medidas iniciais e imediatas que os Estados precisam tomar para adotar e implementar uma
estratégia nacional de abastecimento de água e esgotamento sanitário e um plano de ação dirigido
a toda a população. (HELLER, 2020).

Para Heller (2020), a plena realização dos direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário não
pode ser deixada apenas aos Estados, já que o ecossistema mais amplo de direitos humanos é
composto por outros atores, entre eles, os que monitoram a conformidade da ação do Estado
(órgãos de tratado a corpos estatísticos, órgãos nacionais a internacionais e órgãos governamentais
a não governamentais). Ainda é importante que os atores privados que trabalham no setor de água
e esgotamento sanitário compreendam que também estão vinculados às obrigações de direitos
humanos, especialmente quando prestam serviços por delegação de Estados e quando a legislação
nacional reflete as obrigações internacionais de direitos humanos de um Estado.

Para tornar os direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário aplicáveis, também incluem
esforços para seu reconhecimento no sistema jurídico doméstico, e constituem parte das obrigações
essenciais mínimas do Estado. Para as componentes de abastecimento de água e esgotamento
sanitário, a criação de um ambiente propício envolve a construção e manutenção de instituições,
regulamentos e processos que garantam uma prestação sustentável de serviços, com a introdução
de marcos jurídicos e regulatórios nacionais que reconhecem os direitos humanos à água e ao
esgotamento sanitário. Esses instrumentos geram uma base legal para definir os papéis, obrigações
e responsabilidades dos atores, e o estabelecimento de mecanismos de coerção para
responsabilizar os atores (HELLER, 2020).

Todos esses elementos uma vez incorporados no planejamento ensejam a observação de critérios
e análises mais amplas, de maneira a trazer para o plano informações capazes de descrever as

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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possíveis assimetrias de acesso e potenciais ações e investimentos capazes de se fazer
estabelecer no território o acesso à água e ao esgotamento sanitário como direito humano
fundamental com todas os instrumentos necessários para seu estabelecimento ao longo do tempo.

3.2 ESFERA ESTADUAL

Na esfera Estadual, destaca-se a Constituição do Estado da Bahia, a Política Estadual de


Saneamento Básico (Lei Estadual nº 11.172/2008), a Política Estadual de Resíduos Sólidos (Lei
Estadual nº 12.932/2014), a lei que cria as Microrregiões de Saneamento Básico (Lei Complementar
nº 48/2019) e outras leis, conforme descrito a seguir.

3.2.1 CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA BAHIA

A Constituição do Estado da Bahia, publicada em 05 de outubro de 1989, apresenta em seu artigo


11 as competências do Estado. Entre os dezenove incisos, destaca-se o inciso IX, que atribui ao
Estado do dever de “promover a construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais
e de saneamento básico”. Portanto, fica claro que as ações relacionadas à política pública da
habitação devem ser articuladas com a de saneamento básico, cabendo ao Estado viabilizá-las.

Ainda nesse contexto de intersetorialidade, no artigo 235 da Constituição do Estado da Bahia, são
definidas as diretrizes para as ações e serviços em saúde pública, integrantes do Sistema Único de
Saúde, dentre elas a “integração das ações de saúde, saneamento básico e ambiental”, conforme
inciso III. No trecho em destaque nota-se o caráter indissociável entre as medidas de saúde e
saneamento, inclusive, na sua forma mais abrangente, o saneamento ambiental.

Uma outra importante atuação da saúde e que se relacionam com o saneamento básico, diz respeito
à vigilância da qualidade da água que, de acordo com o artigo 238, trata de uma das competências
dos Sistema Único de Saúde:

(...) VI - participar da formulação de política e da execução das ações de


saneamento básico.
(...) (BAHIA, 1999)
Atualmente, os padrões de potabilidade da água para consumo humano são estabelecidos por meio
de portaria do Ministério da Saúde, portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021, que altera o
Anexo XX da portaria de consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017.

A Constituição do Estado da Bahia reserva um capítulo (Capítulo IX) específico que trata sobre o
saneamento básico em quatro artigos. O primeiro artigo do capítulo, o artigo 227, assegura o todos
o direito pelo saneamento, o relaciona com a saúde pública e o define, como pode ser observado
na reprodução a seguir:

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Art. 227 - Todos têm direito aos serviços de saneamento básico, entendidos
fundamentalmente como de saúde pública, compreendendo abastecimento
d'água, coleta e disposição adequada dos esgotos e do lixo, drenagem urbana
de águas pluviais, controle de vetores transmissores de doenças e atividades
relevantes para a promoção da qualidade de vida (BAHIA, 1989).
Nessa definição, o conceito de saneamento básico vai além dos quatro componentes definidos pela
Lei Nacional nº 11.445/2007, uma vez que incorpora o controle de vetores transmissores de
doenças e as atividades relevantes para a promoção da qualidade de vida.

A Constituição cria no artigo 229 a instância de controle social para o saneamento básico no Estado
da Bahia, o Conselho Estadual de Saneamento Básico (Cesb), definido como órgão deliberativo e
tripartite, com representação do Poder Público, associações comunitárias e associações e
entidades profissionais ligadas ao setor de saneamento básico. Esse ente é responsável por
formular a política e o Plano Estadual de Saneamento Básico.

Como uma forma de assegurar a sustentabilidade econômico-financeira na prestação dos serviços


de saneamento básico, no artigo 230, a lei magna do Estado faculta aos órgãos públicos a cobrança
de taxas ou tarifas, desde que não seja um impeditivo ao acesso universal, sejam progressivas,
visem reduzir o desperdício e atendam a diretrizes de promoção da saúde pública.

3.2.2 POLÍTICA ESTADUAL DE SANEAMENTO BÁSICO

A partir do das diretrizes fixadas na constituição do Estado da Bahia e da Lei Nacional nº


11.445/2007, formou-se as bases para formulação da Lei Estadual nº 11.172, de 01 de dezembro
de 2008, que institui princípios e diretrizes da Política Estadual de Saneamento Básico, disciplina o
convênio de cooperação entre entes federados para autorizar a gestão associada de serviços
públicos de saneamento básico.

O artigo 4º da lei apresenta o conceito de saneamento, alinhado com o definido pela Constituição
Estadual, incluindo o controle de vetores e reservatórios de doenças:

Art. 4º - O Saneamento Básico é constituído pelos serviços, infraestruturas e


instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário,
manejo de resíduos sólidos, manejo das águas pluviais urbanas, ações de
combate e controle a vetores e reservatórios de doenças, e atividades relevantes
para a promoção da saúde e da qualidade de vida (BAHIA, 2008, grifo nosso).
Ainda no artigo 4º, o parágrafo 1º define o serviço público de saneamento básico como de caráter
essencial e, no parágrafo 2º, a gestão é fortalecida quando é dado o destaque de que deve ser
conduzida adequadamente por meio do planejamento, regulação e fiscalização, funções
submetidas ao controle social. Com isso, nota-se que os instrumentos de gestão são fortalecidos
enquanto formas de garantir a eficiência e qualidade dos serviços e a visão do saneamento básico
como um direito social é evidenciado e valorizado.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Alinhado com a Lei Nacional nº 11.445/2007, que estabeleceu os princípios para a Política Nacional
de Saneamento Básico, no artigo 8º da Lei Estadual de Saneamento Básico são apresentados os
princípios da Política Estadual de Saneamento Básico. Além dos princípios que já constavam na
Lei Nacional, como a universalização do acesso, integralidade dos serviços de saneamento básico
e o controle social, a Política Estadual, no seu art. 8º incluiu os seguintes princípios:

(...)
IV - regionalização, consistente no planejamento, regulação, fiscalização e
prestação dos serviços de saneamento em economia de escala e pela constituição
de consórcios públicos integrados pelo Estado e por Municípios de determinada
região;
V - fortalecimento da Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A - Embasa, de
forma a viabilizar o acesso de todos aos serviços públicos de abastecimento de
água e esgotamento sanitário, inclusive em regime de cooperação com os
municípios;
(...) (BAHIA, 2008, p.2)
Portanto, um dos princípios prevê a gestão regionalizada dos serviços públicos de saneamento
básico visando a economia de escala, facultando, inclusive, a participação do Estado. Outro
elemento, diz respeito ao fortalecimento da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa).

A cooperação do Estado da Bahia é detalhada a partir do artigo 9º, onde descreve as formas de
atuação, como: planejamento da universalização, oferta de meios para a fiscalização e regulação,
prestação por meio da Embasa, execução de obras e criação de programas de desenvolvimento
institucional e de capacitação de recursos humanos.

A lei ainda cria o Sistema Estadual de Saneamento Básico, no artigo 10, composto pelo Conselho
Estadual das Cidades, Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) e órgãos executores. No
artigo 11, fica instituído o Sistema de Estadual de Informações em Saneamento Básico.

Com relação ao planejamento dos serviços públicos de saneamento básico, os estabelecidos os


como instrumentos, o Plano Estadual de Saneamento Básico, planos regionais de saneamento
básico e o apoio técnico e financeiro do Estado por meio da Sedur na elaboração de planos
municipais (artigo 12, incisos I, II e III).

Nesse contexto, vale destacar que muitas atribuições direcionadas à Sedur foram transferidas à
Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs), quando da sua criação, em 11 de
dezembro de 2014, por meio da Lei Estadual nº 13.204. O Decreto nº 16.655, de 22 de março de
2016, artigo 1º, define como finalidade da secretaria “fomentar, acompanhar e executar estudos e
projetos de infraestrutura hídrica, bem como formular e executar a Política Estadual de Saneamento
Básico, à exceção dos componentes manejo de resíduos sólidos e das águas pluviais urbanas”. De
acordo com o mesmo decreto, artigo 4º, a Sedur “passa a ter por finalidade formular e executar a

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
64
Política Estadual de Desenvolvimento Urbano e de Habitação de Interesse Social e o manejo de
resíduos sólidos e das águas pluviais urbanas, bem como a assistência técnica aos Municípios”.

A fim de atender ao previsto na Lei nº 11.445/2007, e garantir o acompanhamento das ações de


saneamento básico, o estado da Bahia criou a Comissão Reguladora de Saneamento básico -
Coresab, atual Agência Reguladora de Saneamento Básico – Agersa, criada pela Lei nº 12.602, de
29 de novembro de 2012.

Destaca-se que ainda não foi instituído o decreto regulamentador da Política nem elaborado o Plano
Estadual de Saneamento Básico, caracterizando tais pontos como alguns dos entraves à sua
implementação.

3.2.3 POLÍTICA ESTADUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Lei Estadual nº 12.932, de 7 de janeiro de 2014, institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos
(PERS), dispõe sobre seus princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos, e estabelece normas
relativas à gestão e ao gerenciamento integrados de resíduos sólidos, em regime de cooperação.

De acordo com o artigo 2º, a Política Estadual de Resíduos Sólidos integra a Política Estadual de
Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade (Lei Estadual nº 10.431/2006) e a Política Estadual
de Saneamento Básico (Lei Estadual nº 11.172/2008). A lei articula-se com as políticas estaduais
de educação ambiental, recursos hídricos, saúde pública, mudanças climáticas, desenvolvimento
econômico, desenvolvimento urbano e promoção da inclusão social.

Os princípios e diretrizes da Política Estadual de Resíduos Sólidos, apresentados nos artigos 7º e


9º, confirmam àqueles estabelecidos na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Nacional nº
12.305/2010). Dentre as diretrizes, merecem destaque a logística reversa, que obriga fabricantes,
importadores, distribuidores e vendedores a fazerem o recolhimento de embalagens usadas, e a
sustentabilidade e o equilíbrio econômico-financeiro da prestação dos serviços públicos de limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos, assegurados, sempre que possível, mediante remuneração
pela sua cobrança.

Entre os objetivos apresentados no artigo 8º, destaca-se a priorização de ações direcionadas a não
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos, devendo ser observada essa ordem de prioridade na gestão
e no gerenciamento integrados de resíduos sólidos.

Assim como a Lei Nacional nº 12.305/2010, a PERS em seu artigo 12 apresenta a classificação dos
resíduos sólidos quanto à origem da atividade e quanto à periculosidade. Destaca-se como
elemento inovador, os resíduos cemiteriais, definidos como aqueles “gerados nos cemitérios,

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
65
subdivididos em humanos e não humanos, resultantes da exumação dos corpos e da limpeza e
manutenção periódica dos cemitérios” (inciso I, alínea l).

Os instrumentos da Política Estadual de Resíduos Sólidos são definidos no artigo 13, incisos de I a
XI, dos quais se destacam: o Plano de Resíduos Sólidos, o Sistema Estadual de Informações de
sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos, o Sistema Estadual de Informações de Saneamento Básico,
Sistema Estadual de Informações de Ambientais e de Recursos Hídricos (Seia), a coleta seletiva e
o sistema de logística reversa, e a educação ambiental.

Entre esses instrumentos, o artigo 17 dispõe sobre o Plano de Resíduos Sólidos, que têm como
objetivo de disciplinar os diferentes fluxos de resíduos, os agentes envolvidos nas diversas etapas
de gerenciamento, assim como a regulação, o monitoramento, a avaliação, a fiscalização, o
aperfeiçoamento, a prestação dos serviços e o controle social das ações de intervenção neles
propostas. Os Planos de Resíduos Sólidos são:

I - o Plano Estadual de Resíduos Sólidos;


II - os Planos Regionais de Resíduos Sólidos;
III - os Planos Microrregionais de Resíduos Sólidos e os Planos de Resíduos Sólidos
de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas;
IV - os Planos Intermunicipais de Resíduos Sólidos;
V - os Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos;
VI - os Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (BAHIA, 2008).
A necessidade de elaboração do instrumento de planejamento a nível municipal, o Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, também é definida na Política Estadual de Resíduos
Sólidos.

No Título III inicia-se a abordagem sobre as responsabilidades, a saber: dos geradores e do poder
público, e a responsabilidade compartilhada abrangendo os fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos.

Entre as proibições, o artigo 62, ficam definidas as seguintes formas de destinação ou disposição
final de resíduos sólidos ou rejeitos, a saber:

I - lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos, salvo descartes


licenciados pelo órgão ambiental competente ou vigilância sanitária;
II - lançamento in natura, a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração;
III - queima a céu aberto ou em recipientes, instalações ou equipamentos não
licenciados para essa finalidade;
IV - outras formas vedadas pela legislação ambiental, pela vigilância sanitária e
agropecuária (BAHIA, 2008).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
66
A Pers, que ainda não foi regulamentada, integra a Política Estadual de Meio Ambiente e de
Proteção à Biodiversidade, instituída pela Lei nº 10.431, de 20 de dezembro de 2006, e a Política
Estadual de Saneamento Básico, instituída pela Lei nº 11.172, de 01 de dezembro de 2008.

3.2.4 LEI DE CRIAÇÃO DA AGERSA

A fim de atender ao previsto na Lei Nacional nº 11.445/2007 e garantir o acompanhamento das


ações de saneamento básico, o estado da Bahia criou a Comissão Reguladora de Saneamento
Básico (Coresab).

Com a promulgação da Lei nº 12.602, de 29 de novembro de 2012, a Coresab foi substituída pela
Agência Reguladora de Saneamento Básico (Agersa), absorvendo todas as suas funções, acervo,
estrutura e responsabilidades.

A Agersa é caracterizada como uma autarquia sob regime especial, vinculada atualmente a
Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs) do Estado da Bahia, e tem como objetivo
o exercício da regulação e da fiscalização dos serviços públicos de saneamento básico, dentro dos
limites legais e com os municípios que firmarem convênio com ela.

Entre suas diversas competências, esta agência deve promover e zelar pelas diretrizes
estabelecidas na Política Estadual de Saneamento Básico instituída pela Lei Estadual nº
11.172/2008, estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a
satisfação dos usuários, revisar as tarifas aplicadas ao abastecimento de água e esgotamento
sanitário, além de fiscalizar a prestação destes serviços. O artigo 3º acrescenta, informando que
compete à Agersa:

I editar seu Regimento Interno;


II administrar seus bens;
III administrar o seu quadro de pessoal;
IV arrecadar e aplicar suas receitas, inclusive o quantum recebido pelo exercício
da regulação, controle e fiscalização, retribuição relativa às suas atividades;
V celebrar convênios, acordos, contratos e instrumentos equivalentes;
VI estabelecer cooperação com órgãos ou entidades dos Estados ou do Distrito
Federal para o adequado exercício de suas competências;
VII – realizar audiências e consultas públicas;
VIII - divulgar anualmente relatório detalhado das atividades realizadas, indicando
os objetivos e resultados alcançados (BAHIA, 2012)
Em seu Art. 8º é definido como a estrutura básica da Agersa: o Conselho Consultivo, a Diretoria e
a Ouvidoria. O Regimento Interno da Agersa disporá sobre sua organização e sobre as atribuições
dos órgãos que a compõem, respeitadas as disposições desta Lei.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
67
A lei define ainda em seu escopo sobre a organização da Agersa no Capítulo III, do contrato de
gestão, no Capítulo IV, do relatório anual de atividades, no Capítulo V, do patrimônio e receitas, no
Capítulo VI e no Capítulo VII, as disposições finais e transitórias.

3.2.5 LEI DE LIGAÇÃO DE EFLUENTE À REDE PÚBLICA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

A Lei Estadual nº 7.307, de 23 de janeiro de 1998, dispõe sobre a ligação de efluentes à rede pública
de esgotamento sanitário, regulamentada pelo Decreto nº 7.765, de 08 de março de 2000.

No artigo 1º torna obrigatória a ligação dos efluentes sanitários dos imóveis, de qualquer natureza,
à rede de esgotamento sanitário, quando implementada pelo Poder Público.

No artigo 3º proíbe a ligação de esgotos à rede pública de águas pluviais, nos logradouros com rede
coletora instalada.

Além disso, apresenta as competências dos órgãos encarregados do controle e fiscalização, bem
como as infrações e penalidades para o infrator, como advertência, multa, interdição ou interrupção
do fornecimento.

A lei em análise é fundamental para dirimir algumas dívidas da população e resistência destas em
ligar os esgotos à rede pública, principalmente devido à necessidade da cobrança pelo serviço de
coleta e tratamento de esgotos domésticos.

3.2.6 LEI DAS MICRORREGIÕES DE SANEAMENTO BÁSICO

A Lei Complementar nº 48, de 10 de junho de 2019, institui as Microrregiões de Saneamento Básico


do Algodão, da Bacia do Paramirim, da Bacia do Velho Chico, da Bacia do Rio Grande, da Chapada
Diamantina, do Extremo Sul, de Irecê, do Litoral Norte e Agreste Baiano, do Litoral Sul e Baixo Sul,
do Médio Sudoeste da Bahia, do Piemonte-Diamantina, do Piemonte do Paraguaçu, do Recôncavo,
do São Francisco Norte, do Semiárido do Nordeste, do Sisal-Jacuípe, da Terra do Sol, de Vitória da
Conquista e do Portal do Sertão.

Essas microrregiões têm por finalidade exercer as competências relativas à integração da


organização, do planejamento e da execução de funções públicas de interesse comum
compreendidas pelo planejamento, regulação, fiscalização e prestação dos serviços públicos de
saneamento básico. Segundo o artigo 4º as competências são:

I - aprovar objetivos, metas e prioridades de interesse regional, na área de


saneamento básico, compatibilizando-os com os objetivos do Estado e dos
Municípios que a integrem, bem como fiscalizar e avaliar sua execução;
II - apreciar planos, programas e projetos, públicos ou privados, relativos à
realização de obras, empreendimentos e atividades na área de saneamento básico
que tenham impacto regional;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
68
III - aprovar e encaminhar, em tempo útil, propostas regionais na área de
saneamento básico, como sugestões ao Plano Plurianual, à Lei de Diretrizes
Orçamentárias e à Lei Orçamentária Anual;
IV - comunicar aos órgãos ou entidades federais que atuem na unidade regional as
deliberações acerca dos planos relacionados com os serviços na área de
saneamento básico (BAHIA, 2019).
De acordo com a Lei, a estrutura de governança das microrregiões de saneamento básico é
constituída por uma autarquia intergovernamental, cuja instância máxima é o Colegiado
Microrregional, composto por um representante de cada Município que a integra e por um
representante do Estado da Bahia, presidido pelo governador ou, na sua ausência e impedimento,
o secretário de Infraestrutura Hídrica e Saneamento do Estado. De acordo com o artigo 9º, as
atribuições do Colegiado Microrregional consistem em:

I - instituir diretrizes sobre o planejamento, a organização e a execução de funções


públicas de interesse comum, a serem observadas pelas Administrações Direta e
Indireta de entes da Federação integrantes da Microrregião;
II - deliberar sobre assuntos de interesse regional, em matérias de maior relevância,
nos termos do Regimento Interno;
III - especificar os serviços públicos de interesse comum, bem como, quando for o
caso, as correspondentes etapas ou fases e seus respectivos responsáveis;
IV - aprovar os planos microrregionais e, quando couber, os planos intermunicipais
ou locais;
V - definir a entidade reguladora responsável pelas atividades de regulação e de
fiscalização dos serviços públicos de interesse comum, bem como estabelecer as
formas de prestação destes serviços;
VI - propor critérios de compensação financeira aos Municípios da Microrregião que
suportem ônus decorrentes da execução de funções ou serviços públicos de
interesse comum;
VII - autorizar Município integrante da Microrregião a, isoladamente, promover
licitação ou contratar a prestação de serviços públicos de saneamento básico, ou
atividades deles integrantes, por meio de concessão ou de contrato de programa;
VIII - elaborar e alterar o Regimento Interno da Entidade Microrregional;
IX - eleger e destituir o Secretário-Geral (BAHIA, 2019).
A Lei prevê ainda, em seu artigo 15, que enquanto não houver disposição em contrário do Colegiado
Microrregional, as funções de regulação e de fiscalização dos serviços públicos de abastecimento
de água e de esgotamento sanitário serão desempenhadas por entidade estadual.

A normativa fixa prazo de vigência dos planos editados pelos Municípios, referentes ao saneamento
básico ou a resíduos sólidos, antes da vigência da Lei, pelo período de 24 (vinte e quatro) meses,
podendo permanecer vigentes para além deste prazo, mediante resolução do Colegiado
Microrregional (artigo 17).

O município de Salvador faz parte da Região Metropolitana de Salvador (RMS), que configura o
arranjo de gestão interfederativa, com previsão legal ancorada na Lei nº 13.089/2015, o Estatuto da

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Metrópole, que estabelece diretrizes gerais para o planejamento, a gestão e a execução das
funções públicas de interesse comum em regiões metropolitanas e em aglomerações urbanas
instituídas pelos Estados. A gestão nas microrregiões de saneamento, também são regidas pelo
Estatuto da Metrópole, sendo tanto a RMS quanto as microrregiões de saneamento orientadas pela
Lei nº 10.257/2001, que estabelece diretrizes gerais da política urbana, para execução da política
urbana, conforme definido no § 2º do Art. 1º, da Lei n° 13.089/2015. É possível observar o território
que compõe a RMS na Figura 1.

Figura 1 –Região Metropolitana de Salvador (RMS)

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

3.2.7 OUTRAS LEIS ESTADUAIS CORRELATAS

Além das leis específicas da área do saneamento básico, outras leis que têm relação com o
saneamento devem ser observadas para a devida gestão desses serviços. Entre elas:

• Lei Estadual nº 11.612, de 08 de outubro de 2009, que dispõe sobre a Política Estadual de
Recursos Hídricos, o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
• Lei nº 12.056/11, que institui a Política de Educação Ambiental do Estado da Bahia;
• Lei Estadual nº 11.476/09, que dispõe sobre a criação da Política de Desenvolvimento do
Turismo Sustentável nas Áreas de Proteção Ambiental do Estado da Bahia;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
70
• Lei Estadual nº 10.431/06, que dispõe sobre a Política de Meio Ambiente e de Proteção à
Biodiversidade;
• Lei Estadual nº 7.799/01, que institui a Política Estadual de Administração dos Recursos
Ambientais;
• a Lei Estadual nº 12.050 de 07 de janeiro de 2011, que institui a Política sobre Mudança do
Clima do Estado da Bahia.
• Lei Complementar nº 41, de 13 de junho de 2014, que Cria a Entidade Metropolitana da
Região Metropolitana de Salvador, dispondo sobre sua estrutura de governança e sobre o
sistema de planejamento metropolitano, (...) e dá outras providências.

A abordagem detalhada da Lei Complementar nº 41, de 13 de junho de 2014, que Cria a Entidade
Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador será apresentada mais adiante, no item 0.

Todos esses instrumentos legais perseguem princípios, diretrizes e objetivos convergindo para a
adoção de técnicas e tecnologias preocupadas com as sustentabilidades ambientais, energéticas,
sociais e culturais, além da valorização da participação dos cidadãos nas implementações destas.

Agora, a grande motivação e desafio que se estabelece é conceber a prestação dos serviços
públicos de saneamento básico de maneira que o compromisso com as futuras gerações seja um
objetivo comum, que respalde as escolhas dos usuários, as ações dos poderes executivos e os
conteúdos dos instrumentos regulatórios e do planejamento da área do saneamento básico.

3.3 ESFERA MUNICIPAL

O município de Salvador possui um conjunto de leis que tocam sobre questões de saneamento
básico de maneira direta, e outras de maneira transversal, permitindo um olhar com foco na
integração das políticas públicas. Assim, a organização da gestão a partir de uma abordagem
complexa dos processos socioeconômicos, territoriais e ambientais, depende do exercício de
pensar os serviços por meio desses diferentes instrumentos. Alguns deles são apresentados a
seguir.

3.3.1 LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

A Lei Orgânica do Município de Salvador, com sua última atualização realizado em 2020, define
deveres ao poder público e garante direitos sociais, dentre eles o direito à educação, à saúde, ao
saneamento básico, à habitação, à assistência social e ao meio ambiente equilibrado.

Dos princípios que fundamentam a organização do município, no Art. 6º, é importante destacar as
suas atribuições, a saber:

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71
I - o pleno exercício da autonomia municipal;
II - a cooperação articulada com os demais níveis de Governo, com outros
Municípios e com entidades regionais que o Município integre ou venha a
integrar;
III - o exercício da soberania e a participação popular na administração
municipal e no controle de seus atos;
IV - a garantia de acesso de todos os munícipes, de forma justa e igualitária,
aos bens e serviços públicos que assegurem as condições essenciais de
existência digna;
V - a defesa e preservação do território, dos recursos naturais e do meio
ambiente;
VI - a preservação dos valores e da história da população, fundamentada no
reconhecimento e assimilação da pluralidade étnica, cultural e religiosa,
peculiares à sua formação;
VII - a probidade na administração. (Salvador, 2020, grifo nosso)

Em consonância com esse artigo, cita-se também os incisos do Artigo 7º, que define o que compete
ao município, em destaque os fundamentais para se refletir sobre os serviços de saneamento
básico, a saber:

I - dispor sobre assuntos de interesse local e suplementar a legislação federal e a


estadual, no que couber;
II - elaborar o orçamento, prevendo a receita e fixando a despesa, com base em
planejamento adequado, observando a divisão do Município em regiões
administrativas, na forma da lei;
III - instituir e arrecadar tributos, fixar tarifas, estabelecer e cobrar preços e
aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar
balancetes, nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir unidades administrativas regionais, observada a
legislação pertinente;
V - dispor, mediante plebiscito popular, sobre qualquer alteração territorial, na forma
de lei estadual, preservando sempre a continuidade e a unidade histórico-cultural
do ambiente urbano;
VI - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de interesse local; (...)
XI - prover sobre limpeza das vias e logradouros públicos, coleta, remoção,
destino e aproveitamento do lixo;
XII - prover sobre fornecimento de iluminação das vias e logradouros do
Município e galerias de águas pluviais; (...)
XVI - dispor sobre o registro, vacinação e captura de animais;
XVII - disciplinar e fiscalizar as atividades relacionadas com a exploração de
mercados e matadouros, manter e fiscalizar feiras livres em todos os bairros
de Salvador;
XIX - dispor sobre o serviço funerário e de cemitério, sua administração e
fiscalização, (...);
XX - ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horários para
funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de
serviços, cabendo-lhe, inclusive (...)
c) fiscalizar as condições sanitárias e de higiene dos estabelecimentos, a qualidade
das mercadorias, bem como dos veículos destinados ao transporte de produtos de
origem animal ou vegetal e da distribuição de alimentos;
XXI - fiscalizar as instalações sanitárias, as de máquinas e motores, de gás e
elétricas, inclusive domiciliares, bem como regulamentar e fiscalizar as instalações
e funcionamento de ascensores;
XXII - elaborar e aprovar, por lei, o Plano Diretor do Município;

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
72
XXIII - estabelecer normas de edificação, loteamento, desmembramento,
arruamento, saneamento urbano e planos urbanísticos específicos, bem como
as limitações urbanísticas convenientes ao ordenamento e ocupação de seu
território;
XXIV - interditar edifícios, construções ou obras em ruína, em condições de
insalubridade ou de insegurança e, diretamente, demolir, restaurar ou reparar
quaisquer construções que ameacem a saúde ou a incolumidade da população;
XXV - fiscalizar os quintais e terrenos baldios, notificando os proprietários a mantê-
los asseados, murados e com as calçadas correspondentes a suas testadas
devidamente construídas, sob pena de execução direta pela administração e, sem
prejuízo de sanções previstas em lei, cobrança do custo respectivo ao proprietário
omisso;
XXVI - tombar bens, documentos, obras e locais de valor artístico e histórico, as
paisagens naturais, bem como cultivar a tradição de festas populares e as de caráter
cívico;
XXVII - dispor sobre as áreas verdes e reservas ecológicas e unidades de lazer do
Município; (...)
XXXIII - promover as ações necessárias para restringir a mortalidade e
morbidez infantis, bem como medidas de higiene social que impeçam a
propagação de doenças transmissíveis; (...)
XXXV - incentivar e apoiar a pesquisa e a aplicação de tecnologia alternativa no
âmbito da atividade humana, objetivando a redução de custos administrativos e a
satisfação das necessidades básicas das comunidades carentes;
XXXVI - incentivar e apoiar a criação de cooperativas de educação, produção
de alimentos, saúde, habitação popular, consumo, e outras formas de
organização da população, as quais tenham por objetivo a realização de
programas que promovam o ser humano em toda a sua dimensão;
XXXVII - estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis e regulamentos;
XXXVIII - exercitar o poder de polícia administrativa, bem como organizar e manter
os serviços de fiscalização necessários ao seu exercício;
XXXIX - celebrar convênios para execução de suas leis e serviços.
(Salvador, 2020, grifo nosso)

Esse conjunto de incisos demonstram a competência do município em promover ações que


estruturam medidas voltadas para a oferta de serviços que promovam a qualidade ambiental, a
saúde pública e a organização do território.

No Art. 8º, são definidas as competências do Município, em comum com a União, o Estado e o
Distrito Federal, observadas as normas de cooperação fixadas em lei complementar:

I - zelar pela guarda da Constituição, das instituições democráticas e conservar o


patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas com
deficiência;
III - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de
outros bens e edificações de valor histórico, artístico e cultural;
V - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as edificações, as paisagens naturais notáveis e os sítios
arqueológicos;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas;
VII - proteger a fauna e a flora, em especial as espécies ameaçadas de
extinção;

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
73
VIII - promover programas de construção de moradias e a melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico;
IX - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
X - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios.
(Salvador, 2020, grifo nosso)

Essas competências colaboram para a proposição de uma gestão de saneamento básico que
integre os desafios sociais, de saúde e ambientais no território.

É tratado na Lei Orgânica ainda, no Título II, a organização dos poderes municipais, onde no
Capítulo I é tratado do poder legislativo, com as previsões de funções, organização e tramites legais
para o processo legislativo e no Capítulo II se trata do poder executivo, suas competências e as
atribuições do prefeito, dos secretários e da procuradoria.

No Título III é tratado da organização da administração municipal, onde no Capítulo I define-se


sobre o planejamento e desenvolvimento urbano e habitação e no Capítulo II das edificações e
obras públicas. Esse conjunto de definições colaboram para a orientação das ações em
saneamento básico, que ocorrem em sintonia com o desenvolvimento urbano e seus desafios
socioeconômicos voltados para a erradicação da desigualdade e pobreza.

No Título V, da ordem econômica e social, são abordadas as políticas públicas sociais de interesse
comum, entre eles é pertinente destacar: o Capítulo II, da Educação; o Capítulo III, da Saúde;
Capítulo IV, da Política Agrícola e Abastecimento Alimentar; Capítulo V, do Meio Ambiente; e o
Capítulo X, da Seguridade e Assistência Social, entre outros, que compartilham entre si questões
que colaboram para se pensar o saneamento básico no território.

Cabe o destaque para o Art. 229 do Capítulo V, do Meio Ambiente, que define que o Poder Executivo
elaborará e operará um Plano Diretor de Saneamento, a ser aprovado pela Câmara Municipal, e
obrigatório para as empresas concessionárias ou permissionárias dos serviços públicos, que o
deverão atender rigorosamente, não sendo permitida a renovação da concessão ou permissão nos
casos de infrações.

Outros temas que remetem ao saneamento são tratados nesse capítulo entre eles o Art. 226, que
trata do que é vedado no território do Município:

(...) III - o depósito de resíduos nucleares ou radioativos, gerados fora dele; (...)
V - o lançamento de resíduos hospitalares, industriais e de esgotos residenciais,
sem tratamento, diretamente em praias, rios, lagos e demais cursos d’água,
devendo os expurgos e dejetos, após conveniente tratamento, sofrer controle e
avaliação de órgãos técnicos governamentais quanto aos teores de poluição; (...)
VII - a incineração de lixo a céu aberto, em especial de resíduos hospitalares;

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E o Art. 227, que define que o Município, através do Executivo, promoverá:

(...) II - a identificação de hospitais, indústrias e esgotos residenciais que lançam,


sem tratamento, resíduos e dejetos diretamente em praias, rios, lagos e demais
cursos d’água, os quais passarão a sofrer controle e avaliação pelo Município e
serão ratificados, para a adoção das providências necessárias ao saneamento das
irregularidades.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, o Executivo Municipal buscará o
desenvolvimento de ações conjuntas com o Estado, especialmente no que tange à
cobrança e exigibilidade das penalidades definidas na legislação estadual de
proteção ambiental para as hipóteses de ações predatórias ao meio ambiente (grifo
nossos).
Todos esses capítulos dialogam diretamente com as políticas públicas de esfera nacional que
estruturam os direitos sociais previstos na constituição. Essa organização garante ao município o
cumprimento de suas atribuições previstas no pacto federativo que inclui prover o município de leis
e instrumentos que lhe garantam a implementação dos deveres e direitos garantidos pela
Constituição Federal.

3.3.2 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA

A Lei nº 9186/2016, modifica a estrutura organizacional da Prefeitura Municipal de Salvador e dá


outras providências. A Lei define em seu Art. 2º que os órgãos e entidades que compõem a estrutura
organizacional da Prefeitura Municipal ficam organizados em 04 (quatro) áreas de políticas públicas:
econômicas e fiscais; sociais; de qualificação da cidade e de planejamento e gestão.

Ao longo do tempo a estrutura organizacional vem sofrendo alterações para atender aos objetivos
do poder público executivo. Como pode ser observado nas informações públicas disponíveis no site
da prefeitura, a estrutura administrativa conta com uma serie de órgãos ligados ao chefe do
executivo que colaboram para o desempenho de suas funções públicas de gestão. As leis que dão
respaldo à atual estrutura administrativa são: a Lei nº 9.186/2016; a Lei nº 9.216/2017; a Lei n°
9.409/2018; a Lei n° 9.444/2019; a Lei Complementar nº 072/2019; a Lei nº 9.534/2020; a Lei nº
9.540/2020; e a Lei Complementar nº 076/2020. Diversos decretos têm sido emitidos para fazerem
ajustes nas previsões legais desses instrumentos.

O grupo de órgãos que atendem diretamente ao prefeito são: a Secretaria de Governo (Segov); o
Gabinete do Vice-Prefeito (GABVP); a Controladoria Geral do Município de Salvador (CGM); e a
Procuradoria Geral do Município do Salvador (PGMS). Na Segov existem o Conselho Comunitário
e o Conselho de Ética. Na Figura 2 é possível observar a estrutura organizacional que dá suporte
ao chefe do executivo.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
75
Figura 2 – Estrutura administrativa ligada diretamente ao Prefeito de Salvador

PREFEITO

Procuradoria Controladoria
Gabinete do Vice- Secretaria de
Geral do Geral do
Prefeito – Governo –
Município do Município de
GABVP SEGOV
Salvador – PGMS Salvador – CGM

Conselho
Conselho de Comunitário (10)
Procuradores Quatro Áreas de Conselho de
Políticas Públicas Ética

Fonte: PMS, 2021.

Para atender às quatro áreas de políticas públicas previstas para a estrutura organizacional da
prefeitura - econômicas e fiscais; sociais; de qualificação da cidade e de planejamento e gestão –
existe um conjunto de secretarias, conselhos, empresas públicas e fundações, conforme se
apresenta ao longo desse item.

A área de políticas públicas de Planejamento e Gestão é desenvolvida por três secretarias, pela
Casa Civil e cinco conselhos. A Casa Civil contém em sua estrutura a Agência Reguladora e
Fiscalizadora dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal) e o Conselho de Relações Internacionais.
Na Figura 3 é possível observar a estrutura organizacional, com suas secretarias, entre outros.

Figura 3 – Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas de Planejamento e


Gestão

Fonte: PMS, 2021.

A área de políticas públicas Econômicas e Fiscais é desenvolvida por cinco secretarias e quatorze
conselhos. Na estrutura da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) está a
Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF). Na estrutura da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo
(Secult) estão a Empresa Salvador Turismo (Saltur), a Fundação Gregório de Mattos (FGM) com o
Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural (CCPC), e o Conselho Municipal da Política Cultural

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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(CMPC). Na Figura 4 é possível observar a estrutura organizacional, com suas secretarias, entre
outros.

Figura 4 - Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas Econômicas e Fiscais

Fonte: PMS, 2021.

A área de políticas públicas Sociais é desenvolvida por cinco secretarias e vinte e dois conselhos.
Na estrutura da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) está
situada a Fundação Cidade Mãe (FCM). Na Figura 5 é possível observar a estrutura organizacional,
com suas secretarias, entre outros.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Figura 5 - Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas Sociais

Fonte: PMS, 2021.

A área de políticas públicas de Qualificação da Cidade é desenvolvida por quatro secretarias, cinco
conselhos e uma junta. Na estrutura da Secretaria Municipal de Infraestrutura, e Obras Públicas
(SEINFRA) está situada a Superintendência de Obras Públicas de Salvador (Sucop). Já na
Secretaria Municipal de Manutenção da Cidade (Seman) se encontra a Companhia de
Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal). Na Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop)
estão alocadas a Guarda Civil Municipal (GCM) e a Empresa de Limpeza Urbana do Salvador
(Limpurb). Na Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) está situada a Superintendência de
Trânsito do Salvador (Transalvador). Na Figura 6 é possível observar a estrutura organizacional,
com suas secretarias, entre outros.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
78
Figura 6 - Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas de Qualificação da
Cidade

Fonte: PMS, 2021.

Ao observar as quatros áreas de políticas públicas que norteiam as ações das secretarias e órgãos
afins da Prefeitura Municipal de Salvador, percebe-se a complexidade da gestão dos serviços de
saneamento básico, que tem secretarias de diferentes áreas como interlocutoras para sua
realização. Outro aspecto a ser destacado é a necessidade de integração desses órgãos no pensar
territorial do saneamento básico. A integração territorial do saneamento básico demanda uma
análise ecossistêmica com base no caminho natural das águas, nas bacias hidrográficas e nas
características socioeconômicas culturais das diferentes regiões geossistêmicas que formam o
município. Assim, o poder público busca organizar suas secretarias e órgãos afins de maneira a dar
conta dessas múltiplas dimensões, que seguem se aprimorando ao longo do exercício da gestão
pública.

Para essa composição de secretarias e órgãos que envolvem a gestão dos serviços públicos de
saneamento podemos destacar como executoras diretas das ações a Secretaria Municipal de
Infraestrutura, e Obras Públicas (SEINFRA) que tem a finalidade de planejar e gerir a infraestrutura
urbana e o saneamento ambiental, executar obras públicas e projetos habitacionais de interesse
social, bem como de formular e implementar políticas de redes de infraestrutura da cidade. A
Superintendência de Obras Públicas de Salvador (Sucop), que integra a SEINFRA, responsável
pela recuperação da pavimentação, das escadarias, viadutos e passarelas, micro e
macrodrenagem, fontes naturais e luminosas, contenção de encostas e áreas verdes, com poda e
erradicação de árvores, atividades relacionadas às ações em saneamento básico.

Ainda, a Secretaria Municipal de Manutenção da Cidade (Seman), com a finalidade de prover a


manutenção, recuperação, conservação dos bens públicos, prédios públicos, equipamentos e
espaços públicos; planejar, supervisionar, acompanhar e fiscalizar os projetos e obras de

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
79
manutenção no plano de conservação e manutenção de vias públicas, bem como gerenciar e operar
os equipamentos de engenharia urbanos nos espaços públicos da Cidade, desempenha ações
relacionadas aos serviços de saneamento básico.

A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), com a finalidade de planejar, administrar e


fiscalizar o comércio em vias e logradouros públicos, monitorar e fiscalizar os níveis de emissão
sonora, administrar os serviços públicos da iluminação pública e da limpeza urbana, bem como da
destinação dos resíduos sólidos, organizar e manter o serviço de salvamento marítimo, articular as
ações voltadas para a proteção e defesa do consumidor e acompanhar o planejamento e a
execução das ações destinadas à manutenção da ordem pública, prevenção à violência e à
proteção do patrimônio público, também desenvolve ações em saneamento básico, com foco no
manejo dos resíduos sólidos.

Essas secretarias, e os órgãos que estão em sua estrutura, executam a política púbica de
Saneamento Básico, mas se relacionam, impactam e são impactadas por secretarias outras que de
maneira transversal coparticipam dos assuntos que interferem no saneamento. Entre elas é possível
citar no que tange ao desenvolvimento urbano, à mobilidade urbana e à gestão ambiental:

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur), que é a responsável por planejar,


coordenar e executar a política do desenvolvimento econômico e urbano do Município, pelo
licenciamento ambiental de empreendimentos, autorização de construções e supressão de árvores,
entre outros, tem em suas atividades impacto direto nos serviços de saneamento básico, já que a
sua função inclui orientar a ampliação da rede urbana de onde vem a demanda por esses serviços.

A Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), que tem por finalidade planejar, coordenar, executar
e controlar a política municipal dos transportes públicos, a engenharia de tráfego e a regulação e
controle dos serviços municipais de transportes públicos de passageiros, apesar de não atue de
maneira direta com assuntos relacionados ao saneamento básico, é importante. Suas atividades
colaboram para se pensar a logística de transporte de resíduos pelo município e também identificar
as demandas de acesso a equipamentos hidrossanitários fundamentais para dar salubridade aos
equipamentos públicos utilizados pelos usuários dos transportes coletivos no município.

No que se refere à gestão ambiental a Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência


(Secis), que tem a finalidade de formular, coordenar, executar, acompanhar e avaliar a política
municipal do desenvolvimento sustentável e de resiliência, promover a inovação da Cidade,
executar estudos e planos para a promoção ambiental e preservação dos recursos naturais, gerir o
Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural - Savam e coordenar as ações de Defesa Civil,
deve ser observada. Suas ações colaboraram para o pensar do saneamento tanto no que se refere

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
80
às ações de preservação das funções ecológicas do território, na valorização de técnicas que
promovam a integração ecológica, a eficiência energética e proteção ao meio ambiente. Nessa
secretaria está assentado o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) que tem a função de
propor, acompanhar e fiscalizar as medidas ambientais criadas e executadas na cidade, e garantir
a participação ativa da comunidade nas deliberações sobre os projetos. É nela também que as
principais ações de educação ambiental e formulação de políticas públicas necessárias a proteção
dos territórios biodiversos do município, são realizadas a exemplo do Plano de Mata Atlântica, o
Plano de Mitigação e Adaptação das Mudanças Climáticas.

No aspecto da saúde pública e sua correlação com o saneamento básico na garantia de acesso a
água potável e ao controle de vetores de reservatórios de doenças, é de fundamental importância
a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), que tem por finalidade formular e executar a política de
saúde pública do município, com a competência da formulação e coordenação da política de saúde
do município de acordo os instrumentos legais que dispõem sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).
É importante destacar que entre as suas competências as que dialogam diretamente com o
saneamento básico são: ações de promoção da saúde da população, vigilância, proteção,
prevenção e controle das doenças e agravos à saúde, abrangendo vigilância epidemiológica,
sanitária, ambiental e do trabalhador; integralidade da assistência à saúde; promover e desenvolver
a política de gestão do trabalho e educação permanente em saúde. Assim, a SMS precisa participar
de maneira alinhada juntas às secretarias que realizam as ações de saneamento básico, de maneira
a garantir que as decisões acompanhem questões epidemiológicas e de proteção à saúde pública
que são desenvolvidas pela mesma.

Outro assunto importante para o acesso aos serviços públicos de saneamento básico, já que o
déficit é amplamente localizado nas populações de baixa renda, é o combate à pobreza. Trabalha
com essa a pasta a Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e
Lazer (Sempre), que tem como finalidade planejar, propor e coordenar a execução da política
municipal de assistência social, articular e mobilizar as ações voltadas à promoção da cidadania e
à redução e erradicação da pobreza, garantir a manutenção dos direitos e necessidades básicas
do cidadão e das pessoas com deficiência, promover políticas de prevenção e combate ao uso de
drogas, bem como propor, coordenar e acompanhar a execução das políticas públicas de esportes
e lazer. As ações desenvolvidas por essa secretaria colaboram na identificação de como os serviços
públicos de saneamento básico podem contribuir no combate à pobreza, que em ambientes urbanos
como é predominantemente o município de Salvador, passa por oferta de soluções capazes de
atender a urgência das populações de rua em estado de pobreza.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
81
Ainda, outra secretaria que não atua diretamente com o saneamento básico, mas é importante para
se pensar sua implementação, é a Secretaria Municipal da Educação (SMED), que tem a finalidade
de desempenhar as funções do Município em matéria de educação. Sua atividade colabora na
promoção da educação ambiental e sanitária em nível formal, além do conhecimento sobre as
demandas e condições do saneamento nas escolas, espaço de abrigo e conforto para muitas
crianças e adolescentes em condição de pobreza, que têm na escola oportunidade de fazer uso
desses serviços. Em conjunto com a SMED, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult),
que é fundamental para a caracterização dos momentos de aumento de demanda por eventos de
grande público, entrada de turistas e dos festejos e expressões populares que ocorrem, colaboram
no entendimento de como a partir dos elementos culturais e pedagógicos podemos ampliar a
promoção do saneamento básico e a adoção de soluções que dialoguem e potencializem a
capacidade criativa do povo soteropolitano com respeito à saúde pública e a preservação ambiental.

Ainda é importante destacar a Casa Civil que acompanha os processos de gestão interfederativa
que o município faz parte, a exemplo da Entidade Metropolitana, devendo, portanto, estar alinhada
aos processos que envolvem o planejamento em temas de ligados às funções públicas de interesse
comum.

Toda essa estrutura administrativa opera com a participação de conselhos como pode ser
observado nas Figura 3, Figura 4, Figura 5 e Figura 6. Esses conselhos cumprem o que é previsto
na Constituição Federal de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, que consolidou direitos e
previu, em diversos dispositivos, a participação do cidadão na formulação, implementação e
controle social das políticas públicas. Com base nos Art.198, 204 e 206, foram criados os conselhos
de políticas públicas no âmbito da saúde, assistência social e educação nos três níveis de governo,
o que promoveu a implantação de conselhos em outras áreas e esferas de governo (MADRIGAL,
A., 2015).

Os conselhos são mecanismos legais e institucionais de controle social da política no Brasil, que
têm a sua organização e funcionamento previstos em leis, inclusive em esfera municipal. São
espaços democráticos de decisão e participação social na construção das políticas públicas e
previsto na política de saneamento básico.

Ao observar a quantidade de áreas e informações que envolvem a gestão dos serviços públicos de
saneamento básico, fica evidente que a universalização do acesso aos serviços, princípio
fundamental da lei que norteia suas ações, passa pelo sucesso da execução das diferentes políticas
públicas setoriais de maneira integrada. É necessário, ainda, uma gestão que coloque em mesmo
patamar de importância as dimensões social, ecológica e econômica que compõem os desafios

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
82
para que a universalização venha acompanhada de uso de tecnologias adequadas, da integração
ecológica, do enfrentamento às desigualdades socioeconômicas e territoriais, da promoção de
qualidade ambiental urbana, da saúde planetária, e por consequência, da mitigação e adaptação
às emergências climáticas.

Todos esses temas devem ser tecnicamente articulados na operacionalização de toda a estrutura
administrativa do Poder Executivo Municipal, e para a gestão do saneamento básico é fundamental
que cada uma cumpra sua função nessa realização.

3.3.3 POLÍTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A Política Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Lei nº 8.915/2015, dispõe


sobre a política municipal de meio ambiente e desenvolvimento sustentável; institui o cadastro
municipal de atividades potencialmente degradadoras e utilizadoras de recursos naturais - CMAPD
e a taxa de controle e fiscalização ambiental - TCFA, no município de salvador, e é regulamentada
pelo Decreto nº 29.921/2018.

A lei é composta por sete títulos que tratam da Política, do Sistema Municipal de Meio Ambiente,
dos Instrumentos da Política, do Cadastro Municipal, da Biodiversidade, dos Instrumentos
Econômicos e das Disposições Finais. Esses títulos, com seus capítulos e seções, compõem os
princípios, fundamentos, objetivos, diretrizes, instrumentos e mecanismos definições que são dadas
aos territórios biodiversos e suas funções ecológicas, ao sistema municipal de meio ambiente e aos
direitos e deveres que são previstos no que se refere ao direito fundamental ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, previsto na Constituição Federal.

Em seu Art. 1º, informa que se fundamentada no interesse local, com fulcro na Lei Complementar
nº 140, de 08 de dezembro de 2011, respeitada a competência da União e do Estado, regula a ação
do Poder Público Municipal e sua relação com os cidadãos e instituições públicas e privadas na
preservação, conservação, defesa, melhoria, recuperação do meio ambiente, bem de uso comum
do povo, de natureza difusa e essencial à sadia qualidade de vida.

No Art. 2º são apresentados os fundamentos que amparam a política, apontando uma direção
voltada para a integração das políticas públicas, a proteção e respeito à capacidade de suporte aos
ecossistemas e o combate às emergências climáticas.

I - direito fundamental de todos os seres vivos ao meio ambiente sadio e equilibrado,


o que pressupõe o respeito à sua fragilidade e vulnerabilidade;
II - reconhecimento da interdependência com a questão ambiental e as demais
políticas públicas e atos da administração;
III - respeito à capacidade de suporte dos sistemas bióticos e abióticos como
condição indispensável ao estabelecimento de um meio ambiente saudável;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
83
IV - busca de soluções tecnológicas inovadoras para tornar o Município
ambientalmente adequado, minimizando os efeitos da pressão demográfica e
da ocupação do solo urbano;
V - gestão pública sustentável;
VI - função socioambiental da propriedade;
VII - obrigação de recuperar as áreas degradadas e compensação dos danos
causados ao meio ambiente;
VIII - integração das políticas municipais, visando minimizar os efeitos das
mudanças climáticas globais.

No Art. 3º são apresentados os seus princípios, um conjunto de orientações que demonstram a


direção que todas as áreas devem atuar para juntas garantirem a sustentabilidade ambiental
preconizada em seu inciso I, devendo os serviços públicos de saneamento básico seguirem esses
princípios em sua realização.

I - a sustentabilidade ambiental, que implica preservação da qualidade ambiental


municipal, dos ecossistemas e dos recursos naturais, para o usufruto das gerações
presentes e futuras;
II - prevenção e precaução aos danos ambientais e às condutas consideradas
lesivas ao meio ambiente e à saúde da população;
III - o usuário-pagador, o poluidor-pagador e o provedor-recebedor;
IV - a responsabilidade do Poder Público e da coletividade na conservação,
preservação e recuperação ambiental, que compreende ações preventivas ou
de reparação dos danos causados ao meio ambiente;
V - função socioambiental da propriedade urbana e rural;
VI - a efetiva participação da sociedade na formulação e implementação das
políticas públicas municipais de meio ambiente e desenvolvimento sustentável;
VII - a cooperação entre municípios, estados e países, considerando a
abrangência e interdependência das questões ambientais, em especial as
mudanças climáticas globais;
VIII - a proteção das manifestações culturais locais de matriz étnica diversa, em
especial a africana, das comunidades tradicionais, dos quilombos urbanos e
dos pescadores artesanais, em suas relações intrínsecas com o meio ambiente,
objetivando:
a) a preservação de espaços territoriais portadores de significado cultural para tais
comunidades, visando à etnoconservação;
b) a conscientização e educação ambiental das comunidades tradicionais e dos
habitantes do entorno do espaço comunitário;
c) a promoção de ações voltadas à etnobotânica, por meio da preservação de
espécies associadas às práticas tradicionais de fim medicinal e cultural;
d) a simplificação dos procedimentos administrativos, visando à regularização
ambiental de empreendimentos e atividades envolvendo tais comunidades,
observados os parâmetros ambientais e legais;
IX - garantia do acesso à educação e à informação ambiental sistemática, inclusive
para assegurar sua participação no processo de tomada de decisões, devendo ser
capacitada para o fortalecimento de consciência crítica e inovadora, voltada para a
utilização sustentável dos recursos ambientais;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
84
X - proteção dos espaços ambientalmente relevantes;
XI - manutenção da biodiversidade necessária à evolução dos sistemas
imprescindíveis à vida, em todas as suas formas;
XII - reconhecimento da existência da mudança do clima global e da
necessidade de estabelecimento de um Plano Municipal sobre Mudanças
Climáticas, bem como de programas, projetos e ações relacionados, direta ou
indiretamente, às mudanças do clima e suas consequências;
XIII - equidade, segundo a qual as medidas tomadas devem levar em consideração
os diferentes contextos socioeconômicos de sua aplicação, distribuir os ônus e os
encargos decorrentes entre os setores econômicos e as populações, de modo
equitativo e equilibrado;
XIV - incentivo ao estudo e à pesquisa sobre as mudanças do clima e seus
impactos e ao desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.
Parágrafo único. Os princípios deverão nortear a formulação de leis ordinárias,
decretos e demais atos administrativos de natureza ambiental e servirão de
parâmetro vinculante para a interpretação e aplicação das normas municipais .

Os objetivos são tratados no Art. 4º, com destaque para os que reforçam a importância da
transversalidade e integração da política ambiental municipal com outras políticas públicas:

I - garantir a qualidade ambiental no Município, contemplando:(...)


IV - considerar a transversalidade da questão ambiental na formulação e implantação
das políticas públicas;
V - articular e integrar as ações ambientais desenvolvidas pelos diversos órgãos e
entidades do Município entre si e com os órgãos federais e estaduais, quando
necessário;
VI - compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a preservação
ambiental, a qualidade de vida e o uso racional dos recursos ambientais; (...)
VIII - estabelecer normas, critérios e padrões de emissão de efluentes e de qualidade
ambiental, bem como normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais,
adequando-os em face da lei e das inovações tecnológicas;
IX - estabelecer uma estratégia para redução das emissões antrópicas de gases de
efeito estufa no Município bem como uma política de adaptação aos efeitos das
mudanças climáticas;
X - fomentar projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e outros
instrumentos e mecanismos de redução de emissões ou sumidouros de gases de
efeito estufa;
XII - estabelecer normas, critérios e padrões para implantação, ampliação e
compartilhamento das redes de infraestrutura subterrânea urbana municipal.
Parágrafo único. Os objetivos configuram metas que deverão estar contextualizadas
com o planejamento estratégico dos órgãos integrantes do Sistema Municipal do Meio
Ambiente - Sismuma.

No Art. 5º, são tratadas as diretrizes gerais da Política Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, entre ele podemos destacar os incisos:

(...) II - proteção dos recursos hídricos, especialmente dos mananciais de


abastecimento humano existentes no território municipal, no contexto das
bacias hidrográficas, Pituaçu e Cobre, bem como a drenagem urbana;(...)

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
85
IV - conservação, especialmente nas áreas densamente urbanizadas, dos
remanescentes de vegetação que contribuem para a qualidade urbano-ambiental;
V - incorporação da dimensão ambiental nos projetos de urbanização e
reurbanização, como questão universal, conciliando a proteção ambiental às
funções vinculadas à habitação, mobilidade, economia, ao lazer e ao turismo;
VI - valorização da educação ambiental nos níveis formal e informal, visando à
conscientização pública sobre os direitos e deveres quanto à proteção do meio
ambiente e da qualidade de vida; (...)
X - incentivos à reciclagem, ao reuso dos recursos naturais, ao desenvolvimento de
pesquisas e à criação ou absorção de tecnologias mais limpas, para constante
redução dos níveis de poluição e degradação ambiental;
XI - estabelecimento de mecanismos de prevenção contra danos ambientais e de
responsabilidade socioambiental pelos empreendimentos e atividades com potencial
impacto sobre o meio ambiente;
XII - promoção de pesquisas, produção e divulgação de conhecimento sobre as
mudanças climáticas e sobre as vulnerabilidades delas decorrentes, bem como o
estabelecimento de medidas de mitigação e adaptação das emissões de gases de
efeito estufa no Município;
XVII - estímulo à integração do Governo Municipal com outros níveis de governo, com
a sociedade civil organizada e com os setores acadêmico e privado, em planos,
projetos, programas e ações relacionadas ao meio ambiente;
XVIII - organização da ocupação do espaço aéreo e do subsolo dos logradouros,
pelos diversos equipamentos de infraestrutura urbana.

No Art. 7, são constituídos os instrumentos da Política Municipal de Meio Ambiente e


Desenvolvimento Sustentável, podemos observar que planos de diferentes políticas públicas, como
desenvolvimento urbano, saneamento básico, mobilidade, arborização, são considerados
instrumentos da política, o que reforça a importância do olhar transversal para cumprir a missão de
garantir biodiversidade e clima ameno às futuras gerações. Conforme Art. 7º os instrumentos da
política são doze, a seguir apresenta-se os de principal interface com o saneamento básico.

I - Plano Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;


III - Plano Municipal de Saneamento Básico;
IV - Sistema Municipal de Informação Ambiental - SMIA;
V - Educação Ambiental;
VI - Bens e Espaços Territoriais Ambientalmente Protegidos;
VII - Sistema de Áreas de Relevante Interesse Ambiental e Cultural;(...)
XV - Plano Diretor de Arborização Urbana, Áreas Verdes e Paisagismo - PDAUP; (...)
XVII - Plano Municipal de Mobilidade Urbana;
XVIII - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano - PDDU;
IX - Plano Diretor de Encostas;
XX - Plano Diretor de Riscos;
XXI - Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo;
XXII - Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro.

No Título II, que trata do Sistema Municipal Integrado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (Sismuma), são apresentados os instrumentos de participação e o sistema municipal
integrado de meio ambiente, nos artigos 8º ao 24. Esse conjunto de artigos são fundamentais para

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
86
a garantia da participação e controle social na política e para a definição dos órgãos que serão
responsáveis pela execução da política.

No Art. 10, é definido a estrutura institucional do Sistema Municipal Integrado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável – Sismuma, que integra o Sistema Municipal de Planejamento e
Gestão - SMPG, sendo ele composto pelos:

I - Órgão Superior: o Conselho Municipal de Meio Ambiente - Comam, órgão


consultivo, normativo, deliberativo e recursal, com representação do Poder Público e
da sociedade civil;
II - Órgão Central: aquele com a finalidade precípua de coordenar a Política Municipal
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, bem como formular e propor as
diretrizes, normas e regulamentos para a plena execução;
III - Órgãos Executores: que exercem a função de controle, disciplina e
monitoramento das atividades modificadoras do meio ambiente e execução de
planos, programas e projetos, dentro das suas respectivas esferas de atuação,
compreendendo: (...)
IV - Órgãos Setoriais: órgãos e entidades da administração direta e indireta do
Município, responsáveis pela execução, fiscalização, coordenação e implementação
de políticas públicas, planos, programas e projetos, total ou parcialmente associados
ao uso dos recursos naturais ou à conservação, defesa e melhoria do ambiente;
V - Órgão Gestor de Unidades de Conservação: órgão responsável pela gestão das
Unidades de Conservação Municipais e das Áreas Verdes;
VI - Órgãos Colaboradores: as organizações não governamentais, as universidades,
os centros de pesquisa, as entidades profissionais, o setor empresarial, os agentes
financeiros e demais representações da sociedade civil que desenvolvam ações de
apoio à gestão ambiental. (...)

Em seu Capítulo II, que trata do Conselho Municipal de Meio Ambiente, fica determinado a estrutura,
a composição, a competência, entre outros, pelos artigos apresentados a seguir

Art. 11 O Conselho Municipal de Meio Ambiente - Comam, de caráter consultivo,


deliberativo, normativo e recursal, criado pela Lei nº 6.916, de 29 de dezembro de
2005, passa a ser regido com as alterações introduzidas nesta Lei, que fixa suas
atribuições, estrutura e composição.
Art. 12 A estrutura do Comam compreende o Plenário, a Presidência, a Secretaria
Executiva e as Câmaras Técnicas, cujas atribuições e funcionamento serão definidos
em seu Regimento Interno, aprovado pelo Conselho e publicado por meio de
Resolução.
Art. 13 O Comam, órgão colegiado, tripartite e paritário, possui o Plenário com a
seguinte composição: (...)
Art. 14 O Comam será presidido pelo Titular do Órgão Central do Sismuma, tendo
suas atribuições definidas pelo Regimento Interno, aprovado pelo Conselho.
Art. 15 A Secretaria Executiva do Comam será exercida pelo Órgão Central do
Sismuma, devendo disponibilizar estrutura e pessoal para o funcionamento do
Conselho, cujas atribuições serão definidas pelo Regimento Interno.
Art. 16 Compete ao Conselho Municipal de Meio Ambiente - Comam: (...)
IX - apresentar sugestões para revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
- PDDU do Município, no que concerne às questões ambientais;(...)
XI - apreciar o Plano Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, o
Plano Diretor de Arborização Urbana, Áreas Verdes e Paisagismo - PDAUP, e o Plano
Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos - PMGIRS, sugerindo, quando
for o caso, medidas para melhoria da qualidade ambiental do Município; (...)

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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No Título III, que trata dos Instrumentos da Política, no Capítulo II, reservado para Normas,
Parâmetros e Padrões de Qualidade Ambiental, em seu Art. 28 determina que para a garantia das
condições ambientais adequadas à vida, em todas as suas formas, serão estabelecidos padrões de
qualidade ambiental e de emissão de poluentes, conforme disposições regulamentares. Esse
conjunto de normas orientam as ações de saneamento básico.

Já no Capítulo III, da Gestão dos Resíduos Sólidos, se define qual direção deve ser dada à essa
atividade. No Art. 43, fica definido que a Política Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável incentivará a produção mais limpa, observando os princípios e as diretrizes
estabelecidos nas Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos, de não geração, redução,
reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos, bem como a alteração de padrões de produção e consumo, estimulando e
valorizando as iniciativas da sociedade para o aproveitamento de resíduos reutilizáveis e recicláveis.

No Art. 44. são definidos os objetivos da Gestão dos Resíduos Sólidos no âmbito da política
municipal de meio ambiente, entre eles:

I - a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;


II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos
sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens
e serviços;
IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de
minimizar impactos ambientais;
V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de
matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;
VII - articulação entre as diferentes esferas do Poder Público, e destas com o
setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão
integrada de resíduos sólidos;
VIII - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;
IX - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com
adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação
dos custos dos serviços prestados;
X - prioridade, nas aquisições e contratações, para produtos reciclados e recicláveis,
bem como bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões
de consumo social e ambientalmente sustentáveis;
XI - integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que
envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
XII - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e
empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao
reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o
aproveitamento energético;
XIII - estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.
Parágrafo único. O Município incentivará à diminuição e racionalização da
geração de resíduos sólidos, visando à melhoria da qualidade de vida e da
sanidade ambiental, estimulando a mudança de hábitos do cidadão.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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No Capítulo VI, que trata dos Bens e Espaços Territoriais Especialmente Protegidos, o Art. 82
informa que compete ao Município: instituir, implantar e administrar, na forma da legislação
ambiental pertinente, espaços territoriais e seus componentes representativos de todos os
ecossistemas originais a serem protegidos, com vistas a manter e utilizar racionalmente o
patrimônio biofísico e cultural de seu território, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.

No Art. 83, são definidos os objetivos que justificam a criação de espaços territoriais especialmente
protegidos, envolvendo o ambiente natural e/ou o patrimônio histórico/cultural, são de caráter
científico, educacional ou turístico, destacando-se:

I - preservação do patrimônio genético e conservação de amostras de ecossistemas


em estado natural;
II - proteção de espécies raras em perigo ou ameaçadas de extinção;
III - proteção de mananciais para conservação da sua produção hídrica;
IV - criação de espaços para atividades educacionais, turísticas, recreativas e de
geração de renda de forma sustentável;
V - proteção de locais de herança cultural, histórica, geológica, arqueológica,
espeleológica e paleontológica;
VI - proteção de belezas cênicas;
VII - estudos e pesquisas científicas para divulgação do conhecimento sobre a
dinâmica dos ecossistemas e dos recursos naturais;
VIII - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados.

O Inciso III, do Art 83, que destaca a proteção dos mananciais para conservação de sua produção
hídrica é muito importante para o pensar dos serviços de abastecimento de água e todos os
ecossistemas que garantem ao manancial a “produção hídrica”, trazendo segurança hídrica para o
território. Nesse sentido, o Art. 84 define que as áreas de proteção de mananciais deverão ser
delimitadas pelo Poder Público e ter regramento específico para uso e ocupação do solo.

No Título V, que trata da Biodiversidade, em seu Capítulo III, sobre o Plano Diretor de Arborização
Urbana, Áreas Verdes e Paisagismo (PDAUP), no Art. 194, é instituído PDAUP do município de
Salvador, coordenado pelo órgão central do Sistema Municipal Integrado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (Sismuma). É interessante observar como os objetivos do PDAUP,
conforme parágrafo único do artigo, dialogam diretamente com os desafios relacionados aos
serviços de manejo das águas e drenagem urbana, que precisam com base no conceito das
Cidades Sensíveis à Água, priorizar soluções que envolvem a incorporação de áreas verdes e
biodiversas no paisagismo urbano, cumprindo funções ecológicas ao longo do ciclo das águas
urbanas. No Parágrafo Único é definido que:

Parágrafo único. São objetivos gerais do PDAUP:


a) promover melhorias nas condições de conforto ambiental da cidade, através da
análise da distribuição e integração dos grandes conjuntos de áreas verdes urbanas;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
89
b) qualificar as áreas verdes que permitam o acesso ao público para o lazer e
recreação, a partir do diagnóstico da situação atual no que se refere à localização,
ocupação, funções e estado de conservação das mesmas;
c) promover a proteção de espécies ou ecossistemas que devam ser preservados em
quaisquer circunstâncias, independentemente dos usos a que se destinem as áreas
nas quais se encontram;
d) promover a arborização como um instrumento de reforma e desenvolvimento
urbano;
e) planejar a arborização viária, a partir do diagnóstico da situação existente,
estabelecendo ações interativas solidárias com a comunidade, que permitam manter
a apropriação técnica com interesses, utilidades práticas e necessidades de uso;
f) compartilhar e divulgar conhecimentos e técnicas que contribuam para a formação
de agentes multiplicadores para a preservação das áreas verdes e arborização no
Município.

No Título VI, que trata dos Instrumentos Econômicos para a Gestão Ambiental, muitas
oportunidades para a introdução de tecnologias integradas ecologicamente em saneamento básico
são observadas.

O Capítulo I, que trata do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU VERDE),
no Art. 203, define que o Programa de Certificação Sustentável em edificações no município de
Salvador, denominado IPTU VERDE, instituído pela Lei nº 8.474, de 02 de outubro de 2013, tem
como objetivo incentivar a adoção de ações e práticas sustentáveis nas edificações urbanas,
visando à redução do consumo de recursos naturais e dos impactos ambientais. Em seu parágrafo
único, determina que o Poder Executivo concederá desconto de até 10% (dez por cento) do Imposto
Predial e Territorial Urbano (IPTU) a proprietários de imóveis residenciais e não residenciais no
município de Salvador, certificados pelo Programa.

É prevista ainda no Capítulo II, que trata do Pagamento por Serviços Ambientais, um mecanismo
importante para a ampliação da resiliência ambiental dos territórios por meio de incentivos
econômicos de troca, sejam elas monetárias ou de outra dimensão. Esse mecanismo colabora
diretamente para a ampliação de áreas que ao cumprir funções ecológicas relacionadas ao
saneamento básico ganham um valor econômico ambiental. No Art. 204, fica definido que:

Art. 204. O Sistema de Pagamento por Serviços Ambientais refere-se à estratégia


para preservação dos ecossistemas, na qual o provedor recebe pagamentos ou
incentivos condicionados, diretamente do pagador ou através do mediador, como
retribuição, monetária ou não, pelos serviços ambientais executados por ele, tais
como atividades de manutenção, preservação, restauração, recuperação, uso
sustentável ou melhoria dos ecossistemas ou pelos serviços ecossistêmicos que
esses provêm isolada ou cumulativamente.
Parágrafo único. O Sistema de Pagamento por Serviços Ambientais - PSA no
município de Salvador será disciplinado em regulamento próprio.

A grande importância da Política Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para


subsidiar as ações de saneamento básico, se dá pelo fato desses serviços terem nas funções
ecológicas dos territórios o principal elemento para a viabilização de sua prestação, e serem

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
90
fundamentais para garantir a proteção ambiental e a saúde pública quanto são responsáveis por
manejar os efluentes e resíduos gerados nas atividades rotineiras das populações em âmbito
individual, coletivo e econômico.

Ao definir as prioridades da gestão ambiental voltada para a participação e controle social, para a
mitigação das mudanças climática com base na proteção aos ecossistemas naturais, a política
fortalece a abordagem transdisciplinar da saúde planetária, que se debruça sobre as correlações
entre meio ambiente, sociedade, economia, saúde pública e clima biorregional e global para pensar
a relação saúde-doença. Com a realização conjunta das diferentes áreas, entre elas o saneamento
básico, observando as determinações dessa Política, é possível melhorar a qualidade ambiental
urbana, e pensar num futuro em que os problemas atuais desapareçam a partir de outras práticas
sociais, econômicas e tecnológicas, que tenham a restauração dos ecossistemas como objeto
comum.

3.3.4 PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE SALVADOR

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador (PDDU 2016), foi


promulgado pela Lei nº 9.069, 30 de junho de 2016, que dispõe sobre o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador – PDDU 2016 e dá outras providências.

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) tem como base os fundamentos expressos
na Constituição Federal, na Constituição do Estado da Bahia, na Lei Orgânica do Município de
Salvador e na Lei Federal nº 10.257/2001, Estatuto da Cidade, conforme preconizado no seu Art.
1º. Em seu parágrafo único, determina que o PDDU deve considerar o disposto nos planos e leis
nacionais e estaduais relacionadas com as Políticas de Desenvolvimento Urbano, de Mobilidade,
de Habitação e de Saneamento e com os planos e Políticas de Meio Ambiente.

O PDDU do Município do Salvador, abrange a totalidade do seu território, constituído por uma parte
continental e outra insular, compreendida pelas ilhas de Maré, dos Frades, do Bom Jesus dos
Passos, de Santo Antônio e as ilhotas, conforme definido em seu Art. 3º.

No Art. 4º fica definido que o PDDU é o instrumento básico da Política de Desenvolvimento Urbano
do Município de Salvador, determinante para todos os agentes públicos e privados que atuam no
território municipal. Conforme Art. 5º, o PDDU é parte integrante do processo de planejamento
municipal, devendo os seus objetivos, diretrizes, ações estratégicas e prioridades serem
observados e respeitados na:

I - elaboração do Plano Plurianual, na formulação da Lei de Diretrizes Orçamentárias


e na elaboração dos Orçamentos Anuais;
II - elaboração da Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (LOUOS);

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
91
III - elaboração de Planos de Bairros e de Planos Setoriais;
IV - elaboração de planos, de projetos integrantes de políticas de natureza
urbanística e ambiental e nas demais normas complementares.

No Título II, que trata da Política Urbana do Município, é no Art. 10, que são apresentados os
princípios da Política. Ao todo são seis princípios, apresentados a seguir.

Art. 10. Os princípios que regem a Política Urbana do Município de Salvador são:
I - a função social da cidade;
II - a função social da propriedade urbana;
III - o direito à cidade sustentável;
IV - a equidade e inclusão racial, social e territorial;
V - o direito à informação;
VI - a gestão democrática da cidade.
§1º A função social da cidade no Município de Salvador corresponde ao direito
à cidade para todos, compreendendo o direito à terra urbanizada, à moradia, ao
saneamento básico, à segurança, à infraestrutura, aos serviços públicos, à
mobilidade urbana, ao acesso universal a espaços e equipamentos públicos e
de uso público, à educação, à saúde, ao trabalho, à cultura, ao lazer e à
produção econômica. (...)
§3º A cidade sustentável corresponde ao desenvolvimento socialmente justo,
ambientalmente equilibrado e economicamente viável, visando garantir
qualidade de vida para as gerações presentes e futuras. (...)

Esse conjunto de princípios, entre eles, a função social da cidade e o direito à cidade sustentável,
nos traz a oportunidade de refletir sobre a importância dos serviços públicos de saneamento básico,
que mediam essa relação entre a natureza - a água, o solo, a bacia hidrográfica, as matas ciliares-
, o meio natural, e as infraestruturas urbanas, o meio urbanizado, as habitações e suas redes de
água potável, esgoto e drenagem, os equipamentos de resíduos, e seus fluxos dentro do
metabolismo urbano. Essa mediação entre o meio natural e o meio urbano que o saneamento
básico tem como função é estruturante para que o desenvolvimento territorial ocorra integrando os
diferentes direitos socioambientais necessários à dignidade humana, à qualidade de vida e à
garantia das futuras gerações a territórios saudáveis.

É no Título VII, que trata da Infraestrutura, Equipamentos e Serviços Urbanos Básicos, onde são
apresentados os princípios da Política de Infraestrutura e Serviços Urbanos Básicos, que está
situado o conteúdo mais importante no que se refere os serviços públicos de saneamento básico,
que compõem os serviços urbanos básicos.

O Art. 87 define que as políticas públicas no âmbito do Município, especialmente as relacionadas


aos serviços urbanos básicos, devem se orientar pelos princípios da inclusão e da equidade social,
promovendo a inserção plena dos cidadãos nos circuitos produtivos e de consumo coletivo.

No Art. 88 são apresentados os objetivos da Política de Infraestrutura e Serviços Urbanos Básicos,


entre ele:

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
92
I - garantir o atendimento pelas redes de infraestrutura e serviços urbanos, em
especial os serviços públicos de saneamento básico, a todas as áreas do
Município, universalizando o acesso e assegurando a qualidade na prestação
dos serviços;
II - ampliar o atendimento e a qualidade dos serviços públicos de saúde e educação,
bem como o acesso ao lazer, recreação e esportes, focalizando, particularmente, os
segmentos sociais menos favorecidos;
III - articular as políticas públicas municipais de assistência social, no sentido de
promover a inclusão da população de baixa renda, prevenindo situações de risco
social;
IV - garantir o acesso, o ingresso e a permanência da pessoa com deficiência ou
mobilidade reduzida em todos os serviços públicos oferecidos à comunidade;
V - apoiar o combate à criminalidade, mediante articulações com as diversas
instâncias governamentais, para implementação de políticas de segurança pública e
de inserção social, garantindo a integridade do cidadão, dos grupos sociais e do
patrimônio, por meio de ações preventivas, educativas e de fiscalização, no âmbito
da competência municipal;
VI - elevar os padrões de atendimento do Município na prestação de serviços
públicos, marcadamente municipais, como a limpeza urbana e o manejo de
resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais, defesa civil, iluminação
pública, abastecimento alimentar, cemitérios e serviços funerários;
VII - fortalecer a posição do Município enquanto titular dos serviços públicos de
saneamento básico;
VIII - promover articulações com os órgãos governamentais e as empresas
responsáveis pela prestação dos serviços de fornecimento de gás, energia,
telecomunicações, redes de dados e fibra ótica, visando à modelagem de negócio e
expansão da rede compartilhada por meio de valas técnicas, para implantação de
dutos e cabos subterrâneos.
No conjunto de incisos do Art. 87, fica reforçada a orientação da política municipal de Infraestrutura
e Serviços Urbanos Básicos no sentido da universalização do acesso dos serviços de saneamento
básico, da melhoria da qualidade da prestação de serviços marcadamente municipais, como a
limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos e o manejo de águas pluviais e drenagem urbana,
e do fortalecimento da titularidade municipal dos serviços de saneamento básico nas relações
interfederativas, como visto no Inciso VII.

É no CAPÍTULO II, que trata do Saneamento, onde são apresentados artigos que já apontam os
caminhos para a política pública de saneamento básico em esfera municipal.

É no Art. 89 que são apresentados os princípios contemplados na Política Municipal de Saneamento


Básico, sendo eles: universalidade, equidade, integralidade, intersetorialidade, qualidade do
serviço, sustentabilidade, transparência das ações, utilização de tecnologias apropriadas, adoção
de medidas de fomento à moderação do consumo de água e gestão pública, assegurando a
participação e o controle social na sua formulação, implementação, acompanhamento e avaliação.
No seu parágrafo único é definido o entendimento do saneamento básico, conforme pode ser visto
abaixo.

Parágrafo único. O Saneamento Básico compreende o conjunto de serviços,


infraestruturas e instalações operacionais de: abastecimento de água potável,

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
93
esgotamento sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos, conforme estabelecido pela Lei Federal nº
11.445/07.

É determinado pelo Art. 90, que para implementação e monitoração da Política Municipal de
Saneamento Básico, será criado o Sistema Municipal de Saneamento Básico, integrado ao Sistema
Municipal de Planejamento e Gestão, compreendendo, no mínimo, a seguinte estrutura:

I - órgão municipal de planejamento e gestão da infraestrutura urbana e saneamento


básico;
II - órgão regulador e fiscalizador do funcionamento técnico, socioambiental,
financeiro e institucional das empresas delegatárias ou concessionárias de serviços
públicos de saneamento básico;
III - Câmara Técnica de Saneamento Básico, integrante do Conselho Municipal de
Salvador;
IV. Fundo Municipal de Saneamento Básico (FMSB).
A implementação do Sistema Municipal de Saneamento Básico previsto no Art. 90, deve ser uma
das ações a serem propostas no âmbito do Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de
Salvador, de maneira viabilizar a integração entre as políticas públicas e seus instrumentos.

Um conjunto de objetivos e diretrizes para a Política Municipal de Saneamento Básico são definidos
no Art. 91, como poder ser visto a seguir.

Art. 91. São objetivos e diretrizes gerais da Política Municipal de Saneamento Básico:
I - criação e regulamentação do Sistema Municipal de Saneamento Básico;
II - estruturação de órgão regulador e fiscalizador do funcionamento técnico,
socioambiental, financeiro e institucional das empresas delegatárias ou
concessionárias de serviços públicos de saneamento básico, com competência para
estabelecer normas e especificações de desempenho;
III - regulamentação do FMSB para financiamento de ações da Política Municipal de
Saneamento Básico;
IV - instalação da Câmara Técnica de Saneamento Básico no Conselho Municipal de
Salvador;
V - elaboração, implementação, monitoração, avaliação e revisão do Plano Municipal
de Saneamento Básico, como instrumento fundamental da Política Municipal de
Saneamento Básico;
VI - organização e implementação de sistema de informações geográficas (SIG) sobre
Saneamento Básico, integrado ao Sistema Nacional de Informações em Saneamento
Básico (Sinisa) e ao SIM-Salvador;
VII - publicização das informações espacializadas por meio de mapas temáticos
relativos à Infraestrutura e Saneamento Básico, integrados ao Sistema Cadastral do
Município (SICAD);
VIII - criação e implementação de programas permanentes de formação e
capacitação de recursos humanos em Saneamento Básico e Educação Ambiental e
programas de mobilização social para a área de saneamento básico.

No conjunto de incisos do Art. 91 são definidos todos os passos necessários para a estruturação
das funções de gestão do saneamento básico em âmbito municipal, como a criação e
regulamentação do Sistema Municipal de Saneamento Básico, a estruturação de órgão regulador e
fiscalizador, a regulamentação do FMSB para financiamento de ações da Política, a instalação da

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
94
Câmara Técnica de Saneamento Básico no Conselho Municipal de Salvador, a elaboração,
implementação, monitoração, avaliação e revisão do Plano Municipal de Saneamento, entre outros.
Com esses órgãos, instâncias e instrumentos o município estará apto a desenvolver os objetivos
da política de saneamento básico.

Na seção II, do Abastecimento de Água, é apresentado o entendimento sobre a titularidade dos


serviços e as diretrizes para a sua prestação, conforme artigos apresentados a seguir:

Art. 92. O Município é o titular e o gestor da política de abastecimento de água,


devendo garantir a qualidade, a regularidade, continuidade, eficiência, segurança e
modicidade de preços na prestação de serviço, de acordo com as necessidades dos
usuários.
Art. 93. As diretrizes para a prestação do serviço público de abastecimento de água
são:
I - fornecimento de informações e bases cadastrais atualizadas sobre os serviços,
equipamentos e infraestrutura;
II - garantia de atendimento efetivo do sistema de abastecimento de água a todos os
estratos sociais da população, com metas de universalização e serviço de qualidade;
III - estímulo ao desenvolvimento e aperfeiçoamento e métodos economizadores de
água;
IV - incentivo à adoção de equipamentos hidrossanitários que contribuam para a
redução do consumo de água;
V - promoção da educação ambiental voltada para a economia de água pelos
usuários;
VI - definição de mecanismos de monitoração e avaliação sistemática da qualidade
do serviço público de abastecimento de água pelo Executivo Municipal;
VII - controle de perdas de água e medidas de racionalização e eficiência energética
no sistema de abastecimento de água, com estabelecimento de metas;
VIII - divulgação periódica, pela empresa delegatária ou concessionária, dos dados e
indicadores referentes ao sistema de abastecimento de água no Município,
democratizando o acesso à informação e possibilitando o controle social sobre a
qualidade do serviço prestado;
IX - desenvolvimento de modelos e regras operativas das estruturas hidráulicas,
considerando o uso múltiplo das águas no Município.
Na Seção III, do Esgotamento Sanitário, é apresentado o entendimento sobre a titularidade dos
serviços e as diretrizes para a sua prestação, como pode ser visto a seguir:

Art. 94. O Município é o titular e o gestor da Política de Esgotamento Sanitário,


devendo garantir a qualidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade e a
modicidade de preços na prestação do serviço, de acordo com as necessidades dos
usuários.
Art. 95. As diretrizes para a prestação do serviço público de esgotamento sanitário
são:
I - fornecimento de informações e bases cadastrais atualizadas sobre os serviços,
equipamentos e infraestrutura;
II - garantia de atendimento a todos os estratos sociais, com metas de universalização
do sistema de esgotamento sanitário e serviço de qualidade, ou com outras soluções
apropriadas à realidade socioambiental;
III - estabelecimento de prioridade para implantação de rede coletora e ligações
domiciliares, segundo bacias coletoras, de acordo com os níveis de demanda
reprimida e necessidades mais acentuadas;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
95
IV - estabelecimento, como fator de prioridade: a) da implantação e operação de
sistemas de esgotamento sanitário ou outras soluções tecnicamente apropriadas, que
contribuam para a melhoria da salubridade ambiental; b) da implantação e operação
de sistemas de esgotamento sanitário ou outras soluções tecnicamente apropriadas
nas áreas de proteção de mananciais, em particular aquelas situadas no entorno dos
reservatórios utilizados para o abastecimento público; c) do controle e monitoramento
das margens de corpos d’água, para coibir o lançamento de esgotos;
V - incentivo à adoção de equipamentos hidrossanitários que contribuam para a
redução do consumo de água;
VI - adoção de medidas de racionalização e eficiência energética de esgotamento
sanitário, com estabelecimento de metas;
VII - implantação de programas de despoluição dos corpos d’água e das praias do
Município e eliminação gradual das captações em tempo seco;
VIII - desenvolvimento de programa de educação ambiental em parceria com a
empresa delegatária ou concessionária, voltado: a) para a população em geral,
visando minimizar a geração de efluentes líquidos e promover o reuso da água,
otimizando o uso da água tratada para consumo humano; b) para as comunidades de
áreas cujo tratamento de esgoto é realizado, principalmente, por meio de lagoas de
estabilização, de modo a evitar conflitos ambientais, riscos à segurança e saúde
humanas, resultantes da utilização inadequada dos corpos d’água, e a consequente
rejeição do sistema pela população beneficiária.
Na Seção IV, da Drenagem e do Manejo de Águas Pluviais Urbanas, é apresentado os princípios
que orienta os serviços, e as diretrizes para a prestação e os objetivos que norteiam os sistemas
de drenagem, conforme artigos apresentados a seguir:

Art. 96. A drenagem e o manejo de águas pluviais urbanas orientam se segundo:


I - a compatibilidade com o processo de assentamento e expansão do tecido urbano;
II - a sustentabilidade e a adoção prioritária de medidas estruturantes, considerando
as especificidades morfológicas, pluviométricas, ambientais, socioculturais e
econômicas;
III - o maior equilíbrio entre absorção, retenção e escoamento de águas pluviais,
objetivando o controle da ocupação do solo e do processo de impermeabilização do
solo;
IV - a preservação das áreas livres, definindo índices de permeabilidade para as
zonas e normas para o emprego de materiais que permitam a permeabilidade e
implantação de dispositivos de retenção e reuso de águas pluviais nos
empreendimentos;
V - a manutenção e monitoração preventiva e periódica, seguindo as orientações do
Plano Preventivo de Defesa Civil e do Plano Municipal de Saneamento Básico.
Art. 97. As diretrizes para a drenagem e o manejo de águas pluviais urbanas são:
I - implantação de medidas estruturantes de prevenção de inundações, especialmente
dispositivos legais e instrumento para monitoramento e fiscalização, para controle de
erosões, de transporte e deposição de resíduos de construção e demolição e resíduos
sólidos domiciliares e públicos, combate ao desmatamento e à formação de novos
assentamentos precários;
II - controle da ocupação das encostas, dos fundos de vale, talvegues, várzeas e
áreas de preservação permanente ao longo dos cursos e espelhos d’água,
preservando a vegetação existente e visando à sua recuperação;
III - análise de alternativas e medidas integradas, estruturais e estruturantes de
natureza preventiva e institucional, criando parques lineares, a recuperação de
várzeas, matas ciliares, implantação de valas de infiltração gramadas, reservatórios
de contenção de cheias, que poderão estar articuladas a áreas de lazer e quadras
esportivas, e em áreas mais ocupadas, inclusive o jardim de chuva;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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IV - ampliação da geração de dados e conhecimento dos processos hidrológicos nas
bacias hidrográficas e de drenagem natural do Município e sua região, do impacto da
urbanização nesses processos e das consequências das inundações;
V - elaboração de cadastro físico das redes de macro e microdrenagem de águas
pluviais do Município; VI - fiscalização do uso do solo nas faixas sanitárias, várzeas,
fundos de vale e nas áreas de encostas;
VII - definição de mecanismos de fomento para usos do solo compatíveis com áreas
de interesse para drenagem, tais como parques lineares, área de recreação e lazer,
hortas comunitárias e manutenção da vegetação nativa;
VIII - desenvolvimento de projetos de drenagem de águas pluviais urbanas que
considerem, entre outros aspectos, a sustentabilidade, a mobilidade de pedestres e
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, a paisagem urbana e o uso para
atividades de lazer.
Art. 98. São objetivos prioritários para o Sistema de Drenagem e o Manejo de Águas
Pluviais Urbanas:
I - elaborar e manter atualizado o cadastro físico das redes de infraestrutura, em
especial, das redes de macro e microdrenagem de águas pluviais do Município;
II - elaborar Modelagem Hidrológica e Cartas Geotécnicas;
III - elaborar, implementar, monitorar e avaliar o Plano Municipal de Drenagem e
Manejo de Águas Pluviais Urbanas;
IV - elaborar Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais, em conformidade
com a legislação superveniente;
V - desassorear, limpar e manter os cursos d’água, canais e galerias do sistema de
drenagem;
VI - promover campanhas de esclarecimento público e a participação das
comunidades no planejamento, implantação e operação das ações de manejo das
águas pluviais e drenagem;
VII - incrementar política de captação de águas pluviais e de reutilização de águas
servidas para controle dos lançamentos, de modo a reduzir a sobrecarga no sistema
de drenagem urbana;
VIII - fomentar pesquisa e desenvolvimento nos programas de pavimentação de vias
locais e passeios de pedestres, para adoção de tecnologias eficientes de pisos
drenantes.
Na Seção V, da Limpeza Urbana e do Manejo de Resíduos Sólidos, são apresentados os
instrumentos que orientam os serviços, as prioridades da gestão e as diretrizes para a limpeza
urbana e manejo de resíduos, conforme artigos apresentados a seguir:

Art. 99. A limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos no Município de Salvador


orientam-se segundo: I - as diretrizes específicas do Plano Municipal de Saneamento
Básico, elaborado pela Administração Municipal; II - O Plano Municipal de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), editado pelo Município; III - o estabelecido
pelas diretrizes nacionais de saneamento básico e políticas nacional e estadual de
resíduos sólidos.
Art. 100. A gestão da limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos no Município
serão pautados nas seguintes prioridades, hierarquizados nesta ordem:
I - não geração de resíduos e sua minimização;
II - reutilização e reciclagem de resíduos;
III - tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos.
Art. 101. As diretrizes para a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos são:
I - consolidação da gestão diferenciada dos resíduos;
II - implementação de programas e ações de separação na origem, visando à coleta
seletiva e logística reversa, reutilização e reciclagem de resíduos;
III - implantação de soluções ambientalmente adequadas de manejo e tratamento de
resíduos e de disposição final de rejeitos;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
97
IV - planejamento, implementação, monitoração e avaliação da coleta, do transporte
e tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos na
perspectiva da sustentabilidade;
V - incentivo e apoio à formação de cooperativas para atuar, de forma complementar
e integrada, nas diferentes etapas da limpeza urbana;
VI - universalização da coleta convencional, utilizando medidas, procedimentos e
tecnologias socialmente apropriadas para as áreas de difícil acesso e a ampliação de
coleta conteinerizada, onde apropriada;
VII - formulação de legislação específica sobre manejo, tratamento de resíduos
sólidos, disposição final ambientalmente adequada de rejeitos de âmbito municipal,
pesquisa e aplicação de tecnologias alternativas, para redução do volume de resíduos
existentes;
VIII - aperfeiçoamento e implementação de instrumentos legais referentes aos
procedimentos de contratação, acompanhamento, fiscalização e controle das
empresas prestadoras de serviços;
IX - implementação de ações de educação ambiental, da divulgação e sensibilização
dos cidadãos quanto às práticas adequadas de limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos, contribuindo para a prestação do serviço e para a gestão dos resíduos sólidos
no Município;
X - fomento à elaboração de estudos e pesquisas, com vistas ao contínuo
aprimoramento da gestão da limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, com
ênfase na minimização, não geração de resíduos e redução do volume de resíduo
existente;
XI - regulação e fiscalização, pelo Município, de todos os serviços de limpeza urbana
e manejo de resíduos sólidos, como coleta, reciclagem, transporte, transbordo,
tratamento de resíduos e disposição final de rejeitos;
XII - monitoração permanente dos níveis de radioatividade nos veículos que chegam
ao aterro sanitário;
XIII - fomento à pesquisa e utilização de ferramentas inovadoras para minimizar o
impacto ambiental decorrente dos resíduos sólidos.

Ao observar todos os artigos que formam o capítulo do saneamento básico, fica evidente a
estruturação dada à política municipal de saneamento básico de Salvador pelo PDDU 2016.
Portanto, até a promulgação de uma política específica para esses serviços, o PDDU 2016, é a
referência em ambiento municipal para os serviços de saneamento básico.

O PDDU 2016 trata em capítulos específicos das múltiplas áreas que compõem o direito à cidade
sustentável, no Capítulo III, trata da Saúde, que define em seu Art. 102, que a saúde é um direito
social e universal, derivado do exercício pleno da cidadania, de relevância pública, organizada
institucionalmente em um sistema universal e público de saúde, cujas ações visam à promoção da
saúde, à prevenção de riscos, ao controle e/ou eliminação de doenças e agravos à saúde e à
integralidade da atenção, assegurando condições para a sustentação da vida humana e bem-estar
da população.

No parágrafo único do Art.102, fica definido que a delimitação especial dos Distritos Sanitários de
Salvador deve coincidir, tanto quanto possível, com os limites das bacias e sub-bacias hidrográficas.
Essa preocupação colabora no pensar ecossistêmico do território sendo possível cruzar
informações e dados a partir desse recorte territorial. E no Art. 103 que as diretrizes são

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
98
apresentadas, sendo os Incisos I e XVI, os que destacam a sua intima relação com o saneamento
básico e o meio ambiente, como pode ser visto a seguir:

I - elaboração e implementação do Plano Municipal de Saúde, em consonância com


os princípios e diretrizes do SUS e em articulação com os planos municipais de
saneamento básico, habitação, meio ambiente e educação, dentre outros; (...)
XVI - integração, a nível executivo, das ações e serviços de saúde, saneamento
básico e meio ambiente na perspectiva da promoção da Saúde; (...)

No Título VIII, que trata do Ordenamento Territorial, traz algumas contribuições para se pensar o
saneamento básico. No Capítulo I, dos Elementos Estruturadores do Território, o Art. 125, define
que o modelo espacial do plano se estrutura segundo conjunto de elementos estruturadores e de
elementos integradores, apresentados nos Art. 126 e .Art. 127, apresentados a seguir;

Art. 126. Os Elementos Estruturadores são os eixos que constituem o espaço urbano
referencial de Salvador, compreendendo elementos referenciais do sítio natural e do
tecido urbano, com características diferenciadas, que permitem alcançar melhor
coesão e fluidez entre suas partes, bem como maior equilíbrio entre as áreas
construídas e os espaços abertos, compreendendo:
I - Rede Hídrica Estrutural; (...)
§1º Rede Hídrica Estrutural é constituída pelos cursos d´água e fundos de vale, eixos
ao longo dos quais serão propostas intervenções urbanas para recuperação
urbanística e ambiental, envolvendo intervenções em drenagem, recomposição de
vegetação, saneamento básico e urbanização de assentamentos precários, além de
áreas para o convívio da população moradora nas suas imediações. (...)
Art. 127. Os Elementos Integradores constituem o tecido urbano que se conecta aos
eixos estruturadores, abrigando as diferentes funções urbanas, compreendendo:
I - habitação;
II - equipamentos sociais;(...)
§1º Habitação é o principal elemento integrador como fixador da população e
articulador das relações sociais no território.
§2º Equipamentos Sociais são formados pelo conjunto de instalações destinadas a
assegurar o bem-estar da população, mediante a prestação de serviços públicos de
saúde, educação, cultura, lazer, abastecimento, segurança, transporte e
comunicação, dentre outros.(...)

Outro aspecto importante para ser observado é o conteúdo trazido no Título IX, que trata do
Desenvolvimento Político-Institucional, e aponta, no Art. 346, que para o desenvolvimento político-
institucional do Município, o Poder Executivo aperfeiçoará e consolidará o processo de
planejamento e de gestão municipal, mediante o Sistema Municipal de Planejamento e de Gestão
(SMPG).

Em seu Capítulo VI, da Modernização Administrativa e Inovação da Gestão, determina que deverá
ser introduzida uma nova cultura nas práticas administrativas e novos formatos organizacionais da
Administração. Esse conjunto de artigos oferece respaldo para avanços em arranjos institucionais
mais integrados e complexos, como necessita a gestão do saneamento básico. Entre os oito incisos
trazidos no Art. 378, vale destacar o inciso III e IV, que destacam a necessidade da visão
interdisciplinar e interinstitucional dos problemas urbanos e a operação por programas, capaz de

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
99
articular agentes públicos e privados superando a visão fragmentada na apreensão da realidade e
na formulação das políticas públicas. Além de destacar a importância da visão holística na gestão
dos problemas urbanos, esse artigo, traz outros princípios, como poder se observar seguir:

Art. 378. O Município introduzirá uma nova cultura nas práticas administrativas e
novos formatos organizacionais da Administração, baseados em:
I - foco no cidadão;
II - estabelecimento de indicadores correlacionados a metas, possibilitando o seu
acompanhamento e controle;
III - visão interdisciplinar e interinstitucional dos problemas urbanos, de sua
inserção regional e na busca de soluções;
IV - operação por programas, capaz de articular agentes públicos e privados
superando a visão fragmentada na apreensão da realidade e na formulação das
políticas públicas;
V - adoção de instrumentos de inovação na gestão;
VI - visão sistêmica e concepção da estrutura organizacional como um instrumento
flexível, para a implementação do plano de governo, cujas diretrizes e ações devem
estar pautadas nas diretrizes estabelecidas pelo PDDU;
VII - substituição dos princípios da hierarquização, pela gestão compartilhada,
pela intersetorialidade, intercomplementaridade e gestão por resultados;
VIII - informatização dos atos administrativos do Poder Público Municipal, tais como:
a) fluxo de processos, comunicações internas e externas e demais tipos de
documentos, entre os órgãos da Prefeitura; b) implementação da assinatura digital
dos agentes e autoridades municipais; c) disponibilização on-line dos documentos
produzidos pelos órgãos da Administração Municipal, ressalvadas as hipóteses de
impossibilidade ou sigilo previstas em lei.

O PDDU 2016, ao longo dos seus Títulos, Capítulos e Seções, reforça em diferentes artigos e
incisos, como a oferta de serviços públicos de saneamento básico de maneira universal, em
quantidade e qualidade satisfatórias é condição básica para sua efetivação conforme previsto em
seus fundamentos, princípios, objetivos e diretrizes, que têm na qualidade de vida, na dignidade
humana e no direito ao meio ambiente equilibrado seus maiores motivadores na implementação da
política de desenvolvimento urbano. Nesse sentido, são apresentados dispositivos que tratam da
multiplicidade de políticas públicas que acontecem juntas na produção do espaço urbano, são
apresentados os pressupostos que devem orientar os arranjos institucionais e lembrado ao longo
de muitos itens que devemos combater e mitigar as mudanças climáticas e globais em todas as
ações que envolvem as atividades do poder público e dos diferentes sujeitos sociais que tem no
município de Salvador seu lar, sua vida, sua história.

3.3.5 CÓDIGO DE OBRAS E SERVIÇOS

A Lei nº 9.281, de 03 de Outubro de 2017, que Institui normas relativas à execução de obras e
serviços do Município do Salvador, e dá outras providências, define em seu Art. 1º que a execução
de toda e qualquer obra e serviço no Município de Salvador, ocorrerá em consonância com o Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador-PDDU e com a Legislação de

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
100
Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo-LOUOS, com base nos seguintes princípios gerais,
com destaque aos incisos VII, VIII e XI, que trazem os elementos de gestão e o avanço dos arranjos
tecnológicos com foco na resiliência climática, que podem ser direcionados pelo saneamento
básico:
I - priorizar o interesse coletivo sobre o individual;
II - priorizar o caráter urbanístico das solicitações realizadas;
III - privilegiar o indivíduo, a quem se destina a edificação, assegurando o seu uso de
forma acessível e condizente com a dignidade humana;
IV - a presunção da propriedade ou a autorização do proprietário por parte dos
solicitantes de licença;
V - a corresponsabilidade dos profissionais legalmente habilitados e responsáveis
legais pelo imóvel no que tange à segurança executiva do projeto e ao
enquadramento urbanístico conforme as leis vigentes no Município;
VI - observar as peculiaridades do sítio urbano, visando à preservação dos
aspectos ambientais, geotécnicos e da imagem urbana;
VII - incentivar medidas voltadas à sustentabilidade ambiental e climática e
assegurar as condições de higiene, conforto ambiental e segurança;
VIII - compatibilizar as disposições desta Lei, com a legislação federal e
estadual, Normas Técnicas Brasileiras e especificações das concessionárias de
serviços públicos;
IX - incorporar as novas conquistas tecnológicas e avanços sociais, visando a
constante atualização da Lei.
Nos Art. 28, 35 e 36 são apresentados regras e parâmetros para o manejo de resíduos sólidos, no
que tange à função do órgão responsável de prestar orientação técnica na construção de abrigos,
na proibição de lançamento de resíduos da construção civil em vias públicas e nas normas para
uso de equipamentos de acúmulo por geradores privados em áreas de uso comum do município. A
seguir é possível conhecer o conteúdo de cada um:

Art. 28 O abrigo ou compartimento de resíduos sólidos urbanos deverá obedecer às


orientações técnicas do órgão responsável pela coleta de resíduos do Município.
Art. 35 É proibida a permanência de qualquer tipo de material de construção ou
resíduos de obra em vias ou logradouros públicos, sob pena de multas, além da
remoção pelo Município, que deverá cobrar do responsável as despesas relativas.
§ 1º Os materiais de construção recolhidos pelo Município em via pública deverão ser
retirados pelo proprietário no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
§ 2º Caso o material não seja retirado no prazo previsto no § 1º, sua destinação será
definida em ato do executivo.
Art. 36 As pessoas físicas ou jurídicas que necessitarem colocar caçambas
estacionárias ou containers para recolhimento de resíduo de obra em via pública
poderão fazê-lo, desde que devidamente licenciadas pelo Município, e observadas as
normas de trânsito.
Em relação às instalações hidrossanitárias que envolvem os serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, é determinado pelo Art. 31:

Art. 31 As instalações hidrossanitárias de edifícios deverão obedecer às Normas


Técnicas Brasileiras e às exigências da concessionária de serviço público local.
§ 1º Os sanitários que não possuírem ventilação natural deverão utilizar processos
mecânicos que garantam a renovação do ar.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
101
§ 2º É proibida a ligação direta do esgoto primário e/ou secundário com a rede
pública de águas pluviais.

Outro tema abordado é o impacto de instalação de canteiros de obras nas infraestruturas urbanas,
as quais as de saneamento básico fazem parte. Nesse sentido é definido no Art. 38

Art. 38 Nenhum elemento do canteiro de obras poderá prejudicar a arborização da


rua, a iluminação pública ou a visibilidade de placas, avisos e sinais de trânsito e
demais instalações de interesse público, sendo ainda obrigatória, ao final da obra, a
imediata recomposição dos danos causados ao logradouro público.

O cuidado dos lotes urbanos pelos seus proprietários é definido pelo Art. 44, um dos aspectos
considerados tem relação com a drenagem, o cuidado e preservação de nascentes, cursos d’água
nesses lotes, como pode ser observado no conteúdo do Art. 44.

Art. 44 O lote, o conjunto de lotes ou o terreno lindeiro a logradouro público dotado


de meio-fio será mantido fechado, limpo, drenado e roçado.
§ 1º Entende-se por drenado, o lote, o conjunto de lotes ou o terreno em condições
de escoamento de águas pluviais, preservadas as eventuais nascentes e cursos
d`água existentes e suas condições naturais de escoamento.
§ 2º O fechamento deverá ser capaz de impedir o carreamento de material dos lotes
para logradouro público, sendo vedada a utilização de formas de fechamento que
causem danos ou incômodos aos transeuntes (...).

Para conseguir a autorização de entrada nos imóveis pela entidade fiscalizadora, conhecido como
Habite-se, um dos pontos para fiscalização envolve a previsão de soluções para o esgoto sanitário
e a drenagem. Como pode ser visto no Art. 54

Art. 54 A conclusão de obra licenciadas nos Grupos II, III e IV será comunicada ao
Município pelo requerente ou representante legal, para fins de vistoria e concessão
do Habite-se e/ou do Termo de Conclusão de Obras, quando serão avaliados:
I - o cumprimento integral do projeto ou peças gráficas aprovadas;
II - a pavimentação de todo o passeio, inclusive o meio-fio, adjacente ao terreno
edificado;
III - a ligação do sistema de esgoto sanitário à rede do logradouro ou, na falta
desta, à adequada à fossa séptica, filtro e sumidouro;
IV - o correto escoamento das águas pluviais do terreno edificado.
Parágrafo único. A conclusão de obras licenciadas sem a devida comunicação ao
órgão licenciador implicará adoção das penalidades previstas nesta Lei.

É vedado também durante a execução de obras o lançamento de águas servidas em via públicas,
bem como danificar as suas redes subterrâneas, como apresentado no Art. 60.

Art. 60 Durante a execução das obras, o proprietário e o responsável técnico deverão


preservar a segurança e a integridade dos operários, das propriedades vizinhas e do
público, através das seguintes providências:
I - manter os trechos de logradouros adjacentes à obra, permanentemente
desobstruídos e limpos;
II - não descarregar ou vazar águas servidas nas ruas e logradouros públicos;

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
102
III - não danificar pavimentação e/ou passeios, e/ou redes subterrâneas em
logradouros públicos; (...)

Caso haja o descumprimento das normas previstas na lei, é definido no Art. 61 os desdobramentos
possíveis, sendo eles

Art. 61 Os infratores das disposições contidas nesta Lei e das normas dela
decorrentes - sejam eles o requerente, proprietário ou o responsável técnico pelo
projeto e/ou pela obra - serão notificados para sanear a irregularidade, sem prejuízo
da aplicação das seguintes penalidades:
I - multa, a ser aplicada proporcionalmente à natureza e gravidade da infração
cometida, conforme valores constantes do Anexo III desta Lei, após julgado
procedente o auto de infração, cuja quitação não exime o saneamento da
irregularidade;
II - embargo, a ser aplicado quando constatada irregularidade pela fiscalização,
precedido do auto de infração;
III - interdição, aplicada, sempre que se verificar prosseguimento de obra embargada
ou execução de obra ou edificação, habitada ou não, que ponha em risco a sua
estabilidade ou exponha a perigo os moradores, a vizinhança, os operários e
terceiros, ficando proibido, a qualquer título, o ingresso de pessoas na obra ou
edificação, exceto aquelas credenciadas por autoridade competente; (...)

O Código de Obras e Serviços de Salvador é importante na garantia do uso de soluções adequadas


para as componentes de saneamento básico, na preservação das características naturais de
escoamento dos lotes e suas matas ciliares, na previsão de proteção das infraestruturas urbanas e
na definição de sanções para os que causarem prejuízos por não observarem e cumprirem as
normas.

3.3.6 PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SALVADOR

O Plano Municipal de Educação foi sancionado pela Lei nº 9105/2016, que em seu Art. 1º, define
que fica aprovado o Plano Municipal de Educação (PME) de Salvador, com vigência por dez anos,
a contar da publicação desta Lei, em consonância com o disposto no art. 8º da Lei nº 13.005, de 25
de junho de 2014, que aprovou o Plano Nacional de Educação - PNE. Como a lei foi publicada em
2016 o PME tem vigência até o ano de 2026, que se alinha ao horizonte de curto prazo do PMBSI
de Salvador.

Em seu Art. 2º, são apresentadas as diretrizes do PME, sendo elas:

I - erradicação do analfabetismo;
II - melhoria da qualidade da educação em todos os seus níveis de atuação;
III - aprimoramento do regime de colaboração entre os entes que compõem o Sistema
Municipal de Ensino de Salvador;
IV - compartilhamento de responsabilidades, a partir das funções e
especificidades de cada um em relação às metas e estratégias deste Plano;
V - valorização dos (as) profissionais da educação;
VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
103
VII - garantia de padrões mínimos para construção de unidades educacionais
voltadas à Educação Infantil e Ensino Fundamental, especialmente para a rede
municipal de ensino;
VIII - articulação entre saúde e educação como garantia do atendimento global
e desenvolvimento integral e integrado das crianças;
IX - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como
proporção do Produto Interno Bruto - PIB, de modo a assegurar atendimento às
necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade;
X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e
à sustentabilidade socioambiental;
XI - superação das desigualdades educacionais com ênfase na promoção das
igualdades racial e regional.

Nos incisos IV, VIII e X, fica evidenciado que as questões relacionadas ao compartilhamento de
responsabilidades na realização das metas, à saúde, aos direitos humanos, à diversidade e à
sustentabilidade socioambiental envolvem as diretrizes necessárias para o cumprimento de suas
obrigações institucionais e das metas propostas no PME.

No Art. 3º, fica estabelecido que as metas previstas no Anexo Único desta Lei serão cumpridas no
prazo de vigência deste PME, desde que não haja prazo inferior definido para metas e estratégias
específicas.

Em seu Anexo Único, ficam apresentadas as metas que envolvem o PME, ao toda são 18 (dezoito)
Metas e 20 (vinte) Estratégias estabelecidas. É na Meta 7, que prevê “fomentar a qualidade da
Educação Básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da
aprendizagem, de modo a atingir os resultados de Ideb para o Município”, que a preocupação com
o acesso ao saneamento é trazida. Para tanto, na estratégia 7.13, fica definido:

7.13 assegurar a todas as escolas públicas de Educação Básica o acesso à energia


elétrica, ao saneamento básico e ao manejo dos resíduos sólidos;

Para o PME, para se garantir valores adequados na avaliação do Ideb no município é necessário
que as escolas garantam acesso ao saneamento básico, essa estratégia dialoga diretamente com
o entendimento que para o avanço na educação, a saúde e a higiene são condições fundamentais
para o avanço cognitivo dos educandos. O saneamento nas escolas também dialoga com as
questões de gênero, já que cada gênero terá suas demandas específicas, a exemplo das meninas
que, a partir da puberdade, necessitam de privacidade e condições específicas de higienização no
ambiente escolar para se cuidarem no período menstrual. Esses elementos demonstram que o
saneamento básico nas escolas está para além de um tema a ser abordado em educação
ambiental, mas sua presença de maneira adequada e considerando as peculiaridades de cada
instituição e seu coletivo, é fundamental para garantir a permanência dos estudantes com respeito
à dignidade humana, à saúde pública e a proteção ao meio ambiente.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
104
4. DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL DA GESTÃO DO SERVIÇO DE
ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Segundo a Lei nº. 11.445, de 2007, a gestão dos serviços de saneamento básico no Brasil deve
envolver quatro funções fundamentais, a saber: a regulação, planejamento, a fiscalização e a
prestação dos serviços. Em cada uma das funções, fica assegurada a atuação do controle social,
como esquematizado no diagrama da Figura 7.

Figura 7 - Modelo de gestão dos serviços públicos de saneamento básico

Fonte: MORAES et. al., 2008.

Para identificação dos responsáveis pela execução de cada função de gestão, realizou-se
levantamento prévio, por meio de pesquisas em sites oficiais do poder público e entrevistas com
técnicos da prefeitura. Em seguida, analisou-se as informações com o objetivo de caracterizar como
as atividades relacionadas à gestão se desenvolvem no município.

As secretarias que se relacionam diretamente com os serviços de saneamento básico no município


são apresentadas no Quadro 3:

Quadro 3 - Órgãos que integram o quadro de gestão dos serviços de Saneamento Básico
da Prefeitura Municipal do Salvador.
Órgão (Finalidade)
Função
Administração Direta Administração Indireta
Arsal promover e zelar pela eficiência
Casa Civil: finalidade de assessorar o prefeito na
econômica e técnica dos serviços
formulação do planejamento estratégico e
públicos, propiciando aos seus
orçamentário da Administração Municipal, na
Planejamento usuários as condições de
gestão e controle dos projetos estratégicos
e Regulação regularidade, continuidade e
intersetoriais, no acompanhamento de
segurança. fazer cumprir a legislação
indicadores de desempenho, na avaliação de
e demais normas regulamentares,
resultado das ações empreendidas pelo Poder
incluindo os contratos de concessão,

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
105
Órgão (Finalidade)
Função
Administração Direta Administração Indireta
Executivo Municipal e na captação de recursos permissão e de outra natureza e seus
financeiros. anexos, relacionados aos serviços
públicos delegados pelo Poder
Público Municipal e exercer a
regulação, o controle e a fiscalização
dos serviços.
SEINFRA: finalidade de planejar e gerir a Sucop: responsável pelas obras da
infraestrutura urbana e o saneamento ambiental, cidade, como aquelas de contenção
executar obras públicas e projetos habitacionais de encostas, pavimentação e
de interesse social, bem como de formular e requalificação asfáltica,
implementar políticas de redes de infraestrutura requalificação da orla, construção e
da cidade no que concerne ao regular reforma de prédios públicos, de
desempenho das competências do Município de unidades habitacionais, de pontes e
Salvador, viadutos, dentre outras.
Seman: finalidade realizar a manutenção,
recuperação, conservação dos bens, prédios,
Desal Empresa de economia mista
equipamentos e espaços públicos, bem como
ligada regimentalmente a Seman,
Planejamento planejar, supervisionar, acompanhar e fiscalizar
responsável por elaborar estudos e
e prestação os projetos e obras de manutenção no plano de
projetos, produzir, montar,
dos serviços conservação e manutenção de vias públicas,
comercializar, manter e operar
além de gerenciar e operar os equipamentos de
equipamentos de engenharia urbana.
engenharia urbana nos espaços públicos da
Cidade do Salvador.
Semop: fazer cumprir a legislação e demais
normas regulamentares, incluindo os contratos
de concessão, permissão e de outra natureza e Limpurb: tem finalidade a execução
seus anexos, relacionados aos serviços públicos de serviços públicos e de limpeza
delegados pelo Poder Público Municipal e urbana, tratamento e destinação final
exercer a regulação, o controle e a fiscalização dos resíduos sólidos.
dos serviços abrangidos acima, editando as
resoluções e proferindo as decisões pertinentes.
Sedur: tem por finalidade supervisionar, FMLF por finalidade a função de
acompanhar, fiscalizar e planejar os planejamento urbano bem como,
cumprimentos das normas relativas ao elaborar e coordenar projetos
ordenamento de uso e ocupação do solo do urbanísticos, setoriais, de arquitetura,
Município de Salvador. especiais e complementares.
Secis formular, coordenar, executar,
Urbano /
acompanhar e avaliar a política municipal do
Ambiental
desenvolvimento sustentável e de resiliência,
promover a inovação da Cidade, executar
-
estudos e planos para a promoção ambiental e
preservação dos recursos naturais, gerir o
Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural -
Savam e coordenar as ações de Defesa Civil.
Fonte: PMS, 2021.

Esse conjunto de órgãos que integram o quadro administrativo voltado para a gestão dos serviços
de Saneamento Básico da Prefeitura Municipal do Salvador, atuam nas diferentes funções de
gestão, e são fundamentais para o entendimento de como ao longo das décadas o município de
Salvador vem realizando, com todas as suas peculiaridades, a oferta desses serviços. Neles se
encontram a memória viva dos servidores públicos, que ao longo do tempo, mesmo com as

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


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106
mudanças administrativas de cada gestão, seguem acumulando uma expertise técnica de grande
valor para subsidiar o processo de planejamento que se empreende nesse plano.

Além dos órgãos de âmbito municipal, outras instituições se envolvem nas funções de gestão no
município, devido a sua abrangência e complexidade. No Quadro 4, apresenta-se um resumo da
organização voltada para a gestão dos serviços públicos de saneamento básico de Salvador, a
partir das definições e prerrogativas trazidas na Lei Nacional nº 11.445/2007. Nos itens adiante, se
discutirá a situação de cada elemento da organização da gestão.

Quadro 4 – Resumo sobre a gestão do saneamento básico em Salvador/BA


Organização dos Abastecimento Esgotamento Manejo de Águas Manejo de Resíduos
Serviços de Água Sanitário Pluviais Sólidos
Não existe lei
Política Não existe lei específica,
Não existe lei específica, mas o específica, mas o tema
Municipal na mas o tema é abordado
tema é abordado no PDDU 2016 é abordado no PDDU
forma de lei no PDDU 2016
2016
Plano para os
quatro Em elaboração Em elaboração Em elaboração
componentes
Plano aprovado em 2010, mas
Plano específico em reformulação em 2021 pelo Não existe Não existe
PMSBI
Seman realiza a
manutenção e solicita a
contratação de
Semop é responsável
Prestador Embasa a partir da atuação da
prestadores
LIMPUB
terceirizados, com auxílio
da Sucop.
Contrato de Concessão assinado
Possui dois contratos Contratos de prestação
em 1929, considerado
(Lote 01 e Lote 02), para de serviços por
instrumento precário.
Contrato execução de serviços de licitação para a coleta,
Convênio de Cooperação entre
limpeza, dragagem e transporte e disposição
Entes Federados celebrado em
manutenção de canais final de RSU
22 de dezembro de 2009.,
Contrato de Concessão assinado
Vencimento do em 1929, com prazo Para os dois Lotes o vencimento é 17 de janeiro
Contrato indeterminado, considerado de 2021, com possibilidade de prorrogação
instrumento precário
Contrato de Concessão da
prestação por tempo Contrato de prestação de Contrato de prestação
Tipo de Contrato
indeterminado, que necessita de serviço por licitação de serviço por licitação
adequação.
Área de Todo o município. Com a
cobertura do limitação das áreas com Todo o território municipal
contrato irregularidades fundiárias
Metas de Em elaboração no Em elaboração no
Em elaboração no PMSBI
expansão PMSBI PMSBI
Responsável por
definir as metas SEINFRA e Embasa Seman Limpurb
de expansão
Não há cobrança A taxa de coleta,
Cobrança Tarifas aplicadas pela Embasa
específica remoção e destinação

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107
Organização dos Abastecimento Esgotamento Manejo de Águas Manejo de Resíduos
Serviços de Água Sanitário Pluviais Sólidos
de resíduos sólidos
domiciliares (TRSD) é
cobrada no mesmo
documento de
arrecadação do IPTU
Forma de Conta mensal por medição de
Não se aplica Não se aplica
cobrança consumo
A fiscalização do
Contrato é A fiscalização do
Controle da
A Agersa é a responsável pela responsabilidade da Contrato é
qualidade da
regulação e fiscalização Diretoria de Manutenção responsabilidade da
prestação
e Infraestrutura Urbana Limpurb
(DMI) da Seman
Responsável
pelos
Agersa Seman Limpurb
parâmetros de
qualidade
Resoluções publicadas pela
Regulação
Agersa, devido a atuação da Não existe Arsal
instituída
Embasa.
Fiscalização
Agersa Não existe Arsal e Limpurb
instituída
Ouvidoria do Estado, Canais de
comunicação da Embasa e
Local de Canais de
canais de atendimento da Canais de comunicação
realização das comunicação da
Embasa (Teleatendimento, Site, da Seman e seus órgãos
reclamações Limpurb.
Aplicativo, lojas presenciais e
SAC).
Participação Atuação pouco Atuação pouco Atuação pouco Atuação pouco
social na gestão expressiva expressiva expressiva expressiva
Realização de
Conferência
Não Não Não Não
Municipal de
Saneamento
Conselho
Sim Sim Sim Sim
instituído
Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

A gestão dos serviços de saneamento básico em Salvador, carrega a lógica encontrada na maioria
dos municípios do Brasil, onde apesar dos esforços para se organizarem a partir da chegada das
Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, Lei nº 11.445/2007, seguem sem conseguir
concretizar no dia a dia da operacionalização da gestão, a integração necessária entre os órgãos
que cumprem as funções de planejamento, prestação, regulação e fiscalização e a disponibilização
de equipe mínima necessária para a demanda encontrada na rotina da gestão desses serviços
públicos.

Apesar do esforço empreendido pelos técnicos, a própria organização desses órgãos na estrutura
administrativa municipal não favorece uma coordenação voltada para a integralidade entre as
componentes do saneamento básico. Os serviços públicos de abastecimento de água e

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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esgotamento sanitário são tratados no âmbito da relação com a prestadora, Embasa, com foco nas
intervenções e obras públicas da cidade, junto à SEINFRA por meio da Comissão de Coordenação
de Obras de Salvador (CCOS), realizada por funcionário alocado na Sedur. O serviço público de
manejo de água pluviais e drenagem urbana tem a definição dos seus projetos na SEINFRA, por
meio da Sucop e a operação e manutenção na Seman. O serviço público de manejo de resíduos
sólidos é conduzido pela Semop, a partir da Limpurb, mas a coleta seletiva é desenvolvida pela
Secis.

Cada secretaria tem sua dinâmica própria, e todas operam buscando atender as demandas
simultâneas que a cidade produz, dirigindo grande parte de sua atenção para essas ações. Os
encontros entre os técnicos das diferentes secretarias ocorrem, normalmente, em torno da
discussão de projetos específicos. Não existe um processo de planejamento integrado estabelecido
entre os órgãos, onde as visões de longo prazo para o saneamento básico possam ser construídas
pela composição das contribuições dos profissionais que atuam no dia a dia das diferentes
atividades.

Nesse sentido, com intuito de colaborar para o aperfeiçoamento dessa integração a Lei nº 9.069
/2016, que dispõe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador
(PDDU 2016), define que seja criado órgão municipal de planejamento e gestão da infraestrutura
urbana e saneamento básico como parte integrante do Sistema Municipal de Saneamento Básico.

A regulação e fiscalização, é realizada para serviços públicos de abastecimento de água e


esgotamento sanitário por entidade estadual. O serviço público de manejo de resíduos sólidos, fica
a cargo de atuação de âmbito municipal. O serviço público de manejo de água pluviais e drenagem
urbana, não tem ente regulador definido. Essa diferença de estrutura e capacidade regulatória entre
as componentes deve ser reformulada a partir da organização do sistema municipal de saneamento
básico.

A participação e controle social ainda não ocorrem como definido na política pública, apesar da
existência de conselhos municipais de saúde, meio ambiente e da cidade, nenhum deles foi
outorgado por lei específica para exercer o controle social no sistema municipal de saneamento
básico. O Conselho Municipal de Salvador (COM-SSA), responsável por articular as políticas
específicas e setoriais na área do desenvolvimento urbano, entre elas o saneamento ambiental, é
o principal mecanismo de controle social para esse momento de estruturação dos instrumentos
específicos para o saneamento básico, que o processo de elaboração do PMSBI traz para Salvador.
Conforme preconiza o PDDU 2016, o município deverá criar o Sistema Municipal de Saneamento

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Básico, e dentro dele estabelecer a Câmara Técnica de Saneamento Básico integrante do Conselho
Municipal de Salvador como a instância de controle social em saneamento básico.

4.1 TITULARIDADE NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR

A Lei Nacional nº 11.445/2007 no Capítulo II dispõe a respeito do exercício da titularidade e prevê


que o titular deverá formular a Política Pública de Saneamento Básico, devendo para tanto,
desempenhar as atribuições, previstas no artigo 9º, como: elaborar os planos de saneamento
básico; prestar diretamente ou autorizar delegação dos serviços; definir ente responsável pela
regulação e fiscalização dos serviços; adotar parâmetros para garantia do atendimento essencial à
saúde pública; fixar direitos e deveres dos usuários; estabelecer mecanismos de controle social;
estabelecer sistema de informações sobre os serviços. Todas essas atribuições estruturam as
quatro funções de gestão.

Com as alterações nas Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, incluídas pela Lei nº
14.026/2020, o entendimento sobre a titularidade incorporou outros elementos, quando foi
determinado a criação de agrupamentos de municípios para prestação regionalizada dos serviços,
com vistas à geração de ganhos de escala e à garantia da universalização e da viabilidade técnica
e econômico-financeira dos serviços. A titularidade é especificamente tratada no Art. 8º, que define
quem exerce a titularidade, como pode ser observado a seguir:

Art. 8º Exercem a titularidade dos serviços públicos de saneamento básico:


I - os Municípios e o Distrito Federal, no caso de interesse local;
II - o Estado, em conjunto com os Municípios que compartilham efetivamente
instalações operacionais integrantes de regiões metropolitanas, aglomerações
urbanas e microrregiões, instituídas por lei complementar estadual, no caso de
interesse comum.
§ 1º O exercício da titularidade dos serviços de saneamento poderá ser realizado
também por gestão associada, mediante consórcio público ou convênio de
cooperação, nos termos do art. 241 da Constituição Federal, observadas as seguintes
disposições:
(...)
§ 3º A estrutura de governança para as unidades regionais de saneamento básico
seguirá o disposto na Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole).
§ 4º Os Chefes dos Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios poderão formalizar a gestão associada para o exercício de funções
relativas aos serviços públicos de saneamento básico, ficando dispensada, em caso
de convênio de cooperação, a necessidade de autorização legal.
§ 5º O titular dos serviços públicos de saneamento básico deverá definir a
entidade responsável pela regulação e fiscalização desses serviços,
independentemente da modalidade de sua prestação.
Art. 8º-A. É facultativa a adesão dos titulares dos serviços públicos de saneamento
de interesse local às estruturas das formas de prestação regionalizada.
Art. 8º-B. No caso de prestação regionalizada dos serviços de saneamento, as
responsabilidades administrativa, civil e penal são exclusivamente aplicadas
aos titulares dos serviços públicos de saneamento, nos termos do art. 8º desta
Lei. (grifos nossos)

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
110
No caso do Município de Salvador, conforme definido no inciso II, a titularidade é exercida de
maneira conjunta com o Estado e os Municípios que fazem parte da Região Metropolitana de
Salvador, com os quais o município compartilha funções de interesse comum. Apesar das definições
trazidas na lei, é importante entender algumas reflexões sobre esse entendimento.

Nesse sentido, o STF expressou entendimento consolidado na ADI 1.842/RJ e na ADI 2.077/BA,
definindo que, no caso de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões não há
transferência de titularidade dos serviços públicos de interesse comum ao Estado, dado que se trata
de competência conferida diretamente pela CF aos Municípios. Portanto, caberá aos titulares definir
de forma colegiada, sobre a prestação dos serviços, a partir das deliberações da entidade
interfederativa, esfera de governança estabelecida para estes arranjos territoriais, que deverá ser
promovida nos termos da respectiva lei complementar estadual de sua criação. (ONDAS, 2021).

Na direção dessa prerrogativa que consagrada a partir da decisão do STF, o Estado da Bahia, criou
em 2014, a Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador, condição necessária para
a concretização da titularidade colegiada das funções públicas de interesse comum. Vale destacar,
que é de extrema importância para o sucesso da gestão colegiada que os titulares exerçam suas
funções de gestão e atribuições perante a implementação das políticas públicas em esfera
municipal, de maneira a subsidiar a decisão colegiada em âmbito territorial metropolitano.

4.1.1 ENTIDADE METROPOLITANA DA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR

A Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador foi criada pela Lei Complementar nº
41, de 13 de Junho de 2014, que dispôs sobre sua estrutura de governança e sobre o sistema de
planejamento metropolitano, instituiu o Fundo de Mobilidade e de Modicidade Tarifária do
Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Salvador (FMTC-RMS), regulamentou o art. 13 da
Lei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, no âmbito da Região Metropolitana de Salvador, e
autorizou a instituição do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano da Região Metropolitana de
Salvador ;(FRMS).

A Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador (EMRMS), é uma autarquia


intergovernamental de regime especial, com caráter deliberativo e normativo e personalidade
jurídica de direito público. Foi criada para a exercer as competências relativas à integração da
organização, do planejamento e da execução de funções públicas de interesse comum aos
Municípios integrantes da Região Metropolitana de Salvador. São suas competências, conforme o
Art 2º:

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111
I - aprovar objetivos, metas e prioridades de interesse regional, compatibilizando-os
com os objetivos do Estado e dos Municípios que o integram, bem como fiscalizar
e avaliar sua execução;
II - apreciar planos, programas e projetos, públicos ou privados, relativos à
realização de obras, empreendimentos e atividades que tenham impacto regional;
III - aprovar e encaminhar, em tempo útil, propostas regionais relativas ao Plano
Plurianual, à Lei de Diretrizes Orçamentárias e à Lei Orçamentária Anual;
IV - comunicar aos órgãos ou entidades federais que atuem na unidade regional as
deliberações acerca de planos relacionados com os serviços por eles realizados.
§ 2º - Sem prejuízo de outras previstas na legislação, são funções públicas de
interesse comum, a mobilidade urbana, o transporte público de qualquer
natureza, o saneamento básico, o aproveitamento de recursos hídricos, a
preservação de meio ambiente, a distribuição de gás canalizado, a habitação
popular, manutenção da função social da propriedade imobiliária urbana e,
quando houver impacto metropolitano, o ordenamento, a ocupação e uso do
solo urbano

Conforme apresentado no Art. 3º, a EMRMS tem em sua estrutura de governança instâncias de
função política, participativa, técnica e executiva, como pode ser visto a seguir:

Art. 3º - Integram a estrutura de governança da Entidade Metropolitana da Região


Metropolitana de Salvador:
I - o Colegiado Metropolitano, composto pelo Governador do Estado e pelos
Prefeitos dos Municípios que compõem a Região Metropolitana de Salvador;
II - o Comitê Técnico, composto por 03 (três) representantes do Estado da Bahia,
por 03 (três) representantes do Município do Salvador e por 01 (um) representante
de cada um dos demais Municípios metropolitanos;
III - o Conselho Participativo da Região Metropolitana de Salvador, a ser composto
por 30 (trinta) membros, sendo 01 (um) representante escolhido por cada Legislativo
e os demais representantes da sociedade civil;
IV - o Secretário-Geral da Entidade Metropolitana.
Parágrafo único - O Regimento Interno da Entidade Metropolitana disporá sobre o
funcionamento dos órgãos mencionados neste artigo e sobre a criação e
funcionamento das Câmaras Temáticas, bem como poderá criar outros órgãos,
permanentes ou temporários.

O Colegiado Metropolitano é a instância máxima da Entidade Metropolitana da Região


Metropolitana de Salvador e somente poderá deliberar com a presença de representantes de entes
da Federação que detenham pelo menos a maioria absoluta do número total dos votos, conforme
seu Art. 7º.

São atribuições do Colegiado Metropolitano, conforme determinado no Art. 8º:

I - instituir diretrizes sobre o planejamento, a organização e a execução de


funções públicas de interesse comum, a serem observadas pela
Administração Direta e Indireta dos Municípios integrantes da Região
Metropolitana;
II - deliberar sobre assuntos de interesse regional, em matérias de maior relevância,
nos termos do Regimento Interno;
III - especificar os serviços públicos de interesse comum compreendidos nos
campos funcionais referidos no art. 5º da Lei Complementar Federal nº 14, de
08 de junho de 1973, bem como, quando for o caso, as correspondentes
etapas ou fases e seus respectivos responsáveis;

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
112
IV - aprovar o Plano de Desenvolvimento Metropolitano, os planos setoriais
metropolitanos e, quando couber, os planos locais;
V - definir a entidade reguladora responsável pelas atividades de regulação e
de fiscalização dos serviços públicos de interesse comum, bem como
estabelecer as formas de prestação destes serviços;
VI - propor ao Estado e aos Municípios dele integrantes alterações tributárias com
finalidades extrafiscais necessárias ao desenvolvimento regional;
VII - propor critérios de compensação financeira aos Municípios da Região
Metropolitana que suportem ônus decorrentes da execução de funções ou
serviços públicos metropolitanos;
VIII - elaborar e alterar o Regimento Interno da Entidade Metropolitana da Região
Metropolitana de Salvador;
IX - eleger e destituir o Secretário-Geral.
Parágrafo único - No caso de o Colegiado Metropolitano deliberar pela
unificação na prestação de serviço público, ou de atividade integrante de
serviço público, a Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de
Salvador subscreverá o respectivo contrato de concessão ou de programa
representando todos os entes da Federação integrantes da Região
Metropolitana.

De maneira a garantir a participação e controle social, o Conselho Participativo da Região


Metropolitana de Salvador tem por finalidade, conforme o Art. 9º:

I - elaborar propostas para apreciação das demais instâncias da Entidade


Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador;
II - apreciar matérias relevantes previamente à deliberação do Colegiado
Metropolitano;
III - propor a constituição de Grupos de Trabalho para a análise e debate de temas
específicos;
IV - convocar audiências e consultas públicas sobre matérias de sua apreciação.
Parágrafo único - Os representantes da sociedade civil e os indicados pelos
Legislativos no Conselho Participativo da Região Metropolitana de Salvador serão
escolhidos na forma prevista no Regimento Interno.

Para exercer a função de planejamento foi definido o Sistema de Planejamento Metropolitano, que
é constituído pelos seguintes planos, conforme prevê o Art. 12:

I - Plano de Desenvolvimento Metropolitano;


II - planos setoriais metropolitanos;
III - planos setoriais locais.
§ 1º - O Plano de Desenvolvimento Metropolitano conterá as diretrizes para o
planejamento metropolitano, inclusive para os planos setoriais metropolitanos e
para os planos setoriais locais.
§ 2º - O Plano de Desenvolvimento Metropolitano poderá ser elaborado por meio da
compatibilização de planos setoriais metropolitanos.
§ 3º - Atendidos os procedimentos previstos no Regimento Interno, em especial a
realização de audiências públicas em todos os Municípios interessados, a Entidade
Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador editará:
I - o plano setorial metropolitano de uso e ocupação do solo;
II - o plano setorial metropolitano de habitação;
III - o plano setorial de mobilidade urbana;
IV - o plano setorial metropolitano de saneamento básico;
V - outros planos setoriais metropolitanos, relativos a funções públicas de interesse
comum, nos termos de decisão do Colegiado Metropolitano.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
113
§ 4º - O Plano de Desenvolvimento Metropolitano e os planos setoriais
metropolitanos poderão ser elaborados mediante estudos produzidos por entidades
e fundações universitárias, ou de desenvolvimento institucional e científico, ou que
tenham sido elaborados ou contratados por órgão ou entidade da Administração
Direta ou Indireta dos Municípios integrantes da Região Metropolitana.
§ 5º - Em complemento ao plano setorial metropolitano, poderá o Estado ou
Município integrante da Região Metropolitana editar plano setorial local, o qual,
salvo disposição em contrário de plano setorial metropolitano, somente terá eficácia
após sua homologação pelo Colegiado Metropolitano.
§ 6º - Os Municípios integrantes da Região Metropolitana de Salvador, o
Estado e os órgãos de atuação regional compatibilizarão seus planos e
programas às diretrizes do Plano de Desenvolvimento Metropolitano ou de
plano setorial metropolitano.

O Fundo de Universalização do Saneamento Básico da Região Metropolitana de Salvador (Fusan),


de natureza pública, criado de forma a atender ao previsto no art. 13 da Lei Federal nº 11.445, de
05 de janeiro de 2007, terá, como prevê o Art. 16, as seguintes receitas:

§ 1º - Constituem recursos do Fusan:


I - parcela das receitas emergentes da prestação de serviços públicos de
saneamento básico na Região Metropolitana de Salvador, na forma prevista
em contrato ou norma de regulação dos serviços;
II - transferências de recursos do Orçamento Geral da União - OGU;
III - recursos para ele destinados pelos entes da Federação que compõem a Região
Metropolitana de Salvador, ou por entidades de sua Administração Indireta;
IV - receitas advindas da aplicação de seus recursos.
§ 2º - Os recursos do Fusan deverão ser aplicados em programas e projetos
de saneamento básico de interesse metropolitano ou de interesse de
Município localizado na Região Metropolitana de Salvador, integrados ou não
a projetos de habitação popular ou de melhoria das condições habitacionais.

Apesar de criado por lei, o FUSAN segue ainda não utilizado, já que o seu funcionamento e condição
econômica é desconhecido pelo setor responsável pela revisão do Plano de Desenvolvimento
Urbano Integrado (PDUI) da Região Metropolitana de Salvador, uma das ações para
operacionalização do retorno do funcionamento da EMRMS. Esse desconhecimento é reflexo da
fragilidade do funcionamento da própria entidade.

Como observado, o município de Salvador compõe o Colegiado Metropolitano, e o fato de ser o


município com maior população, o coloca em um lugar de destaque e protagonismo nas decisões
tomadas no âmbito da EMRMS. Nesse sentido, a direção que o município apontar na
implementação da sua política pública de saneamento básico, será determinante para todo o
conjunto da RMS.

A criação do EMRMS representou um esforço na retomada da governança metropolitana, que ficou


por mais de três décadas sem ser desenvolvida, como pode ser observado na Figura 8, que teve
seu último planejamento considerando esse recorte territorial em 1982, quando a Conder elaborou
o Plano Metropolitano de Desenvolvimento (RODRIGUES e AZEVEDO, 2018).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
114
A EMRMS realiza suas funções a partir de ações desenvolvidas com iniciativas e suporte do
governo da Bahia, através de sua Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), que exerce a
função de Secretaria Executiva, e do titular da Pasta, secretário-geral interino da Entidade e
provisoriamente seu representante legal, por força de um Regimento Interno Provisório, aprovado
pelo Decreto nº 15.244, de 10 de julho de 2014 (RODRIGUES e AZEVEDO, 2018).

Figura 8 – Linha do Tempo do Planejamento e Gestão Metropolitana na RMS

Fonte: RODRIGUES e AZEVEDO, 2018.

As reuniões do Colegiado Metropolitano nos primeiros anos de sua criação não eram frequentes, e
ocorriam com maior regularidade no âmbito do Comitê Técnico e das Câmaras Temáticas, órgãos
que, em 2016, reuniam a quase totalidade dos municípios integrantes da RMS com técnicos de alto
nível de especialização para discutir temas relevantes à elaboração do Plano de Desenvolvimento
Urbano Integrado (PDUI) da Região Metropolitana de Salvador. (RODRIGUES e AZEVEDO, 2018).
No ano de 2017, o processo de elaboração do PDUI foi paralisado, como pode ser observado na
Figura 8, fazendo com que a EMRMS ficasse com suas atividades desaceleradas, já que essa era
principal ação desenvolvida na entidade.

A EMRMS apesar de existir e ter seu regimento interno estabelecido, hoje funciona a partir dos
esforços da Sedur voltados para a retomada da elaboração do PDUI, que demanda a participação
da EMRMS, entidade com competência de acompanhar o desenvolvimento metropolitano. O
município de Salvador não tem uma representação oficial na entidade, e configura como um dos
desafios políticos para a plena realização de suas funções colegiadas.

As principais ações que estão sendo executadas para a operacionalização da titularidade colegiada
envolvem o esforço de inserir os representantes legais dos município integrantes da região
metropolitana na discussão do PDUI e em comum acordo operacionalizarem os passos necessários

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
115
para o seu pleno exercício de gestão compartilhada das funções públicas de interesse comum, entre
eles a aprovação do regimento interno pelo Colegiado Metropolitano, instância máxima da EMRMS,
que permita o fechamento do primeiro ciclo de sua plena criação, conforme previsto nas leis que a
regem.

4.2 PLANEJAMENTO

O planejamento é um exercício analítico e sistemático, onde se busca apontar caminhos e


estratégias para a realização de ações públicas na construção de um futuro desejado. É um
processo contínuo que envolve a coleta, organização e análise sistematizada das informações, por
meio de procedimentos e métodos para chegar a decisões ou escolhas acerca das melhores
alternativas para o aproveitamento dos recursos disponíveis. Assim, a finalidade do planejamento
é estabelecer metas específicas para o futuro, que deverão levar à melhoria de uma determinada
situação e ao desenvolvimento de uma sociedade. O planejamento deve ser orientador dos
instrumentos metodológicos, administrativos, legislativos e de gestão para o desenvolvimento de
atividades em um determinado espaço e tempo, incentivando a participação institucional e dos
cidadãos (SANTOS, 2004).

De acordo com o artigo 8º da Lei Nacional nº 11.445/2007, o planejamento do saneamento básico


deve ser exercido pelo titular do serviço, indelegável a outro ente. A mesma lei apresenta o Plano
Municipal de Saneamento Básico (PMSB) como um dos principais instrumentos de planejamento e
obrigatório para prestação dos serviços públicos de saneamento básico, de competência do titular
do serviço, colocado como condição para acesso aos recursos do Governo Federal a partir do
exercício financeiro de 2023, conforme apresentado no Decreto nº 10.203, de 22 de janeiro de 2020,
que altera seu regulamento, o Decreto nº 7.217/2010.

Como Salvador faz parte da RMS, e exerce a titularidade de forma colegiada, sobre a gestão dos
serviços públicos de saneamento básico, ao elaborar seu plano municipal de saneamento básico,
deve, como titular, refletir sobre sua importância no âmbito das deliberações da entidade
interfederativa, EMRMS, esfera de governança estabelecida para este arranjo territorial, e contribuir
na definição das orientações e diretrizes para o Plano Metropolitano de Saneamento Básico.

O município de Salvador não desenvolve em sua rotina de planejamento e gestão no âmbito do


saneamento básico ações diretamente voltadas para a discussão e acompanhamento da prestação
do serviço públicos de abastecimento de água. No cotidiano, as decisões são tomadas pelo ente
responsável pela prestação dos serviços, a Embasa, sempre na tentativa de sanar demandas
imediatas, de promover análise de sua efetividade e estabelecendo a previsão das necessidades
futuras a partir da sua dinâmica de prestação.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Atualmente, tomando como referência a estrutura administrativa vigente, é a Secretaria Municipal
de Infraestrutura e Obras Públicas (SEINFRA) que tem a finalidade de planejar e gerir a
infraestrutura urbana e o saneamento ambiental, portanto, é o ente da administração direta mais
envolvido nas ações relacionadas à gestão do saneamento básico.

A SEINFRA é composta por três diretorias, a de Engenharia, de Habitação e Regularização


Fundiária e a de Saneamento, entre outros órgãos, sendo que na Diretoria de Saneamento Básico
está alocada a Gerência de Saneamento. Na estrutura da SEINFRA existe também a
Superintendência de Obras Públicas de Salvador (Sucop), autarquia, dotada de personalidade
jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, agente que
viabiliza a contratação de projetos e obras pela secretaria.

A SEINFRA elabora os projetos e os orçamentos das obras do município, enquanto a Sucop realiza
as licitações e contratações. Assim, os projetos novos da prefeitura são elaborados e orçados na
secretaria, no caso do saneamento básico, os projetos desenvolvidos estão mais voltados para a
drenagem urbana e não há relação direta da secretaria com os prestadores dos serviços públicos
de saneamento básico em atividades de planejamento.

Para a integração com outras instituições que realizam obras no município foi criada a Comissão
de Coordenação de Obras de Salvador (CCOS), responsável por articular os diferentes prestadores
e secretarias em torno dos projetos a serem executados. Atualmente a sua presidência é
desempenhada por funcionário alocada na Sedur, que atua em colaboração com a SEINFRA.

No caso de atividades de manutenção relativas à drenagem é a Seman que atua no planejamento


das ações. Porém não há uma integração setorial para a realização do planejamento em
saneamento, as ações acontecem de maneira desarticulada institucionalmente. Porém, vale
destacar que há um esforço dos técnicos que compõem esses órgãos em colaborarem, ao tempo
em que surgem demandas específicas, uns com os outros para a resoluções de problemas ou
proposição de ações e projetos que se apresentem necessários ao município (CEXEC, 2021).

Na Figura 9 é possível observar a estrutura administrativa da SEINFRA.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


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Figura 9 - Organograma da SEINFRA

Fonte: SEINFRA, 2021.

Para desenvolver suas atividades relativas ao saneamento básico, a SEINFRA, por meio da
Diretoria de Saneamento Básico (DSAN), conta com um corpo técnico formado por cargos
comissionados e terceirizados, com o total de 7 profissionais, como pode ser observado no Quadro
5.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
118
Quadro 5 – Profissionais alocados na Diretoria de Saneamento Básico da SEINFRA
Cargo Quantidade Vínculo Grau de instrução
Diretor de Cargo
1 Nível Superior
Saneamento Básico Comissionado
Gerente de Cargo
1 Nível Superior
Saneamento Básico Comissionado
Cargo
Secretária 1 Nível Superior
Comissionado
Consultores em
4 Terceirizados Nível Superior
Saneamento Básico
Fonte: PMS, 2021

Diante dos desafios observados em relação ao saneamento básico, fica a preocupação sobre a
quantidade de profissionais disponíveis para observar os assuntos de planejamento da DSAN da
SEINFRA, da terceira maior capital do Brasil, apontando que o município deverá avançar na
estruturação desta área no município.

Em 2010, houve a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico com foco nas
componentes de abastecimento de água e esgotamento sanitário. No período de sua elaboração,
a delegação da prestação desses serviços à Embasa, nos termos em que foi pactuada em 1925 e
retificada em 1929, caducaria em 31 de dezembro de 2010, por força da alteração do art. 42, da Lei
federal nº 8.987/95, introduzida pelo art. 58, da Lei federal nº 11.445/07. Nesse prazo, a delegação
deveria ser totalmente reformulada para se adequar às normas constitucionais vigentes. A
elaboração do PMSB, condição e parte deste processo, foi iniciado em 2009, com a celebração do
Convênio de Cooperação entre o Município e o Estado da Bahia, com interveniência da Embasa,
para a gestão associada dos serviços, no qual foram estabelecidas outras ações e providências
necessárias para a formulação e assinatura do contrato de programa que deveria ser formalizado
até 31 de dezembro de 2010. (PMSB, 2010)

Todo esse processo culminou no sancionamento da Lei nº 7981, de 31 de maio de 2011, que
aprovou o Plano Municipal de Saneamento Básico - Serviços de Abastecimento de Água e
Esgotamento Sanitário, autorizou o município a celebrar contrato de programa com a Empresa
Baiana de Águas e Saneamento S/A - Embasa, institui o fundo municipal de saneamento básico -
FMSB, ratificou o convênio de cooperação entre entes federados, firmado em dezembro de 2009.
Assim, foram realizadas todas as etapas necessárias para a assinatura do contrato de programa
entre o município e a Embasa, porém, o contrato não foi assinado e até o presente momento, ano
corrente de 2021, a relação contratual entre o prestador e o ente titular concedente permanece
precária, ou seja, sem instrumento legal respaldado pela lei vigente. Outro aspecto dessa história é
que o município ainda estava pendente na sua atribuição de planejar as quatro componentes de
saneamento básico.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
119
Portanto, a elaboração deste documento, com o esforço de planejar o saneamento básico de
maneira integrada, observando as quatro componentes , representa uma experiência pioneira para
o município na área do saneamento básico, o que traz grandes desafios e oportunidades, vide a
riqueza que os diferentes instrumentos de planejamento e políticas públicas de áreas afins que o
município já possui, inclusive em ações de nível estadual realizadas com vistas a atender a
complexidade da região metropolitana.

Em âmbito metropolitano, está em elaboração o Plano de Esgotamento Sanitário da Região


Metropolitana de Salvador (PES-RMS), que juntamente com o Plano de Abastecimento de Água da
RMS, Santo Amaro e Saubara (PARMS), este já elaborado pela Secretaria de Infraestrutura Hídrica
e Saneamento do Governo do Estado da Bahia (SIHS), irão compor o Plano de Desenvolvimento
Integrado (PDUI) da RMS, ferramenta de vital importância para a Entidade Metropolitana da Região
Metropolitana de Salvador, criada pela Lei Complementar nº 41, de 13 de junho de 2014 e Decreto
nº 15.244, de 10 de Julho de 2014. A elaboração do PES-RMS teve início em 06/11/2020, por meio
da assinatura do Contrato firmado entre a Sihs e o Consórcio Nova Engevix-RK e será composto
por estudos básicos, diagnósticos, estudos de concepção e de viabilidade, estudos topográficos,
estudos de diretrizes e proposições e avaliação ambiental estratégica para os municípios de
Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari, Simões Filho, Candeias, Dias D’Ávila, Vera Cruz, São
Francisco do Conde, Itaparica, Madre de Deus, Mata de São João, São Sebastião do Passé e
Pojuca, que integram a Região Metropolitana de Salvador (SIHS, 2021).

Outro instrumento de planejamento criado é o Plano Salvador 500, que buscou pensar uma cidade
menos desigual, mais integrada e social, econômica, cultural, ambiental e institucionalmente
sustentável. Para tanto, foram desenvolvidos três cadernos, de maneira a estabelecer o processo
de planejamento. O Caderno Sociedade, Economia e Território reúne dados e informações que
caracterizam a Salvador-Metrópole hoje (Salvador é) e constituem pontos de partida do Plano
Salvador 500. No Caderno Cenários, constam dois tipos de futuro: o futuro como extrapolação de
tendências atuais, que representam a projeção de forças estruturais que geram as desigualdades
da cidade (Salvador será), e o futuro como fruto de rupturas com essas forças estruturais, os
cenários prospectivos (Salvador transformada), frutos de pactuação entre atores das sociedades
política e civil. O terceiro, Caderno Agenda do Plano, delineia um conjunto de proposições que pode
levar a cidade, que acumula uma enorme dívida social a se fazer menos desigual (FMLF, 2021).

A importância do saneamento básico para a melhoria da qualidade de vida de qualquer município,


se ratifica ao observamos o Plano Salvador 500, que diante dos diversos temas que envolvem a
cidade, traz o destaque necessário para os serviços de saneamento básico como elemento
fundamental para o alcance do cenário de referência adotado no plano. Nesse sentido apresentam

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


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no âmbito dos Cenários de referência para redução da desigualdade, maior integração e
sustentabilidade, que o município deverá ter (SALVADOR 500, 2020):

• Saneamento básico universalizado - abrangente todo o território e todos os domicílios de Salvador -


contemplando o acesso, a efetiva prestação e a qualidade dos serviços de abastecimento de água,
esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais

Ao alcançar esse resultado teremos:

• Correção das assimetrias territoriais e socioeconômicas relacionadas à prestação dos serviços de


saneamento básico em Salvador;
• Eliminação dos fatores de risco para a saúde dos indivíduos e das comunidades relacionados às
condições sanitárias e ambientais dos respectivos territórios;
• Melhoria da qualidade ambiental dos bairros e comunidades urbanisticamente precários (ZEIS);
• Redução dos fatores sistêmicos relacionados ao saneamento básico que concorrem negativamente
para a qualidade do ambiente da cidade

Ainda é apresentado um conjunto de indicadores quantitativos, denominados Linha de base dos


Indicadores (2018), entretanto, para o saneamento básico os indicadores se limitam ao
abastecimento de água, não havendo indicadores para o esgotamento sanitário, no referido plano.

No Plano Salvador 500, são apresentados cenários para outros temas, como saúde, educação,
habitação, mobilidade, gestão urbana e metropolitana e ambiente urbano, entre outros. Portanto,
suas proposições e direcionamentos alimentam a visão de futuro para o saneamento básico de
Salvador entre outras políticas públicas que exigem planejamento.

Com isso, é fundamental que o responsável pelo planejamento das ações de saneamento básico
atue em parceria com todos os órgãos que possuem interface com esse serviço. Os planejadores
possuem a função de dar suporte ao chefe do executivo nos encaminhamentos e nas decisões
relativas à gestão do saneamento básico, dando maior condição de acompanhar a situação em todo
o território, por isso são os responsáveis por integrar os diferentes planos.

Após elaboração, é importante garantir a implementação do plano, mantê-lo atualizado e a partir


das atividades rotineiras, fazer o preenchimento e acompanhamento do sistema de informação
municipal, acompanhar as atividades da regulação e fiscalização, promover os espaços de
participação social, além de manter uma prática de trabalhar em conjunto com as diferentes
secretarias do município com ações relacionadas aos serviços de saneamento básico. Para
potencializar a capacidade de exercer essa função é necessária uma equipe multidisciplinar.

4.3 REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO

A regulação, segundo o Art. 2ª do Decreto nº 6.017/2007 que regulamenta a Lei nº 11.107/2005, é


definida como sendo:

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


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todo e qualquer ato, normativo ou não, que discipline ou organize determinado
serviço público, incluindo suas características, padrões de qualidade, impactos
socioambientais, direitos e obrigações dos usuários e dos responsáveis por sua
oferta ou prestação e fixação, além da revisão do valor de tarifas e outros preços
públicos (BRASIL, 2007).
A regulação cabe ao titular dos serviços, que pode realizá-la diretamente ou delegá-la à entidade
de outro ente federativo. Nesse caso, a delegação só pode ser feita a uma entidade reguladora
constituída especificamente para esse fim, dentro dos limites do respectivo Estado, devendo ser
explicitada a forma de atuação e a abrangência das atividades a serem desempenhadas pelas
partes envolvidas (art. 8º e art. 23, § 1º, da Lei nº 11.445/2007).

A fiscalização, também delegável pelo titular dos serviços a outro ente, de acordo com o Art. 2º do
Decreto nº 6.017/2007 que regulamenta a Lei nº 11.107/2005, é definida como sendo:

Atividades de acompanhamento, monitoramento, controle ou avaliação, no sentido


de garantir a utilização, efetiva ou potencial, do serviço público. (BRASIL, 2007).
Para tanto, as diretrizes, normas e os padrões do ente regulador devem ser atendidos.

No Art. 20 da Lei Complementar nº 41 de 13 de junho de 2014, que cria a Entidade Metropolitana


de Salvador, consta que enquanto não houver disposição em contrário do Colegiado Metropolitano,
a regulação e a fiscalização dos serviços públicos de titularidade estadual ou municipal vinculados
às funções públicas de interesse comum da Região Metropolitana serão exercidas por entidades
estaduais. Entende-se que no caso dos serviços públicos de saneamento básico a regulação e a
fiscalização dos serviços na RMS competem à Agência Reguladora de Saneamento Básico do
Estado da Bahia (Agersa), porém tem sido realizada a regulação e fiscalização somente dos
serviços de abastecimento e esgotamento sanitário.

A Agersa, é uma Autarquia em Regime Especial, criada pela da Lei 12.602 de 29 de novembro de
2012 e vinculada à Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs). Para desenvolver
suas funções delegatórias e fiscalizatórias, ela exerce um conjunto de competências, apresentadas
no Quadro 6, necessárias para realização de suas atribuições.

Quadro 6 – Competências exercidas pela Agersa


Competências Descrição
Atos do ente regulador que disciplina e estabelece regras para a prestação do serviço
Normativas
público;
Adjudicatórias Atos que habilitam o prestador a explorar um serviço público
Fiscalizatórias Monitoramento das regras estabelecidas por normas
Aplicação de penalidades previstas na legislação específica, inclusive a extinção
Sancionatórias
punitiva dos atos e termos editados ou dos contratos celebrados
Dirimir conflitos entre regulados e usuários sempre que estes solicitarem ou nas
Arbitrais
hipóteses previstas na legislação específica

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
122
Competências Descrição
Subsidiar, orientar e informar a elaboração de políticas públicas pelos poderes
Recomendação Executivo e Legislativo, recomendando a adoção de medidas ou decisões para o setor
regulado.
Fonte: Agersa, 2021a.

A Agersa possui como estrutura básica o Conselho Consultivo, composto pelos integrantes da
câmera técnica de saneamento básico do Conselho Estadual das Cidades da Bahia. A sua Diretoria
Colegiada, está dividida em geral, de normatização e de fiscalização; e a Ouvidoria, órgão
autônomo, sem vinculação hierárquica com o Conselho Consultivo.

Para operacionalização dessa estrutura na Diretoria Geral, estão presentes o Gabinete do Diretor
Geral, a Procuradoria Jurídica; o Diretor de Normatização, o Diretor de Fiscalização, a Diretoria
Administrativo-Financeira e a Assessoria de Comunicação Social e Relações Institucionais, como
pode ser observado na Figura 10.

Figura 10 – Organograma da Agência Reguladora do Saneamento Básico do Estado da


Bahia

Fonte: Agersa, 2021b.

A regulação dos serviços de saneamento básico pela Agersa é realizada por meio da publicação
de resoluções que tratam sobre o reajuste tarifário, mas também outras como:

• Resolução 001/2013, 08 de março de 2013 –Aprova o Regimento da Agência Reguladora


de Saneamento Básico do Estado da Bahia –Agersa.
• Resolução 002/2013, 08 de março de 2013 – Estabelece os procedimentos de Reajuste e
Revisão de Tarifas.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
123
• Resolução 001/2016 de 15 de abril de 2016 – Dispõe sobre os procedimentos para a
realização de fiscalização indireta em sistema de abastecimento de água e de esgotamento
sanitário.
• Resolução 002/2017 de 17 de julho de 2017 – Dispõe sobre as condições gerais para a
prestação e utilização dos serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento
sanitário regulados pela Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia.
• Resolução 005/2018 de 27 de setembro de 2018 – Dispõe sobre o sistema de gestão de
riscos dos serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, as
medidas de segurança, de emergência e de contingência, inclusive as de racionamento,
além do monitoramento e da avaliação dos eventos, e dá outras providências.
• Resolução 001/2019 – Dispõe sobre o reajuste tarifário anual da Empresa Baiana de Águas
e Saneamento S.A. – Embasa homologa a majoração das tarifas e dá outras providências.
• Resolução 002/2019 – Dispõe sobre a alteração na Resolução Agersa nº 002/2017 que
determina as condições gerais para a prestação e utilização dos serviços públicos de
abastecimento de água e de esgotamento regulados pela Agência Reguladora de
Saneamento Básico do Estado da Bahia.
• Resolução 003/2019 – Dispõe sobre a alteração na Resolução Agersa nº 001/2013, alterada
pela Resolução 006/2013, que aprova o Regimento da Agência reguladora de Saneamento
Básico do Estado da Bahia – Agersa.
• Resolução 004/2019 – Dispõe sobre a atualização das denominações das categorias de
usuários e das respectivas definições.
• Resolução 005/2019 – Altera os incisos IV e V e inclui os §§ 5º, 6º e 7º ao art. 6º e altera o
item 5.6, da Cláusula Quinta do Anexo 1, todos da Resolução Agersa nº 002, de 17 de julho
de 2017.
• Resolução 006/2019 – Aprova e institui o Manual de Contabilidade Regulatória e o Plano de
Contas Regulatório a ser utilizado pela (s) Prestadora (s) dos serviços públicos de
abastecimento de água e esgotamento sanitário do Estado da Bahia.
• Resolução 007/2019 – Estabelece metodologia e critérios gerais para definição da Base de
Remuneração Regulatória de Ativos da Empresa Baiana de águas e Saneamento- Embasa,
para fins legais, bem como a definição dos parâmetros iniciais para auditorias a serem
realizadas pela Agersa, nos termos do art. 42 da Lei Nacional 11.445/07.
• Resolução 001/2020 – Dispõe sobre medidas para preservação da prestação dos serviços
públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário em decorrência da calamidade
pública atinente à pandemia de coronavírus (COVID-19).
• Resolução 003/2020 – Aprova Nota Técnica Complementar nº 001/2020, que esclarece e
altera definições do Anexo Único da Resolução Agersa 007/2019, denominado Metodologia
de Avaliação da Base de Ativos Regulatórios – BAR.

Para a realização de suas atividades a Agersa conta apenas com profissionais alocados por cargos
comissionados e contratados via REDA. No Quadro 7 é possível observar o montante de
profissionais alocados no ano de 2021, sendo possível concluir que esse conjunto de profissionais,
apesar do esforço, são insuficientes para cumprir todas as atribuições da Agersa, que segue há
quase uma década apenas desenvolvendo ações voltadas para as componentes de abastecimento

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
124
de Água e Esgotamento Sanitário, precisando avançar nas outras componentes de saneamento
básico.

Quadro 7 – Profissionais alocados na Agersa para realização de suas atribuições


CARGOS EM COMISSÃO Quantidade
Diretor Geral 1
Diretora de Normatização 1
Diretora de Fiscalização 1
Secretária de Gabinete 1
Diretor Adm. Financeiro 1
Jornalista - Ouvidora 1
Jornalista – Assessora de Comunicação 1
Engenheiro Mecânico - Assessor Técnico 1
Advogado - Assessor Técnico 1
Nível superior em Redes de Computadores - Assessor Técnico 1
Engenheiro Ambiental - Assessor Técnico 1
Gestão de Eventos - Assessor Técnico 1
Direito - Assessor Técnico 1
FUNCIONÁRIOS EM REGIME ESPECIAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO - REDA Quantidade
Administração 1
Tecnologia da Informação 1
Administração 1
Economia 1
Engenharia 1
Engenharia 1
Engenharia 1
Direito 1
Direito 1
Engenharia 1
Contabilidade 1
Engenharia 1
Contabilidade 1
Engenharia 1
SERVIDORES EFETIVOS À DISPOSIÇÃO Quantidade
Analista Técnica /SEAP - Pedagogia 1
SEINFRA -Nível Médio 1
AGERBA - Direito/Engenharia Civil 1
PRODEB - Analista de Desenvolvimento 1
FUNCIONÁRIOS PROGRAMA PRIMEIRO EMPREGO 5
ESTAGIÁRIOS 2
TERCEIRIZADOS INFORMÁTICA 2
TERCEIRIZADOS – MOTORISTAS – COPA – LIMPEZA: 17
CONSULTORIAS DE APOIO TÉCNICO 2
TOTAL DE PROFISISONAIS ENVOLVIDOS 59
Fonte: Agersa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
125
No que concerne à fiscalização, a Agersa realiza visitas de fiscalização a partir dos dados
levantados na ouvidoria e de rotinas de fiscalização estabelecidas por um cronograma de visitas
aos sistemas dos municípios por ela regulados, divulgados no endereço virtual da entidade.

Em busca realizada no site da Agersa, foi possível perceber que a última publicação de relatório de
fiscalização in loco para Salvador foi da ação visita realizada em 2016. Esse relatório tem como
objetivo a avaliação das condições de instalações e equipamentos das infraestruturas de
saneamento existentes. Apesar do último relatório publicado em 2016, no Cronograma de
Fiscalização 2020 foi apresentado a previsão de sete ações fiscalizatórias ao longo do ano em
Salvador, nenhum deles publicados ainda em meio virtual.

Em relação aos resíduos sólidos a regulação é realizada pela Agência Reguladora e Fiscalizadora
dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal), autarquia de regime especial, dotada de autonomia
orçamentária, financeira, funcional e administrativa. Foi criada pela Lei nº 7.394/2007 e alterada
pela Lei nº 8.473/2013, para promover e zelar pela eficiência econômica e técnica dos serviços
públicos, propiciando aos seus usuários as condições de regularidade, continuidade e segurança.

Criada em 28 de dezembro de 2007, pela Lei nº 7.394, a Arsal recebeu, à princípio, a denominação
de Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos
Sólidos de Salvador (Arsal), atuando apenas com dois serviços. Alterada pela Lei nº 8473, de 27 de
setembro de 2013, a Agência passa então a se chamar Agência Reguladora e Fiscalizadora dos
Serviços Públicos de Salvador, ampliando, assim, seu escopo de competência.

Dentre as diversas competências da Arsal, encontram-se cumprir e fazer cumprir a legislação e


demais normas regulamentares, incluindo os contratos de concessão, permissão e de outra
natureza e seus anexos, relacionados aos serviços públicos delegados pelo Poder Público
Municipal e exercer a regulação, o controle e a fiscalização dos serviços abrangidos acima, editando
as resoluções e proferindo as decisões pertinentes.

Hoje compete à Arsal a regulação e fiscalização dos seguintes serviços públicos:

- Transporte Coletivo Urbano

- Aterro Sanitário

- Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário

- Mobiliário Urbano

Para a realização de suas atividades a ARSAL conta com profissionais alocados por cargos
comissionados e contratados via REDA, como pode ser observado no Quadro 8. Esse conjunto de
profissionais, é insuficiente para cumprir todas as atribuições previstas para a Arsal, que atualmente

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
126
atua apenas como ente regulador dos serviços de resíduos sólidos, apesar de existir previsão de
regular também os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Quadro 8 – Profissionais alocados na ARSAL para realização de suas atribuições


Nº TIPO VÍNCULO NOME_CARGO FORMAÇÃO
1 Comissionado Assessor técnico Superior
2 Comissionado Diretor presidente Superior
3 Comissionado Ouvidor II Superior
4 Comissionado Subgerente II Superior
5 Efetivo/Comissão Gerente II Superior
6 Comissionado Diretor adm. e fin. Superior
7 Comissionado Diretor técnico Superior
8 Comissionado Gerente II Superior
9 Terceirizada Analista de suporte II Superior
10 Comissionado Subgerente II Superior
11 Comissionado Gerente II Superior
12 Comissionado Assessor técnico Superior
13 Comissionado Subgerente II Superior
14 Efetivo/Comissão Gerente II Superior
15 Comissionado Gerente II Superior
16 Comissionado Gerente II Técnico
17 Comissionado Gerente I Superior
18 Terceirizado Motorista Nível Médio
19 Tercerizado Motorista Nível Médio
20 Tercerizado ASG Nível Médio
21 Terceirizado Assistente oper. Adm. II Superior
22 Comissionado Subgerente II Superior
23 Comissionado Assessor especial I Superior
24 Comissionado Subgerente II Superior
25 Comissionado Assessor técnico Técnico
26 Comissionado Subgerente II Superior
27 Comissionado Assessor técnico Superior
28 Comissionado Gerente II Nível Médio
29 Comissionado Assessor técnico Superior
30 Terceirizada Assistente oper. Adm. II Nível Médio

Fonte: Arsal, 2021

Como apresentada na Figura 11, 73% dos profissionais são de cargos comissionados. Na Figura
12 observa-se que cerca de 77% dos profissionais são de nível superior.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
127
Figura 11 – Proporção profissionais por tipo de cargo da ARSAL

20%
comissionados
7%
efetivos
73% tercerizados

Fonte: Arsal, 2021

Figura 12 – Gráfico da proporção de grau de instrução por tipo de vínculo da ARSAL

100,00% 4,55%
9,09% 17%
80,00% 7%
66,67%
60,00%
100,00%
40,00% 86,36%
77%

20,00% 33,33%
0,00%
comissionado efetivo terceirizado Total

Superior Técnico Médio

Fonte: Arsal, 2021

Assim, ainda que a Arsal tenha a previsão de regular os serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, com os arranjos legais vinculados à prestação por ente estadual, a regulação
e fiscalização ficaram delegados à Agersa. Nesse sentido, as atribuições da Arsal como ente
regulador, tem sido realizada basicamente com os serviços de resíduos sólidos, porém as atividades
ainda são realizadas de maneira insuficiente ao potencial previsto na sua criação institucional
(CEXEC, 2021).

Apesar da atuação ainda tímida da ARSAL, ela se constitui um ponto de partida para o avanço de
regulação em nível municipal. Porém, com a confirmação dos novos arranjos de gestão a partir de
regiões para o saneamento a tendência é que, para ela se fortalecer passe a cumprir um papel mais
regional, principalmente nos assuntos ligados ao manejo dos resíduos sólidos e ao manejo das
águas pluviais, ainda pouco desenvolvidos pela Agersa que cumpre a regulação dos serviços de
água e esgoto na RMS.

Em relação à drenagem e manejo de águas pluviais, não existe um ente específico com função de
regulação. Esses serviços são fiscalizados no âmbito de acompanhamento dos contratos de

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
128
prestação de serviços com as empresas, no caso da manutenção pela Seman e da execução de
obras pela Sucop (CEXEC, 2021).

4.4 PRESTAÇÃO

Conforme previsto na Constituição Federal, em seu inciso V do Art. 30, compete aos municípios
“organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos
de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial”. Segundo o art. 175º
da CF, incumbe ao Poder Público prestar os serviços públicos diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão.

Nesse sentido, a prestação de serviços públicos, a partir das previsões legais, pode ser direta ou
indireta. No caso da prestação direta, os Municípios, enquanto titulares dos serviços públicos de
saneamento básico, podem prestar os serviços pela:

• Administração Direta, centralizada, por meio de ente ou órgão público;


• Administração Indireta, descentralizada, por meio de autarquia, empresa pública ou
sociedade de economia mista.

No caso da prestação indireta, os Municípios, enquanto titulares dos serviços públicos de


saneamento básico, podem prestar os serviços por entidade que não integre a administração do
titular, devendo para isso celebrar contrato de concessão, mediante prévia licitação, nos termos do
art. 175 da Constituição Federal, sendo vedada a sua disciplina mediante contrato de programa,
convênio, termo de parceria ou outros instrumentos de natureza precária, conforme ficou definido
no Art. 10 da Lei 11.445/2007 com as alterações da Lei 14.026/2020.

Além dessas modalidades, conforme art. 241 da CF, também é possível a prestação desses
serviços por cooperação federativa, sob o regime da gestão associada de serviços públicos,
autorizada por consórcio público ou convênio de cooperação entre entes federados. Porém com as
alterações na Lei 11.445/2007 pela Lei nº 14.026/2020, algumas restrições foram introduzidas no
entendimento desse artigo para os serviços de saneamento.

A Lei nº 14.026/2020 estabelece, ainda, que poderá ser formalizado consórcio intermunicipal de
saneamento básico, exclusivamente composto de Municípios, que poderá prestar o serviço aos
seus consorciados diretamente, pela instituição de autarquia intermunicipal. Sobre essa alteração,
o ONDAS (2021) considera que essa redação se baseia em uma interpretação equivocada do texto
constitucional, pois limita a autonomia dos entes federados para organizarem e prestarem os
serviços públicos de sua titularidade.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
129
Outra opção que a Lei 11.445/2007 previa era a prestação pelos próprios usuários por autogestão,
em situações específicas. A Lei nº 14.026/2020 também limitou essa possibilidade, quando
restringiu a prestação indireta apenas por meio de contrato de concessão, mediante prévia licitação.

Para Salvador, no caso dos serviços de abastecimento e esgotamento sanitário a prestação é feita
de forma indireta, por contrato de concessão a Embasa, conforme apresentado nos itens 4.4.1 e
4.4.2, a seguir.

4.4.1 CARACTERIZAÇÃO DO PRESTADOR DO SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO - A EMPRESA


BAIANA DE ÁGUAS E SANEAMENTO SA– EMBASA

A Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (Embasa) atualmente é a prestadora do serviço


de abastecimento de água e esgotamento sanitário no município de Salvador.

A Embasa foi criada nos termos da Lei Estadual n.º 2.929/71 e constituída pelo Decreto Estadual
nº 22.396/71, é uma sociedade de economia mista de capital autorizado, pessoa jurídica de direito
privado, na qual o Estado da Bahia é o acionista majoritário com 99,70% do capital total. (EMBASA,
2021)

O capital autorizado, conforme Estatuto Social, é de R$ 5,7 bilhões, representado por 800 milhões
de ações nominativas, sendo 520 milhões de ações ordinárias e 280 milhões de ações preferenciais.
As ações preferenciais não têm direito a voto, mas oferecem a seus titulares dividendos iniciais, não
cumulativos, de 6% ao ano, sobre o lucro líquido do exercício. (EMBASA, 2021)

Com o propósito de contribuir para a universalização do acesso aos serviços de abastecimento de


água e de esgotamento sanitário na região de abrangência de sua administração, orientada por
diretrizes corporativas e políticas institucionais, a instituição tem como a Missão, Visão e Estratégia:

• MISSÃO: Prestar serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, com


excelência e sustentabilidade, contribuindo para a universalização e melhorando a qualidade
de vida.
• VISÃO 2025: Ser reconhecida como a melhor opção em serviços de abastecimento de água
e esgotamento sanitário para o estado da Bahia.
• VALORES: Ética, Transparência, Sinergia, Valorização das Pessoas, Responsabilidade
Socioambiental e Comprometimento.

A Embasa compõe o grupo de grandes empresas do Brasil, como pode ser verificado no RANKING
VALOR 1000, onde se apresenta, a partir de critérios econômicos, uma categorização das
empresas brasileiras. A Embasa, nesse sentido, foi categorizada como:

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
130
• 5ª Maior empresa de Saneamento do Brasil;

• 198ª Maior Empresa do Brasil;

• 5ª Maior Empresa do Estado da Bahia;

Com sede localizada em Salvador, as atividades da Embasa são descentralizadas por meio de 19
unidades regionais, sendo 6 em Salvador e Região Metropolitana e 13 no interior do Estado. Essa
estrutura conta com 227 escritórios locais responsáveis pela operação, manutenção, faturamento,
cobrança dos serviços e interação direta com os usuários, comunidade e titulares. A Embasa atende
87,77% dos municípios baianos com serviço de abastecimento de água (366 dos 417 municípios)
e 26,62% com serviços de esgotamento sanitário (111municípios), totalizando mais de 3.367.535
milhões de ligações faturadas. (EMBASA, 2021).

4.4.2 SITUAÇÃO CONTRATUAL COM O MUNICÍPIO

De acordo com QualiSalvador (2021), em 1924 o governo municipal transferiu em lei os serviços
públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário para a Secretaria de Saúde do
estado, seguido de uma lei estadual de 1925 que estabelece a assunção desses serviços. Em 1929,
foi assinado um termo de acordo entre as partes por tempo indeterminado, que estabeleceu a
competência do estado da Bahia em relação a esses serviços. Desde então, órgãos do Governo do
Estado da Bahia e, a partir de 1975, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) vêm
atuando em Salvador com base nessas legislações e no termo de 1929. Em dezembro de 1999, o
governo municipal aprovou a Lei nº 5.676, para que o município firmasse convênio com o Governo
do Estado da Bahia visando à desestatização da Embasa, com vistas ao seu processo de
privatização então em curso. Devido à grande pressão popular junto ao Poder Executivo municipal,
essa lei foi revogada em março de 2003. Apenas em dezembro de 2009 é que o município de
Salvador e o estado da Bahia, com base na Lei Federal nº 11.107/2005, firmaram um convênio de
cooperação, para que a Embasa prestasse os serviços públicos de abastecimento de água e
esgotamento sanitário por meio de contrato de programa, sendo que a regulação e fiscalização dos
serviços prestados pela Embasa, ainda de forma precária, passaram a ser de responsabilidade da
então Comissão de Regulação dos Serviços Públicos de Saneamento Básico do Estado da Bahia
(Coresab), substituída pela Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia
(Agersa) – após a sua criação, em 2012.

O Município e o Estado da Bahia celebraram, em 22 de dezembro de 2009 o Convênio de


Cooperação entre Entes Federados, conforme publicado no Diário Oficial de Salvador nº 5.045. O
Convênio foi ratificado pela Lei Municipal nº 7.981/2011, que aprovou o PMSB nas componentes

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
131
água e esgoto, autorizou o município a celebrar contrato de programa com a Embasa e instituiu o
Fundo Municipal de Saneamento Básico.

Por meio do ofício nº 060/2014, a Prefeitura de Salvador denunciou a delegação do exercício das
funções de regulação e fiscalização para a Agersa nos termos da cláusula quinta, parágrafo
primeiro, do Convênio de Cooperação (EMBASA, 2021). Como o contrato de programa não foi
assinado ainda, o município segue sua relação contratual com a Embasa firmado no contrato de
concessão, realizado por “tempo indeterminado”, mas que necessita se adequar às novas
exigências legais, sendo considerado juridicamente, portanto, como um instrumento precário.

4.4.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Em seu Estatuto Social é definido que os órgãos de deliberação superior da empresa são: a
Assembleia Geral dos Acionistas, como órgão máximo; o Conselho de Administração, como órgão
de deliberação estratégica e colegiada responsável pela orientação superior da empresa; e a
Diretoria Executiva, como órgão executivo de administração e representação. O Conselho Fiscal é
o órgão permanente de fiscalização e se reporta diretamente à Assembleia Geral dos Acionistas
(EMBASA, 2021).

Figura 13 – Organograma dos órgãos de deliberação superior da Embasa

Fonte: Embasa, 2021.

Conforme preconiza a Lei Federal nº 13.303/2016, o Comitê de Elegibilidade e Avaliação, vinculado


à Assembleia Geral, auxilia os acionistas na escolha dos administradores e dos conselheiros fiscais,
desde 2018. O Comitê de Auditoria Estatutário da Embasa auxilia o Conselho de Administração no

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
132
exercício de suas funções de auditoria e de fiscalização sobre a qualidade das demonstrações
contábeis e a efetividade dos sistemas de controle interno e de auditorias interna e independente,
desde 2020. (EMBASA, 2021)

A Diretoria Executiva é formada pela Presidência, duas Diretorias de Operação (Região


Metropolitana de Salvador e do Interior), Diretoria de Empreendimentos, Diretoria Técnica e de
Planejamento, Diretoria Financeira e Comercial e Diretoria de Gestão Corporativa (EMBASA, 2021).
Na Figura 14 é presentado o organograma da Diretoria Executiva da Embasa, com atuação no
município de Salvador. A Diretoria de Operação do Interior (DI) não aparece no organograma
abaixo, pois não tem atuação no município de Salvador.

Figura 14 - Organograma da Diretoria Executiva da Embasa S/A

Fonte: Embasa, 2021.

A Diretoria de Operação da RMS (DM), possui a seguinte composição Organizacional:


Superintendência de Produção de Água e Esgotamento Sanitário da RMS (MP); Superintendência
de Serviços de Água e Esgotamento Sanitário da RMS (MS) e Assessoria, como pode ser visto na
Figura 15.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
133
Figura 15 - Organograma da Diretoria de Operação da RMS

Fonte: Embasa, 2021.

Na Figura 15 destacou-se as 5 Unidades Regionais relacionadas à prestação dos serviços no


município de Salvador: a Unidade Regional da Bolandeira (UMB), a Unidade Regional da Federação
(UMF), a Unidade Regional do Cabula (UML) e a Unidade Regional de Pirajá (UMJ), que são
responsáveis pela prestação dos serviços na parte continental do município de Salvador e a
Unidade Regional de Candeias (UMS), que é responsável pela prestação dos serviços nas Ilhas de
Salvador (Ilha dos Frades, Ilha de Bom Jesus dos Passos e Ilha de Maré). Além destas 5 unidades
regionais, está vinculada também à DM a Unidade Regional de Camaçari, que não possui relação
com os serviços prestados em Salvador.

Todas as unidades vinculadas à Superintendência de Serviços de Água e Esgotamento Sanitário


exercem funções relacionadas aos dois serviços, enquanto na Superintendência de Produção de
Água e Esgotamento Sanitário a Unidade de Suporte Técnico e a Unidade de Manutenção
eletromecânica exercem funções relativas aos dois serviços e a Unidade de Esgotamento Sanitário
exerce funções relativas especificamente ao serviço de esgotamento sanitário e a Unidade de
Produção de Água exerce funções relativas especificamente ao serviço de abastecimento de água.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Cabe à DM realizar a gestão, em nível estratégico, das atribuições de responsabilidade das
Superintendências sob sua subordinação. Ela atua nas principais etapas da cadeia de valor da
Embasa, a saber (EMBASA, 2021):

• Contratualização com Titulares


• Gestão de Empreendimentos
• Gestão de Mananciais
• Captação de Água
• Tratamento de Água
• Distribuição de Água
• Contratualização com usuários
• Contratualização com clientes especiais
• Coleta de Esgoto
• Tratamento de Esgoto
• Disposição de Esgoto
• Relacionamento com clientes
• Processo de Suporte e Gestão

Para desempenhar todas essas atividades a Embasa conta com um conjunto de empregados que
são alocados em conformidade com a sua estrutura organizacional. As unidades e gerências podem
atuar em mais de um processo (EMBASA, 2021).

No item 4.4.4 é apresentado o contingente de profissionais que atuam diretamente na prestação


desses serviços para o município de Salvador.

4.4.4 RECURSOS HUMANOS ALOCADOS NO SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Para a realização de suas atividades a Embasa conta com um conjunto de prédios e instalações,
onde os profissionais de diferentes áreas cumprem suas funções técnicas para garantir a prestação
de serviço. Existe um conjunto de doze instalações, que estão em funcionando e atendem de forma
administrativa e/ou operacional aos serviços prestados pela Embasa em Salvador, conforme
apresentado no Quadro 9. Não constam desta relação os imóveis onde estão instalados os sistemas
de abastecimento de água (captação, ETA, EEAB e reservatórios) e esgotamento sanitário (EEE,
ETE, Emissário).

Quadro 9 - Instalações administrativas/operacionais da Embasa em Salvador


INSTALAÇÃO ENDEREÇO ESTRUTURA FÍSICA (edificações) FINALIDADE
A Embasa ocupa o 1º andar com área
Avenida Alphaville ,199 – de 509,00 m², o 2.º andar com área de
Alphaville Administrativa
Alphaville I, Salvador – BA 387 m² e a cobertura com 387,00 m²,
totalizando 1.282,00 m².

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
135
INSTALAÇÃO ENDEREÇO ESTRUTURA FÍSICA (edificações) FINALIDADE
O Parque da Bolandeira é composto
por 2 ETA's e 58 módulos com área
Avenida D. Eugênio
construída total de 9.031,08 m², além Operacional Água e
Bolandeira Sales, s/n Boca do Rio
disso possui uma subestação, balança Administrativa
Salvador-BA
rodoviária com capacidade para 60
toneladas, portaria central.
O edifício sede é composto de 3
4ª Avenida, 420 CAB pavimentos e 2 estacionamentos. A
CAB Administrativa
Salvador-BA área construída deste prédio é de
7.771,00m²
Avenida Silveira Martins, Composto por diversos prédios com Operacional Água e
Cabula R7
s/n Cabula área construída total de 2.018,41 m² Administrativa
Cabula Avenida Silveira Martins, Composto por diversos galpões com
Administrativa
Almoxarifado s/n Cabula área construída total de 8.206,29 m²
Rua dos Franciscanos, Composto por 9 módulos, com área
Castelo Branco Operacional Esgoto
s/n Castelo Branco construída de 1.130,00 m².
Rua Alto da Bola, Composto de diversos módulos com
Federação Operacional Água
Federação Salvador-BA área construída total de 4.071,04 m²
Avenida Voluntários da prédio com 173,68 m² de área
Lobato Operacional Esgoto
Pátria Salvador-BA construída
Rua Saldanha Marinho,
Prédio com 153,79 m² de área Operacional Água e
Museu e R3 Caixa D´Água Salvador-
construída Administrativa
BA
Avenida Juracy
Parque Paulo composto de diversos módulos com Operacional Esgoto
Magalhães, Rio Vermelho
Jackson área construída total de 2.695,62 m² e Administrativa
Salvador-BA
Rua Elísio Mesquita, 763 Composto por diversos módulos com
Pirajá Operacional Água
Pirajá Salvador-BA área construída de 1.857,04 m²
Prédio composto de 2 pavimentos com
TGF - (local da Avenida Lucaia, Rio área construída por pavimento de
Administrativa
antiga loja) Vermelho Salvador-BA 193,065 m², totalizando 386,13 m² de
área construída.
Fonte: Embasa, 2021.

Para desempenhar suas atividades a Embasa conta com empregados próprios, que seguem o
regime estatutário da empresa e profissionais terceirizados, que prestam serviços vinculados aos
contratos realizados mediante processos de licitação. O contingente apresentado de profissionais
tem como referência dezembro de 2020, e abarca todos os profissionais relacionados à manutenção
e operação dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário que atendem o
município de Salvador. Como apresentado na Figura 16, em torno de 67% dos profissionais que
atuam nos serviços são de contratos terceirizados, ou seja, apenas 33%, um terço, são profissionais
empregados da própria empresa.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
136
Figura 16 – Porcentagem entre empregados próprios e terceirizados da Embasa

33% empregados
próprios
profisisonais
67% tercerizados

Fonte: Embasa, 2021.

No Quadro 10 e no Quadro 11 são apresentadas as funções contratadas para prestação dos


serviços, onde é possível observar uma variedade de formações e níveis de escolaridade na
composição da equipe da empresa. Ao todo são 3.444 trabalhadores, sendo 1.121 funcionários
próprios e 2.323 terceirizados oriundos das empresas contratadas.

Quadro 10 – Total de empregados próprios por tipo de função na Embasa


NIVEL FUNÇÃO TOTAL
NM Agente Administrativo 185
NM Agente de Manutenção 43
NM Agente de Medição 3
NM Agente de Serviço de Telefonia 2
NM Agente Operacional 103
NU Anal. ADM 1
NU Anal. Controle Qualidade Água e Efluentes 3
NU Anal Prod Controle de Qualidade 2
NU Analista Ambiental 1
NU Analista de Gestão 12
NU Analista de Tecnologia da Informação 3
NM Assist. de Serv ADM II 4
NU Assistente Social 7
NM Assistente Técnico Administrativo 53
NM Auxiliar de Operação e Serviços 41
NM Contínuo 5
NM Desenhista 8
NM Digitador 9
NT Eletricista 14
NU Engenheiro Civil / Sanitarista 2
NU Engenheiro 79
NU Geólogo 1
NT Mecânico 13
NM Monitor de Obras e Serviços 118

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
137
NIVEL FUNÇÃO TOTAL
NM Motorista 7
NT Operador de Equipamentos Pesados 5
NT Operador de processo de água e de esgoto 214
NT Soldador 2
NT Técnico contábil 3
NT Técnico em automação e controle 15
NT Técnico em eletromecânica 16
NT Técnico em eletrotécnica 14
NT Técnico em Química 9
NT Técnico em Segurança do Trabalho 8
NT Técnico Operacional 115
NT Técnico Prático Especialista 1
TOTAL 1.121
Fonte: Embasa, 2021.

No Quadro 11 são apresentadas as funções executadas por profissionais das empresas contratadas
via licitação para a prestar serviço à Embasa.

Quadro 11 - Total de profissionais terceirizados por tipo de função na Embasa


NIVEL FUNÇÃO TOTAL
NM Agente administrativo 8
NM Agente de limpeza 4
NM Agente de manutenção 2
NM Agente de medição 8
NM Agente de serviço 34
NM Agente de serviço comercial 242
NM Agente de sistemas 14
NM Ajudante almoxarifado 1
NM Ajudante prático 383
NM Ajudante man. Elétrica / mecânica 41
NM Ajudante prático pedreiro manutenção 8
NM Almoxarife 10
NM Analista de consumo, cadastro 46
NU Analista de sistemas 2
NM Analista I 12
NU Analista adm. Financeiro 1
NU Análise técnica e fiscalização de obras de expansão dos SES 2
NM Armador 1
NM Assistente administrativo 74
NU Assistente administrativo nu 2
NU Assistente social 2
NT Assistente técnico administrativo 14
NM Atendente 96
NM Aux informática 1

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138
NIVEL FUNÇÃO TOTAL
NM Aux pitometria 2
NM Auxiliar administrativo 20
NM Auxiliar de almoxarife 6
NM Auxiliar de manutenção 63
NM Auxiliar de produção 12
NM Auxiliar de serviços gerais 10
NM Auxiliar técnico 4
NM Cadastrista 27
NM Cadista 19
NM Carpinteiro 2
NM Comprador 1
NM Conferência da conformidade técnica de novas ligações de esgoto 5
NM Coordenador 15
NM Coordenador de segurança do trabalho 1
NT Eletricista 30
NM Encanador 211
NM Encarregado 59
NU Engenheiro civil 6
NU Eng. Seg. Trabalho 2
NM Execução de solicitações de serviço 1
NU Fiscal de contratos, obras e serviços 12
NU Gerente 3
NM Jatista pintor 4
NM Marteleteiro 3
NT Mecânico de manutenção 40
NM Mestre de Montagem 2
NM Mobilizador social 6
NM Monitor de serviços 29
NU Monitoramento arqueológico 1
NM Motociclista 5
NM Motorista veículo leve 49
NM Motorista veículo pesado 68
NM Nivelador 1
NM Notificador 18
NM Operador de equipamentos 108
NM Operador de ETA 29
NM Pedreiro 141
NM Pedreiro/encanador/artífice 30
NM Pintor 1
NM Profissional de nível médio em informática 1
NM Programador 4
NU Projetos e planos de manutenção elétricos 1
NU Projetos de sistema de automação e controle, e manutenção 1
NM Secretario 13

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139
NIVEL FUNÇÃO TOTAL
NM Servente 165
NT Soldador RX / ER 12
NM Supervisor 4
NM Técnico em Automação 8
NT Técnico eletromecânica 3
NT Técnico eletrotécnica 7
NT Técnico em instrumentação 1
NT Técnico em mecânica 3
NT Técnico segurança do trabalho 10
NT Técnico nível médio 20
NT Técnico química 2
NT Técnico em Saneamento 3
NT Torneiro mecânico 4
NM Vigia 7
TOTAL 2.323
Fonte: Embasa, 2021.

Desse conjunto de profissionais que compõem as equipes responsáveis pelas atividades envolvidas
na prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, 79% são
profissionais de nível médio, 17% nível técnico e 4% nível universitário, como pode ser observado
na Tabela 1.

Tabela 1 – Total de profissionais por nível de escolaridade


Nível Próprios Terceirizados Total Percentual
NM - Nível Médio 581 2.139 2.720 79%
NT - Nível Técnico 429 149 578 17%
NU - Nível Universitário 111 35 146 4%
Total 1.121 2.323 3.444 100%
Fonte: Embasa, 2021.

É importante destacar que no caso de empregados próprios o percentual de profissionais de nível


técnico e universitário são significativamente maiores, formando 48% do total. Já nos terceirizados
são apenas aproximadamente 8% dos profissionais contratados, como pode ser observado na
Figura 17.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
140
Figura 17 – Profissionais próprios e terceiros por nível de escolaridade - Embasa

Próprios Terceirizados
6% 2%

10% NM - Nível Médio


NM - Nível Médio
38% 52% NT - Nível Técnico
NT - Nível Técnico
NU - Nível Univesitário 92% NU - Nível Universitário

Fonte: Embasa, 2021.

Esses dados revelam que apesar dos empregados próprios serem apenas cerca de 33% do total
de profissionais envolvidos nos serviços (Figura 16), eles ocupam em torno de 75% das funções de
nível técnico e universitário, ou seja, 540 do montante de 724 profissionais. São esses profissionais
que desempenham atividades de planejamento, elaboração de projetos e operação técnica dos
serviços. Portanto, são os empregados públicos que detém a maior responsabilidade e expertise
sobre a condução das atividades na prestadora.

Os empregados próprios de nível técnico e universitário formam 16% do total de profissionais


envolvidos da prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, e
recebem o reforço de mais 5% de terceirizados, formando 21% do total de profissionais envolvidos
da prestação dos serviços, como pode ser observado na Figura 18.

Figura 18 – Percentual por nível de escolaridade para empregados próprios (P) e


terceirizados (T) no total de profissionais envolvidos

3%
1%
4%
NM - Nível Médio P

17% NM - Nível Médio T


13% NT - Nível Técnico P

NT - Nível Técnico T

62% NU - Nível Univesitário P

NU - Nível Univesitário T

Fonte: Embasa, 2021.

Ressalta-se que para a realização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário
nas ilhas são alocados em torno de 123 profissionais diretamente, o que corresponde a 5,3% do
montante total de profissionais envolvidos na prestação dos serviços no município de Salvador.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
141
A Embasa dispõe de Plano de Cargos, Salários e Carreira para seus empregados. O plano
aprovado em 2015, é responsável por reger 98,67% do corpo funcional. O restante do corpo
funcional, 1,33%, é regido pelo plano de cargos, salários e carreira aprovado em 2019 (EMBASA,
2021).

Anualmente, a Embasa estabelece o seu plano de capacitação. Para sua definição são
consideradas as demandas relacionadas às competências estratégicas, às lacunas de
conhecimento identificadas na Avaliação de Desempenho e a outras demandas relacionadas às
necessidades específicas das unidades. A Embasa não possui Plano de Demissão, mas tem um
Plano de Aposentadoria Incentivada (EMBASA, 2021).

4.5 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE


ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Este item visa apresentar um panorama, do ponto de vista econômico-financeiro, sobre o serviço
de esgotamento sanitário prestado pela Embasa no município de Salvador. O estudo é baseado,
principalmente, em série histórica do Snis (2019, 2018 e 2017) e, também, em contatos realizados,
ao longo dos últimos meses, com o corpo técnico da Embasa, onde buscou-se entender as receitas,
despesas, investimentos e a política tarifária relativa ao serviço em tela. Desta forma, as
informações que serão apresentadas em sequência contribuirão para o entendimento da atual
situação de sustentabilidade econômico-financeira do serviço de esgotamento sanitário,
preconizada no marco legal do setor, e a necessidade de ações de melhoria para atingir o cenário
de universalização.

4.5.1 ESTRUTURA TARIFÁRIA

De acordo com a Embasa (2021), os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário


prestados pela empresa são remunerados sob forma de tarifas, que são diferenciadas segundo as
categorias de usuários, características do imóvel e faixas de consumo. A tarifa de água compreende
uma importância mínima fixa (tarifa mínima) equivalente a 6m³ e outra relativa ao consumo
excedente. Todo consumo que ultrapassar o mínimo estabelecido, será considerado como consumo
excedente e terá tarifa diferenciada para cada m³, como pode ser observado no Quadro 12.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
142
Quadro 12– Tarifas praticadas pela Embasa para o serviço de abastecimento de água
TARIFAS MENSAIS PARA SERVIÇO DE ÁGUA
VIGÊNCIA A PARTIR DE 12 DE JUNHO DE 2019
1.1 ligações Medidas
Faixas de Residencial/
Residencial Residencial
Consumo Normal/ Filantrópica
Social Intermediária
s Veraneio
Até 6 m³ R$ 13,40 p/ mês R$ 26,40 p/ mês R$ 29,90 p/ mês R$ 13,40 p/ mês
7 - 10 m³ R$ 0,83 p/ m³ R$ 1,07 p/ m³ R$ 1,18 p/ m³ R$ 0,83 p/ m³
11 - 15 m³ R$ 5,91 p/ m³ R$ 6,78 p/ m³ R$ 8,37 p/ m³ R$ 5,91 p/ m³
16 - 20 m³ R$ 6,43 p/ m³ R$ 7,34 p/ m³ R$ 8,96 p/ m³ R$ 6,43 p/ m³
21 - 25 m³ R$ 9,59 p/ m³ R$ 9,63 p/ m³ R$ 10,07 p/ m³ R$ 9,59 p/ m³
26 - 30 m³ R$ 10,69 p/ m³ R$ 10,73 p/ m³ R$ 11,23 p/ m³ R$ 10,69 p/ m³
31 - 40 m³ R$ 11,82 p/ m³ R$ 11,82 p/ m³ R$ 12,35 p/ m³ R$ 11,82 p/ m³
41 - 50 m³ R$ 13,55 p/ m³ R$ 13,55 p/ m³ R$ 13,55 p/ m³ R$ 13,55 p/ m³
> 50 m³ R$ 16,29 p/ m³ R$ 16,29 p/ m³ R$ 16,29 p/ m³ R$ 16,29 p/ m³

Faixas de Derivações
Pequenos Construção e
Consumo Comercial Comerciais de Pública
Comércios Industrial
s Água Bruta
Até 6 m³ R$ 86,80 p/ mês R$ 37,10 p/ mês R$ 14,20 p/ mês R$ 86,80 p/ mês R$ 86,80 p/ mês
7 - 10 m³ R$ 3,32 p/ m³ R$ 1,18 p/ m³ R$ 1,18 p/ m³ R$ 3,32 p/ m³ R$ 3,32 p/ m³
11 - 50 m³ R$ 19,03 p/ m³ R$ 19,03 p/ m³ R$ 1,60 p/ m³ R$ 19,03 p/ m³ R$ 19,03 p/ m³
> 50 m³ R$ 22,45 p/ m³ R$ 22,45 p/ m³ R$ 1,75 p/ m³ R$ 22,45 p/ m³ R$ 22,45 p/ m³

1.2 Ligações não Medidas 1.3 Derivações Rurais


Tipo Valor Tipo Valor
Residencial Social R$ 13,40 p/ mês Água Tratada R$ 1,85 p/ m³
Residencial Intermediária R$ 26,40 p/ mês Água Bruta R$ 1,75 p/ m³
Residencial Normal e
R$ 29,90 p/ mês
Veraneio
Comercial e Prestação de
R$ 86,80 p/ mês
Serviço
Pequenos Comércios R$ 37,10 p/ mês
Filantrópica R$ 13,40 p/ mês
Construção / Industrial R$ 86,80 p/ mês
Pública R$ 86,80 p/ mês
Fonte: Embasa, 2021.

As características das diferentes categorias e subcategorias de consumo são apresentadas no


Quadro 13:

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
143
Quadro 13- Características das unidades consumidoras em cada categoria e subcategoria
de consumo
CATEGORIA SUBCATEGORIA CARACTERÍSTICAS
Imóveis residenciais com características físicas similares ou inferiores às
da subcategoria intermediária, comprovadas mediante vistoria, que o
Social
titular seja beneficiário do Programa Bolsa Família e que não seja titular
de outra ligação da Embasa.
Residências com as seguintes características:
- Área construída menor ou igual a 60 m²;
Residencial Intermediária - Padrão Coelba mono ou bifásico;
- Até o máximo de 8 (oito) pontos de utilização de água;
- Inexistência de piscina.
Qualquer residência não enquadrada nas Categorias Residenciais
Normal
Intermediária e Residencial Social
Residências localizadas nas cidades balneárias, estações termais com
Veraneio
utilização sazonal.
Imóveis que abrigam entidades que desempenham atividades
exclusivamente voltadas para trabalhos voluntários e sociais de caráter
beneficente e filantrópico, mantidas por doações e constituídas para
atender às camadas mais carentes da população, não possuindo fonte
de renda própria e que atendam os seguintes critérios:
- Não exerça atividade econômica;
- Não remunere ou distribua qualquer tipo de benefício aos diretores ou
dirigentes de qualquer nível pelo exercício de suas atividades;
Filantrópica
- Inexistência de débito;
- Documentação comprobatória, podendo ser: Registro do CEBAS,
expedido para a área de assistência social (não é permitido a área de
saúde ou educação)ou Ato de Constituição de Entidade registrado em
cartório de Títulos de Documentos e reconhecimento por órgãos de pelo
menos 02 das 03 esferas da administração pública;
- Avaliação técnica da unidade Regional;
Comercial
- Homologação final da Diretoria Executiva da Embasa.
Estabelecimentos que não se enquadrem nas demais categorias, como
por exemplo: cinemas, centros comerciais, hotéis, apart-hotéis,
estabelecimentos prestadores de serviços de atividade mista (indústria
Serviços,
e comércio varejista), associação de moradores, hospitais, escolas,
comércio e outras
templos, órgãos e entidades da administração pública indireta das
atividades
esferas federal, estadual e municipal, (empresas públicas, autarquias e
sociedades de economia mista), fundações e propriedades rurais (não
utilizada para fins residenciais).
Pequenos Estabelecimentos que não se enquadrem nas demais
Pequenos categorias (residência, indústria ou órgão público) e que apresentem
serviços, simultaneamente as seguintes características:
comércios e - Área construída da unidade usuária menor ou igual a 30 m2;
outras atividades - Não utilização de água como insumo para a sua atividade final;
- Máximo de 2 (dois) pontos de utilização de água na unidade usuária.
Construções de prédios ou conjuntos habitacionais com 05 (cinco) ou
mais unidades. Observação: Para as construções de imóveis com até 04
Construção
Industrial (quatro) unidades consumidoras faturadas, a Tarifa será aplicada como
se os Prédios ou Conjuntos já estivessem concluídos.
Industrial Indústria em geral.
Imóveis utilizados por órgãos ou entidades da administração pública
direta ou indireta (autarquias e fundações públicas) das esferas federal,
Pública
estadual ou municipal, que não exerçam atividades econômicas. Os
imóveis usados para fins residenciais, comerciais e industriais, bem

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
144
CATEGORIA SUBCATEGORIA CARACTERÍSTICAS
como as derivações rurais, serão classificados nas suas respectivas
categorias mesmo com responsabilidade pública.
Abastecimento de Água Tratada, para consumo residencial, através de
Derivação rural de água tratada
Derivações Rurais.
Fonte: Embasa, 2021

A cobrança relativa ao serviço de esgotamento sanitário é feita por meio de tarifa de esgoto, fixada
em percentagem sobre a tarifa de água, variando de acordo com a forma de manutenção dada à
rede coletora, como pode ser observado no Quadro 14:

Quadro 14 - Tarifas praticadas pela Embasa para o serviço de esgotamento sanitário


Tipo de Sistema Valor da Tarifa
Corresponde a 80% do valor da conta de
Sistemas Convencionais (Capital)
Abastecimento de Água.
Corresponde a 80% do valor da conta de
Sistemas Convencionais (Interior)
Abastecimento de Água.
Sistemas Independentes Operados pela Embasa Corresponde a 45% do valor da conta de
(Interior) Abastecimento de Água.
Conjuntos Habitacionais (capital e interior), com Corresponde a 45% do valor da conta de
sistema próprio e operado pela Embasa Abastecimento de Água.
Sistemas Condominiais (Situações especiais de Corresponde a 45% do valor da conta de
operações por Quadras) Abastecimento de Água.
Fonte: Embasa, 2021

Como pode ser observado no Quadro 14, no caso do município de Salvador a tarifa de esgoto varia
entre 45% (conjuntos habitacionais que possuem sistema próprio operado pela Embasa e sistemas
condominiais) e 80% (sistemas convencionais).

Para realizar uma análise comparativa em relação às tarifas praticadas pela Embasa, apresenta-se
a seguir os resultados obtidos no Snis (2019) para os indicadores IN004 (tarifa média praticada),
IN005 (tarifa média de água) e IN006 (tarifa média de esgoto), para as companhias estaduais de
saneamento dos 9 Estados que compões a região Nordeste.

Os indicadores IN004, IN005 e IN006 são calculados de acordo com as seguintes equações:

𝐹𝑁002 + 𝐹𝑁003 + 𝐹𝑁007 + 𝐹𝑁038 1


𝐼𝑁004 = ×
𝐴𝐺011 + 𝐸𝑆007 1000
𝐹𝑁002 1
𝐼𝑁005 = ×
𝐴𝐺011 − 𝐴𝐺017 − 𝐴𝐺019 1000
𝐹𝑁003 1
𝐼𝑁006 = ×
𝐸𝑆007 − 𝐸𝑆013 1000

Onde:

FN002: Receita operacional direta de água

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
145
FN003: Receita operacional direta de esgoto
FN007: Receita operacional direta de água exportada (bruta ou tratada)
FN038: Receita operacional direta – esgoto bruto ou importado
AG011: Volume de água faturado
AG017: Volume de água bruta exportado
AG019: Volume de água tratada exportado
ES007: Volume esgoto faturado
ES013: Volume esgoto bruto importado

Na Tabela 2 apresenta-se os valores dos indicadores obtidos para as concessionárias da Região


Nordeste:

Tabela 2 - Tarifas Médias das Concessionárias Estaduais da Região Nordeste (2019)


Tarifa média Tarifa média Tarifa média
Companhias praticada de água de esgoto
UF Estaduais de (R$/m³) (R$/m³) (R$/m³)
Saneamento
IN004 IN005 IN006
AL Casal 6,05 6,22 5,43
BA Embasa 5,38 5,83 4,45
CE Cagece 4,07 3,92 4,49
MA Caema 4,28 4,02 5,02
PB Cagepa 4,23 4,39 4,04
PE Compesa 3,75 3,84 3,47
PI Agespisa 3,73 3,80 2,95
RN Caern 4,21 4,65 3,07
SE Deso 5,27 5,51 4,39
Média da Região Nordeste (NE) 4,55 4,69 4,15
Fonte: Snis, 2019

Utilizando os indicadores acima, observa-se que comparando as tarifas médias da Embasa com as
demais concessionárias da região Nordeste, verifica-se que as tarifas médias estão acima da média
da Região, sendo 18% acima considerando a média global, 24% considerando apenas o serviço de
abastecimento de água e 7% considerando o serviço de esgotamento sanitário. De acordo com
esses indicadores, a Embasa possui a 2ª tarifa média de água mais cara e a 4ª tarifa média de
esgoto mais cara da região.

Analisando especificamente as tarifas médias obtidas para o município de Salvador em comparação


com as demais capitais do Nordeste, observa-se que as tarifas médias da Embasa em Salvador
também estão acima da média das demais capitais da região, sendo 14% acima considerando a
média global, 33% considerando apenas o serviço de abastecimento de água e 6% considerando o
serviço de esgotamento sanitário. De acordo com esses indicadores, Salvador possui a tarifa média

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
146
de água mais cara e a 3ª tarifa média de esgoto mais cara da região, como pode ser observado na
Tabela 3.

Tabela 3 - Tarifas médias das capitais da Região Nordeste (2019)


Tarifa média Tarifa média de Tarifa média de
Capitais da Região praticada água esgoto
UF
Nordeste (R$/m³) (R$/m³) (R$/m³)
IN004 IN005 IN006
AL Maceió 6,24 6,54 5,68
BA Salvador 5,56 7,02 4,78
CE Fortaleza 4,3 4,46 4,48
MA São Luís 4,74 5,04 5,07
PB João Pessoa 4,48 4,63 4,29
PE Recife 4,44 4,56 4,29
PI Teresina 4,14 4,25 3,71
RN Natal 4,3 4,68 3,58
SE Aracaju 5,66 6,18 4,64
Média da Região Nordeste (NE) 4,9 5,3 4,5
Fonte: Snis, 2019

Na Figura 19 apresenta-se de forma gráfica os resultados obtidos especificamente para a tarifa


média de esgoto praticadas pelas concessionárias estaduais da região Nordeste

Figura 19 - Tarifa média de esgoto nas concessionárias estaduais do Nordeste em 2019


6,00 5,43
IN004 - Tarifa média praticada (R$/m³)

5,02
5,00 4,49 4,45 4,39
4,04
4,00 3,47
4,15
3,07 2,95
3,00

2,00

1,00

0,00

IN006 - Tarifa média de esgoto Média

Fonte: Snis, 2019

Ressalta-se que os três indicadores do Snis analisados se referem à tarifa média calculada, que
considera todas as categorias de usuários e faixas de consumo, que possuem tarifas diferenciadas.
Para realizar uma análise mais detalhada em relação à tarifa de esgoto cobrada para os usuários
da categoria residencial, apresenta-se no Quadro 15 a seguir as tarifas de esgoto praticadas nas
capitais do Nordeste para as categorias residencial normal e residencial social

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147
Quadro 15 - Tarifas de esgoto cobradas nas capitais do Nordeste
Tarifa residencial normal Tarifa Residencial Social
UF Prestador Município
(R$) (R$)
AL Casal Maceió 30%, 80% ou 100%
CE Cagece Fortaleza 80%
PE Compesa Recife 40%, 50%, 80% ou 100%
PB Cagepa João Pessoa 80%, 90% ou 100% 10%
RN Caern Natal 35%, 70% ou 100%
SE Deso Aracaju 80%
BA Embasa Salvador 45% ou 80%
PI Águas de Teresina Teresina 100%
MA Caema São Luís 100%
Fonte: Sites das empresas, 2021

Analisando o Quadro 15 é possível observar que as tarifas de esgoto praticadas pela Embasa em
Salvador são semelhantes às tarifas cobradas nas outras capitais do Nordeste, sendo que das 9
capitais do Nordeste, apenas em Salvador (Embasa), Aracaju (Deso) e Fortaleza (Cagece) as tarifas
de esgoto se limitam a 80%, enquanto nas demais chegam a até 100% em alguns casos.

Considerando a importância da tarifa social no acesso da população mais pobre do município aos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, apresenta-se a seguir a análise
realizada por Oliveira Filho, A. O. e Santana, L. G. A. (2020) no artigo “A Tarifa Social nos Serviços
de Água e Esgotos na cidade do Salvador-Bahia” publicado pelo Observatório Nacional dos Direitos
à Água e ao Saneamento – Ondas.

De acordo com os dados analisado por Oliveira Filho (2020), as economias beneficiadas com a
Tarifa Social em Salvador representavam cerca de 2,1% do total de economias residenciais
existentes da Embasa em Salvador, sendo que considerando-se uma taxa de 10% de economias
inativas para Salvador, e que todas as economias enquadradas como Tarifa Social continuam
ativas, esse percentual cresce para 2,4%. Observou-se também que o número absoluto das
economias existentes vem efetivamente aumentando ao longo dos meses que foram analisados e
que a despeito dos efeitos da pandemia da COVID-19, o número absoluto das economias de água
beneficiadas com a tarifa social permaneceu estável no período analisado, apesar do aumento de
1,71% no número de famílias inscritas no CadÚnico no mesmo período.

Segundo os autores, acredita-se que o crescimento do número de economias, mesmo de forma


pouco significante, deveu-se muito em função da isenção das contas com Tarifa Social promovidas
pelo Estado da Bahia nesse período. Conforme o PL 23. 812, sancionado em 06 de abril de 2020,
todas as famílias inscritas, na Tarifa Social, com consumo menor de 25m3, não pagaram a conta de
água, no período de abril a junho/2020. Essa medida foi eficaz para socorrer uma parcela da

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148
população mais carente de Salvador e do restante do Estado, sendo essa a que mais sofre os
efeitos econômicos provocados pela pandemia do coronavírus.

Conforme análises realizadas por Oliveira Filho (2020), considerando os dados de junho/2020, o
número de famílias beneficiadas pela Tarifa Social da Embasa correspondia a apenas 6,9% das
famílias elegíveis que estão dentro do CadÚnico, sendo que ao se considerar apenas as famílias
com cadastro atualizado até junho/2020, esse percentual cresce para 9,5%. Analisando-se apenas
os dados disponíveis no sistema de Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico –
CECAD (2020) relativos à faixa salarial de até 1 salário-mínimo (1SM), observou-se que na época
264.523 famílias eram atendidas por rede de distribuição de água, enquanto que no mesmo período
(junho/2020) apenas 22.659 economias de água e 20.393 economias de esgoto eram atendidas
pela Tarifa Social da Embasa, chegando-se a apenas 8,6% das famílias cadastradas no CadUnico
na faixa até 1 salário mínimo. Assim, verifica-se que uma boa parte da população soteropolitana
enquadrada nessa faixa de renda (1SM) seria um potencial usuário dessa classificação tarifária
(Tarifa Social). Os autores destacam também que é importante observar que parte dessa população
não atendida por tarifa social pode estar incluída dentro de situações de ligações clandestinas, e,
até mesmo, de fraudes comerciais.

Os autores destacam ainda, que a cidade do Salvador apresenta uma grande inadimplência, no que
se refere ao pagamento das tarifas de água e esgoto e que a possibilidade do enquadramento dessa
população do CadÚnico na Tarifa Social, com toda certeza, deve levar à redução do percentual de
inadimplência na cidade do Salvador e, consequentemente, na queda do percentual de fraudes
comerciais.

4.5.2 FATURAMENTO, ARRECADAÇÃO E CONSUMO MÉDIO

Na Tabela 4 apresenta-se o faturamento da Embasa em 2019 relativos aos serviços de


abastecimento de água e esgotamento sanitário prestados em Salvador. Analisando os resultados,
observa-se que em termos de faturamento em 2019 a Categoria Residencial contribuiu com 65,3%,
ou seja, mais da metade do faturamento da Embasa, enquanto a categoria comercial é a segunda
mais representativa, contribuindo com 24,4% do faturamento.

Considerando os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário separadamente,


observa-se que o faturamento relativo ao abastecimento de água responde por 55,2%, enquanto o
esgotamento sanitário responde por 41,2% e os dois serviços conjuntamente responderam por
96,7%, chegando quase à totalidade.

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149
Tabela 4 – Faturamento da Embasa em Salvador em 2019
Categorias Água Esgoto Serviços Parcelamento Total S/Parcel Total Geral
Residencial 474.425.041,74 358.190.268,30 9.987.946,42 25.889.660,20 842.603.256,46 868.492.916,66
Comercial 177.402.580,27 136.250.583,46 2.983.573,68 9.088.542,91 316.636.737,41 325.725.280,32
Industrial 10.091.315,21 4.050.336,78 -6.907,88 75.790,78 14.134.744,11 14.210.534,89
Pública 73.642.785,56 47.187.735,95 1.110.568,41 10.946,79 121.941.089,92 121.952.036,71
Geral (R$) 735.561.722,78 545.678.924,49 14.075.180,63 35.064.940,68 1.295.315.827,90 1.330.380.768,58
(%) 55,29% 41,02% 1,06% 2,64% 97,36% 100,00%
Fonte: Embasa, 2021

Na Tabela 5 apresenta-se a arrecadação da Embasa em 2019 relativa aos serviços de


abastecimento de água e esgotamento sanitário prestados em Salvador. Analisando a tabela,
observa-se que do total realmente arrecadado em 2019 a Categoria Residencial contribuiu com
65,04%, ou seja, mais da metade do arrecadado pela Embasa, enquanto em segundo lugar temos
a categoria comercial com 25,8%.

Tabela 5 – Arrecadação da Embasa em Salvador (2019)


Categorias Água Esgoto Serviços ICMS Parcelamento Total S/Parcel Total Geral
Residencial 402.866.650,10 283.643.963,22 15.655.441,47 917,83 17.936.213,70 702.166.972,62 720.103.186,32
Comercial 161.093.628,55 114.633.390,66 4.380.531,46 4.073,81 5.824.669,09 280.111.624,48 285.936.293,57
Industrial 9.746.778,52 3.694.321,39 53.503,29 0,00 45.787,91 13.494.603,20 13.540.391,11
Pública 51.437.872,67 35.449.601,64 680.087,24 0,00 2.379,30 87.567.561,55 87.569.940,85
Geral (R$) 625.144.929,84 437.421.276,91 20.769.563,46 4.991,64 23.809.050,00 1.083.340.761,85 1.107.149.811,85
(%) 56,46% 39,51% 1,88% 0,00% 2,15% 97,85% 100,00%

Fonte: Embasa, 2021

Considerando os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário separadamente,


observa-se que o arrecadado pelo abastecimento de água respondeu por 56,4%, enquanto o
esgotamento sanitário respondeu por 38,5% e os dois conjuntamente responderam por 95,7%,
chegando quase à totalidade.

Na Tabela 6 apresenta-se o consumo médio por economia para cada uma das categorias de
usuários nos anos de 2017 a 2020, sendo possível observar que na classe residencial houve uma
leve queda no consumo médio entre 2017 e 2020, passando de 7,11 m³ para 7,03 m³. As categorias
que mostraram crescimento no consumo médio ao longo destes 4 anos foram a categoria
residencial social, que passou 6,33 para 7,15 m³ e a categoria residencial intermediária, que passou
de 4,08 m³ por economia em 2017 para 4,14m³ em 2020.

No total a média mostra uma queda ao longo dos anos observados, visto que o consumo caiu de
7,55 m³ em 2017 para 7,28 m³ em 2020.

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150
Tabela 6 – Consumo médio por categoria de usuários em Salvador (m³/economia)
Residencial
Ano Total Comercial Pública Industrial
Total Social Intermediária Normal
2017 7,55 7,11 6,33 4,08 7,37 8,69 135,48 114,36
2018 7,44 7,01 6,40 3,92 7,29 8,61 134,88 118,49
2019 7,36 6,92 6,38 3,89 7,22 8,59 133,61 117,29
2020 7,28 7,03 7,15 4,14 7,31 7,02 114,26 110,70
Fonte: Embasa, 2021

Analisando-se apenas a diferença existente entre os anos de 2019 e 2021 (período da Pandemia
de COVID-2019), observa-se que houve um aumento do consumo residencial em todas as
categorias e uma redução expressiva do consumo nas categorias comercial, pública e industrial, o
que está diretamente relacionado ao fato de que durante a pandemia as pessoas passaram mais
tempo em seus domicílios, enquanto os comércios, órgãos públicos e indústrias reduziram
significativamente as suas atividades.

4.5.3 INADIMPLÊNCIA E EVASÃO DE RECEITAS

Como em todas as companhias de abastecimento de água brasileiras que convivem com a perda
de faturamento dos serviços prestados, a Embasa não foge à regra e, também, tem que lidar com
os usuários inadimplentes. Da mesma forma, na maioria das vezes, os montantes destes usuários
inadimplentes nos pagamentos de serviços são recuperados quando do corte de abastecimento de
água e tem na conta do período seguinte os valores recuperados de forma parcelada com multa e
juros e custo de religação. Neste sentido, a Empresa vai centrando esforços na recuperação da
inadimplência dos usuários seguindo o quadro abaixo.

Na Tabela 7 apresenta-se o índice de inadimplência relativo aos serviços de abastecimento de água


e esgotamento sanitário prestados pela Embasa em Salvador, calculado considerando o total de
das contas dos usuários devedores a partir de 30 dias. Na Tabela 7 é possível observar que a média
da inadimplência no ano de 2019 foi de 36,98% considerando os usuários privado e de 51,06%
considerando os usuários do setor público, enquanto no total a média ponderada da inadimplência
em 2019 chegou a 28,43%. Os resultados demonstram um índice bem elevado, na medida em que
se constata que quase 1/3 dos consumidores não pagam suas contas na data de vencimento.

Tabela 7 - Índice de Inadimplência em (%) na Embasa em Salvador


2019 Total (30D) Particular (30D) Público (30 D)
janeiro 27,18% 36,59% 40,31%
fevereiro 28,05% 38,23% 39,60%
março 29,20% 36,86% 55,72%
abril 26,88% 37,16% 34,01%

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151
2019 Total (30D) Particular (30D) Público (30 D)
maio 27,48% 36,84% 42,96%
junho 27,81% 35,84% 55,29%
julho 27,80% 36,26% 52,58%
agosto 28,87% 36,27% 62,03%
setembro 30,47% 37,49% 63,58%
outubro 28,98% 37,04% 55,04%
novembro 29,08% 37,64% 54,44%
dezembro 29,34% 37,53% 57,18%
Média 28,43% 36,98% 51,06%
Fonte: Embasa, 2021

Por outro lado, observa-se que os índices de evasão de receitas (IN029 do Snis) estão diminuindo
nos últimos 3 anos analisados (2019, 2018 e 2017) para a Embasa.

O índice de evasão de receitas (indicador IN029 do Snis) é calculado de acordo com a seguinte
equação:

𝐹𝑁005 − 𝐹𝑁006
𝐼𝑁029 = × 100
𝐹𝑁005

Onde:

FN005 = Receita operacional total (direta + indireta)


FN006 = Arrecadação total
Na Tabela 8 observa-se que no município de Salvador o índice caiu de 18,36% para 17,67%,
enquanto a Companhia como um todo reduziu de 12,06% para 11,21%, mostrando que a Empresa
está atuando positivamente para reduzir estes índices. A tabela abaixo permite observar também
que os índices de evasão de receitas da Empresa, no município de Salvador, que foram 17,67%
em 2019 foram mais elevados que a média do Estado que é de 11,21%.

Tabela 8 - Índice de Evasão de Receitas (%) da Embasa


Índice de evasão de receitas (%)
Anos
Embasa - Salvador Embasa - Total
2019 17,67 11,21
2018 17,97 10,97
2017 18,36 12,06
Fonte Snis (2019), Snis (2018) e Snis (2017)

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152
Figura 20 - Índice de Evasão de Receitas (%) da Embasa em Salvador

18,36 17,97 17,67


Índice de evasão de receitas (%)

20,00
18,00
16,00
14,00 12,06 10,97 11,21
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
2017 2018 2019

Embasa - Salvador Embasa - Total

Fonte Snis, 2021

4.5.4 ANÁLISE DAS RECEITAS OPERACIONAIS DIRETAS E INDIRETAS

Como a Embasa é uma sociedade de economia mista de capital autorizado, pessoa jurídica de
direito privado, na qual o Estado da Bahia é o acionista majoritário com 99,70% do capital total, é
importante ter conhecimento de sua dimensão no âmbito do Estado da Bahia. De acordo com o
Snis, no ano de 2019 a Embasa obteve uma receita operacional bruta de R$ 3,4 bilhões, sendo R$
2,5 bilhões (72%) oriundos da prestação dos serviços de abastecimento de água, R$ 912 milhões
(27%) dos serviços de esgotamento sanitário e R$ 48 milhões (1%) referentes a serviços
acessórios, tais como ligações e religações, elaboração de projetos e serviços de laboratório. A
Receita Operacional Líquida alcançou um montante de R$ 3,1 bilhões frente a R$ 2,9 bilhões em
2018, sendo que tanto a receita operacional bruta quanto a líquida superaram em aproximadamente
7% os montantes registrados em 2018.

O resultado obtido foi influenciado principalmente pelo aumento de novas ligações de água e de
esgoto, pelo reajuste tarifário de 4,70%, concedido pela Agência Reguladora de Saneamento
Básico do Estado da Bahia (Agersa) a partir de junho de 2019, e pela retomada do crescimento dos
volumes faturados de água e esgoto que registraram variação positiva de 2% e 3%, em 2019,
respectivamente.

As receitas decorrentes da prestação do serviço de esgotamento sanitário pela Embasa estão


vinculadas ao consumo de água, sendo que a tabela tarifária admite que seja cobrada tarifa de
esgoto correspondente a 45% ou 80% do valor da conta de água, como já detalhado no item 4.5.1.

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153
Para realizar a análise das receitas operacionais diretas oriundas do serviço de esgotamento
sanitário prestado pela Embasa no município de Salvador foram analisadas inicialmente as
informações disponíveis no Snis para os anos de 2017, 2018 e 2019, que são apresentadas na
Figura 21 e na Figura 22.

Figura 21–Receitas operacionais diretas do serviço de esgotamento sanitário em Salvador


(2017 a 2019)

R$1.284.473.905,56
serviço de esgotamento sanitário(R$)

R$1.230.733.921,81
Receitas operacionais diretas do

R$1.132.283.087,47

R$521.953.485,69 R$547.391.351,05
R$479.711.648,40

EMBASA 2017 EMBASA 2018 EMBASA 2019

Total Esgoto

Fonte: Snis,2021

Figura 22 – Relação entre as receitas do serviço de esgotamento sanitário e o total das


receitas operacionais diretas da Embasa no município de Salvador (2017 a 2019)

50,00%

45,00% 42,37% 42,41% 42,62%

40,00%

35,00%

30,00%

25,00%

20,00%

15,00%

10,00%

5,00%

0,00%
EMBASA 2017 EMBASA 2018 EMBASA 2019

Fonte: Snis, 2021

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
154
As figuras anteriores demonstram que, considerando as receitas oriundas do serviço de
esgotamento sanitário, as receitas diretas do serviço prestado pela Embasa em Salvador situaram-
se no intervalo entre 479 milhões de reais e 547 milhões de reais, ao longo da série analisada. Este
fato denota, principalmente, a amplitude dos serviços prestados por esta empresa, em relação à
população atendida pelos serviços em tela. Também, se pode observar pelas figuras apresentadas
anteriormente que as receitas oriundas dos serviços de esgotamento sanitário possuem uma boa
representatividade na composição das receitas operacionais diretas da concessionária.

Além das informações disponíveis no Snis, foram analisadas também as informações fornecidas
diretamente pela Embasa em resposta aos questionários enviados para o levantamento de
informações deste PMSBI, que são apresentadas na Tabela 9:

Tabela 9 – Receitas operacionais diretas e indiretas totais e para o serviço de esgotamento


sanitário em Salvador (2017 a 2019)
Receitas operacionais Receitas operacionais Receita operacional
diretas indiretas total (R$)
2017
Total (R$) 1.131.840.326,04 13.624.610,70 1.145.464.936,74
Esgoto (R$) 479.273.957,62 126.164,26 479.400.121,88
% 42,3% 0,9% 41,9%
2018
Total (R$) 1.230.583.277,65 6.400.291,47 1.236.983.569,12
Esgoto (R$) 521.964.198,62 171.813,49 522.136.012,11
% 42,4% 2,7% 42,2%
2019
Total (R$) 1.284.473.905,56 6.060.133,72 1.290.534.039,28
Esgoto (R$) 547.391.351,05 175.591,06 547.566.942,11
% 42,6% 2,9% 42,4%
Fonte: Embasa, 2021

Analisando a Tabela 9 verifica-se que de 2017 a 2019 as receitas de esgoto responderam pôr em
torno de 42% do total das receitas do sistema de água e esgoto, mostrando que há margem para
este incremento, na medida em que ocorra ampliação da capacidade de atendimento.

Quando se analisa na tabela acima as receitas da Embasa nos últimos 3 anos em Salvador,
constata-se que já em 2018 há um crescimento de 7,98 % na receita total sobre 2017, enquanto no
serviço de esgotamento sanitário, que correspondia a 42,2% do total, em 2018 o crescimento é de
8,9% sobre o arrecadado em 2017. Em 2019 o serviço de esgotamento sanitário respondia por
42,4% do total e em relação a 2018 houve um crescimento de 4,7%.

Interessante observar que enquanto as receitas de esgoto crescem entre 8,9% e 4,7% ao ano, a
população de Salvador vem crescendo a uma taxa anual de 0,7% (IBGE) quando se compara os

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
155
dados de Censo de 2010 e a estimativa em 2020 do IBGE, mostrando que está ocorrendo um
crescimento no atendimento ou a Empresa vem melhorando seus índices de medição, que se
poderá comprovar nas análises de caráter institucional.

4.5.5 ANÁLISE DAS DESPESAS COM SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

As informações relativas às despesas de exploração dos serviços de abastecimento de água e


esgotamento sanitário são consolidadas conjuntamente no Snis, e, portanto, na Figura 23 são
apresentadas as informações disponíveis no Snis:

Figura 23- Despesas totais dos serviços (DTS) e despesas de exploração (DEX) dos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador
DTS e DEX dos serviços de abastecimento

R$1.194.175.809,84
de água e esgotamento sanitário (R$)

R$1.125.542.228,91 R$1.106.574.929,37

R$793.821.741,12
R$741.655.106,78
R$698.802.519,47

EMBASA 2019 EMBASA 2018 EMBASA 2017

Total (DTS) Total (DEX)

Fonte: Snis, 2021

As despesas de exploração (DEX) se referem às despesas realizadas para a exploração dos


serviços, compreendendo despesas com pessoal, produtos químicos, energia elétrica, serviços de
terceiros, água importada, esgoto exportado, despesas fiscais ou tributárias computadas na DEX,
além de outras despesas de exploração (despesas com materiais, tubos, combustível, impressora,
papel etc.). Por outro lado, as despesas totais com os serviços (DTS) se referem ao valor total do
conjunto das despesas realizadas para a prestação dos serviços, compreendendo despesas de
exploração (DEX), despesas com juros e encargos das dívidas (incluindo as despesas decorrentes
de variações monetárias e cambiais), despesas com depreciação, amortização do ativo diferido e

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
156
provisão para devedores duvidosos, despesas fiscais ou tributárias não computadas na DEX, mas
que compõem a DTS, além de outras despesas com os Serviços.

Na Figura 24 pode-se observar que nos três anos analisados as despesas de exploração (DEX)
representam acima de 60% das despesas totais (DTS). Importante frisar que é nas despesas de
exploração que a Empresa pode melhorar seu desempenho, pois é nesta área dos custos que é
permitido uma maior gestão dos recursos, reduzindo os custos variáveis para maior ganho
financeiro da Empresa. Entretanto, nos anos analisados não se observa uma redução deste item,
visto que de 2017 a 2019 a proporção cresceu de 63,2% para 66,5%.

Figura 24 - Relação entre Despesas de Exploração (DEX) e Despesas Totais dos Serviços
(DTS) de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador (2017 a 2019)

66,5%
65,9%

63,2%

EMBASA 2017 EMBASA 2018 EMBASA 2019

Fonte: Snis, 2021

Além dos dados disponíveis no Snis, serão analisados a seguir as despesas operacionais
específicas para o esgotamento sanitário, que foram fornecidas pela Embasa. Na Tabela 10
apresenta-se o detalhamento de custos e despesas no serviço de esgotamento sanitário em
Salvador, sendo que os custos se referem a todo valor gasto com bens ou serviços utilizados na
produção de outros bens ou serviços, enquanto as despesas são todos os gastos administrativos
da empresa, ou seja, todos os gastos necessários para manter a estrutura funcionando, apesar de
não contribuem para a produção de novos itens (aluguel, energia , pessoal, meios de comunicação
e etc.).

No campo dos custos observa-se que a provisão de perdas é o item mais representativo, chegando
a 22,3% do total de custos, enquanto em seguida encontra-se o item serviços de manutenção com
17,17%, pessoal com 14,9%, serviços de terceiros com 12,9% e tributos (PIS/COFINS) com
13,55%.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
157
No campo das despesas observa-se que o item pessoal responde pela maior parcela e chega a
62,4% do total das despesas, seguido do item serviços de terceiros com 22,8% das despesas.

Tabela 10 – Custos e despesas no serviço de esgotamento sanitário de Salvador em 2019


Custos Despesas Total
Etapa Código
(R$) (R$) (R$)
Pessoal G01 56.051.145,56 30.323.446,61 86.374.592,17
Serviços - energia elétrica G02 16.703.562,11 168.825,55 16.872.387,66
Serviços - manutenção G03 64.478.578,80 3.348.811,50 67.827.390,30
Serviços - terceiros G04 48.664.343,42 11.073.177,73 59.737.521,15
Serviços - outros G05 2.821.663,05 1.157.688,10 3.979.351,15
Materiais - tratamento G06 158.435,21 0,00 158.435,21
Materiais - outros G07 6.065.333,13 364.193,28 6.429.526,41
Tributos - PIS/COFINS G08 50.872.496,69 593.264,70 51.465.761,39
Tributos - outros G09 2.214,91 275.561,99 277.776,90
Extra EBITDA - financeiros - juros G10 14.098.451,45 1.264.904,46 15.363.355,91
Extra EBITDA - financeiros - outros G11 32.968.791,44 2.042.242,72 35.011.034,16
Gerais - jurídico G12 6.073.044,80 20.820.444,74 26.893.489,54
Gerais - outros G13 372.034,21 1.500.966,70 1.873.000,92
Gerais - fundo munic. de participação G14 0,00 0,00 0,00
Gerais - taxa de regulação G15 0,00 0,00 0,00
Extra EBITDA - ND - depreciação G16 35.852.304,64 3.191.855,13 39.044.159,77
Extra EBITDA - ND - amortização G17 37.989.140,13 1.803.988,49 39.793.128,62
ND - provisão - perda rec. cred. G18 83.785.858,60 10.027.447,07 93.813.305,67
ND - provisão - impostos G19 0,00 25.178.844,02 25.178.844,02
ND - provisão - jurídico G20 0,00 26.159.377,94 26.159.377,94
ND - provisão - outros G21 4.211.859,76 1.637.912,05 5.849.771,81
ND - provisão - perda benef. social G22 0,00 0,00 0,00
ND - outros G23 5.150,06 64.091,83 69.241,89
Extra EBITDA - outros G24 0,00 6.165.780,78 6.165.780,78
TOTAL 461.174.408 147.162.825 608.337.233

Fonte: Embasa, 2021

4.5.6 ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Em termos de sustentabilidade econômica-financeira, preconizada pelo marco legal do setor, as


estruturas de receitas da concessionária do município de Salvador, que se baseia, como visto,
primordialmente na política tarifária dos serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário, bem como, nas despesas totais dos serviços, proporcionaram desempenho positivo na
companhia, nos anos recentes analisados. Ou seja, a Embasa apresentou desempenho positivo

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
158
(índices maiores que 100% – receitas maiores que despesas) em todos os anos da série para dois
importantes indicadores financeiros: O índice de suficiência de caixa (IN101) e o índice de
desempenho financeiro (IN012).

O índice de suficiência de caixa (IN101) representa a razão entre a arrecadação total e as despesas
e é calculado de acordo com a equação abaixo:

𝐹𝑁006
𝐼𝑁101 = × 100
𝐹𝑁015 + 𝐹𝑁034 + 𝐹𝑁016 + 𝐹𝑁022
Onde:

FN006: Arrecadação total


FN015: Despesas de Exploração (DEX)
FN016: Despesas com juros e encargos do serviço da dívida
FN022: Despesas fiscais ou tributárias não computadas na DEX
FN034: Despesas com amortizações do serviço da dívida

Na Figura 25 é possível observar a evolução deste índice no período de 2017 a 2019 em Salvador,
sendo possível verificar que em a Embasa apresentou resultados acima de 100% para o serviço
prestado em Salvador nos três anos analisados, e, portanto, a prestação pode ser considerada
autossuficiente.

Figura 25 - Índice de suficiência de Caixa (%) relativo aos serviços de abastecimento de


água e esgotamento sanitário prestados em Salvador (2017 a 2019)

128,65
125,72
123,96

EMBASA 2017 EMBASA 2018 EMBASA 2019

Fonte: Snis, 2021

Por outro lado, o índice de desempenho financeiro (IN012) representa a razão entre as receitas
operacionais e as despesas totais com os serviços (DTS) e é calculado de acordo com a equação
abaixo:

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159
𝐹𝑁002 + 𝐹𝑁003 + 𝐹𝑁007 + 𝐹𝑁038
𝐼𝑁101 = × 100
𝐹𝑁017
Onde:

FN002: Receita operacional direta de água


FN003: Receita operacional direta de esgoto
FN007: Receita operacional direta de água exportada (bruta ou tratada)
FN017: Despesas totais com os serviços (DTS)
FN038: Receita operacional direta - esgoto bruto importado

Na Figura 26 apresenta-se a evolução deste indicador no período de 2017 a 2019 em Salvador,


sendo possível observar que nos anos analisados as receitas operacionais da Embasa em Salvador
estão acima das despesas, visto que o indicador é maior que 100% em todos os anos, e, portanto,
no período em foco, se verifica que a prestação do serviço da Embasa no município tem
desempenho positivo.

Figura 26 - Índice de desempenho financeiro (%) relativo aos serviços de abastecimento de


água e esgotamento sanitário prestados em Salvador (2017 a 2019)

109,35

107,56

102,32

EMBASA 2017 EMBASA 2018 EMBASA 2019

Fonte: Snis, 2021

4.5.7 ANÁLISE DO SUBSÍDIO CRUZADO

O subsídio só será considerado ou calculado quando a Receita Total auferida não cobrir os Custos
Totais do Sistema, ou seja, a nível de unidade é quando a Tarifa Unitária calculada atinja o máximo
do valor da capacidade de pagamento do usuário, e esta não cobre o Custo Unitário do Sistema,
assim o Poder Concedente poderá atribuir o montante necessário de subsídio para viabilizar o
sistema sob a ótica do empreendedor.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
160
Para avaliar se o serviço prestado pela Embasa em Salvador subsidia os serviços prestados em
outros municípios baianos, avaliou-se o EBIT e o EBITDA, que é um indicador da saúde financeira
da empresa, mostrando os lucros gerados através das atividades operacionais, desconsiderando
possíveis empréstimos e impostos. A sigla vem do inglês: earnings before interest, taxes,
depreciation and amortization. Em português, também é conhecido como LAJIDA, ou lucro antes
de juros, impostos depreciação e amortização. Enquanto o EBIT é calculado após juros, impostos
depreciação e amortização.

A Tabela 11 apresenta o resultado obtido pela Embasa em Salvador, demostrando que foi verificado
lucro em 2018 (R$ 335,6 milhões), 2019 (R$ 261,6 milhões) e 2020 (R$222,0 milhões), sendo que
para o ano de 2020 os dados se referem apenas ao período de janeiro a outubro/2020. Ressalta-
se que no DRE enviado pela Embasa, os investimentos realizados nos sistemas de abastecimento
de água e esgotamento sanitário de Salvador são considerados como custos, dentro do item
"Custos dos Serviços Prestados".

Tabela 11 - Demonstração de Resultados do Exercício – DRE para o município de Salvador


01/01/2020 a 01/01/2019 a 01/01/2018 a
Demonstrações de Resultados do Exercício
31/10/2020 31/12/2019 31/12/2018
Receita operacional bruta 1.041.547.172,79 1.290.534.039,28 1.236.983.569,12
Impostos S/ faturamento -96.559.904,50 -118.936.698,58 -114.097.946,42
Receita operacional líquida 944.987.268,29 1.171.597.340,70 1.122.885.622,70
Custos dos Serviços Prestados -535.322.689,19 -642.968.497,17 -605.194.489,43
Lucro bruto 409.664.579,10 528.628.843,53 517.691.133,27
(Despesas) receitas operacionais -306.916.893,37 -411.695.685,07 -317.213.308,91
Outras Receitas 1.108.114,68 1.408.320,25 613.523,60
Outras Despesas -2.347,34 -89.307,76 -11.312,94
Resultado antes das receitas (despesas)
103.853.453,07 118.252.170,95 201.080.035,02
financeiras
Receitas financeiras 25.358.028,58 52.672.521,48 55.492.362,30
Despesas financeiras -41.391.145,79 -43.989.494,74 -59.351.225,61
Receitas (despesas) financeiras, líquidas -16.033.117,21 8.683.026,74 -3.858.863,31
Resultado do período 87.820.335,86 126.935.197,69 197.221.171,71
EBITDA 222.009.177,33 261.663.288,27 335.643.296,18
Fonte: Embasa, 2021

Com o intuito de ter uma compreensão melhor e uma dimensão do subsídio cruzado nos serviços
de abastecimento de água e esgotamento sanitário da EMABASA, será necessário obter dados e
informações financeiras da Empresa em Salvador a um nível que permita deixar claro o superávit
anual que é destinado a manter e capacitar seu sistema em localidades deficitárias com a estrutura
tarifária atual.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
161
Destaca-se que a prática de subsídio cruzado é usual e benéfica, na medida em que a aplicação
de tarifa única para um conjunto de municípios, envolvendo sistemas mais e menos rentáveis, vem
a favorecer uma compensação benéfica para os consumidores de municípios de baixa escala, que
são as cidades interioranas principalmente.

4.5.8 CAPACIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO MUNICÍPIO DE SALVADOR EM RELAÇÃO ÀS

NECESSIDADES DE INVESTIMENTO PARA OS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Apesar do serviço de esgotamento sanitário em Salvador ser prestado atualmente pela Embasa, é
importante avaliar também a capacidade econômico-financeira do município de Salvador em
relação às necessidades de investimento para os serviços de esgotamento sanitário. Para tanto,
apresenta-se na Figura 27 a performance do município de Salvador em suas receitas e despesas
para os anos de 2019, 2018 e 2017.

Figura 27 – Execução orçamentária da Prefeitura Municipal de Salvador (2017, 2018 e 2019)

R$7.050.576.161,37 R$6.973.662.630,28
R$6.447.597.082,54 R$6.352.326.820,80
R$5.941.328.753,93
R$5.487.370.185,99

R$453.958.567,94
R$95.270.261,74
R$76.913.531,09

RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS RESULTADO

2017 2018 2019

Fonte: Siconfi, 2020

Analisando a Figura 27 verifica-se que o município mostra superávit em suas contas, permitindo
maiores investimentos na área pública, chegando em 2019 a R$ 76 milhões. Porém pode-se
verificar também que em 2017 o resultado foi de R$ 453 milhões, valor 496% superior ao de 2019,
sendo possível constatar que a gestão municipal tem como alcançar maiores e melhores resultados.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
162
Ao se analisar as informações disponíveis no Snis sobre os investimentos realizados pela Embasa
no município de Salvador em esgotamento sanitário na série histórica analisada (2019, 2018 e
2017), observa-se que a Embasa em todos os anos analisados apresentou expressivos gastos de
investimento no serviço, como pode ser observado na Figura 28. Este fato demonstra aspectos
positivos para a implementação da estratégia de universalização, para os serviços de esgotamento
sanitário no município de Salvador.

Figura 28 – Investimentos realizados pela Embasa no serviço de abastecimento de água e


esgotamento sanitário prestados em Salvador (2017 a 2019)

R$61.705.899,45
EMBASA 2019 R$35.628.078,27
R$97.333.977,72

R$64.929.613,84
EMBASA 2018 R$36.454.485,55
R$101.384.099,39

R$48.433.926,67
EMBASA 2017 R$32.326.603,87
R$80.760.530,54

Abastecimento de água Esgotamento sanitário Total

Fonte: Snis, 2021.

Portanto, pode-se verificar que a Embasa vem aumentando seus níveis de investimento em
Salvador, visto que de 2017 a 2019 houve um acréscimo de R$ 3,3 milhões nos investimentos
realizados em esgotamento sanitário, o que representa um aumento de 10,2%.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
163
4.5.9 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE ENDIVIDAMENTO E A DISPONIBILIDADE DE LINHAS DE

CRÉDITO QUE CONTEMPLEM O MUNICÍPIO E SEUS PROJETOS E AÇÕES EM ESGOTAMENTO

SANITÁRIO

Quando se analisa a empresa de modo geral, pode-se afirmar que a estrutura de capital da Embasa
demonstra que seus ativos estão sendo, em sua maioria, financiados pelo capital próprio. O total
do ativo da empresa corresponde a R$ 8 bilhões, sendo R$ 6 bilhões oriundos do Patrimônio
Líquido. A parcela dos ativos financiada por capital de terceiros é de 27%, bem abaixo do registrado
pelas principais empresas de saneamento, que apresentaram endividamento médio de 47% em
2018.

A dívida líquida vem caindo ao longo dos anos, registrando em 2019 um resultado de R$ 202
milhões, que representa uma queda de 57% se comparada com a dívida líquida registrada em 2018
e uma queda de 67% se comparada com a dívida líquida registrada em 2017.

Em relação à capacidade de endividamento do município de Salvador, apresenta-se a seguir uma


análise em relação à sua Capacidade de Pagamento (Capag).

Pelas regras do tesouro nacional a apuração da situação fiscal dos Entes Subnacionais que querem
contrair novos empréstimos com garantia da União é feita pelo indicador CAPAG (Capacidade de
Pagamento. O intuito da Capag é apresentar de forma simples e transparente se um novo
endividamento representa risco de crédito para o Tesouro Nacional. A metodologia do cálculo, dada
pela Portaria MF nº 501/2017, é composta por três indicadores: endividamento, poupança corrente
e índice de liquidez. Logo, avaliando o grau de solvência, a relação entre receitas e despesa
correntes e a situação de caixa, faz-se o diagnóstico da saúde fiscal do Estado ou Município. Os
conceitos e variáveis utilizadas e os procedimentos a serem adotados na análise da Capag foram
definidos na Portaria STN nº 882/2018.

Escolhidos os três indicadores, a cada um deles são atribuídas as notas A, B e C, em função do


valor assumido em cada situação. As faixas de valores em cada um dos indicadores definem as
respectivas notas. Por exemplo, em relação ao endividamento, o ente receberá nota A, se o seu
indicador de endividamento (DC) for inferior a 60%. Se for igual ou maior que 60%, mas inferior a
150%, a nota será B. Por fim, se o indicador for igual ou maior do que 150%, a nota será C.

A melhor nota final é a Nota A, que é obtida quando se recebe a nota A nos três indicadores. Já a
pior nota final é a Nota D, que é obtida quando se recebe a Nota C nos três indicadores. Para ter
nota final B, é necessário que o ente receba a nota A para o indicador de liquidez e pelo menos a
nota B para o indicador de poupança corrente, não importando qual a nota do indicador de
endividamento. Todas as outras combinações resultam em nota final C. A importância advinda da

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
164
obtenção das notas finais A e B se deve ao fato de se tratar de condição necessária (embora não
suficiente) para que o ente receba garantia da União em operações de crédito interno e externo.

Considerando essas regras para o cálculo da CAPAG, a Prefeitura Municipal de Salvador detém
nota que atesta a sua capacidade de obter garantias do Governo Federal (União), para operações
de crédito internacionais visando novos investimentos, visto que recebeu a nota B, como pode ser
visualizado na Figura 29 – Nota CAPAG do município de Salvador.

Figura 29 – Nota CAPAG do município de Salvador

Fonte: Tesouro Nacional, 2020

Por outro lado, o “Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO”, em seu Anexo 2
(Demonstrativo da Execução das Despesas por Função/Subfunção), do município de Salvador,
série histórica dos anos 2019, 2018 e 2017, não apresentou despesas nas rubricas Saneamento
(Saneamento Básico Rural e Saneamento Básico Urbano).

Estes fatos comentados acima deixam claras as possibilidades com a temática do Saneamento por
parte do município de Salvador, mas, também, estabelecem para a presente análise, a existência
de recursos escassos visando uma estratégia de universalização dos seus serviços, principalmente.

4.5.10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Do que foi observado verificou-se que a atual estrutura tarifária oferece sustentabilidade ao serviço
prestado pela Embasa em Salvador. Outro aspecto importante a destacar é que seus custos
variáveis (DEX) em Salvador são expressivos (acima de 60% das despesas totais (DTS).

Como foi observado no Relatório Anual de 2019 da Embasa, o Plano de Investimentos da Empresa
compila as decisões de curto, médio e longo prazos, com suas respectivas curvas de execução e
desembolso de recursos. O controle dos níveis de execução é feito por meio do indicador de
Cumprimento do Orçamento de Investimento, acompanhado periodicamente pela Diretoria
Executiva e isto inclui Salvador.

A partir de 2019 a empresa afirma que revisou sua estratégia de investimento, visando garantir a
segurança operacional o que deve ser considerado na análise de sustentabilidade prospectiva.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
165
Reforça que os investimentos com foco no aumento das intervenções na redução e controle de
perdas, na modernização dos sistemas operacionais e na reposição da base de ativos– uma vez
que nos anos anteriores a empresa estava mais voltada para investimentos em expansão dos
índices de cobertura dos serviços, que se mantém como foco, somado às ações anteriormente
citadas.

4.6 CONTROLE SOCIAL

A Constituição Federal de 1988 prevê a participação popular direta ou por meio de organizações
representativas na formulação das políticas públicas e no controle das ações em todos os níveis.
Foram incluídas, no texto constitucional, diversas formas participativas de gestão e controle em
áreas como saúde, educação, assistência social, políticas urbanas, meio ambiente, entre outras
(BRASIL, 1988).

A Lei Nacional nº 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico,
alterada pela Lei Nacional nº 14.026/2020, no seu art. 3º, inciso IV, define o controle social como:

conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações,


representações técnicas e participação nos processos de formulação de políticas,
de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento
básico (BRASIL, 2020).
Cabe destacar que o exercício do controle social, ocorre no ato constante e não pontual da
participação da sociedade civil nas ações do poder público, no acompanhamento, monitoramento,
construção e implementação de políticas públicas sociais. Na Política Nacional de Resíduos
Sólidos, a Lei nº 12.305/2010, o art. 8º, XIV prevê a criação dos “órgãos colegiados municipais
destinados ao controle social dos serviços de resíduos sólidos urbanos”. (Brasil, 2010)

O controle social consiste na participação da sociedade civil organizada na gestão pública, na


fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da administração pública no
acompanhamento das políticas. Trata-se de importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
que contribui para aproximar a sociedade do Estado, abrindo a oportunidade para os cidadãos
acompanharem as ações dos governos e cobrarem uma boa gestão pública (MDS, 2015).

Além disso, o controle social forte e atuante auxilia na prevenção da corrupção, pois quando a
sociedade está atenta à atuação dos gestores e fiscaliza a aplicação do dinheiro público, as chances
de ocorrerem desvios e irregularidades tendem a diminuir. Por isso é que se diz que o controle
social é um complemento indispensável ao controle institucional realizado pelos órgãos que
fiscalizam os recursos públicos (CFA, 2016).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
166
De maneira geral, os colegiados de saneamento básico são organizados com representação
tripartite, contemplando representações da sociedade civil, do poder público e dos prestadores de
serviço. Os conselhos municipais devem constituir um espaço de interlocução, com debates
qualificados para a tomada de decisões e para a consolidação e eficácia de políticas públicas. Esses
colegiados constituídos e nomeados por ato público, devem garantir espaços para a participação
popular e não sucumbir aos interesses de apenas um dos segmentos que os integra. A promoção
de processos participativos, portanto, é uma condição inequívoca para a formação e êxito de uma
política pública com controle social.

Enquanto instância participativa e democrática, é função dos Conselhos o estímulo da participação


social, debate, formação e revisão das políticas públicas; tendo em vista procedimentos decisórios,
consultivos e deliberativos com relação às questões orçamentárias e à hierarquização de ações
prioritárias, por exemplo.

Como pôde ser visto no item 3.3.2, no âmbito da estrutura organizacional da administração pública
em Salvador/BA, são previstos nas diferentes áreas ao todo 49 conselhos. O conjunto de Conselhos
instituídos na estrutura administrativa municipal estão apresentados no Quadro 16, a seguir.

Quadro 16 – Conselhos que integram a estrutura administrativa por secretarias municipais


SECRETARIA
CONSELHO Nº
MUNICIPAL
CASA CIVIL Conselho Municipal de relações internacionais – CMRI 1
Conselho Municipal de Tributos – CMT 2
Secretaria Municipal Conselho Municipal de Acompanhamento da Aplicação dos Recursos
3
da Fazenda SEFAZ Recebidos do FIES – CONFIES
Conselho de Controle das Empresas Municipais - COCEM 4
Conselho municipal de desenvolvimento urbano CONDURB 5
Secretaria Municipal
de Desenvolvimento Conselho Municipal de Salvador COM-SSA 6
Urbano Sedur Conselho Gestor do Sistema de Informação Municipal Salvador Dados –
7
CGSD
Conselho Municipal de Educação – CME 8
Conselho Municipal de Alimentação Escolar – COMAE 9
Conselho Deliberativo do Fundo Municipal para o Desenvolvimento
Humano e Inclusão Educacional de Mulheres Afrodescendentes - 10
Secretaria Municipal CODEFIEMA
da Educação Smed Conselhos Escolares das Unidades Escolares da Rede Pública Municipal
11
- CEPM
Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização 12
dos Profissionais da Educação - COMFUNDEB
Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares - COMCAR 13
Secretaria Municipal Conselho Municipal de Turismo de Salvador - COMTUR 14
de Cultura e Turismo
Secult Conselho Municipal da Política Cultural CMPC 15
Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural CCPC 16
Conselhos locais de saúde – CLS 17

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SECRETARIA
CONSELHO Nº
MUNICIPAL
Conselhos distritais de saúde – CDS 18
Conselho municipal de saúde – CMS 19
Secretaria Municipal Conselho municipal de atenção ao consumo de substâncias psicoativas –
da Saúde SMS 20
COMASP
Conselho Municipal de Bem-Estar, Proteção e Defesa dos Animais -
21
CMPDA
Secretaria Municipal Conselho municipal de proteção e defesa do consumidor – CMPDC 22
de Ordem Pública
Semop Conselho Gestor do Fundo Municipal de Limpeza Urbana 23
Secretaria Municipal Conselho Municipal das comunidades negras – CMCN 24
da Reparação Conselho Municipal de Promoção e Defesa dos Direitos de Lésbicas,
SEMUR 25
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - CMLGBT
Conselho municipal de esporte e lazer – COMEL 26
Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS 27
Secretaria Municipal
de Promoção Social, Conselho Municipal do Idoso – CMI 28
Combate à Pobreza, Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Salvador -
29
Esportes e Lazer COMSEA-SSA
Sempre Conselho Municipal de Direitos Humanos, Cidadania e Defesa Social -
30
CMDH
Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência – COMPED 31
Secretaria Municipal
de Mobilidade Conselho municipal de transportes – CMT 32
Semob
Conselho Municipal de Meio Ambiente COMAM 33
Secretaria Municipal Conselho Gestor do Fundo Municipal de Recursos para o Meio Ambiente -
34
de Sustentabilidade e FMMU
Resiliência Secis Conselho Soteropolitano de Proteção e Defesa Civil - CMDC 35
Conselho Municipal de Resiliência – Core 36
Conselho de Gestão das Organizações Sociais – COGEOS 37
Secretaria Municipal
Conselho Municipal de Previdência do Servidor - COMPRES 38
de Gestão SEMGE
Conselho Fiscal do Fundo Municipal de Previdência do Servidor 39
Secretaria Municipal
de Inovação e Conselho Municipal de Inovação - CMI 40
Tecnologia SEMIT
Secretaria Municipal Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares - COMCAR 41
de Cultura e Turismo
Secult Conselho Municipal de Turismo de Salvador - COMTUR 42
Secretaria Municipal
de Desenvolvimento Conselho Municipal do Trabalho, Emprego e Renda - COMTER Conselho
43
Econômico, Emprego Gestor de Parcerias - CGP
e Renda SEMDEC
Secretaria Municipal Conselho Municipal da Mulher – CMM 44
de Políticas para Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA 45
Mulheres, Infância e Conselho Municipal da Juventude – COMJUV 46
Juventude SPMJ Conselhos Tutelares - (18) - CT 47
Secretaria Municipal Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação – CFMH 48
de Infraestrutura, e
Obras Pública Conselho Gestor do Fundo Municipal de Saneamento Básico - CFMSB 49
SEINFRA

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
168
Fonte: PMS/2021

Desse conjunto de conselhos que formam as instâncias de controle social em políticas públicas do
município, os que dialogam diretamente com a política pública de saneamento básico são: o
Conselho Municipal de Salvador (COM-SSA), o Conselho Municipal de Saúde (CMS), o Conselho
Municipal de Meio Ambiente (Comam), o Conselho Municipal de Educação (CME), o Conselho
Gestor do Fundo Municipal de Limpeza Urbana, o Conselho Municipal de Assistência Social
(CMAS), o Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação (CFMH) e o Conselho Gestor do
Fundo Municipal de Saneamento Básico (CFMSB). Nenhum desses conselhos tem, com previsão
por lei específica, a função exercer o controle social no âmbito do Sistema Municipal de Saneamento
Básico, mas todos devem participar e contribuir na formulação e discussões acerca da implantação
dessa política pública.

O Conselho Municipal de Salvador, conforme previsto na Lei Municipal nº 7.400/2008 e ratificado


na Lei Municipal nº 9.069/2016, é o órgão colegiado permanente, de caráter consultivo que promove
a participação organizada da sociedade no processo de planejamento do Município e na formulação
de suas políticas de desenvolvimento. É ele também responsável por articular as políticas
específicas e setoriais na área do desenvolvimento urbano, particularmente as de planejamento do
uso do solo, habitação, saneamento ambiental e mobilidade urbana. Dessa função institucional de
articulação das políticas que envolvem o desenvolvimento urbano, decorre sua importância para a
implementação dos instrumentos da política municipal de saneamento básico.

O Conselho, segundo regimento interno, deve realizar reuniões bimensais e é composto por 41
membros titulares, representantes do poder público e da sociedade civil, com direito a voz e voto.
A composição do conselho, conforme distribuição das vagas, segue a seguinte organização.

I - 13 (treze) conselheiros do Poder Executivo Municipal, indicados pelo Prefeito.


