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de Saneamento
SEINFRA
Salvador/BA
Março, 2022
Salvador/ BA
Março,2022
Vice-Prefeita
Secretário
Diretoria de Saneamento
Gerência de Saneamento
Mauricio Assis
Gabriela Vieira de Toledo - Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Meio Ambiente, Águas
e Saneamento
Tereza Rosana Orrico Batista - Engenheira sanitarista e Ambiental, Mestre em Energia e Meio
Ambiente
Coordenação Geral
Equipe Técnica
O Consórcio CSB, formado pelas empresas CONCREMAT Engenharia e Tecnologia S/A (Empresa
Líder do Consórcio), SANEANDO Projetos de Engenharia e Consultoria Ltda e BRENCORP –
Consultoria em Meio Ambiente Ltda, apresenta à Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras
Públicas de Salvador o Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento, o qual se constitui
parte integrante do Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado - PMSBI de Salvador, objeto
do Contrato nº 002/2020, firmado entre as partes.
• Produto A:
- Plano de Trabalho;
• Produto B:
- Plano de Mobilização e Comunicação Social;
• Produto C:
- Sistema de Informações Web;
• Produto D:
- Sistema de Indicadores;
• Produto E:
- Caracterização Geral e Sistema Cadastral;
• Produto F:
- Diagnóstico dos Serviços de Saneamento;
• Produto G:
- Cenários e Prospecções;
• Produto H:
- Plano de Execução;
• Produto I:
- PMSBI Preliminar;
• Produto J:
- PMSBI Final;
• Produto K:
- Minuta do Projeto de Lei do PMSBI.
APRESENTAÇÃO ...........................................................................................................................8
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................44
2. METODOLOGIA ....................................................................................................................46
4.5.5 Análise das despesas com serviço de esgotamento sanitário ................................ 156
6.1.3 Análise dos indicadores do Plansab relativos ao esgotamento sanitário ................ 220
6.1.4 Cobertura atual de atendimento pelo serviço público de esgotamento sanitário..... 224
6.3.4 Trechos críticos das bacias Trobogi, Cambunas e Águas Claras ........................... 494
6.4.1 Análise dos indicadores relativos à prestação dos serviços ................................... 497
Figura 4 - Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas Econômicas e Fiscais .......77
Figura 7 - Modelo de gestão dos serviços públicos de saneamento básico ................................. 105
Figura 12 – Gráfico da proporção de grau de instrução por tipo de vínculo da ARSAL ............... 128
Figura 17 – Profissionais próprios e terceiros por nível de escolaridade - Embasa ..................... 141
Figura 18 – Percentual por nível de escolaridade para empregados próprios (P) e terceirizados (T)
no total de profissionais envolvidos ............................................................................................. 141
Figura 19 - Tarifa média de esgoto nas concessionárias estaduais do Nordeste em 2019 .......... 147
Figura 22 – Relação entre as receitas do serviço de esgotamento sanitário e o total das receitas
operacionais diretas da Embasa no município de Salvador (2017 a 2019) .................................. 154
Figura 24 - Relação entre Despesas de Exploração (DEX) e Despesas Totais dos Serviços (DTS)
de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador (2017 a 2019) ........................ 157
Figura 25 - Índice de suficiência de Caixa (%) relativo aos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário prestados em Salvador (2017 a 2019) ..................................................... 159
Figura 26 - Índice de desempenho financeiro (%) relativo aos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário prestados em Salvador (2017 a 2019) ..................................................... 160
Figura 27 – Execução orçamentária da Prefeitura Municipal de Salvador (2017, 2018 e 2019) .. 162
Figura 33 – Histórico das ações que levaram à elaboração do PMAMC em Salvador ................. 180
Figura 35 – Área de influência e intervenções do Projeto Novo Mané Dendê. ............................ 203
Figura 36 – Concepção de esgotamento sanitário Mané Dendê – Alternativa 01. ....................... 205
Figura 37 – Concepção de esgotamento sanitário Mané Dendê – Alternativa 02. ....................... 206
Figura 38- Atendimento por rede de esgoto ou pluvial em Salvador (2010)................................. 212
Figura 39- Proporção de domicílios (%) com solução adequada para o destino dos esgotos
sanitários por bairros, 2018-2020 (N=15.260). ............................................................................ 218
Figura 40 - Proporção de domicílios (%) com rede coletora de esgotos por bairros, 2018-2020 (N =
15.260) ........................................................................................................................................ 219
Figura 41- Conceito de deficit em saneamento básico adotado no Plansab ................................ 221
Figura 42 – Índice de atendimento com esgotamento sanitário (Ie) em Salvador por Prefeitura Bairro
.................................................................................................................................................... 233
Figura 44 - Índice de cobertura com esgotamento sanitário (ICE) nos bairros de Salvador ......... 236
Figura 45 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário em Salvador ......... 238
Figura 47 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Barra Pituba
.................................................................................................................................................... 242
Figura 49 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Cajazeiras . 244
Figura 51 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Cidade Baixa
.................................................................................................................................................... 246
Figura 52 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Itapuã ........ 247
Figura 54 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Pau da Lima
.................................................................................................................................................... 249
Figura 56 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Valéria ....... 251
Figura 57 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na Ilha de Bom Jesus
dos Passos.................................................................................................................................. 252
Figura 58 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na Ilha dos Frades253
Figura 62 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Cajazeiras . 259
Figura 63 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Itapuã ........ 260
Figura 64 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Cidade Baixa
.................................................................................................................................................... 260
Figura 68 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Pau da Lima
.................................................................................................................................................... 262
Figura 69 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na PB Valéria ....... 263
Figura 145 – Croqui esquemático das unidades da ECP Rio Vermelho ...................................... 332
Figura 186 – Croqui esquemático das unidades da ECP Jaguaribe ............................................ 382
Figura 210 – Localização das unidades de esgotamento em Ponta de Nossa Senhora .............. 411
Figura 222 - Contribuição de esgoto em valetas de águas pluviais em Paramana ...................... 422
Figura 223 – Lançamento de esgoto em canais de águas pluviais em Paramana ....................... 422
Figura 224 – Córrego contaminado com esgoto chegando à praia de Paramana........................ 423
Figura 225 - Contribuição de esgoto em valetas de águas pluviais em Paramana ...................... 423
Figura 227 – Localização das unidades do sistema de esgotamento sanitário de Paramana ...... 426
Figura 242 – Equipamentos utilizados para manutenção do SES Paramana .............................. 436
Figura 243 – Contribuição de esgoto no sistema de drenagem na Ilha de Bom Jesus dos Passos
.................................................................................................................................................... 438
Figura 245 – Croqui do SES de Bom Jesus dos Passos ............................................................. 440
Figura 257 – Esgoto correndo sob as casas – Praia Grande ....................................................... 452
Figura 259 – Tubulação de esgoto contribuindo em corpo d’água – Neves ................................. 453
Figura 263 – Contribuição de esgoto em canaleta de drenagem – Porto dos Cavalos / Passa Cavalo
.................................................................................................................................................... 455
Figura 264 – Contribuição de esgoto em canaleta de drenagem – Ponta Grossa ....................... 455
Figura 265 – Trecho do interceptor sendo executado por método não destrutivo (MND) ............ 460
Figura 271 – Fluxograma da concepção prevista para as bacias Ribeirão Itapuã e Médio Ipitanga.
.................................................................................................................................................... 466
Figura 272 – Bacias de esgotamento sanitário do SES Lauro de Freitas. ................................... 467
Figura 273 – Croqui do SES proposto para a Ilha de Maré ......................................................... 469
Figura 274 – Concepção do sistema proposto para Ilha de Maré. ............................................... 470
Figura 280 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Subúrbio (Continente) ..................................... 483
Figura 284 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Liberdade/São Caetano .................................. 487
Figura 286 – Trechos críticos – Prefeitura Bairro Pau da Lima .................................................... 489
Figura 287 – Localização dos trechos críticos sub-bacia Alto Pituaçu ......................................... 491
Figura 291 - Consumo total de energia elétrica, volume coletado e índice de consumo de energia
elétrica no sistema de esgotamento sanitário em Salvador entre 2015 e 2019, conforme Snis ... 508
Figura 292 - Consumo total de energia elétrica, volume produzido e importado e índice de consumo
de energia elétrica no sistema de esgotamento sanitário em Salvador entre 2015 e 2019, conforme
dados da Embasa ....................................................................................................................... 509
Figura 294 - Comparação da eficiência de pessoal entre as capitais do Nordeste ...................... 514
Figura 295- Resultados das análises de qualidade dos efluentes das ETE de Salvador no ano de
2019. ........................................................................................................................................... 533
Figura 296 – Áreas de abrangência dos distritos Sanitários de Salvador .................................... 546
Figura 297 – Soluções individuais utilizadas nos distritos sanitários de Salvador (2021)............. 548
Figura 298 – Resultados de IQA nos pontos de monitoramento nos rios e lagoas de Salvador .. 582
Figura 299 – Resultados de IET nos pontos de monitoramento nos rios e lagoas de Salvador ... 583
Figura 300 – Resultados para o IQA nos rios e lagos de Salvador, de acordo com os resultados do
Programa Monitora entre 2018 a 2021 e índice de atendimento com esgoto por bacia hidrográfica
(2021).......................................................................................................................................... 586
Figura 301 – Resultados de IQA para os rios de Salvador de acordo com os resultados dos
Relatórios anuais do Inema (2013 a 2020) e índice de atendimento com esgoto (2021) ............. 587
Figura 302 – Resultados de IQA para as lagoas de Salvador de acordo com os resultados dos
Relatórios anuais do Inema (2013 a 2019) e índice de atendimento com esgoto (2021) ............. 587
Figura 303 – Resultados de IET nos rios e lagos de Salvador, de acordo com os resultados
do Programa Monitora entre 2018 a 2021 e índice de atendimento com esgoto por bacia
hidrográfica (2021) .................................................................................................................... 588
Figura 304 – Resultados de IET para os rios de Salvador de acordo com os resultados dos
Relatórios anuais do Inema (2013 a 2020) e índice de atendimento com esgoto (2021) ............. 588
Figura 305 – Resultado IET para as lagoas de Salvador de acordo com os resultados dos Relatórios
anuais do Inema (2013 a 2019) e índice de atendimento com esgoto (2021) .............................. 589
Figura 306 – Classificação anual para as praias com amostragem semanal ............................... 592
Figura 307 –Classificação dos Pontos de monitoramento da balneabilidade das praias de Salvador
de acordo com a CETESB .......................................................................................................... 595
Figura 309 – Distritos sanitários e bacias de esgotamento sanitário de Salvador ........................ 601
Figura 310 – Possibilidades de rota feco-oral para transmissão do SARS-CoV-19 ..................... 609
Figura 311 – Divulgação das oficinas com as datas por Prefeitura Bairro. .................................. 611
Quadro 1 – Agenda Regulatória da ANA para o período 2020/2021/2022/2023, para o Eixo Temático
5, Normas de Referência para o Saneamento ...............................................................................51
Quadro 3 - Órgãos que integram o quadro de gestão dos serviços de Saneamento Básico da
Prefeitura Municipal do Salvador. ................................................................................................ 105
Quadro 8 – Profissionais alocados na ARSAL para realização de suas atribuições .................... 127
Quadro 10 – Total de empregados próprios por tipo de função na Embasa ................................ 137
Quadro 11 - Total de profissionais terceirizados por tipo de função na Embasa .......................... 138
Quadro 12– Tarifas praticadas pela Embasa para o serviço de abastecimento de água ............. 143
Quadro 14 - Tarifas praticadas pela Embasa para o serviço de esgotamento sanitário ............... 145
Quadro 16 – Conselhos que integram a estrutura administrativa por secretarias municipais ...... 167
Quadro 22 – Resumo dos Programas previstos para o serviço de esgotamento sanitário. ......... 189
Quadro 23 – Programas e ações para o esgotamento sanitário previstos no PMSB - 2011 ........ 190
Quadro 27 – Faixas de proporção de domicílios (%) com destino dos esgotos sanitários
adequados por bairro, 2018-2020 (N=15.260). ......................................................................... 218
Quadro 28 – Definição de déficit no esgotamento sanitário, de acordo com o Plansab ............... 222
Quadro 31 – Percentual de bairros em cada Prefeitura Bairro, por faixa de classificação do IAE 237
Quadro 32 –Localidades por Prefeitura Bairro onde houve apontamentos de falta de atendimento
com esgotamento sanitário. ........................................................................................................ 254
Quadro 36 – Resumo das informações das EEE do subsistema Comércio visitadas. ................. 289
Quadro 37 – Resumo das informações das EEE do subsistema Subúrbio visitadas. .................. 301
Quadro 38 – Resumo das informações das EEE do subsistema Camarajipe. ............................. 313
Quadro 39 – Resumo das informações das EEE do subsistema Pituaçu visitadas. .................... 350
Quadro 40 – Resumo das informações das EEE visitadas do subsistema Jaguaribe .................. 360
Quadro 48 – Síntese das informações da ETE de Ponta de Nossa Senhora .............................. 420
Quadro 50 – Síntese das informações da ETE de Bom Jesus dos Passos ................................. 447
Quadro 52 – Estruturas e avanço das obras referente a 1° Etapa do SES Trobogi. .................... 459
Quadro 54 – Caracterização dos trechos críticos por bacia de esgotamento sanitário ................ 477
Quadro 55 – Legenda para avaliação do estado de conservação das estruturas existentes ....... 520
Quadro 56 - Resumo do estado de conservação das EEE do SES Principal de Salvador........... 520
Quadro 57 - Resumo do estado de conservação das EEE dos SES das Ilhas de Salvador ........ 521
Quadro 59 – Resumo do estado de conservação das ECP do SES Principal de Salvador.......... 524
Quadro 64 - Relação dos locais de acolhimento e apoio à população de rua .............................. 552
Quadro 71 – Resultados de balneabilidade das praias em períodos secos e chuvosos .............. 598
Quadro 72: Seleção de enfermidades realizada pela Funasa em 2010. ...................................... 602
Quadro 74- Número de casos de esquistossomose diagnosticado em Salvador entre 2013 e 2019
.................................................................................................................................................... 604
Quadro 80 – Percepção da população da PB Cidade Baixa sobre o esgotamento sanitário ....... 617
Quadro 84 – Percepção da população da PB Pau da Lima sobre o esgotamento sanitário ........ 621
Tabela 2 - Tarifas Médias das Concessionárias Estaduais da Região Nordeste (2019) .............. 146
Tabela 3 - Tarifas médias das capitais da Região Nordeste (2019) ............................................. 147
Tabela 6 – Consumo médio por categoria de usuários em Salvador (m³/economia) ................... 151
Tabela 9 – Receitas operacionais diretas e indiretas totais e para o serviço de esgotamento sanitário
em Salvador (2017 a 2019) ......................................................................................................... 155
Tabela 10 – Custos e despesas no serviço de esgotamento sanitário de Salvador em 2019 ...... 158
Tabela 11 - Demonstração de Resultados do Exercício – DRE para o município de Salvador .... 161
Tabela 12 – Cronograma dos investimentos em Esgotamento Sanitário no PMSB (2010) .......... 194
Tabela 15 – Rendimento nominal médio mensal e rendimento nominal mediano mensal dos
domicílios particulares permanentes de Salvador, por forma de esgotamento sanitário e existência
de banheiro ou sanitário .............................................................................................................. 213
Tabela 16 – Tipo de solução de esgotamento sanitário segundo a PNAD 2016 a 2019 .............. 214
Tabela 18 – Destino dos esgotos sanitários por sexo, cor/raça, escolaridade e faixa de renda mensal
familiar em número e proporção de domicílios. ........................................................................... 216
Tabela 19 – Existência de banheiro com instalações hidráulicas sanitárias nos domicílios, 2018-
2020 (N=15.260). ........................................................................................................................ 220
Tabela 20 – Existência de banheiro ou sanitário por classe de rendimento nominal mensal domiciliar
em Salvador (2010) ..................................................................................................................... 223
Tabela 26 - Indicadores de esgotamento sanitário com atualização anual pela prefeitura e pelo
prestador de serviços .................................................................................................................. 264
Tabela 45 – Resumo das receitas x despesas no SES Ilha dos Frades. ..................................... 420
Tabela 49 – Informações das Linhas de Recalque de Bom Jesus dos Passos. .......................... 441
Tabela 50 – Resumo das receitas x despesas no SES Bom Jesus dos Passos. ......................... 448
Tabela 51 – Resumo das intervenções previstas para ampliação do SES Salvador nas bacias
compreendidas no subsistema Ipitanga A. .................................................................................. 464
Tabela 52 – Resumo das intervenções previstas para ampliação do SES Salvador nas bacias
compreendidas no subsistema Médio Jaguaribe ......................................................................... 464
Tabela 56 – Série histórica do indicador de extensão de rede de esgotamento por ligação ........ 499
Tabela 58 – Série histórica dos indicadores de duração média dos reparos de extravasamento e
extravasamento de esgoto por extensão de rede. ....................................................................... 502
Tabela 59 –Indicador de extravasamento de esgoto por extensão de rede por unidade regional da
Embasa. ...................................................................................................................................... 502
Tabela 60 – Série histórica do indicador de existência de cadastro técnico atualizado ............... 503
Tabela 68 – Série histórica do índice de adequação do destino final do lodo das ETE................ 517
Tabela 70 – Classificação dos resultados dos parâmetros das análises do efluente final das ETE de
Salvador no ano de 2019, com base na Resolução Conama 357 e Conama 430. ...................... 530
Tabela 71 – População atendida por cada forma de esgotamento sanitário nos distritos sanitários
(2020).......................................................................................................................................... 547
Tabela 72 – Percentual da população atendida por cada forma de esgotamento sanitário nos
distritos sanitários (2020) ............................................................................................................ 547
Tabela 73 – Classificação do IQA dos rios e lagoas de Salvador entre 2018 e 2021 nos pontos de
monitoramento no MONITORA ................................................................................................... 566
Tabela 74 - Classificação do IET dos rios e lagoas de Salvador entre 2018 e 2021 nos pontos de
monitoramento no MONITORA ................................................................................................... 568
Tabela 75 - Classificação do IQA dos rios de Salvador entre 2013 e 2020 nos pontos de
monitoramento do relatório anual do Inema ................................................................................ 570
Tabela 76 - Classificação do IET dos rios de Salvador entre 2013 e 2020 nos pontos de
monitoramento dos relatórios anuais do Inema ........................................................................... 573
Tabela 77 - Classificação do IQA das lagoas de Salvador entre 2013 e 2019 nos pontos de
monitoramento dos relatórios anuais do Inema ........................................................................... 576
Tabela 78 - Classificação do IET das lagoas de Salvador entre 2013 e 2019 nos pontos de
monitoramento dos relatórios anuais do Inema ........................................................................... 578
Tabela 79 – Índices de atendimento com esgotamento sanitário nas bacias hidrográficas e bacias
de drenagem natural localizadas na parte continental do município de Salvador ........................ 585
Tabela 82 – Pluviosidade registrada em cada estação pluviométrica de Salvador nas datas das
coletas selecionadas para a análise comparativa (2019)............................................................. 596
Tabela 83 - Número de casos de DDAs em < 05 anos segundo distrito sanitário, no ano de 2020*,
Salvador – BA. ............................................................................................................................ 607
A natureza das ações de saneamento básico coloca-o como essencial à vida humana e à proteção
ambiental. Deste modo, intervir no saneamento básico torna-se uma ação que deve ser pensada
em caráter coletivo, ou seja, como uma meta social na qual os indivíduos, a comunidade e o Estado
têm papéis a desempenhar.
A Lei Federal nº 11.445/2007, alterada pela Lei Federal nº 14.026/2020, que estabelece as diretrizes
nacionais para o saneamento conceitua o Saneamento Básico em seu artigo 3º, inciso I, como
sendo:
De acordo com o Art. 19 da Lei n° 11.445/2007, alterada pela Lei n°14.026/2020, a prestação dos
serviços públicos de saneamento básico observará plano, que poderá ser específico para cada
serviço, o qual abrangerá no mínimo:
I. diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores
sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências
detectadas;
No decorrer do Produto F3 a situação dos serviços de esgotos sanitários foi caracterizada através
da análise crítica dos estudos, planos e projetos existentes, avaliação da prestação dos serviços
através de indicadores de cobertura, de qualidade, operacionais e financeiros, apresentação da
visão geral sobre o sistema, análise operacional e estado de suas estruturas, análise dos processos
e resultados do sistema de monitoramento da quantidade e qualidade dos efluentes, levantamento
de dados da avaliação das condições dos corpos receptores e indicação das áreas de risco de
contaminação e daquelas já contaminadas.
Os principais instrumentos de coleta de dados utilizados foram: envio de ofícios com questionários
solicitando informações ao prestador do serviço de esgotamento sanitário no município de Salvador,
a Empresa Baiana de Águas e Saneamento SA (Embasa), realização de reuniões com o prestador
de serviços, coleta de dados em sistemas de informações oficiais, realização de visitas técnicas de
campo para coleta de dados primários e registro fotográfico, realização de eventos participativos
com a comunidade e revisão de literatura técnica reconhecida.
Para a análise quantitativa dos serviços, foram coletados dados secundários nas fontes oficiais,
como: Secretarias Municipais, Departamento de Informática do SUS (DataSUS), Atlas da ANA
(Atlas Abastecimento urbano de Água e Atlas Esgoto), Empresa Baiana de Águas e Saneamento
(Embasa), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema Nacional de Informações
sobre Saneamento (Snis), Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), entre outros.
Um dos princípios fundamentais da Lei nº 11.445/2007 é o controle social. Para tanto, foram
realizadas oficinas de construção do diagnóstico participativo, cuja metodologia foi apresentada
com detalhes no Produto B - Plano de Mobilização e Comunicação Social. Salienta-se que em
virtude da pandemia da Covid-19 a metodologia de participação e mobilização social foi alterada,
priorizando os atores sociais estratégicos para discussão e entendimento da problemática local dos
bairros de Salvador. Nesta etapa foram realizadas 10 oficinas de diagnóstico participativo, sendo
que cada uma delas contemplou os bairros que compõe as 10 Prefeituras Bairro, utilizadas
atualmente como divisão administrativa no município.
A organização do pacto federativo para promulgação de leis, na estruturação das políticas públicas,
ocorre em ordem hierárquica, onde em nível federal são definidas as orientações gerais das
políticas públicas que devem ter a sua edição em nível estadual e municipal para trazer as
especificidades dessas esferas nos conteúdos, objetivos e instrumentos dos sistemas. Nesse
sentido, são apresentados os instrumentos legais existentes nas diferentes esferas que abrangem
a atuação em saneamento básico, conteúdo fundamental para situarmos o estado da arte dessa
política pública, portanto apresentada nos produtos F1, F2, F3 e F4.
Na esfera federal destaca-se a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes Nacionais para o
Saneamento Básico (Lei Nacional nº 11.445/2007), a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei
Nacional nº 12.305/2010) e outras leis, portarias e resoluções recomendadas, conforme descrito a
seguir.
No capítulo que trata do Meio Ambiente, fica definido no artigo 225, que todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado e o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.
É nesse contexto que é possível perceber, no âmbito da Constituição Federal de 1988, a relação
do saneamento básico com as políticas públicas de habitação, saúde e meio ambiente, tendo como
pano de fundo a promoção da qualidade ambiental e da saúde pública.
Em nível federal, a área do saneamento básico é regida pela Lei nº 11.445/2007 e o seu Decreto nº
7.217/2010. A partir da publicação dessa Lei, o Brasil passa a ter obrigação de planejar a área do
saneamento básico, nos diferentes entes federados, além de garantir que a gestão ocorra de
maneira plena, onde suas funções - planejamento, regulação, fiscalização e prestação de serviço -
se tornam premissas para que os processos de delegação da prestação dos serviços públicos
ocorram na legalidade.
De acordo com o artigo 9º, o titular dos serviços de saneamento básico formulará a política pública,
devendo elaborar os planos de saneamento básico, principal instrumento de planejamento. Nesse
cenário, o ente regulador tem papel importante na aplicação dessa política pública, como um ente
responsável por garantir que o plano elaborado pelo município seja observado pelo prestador de
serviço e que a fiscalização tenha meios de ocorrer com a publicação de normas e procedimentos
para a avaliação dos serviços prestados.
Outro elemento incluído na Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico foi a
obrigatoriedade da medição individualizada do consumo de água nas novas construções
condominiais, adotando assim novos padrões de sustentabilidade, conforme redação da Lei nº
13.312, de 12 de julho de 2016, incluída no artigo 29.
O artigo 49, incisos XI e XII da Lei nº 11.445/2007, incluído pela Lei n° 12.862/2013, onde trata
sobre os objetivos da Política Federal de Saneamento Básico, defende o incentivo à adoção de
equipamentos sanitários que contribuam para a redução do consumo de água e a promoção da
educação ambiental voltada para a economia de água pelos usuários.
Outras alterações foram feitas por meio de medidas provisórias, como é o caso da Medida
Provisória nº 844, de 06 de julho de 2018, que ficou vigente até 19 de novembro de 2018; e da
Medida Provisória nº 868, de 27 de dezembro de 2018, vigente até 03 de junho de 2019. A perda e
vigência das medidas provisórias levou à proposição do Projeto de Lei nº 4.162/2019 pelo Poder
Executivo, com a sua aprovação foi promulgada a Lei n° 14.206/2020, que definiu uma série de
alterações em um conjunto de leis como maneira de modificar as normas relacionadas à gestão
desses serviços.
De acordo com o artigo 1º, parágrafo 1º, a PNRS se aplica a todas as pessoas físicas e jurídicas
que gerem resíduos sólidos e desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao
gerenciamento de resíduos sólidos. Porém, de acordo com o parágrafo 2º, não estão sujeitos a ela
os rejeitos radioativos, por possuírem legislação própria.
Conforme disposto no artigo 5º, essa lei integra a Política Nacional do Meio Ambiente e articula-se
com a Política Nacional de Educação Ambiental, regulada pela Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999,
Com relação aos instrumentos dessa Política, o artigo 8º define como sendo os planos de resíduos
sólidos, a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à
implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, o incentivo à
criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis, a educação ambiental, e o Sistema Nacional de Informações
sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir), de Informações em Saneamento Básico (Sinisa) e de
Informação sobre Meio Ambiente (Sinima).
Como a PNRS se articula com a Lei nº 11.445/2007, é facultada no artigo 19, parágrafo 1º, a
elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) juntamente
com a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), devendo para isso o titular
do serviço respeitar o conteúdo mínimo previsto no artigo 19 da PNRS.
O artigo 33, incisos I a VI lista os tipos de resíduos sólidos sujeitos ao sistema de logística reversa
(agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes e produtos
eletrônicos), e obriga os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de sua
implementação. O Decreto nº 9.177, de 23 de outubro de 2017, regulamenta o artigo 33 da Lei
12.305/2010, no sentido de estabelecer normas para assegurar a isonomia na fiscalização e no
cumprimento das obrigações imputadas aos fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes. O Decreto nº 10.240, de 12 de fevereiro de 2020, regulamenta o inciso VI do artigo
33, da Lei nº 12.305/2010 e complementa o Decreto nº 9.177/2017, quanto a implementação de
sistema de logística reversa de produtos eletroeletrônicos e seus componentes de uso estritamente
doméstico, inclusive suas embalagens. O Anexo I do decreto apresenta uma relação dos produtos
eletroeletrônicos objeto da logística reversa.
Voltando a Lei nº 12.305/2010, o artigo 35 prevê que ao ser estabelecido o sistema de coleta seletiva
e a aplicação da logística reversa, os consumidores são obrigados a acondicionar adequadamente
e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados e disponibilizar adequadamente os reutilizáveis
e recicláveis para coleta ou devolução. O Poder Público Municipal pode instituir incentivos
econômicos aos consumidores que participam do sistema de coleta seletiva na forma de lei
municipal.
Com relação aos instrumentos econômicos, o artigo 45 inclui a formação de consórcios públicos
constituídos nos termos da Lei nº 11.107, de 2005, com o objetivo de viabilizar a descentralização
e a prestação de serviços públicos que envolvam resíduos sólidos, a prioridade na obtenção dos
incentivos instituídos pelo Governo Federal.
Já nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, são proibidas as seguintes atividades:
Por fim, ainda de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos é importante ressaltar que,
sem prejuízo da obrigação de, independentemente da existência de culpa, reparar os danos
causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou jurídicas que importe inobservância aos
preceitos da Lei ou de seu regulamento sujeita os infratores às sanções previstas em lei, em
especial às fixadas na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 - Lei de Crimes Ambientais.
No Art. 54, com as alterações trazidas pela Lei n° 14.026/2020, se define prazos específicos na
implantação de solução de disposição final ambientalmente adequada para cada realidade
municipal, assim:
A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos deverá ser implantada até
31 de dezembro de 2020, exceto para os Municípios que até essa data tenham
elaborado plano intermunicipal de resíduos sólidos ou plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos e que disponham de mecanismos de cobrança que
garantam sua sustentabilidade econômico-financeira, nos termos do art. 29 da Lei
nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, para os quais ficam definidos os seguintes
prazos:
I - até 2 de agosto de 2021, para capitais de Estados e Municípios integrantes de
Região Metropolitana (RM) ou de Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) de
capitais,
II - até 2 de agosto de 2022, para Municípios com população superior a 100.000
(cem mil) habitantes no Censo 2010, bem como para Municípios cuja mancha
urbana da sede municipal esteja situada a menos de 20 (vinte) quilômetros da
fronteira com países limítrofes,
III - até 2 de agosto de 2023, para Municípios com população entre 50.000
(cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes no Censo 2010; e
IV - até 2 de agosto de 2024, para Municípios com população inferior a 50.000
(cinquenta mil) habitantes no Censo 2010. (BRASIL, 2020)
• Lei nº 8.080/1990, que dispõe sobre diferentes aspectos relacionados com a saúde, entre
eles o meio ambiente e o saneamento básico;
• Lei nº 9.433/1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos), que estabelece fundamentos,
princípios, instrumentos, entre outros, necessários a gestão das águas de maneira a garantir
As políticas de saúde, entre elas a Lei Nacional nº 8.080/1990, que dispõe sobre as condições para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências, bem como a Lei Nacional nº 9.782/1999, que define o
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras
providências, formam um grupo de instituições que colaboram na garantia da saúde pública e na
produção de informações para o planejamento do saneamento básico.
Assim, uma grande contribuição é trazida pelo Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da
Água para Consumo Humano (Vigiágua) que tem como objetivo garantir a qualidade e segurança
da água para o abastecimento humano no País. O Sistema de Informação de Vigilância da
Qualidade da Água para Consumo Humano (Siságua), vinculado ao Vigiágua, tem como objetivo
auxiliar o gerenciamento de riscos à saúde associados à qualidade da água de abastecimento, e
armazena informações cadastrais sobre os sistemas e soluções alternativas de abastecimento de
água para consumo humano, bem como sobre a qualidade da água proveniente de cada uma das
formas cadastradas, inferida pelos prestadores do serviço, que realizam o controle, e pelos órgãos
de saúde, que realizam a vigilância (SISÁGUA, 2019).
• Resolução Conama nº 357/2005 que “dispõe sobre a classificação dos corpos de água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e
padrões de lançamento de efluentes”;
Outros instrumentos merecem destaque, tais como as resoluções publicadas durante o período de
2007 a 2009, pelo então Ministério das Cidades, hoje compondo o Ministério de Desenvolvimento
Regional, instituiu por meio do Conselho das Cidades 03 (três) resoluções para orientar a
elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico, a saber:
Todos esses instrumentos legais são adequados para nortear ações que colaboram no alcance dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com origem na Declaração do Milênio das
Nações Unidas e organizado pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud). A
Declaração traz uma série de compromissos concretos que, se cumpridos nos prazos fixados,
deveriam melhorar a qualidade de vida da humanidade no século XXI.
Assim, quando o déficit de acesso aos serviços públicos de saneamento básico se constitui um fator
de impacto negativo, melhorar esta condição nos municípios se mostra relevante na busca da
almejada sociedade sustentável e, portanto, a atividade de planejamento que se debruce sobre
essas questões se mostra um importante instrumento rumo a uma sociedade mais equilibrada
social, econômica e ambientalmente.
Observados todos esses instrumentos legais, fica claro o dever e a obrigação do poder público
municipal em ofertar aos cidadãos os serviços públicos de interesse local. Obrigação essa que deve
estar sustentada pela prática do planejamento de suas ações, pela integração entre as áreas afins,
pela cooperação entre os entes federados, de maneira a garantir a participação e controle social,
por meio de acesso a informações e viabilizando a participação, com a atenção voltada à promoção
da saúde e da cidadania, a proteção do meio ambiente, conquistas da sociedade brasileira que
devem ser valorizadas e aplicadas rumo à universalização dos direitos sociais e,
consequentemente, do saneamento básico.
3.1.4.1 Resolução das Nações Unidas sobre o direito à água e ao esgotamento sanitário
Ao longo da luta pelos direitos humanos em âmbito internacional, foram sendo consolidados direitos
considerados fundamentais para a dignidade humana. Entre eles estão o direito à água e ao
saneamento, que passou a ser reconhecido e estabelecido como direito humano fundamental a
partir da edição da Resolução A/RES/64/292, de 28/07/2010, da Assembleia Geral das Nações
Unidas (UNITED NATIONS, 2010), apoiada pelo Brasil e outras 121 nações, com 41 abstenções e
nenhum voto contrário. A Resolução A/RES/64/292/2010, definiu que a água limpa e segura e o
saneamento são um direito humano essencial para gozar plenamente a vida e todos os outros
direitos humanos, firmando assim que se denominou o Direito Humano à Água e ao Esgotamento
Sanitário (DHAES).
Assim, o ODS 6 incorpora novos elementos na discussão do conceito de acesso como equidade e
a não discriminação, bem como a importância de se ter acesso para além do domicílio. Outro
aspecto trazido é a importância da proteção dos mananciais e ecossistemas como maneira de
garantir o acesso a esse direito, conforme por ser observado no Quadro 2, na meta 6.6.
É importante observar que para garantir o acesso a esse direito humano fundamental é necessário
considerar: igualdade substantiva e não discriminação (gênero, étnico-racial, nível de renda,
urbano-rural, dentre outras); realização progressiva dos direitos humanos, vertical, de maneira a
melhorar progressivamente o nível de serviço e horizontal, avançando progressivamente com foco
nos não atendidos e nos atendidos de forma precária (HELLER, 2020).
Para Heller (2020), a plena realização dos direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário não
pode ser deixada apenas aos Estados, já que o ecossistema mais amplo de direitos humanos é
composto por outros atores, entre eles, os que monitoram a conformidade da ação do Estado
(órgãos de tratado a corpos estatísticos, órgãos nacionais a internacionais e órgãos governamentais
a não governamentais). Ainda é importante que os atores privados que trabalham no setor de água
e esgotamento sanitário compreendam que também estão vinculados às obrigações de direitos
humanos, especialmente quando prestam serviços por delegação de Estados e quando a legislação
nacional reflete as obrigações internacionais de direitos humanos de um Estado.
Para tornar os direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário aplicáveis, também incluem
esforços para seu reconhecimento no sistema jurídico doméstico, e constituem parte das obrigações
essenciais mínimas do Estado. Para as componentes de abastecimento de água e esgotamento
sanitário, a criação de um ambiente propício envolve a construção e manutenção de instituições,
regulamentos e processos que garantam uma prestação sustentável de serviços, com a introdução
de marcos jurídicos e regulatórios nacionais que reconhecem os direitos humanos à água e ao
esgotamento sanitário. Esses instrumentos geram uma base legal para definir os papéis, obrigações
e responsabilidades dos atores, e o estabelecimento de mecanismos de coerção para
responsabilizar os atores (HELLER, 2020).
Todos esses elementos uma vez incorporados no planejamento ensejam a observação de critérios
e análises mais amplas, de maneira a trazer para o plano informações capazes de descrever as
Ainda nesse contexto de intersetorialidade, no artigo 235 da Constituição do Estado da Bahia, são
definidas as diretrizes para as ações e serviços em saúde pública, integrantes do Sistema Único de
Saúde, dentre elas a “integração das ações de saúde, saneamento básico e ambiental”, conforme
inciso III. No trecho em destaque nota-se o caráter indissociável entre as medidas de saúde e
saneamento, inclusive, na sua forma mais abrangente, o saneamento ambiental.
Uma outra importante atuação da saúde e que se relacionam com o saneamento básico, diz respeito
à vigilância da qualidade da água que, de acordo com o artigo 238, trata de uma das competências
dos Sistema Único de Saúde:
A Constituição do Estado da Bahia reserva um capítulo (Capítulo IX) específico que trata sobre o
saneamento básico em quatro artigos. O primeiro artigo do capítulo, o artigo 227, assegura o todos
o direito pelo saneamento, o relaciona com a saúde pública e o define, como pode ser observado
na reprodução a seguir:
A Constituição cria no artigo 229 a instância de controle social para o saneamento básico no Estado
da Bahia, o Conselho Estadual de Saneamento Básico (Cesb), definido como órgão deliberativo e
tripartite, com representação do Poder Público, associações comunitárias e associações e
entidades profissionais ligadas ao setor de saneamento básico. Esse ente é responsável por
formular a política e o Plano Estadual de Saneamento Básico.
O artigo 4º da lei apresenta o conceito de saneamento, alinhado com o definido pela Constituição
Estadual, incluindo o controle de vetores e reservatórios de doenças:
(...)
IV - regionalização, consistente no planejamento, regulação, fiscalização e
prestação dos serviços de saneamento em economia de escala e pela constituição
de consórcios públicos integrados pelo Estado e por Municípios de determinada
região;
V - fortalecimento da Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A - Embasa, de
forma a viabilizar o acesso de todos aos serviços públicos de abastecimento de
água e esgotamento sanitário, inclusive em regime de cooperação com os
municípios;
(...) (BAHIA, 2008, p.2)
Portanto, um dos princípios prevê a gestão regionalizada dos serviços públicos de saneamento
básico visando a economia de escala, facultando, inclusive, a participação do Estado. Outro
elemento, diz respeito ao fortalecimento da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa).
A cooperação do Estado da Bahia é detalhada a partir do artigo 9º, onde descreve as formas de
atuação, como: planejamento da universalização, oferta de meios para a fiscalização e regulação,
prestação por meio da Embasa, execução de obras e criação de programas de desenvolvimento
institucional e de capacitação de recursos humanos.
A lei ainda cria o Sistema Estadual de Saneamento Básico, no artigo 10, composto pelo Conselho
Estadual das Cidades, Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) e órgãos executores. No
artigo 11, fica instituído o Sistema de Estadual de Informações em Saneamento Básico.
Nesse contexto, vale destacar que muitas atribuições direcionadas à Sedur foram transferidas à
Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs), quando da sua criação, em 11 de
dezembro de 2014, por meio da Lei Estadual nº 13.204. O Decreto nº 16.655, de 22 de março de
2016, artigo 1º, define como finalidade da secretaria “fomentar, acompanhar e executar estudos e
projetos de infraestrutura hídrica, bem como formular e executar a Política Estadual de Saneamento
Básico, à exceção dos componentes manejo de resíduos sólidos e das águas pluviais urbanas”. De
acordo com o mesmo decreto, artigo 4º, a Sedur “passa a ter por finalidade formular e executar a
Destaca-se que ainda não foi instituído o decreto regulamentador da Política nem elaborado o Plano
Estadual de Saneamento Básico, caracterizando tais pontos como alguns dos entraves à sua
implementação.
A Lei Estadual nº 12.932, de 7 de janeiro de 2014, institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos
(PERS), dispõe sobre seus princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos, e estabelece normas
relativas à gestão e ao gerenciamento integrados de resíduos sólidos, em regime de cooperação.
De acordo com o artigo 2º, a Política Estadual de Resíduos Sólidos integra a Política Estadual de
Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade (Lei Estadual nº 10.431/2006) e a Política Estadual
de Saneamento Básico (Lei Estadual nº 11.172/2008). A lei articula-se com as políticas estaduais
de educação ambiental, recursos hídricos, saúde pública, mudanças climáticas, desenvolvimento
econômico, desenvolvimento urbano e promoção da inclusão social.
Entre os objetivos apresentados no artigo 8º, destaca-se a priorização de ações direcionadas a não
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos, devendo ser observada essa ordem de prioridade na gestão
e no gerenciamento integrados de resíduos sólidos.
Assim como a Lei Nacional nº 12.305/2010, a PERS em seu artigo 12 apresenta a classificação dos
resíduos sólidos quanto à origem da atividade e quanto à periculosidade. Destaca-se como
elemento inovador, os resíduos cemiteriais, definidos como aqueles “gerados nos cemitérios,
Os instrumentos da Política Estadual de Resíduos Sólidos são definidos no artigo 13, incisos de I a
XI, dos quais se destacam: o Plano de Resíduos Sólidos, o Sistema Estadual de Informações de
sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos, o Sistema Estadual de Informações de Saneamento Básico,
Sistema Estadual de Informações de Ambientais e de Recursos Hídricos (Seia), a coleta seletiva e
o sistema de logística reversa, e a educação ambiental.
Entre esses instrumentos, o artigo 17 dispõe sobre o Plano de Resíduos Sólidos, que têm como
objetivo de disciplinar os diferentes fluxos de resíduos, os agentes envolvidos nas diversas etapas
de gerenciamento, assim como a regulação, o monitoramento, a avaliação, a fiscalização, o
aperfeiçoamento, a prestação dos serviços e o controle social das ações de intervenção neles
propostas. Os Planos de Resíduos Sólidos são:
No Título III inicia-se a abordagem sobre as responsabilidades, a saber: dos geradores e do poder
público, e a responsabilidade compartilhada abrangendo os fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos.
Entre as proibições, o artigo 62, ficam definidas as seguintes formas de destinação ou disposição
final de resíduos sólidos ou rejeitos, a saber:
Com a promulgação da Lei nº 12.602, de 29 de novembro de 2012, a Coresab foi substituída pela
Agência Reguladora de Saneamento Básico (Agersa), absorvendo todas as suas funções, acervo,
estrutura e responsabilidades.
A Agersa é caracterizada como uma autarquia sob regime especial, vinculada atualmente a
Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs) do Estado da Bahia, e tem como objetivo
o exercício da regulação e da fiscalização dos serviços públicos de saneamento básico, dentro dos
limites legais e com os municípios que firmarem convênio com ela.
Entre suas diversas competências, esta agência deve promover e zelar pelas diretrizes
estabelecidas na Política Estadual de Saneamento Básico instituída pela Lei Estadual nº
11.172/2008, estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a
satisfação dos usuários, revisar as tarifas aplicadas ao abastecimento de água e esgotamento
sanitário, além de fiscalizar a prestação destes serviços. O artigo 3º acrescenta, informando que
compete à Agersa:
A Lei Estadual nº 7.307, de 23 de janeiro de 1998, dispõe sobre a ligação de efluentes à rede pública
de esgotamento sanitário, regulamentada pelo Decreto nº 7.765, de 08 de março de 2000.
No artigo 1º torna obrigatória a ligação dos efluentes sanitários dos imóveis, de qualquer natureza,
à rede de esgotamento sanitário, quando implementada pelo Poder Público.
No artigo 3º proíbe a ligação de esgotos à rede pública de águas pluviais, nos logradouros com rede
coletora instalada.
Além disso, apresenta as competências dos órgãos encarregados do controle e fiscalização, bem
como as infrações e penalidades para o infrator, como advertência, multa, interdição ou interrupção
do fornecimento.
A lei em análise é fundamental para dirimir algumas dívidas da população e resistência destas em
ligar os esgotos à rede pública, principalmente devido à necessidade da cobrança pelo serviço de
coleta e tratamento de esgotos domésticos.
A normativa fixa prazo de vigência dos planos editados pelos Municípios, referentes ao saneamento
básico ou a resíduos sólidos, antes da vigência da Lei, pelo período de 24 (vinte e quatro) meses,
podendo permanecer vigentes para além deste prazo, mediante resolução do Colegiado
Microrregional (artigo 17).
O município de Salvador faz parte da Região Metropolitana de Salvador (RMS), que configura o
arranjo de gestão interfederativa, com previsão legal ancorada na Lei nº 13.089/2015, o Estatuto da
Além das leis específicas da área do saneamento básico, outras leis que têm relação com o
saneamento devem ser observadas para a devida gestão desses serviços. Entre elas:
• Lei Estadual nº 11.612, de 08 de outubro de 2009, que dispõe sobre a Política Estadual de
Recursos Hídricos, o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
• Lei nº 12.056/11, que institui a Política de Educação Ambiental do Estado da Bahia;
• Lei Estadual nº 11.476/09, que dispõe sobre a criação da Política de Desenvolvimento do
Turismo Sustentável nas Áreas de Proteção Ambiental do Estado da Bahia;
A abordagem detalhada da Lei Complementar nº 41, de 13 de junho de 2014, que Cria a Entidade
Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador será apresentada mais adiante, no item 0.
Todos esses instrumentos legais perseguem princípios, diretrizes e objetivos convergindo para a
adoção de técnicas e tecnologias preocupadas com as sustentabilidades ambientais, energéticas,
sociais e culturais, além da valorização da participação dos cidadãos nas implementações destas.
Agora, a grande motivação e desafio que se estabelece é conceber a prestação dos serviços
públicos de saneamento básico de maneira que o compromisso com as futuras gerações seja um
objetivo comum, que respalde as escolhas dos usuários, as ações dos poderes executivos e os
conteúdos dos instrumentos regulatórios e do planejamento da área do saneamento básico.
O município de Salvador possui um conjunto de leis que tocam sobre questões de saneamento
básico de maneira direta, e outras de maneira transversal, permitindo um olhar com foco na
integração das políticas públicas. Assim, a organização da gestão a partir de uma abordagem
complexa dos processos socioeconômicos, territoriais e ambientais, depende do exercício de
pensar os serviços por meio desses diferentes instrumentos. Alguns deles são apresentados a
seguir.
A Lei Orgânica do Município de Salvador, com sua última atualização realizado em 2020, define
deveres ao poder público e garante direitos sociais, dentre eles o direito à educação, à saúde, ao
saneamento básico, à habitação, à assistência social e ao meio ambiente equilibrado.
Dos princípios que fundamentam a organização do município, no Art. 6º, é importante destacar as
suas atribuições, a saber:
Em consonância com esse artigo, cita-se também os incisos do Artigo 7º, que define o que compete
ao município, em destaque os fundamentais para se refletir sobre os serviços de saneamento
básico, a saber:
No Art. 8º, são definidas as competências do Município, em comum com a União, o Estado e o
Distrito Federal, observadas as normas de cooperação fixadas em lei complementar:
Essas competências colaboram para a proposição de uma gestão de saneamento básico que
integre os desafios sociais, de saúde e ambientais no território.
É tratado na Lei Orgânica ainda, no Título II, a organização dos poderes municipais, onde no
Capítulo I é tratado do poder legislativo, com as previsões de funções, organização e tramites legais
para o processo legislativo e no Capítulo II se trata do poder executivo, suas competências e as
atribuições do prefeito, dos secretários e da procuradoria.
No Título V, da ordem econômica e social, são abordadas as políticas públicas sociais de interesse
comum, entre eles é pertinente destacar: o Capítulo II, da Educação; o Capítulo III, da Saúde;
Capítulo IV, da Política Agrícola e Abastecimento Alimentar; Capítulo V, do Meio Ambiente; e o
Capítulo X, da Seguridade e Assistência Social, entre outros, que compartilham entre si questões
que colaboram para se pensar o saneamento básico no território.
Cabe o destaque para o Art. 229 do Capítulo V, do Meio Ambiente, que define que o Poder Executivo
elaborará e operará um Plano Diretor de Saneamento, a ser aprovado pela Câmara Municipal, e
obrigatório para as empresas concessionárias ou permissionárias dos serviços públicos, que o
deverão atender rigorosamente, não sendo permitida a renovação da concessão ou permissão nos
casos de infrações.
Outros temas que remetem ao saneamento são tratados nesse capítulo entre eles o Art. 226, que
trata do que é vedado no território do Município:
(...) III - o depósito de resíduos nucleares ou radioativos, gerados fora dele; (...)
V - o lançamento de resíduos hospitalares, industriais e de esgotos residenciais,
sem tratamento, diretamente em praias, rios, lagos e demais cursos d’água,
devendo os expurgos e dejetos, após conveniente tratamento, sofrer controle e
avaliação de órgãos técnicos governamentais quanto aos teores de poluição; (...)
VII - a incineração de lixo a céu aberto, em especial de resíduos hospitalares;
Ao longo do tempo a estrutura organizacional vem sofrendo alterações para atender aos objetivos
do poder público executivo. Como pode ser observado nas informações públicas disponíveis no site
da prefeitura, a estrutura administrativa conta com uma serie de órgãos ligados ao chefe do
executivo que colaboram para o desempenho de suas funções públicas de gestão. As leis que dão
respaldo à atual estrutura administrativa são: a Lei nº 9.186/2016; a Lei nº 9.216/2017; a Lei n°
9.409/2018; a Lei n° 9.444/2019; a Lei Complementar nº 072/2019; a Lei nº 9.534/2020; a Lei nº
9.540/2020; e a Lei Complementar nº 076/2020. Diversos decretos têm sido emitidos para fazerem
ajustes nas previsões legais desses instrumentos.
O grupo de órgãos que atendem diretamente ao prefeito são: a Secretaria de Governo (Segov); o
Gabinete do Vice-Prefeito (GABVP); a Controladoria Geral do Município de Salvador (CGM); e a
Procuradoria Geral do Município do Salvador (PGMS). Na Segov existem o Conselho Comunitário
e o Conselho de Ética. Na Figura 2 é possível observar a estrutura organizacional que dá suporte
ao chefe do executivo.
PREFEITO
Procuradoria Controladoria
Gabinete do Vice- Secretaria de
Geral do Geral do
Prefeito – Governo –
Município do Município de
GABVP SEGOV
Salvador – PGMS Salvador – CGM
Conselho
Conselho de Comunitário (10)
Procuradores Quatro Áreas de Conselho de
Políticas Públicas Ética
Para atender às quatro áreas de políticas públicas previstas para a estrutura organizacional da
prefeitura - econômicas e fiscais; sociais; de qualificação da cidade e de planejamento e gestão –
existe um conjunto de secretarias, conselhos, empresas públicas e fundações, conforme se
apresenta ao longo desse item.
A área de políticas públicas de Planejamento e Gestão é desenvolvida por três secretarias, pela
Casa Civil e cinco conselhos. A Casa Civil contém em sua estrutura a Agência Reguladora e
Fiscalizadora dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal) e o Conselho de Relações Internacionais.
Na Figura 3 é possível observar a estrutura organizacional, com suas secretarias, entre outros.
A área de políticas públicas Econômicas e Fiscais é desenvolvida por cinco secretarias e quatorze
conselhos. Na estrutura da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) está a
Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF). Na estrutura da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo
(Secult) estão a Empresa Salvador Turismo (Saltur), a Fundação Gregório de Mattos (FGM) com o
Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural (CCPC), e o Conselho Municipal da Política Cultural
A área de políticas públicas Sociais é desenvolvida por cinco secretarias e vinte e dois conselhos.
Na estrutura da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) está
situada a Fundação Cidade Mãe (FCM). Na Figura 5 é possível observar a estrutura organizacional,
com suas secretarias, entre outros.
A área de políticas públicas de Qualificação da Cidade é desenvolvida por quatro secretarias, cinco
conselhos e uma junta. Na estrutura da Secretaria Municipal de Infraestrutura, e Obras Públicas
(SEINFRA) está situada a Superintendência de Obras Públicas de Salvador (Sucop). Já na
Secretaria Municipal de Manutenção da Cidade (Seman) se encontra a Companhia de
Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal). Na Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop)
estão alocadas a Guarda Civil Municipal (GCM) e a Empresa de Limpeza Urbana do Salvador
(Limpurb). Na Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) está situada a Superintendência de
Trânsito do Salvador (Transalvador). Na Figura 6 é possível observar a estrutura organizacional,
com suas secretarias, entre outros.
Ao observar as quatros áreas de políticas públicas que norteiam as ações das secretarias e órgãos
afins da Prefeitura Municipal de Salvador, percebe-se a complexidade da gestão dos serviços de
saneamento básico, que tem secretarias de diferentes áreas como interlocutoras para sua
realização. Outro aspecto a ser destacado é a necessidade de integração desses órgãos no pensar
territorial do saneamento básico. A integração territorial do saneamento básico demanda uma
análise ecossistêmica com base no caminho natural das águas, nas bacias hidrográficas e nas
características socioeconômicas culturais das diferentes regiões geossistêmicas que formam o
município. Assim, o poder público busca organizar suas secretarias e órgãos afins de maneira a dar
conta dessas múltiplas dimensões, que seguem se aprimorando ao longo do exercício da gestão
pública.
Para essa composição de secretarias e órgãos que envolvem a gestão dos serviços públicos de
saneamento podemos destacar como executoras diretas das ações a Secretaria Municipal de
Infraestrutura, e Obras Públicas (SEINFRA) que tem a finalidade de planejar e gerir a infraestrutura
urbana e o saneamento ambiental, executar obras públicas e projetos habitacionais de interesse
social, bem como de formular e implementar políticas de redes de infraestrutura da cidade. A
Superintendência de Obras Públicas de Salvador (Sucop), que integra a SEINFRA, responsável
pela recuperação da pavimentação, das escadarias, viadutos e passarelas, micro e
macrodrenagem, fontes naturais e luminosas, contenção de encostas e áreas verdes, com poda e
erradicação de árvores, atividades relacionadas às ações em saneamento básico.
Essas secretarias, e os órgãos que estão em sua estrutura, executam a política púbica de
Saneamento Básico, mas se relacionam, impactam e são impactadas por secretarias outras que de
maneira transversal coparticipam dos assuntos que interferem no saneamento. Entre elas é possível
citar no que tange ao desenvolvimento urbano, à mobilidade urbana e à gestão ambiental:
A Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), que tem por finalidade planejar, coordenar, executar
e controlar a política municipal dos transportes públicos, a engenharia de tráfego e a regulação e
controle dos serviços municipais de transportes públicos de passageiros, apesar de não atue de
maneira direta com assuntos relacionados ao saneamento básico, é importante. Suas atividades
colaboram para se pensar a logística de transporte de resíduos pelo município e também identificar
as demandas de acesso a equipamentos hidrossanitários fundamentais para dar salubridade aos
equipamentos públicos utilizados pelos usuários dos transportes coletivos no município.
No aspecto da saúde pública e sua correlação com o saneamento básico na garantia de acesso a
água potável e ao controle de vetores de reservatórios de doenças, é de fundamental importância
a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), que tem por finalidade formular e executar a política de
saúde pública do município, com a competência da formulação e coordenação da política de saúde
do município de acordo os instrumentos legais que dispõem sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).