II - 2 (dois) representantes dos órgãos estaduais vinculados a política de
desenvolvimento urbano e a gestão metropolitana;
III - 2 (dois) representantes de órgãos federais vinculados ao financiamento e
patrimônio público;
IV - 24 (vinte e quatro) representantes de entidades da sociedade civil que incluam
assuntos de interesse da Política Urbana entre suas finalidades institucionais.
Assim, considerando essa prerrogativa, as ações de controle social no processo de elaboração do
PMSBI Salvador devem ser desenvolvidas pelo Conselho Municipal de Salvador, que deve
acompanhar o processo de elaboração do plano, em cada um dos elementos que integram esse
instrumento de gestão. O Conselho Municipal de Salvador exerce as funções de instância de
controle social em saneamento básico, por meio de sua Câmara técnica de Saneamento, instalado
por forca da Lei nº 7400/2008, conforme seu art. 97, inciso IV. Nesse momento, devido à pandemia

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
169
a realização das atividades do Conselho e da Câmara Técnica de Saneamento estão pouco
operantes.

4.7 PROGRAMAS EXISTENTES NO MUNICÍPIO DE SALVADOR RELACIONADOS AO


ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Apesar de não existirem programas voltados especificamente para o esgotamento sanitário,


diferentes ações realizadas no município se relacionam de maneira transversal com suas quatro
componentes do saneamento básico, trazendo benefícios no campo da sua integralidade e
utilização de tecnologias adequadas, nos itens a seguir apresentaremos alguns deles.

4.7.1 PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

No campo da educação ambiental, a Política Nacional de Educação Ambiental, Lei nº 9.795/1999,


define os meios de fomentar processos educacionais, formais e informais, voltadas para a
conservação do meio ambiente, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Na
mesma direção aponta a Lei nº 12.056/11, que institui a Política de Educação Ambiental do Estado
da Bahia (PEA-BA). Esses instrumentos trazem a obrigatoriedade da realização de processos de
educação ambiental nas diferentes atividades que evolvem a produção do território por seus
agentes públicos e todas as instituições associadas à execução de suas funções.

Nessa direção, os esforços para o saneamento básico em nível nacional foram desenvolvidos por
meio do Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento (PEAMSS), um
programa da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, do então Ministério das Cidades, hoje
Ministério do Desenvolvimento Regional. Apesar de não contribuir com o fomento dessas ações,
com a previsão de aportes financeiros, o PEAMSS tem a missão de referenciar conceitual e
metodologicamente o desenvolvimento das ações realizadas com recursos públicos, bem como as
conduzidas pela sociedade civil (PEAMESS, 2009).

Esse esforço, tem como desafio estratégico, das ações de educação ambiental e mobilização social
em saneamento, provocar a mudança na lógica dos serviços e investimentos em saneamento, de
modo que a sociedade participe de todo o processo, desde a concepção e o planejamento até a
gestão e o monitoramento dos empreendimentos (PEAMESS, 2009).

No nível municipal não existe, por parte do poder público ações especificas de educação ambiental
voltadas para os serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Existem
ações de educação ambiental nas diferentes secretarias municipais, com ênfase na Secis e na
SMS, mas que se debruçam sobre temas transversais. Assim, a prestadora cumpre esse papel,
buscando desenvolver essas atividades no processo de prestação dos serviços.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
170
No caso da Embasa são desenvolvidas ações no âmbito do Programa de Educação Ambiental
Continuada (PEAC), que tem o objetivo de prevenir e minimizar os potenciais impactos
socioambientais causados pelos empreendimentos implantados e projetados. Para tanto, os
projetos são executados anualmente, podendo ser renovados a partir da decisão conjuntas dos
diferentes setores envolvidos (EMBASA, 2021).

O PEAC da Embasa segue os princípios sugeridos no PEAMSS (2009) e pela PEA-BA, entre eles:
a transversalidade e intersetorialidade; a transparência e o diálogo; a tolerância e o respeito; a
continuidade e permanência; e a corresponsabilidade e compromisso individual e coletivo. Assim,
são propostos um conjunto de projetos, conforme Quadro 17, que buscam abarcar assuntos com
informações que apoiam na melhoria da operação dos sistemas, no diálogo com os usuários, no
enfrentamento de problemas sociais e no desenvolvimento de soluções compartilhadas.

Quadro 17 – Projetos de Educação Ambiental da Embasa em Salvador (2019)


Projetos Objetivos Participantes
Contribuir com a redução de perdas de água através de um conjunto
Redução de de ações que permita o diálogo entre a comunidade e empresa para
626
perdas que se desenvolva o uso racional da água e se ofereça o serviço de
abastecimento de excelência a toda a população
Disseminar junto aso alunos noções básicas sobre os temas de
saneamento básico: água, esgoto, manejo de resíduos sólidos e águas
pluviais relacionadas a área de intervenção;
Identificar problemas ambientais no âmbito da escola juntamente com
Embasa na
o corpo discente no intuito de desenvolver ações educativas 4.278
Escola
direcionadas as necessidades apresentadas;
Oportunizar a elaboração de processo de intervenção socioambiental,
pós-experimentação nas áreas de convivência dos envolvidos no
âmbito familiar e comunitário.
Educação
Contribuir para a mudança de atitude e a formação de novos hábitos
ambiental para o
com relação a utilização dos equipamentos de saneamento e sua 3.707
uso de sistemas
relação com o uso consciente dos recursos naturais.
em operação
Melhorar o diálogo em territórios de violência para poder ter acesso e
Elevar oferecer serviços de manutenção que impeçam a contaminação do 424
ambiente
Serviço de coleta e destinação correta do óleo de fritura, contribuindo
de forma direta para a redução da degradação ambiental, melhoria da
Se Ligue no Óleo saúde pública, para o declínio dos custos envolvidos na manutenção 93
do sistema de esgotamento e na geração de renda para atores em
vulnerabilidade

Fonte: Embasa, 2019.

Todas essas ações contribuem para ampliar o acesso ao conhecimento de diferentes segmentos
sobre esses serviços, gerar diálogos entre prestador de serviço e usuários e trazer benefícios para

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
171
os locais onde ocorrem. Contudo, para o desenvolvimento de processos de educação ambiental
mais integrados, é necessário a aproximação do poder púbico na execução das ações.

4.7.2 PROGRAMAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

A Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (SEMPRE) é a responsável por implementar


a política de assistência social no município de Salvador. Os programas de assistência social
desenvolvidos não abordam os serviços de esgotamento sanitário de maneira direta. Os programas
têm o foco no levantamento da população vulnerável, suas características socioeconômicas e na
provisão de suas demandas urgentes, entre eles o Bolsa Família, recentemente substituído pelo
Programa Auxílio Brasil, que é de âmbito nacional e faz parte desse conjunto de programas.

Os principais programas desenvolvidos pela Sempre são apresentados no Quadro 18, e


demonstram o esforço do município em atuar nas diferentes frentes que impactam as populações
mais vulneráveis do município.

Quadro 18 – Programas desenvolvidos pela Sempre em Salvador.


NOME DESCRIÇÃO OBJETIVO
é uma unidade pública que atua com
famílias e indivíduos em seu contexto Desenvolver as ações do Programa de
comunitário visando a orientação e Atenção Integral à Família (PAIF), através
Centro de
fortalecimento do convívio sócio-familiar. de serviços de acolhimento,
Referência da
Atende famílias que, em decorrência da acompanhamento sociofamiliar,
Assistência
pobreza, estão vulneráveis, privadas de atividades socioeducativas com famílias
Social
renda e do acesso a serviços públicos, com no contexto comunitário, visando a
(CRAS)
vínculos afetivos frágeis, discriminadas por orientação e o fortalecimento de vínculos
questões de gênero, idade, etnia, familiares e comunitários
deficiência entre outras.
Centros de Fortalecer os vínculos familiares; incluir as
Referência são espaços que funcionam como famílias na rede de proteção social e
Especializado verdadeiros núcleos estruturantes de um serviços públicos; contribuir para romper o
s da conjunto de ações sociais especializadas ciclo de violência no interior da família;
Assistência voltadas ao atendimento do cidadão ou contribuir para a reparação de danos e a
Social família em situação de violação de direitos. incidência de violação de direitos; prevenir
(CREAS) a reincidência de violação de direitos.
é uma ação permanente de aproveitamento
de alimentos, com a coleta de alimentos,
Programa de provenientes de doações, por meio da Combater o desperdício de alimentos,
Complementa articulação com a rede convencional de através da complementação alimentar das
ção Alimentar comercialização, armazenamento e refeições servidas nas instituições sociais
“Prato processamento de alimentos; contribuindo do Município, fomentando o acesso ao
Amigo” para o abastecimento alimentar de Direito Humano à Alimentação.
instituições sociais cadastradas e
acompanhadas pela Sempre,
integrar e articular várias políticas sociais
Auxílio Brasil, é um programa de transferência direta de
a fim de estimular o desenvolvimento das
antigo Bolsa renda que contribui para o combate à
famílias, contribuindo para elas superarem
Família pobreza e à desigualdade social no Brasil
a situação de vulnerabilidade e de pobreza
Fonte: Sempre, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
172
4.7.3 PROGRAMA SALVADOR RESILIENTE

Ao longo da última década o município de Salvador vem organizando instrumentos e ações que
buscam dialogar com o debate internacional sobre desenvolvimento sustentável, mudanças
climáticas e desigualdade social, a única opção sensata para gerir as sucessivas crises que as
populações urbanas têm vivenciado. Nesse sentido, foi implementado o programa Salvador
Resiliente, considerando que

A rápida urbanização da população mundial cria novos desafios para as cidades do


século XXI. Aspectos como longevidade na expectativa de vida, mudança climática,
desigualdade social, migrações e adensamento populacional causam pressões e
riscos nos sistemas urbanos. Se preparar para responder aos novos desafios e
realidades na cidade contemporânea com uma transformação urbana positiva
requer identificar potencialidades e oportunidades, bem como mapear
vulnerabilidades. Planejar a cidade com uma visão de resiliência vai além de
adaptar para responder aos fatores externos, mas, principalmente, de criar
iniciativas inovadoras na governança dos serviços urbanos, no fortalecimento do
tecido e no estímulo ao desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento de uma
estratégia de resiliência contribui com iniciativas que alinham diferentes atores para
cooperar com novos projetos e revigorar ações existentes. A Estratégia de
Resiliência de Salvador foi construída a partir do conceito contemporâneo de cidade
que inclui na sua gestão os componentes ambiental, social, econômico e
urbanístico. Como política pública, a Estratégia é inovadora por incluir o dividendo
da resiliência com o valor sistêmico nas soluções a serem adotadas (SALVADOR
RESILIENTE, 2019, p.5).

A Estratégia de Resiliência para Salvador apresenta um planejamento de longo prazo,


estabelecendo iniciativas e políticas públicas que adotam a resiliência como valor central para
geração de dividendos nos múltiplos aspectos da cidade. Foi construída a partir do entendimento
compartilhado entre secretarias, órgãos e diretorias da Prefeitura Municipal de Salvador; entre setor
privado, órgãos de representação do comércio e da indústria, startups, empresas, investidores e
academia; entre comunidades de diversos bairros, organizações não governamentais locais e
internacionais; entre consultores e estudiosos do Brasil e de várias partes do mundo, e em parcerias
com cidades dos cinco continentes (SALVADOR RESILIENTE, 2019).

A construção dessas estratégias se iniciou em 2016 e foi concluída em 2019, com a criação do
Conselho Municipal de Resiliência (Core), a aprovação do novo nome Secretaria de
Sustentabilidade, Inovação e Resiliência e Validação dos insumos da Estratégia com o Prefeito.
Todo esse processo foi registrado no documento Salvador Resiliente.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
173
Figura 30 – Linha do tempo do processo de elaboração da Estratégia de Resiliência de Salvador

Fonte: Salvador Resiliente, 2019.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
174
Pela necessidade de se manter atualizado e pertinente ao contexto urbano que é sujeito a
mudanças diversas, a Estratégia de Resiliência se propõe a ser um documento vivo, participativo e
flexível, servindo como base para se pensar uma cidade integrada, sustentável, inovadora e
resiliente (SALVADOR RESILIENTE, 2019).

São estabelecidas para Salvador Resiliente numa perspectiva para as próximas décadas, com base
no ano de 2049, quando a cidade completará 500 anos. A parte central da Estratégia apresenta as
iniciativas e os objetivos dos cinco pilares nominados: 1) Cultura e Múltiplas Identidades; 2)
Comunidade Saudável e Engajada; 3) Economia Diversificada e Inclusiva; 4) Cidade Informada e
Governança Inovadora; 5) Transformação Urbana Sustentável. Nesses Pilares, estão também
inseridas ações já em andamento no Município e previstas no Planejamento Estratégico 2017-2020
que adotam valores da resiliência (SALVADOR RESILIENTE, 2019).

O pilar 5, Transformação Urbana Sustentável, tem temas que se relacionam diretamente com o
saneamento básico, para sua proposição reflete que

Salvador viveu nas últimas décadas um crescimento populacional acelerado, que


gerou uma expansão urbana sem planejamento suficiente que atendesse a tal
demanda. O resultado dessa ocupação desordenada impactou e impacta a cidade
em todos os aspectos, principalmente o ambiental, com o aniquilamento de diversas
áreas verdes. Todo esse contexto acabou tornando Salvador mais vulnerável aos
problemas atuais e futuros que são acentuados pelas mudanças climáticas, como é
o caso das ilhas de calor, poluição do ar e o risco de deslizamentos e inundações.
Assim, é preciso começar a integrar as discussões sobre mobilidade urbana, acesso
aos serviços públicos básicos, direito à moradia, acesso à água potável e
saneamento ambiental, disposição adequada dos resíduos sólidos e
preservação do meio ambiente. Uma transformação urbana sustentável visa
então construir um novo modelo de desenvolvimento: mais sustentável, dinâmico e
para as pessoas, que promova um ambiente urbano cada vez mais conectado,
inclusivo e verde (SALVADOR RESILIENTE, 2019, p.165).
As iniciativas deste Pilar têm os seguintes objetivos:

1. Preparar a cidade para as mudanças climáticas, dotando-a de mecanismos de


adaptação e mitigação dos riscos ambientais em prol do bem-estar da população;
2. Criar formas de desenvolvimento inovadoras, valorizando os ativos ambientais
da cidade;
3. Promover a transformação da cidade de modo sustentável, através de um olhar
multidisciplinar (SALVADOR RESILIENTE, 2019, p.165).
Na Figura 31 e Figura 32, é possível observar as 15 iniciativas propostas para esse pilar e as suas
ações associadas, divididas nos três objetivos definidos.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
175
Figura 31 - Iniciativas para a Transformação Urbana Sustentável, objetivos 1 e 2.

No Objetivo 1 vale destacar as iniciativas voltadas para o Plano de Mitigação e Adaptação às


Mudanças Climáticas (PMAMC), a Operação Chuva que são instrumentos colaborativos da
definição das estratégias de gestão dos serviços públicos de saneamento básico.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
176
Figura 32 - Iniciativas para a Transformação Urbana Sustentável, objetivos 2 e 3

No Objetivo 2, podemos destacar: o IPTU VERDE, o Plano Municipal de Conservação e


Recuperação da Mata Atlântica (PCRMA), a Restauração Florestal do Lixão de Canabrava, os
Corredores Verdes Ecológicos, a Biodiversidade em Parques e Praças, o Parque Ecológico do Vale
Encantado, o Parque Lagoa dos Pássaros e a Estação Ecológica da Ilha dos Frades. Essas ações
favorecem a proteção dos territórios que cumprem funções ecológicas e por isso colaboram

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
177
diretamente na provisão de serviços ecossistêmicos fundamentais para a prestação de serviços de
saneamento básico pautados na segurança hídrica e integração ecológica.

No Objetivo 3, a iniciativa 57, a Inclusão Produtiva de Catadores de Materiais Recicláveis e


Implantação da Coletiva Seletiva Pública, traz uma gama de ações que definem, entre outras, a
Implantação da Coleta Domiciliar Pública e Aumento do Número de PEVs e os Sistemas de
Triagens como meios de inclusão socioeconômica dos catadores na gestão dos resíduos sólidos.
Outra iniciativa apresentada é o Plano Municipal de Saneamento Básico, que configura uma das
iniciativas necessárias para promover a transformação da cidade de modo sustentável, através de
um olhar multidisciplinar. Portanto, o PMSBI, integra a composição de instrumentos fundamentais
para a promoção de um Cidade Resiliente e deve incorporar, como sugere o Programa Salvador
Resiliente, o dividendo da resiliência como valor sistêmico nas soluções a serem adotadas.

4.7.4 IPTU VERDE

O IPTU Verde é uma iniciativa voltada para incentivar empreendimentos imobiliários residenciais,
comerciais, mistos ou institucionais a realizarem e contemplarem ações e práticas de
sustentabilidade em suas construções, a partir da previsão de descontos diretamente no IPTU, de
acordo com suas realizações a sua pontuação no Programa de Certificação Sustentável.

Para obter a certificação IPTU Verde basta observar as iniciativas constantes no Anexo I do Decreto
25.899\2015 e integrar o máximo em seu projeto de construção ou reforma. O Decreto 25.899\2015,
define em seu Art. 10, que será concedido desconto na cobrança do IPTU para todas as unidades
imobiliárias autônomas que compõem a edificação, da seguinte forma:

I - desconto de 5% (cinco por cento), quando houver a certificação BRONZE;


II - desconto de 7% (sete por cento), quando houver a certificação PRATA;
III - desconto de 10% (dez por cento), quando houver a certificação OURO.
§ 1° O Certificado terá validade de três anos, podendo ser renovado por igual
período, enquanto for do interesse do requerente. O interessado deverá solicitar ao
órgão certificador, em até 160 dias antes do vencimento da certificação, a
renovação da certificação do IPTU Verde. (...)

Após a observação dos itens a serem pontuados o solicitante deve dar entrada no pedido de Alvará
na SUCOM, elencando cada uma das iniciativas e sua respectiva pontuação. No pedido de Habite-
se a SUCOM fiscalizará a entrega e emitirá junto com a Secretaria Municipal de Sustentabilidade e
Resiliência – Secis o Certificado que dará direito ao desconto no IPTU.

Para atender às premissas do IPTU Verde são definidos grandes temas sendo eles: a Gestão
Sustentável das Águas; a Eficiência e Alternativas Energéticas; o Projeto Sustentável, as

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
178
Bonificações; e as Emissões de Gases de Efeito Estufa. Assim, o programa contém um total de 70
itens passiveis de pontuação para a Certificação Sustentável capaz de gerar o desconto no IPTU.

Os itens com interface com os serviços públicos de saneamento básico se concentram nos temas
Gestão Sustentável das Águas e Projeto Sustentável. Para a Gestão Sustentável das Águas, são
definidos oito itens que se relacionam com o uso de equipamentos economizadores de água em
torneiras, descargas e chuveiros em no mínimo 60% dos pontos de utilização da edificação, a
medição individualizada de consumo das águas frias e quentes nas edificações multifamiliares.
Outro aspecto abordado é o reuso de águas cinzas ou águas nutritivas com diferentes porcentagens
de reuso e o aproveitamento das águas de chuva em 90% da área de cobertura e das águas de
condensação do sistema de ar condicionado, em no mínimo 80% dos pontos dos equipamentos.

No tema Projeto Sustentável, é previsto um item com foco no retardo e infiltração de águas pluviais,
e seis itens com foco na implantação de Central de resíduos com compartimentos para coleta
seletiva.

Todas essas compatibilizações ao mesmo tempo que geram desconto no IPTU para as edificações,
geram impactos positivos na prestação dos serviços públicos de saneamento básico, pois levam à
diminuição do consumo de água potável, quando promove práticas economizadoras de desperdício
e o reuso de águas servidas. Promove, ainda a diminuição do aporte de águas pluviais geradas em
áreas privadas para os sistemas públicos. Outro benefício é o fomento à implantação da gestão
compartilhada dos resíduos sólidos, fazendo com que os geradores dos resíduos contribuam para
a inclusão dos materiais reaproveitáveis e recicláveis na cadeia produtiva sem a necessidade de
grandes equipamentos de triagem e limpeza por parte do serviço público, trazendo ao território mais
capacidade de diminuir a geração de gases de efeito estufa e a alteração do uso de áreas
biodiversas para a implantação de infraestruturas altamente impactantes para o balanço energético
e de nutrientes do município, até hoje prioritariamente adotadas como soluções para cidade.

4.7.5 PLANO DE MITIGAÇÃO E ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Diante da missão dada ao município trazida pelo Programa Salvador Resiliente, a abordagem sobre
as Mudanças do Clima, que são um dos principais e mais complexos desafios do século XXI, por
potencializar eventos extremos e cada vez mais frequentes, que deixam suas marcas ao fazerem
vítimas e causarem perdas ou danificarem bens ano após ano, se tornou tema de grande relevância
para a agenda pública. Para seu enfrentamento são demandadas ações coordenadas em escala
local e global com efeitos substantivos e geograficamente heterogêneos, nos âmbitos ambiental,
social e econômico.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
179
Frente a esses desafios e compromissos gerados pela adesão a organizações internacionais de
combate às mudanças climáticas, com o interesse em promover o desenvolvimento sustentável de
Salvador ancorado em um plano de ação climática até o final de 2020, foi elaborado o Plano de
Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima (PMAMC), o qual reconhece a necessidade de um
desenvolvimento inclusivo, Verde-azul, de baixo carbono e resiliente aos efeitos da mudança do
clima na cidade (PLANO, 2021).

Entendendo que atualmente mais de 70% das emissões globais são produzidas nas
cidades, o Plano objetiva, dentre outras metas, neutralizar as emissões de Gases
de Efeito Estufa até 2049, (ano em que Salvador completa 500 anos), encorajar
práticas sustentáveis nos setores público e privado, compartilhar tecnologia e
informação, e promover a justiça climática e resiliência nas diversas iniciativas,
programas e projetos do município. Além de estar alinhado aos conceitos de
mitigação e adaptação, ou seja, almeja adequar os ambientes para possíveis
impactos como o aumento das temperaturas, aumento do nível do mar,
proliferação de vetores, secas prolongadas, dentre outros, afim de obter
resultados como o aumento da expectativa e qualidade de vida da população, a
ampliação de áreas urbanas verdes, a redução das disparidades
socioeconômicas e taxa de pobreza, o PMAMC também contribui para alcançar
alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (PLANO,
2021, grifo nosso).

A elaboração do PMAMC é resultado de alguns anos de decisões e ações estabelecidas, como


podemos observar na Figura 33, que apresenta o histórico desse processo que colocou Salvador
no circuito de cidade engajadas nas questões climáticas. O 1º Inventário de Gases de Efeito Estufa
foi realizado em 2014, e depois atualizado pelo PMAMC para os anos de 2014 a 2018. O Inventário
serve como um instrumento gerencial que permite quantificar e monitorar as emissões da cidade,
identificando as fontes e sumidouros de GEE e contabilizando as respectivas emissões ou
remoções, de forma a conhecer o perfil das emissões resultantes das atividades dos diferentes
setores e atividades da cidade (PLANO, 2021).

Figura 33 – Histórico das ações que levaram à elaboração do PMAMC em Salvador

Fonte: PLANO DE AÇÃO, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
180
O PMAMC visa a transição para a neutralidade em carbono, fomentando a resiliência e o
desenvolvimento econômico inclusivo. Foram estabelecidos marcos temporais (2024 – curto, 2032
– médio, 2049 – longo prazo), a fim de organizar as metas gerais definidas a cada um deles. Para
a composição das ações estratégicas no PMAMC, as diretrizes são estruturadas a partir dos eixos
que refletem a visão definida pelos atores envolvidos no planejamento (PLANO, 2021).

A Visão de Salvador baseia-se na garantia à presente e às futuras gerações do


direito de viver em uma Cidade mais justa, mais resiliente, com mais qualidade
de vida, que promova a reconexão entre o ser humano e a natureza. Esta visão
permeia o PMAMC, de modo que todas as ações previstas atendam as expectativas
da Salvador projetada em 2049. Assim, quatro eixos servirão como pilares da Visão
e deverão promover sinergias e transversalidade entre os diversos setores e ações
a serem priorizadas (PMAMC, 2020, p.100).
Os Eixos estratégicos que estruturam os PMAMC com base na sua Visão são: Salvador Inclusiva,
Verde-Azul, Resiliente e de Baixo Carbono. Cada um deles representam um conjunto de valores,
ideias e posicionamentos, como apresentado no Quadro 19, que impactam na realização de todas
as atividades que sejam desenvolvidas no território do município, quaisquer que sejam elas, de
âmbito público ou privado, individual ou coletivo.

Quadro 19 – Apresentação dos Eixos Estratégicos do PMAMC de Salvador


EIXO
DESCRIÇÃO CONCEITUAL
ESTRATÉGICO
O eixo Salvador Inclusiva, além de inserir a Justiça Climática (elaboração de
alternativas que diminuam de forma equitativa os riscos das mudanças do clima e
distribua os custos e benefícios de cada ação à toda a população e ecossistemas da
Cidade, tendo um olhar especial para as populações mais vulneráveis) no cerne de
seus objetivos, reforça ações de outros planos e políticas sobre a ampla participação
SALVADOR
da população, em especial os grupos mais vulneráveis, na formulação, implementação
INCLUSIVA
e monitoramento de propostas para ação climática. Considerando que a melhor forma
de qualificar a participação, engajamento, monitoramento das ações da PMS por parte
da população seja o acesso à informação, educação e capacitação, a cidade pretende
formar cidadãos conscientes dos efeitos das mudanças do clima em suas vidas e no
planeta.
O aumento da biodiversidade e da conservação dos ecossistemas é compreendido
não apenas como estratégia para a expansão da cobertura vegetal na Cidade, mas
como um fator determinante para que haja uma reconexão entre o cidadão e o
ambiente natural, os ecossistemas e a requalificação da estrutura urbana. Com cerca
de 60 quilômetros de litoral, banhada pelo Oceano Atlântico e pela Baía de Todos os
Santos, a cidade oferece a seus turistas uma série de atrativos como banhos de mar,
mergulhos e passeios náuticos, tornando seus territórios marítimos e terrestres
importantes fontes de renda para o município. Por isto, se faz necessário o
SALVADOR
planejamento para a diminuição dos impactos decorrentes das mudanças do clima na
VERDE-AZUL
zona costeira da cidade. Salvador deve voltar-se à preservação ambiental para garantir
qualidade de vida aos seus cidadãos e crescimento econômico sustentável. A
expansão de áreas verdes, requalificação de habitats naturais aquáticos e terrestres e
a gestão eficiente de recursos naturais, como os rios e córregos, devem permear
futuras ações em todos os setores da Cidade, de forma a diminuir a dependência de
fontes de água do semiárido, garantir a manutenção e reprodução de espécies,
mitigando a emissão de gases de efeito estufa e adaptando-se aos impactos das
mudanças do clima.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
181
EIXO
DESCRIÇÃO CONCEITUAL
ESTRATÉGICO
Resiliência urbana é a capacidade que indivíduos, comunidades, instituições e
sistemas dentro de uma cidade têm de sobreviver, se adaptar e crescer, independente
dos choques e estresses crônicos aos quais são submetidos. O conceito de resiliência
objetivo do PMAMC tem como foco a adaptação climática, mas vai além, buscando
SALVADOR
garantir condições de promover o desenvolvimento urbano e econômico de forma
RESILIENTE
sustentável e inovadora, diminuindo as desigualdades sociais e espaciais existentes.
A recuperação e manutenção de ecossistemas é vital para que a cidade se adapte às
condições impostas pelas mudanças do clima em seu território, minimizando impactos
negativos à sua população, serviços e ecossistemas.
A Salvador de Baixo Carbono deve garantir a manutenção e inovação de seus setores
produtivos, promovendo uma economia de baixa emissões até alcançar a neutralidade,
SALVADOR DE
que representa um desafio progressivo para Salvador. A cidade deverá incorporar em
BAIXO
seus futuros planos e ações a perspectiva da redução e neutralização de emissões
CARBONO
como forma de garantir o fim de uma economia carbonizada, prevendo a eficiência no
uso de recursos, a promoção de fontes renováveis de energia e inovação tecnológica.
Fonte: PMAMC, 2020.

A partir de cada Eixo Estratégico são propostas um conjunto de diretrizes com suas respectivas
ações de maneira a se implementar as medidas necessários para alcançar as metas estabelecidas.
Como esperado, as questões com interface e ligadas ao saneamento básico aparecem nos
diferentes eixos, dando ênfase em cada situação para uma das componentes, abastecimento de
água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e manejo e drenagem das águas urbanas.

No Eixo Salvador Inclusiva, são apresentadas diretrizes para a Transversalidade e Integração de


Políticas e para a Educação Ambiental. No Eixo Salvador de Baixo Carbono, são apresentadas
diretrizes para o esgotamento sanitário, o abastecimento de água e resíduos sólidos. No Eixo
Salvador Resiliente é apresentada diretriz para a drenagem urbana. No Eixo Salvador Verde-Azul,
são formuladas diretrizes para Serviços Ecossistêmicos e para Vales do Rios e Córregos, que
apontam caminhos para o saneamento básico como mediador dessa relação natureza versus
infraestrutura. Cada diretriz é acompanhada por um conjunto de ações. No Quadro 20 são
apresentas o conjunto de diretrizes e ações com maior destaque para esses serviços públicos.

Quadro 20 – Diretrizes relacionadas ao Saneamento Básico no PMAMC


EIXO DIRETRIZ AÇÃO
Transversalidade e
Aplicar a lente climática à programas, planos e projetos da cidade
Integração de Políticas
Inclusiva
Criar e implementar um Programa de Educação Ambiental e
Educação Ambiental
Climática
Serviços Criar e implementar um Programa de Pagamentos por serviços
Ecossistêmicos ambientais
Criar novos parques, unidades de conservação e espaços verdes
Verde - Soluções Baseadas na
Implementar corredores ecológicos
Azul Natureza
Ampliar a arborização urbana
Vales dos Rios e Adotar o conceito de infraestrutura verde-azul nos projetos da
Córregos cidade

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
182
EIXO DIRETRIZ AÇÃO
Revitalizar a Bacia de detenção do Rio Paraguari
Gestão das águas
Drenagem Urbana Revisar e atualizar planos de drenagem
Resiliente Cidade Inteligente e Publicar editais de Inovação para a Sustentabilidade com foco em
Sustentável mitigação e adaptação
Fortalecer a gestão de recursos hídricos e o tratamento de
Esgotamento Sanitário efluentes
Expandir rede de saneamento básico
Ampliar Programa Coleta Seletiva de Salvador
Reduzir a geração de resíduos e promover coleta seletiva na
Administração Pública
Baixo Criar centros de compostagem e incentivar o uso dessa rota de
Resíduos Sólidos
Carbono tratamento
Fortalecer o sistema de logística reversa
Fazer contenção de resíduos sólidos
Incentivar o uso do IPTU Verde
Construções
Sustentáveis Adotar soluções ABE nas novas obras de requalificação de
espaços públicos
Fonte: PMAMC, 2020.

O que a visão de futuro trazida pelo PMAMC acena para os serviços de saneamento básico/ Como
esses serviços públicos podem colaborar, já que dependem da provisão de serviços ecossistêmicos
para ocorrerem de maneira universal e ecologicamente integrada? Para responder essas perguntas
trazidas pelo PMAMC é preciso um mergulho profundo nos modus operandi das lógicas construtivas
promovidas pelo poder público municipal na contratação de projetos e obras. É necessário coragem
para encarar uma transição nos projetos adotados, colocar como prioridade a adoção de Soluções
Baseadas na Natureza (SbN), entre elas a Adaptação baseada em Ecossistemas (AbE), e promover
a inclusão de maneira definitiva, na lógica urbana e nos processos econômicos, dessa necessidade
de mudança para garantir o cumprimento das metas estabelecidas pelo PMAMC.

4.8 INTEGRAÇÃO E ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL DAS INSTITUIÇÕES


RESPONSÁVEIS PELO ESGOTAMENTO SANITÁRIO EM SALVADOR COM
OUTROS SEGMENTOS

A integração e articulação intersetorial das instituições responsáveis pelo esgotamento sanitário em


salvador com outros segmentos como desenvolvimento urbano, habitação, saúde, meio ambiente
e educação do município, não ocorre de maneira institucionalizada. As articulações ocorrem
prioritariamente no âmbito da discussão de projeto executivos a serem realizados no município,
onde a Comissão de Coordenação de Obras de Salvador (CCOS) com assento na Sedur, coordena
a discussão entre as instituições envolvidas na obra e define as ações e decisões em relação ao
projeto em debate. A CCOS atua de maneira muito próxima e alinhada com os prestadores de

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
183
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário principalmente nos assuntos
relacionados à implantação de infraestruturas (CEXEC, 2021).

Outra maneira informal em que ocorre essa articulação é a partir da contribuição direta entre os
técnicos das diferentes áreas que se ajudam e colaboram para realizar ações e resolver problemas
de acordo com a demanda do dia a dia, a partir de ligações e conversas entre secretarias, que se
juntam para empreender esforços em torno da questão trazida.

A principal articulação prática se dá entre a área da saúde, no campo da vigilância sanitária, e a


prestação dos serviços de abastecimento de água, pois a qualidade da água fornecida pelos
prestadores dos serviços é acompanhada pela VIGIAGUA, de maneira a garantir o acesso a água
potável, fundamental para a saúde pública.

Outra articulação existente é da Limpurb com a Secretaria de saúde que atuam em conjunto para
combater a propagação do Aedes Aegypti, o mosquito transmissor da dengue e da febre amarela
urbana. A fêmea necessita de sangue para o amadurecimento dos ovos que são depositados
separadamente nas paredes internas dos objetos, próximos a superfícies de água limpa, local que
lhes oferece melhores condições de sobrevivência. Os seus ovos são depositados em recipientes
como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de
plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água da chuva. Por isso, a parceria entre a
Limpurb e a SMS é fundamental para evitar essa condição favorável para sua procriação em
resíduos acumuladores de água que podem estar lançados de maneira inadequada no território
municipal.

4.9 ORGANIZAÇÃO SOCIAL, FORMAS DE EXPRESSÃO SOCIAL E CULTURAL,


COSTUMES E A PERCEPÇÃO DESSES EM RELAÇÃO AO ESGOTAMENTO
SANITÁRIO;

O livro “Caminho das Águas de Salvador: Bacias Hidrográficas, Bairros e Fontes”, se mostra uma
importante referência quando estamos diante do esforço de refletir sobre organização social, formas
de expressão social e cultural, costumes, e a percepção em relação ao saneamento básico. Não é
possível pensar na qualidade das águas urbanas de Salvador, sem integrar nessa reflexão as suas
quatro componentes.

A Cidade do Salvador, entrecortada e circundada pelas águas, com abundância de


água em seu subsolo e com elevado índice pluviométrico, está se tornando árida.
Os caminhos percorridos pelas suas águas, que recriam parte significativa da
sua história, revelam o quão perversa tem sido a relação entre urbanização e
natureza.
As nossas águas doces desaparecem na relação inversa à intensidade do processo
de urbanização. Poder-se-ia afirmar que esse não é um “privilégio” da Cidade da

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
184
Bahia, pois, afinal, a degradação ambiental assim como a exclusão social são
problemas estruturais comuns às nossas grandes metrópoles.
(...)
Adicionalmente, Salvador conjuga de forma ímpar degradação ambiental e
pobreza urbana, o que torna a qualidade de vida, algo por demais precário. A
história dos rios e dos bairros de Salvador é a história da luta tinhosa, contra o
mato, contra a água e pelo acesso à terra e aos serviços públicos urbanos – é
isso que revela a fala dos moradores dessa Cidade.
(...)
O fato é que, em tempos de mercantilização de elementos da natureza
considerados como direito universal, a exemplo das águas, a noção de escassez
passa, cada vez mais, a ser associada a Salvador. A reversão desse quadro
implica em decisões de natureza política, em aprofundamento do processo
democrático em curso, em conferir uma dimensão propriamente universal, aos
interesses difusos e coletivos dos moradores dessa cidade.
A realização deste trabalho demandou a construção de uma ampla estrutura de
governança, que contou com a participação e colaboração inquestionável e
dedicada das várias instituições governamentais (federal, estadual e municipal) e
não-governamentais, envolvidas com a questão das águas em Salvador – foi a
adesão inconteste a esse projeto que tornou possível a produção de O Caminho
das Águas em Salvador. (...) Enfim, a iniciativa da Universidade Federal da Bahia
de realizar uma pesquisa sobre a qualidade das águas em Salvador resulta da
paixão de muitos dos seus pesquisadores por essa Cidade e pelas suas águas.
Sem pretender reeditar o clássico debate sobre os sentidos e significados do
conceito de objetividade e a noção de razão que a fundamenta, gostaríamos de
ressaltar que apenas o compromisso com a melhoria da qualidade do ambiente
urbano e a preocupação em contribuir com o enfrentamento da problemática das
águas nesse começo de século, explica o empenho e o envolvimento com esse
trabalho (SANTOS, E. et al, 2010, p. 11. grifo nosso).
O município de Salvador contém em sua história uma vasta composição social que envolve as
universidades públicas, a sociedade civil organizada, a população e suas manifestações culturais e
órgãos públicos estaduais e municipais. Ao longo dos séculos com a transformação da cidade, as
atividades econômicas trouxeram alterações em suas bacias hidrográficas, mas sua abundância
natural seguiu traduzida em suas expressões culturais. Todo esse processo se consolidou com
grande desigualdade social e degradação ambiental, mas nunca à revelia do amor e atenção dos
diferentes segmentos sociais, que amam esse território e se esforçam para superar os problemas
históricos em nome de um futuro melhor, esforço personificado no trabalho de Santos et al (2010),
que resgata a memória territorial das águas no pensar da cidade pelos seus moradores e gestores.

Fica evidente como o território da bacia hidrográfica é elemento fundamental para se pensar o
saneamento básico, no caso da componente de manejo e drenagem das águas urbanas é o
caminho natural das águas, que dão a direção para a prestação do serviço, que busca aplicar
padrões de escoamento nos ambientes urbanizados, terminando nos próprios rios que integram as
bacias hidrográficas.

No caso do esgotamento sanitário, quando não realizado, os rios e lagoas são os principais
testemunhos dos problemas de qualidade ambiental, quando emanam mau cheiro, levam doenças

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
185
para a população, e impedem os múltiplos usos dos mananciais do município. O mesmo ocorre com
o manejo de resíduos sólidos, que pode comprometer a qualidade das águas e a paisagem urbana,
quando realizado de maneira inadequada.

Por isso, as ações integradas das componentes de saneamento básico são condição primária para
garantir a qualidade das águas do município, e possibilitar os usos múltiplos das águas, que
envolvem o abastecimento humano, o uso para lazer, para manifestações culturais, para esporte,
preservação da biodiversidade e para as atividades econômicas.

Nesse sentido, a sociedade de Salvador tem a sua organização social, apesar de todas as
contradições reveladas pela desigualdade social e degradação ambiental observadas, marcada por
movimentos sociais que tem como pauta a preservação das áreas biodiversas, a proteção às águas,
a garantia aos direitos sociais, como o saneamento básico, entre outros. Tem em suas áreas de
proteção ambiental nas áreas de restinga e mata atlântica espaços de conexão no território, onde
os aspectos sociais, culturais e ambientais são incorporados nos debates em torno das políticas
públicas e da disputa sobre o modelo de desenvolvimento adotado pelo poder público ao longo de
sua história. As lutas da sociedade civil envolveram o não tamponamento dos rios, a preservação
de áreas da mata atlântica, como no caso do Vale Encantado, a luta contra a obra do BRT,
responsável pela remoção de árvores centenárias, o movimento pela educação popular em saúde,
a luta por moradia, entre tantas outras pautas que tangenciam a temática do saneamento básico.
Todo esse histórico revela que a percepção dos cidadãos sobre esses serviços e da sua missão de
garantir a livre manifestação da vida dos cidadãos com a saúde pública e qualidade ambiental.

O município tem um calendário anual de festas populares, apresentadas no Quadro 21, muitas
delas ligadas às culturas de matriz africana, ao sincretismo religioso e às águas e espaços naturais.

Quadro 21 – Festas populares do calendário anual do município de Salvador


FESTA DESCRIÇÃO LOCAL
Santa Bárbara, comemorado em 04 de dezembro, é invocada a proteger
seus devotos durante as grandes tempestades de raios e trovões,
Santa Largo do
conhecida pelos seguidores do Candomblé como Iansã, se unem aos
Bárbara Pelourinho
católicos e rendem homenagens. Nas praças e mercados do Centro
Histórico é servido o tradicional Caruru.
Festas de Reis, comemorada em 6 de janeiro, na Europa (sobretudo em
Portugal, Espanha, França, Bélgica e Itália), foi trazida ao Brasil pelos
colonizadores portugueses que mantiveram a tradição com festejos e
trocas de presentes na véspera do Dia de Reis. Ainda hoje, essas
Festas de tradições sobrevivem guardando algumas de suas características. Nas Largo da
Reis chamadas Folias de Reis ou Reisados, os grupos de foliões, a partir do Lapinha
Natal até a véspera de Reis, visitam os amigos ou conhecidos, cantando
modinhas e versos alusivos à data. Dançam ao som de tambores, violões,
cavaquinhos e pandeiros, solicitando dinheiro ou alimentos aos donos da
casa.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
186
FESTA DESCRIÇÃO LOCAL
Nossa Senhora da Conceição da Praia, comemorada em 8 de dezembro,
é a padroeira da Bahia sendo a festa religiosa mais antiga do Brasil,
Nossa conforme dita a tradição, entre os elementos presentes da procissão
Senhora da estão o andor com a imagem da Conceição da Praia, a imagem de São Bairro do
Conceição José (esposo virginal de Nossa Senhora), a imagem do “menino Jesus” Comércio
da Praia e outra em homenagem à Santa Barbara. Padres, fiéis, seminaristas e a
população seguem o andor acompanhado trio elétrico ao som do coral da
Basílica.
Santa Luzia, comemorado em 13 de dezembro, é considerada a
padroeira dos olhos. Seu nome significa portadora da luz ou aquela que
Santa Pilar, no
serve a Luz, as homenagens acontecem na igreja que leva o nome da
Luzia Comércio.
santa, os fiéis formam longas filas para molharem os olhos com a água
milagrosa de Santa Luzia.
Lavagem do Bonfim, comemorado na segunda quinta-feira do ano, a
tradicional lavagem das escadarias Bonfim é considerada a segunda
maior manifestação popular da Bahia, perdendo apenas para o Carnaval.
Igreja da
O festejo começa às 10 da manhã, quando os participantes se
Conceição da
Lavagem concentram em frente à Igreja da Conceição da Praia para dar início a
Praia - Igreja de
do Bonfim uma caminhada de 8 km até a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. O
Nosso Senhor
cortejo é comandado por baianas com trajes típicos - turbantes, saias
do Bonfim
engomadas, braceletes e colares - que carregam vasos com água de
cheiro. Todos se vestem de branco, que á a cor de Oxalá, o deus Yoruba
sincretizado com Senhor do Bonfim.
Festa de Iemanjá, comemorado em 2 de fevereiro, desde a
madrugada, adeptos do candomblé, turistas e devotos formam filas
imensas para colocar oferendas e pedidos nos balaios, que ficam na
Yemanjá Rio Vermelho
Casa do Peso no Bairro do Rio Vermelho, no fim da tarde, um cortejo
com muitas embarcações leva para alto-mar os balaios, carregados de
presentes, pentes, espelhos, sabonetes, perfumes, flores, e até joias
Lavagem de Itapuã, comemorado na quinta-feira antes do início do Piatã a Praça
Carnaval de Salvador, a lavagem é feita por baianas vestidas a caráter Dorival Caymmi/
Lavagem
que levam potes de cerâmica com flores e água de cheiro que lavam a Igreja N.S. da
de Itapuã
escadaria da igreja de Nossa Senhora da Conceição de Itapuã. A tarde é Conceição de
a vez dos blocos de chão fazerem a festa. Itapuã
Fonte: Saltur, 2021.

Todas essas manifestações culturais impactam diretamente na prestação dos serviços de


saneamento básico, alterando a demanda dos serviços nos locais de sua realização, exigindo do
poder público uma atuação voltada para o alinhamento entre demandas locais e as características
de fluxo turístico que essas manifestações impõem.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
187
5. ANÁLISE CRÍTICA DOS PLANOS E ESTUDOS EXISTENTES

5.1 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO – SERVIÇOS DE


ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

A primeira versão do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) de Salvador foi elaborado
pela Secretaria Municipal de Transportes Urbanos e Infraestrutura (Setin) no ano de 2010, sendo
seu principal objetivo a definição dos objetivos e metas para melhoria e universalização dos serviços
de água e esgotamento sanitário. Apesar do PMSB englobar os 4 componentes do saneamento
básico, apenas os produtos relativos ao abastecimento de água e ao esgotamento sanitário foram
aprovados pelo legislativo municipal, por meio da Lei Municipal nº 7.981/2011.

No que tange ao sistema de esgotamento sanitário os capítulos que compuseram o PMSB


apresentaram: dados históricos; caracterização dos sistemas existentes; projetos e obras em
andamento; estudos e planos existentes à época; critérios e parâmetros adotados para definição
de vazão; objetivos, metas e programas abrangendo os aspectos jurídicos institucionais,
administrativos, estruturais e operacionais que visavam melhorar as condições do sistema de
esgotamento sanitário de Salvador.

O diagnóstico apresentou informações importantes sobre os pontos críticos identificados na


implantação do Programa Bahia Azul e dificuldade de atendimento das regiões periféricas e áreas
de invasão, onde em muitos casos seria necessário a requalificação total das áreas para que
houvesse a possibilidade de atendimento com esgoto. Além disso também foi destacado o problema
das captações de tempo seco (CTS) que acarretavam a degradação permanente dos rios de
Salvador.

No quesito infraestrutura existente as informações foram bastante superficiais, abordando pouco


sobre o estado de conservação das unidades existentes. No geral a descrição das unidades que
compunham o sistema de esgotamento sanitário retratavam apenas a parte boa, dificultando a
análise referente a intervenções necessárias para melhoria do sistema e transparecendo que os
problemas do esgotamento sanitário de Salvador eram restritos às regiões sem atendimento e à
adoção indiscriminada de CTS.

As metas adotadas no PMSB para implementação dos Programas, Projetos e/ou ações referentes
ao serviço de esgotamento sanitário foram:

• Metas de curto prazo (CP): os primeiros 4 anos;


• Metas de médio prazo (MP): de 4 a 8 anos; e
• Metas de longo prazo (LP): acima de 8 anos.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
188
No tocante à infraestrutura do sistema de esgotamento sanitário foram propostos quatro programas
que visavam adensamento e ampliação de acesso em áreas que já possuem atendimento e
implantação de novos subsistemas de coleta para atendimento da população desprovida de
serviços de esgotamento sanitário. O Quadro 22 a seguir apresenta o resumo dos programas e
objetivos esperados.

Quadro 22 – Resumo dos Programas previstos para o serviço de esgotamento sanitário.


N° do programa Objetivo Prazo
Atualizar Plano Diretor de Esgotamento Sanitário e criar
9 Curto e Médio Prazo
bases para previsão e elaboração de projetos
Ampliação do sistema de coleta de esgotos para toda a área
10 Curto Prazo
urbana de Salvador
Ampliação do Sistema de esgotamento sanitário de Salvador
11 Curto Prazo
- Tratamento e disposição Oceânica
12 Ampliação e modernização da capacidade operacional Curto Prazo
Fonte: PMSB de Salvador, 2010.

A projeção do aumento de atendimento estimado pelas ações dos programas propostos era de
aproximadamente 184.689 domicílios. Comparando esse valor com a série história do Snis entre os
anos de 2011 e 2015, observa-se que o aumento foi de 175.889 economias, resultado próximo ao
estimado. Entre as ações previstas havia a implantação do SES Ilha de Maré, que não foi implantado
até o momento, conforme será detalhado posteriormente.

No Quadro 23 apresenta-se a descrição de todas as ações previstas em cada um dos programas


propostos na 1ª versão do Plano Municipal de Saneamento Básico de Salvador, assim como a
situação atual de cada uma delas. Ressalta-se que não foi fornecido pela Embasa a situação atual
de todas as ações que estavam previstas no referido plano, e, portanto, alguma constam no quadro
abaixo com a situação “não informado”.

O investimento total estimado para o sistema de esgotamento sanitário de Salvador até o ano de
2040 era de R$2.198.041.000,00 sendo que o maior investimento ocorreria a curto prazo (2011 a
2014), com valor de R$568.765.000. Do ano de 2015 a 2040 (médio e longo prazo) foram previstos
investimento que totalizavam R$1.629.276.000, no entanto não fica claro qual a destinação para
esses investimentos, visto que os valores não foram separados por Programa, como pode ser
observado no cronograma de investimentos, apresentado na Tabela 12.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
189
Quadro 23 – Programas e ações para o esgotamento sanitário previstos no PMSB - 2011
Programa 9 - Planejamento e projetos do Sistema de esgotamento sanitário - Ações
Benefícios ou melhorias
Ações Valor (R$) Prazo Status Atual
esperadas
Adequar ao PDDU e
1 Atualização do PDES 2.500.000,00 Curto Prazo Contrato em andamento pela SIHS
Definir prioridades
Concluído em 2021 (projeto de ampliação do SES de Salvador
Elaboração de estudos e projetos
2 3.000.000,00 Aumento do atendimento Curto Prazo -bacias do Coruripe, Ipitanga I, Ribeirão Itapuã, Médio Ipitanga e
de ampliação de novas bacias
Médio Jaguaribe)
Elaboração de estudos e projetos
Em andamento (Estudos de Concepção e Projetos de
de solução urbana de áreas críticas
Acesso para a população Reurbanização Integrada para trechos críticos da Sub – Bacia
3 em parceria com a PMS/Conder e 2.000.000,00 Curto Prazo
destas áreas Alto Pituaçu - Sihs /BA e Projeto Novo Mané Dendê - Prefeitura
de projetos de esgotamento
Municipal de Salvador)
sanitário.
Concluído em 2012 - O Contrato de Financiamento e Repasse
n.º 0218.243-36/07, firmado com a Caixa Econômica Federal,
em 04.12.2007, executou as Obras de Ampliação do Sistema de
Execução das obras de esgotos e Aumento do atendimento
Curto e Médio Esgotamento Sanitário de Salvador – Rede Coletora
4 intervenções urbanas em áreas 25.000.000,00 para mais 19.433
Prazo Condominial e Convencional, Estação Elevatória, Ligações
críticas – PAC 1 domicílios
Domiciliares nas áreas: Bacias do Comércio, Aratu-Macaco,
Jaguaribe, Calafate 1 e 2, Alto do Camurugipe 1 e 2, Tripas,
Saboeiro, Mangabeira e Península, no município de Salvador.
Concluído em 2012 - O Contrato de Financiamento e Repasse
n.º 0218.243-36/07, firmado com a Caixa Econômica Federal,
em 04.12.2007, executou as Obras de Ampliação do Sistema de
Elaboração de Projeto e Execução
Aumento do atendimento Esgotamento Sanitário de Salvador – Rede Coletora
5 de obras de esgotamento sanitário -
p/mais 19.433 domicílios Condominial e Convencional, Estação Elevatória, Ligações
em áreas críticas - PAC I
Domiciliares nas áreas: Bacias do Comércio, Aratu-Macaco,
Jaguaribe, Calafate 1 e 2, Alto do Camurugipe 1 e 2, Tripas,
Saboeiro, Mangabeira e Península, no município de Salvador.
Total 32.500.000,00

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
190
Programa 10 - Ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Salvador - Coleta
Benefícios ou
Ações Valor (R$) Prazo Status Atual
melhorias esperadas
Em andamento Fase 01 – Bacias
Cambunas e Trobogy com
conclusão prevista para o ano de
Implantação de redes coletoras nas bacias de Cambunas, Aumento do atendimento
1 121.000.000,00 Curto Prazo 2022. A Fase 02 está que engloba
Trobogy e Águas Claras p/+41000 dom.
a Bacia Águas Claras está
prevista para ser licitada em
janeiro de 2022
Adensamento do SES de SSA. Implantação de redes coletoras,
ramais prediais e ligações intradomiciliares no subsistema de Aumento do atendimento
2 Camarogibe, bacias: Barra, Pituba, Lucaia, Campinas e Tripas, 10.000.000,00 para mais 10.410 Curto Prazo Concluído em 2012
Pernambués, Baixa Camarogibe, Calafate, Alto Camarogibe e domicílios
Médio Camarogibe, incluindo Projeto Técnico Social. - PAC I
Adensamento do SES de SSA. Implantação de redes coletoras,
Aumento do atendimento
ramais prediais e ligações intradomiciliares no subsistema de
3 8.350.000,00 para mais 8.550 Curto Prazo Concluído em 2012
Subúrbio, bacias: Aratu, Macaco, Cobre, Paripe e Periperi,
domicílios
incluindo Projeto Técnico Social. PAC I
Adensamento do SES de SSA. Implantação de redes coletoras,
ramais prediais e ligações intradomiciliares nos subsistemas de Aumento do atendimento
4 Subúrbios/Comércio, bacias: Aratu, Macaco, Cobre, Paripe, 8.000.000,00 para mais 8.650 Curto Prazo Concluído em 2012
Periperi, Comércio, Península e Lobato, incluindo Projeto domicílios
Técnico Social. - PAC I
Adensamento do SES de SSA. Implantação de redes coletoras,
ramais prediais e ligações intradomiciliares nos subsistemas de Aumento do atendimento
5 Pituaçu/Jaguaribe, bacias: Armação, Baixo Pituaçu, Saboeiro, 8.000.000,00 para mais 7.850 Curto Prazo Concluído em 2012
Alto Pituaçu, Baixo Jaguaribe, Mangabeira, Itapuã e Médio domicílios
Jaguaribe, incluindo Projeto Técnico Social - PAC I
Fase 01 concluída em 2020 –
Bacia Paramana. Fase 02 está
Aumento do atendimento
6 Implantação do SES Ilha dos Frades 3.850.000,00 Curto Prazo com contrato assinado com
para mais 508 domicílios
previsão para emissão da ordem
de serviço em Janeiro/2022

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
191
Programa 10 - Ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Salvador - Coleta
Benefícios ou
Ações Valor (R$) Prazo Status Atual
melhorias esperadas
Aumento do atendimento
7 Implantação do SES Bom Jesus 4.200.000,00 para Curto Prazo Concluído em 2012
mais 632 domicílios
Aumento do atendimento
Não realizado (projeto
8 Implantação do SES Ilha de Maré 7.200.000,00 para mais 1306 Curto Prazo
concluído em 2021)
domicílios
Adensamento do SES de SSA. Implantação de redes coletoras,
Aumento do atendimento
ramais prediais e ligações intradomiciliares no subsistema de
9 6.000.000,00 para mais 4.750 Curto Prazo Concluído em 2012
Camarogibe, bacias: Barra, Pituba, Lucaia, Campinas e Tripas,
domicílios
incluindo Projeto Técnico Social. - PAC I.
Adensamento do SES de SSA. Implantação de redes coletoras,
ramais prediais e ligações intradomiciliares no subsistema de Aumento do atendimento
10 Camarogibe, bacias: Pernambués, Bx. Camarogibe, Calafate, 8.400.000,00 para mais 7.100 Curto Prazo Concluído em 2012
Alto Camarogibe e Médio Camarogibe, incluindo projeto técnico domicílios
Socia. PAC I.
Adensamento do SES de SSA. Implantação de redes coletoras,
ramais prediais e ligações intradomiciliares nos subsistemas de Aumento do atendimento
11 Subúrbios/Comércio, bacias: Aratu, Macaco, Cobre, Paripe, 8.685.000,00 para mais 7.600 Curto Prazo Concluído em 2012
Periperi, Comércio, Península e Lobato, incl. Proj. Téc Social. domicílios
PAC I
Adensamento do SES de SSA. Implantação de redes coletoras,
ramais prediais e ligações intradomiciliares nos subsistemas de Aumento do atendimento
12 Pituaçu/Jaguaribe, bacias: Armação, Baixo Pituaçu, Saboeiro, 7.400.000,00 para mais 6.900 Curto Prazo Concluído em 2012
Alto Pituaçu, Baixo Jaguaribe, Mangabeira, Itapuã e Médio domicílios
Jaguaribe, incl. proj Téc.Social PAC I
Adensamento do SES de SSA. Implantação de redes coletoras,
ramais prediais e ligações intradomiciliares nos subsistemas de
Camarogibe, Subúrbios, Comércio, Pituaçu, Jaguaribe, bacias: Aumento do atendimento
13 Barra, Pituba, Lucaia, Campinas e Tripas, Pernambués, Bx. 65.000.000,00 para mais 60.000 Curto Prazo Concluído em 2012
Camarogibe, Calafate, Alto Camarogibe e Médio Camarogibe, domicílios
Aratu, Macaco, Cobre, Paripe, Periperi, Comércio, Península e
Lobato, Armação, Baixo Pituaçu, Saboeiro, Alto Pituaçu, Baixo

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
192
Programa 10 - Ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Salvador - Coleta
Benefícios ou
Ações Valor (R$) Prazo Status Atual
melhorias esperadas
Jaguaribe, Mangabeira, Itapuã e Médio Jaguaribe, incluindo
Projeto Técnico Social. PAC II
Gerenciamento, Fiscalização de Acompanhamento Técnico das Em execução – Contrato de
14 8.700.000,00 - Curto Prazo
obras de Adensamento do SES de Salvador. natureza contínua
Gerenciamento, Fiscalização de Acompanhamento Técnico das Em execução – Contrato de
15 8.700.000,00 - Curto Prazo
obras de Adensamento do SES de Salvador. natureza contínua
Ampliação do Programa de financiamento de ligações Incentivo ao acesso dos Em execução – Contrato de
16 Curto Prazo
intradomiciliares. imóveis não ligados natureza contínua
Ampliação do programa caça-esgoto, para localização e Regularização das Em execução – Contrato de
17 Curto Prazo
regularização das ligações clandestinas. ligações natureza contínua
Total 283.485.000,00

Programa 11 - Ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Salvador - Tratamento e Disposição Oceânica - Ações
Ações Valor (R$) Benefícios ou melhorias esperadas Prazo Status Atual
Aumento do tratamento e disposição em
1 Implantação do SDO Jaguaribe 259.200.000,00 Curto Prazo Realizado, em operação desde 2011
mais 30%
Tratamento e disposição de 80% do esgoto Não realizado (projeto concluído em
2 Implantação do SDO Ilha de Maré 2.580.000,00 Curto Prazo
coletado (1ª etapa) 2021).
Total 261.780.000,00

Programa 12 - Ampliação e modernização da estrutura operacional - Máquinas, veículos, equipamentos, etc. - Ações
Benefícios ou
Ações Valor (R$) Prazo Status Atual
melhorias esperadas
Aquisição de equipamento de desobstrução de esgoto
Curto
1 para manutenção do sistema existente e de novas bacias 16.000.000,00 - Concluído.
Prazo
de esgotamento sanitário. PAC I
Total 16.000.000,00
Fonte: PMSB de Salvador, 2010.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
193
Tabela 12 – Cronograma dos investimentos em Esgotamento Sanitário no PMSB (2010)
PROGRAMAS 2011-2014 2015-2018 2019-2022 2023-2026 2027-2030 2031-2034 2035-2040 TOTAL

III - Sistema de
568.765.000,00 286.046.000,00 262.712.000,00 276.976.000,00 216.660.000,00 223.566.000,00 363.316.000,00 2.198.041.000,00
Esgotamento Sanitário

PROGRAMA 9-
Planejamento e Projetos
do Sistema de
7.500.000,00
Esgotamento Sanitário de
Salvador e Lauro de
Freitas
PROGRAMA 10-
Ampliação do Sistema de
Esgotamento Sanitário de 283.485.000,00 286.046.000,00
Salvador- Coleta e
Ligações
PROGRAMA 11-
Ampliação do Sistema de
Esgotamento Sanitário de 261.780.000,00
Salvador- Tratamento e
Disposição Oceânica
PROGRAMA 12-
Ampliação e
16.000.000,00
Modernização da
Estrutura Operacional

TOTAL 568.765.000 286.046.000 262.712.000 276.976.000 216.660.000 223.566.000 363.316.000 2.198.041.000


TOTAL ACUMULADO 568.765.000 854.811.000 1.117.523.000 1.394.499.000 1.611.159.000 1.834.725.000 2.198.041.000 2.198.041.000
Fonte: PMSB de Salvador, 2010.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
194
As fontes apresentadas no plano para captação de recursos foram:

1. Recursos Não Onerosos:


• OGU – Orçamento Geral da União;
• Royalties provenientes da exploração e distribuição de petróleo, gás natural e jazidas
minerais;
• Recursos próprios;
• Prefeitura Municipal de Salvador.

2. Recursos Onerosos:
• Financiamento junto à Caixa Econômica Federal;
• Financiamentos junto ao BNDES;
• PPP – Parcerias Público Privadas;
• Outros financiamentos.

Além dos programas foram propostas ações de contingência e emergência que visavam diminuir
riscos sanitários e desastres ambientais que poderiam ser acarretados por problemas operacionais
relacionados as infraestruturas do sistema de esgotamento sanitário.

As ações propostas visavam a elaboração de mapeamento, planos de contenção e recuperação


das áreas de riscos das infraestruturas (sistema de disposição oceânica, coletores tronco,
interceptores e elevatórias) e comunicação a imprensa, Prefeitura Municipal de Salvador e ao órgão
ambiental estadual da época.

Realizada essa descrição dos aspectos abordados na primeira versão do PMSB de Salvador,
elaborado em 2010, cabe aqui mencionar o trabalho de Pereira e Heller (2015) que avaliou 18
Planos de Saneamento entre os quais o do município de Salvador. Para tanto, foram utilizadas
categorias, sendo cinco delas relacionadas aos princípios da lei nº 11455/2007: 1) universalidade,
2) equidade, 3) integralidade, 4) intersetorialidade, e 5) qualidade, e três relacionadas à: 1) política
municipal de saneamento básico, 2) capacidade de gestão, 3) sustentabilidade social e governança.
Para analisar cada categoria foram criadas subcategorias que demonstram o que foi considerado
em cada princípio para avaliar os planos municipais.

Dentre as categorias o Plano de Salvador foi mencionado na categoria intersetorialidade,


caracterizado por uma abordagem mais incipiente referente à política de promoção da igualdade
racial, considerada de forma parcial nesse plano. Para a categoria qualidade dos serviços
prestados, com relação ao tratamento dos efluentes, o plano de salvador está entre os quatro
municípios que apresentaram dados da análise da qualidade da água no corpo receptor: Esses
planos apresentaram dados para pelo menos três dos seguintes parâmetros: DBO, DQO, OD,
nitrogênio, fósforo, sólidos em suspensão ou totais, pH, temperatura e turbidez.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
195
Na categoria sustentabilidade social e de governança da política e do plano, foi analisado,
principalmente, o processo participativo. A partir da análise de conteúdo, avaliou-se a divulgação
do plano, de seus estudos e das atividades de participação; a participação das associações e
entidades representativas dos segmentos da sociedade; a abrangência territorial das atividades de
participação, inclusive das áreas rurais; a realização de audiências públicas e de consultas públicas
com recebimento de sugestões e críticas; e a aprovação por instâncias colegiadas como os
conselhos. A partir dessas informações, os processos participativos foram classificados com base
na descrição dos níveis de participação cidadã, propostos por Bernardes et al. (2011), que vão de
0, quando “a comunidade não participa” do processo, até 6, quando “a comunidade controla o
processo”. Sete municípios, entre eles Salvador, foram classificados no nível 1, em que “a
comunidade é informada e espera-se a sua conformidade.

Os autores salientam que os cinco planos oriundos de capitais dos estados — Belo Horizonte, Boa
Vista, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo — supostamente seriam os que teriam mais recursos
disponíveis para elaborarem bons planos; porém, com base na análise dos resultados, é factível de
questionamentos se os recursos tecnológicos, humanos e financeiros não estão disponíveis ou não
são suficientes, ou se não houve prioridade política para se aglutinarem esforços em torno desse
processo.

5.2 REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE ESGOTAMENTO


SANITÁRIO DE SALVADOR E LAURO DE FREITAS

Em 30 de abril de 2003 a Embasa celebrou com o Consórcio GEOHIDRO – HIGESA o contrato


para a Revisão e Atualização do Plano Diretor de Esgotos de Salvador e Lauro de Freitas – RAPDE,
Projeto Básico do Sistema de Disposição Oceânica do Jaguaribe e Projeto Básico de Ampliação do
Sistema de Esgotamento Sanitário de Lauro de Freitas.

A revisão e atualização do Plano abrangeu a área total de Salvador e Lauro de Freitas,


considerando tanto as áreas urbanas quanto as áreas rurais. O alcance do Plano é de 25 anos com
vigência entre o período de 2005 a 2030.

Em razão da ocupação demográfica e projeções futuras, a concepção proposta pela RAPDE de


1993 sofreu as seguintes alterações:

• A bacia Areia foi incorporada ao Subsistema Ipitanga A;


• A bacia Baixo Joanes foi incorporada ao Subsistema B;
• A parte da Bacia Flamengo pertencente a Salvador foi incorporada ao Subsistema
Jaguaribe.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
196
O Quadro 24 apresenta a concepção adotada para o sistema de esgotamento sanitário de Salvador
e Lauro de Freitas pela RAPDE de 2003.

Quadro 24 – Síntese do Sistema de esgotamento de Salvador e Lauro de Freitas


Sistema
Vertente Subsistema Município Bacia de esgotamento
Principal
Comércio Salvador Comércio, Península e Lobato
Baía Camarajipe
Subúrbio Salvador Cobre, Paripe Periperi, Macaco e Aratu
Barra, Pituba, Lucaia, Armação, Campinas, Tripas,
Camarajipe Camarajipe Salvador Calafate, Pernambués, Alto Camarajipe, Médio
Camarajipe, e Baixo Camarajipe
Pituaçu Salvador Saboeiro, Baixo Pituaçu e Alto Pituaçu
Baixo Jaguaribe, Trobogi, Médio Jaguaribe,
Jaguaribe Salvador Cambunas, Águas Claras, Mangabeira, Itapuã e
Flamengo
Oceânica Coruripe, Ipitanga I, Médio Ipitanga, Ribeirão
Jaguaribe Salvador
Ipitanga A Itapuã Areia
L. de Freitas Areia
Salvador Caji, Picuaia, Quingoma e Baixo Ipitanga
Ipitanga B Caji, Picuaia, Quingoma, Baixo Ipitanga, Flamingo
L. de Freitas
e Baixo Joanes
Descentraliza Salvador Alto Joanes, Ipitanga II e Ipitanga III
Ipitanga C
dos L. de Freitas Alto Joanes
Fonte: Adaptado da Revisão e Atualização do Plano Diretor de Esgotos de Salvador e Lauro de Freitas –
RAPDE ,2003.

Na RAPDE conclui-se que haveria a necessidade de implantação da ECP Jaguaribe, uma vez que
a ECP Rio Vermelho já estava com sua capacidade bastante comprometida por conta das
captações de tempo seco.

O estudo de concepção da ECP Jaguaribe levou em consideração 7 locais para sua implantação,
sendo que o local escolhido e onde foi implantada é o morro nas adjacências da Avenida Jorge
Amado, ao lado do Museu de Ciências e Tecnologia da Bahia, dentro da área do Parque Pituaçu.

Para lançamento do emissário submarino foram avaliados 4 eixos de posicionamento na orla entre
a praia de Jaguaribe e a praia dos Artistas. Após análise das vantagens e desvantagens ficou
definido que o lançamento do emissário submarino seria feito na praia dos Artistas (Boca do Rio),
local onde foi implantado e encontra-se em operação.

Com base nas definições da localização da ECP Jaguaribe e do emissário submarino, a concepção
básica do sistema de esgotamento sanitário definida pela RAPDE prevê que as bacias do sistema
Jaguaribe e subsistema Ipitanga B contribuem para a ECP Jaguaribe, assim como as bacias de
esgotamento de Lauro de Freitas também serão revertidos para essa ECP.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
197
A concepção do esgotamento sanitário do sistema Camarajipe não sofreu nenhuma alteração pois
grande parte das bacias estão implantadas, sendo assim toda a contribuição de esgoto desse
sistema continua sendo encaminhada para ECP Rio Vermelho.

Além das definições supracitadas para o sistema de esgotamento sanitário de Salvador, também
ficou definido na RAPDE de 2003 que os esgotos gerados acima do subsistema Ipitanga B e bacias
situadas acima da Av. Paralela contribuiriam para ECP Jaguaribe através de um coletor implantado
no canteiro central da Av. Paralela.

O esgoto gerado no subsistema Ipitanga B seriam encaminhados para a EE-BI-1, na bacia Baixo
Ipitanga em Lauro de Freitas, posteriormente essa elevatória recalcaria os efluentes para ER-BI/TB
através de uma linha de recalque na Av. do Coco. A ER-BI/TB recalcaria os esgotos até a
transposição da bacia Médio Jaguaribe, a partir desse ponto seguiria por gravidade até a ER-TB/BJ
localizada na bacia Trobogi.

A ER-SB/BC (EE Saboeiro) deixaria de contribuir para ECP Rio Vermelho e contribuiria para ECP
Jaguaribe. Visando flexibilizar a operação do sistema a linha de recalque existente da EE Saboeiro
para a ECP Rio Vermelho seria mantida.

Na atualidade a maior parte do sistema de esgotamento sanitário de Salvador opera conforme as


definições feitas pela RAPDE de 2003. As obras das bacias Cambunas, Águas Claras e Trobogi
estão em andamento e contemplam a construção da ER-MJ/TB, EE-TB/ECP, respectivas linhas de
recalque e o coletor por gravidade (LG-BI/TB) entre a ER-MJ/TB até a EE-TB/ECP, que futuramente
também receberá as contribuições de Lauro de Freitas.

O detalhamento das informações atualizadas sobre o SES, assim como as informações sobre obras
em andamento e previstas serão apresentadas posteriormente em item específico referente à
caracterização da infraestrutura de esgotamento sanitário (item 6.2).

5.3 PLANO URBANÍSTICO E AMBIENTAL E PROJETOS ESPECÍFICOS PARA O


VETOR IPITANGA

O plano Urbanístico e Ambiental e Projetos Específicos para o Vetor Ipitanga foi elaborado no ano
de 2013 pelo Consórcio HYDROS ENGENHARIA E PLANEJAMENTO S/A e FFA ARQUITETURA
LTDA.

O principal objetivo do plano é proteger os mananciais de Ipitanga, as áreas destinadas como


Preservação Permanente (APP) das represas Ipitanga I e II e criar bases para conceber a
infraestrutura urbana adequada para a região, sobretudo no que tange ao abastecimento de água
e ao esgotamento sanitário.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
198
A região configura-se como uma franja urbana caracterizada por uma menor densidade de
ocupação, menor urbanização e áreas verdes relativamente preservadas. Este perfil favoreceu a
concentração de empreendimentos econômicos vinculados à indústria, principalmente serviços
auxiliares, que podem ter colaborado para a atração populacional para a área, principalmente na
região da rodovia CIA/Aeroporto. As características de uso e ocupação do solo da região trouxeram
as classes médias e altas, com seus sítios e chácaras, que funcionam como residências para
veraneio.

Essa região de estudo do Vetor Ipitanga apresenta grande valor ambiental e está situada na zona
de fronteira entre os municípios de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho, em posição
estratégica no que tange à estruturação da Região Metropolitana de Salvador (RMS) e
desenvolvimento de Salvador. Os bairros que compõem a área de estudo do Vetor Ipitanga são
Cassange e Nova esperança, que tem diversas localidades, que são apresentadas no Quadro 25.

Quadro 25 – Localidades dos bairros Nova Esperança e Cassange.


Bairros Localidades
Nova Esperança/Cepel
Nova Esperança Jardim Campo Verde/Barro Duro
Loteamento Ceasa
Bosque Ipitanga e Vila Santana
Alto do Girassol
Canto do Rio
Carobeira e Buracão (Coração)
Cassange Barbosa e Loteamento Pôr do Sol
Pedreira Aratu
Pedreira Carangi (Pedra Azul)
Biribeira
Barragem
Fonte: Plano Urbanístico e Ambiental e Projetos específicos para o Vetor Ipitanga,2013.

O diagnóstico do esgotamento sanitário apresentado em 2013 está sintetizado no Quadro 26, onde
é possível observar que a maior parte da população possui infraestrutura interna composta de
banheiro interno com descarga e pia, a interligação das águas servidas geralmente são lançados a
céu aberto e os dejetos orgânicos são interligados a fossas sépticas.

Quadro 26 – Resumo do diagnóstico de esgotamento sanitário Vetor Ipitanga.


Localidades Infraestrutura interna Interligação Tratamento
Nova
Redes que estão em fases de -
Esperança/Cepel
Jardim Campo Banheiro interno, com implantação (Conder), atualmente Fossa Séptica
Verde/Barro Duro descarga e pias o lançamento é feito nos Corpos (soterrada)
d'água e a céu aberto
Loteamento Ceasa -

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
199
Localidades Infraestrutura interna Interligação Tratamento
Redes coletoras implantadas -
Bosque Ipitanga e Banheiro interno, com Alguns casos o esgoto corre a céu
-
Vila Santana descarga e pias aberto e lançamentos em corpos
d'água
Águas servidas (banho e cozinha)
correm a céu aberto, existe rede
Dejetos orgânicos
Alto do Girassol Banheiro interno que contribui para o Bosque
vão para Fossas
Ipitanga, com problema de retorno
em dias de chuva
Casas com e sem Dejetos orgânicos
banheiros, sendo que no Águas servidas (banho e cozinha) vão para Fossas
Canto do Rio
geral possuem apenas correm a céu aberto - Terreno e/ou a céu aberto
vaso sem pia (mato/balão)
Dejetos orgânicos e
Banheiro interno, com
Carobeira (Alto e águas servidas vão
descarga e pias - Alto e Sem rede de esgotamento
médio Padrão) para Fossas e
médio padrão
sumidouros
Sanitários na área
Carobeira "Buracão" Águas servidas (banho e cozinha) Dejetos orgânicos
externa, poucas casas
(Coração) correm a céu aberto - Terreno vão para Fossas
com vaso sanitário
Barbosa e
Águas servidas (banho e cozinha) Dejetos orgânicos
Loteamento Pôr do Banheiro interno
correm a céu aberto - Terreno vão para Fossas
Sol
Pedreira Aratu Banheiro interno com
vasos com e sem Águas servidas (banho e cozinha) Dejetos orgânicos
Pedreira Carangi descargas, além de pias correm a céu aberto - Terreno vão para Fossas
(Pedra Azul) no banheiro
Banheiro interno com
Águas servidas (banho e cozinha) Dejetos orgânicos
Biribeira vaso sem descarga e
correm a céu aberto - Terreno vão para Fossas
sem pia
Banheiro interno com
Águas servidas (banho e cozinha) Dejetos orgânicos
Barragem vaso sem descarga e
correm a céu aberto - Terreno vão para Fossas
sem pia
Fonte: Plano Urbanístico e Ambiental e Projetos específicos para o Vetor Ipitanga, 2013.

O projeto de esgotamento sanitário para o Vetor Ipitanga foi elaborado no ano de 2017 e teve como
objetivo atender alguns núcleos populacionais do Vetor Ipitanga, são esses: Biribeira, Por do Sol,
Carangi, Alto do Girassol, Canto do Rio, Barragem Ipitanga I, Barragem Ipitanga I (Represa),
Fazenda Conceição, Barbosa, Pousada do Campo. As localidades do Bosque Ipitanga, Vila
Santana, Beira Rio, Fazenda Tapera, Rua da Paz do Ceará e Rua da Raiz já possuem sistema de
esgotamento sanitário ou serão atendidas por soluções individuais.

A população total de final de plano (2040) que será atendida com a implementação do sistema de
esgotamento sanitário do Vetor Ipiranga é de 23.000 habitantes, gerando uma contribuição média
de esgoto de 25,35 L/s, que será interligada ao sistema existente da Embasa.

Devido a topografia da região foram previstas 18 bacias de esgotamento sanitário compostas por:
21.935,00 m de redes coletoras em PVC com diâmetro variando de 150mm a 250mm, 9 Estações
Elevatórias de Esgoto (EEE) do tipo submersível com remoção de sólidos e areia, 6.993 metros de

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
200
linhas de recalque em PVC para esgoto com diâmetros que variam de 100 mm a 250mm e 2.945
metros de interceptores em PVC com diâmetros de 150mm, 250mm e 300mm.

A Figura 34 apresenta a concepção do sistema de esgotamento proposto para o Vetor Ipitanga.

Figura 34 – Concepção sistema de esgotamento sanitário Vetor Ipitanga.

Fonte: Plano Urbanístico e Ambiental e Projetos específicos para o Vetor Ipitanga,2017.

Todo o projeto proposto foi balizado pelas normas técnicas pertinentes e parâmetros usuais
adotados para o dimensionamento de sistemas de esgotamento sanitário.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
201
Atualmente a região do Vetor Ipitanga continua sem esgotamento sanitário e o projeto contratado
pela Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs) não foi aprovado pela Embasa. O
projeto revisado não foi apresentado para nova avaliação por parte da Embasa.

O projeto básico do SES Bacias de Salvador, conforme contrato n°460013122/18, em andamento


pela unidade de Projetos (EPR) com conclusão prevista para maio de 2021, contempla a área da
Fazenda Cassange.

5.4 PROJETO NOVO MANÉ DENDÊ

O Projeto Novo Mané Dendê teve início no ano de 2015 e foi revisado em 2017 pelo Consórcio das
Empresas FFA Arquitetura e Urbanismo Ltda e Planos Engenharia Ltda, integrando a 1ª Etapa do
Programa do Saneamento Ambiental e Urbanização do Subúrbio de Salvador, financiado
parcialmente pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O principal objetivo do projeto é melhorar a qualidade de vida e bem-estar econômico da Bacia do


Mané Dendê, através de melhorias sustentáveis das condições socioambientais e de urbanização,
com intervenção nos bairros: Alto da Terezinha, Itacaranha, Ilha Amarela, Plataforma e Rio Sena.
Os benefícios das intervenções atingirão diretamente 10.000 famílias e indiretamente 35.000,
abrangendo uma área de aproximadamente 800.000 m², como pode ser observado na Figura 35.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
202
Figura 35 – Área de influência e intervenções do Projeto Novo Mané Dendê.

Fonte: Projeto Novo Mané Dendê,2017

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
203
De acordo com o diagnóstico do Projeto Mané Dendê o sistema de esgotamento sanitário da bacia
do Rio Mané Dendê foi implantado no final da década de 90 através do Programa Bahia Azul e é
composto por 30km de redes coletoras de esgoto, uma Estação Elevatória de Esgoto (EEE), 90
metros de linha de recalque e 2.300 metros de interceptor de esgoto. Essa bacia esgota parte dos
domicílios situados nos bairros de Rio Sena, Alto da Terezinha, Itacaranha e Ilha Amarela,
contribuindo para a EEE do Cobre.

No ano de 2017 os dados apresentados pela Embasa registravam a existência de 6.657 economias
interligadas a rede de esgotamento sanitário e 1.390 economias sem atendimento. Do total de
economias interligadas a rede de esgotamento 71% eram atendidas por separador absoluto e 12%
por sistema misto.

No geral a problemática das ocupações irregulares dos fundos de vale e das margens dos corpos
d’água, ausência de drenagem pluvial e pavimentação são os fatores preponderantes para
dificuldade da universalização do sistema de esgotamento sanitário do Mané Dendê.

De acordo com o estudo populacional a maior população atendida pelo sistema de esgotamento
sanitário Mané Dendê ocorrerá no ano de 2026 e será de 31.039 habitantes, gerando uma
contribuição média de esgoto de 42,07 L/s.

Visando melhorar e ampliar a capacidade do sistema de esgotamento sanitário Mané Dendê foram
estudadas duas alternativas, sendo que em ambos os casos a EEE existente será desativada, parte
do interceptor existente também será desativado devido ao excesso de sinuosidade, serão
implantados 4.775,48m de redes coletoras em PVC com diâmetros que variam de 150 a 300 mm e
2.233m de interceptores com diâmetro de 300 e 400mm. As intervenções previstas acarretam um
acréscimo de 1.500 novas ligações domiciliares e 2.498 intradomiciliares.

A diferença entre as alternativas está na destinação final dos esgotos gerados, na alternativa 01
será mantida a interligação por gravidade na EEE do Cobre e para alternativa 02 foi estudada a
implantação de uma ETE visando garantir a manutenção da perenidade do rio Homônimo, uma vez
que com as novas intervenções não haveria contribuições de esgoto no curso d’água,
comprometendo assim sua perenidade, resultando em possíveis interrupções nas cachoeiras do
Parque de São Bartolomeu.

A seguir estão ilustradas na Figura 36 e Figura 37 a concepção das alternativas propostas.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
204
Figura 36 – Concepção de esgotamento sanitário Mané Dendê – Alternativa 01.

Fonte: Novo Mané Dendê,2017.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
205
Figura 37 – Concepção de esgotamento sanitário Mané Dendê – Alternativa 02.

Fonte: Novo Mané Dendê,2017.


Após análise técnica, ambiental e financeira a Alternativa 01 demonstrou-se mais vantajosa em
todos os aspectos e por isso foi a escolhida. O investimento estimado para execução das
intervenções previstas na Alternativa 01 foi de R$9.460.500,00.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
206
A Licitação Pública Internacional N°01/2019 tinha como objetivo a contratação de empresa para
execução de obras de Urbanização e Infraestrutura do Projeto Novo Mané Dendê, no dia 03 de
novembro de 2020 o objeto dessa licitação foi adjudicado para o Consórcio Novo Mané Dendê,
formado pelas empresas Construtora Metro Engenharia e Construtora BSM.

Atualmente a Prefeitura está em processo de negociação com as famílias que serão reassentadas
e após essa etapa as obras serão iniciadas.

5.5 PROJETO QUALIDADE DO AMBIENTE URBANO DE SALVADOR


(QUALISalvador)

No período de 2018 a 2021 foi desenvolvido o projeto Qualidade do Ambiente Urbano de Salvador
(QUALISalvador), que consistiu em um projeto de pesquisa realizado em conjunto por em torno de
200 professores e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento (engenheiros, sociólogos,
nutricionistas, médicos, administradores, arquitetos, economistas, estatísticos e geógrafos);
estudantes dos mais distintos cursos de graduação, mestrado e doutorado da Universidade Federal
da Bahia (UFBA) e da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), que buscaram compreender as
realidades da cidade de Salvador nas mais diversas perspectivas.

As análises desenvolvidas no projeto foram baseadas nos seus próprios dados, coletados no
período de dezembro de 2018 a junho de 2020, através da aplicação de 15.260 questionários em
160 dos 163 bairros de Salvador, existentes na época da aplicação dos questionários. Em 2020
foram criados 7 novos bairros, totalizando 170 bairros atualmente. Os bairros que não participaram
da aplicação dos questionários foram os do Aeroporto, Centro Administrativo e Porto Seco Pirajá
por não possuírem domicílios residenciais e serem bairros qualificados como institucionais pela Lei
nº 9.278/2017. Além dos dados resultados dos questionários, também foram utilizados dados
secundários de fontes como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os registros
administrativos da Prefeitura Municipal de Salvador, do Governo do Estado da Bahia e da União.

A técnica metodológica utilizada para a realização do cálculo da amostra da pesquisa feita pelo
QUALISalvador foi do tipo Aleatória Sistemática sem Reposição (ASSs), tendo um erro amostral
médio de 8%, sendo que alguns bairros apresentaram um erro amostral superior devido às
dificuldades de acesso a domicílios em campo e ao início da pandemia da Covid-19. As residências
escolhidas para a aplicação dos questionários foram selecionadas de forma aleatória, tendo todas
a mesma probabilidade de ocorrência, sendo cada bairro considerado uma população-alvo da
investigação. Essa seleção foi realizada com o auxílio do software estatístico R e a estruturação do
IQUASalvador. Foram feitas consultas a especialistas através da aplicação da metodologia Delphi,
realização de grupos focais, uso de técnicas estatísticas, como análises de componentes principais,

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
207
regressão linear e de conglomerados, com simulações e análise de sensibilidade para a seleção do
melhor modelo de índice.

Cada população incluiu todos os domicílios particulares permanentes ocupados, segundo definição
do IBGE. Além disso, foram utilizados os dados cadastrais do sistema de informação da Empresa
Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) com o objetivo de se ter uma aproximação maior com a
atual realidade em termos demográficos. Ao longo dos trabalhos de campo, foram feitas entrevistas
com lideranças de bairro, moradores e conselhos comunitários das prefeitura-bairro da Prefeitura
Municipal de Salvador, e registros fotográficos, com o objetivo de fundamentar e ilustrar o
QUALISalvador e o livro.

De todos os capítulos abordados no projeto, receberá foco no PMSBI de Salvador o específico


sobre saneamento básico, intitulado “Águas, Resíduos e Lugares na Cidade de Salvador”, que traz
uma abordagem detalhada sobre o saneamento no município de Salvador. Ele inicia trazendo um
enfoque sobre os aspectos políticos, jurídicos e institucionais do saneamento básico em Salvador,
contextualizando com os acontecimentos históricos em torno do tema e posteriormente um
diagnóstico de cada um dos componentes do saneamento básico, sendo que neste produto parcial
F3 serão apresentados apenas os resultados relativos ao esgotamento sanitário.

Para a componente Esgotamento Sanitário o QualiSalvador gerou dados relativos à cobertura de


atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário, assim como sobre a utilização de soluções
adequadas, definidas pelo estudo como sendo o atendimento por rede coletora com bom
funcionamento e o atendimento por fossas sépticas. Além disso, foram levantadas também
informações sobre a existência de banheiros nos domicílios.

Os resultados obtidos pelo QualiSalvador relacionados ao serviço de esgotamento sanitário serão


apresentados no item 6.1.2 desse diagnóstico.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
208
6. DIAGNÓSTICO TÉCNICO E OPERACIONAL DO SERVIÇO DE
ESGOTAMENTO SANITÁRIO

6.1 ANÁLISE DA COBERTURA ATUAL DE ATENDIMENTO

6.1.1 PANORAMA DA SITUAÇÃO DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO NO MUNICÍPIO – CENSO


DEMOGRÁFICO DO IBGE 2010 E PNAD

Para traçar um panorama inicial do esgotamento sanitário no município de Salvador, serão


analisados os dados disponíveis do último Censo Demográfico realizado pela IBGE em 2010, que
retratam a situação do esgotamento sanitário a partir do levantamento de informações diretamente
nos domicílios do município. Apesar da defasagem temporal, considera-se importante a análise
destas informações por serem as únicas disponíveis com esse nível de detalhamento. No item 6.1.4
serão abordadas as informações relativas à cobertura de atendimento pelo serviço de esgotamento
sanitário prestado pela Embasa em Salvador.

De acordo com o último Censo Demográfico realizado pelo IBGE (2010), 90,8% dos domicílios de
Salvador eram atendidos por rede geral de esgoto ou pluvial em Salvador, sendo que o restante
dos domicílios era atendido por fossas sépticas, fossas rudimentares e outras formas de destinação
dos esgotos que constam na Tabela 13. Ressalta-se que de acordo com IBGE (2010) havia 3.621
domicílios em Salvador que não possuíam unidades hidrossanitárias, infraestrutura básica do ponto
de vista da saúde pública.

Tabela 13 – Formas de esgotamento sanitário em Salvador


Formas de Total Zona Urbana Zona Rural
esgotamento Quantidade de Quantidade de Quantidade de
sanitário % % %
domicílios domicílios domicílios
Rede geral de
779.870 90,80% 779.864 90,8% 6 2,7%
esgoto ou pluvial
Fossa séptica 19.906 2,32% 19.905 2,3% 1 0,5%
Fossa rudimentar 21.483 2,50% 21.280 2,5% 203 92,7%
Vala 19.251 2,24% 19.251 2,2% 0 0,0%
Rio, lago ou mar 11.369 1,32% 11.364 1,3% 5 2,3%
Outro tipo 3.387 0,39% 3.384 0,4% 3 1,4%
Não tinham 3.621 0,42% 3.620 0,4% 1 0,5%
Total 858.887 100,00% 858.668 100,00% 219 100,00%
Fonte: IBGE, 2010

Conforme já detalhado anteriormente no Produto E1A, de acordo com o Censo de 2010 do IBGE,
apenas 219 domicílios de Salvador foram classificados como rurais, sendo que todos se localizam
na Ilha dos Frades, que de acordo com os levantamentos de campo, também possui localidades

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
209
com características urbanas. Por outro lado, todas as localidades da Ilha de Maré foram
classificadas como zona urbana pelo IBGE, enquanto no levantamento de campo foi possível
observar que existem localidades com características rurais nesta Ilha, e, portanto, entende-se que
houve um equívoco por parte do IBGE ao realizar essa classificação do território de Salvador.

Com relação à Ilha de Maré, destaca-se que a mesma possui 13 localidades, sendo que 5 destas
são comunidades quilombolas certificadas na Fundação Palmares (Martelo, Praia Grande, Ponta
Grossa, Bananeiras e Porto dos Cavalos), totalizando uma população de 4.940 habitantes, de
acordo com as informações fornecidas em 2021 pela Unidade de Saúde que atende a Ilha de Maré.
De acordo com essas informações, as localidades de Praia Grande, Bananeiras, Santana e Botelho
são as localidades mais adensadas da ilha, com população de 1.747, 1.228, 934 e 486 habitantes,
respectivamente, enquanto as outras 9 localidades têm população inferior a 150 habitantes, sendo
que algumas tem população muito pequena, como as localidades de Ponta Grossa (33 habitantes),
Caquende (19 habitantes), Neves (8 habitantes) e Amêndoas (3 habitantes), enquanto as demais
localidades tem valores intermediários de população (80 habitantes em Itamoabo, 112 habitantes
em Maracanã, 150 habitantes em Passa Cavalo e 140 habitantes em Martelo). Para a localidade
Oratório não foi fornecida a população atual. Nas visitas realizadas no dia 15/12/2020, observou-se
que todas as localidades estão implantadas à beira mar e muitas localidades menores têm
características de zona rural.

Analisando os dados da Tabela 13 para a zona urbana e rural, observa-se que há uma grande
diferença entre as formas de esgotamento sanitário, sendo que na zona urbana predomina o
atendimento por rede geral de esgoto ou pluvial (90,80%), enquanto na zona rural predomina a
utilização de fossas rudimentares (92,7%), considerando a classificação de acordo com os critérios
definidos pelo IBGE.

Como as ilhas de Salvador (Bom Jesus dos Passos, Ilha dos Frades e Ilha de Maré) possuem
características muito diversas do restante do município de Salvador, apresenta-se a seguir as
formas de esgotamento sanitário existentes no subdistrito de Maré do IBGE em 2010, que inclui as
3 ilhas.

Tabela 14 - Formas de esgotamento sanitário nas Ilhas de Salvador


Forma de esgotamento sanitário Quantidade de domicílios %
Rede geral de esgoto ou pluvial 78 4,2%
Fossa séptica 194 10,4%
Fossa rudimentar 1.146 61,3%
Vala 120 6,4%
Rio, lago ou mar 244 13,0%
Outro tipo 15 0,8%

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
210
Forma de esgotamento sanitário Quantidade de domicílios %
Não tinham 74 4,0%
Total 1.871 100,0%
Fonte: IBGE, 2010

Analisando a Tabela 14 observa-se que avaliando separadamente as ilhas do município, o


atendimento por rede geral de esgoto ou pluvial era muito inferior ao restante do município em 2010,
sendo de apenas 4,2% dos domicílios, de acordo com o IBGE. A forma de esgotamento sanitário
predominante nas ilhas eram as fossas rudimentares, consideradas uma solução inadequada, visto
que a construção das fossas rudimentares não leva em consideração os critérios técnicos
necessários à construção das fossas sépticas. No caso das ilhas de Salvador, houve uma mudança
significativa em relação ao atendimento por sistemas coletivos de esgotamento sanitário, visto que
no ano de 2011 foi implantado o sistema de esgotamento sanitário (SES) da Ilha de Bom Jesus dos
Passos e em 2013 e em 2020 o SES de Ponta de Nossa Senhora e o SES de Paramana,
respectivamente, ambos na Ilha dos Frades, como será detalhado posteriormente no item 6.2.3.1.
Portanto, nas Ilhas de Salvador a situação atual é bastante diferente da situação retratada pelo
Censo Demográfico de 2010 do IBGE.

Ao se analisar os dados do IBGE em relação às formas de esgotamento sanitário é necessário


ressaltar também que por este levantamento não é feita uma distinção entre os domicílios que
lançam seus esgotos em redes coletoras de esgoto (solução adequada) e os domicílios que lançam
seus esgotos em redes de drenagem (solução inadequada), e, portanto, não é possível considerar
o percentual de domicílios atendidos por “rede geral de esgoto ou pluvial”, como sendo referente
aos domicílios atendidos pelo sistema de esgotamento sanitário da Embasa. Por outro lado, a
distinção entre “fossas sépticas” e “fossas rudimentares” também possui uma fragilidade
significativa, visto que no levantamento de informações do censo demográfico são aplicados
questionários à população, que nem sempre saberá informar se a fossa que atende o seu domicílio
é realmente uma “fossa séptica” ou uma “fossa rudimentar”.

Na Figura 38 é possível visualizar que a maior parte dos setores censitários de Salvador
apresentaram percentuais altos (85 a 95%) ou muito altos (maior que 95%) de domicílios com
atendimento por rede geral de esgoto ou pluvial em 2010, de acordo com o IBGE.

Na região norte da cidade, próximo dos limites municipais de Lauro de Freitas e Simões Filho é
possível visualizar uma região grande com percentual muito baixo (menor que 40%) de domicílios
com atendimento por rede geral de esgoto ou pluvial em 2010. Como pode ser visto na figura, a
maior parte desta região se localiza dentro da APA Joanes/Ipitanga, onde existe o bairro Cassange,
que até os dias atuais não é abastecido integralmente pelo sistema de abastecimento de água nem

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
211
possui sistema de esgotamento sanitário da Embasa, por se tratar de área localizada dentro de área
de proteção ambiental. De acordo com as informações fornecidas pela Embasa, o bairro só poderá
ser atendido integralmente pela rede pública de distribuição de água, quando for implantada solução
coletiva de esgotamento sanitário, que atualmente encontra-se em fase de elaboração de projeto.

Figura 38- Atendimento por rede de esgoto ou pluvial em Salvador (2010)

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
212
Analisando-se os dados disponíveis do censo demográfico de 2010 do IBGE, observa-se também
que as formas de esgotamento sanitário existentes no município estão relacionadas diretamente
com as classes de renda da população de Salvador. Na Tabela 15 é possível observar que o valor
do rendimento nominal médio mensal para todos os domicílios particulares permanentes de
Salvador era de R$2.315,35 em 2010, enquanto que no caso dos domicílios que tinha banheiro de
uso exclusivo do domicílio e que destinavam seus esgotos para fossas rudimentares, valas, rios
lagoa, mares e outros o valor do rendimento nominal médio mensal variava de R$ 875,34 a R$
1.083,57, deixando evidente que a parcela de domicílios não atendidos por soluções coletivas (rede
coletora de esgoto ou rede de drenagem urbana) era composta pela parcela mais vulnerável da
população do município.

No caso dos domicílios que tinham apenas sanitários e dos domicílios que não tinham nem banheiro
nem sanitário, o valor do rendimento nominal médio mensal era ainda menor, como pode ser
observado na Tabela 15.

Tabela 15 – Rendimento nominal médio mensal e rendimento nominal mediano mensal dos
domicílios particulares permanentes de Salvador, por forma de esgotamento sanitário e
existência de banheiro ou sanitário
Existência de Valor do rendimento Valor do rendimento
banheiro ou nominal médio mensal nominal mediano
Forma de Esgotamento
sanitário e dos domicílios mensal dos domicílios
Sanitário
esgotamento particulares particulares
sanitário permanentes (Reais) permanentes (Reais)
Total 2.315,35 1.100,00
Rede geral de esgoto ou pluvial 2.443,59 1.200,00
Tinham Fossa séptica 2.069,84 1.020,00
banheiro de uso Fossa rudimentar 1.083,57 710,00
exclusivo do Vala 875,24 650,00
domicílio Rio, lago ou mar 928,93 700,00
Outro 1.000,45 686,00
Rede geral de esgoto ou pluvial 756,41 510,00
Fossa séptica 584,36 510,00
Tinham Fossa rudimentar 718,46 510,00
sanitário Vala 566,41 510,00
Rio, lago ou mar 585,75 510,00
Outro escoadouro 429,59 400,00
Não tinham
banheiro nem 395,48 340,00
sanitário
Fonte: IBGE, 2010

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
213
Buscando dados mais atuais do IBGE, consultou-se a Pesquisa Nacional por Amostras de
Domicílios (PNAD) continua realizada no período de 2016 a 2019, para o município de Salvador,
cujos dados podem ser verificados na Tabela 16.

Tabela 16 – Tipo de solução de esgotamento sanitário segundo a PNAD 2016 a 2019


Percentual dos Domicílios Amostrados
Tipo de Solução
2016 2017 2018 2019
Rede geral, rede pluvial ou fossa séptica ligada à rede 96,9% 96,8% 99,1% 96,4%
Fossa séptica não ligada à rede ou fossa rudimentar 1,1% 1,4% 0,6% 1,3%
Outro tipo 2,1% 1,8% 0,3% 2,2%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: IBGE Pnad Continua (2016 a 2019).

Portanto, observa-se que de acordo com os dados na Pnad, a utilização de rede geral ou pluvial
passou de 90,8% em 2010 para 96,4% em 2019.

No caso do município de Salvador é muito importante avaliar também os dados disponíveis no IBGE
em relação aos aglomerados subnormais no município de Salvador. De acordo com o IBGE (2010),
os aglomerados subnormais são definidos como:

“Um conjunto constituído de, no mínimo, 51 (cinquenta e uma) unidades habitacionais (barracos,
casas...) carentes, em sua maioria de serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado,
até período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular) e estando dispostas, em
geral, de forma desordenada e densa.

A identificação dos Aglomerados Subnormais deve ser feita com base nos seguintes critérios:

a) Ocupação ilegal da terra, ou seja, construção em terrenos de propriedade alheia (pública ou


particular) no momento atual ou em período recente (obtenção do título de propriedade do terreno
há dez anos ou menos); e

b) Possuírem pelo menos uma das seguintes características: urbanização fora dos padrões vigentes
- refletido por vias de circulação estreitas e de alinhamento irregular, lotes de tamanhos e formas
desiguais e construções não regularizadas por órgãos públicos; e precariedade de serviços públicos
essenciais” (IBGE, 2010)

Analisando-se os resultados do Censo Demográfico de 2010 do IBGE, observa-se que em Salvador


havia 275.593 domicílios particulares ocupados localizados em aglomerados subnormais, o que
corresponde a 32% do total de domicílios particulares ocupados existentes no município na época.

Em função da Pandemia de Covid-19, o IBGE antecipou a divulgação de alguns resultados de


pesquisas com temas relacionados à saúde, que permitam mapear e conhecer com mais detalhe e
precisão as condições de vida da população e do desenvolvimento do país durante esse período.
Analisando os dados divulgados para o município de Salvador, relacionados ao ano de 2019,

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
214
observa-se que o IBGE estima que em 2019 havia 375.291 domicílios em aglomerados subnormais
no município de Salvador, o que corresponde a 41,83% dos domicílios existentes, de acordo com a
estimativa realizada pelo órgão (IBGE, 2021).

Entretanto, ao se avaliar os dados disponíveis do Censo de 2010 IBGE verificou-se que não existem
informações relativas à forma de destinação dos esgotos sanitários de forma específica para os
para os aglomerados subnormais.

6.1.2 PANORAMA DA SITUAÇÃO DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO NO MUNICÍPIO – QUALI SALVADOR


2021

Conforme já sinalizado no item 5.5, recentemente foram publicados os resultados do Projeto


QualiSalvador, que realizou uma pesquisa amostral em 15.260 domicílios no período de 2018 a
2020, distribuídos em 160 dos 163 bairros existentes na cidade do Salvador na época da realização
dos trabalhos de campo da pesquisa. Apenas os bairros Aeroporto, Centro Administrativo e Porto
Seco Pirajá, qualificados como bairros institucionais pela Lei nº 9.278/2017 não foram incluídos na
pesquisa.

Em relação ao destino dos esgotos domiciliares (Tabela 17), segundo os dados obtidos no âmbito
do QUALISalvador, a maior parte dos domicílios do município (87,1%) contribuem para rede de
esgoto com bom funcionamento e fossa.

Tabela 17 – Destino dos esgotos domiciliares, 2018-2020 (N=15.260)


Tipo N % Acumulado
Rede de esgoto com bom funcionamento e fossa 13.292 87,1 87,1
rede de esgoto com funcionamento precário, rede de drenagem,
1007 6,6 93,7
rede de esgoto precária e fossa
Canal de drenagem, rede de esgoto e rede de drenagem, rede
107 0,7 94,4
de esgoto e direto no rio, fossa e direto no rio
Rede de esgoto e vala a céu aberto no solo/terreno, rede de
320 2,1 96,5
esgoto / direto no rio
Vala a céu aberto no solo/terreno, direto no rio, fossa e direto no
534 3,5 100
rio
Total 15.260 100 -
Fonte: QualiSalvador, 2021.

Ao correlacionar o destino do esgoto domiciliar com as características da população (sexo, cor,


raça, escolaridade, e faixa de renda) da população residente, o QualiSalvador concluiu que há uma
clara desigualdade no acesso aos serviços adequados de esgotamento sanitário, que estão
correlacionadas à cor/raça, gênero, grau de escolaridade e renda da população. Nesse sentido,
foram observadas as seguintes associações estatisticamente significantes:

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
215
✓ Maior proporção de domicílios servidos com soluções inadequadas (rede de esgoto e vala
a céu aberto no solo/terreno e rede de esgoto / direto no rio) quando o responsável é do
sexo feminino (2,37%) do que quando é do sexo masculino (1,69%)
✓ Aumento da proporção de domicílios com soluções inadequadas (vala de céu aberto no
solo/terreno, direto no rio, fossa e direto no rio) em domicílios cujo responsável era de
cor/raça negra.
✓ Diminuição da proporção de domicílios com soluções adequadas (rede de esgoto com bom
funcionamento e fossa) quando a escolaridade do responsável do domicílio passa de
alta para sem escolaridade.
✓ Quando a renda mensal familiar é menor que um salário mínimo há menor incidência de
atendimento com rede de esgoto com bom funcionamento e fossa.

As situações relatadas podem ser observadas na Tabela 18.

Tabela 18 – Destino dos esgotos sanitários por sexo, cor/raça, escolaridade e faixa de
renda mensal familiar em número e proporção de domicílios.
Canal de Rede de Vala a céu
Rede de Rede de esgoto
drenagem, rede esgoto e vala aberto no
esgoto com
de esgoto e rede a céu aberto solo
com funcionamento
Destino dos de drenagem, no /terreno,
bom precário, rede Total
esgotos rede de esgoto e solo/terreno, direto no
funciona de drenagem,
direto no rio, rede de rio, fossa
mento e rede de esgoto
fossa e direto no esgoto/direto e direto
fossa precário e fossa
rio no rio no rio
Sexo
N 5.540 377 44 106 220 6.288
Masculino
% 88,12 6,00 0,70 1,69 3,49 100
N 7.740 627 61 212 318 8.957
Feminino
% 86,4 7,00 0,68 2,37 3,55 100
N 13.280 1.004 105 318 538 15.245
Total
% 87,11 6,58 0,69 2,09 3,53 100
Qui-quadrado de Pearson p < 000,1
Cor/raça
N 1.878 128 18 67 46 2.137
Branco
% 87,91 5,98 0,82 3,13 2,16 100
N 11.410 878 88 255 492 13.123
Negro
% 86,94 6,69 0,68 1,94 3,75 100
N 13.288 1.006 106 322 538 15.260
Total
% 87,08 6,59 0,70 2,11 3,53 100
Qui-quadrado de Pearson p < 000,1
Escolaridade
N 2.519 134 17 64 43 2.777
Alta
% 90,72 4,83 0,61 2,31 1,53 100
Intermediá N 5.748 401 38 135 188 6.510
ria % 88,30 6,16 0,58 2,07 2,88 100
N 4.588 431 43 106 277 5.445
Baixa
% 84,26 7,91 0,79 1,95 5,09 100

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
216
Canal de Rede de Vala a céu
Rede de Rede de esgoto
drenagem, rede esgoto e vala aberto no
esgoto com
de esgoto e rede a céu aberto solo
com funcionamento
Destino dos de drenagem, no /terreno,
bom precário, rede Total
esgotos rede de esgoto e solo/terreno, direto no
funciona de drenagem,
direto no rio, rede de rio, fossa
mento e rede de esgoto
fossa e direto no esgoto/direto e direto
fossa precário e fossa
rio no rio no rio
N 254 32 2 9 31 328
Sem
% 77,59 9,65 0,49 2,87 9,4 100
N 13.109 998 100 314 539 15.060
Total
% 87,05 6,62 0,66 2,09 3,57 100
Qui-quadrado de Pearson p < 000,1
Faixa de renda mensal familiar (em salário mínimo)
N 358 21 6 10 5 400
Mais de 20
% 89,41 5,29 1,50 2,60 1,20 100
Mais de 10 N 913 42 5 25 12 997
até 20 % 91,60 4,19 0,54 2,47 1,20 100
Mais de 5 N 1.315 69 12 39 26 1.462
até 10 % 89,96 4,71 0,85 2,69 1,79 100
Mais de 3 N 1.665 93 11 37 50 1.856
até 5 % 89,74 4,99 0,59 1,98 2,69 100
Mais de 1 N 5.759 417 37 122 238 6.574
até 3 % 87,61 6,35 0,57 1,86 3,62 100
N 3.277 364 34 88 207 3.971
Até 1
% 82,53 9,17 0,86 2,22 5,21 100
155.26
N 13.288 1.006 106 322 538
Total 0
% 87,08 6,59 0,70 2,11 3,53 100,00
Qui-quadrado de Pearson p < 000,1
Fonte: QualiSalvador, 2021.

Além da desigualdade com relação às características da população, foram identificadas também


desigualdades com relação ao acesso a soluções adequadas para o destino dos esgotos sanitários
nos diferentes bairro do município, onde os bairros com maior deficiência estão localizados no miolo
da cidade, como pode ser observado na Figura 39 e no Quadro 27.

Ressalta-se que na Figura 39 e no Quadro 27 estão apresentados os resultados relativos à


proporção de domicílios (%) com solução adequada de esgotamento sanitário, que no âmbito do
QualiSalvador foi definida como sendo o atendimento por rede coletora de esgoto com bom
funcionamento ou o atendimento com fossas sépticas.

Por outro lado, na Figura 39 apresenta-se os resultados obtidos por bairro em relação à existência
de rede coletora de esgoto, onde é possível observar que ao se considerar apenas a existência de

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
217
rede coletora os resultados são muito mais positivos do que ao se analisar o funcionamento da rede
existente.

Figura 39- Proporção de domicílios (%) com solução adequada para o destino dos esgotos
sanitários por bairros, 2018-2020 (N=15.260).

Fonte: QualiSalvador, 2021.

Quadro 27 – Faixas de proporção de domicílios (%) com destino dos esgotos sanitários
adequados por bairro, 2018-2020 (N=15.260).
Faixa de % de
Bairros
proporção bairros
Palestina, Santa Luzia, Granjas Rurais Presidente Vargas, Narandiba, Canabrava,
Valéria, Trobogy, Novo Marotinho, Comércio, Itinga, Castelo Branco, Vale dos 60,20-73,30 8,75
Lagos, Vila Canária e Dom Avelar
Retiro, Saramandaia, Bom Juá, Areia Branca, Águas Claras, Calçada, Cajazeiras
XI, Calabar, Lobato, Fazenda Coutos, Mangueira, Costa Azul, Mares, Sussuarana,
Nova Esperança, Moradas da Lagoa, Cajazeiras VII, Jardim
73,31-83,71 20,00
Nova Esperança, Boca do Rio, Pituaçu, Campinas de Pirajá, Engomadeira,
Arenoso, Ribeira, Capelinha, Bairro da Paz, Massaranduba, Boa Vista de São
Caetano, Nordeste de Amaralina, São Tomé, Barris e Doron.
Pau da Lima, Marechal Rondon, São Marcos, Sete de Abril, Nova Constituinte,
Baixa de Quintas, São João do Cabrito, Alto da Terezinha, Arraial do Retiro, Alto
83,72-89,10 25,63
do Cabrito, Jardim Cajazeiras, Curuzu, Nova Brasília, Santo Antônio, Jardim das
Margaridas, Federação, Beiru/Tancredo Neves, Cajazeiras VI, Vale das

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
218
Faixa de % de
Bairros
proporção bairros
Pedrinhas, Cajazeiras IV, Pernambués, Fazenda Grande do Retiro, Pero Vaz Ilha
dos Frades, Cassange, Calabetão, Coutos/Vista Alegre, Centro/Dois de Julho, Ilha
de Maré, Uruguai, Canela, Pituba, Luiz Anselmo, Garcia, Boca da Mata, Nazaré,
Alto das Pombas, Boa Viagem, Jardim Armação, Santa Mônica, Fazenda Grande
II.
Centro Histórico, Cabula, Alto do Coqueirinho, Bonfim, Ondina/Chame-Chame,
Lapinha, Liberdade, Chapada do Rio Vermelho, Fazenda Grande IV, Cajazeiras
VIII, Stella Maris, Cajazeiras X, Cosme de Farias, Itapuã, Stiep Paripe, Cajazeiras
V, São Gonçalo, Engenho Velho de Brotas, Itacaranha, Resgate, São Caetano,
Caminho de Areia, Vila Ruy Barbosa/Jardim Cruzeiro, Novo Horizonte, Patamares, 89,93-93,10 28,75
Nova Sussuarana, Itaigara, Jaguaripe I, São Cristóvão, Boa Vista de Brotas, Praia
Grande, Vitória, São Rafael, Mata Escura, Periperi/Colina de Periperi/
Mirante de Periperi, Matatu, Candeal, Pau Miúdo, Macaúbas, Fazenda Grande III,
Rio Vermelho, Mussurunga, Saboeiro, Brotas/Horto Florestal e Saúde.
Cajazeiras II, Caixa d’Água, IAPI, Graça, Piatã, Imbuí, Engenho Velho da
Federação, Tororó, Fazenda Grande I, Pirajá, Santa Cruz, Jardim Santo Inácio,
Barra, Barreiras, Cabula VI, Acupe, Rio Sena, Monte Serrat, Roma, Santo 93,11-100 16,88
Agostinho, Barbalho, Vila Laura, Cidade Nova, Amaralina, Caminho das Árvores,
Ilha de Bom Jesus dos Passos, Plataforma/Ilha Amarela.
Fonte: QualiSalvador, 2021.

Figura 40 - Proporção de domicílios (%) com rede coletora de esgotos por bairros, 2018-
2020 (N = 15.260)

Fonte: QualiSalvador, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
219
No que diz respeito à existência de banheiros com instalações hidráulicas sanitárias, de acordo com
resultados da pesquisa, 93,50% dos domicílios pesquisados dispõe de banheiro com vaso sanitário,
pia e chuveiro. Como pode ser observado na Tabela 19, um total de 6,26% dos domicilios possuia
banheiro que não contava com uma ou mais das instalações consideradas essenciais (vaso
sanitário, pia e chuviro) e 0,24% dos domicilios não possuiam nenhum tipo de banheiro.

Apesar do baixo percentual de domiclios sem banheiro, ressalta-se que esse percentual representa
aproximandamente 6.894 habitantes sem acesso a nenhum tipo de banheiro e 179.809 habitantes
com acesso a banheiros “incompletos”, considerando a população de Salvador de 2.872.347
habitantes estimada pelo IBGE para 2019 (período em que foram aplicados os questionários). A
Tabela 19 apresenta o percentual e número de domicílios com relação a existência de banheiros
com instalações hidráulicas sanitárias.

Tabela 19 – Existência de banheiro com instalações hidráulicas sanitárias nos domicílios,


2018-2020 (N=15.260).
Existência de banheiro com instalações
N % Acumulado
hidráulicas sanitárias
Sim, tem banheiro, com vaso sanitário, pia e chuveiro 14.269 93,50 93,50
Sim, tem chuveiro, com vaso sanitário e pia 109 0,72 94,22
Sim, tem chuveiro, com vaso sanitário e chuveiro 707 4,64 98,88
Sim, tem banheiro, com vaso sanitário 118 0,77 99,63
Sim, tem banheiro, apenas com chuveiro 20 0,13 99,76
Não tem banheiro 37 0,24 100
Total 15.260 100
Fonte: QualiSalvador, 2021.

6.1.3 ANÁLISE DOS INDICADORES DO PLANSAB RELATIVOS AO ESGOTAMENTO SANITÁRIO

No Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), elaborado em 2013, foram definidos


indicadores relacionados ao esgotamento sanitário para a avaliação da situação dos serviços e a
caracterização do déficit em todo o país, utilizando o conceito de déficit em saneamento básico,
apresentado na Figura 41.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
220
Figura 41- Conceito de déficit em saneamento básico adotado no Plansab

Fonte: Plansab, 2013

Para o esgotamento sanitário, o Plansab (2013) definiu as situações consideradas como


atendimento adequado, atendimento precário e sem atendimento, conforme Quadro 28.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
221
Quadro 28 – Definição de déficit no esgotamento sanitário, de acordo com o Plansab
Déficit
Atendimento adequado
Atendimento precário Sem atendimento
– Coleta de esgotos, seguida de tratamento;
– Uso de fossa séptica* Todas as situações não
– Coleta de esgotos, não enquadradas nas definições
*Por “fossa séptica” pressupõe-se a “fossa seguida de tratamento; de atendimento e que se
séptica sucedida por pós-tratamento ou – Uso de fossa rudimentar. constituem em práticas
unidade de disposição final, consideradas inadequadas
adequadamente projetados e construídos”.
Fonte: Plansab, 2013

Em 2018 a então Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do extinto Ministério das Cidades
(atual Secretaria Nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional) iniciou o
processo de revisão do Plansab, que atualmente está em fase final de avaliação pelos Conselhos
Nacionais da Saúde, do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos.

Para a avaliação da situação dos serviços de esgotamento sanitário e a caracterização do déficit


em todo o território nacional, o Plansab definiu indicadores relativos ao esgotamento sanitário, que
sofreram algumas alterações na versão atualizada em 2019. Os indicadores propostos na versão
original de 2013 e na revisão de 2019 são apresentados no Quadro 29.

Quadro 29 – Indicadores do Plansab sobre o esgotamento sanitário


Plansab 2013 Plansab 2019
Indicador Descrição Indicador Descrição
% de domicílios urbanos e rurais % de domicílios urbanos e rurais
servidos por rede coletora ou fossa servidos por rede coletora ou fossa
E1 E1
séptica para os excretas ou esgotos séptica para os excretas ou esgotos
sanitários sanitários
% de domicílios urbanos servidos por % de domicílios urbanos servidos por
E2 rede coletora ou fossa séptica para os E2 rede coletora ou fossa séptica para os
excretas ou esgotos sanitários excretas ou esgotos sanitários
% de domicílios rurais servidos por % de domicílios rurais servidos por rede
E3 rede coletora ou fossa séptica para os E3 coletora ou fossa séptica para os
excretas ou esgotos sanitários excretas ou esgotos sanitários
Volume de esgoto coletado tratado / Volume de esgoto coletado tratado /
E4 E4
Volume de esgoto coletado Volume de esgoto coletado
% de domicílios (urbanos e rurais) com % de domicílios urbanos e rurais) com
renda até três salários mínimos renda até três salários mínimos mensais
E5 E5
mensais que possuem unidades que possuem unidades hidrossanitárias
hidrossanitárias de uso exclusivo
% de prestadoras de serviço que % de municípios cujos prestadores
E6 cobram pelos serviços de esgotamento E6 cobram pelo serviço de esgotamento
sanitário sanitário
Fonte: Plansab, 2013 e Plansab. 2019

Os indicadores E1, E2, E3 e E5 do Plansab buscam caracterizar o déficit em relação ao atendimento


com esgotamento sanitário adequado na zona urbana e na zona rural dos municípios brasileiros, e,

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
222
portanto, esses indicadores foram calculados para o município de Salvador, utilizando os dados do
Censo Demográfico do IBGE de 2010. Os demais indicadores do Plansab (E4 e E6) serão
abordados posteriormente, nos itens 6.4.1.2.2 e 6.4.1.3.1 respectivamente, que abordam a
qualidade dos serviços prestados pela Embasa no município.

Para o cálculo do indicador E5, foram avaliados os dados do Censo Demográfico de 2010 sobre a
existência de banheiro ou sanitário por classes de rendimento em Salvador, conforme apresentado
na Tabela 20:

Tabela 20 – Existência de banheiro ou sanitário por classe de rendimento nominal mensal


domiciliar em Salvador (2010)
Classes de rendimento nominal mensal domiciliar
Existência de banheiro ou Acima de Acima de
Total Até 3SM Total Até 3SM
sanitário 3SM 3SM
Continente Ilhas
Quantidade 857.016 543.377 313.639 1.871 1.682 189
Total
% 100,00% 63,40% 36,60% 100,00% 89,90% 10,10%
Tinham banheiro - Quantidade 843.128 530.309 312.819 1.775 1.587 188
de uso exclusivo
do domicílio % 98,38% 97,60% 99,74% 94,87% 94,35% 99,47%
Quantidade 10.341 9.568 773 22 22 0
Tinham sanitário
% 1,21% 1,76% 0,25% 1,18% 1,31% 0,00%
Não tinham Quantidade 3.502 3.500 2 74 73 1
banheiro nem
sanitário % 0,41% 0,64% 0,00% 3,96% 4,34% 0,53%

Fonte: IBGE, 2010

De acordo com o IBGE (2010), “banheiro” é definido como o cômodo que dispõe de chuveiro (ou
banheira) e vaso sanitário (ou privada) e de uso exclusivo dos moradores, inclusive os localizados
no terreno ou na propriedade. Por outro lado, “Sanitário” é definido como o local limitado por paredes
de qualquer material, coberto ou não por um teto, que dispunha de vaso sanitário ou buraco para
dejeções. No Censo Demográfico de 2010 investigou-se a existência de sanitário, de uso exclusivo
ou não dos moradores juntamente com o banheiro de uso comum a mais de um domicílio.

Como pode ser observado na Tabela 20, de acordo com o IBGE (2010), 63,5% dos domicílios da
parte continental de Salvador possuíam rendimento nominal mensal domiciliar de até 3 salários
mínimos e, destes, 97,6% possuíam banheiro de uso exclusivo do domicílio. Nesta classe de
rendimento existiam na parte continental de Salvador 9.568 domicílios com “sanitários” e 3.570
domicílios sem banheiros e nem sanitários em 2010, representando uma situação extremamente
precária.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
223
Avaliando os resultados para as ilhas do município, observa-se um índice menor de domicílios com
até 3 S.M com sanitários de usos exclusivos do domicílio (94,35%), deixando evidente a
precariedade das ilhas, que devem ser priorizadas nas demais etapas do PMSBI.

A partir dos dados da Tabela 13 e da Tabela 20 foi possível calcular os indicadores E1, E2, E3 e E5
do Plansab para o município de Salvador, conforme pode ser observado na Tabela 21.

Tabela 21 - Valores calculados dos indicadores do Plansab relativos à universalização do


atendimento com esgotamento sanitário adequado para Salvador
Valor atual Meta para a região
Indicador Descrição para Salvador Nordeste
(IBGE 2010) 2023 2033
% de domicílios urbanos e rurais servidos por rede
E1 coletora ou fossa séptica para os excretas ou 93,1% 65,8% 85,0%
esgotos sanitários
% de domicílios urbanos servidos por rede coletora
E2 ou fossa séptica para os excretas ou esgotos 93,1% 73,8% 89,0%
sanitários
% de domicílios rurais servidos por rede coletora ou
E3 3,2% 36,7% 61,0%
fossa séptica para os excretas ou esgotos sanitários
% de domicílios urbanos e rurais com renda até três
E5 salários mínimos mensais que possuem unidades 97,6% 93,0% 100,0%
hidrossanitárias de uso exclusivo
Fonte: IBGE, 2010

Ao se analisar os valores dos indicadores do município de Salvador, observa-se que considerando


os critérios do Plansab, Salvador apresentava em 2010 valores superiores à meta definida pelo
Plansab para a região Nordeste em 2033 nos indicadores E1 e E2, enquanto para o indicador E3
(relativo à zona rural) o valor é muito inferior à meta para 2023 e para 2033. Para o indicador E5 o
valor obtido é superior à meta definida para 2023 e inferior à meta definida para 2033 pelo Plansab
para a região Nordeste.

Portanto, para os indicadores E3 e E5 será muito importante a realização de uma nova avaliação
após a realização do próximo Censo Demográfico, que estava previsto para ocorrer em 2020,
entretanto, devido à Pandemia de COVID-19 foi adiado e atualmente possui previsão de realização
no ano de 2022.

6.1.4 COBERTURA ATUAL DE ATENDIMENTO PELO SERVIÇO PÚBLICO DE ESGOTAMENTO

SANITÁRIO

Para o cálculo da cobertura atual de atendimento pelo serviço público de esgotamento sanitário em
Salvador é necessário avaliar o percentual dos domicílios existentes no município que são atendidos
pelo serviço prestado atualmente pela Embasa. Para tanto, utiliza-se o conceito de “economias de
esgoto”, definidas como sendo as unidades de consumo independentes para efeito de faturamento,

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
224
ou seja, uma “economia de esgoto” equivale a um domicílio atendido pelo sistema de esgotamento
sanitário. Já as ligações de esgoto representam a ligação física dos imóveis à rede coletora de
esgoto, e, portanto, no caso de construções verticalizadas com mais de 01 (um) apartamento, casa
e/ou sala comercial por imóvel, executa-se apenas 01 (uma) ligação de esgoto que serve todas as
unidades de consumo, ou economias.

De acordo com os dados mais recentes do Snis (2019), Salvador possuía 866.916 economias
residenciais ativas de esgoto (ES008) e uma população total atendida com esgotamento sanitário
(ES001) de 2.277.388 habitantes, o que resulta em índice de atendimento total com esgotamento
sanitário (IN056) de 79,29% da população estimada pelo IBGE para o município de Salvador em
2019.

Entretanto, é necessário ressaltar que a metodologia utilizada pelo Snis para o cálculo do índice de
atendimento com esgotamento sanitário (IN056) considera a população atendida informada pela
Embasa (ES001) e a população estimada pelo IBGE para o ano de referência, havendo uma
imprecisão no índice gerado, em função do valor estimado pelo IBGE para a população atual do
município, que provavelmente não corresponde à realidade e em função da taxa de ocupação
domiciliar utilizada pela Embasa para o cálculo da população atendida, com base nas economias
residenciais ativas de esgoto. Ressalta-se também que no Snis (2019) o número de economias
residenciais ativas de esgoto é superior ao número de economias residenciais ativas de água, o
que está relacionado à suspensão do abastecimento de água em domicílios inadimplentes, o que
não ocorre com o serviço de esgotamento sanitário, que não pode ser “cortado”, e, portanto, esses
domicílios continuam sendo contabilizados como “economias ativas de esgoto”.

Para realizar uma análise mais detalhada em relação à cobertura de atendimento pelo serviço
público de esgotamento sanitário em Salvador, foi feita a análise das informações fornecidas pela
Embasa em relação ao cadastro georreferenciado dos domicílios atendidos pela prestadora com os
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Esse cadastro foi fornecido pela
Embasa em julho/2021, e, portanto, as informações que serão analisadas a seguir possuem esta
data de referência.

As informações foram analisadas de forma comparativa entre as diferentes regiões do município,


definidas pela delimitação das áreas de abrangência de cada uma das Prefeituras Bairro, que foram
indicadas pela gestão municipal como sendo a unidade territorial de planejamento a ser adotada no
PMSBI.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
225
A partir da análise das informações utilizando ferramenta de geoprocessamento, foi possível
identificar a quantidade de economias residenciais de esgoto existentes em cada Prefeitura Bairro,
de acordo com a classificação adotada pela Embasa para a situação das ligações e economias:

• 1 – Economias potenciais: Domicílios identificados pela Embasa que ainda não possuem
rede coletora de esgoto disponível para realizar a ligação.
• 2 – Economias factíveis: Domicílios identificados pela Embasa que possuem rede coletora
de esgoto disponível para realizar a ligação, mas ainda não se encontram ligados à rede.
• 3 – Economias ativas: Domicílios que estão ligados à rede coletora de esgoto e estão em
situação ativa.

Ressalta-se que no caso do cadastro comercial de ligações e economias de esgoto, não existe a
diferenciação entre “economias ativas” e “economias existentes”, pois quando ocorre a interrupção
no fornecimento de água, não é possível interromper também o atendimento pelo serviço de
esgotamento sanitário, e, portanto, todas as economias existentes de esgoto constam como
economias ativas no cadastro comercial da Embasa. Ressalta-se ainda que nos cálculos foram
utilizadas apenas as economias classificadas como “habitadas” no cadastro comercial da Embasa,
possibilitando que fosse considerada apenas a população efetivamente atendida pelo serviço, se
aproximando de um cálculo mais realista.

Para o cálculo da população atendida com esgotamento sanitário por Prefeitura Bairro, pensou-se
incialmente em utilizar a quantidade de economias residenciais ativas de esgoto, sendo adotada a
taxa de ocupação domiciliar de 3,1 habitantes/domicílio, valor obtido no Censo Demográfico de
2010 do IBGE para o município de Salvador. Por outro lado, para o cálculo da população total de
cada prefeitura bairro seria adotada a projeção populacional do IBGE para Salvador no ano de 2020,
sendo considerada a mesma proporcionalidade obtida no Censo Demográfico de 2010 entre a
população de cada prefeitura bairro, visto que não existe outra fonte de informações com o nível de
detalhamento do Censo Demográfico, que permita um cálculo mais preciso da população atual em
cada Prefeitura Bairro.

Na Tabela 22 apresenta-se a população de cada Prefeitura Bairro, considerando a projeção


populacional do IBGE para o ano de 2020, que é de 2.886.698 habitantes para o município de
Salvador.