É importante destacar que entre as suas competências as que dialogam diretamente com o
saneamento básico são: ações de promoção da saúde da população, vigilância, proteção,
prevenção e controle das doenças e agravos à saúde, abrangendo vigilância epidemiológica,
sanitária, ambiental e do trabalhador; integralidade da assistência à saúde; promover e desenvolver
a política de gestão do trabalho e educação permanente em saúde. Assim, a SMS precisa participar
de maneira alinhada juntas às secretarias que realizam as ações de saneamento básico, de maneira
a garantir que as decisões acompanhem questões epidemiológicas e de proteção à saúde pública
que são desenvolvidas pela mesma.
Outro assunto importante para o acesso aos serviços públicos de saneamento básico, já que o
déficit é amplamente localizado nas populações de baixa renda, é o combate à pobreza. Trabalha
com essa a pasta a Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e
Lazer (Sempre), que tem como finalidade planejar, propor e coordenar a execução da política
municipal de assistência social, articular e mobilizar as ações voltadas à promoção da cidadania e
à redução e erradicação da pobreza, garantir a manutenção dos direitos e necessidades básicas
do cidadão e das pessoas com deficiência, promover políticas de prevenção e combate ao uso de
drogas, bem como propor, coordenar e acompanhar a execução das políticas públicas de esportes
e lazer. As ações desenvolvidas por essa secretaria colaboram na identificação de como os serviços
públicos de saneamento básico podem contribuir no combate à pobreza, que em ambientes urbanos
como é predominantemente o município de Salvador, passa por oferta de soluções capazes de
atender a urgência das populações de rua em estado de pobreza.
Ainda é importante destacar a Casa Civil que acompanha os processos de gestão interfederativa
que o município faz parte, a exemplo da Entidade Metropolitana, devendo, portanto, estar alinhada
aos processos que envolvem o planejamento em temas de ligados às funções públicas de interesse
comum.
Toda essa estrutura administrativa opera com a participação de conselhos como pode ser
observado nas Figura 3, Figura 4, Figura 5 e Figura 6. Esses conselhos cumprem o que é previsto
na Constituição Federal de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, que consolidou direitos e
previu, em diversos dispositivos, a participação do cidadão na formulação, implementação e
controle social das políticas públicas. Com base nos Art.198, 204 e 206, foram criados os conselhos
de políticas públicas no âmbito da saúde, assistência social e educação nos três níveis de governo,
o que promoveu a implantação de conselhos em outras áreas e esferas de governo (MADRIGAL,
A., 2015).
Os conselhos são mecanismos legais e institucionais de controle social da política no Brasil, que
têm a sua organização e funcionamento previstos em leis, inclusive em esfera municipal. São
espaços democráticos de decisão e participação social na construção das políticas públicas e
previsto na política de saneamento básico.
Ao observar a quantidade de áreas e informações que envolvem a gestão dos serviços públicos de
saneamento básico, fica evidente que a universalização do acesso aos serviços, princípio
fundamental da lei que norteia suas ações, passa pelo sucesso da execução das diferentes políticas
públicas setoriais de maneira integrada. É necessário, ainda, uma gestão que coloque em mesmo
patamar de importância as dimensões social, ecológica e econômica que compõem os desafios
Todos esses temas devem ser tecnicamente articulados na operacionalização de toda a estrutura
administrativa do Poder Executivo Municipal, e para a gestão do saneamento básico é fundamental
que cada uma cumpra sua função nessa realização.
A lei é composta por sete títulos que tratam da Política, do Sistema Municipal de Meio Ambiente,
dos Instrumentos da Política, do Cadastro Municipal, da Biodiversidade, dos Instrumentos
Econômicos e das Disposições Finais. Esses títulos, com seus capítulos e seções, compõem os
princípios, fundamentos, objetivos, diretrizes, instrumentos e mecanismos definições que são dadas
aos territórios biodiversos e suas funções ecológicas, ao sistema municipal de meio ambiente e aos
direitos e deveres que são previstos no que se refere ao direito fundamental ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, previsto na Constituição Federal.
Em seu Art. 1º, informa que se fundamentada no interesse local, com fulcro na Lei Complementar
nº 140, de 08 de dezembro de 2011, respeitada a competência da União e do Estado, regula a ação
do Poder Público Municipal e sua relação com os cidadãos e instituições públicas e privadas na
preservação, conservação, defesa, melhoria, recuperação do meio ambiente, bem de uso comum
do povo, de natureza difusa e essencial à sadia qualidade de vida.
No Art. 2º são apresentados os fundamentos que amparam a política, apontando uma direção
voltada para a integração das políticas públicas, a proteção e respeito à capacidade de suporte aos
ecossistemas e o combate às emergências climáticas.
Os objetivos são tratados no Art. 4º, com destaque para os que reforçam a importância da
transversalidade e integração da política ambiental municipal com outras políticas públicas:
No Art. 5º, são tratadas as diretrizes gerais da Política Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, entre ele podemos destacar os incisos:
No Título II, que trata do Sistema Municipal Integrado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (Sismuma), são apresentados os instrumentos de participação e o sistema municipal
integrado de meio ambiente, nos artigos 8º ao 24. Esse conjunto de artigos são fundamentais para
No Art. 10, é definido a estrutura institucional do Sistema Municipal Integrado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável – Sismuma, que integra o Sistema Municipal de Planejamento e
Gestão - SMPG, sendo ele composto pelos:
Em seu Capítulo II, que trata do Conselho Municipal de Meio Ambiente, fica determinado a estrutura,
a composição, a competência, entre outros, pelos artigos apresentados a seguir
Já no Capítulo III, da Gestão dos Resíduos Sólidos, se define qual direção deve ser dada à essa
atividade. No Art. 43, fica definido que a Política Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável incentivará a produção mais limpa, observando os princípios e as diretrizes
estabelecidos nas Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos, de não geração, redução,
reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos, bem como a alteração de padrões de produção e consumo, estimulando e
valorizando as iniciativas da sociedade para o aproveitamento de resíduos reutilizáveis e recicláveis.
No Art. 44. são definidos os objetivos da Gestão dos Resíduos Sólidos no âmbito da política
municipal de meio ambiente, entre eles:
No Art. 83, são definidos os objetivos que justificam a criação de espaços territoriais especialmente
protegidos, envolvendo o ambiente natural e/ou o patrimônio histórico/cultural, são de caráter
científico, educacional ou turístico, destacando-se:
O Inciso III, do Art 83, que destaca a proteção dos mananciais para conservação de sua produção
hídrica é muito importante para o pensar dos serviços de abastecimento de água e todos os
ecossistemas que garantem ao manancial a “produção hídrica”, trazendo segurança hídrica para o
território. Nesse sentido, o Art. 84 define que as áreas de proteção de mananciais deverão ser
delimitadas pelo Poder Público e ter regramento específico para uso e ocupação do solo.
No Título V, que trata da Biodiversidade, em seu Capítulo III, sobre o Plano Diretor de Arborização
Urbana, Áreas Verdes e Paisagismo (PDAUP), no Art. 194, é instituído PDAUP do município de
Salvador, coordenado pelo órgão central do Sistema Municipal Integrado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (Sismuma). É interessante observar como os objetivos do PDAUP,
conforme parágrafo único do artigo, dialogam diretamente com os desafios relacionados aos
serviços de manejo das águas e drenagem urbana, que precisam com base no conceito das
Cidades Sensíveis à Água, priorizar soluções que envolvem a incorporação de áreas verdes e
biodiversas no paisagismo urbano, cumprindo funções ecológicas ao longo do ciclo das águas
urbanas. No Parágrafo Único é definido que:
No Título VI, que trata dos Instrumentos Econômicos para a Gestão Ambiental, muitas
oportunidades para a introdução de tecnologias integradas ecologicamente em saneamento básico
são observadas.
O Capítulo I, que trata do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU VERDE),
no Art. 203, define que o Programa de Certificação Sustentável em edificações no município de
Salvador, denominado IPTU VERDE, instituído pela Lei nº 8.474, de 02 de outubro de 2013, tem
como objetivo incentivar a adoção de ações e práticas sustentáveis nas edificações urbanas,
visando à redução do consumo de recursos naturais e dos impactos ambientais. Em seu parágrafo
único, determina que o Poder Executivo concederá desconto de até 10% (dez por cento) do Imposto
Predial e Territorial Urbano (IPTU) a proprietários de imóveis residenciais e não residenciais no
município de Salvador, certificados pelo Programa.
É prevista ainda no Capítulo II, que trata do Pagamento por Serviços Ambientais, um mecanismo
importante para a ampliação da resiliência ambiental dos territórios por meio de incentivos
econômicos de troca, sejam elas monetárias ou de outra dimensão. Esse mecanismo colabora
diretamente para a ampliação de áreas que ao cumprir funções ecológicas relacionadas ao
saneamento básico ganham um valor econômico ambiental. No Art. 204, fica definido que:
Ao definir as prioridades da gestão ambiental voltada para a participação e controle social, para a
mitigação das mudanças climática com base na proteção aos ecossistemas naturais, a política
fortalece a abordagem transdisciplinar da saúde planetária, que se debruça sobre as correlações
entre meio ambiente, sociedade, economia, saúde pública e clima biorregional e global para pensar
a relação saúde-doença. Com a realização conjunta das diferentes áreas, entre elas o saneamento
básico, observando as determinações dessa Política, é possível melhorar a qualidade ambiental
urbana, e pensar num futuro em que os problemas atuais desapareçam a partir de outras práticas
sociais, econômicas e tecnológicas, que tenham a restauração dos ecossistemas como objeto
comum.
O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) tem como base os fundamentos expressos
na Constituição Federal, na Constituição do Estado da Bahia, na Lei Orgânica do Município de
Salvador e na Lei Federal nº 10.257/2001, Estatuto da Cidade, conforme preconizado no seu Art.
1º. Em seu parágrafo único, determina que o PDDU deve considerar o disposto nos planos e leis
nacionais e estaduais relacionadas com as Políticas de Desenvolvimento Urbano, de Mobilidade,
de Habitação e de Saneamento e com os planos e Políticas de Meio Ambiente.
O PDDU do Município do Salvador, abrange a totalidade do seu território, constituído por uma parte
continental e outra insular, compreendida pelas ilhas de Maré, dos Frades, do Bom Jesus dos
Passos, de Santo Antônio e as ilhotas, conforme definido em seu Art. 3º.
No Art. 4º fica definido que o PDDU é o instrumento básico da Política de Desenvolvimento Urbano
do Município de Salvador, determinante para todos os agentes públicos e privados que atuam no
território municipal. Conforme Art. 5º, o PDDU é parte integrante do processo de planejamento
municipal, devendo os seus objetivos, diretrizes, ações estratégicas e prioridades serem
observados e respeitados na:
No Título II, que trata da Política Urbana do Município, é no Art. 10, que são apresentados os
princípios da Política. Ao todo são seis princípios, apresentados a seguir.
Art. 10. Os princípios que regem a Política Urbana do Município de Salvador são:
I - a função social da cidade;
II - a função social da propriedade urbana;
III - o direito à cidade sustentável;
IV - a equidade e inclusão racial, social e territorial;
V - o direito à informação;
VI - a gestão democrática da cidade.
§1º A função social da cidade no Município de Salvador corresponde ao direito
à cidade para todos, compreendendo o direito à terra urbanizada, à moradia, ao
saneamento básico, à segurança, à infraestrutura, aos serviços públicos, à
mobilidade urbana, ao acesso universal a espaços e equipamentos públicos e
de uso público, à educação, à saúde, ao trabalho, à cultura, ao lazer e à
produção econômica. (...)
§3º A cidade sustentável corresponde ao desenvolvimento socialmente justo,
ambientalmente equilibrado e economicamente viável, visando garantir
qualidade de vida para as gerações presentes e futuras. (...)
Esse conjunto de princípios, entre eles, a função social da cidade e o direito à cidade sustentável,
nos traz a oportunidade de refletir sobre a importância dos serviços públicos de saneamento básico,
que mediam essa relação entre a natureza - a água, o solo, a bacia hidrográfica, as matas ciliares-
, o meio natural, e as infraestruturas urbanas, o meio urbanizado, as habitações e suas redes de
água potável, esgoto e drenagem, os equipamentos de resíduos, e seus fluxos dentro do
metabolismo urbano. Essa mediação entre o meio natural e o meio urbano que o saneamento
básico tem como função é estruturante para que o desenvolvimento territorial ocorra integrando os
diferentes direitos socioambientais necessários à dignidade humana, à qualidade de vida e à
garantia das futuras gerações a territórios saudáveis.
É no Título VII, que trata da Infraestrutura, Equipamentos e Serviços Urbanos Básicos, onde são
apresentados os princípios da Política de Infraestrutura e Serviços Urbanos Básicos, que está
situado o conteúdo mais importante no que se refere os serviços públicos de saneamento básico,
que compõem os serviços urbanos básicos.
É no CAPÍTULO II, que trata do Saneamento, onde são apresentados artigos que já apontam os
caminhos para a política pública de saneamento básico em esfera municipal.
É determinado pelo Art. 90, que para implementação e monitoração da Política Municipal de
Saneamento Básico, será criado o Sistema Municipal de Saneamento Básico, integrado ao Sistema
Municipal de Planejamento e Gestão, compreendendo, no mínimo, a seguinte estrutura:
Um conjunto de objetivos e diretrizes para a Política Municipal de Saneamento Básico são definidos
no Art. 91, como poder ser visto a seguir.
Art. 91. São objetivos e diretrizes gerais da Política Municipal de Saneamento Básico:
I - criação e regulamentação do Sistema Municipal de Saneamento Básico;
II - estruturação de órgão regulador e fiscalizador do funcionamento técnico,
socioambiental, financeiro e institucional das empresas delegatárias ou
concessionárias de serviços públicos de saneamento básico, com competência para
estabelecer normas e especificações de desempenho;
III - regulamentação do FMSB para financiamento de ações da Política Municipal de
Saneamento Básico;
IV - instalação da Câmara Técnica de Saneamento Básico no Conselho Municipal de
Salvador;
V - elaboração, implementação, monitoração, avaliação e revisão do Plano Municipal
de Saneamento Básico, como instrumento fundamental da Política Municipal de
Saneamento Básico;
VI - organização e implementação de sistema de informações geográficas (SIG) sobre
Saneamento Básico, integrado ao Sistema Nacional de Informações em Saneamento
Básico (Sinisa) e ao SIM-Salvador;
VII - publicização das informações espacializadas por meio de mapas temáticos
relativos à Infraestrutura e Saneamento Básico, integrados ao Sistema Cadastral do
Município (SICAD);
VIII - criação e implementação de programas permanentes de formação e
capacitação de recursos humanos em Saneamento Básico e Educação Ambiental e
programas de mobilização social para a área de saneamento básico.
No conjunto de incisos do Art. 91 são definidos todos os passos necessários para a estruturação
das funções de gestão do saneamento básico em âmbito municipal, como a criação e
regulamentação do Sistema Municipal de Saneamento Básico, a estruturação de órgão regulador e
fiscalizador, a regulamentação do FMSB para financiamento de ações da Política, a instalação da
Ao observar todos os artigos que formam o capítulo do saneamento básico, fica evidente a
estruturação dada à política municipal de saneamento básico de Salvador pelo PDDU 2016.
Portanto, até a promulgação de uma política específica para esses serviços, o PDDU 2016, é a
referência em ambiento municipal para os serviços de saneamento básico.
O PDDU 2016 trata em capítulos específicos das múltiplas áreas que compõem o direito à cidade
sustentável, no Capítulo III, trata da Saúde, que define em seu Art. 102, que a saúde é um direito
social e universal, derivado do exercício pleno da cidadania, de relevância pública, organizada
institucionalmente em um sistema universal e público de saúde, cujas ações visam à promoção da
saúde, à prevenção de riscos, ao controle e/ou eliminação de doenças e agravos à saúde e à
integralidade da atenção, assegurando condições para a sustentação da vida humana e bem-estar
da população.
No parágrafo único do Art.102, fica definido que a delimitação especial dos Distritos Sanitários de
Salvador deve coincidir, tanto quanto possível, com os limites das bacias e sub-bacias hidrográficas.
Essa preocupação colabora no pensar ecossistêmico do território sendo possível cruzar
informações e dados a partir desse recorte territorial. E no Art. 103 que as diretrizes são
No Título VIII, que trata do Ordenamento Territorial, traz algumas contribuições para se pensar o
saneamento básico. No Capítulo I, dos Elementos Estruturadores do Território, o Art. 125, define
que o modelo espacial do plano se estrutura segundo conjunto de elementos estruturadores e de
elementos integradores, apresentados nos Art. 126 e .Art. 127, apresentados a seguir;
Art. 126. Os Elementos Estruturadores são os eixos que constituem o espaço urbano
referencial de Salvador, compreendendo elementos referenciais do sítio natural e do
tecido urbano, com características diferenciadas, que permitem alcançar melhor
coesão e fluidez entre suas partes, bem como maior equilíbrio entre as áreas
construídas e os espaços abertos, compreendendo:
I - Rede Hídrica Estrutural; (...)
§1º Rede Hídrica Estrutural é constituída pelos cursos d´água e fundos de vale, eixos
ao longo dos quais serão propostas intervenções urbanas para recuperação
urbanística e ambiental, envolvendo intervenções em drenagem, recomposição de
vegetação, saneamento básico e urbanização de assentamentos precários, além de
áreas para o convívio da população moradora nas suas imediações. (...)
Art. 127. Os Elementos Integradores constituem o tecido urbano que se conecta aos
eixos estruturadores, abrigando as diferentes funções urbanas, compreendendo:
I - habitação;
II - equipamentos sociais;(...)
§1º Habitação é o principal elemento integrador como fixador da população e
articulador das relações sociais no território.
§2º Equipamentos Sociais são formados pelo conjunto de instalações destinadas a
assegurar o bem-estar da população, mediante a prestação de serviços públicos de
saúde, educação, cultura, lazer, abastecimento, segurança, transporte e
comunicação, dentre outros.(...)
Outro aspecto importante para ser observado é o conteúdo trazido no Título IX, que trata do
Desenvolvimento Político-Institucional, e aponta, no Art. 346, que para o desenvolvimento político-
institucional do Município, o Poder Executivo aperfeiçoará e consolidará o processo de
planejamento e de gestão municipal, mediante o Sistema Municipal de Planejamento e de Gestão
(SMPG).
Em seu Capítulo VI, da Modernização Administrativa e Inovação da Gestão, determina que deverá
ser introduzida uma nova cultura nas práticas administrativas e novos formatos organizacionais da
Administração. Esse conjunto de artigos oferece respaldo para avanços em arranjos institucionais
mais integrados e complexos, como necessita a gestão do saneamento básico. Entre os oito incisos
trazidos no Art. 378, vale destacar o inciso III e IV, que destacam a necessidade da visão
interdisciplinar e interinstitucional dos problemas urbanos e a operação por programas, capaz de
Art. 378. O Município introduzirá uma nova cultura nas práticas administrativas e
novos formatos organizacionais da Administração, baseados em:
I - foco no cidadão;
II - estabelecimento de indicadores correlacionados a metas, possibilitando o seu
acompanhamento e controle;
III - visão interdisciplinar e interinstitucional dos problemas urbanos, de sua
inserção regional e na busca de soluções;
IV - operação por programas, capaz de articular agentes públicos e privados
superando a visão fragmentada na apreensão da realidade e na formulação das
políticas públicas;
V - adoção de instrumentos de inovação na gestão;
VI - visão sistêmica e concepção da estrutura organizacional como um instrumento
flexível, para a implementação do plano de governo, cujas diretrizes e ações devem
estar pautadas nas diretrizes estabelecidas pelo PDDU;
VII - substituição dos princípios da hierarquização, pela gestão compartilhada,
pela intersetorialidade, intercomplementaridade e gestão por resultados;
VIII - informatização dos atos administrativos do Poder Público Municipal, tais como:
a) fluxo de processos, comunicações internas e externas e demais tipos de
documentos, entre os órgãos da Prefeitura; b) implementação da assinatura digital
dos agentes e autoridades municipais; c) disponibilização on-line dos documentos
produzidos pelos órgãos da Administração Municipal, ressalvadas as hipóteses de
impossibilidade ou sigilo previstas em lei.
O PDDU 2016, ao longo dos seus Títulos, Capítulos e Seções, reforça em diferentes artigos e
incisos, como a oferta de serviços públicos de saneamento básico de maneira universal, em
quantidade e qualidade satisfatórias é condição básica para sua efetivação conforme previsto em
seus fundamentos, princípios, objetivos e diretrizes, que têm na qualidade de vida, na dignidade
humana e no direito ao meio ambiente equilibrado seus maiores motivadores na implementação da
política de desenvolvimento urbano. Nesse sentido, são apresentados dispositivos que tratam da
multiplicidade de políticas públicas que acontecem juntas na produção do espaço urbano, são
apresentados os pressupostos que devem orientar os arranjos institucionais e lembrado ao longo
de muitos itens que devemos combater e mitigar as mudanças climáticas e globais em todas as
ações que envolvem as atividades do poder público e dos diferentes sujeitos sociais que tem no
município de Salvador seu lar, sua vida, sua história.
A Lei nº 9.281, de 03 de Outubro de 2017, que Institui normas relativas à execução de obras e
serviços do Município do Salvador, e dá outras providências, define em seu Art. 1º que a execução
de toda e qualquer obra e serviço no Município de Salvador, ocorrerá em consonância com o Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador-PDDU e com a Legislação de
Outro tema abordado é o impacto de instalação de canteiros de obras nas infraestruturas urbanas,
as quais as de saneamento básico fazem parte. Nesse sentido é definido no Art. 38
O cuidado dos lotes urbanos pelos seus proprietários é definido pelo Art. 44, um dos aspectos
considerados tem relação com a drenagem, o cuidado e preservação de nascentes, cursos d’água
nesses lotes, como pode ser observado no conteúdo do Art. 44.
Para conseguir a autorização de entrada nos imóveis pela entidade fiscalizadora, conhecido como
Habite-se, um dos pontos para fiscalização envolve a previsão de soluções para o esgoto sanitário
e a drenagem. Como pode ser visto no Art. 54
Art. 54 A conclusão de obra licenciadas nos Grupos II, III e IV será comunicada ao
Município pelo requerente ou representante legal, para fins de vistoria e concessão
do Habite-se e/ou do Termo de Conclusão de Obras, quando serão avaliados:
I - o cumprimento integral do projeto ou peças gráficas aprovadas;
II - a pavimentação de todo o passeio, inclusive o meio-fio, adjacente ao terreno
edificado;
III - a ligação do sistema de esgoto sanitário à rede do logradouro ou, na falta
desta, à adequada à fossa séptica, filtro e sumidouro;
IV - o correto escoamento das águas pluviais do terreno edificado.
Parágrafo único. A conclusão de obras licenciadas sem a devida comunicação ao
órgão licenciador implicará adoção das penalidades previstas nesta Lei.
É vedado também durante a execução de obras o lançamento de águas servidas em via públicas,
bem como danificar as suas redes subterrâneas, como apresentado no Art. 60.
Caso haja o descumprimento das normas previstas na lei, é definido no Art. 61 os desdobramentos
possíveis, sendo eles
Art. 61 Os infratores das disposições contidas nesta Lei e das normas dela
decorrentes - sejam eles o requerente, proprietário ou o responsável técnico pelo
projeto e/ou pela obra - serão notificados para sanear a irregularidade, sem prejuízo
da aplicação das seguintes penalidades:
I - multa, a ser aplicada proporcionalmente à natureza e gravidade da infração
cometida, conforme valores constantes do Anexo III desta Lei, após julgado
procedente o auto de infração, cuja quitação não exime o saneamento da
irregularidade;
II - embargo, a ser aplicado quando constatada irregularidade pela fiscalização,
precedido do auto de infração;
III - interdição, aplicada, sempre que se verificar prosseguimento de obra embargada
ou execução de obra ou edificação, habitada ou não, que ponha em risco a sua
estabilidade ou exponha a perigo os moradores, a vizinhança, os operários e
terceiros, ficando proibido, a qualquer título, o ingresso de pessoas na obra ou
edificação, exceto aquelas credenciadas por autoridade competente; (...)
O Plano Municipal de Educação foi sancionado pela Lei nº 9105/2016, que em seu Art. 1º, define
que fica aprovado o Plano Municipal de Educação (PME) de Salvador, com vigência por dez anos,
a contar da publicação desta Lei, em consonância com o disposto no art. 8º da Lei nº 13.005, de 25
de junho de 2014, que aprovou o Plano Nacional de Educação - PNE. Como a lei foi publicada em
2016 o PME tem vigência até o ano de 2026, que se alinha ao horizonte de curto prazo do PMBSI
de Salvador.
I - erradicação do analfabetismo;
II - melhoria da qualidade da educação em todos os seus níveis de atuação;
III - aprimoramento do regime de colaboração entre os entes que compõem o Sistema
Municipal de Ensino de Salvador;
IV - compartilhamento de responsabilidades, a partir das funções e
especificidades de cada um em relação às metas e estratégias deste Plano;
V - valorização dos (as) profissionais da educação;
VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
Nos incisos IV, VIII e X, fica evidenciado que as questões relacionadas ao compartilhamento de
responsabilidades na realização das metas, à saúde, aos direitos humanos, à diversidade e à
sustentabilidade socioambiental envolvem as diretrizes necessárias para o cumprimento de suas
obrigações institucionais e das metas propostas no PME.
No Art. 3º, fica estabelecido que as metas previstas no Anexo Único desta Lei serão cumpridas no
prazo de vigência deste PME, desde que não haja prazo inferior definido para metas e estratégias
específicas.
Em seu Anexo Único, ficam apresentadas as metas que envolvem o PME, ao toda são 18 (dezoito)
Metas e 20 (vinte) Estratégias estabelecidas. É na Meta 7, que prevê “fomentar a qualidade da
Educação Básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da
aprendizagem, de modo a atingir os resultados de Ideb para o Município”, que a preocupação com
o acesso ao saneamento é trazida. Para tanto, na estratégia 7.13, fica definido:
Para o PME, para se garantir valores adequados na avaliação do Ideb no município é necessário
que as escolas garantam acesso ao saneamento básico, essa estratégia dialoga diretamente com
o entendimento que para o avanço na educação, a saúde e a higiene são condições fundamentais
para o avanço cognitivo dos educandos. O saneamento nas escolas também dialoga com as
questões de gênero, já que cada gênero terá suas demandas específicas, a exemplo das meninas
que, a partir da puberdade, necessitam de privacidade e condições específicas de higienização no
ambiente escolar para se cuidarem no período menstrual. Esses elementos demonstram que o
saneamento básico nas escolas está para além de um tema a ser abordado em educação
ambiental, mas sua presença de maneira adequada e considerando as peculiaridades de cada
instituição e seu coletivo, é fundamental para garantir a permanência dos estudantes com respeito
à dignidade humana, à saúde pública e a proteção ao meio ambiente.
Segundo a Lei nº. 11.445, de 2007, a gestão dos serviços de saneamento básico no Brasil deve
envolver quatro funções fundamentais, a saber: a regulação, planejamento, a fiscalização e a
prestação dos serviços. Em cada uma das funções, fica assegurada a atuação do controle social,
como esquematizado no diagrama da Figura 7.
Para identificação dos responsáveis pela execução de cada função de gestão, realizou-se
levantamento prévio, por meio de pesquisas em sites oficiais do poder público e entrevistas com
técnicos da prefeitura. Em seguida, analisou-se as informações com o objetivo de caracterizar como
as atividades relacionadas à gestão se desenvolvem no município.
Quadro 3 - Órgãos que integram o quadro de gestão dos serviços de Saneamento Básico
da Prefeitura Municipal do Salvador.
Órgão (Finalidade)
Função
Administração Direta Administração Indireta
Arsal promover e zelar pela eficiência
Casa Civil: finalidade de assessorar o prefeito na
econômica e técnica dos serviços
formulação do planejamento estratégico e
públicos, propiciando aos seus
orçamentário da Administração Municipal, na
Planejamento usuários as condições de
gestão e controle dos projetos estratégicos
e Regulação regularidade, continuidade e
intersetoriais, no acompanhamento de
segurança. fazer cumprir a legislação
indicadores de desempenho, na avaliação de
e demais normas regulamentares,
resultado das ações empreendidas pelo Poder
incluindo os contratos de concessão,
Esse conjunto de órgãos que integram o quadro administrativo voltado para a gestão dos serviços
de Saneamento Básico da Prefeitura Municipal do Salvador, atuam nas diferentes funções de
gestão, e são fundamentais para o entendimento de como ao longo das décadas o município de
Salvador vem realizando, com todas as suas peculiaridades, a oferta desses serviços. Neles se
encontram a memória viva dos servidores públicos, que ao longo do tempo, mesmo com as
Além dos órgãos de âmbito municipal, outras instituições se envolvem nas funções de gestão no
município, devido a sua abrangência e complexidade. No Quadro 4, apresenta-se um resumo da
organização voltada para a gestão dos serviços públicos de saneamento básico de Salvador, a
partir das definições e prerrogativas trazidas na Lei Nacional nº 11.445/2007. Nos itens adiante, se
discutirá a situação de cada elemento da organização da gestão.
A gestão dos serviços de saneamento básico em Salvador, carrega a lógica encontrada na maioria
dos municípios do Brasil, onde apesar dos esforços para se organizarem a partir da chegada das
Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, Lei nº 11.445/2007, seguem sem conseguir
concretizar no dia a dia da operacionalização da gestão, a integração necessária entre os órgãos
que cumprem as funções de planejamento, prestação, regulação e fiscalização e a disponibilização
de equipe mínima necessária para a demanda encontrada na rotina da gestão desses serviços
públicos.
Apesar do esforço empreendido pelos técnicos, a própria organização desses órgãos na estrutura
administrativa municipal não favorece uma coordenação voltada para a integralidade entre as
componentes do saneamento básico. Os serviços públicos de abastecimento de água e
Cada secretaria tem sua dinâmica própria, e todas operam buscando atender as demandas
simultâneas que a cidade produz, dirigindo grande parte de sua atenção para essas ações. Os
encontros entre os técnicos das diferentes secretarias ocorrem, normalmente, em torno da
discussão de projetos específicos. Não existe um processo de planejamento integrado estabelecido
entre os órgãos, onde as visões de longo prazo para o saneamento básico possam ser construídas
pela composição das contribuições dos profissionais que atuam no dia a dia das diferentes
atividades.
Nesse sentido, com intuito de colaborar para o aperfeiçoamento dessa integração a Lei nº 9.069
/2016, que dispõe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador
(PDDU 2016), define que seja criado órgão municipal de planejamento e gestão da infraestrutura
urbana e saneamento básico como parte integrante do Sistema Municipal de Saneamento Básico.
A participação e controle social ainda não ocorrem como definido na política pública, apesar da
existência de conselhos municipais de saúde, meio ambiente e da cidade, nenhum deles foi
outorgado por lei específica para exercer o controle social no sistema municipal de saneamento
básico. O Conselho Municipal de Salvador (COM-SSA), responsável por articular as políticas
específicas e setoriais na área do desenvolvimento urbano, entre elas o saneamento ambiental, é
o principal mecanismo de controle social para esse momento de estruturação dos instrumentos
específicos para o saneamento básico, que o processo de elaboração do PMSBI traz para Salvador.
Conforme preconiza o PDDU 2016, o município deverá criar o Sistema Municipal de Saneamento
Com as alterações nas Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, incluídas pela Lei nº
14.026/2020, o entendimento sobre a titularidade incorporou outros elementos, quando foi
determinado a criação de agrupamentos de municípios para prestação regionalizada dos serviços,
com vistas à geração de ganhos de escala e à garantia da universalização e da viabilidade técnica
e econômico-financeira dos serviços. A titularidade é especificamente tratada no Art. 8º, que define
quem exerce a titularidade, como pode ser observado a seguir:
Nesse sentido, o STF expressou entendimento consolidado na ADI 1.842/RJ e na ADI 2.077/BA,
definindo que, no caso de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões não há
transferência de titularidade dos serviços públicos de interesse comum ao Estado, dado que se trata
de competência conferida diretamente pela CF aos Municípios. Portanto, caberá aos titulares definir
de forma colegiada, sobre a prestação dos serviços, a partir das deliberações da entidade
interfederativa, esfera de governança estabelecida para estes arranjos territoriais, que deverá ser
promovida nos termos da respectiva lei complementar estadual de sua criação. (ONDAS, 2021).
Na direção dessa prerrogativa que consagrada a partir da decisão do STF, o Estado da Bahia, criou
em 2014, a Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador, condição necessária para
a concretização da titularidade colegiada das funções públicas de interesse comum. Vale destacar,
que é de extrema importância para o sucesso da gestão colegiada que os titulares exerçam suas
funções de gestão e atribuições perante a implementação das políticas públicas em esfera
municipal, de maneira a subsidiar a decisão colegiada em âmbito territorial metropolitano.
A Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador foi criada pela Lei Complementar nº
41, de 13 de Junho de 2014, que dispôs sobre sua estrutura de governança e sobre o sistema de
planejamento metropolitano, instituiu o Fundo de Mobilidade e de Modicidade Tarifária do
Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Salvador (FMTC-RMS), regulamentou o art. 13 da
Lei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, no âmbito da Região Metropolitana de Salvador, e
autorizou a instituição do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano da Região Metropolitana de
Salvador ;(FRMS).
Conforme apresentado no Art. 3º, a EMRMS tem em sua estrutura de governança instâncias de
função política, participativa, técnica e executiva, como pode ser visto a seguir:
Para exercer a função de planejamento foi definido o Sistema de Planejamento Metropolitano, que
é constituído pelos seguintes planos, conforme prevê o Art. 12:
Apesar de criado por lei, o FUSAN segue ainda não utilizado, já que o seu funcionamento e condição
econômica é desconhecido pelo setor responsável pela revisão do Plano de Desenvolvimento
Urbano Integrado (PDUI) da Região Metropolitana de Salvador, uma das ações para
operacionalização do retorno do funcionamento da EMRMS. Esse desconhecimento é reflexo da
fragilidade do funcionamento da própria entidade.
As reuniões do Colegiado Metropolitano nos primeiros anos de sua criação não eram frequentes, e
ocorriam com maior regularidade no âmbito do Comitê Técnico e das Câmaras Temáticas, órgãos
que, em 2016, reuniam a quase totalidade dos municípios integrantes da RMS com técnicos de alto
nível de especialização para discutir temas relevantes à elaboração do Plano de Desenvolvimento
Urbano Integrado (PDUI) da Região Metropolitana de Salvador. (RODRIGUES e AZEVEDO, 2018).
No ano de 2017, o processo de elaboração do PDUI foi paralisado, como pode ser observado na
Figura 8, fazendo com que a EMRMS ficasse com suas atividades desaceleradas, já que essa era
principal ação desenvolvida na entidade.
A EMRMS apesar de existir e ter seu regimento interno estabelecido, hoje funciona a partir dos
esforços da Sedur voltados para a retomada da elaboração do PDUI, que demanda a participação
da EMRMS, entidade com competência de acompanhar o desenvolvimento metropolitano. O
município de Salvador não tem uma representação oficial na entidade, e configura como um dos
desafios políticos para a plena realização de suas funções colegiadas.
As principais ações que estão sendo executadas para a operacionalização da titularidade colegiada
envolvem o esforço de inserir os representantes legais dos município integrantes da região
metropolitana na discussão do PDUI e em comum acordo operacionalizarem os passos necessários
4.2 PLANEJAMENTO
Como Salvador faz parte da RMS, e exerce a titularidade de forma colegiada, sobre a gestão dos
serviços públicos de saneamento básico, ao elaborar seu plano municipal de saneamento básico,
deve, como titular, refletir sobre sua importância no âmbito das deliberações da entidade
interfederativa, EMRMS, esfera de governança estabelecida para este arranjo territorial, e contribuir
na definição das orientações e diretrizes para o Plano Metropolitano de Saneamento Básico.
A SEINFRA elabora os projetos e os orçamentos das obras do município, enquanto a Sucop realiza
as licitações e contratações. Assim, os projetos novos da prefeitura são elaborados e orçados na
secretaria, no caso do saneamento básico, os projetos desenvolvidos estão mais voltados para a
drenagem urbana e não há relação direta da secretaria com os prestadores dos serviços públicos
de saneamento básico em atividades de planejamento.
Para a integração com outras instituições que realizam obras no município foi criada a Comissão
de Coordenação de Obras de Salvador (CCOS), responsável por articular os diferentes prestadores
e secretarias em torno dos projetos a serem executados. Atualmente a sua presidência é
desempenhada por funcionário alocada na Sedur, que atua em colaboração com a SEINFRA.
Para desenvolver suas atividades relativas ao saneamento básico, a SEINFRA, por meio da
Diretoria de Saneamento Básico (DSAN), conta com um corpo técnico formado por cargos
comissionados e terceirizados, com o total de 7 profissionais, como pode ser observado no Quadro
5.
Diante dos desafios observados em relação ao saneamento básico, fica a preocupação sobre a
quantidade de profissionais disponíveis para observar os assuntos de planejamento da DSAN da
SEINFRA, da terceira maior capital do Brasil, apontando que o município deverá avançar na
estruturação desta área no município.
Em 2010, houve a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico com foco nas
componentes de abastecimento de água e esgotamento sanitário. No período de sua elaboração,
a delegação da prestação desses serviços à Embasa, nos termos em que foi pactuada em 1925 e
retificada em 1929, caducaria em 31 de dezembro de 2010, por força da alteração do art. 42, da Lei
federal nº 8.987/95, introduzida pelo art. 58, da Lei federal nº 11.445/07. Nesse prazo, a delegação
deveria ser totalmente reformulada para se adequar às normas constitucionais vigentes. A
elaboração do PMSB, condição e parte deste processo, foi iniciado em 2009, com a celebração do
Convênio de Cooperação entre o Município e o Estado da Bahia, com interveniência da Embasa,
para a gestão associada dos serviços, no qual foram estabelecidas outras ações e providências
necessárias para a formulação e assinatura do contrato de programa que deveria ser formalizado
até 31 de dezembro de 2010. (PMSB, 2010)
Todo esse processo culminou no sancionamento da Lei nº 7981, de 31 de maio de 2011, que
aprovou o Plano Municipal de Saneamento Básico - Serviços de Abastecimento de Água e
Esgotamento Sanitário, autorizou o município a celebrar contrato de programa com a Empresa
Baiana de Águas e Saneamento S/A - Embasa, institui o fundo municipal de saneamento básico -
FMSB, ratificou o convênio de cooperação entre entes federados, firmado em dezembro de 2009.
Assim, foram realizadas todas as etapas necessárias para a assinatura do contrato de programa
entre o município e a Embasa, porém, o contrato não foi assinado e até o presente momento, ano
corrente de 2021, a relação contratual entre o prestador e o ente titular concedente permanece
precária, ou seja, sem instrumento legal respaldado pela lei vigente. Outro aspecto dessa história é
que o município ainda estava pendente na sua atribuição de planejar as quatro componentes de
saneamento básico.
Outro instrumento de planejamento criado é o Plano Salvador 500, que buscou pensar uma cidade
menos desigual, mais integrada e social, econômica, cultural, ambiental e institucionalmente
sustentável. Para tanto, foram desenvolvidos três cadernos, de maneira a estabelecer o processo
de planejamento. O Caderno Sociedade, Economia e Território reúne dados e informações que
caracterizam a Salvador-Metrópole hoje (Salvador é) e constituem pontos de partida do Plano
Salvador 500. No Caderno Cenários, constam dois tipos de futuro: o futuro como extrapolação de
tendências atuais, que representam a projeção de forças estruturais que geram as desigualdades
da cidade (Salvador será), e o futuro como fruto de rupturas com essas forças estruturais, os
cenários prospectivos (Salvador transformada), frutos de pactuação entre atores das sociedades
política e civil. O terceiro, Caderno Agenda do Plano, delineia um conjunto de proposições que pode
levar a cidade, que acumula uma enorme dívida social a se fazer menos desigual (FMLF, 2021).
No Plano Salvador 500, são apresentados cenários para outros temas, como saúde, educação,
habitação, mobilidade, gestão urbana e metropolitana e ambiente urbano, entre outros. Portanto,
suas proposições e direcionamentos alimentam a visão de futuro para o saneamento básico de
Salvador entre outras políticas públicas que exigem planejamento.
Com isso, é fundamental que o responsável pelo planejamento das ações de saneamento básico
atue em parceria com todos os órgãos que possuem interface com esse serviço. Os planejadores
possuem a função de dar suporte ao chefe do executivo nos encaminhamentos e nas decisões
relativas à gestão do saneamento básico, dando maior condição de acompanhar a situação em todo
o território, por isso são os responsáveis por integrar os diferentes planos.
A fiscalização, também delegável pelo titular dos serviços a outro ente, de acordo com o Art. 2º do
Decreto nº 6.017/2007 que regulamenta a Lei nº 11.107/2005, é definida como sendo:
A Agersa, é uma Autarquia em Regime Especial, criada pela da Lei 12.602 de 29 de novembro de
2012 e vinculada à Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs). Para desenvolver
suas funções delegatórias e fiscalizatórias, ela exerce um conjunto de competências, apresentadas
no Quadro 6, necessárias para realização de suas atribuições.
A Agersa possui como estrutura básica o Conselho Consultivo, composto pelos integrantes da
câmera técnica de saneamento básico do Conselho Estadual das Cidades da Bahia. A sua Diretoria
Colegiada, está dividida em geral, de normatização e de fiscalização; e a Ouvidoria, órgão
autônomo, sem vinculação hierárquica com o Conselho Consultivo.
Para operacionalização dessa estrutura na Diretoria Geral, estão presentes o Gabinete do Diretor
Geral, a Procuradoria Jurídica; o Diretor de Normatização, o Diretor de Fiscalização, a Diretoria
Administrativo-Financeira e a Assessoria de Comunicação Social e Relações Institucionais, como
pode ser observado na Figura 10.
A regulação dos serviços de saneamento básico pela Agersa é realizada por meio da publicação
de resoluções que tratam sobre o reajuste tarifário, mas também outras como:
Para a realização de suas atividades a Agersa conta apenas com profissionais alocados por cargos
comissionados e contratados via REDA. No Quadro 7 é possível observar o montante de
profissionais alocados no ano de 2021, sendo possível concluir que esse conjunto de profissionais,
apesar do esforço, são insuficientes para cumprir todas as atribuições da Agersa, que segue há
quase uma década apenas desenvolvendo ações voltadas para as componentes de abastecimento
Em busca realizada no site da Agersa, foi possível perceber que a última publicação de relatório de
fiscalização in loco para Salvador foi da ação visita realizada em 2016. Esse relatório tem como
objetivo a avaliação das condições de instalações e equipamentos das infraestruturas de
saneamento existentes. Apesar do último relatório publicado em 2016, no Cronograma de
Fiscalização 2020 foi apresentado a previsão de sete ações fiscalizatórias ao longo do ano em
Salvador, nenhum deles publicados ainda em meio virtual.
Em relação aos resíduos sólidos a regulação é realizada pela Agência Reguladora e Fiscalizadora
dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal), autarquia de regime especial, dotada de autonomia
orçamentária, financeira, funcional e administrativa. Foi criada pela Lei nº 7.394/2007 e alterada
pela Lei nº 8.473/2013, para promover e zelar pela eficiência econômica e técnica dos serviços
públicos, propiciando aos seus usuários as condições de regularidade, continuidade e segurança.
Criada em 28 de dezembro de 2007, pela Lei nº 7.394, a Arsal recebeu, à princípio, a denominação
de Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos
Sólidos de Salvador (Arsal), atuando apenas com dois serviços. Alterada pela Lei nº 8473, de 27 de
setembro de 2013, a Agência passa então a se chamar Agência Reguladora e Fiscalizadora dos
Serviços Públicos de Salvador, ampliando, assim, seu escopo de competência.
- Aterro Sanitário
- Mobiliário Urbano
Para a realização de suas atividades a ARSAL conta com profissionais alocados por cargos
comissionados e contratados via REDA, como pode ser observado no Quadro 8. Esse conjunto de
profissionais, é insuficiente para cumprir todas as atribuições previstas para a Arsal, que atualmente
Como apresentada na Figura 11, 73% dos profissionais são de cargos comissionados. Na Figura
12 observa-se que cerca de 77% dos profissionais são de nível superior.
20%
comissionados
7%
efetivos
73% tercerizados
100,00% 4,55%
9,09% 17%
80,00% 7%
66,67%
60,00%
100,00%
40,00% 86,36%
77%
20,00% 33,33%
0,00%
comissionado efetivo terceirizado Total
Assim, ainda que a Arsal tenha a previsão de regular os serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, com os arranjos legais vinculados à prestação por ente estadual, a regulação
e fiscalização ficaram delegados à Agersa. Nesse sentido, as atribuições da Arsal como ente
regulador, tem sido realizada basicamente com os serviços de resíduos sólidos, porém as atividades
ainda são realizadas de maneira insuficiente ao potencial previsto na sua criação institucional
(CEXEC, 2021).
Apesar da atuação ainda tímida da ARSAL, ela se constitui um ponto de partida para o avanço de
regulação em nível municipal. Porém, com a confirmação dos novos arranjos de gestão a partir de
regiões para o saneamento a tendência é que, para ela se fortalecer passe a cumprir um papel mais
regional, principalmente nos assuntos ligados ao manejo dos resíduos sólidos e ao manejo das
águas pluviais, ainda pouco desenvolvidos pela Agersa que cumpre a regulação dos serviços de
água e esgoto na RMS.
Em relação à drenagem e manejo de águas pluviais, não existe um ente específico com função de
regulação. Esses serviços são fiscalizados no âmbito de acompanhamento dos contratos de
4.4 PRESTAÇÃO
Conforme previsto na Constituição Federal, em seu inciso V do Art. 30, compete aos municípios
“organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos
de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial”. Segundo o art. 175º
da CF, incumbe ao Poder Público prestar os serviços públicos diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão.
Nesse sentido, a prestação de serviços públicos, a partir das previsões legais, pode ser direta ou
indireta. No caso da prestação direta, os Municípios, enquanto titulares dos serviços públicos de
saneamento básico, podem prestar os serviços pela:
Além dessas modalidades, conforme art. 241 da CF, também é possível a prestação desses
serviços por cooperação federativa, sob o regime da gestão associada de serviços públicos,
autorizada por consórcio público ou convênio de cooperação entre entes federados. Porém com as
alterações na Lei 11.445/2007 pela Lei nº 14.026/2020, algumas restrições foram introduzidas no
entendimento desse artigo para os serviços de saneamento.
A Lei nº 14.026/2020 estabelece, ainda, que poderá ser formalizado consórcio intermunicipal de
saneamento básico, exclusivamente composto de Municípios, que poderá prestar o serviço aos
seus consorciados diretamente, pela instituição de autarquia intermunicipal. Sobre essa alteração,
o ONDAS (2021) considera que essa redação se baseia em uma interpretação equivocada do texto
constitucional, pois limita a autonomia dos entes federados para organizarem e prestarem os
serviços públicos de sua titularidade.
Para Salvador, no caso dos serviços de abastecimento e esgotamento sanitário a prestação é feita
de forma indireta, por contrato de concessão a Embasa, conforme apresentado nos itens 4.4.1 e
4.4.2, a seguir.
A Embasa foi criada nos termos da Lei Estadual n.º 2.929/71 e constituída pelo Decreto Estadual
nº 22.396/71, é uma sociedade de economia mista de capital autorizado, pessoa jurídica de direito
privado, na qual o Estado da Bahia é o acionista majoritário com 99,70% do capital total. (EMBASA,
2021)
O capital autorizado, conforme Estatuto Social, é de R$ 5,7 bilhões, representado por 800 milhões
de ações nominativas, sendo 520 milhões de ações ordinárias e 280 milhões de ações preferenciais.
As ações preferenciais não têm direito a voto, mas oferecem a seus titulares dividendos iniciais, não
cumulativos, de 6% ao ano, sobre o lucro líquido do exercício. (EMBASA, 2021)
A Embasa compõe o grupo de grandes empresas do Brasil, como pode ser verificado no RANKING
VALOR 1000, onde se apresenta, a partir de critérios econômicos, uma categorização das
empresas brasileiras. A Embasa, nesse sentido, foi categorizada como:
Com sede localizada em Salvador, as atividades da Embasa são descentralizadas por meio de 19
unidades regionais, sendo 6 em Salvador e Região Metropolitana e 13 no interior do Estado. Essa
estrutura conta com 227 escritórios locais responsáveis pela operação, manutenção, faturamento,
cobrança dos serviços e interação direta com os usuários, comunidade e titulares. A Embasa atende
87,77% dos municípios baianos com serviço de abastecimento de água (366 dos 417 municípios)
e 26,62% com serviços de esgotamento sanitário (111municípios), totalizando mais de 3.367.535
milhões de ligações faturadas. (EMBASA, 2021).
De acordo com QualiSalvador (2021), em 1924 o governo municipal transferiu em lei os serviços
públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário para a Secretaria de Saúde do
estado, seguido de uma lei estadual de 1925 que estabelece a assunção desses serviços. Em 1929,
foi assinado um termo de acordo entre as partes por tempo indeterminado, que estabeleceu a
competência do estado da Bahia em relação a esses serviços. Desde então, órgãos do Governo do
Estado da Bahia e, a partir de 1975, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) vêm
atuando em Salvador com base nessas legislações e no termo de 1929. Em dezembro de 1999, o
governo municipal aprovou a Lei nº 5.676, para que o município firmasse convênio com o Governo
do Estado da Bahia visando à desestatização da Embasa, com vistas ao seu processo de
privatização então em curso. Devido à grande pressão popular junto ao Poder Executivo municipal,
essa lei foi revogada em março de 2003. Apenas em dezembro de 2009 é que o município de
Salvador e o estado da Bahia, com base na Lei Federal nº 11.107/2005, firmaram um convênio de
cooperação, para que a Embasa prestasse os serviços públicos de abastecimento de água e
esgotamento sanitário por meio de contrato de programa, sendo que a regulação e fiscalização dos
serviços prestados pela Embasa, ainda de forma precária, passaram a ser de responsabilidade da
então Comissão de Regulação dos Serviços Públicos de Saneamento Básico do Estado da Bahia
(Coresab), substituída pela Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia
(Agersa) – após a sua criação, em 2012.
Por meio do ofício nº 060/2014, a Prefeitura de Salvador denunciou a delegação do exercício das
funções de regulação e fiscalização para a Agersa nos termos da cláusula quinta, parágrafo
primeiro, do Convênio de Cooperação (EMBASA, 2021). Como o contrato de programa não foi
assinado ainda, o município segue sua relação contratual com a Embasa firmado no contrato de
concessão, realizado por “tempo indeterminado”, mas que necessita se adequar às novas
exigências legais, sendo considerado juridicamente, portanto, como um instrumento precário.
Em seu Estatuto Social é definido que os órgãos de deliberação superior da empresa são: a
Assembleia Geral dos Acionistas, como órgão máximo; o Conselho de Administração, como órgão
de deliberação estratégica e colegiada responsável pela orientação superior da empresa; e a
Diretoria Executiva, como órgão executivo de administração e representação. O Conselho Fiscal é
o órgão permanente de fiscalização e se reporta diretamente à Assembleia Geral dos Acionistas
(EMBASA, 2021).
Para desempenhar todas essas atividades a Embasa conta com um conjunto de empregados que
são alocados em conformidade com a sua estrutura organizacional. As unidades e gerências podem
atuar em mais de um processo (EMBASA, 2021).
ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Para a realização de suas atividades a Embasa conta com um conjunto de prédios e instalações,
onde os profissionais de diferentes áreas cumprem suas funções técnicas para garantir a prestação
de serviço. Existe um conjunto de doze instalações, que estão em funcionando e atendem de forma
administrativa e/ou operacional aos serviços prestados pela Embasa em Salvador, conforme
apresentado no Quadro 9. Não constam desta relação os imóveis onde estão instalados os sistemas
de abastecimento de água (captação, ETA, EEAB e reservatórios) e esgotamento sanitário (EEE,
ETE, Emissário).
Para desempenhar suas atividades a Embasa conta com empregados próprios, que seguem o
regime estatutário da empresa e profissionais terceirizados, que prestam serviços vinculados aos
contratos realizados mediante processos de licitação. O contingente apresentado de profissionais
tem como referência dezembro de 2020, e abarca todos os profissionais relacionados à manutenção
e operação dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário que atendem o
município de Salvador. Como apresentado na Figura 16, em torno de 67% dos profissionais que
atuam nos serviços são de contratos terceirizados, ou seja, apenas 33%, um terço, são profissionais
empregados da própria empresa.
33% empregados
próprios
profisisonais
67% tercerizados
No Quadro 11 são apresentadas as funções executadas por profissionais das empresas contratadas
via licitação para a prestar serviço à Embasa.
Desse conjunto de profissionais que compõem as equipes responsáveis pelas atividades envolvidas
na prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, 79% são
profissionais de nível médio, 17% nível técnico e 4% nível universitário, como pode ser observado
na Tabela 1.
Próprios Terceirizados
6% 2%
Esses dados revelam que apesar dos empregados próprios serem apenas cerca de 33% do total
de profissionais envolvidos nos serviços (Figura 16), eles ocupam em torno de 75% das funções de
nível técnico e universitário, ou seja, 540 do montante de 724 profissionais. São esses profissionais
que desempenham atividades de planejamento, elaboração de projetos e operação técnica dos
serviços. Portanto, são os empregados públicos que detém a maior responsabilidade e expertise
sobre a condução das atividades na prestadora.
3%
1%
4%
NM - Nível Médio P
NT - Nível Técnico T
NU - Nível Univesitário T
Ressalta-se que para a realização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário
nas ilhas são alocados em torno de 123 profissionais diretamente, o que corresponde a 5,3% do
montante total de profissionais envolvidos na prestação dos serviços no município de Salvador.
Anualmente, a Embasa estabelece o seu plano de capacitação. Para sua definição são
consideradas as demandas relacionadas às competências estratégicas, às lacunas de
conhecimento identificadas na Avaliação de Desempenho e a outras demandas relacionadas às
necessidades específicas das unidades. A Embasa não possui Plano de Demissão, mas tem um
Plano de Aposentadoria Incentivada (EMBASA, 2021).
Este item visa apresentar um panorama, do ponto de vista econômico-financeiro, sobre o serviço
de esgotamento sanitário prestado pela Embasa no município de Salvador. O estudo é baseado,
principalmente, em série histórica do Snis (2019, 2018 e 2017) e, também, em contatos realizados,
ao longo dos últimos meses, com o corpo técnico da Embasa, onde buscou-se entender as receitas,
despesas, investimentos e a política tarifária relativa ao serviço em tela. Desta forma, as
informações que serão apresentadas em sequência contribuirão para o entendimento da atual
situação de sustentabilidade econômico-financeira do serviço de esgotamento sanitário,
preconizada no marco legal do setor, e a necessidade de ações de melhoria para atingir o cenário
de universalização.