Tabela 22 - População por Prefeitura Bairro em 2020


População em 2010 População em 2020
Prefeitura Bairro
Valor % Valor %
1 Centro / Brotas 287.088 11% 309.732 11%
2 Subúrbio / Ilhas 286.115 11% 308.682 11%
3 Cajazeiras 198.005 7% 213.623 7%

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
226
População em 2010 População em 2020
Prefeitura Bairro
Valor % Valor %
4 Itapuã 340.450 13% 367.303 13%
5 Cidade Baixa 180.432 7% 194.664 7%
6 Barra/Pituba 361.616 14% 390.138 14%
7 Liberdade/São Caetano 384.095 14% 414.390 14%
8 Cabula/Tancredo Neves 374.013 14% 403.513 14%
9 Pau da Lima 184.795 7% 199.371 7%
10 Valéria 79.047 3% 85.282 3%
Total 2.675.656 100% 2.886.698 100%
Fonte: IBGE, 2010 e IBGE, 2020

Para a realização do cálculo do índice de atendimento pelo serviço público de esgotamento sanitário
em cada Prefeitura Bairro por meio da metodologia descrita acima, foi avaliada a quantidade de
economias residenciais existentes de esgoto. Na Tabela 23 apresenta-se a quantidade de
economias residenciais habitadas de esgoto por Prefeitura Bairro, assim como o valor da população
atendida (calculada utilizando a taxa de ocupação domiciliar de 3,1hab/domicílio) e a quantidade de
imóveis residenciais que constam no cadastro imobiliário da Secretaria Municipal da Fazenda
(SEFAZ).

Tabela 23 – Quantidade economias residenciais ativas/existentes habitadas de esgoto em


Salvador e quantidade de imóveis residenciais no cadastro imobiliário
Economias residenciais
População habitadas ativas/existentes Quantidade de imóveis
Prefeitura Bairro em 2020 de esgoto residenciais no cadastro
(IBGE) População imobiliário da SEFAZ
Quantidade
atendida
PB Centro / Brotas 309.732 116.727 361.854 84.933
PB Subúrbio / Ilhas 308.682 77.909 241.518 35.835
PB Cajazeiras 213.623 44.977 139.429 37.269
PB Itapuã 367.303 136.242 422.350 90.329
PB Cidade Baixa 194.664 52.869 163.894 32.960
PB Barra / Pituba 390.138 168.204 521.432 127.365
PB Liberdade / São Caetano 414.390 107.784 334.130 67.146
PB Cabula / Tancredo Neves 403.513 113.579 352.095 65.371
PB Pau da Lima 199.371 39.184 121.470 33.933
PB Valéria 85.282 18.068 56.011 13.047
TOTAL 2.886.698 875.543 2.714.183 588.188
Fonte: Embasa, 2021; IBGE, 2010; IBGE, 2020; SEFAZ, 2020

Na Tabela 23 é possível observar que nas Prefeituras Bairro Centro/Brotas, Itapuã e Barra/Pituba
obteve-se uma população atendida superior à população estimada pelo IBGE, indicando que
provavelmente a população atual destas Prefeituras Bairro é superior à população estimada por

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
227
meio dos critérios que foram estabelecidos. Portanto, conclui-se que não é possível utilizar a
metodologia proposta inicialmente para o cálculo do índice de atendimento, pois provocaria uma
grande distorção dos dados por Prefeitura Bairro. As distorções ocorrem em função do valor da
população total para cada Prefeitura Bairro, que foi calculada utilizando o valor da projeção
populacional do IBGE para Salvador no ano de 2020, considerando a mesma proporcionalidade
obtida no Censo Demográfico de 2010 entre a população de cada prefeitura bairro, conforme
detalhado anteriormente na Tabela 22. Os resultados obtidos comprovam que não é possível
calcular a população atual de cada Prefeitura Bairro utilizando-se esta metodologia, pois a dinâmica
de crescimento populacional entre 2010 e 2020 ocorreu de forma diferente em cada região do
município de Salvador.

Como forma de comparação dos resultados, foi consultado o cadastro imobiliário da Secretaria
Municipal da Fazenda (SEFAZ), onde foi levantada a quantidade de imóveis de uso residencial
existentes neste cadastro. Como pode ser observado na Tabela 23, em todas as Prefeituras Bairro
o número de imóveis residenciais cadastrados na SEFAZ é inferior ao número de economias
residenciais existentes de esgoto, o que comprova que grande parte dos domicílios de Salvador
não possui uma regularização fundiária perante o município, se caracterizando como ocupações
espontâneas, as chamadas favelas, invasões e etc., que ocorrem em todo o território municipal. De
acordo com os dados da Tabela 23, apenas 67,18% das economias residenciais existentes de
esgoto cadastradas na Embasa constam no cadastro imobiliário do município.

Comparando-se os valores nas diferentes Prefeituras Bairro, observa-se que a situação mais crítica
ocorre na Prefeitura Bairro Subúrbio/Ilhas, onde apenas 46% das economias residenciais existentes
de esgoto cadastradas na Embasa constam no cadastro imobiliário do município.

Para realizar o cálculo do índice de atendimento de esgoto em cada Prefeitura Bairro de forma a se
aproximar o máximo possível da situação real, foi feito um novo cálculo, considerando no cálculo
da população total das Prefeituras Bairro as informações constantes no cadastro comercial da
Embasa em relação às economias “potenciais” e “factíveis” identificadas pela Embasa. Conforme
detalhado anteriormente, a Embasa possui o cadastro georreferenciado dos domicílios identificados
que ainda não possuem rede coletora de esgoto disponível para realizar a ligação de esgoto
(economias potenciais) e dos domicílios identificados que possuem rede coletora de esgoto
disponível para realizar a ligação de esgoto, mas ainda não se encontram ligados à rede (economias
factíveis). Ressalta-se que o cadastro georreferenciado da Embasa não contempla 100% das
ligações existentes, chegando a cerca de 94% das mesmas, e, portanto, os dados gerados por meio
das análises que serão apresentadas a seguir possuem também um certo grau de imprecisão.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
228
Na Tabela 24 apresenta-se o cálculo de dois indicadores: o índice de cobertura com esgotamento
sanitário (ICE) e o índice de atendimento com esgotamento sanitário (IAE). O índice de cobertura
refere-se ao percentual de domicílios situados em locais que dispõe de rede coletora de esgoto
pronta, podendo os domicílios estarem ligados à rede ou não, enquanto o índice de atendimento
refere-se ao % de domicílios que estão efetivamente ligados ao sistema de esgotamento sanitário
(economias residenciais existentes de esgoto).

No cálculo do ICE considerou-se a soma das economias habitadas residenciais de esgoto


existentes e as factíveis, visto que em todos esses casos a infraestrutura encontra-se disponível
para a população, apesar de uma parcela dos domicílios não serem atendidos por opção do
morador, que prefere continuar utilizando uma solução individual de esgotamento sanitário.

Em ambos os indicadores o denominador da equação corresponde à quantidade total de domicílios


existentes em cada prefeitura bairro. Devido à inexistência de informações mais precisas, conforme
já detalhado anteriormente, para esse valor foi adotada a informação do cadastro comercial da
Embasa, contabilizando as economias habitadas existentes (ativas) e as economias habitadas
factíveis e potenciais.

Na Tabela 24 apresentam-se os resultados obtidos para o IAE e o ICE, utilizando a metodologia


descrita.

Tabela 24 – Índice de cobertura e índice de atendimento com esgotamento sanitário em


Salvador
Quantidade de economias residenciais habitadas de
esgoto Índice de Índice de
Prefeitura Bairro Ativas/ Cobertura Atendimento
Factíveis Potenciais Total
existentes
A B C D=A+B+C ICE=(A+B)/D IAE=A/D
Centro / Brotas 116.727 3.082 7.360 127.169 94,21% 91,79%
Subúrbio / Ilhas 77.909 2.587 6.615 87.111 92,41% 89,44%
Cajazeiras 44.977 3.161 22.715 70.853 67,94% 63,48%
Itapuã 136.242 3.541 11.797 151.580 92,22% 89,88%
Cidade Baixa 52.869 2.173 4.529 59.571 92,40% 88,75%
Barra / Pituba 168.204 2.207 2.185 172.596 98,73% 97,46%
Liberdade / São
107.784 3.210 11.091 122.085 90,92% 88,29%
Caetano
Cabula/Tancredo
113.579 2.408 5.163 121.150 95,74% 93,75%
Neves
Pau da Lima 39.184 2.863 26.014 68.061 61,78% 57,57%
Valéria 18.068 1.546 7.732 27.346 71,73% 66,07%
TOTAL 875.543 26.778 105.201 1.007.522 89,56% 86,90%
Fonte: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
229
Analisando os resultados da Tabela 24, observa-se que ao se avaliar o índice de cobertura
(domicílios com rede coletora disponível), quase todas as regiões do município apresentam índices
superiores a 90%, sendo que apenas nas regiões das Prefeitura Bairro Cajazeiras, Pau da Lima e
Valéria foram identificados valores baixos de cobertura, de 67,94%, 61,78% e 71,73%,
respectivamente. Já o índice de cobertura calculado para o município todo foi de 89,56%.

Por outro lado, ao se avaliar o índice de atendimento (domicílios com ligações existentes de esgoto),
verifica-se que os valores calculados são inferiores, variando entre 88,29% e 97,46% na maioria
das Prefeituras Bairro. Para esse índice, os menores valores foram obtidos também na região das
Prefeituras Bairro Cajazeiras, Pau da Lima e Valéria, que apresentaram valores de 63,48%, 57,57%
e 66,07% de atendimento, respectivamente.

Ao se comparar os altos valores do IAE e ICE na maioria das regiões do município com a situação
dos rios urbanos, observa-se que há uma incompatibilidade entre as duas realidades, visto que
apesar do elevado índice de atendimento do sistema de esgotamento sanitário de Salvador, os rios
urbanos encontram-se em sua quase totalidade poluídos, conforme será apresentado mais
detalhadamente no item 8.1. De acordo com as informações fornecidas pela Embasa, parte da
contaminação dos rios urbanos com esgoto é proveniente das regiões onde existem os trechos
críticos, que são as regiões de ocupações irregulares que se erguem a todo momento no município,
onde a implantação das infraestruturas de esgotamento sanitário é mais complexa, conforme será
abordado no item 6.3. No entanto, observa-se que o cadastro comercial georreferenciado da
Embasa não retrata bem essa realidade, visto que nesse cadastro não é possível visualizar os locais
com maior concentração de “economias potenciais de esgoto”, que poderiam ser interpretados
como os trechos críticos. Portanto, verifica-se uma necessidade de aprimoramento do cadastro
comercial georreferenciado da Embasa para que seja possível identificar de fato os locais onde
existem os trechos críticos, onde será necessário viabilizar ações integradas entre as diversas
esferas do poder público para a efetivação de soluções adequadas de esgotamento sanitário
(individuais ou coletivas) a depender da realidade de cada local.

Ressalta-se que de acordo com as informações fornecidas pela Embasa, existem locais onde os
domicílios estão ligados à rede coletora da Embasa, entretanto, devido a problemas de urbanização,
não foi possível interligar diretamente a rede ao restante do sistema, sendo feito o lançamento em
galerias de drenagem ou rios e riachos que são posteriormente captados pelas Captações em
Tempo Seco (CTS) que serão melhor detalhadas no item 6.2.1.1.2 e 6.2.1.2.2 deste diagnóstico.
Foi solicitado à Embasa o mapeamento dos locais onde essa situação ocorre, entretanto, essa
informação não foi disponibilizada.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
230
Além desta situação, foi observado no material disponibilizado pela Embasa a existência das
“matrículas por força da Lei”. Essas matrículas se referem às economias que foram notificadas pela
Embasa e não fizeram a ligação intradomiciliar à rede coletora disponível no prazo definido na Lei
Estadual nº 7.307 de 23 de janeiro de 1998. Nesses casos estas economias passam a constar no
cadastro comercial da Embasa como economias ativas de esgoto, sendo feita a cobrança pelo
serviço de esgotamento sanitário, como determina a referida Lei, entretanto, o domicílio não está,
de fato, interligado ao sistema. De acordo com a Embasa, atualmente existem 9.777 economias
nessa situação, entretanto foi solicitado à Embasa o mapeamento destes domicílios, mas a
informação não foi fornecida até o momento da conclusão deste diagnóstico (março/2022). Portanto,
é necessário um esforço conjunto da Embasa e da Prefeitura Municipal de Salvador, no sentido de
notificar e obrigar estes cidadãos a realizarem as suas ligações à rede pública, uma vez que é a
Prefeitura quem tem o poder de polícia. Com base nessas 9.777 economias que estão nessa
situação, o IAE do município de Salvador passaria de 89,56% para 89,46%, representado, portanto,
uma parcela insignificante diante do total de economias ativas de Salvador.

Além disso, a disparidade entre o elevado índice de atendimento em comparação com a alta
contaminação dos rios coloca em dúvida a eficiência do sistema de esgotamento sanitário de
Salvador, evidenciando uma operação que pode ser otimizada visando a melhoria da qualidade de
vida da população.

Como forma de avaliar separadamente a situação em cada uma das ilhas de Salvador, que fazem
parte da Prefeitura Bairro Subúrbio/Ilhas, calculou-se também os valores dos indicadores relativos
a cada uma das ilhas e para a parte continental do território da PB Subúrbio/Ilhas, como pode ser
observado na Tabela 25.

Tabela 25 – Índice de cobertura e índice de atendimento com esgotamento sanitário na


Prefeitura Bairro Subúrbio/Ilhas
Quantidade de Economias residenciais de
esgoto Índice de Índice de
Prefeitura Bairro Ativas/ Cobertura Atendimento
Subúrbio/Ilhas Factíveis Potenciais Total
existentes
A B C D=A+B+C ICE=(A+B)/D IAE=A/D
Continente 77.456 2.376 4.941 84.773 94,17% 91,37%
Ilha de Maré 0 0 1.210 1.210 0,00% 0,00%
Ilha dos Frades 188 207 32 427 92,51% 44,03%
Ilha de Bom Jesus dos
265 4 432 701 38,37% 37,80 %
Passos
TOTAL 77.909 2.587 6.615 87.111 92,41% 89,44%
Fonte: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
231
Com relação à PB Subúrbio/Ilhas, observa-se que os valores mais baixos do IAE se referem à Ilha
de Maré, à Ilha dos Frades e à Ilha de Bom Jesus dos Passos, que possuem IAE de 0,00%, 44,03%
e 37,80%, respectivamente, como pode ser observado na Tabela 25. Na Ilha dos Frades, observa-
se que há uma grande diferença entre o ICE (92,51%) e o IAE (44,03%), em função do sistema de
esgotamento sanitário que foi implantado recentemente na localidade de Paramana, e, portanto,
não foram feitas ainda todas as ligações domiciliares previstas, como será melhor detalhado no item
6.2.3.1.2.

Ao se calcular separadamente o ICE e o IAE para a parte continental do município de Salvador,


chega-se a 94,17% e 91,37%, respectivamente, valores muito parecidos ao valor total dos índices
para o município, apresentados na Tabela 24. Isso ocorre em função da baixíssima
representatividade da população existente das ilhas de Salvador quando comparada à população
existente no continente.

Portanto, comparando-se os dois resultados obtidos, verifica-se que na maioria das regiões do
município a diferença entre os dois indicadores varia de 1,99% a 3,65%, sendo que as maiores
diferenças ocorrem nas PB Cajazeiras, PB Pau da Lima e PB Valeria, onde a diferença entre o ICE
e o IAE é de 4,46%, 4,21% e 5,65%, respectivamente. Portanto, no serviço de esgotamento sanitário
nota-se uma quantidade significativa de locais onde há a disponibilidade do serviço de esgotamento
sanitário, sem a efetiva interligação dos domicílios, sendo necessário prever ações nesse PMSBI
para a redução dos valores observados, além das ações necessárias de ampliação da oferta dos
serviços.

No Produto D - Sistema de Indicadores deste PMSBI foi proposta uma série de indicadores para a
avaliação dos serviços de saneamento básico no município de Salvador, que integrarão o Sistema
Municipal de Informações de Saneamento – SIMISAN, que está sendo desenvolvido no produto C
deste PMSBI e conforme preconiza o inciso VI, Art 9 da Lei Federal nº 11.445/2007 deverá ser
implementado pelo município.

Dentre os indicadores, foi proposto o Índice de Saneamento Básico – ISB, que tem como principal
finalidade viabilizar a análise quantitativa comparativa entre as diferentes regiões do município de
Salvador em relação aos níveis de cobertura de atendimento pelos serviços de saneamento básico
ao longo dos anos de implementação do PMSBI. O ISB se constitui como um indicador global da
situação em relação aos serviços de saneamento básico nas diferentes regiões do município, por
meio de uma ponderação entre os índices setoriais de atendimento pelos serviços (índice de
abastecimento de água, índice de esgotamento sanitário, índice de resíduos sólidos e índice de
drenagem urbana).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
232
Na Figura 42 apresenta-se de forma espacializada os valores obtidos para os índices de
atendimento com esgotamento sanitário (Ie), que será um dos índices setoriais que irão compor o
ISB. A classificação do Ie em cores, a partir dos valores obtidos, foi feita de acordo com a faixa de
pontuação proposta no Produto D para a classificação do ISB, conforme apresentado no Quadro
30:

Quadro 30 – Classificação do ISB por faixa de pontuação (%)


Situação Pontuação do ISB
Péssimo 0-25,50
Ruim 25,51 – 50,50
Regular 50,51 – 75,50
Bom 75,51 – 100,00
Fonte: Adaptado de Dias, 2003.

Figura 42 – Índice de atendimento com esgotamento sanitário (Ie) em Salvador por


Prefeitura Bairro

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
233
Analisando os resultados obtidos para o Ie nas diferentes regiões do município de Salvador observa-
se que utilizando as informações disponibilizadas pela Embasa, oriundas do seu cadastro comercial,
chegou-se a valores de índice de atendimento classificados como “bom” (acima de 75,51%) em
quase todas as Prefeituras-Bairro, com exceção apenas da PB Cajazeiras, PB Pau da Lima e PB
Valéria, que foram classificados como “regular” (entre 50,51% e 75,50%) e das ilhas que compõe a
PB Subúrbio/Ilhas, que possuem Ie classificados como ruim (Ilha dos Frades e Ilha de Bom Jesus
dos Passos) e péssimo (Ilha de Maré).

Entretanto, ao se considerar os valores absolutos, observa-se que ainda existe um grande número
de pessoas sem atendimento pelo sistema público de esgotamento sanitário no município de
Salvador, visto que de acordo com os dados fornecidos pela Embasa (2021), 13,10% dos domicílios
não são atendidos atualmente pelo sistema de esgotamento sanitário da Embasa. Considerando a
população total estimada pelo IBGE para 2020 em Salvador (2.886.698 habitantes) chega-se a um
quantitativo de 378.157 pessoas sem acesso a esse serviço, descartando o esgoto gerado em
fossas, valas, rios, mar ou a céu aberto, comprometendo a saúde e o meio ambiente.

Para realizar uma análise mais detalhada dos dados, foram também calculados os valores do IAE
e do ICE para cada um dos bairros do município de Salvador e elaborados os seus mapeamentos,
como pode ser observado na Figura 43 e na Figura 44.

Ao se comparar os resultados do IAE e do ICE nos bairros de Salvador, observa-se que na maioria
dos locais os valores de IAE e ICE se encontram dentro da mesma faixa de classificação, com
exceção para os bairros de São Tomé na PB Subúrbio/Ilhas (ICE bom e IAE regular), o bairro Novo
Marotinho, Canabrava (ICE regular e IAE ruim) e Trobogy (ICE bom e IAE regular) na PB Pau da
Lima e o bairro Santa Mônica (ICE bom e IAE regular) na PB Liberdade/São Caetano.

Analisando apenas os resultados para o IAE, que retrata o atendimento, de fato, pelo sistema,
verifica-se que apenas os bairros da Palestina (PB Valéria), Dom Avelar (PB Cajazeiras), Porto
Seco Pirajá e Vila Canária (PB Pau da Lima), Areia Branca (PB Itapuã) e a Ilha de Maré (PB
Subúrbio/Ilhas) se classificaram na categoria péssimo (menos do que 25% de atendimento).

No Quadro 31 é possível visualizar os bairros de cada Prefeitura Bairro que apresentaram IAE
classificado com péssimo, ruim ou regular.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
234
Figura 43 - Índice de atendimento com esgotamento sanitário (IAE) nos bairros de Salvador

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
235
Figura 44 - Índice de cobertura com esgotamento sanitário (ICE) nos bairros de Salvador

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
236
Quadro 31 – Percentual de bairros em cada Prefeitura Bairro, por faixa de classificação do
IAE
Índice de Atendimento (IAE)
Prefeitura Bairro
Péssimo Ruim Regular Bom
%s 0% 0% 13% 87%
Centro /
Brotas Santo Antônio,
Bairros - - Demais bairros
Nazaré e Comércio
% 5% 11% 11% 74%
Subúrbio / Ilha dos Frades
Ilhas Nova Constituinte e
Bairros Ilha de Maré e Bom Jesus dos Demais bairros
São Tomé
Passos
% 6% 6% 29% 59%
Cajazeiras XI,
Cajazeiras Cajazeiras VIII,
Bairros Dom Avelar Águas Claras Cajazeiras IV, Demais bairros
Castelo Branco e
Jaguaripe I
% 6% 12% 0% 82%
Itapuã Aeroporto e
Bairros Areia Branca - Demais bairros
Itinga
% 0% 0% 29% 71%
Cidade Baixa Calçada, Mares,
Bairros - - Santa Luzia e Demais bairros
Massaranduba
% 0% 0% 0% 100%
Barra /
Pituba Todos os
Bairros - - -
bairros
% 0% 0% 11% 89%
Liberdade /
São Caetano Pero Vaz e Santa
Bairros - - Demais bairros
Mônica
Cabula/ % 0% 0% 5% 95%
Tancredo Granjas Rurais
Neves Bairros - - Demais bairros
Presidente Vargas
% 15% 31% 31% 23%
Sete de Abril, São Marcos, Jardim
Pau da Lima Porto Seco
Nova Brasília, Nova Esperança,
Bairros Pirajá e Vila Demais bairros
Novo Marotinho Vale dos Lagos e
Canária
e Canabrava Trobogy
% 25% 25% 0% 50%
Valéria
Bairros Palestina Valéria - Demais bairros
TOTAL %s 4% 6% 12% 78%
Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

Como forma de avaliar onde se concentram os locais sem atendimento pelo sistema de
esgotamento sanitário (SES) da Embasa, foram elaborados mapeamentos para cada uma das
Prefeituras Bairro com base nas informações do cadastro comercial da Embasa, onde estão
georreferenciados os domicílios que não possuem rede coletora disponível (ligações potenciais de
esgoto), conforme já detalhado anteriormente.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
237
Na Figura 45 apresenta-se o mapeamento relativo ao município de Salvador dos locais sem
atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário da Embasa (ligações potenciais de esgoto),
onde é possível observar que nas PB Cajazeiras e Pau da Lima há a maior concentração de
domicílios sem atendimento pelo SES, enquanto as PB Barra/Pituba e Itapuã apresentam as
menores concentrações de domicílios sem atendimento por rede coletora de esgoto.

Figura 45 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário em Salvador

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
238
Já na Figura 46 apresenta-se o mapeamento relativo ao município de Salvador dos locais sem
interligação ao sistema de esgotamento sanitário (SES) existente da Embasa (ligações factíveis de
esgoto), onde é possível observar que nas PB Liberdade/São Caetano e Cidade Baixa há a maior
concentração de domicílios interligação ao SES, enquanto nas demais Prefeituras Bairro a
concentração é menor.

Figura 46 - Locais sem interligação ao sistema de esgotamento sanitário existente em


Salvador

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
239
Ainda que não esteja destacado no mapa da Figura 46 por conta da proporção do número de
economias se comparado com a parte continental, essa situação de não interligação ao sistema
existente ocorre em grande escala também na localidade Paramana, na Ilha dos Frades, como será
detalhado posteriormente no item 6.2.3.1.2.

Nos mapas apresentados na Figura 47 até a Figura 56 são indicados os locais em cada Prefeitura
Bairro (PB) da porção continental do município, onde se concentram os domicílios sem atendimento
pelo sistema de esgotamento sanitário (SES) da Embasa (ligações potenciais de esgoto), sendo
possível visualizar os locais que estão inseridos nas Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS),
que, de acordo com o PDDU de Salvador (2016) são as zonas destinadas à regularização fundiária
e à produção, manutenção ou qualificação da Habitação de Interesse Social e da Habitação de
Mercado Popular, ou seja, são os locais onde predominam atualmente ocupações irregulares e
informais, relacionadas à parcela da população em situação de maior vulnerabilidade social no
município.

Ao se analisar a Figura 47 observa-se que na PB Barra/Pituba existem dois locais com grande
concentração de locais sem atendimento pelo SES: A ZEIS Nordeste de Amaralina, que perpassa
os bairros da Chapada do Rio Vermelho, Santa Cruz, Nordeste de Amaralina e Vale das Pedrinhas
e nas proximidades da ZEIS Recanto Feliz, no bairro do Costa Azul.

Na Figura 48 observa-se que na PB Cabula/Tancredo Neves também existem dois locais com
grande concentração de domicílios sem atendimento pelo SES: a região dos bairros Doron,
Narandiba e Cabula VI e a região dos bairros São Gonçalo, Arraial do Retiro, Engomadeira e
Barreiras. Em ambas as regiões existem também ZEIS, apesar de a região com maior concentração
ser em locais onde não estão instituídas ZEIS (bairros Doron, Narandiba e Cabula VI).

No caso da PB Cajazeiras (Figura 49) a maior concentração ocorre nos bairros Dom Avelar, Castelo
Branco e Águas Claras, coincidindo com a delimitação das ZEIS Bartolomeu Dias, Rua Direta do
Condor, Dom Lucas e Travessa Eldorado. Nesta PB observa-se também uma concentração elevada
nos bairros Cajazeiras VIII (ZEIS Jardim Mangabeira), Fazenda Grande II (ZEIS Fazenda Grande II),
Cajazeiras XI (ZEIS Rua Monte Ipitanga) e Águas Claras (ZEIS Rua Simone Reis, Águas Claras e
Águas Claras).

Na PB Centro/Brotas (Figura 50) observa-se as maiores concentrações nos bairros do Comércio,


Santo Antônio, Barbalho, Centro Histórico e Nazaré, sendo que nesse caso os locais de maior
concentração não coincidiram com as ZEIS.

Na PB Cidade Baixa (Figura 51) observa-se que a maior concentração de pontos ocorre no bairro
Massaranduba, entretanto nos bairros Uruguai, Vila Ruy Barbosa/Jardim Cruzeiro, Santa Luzia e

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
240
Mangueira também se observa altas concentrações. Todos os bairros citados se encontram dentro
da delimitação da ZEIS Alagados/Uruguai.

Por outro lado, na PB Itapuã (Figura 52) observa-se que os locais sem atendimento estão
distribuídos de forma relativamente uniforme nesta região, não havendo locais que se destacam.
Na extremidade norte desta PB, no bairro Aeroporto, há a indicação de uma concentração de pontos
na região limítrofe com o município de Lauro de Freitas. Como já citado anteriormente, na PB Itapuã
localiza-se o bairro Cassange, que atualmente não conta com serviço público de abastecimento de
água e nem de esgotamento sanitário, entretanto por ser um bairro com poucos domicílios e baixo
adensamento ele não se destaca no mapa que foi elaborado.

Na PB Liberdade/São Caetano (Figura 53) nota-se que o maior adensamento de locais sem acesso
ao serviço público de esgotamento sanitário está no bairro de Pero Vaz (ZEIS Pero Vaz e ZEIS Baixa
da Mangabeira). Entretanto, observa-se também que na região central da PB (bairros Liberdade,
Curuzu, Santa Mônica, IAPI, Fazenda Grande do Retiro, São Caetano, Capelinha e Boa Vista de
São Caetano), que também está dentro de ZEIS, a concentração é intermediária, entretanto superior
a outros bairros da PB.

Na PB Pau da Lima (Figura 54) a maior concentração de domicílios sem acesso à rede coletora de
esgotos da Embasa ocorre nos bairros São Marcos e Pau da Lima (ZEIS São Marcos II), havendo
grande concentração também nos bairros Sete de Abril e Vila Canária (ZEIS Vila Canária, Ipitanga,
Sete de Abril II e III). Em seguida observa-se os bairros Canabrava, Trobogi e Nova Brasília que
apresentam concentrações mais elevadas nos locais dentro da ZEIS Canabrava, Canabrava II, Nova
Brasília de Baixo, Jardim Nova Esperança II e III e Nova Brasília do Aeroporto).

Para a PB Subúrbio/Ilhas foi elaborado o mapa específico para os bairros da parte continental da
PB (Figura 55), onde é possível observar que a maior concentração de locais sem acesso ao
sistema de esgotamento sanitário da Embasa ocorre no bairro Nova Constituinte (ZEIS Nova
Constituinte). Entretanto, em quase toda a área abrangida por esta PB há uma concentração
intermediária de locais sem SES, sendo que apenas na extremidade norte da PB (bairro de São
Tomé), onde há uma grande área verde sem ocupação, se observa uma baixa concentração.

Na PB Valéria (Figura 56) observa-se que os locais sem acesso ao SES da Embasa estão
concentrados nos bairros de Valéria e Palestina, incluindo a região das ZEIS Valéria I, II e III,
Palestina e Bico Doce.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
241
Figura 47 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Barra
Pituba

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
242
Figura 48 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB
Cabula/Tancredo Neves

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
243
Figura 49 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB
Cajazeiras

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
244
Figura 50 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB
Centro/Brotas

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
245
Figura 51 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Cidade
Baixa

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
246
Figura 52 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Itapuã

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
247
Figura 53 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB
Liberdade/São Caetano

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
248
Figura 54 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Pau da
Lima

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
249
Figura 55 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB
Subúrbio/Ilhas (continente)

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
250
Figura 56 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Valéria

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

A Figura 57 que apresenta a situação na Ilha de Bom Jesus dos Passos retrata uma elevada
concentração de domicílios sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário espalhada por
toda a ilha, no entanto essa situação diverge do que foi verificado em campo, quando foi observado
que a maior parte da Ilha dispõe de rede coletora implantada, sendo o maior problema relacionado
à não interligação das águas cinzas geradas nos domicílios à rede existente da Embasa, conforme

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
251
será detalhado posteriormente no item 0. De acordo com as informações da Embasa, apenas 1 das
5 bacias de esgotamento previstas não foi executada (bacia A), e, portanto, se esperaria uma
concentração de economias potenciais de esgoto da região desta bacia, o que não foi verificado no
mapeamento apresentado na A Figura 57. Acredita-se que haja um problema no cadastro comercial
da Embasa em relação às ligações de esgoto potenciais e factíveis nesta ilha, sendo necessário
realizar a atualização deste cadastro.

Figura 57 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na Ilha de Bom
Jesus dos Passos

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Na Ilha dos Frades (Figura 58) identifica-se que a maior concentração de domicílios sem
atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário está em regiões especificas das localidades

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
252
Costa e Paramana. O SES Paramana foi implantado recentemente (operação iniciada em março
de 2021), conforme será detalhado no item 6.2.3.1.2, e, portanto, os locais sinalizados em vermelho
representam os locais onde houve alguma dificuldade na implantação do sistema, e, portanto, não
há rede coletora implantada. Conforme demonstrado na Tabela 25, para a Ilha dos Frades obteve-
se um índice de cobertura com esgotamento sanitário (ICE) de 92,11%, e, portanto, os locais
destacados em vermelho no mapa correspondem aos locais não contemplados por essa cobertura
(7,49% dos domicílios). Ressalta-se ainda que toda a área das localidades da Costa e Paramana
estão inseridas em ZEIS.

Figura 58 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na Ilha dos
Frades

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
253
Ressalta-se que as regiões em destaque nos mapas da Figura 45 até a Figura 58 representam os
locais onde há a maior concentração de domicílios sem rede coletora de esgoto da Embasa
disponível, entretanto, isso não significa que nos locais classificados como baixa concentração não
existam domicílios nesta situação.

Como pode ser verificado nos mapas, a maior parcela da população que não possui acesso ao
serviço de esgotamento sanitário em Salvador está localizada em áreas de ocupação irregular e/ou
com urbanização precária, entretanto, existe também uma parcela da população que possui rede
coletora de esgoto disponível e, no entanto, não está interligada à rede (ligações factíveis de
esgoto).

Para complementar a identificação dos locais sem atendimento pelo serviço de esgotamento
sanitário, foram solicitadas informações aos gerentes das 10 Prefeituras Bairro do município de
Salvador, além da realização de eventos participativos, onde a população do município foi ouvida
em relação às suas demandas relativas ao esgotamento sanitário, conforme será detalhado
posteriormente no item 10.

No Quadro 32 apresenta-se as principais localidades que não são atendidas pelo sistema de
esgotamento sanitário, e, portanto, possuem lançamento de esgoto em locais inadequados, como
rios, riachos, canais de drenagem, valas a céu aberto, etc., de acordo com o que foi levantado pelas
Prefeituras Bairro e o que foi relatado pela população nos eventos participativos realizados.

Cabe salientar que em algumas situações as Prefeituras Bairro só forneceram informações de


problemas de esgotamento sanitário de maneira geral, ou seja, por bairro, sem informar
especificamente quais os locais que apresentam esses problemas. Portanto, nos casos em que
constam apenas os nomes dos bairros no Quadro 32, não significa que todo o bairro sofre com
problemas de esgotamento sanitário.

Quadro 32 –Localidades por Prefeitura Bairro onde houve apontamentos de falta de


atendimento com esgotamento sanitário.
Prefeitura
Bairros Local
Bairro
Acupe Rua Padre Eloy e Buraco Da Gia - Rua Prof. Rômulo Almeida
Baixa Da Torre - Daniel Lisboa; Comunidade Da Polêmica – Rua
Brotas
André Luís - Parque Bela Vista
PB1 - Vila Laura Rua Luiz Negreiro
Centro/
Brotas Matatu Baixa Do Tubo - Rua Edson Saldanha - Vale Do Matatu
Engenho Velho de
Comunidade Do Bariri
Brotas
Garcia Av. Dom Manuel I - Fazenda Garcia
Coutos Rua Monteiro Lobato
Alto de Coutos Rua Novo Horizonte

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
254
Prefeitura
Bairros Local
Bairro
Fazenda Coutos 1ª Travessa Joaquim Nabuco, ruas próximas ao campo do Realce;
Itacaranha Rua Nilton Lopes e Rua do Campo
Plataforma Rua das Pedrinhas e Rua Zapata
Praia Grande Rua Brasil
Rio Sena Rua 5 de Novembro
Praia de Tubarão; Portelinha, parte baixa de Paripe, Rua Pará e
Paripe
Recanto da Urbis
Periperi Rua Paquetá
PB2 - São Tomé Rua Ailton Melo. Lupicínio Rodrigues e Deraldo Gentil
Subúrbio/ Ilha Amarela Rua do Sapoti, Rua da Cabaceira, Rua Abrolhos e Rua Pinedo.
Ilhas
Localidade De Santana – Em Frente A Escola Municipal Claudemira
Santos Lima; Rua Do Dendê
Ilha de Maré Localidade De Passa Cavalo – Em Frente A Escola Nossa Senhora
De Fátima
Localidade De Botelho
Ilha de Bom Jesus do 1° Travessa do Brito, próximo ao CRAS; Rua Feliciano Pereira, Rua
Passos Fonte Grande, Fonte Nova e Terezinha; Rua Formosa;
Localidade De Paramana – Em Frente A Escola Municipal Ilha Dos
Ilha dos Frades Frades, Rua Da Mangueira, Rua do Torto; Rua da Fonte e Beira-
mar e Avenida Principal
Cajazeiras II
Cajazeiras V
Rua Maria Das Dores Leite, Loteamento Santo Antônio e no
PB3 - Cajazeiras XI
Caminho 13.
Cajazeiras
Cajazeiras X Rua Alfaiate Kadu e Av. Eng. Raimundo Carlos Very
Castelo Branco Rua Oswaldo Cruz, 1ª Etapa e Rua Poços De Caldas, 3ª Etapa
Cajazeiras VIII Av. Venturino
Imbuí Bate Facho
Alto do Coqueirinho
Baixa do Dendê
Jacaré
Bairro da Paz Rua Boca do Rio e Rua Salvador da Pátria.
Rua Beira Rio – Km17, Rua Do Bispo, Tocaia (Loteamento Bom
Itapuã
Viver), Rua Álvaro Baqueiro, Vila Ex- Combatentes
Ceasa Jardim Campo Verde
PB4 – Mussurunga Baixinha Mussurunga, Rua da Adutora
Itapuã Rua Rio Doce, 3ª Travessa Duque de Caxias, 1ª Avenida da
Bairro Da Paz Jamaica, Rua Presidente Duarte, Rua Boca do Rio, Rua Baixa do
Tubo,
São Cristovão Rua Barro Duro
Parque São Cristóvão Rua Leste 05, Quadra 14
Cassange Nova Esperança Do Cassange
Piatã Rua Luciano Pacheco
Vila Verde
Rua Alto do sossego/ Av. Professor Manuel Ribeiro, Rua Hélio
Boca do Rio
Machado e na praia de Armação
Uruguai Rua 1º de Janeiro, Mangueira e outras

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
255
Prefeitura
Bairros Local
Bairro
PB5- Massaranduba Avenida Caminho de Areia, Vila Ruy Barbosa
Cidade
Baixa Jardim Cruzeiro
Rua Antônio Celestino (Marginal a Av. Nova República), Rua Santo
Santa Cruz Antônio (Marginal a Av. Nova República), Rua Padre José, Rua 07
de Agosto
Chapada do Rio
Vermelho
PB6 - Vale das Pedrinhas
Barra/ Rua Ferreira Santos, Rua Silvestre de Faria, Ladeira 13 de julho e
Federação
Pituba 2° travessa Pedro Gama.
Engenho Velho da
Rua Sérgio de Carvalho,
Federação
Nordeste de Amaralina Travessa 23 de abril e Cristovão Colombo, Rua 26 de Abril
STIEP 1ª Travessa Arnaldo Lopes
Federação Rua Alto Sérgio de Carvalho (Avenida Vera)
Campinas de Pirajá Rua Luan Braga, Rua Beira Dique, Rua Vila Leal
Curuzu Travessa Rio Negro
PB7 - Marechal Rondon
Liberdade/
IAPI Brongo - Rua Antônio Balbino
São
Caetano Pero Vaz Av. São José.
Santa Mônica
São Caetano Rua Nova Do Camurujipe
Mata Escura Rua do Triunfo
Travessa Santa Bárbara; Baixa do Saboeiro, Rua do Campo Largo
Saboeiro
e Rua Beto Gaban.
São Gonçalo Travessa Santinha
Conjunto Arvoredo, Loteamento Alto da Bela Vista, Arenoso, Cabula
Beiru Tancredo Neves
VI e Estrada da Cachoeirinha. Parque Jocélia II
PB8 - Rua Canaã, 21 de Abril, São José, Nossa Senhora de Fátima, Rua
Cabula/ Tancredo Neves Eronildes e Leão Velame, Rua Doralice Pereira, Estrada das
Tancredo Barreiras e final da Rua Marluce
Neves Cabula Rua Martiniano Bonfim.
Barreiras
Narandiba
Engomadeira
CAB – Centro
Lançamento de esgoto clandestino atrás da UPB.
Administrativo da Bahia
Pernambués Avenida Jamaica, Horto Bela Vista
São Marcos Baixa Santa Rita
Jardim Nova
Rua Daniel Gomes
Esperança
Pau da Lima Baixa de Vila Esperança
PB9 - Pau São Marcos Acesso Local 01 Gal Costa, Vale de Pituaçu
de Lima Conj. Colina Do Mar, Colinas De Pituaçu, Rua Maria Henrique, Rua
São Rafael
Baixa Fria
R. Santo Antônio De Pádua, R. Professor Milton Santos, R.
Vale dos Lagos
Jornalista Ulisses Madruga (Atrás Do Campo)
Canabrava R. Deputado Jairo Azi(Vila Santinha), Av. Mario Sérgio

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
256
Prefeitura
Bairros Local
Bairro
R. Dos Humildes, Rua 13 De Maio - Via Regional, 2ª Travessa 13
Sete de Abril
de Maio, Atrás do Campo e Vila Cambonas
Vila Canária R. Lindolfo Barbosa, 2ª Travessa 2 de Julho e outros locais

Jardim Cajazeiras R. Da Alegria

Nova Brasília de
Comunidade Da Rocinha, Rua Euclides Da Cunha
Valéria
Comunidade Da Sapolândia, Comunidade Do Pantanal, Travessa
da Fonte, Rua Candelabro, na Baixa da Fonte. Entre a Rua Velha e
a Rua Nova de Pirajá, Estrada do Cobre; Rua Samuel Garcia
Varjão, na localidade do Pantanal entre o Conjunto Pirajá e a Rua
Nova de Pirajá, Rua Baixa do Campo, depois das Casinhas e
Pirajá
abaixo da antiga empresa IASA, na Rua Velha de Pirajá, Toda a
PB10 - ocupação do lado direito da Rua Oscar Seixas, na Rua Velha de
Valéria Pirajá. Via que dá acesso ao Subúrbio Ferroviário, Travessa 24 de
Agosto ou Travessa São Bartolomeu, na Rua Velha de Pirajá, Rua
Lídio dos Santos e Baixa da Fonte;
Comunidade Da Bolachinha, Comunidade Terracom, Comunidade
Formigueiro, Rua das Conchinhas de Valéria, Rua Avenida Valeria
Valéria e Rua da Alegria, Rua Cristo Rei, Rua Nossa Senhora, Loteamento
Vila Valéria, Rua Nossa Senhora das Graças, Rua TV Palmeiras,
Rua da Matriz sentido Derba, Rua Petrolina Dercia e Rua Vitalino
Palestina Comunidade da Suécia e outros locais
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

De modo geral, as localidades apresentadas correspondem a ocupações desordenadas que não


possuem nenhuma infraestrutura, dificultando a implantação do sistema de esgotamento sanitário
para coleta e afastamento dos efluentes.

Nas figuras a seguir são apresentadas algumas imagens que retratam os problemas apresentados
no Quadro 32.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
257
Figura 59 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB
Centro/Brotas

Engenho Velho de Brotas Vila Laura Vale do Matatu – Baixa do Tubo

Fonte: Prefeitura Bairro Centro/Brotas, 2021

Figura 60 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB


Subúrbio/Ilhas (continente)

Rua Monteiro Lobato – 1ª Travessa Joaquim Nabuco Rua Nilton Lopes – Itacaranha
Coutos – Fazenda Coutos

Fonte: Prefeitura Bairro Subúrbio/Ilhas, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
258
Figura 61 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB
Subúrbio/Ilhas (ilhas)

Ilha de Maré - Santana Ilha dos Frades - Paramana Ilha de Bom Jesus dos Passos

Fonte: Prefeitura Bairro Subúrbio/Ilhas, 2021 e CSB Consórcio, 2021

Figura 62 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB


Cajazeiras

Rua Maria das Dores


Av. Venturino - Rua Poços de Caldas, 3ª etapa – Leite, loteamento Santo
Cajazeiras VIII Castelo Branco Antônio – Cajazeiras XI

Fonte: Prefeitura Bairro Cajazeiras, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
259
Figura 63 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Itapuã

3ª Travessa Duque de Rua Presidente Duarte – 1° Travessa da Jamaica


Caxias – Bairro da Paz Bairro da Paz – Bairro da Paz

Fonte: Prefeitura Bairro Itapuã, 2021

Figura 64 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Cidade


Baixa

Rua 1º de Janeiro - Rua Vitória da Conquista -


Uruguai Massanduba

Fonte: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
260
Figura 65 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB
Barra/Pituba

Rua 07 de Agosto– Santa Cruz Rua Padre José– Santa Cruz

Fonte: Prefeitura Bairro Barra/Pituba, 2021

Figura 66 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB


Liberdade/São Caetano

Travessa Rio Negro - Curuzu Rua Beira Dique - Campinas de Pirajá

Fonte: Prefeitura Bairro Liberdade/São Caetano, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
261
Figura 67 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB
Cabula/Tancredo Neves

Rua Fernando Hernandes Rua Martiniano Bonfim - Engomadeira


Gentil – Beiru/Tancredo Neves Cabula

Fonte: Prefeitura Bairro Cabula/Tancredo Neves, 2021

Figura 68 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Pau da


Lima

Rua 13 de Maio – Sete de Abril Rua Maria Henrique – São Rafael

Fonte: Prefeitura Bairro Pau da Lima, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
262
Figura 69 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Valéria

Comunidade da Sapolândia -Pirajá Comunidade Terracom - Valéria

Fonte: Prefeitura Bairro Valéria, 2021

6.1.5 INDICADORES DO PMSBI RELATIVOS À UNIVERSALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS

No Produto D - Sistema de Indicadores deste PMSBI foi proposta uma série de indicadores para a
avaliação da prestação dos serviços de esgotamento sanitário no município de Salvador, que
integrarão o Sistema Municipal de Informações de Saneamento – SIMISAN, que está sendo
desenvolvido no produto C deste PMSBI e conforme preconiza o inciso VI, Art 9 da Lei Federal nº
11.445/2007 deverá ser implementado pelo município.

Os indicadores concebidos para a análise relativa à prestação do serviço de esgotamento sanitário


foram separados em 5 categorias, definidas de acordo com os princípios da Lei de Diretrizes
Nacionais para o Saneamento Básico:

a) Universalização do acesso;
b) Qualidade dos serviços prestados;
c) Eficiência;
d) Sustentabilidade econômico-financeira; e
e) Sustentabilidade ambiental.

Os valores obtidos para os indicadores relativos à categoria Universalização serão apresentados e


analisados a seguir, enquanto os demais indicadores serão abordados no item 6.4.

Conforme detalhado no Produto D, os indicadores relativos à universalização dos serviços serão


subdivididos em duas subcategorias: Indicadores com atualização anual pela prefeitura e pelo

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
263
prestador de serviços e Indicadores com atualização a cada edição do Censo Demográfico
do IBGE. Esta divisão tem como objetivo contemplar no SIMISAN os dois tipos de informações
disponíveis sobre os níveis de atendimento da população com os serviços de saneamento básico,
pois apesar das informações do censo demográfico possuírem um longo período entre cada
atualização (10 anos), trata-se da informação mais precisa disponível, pois a informação de
atendimento pelos serviços é levantada diretamente nos domicílios.

O cálculo dos indicadores relativos ao esgotamento sanitário das duas categorias definidas no
Produto D serão apresentados a seguir:

6.1.5.1 Indicadores com atualização anual pela prefeitura e pelo prestador de serviços

Nesta categoria foram propostos os indicadores UE1, UE2 e UE3 que são calculados anualmente
a partir das informações fornecidas pelo prestador do serviço de esgotamento sanitário. No caso
desses indicadores são apresentados os resultados relativos ao ano de 2019, visto que esse é o
último ano com informações disponíveis no Snis, como pode ser observado na Tabela 26:

Tabela 26 - Indicadores de esgotamento sanitário com atualização anual pela prefeitura e


pelo prestador de serviços
Sigla Código Snis Nome do Indicador Unidade Valor Ano
Índice de atendimento total com sistema de Percentual
UE1 IN056 79,29% 2019
esgotamento sanitário (%)
IN047 ou Índice de atendimento urbano com sistema de Percentual
UE2 79,31% 2019
IN024 esgotamento sanitário (%)
Índice de atendimento da população rural por sistema Percentual
UE3 - 0,00% 2019
de esgotamento sanitário (%)
Fonte: Snis,2019.

Os indicadores UE1 e UE2 correspondem aos indicadores IN056 e IN047/IN024 do Snis, relativos
ao índice de atendimento total e urbano pelo sistema público de esgotamento sanitário. Como já
detalhado no item 6.1.4, atualmente esses indicadores são calculados em função das economias
ativas de água, e, portanto, se referem à população efetivamente atendida pelo serviço de forma
oficial. Nesses indicadores considera-se a estimativa anual do IBGE como sendo a população total
do município e a população urbana é calculada utilizando a taxa de urbanização do último censo
demográfico, que no caso do Censo de 2010 foi de 99,97%. Observa-se que o valor dos dois
indicadores é praticamente igual, devido à pequena representatividade da população rural em
relação à população total do município. O Indicador UE3 é calculado em função da diferença da
população total atendida com esgotamento sanitário (Snis - ES001) e a população urbana atendida
com esgotamento Sanitário (Snis - ES026), o resultado é dividido pela população rural do município,
obtendo-se o valor de 0% para 2019, visto que o valor da população urbana atendida com sistema
público de esgotamento sanitário é igual ao valor da população total atendida, de acordo com o Snis

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
264
(2019). Ressalta-se que existe um equívoco nestas informações, visto que parte da população rural
do município (população da Ilha dos Frades, de acordo com o IBGE) é atendida atualmente pelo
sistema público de esgotamento sanitário operado pela Embasa, conforme será detalhado
posteriormente. Para que esse indicador reflita a realidade do município será necessário que a
Embasa compatibilize a classificação utilizada por ela para a zona urbana e a zona rural com a
classificação adotada pelo IBGE, que também possui uma incoerência, como descrito
anteriormente.

De acordo com a Embasa, durante o fornecimento das informações relativas ao ano de 2020 ao
Snis, houve uma mudança na metodologia de cálculo da população atendida informada ao Snis,
em função da grande diferença existente entre o valor do índice de atendimento do Snis e o valor
do índice de atendimento calculado de acordo com as informações do cadastro comercial da
Embasa. Comparando o valor do indicador IN056 do Snis para o ano de 2019 (79,29%) com o valor
do IAE calculado no item 6.1.4 para o ano de 2021 (87,94%), verifica-se que realmente há uma
incompatibilidade no indicador do Snis.

Segundo a Embasa, a partir do ano base de 2020, o indicador IN024 do Snis passará a ser calculado
de acordo com a seguinte fórmula:

População Urbana Atendida com Esgot. Sanitário


𝐼𝐴𝐸 = 𝑥 100
𝑃𝑜𝑝. 𝑈𝑟𝑏𝑎𝑛𝑎 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝑀𝑢𝑛𝑖𝑐í𝑝𝑖𝑜

Onde:

População Urbana Atendida com Esgot. Sanitário (Código Snis: ES026) = IAE Domicílio x Pop.
Urbana Residente do Município do ano de referência).
População Urbana Residente do Município (Código Snis: GE06a ou POP_URB) = População
Urbana do Município do ano de referência.
Sendo,
𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐸𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜
𝐼𝐴𝐸 𝐷𝑜𝑚𝑖𝑐í𝑙𝑖𝑜 =
𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡. 𝐸𝑥𝑖𝑠𝑡. 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 + 𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡. 𝑒𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 + 𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝐹𝑎𝑐. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡. 𝑒𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜

Onde:

Econ. Resid. Habitadas Existentes esgoto = Considera todas as situações residenciais


habitadas, ou seja, economias ligadas (L), cortadas (C), inativas (I) e suprimidas (S).

Econ. Resid. Fac. Habit. esgoto = economias residenciais factíveis habitadas de esgoto, ou seja,
economias que ainda não estão interligadas à rede pública de esgoto, porém, a concessionária já
disponibilizou o serviço de esgotamento sanitário.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
265
Econ. Resid. Pot. Habit. esgoto = economias residenciais potenciais habitadas de esgoto, ou seja,
aquelas economias que ainda não estão interligadas à rede pública de esgoto, e a concessionária
ainda não disponibilizou o serviço de esgotamento sanitário.

Portanto, a partir do levantamento anual de informações do Snis relativo ao ano de 2020, os


indicadores UE1 e UE2 (equivalentes aos indicadores IN056 e IN024 do Snis) serão calculados de
acordo com a mesma metodologia adotada por este PMSBI.

6.1.5.2 Indicadores com atualização a cada edição do censo demográfico IBGE

Nesta categoria foram propostos os indicadores UE4, UE5, UE6, UE7, UE8, UE9, UE10, UE11,
UE12 e UE13, que são calculados a cada edição de censo demográfico do IBGE (a cada 10 anos).
A forma de cálculo de cada um desses indicadores foi detalhada no produto D deste PMSBI e os
resultados obtidos a partir dos dados do Censo Demográfico de 2010 são apresentados na Tabela
27:

Tabela 27 - Indicadores de esgotamento sanitário com atualização a cada edição do Censo


Demográfico do IBGE
Sigla Nome do Indicador Unidade Valor Ano
Índice de cobertura total dos domicílios com coleta de esgoto por Percentual
UE4 90,80 2010
rede geral (esgoto ou pluvial) (%)
Índice de cobertura dos domicílios urbanos com coleta de esgoto Percentual
UE5 90,82 2010
por rede geral (esgoto ou pluvial) (%)
Índice de cobertura dos domicílios rurais com coleta de esgoto por Percentual
UE6 2,74 2010
rede geral (esgoto ou pluvial) (%)
Índice de cobertura total dos domicílios com soluções individuais Percentual
UE7 2,32 2010
adequadas de esgotamento sanitário (fossa séptica) (%)
Índice de cobertura dos domicílios urbanos com soluções Percentual
UE8 2,32 2010
individuais adequadas de esgotamento sanitário (fossa séptica) (%)
Índice de cobertura dos domicílios rurais com soluções individuais Percentual
UE9 0,46 2010
adequadas de esgotamento sanitário (fossa séptica) (%)
Índice total de utilização de soluções inadequadas de
Percentual
UE10 esgotamento sanitário (fossa rudimentar, vala, rio, lago, mar, outro 6,88 2010
(%)
tipo ou não tinham)
Índice Urbano de utilização de soluções inadequadas de
Percentual
UE11 esgotamento sanitário (fossa rudimentar, vala, rio, lago, mar, outro 6,86 2010
(%)
tipo ou não tinham)
Índice rural de utilização de soluções inadequadas de
Percentual
UE12 esgotamento sanitário (fossa rudimentar, vala, rio, lago, mar, outro 96,80 2010
(%)
tipo ou não tinham)
Índice de domicílios urbanos e rurais com renda até três salários
Percentual
UE13 mínimos mensais que possuem unidades hidrossanitários de uso 97,59 2010
(%)
exclusivo do domicílio
Fonte: IBGE, 2010

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
266
Conforme já comentado anteriormente, no caso do esgotamento sanitário, os indicadores
calculados com os dados do Censo Demográfico do IBGE não refletem o atendimento pelo serviço
de esgotamento sanitário da Embasa, visto que não há a diferenciação entre os domicílios atendidos
por redes coletoras de esgoto e os domicílios que lançam seus esgotos indevidamente em redes
de drenagem de águas pluviais. Entretanto, a sistematização das informações levantada pelo Censo
Demográfico a cada 10 anos pelo IBGE é importante, por demonstrar os tipos de soluções adotadas
no município para o esgotamento sanitário, sendo possível avaliar as demais soluções utilizadas
pela população, além do sistema coletivo de esgotamento sanitário operado pela Embasa.

Os Indicadores UE4, UE5 e UE6 se referem ao Índice de cobertura dos domicílios com coleta de
esgoto por rede geral (esgoto ou pluvial), considerando o total de domicílios, os domicílios urbanos
e os domicílios rurais, respectivamente. Como já detalhado anteriormente no item 6.1.1, a maior
parte dos domicílios de Salvador destinam seus esgotos para redes coletoras de esgoto ou redes
de drenagem de águas pluviais, considerando o total de domicílios (UE4=90,80%) ou apenas os
domicílios urbanos (UE5=90,80%). Considerando apenas a zona rural definida pelo IBGE (Ilha dos
Frades) o índice era muito inferior (UE6=2,7%) em 2010, entretanto, nesse território houve
mudanças significativas após a realização do último censo demográfico, como já detalhado
anteriormente.

Os indicadores UE7, UE8, UE9, UE10, UE11 e UE12 tem como objetivo avaliar os tipos de soluções
individuais adotadas pela população não atendida por rede geral (esgoto ou pluvial). Para esses
indicadores, utilizou-se a classificação adotada pelo Plansab, que considera as fossas sépticas
como soluções adequadas para o esgotamento sanitário, desde que seja sucedida por pós-
tratamento ou unidade de disposição final adequadamente projetados e construídos. Analisando o
resultado desses indicadores, observa-se que na zona urbana o índice de atendimento por soluções
consideradas adequadas (UE8=2,32%) é inferior ao índice de atendimento por soluções
consideradas inadequadas (UA11=6,86%). Na zona rural a situação era ainda mais grave em 2010,
visto que o índice de atendimento por soluções consideradas adequadas era de apenas 0,46%
(UE9), enquanto o índice de atendimento por soluções consideradas inadequadas era de 96,80%
(UA12).

O indicador UE13 corresponde ao indicador E5 do Plansab, que foi abordado anteriormente no item
6.1.3.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
267
6.2 CARACTERIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

De acordo com o cadastro comercial da Embasa, relativo a julho de 2021, o município de Salvador
possui atualmente um total de 904.489 economias e 466.554 ligações existentes habitadas de
esgoto. Conforme já detalhado anteriormente, no caso do serviço de esgotamento sanitário não há
uma diferenciação entre as ligações e economias existentes e ativas, visto que não é possível
interromper a prestação deste serviço.

Analisando as informações da Tabela 28 observa-se que cerca de 97% das economias de esgoto
existentes no município são da categoria residencial e cerca de 3% são da categoria comercial,
enquanto as demais categorias representam menos de 0,5% do total de economias de esgoto
existentes.

Tabela 28 – Quantidade de economias de esgoto por categoria


Economias ativas/existentes habitadas Ligações ativas/existentes habitadas de
Categorias de esgoto esgoto
Quantidade % Quantidade %
Residencial 875.543 96,8% 452.060 96,9%
Comercial 26.172 2,9% 14.054 3,0%
Industrial 2.770 0,3% 437 0,1%
Pública 4 0,0% 3 0,0%
TOTAL 904.489 100,0% 466.554 100,0%
Fonte: Embasa, 2021.

O Sistema de esgotamento sanitário (SES) de Salvador, operado pela Empresa Baiana de Água e
Saneamento SA (Embasa), que também recebe contribuição de esgotos de Lauro de Freitas e
Simões Filho é composto por 4.088,85 km de redes coletoras, coletores troncos, interceptores e
emissários (terrestres e submarinos), 190 estações elevatórias de esgoto (EEE) e linhas de
recalque, duas estações de condicionamento prévio (ECP) e 76 estações de tratamento de esgoto
(ETE).

Com relação às redes coletoras existentes, ressalta-se que uma grande parte delas são
caracterizadas como “redes condominiais de esgoto", solução de engenharia sanitária que começou
a ser utilizada em Salvador durante a implantação do programa BAHIA AZUL (implementado entre
1995 e 2004), como forma de enfrentar as dificuldades encontradas principalmente nas áreas de
periferia do município, relacionadas, em sua maioria, com a forma de ocupação (elevada densidade,
precário sistema viário, topografia acentuada, urbanização insuficiente, habitações singelas e
inexistência ou deficiência do sistema de drenagem e coleta de lixo). A utilização do sistema
condominial permitiu a implantação do sistema de esgotamento sanitário em locais em que espaços
quase não existiam.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
268
De acordo com Marques, I. S (2017), o sistema condominial de coleta de esgoto foi desenvolvido
no Rio Grande no Norte e adotado em algumas cidades brasileiras com pequenas adaptações. A
ideia é a descentralização final do serviço em condomínios horizontais, formado por uma quadra de
lotes, cuja manutenção seria realizada por um síndico (ALEM SOBRINHO e TSUTIYA, 1999, apud
MARQUES, 2017). Contudo, de acordo com Borja et al. (2007) apud Marques, I. S (2017) a
manutenção do sistema é um fator limitante na concepção dessa tecnologia, apontando como
possibilidade de solução que a manutenção e operação das redes sejam feitas pelo prestador do
serviço, de forma descentralizada.

De acordo com Lobo (2003) apud Marques, I. S (2017) durante a implantação dos sistemas
condominiais em Salvador pelo Programa Bahia Azul não houve a participação da população na
construção do sistema. Os moradores eram consultados apenas para autorizar a passagem dos
ramais pelos lugares indicados pela equipe e para eleger o síndico, que representava a quadra nas
negociações com a Embasa e com a empreiteira encarregada dos serviços. A falta desses pré-
requisitos resultou em má utilização da rede, porque os moradores passaram a fazer ligações
clandestinas de esgoto, conectando as águas pluviais na rede, prejudicando a operação do sistema
e criando para a própria comunidade e para a Embasa um grave problema, que demanda a
utilização de consideráveis recursos não previstos e não financiados, para sua solução. A operação
e a manutenção dos sistemas condominiais que estão em carga são executadas de maneira
totalmente convencional (LOBO, 2003 apud MARQUES, I. S, 2017).

Conforme observado nos eventos participativos, apresentado com maior detalhamento no item 10
desse relatório, por diversas vezes foram relatados problemas de frequentes extravasamento das
redes coletoras de esgoto, o que pode estar relacionado a um subdimensionamento das redes
coletoras existentes ou a problemas relativos à utilização dessas tubulações de forma indevida pela
população para o transporte de águas pluviais. Como nos últimos anos tem se observado um
crescimento desordenado e uma intensa verticalização das edificações em diversas áreas do
município de Salvador, verifica-se a necessidade de realização de estudos específicos para avaliar
se os diâmetros atualmente implantados estão adequados à realidade atual ou se necessitam de
substituição, visto que o problema de subdimensionamento pode acarretar em constantes
entupimentos e extravasamento de esgoto, impactando diretamente na qualidade de vida dos
usuários do sistema de esgotamento sanitário.

Ainda que o sistema de esgotamento de Salvador seja considerado como separador absoluto, o
município conta atualmente com 199 captações de tempo seco (CTS) que fazem a reversão de
corpos d’água, canais e galerias de drenagem para o sistema de esgotamento, visando minimizar
a contribuição de esgotos que chegam as praias, haja visto que parte da população de Salvador

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
269
não é atendida ainda com esgotamento sanitário (principalmente nos locais de ocupações
desordenadas) e há uma grande dificuldade no controle de ligações clandestinas de esgoto na rede
de drenagem.

Os serviços de operação e manutenção das EEE e ECP são de responsabilidade da Gerência de


Elevatórias e Transporte (MPEE), enquanto no caso das ETE a responsável pelos serviços é a
Gerência de Tratamento de Esgoto (MPET), sendo que ambas integram a Unidade de Esgotamento
Sanitário (MPE) da Embasa. No que diz respeito às redes e CTS a manutenção é de competência
das unidades regionais da Embasa, que são denominadas: Unidade Regional da Bolandeira (UMB),
Unidade Regional do Cabula (UML), Unidade Regional da Federação (UMF), Unidade Regional de
Pirajá (UMJ) e Unidade Regional da Candeias (UMS), sendo que a última é responsável pela
operação dos SES das Ilhas de Salvador.

6.2.1 SISTEMA PRINCIPAL DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE SALVADOR

A concepção do esgotamento sanitário de Salvador é caracterizada por dois sistemas principais


denominados Sistema Camarajipe e Sistema Jaguaribe. Os dois sistemas principais são compostos
por oito subsistemas que abrangem 43 bacias de esgotamento sanitário. Analisando a delimitação
das bacias de esgotamento sanitário, proposta no RAPDE e adotada pela Embasa, observa-se que
das 43 bacias, 13 delas contemplam, além do município de Salvador, áreas dos municípios de Lauro
de Freitas e Simões Filho. Cinco bacias estão divididas entre Salvador e Lauro de Freitas
(Flamengo, Baixo Ipitanga, Caji, Quingoma e Areia), duas são exclusivas de Lauro de Freitas (Baixo
Joanes e Picuaia), duas estão divididas entre Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho (Alto
Joanes e Ipitanga III) e 4 estão divididas entre Salvador e Simões Filho (Ipitanga I, Ipitanga II,
Coruripe e Macaco).

Mesmo que algumas bacias de esgotamento sanitário do SES Salvador contemplem parte do
município de Simões Filho (Alto Joanes, Coruripe, Ipitanga I, Ipitanga II, Ipitanga III e Macaco), de
acordo com a Embasa não haverá contribuição de esgoto dessas regiões para o SES Salvador.
Ainda assim, atualmente parte da bacia do Macaco correspondente a Simões Filho contribui para o
SES de Salvador.

O esgotamento sanitário de Salvador também está dividido em duas vertentes: Vertente Baía
(esgotamento para Baía de Todos os Santos) e Vertente Oceânica (esgotamento para o Oceano
Atlântico), essas vertentes foram determinadas pela falha geológica de Salvador.

O Quadro 33 retrata a concepção do sistema de esgotamento sanitário de Salvador e Lauro de


Freitas, de acordo com o que foi proposto no RAPDE (2003).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
270
Quadro 33 – Concepção do sistema de esgotamento sanitário de Salvador e Lauro de
Freitas.
Vertente Sistema Subsistema Município Bacia de esgotamento
Comércio Salvador Comércio, Península e Lobato
Baía Camarajipe Salvador Cobre, Paripe Periperi, Macaco e Aratu
Subúrbio
Simões Filho Macaco
Barra, Pituba, Lucaia, Armação, Campinas,
Tripas, Calafate, Pernambués, Alto
Camarajipe Camarajipe Salvador
Camarajipe, Médio Camarajipe, e Baixo
Camarajipe
Pituaçu Salvador Saboeiro, Baixo Pituaçu e Alto Pituaçu
Baixo Jaguaribe, Trobogi, Médio Jaguaribe,
Salvador Cambunas, Águas Claras, Mangabeira,
Jaguaribe Itapuã e Flamengo
Lauro de Freitas Flamengo
Oceânica Coruripe, Ipitanga I, Médio Ipitanga, Ribeirão
Jaguaribe Salvador
Itapuã e Areia
Ipitanga A
Lauro de Freitas Areia
Simões Filho Coruripe e Ipitanga I
Salvador Caji, Quingoma e Baixo Ipitanga
Ipitanga B Caji, Picuaia, Quingoma, Baixo Ipitanga e
L. de Freitas
Baixo Joanes
Sistemas Salvador Alto Joanes, Ipitanga II e Ipitanga III
descentraliz Ipitanga C L. de Freitas Alto Joanes e Ipitanga III
ados Simões Filho Alto Joanes, Ipitanga II e Ipitanga III
Fonte: Adaptado da Revisão e Atualização do Plano Diretor de Esgotos de Salvador e Lauro de Freitas –
RAPDE ,2003.
A situação atual das bacias de esgotamento de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho está
sintetizada no Quadro 34.

Quadro 34 – Síntese da situação das bacias de esgotamento de Salvador, Lauro de Freitas


e Simões Filho.
Situação Bacias
Alto Camarajipe, Aratu, Armação, Baixo Camarajipe, Barra, Calafate,
Campinas, Cobre, Comércio, Lobato Lucaia, Macaco (parcialmente), Médio
Implantadas (interligadas Camarajipe, Paripe, Península, Periperi, Pernambués, Pituba, Tripas, Alto
ao sistema principal) Pituaçu, Baixo Jaguaribe, Baixo Pituaçu, Flamengo (parcialmente), Itapuã,
Mangabeira, Saboeiro, Médio Jaguaribe (parcialmente), Médio Ipitanga
(parcialmente), Ipitanga III (parcialmente), Areia (parcialmente)
Águas Claras, Cambunas, Trobogi, Ribeirão Itapuã, Médio Jaguaribe
Implantadas (sistemas
(parcialmente), Picuaia, Baixo Ipitanga, Flamengo (parcialmente), Baixo
descentralizados)
Joanes, Quingoma e Caji, Ipitanga III (parcialmente)
Águas Claras, Cambunas, Trobogi, Baixo Ipitanga, Picuaia, Flamengo, Caji e
Obras em andamento
Baixo Joanes.
Projeto em elaboração
(ampliação e implantação Coruripe, Ipitanga I, Médio Ipitanga, Ribeirão Itapuã e Médio Jaguaribe
de bacias)
Sem projeto Alto Joanes, Ipitanga III, Ipitanga II, Areia e Macaco
Fonte: Embasa, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
271
No município de Salvador a maior parte das bacias já estão implantadas, sendo que atualmente
estão em obras as bacias de Águas Claras, Cambunas e Trobogi. Após a conclusão das obras os
sistemas descentralizados existentes nessas bacias serão desativados e as contribuições serão
encaminhadas para a ECP Jaguaribe.

Como pode ser observado no Quadro 33, as bacias Alto Joanes, Ipitanga II e Ipitanga III não tem
previsão de interligação ao sistema principal de esgotamento sanitário de Salvador de acordo com
a concepção do RAPDE, sendo previsto o atendimento por sistemas descentralizados. Entretanto,
durante a elaboração deste diagnóstico constatou-se que por conta da implantação de dois novos
empreendimentos nas bacias de esgotamento Ipitanga II e III, fez-se necessário implantar a EEE
denominada Nova Esperança, que atualmente coleta o efluente gerado nesses empreendimentos
e encaminha para a ECP Jaguaribe.

A Figura 70 ilustra a divisão das vertentes Baía e Oceânica, sistemas Camarajipe e Jaguaribe e as
bacias de esgotamento sanitário.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
272
Figura 70 –Sistema de Esgotamento Sanitário de Salvador

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
273
A Embasa no município de Salvador possui cinco unidades regionais, que no âmbito do
esgotamento sanitário são responsáveis pela manutenção das redes, coletores troncos,
interceptores e CTS do município. Essas unidades regionais são denominadas como Unidade
Regional da Bolandeira (UMB), Unidade Regional do Cabula (UML), Unidade Regional da
Federação (UMF) e Unidade Regional de Pirajá (UMJ). No caso dos SES existentes nas ilhas do
município de Salvador, a operação é realizada pela Unidade Regional de Candeias (UMS), que
além das ilhas de Salvador, é responsável também pela operação dos SES dos municípios de
Candeias, Madre de Deus, São Sebastião do Passé e São Francisco do Conde, que fazem parte
da Região Metropolitana de Salvador.

O Quadro 35 apresenta as unidades regionais e as bacias de esgotamento atendidas por cada uma
delas.

Quadro 35 – Unidades regionais e bacias de esgotamento.


Unidades Regionais Bacia de Esgotamento atendidas
Barra
Baixo Camarajipe - Parcialmente
Campinas
Comércio - Parcialmente
UMF - Federação
Lucaia
Médio Camarajipe - Parcialmente
Pituba - Parcialmente
Tripas
Alto Camarajipe - Parcialmente
Águas Claras
Alto Joanes - Parcialmente
Alto Pituaçu - Parcialmente
Aratu
Baixo Jaguaribe - Parcialmente
Cambunas
Cobre
Coruripe
UMJ - Pirajá Ipitanga I
Ipitanga II
Ipitanga III
Lobato - Parcialmente
Macaco - Parcialmente
Médio Jaguaribe - Parcialmente
Paripe
Periperi
Ribeirão Itapuã
Tropogy - Parcialmente

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
274
Unidades Regionais Bacia de Esgotamento atendidas
Calafate
Alto Camarajipe - Parcialmente
Alto Pituaçu - Parcialmente
Baixo Camarajipe - Parcialmente
Baixo Pituaçu - Parcialmente
UML – Cabula Comércio - Parcialmente
Lobato - Parcialmente
Médio Camarajipe - Parcialmente
Pernambués - Parcialmente
Saboeiro - Parcialmente
Península
Areia
Armação
Baixo Ipitanga
Caji
Flamengo
Itapuã
Manguabeira
Médio Ipitanga
Alto Joanes - Parcialmente
UMB - Bolandeira Alto Pituaçu - Parcialmente
Baixo Camarajipe - Parcialmente
Baixo Jaguaribe - Parcialmente
Baixo Pituaçu - Parcialmente
Pernambués - Parcialmente
Pituba - Parcialmente
Saboeiro - Parcialmente
Trobogi - Parcialmente
Médio Jaguaribe - Parcialmente
Quingoma
Ilha de Bom Jesus dos Passo
UMS – Candeias
Ilha dos Frades
Fonte: Embasa, 2021.

A divisão das unidades regionais da Embasa no município de Salvador tem como premissa os
setores de abastecimento de água e por conta disso ao analisarmos essas unidades com base no
sistema de esgotamento sanitário é possível observar que existem diversas bacias atendidas por
mais de uma unidade regional. As áreas de abrangência das unidades regionais da Embasa em
Salvador estão apresentadas na Figura 71.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
275
Figura 71 – Áreas de atuação das unidades regionais da Embasa.

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
276
6.2.1.1 Sistema Camarajipe

O Sistema Camarajipe é responsável pelo atendimento de aproximadamente 1.854.220 habitantes


por meio de 598.135 economias residenciais ativas habitadas de esgoto e recebe contribuições de
toda vertente Baía e parte da vertente Oceânica. Do total de habitantes atendidos com esgotamento
sanitário no sistema Camarajipe, 1.850.485 habitantes (596.911 economias ativas residenciais
habitadas) contribuem para o sistema principal e os demais contribuem para os sistemas individuais.

A infraestrutura do Sistema Camarajipe é composta por 2.609 km de redes coletoras, coletores


tronco e interceptores, 126 Estações Elevatórias de Esgoto (EEE) e linhas de recalque, uma
Estação de Condicionamento Prévio (ECP) denominada Rio Vermelho, 1.019 m de emissário
terrestre e 2.350 m de emissário submarino.

6.2.1.1.1 Subsistemas de Coleta

Os Subsistemas que compõe o Sistema Camarajipe são: Comércio, Subúrbio e Camarajipe,


compreendendo 19 das 43 bacias de esgotamento sanitário que contribuem para Salvador. Todas
as contribuições de esgotos geradas nesses subsistemas são encaminhadas para a ECP do Rio
Vermelho e posteriormente seguem para o Oceano através do emissário submarino, com exceção
do efluente gerado por 3.795 habitantes que são atendidos através de três ETE localizadas no
sistema Subúrbio (ETE Maré/Itaparica) e sistema Camarajipe (ETE Casas do Metrô e Calabetão de
Baixo), que não foram desativadas e estão abordadas no item 6.2.2.

A Figura 72 apresenta o fluxograma esquemático do sistema Camarajipe, onde é possível visualizar


as contribuições das bacias de esgotamento para o sistema.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
277
Figura 72 – Fluxograma esquemático do sistema Camarajipe.

Legenda:

Fonte: Adaptado de Embasa, 2021.

6.2.1.1.1.1 Subsistema Comércio

O Subsistema Comércio faz parte da vertente Baía e recebe contribuição de aproximadamente


211.776 habitantes, que corresponde a 11,42% da população atendida através do Sistema
Camarajipe. O total de economias ativas habitadas é de 70.497, sendo que 96,90% são do tipo
residenciais, 3,06% comerciais e 0,04% industriais.

As bacias que compõe o Subsistema são: Comércio, Península e Lobato e as informações de


população atendida e economias ativas habitadas por bacia estão apresentadas na Tabela 29.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
278
Tabela 29 - Informações sobre as bacias do Subsistema Comércio.
Bacia de População Economias ativas habitadas
Subsistema Município
esgotamento atendida Residencial Comercial Industrial
Comércio Salvador 49.600 16.000 848 2
Comércio Península Salvador 123.516 39.844 945 20
Lobato Salvador 38.660 12.471 364 3
Fonte: Embasa, 2021.

A infraestrutura do Subsistema Comércio é composta por 474,7km de redes coletoras e coletores


troncos implantadas em PVC e manilha cerâmica com diâmetros que variam de 100 a 400mm,
10,72km de interceptores em concreto com diâmetros variando entre 500 e 1500mm e 40 EEE e
linhas de recalque. As redes coletoras, coletores troncos e interceptores do Subsistema Comércio
foram implantadas no ano de 1.999. Na bacia Península existem 257,15km de redes em manilha
cerâmica, material esse mais suscetível a rompimentos e infiltração de água.

As EEE geralmente são do tipo circular, com gradeamento manual, caixa de areia circular, bombas
submersíveis, medição de nível do poço e sem medição de vazão de entrada e saída. No caso das
EEE maiores a concepção é diferente, sendo adotados poços de sucção secos e bombas de eixo
vertical.

Em caso de interrupção no fornecimento de energia elétrica os esgotos extravasam nas redes de


drenagem ou diretamente no Oceano, visto que as EEE não são equipadas com geradores de
energia.

Nenhuma das EEE conta com operador fixo, entretanto, todas são atendidas pelo menos uma vez
ao dia por equipes de dois funcionários que realizam os serviços de limpeza das grades de retenção
de sólidos e verificam a necessidade de limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de
remoção de areia é aberta uma solicitação de serviço (SS) atinente ao serviço limpeza de caixa de
areia. Os resíduos sólidos removidos das EEE são acondicionados separadamente em recipientes
instalados nas carrocerias de veículos utilitários, para que ao final de cada turno de trabalho sejam
colocados em caixas estacionárias localizadas nos canteiros de obra e em seguida serem
transportados diretamente para o aterro Metropolitano Centro. A areia removida nos desarenadores
das EEE é enviada para uma unidade de descarte e de extração do excesso de umidade, localizada
na área do UASB 6 do sistema Fazenda Grande IV, onde toda a areia proveniente das EEE é
acumulada e após drenada é transportada por caminhões caçamba para o aterro Metropolitano
Centro de Salvador

A Figura 73 apresenta a delimitação do Subsistema Comércio e a localização das unidades


existentes.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
279
Figura 73 – Subsistema Comércio.

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

As informações das EEE do subsistema Comércio, obtidas durante as visitas técnicas e


complementadas pela Embasa estão apresentadas na Tabela 30.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
280
Tabela 30 - Informações das EEE do Subsistema Comércio.
Vazão Gradeam Caixa de N° de bombas em N° de bombas Potência Monitoramento Possui Status da
EEE Bacia Tipo de bomba Destino do recalque
Nominal (L/s) ento Areia operação reserva instalada (cv) remoto gerador EEE
EE COMANDO DO 2º DISTRITO
Comércio 2,78 Sim Sim Bomba submersível 2 1 4 EE 2° Distrito Naval Não Não Ativo
NAVAL
EE HOSPITAL NAVAL /
Comércio 5 Sim Sim Bomba submersível 2 1 6 INTERC. COMERCIO Não Não Ativo
HOSPITAL DA MARINHA
EE CMI.1 NILO PEÇANHA Comércio 6,25 Sim Sim Bomba submersível 2 0 50 EE LOBATO Não Não Ativo
EE CM IV.1 GAMBOA DE BAIXO Comércio 11,11 Sim Sim Bomba submersível 2 1 46 EE PRAÇA CAIRU Não Não Ativo
EE CM IV.2 SOLAR DO UNHÃO Comércio 58,61 Sim Sim Bomba submersível 2 1 12 EE PRAÇA CAIRU Sim Não Ativo
EE GAMBOA DE CIMA Comércio 58,61 Sim Sim Bomba submersível 2 0 50 EE PRAÇA CAIRU Não Não Ativo
EE 2º DISTRITO NAVAL Comércio 60,5 Sim Sim Bomba submersível 2 1 20 PRAÇA CAIRU Sim Não Ativo
EE CM IV.3 PRAÇA CAIRU Comércio 73,89 Sim Sim Bomba submersível 2 1 50 INTERC. COMERCIO Sim Não Ativo
EE CM III MOINHO DA BAHIA Comércio 77,72 Sim Sim Bomba submersível 2 1 50 INTERC. COMERCIO Sim Não Ativo
EE CM / TR ÁGUA DE MENINO Comércio 668 Sim Sim Bomba submersível 1 1 504,8 INTERC. COMERCIO Sim Não Ativo
EE ÁGUA DE
EE-XII OUTLET CENTER Comércio 60,5 Sim Não Bomba submersível 2 0 60,5 Sim Não Ativo
MENINOS
EE ENSEADA DO CABRITO Lobato 5,14 Sim Sim Bomba submersível 2 1 20 INTEC. LOBATO Não Não Ativo
EE ATERRO DO
EE LO-2 MONTEIRO LOBATO Lobato 7,22 Sim Sim Bomba submersível 1 0 10 Não Não Ativo
JOANES
EE LO-3 ATERRO DO JOANES Lobato 26,39 Sim Sim Bomba submersível 1 0 10 INTEC. LOBATO Não Não Ativo
EE LO/CF EE LOBATO Lobato 1150 Sim Não Bomba submersível 2 1 600 INTEC. CALAFATE Sim Não Ativo
EE ASC-1 SÃO CAETANO - INTERC. ALTO
Lobato 248.40 Sim Sim Bomba submersível 2 1 - Não Não Ativo
BEIRA DIQUE - IOLANDA CAMARUGIPE
EE RAFAEL UCHOA Península 2,22 Sim Sim Bomba submersível 2 0 6 INTERC. PENINSÚLA Não Não Ativo
EE PN 1 LOPES TROVÃO1 Península 5 Sim Sim Bomba submersível 1 1 6 EE LOPES TROVÁO 2 Não Não Ativo
EE PN 2 LOPES TROVÃO2 Península 5 Sim Sim Bomba submersível 1 1 6 EE LOPES TROVÁO 3 Não Não Ativo
EE CAMPO DE
EE PN 3 LOPES TROVÃO3 Península 5 Sim Sim Bomba submersível 1 1 6 Não Não Ativo
FUTEBOL
Bomba de cavidade
EE-VI MARINA PORTO Península 7,23 Sim Sim 2 1 - EE PEDRA FURADA Não Não Ativo
progressiva
EE-X PONTA DE HUMAITÁ Península 7,23 Sim Sim Bomba submersível 2 0 - EE BOA VIAGEM Não Não Ativo
EE-IX BOA VIAGEM / Mont
Península 7,23 Sim Sim Bomba submersível 2 1 - INTERC. PENINSÚLA Não Não Ativo
Serrat
EE MANGUEIRAS 2/LEBON Península 7,36 Sim Sim Bomba submersível 2 1 - INTERC. PENINSÚLA Não Não Ativo
EE-I.2 SORVETERIA /
Península 8 Sim Sim Bomba submersível 2 1 - INTERC. PENINSÚLA Sim Não Ativo
PENÍNSULA I
EE PN VI-A2 BATE ESTACA Península 8,14 Sim Sim Bomba submersível 2 0 10 EE ROMA Não Não Ativo
EE-I.1 BOGARÍ / PENÍNSULA II Península 8,23 Sim Sim Bomba submersível 2 1 - EE ESPANHOL Sim Não Ativo
EE-XI CANTAGALO - BARÃO EE ÁGUA DE
Península 11,11 Sim Sim Bomba submersível 2 1 6 Não Não Ativo
DE COTEGIPE MENINOS
EE-VII PEDRA FURADA Península 11,87 Sim Sim Bomba submersível 2 1 - INTERC. PENINSÚLA Não Não Ativo
EE V-2 COPACABANA Península 17 Sim Sim Bomba submersível 2 0 19 EE ROMA Não Não Ativo
EE PN VI-A1 MODULO EE CAMPO DE
Península 17,19 Sim Sim Bomba submersível 2 1 10 Não Não Ativo
POLICIAL FUTEBOL
EE-II-1 COREMA Península 22,12 Sim Sim Bomba submersível 2 0 - INTERC. PENINSÚLA Sim Não Ativo
EE-V-3 QUADRA DE FUTEBOL Península 23 Sim Sim Bomba submersível 2 1 - INTERC. PENINSÚLA Não Não Ativo
EE-III ESPANHOL / PENÍNSULA
Península 25,1 Sim Sim Bomba submersível 2 1 - INTERC. PENINSÚLA Sim Não Ativo
III

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
281
Vazão Gradeam Caixa de N° de bombas em N° de bombas Potência Monitoramento Possui Status da
EEE Bacia Tipo de bomba Destino do recalque
Nominal (L/s) ento Areia operação reserva instalada (cv) remoto gerador EEE
EE ÁGUA DE
EE V-4 URUGUAI Península 33,4 Sim Sim Bomba submersível 2 1 80 Não Não Ativo
MENINOS
EE CAMPO DE
EE NOVOS ALAGADOS Península 62,43 Sim Sim Bomba submersível 2 1 - Não Não Ativo
FUTEBOL
EE V1 CAMPO DE FUTEBOL
Península 63,89 Sim Não Bomba submersível 2 1 80 EE ROMA Sim Não Ativo
(R.Rezende Costa)
EE-II-2 MANGUEIRAS Península 70,1 Sim Não Bomba submersível 2 1 - INTERC. PENINSÚLA Não Não Ativo
EE ÁGUA DE
EE PN / CM ROMA Península 382,3 Sim Não Bomba submersível 1 1 194,4 Sim Não Ativo
MENINOS
EE MANGUEIRAS 3 Península - Sim Sim Bomba submersível 2 0 - INTERC. PENINSÚLA Não Sim Ativo
Fonte: Embasa, 2022.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
282
Para a definição das EEE que seriam visitadas foi utilizado como critério a vazão de bombeamento,
tendo sido priorizadas as EEE de maior porte, com vazões superiores a 50 L/s. Em alguns casos
não foi possível visitar algumas EEE por estarem localizadas em áreas de risco, onde não seria
seguro realizar as visitas, de acordo com a Embasa. Nessas situações as EEE foram substituídas
por outras de menor porte.

No total foram visitadas 13 das 40 EEE do Subsistema Comércio, sendo elas:

• EE Solar do Unhão;
• EE 2° Distrito Naval;
• EE Outlet Center;
• EE Novos Alagados;
• EE Campo de futebol;
• EE Mangueiras;
• EE Praça Cairu;
• EE Moinho Bahia;
• EE Roma;
• EE Água de Menino;
• EE Lobato;
• EE Mangueiras II;
• EE Mangueiras III.

As estruturas das EEE visitadas estão retratadas da Figura 74 a Figura 85.

Figura 74 – EEE Solar do Unhão.

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
283
Figura 75 – EEE 2° Distrito Naval.

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 76 – EEE Outlet Center.

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 77 – EEE Novos Alagados.

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
284
Figura 78 – EEE Campo de Futebol

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 79 – EEE Mangueiras.

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 80 – EEE Praça Cairu

Fonte: CSB Consorcio, 2020

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
285
Figura 81 – EEE Moinho Bahia

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 82 – EEE Roma

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 83 – EEE Água de Meninos

Fonte: Consórcio CSB, 2020

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
286
Figura 84 – EEE Lobato

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 85 – EEE Mangueiras 3.

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A maior parte das EEE visitadas estão implantadas em áreas públicas sem fechamento e sem
identificação, facilitando o acesso da população e dificultando a operação do sistema. Na EEE
Campo de Futebol e Água de Meninos a população utiliza as áreas das EEE para disposição e
venda de móveis e consertos de carros, por conta disso as manutenções que necessitam de
caminhões são feitas no período noturno, quando o movimento é menor. De acordo com a Embasa
houve tentativa de cercar essas áreas, mas sem sucesso, em todas as situações as estruturas
foram removidas pela população.

O estado de conservação das estruturas está na maior parte com situação regular, sendo que os
maiores problemas são referentes às estruturas metálicas que em alguns casos apresentam
corrosão avançada e tampas de concreto quebradas.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
287
No geral os quadros elétricos das EEE visitadas estão em estado regular, ainda assim a Embasa
está substituindo gradativamente todos os quadros elétricos, priorizando os que estão em situação
precária.

Todas as bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia, sendo que
as partidas das bombas de maior potência ocorrem com soft starter, sistema que possibilita a partida
gradual do motor elétrico, regulando de forma contínua a tensão e o torque até atingir o valor
nominal. O soft starter reduz consideravelmente o esforço do motor e partes mecânicas,
aumentando a vida útil do conjunto motobomba.

Parte das EEE conta com sistema de telemetria, sendo possível acessar e controlar as informações
de nível do poço e status das bombas através da central de controle de operação (CCO) localizado
na Embasa do Rio Vermelho. No Subsistema Comércio 9 das 13 EEE visitadas possuem sistema
de telemetria.

As EEE não possuem nenhum dispositivo de medição de vazão, e, portanto, os dados fornecidos
tratam apenas sobre a vazão nominal das bombas. Por conta disso não foi possível avaliar se a
capacidade instalada está adequada à demanda recebida.

De acordo com a Embasa, a EEE Lobato apresenta problemas operacionais relacionados à


sobrecarga na capacidade instalada, sendo que está em andamento a elaboração de um projeto
hidráulico visando a ampliação da capacidade de vazão do recalque da EEE Lobato, com previsão
de troca dos conjuntos motobomba, substituição dos barriletes, substituição de parte da linha de
recalque e melhorias das instalações elétricas e de automação. Foram necessários ajustes no
caminhamento da nova linha de recalque em função de interferências com as obras do VLT, que
estão em andamento e atualmente a licitação para execução das obras de ampliação da EEE
Lobato está prevista para acontecer ainda no primeiro semestre de 2022.

Conforme informações fornecidas pela Embasa, as EEE do subsistema Comércio não


apresentaram elevados índices de extravasamento nos anos de 2020 e 2021.

O Quadro 36 a seguir apresenta o resumo das informações das EEE do subsistema Comércio que
foram visitadas e no Apêndice A são apresentadas as fichas de campo com dados e fotos que
retratam a situação de todas as EEE visitadas do Subsistema Comércio.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
288
Quadro 36 – Resumo das informações das EEE do subsistema Comércio visitadas.
Estado
Vazão/ Caixa Limpeza Partida Gerador
Identifi Cerca Vuln. Bomb Limpeza Extrav de Tipo Autom Entrada de Quadros Teleme
Nome Recalca bomba Grade de Odores caixa de das de
cação mento Social as grade asor conserv bomba ação energia elétricos tria
[l/s] areia areia bombas energia
ação
EE 2º Distrito EE Praça Quando Submer
Não Não Não 30,25 2+1 Sim Sim Moderado Diária Oceano Regular Softstarter Total Direta Não Regular Sim
Naval Cairu necessário sível
EE CM / TR
Inter. Quando Submer Sem
Água de Não Não Sim 668,00 1+1 Sim Sim Forte Diária Rede Ruim Softstarter Total Subestação Não Sim
Comércio necessário sível acesso
Menino
EE CM III
Inter. Quando Submer
Moinho da Não Não Não 38,86 2+1 Sim Sim Imperceptível Diária Rede Precário Softstarter Total Trans. Poste Não Regular Sim
Comércio necessário sível
Bahia
EE CM IV.2 EE Praça Quando Submer
Não Não Sim 29,31 2+1 Sim Sim Leve Diária Oceano Regular Softstarter Total Direta Não Regular Sim
Solar do Unhão Cairu necessário sível
EE CM IV.3 Inter. Quando Rede/o Submer Sem
Não Não Não 36,94 2+1 Sim Sim Imperceptível Diária Precário Softstarter Total Trans. Poste Não Sim
Praça Cairu Comércio necessário ceano sível acesso
EE LO/CF EE Inter. Não se Eixo
Não Sim Sim 575,00 2+1 Sim Não Leve Diária Canal Regular Softstarter Total Subestação Não Precário Sim
Lobato Calafate aplica vertical
EE Mangueiras Inter. Não se Ensead Submer
Não Sim Sim 7,36 1+1 Sim Não Moderado Diária Precário Direta Total Direta Não Bom Não
II Península aplica a sível
EE Mangueiras Inter. Quando Ensead Submer Sem
Sim Sim Sim - 1+1 Sim Sim Moderado Diária Regular Direta Total Direta Não Não
III Península necessário a sível acesso
EE Novos EE Campo Quando Ensead Submer
Sim Sim Sim 31,22 2+1 Sim Sim Moderado Diária Bom Softstarter Total Direta Não Precário Não
Alagados de Futebol necessário a sível
EE Água
EE PN / CM Não se Submer
Não Sim Não de 382,30 2+1 Sim Não Leve Diária Rede Precário Softstarter Total Trans. Poste Não Regular Sim
Roma aplica sível
Meninos
EE V1 Campo Não se Submer
Não Não Sim EE Roma 31,94 1+1 Sim Não Leve Diária Canal Precário Softstarter Total Trans. Poste Não Bom Sim
de Futebol aplica sível
EE-II-2 Inter. Quando Submer
Não Não Sim 70,10 1+1 Sim Não Moderado Diária Rede Precário Softstarter Total Trans. Poste Não Precário Não
Mangueiras Península necessário sível
EE Água
EE-XII Outlet Quando Submer Sem
Sim Sim Sim de 30,25 1+1 Sim Sim Leve Diária Rede Regular Softstarter Total Direta Não Sim
Center necessário sível acesso
Meninos
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
289
6.2.1.1.1.2 Subsistema Subúrbio

O Subsistema Subúrbio faz parte da vertente Baía e recebe contribuição de aproximadamente


297.374 habitantes, que corresponde a 16,04% da população atendida pelo Sistema Camarajipe.

Atualmente do total da população que contribui para o subsistema, 295.867 (99,5%) habitantes
contribuem para o sistema principal e os demais (1.507 habitantes), correspondentes a população
atendida pela ETE Maré/Itaparica contribuem para os sistemas descentralizados, sendo
considerados no item 6.2.2.

O total de economias ativas habitadas que contribuem para o sistema principal é de 100.275, sendo
que 95,18% são do tipo residenciais, 3,89% comerciais e 0,93% industriais.

As bacias que compõe o Subsistema são: Cobre, Paripe, Periperi, Macaco e Aratu, sendo que
atualmente uma parte da bacia do Macaco pertencente ao município de Simões Filho está
contribuindo para o subsistema subúrbio, através da EEE Ilha de São João.

As informações de população atendida e economias ativas habitadas por bacia estão apresentadas
na Tabela 31.

Tabela 31 - Informações sobre as bacias do Subsistema Subúrbio.


Bacia de População Economias ativas habitadas
Subsistema Município
esgotamento atendida Residencial Comercial Industrial
Aratu Salvador 4.387 1.415 48 0
Cobre Salvador 82.825 26.718 2.078 910
Macaco Salvador 14.480 4.671 152 1
Subúrbio
Macaco Simões Filho 5.459 1.761 21 0
Paripe Salvador 61.532 19.849 460 5
Periperi Salvador 127.184 41.027 1.140 19
Fonte: Embasa, 2021.

A infraestrutura do Subsistema Subúrbio é composta por 654,72km de redes coletoras e coletores


troncos implantados em PVC com diâmetros que variam de 100 a 400mm, 14,92km de interceptores
em concreto com diâmetros variando entre 500 e 1200mm, 45 EEE e linhas de recalque.

A Figura 86 apresenta a delimitação do Subsistema Subúrbio e a localização das unidades


existentes.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
290
Figura 86 – Subsistema Subúrbio.

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

As redes coletoras, coletores troncos e interceptores do Subsistema Comércio foram implantadas


de 1998 a 2010 e não constam redes em manilha cerâmica em nenhuma bacia de esgotamento.

As EEE geralmente são do tipo circular, com gradeamento manual, caixa de areia circular, bombas
submersíveis, medição de nível do poço e sem medição de vazão de entrada e saída. Em parte das

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
291
EEE maiores a concepção é diferente, sendo adotados poços de sucção secos e bombas de eixo
vertical.

Em caso de interrupção no fornecimento de energia elétrica os esgotos extravasam nas redes de


drenagem ou diretamente no Oceano, visto que as EEE não são equipadas com geradores de
energia.

Nenhuma das EEE conta com operador fixo, entretanto, todas são atendidas pelo menos uma vez
ao dia por equipes de dois funcionários que realizam os serviços de limpeza das grades de retenção
de sólidos e verificam a necessidade de limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de
remoção de areia é aberta uma solicitação de serviço (SS) atinente ao serviço limpeza de caixa de
areia. Os resíduos sólidos removidos das EEE são acondicionados separadamente em recipientes
instalados nas carrocerias de veículos utilitários, para que ao final de cada turno de trabalho sejam
colocados em caixas estacionárias localizadas nos canteiros de obra e em seguida serem
transportados diretamente para o aterro Metropolitano Centro. A areia removida nos desarenadores
das EEE é enviada para uma unidade de descarte e de extração do excesso de umidade, localizada
na área do UASB 6 do sistema Fazenda Grande IV, onde toda a areia proveniente das EEE é
acumulada e após drenada é transportada por caminhões caçamba para o aterro Metropolitano
Centro de Salvador

As informações das EEE do subsistema Subúrbio, obtidas durante as visitas técnicas e


complementadas pela Embasa estão apresentadas na Tabela 32.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
292
Tabela 32 - Informações das EEE do Subsistema Subúrbio.
Gradeame Caixa de Vazão Nominal N° de bombas em N° de bombas Potência Monitoramento Possui Status da
EEE Bacia Tipo de bomba Destino do recalque
nto Areia (L/s) operação reserva instalada (cv) Remoto gerador EEE
EE AT-2 TERMINAL Bomba
Aratu Sim Sim 11,53 2 0 4,68 EE PRAÇA SÁO TOMÉ Não Não Ativo
HIDROVIARIO submersível
EE AT-1 PONTO DE Bomba de eixo
Aratu Sim Sim 58,41 1 0 140 EE PRAÇA SÁO TOMÉ Não Não Ativo
ÔNIBUS vertical
EE AT/PA PRAÇA SÃO Bomba
Aratu Sim Sim 72,55 2 0 176 EE TUBARÄO Sim Não Ativo
TOMÉ submersível
Bomba EE PONTO DE
EE AT4 PREMOL Aratu Sim Sim 8 2 0 4,68 Não Não Ativo
submersível ONIBUS
Bomba de eixo
EE CO/LO – COBRE Cobre Sim Não 1380 1 1 60 EE LOBATO Sim Não Ativo
vertical
Bomba
EE BOIADEIRO 1 Cobre Sim Sim 16,11 1 0 6 EE BOIADEIRO 2 Não Não Ativo
submersível
Bomba EE SÄO
EE BOIADEIRO 2 Cobre Sim Sim 23,89 2 0 3,2 Não Não Ativo
submersível BARTOLOMEU
EE SÃO Bomba
Cobre Sim Sim 42,61 2 0 6 EE COBRE Não Não Ativo
BARTOLOMEU 3 submersível
EE SÃO Bomba
Cobre Sim Sim 37,22 1 0 8 EE COBRE Não Não Ativo
BARTOLOMEU 4 submersível
EE RIO SENA Bomba
Cobre Sim Sim 18,43 2 0 10 EE PP3 ITACARANHA Não Não Ativo
(ILHEUS) submersível
EE LAGOA DA PAIXÃO Bomba EE PP6 VISTA
Cobre Sim Sim 24,7 2 0 20 Não Não Ativo
III submersível ALEGRE
EE LAGOA DA PAIXÃO Bomba EE LAGOA DA PAIXÁO
Cobre Sim Sim 26,17 1 0 12,2 Não Não Ativo
I submersível II
EE LAGOA DA PAIXAÕ Bomba
Cobre Sim Sim 11,17 1 0 46 EE COUTOS Não Não Ativo
II (JARDIM VALÉRIA) submersível
Bomba
EE CURIÓS Cobre Sim Sim 30 1 0 50 EE COUTOS Não Não Ativo
submersível
Bomba
submersível e
EE BACIA DO COBRE /
Cobre Sim Sim bomba de 6,11 1 0 34 EE PP3 ITACARANHA Não Não Ativo
ILHA AMARELA
cavidade
progressiva
Bomba
EE CANTO DO RIO Cobre Sim Sim 6,1 2 0 10 EE RUA DO OURO Não Não Ativo
submersível
EE HOSPITAL DO Bomba EE PP6 VISTA
Cobre Sim Sim 8,33 2 0 2 Não Não Ativo
SUBÚRBIO submersível ALEGRE
EE ILHA DE SÃO Bomba
Macaco Sim Sim 31,67 2 0 28 EE PRAÇA SÁO TOMÉ Não Não Ativo
JOÃO submersível
Bomba
EE ARATU MACACO Macaco Sim Sim 43,06 2 0 50 EE PRAÇA SÁO TOMÉ Não Não Ativo
submersível
Bomba
EE COUTOS Macaco Sim Sim 54,72 2 0 75 EE SESI Sim Não Ativo
submersível
Bomba
EE FELICIDADE Macaco Sim Sim 39,4 1 0 6 EE COUTOS Não Não Ativo
submersível
Bomba
EE VILA NAVAL Macaco Sim Não - 2 0 - EE ILHA DE SÄO JOÂO Não Não Ativo
submersível
Bomba
EE PA1 TUBARÃO Paripe Sim Sim 386 2 0 270 EE SESI Sim Não Ativo
submersível
Bomba EE PP2 PRAIA
EE PA/PP SESI Paripe Sim Sim 400 2 1 270 Não Não Ativo
submersível GRANDE
Bomba EE PP2 PRAIA
EE PP-1 BRAHMA Paripe Sim Sim 36,39 2 0 20 Sim Não Ativo
submersível GRANDE

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
293
Gradeame Caixa de Vazão Nominal N° de bombas em N° de bombas Potência Monitoramento Possui Status da
EEE Bacia Tipo de bomba Destino do recalque
nto Areia (L/s) operação reserva instalada (cv) Remoto gerador EEE
Bomba
EE CEASA PARIPE Paripe Sim Sim 88 1 0 - EE TUBARÄO Não Não Ativo
submersível
EE RUA DA Bomba
Paripe Sim Sim 0,92 2 0 - EE CEASA Não Não Ativo
AUSTRALIA submersível
Bomba EE PP2 PRAIA
EE RUA SETUBAL Paripe Sim Sim 68,33 2 0 - Não Não Ativo
submersível GRANDE
EE NOVOS Bomba EE NOVOS
Periperi Sim Sim 30,28 1 0 6 Não Não Ativo
ALAGADOS 1 submersível ALAGADOS 3
EE NOVOS Bomba EE NOVOS
Periperi Sim Sim 7,22 2 0 4 Não Não Ativo
ALAGADOS 2 submersível ALAGADOS 3
EE NOVOS Bomba
Periperi Sim Sim 16,5 2 0 10 EE COBRE Não Não Ativo
ALAGADOS 3 submersível
EE PP5 SÃO JOÃO DO Bomba
Periperi Sim Não 294 4 0 400 EE COBRE Sim Não Ativo
CABRITO centrífuga
Bomba EE PP5 SÄO JOÄO
EE PP4 PLATAFORMA Periperi Sim Não 310 4 0 400 Sim Não Ativo
centrífuga CABRITO
Bomba
EE PP3 ITACARANHA Periperi Sim Não 310 4 0 400 EE PP4 PLATAFORMA Sim Não Ativo
submersível
EE PP2 PRAIA Bomba de eixo
Periperi Sim Não 283,89 4 0 400 EE PP3 ITACARANHA Sim Não Ativo
GRANDE vertical
EE DOM EUGÊNIO Bomba EE PP2 PRAIA
Periperi Sim Sim 7,22 2 0 20 Não Não Ativo
SALES centrífuga GRANDE
EE PP6 VISTA
Bomba de eixo EE PP2 PRAIA
ALEGRE / COPHA DE Periperi Sim Sim 35 2 0 30 Sim Não Ativo
vertical GRANDE
PERIPERI
EE PRAIA DE Bomba EE PP2 PRAIA
Periperi Sim Sim 14,69 2 0 3 Não Não Ativo
PERIPERI submersível GRANDE
EE RUA DA GLÓRIA / Bomba EE PP2 PRAIA
Periperi Sim Sim 28,89 2 1 20 Não Não Ativo
EE PRAÇA DO SOL submersível GRANDE
EE RUA ESCADA / Bomba EE PP7 / RUA PEDRA
Periperi Sim Sim 8,42 2 1 2 Não Não Ativo
CAPTAÇÃO ESCADA submersível AZUL
EE PP7 Escada / RUA Bomba
Periperi Sim Sim 27,78 2 0 20 EE PP3 ITACARANHA Não Não Ativo
PEDRA AZUL autoescorvante
Bomba EE PP5 SÄO JOÄO
EE PEDRINHAS Periperi Sim Sim 11,19 2 0 20 Não Não Ativo
submersível CABRITO
Bomba
EE PRAIA GRANDE Periperi Sim Sim 44,17 1 0 18 EE PP3 ITACARANHA Não Não Ativo
submersível
EE COLINAS DE Bomba
Periperi Sim Sim 19,42 2 0 6 EE EUGENIO SALES Não Não Ativo
PERIPERI I submersível
EE COLINAS DE Bomba
Periperi Sim Sim 21,67 2 0 10 EE EUGENIO SALES Não Não Ativo
PERIPERI II submersível
Fonte: Embasa, 2022.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
294
Para a definição das EEE que seriam visitadas foi utilizado como critério a vazão de bombeamento,
tendo sido priorizadas as EEE de maior porte, com vazões superiores a 50 L/s. Em alguns casos
não foi possível visitar algumas EEE por estarem localizadas em áreas de risco, onde não seria
seguro realizar as visitas, de acordo com a Embasa. Nessas situações as EEE foram substituídas
por outras de menor porte.

No total foram visitadas 13 das 45 EEE do Subsistema Subúrbio, sendo elas:

• EE PP7 - Escada;
• EE PP6 - Vista Alegre;
• EE Coutos;
• EE Ponto de Ônibus;
• EE Rua Setubal;
• EE Praça São Tomé;
• EE CEASA Paripe;
• EE PP2 - Praia Grande;
• EE PP3 - Itacaranha;
• EE Tubarão;
• EE Sesi;
• EE Cobre; e
• EE Aratu Macaco.

As estruturas das EEE visitadas estão retratadas da Figura 87 a Figura 99.

Figura 87 – EEE PP7 - Escada

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
295
Figura 88 – EEE PP6 – Vista Alegre

.
Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 89 – EEE Coutos

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 90 – EEE Ponto de Ônibus

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
296
Figura 91 – EEE Setubal.

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 92 – EEE Praça São Tomé

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 93 – EEE Ceasa Paripe

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
297
Figura 94 – EEE PP2 – Praia Grande

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 95 – EEE Itacaranha

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 96 – EEE Tubarão

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
298
Figura 97 – EEE Sesi

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 98 – EEE Cobre

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 99 – EEE Aratu Macaco

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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299
A maior parte das EEE visitadas estão implantadas em áreas particulares com fechamento e
identificação, dificultando o acesso da população, ainda assim na EEE Cobre foi necessário
contratar um segurança devido aos furtos que ocorriam no local.

No quesito estado de conservação das estruturas, 6 das 13 EEE visitadas apresentam situação
precária ou ruim, sendo que os principais problemas detectados foram a falta de manutenção nas
áreas, tampas danificadas, corrosão avançada das estruturas metálicas, inexistência de tampas,
vazamento nos barriletes das bombas e no recalque. Como ponto positivo temos a EEE Praça São
Tomé que havia acabado de passar por manutenção e estava toda revitalizada, entretanto, o local
onde está implantada é bastante movimentado e em razão disso seria importante identificar e cercar
a área para evitar acidentes.

No geral os quadros elétricos das EEE visitadas estão em estado regular, ainda assim a Embasa
está substituindo gradativamente todos os quadros elétricos, priorizando os que estão em situação
precária.

Todas as bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia, sendo que
as partidas das bombas de maior potência ocorrem com soft starter, sistema que possibilita a partida
gradual do motor elétrico, regulando de forma contínua a tensão e o torque até atingir o valor
nominal. O soft starter reduz consideravelmente o esforço do motor e partes mecânicas,
aumentando a vida útil do conjunto motobomba.

Apenas 7 das 13 EEE visitadas contam com sistema de telemetria, sendo possível acessar e
controlar as informações de nível do poço e status das bombas através da central de controle de
operação (CCO) localizado na Embasa do Rio Vermelho. Os problemas de operação nas EEE que
não possuem sistema de telemetria são informados pela equipe de manutenção.

As EEE não possuem nenhum dispositivo de medição de vazão, e, portanto, os dados fornecidos
tratam apenas sobre a vazão nominal das bombas, por conta disso não foi possível avaliar se a
capacidade instalada está adequada à demanda recebida.

Conforme informações fornecidas pela Embasa, as EE Vila Valéria - Setor A e a EE Vila Valéria -
Setor B são as EE do subsistema Subúrbio que apresentaram os maiores índices de
extravasamento nos anos de 2020 e 2021, sendo que parte dos extravasamentos nessas estações
elevatórias ocorreram devido à vulnerabilidade social existente nos locais onde as estações estão
localizadas, ou seja, devido à insegurança e ao impedimento do acesso as instalações.

O Quadro 37 a seguir apresenta o resumo das informações das EEE do subsistema Subúrbio que
foram visitadas e no Apêndice A serão apresentadas as fichas de campo com dados e fotos que
retratam a situação de todas as EEE visitadas do subsistema Subúrbio.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
300
Quadro 37 – Resumo das informações das EEE do subsistema Subúrbio visitadas.
Vazão/ Limpeza Estado de Partida Auto Gerador
Identifi Cerca Vuln. Bomb Caixa de Limpeza Extrav Tipo Entrada de Quadros Telemet
Nome Recalca bomba Grade Odores caixa de conservaç das maçã de
cação mento Social as areia grade asor bomba energia elétricos ria
[l/s] areia ão bombas o energia
EE CO/LO - Não se Eixo Sem
Sim Sim Sim EE Lobato 460,00 3+1 Sim Não Forte Diária Canal Regular Softstarter Total Subestação Não Sim
Cobre aplica vertical acesso
EE Aratu EE Praça Quando Submers Sem
Sim Sim Sim 43,06 1+1 Sim Sim Leve Diária Canal Ruim Softstarter Total Trans. Poste Não Não
Macaco São Tomé necessário ível acesso
EE PP3 EE PP4 Não se Eixo
Não Sim Sim 77,50 3+1 Sim Não Moderado Diária Rede Precário Softstarter Total Subestação Não Ruim Sim
Itacaranha Plataforma aplica vertical
EE AT-1 Ponto EE Praça Quando Submers
Sim Sim Sim 58,41 1 Sim Sim Moderado Diária Rede Precário Direta Total Trans. Poste Não Regular Não
de Ônibus São Tomé necessário ível
EE AT/PA
EE Quando Submers
Praça São Não Não Não 72,55 1+1 Sim Sim Leve Diária Oceano Bom Softstarter Total Trans. Poste Não Bom Sim
Tubarão necessário ível
Tomé
EE Ceasa EE Quando Submers
Sim Não Sim 88,00 1 Sim Sim Moderado Diária Canal Ruim Direta Total Trans. Poste Não Regular Não
Paripe Tubarão necessário ível
Quando Submers
EE Coutos Sim Sim Sim EE Sesi 27,36 2 Sim Sim Leve Diária Oceano Regular Softstarter Total Trans. Poste Não Bom Sim
necessário ível
EE PA1 Quando Submers
Sim Sim Sim EE Sesi 193,00 1 Sim Sim Leve Diária Rede Regular Softstarter Total Trans. Poste Não Bom Sim
Tubarão necessário ível
EE Praia Quando Submers
EE PA/PP Sesi Sim Não Sim 200,00 2+1 Sim Sim Leve Diária Rede Regular Softstarter Total Trans. Poste Não Bom Não
Grande necessário ível
EE PP2 Praia EE Não se Eixo
Não Sim Sim 70,97 3+1 Sim Não Moderado Diária Canal Precário Softstarter Total Subestação Não Precário Sim
Grande Itacaranha aplica vertical
EE PP6 Vista EE Praia Quando Eixo
Sim Sim Não 35,00 1+1 Sim Sim Leve Diária Rede Precário Softstarter Total Trans. Poste Não Precário Sim
Alegre grande necessário vertical
EE PP7 /
EE Escada Quando Autoesco Sem
Sim Sim Sim Rua Pedra 4,21 2+1 Sim Sim Leve Diária Rede Regular Softstarter Total Trans. Poste Não Não
(PP7) necessário rvante acesso
Azul
EE Rua EE Praia Quando Submers Sem
Não Não Sim 34,17 2 Sim Sim Leve Diária Oceano Precário Softstarter Total Direta Não Não
Setubal Grande necessário ível acesso
Fonte: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
301
6.2.1.1.1.3 Subsistema Camarajipe

O subsistema Camarajipe faz parte da vertente Oceânica e recebe contribuição de


aproximadamente 1.345.070 habitantes, que corresponde a 72,54% da população atendida pelo
Sistema Camarajipe.

O total de economias ativas habitadas é de 442.747 sendo que 98,00% são do tipo residenciais,
1,96% comerciais e 0,04% industriais.

Atualmente do total da população que contribui para o subsistema, 1.342.842 (99,8%) habitantes
contribuem para o sistema principal e os demais (2.228 habitantes), correspondentes à população
atendida pelas ETE Casas do Metrô e Calabetão de Baixo contribuem para os sistemas
descentralizados, sendo considerados no item 6.2.2.

O total de economias ativas habitadas que contribuem para o sistema principal é de 442.009 sendo
que 98,00% são do tipo residenciais, 1,96% comerciais e 0,04% industriais.

As bacias que compõe o subsistema são: Barra, Pituba, Lucaia, Armação, Campinas, Tripas,
Calafate, Pernambués, Alto Camarajipe, Médio Camarajipe e Baixo Camarajipe.

As informações de população atendida e economias ativas habitadas por bacia estão apresentadas
na Tabela 33.

Tabela 33 – Informações sobre as bacias do Subsistema Camarajipe.


Bacia de População Economias ativas habitadas
Subsistema Município
esgotamento atendida Residencial Comercial Industrial
Alto Camarajipe Salvador 189.219 61.019 1.377 33
Armação Salvador 51.835 16.721 343 7
Baixo Camarajipe Salvador 168.020 54.200 900 31
Barra Salvador 144.817 46.715 688 12
Calafate Salvador 63.287 20.415 422 3
Camarajipe Campinas Salvador 109.322 35.265 529 8
Lucaia Salvador 177.633 57.301 1.475 24
Médio Camarajipe Salvador 54.300 17.516 288 6
Pernambués Salvador 105.341 33.981 755 35
Pituba Salvador 152.120 49.071 699 29
Tripas Salvador 126.948 40.951 1.181 9
Fonte: Embasa, 2021.

A infraestrutura do subsistema Camarajipe é composta por 1.402,50km de redes coletoras e


coletores troncos implantados em PVC e manilha cerâmica com diâmetros que variam de 100 a
400mm, 51,14km de interceptores em concreto com diâmetros variando entre 450 e 2400mm, 41
EEE e linhas de recalque.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
302
A Figura 100 apresenta a delimitação do Subsistema Camarajipe e a localização das unidades
existentes.

Figura 100 – Subsistema Camarajipe.

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

As redes coletoras, coletores troncos e interceptores do Subsistema Camarajipe foram implantadas


de 1973 a 2001, sendo que as redes coletoras mais antigas estão localizadas nas bacias de
esgotamento da Barra, Lucaia e Pituba. De acordo com as informações fornecidas pela Embasa,
além de antigas essas redes coletoras foram implantadas em manilha cerâmica, material que é mais
suscetível a rompimento e infiltração de água.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
303
Os três tipos de EEE adotados no Subsistema Camarajipe são: poço úmido com bombas
submersíveis, poço seco com bombas de eixo vertical e poço seco com bombas re-autoescorvante,
em todas as situações as EEE contam com gradeamento manual e caixa de areia de fluxo horizontal
ou circular e medidor de nível ultrassônico. Não existe medição de vazão em nenhuma das EEE
visitadas.

Em caso de interrupção no fornecimento de energia elétrica os esgotos extravasam nas redes de


drenagem ou diretamente no Oceano, visto que as EEE não são equipadas com geradores de
energia.

No subsistema Camarajipe existem duas EEE (Aeroclube San Marco e Salvador Shopping) com
operador fixo diurno, enquanto as demais são atendidas pelo menos uma vez ao dia por equipes
de dois funcionários que realizam os serviços de limpeza das grades de retenção de sólidos e
verificam a necessidade de limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de remoção de
areia é aberta uma solicitação de serviço (SS) atinente ao serviço limpeza de caixa de areia. Os
resíduos sólidos removidos das EEE são acondicionados separadamente em recipientes instalados
nas carrocerias de veículos utilitários, para que ao final de cada turno de trabalho sejam colocados
em caixas estacionárias localizadas nos canteiros de obra e em seguida serem transportados
diretamente para o aterro Metropolitano Centro. A areia removida nos desarenadores das EEE é
enviada para uma unidade de descarte e de extração do excesso de umidade, localizada na área
do UASB 6 do sistema Fazenda Grande IV, onde toda a areia proveniente das EEE é acumulada e
após drenada é transportada por caminhões caçamba para o aterro Metropolitano Centro de
Salvador.

As informações das EEE do subsistema Camarajipe, obtidas durante as visitas técnicas e


complementadas pela Embasa estão apresentadas na Tabela 34...

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
304
Tabela 34 – Informações das EEE do Subsistema Camarajipe.
Gradeame Caixa de Vazão Nominal N° de bombas em N° de bombas Potência Monitoramento Possui Status da
EEE Bacia Tipo de bomba Destino do recalque
nto areia (L/s) operação reserva instalada (cv) remoto gerador EEE
EE ASC-4 - BOM Alto Bomba INTERC. ALTO
Sim Sim 24.00 2 0 - Não Não Ativo
JUÁ Camarajipe submersível CAMARUGIPE
EE AME-2
Alto Bomba INTERC. ALTO
MORADA DO Sim Sim 16.64 2 0 - Não Não Ativo
Camarajipe submersível CAMARUGIPE
SOL
EE ASC-3A
CAMPINAS - Alto Bomba INTERC. ALTO
Sim Sim 8.00 2 1 - Não Não Ativo
HOTEL MALIBU - Camarajipe submersível CAMARUGIPE
VILA CORREIA
EE AME-1-11 - Alto Bomba INTERC. ALTO
Sim Sim 38.00 2 1 - Não Não Ativo
IMBASSAHY Camarajipe submersível CAMARUGIPE
EE ARMAÇÃO Bomba INTERCEPTOR
Armação Sim Sim 86.67 2 1 80 Sim Sim Ativo
2004 DEL REY autoescorvante PITUBA
EE PRAIA DO Bomba de eixo
Armação Sim Não 33.33 2 1 12 EE SAN MARCO Não Não Ativo
AEROCLUBE vertical
EE AEROCLUBE Bomba INTERCEPTOR
Armação Sim Sim 240.00 2 1 150 Sim Sim Ativo
SAN MARCO autoescorvante PITUBA
Bomba
EE BAIXA FRIA Armação Sim Sim 13.61 1 1 6 EE SAN MARCO Não Não Ativo
submersível
EE CAPTAÇÃO Baixo Bomba
Sim Sim 33,33 1 0 - ECP Não Não Ativo
LUCAIA Camarajipe submersível
EE HORTO Baixo Bomba
Sim Sim - 2 0 - ECP Não Não Ativo
SANTA LUZIA Camarajipe submersível
EE PB-4 - RUA
DO FUTURO - Baixo Bomba INTERCEPTOR
Sim Sim 30.56 2 0 9,6 Não Não Ativo
PARQUE DA Camarajipe submersível CALAFATE
CIDADE
Bomba
EE PACIÊNCIA Barra Sim Sim 8.33 2 0 6 INTERCEPTOR BARRA Sim Não Ativo
submersível
EE POSTO Bomba
Barra Sim Sim 15.83 2 1 4 INTERCEPTOR BARRA Sim Não Ativo
SHELL submersível
Bomba de eixo
EE ONDINA Barra Sim Não 217.50 4 1 381 INTERCEPTOR BARRA Sim Não Ativo
vertical
EE MORRO DO Bomba
Barra Sim Sim 12.18 2 1 27 EE ONDINA Sim Não Ativo
CRISTO submersível
EE BARRA
Barra Sim Não Bomba centrífuga 45.83 2 1 60 EE ONDINA Sim Não Ativo
CENTER
Bomba de eixo
EE BARRA Barra Sim Não 535.83 3 1 93 EE ONDINA Sim Sim Ativo
vertical
Bomba
EE SANTA MARIA Barra Sim Não 50.00 2 1 30 EE BARRA Sim Não Ativo
submersível
EE VILA Bomba
Barra Sim Sim 12.06 2 1 22 EE BARRA Sim Não Ativo
BRANDÃO submersível
EE ALOISIO DE
Bomba
CARVALHO - Barra Não Não 2.69 2 1 7,6 EE BARRA Não Não Ativo
submersível
VITÓRIA
EE TRAVESSA Bomba
Barra Sim Sim 11.17 2 1 8 EE BARRA Sim Não Ativo
HUGO WILSON submersível
EE ALTO DA
Bomba
SEREIA / PEDRA Barra Sim Sim 16.67 2 1 2 INTERCEPTOR BARRA Sim Não Ativo
submersível
DA SEREIA
EE PB-3 - Bomba INTERCEPTOR
Campinas Sim Sim 10.00 2 0 6,8 Não Não Ativo
BOTAFOGO submersível CALAFATE

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
305
Gradeame Caixa de Vazão Nominal N° de bombas em N° de bombas Potência Monitoramento Possui Status da
EEE Bacia Tipo de bomba Destino do recalque
nto areia (L/s) operação reserva instalada (cv) remoto gerador EEE
EE MC-1
Médio Bomba INTERCEPTOR
MARTINIANO Sim Sim 225.00 1 0 60 Não Não Ativo
Camarajipe submersível CALAFATE
BONFIM
EE BAIXINHA DE Médio Bomba
Sim Sim 48.89 1 1 30 INTERC. CAMURUJIPE Não Não Ativo
SANTO ANTÔNIO Camarajipe submersível
EE JARDIM
Médio Bomba
BRASILIA – RUA Sim Sim 9.50 2 0 46 INTERC. CAMURUJIPE Não Não Ativo
Camarajipe submersível
POTIRAGUA
EE SHOPPING Médio Bomba
Sim Sim - 2 0 - INTERC. CAMURUJIPE Sim Sim Ativo
BELA VISTA Camarajipe submersível
EE CASA DO Bomba INTERCEPTOR
Pernambués Sim Não 33.89 2 0 15 Sim Não Ativo
COMÉRCIO autoescorvante PITUBA
EE PB-1 - RUA Bomba INTERCEPTOR
Pernambués Sim Sim 53.89 2 0 50 Sim Não Ativo
DO TUBO submersível CALAFATE
EE PB-2 - SANTA
Bomba INTERCEPTOR
BARBARA / Pernambués Sim Sim 49.17 2 0 15 Sim Não Ativo
submersível CALAFATE
DETRAN
Bomba INTERCEPTOR
EE DISMEL Pernambués Sim Sim 22.40 2 0 12,4 Sim Não Ativo
submersível PITUBA
EE PB-5 -
Bomba
GRANDE BAHIA - Pernambués Sim Sim 125.00 2 0 54 INTERC. CAMURUJIPE Não Não Ativo
submersível
RUA DA VALA
EE SHOPPING Bomba INTERCEPTOR
Pernambués Sim Sim 329.30 3 0 105 Sim Não Ativo
SALVADOR submersível PITUBA
Bomba INTERCEPTOR
EE FABAC Pituba Sim Sim 344.00 3 0 225 Sim Não Ativo
submersível PITUBA
Bomba de eixo INTERCEPTOR
EE PITUBA Pituba Sim Não 420.00 4 1 300 Sim Não Ativo
vertical PITUBA
EE CAMINHO Bomba INTERCEPTOR
Pituba Sim Sim 44.10 2 1 44,1 Sim Não Ativo
DAS ÁRVORES submersível PITUBA
EE TP-20
Rio Das Bomba
ESTRADA DA Sim Sim 8.61 2 0 2 INTERC. TRIPAS Não Não Ativo
Tripas submersível
RAINHA
EE TP-15 RUA Rio Das Bomba
Sim Sim 7.22 2 0 2 INTERC. TRIPAS Sim Não Ativo
DO GOLFO Tripas submersível
EE TP-07 SANTA Rio Das Bomba
Sim Sim 14.00 2 0 4 INTERC. TRIPAS Sim Não Ativo
RITA Tripas submersível
EE TP-22 AV. Rio Das Bomba
Sim Sim 85.00 2 1 80 INTERC. TRIPAS Sim Não Ativo
PEIXE Tripas submersível
EE TP-18
LADEIRA DO Rio Das Bomba
Sim Sim 14.40 2 0 6 INTERC. TRIPAS Não Não Ativo
IPIRANGA - Tripas submersível
CIDADE NOVA
Fonte: Embasa, 2022.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
306
Para a definição das EEE que seriam visitadas foi utilizado como critério a vazão de bombeamento,
tendo sido priorizadas as EEE de maior porte, com vazões superiores a 50 L/s. Em alguns casos
não foi possível visitar algumas EEE por estarem localizadas em áreas de risco, onde não seria
seguro realizar as visitas, de acordo com a Embasa. Nessas situações as EEE foram substituídas
por outras de menor porte.

No total foram visitadas 13 das 41 EEE do Subsistema Camarajipe, sendo elas:

• EE Ondina;
• EE Barra;
• EE Santa Maria;
• EE FABAC;
• EE Pituba;
• EE Armação 2004 Del Rey;
• EE Praia do Aeroclube;
• EE Aeroclube San Marco;
• EE Casa do Comércio;
• EE Dismel;
• EE Shopping Salvador;
• EE Martiniano Bonfim; e
• EE Cidade Nova.

As estruturas das EEE visitadas estão retratadas da Figura 101 a Figura 113.

Figura 101 – EEE Ondina

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
307
Figura 102 – EEE Barra

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 103 – EEE Santa Maria

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 104 – EEE FABAC

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
308
Figura 105 – EEE Pituba

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 106 – EEE Armação 2004 Del Rey

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 107 – EEE Praia do Aeroclube

Fonte: Acervo CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
309
Figura 108 – EEE Aeroclube San Marco

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 109 – EEE Casa do Comércio

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 110 – EEE Dismel

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
310
Figura 111 – EEE Shopping Salvador

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 112 – EEE Martiniano Bonfim

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 113 – EEE Cidade Nova

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
311
A maior parte das EEE visitadas estão implantadas em áreas particulares com fechamento e
identificação, dificultando o acesso da população.

O estado de conservação das estruturas está na maior parte com situação regular, sendo que os
problemas mais frequentes são referentes às estruturas metálicas que em alguns casos apresentam
corrosão avançada, tampas de concreto quebradas e vazamento nos barriletes.

No geral os quadros elétricos das EEE visitadas estão em estado regular ou bom, ainda assim a
Embasa está substituindo gradativamente todos os quadros elétricos, priorizando os que estão em
situação precária, como é o caso da EEE Barra, Pituba e Santa Maria.

Todas as bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia, sendo que
as partidas das bombas de maior potência ocorrem com soft starter, sistema que possibilita a partida
gradual do motor elétrico, regulando de forma continua a tensão e o torque até atingir o valor
nominal. O soft starter reduz consideravelmente o esforço do motor e partes mecânicas,
aumentando a vida útil do conjunto motobomba.

A maioria das EEE (10 de 13) contam com sistema de telemetria, sendo possível acessar e controlar
as informações de nível do poço e status das bombas através da central de controle de operação
(CCO) localizado na Embasa do Rio Vermelho. Os problemas de operação nas EEE que não
possuem sistema de telemetria são informados pela equipe de manutenção.

As EEE não possuem nenhum dispositivo de medição de vazão, e, portanto, os dados fornecidos
tratam apenas sobre a vazão nominal das bombas, por conta disso não foi possível avaliar se a
capacidade instalada está adequada à demanda recebida.

Conforme informações fornecidas pela Embasa, as EEE Morada do Sol e EEE Beira Dique são as
EE do subsistema Camarajipe que apresentaram os maiores índices de extravasamento nos anos
de 2020 e 2021, sendo que parte dos extravasamentos nessas estações elevatórias ocorreram
devido à vulnerabilidade social existente nos locais onde as estações estão localizadas, ou seja,
devido à insegurança e ao impedimento do acesso as instalações.

O Quadro 38 a seguir apresenta o resumo das informações das EEE do subsistema Camarajipe
que foram visitadas e no Apêndice A serão apresentadas as fichas de campo com dados e fotos
que retratam a situação de todas as EEE visitadas do subsistema Camarajipe.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
312
Quadro 38 – Resumo das informações das EEE do subsistema Camarajipe.