Faixas de Derivações
Pequenos Construção e
Consumo Comercial Comerciais de Pública
Comércios Industrial
s Água Bruta
Até 6 m³ R$ 86,80 p/ mês R$ 37,10 p/ mês R$ 14,20 p/ mês R$ 86,80 p/ mês R$ 86,80 p/ mês
7 - 10 m³ R$ 3,32 p/ m³ R$ 1,18 p/ m³ R$ 1,18 p/ m³ R$ 3,32 p/ m³ R$ 3,32 p/ m³
11 - 50 m³ R$ 19,03 p/ m³ R$ 19,03 p/ m³ R$ 1,60 p/ m³ R$ 19,03 p/ m³ R$ 19,03 p/ m³
> 50 m³ R$ 22,45 p/ m³ R$ 22,45 p/ m³ R$ 1,75 p/ m³ R$ 22,45 p/ m³ R$ 22,45 p/ m³
A cobrança relativa ao serviço de esgotamento sanitário é feita por meio de tarifa de esgoto, fixada
em percentagem sobre a tarifa de água, variando de acordo com a forma de manutenção dada à
rede coletora, como pode ser observado no Quadro 14:
Como pode ser observado no Quadro 14, no caso do município de Salvador a tarifa de esgoto varia
entre 45% (conjuntos habitacionais que possuem sistema próprio operado pela Embasa e sistemas
condominiais) e 80% (sistemas convencionais).
Para realizar uma análise comparativa em relação às tarifas praticadas pela Embasa, apresenta-se
a seguir os resultados obtidos no Snis (2019) para os indicadores IN004 (tarifa média praticada),
IN005 (tarifa média de água) e IN006 (tarifa média de esgoto), para as companhias estaduais de
saneamento dos 9 Estados que compões a região Nordeste.
Os indicadores IN004, IN005 e IN006 são calculados de acordo com as seguintes equações:
Onde:
Utilizando os indicadores acima, observa-se que comparando as tarifas médias da Embasa com as
demais concessionárias da região Nordeste, verifica-se que as tarifas médias estão acima da média
da Região, sendo 18% acima considerando a média global, 24% considerando apenas o serviço de
abastecimento de água e 7% considerando o serviço de esgotamento sanitário. De acordo com
esses indicadores, a Embasa possui a 2ª tarifa média de água mais cara e a 4ª tarifa média de
esgoto mais cara da região.
5,02
5,00 4,49 4,45 4,39
4,04
4,00 3,47
4,15
3,07 2,95
3,00
2,00
1,00
0,00
Ressalta-se que os três indicadores do Snis analisados se referem à tarifa média calculada, que
considera todas as categorias de usuários e faixas de consumo, que possuem tarifas diferenciadas.
Para realizar uma análise mais detalhada em relação à tarifa de esgoto cobrada para os usuários
da categoria residencial, apresenta-se no Quadro 15 a seguir as tarifas de esgoto praticadas nas
capitais do Nordeste para as categorias residencial normal e residencial social
Analisando o Quadro 15 é possível observar que as tarifas de esgoto praticadas pela Embasa em
Salvador são semelhantes às tarifas cobradas nas outras capitais do Nordeste, sendo que das 9
capitais do Nordeste, apenas em Salvador (Embasa), Aracaju (Deso) e Fortaleza (Cagece) as tarifas
de esgoto se limitam a 80%, enquanto nas demais chegam a até 100% em alguns casos.
Considerando a importância da tarifa social no acesso da população mais pobre do município aos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, apresenta-se a seguir a análise
realizada por Oliveira Filho, A. O. e Santana, L. G. A. (2020) no artigo “A Tarifa Social nos Serviços
de Água e Esgotos na cidade do Salvador-Bahia” publicado pelo Observatório Nacional dos Direitos
à Água e ao Saneamento – Ondas.
De acordo com os dados analisado por Oliveira Filho (2020), as economias beneficiadas com a
Tarifa Social em Salvador representavam cerca de 2,1% do total de economias residenciais
existentes da Embasa em Salvador, sendo que considerando-se uma taxa de 10% de economias
inativas para Salvador, e que todas as economias enquadradas como Tarifa Social continuam
ativas, esse percentual cresce para 2,4%. Observou-se também que o número absoluto das
economias existentes vem efetivamente aumentando ao longo dos meses que foram analisados e
que a despeito dos efeitos da pandemia da COVID-19, o número absoluto das economias de água
beneficiadas com a tarifa social permaneceu estável no período analisado, apesar do aumento de
1,71% no número de famílias inscritas no CadÚnico no mesmo período.
Conforme análises realizadas por Oliveira Filho (2020), considerando os dados de junho/2020, o
número de famílias beneficiadas pela Tarifa Social da Embasa correspondia a apenas 6,9% das
famílias elegíveis que estão dentro do CadÚnico, sendo que ao se considerar apenas as famílias
com cadastro atualizado até junho/2020, esse percentual cresce para 9,5%. Analisando-se apenas
os dados disponíveis no sistema de Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico –
CECAD (2020) relativos à faixa salarial de até 1 salário-mínimo (1SM), observou-se que na época
264.523 famílias eram atendidas por rede de distribuição de água, enquanto que no mesmo período
(junho/2020) apenas 22.659 economias de água e 20.393 economias de esgoto eram atendidas
pela Tarifa Social da Embasa, chegando-se a apenas 8,6% das famílias cadastradas no CadUnico
na faixa até 1 salário mínimo. Assim, verifica-se que uma boa parte da população soteropolitana
enquadrada nessa faixa de renda (1SM) seria um potencial usuário dessa classificação tarifária
(Tarifa Social). Os autores destacam também que é importante observar que parte dessa população
não atendida por tarifa social pode estar incluída dentro de situações de ligações clandestinas, e,
até mesmo, de fraudes comerciais.
Os autores destacam ainda, que a cidade do Salvador apresenta uma grande inadimplência, no que
se refere ao pagamento das tarifas de água e esgoto e que a possibilidade do enquadramento dessa
população do CadÚnico na Tarifa Social, com toda certeza, deve levar à redução do percentual de
inadimplência na cidade do Salvador e, consequentemente, na queda do percentual de fraudes
comerciais.
Na Tabela 6 apresenta-se o consumo médio por economia para cada uma das categorias de
usuários nos anos de 2017 a 2020, sendo possível observar que na classe residencial houve uma
leve queda no consumo médio entre 2017 e 2020, passando de 7,11 m³ para 7,03 m³. As categorias
que mostraram crescimento no consumo médio ao longo destes 4 anos foram a categoria
residencial social, que passou 6,33 para 7,15 m³ e a categoria residencial intermediária, que passou
de 4,08 m³ por economia em 2017 para 4,14m³ em 2020.
No total a média mostra uma queda ao longo dos anos observados, visto que o consumo caiu de
7,55 m³ em 2017 para 7,28 m³ em 2020.
Analisando-se apenas a diferença existente entre os anos de 2019 e 2021 (período da Pandemia
de COVID-2019), observa-se que houve um aumento do consumo residencial em todas as
categorias e uma redução expressiva do consumo nas categorias comercial, pública e industrial, o
que está diretamente relacionado ao fato de que durante a pandemia as pessoas passaram mais
tempo em seus domicílios, enquanto os comércios, órgãos públicos e indústrias reduziram
significativamente as suas atividades.
Como em todas as companhias de abastecimento de água brasileiras que convivem com a perda
de faturamento dos serviços prestados, a Embasa não foge à regra e, também, tem que lidar com
os usuários inadimplentes. Da mesma forma, na maioria das vezes, os montantes destes usuários
inadimplentes nos pagamentos de serviços são recuperados quando do corte de abastecimento de
água e tem na conta do período seguinte os valores recuperados de forma parcelada com multa e
juros e custo de religação. Neste sentido, a Empresa vai centrando esforços na recuperação da
inadimplência dos usuários seguindo o quadro abaixo.
Por outro lado, observa-se que os índices de evasão de receitas (IN029 do Snis) estão diminuindo
nos últimos 3 anos analisados (2019, 2018 e 2017) para a Embasa.
O índice de evasão de receitas (indicador IN029 do Snis) é calculado de acordo com a seguinte
equação:
𝐹𝑁005 − 𝐹𝑁006
𝐼𝑁029 = × 100
𝐹𝑁005
Onde:
20,00
18,00
16,00
14,00 12,06 10,97 11,21
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
2017 2018 2019
Como a Embasa é uma sociedade de economia mista de capital autorizado, pessoa jurídica de
direito privado, na qual o Estado da Bahia é o acionista majoritário com 99,70% do capital total, é
importante ter conhecimento de sua dimensão no âmbito do Estado da Bahia. De acordo com o
Snis, no ano de 2019 a Embasa obteve uma receita operacional bruta de R$ 3,4 bilhões, sendo R$
2,5 bilhões (72%) oriundos da prestação dos serviços de abastecimento de água, R$ 912 milhões
(27%) dos serviços de esgotamento sanitário e R$ 48 milhões (1%) referentes a serviços
acessórios, tais como ligações e religações, elaboração de projetos e serviços de laboratório. A
Receita Operacional Líquida alcançou um montante de R$ 3,1 bilhões frente a R$ 2,9 bilhões em
2018, sendo que tanto a receita operacional bruta quanto a líquida superaram em aproximadamente
7% os montantes registrados em 2018.
O resultado obtido foi influenciado principalmente pelo aumento de novas ligações de água e de
esgoto, pelo reajuste tarifário de 4,70%, concedido pela Agência Reguladora de Saneamento
Básico do Estado da Bahia (Agersa) a partir de junho de 2019, e pela retomada do crescimento dos
volumes faturados de água e esgoto que registraram variação positiva de 2% e 3%, em 2019,
respectivamente.
R$1.284.473.905,56
serviço de esgotamento sanitário(R$)
R$1.230.733.921,81
Receitas operacionais diretas do
R$1.132.283.087,47
R$521.953.485,69 R$547.391.351,05
R$479.711.648,40
Total Esgoto
Fonte: Snis,2021
50,00%
40,00%
35,00%
30,00%
25,00%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
EMBASA 2017 EMBASA 2018 EMBASA 2019
Além das informações disponíveis no Snis, foram analisadas também as informações fornecidas
diretamente pela Embasa em resposta aos questionários enviados para o levantamento de
informações deste PMSBI, que são apresentadas na Tabela 9:
Analisando a Tabela 9 verifica-se que de 2017 a 2019 as receitas de esgoto responderam pôr em
torno de 42% do total das receitas do sistema de água e esgoto, mostrando que há margem para
este incremento, na medida em que ocorra ampliação da capacidade de atendimento.
Quando se analisa na tabela acima as receitas da Embasa nos últimos 3 anos em Salvador,
constata-se que já em 2018 há um crescimento de 7,98 % na receita total sobre 2017, enquanto no
serviço de esgotamento sanitário, que correspondia a 42,2% do total, em 2018 o crescimento é de
8,9% sobre o arrecadado em 2017. Em 2019 o serviço de esgotamento sanitário respondia por
42,4% do total e em relação a 2018 houve um crescimento de 4,7%.
Interessante observar que enquanto as receitas de esgoto crescem entre 8,9% e 4,7% ao ano, a
população de Salvador vem crescendo a uma taxa anual de 0,7% (IBGE) quando se compara os
Figura 23- Despesas totais dos serviços (DTS) e despesas de exploração (DEX) dos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador
DTS e DEX dos serviços de abastecimento
R$1.194.175.809,84
de água e esgotamento sanitário (R$)
R$1.125.542.228,91 R$1.106.574.929,37
R$793.821.741,12
R$741.655.106,78
R$698.802.519,47
Na Figura 24 pode-se observar que nos três anos analisados as despesas de exploração (DEX)
representam acima de 60% das despesas totais (DTS). Importante frisar que é nas despesas de
exploração que a Empresa pode melhorar seu desempenho, pois é nesta área dos custos que é
permitido uma maior gestão dos recursos, reduzindo os custos variáveis para maior ganho
financeiro da Empresa. Entretanto, nos anos analisados não se observa uma redução deste item,
visto que de 2017 a 2019 a proporção cresceu de 63,2% para 66,5%.
Figura 24 - Relação entre Despesas de Exploração (DEX) e Despesas Totais dos Serviços
(DTS) de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador (2017 a 2019)
66,5%
65,9%
63,2%
Além dos dados disponíveis no Snis, serão analisados a seguir as despesas operacionais
específicas para o esgotamento sanitário, que foram fornecidas pela Embasa. Na Tabela 10
apresenta-se o detalhamento de custos e despesas no serviço de esgotamento sanitário em
Salvador, sendo que os custos se referem a todo valor gasto com bens ou serviços utilizados na
produção de outros bens ou serviços, enquanto as despesas são todos os gastos administrativos
da empresa, ou seja, todos os gastos necessários para manter a estrutura funcionando, apesar de
não contribuem para a produção de novos itens (aluguel, energia , pessoal, meios de comunicação
e etc.).
No campo dos custos observa-se que a provisão de perdas é o item mais representativo, chegando
a 22,3% do total de custos, enquanto em seguida encontra-se o item serviços de manutenção com
17,17%, pessoal com 14,9%, serviços de terceiros com 12,9% e tributos (PIS/COFINS) com
13,55%.
ESGOTAMENTO SANITÁRIO
O índice de suficiência de caixa (IN101) representa a razão entre a arrecadação total e as despesas
e é calculado de acordo com a equação abaixo:
𝐹𝑁006
𝐼𝑁101 = × 100
𝐹𝑁015 + 𝐹𝑁034 + 𝐹𝑁016 + 𝐹𝑁022
Onde:
Na Figura 25 é possível observar a evolução deste índice no período de 2017 a 2019 em Salvador,
sendo possível verificar que em a Embasa apresentou resultados acima de 100% para o serviço
prestado em Salvador nos três anos analisados, e, portanto, a prestação pode ser considerada
autossuficiente.
128,65
125,72
123,96
Por outro lado, o índice de desempenho financeiro (IN012) representa a razão entre as receitas
operacionais e as despesas totais com os serviços (DTS) e é calculado de acordo com a equação
abaixo:
109,35
107,56
102,32
O subsídio só será considerado ou calculado quando a Receita Total auferida não cobrir os Custos
Totais do Sistema, ou seja, a nível de unidade é quando a Tarifa Unitária calculada atinja o máximo
do valor da capacidade de pagamento do usuário, e esta não cobre o Custo Unitário do Sistema,
assim o Poder Concedente poderá atribuir o montante necessário de subsídio para viabilizar o
sistema sob a ótica do empreendedor.
A Tabela 11 apresenta o resultado obtido pela Embasa em Salvador, demostrando que foi verificado
lucro em 2018 (R$ 335,6 milhões), 2019 (R$ 261,6 milhões) e 2020 (R$222,0 milhões), sendo que
para o ano de 2020 os dados se referem apenas ao período de janeiro a outubro/2020. Ressalta-
se que no DRE enviado pela Embasa, os investimentos realizados nos sistemas de abastecimento
de água e esgotamento sanitário de Salvador são considerados como custos, dentro do item
"Custos dos Serviços Prestados".
Com o intuito de ter uma compreensão melhor e uma dimensão do subsídio cruzado nos serviços
de abastecimento de água e esgotamento sanitário da EMABASA, será necessário obter dados e
informações financeiras da Empresa em Salvador a um nível que permita deixar claro o superávit
anual que é destinado a manter e capacitar seu sistema em localidades deficitárias com a estrutura
tarifária atual.
Apesar do serviço de esgotamento sanitário em Salvador ser prestado atualmente pela Embasa, é
importante avaliar também a capacidade econômico-financeira do município de Salvador em
relação às necessidades de investimento para os serviços de esgotamento sanitário. Para tanto,
apresenta-se na Figura 27 a performance do município de Salvador em suas receitas e despesas
para os anos de 2019, 2018 e 2017.
R$7.050.576.161,37 R$6.973.662.630,28
R$6.447.597.082,54 R$6.352.326.820,80
R$5.941.328.753,93
R$5.487.370.185,99
R$453.958.567,94
R$95.270.261,74
R$76.913.531,09
Analisando a Figura 27 verifica-se que o município mostra superávit em suas contas, permitindo
maiores investimentos na área pública, chegando em 2019 a R$ 76 milhões. Porém pode-se
verificar também que em 2017 o resultado foi de R$ 453 milhões, valor 496% superior ao de 2019,
sendo possível constatar que a gestão municipal tem como alcançar maiores e melhores resultados.
R$61.705.899,45
EMBASA 2019 R$35.628.078,27
R$97.333.977,72
R$64.929.613,84
EMBASA 2018 R$36.454.485,55
R$101.384.099,39
R$48.433.926,67
EMBASA 2017 R$32.326.603,87
R$80.760.530,54
Portanto, pode-se verificar que a Embasa vem aumentando seus níveis de investimento em
Salvador, visto que de 2017 a 2019 houve um acréscimo de R$ 3,3 milhões nos investimentos
realizados em esgotamento sanitário, o que representa um aumento de 10,2%.
SANITÁRIO
Quando se analisa a empresa de modo geral, pode-se afirmar que a estrutura de capital da Embasa
demonstra que seus ativos estão sendo, em sua maioria, financiados pelo capital próprio. O total
do ativo da empresa corresponde a R$ 8 bilhões, sendo R$ 6 bilhões oriundos do Patrimônio
Líquido. A parcela dos ativos financiada por capital de terceiros é de 27%, bem abaixo do registrado
pelas principais empresas de saneamento, que apresentaram endividamento médio de 47% em
2018.
A dívida líquida vem caindo ao longo dos anos, registrando em 2019 um resultado de R$ 202
milhões, que representa uma queda de 57% se comparada com a dívida líquida registrada em 2018
e uma queda de 67% se comparada com a dívida líquida registrada em 2017.
Pelas regras do tesouro nacional a apuração da situação fiscal dos Entes Subnacionais que querem
contrair novos empréstimos com garantia da União é feita pelo indicador CAPAG (Capacidade de
Pagamento. O intuito da Capag é apresentar de forma simples e transparente se um novo
endividamento representa risco de crédito para o Tesouro Nacional. A metodologia do cálculo, dada
pela Portaria MF nº 501/2017, é composta por três indicadores: endividamento, poupança corrente
e índice de liquidez. Logo, avaliando o grau de solvência, a relação entre receitas e despesa
correntes e a situação de caixa, faz-se o diagnóstico da saúde fiscal do Estado ou Município. Os
conceitos e variáveis utilizadas e os procedimentos a serem adotados na análise da Capag foram
definidos na Portaria STN nº 882/2018.
A melhor nota final é a Nota A, que é obtida quando se recebe a nota A nos três indicadores. Já a
pior nota final é a Nota D, que é obtida quando se recebe a Nota C nos três indicadores. Para ter
nota final B, é necessário que o ente receba a nota A para o indicador de liquidez e pelo menos a
nota B para o indicador de poupança corrente, não importando qual a nota do indicador de
endividamento. Todas as outras combinações resultam em nota final C. A importância advinda da
Considerando essas regras para o cálculo da CAPAG, a Prefeitura Municipal de Salvador detém
nota que atesta a sua capacidade de obter garantias do Governo Federal (União), para operações
de crédito internacionais visando novos investimentos, visto que recebeu a nota B, como pode ser
visualizado na Figura 29 – Nota CAPAG do município de Salvador.
Por outro lado, o “Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO”, em seu Anexo 2
(Demonstrativo da Execução das Despesas por Função/Subfunção), do município de Salvador,
série histórica dos anos 2019, 2018 e 2017, não apresentou despesas nas rubricas Saneamento
(Saneamento Básico Rural e Saneamento Básico Urbano).
Estes fatos comentados acima deixam claras as possibilidades com a temática do Saneamento por
parte do município de Salvador, mas, também, estabelecem para a presente análise, a existência
de recursos escassos visando uma estratégia de universalização dos seus serviços, principalmente.
Do que foi observado verificou-se que a atual estrutura tarifária oferece sustentabilidade ao serviço
prestado pela Embasa em Salvador. Outro aspecto importante a destacar é que seus custos
variáveis (DEX) em Salvador são expressivos (acima de 60% das despesas totais (DTS).
Como foi observado no Relatório Anual de 2019 da Embasa, o Plano de Investimentos da Empresa
compila as decisões de curto, médio e longo prazos, com suas respectivas curvas de execução e
desembolso de recursos. O controle dos níveis de execução é feito por meio do indicador de
Cumprimento do Orçamento de Investimento, acompanhado periodicamente pela Diretoria
Executiva e isto inclui Salvador.
A partir de 2019 a empresa afirma que revisou sua estratégia de investimento, visando garantir a
segurança operacional o que deve ser considerado na análise de sustentabilidade prospectiva.
A Constituição Federal de 1988 prevê a participação popular direta ou por meio de organizações
representativas na formulação das políticas públicas e no controle das ações em todos os níveis.
Foram incluídas, no texto constitucional, diversas formas participativas de gestão e controle em
áreas como saúde, educação, assistência social, políticas urbanas, meio ambiente, entre outras
(BRASIL, 1988).
A Lei Nacional nº 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico,
alterada pela Lei Nacional nº 14.026/2020, no seu art. 3º, inciso IV, define o controle social como:
Além disso, o controle social forte e atuante auxilia na prevenção da corrupção, pois quando a
sociedade está atenta à atuação dos gestores e fiscaliza a aplicação do dinheiro público, as chances
de ocorrerem desvios e irregularidades tendem a diminuir. Por isso é que se diz que o controle
social é um complemento indispensável ao controle institucional realizado pelos órgãos que
fiscalizam os recursos públicos (CFA, 2016).
Como pôde ser visto no item 3.3.2, no âmbito da estrutura organizacional da administração pública
em Salvador/BA, são previstos nas diferentes áreas ao todo 49 conselhos. O conjunto de Conselhos
instituídos na estrutura administrativa municipal estão apresentados no Quadro 16, a seguir.
Desse conjunto de conselhos que formam as instâncias de controle social em políticas públicas do
município, os que dialogam diretamente com a política pública de saneamento básico são: o
Conselho Municipal de Salvador (COM-SSA), o Conselho Municipal de Saúde (CMS), o Conselho
Municipal de Meio Ambiente (Comam), o Conselho Municipal de Educação (CME), o Conselho
Gestor do Fundo Municipal de Limpeza Urbana, o Conselho Municipal de Assistência Social
(CMAS), o Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação (CFMH) e o Conselho Gestor do
Fundo Municipal de Saneamento Básico (CFMSB). Nenhum desses conselhos tem, com previsão
por lei específica, a função exercer o controle social no âmbito do Sistema Municipal de Saneamento
Básico, mas todos devem participar e contribuir na formulação e discussões acerca da implantação
dessa política pública.
O Conselho, segundo regimento interno, deve realizar reuniões bimensais e é composto por 41
membros titulares, representantes do poder público e da sociedade civil, com direito a voz e voto.
A composição do conselho, conforme distribuição das vagas, segue a seguinte organização.
Nessa direção, os esforços para o saneamento básico em nível nacional foram desenvolvidos por
meio do Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento (PEAMSS), um
programa da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, do então Ministério das Cidades, hoje
Ministério do Desenvolvimento Regional. Apesar de não contribuir com o fomento dessas ações,
com a previsão de aportes financeiros, o PEAMSS tem a missão de referenciar conceitual e
metodologicamente o desenvolvimento das ações realizadas com recursos públicos, bem como as
conduzidas pela sociedade civil (PEAMESS, 2009).
Esse esforço, tem como desafio estratégico, das ações de educação ambiental e mobilização social
em saneamento, provocar a mudança na lógica dos serviços e investimentos em saneamento, de
modo que a sociedade participe de todo o processo, desde a concepção e o planejamento até a
gestão e o monitoramento dos empreendimentos (PEAMESS, 2009).
No nível municipal não existe, por parte do poder público ações especificas de educação ambiental
voltadas para os serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Existem
ações de educação ambiental nas diferentes secretarias municipais, com ênfase na Secis e na
SMS, mas que se debruçam sobre temas transversais. Assim, a prestadora cumpre esse papel,
buscando desenvolver essas atividades no processo de prestação dos serviços.
O PEAC da Embasa segue os princípios sugeridos no PEAMSS (2009) e pela PEA-BA, entre eles:
a transversalidade e intersetorialidade; a transparência e o diálogo; a tolerância e o respeito; a
continuidade e permanência; e a corresponsabilidade e compromisso individual e coletivo. Assim,
são propostos um conjunto de projetos, conforme Quadro 17, que buscam abarcar assuntos com
informações que apoiam na melhoria da operação dos sistemas, no diálogo com os usuários, no
enfrentamento de problemas sociais e no desenvolvimento de soluções compartilhadas.
Todas essas ações contribuem para ampliar o acesso ao conhecimento de diferentes segmentos
sobre esses serviços, gerar diálogos entre prestador de serviço e usuários e trazer benefícios para
Ao longo da última década o município de Salvador vem organizando instrumentos e ações que
buscam dialogar com o debate internacional sobre desenvolvimento sustentável, mudanças
climáticas e desigualdade social, a única opção sensata para gerir as sucessivas crises que as
populações urbanas têm vivenciado. Nesse sentido, foi implementado o programa Salvador
Resiliente, considerando que
A construção dessas estratégias se iniciou em 2016 e foi concluída em 2019, com a criação do
Conselho Municipal de Resiliência (Core), a aprovação do novo nome Secretaria de
Sustentabilidade, Inovação e Resiliência e Validação dos insumos da Estratégia com o Prefeito.
Todo esse processo foi registrado no documento Salvador Resiliente.
São estabelecidas para Salvador Resiliente numa perspectiva para as próximas décadas, com base
no ano de 2049, quando a cidade completará 500 anos. A parte central da Estratégia apresenta as
iniciativas e os objetivos dos cinco pilares nominados: 1) Cultura e Múltiplas Identidades; 2)
Comunidade Saudável e Engajada; 3) Economia Diversificada e Inclusiva; 4) Cidade Informada e
Governança Inovadora; 5) Transformação Urbana Sustentável. Nesses Pilares, estão também
inseridas ações já em andamento no Município e previstas no Planejamento Estratégico 2017-2020
que adotam valores da resiliência (SALVADOR RESILIENTE, 2019).
O pilar 5, Transformação Urbana Sustentável, tem temas que se relacionam diretamente com o
saneamento básico, para sua proposição reflete que
O IPTU Verde é uma iniciativa voltada para incentivar empreendimentos imobiliários residenciais,
comerciais, mistos ou institucionais a realizarem e contemplarem ações e práticas de
sustentabilidade em suas construções, a partir da previsão de descontos diretamente no IPTU, de
acordo com suas realizações a sua pontuação no Programa de Certificação Sustentável.
Para obter a certificação IPTU Verde basta observar as iniciativas constantes no Anexo I do Decreto
25.899\2015 e integrar o máximo em seu projeto de construção ou reforma. O Decreto 25.899\2015,
define em seu Art. 10, que será concedido desconto na cobrança do IPTU para todas as unidades
imobiliárias autônomas que compõem a edificação, da seguinte forma:
Após a observação dos itens a serem pontuados o solicitante deve dar entrada no pedido de Alvará
na SUCOM, elencando cada uma das iniciativas e sua respectiva pontuação. No pedido de Habite-
se a SUCOM fiscalizará a entrega e emitirá junto com a Secretaria Municipal de Sustentabilidade e
Resiliência – Secis o Certificado que dará direito ao desconto no IPTU.
Para atender às premissas do IPTU Verde são definidos grandes temas sendo eles: a Gestão
Sustentável das Águas; a Eficiência e Alternativas Energéticas; o Projeto Sustentável, as
Os itens com interface com os serviços públicos de saneamento básico se concentram nos temas
Gestão Sustentável das Águas e Projeto Sustentável. Para a Gestão Sustentável das Águas, são
definidos oito itens que se relacionam com o uso de equipamentos economizadores de água em
torneiras, descargas e chuveiros em no mínimo 60% dos pontos de utilização da edificação, a
medição individualizada de consumo das águas frias e quentes nas edificações multifamiliares.
Outro aspecto abordado é o reuso de águas cinzas ou águas nutritivas com diferentes porcentagens
de reuso e o aproveitamento das águas de chuva em 90% da área de cobertura e das águas de
condensação do sistema de ar condicionado, em no mínimo 80% dos pontos dos equipamentos.
No tema Projeto Sustentável, é previsto um item com foco no retardo e infiltração de águas pluviais,
e seis itens com foco na implantação de Central de resíduos com compartimentos para coleta
seletiva.
Todas essas compatibilizações ao mesmo tempo que geram desconto no IPTU para as edificações,
geram impactos positivos na prestação dos serviços públicos de saneamento básico, pois levam à
diminuição do consumo de água potável, quando promove práticas economizadoras de desperdício
e o reuso de águas servidas. Promove, ainda a diminuição do aporte de águas pluviais geradas em
áreas privadas para os sistemas públicos. Outro benefício é o fomento à implantação da gestão
compartilhada dos resíduos sólidos, fazendo com que os geradores dos resíduos contribuam para
a inclusão dos materiais reaproveitáveis e recicláveis na cadeia produtiva sem a necessidade de
grandes equipamentos de triagem e limpeza por parte do serviço público, trazendo ao território mais
capacidade de diminuir a geração de gases de efeito estufa e a alteração do uso de áreas
biodiversas para a implantação de infraestruturas altamente impactantes para o balanço energético
e de nutrientes do município, até hoje prioritariamente adotadas como soluções para cidade.
Diante da missão dada ao município trazida pelo Programa Salvador Resiliente, a abordagem sobre
as Mudanças do Clima, que são um dos principais e mais complexos desafios do século XXI, por
potencializar eventos extremos e cada vez mais frequentes, que deixam suas marcas ao fazerem
vítimas e causarem perdas ou danificarem bens ano após ano, se tornou tema de grande relevância
para a agenda pública. Para seu enfrentamento são demandadas ações coordenadas em escala
local e global com efeitos substantivos e geograficamente heterogêneos, nos âmbitos ambiental,
social e econômico.
Entendendo que atualmente mais de 70% das emissões globais são produzidas nas
cidades, o Plano objetiva, dentre outras metas, neutralizar as emissões de Gases
de Efeito Estufa até 2049, (ano em que Salvador completa 500 anos), encorajar
práticas sustentáveis nos setores público e privado, compartilhar tecnologia e
informação, e promover a justiça climática e resiliência nas diversas iniciativas,
programas e projetos do município. Além de estar alinhado aos conceitos de
mitigação e adaptação, ou seja, almeja adequar os ambientes para possíveis
impactos como o aumento das temperaturas, aumento do nível do mar,
proliferação de vetores, secas prolongadas, dentre outros, afim de obter
resultados como o aumento da expectativa e qualidade de vida da população, a
ampliação de áreas urbanas verdes, a redução das disparidades
socioeconômicas e taxa de pobreza, o PMAMC também contribui para alcançar
alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (PLANO,
2021, grifo nosso).
A partir de cada Eixo Estratégico são propostas um conjunto de diretrizes com suas respectivas
ações de maneira a se implementar as medidas necessários para alcançar as metas estabelecidas.
Como esperado, as questões com interface e ligadas ao saneamento básico aparecem nos
diferentes eixos, dando ênfase em cada situação para uma das componentes, abastecimento de
água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e manejo e drenagem das águas urbanas.
O que a visão de futuro trazida pelo PMAMC acena para os serviços de saneamento básico/ Como
esses serviços públicos podem colaborar, já que dependem da provisão de serviços ecossistêmicos
para ocorrerem de maneira universal e ecologicamente integrada? Para responder essas perguntas
trazidas pelo PMAMC é preciso um mergulho profundo nos modus operandi das lógicas construtivas
promovidas pelo poder público municipal na contratação de projetos e obras. É necessário coragem
para encarar uma transição nos projetos adotados, colocar como prioridade a adoção de Soluções
Baseadas na Natureza (SbN), entre elas a Adaptação baseada em Ecossistemas (AbE), e promover
a inclusão de maneira definitiva, na lógica urbana e nos processos econômicos, dessa necessidade
de mudança para garantir o cumprimento das metas estabelecidas pelo PMAMC.
Outra maneira informal em que ocorre essa articulação é a partir da contribuição direta entre os
técnicos das diferentes áreas que se ajudam e colaboram para realizar ações e resolver problemas
de acordo com a demanda do dia a dia, a partir de ligações e conversas entre secretarias, que se
juntam para empreender esforços em torno da questão trazida.
Outra articulação existente é da Limpurb com a Secretaria de saúde que atuam em conjunto para
combater a propagação do Aedes Aegypti, o mosquito transmissor da dengue e da febre amarela
urbana. A fêmea necessita de sangue para o amadurecimento dos ovos que são depositados
separadamente nas paredes internas dos objetos, próximos a superfícies de água limpa, local que
lhes oferece melhores condições de sobrevivência. Os seus ovos são depositados em recipientes
como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de
plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água da chuva. Por isso, a parceria entre a
Limpurb e a SMS é fundamental para evitar essa condição favorável para sua procriação em
resíduos acumuladores de água que podem estar lançados de maneira inadequada no território
municipal.
O livro “Caminho das Águas de Salvador: Bacias Hidrográficas, Bairros e Fontes”, se mostra uma
importante referência quando estamos diante do esforço de refletir sobre organização social, formas
de expressão social e cultural, costumes, e a percepção em relação ao saneamento básico. Não é
possível pensar na qualidade das águas urbanas de Salvador, sem integrar nessa reflexão as suas
quatro componentes.
Fica evidente como o território da bacia hidrográfica é elemento fundamental para se pensar o
saneamento básico, no caso da componente de manejo e drenagem das águas urbanas é o
caminho natural das águas, que dão a direção para a prestação do serviço, que busca aplicar
padrões de escoamento nos ambientes urbanizados, terminando nos próprios rios que integram as
bacias hidrográficas.
No caso do esgotamento sanitário, quando não realizado, os rios e lagoas são os principais
testemunhos dos problemas de qualidade ambiental, quando emanam mau cheiro, levam doenças
Por isso, as ações integradas das componentes de saneamento básico são condição primária para
garantir a qualidade das águas do município, e possibilitar os usos múltiplos das águas, que
envolvem o abastecimento humano, o uso para lazer, para manifestações culturais, para esporte,
preservação da biodiversidade e para as atividades econômicas.
Nesse sentido, a sociedade de Salvador tem a sua organização social, apesar de todas as
contradições reveladas pela desigualdade social e degradação ambiental observadas, marcada por
movimentos sociais que tem como pauta a preservação das áreas biodiversas, a proteção às águas,
a garantia aos direitos sociais, como o saneamento básico, entre outros. Tem em suas áreas de
proteção ambiental nas áreas de restinga e mata atlântica espaços de conexão no território, onde
os aspectos sociais, culturais e ambientais são incorporados nos debates em torno das políticas
públicas e da disputa sobre o modelo de desenvolvimento adotado pelo poder público ao longo de
sua história. As lutas da sociedade civil envolveram o não tamponamento dos rios, a preservação
de áreas da mata atlântica, como no caso do Vale Encantado, a luta contra a obra do BRT,
responsável pela remoção de árvores centenárias, o movimento pela educação popular em saúde,
a luta por moradia, entre tantas outras pautas que tangenciam a temática do saneamento básico.
Todo esse histórico revela que a percepção dos cidadãos sobre esses serviços e da sua missão de
garantir a livre manifestação da vida dos cidadãos com a saúde pública e qualidade ambiental.
O município tem um calendário anual de festas populares, apresentadas no Quadro 21, muitas
delas ligadas às culturas de matriz africana, ao sincretismo religioso e às águas e espaços naturais.
A primeira versão do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) de Salvador foi elaborado
pela Secretaria Municipal de Transportes Urbanos e Infraestrutura (Setin) no ano de 2010, sendo
seu principal objetivo a definição dos objetivos e metas para melhoria e universalização dos serviços
de água e esgotamento sanitário. Apesar do PMSB englobar os 4 componentes do saneamento
básico, apenas os produtos relativos ao abastecimento de água e ao esgotamento sanitário foram
aprovados pelo legislativo municipal, por meio da Lei Municipal nº 7.981/2011.
As metas adotadas no PMSB para implementação dos Programas, Projetos e/ou ações referentes
ao serviço de esgotamento sanitário foram:
A projeção do aumento de atendimento estimado pelas ações dos programas propostos era de
aproximadamente 184.689 domicílios. Comparando esse valor com a série história do Snis entre os
anos de 2011 e 2015, observa-se que o aumento foi de 175.889 economias, resultado próximo ao
estimado. Entre as ações previstas havia a implantação do SES Ilha de Maré, que não foi implantado
até o momento, conforme será detalhado posteriormente.
O investimento total estimado para o sistema de esgotamento sanitário de Salvador até o ano de
2040 era de R$2.198.041.000,00 sendo que o maior investimento ocorreria a curto prazo (2011 a
2014), com valor de R$568.765.000. Do ano de 2015 a 2040 (médio e longo prazo) foram previstos
investimento que totalizavam R$1.629.276.000, no entanto não fica claro qual a destinação para
esses investimentos, visto que os valores não foram separados por Programa, como pode ser
observado no cronograma de investimentos, apresentado na Tabela 12.
Programa 11 - Ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Salvador - Tratamento e Disposição Oceânica - Ações
Ações Valor (R$) Benefícios ou melhorias esperadas Prazo Status Atual
Aumento do tratamento e disposição em
1 Implantação do SDO Jaguaribe 259.200.000,00 Curto Prazo Realizado, em operação desde 2011
mais 30%
Tratamento e disposição de 80% do esgoto Não realizado (projeto concluído em
2 Implantação do SDO Ilha de Maré 2.580.000,00 Curto Prazo
coletado (1ª etapa) 2021).
Total 261.780.000,00
Programa 12 - Ampliação e modernização da estrutura operacional - Máquinas, veículos, equipamentos, etc. - Ações
Benefícios ou
Ações Valor (R$) Prazo Status Atual
melhorias esperadas
Aquisição de equipamento de desobstrução de esgoto
Curto
1 para manutenção do sistema existente e de novas bacias 16.000.000,00 - Concluído.
Prazo
de esgotamento sanitário. PAC I
Total 16.000.000,00
Fonte: PMSB de Salvador, 2010.
III - Sistema de
568.765.000,00 286.046.000,00 262.712.000,00 276.976.000,00 216.660.000,00 223.566.000,00 363.316.000,00 2.198.041.000,00
Esgotamento Sanitário
PROGRAMA 9-
Planejamento e Projetos
do Sistema de
7.500.000,00
Esgotamento Sanitário de
Salvador e Lauro de
Freitas
PROGRAMA 10-
Ampliação do Sistema de
Esgotamento Sanitário de 283.485.000,00 286.046.000,00
Salvador- Coleta e
Ligações
PROGRAMA 11-
Ampliação do Sistema de
Esgotamento Sanitário de 261.780.000,00
Salvador- Tratamento e
Disposição Oceânica
PROGRAMA 12-
Ampliação e
16.000.000,00
Modernização da
Estrutura Operacional
2. Recursos Onerosos:
• Financiamento junto à Caixa Econômica Federal;
• Financiamentos junto ao BNDES;
• PPP – Parcerias Público Privadas;
• Outros financiamentos.
Além dos programas foram propostas ações de contingência e emergência que visavam diminuir
riscos sanitários e desastres ambientais que poderiam ser acarretados por problemas operacionais
relacionados as infraestruturas do sistema de esgotamento sanitário.
Realizada essa descrição dos aspectos abordados na primeira versão do PMSB de Salvador,
elaborado em 2010, cabe aqui mencionar o trabalho de Pereira e Heller (2015) que avaliou 18
Planos de Saneamento entre os quais o do município de Salvador. Para tanto, foram utilizadas
categorias, sendo cinco delas relacionadas aos princípios da lei nº 11455/2007: 1) universalidade,
2) equidade, 3) integralidade, 4) intersetorialidade, e 5) qualidade, e três relacionadas à: 1) política
municipal de saneamento básico, 2) capacidade de gestão, 3) sustentabilidade social e governança.
Para analisar cada categoria foram criadas subcategorias que demonstram o que foi considerado
em cada princípio para avaliar os planos municipais.
Os autores salientam que os cinco planos oriundos de capitais dos estados — Belo Horizonte, Boa
Vista, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo — supostamente seriam os que teriam mais recursos
disponíveis para elaborarem bons planos; porém, com base na análise dos resultados, é factível de
questionamentos se os recursos tecnológicos, humanos e financeiros não estão disponíveis ou não
são suficientes, ou se não houve prioridade política para se aglutinarem esforços em torno desse
processo.
Na RAPDE conclui-se que haveria a necessidade de implantação da ECP Jaguaribe, uma vez que
a ECP Rio Vermelho já estava com sua capacidade bastante comprometida por conta das
captações de tempo seco.
O estudo de concepção da ECP Jaguaribe levou em consideração 7 locais para sua implantação,
sendo que o local escolhido e onde foi implantada é o morro nas adjacências da Avenida Jorge
Amado, ao lado do Museu de Ciências e Tecnologia da Bahia, dentro da área do Parque Pituaçu.
Para lançamento do emissário submarino foram avaliados 4 eixos de posicionamento na orla entre
a praia de Jaguaribe e a praia dos Artistas. Após análise das vantagens e desvantagens ficou
definido que o lançamento do emissário submarino seria feito na praia dos Artistas (Boca do Rio),
local onde foi implantado e encontra-se em operação.
Com base nas definições da localização da ECP Jaguaribe e do emissário submarino, a concepção
básica do sistema de esgotamento sanitário definida pela RAPDE prevê que as bacias do sistema
Jaguaribe e subsistema Ipitanga B contribuem para a ECP Jaguaribe, assim como as bacias de
esgotamento de Lauro de Freitas também serão revertidos para essa ECP.
Além das definições supracitadas para o sistema de esgotamento sanitário de Salvador, também
ficou definido na RAPDE de 2003 que os esgotos gerados acima do subsistema Ipitanga B e bacias
situadas acima da Av. Paralela contribuiriam para ECP Jaguaribe através de um coletor implantado
no canteiro central da Av. Paralela.
O esgoto gerado no subsistema Ipitanga B seriam encaminhados para a EE-BI-1, na bacia Baixo
Ipitanga em Lauro de Freitas, posteriormente essa elevatória recalcaria os efluentes para ER-BI/TB
através de uma linha de recalque na Av. do Coco. A ER-BI/TB recalcaria os esgotos até a
transposição da bacia Médio Jaguaribe, a partir desse ponto seguiria por gravidade até a ER-TB/BJ
localizada na bacia Trobogi.
A ER-SB/BC (EE Saboeiro) deixaria de contribuir para ECP Rio Vermelho e contribuiria para ECP
Jaguaribe. Visando flexibilizar a operação do sistema a linha de recalque existente da EE Saboeiro
para a ECP Rio Vermelho seria mantida.
O detalhamento das informações atualizadas sobre o SES, assim como as informações sobre obras
em andamento e previstas serão apresentadas posteriormente em item específico referente à
caracterização da infraestrutura de esgotamento sanitário (item 6.2).
O plano Urbanístico e Ambiental e Projetos Específicos para o Vetor Ipitanga foi elaborado no ano
de 2013 pelo Consórcio HYDROS ENGENHARIA E PLANEJAMENTO S/A e FFA ARQUITETURA
LTDA.
Essa região de estudo do Vetor Ipitanga apresenta grande valor ambiental e está situada na zona
de fronteira entre os municípios de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho, em posição
estratégica no que tange à estruturação da Região Metropolitana de Salvador (RMS) e
desenvolvimento de Salvador. Os bairros que compõem a área de estudo do Vetor Ipitanga são
Cassange e Nova esperança, que tem diversas localidades, que são apresentadas no Quadro 25.
O diagnóstico do esgotamento sanitário apresentado em 2013 está sintetizado no Quadro 26, onde
é possível observar que a maior parte da população possui infraestrutura interna composta de
banheiro interno com descarga e pia, a interligação das águas servidas geralmente são lançados a
céu aberto e os dejetos orgânicos são interligados a fossas sépticas.
O projeto de esgotamento sanitário para o Vetor Ipitanga foi elaborado no ano de 2017 e teve como
objetivo atender alguns núcleos populacionais do Vetor Ipitanga, são esses: Biribeira, Por do Sol,
Carangi, Alto do Girassol, Canto do Rio, Barragem Ipitanga I, Barragem Ipitanga I (Represa),
Fazenda Conceição, Barbosa, Pousada do Campo. As localidades do Bosque Ipitanga, Vila
Santana, Beira Rio, Fazenda Tapera, Rua da Paz do Ceará e Rua da Raiz já possuem sistema de
esgotamento sanitário ou serão atendidas por soluções individuais.
A população total de final de plano (2040) que será atendida com a implementação do sistema de
esgotamento sanitário do Vetor Ipiranga é de 23.000 habitantes, gerando uma contribuição média
de esgoto de 25,35 L/s, que será interligada ao sistema existente da Embasa.
Devido a topografia da região foram previstas 18 bacias de esgotamento sanitário compostas por:
21.935,00 m de redes coletoras em PVC com diâmetro variando de 150mm a 250mm, 9 Estações
Elevatórias de Esgoto (EEE) do tipo submersível com remoção de sólidos e areia, 6.993 metros de
Todo o projeto proposto foi balizado pelas normas técnicas pertinentes e parâmetros usuais
adotados para o dimensionamento de sistemas de esgotamento sanitário.
O Projeto Novo Mané Dendê teve início no ano de 2015 e foi revisado em 2017 pelo Consórcio das
Empresas FFA Arquitetura e Urbanismo Ltda e Planos Engenharia Ltda, integrando a 1ª Etapa do
Programa do Saneamento Ambiental e Urbanização do Subúrbio de Salvador, financiado
parcialmente pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
No ano de 2017 os dados apresentados pela Embasa registravam a existência de 6.657 economias
interligadas a rede de esgotamento sanitário e 1.390 economias sem atendimento. Do total de
economias interligadas a rede de esgotamento 71% eram atendidas por separador absoluto e 12%
por sistema misto.
No geral a problemática das ocupações irregulares dos fundos de vale e das margens dos corpos
d’água, ausência de drenagem pluvial e pavimentação são os fatores preponderantes para
dificuldade da universalização do sistema de esgotamento sanitário do Mané Dendê.
De acordo com o estudo populacional a maior população atendida pelo sistema de esgotamento
sanitário Mané Dendê ocorrerá no ano de 2026 e será de 31.039 habitantes, gerando uma
contribuição média de esgoto de 42,07 L/s.
Visando melhorar e ampliar a capacidade do sistema de esgotamento sanitário Mané Dendê foram
estudadas duas alternativas, sendo que em ambos os casos a EEE existente será desativada, parte
do interceptor existente também será desativado devido ao excesso de sinuosidade, serão
implantados 4.775,48m de redes coletoras em PVC com diâmetros que variam de 150 a 300 mm e
2.233m de interceptores com diâmetro de 300 e 400mm. As intervenções previstas acarretam um
acréscimo de 1.500 novas ligações domiciliares e 2.498 intradomiciliares.
A diferença entre as alternativas está na destinação final dos esgotos gerados, na alternativa 01
será mantida a interligação por gravidade na EEE do Cobre e para alternativa 02 foi estudada a
implantação de uma ETE visando garantir a manutenção da perenidade do rio Homônimo, uma vez
que com as novas intervenções não haveria contribuições de esgoto no curso d’água,
comprometendo assim sua perenidade, resultando em possíveis interrupções nas cachoeiras do
Parque de São Bartolomeu.
Atualmente a Prefeitura está em processo de negociação com as famílias que serão reassentadas
e após essa etapa as obras serão iniciadas.
No período de 2018 a 2021 foi desenvolvido o projeto Qualidade do Ambiente Urbano de Salvador
(QUALISalvador), que consistiu em um projeto de pesquisa realizado em conjunto por em torno de
200 professores e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento (engenheiros, sociólogos,
nutricionistas, médicos, administradores, arquitetos, economistas, estatísticos e geógrafos);
estudantes dos mais distintos cursos de graduação, mestrado e doutorado da Universidade Federal
da Bahia (UFBA) e da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), que buscaram compreender as
realidades da cidade de Salvador nas mais diversas perspectivas.
As análises desenvolvidas no projeto foram baseadas nos seus próprios dados, coletados no
período de dezembro de 2018 a junho de 2020, através da aplicação de 15.260 questionários em
160 dos 163 bairros de Salvador, existentes na época da aplicação dos questionários. Em 2020
foram criados 7 novos bairros, totalizando 170 bairros atualmente. Os bairros que não participaram
da aplicação dos questionários foram os do Aeroporto, Centro Administrativo e Porto Seco Pirajá
por não possuírem domicílios residenciais e serem bairros qualificados como institucionais pela Lei
nº 9.278/2017. Além dos dados resultados dos questionários, também foram utilizados dados
secundários de fontes como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os registros
administrativos da Prefeitura Municipal de Salvador, do Governo do Estado da Bahia e da União.
A técnica metodológica utilizada para a realização do cálculo da amostra da pesquisa feita pelo
QUALISalvador foi do tipo Aleatória Sistemática sem Reposição (ASSs), tendo um erro amostral
médio de 8%, sendo que alguns bairros apresentaram um erro amostral superior devido às
dificuldades de acesso a domicílios em campo e ao início da pandemia da Covid-19. As residências
escolhidas para a aplicação dos questionários foram selecionadas de forma aleatória, tendo todas
a mesma probabilidade de ocorrência, sendo cada bairro considerado uma população-alvo da
investigação. Essa seleção foi realizada com o auxílio do software estatístico R e a estruturação do
IQUASalvador. Foram feitas consultas a especialistas através da aplicação da metodologia Delphi,
realização de grupos focais, uso de técnicas estatísticas, como análises de componentes principais,
Cada população incluiu todos os domicílios particulares permanentes ocupados, segundo definição
do IBGE. Além disso, foram utilizados os dados cadastrais do sistema de informação da Empresa
Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) com o objetivo de se ter uma aproximação maior com a
atual realidade em termos demográficos. Ao longo dos trabalhos de campo, foram feitas entrevistas
com lideranças de bairro, moradores e conselhos comunitários das prefeitura-bairro da Prefeitura
Municipal de Salvador, e registros fotográficos, com o objetivo de fundamentar e ilustrar o
QUALISalvador e o livro.
De acordo com o último Censo Demográfico realizado pelo IBGE (2010), 90,8% dos domicílios de
Salvador eram atendidos por rede geral de esgoto ou pluvial em Salvador, sendo que o restante
dos domicílios era atendido por fossas sépticas, fossas rudimentares e outras formas de destinação
dos esgotos que constam na Tabela 13. Ressalta-se que de acordo com IBGE (2010) havia 3.621
domicílios em Salvador que não possuíam unidades hidrossanitárias, infraestrutura básica do ponto
de vista da saúde pública.
Conforme já detalhado anteriormente no Produto E1A, de acordo com o Censo de 2010 do IBGE,
apenas 219 domicílios de Salvador foram classificados como rurais, sendo que todos se localizam
na Ilha dos Frades, que de acordo com os levantamentos de campo, também possui localidades
Com relação à Ilha de Maré, destaca-se que a mesma possui 13 localidades, sendo que 5 destas
são comunidades quilombolas certificadas na Fundação Palmares (Martelo, Praia Grande, Ponta
Grossa, Bananeiras e Porto dos Cavalos), totalizando uma população de 4.940 habitantes, de
acordo com as informações fornecidas em 2021 pela Unidade de Saúde que atende a Ilha de Maré.
De acordo com essas informações, as localidades de Praia Grande, Bananeiras, Santana e Botelho
são as localidades mais adensadas da ilha, com população de 1.747, 1.228, 934 e 486 habitantes,
respectivamente, enquanto as outras 9 localidades têm população inferior a 150 habitantes, sendo
que algumas tem população muito pequena, como as localidades de Ponta Grossa (33 habitantes),
Caquende (19 habitantes), Neves (8 habitantes) e Amêndoas (3 habitantes), enquanto as demais
localidades tem valores intermediários de população (80 habitantes em Itamoabo, 112 habitantes
em Maracanã, 150 habitantes em Passa Cavalo e 140 habitantes em Martelo). Para a localidade
Oratório não foi fornecida a população atual. Nas visitas realizadas no dia 15/12/2020, observou-se
que todas as localidades estão implantadas à beira mar e muitas localidades menores têm
características de zona rural.
Analisando os dados da Tabela 13 para a zona urbana e rural, observa-se que há uma grande
diferença entre as formas de esgotamento sanitário, sendo que na zona urbana predomina o
atendimento por rede geral de esgoto ou pluvial (90,80%), enquanto na zona rural predomina a
utilização de fossas rudimentares (92,7%), considerando a classificação de acordo com os critérios
definidos pelo IBGE.
Como as ilhas de Salvador (Bom Jesus dos Passos, Ilha dos Frades e Ilha de Maré) possuem
características muito diversas do restante do município de Salvador, apresenta-se a seguir as
formas de esgotamento sanitário existentes no subdistrito de Maré do IBGE em 2010, que inclui as
3 ilhas.
Na Figura 38 é possível visualizar que a maior parte dos setores censitários de Salvador
apresentaram percentuais altos (85 a 95%) ou muito altos (maior que 95%) de domicílios com
atendimento por rede geral de esgoto ou pluvial em 2010, de acordo com o IBGE.
Na região norte da cidade, próximo dos limites municipais de Lauro de Freitas e Simões Filho é
possível visualizar uma região grande com percentual muito baixo (menor que 40%) de domicílios
com atendimento por rede geral de esgoto ou pluvial em 2010. Como pode ser visto na figura, a
maior parte desta região se localiza dentro da APA Joanes/Ipitanga, onde existe o bairro Cassange,
que até os dias atuais não é abastecido integralmente pelo sistema de abastecimento de água nem
No caso dos domicílios que tinham apenas sanitários e dos domicílios que não tinham nem banheiro
nem sanitário, o valor do rendimento nominal médio mensal era ainda menor, como pode ser
observado na Tabela 15.
Tabela 15 – Rendimento nominal médio mensal e rendimento nominal mediano mensal dos
domicílios particulares permanentes de Salvador, por forma de esgotamento sanitário e
existência de banheiro ou sanitário
Existência de Valor do rendimento Valor do rendimento
banheiro ou nominal médio mensal nominal mediano
Forma de Esgotamento
sanitário e dos domicílios mensal dos domicílios
Sanitário
esgotamento particulares particulares
sanitário permanentes (Reais) permanentes (Reais)
Total 2.315,35 1.100,00
Rede geral de esgoto ou pluvial 2.443,59 1.200,00
Tinham Fossa séptica 2.069,84 1.020,00
banheiro de uso Fossa rudimentar 1.083,57 710,00
exclusivo do Vala 875,24 650,00
domicílio Rio, lago ou mar 928,93 700,00
Outro 1.000,45 686,00
Rede geral de esgoto ou pluvial 756,41 510,00
Fossa séptica 584,36 510,00
Tinham Fossa rudimentar 718,46 510,00
sanitário Vala 566,41 510,00
Rio, lago ou mar 585,75 510,00
Outro escoadouro 429,59 400,00
Não tinham
banheiro nem 395,48 340,00
sanitário
Fonte: IBGE, 2010
Portanto, observa-se que de acordo com os dados na Pnad, a utilização de rede geral ou pluvial
passou de 90,8% em 2010 para 96,4% em 2019.
No caso do município de Salvador é muito importante avaliar também os dados disponíveis no IBGE
em relação aos aglomerados subnormais no município de Salvador. De acordo com o IBGE (2010),
os aglomerados subnormais são definidos como:
“Um conjunto constituído de, no mínimo, 51 (cinquenta e uma) unidades habitacionais (barracos,
casas...) carentes, em sua maioria de serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado,
até período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular) e estando dispostas, em
geral, de forma desordenada e densa.
A identificação dos Aglomerados Subnormais deve ser feita com base nos seguintes critérios:
b) Possuírem pelo menos uma das seguintes características: urbanização fora dos padrões vigentes
- refletido por vias de circulação estreitas e de alinhamento irregular, lotes de tamanhos e formas
desiguais e construções não regularizadas por órgãos públicos; e precariedade de serviços públicos
essenciais” (IBGE, 2010)
Entretanto, ao se avaliar os dados disponíveis do Censo de 2010 IBGE verificou-se que não existem
informações relativas à forma de destinação dos esgotos sanitários de forma específica para os
para os aglomerados subnormais.
Em relação ao destino dos esgotos domiciliares (Tabela 17), segundo os dados obtidos no âmbito
do QUALISalvador, a maior parte dos domicílios do município (87,1%) contribuem para rede de
esgoto com bom funcionamento e fossa.
Tabela 18 – Destino dos esgotos sanitários por sexo, cor/raça, escolaridade e faixa de
renda mensal familiar em número e proporção de domicílios.
Canal de Rede de Vala a céu
Rede de Rede de esgoto
drenagem, rede esgoto e vala aberto no
esgoto com
de esgoto e rede a céu aberto solo
com funcionamento
Destino dos de drenagem, no /terreno,
bom precário, rede Total
esgotos rede de esgoto e solo/terreno, direto no
funciona de drenagem,
direto no rio, rede de rio, fossa
mento e rede de esgoto
fossa e direto no esgoto/direto e direto
fossa precário e fossa
rio no rio no rio
Sexo
N 5.540 377 44 106 220 6.288
Masculino
% 88,12 6,00 0,70 1,69 3,49 100
N 7.740 627 61 212 318 8.957
Feminino
% 86,4 7,00 0,68 2,37 3,55 100
N 13.280 1.004 105 318 538 15.245
Total
% 87,11 6,58 0,69 2,09 3,53 100
Qui-quadrado de Pearson p < 000,1
Cor/raça
N 1.878 128 18 67 46 2.137
Branco
% 87,91 5,98 0,82 3,13 2,16 100
N 11.410 878 88 255 492 13.123
Negro
% 86,94 6,69 0,68 1,94 3,75 100
N 13.288 1.006 106 322 538 15.260
Total
% 87,08 6,59 0,70 2,11 3,53 100
Qui-quadrado de Pearson p < 000,1
Escolaridade
N 2.519 134 17 64 43 2.777
Alta
% 90,72 4,83 0,61 2,31 1,53 100
Intermediá N 5.748 401 38 135 188 6.510
ria % 88,30 6,16 0,58 2,07 2,88 100
N 4.588 431 43 106 277 5.445
Baixa
% 84,26 7,91 0,79 1,95 5,09 100
Por outro lado, na Figura 39 apresenta-se os resultados obtidos por bairro em relação à existência
de rede coletora de esgoto, onde é possível observar que ao se considerar apenas a existência de
Figura 39- Proporção de domicílios (%) com solução adequada para o destino dos esgotos
sanitários por bairros, 2018-2020 (N=15.260).
Quadro 27 – Faixas de proporção de domicílios (%) com destino dos esgotos sanitários
adequados por bairro, 2018-2020 (N=15.260).
Faixa de % de
Bairros
proporção bairros
Palestina, Santa Luzia, Granjas Rurais Presidente Vargas, Narandiba, Canabrava,
Valéria, Trobogy, Novo Marotinho, Comércio, Itinga, Castelo Branco, Vale dos 60,20-73,30 8,75
Lagos, Vila Canária e Dom Avelar
Retiro, Saramandaia, Bom Juá, Areia Branca, Águas Claras, Calçada, Cajazeiras
XI, Calabar, Lobato, Fazenda Coutos, Mangueira, Costa Azul, Mares, Sussuarana,
Nova Esperança, Moradas da Lagoa, Cajazeiras VII, Jardim
73,31-83,71 20,00
Nova Esperança, Boca do Rio, Pituaçu, Campinas de Pirajá, Engomadeira,
Arenoso, Ribeira, Capelinha, Bairro da Paz, Massaranduba, Boa Vista de São
Caetano, Nordeste de Amaralina, São Tomé, Barris e Doron.
Pau da Lima, Marechal Rondon, São Marcos, Sete de Abril, Nova Constituinte,
Baixa de Quintas, São João do Cabrito, Alto da Terezinha, Arraial do Retiro, Alto
83,72-89,10 25,63
do Cabrito, Jardim Cajazeiras, Curuzu, Nova Brasília, Santo Antônio, Jardim das
Margaridas, Federação, Beiru/Tancredo Neves, Cajazeiras VI, Vale das
Figura 40 - Proporção de domicílios (%) com rede coletora de esgotos por bairros, 2018-
2020 (N = 15.260)
Apesar do baixo percentual de domiclios sem banheiro, ressalta-se que esse percentual representa
aproximandamente 6.894 habitantes sem acesso a nenhum tipo de banheiro e 179.809 habitantes
com acesso a banheiros “incompletos”, considerando a população de Salvador de 2.872.347
habitantes estimada pelo IBGE para 2019 (período em que foram aplicados os questionários). A
Tabela 19 apresenta o percentual e número de domicílios com relação a existência de banheiros
com instalações hidráulicas sanitárias.
Em 2018 a então Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do extinto Ministério das Cidades
(atual Secretaria Nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional) iniciou o
processo de revisão do Plansab, que atualmente está em fase final de avaliação pelos Conselhos
Nacionais da Saúde, do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos.
Para o cálculo do indicador E5, foram avaliados os dados do Censo Demográfico de 2010 sobre a
existência de banheiro ou sanitário por classes de rendimento em Salvador, conforme apresentado
na Tabela 20:
De acordo com o IBGE (2010), “banheiro” é definido como o cômodo que dispõe de chuveiro (ou
banheira) e vaso sanitário (ou privada) e de uso exclusivo dos moradores, inclusive os localizados
no terreno ou na propriedade. Por outro lado, “Sanitário” é definido como o local limitado por paredes
de qualquer material, coberto ou não por um teto, que dispunha de vaso sanitário ou buraco para
dejeções. No Censo Demográfico de 2010 investigou-se a existência de sanitário, de uso exclusivo
ou não dos moradores juntamente com o banheiro de uso comum a mais de um domicílio.
Como pode ser observado na Tabela 20, de acordo com o IBGE (2010), 63,5% dos domicílios da
parte continental de Salvador possuíam rendimento nominal mensal domiciliar de até 3 salários
mínimos e, destes, 97,6% possuíam banheiro de uso exclusivo do domicílio. Nesta classe de
rendimento existiam na parte continental de Salvador 9.568 domicílios com “sanitários” e 3.570
domicílios sem banheiros e nem sanitários em 2010, representando uma situação extremamente
precária.
A partir dos dados da Tabela 13 e da Tabela 20 foi possível calcular os indicadores E1, E2, E3 e E5
do Plansab para o município de Salvador, conforme pode ser observado na Tabela 21.
Portanto, para os indicadores E3 e E5 será muito importante a realização de uma nova avaliação
após a realização do próximo Censo Demográfico, que estava previsto para ocorrer em 2020,
entretanto, devido à Pandemia de COVID-19 foi adiado e atualmente possui previsão de realização
no ano de 2022.
SANITÁRIO
Para o cálculo da cobertura atual de atendimento pelo serviço público de esgotamento sanitário em
Salvador é necessário avaliar o percentual dos domicílios existentes no município que são atendidos
pelo serviço prestado atualmente pela Embasa. Para tanto, utiliza-se o conceito de “economias de
esgoto”, definidas como sendo as unidades de consumo independentes para efeito de faturamento,
De acordo com os dados mais recentes do Snis (2019), Salvador possuía 866.916 economias
residenciais ativas de esgoto (ES008) e uma população total atendida com esgotamento sanitário
(ES001) de 2.277.388 habitantes, o que resulta em índice de atendimento total com esgotamento
sanitário (IN056) de 79,29% da população estimada pelo IBGE para o município de Salvador em
2019.
Entretanto, é necessário ressaltar que a metodologia utilizada pelo Snis para o cálculo do índice de
atendimento com esgotamento sanitário (IN056) considera a população atendida informada pela
Embasa (ES001) e a população estimada pelo IBGE para o ano de referência, havendo uma
imprecisão no índice gerado, em função do valor estimado pelo IBGE para a população atual do
município, que provavelmente não corresponde à realidade e em função da taxa de ocupação
domiciliar utilizada pela Embasa para o cálculo da população atendida, com base nas economias
residenciais ativas de esgoto. Ressalta-se também que no Snis (2019) o número de economias
residenciais ativas de esgoto é superior ao número de economias residenciais ativas de água, o
que está relacionado à suspensão do abastecimento de água em domicílios inadimplentes, o que
não ocorre com o serviço de esgotamento sanitário, que não pode ser “cortado”, e, portanto, esses
domicílios continuam sendo contabilizados como “economias ativas de esgoto”.
Para realizar uma análise mais detalhada em relação à cobertura de atendimento pelo serviço
público de esgotamento sanitário em Salvador, foi feita a análise das informações fornecidas pela
Embasa em relação ao cadastro georreferenciado dos domicílios atendidos pela prestadora com os
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Esse cadastro foi fornecido pela
Embasa em julho/2021, e, portanto, as informações que serão analisadas a seguir possuem esta
data de referência.
• 1 – Economias potenciais: Domicílios identificados pela Embasa que ainda não possuem
rede coletora de esgoto disponível para realizar a ligação.
• 2 – Economias factíveis: Domicílios identificados pela Embasa que possuem rede coletora
de esgoto disponível para realizar a ligação, mas ainda não se encontram ligados à rede.
• 3 – Economias ativas: Domicílios que estão ligados à rede coletora de esgoto e estão em
situação ativa.
Ressalta-se que no caso do cadastro comercial de ligações e economias de esgoto, não existe a
diferenciação entre “economias ativas” e “economias existentes”, pois quando ocorre a interrupção
no fornecimento de água, não é possível interromper também o atendimento pelo serviço de
esgotamento sanitário, e, portanto, todas as economias existentes de esgoto constam como
economias ativas no cadastro comercial da Embasa. Ressalta-se ainda que nos cálculos foram
utilizadas apenas as economias classificadas como “habitadas” no cadastro comercial da Embasa,
possibilitando que fosse considerada apenas a população efetivamente atendida pelo serviço, se
aproximando de um cálculo mais realista.
Para o cálculo da população atendida com esgotamento sanitário por Prefeitura Bairro, pensou-se
incialmente em utilizar a quantidade de economias residenciais ativas de esgoto, sendo adotada a
taxa de ocupação domiciliar de 3,1 habitantes/domicílio, valor obtido no Censo Demográfico de
2010 do IBGE para o município de Salvador. Por outro lado, para o cálculo da população total de
cada prefeitura bairro seria adotada a projeção populacional do IBGE para Salvador no ano de 2020,
sendo considerada a mesma proporcionalidade obtida no Censo Demográfico de 2010 entre a
população de cada prefeitura bairro, visto que não existe outra fonte de informações com o nível de
detalhamento do Censo Demográfico, que permita um cálculo mais preciso da população atual em
cada Prefeitura Bairro.
Para a realização do cálculo do índice de atendimento pelo serviço público de esgotamento sanitário
em cada Prefeitura Bairro por meio da metodologia descrita acima, foi avaliada a quantidade de
economias residenciais existentes de esgoto. Na Tabela 23 apresenta-se a quantidade de
economias residenciais habitadas de esgoto por Prefeitura Bairro, assim como o valor da população
atendida (calculada utilizando a taxa de ocupação domiciliar de 3,1hab/domicílio) e a quantidade de
imóveis residenciais que constam no cadastro imobiliário da Secretaria Municipal da Fazenda
(SEFAZ).
Na Tabela 23 é possível observar que nas Prefeituras Bairro Centro/Brotas, Itapuã e Barra/Pituba
obteve-se uma população atendida superior à população estimada pelo IBGE, indicando que
provavelmente a população atual destas Prefeituras Bairro é superior à população estimada por
Como forma de comparação dos resultados, foi consultado o cadastro imobiliário da Secretaria
Municipal da Fazenda (SEFAZ), onde foi levantada a quantidade de imóveis de uso residencial
existentes neste cadastro. Como pode ser observado na Tabela 23, em todas as Prefeituras Bairro
o número de imóveis residenciais cadastrados na SEFAZ é inferior ao número de economias
residenciais existentes de esgoto, o que comprova que grande parte dos domicílios de Salvador
não possui uma regularização fundiária perante o município, se caracterizando como ocupações
espontâneas, as chamadas favelas, invasões e etc., que ocorrem em todo o território municipal. De
acordo com os dados da Tabela 23, apenas 67,18% das economias residenciais existentes de
esgoto cadastradas na Embasa constam no cadastro imobiliário do município.
Comparando-se os valores nas diferentes Prefeituras Bairro, observa-se que a situação mais crítica
ocorre na Prefeitura Bairro Subúrbio/Ilhas, onde apenas 46% das economias residenciais existentes
de esgoto cadastradas na Embasa constam no cadastro imobiliário do município.
Para realizar o cálculo do índice de atendimento de esgoto em cada Prefeitura Bairro de forma a se
aproximar o máximo possível da situação real, foi feito um novo cálculo, considerando no cálculo
da população total das Prefeituras Bairro as informações constantes no cadastro comercial da
Embasa em relação às economias “potenciais” e “factíveis” identificadas pela Embasa. Conforme
detalhado anteriormente, a Embasa possui o cadastro georreferenciado dos domicílios identificados
que ainda não possuem rede coletora de esgoto disponível para realizar a ligação de esgoto
(economias potenciais) e dos domicílios identificados que possuem rede coletora de esgoto
disponível para realizar a ligação de esgoto, mas ainda não se encontram ligados à rede (economias
factíveis). Ressalta-se que o cadastro georreferenciado da Embasa não contempla 100% das
ligações existentes, chegando a cerca de 94% das mesmas, e, portanto, os dados gerados por meio
das análises que serão apresentadas a seguir possuem também um certo grau de imprecisão.
Por outro lado, ao se avaliar o índice de atendimento (domicílios com ligações existentes de esgoto),
verifica-se que os valores calculados são inferiores, variando entre 88,29% e 97,46% na maioria
das Prefeituras Bairro. Para esse índice, os menores valores foram obtidos também na região das
Prefeituras Bairro Cajazeiras, Pau da Lima e Valéria, que apresentaram valores de 63,48%, 57,57%
e 66,07% de atendimento, respectivamente.
Ao se comparar os altos valores do IAE e ICE na maioria das regiões do município com a situação
dos rios urbanos, observa-se que há uma incompatibilidade entre as duas realidades, visto que
apesar do elevado índice de atendimento do sistema de esgotamento sanitário de Salvador, os rios
urbanos encontram-se em sua quase totalidade poluídos, conforme será apresentado mais
detalhadamente no item 8.1. De acordo com as informações fornecidas pela Embasa, parte da
contaminação dos rios urbanos com esgoto é proveniente das regiões onde existem os trechos
críticos, que são as regiões de ocupações irregulares que se erguem a todo momento no município,
onde a implantação das infraestruturas de esgotamento sanitário é mais complexa, conforme será
abordado no item 6.3. No entanto, observa-se que o cadastro comercial georreferenciado da
Embasa não retrata bem essa realidade, visto que nesse cadastro não é possível visualizar os locais
com maior concentração de “economias potenciais de esgoto”, que poderiam ser interpretados
como os trechos críticos. Portanto, verifica-se uma necessidade de aprimoramento do cadastro
comercial georreferenciado da Embasa para que seja possível identificar de fato os locais onde
existem os trechos críticos, onde será necessário viabilizar ações integradas entre as diversas
esferas do poder público para a efetivação de soluções adequadas de esgotamento sanitário
(individuais ou coletivas) a depender da realidade de cada local.
Ressalta-se que de acordo com as informações fornecidas pela Embasa, existem locais onde os
domicílios estão ligados à rede coletora da Embasa, entretanto, devido a problemas de urbanização,
não foi possível interligar diretamente a rede ao restante do sistema, sendo feito o lançamento em
galerias de drenagem ou rios e riachos que são posteriormente captados pelas Captações em
Tempo Seco (CTS) que serão melhor detalhadas no item 6.2.1.1.2 e 6.2.1.2.2 deste diagnóstico.
Foi solicitado à Embasa o mapeamento dos locais onde essa situação ocorre, entretanto, essa
informação não foi disponibilizada.
Além disso, a disparidade entre o elevado índice de atendimento em comparação com a alta
contaminação dos rios coloca em dúvida a eficiência do sistema de esgotamento sanitário de
Salvador, evidenciando uma operação que pode ser otimizada visando a melhoria da qualidade de
vida da população.
Como forma de avaliar separadamente a situação em cada uma das ilhas de Salvador, que fazem
parte da Prefeitura Bairro Subúrbio/Ilhas, calculou-se também os valores dos indicadores relativos
a cada uma das ilhas e para a parte continental do território da PB Subúrbio/Ilhas, como pode ser
observado na Tabela 25.
Portanto, comparando-se os dois resultados obtidos, verifica-se que na maioria das regiões do
município a diferença entre os dois indicadores varia de 1,99% a 3,65%, sendo que as maiores
diferenças ocorrem nas PB Cajazeiras, PB Pau da Lima e PB Valeria, onde a diferença entre o ICE
e o IAE é de 4,46%, 4,21% e 5,65%, respectivamente. Portanto, no serviço de esgotamento sanitário
nota-se uma quantidade significativa de locais onde há a disponibilidade do serviço de esgotamento
sanitário, sem a efetiva interligação dos domicílios, sendo necessário prever ações nesse PMSBI
para a redução dos valores observados, além das ações necessárias de ampliação da oferta dos
serviços.
No Produto D - Sistema de Indicadores deste PMSBI foi proposta uma série de indicadores para a
avaliação dos serviços de saneamento básico no município de Salvador, que integrarão o Sistema
Municipal de Informações de Saneamento – SIMISAN, que está sendo desenvolvido no produto C
deste PMSBI e conforme preconiza o inciso VI, Art 9 da Lei Federal nº 11.445/2007 deverá ser
implementado pelo município.
Dentre os indicadores, foi proposto o Índice de Saneamento Básico – ISB, que tem como principal
finalidade viabilizar a análise quantitativa comparativa entre as diferentes regiões do município de
Salvador em relação aos níveis de cobertura de atendimento pelos serviços de saneamento básico
ao longo dos anos de implementação do PMSBI. O ISB se constitui como um indicador global da
situação em relação aos serviços de saneamento básico nas diferentes regiões do município, por
meio de uma ponderação entre os índices setoriais de atendimento pelos serviços (índice de
abastecimento de água, índice de esgotamento sanitário, índice de resíduos sólidos e índice de
drenagem urbana).
Entretanto, ao se considerar os valores absolutos, observa-se que ainda existe um grande número
de pessoas sem atendimento pelo sistema público de esgotamento sanitário no município de
Salvador, visto que de acordo com os dados fornecidos pela Embasa (2021), 13,10% dos domicílios
não são atendidos atualmente pelo sistema de esgotamento sanitário da Embasa. Considerando a
população total estimada pelo IBGE para 2020 em Salvador (2.886.698 habitantes) chega-se a um
quantitativo de 378.157 pessoas sem acesso a esse serviço, descartando o esgoto gerado em
fossas, valas, rios, mar ou a céu aberto, comprometendo a saúde e o meio ambiente.
Para realizar uma análise mais detalhada dos dados, foram também calculados os valores do IAE
e do ICE para cada um dos bairros do município de Salvador e elaborados os seus mapeamentos,
como pode ser observado na Figura 43 e na Figura 44.
Ao se comparar os resultados do IAE e do ICE nos bairros de Salvador, observa-se que na maioria
dos locais os valores de IAE e ICE se encontram dentro da mesma faixa de classificação, com
exceção para os bairros de São Tomé na PB Subúrbio/Ilhas (ICE bom e IAE regular), o bairro Novo
Marotinho, Canabrava (ICE regular e IAE ruim) e Trobogy (ICE bom e IAE regular) na PB Pau da
Lima e o bairro Santa Mônica (ICE bom e IAE regular) na PB Liberdade/São Caetano.
Analisando apenas os resultados para o IAE, que retrata o atendimento, de fato, pelo sistema,
verifica-se que apenas os bairros da Palestina (PB Valéria), Dom Avelar (PB Cajazeiras), Porto
Seco Pirajá e Vila Canária (PB Pau da Lima), Areia Branca (PB Itapuã) e a Ilha de Maré (PB
Subúrbio/Ilhas) se classificaram na categoria péssimo (menos do que 25% de atendimento).
No Quadro 31 é possível visualizar os bairros de cada Prefeitura Bairro que apresentaram IAE
classificado com péssimo, ruim ou regular.
Como forma de avaliar onde se concentram os locais sem atendimento pelo sistema de
esgotamento sanitário (SES) da Embasa, foram elaborados mapeamentos para cada uma das
Prefeituras Bairro com base nas informações do cadastro comercial da Embasa, onde estão
georreferenciados os domicílios que não possuem rede coletora disponível (ligações potenciais de
esgoto), conforme já detalhado anteriormente.
Nos mapas apresentados na Figura 47 até a Figura 56 são indicados os locais em cada Prefeitura
Bairro (PB) da porção continental do município, onde se concentram os domicílios sem atendimento
pelo sistema de esgotamento sanitário (SES) da Embasa (ligações potenciais de esgoto), sendo
possível visualizar os locais que estão inseridos nas Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS),
que, de acordo com o PDDU de Salvador (2016) são as zonas destinadas à regularização fundiária
e à produção, manutenção ou qualificação da Habitação de Interesse Social e da Habitação de
Mercado Popular, ou seja, são os locais onde predominam atualmente ocupações irregulares e
informais, relacionadas à parcela da população em situação de maior vulnerabilidade social no
município.
Ao se analisar a Figura 47 observa-se que na PB Barra/Pituba existem dois locais com grande
concentração de locais sem atendimento pelo SES: A ZEIS Nordeste de Amaralina, que perpassa
os bairros da Chapada do Rio Vermelho, Santa Cruz, Nordeste de Amaralina e Vale das Pedrinhas
e nas proximidades da ZEIS Recanto Feliz, no bairro do Costa Azul.
Na Figura 48 observa-se que na PB Cabula/Tancredo Neves também existem dois locais com
grande concentração de domicílios sem atendimento pelo SES: a região dos bairros Doron,
Narandiba e Cabula VI e a região dos bairros São Gonçalo, Arraial do Retiro, Engomadeira e
Barreiras. Em ambas as regiões existem também ZEIS, apesar de a região com maior concentração
ser em locais onde não estão instituídas ZEIS (bairros Doron, Narandiba e Cabula VI).
No caso da PB Cajazeiras (Figura 49) a maior concentração ocorre nos bairros Dom Avelar, Castelo
Branco e Águas Claras, coincidindo com a delimitação das ZEIS Bartolomeu Dias, Rua Direta do
Condor, Dom Lucas e Travessa Eldorado. Nesta PB observa-se também uma concentração elevada
nos bairros Cajazeiras VIII (ZEIS Jardim Mangabeira), Fazenda Grande II (ZEIS Fazenda Grande II),
Cajazeiras XI (ZEIS Rua Monte Ipitanga) e Águas Claras (ZEIS Rua Simone Reis, Águas Claras e
Águas Claras).
Na PB Cidade Baixa (Figura 51) observa-se que a maior concentração de pontos ocorre no bairro
Massaranduba, entretanto nos bairros Uruguai, Vila Ruy Barbosa/Jardim Cruzeiro, Santa Luzia e
Por outro lado, na PB Itapuã (Figura 52) observa-se que os locais sem atendimento estão
distribuídos de forma relativamente uniforme nesta região, não havendo locais que se destacam.
Na extremidade norte desta PB, no bairro Aeroporto, há a indicação de uma concentração de pontos
na região limítrofe com o município de Lauro de Freitas. Como já citado anteriormente, na PB Itapuã
localiza-se o bairro Cassange, que atualmente não conta com serviço público de abastecimento de
água e nem de esgotamento sanitário, entretanto por ser um bairro com poucos domicílios e baixo
adensamento ele não se destaca no mapa que foi elaborado.
Na PB Liberdade/São Caetano (Figura 53) nota-se que o maior adensamento de locais sem acesso
ao serviço público de esgotamento sanitário está no bairro de Pero Vaz (ZEIS Pero Vaz e ZEIS Baixa
da Mangabeira). Entretanto, observa-se também que na região central da PB (bairros Liberdade,
Curuzu, Santa Mônica, IAPI, Fazenda Grande do Retiro, São Caetano, Capelinha e Boa Vista de
São Caetano), que também está dentro de ZEIS, a concentração é intermediária, entretanto superior
a outros bairros da PB.
Na PB Pau da Lima (Figura 54) a maior concentração de domicílios sem acesso à rede coletora de
esgotos da Embasa ocorre nos bairros São Marcos e Pau da Lima (ZEIS São Marcos II), havendo
grande concentração também nos bairros Sete de Abril e Vila Canária (ZEIS Vila Canária, Ipitanga,
Sete de Abril II e III). Em seguida observa-se os bairros Canabrava, Trobogi e Nova Brasília que
apresentam concentrações mais elevadas nos locais dentro da ZEIS Canabrava, Canabrava II, Nova
Brasília de Baixo, Jardim Nova Esperança II e III e Nova Brasília do Aeroporto).
Para a PB Subúrbio/Ilhas foi elaborado o mapa específico para os bairros da parte continental da
PB (Figura 55), onde é possível observar que a maior concentração de locais sem acesso ao
sistema de esgotamento sanitário da Embasa ocorre no bairro Nova Constituinte (ZEIS Nova
Constituinte). Entretanto, em quase toda a área abrangida por esta PB há uma concentração
intermediária de locais sem SES, sendo que apenas na extremidade norte da PB (bairro de São
Tomé), onde há uma grande área verde sem ocupação, se observa uma baixa concentração.
Na PB Valéria (Figura 56) observa-se que os locais sem acesso ao SES da Embasa estão
concentrados nos bairros de Valéria e Palestina, incluindo a região das ZEIS Valéria I, II e III,
Palestina e Bico Doce.
A Figura 57 que apresenta a situação na Ilha de Bom Jesus dos Passos retrata uma elevada
concentração de domicílios sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário espalhada por
toda a ilha, no entanto essa situação diverge do que foi verificado em campo, quando foi observado
que a maior parte da Ilha dispõe de rede coletora implantada, sendo o maior problema relacionado
à não interligação das águas cinzas geradas nos domicílios à rede existente da Embasa, conforme
Figura 57 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na Ilha de Bom
Jesus dos Passos
Na Ilha dos Frades (Figura 58) identifica-se que a maior concentração de domicílios sem
atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário está em regiões especificas das localidades
Figura 58 – Locais sem atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário na Ilha dos
Frades
Como pode ser verificado nos mapas, a maior parcela da população que não possui acesso ao
serviço de esgotamento sanitário em Salvador está localizada em áreas de ocupação irregular e/ou
com urbanização precária, entretanto, existe também uma parcela da população que possui rede
coletora de esgoto disponível e, no entanto, não está interligada à rede (ligações factíveis de
esgoto).
Para complementar a identificação dos locais sem atendimento pelo serviço de esgotamento
sanitário, foram solicitadas informações aos gerentes das 10 Prefeituras Bairro do município de
Salvador, além da realização de eventos participativos, onde a população do município foi ouvida
em relação às suas demandas relativas ao esgotamento sanitário, conforme será detalhado
posteriormente no item 10.
No Quadro 32 apresenta-se as principais localidades que não são atendidas pelo sistema de
esgotamento sanitário, e, portanto, possuem lançamento de esgoto em locais inadequados, como
rios, riachos, canais de drenagem, valas a céu aberto, etc., de acordo com o que foi levantado pelas
Prefeituras Bairro e o que foi relatado pela população nos eventos participativos realizados.
Nova Brasília de
Comunidade Da Rocinha, Rua Euclides Da Cunha
Valéria
Comunidade Da Sapolândia, Comunidade Do Pantanal, Travessa
da Fonte, Rua Candelabro, na Baixa da Fonte. Entre a Rua Velha e
a Rua Nova de Pirajá, Estrada do Cobre; Rua Samuel Garcia
Varjão, na localidade do Pantanal entre o Conjunto Pirajá e a Rua
Nova de Pirajá, Rua Baixa do Campo, depois das Casinhas e
Pirajá
abaixo da antiga empresa IASA, na Rua Velha de Pirajá, Toda a
PB10 - ocupação do lado direito da Rua Oscar Seixas, na Rua Velha de
Valéria Pirajá. Via que dá acesso ao Subúrbio Ferroviário, Travessa 24 de
Agosto ou Travessa São Bartolomeu, na Rua Velha de Pirajá, Rua
Lídio dos Santos e Baixa da Fonte;
Comunidade Da Bolachinha, Comunidade Terracom, Comunidade
Formigueiro, Rua das Conchinhas de Valéria, Rua Avenida Valeria
Valéria e Rua da Alegria, Rua Cristo Rei, Rua Nossa Senhora, Loteamento
Vila Valéria, Rua Nossa Senhora das Graças, Rua TV Palmeiras,
Rua da Matriz sentido Derba, Rua Petrolina Dercia e Rua Vitalino
Palestina Comunidade da Suécia e outros locais
Fonte: CSB Consórcio, 2021.
Nas figuras a seguir são apresentadas algumas imagens que retratam os problemas apresentados
no Quadro 32.
Rua Monteiro Lobato – 1ª Travessa Joaquim Nabuco Rua Nilton Lopes – Itacaranha
Coutos – Fazenda Coutos
Ilha de Maré - Santana Ilha dos Frades - Paramana Ilha de Bom Jesus dos Passos
No Produto D - Sistema de Indicadores deste PMSBI foi proposta uma série de indicadores para a
avaliação da prestação dos serviços de esgotamento sanitário no município de Salvador, que
integrarão o Sistema Municipal de Informações de Saneamento – SIMISAN, que está sendo
desenvolvido no produto C deste PMSBI e conforme preconiza o inciso VI, Art 9 da Lei Federal nº
11.445/2007 deverá ser implementado pelo município.
a) Universalização do acesso;
b) Qualidade dos serviços prestados;
c) Eficiência;
d) Sustentabilidade econômico-financeira; e
e) Sustentabilidade ambiental.
O cálculo dos indicadores relativos ao esgotamento sanitário das duas categorias definidas no
Produto D serão apresentados a seguir:
6.1.5.1 Indicadores com atualização anual pela prefeitura e pelo prestador de serviços
Nesta categoria foram propostos os indicadores UE1, UE2 e UE3 que são calculados anualmente
a partir das informações fornecidas pelo prestador do serviço de esgotamento sanitário. No caso
desses indicadores são apresentados os resultados relativos ao ano de 2019, visto que esse é o
último ano com informações disponíveis no Snis, como pode ser observado na Tabela 26:
Os indicadores UE1 e UE2 correspondem aos indicadores IN056 e IN047/IN024 do Snis, relativos
ao índice de atendimento total e urbano pelo sistema público de esgotamento sanitário. Como já
detalhado no item 6.1.4, atualmente esses indicadores são calculados em função das economias
ativas de água, e, portanto, se referem à população efetivamente atendida pelo serviço de forma
oficial. Nesses indicadores considera-se a estimativa anual do IBGE como sendo a população total
do município e a população urbana é calculada utilizando a taxa de urbanização do último censo
demográfico, que no caso do Censo de 2010 foi de 99,97%. Observa-se que o valor dos dois
indicadores é praticamente igual, devido à pequena representatividade da população rural em
relação à população total do município. O Indicador UE3 é calculado em função da diferença da
população total atendida com esgotamento sanitário (Snis - ES001) e a população urbana atendida
com esgotamento Sanitário (Snis - ES026), o resultado é dividido pela população rural do município,
obtendo-se o valor de 0% para 2019, visto que o valor da população urbana atendida com sistema
público de esgotamento sanitário é igual ao valor da população total atendida, de acordo com o Snis
De acordo com a Embasa, durante o fornecimento das informações relativas ao ano de 2020 ao
Snis, houve uma mudança na metodologia de cálculo da população atendida informada ao Snis,
em função da grande diferença existente entre o valor do índice de atendimento do Snis e o valor
do índice de atendimento calculado de acordo com as informações do cadastro comercial da
Embasa. Comparando o valor do indicador IN056 do Snis para o ano de 2019 (79,29%) com o valor
do IAE calculado no item 6.1.4 para o ano de 2021 (87,94%), verifica-se que realmente há uma
incompatibilidade no indicador do Snis.
Segundo a Embasa, a partir do ano base de 2020, o indicador IN024 do Snis passará a ser calculado
de acordo com a seguinte fórmula:
Onde:
População Urbana Atendida com Esgot. Sanitário (Código Snis: ES026) = IAE Domicílio x Pop.
Urbana Residente do Município do ano de referência).
População Urbana Residente do Município (Código Snis: GE06a ou POP_URB) = População
Urbana do Município do ano de referência.
Sendo,
𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐸𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜
𝐼𝐴𝐸 𝐷𝑜𝑚𝑖𝑐í𝑙𝑖𝑜 =
𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡. 𝐸𝑥𝑖𝑠𝑡. 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 + 𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡. 𝑒𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 + 𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝐹𝑎𝑐. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡. 𝑒𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜
Onde:
Econ. Resid. Fac. Habit. esgoto = economias residenciais factíveis habitadas de esgoto, ou seja,
economias que ainda não estão interligadas à rede pública de esgoto, porém, a concessionária já
disponibilizou o serviço de esgotamento sanitário.
Nesta categoria foram propostos os indicadores UE4, UE5, UE6, UE7, UE8, UE9, UE10, UE11,
UE12 e UE13, que são calculados a cada edição de censo demográfico do IBGE (a cada 10 anos).
A forma de cálculo de cada um desses indicadores foi detalhada no produto D deste PMSBI e os
resultados obtidos a partir dos dados do Censo Demográfico de 2010 são apresentados na Tabela
27:
Os Indicadores UE4, UE5 e UE6 se referem ao Índice de cobertura dos domicílios com coleta de
esgoto por rede geral (esgoto ou pluvial), considerando o total de domicílios, os domicílios urbanos
e os domicílios rurais, respectivamente. Como já detalhado anteriormente no item 6.1.1, a maior
parte dos domicílios de Salvador destinam seus esgotos para redes coletoras de esgoto ou redes
de drenagem de águas pluviais, considerando o total de domicílios (UE4=90,80%) ou apenas os
domicílios urbanos (UE5=90,80%). Considerando apenas a zona rural definida pelo IBGE (Ilha dos
Frades) o índice era muito inferior (UE6=2,7%) em 2010, entretanto, nesse território houve
mudanças significativas após a realização do último censo demográfico, como já detalhado
anteriormente.
Os indicadores UE7, UE8, UE9, UE10, UE11 e UE12 tem como objetivo avaliar os tipos de soluções
individuais adotadas pela população não atendida por rede geral (esgoto ou pluvial). Para esses
indicadores, utilizou-se a classificação adotada pelo Plansab, que considera as fossas sépticas
como soluções adequadas para o esgotamento sanitário, desde que seja sucedida por pós-
tratamento ou unidade de disposição final adequadamente projetados e construídos. Analisando o
resultado desses indicadores, observa-se que na zona urbana o índice de atendimento por soluções
consideradas adequadas (UE8=2,32%) é inferior ao índice de atendimento por soluções
consideradas inadequadas (UA11=6,86%). Na zona rural a situação era ainda mais grave em 2010,
visto que o índice de atendimento por soluções consideradas adequadas era de apenas 0,46%
(UE9), enquanto o índice de atendimento por soluções consideradas inadequadas era de 96,80%
(UA12).
O indicador UE13 corresponde ao indicador E5 do Plansab, que foi abordado anteriormente no item
6.1.3.
De acordo com o cadastro comercial da Embasa, relativo a julho de 2021, o município de Salvador
possui atualmente um total de 904.489 economias e 466.554 ligações existentes habitadas de
esgoto. Conforme já detalhado anteriormente, no caso do serviço de esgotamento sanitário não há
uma diferenciação entre as ligações e economias existentes e ativas, visto que não é possível
interromper a prestação deste serviço.
Analisando as informações da Tabela 28 observa-se que cerca de 97% das economias de esgoto
existentes no município são da categoria residencial e cerca de 3% são da categoria comercial,
enquanto as demais categorias representam menos de 0,5% do total de economias de esgoto
existentes.
O Sistema de esgotamento sanitário (SES) de Salvador, operado pela Empresa Baiana de Água e
Saneamento SA (Embasa), que também recebe contribuição de esgotos de Lauro de Freitas e
Simões Filho é composto por 4.088,85 km de redes coletoras, coletores troncos, interceptores e
emissários (terrestres e submarinos), 190 estações elevatórias de esgoto (EEE) e linhas de
recalque, duas estações de condicionamento prévio (ECP) e 76 estações de tratamento de esgoto
(ETE).
Com relação às redes coletoras existentes, ressalta-se que uma grande parte delas são
caracterizadas como “redes condominiais de esgoto", solução de engenharia sanitária que começou
a ser utilizada em Salvador durante a implantação do programa BAHIA AZUL (implementado entre
1995 e 2004), como forma de enfrentar as dificuldades encontradas principalmente nas áreas de
periferia do município, relacionadas, em sua maioria, com a forma de ocupação (elevada densidade,
precário sistema viário, topografia acentuada, urbanização insuficiente, habitações singelas e
inexistência ou deficiência do sistema de drenagem e coleta de lixo). A utilização do sistema
condominial permitiu a implantação do sistema de esgotamento sanitário em locais em que espaços
quase não existiam.
De acordo com Lobo (2003) apud Marques, I. S (2017) durante a implantação dos sistemas
condominiais em Salvador pelo Programa Bahia Azul não houve a participação da população na
construção do sistema. Os moradores eram consultados apenas para autorizar a passagem dos
ramais pelos lugares indicados pela equipe e para eleger o síndico, que representava a quadra nas
negociações com a Embasa e com a empreiteira encarregada dos serviços. A falta desses pré-
requisitos resultou em má utilização da rede, porque os moradores passaram a fazer ligações
clandestinas de esgoto, conectando as águas pluviais na rede, prejudicando a operação do sistema
e criando para a própria comunidade e para a Embasa um grave problema, que demanda a
utilização de consideráveis recursos não previstos e não financiados, para sua solução. A operação
e a manutenção dos sistemas condominiais que estão em carga são executadas de maneira
totalmente convencional (LOBO, 2003 apud MARQUES, I. S, 2017).
Conforme observado nos eventos participativos, apresentado com maior detalhamento no item 10
desse relatório, por diversas vezes foram relatados problemas de frequentes extravasamento das
redes coletoras de esgoto, o que pode estar relacionado a um subdimensionamento das redes
coletoras existentes ou a problemas relativos à utilização dessas tubulações de forma indevida pela
população para o transporte de águas pluviais. Como nos últimos anos tem se observado um
crescimento desordenado e uma intensa verticalização das edificações em diversas áreas do
município de Salvador, verifica-se a necessidade de realização de estudos específicos para avaliar
se os diâmetros atualmente implantados estão adequados à realidade atual ou se necessitam de
substituição, visto que o problema de subdimensionamento pode acarretar em constantes
entupimentos e extravasamento de esgoto, impactando diretamente na qualidade de vida dos
usuários do sistema de esgotamento sanitário.
Ainda que o sistema de esgotamento de Salvador seja considerado como separador absoluto, o
município conta atualmente com 199 captações de tempo seco (CTS) que fazem a reversão de
corpos d’água, canais e galerias de drenagem para o sistema de esgotamento, visando minimizar
a contribuição de esgotos que chegam as praias, haja visto que parte da população de Salvador
Mesmo que algumas bacias de esgotamento sanitário do SES Salvador contemplem parte do
município de Simões Filho (Alto Joanes, Coruripe, Ipitanga I, Ipitanga II, Ipitanga III e Macaco), de
acordo com a Embasa não haverá contribuição de esgoto dessas regiões para o SES Salvador.
Ainda assim, atualmente parte da bacia do Macaco correspondente a Simões Filho contribui para o
SES de Salvador.
O esgotamento sanitário de Salvador também está dividido em duas vertentes: Vertente Baía
(esgotamento para Baía de Todos os Santos) e Vertente Oceânica (esgotamento para o Oceano
Atlântico), essas vertentes foram determinadas pela falha geológica de Salvador.
Como pode ser observado no Quadro 33, as bacias Alto Joanes, Ipitanga II e Ipitanga III não tem
previsão de interligação ao sistema principal de esgotamento sanitário de Salvador de acordo com
a concepção do RAPDE, sendo previsto o atendimento por sistemas descentralizados. Entretanto,
durante a elaboração deste diagnóstico constatou-se que por conta da implantação de dois novos
empreendimentos nas bacias de esgotamento Ipitanga II e III, fez-se necessário implantar a EEE
denominada Nova Esperança, que atualmente coleta o efluente gerado nesses empreendimentos
e encaminha para a ECP Jaguaribe.
A Figura 70 ilustra a divisão das vertentes Baía e Oceânica, sistemas Camarajipe e Jaguaribe e as
bacias de esgotamento sanitário.
O Quadro 35 apresenta as unidades regionais e as bacias de esgotamento atendidas por cada uma
delas.
A divisão das unidades regionais da Embasa no município de Salvador tem como premissa os
setores de abastecimento de água e por conta disso ao analisarmos essas unidades com base no
sistema de esgotamento sanitário é possível observar que existem diversas bacias atendidas por
mais de uma unidade regional. As áreas de abrangência das unidades regionais da Embasa em
Salvador estão apresentadas na Figura 71.
Legenda:
As EEE geralmente são do tipo circular, com gradeamento manual, caixa de areia circular, bombas
submersíveis, medição de nível do poço e sem medição de vazão de entrada e saída. No caso das
EEE maiores a concepção é diferente, sendo adotados poços de sucção secos e bombas de eixo
vertical.
Nenhuma das EEE conta com operador fixo, entretanto, todas são atendidas pelo menos uma vez
ao dia por equipes de dois funcionários que realizam os serviços de limpeza das grades de retenção
de sólidos e verificam a necessidade de limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de
remoção de areia é aberta uma solicitação de serviço (SS) atinente ao serviço limpeza de caixa de
areia. Os resíduos sólidos removidos das EEE são acondicionados separadamente em recipientes
instalados nas carrocerias de veículos utilitários, para que ao final de cada turno de trabalho sejam
colocados em caixas estacionárias localizadas nos canteiros de obra e em seguida serem
transportados diretamente para o aterro Metropolitano Centro. A areia removida nos desarenadores
das EEE é enviada para uma unidade de descarte e de extração do excesso de umidade, localizada
na área do UASB 6 do sistema Fazenda Grande IV, onde toda a areia proveniente das EEE é
acumulada e após drenada é transportada por caminhões caçamba para o aterro Metropolitano
Centro de Salvador
• EE Solar do Unhão;
• EE 2° Distrito Naval;
• EE Outlet Center;
• EE Novos Alagados;
• EE Campo de futebol;
• EE Mangueiras;
• EE Praça Cairu;
• EE Moinho Bahia;
• EE Roma;
• EE Água de Menino;
• EE Lobato;
• EE Mangueiras II;
• EE Mangueiras III.
A maior parte das EEE visitadas estão implantadas em áreas públicas sem fechamento e sem
identificação, facilitando o acesso da população e dificultando a operação do sistema. Na EEE
Campo de Futebol e Água de Meninos a população utiliza as áreas das EEE para disposição e
venda de móveis e consertos de carros, por conta disso as manutenções que necessitam de
caminhões são feitas no período noturno, quando o movimento é menor. De acordo com a Embasa
houve tentativa de cercar essas áreas, mas sem sucesso, em todas as situações as estruturas
foram removidas pela população.
O estado de conservação das estruturas está na maior parte com situação regular, sendo que os
maiores problemas são referentes às estruturas metálicas que em alguns casos apresentam
corrosão avançada e tampas de concreto quebradas.
Todas as bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia, sendo que
as partidas das bombas de maior potência ocorrem com soft starter, sistema que possibilita a partida
gradual do motor elétrico, regulando de forma contínua a tensão e o torque até atingir o valor
nominal. O soft starter reduz consideravelmente o esforço do motor e partes mecânicas,
aumentando a vida útil do conjunto motobomba.
Parte das EEE conta com sistema de telemetria, sendo possível acessar e controlar as informações
de nível do poço e status das bombas através da central de controle de operação (CCO) localizado
na Embasa do Rio Vermelho. No Subsistema Comércio 9 das 13 EEE visitadas possuem sistema
de telemetria.
As EEE não possuem nenhum dispositivo de medição de vazão, e, portanto, os dados fornecidos
tratam apenas sobre a vazão nominal das bombas. Por conta disso não foi possível avaliar se a
capacidade instalada está adequada à demanda recebida.
O Quadro 36 a seguir apresenta o resumo das informações das EEE do subsistema Comércio que
foram visitadas e no Apêndice A são apresentadas as fichas de campo com dados e fotos que
retratam a situação de todas as EEE visitadas do Subsistema Comércio.
Atualmente do total da população que contribui para o subsistema, 295.867 (99,5%) habitantes
contribuem para o sistema principal e os demais (1.507 habitantes), correspondentes a população
atendida pela ETE Maré/Itaparica contribuem para os sistemas descentralizados, sendo
considerados no item 6.2.2.
O total de economias ativas habitadas que contribuem para o sistema principal é de 100.275, sendo
que 95,18% são do tipo residenciais, 3,89% comerciais e 0,93% industriais.
As bacias que compõe o Subsistema são: Cobre, Paripe, Periperi, Macaco e Aratu, sendo que
atualmente uma parte da bacia do Macaco pertencente ao município de Simões Filho está
contribuindo para o subsistema subúrbio, através da EEE Ilha de São João.
As informações de população atendida e economias ativas habitadas por bacia estão apresentadas
na Tabela 31.
As EEE geralmente são do tipo circular, com gradeamento manual, caixa de areia circular, bombas
submersíveis, medição de nível do poço e sem medição de vazão de entrada e saída. Em parte das
Nenhuma das EEE conta com operador fixo, entretanto, todas são atendidas pelo menos uma vez
ao dia por equipes de dois funcionários que realizam os serviços de limpeza das grades de retenção
de sólidos e verificam a necessidade de limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de
remoção de areia é aberta uma solicitação de serviço (SS) atinente ao serviço limpeza de caixa de
areia. Os resíduos sólidos removidos das EEE são acondicionados separadamente em recipientes
instalados nas carrocerias de veículos utilitários, para que ao final de cada turno de trabalho sejam
colocados em caixas estacionárias localizadas nos canteiros de obra e em seguida serem
transportados diretamente para o aterro Metropolitano Centro. A areia removida nos desarenadores
das EEE é enviada para uma unidade de descarte e de extração do excesso de umidade, localizada
na área do UASB 6 do sistema Fazenda Grande IV, onde toda a areia proveniente das EEE é
acumulada e após drenada é transportada por caminhões caçamba para o aterro Metropolitano
Centro de Salvador
• EE PP7 - Escada;
• EE PP6 - Vista Alegre;
• EE Coutos;
• EE Ponto de Ônibus;
• EE Rua Setubal;
• EE Praça São Tomé;
• EE CEASA Paripe;
• EE PP2 - Praia Grande;
• EE PP3 - Itacaranha;
• EE Tubarão;
• EE Sesi;
• EE Cobre; e
• EE Aratu Macaco.
.
Fonte: CSB Consórcio, 2020.
No quesito estado de conservação das estruturas, 6 das 13 EEE visitadas apresentam situação
precária ou ruim, sendo que os principais problemas detectados foram a falta de manutenção nas
áreas, tampas danificadas, corrosão avançada das estruturas metálicas, inexistência de tampas,
vazamento nos barriletes das bombas e no recalque. Como ponto positivo temos a EEE Praça São
Tomé que havia acabado de passar por manutenção e estava toda revitalizada, entretanto, o local
onde está implantada é bastante movimentado e em razão disso seria importante identificar e cercar
a área para evitar acidentes.
No geral os quadros elétricos das EEE visitadas estão em estado regular, ainda assim a Embasa
está substituindo gradativamente todos os quadros elétricos, priorizando os que estão em situação
precária.
Todas as bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia, sendo que
as partidas das bombas de maior potência ocorrem com soft starter, sistema que possibilita a partida
gradual do motor elétrico, regulando de forma contínua a tensão e o torque até atingir o valor
nominal. O soft starter reduz consideravelmente o esforço do motor e partes mecânicas,
aumentando a vida útil do conjunto motobomba.
Apenas 7 das 13 EEE visitadas contam com sistema de telemetria, sendo possível acessar e
controlar as informações de nível do poço e status das bombas através da central de controle de
operação (CCO) localizado na Embasa do Rio Vermelho. Os problemas de operação nas EEE que
não possuem sistema de telemetria são informados pela equipe de manutenção.
As EEE não possuem nenhum dispositivo de medição de vazão, e, portanto, os dados fornecidos
tratam apenas sobre a vazão nominal das bombas, por conta disso não foi possível avaliar se a
capacidade instalada está adequada à demanda recebida.
Conforme informações fornecidas pela Embasa, as EE Vila Valéria - Setor A e a EE Vila Valéria -
Setor B são as EE do subsistema Subúrbio que apresentaram os maiores índices de
extravasamento nos anos de 2020 e 2021, sendo que parte dos extravasamentos nessas estações
elevatórias ocorreram devido à vulnerabilidade social existente nos locais onde as estações estão
localizadas, ou seja, devido à insegurança e ao impedimento do acesso as instalações.
O Quadro 37 a seguir apresenta o resumo das informações das EEE do subsistema Subúrbio que
foram visitadas e no Apêndice A serão apresentadas as fichas de campo com dados e fotos que
retratam a situação de todas as EEE visitadas do subsistema Subúrbio.
O total de economias ativas habitadas é de 442.747 sendo que 98,00% são do tipo residenciais,
1,96% comerciais e 0,04% industriais.
Atualmente do total da população que contribui para o subsistema, 1.342.842 (99,8%) habitantes
contribuem para o sistema principal e os demais (2.228 habitantes), correspondentes à população
atendida pelas ETE Casas do Metrô e Calabetão de Baixo contribuem para os sistemas
descentralizados, sendo considerados no item 6.2.2.
O total de economias ativas habitadas que contribuem para o sistema principal é de 442.009 sendo
que 98,00% são do tipo residenciais, 1,96% comerciais e 0,04% industriais.
As bacias que compõe o subsistema são: Barra, Pituba, Lucaia, Armação, Campinas, Tripas,
Calafate, Pernambués, Alto Camarajipe, Médio Camarajipe e Baixo Camarajipe.
As informações de população atendida e economias ativas habitadas por bacia estão apresentadas
na Tabela 33.
No subsistema Camarajipe existem duas EEE (Aeroclube San Marco e Salvador Shopping) com
operador fixo diurno, enquanto as demais são atendidas pelo menos uma vez ao dia por equipes
de dois funcionários que realizam os serviços de limpeza das grades de retenção de sólidos e
verificam a necessidade de limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de remoção de
areia é aberta uma solicitação de serviço (SS) atinente ao serviço limpeza de caixa de areia. Os
resíduos sólidos removidos das EEE são acondicionados separadamente em recipientes instalados
nas carrocerias de veículos utilitários, para que ao final de cada turno de trabalho sejam colocados
em caixas estacionárias localizadas nos canteiros de obra e em seguida serem transportados
diretamente para o aterro Metropolitano Centro. A areia removida nos desarenadores das EEE é
enviada para uma unidade de descarte e de extração do excesso de umidade, localizada na área
do UASB 6 do sistema Fazenda Grande IV, onde toda a areia proveniente das EEE é acumulada e
após drenada é transportada por caminhões caçamba para o aterro Metropolitano Centro de
Salvador.
• EE Ondina;
• EE Barra;
• EE Santa Maria;
• EE FABAC;
• EE Pituba;
• EE Armação 2004 Del Rey;
• EE Praia do Aeroclube;
• EE Aeroclube San Marco;
• EE Casa do Comércio;
• EE Dismel;
• EE Shopping Salvador;
• EE Martiniano Bonfim; e
• EE Cidade Nova.
As estruturas das EEE visitadas estão retratadas da Figura 101 a Figura 113.
O estado de conservação das estruturas está na maior parte com situação regular, sendo que os
problemas mais frequentes são referentes às estruturas metálicas que em alguns casos apresentam
corrosão avançada, tampas de concreto quebradas e vazamento nos barriletes.
No geral os quadros elétricos das EEE visitadas estão em estado regular ou bom, ainda assim a
Embasa está substituindo gradativamente todos os quadros elétricos, priorizando os que estão em
situação precária, como é o caso da EEE Barra, Pituba e Santa Maria.
Todas as bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia, sendo que
as partidas das bombas de maior potência ocorrem com soft starter, sistema que possibilita a partida
gradual do motor elétrico, regulando de forma continua a tensão e o torque até atingir o valor
nominal. O soft starter reduz consideravelmente o esforço do motor e partes mecânicas,
aumentando a vida útil do conjunto motobomba.
A maioria das EEE (10 de 13) contam com sistema de telemetria, sendo possível acessar e controlar
as informações de nível do poço e status das bombas através da central de controle de operação
(CCO) localizado na Embasa do Rio Vermelho. Os problemas de operação nas EEE que não
possuem sistema de telemetria são informados pela equipe de manutenção.
As EEE não possuem nenhum dispositivo de medição de vazão, e, portanto, os dados fornecidos
tratam apenas sobre a vazão nominal das bombas, por conta disso não foi possível avaliar se a
capacidade instalada está adequada à demanda recebida.
Conforme informações fornecidas pela Embasa, as EEE Morada do Sol e EEE Beira Dique são as
EE do subsistema Camarajipe que apresentaram os maiores índices de extravasamento nos anos
de 2020 e 2021, sendo que parte dos extravasamentos nessas estações elevatórias ocorreram
devido à vulnerabilidade social existente nos locais onde as estações estão localizadas, ou seja,
devido à insegurança e ao impedimento do acesso as instalações.