Caixa Limpe Limpeza Entrada Gerado


Identific Cercame Vuln. Vazão/bo Bomb Gra Extravas Estado de Tipo Partida das Autom Quadros Telemet
Nome Recalca de Odores za caixa de de r de
ação nto Social mba [l/s] as de or conservação bomba bombas ação elétricos ria
areia grade areia energia energia

EE Aeroclube Quando Autoescor


Sim Sim Não Inter. Pituba 120,00 2+1 Sim Sim Leve Diária Canal Regular Softstarter Total Direta Não Bom Sim
San Marco necessário vante
EE Armação Quando Autoescor Trans. Inopera
Sim Sim Não Inter. Pituba 43,33 2+1 Sim Sim Leve Diária Córrego Regular Softstarter Total Regular Sim
2004 Del Rey necessário vante Poste nte
Não se Eixo
EE Barra Sim Sim Não EE Ondina 178,61 3+1 Sim Não Forte Diária Oceano Regular Softstarter Total Direta Sim Precário Sim
aplica vertical
Modera Quando Submersív Subestaç Sem
EE Fabac Sim Sim Não Inter. Pituba 114,67 3 Sim Sim Diária Canal Precário Softstarter Total Não Sim
do necessário el ão acesso
Modera Não se Eixo Subestaç Sem
EE Ondina Sim Sim Não Inter. Barra 54,38 4+1 Sim Não Diária Oceano Regular Softstarter Total Não Sim
do aplica vertical ão acesso
Não se Rede/ Eixo Subestaç
EE Pituba Sim Sim Não Inter. Pituba 105,00 4+1 Sim Não Forte Diária Regular Softstarter Total Não Regular Sim
aplica oceano vertical ão
EE Praia Imperce Não se Eixo Sem
Não Não Não EE San Marco 16,66 2+1 Sim Não Diária Oceano Precário Softstarter Total Direta Não Não
Aeroclube ptível aplica vertical acesso
Imperce Não se Submersív
EE Santa Maria Não Não Não EE Barra 25,00 2+1 Sim Não Diária Oceano Regular Direta Total direta Não Precário Sim
ptível aplica el
EE Casa do Modera Não se Autoescor Trans.
Sim Sim Não Inter. Pituba 27,78 2 Sim Não Diária Canal Regular Softstarter Total Não Bom Sim
Comércio do aplica vante Poste
Imperce Quando Submersív Sem
EE Cidade Nova Não Sim Sim Inter. Tripas 14,40 1+1 Sim Sim Diária Rede Precário Direta Total Direta Não Não
ptível necessário el acesso
Imperce Quando Submersív Sem
EE Dismel Não Não Não Inter. Pituba 11,20 2 Sim Sim Diária Rede Regular Softstarter Total Direta Não Sim
ptível necessário el acesso
EE MC-1
modera Quando Submersív
Martiniano Não Não Sim Inter. Calafate 225,00 1+1 Sim Sim Diária Rio Sem acesso Direta Total Direta Não Precário Não
do necessário el
Bonfim
EE Shopping Quando Submersív Trans.
Sim Sim Não Inter. Pituba 109,77 2+1 Sim Sim Leve Diária Canal Regular Softstarter Total Não Regular Sim
Salvador necessário el Poste
Fonte: Embasa, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
313
6.2.1.1.2 Captações em Tempo Seco

As estruturas denominadas captações em tempo seco tem como finalidade redirecionar para o
sistema de esgotamento sanitário as contribuições de esgotos lançados de maneira indevida em
galerias de águas pluviais e corpos d’água, em períodos sem chuva. Essas contribuições na maior
parte dos casos são resultantes de ligações clandestinas de esgoto no sistema de águas pluviais
em regiões que não contam com sistema de esgotamento sanitário.

No caso de Salvador, as captações de tempo seco (CTS) estão inseridas nos poços de visita das
galerias de águas pluviais ou interceptando corpos d’água, sendo que em ambas as situações são
compostas por um anteparo que limita a vazão e um gradeamento para diminuir a incidência de
sólidos no sistema de esgotamento sanitário. A Figura 114 e a Figura 115 apresentam a concepção
dos dois tipos de CTS adotados em Salvador.

Figura 114 – CTS em corpos d’água

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
314
Figura 115 – CTS em galerias de águas pluviais

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Portanto, por meio das CTS, nos períodos de estiagem as contribuições clandestinas contidas nos
sistemas de drenagem e corpos d’água são encaminhadas para o sistema de esgotamento
sanitário. Em épocas chuvosas a vazão excede o limite do anteparo e extravasa para a galeria de
água pluvial ou para o curso natural do corpo d’água.

Em Salvador a adoção dessas estruturas teve início na época do Programa Bahia Azul, quando
foram encontrados trechos críticos relacionados principalmente a locais de urbanização precária,
onde não foi possível a implantação do sistema de esgotamento sanitário. A partir daí as captações
de tempo seco foram adotadas como soluções paliativas e temporárias para minimizar os impactos
das contribuições de esgoto lançados in natura que chegariam às praias de Salvador. No entanto,
essa solução temporária que deveria diminuir como avanço do atendimento com esgotamento
sanitário, até ser extinta com a universalização do sistema, é utilizada até os dias de hoje.

A adoção dessa solução está atrelada a problemas operacionais e ambientais como: diminuição da
vida útil das estruturas do sistema de esgotamento sanitário, aumento no custo energético devido
à necessidade de bombas de maior porte, contaminação dos cursos d’água, uma vez que fica
legitimado o lançamento de efluentes nesses locais, podendo atrair vetores de doenças, impactando
também a saúde pública.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
315
Em Salvador existem atualmente 199 CTS ativas, das quais 168 estão localizadas no Sistema
Camarajipe e 31 no Sistema Jaguaribe. Na Figura 116, Figura 121 e Figura 130 está apresentada
a localização das CTS dos Subsistemas Comércio, Subúrbio e Camarajipe, respectivamente.

As CTS do Sistema Camarajipe são operadas pelas unidades regionais (UMF, UML, UMB e UMJ)
da Embasa, sendo que diariamente dois funcionários passam pelo menos uma vez em cada CTS
para limpeza das grades e avaliar se o sistema está em pleno funcionamento. Todo o resíduo
gradeado é encaminhado para o aterro sanitário.

Não existe controle de vazão em nenhuma das CTS, e, portanto, não é possível avaliar qual a vazão
de contribuição que segue para o sistema de esgotamento sanitário. Além disso não são feitas
análises periódicas da qualidade da água nos locais das CTS e em razão disso não é possível saber
qual o real grau de contaminação dessas contribuições que seguem para o sistema de esgotamento
sanitário.

6.2.1.1.2.1 Subsistema Comércio

Conforme pode ser observado na Figura 116, no subsistema Comércio existem 53 CTS ativas.
Como não foram disponibilizadas informações sobre o porte (vazão) das CTS e considerando que
as estruturas utilizadas em todas as CTS são muito semelhantes, a equipe técnica da Embasa
indicou as principais CTS a serem visitadas na área do subsistema Comércio, chegando-se a 4 das
53 CTS ativas, sendo elas:

• CTS Agrário de Menezes;


• CTS Beira Mar;
• CTS Boa Viagem;
• CTS Centro da Mulher

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
316
Figura 116 - Localização das CTS do Subsistema Comércio.

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

As CTS visitadas estão instaladas dentro de poços de visitas de drenagem, todas estão implantadas
em locais estratégicos para evitar que o esgoto interligado as galerias de águas pluviais contribuam
para o oceano e contam com gradeamento para evitar que os resíduos sólidos grosseiros
contribuam para o sistema de esgotamento sanitário.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
317
No dia das visitas havia uma vazão considerável nas galerias de águas pluviais seguindo para a
rede de esgoto, evidenciando a existência de ligações clandestinas na drenagem de águas pluviais,
uma vez que no dia da visita não choveu e no subsistema Comércio toda a infraestrutura de esgoto
está implantada e operando.

Da Figura 117 a Figura 120 estão retratadas as CTS visitadas no subsistema Comércio.

Figura 117 – CTS Agrário de Menezes

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 118 – CTS Beira Mar

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
318
Figura 119 – CTS Boa Viagem

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 120 – CTS Centro da Mulher

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


6.2.1.1.2.2 Subsistema Subúrbio

Conforme pode ser observado na Figura 121, no subsistema Subúrbio existem 38 CTS ativas. Como
não foram disponibilizadas informações sobre o porte (vazão) das CTS e considerando que as
estruturas utilizadas em todas as CTS são muito semelhantes, a equipe técnica da Embasa indicou
as principais CTS a serem visitadas na área do subsistema Subúrbio, chegando-se a 8 das 38 CTS
ativas, sendo elas:

• CTS Almeida Brandão;


• CTS Ceasa Paripe I;
• CTS Ceasa Paripe II

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
319
• CTS Escada;
• CTS São Tomé I;
• CTS São Tomé II;
• CTS Tubarão I;
• Tubarão II.

Figura 121 - Localização das CTS do Subsistema Subúrbio

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
320
As CTS visitadas no subsistema Subúrbio, com exceção da CTS Tubarão I, interceptam galerias de
águas pluviais e todas estão implantadas em locais estratégicos para evitar que o esgoto interligado
às galerias de águas pluviais contribua para o oceano e contam com gradeamento para evitar que
os resíduos sólidos grosseiros contribuam para o sistema de esgotamento sanitário.

No dia da visita havia uma vazão considerável nas galerias de águas pluviais seguindo para a rede
de esgoto, evidenciando a existência de ligações clandestinas na drenagem de águas pluviais, uma
vez que no dia da visita não choveu e no subsistema Subúrbio toda a infraestrutura de esgoto está
implantada e operando.

A CTS Tubarão I está implantada em um corpo d’água canalizado que desemboca no oceano e
assim como as demais CTS também conta com gradeamento. Nessa concepção de instalação é
difícil avaliar se a vazão do canal é do próprio córrego ou esgoto bruto e por conta disso é primordial
que sejam feitas análises para avaliar a qualidade dessa água e avaliar se é possível ou não
desativar a CTS.

Da Figura 122 a Figura 129 estão retratadas as CTS visitadas no subsistema Subúrbio.

Figura 122 – CTS Almeida Brandão

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
321
Figura 123 – CTS Ceasa Paripe I

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 124 – CTS Ceasa Paripe II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 125 – CTS Escada

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
322
Figura 126 – CTS São Tomé I

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 127 – CTS São Tomé II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 128 – CTS Tubarão I

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
323
Figura 129 – CTS Tubarão II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


6.2.1.1.2.3 Subsistema Camarajipe

Conforme pode ser observado na Figura 130, no subsistema Camarajipe existem 77 CTS ativas.
Como não foram disponibilizadas informações sobre o porte (vazão) das CTS e considerando que
as estruturas utilizadas em todas as CTS são muito semelhantes, a equipe técnica da Embasa
indicou as principais CTS a serem visitadas na área do subsistema Camarajipe, chegando-se a 12
das 77 CTS ativas, sendo elas:

• CTS Comercial Ramos;


• CTS Cristo;
• CTS Parque Lucaia;
• CTS Fonte do Boi;
• CTS Captação Lucaia;
• CTS Melquives;
• CTS Pirangi;
• CTS Reversão Iguatemi;
• CTS Shopping Salvador;
• CTS Tororó;
• CTS Unique.
• CTS Vale das Pedrinhas

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
324
Figura 130 – Localização CTS do Sistema Camarajipe.

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

A reversão Iguatemi, localizada no subsistema Camarajipe (Figura 131 a Figura 133) é a maior CTS
existente em Salvador, sendo responsável por interceptar o Rio Camarajipe, com vazão de
contribuição de aproximadamente 2m³/s (vazão estimada pela Embasa). A reversão Iguatemi conta
com duas grades manuais, duas grades mecanizadas e quatro comportas eletroatuadas e no
período chuvoso a vazão excedente segue para o curso natural do rio.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
325
Figura 131 – Barramento CTS Reversão Iguatemi

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 132 – Gradeamento manual CTS Reversão Iguatemi

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 133 – Gradeamento mecanizado e comportas CTS Reversão Iguatemi

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
326
Além da Reversão Iguatemi, no subsistema Camarajipe foram visitadas mais quatro CTS que
interceptam corpos d’água, a CTS Melquives, CTS Shopping Salvador, CTS Lucaia e CTS Cristo,
que são as maiores CTS e impactam demasiadamente na vazão do sistema de esgotamento
sanitário de Salvador. As referidas CTS são ilustradas na Figura 134 a Figura 137 a seguir.

Figura 134 – CTS Melquives

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 135 – CTS Shopping Salvador

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
327
Figura 136 – CTS Lucaia

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 137 – CTS Cristo

Fonte: Acervo CSB Consórcio, 2020.

Cabe salientar que no dia da visita à CTS do Cristo a água captada pela CTS aparentemente não
apresentava características de esgoto, evidenciando que o rio captado (o Rio dos Seixos)
aparentemente não se encontra contaminado por esgoto, evidenciando a importância do
acompanhamento nas CTS para que seja possível avaliar sobre a progressiva desativação das
mesmas.

As demais CTS visitadas no subsistema Camarajipe interceptam galerias de águas pluviais, sendo
que no dia da visita havia grande contribuição de vazão nas galerias, com exceção das CTS Parque
Lucaia. Como não se tratava de um dia chuvoso, esse cenário constata a existência de ligações
clandestinas de esgoto no sistema de águas pluviais neste local.

Da Figura 138 até a Figura 144 estão retratadas as demais CTS visitadas no Sistema Camarajipe.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
328
Figura 138 – CTS Comercial Ramos

Fonte: Acervo CSB Consórcio, 2020.

Figura 139 – CTS Pirangi

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 140 – CTS Tororó

Fonte: Acervo CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
329
Figura 141 – CTS Fonte do Boi

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 142 – CTS Vale das Pedrinhas

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 143 – CTS Unique

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
330
Figura 144 – CTS Parque Lucaia

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

6.2.1.1.3 Estação de Condicionamento Prévio (ECP) e Emissário Submarino do Rio


Vermelho

A ECP do Rio Vermelho está localizada no Parque Deputado Paulo Jackson na Av. Juracy
Magalhães Júnior, s/n, bairro Horto Florestal, entrou em operação no ano de 1975 e sua concepção
consiste em tratamento preliminar (gradeamento, caixa de areia e peneiramento) e disposição final
através de emissário submarino.

A capacidade nominal da ECP é de 8,30 m³/s, sendo que atualmente está sendo condicionada uma
vazão média de 4,16 m³/s e em períodos chuvosos a vazão chega a 7,70 m³/s. O acréscimo da
vazão em períodos chuvosos é bastante relevante e está diretamente atrelado ao uso
indiscriminado de CTS. Atualmente a vazão de contribuição das CTS do Sistema Camarajipe
corresponde a 42,65% da capacidade nominal da ECP, o que impacta diretamente no aumento de
custos operacionais e diminui consideravelmente a vida útil da ECP.

A estação de condicionamento prévio promove principalmente a remoção dos sólidos flutuantes e


sedimentáveis e as unidades que compõe a ECP são: caixa de reunião, caixa de confluência, calha
Parshall, gradeamento manual, gradeamento mecanizado, tratamento de odores, estação
elevatória de esgoto (baixo recalque), desarenadores, peneiras rotativas, estação elevatória de
esgoto (alto recalque) e chaminé de equilíbrio. Após a saída da ECP o efluente é encaminhado para
o oceano atlântico, por meio de emissário terrestre e emissário submarino.

As unidades que compõe a ECP Rio vermelho podem ser visualizadas na Figura 145

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
331
Figura 145 – Croqui esquemático das unidades da ECP Rio Vermelho

Gradeamento Gradeamento
Manual Mecânico

Caixa de
reunião e
Alto recalque CCO
confluência Peneiras
Alto recalque
Baixo Subestação
recalque

Controle Controle de
de odores Chaminé de odores
equilíbrio

Elaboração: Consórcio CSB, 2021.

A caixa de reunião recebe as contribuições do interceptor Camarajipe, Interceptor Pituba e IC-62,


enquanto a caixa de confluência recebe a contribuição do interceptor Barra/Lucaia e segue para a
calha Parshall.

Após a calha Parshall o efluente segue para o gradeamento manual e posteriormente para os quatro
gradeamentos mecanizados com espaçamento de 25mm entre barras e limpeza automática. Todo
o material gradeado segue para caçambas que quando estão próximas ao limite são enviadas para
o aterro sanitário.

Por conta do desnível geométrico existente entre os gradeamentos e a caixa de areia, fez se
necessário implantar uma EEE denominada baixo recalque, que opera com 4 bombas parafuso em
paralelo e uma reserva. As bombas têm capacidade de 2,06m³/s, diâmetro da rosca de 2,80m,
22,98m de comprimento e potência unitária de 370cv.

Em seguida o efluente segue para a desarenação, que ocorre através de quatro caixas de areia de
seção quadrada (10,5m x 10,5m) com raspadores de fundo, que encaminham a areia para um poço
lateral de onde é feita a retirada através de um transportador helicoidal. Assim como acontece com
o material gradeado, a areia é armazenada em caçambas que posteriormente são encaminhadas
para o aterro sanitário.

A última etapa do tratamento é o peneiramento que tem como objetivo a remoção dos sólidos em
suspensão com diâmetro igual ou superior a 1mm. Essa etapa é composta por 12 peneiras, sendo

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
332
10 em operação e duas reservas, todas possuem capacidade unitária de 0,76m³/s e totalizam 126cv
de potência instalada. Os materiais peneirados ficam armazenados em caçambas e posteriormente
são enviados para o aterro sanitário junto com o material gradeado e desarenado, no ano de 2020
foram removidos 709,24m³ de lodo nessa etapa.

Do peneiramento o efluente segue para a EEE Alto Recalque que é composta por sete conjuntos
motobombas com vazão máxima de 1,38m³/s, potência unitária de 800cv e altura manométrica total
de 30,6m. A função da EEE Alto Recalque é elevar todo o efluente da ECP Rio Vermelho para a
chaminé de equilíbrio, local de onde o efluente segue para o emissário terrestre e submarino.

A chaminé de equilíbrio tem altura total de 35,50m, diâmetro interno de 4,00m e externo de 4,60m.
Sua função é de atenuar os impactos causados pelo recalque e garantir regime uniforme e contínuo
no emissário.

O emissário é composto por um trecho terrestre e um submarino, sendo que ambos possuem
diâmetro nominal de 1.750mm executados em concreto. O trecho terrestre possui 1.020m e o trecho
submarino 2.350m, dos quais 350m são da tubulação difusora que está implantada a uma
profundidade média de 27m. Nos últimos 214 metros da tubulação difusora estão implantados 70
difusores (todos abertos) com diâmetro de 150mm.

De acordo com informações da equipe técnica da Embasa, o SDO Rio Vermelho possui Plano de
Monitoramento, entretanto, não possui ainda um monitoramento regular, visto que o mesmo entrou
em operação em 1972, quando ainda não existia a legislação ambiental brasileira, que data de
1981, e, portanto, não houve um processo de licenciamento ambiental no momento da sua
implantação. Depois de um longo processo, o IBAMA emitiu a Licença de Regularização do
emissário do Rio Vermelho em novembro de 2016, sendo que em 2017 a Embasa entregou ao
IBAMA o Plano Básico Ambiental (PBA) do SDO, conforme solicitado pelo órgão e o presente
momento não obteve resposta do IBAMA. Portanto, atualmente a Embasa aguarda a análise do
PBA do emissário do Rio Vermelho para iniciar o seu monitoramento regular. Por livre vontade, a
Embasa fez um monitoramento do mar em 2008 e contratou recentemente um novo monitoramento
do SDO, que se encontra em andamento. A Embasa ressaltou ainda que para a realização deste
monitoramento ora em andamento, é necessária autorização do IBAMA para coletar plâncton,
bentos e necton, que até o presente momento não foi concedida, e, portanto o monitoramento ainda
não foi iniciado.

Todos os gases gerados no processo de tratamento e recalque da ECP são encaminhados para
dois sistemas de controles de odores, que são responsáveis pela captação, neutralização e
tratamento através de lavagem química dos gases, posteriormente os gases são reconduzidos para

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
333
a atmosfera limpos e inodoros evitando contaminação ao meio ambiente. Os sistemas de controle
de odores são compostos por quatro exaustores com capacidade de 34.000m³/h e potência unitária
de 42cv, quatro torres de lavagem com diâmetro de 1,60m e altura de 6,09m, dutos e captadores
em fibra de vidro com diâmetro de 600mm e 06 bombas dosadoras.

O suprimento de energia elétrica das unidades componentes da ECP é fornecido através de uma
subestação blindada de 10.000kVA, dois transformadores de 5.000kVA, cinco transformadores de
força de 225kVA, um conjunto retificador / bateria de 250A/h, um painel de média tensão, um painel
de centro de controle de motores, dois painéis de baixa tensão e sistema de automação. A ECP
não possui gerador de energia, e, portanto, em caso de parada no fornecimento de energia elétrica
o efluente segue para o extravasor que contribui para o Rio Lucaia.

A ECP conta com uma central de controle de operações (CCO), local onde está implantado o
supervisório e podem ser avaliados os seguintes parâmetros do sistema: vazão de entrada, nível
das caixas de entrada, funcionamento e/ou manutenção dos equipamentos e variáveis de
bombeamento da EEE Alto Recalque. Além disso a operação de todos os equipamentos mecânicos
pode ser executada de maneira remota, com possibilidade de operação local caso haja algum
problema.

De acordo com as informações da Embasa, encontram-se em andamento, estudos para melhoria


da segurança operacional do sistema da ECP, como duplicação do recalque da estação elevatória
do alto recalque, substituição das válvulas de retenção e substituição das válvulas de bloqueio dos
barriletes, instalação de medidor de vazão, troca das bombas parafuso e substituição das peneiras
rotativas.

Como pode ser observado na Figura 145 a área da ECP Rio Vermelho não permite ampliações no
sistema de condicionamento prévio. Da Figura 146 a Figura 160 está retratado o sistema da ECP
do Rio Vermelho.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
334
Figura 146 – Entrada ECP Rio Vermelho

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 147 – Poço de gradeamento manual

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
335
Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 148 – Gradeamento mecânico

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 149 – Resíduos do gradeamento

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
336
Figura 150 – EEE Baixo Recalque

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 151 – Desarenadores

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
337
Figura 152 – Peneiras

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 153 – EEE Alto Recalque

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
338
Figura 154 – Chaminé de equilíbrio

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 155 – Controle de odores

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
339
Figura 156 – Químicos para lavagem dos gases

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 157 – Painéis de comando

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
340
Figura 158 – Subestação de energia

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 159 – Transformadores de energia

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
341
Figura 160 – Tela do supervisório da EEE Baixo Recalque

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


De acordo com os operadores da ECP não há problemas operacionais rotineiros, ainda assim o
problema mais frequente está relacionado aos resíduos sólidos que obstruem as grades
mecanizadas. A ECP conta com uma equipe de operadores 24 horas que são responsáveis pelas
manobras das caçambas de resíduos, manutenções preventivas e corretivas no sistema, mantendo
as estruturas em bom estado de conservação.

6.2.1.2 Sistema Jaguaribe

O Sistema Jaguaribe é responsável pelo atendimento de aproximadamente 944.905 habitantes,


correspondendo a 304.808 economias residenciais ativas habitadas de esgoto e recebe
contribuições de parte da vertente Oceânica. Do total de habitantes atendidos com esgotamento
sanitário no sistema Jaguaribe, 678.337 habitantes (218.818 economias ativas residenciais
habitadas) contribuem para o sistema principal e os demais contribuem para os sistemas individuais.

A infraestrutura do Sistema Jaguaribe é composta por 1.244 km de redes coletoras, coletores tronco
e interceptores, 64 EEE e linhas de recalque, uma ECP denominada Jaguaribe, 1.447m de
emissário terrestre e 3.670m de emissário submarino.

Conforme detalhado anteriormente, algumas bacias do Sistema Jaguaribe ainda não foram
implantadas e algumas encontram-se com obras em execução. Portanto, as contribuições de esgoto

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
342
destes locais são encaminhadas atualmente para sistemas descentralizados e são tratados em ETE
descentralizadas. O detalhamento dos sistemas descentralizados será apresentado no item 6.2.2.

6.2.1.2.1 Subsistemas de Coleta

Os Subsistemas que compõe o Sistema Jaguaribe são: Pituaçu, Jaguaribe, Ipitanga A, Ipitanga B
e Ipitanga C, compreendendo 24 das 43 bacias de esgotamento sanitário de Salvador. Todas as
contribuições de esgotos geradas no sistema principal do Jaguaribe são encaminhadas para a ECP
Jaguaribe e posteriormente seguem para o Oceano através do emissário submarino.

Atualmente estão em andamento as obras de implantação das bacias Águas Claras, Cambunas e
Trobogy, que fazem parte do subsistema Jaguaribe, e, portanto, o esgoto coletado nessas bacias
atualmente é encaminhado para sistemas descentralizados. Após a conclusão das obras de
esgotamento sanitário destas bacias os esgotos gerados também serão encaminhados para a ECP
do Jaguaribe.

Atualmente encontra-se também em elaboração o projeto de ampliação do SES de Salvador, que


contempla bacias do subsistema Ipitanga A (Coruripe, Ipitanga I, Ribeirão Itapuã e Médio Ipitanga)
e a bacia do Médio Jaguaribe, que faz parte do subsistema Jaguaribe.

A Figura 161 apresenta o fluxograma esquemático do sistema Jaguaribe, considerando a


concepção original do sistema, de acordo com o RAPDE (2003).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
343
Figura 161 – Fluxograma esquemático do sistema Jaguaribe

Legenda:

Fonte: Adaptado de Embasa, 2021.

Ressalta-se que atualmente o fluxo de escoamento do esgoto coletado em alguns subsistemas do


sistema Jaguaribe ocorre de forma diferente do previsto na concepção do sistema, como será
detalhado nos itens a seguir.

6.2.1.2.1.1 Subsistema Pituaçu

O Subsistema Pituaçu faz parte da vertente Oceânica e recebe contribuição de aproximadamente


339.156 habitantes, que corresponde a 35,89% da população atendida pelo Sistema Jaguaribe. O
total de economias ativas habitadas é de 112.536, sendo que 97,22% são do tipo residenciais,
2,60% comerciais e 0,18% industriais.

As bacias que compõe o Subsistema são: Saboeiro, Baixo Pituaçu e Alto Pituaçu e as informações
de população atendida e economias ativas habitadas por bacia estão apresentadas na Tabela 35.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
344
Tabela 35 – Informações sobre as bacias do Subsistema Pituaçu.
População Economias ativas habitadas
Subsistema Bacia de esgotamento Município
atendida Residencial Comercial Industrial
Alto Pituaçu Salvador 139.612 45.036 1.821 177
Pituaçu Baixo Pituaçu Salvador 51.212 16.520 221 3
Saboeiro Salvador 148.332 47.849 886 23
Fonte: Embasa, 2021.

A infraestrutura do Subsistema Pituaçu é composta por 533,8km de redes coletoras e coletores


troncos implantadas em PVC com diâmetros que variam de 100 a 400mm, 23,20km de interceptores
em concreto com diâmetros variando entre 500 e 1500mm, 18 EEE e linhas de recalque. As redes
coletoras, coletores troncos e interceptores do Subsistema Pituaçu foram implantadas nos anos de
1998 e 2002.

As EEE geralmente são do tipo circular, com gradeamento manual, caixa de areia circular, bombas
submersíveis, medição de nível do poço e sem medição de vazão de entrada e saída. A EEE
Saboeiro é a maior elevatória do sistema de esgotamento sanitário de Salvador e em razão disso
apresenta concepção diferente, com remoção de areia através de bombeamento, poço seco e
bombas de eixo vertical.

Na EEE Pituaçu em caso de interrupção no fornecimento de energia elétrica os esgotos extravasam


na rede de drenagem e contribuem para o corpo d’água, enquanto no caso da EEE Saboeiro
existem geradores de energia que permitem o pleno funcionamento da EEE, mesmo sem
fornecimento de energia elétrica.

No subsistema Pituaçu existem 3 EEE (Alto Pituaçu, Trobogy e Saboeiro) com operador fixo diurno,
enquanto as demais são atendidas pelo menos uma vez ao dia por equipes de dois funcionários
que realizam os serviços de limpeza das grades de retenção de sólidos e verificam a necessidade
de limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de remoção de areia é aberta uma
solicitação de serviço (SS) atinente ao serviço limpeza de caixa de areia. Os resíduos sólidos
removidos das EEE são acondicionados separadamente em recipientes instalados nas carrocerias
de veículos utilitários, para que ao final de cada turno de trabalho sejam colocados em caixas
estacionárias localizadas nos canteiros de obra e em seguida serem transportados diretamente para
o aterro Metropolitano Centro. A areia removida nos desarenadores das EEE é enviada para uma
unidade de descarte e de extração do excesso de umidade, localizada na área do UASB 6 do
sistema Fazenda Grande IV, onde toda a areia proveniente das EEE é acumulada e após drenada
é transportada por caminhões caçamba para o aterro Metropolitano Centro de Salvador.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
345
A Figura 162 apresenta a delimitação do Subsistema Pituaçu e a localização das unidades
existentes.

Figura 162 – Subsistema Pituaçu

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

As informações das EEE do subsistema Pituaçu, obtidas durante as visitas técnicas e


complementadas pela Embasa estão apresentadas na Tabela 36.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
346
Tabela 36 – Informações das EEE do Subsistema Pituaçu.
Vazão
Gradeam Caixa de Nominal N° de bombas em N° de bombas Potência Destino do Monitoramento Possui Status da
EEE Bacia Tipo de bomba
ento areia operação reserva instalada (cv) recalque Remoto gerador EEE
(L/s)
EE MOISÉS MENDES - SUSUARANA - ALTO Bomba
Sim Sim 6,39 2 1 - EE PRINCIPAL Não Não Ativo
EE-6 PITUAÇU submersível
ALTO Bomba
EE SÃO MARCOS GAL COSTA EE-7 Sim Sim 9,44 2 0 - EE PRINCIPAL Não Não Ativo
PITUAÇU submersível
EE SUSSUARANA VELHA I - GAL ALTO Bomba
Sim Sim 18,33 2 0 - EE PRINCIPAL Não Não Ativo
COSTA PITUAÇU submersível
EE RUA DIRETA DE PITUAÇU ALTO Bomba
Sim Sim 27,78 2 1 - EE PRINCIPAL Não Não Ativo
(SUSSUARANA VELHA) PITUAÇU submersível
ALTO Bomba
EE RUA DO OURO Sim Sim 29,44 2 0 - EE PRINCIPAL Não Não Ativo
PITUAÇU submersível
BAIXO Bomba
EE INDÚSTRIA E COMÉRCIO Sim Sim 7,78 2 0 - EE PRINCIPAL Não Não Ativo
PITUAÇU submersível
BAIXO Bomba
EE - PRODEB Sim Sim 7,78 2 0 - EE PRINCIPAL Não Não Ativo
PITUAÇU submersível
BAIXO Bomba
EE SEPLANTEC Sim Sim 8,06 2 0 - EE PRINCIPAL Não Não Ativo
PITUAÇU submersível
BAIXO Bomba INTERC. ALTO
EE GOVERNADORIA Sim Sim 7,78 2 0 - Não Não Ativo
PITUAÇU submersível PITUAÇU
EE FUNDAÇÃO LUIS EDUARDO BAIXO Bomba INTERC. ALTO
Sim Sim 0 2 0 - Não Não Ativo
MAGALHÃES PITUAÇU submersível PITUAÇU
EE FINAL / PRINCIPAL (ALTO BAIXO Bomba INTERC. ALTO
Sim Sim 570 2 0 435 Sim Não Ativo
PITUAÇU) PITUAÇU submersível PITUAÇU
BAIXO Bomba INTERC. ALTO
EE BP-09 RIO DAS PEDRAS Sim Sim 4,72 1 0 - Não Não Ativo
PITUAÇU submersível PITUAÇU
BAIXO Bomba INTERC. ALTO
EE ESTÁDIO DE PITUAÇU Sim Sim 30,83 2 1 - Não Não Ativo
PITUAÇU submersível PITUAÇU
BAIXO Bomba INTERC. ALTO
EE ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Sim Sim 3 2 0 - Não Não Ativo
PITUAÇU submersível PITUAÇU
BAIXO Bomba INTEC.
EE SÍTIO DO POMBAL Sim Sim - 1 0 - Não Não Ativo
PITUAÇU submersível SABOEIRO
Bomba INTERC.
EE FLORESTAL VILLE SABOEIRO Sim Sim 13,31 2 0 - Não Não Ativo
submersível SABOEIRO
Bomba INTERC.
EE EDGAR SANTOS (BORA BORA) SABOEIRO Sim Sim 22 2 0 - Não Não Ativo
submersível SABOEIRO
Bomba de eixo
EE SABOEIRO SABOEIRO Sim Sim 2300 3 0 3200 SDO JAGUARIBE Sim Não Ativo
vertical
Fonte: Embasa, 2022.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
347
Para a definição das EEE que seriam visitadas foi utilizado como critério a vazão de bombeamento,
tendo sido priorizadas as EEE de maior porte, com vazões superiores a 50 L/s. Em alguns casos
não foi possível visitar algumas EEE por estarem localizadas em áreas de risco, onde não seria
seguro realizar as visitas, de acordo com a Embasa. Nessas situações as EEE foram substituídas
por outras de menor porte.

No total foram visitadas 2 das 18 EEE do Subsistema Pituaçu, sendo elas:

• EE Alto Pituaçu;
• EE Saboeiro.

As EEE visitadas estão implantadas em áreas particulares com fechamento e identificação,


dificultando o acesso da população. A operação da EEE Saboeiro é de responsabilidade da BRK
Ambiental.

Como as EEE contam com operadores as manutenções preventivas são feitas com mais frequência
e por conta disso as estruturas apresentam bom estado de conservação. Não foi permitida a entrada
para avaliar a situação dos quadros elétricos pois estão localizados junto a subestação, que é uma
unidade de alta periculosidade.

Todos os gases gerados na EEE Saboeiro são encaminhados para o sistema de controles de
odores, que é responsável pela captação, neutralização e tratamento através de lavagem química
dos gases. Após o tratamento, os gases são reconduzidos para a atmosfera limpos e inodoros
evitando contaminação ao meio ambiente.

Todas as bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia, sendo que
as partidas das bombas de maior potência ocorrem com soft starter, sistema que possibilita a partida
gradual do motor elétrico, regulando de forma continua a tensão e o torque até atingir o valor
nominal. O soft starter reduz consideravelmente o esforço do motor e partes mecânicas,
aumentando a vida útil do conjunto motobomba.

A EEE Alto Pituaçu conta com sistema de telemetria que envia as informações de nível do poço e
status das bombas para a central de controle de operação (CCO) localizado na Embasa do Rio
Vermelho e permite a operação remota dos equipamentos. No caso da EEE Saboeiro, como sua
operação está diretamente ligada a operação da ECP Jaguaribe, todos os dados dos equipamentos
são enviados para a central de controle de operação (CCO) localizada junto à ECP, permitindo a
operação remota da EEE.

Por se tratar de uma EEE final, a EEE Saboeiro possui medidor de vazão eletromagnético que envia
as informações para o CCO da ECP Jaguaribe. De acordo com as informações apresentadas, a

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
348
EEE Saboeiro possui capacidade nominal de 2,3 m³/s e a demanda recebida em tempos chuvosos
é de aproximadamente 1,8 m³/s, possibilitando o aumento de contribuição no sistema.

A EEE Alto Pituaçu não possui nenhum dispositivo de medição de vazão, e, portanto, os dados
fornecidos tratam apenas sobre a vazão nominal das bombas. Por conta disso não foi possível
avaliar se a capacidade instalada está adequada à demanda recebida.

Conforme informações fornecidas pela Embasa, as EEE do subsistema Pituaçu não apresentaram
elevados índices de extravasamento nos anos de 2020 e 2021.

O Quadro 39 a seguir apresenta o resumo das informações das EEE do subsistema Pituaçu que
foram visitadas e no Apêndice A são apresentadas as fichas de campo com dados e fotos que
retratam a situação das duas EEE visitadas no Subsistema Pituaçu.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
349
Quadro 39 – Resumo das informações das EEE do subsistema Pituaçu visitadas.
Vazão/ Limpeza Estado de Partida Auto Entrada Gerador Tele
Identifi Cerca Vuln. Caixa de Limpez Extrava Tipo Quadros
Nome Recalca Bomba Bombas Grade Odores caixa de conserva das maçã de de metri
cação mento Social areia a grade sor bomba elétricos
[l/s] areia ção bombas o energia energia a
EE Final / Principal Inter. Alto Quando Submersí Subestaç Sem
Sim Sim Não 285,00 2 Sim Sim Leve Diária Rio Regular Softstarter Total Não Sim
(Alto Pituaçu) Pituaçu necessário vel ão acesso
SDO Modera Quando Eixo Subestaç Sem
EE Saboeiro Sim Sim Sim 766,67 3 Sim Sim Diária Rio Bom Softstarter Total Sim Sim
Jaguaribe do necessário vertical ão acesso
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
350
As estruturas das EEE visitadas estão retratadas na Figura 163 e Figura 164.

Figura 163 – EEE Alto Pituaçu

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 164 – EEE Saboeiro

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

6.2.1.2.1.2 Subsistema Jaguaribe

O Subsistema Jaguaribe faz parte da vertente Oceânica e recebe contribuição de aproximadamente


393.008 habitantes, que correspondem a 41,59% da população atendida pelo Sistema Jaguaribe.

As bacias que compõe o Subsistema são: Águas Claras, Baixo Jaguaribe, Cambunas, Itapuã,
Flamengo, Mangabeira, Médio Jaguaribe e Trobogi. A bacia do Flamengo é dividida pelo limite
municipal entre Salvador e Lauro de Freitas e atualmente a parte de Lauro de Freitas está
contribuindo para Salvador através da EEE Praia de Ipitanga.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
351
Atualmente do total da população que contribui para o subsistema, 223.401 (56,84%) habitantes
contribuem para o sistema principal e os demais (169.607 habitantes), correspondentes às bacias
Águas Claras, Baixo Jaguaribe (parcial), Cambunas, Médio Jaguaribe (parcial) e Trobogi,
contribuem atualmente para os sistemas descentralizados, sendo considerados no item 6.2.2.

Ressalta-se que conforme definido na concepção original do SES Salvador, essas bacias que
contribuem para os sistemas descentralizados têm previsão de interligação ao Sistema Jaguaribe,
tão logo as obras de implantação das bacias estejam concluídas. Quando as obras forem
concluídas, as ETE que atendem atualmente os sistemas descentralizados dessas bacias serão
desativados. O detalhamento das obras em execução e das obras previstas para o subsistema
Jaguaribe será apresentado no item 6.2.4.

O total de economias ativas habitadas que contribuem atualmente para o sistema principal é de
75.474, sendo que 97,80% são do tipo residenciais, 2,16% comerciais e 0,04% industriais.

As informações de população atendida e economias ativas por bacia estão apresentadas na Tabela
37.

Tabela 37 – Informações referentes as bacias do Subsistema Jaguaribe.


População Economias ativas habitadas
Subsistema Bacia de esgotamento Município
atendida Residencial Comercial Industrial
Baixo Jaguaribe Salvador 30.174 10.383 18 0
Flamengo Salvador 9.443 3.046 4 2
Lauro de
Flamengo 769 248 0 0
Jaguaribe Freitas
Itapuã Salvador 52.867 17.054 298 6
Mangabeira Salvador 104.327 33.654 675 22
Médio Jaguaribe Salvador 25.821 9.429 635 11
Fonte: Embasa, 2021.

A infraestrutura do Subsistema Jaguaribe é composta por 537,33km de redes coletoras e coletores


troncos implantados em PVC com diâmetros que variam de 100 a 400mm, 16,89km de interceptores
em concreto com diâmetros variando entre 500 e 1500mm e 25 EEE e linhas de recalque.

As redes coletoras, coletores troncos e interceptores do Subsistema Jaguaribe foram implantadas


no ano de 2000 e 2002, com exceção da bacia de esgotamento do Flamengo, que foi implantada
em 2009.

De acordo com as informações fornecidas pela Embasa, existem rotinas operacionais preventivas
de lavagem de interceptores e redes coletoras de esgoto, a fim de proporcionar melhor fluidez
dentro dos condutos. Esses serviços são realizados por meio de contratos de manutenção que
utilizam equipes especializadas e equipamentos pesados de hidrojateamento e sucção. Essas

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
352
rotinas são intensificadas durante os períodos que precedem o verão. Os consertos e reparos são
feitos a partir das solicitações de serviço realizadas pela equipe técnica e por meio dos canais de
atendimento do consumidor disponibilizados pela Embasa. No geral os reparos são para retirada
de areia e desobstrução das redes que acarretam extravasamentos de esgotos.

A Figura 165 apresenta a delimitação do Subsistema Jaguaribe e a localização das unidades


existentes.

Figura 165 – Subsistema Jaguaribe

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Os dois tipos de EEE adotados no Subsistema Jaguaribe são: poço úmido com bombas
submersíveis e poço seco com bombas de eixo vertical. Em todas as situações as EEE contam com

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
353
gradeamento manual e caixa de areia de fluxo horizontal ou circular e medidor de nível ultrassônico.
As EEE visitadas não possuem medição de vazão. Em caso de interrupção no fornecimento de
energia elétrica os esgotos extravasam nas redes de drenagem, corpos d’água ou oceano, visto
que as EEE não são equipadas com geradores de energia.

Nenhuma das EEE conta com operador fixo, entretanto, todas são atendidas pelo menos uma vez
ao dia por equipes de dois funcionários que realizam os serviços de limpeza das grades de retenção
de sólidos e verificam a necessidade de limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de
remoção de areia é aberta uma solicitação de serviço (SS) atinente ao serviço limpeza de caixa de
areia. Os resíduos sólidos removidos das EEE são acondicionados separadamente em recipientes
instalados nas carrocerias de veículos utilitários, para que ao final de cada turno de trabalho sejam
colocados em caixas estacionárias localizadas nos canteiros de obra e em seguida serem
transportados diretamente para o aterro Metropolitano Centro. A areia removida nos desarenadores
das EEE é enviada para uma unidade de descarte e de extração do excesso de umidade, localizada
na área do UASB 6 do sistema Fazenda Grande IV, onde toda a areia proveniente das EEE é
acumulada e após drenada é transportada por caminhões caçamba para o aterro Metropolitano
Centro de Salvador.

As informações das EEE do subsistema Jaguaribe, obtidas durante as visitas técnicas e


complementadas pela Embasa estão apresentadas na Tabela 38.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
354
Tabela 38 – Informações das EEE do Subsistema Jaguaribe.
Vazão Potência
EEE Bacia Nominal Gradeame Caixa de
Tipo de bomba
N° de bombas em N° de bombas instalada Destino do recalque
Monitoramento Possui Status da
nto areia operação reserva Remoto gerador EEE
(L/s) (cv)
Baixo Bomba INTERC. ORLANDO
EE ALPHAVILLE 5,83 Sim Sim 1 0 - Não Não Ativo
Jaguaribe submersível GOMES
Baixo Bomba de eixo
EE-TM TROBOGI 1036 Sim Não 2 0 400 INTEC. SABOEIRO Sim Não Ativo
Jaguaribe vertical
Baixo Bomba
EE COSTA VERDE 5,5 Sim Sim 2 0 10 - Não Não Ativo
Jaguaribe submersível
Baixo Bomba
EE PASSA VACA 235 Sim Sim 1 0 60 INTEC. SABOEIRO Sim Não Ativo
Jaguaribe submersível
Bomba
EE STELLA MARIS Itapuã 92,6 Sim Sim 3 0 36 INTERC. ITAPOÄ Sim Não Ativo
submersível
Bomba INTERC. ORLANDO
EE RUA G Itapuã 417 Sim Sim 3 0 225 Sim Não Ativo
submersível GOMES
Bomba INTERC. ORLANDO
EE CIRA Itapuã 46,6 Sim Sim 2 1 24 Sim Sim Ativo
submersível GOMES
Bomba INTERC. ORLANDO
EE VILA DOS SARGENTOS Itapuã 29,1 Sim Sim 2 1 24 Sim Não Ativo
submersível GOMES
Bomba
EE 4 RODAS Itapuã 11,11 Sim Sim 2 0 4 EE RUA G Não Não Ativo
submersível
EE SOL DO ATLÂNTICO / Bomba
Itapuã 25,17 Sim Sim 2 0 - INTERC. ITAPOÄ Sim Não Ativo
STELLA MARIS submersível
Bomba
EE FL-01 Flamengo 53,14 Sim Sim 2 1 20 EE STELA MARIS Sim Não Ativo
submersível
Bomba
EE FL-02 Flamengo 39,42 Sim Sim 2 1 20 EE FLAMENGO 1 Sim Não Ativo
submersível
Bomba
EE FL-03 Flamengo 31,94 Sim Sim 2 0 20 EE FLAMENGO 2 Sim Não Ativo
submersível
Bomba
EE FL-04 Flamengo 15,16 Sim Sim 2 0 4 EE FLAMENGO 3 Sim Não Ativo
submersível
Bomba
EE FL-05 Flamengo 10,04 Sim Sim 2 0 4 EE FLAMENGO 4 Sim Não Ativo
submersível
Bomba
EE CAMINHO DAS ÁGUAS Flamengo 7,34 Sim Sim 2 0 6 EE FLAMENGO 5 Não Não Ativo
submersível
Bomba
EE PRAIA DE IPITANGA Flamengo 15 Sim Sim 2 0 5 EE FLAMENGO 5 Sim Não Ativo
submersível
Bomba EE SÄO CRISTOVÄO
EE MG-1 ACALANTO Mangabeira 82,37 Sim Sim 2 1 - Sim Não Ativo
submersível III
Médio Bomba INTERC. ORLANDO
EE MV-01 MALVINAS 29,45 Sim Sim 2 1 - Não Não Ativo
Jaguaribe submersível GOMES
Médio Bomba INTERC. ORLANDO
EE ALPHAVILLE B 18,47 Sim Sim 1 0 - Não Não Ativo
Jaguaribe submersível GOMES
Médio Bomba
EE ALPHAVILLE C 5,5 Sim Sim 2 0 - EE ALPHAVILLE B Não Não Ativo
Jaguaribe submersível
Médio Bomba
EE ALPHAVILLE E 12 Sim Sim 2 0 - EE ALPHAVILLE B Não Não Ativo
Jaguaribe submersível
Médio Bomba
EE ALPHAVILLE F 10,5 Sim Sim 2 0 - EE ALPHAVILLE E Não Não Ativo
Jaguaribe submersível
Médio Bomba
EE ALPHAVILLE G 2,33 Sim Sim 2 0 - EE ALPHAVILLE F Não Não Ativo
Jaguaribe submersível
Médio Bomba
EE VILA VERDE 10 Sim Sim 2 0 - - Não Não Ativo
Jaguaribe submersível
Fonte: Embasa, 2022.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
355
Para a definição das EEE que seriam visitadas foi utilizado como critério a vazão de bombeamento,
tendo sido priorizadas as EEE de maior porte, com vazões superiores a 50 L/s. Em alguns casos
não foi possível visitar algumas EEE por estarem localizadas em áreas de risco, onde não seria
seguro realizar as visitas, de acordo com a Embasa. Nessas situações as EEE foram substituídas
por outras de menor porte.

No total foram visitadas 6 das 25 EEE do Subsistema Jaguaribe, sendo elas:

• EE Acalanto;
• EE FL01;
• EE Rua G;
• EE Stella Maris;
• EE Trobogi, e
• EE Passa Vaca;

Atualmente está em execução pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia


(Conder) a obra da EEE Abaeté que será implantada na bacia Mangabeira. A obra dessa EEE
causou bastante controvérsia com a sociedade civil organizada, uma vez que será implantada na
Lagoa do Abaeté que está em área de preservação ambiental (APA). O objetivo da EEE é a
desativação das fossas existentes na Lagoa do Abaeté que apresentam mal cheiro e
extravasamento.

Os principais apontamentos feitos pela população contra a implantação da EEE foram referentes à
falta de estudos que comprovem que a EEE seria a melhor alternativa técnica, considerando o seu
elevado impacto ambiental e poluição visual na área da APA. Contrapondo esses apontamentos,
as entidades responsáveis pelo projeto e implantação da obra destacam que estão sendo tomadas
todas as medidas necessárias para segurança e preservação do meio ambiente, além de frisar que
a obra está licenciada tanto pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) quanto
pela Prefeitura Municipal de Salvador.

As estruturas das EEE visitadas no subsistema Jaguaribe estão retratadas da Figura 166 até a
Figura 171.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
356
Figura 166 – EEE Acalanto

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 167 – Implantação EEE FL-01

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 168 – EEE Rua G

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
357
Figura 169 – EEE Stella Maris

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 170 – EEE Trobogi

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 171 – EEE Passa Vaca

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
358
Metade das EEE visitadas estão implantadas em áreas públicas de bastante movimento e como
não possuem fechamento há o aumento do risco de acidentes e dificuldade na operação do sistema.
As demais EEE visitadas estão em áreas privadas, devidamente cercadas e identificadas.

O estado de conservação das estruturas está na maior parte com situação regular, sendo que os
maiores problemas são referentes às estruturas metálicas que em alguns casos apresentam
corrosão avançada.

No geral os quadros elétricos das EEE visitadas estão em estado regular, ainda assim a Embasa
está substituindo gradativamente todos os quadros elétricos, priorizando os que estão em situação
precária.

Todas as bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia, sendo que
as partidas das bombas de maior potência ocorrem com soft starter, sistema que possibilita a partida
gradual do motor elétrico, regulando de forma continua a tensão e o torque até atingir o valor
nominal. O soft starter reduz consideravelmente o esforço do motor e partes mecânicas,
aumentando a vida útil do conjunto motobomba.

Parte das EEE conta com sistema de telemetria, e, portanto, as informações de nível do poço e
status das bombas podem ser acessadas e controladas através da central de controle de operação
(CCO) localizado na Embasa do Rio Vermelho.

As EEE não possuem nenhum dispositivo de medição de vazão, e, portanto, os dados fornecidos
tratam apenas sobre a vazão das bombas. Por conta disso não foi possível avaliar se a capacidade
instalada está adequada à demanda recebida.

Conforme informações fornecidas pela Embasa, as EEE do subsistema Jaguaribe não


apresentaram elevados índices de extravasamento nos anos de 2020 e 2021.

O Quadro 40 a seguir apresenta o resumo das informações das EEE do subsistema Jaguaribe que
foram visitadas e no Apêndice A serão apresentadas as fichas de campo com dados e fotos que
retratam a situação de todas as EEE visitadas do subsistema Jaguaribe.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
359
Quadro 40 – Resumo das informações das EEE visitadas do subsistema Jaguaribe
Partida Gerad
Caixa Limpeza Estado de Entrada
Identificaç Cercame Vuln. Vazão/bom Bomb Grad Odor Limpeza Extravas Tipo das Automaç or de Quadros Telemet
Nome Recalca para de caixa de conservaç de
ão nto Social ba [l/s] as e es grade or bomba bomba ão energi elétricos ria
areia areia ão energia
s a
Quando Submersí Trans.
EE FL-01 Sim Não Não EE Stella Maris 26,57 2+1 Sim Sim Leve Diária Rede Precário Direta Total Não Precário Sim
necessário vel Poste
EE MG-1 EE São Mode Quando Submersí Softstart Trans.
Não Sim Sim 41,19 2+1 Sim Sim Diária Canal Bom Total Não Bom Sim
Acalanto Cristovão III rado necessário vel er Poste
Inter. Orlando Mode Quando Submersí Softstart Trans. Sem
EE Rua G Sim Não Não 139,00 3 Sim Sim Diária Oceano Regular Total Não Sim
gomes rado necessário vel er Poste acesso
Quando Submersí Softstart Trans. Sem
EE Stella Maris Sim Não Não Inter. Itapoã 38,87 2+1 Sim Sim Leve Diária Oceano Regular Total Não Sim
necessário vel er Poste acesso
Mode Não se Eixo Softstart Subestaç Sem
EE-TM Trobogi Sim Sim Não Inter. Saboeiro 518,00 2 Sim Não Diária Rio Regular Total Não Sim
rado aplica vertical er ão acesso
EE-PV Passa Quando Submersí Softstart Trans. Sem
Sim Sim Não Inter. Saboeiro 235,00 1+1 Sim Sim Leve Diária Rede Regular Total Não Sim
Vaca necessário vel er Poste acesso
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
360
6.2.1.2.1.3 Subsistema Ipitanga A

As bacias que compõe o Subsistema Ipitanga A são: Areia, Coruripe, Ipitanga I, Médio Ipitanga e
Ribeirão Itapuã.

Na concepção do sistema de esgotamento sanitário de Salvador está previsto o recebimento das


contribuições de parte de Lauro de Freitas (bacia Areia) no subsistema Ipitanga A, mas atualmente
apenas o empreendimento denominado Recanto das Margaridas, localizado na bacia Areia, em
Lauro de Freitas contribui para o sistema principal de Salvador, através da EEE Recanto das
Margaridas. Para o restante da bacia Areia (Salvador e Lauro de Freitas) não existe projeto
elaborado para a execução das obras de implantação da bacia.

No projeto de ampliação do SES Salvador, que será descrito posteriormente no item 6.2.4, estão
contemplados os Bairros da Palestina, Valéria e Cajazeiras XI na Bacia Coruripe e os bairros da
Boca da Mata, Cajazeiras XI, Cassange, Fazenda Grande I, Fazenda Grande II, Nova Esperança e
São Cristóvão na Bacia Ipitanga I.

O subsistema Ipitanga A faz parte da vertente Oceânica e recebe contribuição de aproximadamente


117.072 habitantes, que correspondem a 12,39% da população atendida pelo Sistema Jaguaribe.
Atualmente do total da população que contribui para o subsistema, 59.743 (51.03%) habitantes
contribuem para o sistema principal, correspondente às bacias Areia, Coruripe e Médio Ipitanga
(parcial), enquanto as demais bacias (parte do Médio Ipitanga, Ipitanga I e Ribeirão Itapuã) são
atendidas por meio de sistemas descentralizados, que serão abordados no item 6.2.2.

O total de economias ativas habitadas que contribuem para o sistema principal é de 22.349, sendo
que 86,46% são do tipo residenciais, 10,20% comerciais e 3,34% industriais.

As informações de população atendida e ligações ativas por bacia estão apresentadas na Tabela
39.

Tabela 39 – Informações referentes às bacias do Subsistema Ipitanga A.


População Economias ativas habitadas
Subsistema Bacia de esgotamento Município
atendida Residencial Comercial Industrial
Areia Salvador 11.290 3.642 1.881 741
Lauro de
Areia 496 160 - -
Ipitanga A Freitas
Coruripe Salvador 4.858 1.567 29 0
Médio Ipitanga Salvador 43.099 13.955 369 5
Fonte: Embasa, 2021.

A infraestrutura do Subsistema Ipitanga A é composta por 62,82km de redes coletoras e coletores


troncos implantados em PVC com diâmetros que variam de 100 a 250mm, 1,21km de interceptor

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
361
em concreto com diâmetro de 600mm, 11 EEE e linhas de recalque. As redes coletoras e coletores
troncos do Subsistema Ipitanga A foram implantadas no ano de 1994 e 2000.

A Figura 172 apresenta a delimitação do Subsistema Ipitanga A e a localização das unidades


existentes, sendo possível observar que a maior parte do subsistema Ipitanga A está inserido na
área de abrangência da APA Joanes/Ipitanga. Conforme detalhado no Produto Parcial F2 deste
PMSBI, os rios Joanes e Ipitanga são mananciais utilizados atualmente para o abastecimento de
diversos municípios da Região Metropolitana de Salvador, incluindo o município de Salvador, o que
demonstra a grande importância de ampliar o atendimento com soluções adequadas de
esgotamento sanitário nas bacias do subsistema Ipitanga A.

Figura 172 – Subsistema Ipitanga A

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

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362
De acordo com as informações fornecidas pela Embasa, existem rotinas operacionais preventivas
de lavagem de interceptores e redes coletoras de esgoto, a fim de proporcionar melhor fluidez
dentro dos condutos. Esses serviços são realizados por meio de contratos de manutenção que
utilizam equipes especializadas e equipamentos pesados de hidrojateamento e sucção. Essas
rotinas são intensificadas durante os períodos que precedem o verão. Os consertos e reparos são
feitos a partir das solicitações de serviço realizadas pela equipe técnica e por meio dos canais de
atendimento do consumidor disponibilizados pela Embasa. No geral os reparos são para retirada
de areia e desobstrução das redes que acarretam extravasamentos de esgotos.

As EEE geralmente são do tipo circular, com gradeamento manual, caixa de areia circular, bombas
submersíveis, medição de nível do poço e sem medição de vazão de entrada e saída.

Em caso de interrupção no fornecimento de energia elétrica os esgotos extravasam nas redes de


drenagem, corpos d’água ou oceano, visto que as EEE não são equipadas com geradores de
energia.

Nenhuma das EEE conta com operador fixo, entretanto, todas são atendidas pelo menos uma vez
ao dia por equipes de dois funcionários que realizam os serviços de limpeza das grades de retenção
de sólidos e verificam a necessidade de limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de
remoção de areia é aberta uma solicitação de serviço (SS) atinente ao serviço limpeza de caixa de
areia. Os resíduos sólidos removidos das EEE são acondicionados separadamente em recipientes
instalados nas carrocerias de veículos utilitários, para que ao final de cada turno de trabalho sejam
colocados em caixas estacionárias localizadas nos canteiros de obra e em seguida serem
transportados diretamente para o aterro Metropolitano Centro. A areia removida nos desarenadores
das EEE é enviada para uma unidade de descarte e de extração do excesso de umidade, localizada
na área do UASB 6 do sistema Fazenda Grande IV, onde toda a areia proveniente das EEE é
acumulada e após drenada é transportada por caminhões caçamba para o aterro Metropolitano
Centro de Salvador.

As informações das EEE do subsistema Ipitanga A, obtidas durante as visitas técnicas e


complementadas pela Embasa estão apresentadas na Tabela 40.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
363
Tabela 40 – Informações das EEE do Subsistema Ipitanga A.
Vazão
Caixa de N° de bombas em N° de bombas Potência Destino do Monitoramento Possui Status da
EEE Bacia Nominal Gradeamento Tipo de bomba
areia operação reserva instalada (cv) recalque Remoto gerador EEE
(L/s)
EE BAIRRO NOVO /
Areia 28,81 Sim Sim Bomba submersível 1 0 - EE MANGABEIRA Não Sim Ativo
BOSQUE DAS BROMÉLIAS
Médio
EE BI/MI SÃO CRISTÓVÃO 83,42 Sim Sim Bomba submersível 1 0 - EE MANGABEIRA Sim Não Ativo
Ipitanga
Médio
EE CASSANGE 11,25 Sim Sim Bomba submersível 1 0 3 EE MANGABEIRA Sim Não Ativo
Ipitanga
Médio
EE IPIAU 5,5 Sim Sim Bomba submersível 2 0 - EE MANGABEIRA Não Não Ativo
Ipitanga
INTERC.
Médio
EE MI/MG MANGABEIRA 258 Sim Sim Bomba submersível 1 1 250 ORLANDO Sim Não Ativo
Ipitanga
GOMES
EE QUINTA DA GLÓRIA Areia 121,27 Sim Sim Bomba submersível 1 1 - EE MANGABEIRA Sim Não Ativo
EE RECANTO DAS
Areia 7,13 Sim Sim Bomba submersível 2 0 - EE MANGABEIRA Não Não Ativo
MARGARIDAS
Médio
EE RUA BAHIA 5,8 Sim Sim Bomba submersível 2 0 - - Não Não Ativo
Ipitanga
Médio EE SÄO
EE SÃO CRISTOVÃO II 22,22 Sim Sim Bomba submersível 1 1 - Não Não Ativo
Ipitanga CRISTOVÄO III
EE VILA VALÉRIA – SETOR Bomba de cavidade progressiva e
Coruripe 13,89 Sim Sim 1 0 69 EE CURIÓ Não Não Ativo
A bomba submersa
EE VILA VALÉRIA – SETOR Bomba de cavidade progressiva e
Coruripe 14,89 Sim Sim 1 0 15 EE VILA VAÉRIA A Não Não Ativo
B (HORTA) bomba submersa
Fonte: Embasa, 2022.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
364
Para a definição das EEE que seriam visitadas foi utilizado como critério a vazão de bombeamento,
tendo sido priorizadas as EEE de maior porte, com vazões superiores a 50 L/s. Em alguns casos
não foi possível visitar algumas EEE por estarem localizadas em áreas de risco, onde não seria
seguro realizar as visitas, de acordo com a Embasa. Nessas situações as EEE foram substituídas
por outras de menor porte. No levantamento de ativos fornecido pela Embasa, as EEE Mangabeira
e Quinta da Glória constavam com localização em Lauro de Freitas, por conta disso não foram
visitadas, entretanto, posteriormente foi verificado que as mesmas se encontram dentro do limite
municipal de Salvador.

No Subsistema Ipitanga A somente a EEE São Cristóvão foi visitada e sua estrutura pode ser
observada na Figura 173.

Figura 173 –EEE São Cristóvão

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A EEE São Cristóvão está implantada em área pública de bastante movimento e como não possui
fechamento nem identificação, há o aumento do risco de acidentes e dificuldade na operação do
sistema.

O estado de conservação da EEE São Cristóvão é regular, sendo que o principal problema é
referente às estruturas metálicas que apresentam corrosão avançada. Não foi possível avaliar o
estado de conservação do quadro elétrico.

Todas as bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia, sendo que
as partidas das bombas de maior potência ocorrem com soft starter, sistema que possibilita a partida
gradual do motor elétrico, regulando de forma continua a tensão e o torque até atingir o valor
nominal. O soft starter reduz consideravelmente o esforço do motor e partes mecânicas,
aumentando a vida útil do conjunto motobomba.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
365
A EEE São Cristóvão conta com sistema de telemetria, e, portanto, as informações de nível do poço
e status das bombas podem ser acessadas e controladas através da central de controle de
operação (CCO) localizado na Embasa do Rio Vermelho.

A EEE não possui nenhum dispositivo de medição de vazão, e, portanto, os dados fornecidos tratam
apenas sobre a vazão das bombas. Por conta disso não foi possível avaliar se a capacidade
instalada está adequada à demanda recebida.

O principal problema operacional da EEE São Cristóvão é decorrente do excesso de resíduos


sólidos lançados nas redes coletoras e excesso de areia no sistema, que por muitas vezes passam
pelo gradeamento e caixa de areia e comprometem as bombas.

O Quadro 41 a seguir apresenta o resumo das informações da EEE São Cristóvão e no Apêndice
A serão apresentadas as fichas de campo com dados e fotos que retratam a situação desta EEE.

Quadro 41 - Resumo das informações da EEE São Cristóvão


Nome EE São Cristovão
Sistema Jaguaribe
Bacia Médio Ipitanga
Identificação Não
Cercamento Não
Vuln. Social Sim
Recalca EE Mangabeira
Vazão / Bomba (L/s) 83,42
Bombas 1+1
Grade Sim
Caixa de areia Sim
Odores Leve
Limpeza grade Diária
Limpeza caixa de areia Quando necessário
Extravasor Rede
Estado de conservação Regular
Tipo bomba Submersível
Partida das bombas Softstarter
Automação Total
Entrada de energia Trans. Poste
Gerador de energia Não
Quadros elétricos Sem acesso
Telemetria Sim
Fonte: Embasa, 2020.

Conforme informações fornecidas pela Embasa, as EE Mangabeira é a EE do subsistema Ipitanga


A que apresentou os maiores índices de extravasamento nos anos de 2020 e 2021. Com relação a

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
366
esta EEE a Embasa informou ainda que estão sendo realizadas obras de substituição da linha de
recalque e de modificação do seu caminhamento, assim como a ampliação da capacidade de
transporte de seus efluentes, por meio da troca dos conjuntos motobomba, da substituição dos
barriletes, de execução de melhorias nas instalações elétricas e de automação.

6.2.1.2.1.4 Subsistema Ipitanga B

As bacias que compõe o Subsistema Ipitanga B são: Baixo Ipitanga, Caji, Picuaia, Baixo Joanes e
Quingoma, sendo que as bacias Baixo Joanes e Picuaia se localizam integralmente no município
de Lauro de Freitas, enquanto as demais abrangem o município de Salvador e Lauro de Freitas.

Atualmente apenas o hospital Metropolitano de Lauro de Freitas, localizado na bacia do Caji está
interligado ao SES Principal de Salvador, por meio das EEE Quinta da Glória, localizada na bacia
Areia (Subsistema Ipitanga A). As demais bacias localizadas em Lauro de Freitas são atendidas
atualmente por sistemas descentralizados, e, portanto, não serão detalhados neste PMSBI.

A população de Salvador atendida atualmente neste subsistema está localizada na bacia Baixo
Ipitanga, que tem as suas contribuições direcionadas para a EEE São Cristóvão III, que é a única
EEE existente atualmente neste subsistema. A EEE São Cristóvão III não foi visitada, entretanto as
informações fornecidas pela Embasa sã apresentada no Quadro 42:

Quadro 42 - Informações da EEE São Cristóvão III


Vazão N° de Potência
N° de bombas Destino do Possui Status
Bacia Nominal bombas instalada
em operação recalque gerador da EEE
(L/s) reserva (cv)
EE
Baixo
21 1 0 - MANGABEI Não Ativo
Ipitanga
RA
Fonte: Embasa, 2021.
O Subsistema Ipitanga B faz parte da vertente Oceânica e recebe atualmente contribuição de
aproximadamente 84.747 habitantes (de Salvador e Lauro de Freitas), que correspondem a 8,97%
da população total atendida no Sistema Jaguaribe. Atualmente do total da população que contribui
para o subsistema, 11.935 (14,08%) habitantes contribuem para o sistema principal,
correspondendo à bacia Baixo Ipitanga (Salvador). As demais bacias são atendidas atualmente por
meio de sistemas descentralizados, localizados em Lauro de Freitas, e que, portanto, não serão
abordados neste PMSBI.

O total de economias ativas habitadas que contribuem para o sistema principal atualmente é de
3.946, sendo que 97,57% são do tipo residenciais e 2,43% comerciais. As informações de
população atendida e economias ativas por bacia estão apresentadas na Tabela 41.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
367
Tabela 41 – Informações referentes as bacias do Subsistema Ipitanga B.
População Economias ativas habitadas
Subsistema Bacia de esgotamento
atendida Residencial Comercial Industrial
Baixo Ipitanga (Salvador) 11.935 3.850 95 0
Ipitanga B
Caji (Lauro de Freitas) - - 1 -
Fonte: Embasa, 2021.

A Figura 174 apresenta a delimitação do Subsistema Ipitanga B e a localização das unidades


existentes.

Figura 174 – Subsistema Ipitanga B

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
368
A infraestrutura do Subsistema Ipitanga B é composta por 41,73km de redes coletoras e coletores
troncos implantados em PVC com diâmetros que variam entre 100 e 150mm. O subsistema Ipitanga
B conta apenas com a EEE São Cristóvão III (na bacia Baixo Ipitanga), entretanto parte das bacias
Picuaia e Baixo Ipitanga lançam seus esgotos nas EEE Quinta da Glória e EEE Recanto das
Margaridas, localizadas no subsistema Ipitanga A. As redes coletoras e coletores troncos do
Subsistema Ipitanga B foram implantadas no ano de 2001 e 2009.

Conforme informações fornecidas pela Embasa, as EEE do subsistema Ipitanga B não


apresentaram elevados índices de extravasamento nos anos de 2020 e 2021.

No dia 14/05/2021 foi assinada a ordem de serviço para retomada das obras de implantação do
sistema de esgotamento sanitário de Lauro de Freitas, que irá ampliar a cobertura do esgotamento
sanitário no município de 47% para 70% e realizando a interligação das bacias com o sistema de
disposição oceânica do Jaguaribe, em Salvador. A estimativa de conclusão das obras é em maio
de 2024 e o detalhamento das intervenções previstas será apresentado no item 6.2.4.4.

6.2.1.2.1.5 Subsistema Ipitanga C

As bacias que compõe o Subsistema Ipitanga C são: Alto Joanes, Ipitanga II e Ipitanga III. A bacia
de Alto Joanes e Ipitanga III, além de Salvador contempla também os municípios de Lauro de Freitas
e Simões Filho, no entanto atualmente não existe nenhuma economia de esgoto habitada ativa
localizada nos municípios de Lauro de Freitas e Simões Filho nestas bacias, sendo que todas as
economias existentes se localizam no município de Salvador. Já a bacia Ipitanga II engloba os
municípios de Salvador e Simões Filho e atualmente todas as economias de esgoto habitadas ativas
também se localizam no município de Salvador, como pode ser observado na Tabela 42.

O Subsistema Ipitanga C faz parte da vertente Oceânica e atualmente recebe contribuição de


aproximadamente 10.922 habitantes, que correspondem a 1,16% da população atendida no
Sistema Jaguaribe. O total de economias ativas habitadas que contribuem para o sistema principal
é de 4.728, sendo que 74,51% são do tipo residenciais, 25,47% comerciais e 0,02% industrial. As
informações de população atendida e economias ativas por bacia estão apresentadas na Tabela
41.

Tabela 42 – Informações referentes as bacias do Subsistema Ipitanga B.


População Economias ativas habitadas
Subsistema Bacia de esgotamento
atendida Residencial Comercial Industrial
Alto Joanes (Salvador) 298 96 0 0
Ipitanga C Ipitanga II (Salvador) 5.583 1.801 1.193 1
Ipitanga III (Salvador) 5.041 1.626 11 0
Fonte: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
369
A Figura 174 apresenta a delimitação do Subsistema Ipitanga C e a localização das unidades
existentes.

Figura 175 – Subsistema Ipitanga C

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

De acordo com as informações fornecidas pela Embasa, a infraestrutura do Subsistema Ipitanga C


é composta por 6,85km de redes coletoras e coletores troncos implantados em PVC com diâmetros
que variam entre 100 e 150mm, 09 EEE e linhas de recalque. Entretanto, ressalta-se que para a
bacia Alto Joanes não foram fornecidas as informações relativas à infraestrutura existente, apesar
de existir uma pequena quantidade de economias ativas de esgoto nesta bacia.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
370
As redes coletoras e coletores troncos do Subsistema Ipitanga C foram implantadas no ano de 2001
e 2009.

Ainda que existam 9 EEE no Subsistema Ipitanga C, nenhuma delas foi visitada, uma vez que no
levantamento de ativos fornecido pela Embasa, a localização delas constava como sendo em
Simões Filho.

Conforme informações fornecidas pela Embasa, as EEE do subsistema Ipitanga B não


apresentaram elevados índices de extravasamento nos anos de 2020 e 2021.

As informações das EEE do subsistema Ipitanga C, obtidas durante as visitas técnicas e


complementadas pela Embasa estão apresentadas na Tabela 43.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
371
Tabela 43 – Informações das EEE do Subsistema Ipitanga C.
Vazão Potência
Nominal Caixa de N° de bombas em N° de bombas instalada Destino do Monitoramento Possui Status da
EEE Bacia Gradeamento Tipo de bomba
areia operação reserva recalque remoto gerador EEE
(L/s) (cv)
Bomba EE NOVA
EE CORAÇÃO DE MARIA 01 Ipitanga II 10,29 Sim Sim 1 0 - SIM Sim Ativo
submersível ESPERANÇA
Bomba EE NOVA
EE CORAÇÃO DE MARIA 02 Ipitanga II 15,45 Sim Sim 2 0 - NÃO Sim Ativo
submersível ESPERANÇA
Bomba EE NOVA
EE CEASA I E II Ipitanga II 20,8 Sim Sim 1 0 - NÃO Sim Ativo
submersível ESPERANÇA
Bomba EE NOVA
EE A BOM SUCESSO Ipitanga III 48,17 Sim Sim 1 0 - NÃO Sim Ativo
submersível ESPERANÇA
EE B BEIRA DIQUE SÍTIO DO Bomba EE NOVA
Ipitanga III 5,93 Sim Sim 1 1 - Não Não Ativo
POMBAL Submersível ESPERANÇA
Bomba EE NOVA
EE C OFICINA DAS KOMBIS Ipitanga III 5 Sim Sim 1 1 - NÃO Sim Ativo
submersível ESPERANÇA
Bomba EE NOVA
EE D RECICLAGEM Ipitanga III 5 Sim Sim 1 1 - NÃO Sim Ativo
submersível ESPERANÇA
Bomba EE NOVA
EE E BARRO DURO Ipitanga III 12,55 Sim Sim 2 0 - NÃO Sim Ativo
submersível ESPERANÇA
EE 01 – NOVA ESPERANÇA - Bomba EE QUINTA DA
Ipitanga III 121,14 Sim Sim 2 0 - SIM Sim Ativo
PRINCIPAL submersível GÓRIA
Fonte: Embasa, 2022.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
372
6.2.1.2.2 Captações em Tempo Seco

Conforme detalhado anteriormente, em Salvador existem 199 CTS ativas, das quais 31 estão
localizadas no Sistema Jaguaribe, especificamente nos subsistemas Jaguaribe, Pituaçu e Ipitanga
A.

Não existe controle de vazão em nenhuma das CTS, e, portanto, não é possível avaliar qual a vazão
de contribuição que segue para o sistema de esgotamento sanitário. Além disso não são feitas
análises periódicas da qualidade da água nos locais das CTS e em razão disso não é possível saber
qual o real grau de contaminação dessas contribuições que seguem para o sistema de esgotamento
sanitário.

As CTS do Sistema Jaguaribe são operadas pelas unidades regionais (UMB e UML) da Embasa,
sendo que diariamente dois funcionários passam pelo menos uma vez em cada CTS para limpeza
das grades e avaliar se o sistema está em pleno funcionamento. Todo o resíduo gradeado é
encaminhado para o aterro sanitário.

6.2.1.2.2.1 Subsistema Jaguaribe

Como pode ser observado na Figura 176, no subsistema Jaguaribe existem 25 CTS ativas. Como
não foram disponibilizadas informações sobre o porte (vazão) das CTS e considerando que as
estruturas utilizadas em todas as CTS são muito semelhantes, a equipe técnica da Embasa indicou
as principais CTS a serem visitadas na área do subsistema Jaguaribe, chegando –se a 4 das 25
CTS ativas, sendo elas:

• CTS Rua da Canção;


• CTS Bairro da Paz;
• CS Flamengo;
• CTS Cira;

Todas as CTS visitadas estão instaladas dentro de poços de visitas de drenagem em locais
estratégicos para evitar que o esgoto interligado às galerias de águas pluviais contribua para o
oceano e contam com gradeamento para evitar que os resíduos sólidos grosseiros contribuam para
o sistema de esgotamento sanitário.

Convém destacar que no dia da visita técnica na CTS Flamengo não havia nenhuma contribuição
de vazão, evidenciando a importância do acompanhamento nas CTS para que seja possível avaliar
sobre a desativação das mesmas.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
373
Nas demais CTS visitadas havia grande contribuição de vazão nas galerias e como não se tratava
de um dia chuvoso, constata-se a existência de ligações clandestinas de esgoto no sistema de
águas pluviais.

Figura 176 - Localização das CTS do Subsistema Jaguaribe.

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Da Figura 177 até a Figura 180 estão retratadas as CTS visitadas no subsistema Jaguaribe.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
374
Figura 177 – CTS Rua da Canção

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 178 – CTS bairro da Paz

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 179 – CTS Flamengo

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
375
Figura 180 – CTS Cira

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

6.2.1.2.2.2 Subsistema Pituaçu

No subsistema Pituaçu existem atualmente 5 CTS ativas, como poder observado na Figura 181.

Figura 181 - Localização das CTS do Subsistema Pituaçu.

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
376
Como não foram disponibilizadas informações sobre o porte (vazão) das CTS e considerando que
as estruturas utilizadas em todas as CTS são muito semelhantes, a equipe técnica da Embasa
indicou as principais CTS a serem visitadas na área do subsistema Pituaçu, chegando–se a 3 das
5 CTS ativas, sendo elas:

• CTS Alto Pituaçu;


• CTS Cascão;
• CTS Maxims (rio).

A CTS Alto Pituaçu (Figura 182) está localizada na área da EEE Alto Pituaçu e intercepta um grande
corpo d’água (o rio Pituaçu). A vazão interceptada segue para o poço de sucção da EEE e
posteriormente contribui para o sistema de esgotamento sanitário. Entre a interligação da CTS com
a EEE existe uma comporta e um gradeamento para evitar que os resíduos sólidos do corpo d’água
impactem na operação da EEE.

Como pode ser observado na Figura 182, no dia da visita como não estava chovendo e, portanto,
toda a contribuição do corpo d’água estava sendo encaminhada para EEE. Dessa forma, a jusante
da CTS o Rio Pituaçu estava totalmente seco.

Figura 182 – CTS Alto Pituaçu

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Por outro lado, tanto a CTS Cascão como a CTS Maxims interceptam galerias de águas pluviais e
estão implantadas em locais estratégicos para evitar que o esgoto interligado às galerias de águas

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
377
pluviais contribua para corpos d’água. As CTS contam também com gradeamento para evitar que
os resíduos sólidos grosseiros contribuam para o sistema de esgotamento sanitário.

No dia da visita havia uma vazão considerável nas galerias de águas pluviais seguindo para a rede
de esgoto, evidenciando a existência de ligações clandestinas na drenagem de águas pluviais, uma
vez que no dia da visita não choveu e no subsistema Pituaçu toda a infraestrutura de esgoto está
implantada e operando.

Na Figura 183 e Figura 184 estão retratadas as CTS Maxims e CTS Cascão.

Figura 183 – CTS Maxims

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 184 – CTS Cascão

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
378
6.2.1.2.2.3 Subsistema Ipitanga A

O subsistema Ipitanga A conta apenas com uma CTS localizada na Rua do Piau. Como se trata de
uma estrutura pequena e com pouca relevância, não foi visitada, sendo priorizada a visita a outras
CTS de maior porte nos outros subsistemas. Na Figura 185 está apresentada a localização da CTS
Rua do Piau no subsistema Ipitanga A.

Figura 185 - Localização das CTS do subsistema Ipitanga A.

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
379
6.2.1.2.3 Estação de Condicionamento Prévio (ECP) e Emissário Submarino do Jaguaribe

A ECP do Jaguaribe começou a operar no ano de 2011 e está localizada em terreno adjacente à
Av. Jorge Amado, ao lado do Museu de Ciências e Tecnologia do Estado da Bahia no bairro Boca
do Rio. A operação da ECP e da EEE Saboeiro são de responsabilidade da BRK Ambiental. A
Parceria Público Privada entre a BRK Ambiental e Embasa teve início no ano de 2006 com o objetivo
de construção e operação da primeira fase do Sistema de Disposição Oceânica do Jaguaribe pelo
período de 15 anos.

A capacidade nominal da primeira fase da ECP é de 3,00m³/s, sendo que atualmente a ECP recebe
uma contribuição média de 1,61m³/s. Para atingir a capacidade nominal de final de plano de 5,9m³/s,
será necessário implantar mais um módulo de pré-tratamento.

A estação de condicionamento promove principalmente a remoção dos sólidos flutuantes e


sedimentáveis, as unidades que compõe a ECP são: caixa de chegada, caixa de distribuição,
desarenadores, peneiras escalares, calha parshall, emissário terrestre, caixa de transição e
emissário submarino. Também na área da EPC estão implantados prédios destinados às atividades
administrativas e de apoio operacional.

A caixa de chegada recebe as contribuições da EEE Saboeiro, que posteriormente seguem para a
caixa de distribuição. As contribuições de esgotos geradas nas bacias Águas Claras, Trobogi,
Cambunas e Médio Jaguaribe serão encaminhadas para a caixa de chegada da ECP através da
linha de recalque da EEE- MJ, após a conclusão das obras que estão em andamento. Está prevista
também a contribuição através da linha de recalque da EEE Orlando Gomes que será construída
nas proximidades do Bairro da Paz.

O gradeamento para remoção de sólidos grosseiros do efluente que chega a ECP ocorre na EEE
Saboeiro, sendo assim após a caixa de distribuição o efluente segue para a etapa de desarenação,
que decorre através de duas caixas de areia de seção quadrada e capacidade de 1,5m³/s cada,
com raspadores de fundo que encaminham a areia decantada para um poço lateral de onde é
retirada através de um transportador helicoidal. De acordo com os operadores da ECP,
mensalmente são removidos aproximadamente 1 tonelada de areia e todo esse resíduo é
armazenado em caçambas e posteriormente são encaminhadas para o aterro sanitário, fornecidos
para empresas de cerâmica ou utilizada como adubo em plantio de eucalipto.

A última etapa do processo é o peneiramento, que tem como objetivo a remoção dos sólidos finos
com diâmetro de até 1,5mm. Essa etapa é composta por 5 peneiras escalares, sendo 3 em operação
e duas reservas. Os materiais peneirados são removidos através de transportadores helicoidais,
que encaminham os resíduos para um compactador de detritos. Após a compactação, os resíduos

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
380
são armazenados em caçambas e posteriormente são enviados para o aterro sanitário, no ano de
2020 foram removidos 106,47m³ de lodo dessa unidade.

Todos os gases gerados no processo da ECP Jaguaribe são encaminhados para o sistema de
controles de odores, que é responsável pela captação, neutralização e tratamento através de
lavagem química dos gases. Após o tratamento os gases são reconduzidos para a atmosfera limpos
e inodoros, evitando contaminação ao meio ambiente.

O efluente condicionado passa pela calha Parshall onde ocorre a medição de vazão e segue por
gravidade para o emissário terrestre, que possui extensão de 1.447m, sendo 141m em aço carbono
e 1.336m em concreto armado, ambos com diâmetro externo de 1750 mm e 1600 mm de diâmetro
interno.

Após a caixa de transição, tem início o emissário submarino implantado em PEAD com extensão
de 3.670m, diâmetro externo de 1735mm, interno de 1600mm e profundidade de aproximadamente
45 metros. O diâmetro do emissário foi projetado para a vazão de 5,9m³/s (final de plano), sendo
que atualmente os 50 difusores existentes tem capacidade de atender a vazão de 3,0m³/s (início de
plano). Para atender a vazão de final de plano será necessário abrir mais 41 difusores, totalizando
91.

De acordo com informações da equipe técnica da Embasa, o SDO Jaguaribe possui plano de
monitoramento e regularmente é feito o monitoramento para avaliar a situação das estruturas
implantadas.

O suprimento de energia elétrica das unidades componentes da ECP é fornecido através de uma
subestação e um transformador que estão localizados na EEE Saboeiro. O sistema da ECP conta
com geradores de energia, que estão localizados na área da EEE Saboeiro e também atendem a
EEE Saboeiro em caso de parada no fornecimento de energia elétrica.

A ECP conta com uma central de controle de operações (CCO), local onde está implantado o
supervisório e podem ser avaliados os seguintes parâmetros do sistema: vazão de entrada e saída,
nível das caixas de entrada, funcionamento e/ou manutenção dos equipamentos e variáveis de
bombeamento da EEE Saboeiro. Além disso a operação de todos os equipamentos mecânicos pode
ser executada de maneira remota, com possibilidade de operação local caso haja algum problema.

O croqui apresentado na Figura 186 ilustra a localização das unidades existente na ECP Jaguaribe,
sendo também possível observar a área destinada para a expansão futura da ECP.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
381
Figura 186 – Croqui esquemático das unidades da ECP Jaguaribe

Oficina,
arquivo e Administração
vestiário

Caixa de
chegada

Desarenação
Controle de
odores
Auditório

Área de
expansão
Almoxarifado

Peneiramento
Depósito

Usina de Canal de saída


cloro

Elaboração: Consórcio CSB, 2021.

Da Figura 187 até a Figura 195 está retratado o sistema da ECP do Jaguaribe.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
382
Figura 187 – Caixa de chegada e de distribuição

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 188 – Desarenadores

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
383
Figura 189 – Areia removida através dos desarenadores

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 190 – Peneiras escalares

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
384
Figura 191 – Canal de saída

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 192 – Efluente final

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
385
Figura 193 – Controle de Odores

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 194 – Supervisório ECP

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
386
Figura 195 – Supervisório controle de odores

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

De acordo com os operadores da ECP não há problemas operacionais rotineiros, ainda assim o
problema mais frequente está relacionado aos resíduos sólidos que obstruem as grades
mecanizadas. A ECP conta com uma equipe de operadores 24 horas que são responsáveis pelas
manobras das caçambas de resíduos, manutenções preventivas e corretivas no sistema, mantendo
as estruturas em bom estado de conservação.

6.2.2 SISTEMAS DESCENTRALIZADOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

De acordo com a planilha do levantamento preliminar de ativos enviada pela Embasa, os sistemas
descentralizados de esgotamento sanitário do município de Salvador são responsáveis pelo
atendimento de aproximadamente 229.735 habitantes, por meio de 76 Estações de Tratamento de
Esgoto (ETE) implantadas nas bacias Águas Claras, Alto Camarajipe, Baixo Jaguaribe, Caji,
Cambunas, Cobre, Ipitanga I, Médio Ipitanga, Médio Jaguaribe, Quingoma, Ribeirão Itapuã e
Trobogi.

Conforme já detalhado anteriormente, os sistemas descentralizados existentes nessas bacias têm


previsão de serem desativados à medida que as obras de interligação destas bacias ao sistema
principal foram sendo concluídas.

A Tabela 44 apresenta as informações sobre os sistemas descentralizados por bacia de


esgotamento sanitário.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
387
Tabela 44 –Informações sobre os sistemas descentralizados de esgotamento sanitário
Bacia de População atendida por sistemas N° de economias N° de
Esgotamento descentralizados ativas ETE
Águas Claras 65.825 21.234 17
Alto Camarajipe 2.228 738 2
Baixo Jaguaribe 5.420 1.099 1
Caji 2.784 898 1
Cambunas 21.046 6.789 5
Cobre 1.507 486 2
Ipitanga I 3.311 1.068 2
Médio Ipitanga 2.270 680 1
Médio Jaguaribe 25.490 7.123 11
Quingoma 4.411 1.423 1
Ribeirão Itapuã 43.617 14.070 5
Trobogi 51.826 16.718 28
Total 229.735 72.326 76
Fonte: Embasa,2020 e Embasa, 2021.

Os diferentes níveis de tratamento de uma ETE são denominados: preliminar, primário, secundário
e terciário. Os tratamentos preliminar e primário têm como objetivo a remoção de materiais
grosseiros, flutuantes e sedimentáveis, para que posteriormente no tratamento secundário ocorra a
degradação da matéria orgânica dissolvida e matéria orgânica em suspensão não removida no
tratamento primário. No tratamento terciário ocorre o polimento do efluente, através da remoção de
nutrientes, materiais não biodegradáveis e desinfecção final.

O tratamento secundário ocorre através de mecanismos biológicos, que podem ser do tipo aeróbio
ou anaeróbio. O tratamento aeróbio é feito na presença de oxigênio, degradando a matéria orgânica
através de processo oxidativo enquanto no caso do tratamento anaeróbio são utilizados
microrganismos que na ausência de oxigênio promovem a transformação de compostos orgânicos
complexos em produtos mais simples como metano e gás carbônico.

O Quadro 43 a seguir apresenta a estimativa da eficiência esperada em cada nível de tratamento.

Quadro 43 – Estimativa da eficiência de remoção esperada nos diferentes níveis de


tratamento
Níveis de tratamento
Item
Preliminar Primário Secundário Terciário
Sólidos
Sólidos não
Sedimentáveis;
sedimentáveis; DBO em Nutrientes; Matéria
DBO em
suspensão fina; DBO orgânica; Sólidos
Poluentes Sólidos suspensão
solúvel; Nutrientes suspensos; Patógenos;
removidos Grosseiros. (matéria orgânica
(parcialmente); Poluentes tóxicos ou
presente nos
Patógenos biodegradáveis.
sólidos
(parcialmente).
sedimentáveis).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
388
Níveis de tratamento
Item
Preliminar Primário Secundário Terciário
SS: 5 a 20%; SS: 40 a 70%;
DBO: 5 a 10%; DBO: 25 a 50%; SS: 65 a 95%; SS: 80 a 99%;
Eficiência
Nutrientes: não Nutrientes: não DBO: 60 a 95%; DBO: 40 a 99%;
de
remove; remove; Nutrientes: 10 a 50%; Nutrientes: até 99%;
Remoção
Bactérias: 10 a Bactérias: 25 a Bactérias: 70 a 99%. Bactérias: até 99,999%.
20%. 75%.
Atende
padrão de Não. Não. Usualmente sim Sim
lançamento
Filtros Biológicos; Lodos Lagoas de Polimento;
Gradeamento; Sedimentação; Ativados; Valos de Filtração com Membranas;
Peneiras; Caixa Flotação; Oxidação; Lagoas de Filtração Lenta ou Rápida
Unidades
de Areia; Caixa Precipitação Estabilização; Lagoas através de meios porosos;
de Gordura. Química; Aeradas; Sistemas Tratamento Físico–
Anaeróbios. Químico
Fonte: Adaptado CETESB, 2018.

As 76 ETE dos sistemas descentralizados de Salvador possuem 14 arranjos de tratamento distintos,


sendo que todas possuem tratamento preliminar, composto, geralmente, por gradeamento manual
e caixa de areia. O Quadro 44 apresenta o resumo dos arranjos de tratamento de esgoto utilizados
nas ETE de Salvador.

Quadro 44 – Quantidades de ETE por tipo de tratamento


Eficiência teórica
Nível de Processo Número
Tipo de Tratamento de remoção de %
tratamento predominante de ETE
carga orgânica
UASB Secundário Anaeróbio 75% 37 49%
Anaeróbio e
UASB+Lodos Ativados Terciário 95% 12 16%
Aeróbio
Tanque Imhoff Secundário Anaeróbio 40% 3 4%
Anaeróbio e
Lagoa Facultativa em Série Secundário 90% 3 4%
Aeróbio
Tanque Imhoff+Filtro Anaeróbio Secundário Anaeróbio 40% 2 3%
Anaeróbio e
Lagoa Facultativa Secundário 85% 6 8%
Aeróbio
Tanque Imhoff+UASB Secundário Anaeróbio 75% 2 3%
Tanque Imhoff+Lagoa Anaeróbio e
Secundário 85% 1 1%
Facultativa Aeróbio
UASB+Wetland Secundário Anaeróbio 95% 1 1%
Anaeróbio e
UASB+Lagoa Facultativa Secundário 90% 4 5%
Aeróbio
UASB+Filtro Anaeróbio Secundário Anaeróbio 95% 1 1%
Lagoa Aerada Secundário Aeróbio 90% 2 3%
Lagoa Aerada em Série Secundário Aeróbio 95% 1 1%
Valos de Oxidação Secundário Aeróbio 95% 1 1%
Total 76 100%
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
389
Os sistemas de tratamento através de UASB seguido ou não de outros tipos de tratamentos
representam 72% do total de ETE em Salvador, sendo que 49% das ETE são compostas apenas
por UASB. As vazões nominais das ETE variam de 0,86L/s a 43,7 L/s, sendo que 34,2% das ETE
possuem vazão até 3L/s, 23,7% possuem vazões entre 3,01L/s e 5L/s, 25% possuem vazões entre
5,01L/s e10 L/s e apenas 17,1% possuem vazões superiores a 10L/s.

A Figura 196 apresenta a localização dos sistemas descentralizados no município de Salvador,


entretanto, ressalta-se que nesse mapa estão indicadas 89 unidades de tratamento que integram
as 76 ETE existentes, uma vez que o Sistema Fazenda Grande IV é composto por 4 ETE,
compostas por UASB e lagoas, conforme detalhado no Quadro 45.

Quadro 45 – ETE Sistema Fazenda Grande IV


ETE 1ª Etapa de Tratamento 2ª Etapa de Tratamento
UASB (1,1a; 4, 4a)
UASB (2, 2a e 3)
Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 1 e 2 UASB (5 e 5a) Lagoa 1 e 2
UASB Sítio Isabel
UASB Franco Gilberti
Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 3 e 4 UASB 6 Lagoa 3 e 4
UASB 7
UASB 8
Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 5 UASB 11 Lagoa 5
UASB 12
UASB -
UASB 9, 9A, 10, 10A e 13)
Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 6 Lagoa 6
UASB 14
Fonte: Embasa, 2020.

No Quadro 45 é possível observar que a ETE Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 1 e 2 é composta
por 6 diferentes áreas, a ETE Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 3 e 4 é composta por 2 diferentes
áreas, a ETE Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 5 é composta por 6 diferentes áreas e a ETE
Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 6 é composta por 3 diferentes áreas.

Como as lagoas e UASB que compõe as ETE do Sistema Fazenda Grande IV nem sempre se
localizam numa mesma área, na Figura 196 são indicadas as localizações de cada parte das ETE
que se localizam em locais separados, totalizando 89 áreas.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
390
Figura 196 – Localização dos sistemas descentralizados

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
391
As principais características das ETE dos sistemas descentralizados do município de salvador estão
apresentadas no Quadro 46.

Quadro 46 – Características ETE SES Salvador.


Tipo de Vazão tratada Vazão nominal
Nº ETE
Tratamento (l/s) (l/s)
1 Águas Claras UASB 0,54 4,44
2 Alto do Ipiranga UASB 1,15 3,61
3 Asa UASB 0,88 5,2
UASB + Lodos
4 Baixa Fria 3,29 5,71
Ativados
5 Belo Jardim UASB 1,39 5,21
6 Boca da Mata UASB 0,13 3,33
7 Bosque das Mangueiras I UASB 0,13 1,19
8 Bosque das Mangueiras II UASB 0,13 1,19
9 Bosque do Aeroporto UASB 1,96 1,59
10 Cajazeiras VI –TQ 2 Tanque Imhoff 2,07 15,66
Lagoa
11 Cajazeiras VII Facultativa em 32,01 37,39
Série
Tanque Imhoff +
12 Cajazeiras VIII – TQ 1 3,46 6,23
Filtro Anaeróbio
Tanque Imhoff +
13 Cajazeiras VIII – TQ 2 3,46 6,23
Filtro Anaeróbio
Lagoa
14 Cajazeiras X - 1 6,88 20,63
Facultativa
Lagoa
15 Cajazeiras X – 2 6,88 20,63
Facultativa
Lagoa
16 Cajazeiras XI 16,53 29,76
Facultativa
17 Cajazeiras XI – Remanescente UASB 0,59 1,07
18 Calabetão de Baixo UASB 2,58 6,25
19 Casas do Metrô UASB 0,53 3,78
Lagoa
20 Castalo Branco II e II A Facultativa em 2,26 4,07
Série
Lagoa
21 Castelo Branco III 2,03 3,66
Facultativa
UASB + Lodos
22 Carolina
Ativados 0,83 1,48
Tanque Imhoff +
23 Cohajor 1,24 4,56
UASB
UASB + Lodos
24 Couto Maia 0,99 1,73
Ativados
Tanque Imhoff +
25 Derba Lagoa 4,86 8,79
Facultativa
UASB + Lodos
26 Dois De Julho 2,21 8,33
Ativados
27 Eunice Weaver UASB 1,58 5,17
28 Fazenda Grande II UASB + Wetland 5,46 2,3

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
392
Tipo de Vazão tratada Vazão nominal
Nº ETE
Tratamento (l/s) (l/s)
UASB Franco Gilberti
(Sistema Fazenda Grande
IV - Lagoa 1 e 2) 2 3,5
UASB Sítio Isabel (Sistema
Fazenda Grande IV - Lagoa 1,99 4,3
1 e 2)
UASB (1,1a; 4, 4a)
Sistema (Sistema Fazenda Grande 12,56 12,56
Fazenda IV - Lagoa 1 e 2) UASB + Lagoa
29
Grande IV - UASB (2, 2a E 3) (Sistema Facultativa
Lagoa 1 e 2 Fazenda Grande IV - Lagoa 12,56 12,56
1 e 2)
UASB (5 E 5a) (Sistema
Fazenda Grande IV - Lagoa 12,56 12,56
1 e 2)
Lagoa 1 E 2 (Sistema
Fazenda Grande IV - Lagoa 12,56 12,56
1 e 2)
UASB 6 (Sistema Fazenda
Sistema 7,68 7,68
Grande IV - Lagoa 3 e 4)
Fazenda UASB + Lagoa
30 Lagoa 3 E 4 (Sistema
Grande IV - Facultativa
Fazenda Grande IV - Lagoa 7,68 7,68
Lagoa 3 e 4
3 e 4)
UASB 7 (Sistema Fazenda
4,42 4,42
Grande IV Lagoa 5)
UASB 8 (Sistema Fazenda
4,42 4,42
Grande IV Lagoa 5)
UASB 11 (Sistema Fazenda
4,42 4,42
Sistema Grande IV Lagoa 5)
Fazenda UASB 12 (Sistema UASB + Lagoa
31
Grande IV - Fazenda Grande IV Lagoa Facultativa 4,42 4,42
Lagoa 5 5)
UASB - Remanescente
(Sistema Fazenda Grande 4,42 4,42
IV Lagoa 5)
Lagoa 5 (Sistema Fazenda
4,42 4,42
Grande IV Lagoa 5)
Lagoa 6 (Sistema Fazenda
4,7 4,7
Grande IV Lagoa 6)
Sistema
UASB 9, 9A, 10, 10A e 13)
Fazenda UASB + Lagoa
32 (Sistema Fazenda Grande 4,7 4,7
Grande IV - Facultativa
IV Lagoa 6)
Lagoa 6
UASB 14 (Sistema Fazenda
4,7 4,7
Grande IV Lagoa 6)
UASB + Filtro
33 Hildete França 3,25 4,05
Anaeróbio
34 Maré / Itaparica UASB 0,99 4,52
35 Irmã Dulce UASB 2,79 5,03
Lagoa
36 Jaguaribe II 4,7 5,88
Facultativa
37 Jaguaripe I UASB 5,83 10,5
38 Jardim Girassóis UASB 1,44 1,51

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393
Tipo de Vazão tratada Vazão nominal
Nº ETE
Tratamento (l/s) (l/s)
39 Jardim Limeira Lagoa Aerada 3,33 6,24
40 Jardim Mangabeira UASB 10,93 19,67
Lagoa
41 João De Barro Facultativa em 2,43 43,7
Série
42 Mata Atlântica II UASB 1,38 4,61
43 Mirante De Águas Claras UASB 0,44 1,96
44 Mirante De Trobogi UASB 0,54 2,18
Lagoa Aerada
45 Mocambo 5,4 16,84
em Série
Tanque Imhoff +
46 Morada Bela 0,41 1,39
UASB
UASB + Lodos
47 Morada Do Atlântico 2,2 3
Ativados
Valos de
48 Muriçoca 3,06 6,56
Oxidação
49 Nossa Senhora Da Vitória UASB 0,66 2,39
50 Nova Esperança Life UASB 0,31 1,17
51 Novo Horizonte Tanque Imhoff 2,45 12
52 Paralela Park Lagoa Aerada 3,78 23,11
53 Parque Das Bandeirantes UASB 0,63 1,95
UASB + Lodos
54 Recanto dos Pássaros I 1,74 6,93
Ativados
55 São Bernardo UASB 2,29 2,55
56 São Cristovão UASB 0,48 0,86
57 São Francisco / Santa Clara UASB 0,57 2,99
58 São Lourenço UASB 1,7 3,07
59 São Marcos UASB 2,59 3,62
60 São Paulo UASB 1,7 3,07
UASB + Lodos
61 Sete De Abril 1,68 6,53
Ativados
Lagoa
62 Silvio Leal 6,55 10,67
Facultativa
UASB + Lodos
63 Verde Vida 1,57 8,84
Ativados
64 Vila Das Palmeiras UASB 0,28 1,5
65 Vila Do Bosque UASB 2,21 2,74
66 Vila Dos Coqueiros UASB 0,23 1,58
67 Vila Mariana UASB 0,95 2,67
68 Vila Rita UASB 0,42 1,57
UASB + Lodos
69 Vila Serena 0,4 1,5
Ativados
70 Viña Delmar UASB 0,4 1,05
UASB + Lodos
71 Vista do Vale 0,54 4,25
Ativados
72 Vivenda Do Ipitanga UASB 0,93 3,74
73 Vivendas Do Rio Tanque Imhoff 0,45 4,23

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
394
Tipo de Vazão tratada Vazão nominal
Nº ETE
Tratamento (l/s) (l/s)
UASB + Lodos
74 Viver Pelourinho
Ativados 3,5 6,3
UASB + Lodos
75 Viver Salvador
Ativados 3,7 6,6
76 Walter Baraúna UASB 0,25 1,03
Fonte: Embasa, 2020.

Na concepção geral do sistema de esgotamento sanitário está prevista a desativação desses


sistemas descentralizados através da implantação de redes coletoras e EEE, interligando as
contribuições geradas nos sistemas descentralizados aos sistemas principais (Camarajipe e
Jaguaribe).

A maior parte dos sistemas descentralizados não conta com operador exclusivo. A operação desses
sistemas é feita através de equipes compostas por dois funcionários que passam diariamente em
todas as ETE para a limpeza do gradeamento e análise do funcionamento do sistema, sendo que
caso seja necessária alguma intervenção específica como limpeza da caixa de areia, remoção de
lodo, remoção de sobrenadante, entre outras, as equipes responsáveis são acionadas. No caso dos
sistemas descentralizados compostos por ETE que possuem sistema de tratamento que demandam
operação direta, o operador fica responsável pelos serviços de limpeza do sistema de gradeamento,
de limpeza das áreas internas, acompanhamento dos serviços de limpeza das unidades
desarenadoras, realização de manobras operacionais entre as unidades de tratamento, realização
de ensaios do índice volumétrico de lodo, que balizam a operação do sistema, sendo que quando
necessário aciona as demais equipes de apoio operacional para intervenções pontuais.

Em geral as ETE não contam com laboratórios que auxiliam na operação do sistema de tratamento,
impactando principalmente na eficiência dos sistemas de lodos ativados, que demandam mais
análises para balizar a operação. Todas as análises físico-químicas e bacteriológicas são realizadas
no Laboratório Central da Embasa, o qual possui uma programação de coleta e análise mensal, que
viabilizam os dados de monitoramento das eficiências das ETE.

Analisando o Quadro 44, observa-se que a grande maioria das ETE existentes utilizam processos
anaeróbios no tratamento, sendo que em 72% das ETE são utilizados reatores UASB e em 16%
esses reatores UASB estão combinados com o tratamento por lodos ativados. Apesar dos reatores
UASB possuírem uma operação mais simplificada, considera-se importante a existência de
laboratórios nas ETE que utilizam essa tecnologia, para que seja possível acompanhar as
alterações no esgoto afluente e efluente das ETE em tempo real, visto que podem ocorrer alterações
nas características do esgoto afluente que podem impactar diretamente na eficiência do tratamento
realizado.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
395
De acordo com Chernicharo (2007), no caso dos reatores anaeróbios, os procedimentos
operacionais adequados incluem o monitoramento da eficiência e da estabilidade do digestor e o
monitoramento da quantidade e qualidade do lodo. De acordo com o autor, recomenda-se a
realização das seguintes análises:

Eficiência de Tratamento:
• Sólidos Sedimentáveis – frequência diária
• Sólidos Suspensos Totais (SST) – frequência semanal
• DQO total - frequência semanal
• DBO total - frequência quinzenal
• Produção de Biogás - frequência diária
• Escherichia coli - frequência quinzenal
• Ovos de helmintos - frequência quinzenal

Estabilidade Operacional
• Temperatura - frequência diária
• pH - frequência diária
• Alcalinidade - frequência semanal
• Ácidos Orgânicos voláteis - frequência semanal
• Composição do Biogás - frequência mensal

Quantidade e qualidade do lodo


• Sólidos Totais - frequência semanal
• Sólidos Totais Voláteis - frequência semanal
• Atividade Metanogênica específica - frequência mensal
• Estabilidade do lodo - frequência mensal
• Índice Volumétrico do lodo (diluído) - frequência mensal

No caso das ETE que utilizam a tecnologia de lodos ativados, a presença dos laboratórios em cada
ETE é ainda mais importante, visto que a operação desse tipo de tratamento requer ajustes que
dependem de análises como a idade do lodo, etc., que só são possíveis quando são realizadas
análises diárias pelo operador do sistema.

Segundo Von Sperling (1997) os procedimentos operacionais adequados para avaliar o controle do
processo de tratamento por lodos ativados incluem o controle do oxigênio dissolvido e controle dos
sólidos (sólidos suspensos totais, relação alimento/microorganismos e idade do lodo). De acordo
com o autor, recomenda-se a realização das seguintes análises em cada etapa do tratamento:

Esgoto Bruto:
• DBO – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• DQO – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• SS – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
396
• SSV – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• NKT – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• pH – frequência diária – análise do controle de processo
• Alcalinidade – frequência semanal – análise do controle de processo
• Coliformes fecais – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento

Efluente primário
• DBO – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• DQO – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• SS – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento

Reator
• Temperatura – frequência diária – análise do controle de processo
• OD – frequência diária ou contínua – análise do controle de processo
• SS – frequência diária ou contínua – análise do controle de processo
• SSV – frequência semanal – análise do controle de processo
• NO3 – frequência semanal – análise do controle de processo
• IVL – frequência diária – análise do controle de processo

Lodo de retorno

• SS – frequência diária – análise do controle de processo

Efluente final

• DBO – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento


• DQO – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• SS – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• SSV – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• NKT – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• NH3– frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• NO2 – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• NO3 – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• pH – frequência diária – análise da eficiência de tratamento
• Coliformes fecais – frequência diária – análise da eficiência de tratamento

No Quadro 44 observa-se também, que excluindo as ETE que utilizam lodos ativados, apenas
outras 4 ETE (5% do total), utilizam processos aeróbios no tratamento (lagoas aeradas e valos de
oxidação), que também requerem um maior acompanhamento operacional, sendo desejável a
existência de laboratórios nas referidas ETE. O restante das ETE são compostas por lagoas
facultativas.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
397
De acordo com VON SPERLING (2002), no caso das lagoas de estabilização (facultativas ou
aeradas) é desejável que sejam realizadas as seguintes análises para um acompanhamento da
operação das mesmas:

Análises com frequência diária (In situ):


• Vazão
• Temperatura
• pH
• Sólidos Sedimentáveis
• Oxigênio Dissolvido

Análises com frequência semanal (laboratório Central):

• DBO total - frequência quinzenal


• DQO total - frequência semanal
• DBO ou DQO filtrada
• Colformes fecais (ou E. Coli)
• Sólidos em Suspensão Totais
• Sólidos em Suspensão Voláteis

Análises com frequência mensal (laboratório Central):


• Nitrogênio orgânico
• Nitrogênio amoniacal
• Nitratos
• Fósforo
• Sulfatos
• Sulfetos
• Alcalinidade
• Óleos e Graxas

Análises com frequência eventual (laboratório Central):


• Contagem de zooplâncton – apenas para lagoas facultativas
• Contagem de fitoplâncton – apenas para lagoas facultativas
• Principais gêneros de algas – apenas para lagoas facultativas
• OD produzido por fotossíntese– apenas para lagoas facultativas
• OD consumido por respiração – apenas para lagoas facultativas
• Vazão horária (24h de h em h)
• OD horário (24h de h em h)

No Quadro 47, apresentado mais adiante, é possível observar que das 64 ETE visitadas, apenas a
ETE Muriçoca, que utiliza a tecnologia de Valos de Oxidação e a ETE Couto Maia que utiliza
tecnologia de lodos ativados, dispõe de uma sala para os ensaios de índice volumétrico de lodo. As

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
398
demais análises físico-químicas e bacteriológicas de todas as ETE são realizadas mensalmente no
Laboratório Central da Embasa.

Ressalta-se que é salutar a realização de mais análises durante o mês, pois são fundamentais para
o balizamento das rotinas operacionais e para o monitoramento da eficiência das ETE do município,
e, portanto, a ausência desse tipo de análises rotineiras nas ETE de Salvador, indica uma
deficiência operacional na maioria das ETE do município.

As unidades de tanque de contato e cloração utilizadas para desinfecção final do efluente não
costumam fazer parte da concepção dos sistemas de tratamento existentes. Das 76 ETE apenas
09 (nove) possuem essas unidades. Nos dias das visitas realizadas apenas a ETE Dois de Julho e
a ETE Couto Maia estavam fazendo a desinfecção final do efluente, enquanto as ETE Moradas do
Atlântico, Recanto dos Pássaros, Sete de Abril, Verde Vida, Vila Serena e Vista do Vale possuem
essas unidades, mas estavam inoperantes.

Os resíduos gerados no gradeamento das ETE dos sistemas descentralizados são removidos
diariamente e enviados para o aterro Metropolitano Centro de Salvador. As caixas de areia são
limpas de acordo com a necessidade, através de caminhões esgota fossa e a areia removida é
enviada para a unidade de descarte localizada na área do UASB 6 do sistema Fazenda Grande IV
e posteriormente seguem para o aterro Metropolitano Centro de Salvador.

Nenhuma ETE conta com processo de desaguamento de lodo, e, portanto, todo o lodo gerado nos
sistemas de tratamento, com exceção das lagoas, é removido e encaminhado para a unidade de
descarte do Bonocô ou para alguma EEE com capacidade para receber essas contribuições. Nos
dois casos, as unidades citadas fazem parte do sistema centralizado de esgotamento sanitário de
Salvador, e, desta forma, seguem diluídos nos efluentes domésticos até a ECP, onde ocorre a
remoção de sólidos até 02 mm, para em seguida os efluentes serem direcionados para o sistema
de disposição oceânica. O lodo gerado nos processos de tratamento por meio de lagoas de
estabilização de esgoto é depositado naturalmente no fundo dessas ETE, e quando necessário há
a remoção apenas do sobrenadante que também é encaminhado para a Unidade de Descarte do
Bonocô ou para uma EEE do sistema centralizado.

O descarte Bonocô é uma unidade que recebe exclusivamente contribuições de caminhões limpa-
fossa que possuem contrato com a Embasa. O sistema é composto por caixas, onde os caminhões
despejam as contribuições coletadas, que posteriormente passam por uma caixa de areia e segue
para o sistema de esgotamento sanitário, contribuindo para ECP Rio Vermelho. O descarte Bonocô
está retratado na Figura 197 e na Figura 198.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
399
Figura 197 –Vista geral descarte Bonocô

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 198 –Limpa fossa descarte Bonocô

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
400
No total foram visitadas 64 das 76 ETE do município, sendo que as 12 que restaram não foram
visitadas por conta de falta de segurança nas áreas. Da Figura 199 até a Figura 209 estão
apresentadas parte das ETE visitadas.

Figura 199 –ETE Derba

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 200 – ETE Cohajor

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
401
Figura 201 – ETE Hildete França

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 202 – Lagoa de macrófitas - ETE Fazenda Grande II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
402
Figura 203 – ETE Muriçoca

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 204 – ETE Couto Maia

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
403
Figura 205 – ETE Vista do Vale

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 206 – ETE Dois de Julho

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
404
Figura 207 – ETE Paralela Park

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 208 – ETE Mirante das Águas

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
405
Figura 209 – ETE Cajazeiras X – Lagoa 1

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O Quadro 47, a seguir, apresenta o resumo das informações das ETE e unidades de tratamento de
Salvador que foram visitadas e no Apêndice A serão apresentadas as fichas de campo com dados
e fotos que retratam a situação de todas as ETE e sistemas de tratamentos visitadas.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
406
Quadro 47 – Resumo das informações das unidades de tratamento e ETE de Salvador visitadas
Estado Quadro
Limpeza Entrada Gerador
Identific Cercam Vuln. Laborat Caixa Limpeza Remoção de Automa s Telem
Nome Bacia Lançamento Processo Grade caixa de Odores de de
ação ento Social ório de areia da grade de lodo conserva ção elétrico etria
areia energia energia
ção s
Águas Riacho Afluente Do Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Águas Claras Sim Sim Sim UASB Não Sim Sim Diária Leve Regular Não Não
Claras Córrego Prego Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Afluente Dos Rios
Águas Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Alto do Ipiranga Sim Sim Sim Águas Claras E UASB Não Sim Sim Diária Leve Precário Não Não
Claras Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Jaguaribe
Rio Trobogi E Rio Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Asa Trobogi Sim Sim Não UASB Não Sim Sim Diária Leve Regular Não Não
Jaguaribe Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Ribeirão Corpo Recptor Não Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Boca da Mata Sim Não Sim UASB Não Sim Sim Diária Moderado Regular Não Não
Itapuã Identificado Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Médio Córrego Afluente Do Não Se Quando Não Se Não Se Não Se
Bosque das Mangueiras I Não Sim Não UASB Não Sim Não Diária Leve Regular Não Não
Jaguaribe Jaguaribe Aplica Necessário Aplica Aplica Aplica
Médio Córrego Afluente Do Não Se Quando Não Se Não Se Não Se
Bosque das Mangueiras II Não Sim Não UASB Não Sim Não Diária Moderado Regular Não Não
Jaguaribe Jaguaribe Aplica Necessário Aplica Aplica Aplica
Bacia Do Médio Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Bosque do Aeroporto Trobogi Sim Não Não UASB Não Sim Sim Diária Moderado Ruim Não Não
Jaguaribe Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Afluente Do Rio
Águas TANQUE Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Cajazeiras VI –TQ 2 Não Não Sim Águas Claras E Rio Não Sim Sim Diária Moderado Regular Não Não
Claras IMHOFF Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Jaguaribe
Afluente Dos Rios
Águas LAGOA Quando Quando Imperceptí Não Se Não Se Não Se
Cajazeiras X - 1 Sim Não Sim Águas Claras E Não Sim Sim Diária Precário Não Não
Claras FACULTATIVA Necessário Necessário vel Aplica Aplica Aplica
Jaguaribe
Afluente Dos Rios
Águas Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Cajazeiras XI – Remanescente Sim Não Sim Águas Claras E UASB Não Sim Sim Diária Leve Precário Não Não
Claras Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Jaguaribe
Alto Rede De Drenagem Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Calabetão de Baixo Não Não Sim UASB Não Sim Sim Diária Leve Ruim Não Não
Camarajipe Pluvial Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Alto Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Casa do Metrô Sim Sim Sim Rio Camarajipe UASB Não Sim Sim Diária Moderado Ruim Não Não
Camarajipe Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
LAGOA Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Castelo Branco II e II A Cambunas Não Não Sim Bacia Cambunas Não Sim Sim Diária Leve Regular Não Não
FACULTATIVA Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
LAGOA Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Castelo Branco III Cambunas Não Não Sim Bacia Cambunas Não Sim Sim Diária Leve Ruim Não Não
FACULTATIVA Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Rio Trobogi E Rio TANQUE Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Cohajor Trobogi Sim Não Não Não Sim Sim Diária Moderado Regular Não Não
Jaguaribe IMHOFF + UASB Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Águas UASB + LODOS Quando Quando Sem
Couto Maia Sim Sim Não Córrego Prego Sim Sim Sim 2/Semana Leve Bom Total Direta Não Não
Claras ATIVADOS Necessário Necessário Acesso
Afluente Do Rio
TANQUE
Macaco Revertido P/
IMHOFF + Não Se Quando Transf. Sem
Derba Cobre Sim Sim Sim Afluente Dos Rios Não Sim Não Diária Leve Precário Total Não Não
LAGOA Aplica Necessário Poste Acesso
Águas Claras E
FACULTATIVA
Jaguaribe
Médio UASB + LODOS Quando Quando
Dois de Julho Não Sim Não Córrego Coroado Não Sim Sim Diária Forte Bom Total Direta Não Regular Não
Jaguaribe ATIVADOS Necessário Necessário
Águas Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Eunice Weaver Não Não Sim Córrego Prego UASB Não Sim Sim Diária Forte Regular Não Não
Claras Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
UASB + LAGOA
Médio Quando Quando Não Se Sem
Fazenda Grande II Não Sim Sim Rio Ipitanga DE Não Sim Sim Diária Leve Precário Direta Não Não
Jaguaribe Necessário Necessário Aplica Acesso
MACRÓFITAS
Médio Córrego Afluente Do UASB + FILTRO Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Hildete França Não Sim Não Não Sim Sim Diária Forte Precário Não Não
Jaguaribe Trobogi ANAERÓBIO Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Águas Lagoa Da Ete Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Irmã Dulce Sim Sim Sim UASB Não Sim Sim Diária Leve Ruim Não Não
Claras Cajazeiras Vii Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Médio Córrego Afluente Do LAGOA Quando Não Se Não Se Não Se
Jaguaribe II Não Não Sim Não Sim Sim Diária 3 Meses Leve Regular Não Não
Jaguaribe Jaguaribe FACULTATIVA Necessário Aplica Aplica Aplica
Médio Córrego Afluente Do Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Jaguaripe I Sim Não Sim UASB Não Sim Sim Diária Moderado Ruim Não Não
Jaguaribe Jaguaribe Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
407
Estado Quadro
Limpeza Entrada Gerador
Identific Cercam Vuln. Laborat Caixa Limpeza Remoção de Automa s Telem
Nome Bacia Lançamento Processo Grade caixa de Odores de de
ação ento Social ório de areia da grade de lodo conserva ção elétrico etria
areia energia energia
ção s
Rio Trobogi E Rio Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Jardim Girassóis Trobogi Sim Não Não UASB Não Sim Sim Diária Moderado Precário Não Não
Jaguaribe Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Quando Quando Transf.
Jardim Limeira Trobogi Sim Sim Sim Rio Jaguaribe LAGOA AERADA Não Sim Sim Diária Leve Regular Total Não Bom Não
Necessário Necessário Poste
Médio Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Jardim Mangabeira Não Não Sim Rio Jaguaribe UASB Não Sim Sim Diária Leve Regular Não Não
Jaguaribe Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Águas Afluente Do Rio LAGOA Quando Quando Não Se Não Se Não Se
João de Barro Não Não Sim Não Sim Sim Diária Leve Precário Não Não
Claras Águas Claras FACULTATIVA Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Lagoa 5 (Sistema Fazenda Ribeirão LAGOA Não Se Não Se Quando Imperceptí Não Se Não Se Não Se
Não Não Sim Rio Ipitanga Não Não Não Regular Não Não
Grande IV Lagoa 5) Itapuã FACULTATIVA Aplica Aplica Necessário vel Aplica Aplica Aplica
Lagoa 6 (Sistema Fazenda Ribeirão LAGOA Não Se Não Se Imperceptí Não Se Não Se Não Se
Não Não Sim Rio Ipitanga Não Não Não 3 Meses Regular Não Não
Grande IV Lagoa 6) Itapuã FACULTATIVA Aplica Aplica vel Aplica Aplica Aplica
Afluente Do Rio Quando Quando Transf.
Maré / Itaparica Cobre Sim Não Não UASB Não Sim Sim Diária Moderado Precário Total Não Regular Não
Cobre Necessário Necessário Poste
Rio Trobogi E Rio Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Mata Atlântica II Trobogi Sim Não Não UASB Não Sim Sim Diária Moderado Precário Não Não
Jaguaribe Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Águas Afluente Do Rio Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Mirante de Águas Claras Sim Sim Não UASB Não Sim Sim Diária Forte Regular Não Não
Claras Águas Claras Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Mirante De Trobogi Trobogi Não Sim Sim Rio Trobogi UASB Não Sim Sim Diária Forte Regular Não Não
Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Rio Trobogi E Rio Quando Quando Imperceptí Transf. Sem
Mocambo Trobogi Não Sim Sim LAGOA AERADA Não Sim Sim Diária Precário Total Não Não
Jaguaribe Necessário Necessário vel Poste Acesso
Rio Trobogi E Rio TANQUE Não Se Não Se Quando Não Se Não Se Não Se
Morada Bela Trobogi Não Sim Sim Não Não Não Moderado Regular Não Não
Jaguaribe IMHOFF + UASB Aplica Aplica Necessário Aplica Aplica Aplica
UASB + LODOS Quando Quando Transf.
Morada Do Atlântico Trobogi Não Sim Não Rio Trobogi Não Sim Sim Diária Leve Regular Total Não Bom Não
ATIVADOS Necessário Necessário Poste
Baixo Rio Trobogi E Rio VALOS DE Quando Quando Transf.
Muriçoca Não Sim Não Sim Sim Sim Diária Leve Regular Total Não Precário Não
Jaguaribe Jaguaribe OXIDAÇÃO Necessário Necessário Poste
Médio Afluente Do Rio Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Nossa Senhora Da Vitória Sim Sim Não UASB Não Sim Sim Diária Forte Regular Não Não
Jaguaribe Jaguaribe Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Médio Bacia Do Médio Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Nova Esperança Life Sim Sim Não UASB Não Sim Sim Diária Moderado Precário Não Não
Jaguaribe Jaguaribe Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Rio Trobogi E Rio Quando Quando Transf.
Paralela Park Trobogi Sim Sim Não LAGOA AERADA Não Sim Sim Diária Moderado Regular Total Não Regular Não
Jaguaribe Necessário Necessário Poste
Afluente Do Rio Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Parque Das Bandeirantes Trobogi Não Não Sim UASB Não Sim Sim Diária Moderado Regular Não Não
Jaguaribe Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
UASB + LODOS Quando Quando
Recanto dos Pássaros I Trobogi Sim Sim Não Rio Mocambo Não Sim Sim Diária Leve Regular Total Direta Não Bom Não
ATIVADOS Necessário Necessário
Rio Coroado
Quando Quando Não Se Não Se Não Se
São Bernardo Trobogi Não Sim Não Afluente Do Rio UASB Não Sim Sim Diária Moderado Regular Não Não
Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Mocambo
Afluente Dos Rios
Quando Quando Não Se Não Se Não Se
São Cristovão Cambunas Sim Não Sim Águas Claras E UASB Não Sim Sim Diária Leve Ruim Não Não
Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Jaguaribe
Quando Quando Não Se Não Se Não Se
São Francisco / Santa Clara Cambunas Sim Não Não Rio Cambunas UASB Não Sim Sim Diária Moderado Precário Não Não
Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Quando Quando Não Se Não Se Não Se
São Lourenço Trobogi Sim Sim Não Rio Mocambo UASB Não Sim Sim Diária Moderado Regular Não Não
Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Quando Quando Não Se Não Se Não Se
São Marcos Trobogi Não Sim Sim Rio Pituaçu UASB Não Sim Sim Diária Leve Regular Não Não
Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Quando Quando Não Se Não Se Não Se
São Paulo Trobogi Sim Sim Não Rio Mocambo UASB Não Sim Sim Diária Moderado Regular Não Não
Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
UASB + LODOS Quando Quando Imperceptí Transf. Sem
Sete De Abril Trobogi Não Sim Não Rio Sem Nome Não Sim Sim Diária Regular Total Não Não
ATIVADOS Necessário Necessário vel Poste Acesso
Afluente Do Rio
Águas LAGOA Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Silvio Leal Sim Sim Sim Águas Claras E Rio Não Sim Sim Diária Leve Regular Não Não
Claras FACULTATIVA Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Jaguaribe

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
408
Estado Quadro
Limpeza Entrada Gerador
Identific Cercam Vuln. Laborat Caixa Limpeza Remoção de Automa s Telem
Nome Bacia Lançamento Processo Grade caixa de Odores de de
ação ento Social ório de areia da grade de lodo conserva ção elétrico etria
areia energia energia
ção s
Uasb - Remanescente (Sistema Ribeirão Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Não Não Sim Lagoa V UASB Não Sim Sim Diária Leve Ruim Não Não
Fazenda Grande IV Lagoa 5) Itapuã Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Uasb (1,1a; 4, 4a) (Sistema
Ribeirão Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Fazenda Grande IV - Lagoa 1 E Não Não Sim Lagoa I E Ii UASB Não Sim Sim Diária Forte Precário Não Não
Itapuã Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
2)
UASB (5 E 5a) (Sistema
Ribeirão UASB + LAGOA Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Fazenda Grande IV - Lagoa 1 E Não Não Sim Lagoa I E Ii Não Sim Sim Diária Moderado Precário Não Não
Itapuã FACULTATIVA Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
2)
Uasb 11 (Sistema Fazenda Ribeirão Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Não Não Sim Lagoa V UASB Não Sim Sim Diária Moderado Regular Não Não
Grande IV Lagoa 5) Itapuã Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Uasb 12 (Sistema Fazenda Ribeirão Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Não Não Sim Lagoa V UASB Não Sim Sim Diária Moderado Bom Não Não
Grande IV Lagoa 5) Itapuã Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
UASB 14 (Sistema Fazenda Ribeirão UASB + LAGOA Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Sim Não Sim Lagoa 6 Não Sim Sim Diária Leve Ruim Não Não
Grande IV Lagoa 6) Itapuã FACULTATIVA Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
UASB 7 (Sistema Fazenda Ribeirão Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Não Não Sim Lagoa V UASB Não Sim Sim Diária Moderado Precário Não Não
Grande Iv Lagoa 5) Itapuã Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
UASB 8 (Sistema Fazenda Ribeirão Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Não Não Sim Lagoa V UASB Não Sim Sim Diária Forte Precário Não Não
Grande IV Lagoa 5) Itapuã Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
UASB 9, 9A, 10, 10A e 13)
Ribeirão Quando Quando Não Se Não Se Não Se
(Sistema Fazenda Grande IV Sim Não Sim Lagoa VI UASB Não Sim Sim Diária Moderado Precário Não Não
Itapuã Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Lagoa 6)
Médio Riacho Afluente Do UASB + LODOS Quando Quando Transf. Sem
Verde Vida Não Sim Não Não Sim Sim Diária Leve Precário Total Sim Não
Ipitanga Ipitanga ATIVADOS Necessário Necessário Poste Acesso
Rede De Drenagem Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Vila das Palmeiras Cambunas Sim Sim Não UASB Não Sim Sim Diária Leve Ruim Não Não
Pluvial Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Rio Trobogi E Rio Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Vila do Bosque Trobogi Não Sim Não UASB Não Sim Sim Diária Moderado Bom Não Não
Jaguaribe Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Rede De Drenagem Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Vila Dos Coqueiros Cambunas Sim Sim Não UASB Não Sim Sim Diária Leve Regular Não Não
Pluvial Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Médio Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Vila Mariana Sim Sim Sim Médio Jaguaribe UASB Não Sim Sim Diária Forte Regular Não Não
Jaguaribe Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Quando Quando
Vila Rita Trobogi Não Não Não Rio Mocambo UASB Não Sim Sim Diária Moderado Regular Total Direta Não Regular Não
Necessário Necessário
UASB + LODOS Quando Quando
Vila Serena Trobogi Sim Sim Não Rio Trobogi Não Sim Sim Diária Leve Precário Total Direta Não Bom Não
ATIVADOS Necessário Necessário
Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Viña Delmar Trobogi Não Sim Não Rio Mocambo UASB Não Sim Sim Diária Leve Ruim Não Não
Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Quando Quando Transf. Sem
Vista do Vale Coruripe Sim Sim Não UASB Não Sim Sim Diária Moderado Regular Total Sim Não
Necessário Necessário Poste Acesso
Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Vivenda Do Ipitanga Ipitanga I Sim Sim Sim Rio Ipitanga UASB Não Sim Sim Diária Leve Regular Não Não
Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Vivenda Do Ipitanga Ipitanga I Sim Sim Sim Rio Ipitanga UASB Não Sim Sim Diária Leve Regular Não Não
Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Rio Trobogi E Rio TANQUE Não Se Quando Não Se Não Se Não Se
Vivendas do Rio Trobogi Não Sim Não Não Sim Não Diária Moderado Precário Não Não
Jaguaribe IMHOFF Aplica Necessário Aplica Aplica Aplica
Quando Quando Não Se Não Se Não Se
Walter Baraúna Trobogi Sim Sim Não Rio Jaguaribe UASB Não Sim Sim Diária Moderado Precário Não Não
Necessário Necessário Aplica Aplica Aplica
Fonte: Embasa, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
409
6.2.3 SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DAS ILHAS

Além da sua parte continental, o município de Salvador também é composto por 3 ilhas: a Ilha dos
Frades, a Ilha de Bom Jesus dos Passos e a Ilha de Maré, conforme detalhado anteriormente no
produto E1A. Na Ilha dos Frades e na Ilha de Bom Jesus dos Passos já existem atualmente sistemas
de esgotamento sanitário (SES) coletivos operados pela Embasa, enquanto na Ilha de Maré
nenhuma localidade possui SES.