O Quadro 38 a seguir apresenta o resumo das informações das EEE do subsistema Camarajipe
que foram visitadas e no Apêndice A serão apresentadas as fichas de campo com dados e fotos
que retratam a situação de todas as EEE visitadas do subsistema Camarajipe.
As estruturas denominadas captações em tempo seco tem como finalidade redirecionar para o
sistema de esgotamento sanitário as contribuições de esgotos lançados de maneira indevida em
galerias de águas pluviais e corpos d’água, em períodos sem chuva. Essas contribuições na maior
parte dos casos são resultantes de ligações clandestinas de esgoto no sistema de águas pluviais
em regiões que não contam com sistema de esgotamento sanitário.
No caso de Salvador, as captações de tempo seco (CTS) estão inseridas nos poços de visita das
galerias de águas pluviais ou interceptando corpos d’água, sendo que em ambas as situações são
compostas por um anteparo que limita a vazão e um gradeamento para diminuir a incidência de
sólidos no sistema de esgotamento sanitário. A Figura 114 e a Figura 115 apresentam a concepção
dos dois tipos de CTS adotados em Salvador.
Portanto, por meio das CTS, nos períodos de estiagem as contribuições clandestinas contidas nos
sistemas de drenagem e corpos d’água são encaminhadas para o sistema de esgotamento
sanitário. Em épocas chuvosas a vazão excede o limite do anteparo e extravasa para a galeria de
água pluvial ou para o curso natural do corpo d’água.
Em Salvador a adoção dessas estruturas teve início na época do Programa Bahia Azul, quando
foram encontrados trechos críticos relacionados principalmente a locais de urbanização precária,
onde não foi possível a implantação do sistema de esgotamento sanitário. A partir daí as captações
de tempo seco foram adotadas como soluções paliativas e temporárias para minimizar os impactos
das contribuições de esgoto lançados in natura que chegariam às praias de Salvador. No entanto,
essa solução temporária que deveria diminuir como avanço do atendimento com esgotamento
sanitário, até ser extinta com a universalização do sistema, é utilizada até os dias de hoje.
A adoção dessa solução está atrelada a problemas operacionais e ambientais como: diminuição da
vida útil das estruturas do sistema de esgotamento sanitário, aumento no custo energético devido
à necessidade de bombas de maior porte, contaminação dos cursos d’água, uma vez que fica
legitimado o lançamento de efluentes nesses locais, podendo atrair vetores de doenças, impactando
também a saúde pública.
As CTS do Sistema Camarajipe são operadas pelas unidades regionais (UMF, UML, UMB e UMJ)
da Embasa, sendo que diariamente dois funcionários passam pelo menos uma vez em cada CTS
para limpeza das grades e avaliar se o sistema está em pleno funcionamento. Todo o resíduo
gradeado é encaminhado para o aterro sanitário.
Não existe controle de vazão em nenhuma das CTS, e, portanto, não é possível avaliar qual a vazão
de contribuição que segue para o sistema de esgotamento sanitário. Além disso não são feitas
análises periódicas da qualidade da água nos locais das CTS e em razão disso não é possível saber
qual o real grau de contaminação dessas contribuições que seguem para o sistema de esgotamento
sanitário.
Conforme pode ser observado na Figura 116, no subsistema Comércio existem 53 CTS ativas.
Como não foram disponibilizadas informações sobre o porte (vazão) das CTS e considerando que
as estruturas utilizadas em todas as CTS são muito semelhantes, a equipe técnica da Embasa
indicou as principais CTS a serem visitadas na área do subsistema Comércio, chegando-se a 4 das
53 CTS ativas, sendo elas:
As CTS visitadas estão instaladas dentro de poços de visitas de drenagem, todas estão implantadas
em locais estratégicos para evitar que o esgoto interligado as galerias de águas pluviais contribuam
para o oceano e contam com gradeamento para evitar que os resíduos sólidos grosseiros
contribuam para o sistema de esgotamento sanitário.
Da Figura 117 a Figura 120 estão retratadas as CTS visitadas no subsistema Comércio.
Conforme pode ser observado na Figura 121, no subsistema Subúrbio existem 38 CTS ativas. Como
não foram disponibilizadas informações sobre o porte (vazão) das CTS e considerando que as
estruturas utilizadas em todas as CTS são muito semelhantes, a equipe técnica da Embasa indicou
as principais CTS a serem visitadas na área do subsistema Subúrbio, chegando-se a 8 das 38 CTS
ativas, sendo elas:
No dia da visita havia uma vazão considerável nas galerias de águas pluviais seguindo para a rede
de esgoto, evidenciando a existência de ligações clandestinas na drenagem de águas pluviais, uma
vez que no dia da visita não choveu e no subsistema Subúrbio toda a infraestrutura de esgoto está
implantada e operando.
A CTS Tubarão I está implantada em um corpo d’água canalizado que desemboca no oceano e
assim como as demais CTS também conta com gradeamento. Nessa concepção de instalação é
difícil avaliar se a vazão do canal é do próprio córrego ou esgoto bruto e por conta disso é primordial
que sejam feitas análises para avaliar a qualidade dessa água e avaliar se é possível ou não
desativar a CTS.
Da Figura 122 a Figura 129 estão retratadas as CTS visitadas no subsistema Subúrbio.
Conforme pode ser observado na Figura 130, no subsistema Camarajipe existem 77 CTS ativas.
Como não foram disponibilizadas informações sobre o porte (vazão) das CTS e considerando que
as estruturas utilizadas em todas as CTS são muito semelhantes, a equipe técnica da Embasa
indicou as principais CTS a serem visitadas na área do subsistema Camarajipe, chegando-se a 12
das 77 CTS ativas, sendo elas:
A reversão Iguatemi, localizada no subsistema Camarajipe (Figura 131 a Figura 133) é a maior CTS
existente em Salvador, sendo responsável por interceptar o Rio Camarajipe, com vazão de
contribuição de aproximadamente 2m³/s (vazão estimada pela Embasa). A reversão Iguatemi conta
com duas grades manuais, duas grades mecanizadas e quatro comportas eletroatuadas e no
período chuvoso a vazão excedente segue para o curso natural do rio.
Cabe salientar que no dia da visita à CTS do Cristo a água captada pela CTS aparentemente não
apresentava características de esgoto, evidenciando que o rio captado (o Rio dos Seixos)
aparentemente não se encontra contaminado por esgoto, evidenciando a importância do
acompanhamento nas CTS para que seja possível avaliar sobre a progressiva desativação das
mesmas.
As demais CTS visitadas no subsistema Camarajipe interceptam galerias de águas pluviais, sendo
que no dia da visita havia grande contribuição de vazão nas galerias, com exceção das CTS Parque
Lucaia. Como não se tratava de um dia chuvoso, esse cenário constata a existência de ligações
clandestinas de esgoto no sistema de águas pluviais neste local.
Da Figura 138 até a Figura 144 estão retratadas as demais CTS visitadas no Sistema Camarajipe.
A ECP do Rio Vermelho está localizada no Parque Deputado Paulo Jackson na Av. Juracy
Magalhães Júnior, s/n, bairro Horto Florestal, entrou em operação no ano de 1975 e sua concepção
consiste em tratamento preliminar (gradeamento, caixa de areia e peneiramento) e disposição final
através de emissário submarino.
A capacidade nominal da ECP é de 8,30 m³/s, sendo que atualmente está sendo condicionada uma
vazão média de 4,16 m³/s e em períodos chuvosos a vazão chega a 7,70 m³/s. O acréscimo da
vazão em períodos chuvosos é bastante relevante e está diretamente atrelado ao uso
indiscriminado de CTS. Atualmente a vazão de contribuição das CTS do Sistema Camarajipe
corresponde a 42,65% da capacidade nominal da ECP, o que impacta diretamente no aumento de
custos operacionais e diminui consideravelmente a vida útil da ECP.
As unidades que compõe a ECP Rio vermelho podem ser visualizadas na Figura 145
Gradeamento Gradeamento
Manual Mecânico
Caixa de
reunião e
Alto recalque CCO
confluência Peneiras
Alto recalque
Baixo Subestação
recalque
Controle Controle de
de odores Chaminé de odores
equilíbrio
Após a calha Parshall o efluente segue para o gradeamento manual e posteriormente para os quatro
gradeamentos mecanizados com espaçamento de 25mm entre barras e limpeza automática. Todo
o material gradeado segue para caçambas que quando estão próximas ao limite são enviadas para
o aterro sanitário.
Por conta do desnível geométrico existente entre os gradeamentos e a caixa de areia, fez se
necessário implantar uma EEE denominada baixo recalque, que opera com 4 bombas parafuso em
paralelo e uma reserva. As bombas têm capacidade de 2,06m³/s, diâmetro da rosca de 2,80m,
22,98m de comprimento e potência unitária de 370cv.
Em seguida o efluente segue para a desarenação, que ocorre através de quatro caixas de areia de
seção quadrada (10,5m x 10,5m) com raspadores de fundo, que encaminham a areia para um poço
lateral de onde é feita a retirada através de um transportador helicoidal. Assim como acontece com
o material gradeado, a areia é armazenada em caçambas que posteriormente são encaminhadas
para o aterro sanitário.
A última etapa do tratamento é o peneiramento que tem como objetivo a remoção dos sólidos em
suspensão com diâmetro igual ou superior a 1mm. Essa etapa é composta por 12 peneiras, sendo
Do peneiramento o efluente segue para a EEE Alto Recalque que é composta por sete conjuntos
motobombas com vazão máxima de 1,38m³/s, potência unitária de 800cv e altura manométrica total
de 30,6m. A função da EEE Alto Recalque é elevar todo o efluente da ECP Rio Vermelho para a
chaminé de equilíbrio, local de onde o efluente segue para o emissário terrestre e submarino.
A chaminé de equilíbrio tem altura total de 35,50m, diâmetro interno de 4,00m e externo de 4,60m.
Sua função é de atenuar os impactos causados pelo recalque e garantir regime uniforme e contínuo
no emissário.
O emissário é composto por um trecho terrestre e um submarino, sendo que ambos possuem
diâmetro nominal de 1.750mm executados em concreto. O trecho terrestre possui 1.020m e o trecho
submarino 2.350m, dos quais 350m são da tubulação difusora que está implantada a uma
profundidade média de 27m. Nos últimos 214 metros da tubulação difusora estão implantados 70
difusores (todos abertos) com diâmetro de 150mm.
De acordo com informações da equipe técnica da Embasa, o SDO Rio Vermelho possui Plano de
Monitoramento, entretanto, não possui ainda um monitoramento regular, visto que o mesmo entrou
em operação em 1972, quando ainda não existia a legislação ambiental brasileira, que data de
1981, e, portanto, não houve um processo de licenciamento ambiental no momento da sua
implantação. Depois de um longo processo, o IBAMA emitiu a Licença de Regularização do
emissário do Rio Vermelho em novembro de 2016, sendo que em 2017 a Embasa entregou ao
IBAMA o Plano Básico Ambiental (PBA) do SDO, conforme solicitado pelo órgão e o presente
momento não obteve resposta do IBAMA. Portanto, atualmente a Embasa aguarda a análise do
PBA do emissário do Rio Vermelho para iniciar o seu monitoramento regular. Por livre vontade, a
Embasa fez um monitoramento do mar em 2008 e contratou recentemente um novo monitoramento
do SDO, que se encontra em andamento. A Embasa ressaltou ainda que para a realização deste
monitoramento ora em andamento, é necessária autorização do IBAMA para coletar plâncton,
bentos e necton, que até o presente momento não foi concedida, e, portanto o monitoramento ainda
não foi iniciado.
Todos os gases gerados no processo de tratamento e recalque da ECP são encaminhados para
dois sistemas de controles de odores, que são responsáveis pela captação, neutralização e
tratamento através de lavagem química dos gases, posteriormente os gases são reconduzidos para
O suprimento de energia elétrica das unidades componentes da ECP é fornecido através de uma
subestação blindada de 10.000kVA, dois transformadores de 5.000kVA, cinco transformadores de
força de 225kVA, um conjunto retificador / bateria de 250A/h, um painel de média tensão, um painel
de centro de controle de motores, dois painéis de baixa tensão e sistema de automação. A ECP
não possui gerador de energia, e, portanto, em caso de parada no fornecimento de energia elétrica
o efluente segue para o extravasor que contribui para o Rio Lucaia.
A ECP conta com uma central de controle de operações (CCO), local onde está implantado o
supervisório e podem ser avaliados os seguintes parâmetros do sistema: vazão de entrada, nível
das caixas de entrada, funcionamento e/ou manutenção dos equipamentos e variáveis de
bombeamento da EEE Alto Recalque. Além disso a operação de todos os equipamentos mecânicos
pode ser executada de maneira remota, com possibilidade de operação local caso haja algum
problema.
Como pode ser observado na Figura 145 a área da ECP Rio Vermelho não permite ampliações no
sistema de condicionamento prévio. Da Figura 146 a Figura 160 está retratado o sistema da ECP
do Rio Vermelho.
A infraestrutura do Sistema Jaguaribe é composta por 1.244 km de redes coletoras, coletores tronco
e interceptores, 64 EEE e linhas de recalque, uma ECP denominada Jaguaribe, 1.447m de
emissário terrestre e 3.670m de emissário submarino.
Conforme detalhado anteriormente, algumas bacias do Sistema Jaguaribe ainda não foram
implantadas e algumas encontram-se com obras em execução. Portanto, as contribuições de esgoto
Os Subsistemas que compõe o Sistema Jaguaribe são: Pituaçu, Jaguaribe, Ipitanga A, Ipitanga B
e Ipitanga C, compreendendo 24 das 43 bacias de esgotamento sanitário de Salvador. Todas as
contribuições de esgotos geradas no sistema principal do Jaguaribe são encaminhadas para a ECP
Jaguaribe e posteriormente seguem para o Oceano através do emissário submarino.
Atualmente estão em andamento as obras de implantação das bacias Águas Claras, Cambunas e
Trobogy, que fazem parte do subsistema Jaguaribe, e, portanto, o esgoto coletado nessas bacias
atualmente é encaminhado para sistemas descentralizados. Após a conclusão das obras de
esgotamento sanitário destas bacias os esgotos gerados também serão encaminhados para a ECP
do Jaguaribe.
Legenda:
As bacias que compõe o Subsistema são: Saboeiro, Baixo Pituaçu e Alto Pituaçu e as informações
de população atendida e economias ativas habitadas por bacia estão apresentadas na Tabela 35.
As EEE geralmente são do tipo circular, com gradeamento manual, caixa de areia circular, bombas
submersíveis, medição de nível do poço e sem medição de vazão de entrada e saída. A EEE
Saboeiro é a maior elevatória do sistema de esgotamento sanitário de Salvador e em razão disso
apresenta concepção diferente, com remoção de areia através de bombeamento, poço seco e
bombas de eixo vertical.
No subsistema Pituaçu existem 3 EEE (Alto Pituaçu, Trobogy e Saboeiro) com operador fixo diurno,
enquanto as demais são atendidas pelo menos uma vez ao dia por equipes de dois funcionários
que realizam os serviços de limpeza das grades de retenção de sólidos e verificam a necessidade
de limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de remoção de areia é aberta uma
solicitação de serviço (SS) atinente ao serviço limpeza de caixa de areia. Os resíduos sólidos
removidos das EEE são acondicionados separadamente em recipientes instalados nas carrocerias
de veículos utilitários, para que ao final de cada turno de trabalho sejam colocados em caixas
estacionárias localizadas nos canteiros de obra e em seguida serem transportados diretamente para
o aterro Metropolitano Centro. A areia removida nos desarenadores das EEE é enviada para uma
unidade de descarte e de extração do excesso de umidade, localizada na área do UASB 6 do
sistema Fazenda Grande IV, onde toda a areia proveniente das EEE é acumulada e após drenada
é transportada por caminhões caçamba para o aterro Metropolitano Centro de Salvador.
• EE Alto Pituaçu;
• EE Saboeiro.
Como as EEE contam com operadores as manutenções preventivas são feitas com mais frequência
e por conta disso as estruturas apresentam bom estado de conservação. Não foi permitida a entrada
para avaliar a situação dos quadros elétricos pois estão localizados junto a subestação, que é uma
unidade de alta periculosidade.
Todos os gases gerados na EEE Saboeiro são encaminhados para o sistema de controles de
odores, que é responsável pela captação, neutralização e tratamento através de lavagem química
dos gases. Após o tratamento, os gases são reconduzidos para a atmosfera limpos e inodoros
evitando contaminação ao meio ambiente.
Todas as bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia, sendo que
as partidas das bombas de maior potência ocorrem com soft starter, sistema que possibilita a partida
gradual do motor elétrico, regulando de forma continua a tensão e o torque até atingir o valor
nominal. O soft starter reduz consideravelmente o esforço do motor e partes mecânicas,
aumentando a vida útil do conjunto motobomba.
A EEE Alto Pituaçu conta com sistema de telemetria que envia as informações de nível do poço e
status das bombas para a central de controle de operação (CCO) localizado na Embasa do Rio
Vermelho e permite a operação remota dos equipamentos. No caso da EEE Saboeiro, como sua
operação está diretamente ligada a operação da ECP Jaguaribe, todos os dados dos equipamentos
são enviados para a central de controle de operação (CCO) localizada junto à ECP, permitindo a
operação remota da EEE.
Por se tratar de uma EEE final, a EEE Saboeiro possui medidor de vazão eletromagnético que envia
as informações para o CCO da ECP Jaguaribe. De acordo com as informações apresentadas, a
A EEE Alto Pituaçu não possui nenhum dispositivo de medição de vazão, e, portanto, os dados
fornecidos tratam apenas sobre a vazão nominal das bombas. Por conta disso não foi possível
avaliar se a capacidade instalada está adequada à demanda recebida.
Conforme informações fornecidas pela Embasa, as EEE do subsistema Pituaçu não apresentaram
elevados índices de extravasamento nos anos de 2020 e 2021.
O Quadro 39 a seguir apresenta o resumo das informações das EEE do subsistema Pituaçu que
foram visitadas e no Apêndice A são apresentadas as fichas de campo com dados e fotos que
retratam a situação das duas EEE visitadas no Subsistema Pituaçu.
As bacias que compõe o Subsistema são: Águas Claras, Baixo Jaguaribe, Cambunas, Itapuã,
Flamengo, Mangabeira, Médio Jaguaribe e Trobogi. A bacia do Flamengo é dividida pelo limite
municipal entre Salvador e Lauro de Freitas e atualmente a parte de Lauro de Freitas está
contribuindo para Salvador através da EEE Praia de Ipitanga.
Ressalta-se que conforme definido na concepção original do SES Salvador, essas bacias que
contribuem para os sistemas descentralizados têm previsão de interligação ao Sistema Jaguaribe,
tão logo as obras de implantação das bacias estejam concluídas. Quando as obras forem
concluídas, as ETE que atendem atualmente os sistemas descentralizados dessas bacias serão
desativados. O detalhamento das obras em execução e das obras previstas para o subsistema
Jaguaribe será apresentado no item 6.2.4.
O total de economias ativas habitadas que contribuem atualmente para o sistema principal é de
75.474, sendo que 97,80% são do tipo residenciais, 2,16% comerciais e 0,04% industriais.
As informações de população atendida e economias ativas por bacia estão apresentadas na Tabela
37.
De acordo com as informações fornecidas pela Embasa, existem rotinas operacionais preventivas
de lavagem de interceptores e redes coletoras de esgoto, a fim de proporcionar melhor fluidez
dentro dos condutos. Esses serviços são realizados por meio de contratos de manutenção que
utilizam equipes especializadas e equipamentos pesados de hidrojateamento e sucção. Essas
Os dois tipos de EEE adotados no Subsistema Jaguaribe são: poço úmido com bombas
submersíveis e poço seco com bombas de eixo vertical. Em todas as situações as EEE contam com
Nenhuma das EEE conta com operador fixo, entretanto, todas são atendidas pelo menos uma vez
ao dia por equipes de dois funcionários que realizam os serviços de limpeza das grades de retenção
de sólidos e verificam a necessidade de limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de
remoção de areia é aberta uma solicitação de serviço (SS) atinente ao serviço limpeza de caixa de
areia. Os resíduos sólidos removidos das EEE são acondicionados separadamente em recipientes
instalados nas carrocerias de veículos utilitários, para que ao final de cada turno de trabalho sejam
colocados em caixas estacionárias localizadas nos canteiros de obra e em seguida serem
transportados diretamente para o aterro Metropolitano Centro. A areia removida nos desarenadores
das EEE é enviada para uma unidade de descarte e de extração do excesso de umidade, localizada
na área do UASB 6 do sistema Fazenda Grande IV, onde toda a areia proveniente das EEE é
acumulada e após drenada é transportada por caminhões caçamba para o aterro Metropolitano
Centro de Salvador.
• EE Acalanto;
• EE FL01;
• EE Rua G;
• EE Stella Maris;
• EE Trobogi, e
• EE Passa Vaca;
Os principais apontamentos feitos pela população contra a implantação da EEE foram referentes à
falta de estudos que comprovem que a EEE seria a melhor alternativa técnica, considerando o seu
elevado impacto ambiental e poluição visual na área da APA. Contrapondo esses apontamentos,
as entidades responsáveis pelo projeto e implantação da obra destacam que estão sendo tomadas
todas as medidas necessárias para segurança e preservação do meio ambiente, além de frisar que
a obra está licenciada tanto pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) quanto
pela Prefeitura Municipal de Salvador.
As estruturas das EEE visitadas no subsistema Jaguaribe estão retratadas da Figura 166 até a
Figura 171.
O estado de conservação das estruturas está na maior parte com situação regular, sendo que os
maiores problemas são referentes às estruturas metálicas que em alguns casos apresentam
corrosão avançada.
No geral os quadros elétricos das EEE visitadas estão em estado regular, ainda assim a Embasa
está substituindo gradativamente todos os quadros elétricos, priorizando os que estão em situação
precária.
Todas as bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia, sendo que
as partidas das bombas de maior potência ocorrem com soft starter, sistema que possibilita a partida
gradual do motor elétrico, regulando de forma continua a tensão e o torque até atingir o valor
nominal. O soft starter reduz consideravelmente o esforço do motor e partes mecânicas,
aumentando a vida útil do conjunto motobomba.
Parte das EEE conta com sistema de telemetria, e, portanto, as informações de nível do poço e
status das bombas podem ser acessadas e controladas através da central de controle de operação
(CCO) localizado na Embasa do Rio Vermelho.
As EEE não possuem nenhum dispositivo de medição de vazão, e, portanto, os dados fornecidos
tratam apenas sobre a vazão das bombas. Por conta disso não foi possível avaliar se a capacidade
instalada está adequada à demanda recebida.
O Quadro 40 a seguir apresenta o resumo das informações das EEE do subsistema Jaguaribe que
foram visitadas e no Apêndice A serão apresentadas as fichas de campo com dados e fotos que
retratam a situação de todas as EEE visitadas do subsistema Jaguaribe.
As bacias que compõe o Subsistema Ipitanga A são: Areia, Coruripe, Ipitanga I, Médio Ipitanga e
Ribeirão Itapuã.
No projeto de ampliação do SES Salvador, que será descrito posteriormente no item 6.2.4, estão
contemplados os Bairros da Palestina, Valéria e Cajazeiras XI na Bacia Coruripe e os bairros da
Boca da Mata, Cajazeiras XI, Cassange, Fazenda Grande I, Fazenda Grande II, Nova Esperança e
São Cristóvão na Bacia Ipitanga I.
O total de economias ativas habitadas que contribuem para o sistema principal é de 22.349, sendo
que 86,46% são do tipo residenciais, 10,20% comerciais e 3,34% industriais.
As informações de população atendida e ligações ativas por bacia estão apresentadas na Tabela
39.
As EEE geralmente são do tipo circular, com gradeamento manual, caixa de areia circular, bombas
submersíveis, medição de nível do poço e sem medição de vazão de entrada e saída.
Nenhuma das EEE conta com operador fixo, entretanto, todas são atendidas pelo menos uma vez
ao dia por equipes de dois funcionários que realizam os serviços de limpeza das grades de retenção
de sólidos e verificam a necessidade de limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de
remoção de areia é aberta uma solicitação de serviço (SS) atinente ao serviço limpeza de caixa de
areia. Os resíduos sólidos removidos das EEE são acondicionados separadamente em recipientes
instalados nas carrocerias de veículos utilitários, para que ao final de cada turno de trabalho sejam
colocados em caixas estacionárias localizadas nos canteiros de obra e em seguida serem
transportados diretamente para o aterro Metropolitano Centro. A areia removida nos desarenadores
das EEE é enviada para uma unidade de descarte e de extração do excesso de umidade, localizada
na área do UASB 6 do sistema Fazenda Grande IV, onde toda a areia proveniente das EEE é
acumulada e após drenada é transportada por caminhões caçamba para o aterro Metropolitano
Centro de Salvador.
No Subsistema Ipitanga A somente a EEE São Cristóvão foi visitada e sua estrutura pode ser
observada na Figura 173.
A EEE São Cristóvão está implantada em área pública de bastante movimento e como não possui
fechamento nem identificação, há o aumento do risco de acidentes e dificuldade na operação do
sistema.
O estado de conservação da EEE São Cristóvão é regular, sendo que o principal problema é
referente às estruturas metálicas que apresentam corrosão avançada. Não foi possível avaliar o
estado de conservação do quadro elétrico.
Todas as bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia, sendo que
as partidas das bombas de maior potência ocorrem com soft starter, sistema que possibilita a partida
gradual do motor elétrico, regulando de forma continua a tensão e o torque até atingir o valor
nominal. O soft starter reduz consideravelmente o esforço do motor e partes mecânicas,
aumentando a vida útil do conjunto motobomba.
A EEE não possui nenhum dispositivo de medição de vazão, e, portanto, os dados fornecidos tratam
apenas sobre a vazão das bombas. Por conta disso não foi possível avaliar se a capacidade
instalada está adequada à demanda recebida.
O Quadro 41 a seguir apresenta o resumo das informações da EEE São Cristóvão e no Apêndice
A serão apresentadas as fichas de campo com dados e fotos que retratam a situação desta EEE.
As bacias que compõe o Subsistema Ipitanga B são: Baixo Ipitanga, Caji, Picuaia, Baixo Joanes e
Quingoma, sendo que as bacias Baixo Joanes e Picuaia se localizam integralmente no município
de Lauro de Freitas, enquanto as demais abrangem o município de Salvador e Lauro de Freitas.
Atualmente apenas o hospital Metropolitano de Lauro de Freitas, localizado na bacia do Caji está
interligado ao SES Principal de Salvador, por meio das EEE Quinta da Glória, localizada na bacia
Areia (Subsistema Ipitanga A). As demais bacias localizadas em Lauro de Freitas são atendidas
atualmente por sistemas descentralizados, e, portanto, não serão detalhados neste PMSBI.
A população de Salvador atendida atualmente neste subsistema está localizada na bacia Baixo
Ipitanga, que tem as suas contribuições direcionadas para a EEE São Cristóvão III, que é a única
EEE existente atualmente neste subsistema. A EEE São Cristóvão III não foi visitada, entretanto as
informações fornecidas pela Embasa sã apresentada no Quadro 42:
O total de economias ativas habitadas que contribuem para o sistema principal atualmente é de
3.946, sendo que 97,57% são do tipo residenciais e 2,43% comerciais. As informações de
população atendida e economias ativas por bacia estão apresentadas na Tabela 41.
No dia 14/05/2021 foi assinada a ordem de serviço para retomada das obras de implantação do
sistema de esgotamento sanitário de Lauro de Freitas, que irá ampliar a cobertura do esgotamento
sanitário no município de 47% para 70% e realizando a interligação das bacias com o sistema de
disposição oceânica do Jaguaribe, em Salvador. A estimativa de conclusão das obras é em maio
de 2024 e o detalhamento das intervenções previstas será apresentado no item 6.2.4.4.
As bacias que compõe o Subsistema Ipitanga C são: Alto Joanes, Ipitanga II e Ipitanga III. A bacia
de Alto Joanes e Ipitanga III, além de Salvador contempla também os municípios de Lauro de Freitas
e Simões Filho, no entanto atualmente não existe nenhuma economia de esgoto habitada ativa
localizada nos municípios de Lauro de Freitas e Simões Filho nestas bacias, sendo que todas as
economias existentes se localizam no município de Salvador. Já a bacia Ipitanga II engloba os
municípios de Salvador e Simões Filho e atualmente todas as economias de esgoto habitadas ativas
também se localizam no município de Salvador, como pode ser observado na Tabela 42.
Ainda que existam 9 EEE no Subsistema Ipitanga C, nenhuma delas foi visitada, uma vez que no
levantamento de ativos fornecido pela Embasa, a localização delas constava como sendo em
Simões Filho.
Conforme detalhado anteriormente, em Salvador existem 199 CTS ativas, das quais 31 estão
localizadas no Sistema Jaguaribe, especificamente nos subsistemas Jaguaribe, Pituaçu e Ipitanga
A.
Não existe controle de vazão em nenhuma das CTS, e, portanto, não é possível avaliar qual a vazão
de contribuição que segue para o sistema de esgotamento sanitário. Além disso não são feitas
análises periódicas da qualidade da água nos locais das CTS e em razão disso não é possível saber
qual o real grau de contaminação dessas contribuições que seguem para o sistema de esgotamento
sanitário.
As CTS do Sistema Jaguaribe são operadas pelas unidades regionais (UMB e UML) da Embasa,
sendo que diariamente dois funcionários passam pelo menos uma vez em cada CTS para limpeza
das grades e avaliar se o sistema está em pleno funcionamento. Todo o resíduo gradeado é
encaminhado para o aterro sanitário.
Como pode ser observado na Figura 176, no subsistema Jaguaribe existem 25 CTS ativas. Como
não foram disponibilizadas informações sobre o porte (vazão) das CTS e considerando que as
estruturas utilizadas em todas as CTS são muito semelhantes, a equipe técnica da Embasa indicou
as principais CTS a serem visitadas na área do subsistema Jaguaribe, chegando –se a 4 das 25
CTS ativas, sendo elas:
Todas as CTS visitadas estão instaladas dentro de poços de visitas de drenagem em locais
estratégicos para evitar que o esgoto interligado às galerias de águas pluviais contribua para o
oceano e contam com gradeamento para evitar que os resíduos sólidos grosseiros contribuam para
o sistema de esgotamento sanitário.
Convém destacar que no dia da visita técnica na CTS Flamengo não havia nenhuma contribuição
de vazão, evidenciando a importância do acompanhamento nas CTS para que seja possível avaliar
sobre a desativação das mesmas.
Da Figura 177 até a Figura 180 estão retratadas as CTS visitadas no subsistema Jaguaribe.
No subsistema Pituaçu existem atualmente 5 CTS ativas, como poder observado na Figura 181.
A CTS Alto Pituaçu (Figura 182) está localizada na área da EEE Alto Pituaçu e intercepta um grande
corpo d’água (o rio Pituaçu). A vazão interceptada segue para o poço de sucção da EEE e
posteriormente contribui para o sistema de esgotamento sanitário. Entre a interligação da CTS com
a EEE existe uma comporta e um gradeamento para evitar que os resíduos sólidos do corpo d’água
impactem na operação da EEE.
Como pode ser observado na Figura 182, no dia da visita como não estava chovendo e, portanto,
toda a contribuição do corpo d’água estava sendo encaminhada para EEE. Dessa forma, a jusante
da CTS o Rio Pituaçu estava totalmente seco.
Por outro lado, tanto a CTS Cascão como a CTS Maxims interceptam galerias de águas pluviais e
estão implantadas em locais estratégicos para evitar que o esgoto interligado às galerias de águas
No dia da visita havia uma vazão considerável nas galerias de águas pluviais seguindo para a rede
de esgoto, evidenciando a existência de ligações clandestinas na drenagem de águas pluviais, uma
vez que no dia da visita não choveu e no subsistema Pituaçu toda a infraestrutura de esgoto está
implantada e operando.
Na Figura 183 e Figura 184 estão retratadas as CTS Maxims e CTS Cascão.
O subsistema Ipitanga A conta apenas com uma CTS localizada na Rua do Piau. Como se trata de
uma estrutura pequena e com pouca relevância, não foi visitada, sendo priorizada a visita a outras
CTS de maior porte nos outros subsistemas. Na Figura 185 está apresentada a localização da CTS
Rua do Piau no subsistema Ipitanga A.
A ECP do Jaguaribe começou a operar no ano de 2011 e está localizada em terreno adjacente à
Av. Jorge Amado, ao lado do Museu de Ciências e Tecnologia do Estado da Bahia no bairro Boca
do Rio. A operação da ECP e da EEE Saboeiro são de responsabilidade da BRK Ambiental. A
Parceria Público Privada entre a BRK Ambiental e Embasa teve início no ano de 2006 com o objetivo
de construção e operação da primeira fase do Sistema de Disposição Oceânica do Jaguaribe pelo
período de 15 anos.
A capacidade nominal da primeira fase da ECP é de 3,00m³/s, sendo que atualmente a ECP recebe
uma contribuição média de 1,61m³/s. Para atingir a capacidade nominal de final de plano de 5,9m³/s,
será necessário implantar mais um módulo de pré-tratamento.
A caixa de chegada recebe as contribuições da EEE Saboeiro, que posteriormente seguem para a
caixa de distribuição. As contribuições de esgotos geradas nas bacias Águas Claras, Trobogi,
Cambunas e Médio Jaguaribe serão encaminhadas para a caixa de chegada da ECP através da
linha de recalque da EEE- MJ, após a conclusão das obras que estão em andamento. Está prevista
também a contribuição através da linha de recalque da EEE Orlando Gomes que será construída
nas proximidades do Bairro da Paz.
O gradeamento para remoção de sólidos grosseiros do efluente que chega a ECP ocorre na EEE
Saboeiro, sendo assim após a caixa de distribuição o efluente segue para a etapa de desarenação,
que decorre através de duas caixas de areia de seção quadrada e capacidade de 1,5m³/s cada,
com raspadores de fundo que encaminham a areia decantada para um poço lateral de onde é
retirada através de um transportador helicoidal. De acordo com os operadores da ECP,
mensalmente são removidos aproximadamente 1 tonelada de areia e todo esse resíduo é
armazenado em caçambas e posteriormente são encaminhadas para o aterro sanitário, fornecidos
para empresas de cerâmica ou utilizada como adubo em plantio de eucalipto.
A última etapa do processo é o peneiramento, que tem como objetivo a remoção dos sólidos finos
com diâmetro de até 1,5mm. Essa etapa é composta por 5 peneiras escalares, sendo 3 em operação
e duas reservas. Os materiais peneirados são removidos através de transportadores helicoidais,
que encaminham os resíduos para um compactador de detritos. Após a compactação, os resíduos
Todos os gases gerados no processo da ECP Jaguaribe são encaminhados para o sistema de
controles de odores, que é responsável pela captação, neutralização e tratamento através de
lavagem química dos gases. Após o tratamento os gases são reconduzidos para a atmosfera limpos
e inodoros, evitando contaminação ao meio ambiente.
O efluente condicionado passa pela calha Parshall onde ocorre a medição de vazão e segue por
gravidade para o emissário terrestre, que possui extensão de 1.447m, sendo 141m em aço carbono
e 1.336m em concreto armado, ambos com diâmetro externo de 1750 mm e 1600 mm de diâmetro
interno.
Após a caixa de transição, tem início o emissário submarino implantado em PEAD com extensão
de 3.670m, diâmetro externo de 1735mm, interno de 1600mm e profundidade de aproximadamente
45 metros. O diâmetro do emissário foi projetado para a vazão de 5,9m³/s (final de plano), sendo
que atualmente os 50 difusores existentes tem capacidade de atender a vazão de 3,0m³/s (início de
plano). Para atender a vazão de final de plano será necessário abrir mais 41 difusores, totalizando
91.
De acordo com informações da equipe técnica da Embasa, o SDO Jaguaribe possui plano de
monitoramento e regularmente é feito o monitoramento para avaliar a situação das estruturas
implantadas.
O suprimento de energia elétrica das unidades componentes da ECP é fornecido através de uma
subestação e um transformador que estão localizados na EEE Saboeiro. O sistema da ECP conta
com geradores de energia, que estão localizados na área da EEE Saboeiro e também atendem a
EEE Saboeiro em caso de parada no fornecimento de energia elétrica.
A ECP conta com uma central de controle de operações (CCO), local onde está implantado o
supervisório e podem ser avaliados os seguintes parâmetros do sistema: vazão de entrada e saída,
nível das caixas de entrada, funcionamento e/ou manutenção dos equipamentos e variáveis de
bombeamento da EEE Saboeiro. Além disso a operação de todos os equipamentos mecânicos pode
ser executada de maneira remota, com possibilidade de operação local caso haja algum problema.
O croqui apresentado na Figura 186 ilustra a localização das unidades existente na ECP Jaguaribe,
sendo também possível observar a área destinada para a expansão futura da ECP.
Oficina,
arquivo e Administração
vestiário
Caixa de
chegada
Desarenação
Controle de
odores
Auditório
Área de
expansão
Almoxarifado
Peneiramento
Depósito
Da Figura 187 até a Figura 195 está retratado o sistema da ECP do Jaguaribe.
De acordo com os operadores da ECP não há problemas operacionais rotineiros, ainda assim o
problema mais frequente está relacionado aos resíduos sólidos que obstruem as grades
mecanizadas. A ECP conta com uma equipe de operadores 24 horas que são responsáveis pelas
manobras das caçambas de resíduos, manutenções preventivas e corretivas no sistema, mantendo
as estruturas em bom estado de conservação.
De acordo com a planilha do levantamento preliminar de ativos enviada pela Embasa, os sistemas
descentralizados de esgotamento sanitário do município de Salvador são responsáveis pelo
atendimento de aproximadamente 229.735 habitantes, por meio de 76 Estações de Tratamento de
Esgoto (ETE) implantadas nas bacias Águas Claras, Alto Camarajipe, Baixo Jaguaribe, Caji,
Cambunas, Cobre, Ipitanga I, Médio Ipitanga, Médio Jaguaribe, Quingoma, Ribeirão Itapuã e
Trobogi.
Os diferentes níveis de tratamento de uma ETE são denominados: preliminar, primário, secundário
e terciário. Os tratamentos preliminar e primário têm como objetivo a remoção de materiais
grosseiros, flutuantes e sedimentáveis, para que posteriormente no tratamento secundário ocorra a
degradação da matéria orgânica dissolvida e matéria orgânica em suspensão não removida no
tratamento primário. No tratamento terciário ocorre o polimento do efluente, através da remoção de
nutrientes, materiais não biodegradáveis e desinfecção final.
O tratamento secundário ocorre através de mecanismos biológicos, que podem ser do tipo aeróbio
ou anaeróbio. O tratamento aeróbio é feito na presença de oxigênio, degradando a matéria orgânica
através de processo oxidativo enquanto no caso do tratamento anaeróbio são utilizados
microrganismos que na ausência de oxigênio promovem a transformação de compostos orgânicos
complexos em produtos mais simples como metano e gás carbônico.
No Quadro 45 é possível observar que a ETE Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 1 e 2 é composta
por 6 diferentes áreas, a ETE Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 3 e 4 é composta por 2 diferentes
áreas, a ETE Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 5 é composta por 6 diferentes áreas e a ETE
Sistema Fazenda Grande IV - Lagoa 6 é composta por 3 diferentes áreas.
Como as lagoas e UASB que compõe as ETE do Sistema Fazenda Grande IV nem sempre se
localizam numa mesma área, na Figura 196 são indicadas as localizações de cada parte das ETE
que se localizam em locais separados, totalizando 89 áreas.
A maior parte dos sistemas descentralizados não conta com operador exclusivo. A operação desses
sistemas é feita através de equipes compostas por dois funcionários que passam diariamente em
todas as ETE para a limpeza do gradeamento e análise do funcionamento do sistema, sendo que
caso seja necessária alguma intervenção específica como limpeza da caixa de areia, remoção de
lodo, remoção de sobrenadante, entre outras, as equipes responsáveis são acionadas. No caso dos
sistemas descentralizados compostos por ETE que possuem sistema de tratamento que demandam
operação direta, o operador fica responsável pelos serviços de limpeza do sistema de gradeamento,
de limpeza das áreas internas, acompanhamento dos serviços de limpeza das unidades
desarenadoras, realização de manobras operacionais entre as unidades de tratamento, realização
de ensaios do índice volumétrico de lodo, que balizam a operação do sistema, sendo que quando
necessário aciona as demais equipes de apoio operacional para intervenções pontuais.
Em geral as ETE não contam com laboratórios que auxiliam na operação do sistema de tratamento,
impactando principalmente na eficiência dos sistemas de lodos ativados, que demandam mais
análises para balizar a operação. Todas as análises físico-químicas e bacteriológicas são realizadas
no Laboratório Central da Embasa, o qual possui uma programação de coleta e análise mensal, que
viabilizam os dados de monitoramento das eficiências das ETE.
Analisando o Quadro 44, observa-se que a grande maioria das ETE existentes utilizam processos
anaeróbios no tratamento, sendo que em 72% das ETE são utilizados reatores UASB e em 16%
esses reatores UASB estão combinados com o tratamento por lodos ativados. Apesar dos reatores
UASB possuírem uma operação mais simplificada, considera-se importante a existência de
laboratórios nas ETE que utilizam essa tecnologia, para que seja possível acompanhar as
alterações no esgoto afluente e efluente das ETE em tempo real, visto que podem ocorrer alterações
nas características do esgoto afluente que podem impactar diretamente na eficiência do tratamento
realizado.
Eficiência de Tratamento:
• Sólidos Sedimentáveis – frequência diária
• Sólidos Suspensos Totais (SST) – frequência semanal
• DQO total - frequência semanal
• DBO total - frequência quinzenal
• Produção de Biogás - frequência diária
• Escherichia coli - frequência quinzenal
• Ovos de helmintos - frequência quinzenal
Estabilidade Operacional
• Temperatura - frequência diária
• pH - frequência diária
• Alcalinidade - frequência semanal
• Ácidos Orgânicos voláteis - frequência semanal
• Composição do Biogás - frequência mensal
No caso das ETE que utilizam a tecnologia de lodos ativados, a presença dos laboratórios em cada
ETE é ainda mais importante, visto que a operação desse tipo de tratamento requer ajustes que
dependem de análises como a idade do lodo, etc., que só são possíveis quando são realizadas
análises diárias pelo operador do sistema.
Segundo Von Sperling (1997) os procedimentos operacionais adequados para avaliar o controle do
processo de tratamento por lodos ativados incluem o controle do oxigênio dissolvido e controle dos
sólidos (sólidos suspensos totais, relação alimento/microorganismos e idade do lodo). De acordo
com o autor, recomenda-se a realização das seguintes análises em cada etapa do tratamento:
Esgoto Bruto:
• DBO – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• DQO – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• SS – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
Efluente primário
• DBO – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• DQO – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
• SS – frequência semanal – análise da eficiência de tratamento
Reator
• Temperatura – frequência diária – análise do controle de processo
• OD – frequência diária ou contínua – análise do controle de processo
• SS – frequência diária ou contínua – análise do controle de processo
• SSV – frequência semanal – análise do controle de processo
• NO3 – frequência semanal – análise do controle de processo
• IVL – frequência diária – análise do controle de processo
Lodo de retorno
Efluente final
No Quadro 44 observa-se também, que excluindo as ETE que utilizam lodos ativados, apenas
outras 4 ETE (5% do total), utilizam processos aeróbios no tratamento (lagoas aeradas e valos de
oxidação), que também requerem um maior acompanhamento operacional, sendo desejável a
existência de laboratórios nas referidas ETE. O restante das ETE são compostas por lagoas
facultativas.
No Quadro 47, apresentado mais adiante, é possível observar que das 64 ETE visitadas, apenas a
ETE Muriçoca, que utiliza a tecnologia de Valos de Oxidação e a ETE Couto Maia que utiliza
tecnologia de lodos ativados, dispõe de uma sala para os ensaios de índice volumétrico de lodo. As
Ressalta-se que é salutar a realização de mais análises durante o mês, pois são fundamentais para
o balizamento das rotinas operacionais e para o monitoramento da eficiência das ETE do município,
e, portanto, a ausência desse tipo de análises rotineiras nas ETE de Salvador, indica uma
deficiência operacional na maioria das ETE do município.
As unidades de tanque de contato e cloração utilizadas para desinfecção final do efluente não
costumam fazer parte da concepção dos sistemas de tratamento existentes. Das 76 ETE apenas
09 (nove) possuem essas unidades. Nos dias das visitas realizadas apenas a ETE Dois de Julho e
a ETE Couto Maia estavam fazendo a desinfecção final do efluente, enquanto as ETE Moradas do
Atlântico, Recanto dos Pássaros, Sete de Abril, Verde Vida, Vila Serena e Vista do Vale possuem
essas unidades, mas estavam inoperantes.
Os resíduos gerados no gradeamento das ETE dos sistemas descentralizados são removidos
diariamente e enviados para o aterro Metropolitano Centro de Salvador. As caixas de areia são
limpas de acordo com a necessidade, através de caminhões esgota fossa e a areia removida é
enviada para a unidade de descarte localizada na área do UASB 6 do sistema Fazenda Grande IV
e posteriormente seguem para o aterro Metropolitano Centro de Salvador.
Nenhuma ETE conta com processo de desaguamento de lodo, e, portanto, todo o lodo gerado nos
sistemas de tratamento, com exceção das lagoas, é removido e encaminhado para a unidade de
descarte do Bonocô ou para alguma EEE com capacidade para receber essas contribuições. Nos
dois casos, as unidades citadas fazem parte do sistema centralizado de esgotamento sanitário de
Salvador, e, desta forma, seguem diluídos nos efluentes domésticos até a ECP, onde ocorre a
remoção de sólidos até 02 mm, para em seguida os efluentes serem direcionados para o sistema
de disposição oceânica. O lodo gerado nos processos de tratamento por meio de lagoas de
estabilização de esgoto é depositado naturalmente no fundo dessas ETE, e quando necessário há
a remoção apenas do sobrenadante que também é encaminhado para a Unidade de Descarte do
Bonocô ou para uma EEE do sistema centralizado.
O descarte Bonocô é uma unidade que recebe exclusivamente contribuições de caminhões limpa-
fossa que possuem contrato com a Embasa. O sistema é composto por caixas, onde os caminhões
despejam as contribuições coletadas, que posteriormente passam por uma caixa de areia e segue
para o sistema de esgotamento sanitário, contribuindo para ECP Rio Vermelho. O descarte Bonocô
está retratado na Figura 197 e na Figura 198.
O Quadro 47, a seguir, apresenta o resumo das informações das ETE e unidades de tratamento de
Salvador que foram visitadas e no Apêndice A serão apresentadas as fichas de campo com dados
e fotos que retratam a situação de todas as ETE e sistemas de tratamentos visitadas.
Além da sua parte continental, o município de Salvador também é composto por 3 ilhas: a Ilha dos
Frades, a Ilha de Bom Jesus dos Passos e a Ilha de Maré, conforme detalhado anteriormente no
produto E1A. Na Ilha dos Frades e na Ilha de Bom Jesus dos Passos já existem atualmente sistemas
de esgotamento sanitário (SES) coletivos operados pela Embasa, enquanto na Ilha de Maré
nenhuma localidade possui SES.
A seguir serão descritos os SES da Embasa existentes na Ilha dos Frades e na Ilha de Bom Jesus
dos Passos, a partir dos dados enviados pela Embasa e a partir das informações coletadas em
campo durante as visitas técnicas realizadas no dia 14/12/2020 em conjunto com a equipe da
Embasa. Conforme detalhado no item 4.4.3, a operação dos SES da Embasa na Ilha dos Frades e
na Ilha de Bom Jesus dos Passos é de responsabilidade da UMS (Unidade Regional de Candeias),
por meio do Escritório Local (EL) de Madre de Deus.
A Ilha de Maré atualmente não possui sistema de esgotamento sanitário, e, portanto, todo o efluente
gerado é encaminhado para sistemas individuais (fossas) ou galerias de águas pluviais. A situação
identificada na Ilha de Maré também será descrita a seguir.
Conforme detalhado no Produto E1A deste PMSB, a Ilha dos Frades possui apenas as localidades
de Ponta de Nossa Senhora, Costa e Paramana. As três localidades são atendidas atualmente por
dois sistemas de esgotamento sanitário (SES) da Embasa: o SES Ponta de Nossa Senhora e o
SES Paramana, que atende também a localidade da Costa. São dois sistemas de esgotamento
sanitário independentes, compostos por redes coletoras, EEE, linhas de recalque, ETE e emissários
operados também pela Embasa.
Na Ilha dos Frades existe também a praia de Loreto, onde fica a Capela de Nossa Senhora do
Loreto e o Centro de Memória da Ilha dos Frades, sendo um importante destino turístico na ilha dos
Frades. A Capela de Nossa Senhora do Loreto é utilizada também para a realização de eventos,
como casamentos, batizados e etc. Esta localidade não possui população residente, havendo
apenas ocupação esporádica em função dos visitantes.
Nos itens a seguir serão descritos os dois SES que atendem a Ilha dos Frades.
O SES da localidade Ponta de Nossa Senhora foi implantado em 2013 e de acordo com o cadastro
comercial georreferenciado da Embasa recebe contribuição de aproximadamente 53 habitantes,
Entretanto, de acordo com informações fornecidas pela Embasa através da Nota Técnica nº
001/2022, emitida em 20/01/2022, em Ponta de Nossa Senhora existem atualmente 58 ligações
ativas, 03 ligações factíveis e 02 ligações potenciais de esgoto. Assim sendo, considerando que no
caso da localidade de Ponta de Nossa Senhora, provavelmente o número de ligações é igual ao
número de economias, o índice de atendimento com esgoto (IAE) atualmente é de 92,06% e o
índice de cobertura com esgoto (ICE) é de 96,83%.
De acordo com a Embasa o processo de solicitação da licença de operação (LO) do SES Ponta de
Nossa Senhora (processo nº 2017.001.004162/INEMA/LIC-04162) está em fase de análise pelo
Inema, e, portanto, não existe ainda uma LO válida para esse sistema.
De acordo com a Embasa, os consertos e reparos são feitos a partir das solicitações de serviço
realizadas pela equipe técnica e por meio dos canais de atendimento do consumidor
disponibilizados pela Embasa. No geral as redes coletoras apresentam problemas de obstrução por
conta do lançamento de gordura no sistema, entretanto, esse problema foi minimizado com a
obrigatoriedade de implantação de caixas de gordura nos estabelecimentos comerciais.
A EEE possui vazão nominal de 5,50L/s e é do tipo circular, com gradeamento manual, caixa de
areia circular, bombas submersíveis e não possui medição de vazão. Apesar de contar com gerador
de energia, no dia da visita técnica o mesmo estava inoperante, por conta de problemas de ferrugem
no tanque de combustível. Por conta disso, em caso de interrupção no fornecimento de energia
elétrica os esgotos extravasam para o corpo d’água Canto do João Paulo.
A EEE não possui operador fixo, sendo que pelo menos uma vez ao dia uma equipe de dois
funcionários passa na EEE para limpeza das grades e avaliar a necessidade de limpeza da caixa
de areia, caso haja necessidade de remoção de areia o esgota fossa é acionado. O esgota fossa é
do tipo móvel e atende tanto a Ponta de Nossa Senhora como também Paramana, para o seu
deslocamento é utilizado um trator.
A EEE está implantada em área privada, cercada e com identificação, dificultado o acesso de
pessoas não autorizadas no local. O estado de conservação da EEE é regular, a corrosão avançada
das estruturas metálicas por conta da maresia e gases gerados no interior da EEE são os maiores
problemas da unidade.
As bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia e caso esse sistema
apresente problemas as bombas podem ser acionadas manualmente no painel elétrico. O painel
elétrico é novo e está em bom estado de conservação.
Não há nenhum dispositivo de medição de vazão na EEE, e, portanto, os dados fornecidos tratam
apenas sobre a vazão das bombas. Por conta disso não foi possível avaliar se a capacidade
instalada está adequada à demanda recebida.
O tratamento dos efluentes gerados no sistema de esgotamento sanitário é realizado na ETE Ponta
de Nossa Senhora, localizada na Rua das Mangueiras S/N. A vazão nominal da ETE é de 6,66L/s,
sendo que atualmente a vazão operada é de 0,80L/s (12% da capacidade nominal). O tratamento
é composto por tanque de aeração, decantador e dois leitos de secagem, com lançamento no Rio
Canto do São Paulo.
No dia da visita apenas um dos aeradores estava em operação e o outro estava quebrado e
aguardando manutenção. Além disso a caixa que recebe o clarificado do decantador estava
obstruída e como não há inspeção o operador não consegue dar manutenção.
Ressalta-se que operar com apenas um aerador pode acarretar diminuição de eficiência no
tratamento, uma vez que ocorre a redução da oxigenação e consequentemente redução na
oxidação da matéria orgânica.
A parte elétrica é composta por um painel elétrico que possui situação regular, onde ocorre o
acionamento dos aeradores. O gerador de energia da EEE também é responsável por suprir a ETE
em caso de interrupção no fornecimento de energia elétrica.
‘
Fonte: CSB Consórcio, 2020.
O Quadro 48 apresenta a síntese das informações referentes a ETE de Ponta de Nossa Senhora.
A Tabela 45 apresenta o resumo das receitas e despesas no SES da Ilha dos Frades. Como o SES
de Paramana só entrou em operação no ano de 2020 e não houve diferença representativa nas
receitas de 2019 para 2020, entendemos que os valores apresentados dizem respeito somente a
Localidade de Ponta de Nossa Senhora.
Portando, na etapa de proposições deste PMSBI será importante prever ações que proporcionem
uma melhor operação do SES de Ponta de Nossa Senhora por parte do prestador de serviços.
No apêndice A serão apresentadas as fichas de campo com dados e fotos da EEE e ETE do SES
Ponta de Nossa Senhora.
A localidade de Paramana conta com sistema de esgotamento sanitário implantado pela Embasa
recentemente, no ano de 2020. Entretanto, no dia da visita técnica realizada em dezembro de 2020,
verificou-se que ainda havia esgoto a céu aberto em diversos pontos da localidade, nos locais onde
ainda não tinha sido feita a interligação das casas ao SES implantado pela Embasa, ou onde ainda
não há rede coletora implantada. Além disso, foi relatado na visita que antes da implantação do
SES a população tinha o costume de lançar apenas as água negras (esgoto do vaso sanitário) nas
fossas existentes, enquanto as águas cinzas eram lançadas em “valas de drenagem” implantadas
pela prefeitura e que mesmo após a implantação do SES parte das casas continuam com essa
prática, como pode ser observado na Figura 222 até a Figura 225.