A seguir serão descritos os SES da Embasa existentes na Ilha dos Frades e na Ilha de Bom Jesus
dos Passos, a partir dos dados enviados pela Embasa e a partir das informações coletadas em
campo durante as visitas técnicas realizadas no dia 14/12/2020 em conjunto com a equipe da
Embasa. Conforme detalhado no item 4.4.3, a operação dos SES da Embasa na Ilha dos Frades e
na Ilha de Bom Jesus dos Passos é de responsabilidade da UMS (Unidade Regional de Candeias),
por meio do Escritório Local (EL) de Madre de Deus.

A Ilha de Maré atualmente não possui sistema de esgotamento sanitário, e, portanto, todo o efluente
gerado é encaminhado para sistemas individuais (fossas) ou galerias de águas pluviais. A situação
identificada na Ilha de Maré também será descrita a seguir.

6.2.3.1 Ilha dos Frades

Conforme detalhado no Produto E1A deste PMSB, a Ilha dos Frades possui apenas as localidades
de Ponta de Nossa Senhora, Costa e Paramana. As três localidades são atendidas atualmente por
dois sistemas de esgotamento sanitário (SES) da Embasa: o SES Ponta de Nossa Senhora e o
SES Paramana, que atende também a localidade da Costa. São dois sistemas de esgotamento
sanitário independentes, compostos por redes coletoras, EEE, linhas de recalque, ETE e emissários
operados também pela Embasa.

Na Ilha dos Frades existe também a praia de Loreto, onde fica a Capela de Nossa Senhora do
Loreto e o Centro de Memória da Ilha dos Frades, sendo um importante destino turístico na ilha dos
Frades. A Capela de Nossa Senhora do Loreto é utilizada também para a realização de eventos,
como casamentos, batizados e etc. Esta localidade não possui população residente, havendo
apenas ocupação esporádica em função dos visitantes.

Nos itens a seguir serão descritos os dois SES que atendem a Ilha dos Frades.

6.2.3.1.1 SES Ponta de Nossa Senhora

O SES da localidade Ponta de Nossa Senhora foi implantado em 2013 e de acordo com o cadastro
comercial georreferenciado da Embasa recebe contribuição de aproximadamente 53 habitantes,

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
410
que corresponde a 9,10% da população atendida na Ilha dos Frades, por meio de 17 economias
habitadas ativas de esgoto, todas do tipo residencial. A Figura 210 apresenta a localização das
unidades existentes no sistema de esgotamento sanitário e na Figura 211 está representado o
croqui do SES de Ponta de Nossa Senhora.

Figura 210 – Localização das unidades de esgotamento em Ponta de Nossa Senhora

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
411
Figura 211 – Croqui do SES de Ponta de Nossa Senhora

Fonte: Embasa, 2021.

De acordo com o cadastro comercial georreferenciado da Embasa, fornecido em julho/2021, as


economias habitadas ativas de esgoto em Ponta de Nossa Senhora (17 economias) representam
100% do total de domicílios habitados (17 domicílios), e, portanto, o índice de atendimento com
esgoto (IAE) na localidade atualmente seria de 100%.

Entretanto, de acordo com informações fornecidas pela Embasa através da Nota Técnica nº
001/2022, emitida em 20/01/2022, em Ponta de Nossa Senhora existem atualmente 58 ligações
ativas, 03 ligações factíveis e 02 ligações potenciais de esgoto. Assim sendo, considerando que no
caso da localidade de Ponta de Nossa Senhora, provavelmente o número de ligações é igual ao
número de economias, o índice de atendimento com esgoto (IAE) atualmente é de 92,06% e o
índice de cobertura com esgoto (ICE) é de 96,83%.

Como o cadastro comercial georreferenciado foi fornecido em julho/2021 e a Nota Técnica nº


001/2022 foi emitida em 20/01/2022, não é possível saber se essa divergência de informações se
deve a uma defasagem no cadastro técnico georreferenciado da Embasa, ou se houve uma
atualização do cadastro. Nesse caso, a diferença entre os resultados do IAE foi de 7,94%.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
412
A infraestrutura do sistema de esgotamento sanitário de Ponta de Nossa Senhora é composta por
2.210,68m de redes coletoras e coletores troncos, uma EEE e linha de recalque, uma ETE e 12,00m
de emissário final, que faz o lançamento do efluente tratado no Rio Canto de São Paulo. As redes
coletoras foram implantadas em 2013 com diâmetros de 150mm em PVC, assim como o emissário.

De acordo com a Embasa o processo de solicitação da licença de operação (LO) do SES Ponta de
Nossa Senhora (processo nº 2017.001.004162/INEMA/LIC-04162) está em fase de análise pelo
Inema, e, portanto, não existe ainda uma LO válida para esse sistema.

De acordo com a Embasa, os consertos e reparos são feitos a partir das solicitações de serviço
realizadas pela equipe técnica e por meio dos canais de atendimento do consumidor
disponibilizados pela Embasa. No geral as redes coletoras apresentam problemas de obstrução por
conta do lançamento de gordura no sistema, entretanto, esse problema foi minimizado com a
obrigatoriedade de implantação de caixas de gordura nos estabelecimentos comerciais.

A EEE possui vazão nominal de 5,50L/s e é do tipo circular, com gradeamento manual, caixa de
areia circular, bombas submersíveis e não possui medição de vazão. Apesar de contar com gerador
de energia, no dia da visita técnica o mesmo estava inoperante, por conta de problemas de ferrugem
no tanque de combustível. Por conta disso, em caso de interrupção no fornecimento de energia
elétrica os esgotos extravasam para o corpo d’água Canto do João Paulo.

A EEE não possui operador fixo, sendo que pelo menos uma vez ao dia uma equipe de dois
funcionários passa na EEE para limpeza das grades e avaliar a necessidade de limpeza da caixa
de areia, caso haja necessidade de remoção de areia o esgota fossa é acionado. O esgota fossa é
do tipo móvel e atende tanto a Ponta de Nossa Senhora como também Paramana, para o seu
deslocamento é utilizado um trator.

De acordo com as informações da Embasa (2021), os resíduos do gradeamento e caixa de areia


são encaminhados para o leito de secagem da ETE Ponta de Nossa Senhora e após a secagem e
ao atingir um volume considerável os resíduos são encaminhados para o aterro da Hera Ambiental
em São Francisco do Conde.

A situação da EEE está retratada da Figura 212 até a Figura 216.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
413
Figura 212 – Acesso EEE

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 213 – Gradeamento, caixa de areia e poço de sucção

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
414
Figura 214 – Barrilete de recalque

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 215 – Painel Elétrico

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
415
Figura 216 – Gerador de energia

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A EEE está implantada em área privada, cercada e com identificação, dificultado o acesso de
pessoas não autorizadas no local. O estado de conservação da EEE é regular, a corrosão avançada
das estruturas metálicas por conta da maresia e gases gerados no interior da EEE são os maiores
problemas da unidade.

As bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia e caso esse sistema
apresente problemas as bombas podem ser acionadas manualmente no painel elétrico. O painel
elétrico é novo e está em bom estado de conservação.

Não há nenhum dispositivo de medição de vazão na EEE, e, portanto, os dados fornecidos tratam
apenas sobre a vazão das bombas. Por conta disso não foi possível avaliar se a capacidade
instalada está adequada à demanda recebida.

O tratamento dos efluentes gerados no sistema de esgotamento sanitário é realizado na ETE Ponta
de Nossa Senhora, localizada na Rua das Mangueiras S/N. A vazão nominal da ETE é de 6,66L/s,
sendo que atualmente a vazão operada é de 0,80L/s (12% da capacidade nominal). O tratamento
é composto por tanque de aeração, decantador e dois leitos de secagem, com lançamento no Rio
Canto do São Paulo.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
416
A ETE está cercada e identificada, entretanto sua situação é bastante precária. A estrutura civil
possui pontos de infiltração e tanto os equipamentos mecânicos quanto as estruturas metálicas
possuem diversos pontos de corrosão.

No dia da visita apenas um dos aeradores estava em operação e o outro estava quebrado e
aguardando manutenção. Além disso a caixa que recebe o clarificado do decantador estava
obstruída e como não há inspeção o operador não consegue dar manutenção.

Ressalta-se que operar com apenas um aerador pode acarretar diminuição de eficiência no
tratamento, uma vez que ocorre a redução da oxigenação e consequentemente redução na
oxidação da matéria orgânica.

A parte elétrica é composta por um painel elétrico que possui situação regular, onde ocorre o
acionamento dos aeradores. O gerador de energia da EEE também é responsável por suprir a ETE
em caso de interrupção no fornecimento de energia elétrica.

De acordo com as informações da Embasa (2021), o lodo do decantador é removido através de


esgota fossa e é disposto no leito de secagem para desidratação, após esse processo o lodo é
encaminhado junto com os demais resíduos gerados no sistema de tratamento para o aterro da
Hera Ambiental em São Francisco do Conde.

A situação da ETE está retratada da Figura 217 até a Figura 221.

Figura 217 – Acesso à ETE


Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
417
Figura 218 – Tanque de aeração e decantador

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 219 – Efluente final

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
418
Figura 220 – Leito de secagem

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 221 – Painel Elétrico

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O Quadro 48 apresenta a síntese das informações referentes a ETE de Ponta de Nossa Senhora.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
419
Quadro 48 – Síntese das informações da ETE de Ponta de Nossa Senhora
Nome ETE Ponta de Nossa Senhora
Bacia Ponta De Nossa Senhora
Identificação Sim
Cercamento Sim
Vuln. Social Não
Lançamento Rio Canto Do João Paulo
Processo Biológico
Laboratório Não
Grade Não
Caixa de areia Não
Limpeza da grade Não Se Aplica
Limpeza caixa de areia Não Se Aplica
Remoção de lodo Quando Necessário
Odores Moderado
Estado de conservação Precário
Automação Total
Entrada de energia Direta
Gerador de energia Sim
Quadros elétricos Bom
Telemetria Não
Fonte: Embasa, 2020.

Avaliando a capacidade nominal das estruturas de esgotamento sanitário em comparação com a


vazão de esgoto gerado atualmente, fica evidenciado um superdimensionamento do sistema de
esgotamento de Ponta de Nossa Senhora. Além dos problemas operacionais atrelados a essa
situação, o baixo índice de economias não gera receitas compatíveis com uma operação adequada
do sistema. Possivelmente, por conta disso o sistema não recebe a devida atenção e melhorias
necessárias, o que foi evidenciado durante a visita de campo, quando foram observados
equipamentos fora de operação e problemas operacionais que há tempos estão sem solução,
conforme apontado pelo operador do sistema de esgotamento de Ponta de Nossa Senhora.

A Tabela 45 apresenta o resumo das receitas e despesas no SES da Ilha dos Frades. Como o SES
de Paramana só entrou em operação no ano de 2020 e não houve diferença representativa nas
receitas de 2019 para 2020, entendemos que os valores apresentados dizem respeito somente a
Localidade de Ponta de Nossa Senhora.

Tabela 45 – Resumo das receitas x despesas no SES Ilha dos Frades.


Soma de receita de Soma de gasto total com Receitas /
Ano
esgoto (R$) esgotamento (R$) Despesas (%)
2017 24.550,61 544.864,60 4,5%
2018 20.218,67 162.261,91 12,5%
2019 31.195,40 170.695,72 18,3%
2020 32.365,86 454.770,32 7,1%
Fonte: Embasa, 2022.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
420
Como pode ser observado, no período de 2017 a 2020 o SES Ponta de Nossa Senhora apresentou
resultado deficitário, sendo que as receitas obtidas com esse sistema representaram apenas entre
4,5 e 18,3% das despesas realizadas, evidenciando um sistema extremamente deficitário. Apesar
do alto valor das despesas realizadas nesse sistema observa-se que o sistema de esgotamento
sanitário de Ponta de Nossa Senhora ainda demanda maiores investimentos para atingir uma
operação e equipamentos adequados.

Portando, na etapa de proposições deste PMSBI será importante prever ações que proporcionem
uma melhor operação do SES de Ponta de Nossa Senhora por parte do prestador de serviços.

No apêndice A serão apresentadas as fichas de campo com dados e fotos da EEE e ETE do SES
Ponta de Nossa Senhora.

6.2.3.1.2 SES Paramana

A localidade de Paramana conta com sistema de esgotamento sanitário implantado pela Embasa
recentemente, no ano de 2020. Entretanto, no dia da visita técnica realizada em dezembro de 2020,
verificou-se que ainda havia esgoto a céu aberto em diversos pontos da localidade, nos locais onde
ainda não tinha sido feita a interligação das casas ao SES implantado pela Embasa, ou onde ainda
não há rede coletora implantada. Além disso, foi relatado na visita que antes da implantação do
SES a população tinha o costume de lançar apenas as água negras (esgoto do vaso sanitário) nas
fossas existentes, enquanto as águas cinzas eram lançadas em “valas de drenagem” implantadas
pela prefeitura e que mesmo após a implantação do SES parte das casas continuam com essa
prática, como pode ser observado na Figura 222 até a Figura 225.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
421
Figura 222 - Contribuição de esgoto em valetas de águas pluviais em Paramana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 223 – Lançamento de esgoto em canais de águas pluviais em Paramana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
422
Figura 224 – Córrego contaminado com esgoto chegando à praia de Paramana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 225 - Contribuição de esgoto em valetas de águas pluviais em Paramana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

De acordo com o cadastro comercial georreferenciado da Embasa, fornecido em Julho/2021, o


sistema de esgotamento sanitário (SES) de Paramana recebe contribuição de aproximadamente
530 habitantes, o que corresponde a 90,90% da população atendida na Ilha dos Frades. De acordo
com esse cadastro, o SES Paramana possuia 171 economias habitadas ativas de esgoto, 207

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
423
economias factíveis e 32 economias potenciais, todas do tipo residencial. Portanto, de acordo com
esse cadastro, as economias habitadas ativas de esgoto em Paramana representam 41,7% do total
de domicílios habitados na localidade, e, portanto, o índice de atendimento com esgoto (IAE) na
localidade seria de 41,7%. Por outro lado, ao se avaliar o índice de cobertura do SES implantado,
chega-se a 92,20% de cobertura, explicitando que para se aproximar da universalização do
atendimento com serviço de esgotamento sanitário nesta localidade é necessária a efetivação das
ligações intradomiciliares nos domicílios que ainda não se encontram interligados ao sistema.

Entretanto, de acordo com informações fornecidas pela Embasa através da Nota Técnica nº
001/2022, emitida em 20/01/2022, em Paramana existem atualmente 238 ligações ativas, 304
ligações factíveis e 63 ligações potenciais de esgoto. Assim sendo, considerando que no caso da
localidade de Paramana, provavelmente o número de ligações é igual ao número de economias, o
índice de atendimento com esgoto (IAE) atualmente é de 39,34% e o índice de cobertura com
esgoto (ICE) é de 89,59%.

Comparando-se a quantidade total de ligações de esgoto (ativas e factíveis ) em Paramana em


Dezembro/2021 (542 ligações) e a quantidade total de economias ativas e factíveis que constava
no cadastro comercial georreferenciado em Julho/2021 (378 economias), observa-se que em
Paramana há uma grande defasagem no cadastro comercial georreferenciado em relação à
realidade, visto que não houve uma ampliação significativa da rede de esgotamento sanitário no
período (entre julho e dezembro/2021), que justifique o aumento de 164 economias de esgoto
(incluindo economias ativas e factíveis), o que representa um aumento de cerca de 43% em relação
ao total que constava no cadastro comercial georreferenciado em julho/2021).

A infraestrutura do sistema de esgotamento sanitário de Paramana é composta por 9.490,40m de


redes coletoras e coletores troncos, 4 EEE e 1.505 m de linhas de recalque, uma ETE, 332 m de
emissário terrestre e 843 m de emissário submarino. As redes coletoras foram implantadas em
2020, com diâmetros de 150mm em PVC. O emissário final possui diâmetro de 100mm e foi
implantado em PVC DeFoFo.

De acordo com a Embasa, a licença de operação (LO) do SES Paramana foi concedida através da
Portaria Inema 24.236/21, com validade até 30/09/2029.

A Figura 226 apresenta o croqui do SES Paramana e a Figura 227 apresenta a localização das
unidades existentes no sistema.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
424
Figura 226 – Croqui do SES de Paramana

Elaboração: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
425
Figura 227 – Localização das unidades do sistema de esgotamento sanitário de Paramana

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

As EEE são do tipo circular, com gradeamento manual, caixa de areia circular, bombas
submersíveis e não possuem medição de vazão. As EEE contam com geradores de energia,
entretanto, no dia da visita técnica realizada os mesmos estavam inoperantes por problemas de

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
426
ferrugem no tanque de combustível, ocasionados pelo longo tempo que a obra ficou paralisada
antes de ser retomada e concluída em 2020. Por conta disso em caso de interrupção no
fornecimento de energia elétrica atualmente os esgotos extravasam para a Baía de Todos os Santos
ou corpos d’água.

Nenhuma das EEE contam com operador fixo, sendo que pelo menos uma vez ao dia uma equipe
de dois funcionários passa em todas as EEE para limpeza das grades e avaliam a necessidade de
limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de remoção de areia o esgota fossa é
acionado. O esgota fossa é do tipo móvel e atende tanto a Paramana como Ponta de Nossa Senhora
e para o seu deslocamento é utilizado um trator.

De acordo com as informações da Embasa (2021), os resíduos do gradeamento e caixa de areia


são encaminhados para o leito de secagem da ETE Paramana e após a secagem e ao atingir um
volume considerável os resíduos são encaminhados para o aterro da Hera Ambiental em São
Francisco do Conde.

A nomenclatura e as informações relativas às bombas e linhas de recalque de cada EEE estão


apresentadas na Tabela 46 e Tabela 47.

Tabela 46 – Informações das EEE de Bom Jesus dos Passos.


EEE N° de bombas Vazão das bombas (L/s) Potência (cv)
EEE Costa de Fora 02 5,50 2
EEE Torto 02 5,50 3
EEE Paramana 02 6,58 2
EEE Final 02 9,44 7,5
Fonte: Embasa, 2021.

Tabela 47 – Informações das Linhas de Recalque de Paramana


LR Material Diâmetro (mm) Extensão (m)
EEE Costa de Fora PVC DeFoFo 100 814,25
EEE Torto PVC DeFoFo 100 99,58
EEE Paramana PVC DeFoFo 100 271,75
EEE Final PVC DeFoFo 100 319,80
Fonte: Embasa, 2021.

As estruturas das EEE do SES Paramana estão apresentadas da Figura 228 até a Figura 231.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
427
Figura 228 – EEE Costa de Fora

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 229 – EEE Torto

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
428
Figura 230 – EEE Paramana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 231 – EEE Final

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
429
As EEE Costa de Fora e a EEE Final foram implantadas em áreas particulares com fechamento e
identificação, enquanto no caso das EEE Torto e Paramana ambas foram implantadas em áreas
públicas sem fechamento e com identificação.

O sistema de esgotamento foi concluído e entrou em operação no ano de 2020 e apesar dos
problemas com os geradores de energias, as demais unidades estão em bom estado de
conservação. Não foram relatados problemas de operação relacionado às EEE.

As bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia e caso esse sistema
apresente problemas as bombas podem ser acionadas manualmente no painel elétrico. Os painéis
elétricos são todos novos e estão em bom estado de conservação. As EEE não possuem nenhum
dispositivo de medição de vazão, por conta disso não foi possível avaliar se a capacidade instalada
está adequada à demanda recebida.

O tratamento dos efluentes gerados no sistema de esgotamento sanitário é realizado na ETE


Paramana, localizada na Travessa da Rua Beira Mar S/N. A vazão nominal da ETE é de 6,6L/s,
sendo que atualmente está sendo tratada uma vazão média de apenas 1,42 L/s (22% da capacidade
nominal). O tratamento originalmente previsto é composto por gradeamento manual, caixa de areia
de fluxo horizontal, EEE, dois reatores UASB, dois filtros biológicos aerados submersos, sistema de
dosagem de cloro para desinfecção, tanque de contato, estação elevatória de efluente tratado e
dois leitos de secagem.

A ETE está cercada e identificada e como a obra foi entregue em 2020 o sistema é novo e está em
bom estado de conservação. Entretanto, no dia da visita técnica verificou-se que um dos tanques
de fibra onde estava implantado o UASB se rompeu e por conta disso a ETE não estava operando.
Na ocasião o efluente bruto estava sendo lançado sem tratamento na Baía de Todos os Santos.

Após a realização da visita, foi informado pela Embasa que após a realização de estudos pela
equipe técnica da empresa a operação da ETE foi retomada com funcionamento de apenas um
UASB, situação que de acordo com as informações fornecidas não impacta na eficiência do sistema,
uma vez que as bacias do SES Paramana ainda estão em adensamento e a operação com dois
UASB foi prevista para final de plano. O sistema irá operar dessa forma até a implantação da bacia
Loreto, quando está prevista a recuperação dessa unidade. A praia de Loreto se localiza no norte
da Ilha dos Frades e nesta localidade não existe população residente, havendo apenas ocupação
esporádica em função dos visitantes.

O sistema elétrico é composto por um painel elétrico novo, onde ocorre o acionamento dos
equipamentos mecânicos e pelo gerador de energia que entra em operação em caso de interrupção

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
430
no fornecimento de energia elétrica. O acionamento das bombas da EEE localizada dentro da ETE
é automático e ocorre através de chave de nível tipo boia.

De acordo com as informações da Embasa (2021), os resíduos do gradeamento e caixa de areia


são encaminhados para o leito de secagem junto com o lodo gerado no sistema. Após a
desidratação o resíduo e o lodo são encaminhados para o aterro sanitário da Hera Ambiental em
São Francisco do Conde.

A situação da ETE está retratada da Figura 232 até a Figura 242 e no Apêndice A serão
apresentadas as fichas de campo com dados e fotos das EEE e ETE de Paramana.

Figura 232 – Identificação da ETE Paramana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 233 – Tratamento preliminar

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
431
Figura 234 – Elevatória de esgoto bruto

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 235 – ETE Compacta

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
432
Figura 236 – Detalhe do UASB após reforço na estrutura

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 237 – Tanque de contato

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
433
Figura 238 – Elevatória de esgoto tratado

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 239 – Leitos de secagem

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
434
Figura 240 – Painel elétrico

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 241 – Gerador de energia

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
435
Figura 242 – Equipamentos utilizados para manutenção do SES Paramana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


O Quadro 49 apresenta a síntese das informações referentes a ETE de Paramana.

Quadro 49 – Síntese das informações da ETE de Paramana


Nome ETE Paramana
Bacia Paramana
Identificação Sim
Cercamento Sim
Vuln. Social Não
Lançamento Baía De Todos Os Santos
Processo UASB + LODOS ATIVADOS
Laboratório Não
Grade Sim
Caixa de areia Sim
Limpeza da grade Diária
Limpeza caixa de areia Quando Necessário
Remoção de lodo Quando Necessário
Odores Leve
Estado de conservação Bom
Automação Total
Entrada de energia Transf. Poste
Gerador de energia Sim
Quadros elétricos Bom
Telemetria Não
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
436
No apêndice A serão apresentadas as fichas de campo com dados e fotos da EEE e ETE do SES
Paramana.

6.2.3.2 Ilha De Bom Jesus Dos Passos

O sistema de esgotamento sanitário da Ilha de Bom Jesus dos Passos foi implantado em 2011 e
recebe contribuição de aproximadamente 822 habitantes, que corresponde a 37,83% da população
da Ilha. O total de economias habitadas ativas de esgoto é de 265, todas do tipo residencial.

De acordo com o cadastro comercial georreferenciado da Embasa, o índice de atendimento com


esgoto (IAE) na localidade atualmente é de 37,87%. Por outro lado, ao se avaliar o índice de
cobertura do SES implantado, chega-se também a apenas 38,37% de cobertura, demonstrando que
no caso da Ilha de Bom Jesus dos Passos não existem muitos domicílios sem interligação com o
sistema existente, evidenciando neste caso que para se aproximar da universalização do
atendimento com serviço de esgotamento sanitário nesta localidade será necessária a ampliação
do SES existente.

Entretanto, de acordo com informações fornecidas pela Embasa através da Nota Técnica nº
001/2022, emitida em 20/01/2022, em Bom Jesus dos Passos existem atualmente 396 ligações
ativas, 21 ligações factíveis e 746 ligações potenciais de esgoto. Assim sendo, considerando que
no caso da localidade de Bom Jesus dos Passos, provavelmente o número de ligações é igual ao
número de economias, o índice de atendimento com esgoto (IAE) atualmente é de 34,05% e o
índice de cobertura com esgoto (ICE) é de 35,86%.

Ambos os valores calculados tanto com base no cadastro georreferenciado quanto na NT 001-22
são bem próximos, entretanto, observa-se uma grande defasagem entre o cadastro comercial
georreferenciado fornecido em jul/2021 e as informações fornecidas em dez/2021, visto que há uma
diferença de 462 domicílios cadastrados. Como não foi fornecido um novo shape relativo a
dezembro/2021, não é possível concluir se a defasagem persiste ou se foi realizada uma
atualização.

Como pode ser observado na Figura 245, o SES de Bom Jesus dos Passos foi projetado com 5
bacias de esgotamento sanitário (Bacias, A, B, C, D e), entretanto, até o momento só foram
implantadas as bacias B, C, D e, sendo necessária a implantação da Bacia A, para o atendimento
de toda a ilha com o sistema de esgotamento sanitário.

No dia da visita técnica realizada em dezembro/2020 foi possível observar que em diversos locais
da ilha ainda há contribuições de esgoto no sistema de drenagem de águas pluviais, mesmo em
áreas atendidas com rede coletora de esgoto, como pode ser observado na Figura 243. De acordo

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
437
com as informações obtidas da visita, nessas situações usualmente os moradores interligam na
rede da Embasa apenas as águas negras (esgoto dos vasos sanitários), enquanto as demais
contribuições (águas cinzas) permanecem sendo lançadas nas estruturas de drenagem de águas
pluviais, como pode ser visualizado na Figura 243.

Figura 243 – Contribuição de esgoto no sistema de drenagem na Ilha de Bom Jesus dos
Passos

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Portanto, para a melhoria das condições atuais relativas ao esgotamento sanitário na Ilha de Bom
Jesus dos Passos não é suficiente apenas a implantação das infraestruturas de coleta e transporte
de esgoto na bacia A, sendo fundamental também, a revisão das ligações intradomiciliares de
esgoto nos locais onde as águas cinzas geradas nos domicílios não estão sendo direcionadas para
o sistema de esgotamento sanitário da Embasa.

De acordo com a portaria Inema n° 6600, publicada no D.O.E dos dias 21 e 22 de dezembro de
2013, o SES de Bom Jesus dos Passos possui licença de operação (LO) válida até o dia 22/12/2021
e de acordo com a Embasa o processo de renovação da LO (processo nº
2021.001.008168/INEMA/LIC-08168) foi solicitado dentro do prazo estabelecido na legislação, e,
portanto, a LO se manterá válida até a manifestação definitiva do Inema.

A infraestrutura do sistema de esgotamento sanitário de Bom Jesus dos Passos é composta por
2,44km de redes coletoras e coletores troncos, quatro EEE e linhas de recalque, uma ETE e 200 m
de emissário terrestre e submarino. As redes coletoras e emissário foram implantadas em 2011 com
diâmetro de 150mm.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
438
A Figura 244 apresenta a localização das unidades existentes no sistema de esgotamento sanitário
e a Figura 245 representa o croqui do sistema de Bom Jesus dos Passos.

Figura 244 – Localização das unidades de esgotamento em Bom Jesus dos Passos

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Figura 245 – Croqui do SES de Bom Jesus dos Passos

Elaboração: Embasa, 2021.

As EEE são do tipo circular, com gradeamento manual, caixa de areia circular, bombas
submersíveis e não possuem medição de vazão. Apesar de todas as EEE contarem com geradores
de energia, os mesmos estão inoperantes. De acordo com as informações fornecidas pela Embasa
durante a visita, os geradores das EEE não são utilizados, pois a ETE não possui gerador de
energia, e, portanto, em caso de interrupção no fornecimento de energia elétrica, se as EEE
continuassem funcionando por meio de gerador, haveria extravasamento na ETE, que também
possui uma EEE. Desta forma, quando há interrupção no fornecimento de energia elétrica os
esgotos extravasam para o oceano, por meio dos extravasores existentes em cada uma das EEE.

Nenhuma das EEE conta com operador fixo, sendo que pelo menos uma vez ao dia uma equipe de
dois funcionários passa em todas as EEE para limpeza das grades e avaliam a necessidade de
limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de remoção de areia o esgota fossa é
acionado. Os resíduos do gradeamento e caixa de areia são encaminhados para o leito de secagem
da ETE Bom Jesus dos Passos, onde estão armazenados desde o início da operação do sistema.

A nomenclatura e vazão nominal das EEE e linhas de recalque estão apresentadas na Tabela 48 e
na Tabela 49, respectivamente.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
440
Tabela 48 – Informações das EEE de Bom Jesus dos Passos.
EEE Vazão das bombas(L/s)
2 5,50
3 5,50
4 5,50
5 5,50
Fonte: Embasa, 2021

Tabela 49 – Informações das Linhas de Recalque de Bom Jesus dos Passos.


LR Material Diâmetro (mm) Extensão (m)
EEE - 02 PVC DeFoFo 100 407,5
EEE - 03 PVC DeFoFo 100 56,1
EEE - 04 PVC DeFoFo 100 165,8
EEE - 05 PVC DeFoFo 100 141,8
Fonte: Embasa, 2021.
As estruturas das EEE de Bom Jesus dos Passos estão apresentadas da Figura 246 até a Figura
249.

Figura 246 – EEE 2

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
441
Figura 247 – EEE 3

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 248 – EEE 4

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
442
Figura 249 – EEE 5

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Com exceção da EEE 3 que está localizada em uma praça pública, as demais estão implantadas
em áreas particulares com fechamento e sem identificação. A locação da EEE 3 permite livre
circulação de pessoas, podendo acarretar acidentes.

A situação das EEE é bastante precária, exceto na EEE 5 que está mais bem conservada e não
apresentou problemas operacionais. No dia da visita as EEE 3 e 4 não estavam operando de
maneira satisfatória, ambas estavam extravasando e de acordo com o operador o problema estava
nas chaves de nível tipo boia. A EEE 2 também estava com problemas operacionais, pois conforme
relatado pelo operador, as bombas não têm capacidade de recalcar a vazão que está contribuindo
para a EEE. De acordo com o operador, essa situação já perdura há 2 anos e por conta disso não
é possível fazer a limpeza do gradeamento e caixa de areia. Além disso, foi relatado que a
extravasão de esgoto na Baía de Todos os Santos é rotineira.

Em operação normal as bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo
boia. Caso esse sistema apresente problemas as bombas podem ser acionadas manualmente no
painel elétrico. Todos os painéis elétricos das EEE estão em bom estado de conservação.

As EEE não possuem nenhum dispositivo de medição de vazão, e, portanto, os dados fornecidos
tratam apenas sobre a vazão das bombas. Por conta disso não foi possível avaliar se a capacidade
instalada está adequada à demanda recebida.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
443
O tratamento dos efluentes gerados no sistema de esgotamento sanitário é realizado na ETE Bom
Jesus dos Passos, localizada na Rua Formosa S/N. A vazão nominal da ETE é de 21,85L/s, sendo
que atualmente são tratados 5,45L/s de esgoto (25% da capacidade nominal).

O tratamento é composto por gradeamento manual, caixa de areia de fluxo horizontal, EEE, dois
UASB, dois filtros aerados, dois filtros, cloração e leito de secagem. A ETE está cercada, entretanto
não possui identificação. Sua situação é regular, apresentando pontos de infiltração nas estruturas
e início de corrosão nos equipamentos mecânicos e elementos metálicos. Não foram relatados
problemas operacionais na ETE.

O sistema elétrico é composto por um painel elétrico em bom estado, onde ocorre o acionamento
dos equipamentos mecânicos. O acionamento das bombas da EEE é automático e ocorre através
de chave de nível tipo boia.

De acordo com as informações da Embasa (2021), os resíduos do gradeamento e caixa de areia


são encaminhados para o leito de secagem junto com o lodo gerado no sistema. Desde o início da
operação do sistema de esgotamento de Bom Jesus dos Passos os resíduos estão armazenados
nos leitos de secagem. De acordo com o operador, quando forem removidos, os resíduos e o lodo
desidratado serão encaminhados para o aterro da Hera Ambiental em São Francisco do Conde.

A situação da ETE está retratada da Figura 250 até a Figura 255.

Figura 250 – Tratamento preliminar e EEE

Fonte: CSB Consórcio, 2020

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
444
Figura 251 – ETE Compacta

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 252 – Sistema de dosagem de cloro

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
445
Figura 253 – Efluente final

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 254 – Leitos de secagem

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
446
Figura 255 – Painel Elétrico

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O Quadro 50 apresenta a síntese das informações referentes a ETE de Bom Jesus dos Passos.

Quadro 50 – Síntese das informações da ETE de Bom Jesus dos Passos


Nome ETE Bom Jesus dos Passos
Bacia Bom Jesus Dos Passos
Identificação Não
Cercamento Sim
Vuln. Social Não
Lançamento Baía De Todos Os Santos
Processo UASB + LODOS ATIVADOS
Laboratório Não
Grade Sim
Caixa de areia Sim
Limpeza da grade Diária
Limpeza caixa de areia Quando Necessário
Remoção de lodo Quando Necessário
Odores Leve
Estado de conservação Regular
Automação Total
Entrada de energia Direta
Gerador de energia Não
Quadros elétricos Regular
Telemetria Não
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
447
Avaliando a capacidade nominal das estruturas de esgotamento sanitário em comparação com a
vazão de esgoto gerado atualmente, fica evidenciado um superdimensionamento do sistema de
esgotamento de Bom Jesus dos Passos. Além dos problemas operacionais atrelados a essa
situação, o baixo índice de economias não gera receitas compatíveis com uma operação adequada
do sistema, como pode ser observado na Tabela 50. Possivelmente, por conta disso o sistema não
recebe a devida atenção e as melhorias necessárias, o que foi evidenciado durante a visita de
campo, quando foram observados equipamentos fora de operação e problemas operacionais que
há tempos estão sem solução, conforme apontado pelo operador do sistema de esgotamento de
Bom Jesus dos Passos.

Tabela 50 – Resumo das receitas x despesas no SES Bom Jesus dos Passos.
Soma de receita de Soma de gasto total com Receitas /
Ano
esgoto (R$) esgotamento (R$) Despesas (%)
2016 86.865,27 101.326,86 85,7%
2017 131.646,80 107.363,50 122,6%
2018 105.064,64 138.989,07 75,6%
2019 119.803,31 356.966,56 33,6%
2020 134.959,16 803.265,98 16,8%
Fonte: Embasa, 2022.

Como pode ser observado, no período de 2016 a 2020 o SES Bom Jesus dos Passos apresentou
resultado deficitário em quase todos os anos, com exceção para o ano de 2017, quando as receitas
superaram as despesas. Em 2018 as receitas obtidas com esse sistema representaram apenas
entre 75,6% das despesas realizadas, sendo que esse percentual foi reduzindo ano a ano,
chegando a apenas 16,8% em 2020, evidenciando um sistema extremamente deficitário. Apesar do
alto valor das despesas realizadas nesse sistema observa-se que o sistema de esgotamento
sanitário de Bom Jesus dos Passos ainda demanda maiores investimentos para atingir uma
operação e equipamentos adequados.

Portando, na etapa de proposições deste PMSBI será importante prever ações que proporcionem
uma melhor operação do SES de Bom Jesus dos Passos por parte do prestador de serviços.

No apêndice A serão apresentadas as fichas de campo com dados e fotos da EEE e ETE do SES
Bom Jesus dos Passos.

6.2.3.3 Ilha De Maré

A Ilha de Maré possui 13 localidades, conforme pode ser observado na Figura 256, que apresenta
o mapa das localidades da Ilha de Maré, conforme já detalhado anteriormente no Produto E1A. No

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
448
mapa é possível observar que na Ilha de Maré existem 5 comunidades quilombolas certificadas na
Fundação Palmares (Martelo, Praia Grande, Ponta Grossa, Bananeiras e Porto dos Cavalos).

Nas visitas realizadas no dia 15/12/2020 foram visitadas todas as localidades, exceto as localidades
do Martelo, Oratório e Caquende. Nenhuma das localidades da Ilha de Maré possui sistema de
esgotamento sanitário da Embasa, e, portanto, as contribuições de esgoto são encaminhadas para
a drenagem de águas pluviais, ou para fossas rudimentares.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
449
Figura 256 – Localidades da Ilha de Maré

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

O Quadro 51 apresenta o nome das comunidades visitadas e suas características quanto à


ocupação e número de pessoas, de acordo com o cadastro da Unidade de Saúde que atende a Ilha
de Maré.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
450
Quadro 51 – Informações das comunidades da Ilha de Maré.
Quantidade
Comunidade Ocupação
de pessoas
Comunidade mais adensada da Ilha de Maré com características
Praia Grande 1.747
urbanizadas
Caquende Comunidade pouco adensada implantada à beira mar 19
Santana Comunidade bastante adensada com características urbanizadas 934
Comunidade pouco adensada implantada a beira mar com características
Itamoabo 80
turísticas
Comunidade pouco adensada implantada a beira mar com características
Neves 8
turísticas
Botelho Comunidade adensada com características urbanizadas 486
Oratório Comunidade pouco adensada implantada a beira mar -
Bananeiras Comunidade adensada com características urbanizadas 1.228
Amêndoas Comunidade pouco adensada com características rurais 3
Maracanã Comunidade pouco adensada com características rurais 112
Ponta Grossa Comunidade pouco adensada com características rurais 33
Passa Cavalo Comunidade pouco adensada com características urbanizadas 150
Martelo Comunidade pouco adensada com características rurais 140
TOTAL 4.940
Fonte: Consórcio CSB, 2021.

No que tange ao esgotamento sanitário, a situação nas localidades é bastante precária. Na visita
foi identificado esgoto correndo a céu aberto sob as casas e contribuindo sem nenhum tratamento
para corpos d’água que desembocam na Baía de Todos os Santos. As denominadas fossas, na
verdade funcionam como sumidouros e tem como objetivo a infiltração do efluente no solo e por
conta disso há grande probabilidade de o solo estar contaminado.

Como as localidades da Ilha de Maré não contam com caminhão esgota fossa, uma alternativa
comumente adotada para aumentar a vida útil das fossas é de lançar as águas cinzas (contribuições
geradas nas pias, chuveiro, taque e máquina de lavar) no sistema de drenagem de água pluvial e
apenas as águas negras (esgoto dos vasos sanitários) são interligadas às fossas.

A situação atual das localidades está retratada da Figura 257 a Figura 264.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
451
Figura 257 – Esgoto correndo sob as casas – Praia Grande

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 258 – Lançamento de esgoto em corpo d’água – Santana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
452
Figura 259 – Tubulação de esgoto contribuindo em corpo d’água – Neves

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 260 – Contribuição de esgoto na praia – Itamoabo

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
453
Figura 261 – Esgoto a céu aberto – Botelho

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 262 – Contribuição de esgoto em canaleta de drenagem – Bananeiras

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
454
Figura 263 – Contribuição de esgoto em canaleta de drenagem – Porto dos Cavalos / Passa
Cavalo

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 264 – Contribuição de esgoto em canaleta de drenagem – Ponta Grossa

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
455
Atualmente está em elaboração o projeto de implantação do SES de Ilha de Maré, que contempla
o atendimento de todas as comunidades da ilha com sistema coletivo de esgotamento sanitário. Ao
avaliar o memorial descritivo do projeto foi observado que no estudo de alternativas foram
consideradas apenas as seguintes alternativas técnicas para o sistema de esgotamento sanitário
da ilha:

• Sistema convencional (redes coletoras, EEE, linhas de recalque, ETE e disposição final) para
atendimento de 100% da Ilha de Maré;
• Sistema convencional combinado com soluções individuais (fossas e sumidouros) para atendimento
das populações residentes em trechos críticos onde há dificuldade de implantar o sistema
convencional;
• Disposição final através de: lançamento no mar, lançamento nos manguezais e lançamento no lençol
subterrâneo através de irrigação (reuso).

Após avaliar as alternativas, a empresa contratada para elaboração do projeto do SES de Ilha de
Maré considerou como solução mais viável o atendimento de toda a ilha através de sistema
convencional com disposição no mar. A concepção prevista contempla a implantação de redes
coletoras, 18 EEE e linhas de recalque e uma ETE, que fará o tratamento do esgoto coletado, que
depois de tratado será lançado no oceano por meio de emissário terrestre e subaquático. No item
6.2.4.5 será apresentado o detalhamento do escopo do referido projeto.

Considerando a realidade dos sistemas de esgotamento implantados a mais tempo nas Ilhas de
Ponta de Nossa Senhora e Bom Jesus dos Passos, a concepção proposta é preocupante,
principalmente do ponto de vista operacional, uma vez que nas visitas de campo foram constatados
diversos problemas operacionais nos SES de Ponta de Nossa Senhora e Bom Jesus dos Passos,
que apresentam menor complexidade operacional e possuem menos estruturas do que o proposto
para Ilha de Maré.

A combinação da complexidade operacional por conta do grande número de estruturas e a


dificuldade de acesso e deslocamento pode acarretar na degradação do SES de Ilha de Maré ao
longo do tempo, a exemplo do que foi visto em algumas situações na Ilha de Bom Jesus dos Passos
e Ponta de Nossa Senhora. Essa situação é agravada quando se leva em conta os custos
operacionais x receita obtida. Ainda que não tenha sido apresentado esse balanço no memorial
descritivo, como a Ilha de Maré é pouco adensada há a necessidade de se implantar muitas
estruturas de esgotamento, aumentado os custos com funcionários e consumo energético, para
atendimento de poucas economias, resultando assim em um sistema economicamente deficitário.

Diante disso, entendemos que deveriam ter sido estudadas soluções que se adequem mais à
realidade da Ilha de Maré, levando em consideração a contribuição e conhecimento dos moradores,
bem como considerando novas tecnologias de esgotamento sanitário, soluções descentralizadas e

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
456
de menor complexidade operacional, buscando um sistema de esgotamento sanitário
ambientalmente e economicamente sustentável.

A licença de implantação do SES Ilha de Maré está vencida desde o dia 01/07/2018, e, portanto,
deverá ser solicitada uma nova licença de implantação antes de se iniciar as obras do SES.

6.2.4 PROJETOS E INTERVENÇÕES PREVISTAS

Nesse capítulo estão descritos de maneira resumida os projetos e obras em andamento, que visam
a ampliação e adequação do SES de Salvador, conforme já mencionado nos itens anteriores.

6.2.4.1 Plano de Esgotamento Sanitário da Região Metropolitana de Salvador (PES-RMS)

O Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs),


contratou a empresa responsável pela elaboração do Plano de Esgotamento Sanitário da Região
Metropolitana de Salvador (PES-RMS), com base no edital CP n°02/2019 PES-RMS, que prevê na
sua concepção, estudo básicos, diagnósticos, estudos de concepção e de viabilidade, estudos
topográficos, estudos de diretrizes e proposições e avaliação ambiental estratégica para os
municípios de Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari, Simões Filho, Candeias, Dias D’ Ávila, Vera
Cruz, São Francisco do Conde, Itaparica, Madre de Deus, Mata de São João, São Sebastião do
Passé e Pojuca, que integram a Região Metropolitana de Salvador (RMS). O contrato foi assinado
no dia 28/10/2020 e possui prazo de execução previsto para 30 meses.

De acordo com o Edital da Concorrência Pública nº 02/2019, as seguintes atividades serão


desenvolvidas para a elaboração da proposta do Plano de Esgotamento Sanitário da RMS:

a) Coleta de informações, processamento e análise dos elementos existentes disponíveis, nas


prefeituras, nos órgãos federais e estaduais envolvidos na área de interesse;
b) Levantamento de informações relativas à sociedade civil organizada, aos órgãos de
comunicação, educação e cultura, e às redes socioambientais, quanto à educação ambiental
e mobilização social, aspectos de políticas públicas e programas sociais em saneamento,
habitação, educação ambiental, mobilização social e inclusão social nas sedes urbanas
municipais do Estado, sedes distritais e áreas nitidamente urbanas;
c) Elaboração de estudos de crescimento populacional e de demanda, com projeção dos
núcleos populacionais (rurais e urbanos) para o horizonte de alcance do Plano, onde
deverão ser identificados e avaliados os diversos tipos de demanda que ocorrem nas áreas
de abrangência do Plano, quais sejam: demandas residenciais, não residenciais (comerciais
e pequenas indústrias) e flutuantes, correspondentes a aglomerações urbanas e rurais;
d) Avaliação da qualidade dos corpos hídricos quanto à capacidade atual e futura de
recebimento de efluentes no alcance do Plano;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
457
e) Análise dos programas de órgãos municipais, estaduais e/ou federais de monitoramento e
da qualidade das águas existentes e proposta de complementação específica, caso
necessário
f) Diagnóstico geral da prestação dos serviços e dos sistemas de esgotamento sanitário da
RMS nas sedes municipais, sedes distritais e núcleos populacionais diversos. Deverão ser
identificadas as soluções de esgotamento sanitário utilizadas pela população. No caso de
sistemas coletivos, informar como os esgotos são coletados, transportados, tratados e o tipo
de disposição final, além das interferências entre as sedes municipais e seus distritos e a
influências da não existência de ações nos municípios vizinhos que fazem parte da área
objeto de estudo deste plano;
g) Elaboração do cadastro atualizado das redes e das estruturas e instalações dos sistemas
de esgotamento sanitários existentes, informando estado de conservação e operacional das
unidades operadas pela Embasa e pelas prefeituras, incluindo os sistemas que possuem
lançamentos de água de chuva;
h) Análise técnica, estudo de viabilidade operacional e econômica dos sistemas de
esgotamento sanitário existentes, considerando as possibilidades de sua utilização,
ampliação ou desativação justificada, relativo à sua capacidade de atendimento às vazões
atuais e futuras;
i) Estudo das áreas críticas quanto aos problemas de saúde pública e proposição de soluções,
considerando o desenvolvimento urbano das sedes municipais, sedes distritais e núcleos
populacionais diversos;
j) Estudo de concepção e alternativa para implantação e recuperação dos sistemas de
esgotamento sanitário dos municípios e/ou localidades que não possuem rede coletora e/ou
não possuem capacidade de atendimento às vazões atuais e futuras, considerando o
crescimento urbano das referidas localidades, visando à otimização da infraestrutura
existente, à expansão racional dos serviços e às adequações possíveis para o horizonte do
Plano, com destaque para soluções de reuso dos efluentes.
k) Estudo de concepção e alternativa para as áreas não indicadas para implantação de sistema
de esgotamento sanitário com rede coletora;
l) Elaboração dos relatórios da Avaliação Ambiental Estratégica, que deverão atender ao
Anexo C - Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), que apresentará uma análise ambiental
das alternativas, mostrando seus impactos e riscos;
m) Formulação de diretrizes e proposições para elaboração dos projetos básicos e executivos,
com descrição das obras da alternativa selecionada, plano de ação, adaptações necessárias
nos sistemas existentes, definição das etapas de obras, cronograma de investimentos e
propostas de recuperação e/ou monitoramento ambiental;
n) Elaboração de proposições e ações que visem à redução de geração dos efluentes, práticas
de economia de água e de reuso (a exemplo de uso de equipamentos e dispositivos de
redução de vazão, campanhas, educativas etc.);
o) Elaboração do Plano de ação para as intervenções de infraestrutura e planejamento,
incluindo as áreas urbanas isoladas (localidades rurais), o qual deverá apresentar
detalhamento construtivo, arcabouço legislativo, estimativa de custos e ordem de prioridade
dos investimentos.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
458
6.2.4.2 Obras de Implantação das bacias Águas Claras, Trobogi e Cambunas no
Subsistema Jaguaribe

No ano de 2010 foram iniciadas as obras de implantação das bacias Águas Claras, Trobogi e
Cambunas do Subsistema Jaguaribe, que foram financiadas com recursos do FGTS/Ministério das
Cidades. Para atendimento dessas bacias, de acordo com o PEMAPES (2009), estavam previstas
as seguintes estruturas:

• 87.360m de redes convencionais;


• 189.888m de redes condominiais;
• 17.652m de interceptores;
• 179.094m de ramais prediais;
• 63.171 ligações intradomiciliares;
• 7 estações elevatórias; e
• 9.526,66 m de linhas de recalque.

No entanto essas obras não foram concluídas na época e apenas parte das redes condominiais e
convencionais foram implantadas, com uma considerável redução em sua extensão, por conta de
trechos críticos identificados no decorrer da obra. Na época as obras foram interrompidas sem a
execução da infraestrutura de esgotamento que permitiria a interligação com o sistema principal, e,
portanto, essas bacias atualmente ainda são atendidas por meio de sistemas descentralizados,
conforme já abordado no item 6.2.2.

Atualmente está em andamento a 1° Etapa das obras do SES Trobogi, contemplando as bacias
Trobogi e Cambunas. Essa obra ampliará o atendimento com esgotamento sanitário nos bairros de
Trobogi, Canabrava, São Marcos, Vila Canária, Sete de Abril e parte de Castelo Branco. O efluente
gerado nesses bairros será encaminhado para a ECP Jaguaribe após a conclusão das obras.

Essa obra encontra-se com 33% de avanço físico, com previsão de conclusão em dezembro de
2022. As estruturas previstas, bem como o percentual de execução das obras estão apresentadas
no Quadro 52.

Quadro 52 – Estruturas e avanço das obras referente a 1° Etapa do SES Trobogi.


Obras Previstas Quantitativo Percentual de execução
Estação elevatória de esgoto 7 25,4%
Rede convencional 1.142 m 37,8%
Linha de recalque 1.132 m 34,1%
Interceptor 1.560 m 88,9%
Fonte: Embasa, 2021.

A 2° Etapa das obras engloba a bacia de Águas Claras, sendo que os projetos foram requalificados
e a Embasa pretende licitar a execução das obras no segundo semestre de 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
459
Conforme já mencionado anteriormente, após a conclusão das obras os sistemas descentralizados
existentes nas bacias Águas Claras, Cambunas e Trobogi serão desativados gradativamente, à
medida que os domicílios forem interligados à rede.

Na Figura 265 e na Figura 266 estão apresentadas imagens das obras que estão em andamento,
obtidas em visita técnica realizada em dezembro de 2020 e da Figura 267 até a Figura 269 estão
retratadas as intervenções previstas e já executadas nas obras das bacias de Águas Claras, Trobogi
e Cambunas..

Figura 265 – Trecho do interceptor sendo executado por método não destrutivo (MND)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 266 – EEE MJ (A) e EEE TB (B)

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Figura 267 – Resumo das obras na Bacia Águas Claras

Fonte: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Figura 268 – Resumo das obras na bacia Trobogi

Fonte: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
462
Figura 269 – Resumo das obras na bacia Cambunas

Fonte: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
463
6.2.4.3 Projeto de ampliação do SES Salvador (bacias Coruripe, Ipitanga I, Ribeirão Itapuã,
Médio Ipitanga e Médio Jaguaribe)

Atualmente está em andamento a elaboração do projeto de ampliação do SES de Salvador, que


contempla as bacias do Coruripe, Ipitanga I, Ribeirão Itapuã e Médio Ipitanga (subsistema Ipitanga
A) e a bacia do Médio Jaguaribe (subsistema Jaguaribe).

A Tabela 51 apresenta o resumo das intervenções previstas para a ampliação do SES Salvador nas
bacias que compreendidas no subsistema Ipitanga A.

Tabela 51 – Resumo das intervenções previstas para ampliação do SES Salvador nas
bacias compreendidas no subsistema Ipitanga A.
Extensão de Extensão de
Quantidade Quantidade Extensão de
Bacia rede coletora linha de recalque
de ligações de EEE interceptores (m)
(m) (m)
Coruripe 50.576 5.228 5 3.424 3.200
Ipitanga I 32.387 2.026 5 3.350 961
Médio Ipitanga 30.818 1.895 5 3.759 4.205
Ribeirão Itapuã 3.003 1.284 0 0 6.302
Fonte: Projeto básico de ampliação do SES de Salvador, 2019.

Tabela 52 – Resumo das intervenções previstas para ampliação do SES Salvador nas
bacias compreendidas no subsistema Médio Jaguaribe
Extensão de Extensão de Extensão de
Quantidade Quantidade
Bacia rede coletora linha de interceptores
de ligações de EEE
(m) recalque (m) (m)
Médio Jaguaribe 827 78 3 550 2115
Fonte: Projeto básico de ampliação do SES de Salvador, 2019.

Os fluxogramas da concepção dos sistemas previstos para a ampliação do SES Salvador estão
apresentados na Figura 270 e Figura 271.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
464
Figura 270 – Fluxograma da concepção prevista para as bacias Ipitanga I e Coruripe.

Fonte: Elaboração do projeto básico de ampliação do SES de Salvador, 2019.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
465
Figura 271 – Fluxograma da concepção prevista para as bacias Ribeirão Itapuã e Médio Ipitanga.

Fonte: Elaboração do projeto básico de ampliação do SES de Salvador, 2019.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
466
6.2.4.4 Obras de ampliação do SES de Lauro de Freitas

No dia 14/05/2021 foi assinada a ordem de serviço para a retomada das obras de implantação do
sistema de esgotamento sanitário de Lauro de Freitas, ampliando a cobertura do esgotamento
sanitário de 47% para 70%. Após a execução destas obras, todo o esgoto coletado em Lauro de
Freitas será direcionado para o sistema de disposição oceânica do Jaguaribe, em Salvador.

O investimento previsto é de R$ 154 milhões, com recursos do PAC/FGTS e próprios da Embasa,


com implantação de 229km de rede coletora de esgoto, 25km de ramais prediais, 8,8km de linha
de recalque e 2.146 ligações domiciliares. Também serão feitas intervenções nas estruturas e
tubulações que ligam o sistema de Lauro de Freitas ao de Salvador, para que o esgoto coletado
tenha destinação adequada. A estimativa de conclusão das obras é em maio de 2024. As obras
para ampliação do SES de Lauro de Freitas e sua interligação ao SDO Jaguaribe foram iniciadas
em 2011, entretanto foram paralisadas por conta de uma decisão judicial.

O contrato que se encontra atualmente em execução contempla as bacias de esgotamento do


Grupo I, que podem ser observadas na Figura 272

Figura 272 – Bacias de esgotamento sanitário do SES Lauro de Freitas.

Fonte: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
467
Comparando-se o escopo dos dois grupos com a delimitação das bacias de esgotamento Sanitário
do SES Salvador, observa-se a seguinte situação:

✓ Grupo 1 - Bacias do Picuaia (parcialmente), Baixo Ipitanga (parcialmente), Flamengo


(parcialmente) e Baixo Joanes (parcialmente).
✓ Grupo 2 - Bacias do Caji (parcialmente), Baixo Ipitanga (parcialmente), Flamengo
(parcialmente).

Portanto, observa-se que apenas as bacias Quingoma e Alto Joanes não tem ainda previsão de
interligação ao SES Salvador.

6.2.4.5 Projeto do SES da Ilha de Maré

Atualmente está em elaboração o projeto do SES de Ilha de Maré, que contempla o atendimento
em final de plano (2053) de 12.542 habitantes. A concepção do projeto prevê o atendimento de
todas as comunidades da Ilha de Maré através da implantação de 25.683m de redes coletoras de
esgoto, com diâmetros que variam de 150 a 250mm em PVC,18 EEE, 9.5325m de linhas de
recalque com diâmetros que variam de 75 a 200mm em PVC, uma ETE, emissário terrestre com
234m e emissário subaquático com 1.220m, ambos em PEAD com diâmetro externo de 225mm.

De acordo com as últimas informações fornecidas pela Embasa, o projeto do SES de Ilha de Maré
já foi concluído e atualmente a Embasa está em fase de assegurar os recursos para a execução
das obras, havendo uma perspectiva de iniciar essa obra em 2022, no máximo em 2023.

O Quadro 53 apresenta a localização das EEE e ETE de acordo com o projeto do sistema de
esgotamento de Ilha de Maré e a Figura 273 e a Figura 274 apresentam a concepção do sistema
proposto.

Quadro 53 – Localização das estruturas propostas para o sistema de esgotamento sanitário


projetado de Ilha de Maré.
Estrutura Localização Bacia
EEE1 Martelo B1
EEE2 Ponta do Cavalo B2
EEE3 Maracanã B3
EEE4 Amêndoa B4
EEE5 B5
EEE6 Bananeiras B6
EEE7 B7
EEE8 Oratório B8
EEE9 Botelho Norte B9
EEE10 Botelho Centro B10
EEE11 Botelho Sul B11
EEE12 Neves B12

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
468
Estrutura Localização Bacia
EEE13 Itamoabo B13
EEE14 Santana B14
EEE15 Cacimba B15
EEE16 B16
EEE17 Praia Grande B17
EEE18 B18
ETE Neves -
Fonte: Embasa, 2021.

Figura 273 – Croqui do SES proposto para a Ilha de Maré

ETE

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
469
Figura 274 – Concepção do sistema proposto para Ilha de Maré.

Fonte: Embasa, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
470
6.2.5 INFORMAÇÕES SOBRE A OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO

SANITÁRIO

De acordo com as informações fornecidas pela Embasa, existem rotinas operacionais preventivas
de lavagem de interceptores e redes coletoras de esgoto, a fim de proporcionar melhor fluidez
dentro dos condutos. Esses serviços são realizados por meio de contratos de manutenção que
utilizam equipes especializadas e equipamentos pesados de hidrojateamento e sucção. Essas
rotinas são intensificadas durante os períodos que precedem o verão. Os consertos e reparos são
feitos a partir das solicitações de serviço realizadas pela equipe técnica e por meio dos canais de
atendimento do consumidor disponibilizados pela Embasa. No geral os reparos são para retirada
de areia e desobstrução das redes que acarretam extravasamentos de esgotos.

Em relação à existência de um programa de substituição periódicas de redes coletoras de esgoto,


a Embasa informou que, considerando que a maior parte do SES de Salvador foi implantado a partir
de meados da década de 90, por meio do programa de Estado denominado Baia Azul, a demanda
por substituição de redes coletoras, nessas bacias é baixa. Para as bacias mais antigas são feitas
substituições de rede coletora, de forma preventiva, em alinhamento à programação de obras da
Prefeitura Municipal de Salvador. De acordo com as informações fornecidas, no ano de 2021 foram
substituídos 10.764 m e implantados 624 m de rede coletora de esgoto pela em Salvador (até
novembro/2021) e em 2020 foram substituídos 3.442m e implantados 1.179m de rede coletora de
esgoto em Salvador. Com relação aos interceptores de Concreto, a Embasa informou que vem
executando serviços de revestimento dos mesmos com manta impregnada de resina, o que garante
a sua longevidade.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
471
6.3 ANÁLISE DOS TRECHOS CRÍTICOS

De acordo com a 1° versão do PMSB de Salvador, entre os anos de 1995 e 2002, quando o
Programa Bahia Azul foi implantado, deparou-se com diversos problemas relacionados à falta de
infraestrutura urbana e ocupação desordenada, que inviabilizaram a implantação de parte do
sistema de esgotamento sanitário, principalmente nas regiões periféricas do município de Salvador.

Os trechos críticos são caracterizados por áreas muito adensadas, sistema viário inadequado, com
sistema de drenagem e coleta de esgoto ineficiente ou inexistente, topografia acidentada e
urbanização insuficiente. No período das obras do Bahia Azul foram identificados 35 trechos críticos
situados em 13 bacias de esgotamento sanitário de salvador, conforme apresentado na Figura 275.

Figura 275 – Trechos Críticos – Programa Bahia Azul

Fonte: Plano Municipal de Saneamento Básico de Salvador, 2010.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
472
De acordo com as informações fornecidas pela Embasa, dos 35 trechos críticos identificados na
época das obras do Bahia Azul, 07 foram resolvidos, sendo: 01 na bacia do Lobato, 03 na bacia
Alto Camarajipe, 01 na bacia Tripas, 01 na bacia Saboeiro e 01 na bacia Médio Jaguaribe. Foi
informado também que o estudo de trechos críticos está sob responsabilidade da Secretaria de
Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs) do Governo do Estado da Bahia, sendo que atualmente
está em execução um projeto piloto sobre os trechos críticos da bacia do Alto Pituaçu, conforme
será detalhado posteriormente no item 6.3.3.

6.3.1 CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE CADA TRECHO CRÍTICO

Não foram fornecidas informações atualizadas pela Embasa acerca da situação atual de todos os
trechos críticos existentes atualmente e diante disso não foi possível caracterizar e quantificar todas
as regiões onde ocorre essa situação.

Em 2006 foi elaborado pela Embasa, em conjunto com o Governo do Estado, o Relatório dos
Trechos Críticos, onde foram mapeados os trechos críticos existentes à época. Segundo informado
pela Embasa, ao longo dos anos que sucederam a elaboração do Relatório de Trechos Críticos
diversos outros trechos foram sendo identificados, em função do crescimento desordenado da
cidade. Entretanto, não existe ainda um mapeamento de todos esses locais, que está sendo
elaborado pela Embasa.

Como forma de demonstrar a importância da problemática dos trechos críticos no município de


Salvador, é importante avaliar os dados disponíveis no IBGE em relação aos aglomerados
subnormais no município de Salvador. De acordo com o IBGE (2010), os aglomerados subnormais
são definidos como:

“Um conjunto constituído de, no mínimo, 51 (cinquenta e uma) unidades habitacionais (barracos,
casas...) carentes, em sua maioria de serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado,
até período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular) e estando dispostas, em
geral, de forma desordenada e densa.

A identificação dos Aglomerados Subnormais deve ser feita com base nos seguintes critérios:

a) Ocupação ilegal da terra, ou seja, construção em terrenos de propriedade alheia (pública ou


particular) no momento atual ou em período recente (obtenção do título de propriedade do terreno
há dez anos ou menos); e

b) Possuírem pelo menos uma das seguintes características: urbanização fora dos padrões vigentes
- refletido por vias de circulação estreitas e de alinhamento irregular, lotes de tamanhos e formas
desiguais e construções não regularizadas por órgãos públicos; e precariedade de serviços públicos
essenciais” (IBGE, 2010)

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
473
Analisando-se os resultados do Censo Demográfico de 2010 do IBGE, observa-se que em Salvador
havia 275.593 domicílios particulares ocupados localizados em aglomerados subnormais, o que
corresponde a 32% do total de domicílios particulares ocupados existentes no município.

Em função da Pandemia de Covid-19, o IBGE antecipou a divulgação de alguns resultados de


pesquisas com temas relacionados à saúde, que permitam mapear e conhecer com mais detalhe e
precisão as condições de vida da população e do desenvolvimento do país durante esse período.
Analisando os dados divulgados para o município de Salvador, relacionados ao ano de 2019,
observa-se que o IBGE estima que em 2019 havia 375.291 domicílios em aglomerados subnormais
no município de Salvador, o que corresponde a 41,83% dos domicílios existentes, de acordo com a
estimativa realizada pelo órgão (IBGE, 2021).

Analisando os resultados do Levantamento de Informações Territoriais por Áreas de Divulgação da


Amostra para Aglomerados Subnormais do Censo Demográfico 2010 do IBGE para o município de
Salvador (RMS), observa-se que 48,7% dos domicílios localizados em aglomerados subnormais
ocupavam áreas com aclive/declive acentuado, 61% só tinham acessibilidade possível na maior
parte das vias internas a pé ou de bicicleta, 87% tinham dois ou mais pavimentos e 93% não tinha
nenhum espaçamento entre as construções (IBGE, 2010).

Portanto, fica evidente a complexidade das soluções a serem desenvolvidas para a implantação
das infraestruturas de esgotamento sanitário nas regiões mais vulneráveis do município, que de
acordo com o IBGE (2019) representam quase a metade dos domicílios existentes no município de
Salvador.

Como a existência dos trechos críticos é um problema crescente, de difícil solução e que demanda
uma atuação conjunta entre setores da Prefeitura Municipal e do Governo do Estado, é importante
que seja feito o mapeamento dessas regiões, visando mensurar a abrangência do problema e
posteriormente buscar soluções para viabilizar o acesso ao esgotamento sanitário para toda a
população de Salvador.

Buscando melhorar o entendimento sobre os trechos críticos, no Relatório dos Trechos Críticos
(junho de 2006), foram criadas três tipologias para caracterizar essas regiões com base nas
dimensões e intensidades das problemáticas existentes, conforme detalhado a seguir.

6.3.1.1 Tipologia 1 – ocupação de lagos ou represas

Localidades onde o entorno de lagos e diques são ocupados, geralmente por ocupações
residenciais, onde no decorrer do tempo essas ocupações vão se expandindo até ocupar a área
destinada ao amortecimento de águas pluviais, conforme representado na Figura 276. Devido a

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
474
essa ocupação fica inviável a implantação de coletores de esgoto, uma vez que o caminhamento
dessas estruturas é feito na margem desses lagos.

Figura 276 – Trechos críticos - Tipologia 1

Fonte: Relatório dos trechos críticos, 2006.

Para viabilizar a implantação do sistema de esgotamento sanitário nessas regiões é necessária a


execução de faixas de aterro, desapropriações, vias de acesso para manutenção e sistema de
drenagem de águas pluviais.

6.3.1.2 Tipologia 2 – ocupação de margens de cursos d’água naturais

Essa tipologia ocorre em regiões onde as residências são implantadas de maneira indevida,
ocupando a margem dos cursos d’água e desrespeitando os distanciamentos mínimos exigidos,
conforme apresentado pela Figura 277, que retrata uma situação encontrada na visita de campo
em Ilha de Maré.

Para viabilizar a implantação do sistema de esgotamento sanitário em situações como essa será
necessária a desapropriação, movimentação de terra, pavimentação e em alguns casos
canalização dos cursos d’água.

Figura 277 – Trechos críticos - Tipologia 2

Fonte: Acervo CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
475
6.3.1.3 Tipologia 3 – ocupação de margens de cursos d’água canalizados

A situação nessas regiões é análoga à Tipologia 2, diferenciada apenas por se tratar de um curso
d’água canalizado (Figura 278), não havendo espaço para implantar coletores de esgoto. Para
viabilizar a implantação de esgotamento sanitário nessa situação deverão ser tomadas as mesmas
medidas apresentadas para a Tipologia 02.

Figura 278 – Trechos críticos - Tipologia 3

Fonte: Relatório dos trechos críticos, 2006.

6.3.2 TRECHOS CRÍTICOS – RELATÓRIO TRECHOS CRÍTICOS (2006)

A única caracterização fornecida referente aos trechos críticos mapeados e sem solução foi
apresentada no Relatório de Trechos Críticos (2006), elaborado pela Embasa. Essa caracterização
está sintetizada por bacia de esgotamento sanitário no Quadro 54.

Os trechos críticos mapeados que ainda não foram solucionados se localizam em 8 Prefeituras
Bairro: PB Barra/Pituba, PB Cabula/Tancredo Neves, PB Centro/Brotas, PB Cidade Baixa, PB
Itapuã, PB Liberdade/São Caetano, PB Pau da Lima e PB Subúrbio/Ilhas. A localização de cada um
desses trechos críticos pode ser observada nos mapas da Figura 279 até a Figura 286.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
476
Quadro 54 – Caracterização dos trechos críticos por bacia de esgotamento sanitário
N° de
Trecho
Bacia Tipologia imóveis Descrição Saneamento Infraestrututra
Crítico
afetados
Córrego ocupado nas margens por casas, com
lançamento direto de esgoto. Em alguns trechos os Rede coletora não Sem pavimentação e sem
TR-1 2 836
imóveis estão sobre lajes que cobre o canal. No executada. drenagem.
período chuvoso ocorre inundação das casas.
Possui canal não revestido e trechos com leito
natural do riacho, presença de vegetação no trecho a
Rede coletora parcialmente
jusante final, ocupados por casa em quase toda sua
executada. Sem pavimentação e sem
TR-2 2 2.995 extensão, nos períodos chuvosos o canal/riacho
Coletor tronco não drenagem.
transbordam inundando imóveis. Existência de
Cobre executado.
muitos imóveis causando restrição na passagem de
córrego e construídos sobre o mesmo.
Possui canal não revestido e trechos com leito
natural do riacho, presença de vegetação em
Rede coletora parcialmente
algumas áreas, ocupado por casas em quase toda
executada. Sem pavimentação e sem
TR-3 2 1.489 sua extensão. Nos períodos chuvosos ocorre
Coletor tronco não drenagem.
transbordamento do canal, em função das restrições
executado.
existentes no escoamento provocado pela ocupação
das margens, acúmulo de lixo e assoreamento.
Rede coletora não
A área do bairro de Nova Constituinte é caracterizada
executada. Sem pavimentação e sem
TR-1 1 1.603 pela ocupação desordenada, em sua maioria de
Coletor tronco não drenagem.
casas singelas.
executado.
Periperi Trecho caracterizado pela existência de riacho com
margens ocupadas por casas e presença de Rede coletora existente.
Sem pavimentação e sem
TR-2 2 1.163 vegetação. Alguns imóveis na encosta do riacho em Coletor tronco substituído
drenagem.
situação de risco. Grande parte do trecho é ocupado por EEE.
por vegetação.
Área localizada na enseada dos tainheiros, sofre
Rede coletora não Possui pavimentação.
Península TR-1 - 871 influência da maré. Apresenta problema de
executada. Drenagem deficiente.
alagamento.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
477
N° de
Trecho
Bacia Tipologia imóveis Descrição Saneamento Infraestrututra
Crítico
afetados
Redes coletoras que Os logradouros que
Localizado no Dique de Campinas, cujas margens
convergem para o dique margeiam o dique não
TR-1 1 das áreas alagadas estão ocupadas por casas e a
estão executadas, porém possuem pavimentação
maior parte está com vegetação.
sem destino final. nem sistema de drenagem.
Trecho de ligação do dique de Campinas com a
Represa do Camurugipe. Margem do córrego Redes coletoras Pavimentação e drenagem
TR-2 2 6.313
ocupada por casas sem espaço para implantação executadas deficientes.
dos coletores, parte do canal sob imóveis.
Logradouros que margeiam
Caracteriza-se por casas ocupando as margens do Rede coletora e coletor o córrego não possuem
TR-3 2
córrego, sem espaço para implantação do coletor. tronco executados drenagem nem
pavimentação.
Logradouros que margeiam
Caracteriza-se por casas ocupando as margens do o córrego não possuem
TR-4 2 2.136 Rede coletora executada
córrego, sem espaço para implantação do coletor. drenagem nem
Alto pavimentação.
Camarajipe Logradouros que margeiam
Margeia a Represa do Camarajipe, possui casas nas
Rede coletora e interceptor o dique não possuem
TR-5 1 2.621 margens das áreas alagadas. A área interna do dique
executados drenagem nem
é coberta por vegetação.
pavimentação.
Caracteriza-se por casas ocupando as margens do
Maior parte dos logradouros
riacho. O trecho não possui, em sua maior parte, vias
Rede coletora e coletor que margeiam o riacho não
TR-6 1 5.512 de acesso para veículo de manutenção. O riacho
tronco executados possuem drenagem nem
recebe água pluvial da Mata Escura, Santo Inácio e
pavimentação.
Calabetão, desaguando no Rio Camarajipe.
Rede coletora parcialmente
O trecho inicial possui canal com margem ocupada
executada, sem destino Pista de acesso
por casas até a Rua São Carlos. O trecho seguinte
TR-7 1,2 e 3 805 final. pavimentada. Drenagem
até o entroncamento da Av. Barros Reis e a BR-324
Coletor tronco não deficiente.
possui represa/lago ocupado por vegetações.
executado.
Rede coletora não Não possui infraestrutura
TR-8 1 980 Área com ocupação desordenada em encosta.
executada. urbana.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
478
N° de
Trecho
Bacia Tipologia imóveis Descrição Saneamento Infraestrututra
Crítico
afetados
Coletor tronco da parte
baixa executado.
Casas construídas na margem do canal ao longo da
Ruas pavimentadas e com
TR-1 3 333 Rua da Polêmica até a AV. ACM. Sem espaço para Rede coletora existente.
sistema de drenagem.
execução do coletor.
Baixo
Canal ao longo da Av. Vale das Pedrinhas, drena o
Camarajipe
bairro de Santa Cruz e parte do Nordeste de Ruas pavimentadas e com
TR-2 3 259 Rede coletora existente.
Amaralina. Casas construídas sobre e na margem do sistema de drenagem.
canal com lançamento direto de esgoto.
Parte do trecho possui
Localizado em São Gonçalo do Retiro na vertente
pavimentação e drenagem,
Médio que escoa para Baixinha de Santo Antônio. Rede coletora não
TR-1 3 634 mas a área nas mediações
Camarajipe Drenagem sob imóveis. Área necessitando de executada
da Rua Francisco de Sá
escadaria, micro drenagem e contenção de encostas.
não possui infraestrutura.
Rede coletora parcialmente
Canal natural com margens ocupadas por casas e implantada. Sem pavimentação e sem
Pernambués TR-1 2 140
por vegetação. Coletor tronco não drenagem.
executado.
Antigo lago aterrado, ocupado nas margens por casa Não possui sistema de
TR-1 2 Rede coletora executada
e no centro cultivo de hortaliças. drenagem.
1.265
Caracteriza-se por trecho intercalado por córrego e
TR-2 2 Rede coletora executada Canal a céu aberto.
canal, com casas construídas na margem.
Os imóveis estão posicionados sobre o canal de
drenagem e sobre este são feitos os lançamentos
Ruas pavimentadas e com
TR-3 3 498 individuais de esgoto. Ponto de confluência da Rede coletora existente
Tripas sistema de drenagem.
drenagem de parte da Liberdade, caixa d'água e
Pero Vaz.
Os imóveis estão posicionados sobre o canal de
drenagem e sobre este são feitos os lançamentos
Ruas pavimentadas e com
TR-4 3 417 individuais de esgoto. Ponto de confluência da Rede coletora existente
sistema de drenagem.
drenagem de parte da Liberdade, caixa d'água e
Pero Vaz.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
479
N° de
Trecho
Bacia Tipologia imóveis Descrição Saneamento Infraestrututra
Crítico
afetados
Os imóveis estão construídos na margem do córrego,
TR-5 3 75 com lançamento direto dos esgotos. Sem espaço Rede coletora existente Sem sistema de drenagem.
para execução do coletor.
Rede coletora não
Córrego natural com alagamento na parte baixa.
executada. Sem pavimentação e sem
TR-1 2 849 Presença de vegetação ao longo do córrego e nas
Coletor tronco não drenagem.
Alto Pituaçu encostas.
executado.
Córrego ocupado nas margens por casas, com Rede coletora não Sem pavimentação e sem
TR-2 2 306
lançamento direto de esgoto. executada. drenagem.
Rede coletora não
Canal aberto sob casas. Trecho entre as ruas executada. Ruas pavimentadas e com
Baixo Pituaçu TR-1 3 303
Abelarda A. de Carvalho e Emiliano Galiza. Coletor tronco não sistema de drenagem.
executado.
Rede coletora executada.
Em parte do trecho o canal encontra-se coberto por Canais de drenagem em
TR-1 2 /3 1.948 Coletor tronco em
imóveis. execução.
execução.
Caracteriza-se por casas ocupando as margens do Rede coletora executada. Parcialmente com
TR-2 2 /3 3.524 canal. O canal apresenta-se coberto de vegetação Coletor tronco em drenagem, pavimentação
em quase sua totalidade. execução. nas áreas acima do vale.
O canal em alguns trechos encontra-se coberto. As Rede coletora executada. Sem arruamento e com
TR-3 2 /3 3.157 casas estão em algumas partes nos limites do canal, Coletor tronco em sistema de drenagem
dificultado a implantação dos coletores. execução. parcial.
Saboeiro
Casas construídas sobre e nas margens da Rede coletora não Ruas e becos
TR-4 3 897
drenagem. Sem passagem para rede de esgoto. executada. pavimentados.
Rede coletora parcialmente
Imóveis construídos sobre a drenagem. Sem espaço Ruas pavimentadas e com
TR-5 1 439 executada, sem destino
para passagem para rede coletora de esgoto. sistema de drenagem.
final.
Drenagem inconclusa e
Destino final da rede depende da conclusão do canal
Rede coletora executada. área próxima ao canal com
TR-6 3 447 de drenagem. Passagem da rede está
Interceptor executado. pavimentação em terreno
impossibilitada.
natural.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
480
N° de
Trecho
Bacia Tipologia imóveis Descrição Saneamento Infraestrututra
Crítico
afetados
Trecho compreendido entre a Estrada Velha do Rede coletora não
Área parcialmente
Aeroporto e a Rua Lauro de Freitas. Parte do trecho executada.
Mangabeira TR-1 1 603 pavimentada e parcialmente
apresenta córrego com as margens ocupadas e parte Coletor tronco não
atendida por drenagem.
com canal executado. executado.
Médio Casas na margem do canal natural que está Rede coletora executada. Sem pavimentação e sem
TR-1 1 850
Jaguaribe recoberto por vegetação. Interceptor executado. drenagem.
Fonte: Relatório dos Trechos Críticos, 2006.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
481
Figura 279 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Centro/Brotas

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

Na área da PB Centro/Brotas estão localizados 03 trechos críticos que pertencem às bacias Tripas
e Baixo Camarajipe. As ZEIS impactadas por esses trechos críticos são a 18 (Polêmica) e 41
(Avenida Flora), o trecho crítico TP-07 não está localizado na área de nenhuma ZEIS.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
482
Figura 280 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Subúrbio (Continente)

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

Na área continental da PB Subúrbio/Ilhas estão localizados os 03 trechos críticos da bacia do Cobre


e os 02 da bacia Periperi, abrangendo as ZEIS 51 (Plataforma), 96 (Nova Constituínte), 179 (Pirajá),
184 (Novos Alagados) e 201 (Praia Grande), sendo que o trecho CO 2.3 não contempla nenhuma
ZEIS.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
483
Figura 281 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Itapuã

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

Os trechos críticos da bacia Mangabeira e Baixo Pituaçu estão localizados na área de influência da
PB Itapuã, abrangendo as ZEIS 101 (Parque São Cristóvão), 148 (Barreiro), 149 (São Francisco) e
210 (Cassange I).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
484
Figura 282 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Cidade Baixa

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

Na área de abrangência da PB Cidade Baixa, ZEIS 46 (Alagados/Uruguai), está localizado o único


trecho crítico da bacia Península, caracterizado pela dificuldade de esgotamento pela proximidade
com a enseada dos Tainheiros.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
485
Figura 283 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Barra/Pituba

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

O trecho crítico Vale das Pedrinhas pertence a bacia de esgotamento Baixo Camarajipe, está
localizado na PB Barra/Pituba e abrange uma grande faixa na ZEIS 14 (Nordeste de Amaralina).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
486
Figura 284 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Liberdade/São Caetano

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

Na PB Liberdade/São Caetano estão localizados 02 dos 05 trechos críticos da bacia Alto


Camarajipe, ambos estão localizados na divisa das ZEIS 74 (Profilurb) e ZEIS 154 (Boa Vista São
Caetano). No relatório dos trechos críticos de 2006 não foi apresentada a área de abrangência
desses trechos, por conta disso eles estão identificados com um círculo para possibilitar a
identificação da região onde estão localizados.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
487
Figura 285 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Cabula/Tancredo Neves

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

Na área de influência da PB Cabula/Tancredo Neves encontram-se o maior número de trechos


críticos, 11 dos 28 existentes, contemplando os trechos localizados nas bacias Alto Camarajipe,
Pernambués, Médio Camarajipe, Alto Pituaçu e Saboeiro. Esses trechos críticos estão localizados
nas áreas das ZEIS 20 (Saramandaia), 30 (Narandiba), 38 (Canteiro Central), 39 (Roberto Santos),

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
488
64 (Alto Arraial), 65 (Baixa de Santo Antônio I e II), 66 (Beiru/Tancredo Neves), 72 (Nova
Sussuarana), 205 (Bate Folha) e 206 (Calabetão).

Cabe salientar que a trecho crítico Saramandaia não consta no Relatório dos Trechos Críticos de
2006, tendo sido mapeado posteriormente pela Embasa.

Figura 286 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Pau da Lima

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
489
O trecho crítico AP-B da bacia Alto Pituaçu encontra-se localizado na área de abrangência da PB
Pau da Lima, na ZEIS 106 (São Marcos II).

6.3.3 TRECHOS CRÍTICOS DA BACIA ALTO PITUAÇU

Após a realização de processo licitatório (Concorrência nº 02/2020), em 23/08/2021 a empresa RK


Engenharia e Consultoria Ltda foi contratada pela Secretaria de Infraestrutura Hídrica e
Saneamento do Governo do Estado da Bahia (Sihs), para a elaboração dos Estudos de Concepção
e dos Projetos de Reurbanização Integrada para três poligonais correspondentes aos cinco trechos
críticos da Sub – Bacia Alto Pituaçu, a fim de subsidiar a contratação das obras de requalificação
correspondentes. Dentro da área das poligonais que estão em processo licitatório, encontram-se os
trechos críticos 01 (Poligonal 01) e parte do 02 (Poligonal 03), do Programa Bahia Azul, localizados
na bacia Alto Pituaçu conforme apresentado na Figura 275.

Conforme o Termo de Referência (TR) da licitação, o contrato terá como objetivo elaborar estudos
e projetos que subsidiem as obras para requalificação dessas áreas de trechos críticos, permitindo
a implantação do sistema de esgotamento sanitário nesses locais.

De acordo com o referido TR, a sub–bacia Alto Pituaçu abrange os bairros de Pau da Lima, São
Marcos, Pirajá, Recanto das Ilhas, Colinas de Pituaçu, Bosque Imperial, Sussuarana, Nova
Sussuarana, Arenoso, Tancredo Neves e do Conjunto Arvoredo, com uma população estimada em
100.000 habitantes. A região é composta de aspectos socioambientais característicos, tais como a
ocupação dos fundos de vales e das encostas sendo frequentes os casos de deslizamentos de terra
e de alagamentos. A maioria destas ocupações é de habitações populares de aspectos precários,
na maioria com mais de um pavimento e com acesso por meio de escadarias construídas pela
população ou pelo poder público. Esta ocupação urbana da área se deu de forma espontânea e
desordenada criando grandes dificuldades para a implantação da infraestrutura, por se tratar de
assentamentos precários, sendo as exceções os bairros Colinas de Pituaçu, Recanto das Ilhas,
Conjunto Arvoredo e Bosque Imperial cuja população residente é de classe média, constituindo os
únicos assentamentos regulares e urbanizados da Sub – Bacia, contando com infraestrutura urbana
formal.

Para a referida contratação, os trechos críticos da sub bacia Alto Pituaçu foram divididos em três
poligonais, conforme apresentado na Tabela 53 e na Figura 287.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
490
Tabela 53 – Trechos críticos Alto Pituaçu.
Poligonal Área (m²) Trecho Crítico Bairros
1 443.272,62 2 Pau de Lima
2 328.898,67 3 Sussuarana Velha
4 São Marcos
5 Nova Sussuarana
3 363.355,29
Colinas de Pituaçu
6
Recanto das Ilhas
Fonte: Edital Concorrência Pública Sub-Bacia Alto Pituaçu (CP N°02/2020), 2020.

Figura 287 – Localização dos trechos críticos sub-bacia Alto Pituaçu

Fonte: Edital Concorrência Pública Sub-Bacia Alto Pituaçu (CP N°02/2020), 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
491
A seguir apresenta-se a caracterização das três poligonais contempladas pelos estudos que serão
elaborados:

• POLIGONAL 1

Este trecho é composto por margens de diques e de canais naturais, áreas de risco, abrangendo
região no Bairro de Pau da Lima e envolve 12.574 habitantes. A poligonal tem como principal
característica a ocupação desordenada por imóveis residenciais de encostas e do fundo do vale,
sem qualquer tipo de infraestrutura de micro ou macrodrenagem. Em algumas travessas, nos
trechos com maior declividade, a população improvisou uma proteção em concreto e em outras
foram construídas escadarias drenantes, cujo estado de conservação é bastante precário.

A região é drenada por dois córregos principais ainda em estado natural e em pleno processo de
ocupação de suas margens. Em determinados trechos desses córregos não existe espaço para a
implantação de redes coletoras de esgotos e os efluentes das instalações prediais dos imóveis, bem
como de alguns ramais condominiais, são lançados diretamente nos mesmos.

• POLIGONAL 02

Ocupa margens de diques, margens de córregos naturais, áreas de risco, sem infraestrutura de
drenagem e pavimentação. Está situado na região no Bairro da Sussuarana Velha e envolve 16.288
habitantes. A área tem como principal característica a ocupação desordenada por imóveis
residenciais de encostas e nos fundos de vale, sem qualquer tipo de infraestrutura de micro ou
macrodrenagem. Existem logradouros sem pavimentação. Em algumas travessas, nos trechos com
maior declividade, a população improvisou uma pavimentação em concreto e em outras foram
construídas escadarias drenantes, cujo estado de conservação é bastante precário. A forma
desordenada como se deu a ocupação do solo não permite o acesso por veículos à maioria dos
logradouros, criando grandes dificuldades para prestação de serviços públicos, principalmente os
relativos a coleta e transporte dos resíduos sólidos, agravando ainda mais a insalubridade da área.

• POLIGONAL 03

Área de risco com ocupação das margens de córregos naturais, sem infraestrutura de drenagem e
pavimentação. Compreende as regiões dos Bairros de São Marcos e Nova Sussuarana envolvendo
11.558 habitantes situados em encostas e no fundo do vale. A principal característica é a ocupação
desordenada por imóveis residenciais de uma encosta situada entre a Rua Lúcia e a Avenida Gal
Costa.

No Trecho Crítico 04 não existe um arruamento definido e a ocupação é totalmente espontânea e


feita através de cortes no terreno. O acesso aos imóveis se dá pela Rua Lúcia, para os situados no

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
492
topo da encosta, e por meio de escadarias rudimentares construídas pelos moradores diretamente
no terreno natural.

Já o Trecho Crítico 05, corresponde a um talvegue por onde escoa um córrego em estado natural
que drena o microssistema. Atualmente as margens deste córrego estão sendo ocupadas pela
população com o lançamento dos efluentes sanitários diretamente no mesmo. Parte das residências
não possui instalações sanitárias mínimas e os efluentes dos imóveis não ligados, da área do
entorno dotada de rede, chegam ao córrego através do sistema de drenagem.

O Trecho Crítico 06 situa-se às margens de córregos naturais, áreas de risco, sem infraestrutura de
drenagem e pavimentação, compreende a região do entorno dos Bairros Colinas de Pituaçu e
Recanto das Ilhas. A área tem como principal característica a ocupação desordenada por imóveis
residenciais nas encostas do Bairro Colinas de Pituaçu e do vale existente entre os dois bairros.

Não existe um arruamento definido e a ocupação é totalmente espontânea e feita através de cortes
no terreno. O acesso aos imóveis se dá através do sistema viário do Bairro Colinas de Pituaçu, para
os situados no topo da encosta, e por meio de escadarias rudimentares, construídas pelos
moradores diretamente no terreno natural, para os imóveis voltados para a Avenida Gal Costa.

De acordo com Edital da Concorrência nº02/2020, o Governo do Estado implantou na macro área
desta sub-bacia o sistema de esgotamento sanitário, dotando a grande maioria da região de sistema
coletor, contudo não foram executados ramais condominiais em diversas quadras e algumas redes
coletoras primárias, em função, principalmente, dos seguintes problemas:

✓ ausência de infraestrutura de drenagem pluvial e de pavimentação;


✓ ausência de urbanização formal;
✓ encostas sujeitas a deslizamentos sem as devidas obras de contenção (áreas de risco);
✓ existência de conflitos de vizinhança entre os moradores, tendo em vista que para o
esgotamento de grande parte dos imóveis os ramais condominiais precisam ser executados
em áreas privadas com autorização dos usuários.

Em busca de soluções para esses desafios e visando organizar o atendimento da enorme demanda
de ações nos trechos críticos das diversas bacias hidrográficas da cidade do Salvador/BA, o
Governo do Estado adotou como estratégia a boa gestão dos serviços de Reurbanização Integrada,
incluindo o saneamento básico, mobilidade, habitação, equipamentos urbanos e sociais, com foco
nas medidas para a reurbanização dos assentamentos precários.

No que diz respeito ao sistema de esgotamento sanitário, a maior dificuldade é atender a população
que está estabelecida as margens dos córregos que circundam essas áreas, uma vez que não há
espaço para implantar interceptores e redes coletoras, em razão disso a maior parte do efluente
gerado nessas regiões são lançados diretamente nos córregos.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
493
Os estudos que serão contratados por meio da Concorrência nº02/2020 incluem as atividades
listadas a seguir e o valor total estimado do orçamento da licitação é de R$ 3.862.392,45.

✓ Compatibilização das ações existentes, atualização do diagnóstico e elaboração de estudos


demográficos;
✓ Elaboração de plano de regularização fundiária para área de intervenção;
✓ Levantamento topográfico e geotecnia;
✓ Elaboração de projetos básicos de reurbanização, habitação e equipamentos comunitários;
✓ Elaboração de projetos básicos de contenção de encostas;
✓ Elaboração de projetos básicos de iluminação pública;
✓ Elaboração de projetos básicos do sistema de abastecimento de água;
✓ Elaboração de projetos básicos do sistema de esgotamento sanitário;
✓ Elaboração dos projetos básicos de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas,
✓ Elaboração de plano de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
✓ Elaboração de plano de relocação, reassentamento e remanejamento;
✓ Elaboração de estudo de compatibilização dos projetos de infraestrutura.

6.3.4 TRECHOS CRÍTICOS DAS BACIAS TROBOGI, CAMBUNAS E ÁGUAS CLARAS

Conforme apresentado pelo Plano Estadual de Manejo de Águas Pluviais e Esgotamento Sanitário
(PEMAPES, 2011), na etapa de execução das obras das bacias Trobogi, Cambunas e Águas Claras
através do contrato N° 228.697-31/07, foram identificados novos pontos críticos que também
inviabilizaram a conclusão total das intervenções previstas para essas bacias.

A impossibilidade de execução das obras nos trechos críticos se deu por conta do grande número
de residências em áreas de risco sujeitas a alagamentos e deslizamentos, falta de infraestrutura,
dificuldade de acesso e necessidade de grande número desapropriações.

Os trechos críticos nessas bacias inviabilizaram a execução de aproximadamente 80km (29% do


total previsto) de redes e ligação de 10.632 imóveis.

Na Figura 288, Figura 289 e Figura 290 apresentadas a seguir, as áreas em amarelo ilustram alguns
dos trechos críticos identificados nas bacias Águas Claras, Cambunas e Trobogi, de acordo com o
PEMAPES (2011).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
494
Figura 288 – Trechos críticos bacia Águas Claras

Fonte: PEMAPES, 2011.

Figura 289 – Trechos críticos bacia Cambunas

Fonte: PEMAPES, 2011.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
495
Figura 290 – Trechos críticos bacia Trobogi

Fonte: PEMAPES, 2011.

Na visita de campo realizada em dezembro de 2020 às obras em execução nas bacias Trobogi e
Cambunas a equipe técnica da Embasa informou que os trechos críticos identificados anteriormente
nas bacias Trobogi, Cambunas e Águas Claras não foram solucionados até o momento.

6.4 QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS

De acordo com a Lei Federal nº 11.445/2017 e as alterações realizadas pela Lei Federal nº
14.026/2020, o esgotamento sanitário é constituído pelas atividades e pela disponibilização e
manutenção de infraestruturas e instalações operacionais necessárias à coleta, ao transporte, ao
tratamento e à disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até
sua destinação final para produção de água de reuso ou seu lançamento de forma adequada no
meio ambiente.

A falta de um serviço adequado de esgotamento sanitário contribui para a proliferação de inúmeras


doenças de veiculação hídrica, e, portanto, é essencial para a proteção da saúde pública, além de
ser fator preponderante para a degradação dos corpos d’água, devido ao lançamento de esgoto
bruto nos mesmos.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
496
Portanto, nos itens a seguir serão analisados os aspectos relativos à qualidade dos serviços de
esgotamento sanitário prestados no município, utilizando indicadores quantitativos e fazendo outras
análises qualitativas sobre os serviços.

6.4.1 ANÁLISE DOS INDICADORES RELATIVOS À PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS

Para caracterização da prestação dos serviços de esgotamento sanitário serão analisados uma
série de indicadores propostos no Produto D - Sistema de Indicadores, que integrarão o Sistema
Municipal de Informações de Saneamento – SIMISAN, que está sendo desenvolvido no Produto C
deste trabalho e conforme preconiza o inciso VI, Art 9 da Lei Federal nº 11.445/2007 deverá ser
implementado pelo município.

Os indicadores concebidos para a análise relativa à prestação do serviço foram separados em 5


categorias, definidas de acordo com os princípios da Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento
Básico:

✓ Universalização do acesso;
✓ Qualidade dos serviços prestados;
✓ Eficiência;
✓ Sustentabilidade econômico-financeira; e
✓ Sustentabilidade ambiental.

Os indicadores relativos à categoria Universalização já foram analisados previamente no item 6.1


do presente diagnóstico e os demais serão desenvolvidos a seguir.

Os dados que compõe os indicadores trabalhados foram obtidos nas fontes oficiais, como Empresa
Baiana de Águas e Saneamento S.A. (Embasa), Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (Snis) e no Manual de fiscalização dos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário da Agência reguladora de saneamento básico do Estado da Bahia (Agersa),
recém publicada no final do ano de 2021.

Para a mensuração da situação dos demais indicadores será utilizada sempre que possível a
análise de tendência adotada pelo Snis (2020). A partir da análise dos últimos 5 anos é possível
determinar se o indicador apresenta: tendências claras de melhoria ou agravamento; estabilidade
clara de melhorias ou agravamentos; ou cenário irregular, esse cenário pode ser de estabilidade
irregular ou de melhoria ou agravamento irregulares.

• Tendências claras: Quando os últimos 5 anos apresentam consecutivas reduções ou aumentos,


observa-se um estado de tendência clara de melhoria ou agravamento. Caso os valores anuais

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
497
oscilem no máximo até 2,5%, para mais ou para menos, em torno da média dos 5 anos, considera-
se um estado de estabilidade clara.
• Cenário irregular: Quando não há estabilidade, nem tendências claras calcula-se a média dos
últimos 3 anos e a dos primeiros 3 anos e realiza-se a comparação entre elas. Considera
estabilidade irregular quando a média dos últimos 3 anos e a média dos primeiros 3 anos estão
dentro da margem de variação de até 2,5%, para mais ou para menos, em comparação com a
média quinquenal. Quando essa média trienal foge à margem de variação de 2,5%, considera-se
um cenário de agravamento ou melhoria irregular. Nessa situação realiza a comparação, se maior
ou menor, entre a média dos últimos 3 anos com a média dos primeiros 3 anos.

6.4.1.1 Qualidade dos serviços prestados

Os indicadores dessa categoria pretendem analisar as condições de qualidade na prestação dos


serviços de saneamento. O art. 43 da Lei Federal nº. 11.445/2007 traz, como condições mínimas
de qualidade na prestação dos serviços públicos de saneamento básico: a regularidade, a
continuidade, os aspectos relativos aos produtos oferecidos, o atendimento dos usuários e os
relativos às condições operacionais e de manutenção dos sistemas, de acordo com as normas
regulamentares e contratuais (PLANSAB, 2013).

Dessa forma, o produto D deste trabalho sugere, para análise dessa categoria, as seguintes
subcategorias:

a) Cortesia no atendimento ao usuário;


b) Condições técnico-operacionais e de manutenção das infraestruturas.

No entanto, serão analisadas primeiramente informações e indicadores fornecidos pelo Snis, mas
que auxiliam no entendimento do comportamento do sistema e influem em outros indicadores que
serão tratados mais à frente. Ressalta-se que algumas das informações apresentadas nas tabelas
a seguir, serão utilizados como variáveis para o cálculo dos indicadores propostos no Produto D e
nesse caso está indicado nas tabelas a codificação utilizada no âmbito do PMSBI, além do código
da informação no Snis.

A Tabela 54 e a Tabela 55 apresentam as séries históricas sobre a quantidade de ligações e


economias, respectivamente e revelam que entre 2016 e 2019 houve um aumento gradativo no
número de ligações e economias ativas de esgoto.

Os prestadores dos serviços de água e esgoto, utilizam o termo economia como unidade de
consumo independente para efeito de faturamento. Já as ligações de esgoto não são

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
498
independentes, no caso de mais de 1 (um) apartamento, casa e/ou sala comercial por imóvel,
executa-se apenas 1 (uma) ligação de esgoto que serve todas as unidades de consumo.

Tabela 54 – Série histórica das ligações de esgoto.


SNIS ES009 ES002
Ano Quantidade de ligações totais de esgotos Quantidade de ligações ativas de esgotos
2016 526.634 496.948
2017 549.400 512.896
2018 568.453 526.037
2019 579.668 526.876

Fonte: Snis, 2019.

Tabela 55 – Série histórica das economias de esgoto.


PMSBI E1 E4
SNIS ES003 ES008
Quantidade de economias ativas de Quantidade de economias residenciais ativas de
Ano
esgotos esgotos
2016 906.410 833.306
2017 929.031 854.807
2018 943.031 867.922
2019 940.478 866.916

Fonte: Snis, 2019.

A série história do indicador de extensão de rede de esgoto por ligação está apresentado na Tabela
56.

Tabela 56 – Série histórica do indicador de extensão de rede de esgotamento por ligação


SNIS IN021
Ano Extensão da rede de esgoto por ligação (m/lig)
2016 7,31
2017 6,88
2018 7,12
2019 7,1
Fonte: Snis, 2019.

A fórmula do indicador extensão da rede de esgoto por ligação (IN021) é a média dos dois últimos
anos da extensão da rede de esgoto (ES004) dividida também pela média dos dois últimos anos da
quantidade de ligações totais de esgoto (ES009). Em 2019, esse indicador foi 7,1m/lig., bem inferior
ao 10,3m/lig apresentado no Brasil para o mesmo ano.

Nos itens a seguir serão apresentados os valores de todos os indicadores propostos em cada
subcategoria de análise, definidas no Produto D1 para a categoria Qualidade dos serviços
prestados: Cortesia no atendimento ao usuário e Condições técnico-operacionais e de manutenção
das infraestruturas.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
499
6.4.1.1.1 Cortesia no atendimento ao usuário

O índice de reclamações do serviço de esgotamento sanitário (QE1) não tem correspondente direta
no Snis (2020) e é calculado pela quantidade anual de reclamações dos usuários do serviço de
esgotamento sanitário (E14) vezes mil, dividido pelo número de economias ativas de esgoto
(ES003).

O Snis fornece informações acerca da quantidade de reclamações ou solicitações de serviços, mas


são relacionadas ao sistema de abastecimento de água e de esgotamento sanitário de forma
conjunta. A variável E14 proposta pelo Produto D -Sistema de Indicadores, Produto Parcial D1 –
Indicadores de serviço, articulação com o Snis diz respeito à quantidade anual de reclamações,
procedentes e improcedentes, relacionada apenas ao sistema de esgotamento sanitário,
dirigidas ao prestador de serviços, pessoalmente ou por meio de telefone, fax, correio, e-mail,
internet ou qualquer outra forma. Dessa forma, o indicador QE1 pretende avaliar a satisfação dos
usuários com a prestação dos serviços de esgotamento sanitário do município.

Utilizando as informações fornecidas pela Embasa, foi elaborada a Tabela 57, onde apresenta-se a
quantidade de reclamações ou solicitações no ano de 2019, relativas ao sistema de esgotamento
sanitário em cada uma das unidades regionais da Embasa e os seus respectivos valores para o
indicador QE1, calculado de acordo com os dados disponibilizados pela Embasa.

Tabela 57 – Quantidade de reclamações ou solicitações dos usuários do serviço de


esgotamento sanitário por Unidade Regional no ano de 2019.
UMS UMF UML UMB UMJ Total
Quantidade de reclamações ou
solicitações dos usuários do 16 11.718 30.030 14.549 22.750 79.063
serviço de esgotamento sanitário
Quantidade de economias ativas de
453 242.753 229.356 201.056 201.872 875.490
esgoto
QE1 - Índice de reclamações do
serviço de esgotamento sanitário
35,3 48,3 130,9 72,4 112,7 90,3
(Reclamações/1000 economias
ativas de esgoto/ano)

Fonte: Embasa, 2021.

Analisando os resultados da Tabela 57, observa-se que o maior valor do indicador QE1 foi obtido
para a Unidade Regional do Cabula (UML), que contempla as regiões abrangidas pelas PB
Cabula/Tancredo Neves, Liberdade/São Caetano e Cidade Baixa e para a Unidade Regional de
Pirajá (UMJ), que contempla as regiões abrangidas pelas PB Subúrbio/Ilhas, Valéria, Cajazeiras e
Pau da Lima.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
500
O indicador QE1 do PMSBI Salvador equivale ao indicador IEP06 do Manual de Fiscalização da
Agersa (2021), que define que valores acima de 5 reclamação a cada mil economias ativas de
esgoto por ano são consideradas ruim, entre 3 e 5 são classificadas como mediano e abaixo de 3
é classificado como bom. Portanto, utilizando as informações fornecidas pela Embasa, todas as
Unidades Regionais, assim como o município como um todo, apresentaram indicadores
classificados como ruim, com valores muito acima do que seria desejado.

Entretanto, ressalta-se que o valor fornecido pela Embasa inclui além das reclamações, as
solicitações, e, portanto, o valor calculado para o índice de reclamações do serviço de esgotamento
sanitário precisaria ser recalculado com as informações relativas apenas às reclamações. Essa
informação foi solicitada à Embasa, mas não foi recebida ainda.

6.4.1.1.2 Condições técnico-operacionais e de manutenção das infraestruturas

De acordo com o Glossário de informações complementares de esgoto do Snis, extravasamento de


esgoto (X075) é o fluxo indevido de esgotos ocorrido nas vias públicas, domicílios ou nas galerias
de águas pluviais, originado por rompimento ou obstrução nas redes coletoras, interceptores ou
emissários.

Esse problema operacional de extravasamento de esgoto será avaliado com base em dois
indicadores do Snis (2020): IN077 – Duração média dos reparos de extravasamentos de esgotos
(QE2/PMSBI) e IN082 – Extravasamento de esgotos por extensão de rede (QE3/PMSBI).

A duração média dos reparos de extravasamento de esgoto (IN077) tem o intuito de avaliar a
eficiência da manutenção no sistema com base na duração média dos reparos que ocorreram no
sistema de esgotamento sanitário no ano de referência, enquanto a quantidade de extravasamentos
de esgotos por extensão de rede (IN082) tem o objetivo de avaliar a fragilidade do sistema através
da quantidade anual de extravasamento de esgotos por extensão de rede no ano de referência.

Como a Embasa não forneceu ao Snis os dados para os anos de 2018 (IN077 e IN082), 2019
(IN077) e 2020 (IN077 e IN082), a série histórica analisada levou em consideração os anos de 2013
a 2017, onde os resultados não apontam para nenhuma tendência clara de agravamento ou
melhoria. Considerando os dados dos últimos 05 anos se verifica um cenário de agravamento
irregular (Snis, 2020) tanto para duração média dos reparos de extravasamento de esgoto como
para o extravasamento de esgotos por extensão de rede.

A série histórica desses dois indicadores está apresentada na Tabela 58.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
501
Tabela 58 – Série histórica dos indicadores de duração média dos reparos de
extravasamento e extravasamento de esgoto por extensão de rede.
PMSBI QE2 QE3
SNIS IN077 IN082
Duração média dos reparos de Extravasamentos de esgotos por extensão
Ano
extravasamentos de esgotos (horas/extrav.) de rede (extrav./km)
2013 5,7 19,23
2014 40,92 0,42
2015 74,28 0,35
2016 12,46 5,66
2017 40,87 13,22
2018 - -
2019 - -
2020 - -

Fonte: Snis, 2020 e Embasa,2021.

Na Tabela 59 estão apresentados os indicadores de extravasamentos de esgoto por extensão de


rede por unidade regional da Embasa para o ano de 2019, de acordo com os dados fornecidos
diretamente pela Embasa.

Tabela 59 –Indicador de extravasamento de esgoto por extensão de rede por unidade


regional da Embasa.
PMSBI QE3
SNIS IN082
Extravasamentos de esgotos por extensão de rede (extrav./km)
Ano
UMS UMF UML UMB UMJ Total
2019 1,52 2,04 2,99 2,63 2,20 2,45

Fonte: Embasa,2021.

Ao se analisar os dados da Tabela 59, observa-se que os maiores valores para o índice de
extravasamentos de esgotos por extensão de rede ocorrem na Unidade Regional do Cabula (UML)
e na Unidade Regional Bolandeira (UMB), enquanto o menor valor ocorre na Unidade Regional de
Candeias (UMS), responsável pela operação dos SES da Ilha dos Frades e da Ilha de Bom Jesus
dos Passos.

Os indicadores apresentados na Tabela 60, apresentada a seguir, não possuem indicadores com
correspondência direta no Snis (2019). O QE4 avalia a abrangência do cadastro técnico da rede de
esgotamento sanitário existente, corresponde à fração percentual da extensão de rede de esgoto
com cadastro atualizado (E21/PMSBI) em relação à extensão da rede de esgoto total da malha de
coleta, incluindo redes de coleta, coletores troncos e interceptores, excluindo ramais prediais e
emissários de recalque, operada pelo prestador de serviços, no último dia do ano de referência
(ES004/ Snis).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
502
Tabela 60 – Série histórica do indicador de existência de cadastro técnico atualizado
Extensão de rede de Existência de cadastro técnico
Extensão da rede de esgoto
Ano esgoto com cadastro atualizado da rede de
(ES004) - Km
atualizado (A21) - Km esgotamento sanitário (QE4)
2019 962,28 4.088,85 23,5%

Fonte: Snis, 2019 e Embasa, 2021.

Para o cálculo do indicador QE4, contabilizou-se a extensão de rede de esgoto com cadastro
atualizado, analisando-se os cadastros que foram fornecidos pela Embasa. Analisando a Tabela
60, observa-se que o indicador QE4 apresentou resultado de apenas 23,5%, situação que indica a
necessidade de expandir o cadastro técnico da rede de esgoto, visando aumentar o conhecimento
do sistema e otimizar a sua operação. De acordo com a Embasa, no cadastro que foi fornecido, não
estão contempladas as redes condominiais de esgoto, que representam uma parcela significativa
da rede existente no município, sendo necessário realizar o cadastro destas redes coletoras, de
modo a possibilitar uma melhor operação e manutenção das mesmas.

O indicador QE5 visa avaliar se a capacidade instalada das ETE e ECP estão adequadas à vazão
atual de esgoto que chega às ETE e ECP. Os resultados estão apresentados na Tabela 61,
salientando que não foi possível avaliar a série histórica desse indicador devido à falta de
informações da vazão de esgoto tratado nos anos anteriores.

Tabela 61 – Capacidade de tratamento do sistema de esgotamento sanitário de Salvador


(2021)
QE5 -
Capacidade de
E23 - E24 -
tratamento do
Vazão Capacidade
Nome sistema de
Tratada Nominal
esgotamento
sanitário
(L/s) (L/s) (%)
ECP
Rio Vermelho 4.160,00 8.300,00 50,12%
Jaguaribe 1.610,00 3.000,00 53,67%
Geral ECP 5.770,00 11.300,00 51,06
ETE - Continente
Águas Claras 0,54 4,44 12,16%
Alto do Ipiranga 1,15 3,61 31,86%
Asa 0,88 5,2 16,92%
Baixa Fria 3,29 5,71 57,62%
Belo Jardim 1,39 5,21 26,68%
Boca da Mata 0,13 3,33 3,90%
Bosque das Mangueiras I 0,13 1,19 10,92%
Bosque das Mangueiras II 0,13 1,19 10,92%

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
503
QE5 -
Capacidade de
E23 - E24 -
tratamento do
Vazão Capacidade
Nome sistema de
Tratada Nominal
esgotamento
sanitário
(L/s) (L/s) (%)
Bosque do Aeroporto 1,96 1,59 123,27%
Cajazeiras VI –TQ 2 2,07 15,66 13,22%
Cajazeiras VII 32,01 37,39 85,61%
Cajazeiras VIII – TQ 1 3,46 6,23 55,54%
Cajazeiras VIII – TQ 2 3,46 6,23 55,54%
Cajazeiras X - 1 6,88 20,63 33,35%
Cajazeiras X – 2 6,88 20,63 33,35%
Cajazeiras XI 16,53 29,76 55,54%
Cajazeiras XI – Remanescente 0,59 1,07 55,14%
Calabetão de Baixo 2,58 6,25 41,28%
Carolina 0,83 1,48 56,08%
Casas do Metrô 0,53 3,78 14,02%
Castalo Branco II e II A 2,26 4,07 55,53%
Castelo Branco III 2,03 3,66 55,46%
Cohajor 1,24 4,56 27,19%
Couto Maia 0,99 1,73 57,23%
Derba 4,86 8,79 55,29%
Dois De Julho 2,21 8,33 26,53%
Eunice Weaver 1,58 5,17 30,56%
Fazenda Grande II 5,46 2,3 237,39%
Hildete França 3,25 4,05 80,25%
Irmã Dulce 2,79 5,03 55,47%
Jaguaribe II 4,7 5,88 79,93%
Jaguaripe I 5,83 10,5 55,52%
Jardim Girassóis 1,44 1,51 95,36%
Jardim Limeira 3,33 6,24 53,37%
Jardim Mangabeira 10,93 19,67 55,57%
João De Barro 2,43 43,7 5,56%
Lagoa 1 E 2 (Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 1 E 2) 12,56 12,56 100,00%
Lagoa 3 E 4 (Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 3 E 4) 7,68 7,68 100,00%
Lagoa 5 (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 5) 4,42 4,42 100,00%
Lagoa 6 (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 6) 4,7 4,7 100,00%
Maré / Itaparica 0,99 4,52 21,90%
Mata Atlântica II 1,38 4,61 29,93%
Mirante De Águas Claras 0,44 1,96 22,45%
Mirante De Trobogy 0,54 2,18 24,77%
Mocambo 5,4 16,84 32,07%
Morada Bela 0,41 1,39 29,50%

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
504
QE5 -
Capacidade de
E23 - E24 -
tratamento do
Vazão Capacidade
Nome sistema de
Tratada Nominal
esgotamento
sanitário
(L/s) (L/s) (%)
Morada Do Atlântico 2,2 3 73,33%
Muriçoca 3,06 6,56 46,65%
Nossa Senhora Da Vitória 0,66 2,39 27,62%
Nova Esperança Life 0,31 1,17 26,50%
Novo Horizonte 2,45 12 20,42%
Paralela Park 3,78 23,11 16,36%
Parque Das Bandeirantes 0,63 1,95 32,31%
Recanto dos Pássaros I 1,74 6,93 25,11%
São Bernardo 2,29 2,55 89,80%
São Cristovão 0,48 0,86 55,81%
São Francisco / Santa Clara 0,57 2,99 19,06%
São Lourenço 1,7 3,07 55,37%
São Marcos 2,59 3,62 71,55%
São Paulo 1,7 3,07 55,37%
Sete De Abril 1,68 6,53 25,73%
Silvio Leal 6,55 10,67 61,39%
Verde Vida 1,57 8,84 17,76%
Vila Das Palmeiras 0,28 1,5 18,67%
Vila Do Bosque 2,21 2,74 80,66%
Vila Dos Coqueiros 0,23 1,58 14,56%
Vila Mariana 0,95 2,67 35,58%
Vila Rita 0,42 1,57 26,75%
Vila Serena 0,4 1,5 26,67%
Viña Delmar 0,4 1,05 38,10%
Vista do Vale 0,54 4,25 12,71%
Vivenda Do Ipitanga 0,93 3,74 24,87%
Vivendas Do Rio 0,45 4,23 10,64%
Viver Pelourinho 3,5 6,3 55,56%
Viver Salvador 3,7 6,6 56,06%
Walter Baraúna 0,25 1,03 24,27%
Geral ETE - Continente 227,49 514,70 44,20%
ETE - Ilhas
Ponta de Nossa Senhora 0,80 6,66 12,01%
Paramana 1,42 6,60 21,52%
Bom Jesus dos Passos 5,45 21,85 24,94%
Geral ETE - Ilhas 7,67 35,11 21,85%
Geral SES Salvador 6.005,16 11.849,81 50,68%
Fonte: Embasa, 2021.

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505
Quanto à capacidade de tratamento do sistema, a Agersa adota a seguinte classificação:

✓ Bom: entre 75% e 65%;


✓ Mediano: entre 45% e 65% ou 75% e 95%;
✓ Ruim entre 0 e 45% ou 95% e 100%.
Portanto, em 2021, a capacidade de tratamento geral do sistema de esgotamento sanitário de
Salvador foi classificada como mediana (utilização de 50,68% da capacidade nominal).

Considerando a classificação Agersa, tanto as ETE do continente quanto das Ilhas estão
enquadradas como ruins, com índices de 44,20% e 21,85% respectivamente, evidenciando que os
sistemas de tratamento estão com capacidade muito superior à geração de esgoto.

Analisando as duas ECP, que juntas recebem 96% do esgoto coletado em Salvador, observa-se
que ambas estão classificadas também como uma situação mediana, com valores de 50,12% para
a ECP Rio Vermelho e 53,67% para a ECP Jaguaribe.

Ressalta-se que as vazões utilizadas para o cálculo do indicador se referem às vazões médias
afluentes às ECP. No caso da ECP Rio Vermelho foi fornecida também a vazão afluente à ECP em
tempo chuvoso (7,7m³/s), que representa 93% da sua capacidade nominal, situação classificada
como ruim pela Agersa. No caso da ECP Jaguaribe não foi fornecida a vazão média em tempo
chuvoso, mas foi relatado na visita técnica que a vazão também aumenta significativamente.

Esse aumento da vazão afluente às ECP em tempo chuvoso está relacionado à adoção das
captações em tempo seco (CTS), conforme já detalhado anteriormente nos itens 6.2.1.1.2 e
6.2.1.2.2.

6.4.1.2 Eficiência

Na categoria de eficiência, os indicadores dão maior foco aos dispêndios de recursos energéticos,
humanos e financeiros para a prestação dos serviços de esgotamento sanitário, abordados nas
seguintes subcategorias:

a) Eficiência energética;
b) Eficiência técnico-operacional;
c) Eficiência pessoal.

6.4.1.2.1 Eficiência Energética

A sustentabilidade econômico-financeira dos serviços públicos é assegurada não apenas através


da cobrança pelos serviços, mas também pelo modelo de gestão administrativo e operacional

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
506
adequados. Sob essa perspectiva, o consumo de energia elétrica, se utilizado de forma mais
eficiente, constitui custos que podem ser evitados.

Para além da sustentabilidade financeira, o uso mais eficiente da energia elétrica traz impactos
também no ponto de vista ambiental, já que seu uso indiscriminado contribui para a emissão de
gases de efeito estufa desnecessários, com impactos nas alterações climáticas em escala global.

Cabe, nesse sentido, a análise de alguns indicadores abordados no Snis, para entender a tendência
de comportamento para os próximos anos, no que tange ao consumo de energia nos sistemas de
esgotamento sanitário. O principal indicador do Snis relacionado à eficiência energética é o IN059
(índice de consumo de energia elétrica em sistemas de esgotamento sanitário), que corresponde
ao consumo total de energia elétrica nos sistemas de esgotos (ES028), dividido pelo volume de
esgoto coletado (ES005). Seu resultado sozinho não fornece informações acerca da eficiência
energética do sistema, porém fornece indícios acerca do desempenho da estrutura que impacta
diretamente nessa eficiência.

De acordo com os dados do Snis, em 2019 as despesas com energia elétrica para a prestação do
serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador atingiram o valor de R$
71,31 milhões (FN013), com consumo de total de 40.938.730 KWh (ES028) no caso do
esgotamento sanitário. Os dados da série histórica (Tabela 62) apontam para um aumento no
consumo total de energia elétrica, assim como do índice de consumo de energia elétrica, enquanto
para os volumes coletados houve uma oscilação entre aumento e redução dos valores no período.

Tabela 62 – Consumo de energia elétrica no sistema de esgotamento sanitário em Salvador


de 2015 a 2019
PMSBI - A40 EA1
SNIS FN013 ES028 ES005 - IN059
Consumo total de Volume de Índice de consumo de
Despesa com
energia elétrica nos esgotos energia elétrica em sistemas
Ano energia elétrica
sistemas de esgotos coletado de esgotamento sanitário
(R$/ano) (1.000 kWh/ano) (1.000 m³/ano) (kWh/m³)
2015 64.902.192,26 38.565,80 128.009,58 0,28
2016 58.851.100,07 33.296,56 144.830,12 0,23
2017 54.126.747,96 36.202,52 147.205,90 0,25
2018 65.658.214,72 39.641,00 144.408,03 0,27
2019 71.311.469,94 40.938,73 137.227,12 0,32
Fonte: Snis, 2020.

Na Figura 291 apresenta-se o comportamento das referidas variáveis e indicadores do Snis para
Salvador no período entre 2015 e 2019, sendo possível observar que houve uma redução do valor
do IN059 entre 2015 e 2016, entretanto, nos anos posteriores houve consecutivos aumentos nos
valores do indicador.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
507
Figura 291 - Consumo total de energia elétrica, volume coletado e índice de consumo de
energia elétrica no sistema de esgotamento sanitário em Salvador entre 2015 e 2019,
conforme Snis

160.000,00 0,35
0,32
140.000,00 0,3
0,28
120.000,00 0,27
0,25 0,25
0,23
100.000,00
0,2
80.000,00
0,15
60.000,00
0,1
40.000,00

20.000,00 0,05

0,00 0
2015 2016 2017 2018 2019
ES028 - Consumo total de energia elétrica nos sistemas de esgotos (1.000 kWh/ano)
ES005 - Volume de esgotos coletado (1.000m³/ano)
IN059_AE - Índice de consumo de energia elétrica em sistemas de esgotamento sanitário(kWh/m³)

Fonte: Snis, 2021.

Entretanto, além dos dados que constam no Snis, foram analisados também os dados fornecidos
diretamente pela Embasa, que são apresentados a seguir na Tabela 63.

Tabela 63 – Informações retificadas pela Embasa sobre volumes coletados e consumo de


energia elétrica nos sistemas de esgoto (2014 a 2019)
PMSBI ES28 E30 EE1
SNIS ES028 ES005 IN059
Consumo total de energia - Volume de Índice de consumo de energia elétrica
Ano elétrica nos sistemas de esgotos coletado em sistemas de esgotamento sanitário
esgotos (1.000 kWh/ano) (1.000m³/ano) (kWh/m³)
2014 67.895,35 201.764,69 0,34
2015 68.921,17 209.125,68 0,33
2016 63.074,67 229.881,88 0,27
2017 72.008,89 230.929,80 0,31
2018 73.842,00 240.453,26 0,31
2019 77.318,60 215.725,47 0,36
Fonte: Embasa, 2021.

Comparando as informações que constam no Snis e as informações enviadas diretamente pela


Embasa, observa-se que há uma grande divergência nas informações, sendo que os volumes
coletados, assim como o valor do consumo total de energia elétrica em sistemas de esgotamento
sanitário informados pela Embasa são muito superiores aos valores que constam no Snis. Apesar

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
508
da Embasa não ter detalhado o motivo desta grande divergência entre as duas informações,
provavelmente ela está relacionada ao rateio feito entre os municípios de Salvador e Lauro de
Freitas, que são atendidos pelo SES Salvador e compartilham algumas infraestruturas do SES, para
se chegar nos valores por município, que constam no Snis. Portanto, acredita-se que os valores
que constam na Tabela 63 se referem aos valores totais relativos ao SES.

Na Figura 292 apresenta-se o comportamento das referidas variáveis e do indicador IN059, de


acordo com as informações fornecidas pela Embasa, sendo possível observar que entre 2014 e
2016 também não houve uma tendência de redução do indicador IN059, havendo uma oscilação
entre aumentos e reduções do valor do indicador ao longo do período analisado.

Figura 292 - Consumo total de energia elétrica, volume produzido e importado e índice de
consumo de energia elétrica no sistema de esgotamento sanitário em Salvador entre 2015 e
2019, conforme dados da Embasa

300.000,00 0,4

0,36 0,35
250.000,00 0,34 0,33
0,31 0,31 0,3
200.000,00 0,27
0,25

150.000,00 0,2

0,15
100.000,00
0,1
50.000,00
0,05

0,00 0
2014 2015 2016 2017 2018 2019
ES028- Consumo total de energia elétrica nos sistemas de esgotos (1.000 kWh/ano)
ES005 - Volume de esgotos coletado (1.000m³/ano)
IN059- Índice de consumo de energia elétrica em sistemas de esgotamento sanitário (kWh/m³)

Fonte: Embasa 2021.

Na Figura 293 apresenta-se uma comparação entre o valor informado pela Embasa para o índice
de consumo de energia elétrica no sistema de esgotamento sanitário de Salvador em 2019 e os
valores que constam no Snis para as demais capitais da região Nordeste, sendo possível observar
que o valor do índice de consumo de energia elétrica em sistemas de esgotamento sanitário (IN059)
para 2019 em Salvador está acima da média obtida para as capitais da região Nordeste
(0,25kWh/m³), e acima do valor mediano (0,28kWh/m³), sendo o segundo maior valor entre as
capitais do Nordeste, abaixo apenas de Teresina.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
509
Figura 293 - Índice de consumo de energia elétrica em sistemas de esgotamento sanitário
nas capitais de Nordeste em 2019

0,4 0,38
Índice de consumo de energia elétrica em

0,36
0,35 0,33 0,33
sistemas de esgotamento sanitário

0,3 0,28
0,28
0,25 0,23 0,25
(kwh/m³)

0,19
0,2

0,15 0,12
0,1
0,06
0,05

0
São Luís Recife João Aracaju Fortaleza Maceió Natal Salvador Teresina
Pessoa

IN059 Média Nordeste - IN059 Mediana Nordeste - IN058

Fonte: Snis, 2019 e Embasa, 2021

A falta de manutenção do sistema traz impactos negativos na eficiência energética, assim como a
ineficiência dos sistemas de bombeamento, elevada vida útil dos equipamentos eletromecânicos e
a grande quantidade de CTS, que implicam no aumento da vazão nas unidades de esgotamento
sanitário, demandando mais horas de operação e/ou equipamentos mais potentes. Um baixo índice
de consumo de energia indica um desempenho melhor da estrutura e, consequentemente, uma
melhora na eficiência energética do sistema.

Considerando a definição apresentada no Snis, o desempenho de Salvador com relação ao


consumo total de energia elétrica no sistema de esgotamento sanitário apresenta uma tendência
clara de agravamento, quando analisada a série história dos últimos 5 anos. A mesma tendência
pode ser espelhada para o índice de consumo de energia elétrica do sistema.

Essa tendência evidência a falta de investimento em melhorias e modernização no sistema de


esgotamento sanitário, além do uso indiscriminado e a longo prazo de CTS que também impactam
diretamente o consumo de energia elétrica.

Visando reduzir os gastos com energia elétrica, aumentar sua eficiência energética e aderir ao uso
de fontes renováveis, em 26/02/2021 a Embasa abriu chamada pública para estruturação de projeto
de geração de energia elétrica a partir de fontes eólica e solar. O objetivo desse projeto é suprir em
40% o consumo de energia elétrica de toda a empresa a partir de 2023. No mês de junho de 2021
o referido chamamento foi cancelado, entretanto em julho de 2021 foi publicado novo edital de

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
510
Chamada Pública e em outubro de 2021 foi publicado um comunicado informando que foram
recebidas 7 propostas, sendo que 6 destas foram habilitadas a prossegui no processo de seleção
e contratação.

Em 2017 a Embasa se tornou a segunda companhia de saneamento do Brasil a migrar para o


Mercado Livre de Energia (ACL). No ambiente de contratação livre o consumidor tem a opção de
escolher a empresa fornecedora de energia, preço a ser pago, período de contratação e eventuais
flexibilidades, conforme as suas necessidades. Incialmente a prestadora de serviços começou com
30% de seu consumo ACL e já há previsão contratual de em 2022 alcançar 52% de seu consumo
neste ambiente de contratação de energia (EMBASA, 2021).

6.4.1.2.2 Eficiência Técnico-Operacional

O indicador dessa subcategoria irá contemplar o índice de tratamento do esgoto coletado (IN016).

Índice de tratamento do esgoto coletado

O índice de tratamento de esgoto (EE2) corresponde ao indicador IN016 do Snis (2019) e é


calculado pela soma do volume de esgotos tratados (ES006), volume de esgotos importado tratado
nas instalações do importador (ES014) e volume de esgotos exportado tratado nas instalações do
importador (ES015), dividido pelo volume de esgotos coletado (ES005) acrescido do volume de
esgotos bruto importado (ES013). O resultado é multiplicado por 100 para converter a unidade para
percentual.

Na 2015 a 2019. A análise do indicador de tratamento de esgoto permite uma melhor compreensão
da eficiência operacional do sistema, uma vez que de acordo com o Plansab, para ser considerado
com atendimento adequado o serviço de esgotamento sanitário deve ser composto por coleta de
esgoto seguida de tratamento e/ou fossa com pós tratamento. O índice de tratamento de esgoto
(IN016) tem o intuito de avaliar quanto do volume coletado possui destinação adequada
(tratamento).