Entretanto, de acordo com informações fornecidas pela Embasa através da Nota Técnica nº
001/2022, emitida em 20/01/2022, em Paramana existem atualmente 238 ligações ativas, 304
ligações factíveis e 63 ligações potenciais de esgoto. Assim sendo, considerando que no caso da
localidade de Paramana, provavelmente o número de ligações é igual ao número de economias, o
índice de atendimento com esgoto (IAE) atualmente é de 39,34% e o índice de cobertura com
esgoto (ICE) é de 89,59%.
De acordo com a Embasa, a licença de operação (LO) do SES Paramana foi concedida através da
Portaria Inema 24.236/21, com validade até 30/09/2029.
A Figura 226 apresenta o croqui do SES Paramana e a Figura 227 apresenta a localização das
unidades existentes no sistema.
As EEE são do tipo circular, com gradeamento manual, caixa de areia circular, bombas
submersíveis e não possuem medição de vazão. As EEE contam com geradores de energia,
entretanto, no dia da visita técnica realizada os mesmos estavam inoperantes por problemas de
Nenhuma das EEE contam com operador fixo, sendo que pelo menos uma vez ao dia uma equipe
de dois funcionários passa em todas as EEE para limpeza das grades e avaliam a necessidade de
limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de remoção de areia o esgota fossa é
acionado. O esgota fossa é do tipo móvel e atende tanto a Paramana como Ponta de Nossa Senhora
e para o seu deslocamento é utilizado um trator.
As estruturas das EEE do SES Paramana estão apresentadas da Figura 228 até a Figura 231.
O sistema de esgotamento foi concluído e entrou em operação no ano de 2020 e apesar dos
problemas com os geradores de energias, as demais unidades estão em bom estado de
conservação. Não foram relatados problemas de operação relacionado às EEE.
As bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo boia e caso esse sistema
apresente problemas as bombas podem ser acionadas manualmente no painel elétrico. Os painéis
elétricos são todos novos e estão em bom estado de conservação. As EEE não possuem nenhum
dispositivo de medição de vazão, por conta disso não foi possível avaliar se a capacidade instalada
está adequada à demanda recebida.
A ETE está cercada e identificada e como a obra foi entregue em 2020 o sistema é novo e está em
bom estado de conservação. Entretanto, no dia da visita técnica verificou-se que um dos tanques
de fibra onde estava implantado o UASB se rompeu e por conta disso a ETE não estava operando.
Na ocasião o efluente bruto estava sendo lançado sem tratamento na Baía de Todos os Santos.
Após a realização da visita, foi informado pela Embasa que após a realização de estudos pela
equipe técnica da empresa a operação da ETE foi retomada com funcionamento de apenas um
UASB, situação que de acordo com as informações fornecidas não impacta na eficiência do sistema,
uma vez que as bacias do SES Paramana ainda estão em adensamento e a operação com dois
UASB foi prevista para final de plano. O sistema irá operar dessa forma até a implantação da bacia
Loreto, quando está prevista a recuperação dessa unidade. A praia de Loreto se localiza no norte
da Ilha dos Frades e nesta localidade não existe população residente, havendo apenas ocupação
esporádica em função dos visitantes.
O sistema elétrico é composto por um painel elétrico novo, onde ocorre o acionamento dos
equipamentos mecânicos e pelo gerador de energia que entra em operação em caso de interrupção
A situação da ETE está retratada da Figura 232 até a Figura 242 e no Apêndice A serão
apresentadas as fichas de campo com dados e fotos das EEE e ETE de Paramana.
O sistema de esgotamento sanitário da Ilha de Bom Jesus dos Passos foi implantado em 2011 e
recebe contribuição de aproximadamente 822 habitantes, que corresponde a 37,83% da população
da Ilha. O total de economias habitadas ativas de esgoto é de 265, todas do tipo residencial.
Entretanto, de acordo com informações fornecidas pela Embasa através da Nota Técnica nº
001/2022, emitida em 20/01/2022, em Bom Jesus dos Passos existem atualmente 396 ligações
ativas, 21 ligações factíveis e 746 ligações potenciais de esgoto. Assim sendo, considerando que
no caso da localidade de Bom Jesus dos Passos, provavelmente o número de ligações é igual ao
número de economias, o índice de atendimento com esgoto (IAE) atualmente é de 34,05% e o
índice de cobertura com esgoto (ICE) é de 35,86%.
Ambos os valores calculados tanto com base no cadastro georreferenciado quanto na NT 001-22
são bem próximos, entretanto, observa-se uma grande defasagem entre o cadastro comercial
georreferenciado fornecido em jul/2021 e as informações fornecidas em dez/2021, visto que há uma
diferença de 462 domicílios cadastrados. Como não foi fornecido um novo shape relativo a
dezembro/2021, não é possível concluir se a defasagem persiste ou se foi realizada uma
atualização.
Como pode ser observado na Figura 245, o SES de Bom Jesus dos Passos foi projetado com 5
bacias de esgotamento sanitário (Bacias, A, B, C, D e), entretanto, até o momento só foram
implantadas as bacias B, C, D e, sendo necessária a implantação da Bacia A, para o atendimento
de toda a ilha com o sistema de esgotamento sanitário.
No dia da visita técnica realizada em dezembro/2020 foi possível observar que em diversos locais
da ilha ainda há contribuições de esgoto no sistema de drenagem de águas pluviais, mesmo em
áreas atendidas com rede coletora de esgoto, como pode ser observado na Figura 243. De acordo
Figura 243 – Contribuição de esgoto no sistema de drenagem na Ilha de Bom Jesus dos
Passos
Portanto, para a melhoria das condições atuais relativas ao esgotamento sanitário na Ilha de Bom
Jesus dos Passos não é suficiente apenas a implantação das infraestruturas de coleta e transporte
de esgoto na bacia A, sendo fundamental também, a revisão das ligações intradomiciliares de
esgoto nos locais onde as águas cinzas geradas nos domicílios não estão sendo direcionadas para
o sistema de esgotamento sanitário da Embasa.
De acordo com a portaria Inema n° 6600, publicada no D.O.E dos dias 21 e 22 de dezembro de
2013, o SES de Bom Jesus dos Passos possui licença de operação (LO) válida até o dia 22/12/2021
e de acordo com a Embasa o processo de renovação da LO (processo nº
2021.001.008168/INEMA/LIC-08168) foi solicitado dentro do prazo estabelecido na legislação, e,
portanto, a LO se manterá válida até a manifestação definitiva do Inema.
A infraestrutura do sistema de esgotamento sanitário de Bom Jesus dos Passos é composta por
2,44km de redes coletoras e coletores troncos, quatro EEE e linhas de recalque, uma ETE e 200 m
de emissário terrestre e submarino. As redes coletoras e emissário foram implantadas em 2011 com
diâmetro de 150mm.
Figura 244 – Localização das unidades de esgotamento em Bom Jesus dos Passos
As EEE são do tipo circular, com gradeamento manual, caixa de areia circular, bombas
submersíveis e não possuem medição de vazão. Apesar de todas as EEE contarem com geradores
de energia, os mesmos estão inoperantes. De acordo com as informações fornecidas pela Embasa
durante a visita, os geradores das EEE não são utilizados, pois a ETE não possui gerador de
energia, e, portanto, em caso de interrupção no fornecimento de energia elétrica, se as EEE
continuassem funcionando por meio de gerador, haveria extravasamento na ETE, que também
possui uma EEE. Desta forma, quando há interrupção no fornecimento de energia elétrica os
esgotos extravasam para o oceano, por meio dos extravasores existentes em cada uma das EEE.
Nenhuma das EEE conta com operador fixo, sendo que pelo menos uma vez ao dia uma equipe de
dois funcionários passa em todas as EEE para limpeza das grades e avaliam a necessidade de
limpeza das caixas de areia. Caso haja necessidade de remoção de areia o esgota fossa é
acionado. Os resíduos do gradeamento e caixa de areia são encaminhados para o leito de secagem
da ETE Bom Jesus dos Passos, onde estão armazenados desde o início da operação do sistema.
A nomenclatura e vazão nominal das EEE e linhas de recalque estão apresentadas na Tabela 48 e
na Tabela 49, respectivamente.
Com exceção da EEE 3 que está localizada em uma praça pública, as demais estão implantadas
em áreas particulares com fechamento e sem identificação. A locação da EEE 3 permite livre
circulação de pessoas, podendo acarretar acidentes.
A situação das EEE é bastante precária, exceto na EEE 5 que está mais bem conservada e não
apresentou problemas operacionais. No dia da visita as EEE 3 e 4 não estavam operando de
maneira satisfatória, ambas estavam extravasando e de acordo com o operador o problema estava
nas chaves de nível tipo boia. A EEE 2 também estava com problemas operacionais, pois conforme
relatado pelo operador, as bombas não têm capacidade de recalcar a vazão que está contribuindo
para a EEE. De acordo com o operador, essa situação já perdura há 2 anos e por conta disso não
é possível fazer a limpeza do gradeamento e caixa de areia. Além disso, foi relatado que a
extravasão de esgoto na Baía de Todos os Santos é rotineira.
Em operação normal as bombas são acionadas automaticamente através de chave de nível tipo
boia. Caso esse sistema apresente problemas as bombas podem ser acionadas manualmente no
painel elétrico. Todos os painéis elétricos das EEE estão em bom estado de conservação.
As EEE não possuem nenhum dispositivo de medição de vazão, e, portanto, os dados fornecidos
tratam apenas sobre a vazão das bombas. Por conta disso não foi possível avaliar se a capacidade
instalada está adequada à demanda recebida.
O tratamento é composto por gradeamento manual, caixa de areia de fluxo horizontal, EEE, dois
UASB, dois filtros aerados, dois filtros, cloração e leito de secagem. A ETE está cercada, entretanto
não possui identificação. Sua situação é regular, apresentando pontos de infiltração nas estruturas
e início de corrosão nos equipamentos mecânicos e elementos metálicos. Não foram relatados
problemas operacionais na ETE.
O sistema elétrico é composto por um painel elétrico em bom estado, onde ocorre o acionamento
dos equipamentos mecânicos. O acionamento das bombas da EEE é automático e ocorre através
de chave de nível tipo boia.
O Quadro 50 apresenta a síntese das informações referentes a ETE de Bom Jesus dos Passos.
Tabela 50 – Resumo das receitas x despesas no SES Bom Jesus dos Passos.
Soma de receita de Soma de gasto total com Receitas /
Ano
esgoto (R$) esgotamento (R$) Despesas (%)
2016 86.865,27 101.326,86 85,7%
2017 131.646,80 107.363,50 122,6%
2018 105.064,64 138.989,07 75,6%
2019 119.803,31 356.966,56 33,6%
2020 134.959,16 803.265,98 16,8%
Fonte: Embasa, 2022.
Como pode ser observado, no período de 2016 a 2020 o SES Bom Jesus dos Passos apresentou
resultado deficitário em quase todos os anos, com exceção para o ano de 2017, quando as receitas
superaram as despesas. Em 2018 as receitas obtidas com esse sistema representaram apenas
entre 75,6% das despesas realizadas, sendo que esse percentual foi reduzindo ano a ano,
chegando a apenas 16,8% em 2020, evidenciando um sistema extremamente deficitário. Apesar do
alto valor das despesas realizadas nesse sistema observa-se que o sistema de esgotamento
sanitário de Bom Jesus dos Passos ainda demanda maiores investimentos para atingir uma
operação e equipamentos adequados.
Portando, na etapa de proposições deste PMSBI será importante prever ações que proporcionem
uma melhor operação do SES de Bom Jesus dos Passos por parte do prestador de serviços.
No apêndice A serão apresentadas as fichas de campo com dados e fotos da EEE e ETE do SES
Bom Jesus dos Passos.
A Ilha de Maré possui 13 localidades, conforme pode ser observado na Figura 256, que apresenta
o mapa das localidades da Ilha de Maré, conforme já detalhado anteriormente no Produto E1A. No
Nas visitas realizadas no dia 15/12/2020 foram visitadas todas as localidades, exceto as localidades
do Martelo, Oratório e Caquende. Nenhuma das localidades da Ilha de Maré possui sistema de
esgotamento sanitário da Embasa, e, portanto, as contribuições de esgoto são encaminhadas para
a drenagem de águas pluviais, ou para fossas rudimentares.
No que tange ao esgotamento sanitário, a situação nas localidades é bastante precária. Na visita
foi identificado esgoto correndo a céu aberto sob as casas e contribuindo sem nenhum tratamento
para corpos d’água que desembocam na Baía de Todos os Santos. As denominadas fossas, na
verdade funcionam como sumidouros e tem como objetivo a infiltração do efluente no solo e por
conta disso há grande probabilidade de o solo estar contaminado.
Como as localidades da Ilha de Maré não contam com caminhão esgota fossa, uma alternativa
comumente adotada para aumentar a vida útil das fossas é de lançar as águas cinzas (contribuições
geradas nas pias, chuveiro, taque e máquina de lavar) no sistema de drenagem de água pluvial e
apenas as águas negras (esgoto dos vasos sanitários) são interligadas às fossas.
A situação atual das localidades está retratada da Figura 257 a Figura 264.
• Sistema convencional (redes coletoras, EEE, linhas de recalque, ETE e disposição final) para
atendimento de 100% da Ilha de Maré;
• Sistema convencional combinado com soluções individuais (fossas e sumidouros) para atendimento
das populações residentes em trechos críticos onde há dificuldade de implantar o sistema
convencional;
• Disposição final através de: lançamento no mar, lançamento nos manguezais e lançamento no lençol
subterrâneo através de irrigação (reuso).
Após avaliar as alternativas, a empresa contratada para elaboração do projeto do SES de Ilha de
Maré considerou como solução mais viável o atendimento de toda a ilha através de sistema
convencional com disposição no mar. A concepção prevista contempla a implantação de redes
coletoras, 18 EEE e linhas de recalque e uma ETE, que fará o tratamento do esgoto coletado, que
depois de tratado será lançado no oceano por meio de emissário terrestre e subaquático. No item
6.2.4.5 será apresentado o detalhamento do escopo do referido projeto.
Considerando a realidade dos sistemas de esgotamento implantados a mais tempo nas Ilhas de
Ponta de Nossa Senhora e Bom Jesus dos Passos, a concepção proposta é preocupante,
principalmente do ponto de vista operacional, uma vez que nas visitas de campo foram constatados
diversos problemas operacionais nos SES de Ponta de Nossa Senhora e Bom Jesus dos Passos,
que apresentam menor complexidade operacional e possuem menos estruturas do que o proposto
para Ilha de Maré.
Diante disso, entendemos que deveriam ter sido estudadas soluções que se adequem mais à
realidade da Ilha de Maré, levando em consideração a contribuição e conhecimento dos moradores,
bem como considerando novas tecnologias de esgotamento sanitário, soluções descentralizadas e
A licença de implantação do SES Ilha de Maré está vencida desde o dia 01/07/2018, e, portanto,
deverá ser solicitada uma nova licença de implantação antes de se iniciar as obras do SES.
Nesse capítulo estão descritos de maneira resumida os projetos e obras em andamento, que visam
a ampliação e adequação do SES de Salvador, conforme já mencionado nos itens anteriores.
No ano de 2010 foram iniciadas as obras de implantação das bacias Águas Claras, Trobogi e
Cambunas do Subsistema Jaguaribe, que foram financiadas com recursos do FGTS/Ministério das
Cidades. Para atendimento dessas bacias, de acordo com o PEMAPES (2009), estavam previstas
as seguintes estruturas:
No entanto essas obras não foram concluídas na época e apenas parte das redes condominiais e
convencionais foram implantadas, com uma considerável redução em sua extensão, por conta de
trechos críticos identificados no decorrer da obra. Na época as obras foram interrompidas sem a
execução da infraestrutura de esgotamento que permitiria a interligação com o sistema principal, e,
portanto, essas bacias atualmente ainda são atendidas por meio de sistemas descentralizados,
conforme já abordado no item 6.2.2.
Atualmente está em andamento a 1° Etapa das obras do SES Trobogi, contemplando as bacias
Trobogi e Cambunas. Essa obra ampliará o atendimento com esgotamento sanitário nos bairros de
Trobogi, Canabrava, São Marcos, Vila Canária, Sete de Abril e parte de Castelo Branco. O efluente
gerado nesses bairros será encaminhado para a ECP Jaguaribe após a conclusão das obras.
Essa obra encontra-se com 33% de avanço físico, com previsão de conclusão em dezembro de
2022. As estruturas previstas, bem como o percentual de execução das obras estão apresentadas
no Quadro 52.
A 2° Etapa das obras engloba a bacia de Águas Claras, sendo que os projetos foram requalificados
e a Embasa pretende licitar a execução das obras no segundo semestre de 2021.
Na Figura 265 e na Figura 266 estão apresentadas imagens das obras que estão em andamento,
obtidas em visita técnica realizada em dezembro de 2020 e da Figura 267 até a Figura 269 estão
retratadas as intervenções previstas e já executadas nas obras das bacias de Águas Claras, Trobogi
e Cambunas..
Figura 265 – Trecho do interceptor sendo executado por método não destrutivo (MND)
A B
A Tabela 51 apresenta o resumo das intervenções previstas para a ampliação do SES Salvador nas
bacias que compreendidas no subsistema Ipitanga A.
Tabela 51 – Resumo das intervenções previstas para ampliação do SES Salvador nas
bacias compreendidas no subsistema Ipitanga A.
Extensão de Extensão de
Quantidade Quantidade Extensão de
Bacia rede coletora linha de recalque
de ligações de EEE interceptores (m)
(m) (m)
Coruripe 50.576 5.228 5 3.424 3.200
Ipitanga I 32.387 2.026 5 3.350 961
Médio Ipitanga 30.818 1.895 5 3.759 4.205
Ribeirão Itapuã 3.003 1.284 0 0 6.302
Fonte: Projeto básico de ampliação do SES de Salvador, 2019.
Tabela 52 – Resumo das intervenções previstas para ampliação do SES Salvador nas
bacias compreendidas no subsistema Médio Jaguaribe
Extensão de Extensão de Extensão de
Quantidade Quantidade
Bacia rede coletora linha de interceptores
de ligações de EEE
(m) recalque (m) (m)
Médio Jaguaribe 827 78 3 550 2115
Fonte: Projeto básico de ampliação do SES de Salvador, 2019.
Os fluxogramas da concepção dos sistemas previstos para a ampliação do SES Salvador estão
apresentados na Figura 270 e Figura 271.
No dia 14/05/2021 foi assinada a ordem de serviço para a retomada das obras de implantação do
sistema de esgotamento sanitário de Lauro de Freitas, ampliando a cobertura do esgotamento
sanitário de 47% para 70%. Após a execução destas obras, todo o esgoto coletado em Lauro de
Freitas será direcionado para o sistema de disposição oceânica do Jaguaribe, em Salvador.
Portanto, observa-se que apenas as bacias Quingoma e Alto Joanes não tem ainda previsão de
interligação ao SES Salvador.
Atualmente está em elaboração o projeto do SES de Ilha de Maré, que contempla o atendimento
em final de plano (2053) de 12.542 habitantes. A concepção do projeto prevê o atendimento de
todas as comunidades da Ilha de Maré através da implantação de 25.683m de redes coletoras de
esgoto, com diâmetros que variam de 150 a 250mm em PVC,18 EEE, 9.5325m de linhas de
recalque com diâmetros que variam de 75 a 200mm em PVC, uma ETE, emissário terrestre com
234m e emissário subaquático com 1.220m, ambos em PEAD com diâmetro externo de 225mm.
De acordo com as últimas informações fornecidas pela Embasa, o projeto do SES de Ilha de Maré
já foi concluído e atualmente a Embasa está em fase de assegurar os recursos para a execução
das obras, havendo uma perspectiva de iniciar essa obra em 2022, no máximo em 2023.
O Quadro 53 apresenta a localização das EEE e ETE de acordo com o projeto do sistema de
esgotamento de Ilha de Maré e a Figura 273 e a Figura 274 apresentam a concepção do sistema
proposto.
ETE
SANITÁRIO
De acordo com as informações fornecidas pela Embasa, existem rotinas operacionais preventivas
de lavagem de interceptores e redes coletoras de esgoto, a fim de proporcionar melhor fluidez
dentro dos condutos. Esses serviços são realizados por meio de contratos de manutenção que
utilizam equipes especializadas e equipamentos pesados de hidrojateamento e sucção. Essas
rotinas são intensificadas durante os períodos que precedem o verão. Os consertos e reparos são
feitos a partir das solicitações de serviço realizadas pela equipe técnica e por meio dos canais de
atendimento do consumidor disponibilizados pela Embasa. No geral os reparos são para retirada
de areia e desobstrução das redes que acarretam extravasamentos de esgotos.
De acordo com a 1° versão do PMSB de Salvador, entre os anos de 1995 e 2002, quando o
Programa Bahia Azul foi implantado, deparou-se com diversos problemas relacionados à falta de
infraestrutura urbana e ocupação desordenada, que inviabilizaram a implantação de parte do
sistema de esgotamento sanitário, principalmente nas regiões periféricas do município de Salvador.
Os trechos críticos são caracterizados por áreas muito adensadas, sistema viário inadequado, com
sistema de drenagem e coleta de esgoto ineficiente ou inexistente, topografia acidentada e
urbanização insuficiente. No período das obras do Bahia Azul foram identificados 35 trechos críticos
situados em 13 bacias de esgotamento sanitário de salvador, conforme apresentado na Figura 275.
Não foram fornecidas informações atualizadas pela Embasa acerca da situação atual de todos os
trechos críticos existentes atualmente e diante disso não foi possível caracterizar e quantificar todas
as regiões onde ocorre essa situação.
Em 2006 foi elaborado pela Embasa, em conjunto com o Governo do Estado, o Relatório dos
Trechos Críticos, onde foram mapeados os trechos críticos existentes à época. Segundo informado
pela Embasa, ao longo dos anos que sucederam a elaboração do Relatório de Trechos Críticos
diversos outros trechos foram sendo identificados, em função do crescimento desordenado da
cidade. Entretanto, não existe ainda um mapeamento de todos esses locais, que está sendo
elaborado pela Embasa.
“Um conjunto constituído de, no mínimo, 51 (cinquenta e uma) unidades habitacionais (barracos,
casas...) carentes, em sua maioria de serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado,
até período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular) e estando dispostas, em
geral, de forma desordenada e densa.
A identificação dos Aglomerados Subnormais deve ser feita com base nos seguintes critérios:
b) Possuírem pelo menos uma das seguintes características: urbanização fora dos padrões vigentes
- refletido por vias de circulação estreitas e de alinhamento irregular, lotes de tamanhos e formas
desiguais e construções não regularizadas por órgãos públicos; e precariedade de serviços públicos
essenciais” (IBGE, 2010)
Portanto, fica evidente a complexidade das soluções a serem desenvolvidas para a implantação
das infraestruturas de esgotamento sanitário nas regiões mais vulneráveis do município, que de
acordo com o IBGE (2019) representam quase a metade dos domicílios existentes no município de
Salvador.
Como a existência dos trechos críticos é um problema crescente, de difícil solução e que demanda
uma atuação conjunta entre setores da Prefeitura Municipal e do Governo do Estado, é importante
que seja feito o mapeamento dessas regiões, visando mensurar a abrangência do problema e
posteriormente buscar soluções para viabilizar o acesso ao esgotamento sanitário para toda a
população de Salvador.
Buscando melhorar o entendimento sobre os trechos críticos, no Relatório dos Trechos Críticos
(junho de 2006), foram criadas três tipologias para caracterizar essas regiões com base nas
dimensões e intensidades das problemáticas existentes, conforme detalhado a seguir.
Localidades onde o entorno de lagos e diques são ocupados, geralmente por ocupações
residenciais, onde no decorrer do tempo essas ocupações vão se expandindo até ocupar a área
destinada ao amortecimento de águas pluviais, conforme representado na Figura 276. Devido a
Essa tipologia ocorre em regiões onde as residências são implantadas de maneira indevida,
ocupando a margem dos cursos d’água e desrespeitando os distanciamentos mínimos exigidos,
conforme apresentado pela Figura 277, que retrata uma situação encontrada na visita de campo
em Ilha de Maré.
Para viabilizar a implantação do sistema de esgotamento sanitário em situações como essa será
necessária a desapropriação, movimentação de terra, pavimentação e em alguns casos
canalização dos cursos d’água.
A situação nessas regiões é análoga à Tipologia 2, diferenciada apenas por se tratar de um curso
d’água canalizado (Figura 278), não havendo espaço para implantar coletores de esgoto. Para
viabilizar a implantação de esgotamento sanitário nessa situação deverão ser tomadas as mesmas
medidas apresentadas para a Tipologia 02.
A única caracterização fornecida referente aos trechos críticos mapeados e sem solução foi
apresentada no Relatório de Trechos Críticos (2006), elaborado pela Embasa. Essa caracterização
está sintetizada por bacia de esgotamento sanitário no Quadro 54.
Os trechos críticos mapeados que ainda não foram solucionados se localizam em 8 Prefeituras
Bairro: PB Barra/Pituba, PB Cabula/Tancredo Neves, PB Centro/Brotas, PB Cidade Baixa, PB
Itapuã, PB Liberdade/São Caetano, PB Pau da Lima e PB Subúrbio/Ilhas. A localização de cada um
desses trechos críticos pode ser observada nos mapas da Figura 279 até a Figura 286.
Na área da PB Centro/Brotas estão localizados 03 trechos críticos que pertencem às bacias Tripas
e Baixo Camarajipe. As ZEIS impactadas por esses trechos críticos são a 18 (Polêmica) e 41
(Avenida Flora), o trecho crítico TP-07 não está localizado na área de nenhuma ZEIS.
Os trechos críticos da bacia Mangabeira e Baixo Pituaçu estão localizados na área de influência da
PB Itapuã, abrangendo as ZEIS 101 (Parque São Cristóvão), 148 (Barreiro), 149 (São Francisco) e
210 (Cassange I).
O trecho crítico Vale das Pedrinhas pertence a bacia de esgotamento Baixo Camarajipe, está
localizado na PB Barra/Pituba e abrange uma grande faixa na ZEIS 14 (Nordeste de Amaralina).
Cabe salientar que a trecho crítico Saramandaia não consta no Relatório dos Trechos Críticos de
2006, tendo sido mapeado posteriormente pela Embasa.
Conforme o Termo de Referência (TR) da licitação, o contrato terá como objetivo elaborar estudos
e projetos que subsidiem as obras para requalificação dessas áreas de trechos críticos, permitindo
a implantação do sistema de esgotamento sanitário nesses locais.
De acordo com o referido TR, a sub–bacia Alto Pituaçu abrange os bairros de Pau da Lima, São
Marcos, Pirajá, Recanto das Ilhas, Colinas de Pituaçu, Bosque Imperial, Sussuarana, Nova
Sussuarana, Arenoso, Tancredo Neves e do Conjunto Arvoredo, com uma população estimada em
100.000 habitantes. A região é composta de aspectos socioambientais característicos, tais como a
ocupação dos fundos de vales e das encostas sendo frequentes os casos de deslizamentos de terra
e de alagamentos. A maioria destas ocupações é de habitações populares de aspectos precários,
na maioria com mais de um pavimento e com acesso por meio de escadarias construídas pela
população ou pelo poder público. Esta ocupação urbana da área se deu de forma espontânea e
desordenada criando grandes dificuldades para a implantação da infraestrutura, por se tratar de
assentamentos precários, sendo as exceções os bairros Colinas de Pituaçu, Recanto das Ilhas,
Conjunto Arvoredo e Bosque Imperial cuja população residente é de classe média, constituindo os
únicos assentamentos regulares e urbanizados da Sub – Bacia, contando com infraestrutura urbana
formal.
Para a referida contratação, os trechos críticos da sub bacia Alto Pituaçu foram divididos em três
poligonais, conforme apresentado na Tabela 53 e na Figura 287.
Fonte: Edital Concorrência Pública Sub-Bacia Alto Pituaçu (CP N°02/2020), 2020.
• POLIGONAL 1
Este trecho é composto por margens de diques e de canais naturais, áreas de risco, abrangendo
região no Bairro de Pau da Lima e envolve 12.574 habitantes. A poligonal tem como principal
característica a ocupação desordenada por imóveis residenciais de encostas e do fundo do vale,
sem qualquer tipo de infraestrutura de micro ou macrodrenagem. Em algumas travessas, nos
trechos com maior declividade, a população improvisou uma proteção em concreto e em outras
foram construídas escadarias drenantes, cujo estado de conservação é bastante precário.
A região é drenada por dois córregos principais ainda em estado natural e em pleno processo de
ocupação de suas margens. Em determinados trechos desses córregos não existe espaço para a
implantação de redes coletoras de esgotos e os efluentes das instalações prediais dos imóveis, bem
como de alguns ramais condominiais, são lançados diretamente nos mesmos.
• POLIGONAL 02
Ocupa margens de diques, margens de córregos naturais, áreas de risco, sem infraestrutura de
drenagem e pavimentação. Está situado na região no Bairro da Sussuarana Velha e envolve 16.288
habitantes. A área tem como principal característica a ocupação desordenada por imóveis
residenciais de encostas e nos fundos de vale, sem qualquer tipo de infraestrutura de micro ou
macrodrenagem. Existem logradouros sem pavimentação. Em algumas travessas, nos trechos com
maior declividade, a população improvisou uma pavimentação em concreto e em outras foram
construídas escadarias drenantes, cujo estado de conservação é bastante precário. A forma
desordenada como se deu a ocupação do solo não permite o acesso por veículos à maioria dos
logradouros, criando grandes dificuldades para prestação de serviços públicos, principalmente os
relativos a coleta e transporte dos resíduos sólidos, agravando ainda mais a insalubridade da área.
• POLIGONAL 03
Área de risco com ocupação das margens de córregos naturais, sem infraestrutura de drenagem e
pavimentação. Compreende as regiões dos Bairros de São Marcos e Nova Sussuarana envolvendo
11.558 habitantes situados em encostas e no fundo do vale. A principal característica é a ocupação
desordenada por imóveis residenciais de uma encosta situada entre a Rua Lúcia e a Avenida Gal
Costa.
Já o Trecho Crítico 05, corresponde a um talvegue por onde escoa um córrego em estado natural
que drena o microssistema. Atualmente as margens deste córrego estão sendo ocupadas pela
população com o lançamento dos efluentes sanitários diretamente no mesmo. Parte das residências
não possui instalações sanitárias mínimas e os efluentes dos imóveis não ligados, da área do
entorno dotada de rede, chegam ao córrego através do sistema de drenagem.
O Trecho Crítico 06 situa-se às margens de córregos naturais, áreas de risco, sem infraestrutura de
drenagem e pavimentação, compreende a região do entorno dos Bairros Colinas de Pituaçu e
Recanto das Ilhas. A área tem como principal característica a ocupação desordenada por imóveis
residenciais nas encostas do Bairro Colinas de Pituaçu e do vale existente entre os dois bairros.
Não existe um arruamento definido e a ocupação é totalmente espontânea e feita através de cortes
no terreno. O acesso aos imóveis se dá através do sistema viário do Bairro Colinas de Pituaçu, para
os situados no topo da encosta, e por meio de escadarias rudimentares, construídas pelos
moradores diretamente no terreno natural, para os imóveis voltados para a Avenida Gal Costa.
De acordo com Edital da Concorrência nº02/2020, o Governo do Estado implantou na macro área
desta sub-bacia o sistema de esgotamento sanitário, dotando a grande maioria da região de sistema
coletor, contudo não foram executados ramais condominiais em diversas quadras e algumas redes
coletoras primárias, em função, principalmente, dos seguintes problemas:
Em busca de soluções para esses desafios e visando organizar o atendimento da enorme demanda
de ações nos trechos críticos das diversas bacias hidrográficas da cidade do Salvador/BA, o
Governo do Estado adotou como estratégia a boa gestão dos serviços de Reurbanização Integrada,
incluindo o saneamento básico, mobilidade, habitação, equipamentos urbanos e sociais, com foco
nas medidas para a reurbanização dos assentamentos precários.
No que diz respeito ao sistema de esgotamento sanitário, a maior dificuldade é atender a população
que está estabelecida as margens dos córregos que circundam essas áreas, uma vez que não há
espaço para implantar interceptores e redes coletoras, em razão disso a maior parte do efluente
gerado nessas regiões são lançados diretamente nos córregos.
Conforme apresentado pelo Plano Estadual de Manejo de Águas Pluviais e Esgotamento Sanitário
(PEMAPES, 2011), na etapa de execução das obras das bacias Trobogi, Cambunas e Águas Claras
através do contrato N° 228.697-31/07, foram identificados novos pontos críticos que também
inviabilizaram a conclusão total das intervenções previstas para essas bacias.
A impossibilidade de execução das obras nos trechos críticos se deu por conta do grande número
de residências em áreas de risco sujeitas a alagamentos e deslizamentos, falta de infraestrutura,
dificuldade de acesso e necessidade de grande número desapropriações.
Na Figura 288, Figura 289 e Figura 290 apresentadas a seguir, as áreas em amarelo ilustram alguns
dos trechos críticos identificados nas bacias Águas Claras, Cambunas e Trobogi, de acordo com o
PEMAPES (2011).
Na visita de campo realizada em dezembro de 2020 às obras em execução nas bacias Trobogi e
Cambunas a equipe técnica da Embasa informou que os trechos críticos identificados anteriormente
nas bacias Trobogi, Cambunas e Águas Claras não foram solucionados até o momento.
De acordo com a Lei Federal nº 11.445/2017 e as alterações realizadas pela Lei Federal nº
14.026/2020, o esgotamento sanitário é constituído pelas atividades e pela disponibilização e
manutenção de infraestruturas e instalações operacionais necessárias à coleta, ao transporte, ao
tratamento e à disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até
sua destinação final para produção de água de reuso ou seu lançamento de forma adequada no
meio ambiente.
Para caracterização da prestação dos serviços de esgotamento sanitário serão analisados uma
série de indicadores propostos no Produto D - Sistema de Indicadores, que integrarão o Sistema
Municipal de Informações de Saneamento – SIMISAN, que está sendo desenvolvido no Produto C
deste trabalho e conforme preconiza o inciso VI, Art 9 da Lei Federal nº 11.445/2007 deverá ser
implementado pelo município.
✓ Universalização do acesso;
✓ Qualidade dos serviços prestados;
✓ Eficiência;
✓ Sustentabilidade econômico-financeira; e
✓ Sustentabilidade ambiental.
Os dados que compõe os indicadores trabalhados foram obtidos nas fontes oficiais, como Empresa
Baiana de Águas e Saneamento S.A. (Embasa), Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (Snis) e no Manual de fiscalização dos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário da Agência reguladora de saneamento básico do Estado da Bahia (Agersa),
recém publicada no final do ano de 2021.
Para a mensuração da situação dos demais indicadores será utilizada sempre que possível a
análise de tendência adotada pelo Snis (2020). A partir da análise dos últimos 5 anos é possível
determinar se o indicador apresenta: tendências claras de melhoria ou agravamento; estabilidade
clara de melhorias ou agravamentos; ou cenário irregular, esse cenário pode ser de estabilidade
irregular ou de melhoria ou agravamento irregulares.
Dessa forma, o produto D deste trabalho sugere, para análise dessa categoria, as seguintes
subcategorias:
No entanto, serão analisadas primeiramente informações e indicadores fornecidos pelo Snis, mas
que auxiliam no entendimento do comportamento do sistema e influem em outros indicadores que
serão tratados mais à frente. Ressalta-se que algumas das informações apresentadas nas tabelas
a seguir, serão utilizados como variáveis para o cálculo dos indicadores propostos no Produto D e
nesse caso está indicado nas tabelas a codificação utilizada no âmbito do PMSBI, além do código
da informação no Snis.
Os prestadores dos serviços de água e esgoto, utilizam o termo economia como unidade de
consumo independente para efeito de faturamento. Já as ligações de esgoto não são
A série história do indicador de extensão de rede de esgoto por ligação está apresentado na Tabela
56.
A fórmula do indicador extensão da rede de esgoto por ligação (IN021) é a média dos dois últimos
anos da extensão da rede de esgoto (ES004) dividida também pela média dos dois últimos anos da
quantidade de ligações totais de esgoto (ES009). Em 2019, esse indicador foi 7,1m/lig., bem inferior
ao 10,3m/lig apresentado no Brasil para o mesmo ano.
Nos itens a seguir serão apresentados os valores de todos os indicadores propostos em cada
subcategoria de análise, definidas no Produto D1 para a categoria Qualidade dos serviços
prestados: Cortesia no atendimento ao usuário e Condições técnico-operacionais e de manutenção
das infraestruturas.
O índice de reclamações do serviço de esgotamento sanitário (QE1) não tem correspondente direta
no Snis (2020) e é calculado pela quantidade anual de reclamações dos usuários do serviço de
esgotamento sanitário (E14) vezes mil, dividido pelo número de economias ativas de esgoto
(ES003).
Utilizando as informações fornecidas pela Embasa, foi elaborada a Tabela 57, onde apresenta-se a
quantidade de reclamações ou solicitações no ano de 2019, relativas ao sistema de esgotamento
sanitário em cada uma das unidades regionais da Embasa e os seus respectivos valores para o
indicador QE1, calculado de acordo com os dados disponibilizados pela Embasa.
Analisando os resultados da Tabela 57, observa-se que o maior valor do indicador QE1 foi obtido
para a Unidade Regional do Cabula (UML), que contempla as regiões abrangidas pelas PB
Cabula/Tancredo Neves, Liberdade/São Caetano e Cidade Baixa e para a Unidade Regional de
Pirajá (UMJ), que contempla as regiões abrangidas pelas PB Subúrbio/Ilhas, Valéria, Cajazeiras e
Pau da Lima.
Entretanto, ressalta-se que o valor fornecido pela Embasa inclui além das reclamações, as
solicitações, e, portanto, o valor calculado para o índice de reclamações do serviço de esgotamento
sanitário precisaria ser recalculado com as informações relativas apenas às reclamações. Essa
informação foi solicitada à Embasa, mas não foi recebida ainda.
Esse problema operacional de extravasamento de esgoto será avaliado com base em dois
indicadores do Snis (2020): IN077 – Duração média dos reparos de extravasamentos de esgotos
(QE2/PMSBI) e IN082 – Extravasamento de esgotos por extensão de rede (QE3/PMSBI).
A duração média dos reparos de extravasamento de esgoto (IN077) tem o intuito de avaliar a
eficiência da manutenção no sistema com base na duração média dos reparos que ocorreram no
sistema de esgotamento sanitário no ano de referência, enquanto a quantidade de extravasamentos
de esgotos por extensão de rede (IN082) tem o objetivo de avaliar a fragilidade do sistema através
da quantidade anual de extravasamento de esgotos por extensão de rede no ano de referência.
Como a Embasa não forneceu ao Snis os dados para os anos de 2018 (IN077 e IN082), 2019
(IN077) e 2020 (IN077 e IN082), a série histórica analisada levou em consideração os anos de 2013
a 2017, onde os resultados não apontam para nenhuma tendência clara de agravamento ou
melhoria. Considerando os dados dos últimos 05 anos se verifica um cenário de agravamento
irregular (Snis, 2020) tanto para duração média dos reparos de extravasamento de esgoto como
para o extravasamento de esgotos por extensão de rede.
Fonte: Embasa,2021.
Ao se analisar os dados da Tabela 59, observa-se que os maiores valores para o índice de
extravasamentos de esgotos por extensão de rede ocorrem na Unidade Regional do Cabula (UML)
e na Unidade Regional Bolandeira (UMB), enquanto o menor valor ocorre na Unidade Regional de
Candeias (UMS), responsável pela operação dos SES da Ilha dos Frades e da Ilha de Bom Jesus
dos Passos.
Os indicadores apresentados na Tabela 60, apresentada a seguir, não possuem indicadores com
correspondência direta no Snis (2019). O QE4 avalia a abrangência do cadastro técnico da rede de
esgotamento sanitário existente, corresponde à fração percentual da extensão de rede de esgoto
com cadastro atualizado (E21/PMSBI) em relação à extensão da rede de esgoto total da malha de
coleta, incluindo redes de coleta, coletores troncos e interceptores, excluindo ramais prediais e
emissários de recalque, operada pelo prestador de serviços, no último dia do ano de referência
(ES004/ Snis).
Para o cálculo do indicador QE4, contabilizou-se a extensão de rede de esgoto com cadastro
atualizado, analisando-se os cadastros que foram fornecidos pela Embasa. Analisando a Tabela
60, observa-se que o indicador QE4 apresentou resultado de apenas 23,5%, situação que indica a
necessidade de expandir o cadastro técnico da rede de esgoto, visando aumentar o conhecimento
do sistema e otimizar a sua operação. De acordo com a Embasa, no cadastro que foi fornecido, não
estão contempladas as redes condominiais de esgoto, que representam uma parcela significativa
da rede existente no município, sendo necessário realizar o cadastro destas redes coletoras, de
modo a possibilitar uma melhor operação e manutenção das mesmas.
O indicador QE5 visa avaliar se a capacidade instalada das ETE e ECP estão adequadas à vazão
atual de esgoto que chega às ETE e ECP. Os resultados estão apresentados na Tabela 61,
salientando que não foi possível avaliar a série histórica desse indicador devido à falta de
informações da vazão de esgoto tratado nos anos anteriores.
Considerando a classificação Agersa, tanto as ETE do continente quanto das Ilhas estão
enquadradas como ruins, com índices de 44,20% e 21,85% respectivamente, evidenciando que os
sistemas de tratamento estão com capacidade muito superior à geração de esgoto.
Analisando as duas ECP, que juntas recebem 96% do esgoto coletado em Salvador, observa-se
que ambas estão classificadas também como uma situação mediana, com valores de 50,12% para
a ECP Rio Vermelho e 53,67% para a ECP Jaguaribe.
Ressalta-se que as vazões utilizadas para o cálculo do indicador se referem às vazões médias
afluentes às ECP. No caso da ECP Rio Vermelho foi fornecida também a vazão afluente à ECP em
tempo chuvoso (7,7m³/s), que representa 93% da sua capacidade nominal, situação classificada
como ruim pela Agersa. No caso da ECP Jaguaribe não foi fornecida a vazão média em tempo
chuvoso, mas foi relatado na visita técnica que a vazão também aumenta significativamente.
Esse aumento da vazão afluente às ECP em tempo chuvoso está relacionado à adoção das
captações em tempo seco (CTS), conforme já detalhado anteriormente nos itens 6.2.1.1.2 e
6.2.1.2.2.
6.4.1.2 Eficiência
Na categoria de eficiência, os indicadores dão maior foco aos dispêndios de recursos energéticos,
humanos e financeiros para a prestação dos serviços de esgotamento sanitário, abordados nas
seguintes subcategorias:
a) Eficiência energética;
b) Eficiência técnico-operacional;
c) Eficiência pessoal.
Para além da sustentabilidade financeira, o uso mais eficiente da energia elétrica traz impactos
também no ponto de vista ambiental, já que seu uso indiscriminado contribui para a emissão de
gases de efeito estufa desnecessários, com impactos nas alterações climáticas em escala global.
Cabe, nesse sentido, a análise de alguns indicadores abordados no Snis, para entender a tendência
de comportamento para os próximos anos, no que tange ao consumo de energia nos sistemas de
esgotamento sanitário. O principal indicador do Snis relacionado à eficiência energética é o IN059
(índice de consumo de energia elétrica em sistemas de esgotamento sanitário), que corresponde
ao consumo total de energia elétrica nos sistemas de esgotos (ES028), dividido pelo volume de
esgoto coletado (ES005). Seu resultado sozinho não fornece informações acerca da eficiência
energética do sistema, porém fornece indícios acerca do desempenho da estrutura que impacta
diretamente nessa eficiência.
De acordo com os dados do Snis, em 2019 as despesas com energia elétrica para a prestação do
serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador atingiram o valor de R$
71,31 milhões (FN013), com consumo de total de 40.938.730 KWh (ES028) no caso do
esgotamento sanitário. Os dados da série histórica (Tabela 62) apontam para um aumento no
consumo total de energia elétrica, assim como do índice de consumo de energia elétrica, enquanto
para os volumes coletados houve uma oscilação entre aumento e redução dos valores no período.
Na Figura 291 apresenta-se o comportamento das referidas variáveis e indicadores do Snis para
Salvador no período entre 2015 e 2019, sendo possível observar que houve uma redução do valor
do IN059 entre 2015 e 2016, entretanto, nos anos posteriores houve consecutivos aumentos nos
valores do indicador.
160.000,00 0,35
0,32
140.000,00 0,3
0,28
120.000,00 0,27
0,25 0,25
0,23
100.000,00
0,2
80.000,00
0,15
60.000,00
0,1
40.000,00
20.000,00 0,05
0,00 0
2015 2016 2017 2018 2019
ES028 - Consumo total de energia elétrica nos sistemas de esgotos (1.000 kWh/ano)
ES005 - Volume de esgotos coletado (1.000m³/ano)
IN059_AE - Índice de consumo de energia elétrica em sistemas de esgotamento sanitário(kWh/m³)
Entretanto, além dos dados que constam no Snis, foram analisados também os dados fornecidos
diretamente pela Embasa, que são apresentados a seguir na Tabela 63.
Figura 292 - Consumo total de energia elétrica, volume produzido e importado e índice de
consumo de energia elétrica no sistema de esgotamento sanitário em Salvador entre 2015 e
2019, conforme dados da Embasa
300.000,00 0,4
0,36 0,35
250.000,00 0,34 0,33
0,31 0,31 0,3
200.000,00 0,27
0,25
150.000,00 0,2
0,15
100.000,00
0,1
50.000,00
0,05
0,00 0
2014 2015 2016 2017 2018 2019
ES028- Consumo total de energia elétrica nos sistemas de esgotos (1.000 kWh/ano)
ES005 - Volume de esgotos coletado (1.000m³/ano)
IN059- Índice de consumo de energia elétrica em sistemas de esgotamento sanitário (kWh/m³)
Na Figura 293 apresenta-se uma comparação entre o valor informado pela Embasa para o índice
de consumo de energia elétrica no sistema de esgotamento sanitário de Salvador em 2019 e os
valores que constam no Snis para as demais capitais da região Nordeste, sendo possível observar
que o valor do índice de consumo de energia elétrica em sistemas de esgotamento sanitário (IN059)
para 2019 em Salvador está acima da média obtida para as capitais da região Nordeste
(0,25kWh/m³), e acima do valor mediano (0,28kWh/m³), sendo o segundo maior valor entre as
capitais do Nordeste, abaixo apenas de Teresina.
0,4 0,38
Índice de consumo de energia elétrica em
0,36
0,35 0,33 0,33
sistemas de esgotamento sanitário
0,3 0,28
0,28
0,25 0,23 0,25
(kwh/m³)
0,19
0,2
0,15 0,12
0,1
0,06
0,05
0
São Luís Recife João Aracaju Fortaleza Maceió Natal Salvador Teresina
Pessoa
A falta de manutenção do sistema traz impactos negativos na eficiência energética, assim como a
ineficiência dos sistemas de bombeamento, elevada vida útil dos equipamentos eletromecânicos e
a grande quantidade de CTS, que implicam no aumento da vazão nas unidades de esgotamento
sanitário, demandando mais horas de operação e/ou equipamentos mais potentes. Um baixo índice
de consumo de energia indica um desempenho melhor da estrutura e, consequentemente, uma
melhora na eficiência energética do sistema.
Visando reduzir os gastos com energia elétrica, aumentar sua eficiência energética e aderir ao uso
de fontes renováveis, em 26/02/2021 a Embasa abriu chamada pública para estruturação de projeto
de geração de energia elétrica a partir de fontes eólica e solar. O objetivo desse projeto é suprir em
40% o consumo de energia elétrica de toda a empresa a partir de 2023. No mês de junho de 2021
o referido chamamento foi cancelado, entretanto em julho de 2021 foi publicado novo edital de
O indicador dessa subcategoria irá contemplar o índice de tratamento do esgoto coletado (IN016).
Na 2015 a 2019. A análise do indicador de tratamento de esgoto permite uma melhor compreensão
da eficiência operacional do sistema, uma vez que de acordo com o Plansab, para ser considerado
com atendimento adequado o serviço de esgotamento sanitário deve ser composto por coleta de
esgoto seguida de tratamento e/ou fossa com pós tratamento. O índice de tratamento de esgoto
(IN016) tem o intuito de avaliar quanto do volume coletado possui destinação adequada
(tratamento).
Uma análise geral da série histórica em Salvador aponta para uma diminuição do índice de
tratamento de esgoto entre os anos de 2016 e 2019, retratando uma tendência clara de
agravamento.
Ressalta-se que foi solicitado esclarecimento à Embasa em relação aos resultados no indicador
IN016 no Snis, visto que na caracterização do SES existente não foi identificado a que se refere o
% remanescente dos esgotos que não são encaminhados ao devido tratamento, que variou entre
0,44% em 2015 e 2,24% em 2020, entretanto não foi recebida uma resposta em relação ao
questionamento.
Destaca-se também que a forma de cálculo desse indicador envolve uma estimativa do volume de
esgoto coletado (ES005), visto que não é possível medi-lo. De acordo com o glossário de
informações do Snis, em geral esse volume é considerado como sendo de 80% a 85% do volume
de água consumido na mesma economia. Portanto, a depender da estimativa realizada para o
volume de esgoto coletado, pode haver uma grande distorção neste indicador.
Em 2020, de acordo com o Snis, havia 1.040,54 economias ativas de água e esgoto para cada
empregado próprio da Embasa, enquanto das despesas totais com os serviços (DTS) 40,35% foram
relativas as despesas com pessoal próprio e com serviços de terceiros.
Quando comparada às outras capitais do Nordeste, Salvador apresentou o segundo maior número
de economias ativas por empregador, sendo Fortaleza o município com maior quantidade (2.933,53
economias/empregado) e São Luís com menor quantidade (383,15 economias/empregado). No que
concerne à incidência de despesas de pessoal e de serviços de terceiros nas despesas totais com
os serviços (IN007), do ano de 2020 as capitais do Nordeste apresentaram uma mediana de
48,40%, sendo que Fortaleza foi a capital com menor percentual (31,30%) e João Pessoa a de
maior (58,82%), como pode ser observado na Figura 294.
Nesta subcategoria são avaliados 3 indicadores do Snis, sendo que dois deles (IN012 e IN029) são
referentes aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário juntos.
O índice de evasão de receitas (IN029) avalia qual percentual da receita operacional do serviço de
abastecimento de água e esgotamento sanitário não é efetivamente arrecadado pelo prestador de
Os indicadores adotados para avaliar a modicidade tarifária não possuem correspondência no Snis.
O SE2 foi criado para avaliar o impacto na tarifa mínima do esgotamento sanitário no salário mínimo
vigente enquanto o SE3 avalia a fração percentual de usuários residenciais do sistema de
esgotamento sanitário que são contemplados com a tarifa social.
A tarifa mínima mensal para serviço de água cobrada para as residências sociais é de R$ 13,40/mês
(EMBASA, 2021), sendo que a tarifa de esgotamento sanitário é fixada em porcentagem sobre a
tarifa de água (80% do valor da conta de abastecimento de água para sistemas convencionais e
Desse modo a prestação do serviço de esgotamento sanitário para o assalariado mínimo representa
0,97% da sua renda mensal para um consumo mínimo de até 6 m³ para as residências sociais
interligadas ao sistema de esgotamento convencional e 0,55% para as residências sociais de
conjuntos habitacionais com sistema próprio operado pela Embasa e sistemas condominiais de
esgotamento sanitário.
Em 2020, a Embasa registrou 19.426 economias habitadas de esgoto contempladas com a tarifa
residencial social das 846.193 economias residenciais habitadas de esgoto, o que corresponde a
uma fração percentual de 2,30% dos usuários residenciais do sistema de esgotamento sanitário
contemplados com a tarifa social no ano de 2020.
Um dos princípios fundamentais trazidos pela Lei 11.445/2007 e suas posteriores alterações é que
a prestação dos serviços de esgotamento sanitário seja realizada de forma adequada à saúde
pública, a conservação dos recursos naturais e à proteção do meio ambiente. Desta forma, a
sustentabilidade ambiental será avaliada através dos seguintes indicadores:
Esse indicador não tem equivalente no Snis e corresponde ao percentual de amostras cujo resultado
das análises ficaram dentro dos padrões estabelecidos pelas outorgas de direto de uso dos recursos
hídricos.
Com as análises fornecidas pela Embasa para a ETE Couto Maia só foi possível avaliar o resultado
referente a remoção de DBO que apresentou índice de 83% de remoção, no entanto sem os demais
parâmetros não foi possível avaliar se o efluente tratado está em conformidade com os parâmetros
da Resolução n°430 do Conama, citada na licença ambiental da ETE Couto Maia.
O índice de adequação do destino final do lodo das ETE (ME2) corresponde à fração percentual de
lodo produzido pelas ETE que recebem destinação adequada. Sendo considerado destino
ambientalmente adequando aqueles aprovados pelos órgãos ambientais responsáveis pelo
licenciamento.
Todas as ETE que atendem Salvador destinam o lodo de maneira ambientalmente adequada, uma
vez que o lodo é encaminhando para as ECP, que de acordo com as licenças ambientais
n°17.116/18 (Portaria Inema), 1.353/2016 (Licença de Operação Ibama para SDO Rio Vermelho) e
1.049/2011 (Licença de Operação Ibama para SDO Jaguaribe) estão aptas a receber esse resíduo
gerado em todas as ETE do sistema de esgotamento sanitário de Salvador.
Tabela 68 – Série histórica do índice de adequação do destino final do lodo das ETE.
Ano
ETE
2019
Águas Claras 100%
Alto do Ipiranga 100%
Asa 100%
Baixa Fria 100%
Belo Jardim 100%
Boca da Mata 100%
Bosque das Mangueiras I 100%
Bosque das Mangueiras II 100%
Bosque do Aeroporto 100%
Cajazeiras VI –TQ 2 100%
Cajazeiras VII 100%
Cajazeiras VIII – TQ 1 100%
Cajazeiras VIII – TQ 2 100%
Cajazeiras X - 1 100%
Cajazeiras X – 2 100%
Cajazeiras XI 100%
A seguir apresenta-se um resumo da avaliação realizada em cada tipo de unidade que compõe o
sistema de esgotamento sanitário de Salvador (EEE, ETE e ECP) em relação ao estado geral de
conservação das estruturas. A classificação foi feita em quatro categorias: Bom, Regular, Precário
No trabalho de campo foram visitadas 57 das 182 EEE existentes no sistema de esgotamento
sanitário de Salvador. Conforme já detalhado anteriormente, a escolha das EEE visitadas teve como
premissa a vazão de bombeamento, sendo adotado como faixa de corte vazões iguais ou superiores
a 50 L/s, com exceção para as EEE das Ilhas que foram todas visitadas independente do seu porte.
Em determinadas situações, por conta da vulnerabilidade social, não foi possível visitar todas as
EEE previstas e nesses casos as EEE não visitadas foram substituídas por outras de menor porte.