Tabela 64 são apresentados os índices de tratamento de esgoto no sistema de esgotamento


sanitário do município de Salvador durante o período de 2015 a 2019. A análise do indicador de
tratamento de esgoto permite uma melhor compreensão da eficiência operacional do sistema, uma
vez que de acordo com o Plansab, para ser considerado com atendimento adequado o serviço de
esgotamento sanitário deve ser composto por coleta de esgoto seguida de tratamento e/ou fossa
com pós tratamento. O índice de tratamento de esgoto (IN016) tem o intuito de avaliar quanto do
volume coletado possui destinação adequada (tratamento).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
511
Tabela 64 – Série histórica do índice de tratamento de esgoto.
PMSBI EE2
Snis IN016
Ano Índice de tratamento de esgoto (%)
2015 99,56
2016 100
2017 99,66
2018 98,91
2019 97,98
Fonte: Snis, 2019.

Uma análise geral da série histórica em Salvador aponta para uma diminuição do índice de
tratamento de esgoto entre os anos de 2016 e 2019, retratando uma tendência clara de
agravamento.

Ressalta-se que foi solicitado esclarecimento à Embasa em relação aos resultados no indicador
IN016 no Snis, visto que na caracterização do SES existente não foi identificado a que se refere o
% remanescente dos esgotos que não são encaminhados ao devido tratamento, que variou entre
0,44% em 2015 e 2,24% em 2020, entretanto não foi recebida uma resposta em relação ao
questionamento.

Destaca-se também que a forma de cálculo desse indicador envolve uma estimativa do volume de
esgoto coletado (ES005), visto que não é possível medi-lo. De acordo com o glossário de
informações do Snis, em geral esse volume é considerado como sendo de 80% a 85% do volume
de água consumido na mesma economia. Portanto, a depender da estimativa realizada para o
volume de esgoto coletado, pode haver uma grande distorção neste indicador.

6.4.1.2.3 Eficiência de Pessoal

O porte do prestador de serviço também influencia na eficiência de escala, seja em suprimentos ou


mão-de-obra alocada para a prestação. Para isso serão avaliados nessa subcategoria tanto a
produtividade dos funcionários envolvidos com a prestação do serviço, quanto a representatividade
das despesas com pessoal em relação às despesas totais do abastecimento de água e
esgotamento sanitário, visto que no Snis não constam informações separadas para cada um dos
serviços.

Em 2020, de acordo com o Snis, havia 1.040,54 economias ativas de água e esgoto para cada
empregado próprio da Embasa, enquanto das despesas totais com os serviços (DTS) 40,35% foram
relativas as despesas com pessoal próprio e com serviços de terceiros.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
512
Considerando os dados dos últimos 5 anos (Tabela 65) não é possível observar nenhuma
estabilidade clara, nem de melhoria ou agravamento, para esses indicadores, estando eles no que
o Snis considera de cenário irregular.

Considerando a série histórica, se verifica um cenário de estabilidade irregular para a incidência


das despesas e um agravamento irregular para o índice de produtividade: economias ativas por
pessoal próprio.

Tabela 65 – Série histórica eficiência de pessoal.


PMSBI EAE1 EAE2
Snis IN002 IN007
Índice de produtividade: economias ativas
Incidência da desp. de pessoal e de serv. de
Ano por pessoal próprio
terc. nas despesas totais com os serviços (%)
(economias/empregado)
2016 1.317,67 38,17
2017 1.340,87 39,23
2018 1.380,13 38,86
2019 1.129,84 39,04
2020 1.040,54 40,35
Fonte: Snis, 2020.

Quando comparada às outras capitais do Nordeste, Salvador apresentou o segundo maior número
de economias ativas por empregador, sendo Fortaleza o município com maior quantidade (2.933,53
economias/empregado) e São Luís com menor quantidade (383,15 economias/empregado). No que
concerne à incidência de despesas de pessoal e de serviços de terceiros nas despesas totais com
os serviços (IN007), do ano de 2020 as capitais do Nordeste apresentaram uma mediana de
48,40%, sendo que Fortaleza foi a capital com menor percentual (31,30%) e João Pessoa a de
maior (58,82%), como pode ser observado na Figura 294.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
513
Figura 294 - Comparação da eficiência de pessoal entre as capitais do Nordeste

Fonte: Snis, 2020.

6.4.1.3 Sustentabilidade Econômico-Financeira

O artigo 29 da Lei Federal nº 11.445/2007 assegura a eficiência e sustentabilidade econômica dos


serviços públicos de saneamento básico por meio de remuneração pela cobrança dos serviços, e,
quando necessário, por outras formas adicionais, como subsídios ou subvenções.

Nesta categoria estão incluídos indicadores que retratam a sustentabilidade econômico-


financeira dos serviços de abastecimento de água prestados no município de Salvador, além de
indicadores relativos ao princípio da modicidade tarifária.

6.4.1.3.1 Sustentabilidade Econômico-Financeira

Nesta subcategoria são avaliados 3 indicadores do Snis, sendo que dois deles (IN012 e IN029) são
referentes aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário juntos.

O indicador de desempenho financeiro (IN012) avalia se os serviços de abastecimento de água e


esgotamento sanitário são superavitários ou deficitários. Analisando os dados dos últimos 5 anos,
observa-se que os valores cobrados têm sido suficientes para cobrir as despesas com a prestação
dos serviços, e, portanto, os serviços são superavitários.

O índice de evasão de receitas (IN029) avalia qual percentual da receita operacional do serviço de
abastecimento de água e esgotamento sanitário não é efetivamente arrecadado pelo prestador de

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
514
serviço. No município, esse índice de inadimplência dos usuários correspondeu a 17,67% das
receitas de 2019.

Considerando os dados da série histórica de ambos os indicadores, não se observa nenhuma


tendência de melhoria, nem agravamento, apenas o cenário irregular. Analisando de forma mais
minuciosa, se verifica que o IN012 apresenta um cenário de agravamento irregular e o IN029 de
melhoria irregular.

A participação da receita operacional direta de esgoto na receita operacional total (IN041)


corresponde ao percentual da receita operacional direta de esgoto em relação à receita operacional
total dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, que foi de 41,84% em 2019.
Nesse caso não cabe uma análise de tendência do cenário, já que a avaliação do histórico individual
de cada sistema traz apenas informações relativas aos anos com maiores ou menores participações
na receita operacional total.

Tabela 66 – Série histórica da sustentabilidade econômico-financeira.


PMSBI SAE1 SAE2 SE1
Snis IN012 IN029 IN041
Participação da receita
Indicador de desempenho Índice de evasão de receitas operacional direta de
Ano
financeiro (%) (%) esgoto na receita
operacional total (%)
2015 107,95 16,78 39,05
2016 102,63 16,61 40,62
2017 102,32 18,36 41,12
2018 109,35 17,97 41,46
2019 107,56 17,67 41,84

Fonte: Snis, 2019.

6.4.1.3.2 Modicidade Tarifária

Os indicadores adotados para avaliar a modicidade tarifária não possuem correspondência no Snis.
O SE2 foi criado para avaliar o impacto na tarifa mínima do esgotamento sanitário no salário mínimo
vigente enquanto o SE3 avalia a fração percentual de usuários residenciais do sistema de
esgotamento sanitário que são contemplados com a tarifa social.

A tarifa mínima mensal para serviço de água cobrada para as residências sociais é de R$ 13,40/mês
(EMBASA, 2021), sendo que a tarifa de esgotamento sanitário é fixada em porcentagem sobre a
tarifa de água (80% do valor da conta de abastecimento de água para sistemas convencionais e

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
515
45% para conjuntos habitacionais com sistema próprio operado pela Embasa e sistemas
condominiais), enquanto o salário mínimo é de R$ 1.100,00 em 2021.

Desse modo a prestação do serviço de esgotamento sanitário para o assalariado mínimo representa
0,97% da sua renda mensal para um consumo mínimo de até 6 m³ para as residências sociais
interligadas ao sistema de esgotamento convencional e 0,55% para as residências sociais de
conjuntos habitacionais com sistema próprio operado pela Embasa e sistemas condominiais de
esgotamento sanitário.

Tabela 67 – Série histórica sustentabilidade modicidade tarifária


PMSBI SE2 SE3
Snis - -
Índice de comprometimento do salário Participação das Economias Residenciais
Ano mínimo com a tarifa mínima aplicada no Contempladas com Tarifa Social no Total
esgotamento sanitário (%) das Economias Ativas de Esgoto
2020 - 2,30%
2021 0,97% / 0,55% -
Fonte: Embasa, 2020 e 2021.

Em 2020, a Embasa registrou 19.426 economias habitadas de esgoto contempladas com a tarifa
residencial social das 846.193 economias residenciais habitadas de esgoto, o que corresponde a
uma fração percentual de 2,30% dos usuários residenciais do sistema de esgotamento sanitário
contemplados com a tarifa social no ano de 2020.

6.4.1.4 Sustentabilidade Ambiental

Um dos princípios fundamentais trazidos pela Lei 11.445/2007 e suas posteriores alterações é que
a prestação dos serviços de esgotamento sanitário seja realizada de forma adequada à saúde
pública, a conservação dos recursos naturais e à proteção do meio ambiente. Desta forma, a
sustentabilidade ambiental será avaliada através dos seguintes indicadores:

• Índice de conformidade da qualidade do efluente tratado;


• Índice de adequação do destino final do lodo das ETE;

O índice de conformidade da qualidade do efluente tratado (ME1) visa avaliar se os parâmetros


apresentados pelo efluente tratado estão dentro dos limites estabelecidos pelas outorgas de direito
de uso dos recursos hídricos, assegurando dessa maneira uma sustentabilidade ambiental
desejável.

Esse indicador não tem equivalente no Snis e corresponde ao percentual de amostras cujo resultado
das análises ficaram dentro dos padrões estabelecidos pelas outorgas de direto de uso dos recursos
hídricos.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
516
Atualmente apenas a ETE Couto Maia dispõe de parâmetros de lançamento definidos em outorga,
as demais ETE dos sistemas descentralizados estão em processo de regularização ambiental.
Sendo assim, não foi possível calcular o índice de conformidade da qualidade do efluente tratado
das ETE do sistema de esgotamento sanitário de Salvador. Ressalta-se que no item 6.4.3
apresenta-se os dados detalhados sobre o monitoramento realizado nas ECP e ETE que compõe
o SES de Salvador.

Com as análises fornecidas pela Embasa para a ETE Couto Maia só foi possível avaliar o resultado
referente a remoção de DBO que apresentou índice de 83% de remoção, no entanto sem os demais
parâmetros não foi possível avaliar se o efluente tratado está em conformidade com os parâmetros
da Resolução n°430 do Conama, citada na licença ambiental da ETE Couto Maia.

O índice de adequação do destino final do lodo das ETE (ME2) corresponde à fração percentual de
lodo produzido pelas ETE que recebem destinação adequada. Sendo considerado destino
ambientalmente adequando aqueles aprovados pelos órgãos ambientais responsáveis pelo
licenciamento.

Todas as ETE que atendem Salvador destinam o lodo de maneira ambientalmente adequada, uma
vez que o lodo é encaminhando para as ECP, que de acordo com as licenças ambientais
n°17.116/18 (Portaria Inema), 1.353/2016 (Licença de Operação Ibama para SDO Rio Vermelho) e
1.049/2011 (Licença de Operação Ibama para SDO Jaguaribe) estão aptas a receber esse resíduo
gerado em todas as ETE do sistema de esgotamento sanitário de Salvador.

Tabela 68 – Série histórica do índice de adequação do destino final do lodo das ETE.
Ano
ETE
2019
Águas Claras 100%
Alto do Ipiranga 100%
Asa 100%
Baixa Fria 100%
Belo Jardim 100%
Boca da Mata 100%
Bosque das Mangueiras I 100%
Bosque das Mangueiras II 100%
Bosque do Aeroporto 100%
Cajazeiras VI –TQ 2 100%
Cajazeiras VII 100%
Cajazeiras VIII – TQ 1 100%
Cajazeiras VIII – TQ 2 100%
Cajazeiras X - 1 100%
Cajazeiras X – 2 100%
Cajazeiras XI 100%

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Ano
ETE
2019
Cajazeiras XI – Remanescente 100%
Calabetão de Baixo 100%
Casas do Metrô 100%
Castelo Branco II e II A 100%
Castelo Branco III 100%
Cohajor 100%
Couto Maia 100%
Derba 100%
Dois De Julho 100%
Eunice Weaver 100%
Fazenda Grande II 100%
Flamboyants 100%
Sítio Isabel (Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 1 E 2) 100%
Uasb (1,1a; 4, 4a) (Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 1 E 2) 100%
Uasb (2, 2a E 3) (Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 1 E 2) 100%
UASB (5 E 5a) (Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 1 E 2) 100%
Lagoa 1 E 2 (Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 1 E 2) 100%
UASB 6 (Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 3 E 4) 100%
Lagoa 3 E 4 (Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 3 E 4) 100%
UASB 7 (Sistema Fazenda Grande Iv Lagoa 5) 100%
UASB 8 (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 5) 100%
Uasb 11 (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 5) 100%
Uasb 12 (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 5) 100%
Uasb - Remanescente (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 5) 100%
Lagoa 5 (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 5) 100%
Lagoa 6 (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 6) 100%
UASB 9, 9A, 10, 10A e 13) (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 6) 100%
UASB 14 (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 6) 100%
Hildete França 100%
Maré / Itaparica 100%
Irmã Dulce 100%
Jaguaribe II 100%
Jaguaripe I 100%
Jardim Girassóis 100%
Jardim Limeira 100%
Jardim Mangabeira 100%
João De Barro 100%
Mata Atlântica II 100%
Mirante De Águas Claras 100%
Mirante De Trobogi 100%
Mocambo 100%
Morada Bela 100%
Morada Do Atlântico 100%
Muriçoca 100%

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
518
Ano
ETE
2019
Nossa Senhora Da Vitória 100%
Nova Esperança Life 100%
Novo Horizonte 100%
Paralela Park 100%
Parque Das Bandeirantes 100%
Recanto dos Pássaros I 100%
São Bernardo 100%
São Cristovão 100%
São Francisco / Santa Clara 100%
São Lourenço 100%
São Marcos 100%
São Paulo 100%
Sete De Abril 100%
Silvio Leal 100%
Verde Vida 100%
Vila Das Palmeiras 100%
Vila Do Bosque 100%
Vila Dos Coqueiros 100%
Vila Mariana 100%
Vila Rita 100%
Vila Serena 100%
Viña Delmar 100%
Vista do Vale 100%
Vivenda Do Ipitanga 100%
Vivendas Do Rio 100%
Walter Baraúna 100%
Fonte: Embasa, 2021.

O indicador ME2 do PMSBI corresponde ao indicador IEA17 do Manual de Fiscalização da Agersa


(2021). De acordo com a Agersa, quando há destinação adequada de 100% do lodo produzido o
índice é classificado como bom, quando é destinado de 75% a 99,99% é classificado como mediano
e abaixo de 75% é considerado ruim. Sendo assim, em Salvador esse indicador foi avaliado como
bom, já que todo lodo produzido possui destino ambientalmente adequado.

6.4.2 ANÁLISE DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DAS ESTRUTURAS

A análise do estado de conservação das estruturas existentes no sistema de esgotamento sanitário


está relacionada diretamente com as informações obtidas por meio das visitas técnicas realizadas.

A seguir apresenta-se um resumo da avaliação realizada em cada tipo de unidade que compõe o
sistema de esgotamento sanitário de Salvador (EEE, ETE e ECP) em relação ao estado geral de
conservação das estruturas. A classificação foi feita em quatro categorias: Bom, Regular, Precário

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
519
e Ruim, correspondendo Bom ao melhor indicador e Ruim ao pior. Para cada classificação foram
atribuídas as cores apresentadas no Quadro 55.

A classificação em relação ao estado de conservação foi definida em função das observações


realizadas nas visitas técnicas, conforme pode ser observado nas fichas técnicas das visitas que
são apresentadas no Apêndice A.

Quadro 55 – Legenda para avaliação do estado de conservação das estruturas existentes


Legenda
Bom
Regular
Precário
Ruim
Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

6.4.2.1 Estações Elevatórias de Esgoto (EEE)

No trabalho de campo foram visitadas 57 das 182 EEE existentes no sistema de esgotamento
sanitário de Salvador. Conforme já detalhado anteriormente, a escolha das EEE visitadas teve como
premissa a vazão de bombeamento, sendo adotado como faixa de corte vazões iguais ou superiores
a 50 L/s, com exceção para as EEE das Ilhas que foram todas visitadas independente do seu porte.

Em determinadas situações, por conta da vulnerabilidade social, não foi possível visitar todas as
EEE previstas e nesses casos as EEE não visitadas foram substituídas por outras de menor porte.
As informações detalhadas referentes a cada EEE visitada estão apresentadas no Apêndice A e
nos quadros apresentados anteriormente no item 6.2.1.1.1 e no item 6.2.1.2.1.

O resultado da avaliação em relação ao estado de conservação geral das EEE visitadas está
sintetizado no Quadro 56 (SES Principal) e no Quadro 57 (SES Paramana, Ponta de Nossa Senhora
e Bom Jesus dos Passos), com a classificação em Bom, Regular, Precário e Ruim, correspondendo
Bom ao melhor indicador e Ruim ao pior.

Quadro 56 - Resumo do estado de conservação das EEE do SES Principal de Salvador


Estado geral de
Nome Sistema Bacia
conservação
EEE AEROCLUBE SAN MARCO Rio Vermelho Armação Regular
EEE ARMAÇÃO 2004 DEL REY Rio Vermelho Armação Regular
EEE BARRA Rio Vermelho Barra Regular
EEE FABAC Rio Vermelho Pituba Precário
EEE ONDINA Rio Vermelho Barra Regular
EEE PITUBA Rio Vermelho Pituba Regular
EEE PRAIA AEROCLUBE Rio Vermelho Armação Precário
EEE SANTA MARIA Rio Vermelho Barra Regular

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
520
Estado geral de
Nome Sistema Bacia
conservação
EEE 2º DISTRITO NAVAL Rio Vermelho Comércio Regular
EEE B33 CASA DO COMÉRCIO Rio Vermelho Pernambués Regular
EEE CIDADE NOVA Rio Vermelho Rio das tripas Precário
EEE CM / TR ÁGUA DE MENINO Rio Vermelho Comércio Ruim
EEE CM III MOINHO DA BAHIA Rio Vermelho Comércio Precário
EEE CM IV.2 SOLAR DO UNHÃO Rio Vermelho Comércio Regular
EEE CM IV.3 PRAÇA CAIRU Rio Vermelho Comércio Precário
EEE DISMEL Rio Vermelho Pernambués Regular
EEE MC-1 MARTINIANO BONFIM Rio Vermelho Médio Camarajipe Sem Acesso
EEE SHOPPING SALVADOR Rio Vermelho Pernambués Regular
EEE CO/LO - COBRE Rio Vermelho Cobre Regular
EEE LO/CF EE LOBATO Rio Vermelho Lobato Regular
EEE MANGUEIRAS III Rio Vermelho Península Regular
EEE MANGUEIRAS Rio Vermelho Península Precário
EEE NOVOS ALAGADOS Rio Vermelho Península Bom
EEE PN / CM ROMA Rio Vermelho Península Precário
EEE V1 CAMPO DE FUTEBOL Rio Vermelho Península Precário
EEE-II-2 MANGUEIRAS Rio Vermelho Península Precário
EEE-XII OUTLET CENTER Rio Vermelho Comércio Regular
EEE ARATU MACACO Rio Vermelho Macaco Ruim
EEE PP3 ITACARANHA Rio Vermelho Periperi Precário
EEE AT-1 PONTO DE ÔNIBUS Rio Vermelho Aratu Precário
EEE AT/PA PRAÇA SÃO TOMÉ Rio Vermelho Aratu Bom
EEE CEASA PARIPE Rio Vermelho Paripe Ruim
EEE COUTOS Rio Vermelho Macaco Bom
EEE PA1 TUBARÃO Rio Vermelho Paripe Regular
EEE PA/PP SESI Rio Vermelho Paripe Regular
EEE PP2 PRAIA GRANDE Rio Vermelho Periperi Precário
EEE PP6 VISTA ALEGRE Rio Vermelho Periperi Precário
EEE ESCADA (PP7) Rio Vermelho Periperi Regular
EEE RUA SETUBAL Rio Vermelho Paripe Precário
EEE FINAL / PRINCIPAL (ALTO PITUAÇU) Jaguaribe Baixo Pituaçu Regular
EEE FL-01 Jaguaribe Flamengo Precário
EEE MG-1 ACALANTO Jaguaribe Mangabeira Bom
EEE-PV PASSA VACA Jaguaribe Baixo Jaguaribe Regular
EEE RUA G Jaguaribe Itapuã Regular
EEE SABOEIRO Jaguaribe Saboeiro Bom
EEE SÃO CRISTOVÃO II Jaguaribe Médio Ipitanga Regular
EEE STELLA MARIS Jaguaribe Itapuã Regular
EEE-TM TROBOGY Jaguaribe Baixo Jaguaribe Regular
Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

Quadro 57 - Resumo do estado de conservação das EEE dos SES das Ilhas de Salvador
Estado geral de
Nome Sistema Bacia
conservação
EE-2 - Bom Jesus dos Passos Bom Jesus dos Passos 2 Ruim
EE-3 - Bom Jesus dos Passos Bom Jesus dos Passos 3 Regular

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
521
Estado geral de
Nome Sistema Bacia
conservação
EE-4 - Bom Jesus dos Passos Bom Jesus dos Passos 4 Precário
EE-5 - Bom Jesus dos Passos Bom Jesus dos Passos 5 Regular
EE-1 - Ponta de Nossa Senhora Ponta de Nossa Senhora Ponta de Nossa Senhora Regular
EE-3 - Costa de Fora Paramana 3 Bom
EE-4 - Torto Paramana 4 Bom
EE-5 - Paramana Paramana 5 Bom
EE-6 - Final Paramana 6 Bom
Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

6.4.2.2 Estações de Tratamento de Esgoto (ETE)

No trabalho de campo foram visitadas 64 das 76 ETE existentes em Salvador, além das três ETE
existentes nas Ilhas, correspondendo a um total de 73 unidades de tratamento das 89 existentes. A
proposta inicial era de visitar todas as ETE, no entanto, por conta da vulnerabilidade social em
determinadas áreas, 12 ETE não foram visitadas. As informações detalhadas referentes a cada ETE
visitada estão apresentadas no Apêndice A e nos quadros apresentados anteriormente no item
6.2.2

O resultado da avaliação em relação ao estado de conservação geral das ETE visitadas está
sintetizado no Quadro 58, com a classificação em Bom, Regular, Precário e Ruim,
correspondendo Bom ao melhor indicador e Ruim ao pior.

Quadro 58 - Resumo do estado de conservação das ETE dos sistemas descentralizados de


Salvador
Nome Estado geral de conservação
Fazenda Grande II Precário
Hildete França Precário
Jaguaribe II Regular
Jaguaripe I Ruim
Jardim Mangabeira Regular
Lagoa 6 (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 6) Regular
UASB 14 (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 6) Ruim
Verde Vida Precário
Vila Mariana Regular
Vivenda Do Ipitanga Regular
Boca da Mata Regular
Cajazeiras X - 1 Precário
Cajazeiras XI – Remanescente Precário
Couto Maia Bom
Vivenda Do Ipitanga Regular
Vista do Vale Regular

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
522
Nome Estado geral de conservação
Mocambo Precário
São Lourenço Regular
São Paulo Regular
Bosque das Mangueiras I Regular
Bosque das Mangueiras II Regular
Dois de Julho Bom
Águas Claras Regular
Derba Precário
Eunice Weaver Regular
Irmã Dulce Ruim
João de Barro Precário
Maré / Itaparica Precário
Mirante de Águas Claras Regular
Alto do Ipiranga Precário
Calabetão de Baixo Ruim
Casa do Metrô Ruim
Castelo Branco II e II A Regular
Castelo Branco III Ruim
São Cristovão Ruim
São Francisco / Santa Clara Precário
Vila das Palmeiras Ruim
Vila Dos Coqueiros Regular
Vila Rita Regular
Vila Serena Precário
Viña Delmar Ruim
Lagoa 5 (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 5) Regular
Uasb - Remanescente (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 5) Ruim
Uasb (1,1a; 4, 4a) (Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 1 E 2) Precário
UASB (5 E 5a) (Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 1 E 2) Precário
Uasb 11 (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 5) Regular
Uasb 12 (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 5) Bom
UASB 7 (Sistema Fazenda Grande Iv Lagoa 5) Precário
UASB 8 (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 5) Precário
UASB 9, 9A, 10, 10A e 13) (Sistema Fazenda Grande IV Lagoa 6) Precário
ETE Bom Jesus dos Passos Regular
ETE Paramana Bom
ETE Ponta de Nossa Senhora Precário
Asa Regular
Bosque do Aeroporto Ruim
Cohajor Regular
Jardim Limeira Regular

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
523
Nome Estado geral de conservação
Mata Atlântica II Precário
Mirante De Trobogy Regular
Morada Do Atlântico Regular
Muriçoca Regular
Paralela Park Regular
São Bernado Regular
Vila do Bosque Bom
Vivendas do Rio Precário
Cajazeiras VI –TQ 2 Regular
Silvio Leal Regular
Jardim Girassóis Precário
Morada Bela Regular
Nossa Senhora Da Vitória Regular
Nova Esperança Life Precário
Parque Das Bandeirantes Regular
Recanto dos Pássaros I Regular
São Marcos Regular
Sete De Abril Regular
Walter Baraúna Precário
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

6.4.2.3 Estação de Condicionamento Prévio (ECP):

As duas ECP de Salvador foram visitadas e avaliadas com base na existência de identificação,
cercamento e estado de conservação da infraestrutura (civil, equipamentos mecânicos e elementos
metálicos). As informações detalhadas referentes a cada ECP visitada estão apresentadas no
Apêndice A e nos quadros apresentados anteriormente no item 6.2.1.1.3 e no item 6.2.1.2.3.

O resultado da avaliação em relação ao estado de conservação geral de cada ECP está sintetizado
no Quadro 59, com a classificação em Bom, Regular, Precário e Ruim, correspondendo Bom ao
melhor indicador e Ruim ao pior.

Quadro 59 – Resumo do estado de conservação das ECP do SES Principal de Salvador


Nome Sistema Estado de conservação
ECP Rio Vermelho Rio Vermelho Bom
ECP Jaguaribe Jaguaribe Bom
Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
524
6.4.3 AVALIAÇÃO DO MONITORAMENTO DAS ETE E ECP EXISTENTES

6.4.3.1 Monitoramento da qualidade dos efluentes das ECP

O condicionamento dos esgotos nas ECP do Rio Vermelho e Jaguaribe é composto por
gradeamento, desarenação e peneiramento que tem como objetivo a remoção de sólidos
suspensos, areia e material flotante. A remoção de matéria orgânica e diminuição da concentração
bacteriológica é assegurada pela autodepuração que ocorre no oceano.

De acordo com o que preconiza a resolução Conama N° 430, de 13 de maio de 2011 o lançamento
de esgotos sanitários através de emissário submarino deve ser precedido de tratamento que atenda
minimamente os seguintes padrões:

• pH entre 5 e 9;
• temperatura inferior a 40°C, sendo que a variação de temperatura do corpo receptor não
deverá exceder a 3°C no limite da zona de mistura;
• após desarenação;
• sólidos grosseiros e materiais flutuantes: virtualmente ausentes; e
• sólidos em suspensão totais: eficiência mínima de remoção de 20%, após a desarenação.

Além desses padrões após a zona de mistura o efluente deve atender aos padrões da classe do
corpo receptor e padrão de balneabilidade, de acordo com as normas e legislação vigentes.

No ano de 2019 foram feitas 125 análises no efluente da ECP Rio Vermelho, sendo 51 na saída do
gradeamento,50 na entrada das peneiras, 5 na saída das peneiras e 19 no barrilete de saída. Os
parâmetros avaliados bem como a quantidade de análises com resultados fornecidas pela Embasa
foram:

• Alcalinidade total (37 das 125 análises com resultados);


• DBO5 (33 das 125 análises com resultados);
• DQO (37 das 125 análises com resultados);
• Fósforo total (37 das 125 análises com resultados);
• Amônia (18 das 125 análises com resultados);
• Nitrogênio Amoniacal (19 das 125 análises com resultados);
• Óleos e graxas (37 das 125 análises com resultados);
• pH (37 das 125 análises com resultados);
• Sólidos sedimentáveis (124 das 125 análises com resultados);
• Sólidos em suspensão (120 das 125 análises com resultados); e
• Coliformes Termotolerantes (55 das 125 análises com resultados).

Como pode ser observado nas análises fornecidas há um elevado índice de análises sem
resultados, com destaque para os parâmetros amônia e nitrogênio amoniacal. O maior índice de
análises com resultados ocorre para sólidos sedimentáveis e sólidos em suspensão.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
525
No que se refere a conformidade dos parâmetros adotados pela Resolução Conama 430 para
lançamento em emissário submarino, no ano de 2019 a ECP Rio Vermelho apresentou todos os
resultados de pH adequados. Ainda que possua desarenador, o mesmo não está operando de
maneira adequada, haja vista que apenas 20% dos resultados de eficiência de remoção de sólidos
em suspensão apresentaram valores adequados.

Devido à falta de informação não foi possível avaliar os parâmetros de temperatura e existência de
sólidos grosseiros e materiais flutuantes.

A concentração média de DBO5 do esgoto bruto da ECP Rio Vermelho é de 160 mg/l, valor muito
inferior se comparado com a concentração média de DBO5 (220 mg/l) apresentada pela literatura
para efluentes domésticos. Esse resultado reforça as informações citadas anteriormente sobre o
uso indiscriminado de CTS no município de Salvador, uma vez que o efluente doméstico é diluído
através das águas fluviais e pluviais que são direcionadas para o sistema de esgotamento sanitário.

Como não foram apresentadas análises no ponto de lançamento do emissário submarino da ECP
Rio Vermelho não foi possível avaliar se a autodepuração está ocorrendo de forma adequada.

Na ECP Jaguaribe é feita uma análise por mês no efluente de saída da ECP e a Embasa forneceu
a série histórica das análises feitas no ano de 2020. O monitoramento da análise do esgoto
processado na ECP faz parte do Quadro de indicadores de desempenho (QID), os quais servem de
base para o cálculo da parcela variável da contraprestação mensal devida pela Embasa à
contratada e tem como principal característica evidenciar os serviços prestados sob o ponto de vista
ambiental.

Os parâmetros avaliados no efluente de saída da ECP Jaguaribe são:

• pH;
• DBO;
• DQO;
• Nitrogênio amoniacal;
• Fósforo total;
• Óleos e graxas;
• Sólidos totais;
• Sólidos suspensos;
• Sólidos sedimentáveis;
• Coliformes termotolerantes e enterococos;
• Cobre;
• Zinco;
• Mercúrio; e
• Cromo.

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526
No que diz respeito ao enquadramento das análises do efluente da ECP Jaguaribe, com base na
resolução Conama N° 430, temos que no quesito temperatura e pH todas as amostras estão
adequadas, como pode ser observado na Tabela 69.

Tabela 69 – Resultados das análises de temperatura e pH na saída do efluente da ECP


Jaguaribe.
Mês Temperatura (°C) pH
Janeiro 29,9 7,01
Fevereiro 30 7,52
Março - -
Abril 29,9 7,73
Maio 26,9 7,72
Junho 27,1 7,07
Julho 26,8 7,14
Agosto 25,7 7,54
Setembro 26,8 6,54
Outubro 29,4 7,45
Novembro 27,2 7,98
Dezembro 32,7 7,29
Fonte: Embasa, 2020.

Os parâmetros de sólidos grosseiros e flutuantes não foram avaliados, pois essas análises não
foram apresentadas. Além disso, como apenas o efluente da saída é analisado não foi possível
avaliar se após a desarenação está havendo eficiência de mínima de 20% na remoção de sólidos
suspensos.

Como não foram apresentadas análises no ponto de lançamento do emissário submarino da ECP
Jaguaribe não foi possível avaliar se a autodepuração está ocorrendo de forma adequada.

6.4.3.2 Monitoramento da eficiência de tratamento das ETE existentes

O tratamento dos esgotos visa a redução da matéria orgânica, dos nutrientes e a desinfecção. Tais
objetivos são de suma importância para a manutenção da qualidade ambiental e da saúde da
população. As informações obtidas sobre a eficiência do tratamento das ETE de Salvador se
referem apenas a redução de matéria orgânica, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO).

As análises dos efluentes bruto e final são coletadas uma vez por mês, a amostra de esgoto bruto
é coletada no tratamento preliminar e a do efluente final no PV de saída. Nos casos em que mais
de um UASB contribui para uma lagoa é feito uma média da DBO de entrada de cada UASB, para
posteriormente calcular a eficiência total do sistema.

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527
A Embasa avalia os parâmetros de: Coliformes Termotolerantes, Cloro, Flúor, DQO, Fósforo Total,
pH, Sólidos Sedimentáveis, Sólidos em suspensão, temperatura do efluente e temperatura do ar no
efluente bruto e efluente final. No ano de 2019 foram feitas 1.507 análises, sendo 807 no efluente
bruto e 700 no efluente tratado, divididas entre 61 ETE.

Atualmente apenas a ETE Couto Maia dispõe de parâmetros de lançamento definidos em outorga,
as demais ETE dos sistemas descentralizados estão em processo de regularização ambiental. No
entanto ainda que sem outorga de lançamento para as ETE a Embasa adota como critério de
avaliação as resoluções n° 357 e 430 do Conama.

Conforme indicado na resolução Conama N° 430, de 13 de maio de 2011 o padrão de lançamento


de efluentes devem obedecer no mínimo aos seguintes padrões:

• pH entre 5 e 9;
• temperatura inferior a 40°C, sendo que a variação de temperatura do corpo receptor não
deverá exceder a 3°C no limite da zona de mistura;
• materiais sedimentáveis: até 1 mL/L em teste de 1 hora em cone Inmhoff. Para lançamento
em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula os materiais
sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;
• regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vez a vazão média do período de
atividade diária do agente poluidor, exceto nos casos permitidos pela autoridade
competente.
• óleos e graxas: minerais até 20mg/L; vegetais e gordura animais até 50 mg/L;
• ausência de materiais flutuantes; e
• Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO 5 dias a 20°C): remoção mínima de 60% de DBO
sendo que este limite só poderá ser reduzido no caso de existência de estudo de
autodepuração do corpo hídrico que comprove atendimento às metas do enquadramento do
corpo receptor.

Na resolução Conama n°357 de 17 de março de 2005, considerando águas doces classe 2, estão
previstos os seguintes padrões:

• não será permitida a presença de corantes provenientes de fontes antrópicas que não sejam
removíveis por processo de coagulação, sedimentação e filtração convencionais;
• coliformes termotolerantes: para uso de recreação de contato primário deverá ser obedecida
a Resolução Conama n° 274, de 2000. Para os demais usos, não deverá ser excedido um
limite de 1.000 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos
6 (seis) amostras coletadas durante o período de um ano, com frequência bimestral. A E.
coli poderá ser determinada em substituição ao parâmetro coliforme termotolerantes de
acordo com limites estabelecidos pelo órgão ambiental competente;
• cor verdadeira: até 75 mg Pt/L;
• turbidez: até 100 UNT;
• DBO 5 dias a 20°C até 5 mg/L O2;
• OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg/L O2;

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528
• clorofila a: até 30 ìg/L;
• densidade de cianobactérias: até 50000 cel/mL ou 5 mm3/L
• fósforo total: até 0,030 mg/L em ambientes lênticos e 0,050 mg/L em ambientes
intermediários, com tempo de residência entre 2 e 40 dias, e tributários diretos de ambiente
lêntico.

Diante do exposto, na Tabela 70 está apresentada a classificação dos resultados dos parâmetros
das análises das amostras do efluente final das ETE de Salvador, com base na Resolução Conama
n°430 e Conama n°357 (águas doces classe 2). Apesar do grande número de análises, os
resultados apresentados só permitiram avaliar a situação da remoção mínima de DBO, existência
ou não de material flutuante, temperatura e coliformes termotolerantes no efluente final.

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529
Tabela 70 – Classificação dos resultados dos parâmetros das análises do efluente final das ETE de Salvador no ano de 2019, com base na
Resolução Conama 357 e Conama 430.
Quantidade de análises
Temperatura Ambiente Coliformes Termotolerantes
Remoção de DBO (%) Material Flutuante
ETE (ºC) (NMP/100mL)
Em Não Em Não Em Não Em Não
Total conformid conformid Total conform confor Total conform conformid Total conform conform
ade ade idade midade idade ade idade idade
ETE Águas Claras 2 2 0 12 7 5 12 12 0 6 0 6
ETE Alto do Ipiranga 10 10 0 11 8 3 11 11 0 6 0 6
ETE ASA 3 2 1 9 7 2 9 9 0 7 0 7
ETE Baixa Fria 1 1 0 6 6 0 6 6 0 6 0 6
ETE Belo Jardim 2 2 0 12 8 4 12 12 0 7 0 7
ETE Boca da Mata 3 1 2 12 8 4 12 12 0 6 0 6
ETE Bosque das Mangueiras I 0 0 0 6 5 1 6 6 0 6 0 6
ETE Bosque das Mangueiras II 1 1 0 9 5 4 9 9 0 6 0 6
ETE Cajazeira VI - Tanque II 2 1 1 12 7 5 12 12 0 5 0 5
ETE Cajazeira VII 0 0 0 12 6 6 12 12 0 6 0 6
ETE Cajazeira X - I 2 2 0 12 2 10 12 12 0 6 0 6
ETE Cajazeira X - II 2 2 0 12 2 10 12 12 0 6 0 6
ETE Cajazeira XI 1 1 0 8 2 6 8 8 0 2 1 1
ETE Cajazeira XI -
7 6 1 11 3 8 11 11 0 5 0 5
Remanescente
ETE Castelo Branco II 10 9 1 12 6 6 12 12 0 6 1 5
ETE Castelo Branco III 10 7 3 12 5 7 12 12 0 5 0 5
ETE COHAJOR 13 5 8 13 11 2 13 13 0 5 0 5
ETE DERBA 11 11 0 12 4 8 12 12 0 6 0 6
ETE Dois de Julho 7 7 0 12 11 1 12 12 0 6 0 6

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530
Quantidade de análises
Temperatura Ambiente Coliformes Termotolerantes
Remoção de DBO (%) Material Flutuante
ETE (ºC) (NMP/100mL)
Em Não Em Não Em Não Em Não
Total conformid conformid Total conform confor Total conform conformid Total conform conform
ade ade idade midade idade ade idade idade
ETE Eunice Weaver 2 2 0 7 4 3 7 7 0 5 0 5
ETE Fazenda Grande II 9 9 0 22 16 6 22 22 0 12 0 12
ETE Fazenda Grande IV 9 9 0 47 10 37 47 47 0 23 0 23
ETE Hildete França 12 11 1 12 9 3 12 12 0 6 0 6
ETE Instituto Couto Maia 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ETE Irmã Dulce 10 10 0 12 8 4 12 12 0 5 0 5
ETE Jaguaribe II 2 2 0 12 5 7 12 12 0 6 0 6
ETE Jaguaripe I 3 2 1 12 8 4 12 12 0 5 0 5
ETE Jardim Girassóis 2 2 0 12 8 4 12 12 0 6 0 6
ETE Jardim Limeira I 11 9 2 12 5 7 12 12 0 7 0 7
ETE Jardim Mangabeiras 7 7 0 10 8 2 10 10 0 4 0 4
ETE João de Barro 2 1 1 12 8 4 12 12 0 6 0 6
ETE Maré / Itaparica 4 3 1 0 0 0 4 4 0 3 0 3
ETE Mata Atlântica II 2 2 0 8 6 2 8 8 0 7 0 7
ETE Mirante de Águas Claras 10 5 5 12 9 3 12 12 0 5 0 5
ETE Mirante de Trobogi 12 4 8 14 13 1 14 14 0 7 0 7
ETE Mocambo 12 12 0 12 1 11 12 12 0 6 0 6
ETE Moradas do Atlântico 9 4 5 12 10 2 12 12 0 6 0 6
ETE Muriçoca 11 11 0 12 10 2 12 12 0 6 0 6
ETE Nossa Senhora da Vitória 2 1 1 9 5 4 9 9 0 7 0 7
ETE Nova Esperança Life 2 2 0 12 8 4 12 12 0 6 0 6
ETE Novo Horizonte 1 1 0 3 2 1 3 3 0 0 0 0

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Quantidade de análises
Temperatura Ambiente Coliformes Termotolerantes
Remoção de DBO (%) Material Flutuante
ETE (ºC) (NMP/100mL)
Em Não Em Não Em Não Em Não
Total conformid conformid Total conform confor Total conform conformid Total conform conform
ade ade idade midade idade ade idade idade
ETE Paralela Park 12 12 0 12 6 6 12 12 0 5 0 5
ETE Parque das Bandeirantes 10 10 0 12 8 4 12 12 0 6 0 6
ETE São Bernardo 8 8 0 8 5 3 8 8 0 7 0 7
ETE São Cristóvão II 5 4 1 12 9 3 12 12 0 6 0 6
ETE São Francisco / Santa Clara 3 3 0 12 9 3 12 12 0 4 0 4
ETE São Lourenço 1 1 0 4 3 1 5 5 0 4 0 4
ETE São Paulo 1 0 1 6 5 1 6 6 0 4 0 4
ETE Sete de Abril 3 0 3 11 8 3 11 11 0 6 0 6
ETE Sílvio Leal 2 2 0 12 5 7 12 12 0 6 0 6
ETE Sítio Isabel 1 1 0 12 6 6 12 12 0 5 0 5
ETE Verde Vida 12 11 1 12 11 1 12 12 0 6 0 6
ETE Vila do Bosque 10 9 1 12 9 3 12 12 0 6 0 6
ETE Vila Mariana 12 8 4 12 11 1 12 12 0 5 0 5
ETE Vila Rita 2 2 0 12 8 4 12 12 0 6 0 6
ETE Vila Serena (Trobogi) 4 4 0 5 3 2 5 5 0 5 0 5
ETE Viña Del Mar 2 1 1 12 7 5 12 12 0 6 0 6
ETE Vista do Vale 8 8 0 11 8 3 11 11 0 6 1 5
ETE Vivenda de Ipitanga 2 0 2 12 9 3 12 12 0 6 0 6
ETE Vivendas do Rio 2 2 0 12 8 4 12 12 0 4 0 4
ETE Walter Baraúna 2 1 1 12 7 5 12 12 0 4 0 4
Fonte: Embasa, 2019.

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532
Das 324 análises de DBO apenas 57 (17,6%) apresentaram resultados inferiores a 60% de
remoção, essa situação ocorreu em 25 das 61 ETE avaliadas, com destaque negativo para as ETE
São Paulo, Sete de Abril e Vivenda Ipitanga que apresentaram todos os resultados em
desconformidade com a Conama 430. Cabe ressaltar que ainda que os resultados apresentados
registrem baixo índice de não conformidade, 86 análises (26,5%) do efluente tratado registraram
concentrações elevadas de DBO, superiores a 120 mg/L. Sendo assim é importantíssimo avaliar a
capacidade de autodepuração dos corpos receptores das ETE, para saber se os mesmos possuem
capacidade para receber as cargas que estão sendo lançadas.

No quesito material flutuante, apenas a ETE Baixa Fria apresentou todas as análises em
conformidade com os padrões estabelecidos. Esse cenário pode estar sendo ocasionado por
ineficiência do tratamento preliminar ou então por arraste de lodo, que foi uma situação constatada
nas visitas de campo, principalmente em tratamento com UASB.

O parâmetro de temperatura está adequado em 100% das análises executadas.

Apenas 3 das 353 (0,8%) análises de coliformes termotolerantes estavam adequadas, resultado
que corrobora com as situações observadas em campo, onde geralmente não é feita a desinfecção
final do efluente. Na Figura 295 é possível observar graficamente os resultados obtidos nas análises
de qualidade dos efluentes das ETE de Salvador.

Figura 295- Resultados das análises de qualidade dos efluentes das ETE de Salvador no
ano de 2019.

800

700 682 687 687

600
Remoção de DBO (%)
500
411 Material Flutuante
400 353 350
324 Temperatura Ambiente (°C)
300 267 271
Coliformes Termotolerantes
(NMP/100mL)
200

100 57
3 0
0
Total Em conformidade Não conformidade

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533
Fonte: Embasa, 2020

6.4.3.3 Monitoramento dos corpos receptores

A Embasa monitora os corpos receptores através de análises que são feitas em trechos a montante
e jusante dos pontos de lançamento de esgoto das ETE, visando avaliar se esses lançamentos
estão acarretando piora na situação do corpo receptor ou não.

No ano de 2019 a Embasa efetuou 154 análises de corpos receptores em 13 pontos de


monitoramento nas bacias Cambunas e Trobogi, são eles:

• BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante LGFAC05/montante


LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10-10A/11/12/13/14/Rem
• SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do lançamento LGFAC2A -
ETE Castelo Branco II
• SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do lançamento LGFAC2A
- ETE Castelo Branco II
• SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do lançamento LGFAC - ETE
Castelo Branco III
• SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do lançamento LGFAC -
ETE Castelo Branco III
• SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3
• SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2
• SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do lançamento LGFAC02 -
ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / 5-5A
• SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do lançamento LGFAC02
- ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / 5-5A
• SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do lançamento LGFAC04 -
ETE Faz Grande IV - U6
• SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do lançamento LGFAC04
- ETE Faz Grande IV - U6
• SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do lançamento LGFAC05
- ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / Remanescente
• SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do lançamento LGFAC06 -
ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14

As análises feitas contemplam os seguintes parâmetros: condutividade, cor real, DBO5, DQO,
fósforo total (F.tot), amônia, nitrato, nitrito, nitrogênio amoniacal total (NAT), oxigênio dissolvido, pH,
sólido dissolvido, turbidez, coliformes termotolerantes (C.TE.) e material flutuante.

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534
Quadro 60 – Análises corpos receptores.
Condutiv F.TOT Amônia Nitrato Nitrito NAT OD
Cor Real DBO5 DQO Sol.Dis. Turbidez C.TE.
Data Ponto ade (mgP/L (mg (mg NO3- (mg NO2- (mg (mg pH Mat.Flu.
(mgPt/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (NTU) (NMP/100mL)
(Mho/cm) ) NH3/L) N/L) N/L) N/L) OD/L)
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
23/01/19 - 49 - - 2,90 35,2 < 1,5 < 0,1 - 0,22 6,9 396 74,0 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
23/01/19 - 49 - - 4,15 40,1 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 6,7 387 98,3 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
23/01/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 44 - - 3,30 38,8 < 1,5 < 0,1 - 0,24 6,9 407 71,3 - -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
23/01/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 58 - - 4,75 41,7 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 6,9 437 162 - -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
23/01/19 - 47 - - 4,10 41,5 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 7,0 427 140 - -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
29/01/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 743 66 - 141 3,77 23,3 < 1,5 < 0,1 - 2,28 - 389 19,5 - Sim
29/01/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 646 51 - 125 1,70 20,8 < 1,5 < 0,1 - 1,67 - 336 11,5 - Sim
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
31/01/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 68 - - 4,41 32,5 < 1,5 < 0,1 - 0,22 7,0 414 163 - -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
31/01/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 91 - - 2,97 34,5 < 1,5 < 0,1 - 0,41 7,4 416 91,9 - -
5-5A
05/02/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 747 42 36 180 2,41 22,2 < 1,5 < 0,1 - 0,21 - 392 32,1 - Sim
05/02/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 706 34 16 71 1,68 29,7 < 1,5 < 0,1 - 0,79 - 369 14,6 - Sim
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
20/02/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 38 22 - 2,74 32,5 < 1,5 < 0,1 - 1,46 7,0 384 20,2 - -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
20/02/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 67 42 - 3,89 33,5 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 7,2 402 83,8 - -
5-5A
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
20/02/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 93 37 - 4,12 58,9 < 1,5 < 0,1 - 0,20 7,5 399 91,4 - -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
20/02/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 70 54 - 4,62 60,5 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 7,3 427 136 - -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
20/02/19 - 66 51 - 4,18 40,8 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 7,5 429 120 - -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
27/02/19 - 60 72 - 2,32 14,0 < 1,5 0,128 - < 0,1 6,9 408 54,8 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
27/02/19 - 60 1,0E2 - 2,40 14,5 < 1,5 0,132 - < 0,1 7,0 383 62,5 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
12/03/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 761 40 36 115 2,37 25,2 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 - 399 36,5 - Sim
12/03/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 733 31 46 112 2,10 26,8 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 - 384 24,8 - Sim
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
20/03/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 60 43 - 3,98 16,5 < 1,5 < 0,1 - 1,97 7,2 409 73,1 - -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
20/03/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 45 37 - 3,08 26,5 < 1,5 < 0,1 - 0,21 6,9 357 19,0 - -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
20/03/19 - 57 43 - 4,60 19,3 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 7,0 438 93,0 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador

Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3

535
Condutiv F.TOT Amônia Nitrato Nitrito NAT OD
Cor Real DBO5 DQO Sol.Dis. Turbidez C.TE.
Data Ponto ade (mgP/L (mg (mg NO3- (mg NO2- (mg (mg pH Mat.Flu.
(mgPt/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (NTU) (NMP/100mL)
(Mho/cm) ) NH3/L) N/L) N/L) N/L) OD/L)
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
20/03/19 - 30 32 - 8,84 15,1 < 1,5 < 0,1 - 0,11 6,6 363 20,1 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
20/03/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 55 38 - 3,60 26,2 < 1,5 < 0,1 - 1,54 7,1 397 51,4 - -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
20/03/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 61 1,9E2 - 4,30 30,7 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 7,1 428 116 - -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
20/03/19 - 64 1,0E2 - 4,62 37,3 < 1,5 < 0,1 - 0,71 7,2 433 104 - -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
28/03/19 - 56 - - 2,02 15,7 < 1,5 < 0,1 - 0,74 6,8 340 24,5 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
28/03/19 - 40 - - 2,32 19,4 < 1,5 < 0,1 - 0,93 6,8 335 31,0 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
28/03/19 - 42 - - 2,36 21,8 < 1,5 < 0,1 - 1,41 6,9 351 27,8 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
28/03/19 - 47 - - 2,36 20,0 < 1,5 < 0,1 - 1,12 6,9 339 17,8 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
02/04/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 640 47 - 26 2,19 32,7 < 1,5 < 0,1 - 2,73 - 333 28,4 - Sim
02/04/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 507 38 - 34 1,16 20,9 < 1,5 < 0,1 - 1,51 - 260 27,6 - Sim
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
10/04/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 55 - - 3,14 27,4 < 1,5 < 0,1 - 0,65 7,0 345 42,2 - -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
10/04/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 54 - - 3,50 31,9 < 1,5 < 0,1 - 0,80 6,9 353 68,2 - -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
10/04/19 - 54 - - 3,72 27,2 < 1,5 < 0,1 - 1,57 7,0 335 65,9 - -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
22/04/19 - 50 - - 2,60 - < 1,5 0,207 21,0 0,65 6,8 351 32,1 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
22/04/19 - 47 - - 3,36 - < 1,5 < 0,1 27,8 4,02 6,9 358 21,3 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
30/04/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 - - 36 122 - - - - - - - - - - -
30/04/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 - - - 388 - - - - - - - - - - -
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
09/05/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 36 24 - 2,58 - 1,596 < 0,1 29,8 < 0,1 6,8 299 14,7 - -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
09/05/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 100 51 - 3,60 - 1,593 < 0,1 41,0 < 0,1 6,9 368 31,5 - -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
09/05/19 - 43 32 - 2,64 - 1,597 < 0,1 34,7 < 0,1 6,7 339 12,6 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
09/05/19 - 117 1,1E2 - 4,68 - 1,590 < 0,1 50,9 < 0,1 6,8 438 37,8 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
15/05/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 950 116 78 150 6,40 - 1,600 < 0,1 15,9 1,21 - 505 71,6 - Sim
15/05/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 650 26 13 40 1,40 - 1,592 < 0,1 39,3 1,29 - 338 43,6 - Sim
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
22/05/19 - 24 35 - 1,85 - < 1,5 < 0,1 13,0 0,61 6,9 280 50,5 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
22/05/19 - 29 17 - 2,30 - < 1,5 0,113 8,06 8,48 9,7 219 51,7 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador

Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3

536
Condutiv F.TOT Amônia Nitrato Nitrito NAT OD
Cor Real DBO5 DQO Sol.Dis. Turbidez C.TE.
Data Ponto ade (mgP/L (mg (mg NO3- (mg NO2- (mg (mg pH Mat.Flu.
(mgPt/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (NTU) (NMP/100mL)
(Mho/cm) ) NH3/L) N/L) N/L) N/L) OD/L)
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
22/05/19 - 21 17 - 1,50 - < 1,5 0,206 12,2 0,56 7,0 248 25,6 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
22/05/19 - 25 40 - 1,95 - < 1,5 0,180 15,3 0,44 7,0 254 35,1 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
10/06/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 31 20 - 1,16 - < 1,5 < 0,1 8,58 1,93 6,7 177 54,8 - -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
10/06/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 34 15 - 0,94 - < 1,5 < 0,1 6,40 3,65 6,8 143 60,1 - -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
10/06/19 - 29 40 - 2,46 - < 1,5 < 0,1 14,5 < 0,1 6,9 236 345 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
10/06/19 - 19 15 - 0,66 - < 1,5 < 0,1 4,56 2,36 6,8 163 40,5 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
10/06/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 28 64 - 1,66 - < 1,5 < 0,1 9,38 1,39 6,8 186 82,8 - -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
10/06/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 30 33 - 1,76 - < 1,5 < 0,1 10,4 1,23 6,8 199 83,0 - -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
10/06/19 - 34 36 - 1,34 - < 1,5 < 0,1 12,8 3,07 6,9 207 45,1 - -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
13/06/19 - 19 20 - 1,27 - 2,140 0,175 10,2 3,28 7,1 271 35,0 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
13/06/19 - 16 14 - 1,02 - 2,178 0,122 10,4 3,90 7,0 272 27,5 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
13/06/19 - 18 24 - 1,19 - 2,146 0,231 10,1 3,35 7,0 272 28,9 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
13/06/19 - 19 19 - 1,05 - 2,371 0,114 10,4 3,08 7,0 257 24,1 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
27/06/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 661 29 12 62 2,79 - < 1,5 < 0,1 35,4 1,93 - 344 48,3 - Sim
27/06/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 1,05E3 104 54 171 2,66 - < 1,5 < 0,1 83,2 2,22 - 562 43,8 - Sim
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
03/07/19 - 55 92 - 3,08 - < 1,5 < 0,1 20,6 2,12 7,0 341 37,8 4,03E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
03/07/19 - 88 1,5E2 - 4,28 - < 1,5 < 0,1 24,7 < 0,1 6,9 353 57,4 5,22E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
03/07/19 - 51 32 - 3,76 - < 1,5 < 0,1 20,5 1,85 7,2 323 28,6 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
03/07/19 - 47 27 - 3,04 - < 1,5 < 0,1 21,2 2,01 7,1 322 20,7 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
17/07/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 62 21 - 2,18 - < 1,5 < 0,1 21,2 1,41 7,0 302 25,4 - -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
17/07/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 61 1,4E2 - 2,16 - < 1,5 < 0,1 33,6 < 0,1 6,9 357 118 - -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
17/07/19 - 26 18 - 1,08 - < 1,5 0,126 9,75 0,70 6,7 211 43,0 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
17/07/19 - 55 30 - 2,56 - < 1,5 < 0,1 25,6 0,46 7,1 316 50,0 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador

Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3

537
Condutiv F.TOT Amônia Nitrato Nitrito NAT OD
Cor Real DBO5 DQO Sol.Dis. Turbidez C.TE.
Data Ponto ade (mgP/L (mg (mg NO3- (mg NO2- (mg (mg pH Mat.Flu.
(mgPt/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (NTU) (NMP/100mL)
(Mho/cm) ) NH3/L) N/L) N/L) N/L) OD/L)
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
17/07/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 58 32 - 3,04 - < 1,5 < 0,1 25,0 1,38 7,0 322 41,9 - -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
17/07/19 - 59 33 - 3,28 - < 1,5 < 0,1 27,6 3,24 7,2 318 35,6 - -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
24/07/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 621 21 8,2 30 0,97 - < 1,5 < 0,1 18,5 2,47 - 322 12,8 - Não
24/07/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 614 23 5,6 44 1,53 - < 1,5 < 0,1 0,04 2,24 - 318 17,6 - Sim
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
14/08/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 23 - - 1,09 - < 1,5 < 0,1 16,2 1,35 6,6 221 13,5 1,02E6 -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
14/08/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 41 - - 2,66 - < 1,5 < 0,1 36,8 0,54 6,8 365 24,4 5,43E6 -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
14/08/19 - 25 - - 1,84 - < 1,5 < 0,1 26,2 2,89 7,0 316 8,53 3,31E5 -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
14/08/19 - 40 - - 2,22 - < 1,5 < 0,1 30,1 1,65 7,0 295 20,7 2,01E6 -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
14/08/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 39 - - 1,85 - < 1,5 < 0,1 24,8 2,65 7,0 323 21,8 9,13E5 -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
14/08/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 50 46 - 2,59 - < 1,5 < 0,1 36,8 0,89 7,0 274 37,9 3,31E6 -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
14/08/19 - 56 - - 2,94 - < 1,5 < 0,1 36,1 2,40 7,2 327 29,7 2,89E6 -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
15/08/19 - 45 39 - 2,03 - < 1,5 0,151 23,1 2,28 7,0 323 24,6 1,28E7 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
15/08/19 - 49 34 - 2,15 - < 1,5 < 0,1 28,7 2,28 7,1 327 25,8 7,25E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
15/08/19 - 38 38 - 2,06 - < 1,5 < 0,1 23,6 2,21 7,1 318 23,2 4,98E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
15/08/19 - 64 34 - 2,30 - < 1,5 < 0,1 26,9 2,43 7,1 324 32,8 4,03E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
21/08/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 615 19 6,6 23 1,12 - < 1,5 < 0,1 22,9 0,90 - 319 13,4 - Sim
21/08/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 633 22 11 39 2,33 - < 1,5 < 0,1 28,6 1,98 - 329 12,1 - Sim
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
12/09/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 27 41 - 1,56 - < 1,5 < 0,1 16,2 1,78 7,0 257 18,8 8,12E4 -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
12/09/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 27 39 - 2,78 - < 1,5 < 0,1 18,8 1,09 7,1 273 27,6 1,53E6 -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
12/09/19 - 14 44 - 1,20 - < 1,5 < 0,1 9,32 1,19 6,7 214 15,5 9,66E5 -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
12/09/19 - 26 51 - 2,05 - < 1,5 < 0,1 15,2 2,20 7,0 268 47,0 3,08E5 -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
12/09/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 28 35 - 2,13 - < 1,5 < 0,1 16,7 2,67 7,1 260 25,6 3,80E5 -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
12/09/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 25 36 - 2,20 - < 1,5 < 0,1 16,2 2,15 7,2 260 22,4 4,98E5 -
10A/11/12/13/14/Rem

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador

Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3

538
Condutiv F.TOT Amônia Nitrato Nitrito NAT OD
Cor Real DBO5 DQO Sol.Dis. Turbidez C.TE.
Data Ponto ade (mgP/L (mg (mg NO3- (mg NO2- (mg (mg pH Mat.Flu.
(mgPt/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (NTU) (NMP/100mL)
(Mho/cm) ) NH3/L) N/L) N/L) N/L) OD/L)
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
12/09/19 - 26 41 - 1,91 - < 1,5 < 0,1 16,5 4,99 8,3 256 29,9 3,41E5 -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
16/09/19 - 33 61 - 1,80 - < 1,5 0,369 14,4 2,82 6,8 309 21,6 4,03E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
16/09/19 - 40 - - 1,96 - < 1,5 < 0,1 15,7 1,78 7,0 360 24,6 6,09E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
16/09/19 - 33 61 - 2,58 - < 1,5 < 0,1 13,4 2,29 6,7 311 32,0 7,25E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
16/09/19 - 40 - - 2,00 - < 1,5 0,116 15,7 2,47 7,1 311 20,5 6,84E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
24/09/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 636 37 12 46 1,08 - < 1,5 < 0,1 20,6 2,71 - 330 8,75 - Não
24/09/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 1,09E3 45 - 36 1,44 - < 1,5 < 0,1 24,3 2,26 - 582 12,2 - Não
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
10/10/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 63 18 - 2,30 - < 1,5 < 0,1 21,5 2,28 7,0 300 14,6 2,89E6 -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
10/10/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 77 30 - 2,72 - < 1,5 < 0,1 21,5 1,64 7,1 311 30,1 4,85E6 -
5-5A
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
10/10/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 71 28 - 2,54 - < 1,5 < 0,1 19,6 1,94 7,0 301 27,0 3,31E6 -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
10/10/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 81 33 - 3,06 - < 1,5 < 0,1 20,4 3,28 7,2 323 40,7 1,52E6 -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
10/10/19 - 81 38 - 2,86 - < 1,5 < 0,1 20,4 1,58 7,0 318 33,5 4,54E6 -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
14/10/19 - 64 37 - 2,66 - < 1,5 < 0,1 18,8 1,88 7,1 339 33,9 6,84E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
14/10/19 - 67 31 - 2,40 - < 1,5 < 0,1 20,1 1,27 7,1 413 24,1 6,84E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
14/10/19 - 57 24 - 2,44 - < 1,5 < 0,1 20,7 1,21 7,1 325 18,8 6,09E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
14/10/19 - 67 48 - 2,76 - < 1,5 < 0,1 21,6 1,87 6,9 364 24,8 5,75E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
22/10/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 660 33 22 74 1,77 - < 1,5 < 0,1 20,5 0,97 - 344 7,49 - Sim
22/10/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 702 70 14 61 2,70 - < 1,5 < 0,1 24,6 2,38 - 366 15,9 - Sim
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
04/11/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 64 26 - 3,00 - < 1,5 < 0,1 25,6 1,26 6,8 372 9,26 2,59E6 -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
04/11/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 77 50 - 3,65 - < 1,5 < 0,1 26,4 1,35 6,9 331 27,6 3,31E5 -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
04/11/19 - 38 18 - 3,00 - < 1,5 < 0,1 15,6 0,52 6,7 252 10,6 1,74E6 -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
04/11/19 - 50 18 - 2,92 - < 1,5 < 0,1 20,7 1,69 6,8 305 21,6 5,13E5 -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
04/11/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 63 43 - 3,05 - < 1,5 < 0,1 24,3 1,08 6,9 309 18,2 3,65E6 -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
04/11/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 53 30 - 3,10 - < 1,5 < 0,1 22,2 0,91 7,0 308 40,9 2,59E6 -
10A/11/12/13/14/Rem

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador

Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3

539
Condutiv F.TOT Amônia Nitrato Nitrito NAT OD
Cor Real DBO5 DQO Sol.Dis. Turbidez C.TE.
Data Ponto ade (mgP/L (mg (mg NO3- (mg NO2- (mg (mg pH Mat.Flu.
(mgPt/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (NTU) (NMP/100mL)
(Mho/cm) ) NH3/L) N/L) N/L) N/L) OD/L)
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
04/11/19 - 73 55 - 3,55 - < 1,5 < 0,1 23,8 3,36 7,7 318 45,5 2,89E6 -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
20/11/19 - 76 100 - 6,96 - < 1,5 < 0,1 17,3 2,14 6,9 366 62,5 2,01E7 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
20/11/19 - 65 73 - 3,07 - < 1,5 < 0,1 18,5 1,05 6,9 343 20,2 6,09E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
20/11/19 - 65 74 - 3,17 - < 1,5 < 0,1 19,4 1,06 6,8 349 22,5 4,59E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
20/11/19 - 69 92 - 2,78 - < 1,5 < 0,1 17,5 0,63 6,7 349 22,3 9,13E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
26/11/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 - 27 - - 0,62 - < 1,5 < 0,1 3,35 2,71 - - 610 2,01E5 Sim
26/11/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 - 131 - - 1,16 - < 1,5 < 0,1 3,26 2,62 - - 589 1,74E5 Sim
29/11/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 641 - 28 105 - - - - - - - 333 - - -
29/11/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 669 - 22 83 - - - - - - - 349 - - -
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
02/12/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 82 61 - 2,84 - < 1,5 < 0,1 28,9 2,68 6,9 321 11,0 - -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
02/12/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 93 59 - 3,18 - < 1,5 < 0,1 24,8 0,53 6,9 334 13,0 - -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
02/12/19 - 17 56 - 1,80 - < 1,5 < 0,1 16,5 0,81 6,8 271 8,23 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
02/12/19 - 61 89 - 3,76 - < 1,5 < 0,1 27,3 0,25 6,8 355 17,0 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
02/12/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 49 76 - 2,68 - < 1,5 < 0,1 24,2 2,16 6,9 310 12,3 - -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
02/12/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 44 44 - 2,34 - < 1,5 < 0,1 21,2 2,50 7,0 289 33,5 - -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
02/12/19 - 64 44 - 2,16 - < 1,5 < 0,1 18,9 4,64 7,1 279 36,3 - -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
12/12/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 676 29 11 53 1,66 - < 1,5 < 0,1 16,5 1,43 - 352 16,3 4,03E5 Sim
12/12/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 724 104 1,4E3 1856 6,80 - < 1,5 < 0,1 21,0 < 0,1 - 379 1,22E3 2,98E5 Sim
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
18/12/19 - 68 1,1E2 - 3,60 - < 1,5 < 0,1 21,0 1,33 6,8 346 56,0 4,03E7 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
18/12/19 - 166 51 - 2,72 - < 1,5 < 0,1 18,4 1,43 7,0 336 22,2 1,02E7 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
18/12/19 - 133 45 - 2,82 - < 1,5 < 0,1 12,8 1,30 7,0 338 22,4 1,28E7 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
18/12/19 - 105 51 - 3,00 - < 1,5 < 0,1 18,7 1,13 7,1 346 26,0 1,28E7 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
Fonte: Embasa, 2019.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador

Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3

540
Os resultados das análises de montante e jusante do corpo receptor indicam em todas as situações
que após o lançamento dos efluentes houve piora na qualidade do corpo d’água em pelo menos um
parâmetro. Os parâmetros mais afetados após o lançamento dos efluentes foram a cor real, DBO5,
fósforo total, nitrogênio amoniacal, oxigênio dissolvido, sólidos dissolvidos e turbidez, apontando
para possível ineficiência no tratamento das ETE que lançam nesses pontos ou então falta de
capacidade do corpo receptor depurar o efluente que está recebendo.

Além da possibilidade de ineficiência das ETE, deve ser levado em consideração também as
ocupações irregulares nas margens dos córregos, que muitas vezes lançam esgoto bruto nos
córregos próximos, impactando também negativamente na qualidade da água dos corpos hídricos.

Avaliando os pontos de monitoramento da ETE Paralela Park e Castelo Branco II, observa-se que
em algumas situações houve melhoria em alguns parâmetros, ocasionado pelo lançamento de
efluente tratado pela ETE com características melhores do que a água do corpo receptor, diante
disso, após a mistura do efluente e da água houve melhoria em alguns dos parâmetros analisados.

6.4.4 PRINCIPAIS PROBLEMAS E DEFICIÊNCIAS OPERACIONAIS IDENTIFICADAS NA PRESTAÇÃO

DOS SERVIÇOS

O Quadro 61 sintetiza os principais problemas e dificuldades identificadas no sistema de


esgotamento sanitário de Salvador.

Quadro 61 – Resumo dos problemas e deficiências operacionais do sistema de


esgotamento sanitário de Salvador
Tipo Problemas e dificuldades identificadas
Dificuldade de atendimento nos pontos críticos
Dificuldade de ampliação do sistema devido à existência de diversas áreas com
ocupação desordenada e sem infraestrutura de drenagem de águas pluviais que
impossibilitam a implantação de redes de esgotamento sanitário.
Atendimento Complexidade das soluções a serem desenvolvidas para implantação e manutenção
das infraestruturas de esgotamento sanitário nas regiões mais vulneráveis do
município, que de acordo com o IBGE (2019) representam quase a metade dos
domicílios existentes no município de Salvador.
Inexistência de atendimento com esgoto na Ilha de Maré
Ligações prediais Ligações clandestinas no sistema de drenagem de águas pluviais.
Redes com vida útil superior a 30 anos
Redes em manilha cerâmica
Rede coletora Grande volume de areia nas redes e poços de visita
Esgoto Contribuição de resíduos sólidos nas redes
Falta de manutenções preventivas
Recebe significante contribuição de água de chuva das CTS
Estação Elevatória Dificuldade de acesso nas regiões periféricas
de esgoto (EEE) Inexistência de estruturas de controle contra golpe de aríete

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador

Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3

541
Tipo Problemas e dificuldades identificadas
Falta de tanque pulmão e gerador de energia para minimizar o extravasamento de
esgoto
Conflito de interesse com a população, ocasionando dificuldade na operação do
sistema.
Não há monitoramento de vazão
Recebe significante contribuição de água de chuva das CTS
Estação de
Condicionamento Recebe significativa contribuição de água de chuva das CTS
Prévio (ECP)
Estruturas dos UASB em geral bastante danificadas
UASB sem respiro para remoção dos gases dos reatores.
Dificuldade de acesso nas regiões periféricas
Conflito de interesse com a população, ocasionando dificuldade na operação do
sistema.
Estação de Sistemas de lodos ativados operam sem bombas de recirculação de lodo
Tratamento de Parte dos sopradores de ar fora de operação
Esgoto (ETE) Não é feita desinfecção final do efluente
O lodo das lagoas nunca foi removido
Excesso de lodo em parte dos UASBs
Fácil acesso às lagoas de tratamento, colocando em risco a população que mora no
entorno das áreas
Eficiência medida com base apenas na remoção de DBO
Solução paliativa que se tornou definitiva
Captações de Inexistência de análises para verificar a possibilidade de desativação dessas estruturas
tempo seco (CTS) Falta de informações para controle operacional
Aumento da implantação dessas estruturas ao longo do tempo
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

De acordo com as informações da Embasa, os maiores problemas operacionais das EEE são
decorrentes do excesso de resíduos sólidos lançados nas redes coletoras e ao excesso de areia no
sistema, que por muitas vezes passam pelo gradeamento e caixa de areia e comprometem as
bombas. Além disso existe a dificuldade de acesso com caminhões em regiões periféricas e
problemas de segurança, onde cabos são furtados, causando a paralisação do sistema. Durante os
períodos chuvosos, por conta das contribuições das CTS e ligações clandestinas de água de chuva
nas redes coletoras, em quase todas as estações elevatórias do sistema centralizado de esgoto de
Salvador ocorre o aumento do nível dos poços de sucção das EEE e aumento das rotinas de limpeza
dos sistemas de retenção de sólidos grosseiros e desarenadores. Outro problema grave relacionado
à ocorrência de chuvas, citado pela Embasa, é a ausência de drenagem em grande parte da cidade,
o que alaga as ruas e os moradores tentam escoar as águas de chuva pela rede da Embasa, abrindo
as tampas de Poços de Visita, ou mesmo os quebrando, permitindo a entrada de areia e lixo na
rede, além de contaminar as ruas, sobrecarregando ainda mais o sistema e ocasionando
entupimentos difíceis de solucionar

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador

Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3

542
6.5 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NAS UNIDADES DO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

O volume estimado de sólidos grosseiros e areia retirados do sistema de esgotamento sanitário é


de 8.161,17 toneladas por ano, sendo que os principais resíduos coletados são sólidos grosseiros
diversos captados no sistema de gradeamento, areia dos sistemas de desarenação e sólidos finos
com até 2mm removidos nas peneiras das ECP.

Os resíduos sólidos grosseiros são coletados, acondicionados e transportados diariamente em


bombonas instaladas nas carrocerias dos veículos utilizados pela equipe de operação e
posteriormente são descartadas em caixas estacionárias localizadas nos canteiros de obra das
empresas contratadas e nos parques operacionais da Embasa. As caixas estacionarias são
transportadas periodicamente por empresa especializada até o Aterro Metropolitano Centro de
Salvador.

A areia retida nos sistemas de desarenação são removidas periodicamente por equipes de
manutenção e são transportadas para a estação de descarte de areia localizada em Fazenda
Grande IV, onde é disposta em leitos de secagem para remoção da umidade, posteriormente a
areia é transportada para o aterro Metropolitano Centro de Salvador.

De acordo com as informações obtidas nas visitas técnicas, a areia removida na EEE Saboeiro e
na ECP Jaguaribe é fornecida sem custo mediante a retirada, para empresas de cerâmica. Dessa
forma apenas o que não é absorvido por essas empresas é encaminhado para o aterro, reduzindo
assim o custo de disposição final.

O lodo e a escuma são produtos gerados nos sistemas de tratamento de esgoto e são retirados das
ETE e ECP através de caminhões de sucção do tipo Vac-all. No ano de 2020 o volume de lodo e
escuma removidos nos sistemas de tratamento e condicionamento de esgoto foram de
aproximadamente 13.427m³/ano.

As ETE dos sistemas descentralizados localizados no Continente usualmente não possuem


estruturas para desidratação do lodo e as poucas que possuem estão com essas estruturas
desativadas. Sendo assim, o lodo e a escuma removidos dos sistemas de tratamento são
encaminhados através de caminhões esgota fossa para o descarte Bonocô ou EEE, sendo então
incorporados ao esgoto bruto e encaminhado para as ECP de onde seguem para o emissário
submarino.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador

Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3

543
De acordo com as informações da Embasa (2021), devido à dificuldade de logística, os resíduos e
lodo gerados nos sistemas de esgotamento sanitário das Ilhas são encaminhados para os leitos de
secagens implantados nas áreas das ETE e após a desidratação os resíduos são encaminhados
para o aterro sanitário da Hera Ambiental localizado em São Francisco do Conde, distando em linha
reta aproximadamente 15 km de Bom Jesus dos Passos e 21km de Ponta de Nossa Senhora.

Os demais resíduos gerados na operação e manutenção do sistema de esgotamento sanitário de


Salvador são destinados conforme apresentado no Quadro 62.

Quadro 62 – Destinação final resíduos da operação e manutenção do sistema de


esgotamento sanitário de Salvador
SISTEMA TIPO DE RESÍDUO DESTINAÇÃO FINAL
Solo
Solo contaminado
Entulho Aterro sanitário
Expurgo de pavimento
SES SALVADOR
Terra não aproveitada
EPI Logística Reversa
Restos de conexões metálicas e
Aterro sanitário e leilão
PVC
PVC Reciclagem
EPI Entregue a Contratada
Cerra
ILHA DE PONTA DE Aterro Municipal
Cola
NOSSA SENHORA (UMS)
Roçagem
Recipiente de Microorganismos Reutilização interna
Recipiente de Melaço de Cana
PVC Reciclagem
EPI Entregue a Contratada
Cerra
ILHA DE BOM JESUS Aterro Municipal
Cola
DOS PASSOS (UMS)
Roçagem
Recipiente de Microorganismos Reutilização Interna
Recipiente de Melaço de Cana
Fonte: Embasa, 2020.

6.6 OUTRAS SOLUÇÕES DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

6.6.1 SOLUÇÕES ALTERNATIVAS

As soluções alternativas de esgotamento sanitário usualmente são compostas por fossa séptica,
seguida ou não de filtro e sumidouro. Para que essas soluções funcionem adequadamente devem
ser dimensionadas, construídas e operadas conforme preconizam as normas técnicas da ABNT
7.229/93 e 13.969/97.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3

544
A depender do número de unidades atendidas as soluções alternativas podem ser caracterizadas
como individuais ou coletivas. As soluções alternativas individuais atendem uma única unidade
(residencial, comercial ou industrial) e as coletivas atendem um conjunto de unidades (residenciais,
comerciais ou industriais).

De acordo com a Seção I, artigo 5° da Lei Estadual n° 11.172 de 01 de dezembro de 2008:

Não constitui serviço público a ação de saneamento executada por meio de


soluções individuais, desde que o usuário não dependa de terceiros para operar os
serviços, bem como as ações e serviços de saneamento básico de responsabilidade
privada, incluindo o manejo de resíduos de responsabilidade do gerador (Bahia,
2008).
Sendo assim, as soluções alternativas individuais de esgotamento sanitário de Salvador são
executadas pelos particulares, sem nenhum acompanhamento técnico e operacional por parte da
Embasa ou da Prefeitura Municipal de Salvador.

A Embasa opera a unidade de descarte Bonocô, que foi criada com o objetivo de receber o lodo
gerado no sistema de esgotamento sanitário de Salvador, no entanto, também são recebidos lodos
de limpa fossas que firmaram contrato com a Embasa.

Como já detalhado anteriormente no item 6.1.1, de acordo com o IBGE (2010), o município de
Salvador possuía 4,82% dos domicílios utilizando soluções individuais de esgotamento sanitário,
sendo que a quantidade de fossas rudimentares (2,50%) era levemente superior à quantidade de
fossas sépticas (2,32%).

A Coordenadoria da Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio
dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) realiza o acompanhamento das famílias cadastradas e
possui o levantamento das formas de esgotamento sanitário utilizadas pelas famílias em cada um
dos distritos sanitários do município, que tem sua área de abrangência apresentada na Figura 296.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3

545
Figura 296 – Áreas de abrangência dos distritos Sanitários de Salvador

Elaboração: CSB Consórcio, 2020

Na Tabela 71 e na Tabela 72 apresenta-se a os valores absolutos e percentuais relativos à


população que utiliza cada forma de esgotamento sanitário em Salvador, de acordo com as
informações fornecidas pela SMS.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3

546
Tabela 71 – População atendida por cada forma de esgotamento sanitário nos distritos sanitários (2020)
Forma
DS DS Boca DS DS DS DS DS DS DS DS Pau DS São DS Total
Escoamento do
Barra do Rio Brotas Cabula Cajazeiras Centro Itapagipe Itapuã Liberdade da Lima Caetano Subúrbio Salvador
Banheiro
Céu aberto 65 54 65 1.208 684 23 69 473 473 12.172 540 1.659 17.485
Direto para um rio
64 45 61 200 3.524 13 338 962 962 93 369 1.488 8.119
lago ou mar
Fossa rudimentar 104 39 124 169 367 2 92 1.496 1.496 1.905 294 3.223 9.311
Fossa séptica 101 661 63 170 2.905 7 21 546 546 1.846 727 3.961 11.554
Outra forma 241 57 128 155 947 18 54 756 756 530 150 523 4.315
Rede coletora de
101.071 47.690 59.136 132.942 69.104 5.012 47.808 67.628 67.628 31.203 117.424 164.439 911.085
esgoto ou pluvial
101.646 48.546 59.577 134.844 77.531 5.075 48.382 71.861 71.861 47.749 119.504 175.293 961.869

Fonte: SMS, 2021

Tabela 72 – Percentual da população atendida por cada forma de esgotamento sanitário nos distritos sanitários (2020)
Forma DS
DS DS Boca DS DS DS DS DS DS DS Pau DS São DS Total
Escoamento do Itapagip
Barra do Rio Brotas Cabula Cajazeiras Centro Itapuã Liberdade da Lima Caetano Subúrbio Salvador
Banheiro e
Céu aberto 0,06% 0,11% 0,11% 0,90% 0,88% 0,45% 0,14% 0,66% 0,66% 25,49% 0,45% 0,95% 1,82%
Direto para um
0,06% 0,09% 0,10% 0,15% 4,55% 0,26% 0,70% 1,34% 1,34% 0,19% 0,31% 0,85% 0,84%
rio lago ou mar
Fossa rudimentar 0,10% 0,08% 0,21% 0,13% 0,47% 0,04% 0,19% 2,08% 2,08% 3,99% 0,25% 1,84% 0,97%
Fossa séptica 0,10% 1,36% 0,11% 0,13% 3,75% 0,14% 0,04% 0,76% 0,76% 3,87% 0,61% 2,26% 1,20%
Outra forma 0,24% 0,12% 0,21% 0,11% 1,22% 0,35% 0,11% 1,05% 1,05% 1,11% 0,13% 0,30% 0,45%
Rede coletora de
99,43% 98,24% 99,26% 98,59% 89,13% 98,76% 98,81% 94,11% 94,11% 65,35% 98,26% 93,81% 94,72%
esgoto ou pluvial
100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

Fonte: SMS, 2021

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547
Analisando as tabelas acima, observa-se que de acordo com as informações fornecidas, apenas
2,17% da população cadastrada utilizava soluções individuais de esgotamento sanitário, sendo que
0,97% eram fossas rudimentares e 1,20% fossas sépticas.

Ao se analisar os resultados por Distrito Sanitário, observa-se que os maiores percentuais de


utilização de fossas rudimentares ocorrem nos distritos sanitários Pau da Lima, Itapuã, Liberdade e
Subúrbio, enquanto os maiores percentuais de utilização de fossas sépticas ocorrem nos distritos
sanitário de Pau da Lima, Cajazeiras e Subúrbio, como pode ser visualizado na Figura 297.

Figura 297 – Soluções individuais utilizadas nos distritos sanitários de Salvador (2021)

40,00%

35,00%

30,00%

25,00%

20,00%

15,00%

10,00%

5,00%

0,00%

Céu aberto Direto para um rio lago ou mar Fossa rudimentar Fossa séptica Outra forma

Fonte: SMS, 2021

Analisando a Figura 297 observa-se também que no distrito sanitário Pau da Lima verifica-se um
grande percentual de famílias (25,49%) com esgoto a céu aberto, de acordo com as informações
da Secretaria Municipal de Saúde. Como pode ser observado na Figura 296, o distrito sanitário Pau
da Lima abrange todo o território da Prefeitura Bairro (PB) Pau da Lima e uma pequena parte da
PB Cajazeiras e PB Liberdade/São Caetano.

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548
6.6.2 SOLUÇÕES DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO FORA DO DOMICÍLIO

Conforme já abordado no item 3.1.4.1 em 2010 a Assembleia Geral da ONU instituiu a Resolução
64/292, reconhecendo que o direito à água potável e ao esgotamento sanitário é um direito humano
essencial para o pleno gozo da vida e da humanidade.

Porém, sabe-se que esse direito ainda é privado a muitas pessoas, sendo que no caso específico
dos domicílios de Salvador, o direito ao esgotamento sanitário adequado é garantido na maior parte
dos domicílios, como foi detalhado no item 6.1, apesar de ainda haver a necessidade de muitos
avanços para se alcançar a universalização do atendimento adequado com esgotamento sanitário.

Para além dos domicílios existe a necessidade de garantir esse direito para a população em
situação de rua, que integra os grupos mais vulneráveis e marginalizados, além da população que
tem o seu sustento atrelado ao trabalho como vendedores ambulantes nas ruas e praias da cidade,
entre outros. Logo, observa-se que é essencial garantir o acesso a sanitários públicos para
satisfazer as necessidades básicas desta população, garantindo o acesso à água potável para
limpeza e lavagem das mãos, utilização de vasos sanitários e chuveiros, que consistem em medidas
de extrema importância para a prevenção de doenças e promoção da saúde.

Ao se consultar a base nacional do Cadastro Único (CadÚnico), verifica-se que em setembro/2021


havia 3.670 pessoas em situação de rua cadastradas em Salvador (BRASIL, 2021).

Por outro lado, não foi obtido da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza
(Sempre) um número preciso atualizado da quantidade total da população em situação de rua no
município. De acordo com as informações fornecidas pela secretaria, na última contagem realizada
pelo Projeto Axé no ano de 2018 foram projetados 14 a 17 mil pessoas em situação de rua e por
conta da pandemia não foi possível realizar a contagem nos anos de 2020 e 2021. Atualmente a
contagem da população de rua encontra-se em processo de chamamento
público para ser realizada em 2022.

De acordo com a Sempre (2021), no ano de 2021 foram realizados em Salvador 10.050
acolhimentos de pessoas em situação de rua em 17 unidades de acolhimento institucional (893
acolhimentos) e nos 4 Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua
- Centro POP (9.157 acolhimentos), deixando evidente a importância do atendimento das
necessidades básicas para a higiene desta população, por meio da disponibilização de sanitários
públicos.

Ainda de acordo com a Sempre (2021), as unidades de acolhimento institucional ofertam


acolhimento em diferentes tipos de equipamentos, voltados para famílias e/ou indivíduos com

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
549
vínculos familiares rompidos ou fragilizados, a fim de garantir proteção integral. Elas organizam-se
de acordo com o público acolhido, devendo oferecer condições de habitabilidade, higiene,
salubridade, acessibilidade, privacidade e segurança, e em respeito aos costumes, às tradições e
à diversidade de ciclo de vida, arranjos familiares, raça/etnia, religião, gênero e orientação sexual.
Já o Centro POP é um serviço estruturado para prestar auxílio à população jovem e adulta. Realiza
ações de âmbito individual e coletivo voltados a desenvolver a socialização dos indivíduos. O
equipamento também atua como um ponto de apoio a pessoas que vivem em situação de rua, uma
vez que fornece condições apropriadas para: armazenamento de pertences, higiene pessoal,
alimentação e emissão de documentos.

No Quadro 63 é apresentada a quantidade de acolhidos em 2021 nas unidades de acolhimento


institucional e Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua (Centro
POP) existentes em cada uma das Prefeituras Bairro do município.

Quadro 63 – Quantidade de acolhidos nas unidades de acolhimento institucional em


Salvador
Quantidade
Prefeitura
Unidade Tipo atual de
Bairro
acolhidos
ADRA Barbalho I Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 43
ADRA Barbalho II Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 37
PB I-Centro/
ADRA Barris III Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 43
Brotas
Djalma Centro POP 1.301
2 de Julho Centro POP 2.600
Total - PB Centro/Brotas 4.024
Casa das Pérolas Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 39
PB II- Famílias Pérolas
Subúrbio/ Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 38
Coutos
Ilhas UAE Pérolas
Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 56
Coutos
Total - PB Subúrbio/Ilhas 133
PB III- Casa das Pérolas
Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 134
Cajazeiras Cajazeiras
Total - PB Cajazeiras 134
ASPEC Pituaçu Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 36
ASPEC ORLA Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 47
PB IV- Itapuã ASPEC Itapuã Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 38
Pérolas Itapuã Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 129
Itapuã Centro POP 2.435
Total - PB Itapuã 2.685
ASPEC Ribeira
Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 44
PB V- Cidade Maculina
Baixa ASPEC Ribeira
Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 47
Casal

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550
Quantidade
Prefeitura
Unidade Tipo atual de
Bairro
acolhidos
ASPEC Roma Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 22
Mares Centro POP 2.821
Total - PB Cidade Baixa 2.934
PB VI- Barra/
Amaralina Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 23
Pituba
Total - PB Barra/ Pituba 23
PB VII-
Liberdade/ ASPEC Liberdade Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 69
São Caetano
Total - PB Liberdade/São Caetano 69
PB IX- Pau
Pirajá Unidade de Acolhimento Institucional (ação continuada) 48
da Lima
Total - PB Pau da Lima 48
TOTAL GERAL 10.050
Fonte: Sempre, 2021.

Analisando o Quadro 63 é possível observar que a maior parte dos acolhimentos de pessoas em
situação de rua ocorreram na PB Centro/Brotas (40,0%), PB Cidade Baixa (29,2%) e PB Itapuã
(26,7%), enquanto uma quantidade muito menor está na PB Subúrbio/Ilhas (1,3%), PB Cajazeiras,
(1,3%), PB Barra/Pituba (0,2%), PB Liberdade/São Caetano (0,7%) e PB Pau da Lima (0,5%), não
havendo registros para a PB Cabula/Tancredo Neves e PB Valéria.

Em resposta a solicitações da Defensoria Pública (2020) sobre as condições sanitárias da


população em situação de rua, a Sempre informou por meio do ofício nº 814/2020 GAB/SEMPRE,
de 20 de agosto de 2020 sobre a instalação de contêineres com banheiro feminino e masculino no
Estacionamento São Raimundo (Vale dos Barris) e no Terminal de Ônibus da Barroquinha
(Estacionamento da Transalvador) para atendimento à população de rua em razão da situação de
pandemia de Covid-19. Não foi esclarecido pela Sempre se atualmente os mesmos continuam
ativos e se há previsão de torná-los permanentes, mesmo após o término da Pandemia de Covid-
19.

No mesmo ofício consta também uma relação de outras 14 instituições que acolhem a população
em situação de rua do município de Salvador, conforme Quadro 64. De acordo com a Sempre
(2021) essas instituições são unidades privadas sem parceria com o município, contudo no período
pandêmico estas unidades obtiveram suporte de orientações técnicas desta secretaria. Por se tratar
de unidades sem vínculo com o município não foi possível obter informações sobre a quantidade
de acolhimentos realizados nestas instituições.

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551
Quadro 64 - Relação dos locais de acolhimento e apoio à população de rua
INSTITUIÇÃO ENDEREÇO
01 Comunidade da Trindade Av. Jequitaia, 165 - Água de meninos.
02 Casa Aurora Rua Góes Calmon, 37, Saúde.
03 Casa de Apoio Deus é fiel Rua Direta da Embasa, Nº 5B Calabetão
04 Casa de Acolhimento Resgate de Cristo Rua deputado Luiz Braga - Pq São Cristóvão, lote 01 norte 3.
05 Comunidade Marta e Maria Rua Jaime Vieira Lima, 61, Plataforma.
Associação Beneficente Restauração /
06 Fazendo a Diferença Travessa Vila Romana, 10, Itapuã
02 CASAS
07 Profeta de Cristo Estrada Velha do aeroporto. Prox. Ao Bosque da Paz.
08 Instituto Reviver Estrada Velha do aeroporto.
09 Nosso Lar Casa de Repouso Rua Seara Vermelha, 60, lote 14, Qd 60. Itapuã.
Comunidade Terapêutica Rosa de
10 Rua Eunicio Moreira, 2017, Itacaranha.
Saron
11 Casa de Encontro e Oração Irmã Violeta Rua Brás Amaral, 01, Baixa do Bonfim.
12 Instituto Beneficente Conceição Macêdo Rua Santa Clara do Desterro, 85 - Nazaré.
Rua Tomaz Gonzaga nº 216, Pernambués (dentro do
13 Inter Apoio (sede)
mercado Todo Dia).
Rua Ojun Obá, nº 14, Cassange. Ponto de referência,
14 Centro de recuperação Refúgio Forte
subindo a ladeira após a Fábrica da Polpa União.
Fonte: Sempre (2020)

Por outro lado, de acordo com a Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEMOP, 2021), existem
atualmente 14.777 comerciantes informais licenciados no município de Salvador, de acordo com o
Sistema de Gestão do Comércio Informal (SGCI), sendo muito importante também a garantia do
acesso desta população a sanitários públicos.

De acordo com as informações fornecidas pela Limpurb, existem atualmente 300 sanitários
químicos fixos no município e apenas 25 sanitários públicos convencionais. Esses sanitários
convencionais estão localizados em apenas 20 dos 167 bairros existentes atualmente na parte
continental do município de Salvador. No caso das 3 ilhas de Salvador, que compõe os outros 3
bairros do município, observa-se que na Ilha dos Frades existem 2 sanitários públicos (na praia de
Ponta de Nossa Senhora e na Praia de Loreto), enquanto na Ilha de Bom Jesus dos Passos existe
01 sanitário público e na Ilha de Maré não existem sanitários públicos implantados.

No Quadro 65 apresenta-se a relação dos sanitários públicos existentes em Salvador, assim como
a quantidade de equipamento existentes em cada um deles.

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552
Quadro 65 - Sanitários Públicos existentes em Salvador
Quantidades
Bairro Local Sanitários Vaso
Vasos Mictórios Pias Chuveiros
PNE
Mercado 2 Femininos 5 0 0 6 5
Popular 2 Masculinos 7 0 6 6 5
1 Comércio
(Mercado do
Peixe) PNE 0 1 0 1 0
Baixa do Feminino 4 0 0 2 0
Bonfim - Masculino 3 0 2 2 0
2 Bonfim Praça PNE Feminino 0 1 0 1 0
Euzébio de
Matos PNE Masculino 0 1 0 1 0
Camelódromo Feminino 1 0 0 1 0
Centro
3 (Baixa dos
Histórico
Sapateiros) Masculino 1 0 0 1 0
Mercado São
Miguel (Baixa Feminino 5 0 0 4 1
4 Nazaré
dos
Sapateiros) Masculino 5 0 4 3 1
Av. Feminino 1 0 0 0 0
Centenário Masculino 1 0 0 0 0
5 Barra
Feminino 1 0 0 1 0
Calabar
Masculino 1 0 0 1 0
Terminal da Feminino 3 0 0 3 0
6 Centro
Barroquinha Masculino 2 0 3 2 0
Feminino 6 1 0 6 0
Boca do Parque dos Masculino 4 1 0 5 0
7
Rio Ventos Bersário 5 0 0 5 0
Enfermaria 1 0 0 1 1
Feminino 5 0 0 5 1
Mercado de Masculino 4 0 4 4 1
8 Cajazeiras
Cajazeiras PNE Feminino 0 1 0 1 0
PNE Masculino 0 1 0 1 0
2 Antivandalismos Inox
2 0 0 1 0
Femininos
Campo Antivandalismo Inox
9 Centro 1 0 0 1 0
Grande Masculino
Antivandalismo Inox Infantil 1 0 0 1 0
Antivandalismo Inox PNE 0 1 0 1 0
Mercado Feminino 6 0 0 7 0
10 Comércio
Modelo Masculino 5 0 2 6 0
Dois de Largo Dois de Feminino 1 0 0 1 1
11
Julho Julho Masculino 1 0 0 1 1
Skate - Feminino 5 0 0 5 0
Skate - Masculino 5 0 6 5 0
Skate - Infantil 1 0 0 1 1
Parque da
12 Itaigara Skate- PNE 0 1 0 1 0
Cidade
Central 1 - Feminino 6 0 0 5 0
Central 1 - Masculino 4 0 6 5 0
Central 1- Infantil 1 0 0 1 1

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553
Quantidades
Bairro Local Sanitários Vaso
Vasos Mictórios Pias Chuveiros
PNE
Central 1 - PNE 0 1 0 1 0
Central 2 - Feminino 5 0 0 5 0
Central 2 - Masculino 5 0 6 5 0
Central 2 - Infantil 1 0 0 1 1
Central 2 - PNE 0 1 0 1 0
Anfi teatro - Feminino 5 1 0 5 0
Anfi teatro - Masculino 5 1 0 5 0
Feminino 3 0 0 3 1
NACS de
Masculino 3 0 0 2 1
Itapuã
PNE Unissex 1 0 0 1 0
Térreo - Feminino 2 0 0 4 0
Térreo - Masculino 1 0 4 4 0
Térreo - PNE 0 1 0 1 0
13 Itapuã
1º Andar - Feminino 6 0 0 7 0
Mercado de
1º Andar - Masculino 6 0 6 7 0
Itapuã
1º Andar - PNE Feminino 0 1 0 1 0
1º Andar - PNE Masculino 0 1 0 1 0
1º Andar - Vest. Feminino 2 0 0 2 1
1º Andar -Vest. Masculino 1 0 1 2 1
Mercado Feminino 3 0 0 3 1
Jardim Popular Masculino 3 0 2 3 1
14
Cruzeiro Jardim PNE Feminino 0 1 0 1 1
Cruzeiro PNE Masculino 0 1 0 1 1
Feminino 5 0 0 3 1
Mercado da Masculino 4 0 3 3 1
15 Liberdade
Liberdade PNE Feminino 0 1 0 1 0
PNE Masculino 0 1 0 1 0
Feminino 8 0 9 3 1
16 Ondina Ondina
Masculino 8 0 9 3 1
Avenida Feminino 1 0 0 1 1
Otávio Masculino 4 0 1 3 3
17 Patamares Mangabeira /
Mercado ADM 1 0 0 1 1
Salvamar
Mercado de Feminino 3 0 0 2 1
18 Periperi
Periperi Masculino 3 0 2 2 1
São Mercado de Feminino 1 1 0 2 0
19
Cristóvão São Cristóvão Masculino 1 1 0 2 0
Feminino 2 0 1 1 0
Parque dos
20 Stiep Masculino 2 0 1 1 0
Dinossauros
PNE Unissex 0 1 0 1 0
Praia de
Masculino/Feminino 6 6
Loreto
Ilha do
21 Praia Ponta Masculino/Feminino
Frades 6 6
de N.
Senhora PNE 1 1

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
554
Quantidades
Bairro Local Sanitários Vaso
Vasos Mictórios Pias Chuveiros
PNE
Bom
Bom Jesus
22 Jesus dos Masculino/Feminino 2 2
dos Passos
Passos
Total 25 83 213 24 78 216 39
*Os sanitários públicos existentes em Ondina estão inativos desde o ano de 2020.

Fonte: Limpurb, 2021

Ao se analisar as informações do Quadro 65, se observa que os sanitários públicos existentes em


Salvador têm como função principal atender aos frequentadores dos parques e mercados públicos
do município, havendo pouquíssimos sanitários públicos que não estão vinculados a esses locais,
e, portanto, fica clara a necessidade de ampliação do número de sanitários públicos no município
de Salvador para o atendimento da população em situação de rua, que muitas vezes é invisibilizada
e excluída das políticas públicas de inclusão social.

Nas praias de Salvador, que também são locais de grande circulação de pessoas, como vendedores
ambulantes, turistas e soteropolitanos que as utilizam como lazer, também não é observada a
presença de sanitários públicos, sendo que apenas em algumas praias existem sanitários químicos
em situação precária, sendo utilizados apenas em situações de extrema necessidade.

Com isso, fica evidente a necessidade do PMSBI de Salvador nas suas próximas etapas contemplar
o planejamento de soluções adequadas de abastecimento de água potável que extrapola a escala
domiciliar, a fim de atender aos critérios normativos dos direitos humanos (Quadro 66).

Quadro 66 - Critérios do direito humano à água e ao esgotamento sanitário


Critérios Definição
O fornecimento de água deve ser contínuo, com quantidade suficiente para os usos
Disponibilidade pessoais e domésticos (beber e cozinhar, lavar roupa, disposição dos dejetos e higiene
pessoal e doméstica).
A água deve ser adequada para consumo e outros usos, não devendo se constituir em
uma ameaça à saúde pública. O esgotamento sanitário deve ser seguro do ponto de vista
Qualidade
higiênico e técnico. Para a higiene, é essencial ter acesso à água para a limpeza e a
lavagem das mãos
As instalações e serviços de água devem estar disponíveis para uso, ao alcance de toda
a população. O abastecimento deve ser suficiente, seguro, aceitável e acessível nas
proximidades dos domicílios, escolas, centros de saúde e outras instituições e lugares
Acessibilidade
públicos. A segurança física, especialmente das mulheres e crianças, deve ser
física
assegurada durante o acesso aos serviços. Os serviços e instalações devem ser
apropriados à cultura local e devem respeitar as necessidades de gênero, ciclo de vida e
privacidade
Acessibilidade Serviços e instalações de água devem estar ao alcance de todos, com custos e encargos
econômica diretos e indiretos acessíveis, sem comprometer o exercício de outros direitos humanos.
Fonte: United Nations (2002), apud Moraes e Borja, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
555
De acordo com a Limpurb (2021), a Prefeitura Municipal de Salvador irá licitar 30 sanitários
antivandalismo, ligados à rede de água e esgoto, sendo previstos 5 diferentes modelos: masculino,
feminino, misto (masculino/feminino), misto com chuveiros e PNE. A quantidade para cada modelo
dependerá do local onde serão instalados os sanitários, sendo que na região da orla serão
instalados módulos com chuveiro e em todos os modelos haverá um vaso e um lavatório.

Considerando a abordagem do esgotamento sanitário fora dos domicílios é muito importante avaliar
também as condições oferecidas pelas escolas públicas e privadas existentes no município de
Salvador, visto que estudantes e profissionais da educação passam uma boa parte do dia dentro
dessas instalações e precisam ter garantidas condições adequadas de higiene, o que inclui formas
adequadas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. De acordo com os dados com
Censo Escolar de 2021 realizado pelo Inep, existe um total de 1.600 escolas no município de
Salvador, sendo 434 escolas públicas municipais (27,1%), 213 escolas públicas estaduais (13,3%),
2 escolas pública federais (0,1%) e 951 escolas privadas (59,4%).

No Quadro 67 e na Figura 298 apresenta-se os dados relativos à existência de banheiro em cada


um dos tipos de escolas existentes no município, sendo possível observar um número muito elevado
de escolas públicas estaduais que não possuem banheiros no município de Salvador (39% das
escolas pública estaduais), uma infraestrutura básica para a garantia de adequadas condições de
higiene.

Quadro 67 - Existência de banheiros nas escolas de Salvador


Escolas Escolas Escolas
Escolas
Quantidade de escolas públicas públicas públicas Total
privadas
municipais estaduais federais
Quantidade 428 122 2 879 1.431
Com Banheiros
% 98,6% 57,3% 100,0% 92,4% 89,4%
Quantidade 0 83 0 3 86
Sem Banheiros
% 0,0% 39,0% 0,0% 0,3% 5,4%
Quantidade 6 8 0 69 83
Sem Informações
% 1,4% 3,8% 0,0% 7,3% 5,2%
Quantidade 434 213 2 951 1.600
Total
% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Inep, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
556
Figura 298 - Existência de banheiros nas escolas de Salvador
100% 1,4% 3,8% 7,3% 5,2%
90% 0,3% 5,4%

80%
39,0%
70%
60%
50% 98,6% 100,0%
92,4% 89,4%
40%
30% 57,3%
20%
10%
0%
Escolas públicas Escolas públicas Escolas públicas
Escolas privadas Total
municipais estaduais federais
Sem Informações 1,4% 3,8% 0,0% 7,3% 5,2%
Sem Banheiros 0,0% 39,0% 0,0% 0,3% 5,4%
Com Banheiros 98,6% 57,3% 100,0% 92,4% 89,4%

Fonte: Inep, 2021

No Quadro 68 e na Figura 299 apresenta-se os dados relativos às formas de esgotamento sanitário


utilizadas em cada um dos tipos de escolas existentes no município de Salvador, onde é possível
observar que 92,9% das escolas possuem ligação com a rede pública de esgotamento sanitário,
havendo uma grande quantidade de escolas sem informações sobre a forma de esgotamento
sanitário adotada (6,1% das escolas). Com relação às soluções individuais, observa-se que há um
maior percentual de utilização de fossas sépticas e fossas rudimentares nas escolas públicas
municipais, apesar da maior parte delas serem atendidas por rede pública (94%).

Quadro 68 – Formas de esgotamento sanitário nas escolas de Salvador


Escolas Escolas Escolas
Escolas
Quantidade de escolas públicas públicas públicas Total
privadas
municipais estaduais federais
Quantidade 408 204 2 873 1.487
Rede pública
% 94,0% 95,8% 100,0% 91,8% 92,9%
Quantidade 9 1 4 14
Fossas sépticas
% 2,1% 0,5% 0,0% 0,4% 0,9%
Fossas Quantidade 10 4 14
rudimentares/
comuns % 2,3% 0,0% 0,0% 0,4% 0,9%
Sem esgotamento Quantidade 1 0 0 1 2
sanitário % 0,2% 0,0% 0,0% 0,1% 0,1%
Quantidade 16 8 0 73 97
Sem Informações
% 3,7% 3,8% 0,0% 7,7% 6,1%

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
557
Escolas Escolas Escolas
Escolas
Quantidade de escolas públicas públicas públicas Total
privadas
municipais estaduais federais
Quantidade 434 213 2 951 1.600
Total
% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Inep, 2021

Figura 299 - Formas de esgotamento sanitário nas escolas de Salvador


100%
90%
80%
70%
60%
50% 95,8% 100,0%
94,0% 91,8% 92,9%
40%
30%
20%
10%
0%
Escolas públicas Escolas públicas Escolas públicas
Escolas privadas Total
municipais estaduais federais
Sem Informações 3,7% 3,8% 0,0% 7,7% 6,1%
Sem esgotamento sanitário 0,2% 0,0% 0,0% 0,1% 0,1%
Fossas rudimentares/ comuns 2,3% 0,0% 0,0% 0,4% 0,9%
Fossas sépticas 2,1% 0,5% 0,0% 0,4% 0,9%
Rede pública 94,0% 95,8% 100,0% 91,8% 92,9%

Fonte: Inep, 2021

Comparando as informações relativas à existência de banheiros e relativas à forma de esgotamento


sanitário, observa-se que há uma incompatibilidade das informações, visto que de acordo com os
dados do INEP (2021) existem 86 escolas sem banheiros em Salvador, enquanto existem apenas
2 escolas sem esgotamento sanitário

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
558
7. CAPACIDADE E ADEQUAÇÃO DA INFRAESTRUTURA EXISTENTE EM
RELAÇÃO ÀS DIRETRIZES DOS PLANOS PERTINENTES

7.1 PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO (PDDU)

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Salvador, instituído pela Lei Municipal nº
9.069, de 30 de junho de 2016, apresenta em seu artigo 11, como um dos objetivos da Política
Urbana, elevar a qualidade de vida da população soteropolitana, por meio de diversas políticas
públicas, dentre as quais o saneamento básico, a fim de promover a inclusão social, a redução
das desigualdades socioespaciais e a superação dos fatores de vulnerabilidade social e territorial
que afetam particularmente a maioria negra de Salvador, distribuída nas diferentes regiões da
Cidade.

Para tanto é necessário a expansão das iniciativas de universalização do saneamento básico para
atendimento de todas as áreas do Município, principalmente aquelas menos estruturadas e com
níveis elevados de exclusão e segregação social; conforme disposto no art. 12 como uma das
diretrizes da Política Urbana no Município de Salvador.

Cabe destacar que essa Política Urbana possui um Capítulo (Capítulo II) específico dedicado ao
Saneamento Básico, onde no Art. 89. fica definido que a Política Municipal de Saneamento Básico
contempla os princípios de universalidade, equidade, integralidade, intersetorialidade, qualidade do
serviço, sustentabilidade, transparência das ações, utilização de tecnologias apropriadas, adoção
de medidas de fomento à moderação do consumo de água e gestão pública, assegurando a
participação e o controle social na sua formulação, implementação, acompanhamento e avaliação.

No que tange ao sistema de esgotamento sanitário, as premissas e diretrizes para prestação dos
serviços de esgoto são:

Art. 94. O Município é o titular e o gestor da Política de Esgotamento Sanitário, devendo garantir
a qualidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade e a modicidade de preços na
prestação do serviço, de acordo com as necessidades dos usuários.
Art. 95. As diretrizes para a prestação do serviço público de esgotamento sanitário são:
I - Fornecimento de informações e bases cadastrais atualizadas sobre os serviços, equipamentos
e infraestrutura;
II - Garantia de atendimento a todos os estratos sociais, com metas de universalização do
sistema de esgotamento sanitário e serviço de qualidade, ou com outras soluções apropriadas à
realidade socioambiental;
III - estabelecimento de prioridade para implantação de rede coletora e ligações domiciliares,
segundo bacias coletoras, de acordo com os níveis de demanda reprimida e necessidades mais
acentuadas;
IV - Estabelecimento, como fator de prioridade:

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
559
a) da implantação e operação de sistemas de esgotamento sanitário ou outras soluções
tecnicamente apropriadas, que contribuam para melhoria da salubridade ambiental;
b) da implantação e operação de sistemas de esgotamento sanitário ou outras soluções
tecnicamente apropriadas nas áreas de proteção de mananciais, em particular aquelas situadas
no entorno dos reservatórios utilizados para o abastecimento público;
c) do controle e monitoramento das margens de corpos d’água, para coibir o lançamento de
esgoto,
V - incentivo à adoção de equipamentos hidrossanitários que contribuam para a redução do
consumo de água;
VI - adoção de medidas de racionalização e eficiência energética de esgotamento sanitário, com
estabelecimento de metas;
VII - implantação de programas de despoluição dos corpos d’água e das praias do Município e
eliminação gradual das captações em tempo seco;
VIII - desenvolvimento de programa de educação ambiental em parceria com a empresa
delegatária ou concessionária, voltado:
a) para a população em geral, visando minimizar a geração de efluentes líquidos e promover o
reuso da água, otimizando o uso da água tratada para consumo humano;
b) para as comunidades de áreas cujo tratamento de esgoto é realizado, principalmente, por
meio de lagoas de estabilização, de modo a evitar conflitos ambientais, riscos à segurança e
saúde humanas, resultantes da utilização inadequada dos corpos d’água, e a consequente
rejeição do sistema pela população beneficiária.
Nesse contexto, é bastante oportuno citar a publicação do ano de 2019 da Editora da UFBA
(Edufba) intitulada: Salvador e os Descaminhos do PDDU de Salvador: construindo novos
Caminhos, que traz o Capítulo 7 - Águas urbanas e saneamento básico no PDDU 2016: da letra da
Lei à necessidade de efetiva implementação, escrito por uma autoridade das mais respeitadas no
campo da Saúde Ambiental, o professor Dr. Luiz Roberto Santos Moraes.

Pesquisas realizadas no âmbito da UFBA têm demonstrado que persistem graves problemas de
esgotamento sanitário em algumas áreas da cidade de Salvador, além de ser uma constante a
dificuldade de abastecimento de água regular nos bairros mais pobres ou mais afastados. Por conta
dessas desigualdades em termos da qualidade do serviço prestado, o consumo de água fora dos
padrões de potabilidade e a disposição inadequada de esgotos sanitários e de resíduos sólidos se
tornam importantes problemas sanitário-ambientais. (MORAES et al., 2015; MORAES, SANTOS,
SAMPAIO, 2006; SALVADOR, 2006)

No que diz respeito ao esgotamento sanitário, apesar do elevado montante de recursos financeiros
investidos no âmbito do Programa Bahia Azul, a cobertura da população com rede pública de
esgotamento sanitário atingiu 71% em 2004, não tendo sido alcançada a meta de atender a 80%
da população (ALVARES; BORJA; MORAES, 2005. BORJA; MORAES, 2018). Diante disso é
possível afirmar que o sistema de esgotamento sanitário está distante de preencher os requisitos

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
560
mínimos do ponto de vista social, uma vez que aproximadamente 20% dos moradores de Salvador
não contam com esse serviço.

A adequação do SES de Salvador aos demais itens apresentados no Capítulo II Seção III do PDDU
é ainda mais complexa, principalmente no item VII que aborda sobre a despoluição dos corpos
d’água e eliminação das captações de tempo seco. Conforme já detalhado anteriormente, as CTS
são uma das maiores problemáticas no SES de Salvador e não há nenhum controle com relação a
essas estruturas, impossibilitando a análise sobre a possibilidade ou não de desativação delas.
Além disso, de acordo com as informações da Embasa, enquanto a situação dos trechos críticos
abordados no item 6.3 não for resolvida as CTS continuarão existindo.

Essa situação implica diretamente na poluição dos corpos d’água, que são utilizados como opção
para afastamento dos esgotos gerados em localidades sem atendimento e aumentam o consumo
energético em virtude do acréscimo de vazão de águas pluviais desviadas para o sistema de
esgotamento sanitário, acarretando aumento na potência das bombas nas EEE e ECP.

Entretanto, ressalta-se que apesar de todas as implicações negativas das CTS, as mesmas ainda
possuem um papel importante na garantia da balneabilidade da maioria das praias de Salvador em
períodos secos, como será abordado posteriormente no item 8.2. Nesse período sem chuvas as
CTS impedem que não apenas esgoto, mas também os resíduos sólidos lançados pela população
no sistema de drenagem atinjam as praias do município, fator fundamental para a economia do
município, considerando a importância do turismo para municípios litorâneos como Salvador.

No ano de 2019 a Embasa elaborou 5 projetos de educação ambiental, dos quais 4 abordavam o
esgotamento sanitário, atendendo a Diretriz VIII - a.

Os projetos de educação ambiental que envolvem esgotamento sanitário estão apresentados no


Quadro 69.

Quadro 69 – Projetos de educação ambiental em Salvador no ano de 2019.


Projeto Objetivos Participantes
Disseminar junto aos alunos noções básicas sobre temas do
saneamento básico: água, esgoto, manejo de resíduos sólidos e de
águas pluviais, relacionadas a área de intervenção; identificar
problemas ambientais no âmbito da escola juntamente com o corpo
Embasa na escola 4.278
discente no intuito de desenvolver ações educativas direcionadas às
necessidades apresentadas; oportunizar a elaboração de processo de
intervenção socioambiental, pós- experimentação nas áreas de
convivência no âmbito familiar e comunitário.
Educação
Contribuir para a mudança de atitudes e a formação de novos hábitos
ambiental para o
com relação à utilização dos equipamentos de saneamento e sua 3.707
uso de sistemas
relação com o uso consciente dos recursos naturais.
em operação

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
561
Projeto Objetivos Participantes
Melhorar o diálogo em territórios de violência para poder ter acesso e
Elevar oferecer serviços de manutenção que impeçam a contaminação do 424
ambiente.
Serviço de coleta e destinação correta do óleo de fritura, contribuindo
de forma direta para redução da degradação ambiental, melhoria da
Se liga no óleo saúde pública, para o declínio dos custos envolvidos na manutenção do 93
sistema de esgotamento e na geração de renda para atores em
vulnerabilidade.
Fonte: Embasa, 2019.

Como pode ser observado, o número de pessoas alcançadas por esses projetos foi muito pequeno,
e, além disso, no que diz respeito ao tratamento de esgoto através de lagoas não houve nenhuma
ação, sendo que nas visitas de campo houve relatos sobre invasão da população a essas áreas,
inclusive para atividades de pesca e natação, evidenciando a necessidade de conscientização da
população por conta dos riscos envolvidos nessas e outras atividades compreendendo as lagoas
de tratamento de esgoto.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
562
8. ASPECTOS AMBIENTAIS RELACIONADOS AO ESGOTAMENTO
SANITÁRIO

8.1 QUALIDADE DA ÁGUA NOS RIOS URBANOS DO MUNICÍPIO

A qualidade da água dos rios urbanos está diretamente relacionada à abrangência de atendimento
e à qualidade do serviço de esgotamento sanitário prestado no município e, portanto, será
apresentada a seguir a análise dos dados disponíveis de análise da qualidade da água dos rios
urbanos de Salvador.

Destaca-se que nos eventos participativos realizados, que serão detalhados no item 10, a
degradação dos rios urbanos do município de Salvador foi ressaltada pelos participantes na maioria
dos eventos realizados, com destaque para o Rio Mané Dendê, Rio do Cobre, Rio Camarajipe, Rio
Ipitanga e Rio Jaguaribe.

Atualmente a qualidade da água nos rios e lagoas de Salvador é avaliada pelo Inema (Instituto do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia) por meio do Programa Monitora, que foi
iniciado em 2008 e realiza de 2 a 4 campanhas por ano, abrangendo todo o território estadual. Além
do Programa Monitora, o Inema realiza também anualmente um diagnóstico da qualidade das águas
dos rios e lagoas da cidade de Salvador desde o ano de 2013.

No monitoramento realizado pelo Inema são analisados os parâmetros definidos pela Resolução
Conama n° 357 de 2005, que classifica os corpos d’água para fins de enquadramento, assim como
estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Além da análise individual de cada
um dos parâmetros, o Inema utiliza também dois indicadores para avaliação da situação em relação
à qualidade da água dos rios e lagoas: O Índice de Qualidade da Água (IQA) e o Índice de Estado
Trófico (IET).

O Índice de Qualidade da Água (IQA) é um indicador sensível à contaminação de esgotos


domésticos, embora possa ser influenciado também por outras fontes de contaminação. É composto
por nove parâmetros físico-químicos e biológicos: temperatura de água, pH, oxigênio dissolvido,
demanda bioquímica de oxigênio, coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total, sólidos
totais e turbidez. Para o cálculo do IQA é atribuído um peso para cada parâmetro avaliado, variando
de acordo com sua importância para conformação da qualidade global da água. As classificações
dos resultados obtidos para o IQA estão apresentadas no Quadro 70.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
563
Quadro 70 – Classificação dos resultados do IQA.
Nível de Qualidade Intervalo de IQA Significado

Ótima 79 < IQA < 100


Águas apropriadas para tratamento convencional
Boa 51 < IQA < 79
visando o abastecimento público
Regular 36 < IQA < 51
Ruim 19 < IQA < 36 Águas impróprias para tratamento convencional
visando o abastecimento público, sendo
Péssima 0 < IQA < 19 necessários tratamento mais avançados
Fonte: CETESB, 2018.
O Índice de Estado Trófico (IET) avalia a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes
e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo das algas ou ao aumento da infestação de
macrófitas aquáticas (CETESB,2018). Para o cálculo do IET, são consideradas as variáveis de
Clorofila (indicativo de nível de crescimento de algas) e fósforo (indicativo de potencial de
eutrofização). As classificações adotadas para os resultados do IET estão apresentadas no Quadro
71.

Quadro 71 – Classificação dos resultados do IET.


Classe de Intervalo de
Características do corpo hídrico
Estado Trófico IET
Corpos de águas claras; valores muito baixo de nutrientes; baixa
produtividade; nenhuma ou pouca planta aquática; areia ou rochas ao
Ultraoligotrófico IET≤47
longo da maior parte da costa; elevado teor de oxigênio dissolvido e baixo
prejuízo aos usos múltiplos da água.
Corpos de águas claras; baixo enriquecimento com nutrientes; pouco
desenvolvimento planctônico; baixa
Oligotrófico 47<IET≤52 produtividade; poucas plantas aquáticas; areia ou rochas ao longo da
maior parte da costa; peixes de água fria; elevado teor de oxigênio
dissolvido e baixo prejuízo aos usos múltiplos da água.
Corpos de águas com moderado enriquecimento com nutrientes;
moderado crescimento planctônico; alguma acumulação de sedimentos na
Mesotrófico 52<IET≤59
maior parte do fundo; e, em geral, suporta espécies de peixes de águas
mais quentes, o prejuízo aos usos múltiplos da água é variável.
Corpos de água com elevado enriquecimento de nutrientes; redução da
transparência; com crescimento planctônico (alta produtividade); extensa
Eutrófico 59<IET≤63 área coberta com plantas aquáticas; acumulação de sedimentos no fundo;
baixos níveis de oxigênio dissolvido no fundo; contém apenas espécies de
peixes de águas quentes e alto prejuízo aos usos múltiplos da água
Corpos de água com elevado enriquecimento de nutrientes; baixa
transparência; elevado crescimento planctônico (alta produtividade);
extensa área coberta com plantas aquáticas; muita acumulação de
Supereutrófico 63<IET≤67
sedimentos no fundo; níveis de oxigênio dissolvido no
fundo muito baixos; contém apenas espécies de peixes de águas quentes
e alto prejuízo aos usos múltiplos da água.
Corpos de água com enriquecimento máximo de nutrientes; número
excessivo de algas e plantas aquáticas (ao ponto de impedir ou dificultar a
Hipereutrófico 67<IET
navegação) e bastante prejuízo aos usos múltiplos da água. Exige
intervenção do homem.
Fonte: CETESB, 2018.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
564
Na rede de monitoramento do programa Monitora existem 29 pontos de monitoramento localizados
no município de Salvador, contemplando 11 das 21 bacias hidrográficas/bacias de drenagem
natural do município, incluindo a Ilha dos Frades e a Ilha de Maré. O detalhamento e caracterização
das 12 bacias hidrográficas e 9 bacias de drenagem natural do município, definidas por meio do
decreto municipal nº 27.111/2016 está apresentado nos produtos E1A (Caracterização Geral do
Município) e no Produto F4 (Diagnóstico do Serviço de Drenagem Urbana e Manejo de Águas
Pluviais).

Conforme já mencionado, além do Programa Monitora, o Inema realiza também anualmente um


diagnóstico da qualidade das águas dos rios e lagoas da cidade de Salvador desde o ano de 2013.
Neste diagnóstico anual são monitorados 13 rios e 28 lagoas, por meio de 60 pontos de
monitoramento em rios e 34 pontos de monitoramento em lagoas.

Na Tabela 73 e na Tabela 74 apresenta-se os resultados obtidos para o IQA e para o IET nos 29
pontos de monitoramento do Monitora nas últimas campanhas realizadas nos anos de 2018, 2019
e 2021. Ressalta-se que dos 29 pontos, 12 são localizados em ambientes lênticos (lagoas) e 17 em
ambientes lóticos (rios).

Por outro lado, na Tabela 75 e na Tabela 76 apresenta-se os resultados obtidos para o IQA e para
o IET nos 60 pontos de monitoramento dos rios de Salvador utilizados nos relatórios anuais do
Inema relativos aos anos de 2013 a 2020. Já na Tabela 77 e na Tabela 78 apresenta-se os
resultados obtidos para o IQA e para o IET nos 34 pontos de monitoramento das lagoas de Salvador
utilizados nos relatórios anuais do Inema relativos aos anos de 2013 a 2019.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
565
Tabela 73 – Classificação do IQA dos rios e lagoas de Salvador entre 2018 e 2021 nos pontos de monitoramento no MONITORA
Bacia

2018.1

2018.2

2018.3

2018.4

2019.1

2019.2

2019.3

2019.4

2020.1

2020.2

2020.3

2021.1
Hidrográfica /
Código Nome do Rio Latitude Longitude Ambiente
Drenagem
Natural
RCN-CMJ-500 Rio Camarajipe 12°55'53" 38°28'16" Lótico 19 17 17 18 18 17 19 21 22 23
Bacia Hidrográfica RCN-CMJ-850 Rio Camarajipe 12°58'48" 38°28'2" Lótico 30 21 25 26 27 32 36 23 24 38
do Camarajipe RCN-LDF-001 Lagoa dos Frades 12°58'55" 38°26'33" Lêntico 53 46 40 54 42 33 64 36
RCN-TRI-600 Rio das Tripas 12°58'8" 38°29'45" Lótico 37 37 24 35 41 36 28 39 22
RCN-COB-950 Rio do Cobre 12°54'11" 38°28'34" Lótico 41 40 26 35 38 45 31 74 43 37 44
Bacia Hidrográfica RCN-LCO-001 Lagoa do Cobre 12°53'36" 38°27'36" Lêntico 85 83 64 66 71 72 75 61 63 60 60
do Cobre RCN-LPX-001 Lagoa da Paixão 12°51'2" 38°26'45" Lêntico 52 64 52 73 65 63 59 66 73 68 56
RCN-LPX-002 Lagoa da Paixão 12°51'7" 38°26'56" Lêntico 45 60 57 39 66 70 73 63 74 57 58
RCN-BIP-001 Barragem Ipitanga II 12°51'21" 38°23'24" Lêntico 71 75 77 80 74 70 83 76 74 77 79 73
Bacia Hidrográfica
do Ipitanga Barragem de
RCN-BIP-002 12°53'52" 38°23'0" Lêntico 67 82 85 84 81 81 77 84 76 71 78 81
Ipitanga I
RCN-JGB-100 Rio Jaguaribe 12°53'57" 38°26'23" Lótico 23 20 19 21 18 28 21 22 33
Bacia Hidrográfica RCN-JGB-600 Rio Jaguaribe 12°55'33" 38°22'52" Lótico 32 37 32 31 38 46 39 38 41
do Jaguaribe RCN-CBP-100 Córrego do Bispo 12°56'25" 38°21'55" Lótico 24 38 31 22 27 28 25 29 21 35
RCN-MAN-100 Rio Mangabeira 12°56'4" 38°22'19" Lótico 23 34 20 20 20 22 21 42 21 35
RCN-LUC-100 Rio Lucaia 13°0'28" 38°29'31" Lótico 42 34 35 33 38 34 34 44 38 41
Bacia Hidrográfica
RCN-LUC-400 Rio Lucaia 13°0'22" 38°29'13" Lótico 33 22 17 34 19 22 57 40 30 38
do Lucaia
RCN-LTO-001 Dique do Tororó 12°58'57" 38°30'16" Lêntico 60 63 61 52 69 63 48 54 55 71
Bacia Hidrográfica RCN-PAR-700 Rio Paraguari 12°51'59" 38°27'45" Lótico 20 40 32 26 41 40 37 45 51 42 28
do Paraguari RCN-PAR-950 Rio Paraguari 12°51'37" 38°28'47" Lótico 24 36 30 26 31 39 18 28 35 32 35
RCN-PIT-200 Rio Pituaçu 12°55'37" 38°26'31" Lótico 24 21 18 17 19 19 34 21 19 23
Bacia Hidrográfica Lagoa
RCN-LDR-001 12°57'48" 38°26'23" Lêntico 48 57 30 39 44 22 43 33 41 44
de Pedras/Pituaçu Paraiso/Doron
RCN-LPI-001 Lagoa de Pituaçu 12°58'2" 38°24'46" Lêntico 58 74 69 58 59 66 65 65 70 69

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
566
Bacia

2018.1

2018.2

2018.3

2018.4

2019.1

2019.2

2019.3

2019.4

2020.1

2020.2

2020.3

2021.1
Hidrográfica /
Código Nome do Rio Latitude Longitude Ambiente
Drenagem
Natural
Bacia de RCN-LFL-001 Lagoa do Flamengo 12°55'16" 38°18'54" Lêntico 69 73 56 60 63 60 69 62 80 61 82
Drenagem Natural
de Stella Maris RCN-ABT-100 Lagoa do Abaeté 12°56'43" 38°21'29" Lêntico 57 57 67 67 57 76 73 68 65 58 61
Bacia Hidrográfica
Seixos RCN-SEI-300 Rio dos Seixos 12°59'43" 38°31'8" Lótico 37 36 53 57 57 47 52 55 63
(Barra/Centenário)
Rio da Ilha dos
RCN-IFD-001 12°45'50" 38°37'21" Lótico 50 75
Frades
Bacia Hidrográfica
Barramento de um
da Ilha dos Frades
RCN-IFD-002 rio da Ilha dos 12°48'33" 38°38'28" Lêntico 80 79 75 64 68 68
Frades
Bacia Hidrográfica RCN-IMR-001 Rio da Ilha da Maré 12°45'17" 38°31'43" Lótico 69 66
da Ilha de Maré RCN-IMR-002 Rio da Ilha de Maré 12°46'54" 38°30'60" Lótico 42 29 16 49 54
Fonte: Inema, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
567
Tabela 74 - Classificação do IET dos rios e lagoas de Salvador entre 2018 e 2021 nos pontos de monitoramento no MONITORA
Bacia

2018.1

2018.2

2018.3

2018.4

2019.1

2019.2

2019.3

2019.4

2020.1

2020.2

2020.3
2021.1
Hidrográfica /
Código Nome do Rio Latitude Longitude Ambiente
Drenagem
Natural
RCN-CMJ-500 Rio Camarajipe 12°55'53" 38°28'16" Lótico 68 69 70 71 64 69 70 69 67 64 69
Bacia RCN-CMJ-850 Rio Camarajipe 12°58'48" 38°28'2" Lótico 57 68 64 63 58 63 63 60 64 56 62
Hidrográfica do
Camarajipe RCN-LDF-001 Lagoa dos Frades 12°58'55" 38°26'33" Lêntico 70 75 76 73 66 68 75 65 70
RCN-TRI-600 Rio das Tripas 12°58'8" 38°29'45" Lótico 61 67 67 70 59 62 62 67 59 69
RCN-COB-950 Rio do Cobre 12°54'11" 38°28'34" Lótico 59 60 69 67 64 66 71 57 70 72 70
Bacia RCN-LCO-001 Lagoa do Cobre 12°53'36" 38°27'36" Lêntico 55 56 58 55 59 55 59 61 57 56 54
Hidrográfica do
Cobre RCN-LPX-001 Lagoa da Paixão 12°51'2" 38°26'45" Lêntico 66 66 67 58 65 64 54 65 61 62 62
RCN-LPX-002 Lagoa da Paixão 12°51'7" 38°26'56" Lêntico 67 53 68 73 52 52 64 53 54 53 56
Bacia RCN-BIP-001 Barragem Ipitanga II 12°51'21" 38°23'24" Lêntico 50 58 55 55 57 60 55 61 58 59 54 55
Hidrográfica do
Ipitanga RCN-BIP-002 Barragem de Ipitanga I 12°53'52" 38°23'0" Lêntico 56 56 55 54 54 55 57 54 54 54 56 53
RCN-JGB-100 Rio Jaguaribe 12°53'57" 38°26'23" Lótico 62 71 72 71 67 63 70 62 65 68
Bacia RCN-JGB-600 Rio Jaguaribe 12°55'33" 38°22'52" Lótico 69 77 76 78 76 74 75 73 74 68
Hidrográfica do
Jaguaribe RCN-CBP-100 Córrego do Bispo 12°56'25" 38°21'55" Lótico 66 73 73 73 68 65 69 66 68 68
RCN-MAN-100 Rio Mangabeira 12°56'4" 38°22'19" Lótico 65 75 78 70 69 67 71 72 69 68
Bacia RCN-LUC-100 Rio Lucaia 13°0'28" 38°29'31" Lótico 63 72 71 67 76 68 62 69 66 62 65
Hidrográfica do RCN-LUC-400 Rio Lucaia 13°0'22" 38°29'13" Lótico 65 74 82 86 63 62 74 64 63 67 66
Lucaia RCN-LTO-001 Dique do Tororó 12°58'57" 38°30'16" Lêntico 66 67 65 65 62 58 61 68 64 64 70
Bacia RCN-PAR-700 Rio Paraguari 12°51'59" 38°27'45" Lótico 62 61 62 71 56 60 65 60 49 65 72
Hidrográfica do
Paraguari RCN-PAR-950 Rio Paraguari 12°51'37" 38°28'47" Lótico 63 69 72 72 72 71 69 72 63 70 65

Bacia RCN-PIT-200 Rio Pituaçu 12°55'37" 38°26'31" Lótico 62 69 70 71 68 64 69 69 66 64


Hidrográfica de RCN-LDR-001 Lagoa Paraiso/Doron 12°57'48" 38°26'23" Lêntico 68 73 75 78 75 75 77 74 75 71 69
Pedras/Pituaçu RCN-LPI-001 Lagoa de Pituaçu 12°58'2" 38°24'46" Lêntico 59 60 60 63 63 56 54 54 55 62 55
RCN-LFL-001 Lagoa do Flamengo 12°55'16" 38°18'54" Lêntico 57 52 55 65 56 56 51 53 53 53 59

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
568
Bacia

2018.1

2018.2

2018.3

2018.4

2019.1

2019.2

2019.3

2019.4

2020.1

2020.2

2020.3
2021.1
Hidrográfica /
Código Nome do Rio Latitude Longitude Ambiente
Drenagem
Natural
Bacia de
Drenagem
RCN-ABT-100 Lagoa do Abaeté 12°56'43" 38°21'29" Lêntico 63 61 62 66 65 60 59 59 61 60 58
Natural de Stella
Maris
Bacia
Hidrográfica
Seixos RCN-SEI-300 Rio dos Seixos 12°59'43" 38°31'8" Lótico 69 74 68 66 62 57 67 59 54 54
(Barra/Centenári
o)
Bacia RCN-IFD-001 Rio da Ilha dos Frades 12°45'50" 38°37'21" Lótico 47 46
Hidrográfica da Barramento de um rio da
Ilha dos Frades RCN-IFD-002 12°48'33" 38°38'28" Lêntico 58 58 59 60 59 58
Ilha dos Frades
Bacia RCN-IMR-001 Rio da Ilha da Maré 12°45'17" 38°31'43" Lótico 53 48
Hidrográfica da
Ilha de Maré RCN-IMR-002 Rio da Ilha de Maré 12°46'54" 38°30'60" Lótico 67 68 70 77 57

Fonte: Inema, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
569
Tabela 75 - Classificação do IQA dos rios de Salvador entre 2013 e 2020 nos pontos de monitoramento do relatório anual do Inema
Bacia

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019
2020
Hidrográfica /
Código Latitude Longitude Rio Município
Drenagem
Natural
CA01 38°28'19.56" O 12°55'00.79" S Rio Camarajipe Salvador 52 35 18 18 17 38 41 18
CA02 38°28'16.6" O 12°56'28.7" S Afluente do Rio Camarajipe Salvador 21 17 17 18 17 16 17 13
CA03 38°28'27.6" O 12°57'17.4" S Rio Camarajipe Salvador 22 14 15 19 17 15 17 14
Bacia Hidrográfica
CA04 38°27'13.44" O 12°56'31.1" S Rio Camarajipe Salvador 28 21 16 22 17 16 19 14
do Camarajipe
CA05 38°27'13.44" O 12°58'30.77" S Rio Pernambués Salvador 22
CA07 38°27'13.44" O 12°58'30.77" S Rio Pernambués Salvador 17 17 21 17 15 18 16
CA08 38°27'13.44" O 12°58'30.77" S Rio Camarajipe Salvador 23 18 18 18 17 19 15
CO01 38°27'12.90" O 12°51'41.90" S Rio do Cobre Salvador 52 56 20 35 62 60 38 34
Bacia Hidrográfica CO02 38°28'21.90" O 12°54'02.60" S Rio do Cobre Salvador 24 39 19 50 32 37 51 23
do Cobre CO3 38°28'20.4" O 12°54'59.6" S Rio do Cobre Salvador 25 22 26
MD0 38°28'29.3" O 12°53'25.9" S Rio Mané Dendê Salvador 17 14
IPI01 38°19'40.96" O 12°53'54.33" S Rio Ipitanga Lauro de Freitas 21 30 30 17 22 24
IPI02 38° 19' 12.30" O 12° 53' 12.04" S Rio Ipitanga Lauro de Freitas 22 26
IPI03 38°19'10.40" O 12°52'02.30" S Rio Ipitanga Lauro de Freitas 30 27 23 15 20 24
Bacia Hidrográfica I01 38°22’46.41” O 12°54’12.81” S Riacho Tapuá Mirim Salvador 34 28 40 22 22 29 23
do Ipitanga I02 38°22’55.49” O 12°53’56.46” S Rio Ipitanga Salvador 51 43 67 61 76 76 39
I03 38°21’19.76” O 12°54’17.62” S Rio Ipitanga Salvador 30 30 28 30 25 33 24
I04 38°20’29.98” O 12°54’24.23” S Rio Ipitanga Salvador 26 19 27 22 22 23 28
I05 38°21’02.36” O 12°54’02.43” S Rio Itinga Salvador 28 27 41 30 22 26 30
J00 X X Rio Jaguaribe Salvador 40
J01 38°24'56.10" O 12°53'40.60" S Rio Jaguaribe Salvador 32 31 25 27 28 23 24 22
Bacia Hidrográfica
J02 38°22'49.33" O 12°55'31.84" S Rio Jaguaribe Salvador 45 26 27 31 28 29 27 30
do Jaguaribe
J03 38°21'27.24" O 12°55'16.76" S Córrego do Bispo Salvador 32 25 24 19 21 26 26 23
J04 38°21'54.20" O 12°56'23.10" S Córrego do Bispo Salvador 34 15 18 21 17 25 20 14

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
570
Bacia

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019
2020
Hidrográfica /
Código Latitude Longitude Rio Município
Drenagem
Natural
J05 38°22'50.50" O 12°56'18.20" S Rio Mangabeira Salvador 23 21 20 28 28 23 15 15
J06 38°23'05.32" O 12°57'13.79" S Rio Jaguaribe Salvador 35 27 27 28 27 28 28 23
J07 38°23'22.60" O 12°57'01.80" S Rio Trobogy Salvador 35 37 30 40 43 31 34 33
J10 38°24’39.30” O 12°55’39.57” S Rio Mocambo Salvador 37 35 32 33 24 23 23
J11 38°26'02.70" O 12°55'23.70" S Rio Trobogy Salvador 22 19 13 20 15 16 17
J12 38°25'00.90" O 12°55'57.20" S Rio Trobogy Salvador 19 18 16 20 14 15 13
JAC01 38°26'02.80" O 12°54'34.30" S Rio Cambunas Salvador 25 16 19 18
Bacia de
Drenagem Natural LO01 38°29'28.21" O 12°56'04.45" S Rio Lobato Salvador 21 17 22 17 18 18 23 18
de Itapagipe
L01 38°30'49.60" O 12°59'19.50" S Rio Lucaia Salvador 37 24 20 23 26 33 21 27
Bacia Hidrográfica
L02 38°30'25.60" O 12°59'31.70" S Rio Lucaia Salvador 19 18 23 29 20 16 24 21
do Lucaia
L03 38°29'29.25" O 13°00'26.15" S Rio Lucaia Salvador 36 30 30 32 25 20 38 20
Bacia de M01 38°27’18.9” O 12°49’56.3” S Rio dos Macacos Simões Filho 80 52 79 75 74 65
Drenagem Natural
de São Tomé de M02 38°27'43.01" O 12°49'49.30" S Rio dos Macacos Salvador 36 15 32 31 14 38 32
Paripe
Bacia Hidrográfica
O01 38°30'32.77” O 13°00’13.86” S Rio Ondina Salvador 39 23 17 12 38 55 36
de Ondina
PA01 38°27'29.90"O 12°51'6.30"S Rio Paraguari Salvador 28 13 10 17 16 14 16 14
Bacia Hidrográfica
PA02 38°28'11.20"O 12°51'43.40"S Rio Paraguari Salvador 34 33 20 31 28 24 22 28
do Paraguari
PA03 38°28'43.60"O 12°51'35.80"S Rio Paraguari Salvador 31 31 22 27 20 28 14 28
PV00 38°25'02.45'' O 12°56'18.18'’ S Rio Passa Vaca Salvador 14 19 22 17 16
Bacia Hidrográfica PV01 38°26'02.7" O 12°55'23.7" S Rio Passa Vaca Salvador 17
do Passa vaca PV02 38°25'00.9" O 12°55'57.2" S Rio Passa Vaca Salvador 20
PV03 38°24'05.80" O 12°57'16.50" S Rio Passa Vaca Salvador 49 53 48 57 44 55 60 37
P01 38°26'49.10" O 12°55'39.70" S Rio Pituaçu Salvador 24 23 12 25 16 16 18 14

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
571
Bacia

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019
2020
Hidrográfica /
Código Latitude Longitude Rio Município
Drenagem
Natural
P02 38°25'17.90" O 12°56'34.30" S Rio Pituaçu Salvador 17 32 21 22 15 17 25 38
P03 38°26'09.80" O 12°57'12.50" S Rio Cachoeirinha Salvador 19 20 15 22 15 11 16 14
P04 38°26'45.50" O 12°57'29.00" S Rio Saboeiro Salvador 19 14 14 19 15 17 18 20
Bacia Hidrográfica
P05 38°27'06.40" O 12°57'50.00" S Rio Cascão Salvador 67 63 60 71 73 65 66
de Pedras/Pituaçu
P06 38°25'45.30" O 12°58'08.80" S Rio das Pedras Salvador 27 18 16 32 31 22 35 17
P07 38°25'41.39" O 12°58'07.73" S Rio Pituaçu Salvador 23 21 26 29 25 14 35 29
P08 38°25'39.20" O 12°58'16.60" S Rio das Pedras Salvador 24 15 19 30 29 14 34 25
SA01 38°18’32.1” O 12°54’44.1” S Rio Sapato Salvador 40 45 33 36 52 45
Bacia de SAP02 38°18'02.06" O 12°54'12.06" S Rio Sapato Lauro de Freitas 40 35 32 40 33
Drenagem Natural SAP03 38°17'31.59" O 12°53'29.71" S Rio Sapato Lauro de Freitas 43 35 28 22 23
de Stella Maris SAP04 38°18'22.11" O 12°54'32.03" S Rio Sapato Salvador 42 58 46
SAP06 38°16'56.90" O 12°52'48.60" S Rio Sapato Lauro de Freitas 30 25 37
Bacia Hidrográfica S01 38°31'29.49" O 12°59'35.69" S Rio dos Seixos Salvador 17 15 40 40 51 44 49 51
do rio dos Seixos
(Barra/Centenário) S02 38°31'27.92" O 13°00'36.63" S Rio dos Seixos Salvador 33 22 30 34 35 28 50 17

Fonte: Relatórios Anuais do Inema, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
572
Tabela 76 - Classificação do IET dos rios de Salvador entre 2013 e 2020 nos pontos de monitoramento dos relatórios anuais do Inema

2013

2014

2015
2016
2017

2018
2019
2020
Bacia Hidrográfica
Código Latitude Longitude Rio Município
/ Drenagem Natural
CA01 38°28'19.56" O 12°55'00.79" S Rio Camarajipe Salvador 72 63 81 82 70 64 73 67
CA02 38°28'16.6" O 12°56'28.7" S Afluente do Rio Camarajipe Salvador 58 66 68 59 68 70 67 73
CA03 38°28'27.6" O 12°57'17.4" S Rio Camarajipe Salvador 59 66 70 59 70 70 64 74
Bacia Hidrográfica
CA04 38°27'13.44" O 12°56'31.1" S Rio Camarajipe Salvador 57 70 71 59 71 71 61 75
do Camarajipe
CA05 38°27'13.44" O 12°58'30.77" S Rio Camarajipe Salvador 66
CA07 38°27'13.44" O 12°58'30.77" S Rio Pernambués Salvador 53 70 58 71 70 65 76
CA08 38°27'13.44" O 12°58'30.77" S Rio Camarajipe Salvador 66 69 62 72 69 59 74
CO01 38°27'12.90" O 12°51'41.90" S Rio do Cobre Salvador 67 61 55 62 59 61 65 61
Bacia Hidrográfica CO02 38°28'21.90" O 12°54'02.60" S Rio do Cobre Salvador 67 63 66 57 63 63 58 69
do Cobre CO3 38°28'20.4" O 12°54'59.6" S Rio do Cobre Salvador 76 80 64
MD0 38°28'29.3" O 12°53'25.9" S Rio Mané Dendê Salvador 61 70
IPI01 38°19'40.96" O 12°53'54.33" S Rio Ipitanga Lauro de Freitas 75 72 81 73 76 71
IPI02 38° 19' 12.30" O 12° 53' 12.04" S Rio Ipitanga Lauro de Freitas 80 76
IPI03 38°19'10.40" O 12°52'02.30" S Rio Ipitanga Lauro de Freitas 65 76 83 75 78 75
Bacia Hidrográfica I01 38°22’46.41” O 12°54’12.81” S Riacho Tapuá Mirim Salvador 79 64 70 87 78 77 78
do Ipitanga I02 38°22’55.49” O 12°53’56.46” S Rio Ipitanga Salvador 57 63 56 57 55 65 58
I03 38°21’19.76” O 12°54’17.62” S Rio Ipitanga Salvador 73 78 79 85 77 74 72
I04 38°20’29.98” O 12°54’24.23” S Rio Ipitanga Salvador 71 74 71 80 72 75 72
I05 38°21’02.36” O 12°54’02.43” S Rio Itinga Salvador 67 73 56 72 73 75 70
J00 X X - Salvador 55
J01 38°24'56.10" O 12°53'40.60" S Rio Jaguaribe Salvador 74 69 80 74 78 72 75 73
Bacia Hidrográfica
J02 38°22'49.33" O 12°55'31.84" S Rio Jaguaribe Salvador 68 73 74 67 75 72 78 74
do Jaguaribe
J03 38°21'27.24" O 12°55'16.76" S Córrego do Bispo Salvador 69 64 68 73 71 68 66 68
J04 38°21'54.20" O 12°56'23.10" S Córrego do Bispo Salvador 67 69 73 68 66 71 69 69

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
573
2013

2014

2015
2016
2017

2018
2019
2020
Bacia Hidrográfica
Código Latitude Longitude Rio Município
/ Drenagem Natural

J05 38°22'50.50" O 12°56'18.20" S Rio Mangabeira Salvador 70 66 73 63 64 68 64 73


J06 38°23'05.32" O 12°57'13.79" S Rio Jaguaribe Salvador 69 69 75 65 75 72 77 72
J07 38°23'22.60" O 12°57'01.80" S Rio Trobogy Salvador 78 63 75 63 70 70 75 74
J10 38°24’39.30” O 12°55’39.57” S Rio Mocambo Salvador X 56 72 65 65 66 61 66
J11 38°26'02.70" O 12°55'23.70" S Rio Trobogy Salvador 66 70 59 71 69 66 69
J12 38°25'00.90" O 12°55'57.20" S Rio Trobogy Salvador 70 66 67 71 72 72 73
JAC01 38°26'02.80" O 12°54'34.30" S Rio Cambunas Salvador 68 69 61 68
Bacia de Drenagem
LO01 38°29'28.21" O 12°56'04.45" S Rio Lobato Salvador 65 67 72 67 66 67 49 71
Natural de Itapagipe
L01 38°30'49.60" O 12°59'19.50" S Rio Lucaia Salvador 56 55 65 58 63 62 64 65
Bacia Hidrográfica
L02 38°30'25.60" O 12°59'31.70" S Rio Lucaia Salvador 69 60 71 58 76 68 49 72
do Lucaia
L03 38°29'29.25" O 13°00'26.15" S Rio Lucaia Salvador 66 65 60 64 65 74 62 67
Bacia de Drenagem M01 38°27’18.9” O 12°49’56.3” S Rio dos Macacos Simões FIlho 58 56 56 63 58 56
Natural de São
Tomé de Paripe M02 38°27'43.01" O 12°49'49.30" S Rio dos Macacos Salvador 64 70 66 66 71 60 69
Bacia Hidrográfica
O01 38°30'32.77” O 13°00’13.86” S Rio Ondina Salvador 57 66 60 71 57 48 57
de Ondina
PA01 Rio Paraguari Salvador 64 71 75 69 72 65 66 72
Bacia Hidrográfica
PA02 Rio Paraguari Salvador 68 61 73 60 65 68 60 64
do Paraguari
PA03 Rio Paraguari Salvador 53 65 65 67 71 66 65 78
PV00 38°25'02.45'' O 12°56'18.18'’ S Rio Passa Vaca Salvador 70 64 63 64 68
Bacia Hidrográfica PV01 38°26'02.7" O 12°55'23.7" S Rio Trobogy Salvador 66
do Passa vaca PV02 38°25'00.9" O 12°55'57.2" S Rio Trobogy Salvador 75
PV03 38°24'05.80" O 12°57'16.50" S Rio Passa Vaca Salvador 60 59 70 58 61 62 56 64
P01 38°26'49.10" O 12°55'39.70" S Rio Pituaçu Salvador 60 63 73 61 70 70 65 74
Bacia Hidrográfica
P02 38°25'17.90" O 12°56'34.30" S Rio Pituaçu Salvador 65 66 70 59 72 69 65 70
de Pedras/Pituaçu
P03 38°26'09.80" O 12°57'12.50" S Rio Cachoeirinha Salvador 71 66 72 64 67 74 63 74

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
574
2013

2014

2015
2016
2017

2018
2019
2020
Bacia Hidrográfica
Código Latitude Longitude Rio Município
/ Drenagem Natural

P04 38°26'45.50" O 12°57'29.00" S Rio Saboeiro Salvador 57 70 7168 60 62 62 74


P05 38°27'06.40" O 12°57'50.00" S Rio Cascão Salvador 46 59 5048 46 64 70
P06 38°25'45.30" O 12°58'08.80" S Rio das Pedras Salvador 63 65 7162 65 71 63 74
P07 38°25'41.39" O 12°58'07.73" S Rio Pituaçu Salvador 54 65 7261 65 66 60 69
P08 38°25'39.20" O 12°58'16.60" S Rio das Pedras Salvador 65 65 6865 62 72 65 77
SA01 38°18’32.1” O 12°54’44.1” S Rio Sapato Salvador 60 6060 31 64 55
Bacia de Drenagem SAP02 38°18'02.06" O 12°54'12.06" S Rio Sapato Lauro de Freitas 7077 59 64 62 66
Natural de Stella SAP03 38°17'31.59" O 12°53'29.71" S Rio Sapato Lauro de Freitas 7871 65 68 65 70
Maris SAP04 38°18'22.11" O 12°54'32.03" S Rio Sapato Salvador 63 68 63
SAP06 38°16'56.90" O 12°52'48.60" S Rio Sapato Lauro de Freitas 69 64 77 54
Bacia Hidrográfica S01 38°31'29.49" O 12°59'35.69" S Rio dos Seixos Salvador 70 76 55 60 61 69 58 54
do rio dos Seixos
(Barra/Centenário) S02 38°31'27.92" O 13°00'36.63" S Rio dos Seixos Salvador 62 63 56 64 63 63 54 63

Fonte: Relatórios Anuais do Inema,2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
575
Tabela 77 - Classificação do IQA das lagoas de Salvador entre 2013 e 2019 nos pontos de monitoramento dos relatórios anuais do
Inema
COORDENADAS ÍNDICE DA QUALIDADE DA ÁGUA (IQA)
BACIAS LAGOAS
X Y 2013.1 2013.2 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Parque Tecnológico 38°23’10,86’’ O 12°55’35,16’’ S 64 70 83 74 76 71 X X
FTC / Caixão 38°23’29.08’’ O 12°55’59.27’’ S 84 84 85 85 80 64 X X
Bacia Hidrográfica
Vale Encantado 38°23'12.35"O 12°55'35.62" S X X X X 79 69 X X
do Rio Jaguaribe
Orlando Gomes 38°23'2.53" O 12°55'53.74" S X X X 73 85 68 X X
Costa Verde 38°23'12.07" O 12°56'47.00" S X X X 76 82 72 X X
Jorge Amado 38°24’32.76’’ O 12°56’17.89’’ S 67 80 85 75 X X X X
Bacia Hidrográfica Alphaville 38°24’7.37’’ O 12°56’19.26’’ S 84 75 78 71 84 70 X X
do Rio Passa CHESF 38°25'7.30" O 12°56'25.90"S X X 85 82 71 62 X X
Vaca Shopping Paralela 38°23'39.14"O 12°55'58.80" S X X 81 80 78 70 X X
Vale Encantado II 38°23'41.55"O 12°56'58.21"S X X X 67 41 65 X X
Posto 1 38°26’19.50’’ O 12°58’3.59’’ S 78 83 69 75 X 68 X X
Pituaçu 38°24’46” O 12°58’01” S 69 75 81 51 80 52 83 73
Bacia Hidrográfica Pituaçu II 38°24'46.16" O 12°57'41.83" S X X X 55 72 46 75 66
do Rio das Pedras CAB 38°25'40.4" O 12°57'09.6" S X 83 60 46 68 58 X X
(e Pituaçu) CAB II 38°25'39.42"O 12°57'8.87"S X X X 72 X X X X
Paraíso / Doron 38°26'21.24" O 12°57'44.99" S 31 43 62 55 62 62 X X
Represa do Cascão 38°27'02.40" O 12°57'53.19" S X X X 70 81 67 X X
Frades 38°26’32.03’’ O 12°58’53.82’’ S 38 48 49 59 65 48 X X
Bacia Hidrográfica BR-324 38°27’38.35’’ O 12°55’6.39’’ S 28 X X X X X X X
do Rio Camarajipe Urubu 38°27’40.2’’ O 12°55’08.4’’ S X 62 X 56 60 64 X X
Dique de Campinas 38°28’20.57”O 12°54’59.64” S 32 46 49 44 39 56 X X
Bacia de
Drenagem Natural
Patos / Vela Branca 38°27'57.1" O 13°0’21.00’’ S 48 62 61 66 60 68 X X
de
Amaralina/Pituba

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
576
COORDENADAS ÍNDICE DA QUALIDADE DA ÁGUA (IQA)
BACIAS LAGOAS
X Y 2013.1 2013.2 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Dique do Tororó 38°30’14” O 12°58’55” S 60 57 70 68 75 52 62 64
Bacia do Rio Dique do Tororó II 38°30'27.27" O 12°59'19.64"S X X X 68 68 54 54 76
Lucaia Dique do Tororó III 38°30'21.27" O 12°59'04.07" S X X X X X X 59 68
Dique do Tororó IV 38°30'26.78" O 12°59'09.36" S X X X X X X 55 67
Abaeté 38°21’27” O 12°56’41 S 63 59 71 76 69 66 69 68
Bacia de Abaeté II 38°21'24.53" O 12°56'33.97" S X X X 64 80 69 70 62
Drenagem Natural Abaeté Catu 38°21'3.19" O 12°55'37.19" S X X 79 81 72 56 X X
de Stella Maris Vitória 38°19’07” O 12°55’03” S X X 64 46 66 55 X X
Flamengo 38°18'57.06" O 12°55'13.97” S 81 72 84 83 74 68 X X
Bacia Hidrográfica Paixão 38° 26' 55.1'' O 12° 51' 05.2'' S 57 57 50 70 59 64 X X
do Rio do Cobre Macacos 38°27'06.35" O 12°49'54.65" S X X X 86 85 69 X X
Bacia Hidrográfica
Represa do Ipitanga 38°23'7.62" O 12°53'37.44" S X X 83 84 86 68 X X
do Rio Ipitanga
Fonte: Relatórios Anuais do Inema,2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
577
Tabela 78 - Classificação do IET das lagoas de Salvador entre 2013 e 2019 nos pontos de monitoramento dos relatórios anuais do
Inema
COORDENADAS ÍNDICE DO ESTADO TRÓFICO (IET)
BACIAS LAGOAS
X Y 2013.1 2013.2 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Parque Tecnológico 38°23’10,86’’ O 12°55’35,16’’ S 62,63 53,28 52,27 52 54 56 X X
Bacia FTC / Caixão 38°23’29.08’’ O 12°55’59.27’’ S 57,96 54,25 54,12 52 55 51 X X
Hidrográfica
Vale Encantado 38°23'12.35"O 12°55'35.62" S X X X X 52 55 X X
do Rio
Jaguaribe Orlando Gomes 38°23'2.53" O 12°55'53.74" S X X X 49 47 55 X X
Costa Verde 38°23'12.07" O 12°56'47.00" S X X X 52 47 51 X X
Jorge Amado 38°24’32.76’’ O 12°56’17.89’’ S 59,54 59,16 57,39 60 X X X X
Bacia Alphaville 38°24’7.37’’ O 12°56’19.26’’ S 57,75 51,64 52,87 50 52 52 X X
Hidrográfica
CHESF 38°25'7.30" O 12°56'25.90"S X X 54,08 52 51 72 X X
do Rio
Passa Vaca Shopping Paralela 38°23'39.14"O 12°55'58.80" S X X 47,42 50 48 52 X X
Vale Encantado II 38°23'41.55"O 12°56'58.21"S X X X 53 58 53 X X
Posto 1 38°26’19.50’’ O 12°58’3.59’’ S 57,68 51,93 51,51 54 X 55 X X
Pituaçu 38°24’46” O 12°58’01” S 54,85 55,46 56,41 61 54 64 58 60
Bacia
Hidrográfica Pituaçu II 38°24'46.16" O 12°57'41.83" S X X X 69 58 56 57 59
do Rio das CAB 38°25'40.4" O 12°57'09.6" S X 60,32 63,96 61 65 64 X X
Pedras (e CAB II 38°25'39.42"O 12°57'8.87"S X X X 62 X X X X
Pituaçu)
Paraíso / Doron 38°26'21.24" O 12°57'44.99" S 74,65 70,56 66,85 65 68 61 X X
Represa do Cascão 38°27'02.40" O 12°57'53.19" S X X X 59 59 63 X X
Bacia Frades 38°26’32.03’’ O 12°58’53.82’’ S 72,95 66,97 71,65 64 61 71 X X
Hidrográfica BR-324 38°27’38.35’’ O 12°55’6.39’’ S 66,9 X X X X X X X
do Rio Urubu 38°27’40.2’’ O 12°55’08.4’’ S X 58,33 X 63 65 67 X X
Camarajipe Dique de Campinas 38°28’20.57”O 12°54’59.64” S 57,45 60,8 71,24 72 75 73 X X
Bacia de
Drenagem Patos / Vela Branca 38°27'57.1" O 13°0’21.00’’ S 67,35 65,28 61,07 61 59 63 X X
Natural de

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
578
COORDENADAS ÍNDICE DO ESTADO TRÓFICO (IET)
BACIAS LAGOAS
X Y 2013.1 2013.2 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Amaralina/Pi
tuba
Dique do Tororó 38°30’14” O 12°58’55” S 61,51 63,64 66,43 63 61 68 62 63
Bacia do Rio Dique do Tororó II 38°30'27.27" O 12°59'19.64"S X X X 61 61 70 64 61
Lucaia Dique do Tororó III 38°30'21.27" O 12°59'04.07" S X X X X X X 63 62
Dique do Tororó IV 38°30'26.78" O 12°59'09.36" S X X X X X X 62 62
Abaeté 38°21’27” O 12°56’41 S 64,94 63,68 57,49 59 62 61 62 57
Bacia de Abaeté II 38°21'24.53" O 12°56'33.97" S X X X 56 60 61 61 59
Drenagem
Abaeté Catu 38°21'3.19" O 12°55'37.19" S X X 56,28 54 60 56 X X
Natural de
Stella Maris Vitória 38°19’07” O 12°55’03” S X X 47,42 50 50 63 X X
Flamengo 38°18'57.06" O 12°55'13.97” S 59,45 51,33 50,53 51 53 62 X X
Bacia Paixão 38° 26' 55.1'' O 12° 51' 05.2'' S 57,3 47,42 56,31 66 65 67 X X
Hidrográfica
do Rio do Macacos 38°27'06.35" O 12°49'54.65" S X X X 50 51 52 X X
Cobre
Bacia
Hidrográfica
Represa do Ipitanga 38°23'7.62" O 12°53'37.44" S X X 50,2 52 53 55 X X
do Rio
Ipitanga
Fonte: Relatórios Anuais do Inema,2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
579
Ao se analisar os resultados, observa-se que há diversos pontos que não foram monitorados em
todos os anos do período disponível das informações, tanto no caso do programa Monitora, quanto
nos diagnósticos anuais elaborados pelo Inema especificamente para os rios e lagoas de Salvador.

De forma geral, observa-se que os resultados obtidos para o IQA na grande maioria dos pontos
monitorados nos rios do município se classificaram como qualidade ruim ou péssima, na maior parte
das análises realizadas ao longo do período analisado, demonstrando o grau de comprometimento
dos rios urbanos do município. Analisando os resultados para o IET, observa-se que a maioria dos
pontos apresentaram valores de IET com classificação variável entre mesotrófico e hipereutrófico,
sendo que a maioria foi classificada como supereutrófica e hipereutrófica, ou seja, a maioria dos
rios monitorados apresentaram elevadas concentrações de matéria orgânica e nutrientes,
confirmando a forte presença de contaminação dos rios urbanos de Salvador por esgotos sanitários.

Ao se analisar os resultados obtidos para as lagoas (Tabela 73, Tabela 74, Tabela 77 e Tabela 78),
observa-se que no período analisado os valores de IQA das lagoas foram classificados entre boa e
ótima na grande maioria dos pontos monitorados, com exceção do Dique de Campinas e da Lagoa
dos Frades (ambas na bacia hidrográfica do Camarajipe) e a lagoa Paraíso/Doron (bacia
hidrográfica de Pedras/Pituaçu) que apresentaram IQA regular e ruim na maior parte dos anos
analisados. Portanto, de acordo com os resultados de IQA do monitoramento das lagoas urbanas,
nota-se que os ambientes lênticos nas áreas urbanas de Salvador se encontram melhor
preservados do que os rios urbanos.

Com relação ao IET, observa-se que há uma grande variação entre os resultados obtidos nos
pontos de monitoramento das lagoas, variando entre oligotrófico (melhor situação) e hipereutrófico
(pior situação) ao longo dos anos. A maioria dos pontos foi classificada como mesotrófico e
eutrófico, ou seja, a maioria das lagoas monitoradas apresentou concentrações de matéria orgânica
e nutrientes variáveis entre produtividades intermediária e alta, o que está associado a atividades
antrópicas. Nenhuma das lagoas apresentou classificação do IET do tipo Ultraoligotrófico para o
período, com exceção das lagoas da Orlando Gomes e da Costa Verde na bacia do rio Jaguaribe,
com resultados pontuais. As lagoas que apresentaram a pior classificação IET no período, no caso,
hipereutrófico e supereutrófico foram a Lagoa do Paraíso, no Doron (bacia hidrográfica
Pedras/Pituaçu); a Lagoa do Frades e o Dique de Campinas (bacia hidrogrográfica Camarajipe), e
o Dique do Tororó (bacia hidrográfica Lucaia), o que indica que são afetados por grandes cargas
de matéria orgânica e nutrientes.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
580
Para realizar uma análise mais detalhada dos resultados obtidos, elaborou-se os mapeamentos
apresentados na Figura 300 e na Figura 301, que apresentam de forma espacializada a situação
da qualidade da água dos rios e lagoas de Salvador, de acordo com as informações disponíveis.

Para a elaboração dos mapeamentos, considerou-se os resultados do último relatório anual de


diagnóstico da qualidade da água e estado trófico dos rios e lagoas de Salvador, relativo ao ano de
2019. No referido ano, as amostras foram coletadas nos dias 27 e 28 de agosto de 2019 no caso
das lagoas (8 pontos) e no período de 28 e 29 de novembro e 02 e 03 de dezembro de 2019 no
caso dos rios (54 pontos). Com relação aos pontos de monitoramento do programa Monitora,
utilizou-se os dados da 4ª campanha de 2019, que ocorreu nos dias 26 de dezembro e 2019 e nos
dias 05, 13 e 14 de janeiro de 2020, tendo sido monitorados um total de 14 pontos em rios e 11
pontos em lagoas. Apenas para os pontos localizados na Ilha dos Frades e Ilha de Maré, utilizou-
se os dados da 2ª campanha de 2019, que ocorreu nos dias 07 e 12 agosto de 2019, visto que na
4ª campanha não foram monitorados os 4 pontos existentes. Ressalta-se que alguns pontos de
monitoramento não foram analisados no ano de 2019, e, portanto, não aparecem nos mapas da
Figura 300 e da Figura 301.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
581
Figura 300 – Resultados de IQA nos pontos de monitoramento nos rios e lagoas de Salvador

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
582
Figura 301 – Resultados de IET nos pontos de monitoramento nos rios e lagoas de Salvador

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
583
Analisando a Figura 300 observa-se que as bacias hidrográficas do Rio dos Seixos e de Ondina e
a bacia de drenagem natural de Stella Maris registraram em 2019 resultados de IQA classificados
como regular ou bom em todos os pontos de monitoramento. Na bacia hidrográfica do Rio do Cobre
apenas o ponto MD01 (Rio Mané Dendê) apresentou IQA péssimo, enquanto os outros 6 pontos de
monitoramento se classificaram como bom ou regular. No caso da bacia do rio do Cobre, nota-se
que o IQA nas lagoas monitoradas (lagoa do cobre e lagoa da paixão) foi classificado como bom
nos três pontos, enquanto o ponto de monitoramento no rio do Cobre (RCN-COB-950, CO01, CO02
e CO03) apresentou resultados de IQA variando entre bom, regular e ruim no ano de 2019.

Na bacia do Rio Lucaia, observa-se também que nos pontos de monitoramento do Dique do Tororó
obteve-se IQA classificado como bom em 4 dos 5 pontos monitorados em 2019, enquanto nos 4
pontos de monitoramento do Rio Lucaia o IQA se classificou como regular ou ruim, com exceção
do ponto RCN-LUC-400 que apresentou IQA bom na 4ª campanha de 2019. Ressalta-se que o
ponto RCN-LUC-400 apresentou IQA ruim ou péssimo em todas as outras campanhas realizadas
entre 2018 e 2020, como pode ser observado na Tabela 73.

Nas demais bacias hidrográficas do município que foram monitoradas em 2019 (Rio Camarajipe,
Rio das Pedras/Pituaçu, Rio Jaguaribe, Rio Ipitanga e Rio Paraguari) observa-se que predominam
valores de IQA ruim ou péssimo, comprovando a grave situação de degradação dos rios urbanos
do município.

Para fazer uma análise correlacionando a situação dos rios e lagoas das bacias hidrográficas e
bacias de drenagem natural do município, foram calculados os índices de atendimento com
esgotamento sanitário para cada uma das bacias hidrográficas e bacias de drenagem natural
localizadas na parte continental do município. No Quadro 72 estão apresentadas quais bacias de
esgotamento sanitário estão inseridas nas bacias hidrográficas e bacias de drenagem natural de
Salvador (continente).

Quadro 72 – Bacias de esgotamento que compõe as bacias hidrográficas e bacias de


drenagem natural de Salvador (continente)
Bacia de drenagem Bacia de
Bacia Hidrográfica Bacia de esgotamento
natural esgotamento
Rio dos Seixos
Barra - Parcial Comércio Comércio - Parcial
(Barra/Centenário)
Alto Camarajipe - Parcial Comércio - Parcial
Baixo Camarajipe - Parcial Itapagipe Lobato
Calafate Península
Camarajipe Campinas Armação - Parcial
Médio Camarajipe Armação / Corsário Baixo Pituaçu
Pernambués Pituba - Parcial
Pituba - Parcial Vitória / Contorno Comércio - Parcial

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
584
Bacia de drenagem Bacia de
Bacia Hidrográfica Bacia de esgotamento
natural esgotamento
Rio Das Tripas Barra - Parcial
Cobre Amaralina / Pituba Pituba - Parcial
Cobre
Alto Camarajipe- Parcial Aratu
Ondina Barra - Parcial São Tomé de Paripe Macaco - Salvador
Areia - Salvador Paripe
Baixo Ipitanga - Salvador Flamengo - Salvador
Stella Maris
Caji - Salvador Itapuã - Parcial
Coruripe Plataforma Periperi
Ipitanga I -Salvador
Ipitanga Ipitanga II -Salvador
Ipitanga III -Salvador
Médio Ipitanga
Picuaia -Salvador
Quingoma -Salvador
Ribeirão Itapuã
Baixo Camarajipe - Parcial
Lucaia Lucaia
Pituba - Parcial
Águas Claras
Baixo Jaguaribe
Cambunas
Jaguaribe Itapuã - Parcial
Mangabeira
Médio Jaguaribe
Trobogi
Paraguari Periperi - parcial
Passa Vaca Baixo Jaguaribe - Parcial
Alto Pituaçu
Pedras / Pituaçu Baixo Pituaçu
Saboeiro
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Na Tabela 79 apresenta-se o resumo dos índices de atendimento com esgotamento sanitário nas
bacias hidrográficas e bacias de drenagem natural localizadas na parte continental do município de
Salvador.

Tabela 79 – Índices de atendimento com esgotamento sanitário nas bacias hidrográficas e


bacias de drenagem natural localizadas na parte continental do município de Salvador
Bacia Hidrográfica / Drenagem Natural % atendimento
Bacia Hidrográfica de Ondina 98,85
Bacia de Drenagem Natural Amaralina/Pituba 99,31
Bacia Hidrográfica do rio dos Seixos (Barra/Centenário) 99,25
Bacia Hidrográfica do Lucaia 96,40

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
585
Bacia Hidrográfica / Drenagem Natural % atendimento
Bacia de Drenagem Natural de Stella Maris 94,15
Bacia Hidrográfica de Pedras/Pituaçu 93,52
Bacia de Drenagem Natural Armação/Corsário 94,41
Bacia Hidrográfica do Paraguari 92,78
Bacia de Drenagem Natural Plataforma 91,77
Bacia Hidrográfica do Camarajipe 91,02
Bacia de Drenagem Natural de São Tomé de Paripe 91,22
Bacia de Drenagem Natural de Itapagipe 88,68
Bacia de Drenagem Natural Vitória/Contorno 80,18
Bacia Hidrográfica do Cobre 83,79
Bacia Hidrográfica do Passa vaca 89,57
Bacia Hidrográfica do Ipitanga 75,52
Bacia de Drenagem Natural do Comércio 66,59
Bacia Hidrográfica do Jaguaribe 64,59
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Da Figura 302 até a Figura 307 estão apresentados os resultados do cruzamento das informações
de qualidade da água (IQA e IET) com o índice de atendimento de esgoto nas bacias hidrográficas
e de drenagem natural.

Figura 302 – Resultados para o IQA nos rios e lagos de Salvador, de acordo com os
resultados do Programa Monitora entre 2018 a 2021 e índice de atendimento com esgoto
por bacia hidrográfica (2021)
91,02% 83,79% 96,40% 92,78% 93,52% 94,15%
50 99,25% 100%

índice de atendimento (%)


Quantidade de análises IQA

45 44 38 90%
40 75,52% 80%
37
35 30 70%
32
30 60%
64,59% 22
25 50%
24 44,03%
20 40%
15 22 30%
9
8
10 20%
5 7 10%
0 0%
0,00%

Ótima Boa Regular Ruim Péssima Total Atendimento

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
586
Figura 303 – Resultados de IQA para os rios de Salvador de acordo com os resultados dos
Relatórios anuais do Inema (2013 a 2020) e índice de atendimento com esgoto (2021)
91,02% 88,68% 96,40% 98,85% 93,52% 99,25%
90 100%
92,78%
Quantidade de análises de IQA

82
80 90%

índice de atendimento (%)


91,22% 94,15%
89,57%
70 83,79% 80%
75,52% 63 70%
60
64,59% 60%
50
47 49 50%
40
40%
30
24 22 30%
24
20 21 13 7 20%
10 15 16
8 10%
1
0 0%

Ótima Boa Regular Ruim


Péssima Total de análises Atendimento

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Figura 304 – Resultados de IQA para as lagoas de Salvador de acordo com os resultados
dos Relatórios anuais do Inema (2013 a 2019) e índice de atendimento com esgoto (2021)

35 96,40% 94,15% 100%


93,52% 33
89,57% 83,79% 90%
30 91,02% 93,52%
Quantidade de análises de IQA

75,52% 80%

índice de atendimento (%)


27
25 70%
64,59%
20 21 60%
20
17 17 50%
15 40%
10 30%
9
20%
5 6
4 10%
0 0%

Ótima Boa Regular Ruim

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
587
Figura 305 – Resultados de IET nos rios e lagos de Salvador, de acordo com os resultados
do Programa Monitora entre 2018 a 2021 e índice de atendimento com esgoto por bacia
hidrográfica (2021)

50 91,02% 83,79% 96,40% 92,78% 93,52% 94,15% 99,25% 100%

Índice de atendimento (%)


Quantidade de análises IET

45 40 90%
44 75,52%
40 41 80%
35 32 70%
33
30 60%
25 24 22 50%
20 64,59% 42,30% 40%
22
15 10 30%
7
10 20%
5 8 10%
0 0%
0,00%

Ultraoligotrófico Oligotrófico Mesotrófico Eutrófico


Supereutrófico Hipereutrófico Total Atendimento

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Figura 306 – Resultados de IET para os rios de Salvador de acordo com os resultados dos
Relatórios anuais do Inema (2013 a 2020) e índice de atendimento com esgoto (2021)

91,02% 83,79% 88,68% 91,22% 92,78%89,57%93,52%94,15%


96,40% 98,85% 99,25%100%
90 82

Índice de atendimento (%)


Quantidade de análises IET

80 90%
70 80%
75,52% 64,59% 70%
60 63
49 60%
50 47 50%
40
40%
30 24 25 30%
2 24
20 13 15 16 20%
10 10%
8 7 2 1
0 0%

Ultraoligotrófico Oligotrófico Mesotrófico Eutrófico


Supereutrófico Hipereutrófico Total Atendimento

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
588
Figura 307 – Resultado IET para as lagoas de Salvador de acordo com os resultados dos
Relatórios anuais do Inema (2013 a 2019) e índice de atendimento com esgoto (2021)
89,57% 93,52% 99,31% 96,40% 94,15%
35 33 100%
Quantidade de análises IET

Índice de atendimento (%)


83,79% 90%
30 91,02%
27 80%
25 75,52% 70%
64,59%
20 60%
20 21 17 50%
17
15 40%
10 30%
9
6 20%
5
4 10%
0 0%

Ultraoligotrófico Oligotrófico Mesotrófico Eutrófico


Supereutrófico Hipereutrófico Total Atendimento

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Analisando a Tabela 79 e as figuras acima é possível observar que as bacias hidrográficas que
apresentam maior recorrência de valores satisfatórios são a bacia hidrográfica do Rio Ipitanga, a
bacia de drenagem natural de Stella Maris e a bacia hidrográfica da Ilha dos Frades. No entanto, os
resultados da Bacia Hidrográfica do Rio Ipitanga e da bacia hidrográfica da Ilha dos Frades não
apresentam correlação com o índice de atendimento, uma vez que os índices apresentados para
essas bacias são baixos, 75,52% e 44,03% respectivamente. Por outro lado, o índice de
atendimento da bacia hidrográfica de Stella Maris é alto (94,15% de atendimento), no entanto está
atrás dos índices apresentados pela bacia de drenagem natural Amaralina/Pituba, pela bacia de
drenagem natural Armação/Corsário, pela bacia hidrográfica do Rio Lucaia, pela bacia hidrográfica
de Ondina e pela bacia hidrográfica do Rio dos Seixos.

Com relação à bacia do Rio Lucaia, observa-se que apesar de apresentar alto índice de atendimento
com esgotamento sanitário (96,4%) os rios desta bacia apresentam qualidade bastante deteriorada,
como pode ser observado nos resultados de IQA e IET apresentados anteriormente. Na Figura 300
e a Figura 301 é possível observar também que na bacia do Rio Lucaia existem diversas Captações
em Tempo Seco (CTS) operadas pela Embasa, conforme já detalhado anteriormente no item
6.2.1.1.2. A maioria das CTS realizam a captação dos esgotos irregulares em galerias de drenagem
natural, entretanto na bacia do rio Lucaia existem também duas CTS que captam as águas do Rio

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
589
Lucaia em tempo seco e fazem o seu desvio para o sistema de esgotamento sanitário, para evitar
a contaminação das praias. Na Figura 300 e a Figura 301 observa-se também que existe uma
grande quantidade de CTS localizadas no entorno do Dique do Tororó, contribuindo com a melhoria
da qualidade da água nesta lagoa, como pode ser observado nos resultados de IQA bom em todos
os pontos de monitoramento localizados no Dique do Tororó.

Na bacia do Rio Camarajipe, que também apresentou resultados muito ruins para o IQA e IET ocorre
situação semelhante à bacia do Rio Lucaia, havendo uma grande quantidade de CTS, incluindo a
CTS Reversão Iguatemi, que capta toda a água do Rio Camarajipe em tempo seco e encaminha
para o sistema de esgotamento sanitário, apesar da bacia hidrográfica apresentar índice de
atendimento com esgotamento sanitário de 91,02%, como pode ser observado na Tabela 79.

Na bacia hidrográfica do Rio das Pedras/Pituaçu, onde predominam também valores de IQA ruim
ou péssimo, com exceção dos pontos de monitoramento na Lagoa de Pituaçu, o índice de
atendimento com esgotamento sanitário é de 93,52%. Nesta bacia hidrográfica existe também uma
grande captação em tempo seco, a CTS Alto Pituaçu, que faz o desvio das águas do Rio Pituaçu
para o Sistema de Esgotamento Sanitário em tempo seco.

Na bacia hidrográfica do Rio Paraguari, onde também predominam valores de IQA ruim ou péssimo,
o índice de atendimento com esgotamento sanitário é de 92,78% e não existem CTS nos rios desta
bacia. Todas as CTS existentes estão localizadas em galerias de drenagem próximas à praia.

Na bacia hidrográfica do Rio Jaguaribe observa-se na Tabela 79 que o índice de atendimento com
esgotamento sanitário é de apenas 64,59%, sendo as bacias hidrográficas com menores índices de
atendimento no município, juntamente com a bacia de drenagem natural do Comércio.

Analisando os resultados para os pontos de monitoramento nas ilhas de Salvador, observa-se que
tanto na Ilha dos Frades, quanto na Ilha de Maré, obteve resultados de IQA entre regular e ótimo
nos pontos monitorados. Ressalta-se que todos os 4 pontos se localizam a montante das ocupações
urbanas, que se concentram nas proximidades das praias, e, portanto, o resultado não permite
realizar uma análise relacionando os resultados à abrangência e qualidade dos serviços de
esgotamento sanitário prestados nas ilhas. Na Tabela 80 apresenta-se os índices de atendimento
com esgotamento sanitário nas 3 ilhas do município, que conforme já detalhado anteriormente, são
muito inferiores à parte continental do município.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
590
Tabela 80 – Resumo dos Índices de atendimento com esgotamento sanitário nas bacias
hidrográficas e bacias de drenagem natural localizadas nas ilhas do município de Salvador
Bacia Hidrográfica / Drenagem Natural % atendimento
Bacia Hidrográfica da Ilha dos Frades 44,03%
Bacia Hidrográfica da Ilha de Maré 0,0%
Bacia de Drenagem Natural da Ilha de Bom Jesus dos Passos 37,80%
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

8.2 CONDIÇÃO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS E O ESGOTAMENTO


SANITÁRIO

A condição de balneabilidade se refere à qualidade das águas destinadas à recreação de contato


primário, sendo este entendido como um contato direto e prolongado com a água (natação,
mergulho, esqui aquático etc.), em que há possibilidade de ingerir quantidades significativas de
água é também expressiva.

De acordo com a Resolução Conama n° 274 de 2000, o indicador de contaminação adotado para
monitorar a balneabilidade das águas é a Escherichia coli, que indica a poluição recente de origem
exclusivamente fecal. A condição de balneabilidade das águas doces, salobras e salinas pode ser
classificada nas categorias própria ou imprópria, sendo que as águas consideradas como próprias
são subdivididas nas seguintes categorias:

• Excelente: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das
cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver no máximo 200 Escherichia coli
por 100ml;
• Muito Boa: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das
cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver no máximo 400 Escherichia coli
por 100ml;
• Satisfatória: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma
das cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver no máximo 800 Escherichia
coli por 100ml.

As águas são consideradas impróprias quando no trecho avaliado forem identificadas as seguintes
ocorrências:

• Não atendimento aos critérios estabelecidos para as águas próprias;


• Valor obtido na última amostragem for superior a 2.000 Escherichia coli por 100ml.

O monitoramento da balneabilidade no Estado da Bahia é realizado pelo Instituto do Meio Ambiente


e Recursos Hídricos (Inema), através da Coordenação de Monitoramento de Recursos Ambientais
e Hídricos da Diretoria de Fiscalização e Monitoramento Ambiental, por meio de uma rede amostral

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
591
de monitoramento da balneabilidade, que atualmente é composta por 121 pontos, distribuídos em
toda a costa baiana.

No município de Salvador o Inema possui atualmente 36 pontos de coleta para monitoramento da


balneabilidade das praias, sendo que. as coletas para análise da água ocorrem sistematicamente
semanalmente no período da manhã.

Para avaliar a balneabilidade das praias de Salvador foi adotada a base de dados do ano de 2019,
fornecida pela Inema, que possui 52 análises no decorrer do ano. Os dados do ano de 2020 não
foram utilizados devido à paralisação nas análises no período da pandemia de COVID-19.

Analisando os boletins de balneabilidade fornecidos pelo Inema, não é possível avaliar os pontos
classificados como “excelente”, “muito boa” ou “satisfatória” de acordo com a classificação da
Resolução Conama n° 274 de 2000, pois o boletim apresenta apenas a classificação nas categorias
própria e imprópria de cada um dos pontos, sem apresentar dados quantitativos de Escherichia coli
por 100ml.

Entretanto, de acordo com a Cetesb as praias com amostragem semanal podem ser classificadas
em 5 categorias, como pode ser observado na Figura 308:

Figura 308 – Classificação anual para as praias com amostragem semanal

Fonte: Cetesb, 2019

Como não é possível avaliar os pontos de monitoramento classificados como “excelente”, após
fazer a análise de todos os boletins disponibilizados para o ano de 2019, só foi possível classificar
os pontos de acordo com as categorias boa, regular, ruim e péssima, de acordo com os critérios da
CETESB.

A Tabela 81 apresenta o resultado da recorrência da condição de balneabilidade (própria ou


imprópria) no ano de 2019 para os 36 pontos analisados nas praias de Salvador, assim como a sua
classificação de acordo com os parâmetros da Cetesb, apresentados na Figura 308.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
592
Tabela 81 – Condição de balneabilidade por ponto de análise.
Condição de balneabilidade
Classificação
Ponto Código Total de análises em 2019
CETESB
Própria % Imprópria % Total
São Tomé de Paripe - SSA IN 100 39 78% 11 22% 50 REGULAR
Tubarão - SSA PR 200 28 54% 24 46% 52 RUIM
Periperi - SSA PR 100 1 2% 51 98% 52 PÉSSIMA
Penha - SSA PE 100 0 0% 52 100% 52 PÉSSIMA
Bogari - SSA BO 100 25 48% 27 52% 52 PÉSSIMA
Bonfim - SSA BO 200 34 65% 18 35% 52 RUIM
Pedra Furada - SSA FU 100 3 6% 49 94% 52 PÉSSIMA
Boa Viagem - SSA BV 100 38 73% 14 27% 52 RUIM
Roma - SSA RO 100 39 75% 13 25% 52 RUIM
Canta Galo - SSA CG 100 33 63% 19 37% 52 RUIM
Marina Contorno - SSA MC 100 37 71% 15 29% 52 RUIM
Porto da Barra - SSA PB 100 41 79% 11 21% 52 REGULAR
Santa Maria - SSA SM 100 38 73% 14 27% 52 RUIM
Farol da Barra - SSA FB 100 34 65% 18 35% 52 RUIM
Farol da Barra - SSA FB 200 17 33% 35 67% 52 PÉSSIMA
Ondina - SSA ON 100 33 63% 19 37% 52 RUIM
Ondina - SSA ON 200 32 62% 20 38% 52 RUIM
Rio Vermelho - SSA RV 100 33 63% 19 37% 52 RUIM
Rio Vermelho - SSA RV 200 24 46% 28 54% 52 PÉSSIMA
Buracão - SSA RV 300 42 81% 10 19% 52 REGULAR
Amaralina - SSA AM 100 40 77% 12 23% 52 REGULAR
Amaralina - SSA AM 200 37 71% 15 29% 52 RUIM
Pituba - SSA PI 100 27 52% 25 48% 52 RUIM
Pituba - SSA PI 200 27 52% 25 48% 52 RUIM
Armação - SSA AR 200 4 8% 48 92% 52 PÉSSIMA
Boca do Rio - SSA BR 100 0 0% 52 100% 52 PÉSSIMA
Corsário - SSA CO 100 20 38% 32 62% 52 PÉSSIMA
Patamares - SSA CO 200 3 6% 49 94% 52 PÉSSIMA
Piatã - SSA PA 100 39 75% 13 25% 52 RUIM
Placafor - SSA PF 100 47 90% 5 10% 52 REGULAR
Itapuã - SSA IT 100 35 67% 17 33% 52 RUIM
Itapuã - SSA IT 200 27 52% 25 48% 52 RUIM
Farol de Itapuã - SSA FI 100 51 98% 1 2% 52 REGULAR
Stella Mares - SSA ST 100 48 92% 4 8% 52 REGULAR
Flamengo - SSA FL 100 51 98% 1 2% 52 REGULAR
Flamengo - SSA FL 200 52 100% 0 0% 52 BOA
Total 1079 58% 791 42% 1870
Fonte: Inema, 2019.

Os resultados das análises do ano de 2019 apontam que do total de análises realizadas, 58%
apresentaram condições de balneabilidade próprias e 42% impróprias. Analisando a situação de
cada um dos 36 pontos monitorados em 2019, observa-se que 45% dos pontos monitorados foram
classificadas como “ruim”, 29% como “péssimo”, 24% como “regular” e apenas 3% (1 ponto) foi

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
593
classificado como “bom”, de acordo com os critérios definidos pela Cetesb, o que reflete uma
condição bastante comprometida das praias de Salvador.

Conforme já detalhado anteriormente no item 6.2.1.1.2., atualmente existem em Salvador 199


Captações em Tempo Seco (CTS) operadas pela Embasa, que tem a finalidade de captar os
esgotos lançados irregularmente na rede de drenagem pluvial e destiná-los aos dois Sistemas de
Disposição Oceânica (SDO) existentes no município. A implantação das CTS tem como principal
objetivo evitar que os esgotos não coletados pelo Sistema de Esgotamento Sanitário alcancem as
praias de Salvador nos períodos secos, entretanto, nos períodos chuvosos, o excedente das águas
pluviais e fluviais contaminadas com esgotos sanitários atingem as praias, apesar de haver uma
maior diluição da contaminação.

Para possibilitar uma análise em relação à efetividade das CTS existentes no município em relação
à melhoria da qualidade da água das praias em períodos secos, foi feita uma comparação entre os
dados de balneabilidade das praias em períodos secos e chuvosos, por meio da análise dos dados
fornecidos pelo Inema, com o registro das chuvas diárias registradas em 25 estações pluviométricos
localizadas em diferentes regiões do município.

Para realizar a comparação entre os dados de balneabilidade das praias em períodos secos e
chuvosos, selecionou-se 3 coletas realizadas em 2019 em dias secos (sem registros de precipitação
em nenhuma das estações pluviométricas existentes no município) e 3 coletas realizadas nos dias
mais chuvosos de 2019. Para a escolha das coletas a serem analisadas, para os dias chuvosos,
considerou-se os registros em todas as estações pluviométricas no município, visto que seria
necessário selecionar os dias em que houve precipitação significativas em todas as regiões.

Na Figura 309 apresenta-se o mapa com a localização dos 36 pontos de monitoramento das praias
de Salvador, assim como a delimitação das bacias hidrográficas do município e a localização das
CTS e das estações pluviométricas e na Tabela 82 apresenta-se os dados de pluviosidade nos dias
das coletas e nos dias anteriores às coletas selecionadas para realizar a análise comparativa dos
resultados de balneabilidade das praias. No Quadro 73 apresenta-se os resultados obtidos nas
datas de coleta selecionadas.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
594
Figura 309 –Classificação dos Pontos de monitoramento da balneabilidade das praias de Salvador de acordo com a CETESB

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
595
Tabela 82 – Pluviosidade registrada em cada estação pluviométrica de Salvador nas datas das coletas selecionadas para a análise
comparativa (2019)
Pluviosidade registrada nos dias secos (mm) Pluviosidade registrada nos dias chuvosos (mm)
Coleta 4 - Out Coleta 1 - Dez Coleta 2 - Dez Coleta 1 - Jun Coleta 3 - Jul Coleta 1 - Set
Estação Pluviométrica Dia da Dia Dia da Dia Dia da Dia Dia da Dia Dia da Dia Dia da Dia
coleta anterior coleta anterior coleta anterior coleta anterior coleta anterior coleta anterior
25/10 24/10 06/12 05/12 13/12 12/12 07/06 06/06 19/07 18/07 09/09 08/0
Estação Rádio Marinha (São
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 74,8 66,6 18,0 13,8 37,0 25,0
Tomé do Paripe)
Nova Esperança 0,0 0,0 0,0 - 0,0 - 21,1 16,3 18,5 15,9 62,1 26,8
Abaeté (Inema) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - - - 35,0 13,6
Altos do Peru 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 98,4 91,3 29,9 27,9 35,6 10,8
Alto do Pituaçu - CAB 0,0 0,0 0,0 - 0,0 - 96,7 93,3 25,6 21,7 33,5 16,0
Cosme de Farias 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 105,4 104,4 25,4 25,4 32,1 14,8
São Caetano 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - - - - -
Rio Sena 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 115,2 102,8 25,4 19,7 43,9 22,8
Mont Serrat 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - - - - -
Dois de Julho - Centro - 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - - - - -
Federação 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 54,8 53,1 32,1 32,1 34,7 21,5
Cabula 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 65,6 62,6 28,9 27,7 23,0 10,4
Periperi 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 110,0 103,2 28,8 22,2 66,0 39,0
Ondina 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 64,9 62,6 34,6 34,6 24,6 24,6
Caminho das Árvores 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 60,4 59,0 24,4 24,2 18,7 9,7
Águas Claras 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 91,2 87,4 25,0 19,3 42,0 23,3
Pirajá 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 56,1 52,6 13,8 11,4 20,7 11,2
Valéria 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 90,2 82,3 28,8 20,5 54,5 29,5
São Tomé de Paripe 0,0 0,0 0,0 - 0,0 - 83,5 72,8 16,8 13,6 31,6 18,5
Mussurunga 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 40,2 36,8 10,0 9,6 44,4 29,8
Fazenda Coutos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 97,2 90,6 26,6 21,4 49,6 28,6

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596
Pluviosidade registrada nos dias secos (mm) Pluviosidade registrada nos dias chuvosos (mm)
Coleta 4 - Out Coleta 1 - Dez Coleta 2 - Dez Coleta 1 - Jun Coleta 3 - Jul Coleta 1 - Set
Estação Pluviométrica Dia da Dia Dia da Dia Dia da Dia Dia da Dia Dia da Dia Dia da Dia
coleta anterior coleta anterior coleta anterior coleta anterior coleta anterior coleta anterior
25/10 24/10 06/12 05/12 13/12 12/12 07/06 06/06 19/07 18/07 09/09 08/0
Alto do Coqueirinho - - 0,0 - 0,0 - 48,6 43,8 14,0 13,4 37,6 12,8
Tancredo Neves 0,0 0,0 0,0 - 0,0 - 83,8 76,2 27,0 25,8 34,8 13,0
Centro 0,0 - 0,0 - 0,0 - - - - - - -
Itapuã 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - - - - - -
Precipitação média 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 76,7 71,5 23,9 21,1 38,1 20,1
Precipitação máxima 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 115,2 104,4 34,6 34,6 66,0 39,0
Precipitação mínima 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 21,1 16,3 10,0 9,6 18,7 9,7
Fonte: Inema, 2019

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597
Quadro 73 – Resultados de balneabilidade das praias em períodos secos e chuvosos
Dias secos Dias Chuvosos
Ponto de Monitoramento Coleta 4 - Coleta 1 Coleta 2 Coleta 1 Coleta 3 Coleta 1
Out - Dez - Dez - Jun - Jul - Set
São Tomé de Paripe - SSA IN 100 Imprópria Própria Própria Própria Imprópria Própria
Tubarão - SSA PR 200 Imprópria Própria Própria Própria Imprópria Própria
Periperi - SSA PR 100 Imprópria Imprópria Imprópria Imprópria Imprópria Imprópria
Penha - SSA PE 100 Imprópria Imprópria Imprópria Imprópria Imprópria Imprópria
Bogari - SSA BO 100 Imprópria Própria Própria Própria Própria Própria
Bonfim - SSA BO 200 Imprópria Própria Própria Própria Própria Própria
Pedra Furada - SSA FU 100 Imprópria Imprópria Própria Imprópria Imprópria Imprópria
Boa Viagem - SSA BV 100 Própria Imprópria Própria Imprópria Imprópria Própria
Roma - SSA RO 100 Própria Própria Imprópria Própria Própria Própria
Canta Galo - SSA CG 100 Própria Própria Imprópria Imprópria Imprópria Própria
Marina Contorno - SSA MC 100 Própria Própria Própria Própria Imprópria Imprópria
Porto da Barra - SSA PB 100 Própria Própria Própria Imprópria Própria Própria
Santa Maria - SSA SM 100 Própria Própria Própria Imprópria Própria Própria
Farol da Barra - SSA FB 100 Própria Própria Própria Própria Própria Imprópria
Farol da Barra - SSA FB 200 Própria Própria Própria Imprópria Própria Imprópria
Ondina - SSA ON 100 Própria Própria Própria Imprópria Própria Própria
Ondina - SSA ON 200 Própria Própria Própria Própria Imprópria Própria
Rio Vermelho - SSA RV 100 Própria Própria Própria Imprópria Própria Própria
Rio Vermelho - SSA RV 200 Própria Imprópria Imprópria Imprópria Própria Imprópria
Buracão - SSA RV 300 Própria Própria Própria Própria Própria Própria
Amaralina - SSA AM 100 Própria Própria Própria Própria Imprópria Própria
Amaralina - SSA AM 200 Própria Própria Própria Própria Própria Própria
Pituba - SSA PI 100 Própria Imprópria Própria Própria Imprópria Imprópria
Pituba - SSA PI 200 Própria Própria Própria Própria Imprópria Imprópria
Armação - SSA AR 200 Imprópria Imprópria Imprópria Própria Imprópria Imprópria
Boca do Rio - SSA BR 100 Imprópria Imprópria Imprópria Imprópria Imprópria Imprópria
Corsário - SSA CO 100 Própria Própria Própria Imprópria Própria Própria
Patamares - SSA CO 200 Imprópria Imprópria Própria Imprópria Imprópria Imprópria
Piatã - SSA PA 100 Própria Própria Própria Imprópria Própria Própria
Placafor - SSA PF 100 Própria Própria Própria Própria Própria Própria
Itapuã - SSA IT 100 Própria Própria Própria Própria Imprópria Imprópria
Itapuã - SSA IT 200 Própria Própria Própria Imprópria Imprópria Própria
Farol de Itapuã - SSA FI 100 Própria Própria Própria Própria Própria Própria
Stella Mares - SSA ST 100 Própria Própria Própria Própria Imprópria Própria
Flamengo - SSA FL 100 Própria Própria Própria Própria Própria Própria
Flamengo - SSA FL 200 Própria Própria Própria Própria Própria Própria
% de análises Impróprias 27,8% 25,0% 19,4% 44,4% 50,0% 36,1%
Fonte: Inema, 2019

Comparando-se os resultados obtidos nas datas de coleta selecionadas, observa-se que nos dias
secos a quantidade de pontos que apresentaram resultados de balneabilidade classificados como

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
598
impróprios variou de 19,4% (7 pontos) a 27,8% (10 pontos), enquanto nos dias chuvosos o
percentual variou de 36,1% (13 pontos) a 50% (18 pontos), sendo possível observar uma
significativa piora da qualidade das águas das praias após a ocorrência de chuvas no município.
Entretanto, considerando a existência das 199 CTS citadas anteriormente, são altos os valores
observados de cerca de 20 a 30% dos pontos de monitoramento das praias apresentando qualidade
das águas impróprias mesmo em dias secos.

Na Figura 310 apresenta-se a espacialização dos pontos de monitoramento, considerando os


percentuais das análises realizadas em tempo seco que apresentaram resultado impróprio em cada
um dos pontos de monitoramento.

Analisando os pontos mais críticos, observa-se que as praias que apresentaram os piores
resultados estão sob influência das Bacias de Drenagem Natural São Tomé de Paripe, Itapagipe,
Amaralina/Pituba e Armação/Corsário e das Bacias Hidrográficas Paraguari, Lucaia e Ondina.
Como pode ser observado na Figura 310, todas essas bacias hidrográficas e bacias de drenagem
natural contam atualmente com CTS operadas pela Embasa, sendo que as Bacias de Drenagem
Natural Itapagipe e São Tomé de Paripe e a Bacia Hidrográfica Lucaia possuem a maior quantidade
de CTS, com 49, 20 e 37 CTS, respectivamente.

Portanto, conclui-se que apesar da existência de um número altíssimo de CTS no município de


Salvador, ainda não é possível garantir o cumprimento dos padrões de balneabilidade em uma
quantidade considerável de praias do município.

A recorrência de resultados impróprios de balneabilidade nas praias de Salvador evidencia


problemas com lançamentos irregulares de esgoto nas galerias de águas pluviais e corpos d’água,
que podem ser ocasionados por falta de atendimento pelo sistema público de esgotamento sanitário
ou em alguns casos devido à desinformação por parte da população, que continua lançando seus
esgotos em galerias de águas pluviais ou corpos d’água, mesmo havendo rede coletora disponível.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
599
Figura 310 –Classificação dos Pontos de monitoramento da balneabilidade das praias de Salvador de acordo com as análises realizadas em tempo seco

Elaboração: CSB Consorcio, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
600
9. AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS DE SAÚDE PÚBLICA, RELACIONADOS ÀS
DEFICIÊNCIAS DOS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

No Produto Parcial E1A deste PMSBI foram apresentados os dados de ocorrência de doenças
relacionadas ao saneamento básico em cada um dos distritos sanitários do município de Salvador.
Na Figura 311 apresenta-se a delimitação dos distritos sanitários, prefeituras bairro e bacias de
esgotamento sanitário, para que seja possível uma análise da ocorrência das doenças, em
comparação com as informações disponíveis sobre o esgotamento sanitário no município.

Figura 311 – Distritos sanitários e bacias de esgotamento sanitário de Salvador

Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Conforme detalhado no Produto E1A, existem diferentes classificações em relação às doenças


associadas à ausência ou precariedade do saneamento básico, sendo que neste trabalho optou-se
por adotar a classificação da Funasa (2010), que é apresentada no Quadro 74 a seguir.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
601
Quadro 74: Seleção de enfermidades realizada pela Funasa em 2010.
Categoria Infecção
Diarreias
Transmissão feco-oral Febres entéricas
Hepatite A
Dengue
Zika
Chikungunya
Febre amarela
Inseto vetor
Leishmaniose tegumentar e visceral
Filariose linfática
Malária
Doença de chagas.
Contato com a água contaminada Esquistossomose e leptospirose
Doença nos olhos
Tracoma
Higiene Conjuntivites
Doenças da pele
Micoses superficiais
Helmintíases
Geo-helmintos e teníases
Teníases
Fonte: Adaptado de Cairncross & Feachem; Heller (1993; 1997 apud BRASIL, 2010).

Tendo em vista a classificação da Funasa, buscou-se no Sistema de Informações de Agravos de


Notificação (SINAN), dados disponíveis sobre o município de Salvador dos últimos cinco anos (2015
a 2019) referente a dengue, leishmanioses, hepatite A, esquistossomose, leptospirose, malária,
febre tifoide, doença de chagas, febre amarela e cólera, sendo que as três últimas não
apresentaram registros para o Município. Ressalta-se que no SINAN não contém informações sobre
diarreias e o período de análise sobre a esquistossomose foi diferente das demais doenças, pois o
ano de 2017 foi o último com informações.

O Quadro 75 apresenta as principais doenças relacionadas a falta de infraestrutura adequada de


esgotamento sanitário de acordo com o Manual de Saneamento (2007) elaborado pela Funasa.

Quadro 75: Doenças relacionadas a falta de infraestrutura de esgotamento sanitário.


Agente Veiculador Doenças Transmissão
Febre Tifoide e paratifoide
Bactéria Cólera
Diarreia aguda
Hepatite A e
Fecal-oral em relação a água
Vírus Poliomielite
Diarreia aguda
Diarreia aguda
Protozoário
Toxoplasmose
Ascaridíase
Helmintos Fecal-oral em relação ao solo
Tricuríase

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
602
Agente Veiculador Doenças Transmissão
Ancilostomíase
Esquistossomose Contato da pele com a água contaminada
Cisticercose Fecal-oral em relação a água e alimentos contaminados
Fonte: Adaptado de Barros (1995).

No que se refere ao sistema de esgotamento sanitário, a prevenção das doenças de transmissão


feco-oral e contaminação através da pele envolve a ampliação na cobertura do sistema de
esgotamento sanitário e tecnologias adequadas para tratamento do esgoto coletado antes da
disposição final no solo ou corpos d’água.

Considerando a disponibilidade de informações pelo SINAN e o grau de influência do sistema de


esgotamento sanitário, serão retratadas neste item as seguintes enfermidades por distrito sanitário,
de modo a identificar se a sua ocorrência tem alguma correlação com as deficiências do sistema de
esgotamento sanitário do município relatadas pela população nas oficinas de diagnóstico e
identificadas por meio deste diagnóstico técnico:

• Febre Tifoide;
• Esquistossomose; e
• Doenças Diarreicas Agudas;
• Covid-19.

Destaca-se que os fatores determinantes dessas enfermidades, no que tange à coleta, afastamento
e tratamento do esgoto não se limitam apenas à qualidade do serviço de esgotamento sanitário,
relacionando-se também com a forma de organização do espaço geográfico, o modo de vida dos
indivíduos e seus reflexos no ambiente, bem como a qualidade dos demais serviços que compõe o
saneamento básico, que também podem ser determinantes nesse processo saúde-doença.

9.1 FEBRE TIFOIDE

A febre tifoide é um problema de saúde pública mundial cujas áreas atingidas denotam condições
precárias de saneamento ambiental e higiene pessoal, além da população apresentar baixo nível
socioeconômico. No Brasil, a doença apresenta características endêmicas em locais isolados, com
maior frequência na faixa etária entre 15 e 45 anos, e epidêmicas nas regiões norte e nordeste
(BRASIL, 2010; 2020).

No período entre 2013 e 2019, 05 (cinco) casos de febre tifoide foram notificados em 03 (três)
distritos sanitários de Salvador, sendo: 03 (três) no distrito sanitário Barra/Rio Vermelho, 01 (um)
no distrito sanitário Boca do Rio e 01 (um) no distrito sanitário Cabula/Beirú (SMS, 2020).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
603
A transmissão da febre tifoide pode se dar de forma direta, através do contato com as mãos do
doente ou portador, ou indireta, através do consumo da água ou alimentos contaminados; legumes
irrigados com água contaminada, produtos do mar mal-cozidos ou crus (moluscos e crustáceos),
leite e derivados não pasteurizados, produtos congelados e enlatados podem veicular salmonelas
(BRASIL, 2010).

Diante disso, a coleta, afastamento e tratamento de esgoto se tornam fatores preponderantes para
reduzir a disseminação da bactéria Salmonella typhi, responsável pela transmissão da febre tifóide,
uma vez que conforme apresentado por Castiñeiras, Pedro e Martins (2008) a principal forma de
transmissão é a ingestão de água ou alimento contaminado com fezes humanas ou, menos
frequente com urina contendo a S. typhi.

O Distrito Sanitário Barra/Rio Vermelho pertence ao território das prefeituras bairro Centro/Brotas e
Cidade Baixa, o Distrito Sanitário de Boca do Rio pertence as prefeituras bairro de Itapuã e
Barra/Pituba e o Distrito Sanitário Cabula/Beiru faz parte da Prefeitura Bairro Cabula/Tancredo
Neves. As bacias de esgotamento onde estão inseridas as maiores áreas desses distritos sanitários
possuem índices de atendimento de esgoto superiores a 85%.

Como os distritos sanitários onde ocorreram as incidências de febre tifoide apresentam índices
satisfatórios de atendimento de esgotamento sanitário, deve ser levado em consideração problemas
relacionados a outros eixos do saneamento, como por exemplo o abastecimento de água, que de
acordo com o Ministério da Saúde (2010) a intermitência no abastecimento ou até mesmo sistemas
que operam em baixa pressão são suscetíveis a ocorrência de contaminação da água a partir de
sistemas de esgotamento sanitário.

9.2 ESQUISTOSSOMOSE

No Quadro 76 tem-se a quantidade de casos notificados por distrito sanitário entre 2013 e 2019.

Quadro 76- Número de casos de esquistossomose diagnosticado em Salvador entre 2013 e


2019
Distritos Sanitários Número de casos
Barra/Rio Vermelho 205
Boca do Rio 134
Brotas 119
Cabula/Beirú 225
Cajazeiras 153
Centro Histórico 51
Pau da Lima 68
Subúrbio Ferroviário 226
Itapagipe 57

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
604
Distritos Sanitários Número de casos
Itapuã 57
São Caetano/Valéria 235
Liberdade 181
Fonte: SMS (2020).

No período supracitado, os distritos sanitários com maior número de casos foram os seguintes: São
Caetano/Valeria com 235 casos, Subúrbio Ferroviário com 226 seguido do Distrito Cabula/Beirú
com 225 casos agudos. E em relação aos locais de ocorrência crítica de esquistossomose no
Município, tem-se os seguintes distritos sanitários: São Caetano/Valéria, Boca do Rio, Cabula/Beirú,
Pau da Lima e Subúrbio Ferroviário (SMS, 2020).

É importante destacar também sobre a atividade de busca ativa inquérito parasitológico que ocorreu
no município de Salvador, entre os anos 2013 e 2019, com o objetivo de identificar indivíduos com
esquistossomose mansoni. Nesse período foram realizados 04 (quatro) inquéritos epidemiológicos
e parasitológicos em parceria com o Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM),
FIOCRUZ/Bahia. A definição das localidades, baseou-se no critério coleções hídricas com o
caramujo da espécie Biomphalária glabrata positivo para esquistossomose. Nesse sentido, pode-
se citar a localidade São Bartolomeu, Saramandaia e Pirajá (SMS, 2020).

No ano de 2015, em São Bartolomeu, pertencente ao Distrito São Caetano/Valeria, foram


examinadas 734 (setecentos e trinta e quatro) pessoas, dentre as quais, 35 (trinta e cinco) testaram
positivos para Shistossoma mansoni. No ano seguinte, em 2016, na horta de Saramandaia,
pertencente ao Distrito Cabula/Beirú, o público alvo foi os trabalhadores da horta, em que dos 66
(sessenta e seis) exames de fezes realizados 16 (dezesseis) testaram positivo para Shistossoma
mansoni. Em 2018, dos 1.799 (um mil setecentos e noventa e nove) moradores examinados na
comunidade de Saramandaia, constatou-se que 95 (noventa e cinco) moradores testaram positivo
para Schistossoma mansoni (SMS, 2020).

Em 2019, os residentes da comunidade de Pirajá, pertencente aos Distrito Sanitário São


Caetano/Valéria, foram convidados e aceitaram participar do inquérito epidemiológico e
parasitológico por meio dos exames de fezes. O total de pessoas que participaram do inquérito
epidemiológico foi 2.012 (dois mil e doze) moradores, porém somente 1.134 (um mil cento e trinta
e quatro) indivíduos entregaram pelo menos uma amostra de fezes para os exames
parasitológicos. Do total da amostra entregue, 62 (sessenta e dois) testaram positivos para
Shistossoma mansoni. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (2020) todos os
participantes dos 04 (quatro) inquéritos realizados foram tratados segundo as orientações do
Ministério da Saúde.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
605
Salienta-se também que no período de 2015 a 2019 ocorreram 56 casos de óbitos por
esquistossomose notificados no Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM), conforme são
apresentados no Quadro 77.

Quadro 77 - Número de óbitos por Esquistossomose segundo Distrito Sanitário, no período


de 2015/2019, Salvador-BA.
Distritos Sanitários Número de óbitos
Centro Histórico 1
Itapagipe 2
São Caetano/Valeria 5
Liberdade 2
Brotas 3
Barra/Rio Vermelho 5
Boca do Rio 2
Itapuã 3
Cabula/Beirú 11
Pau da Lima 8
Subúrbio Ferroviário 6
Cajazeiras 4
Fonte: SMS (2020).

De acordo com o Quadro 77, observa-se que os distritos sanitários com o maior número de óbitos
foram: Cabula/Beirú (11 óbitos), Pau da Lima (08 óbitos) e Subúrbio Ferroviário (06 óbitos) (SMS,
2020).

Segundo o Ministério da Saúde (2018) como a esquistossomose é transmitida pelo contato com
água contaminada com larvas do parasito, para sua prevenção e controle, o mais importante e
necessário, entre outras ações sanitárias, é uma disposição adequada dos esgotos, incluindo coleta
e tratamento de esgoto visando interromper o ciclo de transmissão.

Cabe mencionar que nas oficinas setoriais das Prefeituras bairro que englobam os Distritos
Sanitários onde houve incidência de esquistossomose foram apresentados relatos de problemas no
sistema de esgotamento sanitário. No entanto, nesse caso não é possível afirmar que a falta de
esgotamento sanitário impacta diretamente na transmissão da esquistossomose, uma vez que não
há correlação direta entre baixos níveis de atendimento com esgoto e maior ocorrências de casos
e/ou óbitos.

O saneamento ambiental cria as condições necessárias para a redução da proliferação e


contaminação dos hospedeiros intermediários, com consequente diminuição do contato com o
homem com o agente patogênico (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
606
A prevalência da parasitose está associada também ao crescimento acelerado dos grandes centros
urbanos, levando ao estabelecimento de comunidades marginais em aglomerados subnormais em
áreas periféricas, geralmente desprovidas de infraestrutura sanitária mínima, criando condições
para a manutenção do caramujo hospedeiro e consequentemente a transmissão da doença
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).

9.3 DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS

A diarreia é a segunda causa de mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo. Quase
1 em cada 5 mortes de criança – cerca de 1,5 milhões por ano – se deve à diarreia. Ela mata mais
crianças do que a AIDS, a malária e o sarampo juntos (Guia de Vigilância em Saúde, 3ed, 2019).

No Brasil, a doença diarreica aguda (DDA) é reconhecida como importante causa de


morbimortalidade, mantendo relação direta com as precárias condições de vida e saúde dos
indivíduos, em consequência da falta de saneamento básico, de desastres naturais (estiagem, seca
e inundações) e da desnutrição crônica, entre outros fatores (Guia de Vigilância em Saúde, 3ed,
2019).

Em relação ao número de casos por distrito sanitário de Salvador, tem-se os dados na Tabela 83,
em que são apresentados os resultados obtidos até a 25ª (vigésima quinta) semana epidemiológica
do ano de 2020.

Tabela 83 - Número de casos de DDAs em < 05 anos segundo distrito sanitário, no ano de
2020*, Salvador – BA.
Distritos Sanitários Nº de casos em < 05 anos
Centro Histórico 32
Itapagipe 26
São Caetano/Valeria 181
Liberdade 185
Brotas 15
Barra/Rio Vermelho 125
Boca do Rio 101
Itapuã 212
Cabula/Beirú 634
Pau da Lima 220
Subúrbio Ferroviário 247
Cajazeiras 1
Total 1979
*O ano de 2020 é até 25º semana epidemiológica.
Fonte: SMS (2020).
Do total do número de casos notificados de DDAs até a 25ª (vigésima quinta) semana
epidemiológica em 2020, 1.979 (um mil novecentos e setenta e nove) notificações foram de
menores de 05 (cinco) anos. Os distritos sanitários que apresentaram maior número de casos foram

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
607
os distritos sanitários: Cabula /Beiru (634), Subúrbio (247) e Pau da Lima (220) em crianças de até
4 anos 11 meses e 29 dias de idade. Apesar desses valores para o ano corrente, ao observar o
período entre 2016 e 2020, houve uma redução no percentual de casos de DDAs em menores de
05 anos, de 30,3% para 21,5% (SMS, 2020).

Assim como para as demais doenças abordadas, ao correlacionar os dados apresentados pela SMS
com o índice de atendimento de esgoto, não é possível afirmar que a falta de esgotamento sanitário
é preponderante para o aumento de casos de doenças diarreicas agudas. Diante disso fica claro
que os fatores que interferem na circulação dessas enfermidades não se limitam a cobertura do
serviço de esgotamento sanitário, devem ser incluídos também a qualidade da prestação dos
demais serviços que compõe o saneamento básico, a forma com que ser organiza o espaço
geográfico, o uso e ocupação do solo, bem como o modo de vida dos indivíduos e seus reflexos no
ambiente que podem criar as condições propicias para a proliferação dos vetores.

9.4 COVID-19

Em relação aos Distritos Sanitários (DS) de Salvador, de acordo com o 6º boletim epidemiológico
da Secretaria Municipal de Saúde, àqueles que apresentaram as maiores taxas de incidência
acumulada foram: Barra/Rio Vermelho, Centro Histórico, Boca do Rio e Brotas com variação entre
5.126 e 6.678/100.000 habitantes. Já os DS Subúrbio Ferroviário e São Caetano/Valéria tiveram as
menores taxas de incidência acumulada variando entre 3.462 e 3.599/100.000 habitantes.

Em relação aos distritos sanitários de Salvador, tem-se que os distritos sanitários em que ocorreram
as maiores taxas de mortalidade acumulada por covid-19 foram: Centro Histórico, Barra/Rio
Vermelho, Liberdade e Itapagipe cuja variação foi entre 115 e 173/100.000 habitantes. Já os distritos
de Itapuã, Cabula/Beirú e São Caetano/Valéria tiveram as menores taxas, variando entre 96 e
115/100.000 habitantes (SALVADOR, 2021).

Em relação a taxa de mortalidade verificada da quinta a oitava semana epidemiológica do ano de


2021, os distritos sanitários com as maiores taxas (15 e 13/100.000 habitantes) foram: Centro
Histórico e Liberdade. Já os distritos de Valéria, Cajazeiras e Cabula/Beirú tiveram 6 óbitos/100.000
habitantes (menor taxa de mortalidade por covid-19) (SALVADOR, 2021).

Até o momento não foi confirmada a hipótese de transmissão feco-oral do SARS-Cov-2, caso
verdadeira a qualidade da prestação dos serviços de saneamento ambiental se tornará um fator
ainda mais relevante. Um estudo recente de Heller, Mota e Greco (2020), apresentou possíveis
rotas que satisfazem a hipótese de transmissão fecal-oral do novo coronavírus, apresentada na
Figura 312 a seguir.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Figura 312 – Possibilidades de rota feco-oral para transmissão do SARS-CoV-19

Fonte: Heller, Mota e Greco, 2020.

Essa hipótese, sugere ainda a existência de uma nova rota de transmissão do Coronavírus, onde a
água contaminada utilizada para limpar superfícies poderia abrir caminho para a contaminação.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
609
10. EVENTOS PARTICIPATIVOS

Em consonância com a Lei nº 11.445/2007 e o Termo de Referência para elaboração do PMSBI de


Salvador, foram realizadas duas rodadas de oficinas durante o período do de elaboração do
diagnóstico técnico-participativo. A primeira roda de oficinas teve o objetivo realizar a escuta ativa
da população, para obtenção da sua percepção em relação aos principais problemas relacionadas
às quatro componentes do saneamento básico e a segunda rodada de oficinas teve o objetivo de
apresentar para a população o resultado do diagnóstico elaborado, para a coleta de críticas e
contribuições.

Nos itens a seguir será apresentada a sistematização das informações obtidas nos dois momentos
de eventos participativos realizados em relação aos serviços de esgotamento sanitário prestados
no município de Salvador. O relatório detalhado com todos os registros dos eventos realizados
consta em relatórios específicos, que também compõe este diagnóstico do PMSBI Salvador.

10.1 OFICINAS DE CONSTRUÇÃO DO DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO

Entre os dias 12/05/2021 e 27/05/2021 ocorreram as oficinas para elaboração do diagnóstico


técnico participativo. Essas oficinas foram realizadas por Prefeitura-Bairro, de modo que em cada
oficina foram discutidos os problemas específicos dos bairros que compõe a região de abrangência
de cada uma das Prefeituras Bairro.

Devido à pandemia de COVID-19 e seguindo todos os protocolos de segurança da Organização


Mundial da Saúde, o processo participativo foi feito em modo remoto, via plataformas digitais. Os
eventos participativos do PMSBI Salvador foram realizados de modo remoto e síncrono, através da
plataforma ZOOM Cloud Meetings com transmissão simultânea no Youtube e Facebook do canal
da SEINFRA Salvador. A proposta metodológica para a realização das oficinas fundamentou-se no
cumprimento do princípio de controle social, estabelecido pela Lei Nacional nº 11.445/2007 (inciso
IV, do art. 3º), e no que define seu regulamento, o Decreto nº 7.217/2010, no artigo 26, em que
prevê ampla participação das comunidades, dos movimentos e das entidades da sociedade civil,
na elaboração e na revisão dos planos.

Foram convidados cerca de 30 a 45 atores sociais estratégicos de cada Prefeitura Bairro,


representando os diversos segmentos da organização social do município, a exemplo de
Conselheiros Comunitários, Agentes comunitários de saúde, representante dos prestadores de
serviço, representantes de entidades da sociedade civil organizada, lideranças locais, entre outros.
Estes atores sociais estratégicos tiveram a possibilidade de participar da elaboração do PMSBI de

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
610
Salvador através de contribuições referentes aos principais problemas identificados em suas
regiões de atuação.

Além dos atores sociais, toda a população do município também foi convidada para participar
através do Youtube no Canal da SEINFRA Saneamento, onde as oficinas foram transmitidas ao
vivo e as pessoas presentes também puderam apresentar suas contribuições através de
comentários no chat.

Além da coleta de informações no momento da realização dos eventos, foram disponibilizados


também dois formulários para recebimento de contribuições: o formulário de inscrição dos atores
estratégicos que foram convidados para as oficinas e um formulário que foi disponibilizado no site
da SEINFRA para a sociedade civil registrar suas contribuições em relação aos principais problemas
relacionados ao saneamento básico durante o período de 12 a 31 de maio de 2021.

Na Figura 313 pode ser visualizado o card de divulgação das oficinas, com as datas em que foram
realizadas em cada Prefeitura-Bairro.

Figura 313 – Divulgação das oficinas com as datas por Prefeitura Bairro.

Elaboração: Consórcio CSB, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
611
A seguir será apresentada a sistematização das informações relativas ao esgotamento sanitário em
cada uma das Prefeituras Bairro, que foram obtidas por meio das oficinas realizadas e por meio do
preenchimento dos formulários disponibilizados.

10.1.1 PREFEITURA BAIRRO I - CENTRO/BROTAS

No Quadro 78 estão apresentados os principais problemas relatados nos eventos participativos


pelos atores estratégicos e população, com relação ao esgotamento sanitário na região da
Prefeitura Bairro Centro/Brotas.

Quadro 78 – Percepção da população da PB Centro/Brotas sobre o esgotamento sanitário


Bairro /
Principais problemas relatados
comunidade
Não possui redes de esgotamento sanitário e possui pontos de lançamento de esgoto
Santo Antônio
a céu aberto. Segundo a Embasa esse bairro foi contemplado em obra conjunta com a
Além do Carmo
Conder.
Falta de manutenção e interligação das redes de esgoto nas redes de drenagem de
águas pluviais;
Centro
Falta de banheiros públicos para atendimento da população em situação de rua em
locais estratégicos do centro.
Barris Necessidade de implantar sanitário móvel para os feirantes da feira São Raimundo.
Cosme de
Lançamento de esgoto a céu aberto.
Farias
Fazenda Garcia Lançamento de esgoto a céu aberto na Av. Dom Manuel I.
Aquidabã, Baixa
dos Sapateiros Existência de rios tamponados e rede de esgoto que se rompe com frequência
e Barroquinha
Serviço de esgotamento sanitário precário;
Ineficiência das ETE e subdimensionamento das mesmas;
Lançamento de esgoto a céu aberto.
Geral
Problemas gerados pelo lançamento de óleo de cozinha na rede coletora de esgoto
O tamponamento dos rios deve ser evitado
Degradação do Rio Joanes
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Durante a oficina da PB Centro/Brotas a problemática que apresentou maior recorrência na fala dos
participantes foi referente ao lançamento de esgoto a céu aberto, que impacta diretamente a
qualidade de vida da população, uma vez que essa situação pode ocasionar proliferação de
doenças, odor desagradável entre outros problemas.

10.1.2 PREFEITURA BAIRRO II – SUBÚRBIO/ILHAS

No Quadro 79 estão apresentados os principais problemas relatados nos eventos participativos


pelos atores estratégicos e população, com relação ao esgotamento sanitário na região da
Prefeitura Bairro Subúrbio/Ilhas.

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Quadro 79 – Percepção da população da PB Subúrbio/Ilhas sobre o esgotamento sanitário
Bairro /
Principais problemas relatados
comunidade
Parque Setúbal Rede de esgotamento subdimensionada; Lançamento de esgoto in natura.
Problemas no sistema de esgotamento sanitário;
Redes subdimensionadas que não tem capacidade de atender a vazão atual;
Entupimento recorrente das redes ocasionando extravasamentos de esgoto;
Ilha Amarela
Lançamento de esgoto a céu aberto e em corpos d’água na Rua do Sapoti, Rua da
Cabaceira, Rua Abrolhos e Rua Pinedo.
Demora da Embasa para atender os pedidos de desobstrução de rede.
Urbis Esgoto lançado no oceano sem tratamento.
Extravasamento de esgoto na Rua Ailton Melo. Lupicíno Rodrigues e Deraldo Gentil;
São Tomé
Esgoto indo para o manguezal.
Falta de sistema de esgotamento sanitário;
Parque São Lançamento de esgoto indevido na Lagoa do Cobre, Rio Mané Dendê e no Rio do
Bartolomeu Cobre.
As cachoeiras do parque estão poluídas
Santana - Ilha
Falta de sistema de esgotamento sanitário.
de Maré
O sistema de esgotamento sanitário implantado pela Embasa só atende cerca de
metade da Ilha;
Esgoto a céu aberto na 1° Travessa do Brito, próximo ao CRAS;
Existe rede de esgotamento, mas não está interligado ao sistema da Embasa, mantendo
o uso das fossas;
Ilha de Bom Lançamento de esgoto sem tratamento no oceano (Rua Feliciano Pereira);
Jesus do Parte da Ilha não possui sistema de esgotamento sanitário (Rua Fonte Grande, Fonte
Passos Nova e Terezinha);
Esgoto a céu aberto na Rua Formosa;
Falta de manutenção no sistema de esgotamento sanitário;
Odor forte nas estruturas de esgotamento existente;
Existe uma estação elevatória na entrada da ilha que tem um odor horrível;
Valas de esgoto a céu aberto que podem ocasionar acidentes.
Ineficiência no tratamento de esgoto;
Falta de manutenção acarretando mau cheiro;
Extravasamento de esgoto;
Lançamento de esgoto na Praia de Tubarão;
Paripe
Disseminação de doenças devido a lançamento indevido de esgoto;
Problema de esgotamento na Portelinha, parte baixa de Paripe, Rua Pará e Recanto da
Urbis;
Falta de manutenção da rede de esgoto na Rua da Bélgica;
Fazenda Coutos Esgoto a céu aberto nas ruas próximas ao campo do Realce;
II e III Redes de esgotamento obstruídas acarretando extravasamentos.
Devido à falta de redes de drenagem, a população lança a drenagem de águas pluviais
na rede de esgotamento sanitário.
O Rio Paraguari foi tamponado de forma equivocada dificultando a despoluição do rio e
Periperi
sem diálogo entre a Conder e a PMS.
Nas obras do rio Paraguari apareceram Jacarés e tartarugas, demonstrando a
importância de preservação da fauna
Esgoto a céu aberto;
Vila Laura Falta de sistema de esgotamento;
Lançamento de esgoto sem tratamento no oceano.
Ilha de Maré Não possui sistema de esgotamento sanitário.
Parque Pirajá Lançamento de esgoto na barragem do Cobre.
Não possui sistema de esgotamento sanitário, o esgoto é lançado na encosta causando
Oteiro
perigo de deslizamento.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
613
Bairro /
Principais problemas relatados
comunidade
Paramana – Ilha Extravasamento de esgoto em diversas ruas da localidade;
dos Frades Esgoto a céu aberto na Rua do Torto; Rua da Fonte e Beira-mar.
Extravasamento de esgoto;
Demora no atendimento dos chamados abertos na Embasa;
Necessidade de manutenção das redes de esgotamento das Ruas Mário Barros, Ray
Tubarão
Charles e Poly Montes Claros.
O canal que desagua no mar, próximo da entrada de Tubarão está muito poluído.
A rede de esgoto existente está subdimensionada (não atende a vazão atual de esgoto)
Quilombo de Entupimento frequente das redes de esgotamento sanitário.
Tubarão A presença de ratos é frequente.
Esgoto a céu aberto;
Brito
Despejo de esgoto no oceano.
Periperi Lançamento de esgoto em corpos d’água.
São Tomé de No Alto do Tororó o esgoto está indo todo para o mangue, por causa de um vazamento.
Paripe A rede de esgoto existente está subdimensionada (não atende a vazão atual de esgoto)
BA 528 Próximo ao Grande Moinho Aratu / Base Naval o esgoto está indo para o mar
Itacaranha A rede de esgoto existente está subdimensionada (não atende a vazão atual de esgoto)
Necessidade de eventos de educação ambiental;
Redes de esgotamento subdimensionadas;
Falta de integração entre Prefeitura e Embasa.
Geral População levanta as tampas dos PV da rede de esgoto quando está chovendo, devido
à falta/deficiência da rede de drenagem
Demora de atendimento das solicitações feitas no 0800 da Embasa
Existe domicílios próximos à rede coletora da Embasa, que não estão ligados.
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Entre todas as oficinas, a da PB Subúrbio Ilhas foi onde obtivemos o maior número de contribuições
referente a problemáticas referente ao esgotamento sanitário, sendo que entre elas as que mais se
repetiram foram as questões relacionadas à falta de sistema de esgotamento sanitário, redes
subdimensionadas e lançamento indevido de esgoto em rios, mar e mangue. Problemas esses que
acarretam a degradação do meio ambiente e na redução da qualidade de vida da população.

10.1.3 PREFEITURA BAIRRO III – CAJAZEIRAS

No Quadro 80 estão apresentados os principais problemas relatados nos eventos participativos


pelos atores estratégicos e população, com relação ao esgotamento sanitário na região da
Prefeitura Bairro Cajazeiras.

Quadro 80 – Percepção da população da PB Cajazeiras sobre o esgotamento sanitário


Bairro /
Principais problemas relatados
comunidade
Cajazeiras II Falta de rede de esgotamento sanitário;
Cajazeiras V Falta de rede de esgotamento sanitário;
Falta de rede coletora de esgoto na Av. Eng. Raimundo Carlos Very; Problema na rede
Cajazeiras X
de esgotamento da Rua Alfaiate Kadu.
Cajazeiras XI Problema na rede de esgotamento no Caminho 13.
Castelo Branco Lançamento de esgoto a céu aberto e no canal de drenagem.
Geral Lagoas de tratamento atraem insetos para a região;

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
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Bairro /
Principais problemas relatados
comunidade
Áreas comerciais e loteamentos sem esgotamento sanitário;
Falta de manutenção das lagoas de tratamento de esgoto;
Necessidade de investir em educação ambiental para que as redes de esgotamento
sejam utilizadas da maneira correta;
Falta de fiscalização acarretando invasões que não possuem esgotamento sanitário;
Subdimensionamento de rede;
Falta de integração entre os órgãos operadores do sistema;
Contribuição de drenagem na rede de esgotamento sanitário; Ineficiência técnica na
operação das EEE.
Diversos locais com problemas de esgotamento sanitário nos bairros da PB Cajazeiras
Existência de loteamentos clandestinos sem rede de esgoto.
Existência de muitas ocupações irregulares, que surgiram após a implantação do bairro
planejado de Cajazeiras e continuam surgindo a todo momento, que não contam com
rede de esgoto.
Necessidade de preservação das áreas verdes, como previsto no projeto Vetor Ipitanga
Necessidade de reavaliar a utilização das lagoas de estabilização pela Embasa para o
tratamento do esgoto gerado em Cajazeiras.
Problemas de lançamento de esgoto na rede de drenagem e lançamento de águas
pluviais na rede de esgoto.
Necessidade de prever estruturas para o crescimento que ainda pode ocorrer em
Cajazeiras.
Necessidade de preservar e despoluir o rio Ipitanga
Os rios do município estão sendo tamponados de forma equivocada, devendo priorizar
a retiradas dos esgotos e desocupação das margens ao invés de tamponar.
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Na região da PB Cajazeiras estão localizadas grande parte das lagoas de tratamento de esgoto,
essas estruturas causam bastante divergência entre a população e a Embasa, sendo que durante
a oficina essa problemática foi relatada pelos moradores da região, no entanto, o problema de
esgoto que mais foi abordado durante essa oficina foi a falta de rede de esgotamento sanitário em
diversas regiões dessa PB.

10.1.4 PREFEITURA BAIRRO IV – ITAPUÃ

No Quadro 81 estão apresentados os principais problemas relatados nos eventos participativos


pelos atores estratégicos e população, com relação ao esgotamento sanitário na região da
Prefeitura Bairro Itapuã.

Quadro 81 – Percepção da população da PB Itapuã sobre o esgotamento sanitário.


Bairro /
Principais problemas relatados
comunidade
Esgoto a céu aberto;
Alto do
Extravasamento de esgoto e lançamento de esgoto de forma indevida impactando na
Coqueirinho
qualidade do rio que passa na região.
Bairro da
Esgoto a céu aberto entre a Rua Boca do Rio e Rua Salvador da Pátria.
Paz
Baixa do Entupimento das redes de esgoto acarretando extravasamento que demora para ser
Dendê sanado, aumentando a incidência de doenças.

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Bairro /
Principais problemas relatados
comunidade
Bate Facho Lançamento de esgoto a céu aberto.
Lançamento de esgoto no corpo d’água que passa na Rua Hélio Machado e na praia de
Boca do Rio
Armação, próximo ao novo Centro de Convenções.
Imbuí Lançamento de esgoto a céu aberto.
Lançamento de esgoto indevidamente na Lagoa de Abaeté através da drenagem de águas
pluviais;
Itapuã Problema de esgotamento sanitário na Rua Beira Rio e Km 17.
O Rio do Bispo está em processo de canalização
Extravasamento frequente das EEE da Embasa
Jacaré Diversos problemas relacionados ao esgotamento sanitário da região.
Contribuição de esgotamento sanitário no corpo receptor que corta o bairro Mussurunga,
Mussurunga na época de chuva esse corpo receptor alaga trazendo resíduos e animais peçonhentos
junto com o esgoto para a Escola Pe. Manuel Correia de Souza.
Parque São Recorrente extravasão e entupimento das redes de esgotamento sanitário na Rua Leste
Cristóvão 05, Quadra 14.
Piatã Lançamento de esgoto a céu aberto.
Extravasor da EEE lança esgoto no Rio Sapato em dias de chuva.
Problemas com as redes de esgotamento na Rua Des. Antônio Herculano;
Serviço desqualificado e ineficiência no atendimento;
Stella Maris
Extravasamento de elevatórios em locais indevidos;
Lançamento de esgoto ao lado da Barraca do Lôro e nas imediações do Gran Hotel Stella
Maris.
São
Extravasamento de esgoto com presença de odor acentuado nas residências;
Cristóvão
Déficit de esgotamento sanitário com parte das residências atendidas através de fossas;
Vila Verde
As residências que estão interligadas a rede sofrem com odor forte do retorno de esgoto.
Falta de escuta e consideração com a população local, gerando controvérsia com relação
a EEE implantada na Lagoa do Abaeté;
Lançamento de efluente bruto no oceano nos bairros da região costeira;
Lançamento de esgoto em corpos d’água;
Cobranças elevada dos serviços;
Falta de interação entre a população e os gestores dos serviços;
Geral Falta de eventos de educação ambiental.
Necessidade de manter a integração entre os 4 componentes do saneamento básico;
A obras na bacia do rio Jaguaribe foram realizadas por vários órgãos/entidades que não
se conversam, gerando problemas;
Poluição do rio Jaguaribe, que pode ser visualizado na mancha de poluição que atinge as
praias de Jaguaribe e Armação
Críticas às obras de canalização do rio Jaguaribe, que impactou negativamente o rio
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Na região da PB Itapuã recentemente foi implantada uma EEE na Lagoa do Abaeté, situação que
gerou bastante controvérsia e foi abordada por alguns dos participantes durante a oficina, além
disso foram feitos relatos de diversos problemas, sendo que o mais recorrente refere se ao
lançamento de esgoto em locais impróprios. Nesta oficina também foi trazida a insatisfação da
população com as recentes obras de canalização do rio Jaguaribe, destacando a necessidade de
outras ações que promovam a despoluição desse rio e não a sua canalização.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
616
10.1.5 PREFEITURA BAIRRO V – CIDADE BAIXA

No Quadro 82 estão apresentados os principais problemas relatados nos eventos participativos


pelos atores estratégicos e população, com relação ao esgotamento sanitário na região da
Prefeitura Bairro Cidade Baixa.

Quadro 82 – Percepção da população da PB Cidade Baixa sobre o esgotamento sanitário


Bairro /
Principais problemas relatados
comunidade
Redes de esgotamento passando sob as casas devido à falta de ordenamento urbano
acarretando dificuldade para manutenção do sistema de esgotamento sanitário;
Massaranduba
Esgoto a céu aberto.
Ocupações irregulares em locais impróprios.
Redes de esgotamento passando sob as casas devido à falta de ordenamento urbano
Jardim acarretando dificuldade para manutenção do sistema de esgotamento sanitário;
Cruzeiro Esgoto a céu aberto;
Ocupações irregulares em locais impróprios.
Redes de esgotamento passando sob as casas devido à falta de ordenamento urbano
acarretando dificuldade para manutenção do sistema de esgotamento sanitário;
Região com residências sem atendimento com esgotamento sanitário;
Uruguai
Esgoto a céu aberto;
Ocupações irregulares em locais impróprios;
Na Praça Tomé de Souza é necessário implantar rede de esgoto
Extravasão de esgoto através dos poços de visita na Av. Luiz Tarquínio e dentro das
Boa Viagem
edificações próximas.
Mau cheiro advindo das EEE localizadas próximo ao hospital da mulher e Padaria
Roma Degustar; Retorno de esgoto para os domicílios na região da 2° Travessa da Palestina
em Roma;
Mangueira Esgoto a céu aberto.
Vila Ruy
Esgoto a céu aberto na Avenida Caminho de Areia.
Barbosa
Lançamento de esgoto in natura;
Subdimensionamento das redes de esgoto;
Ausência e precariedade na cobertura dos serviços de esgoto;
Prestação dos serviços desqualificada;
Geral Falta de manutenção periódica;
Retorno de esgoto quando a maré está cheia;
lançamento indevido de esgoto nas praias;
Disseminação de doenças devido ao lançamento de esgoto a céu aberto;
Falta de eventos voltados para educação ambiental.
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Durante a oficina da PB Cidade Baixa, a problemática mais abordada foi referente a problemas nas
redes de esgotamento e a dificuldade de manutenção em determinadas localidades por conta do
crescimento desordenado da região. Além da dificuldade de manutenção nas redes coletoras
existentes, o crescimento desordenado impacta diretamente na capacidade de expansão do
sistema e interligação das residências com o sistema público.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
617
10.1.6 PREFEITURA BAIRRO VI – BARRA/PITUBA

No Quadro 83 estão apresentados os principais problemas relatados nos eventos participativos


pelos atores estratégicos e população, com relação ao esgotamento sanitário na região da
Prefeitura Bairro Barra/Pituba.

Quadro 83 – Percepção da população da PB Barra/Pituba sobre o esgotamento sanitário


Bairro/
Principais problemas relatados
comunidade
Ligações clandestinas de esgoto em drenagem de águas pluviais e/ou
corpos receptores;
Falta de manutenção das elevatórias de esgoto na região;
Barra Insegurança com relação a capacidade das redes de esgotamento
implantadas atenderem os novos empreendimentos que estão sendo
construídos na região;
Tamponamento equivocado do Rio dos Seixos.
Na 1ª Travessa Arnaldo Lopes o esgoto sai dos Condomínios e cai direto
STIEP
na Lagoa dos Pássaros.
Extravasamento de esgoto próximo ao Parque Júlio Cesar; Lançamento de
Pituba
esgoto no Rio Camarajipe.
Costa Azul Mau cheiro no Parque do Costa Azul.
Esgoto a céu aberto;
Santa Cruz, Chapada do Rio
Ligações de esgoto na drenagem de águas pluviais;
Vermelho, Vale das
Problemas na Travessa Teodor Sampaio no Vale das Pedrinhas;
Pedrinhas e Nordeste de
Redes de esgoto subdimensionadas (Diâmetro de 100mm que não suporta
Amaralina
as contribuições de esgoto atuais).
Nordeste de Amaralina Necessidade de trabalho integrado entre Prefeitura de Salvador e Embasa
(Travessa 23 de abril e para resolução dos problemas de esgoto nessa região;
Cristovão Colombo) Problema de esgotamento sanitário na Rua 26 de Abril.
Sérgio de Carvalho, Engenho Ligações irregulares de esgotamento sanitário na drenagem de águas
Velho e Ferreira Santos pluviais.
Esgoto a céu aberto na Rua Silvestre de Faria, Ladeira 13 de julho e 2°
Federação
travessa Pedro Gama.
Lançamento de esgoto in natura;
Subdimensionamento das redes;
Cobrança elevada;
Geral Ineficiência no atendimento;
Falta de interação entre a Prefeitura de Salvador e a Embasa;
Poluição do rio Camarajipe;
Necessidade de mais eventos voltados a educação ambiental.
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

A região englobada pela PB Barra/Pituba é na sua maior parte uma região nobre do município de
Salvador, entretanto, ainda assim, existem diversas comunidades mais carentes nessa região.
Durante as oficinas foram relatados diversos problemas com o sistema de esgotamento sanitário,
entre eles os mais citados foram referentes ao subdimensionamento das redes de esgotamento
sanitário que são antigas, ligações clandestinas de esgoto e a poluição do Rio Camarajipe.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
618
10.1.7 PREFEITURA BAIRRO VII – LIBERDADE/SÃO CAETANO

No Quadro 84 estão apresentados os principais problemas relatados nos eventos participativos


pelos atores estratégicos e população, com relação ao esgotamento sanitário na região da
Prefeitura Bairro Liberdade/São Caetano.

Quadro 84 – Percepção da população da PB Liberdade/São Caetano sobre o esgotamento


sanitário
Bairro /
Principais problemas relatados
comunidade
Curuzu Lançamento irregular de esgoto no córrego existente na Rua Rio Negro.
Na rua Rio Negro as casas lançam esgoto diretamente no córrego, pois se trata de uma
Liberdade
área crítica para implantação de rede pela Embasa
Marechal
Lançamento de esgoto a céu aberto.
Rondon
Cidade Nova Extravasamento de esgoto nos poços de visitas.
IAPI Falta de manutenção periódica
Lançamento de esgoto a céu aberto e extravasamento de esgoto nos poços de visitas;
Brongo O Esgoto da Maternidade Magalhães Neto e Hospital Ernesto Simões vai para o Brongo;
Resíduos sólidos caem na rede de esgoto acarretando entupimento.
San Martin Extravasamento de esgoto nos poços de visitas.
Pero Vaz Lançamento de esgoto irregular no fundo das casas na Av. São José.
Lançamento de esgoto a céu aberto; Entupimento das redes de esgotamento nas vias
Santa Mônica
transversais da Rua Aristides Novis.
Falta de instalações hidrossanitárias para atendimento de pessoas em situação de rua;
Falta de integração da gestão entre os serviços de saneamento básico;
Geral
Necessidade de revitalização dos rios urbanos;
Elevado custo da taxa de serviço de esgotamento sanitário.
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

As problemáticas que mais foram abordadas durante as falas dos moradores da PB Liberdade São
Caetano foram referentes a lançamento de esgoto a céu aberto e nos corpos d’água na região.
Essas situações além de impactar no meio ambiente também impactam diretamente na qualidade
de vida da população que vive nessas regiões.

10.1.8 PREFEITURA BAIRRO VIII – CABULA/TANCREDO NEVES

No Quadro 85 estão apresentados os principais problemas relatados nos eventos participativos


pelos atores estratégicos e população, com relação ao esgotamento sanitário na região da
Prefeitura Bairro Cabula/Tancredo Neves.

Quadro 85 – Percepção da população da PB Cabula/Tancredo Neves sobre o esgotamento


sanitário
Bairro/
Principais problemas relatados
comunidade
Entupimento dos poços de visita com transtornos diários na Rua do Triunfo;
Mata Escura
Lançamento de esgoto na Mata Atlântica.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
619
Bairro/
Principais problemas relatados
comunidade
Na região denominada “Embasa” corre um rio que desagua Cachoeira do Avacá,
Calabetão denominada pelos moradores do entorno como “cachoeira do esgoto”, esse rio
recebe contribuições dos efluentes domésticos da região.
Problema de esgotamento na Travessa Santa Bárbara; Baixa do Saboeiro, Rua
Saboeiro
do Campo Largo e Rua Beto Gaban.
Narandiba Muitos problemas com esgoto
Obstruções recorrentes nas redes de esgotamento na Travessa Gene, Travessa
Genebaldo e Travessa 29 de Setembro.
São Gonçalo Extravasamento de esgoto recorrente na Rua da Adutora, Rua Ilha de Maré, Rua
São Geraldo e no campo de futebol;
Lançamento de esgoto a céu aberto na Travessa Santinha.
Lançamento inadequado de esgoto no Rio Camarajipe;
Lançamento inadequado de esgoto nos córregos que passam próximo ao
Conjunto Arvoredo, Loteamento Alto da Bela Vista, Arenoso, Cabula VI e Estrada
Beiru Tancredo Neves
da Cachoeirinha.
Parque Jocélia II precisa de conclusão de rede de esgoto sanitário; Necessidade
de manutenção na rede do Arvoredo I.
Problema de esgotamento na Rua Canaã, 21 de abril, São José, Nossa Senhora
de Fátima, Rua Eronildes e Leão Velame;
Esgoto a céu aberto na Rua Doralice Pereira, Estrada das Barreiras e final da
Tancredo Neves
Rua Marluce;
Poços de visita obstruídos na Rua Romã no fundo dos condomínios Lua Branca
e Novo Arvoredo acarretando extravasamento de esgoto.
Saramandaia Rompimento e obstrução de tubulação na Rua 11 de Maio.
Lançamento de esgoto a céu aberto em córregos;
Contribuição de esgoto em redes de águas pluviais;
Obstrução das redes coletoras de esgoto.
Cabula
Falta de manutenção preventiva;
Redes subdimensionadas.
Lançamento de esgoto no Rio Camarajipe na Rua Martiniano Bonfim.
CAB – Centro
Administrativo da Lançamento de esgoto clandestino atrás da UPB.
Bahia
Lançamento de esgoto a céu aberto em córregos;
Pernambués
Contribuição de esgoto em redes de águas pluviais;
(Jamaica)
Obstrução das redes coletoras de esgoto.
Lançamento de esgoto a céu aberto em córregos;
Barreiras Contribuição de esgoto em redes de águas pluviais;
Obstrução das redes coletoras de esgoto.
Lançamento de esgoto a céu aberto em córregos;
Narandiba Contribuição de esgoto em redes de águas pluviais;
Obstrução das redes coletoras de esgoto.
Engomadeira Contribuição de esgoto no canal de águas pluviais.
Chopm1 Odor forte no sistema de esgotamento sanitário no período da noite.
Infiltrações de rede de esgoto acarretando risco de desabamento para casas que
Jardim Santo Inácio estão nas encostas;
Redes de esgoto subdimensionadas.
Horto Bela Vista Lançamento de esgoto em corpos d’água e canais de drenagem.
Necessidade de maior investimento em eventos de educação ambiental;
Geral Falta de integração entre os gestores dos serviços de saneamento básico;
Poluição do Rio Camarajipe, Pernambués, Saboeiro e Cachoeirinha;
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
620
Nas oficinas da PB Cabula Tancredo Neves um dos assuntos mais abordados refere-se à
preocupação com contribuições de esgoto em corpos d’água, mais especificamente no Rio
Caramarajipe e também as obstruções na rede de esgotamento sanitário que pode estar atrelada
ao subdimensionamento das mesmas e/ou mau uso por parte da população.

10.1.9 PREFEITURA BAIRRO IX – PAU DA LIMA

No Quadro 86 estão apresentados os principais problemas relatados nos eventos participativos


pelos atores estratégicos e população, com relação ao esgotamento sanitário na região da
Prefeitura Bairro Pau de Lima.

Quadro 86 – Percepção da população da PB Pau da Lima sobre o esgotamento sanitário


Bairro /
Principais problemas relatados
comunidade
Falta de sistema de esgotamento sanitário na maior parte do bairro;
Canabrava Lançamento de esgoto a céu aberto;
Lançamento de esgoto no sistema de drenagem.
Jardim Nova
Esgoto lançado a céu aberto.
Esperança
Problemas no sistema de esgotamento sanitário das comunidades;
Pau da Lima Localidades sem esgotamento sanitário;
Lançamento de esgoto em corpos d’água.
Problemas no sistema de esgotamento sanitário das comunidades e rua Carlos
Mariguella;
São Marcos
Localidades sem sistema de esgotamento sanitário (Vale de Pituaçu);
Entupimento constante das redes coletoras de esgoto.
Sete de Abril Problemas no sistema de esgotamento sanitário na Rua 13 de Maio.
O serviço de esgotamento sanitário (rede coletora e estação de tratamento de
esgoto) é precário.
O tratamento de esgoto precisa ser realizado por estações (ETE) que possam tratar
Trobogi
de forma efetiva o total de esgoto gerado por dia.
Existem pontos de descarte inadequado de esgoto gerando impactos à saúde e ao
meio ambiente.
Redes de esgotamento irregulares executadas pelos próprios moradores;
Vila Canária
Falta de sistema de esgotamento sanitário na maior parte do bairro;
Dificuldade de interligação das residências ao sistema de esgotamento que está
Geral sendo implantado.
Poluição dos rios, como no “Alto do Coroado”
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Na PB Pau da Lima, durante a oficina as problemáticas que mais foram citadas, no que diz respeito
a esgotamento sanitário, foram a falta de sistema de esgotamento sanitário e os lançamentos
indevidos de esgoto, problemática essa muito parecida com as relatadas nas demais oficinas das
PB.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
621
10.1.10 PREFEITURA BAIRRO X – VALÉRIA

No Quadro 87 estão apresentados os principais problemas relatados nos eventos participativos


pelos atores estratégicos e população, com relação ao esgotamento sanitário na região da
Prefeitura Bairro Valéria.

Quadro 87 – Percepção da população da PB Valéria sobre o esgotamento sanitário


Bairro /
Principais problemas relatados
comunidade
Falta de sistema de esgotamento sanitário na maior parte do bairro (Rua das Conchinhas
de Valéria, Rua Avenida Valeria e Rua da Alegria);
Lançamento de esgoto de maneira indevida na Lagoa do Cobre;
Valéria Esgoto a céu aberto (Rua Cristo Rei, Rua Nossa Senhora, Loteamento Vila Valéria, Rua
Nossa Senhora das Graças, Rua TV Palmeiras, Rua da Matriz sentido Derba, Rua
Petrolina Dercia e Rua Vitalino);
Redes de esgotamento subdimensionadas.
Falta de sistema de esgotamento sanitário na maior parte do bairro;
Palestina
Lançamento de esgoto de maneira indevida.
Falta de sistema de esgotamento sanitário na maior parte do bairro (Travessa da Fonte,
Rua Candelabro, na Baixa da Fonte. Entre a Rua Velha e a Rua Nova de Pirajá, Estrada
do Cobre - Acesso à Barragem e à localidade do Pantanal; Rua Samuel Garcia Varjão,
na localidade do Pantanal entre o Conjunto Pirajá e a Rua Nova de Pirajá, Rua Baixa do
Campo, depois das Casinhas e abaixo da antiga empresa IASA, na Rua Velha de Pirajá,
Pirajá
Toda a ocupação do lado direito da Rua Oscar Seixas, na Rua Velha de Pirajá. Via que
dá acesso ao Subúrbio Ferroviário, Travessa 24 de Agosto ou Travessa São Bartolomeu,
na Rua Velha de Pirajá.);
Esgoto a céu aberto na Rua Lídio dos Santos e Baixa da Fonte;
Lançamento de esgoto de maneira indevida no Parque São Bartolomeu.
Falta de sistema de esgotamento sanitário;
Terracon Esgoto a céu aberto;
Lançamento de esgoto em corpos receptores.
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

Durante a oficina da PB Valéria o relato mais apresentado pelos moradores no que diz respeito ao
esgotamento sanitário foi sobre a falta de sistema de esgotamento sanitário em parte dos bairros
que compõe essa PB, sendo que essa situação ocorre em sua maior parte em regiões que
apresentam crescimento desordenado.

10.2 OFICINAS DE APRESENTAÇÃO DO DIAGNÓSTICO

Dando continuidade aos eventos participativos, entre os dias 27/09/2021 e 07/10/2021 foram
apresentados os diagnósticos da parte continental dos 4 componentes do saneamento básico
(água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos), sendo que cada oficina tratou especificamente sobre
cada um dos serviços. A parte insular do município foi abordada separadamente contemplando
todos os componentes em um único dia. O diagnóstico do esgotamento sanitário da parte
continental foi abordado no dia 30/09/2021 e a parte insular no dia 06/10/2021, junto com os demais
eixos do saneamento.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
622
Com exceção da divisão dos dias de apresentação, as oficinas dessa etapa seguiram os mesmos
padrões e metodologias aplicadas no Diagnóstico Participativo, conforme supracitado no item 10.1.

No decorrer das oficinas de apresentação do diagnóstico a população abordou novos problemas


relacionados ao serviço de esgotamento sanitário dos bairros onde vivem e diante disso, esses
problemas foram também sistematizados e estão apresentados a seguir.

Quadro 88 – Problemas relatados pela população de cada PB na oficina de apresentação do


diagnóstico do esgotamento sanitário na parte continental do município
Prefeitura
Bairro Região Problemas
Bairro
Rede de esgoto sem manutenção, tubulações
Cajazeiras Cajazeiras
antigas (mais de 30 anos)
Qualidade da água comprometida pelos
Cidade Baixa -
Cidade Baixa dejetos de Santa Luzia do Lobato
Lobato Rua Aracati Esgoto caindo no rio
Cassange - Esgotos na rede pluvial
Extravasamento de esgoto nas praias por
Stella Maris -
causa das EEs
Itapuã
Nova Brasília, km 17, Retorno dos esgotos para as casas em
Itapuã
entre outras épocas de chuva
Itapuã km 17 Esgoto jogado no rio do Bispo
Cabula - Esgotos caindo nos rios
Cabula - Casas não ligadas à rede de esgoto
Jardim
Pau da Lima - Ausência de rede de esgoto
Cajazeiras
Pau da Lima - Várias ruas sem rede de esgoto
São Marcos Baixa de Santa Rita Ausência de rede de esgoto
Baixa de Quintas - Esgoto no afluente do rio das Tripas
São Caetano Retorno dos esgotos e falta de manutenção
- Conjunto Vila Verde
/ Liberdade na rede
Jaqueira do
Rua Marlene de Souza Esgoto em escadaria drenante
Carneiro
Parque São
- Esgoto jorrando nas cachoeiras e matas
Bartolomeu
Subúrbio / Paripe Rotatória Buraco no esgoto
Ilhas Atrás da rede de
Paripe Despejo de esgoto sanitário
supermercados Açaí
Periperi - Praia contaminada pelos esgotos
Nova Brasília de
Valéria Rua Palmeiras Esgoto sempre "jorra" a céu aberto
Valéria
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
623
Quadro 89 - Problemas relatados pela população oficina de apresentação do diagnóstico do
esgotamento sanitário nas ilhas do município
Ilha Problemas
Ausência de esgotamento sanitário.
Ilha de Maré Esgotos poluindo o mar.
Esgoto a céu aberto.
Caixas de esgoto jogam dejetos nas ruas.
Ilha de Bom Jesus
Esgoto a céu aberto.
dos Passos
Praias poluídas por esgotos.
Elaboração: CSB Consórcio, 2021

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F3
624
11. REFERÊNCIAS

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Disponível em: http://portalpnqa.ana.gov.br/indicadores-estado-trofico.aspx. Acesso em: 30 jun.
2021.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS – ANA. Indicadores de qualidade: índice de qualidade das águas
(IQA). Disponível em: http://pnqa.ana.gov.br/indicadores-indice-aguas.aspx. Acesso em: 30 jun.
2021.
AGENDA 2030, Disponível em: http://www.agenda2030.org.br/ods/6/. Acesso em: 02 de outubro de
2021.
AGERSA-BA (2019). Resolução 004/2019. Agersa. Dispõe sobre a atualização das denominações
das categorias de usuários e das respectivas definições Disponível na WEB em agersa.ba.gov.br.
/wp-content/uploads/2019/06/Resolucao_n004de18dejunhode2019_DOE_27jun.pdf
Resolução nº 001/2019 " REAJUSTE TARIFÁRIO ANUAL DA EMBASA".
AGERSA, Identidade Organizacional. Disponível em: http://www.agersa.ba.gov.br/?page_
id=498. Acesso em: 05 de maio de 2021a.
AGERSA, Organograma. Disponível em: http://www.agersa.ba.gov.br/?page_id=641 Acesso em:
05 de maio de 2021b.
AGERSA, Relatórios de Gestão Prestação de Contas 2020. Disponível em:
http://www.agersa.ba.gov.br/wp-content/uploads/2021/08/PRESTACAO_DE_CONTAS-2020.pdf
Acesso em: 21 de dezembro 2021.
ANA. Resolução nº 105. Aprova revisão extraordinária do Eixo Temático 1 - Regulação de usos e
operação de reservatórios e do Eixo Temático 5 - Normas de Referência para o Saneamento da
Agenda Regulatória da ANA 2020/2021.Disponível em: < https://www.in.gov.br/web/dou/-
/resolucao-ana-n-105-de-18-de-outubro-de-2021-353313855>. Acesso em: 30 de nov. 2021.
ÁGUAS DE TERESINA. Legislação e Tarifas. Disponível em:
<https://www.aguasdeteresina.com.br/legislacao-e-tarifas/>. Acesso em: 5 jul. 2021.
BORJA, Patrícia Campos et al. Serviços públicos de saneamento básico em Salvador – BA: estudo
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Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


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BAHIA. Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento. Ordem de serviço é assinada para a
implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário em Lauro de Freitas. Salvador, 2021.
Disponível em: http://www.sihs.ba.gov.br/2021/05/565/Ordem-de-servico-e-assinada-para-a-
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BAHIA. Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento. PEMAPES. 2011. Disponível em:
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BAHIA. Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento. Plano urbanístico e ambiental e projetos
específicos para o vetor Ipitanga. Disponível em:
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BARROS, R.T.V et al. Saneamento. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG, 1995. 221 p.
(Manual de Saneamento e Proteção Ambiental para os Municípios, 2).
BECK DE SOUZA ENGENHARIA. Relatório de estudos básicos: projeto básico de implantação do
sistema de esgotamento sanitário da Ilha de Maré, município de Salvador-BA. Salvador: EMBASA,
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BRASIL. Decreto nº 6.017, de 17 de janeiro de 2007. Regulamenta a Lei no 11.107, de 6 de abril
de 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6017.htm>. Acesso em: 21 out.
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BRASIL. Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020. Atualiza o marco legal do saneamento básico e
altera a Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, para atribuir à Agência Nacional de Águas e
Saneamento Básico (ANA) competência para editar normas de referência sobre o serviço de
saneamento, a Lei nº 10.768, de 19 de novembro de 2003, para alterar o nome e as atribuições do
cargo de Especialista em Recursos Hídricos, a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, para vedar a
prestação por contrato de programa dos serviços públicos de que trata o art. 175 da Constituição
Federal, a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, para aprimorar as condições estruturais do
saneamento básico no País, a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, para tratar dos prazos para
a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, a Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015
(Estatuto da Metrópole), para estender seu âmbito de aplicação às microrregiões, e a Lei nº 13.529,
de 4 de dezembro de 2017, para autorizar a União a participar de fundo com a finalidade exclusiva
de financiar serviços técnicos especializados. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, 16 jul. de
2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.026-de-15-de-julho-de-2020-
267035421. Acesso em: 30 jun. 2021.

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VISITADAS

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