As informações detalhadas referentes a cada EEE visitada estão apresentadas no Apêndice A e
nos quadros apresentados anteriormente no item 6.2.1.1.1 e no item 6.2.1.2.1.
O resultado da avaliação em relação ao estado de conservação geral das EEE visitadas está
sintetizado no Quadro 56 (SES Principal) e no Quadro 57 (SES Paramana, Ponta de Nossa Senhora
e Bom Jesus dos Passos), com a classificação em Bom, Regular, Precário e Ruim, correspondendo
Bom ao melhor indicador e Ruim ao pior.
Quadro 57 - Resumo do estado de conservação das EEE dos SES das Ilhas de Salvador
Estado geral de
Nome Sistema Bacia
conservação
EE-2 - Bom Jesus dos Passos Bom Jesus dos Passos 2 Ruim
EE-3 - Bom Jesus dos Passos Bom Jesus dos Passos 3 Regular
No trabalho de campo foram visitadas 64 das 76 ETE existentes em Salvador, além das três ETE
existentes nas Ilhas, correspondendo a um total de 73 unidades de tratamento das 89 existentes. A
proposta inicial era de visitar todas as ETE, no entanto, por conta da vulnerabilidade social em
determinadas áreas, 12 ETE não foram visitadas. As informações detalhadas referentes a cada ETE
visitada estão apresentadas no Apêndice A e nos quadros apresentados anteriormente no item
6.2.2
O resultado da avaliação em relação ao estado de conservação geral das ETE visitadas está
sintetizado no Quadro 58, com a classificação em Bom, Regular, Precário e Ruim,
correspondendo Bom ao melhor indicador e Ruim ao pior.
As duas ECP de Salvador foram visitadas e avaliadas com base na existência de identificação,
cercamento e estado de conservação da infraestrutura (civil, equipamentos mecânicos e elementos
metálicos). As informações detalhadas referentes a cada ECP visitada estão apresentadas no
Apêndice A e nos quadros apresentados anteriormente no item 6.2.1.1.3 e no item 6.2.1.2.3.
O resultado da avaliação em relação ao estado de conservação geral de cada ECP está sintetizado
no Quadro 59, com a classificação em Bom, Regular, Precário e Ruim, correspondendo Bom ao
melhor indicador e Ruim ao pior.
O condicionamento dos esgotos nas ECP do Rio Vermelho e Jaguaribe é composto por
gradeamento, desarenação e peneiramento que tem como objetivo a remoção de sólidos
suspensos, areia e material flotante. A remoção de matéria orgânica e diminuição da concentração
bacteriológica é assegurada pela autodepuração que ocorre no oceano.
De acordo com o que preconiza a resolução Conama N° 430, de 13 de maio de 2011 o lançamento
de esgotos sanitários através de emissário submarino deve ser precedido de tratamento que atenda
minimamente os seguintes padrões:
• pH entre 5 e 9;
• temperatura inferior a 40°C, sendo que a variação de temperatura do corpo receptor não
deverá exceder a 3°C no limite da zona de mistura;
• após desarenação;
• sólidos grosseiros e materiais flutuantes: virtualmente ausentes; e
• sólidos em suspensão totais: eficiência mínima de remoção de 20%, após a desarenação.
Além desses padrões após a zona de mistura o efluente deve atender aos padrões da classe do
corpo receptor e padrão de balneabilidade, de acordo com as normas e legislação vigentes.
No ano de 2019 foram feitas 125 análises no efluente da ECP Rio Vermelho, sendo 51 na saída do
gradeamento,50 na entrada das peneiras, 5 na saída das peneiras e 19 no barrilete de saída. Os
parâmetros avaliados bem como a quantidade de análises com resultados fornecidas pela Embasa
foram:
Como pode ser observado nas análises fornecidas há um elevado índice de análises sem
resultados, com destaque para os parâmetros amônia e nitrogênio amoniacal. O maior índice de
análises com resultados ocorre para sólidos sedimentáveis e sólidos em suspensão.
Devido à falta de informação não foi possível avaliar os parâmetros de temperatura e existência de
sólidos grosseiros e materiais flutuantes.
A concentração média de DBO5 do esgoto bruto da ECP Rio Vermelho é de 160 mg/l, valor muito
inferior se comparado com a concentração média de DBO5 (220 mg/l) apresentada pela literatura
para efluentes domésticos. Esse resultado reforça as informações citadas anteriormente sobre o
uso indiscriminado de CTS no município de Salvador, uma vez que o efluente doméstico é diluído
através das águas fluviais e pluviais que são direcionadas para o sistema de esgotamento sanitário.
Como não foram apresentadas análises no ponto de lançamento do emissário submarino da ECP
Rio Vermelho não foi possível avaliar se a autodepuração está ocorrendo de forma adequada.
Na ECP Jaguaribe é feita uma análise por mês no efluente de saída da ECP e a Embasa forneceu
a série histórica das análises feitas no ano de 2020. O monitoramento da análise do esgoto
processado na ECP faz parte do Quadro de indicadores de desempenho (QID), os quais servem de
base para o cálculo da parcela variável da contraprestação mensal devida pela Embasa à
contratada e tem como principal característica evidenciar os serviços prestados sob o ponto de vista
ambiental.
• pH;
• DBO;
• DQO;
• Nitrogênio amoniacal;
• Fósforo total;
• Óleos e graxas;
• Sólidos totais;
• Sólidos suspensos;
• Sólidos sedimentáveis;
• Coliformes termotolerantes e enterococos;
• Cobre;
• Zinco;
• Mercúrio; e
• Cromo.
Os parâmetros de sólidos grosseiros e flutuantes não foram avaliados, pois essas análises não
foram apresentadas. Além disso, como apenas o efluente da saída é analisado não foi possível
avaliar se após a desarenação está havendo eficiência de mínima de 20% na remoção de sólidos
suspensos.
Como não foram apresentadas análises no ponto de lançamento do emissário submarino da ECP
Jaguaribe não foi possível avaliar se a autodepuração está ocorrendo de forma adequada.
O tratamento dos esgotos visa a redução da matéria orgânica, dos nutrientes e a desinfecção. Tais
objetivos são de suma importância para a manutenção da qualidade ambiental e da saúde da
população. As informações obtidas sobre a eficiência do tratamento das ETE de Salvador se
referem apenas a redução de matéria orgânica, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO).
As análises dos efluentes bruto e final são coletadas uma vez por mês, a amostra de esgoto bruto
é coletada no tratamento preliminar e a do efluente final no PV de saída. Nos casos em que mais
de um UASB contribui para uma lagoa é feito uma média da DBO de entrada de cada UASB, para
posteriormente calcular a eficiência total do sistema.
Atualmente apenas a ETE Couto Maia dispõe de parâmetros de lançamento definidos em outorga,
as demais ETE dos sistemas descentralizados estão em processo de regularização ambiental. No
entanto ainda que sem outorga de lançamento para as ETE a Embasa adota como critério de
avaliação as resoluções n° 357 e 430 do Conama.
• pH entre 5 e 9;
• temperatura inferior a 40°C, sendo que a variação de temperatura do corpo receptor não
deverá exceder a 3°C no limite da zona de mistura;
• materiais sedimentáveis: até 1 mL/L em teste de 1 hora em cone Inmhoff. Para lançamento
em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula os materiais
sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;
• regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vez a vazão média do período de
atividade diária do agente poluidor, exceto nos casos permitidos pela autoridade
competente.
• óleos e graxas: minerais até 20mg/L; vegetais e gordura animais até 50 mg/L;
• ausência de materiais flutuantes; e
• Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO 5 dias a 20°C): remoção mínima de 60% de DBO
sendo que este limite só poderá ser reduzido no caso de existência de estudo de
autodepuração do corpo hídrico que comprove atendimento às metas do enquadramento do
corpo receptor.
Na resolução Conama n°357 de 17 de março de 2005, considerando águas doces classe 2, estão
previstos os seguintes padrões:
• não será permitida a presença de corantes provenientes de fontes antrópicas que não sejam
removíveis por processo de coagulação, sedimentação e filtração convencionais;
• coliformes termotolerantes: para uso de recreação de contato primário deverá ser obedecida
a Resolução Conama n° 274, de 2000. Para os demais usos, não deverá ser excedido um
limite de 1.000 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos
6 (seis) amostras coletadas durante o período de um ano, com frequência bimestral. A E.
coli poderá ser determinada em substituição ao parâmetro coliforme termotolerantes de
acordo com limites estabelecidos pelo órgão ambiental competente;
• cor verdadeira: até 75 mg Pt/L;
• turbidez: até 100 UNT;
• DBO 5 dias a 20°C até 5 mg/L O2;
• OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg/L O2;
Diante do exposto, na Tabela 70 está apresentada a classificação dos resultados dos parâmetros
das análises das amostras do efluente final das ETE de Salvador, com base na Resolução Conama
n°430 e Conama n°357 (águas doces classe 2). Apesar do grande número de análises, os
resultados apresentados só permitiram avaliar a situação da remoção mínima de DBO, existência
ou não de material flutuante, temperatura e coliformes termotolerantes no efluente final.
530
Quantidade de análises
Temperatura Ambiente Coliformes Termotolerantes
Remoção de DBO (%) Material Flutuante
ETE (ºC) (NMP/100mL)
Em Não Em Não Em Não Em Não
Total conformid conformid Total conform confor Total conform conformid Total conform conform
ade ade idade midade idade ade idade idade
ETE Eunice Weaver 2 2 0 7 4 3 7 7 0 5 0 5
ETE Fazenda Grande II 9 9 0 22 16 6 22 22 0 12 0 12
ETE Fazenda Grande IV 9 9 0 47 10 37 47 47 0 23 0 23
ETE Hildete França 12 11 1 12 9 3 12 12 0 6 0 6
ETE Instituto Couto Maia 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
ETE Irmã Dulce 10 10 0 12 8 4 12 12 0 5 0 5
ETE Jaguaribe II 2 2 0 12 5 7 12 12 0 6 0 6
ETE Jaguaripe I 3 2 1 12 8 4 12 12 0 5 0 5
ETE Jardim Girassóis 2 2 0 12 8 4 12 12 0 6 0 6
ETE Jardim Limeira I 11 9 2 12 5 7 12 12 0 7 0 7
ETE Jardim Mangabeiras 7 7 0 10 8 2 10 10 0 4 0 4
ETE João de Barro 2 1 1 12 8 4 12 12 0 6 0 6
ETE Maré / Itaparica 4 3 1 0 0 0 4 4 0 3 0 3
ETE Mata Atlântica II 2 2 0 8 6 2 8 8 0 7 0 7
ETE Mirante de Águas Claras 10 5 5 12 9 3 12 12 0 5 0 5
ETE Mirante de Trobogi 12 4 8 14 13 1 14 14 0 7 0 7
ETE Mocambo 12 12 0 12 1 11 12 12 0 6 0 6
ETE Moradas do Atlântico 9 4 5 12 10 2 12 12 0 6 0 6
ETE Muriçoca 11 11 0 12 10 2 12 12 0 6 0 6
ETE Nossa Senhora da Vitória 2 1 1 9 5 4 9 9 0 7 0 7
ETE Nova Esperança Life 2 2 0 12 8 4 12 12 0 6 0 6
ETE Novo Horizonte 1 1 0 3 2 1 3 3 0 0 0 0
531
Quantidade de análises
Temperatura Ambiente Coliformes Termotolerantes
Remoção de DBO (%) Material Flutuante
ETE (ºC) (NMP/100mL)
Em Não Em Não Em Não Em Não
Total conformid conformid Total conform confor Total conform conformid Total conform conform
ade ade idade midade idade ade idade idade
ETE Paralela Park 12 12 0 12 6 6 12 12 0 5 0 5
ETE Parque das Bandeirantes 10 10 0 12 8 4 12 12 0 6 0 6
ETE São Bernardo 8 8 0 8 5 3 8 8 0 7 0 7
ETE São Cristóvão II 5 4 1 12 9 3 12 12 0 6 0 6
ETE São Francisco / Santa Clara 3 3 0 12 9 3 12 12 0 4 0 4
ETE São Lourenço 1 1 0 4 3 1 5 5 0 4 0 4
ETE São Paulo 1 0 1 6 5 1 6 6 0 4 0 4
ETE Sete de Abril 3 0 3 11 8 3 11 11 0 6 0 6
ETE Sílvio Leal 2 2 0 12 5 7 12 12 0 6 0 6
ETE Sítio Isabel 1 1 0 12 6 6 12 12 0 5 0 5
ETE Verde Vida 12 11 1 12 11 1 12 12 0 6 0 6
ETE Vila do Bosque 10 9 1 12 9 3 12 12 0 6 0 6
ETE Vila Mariana 12 8 4 12 11 1 12 12 0 5 0 5
ETE Vila Rita 2 2 0 12 8 4 12 12 0 6 0 6
ETE Vila Serena (Trobogi) 4 4 0 5 3 2 5 5 0 5 0 5
ETE Viña Del Mar 2 1 1 12 7 5 12 12 0 6 0 6
ETE Vista do Vale 8 8 0 11 8 3 11 11 0 6 1 5
ETE Vivenda de Ipitanga 2 0 2 12 9 3 12 12 0 6 0 6
ETE Vivendas do Rio 2 2 0 12 8 4 12 12 0 4 0 4
ETE Walter Baraúna 2 1 1 12 7 5 12 12 0 4 0 4
Fonte: Embasa, 2019.
532
Das 324 análises de DBO apenas 57 (17,6%) apresentaram resultados inferiores a 60% de
remoção, essa situação ocorreu em 25 das 61 ETE avaliadas, com destaque negativo para as ETE
São Paulo, Sete de Abril e Vivenda Ipitanga que apresentaram todos os resultados em
desconformidade com a Conama 430. Cabe ressaltar que ainda que os resultados apresentados
registrem baixo índice de não conformidade, 86 análises (26,5%) do efluente tratado registraram
concentrações elevadas de DBO, superiores a 120 mg/L. Sendo assim é importantíssimo avaliar a
capacidade de autodepuração dos corpos receptores das ETE, para saber se os mesmos possuem
capacidade para receber as cargas que estão sendo lançadas.
No quesito material flutuante, apenas a ETE Baixa Fria apresentou todas as análises em
conformidade com os padrões estabelecidos. Esse cenário pode estar sendo ocasionado por
ineficiência do tratamento preliminar ou então por arraste de lodo, que foi uma situação constatada
nas visitas de campo, principalmente em tratamento com UASB.
Apenas 3 das 353 (0,8%) análises de coliformes termotolerantes estavam adequadas, resultado
que corrobora com as situações observadas em campo, onde geralmente não é feita a desinfecção
final do efluente. Na Figura 295 é possível observar graficamente os resultados obtidos nas análises
de qualidade dos efluentes das ETE de Salvador.
Figura 295- Resultados das análises de qualidade dos efluentes das ETE de Salvador no
ano de 2019.
800
600
Remoção de DBO (%)
500
411 Material Flutuante
400 353 350
324 Temperatura Ambiente (°C)
300 267 271
Coliformes Termotolerantes
(NMP/100mL)
200
100 57
3 0
0
Total Em conformidade Não conformidade
533
Fonte: Embasa, 2020
A Embasa monitora os corpos receptores através de análises que são feitas em trechos a montante
e jusante dos pontos de lançamento de esgoto das ETE, visando avaliar se esses lançamentos
estão acarretando piora na situação do corpo receptor ou não.
As análises feitas contemplam os seguintes parâmetros: condutividade, cor real, DBO5, DQO,
fósforo total (F.tot), amônia, nitrato, nitrito, nitrogênio amoniacal total (NAT), oxigênio dissolvido, pH,
sólido dissolvido, turbidez, coliformes termotolerantes (C.TE.) e material flutuante.
534
Quadro 60 – Análises corpos receptores.
Condutiv F.TOT Amônia Nitrato Nitrito NAT OD
Cor Real DBO5 DQO Sol.Dis. Turbidez C.TE.
Data Ponto ade (mgP/L (mg (mg NO3- (mg NO2- (mg (mg pH Mat.Flu.
(mgPt/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (NTU) (NMP/100mL)
(Mho/cm) ) NH3/L) N/L) N/L) N/L) OD/L)
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
23/01/19 - 49 - - 2,90 35,2 < 1,5 < 0,1 - 0,22 6,9 396 74,0 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
23/01/19 - 49 - - 4,15 40,1 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 6,7 387 98,3 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
23/01/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 44 - - 3,30 38,8 < 1,5 < 0,1 - 0,24 6,9 407 71,3 - -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
23/01/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 58 - - 4,75 41,7 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 6,9 437 162 - -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
23/01/19 - 47 - - 4,10 41,5 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 7,0 427 140 - -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
29/01/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 743 66 - 141 3,77 23,3 < 1,5 < 0,1 - 2,28 - 389 19,5 - Sim
29/01/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 646 51 - 125 1,70 20,8 < 1,5 < 0,1 - 1,67 - 336 11,5 - Sim
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
31/01/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 68 - - 4,41 32,5 < 1,5 < 0,1 - 0,22 7,0 414 163 - -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
31/01/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 91 - - 2,97 34,5 < 1,5 < 0,1 - 0,41 7,4 416 91,9 - -
5-5A
05/02/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 747 42 36 180 2,41 22,2 < 1,5 < 0,1 - 0,21 - 392 32,1 - Sim
05/02/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 706 34 16 71 1,68 29,7 < 1,5 < 0,1 - 0,79 - 369 14,6 - Sim
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
20/02/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 38 22 - 2,74 32,5 < 1,5 < 0,1 - 1,46 7,0 384 20,2 - -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
20/02/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 67 42 - 3,89 33,5 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 7,2 402 83,8 - -
5-5A
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
20/02/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 93 37 - 4,12 58,9 < 1,5 < 0,1 - 0,20 7,5 399 91,4 - -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
20/02/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 70 54 - 4,62 60,5 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 7,3 427 136 - -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
20/02/19 - 66 51 - 4,18 40,8 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 7,5 429 120 - -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
27/02/19 - 60 72 - 2,32 14,0 < 1,5 0,128 - < 0,1 6,9 408 54,8 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
27/02/19 - 60 1,0E2 - 2,40 14,5 < 1,5 0,132 - < 0,1 7,0 383 62,5 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
12/03/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 761 40 36 115 2,37 25,2 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 - 399 36,5 - Sim
12/03/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 733 31 46 112 2,10 26,8 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 - 384 24,8 - Sim
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
20/03/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 60 43 - 3,98 16,5 < 1,5 < 0,1 - 1,97 7,2 409 73,1 - -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
20/03/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 45 37 - 3,08 26,5 < 1,5 < 0,1 - 0,21 6,9 357 19,0 - -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
20/03/19 - 57 43 - 4,60 19,3 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 7,0 438 93,0 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
535
Condutiv F.TOT Amônia Nitrato Nitrito NAT OD
Cor Real DBO5 DQO Sol.Dis. Turbidez C.TE.
Data Ponto ade (mgP/L (mg (mg NO3- (mg NO2- (mg (mg pH Mat.Flu.
(mgPt/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (NTU) (NMP/100mL)
(Mho/cm) ) NH3/L) N/L) N/L) N/L) OD/L)
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
20/03/19 - 30 32 - 8,84 15,1 < 1,5 < 0,1 - 0,11 6,6 363 20,1 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
20/03/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 55 38 - 3,60 26,2 < 1,5 < 0,1 - 1,54 7,1 397 51,4 - -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
20/03/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 61 1,9E2 - 4,30 30,7 < 1,5 < 0,1 - < 0,1 7,1 428 116 - -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
20/03/19 - 64 1,0E2 - 4,62 37,3 < 1,5 < 0,1 - 0,71 7,2 433 104 - -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
28/03/19 - 56 - - 2,02 15,7 < 1,5 < 0,1 - 0,74 6,8 340 24,5 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
28/03/19 - 40 - - 2,32 19,4 < 1,5 < 0,1 - 0,93 6,8 335 31,0 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
28/03/19 - 42 - - 2,36 21,8 < 1,5 < 0,1 - 1,41 6,9 351 27,8 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
28/03/19 - 47 - - 2,36 20,0 < 1,5 < 0,1 - 1,12 6,9 339 17,8 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
02/04/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 640 47 - 26 2,19 32,7 < 1,5 < 0,1 - 2,73 - 333 28,4 - Sim
02/04/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 507 38 - 34 1,16 20,9 < 1,5 < 0,1 - 1,51 - 260 27,6 - Sim
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
10/04/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 55 - - 3,14 27,4 < 1,5 < 0,1 - 0,65 7,0 345 42,2 - -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
10/04/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 54 - - 3,50 31,9 < 1,5 < 0,1 - 0,80 6,9 353 68,2 - -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
10/04/19 - 54 - - 3,72 27,2 < 1,5 < 0,1 - 1,57 7,0 335 65,9 - -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
22/04/19 - 50 - - 2,60 - < 1,5 0,207 21,0 0,65 6,8 351 32,1 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
22/04/19 - 47 - - 3,36 - < 1,5 < 0,1 27,8 4,02 6,9 358 21,3 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
30/04/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 - - 36 122 - - - - - - - - - - -
30/04/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 - - - 388 - - - - - - - - - - -
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
09/05/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 36 24 - 2,58 - 1,596 < 0,1 29,8 < 0,1 6,8 299 14,7 - -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
09/05/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 100 51 - 3,60 - 1,593 < 0,1 41,0 < 0,1 6,9 368 31,5 - -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
09/05/19 - 43 32 - 2,64 - 1,597 < 0,1 34,7 < 0,1 6,7 339 12,6 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
09/05/19 - 117 1,1E2 - 4,68 - 1,590 < 0,1 50,9 < 0,1 6,8 438 37,8 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
15/05/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 950 116 78 150 6,40 - 1,600 < 0,1 15,9 1,21 - 505 71,6 - Sim
15/05/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 650 26 13 40 1,40 - 1,592 < 0,1 39,3 1,29 - 338 43,6 - Sim
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
22/05/19 - 24 35 - 1,85 - < 1,5 < 0,1 13,0 0,61 6,9 280 50,5 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
22/05/19 - 29 17 - 2,30 - < 1,5 0,113 8,06 8,48 9,7 219 51,7 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
536
Condutiv F.TOT Amônia Nitrato Nitrito NAT OD
Cor Real DBO5 DQO Sol.Dis. Turbidez C.TE.
Data Ponto ade (mgP/L (mg (mg NO3- (mg NO2- (mg (mg pH Mat.Flu.
(mgPt/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (NTU) (NMP/100mL)
(Mho/cm) ) NH3/L) N/L) N/L) N/L) OD/L)
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
22/05/19 - 21 17 - 1,50 - < 1,5 0,206 12,2 0,56 7,0 248 25,6 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
22/05/19 - 25 40 - 1,95 - < 1,5 0,180 15,3 0,44 7,0 254 35,1 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
10/06/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 31 20 - 1,16 - < 1,5 < 0,1 8,58 1,93 6,7 177 54,8 - -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
10/06/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 34 15 - 0,94 - < 1,5 < 0,1 6,40 3,65 6,8 143 60,1 - -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
10/06/19 - 29 40 - 2,46 - < 1,5 < 0,1 14,5 < 0,1 6,9 236 345 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
10/06/19 - 19 15 - 0,66 - < 1,5 < 0,1 4,56 2,36 6,8 163 40,5 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
10/06/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 28 64 - 1,66 - < 1,5 < 0,1 9,38 1,39 6,8 186 82,8 - -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
10/06/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 30 33 - 1,76 - < 1,5 < 0,1 10,4 1,23 6,8 199 83,0 - -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
10/06/19 - 34 36 - 1,34 - < 1,5 < 0,1 12,8 3,07 6,9 207 45,1 - -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
13/06/19 - 19 20 - 1,27 - 2,140 0,175 10,2 3,28 7,1 271 35,0 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
13/06/19 - 16 14 - 1,02 - 2,178 0,122 10,4 3,90 7,0 272 27,5 - -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
13/06/19 - 18 24 - 1,19 - 2,146 0,231 10,1 3,35 7,0 272 28,9 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
13/06/19 - 19 19 - 1,05 - 2,371 0,114 10,4 3,08 7,0 257 24,1 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
27/06/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 661 29 12 62 2,79 - < 1,5 < 0,1 35,4 1,93 - 344 48,3 - Sim
27/06/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 1,05E3 104 54 171 2,66 - < 1,5 < 0,1 83,2 2,22 - 562 43,8 - Sim
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
03/07/19 - 55 92 - 3,08 - < 1,5 < 0,1 20,6 2,12 7,0 341 37,8 4,03E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
03/07/19 - 88 1,5E2 - 4,28 - < 1,5 < 0,1 24,7 < 0,1 6,9 353 57,4 5,22E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
03/07/19 - 51 32 - 3,76 - < 1,5 < 0,1 20,5 1,85 7,2 323 28,6 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
03/07/19 - 47 27 - 3,04 - < 1,5 < 0,1 21,2 2,01 7,1 322 20,7 - -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
17/07/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 62 21 - 2,18 - < 1,5 < 0,1 21,2 1,41 7,0 302 25,4 - -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
17/07/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 61 1,4E2 - 2,16 - < 1,5 < 0,1 33,6 < 0,1 6,9 357 118 - -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
17/07/19 - 26 18 - 1,08 - < 1,5 0,126 9,75 0,70 6,7 211 43,0 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
17/07/19 - 55 30 - 2,56 - < 1,5 < 0,1 25,6 0,46 7,1 316 50,0 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
537
Condutiv F.TOT Amônia Nitrato Nitrito NAT OD
Cor Real DBO5 DQO Sol.Dis. Turbidez C.TE.
Data Ponto ade (mgP/L (mg (mg NO3- (mg NO2- (mg (mg pH Mat.Flu.
(mgPt/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (NTU) (NMP/100mL)
(Mho/cm) ) NH3/L) N/L) N/L) N/L) OD/L)
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
17/07/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 58 32 - 3,04 - < 1,5 < 0,1 25,0 1,38 7,0 322 41,9 - -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
17/07/19 - 59 33 - 3,28 - < 1,5 < 0,1 27,6 3,24 7,2 318 35,6 - -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
24/07/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 621 21 8,2 30 0,97 - < 1,5 < 0,1 18,5 2,47 - 322 12,8 - Não
24/07/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 614 23 5,6 44 1,53 - < 1,5 < 0,1 0,04 2,24 - 318 17,6 - Sim
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
14/08/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 23 - - 1,09 - < 1,5 < 0,1 16,2 1,35 6,6 221 13,5 1,02E6 -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
14/08/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 41 - - 2,66 - < 1,5 < 0,1 36,8 0,54 6,8 365 24,4 5,43E6 -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
14/08/19 - 25 - - 1,84 - < 1,5 < 0,1 26,2 2,89 7,0 316 8,53 3,31E5 -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
14/08/19 - 40 - - 2,22 - < 1,5 < 0,1 30,1 1,65 7,0 295 20,7 2,01E6 -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
14/08/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 39 - - 1,85 - < 1,5 < 0,1 24,8 2,65 7,0 323 21,8 9,13E5 -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
14/08/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 50 46 - 2,59 - < 1,5 < 0,1 36,8 0,89 7,0 274 37,9 3,31E6 -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
14/08/19 - 56 - - 2,94 - < 1,5 < 0,1 36,1 2,40 7,2 327 29,7 2,89E6 -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
15/08/19 - 45 39 - 2,03 - < 1,5 0,151 23,1 2,28 7,0 323 24,6 1,28E7 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
15/08/19 - 49 34 - 2,15 - < 1,5 < 0,1 28,7 2,28 7,1 327 25,8 7,25E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
15/08/19 - 38 38 - 2,06 - < 1,5 < 0,1 23,6 2,21 7,1 318 23,2 4,98E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
15/08/19 - 64 34 - 2,30 - < 1,5 < 0,1 26,9 2,43 7,1 324 32,8 4,03E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
21/08/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 615 19 6,6 23 1,12 - < 1,5 < 0,1 22,9 0,90 - 319 13,4 - Sim
21/08/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 633 22 11 39 2,33 - < 1,5 < 0,1 28,6 1,98 - 329 12,1 - Sim
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
12/09/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 27 41 - 1,56 - < 1,5 < 0,1 16,2 1,78 7,0 257 18,8 8,12E4 -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
12/09/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 27 39 - 2,78 - < 1,5 < 0,1 18,8 1,09 7,1 273 27,6 1,53E6 -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
12/09/19 - 14 44 - 1,20 - < 1,5 < 0,1 9,32 1,19 6,7 214 15,5 9,66E5 -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
12/09/19 - 26 51 - 2,05 - < 1,5 < 0,1 15,2 2,20 7,0 268 47,0 3,08E5 -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
12/09/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 28 35 - 2,13 - < 1,5 < 0,1 16,7 2,67 7,1 260 25,6 3,80E5 -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
12/09/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 25 36 - 2,20 - < 1,5 < 0,1 16,2 2,15 7,2 260 22,4 4,98E5 -
10A/11/12/13/14/Rem
538
Condutiv F.TOT Amônia Nitrato Nitrito NAT OD
Cor Real DBO5 DQO Sol.Dis. Turbidez C.TE.
Data Ponto ade (mgP/L (mg (mg NO3- (mg NO2- (mg (mg pH Mat.Flu.
(mgPt/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (NTU) (NMP/100mL)
(Mho/cm) ) NH3/L) N/L) N/L) N/L) OD/L)
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
12/09/19 - 26 41 - 1,91 - < 1,5 < 0,1 16,5 4,99 8,3 256 29,9 3,41E5 -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
16/09/19 - 33 61 - 1,80 - < 1,5 0,369 14,4 2,82 6,8 309 21,6 4,03E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
16/09/19 - 40 - - 1,96 - < 1,5 < 0,1 15,7 1,78 7,0 360 24,6 6,09E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
16/09/19 - 33 61 - 2,58 - < 1,5 < 0,1 13,4 2,29 6,7 311 32,0 7,25E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
16/09/19 - 40 - - 2,00 - < 1,5 0,116 15,7 2,47 7,1 311 20,5 6,84E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
24/09/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 636 37 12 46 1,08 - < 1,5 < 0,1 20,6 2,71 - 330 8,75 - Não
24/09/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 1,09E3 45 - 36 1,44 - < 1,5 < 0,1 24,3 2,26 - 582 12,2 - Não
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
10/10/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 63 18 - 2,30 - < 1,5 < 0,1 21,5 2,28 7,0 300 14,6 2,89E6 -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
10/10/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 77 30 - 2,72 - < 1,5 < 0,1 21,5 1,64 7,1 311 30,1 4,85E6 -
5-5A
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
10/10/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 71 28 - 2,54 - < 1,5 < 0,1 19,6 1,94 7,0 301 27,0 3,31E6 -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
10/10/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 81 33 - 3,06 - < 1,5 < 0,1 20,4 3,28 7,2 323 40,7 1,52E6 -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
10/10/19 - 81 38 - 2,86 - < 1,5 < 0,1 20,4 1,58 7,0 318 33,5 4,54E6 -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
14/10/19 - 64 37 - 2,66 - < 1,5 < 0,1 18,8 1,88 7,1 339 33,9 6,84E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
14/10/19 - 67 31 - 2,40 - < 1,5 < 0,1 20,1 1,27 7,1 413 24,1 6,84E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
14/10/19 - 57 24 - 2,44 - < 1,5 < 0,1 20,7 1,21 7,1 325 18,8 6,09E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
14/10/19 - 67 48 - 2,76 - < 1,5 < 0,1 21,6 1,87 6,9 364 24,8 5,75E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
22/10/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 660 33 22 74 1,77 - < 1,5 < 0,1 20,5 0,97 - 344 7,49 - Sim
22/10/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 702 70 14 61 2,70 - < 1,5 < 0,1 24,6 2,38 - 366 15,9 - Sim
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
04/11/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 64 26 - 3,00 - < 1,5 < 0,1 25,6 1,26 6,8 372 9,26 2,59E6 -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
04/11/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 77 50 - 3,65 - < 1,5 < 0,1 26,4 1,35 6,9 331 27,6 3,31E5 -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
04/11/19 - 38 18 - 3,00 - < 1,5 < 0,1 15,6 0,52 6,7 252 10,6 1,74E6 -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
04/11/19 - 50 18 - 2,92 - < 1,5 < 0,1 20,7 1,69 6,8 305 21,6 5,13E5 -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
04/11/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 63 43 - 3,05 - < 1,5 < 0,1 24,3 1,08 6,9 309 18,2 3,65E6 -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
04/11/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 53 30 - 3,10 - < 1,5 < 0,1 22,2 0,91 7,0 308 40,9 2,59E6 -
10A/11/12/13/14/Rem
539
Condutiv F.TOT Amônia Nitrato Nitrito NAT OD
Cor Real DBO5 DQO Sol.Dis. Turbidez C.TE.
Data Ponto ade (mgP/L (mg (mg NO3- (mg NO2- (mg (mg pH Mat.Flu.
(mgPt/L) (mg/L) (mg/L) (mg/L) (NTU) (NMP/100mL)
(Mho/cm) ) NH3/L) N/L) N/L) N/L) OD/L)
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
04/11/19 - 73 55 - 3,55 - < 1,5 < 0,1 23,8 3,36 7,7 318 45,5 2,89E6 -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
20/11/19 - 76 100 - 6,96 - < 1,5 < 0,1 17,3 2,14 6,9 366 62,5 2,01E7 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
20/11/19 - 65 73 - 3,07 - < 1,5 < 0,1 18,5 1,05 6,9 343 20,2 6,09E6 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
20/11/19 - 65 74 - 3,17 - < 1,5 < 0,1 19,4 1,06 6,8 349 22,5 4,59E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
20/11/19 - 69 92 - 2,78 - < 1,5 < 0,1 17,5 0,63 6,7 349 22,3 9,13E6 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
26/11/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 - 27 - - 0,62 - < 1,5 < 0,1 3,35 2,71 - - 610 2,01E5 Sim
26/11/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 - 131 - - 1,16 - < 1,5 < 0,1 3,26 2,62 - - 589 1,74E5 Sim
29/11/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 641 - 28 105 - - - - - - - 333 - - -
29/11/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 669 - 22 83 - - - - - - - 349 - - -
SSAE096M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
02/12/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1- 1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 82 61 - 2,84 - < 1,5 < 0,1 28,9 2,68 6,9 321 11,0 - -
5-5A
SSAE096J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
02/12/19 lançamento LGFAC02 - ETE Faz Grande IV - U 1-1A / 2-2A / 3 / 4-4A / - 93 59 - 3,18 - < 1,5 < 0,1 24,8 0,53 6,9 334 13,0 - -
5-5A
SSAE097M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
02/12/19 - 17 56 - 1,80 - < 1,5 < 0,1 16,5 0,81 6,8 271 8,23 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE097J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
02/12/19 - 61 89 - 3,76 - < 1,5 < 0,1 27,3 0,25 6,8 355 17,0 - -
lançamento LGFAC04 - ETE Faz Grande IV - U6
SSAE098M01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a montante do
02/12/19 lançamento LGFAC05 - ETE Faz Grande IV - U 7 / 8 / 11 / 12 / - 49 76 - 2,68 - < 1,5 < 0,1 24,2 2,16 6,9 310 12,3 - -
Remanescente
BARR#00082 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - jusante
02/12/19 LGFAC05/montante LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 7/8/9-9A/10- - 44 44 - 2,34 - < 1,5 < 0,1 21,2 2,50 7,0 289 33,5 - -
10A/11/12/13/14/Rem
SSAE099J01 Av Assis Valente (Fazenda Grande IV) - a jusante do
02/12/19 - 64 44 - 2,16 - < 1,5 < 0,1 18,9 4,64 7,1 279 36,3 - -
lançamento LGFAC06 - ETE Faz Grande IV - U 9-9A / 10-10A / 13 / 14
12/12/19 SSAE067M01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-2 676 29 11 53 1,66 - < 1,5 < 0,1 16,5 1,43 - 352 16,3 4,03E5 Sim
12/12/19 SSAE067J01 Rua Prof Hamilton Carvalho Lima (Paralela) - TRBG-3 724 104 1,4E3 1856 6,80 - < 1,5 < 0,1 21,0 < 0,1 - 379 1,22E3 2,98E5 Sim
SSAE023M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
18/12/19 - 68 1,1E2 - 3,60 - < 1,5 < 0,1 21,0 1,33 6,8 346 56,0 4,03E7 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE023J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
18/12/19 - 166 51 - 2,72 - < 1,5 < 0,1 18,4 1,43 7,0 336 22,2 1,02E7 -
lançamento LGFAC2A - ETE Castelo Branco II
SSAE024M01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a montante do
18/12/19 - 133 45 - 2,82 - < 1,5 < 0,1 12,8 1,30 7,0 338 22,4 1,28E7 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
SSAE024J01 Rua Rio Cambonas (Castelo Branco) - a jusante do
18/12/19 - 105 51 - 3,00 - < 1,5 < 0,1 18,7 1,13 7,1 346 26,0 1,28E7 -
lançamento LGFAC - ETE Castelo Branco III
Fonte: Embasa, 2019.
540
Os resultados das análises de montante e jusante do corpo receptor indicam em todas as situações
que após o lançamento dos efluentes houve piora na qualidade do corpo d’água em pelo menos um
parâmetro. Os parâmetros mais afetados após o lançamento dos efluentes foram a cor real, DBO5,
fósforo total, nitrogênio amoniacal, oxigênio dissolvido, sólidos dissolvidos e turbidez, apontando
para possível ineficiência no tratamento das ETE que lançam nesses pontos ou então falta de
capacidade do corpo receptor depurar o efluente que está recebendo.
Além da possibilidade de ineficiência das ETE, deve ser levado em consideração também as
ocupações irregulares nas margens dos córregos, que muitas vezes lançam esgoto bruto nos
córregos próximos, impactando também negativamente na qualidade da água dos corpos hídricos.
Avaliando os pontos de monitoramento da ETE Paralela Park e Castelo Branco II, observa-se que
em algumas situações houve melhoria em alguns parâmetros, ocasionado pelo lançamento de
efluente tratado pela ETE com características melhores do que a água do corpo receptor, diante
disso, após a mistura do efluente e da água houve melhoria em alguns dos parâmetros analisados.
DOS SERVIÇOS
541
Tipo Problemas e dificuldades identificadas
Falta de tanque pulmão e gerador de energia para minimizar o extravasamento de
esgoto
Conflito de interesse com a população, ocasionando dificuldade na operação do
sistema.
Não há monitoramento de vazão
Recebe significante contribuição de água de chuva das CTS
Estação de
Condicionamento Recebe significativa contribuição de água de chuva das CTS
Prévio (ECP)
Estruturas dos UASB em geral bastante danificadas
UASB sem respiro para remoção dos gases dos reatores.
Dificuldade de acesso nas regiões periféricas
Conflito de interesse com a população, ocasionando dificuldade na operação do
sistema.
Estação de Sistemas de lodos ativados operam sem bombas de recirculação de lodo
Tratamento de Parte dos sopradores de ar fora de operação
Esgoto (ETE) Não é feita desinfecção final do efluente
O lodo das lagoas nunca foi removido
Excesso de lodo em parte dos UASBs
Fácil acesso às lagoas de tratamento, colocando em risco a população que mora no
entorno das áreas
Eficiência medida com base apenas na remoção de DBO
Solução paliativa que se tornou definitiva
Captações de Inexistência de análises para verificar a possibilidade de desativação dessas estruturas
tempo seco (CTS) Falta de informações para controle operacional
Aumento da implantação dessas estruturas ao longo do tempo
Fonte: CSB Consórcio, 2021.
De acordo com as informações da Embasa, os maiores problemas operacionais das EEE são
decorrentes do excesso de resíduos sólidos lançados nas redes coletoras e ao excesso de areia no
sistema, que por muitas vezes passam pelo gradeamento e caixa de areia e comprometem as
bombas. Além disso existe a dificuldade de acesso com caminhões em regiões periféricas e
problemas de segurança, onde cabos são furtados, causando a paralisação do sistema. Durante os
períodos chuvosos, por conta das contribuições das CTS e ligações clandestinas de água de chuva
nas redes coletoras, em quase todas as estações elevatórias do sistema centralizado de esgoto de
Salvador ocorre o aumento do nível dos poços de sucção das EEE e aumento das rotinas de limpeza
dos sistemas de retenção de sólidos grosseiros e desarenadores. Outro problema grave relacionado
à ocorrência de chuvas, citado pela Embasa, é a ausência de drenagem em grande parte da cidade,
o que alaga as ruas e os moradores tentam escoar as águas de chuva pela rede da Embasa, abrindo
as tampas de Poços de Visita, ou mesmo os quebrando, permitindo a entrada de areia e lixo na
rede, além de contaminar as ruas, sobrecarregando ainda mais o sistema e ocasionando
entupimentos difíceis de solucionar
542
6.5 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NAS UNIDADES DO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
A areia retida nos sistemas de desarenação são removidas periodicamente por equipes de
manutenção e são transportadas para a estação de descarte de areia localizada em Fazenda
Grande IV, onde é disposta em leitos de secagem para remoção da umidade, posteriormente a
areia é transportada para o aterro Metropolitano Centro de Salvador.
De acordo com as informações obtidas nas visitas técnicas, a areia removida na EEE Saboeiro e
na ECP Jaguaribe é fornecida sem custo mediante a retirada, para empresas de cerâmica. Dessa
forma apenas o que não é absorvido por essas empresas é encaminhado para o aterro, reduzindo
assim o custo de disposição final.
O lodo e a escuma são produtos gerados nos sistemas de tratamento de esgoto e são retirados das
ETE e ECP através de caminhões de sucção do tipo Vac-all. No ano de 2020 o volume de lodo e
escuma removidos nos sistemas de tratamento e condicionamento de esgoto foram de
aproximadamente 13.427m³/ano.
543
De acordo com as informações da Embasa (2021), devido à dificuldade de logística, os resíduos e
lodo gerados nos sistemas de esgotamento sanitário das Ilhas são encaminhados para os leitos de
secagens implantados nas áreas das ETE e após a desidratação os resíduos são encaminhados
para o aterro sanitário da Hera Ambiental localizado em São Francisco do Conde, distando em linha
reta aproximadamente 15 km de Bom Jesus dos Passos e 21km de Ponta de Nossa Senhora.
As soluções alternativas de esgotamento sanitário usualmente são compostas por fossa séptica,
seguida ou não de filtro e sumidouro. Para que essas soluções funcionem adequadamente devem
ser dimensionadas, construídas e operadas conforme preconizam as normas técnicas da ABNT
7.229/93 e 13.969/97.
544
A depender do número de unidades atendidas as soluções alternativas podem ser caracterizadas
como individuais ou coletivas. As soluções alternativas individuais atendem uma única unidade
(residencial, comercial ou industrial) e as coletivas atendem um conjunto de unidades (residenciais,
comerciais ou industriais).
A Embasa opera a unidade de descarte Bonocô, que foi criada com o objetivo de receber o lodo
gerado no sistema de esgotamento sanitário de Salvador, no entanto, também são recebidos lodos
de limpa fossas que firmaram contrato com a Embasa.
Como já detalhado anteriormente no item 6.1.1, de acordo com o IBGE (2010), o município de
Salvador possuía 4,82% dos domicílios utilizando soluções individuais de esgotamento sanitário,
sendo que a quantidade de fossas rudimentares (2,50%) era levemente superior à quantidade de
fossas sépticas (2,32%).
A Coordenadoria da Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio
dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) realiza o acompanhamento das famílias cadastradas e
possui o levantamento das formas de esgotamento sanitário utilizadas pelas famílias em cada um
dos distritos sanitários do município, que tem sua área de abrangência apresentada na Figura 296.
545
Figura 296 – Áreas de abrangência dos distritos Sanitários de Salvador
546
Tabela 71 – População atendida por cada forma de esgotamento sanitário nos distritos sanitários (2020)
Forma
DS DS Boca DS DS DS DS DS DS DS DS Pau DS São DS Total
Escoamento do
Barra do Rio Brotas Cabula Cajazeiras Centro Itapagipe Itapuã Liberdade da Lima Caetano Subúrbio Salvador
Banheiro
Céu aberto 65 54 65 1.208 684 23 69 473 473 12.172 540 1.659 17.485
Direto para um rio
64 45 61 200 3.524 13 338 962 962 93 369 1.488 8.119
lago ou mar
Fossa rudimentar 104 39 124 169 367 2 92 1.496 1.496 1.905 294 3.223 9.311
Fossa séptica 101 661 63 170 2.905 7 21 546 546 1.846 727 3.961 11.554
Outra forma 241 57 128 155 947 18 54 756 756 530 150 523 4.315
Rede coletora de
101.071 47.690 59.136 132.942 69.104 5.012 47.808 67.628 67.628 31.203 117.424 164.439 911.085
esgoto ou pluvial
101.646 48.546 59.577 134.844 77.531 5.075 48.382 71.861 71.861 47.749 119.504 175.293 961.869
Tabela 72 – Percentual da população atendida por cada forma de esgotamento sanitário nos distritos sanitários (2020)
Forma DS
DS DS Boca DS DS DS DS DS DS DS Pau DS São DS Total
Escoamento do Itapagip
Barra do Rio Brotas Cabula Cajazeiras Centro Itapuã Liberdade da Lima Caetano Subúrbio Salvador
Banheiro e
Céu aberto 0,06% 0,11% 0,11% 0,90% 0,88% 0,45% 0,14% 0,66% 0,66% 25,49% 0,45% 0,95% 1,82%
Direto para um
0,06% 0,09% 0,10% 0,15% 4,55% 0,26% 0,70% 1,34% 1,34% 0,19% 0,31% 0,85% 0,84%
rio lago ou mar
Fossa rudimentar 0,10% 0,08% 0,21% 0,13% 0,47% 0,04% 0,19% 2,08% 2,08% 3,99% 0,25% 1,84% 0,97%
Fossa séptica 0,10% 1,36% 0,11% 0,13% 3,75% 0,14% 0,04% 0,76% 0,76% 3,87% 0,61% 2,26% 1,20%
Outra forma 0,24% 0,12% 0,21% 0,11% 1,22% 0,35% 0,11% 1,05% 1,05% 1,11% 0,13% 0,30% 0,45%
Rede coletora de
99,43% 98,24% 99,26% 98,59% 89,13% 98,76% 98,81% 94,11% 94,11% 65,35% 98,26% 93,81% 94,72%
esgoto ou pluvial
100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
547
Analisando as tabelas acima, observa-se que de acordo com as informações fornecidas, apenas
2,17% da população cadastrada utilizava soluções individuais de esgotamento sanitário, sendo que
0,97% eram fossas rudimentares e 1,20% fossas sépticas.
Figura 297 – Soluções individuais utilizadas nos distritos sanitários de Salvador (2021)
40,00%
35,00%
30,00%
25,00%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
Céu aberto Direto para um rio lago ou mar Fossa rudimentar Fossa séptica Outra forma
Analisando a Figura 297 observa-se também que no distrito sanitário Pau da Lima verifica-se um
grande percentual de famílias (25,49%) com esgoto a céu aberto, de acordo com as informações
da Secretaria Municipal de Saúde. Como pode ser observado na Figura 296, o distrito sanitário Pau
da Lima abrange todo o território da Prefeitura Bairro (PB) Pau da Lima e uma pequena parte da
PB Cajazeiras e PB Liberdade/São Caetano.
Conforme já abordado no item 3.1.4.1 em 2010 a Assembleia Geral da ONU instituiu a Resolução
64/292, reconhecendo que o direito à água potável e ao esgotamento sanitário é um direito humano
essencial para o pleno gozo da vida e da humanidade.
Porém, sabe-se que esse direito ainda é privado a muitas pessoas, sendo que no caso específico
dos domicílios de Salvador, o direito ao esgotamento sanitário adequado é garantido na maior parte
dos domicílios, como foi detalhado no item 6.1, apesar de ainda haver a necessidade de muitos
avanços para se alcançar a universalização do atendimento adequado com esgotamento sanitário.
Para além dos domicílios existe a necessidade de garantir esse direito para a população em
situação de rua, que integra os grupos mais vulneráveis e marginalizados, além da população que
tem o seu sustento atrelado ao trabalho como vendedores ambulantes nas ruas e praias da cidade,
entre outros. Logo, observa-se que é essencial garantir o acesso a sanitários públicos para
satisfazer as necessidades básicas desta população, garantindo o acesso à água potável para
limpeza e lavagem das mãos, utilização de vasos sanitários e chuveiros, que consistem em medidas
de extrema importância para a prevenção de doenças e promoção da saúde.
Por outro lado, não foi obtido da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza
(Sempre) um número preciso atualizado da quantidade total da população em situação de rua no
município. De acordo com as informações fornecidas pela secretaria, na última contagem realizada
pelo Projeto Axé no ano de 2018 foram projetados 14 a 17 mil pessoas em situação de rua e por
conta da pandemia não foi possível realizar a contagem nos anos de 2020 e 2021. Atualmente a
contagem da população de rua encontra-se em processo de chamamento
público para ser realizada em 2022.
De acordo com a Sempre (2021), no ano de 2021 foram realizados em Salvador 10.050
acolhimentos de pessoas em situação de rua em 17 unidades de acolhimento institucional (893
acolhimentos) e nos 4 Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua
- Centro POP (9.157 acolhimentos), deixando evidente a importância do atendimento das
necessidades básicas para a higiene desta população, por meio da disponibilização de sanitários
públicos.
Analisando o Quadro 63 é possível observar que a maior parte dos acolhimentos de pessoas em
situação de rua ocorreram na PB Centro/Brotas (40,0%), PB Cidade Baixa (29,2%) e PB Itapuã
(26,7%), enquanto uma quantidade muito menor está na PB Subúrbio/Ilhas (1,3%), PB Cajazeiras,
(1,3%), PB Barra/Pituba (0,2%), PB Liberdade/São Caetano (0,7%) e PB Pau da Lima (0,5%), não
havendo registros para a PB Cabula/Tancredo Neves e PB Valéria.
No mesmo ofício consta também uma relação de outras 14 instituições que acolhem a população
em situação de rua do município de Salvador, conforme Quadro 64. De acordo com a Sempre
(2021) essas instituições são unidades privadas sem parceria com o município, contudo no período
pandêmico estas unidades obtiveram suporte de orientações técnicas desta secretaria. Por se tratar
de unidades sem vínculo com o município não foi possível obter informações sobre a quantidade
de acolhimentos realizados nestas instituições.
Por outro lado, de acordo com a Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEMOP, 2021), existem
atualmente 14.777 comerciantes informais licenciados no município de Salvador, de acordo com o
Sistema de Gestão do Comércio Informal (SGCI), sendo muito importante também a garantia do
acesso desta população a sanitários públicos.
De acordo com as informações fornecidas pela Limpurb, existem atualmente 300 sanitários
químicos fixos no município e apenas 25 sanitários públicos convencionais. Esses sanitários
convencionais estão localizados em apenas 20 dos 167 bairros existentes atualmente na parte
continental do município de Salvador. No caso das 3 ilhas de Salvador, que compõe os outros 3
bairros do município, observa-se que na Ilha dos Frades existem 2 sanitários públicos (na praia de
Ponta de Nossa Senhora e na Praia de Loreto), enquanto na Ilha de Bom Jesus dos Passos existe
01 sanitário público e na Ilha de Maré não existem sanitários públicos implantados.
No Quadro 65 apresenta-se a relação dos sanitários públicos existentes em Salvador, assim como
a quantidade de equipamento existentes em cada um deles.
Nas praias de Salvador, que também são locais de grande circulação de pessoas, como vendedores
ambulantes, turistas e soteropolitanos que as utilizam como lazer, também não é observada a
presença de sanitários públicos, sendo que apenas em algumas praias existem sanitários químicos
em situação precária, sendo utilizados apenas em situações de extrema necessidade.
Com isso, fica evidente a necessidade do PMSBI de Salvador nas suas próximas etapas contemplar
o planejamento de soluções adequadas de abastecimento de água potável que extrapola a escala
domiciliar, a fim de atender aos critérios normativos dos direitos humanos (Quadro 66).
Considerando a abordagem do esgotamento sanitário fora dos domicílios é muito importante avaliar
também as condições oferecidas pelas escolas públicas e privadas existentes no município de
Salvador, visto que estudantes e profissionais da educação passam uma boa parte do dia dentro
dessas instalações e precisam ter garantidas condições adequadas de higiene, o que inclui formas
adequadas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. De acordo com os dados com
Censo Escolar de 2021 realizado pelo Inep, existe um total de 1.600 escolas no município de
Salvador, sendo 434 escolas públicas municipais (27,1%), 213 escolas públicas estaduais (13,3%),
2 escolas pública federais (0,1%) e 951 escolas privadas (59,4%).
80%
39,0%
70%
60%
50% 98,6% 100,0%
92,4% 89,4%
40%
30% 57,3%
20%
10%
0%
Escolas públicas Escolas públicas Escolas públicas
Escolas privadas Total
municipais estaduais federais
Sem Informações 1,4% 3,8% 0,0% 7,3% 5,2%
Sem Banheiros 0,0% 39,0% 0,0% 0,3% 5,4%
Com Banheiros 98,6% 57,3% 100,0% 92,4% 89,4%
O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Salvador, instituído pela Lei Municipal nº
9.069, de 30 de junho de 2016, apresenta em seu artigo 11, como um dos objetivos da Política
Urbana, elevar a qualidade de vida da população soteropolitana, por meio de diversas políticas
públicas, dentre as quais o saneamento básico, a fim de promover a inclusão social, a redução
das desigualdades socioespaciais e a superação dos fatores de vulnerabilidade social e territorial
que afetam particularmente a maioria negra de Salvador, distribuída nas diferentes regiões da
Cidade.
Para tanto é necessário a expansão das iniciativas de universalização do saneamento básico para
atendimento de todas as áreas do Município, principalmente aquelas menos estruturadas e com
níveis elevados de exclusão e segregação social; conforme disposto no art. 12 como uma das
diretrizes da Política Urbana no Município de Salvador.
Cabe destacar que essa Política Urbana possui um Capítulo (Capítulo II) específico dedicado ao
Saneamento Básico, onde no Art. 89. fica definido que a Política Municipal de Saneamento Básico
contempla os princípios de universalidade, equidade, integralidade, intersetorialidade, qualidade do
serviço, sustentabilidade, transparência das ações, utilização de tecnologias apropriadas, adoção
de medidas de fomento à moderação do consumo de água e gestão pública, assegurando a
participação e o controle social na sua formulação, implementação, acompanhamento e avaliação.
No que tange ao sistema de esgotamento sanitário, as premissas e diretrizes para prestação dos
serviços de esgoto são:
Art. 94. O Município é o titular e o gestor da Política de Esgotamento Sanitário, devendo garantir
a qualidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade e a modicidade de preços na
prestação do serviço, de acordo com as necessidades dos usuários.
Art. 95. As diretrizes para a prestação do serviço público de esgotamento sanitário são:
I - Fornecimento de informações e bases cadastrais atualizadas sobre os serviços, equipamentos
e infraestrutura;
II - Garantia de atendimento a todos os estratos sociais, com metas de universalização do
sistema de esgotamento sanitário e serviço de qualidade, ou com outras soluções apropriadas à
realidade socioambiental;
III - estabelecimento de prioridade para implantação de rede coletora e ligações domiciliares,
segundo bacias coletoras, de acordo com os níveis de demanda reprimida e necessidades mais
acentuadas;
IV - Estabelecimento, como fator de prioridade:
Pesquisas realizadas no âmbito da UFBA têm demonstrado que persistem graves problemas de
esgotamento sanitário em algumas áreas da cidade de Salvador, além de ser uma constante a
dificuldade de abastecimento de água regular nos bairros mais pobres ou mais afastados. Por conta
dessas desigualdades em termos da qualidade do serviço prestado, o consumo de água fora dos
padrões de potabilidade e a disposição inadequada de esgotos sanitários e de resíduos sólidos se
tornam importantes problemas sanitário-ambientais. (MORAES et al., 2015; MORAES, SANTOS,
SAMPAIO, 2006; SALVADOR, 2006)
No que diz respeito ao esgotamento sanitário, apesar do elevado montante de recursos financeiros
investidos no âmbito do Programa Bahia Azul, a cobertura da população com rede pública de
esgotamento sanitário atingiu 71% em 2004, não tendo sido alcançada a meta de atender a 80%
da população (ALVARES; BORJA; MORAES, 2005. BORJA; MORAES, 2018). Diante disso é
possível afirmar que o sistema de esgotamento sanitário está distante de preencher os requisitos
A adequação do SES de Salvador aos demais itens apresentados no Capítulo II Seção III do PDDU
é ainda mais complexa, principalmente no item VII que aborda sobre a despoluição dos corpos
d’água e eliminação das captações de tempo seco. Conforme já detalhado anteriormente, as CTS
são uma das maiores problemáticas no SES de Salvador e não há nenhum controle com relação a
essas estruturas, impossibilitando a análise sobre a possibilidade ou não de desativação delas.
Além disso, de acordo com as informações da Embasa, enquanto a situação dos trechos críticos
abordados no item 6.3 não for resolvida as CTS continuarão existindo.
Essa situação implica diretamente na poluição dos corpos d’água, que são utilizados como opção
para afastamento dos esgotos gerados em localidades sem atendimento e aumentam o consumo
energético em virtude do acréscimo de vazão de águas pluviais desviadas para o sistema de
esgotamento sanitário, acarretando aumento na potência das bombas nas EEE e ECP.
Entretanto, ressalta-se que apesar de todas as implicações negativas das CTS, as mesmas ainda
possuem um papel importante na garantia da balneabilidade da maioria das praias de Salvador em
períodos secos, como será abordado posteriormente no item 8.2. Nesse período sem chuvas as
CTS impedem que não apenas esgoto, mas também os resíduos sólidos lançados pela população
no sistema de drenagem atinjam as praias do município, fator fundamental para a economia do
município, considerando a importância do turismo para municípios litorâneos como Salvador.
No ano de 2019 a Embasa elaborou 5 projetos de educação ambiental, dos quais 4 abordavam o
esgotamento sanitário, atendendo a Diretriz VIII - a.
Como pode ser observado, o número de pessoas alcançadas por esses projetos foi muito pequeno,
e, além disso, no que diz respeito ao tratamento de esgoto através de lagoas não houve nenhuma
ação, sendo que nas visitas de campo houve relatos sobre invasão da população a essas áreas,
inclusive para atividades de pesca e natação, evidenciando a necessidade de conscientização da
população por conta dos riscos envolvidos nessas e outras atividades compreendendo as lagoas
de tratamento de esgoto.
A qualidade da água dos rios urbanos está diretamente relacionada à abrangência de atendimento
e à qualidade do serviço de esgotamento sanitário prestado no município e, portanto, será
apresentada a seguir a análise dos dados disponíveis de análise da qualidade da água dos rios
urbanos de Salvador.
Destaca-se que nos eventos participativos realizados, que serão detalhados no item 10, a
degradação dos rios urbanos do município de Salvador foi ressaltada pelos participantes na maioria
dos eventos realizados, com destaque para o Rio Mané Dendê, Rio do Cobre, Rio Camarajipe, Rio
Ipitanga e Rio Jaguaribe.
Atualmente a qualidade da água nos rios e lagoas de Salvador é avaliada pelo Inema (Instituto do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia) por meio do Programa Monitora, que foi
iniciado em 2008 e realiza de 2 a 4 campanhas por ano, abrangendo todo o território estadual. Além
do Programa Monitora, o Inema realiza também anualmente um diagnóstico da qualidade das águas
dos rios e lagoas da cidade de Salvador desde o ano de 2013.
No monitoramento realizado pelo Inema são analisados os parâmetros definidos pela Resolução
Conama n° 357 de 2005, que classifica os corpos d’água para fins de enquadramento, assim como
estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Além da análise individual de cada
um dos parâmetros, o Inema utiliza também dois indicadores para avaliação da situação em relação
à qualidade da água dos rios e lagoas: O Índice de Qualidade da Água (IQA) e o Índice de Estado
Trófico (IET).
Na Tabela 73 e na Tabela 74 apresenta-se os resultados obtidos para o IQA e para o IET nos 29
pontos de monitoramento do Monitora nas últimas campanhas realizadas nos anos de 2018, 2019
e 2021. Ressalta-se que dos 29 pontos, 12 são localizados em ambientes lênticos (lagoas) e 17 em
ambientes lóticos (rios).
Por outro lado, na Tabela 75 e na Tabela 76 apresenta-se os resultados obtidos para o IQA e para
o IET nos 60 pontos de monitoramento dos rios de Salvador utilizados nos relatórios anuais do
Inema relativos aos anos de 2013 a 2020. Já na Tabela 77 e na Tabela 78 apresenta-se os
resultados obtidos para o IQA e para o IET nos 34 pontos de monitoramento das lagoas de Salvador
utilizados nos relatórios anuais do Inema relativos aos anos de 2013 a 2019.
2018.1
2018.2
2018.3
2018.4
2019.1
2019.2
2019.3
2019.4
2020.1
2020.2
2020.3
2021.1
Hidrográfica /
Código Nome do Rio Latitude Longitude Ambiente
Drenagem
Natural
RCN-CMJ-500 Rio Camarajipe 12°55'53" 38°28'16" Lótico 19 17 17 18 18 17 19 21 22 23
Bacia Hidrográfica RCN-CMJ-850 Rio Camarajipe 12°58'48" 38°28'2" Lótico 30 21 25 26 27 32 36 23 24 38
do Camarajipe RCN-LDF-001 Lagoa dos Frades 12°58'55" 38°26'33" Lêntico 53 46 40 54 42 33 64 36
RCN-TRI-600 Rio das Tripas 12°58'8" 38°29'45" Lótico 37 37 24 35 41 36 28 39 22
RCN-COB-950 Rio do Cobre 12°54'11" 38°28'34" Lótico 41 40 26 35 38 45 31 74 43 37 44
Bacia Hidrográfica RCN-LCO-001 Lagoa do Cobre 12°53'36" 38°27'36" Lêntico 85 83 64 66 71 72 75 61 63 60 60
do Cobre RCN-LPX-001 Lagoa da Paixão 12°51'2" 38°26'45" Lêntico 52 64 52 73 65 63 59 66 73 68 56
RCN-LPX-002 Lagoa da Paixão 12°51'7" 38°26'56" Lêntico 45 60 57 39 66 70 73 63 74 57 58
RCN-BIP-001 Barragem Ipitanga II 12°51'21" 38°23'24" Lêntico 71 75 77 80 74 70 83 76 74 77 79 73
Bacia Hidrográfica
do Ipitanga Barragem de
RCN-BIP-002 12°53'52" 38°23'0" Lêntico 67 82 85 84 81 81 77 84 76 71 78 81
Ipitanga I
RCN-JGB-100 Rio Jaguaribe 12°53'57" 38°26'23" Lótico 23 20 19 21 18 28 21 22 33
Bacia Hidrográfica RCN-JGB-600 Rio Jaguaribe 12°55'33" 38°22'52" Lótico 32 37 32 31 38 46 39 38 41
do Jaguaribe RCN-CBP-100 Córrego do Bispo 12°56'25" 38°21'55" Lótico 24 38 31 22 27 28 25 29 21 35
RCN-MAN-100 Rio Mangabeira 12°56'4" 38°22'19" Lótico 23 34 20 20 20 22 21 42 21 35
RCN-LUC-100 Rio Lucaia 13°0'28" 38°29'31" Lótico 42 34 35 33 38 34 34 44 38 41
Bacia Hidrográfica
RCN-LUC-400 Rio Lucaia 13°0'22" 38°29'13" Lótico 33 22 17 34 19 22 57 40 30 38
do Lucaia
RCN-LTO-001 Dique do Tororó 12°58'57" 38°30'16" Lêntico 60 63 61 52 69 63 48 54 55 71
Bacia Hidrográfica RCN-PAR-700 Rio Paraguari 12°51'59" 38°27'45" Lótico 20 40 32 26 41 40 37 45 51 42 28
do Paraguari RCN-PAR-950 Rio Paraguari 12°51'37" 38°28'47" Lótico 24 36 30 26 31 39 18 28 35 32 35
RCN-PIT-200 Rio Pituaçu 12°55'37" 38°26'31" Lótico 24 21 18 17 19 19 34 21 19 23
Bacia Hidrográfica Lagoa
RCN-LDR-001 12°57'48" 38°26'23" Lêntico 48 57 30 39 44 22 43 33 41 44
de Pedras/Pituaçu Paraiso/Doron
RCN-LPI-001 Lagoa de Pituaçu 12°58'2" 38°24'46" Lêntico 58 74 69 58 59 66 65 65 70 69
2018.1
2018.2
2018.3
2018.4
2019.1
2019.2
2019.3
2019.4
2020.1
2020.2
2020.3
2021.1
Hidrográfica /
Código Nome do Rio Latitude Longitude Ambiente
Drenagem
Natural
Bacia de RCN-LFL-001 Lagoa do Flamengo 12°55'16" 38°18'54" Lêntico 69 73 56 60 63 60 69 62 80 61 82
Drenagem Natural
de Stella Maris RCN-ABT-100 Lagoa do Abaeté 12°56'43" 38°21'29" Lêntico 57 57 67 67 57 76 73 68 65 58 61
Bacia Hidrográfica
Seixos RCN-SEI-300 Rio dos Seixos 12°59'43" 38°31'8" Lótico 37 36 53 57 57 47 52 55 63
(Barra/Centenário)
Rio da Ilha dos
RCN-IFD-001 12°45'50" 38°37'21" Lótico 50 75
Frades
Bacia Hidrográfica
Barramento de um
da Ilha dos Frades
RCN-IFD-002 rio da Ilha dos 12°48'33" 38°38'28" Lêntico 80 79 75 64 68 68
Frades
Bacia Hidrográfica RCN-IMR-001 Rio da Ilha da Maré 12°45'17" 38°31'43" Lótico 69 66
da Ilha de Maré RCN-IMR-002 Rio da Ilha de Maré 12°46'54" 38°30'60" Lótico 42 29 16 49 54
Fonte: Inema, 2021
2018.1
2018.2
2018.3
2018.4
2019.1
2019.2
2019.3
2019.4
2020.1
2020.2
2020.3
2021.1
Hidrográfica /
Código Nome do Rio Latitude Longitude Ambiente
Drenagem
Natural
RCN-CMJ-500 Rio Camarajipe 12°55'53" 38°28'16" Lótico 68 69 70 71 64 69 70 69 67 64 69
Bacia RCN-CMJ-850 Rio Camarajipe 12°58'48" 38°28'2" Lótico 57 68 64 63 58 63 63 60 64 56 62
Hidrográfica do
Camarajipe RCN-LDF-001 Lagoa dos Frades 12°58'55" 38°26'33" Lêntico 70 75 76 73 66 68 75 65 70
RCN-TRI-600 Rio das Tripas 12°58'8" 38°29'45" Lótico 61 67 67 70 59 62 62 67 59 69
RCN-COB-950 Rio do Cobre 12°54'11" 38°28'34" Lótico 59 60 69 67 64 66 71 57 70 72 70
Bacia RCN-LCO-001 Lagoa do Cobre 12°53'36" 38°27'36" Lêntico 55 56 58 55 59 55 59 61 57 56 54
Hidrográfica do
Cobre RCN-LPX-001 Lagoa da Paixão 12°51'2" 38°26'45" Lêntico 66 66 67 58 65 64 54 65 61 62 62
RCN-LPX-002 Lagoa da Paixão 12°51'7" 38°26'56" Lêntico 67 53 68 73 52 52 64 53 54 53 56
Bacia RCN-BIP-001 Barragem Ipitanga II 12°51'21" 38°23'24" Lêntico 50 58 55 55 57 60 55 61 58 59 54 55
Hidrográfica do
Ipitanga RCN-BIP-002 Barragem de Ipitanga I 12°53'52" 38°23'0" Lêntico 56 56 55 54 54 55 57 54 54 54 56 53
RCN-JGB-100 Rio Jaguaribe 12°53'57" 38°26'23" Lótico 62 71 72 71 67 63 70 62 65 68
Bacia RCN-JGB-600 Rio Jaguaribe 12°55'33" 38°22'52" Lótico 69 77 76 78 76 74 75 73 74 68
Hidrográfica do
Jaguaribe RCN-CBP-100 Córrego do Bispo 12°56'25" 38°21'55" Lótico 66 73 73 73 68 65 69 66 68 68
RCN-MAN-100 Rio Mangabeira 12°56'4" 38°22'19" Lótico 65 75 78 70 69 67 71 72 69 68
Bacia RCN-LUC-100 Rio Lucaia 13°0'28" 38°29'31" Lótico 63 72 71 67 76 68 62 69 66 62 65
Hidrográfica do RCN-LUC-400 Rio Lucaia 13°0'22" 38°29'13" Lótico 65 74 82 86 63 62 74 64 63 67 66
Lucaia RCN-LTO-001 Dique do Tororó 12°58'57" 38°30'16" Lêntico 66 67 65 65 62 58 61 68 64 64 70
Bacia RCN-PAR-700 Rio Paraguari 12°51'59" 38°27'45" Lótico 62 61 62 71 56 60 65 60 49 65 72
Hidrográfica do
Paraguari RCN-PAR-950 Rio Paraguari 12°51'37" 38°28'47" Lótico 63 69 72 72 72 71 69 72 63 70 65
2018.1
2018.2
2018.3
2018.4
2019.1
2019.2
2019.3
2019.4
2020.1
2020.2
2020.3
2021.1
Hidrográfica /
Código Nome do Rio Latitude Longitude Ambiente
Drenagem
Natural
Bacia de
Drenagem
RCN-ABT-100 Lagoa do Abaeté 12°56'43" 38°21'29" Lêntico 63 61 62 66 65 60 59 59 61 60 58
Natural de Stella
Maris
Bacia
Hidrográfica
Seixos RCN-SEI-300 Rio dos Seixos 12°59'43" 38°31'8" Lótico 69 74 68 66 62 57 67 59 54 54
(Barra/Centenári
o)
Bacia RCN-IFD-001 Rio da Ilha dos Frades 12°45'50" 38°37'21" Lótico 47 46
Hidrográfica da Barramento de um rio da
Ilha dos Frades RCN-IFD-002 12°48'33" 38°38'28" Lêntico 58 58 59 60 59 58
Ilha dos Frades
Bacia RCN-IMR-001 Rio da Ilha da Maré 12°45'17" 38°31'43" Lótico 53 48
Hidrográfica da
Ilha de Maré RCN-IMR-002 Rio da Ilha de Maré 12°46'54" 38°30'60" Lótico 67 68 70 77 57
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Hidrográfica /
Código Latitude Longitude Rio Município
Drenagem
Natural
CA01 38°28'19.56" O 12°55'00.79" S Rio Camarajipe Salvador 52 35 18 18 17 38 41 18
CA02 38°28'16.6" O 12°56'28.7" S Afluente do Rio Camarajipe Salvador 21 17 17 18 17 16 17 13
CA03 38°28'27.6" O 12°57'17.4" S Rio Camarajipe Salvador 22 14 15 19 17 15 17 14
Bacia Hidrográfica
CA04 38°27'13.44" O 12°56'31.1" S Rio Camarajipe Salvador 28 21 16 22 17 16 19 14
do Camarajipe
CA05 38°27'13.44" O 12°58'30.77" S Rio Pernambués Salvador 22
CA07 38°27'13.44" O 12°58'30.77" S Rio Pernambués Salvador 17 17 21 17 15 18 16
CA08 38°27'13.44" O 12°58'30.77" S Rio Camarajipe Salvador 23 18 18 18 17 19 15
CO01 38°27'12.90" O 12°51'41.90" S Rio do Cobre Salvador 52 56 20 35 62 60 38 34
Bacia Hidrográfica CO02 38°28'21.90" O 12°54'02.60" S Rio do Cobre Salvador 24 39 19 50 32 37 51 23
do Cobre CO3 38°28'20.4" O 12°54'59.6" S Rio do Cobre Salvador 25 22 26
MD0 38°28'29.3" O 12°53'25.9" S Rio Mané Dendê Salvador 17 14
IPI01 38°19'40.96" O 12°53'54.33" S Rio Ipitanga Lauro de Freitas 21 30 30 17 22 24
IPI02 38° 19' 12.30" O 12° 53' 12.04" S Rio Ipitanga Lauro de Freitas 22 26
IPI03 38°19'10.40" O 12°52'02.30" S Rio Ipitanga Lauro de Freitas 30 27 23 15 20 24
Bacia Hidrográfica I01 38°22’46.41” O 12°54’12.81” S Riacho Tapuá Mirim Salvador 34 28 40 22 22 29 23
do Ipitanga I02 38°22’55.49” O 12°53’56.46” S Rio Ipitanga Salvador 51 43 67 61 76 76 39
I03 38°21’19.76” O 12°54’17.62” S Rio Ipitanga Salvador 30 30 28 30 25 33 24
I04 38°20’29.98” O 12°54’24.23” S Rio Ipitanga Salvador 26 19 27 22 22 23 28
I05 38°21’02.36” O 12°54’02.43” S Rio Itinga Salvador 28 27 41 30 22 26 30
J00 X X Rio Jaguaribe Salvador 40
J01 38°24'56.10" O 12°53'40.60" S Rio Jaguaribe Salvador 32 31 25 27 28 23 24 22
Bacia Hidrográfica
J02 38°22'49.33" O 12°55'31.84" S Rio Jaguaribe Salvador 45 26 27 31 28 29 27 30
do Jaguaribe
J03 38°21'27.24" O 12°55'16.76" S Córrego do Bispo Salvador 32 25 24 19 21 26 26 23
J04 38°21'54.20" O 12°56'23.10" S Córrego do Bispo Salvador 34 15 18 21 17 25 20 14
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Hidrográfica /
Código Latitude Longitude Rio Município
Drenagem
Natural
J05 38°22'50.50" O 12°56'18.20" S Rio Mangabeira Salvador 23 21 20 28 28 23 15 15
J06 38°23'05.32" O 12°57'13.79" S Rio Jaguaribe Salvador 35 27 27 28 27 28 28 23
J07 38°23'22.60" O 12°57'01.80" S Rio Trobogy Salvador 35 37 30 40 43 31 34 33
J10 38°24’39.30” O 12°55’39.57” S Rio Mocambo Salvador 37 35 32 33 24 23 23
J11 38°26'02.70" O 12°55'23.70" S Rio Trobogy Salvador 22 19 13 20 15 16 17
J12 38°25'00.90" O 12°55'57.20" S Rio Trobogy Salvador 19 18 16 20 14 15 13
JAC01 38°26'02.80" O 12°54'34.30" S Rio Cambunas Salvador 25 16 19 18
Bacia de
Drenagem Natural LO01 38°29'28.21" O 12°56'04.45" S Rio Lobato Salvador 21 17 22 17 18 18 23 18
de Itapagipe
L01 38°30'49.60" O 12°59'19.50" S Rio Lucaia Salvador 37 24 20 23 26 33 21 27
Bacia Hidrográfica
L02 38°30'25.60" O 12°59'31.70" S Rio Lucaia Salvador 19 18 23 29 20 16 24 21
do Lucaia
L03 38°29'29.25" O 13°00'26.15" S Rio Lucaia Salvador 36 30 30 32 25 20 38 20
Bacia de M01 38°27’18.9” O 12°49’56.3” S Rio dos Macacos Simões Filho 80 52 79 75 74 65
Drenagem Natural
de São Tomé de M02 38°27'43.01" O 12°49'49.30" S Rio dos Macacos Salvador 36 15 32 31 14 38 32
Paripe
Bacia Hidrográfica
O01 38°30'32.77” O 13°00’13.86” S Rio Ondina Salvador 39 23 17 12 38 55 36
de Ondina
PA01 38°27'29.90"O 12°51'6.30"S Rio Paraguari Salvador 28 13 10 17 16 14 16 14
Bacia Hidrográfica
PA02 38°28'11.20"O 12°51'43.40"S Rio Paraguari Salvador 34 33 20 31 28 24 22 28
do Paraguari
PA03 38°28'43.60"O 12°51'35.80"S Rio Paraguari Salvador 31 31 22 27 20 28 14 28
PV00 38°25'02.45'' O 12°56'18.18'’ S Rio Passa Vaca Salvador 14 19 22 17 16
Bacia Hidrográfica PV01 38°26'02.7" O 12°55'23.7" S Rio Passa Vaca Salvador 17
do Passa vaca PV02 38°25'00.9" O 12°55'57.2" S Rio Passa Vaca Salvador 20
PV03 38°24'05.80" O 12°57'16.50" S Rio Passa Vaca Salvador 49 53 48 57 44 55 60 37
P01 38°26'49.10" O 12°55'39.70" S Rio Pituaçu Salvador 24 23 12 25 16 16 18 14
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Hidrográfica /
Código Latitude Longitude Rio Município
Drenagem
Natural
P02 38°25'17.90" O 12°56'34.30" S Rio Pituaçu Salvador 17 32 21 22 15 17 25 38
P03 38°26'09.80" O 12°57'12.50" S Rio Cachoeirinha Salvador 19 20 15 22 15 11 16 14
P04 38°26'45.50" O 12°57'29.00" S Rio Saboeiro Salvador 19 14 14 19 15 17 18 20
Bacia Hidrográfica
P05 38°27'06.40" O 12°57'50.00" S Rio Cascão Salvador 67 63 60 71 73 65 66
de Pedras/Pituaçu
P06 38°25'45.30" O 12°58'08.80" S Rio das Pedras Salvador 27 18 16 32 31 22 35 17
P07 38°25'41.39" O 12°58'07.73" S Rio Pituaçu Salvador 23 21 26 29 25 14 35 29
P08 38°25'39.20" O 12°58'16.60" S Rio das Pedras Salvador 24 15 19 30 29 14 34 25
SA01 38°18’32.1” O 12°54’44.1” S Rio Sapato Salvador 40 45 33 36 52 45
Bacia de SAP02 38°18'02.06" O 12°54'12.06" S Rio Sapato Lauro de Freitas 40 35 32 40 33
Drenagem Natural SAP03 38°17'31.59" O 12°53'29.71" S Rio Sapato Lauro de Freitas 43 35 28 22 23
de Stella Maris SAP04 38°18'22.11" O 12°54'32.03" S Rio Sapato Salvador 42 58 46
SAP06 38°16'56.90" O 12°52'48.60" S Rio Sapato Lauro de Freitas 30 25 37
Bacia Hidrográfica S01 38°31'29.49" O 12°59'35.69" S Rio dos Seixos Salvador 17 15 40 40 51 44 49 51
do rio dos Seixos
(Barra/Centenário) S02 38°31'27.92" O 13°00'36.63" S Rio dos Seixos Salvador 33 22 30 34 35 28 50 17
Fonte: Relatórios Anuais do Inema, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020.
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Bacia Hidrográfica
Código Latitude Longitude Rio Município
/ Drenagem Natural
CA01 38°28'19.56" O 12°55'00.79" S Rio Camarajipe Salvador 72 63 81 82 70 64 73 67
CA02 38°28'16.6" O 12°56'28.7" S Afluente do Rio Camarajipe Salvador 58 66 68 59 68 70 67 73
CA03 38°28'27.6" O 12°57'17.4" S Rio Camarajipe Salvador 59 66 70 59 70 70 64 74
Bacia Hidrográfica
CA04 38°27'13.44" O 12°56'31.1" S Rio Camarajipe Salvador 57 70 71 59 71 71 61 75
do Camarajipe
CA05 38°27'13.44" O 12°58'30.77" S Rio Camarajipe Salvador 66
CA07 38°27'13.44" O 12°58'30.77" S Rio Pernambués Salvador 53 70 58 71 70 65 76
CA08 38°27'13.44" O 12°58'30.77" S Rio Camarajipe Salvador 66 69 62 72 69 59 74
CO01 38°27'12.90" O 12°51'41.90" S Rio do Cobre Salvador 67 61 55 62 59 61 65 61
Bacia Hidrográfica CO02 38°28'21.90" O 12°54'02.60" S Rio do Cobre Salvador 67 63 66 57 63 63 58 69
do Cobre CO3 38°28'20.4" O 12°54'59.6" S Rio do Cobre Salvador 76 80 64
MD0 38°28'29.3" O 12°53'25.9" S Rio Mané Dendê Salvador 61 70
IPI01 38°19'40.96" O 12°53'54.33" S Rio Ipitanga Lauro de Freitas 75 72 81 73 76 71
IPI02 38° 19' 12.30" O 12° 53' 12.04" S Rio Ipitanga Lauro de Freitas 80 76
IPI03 38°19'10.40" O 12°52'02.30" S Rio Ipitanga Lauro de Freitas 65 76 83 75 78 75
Bacia Hidrográfica I01 38°22’46.41” O 12°54’12.81” S Riacho Tapuá Mirim Salvador 79 64 70 87 78 77 78
do Ipitanga I02 38°22’55.49” O 12°53’56.46” S Rio Ipitanga Salvador 57 63 56 57 55 65 58
I03 38°21’19.76” O 12°54’17.62” S Rio Ipitanga Salvador 73 78 79 85 77 74 72
I04 38°20’29.98” O 12°54’24.23” S Rio Ipitanga Salvador 71 74 71 80 72 75 72
I05 38°21’02.36” O 12°54’02.43” S Rio Itinga Salvador 67 73 56 72 73 75 70
J00 X X - Salvador 55
J01 38°24'56.10" O 12°53'40.60" S Rio Jaguaribe Salvador 74 69 80 74 78 72 75 73
Bacia Hidrográfica
J02 38°22'49.33" O 12°55'31.84" S Rio Jaguaribe Salvador 68 73 74 67 75 72 78 74
do Jaguaribe
J03 38°21'27.24" O 12°55'16.76" S Córrego do Bispo Salvador 69 64 68 73 71 68 66 68
J04 38°21'54.20" O 12°56'23.10" S Córrego do Bispo Salvador 67 69 73 68 66 71 69 69
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Bacia Hidrográfica
Código Latitude Longitude Rio Município
/ Drenagem Natural
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Bacia Hidrográfica
Código Latitude Longitude Rio Município
/ Drenagem Natural
Fonte: Relatórios Anuais do Inema,2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020.
De forma geral, observa-se que os resultados obtidos para o IQA na grande maioria dos pontos
monitorados nos rios do município se classificaram como qualidade ruim ou péssima, na maior parte
das análises realizadas ao longo do período analisado, demonstrando o grau de comprometimento
dos rios urbanos do município. Analisando os resultados para o IET, observa-se que a maioria dos
pontos apresentaram valores de IET com classificação variável entre mesotrófico e hipereutrófico,
sendo que a maioria foi classificada como supereutrófica e hipereutrófica, ou seja, a maioria dos
rios monitorados apresentaram elevadas concentrações de matéria orgânica e nutrientes,
confirmando a forte presença de contaminação dos rios urbanos de Salvador por esgotos sanitários.
Ao se analisar os resultados obtidos para as lagoas (Tabela 73, Tabela 74, Tabela 77 e Tabela 78),
observa-se que no período analisado os valores de IQA das lagoas foram classificados entre boa e
ótima na grande maioria dos pontos monitorados, com exceção do Dique de Campinas e da Lagoa
dos Frades (ambas na bacia hidrográfica do Camarajipe) e a lagoa Paraíso/Doron (bacia
hidrográfica de Pedras/Pituaçu) que apresentaram IQA regular e ruim na maior parte dos anos
analisados. Portanto, de acordo com os resultados de IQA do monitoramento das lagoas urbanas,
nota-se que os ambientes lênticos nas áreas urbanas de Salvador se encontram melhor
preservados do que os rios urbanos.
Com relação ao IET, observa-se que há uma grande variação entre os resultados obtidos nos
pontos de monitoramento das lagoas, variando entre oligotrófico (melhor situação) e hipereutrófico
(pior situação) ao longo dos anos. A maioria dos pontos foi classificada como mesotrófico e
eutrófico, ou seja, a maioria das lagoas monitoradas apresentou concentrações de matéria orgânica
e nutrientes variáveis entre produtividades intermediária e alta, o que está associado a atividades
antrópicas. Nenhuma das lagoas apresentou classificação do IET do tipo Ultraoligotrófico para o
período, com exceção das lagoas da Orlando Gomes e da Costa Verde na bacia do rio Jaguaribe,
com resultados pontuais. As lagoas que apresentaram a pior classificação IET no período, no caso,
hipereutrófico e supereutrófico foram a Lagoa do Paraíso, no Doron (bacia hidrográfica
Pedras/Pituaçu); a Lagoa do Frades e o Dique de Campinas (bacia hidrogrográfica Camarajipe), e
o Dique do Tororó (bacia hidrográfica Lucaia), o que indica que são afetados por grandes cargas
de matéria orgânica e nutrientes.
Na bacia do Rio Lucaia, observa-se também que nos pontos de monitoramento do Dique do Tororó
obteve-se IQA classificado como bom em 4 dos 5 pontos monitorados em 2019, enquanto nos 4
pontos de monitoramento do Rio Lucaia o IQA se classificou como regular ou ruim, com exceção
do ponto RCN-LUC-400 que apresentou IQA bom na 4ª campanha de 2019. Ressalta-se que o
ponto RCN-LUC-400 apresentou IQA ruim ou péssimo em todas as outras campanhas realizadas
entre 2018 e 2020, como pode ser observado na Tabela 73.
Nas demais bacias hidrográficas do município que foram monitoradas em 2019 (Rio Camarajipe,
Rio das Pedras/Pituaçu, Rio Jaguaribe, Rio Ipitanga e Rio Paraguari) observa-se que predominam
valores de IQA ruim ou péssimo, comprovando a grave situação de degradação dos rios urbanos
do município.
Para fazer uma análise correlacionando a situação dos rios e lagoas das bacias hidrográficas e
bacias de drenagem natural do município, foram calculados os índices de atendimento com
esgotamento sanitário para cada uma das bacias hidrográficas e bacias de drenagem natural
localizadas na parte continental do município. No Quadro 72 estão apresentadas quais bacias de
esgotamento sanitário estão inseridas nas bacias hidrográficas e bacias de drenagem natural de
Salvador (continente).
Na Tabela 79 apresenta-se o resumo dos índices de atendimento com esgotamento sanitário nas
bacias hidrográficas e bacias de drenagem natural localizadas na parte continental do município de
Salvador.
Da Figura 302 até a Figura 307 estão apresentados os resultados do cruzamento das informações
de qualidade da água (IQA e IET) com o índice de atendimento de esgoto nas bacias hidrográficas
e de drenagem natural.
Figura 302 – Resultados para o IQA nos rios e lagos de Salvador, de acordo com os
resultados do Programa Monitora entre 2018 a 2021 e índice de atendimento com esgoto
por bacia hidrográfica (2021)
91,02% 83,79% 96,40% 92,78% 93,52% 94,15%
50 99,25% 100%
45 44 38 90%
40 75,52% 80%
37
35 30 70%
32
30 60%
64,59% 22
25 50%
24 44,03%
20 40%
15 22 30%
9
8
10 20%
5 7 10%
0 0%
0,00%
82
80 90%
Figura 304 – Resultados de IQA para as lagoas de Salvador de acordo com os resultados
dos Relatórios anuais do Inema (2013 a 2019) e índice de atendimento com esgoto (2021)
75,52% 80%
45 40 90%
44 75,52%
40 41 80%
35 32 70%
33
30 60%
25 24 22 50%
20 64,59% 42,30% 40%
22
15 10 30%
7
10 20%
5 8 10%
0 0%
0,00%
Figura 306 – Resultados de IET para os rios de Salvador de acordo com os resultados dos
Relatórios anuais do Inema (2013 a 2020) e índice de atendimento com esgoto (2021)
80 90%
70 80%
75,52% 64,59% 70%
60 63
49 60%
50 47 50%
40
40%
30 24 25 30%
2 24
20 13 15 16 20%
10 10%
8 7 2 1
0 0%
Analisando a Tabela 79 e as figuras acima é possível observar que as bacias hidrográficas que
apresentam maior recorrência de valores satisfatórios são a bacia hidrográfica do Rio Ipitanga, a
bacia de drenagem natural de Stella Maris e a bacia hidrográfica da Ilha dos Frades. No entanto, os
resultados da Bacia Hidrográfica do Rio Ipitanga e da bacia hidrográfica da Ilha dos Frades não
apresentam correlação com o índice de atendimento, uma vez que os índices apresentados para
essas bacias são baixos, 75,52% e 44,03% respectivamente. Por outro lado, o índice de
atendimento da bacia hidrográfica de Stella Maris é alto (94,15% de atendimento), no entanto está
atrás dos índices apresentados pela bacia de drenagem natural Amaralina/Pituba, pela bacia de
drenagem natural Armação/Corsário, pela bacia hidrográfica do Rio Lucaia, pela bacia hidrográfica
de Ondina e pela bacia hidrográfica do Rio dos Seixos.
Com relação à bacia do Rio Lucaia, observa-se que apesar de apresentar alto índice de atendimento
com esgotamento sanitário (96,4%) os rios desta bacia apresentam qualidade bastante deteriorada,
como pode ser observado nos resultados de IQA e IET apresentados anteriormente. Na Figura 300
e a Figura 301 é possível observar também que na bacia do Rio Lucaia existem diversas Captações
em Tempo Seco (CTS) operadas pela Embasa, conforme já detalhado anteriormente no item
6.2.1.1.2. A maioria das CTS realizam a captação dos esgotos irregulares em galerias de drenagem
natural, entretanto na bacia do rio Lucaia existem também duas CTS que captam as águas do Rio
Na bacia do Rio Camarajipe, que também apresentou resultados muito ruins para o IQA e IET ocorre
situação semelhante à bacia do Rio Lucaia, havendo uma grande quantidade de CTS, incluindo a
CTS Reversão Iguatemi, que capta toda a água do Rio Camarajipe em tempo seco e encaminha
para o sistema de esgotamento sanitário, apesar da bacia hidrográfica apresentar índice de
atendimento com esgotamento sanitário de 91,02%, como pode ser observado na Tabela 79.
Na bacia hidrográfica do Rio das Pedras/Pituaçu, onde predominam também valores de IQA ruim
ou péssimo, com exceção dos pontos de monitoramento na Lagoa de Pituaçu, o índice de
atendimento com esgotamento sanitário é de 93,52%. Nesta bacia hidrográfica existe também uma
grande captação em tempo seco, a CTS Alto Pituaçu, que faz o desvio das águas do Rio Pituaçu
para o Sistema de Esgotamento Sanitário em tempo seco.
Na bacia hidrográfica do Rio Paraguari, onde também predominam valores de IQA ruim ou péssimo,
o índice de atendimento com esgotamento sanitário é de 92,78% e não existem CTS nos rios desta
bacia. Todas as CTS existentes estão localizadas em galerias de drenagem próximas à praia.
Na bacia hidrográfica do Rio Jaguaribe observa-se na Tabela 79 que o índice de atendimento com
esgotamento sanitário é de apenas 64,59%, sendo as bacias hidrográficas com menores índices de
atendimento no município, juntamente com a bacia de drenagem natural do Comércio.
Analisando os resultados para os pontos de monitoramento nas ilhas de Salvador, observa-se que
tanto na Ilha dos Frades, quanto na Ilha de Maré, obteve resultados de IQA entre regular e ótimo
nos pontos monitorados. Ressalta-se que todos os 4 pontos se localizam a montante das ocupações
urbanas, que se concentram nas proximidades das praias, e, portanto, o resultado não permite
realizar uma análise relacionando os resultados à abrangência e qualidade dos serviços de
esgotamento sanitário prestados nas ilhas. Na Tabela 80 apresenta-se os índices de atendimento
com esgotamento sanitário nas 3 ilhas do município, que conforme já detalhado anteriormente, são
muito inferiores à parte continental do município.
De acordo com a Resolução Conama n° 274 de 2000, o indicador de contaminação adotado para
monitorar a balneabilidade das águas é a Escherichia coli, que indica a poluição recente de origem
exclusivamente fecal. A condição de balneabilidade das águas doces, salobras e salinas pode ser
classificada nas categorias própria ou imprópria, sendo que as águas consideradas como próprias
são subdivididas nas seguintes categorias:
• Excelente: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das
cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver no máximo 200 Escherichia coli
por 100ml;
• Muito Boa: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das
cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver no máximo 400 Escherichia coli
por 100ml;
• Satisfatória: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma
das cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver no máximo 800 Escherichia
coli por 100ml.
As águas são consideradas impróprias quando no trecho avaliado forem identificadas as seguintes
ocorrências:
Para avaliar a balneabilidade das praias de Salvador foi adotada a base de dados do ano de 2019,
fornecida pela Inema, que possui 52 análises no decorrer do ano. Os dados do ano de 2020 não
foram utilizados devido à paralisação nas análises no período da pandemia de COVID-19.
Analisando os boletins de balneabilidade fornecidos pelo Inema, não é possível avaliar os pontos
classificados como “excelente”, “muito boa” ou “satisfatória” de acordo com a classificação da
Resolução Conama n° 274 de 2000, pois o boletim apresenta apenas a classificação nas categorias
própria e imprópria de cada um dos pontos, sem apresentar dados quantitativos de Escherichia coli
por 100ml.
Entretanto, de acordo com a Cetesb as praias com amostragem semanal podem ser classificadas
em 5 categorias, como pode ser observado na Figura 308:
Como não é possível avaliar os pontos de monitoramento classificados como “excelente”, após
fazer a análise de todos os boletins disponibilizados para o ano de 2019, só foi possível classificar
os pontos de acordo com as categorias boa, regular, ruim e péssima, de acordo com os critérios da
CETESB.
Os resultados das análises do ano de 2019 apontam que do total de análises realizadas, 58%
apresentaram condições de balneabilidade próprias e 42% impróprias. Analisando a situação de
cada um dos 36 pontos monitorados em 2019, observa-se que 45% dos pontos monitorados foram
classificadas como “ruim”, 29% como “péssimo”, 24% como “regular” e apenas 3% (1 ponto) foi
Para possibilitar uma análise em relação à efetividade das CTS existentes no município em relação
à melhoria da qualidade da água das praias em períodos secos, foi feita uma comparação entre os
dados de balneabilidade das praias em períodos secos e chuvosos, por meio da análise dos dados
fornecidos pelo Inema, com o registro das chuvas diárias registradas em 25 estações pluviométricos
localizadas em diferentes regiões do município.
Para realizar a comparação entre os dados de balneabilidade das praias em períodos secos e
chuvosos, selecionou-se 3 coletas realizadas em 2019 em dias secos (sem registros de precipitação
em nenhuma das estações pluviométricas existentes no município) e 3 coletas realizadas nos dias
mais chuvosos de 2019. Para a escolha das coletas a serem analisadas, para os dias chuvosos,
considerou-se os registros em todas as estações pluviométricas no município, visto que seria
necessário selecionar os dias em que houve precipitação significativas em todas as regiões.
Na Figura 309 apresenta-se o mapa com a localização dos 36 pontos de monitoramento das praias
de Salvador, assim como a delimitação das bacias hidrográficas do município e a localização das
CTS e das estações pluviométricas e na Tabela 82 apresenta-se os dados de pluviosidade nos dias
das coletas e nos dias anteriores às coletas selecionadas para realizar a análise comparativa dos
resultados de balneabilidade das praias. No Quadro 73 apresenta-se os resultados obtidos nas
datas de coleta selecionadas.
Comparando-se os resultados obtidos nas datas de coleta selecionadas, observa-se que nos dias
secos a quantidade de pontos que apresentaram resultados de balneabilidade classificados como
Analisando os pontos mais críticos, observa-se que as praias que apresentaram os piores
resultados estão sob influência das Bacias de Drenagem Natural São Tomé de Paripe, Itapagipe,
Amaralina/Pituba e Armação/Corsário e das Bacias Hidrográficas Paraguari, Lucaia e Ondina.
Como pode ser observado na Figura 310, todas essas bacias hidrográficas e bacias de drenagem
natural contam atualmente com CTS operadas pela Embasa, sendo que as Bacias de Drenagem
Natural Itapagipe e São Tomé de Paripe e a Bacia Hidrográfica Lucaia possuem a maior quantidade
de CTS, com 49, 20 e 37 CTS, respectivamente.
No Produto Parcial E1A deste PMSBI foram apresentados os dados de ocorrência de doenças
relacionadas ao saneamento básico em cada um dos distritos sanitários do município de Salvador.
Na Figura 311 apresenta-se a delimitação dos distritos sanitários, prefeituras bairro e bacias de
esgotamento sanitário, para que seja possível uma análise da ocorrência das doenças, em
comparação com as informações disponíveis sobre o esgotamento sanitário no município.
• Febre Tifoide;
• Esquistossomose; e
• Doenças Diarreicas Agudas;
• Covid-19.
Destaca-se que os fatores determinantes dessas enfermidades, no que tange à coleta, afastamento
e tratamento do esgoto não se limitam apenas à qualidade do serviço de esgotamento sanitário,
relacionando-se também com a forma de organização do espaço geográfico, o modo de vida dos
indivíduos e seus reflexos no ambiente, bem como a qualidade dos demais serviços que compõe o
saneamento básico, que também podem ser determinantes nesse processo saúde-doença.
A febre tifoide é um problema de saúde pública mundial cujas áreas atingidas denotam condições
precárias de saneamento ambiental e higiene pessoal, além da população apresentar baixo nível
socioeconômico. No Brasil, a doença apresenta características endêmicas em locais isolados, com
maior frequência na faixa etária entre 15 e 45 anos, e epidêmicas nas regiões norte e nordeste
(BRASIL, 2010; 2020).
No período entre 2013 e 2019, 05 (cinco) casos de febre tifoide foram notificados em 03 (três)
distritos sanitários de Salvador, sendo: 03 (três) no distrito sanitário Barra/Rio Vermelho, 01 (um)
no distrito sanitário Boca do Rio e 01 (um) no distrito sanitário Cabula/Beirú (SMS, 2020).
Diante disso, a coleta, afastamento e tratamento de esgoto se tornam fatores preponderantes para
reduzir a disseminação da bactéria Salmonella typhi, responsável pela transmissão da febre tifóide,
uma vez que conforme apresentado por Castiñeiras, Pedro e Martins (2008) a principal forma de
transmissão é a ingestão de água ou alimento contaminado com fezes humanas ou, menos
frequente com urina contendo a S. typhi.
O Distrito Sanitário Barra/Rio Vermelho pertence ao território das prefeituras bairro Centro/Brotas e
Cidade Baixa, o Distrito Sanitário de Boca do Rio pertence as prefeituras bairro de Itapuã e
Barra/Pituba e o Distrito Sanitário Cabula/Beiru faz parte da Prefeitura Bairro Cabula/Tancredo
Neves. As bacias de esgotamento onde estão inseridas as maiores áreas desses distritos sanitários
possuem índices de atendimento de esgoto superiores a 85%.
Como os distritos sanitários onde ocorreram as incidências de febre tifoide apresentam índices
satisfatórios de atendimento de esgotamento sanitário, deve ser levado em consideração problemas
relacionados a outros eixos do saneamento, como por exemplo o abastecimento de água, que de
acordo com o Ministério da Saúde (2010) a intermitência no abastecimento ou até mesmo sistemas
que operam em baixa pressão são suscetíveis a ocorrência de contaminação da água a partir de
sistemas de esgotamento sanitário.
9.2 ESQUISTOSSOMOSE
No Quadro 76 tem-se a quantidade de casos notificados por distrito sanitário entre 2013 e 2019.
No período supracitado, os distritos sanitários com maior número de casos foram os seguintes: São
Caetano/Valeria com 235 casos, Subúrbio Ferroviário com 226 seguido do Distrito Cabula/Beirú
com 225 casos agudos. E em relação aos locais de ocorrência crítica de esquistossomose no
Município, tem-se os seguintes distritos sanitários: São Caetano/Valéria, Boca do Rio, Cabula/Beirú,
Pau da Lima e Subúrbio Ferroviário (SMS, 2020).
É importante destacar também sobre a atividade de busca ativa inquérito parasitológico que ocorreu
no município de Salvador, entre os anos 2013 e 2019, com o objetivo de identificar indivíduos com
esquistossomose mansoni. Nesse período foram realizados 04 (quatro) inquéritos epidemiológicos
e parasitológicos em parceria com o Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM),
FIOCRUZ/Bahia. A definição das localidades, baseou-se no critério coleções hídricas com o
caramujo da espécie Biomphalária glabrata positivo para esquistossomose. Nesse sentido, pode-
se citar a localidade São Bartolomeu, Saramandaia e Pirajá (SMS, 2020).
De acordo com o Quadro 77, observa-se que os distritos sanitários com o maior número de óbitos
foram: Cabula/Beirú (11 óbitos), Pau da Lima (08 óbitos) e Subúrbio Ferroviário (06 óbitos) (SMS,
2020).
Segundo o Ministério da Saúde (2018) como a esquistossomose é transmitida pelo contato com
água contaminada com larvas do parasito, para sua prevenção e controle, o mais importante e
necessário, entre outras ações sanitárias, é uma disposição adequada dos esgotos, incluindo coleta
e tratamento de esgoto visando interromper o ciclo de transmissão.
Cabe mencionar que nas oficinas setoriais das Prefeituras bairro que englobam os Distritos
Sanitários onde houve incidência de esquistossomose foram apresentados relatos de problemas no
sistema de esgotamento sanitário. No entanto, nesse caso não é possível afirmar que a falta de
esgotamento sanitário impacta diretamente na transmissão da esquistossomose, uma vez que não
há correlação direta entre baixos níveis de atendimento com esgoto e maior ocorrências de casos
e/ou óbitos.
A diarreia é a segunda causa de mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo. Quase
1 em cada 5 mortes de criança – cerca de 1,5 milhões por ano – se deve à diarreia. Ela mata mais
crianças do que a AIDS, a malária e o sarampo juntos (Guia de Vigilância em Saúde, 3ed, 2019).
Em relação ao número de casos por distrito sanitário de Salvador, tem-se os dados na Tabela 83,
em que são apresentados os resultados obtidos até a 25ª (vigésima quinta) semana epidemiológica
do ano de 2020.
Tabela 83 - Número de casos de DDAs em < 05 anos segundo distrito sanitário, no ano de
2020*, Salvador – BA.
Distritos Sanitários Nº de casos em < 05 anos
Centro Histórico 32
Itapagipe 26
São Caetano/Valeria 181
Liberdade 185
Brotas 15
Barra/Rio Vermelho 125
Boca do Rio 101
Itapuã 212
Cabula/Beirú 634
Pau da Lima 220
Subúrbio Ferroviário 247
Cajazeiras 1
Total 1979
*O ano de 2020 é até 25º semana epidemiológica.
Fonte: SMS (2020).
Do total do número de casos notificados de DDAs até a 25ª (vigésima quinta) semana
epidemiológica em 2020, 1.979 (um mil novecentos e setenta e nove) notificações foram de
menores de 05 (cinco) anos. Os distritos sanitários que apresentaram maior número de casos foram
Assim como para as demais doenças abordadas, ao correlacionar os dados apresentados pela SMS
com o índice de atendimento de esgoto, não é possível afirmar que a falta de esgotamento sanitário
é preponderante para o aumento de casos de doenças diarreicas agudas. Diante disso fica claro
que os fatores que interferem na circulação dessas enfermidades não se limitam a cobertura do
serviço de esgotamento sanitário, devem ser incluídos também a qualidade da prestação dos
demais serviços que compõe o saneamento básico, a forma com que ser organiza o espaço
geográfico, o uso e ocupação do solo, bem como o modo de vida dos indivíduos e seus reflexos no
ambiente que podem criar as condições propicias para a proliferação dos vetores.
9.4 COVID-19
Em relação aos Distritos Sanitários (DS) de Salvador, de acordo com o 6º boletim epidemiológico
da Secretaria Municipal de Saúde, àqueles que apresentaram as maiores taxas de incidência
acumulada foram: Barra/Rio Vermelho, Centro Histórico, Boca do Rio e Brotas com variação entre
5.126 e 6.678/100.000 habitantes. Já os DS Subúrbio Ferroviário e São Caetano/Valéria tiveram as
menores taxas de incidência acumulada variando entre 3.462 e 3.599/100.000 habitantes.
Em relação aos distritos sanitários de Salvador, tem-se que os distritos sanitários em que ocorreram
as maiores taxas de mortalidade acumulada por covid-19 foram: Centro Histórico, Barra/Rio
Vermelho, Liberdade e Itapagipe cuja variação foi entre 115 e 173/100.000 habitantes. Já os distritos
de Itapuã, Cabula/Beirú e São Caetano/Valéria tiveram as menores taxas, variando entre 96 e
115/100.000 habitantes (SALVADOR, 2021).
Até o momento não foi confirmada a hipótese de transmissão feco-oral do SARS-Cov-2, caso
verdadeira a qualidade da prestação dos serviços de saneamento ambiental se tornará um fator
ainda mais relevante. Um estudo recente de Heller, Mota e Greco (2020), apresentou possíveis
rotas que satisfazem a hipótese de transmissão fecal-oral do novo coronavírus, apresentada na
Figura 312 a seguir.
Essa hipótese, sugere ainda a existência de uma nova rota de transmissão do Coronavírus, onde a
água contaminada utilizada para limpar superfícies poderia abrir caminho para a contaminação.
Nos itens a seguir será apresentada a sistematização das informações obtidas nos dois momentos
de eventos participativos realizados em relação aos serviços de esgotamento sanitário prestados
no município de Salvador. O relatório detalhado com todos os registros dos eventos realizados
consta em relatórios específicos, que também compõe este diagnóstico do PMSBI Salvador.
Além dos atores sociais, toda a população do município também foi convidada para participar
através do Youtube no Canal da SEINFRA Saneamento, onde as oficinas foram transmitidas ao
vivo e as pessoas presentes também puderam apresentar suas contribuições através de
comentários no chat.
Na Figura 313 pode ser visualizado o card de divulgação das oficinas, com as datas em que foram
realizadas em cada Prefeitura-Bairro.
Figura 313 – Divulgação das oficinas com as datas por Prefeitura Bairro.
Durante a oficina da PB Centro/Brotas a problemática que apresentou maior recorrência na fala dos
participantes foi referente ao lançamento de esgoto a céu aberto, que impacta diretamente a
qualidade de vida da população, uma vez que essa situação pode ocasionar proliferação de
doenças, odor desagradável entre outros problemas.
Entre todas as oficinas, a da PB Subúrbio Ilhas foi onde obtivemos o maior número de contribuições
referente a problemáticas referente ao esgotamento sanitário, sendo que entre elas as que mais se
repetiram foram as questões relacionadas à falta de sistema de esgotamento sanitário, redes
subdimensionadas e lançamento indevido de esgoto em rios, mar e mangue. Problemas esses que
acarretam a degradação do meio ambiente e na redução da qualidade de vida da população.
Na região da PB Cajazeiras estão localizadas grande parte das lagoas de tratamento de esgoto,
essas estruturas causam bastante divergência entre a população e a Embasa, sendo que durante
a oficina essa problemática foi relatada pelos moradores da região, no entanto, o problema de
esgoto que mais foi abordado durante essa oficina foi a falta de rede de esgotamento sanitário em
diversas regiões dessa PB.
Na região da PB Itapuã recentemente foi implantada uma EEE na Lagoa do Abaeté, situação que
gerou bastante controvérsia e foi abordada por alguns dos participantes durante a oficina, além
disso foram feitos relatos de diversos problemas, sendo que o mais recorrente refere se ao
lançamento de esgoto em locais impróprios. Nesta oficina também foi trazida a insatisfação da
população com as recentes obras de canalização do rio Jaguaribe, destacando a necessidade de
outras ações que promovam a despoluição desse rio e não a sua canalização.
Durante a oficina da PB Cidade Baixa, a problemática mais abordada foi referente a problemas nas
redes de esgotamento e a dificuldade de manutenção em determinadas localidades por conta do
crescimento desordenado da região. Além da dificuldade de manutenção nas redes coletoras
existentes, o crescimento desordenado impacta diretamente na capacidade de expansão do
sistema e interligação das residências com o sistema público.
A região englobada pela PB Barra/Pituba é na sua maior parte uma região nobre do município de
Salvador, entretanto, ainda assim, existem diversas comunidades mais carentes nessa região.
Durante as oficinas foram relatados diversos problemas com o sistema de esgotamento sanitário,
entre eles os mais citados foram referentes ao subdimensionamento das redes de esgotamento
sanitário que são antigas, ligações clandestinas de esgoto e a poluição do Rio Camarajipe.
As problemáticas que mais foram abordadas durante as falas dos moradores da PB Liberdade São
Caetano foram referentes a lançamento de esgoto a céu aberto e nos corpos d’água na região.
Essas situações além de impactar no meio ambiente também impactam diretamente na qualidade
de vida da população que vive nessas regiões.
Na PB Pau da Lima, durante a oficina as problemáticas que mais foram citadas, no que diz respeito
a esgotamento sanitário, foram a falta de sistema de esgotamento sanitário e os lançamentos
indevidos de esgoto, problemática essa muito parecida com as relatadas nas demais oficinas das
PB.
Durante a oficina da PB Valéria o relato mais apresentado pelos moradores no que diz respeito ao
esgotamento sanitário foi sobre a falta de sistema de esgotamento sanitário em parte dos bairros
que compõe essa PB, sendo que essa situação ocorre em sua maior parte em regiões que
apresentam crescimento desordenado.
Dando continuidade aos eventos participativos, entre os dias 27/09/2021 e 07/10/2021 foram
apresentados os diagnósticos da parte continental dos 4 componentes do saneamento básico
(água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos), sendo que cada oficina tratou especificamente sobre
cada um dos serviços. A parte insular do município foi abordada separadamente contemplando
todos os componentes em um único dia. O diagnóstico do esgotamento sanitário da parte
continental foi abordado no dia 30/09/2021 e a parte insular no dia 06/10/2021, junto com os demais
eixos do saneamento.
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